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Universidade do Vale do Itajaí Campus São José Curso de Relações Internacionais
INCENTIVOS PARA ENTRADA EM MERCADOS INTERNACIONAIS:
UM ESTUDO DE CASO DIRIGIDO À INDÚSTRIA CATARINENSE
MARILANE STEFFENS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a banca examinadora do curso de Relações Internacionais como parte das exigências para a obtenção do título de bacharel em Relações Internacionais, pela Universidade do Vale do Itajaí
Orientador: Prof. MSc. Álvaro José de Souto.
São José (SC), novembro de 2008
RESUMO O presente artigo tem como objetivo analisar o potencial exportador do estado de Santa Catarina e apresentar as vias para melhor desenvolver este potencial utilizando-se de incentivos às exportações oferecidos pelo governo e outras entidades. A indústria catarinense apresenta participação crescente nos números alcançados pelas exportações brasileiras durante os últimos anos e ainda possui muito potencial a ser desenvolvido, principalmente entre as pequenas e médias empresas. Existe um grande número de incentivos fiscais, financiamentos e órgãos de apoio ao comércio exterior disponíveis aos exportadores, porém a cultura exportadora ainda não faz parte da maioria das empresas catarinenses. Os motivos para a internacionalização de empresas e as vantagens em adentrar o mercado internacional precisam ser mais bem divulgados, assim como os incentivos existentes. Desenvolver a cultura exportadora das pequenas e médias empresas do estado resulta em vantagens para o governo, para as indústrias e para a sociedade catarinense. A exportação é um meio extremamente importante de alcançar competitividade dentro do mercado interno e de posicionar o Brasil em definitivo como importante ator econômico global. É imperativo que mais empreendedores catarinenses conheçam os meios para alcançarem o mercado externo. Através de pesquisa exploratória, documental e bibliográfica este artigo salienta a importância da estratégia de internacionalização, descreve as vantagens em desenvolver a cultura exportadora, analisa a participação catarinense no comércio mundial e apresenta incentivos disponíveis para o crescimento desta participação.
Palavras-chave: Exportação, Comércio Internacional, Internacionalização, Incentivos à
exportação, Órgãos de suporte ao exportador.
ABSTRACT This article’s purpose is to analyze the state of Santa Catarina’s potential to export, and to present ways to better develop such potential by using incentives offered by the government and other entities. Santa Catarina’s industries’ participation in the numbers reached by Brazilian sells abroad is growing and still has potential to be developed, especially among small and medium companies. There is a large number of fiscal incentives, financings and organizations that support international trade available to exporters. The motives for business internationalization and the advantages for entering the international market need to be better promoted, as are the available incentives. To develop the export culture in the state’s small and medium businesses results in advantages for the government, for the industries themselves and to Santa Catarina’s society. Exports are an extremely important way to reach a competitive level on the national market and to position Brazil as a definitive and important global economic player. It is imperative that more of Santa Catarina’s entrepreneurs know the means to reach the external market. Through exploratory, documental and bibliographic research, this article presents the relevancy of internationalization strategies, describes de advantages of developing the export culture, analyses Santa Catarina’s participation in world trade and presents available incentives to the growth of the state’s part in Brazilian exports. Key words: Exports, International Trade, Internationalization, Incentives to Export, Supporting Organizations for Trade.
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INCENTIVOS PARA ENTRADA EM MERCADOS INTERNACIONAIS:
UM ESTUDO DE CASO DIRIGIDO À INDÚSTRIA CATARINENSE
Marilane Steffens
Sumário: 1. Introdução; 2. Comércio internacional; 3. Internacionalização de empresas; 4.
Por que desenvolver uma cultura exportadora; 5. Participação catarinense nos números
brasileiros no comércio mundial; 6. Incentivos disponíveis às empresas catarinenses
interessadas em internacionalizar-se; 6.1 Órgãos de suporte ao comércio exterior; 6.2
Programas de incentivo à exportação; 7. Considerações finais; Referências.
1. INTRODUÇÃO
A pertinência deste artigo consiste na elaboração de um estudo sobre a
participação das empresas catarinenses na crescente expansão do Brasil no comércio
internacional e os incentivos para sua entrada no mercado externo. Com o grau atual de
abertura das economias do mundo, a diminuição do protecionismo comercial e evolução dos
transportes e tecnologias, o avanço dos mercados para além das fronteiras nacionais torna-se
essencial e segue o desenvolvimento do capitalismo. Empresas de pequeno e médio porte
precisam preparar-se para combater a concorrência global e manterem-se vivas em um
ambiente mais e mais competitivo. Afim de manter o mercado nacional tais empresas
necessitam desenvolver-se visando o mercado internacional. Para tal deve-se promover uma
mudança na mentalidade dos empresários, criar neles uma cultura exportadora e existe hoje
um enorme interesse do governo brasileiro em estimular as vendas externas visando este fim.
É importante para um internacionalista entender a necessidade de expandir as
operações das organizações e posicionar-se de forma adequada em diversos mercados em
resposta à concorrência global e à invasão competitiva existente no território nacional.
Conhecer as formas de inserir-se no mercado externo e as fontes de informação estratégica
bem como de incentivos à exportação é crucial para o desenvolvimento de um profissional
com cultura exportadora e visão global de negócios. Santa Catarina merece atenção por ser
um estado com grande potencial exportador onde há incentivo para a internacionalização de
pequenas e médias empresas que podem acrescer muito aos números já atingidos.
Desenvolver tal potencial significaria o fortalecimento industrial do estado, criação de
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empregos e distribuição de renda. Grande parte da literatura disponível sobre
internacionalização foi desenvolvida voltada para a gestão de empresas multinacionais em
estágios avançados de internacionalização. Existe a necessidade de se desenvolver um estudo
voltado especificamente para os dilemas com os quais se defrontam as pequenas e médias
empresas do estado, e nas alternativas disponíveis para solucioná-los.
Objetivando verificar quais os incentivos existentes para as empresas catarinenses
interessadas em internacionalizar-se, os primeiros dois tópicos abordam questões teóricas
sobre o comércio internacional e a internacionalização de empresas. Em seguida discute-se a
importância e as vantagens em se desenvolver uma cultura exportadora nas empresas do
estado, seguido pela participação das empresas catarinenses nos números do comércio
exterior brasileiro. A quinta parte da presente pesquisa engloba a apresentação dos incentivos
disponíveis para a internacionalização de empresas catarinenses.
A metodologia de pesquisa adotada é a exploratória, bibliográfica e documental,
uma vez que visa o aprofundamento da questão em foco aprimorando suas idéias e será
elaborada com base em documentos já existentes partindo de fontes diversas. Os resultados e
conclusões das análises feitas serão apresentados no tópico seis do artigo.
2. COMÉRCIO INTERNACIONAL
As empresas têm sido levadas a buscar o mercado internacional pela globalização
do setor industrial. O fenômeno conhecido como globalização se dá por uma série de
transformações políticas, econômicas e sociais que o mundo vem sofrendo a partir da década
de 1970. Essas transformações estão ligadas ao aumento das relações de interdependência
entre os países e causam reações favoráveis ou desfavoráveis dos críticos. Alguns acreditam
que a globalização é uma força impulsora do comércio e do desenvolvimento de nações mais
pobres, capaz de levar prosperidade econômica, bem-estar social e aumento do padrão de vida
às populações. Outros defendem que é uma força a favor do imperialismo capitalista que
sufoca a cultura, a autodeterminação e a sustentabilidade dos povos menos abastados.
O termo globalização está aberto a diferentes interpretações quanto ao seu
significado. Neste trabalho será adotado o conceito de Luiz Carlos Delorme Prado (2001, p.3)
que define globalização como “processo de integração de mercados domésticos, no processo
de formação de um mercado mundial integrado”. Focando no aspecto econômico Fábio L.
Mariotto (2007, p.2) estabelece que:
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A globalização manifesta-se principalmente por meio da redução das barreiras ao livre-comércio e ao livre fluxo de capitais entre as nações, tendo como conseqüências um aumento na troca internacional de mercadorias e serviços, assim como um aumento no movimento de capital através de fronteiras. Esses movimentos têm sido acompanhados por uma difusão mais rápida e ampla da tecnologia.
O atual surto de globalização teve início no pós Segunda Guerra Mundial com o
aumento impressionante do comércio mundial impulsionado por instituições econômicas
internacionais e programas de reconstrução. A Conferência de Bretton Woods (1944) resultou
na criação do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) e do Fundo
Monetário Internacional (FMI), instituições que passaram a trabalhar para facilitar os fluxos
financeiros entre países e deram origem a uma série de acordos multilaterais de comércio e
outras formas de cooperação. Em 1948 esses acordos culminaram no Acordo Geral de Tarifas
e Comércio (GATT) que “estabeleceu os princípios para a negociação multilateral de
reduções substanciais das tarifas alfandegárias e de outras restrições ao comércio
internacional.” (MARIOTTO, 2007, p.3). Na Rodada do Uruguai1 o GATT foi transformado
na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Outros fatores, além da liberalização econômica, impulsionaram a globalização. O
desenvolvimento das infra-estruturas nacionais de logística, transportes, telecomunicação e
informação e a uniformização na proteção dos direitos de propriedade facilitaram e
estimularam as trocas internacionais. A homogeneização de muitos gostos e costumes ao
redor do mundo, ainda que não por completo, facilitada pela mídia internacional, também
contribuiu para impulsionar a globalização. Um fator importante para a promoção da
globalização é a ação das próprias empresas que vieram a transformar ramos antes
tipicamente nacionais em internacionais ao se aproveitar de oportunidades no mercado
externo, promovendo um ciclo de desenvolvimento internacional. Entre 1980 e 2004 o
volume mundial de comércio exterior cresceu mais rapidamente do que o PIB mundial,
demonstrando a evolução da globalização no período. (MARIOTTO, 2007, p. 4 – 5).
O comércio exterior pode se dar por meio de exportações e importações. O
comércio internacional de mercadorias é o modo de negócio internacional mais comum entre
as empresas que participam do mercado estrangeiro. Segundo Mariotto (2007, p.10) o
comércio exterior também é, em geral, o primeiro passo de um processo crescente de
envolvimento com outro país que pode culminar com o estabelecimento de operações próprias
1 Complexo e ambicioso processo de negociação sobre os rumos do comércio mundial organizado pelo GATT, se deu de 1986 a 1994.
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nesse país por parte da empresa importadora ou exportadora. As atividades de comércio
tendem a exigir um menor nível de comprometimento e a representar menor risco para a
empresa, à medida que esta adquire o know how na atuação no novo mercado ela pode
assumir outras formas de operação mais avançadas.
Mariotto (2007, p. 19.) cita a importação como sendo a transação internacional
mais simples que a empresa pode efetuar. A importação consiste na compra de produtos do
exterior. “As empresas frequentemente recorrem à importação para obter insumos para suas
próprias operações ou simplesmente para revender o produto importado no mercado
doméstico.” (MARIOTTO, 2007, p. 20). Vale ressaltar que grande parte das importações
feitas no Brasil é de bens intermediários que passam a agregar valor aos produtos das
indústrias nacionais.
O método de entrada no mercado internacional usado com maior freqüência é a
exportação, ela é particularmente comum entre as pequenas e médias empresas que têm pouca
experiência internacional e poucas alternativas viáveis para expandir-se para o exterior. Na
exportação os produtos de uma empresa não são fabricados no país de destino e em seguida
são transferidos para ele. Através desse processo o país exportador recebe divisas e aumenta a
renda doméstica.
As exportações podem se dar por meios diretos ou indiretos, Cabral; Oliveira e Silva (2005, p. 5 - 6) definem:
A exportação direta ocorre quando a venda é feita diretamente entre o fabricante e um distribuidor ou intermediário no país importador, ou ainda direto para o consumidor final no exterior. Desta forma, “o exportador fará todo o esforço necessário para o alcance de seus objetivos, o que implica uma pesquisa mercadológica prévia, contatos e avaliação dos riscos, fechamento do negócio, preparação da mercadoria e embarque para citar algumas variáveis da estratégia de marketing”. (FORNER, 1999, p. 30) [...] “A exportação indireta ocorre quando a empresa vende seus produtos em mercados estrangeiros por meio de intermediários estabelecidos em seu próprio país” (KOTABE; HELSEN, 2000, p.252). Este método é particularmente importante para pequenas empresas e para aquelas que estão entrando no comércio externo tendo em vista que não possuem escala de operação, recursos financeiros, experiência e confiança para operar diretamente no mercado internacional (ROSSON; FORD, 1982).
A escolha do método usado pela empresa requer uma avaliação detalhada do mercado e da
própria empresa.
Existem teorias do comércio exterior formuladas tendo como critério o bem estar
social das nações envolvidas (MARIOTTO, 2007, p. 31). Há implicações dessas teorias de
comércio para as empresas. A primeira delas diz respeito à vantagem comparativa do local de
produção. Reconhece-se que certos países oferecem melhores condições para a produção de
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determinados produtos do que outros e, ao escolher o local de produção, a empresa deve
considerar as vantagens comparativas de cada local cogitado. Outra implicação das teorias de
comércio para as estratégias das empresas refere-se às vantagens dos first ou early movers,
também chamados de primeiros jogadores por alguns autores, aqueles que agem como
pioneiros em seus ramos. Estes recebem maior retorno graças ao poder de sua inovação.
Finalmente existe a implicação das teorias quanto às políticas governamentais de comércio,
estas políticas são resultantes do processo onde interesses conflitantes (os das empresas e o
dos governos) estão em choque. As teorias de comércio definem as vantagens de entrada em
determinados países, influenciam a expansão das empresas e as políticas governamentais.
(MARIOTTO, 2007, p. 31 - 33).
3. INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS
A definição de internacionalização de empresas encontra problemas por existir
confusão, principalmente no caso brasileiro, entre internacionalização, exportação e
negociação internacional. Enquanto Cyrino e Barcellos (2006, p. 224) entendem
internacionalização simplesmente como “movimentos das empresas além das fronteiras de
seu país de origem”, Cintra e Mourão (2005) definem internacionalização como: [...]processo de concepção do planejamento estratégico, e sua respectiva implementação, para que uma empresa passe a operar em outros países diferentes daquele no qual está originalmente instalada. Excetuam-se, aqui, as simples relações de importação e exportação, tanto de partes quanto do produto final. Nesse sentido, a internacionalização envolve necessariamente a movimentação internacional de fatores de produção e [...] uma relação contínua com o exterior, não podendo ser concebida, portanto, como algo temporário ou mesmo voltado exclusivamente à superação de um obstáculo conjuntural. Mais do que isso, trata-se de um fenômeno de natureza estrutural.
Ricupero e Barreto (2007, p. 22) acrescentam que seria necessária a abertura de filiais no
exterior, o estabelecimento de parcerias, investimentos cruzados, acordos de cooperação
internacional e/ou comercial ou a aquisição de empresas já existentes no país em que se entra.
Cintra e Mourão (2005) apresentam quatro opções estratégicas para uma
companhia interessada em se internacionalizar: utilizar uma trading company2, estabelecer
2 Empresas que operam no mercado internacional. São sociedades mercantis que lidam com compra, venda, intermediação, financiamento e comercialização internacional. São estruturas comerciais, administrativas e
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um escritório de vendas no exterior, estabelecer concessionárias ou subsidiárias no exterior e,
formar uma joint venture3. Segundo Mariotto (2007, p. 41) as empresas mais bem sucedidas
na implantação das estratégias de internacionalização são as que têm melhor controle de
qualidade, maior tamanho e vendas crescentes, preços competitivos nos novos mercados,
menos uso de incentivos do governo, flexibilidade financeira, avaliação sistemática dos
mercados externos e capacidade ociosa de produção.
Armando Castelar Pinheiro (2002) aponta os desafios que devem ser vencidos
pelo Brasil para a expansão e sustentabilidade das exportações do país, geração de superávits
comerciais e aumento do fluxo de comércio como proporção do PIB brasileiro. A promoção e
o incentivo das exportações devem ir além dos subsídios fiscais e financeiros para que seja
criada uma dinâmica sustentável de vendas ao mercado internacional, mesmo porque estas
práticas vêm sendo cada vez mais restritas e limitadas pela OMC. Outra necessidade, ainda
segundo o autor, é a criação de políticas comerciais transparentes com custos e metas
objetivas e verificáveis, com estratégias e meios aplicáveis e responsabilidade em sua
execução. Observa-se “que qualquer política comercial só será bem-sucedida se contar com
um compromisso forte, estável e duradouro do governo com a promoção das exportações.”
(PINHEIRO, 2002, p. 23).
Ricupero e Barreto (2007, p. 25) chamam atenção para os fatores negativos da
internacionalização em seu estágio mais completo. Seriam eles a possibilidade de
“exportação” de empregos, prejuízo no balanço de pagamentos e possível redução dos níveis
de investimento doméstico. Apesar destes pontos, internacionalizar-se é muitas vezes
condição de sobrevivência contra a qual não cabem objeções. Ao questionar quais os
benefícios oriundos do investimento estrangeiro direto do Brasil e da internacionalização das
companhias brasileiras para o desenvolvimento socioeconômico do país os mesmos autores
(RICUPERO; BARRETO, 2007, p. 23) citam a competitividade cada vez maior e a unificação
das condições de concorrência mundial.
financeiras que possuem enorme capacidade de realizar negócios de grande volume no exterior e, muitas vezes, recebem tratamento fiscal privilegiado. 3 Método de cooperação entre empresas independentes. “Joint ventures são formas negociais de alianças empresariais que podem ocorrer, basicamente, de dois modos: por meio da negociação de uma joint venture societária (corporate joint venture), na qual se cria, entre duas empresas, uma terceira (no país hospedeiro), à joint venture societária aplica-se a legislação do país de constituição. A non corporate joint venture caracteriza-se por ser uma associação de interesses em que os riscos são compartilhados, porém não se forma uma pessoa jurídica, e, em geral, não existe contribuição de capitais.” (CINTRA e MOURÃO, 2005).
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4. POR QUE DESENVOLVER UMA CULTURA EXPORTADORA
As empresas se voltam para o mercado internacional principalmente ao se
esgotarem as possibilidades de crescimento doméstico. As motivações mais comuns para essa
tendência à internacionalização são: a busca de recursos, mercados e tecnologia; a
manutenção do mercado nacional e expansão dos negócios internacionalmente; ultrapassar
barreiras protecionistas tarifárias e não-tarifárias; conquistar presença em blocos regionais;
estímulos à internacionalização por parte do governo; necessidade de desenvolver a
tecnologia e a “cultura” da empresa; diferenciação de mercados e serviços; estabelecimento
de parcerias com as empresas compradoras e aproximar-se do cliente; ajustar-se às
especificações do produto e às regulamentações do mercado local; melhorar a logística e
assistência; ter acesso às redes de fornecedores; alcançar fontes internacionais de
financiamento; reagir ao comportamento da concorrência ou antecipar-se a ela e; responder às
demandas sazonais (RICUPERO; BARRETO, 2007, p. 23-27). Muitas vezes as empresas
visam à diversificação de mercados através da expansão internacional para aumentar seu
volume de produção e, consequentemente, diminuir o custo unitário de seus produtos
alcançando escalas que aumentem sua competitividade. Outro motivo para a exportação é a
diversificação dos riscos, ou seja, para que haja a possibilidade de compensar externamente
alguma eventual queda de vendas em função de problemas conjunturais locais (MINERVINI,
2001, p. 6).
É evidente a importância da internacionalização de empresas para a economia
mundial, mesmo assim ainda não é comum entre os governos da América Latina a
implantação de políticas públicas de incentivo à internacionalização de suas empresas de
capital nacional. No Brasil, até muito pouco tempo, os casos de sucesso se davam pela
iniciativa das próprias empresas e não por uma política definida de apoio do governo à
criação de multinacionais brasileiras. Os críticos à criação dessas políticas alegam que a
internacionalização cria a possibilidade de exportação de empregos, prejuízo na balança de
pagamentos pela saída de divisas do país e a redução dos níveis de investimento doméstico.
Estas criticas surgem de uma análise apenas parcial do processo de internacionalização
(ALEM; CAVALCANTI, 2007, p. 266).
A expansão internacional dos negócios por meio de exportações leva a uma cadeia
de reações na sociedade onde as empresas estão originalmente inseridas impactando
positivamente a geração de empregos e a obtenção, desenvolvimento e implementação de
tecnologias (RICUPERO; BARRETO, 2007, p. 32). O desenvolvimento da cultura
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exportadora, principalmente em pequenas e médias empresas, traz benefícios
socioeconômicos importantes nas comunidades onde estas estão instaladas e promove, por
exemplo, a oferta de empregos, capacitação da mão de obra e melhorias das condições de vida
e de emprego dos trabalhadores pela geração de renda que certamente deixaria de ocorrer caso
uma indústria fechasse suas portas por não suportar a forte concorrência internacional.
A internacionalização é uma via para a melhora da performance econômica de um
país. É o meio essencial para alcançar a entrada de divisas, promover o desenvolvimento
econômico, alcançar maior competitividade internacional, gerando assim a possibilidade de
reestruturação econômica ao país, seu desenvolvimento e acesso a recursos, mercados e
atividades de pesquisa que desenvolvam a base tecnológica nacional. A internacionalização
pode ser vista pelo governo de um país como forma de atenuar sua vulnerabilidade externa,
pois contribui para o aumento das exportações e estas são cruciais para evitar problemas na
balança de pagamentos (RICUPERO; BARRETO, 2007, p. 32).
Ainda para Ricupero e Barreto (2007, p. 35): [...] o desenvolvimento socioeconômico consiste no processo de contínuo aprendizado pelo qual um país conquista penosamente a capacidade de lidar com a complexidade, de gerir economias em sociedades crescentemente complexas. Para isso pode-se afirmar sem erro, é indispensável que um número substancial de firmas nacionais adquira, por meio de investimento estrangeiro direto e da internacionalização de suas operações, o nível de eficiência e de competitividade que caracteriza os operadores privados de todos os países que se encontram na vanguarda do desenvolvimento humano.
5. A PARTICIPAÇÃO CATARINENSE NOS NÚMEROS BRASILEIROS NO
COMÉRCIO MUNDIAL
O desempenho brasileiro no mercado internacional alcança números
impressionantes que chamam a atenção de investidores e compradores externos para o país.
Esses números começaram a ser construídos a partir da abertura do mercado brasileiro nos
anos 1990 e deram-se pela redução das barreiras alfandegárias, intensificação dos níveis de
competição no mercado interno e queda do ritmo de crescimento da economia doméstica.
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Gráfico 1:
Fonte: FIESC – Diagnóstico do setor exportador catarinense 2008.
Hoje empresas do país buscam mercados estrangeiros como novas fontes de
prosperar. Como observado no gráfico 1, a participação de Santa Catarina nas exportações do
país aumenta continuamente. Seu crescimento é muito superior ao crescimento das
exportações brasileiras.
Tabela 1:
Fonte: FIESC – Diagnóstico do setor exportador catarinense 2008.
Em 2007 o Brasil exportou o equivalente a US$ 161 bilhões, dos quais US$ 7,4
bilhões foram de origem catarinense. Hoje o estado ocupa a nona posição entre os
exportadores brasileiros com 4,4% das exportações do país. Em contrapartida atingiu o oitavo
lugar entre os importadores, com 5,0% das importações feitas pelo Brasil. Deve-se levar em
consideração que em 2007 apenas 12,4% das importações feitas pelo país foram de bens de
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consumo, 51,3% foram bens intermediários para agregação de valor nos produtos e renovação
do parque industrial, o restante refere-se e a bens de capital, petróleo e combustíveis. 4
Tabela 2:
Fonte: FIESC – Diagnóstico do setor exportador catarinense 2008.
Observa-se que os produtos básicos são os mais exportados por Santa Catarina, o
mesmo acontece com as exportações brasileiras.
Tabela 3:
Fonte: FIESC – Diagnóstico do setor exportador catarinense 2008.
Os países de destino das exportações catarinenses sofreram mudanças com a
desaceleração da economia estadunidense, uma vez que os EUA importaram 8,15% menos
produtos catarinenses em 2007 do que no ano anterior (FIESC, 2008, p. 9). Os números da
tabela abaixo comprovam que as indústrias do estado têm conseguido redirecionar parte de
4 Dados do Seminário – Cenário do Comércio Exterior, proferido por Welber Barral, Secretário do Comércio Exterior, em 17 de março de 2008 na Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina.
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suas exportações, inicialmente direcionadas ao mercado estadunidense para outros mercados
importadores que apresentaram maiores índices de crescimento.
Tabela 4:
Fonte: FIESC – Diagnóstico do setor exportador catarinense 2008.
No que tange a balança comercial do estado de Santa Catarina, é possível observar
que o superávit de aproximadamente US$ 2,4 bilhões alcançado em 2007 é inferior ao
alcançado nos anos anteriores. Ainda assim este é um resultado significativo que demonstra a
capacidade do estado em colocar-se com sucesso no mercado internacional como exportador.
Tabela 5:
Fonte: FIESC – Diagnóstico do setor exportador catarinense 2008.
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6. INCENTIVOS DISPONÍVEIS ÀS EMPRESAS CATARINENSES INTERESSADAS
EM INTERNACIONALIZAR-SE
Buscando alcançar algumas das vantagens trazidas pela expansão internacional
das empresas já mencionadas no tópico três, os governos nacionais, principalmente os de
países desenvolvidos, possuem políticas públicas de apoio à internacionalização de empresas.
Estas políticas incluem elementos como: financiamentos; incentivos fiscais; liberalização de
restrições feitas a investimentos diretos no exterior, uma vez que estes resultam em saída de
capital; divulgação de informações e assistência técnica; mecanismos de seguro para
investimentos; criação de instrumentos e agências que facilitem e projetem investimentos no
exterior e organização de missões e feiras internacionais (ALEM; CAVALCANTI, 2007, p.
274).
Nos países em desenvolvimento as políticas de apoio à internacionalização têm
como objetivos principais aumentar a competitividade nacional e expandir o comércio. Nos
países asiáticos se observam políticas mais sistemáticas de apoio à internacionalização. Os
programas implantados variam de acordo com “o estágio de desenvolvimento da economia,
com a competitividade setorial das firmas nacionais, com as condições das balanças de
pagamentos, com os acordos de integração regional, entre outros” (ALEM; CAVALCANTI,
27, p. 276). Ainda segundo Alem e Cavalcanti (2007, p. 276): As experiências bem-sucedidas de apoio à internacionalização apontam para a necessidade da adoção de critérios claros para a cobrança de desempenho das empresas apoiadas pelas políticas públicas, tais como: a) aumento das exportações; b) transferência de tecnologia para o país de origem; c) importação de insumos; e d) repatriação de divisas.
6.1 Órgãos de suporte ao comércio exterior
Para construir um Brasil competitivo e constituir oportunidades de negócios
internacionais o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)
participa ativamente das políticas internacionais do comércio brasileiro. Alguma das unidades
do MDIC são a Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) e a Secretaria de Comércio Exterior
(SECEX). A SECEX opera como unidade gestora e é composta por quatro departamentos:
Departamento de Operações de Comércio Exterior (DECEX); Departamento de Defesa
Comercial (DECOM); Departamento de Negócios Internacionais (DEINT) e; Departamento
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de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior (DEPLA) (MRE, 2004, p. 77 e
78). As competências da SECEX são: a) formular propostas de políticas e programas de comércio exterior e
estabelecer normas necessárias à sua implementação; b) propor medidas, no âmbito das políticas fiscal e cambial, de
financiamento, de recuperação de créditos à exportação, de seguro, de transportes e fretes e de promoção comercial;
c) propor diretrizes que articulem o emprego do instrumento aduaneiro com os objetivos gerais de política de comercio exterior, bem como propor alíquotas para o imposto de importação, e suas alterações;
d) participar das negociações em acordos ou convênios internacionais relacionados com o comercio exterior;
e) implementar os mecanismos de defesa comercial; e f) apoiar o exportador submetido a investigação de defesa comercial no
exterior. (MRE, 2004, p. 76)
A CAMEX foi criada como órgão integrante do governo em 1995 e hoje é
presidida pelo MDIC, sua finalidade é formular e coordenar políticas e atividades relativas ao
comércio internacional de bens e serviços. Em setembro de 1998, no âmbito da CAMEX, foi
criado o Programa Especial de Exportações – PEE. Hoje o PEE é formado por 15 gerências
temáticas, 59 gerências de setores produtivos e 18 de setores de serviços. Em 2003 foi criado
o Conselho Consultivo do Setor Privado (CONEX), formado por 20 representantes do setor
privado. Em 2004 foi criado o Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações –
COFIG. O PEE tem como objetivo “estabelecer a interface entre o setor produtivo e órgãos
governamentais [...] e mobilizar os exportadores por meio de suas entidades de classe” (MRE,
2004, p. 69). O CONEX assessora o Comitê Executivo de Gestão elaborando e encaminhando
estudos e propostas setoriais proporcionando o aperfeiçoamento da política de comércio
exterior. É de responsabilidade do COFIG a regulamentação do Proex, programa que será
explanado no próximo sub-tópico. (MRE, 2004. P. 69-71)
As competências da CAMEX são, mas não se restringem a:
a) Definir diretrizes sobre: normas e procedimentos de importação e exportação;
negociações de acordos e convênios de comércio exterior; políticas tarifarias na importação e
exportação; investigação relativas à práticas desleais de comércio exterior; políticas de
financiamento de exportações; políticas de promoção de mercadorias no exterior e de
informação comercial;
b) Coordenar e orientar as ações de órgãos que atuem na área de comércio internacional,
as políticas aduaneiras, políticas de frete e transporte internacional, políticas de incentivo à
melhoria de serviços de transporte;
16
c) Fixar alíquotas de impostos de importação e exportação e direitos antidumping e
compensatórios. (MRE, 2004, p. 69 e 70)
Na execução dessas competências devem ser observados os compromissos internacionais
firmados pelo Brasil, principalmente com a Organização Mundial do Comércio (OMC), com
o Mercosul e com a Associação Latino-Americana de Integração (Aladi). (MRE, 2004, p. 70)
Ligado ao MDIC existe ainda a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e
Investimentos – APEX - Brasil tendo como missão “Promover as exportações de produtos e
serviços contribuindo para a internacionalização das empresas brasileiras.”5. Os objetivos
principais da APEX constituem-se de aumentar as exportações brasileiras; inserir mais
empresas no mercado internacional, sobretudo aquelas de pequeno e médio porte; diversificar
os produtos e serviços da pauta de exportação; abrir novos mercados para o país; e ampliar a
geração de emprego e renda. (CAIXETA; NETZ; GALUPPO, 2006).
A APEX divide-se em cinco unidades: Projetos, Imagem e Acesso a Mercados,
Inteligência Comercial, Centros de Negócios e, Investimentos. A Unidade de Projetos apóia
projetos setoriais de promoção de exportação. São cerca de 70 setores de atividade e 130
projetos desenvolvidos para o aumento das exportações brasileiras. Os projetos incluem
participações em eventos internacionais, produção de material promocional e ações de
integração entre outras iniciativas. A Unidade de Imagem e Acesso a Mercados realiza ações
diferenciadas voltadas para a geração de negócios e promoção da imagem do Brasil no
exterior e propicia contato direto entre empresários brasileiros e compradores internacionais.
Com a Inteligência Comercial a APEX busca informações estratégicas para identificar
mercados e clientes potenciais para produtos e serviços do país e tem acesso a diversas bases
de dados de mercado do mundo todo, potencializando a participação do Brasil no mercado
internacional. Através do alinhamento de estratégias de venda com as tendências do mercado
mundial, a APEX prepara as empresas brasileiras para posicionar-se estrategicamente junto
aos compradores no exterior. Na Unidade de Investimentos são conjugadas a promoção
comercial e o incentivo ao investimento no Brasil em nível federal, para isso é feita a
harmonização de informações e oportunidades regionais e nacionais e o direcionamento de
investimentos para áreas exportadoras, principalmente nas médias e pequenas empresas.
Finalmente, a APEX conta com Centros de Negócios (CNs) de produtos brasileiros no
exterior que apóiam atividades focadas na inteligência comercial e nos canais de distribuição.
No período de desenvolvimento desta pesquisa existem CNs em plena operação nos EUA
5 Disponível em: < http://www.apexbrasil.com.br/interna.aspx?id=1>, acesso em 06 mar. 2008.
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(Miami), na Polônia (Varsóvia) e nos Emirados Árabes Unidos (Dubai) e em fase de abertura
na China e em Cuba. Os CNs diminuem a distância entre exportadores e seus clientes,
oferecem infra-estrutura para armazenagem, showrooms, apoio administrativo e um endereço
no exterior para as empresas brasileiras. (APEX, acesso em 21 out. 2008)
Também vinculado ao MDIC, com status de empresa pública federal, está o
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O BNDES tem como
objetivo oferecer financiamentos, em longo prazo, aos empreendimentos que contribuam para
o desenvolvimento do país. Serão analisadas as linhas de financiamento do BNDES
relevantes à atividade de exportação no sub-tópico abaixo. (MRE, 2004, p. 78)
A FUNCEX (Fundação de Comércio Exterior), fundada em 1976, é uma
instituição privada com a finalidade de desenvolver o comércio exterior brasileiro. A
FUNCEX atua na: elaboração e divulgação de estudos setoriais sobre os principais aspectos envolvidos nas atividades de exportação e importação [...], treinamento e desenvolvimento de pessoal técnico especializado, a promoção de cursos e a elaboração de estudos sob encomenda. (MRE, 2004, p. 86)
Subordinada ao Ministério da Fazenda, a Secretaria da Receita Federal (SRF) atua
intensamente na área de comércio exterior, inclusive como responsável pelo desembaraço
aduaneiro das mercadorias. Também é de sua competência as atividades de administração
tributária federal; legislação tributária federal; interpretação e aplicação da legislação fiscal;
serviços de fiscalização, cobrança, arrecadação, recolhimento e controle dos demais tributos e
rendas da União e; entre outros, armazenar e destinar mercadorias apreendidas. (VAZQUEZ,
1999, p. 31 e 32)
No âmbito estadual a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina –
FIESC dispõe do Centro Internacional de Negócios – CIN. O CIN oferece diversas
ferramentas e recursos para facilitar o acesso de empresas catarinenses ao cenário
internacional. O CIN ainda dispõe de programas internacionais para beneficiar empresas
catarinenses, dentre os quais está o Start Export. O Start Export é um programa que auxilia
empresas iniciantes na exportação utilizando um conjunto de soluções que visam minimizar
os riscos de quem deseja entrar no mercado internacional e que objetiva a ampliação da base
exportadora do estado de Santa Catarina.6 Qualquer empresa catarinense que busca entrar no
mercado internacional deve, preferencialmente, procurar a FIESC e obter suporte.
6 Disponível em: < http://www.fiescnet.com.br/cin/>, acesso em 06 mar. 2008.
18
6.2 – Programas de incentivo à exportação:
Uma pesquisa feita em 2008 pela FIESC envolvendo 99 empresas catarinenses
que realizaram exportações em 2007, incluindo a maioria das principais exportadoras do
estado de Santa Catarina, obteve os seguintes resultados sobre os programas de incentivo à
exportação e regimes aduaneiros especiais em funcionamento no Brasil:
Gráfico 2:
Fonte: FIESC – Diagnóstico do setor exportador catarinense 2008.
Pela análise destes resultados percebe-se a importância da desoneração de IPI e
ICMS, da restituição de PINS/Cofins, do ACC, do ACE e do Drawback. Nota-se uma
dificuldade considerável em conseguir utilizar alguns destes programas, como o Drawback, o
PROEX e o Porto Seco. Também é possível observar que uma porcentagem grande das
empresas nem se quer tem conhecimento de programas como o Redex e o Proex. A seguir
serão detalhados os programas e regimes analisados no gráfico acima.
O IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados é um tributo federal classificado
como indireto, seletivo e não-cumulativo. Esta classificação se dá pelo imposto incidir sobre o
produto comercializado e ser pago pelo comprador enquanto o recolhimento à União é feito
pelo fornecedor do produto; por contar com alíquotas que se aplicam diferentemente aos
variados produtos de acordo com sua essencialidade e; por compensar o que for devido em
19
cada operação com o valor cobrado nas anteriores, o imposto incide somente no valor
agregado da operação. O IPI se aplica, no mercado interno, ao valor agregado ou adicionado
dos produtos manufaturados. Nas operações de mercado interno, a operação do IPI se dá da
seguinte maneira:
a) a empresa produtora, ao adquirir insumos representados por matérias-primas, materiais secundários, materiais de embalagem, partes e peças destinadas à fabricação de seus produtos, receberá estes, com tributação normal, destacada na Nota Fiscal de compra, calculada sobre o valor total da aquisição; b) na entrada dos insumos adquiridos, em seu estabelecimento, o fabricante registrará os tributos constantes da Nota Fiscal de compra, a crédito, em seus registros fiscais; c) ao promover a venda e respectiva saída do produto final, no mercado interno, é aplicada a tributação do IPI sobre o valor total da venda à alíquota que lhe for devida, segundo a tabela do IPI, conhecida como TIPI. O valor desde imposto aplicado sobre a venda, na saída do estabelecimento, registra-se a débito, em seu registro fiscal; d) o saldo dos registros fiscais, se devedor, apurados pelos débitos e créditos será recolhido na devida época. (GARCIA, 2001, p. 143 e 144)
Nas operações de exportação o procedimento é idêntico ao de mercado interno na aquisição
dos insumos, na saída do produto final destinado ao exterior a operação é imune ao IPI, ou
seja, nada é lançado como débito no registro e os créditos fiscais relativos à aquisição dos
insumos são mantidos na escrita, a manutenção destes créditos é caracterizada como um dos
benefícios fiscais à exportação de produtos industrializados (GARCIA, 2001, p. 144).
O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), é um imposto
indireto, de competência estadual, não-cumulativo e de alíquota seletiva já que permite os
estados tributarem de forma diferenciada os produtos considerados supérfluos. No mercado
interno esse imposto se dá da mesma maneira do IPI, já descrito anteriormente. Na
exportação, também como no caso do IPI, o ICMS recebe tratamento especial pois os
produtos manufaturados direcionados ao mercado externo gozam de imunidade. Para
produtos semi-elaborados há uma redução do imposto de acordo com normas especificas
sobre a incidência ou não do ICMS nestes casos (GARCIA, 2001, p. 145 e 146).
O Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC) é um tipo de financiamento
colocado à disposição dos exportadores pela rede bancária para que as empresas exportadoras
possam ter acesso a recursos financeiros antes do embarque da mercadoria. Está vinculado a
uma venda já efetivada e pode ser feito em um prazo de até 360 dias antes da data prevista
para o embarque das mercadorias. Ao obter um ACC é preciso que o exportador esteja seguro
de que o embarque será feito dentro do prazo, caso isto não ocorra o valor de ACC deverá ser
devolvido ao banco com correção monetária, diferenças cambiais, multa e outros encargos. O
20
objetivo do ACC é proporcionar recursos ao exportador para que este possa efetuar as
diversas fases do processo de produção e comercialização do produto para o mercado externo.
Este incentivo à exportação, por sua taxa reduzida, proporciona à empresa menores custos e
produção e, portanto, maior competitividade (MRE, 2004, p. 125).
Após a produção e o embarque do produto, o financiamento à exportação pode se
dar pelo Adiantamento sobre Cambiais de Exportação ou Cambiais Entregues (ACE). O ACE
é um adiantamento, feito pelo banco brasileiro, da receita da exportação quanto esta ainda não
foi paga pelo importador (MRE, 2004, p. 126). A taxa de juros deste adiantamento varia de
acordo com o risco da operação, ou seja, de acordo com a estabilidade política e econômica
do país do pagador (VAZQUEZ, 1999, p. 202). O ACE é muitas vezes uma extensão do
ACC.
O Programa de Integração Social (PIS) é uma contribuição social com uma
alíquota de 1,65% sobre a receita operacional bruta das empresas no mercado interno. Estão
isentos dessa contribuição produtos de manufatura destinados ao mercado externo. Esta
isenção abrange as receitas provenientes de vendas de bens e serviços ao exterior, mas não se
aplica às vendas para comerciais exportadores, cooperativas, consórcios ou entidades
semelhantes. Já o Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social), tem uma
alíquota de 7,6% sobre o faturamento das empresas em operações no mercado interno. A
receita de vendas de bens ou serviços ao exterior é isenta desta contribuição, esta isenção
contempla ainda as exportações indiretas (MRE, 2004, p. 122).
Os Portos Secos, por sua vez, são “recintos alfandegados de uso público, situados
em zona secundária, nos quais são executadas operações de movimentação, armazenagem e
despacho aduaneiro de mercadorias e de bagagem, sob controle aduaneiro” (RECEITA,
acesso em 02 out. 2008). Nos portos secos as operações de movimentação e armazenagem de
mercadorias sujeitam-se ao regime de concessão ou de permissão. Todos os serviços
aduaneiros de responsabilidade da Secretaria da Receita Federal são executados nos Portos
Secos, o que permite a interiorização de serviços como os de desembaraço aduaneiro. Os
Portos Secos são, preferencialmente, instalados em locais próximos às regiões produtoras e
consumidoras, facilitando assim os procedimentos para os agentes econômicos. Em Santa
Catarina existem dois Portos Secos em funcionamento, ambos na cidade de Itajaí, um Porto
Seco licitado na cidade de São Francisco do Sul e um Porto Seco em fronteira a ser licitado
em Dionísio Cerqueira, cidade que faz divisa com a Argentina (RECEITA, acesso em 02 out.
2008).
21
O drawback é um mecanismo de incentivo que permite ao fabricante ou produtor
a possibilidade de adquirir insumos, destinados a compor produtos para exportação, a preços
internacionais e desonerados de impostos. Em geral podem ser adquiridas matérias-primas,
produtos semi-elaborados ou acabados, partes, peças e materiais destinados à embalagem de
produtos destinados ao mercado externo sob o regime de drawback (MRE, 2004, p. 122). “O
princípio básico do drawback consiste na desoneração dos tributos incidentes sobre os
insumos importados empregados na produção de bens destinados à exportação” (GARCIA,
2001, p. 158). Existem quatro modalidades de drawback, são elas:
a) Suspensão: Modalidade mais utilizada. Trata-se da suspensão dos tributos na
importação de insumos que serão utilizados na produção de bens a serem exportados. Essa
modalidade vincula-se a um compromisso futuro de exportação e deve ser solicitada
anteriormente à importação, produção e exportação do produto final (GARCIA, 2001, p.159).
O prazo para que a exportação seja efetuada é de um ano, sendo prorrogável por igual
período. Em caso de importação de insumos destinados à fabricação de bens com longo ciclo
de produção o prazo pode ser prorrogado em até cinco anos. A concessão do drawback nesta
modalidade é feita pela SECEX, ligada ao MDIC (MRE, 2004, p.123).
b) Isenção: “[...] caracteriza-se pela reposição dos estoques de insumos utilizados na
fabricação, complementação ou acondicionamento de produtos em quantidades e qualidades
equivalentes aos já exportados” (GARCIA, 2001, p. 160). Neste caso a isenção ocorre após a
conclusão da exportação. A empresa exportadora tem um prazo de um ano, prorrogável pelo
mesmo período, para solicitar este beneficio na importação de insumos para reposição do seu
estoque. Também neste caso a concessão é feita pela SECEX.
c) Restituição: Modalidade pouco utilizada. Trata-se da solicitação de restituição dos
encargos tributários pagos com relação aos insumos que foram importados e utilizados na
fabricação de um produto que já foi produzido e exportado. A devolução é válida apenas para
o Imposto de Importação e para o IPI e é concedida pela Receita Federal em forma de créditos
fiscais (MRE, 2004, p. 123).
d) Interno, ou “verde e amarelo”: Apesar de ser conhecido como drawback interno ou
“verde e amarelo” se trata de um regime especial na legislação referente à suspensão de IPI
em caso de compras, no mercado interno, de insumos destinados à industrialização de
produtos para exportação. Para a obtenção deste benefício as empresas devem elaborar um
Plano de Exportação a ser apresentado na Delegacia da Receita Federal de sua área. Este
Plano deve obrigatoriamente conter: identificação completa do exportador e do fornecedor
dos insumos; relação dos produtos a serem exportados e dos insumos que serão utilizados
22
para sua fabricação com suas respectivas indicações de valores, quantidades, códigos do TIPI
e classificação do IPI; prazo previsto para a exportação e declaração de que, caso não se
cumpra a meta de exportação, o exportador assume o compromisso de recolher o IPI. (MRE,
2004, p. 123).
REDEX, ou Recintos Especiais para Despacho Aduaneiro de Exportação, são
áreas onde as cargas aguardam o despacho aduaneiro enquanto todo o trâmite burocrático da
exportação é agilizado. As vantagens da utilização do REDEX acontecem pela maior
agilidade nas operações que tendem a demorar mais nas demais áreas alfandegárias pela
grande quantidade de cargas, isso permite ao exportador reduzir os custos de armazenagem.
(GARCIA, acesso em 22 out. 2008). No Estado de Santa Catarina existem oito REDEX, um
em Florianópolis, três em Itajaí, um em Joaçaba, um em Joinville e dois em São Francisco do
Sul. (RECEITA, acesso em 22 out. 2008)
O Programa de Financiamento às Exportações (Proex) abrange a concessão de
financiamento ao exportador e ao importador e é administrado pelo Banco do Brasil com a
finalidade de proporcionar maior competitividade às empresas brasileiras. A relação dos
produtos que podem beneficiar-se do Proex é bastante ampla e é regulamentada pelo MDIC.
Esses produtos podem ser financiados em até 85% do valor FOB7 da exportação e os prazos
para o pagamento do financiamento recebido variam entre 360 dias e 10 anos (MRE, 2004, p.
126).
A pesquisa feita pela FIESC não abrange os financiamentos de responsabilidade
do BNDES mas, dada sua relevância para as exportações brasileiras, é importante que sejam
conhecidas pelos exportadores. Dentre as linhas de financiamento do BNDES está o BNDES-
Exim, voltado para o financiamento das exportações brasileiras de bens e serviços. Os
financiamentos do BNDES-Exim são feitos nas seguintes modalidades: - Pré-Embarque - financia a produção de bens a serem exportados em embarques específicos; - Pré-Embarque Curto Prazo – financia a produção de bens a serem exportados, com prazo de pagamento de até 180 dias; - Pré-Embarque Especial – financia a produção nacional de bens a serem exportados, sem vinculação com embarques específicos, mas com período pré-determinado para sua efetivação e;
7 Incoterm (termo de comércio internacional) Free on Board, ou Livre a Bordo, significa apenas o preço da mercadoria, sem o frete ou o seguro. É a condição de venda mais utilizada nas praticas de comercio internacional.
23
- Pós-Embarque – financia a comercialização de bens e serviços no exterior, por intermédio do refinanciamento ao exportador, ou pela modalidade buyer’s credit8 (crédito ao importador). (MRE, 2004, p. 78)
O BNDES também possui um Fundo de Garantia para a Promoção da Competitividade
(FGPC) para facilitar o acesso ao crédito à exportação, para micro, pequenas e médias
empresas (MRE, 2004, p.79).
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O incentivo governamental é de extrema importância para o aumento do
desempenho catarinense, e consequentemente brasileiro, nas exportações. Para ser realmente
efetivo o apoio governamental deve ir além dos incentivos fiscais. A política de comércio
exterior do Brasil precisa considerar as particularidades de cada setor, as necessidades
específicas aos diferentes portes das indústrias e promover um ambiente externo favorável à
inserção de novas empresas exportadoras.
A já mencionada pesquisa feita pela FIESC concluiu que 76% das empresas
catarinenses não consideram a atual política de comércio exterior brasileira verdadeiramente
efetiva. Entre os principais motivos para um descontentamento tão maciço estão o excesso de
burocracia, infra-estrutura inadequada e descaso com setores com menor participação no total
das exportações (FIESC, 2008, p. 26). A enorme burocratização do processo de exportação
desestimula a participação de pequenas e médias empresas, torna o processo lento, aumenta
os custos e causa entraves ao bom atendimento ao cliente no exterior. A demasia de
burocracia no Brasil é responsável pela diminuição de negócios concluídos e pelao
enfraquecimento da qualidade na prestação de serviços pelas empresas brasileiras aos seus
clientes e parceiros no exterior. A falta de infra-estrutura de transportes no país, seja
rodoviária, portuária ou aeroportuária, é outro enorme entrave ao crescimento do Brasil no
comércio exterior. A dificuldade de transporte aumenta os custos das operações e limita o
fluxo de mercadorias bem como diminui a competitividade do Brasil no mercado externo.
Ainda existe a reclamação de que a política atual prioriza apenas as commodities, pelo grande
volume e valor que movimentam, e ignora atividades industriais fortes em Santa Catarina,
8 “Neste caso, o financiamento é concedido diretamente ao importador estrangeiro”. (VAZQUEZ, 1999, p.205)
24
como a têxtil e de madeira, outros produtos industrializados de maior valor agregado, e
principalmente empresas de médio e pequeno porte.
As empresas catarinenses sofrem com estes e outros obstáculos à
internacionalização como o acirramento da concorrência internacional e a oscilação da moeda
brasileira. Os exportadores de Santa Catarina listam, segundo o Diagnóstico da FIESC (2008,
p. 30), as seguintes áreas como as que requerem prioridade por parte do governo brasileiro:
Construção de armazéns e silos; desburocratização e redução dos custos da atividade
exportadora; desoneração tributária; melhoria na infra-estrutura de transportes; adequação na
oferta de incentivos fiscais; ampliação de recursos e simplificação do financiamento às
exportações; aperfeiçoamento na promoção e operacionalização dos instrumentos de fomento
à exportação e avanço nas negociações de acordos comerciais.
Muitas destas reivindicações já resultam em ações do governo federal para
fortalecer as empresas exportadoras e incluir novas companhias na atividade. Algumas destas
ações têm como foco os incentivos fiscais e o fomento de financiamentos para exportações.
Fica claro pelas mudanças requeridas pelas empresas catarinenses e pelos números já vistos
no Gráfico 2 (Pg. 18) que alguns incentivos precisam ser melhor divulgados e que precisam
abranger um maior número de empresas. Observa-se principalmente no drawback, no
PROEX, nos Portos Secos e no REDEX que ainda existem muitas restrições ao uso destas
ferramentas e cabe ao governo federal estar revendo tais restrições. Instituições como a APEX
e, especialmente em Santa Catarina a FIESC, tem o dever de promover a inserção das
empresas no mercado internacional e divulgar todas as oportunidades de incentivos fiscais e
de financiamento às empresas do estado. Sugere-se que sejam compiladas as demandas
específicas dos exportadores catarinenses e as dificuldades que impedem as demais empresas
do estado a iniciar-se na exportação e, em resposta, sejam implantados programas que
respondam especialmente a estas demandas. O desenvolvimento da cultura exportadora nos
empresários precisa ocorrer através da informação e da adoção de novas estratégias
competitivas pelo governo federal que priorizem a inserção de pequenas e médias empresas
do Brasil no comércio internacional.
25
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