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Incontinência Urinaria

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Page 1: Incontinência urinaria

Incontinência Urinaria

Page 2: Incontinência urinaria

Introdução

Segundo a sociedade internacional de incontinência urinaria e qualquer perda involuntária de urina. E um problema

mundial, comente 200 milhões de pessoas em todo o mundo.

A média estimada da prevalência e de 20 % a 30%, com um aumento de 30% a 40% para as mulheres de meia-idade

e chegando a 50% para as idosas. A incidência apresenta um aumento linear com a idade.

Os casos de incontinência devem ser bem caracterizados quanto ao tipo, frequência, gravidade, fatores precipitantes,

impacto social, efeitos sobre a higiene e qualidade de vida e as medidas adotadas para conter a perda urinaria.

Devido ao constrangimento, tabu ou desconhecimento, somente 50% das mulheres incontinentes procuram serviços

de saúde para se tratarem. Dessa forma, os sintomas de incontinência devem sempre ser ativamente investigados.

Ferreira, Cristiane Homsi Jorge, 2011

Page 3: Incontinência urinaria

Neurofisiologia da Micção

Fase de Armazenamento:

O armazenamento ocorre quando a bexiga consegue acumular quantidades crescentes de urina no seu interior, sem causar pressão, enquanto os esfíncteres urinários permanecem contraídos, ou seja, acomodação vesical.

O esfíncter externo e os músculos elevadores do ânus servem como suporte para os mecanismos de continência, em permanente estado de contração podem contrair-se ainda mais para impedir a perda de urina sob condições de stress, são inervados pelo plexos sacrais e nervos pudendos.

Fase de esvaziamento:

O ato de conter a urina ocorre voluntariamente, quando a bexiga músculo detrusor emitem sinais aos centros corticais do cérebro para se iniciar a fase de esvaziamento.

O esvaziamento vesical acontece com a estimulação da contração da bexiga associada ao relaxamento esfincteriano e dos músculos elevadores do ânus, permitindo que a bexiga elimine seu conteúdo através de uma inversão desse gradiente de pressão. A uretra se encurta o que diminui a resistência do fluxo, a bexiga libera seu conteúdo sob controle voluntário dependendo diretamente de uma atividade coordenada da uretra e do músculo detrusor.

Page 4: Incontinência urinaria

Fatores de risco para incontinência urinária na Mulher

Fatores Predisponentes

Sexo

Genéticos

Raça

Cultura

Neurológicos

Anatômicos

Status de colágeno

Fatores Desencadeantes

Paridade

Cirurgias

Lesões de nervo pélvico ou

muscular

Radiação

Fatores Promotores

Disfunção intestinal

Irritantes dietéticos

Tipo de atividade

Obesidade

Menopausa

Infecção

Medicamentos

Page 5: Incontinência urinaria

Diagnóstico

Exame Clínico (HMA); deve informar aspectos relativos ao início dos sintomas, frequência,

gravidade, hábito intestinal e impacto na qualidade de vida.

Exame físico; inclui o exame do abdome, do dorso, e da pelve.

Resíduo pós-miccional; é utilizado como medida de estimativa do esvaziamento vesical. Pode ser

medido durante exame de ultra-som ou por cateterismo vesical. Menos que 50 ml de resíduo é

considerado normal, enquanto que resíduo urinário superior a 200 ml é considerado inadequado,

devendo ser investigado.

Testes do absorvente; sua importância na avaliação do volume de urina perdido em determinado

período. Considera-se teste do absorvente positivo quando o volume medido é superior a 8 gramas.

Page 6: Incontinência urinaria

Diagnóstico

Pad Test

Duração: 1 hora

Infusão de soro fisiológico até alcançar 50% da

Capacidade Cistométrica Máxima (CCM)

Peso inicial e final do absorvente

Andar 30 minutos

Subir e descer 20 degraus

Sentar e levantar 10x

Tossir 10x

Correr durante 1 minuto

Agachar e levantar 5x

Lavar as mãos em água corrente durante 1

minuto

Tipos de perda urinária

Leve – 1 a 10g

Moderada – 11 a 50 g

Severa – 51 a 100 g

Muito severa – mais de 100g

Page 7: Incontinência urinaria

Diagnóstico

Avaliação Funcional do Assoalho Pélvico – AFA

Visualização da genitália externa, verificando-se a presença ou ausência de contração voluntária

visível da musculatura do assoalho pélvico após comando verbal;

Palpação feita por meio do toque bidigital seguida de uma solicitação verbal à paciente para que

contraísse a vagina apertando o dedo do examinador;

Após a visualização e a palpação classifica-se funcionalmente o assoalho pélvico.

Page 8: Incontinência urinaria

TIPOS DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA

Page 9: Incontinência urinaria

Tipos de Incontinência urinaria

Incontinência Urinária de Esforço: Perda involuntária de urina pela uretra em situações de aumento da pressão

abdominal e na ausência de atividade contrátil do detrusor.

14-52% da População de IU

Grau I ou leve: perda urinária discreta; ocasional, que se manifesta, sobretudo, quando a paciente está de pé e faz

muito esforço; incontinência por tosse, espirros severos, grandes exercícios.

Grau II ou Moderada: perda urinária moderada, onde a bexiga e uretra estão caídas; ela se produz sistematicamente

quando se faz um esforço de pé; qualquer tosse, gargalhada e AVD´s.

Grau III ou Grave: perda urinária severa por lesão na uretra. A bexiga e a uretra podem estar no lugar, porém, perde

a capacidade de contrair, permanecendo a uretra sempre aberta e a perda urinária ocorre em situações de esforço leve

como caminhar ou simplesmente mudar de posição.

Page 10: Incontinência urinaria

Tipos de Incontinência urinaria

Incontinência Urinária por urgência ou Bexiga Hiperativa: A incapacidade de armazenar urina

pode ser decorrente da hiperatividade da musculatura, onde o músculo da bexiga – detrusor – contraí-

se independemente da vontade da pessoa e de maneira muitas vezes imprevisível, causando mais

pressão na bexiga do que na uretra. Neste caso a sensação de querer urinar existe, porém não há tempo

de chegar ao banheiro, daí advém a denominação de Urge-incontinencia.

Sintomas

Frequente e incontrolável necessidade súbita de urinar.

Pode vazar uma quantidade de urina moderada a grave.

Page 11: Incontinência urinaria

Incontinência Urinária Mista: É a associação da Incontinência Urinária de Esforço com a Hiperatividade do

Detrusor.

Incontinência por Transbordamento: É a perda urinária quando a pressão intravesical excede a pressão uretral,

estando associado à distensão vesical, mas em ausência de atividade do detrusor. Aparece nos pacientes que não

apresentam desejo miccional.

Sintomas

Vazamento de uma pequena quantidade de urina

Jato urinário fraco

Necessidade de se esforçar ao urinar e uma sensação de que a bexiga não está vazia

Uma necessidade urgente de urinar muitas vezes durante a noite

Vazamento de urina durante o sono.

Tipos de Incontinência urinaria

Page 12: Incontinência urinaria

Tipos de Incontinência urinaria

Incontinência reflexa: Quando a urge incontinência não é precedida da sensação de Urgência

miccional.

Incontinência Urinária Transitória; causada por alguma situação reversível, geralmente associada ao

uso de fármacos.

Gotejamento Pós-Miccional: após o fim da micção, continuam a perder algumas gotas de urina.

Page 13: Incontinência urinaria

AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA

Page 14: Incontinência urinaria

Queixa e duração dos sintomas: Tempo de

aparecimento dos sintomas, Situações em que ocorre a

perda (IUE/Urgência), Fator desencadeante; Fatores

que melhoram e que pioram os sintomas, Hábitos de

vida; (cigarro, álcool, alimentação, obesidade).

Inspeção

Abdominal

·    Estado da Pele

·    Cicatrizes/Aderências

·    Estrias

·    Zonas Dolorosas

·    Hérnias

Assoalho Pélvico

·    Mucosa hiperêmica

·    Presença de irritação local

·    Presença de Corrimentos

·    Presença de Micoses

·    Presença de cicatrizes

·    Presença de Epsiotomias

Avaliação Fisioterapêutica

Page 15: Incontinência urinaria

Avaliação Fisioterapêutica

Palpação

tônus da musculatura perineal através da palpação das paredes vaginais

capacidade de realizar contração voluntária

tônus da musculatura glútea, abdominal e adutora

alterações de sensibilidade

em pacientes idosos ou debilitados solicita-se a deambulação e as possíveis alterações posturais como

desequilíbrios, instabilidades e incoordenações motoras.

Page 16: Incontinência urinaria

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO

Page 17: Incontinência urinaria

Tratamento Fisioterapêutico

Reeducação comportamental

O restabelecimento de um ritmo miccional mais frequente, inicialmente de hora em hora seguido de

aumento progressivo desse intervalo pode ser grande ajuda no tratamento da IUE. Para tal, é

importante que o paciente seja instruído nesse sentido, fornecendo conhecimentos básicos da anatomo-

fisiologia urinária. A experiência mostra que pacientes conscientes com relação a esses aspectos

apresentam melhores resultados quando submetidas a terapêuticas de reforço da musculatura do

assoalho pélvico.

Page 18: Incontinência urinaria

Tratamento Fisioterapêutico

Exercícios de Kegel

O fisioterapeuta deve verificar a ausência de contração nos músculos abdominais, adutores do quadril

e glúteos. Como acontece com toda reeducação, a paciente precisa de estímulo regular para aumentar a

extensão, intensidade e número de contrações repetidas. Deve ser usado um certo número de posições,

trabalhando aquelas que são mais difíceis. Para obter o melhor resultado possível de um programa de

exercícios pélvicos, ele precisa ser realizado dentro de um período de três a seis meses. Para não haver

recidiva dos sintomas, após alta realizar sessões de manutenção.

Page 19: Incontinência urinaria

Tratamento Fisioterapêutico

Exercícios Perineais

- Contração perineal lenta: Solicita ao paciente que ele contraia a musculatura do períneo de forma

lenta, manter a contração por 5 segundos e repetir 10 vezes.

- Contração perineal rápida: solicitar ao paciente que ele contraia a musculatura de períneo de forma

rápida, manter a contração durante 5 segundos, descansar por 6 segundos e repetir 10 vezes.

-Ponte: Paciente em decúbito dorsal, contraia o períneo e eleve o quadril da maca enquanto inspira

fazendo ponte. Volte lentamente à posição inicial, enquanto expira. Realizar 10 contrações sustentadas

por 10 segundos.

- Borboleta: Paciente em decúbito dorsal, solas dos pés unidas (Borboleta), inspirar e na expiração,

contrair períneo realizando o “pisca” (contrações rápidas) repetir 10 vezes.

Page 20: Incontinência urinaria

 Tratamento Fisioterapêutico

Cinesioterapia: O objetivo da cinesioterapia é reforçar a resistência uretral e melhora dos elementos

de sustentação dos órgãos pélvicos, hipertrofiar principalmente as fibras musculares estriadas tipo II

dos diafragmas urogenital e pélvico.

Ponte

Prancha

Fortalecimento de adutores, abdutores, reto abdominal, transverso, oblíquo interno e externo.

Durante a realização dos exercícios o paciente deve contrair a musculatura do assolho pélvico

Page 21: Incontinência urinaria

Tratamento Fisioterapêutico

Cones Vaginais

Dispositivos plásticos com pesos graduados - 20g a 100g

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Tratamento Fisioterapêutico

Teste perineômetro

A paciente é posicionada em decúbito dorsal, região lombossacral retificada e MMII em extensão. É

colocado o dispositivo com os MMII em flexão, com um preservativo de proteção com pouca

quantidade de gel no canal vaginal, de maneira que permaneça em contato com as paredes vaginais.

Depois de ligado solicita-se contração voluntária e mantida, que será registrada em forma de barras

ascendentes. Repetir o teste três vezes seguidas, calculando a média como parâmetro de evolução a

cada dez sessões.

Page 23: Incontinência urinaria

Tratamento Fisioterapêutico

Biofeedback

Aparelho de retrocontrole biológico que informa ao paciente, por meio de sinais visuais ou sonoros,

qual músculo ou grupos musculares são utilizados em cada exercício.

Eletroestimulação

A eletroestimulação vaginal é outra técnica fisioterapêutica que utiliza eletrodos vaginais. A

estimulação vaginal, dependendo do tipo de frequência de corrente utilizada, inibe o músculo detrusor,

diminui o número de micções e aumenta a capacidade vesica

Efeitos colaterais

Dor

Irritação vaginal

Infecção urinária

Page 24: Incontinência urinaria

Tratamento Farmacológico

anticolinérgicos (antimuscarínicos): impede a interação da acetilcolina com o receptor inibindo a

liberação deste neurotransmissor na fenda sináptica, diminuindo a amplitude das contrações,

aumentando o volume da primeira contração e a capacidade funcional da bexiga.

Toxina botulínica: Ela age principalmente diminuindo a liberação de acetilcolina da membrana pré-

sináptica dos nervos colinérgicos, provocando bloqueio de longa duração. BTX-A melhora os sintomas

de urgência, frequência e qualidade de vida, com mínimos efeitos colaterais (o principal é a retenção

urinária).

Page 25: Incontinência urinaria

Tratamento Cirúrgico

Cirurgia de Burch: A incisão pode ser feita por via abdominal, na linha da cesariana, ou então por via

vaginal (internamente). É necessária anestesia geral. Seis amarras (três de cada lado da bexiga) são

suturadas da fáscia vaginal até o ligamento de Cooper. O procedimento todo leva cerca de 45 a 60

minutos.

Cirurgia de Sling: A técnica do Sling consiste na passagem de uma espécie de fita de nylon,

semelhante a uma alça de sutiã de silicone, por baixo da uretra. Esta alça é fixas no anel pélvico ósseo.

É uma cirurgia mais moderna, cuja recuperação costuma ser melhor que a do procedimento de Burch

(acima) uma vez que não necessita incisões (cortes) maiores. São necessários dois "furos", realizados

com instrumentos bem semelhantes a agulhas de crochê, e uma pequena incisão internamente à vagina.

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Tratamento Cirúrgico

Tela para Suporte do Assoalho Pélvico: A tecnologia mais recente para reposicionar os órgãos

pélvicos (bexiga, útero, vagina, uretra) em suas posições normais é a tela de suporte do assoalho

pélvico. Trata-se de usar uma pequena tela de material sintético flexível(polipropileno, plástico), logo

abaixo dos órgãos e fixada nos ligamentos rentes aos ossos do anel pélvico. Essa rede auxilia, portanto,

na elevação dos órgãos que perderam sua sustentação por conta de prolapso genital

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Referencias

Fisioterapia na saúde da mulher: Teoria e Prática

Cristine Homsi Jorge Ferreira

Editora Guanabara Koogan

1 edição- 2011

http://www.minhavida.com.br/saude/temas/incontinencia-urinaria

http://gestavida.blogspot.com.br/2010/10/exercicios-perineais.html

http://www.accamargo.org.br/files/arquivos/monicadelaquintana.pdf

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Obrigada !!