inconstitucionalidade da lei 5868 de 72
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DISCENTE: EMERSON FERNANDO DA SILVA
TURMA: B/2009/1
ATIVIDADE DE EAD
DIREITO TRIBUTÁRIO E PROCESSO TRIBUTÁRIO II
PROFESSOR: MARCELO LUIZ HILLE
LONDRINA
2013
1. ANALISE O TEXTO DOS SEGUINTES RECURSOS ESPECIAIS (RESP 1.112.646/SP E
RESP 492.869/PR) E COMENTE DE FORMA RESUMIDA AS DIFERENÇAS PARA
APLICAÇÃO DO ITR OU DO IPTU SOBRE DETERMINADO IMÓVEL.
1.1 RESP 1.112.646/SP
O STF declarou a inconstitucionalidade do art. 12 da Lei federal n°
5.868/1972 no ponto em que revogou o artigo 15 do Decreto-Lei n° 57/1966, com
efeitos ex tunc.
Desta forma, com a inconstitucionalidade declarada pelo
STF o art. 15 do Decreto-Lei n° 57/1966 ganhou novamente
a validade jurídica;
Por ser posterior ao CTN, o Decreto-Lei n° 57/1966, insurge-
se que a lei posterior de igual hierarquia derroga a lei
anterior.
Destarte, o STJ entende que o “artigo 15 do Decreto-Lei nº 57⁄66
exclui da incidência do IPTU os imóveis cuja destinação seja comprovadamente
a de exploração agrícola, pecuária ou industrial, sobre os quais incide ITR, de
competência da União. Tratando-se de imóvel cuja finalidade é a exploração
extrativa vegetal, ilegítima é a cobrança, pelo Município, do IPTU, cujo fato
gerador se dá em razão da localização do imóvel e não da destinação
econômica”.
Assim sendo, incide ITR e não IPTU, sobre imóvel localizado na
área urbana do Município, desde que, comprovadamente, seja utilizado em
exploração extrativa, vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial.
Finalizando, não incide o IPTU quando o imóvel situado na área
urbana tiver quaisquer das destinações dispostas no art. 15 do DL 57⁄1966.
1.2 RESP 492.869/PR
Zona urbana, para efeitos do IPTU, é aquela área definida em lei
municipal, como estabelece o § 1º do art. 32 supramencionado. Todavia deve-se
observar o artigo 32 do CTN:
I – meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II – abastecimento de água;
III – sistema de esgoto sanitário;
IV – rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para
distribuição domiciliar; e
V – escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de três
quilômetros do imóvel.
Contudo, por força do artigo 29 do CTN, o Imposto sobre a
Propriedade Territorial Rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil
ou a posse do imóvel por natureza, como definido em lei civil, localizado fora da
zona urbana do Município. Excluindo, define-se zona rural aquela área localizada
alheia ao perímetro urbano definido por lei municipal. Contudo, deve-se observar
outro dispositivo legal, que estabelece uma importante exceção ao critério
espacial e que não afastam alguns problemas de ordem prática.
Ainda vigente em nosso ordenamento jurídico, o Decreto-
Lei n. 57/66, abandonou o princípio da localização do imóvel, como norteador à
aplicação dos Impostos Territoriais, fazendo prevalecer o critério da destinação,
para p fato gerador do imposto.
Disposto no art. 15 do referido Decreto-Lei, o comando do
art. 32 do CTN, não abrange o imóvel que, apesar de estar localizado dentro do
perímetro urbano do Município, comprovadamente seja utilizado em exploração
extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial, incidindo assim, sobre o
mesmo, o ITR e demais obrigações acessórias elencadas na legislação tributária.
No caso de imóvel situado fora da zona urbana
prevalecerá simplesmente o critério geográfico, incidindo o ITR, e não o IPTU.
Agora, se o imóvel estiver situado na zona urbana do Município, prevalecerá o
critério da destinação, isto é, se o imóvel situado na zona urbana não tem a
destinação prevista no art. 15 do Decreto-Lei n. 57/66, sobre ele incidirá o IPTU.
Lembrando que, o IPTU não incidirá em nenhuma hipótese fora
da zona urbana.
2. BIBLIOGRAFIA
Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional);
MACHADO. Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário, 31ª Ed., São Paulo:
Malheiros, 2010.
PAULSEN, Leandro. Impostos Federais, Estaduais e Municipais, 5ª Ed., Porto Alegre:
Livraria do Advogado, 2010.