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ILUSTRSSIMA COMISSO DE PERMANENTE DE LICITAES DO BANCO
REGIONAL DE DESENVOLVIMENTO DO EXTREMO SUL BDRE.
Concorrncia BDRE n. 2016/077 REP 01
ERNST & YOUNG AUDITORES INDEPENDENTES S/S. (EY), licitante j
devidamente qualificada nos autos do procedimento licitatrio em epgrafe, por seu representante
legal infra-assinado, vem, respeitosamente e tempestivamente, presena de V. Sa., com fulcro
no artigo 109, 3da Lei n 8.666/93 e nos termos do item 12.6 do edital, apresentar
CONTRARRAZES
em face dos argumentos apresentados no Recurso Administrativo interposto pela empresa
licitante MACIEL AUDITORES S/S. (MACIEL), pelas razes de fato e de direito a seguir:
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I CONSIDERAES PRELIMINARES
Inicialmente, cumpre destacar que a Ernst & Young Auditores Independentes S/S.
EY lder global em auditoria, impostos, transaes e consultoria. O conhecimento e os servios
de qualidade oferecidos ajudam a inspirar confiana nos mercados de capitais e em economias de
todo o mundo.
Sendo assim, atual prestadora de servios de consultoria e auditoria de inmeros
entes pblicos e privados do Rio Grande do Sul e em todo Brasil, assumindo um papel
fundamental na construo de um mundo melhor de negcios para nossas pessoas, nossos clientes
e nossas comunidades.
Posto isto, passemos s contrarrazes recursais.
II DOS FATOS
Trata-se de licitao na modalidade Concorrncia do tipo Tcnica e Preo, de
execuo indireta, por empreitada por preo global, para a contratao de sociedade para a
prestao de servios de Auditoria Contbil Independente das demonstraes contbeis e
financeiras semestrais e anuais do BRDE, com emisso de Parecer Tcnico e Relatrios de
Auditoria circunstanciados das referidas demonstraes, de acordo com as especificaes tcnicas
do Anexo I - Termo de Referncia.
Em 12/06/2017 13horas e 30 minutos ocorreu a abertura da sesso pblica da
licitao para o credenciamento, entrega e abertura dos envelopes de habilitao, proposta tcnica
e proposta de preos das licitantes, momento em que as empresas: ERNST & YOUNG
AUDITORES INDEPENDENTES S/S., ora EY, MACIEL AUDITORES S/S., ora
MACIEL, PRICEWATERCOOPERSHOUSE AUDITORES INDEPENDENTES, ora,
PwC, KPMG AUDITORES INDEPENDENTES S/S - EPP., ora KPMG e DELLOITE
TOUCHE TOHMATSU AUDITORES INDEPENDENTES, ora DELLOITE, todas foram
credenciadas.
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Em ato contnuo a ilustre Comisso procedeu com a abertura, anlise e julgamento
dos envelopes de habilitao, de maneira que todas as licitantes foram habilitadas por terem
atendido todos os requisitos do edital.
Na sequncia, a empresa Recorrente inconformada com a deciso que a habilitou a
EY, apresentou as razes recursais.
Entretanto, a Recorrente, com o claro intuito de tumultuar a presente licitao,
apresentou recurso com contedo, nitidamente distante de legtimo, alegando que a EY no
atendeu integralmente o edital por apresentar: (i) a procurao emitida pela matriz e o
substabelecimento feito em nome da filial; (ii) a Certido Negativa de Dbito Estadual com
endereo diverso do descritonos demais documentos; (iii) a Certido Geral de Dbitos de Tributos
Municipais; (iv) os atestados com CNPJ da matriz e filiais; e (v) o balano patrimonial sem a
informao do comparativo com exerccio anterior.
Resta evidente que a Comisso teve o entendimento correto quando habilitou a
licitante EY, respeitando as regras editalcias, fazendo prevalecer a segurana jurdica e a
isonomia do certame para as demais empresas licitantes, como adiante demonstraremos.
Assim, tendo os fatos sido explicados, passamos aos entendimentos doutrinrios e
jurisprudenciais que explanam e demonstraram a razoabilidade dos argumentos aludidos.
III DAS RAZES E DO DIREITO
DA MANUTENO DA DECISO QUE HABILTOU A EY
sabido, I. Comisso, que a Administrao e o licitante devem observar
rigorosamente as regras e condies previamente estabelecidas no edital. Isto posto, mister
apontar que a respeitvel Comisso, decidiu sabiamente quando habilitou a EY por entender que
atendeu integramente as exigncias do edital, de maneira que os argumentos trazidos nas razes
recursais da Maciel no podem prosperar. Vejamos:
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(i) Procurao emitida pela matriz e substabelecimento pela filial
Ora, I. Comisso a alegao trazida pela Maciel de que a EY no substabelecente
no possua poderes para outorgar a representao no pode prosperar, uma vez que o mandato
da EY d poderes para agir em favor da matriz e suas filiais. Seno vejamos:
Como se verifica do print acima da Procurao da EY, os poderes no so
restringidos somente a matriz, muito pelo contrrio, se estendem as filiais, restando evidente que
o substabelecimento outorgado Sra. Jennifer Muller plenamente vlido, sendo certo que a
substabelecida tinha poderes para firmar a declarao exigida no item do Anexo III do edital.
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Logo, concluso que o argumento trazido pela Maciel no poder prosperar uma
vez que est demonstrado que a EY atende integralmente as exigncias editalcias.
(ii) Endereo na certido Estadual diverso do descrito na declarao
O Direito Administrativo moderno e a jurisprudncia repudiam o excesso de
rigorismo formal e homenageiam as decises que afastam as irregularidades por fatos irrelevantes,
conforme sabiamente seguiu essa I. Comisso quando habilitou a EY.
Ocorre que a Maciel, equivocadamente, alegou em sua pea recursal que a EY
deveria ser inabilitada por ter apresentado a Certido Negativa de Dbitos da Fazenda Estadual
com endereo diverso do que consta nos demais documentos, pois a finalidade da referida certido
demonstrar a inexistncia de dbitos fiscais em nome da empresa, e, resta evidente que esse
objetivo foi atendido pelo documento apresentado pela EY, no se justificando a sua inabilitao.
Outrossim, cumpre asseverar que os demais dados da EY estavam corretos, de forma
que o documento mencionado alcanou os objetivos pretendidos, ou seja, comprovou que a EY
no possui dbitos fiscais com a Fazenda Estadual.
Portanto, a alegao da Maciel no dever prosperar, uma vez que privilegia o
excesso de formalismo. Como sbido A DOUTRINA E A JURISPRUDNCIA REPUDIAM
O RIGORISMO FORMAL E HOMENAGEIAM AS DECISES ADMINISTRATIVAS
QUE, a bem dos demais princpios regentes da Administrao Pblica, AFASTAM A
INABILITAO E A DESCLASSIFICAO DE CONCORRENTES POR FATOS
IRRELEVANTES, que no afetam a objetividade e a efetividade de suas propostas perante o
Poder Pblico e nem os pem em posio vantajosa em relao aos demais participantes, como
ocorreu no presente certame.
Com base nos fatos relatados, vale frisar a jurisprudncia dos Tribunais:
Ementa: CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO E
PROCESSUAL CIVIL - REMESSA DE OFCIO -
MANDADO DE SEGURANA - PROCESSO LICITATRIO
- INABILITAO DE CONCORRENTE - DESCABIMENTO
- EXCESSO DE FORMALISMO NA ANLISE DE
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DOCUMENTAO - DESPROPORCIONALIDADE -
OFENSA AO PRINCPIO DA COMPETITIVIDADE -
CONCESSO DA SEGURANA - MANUTENO DA
SENTENA.1 (g.n)
ADMINISTRATIVO. LICITAO. INABILITAO DE
LICITANTE POR DESCUMPRIMENTO DE EXIGNCIA
EDITALCIA. EXCESSO DE FORMALISMO.
ILEGALIDADE. 1. O excesso de formalismo no deve frustrar
a participao da empresa impetrante no procedimento
licitatrio - vista da sua prpria finalidade - que selecionar
a proposta mais vantajosa para a Administrao Pblica. 2.
Caso em que a inabilitao da licitante do procedimento
licitatrio decorreu da apresentao de proposta contendo
valor mensal e omitindo o valor global, referente a um ano, o
qual poderia ter sido apurado mediante simples operao
aritmtica, ainda mais quando o licitante j havia
encaminhado planilha de custo por formulrio eletrnico,
contendo o preo mensal e anual, para se credenciar no
certame. 3. Nega-se provimento ao recurso de apelao e
remessa oficial.2 (g.n)
Direito Administrativo. Licitao. Tomada de preos. Erro
material na proposta. Irrelevncia. O erro material constante
da proposta mais vantajosa para a Administrao, facilmente
constatvel, no bice classificao da mesma. Inexistncia
de ofensa ao disposto no art. 48 da Lei n. 8.666/93. Apelao
improvida.3
MANDADO DE SEGURANA. ADMINISTRATIVO.
LICITAO. PROPOSTA TCNICA. INABILITAO.
ARGIO DE FALTA DE ASSINATURA NO LOCAL
PREDETERMINADO. ATO ILEGAL. EXCESSO DE
FORMALISMO. PRINCPIO DA RAZOABILIDADE.
1. A interpretao dos termos do Edital no pode conduzir a
atos que acabem por malferir a prpria finalidade do
procedimento licitatrio, restringindo o nmero de
concorrentes e prejudicando a escolha da melhor proposta.
2. O ato coator foi desproporcional e desarrazoado, mormente
tendo em conta que no houve falta de assinatura, pura e
simples, mas assinaturas e rubricas fora do local
preestabelecido, o que no suficiente para invalidar a
proposta, evidenciando claro excesso de formalismo.
Precedentes.
1 TJ-DF - RMO 1082170320028070001 DF 0108217-03.2002.807.0001 (TJ-DF), Data de publicao:
18/10/2007. 2 TRF-1 Regio, AMS 200334000374877. 3 3 Turma Cvel do TJDF, no Processo n. 50.433/98.
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3. Segurana concedida.4 (g.n)
ADMINISTRATIVO. LICITAO. HABILITAO.
EXIGNCIA EXCESSIVA.
1. excessiva a exigncia feita pela administrao pblica de
que, em procedimento licitatrio, o balano da empresa seja
assinado pelo scio-dirigente, quando a sua existncia,
validade e eficcia no foram desconstitudas, haja vista estar
autenticado pelo contador e rubricado pelo referido scio.
[...]
3. O procedimento licitatrio h de ser o mais abrangente
possvel, a fim de possibilitar o maior nmero possvel de
concorrentes, tudo a possibilitar a escolha da proposta mais
vantajosa.
4. No deve ser afastado candidato do certame licitatrio, por
meros detalhes formais. No particular, o ato administrativo
deve ser vinculado ao princpio da razoabilidade, afastando-se
de produzir efeitos sem carter substancial.
5. Segurana concedida. 5 (g.n)
Da mesma forma, o Tribunal de Contas da Unio possui um paradigma no qual se
assenta que:
(...) o princpio do procedimento formal "no significa que a
Administrao deva ser formalista a ponto de fazer exigncias
inteis ou desnecessrias licitao, como tambm no quer
dizer que se deva anular o procedimento ou julgamento, ou
inabilitar licitantes, ou desclassificar propostas diante de
simples omisses ou irregularidades na documentao ou na
proposta, desde que tais omisses ou irregularidades sejam
irrelevantes e no causem prejuzos Administrao ou aos
concorrentes.6 (g.n)
Como se depreende da leitura da jurisprudncia mencionada, resta claro que EY
atendeu rigorosamente as exigncias referentes aos documentos de habilitao, de acordo com o
edital.
4 STJ MS 5.869/DF, Rel. Ministra LAURITA VAZ, PRIMEIRA SEO, julgado em 11.09.2002, DJ
07.10.2002 p. 163. 5 STJ MS 5631/DF, Rel. Ministro JOS DELGADO, PRIMEIRA SEO, julgado em 13.05.1998, DJ
17.08.1998 p. 7 6 TCU Deciso 570/1992 Plenrio.
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Desta forma, certo que o ato da ilustre Comisso que habilitou a EY deve ser
mantido, para que seja ampliada a competitividade da concorrncia e seja contratada a proposta
mais vantajosa ao BRDE.
(iii) Ausncia de Certido de Tributos Imobilirios
Inicialmente, cabe destacar que a EY apresentou a Certido Geral de Dbitos de
Tributos Municipais emitida pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, e, referido documento,
engloba todos os tributos (ISSQN, IPTU, etc), demonstrando que a EY atendeu integralmente o
item 3, letra d do Anexo III do edital, restando evidente que o argumento trazido pela Maciel
no poder prosperar por estar equivocada.
Nesse vis, abaixo o print extrado do portal7 da Prefeitua de Porto Alegre que
corrobora a informao de que a certido apresentada pela EY engloba todos os tributos
municipais:
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http://www2.portoalegre.rs.gov.br/portal_pmpa_novo/default.php?p_noticia=70204&CERTIDAO+NEG
ATIVA+DE+DEBITOS+ESTA+DISPONIVEL+NA+INTERNET
http://www2.portoalegre.rs.gov.br/portal_pmpa_novo/default.php?p_noticia=70204&CERTIDAO+NEGATIVA+DE+DEBITOS+ESTA+DISPONIVEL+NA+INTERNEThttp://www2.portoalegre.rs.gov.br/portal_pmpa_novo/default.php?p_noticia=70204&CERTIDAO+NEGATIVA+DE+DEBITOS+ESTA+DISPONIVEL+NA+INTERNET
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Por fim, conclui-se que a certido apresentada pela EY atendeu a exigncia do item
3, letra d do Anexo III do edital, devendo ser mantido o ato da Comisso que a habilitou como
forma da mais ldima isonomia, para que a Administrao Pblica do BRDE assegure o
tratamento isonmico entre os licitantes.
(iv) Atestados com CNPJ distinto da licitante
Antes de tecer qualquer considerao acerca do tema, cumpre esclarecer que matriz
e filial so estabelecimentos de uma mesma pessoa jurdica. Sendo certo que a matriz o
estabelecimento principal, a sede, aquela que administra que organiza e concentra a direo,
enquanto que a filial o estabelecimento que representa a direo principal, podendo ser sucursais
ou agncias de estabelecimento mercantil, industrial ou civil, sendo subordinada para todos os
fins a matriz
Nesse sentido, h entendimento pacificado no sentido de que matriz e filial trata-se
da mesma pessoa jurdica, portanto, o atestado de capacidade tcnica abrange ambas.
Reforando o entendimento, trazemos baila a jurisprudncia do Tribunal de Justia
do Estado de Santa Catarina:
Ementa: Administrativo. Reexame Necessrio. Licitao.
Prego Presencial. Aquisio de equipamentos de informtica.
Licitante que participou do certame por meio de sua filial, mas
apresentou Atestado de Capacidade Tcnica com indicao do
CNPJ da matriz. Desclassificao indevida para efeito de
avaliao da capacidade tcnica, haja vista que a matriz e filial
integram a mesma pessoa jurdica. Sentena confirmada em
reexame.8 (g.n)
Vale destacar o entendimento do Tribunal de Contas da Unio:
(...)
Os atestados da Matriz podem ser apresentados em favor de sua
filial e vice-versa. De outra forma, qual seria o interesse de uma
8 TJ-SC - Reexame Necessrio 20130457807 SC 2013.045780-7 (Acrdo) (TJ-SC), Data de publicao:
09/06/2014.
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empresa em abrir filiais em outras regies, sabendo que no
detm capacidade tcnica e, portanto, impossibilitada de
participar, em igualdade de condies, com as demais empresas
j ali instaladas.
(...)
Ressalta-se que esta restrio no foi imposta pelo Edital ora
analisado, o que representa uma permissibilidade por parte do
instrumento convocatrio. Entendemos que a opo pela
permisso de apresentao de atestados e documentos da
matriz e filial adotada pela Comisso de Licitao no fere o
Princpio da Isonomia no processo licitatrio, uma vez que tal
concesso foi vlida para todos os participantes do certame,
no representando uma restrio ao carter competitivo do
referido processo. 9 (g.n)
Resta evidente que quando se cria uma filial, no h o surgimento de uma nova
personalidade jurdica, logo no pode prosperar o argumento da Maciel de que os atestados
apresentados pela EY no atendeu as exigncias editalcias, portanto, os atestados apresentados
pela EY que estavam com o CNPJ da matriz ou de suas filiais esto plenamente aptos para
demonstrar sua experincia tcnica, de maneira que no cabe sua inabilitao por esse motivo,
conforme alegado equivocadamente pela licitante Maciel.
Sendo assim a EY comprovou plenamente a sua qualificao tcnica, restando certo
que demonstrou possuir a aptido tcnica atravs dos atestados apresentados, de forma que
conferiu segurana Administrao Pblica de que possui conhecimento tcnico para a execuo
do contrato, caso se sagre vencedor do certame, de forma que no pode prosperar o argumento da
Maciel que os atestados no deveriam ser aceitos por apresentarem CNPJ da matriz e de suas
filiais.
Diante do cenrio a deciso que habilitou a EY deve ser mantida como forma da
mais ldima isonomia, para que a Administrao Pblica do BRDE assegure o tratamento
isonmico entre os licitantes
(v) Balano patrimonial no contemplou comparativo com exerccio anterior
9 Tribunal de Contas da Unio - Acrdo 366-2007.
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Por fim, destaca-se mais uma vez que a alegao da Maciel acerca do balano
patrimonial apresentado pela EY no poder prosperar, uma vez que estava em conformidade
com as exigncias legais e com o edital, como adiante passamos a demonstrar.
Pois bem. A Lei 6.404/76, mencionada nas razes recursais elaboradas pela empresa
licitante Maciel, dispes sobre as Sociedades por Aes, sendo que no o caso da EY, por tratar-
se de uma Sociedade Simples.
J o artigo 176 pargrafo 1 da Lei 6.404/76 citado pela Maciel determina que as
demonstraes devem ser publicadas, o que no obrigatrio para EY por ser uma sociedade
simples, como ora j informado.
Artigo 176. Ao fim de cada exerccio social, a diretoria far
elaborar, com base na escriturao mercantil da companhia, as
seguintes demonstraes financeiras, que devero exprimir com
clareza a situao do patrimnio da companhia e as mutaes
ocorridas no exerccio:
I - balano patrimonial;
II - demonstrao dos lucros ou prejuzos acumulados;
III - demonstrao do resultado do exerccio; e
IV - demonstrao dos fluxos de caixa; e (Redao dada pela Lei
n 11.638,de 2007)
V - se companhia aberta, demonstrao do valor adicionado.
(Includo pela Lei n 11.638,de 2007)
1 As demonstraes de cada exerccio sero publicadas com
a indicao dos valores correspondentes das demonstraes do
exerccio anterior.
Todavia, o balano patrimonial da Sociedade Simples regido pelos ditames do
Cdigo Civil, devidamente conforme descreve o Captulo IV, o qual trata da escriturao, onde
somente mencionado que as informaes devem ser referentes ao encerramento do exerccio,
sem fazer qualquer meno a necessidade de constar qualquer informao acerca dos saldos
comparativos do exerccio anterior.
CAPTULO IV
Da Escriturao
Art. 1.179. O empresrio e a sociedade empresria so
obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou
no, com base na escriturao uniforme de seus livros, em
correspondncia com a documentao respectiva, e a levantar
anualmente o balano patrimonial e o de resultado econmico.
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1o Salvo o disposto no art. 1.180, o nmero e a espcie de livros
ficam a critrio dos interessados.
2o dispensado das exigncias deste artigo o pequeno
empresrio a que se refere o art. 970.
Art. 1.180. Alm dos demais livros exigidos por lei,
indispensvel o Dirio, que pode ser substitudo por fichas no
caso de escriturao mecanizada ou eletrnica.
Pargrafo nico. A adoo de fichas no dispensa o uso de livro
apropriado para o lanamento do balano patrimonial e do de
resultado econmico.
Art. 1.181. Salvo disposio especial de lei, os livros
obrigatrios e, se for o caso, as fichas, antes de postos em uso,
devem ser autenticados no Registro Pblico de Empresas
Mercantis.
Pargrafo nico. A autenticao no se far sem que esteja
inscrito o empresrio, ou a sociedade empresria, que poder
fazer autenticar livros no obrigatrios.
Art. 1.182. Sem prejuzo do disposto no art. 1.174, a escriturao
ficar sob a responsabilidade de contabilista legalmente
habilitado, salvo se nenhum houver na localidade.
Art. 1.183. A escriturao ser feita em idioma e moeda corrente
nacionais e em forma contbil, por ordem cronolgica de dia,
ms e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borres,
rasuras, emendas ou transportes para as margens.
Pargrafo nico. permitido o uso de cdigo de nmeros ou de
abreviaturas, que constem de livro prprio, regularmente
autenticado.
Art. 1.184. No Dirio sero lanadas, com individuao, clareza
e caracterizao do documento respectivo, dia a dia, por escrita
direta ou reproduo, todas as operaes relativas ao exerccio
da empresa.
1o Admite-se a escriturao resumida do Dirio, com totais
que no excedam o perodo de trinta dias, relativamente a contas
cujas operaes sejam numerosas ou realizadas fora da sede do
estabelecimento, desde que utilizados livros auxiliares
regularmente autenticados, para registro individualizado, e
conservados os documentos que permitam a sua perfeita
verificao.
2o Sero lanados no Dirio o balano patrimonial e o de
resultado econmico, devendo ambos ser assinados por tcnico
em Cincias Contbeis legalmente habilitado e pelo empresrio
ou sociedade empresria.
Art. 1.185. O empresrio ou sociedade empresria que adotar o
sistema de fichas de lanamentos poder substituir o livro Dirio
pelo livro Balancetes Dirios e Balanos, observadas as mesmas
formalidades extrnsecas exigidas para aquele.
Art. 1.186. O livro Balancetes Dirios e Balanos ser
escriturado de modo que registre:
I - a posio diria de cada uma das contas ou ttulos contbeis,
pelo respectivo saldo, em forma de balancetes dirios;
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II - o balano patrimonial e o de resultado econmico, no
encerramento do exerccio.
Art. 1.187. Na coleta dos elementos para o inventrio sero
observados os critrios de avaliao a seguir determinados:
I - os bens destinados explorao da atividade sero avaliados
pelo custo de aquisio, devendo, na avaliao dos que se
desgastam ou depreciam com o uso, pela ao do tempo ou
outros fatores, atender-se desvalorizao respectiva, criando-
se fundos de amortizao para assegurar-lhes a substituio ou
a conservao do valor;
II - os valores mobilirios, matria-prima, bens destinados
alienao, ou que constituem produtos ou artigos da indstria
ou comrcio da empresa, podem ser estimados pelo custo de
aquisio ou de fabricao, ou pelo preo corrente, sempre que
este for inferior ao preo de custo, e quando o preo corrente ou
venal estiver acima do valor do custo de aquisio, ou
fabricao, e os bens forem avaliados pelo preo corrente, a
diferena entre este e o preo de custo no ser levada em conta
para a distribuio de lucros, nem para as percentagens
referentes a fundos de reserva;
III - o valor das aes e dos ttulos de renda fixa pode ser
determinado com base na respectiva cotao da Bolsa de
Valores; os no cotados e as participaes no acionrias sero
considerados pelo seu valor de aquisio;
IV - os crditos sero considerados de conformidade com o
presumvel valor de realizao, no se levando em conta os
prescritos ou de difcil liqidao, salvo se houver, quanto aos
ltimos, previso equivalente.
Pargrafo nico. Entre os valores do ativo podem figurar, desde
que se preceda, anualmente, sua amortizao:
I - as despesas de instalao da sociedade, at o limite
correspondente a dez por cento do capital social;
II - os juros pagos aos acionistas da sociedade annima, no
perodo antecedente ao incio das operaes sociais, taxa no
superior a doze por cento ao ano, fixada no estatuto;
III - a quantia efetivamente paga a ttulo de aviamento de
estabelecimento adquirido pelo empresrio ou sociedade.
Art. 1.188. O balano patrimonial dever exprimir, com
fidelidade e clareza, a situao real da empresa e, atendidas as
peculiaridades desta, bem como as disposies das leis
especiais, indicar, distintamente, o ativo e o passivo.
Pargrafo nico. Lei especial dispor sobre as informaes que
acompanharo o balano patrimonial, em caso de sociedades
coligadas.
Art. 1.189. O balano de resultado econmico, ou demonstrao
da conta de lucros e perdas, acompanhar o balano
patrimonial e dele constaro crdito e dbito, na forma da lei
especial.
Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma
autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poder fazer
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ou ordenar diligncia para verificar se o empresrio ou a
sociedade empresria observam, ou no, em seus livros e fichas,
as formalidades prescritas em lei.
Art. 1.191. O juiz s poder autorizar a exibio integral dos
livros e papis de escriturao quando necessria para resolver
questes relativas a sucesso, comunho ou sociedade,
administrao ou gesto conta de outrem, ou em caso de
falncia.
1o O juiz ou tribunal que conhecer de medida cautelar ou de
ao pode, a requerimento ou de ofcio, ordenar que os livros de
qualquer das partes, ou de ambas, sejam examinados na
presena do empresrio ou da sociedade empresria a que
pertencerem, ou de pessoas por estes nomeadas, para deles se
extrair o que interessar questo.
2o Achando-se os livros em outra jurisdio, nela se far o
exame, perante o respectivo juiz.
Art. 1.192. Recusada a apresentao dos livros, nos casos do
artigo antecedente, sero apreendidos judicialmente e, no do seu
1o, ter-se- como verdadeiro o alegado pela parte contrria
para se provar pelos livros.
Pargrafo nico. A confisso resultante da recusa pode ser
elidida por prova documental em contrrio.
Art. 1.193. As restries estabelecidas neste Captulo ao exame
da escriturao, em parte ou por inteiro, no se aplicam s
autoridades fazendrias, no exerccio da fiscalizao do
pagamento de impostos, nos termos estritos das respectivas leis
especiais.
Art. 1.194. O empresrio e a sociedade empresria so
obrigados a conservar em boa guarda toda a escriturao,
correspondncia e mais papis concernentes sua atividade,
enquanto no ocorrer prescrio ou decadncia no tocante aos
atos neles consignados.
Art. 1.195. As disposies deste Captulo aplicam-se s
sucursais, filiais ou agncias, no Brasil, do empresrio ou
sociedade com sede em pas estrangeiro.
Ademais, o balano patrimonial apresentado pela EY foi devidamente registrado no
cartrio, portanto, um documento vlido, alm de que seguiu os ditames do Cdigo Civil, de
maneira que no cabe a alegao da Maciel, deixando evidente que o ato da Comisso que a
habilitou deve ser mantido.
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IV DO PEDIDO
Diante de todo o exposto, requer SEJA NEGADO PROVIMENTO AO RECURSOS
ADMINISTRATIVO ORA IMPUGNADO, mantendo-se o ato da Comisso que habilitou a
empresa licitante EY, uma vez que resta demonstrado que atendeu integralmente as exigncias do
edital, com o consequente prosseguimento do certame, tudo em observncia aos princpios
norteadores da licitao.
Nesses termos,
Pede deferimento.
So Paulo (SP), 26 de junho de 2017.
___________________________________________________
ERNST & YOUNG AUDITORES INDEPENDENTES S/S.
Patrcia de Paiva Santos
Procuradora