inclusão escolar (1)
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Inclusão escolar
Luciane Bispo Brito*
Estudar a atual situação da educação inclusiva hoje nos remete a uma serie de
situações antagônicas, contraditórias e, muitas vezes, polemicas. Sem dúvida é uma
realidade que deve ser aceita pelos diversos sistemas educacionais e refletida por
cada profissional da educação.
As mudanças constantes no mundo, e a capacidade de algumas pessoas para
prever as novas necessidades e as próximas modificações se destacam em meio às
novidades, pois assim vão surgindo os novos paradigmas.
A verdade é que estamos sempre seguindo paradigmas e, quando eles
entram em crise, vivemos um período de insegurança, mas também de liberdade para
inovar.
No momento, a instituição escolar ainda está excessivamente burocrática, e
faz-se necessário romper com este paradigma para que ela consiga fluir, a atingir
todos os alunos sem preconceitos, tornando a inclusão um processo natural e banindo
qualquer preconceito cultural, social, étnico ou religioso.
A escola tem-se aberto a novos grupos sociais, mas sem reformulação de
conceitos e de conhecimentos. Assim, o ensino é massificado e não há troca de
experiências – isto é o que chamamos de democracia, embora já existam muitos
projetos e leis voltados para a educação inclusiva.
Desde o século XIX, a preocupação em atender pessoas com algum tipo de
NEE é uma constante e já naquela época alguns institutos fora criados com este
objetivo, como o Benjamim Constant e a APAE. A carta Magna de 1988 e a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional também trazem essa preocupação.
A inclusão é uma inovação, cujo sentido tem sido muito distorcido e um
movimento muito polemizado pelos mais diferentes segmentos educacionais e sociais.
No entanto, inserir alunos com déficits de toda ordem, permanentes ou temporários,
mais graves ou menos severos no ensino regular nada mais é do que garantir o direito
de todos à educação - e assim diz a Constituição.
O princípio democrático da educação para todos só se evidencia nos sistemas
educacionais que se especializam em todos os alunos, não apenas em alguns deles,
os alunos com deficiência. A inclusão, como consequência de um ensino de qualidade
para todos os alunos provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é
um motivo a mais para que o ensino se modernize e para que os professores
aperfeiçoem as suas práticas. É uma inovação que implica num esforço de
atualização e reestruturação das condições atuais da maioria de nossas escolas de
nível básico.
Aluna do curso de TICs, PROINESP, UFRGS Página 1
No entanto, o pensamento que norteia o atual sistema é muito mecanicista, e
discrimina claramente os normais e os deficientes, o ensino regular e o especial, como
também cada uma das disciplinas estudadas na escola. Aí está a burocracia
excessiva, já que o conhecimento é construído a partir da interação das diversas
áreas, e não de maneira segmentada. Mas a educação deve ser voltada para uma
cidadania plena. No âmbito desta questão muitas polêmicas estão envolvidas como:
Professores da educação especial temem perder o que conquistaram
Professores do ensino regular são inseguros
Profissionais da saúde tratam alunos com dificuldades de adaptação
como pacientes
Pais de alunos 'normais' temem uma queda na qualidade do ensino
A integração escolar abrange turmas especiais dentro do ensino comum, para
que todos aprendam igualmente, utilizando para isso todos os recursos necessários.
Já a inclusão é mais radical: exige modificações na perspectiva educacional,
no paradigma, trabalhando as diferenças de modo que elas enriqueçam o aprendizado
de todos, deficientes ou não, com problemas de aprendizagem ou não. Igualdade não
é homogeneidade: as diferenças são produzidas a todo momento, e não podem ser
passivamente toleradas ou respeitadas, com pena, como se não houvesse mais nada
que pudéssemos fazer.
A diferença é que deve ser tomada como padrão, pois o normal é que um seja
diferente do outro
Proposta da minha Instituição
Apesar de se tratar de um tema tão atual e importante para os sistemas educacionais , a Inclusão de verdade ainda encontra obstáculos para ser implantadas na maioria das escolas, inclusive na minha.
No entanto, alguns professores mais engajados com a causa ( como eu) já discutem o tema e analisam proposta de como incluir os alunos com NEE de forma eficaz na instituição.
No ano de 2010, por exemplo o PDE da escola trouxe algumas ações para melhorar a atendimento aos alunos com necessidades especiais, como implementação de pisos adequados, rampas, alargamento de portas e outras medidas voltadas a acessibilidade na rede física do prédio escolar.
Aluna do curso de TICs, PROINESP, UFRGS Página 2
Ainda assim notamos que o maior problema quanto a inclusão na escola é a parte pedagógica, pois sem o planejamento adequado o atendimento especializado não se concretiza, logo a preparação do corpo docente e da comunidade escolar é tão urgente quanto a adequação do espaço.
Com um espaço preparado para atender cada tipo de necessidade e profissionais capacitados para a atividade a Inclusão na escola deixa de ser utopia e passa a ser uma realidade .
Aluna do curso de TICs, PROINESP, UFRGS Página 3