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Produto 5 – Versão Preliminar do PMGIRS
Produto 5 - Versão Preliminar
Tabuleiro/MG
II
Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba
do Sul
PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE TABULEIRO/MG
Produto 5 – Versão Preliminar
Tabuleiro, MG
Outubro/2019
II
ELABORAÇÃO
Associação Pro-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul
– AGEVAP
Nara Maria de Oliveira Dornela
Estagiária em Engenharia Ambiental e Sanitária – UFJF
Sarah Christina Ribeiro Antunes
Estagiária em Engenharia Ambiental e Sanitária – UFJF
Ingrid Delgado Ferreira
Especialista em Recursos Hídricos
Alexandre Cid
Especialista Administrativo
Fernando Noronha Franzini
Assessor de Planejamento Estratégico
Grupo de acompanhamento da Prefeitura Municipal de Tabuleiro/MG
Denilson da Silva Ferraz
Representante do Setor de Convênios
Marcos José da Silva
Representante da Secretaria Municipal de Administração e Recursos Humanos
Maria Cristina Pires Alves
Responsável Técnica pela Fiscalização
II
José Maria Campos Neves
Representante da Secretaria de Municipal de Obras, Atividades Urbanas, Transporte e
Trânsito
Marcelo Fernandes da Rocha
Assistente Social
COORDENAÇÃO
André Luís de Paula Marques
Diretor-Presidente da AGEVAP
Roberto Carlos Alves da Costa
Responsável pela Secretaria Municipal de Agropecuária,
Abastecimento e Meio Ambiente
Samuel Rodrigues Castro
Professor supervisor dos estagiários da UFJF
III
APRESENTAÇÃO
Em 02 de dezembro de 2016, o Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio
Paraíba do Sul - CEIVAP instituiu seu Plano de Aplicação Plurianual – PAP para o
período de 2017 a 2020, através da Deliberação CEIVAP nº 237/2016.
O PAP do CEIVAP é o instrumento de planejamento e orientação dos desembolsos a
serem executados com recursos da cobrança pelo uso da água, compreendendo os
recursos comprometidos, o saldo remanescente até junho de 2016 e aqueles com
expectativa de serem arrecadados pela cobrança pelo uso da água de domínio da União
e oriundas da transposição do rio Guandu no período de 2017 a 2020.
Com base no PAP, o CEIVAP aprovou a aplicação de recursos financeiros oriundos da
cobrança pelo uso da água na bacia para elaboração do Plano Municipal de Gestão
Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) dos municípios integrantes da bacia
hidrográfica.
A Lei nº 12.305 de 2010 instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
visando à gestão integrada e ao gerenciamento adequado dos resíduos sólidos, sendo
um de seus instrumentos os planos municipais de gestão integrada de resíduos sólidos.
O PMGIRS é um instrumento de planejamento, com horizonte de 20 anos ou mais. O
PMGIRS tem o objetivo principal de promover o diagnóstico da situação atual dos
resíduos sólidos no município, bem como prever soluções integradas para os diversos
tipos de resíduos no município, tornando-se indispensável para o manejo e a gestão de
resíduos sólidos adequados no município.
Além disso, de acordo com o art. 18 da Lei Federal nº 12.305/2010, para que os
municípios tenham acesso a recursos da União, ou por ela controlado, bem como
incentivos ou financiamento de entidades federais de crédito ou fomento destinados a
serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, é necessário
a elaboração do PMGIRS.
Além disso, de acordo com o art. 18 da Lei Federal nº 12.305/2010, para que os
municípios tenham acesso a recursos da União, ou por ela controlados, bem como
IV
incentivos ou financiamento de entidades federais de crédito ou fomento destinados a
serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, é necessário
a elaboração do PMGIRS.
De modo a facilitar o acompanhamento da elaboração do plano do município de
Tabuleiro (MG), este será dividido em 7 Produtos, quais sejam:
Produto 1 - Legislação Preliminar;
Produto 2 - Caracterização Municipal;
Produto 3 - Diagnóstico Municipal Participativo;
Produto 4 - Prognóstico;
Produto 5 - Versão Preliminar do PMGIRS;
Produto 6 - Versão Final do PMGIRS;
Produto 7 - Relatório Síntese do PMGIRS.
O Produto 1 contempla um breve panorama da situação de resíduos sólidos a níveis
federal e estadual, bem como um levantamento e análise da legislação federal, estadual
e sua integração com a legislação municipal e decretos regulamentadores, na área de
resíduos sólidos, educação ambiental e saneamento básico.
O Produto 2 apresenta a caracterização municipal de Tabuleiro (MG) contendo dados
geográficos, como localização, climatologia, geologia, relevo e hidrologia; dados
político-administrativos, como distritos, poderes, características urbanas, dispositivos
legais de zoneamento urbano e demografia; dados socioeconômicos, como educação,
trabalho e renda, saúde, economia, disponibilidade de recursos, além de indicadores
sanitários, epidemiológicos e ambientais.
O Produto 3 consiste em um diagnóstico dos resíduos sólidos, bem como procedimentos
operacionais e especificações mínimas a serem adotados em serviços públicos de
limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos; indicadores; sistema de cálculo de
custos da prestação desses serviços, dentre outras informações. Para elaboração deste
produto será realizada oficina com a participação da sociedade, além disso, será
aplicado questionário acerca da satisfação dos serviços de limpeza urbana e manejo
dos resíduos sólidos.
V
O Produto 4 faz o prognóstico do município, contemplando principalmente programas,
ações de educação ambiental, metas de redução, reutilização, coleta seletiva e
reciclagem. Além disso, identifica os passivos ambientais relacionados aos resíduos
sólidos e estabelece medidas saneadoras. As ações de emergência e contingência
também são contempladas neste produto.
O Produto 5, objeto deste documento, é a versão preliminar do PMGIRS abrangendo os
dados consolidados das versões anteriores. Compreende o diagnóstico da situação
atual dos resíduos sólidos, cenários, metas, diretrizes e estratégias para o cumprimento
das metas. O Produto 5 ficará disponível para consulta pública no prazo de 30 dias no
site do município e da AGEVAP.
O Produto 6 é a versão final do PMGIRS contendo as modificações da versão preliminar
apresentada e aprovada através da consulta pública. O mesmo contém o documento de
legislação preliminar (Produto 1) consolidado e é discutido em audiência pública.
O Produto 7 é um relatório síntese do PMGIRS, servindo para uma consulta rápida às
proposições e demais assuntos do plano, visto que a versão final do PMGIRS é mais
adequada para análises técnicas aprofundadas de seu conteúdo. O Produto 7
contempla também o Plano de Investimentos.
Este documento foi elaborado pela Escola de Projetos da Associação Pró-Gestão das
Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul - AGEVAP, com o apoio financeiro
do CEIVAP e parceria da UFJF.
VI
LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
AGEVAP Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba
do Sul
ANA Agência Nacional de Águas
AIRTT Área Integrada de Recebimento, Triagem e Transbordo
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
ATT Áreas de Triagem e Transbordo
CBH Comitê de Bacias Hidrográficas
CEIVAP Comitê de Integração de Bacias Hidrográficas do Rio Paraíba do Sul
CNES Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
CPRM Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
DATASUS Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde
EPI Equipamento de Proteção Individual
ETA Estação de Tratamento de Água
ETE Estação de Tratamento de Esgoto
FEAM Fundação Estadual do Meio Ambiente
GEE Gases de Efeito Estufa
IBAMA O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis
VII
IBF Instituto Brasileiro de Florestas
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDEB Índice de Desenvolvimento de Educação Básica
IDHM Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
INMET Instituto Nacional de Meteorologia
IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
LDO Lei de Diretrizes Orçamentárias
LOA Lei Orçamentária Anual
MDS Ministério do Desenvolvimento Social
MMA Ministério do Meio Ambiente
NBR Norma Técnica Brasileira
ODM Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
PAP Plano de Aplicação Plurianual
PGRS Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
PMGIRS Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
PIB Produto Interno Bruto
PMSB Plano Municipal de Saneamento Básico
PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos
PNUD Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento Aplicado
VIII
RCC Resíduos da Construção Civil e Inertes
RDC Resolução da Divisão Colegiada - ANVISA
RLRO Resíduos de Logística Reversa Obrigatória
RLU Resíduos de Limpeza Urbana
RI Resíduos Industriais
RM Resíduos de Mineração
RSC Resíduos Sólidos de Estabelecimentos Comerciais e Prestadores de
Serviços
RSD Resíduos Sólidos Domiciliares
RSS Resíduos dos Serviços de Saúde
RSU Resíduos Sólidos Urbanos
SIGRH Sistema Integrado de Gerenciamento dos Recursos Hídricos
SNIS Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
Sisnama Sistema Nacional de Meio Ambiente
SNVS Sistema Nacional de Vigilância Sanitária
UBS Unidade Básica de Saúde
UTC Unidade de Triagem e Compostagem
IX
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – MAPA ILUSTRATIVO DO LIMITE TERRITORIAL DE TABULEIRO/MG .................................. 28
FIGURA 2 – MAPA ILUSTRATIVO COM AS VIAS DE ACESSO AO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ........... 30
FIGURA 3 – VISTA DA PRAÇA CORONEL JOÃO FLORIANO E A IGREJA DE BOM JESUS DA CANA VERDE EM
TABULEIRO/MG ......................................................................................................................... 33
FIGURA 4 – MAPA DA CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ....................... 38
FIGURA 5 – PRECIPITAÇÃO MENSAL DA REGIÃO DE TABULEIRO/MG .............................................. 41
FIGURA 6 – UNIDADES GEOLÓGICAS DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ......................................... 43
FIGURA 7 – MAPA DA COMPOSIÇÃO ESPACIAL DAS UNIDADES GEOLÓGICAS DE TABULEIRO/MG .... 44
FIGURA 8 – MAPA DE GEOMORFOLOGIA DE TABULEIRO/MG ......................................................... 45
FIGURA 9 – MAPA DE DECLIVIDADE DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ........................................... 48
FIGURA 10 – MAPA HIPSOMÉTRICO DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ........................................... 49
FIGURA 11 – MAPA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA DO SUL ......................................... 51
FIGURA 12 – MAPA DE RECURSOS HÍDRICOS DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ............................. 52
FIGURA 13 – MAPA DA VEGETAÇÃO REMANESCENTE DE MATA ATLÂNTICA NO MUNICÍPIO DE
TABULEIRO/MG ......................................................................................................................... 53
FIGURA 14 – MAPA DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE DO MUNICÍPIO DE
TABULEIRO/MG ......................................................................................................................... 55
FIGURA 15 – MAPA DO SETOR CENSITÁRIO DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ................................ 58
FIGURA 16 – COMPOSIÇÃO ADMINISTRATIVA DA PREFEITURA DE TABULEIRO/MG .......................... 61
FIGURA 17 – SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E TABULEIRO/MG ......................................... 64
FIGURA 18 – ESQUEMA DOS SERVIÇOS DE ESGOTO OCORRENTES NO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG66
FIGURA 19 – MAPA DOS PONTOS DE ALAGAMENTO DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG .................... 68
FIGURA 20 – MAPA DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ................... 74
FIGURA 21 – PIRÂMIDE ETÁRIA DA POPULAÇÃO DE TABULEIRO/MG ............................................... 77
FIGURA 22 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE MATRICULADOS NA REDE DE ENSINO NO MUNICÍPIO
DE TABULEIRO/MG. ................................................................................................................... 81
FIGURA 23 – GRÁFICO DO FLUXO ESCOLAR POR FAIXA ETÁRIA - TABULEIRO - MG - 1991/2000/201083
X
FIGURA 24 – COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO DE TABULEIRO/MG DE 18 ANOS OU MAIS DE IDADE NO ANO DE
2010 ......................................................................................................................................... 85
FIGURA 25 – ATIVIDADES ECONÔMICAS E SEUS IMPACTOS AO PIB DE TABULEIRO/MG NO ANO DE 2016
................................................................................................................................................ 89
FIGURA 26 – PERCENTUAL DE MORADORES URBANOS COM ACESSO A ÁGUA LIGADA À REDE EM
TABULEIRO/MG ......................................................................................................................... 94
FIGURA 27 – PERCENTUAL DE MORADORES URBANOS COM ACESSO A ESGOTAMENTO SANITÁRIO
ADEQUADO EM TABULEIRO/MG ................................................................................................... 95
FIGURA 28 – DESTINO DADO AOS RESÍDUOS SÓLIDOS PELOS DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES
DE TABULEIRO/MG .................................................................................................................... 96
FIGURA 29 – PERCENTUAL DE ATENDIMENTO DE DRENAGEM URBANA COM OS SISTEMAS DE
BUEIRAS/BOCAS-DE-LOBO NO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ........................................................ 97
FIGURA 30 – EVOLUÇÃO DO IMRS DE TABULEIRO/MG ................................................................. 98
FIGURA 31 – NÚMERO DE CASOS DE DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS POR MOSQUITOS NO MUNICÍPIO DE
TABULEIRO/MG ......................................................................................................................... 99
FIGURA 32 – FORMAS DE ACONDICIONAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES NO MUNICÍPIO DE
TABULEIRO/MG: (A) LIXEIRAS NA ÁREA URBANA (B) LIXEIRA NA FRENTE DE RESIDÊNCIA (C) BOMBONA DE
RSC ....................................................................................................................................... 107
FIGURA 33 – ROTA DO CAMINHÃO COMPACTADOR QUE REALIZA A COLETA DOS RESÍDUOS DOMICILIARES
NO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ............................................................................................. 112
FIGURA 34 – CAMINHÃO COMPACTADOR QUE REALIZA A COLETA DOS RESÍDUOS DOMICILIARES NO
MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG .................................................................................................. 113
FIGURA 35 – ÁREA DE TRANSBORDO NO MUNICÍPIO DE ASTOLFO DUTRA/MG .............................. 114
FIGURA 36 – CAÇAMBAS NA ÁREA DE TRANSBORDO (A) E CAMINHÃO DO TIPO CAÇAMBA (B) QUE LEVA OS
RESÍDUOS DA ÁREA DE TRANSBORDO ATÉ O ATERRO SANITÁRIO LOCALIZADO EM LEOPOLDINA/MG 115
FIGURA 37 – CATADOR INFORMAL DE MATÉRIAS RECICLÁVEIS DE TABULEIRO/MG ....................... 117
FIGURA 38– ANTIGA UTC DE TABULEIRO/MG, ATUALMENTE DESATIVADA: DEPÓSITO DE PNEUS E
RESÍDUOS ELETROELETRÔNICOS (A); VALAS DE RSD E RSS (B) ................................................. 119
FIGURA 39 – VISTA DO CTR LEOPOLDINA (LOCAL DE DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS)
LOCALIZADO EM LEOPOLDINA/MG ............................................................................................. 120
XI
FIGURA 40 – LOCALIZAÇÃO DO CTR, LOCAL DE DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
PRODUZIDOS NO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ......................................................................... 122
FIGURA 41 – LOCAL DE PESAGEM E VISTORIA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO CTR LEOPOLDINA ....... 124
FIGURA 42 – EPIS UTILIZADOS PELOS FUNCIONÁRIOS ATUANTES NA DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS DE
TABULEIRO/MG ....................................................................................................................... 125
FIGURA 43 – ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DO CHORUME NO CTR LEOPOLDINA: TANQUE DE EQUALIZAÇÃO
(A); TRATAMENTO PRELIMINAR COM CALHA PARSHAL SEGUIDA DE LAGOA DE ESTABILIZAÇÃO (B) ... 126
FIGURA 44 – CTR LEOPOLDINA: OPERAÇÃO DO MACIÇO (A); PONTO DE MONITORAMENTO DAS ÁGUAS
SUBTERRÂNEAS, A MONTANTE DO MACIÇO (B) ............................................................................ 127
FIGURA 45 – EXEMPLO DE ACONDICIONAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DE LIMPEZA URBANA DO
MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG .................................................................................................. 129
FIGURA 46 – ÁREA DE TRANSBORDO (A) E CAMINHÃO QUE REALIZA COLETA (B) DOS RESÍDUOS DE
LIMPEZA URBANA DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG .................................................................. 131
FIGURA 47 – EXECUÇÃO DO SERVIÇO DE VARRIÇÃO NA COMUNIDADE SANTA RITA DE BOTAFOGO (A) E
EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA ATIVIDADE (B). .......................................................................... 132
FIGURA 48 – ÁREA DE ACONDICIONAMENTO TEMPORÁRIO DOS RLU E RSD COLETADOS PELA
PREFEITURA NA COMUNIDADE DE SANTA RITA DE BOTAFOGO (A) E DE IGREJINHA DO ACÁCIO (B) . 135
FIGURA 49 – LOCALIZAÇÃO DO BOTA FORA DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ............................. 140
FIGURA 50 – LOCALIZAÇÃO DA ETA EM TABULEIRO/MG ............................................................ 144
FIGURA 51 – ILUSTRAÇÃO DAS INSTALAÇÕES PERTENCENTES A ETA EM TABULEIRO/MG ............. 145
FIGURA 52 – LOCALIZAÇÃO DAS UNIDADES DE SAÚDE MUNICIPAIS DE TABULEIRO/MG .................. 152
FIGURA 53 – FACHADA DAS UNIDADES DE SAÚDE MUNICIPAIS DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG: UBS (A);
PSF (B) .................................................................................................................................. 153
FIGURA 54 – EXEMPLIFICAÇÃO DO ACONDICIONAMENTO DOS RSS, GRUPO A ............................. 155
FIGURA 55 – EXEMPLIFICAÇÃO DO ACONDICIONAMENTO DE RSS DO GRUPO D ........................... 156
FIGURA 56 – ACONDICIONAMENTO DOS RESÍDUOS DO GRUPO E (A); EXEMPLO GERAL DE
ACONDICIONAMENTO INTERNO DE RSS (B) ................................................................................ 157
FIGURA 57 – ARMAZENAMENTO EXTERNO ADEQUADO: ABRIGO DE RSS (GRUPO A, B, C E E) DA UBS E
PSF DE TABULEIRO/MG........................................................................................................... 159
XII
FIGURA 58 – FROTA DE VEÍCULOS DA EMPRESA SERQUIP, RESPONSÁVEL PELA COLETA, TRATAMENTO E
DISPOSIÇÃO FINAL DOS RSS DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG .................................................. 160
FIGURA 59 – INCINERADORES UTILIZADOS PARA TRATAMENTO TÉRMICO NOS RSS DO MUNICÍPIO DE
TABULEIRO/MG ....................................................................................................................... 161
FIGURA 60 – RCC DISPOSTOS NAS CALÇADAS DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ........................ 165
FIGURA 61 – BOTA FORA DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG, RLU E RCC .................................... 167
FIGURA 62 – FLUXOGRAMA DAS TIPOLOGIAS DE RESÍDUOS AGROSSILVOPASTORIS ...................... 169
FIGURA 63 – EXEMPLO DE PLANTAÇÃO NA ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ........... 171
FIGURA 64 – EXEMPLIFICAÇÃO DO GERENCIAMENTO DOS RI GERADOS NA INDÚSTRIA EMES LTDA
ACONDICIONAMENTO DOS RS (A); ACONDICIONAMENTO DOS RS RECICLÁVEIS (B); LAGOA AERÓBIA PARA
O TRATAMENTO DO EFLUENTE (C); FLOCULADOR PARA O TRATAMENTO DO EFLUENTE (D); LEITOS DE
SECAGEM DO LODO GERADO(E) ................................................................................................ 177
FIGURA 65 – FLUXOGRAMA DE GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ADAPTADO PARA O
MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ................................................................................................. 185
FIGURA 66 – REALIZAÇÃO DO ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DA MASSA ESPECÍFICA APARENTE DOS
RESÍDUOS DOMICILIARES E DE PRESTADORES DE SERVIÇOS DE TABULEIRO/MG .......................... 190
FIGURA 67 – CLASSIFICAÇÃO E CATEGORIA DOS RSD E RSC CONSIDERADOS NO ENSAIO DE
COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG .................................................. 192
FIGURA 68 – REALIZAÇÃO DO ENSAIO DE GRAVIMETRIA DOS RESÍDUOS DOMICILIARES E DE PRESTADORES
DE SERVIÇOS DE TABULEIRO/MG .............................................................................................. 194
FIGURA 69 – MASSA ESPECÍFICA DAS AMOSTRAS DE RSD E RSC GERADAS NO MUNICÍPIO DE
TABULEIRO/MG ....................................................................................................................... 197
FIGURA 70 – COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS GERADOS EM TABULEIRO/MG, DESTINADOS AO
ATERRO SANITÁRIO (A) E (B) ..................................................................................................... 199
FIGURA 71 - PROJEÇÃO POPULACIONAL TOTAL CALCULADA PARA O MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG PELOS
MÉTODOS ARITMÉTICO E GEOMÉTRICO ...................................................................................... 216
FIGURA 72 - SITUAÇÃO DOMICILIAR DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ......................................... 218
FIGURA 73 - PROJEÇÃO POPULACIONAL DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG .................................. 219
FIGURA 74 - PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA E RURAL ADOTADA PARA FINS DE PLANEJAMENTO PARA O
PMGIRS DE TABULEIRO/MG ................................................................................................... 221
XIII
FIGURA 75 - COMPOSIÇÃO DOS RSD E RSC PARA O CENÁRIO TENDENCIAL ................................ 225
FIGURA 76 - COMPOSIÇÃO DOS RSD E RSC PARA O CENÁRIO DESEJÁVEL .................................. 225
FIGURA 77 - PROJEÇÃO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS VOLUMOSOS EM TABULEIRO/MG DE 2019 A 2039231
FIGURA 78 - COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS VOLUMOSOS SEGUNDO BRASIL (2011) 232
FIGURA 79 - ÍNDICES BIBLIOGRÁFICOS ADOTADOS PARA A PROJEÇÃO ESTIMADA DA GERAÇÃO DE
RESÍDUOS DE LOGÍSTICA REVERSA OBRIGATÓRIA ....................................................................... 239
FIGURA 80 - ESTIMATIVA DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS ELETROELETRÔNICOS E DE LÂMPADAS
FLUORESCENTES EM TABULEIRO/MG DE 2019 A 2039 ............................................................... 240
FIGURA 81 - ESTIMATIVA DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS DE PILHAS E DE BATERIAS EM TABULEIRO/MG DE
2019 A 2039 ........................................................................................................................... 240
FIGURA 82 - ESTIMATIVA DA GERAÇÃO DE PNEUS INSERVÍVEIS EM TABULEIRO/MG DE 2019 A 2039241
FIGURA 83 - ÁREAS FAVORÁVEIS PARA DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM TABULEIRO/MG246
FIGURA 84 - GERADORES SUJEITOS AO SISTEMA DE LOGÍSTICA REVERSA .................................... 259
FIGURA 85 - AÇÕES QUE DEVEM SER DISCIPLINADAS E ORIENTADAS PELO PLANO DE ................... 260
FIGURA 86 - DEFINIÇÃO DOS GERADORES SUJEITOS À ELABORAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ................................................................................. 261
FIGURA 87 - ETAPAS PARA A ENTREGA DO PGRS PELOS GERADORES SUJEITOS A SUA ELABORAÇÃO263
FIGURA 88 - IDENTIFICAÇÃO DOS COLETORES SELETIVOS PÚBLICOS ........................................... 273
FIGURA 89 - FLUXOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DE COLETA DOS RESÍDUOS SECOS RECICLÁVEIS ...... 288
FIGURA 90 - FORMAS DE SEGREGAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS PARA COLETA SELETIVA, RECOMENDADA
PARA O MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ...................................................................................... 290
FIGURA 91 - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) RECOMENDADOS PARA AS GUARNIÇÕES DE
COLETA SELETIVA PARA O MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ........................................................... 294
FIGURA 92 – ESQUEMA SUGERIDO PARA GESTÃO E GERENCIAMENTO DOS RSD DE TABULEIRO/MG296
FIGURA 93 – DESTINAÇÃO AMBIENTALMENTE ADEQUADA DOS RLU DE TABULEIRO/MG ............... 301
FIGURA 94 - RESÍDUOS SOB RESPONSABILIDADE DA PREFEITURA MUNICIPAL .............................. 312
FIGURA 95 - RESÍDUOS SOB RESPONSABILIDADE DO PRÓPRIO GERADOR ..................................... 312
FIGURA 96 – EXEMPLOS DE GRUPOS INTERESSADOS NO MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ............. 329
XIV
FIGURA 97 - LOCALIZAÇÃO DAS ESTRUTURAS VINCULADAS AOS RESÍDUOS SÓLIDOS DE TABULEIRO/MG
.............................................................................................................................................. 348
FIGURA 98 - BOTA FORA DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG COM RECEBIMENTO DOS RESÍDUOS RLU E
RCC ....................................................................................................................................... 349
FIGURA 99 - BOTA FORA DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG E DESCARTE IRREGULAR ................... 350
FIGURA 100 - ANTIGA UTC DE TABULEIRO/MG, ATUALMENTE DESATIVADA: DEPÓSITO DE PNEUS E
RESÍDUOS ELETROELETRÔNICOS (A); VALAS DE RSD E RSS (B) ................................................. 351
FIGURA 101 - FLUXO DE RCC RECOMENDADO PARA O MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG .................. 371
FIGURA 102 – ESBOÇO DO CONVITE PARA OFICINA DO PRODUTO 4 – PROGNÓSTICO DE TABULEIRO/MG
.............................................................................................................................................. 404
FIGURA 103 - REALIZAÇÃO DA MOBILIZAÇÃO SOCIAL EM TABULEIRO/MG .................................... 405
FIGURA 104 - PÁGINA ELETRÔNICA DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG E DIVULGAÇÃO DO PMGIRS 408
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – DISTÂNCIA ENTRE TABULEIRO/MG E PRINCIPAIS CIDADES PRÓXIMAS ............. 31
TABELA 2 – FESTAS TRADICIONAIS E EVENTOS NO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ........... 34
TABELA 3 – TEMPERATURA MÁXIMA, MÉDIA COMPENSADA E MÍNIMA DA REGIÃO DE TABULEIRO/MG 39
TABELA 4 – COBERTURA DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL .................................... 63
TABELA 5 – DESTINO DADO AOS RESÍDUOS SÓLIDOS PELOS DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES DE
TABULEIRO/MG............................................................................................................ 71
TABELA 6 – SERVIÇOS QUE COMPREENDEM A LIMPEZA URBANA, O MANEJO DE RESÍDUOS E O RESPECTIVO
RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO NO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG .................................. 71
TABELA 7 – PERCENTUAL DO USO E COBERTURA DO SOLO NO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG 74
TABELA 8 – SITUAÇÃO DOMICILIAR MUNICIPAL DE TABULEIRO/MG ................................... 76
TABELA 9 – DIVISÃO ETÁRIA E POR SEXO DA POPULAÇÃO RESIDENTE DE TABULEIRO/MG . 77
TABELA 10 – ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG .............................................. 79
TABELA 11 – EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE MATRICULADOS EM ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG,
ENTRE 2005 E 2017. .................................................................................................... 80
TABELA 12 – FLUXO ESCOLAR POR FAIXA ETÁRIA - TABULEIRO - MG - 1991/2000/2010 ... 82
TABELA 13– QUANTIDADE DE ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG 87
TABELA 14 – RELAÇÃO COMPARATIVA ENTRE A POBREZA E DESIGUALDADE ENTRE OS CENSOS
DEMOGRÁFICOS DE 2000 E 2010 PARA O MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ........................ 100
TABELA 15 – CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ............................ 102
TABELA 16 – FREQUÊNCIA DE COLETA DE RSD E RSC NA ÁREA URBANA E RURAL DE TABULEIRO/MG
................................................................................................................................. 109
TABELA 17 – FREQUÊNCIA DOS SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA ÁREA URBANA E RURAL DE
TABULEIRO/MG.......................................................................................................... 137
TABELA 18 – ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS E DE SERVIÇOS QUE GERAM RESÍDUOS ESPECIAIS 142
TABELA 19 – CLASSIFICAÇÃO DOS RSS EM GRUPOS A, B, C, D E E .............................. 148
TABELA 20 – FORMAS DE TRATAMENTO DOS RSS CONFORME CLASSIFICAÇÃO EM GRUPOS A, B, C, D, E
E ............................................................................................................................... 149
TABELA 21 – LEVANTAMENTO DOS EMPREENDIMENTOS GERADORES DE RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE
EM TABULEIRO/MG .................................................................................................... 150
TABELA 22 – CLASSIFICAÇÃO DOS RCC E SEUS RESPECTIVOS TIPOS DE DESTINAÇÃO E/OU DISPOSIÇÃO
FINAL ......................................................................................................................... 163
TABELA 23 – LEVANTAMENTO DOS EMPREENDIMENTOS GERADORES DE RESÍDUOS DE MINERAÇÃO EM
TABULEIRO/MG.......................................................................................................... 173
TABELA 24 – LEVANTAMENTO DOS EMPREENDIMENTOS GERADORES DE RESÍDUOS DE INDUSTRIAIS EM
TABULEIRO/MG.......................................................................................................... 175
TABELA 25 – LEVANTAMENTO DOS EMPREENDIMENTOS GERADORES DE RESÍDUOS DE ÓLEOS E GRAXAS
EM TABULEIRO/MG .................................................................................................... 180
TABELA 26 – RESULTADO DO ESTUDO GRAVIMÉTRICO DA COLETA CONVENCIONAL DE RSD EM
TABULEIRO/MG.......................................................................................................... 198
TABELA 27 – GASTO MÉDIO DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG COM RSU. ..................... 206
TABELA 28 – BALANÇO FINANCEIRO DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG REFERENTE AOS RSU. 206
TABELA 29 - CENÁRIO TENDENCIAL PARA OS FATORES CRÍTICOS DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG 210
TABELA 30 - CENÁRIO DESEJÁVEL PARA OS FATORES CRÍTICOS DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG 212
TABELA 31 - SÍNTESE DO MÉTODO DE CÁLCULO DA PROJEÇÃO POPULACIONAL DE TABULEIRO/MG 215
TABELA 32 - PROJEÇÃO POPULACIONAL TOTAL CALCULADA PARA O MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG PELOS
MÉTODOS ARITMÉTICO E GEOMÉTRICO ........................................................................ 216
TABELA 33 - SITUAÇÃO DOMICILIAR DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ........................... 217
TABELA 34 - PROJEÇÃO POPULACIONAL DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG .................... 219
TABELA 35 - PROJEÇÃO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES (RSD E RSC) EM
TABULEIRO/MG DE 2019 A 2039 ................................................................................. 223
TABELA 36 - PROJEÇÃO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL ................... 227
TABELA 37 - PROJEÇÃO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS DE LIMPEZA URBANA EM TABULEIRO/MG DE 2019 A
2039 ......................................................................................................................... 230
TABELA 38 - PROJEÇÃO DA GERAÇÃO FUTURA DE RSS PARA O MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG 236
TABELA 39 - PARÂMETROS CONSIDERADOS PARA CÁLCULO DO FATOR MULTIPLICADOR .. 245
TABELA 40 - CRITÉRIOS TÉCNICOS UTILIZADOS PARA DEFINIÇÃO DA ÁREA MAIS ADEQUADA PARA
IMPLANTAÇÃO DE ATERRO SANITÁRIO .......................................................................... 247
TABELA 41 - CRITÉRIOS ECONÔMICO-FINANCEIROS UTILIZADOS PARA DEFINIÇÃO DA ÁREA MAIS
ADEQUADA PARA IMPLANTAÇÃO DO ATERRO SANITÁRIO. ............................................... 249
TABELA 42 - CRITÉRIOS POLÍTICO-SOCIAIS UTILIZADOS PARA DEFINIÇÃO DA ÁREA MAIS ADEQUADA PARA
IMPLANTAÇÃO DO ATERRO SANITÁRIO. ......................................................................... 250
TABELA 43 - HIERARQUIZAÇÃO DOS CRITÉRIOS UTILIZADOS PARA SELEÇÃO DA ÁREA MAIS PROPÍCIA À
IMPLANTAÇÃO DE ATERRO SANITÁRIO .......................................................................... 251
TABELA 44 - PESO DOS CRITÉRIOS E DO TIPO DE ATENDIMENTO. ................................... 252
TABELA 45 - CUSTO MÉDIO DE UM ATERRO DE PEQUENO PORTE NO BRASIL ................... 253
TABELA 46 - EMPREENDIMENTOS INDUSTRIAIS SUJEITOS À ELABORAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DO PGRS NO
MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ..................................................................................... 264
TABELA 47 - EMPREENDIMENTOS MINERADORES SUJEITOS À ELABORAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DO PGRS NO
MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ..................................................................................... 265
TABELA 48 – ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS E PRESTADORES DE SERVIÇOS POSSÍVEIS DE
ELABORAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DO PGRS NO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ................... 265
TABELA 49 - GERADORES DE RSS SUJEITOS À ELABORAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE PGRSS ESPECÍFICO
PRESENTES NO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ............................................................. 266
TABELA 50 - EMPREENDIMENTOS SUJEITOS À IMPLANTAÇÃO DE LOGÍSTICA REVERSA. .... 268
TABELA 51 - FORMAS DE ACONDICIONAMENTO TEMPORÁRIO DE RSD E RSC INDICADOS PARA O
MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ..................................................................................... 272
TABELA 52 - MODALIDADES DE COLETA SELETIVA ......................................................... 284
TABELA 53 - VEÍCULOS RECOMENDADOS PARA A OPERAÇÃO DA COLETA SELETIVA NO MUNICÍPIO DE
TABULEIRO/MG.......................................................................................................... 293
TABELA 54 - VACINAS ESPECIALMENTE INDICADAS PARA OS COLETORES DE RESÍDUOS, CONSIDERANDO
OS RISCOS OCUPACIONAIS DA ATIVIDADE ..................................................................... 295
TABELA 55 – ESPECIFICAÇÕES MÍNIMAS DOS SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA ADEQUADOS AO MUNICÍPIO
DE TABULEIRO/MG ..................................................................................................... 298
TABELA 56 - ORIENTAÇÕES SOBRE AS ETAPAS DO GERENCIAMENTO DOS RSS .............. 306
TABELA 57 - INDICADORES DE DESEMPENHO DOS SERVIÇOS PÚBLICO DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS
RESÍDUOS SÓLIDOS DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG .................................................. 309
TABELA 58 - SISTEMAS DE LOGÍSTICA REVERSA E RESPECTIVAS DISPOSIÇÕES LEGAIS APLICÁVEIS 322
TABELA 59 - DEFINIÇÃO DAS RESPONSABILIDADES PARA IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE LOGÍSTICA
REVERSA OBRIGATÓRIA ............................................................................................. 324
TABELA 60 - SÍNTESE DA ATRIBUIÇÃO DAS RESPONSABILIDADES DE ACORDO COM AS TIPOLOGIAS DOS
RESÍDUOS NO MUNICÍPIO E DEFINIÇÃO DOS PEQUENOS E GRANDES GERADORES ............ 327
TABELA 61 - REFERÊNCIAS ATUAIS QUANTO A PARTICIPAÇÃO E CAPACITAÇÃO TÉCNICA DE GRUPOS DE
INTERESSADOS DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ........................................................ 330
TABELA 62 - METAS, PROJETOS E AÇÕES REFERENTES AO PROGRAMA DE PARTICIPAÇÃO E CAPACITAÇÃO
TÉCNICA DE GRUPOS INTERESSADOS .......................................................................... 331
TABELA 63 - INDICADORES A SEREM UTILIZADOS PARA ACOMPANHAMENTO DAS METAS E AÇÕES DO
PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO TÉCNICA ....................................................................... 333
TABELA 64 - DIAGNÓSTICO DOS PRINCIPAIS ASPECTOS RELACIONADOS COM A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO
MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG .................................................................................... 335
TABELA 65 - INDICADORES PARA ACOMPANHAMENTO DAS AÇÕES DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO
AMBIENTAL ................................................................................................................ 336
TABELA 66 - METAS E AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS NO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 337
TABELA 67 - ASPECTOS ANALISADOS PARA ESTABELECIMENTO DE MECANISMOS DE CRIAÇÃO DE FONTES
DE NEGÓCIO, EMPREGO E RENDA ................................................................................ 341
TABELA 68 - AÇÕES E PROJETOS A SEREM DESENVOLVIDOS DE FORMA A PROMOVER A CRIAÇÃO DE
FONTES DE NEGÓCIO, EMPREGO E RENDA .................................................................... 343
TABELA 69 - INDICADORES DE GESTÃO RELATIVOS AS FONTES DE NEGÓCIOS, EMPREGO E RENDA 344
TABELA 70 – AÇÕES E PROJETOS A SEREM IMPLEMENTAÇÃO COM BASE NOS INDICADORES345
TABELA 71 - AÇÕES PARA RECUPERAÇÃO DAS ÁREAS IRREGULARES. ............................ 352
TABELA 72 - CÁLCULO DAS ÁREAS DOS SETORES COMPONENTES DAS UTCS ................. 354
TABELA 73 - CUSTOS DOS INSUMOS RESUMIDOS EM GRANDES GRUPOS ........................ 355
TABELA 74 - EQUIPAMENTOS PREVISTOS PARA DETERMINADAS ÁREAS DE GALPÃO DE TRIAGEM 357
TABELA 75 - CUSTO DE INVESTIMENTO EM EQUIPAMENTOS. .......................................... 357
TABELA 76 - TOTAL DE GASTOS PARA IMPLANTAÇÃO DE UMA UTC. ............................... 360
TABELA 77 – CONSIDERAÇÕES ACERCA DA INSTALAÇÃO DE UMA ÁREA DE TRANSBORDO E TRIAGEM
(ATT) DE RCC E RVOL EM TABULEIRO/MG ................................................................. 367
TABELA 78 - CLASSIFICAÇÃO DOS RCC PARA A ETAPA DE SEGREGAÇÃO E SEUS RESPECTIVOS TIPOS DE
DESTINAÇÃO E/OU DISPOSIÇÃO FINAL .......................................................................... 368
TABELA 79 - CUSTO PARA IMPLANTAÇÃO DE PEVS, ATT E ATERROS DE INERTES DA REGIÃO SUDESTE
................................................................................................................................. 372
TABELA 80 - ESTIMATIVA DOS INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS PARA IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE
EDUCAÇÃO AMBIENTAL ............................................................................................... 375
TABELA 53 - CUSTO GERAL PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA COLETA SELETIVA NO MUNICÍPIO DE
TABULEIRO/MG.......................................................................................................... 378
TABELA 82 - INVESTIMENTO TOTAL QUE O MUNICÍPIO DE TERÁ COM MANEJO E GESTÃO DOS SEUS
RESÍDUOS SÓLIDOS. ................................................................................................... 380
TABELA 83 - SÍNTESE DAS PRINCIPAIS METAS E AÇÕES DEFINIDAS PARA O MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG
................................................................................................................................. 381
TABELA 84 - PRINCIPAIS AÇÕES PREVENTIVAS E CORRETIVAS PROPOSTAS PARA O MUNICÍPIO DE
TABULEIRO/MG.......................................................................................................... 385
TABELA 85 - CRONOGRAMA DAS PRINCIPAIS AÇÕES PREVENTIVAS E CORRETIVAS COM SEUS
RESPECTIVOS PRAZOS ................................................................................................ 395
TABELA 86 - PERIODICIDADE DE REVISÃO DO PMGIRS DE TABULEIRO/MG ................... 396
TABELA 87 - SUGESTÃO PARA DIMINUIÇÃO DOS GEE ................................................... 397
TABELA 60 - POSSÍVEIS OCORRÊNCIAS, SUAS ORIGENS E AÇÕES DE EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA PARA
SITUAÇÕES IMPREVISTAS QUE VENHAM A ALTERAR OS SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA E DE MANEJO DE
RESÍDUOS SÓLIDOS .................................................................................................... 399
20
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO................................................. ........................................................................ 27
2.CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ..................................................................................... 28
2.1.LOCALIZAÇÃO E ACESSO ................................................................................................................................. 28
2.2.BREVE HISTÓRICO DO MUNICÍPIO ..................................................................................................................... 31
2.3.TURISMO, CULTURA E LAZER ........................................................................................................................... 32
2.4.CARACTERIZAÇÃO DO MEIO FÍSICO .................................................................................................................. 36
2.4.1.Climatologia .......................................................................................................................................... 37
2.4.2.Geologia ............................................................................................................................................... 42
2.4.3.Geomorfologia ...................................................................................................................................... 45
2.4.3.1.Relevo ........................................................................................................................................................... 47
2.4.4.Recursos Naturais ................................................................................................................................ 49
2.4.4.1.Hidrologia ...................................................................................................................................................... 50
2.4.4.2.Vegetação ..................................................................................................................................................... 52
2.4.4.3.Minerais ........................................................................................................................................................ 56
2.5.ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL E POLÍTICO ADMINISTRATIVO ................................................................................. 57
2.5.1.Distritos ................................................................................................................................................. 57
2.5.2.Poderes ................................................................................................................................................ 59
2.5.3.CARACTERÍSTICAS URBANAS DO MUNICÍPIO ................................................................................................. 62
2.5.3.1.Sistema de Abastecimento de Água ............................................................................................................. 63
2.5.3.2.Esgotamento Sanitário .................................................................................................................................. 65
2.5.3.3.Drenagem e manejo de águas pluviais urbanas ........................................................................................... 66
2.5.3.4.Limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos ........................................................................................... 69
2.5.4.Dispositivos legais de zoneamento urbano, disciplinadores e de uso e ocupação do solo ................ 73
2.5.5.Demografia ........................................................................................................................................... 75
2.6.MACROINFORMAÇÕES SOCIOECONÔMICAS ...................................................................................................... 78
2.6.1.Educação .............................................................................................................................................. 78
2.6.2.Trabalho e Renda ................................................................................................................................. 84
2.6.3.Saúde ................................................................................................................................................... 86
2.6.4.Economia .............................................................................................................................................. 88
2.6.5.Disponibilidade de Recursos ................................................................................................................ 90
2.6.6.Indicadores Sanitário-Ambientais, Epidemiológicos e Socioeconômicos ............................................ 92
2.6.6.1.Indicadores Sanitário-Ambientais ................................................................................................................. 93
2.6.6.2.Indicadores Epidemiológicos ........................................................................................................................ 98
21
2.6.6.3.Indicadores Socioeconômicos .................................................................................................................... 100
3.DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS 101
3.1.CLASSIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ....... 102
3.1.1.Resíduos sólidos urbanos (RSU) ....................................................................................................... 106
3.1.1.1.Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) ......................................................................................................... 106
3.1.1.1.1.Acondicionamento ................................................................................................... 107
3.1.1.1.1.Coleta convencional, transbordo e transporte ......................................................... 108
3.1.1.1.3.Coleta seletiva ......................................................................................................... 116
3.1.1.1.4.Triagem e/ou beneficiamento para fins de reuso ou reciclagem ............................. 118
3.1.1.1.5.Disposição Final ...................................................................................................... 120
3.1.1.2.Resíduos de Limpeza Urbana (RLU) .......................................................................................................... 128
3.1.1.2.1.Acondicionamento ................................................................................................... 128
3.1.1.2.2.Coleta, transbordo e transporte dos resíduos ......................................................... 129
3.1.1.2.3.Disposição Final ...................................................................................................... 138
3.1.2.Resíduos sólidos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços (RSC) ...................... 141
3.1.3.Resíduos dos serviços públicos de saneamento ............................................................................... 143
3.1.4.Resíduos dos serviços de saúde (RSS) ............................................................................................. 147
3.1.4.1.Acondicionamento ...................................................................................................................................... 154
3.1.4.2.Coleta, transbordo e transporte dos resíduos ............................................................................................. 160
3.1.4.3.Tratamento e Disposição Final ................................................................................................................... 161
3.1.5.Resíduos da construção civil (RCC)................................................................................................... 162
3.1.5.1.Acondicionamento ...................................................................................................................................... 164
3.1.5.2.Coleta, transbordo e transporte dos resíduos ............................................................................................. 165
3.1.5.3.Triagem e/ou beneficiamento para fins de reuso ou reciclagem ................................................................. 166
3.1.5.4.Disposição Final .......................................................................................................................................... 166
3.1.6.Resíduos agrossilvopastoris ............................................................................................................... 168
3.1.7.Resíduos de serviços de transportes ................................................................................................. 172
3.1.8.Resíduos de mineração (RM) ............................................................................................................. 172
3.1.9.Resíduos industriais (RI) .................................................................................................................... 174
3.1.10.Resíduos de logística reversa obrigatória (RLRO) ........................................................................... 180
3.2.QUANTO ÀS FORMAS DE DESTINAÇÃO E DISPOSIÇÃO FINAL ............................................................................. 181
3.2.1.Destinação Final ................................................................................................................................. 182
3.2.2.Disposição Final ................................................................................................................................. 182
3.3.PANORAMA GERAL DA SITUAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS EM TABULEIRO/MG ................................................. 184
3.4.CARACTERIZAÇÃO FÍSICA .............................................................................................................................. 186
3.4.1.Definição do plano de amostragem .................................................................................................... 187
22
3.4.1.1.Metodologia ................................................................................................................................................ 188
3.4.1.2.Massa específica aparente ......................................................................................................................... 189
3.4.1.3.Composição gravimétrica............................................................................................................................ 191
3.4.1.4.Geração per capita ..................................................................................................................................... 195
3.4.2.Resultados .......................................................................................................................................... 196
3.4.2.1.Massa específica aparente ......................................................................................................................... 197
3.4.2.2.Composição gravimétrica............................................................................................................................ 197
3.4.2.3.Geração per capita ..................................................................................................................................... 201
3.5.SISTEMA DE CÁLCULO DOS CUSTOS DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE LIMPEZA URBANA E DE MANEJO
DE RESÍDUOS SÓLIDOS ........................................................................................................................................ 202
3.5.1.Arrecadação ....................................................................................................................................... 202
3.5.2.Despesas ............................................................................................................................................ 203
3.5.2.1.Mão de obra ................................................................................................................................................ 203
3.5.2.2.Veículos automotores ................................................................................................................................. 204
3.5.2.3.Terceirização .............................................................................................................................................. 205
3.5.2.4.Outros gastos .............................................................................................................................................. 205
3.5.2.5.Valor total .................................................................................................................................................... 205
3.5.3.Balanço ............................................................................................................................................... 206
4.PROGNÓSTICO .................................................................................................................... 207
4.1.DESCRIÇÃO DOS CENÁRIOS .......................................................................................................................... 208
4.1.1.Fatores Críticos .................................................................................................................................. 208
4.1.2.1.Cenário Tendencial ..................................................................................................................................... 209
4.1.2.2.Cenário Desejável ....................................................................................................................................... 211
4.2.PROJEÇÃO POPULACIONAL............................................................................................................................ 214
4.3.ESTUDO DE DEMANDAS FUTURAS DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS .............. 221
4.3.1.Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) e Resíduos Sólidos de Estabelecimentos Comerciais e de
Prestadores de Serviços (RSC) .................................................................................................................. 222
4.3.2.Resíduos da Construção Civil (RCC) ................................................................................................. 226
4.3.3.Resíduos de Limpeza Urbana ............................................................................................................ 229
4.3.3.1.Resíduos de Varrição, Capina e Roçada .................................................................................................... 229
4.3.3.2.Resíduos Volumosos .................................................................................................................................. 231
4.3.4.Resíduos Industriais (RI) .................................................................................................................... 233
4.3.5.Resíduos dos Serviços Públicos de Saneamento .............................................................................. 233
4.3.6.Resíduos Agrossilvopastoris .............................................................................................................. 234
4.3.7.Resíduos dos Serviços de Saúde ...................................................................................................... 234
4.3.8.Resíduos de Serviços de Transporte (RST) ...................................................................................... 238
23
4.3.9.Resíduos de Mineração (RM) ............................................................................................................. 238
4.3.10.Resíduos de Logística Reversa Obrigatória ..................................................................................... 238
4.4.ÁREAS FAVORÁVEIS PARA DISPOSIÇÃO FINAL AMBIENTALMENTE ADEQUADA ..................................................... 241
4.4.1.Seleção preliminar das áreas disponíveis no município .................................................................... 244
4.4.2.Critérios de Seleção ........................................................................................................................... 247
4.4.3.Priorização dos Critérios .................................................................................................................... 251
4.4.4.Análise da área selecionada .............................................................................................................. 252
4.4.5.CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................................ 253
4.5.SOLUÇÕES CONSORCIADAS OU COMPARTILHADAS COM OUTROS MUNICÍPIOS ................................................... 254
4.5.1.ETAPAS PARA IMPLEMENTAÇÃO DE UM CONSÓRCIO PÚBLICO ....................................................................... 255
4.5.1.1.Constituição do protocolo de intenções ...................................................................................................... 255
4.5.1.2.Ratificação .................................................................................................................................................. 257
4.5.1.3.Constituição do Estatuto ............................................................................................................................. 257
4.5.2.Possíveis consórcios públicos a serem implementados em Tabuleiro .............................................. 258
4.6.Identificação dos geradores sujeitos ao plano de gerenciamento específico ou ao sistema de logística
reversa ......................................................................................................................................................... 258
4.6.1.Geradores sujeitos à elaboração e implantação do PGRS ................................................................ 260
4.6.2.Geradores sujeitos ao sistema de logística reversa ........................................................................... 267
4.6.3.Controle e fiscalização ....................................................................................................................... 269
4.7.SERVIÇOS PÚBLICOS DE LIMPEZA URBANA E DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS - PROCEDIMENTOS
OPERACIONAIS E ESPECIFICAÇÕES MÍNIMAS ......................................................................................................... 269
4.7.1.Coleta regular convencional dos RSD e RSC .................................................................................... 270
4.7.1.1.Acondicionamento ...................................................................................................................................... 271
4.7.1.2.Transporte................................................................................................................................................... 274
4.7.1.3.Transbordo.................................................................................................................................................. 275
4.7.1.4.Tratamento.................................................................................................................................................. 276
4.7.1.4.1.Reciclagem dos resíduos sólidos domiciliares secos .............................................. 276
4.7.1.4.2.Compostagem ......................................................................................................... 278
4.7.1.4.2.1Unidade de Compostagem Comunitária (UCC) ............................................................................279
4.7.1.5.Disposição Final .......................................................................................................................................... 282
4.7.2.Coleta seletiva .................................................................................................................................... 283
4.7.2.1.Modalidades de operação ........................................................................................................................... 284
4.7.2.2.Segregação dos resíduos sólidos ............................................................................................................... 289
4.7.2.3.Acondicionamento ...................................................................................................................................... 290
4.7.2.4.Regularidade, frequência e horário da coleta seletiva ................................................................................ 291
4.7.2.5.Veículo e guarnições para a coleta seletiva ................................................................................................ 292
4.7.2.6.Guarnições (equipe) de coleta seletiva ....................................................................................................... 294
24
4.7.2.7.Fluxo dos Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) sugerido para Tabuleiro/MG ........................................... 296
4.7.3.Serviços de limpeza urbana ............................................................................................................... 297
4.7.3.1.Gerenciamento pós-execução dos serviços de limpeza urbana ................................................................. 299
4.8.REGRAS PARA TRANSPORTE E OUTRAS ETAPAS DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS SUJEITOS AO PLANO
DE GERENCIALMENTE ESPECÍFICO ....................................................................................................................... 302
4.8.1.Resíduos perigosos em geral ............................................................................................................. 302
4.8.2.Resíduos Serviço de Saúde (RSS) .................................................................................................... 303
4.8.3.Resíduos da Construção Civil ............................................................................................................ 308
4.8.4.Agrotóxicos, suas embalagens e afins ............................................................................................... 308
4.9.INDICADORES DE DESEMPENHO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE LIMPEZA URBANA E DE MANEJO DE RESÍDUOS
SÓLIDOS ............................................................................................................................................................ 309
4.10.DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES ............................................................................................................ 311
4.10.1.Resíduos sólidos domiciliares (RSD) ............................................................................................... 313
4.10.2.Resíduos sólidos comerciais e prestadores de serviços (RSC) ...................................................... 314
4.10.3.Resíduos de limpeza urbana (RLU) ................................................................................................. 315
4.10.4.Resíduos dos Serviços Públicos de Saneamento ............................................................................ 316
4.10.5.Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) ........................................................................................... 317
4.10.6.Resíduos da Construção Civil .......................................................................................................... 318
4.10.7.Resíduos Industriais (RI) .................................................................................................................. 319
4.10.8.Resíduos Agrossilvopastoris ............................................................................................................ 320
4.10.9.Resíduos de Mineração (RM) ........................................................................................................... 321
4.10.10.Resíduos de Serviços de Transporte (RST) .................................................................................. 321
4.10.11Logística Reversa ............................................................................................................................ 321
4.10.12.Síntese da atribuição das responsabilidades de acordo com o tipo de resíduo ............................ 327
4.11.PROGRAMA E AÇÕES DE CAPACITAÇÃO TÉCNICA DE GRUPOS INTERESSADOS................................................. 328
4.12.PROGRAMA E AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ........................................................................................... 334
4.12.1.Objetivos ........................................................................................................................................... 335
4.12.2.Público-alvo ...................................................................................................................................... 335
4.12.3.Diagnóstico ....................................................................................................................................... 335
4.12.4.Indicadores do Programa de Educação Ambiental .......................................................................... 336
4.12.5.Estratégias e Metas .......................................................................................................................... 337
4.13.MECANISMOS PARA A CRIAÇÃO DE FONTES DE NEGÓCIOS, EMPREGO E RENDA .............................................. 340
4.13.1.Síntese de ações relacionadas a criação de mecanismos para a criação de fontes de negócio,
emprego e renda ......................................................................................................................................... 342
4.14.METAS DE REDUÇÃO, REUTILIZAÇÃO, COLETA SELETIVA E RECICLAGEM ......................................................... 344
25
4.15.PASSIVOS AMBIENTAIS ................................................................................................................................ 347
4.15.1. “Bota-fora” Municipal ....................................................................................................................... 349
4.15.2.UTC Desativada Municipal ............................................................................................................... 351
4.15.3.Medidas saneadoras ........................................................................................................................ 352
4.16.SISTEMA DE CÁLCULO DE CUSTOS DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE
RESÍDUOS SÓLIDOS............................................................................................................................................. 353
4.16.1.Implantação de Unidade de Triagem e Compostagem (UTC) ......................................................... 353
4.16.1.1.Formas de financiamento para uma UTC ................................................................................................. 360
4.16.2.Recuperação da área de Unidade de Triagem e Compostagem ..................................................... 361
4.16.3.Destinação adequada dos resíduos da construção civil .................................................................. 363
4.16.3.1.Alternativa I ............................................................................................................................................... 364
4.16.3.2.Alternativa II .............................................................................................................................................. 365
4.16.4.Regularização e recuperação da área de “bota-fora” ...................................................................... 374
4.16.5.Implantação de Programa de Educação Ambiental ......................................................................... 374
4.16.6.Implantação da coleta seletiva ......................................................................................................... 376
4.16.7.Consolidação dos Investimentos Necessários ................................................................................. 380
4.17.SÍNTESE DAS METAS E AÇÕES PARA O SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ........... 381
4.18.FORMAS E LIMITES DE PARTICIPAÇÃO DO PODER PÚBLICO ............................................................................. 382
4.19.AÇÕES PREVENTIVAS E CORRETIVAS ........................................................................................................... 384
4.20.PERIODICIDADE DA REVISÃO DO PMGIRS ................................................................................................... 396
4.21.AÇÕES PARA MITIGAÇÃO DAS EMISSÕES DOS GASES DE EFEITO ESTUFA ........................................................ 396
4.22.AÇÕES PARA EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA ................................................................................................ 398
4.23.LEVANTAMENTO E ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO ................................................................................................. 403
4.24.ESTRATÉGIA DE MOBILIZAÇÃO E PARTICIPAÇÃO SOCIAL ................................................................................ 403
4.25.COMUNICAÇÃO SOCIOAMBIENTAL ................................................................................................................ 407
5.REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 409
26
27
1. Introdução
O presente documento constitui a versão preliminar do Plano Municipal de Gestão
Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) do município de Tabuleiro/MG. Este, tem o
objetivo de consolidar os dados levantados, as metas, programas e ações propostos
nos produtos anteriores, sendo todo seu estudo pautado a partir do previsto no Manual
de Referência para a Elaboração de PMGIRS, definido pela Associação Pró-gestão
das Águas da Bacia do Rio Paraíba do Sul (AGEVAP), e do conteúdo definido no Art.
19° da Lei n° 12.305 de 2010.
Vale frisar que a referida Lei Federal nº 12.305/2010, institui a Política Nacional de
Resíduos Sólidos (PNRS), dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos,
bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento dos
resíduos sólidos, às responsabilidades dos geradores e do poder público (federal,
estadual e municipal) e aos instrumentos econômicos aplicáveis. Além disso em seu
Art. 18º define que a elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos (PMGIRS) ou equivalente é condição para os municípios terem acesso a
recursos da União, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e serviços
relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem
beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou
fomento para tal finalidade, devendo seguir, conforme Art. 19º, um conteúdo mínimo.
Portanto, o presente relatório, apresenta a reunião de informações geradas nas etapas
anteriores da elaboração do PMGIRS de Tabuleiro/MG, contendo, em síntese, o
arcabouço legislativo relacionado à temática dos resíduos (Produto 1 – Legislação
preliminar), o diagnóstico da gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos no âmbito
municipal (Produto 3 – Diagnóstico municipal participativo), bem como a proposição
de programas, projetos e ações que visam a melhoria do sistema de limpeza urbana e
de manejo de resíduos sólidos no município (Produto 4 – Prognóstico).
28
2. Caracterização do município
2.1. Localização e acesso
De acordo com dados obtidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,
2019), o município de Tabuleiro, pertencente ao sudeste do estado de Minas Gerais,
localiza-se na mesorregião da Zona da Mata e na microrregião da cidade de Ubá. Com
a latitude 43º09'40'' Sul e longitude de 21º18'10'' Oeste, Tabuleiro está situado as
margens do Rio Formoso, no Km 56 da MG-133, que percorre uma extensão de 45,7
km, ligando o município de Rio Pomba à MG-353 nas proximidades da cidade de
Coronel Pacheco. A Figura 1 seguir ilustra o mapa dos limites municipais de Tabuleiro,
utilizando Datum Spherical Mercator/WGS84.
Figura 1 – Mapa ilustrativo do limite territorial de Tabuleiro/MG
Fonte: Elaborado pelos autores a partir do Siga Ceivap, 2019.
29
O município possui uma área territorial de 211 Km² e é limitado pelas cidades de Piau,
Rio Novo, Guarani, Rio Pomba, Santos Dumont, Aracitaba e Mercês, também
pertencentes ao estado de Minas Gerais (IBGE, S/d). Atualmente, a principal via de
acesso ao município é a rodovia estadual MG-133, conforme mostra a Figura 2.
30
Figura 2 – Mapa ilustrativo com as vias de acesso ao município de Tabuleiro/MG
Fonte: AGEVAP, 2019.
31
A seguir, a Tabela 1 abaixo evidencia as principais cidades e suas distâncias à
Tabuleiro.
Tabela 1 – Distância entre Tabuleiro/MG e principais cidades próximas
MUNICÍPIO DISTÂNCIA (Km)
Juiz de Fora/MG 63,1
Rio de Janeiro/RJ 246,6
Belo Horizonte/MG 259
Contagem/MG 270
Vitória/ES 459,2
São Paulo/SP 530,2
Fonte: Elaborado pelos autores a partir do Google Maps, 2019.
2.2. Breve histórico do município
O município de Tabuleiro, bem como outros municípios da Zona da Mata, teve como
seus primeiros habitantes índios das tribos Croatos e Cropós, que na metade do século
XVIII, por volta de 1767, foram iniciados na catequização pelo Padre José Manoel de
Jesus Maria.
A origem do nome Tabuleiro faz alusão ao modo como viajantes tropeiros e mascates
denominavam a região, pois quando por ali passavam, eram recebidos pelos
moradores vendendo doces, pães, bolos e alimentos diversos em tabuleiros de
madeira que eram colocados nas janelas das casas.
32
Uma das primeiras casas da região é o sítio Campo Belo Vendinha, cujo nome se deve
ao funcionamento de um pequeno mercado próximo ao sítio. Construído pelo
fazendeiro Francisco Ferreira Ramos por volta de 1890, o sítio possuía 96 alqueires e
era local de comercialização essencialmente de café.
Destaca-se no município a figura histórica do padre e político Geraldo Cândido de
Paiva que empreendeu mudanças na paróquia, incentivando teatro, música e as festas
religiosas e promoveu a edificação de algumas igrejas conhecidas na região, como a
de Santa Rita (Botafogo), Nossa Senhora (Igrejinha do Acácio), bem como a Capela
de Nossa Senhora do Rosário.
Inicialmente, denominado como Taboleiro, o local era distrito subordinado ao município
de Rio Pomba (ex-Pomba). Em 12 de dezembro de 1953, o distrito de Taboleiro foi
elevado à categoria de município de Tabuleiro pela lei Provincial n° 1.039, sendo a
retificação da sua grafia também contemplada por esta lei (IBGE, 2017).
Vale ressaltar que Tabuleiro se destacou na produção de café e se estabeleceu sob a
hegemonia do patriarcalismo, prática política comum na época. Atualmente, segundo
dados do IBGE, prevalece na região a pequena propriedade rural de 50/60 hectares
em média e que se dedica essencialmente a produção de leite que são posteriormente
vendidos a quatro laticínios do próprio município e região.
2.3. Turismo, cultura e lazer
O conhecimento sobre o turismo, cultura e lazer de Tabuleiro/MG cuja
responsabilidade se concentra na Secretaria Municipal de Esporte, Cultura e Lazer, é
de extrema importância para a elaboração do PMGIRS, uma vez que, ao tomar
conhecimento do calendário festivo, por exemplo, pode-se traçar picos de geração de
resíduos sólidos devido ao fomento desta atividade.
33
O município não desenvolve o turismo como atividade econômica principal o que
contribui para uma baixa taxa de visitação ao mesmo, não impactando diretamente na
geração de resíduos municipal por população flutuante, exceto em períodos festivos.
Entretanto, os gestores municipais estão propondo um projeto para criação e
valorização de um circuito turístico, cultural e histórico, inicialmente, composto pelas
comunidades Santa Rita do Botafogo e Igrejinha do Acácio.
Esta primeira comunidade é remanescente de quilombolas e encerra um grande
patrimônio cultural do município, contando também com um hotel fazenda, além da
tradicional comemoração à padroeira Santa Rita de Cássia. Já a comunidade de
Igrejinha do Acácio, apresenta como atrativos a fabricação de rapaduras, um
alambique e o festejo católico de Nossa Senhora do Rosário.
Dentre outros pontos a serem explorados que representam futuros atrativos turísticos,
como patrimônios históricos materiais e imateriais, o município conta com um conjunto
paisagístico favorável à atividade. A Figura 3 a seguir mostra um retrato da Praça
Coronel João Floriano de Tabuleiro, com a Igreja de Bom Jesus da Cana Verde ao
fundo, que constituí um destes.
Figura 3 – Vista da Praça Coronel João Floriano e a Igreja de Bom Jesus da Cana Verde em Tabuleiro/MG
34
Fonte: http://www.yourplaceabroad.com/brazil/minas-gerais/tabuleiro/, 2019.
De fortes tradições católicas, provenientes de sua história, o município tem presença
forte da Igreja em sua cultura e nos momentos de lazer, contando com algumas festas
tradicionais que fomentam a cultura regional como mostrado na Tabela 2, dentre
outras:
Tabela 2 – Festas Tradicionais e Eventos no Município de Tabuleiro/MG
DENOMINAÇÃO DESCRIÇÃO QUANDO OCORRE
Festa de São
Sebastião - 20 de janeiro
Corrida Cross
Country Evento esportivo. No mês de fevereiro
Carnaval
Ocorrem apresentações de
blocos de rua, marchinhas e o
evento é finalizado com shows
no palco principal.
Junto ao carnaval em
todo país
Festa de Santa
Rita de Cássia
Festa católica que ocorre na
comunidade de do Botafogo.
22 de maio (Dia da
Santa)
Festival
Gastronômico e
Encontro de
Violeiros
-
No segundo final de
semana do mês de
maio (Sábado e
domingo do dia das
mães)
35
DENOMINAÇÃO DESCRIÇÃO QUANDO OCORRE
Exposição
Agropecuária de
Tabuleiro
Evento aonde são montadas
estruturas que recebem gado
para exibição, juntamente com
apresentações musicais de
artistas convidados.
No segundo domingo
do mês de agosto (Dia
dos pais)
Passeio Ciclístico Evento esportivo. No mês de setembro
Festa do Bom
Jesus da Cana
Verde
Ocorrem procissões e missas
em homenagem ao padroeiro,
e são montadas diversas
barracas com variados tipos de
artesanatos espalhados pela
cidade.
Entre os dias 05 a 14
de setembro
Festas de Nossa
Senhora do
Rosário
Festa católica que ocorre na
comunidade de Igrejinha do
Acácio
07 de outubro (Dia da
Santa)
Fonte: Elaborado pelos autores, 2019.
Com relação às festividades mencionadas, embora haja significativo engajamento dos
moradores com as mesmas, o fluxo de turistas no município durante suas ocorrências
não é grandioso. Porém, é válido ressaltar a importância no aumento da geração de
resíduos sólidos durante os festivais, em períodos específicos do ano, juntamente com
o preparo que o município precisa ter para manter as condições sanitárias adequadas
para os munícipes.
36
Segundo a Lei nº 149/93, em Tabuleiro/MG há, também, alguns feriados municipais
que se relacionam com as datas festivas citadas anteriormente, sendo eles:
Sexta-feira Santa;
Corpus Christi;
Dia 14 de setembro, dia do padroeiro da cidade;
Dia 08 de dezembro, dia da imaculada Conceição;
Dia 12 de dezembro, dia do aniversário da cidade.
Referente ao lazer, no município ocorre alguns eventos esportivos como o de ciclismo,
denominado Passeio Ciclístico caracterizado por trilhas e tours, realizado no mês de
setembro e o de atletismo, Cross Coutry, corrida realizada no mês de fevereiro.
Ainda no que diz respeito a cultura e lazer municipal, o setor de Assistência Social
administrado pela Prefeitura de Tabuleiro promove diversas atividades em alguns
bairros da cidade, dentre elas o grupo de Capoeira, nos bairros do centro, e nas
comunidades de Botafogo e Igrejinha do Acácio; Grupo Idade de Ouro juntamente com
ginástica para pessoas da terceira idade, proporcionando melhoria na qualidade de
vida; Grupo de Mulheres de Igrejinha do Acácio, promovendo a alfabetização e
convivência na comunidade; dança para crianças e adolescentes com apoio do Grupo
Flor de Liz; grupo de convivência para as crianças; pintura em tela para adolescentes,
auxiliadas a atividades esportivas de futebol e futsal.
2.4. Caracterização do meio físico
No presente capítulo são apresentadas as características físicas e ambientais do
município de Tabuleiro/MG, evidenciado a importância do conhecimento de tais
aspectos locais e regionais para o planejamento do PMGIRS em construção e a
estruturação das ações propostas por este instrumento, buscando compatibilizar os
aspectos ambientais com a gestão e o gerenciamento dos resíduos sólidos (RS).
37
Destaca-se que o conhecimento destes aspectos físicos envolvidos na dinâmica
natural existente dentro dos limites regionais, permite inferir, dentre outras, sobre a
disponibilidade de áreas com condições topográficas, pedológicas, hidrológicas,
geológicas e hidrogeológicas favoráveis para a escolha do local de tratamento e
disposição final de resíduos sólidos de forma a evitar riscos de contaminação do meio
ambiente, viabilizando o atendimento de normas regulamentadoras que determinam
sua implementação.
Deste modo, os próximos subcapítulos apresentam dados levantados a partir de
diversas fontes bibliográficas para o clima, geologia, geomorfologia, relevo, recursos
naturais e hidrologia que caracterizam o município de Tabuleiro/MG.
2.4.1. Climatologia
A Climatologia é a ciência que estuda as condições e mudanças climáticas e
meteorológicas, oferecendo a partir da utilização de satélites, dados cada vez mais
precisos quanto à previsão de chuvas, secas, temporais, furacões e fenômenos
atmosféricos em geral. Tais fenômenos apresentam influência direta nas mais diversas
atividades humanas, como a agricultura, pecuária, economia dentre outras.
Neste contexto, em relação às zonas climáticas do Brasil, o município de Tabuleiro
está inserido na zona Tropical Brasil Central, conforme apresentado na Figura 4.
38
Figura 4 – Mapa da classificação climática do município de Tabuleiro/MG
Fonte: AGEVAP, 2019.
39
Esta classe climática apresenta clima tropical, semi-úmido com quatro a cinco meses
secos. É predominantemente subquente, com temperatura entre 15º a 18º, em pelo
menos um mês e possui como características principais, temperatura elevada e regime
de chuvas irregular, sendo chuvoso durante o verão e seco durante o inverno.
Considerando os tipos climáticos estabelecidos pela classificação de Köppen-Geiger,
no município de Tabuleiro, predomina o clima Cwa, ou seja, clima temperado úmido
com inverno seco e verão quente.
Segundo estudo realizado por Sá Junior (2009), esta classe climática apresenta verão
quente com temperatura média superior a 22ºC no mês mais quente e precipitação
média inferior a 60 mm em pelo menos um dos meses de inverno.
Para o estudo do regime de chuvas, temperatura e características relacionadas ao
clima regional de Tabuleiro, foi utilizada a estação meteorológica do Instituto Nacional
de Meteorologia (INMET), localizada no município de Coronel Pacheco. Na Tabela 3,
apresentada a seguir, são expostas as temperaturas máximas, médias compensadas
e mínimas da série histórica de normais climatológicas de 1981 a 2010, para esta
estação automática.
Tabela 3 – Temperatura máxima, média compensada e mínima da região de Tabuleiro/MG
MESES
TEMPERATURA
MÁXIMA (°C)
TEMPERATURA
MÉDIA (°C)
TEMPERATURA
MÍNIMA (°C)
Janeiro 30,20 24,20 20,00
Fevereiro 31,00 24,40 19,90
Março 30,20 23,90 19,40
Abril 28,80 22,30 17,60
40
Maio 26,70 19,70 14,30
Junho 26,10 17,80 12,00
Julho 25,80 17,40 11,40
Agosto 27,00 18,40 12,20
Setembro 27,20 20,00 14,50
Outubro 28,80 22,20 17,20
Novembro 28,90 23,00 18,60
Dezembro 29,50 23,80 19,70
Anual 28,40 21,40 16,40
Fonte: Modificado pelos autores a partir do INMET, 2019.
Os dados apresentados na tabela 3 são as médias das temperaturas entre os anos de
estudo, realizado pelo INMET. A partir destes, nota-se que a menor temperatura média
foi observada no mês de julho, com 11,40ºC, e a máxima no mês de fevereiro, com
31,00°C.
No que diz respeito à precipitação, a média anual da série histórica em estudo (INMET,
2019) aponta o valor de 1620,6 mm para a região de Tabuleiro. Quanto a umidade
relativa do ar, a média anual gira em torno de 79,6%, sendo o mês de junho o que
apresenta o maior valor para esta, 81,7%.
41
Figura 5 – Precipitação mensal da região de Tabuleiro/MG
Fonte: Modificado pelos autores a partir do INMET, 2019.
Observa-se, analisando o gráfico da Figura 5, que a região de Tabuleiro se caracteriza
por inverno seco e verões chuvosos, com precipitações mais elevadas no mês de
janeiro (355,1 mm) e dezembro (296,4 mm).
Os problemas relacionados a gestão dos resíduos sólidos urbanos possuem relação
direta com as mudanças climáticas. Isso se deve à disposição inadequada destes,
como restos de alimentos, podas de árvores dentre outros rejeitos orgânicos em lixões
ou aterros sem mecanismos adequados de controle de emissão de gás carbônico
(CO2), que em proporções elevadas intensificam o efeito estufa.
Ademais, as características climáticas exercem influência sobre a temática abordada.
Dentre outras, destaca-se a interferência das temperaturas elevadas e aumento dos
eventos chuvosos, sobretudo no verão, nos serviços de limpeza pública, que podem
comprometer a capina e roçada em consequência do maior crescimento vegetativo.
Do mesmo modo, neste período, há um aumento no teor de umidade presente nos
42
resíduos, acrescendo seu peso relativo e no caso de resíduos da coleta seletiva
degradando materiais como papel e papelão, quando não existem estruturas
específicas para a coleta e armazenamento dos mesmos.
Por fim, os aspectos climáticos também devem ser considerados na concepção e
operação de aterros sanitários, no tratamento do lixiviado e no gerenciamento de
águas pluviais no interior do empreendimento, visando a qualidade da prestação
destes serviços.
2.4.2. Geologia
O estudo da Geologia figura a composição, estrutura, história e processos que
formaram/alteraram a superfície terrestre ao longo do tempo, aliada as suas
propriedades físicas (IBGE, S/d). É de fundamental importância o conhecimento da
Geologia de uma localidade a fim de entender a evolução e os padrões dos sistemas
de drenagem superficiais, bem como para o controle e compreensão dos reservatórios
de água subterrânea (CEIVAP, 2014).
Para uma análise da composição geológica do município de Tabuleiro, de acordo com
os dados obtidos na Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais, a cidade conta
com cinco unidades geológicas, conforme evidencia a Figura 6, com destaque para a
Unidade da Mantiqueira (Piedade), maior em composição. A Figura 7 ilustra o arranjo
espacial das referidas Unidades nos limites do município.
Vale destacar que os principais tipos de solo contidos na região são o argilossolo
vermelho-amarelo distrófico, predominante no perímetro urbano da cidade, e o
latossolo vermelho-amarelo distrófico.
43
Figura 6 – Unidades geológicas do município de Tabuleiro/MG
Fonte: CPRM, 2019.
44
Figura 7 – Mapa da composição espacial das Unidades Geológicas de Tabuleiro/MG
Fonte: AGEVAP, 2019.
45
2.4.3. Geomorfologia
A Geomorfologia é a ciência que estuda a formação da superfície terrestre, a fim de
compreender as manifestações do relevo e toda sua dinâmica estrutural, de processos
pretéritos e atuais. Como componente disciplinar da temática geográfica, a
geomorfologia constitui importante subsídio para a apropriação racional do relevo,
como recurso ou suporte, considerando a conversão das propriedades geoecológicas
em sócio-reprodutoras (KÜGLER, 1976).
No município de Tabuleiro, as formações geomorfológicas são caracterizadas pelo
domínio Mar de Morros, a leste e o Montanhoso, a oeste, conforme representado na
Figura 8.
Figura 8 – Mapa de Geomorfologia de Tabuleiro/MG
46
Segundo Machado e Silva (2010), o Domínio Montanhoso apresenta como
características principais formas acidentadas, com vertentes predominantemente
retilíneas a côncavas, e topos de cristas alinhadas, aguçados ou levemente
arredondados. Seu sistema de drenagem apresenta amplitude de relevo acima de 300
m, podendo apresentar, desnivelamentos inferiores a essa medida e inclinações de
vertentes variando entre 25-45°, com possível ocorrência de paredões rochosos
subverticais (60-90°). Esse padrão de relevo exibe ainda franco predomínio de
processos de morfogênese (formação de solos rasos em terrenos muito acidentados),
além da atuação frequente de processos de erosão laminar e de movimentos de
massa. Ademais, pode haver geração de depósitos de tálus e de colúvios nas baixas
vertentes.
A segunda geodiversidade predominante em Tabuleiro é o domínio Mar de Morros,
no qual as colinas passam a sofrer contínuo processo de intemperismo. Os relevos de
Morros são formados por topos arredondados ou alongados, gradiente de vertente
médio a elevado, constituídos principalmente por depósitos inconsolidados
constituídos por colúvios e depósito de tálus. Estas áreas possuem alta densidade de
drenagem, com padrões de drenagem variáveis. Além disso, podem favorecer o
aparecimento de movimentos de massa, particularmente em áreas onde ocorrem
intervenções humanas como construção de loteamentos e a abertura de estradas, por
exemplo (CEIVAP, 2014).
No gerenciamento dos resíduos sólidos, a geomorfologia no que se refere às
manifestações do relevo, abordadas no próximo subitem 4.3.1, tem implicação direta
na prestação de praticamente todos os serviços públicos de limpeza e manejo de
resíduos sólidos, uma vez que os serviços em áreas com relevo mais acentuado
costumam ser mais trabalhosos e onerosos quando comparado a áreas mais
aplainadas.
47
Outra implicação, está relacionada a escolha do local para a implantação de um aterro
sanitário, uma vez que em áreas com presença de rocha aflorante, com estrutura
superficial com escassez de solo, ou seja, sem material de cobertura, a implantação
do projeto resultaria em maiores despesas.
A geomorfologia associada ao relevo também pode influir na qualidade das águas
superficiais, dependendo da localização das infraestruturas de disposição/manejo de
resíduos sólidos, dos sistemas de controle ambiental utilizado e das características
físicas do terreno, pois a qualidade hídrica de corpos d’água situados em cotas
inferiores pode ser comprometida em função das cargas difusas e sedimentos
carreados em épocas de chuvas.
2.4.3.1. Relevo
As mais variadas formas em que se apresenta a superfície terrestre são conhecidas
como relevo, que podem ser originados através de deformações realizadas por
agentes internos, ou modelações causadas por agentes externos, tais como ações
climáticas e antrópicas, por exemplo (CPRM, S/d).
Através do conhecimento das formas de relevo de uma região, torna-se possível o
estudo de localização para implantação de infraestruturas indispensáveis à população,
bem como aquelas relacionadas ao saneamento básico de um local, variando desde a
construção de Estações de Tratamento de Água (ETA) e de Esgoto (ETE), até a
fundação de aterros sanitários de acordo com a classe do resíduo sólido destinado,
como discorrido no item anterior, entre outros.
De acordo com os dados obtidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o
município de Tabuleiro tem sua topografia recortada por diversas formas de relevo,
dentre elas à Oeste os chamados Degraus Estruturais e Rebordos Erosivos, e à Leste,
Domínio de Morros e de Serras Baixas. De Norte a Sul, a cidade é cortada por uma
planície, graças à presença do Rio Formoso, considerado principal da localidade, e do
48
Ribeirão Queira-Deus, ambos pertencentes à Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do
Sul. Destaca-se, portanto, que o relevo do município tem predominância do tipo
montanhoso (60%), seguido pelo plano (25%) e ondulado (15%).
A Figura 9 a seguir ilustra o mapa de declividade do município de Tabuleiro,
evidenciando a presença de ondulações em quase toda a extensão territorial, com
inclinações de até 3 graus.
Figura 9 – Mapa de declividade do município de Tabuleiro/MG
Fonte: AGEVAP, 2019.
A Figura 10 apresenta o mapa hipsométrico da região de Tabuleiro, revelando as
altitudes da topografia municipal. Como se comprova através dos dados obtidos pela
própria Prefeitura de Tabuleiro, a altitude máxima do relevo é de 909m, na Serra do
Acácio, e a mínima, de 550 m, na foz do córrego dos Rocha. O ponto central da cidade
49
encontra-se a exatos 459,76m de altitude em relação ao nível médio do mar, estando
abaixo de 500m como a maior parte do município.
Figura 10 – Mapa hipsométrico do município de Tabuleiro/MG
Fonte: AGEVAP, 2019.
2.4.4. Recursos Naturais
Os recursos naturais são materiais que se encontram de forma natural no meio
ambiente e que são utilizados pelo homem com a finalidade de desenvolver as
variadas atividades. Os recursos naturais dividem-se em: recursos renováveis, os
quais não se esgotam e não renováveis, que são recursos limitados.
Este subcapítulo discorre acerca de alguns destes recursos, dentre os quais destaca-
se: a água em suas diferentes formas (superficial, subterrânea), vegetação e os
50
minerais, que serão caracterizados sucintamente para o Município de Tabuleiro nos
tópicos seguintes.
2.4.4.1. Hidrologia
Com relação aos recursos hídricos, o município de Tabuleiro encontra-se inserido na
Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, mais especificamente na porção da Bacia
Hidrográfica dos Rios Pomba e Muriaé, compondo os seguintes comitês de
responsabilidade hídrica das bacias: Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do
Rio Paraíba do Sul (CEIVAP) e Comitê da Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros
dos Rios Pomba e Muriaé (COMPÉ).
Segundo dados do CEIVAP, a referida Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul
abrange um total de 184 municípios espalhados por alguns estados, e uma área
integralizada de drenagem na casa dos 61.307 km². Na parcela do estado de São
Paulo, a Bacia conta com 39 municípios, totalizando uma área de 13.934 km²; 88
municípios no estado de Minas Gerais, com área total de 20.699 km², e no estado do
Rio de Janeiro abrangendo 57 municípios, ao todo com área de 26.674 km². A saber,
esta Bacia é subdivida em oito sub-bacias: bacia dos rios Preto e Paraibuna, bacias
do rio Pomba e Muriaé e bacia do rio Paraíba do Sul – SP, bacia Dois Rios, bacia do
rio Piabanha, bacia do Baixo Paraíba do Sul e bacia do Médio Paraíba do Sul.
Vale destacar que o principal rio desta Bacia tem origem no seu próprio nome: o Rio
Paraíba do Sul, que possui uma extensão total de 1.100 km, contados a partir da
nascente do Paraitinga. A Figura 11 revela a distribuição espacial da Bacia, bem como
evidencia seu principal curso d’água.
51
Figura 11 – Mapa da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul
Fonte: Adaptado de Siga Ceivap, 2019.
A Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul corresponde a 0,7% do território brasileiro,
e aproximadamente a 6% da região Sudeste do país, distribuída pelos estados do Rio
de Janeiro, abrangendo 63% da área total do estado; 5% do estado de São Paulo, na
conhecida região do Vale do Paraíba Paulista, e em Minas Gerais, apenas 4%, na
chamada região da Zona da Mata Mineira (ANA, S/d).
Em relação ao município de Tabuleiro, o principal curso d’água é o rio Formoso e o
Ribeirão Queira-Deus, como mostra a Figura 12 abaixo. Os demais recursos hídricos
superficiais importantes compõem os córregos da Lajinha, do Mato, Córrego Matinha,
Córrego Pereiras, Córrego Pedro do Cifre, Córrego Candu e Córrego dos Rocha, além
dos Ribeirões Santana e Acácio (ANA, S/d).
52
Com efeito, os recursos hídricos subterrâneos da cidade reúnem a unidade
hidrogeológica ‘Cristalina’ em todo o seu território, com vazão específica na explotação
dos sistemas aquíferos por poços profundos estimada de 0,10 l/s.m a 0,90 l/s.m (Plano
de Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, 2007).
Figura 12 – Mapa de recursos hídricos do município de Tabuleiro/MG
Fonte: AGEVAP, 2019.
2.4.4.2. Vegetação
O Estado de Minas Gerais possui ampla extensão territorial, apresentando, dentre
outros biomas brasileiros, três muito distintos entre si, sendo estes a Mata Atlântica, o
Cerrado e a Caatinga. Os três biomas possuem características fitofisionômicas muito
53
variadas que, somadas às estratificações de relevo existente no estado, resultam em
uma infinidade de paisagens.
O Município de Tabuleiro/MG está localizado predominantemente, na Floresta
Estacional Semidecidual, onde a cobertura vegetal original era de Mata Atlântica.
Atualmente, esta se encontra bastante modificada pelas atividades antrópicas sendo
substituída por pastagens, agricultura e principalmente, vegetação secundária. A
Figura 13 representa a vegetação remanescente de Mata Atlântica em Tabuleiro/MG.
Figura 13 – Mapa da vegetação remanescente de Mata Atlântica no Município de Tabuleiro/MG
Fonte: AGEVAP, 2019.
O CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) estabelece proteção dessas áreas
que se estende não só à mata primária, mas também aos estágios sucessionais em
54
áreas degradadas que se encontram em recuperação. A mata secundária é protegida
em seus estágios inicial, médio e avançado de regeneração (IBF, 2019).
Entre as espécies mais comuns da Mata Atlântica encontram-se algumas briófitas,
cipós e orquídeas. A fauna endêmica é formada principalmente por anfíbios (grande
variedade de anuros), mamíferos e aves das mais diversas espécies. É uma das áreas
mais sujeitas a precipitação no Brasil. As chuvas são orográficas, em função das
elevações do planalto e das serras. Da flora, 55% das espécies arbóreas e 40% das
não-arbóreas são endêmicas, ou seja, só existem na Mata Atlântica. Das bromélias,
70% são endêmicas dessa formação vegetal, palmeiras, 64%. Estima-se que 8 mil
espécies vegetais sejam endêmicas da Mata Atlântica. (IBF, 2019).
No que tange ao planejamento da gestão dos resíduos sólidos, principalmente no
tocante à escolha de áreas favoráveis para disposição final de resíduos e/ou para
implantação de outras estruturas, pré-existentes e/ou novas instalações, que
compõem o sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, deve-se evitar
a supressão das vegetações nativas, principalmente aquelas que se situam em áreas
de uso específico e/ou restritivo, tais como Unidades de Conservação, áreas de
zoneamento municipal, áreas prioritárias, dentre outras, uma vez que tais ambientes
são objeto de maior cuidado em prol da preservação ambiental.
A Figura 14, a seguir, apresenta as áreas prioritárias para conservação da
biodiversidade e flora do Município de Tabuleiro/MG.
55
Figura 14 – Mapa de áreas prioritárias para conservação da biodiversidade do Município de Tabuleiro/MG
Fonte: AGEVAP, 2019.
56
2.4.4.3. Minerais
A atividade de mineração constituída pela pesquisa mineral, extração e/ou
beneficiamento (lavras) gera grandes volumes de materiais movimentados e extraídos,
os quais são tipificados como estéreis ou rejeitos, sendo os estéreis dispostos em
pilhas por se tratarem de resíduos sem valor econômico, já os rejeitos são os
resultantes do beneficiamento do minério, sendo comumente depositados em
barragens.
O município de Tabuleiro possui reservas de caulim, bastante utilizado na produção
de papel; reservas de granito; quartzo dentre outras (PMSB, 2014). Segundo dados
dos gestores municipais, apesar de não estarem em atividades no momento, possuem
requerimento ativo na Prefeitura as seguintes atividades de extração mineral:
Elizabeth Campos Neves Miranda;
Extração e Com. de areia Martins e Vidal;
LG Mármores e granitos LTDA;
Maurélio Vieira Toledo Eireli – ME
Mineração Pedroso e Costa LTDA-ME
Petrus Mineração C. e Comercialização LTDA
O conhecimento acerca das atividades minerárias da localidade, assim como dos
resíduos gerados será objeto do diagnóstico, apresentado no Produto 3. Este é
relevante para gestão dos resíduos sólidos setoriais, principalmente no que tange a
definição de diretrizes especificas para tal no PMGIRS de Tabuleiro, possibilitando a
municipalidade aplicar de forma assertiva os regramentos definidos pela Lei nº
12.305/2010, principalmente o que prevê ao gerador a responsabilidade de
gerenciamento dos seus resíduos, cabendo até mesmo a elaboração de plano de
gerenciamento específico do empreendimento.
57
Observa-se que historicamente áreas utilizadas para extração mineral, encerradas,
foram entendidas como favoráveis à implantação de aterros sanitários por se tratarem
de locais degradados e vantajosos ao aproveitamento para disposição final de
resíduos sólidos. Entretanto, é importante se avaliar qual o tipo de atividade minerária
que fora realizada anteriormente, se a mesma envolveu a extração por meio de
explosivos, já que áreas objetos destas práticas podem apresentar fraturas e caminhos
preferenciais de percolação de compostos líquidos ao subsolo podendo interferir
qualidade das águas subsuperficiais e/ou até mesmo as confinadas.
Além disso, deve-se avaliar se na área e/ou em seu entorno há disponibilidade de
material de recobrimento para operacionalização de aterro sanitário, tendo em vista
que caso não haja, haverá substancial onerosidade do empreendimento para
providenciar tal recurso e viabilizar a correta operacionalização do empreendimento.
2.5. Organização territorial e político administrativo
O presente capítulo apresenta informações sobre a organização do poder
administrativo municipal, bem como as características urbanas, de zoneamento e de
demografia.
2.5.1. Distritos
Considerado como a menor unidade territorial brasileira com governo próprio, o
município é formado pela zona urbana municipal, que compreende o distrito-sede,
onde se localiza a cidade, que é a sede municipal e que leva o mesmo nome do
município, e também, é composto pelo território ao seu entorno, a zona rural municipal,
que pode ser dividida em distritos, cuja maior povoação recebe, geralmente, o nome
de vila (PINTO, 2003 apud PINA, 2008).
58
O distrito é, portanto, uma subdivisão do município que não tem autonomia
administrativa e só pode ser criado por meio de lei municipal, porém, obedecendo aos
requisitos exigidos por leis de instâncias superiores. O Município de Tabuleiro é
constituído pela zona urbana (distrito-sede) e zona rural, conforme representado na
Figura 15, contando com uma área total de aproximadamente 211 Km² e população
de 4.079 habitantes (Censo do IBGE, 2010), não apresentando outros distritos.
Figura 15 – Mapa do setor censitário do município de Tabuleiro/MG
Fonte: AGEVAP, 2019.
O perímetro urbano do município – distrito-sede - conta com cinco (05) bairros, dentre
eles o bairro São José (Alvorada), o Laginha, o Santa Cecília, o bairro do Rosário e o
Centro. De acordo com o Censo de 2010, esta área concentra uma população de
2.701 habitantes. A Faixa rural do município conta com dez (10) comunidades, sendo
59
estas: Passa Cinco; Igrejinha do Acácio; Santa Rita de Botafogo; Matinha; Vendinha;
Mota; Cidreira; Buieé; Pedra de Chifre, Ribeirão Santana. Ainda segundo o Censo de
2010, esta área possuía uma população de 1.378 (IBGE, 2019). Nota-se maior número
de pessoas, 66,22% do total, no distrito sede do município.
A população concentrada em uma pequena parcela do município, como ocorre em
Tabuleiro, no distrito-sede, favorece o manejo dos resíduos, já que, dessa forma, é
possível é possível atender toda malha urbana, por exemplo, em um pequeno
intervalo de tempo, apenas um dia de coleta com um único veículo, o que reduz custos
com a gestão dos resíduos sólidos.
2.5.2. Poderes
Os poderes do Estado pertencem a uma divisão conhecida como tripartite, compondo
o Poder Executivo, Poder Judiciário e o Poder Legislativo. Por sua vez, o governo que
rege um país pode ser subdividido em três esferas de atuação, sendo eles o Federal,
Estadual e o Municipal, como ocorre em território brasileiro. As divisões ocorrem para
que cada localidade possua melhor administração sobre suas características urbanas,
a fim de garantir qualidade de vida à população residente.
Na perspectiva jurídica, o município é uma entidade com personalidade jurídica de
direito público interno, que, diferentemente dos outros níveis de governo (federal e
estadual), está dividida em somente dois poderes: o legislativo e o executivo. O
governo é resultante da interação harmônica e independente desses dois poderes: o
legislativo e o executivo, que têm sede na câmara municipal e na prefeitura municipal,
respectivamente (KLERING et al., 2011).
O poder executivo municipal tem divisão inicial pelos órgãos conhecidos como
secretarias ou departamentos, e entidades, como autarquias e empresas estatais, de
acordo com o tamanho e as necessidades de cada cidade.
60
Especificamente para o município de Tabuleiro, de acordo com o disposto na Lei
Orgânica nº 386/2004, o poder executivo é composto pelo prefeito e vice-prefeito,
auxiliados pelas demais secretarias municipais ou diretores equivalentes.
Separadamente ao executivo, o poder legislativo de Tabuleiro atua através da Câmara
Municipal, constituída por vereadores eleitos pelo sistema proporcional, de quatro em
quatro anos, representando os interesses da população perante o governo municipal.
A Câmara abarca funções administrativas, responsável pela gestão e gerenciamento
de orçamentos, pessoal, patrimônios municipais e a suplementação das legislações
federal e estadual, bem como algumas funções judiciárias, como o encargo de
denunciar, investigar e julgar crimes de natureza de responsabilidade que envolvam
seus componentes e o próprio Prefeito. Quanto ao Judiciário, o município é atendido
pela Comarca de Rio Pomba.
As secretarias municipais estão divididas de acordo com suas competências de
atuação, baseadas nas áreas pertinentes em que estão inseridas, a fim de
proporcionar atendimento aos munícipes. Na cidade de Tabuleiro, as secretarias estão
organizadas nos seguintes setores: Secretaria Municipal de Educação; Secretaria
Municipal de Agropecuária, Abastecimento e Meio Ambiente; Secretaria Municipal de
Fazenda e Planejamento; Secretaria Municipal de Obras, Atividades Urbanas,
Transporte e Trânsito; Secretaria Municipal de Esporte, Cultura, Lazer e Turismo;
Secretaria municipal de Saúde; Secretaria Municipal de Administração e Recursos
Humanos; Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social; Comissão
Permanente de Licitação (CPL).
A Figura 16 a seguir ilustra a estrutura que compões a administração da Prefeitura de
Tabuleiro.
61
Figura 16 – Composição administrativa da Prefeitura de Tabuleiro/MG
Fonte: Prefeitura Municipal de Tabuleiro, 2019.
Correlacionando com a temática dos resíduos sólidos urbanos no município de
Tabuleiro, os órgãos responsáveis pela gestão de contratos e concessões para a
gestão e gerenciamento, juntamente com a fiscalização, coordenação e
acompanhamento dos serviços de limpeza pública e manejo de resíduos sólidos,
incluindo resíduos da construção civil e dos serviços de saúde, são as Secretaria de
Meio Ambiente, Secretaria Municipal de Obras, Atividades Urbanas, Transporte e
Trânsito e também a Secretaria Municipal de Saúde, de acordo com as especificidades
de cada resíduo, conforme será abordado no item 6.3.4 e no Produto 3 – Diagnóstico
Municipal Participativo.
62
2.5.3. Características Urbanas do Município
A cidade de Tabuleiro ainda apresenta características marcantes de um regime
histórico agropastoril, visto que atualmente é composto em sua maior parte por
estabelecimentos agropecuários, seguido pela ocupação de pastagens. O município
que já se destacou pelas grandes plantações de café, hoje em dia apresenta seu
território dividido entre agricultura familiar e a criação de gado para pecuária leiteira,
prevalecendo na região a pequena propriedade rural de 50 a 60 hectares, em média,
e que se dedica essencialmente a produção de leite para comércio.
O Município apresenta em sua composição urbanística um misto de unidades
residenciais e comércio. A tipologia das edificações é prioritariamente térrea e
unifamiliar, com áreas livres (quintais, jardins) maiores e mais permeáveis, à medida
que se afastam do núcleo urbano. Apesar de pontualmente algumas ruas mais
afastadas da Sede não possuírem qualquer tipo de recobrimento, uma parcela
significativa das ruas do município, nas áreas mais densas, conta com algum tipo de
pavimentação, em sua maioria asfalto ou pavimento intertravado (PMSB, 2014).
No que concerne às estruturas e investimento em saneamento no município, Tabuleiro
possui o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) concluído em 2014,
elaborado pela empresa Conen Infraestrutura Urbana e financiado pela
AGEVAP/CEIVAP, estando em fase de implantação pela Prefeitura Municipal,
responsável pela prestação destes serviços. Este plano estabelece diretrizes, metas e
ações de saneamento básico em um horizonte de planejamento de 25 (vinte e cinco)
anos, ou seja, de 2013 a 2038, abrangendo todo o território do municipal, áreas
urbanas e áreas rurais.
Deste modo, os subitens subsequentes sistematizam as informações básicas de
Tabuleiro acerca de cada uma das quatro vertentes do saneamento básico, também
contempladas no PMSB, as quais são: abastecimento de água potável, esgotamento
63
sanitário, drenagem e manejo de águas pluviais urbanas e limpeza urbana e manejo
dos resíduos sólidos.
2.5.3.1. Sistema de Abastecimento de Água
Sistemas de abastecimento de água constituem-se em soluções coletivas que
propiciam o adequado abastecimento de uma comunidade, de pequeno a grande
porte, abarcando um conjunto de unidades com a finalidade de retirar da natureza os
volumes de água em quantidades necessárias ao atendimento dos consumidores,
adequar suas características aos padrões de potabilidade, e distribuir para a população
sem restrição do seu consumo (LEAL, 2018).
Baseado nos últimos dados obtidos pelo Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgoto
do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento de 2016, a área urbana do
município conta com 94,7% das residências amplamente atendidas, enquanto que no
abastecimento total, incluindo-se também as áreas rurais, o abastecimento sofre
queda, conforme encontra-se relacionado na Tabela 4. Os serviços de abastecimento
de água potável do Município de Tabuleiro estão sob a responsabilidade da
Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA (SNIS, 2016).
Tabela 4 – Cobertura do abastecimento de água potável
MUNICÍPIO
LIGAÇÕES
ATIVAS
ECONOMIAS
ATIVAS
ATENDIMENTO
URBANO
ATENDIMENTO
TOTAL
Tabuleiro 1.221 1.235 94,7% 62,72%
Fonte: Diagnóstico dos serviços de água e esgoto, 2016 (SNIS - Ministério das Cidades)
64
O índice de consumo médio per capita de água, segundo dados do Sistema Nacional
de Informações sobre Saneamento no ano de 2016, foi de 127,55 litros por habitante
ao dia, e a extensão total da rede no município é de 9,19 km.
O Rio Formoso, principal rio da cidade, também é o responsável pela manutenção de
captação de água para tratamento e abastecimento do município. Segundo dados do
Atlas do Abastecimento de Água da Agência Nacional de Águas, o rio fornece vazão
de 17 L/s, e após sofrer tratamento, a vazão nominal da Estação de Tratamento de
Água (ETA) Tabuleiro, do tipo convencional, é de 18L/s, produzindo 212.790 m³ de
água tratada por ano (SNIS, 2016), conforme ilustra a Figura 17.
Em função de sua topografia e da necessidade de abastecer os bairros situados nos
pontos mais altos do município, Tabuleiro possui uma Estação Elevatória de Água
(EEA), além de três reservatórios para a água tratada.
Com base no Plano Municipal de Saneamento Básico (2014), o tratamento atualmente
é adequado e água apresenta características em conformidade com os parâmetros do
padrão de potabilidade estabelecido pela Portaria do Ministério da Saúde n° 2.914 para
a qualidade da água de consumo humano.
Figura 17 – Sistema de abastecimento de água e Tabuleiro/MG
Fonte: ANA, S/d.
65
Vale ressaltar, segundo informações dos gestores municipais, que o sistema de
abastecimento mencionado acima é realizado em sua totalidade para a população
urbana, não atendendo as comunidades rurais, onde a captação é feita em nascente
e diretamente distribuída à população, ou captada de poços artesianos.
2.5.3.2. Esgotamento Sanitário
Sistemas de Tratamento de Esgotos são definidos como o conjunto de tubulações e
demais acessórios que tem como finalidade a coleta, o transporte, o tratamento e a
disposição final do esgoto tratado e do lodo resultante, de forma a melhorar aspectos
sociais, sanitários e econômicos de uma população (LEAL, 2018).
De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS, 2016),
não há dados disponíveis a respeito do tratamento de esgotos para o município de
Tabuleiro. Porém, baseado em informações obtidas no Censo 2010 do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, dos 1.355 domicílios existentes na cidade,
apenas 2 não contavam com instalação sanitária.
Vale destacar a importante base de dados contidos no Atlas de Esgotos elaborado
pela Agência Nacional de Águas – ANA, e divulgado através do Sistema Nacional de
Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH, 2013). Através deste, foi constatado a
ausência de ETEs no município de Tabuleiro, embora a própria Prefeitura seja a
responsável pela coleta de esgotos. Também foi averiguado que 4,2% dos munícipes
não possuem atendimento para serviços de esgoto, enquanto 95,8% possuem apenas
coleta do mesmo, que posteriormente será encaminhado ao Rio Formoso. Parcela
equivalente a 0,1% da população, segundo o Atlas Esgotos (2013), aplica soluções
individuais de coleta de esgotos, tais como a utilização de fossas sépticas. A Figura
18 abaixo revela a situação dos serviços de saneamento de esgotos para o município
de Tabuleiro em 2013.
66
Figura 18 – Esquema dos serviços de esgoto ocorrentes no município de Tabuleiro/MG
Fonte: Atlas Esgotos – ANA, 2013.
Conforme informações dos gestores municipais, atualmente a coleta de esgoto é
realizada em toda a área urbana, incluindo as comunidades rurais: Igrejinha do Acácio
e Botafogo. As demais comunidades rurais não possuem rede de coleta da prefeitura,
entretanto, estas apresentam soluções individuais, tais como a utilização de fossas
sépticas.
2.5.3.3. Drenagem e manejo de águas pluviais urbanas
O sistema de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas é composto por estruturas
e instalações destinadas ao transporte, retenção e disposição final das águas das
chuvas. Segundo dados apresentados pelo IBGE (2009), o município de Tabuleiro não
conta com ótimos serviços de drenagem subterrânea. Entretanto, de acordo com o
estudo realizado no Plano Municipal de Saneamento Básico (2014), o mesmo possui
67
algumas estruturas relativas à drenagem, como bocas de lobo e bueiros, por exemplo,
localizadas no Distrito Sede.
Em relação a macrodrenagem devido às próprias características de relevo do
município que os rios drenam em múltiplos sentidos, destaca-se, alguns dos rios de
maior ordem, tais como o Rio Formoso, que atravessa a extremidade ocidental do
Distrito Sede e o Córrego da Lajinha que passa ao sul do Distrito Sede (PMSB, 2014).
Ainda segundo estudo realizado no PMSB, a rede de microdrenagem subsuperficial é
bastante reduzida e não está cadastrada. Grande parte do município ainda carece de
equipamentos de drenagem em determinadas áreas, de modo que a própria caixa da
rua serve como canal de escoamento das águas pluviais. Isso acarreta em
reclamações dos moradores quanto ao cheiro de esgoto que exala dos bueiros de
drenagem no momento de chuvas, fato atribuído ao retorno das águas dos córregos
contaminadas por esgotos para o sistema de drenagem.
Além disso, a falta de manutenção destas estruturas contribui diretamente para o
entupimento da rede e consequente alagamento de determinadas porções territoriais,
sendo algumas dessas áreas apontadas como mais sensíveis à ocorrência destes
eventos (PMSB, 2014), conforme apresentado na Figura 19.
68
Figura 19 – Mapa dos pontos de alagamento do município de Tabuleiro/MG
Fonte: AGEVAP, 2019.
69
Portanto, associado diretamente à drenagem e ao processo de urbanização ressalta-se o
risco de inundação das cidades, que proporcionam prejuízos financeiros, desconforto,
degradação ambiental e social dos munícipes. Este problema é intensificado quando não
há um sistema de drenagem adequado e manejo correto dos resíduos sólidos devido ao
acúmulo dos mesmos no sistema e consequente entupimento da rede, portanto vale frisar
a importância de se realizar a gestão integrada destes serviços urbanos.
A Prefeitura é a responsável pelo sistema de drenagem e esporadicamente solicita a
execução de tais serviços. Porém, até o momento, segundo informações da Prefeitura, não
existem projetos, planos ou estudos existentes ou em elaborações referentes à drenagem
de águas pluviais, bem como não há órgão ou agência reguladora destes serviços no nível
de administração pública.
2.5.3.4. Limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos
A estimativa da produção de resíduos sólidos do município de Tabuleiro realizada para o
ano de 2018 foi de 949 toneladas de resíduos sólidos por ano sendo a geração per capita
de 0,62 kg/(hab.dia) (PMSB, 2014). A responsabilidade pelo planejamento, operação e a
fiscalização dos serviços de limpeza urbana e de manejo destes resíduos está concentrada
a Secretaria Municipal de Obras, Atividades Urbanas, Transporte e Trânsito e Secretaria de
Meio Ambiente.
Basicamente, o gerenciamento dos resíduos sólidos, no município, ocorre sob a
responsabilidade da Prefeitura e de duas empresas terceirizadas: SERQUIP – Tratamento
de Resíduos MG Ltda e UNIÃO Recicláveis Rio Novo Ltda, sendo responsabilidade pela
regulação, normatização, controle e fiscalização destes contratos, respectivamente, a
Secretaria Municipal de Saúde e a Secretaria Municipal de Obras, Atividades Urbanas,
Transporte e Trânsito.
Segundo informações e contratos disponibilizados pela Prefeitura, a coleta de Resíduos
Sólidos Urbanos com características domiciliares (exceto podas, terras e entulhos) é
70
realizada três vezes por semana pela empresa União Recicláveis Rio Novo LTDA, bem
como o seu tratamento e disposição final. Já a empresa SERQUIP – Tratamento de
Resíduos MG LTDA, executa os serviços de coleta, transporte, tratamento por termo de
destruição e destinação final de resíduos dos serviços públicos de saúde.
A varrição do distrito-sede e os serviços gerais são executados por funcionários da
Prefeitura Municipal de Tabuleiro. Este serviço engloba o conjunto de atividades
necessárias para juntar, acondicionar e colocar em locais indicados para coleta, os resíduos
sólidos dispersos nas guias de vias e logradouros públicos (PMSB, 2014). O serviço é
realizado na área urbana e nas comunidades de Igrejinha do Acácio e Santa Rita do
Botafogo, contudo, os demais bairros rurais não contam com tal serviço. Os resíduos
provenientes da varrição são coletados por caminhão de coleta regular próprio e tem como
destinação final um “bota-fora” localizado no próprio município. Com relação a setorização
regional para fins desta atividade, o município conta com uma (01) equipe composta por
quatro (04) servidores, que atuam diretamente na varrição, realizando a coleta destes
resíduos diariamente, um (01) motorista do caminhão de coleta; um (01) operador da
retroescavadeira, além de outros três (03) servidores responsáveis pela poda de árvores.
Quanto aos resíduos de responsabilidade dos setores comercial, industrial, de saúde e da
construção civil ainda não existem diretrizes e procedimentos para o exercício das
responsabilidades dos pequenos geradores ou exigência aos grandes geradores da
apresentação de projetos para o seu gerenciamento. Portanto, até o presente momento, os
mesmos, em sua maioria, não recebem o adequado gerenciamento.
Com base nas características urbanísticas do entorno dos domicílios fornecidas pelo Censo
IBGE de 2010, para o município de Tabuleiro, foram identificados 1.064 domicílios
particulares permanentes na categoria lixo coletado, relativo a um total de 1.355 domicílios
recenseados na cidade. Portanto, segundo este estudo, com relação à situação dos
serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos do Município de Tabuleiro, cerca
71
de 78% dos domicílios possuíam algum tipo de serviço de coleta, conforme apresentado na
Tabela 5.
Tabela 5 – Destino dado aos resíduos sólidos pelos domicílios particulares permanentes de Tabuleiro/MG
DESCRIÇÃO DOMICÍLIOS %
Coletado por serviço de limpeza 1.064 78,52
Enterrado (na propriedade) 8 0,59
Jogado em rio, lago ou mar 3 0,22
Jogado em terreno baldio ou logradouro 7 0,52
Queimado (na propriedade) 256 18,89
Outro destino 17 1,25
Fonte: Censo demográfico de 2010; IBGE, 2019.
Em síntese, a Tabela 6 apresenta os serviços que compreendem a limpeza urbana e o
manejo de resíduos e o respectivo responsável pela execução no município de Tabuleiro.
Para execução de serviços própria (prefeitura) utilizou-se a letra P, e para a execução
terceirizada, a letra T.
Tabela 6 – Serviços que compreendem a limpeza urbana, o manejo de resíduos e o respectivo responsável pela execução no município de Tabuleiro/MG
ETAPAS
GERENCIAMENTO/
SERVIÇOS
EXECUÇÃO
DOS SERVIÇOS EXECUTOR
P T
Varrição X Prefeitura Municipal
Poda, capina e
roçagem X Prefeitura Municipal
Coleta, transporte e
destinação final dos X Prefeitura Municipal
72
resíduos da varrição,
poda, capina e
roçagem.
Coleta RSU X União Recicláveis
Rio Novo LTDA
Transporte RSU X União Recicláveis
Rio Novo LTDA
Destinação RSU X União Recicláveis
Rio Novo LTDA
Coleta RSS X
SERQUIP –
Tratamento de
Resíduos MG LTDA
Transporte RSS X
SERQUIP –
Tratamento de
Resíduos MG LTDA
Destinação RSS X
SERQUIP –
Tratamento de
Resíduos MG LTDA
Coleta de RCC X Prefeitura Municipal
Transporte de RCC X Prefeitura Municipal
Destinação Final de
RCC X Prefeitura Municipal
Fonte: Prefeitura Municipal de Tabuleiro (2019).
No Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento para o ano base de 2016, bem
como na plataforma do IBGE para datas mais recentes não há informações a respeito da
cobertura e outras informações sobre os serviços limpeza urbana no município e manejo de
resíduos sólidos. Também não foram disponibilizados pela Prefeitura Municipal valores de
73
cobertura do sistema de coleta no município. Entretanto, o panorama da situação atual da
gestão dos resíduos sólidos de Tabuleiro/MG será realizado através do diagnóstico
municipal participativo, apresentado no Produto 3, que se refere a próxima etapa deste
plano.
2.5.4. Dispositivos legais de zoneamento urbano, disciplinadores e de uso e ocupação do
solo
Do ponto de vista do planejamento, a organização do território municipal, incluindo seus
aglomerados populacionais e as porções de áreas que possuem usos regulados
(zoneamento), permite aos gestores públicos definir ações necessárias a atender de forma
satisfatória toda sociedade com serviços de limpeza, conservação e destinação adequada
dos resíduos sólidos gerados. Além disso, propicia melhor escolha de áreas adequadas
para instalação de estruturas de manejo destes resíduos, de forma mais harmônica aos
interesses socioambientais envolvidos na territorialidade.
Dentre outros instrumentos normativos de planejamento que podem condicionar o uso e a
ocupação do território; disciplinar ações e colaborar com a prestação dos serviços de
limpeza urbana, apontam-se: o Plano Diretor; a Lei de Uso e Ocupação do Solo; a Lei de
Parcelamento do Solo Urbano; o Código de Posturas e o Código de Obras.
Entretanto, o crescimento da área urbana do município de Tabuleiro, se deu de forma
desordenada, sem nenhum planejamento. Até o presente momento o município não
apresenta Plano Diretor ou outro instrumento legal de zoneamento urbano ou de uso e
ocupação do solo. Dos dispositivos legais disciplinadores, que dizem respeito à questão dos
resíduos, mesmo que de forma indireta, o município conta apenas com a Lei Orgânica
Municipal nº 386/2004 e o Código de Posturas Municipal, lei nº 590/2012.
A obtenção de informações detalhadas e precisas sobre o espaço geográfico é fundamental
para as atividades de planejamento regional ou local e na tomada de decisões dos gestores.
Neste sentido, os mapas de uso e ocupação do solo são instrumentos que podem auxiliar
74
nesta função. Portanto, elaborou-se este mapa a partir de imagens do COHIDRO/ AGEVAP
do ano de 2014, para o município de Tabuleiro, conforme apresentado na Figura 20. Em
seguida, para melhor visualização destas informações, apresenta-se, na Tabela 7, o
percentual do Uso e Ocupação do Solo de acordo com a classificação realizada neste mapa.
Figura 20 – Mapa de Uso e Ocupação do solo do município de Tabuleiro/MG
Fonte: AGEVAP, 2019.
Tabela 7 – Percentual do Uso e Cobertura do Solo no município de Tabuleiro/MG
Classificação Área em km² %
Campos/Pastagens 121,44 50,03
Área Agrícola 6,12 2,52
Corpo Hídrico 2,16 0,89
75
Floresta Estacional/Vegetação Arbórea Densa 9,47 3,90
Floresta Estacional/Vegetação Arbórea Esparsa 1,09 0,45
Vegetação Arbórea Densa 26,84 11,06
Vegetação Arbórea Esparsa 68,38 28,17
Área Urbanizada 7,22 2,97
Área total do município de Tabuleiro - MG 242,71 100,00
Fonte: Elaborado pelos autores a partir de dados fornecidos pela AGEVAP, 2019.
A partir da análise da Figura 18 e da Tabela 6, nota-se que as pastagens e campos são a
cobertura do solo predominante no município, enquanto a área urbana ocupa a menor
porção de terra do município. Entretanto, é onde se concentra a maior parte da população
e, por isso, deve receber maior atenção em um Plano Municipal de Gestão Integrada de
Resíduos Sólidos.
2.5.5. Demografia
Demografia é a área estatística que estuda a dinâmica populacional humana. Seu objeto de
estudo envolve a densidade populacional, a distribuição, a estrutura e a formação etária e
por sexo da sociedade. No contexto atual, a demografia relaciona-se com preocupações
populacionais, tais como a interação entre população e desenvolvimento econômico, os
efeitos do controle de natalidade, a “explosão populacional”, o congestionamento urbano, a
imigração ilegal e as estatísticas da força de trabalho. Vale destacar que o crescimento
populacional possui dependência com o planejamento urbano da cidade, no tocante ao
aumento da demanda pelos serviços públicos, tais como os serviços de limpeza urbana e o
manejo dos resíduos sólidos, já que o crescimento populacional interfere em maior
quantidade na geração de resíduos sólidos, aumentando a demanda pelos serviços de
gerenciamento.
76
Segundo informações do Atlas do Desenvolvimento Humano, no município de Tabuleiro
entre os anos 2000 e 2010, a população cresceu a uma taxa média anual de -1,13%,
enquanto no Brasil foi de 1,17%, no mesmo período. Nesta mesma década, a taxa de
urbanização do município passou de 56,76% para 66,22%. Importante salientar que a razão
de densidade demográfica no município registrada no ano de 2010 foi de 19,2 hab/km².
Com auxílio da Tabela 8 a seguir, é notório o aumento do “êxodo rural” da população
residente no município de Tabuleiro, visto que há acréscimo constante de indivíduos na
malha urbana. Porém, observa-se que em geral, a população da cidade tem taxas negativas
de crescimento, visto que em quantidade está decrescendo.
Tabela 8 – Situação domiciliar municipal de Tabuleiro/MG
SITUAÇÃO DOMICILIAR Ano 1970 Ano 1980 Ano 1990 Ano 2000 Ano 2010
Total 5.356 4.791 4.361 4.572 4.079
Urbana 1.690 1.852 2.126 2.595 2.701
Rural 3.666 2.939 2.235 1.977 1.378
Fonte: Elaborado pelos autores a partir do Censo demográfico do IBGE, 2010. IBGE, 2019.
Ainda de acordo com os dados obtidos pelo Censo IBGE de 2010, de um total de 4.079
moradores residentes no município de Tabuleiro, 2.047 eram compostos por homens e
2.032 por mulheres. Na Tabela 9 a seguir, estão representadas as divisões por faixa etária
e sexo dos munícipes de Tabuleiro.
77
Tabela 9 – Divisão etária e por sexo da população residente de Tabuleiro/MG
FAIXA ETÁRIA
SEXO
FEMININO MASCULINO
0 a 14 anos 414 413
15 a 59 anos 1.259 1.281
60 anos ou mais 359 353
Fonte: Elaborado pelos autores a partir do Censo demográfico IBGE, 2010.
Através da análise da pirâmide etária de Tabuleiro, conforme ilustra a Figura 21, nota-se
que a distribuição populacional entre homens e mulheres segue número proporcional. É
observável também que a pirâmide de Tabuleiro apresenta semelhanças com a brasileira.
Figura 21 – Pirâmide etária da população de Tabuleiro/MG
Fonte: Censo demográfico IBGE, 2010.
78
A mortalidade infantil no município, referente à mortalidade de crianças com menos de um
ano de idade, passou de 27,1 óbitos por mil nascidos vivos, em 2000, para 16,5 óbitos por
mil nascidos vivos, em 2010. Outro dado importante refere-se à esperança de vida ao
nascer, que representa o indicador que compõe a dimensão de Longevidade do Índice
de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). No município, a esperança de vida ao
nascer cresceu 3,8 anos na última década, passando de 70,5 anos, em 2000, para 74,3
anos, em 2010 (PNUD, Ipea e FJP, apud Atlas de Desenvolvimento Humano, 2019).
2.6. Macroinformações Socioeconômicas
No presente capítulo pretende-se identificar as macroinformações socioeconômicas,
contemplando preliminarmente as especificidades da localidade quanto aos principais
aspectos que regem o desenvolvimento da sociedade, tais como, educação, trabalho e
renda, saúde, atividades econômicas e disponibilidade de recursos do município de
Tabuleiro, bem como indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e
socioeconômicos no contexto local.
2.6.1. Educação
A participação da sociedade nos processos de formulação, implementação e avaliação
deste planejamento em construção e das políticas públicas relacionadas aos resíduos
sólidos é pré-requisito estabelecido pela Lei Federal nº 12.305/2010. Além disso, a
realização de eventos de mobilização social traz resultados efetivos e concretos a estes
projetos, bem como promove maior facilidade de formar fiscais de ações e programas
governamentais.
Sabe-se que o acesso a um bom sistema educacional propicia a formação de pessoas mais
aptas a avaliar criticamente sobre a qualidade dos serviços oferecidos como de limpeza
79
urbana e manejo dos resíduos sólidos, bem como para sugerir eventuais melhorias,
contribuindo assim na elaboração de um projeto participativo.
Neste sentido, a caracterização do sistema e do nível educacional é de fundamental
importância, uma vez que estes relacionam-se com a facilidade ou dificuldade de
sensibilização da população, apresentando a escola como veículo de formação de cidadãos
de um município, e que, também, permite, através da disseminação do conhecimento, o
fomento à educação ambiental e o incentivo às boas práticas.
Assim, este subcapítulo, traz um levantamento de informações a respeito do nível
educacional, taxa de escolarização e o número de estabelecimentos de ensino do município
de Tabuleiro/MG, considerando que tais resultados serão importantes na etapa de
planejamento estratégico, principalmente na definição de programas, projetos e ações,
principalmente, de educação ambiental a serem implementados no Município.
De acordo com dados do Censo Escolar 2017, o município possui um total de 11 escolas,
dentre as quais encontram-se em atividade, apenas 3 destas, listadas na Tabela 10,
abrangendo o ensino pré-escolar, o ensino fundamental, o ensino médio e o programa EJA
(Educação de Jovens e Adultos).
Tabela 10 – Escolas do Município de Tabuleiro/MG
NOME DA ESCOLA
DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA
NÍVEL DE ENSINO LOCALIZAÇÃO
E.M. João XXIII Municipal Pré- escolar e Fundamental
Urbana
E.M. Coronel Claudio Gomes
Municipal Pré- escolar Rural
E.E. Menelick de Carvalho
Estadual Fundamental, Médio
e EJA Urbana
80
Fonte: Elaborado pelos autores a partir de dados do Censo Escolar 2017- QEDU 2019.
Em relação a evolução do número de matriculados em Tabuleiro, entre 2005 e 2017, tem-
se a distribuição por nível de ensino conforme evidenciado na Tabela 11. Logo após, com
intuito de facilitar a visualização dos dados apresentados foi gerado o gráfico apresentado
na Figura 22.
Tabela 11 – Evolução do número de matriculados em escolas do Município de Tabuleiro/MG, entre 2005 e 2017.
ANO
NÚMERO DE MATRÍCULAS POR NÍVEL DE ENSINO TOTAL
POR ANO Pré-escolar Fundamental Médio Superior
2005 62 765 197 0 1024
2007 65 698 168 0 931
2009 46 677 167 0 890
2012 84 550 164 0 798
2015 75 484 134 0 693
2016 80 503 142 0 725
2017 79 463 110 0 652
Fonte: Elaborado pelos autores a partir do IBGE, 2019.
81
Figura 22 – Gráfico da evolução do número de matriculados na rede de ensino no Município de Tabuleiro/MG.
Fonte: Elaborado pelos autores a partir do IBGE, 2019.
Nota-se que o número de matrículas na pré-escola aumentou no período analisado,
entretanto, houve uma tendência de queda no número total de matriculados na rede de
ensino do Município, que ocorreu devido à redução de matrículas no ensino fundamental e
médio, nestes anos.
Segundo dados do IBGE (2019), no ano de 2010, a taxa de analfabetismo do Município,
para a população com 15 anos de idade ou mais, era de 14,95%, isto é, 610 pessoas de um
total de 4.079, dentro desta faixa etária, não sabiam ler ou escrever. Entretanto, neste
mesmo ano, a taxa de escolarização para população mais jovem, de 6 a 14 anos, foi alta,
atingindo o valor de 99,6%.
Em 2012, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD Brasil), o Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro adaptaram a
metodologia do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) Global para calcular o IDH
Municipal (IDHM) de todos os municípios brasileiros. Esse cálculo foi baseado nas
informações dos 3 últimos Censos Demográficos do IBGE – 1991, 2000 e 2010 – e conforme
a malha municipal existente em 2010. O IDH Municipal considera as mesmas três
82
dimensões do IDH Global – longevidade, educação e renda, porém vai além, adequando a
metodologia global ao contexto brasileiro e à disponibilidade de indicadores nacionais
(ATLAS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO, 2010).
O IDHM de Tabuleiro foi de 0,681, em 2010, situando-o na faixa de Desenvolvimento
Humano Médio (IDHM entre 0,600 e 0,699), valor considerado elevado dentro da faixa e
próximo da faixa alto que se inicia em 0,700. A dimensão que mais contribui para o IDHM
do Município foi a Longevidade, com índice de 0,821, seguida da Renda, com índice de
0,666, e da Educação, com índice de 0,578. No entanto, a dimensão cujo índice mais
cresceu em termos absolutos foi Educação (com crescimento de 0,428), seguida por Renda
e por Longevidade (ATLAS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO, 2010).
No que concerne aos dados que compõe o IDHM Educação, destaca-se na Tabela 12 a
proporção de crianças e jovens frequentando ou tendo completado determinados ciclos de
ensino, indicando a situação da educação da população em idade escolar do Município. Em
seguida, com intuito de facilitar a visualização destes dados foi gerado o gráfico apresentado
na Figura 23.
Tabela 12 – Fluxo escolar por faixa etária - Tabuleiro - MG - 1991/2000/2010
FAIXA ETÁRIA
ANO
1991 2000 2010
5 a 6 anos 22,36% 75,95% 93,18%
11 a 13 anos 28,68% 68,65% 89,75%
15 a 17 anos 16,57% 45,16% 65,86%
18 a 20 anos 5,00% 21,06% 50,68%
83
Fonte: Elaborado pelos autores a partir do Atlas do Desenvolvimento Humano, 2019.
Figura 23 – Gráfico do fluxo escolar por faixa etária - Tabuleiro - MG - 1991/2000/2010
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, 2019. Modificado pelos autores.
Observa-se que a proporção de crianças de 5 a 6 anos na escola é de 93,18%, em 2010.
No mesmo ano, a proporção de crianças de 11 a 13 anos frequentando os anos finais do
ensino fundamental é de 89,75%; a proporção de jovens de 15 a 17 anos com ensino
fundamental completo é de 65,86%; e a proporção de jovens de 18 a 20 anos com ensino
médio completo é de 50,68%. Vale frisar que, entre 1991 e 2010, essas proporções
aumentaram, respectivamente, em 70,82 pontos percentuais, 61,07 pontos percentuais,
49,29 pontos percentuais e 45,68 pontos percentuais.
Considerando o público adulto, o Atlas de Desenvolvimento Humano (2019), indica que
entre 2000 e 2010, o percentual da população de 18 anos ou mais com o ensino
fundamental completo, passou de 21,14% para 34,39%, no Município. Porém, aponta que
esse indicador carrega uma grande inércia, em função do peso das gerações mais antigas,
de menor escolaridade.
Diante do exposto, conclui-se que o município de Tabuleiro/MG conquistou uma melhoria
no sistema de ensino, posto que a população mais jovem apresentou um grau de
84
alfabetização maior quando comparada com a população mais velha. Entretanto, o
percentual de crianças e jovens fora da escola é considerável e deve ser reduzido.
Portanto, é primordial buscar meios de incentivo a educação de crianças, jovens e adultos
para que esses índices possam ser melhorados, assegurando educação de qualidade à
todos, garantindo que os jovens cursem o ensino fundamental e sintam-se estimulados a
continuar na escola para a conclusão do ensino médio, além de prepará-los para o ingresso
em cursos superiores, mesmo que estes sejam realizados fora do território municipal.
2.6.2. Trabalho e Renda
A caracterização do trabalho e da renda de um município tem relação direta com a distinção
entre as classes econômicas, como também representa análise sobre a geração de
resíduos sólidos, já que rendas maiores resultam em maiores consumos, propiciando
aumento na geração dos mesmos.
Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geográfica e Estatística – IBGE, em 2016 o
salário médio mensal da população tabuleirense era de 1,6 salários mínimos, ocupando a
posição 435 de 853 municípios de Minas Gerais. A proporção de pessoas ocupadas em
relação à população total era de 12.8%, e na comparação com os outros municípios do
estado, ocupava a posição 363 de 853.
Considerando domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa,
cerca de 35.9% da população em 2016 viviam nessas condições, o que o colocava na
posição 481 de 853 dentre as cidades do estado e na posição 3380 de 5570 dentre as
demais cidades do Brasil.
De acordo com o Atlas de Desenvolvimento Humano, Tabuleiro obteve aumento da renda
per capita nas duas últimas décadas de 184,12%. Somada a renda de todas as pessoas de
um domicílio, e dividindo o total pelo número de moradores, a proporção de pessoas vivendo
85
abaixo da linha da pobreza, isto é, com renda domiciliar per capita inferior a R$ 140,00,
passou de 63,84% para 35,47% em 2000, e posteriormente para 11,23% em 2010.
Em relação ao trabalho, a taxa de atividade da população de 18 anos ou mais, que
caracteriza o percentual dessa população que era economicamente ativa, passou de
56,40% em 2000 para 58,46% em 2010, enquanto a taxa de desocupação, representando
o percentual da população economicamente ativa que estava desocupada, passou de
9,31% em 2000 para 5,16% em 2010, segundo dados do Atlas de Desenvolvimento
Humano.
A Figura 24 a seguir representa graficamente a composição da população a partir de 18
anos na esfera de trabalho do município.
Figura 24 – Composição da população de Tabuleiro/MG de 18 anos ou mais de idade no ano de 2010
Fonte: Modificado pelos autores a partir do Atlas de Desenvolvimento Humano, 2019.
Em relação à renda per capita média da população de Tabuleiro, a mesma cresceu 184,12%
nas últimas décadas, passando de R$ 292,68 em 2000, para R$ 503,88 em 2010. Isso
equivale a uma taxa média anual de crescimento nesse período de 5,65% (PNUD, Ipea e
86
FJP, apud Atlas de Desenvolvimento Humano, 2019). Segundo o IBGE (2010), a renda
média mensal per capita da população urbana era aproximadamente R$ 510,00, e da
população rural de aproximadamente R$ 340,00.
Vale destacar que em 2010, de acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano, das
pessoas ocupadas na faixa etária de 18 anos ou mais do município de Tabuleiro, 35,96%
trabalhavam no setor agropecuário, 0,00% na indústria extrativa, 7,11% na indústria de
transformação, 6,81% no setor de construção, 0,32% nos setores de utilidade pública,
10,45% no comércio e 35,66% no setor de serviços.
2.6.3. Saúde
A caracterização do sistema de saúde de Tabuleiro/MG está relacionada, principalmente, à
geração de resíduos sólidos destes serviços, já que possuem potencial de risco, em função
da presença de materiais biológicos sendo capazes de causar infecção, objetos perfurantes-
cortantes com potencial ou efetivamente contaminados, produtos químicos perigosos, e até
mesmo rejeitos radioativos, que requerem cuidados específicos de acondicionamento,
transporte, armazenamento, coleta, tratamento e disposição final.
Neste sentido, este subcapítulo, busca identificar os estabelecimentos de saúde presentes
no Município, bem como fazer uma análise do seu desempenho através dos principais
indicadores de saúde humana, uma vez que estes refletem na situação sanitária da
população e podem servir de subsídio para a vigilância sanitária e para as políticas públicas
da área.
Segundo dados fornecidos pelos gestores municipais, das unidades de saúde registradas
no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - CNES (2019), nove se encontram
em operação, entre públicas e privadas, conforme ilustra a Tabela 13.
87
Tabela 13– Quantidade de estabelecimentos de saúde no Município de Tabuleiro/MG
NOME FANTASIA NATUREZA JURÍDICA GESTÃO
Centro de Apoio a Saúde
da Família da Igrejinha Administração Pública Municipal
Farmácia de Todos Administração Pública Municipal
Secretaria Municipal de
Tabuleiro Administração Pública Municipal
UBS José Marinho
Saraiva Administração Pública Municipal
UBS Nelsinha
Guilhermina Administração Pública Municipal
Raquel Lino Miranda de
Oliveira Pessoas Físicas Municipal
Centro de Saúde de
Tabuleiro Administração Pública Municipal e Estadual
Consultório Dentário Pessoas Físicas Estadual
Consultório Dentário Pessoas Físicas Estadual
Fonte: Elaborado pelos autores a partir do DATASUS, 2019.
As unidades de saúde de Tabuleiro são voltadas exclusivamente para Atenção Primária à
saúde, sendo os atendimentos de média e alta complexidade encaminhados através de
pactuações para outros municípios de maior porte.
88
O Município, também, não conta com nenhuma unidade de saúde com atendimento
emergencial, sendo este atendimento direcionado via SAMU, para estabelecimentos
hospitalares de referência dentro da Rede de Urgência e Emergência – RUE.
No que se refere à qualidade de vida da população, um dos principais indicadores
diretamente relacionados ao sistema de saúde, é a mortalidade infantil. Segundo o Portal
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (Portal ODM, 2019), este indicador é afetado por
diversos componentes, como o saneamento básico, o abastecimento alimentar, a educação
a gestantes, entre outros, e sua redução gradual vem da melhoria das condições de vida
urbana e do avanço da saúde coletiva e preventiva.
Em Tabuleiro, apesar da queda da taxa mortalidade de crianças com menos de 1 ano de
idade, entre 2000 e 2010, conforme apontado no item 5.5, nota-se um aumento destes
percentuais para de crianças menores de 5 anos, entre 1998 e 2016. Em 1998, este valor
era de 46,88 óbitos a cada mil nascidos vivos já em 2016, este percentual passou para
76,92 óbitos a cada mil nascidos vivos, isto representa, entre estes anos, o total de 20 óbitos
de crianças menores de 5 anos no Município (Portal ODM, 2019). Entretanto, uma das
estratégias de prevenção da mortalidade infantil é a vacinação contra doenças
imunupreveníveis, e esta tem sido adotada no mesmo. Em 2014, 100% das crianças
menores de 1 ano estavam com a carteira de vacinação em dia.
2.6.4. Economia
A economia é uma ciência voltada para a análise da produção, distribuição e consumo de
bens e serviços de uma determinada localidade. No âmbito municipal, a economia tem papel
importante no desenvolvimento da cidade, atraindo novas fontes de renda e estimulando as
já existentes para crescimento da região.
De forma a conseguir mensurar a atividade econômica de um local, são feitas somas, em
valores monetários, de todos os bens e serviços produzidos nesta região, durante intervalo
particular de tempo, conhecido como Produto Interno Bruto (PIB). O PIB constitui um dos
89
indicadores mais empregados na macroeconomia, mesmo considerando apenas os bens e
serviços finais da cadeia de produção, excluindo todos os insumos intermediários.
Em 2016, pesquisa mais recente feita no Portal do IBGE, afirma que o PIB total de Tabuleiro
alcançou valor igual a R$50.138.860, enquanto o PIB per capita do município foi de
R$12.568,92. Segundo informações da própria Prefeitura de Tabuleiro, a principal atividade
econômica da cidade é a agricultura familiar respondendo por quase a metade da força de
trabalho economicamente ativa na região. Prevalece no município a pequena propriedade
rural ou a agricultura familiar de 50/60 hectares, com renda média mensal em torno de
R$550,00. Vale ressaltar que alguns produtores dedicam-se também à cultura do milho, da
pimenta e do feijão, sendo esta última para a subsistência.
A Figura 25 revela graficamente as despesas e investimentos do município em relação ao
PIB nos diversos setores da economia, para o ano de 2016.
Figura 25 – Atividades econômicas e seus impactos ao PIB de Tabuleiro/MG no ano de 2016
Fonte: Elaborado através de IBGE, 2016.
90
Também segundo a Prefeitura, a pecuária leiteira é a atividade econômica mais importante
do campo, responsável por praticamente toda a ordem de investimentos do mesmo. O leite
produzido é destinado à quatro laticínios da região ao entorno, que compram dos
trabalhadores rurais e os revendem para mercados vizinhos, tais como a cidade de Juiz de
Fora. Apesar de existir em Tabuleiro um Sindicato dos Trabalhadores Rurais que, em
verdade, conta com poucos afiliados, não constam no município associações de produtores
ou cooperativas que possibilitem ao agricultor alcançar melhores margens de negociação
dos produtos fabricados.
No perímetro urbano, a cidade possui 129 estabelecimentos comerciais, dentre eles
lacticínios, empresas de extração de pedras, drogarias, loja de material de construção,
dentista, mercearias, companhia de gás, padarias, madeireira, bares e restaurantes. Porém,
não há registros precisos das pessoas empregadas no comércio varejista, que
correspondem na maior parte das vezes, em microempresas familiares.
A própria Prefeitura do município exerce papel importante na economia da região, pois o
setor público também representa atividade produtiva assalariada. Como exemplos
destacam-se os trabalhadores das escolas municipais, bem como da escola estadual,
secretarias municipais, legislativas entre outras.
Por fora dos registros, há ainda no município um número considerável de trabalhadores
autônomos, tais como artesãos, vendedores ambulantes e cabeleireiros.
2.6.5. Disponibilidade de Recursos
Em consonância com o previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a Lei
Orçamentária Anual (LOA), que estima a receita e fixa a despesa do município de Tabuleiro
para o exercício financeiro em 2019, previu uma receita de R$ 17.475.600,00 e fixou
despesas totalizando o mesmo valor.
91
Para o saneamento básico, a referida legislação fixa uma despesa de R$ 753.900,00, o que
equivale a 4,31% do total estimado para os gastos de 2019. Especificamente, para a
manutenção da limpeza pública e da usina de lixo, foi fixada a despesa de R$ 593.800,00,
dentro do orçamento da Secretaria Municipal de Obras, Atividades Urbanas, Transporte e
Trânsito, porém a usina de lixo (Usina de Triagem e Compostagem) se encontra desativada
e segundo informações dos gestores municipais, seu funcionamento se tornou
economicamente e tecnologicamente inviável, questão que será abordada no Produto 3 -
Diagnóstico Municipal Participativo.
Ainda na área de resíduos sólidos, no âmbito do urbanismo, foi fixada a despesa de
R$ 50.000,00, para a aquisição de veículo para o serviço de limpeza pública, pelo projeto
Cidade Rumo ao Desenvolvimento. Dessa forma, para a área de Resíduos Sólidos Urbanos,
foi estabelecida uma despesa total de R$ 643.800,00. Considerando a população estimada
pelo IBGE para o ano de 2018 (3.792 habitantes), o investimento anual per capita para os
serviços de manejo de resíduos sólidos no município é de R$ 169,78, valor correspondente
a 36,4% a mais que o investimento médio nacional de R$ 124,44, apesar deste último não
ser suficiente para atender a demanda dos municípios.
Além dessas despesas, o município ainda conta com o valor de R$ 10.400,00, para projetos
na área de Gestão Ambiental, dentro do orçamento da Secretaria Municipal de
Agropecuária, Abastecimento e Meio Ambiente, que corresponde a aproximadamente,
0,06% do total estimado para os gastos de 2019. Portanto, as despesas que envolvem direta
ou indiretamente a temática dos resíduos na LOA, são referentes aos serviços de
Urbanismo (Secretaria Municipal de Obras, Atividades Urbanas, Transporte e Trânsito),
Saneamento (Secretaria Municipal de Obras, Atividades Urbanas, Transporte e Trânsito) e
Gestão Ambiental (Secretaria Municipal de Agropecuária, Abastecimento e Meio Ambiente).
No que diz respeito à possibilidade de captação de recursos relativo ao saneamento básico,
as competências estabelecidas na esfera federal se dividem, cabendo ao Ministério das
Cidades, por meio da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA), o
92
atendimento a municípios com população superior a 50 mil habitantes ou integrantes de
Regiões Metropolitanas, Regiões Integradas de Desenvolvimento ou participantes de
consórcios públicos afins (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2019).
Para os municípios de menor porte, com população inferior a 50 mil habitantes, como é o
caso de Tabuleiro, a SNSA só atua por meio de financiamento com recursos onerosos para
as modalidades de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Já o atendimento com
recursos não onerosos, ou seja, do Orçamento Geral da União (OGU), é realizado pelo
Ministério da Saúde, através da Fundação Nacional de Saúde - Funasa.
Os investimentos visam intervir no meio ambiente, na infraestrutura dos municípios de até
50 mil habitantes, com ações prioritárias como construção e ampliação de sistemas de
abastecimento de água para controle de agravos; construção e ampliação de sistemas de
esgotamento sanitário para controle de agravos; implantação e ampliação ou melhoria de
sistemas de tratamento e destinação final de resíduos sólidos para controle de agravos; e
implantação de melhorias sanitárias domiciliares para controle de agravo (FUNASA, 2019).
O repasse de recursos pode ser feito através de convênio. A entidade que desejar solicitar
apoio técnico e financeiro para execução de projetos, deverá fazê-lo nos termos da Portaria
Interministerial MPOG/MF/CGU Nº 507 de 24/11/2011 e das Portarias que a Funasa
publicar a cada exercício. A apresentação do pleito deverá ser feita à Presidência da
Funasa, em Brasília (FUNASA, 2019).
2.6.6. Indicadores Sanitário-Ambientais, Epidemiológicos e Socioeconômicos
Os chamados indicadores servem como instrumentos de gestão, a fim de obter informações
quantitativas e qualitativas, de cunho científico com fácil entendimento, a respeito de
eventos ocorridos em determinado local, suas tendências e avanços que se alteram ao
longo do tempo. Para se obter representações de fenômenos ao longo do tempo, o uso dos
indicadores torna-se ferramenta fundamental de diagnóstico e abrangência, ajudando a
93
mensurar dados e sensibilizar a população envolvida. Estes podem ser definidos por índices
estatísticos, influenciados por sua abrangência e tipologia.
Neste sentido, os indicadores aqui tratados serão os sanitário-ambientais, epidemiológicos
e socioeconômicos.
2.6.6.1. Indicadores Sanitário-Ambientais
De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), os indicadores de saúde
podem ser usados para descrever as necessidades de atenção de saúde de uma população
ou a carga de doença em um determinado grupo populacional, bem como prever desfechos
do estado de saúde e retroalimentar os sistemas visando melhorar a tomada de decisão em
vários setores.
As taxas de cobertura do Abastecimento de Água Potável e da coleta de Esgotamento
Sanitário, abordados mais especificamente nos itens 5.3.1. e 5.3.2., respectivamente,
constituem indicadores importantes para mensurar as parcelas da população que possuem
acesso adequado tanto ao abastecimento de água, quanto coleta, destinação e tratamento
de esgoto sanitário.
Em relação à água, para o município de Tabuleiro segundo informações obtidas pelo Portal
ODM, em 1991 84,50% dos moradores urbanos tinham acesso à rede de abastecimento de
água geral com canalização em pelo menos um cômodo. Em 2010, esse percentual caiu
para 83,35%, conforme ilustra a Figura 26. Também no ano de 2010, 0% dos domicílios
situados em assentamentos irregulares não tinham água canalizada.
94
Figura 26 – Percentual de moradores urbanos com acesso a água ligada à rede em Tabuleiro/MG
Fonte: Adaptado pelos autores a partir do Portal ODM, 2019.
Em relação ao esgotamento sanitário, para o município de Tabuleiro segundo informações
obtidas pelo Portal ODM, em 1991 90,58% dos moradores urbanos tinham acesso à rede
de esgoto adequada (rede geral ou fossa séptica), passando para 95,85% em 2010,
conforme se encontra relacionado na Figura 27. Também no ano de 2010, 0%
dos domicílios situados em assentamentos irregulares contavam com esgotamento
sanitário adequado.
95
Figura 27 – Percentual de moradores urbanos com acesso a esgotamento sanitário adequado em Tabuleiro/MG
Fonte: Adaptado pelos autores a partir do Portal ODM, 2019.
Quanto à temática do manejo adequado de resíduos sólidos, encontra-se para o município,
apenas o indicador de coleta de resíduos sólidos domiciliares, o qual expressa a parcela da
população atendida por estes serviços no local. Conforme apontado no item 6.3.4, observa-
se que aproximadamente 78% dos domicílios possuíam, em 2010, a coleta como destinação
dos resíduos sólidos, conforme ilustra a Figura 28.
96
Figura 28 – Destino dado aos resíduos sólidos pelos domicílios particulares permanentes de Tabuleiro/MG
Fonte: Elaborado pelos autores a partir do Censo demográfico de 2010; IBGE, 2019.
Relacionando à drenagem urbana municipal de Tabuleiro, de acordo com as informações
do Atlas de Saneamento (2011), a cidade possui instrumentos auxiliares de drenagem em
alguns pontos. A Figura 29 revela a porcentagem das vias aonde estão localizados os
domicílios que possuem bueiros/bocas-de-lobo, principais sistemas que compõe a
drenagem de um local. Vale destacar que, segundo dados do IBGE (2009), o município não
conta com serviços de drenagem urbana subterrânea.
97
Figura 29 – Percentual de atendimento de drenagem urbana com os sistemas de bueiras/bocas-de-lobo no município de Tabuleiro/MG
Fonte: Elaborado pelos autores a partir do Portal ODM, 2019.
Convém salientar um importante indicador utilizado no estado de Minas Gerais, após a
promulgação da Lei Estadual 15.011, de 15 de janeiro de 2004: o Índice Mineiro de
Responsabilidade Social (IMRS), apresentado pela Fundação João Pinheiro. Este avalia
diversos indicadores na área de saúde, educação, saneamento e habitação, meio ambiente,
segurança pública, cultura, esporte, turismo e lazer, renda e emprego, variando de 0 a 1.
Segundo a própria Fundação João Pinheiro (2019), o IMRS apresenta cinco parâmetros
ligados ao meio ambiente, os quais são: percentual da população afetada por doenças
relacionadas ao saneamento ambiental inadequado; percentual de cobertura vegetal por
flora nativa ou reflorestamento; percentual de área de proteção integral; percentual de área
de uso sustentável; e esforço orçamentário em meio ambiente. Em pesquisa recente, o
município de Tabuleiro em 2016 obteve IMRS geral igual a 0,610. Para cidades menores,
como a do presente estudo, este índice é reavaliado de 2 em 2 anos.
A Figura 30 abaixo ilustra a evolução do IMRS em Tabuleiro, entre os anos 2000 e 2016.
98
Figura 30 – Evolução do IMRS de Tabuleiro/MG
Fonte: Portal IMRS - Fundação João Pinheiro, 2019.
2.6.6.2. Indicadores Epidemiológicos
O tratamento de dados epidemiológicos é de suma importância para monitorar e mensurar
os efeitos das ações de saneamento que refletem na saúde humana, de forma a avaliar sua
qualidade ou insuficiência. Correlacionando com a temática dos resíduos sólidos urbanos,
seu manejo e disposição inadequados podem propiciar a proliferação de vetores
potencialmente transmissores de doenças, tornando-se um risco para a população
residente.
Dentre os diversos vetores existentes, os mais preocupantes nos últimos anos são os
mosquitos transmissores de malária, febre amarela, leishmaniose, e principalmente, da
dengue. Segundo dados obtidos através do Ministério da Saúde, entre os anos de 2001 e
2012, o município de Tabuleiro registrou 7 casos de doenças transmitidas por mosquitos,
dentre os quais nenhum caso confirmado de malária, nenhum caso confirmado de febre
amarela, 1 caso confirmado de leishmaniose, e 6 notificações de dengue, conforme segue
99
na Figura 31 abaixo. No ano de 2016, a taxa de mortalidade associada às doenças
transmitidas por mosquitos foi de zero óbitos a cada 100 mil habitantes.
Figura 31 – Número de casos de doenças transmissíveis por mosquitos no município de Tabuleiro/MG
Fonte: Portal ODM, 2019.
Com relação as doenças transmissíveis, de acordo com o Portal ODM, o município teve
entre os anos de 1990 a 2016, 11 casos de AIDS diagnosticados, destes 6 femininos e
5 masculinos. A taxa de incidência, em 2016, era de 25,06 casos a cada 100 mil habitantes,
e a mortalidade, em 2016, 0 óbitos a cada 100 mil habitantes. Importante salientar que no
ano de 2016, em relação ao número total de casos de AIDS, 0% eram jovens de 15 a 24
anos, enquanto que as mulheres representavam 0% dos casos.
100
2.6.6.3. Indicadores Socioeconômicos
Com o auxílio dos indicies socioeconômicos, é possível obter informações a respeito das
características básicas do desenvolvimento da população de uma localidade. Relacionado
com essa temática, foi abordado nos item 6.4 às atividades econômicas e suas integrações
com os munícipes de Tabuleiro.
Importante indicador deste viés é o chamado Índice de Gini, usado para medir o grau de
concentração de renda, aonde sinaliza a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e
dos mais ricos de forma admensional. Este pode variar entre 0 e 1, aonde o primeiro
significa situação de total igualdade, aonde todos possuem a mesma renda, e o segundo
significa completa desigualdade de renda, ou seja, se uma só pessoa detém toda a renda
do local.
De acordo com os dados do Censo demográfico do IBGE de 2010, o município de Tabuleiro
apresentou um Índice de Gini equivalente a 0,45, conforme ilustra a Tabela 14 o comparativo
com o Censo IBGE anterior.
Tabela 14 – Relação comparativa entre a pobreza e desigualdade entre os Censos demográficos de 2000 e 2010 para o município de Tabuleiro/MG
AVALIAÇÕES
CENSO
2000 2010
Renda per capita (R$) 292,68 503,88
% de extrema pobreza 10,42 1,63
% de pobreza 35,47 11,23
Índice de Gini 0,54 0,45
101
Fonte: Pnud, Ipea e FJP.
A queda do índice de Gini, proporcional à diminuição em porcentagem da população
vivendo na pobreza, torna explícito, ainda que existam, uma diminuição da desigualdade
social, interferindo diretamente na melhoria da qualidade de vida da população de Tabuleiro.
3. Diagnóstico do sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos
O presente capítulo aborda o levantamento e a análise da situação dos resíduos sólidos
gerados no município de Tabuleiro/MG. Foi considerada a caracterização dos resíduos
segundo sua origem, volume e formas de destinação e disposição final adotadas no local,
bem como seu acondicionamento, coleta, transporte e transbordo, este quando aplicável.
Os tipos de resíduos estudados são:
Resíduos sólidos domiciliares (RDC);
Resíduos de limpeza urbana (RLU);
Resíduos sólidos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços (RSC);
Resíduos dos serviços públicos de saneamento;
Resíduos de serviços de saúde (RSS);
Resíduos da construção civil (RCC);
Resíduos agrossilvopastoris;
Resíduos de serviços de transportes;
Resíduos de mineração;
Resíduos industriais (RI);
Vale destacar que foram aplicados questionários junto à população, totalizando 25
habitantes das áreas urbana e rural, com forte engajamento por parte dos grupos de idosos
e dos estudantes do nível fundamental II, permitindo compreender a percepção da
população acerca da identificação de problemas, bem como o levantamento de ações
mitigadoras e preventivas a serem implantadas posteriormente no município. Importante
102
salientar que as amostras realizadas ocorreram em diferentes ambientes da cidade, a fim
de colher o máximo de opiniões possíveis dos munícipes quanto a prestação destes
serviços.
3.1. Classificação e caracterização do sistema de limpeza urbana e manejo dos
resíduos sólidos
A abordagem realizada nesse presente capítulo está de acordo com o disposto na Lei
Federal nº 12.305, de 02 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional dos Resíduos
Sólidos (PNRS). Através de seu artigo 13, os resíduos são classificados quanto sua origem
e periculosidade. Além da classificação segundo a PNRS, apresenta-se na Tabela 15 a
segregação estabelecida pela ABNT NBR n° 10.004 através de características físicas,
químicas e riscos.
Tabela 15 – Critérios de classificação dos resíduos sólidos
CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A PNRS
CRITÉRIO CLASSE DESCRIÇÃO
Origem
A Resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências
urbanas
B Resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradouros e vias
públicas e outros serviços de limpeza urbana
C Resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “A” e “B”
D Resíduos sólidos de estabelecimentos
comerciais e prestadores de serviços: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas “B”, “E”, “G”, “H” e “J”
E Resíduos dos serviços públicos de
saneamento: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos na alínea “C”
103
F Resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações
industriais
G
Resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido
em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema
Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) e do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária
(SNVS)
H
Resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e
demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis
I Resíduos agrossilvopastoris: os gerados
nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a
insumos utilizados nessas atividades
J Resíduos de serviços de transportes: os
originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e
passagens de fronteira
K Resíduos de mineração: os gerados na
atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios
Periculosidade
A
Resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade,
carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo
risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento
ou norma técnica
B
Resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea “a”
104
CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A ABNT
CRITÉRIO CLASSE DESCRIÇÃO
Características
físicas
Resíduos
secos
Parcela dos resíduos com potencial para reciclagem, sendo em sua maior parte composto por plásticos, papéis, metais,
vidros, entre outros
Resíduos
úmidos
Fração dos resíduos composta em sua maior parte por materiais orgânicos e não
recicláveis
Características
químicas
Resíduos
orgânicos
Constituídos basicamente por restos de animais ou vegetais descartados de
atividades humanas
Resíduos
inorgânicos
Todo material que não possui origem biológica, ou seja, que foi produzido através de atividades antrópicas, tais como a fração
seca
Riscos
Resíduos
Classe I
(perigosos)
São aqueles cujas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas podem
acarretar em riscos à saúde pública e/ou riscos ao meio ambiente quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada. São representados por aqueles contidos nos
Anexos A e B da ANBT NBR 10.004:2004 ou apresentar uma ou mais das seguintes
características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxidade e
patogenicidade
Resíduos
Classe ll-A
(não inertes)
Aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos de Classe I ou
resíduos de Classe II-B. Podem ter propriedades, tais como:
biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água
Resíduos
Classe ll-B
(inertes)
Quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma representativa,
segundo a ABNT/NBR 10.007:2004, e submetidos a um contato dinâmico e
estático com água destilada ou
105
desionizada, à temperatura ambiente, conforme ABNT/NBR 10.006:2004, não tiverem nenhum de seus constituintes
solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspectos, cor, turbidez,
dureza e sabor, conforme Anexo G
Fonte: Elaborada pelos autores a partir da Lei Federal n°12.305/2010 e ABNT NBR n°
10.004/2004.
Segundo a PNRS, os resíduos sólidos urbanos englobam os resíduos sólidos domiciliares
(RSD), os quais têm sua origem em atividades domésticas de residências urbanas e rurais,
e os resíduos de limpeza urbana (RLU) oriundos de serviços como: varrição, poda, capina,
limpeza de logradouros e vias públicas.
Além disso, esta política define como limpeza urbana e manejo de resíduos os serviços de
coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final do resíduo doméstico e dos
resíduos provenientes da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas.
Em suma, no município de Tabuleiro/MG, os serviços de varrição, poda, capina e roçagem,
e de coleta, transporte e destinação dos RLU e dos RCC são executados pela Prefeitura
Municipal. Já os serviços de coleta, transporte e destinação dos RSD e coleta, transporte e
destinação dos RSS são executados de forma terceirizada, sendo responsáveis por sua
execução, as empresas: União Recicláveis Rio Novo LTDA (RSU) e Serquip Tratamento de
Resíduos MG Ltda (RSS), respectivamente. Em relação aos resíduos especiais estes são
de responsabilidade dos próprios geradores, sendo recolhidos por empresas contratadas
por estes e/ou não recebem o seu destino correto.
O conteúdo que se segue discorre de maneira detalhada sobre as etapas que envolvem o
gerenciamento dos resíduos sólidos gerados no município, divididos em categorias de
acordo com a tipologia correspondente. Tais resíduos, para melhor entendimento e
recuperação de informações, serão analisados de forma informativa e ilustrativa. Essa
análise é essencial para as etapas que sucedem este documento dentro do PMGIRS.
106
3.1.1. Resíduos sólidos urbanos (RSU)
Os resíduos sólidos urbanos são divididos em duas parcelas: a primeira referente aos
resíduos sólidos domiciliares (RSD), os quais têm sua origem em atividades domésticas de
residências urbanas e rurais, e a segunda como resíduos de limpeza urbana (RLU),
oriundos de serviços como: varrição, poda, capina, limpeza de logradouros e limpeza de
vias públicas.
Deste modo, nos subitens seguintes são apresentadas as etapas de acondicionamento,
coleta e transporte, bem como a disposição final que compõem o ciclo dos RSD e RLU no
município de Tabuleiro/MG. Vale frisar que no cômputo destes resíduos são considerados
os resíduos originados e coletados em toda área urbana e nas comunidades rurais de
Igrejinha do Acácio e Santa Rita do Botafogo. Atualmente, as demais comunidades (Passa
Cinco, Matinha, Vendinha, Mota, Cidreira, Buieé, Pedra de Chifre e Ribeirão Santana) não
são atendidas pelo sistema de coleta convencional.
3.1.1.1. Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD)
De acordo com a Lei Federal nº 12.305/2010, os resíduos sólidos domiciliares (RSD) são
aqueles gerados nas residências urbanas e são classificados segundo a ABNT/NBR nº
10.004/2004 na Classe II-A, que corresponde aos resíduos considerados não perigosos e
não inertes e, usualmente são coletados pela coleta regular (convencional). Esse tipo de
resíduo é composto majoritariamente, por embalagens de produtos alimentícios, plásticos,
papéis, vidros, metais diversos e restos de alimentos. Porém, em alguns casos é comum a
existência de medicamentos vencidos, pilhas e similares juntamente com os RSD, devido
ao descarte incorreto, principalmente naqueles locais cuja educação ambiental é defasada.
107
3.1.1.1.1. Acondicionamento
Baseado nas visitas realizadas no município de Tabuleiro/MG, a principal forma de
acondicionamento dos resíduos sólidos domiciliares ocorre através de sacolas plásticas
penduradas em ganchos em frente às residências e/ou em lixeiras. Entretanto, há locais
onde o lixo armazenado em sacos plásticos é deixado diretamente nas calçadas próximo
ao horário da coleta. A Figura 32 demonstra algumas das formas de acondicionamento
adotadas pela população.
Figura 32 – Formas de acondicionamento dos resíduos sólidos domiciliares no município de Tabuleiro/MG: (a) lixeiras na área urbana (b) lixeira na frente de
residência (c) bombona de RSC
(a)
(b)
108
(c)
Fonte: Autores, 2019.
Vale destacar que a forma de acondicionamento adotada pela população está diretamente
relacionada a ergonomia no trabalho dos catadores. Visto que, em casos de
acondicionamento adequado os mesmos não precisam se curvar levantando peso, além de
evitar o contato de animais com os resíduos.
3.1.1.1.1. Coleta convencional, transbordo e transporte
Segundo dados fornecidos pela Prefeitura, a coleta regular (convencional), o transporte e o
transbordo dos resíduos sólidos domiciliares é responsabilidade da empresa terceirizada,
União Recicláveis Rio Novo LTDA – EPP, cuja relação com a municipalidade é formalizada
através do Contrato nº 008/2017. O prazo de vigência contratual deste serviço é de 3 anos,
perfazendo a execução das atividades desde 09 de janeiro de 2017 com encerramento em
31 de dezembro de 2020. Este contrato assegura o atendimento de todo o perímetro urbano
e da comunidade rural: Santa Rita de Botafogo.
109
As outras comunidades rurais de Passa Cinco, Matinha, Vendinha, Mota, Cidreira, Buieé,
Pedra de Chifre e Ribeirão Santana não recebem os serviços prestados pela referida
empresa. Conforme informações dos gestores municipais, a população destas áreas,
geralmente, faz o aproveitamento da parcela orgânica destes resíduos para alimentação de
animais e adubação de plantações. Apenas a comunidade rural de Igrejinha do Acácio
possui coleta dos RSD pela Prefeitura, juntamente com o caminhão de coleta dos resíduos
de limpeza urbana, sendo esta descrita no item 3.1.1.2.
A Tabela 16 ilustra a frequência de coleta nos bairros da área urbana e da área rural, do
município, fornecida pela União Recicláveis Rio Novo LTDA e pela prefeitura de
Tabuleiro/MG.
Tabela 16 – Frequência de coleta de RSD e RSC na área urbana e rural de Tabuleiro/MG
ÁREA BAIRROS FREQUÊNCIA RESPONSÁVEL
Urbana
São José
(Alvorada)
Terças-feiras,
quintas-feiras e
sábados.
União Recicláveis
LTDA
Laginha
Santa Cecília
Rosário
Centro
Rural
Santa Rita de
Botafogo(1) Terças-feiras
União Recicláveis
LTDA
Igrejinha do
Acácio(2) Quintas-feiras
Prefeitura
Municipal
110
Passa Cinco - -
Matinha - -
Vendinha - -
Mota - -
Cidreira - -
Buieé - -
Pedra de Chifre - -
Ribeirão Santana - -
Fonte: Elaborada pelos autores a partir de dados da Prefeitura e União Recicláveis LTDA.
1 – Em Santa Rita do Botafogo, a coleta dos RSD é feita pela Prefeitura nas residências e levadas para local
de acondicionamento temporário em bombonas, conforme descrito no item 2.1.2.1. a seguir. A empresa União
Recicláveis LTDA faz a coleta destes resíduos uma vez por semana conforme apresentado no decorrer deste
subcapítulo.
2 – Nesta comunidade, as etapas de coleta, transbordo, transporte e disposição final dos RSD ocorrem de
maneira diferente da apresentada no decorrer deste item 2.1.1.1. Segundo informações dos gestores, parcela
destes resíduos é encaminhada juntamente com os RLU, conforme será apresentado no item 2.1.1.2.
O serviço de coleta de RSD realizado pela União Recicláveis Rio Novo LTDA, ocorre 3 (três)
vezes por semana a partir das 6:30h, utilizando equipamentos da própria empresa, com
roteirização definida pelo gestor de resíduos sólidos da mesma. Tal setorização abrange
toda a extensão urbana de Tabuleiro/MG de forma a atender todos os domicílios e até
mesmo pontos estratégicos de acondicionamento contemplando, na área rural, a
comunidade de Santa Rita do Botafogo, conforme apresentado no mapa da Figura 33.
111
O mapa em questão apresenta o trajeto percorrido pelo caminhão, o qual tem início em
Santa Rita de Botafogo, aonde a coleta é realizada pela referida empresa diretamente na
área de transbordo da Prefeitura e depois segue para área urbana. Em algumas ruas em
que o acesso do caminhão é dificultado ou há poucas residências, os funcionários coletam
os resíduos destes locais a pé levando-os ao caminhão. Portanto, estes trajetos não
aparecem no mapa.
112
Figura 33 – Rota do caminhão compactador que realiza a coleta dos resíduos domiciliares no município de Tabuleiro/MG
Fonte: AGEVAP, 2019.
113
Segundo a União Recicláveis Rio Novo LTDA, são coletados, no município de
Tabuleiro/MG, cerca de 80 toneladas por mês de RSD e RSC (este será abordado no
item 2.2.3). Esses resíduos são coletados através de um caminhão com implemento
compactador de capacidade 15m³, conforme apresentado na Figura 34.
Além disso, para o serviço de coleta, segundo a empresa contratada, são designados 5
funcionários exclusivos para o município de Tabuleiro/MG, sendo estes 1 (um) motorista;
1 (um) encarregado pela coleta e 3 (três) auxiliares de coleta. Estes utilizam EPI’ s
(Equipamentos de Proteção Individuais) durante o exercício de suas funções, tais como
uniformes, botas, luvas, protetor solar e máscaras, obedecendo as especificações
necessárias.
Em relação à frota envolvida na coleta e transporte, existem, ainda, dois caminhões
reservas: um compactador, semelhante ao apresentado na Figura 34, e um do tipo
caçamba.
Figura 34 – Caminhão compactador que realiza a coleta dos resíduos domiciliares no município de Tabuleiro/MG
Fonte: Autores, 2019.
114
No que se refere ao transporte, segundo a União Recicláveis Rio Novo LTDA, os resíduos
partem no caminhão compactador do município de Tabuleiro/MG até a estação de
transbordo (Figura 35), localizada na zona rural do município de Astolfo Dutra/MG (na
estrada que liga Astolfo Dutra a Guidoval/MG, km 01). Na referida estação, os resíduos
são despejados dos caminhões compactadores em caminhões-caçamba (Figura 36), que
seguem posteriormente para o aterro sanitário localizado no município de
Leopoldina/MG, conforme será apresentado no item 2.1.1.1.4.
Figura 35 – Área de transbordo no município de Astolfo Dutra/MG
Fonte: Autores, 2019.
115
Figura 36 – Caçambas na área de transbordo (a) e caminhão do tipo caçamba (b) que leva os resíduos da área de transbordo até o aterro sanitário localizado em
Leopoldina/MG
(a)
(b)
116
3.1.1.1.3. Coleta seletiva
A respeito de coleta seletiva, atualmente, não existe nenhuma iniciativa legal do
município de Tabuleiro/MG implementando tal serviço, tais como cooperativas e usina de
triagem e compostagem, para fins de reuso ou reciclagem destes.
A conscientização ambiental a respeito da coleta seletiva é realizada nas escolas,
entretanto, ainda de maneira incipiente. Além disso, há registros de que no ano de 2014,
foi realizado um projeto, intitulado: “Ação Ambiental – Educação Ambiental: o problema
do lixo no município de Tabuleiro/MG”, realizado pela Prefeitura, com vistas a
implementação da coleta seletiva no município, com realização de projetos dentro da
antiga Unidade de Triagem e Compostagem (UTC). Entretanto, não foi dada continuidade
ao mesmo, e esta coleta não foi implementada.
De acordo com a prefeitura, existe no município um número pequeno de catadores
individuais que fazem a coleta dos materiais recicláveis durante as festas e 1 (um)
catador, em específico, que faz este trabalho com frequência. O catador, José Célio,
conhecido como Celão, faz esta coleta diretamente nas residências, em todo o município;
compra os materiais dos demais catadores, além de contar com o apoio das empresas
Garra Subprodutos Ltda e EMES Ltda., das quais também realiza a coleta dos recicláveis
gerados na mesma. José Célio, faz desta atividade sua fonte de renda e possui um
galpão em sua casa para o armazenamento temporário destes materiais, conforme
apresentado na Figura 37, até que estes sejam revendidos para a cooperativa do
município de Tocantins/MG.
117
Figura 37 – Catador informal de matérias recicláveis de Tabuleiro/MG
Fonte: Autores, 2019.
118
3.1.1.1.4. Triagem e/ou beneficiamento para fins de reuso ou reciclagem
Por parte da empresa (União Recicláveis Rio Novo LTDA) que coleta RSD e RSC em
Tabuleiro/MG, não existe nenhuma triagem para reuso ou reciclagem. A empresa é
responsável apenas pela disposição final desses resíduos.
Como não há coleta seletiva implementada no mesmo e conforme mencionado no
subitem anterior, a UTC do município encontra-se desativada, infere-se que o reuso e
reciclagem ocorre apenas em pequena escala de maneira informal, principalmente, nas
áreas rurais, onde há o aproveitamento da parcela orgânica dos resíduos sólidos
domiciliares. Do mesmo modo em área urbana, com relação aos óleos de cozinha
utilizados, gerados pela população, a mesma é responsável pela entrega destes em
Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) localizados na empresa Comércio e Serviços Garra
Subprodutos, a qual recolhe este e outros produtos de origem animal e vegetal, para
revenda dos mesmos.
Atualmente, parte da área da referida unidade de triagem e compostagem (UTC),
localizada na zona rural, vem sendo utilizada como área de transbordo para depósito de
pneus e resíduos eletroeletrônicos (Figura 38-a). Os pneus são doados a empresa
RACRI – Comércio e Transporte LTDA, que os coleta em Tabuleiro/MG e em outros
municípios na região, estes são reaproveitados por esta para composição em asfalto. Já
os resíduos eletrônicos são posteriormente coletados na UTC pela empresa E-Ambiental
Resíduos LTDA em determinados dias da semana, e também por entrega voluntária da
população à esta. Com relação ao destino das pilhas e baterias utilizadas, a Prefeitura
está em processo de contato com a mesma empresa para coleta resíduos desta tipologia.
Enquanto isso, atualmente os mesmos são acondicionados juntos aos resíduos
domiciliares.
Além disso, a UTC contava com boa estrutura, balança de pesagem, pátio para
compostagem entre outras estruturas. Nos dias de hoje, a área apresenta 15 (quinze)
119
valas, sendo 13 (treze) de RSD e 2 (duas) de RSS. Este local (Figura 38-b) foi cercado,
sem a adoção de práticas de tratamento dos resíduos e esta sendo recuperado por
regeneração natural.
Figura 38– Antiga UTC de Tabuleiro/MG, atualmente desativada: depósito de pneus e resíduos eletroeletrônicos (a); valas de RSD e RSS (b)
(a)
(b)
120
Fonte: Autores, 2019.
3.1.1.1.5. Disposição Final
A disposição final adequada dos resíduos sólidos domiciliares produzidos em
Tabuleiro/MG é feita no aterro sanitário denominado CTR Leopoldina - Centro de
Tratamento e Recuperação (Figura 39) da empresa União Recicláveis Rio Novo LTDA.
O CTR Leopoldina está localizado a aproximadamente 91,6 km de distância do distrito
de Tabuleiro/MG (Figura 40). O mesmo possui licença de operação concedida pela
Copam em 2015, com validade de 6 anos.
Figura 39 – Vista do CTR Leopoldina (local de disposição final dos resíduos sólidos) localizado em Leopoldina/MG
Fonte: União Recicláveis Rio Novo LTDA, 2019.
121
Segundo dados fornecidos pela própria empresa contratada, o CTR possui capacidade
de recebimento de até 500 toneladas de resíduos sólidos por dia, prestando atendimento
a mais de 40 municípios da região.
122
Figura 40 – Localização do CTR, local de disposição final dos resíduos sólidos urbanos produzidos no município de Tabuleiro/MG
123
Fonte: AGEVAP, 2019.
124
Imediatamente após chegar ao CTR Leopoldina, o caminhão do tipo caçamba passa
pela balança, onde é feita a pesagem do resíduo bruto e uma vistoria do material (Figura
41). Em seguida, estes são depositados em células para sofrerem compactação com
trator esteira, e cobertos por camada de terra, que também será compactada.
Figura 41 – Local de pesagem e vistoria dos resíduos sólidos no CTR Leopoldina
Fonte: Autores, 2019.
Os equipamentos de proteção individual (EPI) utilizados pelos funcionários da União
Recicláveis Rio Novo LTDA estão retratados na Figura 42.
125
Figura 42 – EPIs utilizados pelos funcionários atuantes na disposição final dos resíduos de Tabuleiro/MG
Fonte: Autores, 2019.
O local onde o material é disposto conta com drenos de chorume e de gases, os quais
são encaminhados para estação de tratamento constituída por um tanque de
equalização (Figura 43-a), seguida de uma calha parshal, e posterior lagoa de
estabilização (Figura 43-b). Nestas instalações, o chorume é bombeado e tratado, de
forma anaeróbia. Já os gases gerados, passam por processo de queima, visando
transformar o gás metano em gás carbônico (com menor potencial poluidor) e,
posteriormente, estes são liberados para a atmosfera. De acordo com os funcionários
da empresa, o chorume em épocas de seca não passa por tratamento, é feita apenas
uma aspersão do líquido para o interior do maciço, promovendo uma recirculação. Em
relação a drenagem, na área externa ao maciço existe um sistema composto por
galerias e manilhas.
126
Figura 43 – Estação de Tratamento do chorume no CTR Leopoldina: tanque de equalização (a); tratamento preliminar com calha parshal seguida de lagoa de
estabilização (b)
(a)
(b)
Fonte: Autores, 2019.
Conforme mencionado, durante a rotina operacional do aterro (Figura 44-a), é feita uma
cobertura diária com terra do próprio terreno. Já nas células finalizadas, além da
cobertura, é plantado grama. A impermeabilização de base do maciço é realizada
através de mantas que objetivam isolar o montante de seu entorno, evitando, assim,
contaminações do solo e de águas subterrâneas.
Em relação ao monitoramento (Figura 44-b), existem: uma estação meteorológica,
sendo elaborados relatórios anuais e mensais; 5 poços de monitoramento de água
superficial no Córrego Arizona, que está localizado a cerca de 216 metros do local; 8
127
poços de monitoramento de água subterrânea (4 à montante e 4 à jusante do maciço);
acompanhamento do nível de chorume no maciço duas vezes por mês; serviço de
topografia e verificação da taxa de recalque, mensalmente.
Figura 44 – CTR Leopoldina: operação do maciço (a); ponto de monitoramento das águas subterrâneas, a montante do maciço (b)
(a)
(b)
Fonte: Autores, 2019.
128
3.1.1.2. Resíduos de Limpeza Urbana (RLU)
Segundo a Lei Federal nº 12.305, os resíduos de limpeza urbana (RLU) são aqueles
provenientes de serviços de varrição, limpeza de logradouros, vias públicas e outros
serviços de limpeza urbana, tais como, capina, roçagem, raspagem, poda de áreas
verdes, retirada de entulhos, conservação de valas, dentre outros.
A limpeza urbana tem como principais objetivos evitar: problemas sanitários para a
população, interferências no trânsito de veículos, riscos de acidentes para pedestres,
prejuízos ao turismo e inundações das ruas pelo entupimento de bocas de lobo.
No município de Tabuleiro/MG estes serviços são gerenciados pela Prefeitura através
da Secretaria Municipal de Obras, Atividades Urbanas, Transporte e Trânsito e da
Secretaria Municipal Agropecuária Abastecimento e Meio Ambiente caracterizando uma
atividade executada diretamente pelos titulares.
3.1.1.2.1. Acondicionamento
Após acumular volume suficiente, próximo ao meio fio, os resíduos de limpeza urbana
do município de Tabuleiro/MG são acondicionados em sacos plásticos acopladas a
carrinhos de mão; bombonas e/ou lixeiras móveis de plástico, conforme exemplificado
na Figura 45.
129
Figura 45 – Exemplo de acondicionamento dos resíduos sólidos de limpeza urbana do município de Tabuleiro/MG
Fonte: Autores, 2019.
3.1.1.2.2. Coleta, transbordo e transporte dos resíduos
Dentre as atividades de limpeza pública, a principal é a varrição, que consiste na
remoção de resíduos, normalmente constituídos de areia, terra, folhas, plástico, papéis,
pedaços de madeiras, dentre outros, das vias públicas, praças, parques e calçadões. O
resíduo oriundo dessa atividade depende das características do local, tais como a
arborização existente, a intensidade de trânsito de veículos, o calçamento e estado de
conservação do logradouro, o uso predominante (residencial, comercial, etc.) e a
circulação de pedestres. Além destes, um fator que merece destaque na influência da
limpeza urbana na cidade é o grau de educação ambiental da população.
A varrição no município de Tabuleiro/MG é realizada por uma equipe de 4 (quatro)
funcionários da prefeitura. Este serviço é realizado de segunda-feira à sábado na área
130
urbana e de segunda-feira à sexta-feira, nas comunidades rurais de Igrejinha do Acácio
e Santa Rita do Botafogo, variando nos bairros conforme a necessidade destes. Os
demais bairros rurais não contam com os serviços de limpeza urbana.
Em geral, a quantidade de resíduos coletada (varrido) na área urbana é de cerca de
3.200 Kg por mês. Já para as comunidades rurais, não foi possível obter informações
sobre esse volume.
Como o gerenciamento dos resíduos gerados em ambas as áreas (urbana e rural)
ocorrem de maneiras diferentes, as informações sobre a zona rural serão apresentadas
no final deste item. Portanto, a seguir, têm-se as informações sobre como ocorre a
limpeza urbana do distrito sede.
Nesta área, após a varrição, os resíduos ficam armazenados em sacos plásticos e em
lixeiras e são encaminhados para um lote da prefeitura (Figura 46-a), localizado na área
central próximo a Praça Coronel João Floriano. Os resíduos permanecem nesse local
até ocorrer a coleta realizada por caminhão de coleta regular próprio da prefeitura e tem
como destinação final o “bota-fora” localizado no próprio município.
131
Figura 46 – Área de transbordo (a) e Caminhão que realiza coleta (b) dos resíduos de limpeza urbana do município de Tabuleiro/MG
(a)
(b)
Fonte: Autores, 2019.
132
Em relação à frota envolvida na coleta e transporte dos RLU, além do caminhão
apresentado na Figura 46-b (Mercedes Benz, modelo 11/14 ano 1985) existem, ainda,
dois caminhões reservas: um caminhão do tipo caçamba da marca Mercedes Benz 608,
ano 78, semelhante ao apresentado na Figura 46-b, porém menor, e um caminhão do
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que apesar de não apresentar tal
finalidade, segundo informações da prefeitura, poderia ser utilizado em casos de
extrema necessidade.
Durante vistoria in loco, observou-se que os funcionários executavam o serviço de
varrição manual em ruas, praças, canteiros, nas áreas urbana e rural, e a raspagem de
sedimentos das sarjetas, utilizando-se de equipamentos como vassouras, pás e rastelos
para retirada do material do logradouro e para o transporte contavam com auxílio de um
carrinho de mão, ao passo que iam percorrendo as vias.
Figura 47 – Execução do serviço de varrição na comunidade Santa Rita de Botafogo (a) e equipamentos utilizados na atividade (b).
(a)
(b)
133
Fonte: Autores, 2019.
Quanto ao uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), de acordo com a
Prefeitura Municipal são disponibilizados uniformes, bonés, luvas, óculos, botas e
protetor solar, os quais puderam ser observados durante o levantamento in loco, com
exceção do uso de óculos, como mostra a Figura 47. Cumpre observar que a
necessidade de utilização de protetores auriculares, máscaras e óculos de proteção
devem ser avaliados para segurança de trabalhos específicos, a partir da análise prévia
dos riscos efetivamente relacionados à atividade.
Além da varrição, outra importante atividade a ser executada pelos serviços de limpeza
pública é a capina e a raspagem. Quando não é efetuada varrição regular, ou quando
chuvas carreiam detritos para logradouros, as sarjetas acumulam terra, onde
geralmente crescem ervas daninhas e mato. Assim, é necessário que sejam realizados
os serviços de capina do mato e de raspagem de terra das sarjetas, visando ao
restabelecimento das condições de drenagem. A capina também deve ser realizada nos
locais públicos com vegetação, como parques, praças e canteiros.
Os serviços de capina, roçagem e poda no município são realizados de acordo com as
necessidades dos logradouros do município. Para sua execução, são utilizadas
enxadas nos locais com menor incidência de vegetação, como as beiras de calçadas e
nos locais com maior vegetação, como praças e canteiros, é utilizada a roçadeira.
Esses serviços bem como a coleta dos resíduos são realizados por funcionários da
prefeitura, através do caminhão utilizado nos serviços de varrição (Figura 47-b), junto
com os demais RLU. Estes também são encaminhados ao “bota-fora” da cidade.
Destaca-se também a limpeza de feiras. É muito comum a realização de feiras em
determinados dias da semana, gerando mais resíduos que o habitual. A limpeza de
feiras deve ser realizada logo após seu término, a fim de desobstruir o trânsito no
logradouro e de evitar a decomposição da matéria orgânica, podendo gerar mau cheiro.
134
Em Tabuleiro/MG, as feiras ocorrem semanalmente e a limpeza destas é realizada
imediatamente após o seu término.
Por fim, a limpeza de bocas de lobo ou caixas de ralo deve ser executada regularmente
junto com a varrição. O objetivo é garantir o bom escoamento das águas pluviais e
impedir que o material sólido, retido durantes as chuvas, seja levado para os ramais e
galerias. Os locais onde as bocas de lobo devem ser limpas com maior frequência são
as cotas mais baixas e áreas próximas a morros e assentamento precário. Em
Tabuleiro/MG, estes serviços ocorrem de acordo com a demanda, juntamente com a
varrição.
A boa manutenção dos logradouros, observada durante as visitas ao município, pode
ser devido à alta frequência de varrição, que ocorre todos os dias, de 07h ás 16h, com
devido revezamento dos funcionários, nos finais de semana.
Conforme apresentado no início deste item, nas comunidades de Igrejinha do Acácio e
em Santa Rita do Botafogo esta dinâmica é um pouco diferente da apresentada em área
urbana e será discorrida nos próximos parágrafos.
Em Santa Rita do Botafogo, os resíduos acumulados durante a limpeza urbana (RLU),
realizada pela prefeitura, ficam armazenados em uma área de transbordo localizada na
própria comunidade (Figura 48-a), mesmo local, onde ficam acondicionados os resíduos
sólidos domiciliares (RSD). Este último é coletado desta área pelo caminhão da União
Recicláveis Rio Novo LTDA (Figura 3) e em seguida, direcionado ao CTR Leopoldina
da empresa conforme descrito no item 3.1.1.1.5. Já os RLU (poda, capina e varrição)
vão para o bota-fora do município.
Da mesma forma, na comunidade de Igrejinha do Acácio, existe uma área (Figura 48-
b) onde ficam acondicionados, temporariamente, os resíduos da limpeza urbana (RLU),
bem como os resíduos sólidos domiciliares (RSD), ambos coletados pela Prefeitura, por
caminhão próprio, até que os mesmos sejam encaminhados para disposição final. Deste
135
local, os resíduos domiciliares, são transportados pela Prefeitura para área de
transbordo, localizada na cidade de Rio Pomba (distante aproximadamente 15,2 Km do
local de partida). Tais resíduos ficam armazenados nesta área, até que sejam
transportados pela empresa União Recicláveis Rio Novo LTDA e dispostos no aterro
sanitário, da mesma (CTR Leopoldina). Já os RLU, também coletados pela Prefeitura,
são encaminhados para o “Bota fora” próprio do município, conforme ocorre nas demais
localidades do mesmo, que recebem este serviço.
Figura 48 – Área de acondicionamento temporário dos RLU e RSD coletados pela Prefeitura na comunidade de Santa Rita de Botafogo (a) e de Igrejinha do
Acácio (b)
(a)
(a)
136
(b)
(b)
Fonte: Autores, 2019.
137
A Tabela 17 ilustra a frequência de realização dos serviços de limpeza urbana e de
coleta dos RLU nos bairros da área urbana e da área rural do município, fornecida pela
prefeitura de Tabuleiro/MG.
Tabela 17 – Frequência dos serviços de limpeza urbana área urbana e rural de Tabuleiro/MG
ÁREA BAIRROS
FREQUÊNCIA
VARRIÇÃO,
CAPINA,
PODA E
RASPAGEM
LIMPEZA DE
FEIRAS
LIMPEZA DE
BOCAS DE
LOBO OU
CAIXAS DE
RALO
Urbana
São José
(Alvorada)
Serviços:
Todos os dias
Coleta no
Caminhão da
Prefeitura:
Terças-
Quintas-
Sábados
Semanalmente Conforme
demanda
Laginha
Santa
Cecília
Rosário
Centro
138
Rural (2)
Santa Rita
de Botafogo
Serviços:
Todos os dias
Coleta no
Caminhão da
União LTDA:
Terças-feiras
- -
Igrejinha do
Acácio (1)
Serviços:
Todos os dias
Coleta no
Caminhão da
Prefeitura:
Quintas- feiras
- -
Fonte: Elaborada pelos autores a partir de dados da Prefeitura.
1 – Nesta comunidade, são realizados, pela Prefeitura, os serviços de acondicionamento, coleta e
transporte dos RLU juntamente com os RSD.
2 – As demais comunidades rurais, apresentadas na Tabela 2, não recebem estes serviços.
3.1.1.2.3. Disposição Final
Conforme descrito anteriormente, a responsabilidade de execução dos serviços de
limpeza urbana corresponde à Prefeitura, podendo esta propor terceirização dos
mesmos mediante contrato, como acontece com as comunidades rurais, em que as
etapas de transporte e disposição final destes resíduos ficam a cargo da empresa União
Recicláveis Rio Novo LTDA.
139
Em malha urbana, a destinação final dos RLU, realizada pela prefeitura, ocorre no
chamado “bota-fora”, localizado no próprio município de Tabuleiro/MG, conforme
apresentado na Figura 18. O mesmo encontra-se em processo de licenciamento para
regularização das suas atividades, entretanto, encontra-se em atividade, sendo
considerado, dessa forma, um bota-fora irregular.
Já os resíduos de limpeza urbana, da zona rural de Santa Rita do Botafogo e Igrejinha
do Acácio, são coletados pela Prefeitura e destinados ao aterro da União Recicláveis
Rio Novo LTDA (CTR Leopoldina), cuja localização apresenta-se na Figura 49.
140
Figura 49 – Localização do bota fora do município de Tabuleiro/MG
Fonte: AGEVAP, 2019.
141
3.1.2. Resíduos sólidos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços
(RSC)
A Lei Federal nº 12.305/2010 define quanto à origem os resíduos sólidos gerados em
estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços como aqueles resíduos
oriundos destas atividades, excetuando-se os resíduos dos serviços de limpeza urbana,
os resíduos de serviços públicos de saneamento básico, os resíduos gerados em
estabelecimentos de assistência à saúde, os resíduos da construção civil (RCC) e os
resíduos gerados em portos, aeroportos, terminais, dentre outros (resíduos de serviços
de transporte). Portanto, em geral os RSC são considerados similares aos RSD.
Quanto as suas características, elas variam segundo a tipologia desses
estabelecimentos. Caso o estabelecimento gere resíduos com características similares
às dos resíduos domiciliares, o estabelecimento não estará sujeito à elaboração do
plano de gerenciamento de resíduos sólidos. No entanto, caso o estabelecimento gere
resíduos perigosos ou, mesmo que caracterizados como não perigosos, por sua
natureza, composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos domiciliares
pelo poder público municipal, o gerador estará sujeito à elaboração do plano de
gerenciamento de resíduos sólidos.
No município de Tabuleiro/MG, a maioria dos estabelecimentos de serviços e
comerciais apresentam seus resíduos semelhantes aos RSD, tendo sua gestão e
logística semelhantes às daqueles, conforme apresentado no item 3.1.1. Portanto, seu
acondicionamento, coleta, transporte e disposição final, ocorrem de acordo com o
apresentado nesse tópico, sendo responsabilidade da empresa União Recicláveis Rio
Novo LTDA. Além disso, o seu volume também é incluído no volume dos RSD,
apresentado no item 3.1.1.4.
Entretanto, existem alguns estabelecimentos que geram resíduos especiais, e até
perigosos, que apresentam certa contaminação e um grande potencial de causar
142
impactos negativos ao meio ambiente. Estes resíduos não são coletados pela empresa
supracitada e fica sob a responsabilidade do próprio gerador o seu destino correto.
Diante do exposto, foi feita uma amostragem de alguns desses estabelecimentos
(indicados pela prefeitura) que geram, além dos RSD, resíduos especiais – perigosos -
e os destinam de forma terceirizada (diferente da coleta convencional da prefeitura). A
Tabela 4 retrata tais estabelecimentos, bem como suas atividades, a tipologia dos
resíduos e a forma de destinação final.
Tabela 18 – Estabelecimentos comerciais e de serviços que geram resíduos especiais
ESTABELECIMENTO ATIVIDADE
RESÍDUOS ESPECIAIS GERADOS
FORMA DE DESTINAÇÃO
Oficina Mecânica Oficina
mecânica Óleos e graxas
automotivos Não informado
Drogaria e Perfumaria Bom Jesus da Cana
Drogaria Medicamentos
vencidos
Coleta através de empresa
terceirizada
Agropecuária Casa do Campo
Agropecuária Embalagens de
agrotóxicos Ecoponto de
Tocantins/MG
Comércio e Serviços Garra Subprodutos
Carga e descarga: Coleta de
ossos, sebo e óleo de frituras
Resíduos de origem animal e
vegetal coletados
Revenda para empresas do
setor
Fonte: Elaborada pelos autores.
143
3.1.3. Resíduos dos serviços públicos de saneamento
Segundo a Lei n°11.445, os serviços públicos de saneamento básico, englobam o
abastecimento de água potável, o esgotamento sanitário, a drenagem e o manejo de
águas pluviais e os serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos.
Entretanto, os resíduos gerados neste último serviço não são considerados neste item,
pois já foram abordados anteriormente.
Os resíduos dos serviços de saneamento básico são gerados a partir de operações de
Estações de Tratamento de Água (ETA) e de Estações de Tratamento de Esgoto (ETE),
além dos resíduos provenientes da manutenção do sistema de drenagem urbana
pluvial. Desse modo, os resíduos nesse tópico se limitarão aos originados nos
processos de ETA, ETE e aos materiais inertes de cursos d’água.
Os serviços de abastecimento de água potável do município de Tabuleiro/MG estão sob
a responsabilidade da Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA, sendo
realizado através da captação no Rio Formoso. Segundo dados do Atlas do
Abastecimento de Água da Agência Nacional de Águas, este rio fornece vazão de 17
L/s, e após sofrer tratamento, a vazão nominal da Estação de Tratamento de Água
(ETA) Tabuleiro/MG, do tipo convencional, é de 18L/s, produzindo 212.790 m³ de água
tratada por ano (SNIS, 2016). A ETA está localizada na Rua Valério Correa Neto,
Rodovia 133 – Km 16, Tabuleiro/MG, conforme representado na Figura 50.
Vale frisar que o sistema de abastecimento supracitado é realizado em sua totalidade
para a população urbana, não atendendo as comunidades rurais, onde a captação é
feita em nascente e diretamente distribuída à população, ou captada de poços
artesianos.
144
Figura 50 – Localização da ETA em Tabuleiro/MG
Fonte: AGEVAP, 2019.
145
Como mencionado, o tratamento da água no município de Tabuleiro/MG é do tipo
convencional, totalmente automatizada, mas apresentando necessidade de reformas e
de melhorias na conservação. As instalações de tratamento são constituídas por: caixa
e canal de entrada com calha Parshall, floculadores, decantadores, filtros e tanque de
contato (Figura 51). O volume de resíduos gerado nas etapas do tratamento não foi
informado pela referida empresa.
Figura 51 – Ilustração das instalações pertencentes a ETA em Tabuleiro/MG
Fonte: AGEVAP/Google Earth, 2019.
Ao final do processo retratado acima, a água tratada é encaminhada para os
reservatórios e de lá para o abastecimento da cidade. Além disso, os resíduos gerados
no processo englobam basicamente o lodo retido nos decantadores, o proveniente da
lavagem dos filtros, e, também, as embalagens de produtos químicos e os resíduos
gerados pelos funcionários da ETA (similares aos domiciliares).
146
Em relação ao lodo, a recomendação é que este passe por um processo de tratamento,
envolvendo o adensamento, a desidratação (secagem) e a estabilização. Entretanto, o
que se observa na maioria dos municípios é a disposição do lodo gerado na ETA
diretamente nos corpos d’água. No caso de Tabuleiro/MG, o lodo gerado no decantador
e na lavagem dos filtros é diluído em água e lançado no corpo hídrico mais próximo à
estação (Córrego da Onça), sem qualquer tratamento prévio. Como o município não
possui tratamento do esgoto, o lodo segue também sem tratamento para os demais
afluentes do Córrego. Os demais resíduos, similares aos domiciliares, são direcionados
a coleta de resíduos sólidos urbanos municipal (coleta convencional).
Com relação ao esgotamento sanitário, os principais resíduos são gerados no
tratamento preliminar das ETE’s, na forma de sólidos grosseiros, como madeiras, panos
e plásticos, e sólidos predominantemente inorgânicos, como areia e terra. Nas demais
unidades de tratamento da ETE, os resíduos sólidos aparecem na forma de lodo
orgânico decantado, lodo orgânico de origem biológica e lodo gerado pela precipitação
química. Assim como os resíduos da ETA, normalmente, os lodos gerados são
desidratados em sistemas de secagem antes de seguirem para destinação final. Além
disso, sua gestão é bastante complexa, sendo responsável por 20 a 60% dos custos
operacionais de uma ETE (ANDREOLI et al., 2014).
No caso do município de Tabuleiro/MG, uma vez que não há tratamento do esgoto não
há geração desse tipo de resíduo.
Por fim, no serviço de drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, os resíduos
sólidos são oriundos de atividades de desassoreamento e dragagem das unidades que
compõem o sistema de manejo das águas pluviais urbanas (MMA, 2011).
147
Em Tabuleiro/MG, de acordo com informações fornecidas pela prefeitura é realizada a
limpeza e o desentupimento do sistema quando necessário. Segundo informações dos
gestores municipais, nos meses de verão a limpeza das galerias e bocas de lobo ocorre
mais frequentemente que no inverno. Os resíduos oriundos desta atividade são
descartados no atual “bota-fora” municipal juntamente com os resíduos de poda, capina
e roçagem (RLU), conforme discutido no item 3.1.1.2.
3.1.4. Resíduos dos serviços de saúde (RSS)
De acordo com os dispostos nas Resoluções da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA) nº 222/2018 revogando a nº 306/2004, e da CONAMA nº 358/2005,
os resíduos sólidos dos serviços de saúde (RSS) são definidos como os resíduos
resultantes de atividades exercidas por estabelecimento gerador, ou seja, qualquer
atividade de natureza médico-assistencial humana ou animal (clínicas odontológicas,
veterinárias, farmácias, centros de pesquisas), farmacologia e saúde, medicamentos
vencidos, necrotérios, funerárias, medicina legal e barreias sanitárias que, por suas
características, necessitam de processos diferenciados em seu manejo, exigindo ou não
tratamento prévio à sua disposição final.
Devido ao elevado risco potencial de transmissão de doenças, os RSS são classificados
em categoria especial, baseando seu gerenciamento nas legislações expostas acima.
Ademais, as mesmas também servem como instrumento para a construção do Plano
de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS), documento obrigatório
aos geradores e norteador das ações relativas ao manejo dos RSS, englobando as
seguintes etapas: segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte,
tratamento e disposição final. Este instrumento de planejamento deve considerar
também as particularidades e os riscos dos resíduos, as ações de segurança à saúde
e ao meio ambiente e as medidas técnicas e administrativas para evitar acidentes. Neste
sentido é importante que se exija que os estabelecimentos de saúde localizados no
148
município possuam o referido instrumento de planejamento e realizem o gerenciamento
dos seus resíduos com base no mesmo.
De suma importância que os RSS sejam segregados na própria fonte e no momento de
sua geração, posteriormente identificados, acondicionados, armazenados,
transportados e dispostos conforme as Resoluções descritas. Dessa forma, é possível
minimizar a quantidade de resíduo infectante com vistas a tornar mais eficiente o
tratamento das diversas frações que o compõe. O gerenciamento dos RSS deve estar
centrado na redução dos riscos ao trabalhador da saúde, à população e ao meio
ambiente (ANVISA, 2007; CONAMA, 2005).
Os RSS são classificados e divididos em cinco grupos: A, B, C, D e E, conforme
apresenta a Tabela 19 abaixo. Na outra Tabela 6 a seguir, constam as formas de
tratamento dos RSS.
Tabela 19 – Classificação dos RSS em Grupos A, B, C, D e E
GRUPO RESÍDUO CARACTERÍSTICAS
A
(Risco)
Infectante
(Biológico)
Resíduos com possível presença de agentes
biológicos que, por suas características,
podem apresentar risco de infecção. São
divididos em cinco subgrupos (A1, A2, A3,
A4 e A5), estabelecidos em função dos
riscos que apresentam.
B
(Risco)
Químico
(Químico)
Resíduos contendo substâncias químicas
que podem apresentar risco à saúde pública
ou ao meio ambiente, dependendo de suas
características de inflamabilidade,
corrosividade, reatividade e toxidade.
149
C
(Risco)
Radioativo
(Radiológi
co)
Resíduos contaminados com radionuclídeos,
provenientes de laboratório de análises
clínicas, serviços de medicina
nuclear e radioterapia.
D
(Risco)
Comum
(Nenhum)
Resíduos que não apresentem risco
biológico, químico ou radiológico à saúde ou
ao meio ambiente, podendo ser equiparados
aos resíduos domiciliares.
E
(Risco)
Perfurocor
tante
(Biológico)
Materiais perfurocortantes ou escarificantes,
tais como agulhas e lâminas de vidro,
contaminados ou não.
Fonte: Adaptado de Resolução ANVISA nº222/2018 e Resolução CONAMA nº 358/2005;
2019.
Tabela 20 – Formas de Tratamento dos RSS conforme classificação em Grupos A, B, C, D, e E
GRUPO FORMAS DE TRATAMENTO
A
(Risco)
Tratamento que promova a inativação da carga
microbiana; disposição final em aterro sanitário
ou outro local licenciado para essa finalidade.
Peças anatômicas devem ser incineradas ou
cremadas. Em alguns casos específicos, deverá
ocorrer sepultamento em cemitério.
B
(Risco)
Reutilizados, reciclados, tratados ou dispostos
de acordo com a sua periculosidade.
150
C
(Risco)
Processamento de acordo com as normas da
CNEN.
D
(Risco)
Reutilizados, reciclados ou dispostos em aterro
sanitário.
E
(Risco)
Tratamento específico de acordo com a
contaminação (química, biológica ou
radiológica).
Fonte: Adaptado de Resolução CONAMA nº 358/2005; 2019.
Segundo dados da Prefeitura, o município de Tabuleiro/MG possui, dois (2)
estabelecimentos geridos pela administração pública e outros seis (6) geridos por
entidades sem fins lucrativos, entidades empresariais e pessoas físicas. Estes últimos,
cujo gerenciamento dos resíduos é responsabilidade do próprio gerador são listados na
Tabela 21.
Tabela 21 – Levantamento dos empreendimentos geradores de resíduos de serviço de saúde em Tabuleiro/MG
EMPRESA ATIVIDADE LOCAL
Fernanda de
Oliveira Vale ME Drogaria/ Perfumaria Rua do Comércio, 309 loja 2
Drogaria e
Perfumaria Bom
Jesus da Cana
Drogaria/ Farmácia Farmacêutico Antônio da
Mota
151
Karla François e
Ferraz Oliveira Dentista
Rua José Eurico de Toledo,
29
Lawrence
Furtado de Souza Dentista Praça Cel. João Floriano
Raquel Lino
Miranda de
Oliveira
Dentista Praça Ver. Pedro Morais
Sarmento, 56
Thais Xavier
Vieira ME Fisioterapia
Rua Hildebrando José de
Siqueira, 29
Fonte: Prefeitura de Tabuleiro/MG, 2019.
No que tange aos estabelecimentos de gestão pública, o município de Tabuleiro/MG
possui uma Unidade Básica de Saúde (UBS), aonde são realizados atendimentos
primários e de urgência aos munícipes, e uma unidade do Programa Saúde da Família
(PSF), onde são realizados atendimentos secundários, tais como consultas médicas.
Embora as unidades de saúde descritas estejam localizadas em área urbana (Figura
52), as mesmas atendem todos os munícipes da cidade.
152
Figura 52 – Localização das unidades de saúde municipais de Tabuleiro/MG
Fonte: AGEVAP, 2019.
153
Na Figura 53 a seguir, encontram-se imagens das fachadas das unidades de saúde
mencionadas acima.
Figura 53 – Fachada das unidades de saúde municipais do município de
Tabuleiro/MG: UBS (a); PSF (b)
(a)
(b)
154
Fonte: Autores, 2019.
3.1.4.1. Acondicionamento
Nos estabelecimentos públicos de saúde, supracitados, do município Tabuleiro/MG,
observou-se que é realizada a segregação dos resíduos classificados como infectantes
(Grupo A e E), resíduos químicos (Grupo B), e resíduos comuns (Grupo D) na fonte
geradora para posterior acondicionamento, conforme exigido por lei.
É recomendado pela Resolução Anvisa nº 222/2018, que os sacos de
acondicionamento sejam constituídos de material resistente a ruptura e vazamento,
impermeável, respeitados os limites de peso de cada saco, sendo proibido o seu
esvaziamento ou reaproveitamento. Os sacos devem estar contidos em recipientes de
material lavável, resistentes à punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de
sistema de abertura sem contato manual, com cantos arredondados e serem resistentes
a tombamentos. A etapa de acondicionamento dos resíduos infectantes (Grupo A) é
feita em sacos plásticos de cor branca, identificados com o símbolo de resíduo
infectante.
Nos consultórios e salas de triagem da UBS e do PSF de Tabuleiro/MG, estes sacos
foram devidamente identificados e acondicionados em lixeiras apropriadas, ou seja,
resistentes a punctura, ruptura e vazamento, geralmente com tampa provida de sistema
de abertura com os pés, como pode ser visto na Figura 54. Em ambas as unidades este
acondicionamento é feito conforme recomendado pela Anvisa.
155
Figura 54 – Exemplificação do acondicionamento dos RSS, Grupo A
Fonte: Autores, 2019.
O acondicionamento dos resíduos químicos gerados (Grupo B), principalmente
medicamentos vencidos, é feito em local de armazenamento desta tipologia. Em
seguida são destinados juntamente com os demais RSS, coletados pela empresa
(Serquip Tratamento de Resíduos MG LTDA) responsável pela destinação final destes.
O acondicionamento do resíduo comum (Grupo D) é realizado em sacos plásticos, em
geral, na cor preta, contidos em lixeiras devidamente identificadas, de acordo com a
Figura 55.
156
Figura 55 – Exemplificação do acondicionamento de RSS do Grupo D
Fonte: Autores, 2019.
Com relação aos resíduos pertencentes ao Grupo E, que podem ocasionar perfurações
e cortes, o descarte e acondicionamento é realizado em coletores específicos para
materiais perfurocortantes, ou seja, recipientes rígidos, resistentes à ruptura e
vazamento, constituído de papelão, identificado pela cor amarela com símbolo de
material infectante. Em visita, constatou-se que os estabelecimentos de saúde
apresentavam este tipo de recipiente para o descarte ambientalmente adequado de
resíduos perfurocortantes (Figura 56).
157
Figura 56 – Acondicionamento dos resíduos do Grupo E (a); Exemplo geral de acondicionamento interno de RSS (b)
(a)
(b)
Fonte: Autores, 2019.
Quanto aos resíduos do Grupo C, estes não são gerados nos estabelecimentos em
questão.
Além dessas formas de acondicionamento, diretamente na fonte, as unidades de saúde
acondicionam temporariamente as sacolas coletadas nesses recipientes em outro
recipiente de tamanho maior, localizado em área externa específica denominada “abrigo
de resíduos”, para posterior coleta da empresa especializada. Recomenda-se que tal
local seja um ambiente exclusivo e com acesso facilitado para os veículos coletores, no
aguardo da realização da etapa de coleta externa.
158
É recomendado pela Anvisa que o abrigo de resíduos de serviços de saúde seja
dimensionado de acordo com o volume de resíduos gerados, com capacidade de
armazenamento compatível com a periodicidade de coleta do sistema de limpeza
urbana local. Deve ser construído em ambiente exclusivo, possuindo, no mínimo, um
ambiente separado para atender o armazenamento de recipientes de resíduos do Grupo
A juntamente com o Grupo E e um ambiente para o grupo D.
Além disso, o local do armazenamento externo de RSS deve apresentar as seguintes
características:
● Acessibilidade: o ambiente deve estar localizado e construído de forma a permitir
acesso facilitado para os recipientes de transporte e para os veículos coletores;
● Exclusividade: o ambiente deve ser utilizado somente para o armazenamento de
resíduos;
● Segurança: o ambiente deve reunir condições físicas estruturais adequadas,
impedindo a ação do sol, chuva, ventos e que pessoas não autorizadas ou
animais tenham acesso ao local;
Higiene e saneamento: deve haver local para higienização dos carrinhos e contêineres;
o ambiente deve contar com boa iluminação e ventilação e ter pisos e paredes
revestidos com materiais resistentes aos processos de higienização.
Em campo, foi verificado que o abrigo externo de resíduos de serviço de saúde das
unidades de saúde municipais de Tabuleiro/MG, são apropriados para este
acondicionamento (Figura 57). Os recipientes têm capacidade de aproximadamente 200
litros cada, e simbologia em seu exterior.
159
Figura 57 – Armazenamento externo adequado: Abrigo de RSS (Grupo A, B, C e E) da UBS e PSF de Tabuleiro/MG
160
Fonte: Autores, 2019.
3.1.4.2. Coleta, transbordo e transporte dos resíduos
O serviço de coleta dos RSS, das classes A, B e E gerados no município de
Tabuleiro/MG, é atualmente terceirizado pela Prefeitura em contrato com a empresa
Serquip Tratamento de Resíduos MG LTDA. A terceirizada possui cronograma próprio
para a coleta dos resíduos de saúde, que ocorre de 15 em 15 dias. Os RSS são
coletados e transportado por um caminhão da marca Ford modelo Cargo 816, tipo Baú
3/4, com capacidade de 3.520 Kg por viagem, e equipados com kits de segurança
(Figura 58). Após o transporte, os RSS tem destino na Unidade de Tratamento da cidade
de Ubá/MG, administrada pela Serquip Tratamento de Resíduos MG LTDA.
Figura 58 – Frota de veículos da empresa Serquip, responsável pela coleta, tratamento e disposição final dos RSS do município de Tabuleiro/MG
Fonte: Serquip Tratamento de Resíduos MG LTDA, 2019.
161
Os resíduos comuns (Grupo D) são gerenciados conforme abordado no item 3.1.1.1,
juntamente com os demais resíduos domiciliares do município.
3.1.4.3. Tratamento e Disposição Final
Após a coleta, os RSS são transportados até a unidade da empresa localizada na zona
rural de Ubá/MG aonde recebem tratamento térmico, por meio do processo de
incineração, também realizado sob responsabilidade da empresa Serquip Tratamento
de Resíduos MG LTDA.
Figura 59 – Incineradores utilizados para tratamento térmico nos RSS do município de Tabuleiro/MG
Fonte: Serquip Tratamento de Resíduos MG LTDA, 2019.
Este tratamento gera resíduos (cinzas) que são posteriormente encaminhados para o
aterro sanitário classe I da Essencis, empresa terceirizada pela Serquip Tratamento de
162
Resíduos MG LTDA, localizado em Juiz de Fora/MG. A distância total percorrida entre
a coleta e a disposição final é de aproximadamente 181Km, sendo 53,2 km, o percurso
entre a coleta e o tratamento somados aos 128 Km do tratamento á disposição final.
De acordo com dados fornecidos pela empresa Serquip - Tratamento de Resíduos MG
LTDA, a partir dos Certificados de Tratamento de Disposição Ambiental de Resíduos
encaminhados à Prefeitura, o montante de geração desse tipo de resíduo em
Tabuleiro/MG, considerando o período de Janeiro de 2018 a Abril de 2019, foi igual a:
Resíduos Classe A (Infectante): 719,65 Kg
Resíduos Classe B (Químico): 91,5 Kg
Resíduos Classe E (Perfurocortante): 164,1 Kg
3.1.5. Resíduos da construção civil (RCC)
Através da Resolução CONAMA nº 307/2002, os Resíduos da Construção Civil (RCC)
são definidos como aqueles provenientes de construções, reformas, reparos e
demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação
de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas,
metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassas, gesso,
telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc.,
comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha. A Resolução acima
também estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da
construção civil, classificando-os nas classes A, B, C e D, conforme Tabela 22 a seguir.
163
Tabela 22 – Classificação dos RCC e seus respectivos tipos de destinação e/ou disposição final
GRUPO CARACTERÍSTICAS DESTINAÇÃO/DISPOSIÇÃO FINAL
A
Resíduos reutilizáveis ou
recicláveis como
agregados (cerâmica,
argamassa, concreto,
etc)
Podem ser usados como agregados ou
encaminhados a aterros de resíduos da
construção civil, onde devem ser dispostos
de modo que possam ser futuramente
utilizados ou reciclados
B
Resíduos recicláveis
para outras destinações
(plástico, metal, papel,
vidro, madeira, etc)
Podem ser reutilizados, reciclados ou
armazenados temporariamente, de modo
que possam ser futuramente utilizados ou
reciclados
C
Resíduos que não
podem ser reciclados ou
reutilizado de maneira
economicamente viável
(Ex: gesso)
Devem receber destinação de acordo com
as normas técnicas específicas
D
Resíduos perigosos
(tintas, solventes, óleos)
Devem receber destinação de acordo com
as normas técnicas específicas
Fonte: Resolução Conama nº 307/2002; 2019.
Vale ressaltar que os responsáveis por obras de qualquer dimensão se tornam
responsáveis pelos RCC gerados em seu empreendimento. Porém, somente aqueles
que são os responsáveis legais das médias e grandes obras, precisam elaborar e
apresentar o plano de gerenciamento dos resíduos sólidos da construção civil, com
vistas à obtenção das licenças ambientais necessárias (POZZOBON, 2013).
164
Ainda segundo a Resolução Conama nº 307/2002, esta também define diretrizes
informativas aos municípios, a fim de que os mesmos desenvolvam e implementem
políticas estruturadas e dimensionadas a partir da realidade local. Essas políticas
devem assumir a forma de um Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da
Construção Civil, conforme já comentado anteriormente, incorporando as seguintes
propostas:
Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, com as
diretrizes técnicas e procedimentos para o exercício das responsabilidades dos
pequenos geradores e transportadores, e
Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil que orientem,
disciplinem e expressem o compromisso de ação correta por parte dos grandes
geradores de resíduos, tanto públicos quanto privados.
Baseado na política apresentada, é de responsabilidade dos municípios apresentar
solução para os pequenos volumes de RCC, bem como o disciplinamento da ação dos
agentes envolvidos com o manejo dos grandes volumes de resíduos. A sugestão é que,
em nível local, sejam delimitadas e licenciadas as áreas dispostas ao manejo dos
resíduos em conformidade com a resolução, a partir do cadastro da presença dos
transportadores dos resíduos, cobrando responsabilidades dos geradores, inclusive no
tocante ao desenvolvimento de Projetos de Gerenciamento nela previstos (PINTO &
GONZÁLEZ, 2005).
3.1.5.1. Acondicionamento
Em Tabuleiro/MG, não ocorre acondicionamento dos RCC em caçambas ou outros
recipientes. Estes são dispostos nas calçadas, conforme apresentado na Figura 60, em
seguida recolhidos pela prefeitura.
165
Figura 60 – RCC dispostos nas calçadas do município de Tabuleiro/MG
Fonte: Autores; 2019.
Ressalta-se que próprio o gerador deve garantir o acondicionamento dos resíduos após
a geração até a etapa de transporte, assegurando em todos os casos em que seja
possível, as condições de reutilização e de reciclagem (PMGIRS de Canas, 2017).
3.1.5.2. Coleta, transbordo e transporte dos resíduos
Os serviços de coleta e transporte dos RCC são realizados pela própria Prefeitura de
Tabuleiro/MG, com auxílio em gestão da Secretaria Municipal de Obras, Atividades
Urbanas, Transporte e Trânsito. É utilizado o mesmo caminhão do tipo caçamba (Figura
15-b) usado na coleta dos RLU para coleta dos resíduos da construção civil.
Vale ressaltar que a coleta dos resíduos da construção civil não possui frequência
regular, já que a mesma somente é realizada com base na demanda. Portanto, ao
166
verificar a presença de acúmulos dos RCC nas vias públicas pelo fiscal responsável da
Prefeitura, ou quando é solicitado o recolhimento dos mesmos pelo gerador, a coleta
destes é realizada.
Durante as visitas realizadas na cidade, a prefeitura informou que coleta cerca de 4 a 5
caminhões, variando de acordo com a demanda. De acordo com os dados obtidos, é a
possível geração estimada desse tipo de resíduo é, aproximadamente, 56 toneladas por
mês.
3.1.5.3. Triagem e/ou beneficiamento para fins de reuso ou reciclagem
No município de Tabuleiro/MG, não existe um sistema bem definido de triagem, reuso
ou reciclagem e tratamento direcionados aos resíduos sólidos da construção civil e
inertes.
Entretanto, segundo dados dos gestores municipais, parte destes é recuperada, tais
como a parcela considerada como “entulho” que são dispostos na estrada vicinal. Já a
parcela dos RCC em boas condições, geralmente, é doada aos munícipes e/ou
utilizados pela própria prefeitura no preenchimento das estradas rurais.
3.1.5.4. Disposição Final
A disposição final dos resíduos da construção civil é realizada pela Prefeitura da mesma
forma como ocorre com os resíduos de limpeza urbana, descritos no item 3.1.1.2
Portanto, a parcela não recuperada, conforme descrito no item anterior, são
encaminhados ao bota-fora localizado na Rodovia MG-133, Km 10, na saída do
município, conforme apresentado no mapa do item 3.1.1.2.3 deste produto.
167
Figura 61 – Bota fora do município de Tabuleiro/MG, RLU e RCC
Fonte: Autores, 2019.
Vale frisar que há ainda local (Cascalheira) para disposição provisória de RCC e/ou
RLU, para situações emergenciais como geração de volume elevado destes. Tal área
168
fica localizada na Rua Manoel Campos Netto, próximo ao centro da cidade de
Tabuleiro/MG.
3.1.6. Resíduos agrossilvopastoris
De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei nº
12.305/2010, os resíduos agrossilvopastoris são aqueles gerados nas atividades
agropecuárias e silviculturais, incluindo também os relacionados a insumos utilizados
nessas atividades. Os mesmos podem ser divididos em três grandes grupos:
Resíduos Orgânicos: Resíduos gerados na agricultura, pecuária e agroindústrias
associadas ao setor;
Resíduos Inorgânicos: Embalagens Vazias de Agrotóxicos, Embalagens de
Fertilizantes e insumos veterinários da pecuária;
Resíduos Domésticos da Área Rural: Resíduos com a mesma característica que
o resíduo domiciliar urbano, porém são de cunho agrícola ou pastoril.
Segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), os Resíduos
Agrossilvopastoris podem ser distribuídos de acordo com sua tipologia e tecnologia de
produção, conforme exemplifica a Figura 62.
169
Figura 62 – Fluxograma das tipologias de resíduos agrossilvopastoris
Fonte: Adaptado de IPEA, 2012; 2019.
Importante salientar que esses tipos de resíduos gerados são comumente
negligenciados pelos setores, tanto em relação à geração de resíduos como a seu
posterior destino e/ou tratamento. Esses resíduos agrossilvopastoris possuem, em sua
maioria, grande potencial na geração de danos ambientais quando não forem
destinados de forma correta.
Outro item muito comumente encontrado nesses tipos de resíduos são as embalagens
de agrotóxicos, que por ainda conterem alíquotas mínimas de produto, constituem em
potencialmente poluidoras, tanto em âmbito ambiental quando relativo à saúde humana.
No geral, estimasse que cerda de 95% das embalagens primárias foram recolhidas da
área rural e enviadas a um destino ambientalmente correto no Brasil. Este fato só foi
possível devido à eficácia da logística reversa, que envolve os participantes do
segmento de agrotóxico (fabricantes, revenda, agricultores e poder público). Porém, não
existe ainda uma mesma eficiência relacionada aos resíduos sólidos agrossilvopastoris
inorgânicos, principalmente nos segmentos de fertilizantes e de medicamentos
veterinários (MAZZA et al., 2014).
170
Para efeito, foi instituída a Lei nº 9.974/2000 que revogou a Lei nº 7.802/1989, dispondo
sobre as formas de pesquisa, experimentação, produção, embalagens e rótulos,
transporte, armazenamento, comercialização, propaganda comercial, utilização,
importação, exportação, destino final tantos dos resíduos como das embalagens,
registro, classificação, controle, inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, bem como de
seus componentes e afins (BRASIL, 2000).
De acordo com os dados coletados, em Tabuleiro/MG, o setor da pecuária é
representativo, uma vez que, pequenos produtores rurais, no âmbito local, destinam-se
à criação de bovinos para corte e à produção de leite com destino à cinco laticínios do
município. Estes, por sua vez, compram o leite dos produtores rurais, utilizando-o como
principal matéria prima para fabricação de produtos que são revendidos regionalmente.;
Além deste, o setor da agricultura familiar, em Tabuleiro/MG, ainda é bastante
expressivo na área rural, sendo dedicado especialmente ao cultivo de milho, pimenta e
feijão (Figura 63), dentre outras. Neste caso, algumas produções são revendidas
localmente, em feiras, por exemplo, e/ou são utilizadas para a própria subsistência. Tal
atividade, também está presente em projetos escolares do município.
Apesar de existir em Tabuleiro/MG um Sindicato dos Trabalhadores Rurais que, em
verdade, conta com poucos afiliados, não há no município uma associação de
produtores ou uma cooperativa que possibilite ao agricultor uma melhor margem de
negociação do seu produto.
171
Figura 63 – Exemplo de plantação na área rural do município de Tabuleiro/MG
Fonte: Autores, 2019.
Com relação aos resíduos gerados nos setores supracitados, de acordo com
informações da Prefeitura, as embalagens de agrotóxicos e fertilizantes ficam a cargo
do produtor, que é responsável por retornar as embalagens à Agropecuária Pantanal
em Rio Pomba/MG, que garante a destinação correta ao Ecoponto existente na cidade
de Tocantins/MG, distante 43 Km de Tabuleiro/MG. O procedimento descrito constitui
como logística reversa, abordado também no item 3.1.10. Ainda segundo informações
dos gestores municipais, os resíduos orgânicos, geralmente são aproveitados, como
fertilizantes, entretanto, a Prefeitura não possui nenhum controle de tal atividade. Já os
resíduos domésticos da área rural, conforme apontado anteriormente, no item 3.1.1.1.,
são coletados apenas as comunidades de Igrejinha do Acácio e Santa Rita do Botafogo.
Quanto ao volume gerado desses resíduos, a Prefeitura Municipal de Tabuleiro/MG não
dispõe de dados e os próprios geradores não souberam repassar estes dados.
172
3.1.7. Resíduos de serviços de transportes
Os resíduos de serviços de transporte terrestre são oriundos de portos, aeroportos,
terminais rodoviários, ferroviários, alfandegários e passagens de fronteira conforme
Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ainda segundo a Lei Federal nº 12.305/2010, a
adequada gestão dos resíduos, bem como a elaboração do Plano de Gerenciamento
destes Resíduos Sólidos é responsabilidade do gerador.
No município de Tabuleiro/MG não há geração dessa tipologia de resíduos, uma vez
que o mesmo não possui terminais rodoviários ou qualquer ou demais supracitados.
Como o município de Tabuleiro/MG não possui esse tipo de serviço, de acordo com
dados fornecidos pela própria prefeitura, não há geração desse tipo de resíduo na
cidade.
3.1.8. Resíduos de mineração (RM)
De acordo com o disposto na Lei Federal nº 12.305/2010, os Resíduos de Mineração
(RM) são classificados como gerados nas atividades de pesquisa, extração ou
beneficiamento de minérios. Fica a cargo do Departamento Nacional de Produção
Mineral (DNPM) a responsabilidade de autorizar e fiscalizar a exploração mineral por
determinados empreendimentos.
Segundo o IPEA, a atividade minerária gera grandes volumes e massas de materiais
extraídos e movimentados, sendo que esses resíduos são classificados em estéreis ou
rejeitos. A quantidade desses resíduos gerada depende da atividade e do processo
utilizado para a extração do minério, bem como da concentração da substância mineral
estocada na rocha matriz e da localização da jazida em relação à superfície.
Os estéreis são considerados a parcela dos resíduos não processados oriundos do
processo de mineração, não possuindo valor econômico. O manejo desses resíduos
173
deve ser disposto em pilhas seguindo as orientações preconizadas na NBR
13.029:2017. Já os rejeitos são a parcela dos resíduos provenientes do beneficiamento
do mineral, podendo ocorrer através de processos químicos ou físicos. Esse processo
tem como objetivo aumentar a qualidade, a pureza e o teor do produto final, agregando
valor final ao produto mineral.
De acordo com levantamento descrito no Plano Municipal de Saneamento Básico de
Tabuleiro/MG (2014), há registrado no município atividades de reservas de caulim,
bastante utilizado na produção de papel, reservas de granito, quartzo dentre outras. Em
visitas realizadas à cidade, a Prefeitura informou que apesar de não estarem em
atividades no momento, atividades de extração mineral contidas na Tabela 23 abaixo
possuem requerimento ativo na Prefeitura.
Tabela 23 – Levantamento dos empreendimentos geradores de resíduos de mineração em Tabuleiro/MG
EMPRESA ATIVIDADE LOCAL (1)
Elizabeth Campos Neves Miranda
Indústria Extrativa de Areia
Av. Dep. Último de Carvalho
Extração e Com. de areia Martins e
Vidal;
Indústria Extrativa de Areia
Est. Municipal de Tabuleiro A
Maurélio Vieira Toledo Eireli – ME
Indústria Extrativa de Areia
Rodovia MG 133, Km 10 e 11
Mineração Pedroso e Costa LTDA-ME
Indústria Extrativa de Granito Rua Avelino Jacinto Coimba
Petrus Mineração C. e Comercialização
LTDA
Indústria Extrativa de Granito
Fazenda Ribeirão Santana/Lado Sul
Fonte: Prefeitura de Tabuleiro/MG, 2019.
174
Nota: (1) Endereços incluídos no cadastro da Prefeitura de Tabuleiro/MG.
Cabe salientar que os geradores de resíduos de mineração estão sujeitos à elaboração
do plano de gerenciamento de resíduos sólidos de mineração, bem como implantar e
operacionalizar o mesmo, com base no exposto pela Lei nº 12.305 de 2010. Além disso,
a coleta, o transporte e a destinação/disposição final dos resíduos gerados é de
responsabilidade do gerador, cabendo à Prefeitura a fiscalização das ações
mencionadas.
Como o município de Tabuleiro/MG não possui esse tipo de serviço, de acordo com
dados fornecidos pela própria Prefeitura, não há geração desse tipo de resíduo na
cidade.
3.1.9. Resíduos industriais (RI)
Os resíduos sólidos industriais são aqueles resultantes dos processos existentes nas
indústrias. Diferem-se dependendo da atividade desenvolvida, entretanto possuem
características homogêneas, ao contrário dos resíduos sólidos urbanos, e têm uma
composição usualmente bem definida (PMGIRS de Canas, 2017).
Os empreendimentos geradores dessa tipologia de resíduos são responsáveis por seu
tratamento e destino final adequado. Além disso, de acordo com a Lei nº 12.305/2010,
os geradores de resíduos sólidos industriais estão sujeitos à elaboração do plano de
gerenciamento de resíduos sólidos.
O levantamento dos geradores de resíduos industriais provenientes do seu processo
produtivo é de grande importância, tendo em vista que devem ser fiscalizados de
maneira a garantir a promoção do correto gerenciamento dos resíduos sólidos gerados,
a fim de não sobrecarregar/onerar os serviços de limpeza e coleta de resíduos sólidos
público.
175
Segundo dados da Prefeitura, o município possui sete (6) indústrias, conforme listado
na Tabela 10. Vale frisar que os resíduos de mineração também podem ser incluídos
como industriais, entretanto estes já foram abordados no item 3.1.8 (Tabela 23) e não
serão apresentados na Tabela 24, seguinte.
Tabela 24 – Levantamento dos empreendimentos geradores de resíduos de industriais em Tabuleiro/MG
EMPRESA ATIVIDADE LOCAL
Nova Kaeru Indústria
de Couros S.A Indústria de Couros e Peles
Rua Cel. Oscavo Gonzaga
Prata, 378
Comércio e Indústria
Emes Ltda (Souvenir)
Indústria e Comércio. de
Produtos de laticínios
Rua Pref. Orlando A.
Gonçalves, 44
Indústria e Transporte
de Cargas da Zona
da Mata
Indústria e Comércio. de
Produtos de Laticínios Fazenda Santo Amaro
Indústria e Comércio
Neves Barros Ltda.
Indústria e Comércio. de
Produtos de Laticínios Fazenda Santo Antônio
Laticínio Caminhos
Verdes de Minas
Eireli
Indústria e Comércio. de
Produtos de Laticínios Fazenda Santo Amaro
Tablat Laticínios Ltda. Indústria e Comércio. de
Produtos de Laticínios
Fazenda Graminha Rod. MG
133 km 20
Fonte: Prefeitura de Tabuleiro/MG, 2019.
Conforme observado na Tabela 24 e tendo em vista que o setor minerário ainda não
está em atuação, a maior parte das indústrias presentes em Tabuleiro/MG pertence ao
ramo do setor lácteo. Além disso, a maioria desses empreendimentos é de pequeno e
176
médio porte, exceto pela empresa Souvenir que atende grande parte da Zona da Mata
Mineira, a qual teve suas instalações visitadas, durante a elaboração deste Plano.
Portanto, para a caracterização dos RI, foram realizadas visitas em apenas alguns
destes estabelecimentos industriais, sugeridos por integrantes da prefeitura, uma vez
que estes, tem geração de resíduos muito semelhantes, a fim de diagnosticar como
ocorre a gestão e o gerenciamento destes no município. Dessa forma, são
apresentadas informações, de maneira geral, obtidas pela prefeitura e em visita a
Indústria Emes Ltda (Souvenir).
Segundo informações dos gestores municipais, em todas estas indústrias, os resíduos
semelhantes ao RSD são manejados de forma similar ao exposto anteriormente no
tópico referente a estes. Em relação as formas de gerenciamento dos resíduos
especiais gerados no processo, fica a cargo do estabelecimento a realização desse
gerenciamento de forma correta, tendo como base regulamentações e normas.
Na Indústria Emes Ltda (Souvenir), localizada na área urbana de Tabuleiro/MG, os
resíduos sólidos gerados são acondicionados conforme Figura 64-a e são coletados por
empresa terceirizada, sendo a parte reciclável destes resíduos (Figura 64-b)
acondicionada separadamente.
Para a produção de leite pasteurizado, de queijos, doce de leite, iogurte, dentre outros
produtos derivados do leite, fabricados nestas indústrias, são gerados efluentes líquidos
que possuem elevados teores de matéria orgânica, gorduras, sólidos suspensos e
nutrientes, os quais são considerados a principal fonte de poluição destas.
Segundo informações da Indústria Emes Ltda (Souvenir), a relação de produção de
efluente é de cerca de 2:1 (a cada 30 mil litros de leite recebido, 60 mil litros de efluente
são gerados). Entretanto, o empreendimento conta com uma estação de tratamento de
efluentes (Figura 64-c e Figura 64-d), que, após receber tratamento adequado, gera um
lodo que contém elevadas concentrações de nutrientes. Este lodo é tratado nos leitos
177
de secagem (Figura 64-e) e ensacado, para em seguida serem doados a produtores
rurais, que os utilizam como adubos para plantações. Além disso, o soro do leite
também é doado, servindo como fonte de alimento para o gado destes produtores.
Figura 64 – Exemplificação do gerenciamento dos RI gerados na Indústria Emes Ltda Acondicionamento dos RS (a); acondicionamento dos RS recicláveis (b);
lagoa aeróbia para o tratamento do efluente (c); floculador para o tratamento do efluente (d); leitos de secagem do lodo gerado(e)
(a)
178
(b)
(c)
(d)
179
(e)
Fonte: Autores, 2019.
Baseado no exposto pela Deliberação Normativa COPAM nº 90/2005, os responsáveis
pelos empreendimentos desenvolvedores das atividades listadas no artigo 4º, devem
apresentar à Feam, anualmente, até o dia 31 de março, o Inventário de Resíduos
Sólidos Industriais referente ao ano civil anterior.
O município de Tabuleiro/MG possui setor industrial considerável tendo em vista o seu
pequeno porte. Porém, como não foram apresentados dados relativos ao volume de
resíduos industriais pelos seus geradores, não é possível a identificação dessa quantia
proveniente do setor industrial. Além disso, consultando o Inventário de Resíduos
Industriais - Ano Base 2017 (FEAM, 2018), citado anteriormente, o município de
Tabuleiro/MG não apresentou informações referentes aos resíduos industriais,
inviabilizando de fato, a estimativa de seu volume.
180
3.1.10.
Resíduos de logística reversa obrigatória (RLRO)
Conforme citado no item 3.1.2, alguns empreendimentos são responsáveis pela gestão
dos resíduos provenientes das suas atividades de venda e também distribuição. Com
relação aos resíduos provenientes de produtos eletroeletrônicos, lâmpadas e pneus
inservíveis, o município de Tabuleiro/MG não possui nenhum tipo de Ecoponto ou
estabelecimento/empresa que realize o recolhimento dos mesmos. Por tal motivo, a
Prefeitura do município realiza a coleta e disposição dos pneus inservíveis na antiga
UTC da cidade, com posterior recolhimento dos mesmos pela empresa RACRI –
Comércio e Transporte LTDA., localizada em Betim/MG, que promove posterior
aproveitamento destes.
Com relação aos resíduos de óleos e graxas, normalmente estes são produzidos por
oficinas mecânicas, as quais existentes no município encontram-se listadas na Tabela
25 abaixo. Entretanto, não foram disponibilizadas informações a respeito da destinação
desses resíduos no município.
Tabela 25 – Levantamento dos empreendimentos geradores de resíduos de óleos e graxas em Tabuleiro/MG
OFICINA MECÂNICA LOCAL
Eduardo Noceli Julio Rua Valério Correa Neto, CASA 285
Evandro de Andrade Netto Av. Dep. Último de Carvalho
Geraldo Moreira de Lima Rua do Comércio, 340, Loja 01
Agmar Batista Lamas Rua Avelino Jacinto Coimbra, 26
Fonte: Prefeitura de Tabuleiro/MG, 2019.
181
Esses tipos de resíduos devem obedecer as diretrizes preconizadas na Resolução
CONAMA 362, de 23 de junho de 2005, os óleos lubrificantes e graxas já utilizados
devem ser submetidos a processos de refinamento.
As embalagens de agrotóxicos utilizadas no município de Tabuleiro/MG já foram
abordadas no item 3.1.6, por serem utilizadas nas atividades agrícolas. A Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) dispõe de uma norma específica (NBR
13.968/1997) sobre embalagens rígidas vazias de defensivos agrícolas, aonde são
estabelecidos os procedimentos adequados para sua lavagem: a chamada tríplice
lavagem e a lavagem sob pressão.
3.2. Quanto às formas de destinação e disposição final
De acordo com as informações disponibilizadas pela Política Nacional de Resíduos
Sólidos (PNRS), os termos, destinação final ambientalmente adequada e disposição
final ambientalmente adequada caracterizam-se por definições distintas. A destinação
final abarca as etapas de reutilização, reciclagem, compostagem, recuperação, e o
aproveitamento energético, bem como outras destinações admitidas pelos órgãos
competentes do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama), do Sistema Nacional
de Vigilância Sanitária (SNVS) e do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
Agropecuária (Suasa).
Em relação à disposição final, a mesma refere-se à distribuição ordenada de rejeitos
em aterros, isto é, disposição de resíduos que não podem ser mais aproveitados de
nenhuma forma. Vale salientar que, para realizar o exposto, é necessário observar as
normas operacionais específicas referentes, a fim de evitar danos ou riscos à saúde
pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos.
182
3.2.1. Destinação Final
No município de Tabuleiro/MG foi possível identificar os seguintes tipos de destinação:
Reciclagem dos RCC;
Incineração;
Disposição final.
Como mencionado anteriormente no item 3.1.6.3 os RCC em boas condições são
doados aos munícipes e/ou utilizados pela própria prefeitura no preenchimento das
estradas rurais.
A incineração é utilizada como tratamento dos resíduos de serviços de saúde, através
da empresa Serquip Tratamento de Resíduos MG LTDA, e consiste na combustão dos
resíduos em temperaturas acima de 800°C, com injeção de ar para garantir queima
completa. Os resíduos são convertidos em cinzas e encaminhados para a disposição
final em aterro Classe I.
A disposição final é a principal forma de destinação dos resíduos adotada no município,
atualmente. Entretanto, nem todas podem ser consideradas ambientalmente
adequadas. Os tipos de disposição final praticados em Tabuleiro/MG serão discorridos
no item 3.2.2, a seguir.
3.2.2. Disposição Final
As principais formas de disposição final dos resíduos produzidos em Tabuleiro/MG
utilizadas atualmente são o aterro sanitário de resíduos domiciliares, aterro sanitário de
resíduos perigosos classe I para disposição dos resíduos de saúde, e bota-fora para
resíduos da construção civil e parcela de limpeza urbana.
183
O aterro sanitário é a disposição final adotada para os resíduos sólidos domiciliares,
para os resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços e para os
resíduos de limpeza urbana, especificamente os de varrição. Esse tipo de disposição
final é considerado, hoje, a solução mais econômica e ambientalmente adequada dos
resíduos não perigosos e não inertes (SOUTO & POVINELLI, 2013).
O aterro sanitário administrado pela empresa União Recicláveis Rio Novo LTDA, fica
localizado no município de Leopoldina/MG, e recebe os resíduos sólidos urbanos de
Tabuleiro/MG, e de aproximadamente mais 40 municípios. Lá, os resíduos são
biodegradados em condições de anaerobiose, cujo processo tem como vantagens a
estabilização (a longo prazo) dos resíduos e uma ligeira diminuição no seu volume. O
lixiviado gerado é drenado e recebe tratamento adequado, assim como os gases, cuja
drenagem ocorre através de um sistema vertical.
Já os resíduos dos serviços de saúde têm sua disposição final em um aterro de resíduos
perigosos localizado no município de Ubá (MG), administrado pela empresa Serquip
Tratamento de Resíduos MG LTDA. Contudo, antes de serem dispostos no aterro, os
RSS passam pelo tratamento de incineração, em que os mesmos são convertidos em
cinzas.
Outra forma de disposição final utilizada é o popularmente conhecido “bota-fora” para
os resíduos da construção civil, bem como para resíduos de limpeza urbana, mais
especificamente os de poda e capina, e para resíduos volumosos inservíveis, tais como
móveis, por exemplo. Vale destacar que as áreas de “bota-fora” não são um tipo de
disposição final ambientalmente adequado e é vetada pela Resolução CONAMA nº 307
de 2002 em seu artigo 4 e parágrafo 1º.
Por último, outra forma de disposição final identificada no município foi o lançamento de
efluentes provenientes do saneamento básico no corpo hídrico, tais como a descarga
184
de esgoto. Cabe destacar que essa tipologia não constitui forma de disposição final
ambientalmente adequada.
3.3. Panorama geral da situação dos resíduos sólidos em Tabuleiro/MG
O fluxograma, apresentado na Figura 65, diz respeito ao gerenciamento dos diversos
resíduos sólidos existentes no município de Tabuleiro/MG. A partir de informações
fornecidas pela própria Prefeitura da cidade, foram compilados os diagnósticos de cada
um dos serviços identificados ou não na localidade, de acordo com suas peculiaridades,
e conforme apresentado ao longo do item 3.1.
185
Figura 65 – Fluxograma de gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos adaptado para o Município de Tabuleiro/MG
Fonte: Elaborado pelos autores, 2019.
DESTINAÇÃO
FINAL
RCC Coleta
Caminhão
Caçamba
RESÍDUOS MANEJO TRATAMENTO PRÉVIO
Resíduos
Industriais³
Acondicionamento
na geração Responsabilidade
do gerador
RSS Acondicionamento
especial na geração
Coleta Caminhão
Baú
Aterro Classe I
Bota Fora
Coleta Caminhão
Caçamba
Acondicionamento na geração
‘
RLU²
RSD¹ Acondicionamento
na geração
Coleta Caminhão
Compactador
Aterro Sanitário
Bota fora
186
1 – Exceto nas comunidades de Igrejinha do Acácio e Santa Rita do Botafogo, que ocorre conforme
descrito no item 3.1.1.1. O gerenciamento dos RSC é similar ao RSD.
2 – Informações complementares conforme item 3.1.1.2.
3 – Exceto em alguns laticínios do município, que ocorre conforme descrito no item 3.1.9.
De modo geral, nas visitas realizadas ao município de Tabuleiro/MG, observou-se que
o mesmo apresenta-se bastante limpo, sendo necessárias apenas algumas melhorias
para o melhor gerenciamento de alguns dos resíduos gerados, as quais serão
abordadas no Produto 4 (Prognóstico).
3.4. Caracterização física
Os resíduos podem variar em função de aspectos sociais, econômicos, culturais,
geográficos e climáticos, e tais fatores diferenciam os municípios entre si, conforme a
geração destes. Para garantir a realização de um bom planejamento relacionado com
o manejo de resíduos sólidos de um município é necessário, portanto, o conhecimento
prévio das características físicas (quantitativas e qualitativas) dos resíduos gerados pela
população do mesmo.
Neste sentido a caracterização gravimétrica dos resíduos é um importante instrumento
de gestão integrada, uma vez que permite conhecer quantitativamente as frações
geradas em determinada área, indicando a possibilidade de aproveitamento das frações
recicláveis para comercialização e da matéria orgânica para a produção de composto
orgânico. Além disso, quando realizada por regiões da cidade, ajuda a se efetuar um
cálculo mais justo da tarifa de coleta e destinação final dos resíduos (IBAM, 2001).
No presente Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS),
destaca-se a importância dessa análise quali-quantitativa, principalmente, dos resíduos
sólidos domiciliares (RSD) e dos resíduos sólidos comerciais e de prestadores de
serviços (RSC), com o objetivo de se definir um conjunto de programas, projetos e ações
187
específicas para o correto gerenciamento, tais como metas para a recuperação de
resíduos secos (potencialmente recicláveis) e orgânicos, bem como a viabilização da
destinação ambientalmente adequada dos rejeitos.
Deste modo, considerando que o conhecimento das características físicas dos resíduos
em termos de massa específica aparente e composição gravimétrica é importante para
a construção de um planejamento aplicável, foi realizado no dia 02 de julho de 2019 em
Tabuleiro/MG, um ensaio in loco pela equipe composta por funcionários da Prefeitura e
estagiários da AGEVAP para determinação de tais particularidades.
3.4.1. Definição do plano de amostragem
Com base no diagnóstico realizado no decorrer desse Produto, a área selecionada para
a amostragem dos RSD e realização dos ensaios técnicos de massa específica
aparente e composição gravimétrica destes, abrangeu parte da zona urbana de
Tabuleiro/MG e a comunidade de Botafogo, de forma a se obter resultados que
possuíssem representatividade considerando a realidade socioeconômica e
demográfica do município.
Menciona-se que a região amostrada foi selecionada considerando o atendimento da
coleta regular de RSD realizada pelo prestador de serviço - União Recicláveis Rio Novo
LTDA. Isto é, a amostragem dos RSD seguiu as roteirizações e consequentemente
áreas pré-determinadas de coleta dos veículo coletor, com abrangência em termos
populacionais e de número de domicílios, a fim de obter maior representatividade para
a amostra única que foi realizada.
As atividades do estudo gravimétrico foram realizadas em um pátio/ estacionamento da
Prefeitura municipal com acompanhamento de técnicos da mesma e funcionários da
AGEVAP. A logística envolvida no recolhimento dos resíduos obedeceu aos critérios
definidos previamente, com condições climáticas favoráveis, e principalmente sem
188
alterações na coleta da região amostrada, portanto, sem interferências de geração
acumulada devido aos finais de semana, feriados ou interrupções na coleta.
O estudo foi realizado no dia 02 de julho de 2019 (terça-feira), considerando as
premissas para a amostragem abordadas nos itens seguintes. Dessa forma, pretendeu-
se elucidar uma realidade qualitativa dos resíduos sólidos de Tabuleiro/MG ponderando
a heterogeneidade das características sociais, econômicas e educacionais da
população abrangida pelo projeto, porém, representando um resultado único.
Neste sentido, deve-se sempre considerar a imprevisibilidade e variabilidade do
comportamento dos resíduos sólidos e ponderar a necessidade de futuros estudos
específicos para determinadas tomadas de decisão. Tais estudos específicos devem
ser estruturados como forma de avaliar outras variáveis, como as variações sazonais
anuais (verão e inverno), evolução da efetividade da coleta seletiva ao longo do tempo,
bem como diferentes realidades dos diversos setores de coleta de maneira a embasar
materiais mais específicos como por exemplo projetos executivos de infraestruturas
relacionadas com o manejo de resíduos sólidos, projetos ou programas do serviço de
coleta seletiva, entre outros.
3.4.1.1. Metodologia
A metodologia utilizada para coleta e preparo das amostras, bem como a determinação
da composição gravimétrica e da massa específica delas, foi adaptada das
especificações técnicas estabelecidas no Manual Gerenciamento Integrado de
Resíduos Sólidos elaborado pelo Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM,
2001), bem como, orientações da Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM, 2015)
e trabalhos semelhantes desenvolvidos para outros municípios do país (COSTA et al.,
2012; MEZENES et al., 2019; PMGIRS de Pinheiral , 2017).
189
Deste modo, nos subitens seguintes são apresentados de maneira sucinta os métodos
de ensaio e análise da massa específica aparente e da composição gravimétrica dos
RSD e RSC gerados no município de Tabuleiro/MG.
3.4.1.2. Massa específica aparente
A massa específica aparente – expressa em quilogramas por metros cúbicos (kg/m³) –
é definida como a massa de resíduo solto em função do volume por eles ocupados
livremente, ou seja, sem que estes tenham sofrido processos de compactação. Em
outras palavras, é a massa de resíduo solto lançada em um recipiente de volume
conhecido, dividido pelo volume deste recipiente.
Sua determinação para os RSD e RSC de Tabuleiro/MG é de grande importância, pois
possibilitará um melhor dimensionamento de setores da limpeza pública e do manejo
de resíduos sólidos, como o da frota e mão-de-obra necessária para realizar o
transporte dos resíduos coletados, dos dispositivos de acondicionamento temporário de
resíduos (contêineres, brooks, lixeiras, etc.) e outros equipamentos e de instalações.
Portanto, após a coleta, os resíduos foram transportados para um local plano e livre de
umidade. Para a determinação do ensaio de determinação da massa específica
aparente, foram selecionados com o auxílio de uma bombona de volume conhecido (50
L), um total de 154,13 kg de resíduos, através de amostras de diversos locais da pilha
de resíduos, buscando uma melhor diferenciação dos resíduos que estavam sendo
encaminhados para disposição final no aterro sanitário de Leopoldina, sob
administração da União Recicláveis Rio Novo LTDA. A Figura 66 apresenta algumas
etapas da realização deste ensaio.
190
Figura 66 – Realização do ensaio de determinação da massa específica aparente dos resíduos domiciliares e de prestadores de serviços de Tabuleiro/MG
(a)
(b)
191
(c)
(d)
Fonte: Arquivos dos autores, 2019.
a – Montante de resíduos descarregados pelo caminhão de coleta.
b – Pesagem das amostras coletas para posterior disposição na lona e realização do ensaio gravimétrico.
c – Coleta de amostras no montante a.
d – Bombona plástica com volume de 50L utilizada nos ensaios e balança com precisão de 0,001
3.4.1.3. Composição gravimétrica
A composição gravimétrica traduz o percentual de cada componente em relação ao
peso total da amostra de resíduo analisada. Visando caracterizar os RSU e RSC
gerados no município de Tabuleiro/MG, estabeleceu-se a divisão dos resíduos nas
categorias apresentadas no fluxograma (Figura 67).
192
Figura 67 – Classificação e categoria dos RSD e RSC considerados no ensaio de composição gravimétrica do município de Tabuleiro/MG
Fonte: Adaptado PMGIRS de Pinheiral (2017).
193
Esse tipo de composição pode ser usado no dimensionamento de uma usina de
compostagem e de outras unidades de um sistema de limpeza urbana, por exemplo.
O estudo de composição gravimétrica iniciou-se com a massa total resultante das
amostragens realizadas para obtenção da massa específica aparente. Assim, de posse
de massa inicial, seguiu-se o rompimento de todos os sacos e sacolas, cujo material
totalmente disperso, foi homogeneizado com o intuito de propiciar maior segurança,
confiabilidade e representatividade nas etapas subsequentes do ensaio.
A partir disto, realizou-se a técnica de quarteamento para a obtenção de uma amostra
com volume de, aproximadamente, 0,15 m³ aferido com o auxílio de quatro bombonas
de, aproximadamente, 50 L, evitando-se compactações dos resíduos.
Após a realização do quarteamento, a massa de resíduos (amostra final) foi trabalhada
para a determinação da composição gravimétrica. Completando o processo, realizou-
se a separação manual e a pesagem dos resíduos em suas categorias previamente
definidas: papel branco, papel colorido, papelão, embalagens TetraPak, metal ferroso,
alumínio, plástico rígido, plástico filme, PET, sacolas plásticas, outros plásticos, vidros,
madeiras, resíduos orgânicos, sanitários, eletroeletrônicos e outros materiais (roupas,
sacos de rafia). A Figura 68 apresenta algumas das etapas do ensaio gravimétrico.
194
Figura 68 – Realização do ensaio de gravimetria dos resíduos domiciliares e de
prestadores de serviços de Tabuleiro/MG
(a)
(b)
(c)
(d)
(e)
(f)
195
Fonte: Autores, 2019.
a – Lona preparada para o estudo da gravimetria.
b – Amostras de resíduos não compactados dispostos sobre a lona.
c – Rompimento dos sacos e homogeneização, após determinação do ensaio da massa específica, para
a triagem e pesagem das diferentes tipologias de resíduos gerados.
d – Execução do primeiro quarteamento.
e – Execução do segundo quarteamento.
f – Segregação dos resíduos para aferição do peso.
3.4.1.4. Geração per capita
A geração per capita relaciona a quantidade de lixo gerada diariamente e o número de
habitantes de uma determinada região. Essa geração pode ser definida pela seguinte
fórmula:
𝐺𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑝𝑒𝑟 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎 =
𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠í𝑑𝑢𝑜𝑠 𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑔𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑑𝑖𝑎𝑟𝑖𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 ℎ𝑎𝑏𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠
Muitos autores correlacionam a geração per capita com a população, como sendo
diretamente proporcionais, ou seja, quanto maior for a população, maior será a geração
por habitante de resíduos sólidos (PMGIRS de Pinheiral, 2017). Cabe ressaltar que
neste cálculo foi considerada a estimativa populacional do município, considerando o
último dado da população urbana, apresentada pelo IBGE no ano de 2010 (2701
habitantes) pois esta localidade é a abrangida efetivamente pelo serviço de coleta e
disposição final de RSD e RSC. Optou-se por utilizar estes dados, em detrimento dos
coletados diretamente na gravimetria, uma vez que não foi possível obter o controle do
196
número de casas e consequentemente o número de habitantes que tiveram os seus
resíduos coletados no ensaio.
3.4.2. Resultados
Inicialmente destaca-se que a geração de resíduos sólidos varia, quantitativamente e
qualitativamente, em função das características do município e com suas mudanças
climáticas e sazonais. Além disso, varia também com as alterações que ocorrem na
esfera social que a produz, isto é, os resíduos diferem de composição em razão de
hábitos e qualidade de vida dos munícipes. Outro importante fator que influi na geração
e, logo, na composição dos resíduos sólidos, é o dia da semana, no qual de maneira
geral, sabe-se que ocorre maior geração nos feriados e nos finais de semana, bem
como o alto grau de materiais de limpezas de pátios residenciais com grandes
quantidades de areia, grama e folhagens secas.
O ensaio da caracterização física dos resíduos sólidos em Tabuleiro/MG foi realizado
com resíduos provenientes de somente um dia de geração (02/07/2019), logo, não
foram consideradas as variações semanais e sazonais anuais qualitativas e
quantitativas na geração de resíduos.
Dessa forma, é necessário o discernimento dos leitores e dos gestores municipais
quanto aos resultados obtidos da caracterização física dos RSD e RSC no município,
considerando a imprevisibilidade do comportamento dos resíduos sólidos e ponderando
a necessidade de futuros estudos, considerando outras variáveis, como as variações
semanais e sazonais anuais (verão e inverno), bem como maior número de
amostragens e período de estudo.
197
3.4.2.1. Massa específica aparente
O valor obtido para a massa específica aparente dos resíduos sólidos de Tabuleiro/MG
foi de aproximadamente 280,2 kg/m³, considerando a média dos resultados obtidos para
cada uma das amostras coletadas, conforme apresentado no gráfico da Figura 69.
Figura 69 – Massa específica das amostras de RSD e RSC geradas no município de Tabuleiro/MG
Fonte: Autores, 2019.
3.4.2.2. Composição gravimétrica
O resultado da composição gravimétrica dos resíduos sólidos gerados no município de
Tabuleiro/MG que são encaminhados para o aterro sanitário da União Recicláveis Rio
Novo LTDA, é apresentado na Tabela 26, e ilustrado no gráfico representado na Figura
70, a fim de apresentar as frações correspondentes às parcelas de úmidos, secos e
rejeitos.
198
Tabela 26 – Resultado do estudo gravimétrico da coleta convencional de RSD em Tabuleiro/MG
FRAÇÃO CATEGORIA MASSA
(KG)
CATEGORIA
(%)
FRAÇÃO
(%)
FINAL
(%)
Papel/Papelão
Papel branco 0,000 0,00%
13,83%
45,79%
(Recicláveis)
Papel colorido 0,500 1,95%
Papelão 2,800 10,91%
Tetra Park 0,250 0,97%
Plástico
Plástico Rígido 1,500 5,85%
18,71%
Plástico PET 0,500 1,95%
Plástico filme 0,000 0,00%
Outros (sacos,
sacolas,
embalagens
em geral)
2,550 9,94%
Isopor 0,250 0,97%
Vidro
Vidro incolor 2,150 8,38%
8,38%
Vidro colorido 0,000 0,00%
Metal
Metal ferroso 0,250 0,97%
4,87%
Alumínio 1,000 3,90%
199
Orgânico Matéria
orgânica 6,900 26,89% 26,89% 26,89%
Rejeitos
Sanitários 5,400 21,04%
27,28% 27,28%
Outros (tecido) 1,600 6,24%
Resíduos
perigosos
Perigosos
(RSS; lâmpada;
eletroeletrônico
0,010 0,04% 0,04% 0,04%
Fonte: Autores, 2019.
Figura 70 – Composição gravimétrica dos resíduos gerados em Tabuleiro/MG, destinados ao aterro sanitário (a) e (b)
(a)
200
(b)
Fonte: Autores, 2019.
Deste modo, verificou-se que a maior parte dos RSD e RSC gerados no município,
correspondem aos resíduos recicláveis, compostos por papel/papelão; plástico; vidro e
metal, com 45,79%, seguidos pelos resíduos classificados como rejeitos, que englobam
os materiais não reaproveitáveis ou recicláveis, tais como os materiais sanitários das
residências, representando cerca de 27,28% do total amostrado. Esta fração de rejeitos
quase se equiparou à fração de resíduos orgânicos, que apresentou um total de 26,89%
dos resíduos gerados. Por fim, tem-se os resíduos perigosos com 0,04% do total dos
resíduos gerados, referente a RSS, lâmpadas e REE.
A partir deste estudo de composição, conclui-se que 45,79% dos RSD e RSC
destinados para disposição final no aterro sanitário ainda são constituídos de resíduos
secos, materiais que poderiam ser destinados a triagem e comercialização, com
consequente reciclagem de parte destes, a partir da implementação da coleta seletiva
201
no município, bem como por meio de ações de educação ambiental com a
sensibilização da população.
Dentre a fração de materiais secos foi verificado que cerca de 18,71% correspondem
aos plásticos, 13,83% são de papel e papelão, 8,38% são vidro e 4,87% consistem nos
metais. Frisa-se que o município possui uma geração de resíduos passíveis de
compostagem de aproximadamente 27% que podem ser processados e utilizados como
adubo, reduzindo ainda mais o volume encaminhado para área de disposição final. Esta
porcentagem é bastante representativa, em termos da dinâmica do município, uma vez
que parte da população, já faz o reaproveitamento da parcela orgânica para adubo e
alimentação de animais, principalmente na área rural.
3.4.2.3. Geração per capita
A estimativa obtida para a geração per capita média em Tabuleiro/MG é de 0,987
kg/hab.dia, sendo considerado o registro fornecido pela empresa contratada pela coleta
convencional dos RSD, referentes ao ano de 2018.
Pode-se observar que o valor estimado de geração de resíduos sólidos no município
está acima do valor máximo de referência de 0,500 kg/hab.dia para município, com
população até 30 mil habitantes, classificados como cidade pequena, faixa em que se
enquadra o município, segundo estudo do IBAM, 2001. Tal valor denota uma geração
significativa de resíduos pela população, mas deve-se considerar o fato de que
juntamente aos RSD são coletados os RSC. Além disso, vale frisar, que para garantia
de melhor representatividade deste valor, seriam necessários dados sobre o número de
habitantes e de quantidade de resíduos geradas de, no mínimo, dos três últimos anos -
2016, 2017 e 2018, entretanto não foi possível obter tal informação com a referida
empresa.
202
3.5. Sistema de cálculo dos custos da prestação dos serviços públicos de
limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos
Este capítulo objetiva criar um cenário quanto ao sistema financeiro do município de
Tabuleiro/MG, de forma a analisar as receitas geradas e as despesas com serviços
concernentes ao gerenciamento dos resíduos sólidos. Através do exposto, é possível
conhecer como a cidade tem priorizado o planejamento e a gestão das receitas ligadas
aos resíduos.
3.5.1. Arrecadação
De acordo com o artigo 29 da Lei Federal nº 11.445 de 2007, faz parte dos serviços
públicos de saneamento básico os ofícios de limpeza urbana e manejo de resíduos
sólidos urbanos, nos quais terão a sustentabilidade econômico-financeira assegurada,
sempre que possível, proveniente da remuneração obtida da cobrança de seus
serviços, tais como taxas, tarifas e/ou outros preços públicos, estando em conformidade
com o regime de prestação de tal serviço ou de suas respectivas atividades
administradas por órgão competente.
Atualmente no município de Tabuleiro/MG existe uma taxa junto ao Imposto Predial e
Territorial Urbano (IPTU) destinada a limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos
domiciliares. Este valor referente à imóvel residencial é de R$ 8,34 e para os demais
imóveis, R$ 16,68.
Além desses valores, de acordo com a prefeitura, a fonte de arrecadação para estes
serviços é através de recurso próprio, impostos e outras taxas. Entretanto, não foi
especificada a porcentagem destes recursos destinada aos serviços supracitados.
O município possui 1.841 imóveis cadastrados no setor de Tributos, o que resultaria na
arrecadação de, aproximadamente, R$ 15.353,94. No entanto, a realidade do município
203
é diferente. A inadimplência, segundo informações dos gestores municipais, atinge mais
de 50%, resultando em uma arrecadação de R$ 7.459,08.
Este valor se mostra muito aquém do necessário para o município manter a
sustentabilidade econômico-financeira assegurada pela Lei nº 11.445/2007, devendo,
portanto, adequar a taxa, dentre outras medidas, as quais serão objeto de estudo da
próxima etapa deste Plano (Produto 4 - Prognóstico).
Com relação a incentivos relacionados à gestão de resíduos sólidos, ressalta-se o
repasse anual do ICMS Ecológico, também chamado ICMS Verde, que tem por objetivo
ressarcir e recompensar os municípios pela conservação da natureza e mananciais de
abastecimento e pelos investimentos ambientais. Seu percentual compreende três
componentes, sendo eles: existência de unidades de conservação (45%), qualidade das
águas (30%) e gestão de resíduos sólidos (25%). Estes componentes culminam no
Índice Final de Conservação Ambiental (IFCA), que indica o percentual do ICMS Verde
cabível ao município e que, de certa forma, revertem-se em receitas, que podem
viabilizar ações atinentes à gestão e manejo de resíduos sólidos (PMGIRS de Pinheiral,
2017).
Em 2018, o município de Tabuleiro/MG recebeu o valor de R$ 56.051,22 referente ao
ICMS Ecológico. Vale frisar que este a previsão desse valor para os próximos anos seja
maior em virtude da correta destinação os resíduos sólidos.
3.5.2. Despesas
3.5.2.1. Mão de obra
De acordo com dados fornecidos pela Prefeitura de Tabuleiro/MG, fica sob
responsabilidade da empresa União Recicláveis Rio Novo LTDA a contratação de
pessoal para prestar serviços de coleta e transporte dos resíduos sólidos domiciliares,
204
tais como coletores, motoristas e supervisores. Quanto à Prefeitura, cabe à mesma
dispor de pessoal para executar os serviços de limpeza pública, distribuídos entre as
atividades e serviços de varrição, capina, poda e limpeza das bocas de lobo.
Relacionado a isso, ao todo são aproximadamente 11 funcionários que compõe um
único grupo prestador de serviço no setor de limpeza pública, aonde totalizou no ano
de 2018, gasto igual à R$ 191.399,20.
O grupo mencionado acima é formado, especificamente, pelos seguintes integrantes:
1 motorista;
1 operador de retroescavadeira;
4 servidores de varrição;
3 servidores de podas e;
2 secretários executivos.
O serviço é realizado em toda a área urbana, e também abrange as comunidades de
Igrejinha do Acácio e Santa Rita do Botafogo. Contudo, os demais bairros rurais não
contam com tal serviço.
3.5.2.2. Veículos automotores
Durante o ano de 2018, foi utilizado o caminhão do tipo caçamba para a coleta dos
resíduos sólidos urbanos, conforme mencionado no item 3.1.1.2, além deste a prefeitura
também contou com o caminhão reserva do mesmo tipo. Foi gasto com a manutenção
destes o total de R$36.940,93 e com combustível, o valor de R$ 20.396,11.
205
3.5.2.3. Terceirização
De acordo com dados fornecidos pela Prefeitura de Tabuleiro/MG, a mesma firmou
contrato com a empresa União Recicláveis Rio Novo LTDA, de forma a terceirizar a
coleta, o transbordo, o transporte, e a disposição final apenas dos resíduos sólidos
domiciliares do município. Em Tabuleiro/MG, os serviços de coleta, transporte,
tratamento e disposição final dos resíduos de serviços de saúde também são
terceirizados pela Prefeitura, mas como não fazem parte dos RSU, não constituirão os
cálculos.
Com relação aos resíduos sólidos urbanos, o município de Tabuleiro/MG firmou contrato
em janeiro de 2017 com a empresa União Recicláveis Rio Novo LTDA, sendo este válido
até dezembro de 2020, no valor de R$25.892,00 mensais, para o recolhimento,
transbordo, transporte, e disposição final dos resíduos sólidos domiciliares do município.
No ano de 2018, o valor total com este contrato foi de R$284.812,00.
3.5.2.4. Outros gastos
O município não possui despesas relativas com aluguel de áreas para a disposição final
dos resíduos da construção civil e de resíduos de limpeza urbana.
Portanto, além dos gastos citados anteriormente, não foram apresentados outros
específicos para os resíduos sólidos, em Tabuleiro/MG.
3.5.2.5. Valor total
De acordo com os dados levantados a partir da Prefeitura de Tabuleiro/MG, o valor total
gasto pelo município relativo aos serviços de manejo de resíduos sólidos e limpeza
urbana foi de R$ 587.294,13; conforme apresentado na Tabela 27.
206
Tabela 27 – Gasto médio do município de Tabuleiro/MG com RSU.
DESPESAS VALOR
1. Mão-de-obra R$191.399,20
2. Veículos Automotores
R$53.250,00
2.1 Manutenção R$36.940,93
2.2 Combustível R$20.892,00
3. Terceirização R$284.812,00
4. Outros gastos -
TOTAL R$ 587.294,13
Fonte: Elaborado pelos autores à partir dos dados fornecidos pela Prefeitura de Tabuleiro/MG.
3.5.3. Balanço
O balanço financeiro do município é dado à partir da diferença entre o que foi
arrecadado, ou seja, a receita, e o que foi gasto, despesa. A Tabela 28 traz as fontes
de arrecadação, bem como as despesas do município.
Tabela 28 – Balanço financeiro do município de Tabuleiro/MG referente aos RSU.
ARRECADAÇÃO R$ 63.510,3
1. Taxa de Limpeza Pública
R$1.135,00
2. Taxa de Coleta, Transporte e Tratamento
R$6.324,08
2. ICMS Ecológico R$56.051,22
DESPESAS R$ 587.294,13
207
1. Mão-de-obra R$ 191.399,20
2. Veículos Automotores R$ 53.250,00
2.1 Manutenção R$36.940,93
2.2 Combustível R$20.892,00
3. Terceirização R$284.812,00
4. Outros gastos -
BALANÇO R$ -523.783,83
Fonte: Elaborado pelos autores à partir dos dados fornecidos pela Prefeitura de Tabuleiro/MG.
Como pode ser observado, o balanço é negativo, com o valor de - R$ 523.783,83 para
o ano de 2018. Conclui-se que o município de Tabuleiro/MG não arrecada
suficientemente para cobrir os gastos com o manejo dos resíduos sólidos e com a
limpeza urbana. A arrecadação corresponde a apenas 10,8% das despesas do
município com relação aos serviços de manejo de resíduos sólidos e limpeza urbana.
4. Prognóstico
Para que seja possível elaborar a etapa do prognóstico, é necessário conhecimento
prévio das demandas futuras pelos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos
sólidos. Esse conhecimento é fundamental para que se possa estabelecer com maior
solidez as ações de recuperação, redução e reciclagem, geração de empregos e renda,
minimização dos impactos gerados, dentre outras medidas necessárias.
Dessa forma, nos próximos subtópicos serão retratados dois cenários distintos e
hipotéticos: um tendencial e outro desejável. Em seguida, serão apresentados os
estudos de projeção populacional e de geração das diversas tipologias dos resíduos
sólidos urbanos, estabelecendo as demandas futuras a serem atendidas pelo município
ao longo do horizonte temporal de 20 anos.
208
Para elaboração deste prognóstico, foram utilizados os dados coletados na etapa de
diagnóstico, objeto estudo do Produto 3, como: geração per capita e composição
gravimétrica, dados populacionais censitários e de contagem disponibilizados pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e alguns valores de referência
consolidados em literatura, como os obtidos através da Associação Brasileira de
Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe), e em produções científicas, que auxiliaram na
estimativa dos quantitativos de resíduos, devido a inexistência de alguns dados
fornecidos pelo município.
Os dados foram, então, compilados a fim de prognosticá-los para o horizonte temporal
adotado de 20 anos, que compreende o período de 2018 a 2037, baseados na
proposição dos cenários hipotéticos (tendencial e desejável) para a gestão de resíduos
sólidos.
4.1. Descrição dos Cenários
A construção de cenários objetiva transformar as incertezas do ambiente em condições
racionais para a tomada de decisões, servindo de referencial para a elaboração do
PMGIRS. Para tanto, inicialmente foram definidos os fatores críticos do sistema público
de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos para, posteriormente, serem
estabelecidos os dois cenários hipotéticos cenário (tendencial e o cenário desejável),
ou seja, caminhos possíveis em direção ao futuro.
4.1.1. Fatores Críticos
Para a construção dos cenários que compõe este Prognóstico foram definidos alguns
fatores críticos. Os fatores críticos podem ser entendidos como qualquer variável ou
conjunto de variáveis que afeta, positiva ou negativamente, o desempenho de um
209
sistema. Assim, para que se possa fazer a construção dos cenários é necessário que
sejam definidos os fatores críticos (MAARA, 1995).
Os fatores críticos adotados para a construção dos cenários dos serviços de limpeza
urbana e resíduos sólidos foram:
Geração per capita;
Ações de reaproveitamento, beneficiamento, reciclagem e compostagem;
Educação ambiental e sensibilização;
Crescimento populacional/População atendida;
Disposição final de Resíduos Sólidos;
Legislação aplicável;
Fiscalização e regulação;
Formas de prestação dos serviços; e
Estrutura Institucional.
4.1.2.1. Cenário Tendencial
Deste modo, o cenário tendencial se baseia na suposição de que a situação atual não
sofrerá grandes interferências no âmbito das demandas pelos serviços, que a evolução
do comportamento da sociedade em termos educacionais e culturais continue o mesmo,
e que continuará a seguir a tendência histórica levantada no Diagnóstico Municipal
Participativo – Produto 3.
A Tabela 29 sintetiza a previsão de um cenário tendencial para cada fator crítico
considerado.
210
Tabela 29 - Cenário tendencial para os fatores críticos do município de Tabuleiro/MG
CENÁRIO TENDENCIAL
Geração per capita: Crescente
Ações de reaproveitamento, beneficiamento, reciclagem e compostagem: Baixa e/ou pouco eficientes.
Educação ambiental e sensibilização: Insuficiente
População atendida: 100% da população urbana, incluindo parcela da população rural
Disposição final: Resíduos Sólidos Urbanos (Aterro sanitário); resíduos da Construção Civil (Áreas de “bota-fora”).
Legislação: Inexistência ou inconsistência de políticas municipais de resíduos sólidos acarretando em
lacunas legais
Fiscalização e regulação: Mecanismos ineficientes e descontínuos de fiscalização e inexistência de entidade
reguladora
Forma de Prestação de serviços: Serviços executados por administração direta, contratos de prestação de serviço, e/ou convênio
com cooperativas/associações de catadores.
Fonte: Autores, 2019.
A geração dos resíduos sólidos domiciliares e dos resíduos de estabelecimentos
comerciais e de prestadores de serviço, ou seja, aqueles que são enviados ao aterro
sanitário, o volume é de 0,987 kg/hab.dia. Considerando este cenário, pode-se inferir
que esta geração de resíduos apresentaria um aumento gradativo durante o horizonte
temporal do plano. Isto devido às ações pouco eficientes de educação ambiental e
conscientização da população, voltadas à questão de resíduos sólidos.
No cenário tendencial o município continuaria dispondo das leis municipais que trazem
orientações pontuais e esparsas acerca do gerenciamento dos resíduos sólidos, porém
faltariam legislações específicas e complementares que condensariam a normatização
pertinente. Assim, se conservaria o panorama atual de existência de lacunas legais,
211
divergências entre políticas públicas e não consideração deste PMGIRS nos
instrumentos legais existentes, o que acarretaria na ineficiência de melhorias
operacionais, ambientais, econômicas e sociais para o sistema público de limpeza
urbana e de manejo de resíduos sólidos. Neste cenário, haveria o descumprimento de
prazos, metas e ações previstas pela PNRS, bem como determinados neste PMGIRS
Em relação às formas de prestação de serviços no cenário tendencial, os serviços
relacionados à coleta e disposição final continuariam sendo planejados, executados
(total/parcial), fiscalizados e acompanhados por administração direta – Secretaria de
Meio Ambiente; Secretaria Municipal de Obras, Atividades Urbanas, Transporte; e a
Secretaria Municipal de Saúde, sem aporte financeiro da iniciativa privada.
No cenário tendencial os serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos
sólidos continuariam sendo prestados, em toda a área urbana do município, através da
coleta convencional de resíduos sólidos, varrição nas principais ruas e avenidas, roçada
dos canteiros centrais, praças, e passeios públicos. A implantação do sistema de coleta
seletiva demoraria a ser efetivada e os níveis de adesão e correta segregação pelos
munícipes seriam reduzidos em relação ao cenário planejado. Com relação às ações
de reaproveitamento, beneficiamento, reciclagem e compostagem, neste cenário tais
ações seguiriam sem sua adoção pela municipalidade.
4.1.2.2. Cenário Desejável
Este cenário é baseado na premissa de que a situação atual do município sofrerá
grandes mudanças positivas no sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos
sólidos, visando à universalização e otimização dos mesmos, ou seja, este cenário seria
bem próximo ao ideal (DMTR, 2014).
A Tabela 30 apresenta a síntese do cenário desejável para os fatores críticos
identificados no município de Tabuleiro/MG.
212
Tabela 30 - Cenário desejável para os fatores críticos do município de Tabuleiro/MG
CENÁRIO DESEJÁVEL
Geração per capita: Constante com reduções futuras.
Ações de reaproveitamento, beneficiamento, reciclagem e compostagem: Alta: implantação da UTC e coleta seletiva.
Educação ambiental e conscientização: Ações eficientes.
População atendida: 100% da população urbana e rural.
Disposição final: Resíduos Sólidos Urbanos (Aterro sanitário); resíduos da Construção Civil (Áreas de “bota-fora”).
Existência de Política Municipal de Resíduos Sólidos e regulamentações aplicáveis, bem como de instrumento específico para planejamento
(PMGIRS de Tabuleiro/MG) legalmente instituído.
Fiscalização e regulação: Mecanismos eficientes e fiscalização contínua.
Forma de Prestação de serviços: Serviços executados por administração direta, contratos de prestação de serviço, convênio com
cooperativas/associações de catadores e/ou gestão associada via Parceria Público-Privada (se viável).
Fonte: Adaptado de ASTOLFO DUTRA, 2017.
Nesta situação, haveria um alinhamento e consonância dos serviços com a Política
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e com a Política Nacional de Saneamento Básico
(PMSB) considerando os princípios, prazos e objetivos estabelecidos. Dessa maneira,
os serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos continuariam sendo
prestados em toda a área urbana do município, além de se estender integralmente à
área rural, o qual atualmente não existe.
Com relação à geração dos resíduos sólidos domiciliares e dos resíduos de
estabelecimentos comerciais e de prestadores de serviço, ou seja, aqueles que são
enviados ao aterro sanitário, o volume é de 0,987 kg/hab.dia. Neste cenário, espera-se
que haja uma diminuição gradativa durante o horizonte temporal deste plano.
213
A fim de conseguir alcançar a redução citada, serão necessárias ações de educação e
conscientização ambiental efetivas e continuadas, capazes de promover a mudança nos
hábitos dos moradores, promovendo o conceito dos 3 R’s (redução, reutilização e
reciclagem).
Além das ações de educação ambiental, a implantação de ações de reaproveitamento,
beneficiamento, reciclagem e compostagem dos resíduos, torna-se extremamente
importante, tais como a coleta seletiva e a reativação da Unidade de Triagem e
Compostagem (UTC) já existente no município de Tabuleiro.
Com relação à disposição final, apenas os rejeitos seriam enviados ao aterro sanitário
contratado pelo município, visto que a UTC e a coleta seletiva estariam em
funcionamento, permitindo o reaproveitamento dos resíduos recicláveis e orgânicos.
Referente aos resíduos da construção civil (RCC), esses seriam enviados a um aterro
específico para recebimento de inertes, podendo ser construído pelo município ou por
iniciativa privado.
No âmbito legislativo, seriam instituídas legislações específicas regulamentando de
forma direta ou indireta a gestão e o gerenciamento de resíduos sólidos, bem como a
instituição do Código de Resíduos, regulando de forma clara e objetiva todos os
aspectos relacionados ao sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.
Os serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos de sólidos prestados, tanto pela
administração direta/indireta quanto por delegação/concessão, seriam realizados por
uma Agência Municipal instituída e estruturada exclusivamente para este fim. Além
disso, seriam adotados mecanismos de fiscalização eficientes, como mecanismos de
monitoramento e avaliação, de ouvidoria para atendimento aos cidadãos, de
indicadores operacionais, ambientais e culturais.
214
Ademais, haveria recursos humanos suficientes para que a administração pública possa
exercer o poder de fiscalização aos atores envolvidos no sistema de limpeza urbana e
manejo de resíduos sólidos.
4.2. Projeção populacional
O conhecimento das dinâmicas populacionais atuais, pretéritas e principalmente
futuras, é fundamental para um planejamento efetivo, tendo em vista que o
comportamento de evolução refletirá diretamente na geração de resíduos sólidos e
consequentemente nas demandas dos serviços e gerenciamento da limpeza urbana e
manejo de resíduos sólidos.
Considerando que o horizonte temporal deste PMGIRS é de 20 anos, torna-se
necessário realizar uma projeção populacional no horizonte do estudo entre 2019 a
2039. Entretanto, ao longo do capítulo serão expostos dados estimados a partir do ano
de 2018, o qual entende-se como marco institucional do plano.
A projeção para o município de Tabuleiro/MG foi elaborada a partir dos métodos mais
utilizados nestes estudos – processo aritmético e processo geométrico (LEAL, apud
TSUTYIA, 2004). Para tanto, realizou-se o levantamento de dados do IBGE, referentes
aos censos demográficos de 1991, 2000 e 2010 do município; os quais foram utilizados
como dados de entrada para o cálculo. Além destes, a estimativa populacional recente
do ano de 2018 disponibilizada pelo IBGE, também foi empregada a fim de se
estabelecer um comparativo para a definição do método mais adequado a se adotar,
por meio das análises comparativas dos gráficos gerados e do método de regressão
linear. Neste sentido, foram realizadas duas projeções populacionais com
procedimentos de cálculos distintos, conforme apresentado na Tabela 31, a seguir.
215
Tabela 31 - Síntese do método de cálculo da projeção populacional de Tabuleiro/MG
MÉTODO
FÓRMULA
GERAL
FÓRMULA DOS
COEFICIENTES
Projeção aritmética
𝑃𝑡 = 𝑃0 . 𝑞(𝑡−𝑡0)
𝑃𝑡 = 𝑃1 . 𝑞(𝑡−𝑡1)
𝑞 = √𝑃1
𝑃0
(𝑡1−𝑡0)
Projeção geométrica
𝑃𝑡 = 𝑃0 + 𝑟 (𝑡 − 𝑡0)
𝑃𝑡 = 𝑃1 + 𝑟 (𝑡 − 𝑡1)
𝑟 =𝑃1 − 𝑃0
𝑡1 − 𝑡0
Fonte: Autores a partir de Leal (2018)
Nota: Pt = população que se deseja estimar na data t (população de fim de plano); t = definida pela
amplitude de projeto; e P0 e P1 = dados censitários das datas t0 e t1 (adotada contagem de 2000 e 2010).
Diante da aplicação das metodologias de cálculo da projeção populacional
apresentadas, foram simuladas as tendências de crescimento populacional, o que
derivou em dois resultados iniciais, conforme apresentado na Tabela 32 e representado
na
Figura 71.
216
Tabela 32 - Projeção populacional total calculada para o município de Tabuleiro/MG pelos métodos aritmético e geométrico
ANO ARITMÉTICA GEOMÉTRICA
2018 3685 3723
2019 3635 3681
2020 3586 3639
2021 3537 3598
2022 3487 3557
2023 3438 3517
2024 3389 3477
2025 3340 3437
2026 3290 3398
2027 3241 3360
2028 3192 3322
2029 3142 3284
2030 3093 3247
2031 3044 3210
2032 2994 3173
2033 2945 3137
2034 2896 3102
2035 2847 3067
2036 2797 3032
2037 2748 2998
2038 2699 2964
2039 2649 2930
Fonte: Autores, 2019
Figura 71 - Projeção populacional total calculada para o município de Tabuleiro/MG pelos métodos aritmético e geométrico
217
Fonte: Autores, 2019
Com auxílio dos dados, apresentados na Tabela 33, relativos aos censos demográficos
realizados pelo IBGE, é notório o aumento do “êxodo rural” da população residente no
município de Tabuleiro/MG, visto que há acréscimo constante de indivíduos na malha
urbana. Porém, observa-se que em geral, a população da cidade tem taxas negativas
de crescimento, visto que em quantidade está decrescendo. Com o intuito de facilitar a
visualização destes dados foi gerado o gráfico apresentado na Figura 72.
Tabela 33 - Situação domiciliar do município de Tabuleiro/MG
SITUAÇÃO
DOMICILIAR
Ano
1970
Ano
1980
Ano
1991
Ano
2000
Ano
2010
Total 5.356 4.791 4.361 4.572 4.079
Urbana 1.690 1.852 2.126 2.595 2.701
Rural 3.666 2.939 2.235 1.977 1.378
Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos Censos demográficos do IBGE, 2019.
218
Figura 72 - Situação domiciliar do município de Tabuleiro/MG
Fonte: Autores, 2019
Diante do exposto, dentre as metodologias abordadas optou-se por adotar, a título de
planejamento, apenas a metodologia de projeção geométrica, pois esta condiz com as
tendências atuais de crescimento tanto da população urbana, quanto da população
rural, bem como está coerente com os dados do IBGE.
Observa-se ainda que a projeção conjunta da população urbana e rural referente ao ano
de 2018 (população total estimada de 3.723 habitantes) corrobora para validação da
opção pela projeção geométrica, uma vez comparada com a estimativa do IBGE para o
mesmo ano (população total de 3.792 habitantes).
Dessa forma, aplicou-se tal projeção tanto para a área urbana, quanto para a área rural,
de acordo com o apresentado na Tabela 34 e
Figura 73, somando estas para a obtenção da população total. Portanto, buscou-se
considerar este comportamento médio que possivelmente não venha a onerar nem
subestimar as ações de planejamento para o PMGIRS.
219
Tabela 34 - Projeção populacional do município de Tabuleiro/MG
Ano Urbana Rural Total
2019 2800 996 3796
2020 2811 960 3772
2021 2823 926 3749
2022 2834 894 3728
2023 2845 862 3707
2024 2857 831 3688
2025 2868 802 3670
2026 2880 773 3653
2027 2891 746 3637
2028 2903 720 3622
2029 2914 694 3609
2030 2926 669 3596
2031 2938 646 3584
2032 2950 623 3573
2033 2962 601 3562
2034 2973 579 3553
2035 2985 559 3544
2036 2997 539 3536
2037 3009 520 3529
2038 3021 502 3523
2039 3034 484 3517
Fonte: Autores, 2019
Figura 73 - Projeção populacional do município de Tabuleiro/MG
220
Fonte: Autores, 2019
Dessa maneira, considerando que o presente PMGIRS deverá estabelecer diretrizes
para o uso racional e integrado dos recursos naturais visando a sustentabilidade e
segurança mediante o equacionamento adequado entre a oferta e a demanda pelos
serviços de gerenciamento dos resíduos sólidos ao longo de 20 anos, se trabalhou com
população total de início de planejamento estimada em 3.796 habitantes (2019) e fim
de planejamento 3.517 habitantes (2038).
No contexto apresentado, a dinâmica da população urbana e rural estimada para o
horizonte de planejamento (2019 a 2039) em síntese apresenta o comportamento
mostrado no gráfico da
Figura 74, o qual evidencia uma evolução crescente da população urbana (8,34%) e
decréscimo da população rural (51,42%).
221
Figura 74 - Projeção da população urbana e rural adotada para fins de planejamento para o PMGIRS de Tabuleiro/MG
Fonte: Autores, 2019
4.3. Estudo de demandas futuras do sistema de limpeza urbana e manejo de
resíduos sólidos
O conhecimento prévio das demandas futuras pelos serviços de limpeza urbana no
município de Tabuleiro/MG caracteriza-se como fator de extrema importância, para que
seja possível elaborar um instrumento de gestão eficiente.
Dessa forma, o presente tópico objetiva apresentar a estimativa futura da geração e as
quantidades de resíduos reciclados, beneficiados e reaproveitados, ou destinados
adequadamente no horizonte temporal definido neste plano, considerando os cenários
(tendencial e desejável) adotados.
Portanto, este estudo subsidiará a proposição dos programas, projetos e ações, através
de uma análise futura do comportamento dos resíduos sólidos, referente à geração,
reciclagem, reaproveitamento e destinação/disposição adequada.
222
4.3.1. Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) e Resíduos Sólidos de Estabelecimentos
Comerciais e de Prestadores de Serviços (RSC)
Para estimativa da geração futura dos Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) e Resíduos
Sólidos de Estabelecimentos Comerciais e de Prestadores de Serviços (RSC) com
características do primeiro, foram levantados dados do diagnóstico do sistema de
limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos do município de Tabuleiro/MG (Produto
3 – Diagnóstico Municipal Participativo), considerando especificamente os seguintes
itens:
Geração total de RSD e RSC; e
Composição gravimétrica dos RSD e RSC.
De acordo com os dados fornecidos pela União Recicláveis Rio Novo LTDA, no ano de
2018 (utilizado como referência), o total de resíduos destinados ao aterro sanitário da
empresa foi de, aproximadamente, 960 toneladas. Considerando a estimativa da
população urbana para este ano (2789 habitantes) pois esta localidade é a abrangida
efetivamente pelo serviço de coleta e disposição final de RSD e RSC, obteve-se uma
estimativa para a geração per capita média em Tabuleiro de 0,943 kg/hab.dia, para este
ano.
Pode-se observar que o valor estimado de geração de resíduos sólidos no município
está acima do valor máximo de referência de 0,500 kg/hab.dia para município, com
população até 30 mil habitantes, classificados como cidade pequena, faixa em que se
enquadra o município, segundo estudo do IBAM, 2001.
Para estimativa da geração futura dos resíduos sólidos urbanos foram considerados os
dois cenários hipotéticos previamente definidos (tendencial e desejável). No cenário
tendencial foi considerado uma taxa de incremento constante na geração de resíduos
de 0,5%. Já no cenário desejável foi considerado 0% de incremento nos três primeiros
223
anos a partir de 2019, considerando que as ações de educação ambiental sejam
executadas no cenário desejável e bem como os programas eventuais de incentivo da
prefeitura.
Deste modo, foi adotado inicialmente uma taxa de redução na geração de resíduos, que
seriam dispostos ao aterro, de 0,5% em 2022 e de 0,05% para 2023 a 2026. Para os
anos de 2027 a 2031 foi considerada uma taxa de redução de 0,06%, aumentando para
0,1% até até o final do horizonte de planejamento do PMGIRS ou seja, até 2040.
Conforme pode ser observado na Tabela 35, caso o município consiga alcançar o
cenário desejável, ou seja, aquele em que são aplicadas as metas e ações
estabelecidas neste plano, a geração de resíduos poderá ser cerca de 25,60% menor
que no cenário tendencial.
Tabela 35 - Projeção da geração de resíduos sólidos domiciliares (RSD e RSC) em Tabuleiro/MG de 2019 a 2039
Ano População
(hab)
CENÁRIO TENDENCIAL CENÁRIO DESEJÁVEL
Taxa de Incremento
(%)
Geração per capita
(Kg/hab.dia)
Geração (Ton/ano)
Taxa de Incremento
(%)
Geração per capita
(Kg/hab.dia)
Geração (Ton/ano)
2018 2789 − 0,943 959,96 − 0,943 959,96
2019 3796 0,5 0,948 1313,06 0 0,943 1306,53
2020 3772 0,5 0,952 1311,26 0 0,943 1298,24
2021 3749 0,5 0,957 1309,86 0 0,943 1290,40
2022 3728 0,5 0,962 1308,85 -0,5 0,938 1276,58
2023 3707 0,5 0,967 1308,23 -0,55 0,933 1262,64
2024 3688 0,5 0,972 1307,98 -0,6 0,928 1248,59
2025 3670 0,5 0,977 1308,10 -0,65 0,921 1234,41
2026 3653 0,5 0,981 1308,58 -0,7 0,915 1220,12
2027 3637 0,5 0,986 1309,41 -0,76 0,908 1205,59
2028 3622 0,5 0,991 1310,58 -0,82 0,901 1190,82
224
2029 3609 0,5 0,996 1312,09 -0,88 0,893 1175,82
2030 3596 0,5 1,001 1313,93 -0,94 0,884 1160,60
2031 3584 0,5 1,006 1316,10 -1 0,875 1145,16
2032 3573 0,5 1,011 1318,58 -1,1 0,866 1129,05
2033 3562 0,5 1,016 1321,37 -1,2 0,855 1112,31
2034 3553 0,5 1,021 1324,47 -1,3 0,844 1094,94
2035 3544 0,5 1,026 1327,86 -1,4 0,833 1077,00
2036 3536 0,5 1,032 1331,55 -1,5 0,820 1058,50
2037 3529 0,5 1,037 1335,53 -1,6 0,807 1039,47
2038 3523 0,5 1,042 1339,78 -1,7 0,793 1019,96
2039 3517 0,5 1,047 1344,32 -1,8 0,779 999,99
Fonte: Adaptado de ASTOLFO DUTRA, 2017.
Considerando a gravimetria realizada que foi descrita com mais detalhe no tópico
3.4.2.2 do Produto 3 deste plano, os resíduos sólidos domiciliares, de maneira geral,
são constituídos 45,79% por recicláveis, 26,89% de material orgânico e 27,28% por
rejeitos. A partir destes dados, a Figura 75 e a Figura 76 mostram os gráficos da
constituição dos resíduos sólidos domiciliares em ambos cenários hipotéticos
considerados.
225
Figura 75 - Composição dos RSD e RSC para o cenário tendencial
Fonte: Autores, 2019
Figura 76 - Composição dos RSD e RSC para o cenário desejável
Fonte: Autores, 2019
Como pode ser observado pelas Figuras Figura 75 e Figura 76, a proporção de rejeito
é uma parcela muito baixa em relação ao total gerado pelo município, ou seja, a
quantidade de resíduos a serem destinados ao aterro sanitário é menor que 30%.
Entretanto, para que esta realidade seja alcançada, deve-se ocorrer a implantação
226
efetiva de um Programa de Coleta Seletiva com vistas a elevar a adesão e a correta
segregação dos resíduos secos pelos munícipes, bem como a reestruturação e
implantação de estruturas com o objetivo de elevar a eficiência de recuperação dos
resíduos secos e concepção de sistema para tratamento de resíduos orgânicos (UTC e
LEV’s).
4.3.2. Resíduos da Construção Civil (RCC)
O município não possui dados concretos a respeito da geração de resíduos da
construção civil. Foi estimado, pela Secretaria de Obras, que o volume de geração é em
torno de 56 toneladas de resíduos por mês, conferindo total de 672 toneladas de RCC
por ano.
Utilizando a população urbana definida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) para o ano de 2010, igual a 2.701 habitantes, tem-se que são
geradas, aproximadamente 20,73 kg por habitante por mês, ou seja, a geração per
capita é de 0,68 kg/hab.dia.
Cabe ressaltar que esse valor está dentro da faixa fornecida pela Associação Brasileira
de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) do Panorama de
Resíduos de 2015, cujo índice de geração média per capita informado, para a região
Sudeste, foi de 0,748 kg/hab.dia.
Com relação à taxa de incremento na geração de resíduos da construção civil (RCC)
considerou-se que o aumento na geração seria proporcional ao crescimento do número
de habitantes, tanto para o cenário tendencial quanto para o cenário desejável.
No município de Tabuleiro/MG, não existe um sistema bem definido de triagem, reuso
ou reciclagem e tratamento direcionados aos resíduos sólidos da construção civil e
inertes. Entretanto, segundo dados dos gestores municipais, parte destes é recuperada,
tais como a parcela considerada como “entulho” que são dispostos nas estradas vicinais
227
para manutenção. Já a parcela dos RCC em boas condições, geralmente, é doada aos
munícipes e/ou utilizados pela própria prefeitura no preenchimento das estradas rurais.
Desse modo, será estimado que o município reaproveita, em média, 40% dos resíduos
gerados para manutenção das estradas ou reutilizados por meio de doações aos
cidadãos. Foi considerada então essa taxa para estimativa dos resíduos que são
dispostos inadequadamente na área de bota-fora irregular do município, no cenário
tendencial.
Para o cenário desejável, foi considerado um reaproveitamento não só para
pavimentação de estradas rurais, mas também para a fabricação de blocos, bloquetes,
aterro de vias de acesso, calçamentos, enchimento de fundações, tijolos ecológicos,
dentre outras aplicações. Assim, foi utilizada uma taxa de reaproveitamento com um
aumento gradual, conforme pode ser visto na Tabela 36.
Tabela 36 - Projeção da geração de resíduos da construção civil
em Tabuleiro/MG de 2019 a 2039
Ano Geração
per capita (kg/hab.dia)
Geração (ton./ano)
CENÁRIO TENDENCIAL CENÁRIO DESEJÁVEL
Taxa de reaproveita-mento (%)
Destinação Final
Inadequada (ton./ano)
Taxa de reaproveita-mento (%)
Destinação Final
Adequada (ton./ano)
2018 0,68 941,17 40% 564,7 0,4 564,7
2019 0,68 942,14 40% 565,28 0,4 565,28
2020 0,68 936,17 40% 561,7 0,4 561,7
2021 0,68 930,51 40% 558,31 0,4 558,31
2022 0,68 925,17 40% 555,1 0,4 555,1
2023 0,68 920,13 40% 552,08 0,4 552,08
2024 0,68 915,38 40% 549,23 0,4 549,23
2025 0,68 910,91 40% 546,55 0,44 510,11
2026 0,68 906,71 40% 544,03 0,46 489,62
2027 0,68 902,77 40% 541,66 0,46 487,5
228
2028 0,68 899,08 40% 539,45 0,48 467,52
2029 0,68 895,64 40% 537,39 0,48 465,73
2030 0,68 892,44 40% 535,46 0,48 464,07
2031 0,68 889,46 40% 533,68 0,5 444,73
2032 0,68 886,7 40% 532,02 0,5 443,35
2033 0,68 884,16 40% 530,5 0,52 424,4
2034 0,68 881,82 40% 529,09 0,52 423,28
2035 0,68 879,69 40% 527,81 0,54 404,66
2036 0,68 877,74 40% 526,64 0,54 403,76
2037 0,68 875,98 40% 525,59 0,56 385,43
2038 0,68 874,4 40% 524,64 0,56 384,74
2039 0,68 873 40% 523,8 0,56 384,12
Fonte: Adaptado de ASTOLFO DUTRA, 2017.
As ações relativas à destinação correta dos resíduos da construção civil, bem como seu
reaproveitamento, são de curto e médio prazo, ou seja, abrangem um período entre 1 e
10 anos, contados a partir de 2019.
229
4.3.3. Resíduos de Limpeza Urbana
Segundo a Lei Federal nº 12.305, os resíduos de limpeza urbana (RLU) são aqueles
provenientes de serviços de varrição, limpeza de logradouros, vias públicas e outros
serviços de limpeza urbana, tais como, capina, roçagem, raspagem, poda de áreas
verdes, retirada de entulhos, conservação de valas, dentre outros. Neste sentido, nos
itens seguintes apresenta-se a estimativas de geração de resíduos para o horizonte de
planejamento, conforme tipologias identificadas e dados levantados no Produto 3.
4.3.3.1. Resíduos de Varrição, Capina e Roçada
Os resíduos de Varrição, Capina e Roçada são geralmente de pequenas dimensões e
constituídos de areia, terra, folhas, pequenas embalagens, pedaços de madeira, fezes
de animais e outros.
Segundo dados dos gestores municipais, em geral, a quantidade de resíduos coletada
(varrido) na área urbana de Tabuleiro/MG é de cerca de 3.200 Quilogramas por mês.
Já para as comunidades rurais que recebem tais serviços, estes dados são ausentes.
Portanto, a geração per capita foi estimada com base nos dados da população urbana
e extrapolada à população total, para a quantificação destes resíduos.
A quantidade total de Resíduos de Varrição, Capina e Roçada gerada é estimada em
53,25 ton. e 54,52 ton. nos anos de 2019 e 2039 respectivamente, o que indica um
crescimento de apenas 2, 38%, conforme na Tabela 37.
230
Tabela 37 - Projeção da geração de resíduos de limpeza urbana em Tabuleiro/MG
de 2019 a 2039
CENÁRIO TENDENCIAL E DESEJÁVEL
Ano População
(hab)
Taxa de Incremento
(%)
Geração per capita
(Kg/hab.dia)
Geração (Ton./ano)
2018 2789 − 0,038 38,93
2019 3796 0,5 0,038 53,25
2020 3772 0,5 0,039 53,18
2021 3749 0,5 0,039 53,12
2022 3728 0,5 0,039 53,08
2023 3707 0,5 0,039 53,06
2024 3688 0,5 0,039 53,05
2025 3670 0,5 0,040 53,05
2026 3653 0,5 0,040 53,07
2027 3637 0,5 0,040 53,11
2028 3622 0,5 0,040 53,15
2029 3609 0,5 0,040 53,21
2030 3596 0,5 0,041 53,29
2031 3584 0,5 0,041 53,38
2032 3573 0,5 0,041 53,48
2033 3562 0,5 0,041 53,59
2034 3553 0,5 0,041 53,72
2035 3544 0,5 0,042 53,85
2036 3536 0,5 0,042 54,00
2037 3529 0,5 0,042 54,17
2038 3523 0,5 0,042 54,34
2039 3517 0,5 0,042 54,52
Fonte: Autores, 2019.
231
4.3.3.2. Resíduos Volumosos
Os resíduos volumosos, de acordo com a Norma Brasileira (NBR) nº 15.112/2004 da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), são peças de grandes dimensões,
como móveis e equipamentos domésticos inutilizados, grandes embalagens, peças de
madeira, podas e outros assemelhados, não provenientes de processos industriais e
não removidos pela coleta pública municipal. Normalmente são removidos das áreas
geradoras juntamente com os RCC.
Como não há dados da geração municipal destes resíduos, adotou-se a geração per
capita média de 0,082 kg/hab.dia proposta por ICLEI (2012), para estimar a geração de
resíduos volumosos para o município de Tabuleiro/MG. De acordo com o gráfico da
Figura 77 esta oscila de 114,18 ton. (2019) a 116,9 ton. (2039) no horizonte de
planejamento deste PMGIRS.
Figura 77 - Projeção da geração de resíduos volumosos em Tabuleiro/MG de 2019 a 2039
232
Fonte: Autores, 2019.
Considerando a composição gravimétrica destes resíduos, na ausência de dados
municipais, têm-se, segundo informações apresentadas por MCidades/SNSA (2011),
os percentuais dos seus constituintes, conforme apresentado no gráfico da Figura 78.
Figura 78 - Composição gravimétrica dos resíduos volumosos segundo Brasil (2011)
Autores, a partir de Brasil (2011)
Vale frisar grande parcela destes resíduos pode ser reaproveitada como os resíduos de
podas, com a aquisição de máquina trituradora possibilitando seu uso como mistura
para substratos agrícolas, dentre outros usos.
Estima-se que a maior parcela de RVol é de responsabilidade da municipalidade, por
se tratarem de volumes gerados provenientes da limpeza e conservação pública, bem
como de pequenos geradores. Desta forma, os percentuais de recuperação a serem
atingidos se deve principalmente à efetivação de ações estruturais por parte da gestão
pública, as quais serão propostas no decorrer deste relatório.
233
4.3.4. Resíduos Industriais (RI)
Os resíduos Industriais (RI) são materiais residuários de atividades industriais passíveis
de controle específico pelo gerador, não sendo de responsabilidade da municipalidade.
Devido à variedade de tipologias de resíduos geradas em plantas industriais, associada
a escassez de dados disponíveis, a projeção de resíduos desta tipologia foi
inviabilizada.
Entretanto este fato não traz prejuízo ao planejamento do sistema público de limpeza
pública e manejo de resíduos sólidos, que é o foco deste PMGIRS, uma vez que,
conforme evidenciado, não cabe ao município a responsabilidade de manejar e ofertar
soluções para o correto gerenciamento destes materiais.
Ademais, é importante registrar que o presente instrumento de planejamento há
provisionamentos para o cadastramento dos geradores de tais tipologias de resíduos,
de maneira a formar um banco de dados e facilitar a fiscalização, que é responsabilidade
do poder público, como discorre-se no tópico 5.1.
4.3.5. Resíduos dos Serviços Públicos de Saneamento
O prognóstico dos RSB consiste na projeção futura da geração dos resíduos de
saneamento (lodos) provenientes da Estação de Tratamento de Água (ETA) Tabuleiro,
administrada pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA. Dessa
forma, o lodo produzido é proveniente das etapas do decantador e na lavagem dos
filtros, aonde posteriormente é diluído em água e lançado no corpo hídrico mais próximo
à estação (Córrego da Onça), sem qualquer tratamento prévio. No caso do município
de Tabuleiro/MG, uma vez que não há tratamento do esgoto gerado, não há geração
desse tipo de resíduo.
234
Vale lembrar que os valores de geração de resíduos podem variar de acordo com a
tecnologia de tratamento tanto para ETA quanto para ETE que venha a ser instalada, o
que reflete diretamente nos custos de gestão destes resíduos.
Porém, para que as estimativas de geração de resíduos especificamente provenientes
dos sistemas de tratamento, ou seja, o lodo gerado na estação, sejam feitas, é
necessário ter conhecimento do total gerado atualmente. Entretanto, essas informações
não foram disponibilizadas para conseguinte cálculo.
4.3.6. Resíduos Agrossilvopastoris
Estes resíduos podem ser divididos em três grupos: Resíduos
Orgânicos (gerados na produção agrícola, pecuária, agroindústrias e afins); Resíduos
Inorgânicos (embalagens vazias de agrotóxicos e fertilizantes, bem como insumos
veterinários); e Resíduos Domiciliares da Área Rural (similar ao RSD).
Como não foi possível obter dados sobre a geração destes e devido ampla possibilidade
de geração distinta, as estimativas da geração futura foram comprometidas. Entretanto,
esta tipologia de resíduos é responsabilidade dos próprios geradores, cabendo ao poder
público planejar ações indutoras do cadastramento e da fiscalização dos mesmos,
conforme será abordado no item 5.1 deste produto.
4.3.7. Resíduos dos Serviços de Saúde
De acordo com dados fornecidos pela empresa Serquip - Tratamento de Resíduos MG
LTDA, a partir dos Certificados de Tratamento de Disposição Ambiental de Resíduos
encaminhados à Prefeitura, o montante de geração desse tipo de resíduo em
Tabuleiro/MG, considerando o período de Janeiro de 2018 a Abril de 2019, foi igual a:
Resíduos Classe A (Infectante): 719,65 Kg
Resíduos Classe B (Químico): 91,5 Kg
235
Resíduos Classe E (Perfurocortante): 164,1 Kg
Totalizando um montante de 975,25 Kg de RSS em 1 ano, no período acima descrito.
Sendo assim, utilizando a população estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) para o ano de 2018, igual a 3.792 habitantes, tem-se que são
geradas, aproximadamente 0,26 kg por habitante ao ano, correspondente a 0,02kg por
habitante ao mês, traduzindo em uma geração per capita de 0,0007 kg/hab.dia.
Cabe ressaltar que o valor encontrado para a geração per capita é muito inferior ao valor
de referência da Abrelpe (2015), que seria de 1,923 kg/hab para o estado de Minas
Gerais. A diferença discrepante pode ser explicada devido ao fato de o município ter
apenas duas unidades de saúde, e reduzida população. Além disso, os valores
repassados pela Pró-Ambiental são referentes apenas aos RSS gerados pelo poder
público municipal, não considerando, portanto, os geradores particulares.
Foi considerada uma taxa de incremento de 0,1% para o cenário tendencial e, para o
cenário desejável, foi considerado o valor de 0,07% graças ao desenvolvimento de
ações de educação ambiental, no tocante à destinação correta dos RSS nas unidades
de saúde, diminuindo a incidência de resíduos comuns descartados em recipientes
especiais.
A Tabela 38 mostra a geração futura de resíduos para ambos cenários hipotéticos
adotados. No entanto, cabe destacar que esse valor corresponde apenas aos resíduos
de serviço de saúde gerados pelo poder público, nas unidades básicas de saúde
municipais. Geradores terceirizados são responsáveis pelo seu próprio gerenciamento
de RSS.
236
Tabela 38 - Projeção da geração futura de RSS para o município de Tabuleiro/MG
Ano População
(hab.)
CENÁRIO TENDENCIAL CENÁRIO DESEJÁVEL
Taxa de reaproveitamento
(%)
Geração per capita
(kg/hab.dia)
Geração (ton/ano)
Taxa de reaproveitamento
(%)
Geração per capita
(kg/hab.dia)
Geração (ton/ano)
2018 3792 - 0,26 0,9753 - 0,26 0,9753
2019 3796 0,10% 0,26 0,9869 0,07% 0,26 0,9869
2020 3772 0,10% 0,26 0,9807 0,07% 0,26 0,9807
2021 3749 0,10% 0,26 0,9748 0,07% 0,26 0,9748
2022 3728 0,10% 0,26 0,9692 0,07% 0,26 0,9692
2023 3707 0,10% 0,26 0,9639 0,07% 0,26 0,9639
2024 3688 0,10% 0,26 0,9589 0,07% 0,26 0,9589
2025 3670 0,10% 0,26 0,9542 0,07% 0,26 0,9542
2026 3653 0,10% 0,27 0,9863 0,07% 0,26 0,9498
2027 3637 0,10% 0,27 0,9821 0,07% 0,26 0,9457
2028 3622 0,10% 0,27 0,9781 0,07% 0,26 0,9418
2029 3609 0,10% 0,27 0,9743 0,07% 0,27 0,9743
2030 3596 0,10% 0,27 0,9708 0,07% 0,27 0,9708
2031 3584 0,10% 0,27 0,9676 0,07% 0,27 0,9676
2032 3573 0,10% 0,27 0,9646 0,07% 0,27 0,9646
2033 3562 0,10% 0,27 0,9618 0,07% 0,27 0,9618
237
2034 3553 0,10% 0,28 0,9948 0,07% 0,27 0,9593
2035 3544 0,10% 0,28 0,9924 0,07% 0,27 0,957
2036 3536 0,10% 0,28 0,9902 0,07% 0,27 0,9548
2037 3529 0,10% 0,28 0,9882 0,07% 0,27 0,9529
2038 3523 0,10% 0,28 0,9864 0,07% 0,27 0,9512
2039 3517 0,10% 0,28 0,9848 0,07% 0,27 0,9497
Fonte: Adaptado de ASTOLFO DUTRA, 2017
238
4.3.8. Resíduos de Serviços de Transporte (RST)
Os resíduos de serviços de transporte terrestre são oriundos de portos, aeroportos,
terminais rodoviários, ferroviários, alfandegários e passagens de fronteira conforme
Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ainda segundo a Lei Federal nº 12.305/2010,
a adequada gestão dos resíduos, bem como a elaboração do Plano de
Gerenciamento destes Resíduos Sólidos é responsabilidade do gerador.
No município de Tabuleiro/MG não há geração dessa tipologia de resíduos, uma vez
que o mesmo não possui terminais rodoviários ou qualquer ou demais supracitados.
Entretanto, é de incumbência do município identificar e fiscalizar tais geradores, caso
estes surjam futuramente, assim neste plano foram criadas ações para
cadastramento dos geradores no tópico 5.1.
4.3.9. Resíduos de Mineração (RM)
Os rejeitos produzidos pela atividade minerária tratam-se de materiais passíveis de
gestão pelo próprio gerador. Conforme descrito no item 3.1.8. deste plano, o
município de Tabuleiro não possui esse tipo de serviço, de acordo com dados
fornecidos pela própria Prefeitura. Portanto, como não há geração de resíduos de
mineração na cidade, não foi possível projetar uma tendência de evolução destes
resíduos.
Importante salientar que essa questão não traz prejuízo ao planejamento do
sistema de limpeza pública e de manejo de resíduos sólidos, alvo deste PMGIRS,
visto que, conforme citado anteriormente, não é de responsabilidade municipal
manejar e ofertar soluções para o correto gerenciamento destes resíduos.
4.3.10. Resíduos de Logística Reversa Obrigatória
A Lei Federal nº12.305/2010 determina como obrigatório estruturar e implementar
a logística reversa, sistema que consiste no retorno de determinados produtos após
sua utilização pelo consumidor aos seus fabricantes, importadores, distribuidores e
239
comerciantes, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de
manejo dos resíduos sólidos conforme será abordado no tópico 5.2, deste relatório.
Como não há dados e não existem sistemas funcionando plenamente para todos
os produtos objetos desta obrigatoriedade, as estimativas de geração destes
resíduos basearam-se em dados da literatura. Deste modo, adotou-se números por
habitantes e por domicílios, conforme ilustra o gráfico da Figura 79.
Figura 79 - Índices bibliográficos adotados para a projeção estimada da geração de resíduos de logística reversa obrigatória
Fonte: PMGIRS de Canas, 2017.
Conforme observado na Figura 80, seguinte, estima-se que durante o período de
2019 a 2039 (horizonte temporal deste PMGIRS) devem ser gerados
aproximadamente 260 toneladas de resíduos de eletroeletrônicos e
aproximadamente 95.947 unidades de lâmpadas fluorescentes que deverão ter
manejo diferenciado, através da responsabilidade compartilhada e retorno do
produto ao setor empresarial.
240
Figura 80 - Estimativa da geração de resíduos eletroeletrônicos e de lâmpadas fluorescentes em Tabuleiro/MG de 2019 a 2039
Fonte: Autores, 2019.
A Resolução CONAMA nº 401/2008, determina que os estabelecimentos que
comercializam e a rede de assistência técnica autorizada, deverão receber dos
usuários as pilhas e baterias usadas, sendo facultativa a recepção de outras
marcas, para repasse aos respectivos fabricantes ou importadores. Em
Tabuleiro/MG, foram prognosticados ao longo do horizonte de planejamento deste
plano, a geração de aproximadamente 6.853 unidades de baterias e
aproximadamente a 330.484 de unidades de pilhas, conforme aponta o gráfico da
Figura 81.
Figura 81 - Estimativa da geração de resíduos de pilhas e de baterias em Tabuleiro/MG de 2019 a 2039
241
Fonte: Autores, 2019.
Com relação aos resíduos de pneus inservíveis, o presente instrumento de
planejamento estimou a geração anual desses resíduos de 2019 a 2039, conforme
aponta o gráfico da Figura 82.
Figura 82 - Estimativa da geração de pneus inservíveis em Tabuleiro/MG de 2019 a 2039
Fonte: Autores, 2019.
Por fim, ressalta-se que outros tipos de resíduos como óleos lubrificantes e suas
embalagens; embalagens em geral; embalagens vazias de agrotóxicos,
medicamentos vencidos e óleos comestíveis não tiveram seus quantitativos de
geração estimados para o futuro, em virtude da ausência de informações para
tanto. Contudo, ações que fomentem os serviços de logística reversa são
delineadas em maiores detalhes no subitem 5.2.
4.4. Áreas favoráveis para disposição final ambientalmente adequada
A disposição final ambientalmente correta mais utilizada no Brasil atualmente é o
aterro sanitário, e segundo o Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos
Sólidos do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM), algumas
242
diretrizes precisam ser satisfeitas para a etapa da seleção de áreas para a
implantação de aterros sanitários (MONTEIRO et al., 2001).
A estratégia a ser adotada para a seleção da área de um aterro sanitário consiste
na observação dos seguintes elementos (MONTEIRO et al., 2001):
Seleção preliminar das áreas disponíveis no município;
Estabelecimento do conjunto de critérios de seleção;
Definição de prioridades para o atendimento aos critérios estabelecidos;
Análise crítica de cada uma das áreas levantadas frente aos critérios
estabelecidos e priorizados, selecionando-se aquela que atenda à maior parte
das restrições através de seus atributos naturais.
Considerando a disposição final dos resíduos sólidos, parcela dos rejeitos incapaz
de ser reaproveitada, o município de Tabuleiro possui algumas alternativas viáveis,
dentre as quais:
A. Continuação do modelo atual através da terceirização da disposição final,
utilizando aterro sanitário localizado no município de Leopoldina/MG;
B. Implantar um aterro sanitário municipal em Tabuleiro/MG;
C. Inserção do município em um consórcio intermunicipal para disposição final dos
seus resíduos.
Dentre as opções acima disponíveis, a opção “A” seria a manutenção da prática
atual, na qual mantêm-se renovação através de contrato com empresa terceirizada,
União Recicláveis Rio Novo LTDA, que atua como empresa responsável pela
operação e funcionamento do aterro sanitário de destinação dos resíduos sólidos
domiciliares (RSD), localizado na cidade de Leopoldina/MG.
A opção “B” refere-se à implantação de um aterro sanitário municipal. Neste caso
se faz necessário estudo prévio específico para verificação de áreas próprias para
este fim, além de disponibilidade de altos valores para o investimento nos projetos
243
e obras de um futuro aterro, bem como o gasto com funcionários qualificados para
operação e manutenção do mesmo.
Por fim, a opção “C” revela-se como a alternativa mais incentivada nos termos da
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), uma vez que recursos da União são
prioritários em municípios e conjuntos de municípios que obtenham soluções
consorciadas para a destinação final ambientalmente adequada para seus resíduos
sólidos. O município de Tabuleiro se encontra inserido no Arranjo Territorial Ótimo
de Ubá/MG, possibilitando a criação de um consórcio com municípios deste arranjo,
conforme será apontado no item 4.2.
Nos termos da Lei Federal Lei 11.107/2005, conhecida como Lei dos Consórcios,
os consórcios são parcerias entre dois ou mais entes da federação para a
realização de objetivos comuns, em qualquer área. São pessoas jurídicas que
podem assumir a personalidade de direito público ou privado. Deste modo, a gestão
de serviços públicos pode se dar de forma associada, sendo permitido aos
municípios se articular em órgão público intermunicipal de caráter autárquico, com
poder de planejar, regular, fiscalizar, prestar diretamente ou delegar e contratar
conjuntamente serviços públicos de sua competência. Sobretudo para municípios
de pequeno porte, que geralmente possuem pouca capacidade administrativa,
dificuldade de captar recursos e fraco desenvolvimento econômico, as soluções
consorciadas se constituem em alternativa importante para a estruturação da
gestão de serviços públicos.
Vale salientar que os consórcios podem obter seus recursos através de receita
própria, seja ela advinda de suas próprias atividades ou oriundas das contribuições
dos municípios integrantes. Faz-se importante ressaltar que a contribuição
financeira dos municípios deve estar explicitada no estatuto de cada consórcio
(BRITTO et al., 2015).
244
4.4.1. Seleção preliminar das áreas disponíveis no município
A escolha de áreas para implantação de aterros sanitários requer estudos
aprofundados, que considere recomendações técnicas, legais, econômicas e
socioambientais. Para isto é necessário, um tempo razoável para realização destes
estudos, além de um grande número de dados e informações. Entretanto, neste
tópico, será apresentado, de maneira simplificada, uma seleção preliminar de
possíveis áreas com tal finalidade no município de Tabuleiro/MG.
Como referência para a implementação de aterros sanitários, a Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), conta com duas Normas Brasileiras (NBR),
as quais são:
NBR 13.896/1997: Aterros de resíduos não perigosos. Critérios para projeto,
implantação e operação;
NBR 15.849/2010: Resíduos sólidos urbanos – Aterros sanitários de pequeno
porte – Diretrizes para localização, projeto, implantação, operação e
encerramento.
Para que se possa selecionar previamente algumas áreas é necessário que se faça
uma estimativa preliminar da área total necessária para o aterro. Deste modo,
utilizou-se a metodologia sugerida pelo Manual de Gerenciamento Integrado de
Resíduos Sólidos do IBAM para calcular esta área.
Tal metodologia consiste na multiplicação da quantidade de resíduos coletada
diariamente, em toneladas, pelo fator 560. Esse fator considera alguns parâmetros
utilizados em projetos de aterros, conforme apresentado na Tabela 39.
245
Tabela 39 - Parâmetros considerados para cálculo do fator multiplicador
PARÂMETRO UNIDADE
Vida útil 20 anos
Altura do aterro 20 metros
Taludes 1:3
Ocupação do terreno (área operacional)
80%
Fonte: Adaptado de MONTEIRO et al., 2001.
Portanto, considerando que a quantidade de resíduos (RSD) coletada diariamente é
de, aproximadamente 2,6 toneladas, temos que a área necessária para implantação
de um aterro sanitário no município é de, no mínimo, aproximadamente 1456,0 m².
Na Figura 83, são apresentadas possíveis áreas para disposição adequada no
município de Tabuleiro/MG. Nesta, visualiza-se as áreas urbanizadas, nas quais
devem ser evitadas para a instalação de um aterro sanitário. Ademais, é possível
visualizar a distância mínima que a área deve estar de centros urbanos, ou seja,
1000 metros, e a distância mínima de cursos d’água, que é de 200 metros, conforme
recomendações de Monteiro et al. (2001).
246
Figura 83 - Áreas favoráveis para disposição final de resíduos sólidos em Tabuleiro/MG
Fonte: AGEVAP, 2019.
247
4.4.2. Critérios de Seleção
A fim de realizar possível seleção para escolha da melhor área para implantação de um
aterro sanitário, é necessário utilizar alguns critérios técnicos, econômico-financeiros e
político-sociais, os quais encontram-se descritos nas Tabela 40,Tabela 41 e Tabela 42.
Cabe destacar que o estudo prévio corresponde as áreas favoráveis à disposição final
ambientalmente adequada, tendo sido apresentado algumas sugestões. Entretanto,
existem critérios que necessitam de uma maior atenção, devido sua complexidade, tais
como a permeabilidade do solo e a distância do lençol freático.
Dessa forma, é recomendado que o município realize estudos complementares para
escolha correta da área mais acessível, com base nos critérios descritos a seguir, nas
análises realizadas no Plano Municipal de Saneamento Básico e nas legislações federal
e estaduais relacionadas a temática.
Tabela 40 - Critérios técnicos utilizados para definição da área mais adequada para implantação de aterro sanitário
CRITÉRIOS TÉCNICOS
Critérios Descrição
Uso do Solo
As áreas devem estar situadas em uma região onde
o uso do solo seja rural (agrícola) ou industrial e
fora de qualquer Unidade de Conservação (UC)
Proximidade a cursos
d’água
As áreas não devem estar situadas a menos de 200
metros de corpos d’água relevantes, como rios,
lagos e lagoas. Também não, poderão estar a
menos de 50 metros de qualquer corpo d’água,
inclusive valas de drenagem que pertençam ao
sistema de drenagem municipal ou estadual.
248
Proximidade a centros
urbanos
As áreas não devem estar situadas a menos de
1000 metros de núcleos residenciais urbanos que
abriguem 200 ou mais habitantes.
Distância do lençol
freático
Para aterros com impermeabilização inferior através
de manta plástica sintética, a distância do lençol à
manta não poderá ser inferior a 1,5 metro. Para
aterros com impermeabilização inferior através de
camada de argila, a distância do lençol freático à
camada impermeabilizante não poderá ser inferior a
25 metros e a camada impermeabilizante deverá ter
um coeficiente de permeabilidade menor que 10-6
cm/s.
Permeabilidade do solo
É desejável que o solo do terreno selecionado tenha
uma certa impermeabilidade natural, com vistas a
reduzir as possibilidades de contaminação do
aquífero. As áreas selecionadas devem ter
características argilosas e jamais deverão ser
arenosas.
Extensão da bacia de
drenagem
A bacia de drenagem das águas pluviais deve ser
pequena, de modo a evitar o ingresso de grandes
volumes de água de chuva na área do aterro.
Facilidade de acesso à
veículos pesados
O acesso ao terreno deve ter pavimentação de boa
qualidade, sem rampas íngremes e sem curvas
acentuadas, de forma a minimizar o desgaste dos
veículos coletores e permitir seu livre acesso ao
local de vazamento mesmo na época de chuvas
muito intensas.
Disponibilidade de
material de cobertura Preferencialmente, o terreno deve possuir ou se
situar próximo a jazidas de material de cobertura, de
249
modo a assegurar a permanente cobertura dos
resíduos a baixo custo.
Fonte: Adaptado de MONTEIRO et al., 2001.
Tabela 41 - Critérios econômico-financeiros utilizados para definição da área mais adequada para implantação do aterro sanitário.
CRITÉRIOS ECONÔMICO-FINACEIROS
Critérios Descrição
Distância ao centro
geométrico da coleta
É desejável que o percurso de ida (ou de volta) que
os veículos de coleta fazem até o aterro seja o
menor possível.
Custo de aquisição do
terreno
Se o terreno não for de propriedade da prefeitura,
deverá estar, preferencialmente, em área rural, uma
vez que seu custo de aquisição será menor do que
o de terrenos situados em áreas industriais.
Custo de investimento em
construção e
infraestrutura
É importante que a área escolhida disponha de
infraestrutura completa, reduzindo os gastos de
investimento em abastecimento de água, coleta e
tratamento de esgotos, drenagem de águas pluviais,
distribuição de energia elétrica e telefonia.
Custo com manutenção
do sistema de drenagem
A área escolhida deve ter um relevo suave, de
modo a minimizar a erosão do solo e reduzir os
gastos com a limpeza e manutenção dos
componentes do sistema de drenagem.
Fonte: Adaptado de MONTEIRO et al., 2001.
250
Tabela 42 - Critérios político-sociais utilizados para definição da área mais adequada para implantação do aterro sanitário.
CRITÉRIOS POLÍTICO-SOCIAIS
Critérios Descrição
Distância de núcleos
urbanos de baixa renda
Aterros são locais que atraem pessoas
desempregadas, de baixa renda ou sem outra
qualificação profissional, que buscam a catação do
lixo como forma de sobrevivência e que passam a
viver desse tipo de trabalho em condições
insalubres, gerando, para a prefeitura, uma série de
responsabilidades sociais e políticas. Por isso, caso
a nova área se localize próxima a núcleos urbanos
de baixa renda, deverão ser criados mecanismos
alternativos de geração de emprego e/ou renda que
minimizem as pressões sobre a administração do
aterro em busca da oportunidade de catação. Entre
tais mecanismos poderão estar iniciativas de
incentivo à formação de cooperativas de catadores,
que podem trabalhar em instalações de reciclagem
dentro do próprio aterro ou mesmo nas ruas da
cidade, de forma organizada, fiscalizada e
incentivada pela prefeitura.
Acesso à área através de
vias com baixa densidade
de ocupação
O tráfego de veículos transportando lixo é incômodo
para os moradores das ruas por onde estes
veículos passam, sendo desejável que o acesso à
área do aterro passe por locais de baixa densidade
demográfica.
Inexistência de problemas
com a comunidade local
É desejável que, nas proximidades da área
selecionada, não tenha havido nenhum tipo de
problema da prefeitura com a comunidade local,
251
com organizações não-governamentais e com a
mídia.
Fonte: Adaptado de MONTEIRO et al., 2001.
4.4.3. Priorização dos Critérios
Conforme apresentado na Tabela 43 é possível utilizar a seguinte hierarquização dos
critérios pré-estabelecido (MONTEIRO ET. AL., 2001):
Tabela 43 - Hierarquização dos critérios utilizados para seleção da área mais propícia à implantação de aterro sanitário
HIERARQUIZAÇÃO DOS CRITÉRIOS
CRITÉRIOS PRIORIDADE
Atendimento ao Sistema de Licenciamento de Atividades
Poluidoras (SLAP) e à legislação ambiental em vigor
1
Atendimento às condicionantes político-sociais 2
Atendimento às principais condicionantes econômicas 3
Atendimento às principais condicionantes técnicas 4
Atendimento às demais condicionantes econômicas 5
Atendimento às demais condicionantes técnicas 6
Fonte: Adaptado de MONTEIRO et al., 2001.
252
4.4.4. Análise da área selecionada
Importante salientar que o município deverá escolher a melhor área através de uma
seleção individual de cada espaço levantado, considerando aquela que atenda o maior
número de critérios possível, e da melhor forma, com ênfase nos prioritários. Portanto, as
áreas serão pontuadas de acordo com suas características e com o nível de atendimento
aos critérios estabelecidos.
A Tabela 44 exemplifica sugestão para avaliação das melhores áreas, às quais serão
atribuídos pontos com base nos pesos pré-estabelecidos na tabela e no nível de
atendimento ao critério. A área com maior número de pontos deverá ser escolhida como
mais favorável à implantação de um aterro sanitário.
Tabela 44 - Peso dos critérios e do tipo de atendimento.
PRIORIDADE DOS CRITÉRIOS PESO
1 10
2 6
3 4
4 3
5 2
6 1
TIPO DE ATENDIMENTO PESO
Total 100%
Parcial ou com obras 50%
253
Não atendido 0%
Fonte: Adaptado de MONTEIRO et al., 2001.
4.4.5. Considerações Finais
A Tabela 45, traz o custo médio de um aterro de pequeno porte no Brasil (capacidade
de recebimento de 100 toneladas por dia), a partir de um estudo realizado pela ABETRE
- Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos, sobre os aspectos
econômicos e financeiros da implementação e operação de aterros sanitários.
Ressalta-se que segundo estudos da ABETRE, aterros de médio porte (capacidade de
recebimento de 800 toneladas por dia) e de grande porte (capacidade de recebimento
de 2.000 toneladas por dia) são muito mais econômicos, em função da economia de
escala, apresentando custo de operação e preço de equilíbrio 50% inferiores ao de
aterros de pequeno porte.
Tabela 45 - Custo médio de um aterro de pequeno porte no Brasil
ETAPAS DO ATERRO
DISTRIBUIÇÃO (%)
CUSTO DA ETAPA
Pré-instalação 1,16 608.087,00
Implantação 5,09 2.669.178,00
Operação 86,7 45.468.163,00
Encerramento 0,93 486.667,00
Pós-encerramento 6,13 3.212.354,00
Total 100 52.444.449,00
Fonte: ABETRE, 2009.
Conforme observado na Tabela 45, a instalação e operação de um aterro sanitário de
maneira que atenda as preconizações legais e ambientais envolve elevados
investimentos, custos estes, que frente a situação econômico-financeira do município
de Tabuleiro/MG colocam a opção de estruturação de aterro próprio em um patamar de
254
inviabilidade. Ademais, um empreendimento do tipo, por questões tanto técnicas quanto
financeiras, deve ser estruturado preferencialmente para receber maiores quantitativos
de rejeitos, uma vez que de tal forma, garante-se um menor custo operacional por
tonelada em virtude da escala.
Outra opção que poderia ser viabilizada, seria a de estruturação de aterro intermunicipal
para atender diversos municípios consorciados, porém, trata-se de uma linha de gestão
que envolve além de questões burocráticas, aspectos políticos que podem tornar o
processo moroso e/ou até inviabilizar tal alternativa. Qualquer que seja a opção feita, é
importante que os gestores municipais conheçam as práticas corretas, até mesmo para
que possam as exigir nos contratos firmados e na prática operacionalizada pelas
contratadas, uma vez que a delegação do serviço não exime a municipalidade de
responsabilização por eventuais ocorrências que impactem o meio ambiente.
Entretanto, caso a implementação de um aterro próprio seja uma opção para os
gestores municipais, estudos mais aprofundados deverão ser realizados, considerando
os critérios dispostos neste plano e na legislação vigente, bem como as recomendações
técnicas e legais; econômicas e financeiras; políticas e sociais, de órgãos ambientais.
4.5. Soluções consorciadas ou compartilhadas com outros municípios
A Lei Federal nº 11.107/2005, conforme já comentada no Tópico 3., é responsável por
regulamentar os consórcios públicos. Em seu artigo 18 é estabelecido que os entes
públicos que optarem por consórcio na realização de alguma atividade, terão prioridade
à acesso aos recursos da União. Cabe salientar que os objetivos em comum entre a
União, Estados e municípios deverão seguir os preceitos estabelecidos na referida lei.
Portanto, antes de qualquer implementação de um consórcio público, três principais
questões devem ser observadas, conforme descrito no Manual de Referência para
elaboração de Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, elaborado
pela Agevap (2014). Os aspectos são:
255
I. Possibilidade entre os locais;
II. Possibilidade de compartilhamento de pessoal técnico, equipamentos e
infraestrutura;
III. Formas de prevenção de riscos ambientais com a perspectiva de economia de
escala.
A adoção da gestão associada poderá permitir ganhos de escala, redução de custos,
estabilização da equipe gerencial, construção da capacidade gestora de todos os
resíduos, bem como prioridade na obtenção de recursos do Governo Federal referentes
aos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.
4.5.1. Etapas para implementação de um consórcio público
Para ocorrer a implementação de um consórcio público, deve-se seguir três etapas, as
quais serão discorridas nos próximos subitens:
1. Protocolo de Intenções;
2. Ratificação; e
3. Estatuto.
4.5.1.1. Constituição do protocolo de intenções
A Lei Federal nº 11.107 de 2005 determina que o consórcio público seja constituído por
contrato cuja celebração dependerá da prévia subscrição do Protocolo de Intenções.
Nessa etapa da constituição do consórcio, vários aspectos são definidos, tais como a
sede do consórcio e o tempo de duração, bem como a remuneração dos funcionários
envolvidos no consórcio, além da definição das competências, por exemplo. O
Protocolo de Intenções deve ser subscrito pelos chefes do Poder Executivo de cada um
dos consorciados.
256
De acordo com o artigo 4º da Lei supracitada, é necessário que o Protocolo de
Intenções determine cláusulas que estabeleçam:
a) Denominação, a finalidade, o prazo de duração e a sede do consórcio;
b) Identificação dos entes da Federação consorciados;
c) Indicação da área de atuação do consórcio;
d) Previsão de que o consórcio público é associação pública ou pessoa jurídica de
direito privado sem fins econômicos;
e) Os critérios para, em assuntos de interesse comum, autorizar o consórcio público
a representar os entes da Federação consorciados perante outras esferas de
governo;
f) As normas de convocação e funcionamento da assembleia geral, inclusive para
a elaboração, aprovação e modificação dos estatutos do consórcio público;
g) A previsão de que a assembleia geral é a instância máxima do consórcio público
e o número de votos para as suas deliberações;
h) A forma de eleição e a duração do mandato do representante legal do consórcio
público que, obrigatoriamente, deverá ser Chefe do Poder Executivo de ente da
Federação consorciado;
i) O número, as formas de provimento e a remuneração dos empregados públicos,
bem como os casos de contratação por tempo determinado para atender à
necessidade temporária de excepcional interesse público;
j) As condições para que o consórcio público celebre contrato de gestão ou termo
de parceria;
k) A autorização para a gestão associada de serviços públicos, explicitando:
I. As competências cujo exercício se transferiu ao consórcio público;
II. Os serviços públicos objeto da gestão associada e a área em que
serão prestados;
III. A autorização para licitar ou outorgar concessão, permissão ou
autorização da prestação dos serviços;
257
IV. As condições a que deve obedecer o contrato de programa, no
caso de a gestão associada envolver também a prestação de
serviços por órgão ou entidade de um dos entes da Federação
consorciados;
V. Os critérios técnicos para cálculo do valor das tarifas e de outros
preços públicos, bem como para seu reajuste ou revisão.
l) O direito de qualquer dos contratantes, quando adimplente com suas
obrigações, de exigir o pleno cumprimento das cláusulas do contrato de
consórcio público.
4.5.1.2. Ratificação
Essa etapa consiste na aprovação do Protocolo de Intenções, o qual passará a ser
denominado Contrato de Consórcio Público. Isso deverá ser realizado através de
criação de lei por cada um dos consorciados e posterior aprovação. No caso de
consórcio entre municípios, esse será concretizado na Câmara dos Vereadores.
4.5.1.3. Constituição do Estatuto
De acordo com o exposto no artigo 7º da Lei Federal nº 11.107 de 2005, a organização
e o funcionamento de cada um dos órgãos constitutivos do consórcio público deverão
constar nos estatutos. Os estatutos deverão ser aprovados em Assembleia Geral,
devendo atender às cláusulas dos contratos de consórcio.
Segundo DMTR (2014), os estatutos do consórcio público serão validados quando
estes forem publicados na imprensa oficial no âmbito de cada ente consorciado. A
publicação do estatuto poderá ser feita na íntegra do documento ou de forma resumida,
contanto que estejam contidos na publicação o local e/ou endereço eletrônico em que
se poderá obter o estatuto completo.
258
4.5.2. Possíveis consórcios públicos a serem implementados em Tabuleiro
O município de Tabuleiro/MG está inserido no ATO de Ubá/MG, que é constituído pelos
municípios de Ubá, Brás Pires, Senador Firmino, Dores do Turvo, Divinésia, Guidoval,
Rodeiro, Tocantins, Silveirânia, Rio Pomba, Piraúba, Guarani, Descoberto e Tabuleiro.
(FEAM, 2012). Entretanto, atualmente, não faz parte de consórcio com nenhum dos
municípios citados e sua implementação e/ou possibilidade de criação de parcerias é
interessante sob o ponto de vista da gestão dos resíduos.
Os arranjos, que são agrupamentos de municípios para a gestão associada de resíduos
sólidos, são formados a partir de critérios técnicos, observando dados ambientais,
socioeconômicos, de transporte e logística e de resíduos dos municípios. Deste modo,
a celebração de um consórcio com qualquer município incluído no referido ATO, seria
plausível, principalmente com àqueles interessados na implementação de
infraestruturas tais como cooperativas de catadores, aterros sanitários entre outras.
4.6. Identificação dos geradores sujeitos ao plano de gerenciamento específico ou ao
sistema de logística reversa
O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) é um instrumento de
implementação da política nacional que contribui para um maior controle da destinação
dos resíduos pelo poder público. Além disso, desenvolver e implantar o PGRS é
fundamental para qualquer empresário que deseja maximizar as oportunidades e
reduzir custos e riscos associados à gestão de resíduos sólidos (BRASIL, 2010;
SEBRAE, 2006). A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) determina a
elaboração dos PGRS os responsáveis por:
Atividades industriais;
Agrosilvopastoris;
Estabelecimentos de serviços de saúde;
Serviços públicos de saneamento;
259
Empresas e terminais de transporte;
Mineradoras;
Construtoras;
Grandes estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que gerem
resíduos perigosos ou não similares aos resíduos domiciliares.
De acordo com a Lei nº 12.305 de 02 de agosto de 2010, que institui a PNRS, a logística
reversa é um instrumento de desenvolvimento econômico e social constituído por um
aglomerado de ações, procedimentos e meios que visam a coleta e a restituição dos
resíduos sólidos ao setor empresarial, a fim de proporcionar reaproveitamento do
mesmo dentro do seu ciclo produtivo, ou para destinação final ambientalmente
adequada. A Figura 84 apresenta os geradores sujeitos ao sistema de logística reversa.
Figura 84 - Geradores sujeitos ao sistema de logística reversa
Fonte: Elaborado pelos autores.
260
Os subtópicos a seguir tratarão, separadamente, a respeito dos geradores sujeitos à
elaboração e implantação do PGRS, bem como dos geradores sujeitos ao sistema de
logística reversa.
4.6.1. Geradores sujeitos à elaboração e implantação do PGRS
O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) é um instrumento, integrante
do sistema de gestão ambiental, essencial para que os estabelecimentos possam
gerenciar de modo adequado os resíduos sólidos na unidade geradora, abrangendo um
conjunto de ações, diretas e indiretas, que envolvem as etapas de coleta, transporte,
tratamento e disposição final ambientalmente correta dos resíduos sólidos e rejeitos,
conforme ilustra a Figura 85.
Figura 85 - Ações que devem ser disciplinadas e orientadas pelo Plano de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos
Fonte: Adaptado do PMGIRS de Pinheiral, 2017.
I.Minimização na geração
I.Segregação I.Acondicionamento
I.Identificação, coleta e transporte interno
I.Armazenamento temporário,
tratamento interno
I.Armazenamento interno
I.Coleta e transporte externo
I.Tratamento externo Disposição final
261
Em seguida, a Figura 86 apresenta quais são os geradores sujeitos a elaboração e
implantação do PGRS, de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº
12.305/2010).
Figura 86 - Definição dos geradores sujeitos à elaboração e implantação do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
Fonte: Adaptado do PMGIRS de Astolfo Dutra, 2010.
Nota: SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente no Brasil
SNVS - Sistema Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil
SUASA – Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária
Os PGRS deverão apresentar o seguinte conteúdo mínimo estabelecido pela Política
Nacional de Resíduos Sólidos:
Descrição do empreendimento ou atividade;
Diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou administrados, contendo a origem,
o volume e a caracterização dos resíduos, incluindo os passivos ambientais a
eles relacionados;
Observadas as normas estabelecidas pelos órgãos competentes e Plano
Estadual/Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos:
262
o Explicitação dos responsáveis por cada etapa do gerenciamento
de resíduos sólidos;
o Definição dos procedimentos operacionais relativos às etapas do
gerenciamento de resíduos sólidos sob responsabilidade do
gerador;
Identificação das soluções consorciadas ou compartilhadas com outros
geradores;
Ações preventivas e corretivas a serem executadas em situações de
gerenciamento incorreto ou acidentes;
Metas e procedimentos relacionados à minimização da geração de resíduos
sólidos, reutilização e reciclagem;
Medidas saneadoras dos passivos ambientais relacionados aos resíduos
sólidos; e
Periodicidade de sua revisão, observado, se couber, o prazo de vigência da
respectiva licença de operação a cargo dos órgãos ambientais.
Caberá ao órgão municipal responsável a orientação quanto a estes procedimentos,
bem como quanto às penalidades aplicáveis pelo seu não cumprimento por parte dos
responsáveis por elaborarem os PGRS, nos termos da Lei Federal n. 12.305/2010.
O PGRS deve ser apresentado, no âmbito local, ao departamento responsável pelo
sistema de gestão de resíduos sólidos, lotado na Secretaria de Meio Ambiente.
Anualmente deve ser entregue um relatório de acompanhamento e monitoramento da
implementação das ações e metas pré-estabelecidas. Recomenda-se que a entrega
dos PGRS, por parte dos geradores sujeitos à elaboração, siga o fluxograma
esquemático apresentado na Figura 87.
263
Figura 87 - Etapas para a entrega do PGRS pelos geradores sujeitos a sua elaboração
Fonte: Adaptado do PMGIRS de Pinheiral, 2017.
Os locais, empreendimentos e atividades que já estão em operação deverão apresentar
ao departamento responsável pelo sistema de gestão de resíduos sólidos, lotado na
Secretaria de Meio Ambiente, o PGRS no ato de renovação do Alvará de
Funcionamento ou da Licença Ambiental de Operação.
Quanto ao cadastramento dos geradores de resíduos sólidos, sugere-se que a
Prefeitura Municipal institua um Decreto Municipal que solicite o preenchimento de um
formulário simplificado a respeito da geração, armazenamento, acondicionamento e
destinação dos resíduos sólidos dos empreendimentos localizados no Município.
Posteriormente, deve ser realizada a fiscalização nos empreendimentos a fim de
264
ratificar as informações fornecidas nos formulários e distingui-los entre pequenos ou
grandes geradores. Assim, os empreendimentos que se classificarem como grandes
geradores serão obrigados a realizar a elaboração do PGRS, tratado neste tópico.
Deste modo, foi realizado um levantamento junto à prefeitura dos possíveis
empreendimentos que atualmente estão sujeitos a implantação do PGRS, em
Tabuleiro/MG. Estes são apresentados na Tabela 46: empreendimentos industriais e,
em seguida, na Tabela 47 são apresentados as mineradoras.
Tabela 46 - Empreendimentos industriais sujeitos à elaboração e implantação do PGRS no município de Tabuleiro/MG
EMPRESA ATIVIDADE LOCAL
Nova Kaeru Indústria de
Couros S.A
Indústria de Couros e
Peles
Rua Cel. Oscavo
Gonzaga Prata, 378
Comércio e Indústria
Emes Ltda (Souvenir)
Indústria e Comércio. de
Produtos de laticínios
Rua Pref. Orlando A.
Gonçalves, 44
Indústria e Transporte
de Cargas da Zona da
Mata
Indústria e Comércio. de
Produtos de Laticínios Fazenda Santo Amaro
Indústria e Comércio
Neves Barros Ltda.
Indústria e Comércio. de
Produtos de Laticínios Fazenda Santo Antônio
Laticínio Caminhos
Verdes de Minas Eireli
Indústria e Comércio. de
Produtos de Laticínios Fazenda Santo Amaro
Tablat Laticínios Ltda. Indústria e Comércio. de
Produtos de Laticínios
Fazenda Graminha
Rod. MG 133 km 20
Fonte: Prefeitura de Tabuleiro, 2019.
265
Tabela 47 - Empreendimentos mineradores sujeitos à elaboração e implantação do PGRS no município de Tabuleiro/MG
EMPRESA ATIVIDADE LOCAL
Elizabeth Campos
Neves Miranda
Indústria Extrativa de
Areia
Av. Dep. Último de
Carvalho
Extração e Com. de
areia Martins e Vidal
Indústria Extrativa de
Areia
Est. Municipal de
Tabuleiro/MG
Maurélio Vieira Toledo
Eireli – ME
Indústria Extrativa de
Areia
Rodovia MG 133, Km
10 e 11
Mineração Pedroso e
Costa LTDA-ME
Indústria Extrativa de Granito
Rua Avelino Jacinto
Coimbra
Petrus Mineração C. e
Comercialização LTDA
Indústria Extrativa de Granito
Fazenda Ribeirão
Santana/Lado Sul
Fonte: Prefeitura de Tabuleiro, 2019.
Em seguida, na Tabela 48, são apontados estabelecimentos comerciais e de serviços
que possam gerar resíduos especiais e, portanto, passíveis de elaboração do PGRS.
Tabela 48 – Estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços possíveis de elaboração e implantação do PGRS no município de Tabuleiro/MG
Empreendimento Atividade Local
Franciel Angelo Ferraz Agropecuária Rua Farmacêutico Antônio
da Mota
Bruno Simonato Moreira Agropecuária Rua do Comercio, 483
Carlos A. D. Toledo
Comércio de Produtos
Agropecuários/
Veterinários
Rua Farm. Antônio da Motta
Marinho
266
Eduardo Noceli Julio Oficina Mecânica Rua Valério Correa Neto,
CASA 285
Evandro de Andrade
Netto Oficina Mecânica Av. Dep. Último de Carvalho
Agmar Batista Lamas Oficina Mecânica Rua Avelino Jacinto
Coimbra, 26
Geraldo Moreira de Lima Oficina Mecânica Rua do Comércio, 340, Loja
01
Fonte: Prefeitura de Tabuleiro, 2019.
Por fim, a Tabela 49, apresenta os geradores de resíduos de serviços de saúde
identificados, dentre os quais não são apontados os geradores de RSS municipais, visto
que a própria prefeitura é responsável pelo tratamento e destinação final dos
mesmos.
Tabela 49 - Geradores de RSS sujeitos à elaboração e implantação de PGRSS específico presentes no município de Tabuleiro/MG
EMPRESA ATIVIDADE LOCAL
Fernanda de Oliveira
Vale ME Drogaria/ Perfumaria
Rua do Comércio, 309
loja 2
Drogaria e Perfumaria
Bom Jesus da Cana Drogaria/ Farmácia
Farmacêutico Antônio
da Mota
Karla François e Ferraz
Oliveira Dentista
Rua José Eurico de
Toledo, 29
Lawrence Furtado de
Souza Dentista
Praça Cel. João
Floriano
Raquel Lino Miranda de
Oliveira Dentista
Praça Ver. Pedro
Morais Sarmento, 56
267
Thais Xavier Vieira ME Fisioterapia Rua Hildebrando José
de Siqueira, 29
As instruções para elaboração do Plano de Gerenciamento dos Resíduos do Serviço
de Saúde (PGRSS), bem como para seu acompanhamento e monitoramento
encontram-se dispostas na RDC nº 222/2018. Além desta, pode-se destacar também
como instrumento para elaboração e implementação do PGRSS, o Manual de
Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde, elaborado pela Anvisa (2006).
Ademais, vale frisar que cabe à prefeitura estipular os limites de pequeno e grande
gerador para RSD e RCC, através da legislação municipal. Portanto, convém ao
município de Tabuleiro/MG estabelecer os limites de pequenos e grandes geradores
através de respaldo legal. Assim, a coleta e disposição final dos resíduos de pequenos
geradores seriam de responsabilidade da prefeitura, cabendo aos grandes geradores a
elaboração de um PGRS.
Dessa forma pode-se definir critérios e procedimentos simplificados para apresentação
dos planos de gerenciamento de resíduos sólidos para microempresas e empresas de
pequeno porte, desde que as atividades por elas desenvolvidas não gerem resíduos
perigosos, conforme definido na PNRS.
4.6.2. Geradores sujeitos ao sistema de logística reversa
De acordo com a relação de empresas e estabelecimentos comerciais levantados pela
Prefeitura, foram identificados possíveis geradores sujeitos ao sistema de logística
reversa.
Cabe destacar que, em alguns casos, não há certeza dos tipos de produtos vendidos.
Porém, os estabelecimentos como armarinhos e varejo de mercadorias variadas,
geralmente vendem algum dos produtos obrigatórios à aplicação da logística reversa,
tais como pilhas, lâmpadas entre outros.
268
Entretanto, como não foi realizada verificação em todos os estabelecimentos existentes
no município, cabe à Prefeitura a responsabilidade de identificar, individualmente, todos
os estabelecimentos a fim de obter confirmação dos produtos vendidos, de forma que
se conheça quais lojas são sujeitas ao sistema de logística reversa de fato.
A Tabela 50 exibe os possíveis estabelecimentos sujeitos ao sistema de logística
reversa, devendo alguns serem verificados pela prefeitura em um levantamento
posterior.
Tabela 50 - Empreendimentos sujeitos à implantação de logística reversa.
ESTABELECIMENTOS SUJEITOS A LOGÍSTICA REVERSA
LOCAL
Empreendimento Atividade Local
Franciel Angelo Ferraz Agropecuária Rua Farmacêutico Antônio
da Mota
Bruno Simonato Moreira Agropecuária Rua do Comercio, 483
Carlos A. D. Toledo
Comércio de Produtos
Agropecuários/
Veterinários
Rua Farm. Antônio da Motta
Marinho
Eduardo Noceli Julio Oficina Mecânica Rua Valério Correa Neto,
CASA 285
Evandro de Andrade
Netto Oficina Mecânica Av. Dep. Último de Carvalho
Agmar Batista Lamas Oficina Mecânica Rua Avelino Jacinto
Coimbra, 26
Geraldo Moreira de Lima Oficina Mecânica Rua do Comércio, 340, Loja
01
269
Fonte: Prefeitura de Tabuleiro, 2019.
4.6.3. Controle e fiscalização
A Prefeitura deve adotar meios de fiscalização daqueles geradores que necessitam
elaborar um PGRS, podendo criar taxas para assegurar a realização de tal
monitoramento, a partir de cobrança dos grandes geradores. Entretanto, faz-se
necessário realizar uma reunião com os comerciantes, distribuidores de produtos de
logística reversa, ainda durante a elaboração deste plano ou no início de 2020 para
explicar a importância da elaboração do PGRS. O prazo de cobrança para a
elaboração desses planos, tanto os de logística reversa como os industriais, seria o
segundo semestre de 2020.
Vale salientar que as reuniões seriam de caráter obrigatório, necessitando de no
mínimo um representante por estabelecimento, dos empreendimentos citados nas
TabelasTabela 46;Tabela 47;Tabela 48;Tabela 49 eTabela 50; ou quaisquer novos
estabelecimentos enquadrados na Figura 86.
4.7. Serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos
urbanos - procedimentos operacionais e especificações mínimas
A partir do diagnóstico realizado no Produto 3 deste plano, com relação aos
procedimentos de acondicionamento dos resíduos, regularidade, frequência, horários,
itinerários da coleta, realizados atualmente no município de Tabuleiro/MG, destaca-se
alguns aspectos a serem aperfeiçoados, sendo estes:
Expansão da área atendida pela coleta, incluindo também todas as demais
comunidades rurais na rota;
Agregar a mesma frequência de coleta (3 dias alternados) também às
comunidades rurais a receberem este serviço;
270
Reformulação do contrato com a empresa específica para coleta, transbordo e
disposição final dos resíduos domiciliares, com base no peso dos resíduos
gerados, ao invés de valor fixo mensal;
Implantação do sistema de coleta seletiva em toda a malha municipal (urbana e
rural), incluindo Pontos de Entrega Voluntária (PEV) e coletas residenciais com
frequência inicial de uma vez por semana, com vistas a maior reaproveitamento
dos resíduos, proporcionando menor volume destinado à coleta comum, e
economia de gastos.
Neste sentido, nos itens seguintes, são descritas as especificações mínimas a serem
adotadas para a estruturação dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de
resíduos sólidos, do município de Tabuleiro/MG, destacando os serviços de coleta
regular (convencional), coleta seletiva e de limpeza urbana, visando assim nortear a
municipalidade durante a fiscalização e execução destes serviços.
4.7.1. Coleta regular convencional dos RSD e RSC
A coleta convencional consiste na coleta dos resíduos sólidos gerados em residências,
estabelecimentos comerciais, industriais, públicos e de prestação de serviços que
possuam características de resíduos domiciliares, conforme Classe II - A da ABNT
NBR nº 10.004/2004. Com base nas informações dispostas no Manual de
Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos do IBAM, elaborado por Monteiro et al.
(2001), existem quatro elementos imprescindíveis que precisam ser observados
durante o procedimento de coleta dos resíduos, os quais são:
Regularidade;
Frequência;
Horário
Itinerário.
No que se refere a esta regularidade, o Manual destaca que a coleta do RSD deve ser
realizada em cada imóvel sempre nos mesmos dias e horários, garantindo dessa
271
forma, que os cidadãos encaixem em seus hábitos rotineiros, permanecendo
condicionados à colocar os recipientes ou embalagens de resíduos nas calçadas, em
frente aos imóveis, apenas nos dias e horários em que o veículo coletor passará.
Relacionado a frequência, o Manual dispõe que, devido às diferentes razões
climáticas existentes no Brasil, o tempo transcorrido entre a geração do resíduo
domiciliar e seu destino e/ou disposição final não poderá exceder uma semana. Este
fato deve ser respeitado a fim de evitar a proliferação de insetos, o aumento de odores
indesejáveis e a atratividade que o lixo exerce sobre diversos tipos de animais.
Importante salientar que o horário das coletas deve ser fixo, garantindo que a mesma
ocorra sempre no mesmo horário. Para o caso de bairros estritamente residenciais, o
Manual indica que a coleta seja realizada preferencialmente durante o turno do dia.
Contudo, deve-se analisar as condições específicas de cada logradouro, de forma a
evitar a realização da coleta em horários de grande movimento de veículos nas vias
principais, a fim de não causar prejuízos ao trânsito.
4.7.1.1. Acondicionamento
Conforme Instituto Brasileiro de Administração Municipal – IBAM (2001), acondicionar
os resíduos sólidos domésticos, significa separá-los para a coleta de forma
sanitariamente adequada e compatível com o tipo e a quantidade de resíduos. Deste
modo, a Tabela 51 apresenta de maneira sintética as formas de acondicionamento
recomendadas para o município de Tabuleiro/MG.
272
Tabela 51 - Formas de acondicionamento temporário de RSD e RSC indicados para o município de Tabuleiro/MG
GERADOR
TIPO DE
RECIPIENTE ESPECIFICAÇÕES
Pequeno Gerador
Recipiente reutilizável
Devem possuir um formato que facilite seu esvaziamento, sem aderência nas paredes internas e nos cantos;
Ser confeccionado em material resistente e que evite vazamentos (plástico ou metal);
Ter alças laterais e tampas; e
Capacidade máxima de 100 L.
Recipiente descartável
Sacos plásticos com capacidade volumétrica máxima de 100 L dispostos em lixeiras.
Grande Gerador
Abrigo de resíduos
Recomenda-se que seja construído em alvenaria e revestida em azulejo cerâmico na cor branca, piso com declividade de até 2% para o lado oposto a entrada, com instalação de ralo sifonado ligado à rede de esgotos.
Contêineres basculantes
Superfície lavável, cantos arredondados, com rodízios e capacidade superior a 100 L.
Logradouros
Públicos
Coletores públicos
Padronizados;
Confeccionados em plásticos ou metálicos;
Identificação clara da categoria de resíduo que poderá ser armazenado (secos e úmidos);
Instalado de acordo com estudo específico para definição do espaçamento nos locais de grande circulação de pedestres;
Garantir a praticidade da coleta.
Fonte: Adaptado do PMGIRS de Pinheiral, 2017.
Neste sentido, compete ao gerador o acondicionamento adequado dos RSD e RSC,
sendo a fiscalização, regulação e educação ambiental atribuições da administração
pública. Portanto, os geradores devem respeitar os procedimentos e especificações
mínimas abordados neste subitem.
273
Com relação aos coletores públicos, estes devem possibilitar a separação dos
resíduos em seco (recicláveis) e úmidos (matéria orgânica e rejeitos), apresentar
identificação clara de quais tipos de resíduos podem ser acondicionados e seguirem
uma padronização que facilite a coleta (preferencialmente com capacidade de 50
litros). Com relação a identificação destes recomenda-se que a administração pública
implante placas ou adesivos indicativos, objetivando a correta sinalização dos
dispositivos de acondicionamento temporário (lixeiras) para que não haja equívocos
no momento do descarte pelos habitantes. A Figura 88 ilustra uma recomendação do
que deve conter nestas placas ou adesivos.
Figura 88 - Identificação dos coletores seletivos públicos
Fonte: PMGIRS de Pinheiral, 2017.
Visando a concretização da proposta, a administração pública e o prestador do serviço
deverão realizar campanhas de sensibilização e educação ambiental para que os
geradores adotem formas de acondicionamento temporário adequado, bem como
para que os resíduos sejam acondicionados externamente apenas no horário próximo
a coleta.
274
4.7.1.2. Transporte
De acordo com Monteiro et. al (2001), a respeito dos veículos disponíveis para coleta
dos resíduos sólidos domiciliares e para o transporte dos mesmos até a área de
transbordo, é recomendado que os veículos apresentem as seguintes características
listadas a seguir:
I. Não permitir derramamento do lixo ou do chorume na via pública;
II. Apresentar taxa de compactação de, no mínimo, 3:1, ou seja, cada 3 m³ de
resíduos ficarão reduzidos, por compactação, a 1 m³;
III. Apresentar altura de carregamento na linha de cintura dos garis, ou seja, no
máximo a 1,20 metros de altura em relação ao solo;
IV. Possibilitar esvaziamento simultâneo de pelo menos dois recipientes por vez;
V. Possuir carregamento traseiro, de preferência;
VI. Dispor de local adequado para transporte dos trabalhadores;
VII. Apresentar descarga rápida dos resíduos no destino (no máximo em três
minutos);
VIII. Possuir compartimento de carregamento (vestíbulo) com capacidade para, no
mínimo, 1,5 m³;
IX. Possuir capacidade adequada de manobra e de vencer aclives;
X. Possibilitar basculamento de contêineres de diversos tipos;
XI. Distribuir adequadamente a carga no chassi do caminhão;
XII. Apresentar capacidade adequada para o menor número de viagens ao destino,
nas condições de cada área.
Em relação aos veículos disponibilizado para o transporte dos resíduos do local de
transbordo até a área de disposição final, é recomendado que o mesmo esteja em boas
condições, e que sejam utilizas telas ou lonas plásticas na parte superior de sua caixa
de carga, a fim de evitar que caiam detritos nas vias públicas pela ação do vento.
275
4.7.1.3. Transbordo
De acordo com o Produto 3 – Diagnóstico Municipal Participativo, constatou-se que o
município de Tabuleiro/MG não possui área de transbordo dentro de seus limites. Na
área urbana, os RSD são coletados pela empresa União Recicláveis Rio Novo LTDA,
levados a transbordo próprio da contratada, e posteriormente encaminhados para o
aterro sanitário CTR Leopoldina, este sob administração da empresa supracitada. Já
na comunidade de Santa Rita do Botafogo a coleta nas residências é feita pela
Prefeitura, que em seguida, armazena estes resíduos em um local que funciona como
“transbordo” até que sejam coletados semanalmente pela empresa contratada e
encaminhados para disposição final juntamente com os resíduos da área urbana.
Porém, vale frisar que, embora exista coleta nas duas comunidades rurais mencionadas
acima, as mesmas ocorrem apenas uma vez por semana, proporcionando a existência
de locais que funcionam como áreas de “transbordo”, devido ao acondicionamento
temporário, até que a empresa contratada e a Prefeitura realize a coleta semanal
destes. Dessa forma, caracteriza-se como um problema municipal, não apenas pela
contaminação do solo ali existente, como também de saúde pública, já que o mesmo
poderá servir como abrigo de vetores transmissores de doenças.
O cenário ideal seria a coleta com a mesma frequência existente em toda a rota: três
dias alternados na semana, realizado também por empresa terceirizada, encerrando
dessa forma tais áreas de acondicionamento dos resíduos.
Vale ressaltar que, caso a Prefeitura opte futuramente por gerenciar áreas de
transbordo municipais, uma vez que não existem legislações federais e estaduais
específicas fornecendo instruções para a escolha, implantação e infraestrutura de áreas
de transbordo, orienta-se seguir a Instrução Normativa nº 01 de 2010 que apesar de
incluir apenas o estado do Espírito Santo, aborda de forma geral, os aspectos das áreas
de transbordo e, portanto, torna-se boa referência na ausência de legislações
municipais no assunto.
276
Esta Instrução Normativa dispõe a respeito das estações de transbordo, e as classifica
como instalações físicas, compostas de coberturas, e que auxiliam no transbordo dos
resíduos sólidos recolhidos na fonte geradora para outro veículo de transporte com
maior capacidade de carga, a fim de os transportá-los para os locais de disposição final
adequados (IEMA, 2010). Conforme defino nesta norma, as estações de transbordo
devem ser compostas, basicamente, por pátios de manobras de veículos e de
carregamento e descarregamento de resíduos sólidos em caixas estacionárias ou
contêineres de armazenamento temporário.
4.7.1.4. Tratamento
É de conhecimento que o melhor cenário é a não geração dos resíduos sólidos, ou a
diminuição de seu volume produzido. Quando a afirmativa não pode ser satisfeita, o
tratamento ideal para os mesmos baseia-se nas atitudes da população, tentando
sempre reduzir a quantidade de lixo, através de ações que evitem o desperdício, como
o reaproveitamento de alguns materiais, bem como através da separação de recicláveis
in loco ou em residências.
Em relação aos tratamentos propriamente ditos podemos destacar três principais:
reciclagem, compostagem e incineração. As usinas desses tratamentos tornam o
resíduo inerte e não-poluidor através de processos físicos e/ou biológicos. Para o
município de Tabuleiro/MG, orienta-se a adoção das duas primeiras, reciclagem do
resíduo seco e compostagem. Os subitens a seguir, descrevem de forma geral, as
especificações mínimas para tanto.
4.7.1.4.1. Reciclagem dos resíduos sólidos domiciliares secos
O material reciclável, misturado ao resíduo orgânico, fica sujo e contaminado, tornando
seu beneficiamento mais complicado. Assim, o processo de reciclagem deve iniciar com
a população, ao separar o resíduo reciclável do resíduo orgânico, garantindo alguns
cuidados necessários para não tornar este material em rejeito (MONTEIRO et al., 2001).
277
Uma usina de triagem e compostagem é constituída basicamente por unidade de
recepção dos resíduos; unidade de triagem; pátio de compostagem; baias ou galpões
para armazenamento de recicláveis e do composto curado, além da área de
aterramento dos rejeitos (Soares, 2016). Porém, para o bom funcionamento desta deve-
se implementar a coleta seletiva conforme apresentado no tópico 6.2 deste plano.
Dentre tais etapas, para a triagem, deve-se observar as seguintes recomendações
(MONTEIRO et al., 2001):
I. As esteiras de triagem devem ter velocidade entre 10 m/min a 12 m/min, de forma
a permitir um bom desempenho dos trabalhadores que fazem a catação manual;
II. Os catadores devem ser posicionados ao longo da esteira de catação, ao lado
de dutos ou contêineres, separando no início da esteira os materiais mais
volumosos, como papel, papelão e plástico filme para que os materiais de menor
dimensão (latas de alumínio, vidro, etc.) possam ser visualizados e separados
pelos catadores no final da linha. Geralmente a primeira posição é ocupada por
um “rasga-sacos”, a quem também cabe a tarefa de espalhar os resíduos na
esteira de modo a facilitar o trabalho dos outros catadores;
III. Quando houver mais de uma esteira de triagem, elas deverão ser projetadas
com elevação suficiente para permitir em sua parte de baixo a instalação de
prensas enfardadeiras e espaço suficiente para movimentação dos materiais
triados;
IV. Com relação aos processos de seleção, estes podem ser instalados de forma
isolada ou associados entre si. As usinas simplificadas geralmente dispõem de
apenas esteiras de catação. Já as usinas mais sofisticadas podem possuir
peneiras, separadores balísticos, separadores magnéticos e separadores
pneumáticos, facilitando a catação manual;
V. Em unidades de até 5 toneladas por horas, pode-se substituir a esteira de
catação por uma mesa de concreto, com pequena declividade e abas laterais
que impedem o vazamento dos resíduos, que são empurrados manualmente
278
pelos catadores até o final da mesa, com o auxílio de pequenas tábuas,
simultaneamente à separação dos recicláveis.
VI. Nas unidades onde se utiliza a mesa de concreto, o lixo que chega da coleta
deve ser armazenado em uma pequena depressão no solo, junto à cabeceira da
mesa de catação;
VII. A escolha do material reciclável a ser separado nas unidades de reciclagem
depende da demanda da indústria. Todavia, na grande maioria das unidades são
separados os seguintes materiais: Papel e papelão; plástico duro (PVC,
polietileno de alta densidade, PET); plástico filme (polietileno de baixa
densidade); garrafas inteiras; vidro claro, escuro e misto; metal ferroso (latas,
chaparia, etc.); metal não-ferroso (alumínio, cobre, chumbo, antimônio, etc.).
4.7.1.4.2. Compostagem
De acordo com Monteiro et al. (2001), o processo de compostagem é definido como um
procedimento biológico natural oriundo da decomposição da matéria orgânica, tanto de
origem animal como vegetal, através da ação de microrganismos. Esse processo de
tratamento e estabilização de resíduos orgânicos, resulta na formação de compostos
estáveis, menos prejudiciais ao meio ambiente. Esse processo tem como produto final
um composto orgânico rico em húmus e nutrientes, podendo ser utilizado para outros
fins.
Nas usinas simplificadas ocorrem a compostagem natural inteiramente ao ar livre.
Nessas unidades, após serem fragmentados em moinho de martelos, os resíduos são
colocados em montes, denominados leiras, onde permanecem até sofrerem
bioestabilização de sua massa orgânica através de seu reviramento, com frequência
pré-estabelecida. Depois de estabilizado biologicamente, esse material é submetido à
peneiramento, podendo ser aplicado em solo agrícola mediante composição química
do mesmo (MONTEIRO et al., 2001).
279
Baseado na estrutura das usinas simplificadas de compostagem, seguem abaixo
algumas recomendações para a tipologia mais indicada ao município de Tabueiro,
(MONTEIRO et al., 2001):
I. O pátio de leiras da usina deve ser plano e bem compactado, se possível,
pavimentado, de preferência com asfalto;
II. O pátio de leiras deve possuir declividade suficiente (2%) para escoamento das
águas pluviais e do chorume gerado durante a compostagem. Esses efluentes
devem receber tratamento sanitário, como, por exemplo, em lagoa de
estabilização;
III. No dimensionamento do pátio, deve-se prever espaço entre as leiras para
circulação de caminhões, pás carregadeiras ou máquinas de revolvimento. Além
das áreas para estocagem do composto orgânico pronto;
IV. As leiras para compostagem devem ter forma piramidal ou cônica, com base de
cerca de 3,0 metros de largura ou diâmetro de 2,0 metros e altura variando entre
1,50 e 2,0 metros. Alturas maiores que 2,0 metros dificultam a aeração e a
operação de revolvimento. A forma cônica facilita o escoamento pluvial evitando
o encharcamento das leiras.
4.7.1.4.2.1 Unidade de Compostagem Comunitária (UCC)
Diante da realidade diagnosticada no Produto 3 deste plano, propõe-se como
complemento à reimplantação da UTC em Tabuleiro/MG, seja implementado, também,
um Projeto Piloto de Unidade Compostagem Comunitária. Entretanto, menciona-se que
para a efetivação de tal iniciativa inicialmente é necessária a sensibilização da
comunidade sobre a importância, vantagens e cuidados da compostagem de resíduos
orgânicos. Considerando ainda que este método de compostagem se baseia no
princípio de simplicidade operacional prevendo o envolvimento proativo da comunidade
abrangida.
280
Planeja-se que o Projeto Piloto de Unidade de Compostagem Comunitária seja
estruturado de forma progressiva envolvendo as associações de moradores, através da
implantação inicial de 02 (duas) Unidades de Compostagem Comunitária (UCC) – uma
na área urbana e outra na área rural, as quais receberão voluntariamente os resíduos
orgânicos caracterizados por “restos de preparo de alimentos” da população abrangida
pelo projeto. A entrega voluntária dos resíduos deverá ocorrer através de Locais de
Entrega Voluntária (LEVs) de resíduos orgânicos estrategicamente instalados.
Tais UCCs deverão receber também parcela limitada dos resíduos orgânicos
provenientes dos serviços de manutenção das áreas verdes das residências e locais
públicos, de forma a viabilizar o quantitativo ideal de material estruturante necessário
ao ideal processo de compostagem.
Quanto a localização destas, o MMA (2017) expõe que a unidade de compostagem
deve ser um local destinado especificamente para esta atividade, com os cuidados
ambientais necessários. Quando preciso, a atividade desenvolvida nesse local poderá
ser submetida ao processo de licenciamento ou de autorização ambiental. Em geral, o
pátio deve contar com um sistema de drenagem, local para lavagem de recipientes,
para armazenagem de ferramentas e insumos, área para armazenamento de serragem,
palha e folhas, além de possuir cercas vivas ou barreiras verdes no entorno.
O MMA (2017) recomenda, ainda, que o local no qual deverá ocorrer o processo de
compostagem comunitária possua um amplo espaço útil para atender a todos os seus
requisitos, tais quais:
Área para as leiras na fase ativa e de maturação do composto;
Áreas para armazenamento dos materiais secos ricos em carbono (como
serragem, palhas, folhas e podas de árvores);
Área para lavagem e armazenamento das bombonas.
O local deve ser devidamente cercado com muro ou tela de arame evitando a entrada
de animais. Além disso, devem ser previstas cortinas arbóreas ou cerca viva (largura
281
de 1,0 a 5,0 m) para diminuir os impactos de ruídos, poeiras e eventuais odores nas
vizinhanças, tais como, bananeiras, palmeiras, hibiscos, cinamomos, amoreiras e
outras frutíferas (MMA, 2017).
O pátio de compostagem é caracterizado como o local onde ocorre a montagem das
leiras e o processo de compostagem. Assim, menciona-se que a arquitetura da leira é
de extrema importância para o processo pois garante a aeração adequada para que
ocorra a compostagem. Isto posto, orienta-se seguir recomendações do MMA (2017),
bem como recomendações técnicas para operação destas unidades junto à Fundação
Estadual do Meio Ambiente (FEAM) de Minas Gerais, que publicou em 2006 as
Orientações Básicas para operação de Usina de Triagem e Compostagem de Lixo
(FEAM, 2006).
Os subitens seguintes apresentam, de maneira geral alguns dos aspectos operacionais,
a serem considerados na implementação deste Projeto.
Os resíduos orgânicos gerados pela população participante do Projeto
voluntariamente em Locais de Entrega Voluntária (LEVs) estrategicamente
instalados nas comunidades abrangidas
Os resíduos orgânicos acondicionados nos LEVs em tambores plásticos
(bombonas) deverão ser recolhidos com regularidade de pelo menos 3 vezes por
semana, não podendo ficar acondicionados por mais de 3 dias de forma a
considerar o aspecto sanitário.
As bombonas recolhidas deverão ser transportadas até a Unidade de
Compostagem Comunitária e os resíduos orgânicos acondicionados despejados
diretamente para a formação das leiras.
Em seguida deve ser prevista a lavagem das bombonas e o armazenamento até a
próxima coleta. Cumpre destacar que no momento de coleta da bombona cheia,
observando a regularidade de recolhimento, o prestador de serviço deverá deixar
uma outra vazia e lavada no local.
282
No setor de acondicionamento do composto, o material deverá ser armazenado
para posteriormente ser encaminhado para revenda e/ou para a utilização em áreas
verdes dentro da própria comunidade.
O veículo utilizado no serviço de coleta seletiva nos LEVs poderá ser de tração
manual ou mecânica. A primeira opção é justificada apenas quando a participação
da comunidade ainda é pequena e as distâncias médias entre o centro gerador e o
ponto de descarte (unidade de compostagem comunitária) são inferiores a 2,0 km.
Quanto a mão de obra necessária, salienta-se ainda a importância da inclusão de
pessoas de baixa renda interessadas no manejo de resíduos sólidos, promovendo
a inclusão social. Na administração, por sua vez, recomenda-se a contratação de
profissionais capacitados. É recomendável também a capacitação dos profissionais
de produção (operação), uma vez que para que ocorra o processo de compostagem
de forma eficiente, é necessário conhecimento e emprego de técnicas operacionais
específicas.
4.7.1.5. Disposição Final
O principal processo recomendado para a disposição final ambientalmente adequada dos
resíduos sólidos domiciliares constitui o aterro sanitário, sobre terreno natural, através de
seu confinamento em camadas cobertas com material inerte, geralmente terra, segundo
normas operacionais específicas, de modo a evitar danos ao meio ambiente,
principalmente à saúde e à segurança pública (MONTEIRO et al., 2001). De forma
simplificada, o mesmo promove a disposição correta dos resíduos, além da coleta e
tratamento do chorume, de forma a não degradar o solo e o lençol freático, e da coleta e
queima do biogás produzido nas reações de decomposição da matéria orgânica. Cabe
destacar que a principal característica do chorume é a variabilidade de sua composição
em decorrência do esgotamento progressivo da matéria orgânica biodegradável.
No caso específico do município de Tabuleiro/MG, atualmente, a disposição de seus
resíduos sólidos urbanos ocorre em aterro sanitário localizado na cidade de Leopoldina.
283
Este aterro pertence à empresa União Recicláveis Rio Novo LTDA, na qual possui
contrato com a Prefeitura de Tabuleiro, além de outras localidades.
No tópico 4.4 deste plano, foi apresentado, de forma geral, possíveis áreas favoráveis
para disposição final ambientalmente adequada no próprio município. Entretanto,
verificou-se que, inicialmente, sua implementação seria inviável devido as características
de Tabuleiro e conforme justificavas apresentadas no decorrer deste item (Tópico 4.4).
4.7.2. Coleta seletiva
A coleta seletiva é instrumento da Lei nº 12.305/ 2010 (PNSR) que consiste no
recolhimento dos resíduos sólidos previamente segregados, conforme sua constituição
ou composição. Esta atividade é fundamental para atingir as metas de disposição final
ambientalmente adequada bem como as metas de redução de resíduos secos e úmidos
aterrados, propostas pela PNRS.
Segundo Decreto Federal nº 7.404/2010, a coleta seletiva deverá ser implantada pelo
titular do serviço público de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos, o qual deve
definir os procedimentos para acondicionamento adequado e disposição adequada dos
RS, devendo estabelecer, no mínimo, a separação de resíduos secos e úmidos,
estendendo progressivamente à separação destes em suas parcelas específicas.
Deste modo, os próximos subitens apresentam as recomendações gerais para a
implantação da coleta seletiva no município de Tabuleiro/MG, caracterizando as
modalidades de operação recomendadas e a forma de segregação dos resíduos
gerados. Tais orientações técnicas seguem as determinações previstas na PNRS e em
seu decreto regulamentador, servindo de base para as decisões dos gestores
municipais.
Entretanto, ressalta-se a importância da elaboração de um estudo específico –
Programa de Coleta Seletiva, bem como um projeto executivo para a sua
284
operacionalização. Neste sentido, recomenda-se seguir estudos tais como o realizado
pela Fundação Nacional da Saúde – FUNASA (2014).
4.7.2.1. Modalidades de operação
São fatores a serem considerados na definição da modalidade operação da coleta
seletiva, os recursos financeiros e de mão de obra disponíveis no município, envolvendo
preferencialmente catadores de materiais recicláveis, bem como a aceitação da
comunidade. Dentre as modalidades existentes, de operação da coleta seletiva,
destacam-se três: “entrega voluntária”, “porta a porta” e “por organização de catadores
de materiais recicláveis”, descritas na Tabela 52. A combinação entre estas
modalidades propicia a minimização de determinados aspectos negativos, os quais
também são pontuando apresentados na Tabela 52.
Tabela 52 - Modalidades de coleta seletiva
MODALIDADE DESCRIÇÃO
Entrega voluntária
O próprio gerador deverá deslocar-se até um LEV ou
Ecoponto, disponibilizado pela Prefeitura em locais de
grande fluxo de pessoas (supermercados, postos de
combustíveis, praças, etc.) e
depositar o material reciclável, previamente segregado,
em recipientes específicos. Conforme horários
predefinidos, o prestador de serviço (1) realiza a coleta.
Aspectos Positivos
Maior facilidade e menor custo de coleta;
Redução de custos de coleta e transporte, com
otimização de percursos e frequências,
especialmente em bairros com população
esparsa;
285
Em função do tipo de recipientes e estímulos
educativos adotados, permite a separação e o
descarte de recicláveis, por tipos, facilitando a
triagem posterior.
Aspectos Negativos
Requer maior disponibilidade da população que
deverá se deslocar até um LEV ou Ecoponto;
Suscetível a vandalismo (desde o depósito de lixo
orgânico e animais mortos no interior do recipiente
de coleta até a danificação de sua estrutura);
Exige manutenção e limpeza periódica;
Necessita, em alguns casos, de equipamento
especial para coleta;
Não possibilita a identificação dos domicílios e
estabelecimentos participantes, dificultando a
avaliação e mensuração da participação da
comunidade ao programa.
Porta a porta
O material reciclável, previamente segregado, é
acondicionado pelo próprio gerador, para posteriormente,
ser coletado por veículo dimensionado para realizar tal tarefa
ainda na porta da residência do munícipe, trazendo maior
comodidade aos cidadãos. Esta modalidade deve ser
executada por prestador de serviço (1) contratado pela
Prefeitura ou diretamente por ela em parcelas crescentes do
município e de forma escalonada.
Aspectos Positivos
Dispensa o deslocamento do cidadão até um LEV
ou Ecoponto, o que influi positivamente quanto à
participação na coleta seletiva;
Permite mensurar a participação da população no
programa pela facilidade de se identificar os
domicílios e estabelecimentos participantes;
Agiliza a descarga nas UTCs.
286
Aspectos Negativos
Exige maior infraestrutura de coleta,
consequentemente maiores custos de operação
(aumento de frota de veículos e recursos
humanos);
Tende a apresentar custos mais elevados de
coleta e transporte comparado com outras
modalidades;
Atrai a presença de maior número de catadores
informais na região onde está implantada (questão
social).
Por organização de catadores de
materiais recicláveis
Grupos de trabalhadores organizados em cooperativas
e/ou associações devidamente legalizados e contratados,
recolhem o material em pontos geradores específicos e
parceiros (grandes geradores, comércios e domicílios),
previamente segregados por tipo. A coleta pode ser feita
por carrinhos manuais, bicicletas acopladas com gaiolas
metálicas ou por outros tipos de veículos da cooperativa.
Aspectos Positivos
Promove a inclusão social;
Gera emprego e renda;
Reduz o custo de coleta, transporte, triagem e
destinação final de resíduos sólidos para a
administração municipal;
Em relação às demais modalidades de coleta
seletiva, apresenta maior independência e menor
vulnerabilidade às descontinuidades da
administração municipal;
Quando organizadas em associações ou
cooperativas, o município é priorizado nos
processos de seleção de projetos para pleito de
recursos federais.
287
Aspectos Negativos
Está direcionada para materiais com maior valor
de mercado;
Apresenta elevado risco de acidentes,
principalmente, quando os trabalhadores atuam
sem equipamentos de sinalização de trânsito e de
proteção individual;
Dificulta a mensuração da participação da
população;
Em alguns casos é explorada a mão de obra do
trabalhador e/ou o trabalho infantil.
Fonte: Adaptado do PMGIRS de Pinheiral, 2017.
1- Coleta seletiva pode ser realizada pela cooperativa de catadores, caso seja esta a opção
da municipalidade, neste aspecto cumpre evidenciar que a contratação desta pelo poder
público é dispensada de licitação.
Considerando as características do município de Tabuleiro/MG, sugere-se,
inicialmente, priorizar a prestação dos serviços através de associações e cooperativas
de catadores de materiais recicláveis, associado a implementação de Locais de entrega
voluntária – LEVs pela população.
Os Locais de Entrega Voluntária (LEVs) são endereços ou locais disponibilizados para
a entrega voluntária de RSD Recicláveis Secos preferencialmente implantados em
pontos estratégicos e com um grande fluxo de pessoas, tais como supermercados,
postos de combustíveis, órgãos públicos, dentre outros. Estes locais devem possuir
dispositivos específicos dimensionados para a recepção e o acondicionamento dos
RSD Recicláveis Secos entregues voluntariamente.
Entretanto, para obtenção de uma maior eficiência e aceitabilidade pela comunidade, é
interessante que se elabore um planejamento específico para a coleta seletiva,
denominado de Plano de Coleta Seletiva – PCS e que em seu conteúdo, verifique a
possibilidade da combinação desta modalidade, assim facilitando a adesão dos
munícipes no sistema de coleta diferenciada.
288
Posteriormente, em médio e longo prazo, a partir da implementação da UTC e com a
disponibilidade de pessoal tanto para execução da coleta quanto para a triagem do
material coletado, recomenda-se a utilização de duas modalidades de coleta seletiva –
Porta a Porta e em LEVs – de maneira simultânea ou não, conforme apresentado na
Figura 89. Tais atividades podem ser realizadas por cooperativas de catadores, caso
seja esta a opção da municipalidade. Neste aspecto cumpre evidenciar que a
contratação de cooperativas de catadores pelo poder público é dispensada de licitação.
Além disso, deve-se garantir a frequência e regularidade dos serviços, tendo em vista
que o não cumprimento do planejado e divulgado faz com que a comunidade fique
descrente com os serviços, inclusive podendo parar de contribuir.
Figura 89 - Fluxograma de implantação de coleta dos resíduos secos recicláveis
Fonte: Adaptado do PMGIRS de Pinheiral, 2017.
Para o sistema de coleta porta a porta, levando em consideração o porte do município
e dos veículos que usualmente são utilizados para este serviço recomenda-se a
implementação em 100% dos locais da área urbana e aglomerados. Já para a
modalidade em LEVs o planejamento envolve expansões graduais, de acordo com o
Plano de Coleta Seletiva – PCS, a ser elaborado para o município.
289
4.7.2.2. Segregação dos resíduos sólidos
A primeira etapa do sistema de coleta seletiva é a segregação dos resíduos na fonte
geradora. Para realização dessa etapa existem basicamente três formas de segregação
dos RSD, conforme observado na Figura 90, das quais devem ser definidas aquelas
que melhor se ajustem às necessidades e objetivos do município e, a partir dela
determinar o processo de operação da coleta seletiva.
A segregação binária, ou seja, a separação de resíduos secos (potencialmente
recicláveis) e úmidos (matéria orgânica e rejeitos), é a que apresentada maior
probabilidade de aceitação pelos cidadãos, uma vez que demanda menor quantidade
de recipientes para acondicionamento, facilita a separação dos resíduos pela
população e colabora para uma maior cooperação em virtude da simplicidade.
Recomenda-se que esta separação binária seja definida como uma regra geral para o
município e a segregação tríplice (separação de resíduos secos recicláveis, matéria
orgânica, e rejeitos – material não reaproveitável) seja definida para os locais
contemplados com as iniciativas de compostagem, em áreas em que forem
estruturadas as unidades de compostagem comunitária.
Com relação à segregação em diversas categorias, esta deve ser considerada ao longo
da implementação do PMGIRS, através das revisões quadrienais previstas,
considerando entre outros aspectos, sua viabilidade, adesão, correta segregação e
sensibilização da população, através da implementação dos programas de educação
ambiental.
Em suma, os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos
sólidos deverão instituir, preferencialmente em instrumento legal regulamentador e/ou
normatizador, a separação em resíduos secos e úmidos e, progressivamente, estender
à separação dos resíduos secos em suas parcelas específicas. Destaca-se que a
290
população deve ser orientada quanto a correta segregação adotada, bem como acerca
de qual tipo de coleta deverá ser destinado cada tipo de resíduo.
Figura 90 - Formas de segregação dos resíduos sólidos para coleta seletiva,
recomendada para o município de Tabuleiro/MG
Fonte: PMGIRS de Guaratinguetá, 2017.
4.7.2.3. Acondicionamento
Considerando a segregação binária, os resíduos secos (papel, papelão, plásticos,
metais e vidro) podem ser acondicionados em sacos plásticos, preferencialmente de
cor clara, como o azul; em caixas de papelão e outros meios, de modo que não dificulte
a identificação para o coletor. Caso implementada a coleta seletiva na modalidade porta
a porta, o cidadão deverá dispor os resíduos secos segregados e devidamente
acondicionados em local de fácil acesso aos coletores, preferencialmente, em lixeiras,
bombonas plásticas ou metálicas.
291
Uma ação que pode ser considerada pela Prefeitura, para estimular os munícipes nesta
fase inicial de implementação da coleta seletiva, é a distribuição gratuita de sacolas
plásticas de cor diferenciada em domicílios participantes da coleta seletiva porta a porta,
isto é, no momento da execução da coleta, os coletores ao recolherem os resíduos
secos, disponibilizariam sacos plásticos (na mesma quantidade) para a residência
participante, facilitando, fomentando e fortalecendo a continuidade do Programa.
Entretanto, recomenda-se que esta iniciativa seja realizada apenas nos 3 (três)
primeiros meses de implantação da coleta seletiva, pois manter ações neste sentido
fica oneroso para a municipalidade.
Para a entrega voluntária dos resíduos potencialmente recicláveis em LEVs, estes
também devem estar devidamente acondicionados.
4.7.2.4. Regularidade, frequência e horário da coleta seletiva
No que tange a modalidade de operação da coleta seletiva em LEVs, uma vez
instaladas tais estruturas, o titular dos serviços de limpeza urbana e de manejo de
resíduos sólidos, através do prestador de serviço, deverá manter um cronograma de
coleta, evitando que estes dispositivos se tornem pontos de acúmulos de resíduos,
afastando os parceiros nos quais os LEVs foram instalados e causando má impressão
da população quanto à implementação da coleta seletiva.
Desta forma, a Prefeitura Municipal de Tabuleiro/MG deverá estabelecer cronogramas
de recolhimento dos resíduos recicláveis acondicionados nestas estruturas cuja
periodicidade dependerá da taxa de adesão de toda a população, porém, recomenda-
se, no mínimo, a coleta uma vez por semana em regiões residenciais e duas vezes em
regiões comerciais.
Com relação aos horários de coleta, destaca-se a importância de serem evitados os
horários de maior fluxo de pessoas nos estabelecimentos onde serão instalados as
292
LEVs, bem como, de se evitar a coleta nos horários de pico, quando realizada nas
regiões centrais do município.
Já pela modalidade Porta a Porta, os resíduos devem ser removidos com veículo
específico, equipe e horário diferenciado da coleta convencional de resíduos. Além
disso, deve-se considerar determinados fatores como a quantidade e o tipo de resíduos
gerados, a distribuição da área urbanizada, a abrangência do Programa de Coleta
Seletiva e as condições físico-ambientais (clima, topografia, entre outros), que podem
influenciar na frequência desta.
Destaca-se ainda que a regularidade da coleta seletiva é primordial, uma vez que sua
eficiência está vinculada diretamente a este fator. Com a regularidade, a população,
adquire hábitos de dispor os resíduos potencialmente recicláveis nos dias e horários
em que o veículo coletor irá passar. Portanto, a população deve ser informada e
orientada antecipadamente, mediante ações de sensibilização e de divulgação do
Programa de Coleta Seletiva.
4.7.2.5. Veículo e guarnições para a coleta seletiva
Para a operacionalização da coleta seletiva, tanto para a modalidade porta a porta,
quanto para a entrega voluntária e/ou por organização de catadores de materiais
recicláveis, é necessário a aquisição de veículos para transportar os resíduos. Dessa
forma, considerando principalmente a execução da coleta seletiva pela modalidade
porta a porta, recomenda-se para o município de Tabuleiro/MG, a aquisição de 1 (um)
caminhão gaiola para a operacionalização desta (Tabela 53).
293
Tabela 53 - Veículos recomendados para a operação da coleta seletiva no
município de Tabuleiro/MG
VEÍCULO OBSERVAÇÕES
Caminhão com carroceria do tipo gaiola metálica para o transporte de RSD Recicláveis Secos;
Modelo ideal para a implantação da coleta seletiva porta a porta e em locais de entrega voluntária;
Como os materiais recicláveis possuem massa específica reduzida, recomenda-se que as carrocerias dos veículos sejam equipadas com sobrecargas altas fechadas com tela, formando uma “gaiola”, podendo-se aumentar significativamente a capacidade de carga e evitar os inconvenientes do espalhamento de materiais leves durante o deslocamento.
Bicicleta com carroceria do tipo gaiola para o transporte de RSD Recicláveis Secos;
Modelo recomendado para o transporte de resíduos recicláveis, realizado por catadores de matérias recicláveis até as cooperativas, LEVs e/ou UTC.
Fonte: Adaptado do PMGIRS de Pinheiral, 2017; imagens do Google, 2019.
Vale frisar que a escolha mais adequada do tipo de veículo a ser adotado dependerá,
principalmente, da quantidade de resíduos que serão coletados, bem como de aspectos
culturais, sociais e econômicos. Neste sentido, ressalta-se a importância da elaboração
do estudo específico (Projeto Executivo de Coleta Seletiva) para a operacionalização
294
do Programa de Coleta Seletiva, no qual ocorrerá o detalhamento do programa,
dimensionamento da frota e determinação da rota para o sistema.
4.7.2.6. Guarnições (equipe) de coleta seletiva
O dimensionamento das equipes de trabalho deverá ser definido nos Projetos
Executivos de Coleta Seletiva, porém, orienta-se, quanto à composição desta no
município, que cada veículo coletor deverá prever equipe composta por no mínimo 3
(três) funcionários, sendo: 1 (um) motorista e 2 (dois) coletores (garis).
Estes funcionários deverão ter sua higiene e segurança assegurados pelo uso de
equipamentos de proteção individual (EPIs) e por vacinas. Neste sentido, são
apresentadas na Figura 91 recomendações de EPIs para as guarnições de coleta
seletiva do município, com base na ABNT NBR nº 12.980/1993.
Figura 91 - Equipamentos de Proteção Individual (EPI) recomendados para as
guarnições de coleta seletiva para o município de Tabuleiro/MG
Fonte: Adaptado PMGIRS de Guaratinguetá, 2017.
295
Com relação às vacinas indicadas aos coletores, a Sociedade Brasileira de
Imunizações (SBIM) recomenda as vacinas especialmente indicadas na Tabela 54 -
Vacinas especialmente indicadas para os coletores de resíduos, considerando os riscos
ocupacionais da atividade que também devem ser ministradas para os motoristas dos
caminhões.
Tabela 54 - Vacinas especialmente indicadas para os coletores de resíduos,
considerando os riscos ocupacionais da atividade
VACINAS INDICADAS (1)
ESQUEMAS E RECOMENDAÇÕES
Hepatites A, B ou A e B(2)
Hepatite A: duas doses, no esquema 0 – 6 meses;
Hepatite B: três doses, no esquema 0 – 1 – 6 meses;
Hepatite A e B: três doses, no esquema 0 – 1 – 6 meses. A vacinação combinada das hepatites A e B é uma opção e pode substituir a vacinação isolada das hepatites A e B.
Tríplice bacteriana
acelular do tipo adulto
(dTpa ou dTpa-VIP)
Sempre que possível, aplicar dTpa independente de intervalo prévio com dt ouTT;
Com esquema de vacinação básico para tétano completo: reforço com dTpa (ou dTpa-VIP, ou dT) a cada dez anos;
Com esquema de vacinação básico para tétano incompleto: uma dose de dTpa (ou dTpa-VIP, ou dT) a qualquer momento e complementar a vacinação básica com uma ou duas doses de dT de forma a totalizar três doses de vacina contendo o componente tetânico.
Influenza (gripe)(3)
Dose única anual. Desde que disponível, a vacina influenza 4V é preferível à vacina influenza 3V, inclusive em gestantes, por conferir maior cobertura das cepas circulantes. Na impossibilidade de uso da vacina influenza 4V,utilizar a vacina influenza 3V.
Febre tifoide(4) Dose única. No caso do risco de infecção permanecer ou retornar,
está indicada outra dose após três anos (5).
Fonte: PMGIRS de Pinheiral, 2017, apud Guia de Imunização SBIm/Anamt – Medicina do
Trabalho 2016-2017.
Nota: (1) Todo indivíduo deve estar em dia com o calendário de vacinação para sua faixa etária. Estas
recomendações consideram apenas as vacinas particularmente recomendadas para a prevenção de
doenças infecciosas relacionadas ao risco ocupacional para o trabalhador; (2) Sorologia 30 e 60 dias após
296
a terceira dose da vacina é recomendada para: profissionais da saúde (ou coletores de resíduos da
saúde), imunodeprimidos e renais crônicos. Considera-se imunizado o indivíduo que apresentar título
anti-HBs ≥ 10 UI/mL; (3) Vacinas vivas atenuadas são contraindicadas para imunodeprimidos e gestantes;
(4) A indicação deveser analisada de acordo com o tempo de permanência em região de risco para a
doença; e (5) Para aqueles que atuem em situações em que há possibilidade de surto e na dependência
de risco epidemiológico.
4.7.2.7. Fluxo dos Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) sugerido para Tabuleiro/MG
A Figura 92 apresenta, detalhadamente, o fluxo dos RSD dos pequenos geradores
recomendado para o município de Tabuleiro/MG, ilustrando de forma esquemática o
processo desses resíduos desde sua geração até a destinação ou disposição final
ambientalmente adequada.
Figura 92 – Esquema sugerido para gestão e gerenciamento dos RSD de Tabuleiro/MG
297
Fonte: Autores, 2019.
4.7.3. Serviços de limpeza urbana
Baseado na Lei Federal nº 12.305/10, os serviços de limpeza urbana incluem a
varrição, capina, poda de árvores, limpeza de boca- de lobo, feiras livres e praças. No
município de Tabuleiro os serviços de varrição ocorrem de segunda a sábado nas
áreas centrais, e de acordo com a demanda nos demais bairros. A capina e a poda de
árvores ocorrem sazonalmente, conforme averiguado necessidade, e descrito no item
3.1.1.2. deste plano.
Os funcionários designados aos serviços não são específicos para cada tipo de
atividade, sendo, portanto, alocados na área de limpeza urbana desempenhando tanto
as funções de coleta, varrição ou poda conforme necessário.
De acordo com Monteiro et al. (2001), é importante que o funcionário destinado à
varrição cumpra as seguintes tarefas listadas abaixo:
Recolher o lixo domiciliar espalhado na rua (não acondicionado);
Efetuar a varrição do passeio e da sarjeta no roteiro determinado;
Esvaziar as caixas coletoras de papéis;
Retirar o mato da sarjeta e ao redor das árvores e postes (uma vez a cada 15
dias);
Limpar os ralos do roteiro.
Cabe destacar que, por hora observado, os serviços correspondentes à limpeza
urbana estão de acordo com a necessidade municipal, mantendo os logradouros
conservados dentro do alcance. Porém, observa-se maior necessidade quanto à
limpeza das bocas de lobo (caixas coletoras), nas quais são limpas mediante
necessidade. O correto a se fazer é manter frequência contínua de limpeza das
mesmas, removendo por completo os resíduos acumulados no interior das caixas,
298
bem como no carregamento, remoção e transporte, podendo serem executados de
forma manual ou mecânica. Importante que os resíduos coletados nesta etapa sigam
caminho igual aos demais de limpeza urbana: aterro sanitário. Conforme abordado a
respeito da realidade no município de Tabuleiro/MG, quanto aos serviços de limpeza
urbana, as especificações recomendadas para a cidade encontram-se na Tabela 55.
Tabela 55 – Especificações mínimas dos serviços de limpeza urbana adequados ao município de Tabuleiro/MG
Serviço de Limpeza Urbana
Especificações mínimas recomendadas
Varrição
Método recomendado: manual;
Serviço junto às sarjetas (faixa de até 1 metro);
Calçadas ficam sob responsabilidade dos proprietários;
Resíduos acumulados durante o serviço devem ser armazenados em recipientes ou carrinhos de coleta;
Periodicidade de acordo com a demanda dos logradouros.
Capina, poda e raspagem
Método recomendado: manual;
Execução através de enxadas afiadas com auxílio de pás quadradas ou forcados de quatro dentes;
Deve ocorrer nas sarjetas, ruas, passeios e nos canais de drenagem;
Resíduos devem ser ensacados e destinados à disposição final no máximo até 2 dias após a execução do serviço;
Periodicidade de acordo com a demanda dos logradouros.
Limpeza de Feira
Método recomendado: manual;
Varrição das vias públicas de forma a coletar os resíduos gerados nessas ocasiões;
Lavagem das vias com auxílio de caminhão pipa;
Deverá ser realizada sempre ao término dos eventos;
Periodicidade de acordo com a demanda dos logradouros.
299
Limpeza de bocas de lobo ou caixas de
água
Método recomendado: manual;
Serviço deverá ser realizado de forma contínua para manutenção do sistema de drenagem;
Remoção dos resíduos do interior das caixas;
Resíduos coletados devem ser destinados à aterro sanitário;
Periodicidade de acordo com a demanda dos logradouros.
Fonte: Adaptado de PMGIRS Pinheiral, 2018.
4.7.3.1. Gerenciamento pós-execução dos serviços de limpeza urbana
Os resíduos gerados após a realização dos serviços de limpeza urbana são
comumente classificados como Resíduos Verdes (RV) ou Resíduos Volumosos
(RVol.), a depender das características especificas dos resíduos, podendo haver
casos em que o resíduo pode ser classificado em ambas classes, como por exemplo,
troncos de árvores e peças de madeira.
Deste modo, devem ser considerados para efeito de correto manejo como RV
aqueles resíduos que, no geral, apresentam pequena dimensão e peso, tais como
folhas, folhagens, aparas de grama, galhos, areia, terra e eventualmente abrangem
troncos de árvores (gerados na poda), dentre outros provenientes da manutenção de
parques, praças, áreas verdes e jardins, redes de distribuição de energia, telefonia e
limpezas de áreas públicas no geral.
Já os RVol. são peças de grandes dimensões e peso, como móveis e
equipamentos domésticos inutilizados, grandes embalagens, peças de madeira e
outros assemelhados, que geralmente acabam sendo removidos pelo serviço de
limpeza urbana em pontos crônicos de disposição irregular de resíduos. Normalmente
são removidos das áreas geradoras juntamente com os Resíduos de Construção Civil
(RCC).
Sendo assim, orienta-se que tais resíduos sejam segregados preferencialmente entre
os de pequena dimensão e peso (galhos, folhas e pequenos pedaços de árvores) que
300
possam ser incorporados às leiras de compostagem e/ou reaproveitados, que no geral
são tratados como RV. Já os resíduos de grande dimensão e peso (troncos de árvores,
peças de madeira, móveis usados, etc.) sejam desmontados se necessário, triados e
destinados conforme as suas características.
Após a segregação os resíduos devem ser adequadamente acondicionados de acordo
com suas características, em locais distintos, para que possam ser aproveitados numa
futura utilização, como material lenhoso, ou no caso de folhas e galhos menores,
encaminhados para compostagem. Com relação ao acondicionamento de resíduos
com grande volume e pesados, sugere-se a utilização de caçambas localizadas nos
Ecopontos para os acondicionamentos, como os entulhos, solos, podas e madeiras
em peças.
Neste sentido, destaca-se a importância de serem previstas áreas para a triagem dos
resíduos nas estruturas de destinação licenciadas para o recebimento de pequenos e
grandes volumes de RCC e RVol (Ecopontos).
Sendo assim, para a destinação dos resíduos volumosos, pode ser estruturada uma
Área de Triagem e Transbordo Simplificada (ATT Simplificada) para o recebimento do
quantitativo dos pequenos geradores concentrado nos Ecopontos, das obras públicas
municipais e dos geradores que apresentam a geração superior à quantidade de
descarga permitida para os Ecopontos definidos por legislação específica. Ou ainda,
destinar tais resíduos a uma Área Integrada de Recebimento, Triagem e Transbordo
(AIRTT), caracterizada pela integração do Ecoponto e ATT Simplificada, conforme
proposto no Item 15.2.2., deste plano.
Outrossim, tal infraestrutura contará com triturador de podas e madeira, além de
trabalhar em conjunto com uma Usina de Reciclagem de RCC que irá processar o
RCC e transformando-os em agregados reciclados. O fluxograma da Figura 93
apresenta o fluxo dos RLU para o município de Tabuleiro/MG.
301
Figura 93 – Destinação ambientalmente adequada dos RLU de Tabuleiro/MG
Fonte: Autores, 2019.
Nota: (1) Resíduo Verde: Gerados nas podas; (2) Encaminhar para as unidades de UTC ou UCC
mediante demanda de material estruturante para confecção das leiras.
Por fim, em se tratando da disposição final dos rejeitos dos RLU, bem como para os
RSD e RSC, no horizonte imediato deste planejamento, é recomendável que seja
dada continuidade à prática de contratação de empresa técnica e operacionalmente
habilitada e dotada de infraestrutura ambientalmente licenciada para oferta de tal
serviço. Posteriormente, recomenda-se que seja articulado via consórcio, um estudo
de análise de viabilidade da gestão consorciada de estruturas para disposição final
302
ambientalmente adequada dos rejeitos, incluindo nessa analise a simulação de que
isso se concretize através de Parceria Púbico Privada (PPP).
4.8. Regras para transporte e outras etapas do gerenciamento de resíduos
sólidos sujeitos ao plano de gerencialmente específico
Conforme apresentado no tópico 4.1 deste produto, alguns geradores específicos
estão sujeitos ao plano de gerenciamento de resíduos sólidos. Desta forma, neste
capítulo será discorrido acerca das regras específicas para estas tipologias de
resíduos que demandam cuidados especiais para sua movimentação, tais como:
perigosos, de serviços de saúde, agrotóxicos e óleos lubrificante.
4.8.1. Resíduos perigosos em geral
De acordo com o exposto na NBR 10.004:2004, os resíduos perigosos são definidos
como aqueles que apresentam periculosidades como inflamabilidade, corrosividade,
reatividade, toxicidade e patogenicidade. Já o armazenamento destes resíduos se dá
conforme as instruções da NBR 12.235:1992, que especifica que o armazenamento
não deve alterar a quantidade e/ou qualidade do resíduo e pode ser feito nas formas
de contêineres e/ou tambores, a granel, ou em tanques (ABNT, 1992; ABNT, 2004).
O transporte terrestre desses resíduos perigosos deverá obedecer ao Decreto Federal
nº 96.044/1988, que aprova o Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos
Perigosos e dá outras providências, à Portaria nº 204/19972, que institui as instruções
complementares ao regulamento do transporte terrestre de produtos perigosos, bem
como às NBRs abaixo:
a) 7.500:2004: Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação
e armazenamento de produtos;
b) 7.501:2003: Transporte terrestre de produtos perigosos – Terminologia;
303
c) 7.503:2005: Ficha de emergência e envelope para o transporte terrestre de
produtos perigosos - Características, dimensões e preenchimento;
d) 9.735:2016: Conjunto mínimo de equipamentos para emergências no transporte
terrestre de produtos perigosos, composto pelo equipamento de proteção
individual, a ser utilizado pelo condutor e auxiliares envolvidos no transporte,
equipamentos para sinalização da área da ocorrência e extintor de incêndio
portátil para a carga.
Os resíduos perigosos que não puderem ser submetidos à técnicas de
reaproveitamento ou reciclagem deverão ser dispostos em aterros Classe I. Os critérios
para projeto, construção e operação desses aterros de resíduos perigosos encontram-
se dispostos na NBR 10.157/1987. Dentre as recomendações feitas por essa NBR,
podem-se destacar as relacionadas à impermeabilização do aterro, drenagem e
tratamento do líquido percolado (ABNT, 1987).
Cabe destacar que foram abordados apenas parcela das Normas e legislações
existentes, mais importantes quando se trata de resíduos perigosos. Entretanto, devem
ser observadas todas as recomendações da NBR 10.157/1987, bem como a legislação
e regulamentações correlatas pertinentes.
4.8.2. Resíduos Serviço de Saúde (RSS)
O gerenciamento dos RSS deve ser pautado de acordo com a RDC nº 222/2018 da
Anvisa, a qual define como transporte interno, o traslado dos resíduos dos pontos de
geração até o abrigo temporário ou o abrigo externo e o transporte externo como a
remoção dos RSS do abrigo externo até a unidade de tratamento ou outra destinação,
ou disposição final ambientalmente adequado. Além desta, pode-se destacar também
como instrumento para elaboração e implementação do PGRSS, o Manual de
Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde, elaborado pela Anvisa (2006),
observadas as atualizações desta Resolução, uma vez que este prescreve todas as
recomendações necessárias para todo gerenciamento dos RSS.
304
Deste modo, a RDC nº 222/2018, estabelece os seguintes procedimentos para o
transporte interno dos RSS:
O coletor ou recipiente utilizado para o transporte interno dos resíduos deve ser
de uso exclusivo e específico para cada grupo de resíduo, sendo, portanto,
identificados com o símbolo correspondente ao risco do resíduo nele contido,
segundo anexo II desta resolução.
O coletor deve ser constituído de material rígido, lavável, impermeável, provido
de tampa articulada ao próprio corpo do equipamento, com cantos e bordas
arredondados;
Os recipientes com mais de 400L de capacidade devem possuir válvula de dreno
no fundo;
Os recipientes desprovidos de rodas devem observar os limites de carga
permitidos para o transporte pelos trabalhadores, conforme normas reguladoras
do Ministério do Trabalho e Emprego; e
O roteiro deve ser previamente definido e ocorrer em horários não coincidentes
com a distribuição de roupas, alimentos e medicamentos, períodos de visita ou de
maior fluxo de pessoas ou de atividades.
Já a coleta e transporte externos dos resíduos de serviços de saúde devem ser
realizados de acordo com as normas NBR 12.810/1993 e NBR 14652/2019 da ABNT,
bem como, devem estar compatíveis com o estabelecido neste PMGIRS e com as
demais normativas aplicáveis aos resíduos desta tipologia.
A empresa transportadora deve observar o Decreto Federal nº 96.044, de 18 de maio
de 1988, e a Portaria Federal nº 204, de 20 de maio de 1997. Os veículos e
equipamentos devem portar documentos de inspeção e capacitação atestando a
adequação, emitidos pelo Instituto de Pesos e Medidas ou entidade credenciada, e
atenderem ao disposto na norma NBR 7.500 da ABNT e resoluções da ANTT (nº
420/2004, nº 701/2004 e nº 1644/2006). Além disso, segundo a RDC Nº 222/2018, os
veículos de transporte externo dos RSS não podem ser dotados de sistema de
305
compactação ou outro sistema que danifique os sacos contendo os RSS, exceto para
os RSS do Grupo D.
É válido frisar que o manual da Anvisa, bem como a RDC nº 222/2018, prescreve
todas as recomendações necessárias para todo gerenciamento dos RSS. Na Tabela
56 apresenta-se a orientações gerais do gerenciamento dos RSS.
306
Tabela 56 - Orientações sobre as etapas do gerenciamento dos RSS
GRUPO CARACTERÍSTICAS
SEGREGAÇÃO,
ACONDICIONAMENTO E
IDENTIFICAÇÃO
COLETA E
TRANSPORTE
INTERNO
COLETA E
TRANSPORTE
EXTERNOS 1
TRATAMENTO DISPOSIÇÃO
FINAL
Resíduos com possível
presença de agentes
biológicos que, por suas
características, podem
apresentar risco de
infecção. São divididos em
cinco subgrupos (A1, A2,
A3, A4 e A5), estabelecidos
em função dos riscos que
apresentam.
RDC Nº 222/2018
(Comentada)
CAPÍTULO III
Seção I
RDC Nº 222/2018
(Comentada)
CAPÍTULO III
Seção II
Empresa
Especializada
Micro-ondas;
Autoclavagem;
Incineração.
Aterro Sanitário
Classe I 2
Resíduos contendo
substâncias químicas que
podem apresentar risco à
saúde pública ou ao meio
ambiente, dependendo de
suas características de
inflamabilidade,
corrosividade, reatividade e
toxidade.
RDC Nº 222/2018
(Comentada)
CAPÍTULO III
Seção I
RDC Nº 222/2018
(Comentada)
CAPÍTULO III
Seção II
Empresa
Especializada
Incineração;
Recuperação;
Aterro Sanitário
Classe I
307
Resíduos contaminados
com radionuclídeos,
provenientes de laboratório
de análises clínicas,
serviços de medicina
nuclear e radioterapia.
RDC Nº 222/2018
(Comentada)
CAPÍTULO III
Seção I
RDC Nº 222/2018
(Comentada)
CAPÍTULO III
Seção II
Comissão
Nacional de
Energia Nuclear
(CNEN)
Armazenamento ---
Resíduos que não
apresentem risco biológico,
químico ou radiológico à
saúde ou ao meio ambiente,
podendo ser equiparados
aos resíduos domiciliares.
RDC Nº 222/2018
(Comentada)
CAPÍTULO III
Seção I
RDC Nº 222/2018
(Comentada)
CAPÍTULO III
Seção II
Serviço Público
(Adm. Municipal) ou
Empresa
Terceirizada
Compostagem;
Reciclagem;
Recuperação;
Compactação.
Aterro Sanitário
Classe II 3
Materiais perfurocortantes
ou escarificantes, tais como
agulhas e lâminas de vidro,
contaminados ou não.
RDC Nº 222/2018
(Comentada)
CAPÍTULO III
Seção I
RDC Nº 222/2018
(Comentada)
CAPÍTULO III
Seção II
Empresa
Especializada Autoclavagem.
Aterro Sanitário
Classe I
Fonte: Autores a partir da RDC Nº 222/2018.
Nota: 1 Orientações na RDC Nº 222/2018 (Comentada) CAPÍTULO III Seção IV e na Seção III sobre o armazenamento interno, temporário e externo; ABNT NBR n. 7.500:2017, n.
7.503:2017, n. 9.735:2017, n. 12.810:2016, n. 13.221:2017, n. 13.463:1995, n. 14.652:2013 e demais normas vigentes. 2 Classe I – Resíduos Perigosos – NBR 10.004/2004 (ABNT); 3 Classe II – Resíduos Não Perigosos - NBR 10.004:2004 (ABNT);
308
4.8.3. Resíduos da Construção Civil
Em relação aos resíduos da construção civil, existe legislação específica para seu
gerenciamento. Como exemplo, a Resolução CONAMA nº 307/2002 estabelece
diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil,
bem como as seguintes NBRs:
NBR 15.112:2004: que dispõe sobre áreas de transbordo e triagem de resíduos
da construção civil, dando diretrizes para projeto, implantação e operação;
NBR 15.113:2004: que dispõe sobre aterros para resíduos da construção civil,
dando diretrizes para projeto, implantação e operação.
A NBR 15.112:2004 estabelece que as áreas de transbordo e triagem de resíduos
da construção civil e resíduos volumosos (ATT) constituem aquelas destinadas ao
recebimento de resíduos da construção civil e resíduos volumosos, para fins de
triagem, armazenamento temporário dos materiais segregados, eventual
transformação e posterior remoção para destinação adequada, sem causar danos à
saúde pública e ao meio ambiente. Além da definição explicitada acima, essa NBR
também prescreve as condições de implantação e operação de uma ATT (ABNT,
2004).
Cabe destacar que a destinação final dos RCC é definida pela NBR 15.113:2004,
que institui diretrizes para projeto, implantação e operação de aterros de resíduos
sólidos da construção civil e resíduos inertes.
4.8.4. Agrotóxicos, suas embalagens e afins
As empresas que produzem e/ou comercializam agrotóxicos, suas embalagens e
afins no âmbito do Estado de Minas Gerais devem observar as orientações
estabelecidas pelo Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA, bem como realizar
registro de tal atividade junto ao instituto.
Com relação ao gerenciamento destes subprodutos, as principais Leis e Resoluções
Federais, a serem observadas são:
309
Lei Federal n° 7802, de 11 de julho de 1989
Lei Federal nº 9.974, de 6 de junho de 2000
Decreto Federal nº 4074, de 04 de janeiro de 2002
Resolução CONAMA nº 465, de 5 de dezembro de 2014
4.9. Indicadores de desempenho dos serviços públicos de limpeza urbana e de
manejo de resíduos sólidos
O presente tópico contém os principais indicadores de avaliação do desempenho
dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, também abordados
no Produto 3 deste plano. Tais indicadores objetivam traçar um panorama de todo o
sistema no município, permitindo a determinação da eficiência e da eficácia
auxiliando, assim, na definição das ações e metas propostas no decorrer deste
relatório, visando a otimização desses serviços.
Isto posto, a Tabela 57 relaciona os indicadores propostos pelo Termo de Referência
do PMGIRS, elaborado pela AGEVAP, com a situação do município de Tabuleiro/MG
nos anos de 2017 e 2018 em relação a esses serviços.
Tabela 57 - Indicadores de desempenho dos serviços público de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos do município de Tabuleiro/MG
DEFINIÇÃO DESCRIÇÃO
Taxa de cobertura do serviço de coleta de resíduos domiciliares em relação à população urbana
100%
Taxa de cobertura do serviço de coleta de resíduos domiciliares em relação à população total
84.47%
Taxa de terceirização da coleta “convencional” 100%
Frequência de realização da coleta regular “convencional” na área rural
15 em 15 dias
Frequência de realização da coleta regular “convencional” na área urbana
3 vezes por semana
Frequência de realização da varrição na área central 6 vezes por semana
310
Frequência de realização da varrição, capina e roçada nos bairros
Conforme demanda
(Entre segunda-feira e sábado)
Massa de resíduos sólidos domiciliares coletados (RSD) (resíduos orgânicos e materiais recicláveis)
960 toneladas/ano
Massa de RSD coletada per capita 0,987 Kg/(hab. x dia)
Fração de resíduos secos, passíveis de reciclagem no resíduo sólido urbano (RSU) coletado
-
Fração de resíduos úmidos no RSU coletado -
Massa de resíduos sólidos de serviço de saúde (RSS) coletados
50,3 kg/mês
Massa de RSS coletada per capita 0,62 g/(hab. x dia)
Porcentagem de domicílios atendidos pela coleta seletiva no município
Não existe
Taxa e recuperação de materiais recicláveis em relação a quantidade total de RSU
-
Relação entre rejeito acumulado e o material recebido para tratamento
-
Autossuficiência financeira do município com o manejo de resíduos sólidos urbanos
Taxa de coleta dos RSD
Imóvel residencial: R$ 8,34/ ano
Demais imóveis: R$16,68/ ano
ICMS Ecológico (2018):
R$ 56.051,22
Balanço:
311
R$ -523.783,83
Custo unitário pela execução dos serviços de coleta e transporte convencional de RSD
R$ 296,68/ (ton. x ano)
Despesa per capita com o manejo de RSD em relação à população urbana
R$ 217,44/ (hab. x ano).
Taxa de empregados em atividades relativas a resíduos sólidos em relação à população urbana
4,07 empregados/1000
hab.
Fonte: Elaborado pelos autores a partir de informações da Prefeitura (2018) e SNIS (2017),
2019.
4.10. Definição de responsabilidades
De acordo com o artigo 25 da Lei Federal nº 12.305/2010, a Política Nacional dos
Resíduos Sólidos (PNRS), possuem responsabilidade na gestão integrada dos
resíduos sólidos a população, o poder público e os fabricantes, conceito conhecido
como responsabilidade compartilhada. A PNRS também conversa a respeito dos
resíduos de logística reversa, estes nos quais o gerador/comerciante deve ser o
responsável por sua disposição final.
Importante ressaltar que a definição de responsabilidade compartilhada tem como
principais objetivos reduzir a geração de resíduos sólidos, promover o
aproveitamento de resíduos e incentivar a utilização de insumos menos agressivos
ao meio ambiente.
As responsabilidades para cada tipologia de resíduos, de acordo com o princípio da
responsabilidade compartilhada, estão apresentadas abaixo na Figura 94 e Figura
95. Vale lembrar que a parcela de resíduos considerados como logística reversa são
de responsabilidade dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes.
312
Figura 94 - Resíduos sob responsabilidade da Prefeitura Municipal
Fonte: Adaptado do PMGIRS de Astolfo Dutra (2017).
Figura 95 - Resíduos sob responsabilidade do próprio gerador
313
Fonte: PMGIRS de Astolfo Dutra (2017).
Em consonância ao exposto acima, os subitens a seguir abordarão as
responsabilidades de cada ator quanto à destinação final de cada tipo de resíduo
sólido. Ao final deste tópico (item 9.12) apresenta-se a Tabela 60, com a síntese
destas atribuições, bem como a definição dos pequenos e grandes geradores.
4.10.1. Resíduos sólidos domiciliares (RSD)
O Poder Público Municipal de Tabuleiro/MG será responsável, diretamente ou
indiretamente, através de delegação dos serviços, pela organização e prestação dos
serviços de coleta, transporte, tratamento e disposição final de resíduos sólidos
domiciliares (RSD), desde que gerados por pequenos geradores, conforme definido
na Tabela 60 item 9.12 que estejam devidamente acondicionados. Dessa forma, a
coleta abrangerá os resíduos originários dos seguintes estabelecimentos (sendo
possível incluir outras categorias, a partir de análises técnicas e justificativas
prévias):
Residências domiciliares;
Próprios municipais e estabelecimentos públicos em geral;
Cemitério, excluindo os restos de exumação.
O município deverá fiscalizar os serviços prestados e, ainda, através do Setor de
Limpeza Urbana e de Manejo de Resíduos Sólidos vinculados ao ente municipal
competente, identificar e cadastrar os grandes geradores de RSD, contendo no
cadastramento informações sobre a localização, tipologia, produção média,
existência de PGRS, dentre outros elementos de relevância para o efetivo controle
da geração destes resíduos.
Tais cadastramentos possibilitarão o estudo de demandas pelos serviços de
gerenciamento de RSD pelos entes responsáveis, facilitando a delimitação de
314
responsabilidades e conferindo maior precisão aos orçamentos/gastos públicos
relacionados.
Vale destacar que o acondicionamento dos RSD deve ser realizado pela própria
população. Em caso de implementação de programa de coleta seletiva, ainda não
existente, a segregação de materiais recicláveis e orgânicos deverá ser feita na
própria fonte geradora, no caso as residências.
Os grandes geradores de RSD serão responsáveis pelas seguintes ações:
Manejo dos resíduos gerados em seus estabelecimentos, incluindo a coleta,
transporte, destinação final e disposição final ambientalmente adequada,
através de contratação de serviços dessa natureza;
Responsabilidade por danos que vierem a ser provocados pelo gerenciamento
inadequado dos respectivos resíduos ou rejeitos;
Elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS),
obedecendo a critérios técnicos, legislação ambiental, normas de coleta e
transporte dos serviços locais de limpeza urbana e atendimento à Política
Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal nº 12.305/2010);
Implementação e operacionalização integral do Plano de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos.
4.10.2. Resíduos sólidos comerciais e prestadores de serviços (RSC)
Assim como os RSD, o Poder Público Municipal de Tabuleiro/MG será responsável,
diretamente ou indiretamente, através de delegação dos serviços, pela organização
e prestação dos serviços de coleta, transporte, tratamento e disposição final de
resíduos sólidos comerciais e de prestadores de serviços (RSC), desde que gerados
por pequenos geradores, conforme definido no item 9.12 (Tabela 60), e que estejam
devidamente acondicionados. Assim, a coleta abrangerá os resíduos originários dos
seguintes estabelecimentos (podendo ser incluídas outras categorias, a partir de
análises técnicas e justificativas prévias):
315
Estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços;
Restaurantes e Bares;
Hotéis;
Recinto de Exposições.
O município deverá fiscalizar os serviços prestados incumbindo-lhe as funções de
identificar e cadastrar os grandes geradores de RSC, contendo no cadastramento
informações sobre a localização, tipologia, produção média, existência de PGRS,
entre outras informações de relevância para o efetivo controle da geração destes
resíduos.
Tais cadastramentos possibilitarão o estudo das demandas pelos serviços de
gerenciamento dos RSC pelos entes responsáveis, facilitando a delimitação de
responsabilidades e conferindo maior precisão aos orçamentos/gastos públicos
relacionados.
Os grandes geradores de RSC serão responsáveis pelas seguintes ações:
Manejo dos resíduos gerados em seus estabelecimentos, incluindo a coleta,
transporte, destinação final e disposição final ambientalmente adequada,
através de contratação de serviços dessa natureza;
Responsabilidade por danos que vierem a ser provocados pelo gerenciamento
inadequado dos respectivos resíduos ou rejeitos;
Elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS),
obedecendo a critérios técnicos, legislação ambiental, normas de coleta e
transporte dos serviços locais de limpeza urbana e atendimento à Política
Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal nº 12.305/2010);
Implementação e operacionalização integral do Plano de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos.
4.10.3. Resíduos de limpeza urbana (RLU)
316
Fica a cargo do Poder Público Municipal de Tabuleiro/MG a responsabilidade, direta
ou indireta, através de delegação dos serviços, pela organização e prestação dos
serviços coleta, transporte, tratamento e disposição final dos Resíduos de Limpeza
Urbana (RLU), conforme estabelecido no Art. 26 da Lei Federal nº 12.305/2010
(PNRS), que são aqueles originários da prestação dos serviços públicos de:
Varrição;
Limpeza de logradouros e vias públicas;
Capina, roçada e poda de árvores; e
Outros serviços de limpeza urbana.
O município deverá fiscalizar a adequada execução destes serviços, bem como o
gerenciamento destes resíduos em suas diferentes etapas (acondicionamento,
coleta, transporte, tratamento e disposição final), através do Setor de Limpeza
Urbana e de Manejo de Resíduos Sólidos. Devendo realizar ainda o registro de
informações sobre a tipologia e produção média gerada em cada um dos serviços
de limpeza urbana prestados, entre outras informações de relevância para o efetivo
controle da geração destes resíduos.
4.10.4. Resíduos dos Serviços Públicos de Saneamento
De acordo com o disposto na PNRS, fica a cargo do órgão executor desses serviços,
proceder com as etapas de disposição final dos resíduos gerados nessas atividades.
Portanto, a empresa responsável pela administração e operação da ETA,
Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA, deverá adequar seu
funcionamento, de forma a garantir que a disposição final ocorra de forma
ambientalmente adequada.
Atualmente, em Tabuleiro/MG, a ETA lança seus resíduos (lodos) no Córrego da
Onça, constituindo-se disposição final incorreta.
Entretanto, cabe ao Poder Público Municipal de Tabuleiro/MG a responsabilidade,
direta ou indireta, através de delegação dos serviços públicos de abastecimento de
317
água e/ou esgotamento sanitário garantir a organização e a prestação dos serviços
de coleta, transporte, tratamento e disposição final dos Resíduos dos Serviços
Públicos de Saneamento, exclusivamente os gerados nessas atividades, tais como
os oriundos da operação e manutenção de Estações de Tratamento de Água (ETA),
Estações Elevatórias de Água (EEA), bocas de lobo, bueiros, e caso venha a ser
instalada no município Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), Estações
Elevatórias de Esgoto (EEE), dentre outros dispositivos que compõe estes sistemas,
excluem-se destes os RSD e RLU gerados nestes locais.
A operação destas infraestruturas de saneamento gera resíduos caracterizados
como lodo e restos de produtos químicos, os quais deverão ter seu manejo
fiscalizado pelo Setor de Limpeza Urbana e de Manejo de Resíduos Sólidos. Além
disso, é de significativa importância para o planejamento municipal que seja efetuado
o registro das tipologias e produção média de resíduos nestas infraestruturas, entre
outras informações de relevância para o efetivo controle da geração destes resíduos.
4.10.5. Resíduos de Serviços de Saúde (RSS)
Em relação aos postos de saúde e unidades básicas de saúde comunitários,
administrados pelo município, compete a Prefeitura, direta ou indiretamente, através
da delegação dos serviços, a coleta, transporte, tratamento e disposição final dos
resíduos oriundos dos serviços de saúde gerados. Além disso, cabe ao município:
a) Melhorar o gerenciamento dos resíduos dentro das unidades, adequando,
principalmente, o acondicionamento e o armazenamento temporário externo,
conforme especificado neste plano e nas normas vigentes;
b) Identificação e cadastro dos geradores da iniciativa privada; Fiscalização
periódica dos prestadores de serviços de coleta, tratamento e disposição final;
c) Ações educativas de forma a melhorar a segregação dos resíduos na fonte
geradora;
318
d) Exigência à apresentação de Plano de Gerenciamento de Resíduos de
Serviços de Saúde (PGRSS) pelos geradores da iniciativa privada.
Com relação aos estabelecimentos de saúde particulares, a responsabilidade pela
gestão dos resíduos gerados é do próprio gerador, garantindo as seguintes ações:
a) Elaborar e implantar o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de
Saúde (PGRSS), conforme orientações da Resolução Conama nº 358 de 2005
e a RDC Anvisa nº 222 de 2018;
b) Designação de responsável pela coordenação e execução do PGRSS;
Apresentar aos órgãos competentes, até o dia 31 de março de cada ano,
declaração, referente ao ano civil anterior, subscrita pelo administrador
principal da empresa e pelo responsável técnico devidamente habilitado,
acompanhada da respectiva ART, relatando o cumprimento das exigências
previstas na Resolução Conama nº 358 de 2005;
c) Segregar os resíduos na fonte e no momento da geração, de acordo com suas
características, para fins de redução do volume dos resíduos a serem tratados
e dispostos, garantindo a proteção da saúde e do meio ambiente;
d) Treinar e capacitar, de forma continuada, os funcionários envolvidos no
gerenciamento de resíduos.
4.10.6. Resíduos da Construção Civil
Com relação ao manejo integrado dos Resíduos da Construção Civil, o Poder Público
Municipal será responsável pelas seguintes ações previstas, desde que justificado
através de estudo de viabilidade econômico-financeira:
Implementação de Ecopontos para recebimento de pequenos volumes de RCC
e Rvol;
Área para Recepção de Grandes Volumes (AIRTT);
Ações para informação e educação ambiental dos munícipes;
Incentivo ao reuso e redução dos resíduos na fonte de produção
319
Ação de incentivo à implementação de empresas recicladoras de resíduos
classificados, segundo a Resolução CONAMA nº 307/2007, como A e B;
Identificação e cadastramento dos grandes geradores e credenciamento dos
transportadores.
O cadastro deverá conter informações sobre a localização, tipologia, produção
média, existência de Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil.
Ainda, deverão ser cadastrados os transportadores de RCC. O Município será
responsável, também, de forma direta ou através da delegação dos serviços, pelo
manejo dos resíduos da construção civil gerados em obras e ou reformas
gerenciadas pela municipalidade.
Os grandes geradores de resíduos da construção civil (RCC) serão responsáveis por
todo o manejo dos resíduos gerados em suas atividades. Além disso, deverão
elaborar instrumentos específicos de gerenciamento dos RCC gerados (PGRCC)
sempre que a atividade (obra) se enquadre no mínimo em uma das especificações
no Tópico 9 ou nas seguintes especificações:
Acima de 400 m² de área construída;
Acima de 50 m² de área de demolição;
Acima de 50 m³ de movimentação de terra
Portanto, é extremamente importante que a prefeitura defina através de legislação
os limites entre pequenos e grandes geradores, conforme sugerido no tópico 4.12
(Tabela 60).
4.10.7. Resíduos Industriais (RI)
A responsabilidade pelo adequado gerenciamento (acondicionamento, coleta,
transporte, tratamento e disposição final) dos Resíduos Industriais, gerados nos
processos produtivos e instalações industriais, é de responsabilidade dos próprios
geradores de acordo com a PNRS. Estes geradores deverão elaborar mecanismos
320
de gerenciamento dos resíduos gerados (PGRS) de acordo com as características
dos mesmos (periculosidade, composição e/ou volume).
Enfatiza-se a importância da fiscalização no compartilhamento da responsabilidade
pelos resíduos gerados nestes estabelecimentos, uma vez que normalmente estes
locais geram resíduos próprios de suas atividades e resíduos equiparáveis aos RSD
e RSC, cabendo ao Setor de Limpeza Urbana e de Manejo de Resíduos Sólidos o
dever de fiscalizar rigorosamente a segregação destes resíduos nos casos em que
couber ao Poder Público Municipal a responsabilidade pela coleta, transporte,
tratamento e disposição final dos RSD e RSC gerados nestes locais, ou seja, quando
estes se enquadrarem em pequenos geradores dessa tipologia.
Além disso, deve ser realizado o efetivo controle da forma de acondicionamento
realizada nestes locais, bem como o controle e registro das tipologias e a produção
média gerada. Tais informações são de grande relevância para o planejamento
municipal, principalmente na avaliação dos limites (quantitativos) que distinguem os
pequenos e grandes geradores no município.
As demais tipologias descritas nos itens seguintes, deve-se seguir as mesmas
orientações descritas neste tópico.
4.10.8. Resíduos Agrossilvopastoris
Este tipo de resíduo fica sob a responsabilidade dos fabricantes e comerciantes de
defensivos agrícolas e similares, do mesmo modo que os RI descrito no tópico 4.7,
assim, deve-se seguir as mesmas orientações descritas neste tópico. Atualmente,
no município de Tabuleiro, conforme apresentado no Produto 3 deste plano, as
embalagens de agrotóxicos e fertilizantes ficam a cargo do produtor, que é
responsável por retorná-las à Agropecuária Pantanal em Rio Pomba/MG, que
garante a posterior destinação correta ao Ecoponto existente na cidade de
Tocantins/MG, distante 43 Km de Tabuleiro/MG.
321
4.10.9. Resíduos de Mineração (RM)
Esta tipologia de resíduo fica sob a responsabilidade dos seus geradores, do mesmo
modo que os RI descrito no tópico 4.7. Assim, deve-se seguir as mesmas orientações
descritas neste tópico.
4.10.10. Resíduos de Serviços de Transporte (RST)
Esta tipologia de resíduo fica sob a responsabilidade dos seus geradores. Assim,
deve-se seguir as mesmas orientações descritas neste tópico.
4.10.11 Logística Reversa
A Lei Federal nº 12.305/2010 (PNRS) determina como obrigatório estruturar e
implementar sistemas de logística reversa, através do retorno dos produtos após o
uso pelo consumidor, de forma independente do serviço de limpeza urbana e de
manejo dos resíduos sólidos, aos fabricantes, importadores, distribuidores e
comerciantes dos produtos. A Tabela 58 estabelece os produtos/resíduos incluídos
neste sistema bem como as legislações adequadas para o correto gerenciamento
destes.
322
Tabela 58 - Sistemas de logística reversa e respectivas disposições legais aplicáveis
PRODUTOS/RESÍDUOS LEGISLAÇÃO PERTINENTE
Agrotóxicos, seus
resíduos e embalagens
Lei Federal nº 7.802/1989: Dispõe sobre a pesquisa, a
experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem,
o transporte, o armazenamento, a comercialização, a
propaganda comercial, a utilização, a importação, a
exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o
registro, a classificação, o controle, a inspeção e a
fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e
dá outras providências;
Lei Federal nº 9.974/2000: Altera a Lei nº 7.802, de 11 de
julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a
experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem,
o transporte, o armazenamento, a comercialização, a
propaganda comercial, a utilização, a importação, a
exportação, o destino final dos resíduos e embalagens,
o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a
fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins,
e dá outras providências;
Decreto Federal nº 4.074/2002: Regulamenta a Lei nº
7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a
pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem
e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a
comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a
importação, a exportação, o destino final dos resíduos e
embalagens, o registro, a classificação, o controle, a
inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus
componentes e afins, e dá outras providências;
Resolução CONAMA nº 465/2014
323
Pilhas e baterias
Resolução CONAMA nº 401/2008 – Estabelece os limites
máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e
baterias comercializadas no território nacional e os
critérios e padrões para o seu gerenciamento
ambientalmente adequado, e dá outras providências;
Instrução Normativa Ibama nº 08/2012.
Pneus
Resolução CONAMA nº 416/2009 Dispõe sobre a
prevenção à degradação ambiental causada por pneus
inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada,
e dá outras providências; Instrução Normativa Ibama nº
01/2010.
Óleo lubrificante, seus
resíduos e embalagens
Resolução CONAMA nº 362/2005: Dispõe sobre o
recolhimento, coleta e destinação final de óleo
lubrificante usado ou contaminado;
Proíbe a queima de óleo lubrificante usado e cria o Grupo
de Monitoramento Permanente (GMP);
NBR 10.004: Indica que os óleos lubrificantes são de
características
perigosas, necessitando de uma gestão adequada em
seu manuseio,
acondicionamento temporário e destinação final
ambientalmente adequada;
Acordo Setorial (DOU¹ nº 27 de 07/12/2013).
Lâmpadas fluorescentes
de vapor de sódio e
mercúrio e de luz mista
Acordo Setorial (DOU¹ nº 48 de 12/03/2015).
Produtos
Eletroeletrônicos e seus
componentes
Lei Federal nº 12.305/2010.
324
Embalagens em geral Acordo Setorial (DOU¹ de 27/11/2015).
Medicamentos vencidos RDC ANVISA nº 306/2004; Resolução CONAMA nº
358/2005; e RDC ANVISA nº 44/2009
Fonte: Ministério do Meio Ambiente (MMA); Sistema de Nacional de Informações Sobre a
Gestão dos Resíduos Sólidos (SNIR).
Nota: 1- Diário Oficial da União (DOU).
Com base neste arcabouço legal, pode-se atribuir aos consumidores, comerciantes,
fabricantes e Poder Público às seguintes responsabilidades (Tabela 59).
Tabela 59 - Definição das responsabilidades para implementação do sistema de Logística Reversa Obrigatória
ATORES RESPONSABILIDADES
Consumidores
Participar efetivamente do programa de coleta e
disposição de resíduos com logística reversa
implementada, separando-os em suas residências
elevando-os para descarte em pontos de coleta
implementados pelos comerciantes;
Disseminar a informação acerca do descarte correto dos
resíduos com logística reversa implementado para
pessoas próximas, incentivando a participação de todos
no correto manejo desses resíduos.
Comerciantes
Fornecimento do espaço físico para alocar os recipientes
coletores de forma visível, acessível e segura para a
população;
Manejo adequado dos resíduos coletados, controle do
armazenamento e das quantidades coletadas;
Treinamento e orientação dos funcionários sobre o
funcionamento do sistema de logística reversa e acerca
dos riscos ambientais e sanitários do descarte
325
inadequado, bem como sobre a importância do repasse
destas informações aos consumidores;
Garantia da continuidade e permanência do processo
educativo.
Fabricantes
Financiamento para disponibilização de sistemas de
coleta, para manutenção do programa e para destinação
final adequada dos resíduos com logística reversa;
Propiciar, financiar ou auxiliar no encaminhamento
(transporte) dos resíduos acondicionados nos comércios
até destinação final ambientalmente adequada;
Comprometimento em relação à adoção das melhores
tecnologias disponíveis para o tratamento e disposição
final ambientalmente adequada dos resíduos coletados e
garantia da destruição segura dos medicamentos;
Garantia da continuidade e permanência do processo
educativo.
Poder Público
Articulação, coordenação, promoção e supervisão de
programas de educação ambiental;
Articulação com os fabricantes no sentido de implantar o
sistema de logística reversa, bem como difundir tais
programas;
Manutenção do sistema de logística reversa
implementado em entidades e/ou instituições públicas;
Treinamento, orientação e conscientização dos
comerciantes e da população quanto ao funcionamento
do programa de logística reversa, bem como sobre os
riscos ambientais e sanitários do descarte inadequado;
326
Garantia da continuidade e permanência do processo
educativo.
Fonte: Adaptado da PNRS (2010).
Caso o titular do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos
encarregue-se da função de garantir o retorno dos resíduos com logística reversa
obrigatória aos fabricantes e/ou sua correta destinação em prol da saúde pública,
por acordo ou termo de compromisso firmado com o setor empresarial, deverá ser
devidamente remunerado por isso. Neste sentido, conforme o Art. 36 da Lei Federal
nº 12.305/2010, compete ao titular dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo
de resíduos sólidos quanto à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos
produtos:
Adotar procedimentos para reaproveitar os resíduos sólidos reutilizáveis e
recicláveis oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de
resíduos sólidos;
Estabelecer sistema de coleta seletiva;
Articular com os agentes econômicos e sociais medidas para viabilizar o retorno
ao ciclo produtivo dos resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis oriundos dos
serviços de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos;
Realizar as atividades definidas por acordo setorial ou termo de compromisso
na forma do § 7º do Art. 33 da Lei Federal nº 12.305/2010, mediante a devida
remuneração pelo setor empresarial; implantar sistema de compostagem para
resíduos sólidos orgânicos e articular com os agentes econômicos e sociais
formas de utilização do composto produzido; dar disposição final
ambientalmente adequada aos resíduos e rejeitos oriundos dos serviços
públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.
327
4.10.12. Síntese da atribuição das responsabilidades de acordo com o tipo de resíduo
A Tabela 60, a seguir, revela o compilado das responsabilidades de gestão e
destinação final de cada agente no cenário dos resíduos, de acordo com as
tipologias.
Tabela 60 - Síntese da atribuição das responsabilidades de acordo com as tipologias dos resíduos no município e definição dos pequenos e grandes
geradores
TIPO DE
RESÍDUO
RESPONSABILIDADE
POPULAÇÃO PREFEITURA
FABRICANTE
COMERCIANTE
GERADOR
Resíduos Sólidos Domiciliares – até 100Kg ou 200 L
por dia
X X
Resíduos Sólidos Domiciliares –
acima de 100Kg ou 200 L por dia
X
Resíduos de Limpeza Urbana
X X
Resíduos de Estabelecimentos
comerciais e prestadores de serviços - até
100Kg ou 200 L por dia
X
Resíduos de Estabelecimentos
comerciais e prestadores de
serviços – acima de 100Kg ou 200
L por dia
X
328
TIPO DE
RESÍDUO
RESPONSABILIDADE
POPULAÇÃO PREFEITURA
FABRICANTE
COMERCIANTE
GERADOR
Resíduos de Serviços públicos de saneamento
X
Resíduos Industriais
X
Resíduos de Serviços de
Saúde (estabelecimento
Públicos)
X
Resíduos de Serviços de
Saúde (demais estabelecimentos)
X
Resíduos da Construção Civil - até 200 kg/dia ou
0,5 m³/dia
X X
Resíduos da Construção Civil 1– acima de 200
kg/dia ou 0,5 m³/dia
X
Resíduos Agrossilvopastoris
X
Resíduos de Logística Reversa
X
Fonte: Adaptado da NBR10.004/ 2004 e PMGIRS de Astolfo Dutra, 2017.
Nota: 1- Ou acima de 400 m² de área construída; acima de 50 m² de área de demolição; acima de 50
m³ de movimentação de terra.
4.11. Programa e ações de capacitação técnica de grupos interessados
A PNRS enfatiza a importância da inclusão social dos catadores de resíduos sólidos
recicláveis através de cooperativas e/ou associações no sistema de limpeza urbana
329
e manejo de resíduos, inclusive priorizando os municípios que utilizarem estas
organizações no que concerne à obtenção de recursos financeiros federais.
Durante a elaboração do Produto 3 deste Plano (Diagnóstico Municipal Participativo)
constatou-se que não há no município associações ou cooperativas de catadores de
materiais recicláveis, entretanto, existe à frente deste trabalho, um catador informal
(José Célio) que realiza a coleta dos recicláveis porta-a porta, armazena em um
galpão próprio e recebe apoio das empresas Garra Subprodutos Ltda e EMES Ltda..
Além disso, existem outros catadores que revendem materiais para ele,
esporadicamente, em datas festivas do município. Neste sentido salienta-se a
importância da Prefeitura Municipal fomentar a criação de uma cooperativa
formalizada a partir deste empreendedor, que já possui conhecimento na área e
interesse em ampliar seus trabalhos, uma vez que faz desta atividade, sua fonte de
renda.
Outra importante ação a ser realizada, visando a implantação e monitoramento deste
plano, é a identificação dos outros grupos interessados (Figura 96) e, dentro do
possível, efetuar sua capacitação, articulação e integração ao sistema de limpeza
urbana e de manejo de resíduos sólidos, fomentando assim a segregação,
reutilização, beneficiamento, cadeia de reciclagem e coleta seletiva com geração de
emprego e renda, conforme princípios da PNRS que reconhece o resíduo como bem
econômico e de valor social.
Figura 96 – Exemplos de grupos interessados no manejo de resíduos sólidos
330
Fonte: Autores, 2019.
A Tabela 61 apresenta o diagnóstico de alguns aspectos analisados, sugeridos pelo
Manual de Referência para elaboração do PMGIRS da AGEVAP, que serviram como
subsídio para definição das metas e ações do Programa de Capacitação Técnica
(Tabela 62).
Tabela 61 - Referências atuais quanto a participação e capacitação técnica de grupos de Interessados do município de Tabuleiro/MG
ASPECTOS SITUAÇÃO DIAGNOSTICADA
Deficiências relacionadas à assistência técnica
O município não possui corpo técnico suficiente para prestar assistência devida
aos assuntos relacionados ao meio ambiente
331
Exigências legais não atendidas pelos grupos
interessados
Os grandes geradores não apresentam à Prefeitura seus Planos de Gerenciamento
de Resíduos Sólidos. Em contrapartida, não há nenhum tipo de
fiscalização e controle exercidos pelo corpo técnico da prefeitura
Capacitação contínua dos profissionais encarregados da
gestão e gerenciamento de resíduos
Inexistente
Associação e/ou Cooperativas de Catadores
Inexistente
Identificação e cadastramento das pessoas interessada
Inexistente
Cadastro das pessoas jurídicas e físicas com envolvimento no
gerenciamento dos resíduos sólidos Inexistente
Cadastro de catadores de resíduos recicláveis inseridos no
sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos
Inexistente
Fonte: Autores, 2019.
Deste modo, as metas e ações definidas com base no diagnóstico realizado no
município são apresentadas na Tabela 62, a seguir:
Tabela 62 - Metas, projetos e ações referentes ao programa de Participação e Capacitação Técnica de Grupos Interessados
PARTICIPAÇÃO E CAPACITAÇÃO TÉCNICA DE GRUPOS INTERESSADOS
Metas Ações e Projetos Prazo/Período
1. Ampliar o corpo técnico responsável pelo
gerenciamento dos resíduos sólidos
1.1. Realização de processo seletivo para atuação na Secretaria Municipal de
Agropecuária, Abastecimento e Meio Ambiente
2020 - 2024
332
1.2. Fechar parcerias e/ou acordos de cooperação técnica com as associações voltadas para a área de meio ambiente,
como a AGEVAP, além de Universidades mais próximas da região
2020 - 2024
2. Fiscalizar e controlar os grandes geradores
2.1. Identificação e cadastro dos grandes geradores
2020
2.2. Exigir elaboração do PGRS destes 2020
2.3. Exigir a entrega relatório anual de gerenciamento de resíduos
Anual
2.4. Manter atualizado tais cadastros 2020-2039
3. Identificação e cadastro de catadores de materiais recicláveis e de pessoas físicas de baixa renda interessadas em
participar do gerenciamento de resíduos sólidos
recicláveis no município
3.1. Criar, fomentar e apoiar organizações de catadores e de pessoas físicas de baixa
renda no manejo dos resíduos sólidos 2020 - 2024
3.2. Garantir a disponibilidade de infraestruturas necessária para execução do
trabalho (Ex.: unidade de triagem de resíduos, estruturas para segregação e
enfardamento dos recicláveis)
2020 - 2028
4. Identificação e cadastro de outros grupos
interessados em participar do
gerenciamento dos resíduos sólidos, tais
como:
4.1. Empresas da região atuantes na coleta de resíduos da construção civil (RCC), resíduos do serviço de saúde (RSS),
Resíduos sólidos domiciliares (RSD) e resíduos sólidos comerciais e de prestadores de serviços (RSC)
2020
4.2. Empresas que manifestam interesse na implementação/operação dos sistemas de
gerenciamento dos resíduos sólidos, e apresentarem proposta em processos
licitatórios
2020
4.3. Empresas que implantem e operem novas tecnologias aplicáveis ao
gerenciamento de resíduos sólidos 2020
4.4. Empresas de comercialização de materiais recicláveis
2020
4.5. Associações e/ou Cooperativas de catadores de materiais recicláveis
2020
4.6. Carroceiros (caso existentes) que coletam resíduos da construção civil,
resíduos volumosos, de poda roçada e outros
2020
4.7. Manter atualizado tais cadastros 2020-2039
333
5. Realizar cursos de capacitação e
treinamento com atualizações periódicas
para:
5.1. Grupos interessados para o gerenciamento adequado dos resíduos
sólidos
2020-2039
5.2. Catadores de materiais recicláveis
5.3. Membros da prefeitura para acompanhamento das ações e
metas do PMGIRS
5.4. Funcionários para atuação como multiplicadores das ações de
educação ambiental para toda a comunidade, escolas e creches
Fonte: Autores, 2019.
Para acompanhamento das metas e implantação das ações poderão ser utilizados
os indicadores apresentados na Tabela 63.
Tabela 63 - Indicadores a serem utilizados para acompanhamento das metas e ações do Programa de Capacitação Técnica
INDICADOR UNIDADE
Novas contratações e/ou remanejamento para a área de meio
ambiente
Nº de novos funcionários
Acordos de cooperação técnica Sim/Não
Banco de dados dos grandes geradores Sim/Não
Grandes geradores que entregaram PGRS
Porcentagem (%)
Grandes geradores que entregaram relatório anual de gerenciamento de
resíduos Porcentagem (%)
Cursos de capacitação realizados anualmente nas áreas de meio ambiente, saúde e educação
Nº de cursos realizados
Fonte: Autores, 2019.
334
4.12. Programa e ações de educação ambiental
Instituída pela Lei Federal nº 9.795/1999 que dispõe sobre a educação ambiental
com a promulgação da Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), a
Educação ambiental configura-se como os processos nos quais o indivíduo e a
coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e
competências voltadas para a conservação do meio ambiente.
Desse modo, constitui responsabilidade do município definir políticas públicas que
incorporem a dimensão ambiental, promover a educação ambiental em todos os
níveis de ensino e o engajamento da sociedade na conservação, recuperação e
melhoria do meio ambiente, bem de uso comum à sociedade.
A respeito das empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, a
PNEA estabelece que compete a estas promover programas destinados à
capacitação dos trabalhadores, visando à melhoria e ao controle efetivo sobre o
ambiente de trabalho, bem como sobre as repercussões do processo produtivo no
meio ambiente.
Com vistas ao cumprimento do disposto na PNRS, que estabelece como um de seus
objetivos a não-geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos
sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, a
educação ambiental torna-se essencial para alcançar todas as metas definidas nas
diretrizes da Política Nacional de Meio Ambiente, bem como no presente plano.
A fim de definir as metas a serem instituídas através do Programa de Educação
Ambiental, o presente tópico será subdividido em duas diferentes frentes de
aplicação: o ensino formal (escolas, universidades, educação especial, educação
profissional e educação de jovens e adultos) e o ensino não-formal (atividades e
ações voltadas para a coletividade, através de meios de comunicação de massa,
programas, oficinas, entre outros).
335
4.12.1 Objetivos
São objetivos do Programa de Educação Ambiental:
Desenvolver uma compreensão integrada do meio ambiente, envolvendo
aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos,
científicos, culturais e éticos;
Garantir a democratização das informações ambientais;
Estimular e fortalecer a consciência crítica acerca da problemática associada
ao manejo inadequado dos resíduos sólidos;
Propiciar o atendimento dos demais programas do PMGIRS, visto que muitos
deles dependem do desenvolvimento da conscientização ambiental;
Atender à Política Nacional de Resíduos Sólidos;
Atender à Política Nacional de Educação Ambiental.
4.12.2. Público-alvo
O Programa de Educação Ambiental visa atender à comunidade como um todo, bem
como outros grupos que também poderão participar, nos quais:
fabricantes, importadores, comerciantes e distribuidores;
consumidores, em geral;
estudantes.
4.12.3. Diagnóstico
O diagnóstico da situação da educação ambiental atual foi realizado com base nos
aspectos apresentados na Tabela 64.
Tabela 64 - Diagnóstico dos principais aspectos relacionados com a educação ambiental no Município de Tabuleiro/MG
ASPECTOS SITUAÇÃO DIAGNOSTICADA
336
Ações de educação ambiental voltadas para as escolas (ensino formal)
Insuficiente
Ações de educação ambiental voltadas para a comunidade (ensino não
formal) da área urbana Insuficiente
Ações de educação ambiental voltadas para a comunidade (ensino não
formal) da área rural Inexistente
Fonte: Autores, 2019.
4.12.4. Indicadores do Programa de Educação Ambiental
De forma a conseguir acompanhar as metas e implementar as ações pertinentes,
poderão ser utilizados os indicadores apresentados na Tabela 65 a seguir.
Tabela 65 - Indicadores para acompanhamento das ações do Programa de Educação Ambiental
INDICADOR UNIDADE
Índice de investimento na educação ambiental
R$/1.000habitante
Número de programas voltados à educação ambiental
Unidade
Estimativa de público mobilizado Qntd. de pessoas
337
Estabelecimento de projeto piloto de compostagem em um assentamento
rural no município Sim/Não
Capacitação de funcionários e corpo pedagógico de escolas municipais
Sim/Não
Estabelecimento de projeto piloto de coleta seletiva em uma escola municipal
Sim/Não
Abrangência da educação ambiental no Município (área urbana, rural e total)
% Porcentagem
Fonte: Autores, 2019.
4.12.5. Estratégias e Metas
As metas e ações definidas, descritas na Tabela 66, a seguir, foram definidas com
base no diagnóstico realizado no município.
Tabela 66 - Metas e ações a serem desenvolvidas no Programa de Educação Ambiental
EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA GESTÃO E GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Metas Ações e Projetos Prazo/Período
1. Implementar ações de educação ambiental aplicadas
ao ensino não-formal (voltadas à coletividade
através de comunicação de massa, programas, oficinas e
etc.)
1.1. Elaborar, com apoio de equipe técnica especializada, Plano de
Educação Ambiental (PEA) aplicável ao sistema de limpeza urbana e de manejo de resíduos
sólidos
2020 - 2039 (Ações
contínuas)
1.2. Elaborar plano de mídia para promoção da educação ambiental
no município
338
1.3. Realizar campanhas orientadas com enfoque em ações
de redução, reutilização e reciclagem, utilizando-se de meios
de comunicação de massa
1.4. Formar multiplicadores para o programa de educação ambiental através de cursos e oficinas para
pessoas de baixa renda interessadas no manejo dos
resíduos sólidos
1.5. Promover o envolvimento de todas as secretarias municipais e também setores representativos da comunidade (igrejas, ONGs,
conselhos entidades filantrópicas, etc.)
1.6. Realizar palestras e oficinas para a população do município,
promovendo a educação ambiental e o correto manejo dos resíduos
1.7. Implementar projeto piloto de compostagem doméstica
1.8. Desenvolver programas de conscientização para a separação do papelão, coletado pelo catador José Célio, bem como os demais
materiais por ele coletado no município, incentivando mais
pessoas à realização este trabalho
1.9. Implementar projeto piloto de coleta seletiva em um bairro do
município
1.10. Implementar junto aos fabricantes, comerciantes,
distribuidores e consumidores programas de incentivo à logística
reversa, bem como conscientização dos problemas
causados pelo descarte inadequado desses materiais
1.11. Promover capacitação dos atores sociais por meio de cursos voltados à educação ambiental,
desenvolvendo intervenções educativas voltadas à minimização de resíduos, para a conservação do meio ambiente e melhoria da
339
qualidade de vida das pessoas na comunidade
1.12. Demonstrar a importância das ações da coleta seletiva na minimização dos impactos dos resíduos sólidos no município, bem como expor que a correta segregação na fonte geradora
garante trabalho mais salubre aos triadores
2. Implementar ações de educação ambiental aplicadas ao ensino formal (unidades
escolares e unidades especial, profissional e de jovens e
adultos)
2.1. Capacitar e treitar periodicamente os funcionários
das escolas, garantindo a atuação prática desses com relação aos
resíduos produzidos nas unidades escolares
2020 - 2039 (Ações
contínuas)
2.2. Capacitar e trinar periodicamente o corpo
pedagógico proporcionando formação, reflexão e aplicação de
novas propostas integradas voltadas à realidade do município com relação aos resíduos sólidos
2.3. Promover a realização de trabalhos transdisciplinares sobre educação ambiental que tratem da
temática resíduos sólidos, ressaltando os problemas
decorrentes da disposição final inadequada e da importância do
princípio dos 5 Rs
2.4. Incentivar iniciativas de sistemas de reaproveitamento de resíduos orgânicos no ambiente escolar mediante processo de
compostagem in situ ou individuais, para a produção de
adubo que seja utilizado no plantio de verduras e legumes nas
próprias escolas
340
2.5. Incentivar a coleta seletiva nas escolas mediante a correta
segregação e acondicionamento (secos e úmidos) dos resíduos
sólidos gerados Nota: Sugere-se que a Prefeitura
incentive a parceria entre as escolas que realizem esta
iniciativa com os catadores de materiais recicláveis em
estruturação no município
2.6. Realizar visitas às infraestruturas relacionadas aos resíduos sólidos como o aterro sanitário onde são dispostos os resíduos do município e outras
Fonte: Autores, 2019.
4.13. Mecanismos para a criação de fontes de negócios, emprego e renda
De acordo com o Manual de Referência: Plano Municipal de Gestão Integrada de
Resíduos Sólidos (2014), elaborado pela AGEVAP, os resíduos sólidos reutilizáveis
e recicláveis devem ser tratados como bens econômicos e de valor social, geradores
de trabalho e renda, além de promover a cidadania e o incentivo a criação e
desenvolvimento de cooperativas, e outras formas de associação de catadores de
materiais recicláveis, de modo a fomentar o uso de matérias-primas e insumos
derivados de materiais recicláveis e reciclados.
Para garantir o desenvolvimento de mecanismos para a criação de fontes de
negócios, emprego e renda, são necessários que alguns objetivos sejam
implantados, os quais são:
Fomentar ações que contribuam para a geração de negócios, emprego e renda
no município;
Oferecer incentivos para empresas propulsoras dos 3Rs (Redução,
Reutilização e Reciclagem) se instalarem no município;
Oferecer incentivos para as empresas existentes aplicarem o princípio dos 3Rs;
341
Assegurar a viabilidade da comercialização dos resíduos recicláveis
recuperados no município;
Valorizar o trabalho de catadores de materiais recicláveis, formalizando o
emprego destes, bem como de pessoas de baixa renda no sistema de
gerenciamento de resíduos sólidos municipal.
Uma das diretrizes sociais instituídas pela PNRS é estabelecer que todos os
catadores de resíduos sólidos, que estejam em situação informal, deverão ser
inseridos em cooperativas e/ou centros de triagem devidamente regulamentados, a
fim de garanti-los acesso a condições seguras de trabalho e os devidos benefícios
de um trabalho registrado legalmente.
Vale ainda ressaltar que, a respeito dos grupos interessados, constituídos por
organizações de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis e/ou por pessoas
de baixa renda, devem possuir prioridade acerca do gerenciamento dos resíduos
sólidos, propiciando maior inclusão social desta parcela da sociedade. Porém, é
necessário que devam ser implementadas certas ações que proporcionem eficiência
na produtividade dessas organizações atuantes, ou que venham a atuar no município
de Tabuleiro, de forma a evitar/minimizar baixos rendimentos ligados à falta de
equipamentos (infraestrutura operacional) e de estrutura organizacional.
Para o estabelecimento desses mecanismos devem ser considerados os seguintes
aspectos apresentados na Tabela 67.
Tabela 67 - Aspectos analisados para estabelecimento de mecanismos de criação de fontes de negócio, emprego e renda
ASPECTO SITUAÇÃO DIAGNOSTICADA
Empresas de comercialização de
materiais recicláveis instaladas no
município
Não identificado
342
Empresas beneficiadoras de material
orgânico recuperado (compostos
orgânicos) Não identificado
Empresas no ramo de resíduos de
logística reversa obrigatória (RLRO)
E-Ambiental e Agropecuária Pantanal atuam com parte dos
RLRO de Tabuleiro/MG
Incentivos fiscais, financeiros e
creditícios para o manejo de resíduos
sólidos Inexistente
Cooperativas e/ou associação de
catadores Inexistente
Catadores informais e/ou formais Existente, não cadastrado, contabilizado apenas um
Fonte: PMGIRS de Astolfo Dutra, 2017.
Com relação aos aspectos que não foram identificados previamente, é importante
destacar que estes precisam ser levantados pelo município, já que constituem peças
fundamentais para o estabelecimento de parceria entre os grupos interessados e,
consequentemente, para a criação de fontes de negócio, emprego e renda.
Deste modo, as metas e ações definidas com base no diagnóstico realizado no
município são apresentadas no subtópico seguinte.
4.13.1. Síntese de ações relacionadas a criação de mecanismos para a criação de fontes
de negócio, emprego e renda
Conforme discutido anteriormente, é importante e necessário realizar uma síntese,
que consistem em medidas a serem tomadas pelo município, considerando o início
de implementação desse plano (2020).
343
A seguir, são apresentadas as ações e projetos pertinentes para favorecer o
desenvolvimento de negócio, emprego e renda no município, relacionado à gestão
de resíduos sólidos (Tabela 68).
Tabela 68 - Ações e projetos a serem desenvolvidos de forma a promover a criação de fontes de negócio, emprego e renda
MECANISMOS DE CRIAÇÃO DE FONTES DE NEGÓCIO, EMPREGO E
RENDA
Ações e Projetos
Incentivar a aquisição de equipamentos de beneficiamento e reciclagem por
parte das associações/cooperativas, de forma a facilitar a venda e melhorar o
valor de comercialização
Implantar coleta seletiva no município
Construção de cooperativa de catadores
Promover parcerias entre os grupos interessados no manejo de resíduos. Ex.:
Cooperativa de catadores e empresas recicladoras
Reativar Unidade de Triagem e Compostagem (UTC) em parceria com a
cooperativa de catadores
Concessão de terrenos públicos para implementação de infraestruturas
relativas aos serviços de resíduos sólidos, tais como galpão para triagem
destes e locais de entrega voluntária
Identificar oportunidades relativas à comercialização e industrialização de
materiais recicláveis
Fomentar a isenção de impostos sobre a venda de materiais recicláveis
recuperados e/ou beneficiados por organizações (cooperativas e associações)
legalizadas e constituídas exclusivamente por catadores ou pessoas físicas de
baixa renda
344
Fonte: Autores, 2019.
Para acompanhamento das metas e implantação das ações poderão ser utilizados
os indicadores apresentados na Tabela 69, anualmente.
Tabela 69 - Indicadores de gestão relativos as fontes de negócios, emprego e renda
INDICADOR UNIDADE
Número de postos de trabalho no setor de triagem, beneficiamento,
reciclagem e compostagem no município
Unid.
Estabelecimento de um Programa Municipal de Pagamento de Serviços
Ambientais (PMSA) – poluidor-pagador e protetor recebedor nos
termos definidos na legislação
Sim/Não
Índice de eficiência do PMSA –
avaliação do poluidor pagador e
protetor-recebedor nos termos
definidos na legislação
Porcentagem (%)
Existência de mecanismos de incentivos fiscais, financeiros e
creditícios na área dos serviços de limpeza urbana e de
manejo dos resíduos sólidos
Sim/Não
Fonte: Autores, 2019.
4.14. Metas de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem
Baseado no exposto do artigo 9º da Lei Federal nº 12.305 de 2010, na gestão e
gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser obedecida, sempre que possível, a
seguinte ordem de prioridade:
1. Não geração;
2. Redução;
3. Reutilização;
345
4. Reciclagem;
5. Tratamento dos resíduos sólidos;
6. Disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.
Considerando as diretrizes estabelecidas pela Política Nacional de Resíduos
Sólidos, este tópico abordará as metas definidas, respeitando a ordem prioritária
descrita acima, de forma a promover a redução da geração de resíduos. Importante
que ocorram mudanças de conceitos/hábitos da população, bem como sua
sensibilização para os problemas oriundos da geração de resíduos, para que se
alcance os objetivos propostos.
Conforme anteriormente comentado, não há dados a respeito dos indicadores
relacionados ao manejo de resíduos sólidos, definidos pelo Sistema Nacional de
Informações sobre Saneamento (SNIS), para o município de Tabuleiro/MG. Portanto, a
Tabela 70 apresenta as metas a serem alcançadas, com suas respectivas
ações/projetos, bem como os prazos de aplicação correspondentes.
Tabela 70 – Ações e projetos a serem implementação com base nos indicadores
METAS AÇÕES E PROJETOS PRAZOS
Implementar a coleta seletiva
Implementar sistema de coleta seletiva em dias
diferentes dos dias de coleta convencional
Início do programa até 2022
Recuperar, pelo menos 50% dos materiais
recicláveis até o final do
Investir nas ações de educação ambiental, e fazer
com que a coleta seletiva
346
horizonte de planejamento do
PMGIRS
atenda o maior número possível de residências
Até 2030
Reativar Unidade de Triagem e
Compostagem (UTC) em parceria com a cooperativa de
catadores
Realizar recuperação da UTC já existente no município,
juntamente com nova regularização, para posterior
implantação
Até 2035
Atingir 100% de cobertura do serviço de
coleta dos RSD em relação a população
urbana + rural
Realização de coleta em áreas rurais mais afastadas
que não recebem coleta
Até 2027
Construir Pontos de Entrega Voluntária
(PEV), cujo principal tipo de resíduo coletado
seriam as pilhas, baterias, lâmpadas eletroeletrônicos e
similares
Buscar parceria com os geradores municipais desses
tipos de resíduos
Até o final do horizonte de planejamento do
PMGIRS
Promover a destinação correta dos RCC dos pequenos geradores
Encaminhar o máximo possível de RCC para reaproveitamento, e
interromper a disposição de RCC no “bota-fora” municipal
2019-2025
Implantar a logística reversa no município
Cobrar elaboração de PGRS de todos comerciantes de
produtos de logística reversa, e proceder com a construção
dos PEV’s
Até o final do horizonte de planejamento do
PMGIRS
Fonte: Autores.
347
4.15. Passivos ambientais
Os passivos ambientais podem ser entendidos como os custos (financeiros,
econômicos, sociais) necessários para preservar, recuperar e proteger o meio
ambiente. A identificação do passivo ambiental diz respeito não só à sanção a ser
aplicada por um dano já realizado ao meio ambiente, mas também a medidas de
prevenção de danos ambientais que têm reflexos econômico-financeiros (AGEVAP,
2014).
No Produto 3 (Diagnóstico Municipal) deste plano, foram identificados como passivos
ambientais do município de Tabuleiro-MG, a UTC desativada e o atual “Bota-Fora”.
A Figura 97 mostra a disposição geográfica destes passivos ambientais.
348
Figura 97 - Localização das estruturas vinculadas aos resíduos sólidos de Tabuleiro/MG
Fonte: AGEVAP, 2019.
349
4.15.1. “Bota-fora” Municipal
Os resíduos de limpeza urbana e parte dos RCC atualmente são dispostos no “Bota-
fora” municipal. Segundo funcionários municipais, este é localizado na Rodovia MG-
133, Km 10, na saída do município, encontra-se em processo de licenciamento para
regularização das suas atividades, entretanto, encontra-se em atividade, sendo
considerado, dessa forma, um bota-fora irregular. A Figura 98 a seguir revela o atual
cenário do bota-fora municipal.
Figura 98 - Bota fora do município de Tabuleiro/MG com recebimento dos resíduos RLU e RCC
Fonte: Autores, 2019.
A forma de disposição final apresentada nas figuras acima corresponde ao
popularmente conhecido “bota-fora” para os resíduos da construção civil, bem como
para parcela dos resíduos de limpeza urbana, mais especificamente os de poda e
capina, e para resíduos volumosos inservíveis, tais como móveis, por exemplo. Vale
destacar que as áreas de “bota-fora” não são um tipo de disposição final
ambientalmente adequado e é vetada pela Resolução CONAMA nº 307 de 2002 em
seu artigo 4 e parágrafo 1º.
Conforme abordado no Produto 3 desse PMGIRS, e de acordo com informações dos
gestores municipais, além dos resíduos acima mencionados, também ocorre o
descarte irregular de resíduos domiciliares por moradores de comunidades próximas
ao local, principalmente na caçamba de madeira, localizada em sua entrada (Figura
350
99), caracterizando como potencial iminente de contaminação e proliferação de
vetores.
Figura 99 - Bota Fora do município de Tabuleiro/MG e descarte irregular
Fonte: Autores, 2019.
Cabe destacar que os resíduos da construção civil, ali destinados, bem como resíduos
volumosos, podem servir como abrigo para vários tipos de animais. Essas áreas
também podem apresentar possível risco de proliferação de vetores como ratos,
baratas e mosquitos, transmissores potenciais de doenças aos seres humanos. Além
disso, o bota-fora não possui infraestrutura adequada para ser usado com o fim de
destinação desses diversos resíduos, como a existência de impermeabilização, de
drenagem, de tratamento do chorume e dos gases (no caso da disposição de resíduos
351
domiciliares) e de cobertura dos resíduos, principalmente em caso de descarte
irregular, aonde estes acabam submetendo diversos impactos ambientais.
4.15.2. UTC Desativada Municipal
A unidade de triagem e compostagem (UTC), desativada há cerca de quatro anos,
localiza-se na zona rural e funciona atualmente como área de transbordo para
depósito de pneus e resíduos eletroeletrônicos (Figura 100-a). Os pneus são doados
a empresa RACRI – Comércio e Transporte LTDA, que os coleta em Tabuleiro e em
outros municípios na região, estes são reaproveitados por esta para composição em
asfalto. Já os resíduos eletrônicos são posteriormente coletados na UTC pela empresa
E-Ambiental Resíduos LTDA em determinados dias da semana, e também por entrega
voluntária da população à esta.
Quando em funcionamento, a UTC, contava com boa estrutura, balança de pesagem,
pátio para compostagem entre outras estruturas. Nos dias de hoje, a área apresenta
15 (quinze) valas, sendo 13 (treze) de RSD e 2 (duas) de RSS. Este local (Figura 100-
b) foi cercado, sem a adoção de práticas de tratamento dos resíduos e está sendo
recuperado por regeneração natural.
Figura 100 - Antiga UTC de Tabuleiro/MG, atualmente desativada: depósito de pneus e resíduos eletroeletrônicos (a); valas de RSD e RSS (b)
(a)
(b)
352
Fonte: Autores, 2019.
4.15.3. Medidas saneadoras
As medidas saneadoras constituem ações a serem promovidas para a recuperação
de áreas de disposição inadequada, padecentes de impactos. Com base nos expostos
dos subitens anteriores, a Tabela 71 a seguir sugere algumas ações e prazos a serem
realizadas para os atuais passivos ambientais do município de Tabuleiro.
Vale salientar que é necessário realizar estudos e projetos mais complexos nas áreas
de passivo ambiental, para assim definir o melhor Plano de Recuperação de Áreas
Degradadas (PRAD) a ser aplicado.
Tabela 71 - Ações para recuperação das áreas irregulares.
AÇÃO PROPOSTA PRAZO
Regularizar o “bota fora”, promovendo a destinação adequada dos resíduos da construção civil e de
limpeza urbana
2020-2022
Realizar monitoramento periódico das áreas de passivo ambiental, coletando amostras de água do
lençol freático para verificação de contaminação no mesmo, bem como
amostras de solo
2020-2030
Elaborar Plano de Recuperação de
Áreas Degradadas para as áreas de
“bota fora” em atividade, bem como
a área de UTC desativada
Até 2030
Encerrar descarte incorreto de pneus e resíduos eletroeletrônicos
na UTC 2020-2022
Fonte: Autores.
353
4.16. Sistema de cálculo de custos da prestação dos serviços públicos de limpeza
urbana e manejo de resíduos sólidos
Neste tópico serão estimados os recursos necessários para implementação das
principais ações propostas neste plano, como a implementação de uma nova Unidade
de Triagem e Compostagem (UTC), a recuperação da UTC desativa, regularização do
“bota fora”, a coleta seletiva, as ações de educação ambiental e a implantação de área
de triagem e transbordo de RCC.
Cabe mencionar que os investimentos apresentados abaixo são uma estimativa,
devendo ser elaborados estudos e projetos mais completos e específicos para a
implantação de cada ação. Além disso, é de extrema importância que a Administração
Municipal realize as atualizações do seu PMGIRS no mesmo período de ajustes do
PPA, de forma a vincular os futuros investimentos com as diretrizes orçamentárias
municipais.
4.16.1. Implantação de Unidade de Triagem e Compostagem (UTC)
A Unidade de Triagem e Compostagem consiste no sistema que realiza o tratamento
dos resíduos sólidos mais adequado aos municípios de pequeno e médio porte, graças
ao seu baixo custo de implantação (CRUZ, 2011). Ainda segundo o autor (2011), em
comparação com outras tipologias de tratamento, a operação de uma UTC é muito
mais prática, além de apresentar maior eficiência na reintegração ambiental da matéria
orgânica, e reinserção de matéria prima reciclada nos processos produtivos
Cabe destacar que o estado de Minas Gerais estimula a adoção de UTCs para o
tratamento de resíduos sólidos urbanos, através de um aporte de recursos financeiros
previstos na Política Estadual de Resíduos Sólidos e na Lei Estadual nº 18.030 de
2009, conhecida como Lei Robin Hood (CRUZ, 2011).
Para o presente trabalho, serão estimados os custos para uma UTC a partir do descrito
no estudo feito por Cruz (2011), aonde foi realizada avaliação dos custos de
354
implantação de UTC para municípios do estado de Minas Gerais com populações de
5.000, 10.000 e 20.000 habitantes, desenvolvendo três projetos básicos com suas
respectivas estimativas orçamentárias, com vistas a obter seu custo per capita.
Dessa forma, Cruz (2011) concluiu durante seu estudo que o custo relativo para
implantar uma UTC diminui proporcionalmente em relação ao número de habitantes.
Assim, foi encontrado que o investimento per capita para implantação de UTC, em
municípios com até 5.000 habitantes (hab), como o caso de Tabuleiro/MG, seria de
R$ 21,74/hab.
Portanto, no presente trabalho foi considerado o estudo realizado por Cruz (2011),
com os custos corrigidos pela inflação através do índice IGP-M (FGV) para dezembro
de 2018, data limite do índice supracitado, a fim de estimar o investimento necessário
para implantação de uma UTC pelo município de Tabuleiro (Tabela 72). Ademais,
como a população final de projeto a ser atendida é de 3.517 habitantes, foram
considerados os valores calculados para uma população de 5.000 habitantes.
Tabela 72 - Cálculo das áreas dos setores componentes das UTCs
SETORES ÁREA CALCULADA1 (m²)
Galpão de recebimento e triagem de materiais
125
Galpão de depósito de composto 12
Unidades de apoio 40
Pátio de compostagem 1.100
Obras viárias 185
Instalações iniciais da obra 6
Cercamento -
Abertura de poços -
Urbanização e obras complementares
-
355
Drenagem -
TOTAL (m²) 1.468
Fonte: Adaptado de Cruz (2011)
Nota: 1 - Referente à população de 5.000 habitantes
A Tabela 73 a seguir apresenta os custos dos insumos para implantação da UTC.
Cabe ressaltar que os custos estimados se referem à realização das obras, ou seja,
não consideram os equipamentos a serem utilizados na unidade. Foi utilizado o índice
de correção citado, IGP-M (FGV), corrigido de julho de 2011 (data do estudo realizado
por Cruz (2011)), para dezembro de 2018.
Tabela 73 - Custos dos insumos resumidos em grandes grupos
ITEM DESCRIÇÃO CUSTO
(2011) (R$)1 CUSTO CORRIGIDO
(2020) (R$)
1 Instalações
iniciais da obra 2.275,33 3.466,37
2 Preparo do
terreno 2.565,00 3.907,67
3 Locação da
obra 1.507,00 2.295,85
4 Terraplenagem/Trabalho em
terra 3.102,33 4.726,28
5 Fundação superficial
3.120,00 4.753,20
6 Estrutura de
concreto 7.190,00 10.953,68
7 Armação 3.331,00 5.074,65
8 Coberturas 6.855,00 10.443,32
9 Alvenarias e
divisões 3.901,00 5.943,02
356
10 Cintamento e
vergas 986,00 1.502,13
11 Serralheria 7.456,00 11.358,92
12 Revestimento de paredes e
tetos 5.826,00 8.875,68
13 Pisos 30.434,00 46.364,98
14 Rodapés 112,00 170,63
15 Vidros,
espelhos e acessórios
345,00 527,12
16 Pintura 2.763,00 4.209,32
17 Bancada 699,35 1.065,43
18 Drenagem 3.899,00 5.939,97
19 Obras viárias
(pavimentação de ruas)
2.890,00 4.402,80
20
Urbanização e obras
complementares
2.345,05 3.572,59
21 Cerca de mourão concreto
7.891,00 12.021,62
22 Instalação
hidro-sanitária 1.250,00 1.904,32
23 Louças e
metais 978,00 1.489,94
24 Instalações elétricas e telefônicas
3.100,00 4.722,73
25 Limpeza geral 1.216,00 1.852,53
TOTAL DA OBRA (R$) 108.689,56 161.544,75
Fonte: Adaptado de Cruz (2011) .
Nota: 1 - Referente à população de 5.000 habitantes
357
O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) (2008), instituído pelo Governo
Federal, apresenta três possibilidades de galpão de triagem para a concessão e
recursos aos municípios, bem como os equipamentos previstos em cada solução,
como pode ser observado na Tabela 74.
Tabela 74 - Equipamentos previstos para determinadas áreas de galpão de triagem
ITENS
GALPÃO DE TRIAGEM
Pequeno Médio Grande
M² edificados 300 600 1.200
Equipamentos
1 prensa 1 prensa 2 prensas
1 balança 1 balança 1 balança
1 carrinho 1 carrinho 2 carrinhos
1 empilhadeir
a
1 empilhadeir
a
Fonte: MMA, 2018.
Considerando o exposto acima, o galpão de triagem estimado possui área de 125 m².
Portanto, serão adotados os equipamentos correspondentes ao galpão cuja área
corresponde a 300 m², garantindo a UTC a necessidade de se ter apenas 1 prensa, 1
balança e 1 carrinho. Segundo as diretrizes do Ministério das Cidades, os
equipamentos em um galpão de pequeno porte são especificamente: uma prensa
enfardadeira vertical com capacidade de 20 toneladas (ton), uma balança mecânica
com capacidade para 1.000 Kg e um carrinho plataforma com dois eixos
(INFRAESTRUTURA URBANA, 2011).
A Tabela 75 apresenta os equipamentos necessários e seus respectivos custos de
investimento, considerando a tabela de preços da empresa NowaK, loja virtual de
máquinas e equipamentos do Brasil.
Tabela 75 - Custo de investimento em equipamentos.
358
EQUIPAMENTO QUANTIDADE
CUSTO
UNITÁRIO (R$)
Prensa enfardadeira vertical (25 ton)
1 39.927,03
Balança mecânica (1.000 Kg)
1 3.117,62
Carrinho plataforma em aço com dois eixos de 300
Kg 1 711,73
TOTAL (R$) 3 43.756,38
Fonte: NOWAK, 2019.
Importante destacar que o presente plano não considerará os custos relativos à
operação desta unidade, ficando como responsabilidade municipal contratar empresa
especializada para elaboração de projeto básico e executivo, bem como os estudos
necessários para o licenciamento ambiental do sistema mencionado.
Cabe salientar também que, o contrato atual celebrado entre o município de Tabuleiro
e a empresa União Recicláveis Rio Novo LTDA, para a coleta, tratamento e disposição
final dos resíduos sólidos domiciliares, é pautado em valor mensal definido entre as
partes, referente à R$ 25.892,00. Portanto, não há valor cobrado especificamente por
tonelada de resíduos coletados e posteriormente enviados ao Aterro Sanitário CTR
Leopoldina, da empresa em questão. Vale lembrar que o prazo de vigência contratual
deste serviço é de 3 anos, perfazendo a execução das atividades desde 09 de janeiro
de 2017 com encerramento em 31 de dezembro de 2020.
De acordo com o estudo gravimétrico realizado na cidade de Tabuleiro, apresentado
no item 2.4.2.2. do Produto 3 deste plano, a massa de resíduos recicláveis
corresponde a 45,79% da amostra analisada, enquanto 26,89% correspondem a
parcela orgânica. Diante desse fato e do exposto acima, a única consideração cabível
a ser feita é estimar a redução de resíduos enviados ao CTR Leopoldina, com base
359
na suposta reciclagem a ser futuramente realizada. Dessa forma, a redução estimada
seria em torno de 30% a 60% de redução de resíduos destinados ao aterro,
considerando reaproveitamento da parcela reciclagem.
O fato acima descrito traz grandes benefícios ao município, visto que, se o mesmo
considerar a formalização de contratos com base nas toneladas de resíduos
coletados, a implantação da UTC em conjunto com a coleta seletiva garantiria
economia das verbas municipais com a destinação de seus resíduos. Ademais, o
incentivo a cooperativas de catadores, ou até mesmo catadores individuais promoveria
arrecadações de verbas significativas com as vendas dos materiais recicláveis,
conseguindo se tornar autossustentável em certo ponto. Destaca-se que investir em
alternativas de redução dos resíduos sólidos urbanos é algo positivo no ponto de vista
econômico, além de contribuir para o desenvolvimento sustentável.
Cabe salientar que o valor comercial dos resíduos recicláveis vai variar de acordo com
o município em que é vendido e com a demanda de determinado produto. Desse
modo, compete à prefeitura e à administração da UTC realizar o levantamento, bem
como identificar os melhores compradores de resíduos recicláveis da região, de forma
a aumentar a receita com a comercialização dos mesmos, aumentando assim, a renda
disponível para a associação de catadores.
Porém, é válido ressaltar que as metas pensadas só serão alcançadas em cenário
participativo com a população, de modo que a Educação Ambiental esteja implantada,
proporcionando uma maior conscientização da população, criando uma cultura de
não-geração, influenciando na diminuição da geração dos resíduos. Em caso contrário
ao cenário ideal mencionado, pode ser que a renda arrecadada não seja suficiente
para a operação adequada da UTC, devendo a prefeitura fornecer subsídios
necessários para manutenção da mesma.
A seguir, a Tabela 76 apresenta resumo referente aos gastos que o município de
Tabuleiro teria ao implantar e operar uma nova UTC.
360
Tabela 76 - Total de gastos para implantação de uma UTC.
INVESTIMENTO VALOR (R$)
Equipamentos 43.756,38
Obra 161.544,75
Galpão Pequeno (recebimento e triagem de materiais recicláveis + depósito do composto)
62.781,001
TOTAL (R$) 268.082,13
Fonte: Autores, 2019.
Nota: 1 – Valores obtidos de Cruz (2011), e já corrigidos para 2018 através do índice de correção citado
no texto, IGP-M (FGV).
4.16.1.1. Formas de financiamento para uma UTC
Baseado no exposto da PNRS, em seu artigo 42 é abordado sobre a possibilidade de
o Poder Público instituir linhas de financiamento visando atender as prioridades
instituídas pela PNRS, estreitando a articulação entre os três níveis de governo
(federal, estadual e municipal). A título de exemplo, um possível meio de
financiamento acessível pode ser através do Programa Fundo Clima.
O Fundo Clima é conhecido como um dos instrumentos da Política Nacional sobre
Mudança do Clima, caracterizando-se como um fundo de natureza contábil, vinculado
ao Ministério do Meio Ambiente, que objetiva a obtenção de recursos para apoio a
projetos ou estudos e financiamento de empreendimentos que tenham como objetivo
a mitigação das mudanças climáticas. Cabe ao município se atentar aos editais de
chamamento público lançados pelo programa, providenciando a documentação
necessária.
361
Segundo o site do Ministério do Meio Ambiente, duas opções disponíveis para o
município de Tabuleiro seria o financiamento pelo Programa “BNDES Finem -
Desenvolvimento integrado dos municípios”, destinado a apoiar projetos
multissetoriais, sustentáveis e integrados alinhados ao planejamento municipal ou dos
estados brasileiros e do Distrito Federal; bem como através do Programa
“Financiamento a município e às concessionárias de serviços públicos municipais do
BDMG”, de forma a apoiar, através de linhas de crédito, a vários setores ambientes,
incluindo os resíduos sólidos; aonde seria enquadrada a implantação da nova UTC.
4.16.2. Recuperação da área de Unidade de Triagem e Compostagem
Uma Usina de Triagem e Compostagem (UTC), definida no Tópico 4.15.1 deste
Produto, corresponde ao local de separação dos resíduos sólidos a serem submetidos
a posterior processo de compostagem. Conforme dito anteriormente no Tópico 4.14.2.
referente, durante alguns anos a UTC do município de Tabuleiro foi destinada a outros
fins, funcionando de forma precária e momentânea como um lixão, tendo recebido
parcelas de resíduos domiciliares (RSD) e também de saúde (RSS).
Embora sem atuação recente, mas com base no exposto, torna possível classificar a
antiga UTC como área irregular de lixão, necessitando, portanto, de submetê-la à
processos de recuperação a partir da elaboração de Planos de Recuperação de Áreas
Degradadas (PRAD).
Baseado no fato de que a quantidade de lixo aterrada na UTC não constituiu grandes
volumes, bem como ao fato de que a mesma não se encontra mais em uso, o risco de
contaminação ambiental desta área é relativamente baixo, tornando viável propor ao
município de Tabuleiro alternativa chamada de ‘Recuperação Simples’. De acordo
com o trabalho de Nogueira (2015), esta proposta corresponde a “realizar um
recobrimento direto da massa de lixo com argila e solo natural, e posteriormente
revegetar o local com espécies típicas da região, sem que haja remoção ou
movimentação, completa ou parcial, dos resíduos”.
362
Ainda de acordo com Nogueira (2015), os principais requisitos a serem seguidos para
implantação da Recuperação Simples correspondem a:
i. Avaliação da extensão da área a ser coberta com argila e solo;
ii. Delimitação e isolamento da área;
iii. Procurar realizar a menor movimentação possível dos resíduos, quando
necessária;
iv. Drenagem de águas pluviais no entorno e sobre o maciço;
v. Recomenda-se a utilização de membrana sintética (geomembrana de PEAD)
antes da aplicação da camada de argila, com o objetivo de se obter maior
impermeabilização da superfície do depósito;
vi. Aplicação de uma camada de recobrimento de, no mínimo, 50 centímetros de
argila que apresente baixa permeabilidade (k ≤ 1x10-6 cm/s) e pequena
susceptibilidade ao trincamento após compactação, tanto do platô superior,
quanto dos taludes laterais;
vii. Aplicação de uma camada de solo natural, terra vegetal ou composto orgânico
para favorecer o plantio de espécies de raízes curtas e nativas da região;
viii. Perfurações com 40 cm de diâmetro para a drenagem de biogás. Os furos deverão
ser preenchidos com pedra britada nº 4;
ix. Restringir o uso futuro da área através de registro no cadastro da Prefeitura e no
de áreas contaminadas.
Importante destacar que, além do exposto acima, a alternativa proposta ao município
de Tabuleiro também levou em conta a relativa simplicidade de execução e dos
equipamentos necessários para sua realização, utilizando principalmente caminhões,
tratores de esteiras e retroescavadeiras, já sob posse municipal, minimizando custos
extras.
De acordo com o site do Ministério do Meio Ambiente, uma das opções disponíveis
para o município de Tabuleiro seria o financiamento pelo Programa “BNDES Finem -
Saneamento ambiental e recursos hídricos”, proposto para apoiar investimentos
públicos ou privados que visem à universalização do acesso aos serviços de
363
Saneamento Básico e à recuperação de áreas ambientalmente degradadas, como o
caso da antiga UTC abandonada.
4.16.3. Destinação adequada dos resíduos da construção civil
A destinação adequada dos Resíduos da Construção Civil (RCC) recomendada para
o município de Tabuleiro/MG é dividida conforme os quantitativos gerados (distinção
entre pequenos e grandes geradores). Onde os resíduos gerados por pequenos
geradores são de responsabilidade da Prefeitura Municipal, enquanto os resíduos
gerados por grandes geradores são de responsabilidade do próprio gerador, do
processo de separação até a destinação final
Conforme detalhado na Tabela 60, que delimita as responsabilidades públicas e
privadas na gestão e gerenciamento dos resíduos gerados, foi definido com base nas
características do município que os geradores de RCC em quantidade de até 200
kg/dia ou 0,5 m³/dia, considerando a média mensal de geração, são categorizados
como “pequenos geradores”, enquanto os geradores de quantitativos superiores aos
mencionados são considerados “grandes geradores”.
Ressalta-se que a implantação das infraestruturas sugeridas na alternativa II – item
15.2.2 (onerosas para a Prefeitura Municipal), podem ser substituídas por estruturas
já existentes na região, ou seja, é possível e recomendável que os gestores municipais
procurarem alternativas para gestão e destinação final dos RCC gerados no município
junto a empresas privadas, municípios vizinhos, dentre outros, seguindo para isso
todos e quaisquer trâmites legais envolvidos nas contratações que venham a ser
firmadas. Entretanto caso não seja viabilizada esta possibilidade de gerenciamento, o
município deve buscar a implantação destas estruturas, uma vez que são
fundamentais para a correta gestão dos RCC.
Além disso, para execução de projetos e gestão dos RCC, é necessário averiguar a
viabilidade técnica específica de cada obra ou serviço proposto (área de triagem,
unidade de reciclagem, serviço de coleta, etc.). Existem algumas normas técnicas que
364
devem ser consultadas e utilizadas como base quando se trata de manejo de RCC.
São elas:
NBR 15.112/2004 - Resíduos da construção civil e resíduos volumosos. Áreas de
Transbordo e Triagem. Diretrizes para projeto, implantação e operação;
NBR 15.113/2004 - Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes.
Aterros. Diretrizes para projeto, implantação e operação;
NBR 15.114/2004 - Resíduos sólidos da construção civil. Áreas de Reciclagem.
Diretrizes para projeto, implantação e operação;
NBR 15.115/2004 - Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil.
Execução de camadas de pavimentação. Procedimentos;
NBR 15.116/2004 - Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil.
Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural.
Requisitos.
4.16.3.1. Alternativa I
A alternativa denominada “número I” consiste na contratação de uma empresa a ser
responsável pela destinação correta dos resíduos da construção civil, da mesma
forma que ocorre com os resíduos sólidos urbanos, em que a empresa União
Recicláveis Rio Novo LTDA encontra-se atualmente como contratada para coletar,
transportar e destinar adequadamente os resíduos a aterro sanitário próprio.
Baseado nos dados disponíveis obtidos a partir do último Relatório Setorial 2014/2015
da Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e
Demolição (ABRECON) produzido, em torno de 48% das usinas cobram valores
inferiores a R$ 15,00/m³, sendo o valor mais praticado entre R$ 5,00 e R$ 10,00 por
m³. Dessa forma, o Relatório (2015) corrobora que a massa específica dos RCC é,
em média, de 1.200 kg/m³, proporcionando aproximadamente 8.741,18 m³ de RCC
destinados ao aterro de inertes, ao longo do horizonte de planejamento estipulada
desse plano (2019-2039).
365
De acordo com o valor médio cobrado pelas empresas de R$ 22,50 por m³ de RCC,
o encaminhamento desses resíduos a uma usina de beneficiamento, por exemplo,
custará em torno de R$ 196.676,63 ao final de 20 anos, o que resulta um valor médio
anual de, aproximadamente, R$ 9833,83. Porém, é importante salientar que os
valores mencionados do preço do m³ não foram ajustados ao longo dos anos.
Ademais, neste estudo não foi considerado os gastos referentes ao transporte dos
resíduos até a usina de beneficiamento, subestimando os valores finais.
Embora a Prefeitura de Tabuleiro já realize reaproveitamento de parcela dos RCCs
gerados em recuperação de estradas vicinais, seria interessante que a mesma
implementasse Pontos de Entrega Voluntários (PEV), chamados Ecopontos, em
lugares estratégicos do município, de forma que a população possa entregar os
resíduos que gerar, evitando o despejo de entulho em áreas impróprias, por exemplo.
O intuito principal seria garantir acumulo dos RCCs em pontos específicos para que a
empresa contratada (ou a própria Prefeitura) realizasse a posterior coleta dos
mesmos, garantindo maior reaproveitamento com menor desperdício.
4.16.3.2. Alternativa II
Nesta alternativa, o presente Plano, sugere a implementação das seguintes estruturas
necessárias para o correto manejo dos resíduos da construção civil:
Ecoponto ou PEV: O Ecoponto, ou chamado PEV é uma área destinada à entrega
voluntária de pequenas quantidades de resíduos de construção civil, resíduos
volumosos e resíduos de coleta seletiva;
ATT Simplificada: estrutura simplificada destinada ao recebimento de resíduos,
para triagem, armazenamento temporário dos materiais segregados e posterior
remoção para destinação adequada, observando normas operacionais
específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a
minimizar os impactos ambientais adversos; e/ou
Área Integrada de Recebimento, Triagem e Transbordo (AIRTT): estruturas que
integram o Ecoponto a Áreas de Triagem e Transbordo Simplificada (ATT
366
Simplificada), recebendo assim pequenos volumes (Ecoponto), bem como os
RCC de grandes geradores (ATT Simplificada).
Para o uso das estruturas supramencionadas, os geradores (grandes e pequenos) de
RCC, deveram observar as restrições de capacidade de recebimento de resíduos das
mesmas, onde:
Ecoponto: apto a receber diariamente até 1,0 m³/dia/gerador de resíduos,
exclusivamente dos pequenos geradores e/ou de obras públicas (de
responsabilidade do Poder Público) - desde que observada a geração máxima
mensal de até 200 kg ou 0,5 m³ por dia; e
AIRTT: apta a receber diariamente mais de 1,0 m³/dia/gerador de resíduos
gerador, sendo que:
o Pequeno gerador e/ou oriundo de obras públicas: pode entregar mais de
1,0 m³ por dia - desde que mantenha na média mensal uma geração de
até 200 kg ou 0,5 m³ por dia; e
o Grande gerador: pode entregar mais de 1,0 m³ por dia,
independentemente da média mensal (esta alternativa deve ser validada
pela municipalidade, considerando para tanto a necessidade da
operacionalização por iniciativa privada) – desde que haja pagamento
pelo serviço prestado.
Em síntese, os resíduos entregues nos Ecopontos, localizados de preferência na
própria área de transbordo e triagem (ATT), permanecem neste local até que sejam
transportados para sua destinação final, conforme será apresentado no decorrer deste
tópico.
Para a construção da área de transbordo e triagem (ATT) devem ser observadas as
recomendações contidas na NBR nº 15.112:2004 que apresenta as diretrizes para
projeto, implantação e operação de ATT de RCC e RVol. A Tabela 77, apresenta
alguns dos critérios segundo tal normativa, bem como recomendações para a
instalação de uma ATT em Tabuleiro/MG.
367
Tabela 77 – Considerações acerca da instalação de uma Área de Transbordo e Triagem (ATT) de RCC e RVol em Tabuleiro/MG
NORMATIZAÇÕES E CONSIDERAÇÕES ACERCA DA INSTALAÇÃO DE UMA ÁREA DE TRANSBORDO E TRIAGEM (ATT) DE RCC E
RVOL
Portão e cercamento no perímetro da área de ocupação, construídos de forma a impedir o acesso de pessoas estranhas e animais
Anteparo para proteção quanto aos aspectos relativos à vizinhança, ventos dominantes, estética, como, por exemplo, cerca viva arbustiva
ou arbórea no perímetro da instalação
Placa indicativa visível, com identificação quanto às atividades desenvolvidas e quanto à aprovação do empreendimento
Dispor de equipamentos de proteção individual e de combate a incêndio
Ponto de iluminação e energia, de modo a permitir ações de emergência
Sistema de controle de poeira, ativo tanto nas descargas como no manejo e nas zonas de acumulação de resíduos
Sistema de drenagem superficial com dispositivos para evitar o carreamento de materiais
Dispositivo de contenção de ruído em veículos e equipamentos
Revestimento primário no piso das áreas de acesso, operação e estocagem, executado e mantido de maneira a permitir a utilização sob
qualquer condição climática
Proximidade da região urbana para o local da instalação da ATT, facilitando e viabilizando o transporte
Guarita para controle de acesso e inspeção prévia dos resíduos
Locais específicos para alocação de caçambas metálicas destinadas ao acondicionamento de RCC, alguns resíduos volumosos e rejeitos
368
Pátio para reservação temporária de resíduos para utilização futura
Equipamentos mecanizados (Triturador e trator) para o manuseio dos resíduos
Integração com Ecopontos, caso haja possibilidade em termos de alocação respeitando as leis de uso e ocupação do solo, bem como em
relação à localização que viabilize o efetivo acesso por parte da população
Fonte: NBR nº 15.112:2004 e PMGIRS de Pinheiral, 2017.
Além disso, os resíduos entregues voluntariamente nos Ecopontos devem
preferencialmente já estarem segregados, considerando a classificação proposta pela
Resolução CONAMA nº 307/2002, alterada e complementada pelas Resoluções
CONAMA nº 348/2004, 431/2011 e 448/2012, conforme apresentado na Tabela 78.
Tabela 78 - Classificação dos RCC para a etapa de segregação e seus respectivos tipos de destinação e/ou disposição final
GRUPO
DEFINIÇÃO
(EXEMPLOS)
DESTINAÇÃO/DISPOSIÇÃO
FINAL
A
Resíduos reutilizáveis
ou recicláveis como
agregados (cerâmica,
argamassa, concreto,
etc)
Podem ser usados como agregados
ou encaminhados a aterros de
resíduos da construção civil classe
A, onde devem ser dispostos de
modo que possam ser futuramente
utilizados ou reciclados
B
Resíduos recicláveis
para outras
destinações (plástico,
metal, papel, vidro,
madeira, gesso e etc)
Podem ser reutilizados, reciclados
ou armazenados temporariamente,
de modo que possam ser
futuramente utilizados ou
reciclados. Geralmente enviados
para UTC.
369
C
Resíduos que não
podem ser reciclados
ou reutilizado de
maneira
economicamente
viável (lixas em geral,
manta asfáltica)
Devem receber destinação de
acordo com as normas técnicas
específicas
D
Resíduos perigosos
(tintas, solventes,
óleos, telhas de
amianto)
Devem receber destinação de
acordo com as normas técnicas
específicas (Aterro industrial)
Fonte: Resolução Conama nº 307/2002 e alterações posteriores; 2019.
Desta forma, a partir destes locais (Ecopontos), os RCC de Classe A (aqueles
reutilizáveis ou recicláveis como agregados) deverão ser destinados para AIRTT para,
após triagem e beneficiamento, serem utilizados pela municipalidade na correção de
vias e estradas, dentre outras. Destaca-se que a priori a AIRTT prevista para o
município deverá receber os RCC que são de responsabilidade de Poder Público
Municipal (pequenos geradores e resíduos oriundos de obras públicas), e caso haja
interesse da municipalidade esta estrutura pode ser terceirizada para receber os
resíduos gerados por entes privados (grandes geradores).
Vale frisar que não será indicado a implantação de quaisquer estrutura
especificamente destinada a disposição final de resíduos da construção civil da Classe
A no município (Aterro de inertes), desta forma, recomenda-se que a municipalidade
promova o uso integral deste material a curto prazo e para isto será necessário apenas
a definição de um pequeno espaço da AIRTT, visando o armazenamento temporário
dos materiais beneficiados. Eventualmente, em casos de não reaproveitamento, após
uma certa quantidade acumulada, uma empresa deverá ser contratada, para a
disposição destes em aterro de RCC de classe A.
370
Já com relação aos RCC de Classe B (considerados recicláveis) recomenda-se que
sejam entregues na UTC, ou recolhidos por cooperativas e associações interessadas
que operam essas estruturas. Destaca-se que parcela dos resíduos
reaproveitáveis/recicláveis, como madeiras e gesso, podem não ter valor econômico
para esses grupos, desta forma devem ser previstas outras formas de destinação.
Os RCC de Classe C, ou seja, aqueles para os quais ainda não existem tecnologias
ou aplicações para sua recuperação ou reciclagem, deverão ser encaminhados para
o Aterro Sanitário já utilizado pela municipalidade, da empresa União Recicláveis Rio
Novo LTDA. Aqueles resíduos oriundos do processo de construção considerados
perigosos (Classe D) deverão ter destinação ambientalmente adequada, isto é,
geralmente são destinados para aterros industriais licenciados
Os grandes geradores têm a responsabilidade de realizar a correta gestão e
destinação final destes resíduos, seja por contratação de empresa especializada, ou
outra forma de prestação destes serviços. Além disso, os grandes geradores estão
sujeitos a elaboração do Plano de Gestão de Resíduos da Construção Civil (PGRCC),
documento no qual deverão estar expostos pormenores da gestão idealizada para os
resíduos gerados em suas atividades.
Com base no exposto elaborou-se a Figura 101, no intuito de apresentar o fluxo
planejado para os RCC no município de Tabuleiro/MG, ilustrando de forma
esquemática o processo desses resíduos desde sua geração pelos pequenos e
grandes geradores até a destinação ou disposição final ambientalmente adequada.
371
Figura 101 - Fluxo de RCC recomendado para o município de Tabuleiro/MG
Fonte: Autores, 2019.
Nota: 1 - A AIRTT é a integração de um Ecoponto e uma ATT Simplificada; 2- A destinação à aterro de
RCC de resíduos classe A para usos futuros ocorrerá por meio de empresa que eventualmente venha
a ser contratada, uma vez que, em sendo estruturado sistema unicamente municipal de Ecopontos e
AIRTT, recomenda-se a reutilização a curto prazo do material da classe A beneficiado (sendo
demandada portanto apenas uma pequena área de armazenamento dos mesmos na própria AIRTT).
A estimativa de custos, foi baseada no Manual para Implantação de Sistema de
Gestão de Resíduos de Construção Civil em Consórcios Públicos desenvolvido, em
2010, pelo Ministério do Meio Ambiental (MMA) e a Secretaria de Recursos Hídricos
e Ambiente Urbano. A Tabela 79, apresenta o custo médio, para região Sudeste,
considerando as instalações de menor porte, destinadas ao recebimento de resíduos
em PEVs, à triagem em ATTs e à disposição em Aterros de RCC classe A, de acordo
com o Manual supracitado.
372
Os valores apresentados na coluna “custo” da Tabela 79, estão baseados no Sistema
Nacional de Pesquisa de Custos e Índice da Construção Civil (SINAPI) do ano de
2008. Desta forma na coluna seguinte, é utilizado o reajuste monetário para o mês de
junho de 2018, de acordo com o índice IGP-M (FGV).
Tabela 79 - Custo para implantação de PEVs, ATT e Aterros de Inertes da região Sudeste
INSTALAÇÃO CUSTO
CUSTO REAJUSTADO
PEV R$
57.258,03 R$ 59.133,69
PEV Central 1 R$
89.827,40 R$ 92.769,97
PEV Simplificado R$
40.819,53 R$ 42.156,70
ATT - 70 m³/ dia R$
45.514,63 R$ 47.005,60
Aterro de inertes - 56 m³/dia 2
R$ 12.138,42
R$ 12.536,05
Fonte: Adaptado do MMA, 2010; https://www.calculador.com.br/calculo/correcao-valor-por-indice.
Nota: 1- PEV Central indicado para população abaixo de 25 mil habitantes. A instalação do PEV
Central acumula funções, como já afirmado, e tem vocação para constituir-se em uma central de
processamento de resíduos, concentrando operações e impactos. O diferencial entre o PEV
Central e sua versão simplificada é a presença de áreas disponibilizadas a duas outras
operações: a compostagem de orgânicos em um pátio para isso disponibilizado e a triagem de
resíduos domiciliares secos, em área ofertada à instalação de galpão de triagem.
2- Custo apresentado a título de informação, visto que não foi indicado a implantação deste
no município
A partir dos dados informados pela Prefeitura e pela estimativa de geração calculada
para o horizonte deste plano, têm-se que a geração média dos RCC somados aos
RVol. de Tabuleiro/MG, é de, aproximadamente, 2,5 m³/dia. Por se tratar de um valor
muito inferior ao gerado na região sudeste para instalações de pequeno porte, aponta-
se a possibilidade implementação destes, por meio de consórcios. Além disso, há
necessidade de estudos mais aprofundados visando a elaboração de um orçamento
verossímil a realidade do município, a partir da definição destas atividades através de
consócios ou sem a presença destes.
373
Estas intervenções podem ser implantadas com os recursos próprios do ente público
responsável, com recursos da União, vinculados a algum dos programas que
impulsionam a implantação de soluções de saneamento nas várias regiões do país ou
ainda com recursos obtidos por financiamento junto a bancos públicos.
Neste sentido, com o objetivo de viabilizar a implementação de empreendimentos
relacionados ao manejo desses resíduos, que venham a ser propostos por agentes
públicos e privados, o Governo Federal aprovou junto ao Conselho Curador do Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), em 2005, a aplicação de recursos deste
fundo na modalidade – Resíduos da Construção Civil (MMA, 2010). São intervenções
financiáveis por esta modalidade:
A implantação ou ampliação de instalações físicas destinadas à recepção,
transbordo e triagem;
A implantação ou ampliação de instalações físicas para reciclagem;
A implantação ou ampliação de aterros para reservação ou destinação final;
A aquisição de materiais, equipamentos ou veículos para o acondicionamento, a
coleta, a transformação e o destino dos resíduos da construção civil e resíduos
volumosos;
A execução de ações complementares de educação ambiental e participação
comunitária.
Os recursos disponibilizados nesta fonte de financiamento são acessáveis pela Caixa
Econômica Federal e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico – BNDES.
Outra alternativa de financiamento, pode ser realizada através do Avançar Cidades -
Saneamento - Seleção Contínua, o qual apoia iniciativas que envolvam destinação
final ambientalmente adequada, incluindo a disposição final dos resíduos. Esta e
todas as opções de financiamento para Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos, foram
lançadas pelo MMA, de forma consolidada e atualizada, na plataforma digital
denominada Mapa de Financiamento para Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos.
374
Portanto, é importante que os gestores municipais, avaliem tal plataforma, visando a
implementação das ações propostas, através de tais formas de financiamento.
4.16.4. Regularização e recuperação da área de “bota-fora”
Conforme apresentado, o município de Tabuleiro/MG conta com uma área de “Bota-
fora” para a destinação dos RCC e Rvol da limpeza urbana, que foi destinada para
este fim recentemente. Deste modo, orienta-se que sua regularização seja efetivada,
considerando a possibilidade de utilização de tal área para a implementação de uma
das instalações, como a Área Integrada de Recebimento, Triagem e Transbordo
citada no subitem anterior, 4.15.2, visando o correto gerenciamento destes resíduos
no município.
Entretanto, é necessário que anteriormente à esta regularização e uso correto da
referida área, seja realizado um projeto de recuperação da mesma, considerando
algumas etapas, como:
Elaboração de projeto e autorização ambiental
Cercamento da área
Serviços de terraplanagem
Drenagem superficial
Monitoramento do lençol freático
O projeto de recuperação desta área poderá ser elaborado por técnicos da Prefeitura
ou por empresa especializada contratada, seguindo a Instrução Normativa nº 04 de
2011 do IBAMA, que norteia a elaboração de Projetos de Recuperação de Áreas
Degradadas, dentre outras legislações aplicáveis, que também deverão ser
observadas. Em seguida, poderá ser implementada, neste local, as novas instalações
para triagem e transbordo dos RCC e Rvol. apresentadas no item 4.15.2 supracitado.
4.16.5. Implantação de Programa de Educação Ambiental
375
Para estimativa desta ação a ser implementada pelo município, foi considerado o
investimento de R$5,00 por habitante ao ano (MONTEIRO, 2001). A Tabela 80
apresenta os custos totais relativos apenas à educação ambiental, durante todo o
horizonte de planejamento deste plano (2019-2039).
Tabela 80 - Estimativa dos investimentos necessários para implantação do Programa de Educação Ambiental
PRAZO ANO POPULAÇÃO
CUSTO PARA
EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
(R$)
TOTAL PARCIAL
(R$)
Curto
2020 3.772 18.860,00
93.220,00
2021 3.749 18.745,00
2022 3.728 18.640,00
2023 3.707 18.535,00
2024 3.688 18.440,00
Médio
2025 3.670 18.350,00
90.955,00
2026 3.653 18.265,00
2027 3.637 18.185,00
2028 3.622 18.110,00
2029 3.609 18.045,00
Longo
2030 3.596 17.980,00
177.585,00
2031 3.584 17.920,00
2032 3.573 17.865,00
2033 3.562 17.810,00
2034 3.553 17.765,00
2035 3.544
17.720,00
376
2036 3.536 17.680,00
2037 3.529 17.645,00
2038 3.523 17.615,00
2039 3.517 17.585,00
TOTAL MONTANTE (R$) 361.760,00
Fonte: Adaptado de ASTOLFO DUTRA, 2017.
Baseado no disposto do site do Ministério do Meio Ambiente, uma possível opção
disponível para o município de Tabuleiro seria o financiamento pelo Programa “
CAIXA: Avançar Cidades – Saneamento para Todos”, objetivando apoiar melhorias
nas condições de saúde e qualidade de vida da população urbana, promovendo ações
de saneamento básico, integradas com as demais políticas setoriais, com vistas à
implantar ações de educação ambiental que se enquadram com o disposto acima.
4.16.6. Implantação da coleta seletiva
O presente item apresenta a estimativa dos investimentos necessários para a
implantação do serviço de coleta seletiva na modalidade porta a porta (PaP) e
mediante entrega voluntária em LEVs, considerando o horizonte de planejamento
(2019 a 2039). Aponta-se que tal orçamento, conforme apresentado na Tabela 81
previu que a coleta seletiva nos LEVs ocorrerá concomitantemente com a modalidade
PaP, de forma que sejam compartilhados os recursos humanos e materiais,
minimizando os custos operacionais de execução dos serviços.
O serviço de coleta seletiva porta a porta e em LEVs inclui a utilização de veículos,
implementos e carrocerias, bem como a instalação dos dispositivos de
acondicionamento (infraestruturas dos LEVs que são compostos por dispositivos de
acondicionamento de resíduos recicláveis secos), equipamentos que são
imprescindíveis para a adequada prestação dos serviços.
377
A estimativa de investimentos em equipamentos, veículos e máquinas referem-se à
aquisição e renovação destes bens materiais essenciais para o desenvolvimento das
atividades operacionais. Já os custos operacionais anuais, referentes a compra de
combustíveis e lubrificantes, manutenções, pneus, ferramentas e materiais,
uniformes, EPI, EPC, dentre outros insumos, não foram reportados. Portanto, cabe ao
município, mediante a implementação da coleta seletiva, a estimativa de tais gastos.
Deste modo, o gasto geral com a implementação da coleta seletiva no município de
Tabuleiro/MG, é apresentado na Tabela 81 a seguir.
378
Tabela 81 - Custo geral para a implementação da coleta seletiva no município de Tabuleiro/MG
Fonte: Autores, 2019.
Nota: Veículo Categoria Pequeno (3/4) Modelo de referência: Ford Cargo 816. Implemento: Carroceria Gaiola. Preço FIPE Ano 2012 (Referente ao custo do ano de 2025) e Ano 2017
(Referente ao custo dos anos de 2030 e 2039) https://caminhoes.icarros.com.br/tabela-fipe/index.jsp.
QUANTIDADE
DE VEÍCULOS
CUSTO COM
VEÍCULO
QUANTIDADE
DE LEVS
CUSTO COM
DISPOSITIVOS
DE LEVS
QUANTIDADE
DE
MOTORISTAS
CUSTO COM
MOTORISTAS
QUANTIDAE
DE
COLETORES
CUSTO COM
COLETORES
2020 1 75.065,00R$ 4 2.000,00R$ 2 3.406,00R$ 2 1.996,00R$ 82.467,00R$
2021 - -R$ 2 3.406,00R$ 2 1.996,00R$ 5.402,00R$
2022 - -R$ 2 3.406,00R$ 2 1.996,00R$ 5.402,00R$
2023 - 4 2.000,00R$ 2 3.406,00R$ 2 1.996,00R$ 7.402,00R$
2024 - -R$ 2 3.406,00R$ 2 1.996,00R$ 5.402,00R$
2025 1 75.065,00R$ -R$ 2 3.406,00R$ 3 2.994,00R$ 81.465,00R$
2026 - 4 2.000,00R$ 2 3.406,00R$ 3 2.994,00R$ 8.400,00R$
2027 - -R$ 2 3.406,00R$ 3 2.994,00R$ 6.400,00R$
2028 - 1 500,00R$ 2 3.406,00R$ 3 2.994,00R$ 6.900,00R$
2029 - 4 2.000,00R$ 2 3.406,00R$ 3 2.994,00R$ 8.400,00R$
2030 1 106.744,00R$ -R$ 2 3.406,00R$ 3 2.994,00R$ 113.144,00R$
2031 - 2 1.000,00R$ 2 3.406,00R$ 3 2.994,00R$ 7.400,00R$
2032 - 4 2.000,00R$ 2 3.406,00R$ 3 2.994,00R$ 8.400,00R$
2033 - 1 500,00R$ 2 3.406,00R$ 3 2.994,00R$ 6.900,00R$
2034 - 1 500,00R$ 2 3.406,00R$ 3 2.994,00R$ 6.900,00R$
2035 - 6 3.000,00R$ 3 5.109,00R$ 4 3.992,00R$ 12.101,00R$
2036 - 1 500,00R$ 3 5.109,00R$ 4 3.992,00R$ 9.601,00R$
2037 - 2 1.000,00R$ 3 5.109,00R$ 4 3.992,00R$ 10.101,00R$
2038 - 6 3.000,00R$ 3 5.109,00R$ 4 3.992,00R$ 12.101,00R$
2039 1 106.744,00R$ 2 1.000,00R$ 3 5.109,00R$ 4 3.992,00R$ 116.845,00R$
CUSTO
TOTAL4 363.618,00R$ 42 21.000,00R$ 45 76.635,00R$ 60 59.880,00R$ 521.133,00R$
MÃO DE
OBRAEQUIPAMENTOS
CUSTO TOTALANO
379
Cumpre reforçar que em virtude do aprimoramento e do surgimento de novas
alternativas tecnológicas nos próximos anos, inclusive dentro do horizonte temporal
deste planejamento, poderão haver alterações na periodicidade e nos valores
estimados no presente momento. Além disso, poderão ser adotados equipamentos e
máquinas com especificações diferentes das determinadas neste dimensionamento,
desde que respeitada a qualidade almejada dos serviços.
Analisando a Tabela 81, observa-se que os maiores custos operacionais se referem
à aquisição de veículos e às despesas com recursos humanos (mão de obra) para a
execução dos serviços de coleta seletiva, sendo contabilizados apenas os salários,
excetuando-se custos com auxílio transporte, insalubridade e encargos sociais.
Estimando-se que os custos médios operacionais em 2020 sejam de, no mínimo,
R$82.467,00 (R$6.872,25 mensais) atingindo R$116.845,00 (R$9.737,08 mensais)
em 2039.
Embora seja elencada a previsão geral dos seus custos (Tabela 81), menciona-se que
a municipalidade deve contratar e/ou realizar estudos e projetos executivos mais
aprofundados para a implementação da coleta seletiva; bem como verificar a
existência de editais no âmbito estadual e federal que disponibilizam os recursos
financeiros para este fim.
Conforme apontado em tópicos anteriores, tais editais de financiamento para Gestão
de Resíduos Sólidos Urbanos, encontram-se concentrados, de forma consolidada e
atualizada, na plataforma digital denominada Mapa de Financiamento para Gestão de
Resíduos Sólidos Urbanos, lançada pelo MMA. Entretanto, é importante que os
gestores municipais, avaliem a plataforma supracitada, escolhendo o programa de
financiamento que mais se adeque aos projetos a serem implementados no município,
bem como se atentem aos prazos e formas de participação nestes editais.
Dentre as diversas formas de financiamento apresentadas nesta plataforma, destaca-
se como uma alternativa para a consolidação da coleta seletiva, o programa Avançar
Cidades - Saneamento - Seleção Contínua, o qual apoia a modalidade de Manejo de
Resíduos Sólidos, para iniciativas que envolvam destinação final ambientalmente
adequada, incluindo a disposição final.
380
4.16.7. Consolidação dos Investimentos Necessários
A título de compilar as informações estudadas nos tópicos anteriores, o presente item
exibe a consolidação dos investimentos necessários nas principais ações e projetos
propostas neste PMGIRS, para o município de Tabuleiro, conforme segue a Tabela
82.
Tabela 82 - Investimento total que o município de terá com manejo e gestão dos seus resíduos sólidos.
INVESTIMENTO VALOR (R$)
Implantação de uma UTC R$ 268.082,13
Implantação de uma ATT +PEV
R$ 106.139,29 (1)
Implantação da coleta seletiva R$ 521.133,00
(2)
Programa de Educação Ambiental
R$ 399.700,00
TOTAL R$
1.295.054,42
Fonte: Autores, 2019.
Nota: 1- Adaptado do MMA, 2010 e reajustado. 2- Custo mínimo considerando apenas
despesas com recursos humanos e equipamentos.
Portanto, o exposto acima revela que Tabuleiro investiria média de R$ 1.295.054,42,
com a implantação programas relacionados a redução de resíduos sólidos. Porém, é
importante salientar que a maior parte desses projetos podem ser apoiados através
de órgãos de financiamento, parcerias público-privado, gestões consorciadas,
parcerias com organizações não-governamentais, entre outras opções, desde que o
município elabore os projetos devidamente necessários.
381
4.17. Síntese das metas e ações para o sistema de limpeza urbana e manejo de
resíduos sólidos
O presente tópico apresenta uma síntese das principais metas e ações (Tabela 83), a
serem seguidas pela Administração Pública após a elaboração deste PMGIRS, as
quais devem ser cumpridas durantes os próximos 20 anos.
Frisa-se que estas foram discorridas ao longo deste produto e distribuídas em
programas que compõe o planejamento para o município cujo detalhamento encontra-
se nos tópicos indicados na Tabela 83.
Ademais, também foram abordados nestes tópicos anteriores os indicadores que
poderão ser utilizados como forma de controle e fiscalização das metas, ações e
projetos estabelecidos.
Tabela 83 - Síntese das principais metas e ações definidas para o município de Tabuleiro/MG
AÇÕES CONSULTA PRAZO
Definição de pequeno e médio geradores sujeitos a
PGRS Item 5
2020-2039 (Definidos
detalhadamente nos itens)
Geradores sujeitos à elaboração e implantação do
PGRS Subitem 5.1
Implantação da Coleta Seletiva
Item 6.2; subitem 6.1.4.2.1; subitem
15.1 e subitem 15.6
Cobrança da elaboração dos PGRS de gerados específicos
Itens 5 e 17
Programa e ações de capacitação técnica de
grupos interessados Item 10
Programa de Educação Ambiental
Item 11 e subitem 15.5
Mecanismos para a criação de fontes de negócios,
emprego e renda Subitem 12.1
382
Metas de redução, reutilização, coleta seletiva e
reciclagem Item 13
Unidade de Triagem e Compostagem (UTC)
Subitem 15.1
Destinação correta dos Resíduos Sólidos da
Construção Civil (Alternativa I e Alternativa II)
Subitem 15.3
Fonte: Autores, 2019.
4.18. Formas e limites de participação do poder público
O tópico em questão resume o item 6. apresentado no Produto 3 deste PMGIRS,
aonde são detalhadas as formas e limites de atuação do Poder Público.
Com relação à coleta seletiva, a Lei Federal 12.305 de 2010, que estabelece a Política
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), expõe em seu artigo 36, que cabe ao titular
dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, observado
o PMGIRS, estabelecer sistema de coleta seletiva.
Dessa forma, a prefeitura municipal de Tabuleiro participará através da implantação e
monitoramento das ações das metas de redução, reutilização, reaproveitamento e
reciclagem, tais como a coleta seletiva, além de adotar medidas educativas que
insiram os munícipes neste processo, já que a separação inicial dos resíduos
orgânicos e recicláveis começa nas residências.
O tópico 15.6 referente a “Implantação de coleta seletiva”, estudada nesse produto,
fornece instruções detalhadas para efetivação desta ação.
Quanto aos resíduos de logística reversa, segundo o artigo 33, da Lei nº 12.305 de
2010, os produtores, comerciantes e distribuidores de produtos com essa
característica têm a obrigação de implementar uma cadeia de logística reversa para
os resíduos gerados. Entretanto, cabe ao poder público instituir linhas indutoras que
facilitem a implementação de sistemas de logística reversa por parte dos produtores.
383
Porém, de acordo com o parágrafo 7º do artigo 33 da Lei Federal nº 12.305/2010,
caso o titular do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos,
por acordo setorial ou termo de compromisso, tornar-se o responsável por atividades
a cargo dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes nos sistemas de
logística reversa, as ações do poder público deverão ser devidamente remuneradas,
de forma previamente acordada entre as partes.
Apesar dos avanços trazidos pela PNRS no tocante à logística reversa, na prática a
operacionalização desse sistema é um grande desafio, conforme revela o Plano
Municipal de Saneamento Básico de Chapadão do Sul/MS (2014). Dessa forma, o
sistema de logística reversa precisa ser capaz de atender às peculiaridades locais, o
poder público, o setor privado e a sociedade, promovendo a discussão de alternativas
próprias para implementação da gestão compartilhada desses resíduos.
Quanto ao âmbito da responsabilidade compartilhada, o artigo 36 da Lei Federal nº
12.305/2010, dispõe sobre as competências do titular dos serviços públicos de
limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos nesta área. Portanto, cabe ao poder
público, de acordo com a referida lei:
1. Adoção de procedimentos para reaproveitar os resíduos sólidos reutilizáveis e
recicláveis oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de
resíduos sólidos;
2. Estabelecimento do sistema de coleta seletiva;
3. Articulação com os agentes econômicos e sociais medidas para viabilizar o
retorno ao ciclo produtivo dos resíduos reutilizáveis e recicláveis oriundos dos
serviços de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos;
4. Realização de atividades definidas por acordo setorial ou termo de compromisso,
mediante a devida remuneração pelo setor empresarial;
5. Implantação do sistema de compostagem para resíduos sólidos orgânicos e
articular com os agentes econômicos e sociais formas de utilização do composto
produzido;
384
6. Fornecer disposição final ambientalmente adequada aos resíduos e rejeitos
oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos
sólidos.
4.19. Ações preventivas e corretivas
Neste capítulo são apresentadas as medidas preventivas e corretivas existentes ou não
no município, quanto ao gerenciamento dos resíduos sólidos, bem como as
recomendações propostas para estas, durante a elaboração do atual prognóstico.
Dessa forma, são designadas ações preventivas como aquelas ações voltadas a evitar
o surgimento de um problema potencial, e as corretivas, como ações que objetivam
impedir recorrência de um problema já existente ou que seu impacto seja mitigado.
Portanto, a Tabela 84, expõe um compilado das principais ações existentes em
Tabuleiro/MG para melhor compreensão da realidade atual do município.
Posteriormente, a Tabela 85, revela o cronograma para desenvolvimento e implantação
das ações preventivas e corretivas de curto, médio e longo prazo, no horizonte de
planejamento deste PMGIRS (2019 a 2039).
385
Tabela 84 - Principais ações preventivas e corretivas propostas para o município de Tabuleiro/MG
AÇÃO
PREVENTIVA (P)
CORRETIVA (C) DIAGNÓSTICO PROGNÓSTICO
Educação ambiental P Existência de algumas
iniciativas pontuais, por parte da Prefeitura e das escolas.
Aplicação do programa de educação ambiental descrito
no tópico 11.5
Promover a educação ambiental no município de
modo a sensibilizar a população sobre a
importância do reuso, recuperação e
reaproveitamento dos resíduos.
Implantação de coleta
seletiva
P Inexistente.
Aplicação do programa de redução, reutilização e
reciclagem descrito no tópico 13. Iniciar a coleta seletiva no
modelo sugerido, após implementação gradual
proposta e da sensibilização da população.
Contar com dispositivos de entrega dos resíduos seco como LEVs e Ecopontos.
Avaliar as diretrizes constantes no Item 6.2.
386
Existência de triagem de
resíduos sólidos
P Inexistente.
Aplicação do programa de redução, reutilização e
reciclagem descrito no tópico 13. Avaliar as diretrizes constantes em: Item 6.2;
subitem 6.1.4.2.1; 6.2.7. e subitem 15.1. Fomentar o a
criação e o fortalecimento de cooperativas/associações de
catadores
Programa de monitoramento
da eficiência dos serviços de
coleta e limpeza pública
P/C
A prefeitura desconhece a existência ou não desse
monitoramento uma vez que a coleta é realizada por uma empresa terceirizada. Já o monitoramento da limpeza
pública é inexistente.
Seguir diretrizes apresentadas no tópico 6.3. Avaliar mecanismos para
monitoramento destes resíduos.
Programa de monitoramento
da eficiência da disposição
final de resíduos sólidos
P/C
A prefeitura desconhece a existência ou não desse
monitoramento, com relação aos RSD, uma vez que a
disposição final é realizada por uma empresa terceirizada. Já o
monitoramento da disposição final dos RLU, realizada pela
mesma, é inexistente.
Seguir recomendações descritas no tópico 5.3; 6.1.5
e item 9.
Avaliar mecanismos para monitoramento destes
resíduos.
387
Previsão de investimentos
em obras civis
P Não há previsão para obras relacionadas aos resíduos
sólidos.
Fomentar a previsão das obras nos instrumentos de
gestão, através do PPA, LDO e LOA, para que o município tenha um planejamento em
relação a realização das mesmas. Para a
implementação das estruturas ditas como
necessárias para a otimização da gestão dos resíduos, o Poder Público
deve se pautar de mecanismos para a
manutenção do sistema de forma sustentável. De
maneira geral, os custos estimados estão
descriminados no tópico 15.7.
Previsão de investimento em
equipamentos (coleta seletiva
e reciclagem)
P Inexistente
Avaliar as recomendações descritas no tópico 6.2.
Promover a inclusão das recomendações necessárias
no PPA, LOA e LDO.
Analisar os custos estimados tópico 15 para formulação
388
dos instrumentos da política orçamentária no município.
Previsão do pleito de
recursos federais, estaduais
e/ou outras esferas em caso
de ausência de recursos para
manutenção dos serviços de
limpeza e disposição final
dos resíduos
P Inexistente.
Analisar a viabilidade de reajuste da taxa de coleta. Adiantar a elaboração de
projetos para estarem disponíveis no momento em que os editais de pleito de
recursos os exigirem. Acompanhamento da
plataforma digital – Mapa de Financiamento para Gestão
de Resíduos Sólidos Urbanos do MMA
Cadastro de aterros próximos
para uma possível recepção
dos resíduos em caso de
impeditivo de disposição no
local atualmente utilizado
P Inexistente.
Realizar o cadastro e a cotação formal de preços de
disposição final junto aos aterros próximos.
Identificação de vias
alternativas para coleta em
caso de obstrução das
usadas atualmente
P
Existem rotas alternativas que são utilizadas caso haja
algum impedimento nas usadas atualmente.
Atualização das rotas alternativas existentes
conforme modificação da malha urbana municipal.
389
Manutenção preventiva de
frota e equipamentos
utilizados nos serviços de
limpeza e disposição final de
resíduos
P
A empresa terceirizada responsável pela disposição possui manutenção de sua
frota. Para limpeza pública, a prefeitura também realiza manutenção preventiva.
Realizar revisão preventiva nos maquinários e
equipamentos com vistas a evitar interrupções na
prestação de serviço devido a problemas mecânicos.
Avaliar as diretrizes sobre a limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos descritas no
item 6.3.
Existência de veículo reserva
para a coleta dos resíduos
P
Tanto a empresa terceirizada responsável pela coleta dos
RSD quanto a prefeitura, responsável pela coleta dos
RLU, possuem veículo reserva para o município de
Tabuleiro/MG.
Possuir veículos reservas a fim de garantir que a
prestação dos serviços de coleta e disposição final de
resíduos não seja afetada por problemas na frota e
interrupção da circulação de um dos caminhões.
390
Cadastro de empresas que
prestam serviços de limpeza,
coleta e destinação final de
resíduos como opção de
contratos emergenciais para
suprir a ausência não
prevista de resíduos
P Inexistente.
Levantar cadastro de empresas aptas e
interessadas a prestar este tipo de serviço e realizar
cotações junto as mesmas
Controle de emissão e de
gases percolados na
disposição final
P
Existente. No aterro sanitário onde os resíduos do
município são destinados ocorre a queima dos gases, controlando sua emissão.
Quando houver contratação ou e/ou renovação do
contrato verificar se o aterro está devidamente licenciado
e seguindo as normas técnicas estabelecidas pelo órgão ambiental local bem como atendendo todas as condicionantes. Verificar
tópico 20.
Cadastro de geradores
sujeitos a elaboração dos
planos de gerenciamento de
resíduos sólidos e aqueles
sujeitos a logística reversa
P Inexistente.
Aplicação das iniciativas relacionadas aos resíduos de logística reversa obrigatória (RLRO e estabelecimentos
sujeitos a elaboração do plano de gerenciamento de
resíduos sólidos (PGRS) descritas nos tópicos 5; 9.11
391
e 9.12. Avaliar fluxograma Figura 17.
Implantação de sistema de
coleta de pilhas e baterias
P
Não há um sistema formalizado, entretanto, a Prefeitura encontra-se em contato com a empresa E-Ambiental Resíduos LTDA para implementação deste.
Aplicação das iniciativas relacionadas aos resíduos de logística reversa obrigatória (RLRO e estabelecimentos
sujeitos a elaboração do plano de gerenciamento de
resíduos sólidos (PGRS) descritas nos itens; 5.2; 9.11
e 9.12. Verificar recomendações sobre PEV’s
para resíduos de logística reversa obrigatória
Implantação de sistema de
coleta e reaproveitamento de
óleo de cozinha
P
Não há um sistema formalizado, entretanto, os munícipes entregam o óleo
de cozinha à empresa Garra Subprodutos.
Realizar conscientização junto à população sobre a
importância do reaproveitamento desses
resíduos, dando continuidade e ampliando tal iniciativa. Verificar a viabilidade de
coleta por parte dos munícipes que realizam a
produção de sabão.
Implantação de sistema de
coleta de lâmpadas
P Inexistente.
Aplicação das iniciativas relacionadas aos resíduos de logística reversa obrigatória (RLRO e estabelecimentos
sujeitos a elaboração do plano de gerenciamento de
resíduos sólidos (PGRS)
392
descritas nos itens 5.2; 9.11 e 9.12. Verificar
recomendações sobre PEV’s para resíduos de logística
reversa obrigatória
Destinação correta de
Resíduos Eletroeletrônicos
(REE)
P Existente. A empresa E-
Ambiental Resíduos LTDA realiza a coleta destes.
Aplicação das iniciativas relacionadas aos resíduos de logística reversa obrigatória (RLRO e estabelecimentos
sujeitos a elaboração do plano de gerenciamento de
resíduos sólidos (PGRS) descritas nos itens 5.2; 9.11
e 9.12. Verificar recomendações sobre PEV’s
para resíduos de logística reversa obrigatória
Elaboração de projetos de
recuperação das áreas de
“bota-fora”
C Inexistente.
Aplicação das alternativas propostas para o
gerenciamento dos resíduos da construção civil descritas no tópico 15.3. Avaliar tópico
15.4.
393
Fiscalização das áreas de
transbordo de resíduos
sólidos urbanos
P
A empresa terceirizada responsável pelos RSD fiscaliza suas áreas de
transbordo. Já as áreas de transbordo da prefeitura são fiscalizadas pelos próprios funcionários da mesma.
Quando houver contratação ou e/ou renovação do contrato verificar se a
empresa está seguindo as normas técnicas
estabelecidas por órgãos ambientais
Verificar recomendações no item 6.1.3.
Monitoramento das áreas dos
antigos lixões em processo
de recuperação
P Inexistente.
Não há áreas de antigos lixões. Porém a antiga UTC passou a funcionar como
lixão. A recuperação desta área é proposta no item 15.2.
Elaboração de projeto de
Usina de Triagem e
Compostagem (UTC)
P
Inexistente. O município possui uma UTC desativada em que não há um interesse,
por parte da prefeitura, de voltar a operacionalizá-la, no
momento.
Avaliar item 15.1.
Aquisição de triturador de
resíduos de poda
P Inexistente.
Analisar item 6.3.1. sobre o Gerenciamento pós-
execução dos serviços de limpeza urbana.
Ajuste da taxa de limpeza
urbana
P/C Inexistente. Verificar a possibilidade de
ajuste da taxa conforme necessidade e viabilidade econômica com intuito de
394
manter o sistema sustentável financeiramente
Destinação correta dos
resíduos sólidos da
construção civil
P
Inexistente. No momento, no município os resíduos da
construção civil não recuperados, são destinados
a um bota fora irregular.
Aplicação do gerenciamento dos resíduos da construção civil descritos nos itens 7.3;
9.6; e 15.3.
Aquisição de triturador para
RCC
P Inexistente.
Aplicação do gerenciamento dos resíduos da construção civil descritos nos itens 7.3;
9.6; e 15.3. Avaliar item 15.3.2.
Reabilitação das áreas de
lixão, UTC desativada e de
bota-fora recuperadas
C Inexistente. Aplicação do que está citado no tópico15 considerando as
medidas saneadoras
Implantação de biodigestores
da UTC
P Inexistente.
Realização de estudo englobando aspectos
técnicos, econômicos e financeiros a respeito da
implantação de biodigestores conforme projeto elaborado
para a UTC.
Fonte: Autores, 2019.
395
Tabela 85 - Cronograma das principais ações preventivas e corretivas com seus respectivos prazos
Fonte: Autores, 2019.
396
4.20. Periodicidade da revisão do PMGIRS
De acordo com a Lei Federal nº 12.305 de 2010 o PMGIRS deve ser revisado
periodicamente, de preferência acompanhando o período de vigência do plano
plurianual municipal (PPA). Assim, as ações e os recursos previstos para execução
das mesmas poderão ser aprovados e incluídos no PPA do município.
A Tabela 86 apresenta os anos de abrangência dos planos plurianuais do município
de Tabuleiro/MG e os anos em que o PMGIRS deverá passar por revisão.
Tabela 86 - Periodicidade de revisão do PMGIRS de Tabuleiro/MG
PPA
(Quadriênio) 2022-2025 2026-2029 2030-2033 2034-2037 2038-2041
Revisão do PMGIRS
(Ano) 2025 2029 2033 2037 2041
Fonte: Autores, 2019.
Conforme exposto, o PMGIRS deverá ser revisado a cada 4 anos, juntamente com
a elaboração do PPA do quadriênio seguinte.
4.21. Ações para mitigação das emissões dos gases de efeito estufa
As ações para mitigação das emissões dos gases de efeito estufa são
indispensáveis para a minimização dos impactos no clima. Com isso, os municípios
devem compartilhar com a União os esforços para a efetivação dos compromissos
internacionais anteriormente assumidos. Porém, o município de Tabuleiro
atualmente não realiza ações que visam mitigar as emissões dos gases de efeito
estufa (GEE).
Para diminuir a emissão desses gases, se faz necessário buscar medidas
mitigadoras da coleta e transporte até o tratamento dos resíduos e/ou disposição
397
final, apresentadas no item 8. do Produto 3 deste plano. Dessa forma, a Tabela 87
sugere algumas medidas a serem tomadas pelo município a fim de alcançar o
exposto.
Tabela 87 - Sugestão para diminuição dos GEE
MEDIDAS SUGERIDAS
Diminuição do transporte mecanizado dos resíduos, visando a redução das emissões,
através do uso de bicicletas adaptáveis para coleta de recicláveis e ecopontos por
exemplo.
Otimização da rota de coleta, tentando diminuir o número de passagens pelo mesmo
local e evitando subir ruas íngremes, de forma a diminuir a utilização de combustível.
Nos trechos íngremes, os funcionários podem subir, recolher os resíduos
manualmente e levá-los até o caminhão
Captação dos gases provenientes da decomposição acelerada dos resíduos úmidos
urbanos e rurais, por meio de biodigestores (prazo de geração de gases estimado em
algumas semanas), caso seja implantado, a longo prazo
Disposição de resíduos da coleta convencional em aterro sanitário exclusivamente
quando já estabilizados por meio da biodigestão, caso sejam implantados os
biodigestores
Maximização dos processos de compostagem, antecedendo-os de biodigestão
sempre que possível
Aproveitamento energético (geração de energia elétrica, vapor, etc.) dos gases
produzidos na biodigestão dos resíduos úmidos urbanos e rurais.
Fonte: Adaptado Produto 3 Tabuleiro (MG), 2019.
A título de conhecimento, é de responsabilidade municipal definir os mecanismos
para promover a mitigação dos efeitos adversos à emissão de GEE, através de
programas e políticas municipais ou ações mitigadoras.
398
4.22. Ações para emergência e contingência
Este tópico tratará das ações de emergência e contingência que visam a minimizar
os impactos e situações eventuais que possam interromper o gerenciamento dos
resíduos sólidos no município de Tabuleiro/MG, buscando destacar as estruturas
disponíveis e recomendar as formas de atuação dos prestadores de serviço, tanto
preventivamente como corretivamente, procurando elevar o grau de segurança e
continuidade operacional dos serviços e estruturas.
Neste contexto, entende-se como emergencial, eventualidades perigosas que levam
a situações críticas ou urgentes. Já a contingência é aquilo que pode ou não
suceder, a incerteza e a eventualidade.
Diante do exposto, a Tabela 88 apresenta algumas possíveis ocorrências, suas
origens e ações a serem realizadas frente a eventuais situações imprevistas que
venham a alterar os serviços de limpeza urbana e de manejo de Resíduos Sólidos.
399
Tabela 88 - Possíveis ocorrências, suas origens e ações de emergência e contingência para situações imprevistas que venham a alterar os serviços de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos
OCORRÊNCIA ORIGEM AÇÕES CORRETIVAS PARA EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA
Paralisação do serviço de varrição, capina e roçada
Greve dos funcionários/servidores da Prefeitura.
Informar oficialmente a população, através dos meios disponíveis, para que colabore com a manutenção da limpeza na cidade;
Contratar empresa em caráter emergencial para prestação do serviço;
Acionar ou contratar funcionários para efetuarem a limpeza dos pontos mais críticos e centrais da cidade;
Realizar cadastro em 2º plano de pessoas interessadas na prestação deste serviço em casos adversos.
Paralisação dos serviços de coleta convencional e de
resíduos de limpeza urbana
Greve dos funcionários ou geral da empresa responsável pela execução do serviço (em caso de serviço delegado);
Quebra ou cessação de contratos celebrados com empresa privada;
Greve dos funcionários/servidores da Prefeitura (em caso de prestação direta).
Informar oficialmente a população para que, ciente, colabore;
Contratar empresa especializada em caráter emergencial;
Acionar equipamentos e funcionários da Prefeitura Municipal, caso necessário, para a prestação do serviço até início da execução da empresa contratada em caráter emergencial, garantindo a prestação mínima de serviços essenciais;
Negociação com os funcionários paralisados e/ou com a empresa que interrompeu a prestação dos serviços;
Aplicar penalidades previstas em contrato, como multa por dia de paralisação e/ou por quebra de contrato, por exemplo;
Realizar cadastro em 2º plano de pessoas interessadas na prestação deste serviço em casos adversos.
Avaria ou falha mecânica nos veículos coletores
Em caso de serviço delegado, solicitar à empresa responsável para que tome as medidas cabíveis imediatamente;
Substituir o veículo efetivo danificado pelo veículo reserva;
Providenciar reparo imediato do veículo.
Inoperância dos locais de Entrega Voluntária (LEVs).
Avaria ou falha mecânica nos veículos coletores
Em caso de serviço delegado, solicitar à empresa responsável para que tome as medidas cabíveis imediatamente;
Substituir os veículos danificados pelos veículos reserva;
Providenciar reparo imediato dos veículos.
Avaria ou falha nos dispositivos (estrutura ou equipamento de acondicionamento);
Mau uso dos LEVs pela população – vandalismo.
Providenciar imediatamente o reparo do dispositivo;
Informar a população da inoperância do LEV em questão, indicando o LEV mais próximo;
Comunicação a polícia;
Inserção de avisos para que não haja degradação dos dispositivos;
Reforçar a importância das corretas práticas de manejo dos LEVs;
Dispor de equipe para limpeza dos LEVs.
Falta de mercado para comercializar o material reciclável
Buscar novos compradores de material;
Contatar novas unidades de reciclagem;
Acondicionar os resíduos de forma adequada até que a situação se normalize;
400
Procurar melhorar a qualidade dos materiais reciclados a serem comercializados, aumentando a procura.
Paralisação da coleta seletiva (porta a porta ou em LEVs)
Greve dos funcionários ou geral da empresa responsável pela execução do serviço (em caso de serviço delegado);
Quebra ou cessação de contratos celebrados com empresa privada;
Greve dos funcionários/servidores da Prefeitura (em caso de prestação direta).
Informar oficialmente a população para que fique ciente e colabore, evitando disponibilizar os recicláveis para coleta até que se normalize a situação;
Celebrar contrato emergencial com empresa especializada para a coleta destes resíduos;
Realizar força tarefa em parceria com a cooperativa para viabilizar a coleta dos materiais recicláveis, evitando assim deixar a mesma sem materiais para segregar, comercializar;
Acionar equipamentos e funcionários da Prefeitura Municipal, caso necessário, para a prestação do serviço até início da execução da empresa contratada em caráter emergencial, garantindo a prestação mínima de serviços essenciais;
Negociação com os funcionários paralisados e/ou com a empresa que interrompeu a prestação dos serviços;
Aplicar penalidades previstas em contrato, como multa por dia de paralisação e/ou por quebra de contrato, por exemplo.
Avaria ou falha mecânica no veículo
coletor.
Em caso de serviço delegado, solicitar à empresa responsável para que tome as medidas cabíveis imediatamente;
Substituir o veículo efetivo danificado pelo veículo reserva;
Providenciar reparo imediato do veículo.
Paralisação da coleta de Resíduos de Serviço de Saúde
(RSS)
Greve dos funcionários ou geral da empresa responsável pela execução do serviço (em caso de serviço delegado);
Quebra ou cessação de contratos celebrados com empresa privada.
Contratar empresa especializada em caráter emergencial;
Manter os resíduos acondicionados de forma adequada até que a situação normalize;
Negociação com os funcionários paralisados e/ou com a empresa que interrompeu a prestação dos serviços;
Aplicar penalidades previstas em contrato, como multa por dia de paralisação e/ou por quebra de contrato, por exemplo;
Providenciar aumento da capacidade de armazenamento dos resíduos caso os serviços não se normalizem rapidamente.
Avaria ou falha mecânica nos veículos coletores.
Solicitar à empresa prestadora do serviço que substitua o veículo avariado por veículo reserva;
Exigir agilidade no reparo de veículos e/ou equipamentos avariados.
401
Inoperância da Unidade de Triagem e Compostagem (UTC)
de Resíduos Sólidos
Escassez de equipamentos. Buscar recursos para adquirir equipamentos necessários.
Avaria ou falha em equipamentos da UTC. Providenciar imediatamente o reparo do equipamento avariado;
Avaria em veículos de apoio da UTC. Substituir o veículo danificado por veículo reserva;
Solicitar o reparo do veículo.
Falta de mercado para comercialização do material reciclável.
Buscar novos compradores de material;
Contatar novas unidades de reciclagem;
Acondicionar os resíduos de forma adequada até que a situação se normalize;
Procurar melhorar a qualidade dos materiais reciclados a serem comercializados, aumentando a procura.
Paralisação total da Unidade de Triagem e Compostagem (UTC)
de Resíduos Sólidos
Greve dos colaboradores, cooperativados, associados e/ou funcionários;
Quebra ou cessação de contratos celebrados com empresa privada;
Greve do prestador de serviço que transporta os rejeitos da unidade.
Viabilizar local capaz de armazenar os resíduos recicláveis coletados até que a situação (greve) seja resolvida.
Posteriormente aumentar a capacidade de operação da UTC;
Esgotada a capacidade de armazenamento, destinar os resíduos sólidos diretamente ao aterro sanitário;
Contratar empresa especializada em caráter emergencial.
Negociação com os funcionários paralisados e/ou com a empresa que interrompeu a prestação dos serviços;
Aplicar penalidades previstas em contrato, como multa por dia de paralisação e/ou por quebra de contrato, exemplo.
Falta de mercado para comercialização do material reciclável.
Buscar novos compradores de material;
Contatar novas unidades de reciclagem;
Acondicionar os resíduos de forma adequada até que a situação se normalize;
Procurar melhorar a qualidade dos materiais reciclados a serem comercializados, aumentando a procura.
Explosão e/ou incêndio na UTC Acionar os bombeiros e evacuar área da UTC cumprindo os
procedimentos internos de segurança;
Inoperância da rede de Ecopontos.
Avaria ou falha em equipamentos dos Ecopontos;
Avaria em veículo de apoio dos Ecopontos;
Mau uso dos Ecopontos por parte da população.
Providenciar imediatamente o reparo do equipamento avariado;
Substituir o veículo danificado por veículo reserva;
Solicitar o reparo do veículo;
Inserção de avisos para que não haja degradação dos dispositivos;
Reforçar a importância das corretas práticas de manejo dos Ecopontos;
Dispor de equipe para limpeza dos Ecopontos;
Cientificar e notificar a população para que colabore, evitando o uso da estrutura nos períodos de inoperância, orientando para que
402
o acondicionamento dos materiais seja realizado nas residências até que a situação normalize.
Paralisação parcial da Área Integrada de Recebimento,
Triagem e Transbordo (AIRTT) de RCC
Acúmulo de RCC, inviabilizando a recepção de resíduos.
Aumentar a capacidade de armazenamento e operação até que a situação se normalize.
Avaria ou falha mecânica nos veículos operacionais e equipamentos.
Substituição dos veículos danificados por veículo reserva;
Solicitar reparo dos veículos e/ou equipamentos.
Paralisação total da Área Integrada de Recebimento,
Triagem e Transbordo (AIRTT) de RCC
Greve geral dos funcionários;
Quebra ou cessação de contratos celebrados com empresa privada;
Interdição ou embargo por algum órgão fiscalizador;
Esgotamento da área de disposição;
Encerramento do aterro em operação sem a implementação de novo local para disposição final.
Informar oficialmente a população para que ciente, colabore até a situação se normalizar;
Negociação com os funcionários paralisados e/ou com a empresa que interrompeu a prestação dos serviços;
Contratar em caráter emergencial nova empresa para a destinação dos resíduos;
Contatar ATT e/ou aterro de inertes mais próximos a fim de firmar contrato para destinação dos resíduos sólidos em caráter emergencial.
Paralisação parcial da operação do aterro sanitário
Ruptura de taludes, vazamento de percolados.
Providenciar os reparos imediatos no aterro;
Promover a contenção e remoção dos resíduos e encaminhamento a estação de tratamento de esgoto mais próxima;
Realizar campanha adicional de monitoramento ambiental
Avaria ou falha mecânica nos veículos operacionais e equipamentos; Obstrução das vias de acesso ao aterro sanitário.
Substituição dos veículos danificados por veículo reserva;
Solicitar agilidade no reparo dos veículos e/ou equipamentos;
Utilizar de rota alternativa para acessar o aterro sanitário.
Paralisação total da operação do aterro sanitário
Greve geral dos funcionários;
Quebra ou cessação de contratos celebrados com empresa privada;
Interdição ou embargo por algum órgão fiscalizador;
Esgotamento da área de disposição;
Explosão, incêndio, vazamentos tóxicos no aterro;
Encerramento do aterro em operação sem a implementação de novo local para disposição final.
Informar oficialmente a população para que ciente, colabore até a situação se normalizar, visto que possivelmente não poderão proceder a coleta dos resíduos;
Negociação com os funcionários paralisados e/ou com a empresa que interrompeu a prestação dos serviços;
Contratar em caráter emergencial empresa que possua estrutura adequada e licenciada para a disposição final dos resíduos;
Contatar aterros privados mais próximos a fim de firmar contrato para destinação dos resíduos sólidos em caráter emergencial;
Acionar os bombeiros e evacuar área do aterro sanitário cumprindo os procedimentos internos de segurança.
Fonte: Autores, adaptado do PMGIRS de Pinheiral, 2017 e PMGIRS de Astolfo Dutra, 2010.
403
4.23. Levantamento e análise da legislação
O Produto 1 deste PMGIRS tratou especificamente sobre esse assunto,
apresentando um levantamento e a análise da legislação federal, estadual e sua
integração com a legislação municipal e decretos regulamentadores na área de
resíduos sólidos, educação ambiental e saneamento básico. No tópico 10 do
Produto 3 deste plano já foi elaborado resumo sobre o seu Produto 1.
Embora detalhado no Produto 1, e apresentado de forma resumida no Produto 3,
ambos pertencentes a este PMGIRS, dentre os dispositivos próprios que tratam
direta ou indiretamente sobre a preservação do meio ambiente e a gestão dos
resíduos sólidos, são apresentados abaixo três instrumentos que Tabuleiro possui,
sendo estes:
Lei nº 386/2004: Institui a Lei Orgânica do Município de Tabuleiro/MG.
Lei nº 590/2012: Institui o Código de Posturas Municipal
Decreto nº 036/2015: Discreta sobre a Política Municipal de Saneamento
Básico e o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) do Município de
Tabuleiro/MG
Novamente, é importante destacar a estima em definir os pequenos e grandes
geradores de resíduos, bem como suas respectivas responsabilidades, através de
lei ou decreto, para que seja possível a consolidação das várias ações estabelecidas
ao longo deste plano.
4.24. Estratégia de mobilização e participação social
Foi elaborado para este PMGIRS um plano de Mobilização Social, para ser utilizado
como ferramenta de comunicação, garantindo o caráter participativo e informativo
do processo de elaboração do mesmo, além de intensificar o relacionamento da
Prefeitura do município de Tabuleiro/MG com a comunidade local. O resumo sobre
404
as principais estratégias de Mobilização e Participação Social deste plano,
encontrada tópico 3.11.
Dando continuidade às ações de mobilização e participação social propostas para o
presente PMGIRS, divulgou-se, no último encontro de mobilização do Produto 3 –
Diagnóstico Municipal Participativo, a continuidade das atividades desenvolvidas, na
oficina subsequente sobre o Produto 4 – Prognóstico do município. Posteriormente,
o convite formalizado (Figura 102) se estendeu pela comunicação, via internet,
telefone e outras mídias, considerando a participação dos munícipes e pessoas
interessadas, na construção do planejamento proposto.
Figura 102 – Esboço do convite para oficina do Produto 4 – Prognóstico de Tabuleiro/MG
Fonte: Autores, 2019.
Desta forma, no dia 23 de setembro de 2019, a oficina foi realizada, a partir da
apresentação das metas, programas e ações propostos para o Prognóstico de
Tabuleiro/MG, expondo inicialmente um resumo do Diagnóstico Municipal, aos
presentes no encontro. A apresentação ocorreu de forma lúdica e dinâmica, a fim
405
de envolver os setores da sociedade civil presente (Figura 103). Ao final da mesma,
foi aberto um espaço para discussão das ações propostas, bem como, foram
distribuídos canhotos para o preenchimento de dúvidas e sugestões ligadas a
temática do manejo dos resíduos sólidos no município de Tabuleiro/MG, gerando
percepção e debate, por parte da população envolvida, quanto ao mesmo.
Figura 103 - Realização da Mobilização Social em Tabuleiro/MG
406
Fonte: Autores, 2019.
407
Considerando que a eficácia do PMGIRS deverá alcançar mudanças de hábitos e
comportamentos da sociedade como um todo, o diálogo contínuo, terá papel
estratégico para alcançar os objetivos propostos. Portanto, pontua-se a importância
da continuidade de ações de comunicação e mobilização com os munícipes,
despertando seu interesse em relação ao PMGIRS, através de ações que
demonstrem sua relevância e importância, incentivando a população a se posicionar
de maneira participativa para o sucesso do mesmo.
4.25. Comunicação socioambiental
Importante salientar que o presente plano não representa fluxo informativo de
apenas uma mão, conferindo participação social qualitativa durante o processo.
Dessa forma, torna-se possível acolher e interpretar as demandas da sociedade,
convertendo-as, dentro das possibilidades, em decisões e ações municipais que
beneficiem a população. Foi abordado, através do tópico 3.12 deste PMGIRS, os
meios de comunicação que a Prefeitura do município de Tabuleiro possui para
interlocução permanente com a população, bem como realizar a divulgação deste
PMGIRS.
O site dispõe de aba para o programa Portal da Transparência, Notícias, Ouvidoria,
Serviço de Informação ao Cidadão (e-SIC), notas sobre processos licitatórios,
Legislação Municipal, Concursos, Nota Fiscal Eletrônica, Câmara Municipal de
Tabuleiro, história do município, aspectos gerais, economia, religião e cultura, dentre
outros.
Além disso, o site também conta com uma aba para divulgação do PMGIRS, com
campo exclusivo para divulgação quanto ao andamento e elaboração do plano, bem
como divulgação dos produtos já concluídos do PMGIRS (Figura 104). As
divulgações das oficinas a serem realizadas, e àquelas já feitas, também contam
com publicações no referido site, por exemplo.
408
Figura 104 - Página eletrônica do município de Tabuleiro/MG e divulgação do PMGIRS
Fonte: http://tabuleiro.mg.gov.br/oficial/index.php?link=pmgris, 2019.
409
5. Referências
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transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a
utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e
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