iluminismo

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Iluminismo O iluminismo, também conhecido como Século das Lu- zes [1] e como Ilustração [2][3][4][5] foi um movimento cul- tural da elite intelectual europeia do século XVIII que procurou mobilizar o poder da razão, a fim de reformar a sociedade e o conhecimento herdado da tradição medie- val. Abarcou inúmeras tendências e, entre elas, buscava- se um conhecimento apurado da natureza, com o obje- tivo de torná-la útil ao homem moderno e progressista [6] . Promoveu o intercâmbio intelectual e foi contra a intole- rância da Igreja e do Estado. Foram vários os príncipes reinantes que muitas vezes apoiaram e fomentaram figu- ras do iluminismo e até mesmo tentaram aplicar as suas ideias ao governo. Originário do período compreendido entre os anos de 1650 e 1700, o iluminismo foi desper- tado pelos filósofos Baruch Spinoza (1632-1677), John Locke (1632-1704), Pierre Bayle (1647-1706) e pelo ma- temático Isaac Newton (1643-1727). O iluminismo flo- resceu até cerca de 1790-1800, após o qual a ênfase na razão deu lugar ao ênfase do romantismo na emoção e um movimento contrailuminista ganhou força. O centro do iluminismo foi a França e culminou com a grande Encyclopédie (1751-1772) editada por Denis Diderot (1713-1784) e Jean Le Rond d'Alembert com contribuições de centenas de líderes filosóficos (intelec- tuais), tais como Voltaire (1694 -1778) e Montesquieu (1689-1755). Cerca de 25.000 cópias do conjunto de 35 volumes foram vendidos, metade deles fora da França. As novas forças intelectuais difundiram-se para os cen- tros urbanos de toda a Europa, nomeadamente Inglaterra, Escócia, os estados alemães, Países Baixos, Rússia, Itália, Áustria e Espanha, em seguida, saltou o Atlântico para colônias europeias, onde influenciou Benjamin Franklin e Thomas Jefferson, entre muitos outros, e desempenhou um papel importante na Revolução Americana. Os ide- ais políticos influenciaram a Declaração de Independên- cia dos Estados Unidos,a Carta dos Direitos dos Estados Unidos,a Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão ea Constituição Polaco-Lituana de 3 de maio de 1791. [7] 1 Definição Ainda que importantes contemporâneos venham ressal- tando as origens do iluminismo no século XVII tardio, [8] não há consenso abrangente quanto à datação do início da era do iluminismo. Boa parte dos acadêmicos sim- plesmente utilizam o início do século XVIII como marco de referência, aproveitando a já consolidada denomina- Immanuel Kant. ção Século das Luzes . [9] O término do período é, por sua vez, habitualmente assinalado em coincidência com o iní- cio das Guerras Napoleônicas (1804-1815). [10] Iluminismo é um conceito que sintetiza diversas tradições filosóficas, sociais, políticas,correntes intelectuais e atitu- des religiosas. Pode-se falar mesmo em diversos “micro- iluminismos”, diferenciando especificidades temporais, regionais e de matiz religioso, como nos casos de “ilumi- nismo tardio”, "iluminismo escocês" e “iluminismo cató- lico”. O iluminismo é, para sintetizar, uma atitude geral de pen- samento e de ação. Os iluministas admitiam que os se- res humanos estão em condição de tornar este mundo um lugar melhor - mediante introspecção, livre exercí- cio das capacidades humanas e do engajamento político- social. [11] Immanuel Kant como resposta à questão “O que é o iluminismo?", descreveu de maneira lapidar a mencionada atitude: 1

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iluminismo

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Page 1: Iluminismo

Iluminismo

O iluminismo, também conhecido como Século das Lu-zes[1] e como Ilustração[2][3][4][5]foi um movimento cul-tural da elite intelectual europeia do século XVIII queprocurou mobilizar o poder da razão, a fim de reformar asociedade e o conhecimento herdado da tradição medie-val. Abarcou inúmeras tendências e, entre elas, buscava-se um conhecimento apurado da natureza, com o obje-tivo de torná-la útil ao homem moderno e progressista[6].Promoveu o intercâmbio intelectual e foi contra a intole-rância da Igreja e do Estado. Foram vários os príncipesreinantes que muitas vezes apoiaram e fomentaram figu-ras do iluminismo e até mesmo tentaram aplicar as suasideias ao governo. Originário do período compreendidoentre os anos de 1650 e 1700, o iluminismo foi desper-tado pelos filósofos Baruch Spinoza (1632-1677), JohnLocke (1632-1704), Pierre Bayle (1647-1706) e peloma-temático Isaac Newton (1643-1727). O iluminismo flo-resceu até cerca de 1790-1800, após o qual a ênfase narazão deu lugar ao ênfase do romantismo na emoção eum movimento contrailuminista ganhou força.O centro do iluminismo foi a França e culminou coma grande Encyclopédie (1751-1772) editada por DenisDiderot (1713-1784) e Jean Le Rond d'Alembert comcontribuições de centenas de líderes filosóficos (intelec-tuais), tais como Voltaire (1694 −1778) e Montesquieu(1689-1755). Cerca de 25.000 cópias do conjunto de 35volumes foram vendidos, metade deles fora da França.As novas forças intelectuais difundiram-se para os cen-tros urbanos de toda a Europa, nomeadamente Inglaterra,Escócia, os estados alemães, Países Baixos, Rússia, Itália,Áustria e Espanha, em seguida, saltou o Atlântico paracolônias europeias, onde influenciou Benjamin Frankline Thomas Jefferson, entre muitos outros, e desempenhouum papel importante na Revolução Americana. Os ide-ais políticos influenciaram a Declaração de Independên-cia dos Estados Unidos, a Carta dos Direitos dos EstadosUnidos, a Declaração Francesa dos Direitos do Homem edo Cidadão e a Constituição Polaco-Lituana de 3 de maiode 1791.[7]

1 Definição

Ainda que importantes contemporâneos venham ressal-tando as origens do iluminismo no século XVII tardio,[8]não há consenso abrangente quanto à datação do inícioda era do iluminismo. Boa parte dos acadêmicos sim-plesmente utilizam o início do século XVIII como marcode referência, aproveitando a já consolidada denomina-

Immanuel Kant.

ção Século das Luzes .[9] O término do período é, por suavez, habitualmente assinalado em coincidência com o iní-cio das Guerras Napoleônicas (1804-1815).[10]

Iluminismo é um conceito que sintetiza diversas tradiçõesfilosóficas, sociais, políticas,correntes intelectuais e atitu-des religiosas. Pode-se falar mesmo em diversos “micro-iluminismos”, diferenciando especificidades temporais,regionais e de matiz religioso, como nos casos de “ilumi-nismo tardio”, "iluminismo escocês" e “iluminismo cató-lico”.O iluminismo é, para sintetizar, uma atitude geral de pen-samento e de ação. Os iluministas admitiam que os se-res humanos estão em condição de tornar este mundoum lugar melhor - mediante introspecção, livre exercí-cio das capacidades humanas e do engajamento político-social.[11] Immanuel Kant como resposta à questão “Oque é o iluminismo?", descreveu de maneira lapidar amencionada atitude:

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2 3 OS ILUMINISMOS REGIONAIS

2 Fases do iluminismo

Frontispício da Encyclopédie (1772), desenhado por Charles-Nicolas Cochin e gravado por Bonaventure-Louis Prévost. Estaobra está carregada de simbolismo: a figura do centro representaa verdade – rodeada por luz intensa (o símbolo central do ilumi-nismo). Duas outras figuras à direita, a razão e a filosofia, estãoa retirar o manto sobre a verdade.

Os pensadores iluministas tinham como ideal a extensãodos princípios do conhecimento crítico a todos os camposdomundo humano.[13] Supunham poder contribuir para oprogresso da humanidade e para a superação dos resíduosde tirania e superstição que creditavam ao legado da IdadeMédia. A maior parte dos iluministas associava ainda oideal de conhecimento crítico à tarefa do melhoramentodo estado e da sociedade.O uso do termo iluminismo na forma singular justifica-se, contudo, dadas certas tendências gerais comuns a to-dos os iluminismos, nomeadamente, a ênfase nas ideiasde progresso e perfectibilidade humana, assim como adefesa do conhecimento racional como meio para a su-peração de preconceitos e ideologias tradicionais.Entre o final do século XVII e a primeira metade doséculo XVIII, a principal influência sobre a filosofia doiluminismo proveio das concepções mecanicistas da na-tureza que haviam surgido na sequência da chamadarevolução científica do século XVII. Neste contexto, omais influente dos cientistas e filósofos da natureza foi en-

tão o físico inglês Isaac Newton. Em geral, pode-se afir-mar que a primeira fase do iluminismo foi marcada portentativas de importação do modelo de estudo dos fenô-menos físicos para a compreensão dos fenômenos huma-nos e culturais.No entanto, a partir da segunda metade do séculoXVIII, muitos pensadores iluministas passaram a afastar-se das premissas mecanicistas legadas pelas teorias fí-sicas do século XVII, aproximando-se então das teoriasvitalistas que eram desenvolvidas pelas nascentes ciênciasda vida.[14] Boa parte das teorias sociais e das filosofiasda história desenvolvidas na segunda metade do séculoXVIII, por autores como Denis Diderot e Johann Gott-fried von Herder, entre muitos outros, foram fortementeinspiradas pela obra de naturalistas tais como Buffon eJohann Friedrich Blumenbach.

3 Os iluminismos regionais

3.1 Alemanha

No espaço cultural alemão, um dos traços distintivos doiluminismo (Aufklärung) é a inexistência do sentimentoanticlerical que, por exemplo, deu a tônica ao ilumi-nismo francês. Os iluministas alemães possuíam, quasetodos, profundo interesse e sensibilidade religiosas, e al-mejavam uma reformulação das formas de religiosidade.O nome mais conhecido da Aufklärung foi ImmanuelKant.[15] Outros importantes expoentes do iluminismoalemão foram: Johann Gottfried von Herder, GottholdEphraim Lessing, Moses Mendelssohn, entre outros.[16]

3.2 Escócia

A Escócia, curiosamente um dos países mais pobres e re-motos da Europa ocidental no século XVIII, foi um dosmais importantes espaços de produção de ideias associ-adas ao iluminismo. Empirismo e pragmatismo foramas tendências mais marcantes do iluminismo escocês.[17]Dentre os seus mais importantes expoentes destacam-se,entre outros: Adam Ferguson, David Hume, Francis Hut-cheson, Thomas Reid, Adam Smith.[18]

3.3 Estados Unidos

Nas colônias britânicas que formariam os futuros EstadosUnidos da América, os ideais iluministas chegaram porimportação da metrópole, mas tenderam a ser redesenha-dos com contornos religiosos e politicamente mais radi-cais. Ideias iluministas exerceram uma enorme influênciasobre o pensamento e prática política dos chamados foun-ding fathers (pais fundadores) dos Estados Unidos, entreeles: John Adams, Samuel Adams, Benjamin Franklin,Thomas Jefferson, Alexander Hamilton e James Madi-son.[19]

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3.5 Inglaterra 3

David Hume,por Allan Ramsey, 1766, na Galeria Nacional da Escócia

A fermentação política nas colônias norte-americanasocorria no contexto do Iluminismo, o movimento detransformação intelectual que se espalhou por toda a Eu-ropa e pelo Novo Mundo. A Declaração de Independên-cia foi inspirada nas ideias Iluministas - e também serviupara lhes dar forma. Jefferson e Franklin são conside-rados os principais expoentes desse pensamento, e a De-claração é um de seus textos canônicos.[20] Os iluministasamericanos ficaram famosos por criticarem a concentra-ção de renda e ao voto censitário.[21][22] Um dos pilaresdo iluminismo americano foi o pacifismo.[23][24][25]

3.4 França

A França é considerada por muitos o país que liderouintelectualmente o iluminismo europeu. Durante o sé-culo XVIII, os intelectuais franceses foram os primeirosa promover os valores iluministas, apenas de os perso-nagens mais importantes da época não serem franceses.Eles eram conhecidos como Philosophes (filósofos), den-tre os quais o mais famoso foi Voltaire, Diderot e Mon-tesquieu. Tiveram papel fundamental pois, vivendo numaépoca em que a França ainda era um Estado católico sobautoridade religiosa de Roma, transformaram-se emmár-tires do iluminismo devido à sua luta contra a censura eintolerância.[26] Os Philosophes eram, por toda parte, ini-migos do cristianismo. Mesmo assim, suas ideias e cren-ças traziam a marca indelével da religião perseguida.[27]

Na França, país de tradição católica, mas onde as cor-rentes protestantes, nomeadamente os huguenotes, tam-bém desempenharam um papel dinamizador, havia uma

Voltaire,por Nicolas de Largillière, 1718, no Museu Carnavalet

tensão crescente entre as estruturas políticas conservado-ras e os pensadores iluministas. Rousseau, por exem-plo, originário de uma família huguenote e colaboradorda Encyclopédie, foi perseguido e obrigado a exilar-se naInglaterra. O conflito entre uma sociedade feudal e cató-lica e as novas forças de pendor protestante e mercantil,irá culminar na Revolução Francesa. Madame de Staël,com o seu salão literário, onde avultam grandes nomes davida cultural e política francesa, será uma grande referên-cia. Voltaire é retratado como um dos maiores filósofosiluministas da história.

3.5 Inglaterra

Na Inglaterra, a influência católica havia sido definiti-vamente afastada do poder político em 1688, com aRevolução Gloriosa. A partir de então, nenhum católicovoltaria a subir ao trono - embora a Igreja da Inglaterratenha permanecido bastante próxima do catolicismo emtermos doutrinários e de organização interna. Sem o con-trole que a Igreja Católica exercia em outras sociedades, aexemplo da espanhola ou a portuguesa, é no Reino Unidoque figuras como John Locke e Edward Gibbon dispõemda liberdade de expressão necessária ao desenvolvimentode suas ideias.

3.6 Portugal

Em Portugal, uma figura marcante desta época foi oMarquês de Pombal. Tendo sido embaixador em Londresdurante 7 anos (1738-1745), o primeiro-ministro de Por-tugal ali teria recolhido as referências que marcaram a sua

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4 7 ILUMINISTAS NOTÁVEIS (ORDENADOS POR ANO DE NASCIMENTO)

orientação como primeiro responsável político em Por-tugal. O Marquês de Pombal foi um marco na históriaportuguesa, contrariando o legado histórico feudal e ten-tando por todos os meios aproximar Portugal do modeloda sociedade inglesa. Entretanto, Portugal mostrara-sepor vezes hostil à influência daqueles que em Portugaleram chamados pejorativamente de estrangeirados - fatopretensamente relacionado à influência Católica.

4 As Colónias Americanas e o Im-pério Português

Nas colônias americanas do Império Português, foi no-tável a influência de ideais iluministas sobre os escritoseconômicos tanto de José de Azeredo Coutinho quantode José da Silva Lisboa. Também se podem considerarcomo “iluministas” diversos dos intelectuais que partici-param de revoltas anticoloniais no final do século XVIII,tais como Cláudio Manoel da Costa e Tomás AntônioGonzaga.

5 Crítica ao mercantilismo

Toda a estrutura política e social do absolutismo foi vi-olentamente atacada pela revolução intelectual do Ilumi-nismo. O mercantilismo, doutrina econômica típica daépoca, também foi condenado e novas propostas, maiscondizentes com a nova realidade do capitalismo, foramteorizadas.Os primeiros contestadores do mercantilismo foram osfisiocratas. Para os fisiocratas, a riqueza viria da natu-reza, ou seja, da agricultura, da mineração e da pecuá-ria. O comércio era considerado uma atividade estéril, jáque não passava de uma troca de riquezas. Outro aspectoda fisiocracia contrariava o mercantilismo: os fisiocrataseram contrários à intervenção do Estado na economia.Esta seria regida por leis naturais, que deveriam agir li-vremente. A frase que melhor define o pensamento fisio-crata é: Laissez faire, laissez passer (Deixai fazer, deixaipassar).A fisiocracia influenciou pensadores como Adam Smith,pai da economia clássica. A economia política como ci-ência autônoma não existia naquela época. O pensamentoeconômico era fruto do trabalho assistemático de intelec-tuais, que ocasionalmente se interessavam pelo problema:um dos principais teóricos da escola fisiocrata era ummé-dico, François Quesnay.

6 Impacto

O iluminismo exerceu vasta influência sobre a vida po-lítica e intelectual da maior parte dos países ocidentais.

Declaração dos Direitos doHomem e do Cidadão, França, 1789,um dos muitos documentos políticos produzidos no século XVIIIsob a inspiração do ideário iluminista.

A época do iluminismo foi marcada por transformaçõespolíticas tais como a criação e consolidação de estados-nação, a expansão de direitos civis e a redução da influên-cia de instituições hierárquicas como a nobreza e a igreja.O iluminismo forneceu boa parte do fermento intelectualde eventos políticos que se revelariam de extrema impor-tância para a constituição do mundo moderno, tais comoa Revolução Francesa, a Constituição polaca de 1791,a Revolução Dezembrista na Rússia em 1825, o movi-mento de independência na Grécia e nos Balcãs, bemcomo, naturalmente, os diversos movimentos de emanci-pação nacional ocorridos no continente americano a par-tir de 1776.Muitos autores associam ao ideário iluminista o surgi-mento das principais correntes de pensamento que carac-terizariam o século XIX, a saber, liberalismo, socialismo,e social-democracia.

7 Iluministas notáveis (ordenadospor ano de nascimento)

• Bento de Espinosa (1632–1677), filósofo holandês,com ascendência judaica portuguesa. É consideradoo precursor das correntes mais radicais do pensa-mento iluminista. Escrito mais importante: Ética(1677).

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• John Locke (1632 - 1704), filósofo inglês. Ele ne-gava a ideia de que Deus determinava o destino doshomens e afirmava que era a sociedade que os mol-dava para o bem ou para o mal.[28] Escritos maisimportantes: Ensaio sobre o entendimento humano(1689); Dois tratados sobre governo (1689).

• Montesquieu (Charles-Louis de Secondat, barão deLa Brède e de Montesquieu) (1689-1755), filósofofrancês. Defendia a ideia de que o governo deveriaser exercido por três poderes independentes (Legis-lativo, Executivo e Judiciario), a qual exerceu im-portante influência sobre diversos textos constituci-onais modernos e contemporâneos.[28] Escrito maisimportante: Do Espírito das Leis (1748).

• Voltaire (pseudónimo de François-Marie Arouet)(1694-1778), defendia a existência de um monarcaabsoluto, desde que cultuasse a ciência e estivesseaberto às reformas propostas pelos filósofos ilumi-nistas. Filósofo francês, era anticlericalista (acredi-tava que para chegar a Deus não era preciso a igreja,e sim a razão). Notabilizou-se pela sua oposição aopensamento religioso e pela defesa da liberdade in-telectual. Escritos mais importantes: Ensaio sobreos costumes (1756); Dicionário Filosófico (1764) eCartas Inglesas (1734).[28]

• Benjamin Franklin (1706-1790), político, cientistae filósofo estadunidense. Participou ativamente doseventos que levaram à independência dos EstadosUnidos e da elaboração da constituição de 1787.

• Buffon (Georges-Louis Leclerc, conde de Buffon)(1707-1788), naturalista francês. A sua principalobra, A história natural, geral e particular (1749–1778; 36 volumes), exerceu capital influência sobreas concepções de natureza e história dos autores doiluminismo tardio.

• David Hume (1711-1776), filósofo e historiador es-cocês.

• Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), filósofo suiço.Era favorável à participação do povo na vida pú-blica, por meio da eleição de seus representantes po-líticos. Defendia a necessidade de reformas sociais,e criticava a nobreza e a burguesia. Escrito mais im-portante: Do Contrato Social.[28]

Denis Diderot,por Louis-Michel van Loo, 1767, no Museu do Louvre

• Denis Diderot (1713-1784), filósofo francês. Ela-borou juntamente com D'Alembert a “Enciclopédiaou Dicionário racional das ciências, das artes e dosofícios”, composta de 33 volumes, com o propósitode sintetizar os principais conhecimentos acumula-dos pela humanidade, nas diversas áreas do saber.Essa obra foi publicada pela primeira vez na França(1751 e 1772) e tornou-se o principal veículo de di-vulgação de suas ideias na época.[28] Também se de-dicou à teoria da literatura e à ética trabalhista.

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6 8 REFERÊNCIAS

• Adam Smith (1723-1790), economista e filósofo es-cocês. O seu escrito mais famoso é A Riqueza dasNações em que ele propunha o fim dos monopóliose da política mercantilista.[28]

• Immanuel Kant (1724-1804), filósofo alemão. Fun-damentou sistematicamente a filosofia crítica, tendorealizado investigações também no campo da físicateórica e da filosofia moral.

• Gotthold Ephraim Lessing (1729–1781), drama-turgo e filósofo alemão. É um dos principais nomesdo teatro alemão na época moderna. Nos seus es-critos sobre filosofia e religião, defendeu que os fiéiscristãos deveriam ter o direito à liberdade de pensa-mento.

• Edward Gibbon (1737–1794), historiador inglês.

• Benjamin Constant (1767–1830), político, filósofoe escritor de nacionalidade franco-suíça. Um dospioneiros do liberalismo, amigo pessoal de Madamede Staël e aluno de Adam Smith e David Humena Escócia. Constant foi imensamente influenciadopelo iluminismo escocês, tanto em seu trabalho so-bre religião, quanto em seus ideais de liberdade in-dividual.

8 Referências[1] Iluminismo - Século das Luzes (em português) significa-

dos.com.br. Visitado em 26 de janeiro de 2014.

[2] Falcon, Francisco José Calazans (1994). Iluminismo.Editora Ática, São Paulo

[3] Ilustração - Dicionário Online de Português (em portu-guês). Visitado em 27 de janeiro de 2014.

[4] Mesquita Júnior, Geraldo (2004). Os filósofos da política:iluminismo, a filosofia da ilustração. Senado Federal

[5] Fortes, Luiz Roberto Salinas (1981). O iluminismo e osreis filósofos. Brasiliense

[6] A trajetória do Bispo João de São José Queirós (1711-1763), Intrigas Coloniais, por Blenda Cunha Moura, His-tória do Instituto de Ciências Humanas e Letras da Uni-versidade Federal do Amazonas, Manaus, 2009, pág. 27

[7] Robert R. Palmer, The Age of the Democratic Revolution(1964)

[8] Israel, Jonathan (2003). Radical Enlightenment: Philo-sophy and the Making of Modernity, 1650-1750. (ISBN0-19-820608-9 hardback, ISBN 0-19-925456-7)

[9] Hooker, Richard (1996). The European Enlightenment(em inglês). Visitado em 18 de janeiro de 2008.

[10] Frost, Martin (2008). The Age of Enlightenment (em in-glês). Visitado em 18 de janeiro de 2008.

[11] Reill, Peter Hanns (2004) “Introduction”. In: Encyclo-pedia of the Enlightenment. Editada por Peter Reill andEllen Wilson. Nova Iorque: Facts on File, pp. x-xi ISBN0-8160-5335-9

[12] Kant, Immanuel (1784). Beantwortung der Frage : Wasist Aufklärung

[13] Hackett, Louis (1992). The Age of Enlightenment (eminglês) History-world.org. Visitado em 18 de janeiro de2008.

[14] Reill, Peter (1986). “Science and the Science of His-tory in the Spätaufklärung”. In: Aufklärung und Geschi-chte. Studien zur deutschen Geschichtswissenschaft im18. Jahrhundert. Organizado por Hans Erich Bödecker etalli. Göttingen: Vanderhoeck & Ruprecht, pp. 430-449.

[15] Solomon, Robert C.. Introducing the German Idealists (eminglês). Cambridge: Hackett Publishing, 1981. p. 4.ISBN 091-514-503-0

[16] Merriam-Webster. Merriam-Webster’s Encyclopedia ofLiterature (em inglês). [S.l.]: Merriam-Webster, Inc,1995. p. 810. ISBN 087-779-042-6

[17] Zajonc, Arthur. The New Physics and Cosmology (em in-glês). Oxford: Oxford University Press, 2004. p. 122.ISBN 019-515-994-2

[18] Bevir, Mark. Encyclopedia of Political Theory (em in-glês). [S.l.]: SAGE Publications, 2010. p. 1274. ISBN145-226-575-5

[19] Rollins, Peter C.. The Columbia Companion to AmericanHistory on Film (em inglês). Nova Iorque: Columbia Uni-versity Press, 2013. p. 154. ISBN 023-150-839-5

[20] Schwartz Driver, Stephanie. A Declaração de Indepen-dência dos Estados Unidos (em português). Rio de Ja-neiro, RJ: Zahar, 2006. p. 35. ISBN 8571109370

[21] Max Farrand, The Records of the Federal Convention of1787

[22] Note to His Speech in the Constitutional Convention onthe Right of Suffrage

[23] First Inaugural Address Princeton University (4 March1801). Visitado em 13 August 2014.

[24] Ike was right all along: The danger of the military-industrial complex The Independent. Citação: “In reality,the dangers of Eisenhower’s “military-industrial complex”are not new; from the earliest days of the Republic, poli-tical leaders have warned of them. “Overgrown militaryestablishments,” George Washington said in his own fa-rewell address of 1796, “are under any form of govern-ment inauspicious to liberty.” Nor is the concept confinedto America.”

[25] Ike was right all along: The danger of the military-industrial complex Rights of Man: Being an Answer toMr. Burke’s Attack on the French Revolution

[26] Oliver, Martyn. História ilustrada da filosofia (em portu-guês). Barueri, SP: Editora Manole Ltda, 1998. p. 74.ISBN 852-040-820-6

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[27] Gray, John N.. Voltaire: Voltaire e o iluminismo (em por-tuguês). [S.l.]: UNESP, 1999. p. 9. ISBN 8571392471

[28] História Integrada - do fim do Antigo Regime à industri-alização e ao imperialismo. Volume 3, páginas 17 a 21.

9 Ligações externas• “Qu'est-ce que les Lumières ?" Por Michel Foucault(em francês). Originalmente publicado noMagazineLittéraire, nº 207, maio de 1984, pp. 35-39. (Reti-rado do curso de 5 de janeiro de 1983, no Collègede France).

• “O que é o Iluminismo?". Traduzido (em português)por Wanderson Flor do Nascimento, a partir deFOUCAULT, Michel. Dits et Écrits. Paris:Gallimard, 1994, Vol. IV, pp. 679-688.

• Cerqueira, Hugo. Adam Smith e seu contexto: oIluminismo escocês. Economia e Sociedade, v. 26,p. 1-28, 2006.

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8 10 FONTES, CONTRIBUIDORES E LICENÇAS DE TEXTO E IMAGEM

10 Fontes, contribuidores e licenças de texto e imagem

10.1 Texto• Iluminismo Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Iluminismo?oldid=41744697 Contribuidores: JoaoMiranda, Jorge~ptwiki, Luis Dantas,JMGM, Manuel Anastácio, Joaotg, Mschlindwein, Mrcl, Andreas Herzog, LeonardoRob0t, Pedrassani, NTBot, RobotQuistnix, JP Watrin,Rei-artur, Clara C., Leandromartinez, 333~ptwiki, André Koehne, Leinad-Z~ptwiki, Aflm, Agil, Giro720, OS2Warp, 555, Águia, Adail-ton, Lijealso, Rodrigo Diniz, Bonás, Jvano~ptwiki, FlaBot, Luís Felipe Braga, Mosca, Plaigueis, MalafayaBot, Eduardoferreira, Arges,Joseolgon, Leonardo.stabile, Xandi, LijeBot, Thom~ptwiki, Marcos Viana “Pinguim”, Jo Lorib, Tiago Vasconcelos, Murilo93, Davemus-taine, He7d3r, Reynaldo, Everton137, FSogumo, Master, Marcelo Victor, Yanguas, Thijs!bot, Rei-bot, GRS73, Marcelo.silveira, Escarbot,Belanidia, Jmbgouveia, JAnDbot, Alchimista, ZackTheJack, Luiza Teles, MarceloB, Delemon, Rodrigo7887, Bisbis, Anrirk, Barão de Ita-raré, CommonsDelinker, Ozalid, Jack Bauer00, Acscosta, Joaopchagas2, Otavio82, Lucomma, Idioma-bot, EuTuga, Der kenner, LuckasBlade, Carlos28, TXiKiBoT, Tumnus, Gunnex, VolkovBot, SieBot, Francisco Leandro, Synthebot, Aoaassis, Zepha, Javali~ptwiki, YoneFernandes, Graziellala, Fabsouza1, Teles, Marcelo1293, Mário Henrique, Jeferson, AlleborgoBot, Pcn, Renatops, GOE, Leandrorr, GOE2,Pietroroveri, Chronus, Burmeister, Auréola, Kim richard, GLDC, Heiligenfeld, KaZu, Arnonrdp, Inox, Beria, Uderz, Alexandrepastre,RafaAzevedo, FranciscoDias, Vmss, Lourencoalmada, Arley, Ruy Pugliesi, Nivaldo Neto, Theus PR, MelM, SilvonenBot, Brunonar, Pi-etro Roveri, Guigo2602, Alexjr26, OffsBlink, Vitor Mazuco, Maurício I, Nickerss~ptwiki, NjardarBot, ChristianH, Numbo3-bot, Biuick,Luckas-bot, DanielBF, LaaknorBot, Nallimbot, Amirobot, Eamaral, Eduardofeld, Bulls~ptwiki, Vanthorn, Salebot, ArthurBot, Truhiyanu,DumZiBoT, Roberto de Lyra, Willy Weazley, Lauro Chieza de Carvalho, Matheus-sma, Coltsfan, Lord Mota, Xqbot, Lépton, GhalyBot,JotaCartas, Gean, Darwinius, RibotBOT, MauritsBot, João Vítor Vieira, OnlyJonny, TobeBot, ArthurBorges19, Braswiki, Marcos Eliasde Oliveira Júnior, HVL, Viniciusmc, Domingos Avelar, Capitão Pirata Bruxo, Juan Romera, Aleph Bot, EmausBot, Brasil conhecimento,ZéroBot, Érico Júnior Wouters, Editabr, Jonne rodrigues, Zerojunior, Stuckkey, Mjbmrbot, Bruno Meireles, Colaborador Z, WikiGT,MerlIwBot, Antero de Quintal, PauloEduardo, Gabriel Yuji, AvocatoBot, J. A. S. Ferreira, Kascyo, DARIO SEVERI, Piuca123, ShgürDatsügen, Zoldyick, Jml3, Jaybear, Alexander Martins Vianna, Chronon, Ginés90, WOtP, Callmepgr, Ousiodis, Marájoaro, Alaiyo, Mi-relli Navarra, Leon saudanha, Ceuzi, Prima.philosophia, AdrianoBritoo, Legobot, Hist2, Domsamukamaxbright, Marcos dias de oliveira,Fsmah, Didinhonho, Sarovich, Itz budoks, Yhorrana Thabata, Joao776, Louco 2.0 e Anónimo: 609

10.2 Imagens• Ficheiro:Cquote1.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4d/Cquote1.svg Licença: Public domain Contribuido-

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res: ? Artista original: ?• Ficheiro:David_Hume.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/21/David_Hume.jpg Licença: Public domain

Contribuidores: Web Gallery of Art Artista original: Allan Ramsay• Ficheiro:Declaration_of_Human_Rights.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/6c/Declaration_of_the_Rights_of_Man_and_of_the_Citizen_in_1789.jpg Licença: Public domain Contribuidores: [1] Artista original: Jean-Jacques-François LeBarbier

• Ficheiro:Encyclopedie_de_D'Alembert_et_Diderot_-_Premiere_Page_-_ENC_1-NA5.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/2b/Encyclopedie_de_D%27Alembert_et_Diderot_-_Premiere_Page_-_ENC_1-NA5.jpg Licença: Public domainContribuidores:

• File:ENC 1-NA5 600px.jpeg Artista original: Long List of Contributors to the Encyclopédie• Ficheiro:Encyclopedie_frontispice_full_473px.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fd/Encyclopedie_frontispice_full.jpg Licença: Public domain Contribuidores: From English Wikipedia: Encyclopedie frontispice full 473px.jpg; originalsource: [1] Artista original: Benoît Louis Prévost

• Ficheiro:History_hourglass.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/bd/History_hourglass.svg Licença: CCBY-SA 3.0 Contribuidores:

• History.svg Artista original: History.svg: ~DarKobra at Deviantart• Ficheiro:Immanuel_Kant_(painted_portrait).jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/43/Immanuel_Kant_%28painted_portrait%29.jpg Licença: Public domain Contribuidores: /History/Carnegie/kant/portrait.html Artista original: unspecified

• Ficheiro:Louis-Michel_van_Loo_001.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/ad/Louis-Michel_van_Loo_001.jpg Licença: Public domain Contribuidores: Desconhecido Artista original: Louis-Michel van Loo

• Ficheiro:Magnifying_glass_01.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/3a/Magnifying_glass_01.svg Licença:CC0 Contribuidores: ? Artista original: ?

• Ficheiro:P_religion_world.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/28/P_religion_world.svg Licença: CC-BY-SA-3.0 Contribuidores: ? Artista original: ?

• Ficheiro:Sanzio_01_cropped.png Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d1/Sanzio_01_cropped.png Licença: Pu-blic domain Contribuidores:Artista original: Rafael Sanzio

• Ficheiro:SeptemArtes-Philosophia-Detail.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/1c/SeptemArtes-Philosophia-Detail.jpg Licença: Public domain Contribuidores: from “Hortus deliciarum” of Herrad von Landsberg- date: about 1180 Artista original: User:Markus Mueller

• Ficheiro:Voltaire.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f2/Atelier_de_Nicolas_de_Largilli%C3%A8re%2C_portrait_de_Voltaire%2C_d%C3%A9tail_%28mus%C3%A9e_Carnavalet%29_-002.jpg Licença: Public domain Contribuidores: Obrasderivadas deste ficheiro: Voltaire-2008-11-24.jpg http://www.deism.com/images/Voltaire.jpg (old image: From en wikipedia) Artista ori-ginal: Workshop of Nicolas de Largillière

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