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  • 8/16/2019 Gênero Na Mídia - Análise Das Representações Femininas Midiáticas e Suas Inobservâncias Aos Direitos Humanos …

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    GÊNERO NA MÍDIA: ANÁLISE DASREPRESENTAÇÕES FEMININAS MIDIÁTICAS E

    SUAS INOBSERVÂNCIAS AOS DIREITOS HUMANOSDAS MULHERES

    GENDER IN THE MEDIA: ANALYSIS OF MEDIAREPRESENTATIONS OF WOMEN AND THEIR NON-

    COMPLIANCES WITH THE HUMAN RIGHTS OFWOMEN

    AMANDA MUNIZ OLIVEIRABolsista

    Instituto Federal do Norte de Minas Gerais em Gestação de Ci n!ia e "e!nolo#ia $ BGC" $FA%EMIG& Brasil

    amandai'(')#mail*!om

    RESUMO: A +orça da m,dia& -ro-a#adora de uma .asta ind/stria!ultural& não -ode ser ne#li#en!iada* "endo em .ista 0ue a so!iedadeatual est1 am-lamente !one!tada aos meios de !omuni!ação eentretenimento em massa& sendo muitas .e2es -or estes meiosin+luen!iada& !um-re analisar 0uais são as mensa#ens ali transmitidas e asideolo#ias ali -ro-a#adas* Desta +orma& este arti#o tem -or o34eti.odis!utir o modo !omo a ind/stria !ultural retrata a +i#ura +eminina& 41 0uetais re-resentaç5es são dotadas de !onotação se6ual 0ue des.alori2a amul7er& asso!iando$a 8 satis+ação dos dese4os mas!ulinos* A -resentedis!ussão desen.ol.eu$se a -artir do m9todo 7ist:ri!o$deduti.o&

    reali2ando uma re.isão 3i3lio#r1+i!a e do!umental do tema a3ordado*Com-reendemos a im-ort;n!ia de se le.antar tal dis!ussão& 3us!andouma !ons!ienti2ação da ind/stria !ultural 0uanto aos direitos 7umanos&in+erindo 0ue tal -ostura 9 uma .iol n!ia 0ue indu2 8 dis!riminação*

    PALAVRAS-CHAVE: mul7eres< .iol n!ia< ind/stria !ultural< direitos7umanos*

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    ABSTRACT: "7e -o=er o+ t7e media& -ro-a#ator o+ a .ast !ulturalindustr>& !an not 3e ne#le!ted* Gi.en t7at t7e !urrent so!iet> is lar#el>!onne!ted to t7e media and mass entertainment& o+ten 3ein# in+luen!ed 3>

    t7ese means& ne!essar> to e6amine =7at are t7e messa#es sent 7ere andt7ere -ro-a#ated ideolo#ies* "7us& t7is arti!le aims to dis!uss 7o= t7e!ultural industr> -ortra>s t7e +emale +i#ure& sin!e su!7 re-resentations areendo=ed =it7 se6ual !onnotations t7at de.alues =omen& asso!iatin# it=it7 t7e satis+a!tion o+ male desires* "7e dis!ussion e.ol.ed +rom t7e7istori!al$dedu!ti.e met7od& -er+ormin# a literature and do!ument re.ie=o+ t7e su34e!t* ?e understand t7e im-ortan!e o+ #ettin# u- t7isdis!ussion& see@in# an a=areness o+ t7e !ultural industr> on 7uman ri#7ts&im-l>in# t7at su!7 a stan!e is a .iolen!e t7at leads to dis!rimination*

    KEY WORDS: =omen< .iolen!e< !ulture industr>< 7uman ri#7ts*

    SUMÁRIO * Introdução** A ind/stria !ultural* * A .iol n!ia sim3:li!a de# nero* (* Os direitos 7umanos das mul7eres* (* * Con.enção so3reEliminação de "odas as Formas de Dis!riminação !ontra a Mul7er* (* *Con.enção Interameri!ana -ara %re.enir& %unir e Erradi!ar a Viol n!ia!ontra a mul7er* * Consideraç5es +inais* * Re+er n!ias*

    ! I"#$%&'()%

    O -resente arti#o tem -or o34eti.o analisar de +orma !r,ti!a os dis!ursos-ro-a#ados -ela m,dia e -ela ind/stria !ultural& se#undo os 0uais amul7er 9 !ara!teri2ada /ni!a e e6!lusi.amente !omo um o34eto&res-ons1.el -ela satis+ação -essoal do 7omem* Le.ando em !onsideração

    a im-ort;n!ia da m,dia no atual !onte6to so!ial& !om-reende$se 0ue asin+ormaç5es ali .in!uladas e6er!em #rande in+lu n!ia nas o-ini5es&atitudes e !om-ortamentos do #rande -/3li!o& 41 0ue a ind/stria !ulturalnão a-enas re-rodu2 um dis!urso -atriar!alista& anti0uado& mas tam39m-ermite 0ue as massas re!e3am tais mensa#ens de +orma alienada&.isando uma -erman n!ia dostatus quo1.

    1 E6-ressão latina 0ue se re+ere ao estado atual de !oisas ou situaç5es* Ori#ina$se do termo instatu quo ante bellum& !u4o si#ni+i!ado 9 no estado Hem 0ue se esta.a antes da #uerra *

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    Como +ormadora de o-inião& a ind/stria !ultural in+luen!ia a -ro-a#açãode !ertos estere:ti-os +emininos& 0ue !ontri3uem -ara disseminação do-re!on!eito e da dis!riminação* %artindo do -ressu-osto de 0ue !ertase6-osiç5es midi1ti!as J !omer!iais& -ro#ramas tele.isi.os& +ilmes em/si!as J são !om-letamente !ontr1rias 8s lutas +eministas -or i#ualdadede # nero& -romoção dos direitos 7umanos e direito a uma .ida semo-ressão& -retendemos demonstrar& ao lon#o deste tra3al7o& a -resença deum ti-o -e!uliar de .iol n!ia na m,dia a .iol n!ia sim3:li!a de # nero*

    Considerando 0ue a re.isão liter1ria au6ilia na inter-retação& na!om-reensão e na dis!ussão do -ro3lema 0ue +oi -ro-osto e !ontri3ui-ara a ela3oração de uma des!rição so3re o tema& reali2amos -es0uisas

    em o3ras 3i3lio#r1+i!as e estudos 41 di.ul#ados& 0ue +orne!em dadosso3re o assunto*

    A es!ol7a deste tema 4usti+i!a$se -or0ue a re-rodução da ima#em+eminina !omo um sim-les o34eto de dese4o +ere os direitos 7umanosuni.ersais& al9m de -ossi3ilitar a -ro-a#ação de ideias ma!7istas& 0ue!ondu2em at9 mesmo 8 -r:-ria .iol n!ia +,si!a* Numa 9-o!a em 0ue oentretenimento midi1ti!o 9 de+endido !omo se +osse um direito natural do7omem& +a2$se ne!ess1rio atentarmos -ara a situação da re-resentação

    +eminina na m,dia* Ko3retudo& 0uando transmite e -er-etua a .iol n!iasim3:li!a de # nero& tra3al7ando em +a.or da manutenção dostatus quode nossa so!iedade o-ressora e !ontra o e6er!,!io da dimensão !r,ti!a dara2ão 7umana H%EREIRA NE"O< LOIOLA< UI AD & ' ' *

    %ara ela3oração deste arti#o& utili2amos o m9todo 7ist:ri!o$deduti.o* A-es0uisa 9 do ti-o re.isão 3i3lio#r1+i!a !om 3ase na -es0uisa de dadosse!und1rios& sendo uma an1lise& essen!ialmente& 3i3lio#r1+i!a edo!umental*

    Utili2ou$se a -es0uisa 3i3lio#r1+i!a em dados -rim1rios Hdados de-es0uisas ori#inais e te6tos de leis e se!und1rios Hdados de -es0uisasori#inais !oletados -or outros autores & -ois& !on+orme Cer.o e Ber.ianH & -* (P a-ud GONQALVEK< KILVA< RODRIGUEK& ' & -*

    S***T a -es0uisa 3i3lio#r1+i!a 9 meio de +ormação -or e6!el n!ia* Comotra3al7o !ient,+i!o ori#inal& !onstitui a -es0uisa -ro-riamente dita na 1readas Ci n!ias umanas * De.ido ao !ar1ter de -es0uisa 3i3lio#r1+i!a ere.isão de literatura& os dados -rim1rios e se!und1rios +oram !oletados

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    em di.ersas o3ras -ertinentes ao tema*

    No -rimeiro t:-i!o& a-resentamos o !on!eito de ind/stria !ultural< -aratanto& re!orremos aos te6tos tradu2idos de Mar!use& Adorno e

    o!@eimer& autores da Es!ola de Fran@+urt* Em um se#undo momento&3us!amos desen.ol.er uma an1lise so3re o # nero e a .iol n!ia sim3:li!ade # nero& -resentes nos meios de !omuni!ação de massas*%osteriormente& ser1 demonstrado 0ue esse ti-o de .iol n!ia +ere osDireitos umanos Femininos Uni.ersais* %ara le#itimar tal asserti.a&desta!aremos dois tratados interna!ionais dos 0uais o Brasil 9 si#nat1rioA Con.enção Ko3re a Eliminação de "odas as Formas de Dis!riminaçãoContra a Mul7er e A Con.enção Interameri!ana -ara %re.enir& %unir e

    Erradi!ar a Viol n!ia Contra a Mul7er* %or +im& na !on!lusão&.eri+i!aremos 0ue o Direito !onstitui -oderosa arma no 0ue tan#e 8 luta!ontra a .iol n!ia sim3:li!a de # nero*

    *! A +"&, #$+. /'0#'$.0

    Os meios de !omuni!ação de massa !onsolidaram$se !omo .erdadeiros+ormadores de o-inião& atra.9s do entretenimento& da in+ormação e da-ro-a#ação da !ultura -rodu2ida& in+luen!iam as relaç5es dos indi.,duos

    !om o mundo e entre si mesmos* Con+orme a+irma %ereira H P & atele.isão se tornou item indis-ens1.el 8 .ida dos !idadãos& sendo+artamente utili2ada !omo +onte de in+ormação e entretenimento* WellnerH '' & -or sua .e2& salienta 0ue a m,dia& em es-e!ial a tele.isi.a& 9res-ons1.el -or au6iliar na !onstrução de nossa .isão de mundo& al9m denos a4udar a !om-reender a nossa -r:-ria so!iedade* Diariamente& osindi.,duos a3sor.em os mais di.ersos ti-os de mensa#ens -ro-a#adas -oresses meios J mensa#ens 0ue& na maioria das .e2es& são re!e3idas semnen7uma !r,ti!a* uestionando essa -assi.idade so!ial& os te:ri!os daEs!ola de Fran@+urt demonstraram 0ue tais me!anismos !ontri3uem de+orma si#ni+i!ati.a -ara a manutenção dostatus quo& uma .e2 0ue os-rodutos !omer!iali2ados atra.9s dos meios de !omuni!ação de massao3stam a emer# n!ia de um -ensamento !r,ti!o& !ontestador e ati.istaH%EREIRA NE"O< LOIOLA< UI AD & ' ' *

    2 Es!ola de teoria so!ial .in!ulada ao Instituto -ara %es0uisa Ko!ial da Uni.ersidade deFran@+urt& Aleman7a* Foi !om-osta -or -ensadores neo$mar6istas& 0ue te!iam !r,ti!as tanto ao!a-italismo 0uanto ao so!ialismo* Estudaram a 0uestão da Cultura& analisando a trans+ormaçãodesta em sim-les mer!adoria*

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    %ara !om-reender a !r,ti!a reali2ada -elos +ran@+urtianos& +a2$sene!ess1rio es!lare!er a !on!e-ção destes so3re o termo !ultura* Es!lare!eRenato Orti2

    uando os +ran@+urtianos se re+erem 8 !ultura& eles utili2am o termo!om um si#ni+i!ado distinto do 0ue l7e 9 !on+erido -elosantro-:lo#os* Cultura não si#ni+i!a -r1ti!as& 713itos ou modo de .ida&e se -or um a!aso 9 le#,timo +alarmos em antro-olo#ia& trata$se deuma Antro-olo#ia Filos:+i!a* Na .erdade os autores se#uem atradição alemã 0ue asso!ia !ultura 8 Kultur& e a identi+i!am !om aarte& +iloso+ia& literatura e m/si!a* As artes e6-ressariam .alores 0ue!onstituem o -ano de +undo de uma so!iedade* HOR"IZ& s* d* *

    Mar!use H P !om-reende a !ultura !omo o !on4unto de +ins morais&est9ti!os e intele!tuais 0ue uma so!iedade !onsidera !omo o34eti.o deor#ani2ação& da di.isão e da direção do tra3al7o * Ao se analisarem oso34eti.os e6-l,!itos da !i.ili2ação o!idental 3em !omo sua -retensão deim-lement1$los& .eremos 0ue a !ultura -ode ser !om-reendida !omo um-ro!esso de 7umani2ação&

    S***T !ara!teri2ado -elo es+orço !oleti.o de -rote#er a .ida 7umana& -ora-a2i#uar a luta -ela e6ist n!ia mantendo$a dentro de limites

    a!eit1.eis& -or esta3ili2ar uma or#ani2ação -roduti.a da so!iedade& -ordesen.ol.er as !a-a!idades intele!tuais do 7omem e -or redu2ir asa#ress5es& a .iol n!ia e a mis9ria* HMARCUKE& P & -* & traduçãonossa *

    Contra-ondo$se 8 ideia de !ultura& estaria a !i.ili2ação* En0uanto a-rimeira re+ere$se ao ;m3ito es-iritual do indi.,duo& a se#unda rela!iona$se !om o ;m3ito material J ou se4a& e6-5e o indi.,duo a !ondiç5es ene!essidades e6ternas& rela!ionadas ao tra3al7o e ao !om-ortamento so!ial

    ne!ess1rio HMARCUKE& P *Desta +orma& a !ultura 3ur#uesa de+enderia a es-irituali2ação do ser7umano sendo i#noradas as +un!ionalidades do mundo material* "ais3ene+,!ios& entretanto& eram usu+ru,dos a-enas -ela elite* Com osur#imento do !a-italismo& a !ultura +oi trans+ormada em 3em de !onsumo3 Cara!teri2ado -or el es+uer2o !ole!ti.o -or -rote#er la .ida 7umana& -or a-a!i#uar la lu!7a-or la e6isten!ia manteni9ndola dentro de l,mites #o3erna3les& -or esta3ili2ar una or#ani2a!i:n-rodu!ti.a de la so!iedad& -or desarrollar las +a!ultades intele!tuales del 7om3re& > -or redu!ir >su3limar las a#resiones& la .iolen!ia > la miseria HMARCUKE& P & -* *

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    -ara as massas !om intuito não de demo!rati2ar as artes em meio 8-o-ulação o-rimida& mas !omo +orma de o3tenção de lu!ro* Em!onse0u n!ia& deu$se a -erda do !ar1ter li.re e !riati.o da !ultura3ur#uesa& tra2endo$a ao -lano material utilitarista* A !ultura -assa& então&a -ossuir um !ar1ter e!onXmi!o J mera mer!adoria& -ara ser .endida e!onsumida* Com a -erda de #rande -arte de sua !riati.idade& a !ultura!ontri3uiu& ainda& -ara a +ormação de uma so!iedade desatenta

    S***T a sua -rodução .isa não ao es!lare!imento dos indi.,duos& mas sim-rend $los mais e+i!a2mente 8 so!iedade esta3ele!ida na medida em0ue -ri.ile#ia a di.ersão e o entretenimento em detrimento da+ormação !r,ti!a* H%EREIRA NE"O< LOIOLA< UI AD & ' '& -*

    *

    Ke#undo Adorno e o!@7eimer H P & a !ultura torna$se industriali2ada eo3ede!e a !ertos -adr5es de -rodução* "ais -adr5es teriam resultadoori#inariamente das ne!essidades dos !onsumidores eis -or 0ue sãoa!eitos sem resist n!ia * HADORNO< OCW EIMER& P & -* Y *

    Os meios de !omuni!ação trans+ormam os indi.,duos em teles-e!tadores eou.intes& tratando$os !omo .erdadeira massa i#ual e uni+orme* Assim& taisindi.,duos são entre#ues a -ro#ramas e !anç5es -adroni2ados& -r9$+a3ri!ados& 0ue ini3em o -ensamento !r,ti!o e massi+i!am a so!iedade* ACultura -assa a ser !ontrolada& de +orma 0ue a es-ontaneidade no -/3li!o9 diri#ido e a3sor.ido& numa seleção -ro+issional& -or !açadores detalentos& !om-etiç5es diante do mi!ro+one e toda es-9!ie de -ro#ramas-atro!inados HADORNO< OCWEIMER& P & -* Y *

    O no.o e o es-ont;neo são !om-letamente tol7idos -ela ind/stria!ultural* O no.o& de.ido a seu !ar1ter arris!ado& e6-erimental& #era a

    -ossi3ilidade de -erdas monet1rias* O es-ont;neo 9 !ensurado de.ido 8ine6ist n!ia de es-aço -ara seu !ulti.o& sendo !erto 0ue o -ro!essot9!ni!o tem !omo o34eti.o /ni!o a ma6imi2ação dos lu!ros* A m10uina#ira sem sair do lu#ar* Ao mesmo tem-o em 0ue 41 determina o !onsumo&ela des!arta o 0ue ainda não +oi e6-erimentado -or0ue 9 um ris!o*HADORNO< OCW EIMER& P & -* * A ind/stria !ultural ele#e a-adroni2ação e a e6-loração de es0uemas !omo +orma de #arantir om16imo de lu!rati.idade*

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    A !ultura -rodu2ida -ara o !onsumo das massas reali2a um -a-el !ru!ialno 0ue tan#e ao !on+ormismo so!ial* Fora do tra3al7o& as massas!onsomem esse ti-o de !ultura .isando e6-ur#ar o es-,rito& re!om-ondo$se& assim& -ara uma no.a 4ornada de tra3al7o* Entretanto& a ind/stria!ultural& !omo salientado& não estimula o -ensamento !r,ti!o J antes o!ontr1rio< a+asta a mente dos !idadãos e6-lorados das 0uest5es !a-a2es de+a2 $los rea#ir !ontra a manutenção dostatus quo& tornando$os mais 0uemeros e6-e!tadores& re-rodutores de um sistema o-ressor e desi#ual& 8medida 0ue o a!eitam -assi.amente H%EREIRA NE"O< LOIOLA<

    UI AD & ' ' *

    A !ultura .oltada -ara a ma6imi2ação dos lu!ros +orma um sistema

    or#;ni!o* Cada setor J tele.isi.o& musi!al& !inemato#r1+i!o J !om-5e umsistema& 0ue -ossui !oer n!ia en0uanto setor indi.idual e mant9m essa!oer n!ia em !on4unto* Isso demonstra a su3missão e o!om-rometimento dos meios de !omuni!ação de massa e a !ultura-rodu2ida -or eles !om o -ro4eto de manutenção da so!iedade !a-italista*%or esse moti.o& os +ran@+urtianos adotam o termo ind/stria !ultural &

    -ois a e6-ressão !ultura de massa -are!e indi!ar uma !ultura -rodu2idaou at9 mesmo soli!itada !ons!ientemente -elas massas * H%EREIRANE"O< LOIOLA< UI AD & ' '& -* ( *

    Wellner H '' -ossui uma -osição di+eren!iada em relação 8 m,dia* %arao re+erido Autor & a !ultura da m,dia& !onstitu,da -or meios audio.isuaisHm/si!a& !inema& tele.isão& tele4ornalismo e tam39m -or meios es!ritosH4ornais& re.istas e 7ist:rias em 0uadrin7os & 9 res-ons1.el -or !onstruiro-ini5es das mais di.ersas& sendo !a-a2& ainda de +orne!er su3s,dios -ara0ue o indi.,duo !rie sua -r:-ria identidade& +orne!endo assim modelos do0ue 9 dese41.el e do 0ue não 9< do 0ue 9 ser 7omem e do 0ue 9 sermul7er< do 0ue 9 3om ou mau*

    Al9m disso& Wellner atenta -ara o +ato de 0ue a m,dia -ode ainda au6iliarna des!onstrução de ideolo#ias e -re!on!eitos*

    A !ultura da m,dia -ode !onstituir um terr,.el em-e!il7o -ara ademo!rati2ação da so!iedade& mas -ode tam39m ser uma aliada&-ro-i!iando o a.anço da !ausa da li3erdade e da demo!ra!ia* A!ultura da m,dia -ode !onstituir um entra.e -ara a demo!ra!ia 0uandore-rodu2 dis!ursos rea!ion1rios& -romo.endo o ra!ismo& o -re!on!eito

    de se6o& idade& !lasse e outros& mas tam39m -ode -ro-i!iar o a.anço

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    dos interesses dos #ru-os o-rimidos 0uando ata!a !oisas !omo as+ormas de se#re#ação ra!ial ou se6ual& ou 0uando& -elo menos& asen+ra0ue!e !om re-resentaç5es mais -ositi.as de raça e se6o*HWELLNER& '' & -* $ *

    O3ser.a$se& assim& a im-ort;n!ia das re-resentaç5es .ei!uladas -elasm,dias& em relação 8 +ormação e -er-etuação do -ensamento !oleti.o*Não se ne#a 0ue a m,dia -ode au6iliar na 0ue3ra de -aradi#mas< o 0ue sesalienta 9 0ue ela tam39m -ode -er-etu1$los e 9 e6atamente assim 0uea#e em relação 8 re-resentação +eminina*

    Desta +orma& +a2$se e6tremamente ne!ess1rio analisar os im-a!tos!ausados -or esta ind/stria !ultural 0ue& !omo +ormadora de o-inião e-rodutora de modismos& inter+ere -ositi.a e ne#ati.amente nas relaç5esso!iais* Con+orme 41 a-ontamos& +aremos uma an1lise de !omo a ind/stria!ultural au6ilia na re-rodução de estere:ti-os no 0ue tan#e ao -a-el damul7er J estere:ti-os esses 0ue& -or sua .e2& +erem os Direitos umanosinalien1.eis& -ro-a#ando a .iol n!ia sim3:li!a de # nero*

    1! A 2+%03"/+. +4560+/. &7 83"7$%

    %ara identi+i!ar o !on!eito de .iol n!ia sim3:li!a de # nero& +a2$sene!ess1rio es!lare!er o -r:-rio !on!eito de # nero* Ke#undo K!ott H &di2 res-eito ao elemento 0ue !onstitui as relaç5es so!iais 3aseadas so3reas di+erenças -er!e3idas e im-li!a 0uatro as-e!tos s,m3olos!ulturalmente dis-on,.eis 0ue e.o!am re-resentaç5es sim3:li!as< !on!eitos normati.os 0ue -5em em e.id n!ia as inter-retaç5es do sentidodos s,m3olos e6-ressos nas doutrinas reli#iosas& edu!ati.as& -ol,ti!as e!ient,+i!as< instituiç5es e or#ani2ação so!ial e ( identidade su34eti.a*( HKCO""& P & a-ud CRUZ& ''P& -* *

    Deste modo& -odemos !om-reender o # nero !omo um !on4unto de!:di#os mani-ulados& de !ostumes& 0ue se !or-ori+i!am* Di+erentementedo se6o& ditado -ela 3iolo#ia e esta3ele!ido lo#o ao nas!imento& o # nero9 uma !onstrução so!ial& em 0ue mul7eres de.em in!or-orar !ertos-adr5es a!eit1.eis e os 7omens& outros*4 Dentro dessas 0uatro dimens5es 0ue se inter!ru2am& analisaremos a dimensão institu!ional J am,dia J 0ue reitera atra.9s dos seus dis!ursos as desi#ualdades de # nero& !ontra-ondo$sediretamente a direitos 7umanos uni.ersais*

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    "emos 0ue nos su3meter a determinados rituais& muitas .e2es di1rios&-ara nos tornarmos mul7eres Hou 7omens se#undo os ditames daso!iedade em 0ue .i.emos e& assim& de+inirmos& aos nossos ol7os eaos dos outros& a nossa identidade de # nero* E tudo isso& 9 l:#i!o&a!om-an7ando os -adr5es .i#entes de est9ti!a& im-ostos aosres-e!ti.os # neros& -adr5es esses 0ue .ariam no tem-o e no es-aço&tanto #eo#r1+i!o 0uanto so!ial* HKARDENBERG& '' & -* *

    Es!lare!ido o !on!eito de # nero& -odemos a-reender 0ue a .iol n!iasim3:li!a de # nero 9 entendida !omo !onstran#imentos moraisim-ostos -elas re-resentaç5es so!iais de # nero J so3re o mas!ulino e o+eminino* HCRUZ& ''P * A-esar dos di.ersos direitos 7umanosatri3u,dos 8s mul7eres& o -re!on!eito oriundo da ordem -atriar!al 0ueainda im-era na nossa so!iedade& de +orma .elada ou e6-l,!ita& -ermite a!onstante disseminação de -iadas& !anç5es& !omer!iais& +ilmes& no.elas&et!* HCRUZ& ''P de#radantes e !onstran#edores -ara o # nero+eminino* A-esar das not:rias !on0uistas no 0ue se re+ere 8 i#ualdade+ormal e a di.ersos direitos -ositi.ados& a +i#ura da mul7er !omo o34etoainda im-era< 3asta li#ar nossos tele.isores -ara .islum3rar este+enXmeno -atro!inado -ela ind/stria !ultural& 0ue nos tornateles-e!tadores a!r,ti!os*

    Kão ima#ens 4o#adas -ara os teles-e!tadores& 0ue assumem uma.isão -assi.a da -ro3lem1ti!a em 0uestão* A dis!ussão -assi.a doteles-e!tador di2 res-eito 8 +alta de tem-o -ara tradu2ir& -ro!essar einter-retar a 0uantidade de ima#ens emitidas -ela tele.isão* Assim& asima#ens transmitidas -elos meios de !omuni!ação !omo tele.isão& 4ornais e re.istas re-rodu2em re-resentaç5es de mul7eres modernas&din;mi!as& inde-endentes*** e !oisi+i!adas * HCRUZ& ''P& -* ( *

    A o-ressão +eminina -assou a ad0uirir no.os !ontornos& .ei!ulada !omo+orma de entretenimento J o 0ue retira seu !ar1ter s9rio e !a-ta o a-oio da-o-ulação a!r,ti!a* De +orma 0uase im-er!e-t,.el& a ind/stria !ultural!onse#ue esta3ele!er seus moldes -ara as mul7eres da modernidade& 0uea!eitam tais im-osiç5es sem maiores 0uestionamentos* "al +ato au6ilia de+orma !ru!ial na -ro-a#ação de -re!on!eito e dis!riminação& le#itimandoo -ensamento -atriar!al ainda e6istente e !alando as .o2es das !7amadas

    +eministas 3arul7entas * Em uma an1lise da re-resentação +eminina nas-ro-a#andas de !er.e4a .ei!uladas -ela m,dia& Cru2 a+irma

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    S***T as -r1ti!as dis!ursi.as -rodu2idas -ela m,dia& são +ormassim3:li!as& 0ue .ei!ulam noç5es e6istentes na so!iedade&re-rodu2indo !renças& .alores e identidades so!iais& retratandoalteraç5es 7ist:ri!as& e !ontri3uindo -ara a -er-etuação outrans+ormação das relaç5es so!iais* %arto do -ressu-osto de 0ue os!onte6tos so!iais são !onstituti.os da -rodução das +ormas sim3:li!as&e dos modos -elos 0uais essas +ormas são re!e3idas e entendidas&!ontri3uindo tam39m -ara as maneiras -elo 0ual elas serãointer-retadas& re!e3idas e .alori2adas* Dentro dessa -ers-e!ti.a& as-ro-a#andas 0ue analiso são +ormas sim3:li!as -rodu2idas -ela m,dia*Nessas -ro-a#andas e6istem re-resentaç5es 0ue são !onstru,das etransmitidas 0ue le#itimam a ideolo#ia dominante* Desde modo&al#uns #ru-os so!iais t m os seus s,m3olos e si#ni+i!adosre-resentados em detrimento de outros #ru-os* HCRUZ& ''P& -* *

    As re-resentaç5es midi1ti!as re+letem -adr5es esta3ele!idos naso!iedade& -er-etuando estere:ti-os dos modelos +emininos* "aisestere:ti-os são a!eitos a!riti!amente -elos re!e-tores& 0ue não .eemne!essidade de !ontra-X$los& -ois são 3aseados no -r:-rio senso !omum*Ademais& essas re-resentaç5es são .istas !omo reais e naturais<"7om-son H denomina esse +enXmeno de rei+i!ação umaestrat9#ia -ara a -erman n!ia de determinadas normas& .alores e -osturas

    !omo elementos !ontem-or;neos& 4ustamente -or serem !onsiderados-erten!entes a uma tradição eterna e& -or esta ra2ão& a!eita e 4usti+i!1.el& em 0ue uma situação transit:ria 9 re-resentada !omo-ermanente& o!ultando seu !ar1ter s:!io$7ist:ri!o* A m,dia !onstr:i oestere:ti-o +eminino -autado nas ima#ens e nos mitos !ontem-or;neos*Assim& a ima#em da mul7er 9 !riada& a!eita e -artil7ada so!ialmente -orum #ru-o de -essoas 0ue se identi+i!am !om essa ima#em J mesmo 0ue+ira direitos +undamentais*

    Assim !omo no -er,odo medie.al& os elementos !onstituintes daso!iedade ser.iram -ara -er-etuar um no.o re+eren!ial so3re a mul7er&isto 9& a +i#ura da .ir#em Maria em !ontra-osição da +i#ura de E.a&.eri+i!a$se 0ue a m,dia atua !omo elemento +ormador de o-inião a!r,ti!ae -ro-a#adora de -rodução de sentidos sim3:li!os -ara a manutenção deum ima#in1rio +eminino de de-re!iação* Na idade m9dia& 9-o!a de#rande e+er.es! n!ia reli#iosa& es-e!ialmente no s9!ulo II& o im-ulsomariano 9 mar!ado -ela tomada da +i#ura em3lem1ti!a de Nossa Ken7ora*

    Maria sur#e !omo redentora de E.a -ara as mul7eres& li3ertando$as do

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    esti#ma da maldição da 0ueda e do des#osto do %ai J Deus J em relação aAdão e aos 7omens& seus des!endentes* Maria 9& se#undo Ma!edo H '' &-*Y' & a0uela 0ue -ermane!eu .ir#em& s,m3olo de -ure2a& #rande2a esantidade * Neste sentido 9 o no.o modelo a ser es-el7ado -elas +il7as deE.a& a 0ual restaura a !ondição das mul7eres -erante Deus e a so!iedade-atriar!al*

    Atra.9s dos atri3utos de re!ato& su3missão& de+ensora do am3ientedom9sti!o e dos -re!eitos do %ai& Maria !ontra-5e as 0ualidades de E.a&li#adas ao ardil& se6ualidade& lu6/ria e +al1!ia& res-ons1.eis -ela 0ueda do7omem* Era -re!iso restaurar a +i#ura +eminina diante da so!iedade&desde 0ue ela não re-resentasse -eri#o ao !ontrole -atriar!al* %ara Blo!7

    H & -* Maria& a redentora de E.a 0ue li3erta a maldição da 0ueda&9 um dos #randes temas da era +ormadora !ristã e um esteio da atração do!ristianismo* [.en7am& .ir#ens -ara o lado da .ir#em *

    A .ir#em li3erta as mul7eres do esti#ma da in+erioridade* %or9m&en0uanto em E.a as mul7eres são des-re2adas& em Maria elas são!ontroladas e são as -rin!i-ais res-ons1.eis -elo dis!urso da ordem do%ai* Desta +orma& as i!ono#ra+ias e elementos !onstituintes da so!iedade&!omo os s,m3olos& ima#ens& re-resentaç5es& literatura e os dis!ursos

    im-ressos .ão ser.ir -ara e6er!er o -oder de rea+irmação deste sistema de.alores 0ue ideali2am a +i#ura de uma mul7er -er+eita* Certamente asm,dias t m esse mesmo -a-el no seio da so!iedade& !omo te!nolo#ia dein+ormação e !omuni!ação !om +1!il tr;nsito entre as -essoas* Com isso&as re-resentaç5es midi1ti!as são !a-a2es de -rodu2ir di.ersos sentidos&!riar re-resentaç5es so!iais e -o.oar o ima#in1rio so!ial de seu -/3li!o*

    Ca3e$nos desta!ar o -a-el !ru!ial de !ertos # neros musi!ais no 0ue sere+ere 8 -er-etuação da .iol n!ia !ontra a mul7er& em toda sua am-litude*Ke#undo Feitosa& Lima e Medeiros

    A .iol n!ia !onstitui o instrumento mais anti#o de e6-ressão do -oderdo 7omem& e est1 -resente na .ida de mil75es de mul7eres de todas as!lasses so!ais& raças\etnias e orientação se6ual* ] -or meio desseinstrumento 0ue o mundo mas!ulino im-5e sua dominação nomomento em 0ue as mul7eres ousam !ontrariar o -a-el a elasreser.ado* As di+erentes -r1ti!as de .iol n!ia !ontra as mul7eres&!omo a +,si!a& a sim3:li!a& se6ual& -atrimonial& +oram naturali2adas no

    seio da so!iedade e se +a2em -resentes tanto nos es-aços de

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    intimidade !omo no es-aço -/3li!o* HFEI"OKA< LIMA< MEDEIROK&' '& -* ( *

    A naturali2ação de !ondutas .iolentas& -or e6em-lo& 9 re+letida nas letrasde m/si!as de !ertas !anç5es* Uma .e2 0ue a ind/stria musi!al +a2 -arteda ind/stria !ultural& not1.el -rodutora de li6o -ro-ositalmente +a3ri!adoHADORNO< OCW EIMER& P & -odemos in+erir 0ue tais ideolo#iasin+luen!iam seus ou.intes& de +orma a manter e -er-etuar ostatus quo-atriar!al* Feitosa& Lima e Medeiros analisam uma letra do # neromusi!al +orr: estili2ado

    As letras das m/si!as do +orr: estili2ado tra2em essa naturali2ação*Nelas& a .iol n!ia !ontra as mul7eres 9 tratada& muitas .e2es& !omoinstrumento 0ue d1 -ra2er 8s mul7eres& alimentando& assim& o mito de0ue mul7er #osta mesmo 9 de a-an7ar & a e6em-lo da letra da m/si!a"a-a na Cara Ela 9 sa+ada& mas #osta de a-an7ar* E di2 0ue 9 #ostosona 7ora de amar* A-an7a -ra dormir& a-an7a -ra a!ordar* A-an7a tododia& toda 7ora sem -arar* Eu sei o 0ue +a2er -ra ela não 3ri#ar* ] tudodi+erente& seu rem9dio 9 a-an7ar S***T* O -o.o na min7a rua 41 t1des!on+iando* %ensando 0ue eu 3ato !om !i/me da mul7er* "odomundo -ensa 0ue eu sou um mau marido* Mas s: 0ue eles não sa3ema !a!7orra 0ue ela 9 S***T HFEI"OKA< LIMA< MEDEIROK& ' '& -* (

    O mesmo o!orre no # nero musi!al !on7e!ido !omo funk !ario!a *Nesse ti-o de m/si!a& a mul7er 9 interessante a-enas se esti.er dis-osta aassumir o -a-el de o34eto se6ual& su3ordinada aos 7omens -ara 0ue estes-ossam satis+a2er sua las!,.ia* Dentro do !onte6to so!ial dofunk & ou se4a&em meio a seus ou.intes& tais -a-9is são a!eitos e mesmo a!lamados&tanto -elas mul7eres 0ue se su4eitam a um tratamento de#radante 0uanto-elos 7omens HARAG^O& ' * ] im-ortante ressaltar 0ue não se !riti!aa0ui o #osto -essoal do indi.,duo& mas sua in!a-a!idade de -ensar

    !riti!amente so3re suas aç5es& +ruto da mani-ulação oriunda da ind/stria!ultural* Em relação 8s letras dofunk!ario!a& Ara#ão !omenta

    ] -oss,.el .er !omo& -or meio da lin#ua#em& as +ormaç5esideol:#i!as e dis!ursi.as de su4eitos 0ue re-etem o 41$dito de 0ue amul7er est1 su3missa ao 7omem&'Fico tarado/Quando vejo orebolado dessa mina'.Ve4amos tam39m uma autoria +eminina& 0uere-resenta dis!ursos de mul7eres 0ue a!eitam sua su3missão se6ual&Sou cachorra, sou gatinha/ !o adianta se esquivar/"ou soltar aminha fera/#u boto o bicho $ra $egar'. 1 em outras m/si!as outras

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    re-resentaç5es de tais +ormaç5es ideol:#i!as e dis!ursi.as& atra.9s dalin#ua#em nos te6tos& 0ue o uni.erso +eminino 9 a-ro.eitado-rin!i-almente e a-enas se6ualmente& at9 mesmo .ul#armente*HARAG^O& ' & -* P *

    Di.ersos outros e6em-los são +1!eis de ser en!ontrados na m/si!a3rasileira atual* Nas m/si!as 0ue re-rodu2em a ideolo#ia ma!7ista&-odemos en!ontrar 3asi!amente o desres-eito 8 !ondição da mul7er< a.iolação dos di.ersos direitos e #arantias +undamentais em ;m3itona!ional e interna!ional e& in+eli2mente& a des.alori2ação da luta 7ist:ri!a-rota#oni2ada -elos mo.imentos +eministas 0ue& aos -ou!os& tentaraminserir a mul7er na so!iedade& .alori2ando$a !omo ser 7umano J e não!omo mero o34eto*

    9! O &+$7+#% '4."% &. 4'0 7$7

    %odemos a+irmar 0ue os direitos 7umanos são -oderes a-arados -ela!omunidade& 0ue #eram !ondutas o3ri#at:rias -ara os demais& e dos 0uaisse 9 titular -elo sim-les +ato de ser um mem3ro da es-9!iehomo sa$ienssa$iens* HRABINOVIC $BERWMAN& ''Y *

    Kão direitos es-e!iais& dotados de !ara!ter,sti!as -arti!ulares* Kãouni.ersais& -ois são a-li!1.eis a 0ual0uer -essoa& estendendo$se a toda a!ultura 7umana< são indis-on,.eis& -ois não se -ode renun!iar 8 -r:-riadi#nidade 7umana< -ro,3em o retro!esso& -ois uma -roteção !on0uistada 4amais -oder1 ser retirada< inalien1.eis& não -odem ser trans+eridos<im-res!rit,.eis& -or não serem -erdidos !om o -assar do tem-o<in.iol1.eis& -or0ue não -odem ser atin#idos -or a#entes -/3li!os ou leisin+ra!onstitu!ionais e& ainda& são dotados de e+eti.idade& -ois o %oder%/3li!o de.e #arantir sua a-li!a3ilidade no mundo dos +atos

    HLAVOREN"I& '' *Di.ersas +oram as dis!uss5es so3re os direitos 7umanos das mul7eres Jdis!uss5es essas tratadas em !on+er n!ias& tradu2idas em de!laraç5es e-lanos de ação* %ara e+eitos deste estudo& entretanto& a3ordaremos doisdos -rin!i-ais tratados so3re direitos +emininos a Con.enção so3re5 Entende$se -or in+ra!onstitu!ional toda e 0ual0uer lei 7ierar0ui!amente in+erior 8 ConstituiçãoFederal J tal 0ual os C:di#os& Leis Com-lementares& %ortarias& et!***6 ] im-ortante ressaltar 0ue os tratados interna!ionais são -ass,.eis de a-li!ação a-enas aosEstados si#nat1rios*

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    Eliminação de "odas as Formas de Dis!riminação !ontra a Mul7er& em;m3ito #lo3al& e a Con.enção Interameri!ana -ara %re.enir& %unir eErradi!ar a Viol n!ia Contra a Mul7er& em ;m3ito re#ional*

    O sistema interna!ional de -roteção dos direitos 7umanos 9!onstitu,do -or duas es+eras a es+era #lo3al& +ormada -ela ONU& e aes+era re#ional& !onstitu,da& no !aso 3rasileiro& -ela Or#ani2ação dosEstados Ameri!anos $OEA* "ais sistemas& e seus res-e!ti.osinstrumentos es-e!,+i!os S***T são !om-lementares& -elo 0ue !oe6istem!om o -ro-:sito de sal.a#uardar os mesmos direitos& o34eti.ando am16ima e+i!1!ia na tutela de -roteção aos direitos 7umanos* HLUCW&

    ' '& -* *

    No t:-i!o 0ue se se#ue& analisaremos a Con.enção so3re Eliminação de"odas as Formas de Dis!riminação !ontra a Mul7er*

    9! ! C%"27"()% %5$7 E0+4+".()% &7 T%&. . F%$4. &7D+ /$+4+".()% /%"#$. . M'0 7$

    Adotada -ela Or#ani2ação das Naç5es Unidas em P de de2em3ro deY e assinada -elo Brasil na mesma data& a Con.enção !om-5e$se de

    um -re;m3uloY e ' arti#os& di.ididos em seis -artes* Kão elasdis-osiç5es #erais Harts* _ ao _ < direitos -ol,ti!os Harts* Y_ a _ <direitos e!onXmi!os e so!iais Harts* ' a ( < direito 8 i#ualdade Harts* e

    < im-lementação da Con.enção Harts* Y ao e dis-osiç5esre#ulamentares Harts* ao ' *

    O -re;m3ulo desta Con.enção H Y a!entua 0ue a i#ualdade entre7omem e mul7er s: ser1 al!ançada 0uando o tradi!ional -a-el de am3osna so!iedade e na +am,lia +or alterado J ou se4a& re+ere$se diretamente 80uestão do # nero HLAVOREN"I& '' * Assim& -odemos a+irmar 0ue a.iol n!ia sim3:li!a de # nero !ontri3ui -ara a -erman n!ia dostradi!ionais -a-9is so!iais dis!riminadores 0ue o3stam a 3us!a -or umai#ualdade de # nero*

    No 0ue alude 8 dis!riminação& a Con.enção a de+ine em seu arti#o _

    7 `usti+i!ati.a do -or0u da ela3oração do tratado* O -re;m3ulo indi!a as -artes !ontratantes HosEstados ou as or#ani2aç5es interna!ionais 0ue !on!luem o tratado !om a menção das!reden!iais dos re-resentantes dos Estados HLAVOREN"I& '' *

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    S***T toda a distinção& e6!lusão ou restrição 3aseada no se6o e 0ueten7a -or o34eto ou resultado -re4udi!ar ou anular o re!on7e!imento&#o2o ou e6er!,!io -ela mul7er& inde-endentemente de seu estado !i.il&!om 3ase na i#ualdade do 7omem e da mul7er& dos direitos 7umanos eli3erdades +undamentais nos !am-os -ol,ti!o& e!onXmi!o& so!ial&!ultural e !i.il ou em 0ual0uer outro !am-o* HORGANIZAQ^O DAKNAQ EK UNIDAK& Y *

    A .iol n!ia sim3:li!a de # nero reali2a uma distinção 3aseada no # neroe no -a-el so!ial do 7omem e da mul7er& de +orma a resultar em -re4u,2oso!io!ultural -ara a +i#ura +eminina !omo um todo* Assim sendo& in+ere$se 0ue essa .iol n!ia -rati!a e indu2 8 dis!riminação& .isto ser .ei!ulada-ela m,dia& 0ue 9 uma +ormadora de o-inião* A dis!riminação s: 9re!on7e!ida !omo tal se +eita !om 3ase no se6o e ti.er -or o34eti.o-re4udi!ar ou mesmo anular o re!on7e!imento& o #o2o ou o e6er!,!io -elamul7er dos direitos 7umanos em di.ersos !am-os& in!lusi.e o so!ial e o!ultural HLAVOREN"I& '' *

    A Con.enção -ossui duas .ertentes a re-ressi.o$-uniti.a& !omo +ormade su-rimir a dis!riminação< 3 -ositi.o$-romo!ional& 0ue .isa -romo.era i#ualdade* Atra.9s disso& os Estados são !oa#idos a adotar medidas 0ue.isem eliminar a dis!riminação& san!ionando -rin!,-ios i#ualit1rios emsuas leis internas e e.itando 0ue seus a#entes -rati0uem !ondutasdis!riminat:rias*

    De a!ordo !om o arti#o _ da Con.enção& o Estado si#nat1rio tam39m 9o3ri#ado a reali2ar medidas 0ue .isem eliminar -osturas dis!riminat:rias-or or#ani2aç5es e em-resas* Kendo !erto 0ue& em sentido 4ur,di!o&em-resa 9 sinXnimo de ati.idade e!onXmi!a& .eri+i!a$se& então& 0ue o

    Estado de.e !oi3ir a -ro-a#ação de ideolo#ias -atriar!ais dis!riminat:rias-or -arte da ind/stria !ultural

    Atenta 8 !riação 7ist:ri!a e !ultural dos -a-9is 0ue su3meteram asmul7eres 8 dominação e e6-loração mas!ulinas& a Con.enção -u#na-ara 0ue 7a4a o !om-rometimento dos Estados$%artes de modi+i!ar os-adr5es so!io!ulturais 0ue !ondu2em ao -re!on!eito -eloentendimento de in+erioridade ou su-erioridade de 0ual0uer dos se6osou !om 3ase em +unç5es estereoti-adas de 7omens e de mul7eres*HLAVOREN"I& '' & -* Y *

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    A-esar de a Con.enção assim dis-or& -er!e3emos na rotina di1ria 0ue& aoin.9s de su-rimidos& tais -adr5es so!io!ulturais são re.eren!iados !omoarte& en0uanto -rodutos da ind/stria !ultural*

    A +im de a.aliar a e6e!ução da Con.enção -elos Estados$mem3ros& asNaç5es Unidas !riaram no te6to da Con.enção H Y & em seu art* Y& umComit so3re a Eliminação da Dis!riminação !ontra a Mul7er* %or estaCon.enção& os Estados$%artes !om-rometeram$se a su3meter aoKe!ret1rio$Geral das Naç5es Unidas um Relat:rio 0ue e.iden!ie o modo-elo 0ual estão im-lementando a Con.enção e 0ue medidas estão sendose#uidas -ara tornar e+eti.o o seu !onte/do* A !ada 0uatro anos esseRelat:rio de.er1 ser atuali2ado e& mais uma .e2& a-resentado -ara e6ame

    do Comit * Al9m disso& 71 um %roto!olo O-!ional 8 Con.enção so3re aEliminação de todas as +ormas de Dis!riminação !ontra a Mul7er& 0ueesta3ele!e dois me!anismos de monitoramento& 0uais se4am ome!anismo da -etição& 0ue -ermite o en!amin7amento de den/n!ias de.iolação de direitos enun!iados na Con.enção 8 a-re!iação do Comitso3re a Eliminação da Dis!riminação !ontra a Mul7er& e um-ro!edimento in.esti#ati.o 0ue 7a3ilita o Comit a a.eri#uar a e6ist n!iade #ra.e e sistem1ti!a .iolação aos direitos 7umanos das mul7eres*

    9!*! C%"27"()% I"#7$.47$+/.". ;.$. P$727"+$< P'"+$ 7 E$$.&+/.$ .V+%03"/+. /%"#$. . 4'0 7$

    A Con.enção Interameri!ana -ara %re.enir& %unir e Erradi!ar a Viol n!ia!ontra a Mul7er& tam39m !on7e!ida !omo Con.enção de Bel9m do %ar1&+oi -romul#ada em solo 3rasileiro em _ de a#osto de *

    Constituindo .erdadeiro a.anço no 0ue tan#e 8 -roteção interna!ional dosdireitos das mul7eres& a Con.enção de Bel9m do %ar1 não a-enasre!on7e!e 0ue a .iol n!ia trans!ende os setores so!iais& !omo tam39mre!on7e!e 0ue a .iol n!ia o+ende a di#nidade 7umana e re.ela umamani+estação de relação de -oder 7istori!amente desi#ual entre 7omens emul7eres * HLAVOREN"I& '' & -* P *

    %ara e+eitos da Con.enção& entende$se -or .iol n!ia 0ual0uer ato ou!onduta 3aseada no # nero& 0ue !ause morte& dano ou so+rimento +,si!o&se6ual ou -si!ol:#i!o 8 mul7er& tanto na es+era -/3li!a !omo na es+era-ri.ada* HAGENDE& ''(& -* * Em relação ao so+rimento -si!ol:#i!o&

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    !a3e salientar a !7amada .iol n!ia moral*

    A .iol n!ia moral 9 uma das mani+estaç5es da .iol n!ia -si!ol:#i!a*Consiste em a!usaç5es 0ue atin#em a re-utação da mul7er* ] !omumnesses !asos 0ue a o+ensa so+rida se rela!ione ao e6er!,!io da se6ualidade-ela mul7er& tratando esse e6er!,!io !omo al#o re-ro.1.el e su4oHAGENDE& ''(& -* ' * %er!e3e$se 0ue a .iol n!ia moral rela!iona$se!om a .iol n!ia sim3:li!a de # nero& dene#rindo a ima#em da +i#ura+eminina a -artir de o+ensas !ontra a 7onra e a re-utação da mul7er em#eral*

    A Con.enção H ( elen!a& em seu arti#o (_& di.ersos direitos 0ue

    de.em ser #arantidos 8s mul7eres !omo +orma de e.itar a .iol n!ia e adis!riminação* Entre eles& !a3e salientar o direito ao res-eito de suain!olumidade +,si!a& -s,0ui!a e moral e o res-eito 8 sua di#nidade Jam3os i#norados -ela ind/stria !ultural ao -ro-a#ar a .iol n!ia sim3:li!ade # nero* Es!lare!e La.orenti

    Do +ato de a .iol n!ia da mul7er ter -or 3ase a 0uestão do # nero&!on+orme de+inição dada -ela -r:-ria Con.enção& de!orre 0ue odireito a uma .ida li.re dessa .iol n!ia !ondu2 ao direito de a mul7erser .alori2ada e de .er erradi!ados -adr5es estereoti-ados de!om-ortamento so!io!ulturais !om su-ed;neo em !on!eitos dein+erioridade e su3ordinação* Esse !aldo !ultural 9 0ue +omenta adis!riminação& 0ue& -or sua .e2& -ro-i!ia e +a!ilita a -r1ti!a da.iol n!ia* HLAVOREN"I& '' & -* *

    De +orma a +is!ali2ar a im-lementação da Con.enção H ( & os arts* '& e esta3ele!em a ne!essidade de Relat:rios na!ionais en.iados -elos

    Estados 8 Comissão Interameri!ana de Mul7eres !om in+ormaç5es so3reas medidas adotadas& as di+i!uldades en+rentadas na a-li!ação dessasdeli3eraç5es e os +atores 0ue !ontri3uam -ara a .iol n!ia !ontra a mul7erHart* ' * O sistema de -etiç5es indi.iduais tam39m est1 -resente&esta3ele!ido no arti#o do re+erido di-loma le#al*

    =! C%" +&7$.(>7 ?+".+

    Utili2ando os em3asamentos te:ri!os dos autores da es!ola de Fran@+urt&identi+i!amos não a-enas a ori#em da des!onstrução da !ultura en0uanto

    arte& !omo tam39m os o34eti.os dessa .erdadeira ind/stria !a-italista*

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    Uma .e2 !ientes de 0ue tal ind/stria !ontri3ui de +orma !ru!ial -ara a-assi.idade so!ial e -ara a manutenção da ordem -atriar!al 0ue aindaim-era em nossa so!iedade& in+erimos 0ue o des-ertar do senso !r,ti!oseria uma -oderosa arma na luta -ela e+eti.ação da i#ualdade de # nero*

    Ke#undo Cru2 H ''P & o mo.imento +eminista 4unto !om al#uns setoresda so!iedade desen.ol.em um tra3al7o de !ons!ienti2ação e !r,ti!a emrelação 8 +orma !omo a ima#em da mul7er .em sendo a3ordada na m,dia*Leis estão sendo im-lementadas -ara 0ue se -ro,3a a .ei!ulação de-ro-a#andas de !un7o er:ti!o* %or e6em-lo& o %ro4eto de Lei nb \ ''da De-utada Iara Bernardi H%"$K% & limita a .ei!ulação de -ro-a#andas0ue utili2em ima#ens sensuais ou -orno#r1+i!as nos meios de

    !omuni!ação do %a,s*%or9m& sa3emos 0ue leis !omo esta atin#em diretamente os interesses dos#randes -u3li!it1rios e em-res1rios tele.isi.os& detentores de -odera0uisiti.o& !a-a2es& -ortanto& de inter+erir a 0ual0uer tem-o !ontra esseti-o de em-e!il7o * Ademais& de.emos nos lem3rar 0ue o senso !omum0ue im-era na so!iedade 41 est1 !ontaminado -elos estere:ti-osmidi1ti!os J as -essoas 41 in!or-oraram a !rença de 0ue tais -adr5es são-er+eitamente normais e a!eit1.eis& e rom-er !om isso de maneira 3rus!a

    9 al#o deli!ado< nin#u9m ir1 a-oiar uma !ausa de +eminista mal$amada *%odemos !itar a reação de Ker#io Valente& diretor de !riação daDM DDB& uma das maiores a# n!ias -u3li!it1rias do -a,s& -ara 0uem a-roi3ição -resente no %L nb \ '' 9 um a!inte 8 demo!ra!ia

    Não .ou mostrar -essoas es+a0ueando 8s outras& -or0ue isso 9 ume6em-lo ruim S***T* Não se de.e !riar uma [-atrul7ac ideol:#i!a so3reos !riati.os* Mas tam39m não a!7o 0ue .in!ular mul7er 3onita a!er.e4a se4a al#o ma!7ista& isso 9 3rasileiro*** O /ni!o -a-el da

    -ro-a#anda 9 o resultado em .endas* Não a!redito em !am-an7as!aretas 0ue d em resultados 8 em-resa* HMADUREIRA& ''P& -* *

    A-esar de todas as di+i!uldades !itadas& medidas alternati.as -odem serreali2adas* O Direito& 0ue -or .e2es 9 utili2ado !omo le#itimador deatro!idades& ainda o+ere!e 9#ide aos 7i-ossu+i!ientes J se4a -elos seus-rin!,-ios #erais& se4a -elas normas uni.ersais dos direitos 7umanos*Destarte& -ara -rote#er& #arantir e e+eti.ar uma situação de di#nidade -araas mul7eres& 7istori!amente re-rimidas& +a2$se mister !om-reender&

    estudar e a-li!ar as normas 4ur,di!as 0ue as +a.ore!em*

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    O 4urista& neste !aso& de.e atuar de +orma 2elosa* Ka3emos 0ue e6iste uma#rande dis!re-;n!ia entre o 0ue se es!re.e na lei e o 0ue se a-li!a aomundo dos +atos* Contudo& a -ossi3ilidade de re!orrer a medidasinterna!ionais& !om o intuito de e+eti.ar direitos e #arantias 31si!as a0ual0uer ser 7umano& lança lu2 em meio a essa o3s!ura 3atal7a*

    @! R7?7$3"/+.

    ADORNO& "7eodor< ORW EIMER& Ma6* %ial&tica do #sclarecimento. "rad* Guido Antonio de Almeida* Rio de `aneiro `or#eZa7ar& P *

    AGENDE* Aç5es em G nero& Cidadania e Desen.ol.imento*1 anos daado(!o da )onven(!o *nteramericana $ara +revenir, +unir e #rradicara "iol ncia contra a -ulher Con.enção de Bel9m do %ar1* Bras,liaAGENDE& 4un* ''(* -* Dis-on,.el em

    7tt- \\===*a#ende*or#*3r\do!s\File\-u3li!a!oes\-u3li!a!oes\re.ista'Con.en!ao 'Belem 'do '%ara*-d+f* A!esso em ' no.*

    ' *

    ARAG^O& Ga3riel Adams Castelo Bran!o de* O dis!urso e a !onstruçãoda ima#em +eminina nofunk *)adernos de +esquisa de radua(!o em 0etras, .* & n* & -* Y $P & 4an*\4un* ' * Dis-on,.el em

    7tt- \\===*an-#l*or#*3r\re.istaeletroni!a\inde6*-7-\!-#l\arti!le\.ie=\(f* A!esso em ' no.* ' *

    BLOC & R* * -isoginia -edieval e a inven(!o do mor * Rio de`aneiro Editora (& *

    CRUZ& Ka3rina U2 da* A re-resentação da mul7er na m,dia um ol7ar+eminista so3re as -ro-a#andas de !er.e4a* In ENECUL"* En!ontro deEstudos Multidis!i-linares em Cultura& (*& P$ ' maio ''P& Kal.ador* rtigo*** Kal.ador Fa!uldade de Comuni!ação J UFBa& ''P* Dis-on,.elem 7tt- \\===*!ult*u+3a*3r\ene!ult ''P\ ((YY*-d+f* A!esso em 'no.* ' *

    DUBBg& Geor#es< %ERRO"& Mi!7elle HOr# * 2ist3ria das -ulheres aIdade M9dia. %orto A+rontamento& '*

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    FEI"OKA& KXnia de Melo< LIMA& Mar=>la Gomes de< MEDEIROK&Milena Gomes de* %atriar!ado e +orr: uma an1lise de # nero* InKEMIN RIO IN"ERNACIONAL FAZENDO GhNERO Di1s-oras&Di.ersidades& Deslo!amentos& *& $ a#o* ' '& Florian:-olis* naiseletr4nicos*** Florian:-olis UFKC& ' '* Dis-on,.el em

    7tt- \\===*+a2endo#enero*u+s!*3r\ \resour!es\anais\ YP ( ARUIVO %A"RIARCADOEFORRO*-d+f* A!esso em ' no.* ' *

    GONQALVEK& Fl1.ia de Luna Kousa< KILVA& Rosemar> A-are!ida<RODRIGUEK& Li2 elena K* do Amaral* A An1lise das !ara!ter,sti!asso!ioe!onXmi!as das mul7eres ne#ras en!ar!eradas. In CONGREKKO

    BRAKILEIRO DE DIREI"O E "EORIA GERAL DO EK"ADO& Y*&' '* nais*** Montes Claros FADIKA& ' '*

    WELLNER& Dou#las* cultura da m5dia estudos !ulturais identidade e-ol,ti!a entre o moderno e o -:s$moderno* Bauru& K% Edus!& '' *

    LAVOREN"I& ?ilson*"iol ncia e %iscrimina(!o contra a -ulhertratados interna!ionais de -roteção e o direito -enal 3rasileiro* Cam-inasMillenium& '' *

    LUCW& Alan Kaldan7a* O sistema interna!ional de direitos 7umanos* 6evista 7mbito 8ur5dico& Rio Grande& n* Y & ano III& 4an* ' '*Dis-on,.el em 7tt- \\===*am3ito$4uridi!o*!om*3r\site\inde6*-7-jn [email protected] arti#os leitura arti#o idkY' Yf* A!esso em set*

    ' *

    MACEDO& `os9 Ri.air* -ulher na *dade -&dia* Kão %aulo !onte6to&'' *

    MADUREIRA& Daniele* O -a-el so!ial da -ro-a#anda* -undo emmovimento& out* ''P* Dis-on,.el em

    7tt- \\--ne=ton-ai.a*3lo#s-ot*!om*3r\ ''P\ '\o$-a-el$so!ial$da$-ro-a#anda$daniele*7tmlf* A!esso em maio ' (* MARCUKE& er3ert* #nsa9os sobre $ol5tica 9 cultura. Bar!elona%laneta$A#ostini& P *

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    ORGANIZAQ^O DAK NAQ EK UNIDAK* Con.enção so3re aeliminação de todas as +ormas de dis!riminação !ontra as mul7eres& de Pde de2em3ro de Y * Dis-on,.el em

    7tt- \\===*-#e*s-*#o.*3r\!entrodeestudos\3i3liote!a.irtual\instrumentos\dis!rimul7er*7tmf* A!esso em ' no.* ' *

    ORGANIZAQ^O DOK EK"ADOK AMERICANOK* Con.ençãointerameri!ana -ara -re.enir& -unir e erradi!ar a .iol n!ia !ontra amul7er HCon.enção de Bel9m do %ar1 * Bel9m do %ar1& de 4un7o de

    (* Dis-on,.el em7tt- \\===*!id7*or#\Basi!os\%ortu#ues\m*Belem*do*%ara*7tmf* A!esso

    em ' no.* ' *

    OR"IZ& Renato* A Es!ola de Fran@+urt e a 0uestão da !ultura* 6evista:rasileira de )i ncias Sociais re.ista da Asso!iaçao Na!ional de %:s$Graduação e %es0uisa em Ci n!ias Ko!iais HAN%OCK & Kão %aulo& n* 4un* P * Dis-on,.el em

    7tt- \\===*an-o!s*or#*3r\-ortal\-u3li!a!oes\r3!s '' ' \r3!s' ' *7tmf* A!esso em ' no.* ' *

    %EREIRA NE"O& Fran!is!o Edmar< LOIOLA& Ale6 La!erda Gomes<

    UI AD & Lu!iana Martins* Cultura e Irra!ionalidade a 3ar31rie dançano ritmo do +orr:! In COL UIO IN"ERNACIONAL EDUCAQ^O ECON"EM%ORANEIDADE& (*& $ ( set* ' '& Kão Crist:.ão* nais***Kão Crist:.ão UFKE& ' '*

    RABINOVIC $BERWMAN& Ri!ardo D* %erechos 2umanos. BuenosAires Editorial uorum& ''Y*

    KARDENBERG& Ce!,lia* A mul7er +rente 8 !ultura da eterna 4u.entudere+le65es te:ri!as e -essoais de uma +eminista !in0uentona; * InFERREIRA& Kil.ia L/!ia< NAKCIMEN"O& Enilda Rosendo do* HOr#* * *magens da mulher na cultura contem$or

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    " OM%KON& `o7n B* *deologia e )ultura -oderna teoria so!ial !r,ti!ana era dos meios de !omuni!ação de massa* %etr:-olis& Rio de `aneiroVo2es& *

    Arti#o re!e3ido em \ \ ' *Arti#o a-ro.ado em (\'Y\ ' *