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ANO XXVIII - 2017 - 2ª SEMANA DE JULHO DE 2017 BOLETIM INFORMARE Nº 28/2017 IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA GANHOS DE CAPITAL NA ALIENAÇÃO DE BENS E DIREITOS - REGRAS GERAIS APLICÁVEIS............................................ Pág. 437 SIMPLES NACIONAL SIMPLES NACIONAL SIMPLES NACIONAL SIMPLES NACIONAL PARCELAMENTO DOS DÉBITOS DEVIDOS PELO MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL - REGULAMENTAÇÃO PELA RFB ...................................................................................................................................................................................... Pág. 453

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Page 1: IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICAIMPOSTO DE RENDA … · 11.1 - Redução do Ganho de Capital em Função da Data de Aquisição 11.1.1 - Alienações Ocorridas Entre 16 de Junho de

ANO XXVIII - 2017 - 2ª SEMANA DE JULHO DE 2017

BOLETIM INFORMARE Nº 28/2017

IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICAIMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICAIMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICAIMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA GANHOS DE CAPITAL NA ALIENAÇÃO DE BENS E DIREITOS - REGRAS GERAIS APLICÁVEIS ............................................ Pág. 437

SIMPLES NACIONALSIMPLES NACIONALSIMPLES NACIONALSIMPLES NACIONAL PARCELAMENTO DOS DÉBITOS DEVIDOS PELO MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL - REGULAMENTAÇÃO

PELA RFB ...................................................................................................................................................................................... Pág. 453

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IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICAIMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICAIMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICAIMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA

GANHOS DE CAPITAL NA ALIENAÇÃO DE BENS E DIREITOS Regras Gerais Aplicáveis

Sumário 1. Introdução 2. Alcance da Tributação 2.1 - Contribuintes 2.2 - Rendimentos 2.2.1 - Rendimentos Não Alcançados 3. Não-Incidência 3.1 - Alienação do Único Imóvel 3.2 - Bens de Pequeno Valor 3.3 - Venda de Imóvel Residencial Para Compra de Outro 3.3.1 - Operações Realizadas à Prestação 3.3.2 - Operações Alcançadas Pela Isenção 3.3.3 - Inobservância Das Condições Estabelecidas - Exigência do Imposto 4. Conceito de Ganho de Capital 5. Valor de Alienação 6. Custo de Aquisição 6.1 - Bens ou Direitos de Contribuinte Desobrigado de Declarar 6.2 - Bens ou Direitos Adquiridos a Partir de 1996 6.3 - Imóvel Desmembrado 6.4 - Imóvel Adquirido em Permuta 6.5 - Bens ou Direitos Adquiridos em Partes 6.6 - Bens Adquiridos Por Meio de Concurso ou Sorteio 6.7 - Bens Comuns 6.8 - Arrendamento Mercantil 6.9 - Participações Societárias 7. Valores Que Podem Integrar o Custo de Aquisição 8. Custo a Considerar na Ausência de Valor Pago 9. Alienação de Imóvel Rural 9.1 - Imóveis Adquiridos Até 31.12.1996 9.2 - Imóveis Adquiridos a Partir de 01.01.1997 10. Sucessão e Dissolução da Sociedade Conjugal ou da Unidade Familiar 10.1 – Data da Aquisição 11. Regras a Observar no Caso de Alienação de Imóveis 11.1 - Redução do Ganho de Capital em Função da Data de Aquisição 11.1.1 - Alienações Ocorridas Entre 16 de Junho de 2005 e 13 de Outubro de 2005 11.1.2 - Alienações Ocorridas Entre 14 de Outubro e 30 de Novembro de 2005 11.1.3 - Alienações Ocorridas a Partir de 1º de Dezembro de 2005 11.1.4 - Alienação de Imóvel Constituído de Partes Adquiridas em Datas Diferentes 11.2 - Redução do Ganho de Capital Para Imóveis Adquiridos Até 31.12.1988 11.3 - Permuta de Imóveis Com Recebimento de Torna 11.4 - Desapropriação 11.5 - Imóvel Havido Por Herança Aberta Até 31.12.1988, Com Partilha Ocorrida Após Essa Data 12. Tributação do Ganho de Capital 12.1 - Base de Cálculo e Alíquota a Partir de 01 de Janeiro de 2017 12.1.1 - Utilização de Alíquotas Progressivas 12.2 - Tributação Definitiva 12.3 - Alienação a Prazo 12.3.1 - Juros na Alienação a Prazo 13. Pagamento do Imposto 13.1 - Contribuintes e Responsáveis 13.2 - Preenchimento do DARF 13.3 - Pagamento do Imposto 13.4 - Pagamento Fora de Prazo 14. Alienação de Bens Pelo Espólio 15. Programa Para Apuração do Ganho de Capital 1. INTRODUÇÃO Neste trabalho examinaremos as normas para tributação dos ganhos de capital percebidos por pessoas físicas na alienação de bens ou direitos, de acordo com o disposto na Instrução Normativa SRF nº 84/2001, com as alterações introduzidas pela Lei nº 11.196/2005, e pela Instrução Normativa SRF nº 599/2005, Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 3/2016, arts. 1º e 2º da Lei nº 13.259/2016, e outras fontes citadas no texto. 2. ALCANCE DA TRIBUTAÇÃO 2.1 – Contribuintes São contribuintes do Imposto de Renda, incidente sobre ganhos de capital, as pessoas físicas, residentes:

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a) no Brasil, que aufiram ganho de capital na alienação, a qualquer título, de bens ou direitos, localizados no País ou no Exterior, quando adquiridos em reais; b) no Exterior, que aufiram ganho de capital na alienação, a qualquer título, de bens ou direitos localizados no Brasil, observados os acordos ou tratados celebrados com o país de residência do contribuinte. Neste caso, o contribuinte do imposto é o espólio, o doador ou o ex-cônjuge ou ex-convivente a quem for atribuído o bem ou direito objeto da tributação. 2.2 – Rendimentos Estão sujeitos ao pagamento do Imposto de Renda as pessoas físicas que auferirem ganhos de capital: a) na alienação, a qualquer título, de bens ou direitos ou cessão ou promessa de cessão de direitos à sua aquisição, tais como as realizadas por compra e venda, permuta, adjudicação, desapropriação, dação em pagamento, procuração em causa própria, promessa de compra e venda, cessão de direitos ou promessa de cessão de direitos e contratos afins; b) na transferência a herdeiros e legatários na sucessão causa mortis, a donatários na doação, inclusive em adiantamento da legítima, ou atribuição a ex-cônjuge ou ex-convivente, na dissolução da sociedade conjugal ou união estável, de direito de propriedade de bens e direitos adquiridos por valor superior àquele pelo qual constavam na Declaração de Ajuste Anual do de cujus, do doador, do ex-cônjuge ou ex-convivente que os tenha transferido. 2.2.1 - Rendimentos Não Alcançados O regime de tributação mencionado não alcança os ganhos de capital percebidos por pessoas físicas, decorrentes de operações realizadas: a) em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas; b) com ouro, ativo financeiro; c) em mercados de liquidação futura fora de bolsa. 3. NÃO-INCIDÊNCIA Não incide o imposto sobre o ganho de capital decorrente de: a) indenização do valor do imóvel rural na desapropriação para fins de reforma agrária, observando-se que a parcela da indenização, correspondente às benfeitorias, deverá ser computada como receita da atividade rural se o respectivo valor houver sido deduzido como custo ou despesa; b) indenização por liquidação de sinistro, furto ou roubo, relativo ao objeto segurado; c) restituição de participação no capital social mediante a entrega à pessoa física, pela pessoa jurídica, de bens e direitos de seu ativo, avaliados pelo valor de mercado; d) permuta, sem torna, de unidades imobiliárias, efetuada com as normas examinadas no item, observando-se que a exclusão aplica-se: d.1) exclusivamente às permutas de unidade imobiliária por unidade imobiliária; d.2) às operações de permuta realizadas por contrato particular, desde que a escritura pública correspondente, quando lavrada, seja de permuta; d.3) na permuta de unidades imobiliárias com torna, o ganho de capital será apurado exclusivamente em relação à torna; e) permuta, caracterizada com a entrega, pelo licitante vencedor, de títulos da dívida pública federal, estadual, do Distrito Federal e municipal, ou de outros créditos contra a União, como contrapartida à aquisição das ações ou quotas leiloadas no âmbito dos respectivos programas de desestatização;

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f) a partir de 01.01.2002, na hipótese de doação de livros, objetos fonográficos ou iconográficos, obras audiovisuais e obras de arte, para os quais seja atribuído valor de mercado, efetuada por pessoa física a órgãos públicos, autarquias, fundações públicas ou entidades civis sem fins lucrativos, desde que os bens doados sejam incorporados ao acervo de museus, bibliotecas ou centros de pesquisa ou ensino, no Brasil, com acesso franqueado ao público em geral: f.1) o doador deverá considerar como valor de alienação o constante em sua declaração de bens; f.2) o donatário registrará os bens recebidos pelo valor atribuído no documento de doação. 3.1 - Alienação do Único Imóvel Não está sujeita à apuração do ganho de capital a alienação, por valor igual ou inferior a R$ 440.000,00 (quatrocentos e quarenta mil reais), do único imóvel que o titular possua, individualmente, em condomínio ou em comunhão, desde que, nos últimos 5 (cinco) anos, não tenha efetuado alienação de imóvel, a qualquer título, tributada ou não, observando-se que: a) a exclusão aplica-se ao ganho de capital decorrente da alienação de qualquer bem imóvel, independentemente de se tratar de terreno, terra-nua, casa ou apartamento, ser residencial, comercial ou de lazer, e estar localizado em zona urbana ou rural; b) o limite de R$ 440.000,00 (quatrocentos e quarenta mil reais) será considerado em relação: b.1) à parte de cada condômino ou co-proprietário, no caso de bens possuídos em condomínio; b.2) ao imóvel possuído em comunhão, no caso de sociedade conjugal. 3.2 - Bens de Pequeno Valor Desde 16 de junho de 2005, é isento do Imposto de Renda o ganho de capital auferido na alienação de bens e direitos de pequeno valor, cujo preço unitário de alienação, no mês em que esta se realizar, seja igual ou inferior a: a) R$ 20.000,00 (vinte mil reais), no caso de alienação de ações negociadas no mercado de balcão; b) R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), nos demais casos. Os limites de isenção acima serão considerados em relação: a) ao bem ou ao valor do conjunto dos bens ou direitos da mesma natureza, alienados em um mesmo mês; considerando-se como da mesma natureza os bens ou direitos que guardam as mesmas características entre si, como: automóveis e motos, imóvel urbano e terra-nua, quadros e esculturas; b) à parte de cada condômino ou co-proprietário, no caso de bens possuídos em condomínio; c) cada um dos bens ou direitos possuídos em comunhão e ao valor do conjunto dos bens ou direitos da mesma natureza, alienados em um mesmo mês, no caso de sociedade conjugal; 3.3 - Venda de Imóvel Residencial Para Compra de Outro Fica isento do Imposto de Renda o ganho auferido por pessoa física residente no País na venda de imóveis residenciais, desde que o alienante, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias contado da celebração do contrato, aplique o produto da venda na aquisição, em seu nome, de imóveis residenciais localizados no País, observado o seguinte: a) no caso de venda de mais de um imóvel, o prazo de 180 (cento e oitenta) dias será contado a partir da data de celebração do contrato relativo à primeira operação; Nota: nesta hipótese, estarão isentos somente os ganhos de capital auferidos nas vendas de imóveis residenciais anteriores à primeira aquisição de imóvel residencial. b) a aplicação parcial do produto da venda implicará tributação do ganho proporcionalmente ao valor da parcela não aplicada;

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c) no caso de aquisição de mais de um imóvel, a isenção aplicar-se-á ao ganho de capital correspondente apenas à parcela empregada na aquisição de imóveis residenciais; d) a opção pela isenção é irretratável e o contribuinte deverá informá-la no respectivo Demonstrativo da Apuração dos Ganhos de Capital da Declaração de Ajuste Anual; e) o contribuinte somente poderá usufruir deste benefício, uma vez a cada 5 (cinco) anos, contados a partir da data da celebração do contrato relativo à operação de venda com o referido benefício ou, no caso de venda de mais de um imóvel residencial, à primeira operação de venda com o referido benefício; f) não integram o produto da venda, para efeito do valor a ser utilizado na aquisição de outro imóvel residencial, as despesas de corretagem pagas pelo alienante; g) considera-se imóvel residencial a unidade construída em zona urbana ou rural para fins residenciais, segundo as normas disciplinadoras das edificações da localidade em que se situar. 3.3.1 - Operações Realizadas à Prestação Relativamente às operações realizadas à prestação, aplica-se a isenção mencionada no subitem 3.3, observado o seguinte: a) nas vendas à prestação e nas aquisições à vista, à soma dos valores recebidos dentro do prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data da celebração do primeiro contrato de venda e até a(s) data(s) da(s) aquisição(ões) do(s) imóvel(is) residencial(is); b) nas vendas à vista e nas aquisições à prestação, aos valores recebidos à vista e utilizados nos pagamentos dentro do prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data da celebração do primeiro contrato de venda; c) nas vendas e aquisições à prestação, à soma dos valores recebidos e utilizados para o pagamento das prestações, ambos dentro do prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data da celebração do primeiro contrato de venda. 3.3.2 - Operações Alcançadas Pela Isenção A isenção do Imposto de Renda sobre o ganho auferido por pessoa física residente no País na venda de imóveis residenciais, na forma examinada no subitem 3.3, aplica-se, inclusive: a) aos contratos de permuta de imóveis residenciais; b) à venda ou aquisição de imóvel residencial em construção ou na planta. A isenção do imposto não se aplica, dentre outros: a) à hipótese de venda de imóvel residencial com o objetivo de quitar, total ou parcialmente, débito remanescente de aquisição a prazo ou à prestação de imóvel residencial já possuído pelo alienante; b) à venda ou aquisição de terreno; c) à aquisição somente de vaga de garagem ou de boxe de estacionamento. 3.3.3 - Inobservância Das Condições Estabelecidas - Exigência do Imposto A inobservância das condições estabelecidas para gozo da isenção importará em exigência do imposto com base no ganho de capital, acrescido de: a) juros de mora, calculados a partir do segundo mês subseqüente ao do recebimento do valor ou de parcela do valor do imóvel vendido; e b) multa de ofício ou de mora calculada a partir do primeiro dia útil do segundo mês seguinte ao do recebimento do valor ou de parcela do valor do imóvel vendido, se o imposto não for pago até 30 (trinta) dias após o prazo de 180 (cento e oitenta) dias. 4. CONCEITO DE GANHO DE CAPITAL

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Considera-se ganho de capital a diferença positiva entre o valor de alienação de bens ou direitos e o respectivo custo de aquisição. O prejuízo apurado em uma alienação não pode ser compensado com ganhos obtidos em outra, ainda que no mesmo mês. 5. VALOR DE ALIENAÇÃO Considera-se valor de alienação: a) o preço efetivo da operação de venda ou de cessão de direitos; b) o valor de mercado, nas operações não expressas em dinheiro; c) no caso de bens ou direitos vinculados a qualquer espécie de financiamento ou a consórcios, em que o saldo devedor é transferido para o adquirente, o valor efetivamente recebido, desprezado o valor da dívida transferida; d) no caso de bens em condomínio, a parcela do preço que couber a cada condômino ou co-proprietário; e) no caso de permuta com recebimento de torna, o valor da torna; f) os valores recebidos a título de reajuste, no caso de pagamento parcelado, qualquer que seja sua designação, a exemplo de juros e reajuste de parcelas, não compõem o valor de alienação, devendo ser tributados à medida de seu recebimento, na fonte ou mediante o recolhimento mensal obrigatório (Carnê-Leão), quando a alienação for para pessoa jurídica ou para pessoa física, respectivamente, e na Declaração de Ajuste Anual; g) o valor da corretagem, quando suportado pelo alienante, é deduzido do valor da alienação e, quando se tratar de venda a prazo, com diferimento da tributação, a dedução far-se-á sobre o valor da parcela do preço recebida no mês do pagamento da referida corretagem. 6. CUSTO DE AQUISIÇÃO Considera-se custo dos bens ou direitos o valor de aquisição expresso em reais. O custo de aquisição dos bens e direitos adquiridos ou as parcelas pagas até 31 de dezembro de 1991, avaliados pelo valor de mercado para essa data e informados na Declaração de Ajuste Anual do exercício 1992, ano-calendário 1991, de acordo com o art. 96 da Lei nº 8.383/1991, é esse valor atualizado até 1º de janeiro de 1996. Esse tratamento se aplica na hipótese de contribuinte desobrigado de apresentar a declaração do exercício 1992, ano-calendário 1991, e seguintes. No caso de bens ou direitos adquiridos ou de parcelas pagas até 31 de dezembro de 1991, não avaliados a valor de mercado, e dos bens e direitos adquiridos ou das parcelas pagas entre 1º de janeiro de 1992 e 31 de dezembro de 1995, o custo corresponde ao valor de aquisição ou das parcelas pagas até 31 de dezembro de 1995, atualizado mediante a utilização da Tabela de Atualização do Custo de Bens e Direitos, constante no subitem 6.1 abaixo. O custo dos bens e direitos adquiridos ou das parcelas pagas a partir de 1º de janeiro de 1996 não está sujeito à atualização. 6.1 - Bens ou Direitos de Contribuinte Desobrigado de Declarar Caso o contribuinte tenha ficado desobrigado de apresentar a Declaração de Ajuste Anual, o custo dos bens e direitos adquiridos ou das parcelas pagas até 31 de dezembro de 1995 será atualizado mediante a utilização da Tabela de Atualização do Custo de Bens e Direitos abaixo reproduzida, aprovada pela Instrução Normativa SRF nº 84/2001: Tabela de Atualização do Custo de Bens e Direitos Índices para valores expressos em Reais

1995 1994 JAN 0,8166 - FEV 0,8166 -

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MAR 0,8166 - ABR 0,8521 - MAI 0,8521 - JUN 0,8521 - JUL 0,9128 0,6779 AGO 0,9128 0,7133 SET 0,9128 0,7490 OUT 0,9596 0,7612 NOV 0,9596 0,7757 DEZ 0,9596 0,7986

Índices para valores expressos em Cruzeiros Reais

1994 1993 JAN 226,5838 - FEV 315,3373 - MAR 440,5213 - ABR 632,7260 - MAI 893,7251 - JUN 1288,8379 - JUL - - AGO - 51,6351 SET - 68,1549 OUT - 91,5892 NOV - 123,7963 DEZ - 165,7657

Índices para valores expressos em Cruzeiros

1993 1992 1991 1990 JAN 8944,793 720,4779 151,5152 - FEV 11580,825 904,9234 182,1368 - MAR 14675,226 1141,1126 203,6121 33,2962 ABR 18484,916 1392,4943 213,8125 48,2139 MAI 23538,699 1668,6256 228,0957 52,0084 JUN 30320,200 2059,9131 252,7992 56,9759 JUL 39519,343 2539,2543 283,4891 64,3374 AGO - 3072,7525 327,7542 72,0781 SET - 3783,7818 378,9461 81,2750 OUT - 4666,5380 458,8306 92,8152 NOV - 5855,5690 580,3260 107,2754 DEZ - 7243,3329 720,4779 126,9078

Índices para valores expressos em Cruzados Novos

1990 1989 JAN 10,4555 0,5515 FEV 18,0650 0,7235 MAR 33,2962 0,9447 ABR - 1,0319 MAI - 1,1073 JUN - 1,2175 JUL - 1,5198 AGO - 1,9569 SET - 2,5313 OUT - 3,4411 NOV - 4,7359 DEZ - 6,6974

Índices para valores expressos em Cruzados

1989 1988 1987 1986 JAN 551,4563 53,3508 11,6159 - FEV - 62,1608 13,5700 -

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MAR - 73,3269 16,2312 9,5095 ABR - 85,0644 18,5873 9,4946 MAI - 101,4610 22,4835 9,5735 JUN - 119,5108 27,7523 9,7067 JUL - 142,8467 32,7552 9,8306 AGO - 177,1870 33,7538 9,9471 SET - 213,7898 35,9000 10,1142 OUT - 265,1106 37,9401 10,2889 NOV - 337,3606 41,4237 10,4843 DEZ - 428,1914 46,7426 10,8289

Índices para valores expressos em Cruzeiros

1986 1985 1984 1983 1982 1981 1980 JAN 7154,2187 2183,6293 674,4178 260,1557 129,9540 66,0034 43,6003 FEV 8315,5785 2458,7760 740,5248 275,7534 136,4509 69,3049 45,4306 MAR - 2709,5023 831,6084 294,2330 143,2689 73,8098 47,1142 ABR - 3053,5621 914,7541 320,7264 150,4332 78,4588 48,8560 MAI - 3414,8122 996,2060 349,5961 158,7074 83,1659 50,6635 JUN - 3756,5968 1084,8627 377,5557 167,4391 88,1562 52,3851 JUL - 4102,4262 1184,6931 407,0068 176,6409 93,4447 54,0611 AGO - 4414,8861 1306,7699 443,6374 187,2433 99,0493 55,7928 SET - 4775,8834 1445,1775 481,3550 200,3535 104,7954 57,5801 OUT - 5210,4453 1596,9328 527,0864 214,3738 110,7690 59,3067 NOV - 5679,6407 1798,1611 578,2024 229,3774 117,0890 61,2027 DEZ - 6311,1332 1976,1064 626,7905 244,2900 123,5304 63,1619

Índices para valores expressos em Cruzeiros

1979 1978 1977 1976 1975 1974 1973 JAN 29,2084 21,3001 16,4143 11,9172 9,5414 7,2055 6,3339 FEV 29,8682 21,7498 16,6979 12,1465 9,6870 7,2814 6,3966 MAR 30,5634 22,2542 17,0275 12,4178 9,8475 7,3903 6,4636 ABR 31,3269 22,8280 17,4136 12,7125 10,0326 7,4834 6,5414 MAI 32,4999 23,4947 17,9159 13,0338 10,2326 7,6057 6,6165 JUN 33,7411 24,2103 18,4925 13,4216 10,4684 7,7675 6,7004 JUL 34,8635 24,9399 19,1083 13,8178 10,6598 8,0259 6,7748 AGO 35,8141 25,7021 19,6192 14,1709 10,8421 8,3790 6,8354 SET 36,8430 26,4150 20,0212 14,5653 11,0112 8,7785 6,8926 OUT 38,3244 27,1051 20,3021 15,0451 11,2347 9,1073 6,9596 NOV 40,0813 27,7498 20,5837 15,5871 11,4786 9,3040 7,0071 DEZ 41,8914 28,4601 20,8908 16,0593 11,7210 9,4213 7,0670

Índices para valores expressos em Cruzeiros

1972 1971 1970 JAN 5,4984 4,5142 - FEV 5,5644 4,5974 - MAR 5,6387 4,6581 - ABR 5,7032 4,7046 - MAI 5,7790 4,7592 4,0291 JUN 5,8763 4,8272 4,0665 JUL 5,9817 4,9228 4,1292 AGO 6,0677 5,0211 4,1656 SET 6,1185 5,1265 4,2051 OUT 6,1625 5,2383 4,2551 NOV 6,2214 5,3437 4,3345 DEZ 6,2626 5,4314 4,4275

Índices para valores expressos em Cruzeiros Novos

1970 1969 1968 1967 JAN 3,7849 3,1835 2,5454 - FEV 3,8699 3,2416 2,5899 2,1254

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IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – JULHO - 28/2017 444

MAR 3,9477 3,2988 2,6276 2,1700 ABR 3,9922 3,3453 2,6660 2,2021 MAI 4,0291 3,3971 2,7161 2,2353 JUN - 3,4391 2,7884 2,2754 JUL - 3,4856 2,8680 2,3397 AGO - 3,5096 2,9322 2,3988 SET - 3,5357 2,9858 2,4355 OUT - 3,5678 3,0280 2,4471 NOV - 3,6259 3,0735 2,4640 DEZ - 3,7017 3,1236 2,4989

Índices para valores expressos em Cruzeiros

1967 1966 1965 1964 1963 1962 1961 JAN 2076,2149 1483,6788 1009,9330 558,5094 256,9452 155,9645 111,5376 FEV 2125,4097 1523,8739 1009,9330 594,2552 279,4696 159,1750 110,2887 MAR - 1546,2213 1009,9330 633,6666 301,2861 161,2328 111,8940 ABR - 1572,9675 1197,6364 662,4604 307,2775 163,2881 117,0789 MAI - 1633,8163 1197,6364 686,7544 325,9594 170,3513 117,8019 JUN - 1706,2180 1197,6364 724,3962 352,1241 176,2466 119,4906 JUL - 1775,9147 1358,4926 775,6892 366,1544 184,7356 119,6701 AGO - 1825,9437 1358,4926 806,2526 387,7940 190,7269 125,5780 SET - 1877,7928 1403,1875 847,1808 417,4727 196,8042 130,8438 OUT - 1931,4115 1421,0351 893,7465 449,3759 202,9725 143,5394 NOV - 1982,4011 1434,4588 893,7465 473,0632 220,7569 148,6308 DEZ - 2027,9303 1456,8062 893,7465 514,5476 233,4550 151,0425

Índices para valores expressos em Cruzeiros

1960 1959 1958 1957 1956 1955 1954 JAN 84,6372 62,4743 51,6570 48,8888 39,3255 35,2149 26,9914 FEV 87,9463 66,7643 51,3916 49,1568 39,8614 34,8560 27,4186 MAR 89,1067 67,1207 51,3916 49,0658 40,4858 35,1239 27,7953 ABR 90,0016 68,8195 51,9275 48,4414 41,2012 35,9278 28,5107 MAI 90,0016 69,9799 52,6404 48,5299 42,0961 35,5714 29,0466 JUN 90,3580 70,8748 52,6404 48,4414 43,2565 35,9278 30,0300 JUL 92,0568 71,5902 52,9109 49,0658 43,8834 36,5548 30,9224 AGO 96,2609 75,0763 54,2507 49,9607 44,7758 37,3587 31,3699 SET 99,8279 77,2201 55,5906 49,8722 45,5797 38,2536 32,0853 OUT 104,6538 78,9189 57,8253 49,7812 46,5631 38,6985 32,4417 NOV 107,2476 81,5101 60,6870 50,4966 46,7426 39,0575 33,3366 DEZ 109,2194 82,8524 60,4165 51,3006 46,6541 39,5024 34,2315

Índices para valores expressos em Cruzeiros

1953 1952 1951 1950 1949 1948 1947 JAN 23,5060 22,3444 18,1431 15,3730 14,6573 13,7644 12,7813 FEV 23,6845 21,8975 18,4116 15,1042 14,7475 14,3006 12,8703 MAR 23,6845 21,7190 18,7693 14,8368 14,7475 14,2104 12,9595 ABR 23,3276 22,1649 19,3055 14,6573 14,8368 14,0319 12,8703 MAI 23,2383 21,9867 19,6625 14,7475 14,5681 13,9429 12,9595 JUN 23,5953 21,9867 19,5732 14,9260 14,5681 14,1211 12,9595 JUL 26,0080 22,5229 19,3055 15,4622 14,7475 14,0319 12,8703 AGO 25,8285 22,7011 19,6625 15,9984 14,9260 14,3006 12,7813 SET 25,9170 22,3444 19,8417 16,2669 15,1935 14,3006 12,8703 OUT 26,0965 22,7011 20,5564 16,9815 15,2837 14,3006 13,0487 NOV 26,7234 23,3276 20,9143 17,3392 15,5515 14,3006 13,4064 DEZ 26,9914 23,3276 21,3613 17,6962 15,5515 14,2104 13,4957

Índices para valores expressos em Cruzeiros

1946 1945 1944 1943 1942 JAN 11,1717 9,7424 8,4013 7,0607 - FEV 11,1717 9,9209 8,4013 7,1499 -

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IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – JULHO - 28/2017 445

MAR 11,3509 9,9209 8,4013 7,2394 - ABR 11,5294 9,9209 8,6695 7,3289 - MAI 11,6187 10,1886 8,6695 7,4181 - JUN 11,9764 10,3678 8,7587 7,5076 - JUL 12,1548 10,7255 8,9375 7,5969 - AGO 12,3341 10,5463 9,1162 7,6864 - SET 12,3341 10,6355 9,2952 7,7756 - OUT 12,5126 10,8148 9,2952 7,8651 - NOV 12,4233 10,8148 9,2952 7,9543 6,7925 DEZ 12,5126 10,9040 9,2952 8,1333 7,0607

Índices para valores expressos em Mil-Réis

1942 1941 1940 1939 1938 JAN 5,7201 5,1836 4,9157 4,6475 4,6475 FEV 5,8093 5,1836 4,9157 4,6475 4,6475 MAR 5,8988 5,2731 4,9157 4,6475 4,6475 ABR 5,9881 5,2731 4,9157 4,6475 4,6475 MAI 6,0775 5,3624 5,0049 4,7370 4,6475 JUN 6,2563 5,3624 5,0049 4,7370 4,6475 JUL 6,3455 5,4519 5,0049 4,7370 4,6475 AGO 6,4350 5,4519 5,0944 4,7370 4,6475 SET 6,5245 5,5414 5,0944 4,8262 4,6475 OUT 6,7032 5,5414 5,0944 4,8262 4,6475 NOV - 5,6306 5,0944 4,8262 4,6475 DEZ - 5,7201 5,1836 4,9157 4,6475

Para encontrar o valor atualizado do bem em 31.12.1995, basta dividir o valor original da aquisição pelo índice correspondente ao mês e ano da aquisição ou pagamento das parcelas. Ressalte-se que o custo dos bens e direitos adquiridos ou das parcelas pagas a partir de 1º de janeiro de 1996 não está sujeito à atualização. 6.2 - Bens ou Direitos Adquiridos a Partir de 1996 Considera-se custo dos bens ou direitos adquiridos a partir de 1º de janeiro de 1996 o valor pago, nas operações à vista, ou a soma das parcelas pagas, no caso de bens ou direitos adquiridos em prestações ou financiados, inclusive por intermédio do Sistema Financeiro da Habitação ou por consórcios, constante do instrumento de aquisição. 6.3 - Imóvel Desmembrado Quando o imóvel for desmembrado do todo, o custo de aquisição deve ser apurado na proporção que a área alienada representar em relação à área total do imóvel. 6.4 - Imóvel Adquirido em Permuta Considera-se custo de aquisição de imóvel adquirido por permuta com outro imóvel o valor do imóvel dado em permuta: a) acrescido da torna paga, se for o caso; b) diminuído do valor correspondente à diferença entre a torna recebida e o ganho de capital relativo à essa torna, apurado na forma demonstrada no subitem 11.3. 6.5 - Bens ou Direitos Adquiridos em Partes Considera-se custo de aquisição, no caso de bens ou direitos adquiridos em partes, o somatório dos valores correspondentes a cada parte adquirida. 6.6 - Bens Adquiridos Por Meio de Concurso ou Sorteio

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IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – JULHO - 28/2017 446

No caso de bens recebidos por meio de concursos ou sorteios de qualquer espécie, constitui custo de aquisição o valor de mercado do prêmio, utilizado como base de cálculo do Imposto de Renda incidente na fonte, acrescido do valor do Imposto de Renda. 6.7 - Bens Comuns Nas alienações de bens comuns, decorrentes do regime de casamento, o ganho de capital será apurado em relação ao bem como um todo. 6.8 - Arrendamento Mercantil No caso de bens adquiridos por meio de arrendamento mercantil, considera-se custo de aquisição a soma dos valores pagos a título de arrendamento, acrescida do valor residual do bem. 6.9 - Participações Societárias Na hipótese de integralização de capital mediante a entrega de bens ou direitos, considera-se custo de aquisição da participação adquirida o valor dos bens ou direitos transferidos, constante na Declaração de Ajuste Anual ou o seu valor de mercado, observado o seguinte: a) se a transferência não se fizer pelo valor constante na Declaração de Ajuste Anual, a diferença a maior é tributável como ganho de capital; b) no caso de ações ou quotas recebidas em bonificação, em virtude de incorporação de lucros ou reservas ao capital social da pessoa jurídica, considera-se custo de aquisição da participação o valor do lucro ou reserva capitalizado que corresponder ao acionista ou sócio, independentemente da forma de tributação adotada pela empresa; c) para efeito de apuração de ganho de capital na alienação de participações societárias, o custo de aquisição das ações ou quotas é apurado pela média ponderada dos custos unitários, por espécie, desses títulos; d) o custo médio ponderado de cada ação ou quota: d.1) é igual ao resultado da divisão do valor total de aquisição das ações ou quotas em estoque pela quantidade total de ações ou quotas em estoque, inclusive bonificadas; d.2) multiplicado pela quantidade de ações ou quotas alienadas, constitui o custo de aquisição para efeito da apuração do ganho de capital; d.3) multiplicado pelo número de ações ou quotas remanescente, constitui o valor do estoque desses títulos; e) a cada aquisição ou baixa devem ser ajustadas as quantidades em estoque e os custos total e médio ponderado, por espécie, das ações ou quotas. 7. VALORES QUE PODEM INTEGRAR O CUSTO DE AQUISIÇÃO Podem integrar o custo de aquisição, quando comprovados com documentação hábil e idônea e discriminados na Declaração de Ajuste Anual, no caso de: a) bens imóveis: a.1) os dispêndios com a construção, ampliação e reforma, desde que os projetos tenham sido aprovados pelos órgãos municipais competentes, e com pequenas obras, tais como pintura, reparos em azulejos, encanamentos, pisos, paredes; a.2) os dispêndios com a demolição de prédio construído no terreno, desde que seja condição para se efetivar a alienação; a.3) as despesas de corretagem referentes à aquisição do imóvel vendido, desde que tenha suportado o ônus; a.4) os dispêndios pagos pelo proprietário do imóvel com a realização de obras públicas, tais como colocação de meio-fio, sarjetas, pavimentação de vias, instalação de redes de esgoto e de eletricidade que tenham beneficiado o imóvel;

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IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE – JULHO - 28/2017 447

a.5) o valor do imposto de transmissão pago pelo alienante na aquisição do imóvel; a.6) o valor da contribuição de melhoria; a.7) os juros e demais acréscimos pagos para a aquisição do imóvel; a.8) o valor do laudêmio pago, etc.; b) outros bens ou direitos: os dispêndios realizados com a conservação e reparos, a comissão ou a corretagem quando não transferido o ônus ao adquirente, os juros e demais acréscimos pagos, etc. 8. CUSTO A CONSIDERAR NA AUSÊNCIA DE VALOR PAGO Na ausência do valor pago, o custo de aquisição é: a) o valor que tenha servido de base para o cálculo do Imposto de Importação, acrescido do valor dos tributos e das despesas de desembaraço aduaneiro; b) o valor de transmissão utilizado, na aquisição, para cálculo do ganho de capital do alienante anterior; c) o valor corrente na data da aquisição; d) igual a 0 (zero), quando não possa ser determinado nos termos das letras “a”, “b” e “c” acima. 9. ALIENAÇÃO DE IMÓVEL RURAL 9.1 - Imóveis Adquiridos Até 31.12.1996 Para os imóveis rurais adquiridos até 31.12.1996, aplicam-se as regras para apuração do ganho de capital vigentes antes da edição da Lei nº 9.393/1996. O custo de aquisição, como regra geral, deve ser, conforme o caso, o valor de mercado ou o valor pago, constante na Declaração de Bens e Direitos. O valor de alienação, em todos os casos, é o valor efetivo da transação. 9.2 - Imóveis Adquiridos a Partir de 01.01.1997 Com o advento da Lei nº 9.393/1996, passam a ser considerados como custo de aquisição e valor de alienação do imóvel rural o valor da terra-nua (VTN), declarado no Documento de Informação e Apuração do ITR (DIAT), respectivamente nos anos da ocorrência de sua aquisição e de sua alienação. Caso não se possa apurar um dos VTN, deve-se proceder ao cálculo do ganho de capital com base nos valores reais da transação (Lei nº 9.393/ 1996, art. 19). Observe-se que se as benfeitorias tiverem sido deduzidas como despesa de custeio na apuração da determinação da base de cálculo do imposto da atividade rural, o valor de alienação referente a elas será tributado como receita da atividade rural, caso contrário integram o custo de aquisição para efeito de determinação do ganho de capital. Assim sendo: a) inexistindo VTN de aquisição ou alienação, o ganho de capital é a diferença entre o valor total recebido na alienação (terra-nua mais benfeitorias) e o custo de aquisição, representado pela soma do custo de aquisição da terra-nua às despesas com benfeitorias; b) existindo VTN de aquisição e alienação, o ganho de capital é determinado pela diferença entre o VTN do ano de alienação somado ao valor recebido pelas benfeitorias menos o VTN do ano de aquisição somado ao custo das benfeitorias {GC = VTN alienação + valor recebido pelas benfeitorias - (VTN aquisição + valor pago pelas benfeitorias)}. 10. SUCESSÃO E DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE CONJUGAL OU DA UNIDADE FAMILIAR Na transferência de propriedade de bens e direitos, por sucessão causa mortis, a herdeiros e legatários; por doação, inclusive em adiantamento da legítima, ao donatário; bem assim na atribuição de bens e direitos a cada ex-cônjuge ou ex-convivente, na hipótese de dissolução da sociedade conjugal ou união estável, os bens e

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direitos são avaliados a valor de mercado ou considerados pelo valor constante na Declaração de Ajuste Anual do de cujus, doador, ex-cônjuge ou ex-convivente declarante, antes da dissolução da sociedade conjugal ou união estável, observado o seguinte: a) nos casos em que o de cujus, doador, ex-cônjuge ou ex-convivente não houver apresentado Declaração de Ajuste Anual, por não se enquadrar nas condições de obrigatoriedade estabelecidas pela legislação tributária, a avaliação deve ser realizada em função do custo de aquisição, conforme o disposto no item 6; b) o valor relativo à opção por qualquer dos critérios de avaliação, que independe da avaliação adotada para efeito da partilha ou do pagamento do imposto de transmissão, deve ser informado na declaração: b.1) final de espólio e na declaração do herdeiro ou legatário, correspondente ao ano-calendário da transmissão; b.2) do doador e donatário, correspondente ao ano-calendário do recebimento da doação; b.3) do ex-cônjuge ou ex-convivente a quem foi atribuído o bem, correspondente ao ano-calendário da dissolução da sociedade conjugal ou união estável; c) se a transferência for efetuada por valor superior ao constante na Declaração de Ajuste Anual ou do custo de aquisição, a diferença a maior constitui ganho de capital tributável; d) na hipótese da letra “c” acima, o inventariante, no caso de espólio, o doador ou o ex-cônjuge ou ex-convivente a quem for atribuído o bem ou direito deve preencher o Demonstrativo de Apuração do Ganho de Capital e anexá-lo à Declaração Final de Espólio ou à Declaração de Ajuste Anual do ano-calendário da doação ou da dissolução da sociedade conjugal ou união estável, conforme o caso; e) na apuração de ganho de capital em virtude de posterior alienação dos bens e direitos, é considerado como custo de aquisição o valor a que se refere a letra “b” acima; f) para efeito de comprovação do custo, constante na Declaração de Ajuste Anual, é efetuada por meio de: f.1) Declaração Final de Espólio, no caso de transmissão causa mortis; f.2) Declaração de Ajuste Anual do doador, na doação, ou do ex-cônjuge ou ex-convivente declarante, na dissolução da sociedade conjugal ou da união estável, ou do documento comprobatório da aquisição, se o doador, ex-cônjuge ou ex-convivente estiver desobrigado da apresentação da declaração; f.3) Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF) relativo ao pagamento do imposto quando a avaliação houver sido efetuada por valor superior ao constante na última Declaração de Ajuste Anual do de cujus, do doador ou ex-cônjuge declarante, conforme o caso; g) na cessão de direitos hereditários, cabe ao cedente apurar, em seu nome, o ganho de capital, considerando como custo de aquisição da parte cedida o valor que, proporcionalmente, lhe couber na partilha, constante na última Declaração de Ajuste Anual do de cujus. 10.1 – Data da Aquisição Considera-se data de aquisição: a) a da abertura da sucessão, na transferência causa mortis, inclusive na hipótese de cessão de direitos hereditários; b) a data da transferência do bem, na doação; c) na meação por morte, na dissolução da sociedade conjugal ou união estável: c.1) a do instrumento original, se se tratar de bens ou direitos preexistentes à sociedade conjugal ou união estável, se pertencentes ao alienante; c.2) a do casamento, se pertencentes ao outro cônjuge e o regime for de comunhão de bens; c.3) a da aquisição, se adquiridos na constância da sociedade conjugal ou união estável;

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d) a da sentença, na partilha ou sobrepartilha decorrente da dissolução da sociedade conjugal ou união estável, para os bens e direitos havidos fora da meação ou da divisão do condomínio. 11. REGRAS A OBSERVAR NO CASO DE ALIENAÇÃO DE IMÓVEIS 11.1 - Redução do Ganho de Capital em Função da Data de Aquisição Desde 16 de junho de 2005, para a apuração da base de cálculo do imposto sobre a renda incidente sobre o ganho de capital por ocasião da alienação, a qualquer título, de bens imóveis realizada por pessoa física residente no País, serão aplicados fatores de redução (FR, FR1 e FR2) do ganho de capital apurado. 11.1.1 - Alienações Ocorridas Entre 16 de Junho de 2005 e 13 de Outubro de 2005 Nas alienações ocorridas entre 16 de junho de 2005 e 13 de outubro de 2005, a base de cálculo do imposto corresponderá à multiplicação do ganho de capital pelo fator de redução, que será determinado pela fórmula FR = 1/1,0035 m, onde “m” corresponde ao número de meses-calendário, ou fração, decorridos entre o mês de janeiro de 1996 ou a data de aquisição do imóvel, se posterior, e o mês de sua alienação. 11.1.2 - Alienações Ocorridas Entre 14 de Outubro e 30 de Novembro de 2005 Nas alienações ocorridas entre 14 de outubro de 2005 e 30 de novembro de 2005, a base de cálculo do imposto corresponderá à multiplicação do ganho de capital pelo fator de redução, que será determinado pela fórmula FR1 = 1/1,0060 m1, onde “m1” corresponde ao número de meses-calendário, ou fração, decorridos entre o mês de janeiro de 1996 ou a data de aquisição do imóvel, se posterior, e o mês de sua alienação. 11.1.3 - Alienações Ocorridas a Partir de 1º de Dezembro de 2005 Nas alienações ocorridas a partir de 1º de dezembro de 2005, a base de cálculo do imposto corresponderá à multiplicação do ganho de capital pelo fator de redução, que será determinado pelas seguintes fórmulas: a) FR1 = 1/1,0060m1, onde “m1” corresponde ao número de meses-calendário, ou fração, decorridos entre o mês de janeiro de 1996 ou a data de aquisição do imóvel, se posterior, e o mês de novembro de 2005, para imóveis adquiridos até o mês de novembro de 2005; e b) FR2 = 1/1,0035m2, onde “m2” corresponde ao número de meses-calendário, ou fração, decorridos entre o mês de dezembro de 2005, ou o mês da aquisição do imóvel, se posterior, e o de sua alienação. 11.1.4 - Alienação de Imóvel Constituído de Partes Adquiridas em Datas Diferentes Na alienação em conjunto de imóvel constituído de partes adquiridas em datas diferentes, a redução aplica-se à parcela do ganho de capital que corresponder a cada parte, observando-se que: a) a redução correspondente a cada parte é determinada em função da data de sua aquisição e aplicada sobre a parcela do ganho de capital a ela correspondente; b) a parcela do ganho de capital correspondente a cada parte é determinada aplicando-se sobre o total do ganho de capital o percentual resultante da relação entre o custo da parte objeto da redução e o custo total do imóvel, ou entre a área da parte objeto da redução e a área total do imóvel. Este tratamento aplica-se à construção, ampliação ou reforma. Na alienação de imóvel constituído por terreno adquirido até 31 de dezembro de 1995 e de edificação, ampliação ou reforma iniciada até essa data, ainda que concluída em ano posterior, informada na Declaração de Ajuste Anual, os fatores de redução são determinados em função do ano de aquisição do terreno e aplicado sobre todo o ganho de capital. 11.2 - Redução do Ganho de Capital Para Imóveis Adquiridos Até 31.12.1988 Na alienação de imóvel adquirido até 31 de dezembro de 1988, poderá ser aplicado um percentual fixo de redução sobre o ganho de capital, determinado em função do ano de aquisição ou incorporação do imóvel, de acordo com a seguinte tabela: PERCENTUAIS DE REDUÇÃO DO GANHO DE CAPITAL NA ALIENAÇÃO DE BEM IMÓVEL

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Ano Aquisição

Percentual Redução

Ano Aquisição

Percentual Redução

1969 100% 1979 50% 1970 95% 1980 45% 1971 90% 1981 40% 1972 85% 1982 35% 1973 80% 1983 30% 1974 75% 1984 25% 1975 70% 1985 20% 1976 65% 1986 15% 1977 60% 1987 10% 1978 55% 1988 5%

Na hipótese de imóveis adquiridos até 31 de dezembro de 1995, o fator de redução FR1 será aplicado a partir de 1º de janeiro de 1996, sem prejuízo do disposto no art. 18 da Lei nº 7.713/1988. Desta forma, se o imóvel alienado foi adquirido até 31.12.1988, antes da redução trazida pela Lei nº 11.196/2005, pode-se reduzir o ganho de capital em 5% (cinco por cento) para cada ano decorrido entre a data de aquisição e 31.12.1988. 11.3 - Permuta de Imóveis Com Recebimento de Torna No caso de permuta com recebimento de torna em dinheiro, o ganho de capital será obtido da seguinte forma: a) o valor da torna será adicionado ao custo do imóvel dado em permuta, considerando-se como custo o valor atualizado monetariamente até 31.12.1995, no caso de bens adquiridos até essa data, se o alienante ficou desobrigado da apresentação da Declaração de Ajuste Anual, ou o valor constante da declaração de bens relativa ao ano-calendário; b) será efetuada a divisão do valor da torna pelo valor apurado na forma da letra “a” acima, e o resultado obtido será multiplicado por 100 (cem); c) o ganho de capital será obtido aplicando-se o percentual encontrado, conforme a letra “b” acima, sobre o valor da torna. 11.4 – Desapropriação No caso de desapropriação, considera-se realizada a alienação na data em que se completar o pagamento integral da indenização, fixada em acordo ou sentença judicial. Os adiantamentos da indenização e seus acréscimos integram o valor de alienação para efeito de apuração do ganho de capital. 11.5 - Imóvel Havido Por Herança Aberta Até 31.12.1988, Com Partilha Ocorrida Após Essa Data No caso de bens imóveis havidos por herança ou legado, cuja abertura da sucessão (falecimento) tenha ocorrido até 31 de dezembro de 1988, o percentual de redução será determinado tomando-se por base o ano da abertura da sucessão, mesmo que a avaliação e partilha tenha ocorrido em ano posterior. 12. TRIBUTAÇÃO DO GANHO DE CAPITAL 12.1 - Base de Cálculo e Alíquota a Partir de 01 de Janeiro de 2017 Para as operações de alienação de bens e direitos de qualquer natureza realizadas a partir de 1º de janeiro de 2017, o ganho de capital percebido por pessoa física sujeitar-se-á às seguintes alíquotas: ( arts. 1º e 2º da Lei nº 13.259/2016, e Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 3/2016) a) 15% sobre a parcela dos ganhos que não ultrapassar R$ 5.000.000,00; b) 17,5% sobre a parcela dos ganhos que exceder R$ 5.000.000,00 e não ultrapassar R$ 10.000.000,00; c) 20% sobre a parcela dos ganhos que exceder R$ 10.000.000,00 e não ultrapassar R$ 30.000.000,00; e d) 22,5% sobre a parcela dos ganhos que ultrapassar R$ 30.000.000,00.

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Na hipótese de alienação em partes do mesmo bem ou direito, a partir da segunda operação, desde que realizada até o final do ano-calendário seguinte ao da primeira operação, o ganho de capital deve ser somado aos ganhos auferidos nas operações anteriores, para fins da apuração do imposto na forma descrita nas letras “a” a “d” acima, deduzindo-se o montante do imposto pago nas operações anteriores. 12.1.1 - Utilização de Alíquotas Progressivas A apuração do imposto sobre a renda com a utilização de alíquotas progressivas, conforme descrita nas letras “a” a “d” do subitem 12.1, não se aplica: a) ao Fundo de Investimento Imobiliário (FII) – 20% (Lei nº 8.668, de 25 de junho de 1993, art. 18); b) aos Fundos de Investimento em Participações – 15% (Lei nº 11.312, de 27 de junho de 2006, art.2º); c) aos Fundos de Investimentos em Cotas de Fundos de Investimento em Participações – 15% (Lei nº 11.312, de 27 de junho de 2006, art. 2º); d) aos Fundos de Investimentos em Empresas Emergentes – 15% (Lei nº 11.312, de 27 de junho de 2006, art. 2º); e) à diferença a maior entre o valor de mercado e o valor pelo qual o bem ou direito constavam na declaração de bens do de cujus, do doador ou do ex-cônjuge ou ex-convivente, nas transferências de direito de propriedade por sucessão, dissolução da sociedade conjugal ou da unidade familiar, nos casos de herança, legado ou por doação em adiantamento da legítima, nas hipóteses de os bens e direitos serem avaliados a valor de mercado – 15% (Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997, art. 23) 12.2 - Tributação Definitiva O imposto incidente sobre ganhos de capital é de forma definitiva, ou seja, os ganhos de capital não integrarão a base de cálculo do imposto anual e o imposto pago não poderá ser compensado com o devido na Declaração de Ajuste Anual. 12.3 - Alienação a Prazo Nas alienações a prazo, o ganho de capital será apurado como se a venda fosse efetuada à vista e na proporção das parcelas do preço recebidas em cada mês. O imposto devido, relativo a cada parcela recebida, será apurado aplicando-se: a) o percentual resultante da relação entre o ganho de capital total e valor total da alienação sobre o valor da parcela recebida; b) o valor das alíquotas conforme subitem 12.1 sobre o valor apurado na forma mencionada na letra “a”. 12.3.1 - Juros na Alienação a Prazo Não se incluem no valor da alienação do bem ou direito, em alienações contratadas para pagamento do preço a prazo, os juros convencionados. Estes são tributáveis à medida de seu recebimento na fonte ou mediante o recolhimento mensal obrigatório (carnê-leão) e na Declaração de Ajuste Anual. (§ 3º do art. 19 da IN SRF nº 84/2001) 13. PAGAMENTO DO IMPOSTO 13.1 - Contribuintes e Responsáveis O imposto devido sobre os ganhos de capital deve ser pago pelo: a) alienante, se residente no País; b) procurador do alienante, em nome deste, se este for não-residente no País; Nota: Neste caso, quando o alienante não for inscrito no Cadastro das Pessoas Físicas (CPF), no DARF é indicado o número de inscrição do procurador.

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c) inventariante, em nome do espólio, nos casos de transferências causa mortis; d) doador, no caso de doação, inclusive em adiantamento da legítima; e) ex-cônjuge ou ex-convivente a quem, na dissolução da sociedade conjugal ou da união estável, for atribuído o bem ou direito objeto da tributação; f) cedente, na cessão de direitos hereditários; g) na hipótese de Sucessão e Dissolução da Sociedade Conjugal ou da Unidade Familiar, o imposto é recolhido em nome de cada cônjuge, na proporção de 50% (cinqüenta por cento) para cada um, ou em nome de um deles, pela totalidade. 13.2 - Preenchimento do DARF O DARF relativo ao pagamento do imposto será preenchido em nome: a) do alienante, nas hipóteses dos casos relacionados nas letras “a” e “b” do subitem anterior, observando-se que, quando o alienante for residente no Exterior, no DARF será indicado o número de inscrição no CPF do procurador; b) do espólio, no caso da letra “c” do subitem anterior: c) do doador, no caso da letra “d” do subitem anterior; d) de cada cônjuge ao qual for atribuído o bem ou direito, na proporção de 50% (cinqüenta por cento) para cada um, ou em nome de um dos herdeiros, no caso das letras “e”, “f” e “g” do subitem anterior. O campo 04 do DARF deverá ser preenchido com o código 4600. 13.3 - Pagamento do Imposto O pagamento do imposto é efetuado: a) até o último dia útil do mês subseqüente àquele em que o ganho houver sido percebido, na hipótese da letra “a” do subitem 13.1; b) na data da alienação, na hipótese da letra “b” do subitem 13.1; c) pelo inventariante até a data prevista para a entrega da Declaração Final de Espólio, na hipótese da letra “c” do subitem 13.1 (§ 5º do art. 10 da IN SRF nº 81/2001, com a redação pela IN RFB nº 1.620/2016); d) até o último dia útil do mês subseqüente ao da doação, na hipótese da letra “d” do subitem 13.1; e) até o último dia útil do mês subseqüente ao do trânsito em julgado da decisão judicial da partilha ou sobrepartilha decorrente da dissolução da sociedade conjugal ou união estável, na hipótese das letras “e” a “g” do subitem 13.1; f) nas datas das letras “a” e “b” deste subitem, na hipótese de doação, conforme o caso. 13.4 - Pagamento Fora de Prazo O imposto pago após o vencimento será acrescido de: a) juros, equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC, para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao do vencimento até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de 1% (um por cento) no mês do pagamento; b) multa de mora, calculada à taxa de 0,33% (trinta e três centésimos por cento), por dia de atraso, a partir do primeiro dia após o vencimento do débito, limitada a 20% (vinte por cento). 14. ALIENAÇÃO DE BENS PELO ESPÓLIO

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No caso de alienação de bens e direitos realizada no curso do inventário, deve ser apurado e tributado o ganho de capital em nome do espólio, devendo o imposto ser pago pelo inventariante, salvo quando se tratar de cessão de direitos hereditários, caso em que cabe ao cedente apurar e tributar o ganho de capital em seu próprio nome. (Art. 3º, § 6º, da Instrução Normativa SRF nº 81/2001). 15. PROGRAMA PARA APURAÇÃO DO GANHO DE CAPITAL O programa “Ganhos de Capital” aprovado pela Receita Federal do Brasil poderá ser utilizado pela pessoa física para calcular o ganho de capital e respectivo imposto, observando-se que: a) para apuração de ganhos de capital em alienações, deve ser utilizado o programa GCAP, disponível no site da Receita Federal do Brasil, o qual poderá ser utilizado nos casos de alienação de bens móveis ou imóveis e direitos de qualquer natureza, inclusive no caso de recebimento de parcelas relativas à alienação a prazo, efetuada em anos anteriores, com tributação diferida; b) os dados apurados pelo programa podem ser armazenados e transferidos para a Declaração de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física do exercício de 2018, ano-calendário de 2017, quando da elaboração da mesma. Fundamentos Legais: Os citados no texto.

SIMPLES NACIONALSIMPLES NACIONALSIMPLES NACIONALSIMPLES NACIONAL

PARCELAMENTO DOS DÉBITOS DEVIDOS PELO MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL Regulamentação Pela RFB

Sumário 1. Introdução 2. Débitos Abrangidos Pelo Parcelamento 3. Forma de Apresentação do Pedido do Parcelamento 4. Consolidação da Dívida 4.1 – Redução Das Multas 5. Valor Das Parcelas 6. Rescisão do Parcelamento 7. Anexo Único 1. INTRODUÇÃO Através da Instrução Normativa RFB nº 1.713, de 26 de junho de 2017 (Dou de 28.06.2017), a Receita Federal do Brasil regulamentou o parcelamento de débitos devidos pelo Microempreendedor Individual, apurados na forma do Sistema de Recolhimento em Valores Fixos Mensais dos Tributos abrangidos pelo Simples Nacional (SIMEI), cujas normas e procedimentos abordaremos nos itens a seguir. Aplica-se subsidiariamente aos parcelamentos de que trata este trabalho o disposto na Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 15, de 15 de dezembro de 2009. 2. DÉBITOS ABRANGIDOS PELO PARCELAMENTO Os débitos para com a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), apurados na forma do Sistema de Recolhimento em Valores Fixos Mensais dos Tributos abrangidos pelo Simples Nacional (Simei) até a competência do mês de maio de 2016, devidos pelo Microempreendedor Individual (MEI), poderão ser parcelados em até 120 (cento e vinte) prestações mensais e sucessivas, observado o seguinte: a) poderão também ser parcelados na forma prevista neste trabalho: a.1) os débitos ainda não constituídos, desde que o MEI apresente, até 5 (cinco) dias úteis antes do pedido de parcelamento, as Declarações Anuais Simplificadas para o Microempreendedor Individual (DASN-Simei) relativas às competências a serem incluídas no parcelamento; a.2) os débitos com exigibilidade suspensa em decorrência de discussão administrativa ou judicial; e

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a.3) os débitos não exigíveis, a critério do MEI, para fins de contagem da carência para obtenção dos benefícios previdenciários, considerando o disposto no § 15 do art. 18-A da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. b) o parcelamento de que trata esta Instrução Normativa não se aplica: b.1) aos débitos inscritos em Dívida Ativa da União (DAU); b.2) aos débitos relativos ao Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) e ao Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) inscritos em dívida ativa do respectivo ente; b.3) às multas por descumprimento de obrigação acessória; e b.4) aos débitos relativos à contribuição previdenciária descontada de empregado ou decorrente de sub-rogação, nem àqueles cujos fatos geradores tenham ocorrido antes da opção pelo Simei. c) na hipótese prevista na letra “a.2” acima, o MEI deverá, até 2 de outubro de 2017, comparecer à unidade da RFB de seu domicílio tributário para comprovar a desistência expressa e irrevogável da impugnação ou do recurso interposto, ou da ação judicial, e, cumulativamente, a renúncia a quaisquer alegações de direito sobre as quais se fundem a ação judicial ou o recurso administrativo; d) a comprovação de que trata a letra “c” acima será feita mediante a apresentação: d.1) da 2ª (segunda) via da correspondente petição de desistência deferida pelo juízo ou de certidão homologatória da desistência emitida pelo cartório judicial que ateste a situação das respectivas ações, no caso de ação judicial; ou d.2) do requerimento na forma prevista no Anexo Único (vide item 7), no caso de impugnação ou recurso administrativo. 3. FORMA DE APRESENTAÇÃO DO PEDIDO DO PARCELAMENTO O pedido de parcelamento: a) deverá ser apresentado a partir das 8 horas do dia 3 de julho até às 20 horas do dia 2 de outubro de 2017, horário de Brasília, exclusivamente por meio do sítio da RFB na Internet, no endereço , do Portal e-CAC ou do Portal do Simples Nacional; b) abrange a totalidade dos débitos exigíveis; c) independe de apresentação de garantia; d) implica confissão irrevogável e irretratável da totalidade dos débitos abrangidos pelo parcelamento existentes em nome da pessoa jurídica e configura confissão extrajudicial, nos termos dos arts. 389, 394 e 395 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil (CPC), sujeitando a pessoa jurídica à aceitação plena e irretratável de todas as condições estabelecidas neste trabalho; e e) será considerado automaticamente deferido depois de decorridos 90 (noventa) dias da data de sua protocolização, caso não haja manifestação da autoridade concedente, observado a nota nº 2 do item 3. Notas: 1) O parcelamento de débitos do MEI cujos atos constitutivos estejam baixados será requerido em nome do titular. 2) Somente produzirão efeitos os pedidos de parcelamento formulados com o correspondente pagamento tempestivo da 1ª (primeira) prestação. 4. CONSOLIDAÇÃO DA DÍVIDA A dívida será consolidada na data do pedido de parcelamento e resultará da soma: a) do principal;

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b) das multas de mora e de ofício; e c) dos juros de mora. 4.1 – Redução Das Multas Serão aplicadas na consolidação as reduções das multas de lançamento de ofício nos seguintes percentuais: a) 40% (quarenta por cento), se o sujeito passivo requerer o parcelamento no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data em que foi notificado do lançamento; ou b) 20% (vinte por cento), se o sujeito passivo requerer o parcelamento no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data em que foi notificado da decisão administrativa de 1ª (primeira) instância. 5. VALOR DAS PARCELAS O valor das prestações será obtido mediante divisão da dívida consolidada pelo número máximo de até 120 (cento e vinte) parcelas, observado o valor mínimo de R$ 50,00 (cinquenta reais) por parcela, observado o seguinte: a) o valor de cada prestação, inclusive da parcela mínima, será acrescido de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do mês subsequente ao da consolidação até o mês anterior ao do pagamento, e de 1% (um por cento) relativamente ao mês em que o pagamento estiver sendo efetuado; b) a 1ª (primeira) prestação vencerá no menor prazo entre: b.1) o 2º (segundo) dia após o pedido de parcelamento; b.2) a data de vencimento da multa de ofício, ainda não vencida, que esteja consolidada no parcelamento; b.3) o último dia útil do mês do pedido de parcelamento; e b.4) o dia 2 de outubro de 2017. c) a partir da 2ª (segunda) parcela, as prestações vencerão no último dia útil de cada mês; d) o pagamento das prestações deverá ser efetuado mediante Documento de Arrecadação Simplificada do Microempreendedor Individual (DAS-MEI); e) poderá ser realizada, a pedido ou de ofício, revisão dos valores objeto do parcelamento para eventuais correções, ainda que já concedido o parcelamento. 6. RESCISÃO DO PARCELAMENTO Implicará rescisão do parcelamento: a) a falta de pagamento de 3 (três) parcelas, consecutivas ou não; ou b) a existência de saldo devedor após a data de vencimento da última parcela. É considerada inadimplida a parcela parcialmente paga. Rescindido o parcelamento, apurar-se-á o saldo devedor, providenciando-se, conforme o caso, o encaminhamento do débito para inscrição em dívida ativa ou o prosseguimento da cobrança. As informações relativas ao parcelamento estarão disponíveis no sítio da RFB na Internet, no endereço , no Portal e-CAC e no Portal do Simples Nacional. 7. ANEXO ÚNICO

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Fundamentos Legais: Os citados no texto.