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Produto 5 Versão Preliminar do PMGIRS Produto 5 - Versão Preliminar Tabuleiro/MG

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Produto 5 – Versão Preliminar do PMGIRS

Produto 5 - Versão Preliminar

Tabuleiro/MG

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II

Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba

do Sul

PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS

SÓLIDOS DE TABULEIRO/MG

Produto 5 – Versão Preliminar

Tabuleiro, MG

Outubro/2019

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II

ELABORAÇÃO

Associação Pro-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul

– AGEVAP

Nara Maria de Oliveira Dornela

Estagiária em Engenharia Ambiental e Sanitária – UFJF

Sarah Christina Ribeiro Antunes

Estagiária em Engenharia Ambiental e Sanitária – UFJF

Ingrid Delgado Ferreira

Especialista em Recursos Hídricos

Alexandre Cid

Especialista Administrativo

Fernando Noronha Franzini

Assessor de Planejamento Estratégico

Grupo de acompanhamento da Prefeitura Municipal de Tabuleiro/MG

Denilson da Silva Ferraz

Representante do Setor de Convênios

Marcos José da Silva

Representante da Secretaria Municipal de Administração e Recursos Humanos

Maria Cristina Pires Alves

Responsável Técnica pela Fiscalização

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II

José Maria Campos Neves

Representante da Secretaria de Municipal de Obras, Atividades Urbanas, Transporte e

Trânsito

Marcelo Fernandes da Rocha

Assistente Social

COORDENAÇÃO

André Luís de Paula Marques

Diretor-Presidente da AGEVAP

Roberto Carlos Alves da Costa

Responsável pela Secretaria Municipal de Agropecuária,

Abastecimento e Meio Ambiente

Samuel Rodrigues Castro

Professor supervisor dos estagiários da UFJF

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III

APRESENTAÇÃO

Em 02 de dezembro de 2016, o Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio

Paraíba do Sul - CEIVAP instituiu seu Plano de Aplicação Plurianual – PAP para o

período de 2017 a 2020, através da Deliberação CEIVAP nº 237/2016.

O PAP do CEIVAP é o instrumento de planejamento e orientação dos desembolsos a

serem executados com recursos da cobrança pelo uso da água, compreendendo os

recursos comprometidos, o saldo remanescente até junho de 2016 e aqueles com

expectativa de serem arrecadados pela cobrança pelo uso da água de domínio da União

e oriundas da transposição do rio Guandu no período de 2017 a 2020.

Com base no PAP, o CEIVAP aprovou a aplicação de recursos financeiros oriundos da

cobrança pelo uso da água na bacia para elaboração do Plano Municipal de Gestão

Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) dos municípios integrantes da bacia

hidrográfica.

A Lei nº 12.305 de 2010 instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)

visando à gestão integrada e ao gerenciamento adequado dos resíduos sólidos, sendo

um de seus instrumentos os planos municipais de gestão integrada de resíduos sólidos.

O PMGIRS é um instrumento de planejamento, com horizonte de 20 anos ou mais. O

PMGIRS tem o objetivo principal de promover o diagnóstico da situação atual dos

resíduos sólidos no município, bem como prever soluções integradas para os diversos

tipos de resíduos no município, tornando-se indispensável para o manejo e a gestão de

resíduos sólidos adequados no município.

Além disso, de acordo com o art. 18 da Lei Federal nº 12.305/2010, para que os

municípios tenham acesso a recursos da União, ou por ela controlado, bem como

incentivos ou financiamento de entidades federais de crédito ou fomento destinados a

serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, é necessário

a elaboração do PMGIRS.

Além disso, de acordo com o art. 18 da Lei Federal nº 12.305/2010, para que os

municípios tenham acesso a recursos da União, ou por ela controlados, bem como

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IV

incentivos ou financiamento de entidades federais de crédito ou fomento destinados a

serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, é necessário

a elaboração do PMGIRS.

De modo a facilitar o acompanhamento da elaboração do plano do município de

Tabuleiro (MG), este será dividido em 7 Produtos, quais sejam:

Produto 1 - Legislação Preliminar;

Produto 2 - Caracterização Municipal;

Produto 3 - Diagnóstico Municipal Participativo;

Produto 4 - Prognóstico;

Produto 5 - Versão Preliminar do PMGIRS;

Produto 6 - Versão Final do PMGIRS;

Produto 7 - Relatório Síntese do PMGIRS.

O Produto 1 contempla um breve panorama da situação de resíduos sólidos a níveis

federal e estadual, bem como um levantamento e análise da legislação federal, estadual

e sua integração com a legislação municipal e decretos regulamentadores, na área de

resíduos sólidos, educação ambiental e saneamento básico.

O Produto 2 apresenta a caracterização municipal de Tabuleiro (MG) contendo dados

geográficos, como localização, climatologia, geologia, relevo e hidrologia; dados

político-administrativos, como distritos, poderes, características urbanas, dispositivos

legais de zoneamento urbano e demografia; dados socioeconômicos, como educação,

trabalho e renda, saúde, economia, disponibilidade de recursos, além de indicadores

sanitários, epidemiológicos e ambientais.

O Produto 3 consiste em um diagnóstico dos resíduos sólidos, bem como procedimentos

operacionais e especificações mínimas a serem adotados em serviços públicos de

limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos; indicadores; sistema de cálculo de

custos da prestação desses serviços, dentre outras informações. Para elaboração deste

produto será realizada oficina com a participação da sociedade, além disso, será

aplicado questionário acerca da satisfação dos serviços de limpeza urbana e manejo

dos resíduos sólidos.

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V

O Produto 4 faz o prognóstico do município, contemplando principalmente programas,

ações de educação ambiental, metas de redução, reutilização, coleta seletiva e

reciclagem. Além disso, identifica os passivos ambientais relacionados aos resíduos

sólidos e estabelece medidas saneadoras. As ações de emergência e contingência

também são contempladas neste produto.

O Produto 5, objeto deste documento, é a versão preliminar do PMGIRS abrangendo os

dados consolidados das versões anteriores. Compreende o diagnóstico da situação

atual dos resíduos sólidos, cenários, metas, diretrizes e estratégias para o cumprimento

das metas. O Produto 5 ficará disponível para consulta pública no prazo de 30 dias no

site do município e da AGEVAP.

O Produto 6 é a versão final do PMGIRS contendo as modificações da versão preliminar

apresentada e aprovada através da consulta pública. O mesmo contém o documento de

legislação preliminar (Produto 1) consolidado e é discutido em audiência pública.

O Produto 7 é um relatório síntese do PMGIRS, servindo para uma consulta rápida às

proposições e demais assuntos do plano, visto que a versão final do PMGIRS é mais

adequada para análises técnicas aprofundadas de seu conteúdo. O Produto 7

contempla também o Plano de Investimentos.

Este documento foi elaborado pela Escola de Projetos da Associação Pró-Gestão das

Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul - AGEVAP, com o apoio financeiro

do CEIVAP e parceria da UFJF.

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VI

LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

AGEVAP Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba

do Sul

ANA Agência Nacional de Águas

AIRTT Área Integrada de Recebimento, Triagem e Transbordo

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

ATT Áreas de Triagem e Transbordo

CBH Comitê de Bacias Hidrográficas

CEIVAP Comitê de Integração de Bacias Hidrográficas do Rio Paraíba do Sul

CNES Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde

CPRM Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

DATASUS Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde

EPI Equipamento de Proteção Individual

ETA Estação de Tratamento de Água

ETE Estação de Tratamento de Esgoto

FEAM Fundação Estadual do Meio Ambiente

GEE Gases de Efeito Estufa

IBAMA O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis

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VII

IBF Instituto Brasileiro de Florestas

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDEB Índice de Desenvolvimento de Educação Básica

IDHM Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

INMET Instituto Nacional de Meteorologia

IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

LDO Lei de Diretrizes Orçamentárias

LOA Lei Orçamentária Anual

MDS Ministério do Desenvolvimento Social

MMA Ministério do Meio Ambiente

NBR Norma Técnica Brasileira

ODM Objetivos de Desenvolvimento do Milênio

PAP Plano de Aplicação Plurianual

PGRS Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

PMGIRS Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

PIB Produto Interno Bruto

PMSB Plano Municipal de Saneamento Básico

PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos

PNUD Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento Aplicado

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VIII

RCC Resíduos da Construção Civil e Inertes

RDC Resolução da Divisão Colegiada - ANVISA

RLRO Resíduos de Logística Reversa Obrigatória

RLU Resíduos de Limpeza Urbana

RI Resíduos Industriais

RM Resíduos de Mineração

RSC Resíduos Sólidos de Estabelecimentos Comerciais e Prestadores de

Serviços

RSD Resíduos Sólidos Domiciliares

RSS Resíduos dos Serviços de Saúde

RSU Resíduos Sólidos Urbanos

SIGRH Sistema Integrado de Gerenciamento dos Recursos Hídricos

SNIS Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento

Sisnama Sistema Nacional de Meio Ambiente

SNVS Sistema Nacional de Vigilância Sanitária

UBS Unidade Básica de Saúde

UTC Unidade de Triagem e Compostagem

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IX

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – MAPA ILUSTRATIVO DO LIMITE TERRITORIAL DE TABULEIRO/MG .................................. 28

FIGURA 2 – MAPA ILUSTRATIVO COM AS VIAS DE ACESSO AO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ........... 30

FIGURA 3 – VISTA DA PRAÇA CORONEL JOÃO FLORIANO E A IGREJA DE BOM JESUS DA CANA VERDE EM

TABULEIRO/MG ......................................................................................................................... 33

FIGURA 4 – MAPA DA CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ....................... 38

FIGURA 5 – PRECIPITAÇÃO MENSAL DA REGIÃO DE TABULEIRO/MG .............................................. 41

FIGURA 6 – UNIDADES GEOLÓGICAS DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ......................................... 43

FIGURA 7 – MAPA DA COMPOSIÇÃO ESPACIAL DAS UNIDADES GEOLÓGICAS DE TABULEIRO/MG .... 44

FIGURA 8 – MAPA DE GEOMORFOLOGIA DE TABULEIRO/MG ......................................................... 45

FIGURA 9 – MAPA DE DECLIVIDADE DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ........................................... 48

FIGURA 10 – MAPA HIPSOMÉTRICO DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ........................................... 49

FIGURA 11 – MAPA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA DO SUL ......................................... 51

FIGURA 12 – MAPA DE RECURSOS HÍDRICOS DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ............................. 52

FIGURA 13 – MAPA DA VEGETAÇÃO REMANESCENTE DE MATA ATLÂNTICA NO MUNICÍPIO DE

TABULEIRO/MG ......................................................................................................................... 53

FIGURA 14 – MAPA DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE DO MUNICÍPIO DE

TABULEIRO/MG ......................................................................................................................... 55

FIGURA 15 – MAPA DO SETOR CENSITÁRIO DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ................................ 58

FIGURA 16 – COMPOSIÇÃO ADMINISTRATIVA DA PREFEITURA DE TABULEIRO/MG .......................... 61

FIGURA 17 – SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E TABULEIRO/MG ......................................... 64

FIGURA 18 – ESQUEMA DOS SERVIÇOS DE ESGOTO OCORRENTES NO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG66

FIGURA 19 – MAPA DOS PONTOS DE ALAGAMENTO DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG .................... 68

FIGURA 20 – MAPA DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ................... 74

FIGURA 21 – PIRÂMIDE ETÁRIA DA POPULAÇÃO DE TABULEIRO/MG ............................................... 77

FIGURA 22 – GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE MATRICULADOS NA REDE DE ENSINO NO MUNICÍPIO

DE TABULEIRO/MG. ................................................................................................................... 81

FIGURA 23 – GRÁFICO DO FLUXO ESCOLAR POR FAIXA ETÁRIA - TABULEIRO - MG - 1991/2000/201083

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X

FIGURA 24 – COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO DE TABULEIRO/MG DE 18 ANOS OU MAIS DE IDADE NO ANO DE

2010 ......................................................................................................................................... 85

FIGURA 25 – ATIVIDADES ECONÔMICAS E SEUS IMPACTOS AO PIB DE TABULEIRO/MG NO ANO DE 2016

................................................................................................................................................ 89

FIGURA 26 – PERCENTUAL DE MORADORES URBANOS COM ACESSO A ÁGUA LIGADA À REDE EM

TABULEIRO/MG ......................................................................................................................... 94

FIGURA 27 – PERCENTUAL DE MORADORES URBANOS COM ACESSO A ESGOTAMENTO SANITÁRIO

ADEQUADO EM TABULEIRO/MG ................................................................................................... 95

FIGURA 28 – DESTINO DADO AOS RESÍDUOS SÓLIDOS PELOS DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES

DE TABULEIRO/MG .................................................................................................................... 96

FIGURA 29 – PERCENTUAL DE ATENDIMENTO DE DRENAGEM URBANA COM OS SISTEMAS DE

BUEIRAS/BOCAS-DE-LOBO NO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ........................................................ 97

FIGURA 30 – EVOLUÇÃO DO IMRS DE TABULEIRO/MG ................................................................. 98

FIGURA 31 – NÚMERO DE CASOS DE DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS POR MOSQUITOS NO MUNICÍPIO DE

TABULEIRO/MG ......................................................................................................................... 99

FIGURA 32 – FORMAS DE ACONDICIONAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES NO MUNICÍPIO DE

TABULEIRO/MG: (A) LIXEIRAS NA ÁREA URBANA (B) LIXEIRA NA FRENTE DE RESIDÊNCIA (C) BOMBONA DE

RSC ....................................................................................................................................... 107

FIGURA 33 – ROTA DO CAMINHÃO COMPACTADOR QUE REALIZA A COLETA DOS RESÍDUOS DOMICILIARES

NO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ............................................................................................. 112

FIGURA 34 – CAMINHÃO COMPACTADOR QUE REALIZA A COLETA DOS RESÍDUOS DOMICILIARES NO

MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG .................................................................................................. 113

FIGURA 35 – ÁREA DE TRANSBORDO NO MUNICÍPIO DE ASTOLFO DUTRA/MG .............................. 114

FIGURA 36 – CAÇAMBAS NA ÁREA DE TRANSBORDO (A) E CAMINHÃO DO TIPO CAÇAMBA (B) QUE LEVA OS

RESÍDUOS DA ÁREA DE TRANSBORDO ATÉ O ATERRO SANITÁRIO LOCALIZADO EM LEOPOLDINA/MG 115

FIGURA 37 – CATADOR INFORMAL DE MATÉRIAS RECICLÁVEIS DE TABULEIRO/MG ....................... 117

FIGURA 38– ANTIGA UTC DE TABULEIRO/MG, ATUALMENTE DESATIVADA: DEPÓSITO DE PNEUS E

RESÍDUOS ELETROELETRÔNICOS (A); VALAS DE RSD E RSS (B) ................................................. 119

FIGURA 39 – VISTA DO CTR LEOPOLDINA (LOCAL DE DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS)

LOCALIZADO EM LEOPOLDINA/MG ............................................................................................. 120

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XI

FIGURA 40 – LOCALIZAÇÃO DO CTR, LOCAL DE DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

PRODUZIDOS NO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ......................................................................... 122

FIGURA 41 – LOCAL DE PESAGEM E VISTORIA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO CTR LEOPOLDINA ....... 124

FIGURA 42 – EPIS UTILIZADOS PELOS FUNCIONÁRIOS ATUANTES NA DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS DE

TABULEIRO/MG ....................................................................................................................... 125

FIGURA 43 – ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DO CHORUME NO CTR LEOPOLDINA: TANQUE DE EQUALIZAÇÃO

(A); TRATAMENTO PRELIMINAR COM CALHA PARSHAL SEGUIDA DE LAGOA DE ESTABILIZAÇÃO (B) ... 126

FIGURA 44 – CTR LEOPOLDINA: OPERAÇÃO DO MACIÇO (A); PONTO DE MONITORAMENTO DAS ÁGUAS

SUBTERRÂNEAS, A MONTANTE DO MACIÇO (B) ............................................................................ 127

FIGURA 45 – EXEMPLO DE ACONDICIONAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DE LIMPEZA URBANA DO

MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG .................................................................................................. 129

FIGURA 46 – ÁREA DE TRANSBORDO (A) E CAMINHÃO QUE REALIZA COLETA (B) DOS RESÍDUOS DE

LIMPEZA URBANA DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG .................................................................. 131

FIGURA 47 – EXECUÇÃO DO SERVIÇO DE VARRIÇÃO NA COMUNIDADE SANTA RITA DE BOTAFOGO (A) E

EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA ATIVIDADE (B). .......................................................................... 132

FIGURA 48 – ÁREA DE ACONDICIONAMENTO TEMPORÁRIO DOS RLU E RSD COLETADOS PELA

PREFEITURA NA COMUNIDADE DE SANTA RITA DE BOTAFOGO (A) E DE IGREJINHA DO ACÁCIO (B) . 135

FIGURA 49 – LOCALIZAÇÃO DO BOTA FORA DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ............................. 140

FIGURA 50 – LOCALIZAÇÃO DA ETA EM TABULEIRO/MG ............................................................ 144

FIGURA 51 – ILUSTRAÇÃO DAS INSTALAÇÕES PERTENCENTES A ETA EM TABULEIRO/MG ............. 145

FIGURA 52 – LOCALIZAÇÃO DAS UNIDADES DE SAÚDE MUNICIPAIS DE TABULEIRO/MG .................. 152

FIGURA 53 – FACHADA DAS UNIDADES DE SAÚDE MUNICIPAIS DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG: UBS (A);

PSF (B) .................................................................................................................................. 153

FIGURA 54 – EXEMPLIFICAÇÃO DO ACONDICIONAMENTO DOS RSS, GRUPO A ............................. 155

FIGURA 55 – EXEMPLIFICAÇÃO DO ACONDICIONAMENTO DE RSS DO GRUPO D ........................... 156

FIGURA 56 – ACONDICIONAMENTO DOS RESÍDUOS DO GRUPO E (A); EXEMPLO GERAL DE

ACONDICIONAMENTO INTERNO DE RSS (B) ................................................................................ 157

FIGURA 57 – ARMAZENAMENTO EXTERNO ADEQUADO: ABRIGO DE RSS (GRUPO A, B, C E E) DA UBS E

PSF DE TABULEIRO/MG........................................................................................................... 159

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XII

FIGURA 58 – FROTA DE VEÍCULOS DA EMPRESA SERQUIP, RESPONSÁVEL PELA COLETA, TRATAMENTO E

DISPOSIÇÃO FINAL DOS RSS DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG .................................................. 160

FIGURA 59 – INCINERADORES UTILIZADOS PARA TRATAMENTO TÉRMICO NOS RSS DO MUNICÍPIO DE

TABULEIRO/MG ....................................................................................................................... 161

FIGURA 60 – RCC DISPOSTOS NAS CALÇADAS DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ........................ 165

FIGURA 61 – BOTA FORA DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG, RLU E RCC .................................... 167

FIGURA 62 – FLUXOGRAMA DAS TIPOLOGIAS DE RESÍDUOS AGROSSILVOPASTORIS ...................... 169

FIGURA 63 – EXEMPLO DE PLANTAÇÃO NA ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ........... 171

FIGURA 64 – EXEMPLIFICAÇÃO DO GERENCIAMENTO DOS RI GERADOS NA INDÚSTRIA EMES LTDA

ACONDICIONAMENTO DOS RS (A); ACONDICIONAMENTO DOS RS RECICLÁVEIS (B); LAGOA AERÓBIA PARA

O TRATAMENTO DO EFLUENTE (C); FLOCULADOR PARA O TRATAMENTO DO EFLUENTE (D); LEITOS DE

SECAGEM DO LODO GERADO(E) ................................................................................................ 177

FIGURA 65 – FLUXOGRAMA DE GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ADAPTADO PARA O

MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ................................................................................................. 185

FIGURA 66 – REALIZAÇÃO DO ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DA MASSA ESPECÍFICA APARENTE DOS

RESÍDUOS DOMICILIARES E DE PRESTADORES DE SERVIÇOS DE TABULEIRO/MG .......................... 190

FIGURA 67 – CLASSIFICAÇÃO E CATEGORIA DOS RSD E RSC CONSIDERADOS NO ENSAIO DE

COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG .................................................. 192

FIGURA 68 – REALIZAÇÃO DO ENSAIO DE GRAVIMETRIA DOS RESÍDUOS DOMICILIARES E DE PRESTADORES

DE SERVIÇOS DE TABULEIRO/MG .............................................................................................. 194

FIGURA 69 – MASSA ESPECÍFICA DAS AMOSTRAS DE RSD E RSC GERADAS NO MUNICÍPIO DE

TABULEIRO/MG ....................................................................................................................... 197

FIGURA 70 – COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS GERADOS EM TABULEIRO/MG, DESTINADOS AO

ATERRO SANITÁRIO (A) E (B) ..................................................................................................... 199

FIGURA 71 - PROJEÇÃO POPULACIONAL TOTAL CALCULADA PARA O MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG PELOS

MÉTODOS ARITMÉTICO E GEOMÉTRICO ...................................................................................... 216

FIGURA 72 - SITUAÇÃO DOMICILIAR DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ......................................... 218

FIGURA 73 - PROJEÇÃO POPULACIONAL DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG .................................. 219

FIGURA 74 - PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA E RURAL ADOTADA PARA FINS DE PLANEJAMENTO PARA O

PMGIRS DE TABULEIRO/MG ................................................................................................... 221

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XIII

FIGURA 75 - COMPOSIÇÃO DOS RSD E RSC PARA O CENÁRIO TENDENCIAL ................................ 225

FIGURA 76 - COMPOSIÇÃO DOS RSD E RSC PARA O CENÁRIO DESEJÁVEL .................................. 225

FIGURA 77 - PROJEÇÃO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS VOLUMOSOS EM TABULEIRO/MG DE 2019 A 2039231

FIGURA 78 - COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS VOLUMOSOS SEGUNDO BRASIL (2011) 232

FIGURA 79 - ÍNDICES BIBLIOGRÁFICOS ADOTADOS PARA A PROJEÇÃO ESTIMADA DA GERAÇÃO DE

RESÍDUOS DE LOGÍSTICA REVERSA OBRIGATÓRIA ....................................................................... 239

FIGURA 80 - ESTIMATIVA DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS ELETROELETRÔNICOS E DE LÂMPADAS

FLUORESCENTES EM TABULEIRO/MG DE 2019 A 2039 ............................................................... 240

FIGURA 81 - ESTIMATIVA DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS DE PILHAS E DE BATERIAS EM TABULEIRO/MG DE

2019 A 2039 ........................................................................................................................... 240

FIGURA 82 - ESTIMATIVA DA GERAÇÃO DE PNEUS INSERVÍVEIS EM TABULEIRO/MG DE 2019 A 2039241

FIGURA 83 - ÁREAS FAVORÁVEIS PARA DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM TABULEIRO/MG246

FIGURA 84 - GERADORES SUJEITOS AO SISTEMA DE LOGÍSTICA REVERSA .................................... 259

FIGURA 85 - AÇÕES QUE DEVEM SER DISCIPLINADAS E ORIENTADAS PELO PLANO DE ................... 260

FIGURA 86 - DEFINIÇÃO DOS GERADORES SUJEITOS À ELABORAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ................................................................................. 261

FIGURA 87 - ETAPAS PARA A ENTREGA DO PGRS PELOS GERADORES SUJEITOS A SUA ELABORAÇÃO263

FIGURA 88 - IDENTIFICAÇÃO DOS COLETORES SELETIVOS PÚBLICOS ........................................... 273

FIGURA 89 - FLUXOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DE COLETA DOS RESÍDUOS SECOS RECICLÁVEIS ...... 288

FIGURA 90 - FORMAS DE SEGREGAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS PARA COLETA SELETIVA, RECOMENDADA

PARA O MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ...................................................................................... 290

FIGURA 91 - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) RECOMENDADOS PARA AS GUARNIÇÕES DE

COLETA SELETIVA PARA O MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ........................................................... 294

FIGURA 92 – ESQUEMA SUGERIDO PARA GESTÃO E GERENCIAMENTO DOS RSD DE TABULEIRO/MG296

FIGURA 93 – DESTINAÇÃO AMBIENTALMENTE ADEQUADA DOS RLU DE TABULEIRO/MG ............... 301

FIGURA 94 - RESÍDUOS SOB RESPONSABILIDADE DA PREFEITURA MUNICIPAL .............................. 312

FIGURA 95 - RESÍDUOS SOB RESPONSABILIDADE DO PRÓPRIO GERADOR ..................................... 312

FIGURA 96 – EXEMPLOS DE GRUPOS INTERESSADOS NO MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ............. 329

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XIV

FIGURA 97 - LOCALIZAÇÃO DAS ESTRUTURAS VINCULADAS AOS RESÍDUOS SÓLIDOS DE TABULEIRO/MG

.............................................................................................................................................. 348

FIGURA 98 - BOTA FORA DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG COM RECEBIMENTO DOS RESÍDUOS RLU E

RCC ....................................................................................................................................... 349

FIGURA 99 - BOTA FORA DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG E DESCARTE IRREGULAR ................... 350

FIGURA 100 - ANTIGA UTC DE TABULEIRO/MG, ATUALMENTE DESATIVADA: DEPÓSITO DE PNEUS E

RESÍDUOS ELETROELETRÔNICOS (A); VALAS DE RSD E RSS (B) ................................................. 351

FIGURA 101 - FLUXO DE RCC RECOMENDADO PARA O MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG .................. 371

FIGURA 102 – ESBOÇO DO CONVITE PARA OFICINA DO PRODUTO 4 – PROGNÓSTICO DE TABULEIRO/MG

.............................................................................................................................................. 404

FIGURA 103 - REALIZAÇÃO DA MOBILIZAÇÃO SOCIAL EM TABULEIRO/MG .................................... 405

FIGURA 104 - PÁGINA ELETRÔNICA DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG E DIVULGAÇÃO DO PMGIRS 408

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – DISTÂNCIA ENTRE TABULEIRO/MG E PRINCIPAIS CIDADES PRÓXIMAS ............. 31

TABELA 2 – FESTAS TRADICIONAIS E EVENTOS NO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ........... 34

TABELA 3 – TEMPERATURA MÁXIMA, MÉDIA COMPENSADA E MÍNIMA DA REGIÃO DE TABULEIRO/MG 39

TABELA 4 – COBERTURA DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL .................................... 63

TABELA 5 – DESTINO DADO AOS RESÍDUOS SÓLIDOS PELOS DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES DE

TABULEIRO/MG............................................................................................................ 71

TABELA 6 – SERVIÇOS QUE COMPREENDEM A LIMPEZA URBANA, O MANEJO DE RESÍDUOS E O RESPECTIVO

RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO NO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG .................................. 71

TABELA 7 – PERCENTUAL DO USO E COBERTURA DO SOLO NO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG 74

TABELA 8 – SITUAÇÃO DOMICILIAR MUNICIPAL DE TABULEIRO/MG ................................... 76

TABELA 9 – DIVISÃO ETÁRIA E POR SEXO DA POPULAÇÃO RESIDENTE DE TABULEIRO/MG . 77

TABELA 10 – ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG .............................................. 79

TABELA 11 – EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE MATRICULADOS EM ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG,

ENTRE 2005 E 2017. .................................................................................................... 80

TABELA 12 – FLUXO ESCOLAR POR FAIXA ETÁRIA - TABULEIRO - MG - 1991/2000/2010 ... 82

TABELA 13– QUANTIDADE DE ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG 87

TABELA 14 – RELAÇÃO COMPARATIVA ENTRE A POBREZA E DESIGUALDADE ENTRE OS CENSOS

DEMOGRÁFICOS DE 2000 E 2010 PARA O MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ........................ 100

TABELA 15 – CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ............................ 102

TABELA 16 – FREQUÊNCIA DE COLETA DE RSD E RSC NA ÁREA URBANA E RURAL DE TABULEIRO/MG

................................................................................................................................. 109

TABELA 17 – FREQUÊNCIA DOS SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA ÁREA URBANA E RURAL DE

TABULEIRO/MG.......................................................................................................... 137

TABELA 18 – ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS E DE SERVIÇOS QUE GERAM RESÍDUOS ESPECIAIS 142

TABELA 19 – CLASSIFICAÇÃO DOS RSS EM GRUPOS A, B, C, D E E .............................. 148

TABELA 20 – FORMAS DE TRATAMENTO DOS RSS CONFORME CLASSIFICAÇÃO EM GRUPOS A, B, C, D, E

E ............................................................................................................................... 149

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TABELA 21 – LEVANTAMENTO DOS EMPREENDIMENTOS GERADORES DE RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE

EM TABULEIRO/MG .................................................................................................... 150

TABELA 22 – CLASSIFICAÇÃO DOS RCC E SEUS RESPECTIVOS TIPOS DE DESTINAÇÃO E/OU DISPOSIÇÃO

FINAL ......................................................................................................................... 163

TABELA 23 – LEVANTAMENTO DOS EMPREENDIMENTOS GERADORES DE RESÍDUOS DE MINERAÇÃO EM

TABULEIRO/MG.......................................................................................................... 173

TABELA 24 – LEVANTAMENTO DOS EMPREENDIMENTOS GERADORES DE RESÍDUOS DE INDUSTRIAIS EM

TABULEIRO/MG.......................................................................................................... 175

TABELA 25 – LEVANTAMENTO DOS EMPREENDIMENTOS GERADORES DE RESÍDUOS DE ÓLEOS E GRAXAS

EM TABULEIRO/MG .................................................................................................... 180

TABELA 26 – RESULTADO DO ESTUDO GRAVIMÉTRICO DA COLETA CONVENCIONAL DE RSD EM

TABULEIRO/MG.......................................................................................................... 198

TABELA 27 – GASTO MÉDIO DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG COM RSU. ..................... 206

TABELA 28 – BALANÇO FINANCEIRO DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG REFERENTE AOS RSU. 206

TABELA 29 - CENÁRIO TENDENCIAL PARA OS FATORES CRÍTICOS DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG 210

TABELA 30 - CENÁRIO DESEJÁVEL PARA OS FATORES CRÍTICOS DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG 212

TABELA 31 - SÍNTESE DO MÉTODO DE CÁLCULO DA PROJEÇÃO POPULACIONAL DE TABULEIRO/MG 215

TABELA 32 - PROJEÇÃO POPULACIONAL TOTAL CALCULADA PARA O MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG PELOS

MÉTODOS ARITMÉTICO E GEOMÉTRICO ........................................................................ 216

TABELA 33 - SITUAÇÃO DOMICILIAR DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ........................... 217

TABELA 34 - PROJEÇÃO POPULACIONAL DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG .................... 219

TABELA 35 - PROJEÇÃO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES (RSD E RSC) EM

TABULEIRO/MG DE 2019 A 2039 ................................................................................. 223

TABELA 36 - PROJEÇÃO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL ................... 227

TABELA 37 - PROJEÇÃO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS DE LIMPEZA URBANA EM TABULEIRO/MG DE 2019 A

2039 ......................................................................................................................... 230

TABELA 38 - PROJEÇÃO DA GERAÇÃO FUTURA DE RSS PARA O MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG 236

TABELA 39 - PARÂMETROS CONSIDERADOS PARA CÁLCULO DO FATOR MULTIPLICADOR .. 245

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TABELA 40 - CRITÉRIOS TÉCNICOS UTILIZADOS PARA DEFINIÇÃO DA ÁREA MAIS ADEQUADA PARA

IMPLANTAÇÃO DE ATERRO SANITÁRIO .......................................................................... 247

TABELA 41 - CRITÉRIOS ECONÔMICO-FINANCEIROS UTILIZADOS PARA DEFINIÇÃO DA ÁREA MAIS

ADEQUADA PARA IMPLANTAÇÃO DO ATERRO SANITÁRIO. ............................................... 249

TABELA 42 - CRITÉRIOS POLÍTICO-SOCIAIS UTILIZADOS PARA DEFINIÇÃO DA ÁREA MAIS ADEQUADA PARA

IMPLANTAÇÃO DO ATERRO SANITÁRIO. ......................................................................... 250

TABELA 43 - HIERARQUIZAÇÃO DOS CRITÉRIOS UTILIZADOS PARA SELEÇÃO DA ÁREA MAIS PROPÍCIA À

IMPLANTAÇÃO DE ATERRO SANITÁRIO .......................................................................... 251

TABELA 44 - PESO DOS CRITÉRIOS E DO TIPO DE ATENDIMENTO. ................................... 252

TABELA 45 - CUSTO MÉDIO DE UM ATERRO DE PEQUENO PORTE NO BRASIL ................... 253

TABELA 46 - EMPREENDIMENTOS INDUSTRIAIS SUJEITOS À ELABORAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DO PGRS NO

MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ..................................................................................... 264

TABELA 47 - EMPREENDIMENTOS MINERADORES SUJEITOS À ELABORAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DO PGRS NO

MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ..................................................................................... 265

TABELA 48 – ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS E PRESTADORES DE SERVIÇOS POSSÍVEIS DE

ELABORAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DO PGRS NO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ................... 265

TABELA 49 - GERADORES DE RSS SUJEITOS À ELABORAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE PGRSS ESPECÍFICO

PRESENTES NO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ............................................................. 266

TABELA 50 - EMPREENDIMENTOS SUJEITOS À IMPLANTAÇÃO DE LOGÍSTICA REVERSA. .... 268

TABELA 51 - FORMAS DE ACONDICIONAMENTO TEMPORÁRIO DE RSD E RSC INDICADOS PARA O

MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ..................................................................................... 272

TABELA 52 - MODALIDADES DE COLETA SELETIVA ......................................................... 284

TABELA 53 - VEÍCULOS RECOMENDADOS PARA A OPERAÇÃO DA COLETA SELETIVA NO MUNICÍPIO DE

TABULEIRO/MG.......................................................................................................... 293

TABELA 54 - VACINAS ESPECIALMENTE INDICADAS PARA OS COLETORES DE RESÍDUOS, CONSIDERANDO

OS RISCOS OCUPACIONAIS DA ATIVIDADE ..................................................................... 295

TABELA 55 – ESPECIFICAÇÕES MÍNIMAS DOS SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA ADEQUADOS AO MUNICÍPIO

DE TABULEIRO/MG ..................................................................................................... 298

TABELA 56 - ORIENTAÇÕES SOBRE AS ETAPAS DO GERENCIAMENTO DOS RSS .............. 306

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TABELA 57 - INDICADORES DE DESEMPENHO DOS SERVIÇOS PÚBLICO DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS

RESÍDUOS SÓLIDOS DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG .................................................. 309

TABELA 58 - SISTEMAS DE LOGÍSTICA REVERSA E RESPECTIVAS DISPOSIÇÕES LEGAIS APLICÁVEIS 322

TABELA 59 - DEFINIÇÃO DAS RESPONSABILIDADES PARA IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE LOGÍSTICA

REVERSA OBRIGATÓRIA ............................................................................................. 324

TABELA 60 - SÍNTESE DA ATRIBUIÇÃO DAS RESPONSABILIDADES DE ACORDO COM AS TIPOLOGIAS DOS

RESÍDUOS NO MUNICÍPIO E DEFINIÇÃO DOS PEQUENOS E GRANDES GERADORES ............ 327

TABELA 61 - REFERÊNCIAS ATUAIS QUANTO A PARTICIPAÇÃO E CAPACITAÇÃO TÉCNICA DE GRUPOS DE

INTERESSADOS DO MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG ........................................................ 330

TABELA 62 - METAS, PROJETOS E AÇÕES REFERENTES AO PROGRAMA DE PARTICIPAÇÃO E CAPACITAÇÃO

TÉCNICA DE GRUPOS INTERESSADOS .......................................................................... 331

TABELA 63 - INDICADORES A SEREM UTILIZADOS PARA ACOMPANHAMENTO DAS METAS E AÇÕES DO

PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO TÉCNICA ....................................................................... 333

TABELA 64 - DIAGNÓSTICO DOS PRINCIPAIS ASPECTOS RELACIONADOS COM A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO

MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG .................................................................................... 335

TABELA 65 - INDICADORES PARA ACOMPANHAMENTO DAS AÇÕES DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO

AMBIENTAL ................................................................................................................ 336

TABELA 66 - METAS E AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS NO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 337

TABELA 67 - ASPECTOS ANALISADOS PARA ESTABELECIMENTO DE MECANISMOS DE CRIAÇÃO DE FONTES

DE NEGÓCIO, EMPREGO E RENDA ................................................................................ 341

TABELA 68 - AÇÕES E PROJETOS A SEREM DESENVOLVIDOS DE FORMA A PROMOVER A CRIAÇÃO DE

FONTES DE NEGÓCIO, EMPREGO E RENDA .................................................................... 343

TABELA 69 - INDICADORES DE GESTÃO RELATIVOS AS FONTES DE NEGÓCIOS, EMPREGO E RENDA 344

TABELA 70 – AÇÕES E PROJETOS A SEREM IMPLEMENTAÇÃO COM BASE NOS INDICADORES345

TABELA 71 - AÇÕES PARA RECUPERAÇÃO DAS ÁREAS IRREGULARES. ............................ 352

TABELA 72 - CÁLCULO DAS ÁREAS DOS SETORES COMPONENTES DAS UTCS ................. 354

TABELA 73 - CUSTOS DOS INSUMOS RESUMIDOS EM GRANDES GRUPOS ........................ 355

TABELA 74 - EQUIPAMENTOS PREVISTOS PARA DETERMINADAS ÁREAS DE GALPÃO DE TRIAGEM 357

TABELA 75 - CUSTO DE INVESTIMENTO EM EQUIPAMENTOS. .......................................... 357

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TABELA 76 - TOTAL DE GASTOS PARA IMPLANTAÇÃO DE UMA UTC. ............................... 360

TABELA 77 – CONSIDERAÇÕES ACERCA DA INSTALAÇÃO DE UMA ÁREA DE TRANSBORDO E TRIAGEM

(ATT) DE RCC E RVOL EM TABULEIRO/MG ................................................................. 367

TABELA 78 - CLASSIFICAÇÃO DOS RCC PARA A ETAPA DE SEGREGAÇÃO E SEUS RESPECTIVOS TIPOS DE

DESTINAÇÃO E/OU DISPOSIÇÃO FINAL .......................................................................... 368

TABELA 79 - CUSTO PARA IMPLANTAÇÃO DE PEVS, ATT E ATERROS DE INERTES DA REGIÃO SUDESTE

................................................................................................................................. 372

TABELA 80 - ESTIMATIVA DOS INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS PARA IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE

EDUCAÇÃO AMBIENTAL ............................................................................................... 375

TABELA 53 - CUSTO GERAL PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA COLETA SELETIVA NO MUNICÍPIO DE

TABULEIRO/MG.......................................................................................................... 378

TABELA 82 - INVESTIMENTO TOTAL QUE O MUNICÍPIO DE TERÁ COM MANEJO E GESTÃO DOS SEUS

RESÍDUOS SÓLIDOS. ................................................................................................... 380

TABELA 83 - SÍNTESE DAS PRINCIPAIS METAS E AÇÕES DEFINIDAS PARA O MUNICÍPIO DE TABULEIRO/MG

................................................................................................................................. 381

TABELA 84 - PRINCIPAIS AÇÕES PREVENTIVAS E CORRETIVAS PROPOSTAS PARA O MUNICÍPIO DE

TABULEIRO/MG.......................................................................................................... 385

TABELA 85 - CRONOGRAMA DAS PRINCIPAIS AÇÕES PREVENTIVAS E CORRETIVAS COM SEUS

RESPECTIVOS PRAZOS ................................................................................................ 395

TABELA 86 - PERIODICIDADE DE REVISÃO DO PMGIRS DE TABULEIRO/MG ................... 396

TABELA 87 - SUGESTÃO PARA DIMINUIÇÃO DOS GEE ................................................... 397

TABELA 60 - POSSÍVEIS OCORRÊNCIAS, SUAS ORIGENS E AÇÕES DE EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA PARA

SITUAÇÕES IMPREVISTAS QUE VENHAM A ALTERAR OS SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA E DE MANEJO DE

RESÍDUOS SÓLIDOS .................................................................................................... 399

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO................................................. ........................................................................ 27

2.CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ..................................................................................... 28

2.1.LOCALIZAÇÃO E ACESSO ................................................................................................................................. 28

2.2.BREVE HISTÓRICO DO MUNICÍPIO ..................................................................................................................... 31

2.3.TURISMO, CULTURA E LAZER ........................................................................................................................... 32

2.4.CARACTERIZAÇÃO DO MEIO FÍSICO .................................................................................................................. 36

2.4.1.Climatologia .......................................................................................................................................... 37

2.4.2.Geologia ............................................................................................................................................... 42

2.4.3.Geomorfologia ...................................................................................................................................... 45

2.4.3.1.Relevo ........................................................................................................................................................... 47

2.4.4.Recursos Naturais ................................................................................................................................ 49

2.4.4.1.Hidrologia ...................................................................................................................................................... 50

2.4.4.2.Vegetação ..................................................................................................................................................... 52

2.4.4.3.Minerais ........................................................................................................................................................ 56

2.5.ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL E POLÍTICO ADMINISTRATIVO ................................................................................. 57

2.5.1.Distritos ................................................................................................................................................. 57

2.5.2.Poderes ................................................................................................................................................ 59

2.5.3.CARACTERÍSTICAS URBANAS DO MUNICÍPIO ................................................................................................. 62

2.5.3.1.Sistema de Abastecimento de Água ............................................................................................................. 63

2.5.3.2.Esgotamento Sanitário .................................................................................................................................. 65

2.5.3.3.Drenagem e manejo de águas pluviais urbanas ........................................................................................... 66

2.5.3.4.Limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos ........................................................................................... 69

2.5.4.Dispositivos legais de zoneamento urbano, disciplinadores e de uso e ocupação do solo ................ 73

2.5.5.Demografia ........................................................................................................................................... 75

2.6.MACROINFORMAÇÕES SOCIOECONÔMICAS ...................................................................................................... 78

2.6.1.Educação .............................................................................................................................................. 78

2.6.2.Trabalho e Renda ................................................................................................................................. 84

2.6.3.Saúde ................................................................................................................................................... 86

2.6.4.Economia .............................................................................................................................................. 88

2.6.5.Disponibilidade de Recursos ................................................................................................................ 90

2.6.6.Indicadores Sanitário-Ambientais, Epidemiológicos e Socioeconômicos ............................................ 92

2.6.6.1.Indicadores Sanitário-Ambientais ................................................................................................................. 93

2.6.6.2.Indicadores Epidemiológicos ........................................................................................................................ 98

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2.6.6.3.Indicadores Socioeconômicos .................................................................................................................... 100

3.DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS 101

3.1.CLASSIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ....... 102

3.1.1.Resíduos sólidos urbanos (RSU) ....................................................................................................... 106

3.1.1.1.Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) ......................................................................................................... 106

3.1.1.1.1.Acondicionamento ................................................................................................... 107

3.1.1.1.1.Coleta convencional, transbordo e transporte ......................................................... 108

3.1.1.1.3.Coleta seletiva ......................................................................................................... 116

3.1.1.1.4.Triagem e/ou beneficiamento para fins de reuso ou reciclagem ............................. 118

3.1.1.1.5.Disposição Final ...................................................................................................... 120

3.1.1.2.Resíduos de Limpeza Urbana (RLU) .......................................................................................................... 128

3.1.1.2.1.Acondicionamento ................................................................................................... 128

3.1.1.2.2.Coleta, transbordo e transporte dos resíduos ......................................................... 129

3.1.1.2.3.Disposição Final ...................................................................................................... 138

3.1.2.Resíduos sólidos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços (RSC) ...................... 141

3.1.3.Resíduos dos serviços públicos de saneamento ............................................................................... 143

3.1.4.Resíduos dos serviços de saúde (RSS) ............................................................................................. 147

3.1.4.1.Acondicionamento ...................................................................................................................................... 154

3.1.4.2.Coleta, transbordo e transporte dos resíduos ............................................................................................. 160

3.1.4.3.Tratamento e Disposição Final ................................................................................................................... 161

3.1.5.Resíduos da construção civil (RCC)................................................................................................... 162

3.1.5.1.Acondicionamento ...................................................................................................................................... 164

3.1.5.2.Coleta, transbordo e transporte dos resíduos ............................................................................................. 165

3.1.5.3.Triagem e/ou beneficiamento para fins de reuso ou reciclagem ................................................................. 166

3.1.5.4.Disposição Final .......................................................................................................................................... 166

3.1.6.Resíduos agrossilvopastoris ............................................................................................................... 168

3.1.7.Resíduos de serviços de transportes ................................................................................................. 172

3.1.8.Resíduos de mineração (RM) ............................................................................................................. 172

3.1.9.Resíduos industriais (RI) .................................................................................................................... 174

3.1.10.Resíduos de logística reversa obrigatória (RLRO) ........................................................................... 180

3.2.QUANTO ÀS FORMAS DE DESTINAÇÃO E DISPOSIÇÃO FINAL ............................................................................. 181

3.2.1.Destinação Final ................................................................................................................................. 182

3.2.2.Disposição Final ................................................................................................................................. 182

3.3.PANORAMA GERAL DA SITUAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS EM TABULEIRO/MG ................................................. 184

3.4.CARACTERIZAÇÃO FÍSICA .............................................................................................................................. 186

3.4.1.Definição do plano de amostragem .................................................................................................... 187

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3.4.1.1.Metodologia ................................................................................................................................................ 188

3.4.1.2.Massa específica aparente ......................................................................................................................... 189

3.4.1.3.Composição gravimétrica............................................................................................................................ 191

3.4.1.4.Geração per capita ..................................................................................................................................... 195

3.4.2.Resultados .......................................................................................................................................... 196

3.4.2.1.Massa específica aparente ......................................................................................................................... 197

3.4.2.2.Composição gravimétrica............................................................................................................................ 197

3.4.2.3.Geração per capita ..................................................................................................................................... 201

3.5.SISTEMA DE CÁLCULO DOS CUSTOS DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE LIMPEZA URBANA E DE MANEJO

DE RESÍDUOS SÓLIDOS ........................................................................................................................................ 202

3.5.1.Arrecadação ....................................................................................................................................... 202

3.5.2.Despesas ............................................................................................................................................ 203

3.5.2.1.Mão de obra ................................................................................................................................................ 203

3.5.2.2.Veículos automotores ................................................................................................................................. 204

3.5.2.3.Terceirização .............................................................................................................................................. 205

3.5.2.4.Outros gastos .............................................................................................................................................. 205

3.5.2.5.Valor total .................................................................................................................................................... 205

3.5.3.Balanço ............................................................................................................................................... 206

4.PROGNÓSTICO .................................................................................................................... 207

4.1.DESCRIÇÃO DOS CENÁRIOS .......................................................................................................................... 208

4.1.1.Fatores Críticos .................................................................................................................................. 208

4.1.2.1.Cenário Tendencial ..................................................................................................................................... 209

4.1.2.2.Cenário Desejável ....................................................................................................................................... 211

4.2.PROJEÇÃO POPULACIONAL............................................................................................................................ 214

4.3.ESTUDO DE DEMANDAS FUTURAS DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS .............. 221

4.3.1.Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) e Resíduos Sólidos de Estabelecimentos Comerciais e de

Prestadores de Serviços (RSC) .................................................................................................................. 222

4.3.2.Resíduos da Construção Civil (RCC) ................................................................................................. 226

4.3.3.Resíduos de Limpeza Urbana ............................................................................................................ 229

4.3.3.1.Resíduos de Varrição, Capina e Roçada .................................................................................................... 229

4.3.3.2.Resíduos Volumosos .................................................................................................................................. 231

4.3.4.Resíduos Industriais (RI) .................................................................................................................... 233

4.3.5.Resíduos dos Serviços Públicos de Saneamento .............................................................................. 233

4.3.6.Resíduos Agrossilvopastoris .............................................................................................................. 234

4.3.7.Resíduos dos Serviços de Saúde ...................................................................................................... 234

4.3.8.Resíduos de Serviços de Transporte (RST) ...................................................................................... 238

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4.3.9.Resíduos de Mineração (RM) ............................................................................................................. 238

4.3.10.Resíduos de Logística Reversa Obrigatória ..................................................................................... 238

4.4.ÁREAS FAVORÁVEIS PARA DISPOSIÇÃO FINAL AMBIENTALMENTE ADEQUADA ..................................................... 241

4.4.1.Seleção preliminar das áreas disponíveis no município .................................................................... 244

4.4.2.Critérios de Seleção ........................................................................................................................... 247

4.4.3.Priorização dos Critérios .................................................................................................................... 251

4.4.4.Análise da área selecionada .............................................................................................................. 252

4.4.5.CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................................ 253

4.5.SOLUÇÕES CONSORCIADAS OU COMPARTILHADAS COM OUTROS MUNICÍPIOS ................................................... 254

4.5.1.ETAPAS PARA IMPLEMENTAÇÃO DE UM CONSÓRCIO PÚBLICO ....................................................................... 255

4.5.1.1.Constituição do protocolo de intenções ...................................................................................................... 255

4.5.1.2.Ratificação .................................................................................................................................................. 257

4.5.1.3.Constituição do Estatuto ............................................................................................................................. 257

4.5.2.Possíveis consórcios públicos a serem implementados em Tabuleiro .............................................. 258

4.6.Identificação dos geradores sujeitos ao plano de gerenciamento específico ou ao sistema de logística

reversa ......................................................................................................................................................... 258

4.6.1.Geradores sujeitos à elaboração e implantação do PGRS ................................................................ 260

4.6.2.Geradores sujeitos ao sistema de logística reversa ........................................................................... 267

4.6.3.Controle e fiscalização ....................................................................................................................... 269

4.7.SERVIÇOS PÚBLICOS DE LIMPEZA URBANA E DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS - PROCEDIMENTOS

OPERACIONAIS E ESPECIFICAÇÕES MÍNIMAS ......................................................................................................... 269

4.7.1.Coleta regular convencional dos RSD e RSC .................................................................................... 270

4.7.1.1.Acondicionamento ...................................................................................................................................... 271

4.7.1.2.Transporte................................................................................................................................................... 274

4.7.1.3.Transbordo.................................................................................................................................................. 275

4.7.1.4.Tratamento.................................................................................................................................................. 276

4.7.1.4.1.Reciclagem dos resíduos sólidos domiciliares secos .............................................. 276

4.7.1.4.2.Compostagem ......................................................................................................... 278

4.7.1.4.2.1Unidade de Compostagem Comunitária (UCC) ............................................................................279

4.7.1.5.Disposição Final .......................................................................................................................................... 282

4.7.2.Coleta seletiva .................................................................................................................................... 283

4.7.2.1.Modalidades de operação ........................................................................................................................... 284

4.7.2.2.Segregação dos resíduos sólidos ............................................................................................................... 289

4.7.2.3.Acondicionamento ...................................................................................................................................... 290

4.7.2.4.Regularidade, frequência e horário da coleta seletiva ................................................................................ 291

4.7.2.5.Veículo e guarnições para a coleta seletiva ................................................................................................ 292

4.7.2.6.Guarnições (equipe) de coleta seletiva ....................................................................................................... 294

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4.7.2.7.Fluxo dos Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) sugerido para Tabuleiro/MG ........................................... 296

4.7.3.Serviços de limpeza urbana ............................................................................................................... 297

4.7.3.1.Gerenciamento pós-execução dos serviços de limpeza urbana ................................................................. 299

4.8.REGRAS PARA TRANSPORTE E OUTRAS ETAPAS DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS SUJEITOS AO PLANO

DE GERENCIALMENTE ESPECÍFICO ....................................................................................................................... 302

4.8.1.Resíduos perigosos em geral ............................................................................................................. 302

4.8.2.Resíduos Serviço de Saúde (RSS) .................................................................................................... 303

4.8.3.Resíduos da Construção Civil ............................................................................................................ 308

4.8.4.Agrotóxicos, suas embalagens e afins ............................................................................................... 308

4.9.INDICADORES DE DESEMPENHO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE LIMPEZA URBANA E DE MANEJO DE RESÍDUOS

SÓLIDOS ............................................................................................................................................................ 309

4.10.DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES ............................................................................................................ 311

4.10.1.Resíduos sólidos domiciliares (RSD) ............................................................................................... 313

4.10.2.Resíduos sólidos comerciais e prestadores de serviços (RSC) ...................................................... 314

4.10.3.Resíduos de limpeza urbana (RLU) ................................................................................................. 315

4.10.4.Resíduos dos Serviços Públicos de Saneamento ............................................................................ 316

4.10.5.Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) ........................................................................................... 317

4.10.6.Resíduos da Construção Civil .......................................................................................................... 318

4.10.7.Resíduos Industriais (RI) .................................................................................................................. 319

4.10.8.Resíduos Agrossilvopastoris ............................................................................................................ 320

4.10.9.Resíduos de Mineração (RM) ........................................................................................................... 321

4.10.10.Resíduos de Serviços de Transporte (RST) .................................................................................. 321

4.10.11Logística Reversa ............................................................................................................................ 321

4.10.12.Síntese da atribuição das responsabilidades de acordo com o tipo de resíduo ............................ 327

4.11.PROGRAMA E AÇÕES DE CAPACITAÇÃO TÉCNICA DE GRUPOS INTERESSADOS................................................. 328

4.12.PROGRAMA E AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ........................................................................................... 334

4.12.1.Objetivos ........................................................................................................................................... 335

4.12.2.Público-alvo ...................................................................................................................................... 335

4.12.3.Diagnóstico ....................................................................................................................................... 335

4.12.4.Indicadores do Programa de Educação Ambiental .......................................................................... 336

4.12.5.Estratégias e Metas .......................................................................................................................... 337

4.13.MECANISMOS PARA A CRIAÇÃO DE FONTES DE NEGÓCIOS, EMPREGO E RENDA .............................................. 340

4.13.1.Síntese de ações relacionadas a criação de mecanismos para a criação de fontes de negócio,

emprego e renda ......................................................................................................................................... 342

4.14.METAS DE REDUÇÃO, REUTILIZAÇÃO, COLETA SELETIVA E RECICLAGEM ......................................................... 344

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4.15.PASSIVOS AMBIENTAIS ................................................................................................................................ 347

4.15.1. “Bota-fora” Municipal ....................................................................................................................... 349

4.15.2.UTC Desativada Municipal ............................................................................................................... 351

4.15.3.Medidas saneadoras ........................................................................................................................ 352

4.16.SISTEMA DE CÁLCULO DE CUSTOS DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE

RESÍDUOS SÓLIDOS............................................................................................................................................. 353

4.16.1.Implantação de Unidade de Triagem e Compostagem (UTC) ......................................................... 353

4.16.1.1.Formas de financiamento para uma UTC ................................................................................................. 360

4.16.2.Recuperação da área de Unidade de Triagem e Compostagem ..................................................... 361

4.16.3.Destinação adequada dos resíduos da construção civil .................................................................. 363

4.16.3.1.Alternativa I ............................................................................................................................................... 364

4.16.3.2.Alternativa II .............................................................................................................................................. 365

4.16.4.Regularização e recuperação da área de “bota-fora” ...................................................................... 374

4.16.5.Implantação de Programa de Educação Ambiental ......................................................................... 374

4.16.6.Implantação da coleta seletiva ......................................................................................................... 376

4.16.7.Consolidação dos Investimentos Necessários ................................................................................. 380

4.17.SÍNTESE DAS METAS E AÇÕES PARA O SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ........... 381

4.18.FORMAS E LIMITES DE PARTICIPAÇÃO DO PODER PÚBLICO ............................................................................. 382

4.19.AÇÕES PREVENTIVAS E CORRETIVAS ........................................................................................................... 384

4.20.PERIODICIDADE DA REVISÃO DO PMGIRS ................................................................................................... 396

4.21.AÇÕES PARA MITIGAÇÃO DAS EMISSÕES DOS GASES DE EFEITO ESTUFA ........................................................ 396

4.22.AÇÕES PARA EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA ................................................................................................ 398

4.23.LEVANTAMENTO E ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO ................................................................................................. 403

4.24.ESTRATÉGIA DE MOBILIZAÇÃO E PARTICIPAÇÃO SOCIAL ................................................................................ 403

4.25.COMUNICAÇÃO SOCIOAMBIENTAL ................................................................................................................ 407

5.REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 409

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1. Introdução

O presente documento constitui a versão preliminar do Plano Municipal de Gestão

Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) do município de Tabuleiro/MG. Este, tem o

objetivo de consolidar os dados levantados, as metas, programas e ações propostos

nos produtos anteriores, sendo todo seu estudo pautado a partir do previsto no Manual

de Referência para a Elaboração de PMGIRS, definido pela Associação Pró-gestão

das Águas da Bacia do Rio Paraíba do Sul (AGEVAP), e do conteúdo definido no Art.

19° da Lei n° 12.305 de 2010.

Vale frisar que a referida Lei Federal nº 12.305/2010, institui a Política Nacional de

Resíduos Sólidos (PNRS), dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos,

bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento dos

resíduos sólidos, às responsabilidades dos geradores e do poder público (federal,

estadual e municipal) e aos instrumentos econômicos aplicáveis. Além disso em seu

Art. 18º define que a elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos

Sólidos (PMGIRS) ou equivalente é condição para os municípios terem acesso a

recursos da União, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e serviços

relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem

beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou

fomento para tal finalidade, devendo seguir, conforme Art. 19º, um conteúdo mínimo.

Portanto, o presente relatório, apresenta a reunião de informações geradas nas etapas

anteriores da elaboração do PMGIRS de Tabuleiro/MG, contendo, em síntese, o

arcabouço legislativo relacionado à temática dos resíduos (Produto 1 – Legislação

preliminar), o diagnóstico da gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos no âmbito

municipal (Produto 3 – Diagnóstico municipal participativo), bem como a proposição

de programas, projetos e ações que visam a melhoria do sistema de limpeza urbana e

de manejo de resíduos sólidos no município (Produto 4 – Prognóstico).

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2. Caracterização do município

2.1. Localização e acesso

De acordo com dados obtidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,

2019), o município de Tabuleiro, pertencente ao sudeste do estado de Minas Gerais,

localiza-se na mesorregião da Zona da Mata e na microrregião da cidade de Ubá. Com

a latitude 43º09'40'' Sul e longitude de 21º18'10'' Oeste, Tabuleiro está situado as

margens do Rio Formoso, no Km 56 da MG-133, que percorre uma extensão de 45,7

km, ligando o município de Rio Pomba à MG-353 nas proximidades da cidade de

Coronel Pacheco. A Figura 1 seguir ilustra o mapa dos limites municipais de Tabuleiro,

utilizando Datum Spherical Mercator/WGS84.

Figura 1 – Mapa ilustrativo do limite territorial de Tabuleiro/MG

Fonte: Elaborado pelos autores a partir do Siga Ceivap, 2019.

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O município possui uma área territorial de 211 Km² e é limitado pelas cidades de Piau,

Rio Novo, Guarani, Rio Pomba, Santos Dumont, Aracitaba e Mercês, também

pertencentes ao estado de Minas Gerais (IBGE, S/d). Atualmente, a principal via de

acesso ao município é a rodovia estadual MG-133, conforme mostra a Figura 2.

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Figura 2 – Mapa ilustrativo com as vias de acesso ao município de Tabuleiro/MG

Fonte: AGEVAP, 2019.

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A seguir, a Tabela 1 abaixo evidencia as principais cidades e suas distâncias à

Tabuleiro.

Tabela 1 – Distância entre Tabuleiro/MG e principais cidades próximas

MUNICÍPIO DISTÂNCIA (Km)

Juiz de Fora/MG 63,1

Rio de Janeiro/RJ 246,6

Belo Horizonte/MG 259

Contagem/MG 270

Vitória/ES 459,2

São Paulo/SP 530,2

Fonte: Elaborado pelos autores a partir do Google Maps, 2019.

2.2. Breve histórico do município

O município de Tabuleiro, bem como outros municípios da Zona da Mata, teve como

seus primeiros habitantes índios das tribos Croatos e Cropós, que na metade do século

XVIII, por volta de 1767, foram iniciados na catequização pelo Padre José Manoel de

Jesus Maria.

A origem do nome Tabuleiro faz alusão ao modo como viajantes tropeiros e mascates

denominavam a região, pois quando por ali passavam, eram recebidos pelos

moradores vendendo doces, pães, bolos e alimentos diversos em tabuleiros de

madeira que eram colocados nas janelas das casas.

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Uma das primeiras casas da região é o sítio Campo Belo Vendinha, cujo nome se deve

ao funcionamento de um pequeno mercado próximo ao sítio. Construído pelo

fazendeiro Francisco Ferreira Ramos por volta de 1890, o sítio possuía 96 alqueires e

era local de comercialização essencialmente de café.

Destaca-se no município a figura histórica do padre e político Geraldo Cândido de

Paiva que empreendeu mudanças na paróquia, incentivando teatro, música e as festas

religiosas e promoveu a edificação de algumas igrejas conhecidas na região, como a

de Santa Rita (Botafogo), Nossa Senhora (Igrejinha do Acácio), bem como a Capela

de Nossa Senhora do Rosário.

Inicialmente, denominado como Taboleiro, o local era distrito subordinado ao município

de Rio Pomba (ex-Pomba). Em 12 de dezembro de 1953, o distrito de Taboleiro foi

elevado à categoria de município de Tabuleiro pela lei Provincial n° 1.039, sendo a

retificação da sua grafia também contemplada por esta lei (IBGE, 2017).

Vale ressaltar que Tabuleiro se destacou na produção de café e se estabeleceu sob a

hegemonia do patriarcalismo, prática política comum na época. Atualmente, segundo

dados do IBGE, prevalece na região a pequena propriedade rural de 50/60 hectares

em média e que se dedica essencialmente a produção de leite que são posteriormente

vendidos a quatro laticínios do próprio município e região.

2.3. Turismo, cultura e lazer

O conhecimento sobre o turismo, cultura e lazer de Tabuleiro/MG cuja

responsabilidade se concentra na Secretaria Municipal de Esporte, Cultura e Lazer, é

de extrema importância para a elaboração do PMGIRS, uma vez que, ao tomar

conhecimento do calendário festivo, por exemplo, pode-se traçar picos de geração de

resíduos sólidos devido ao fomento desta atividade.

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O município não desenvolve o turismo como atividade econômica principal o que

contribui para uma baixa taxa de visitação ao mesmo, não impactando diretamente na

geração de resíduos municipal por população flutuante, exceto em períodos festivos.

Entretanto, os gestores municipais estão propondo um projeto para criação e

valorização de um circuito turístico, cultural e histórico, inicialmente, composto pelas

comunidades Santa Rita do Botafogo e Igrejinha do Acácio.

Esta primeira comunidade é remanescente de quilombolas e encerra um grande

patrimônio cultural do município, contando também com um hotel fazenda, além da

tradicional comemoração à padroeira Santa Rita de Cássia. Já a comunidade de

Igrejinha do Acácio, apresenta como atrativos a fabricação de rapaduras, um

alambique e o festejo católico de Nossa Senhora do Rosário.

Dentre outros pontos a serem explorados que representam futuros atrativos turísticos,

como patrimônios históricos materiais e imateriais, o município conta com um conjunto

paisagístico favorável à atividade. A Figura 3 a seguir mostra um retrato da Praça

Coronel João Floriano de Tabuleiro, com a Igreja de Bom Jesus da Cana Verde ao

fundo, que constituí um destes.

Figura 3 – Vista da Praça Coronel João Floriano e a Igreja de Bom Jesus da Cana Verde em Tabuleiro/MG

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Fonte: http://www.yourplaceabroad.com/brazil/minas-gerais/tabuleiro/, 2019.

De fortes tradições católicas, provenientes de sua história, o município tem presença

forte da Igreja em sua cultura e nos momentos de lazer, contando com algumas festas

tradicionais que fomentam a cultura regional como mostrado na Tabela 2, dentre

outras:

Tabela 2 – Festas Tradicionais e Eventos no Município de Tabuleiro/MG

DENOMINAÇÃO DESCRIÇÃO QUANDO OCORRE

Festa de São

Sebastião - 20 de janeiro

Corrida Cross

Country Evento esportivo. No mês de fevereiro

Carnaval

Ocorrem apresentações de

blocos de rua, marchinhas e o

evento é finalizado com shows

no palco principal.

Junto ao carnaval em

todo país

Festa de Santa

Rita de Cássia

Festa católica que ocorre na

comunidade de do Botafogo.

22 de maio (Dia da

Santa)

Festival

Gastronômico e

Encontro de

Violeiros

-

No segundo final de

semana do mês de

maio (Sábado e

domingo do dia das

mães)

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DENOMINAÇÃO DESCRIÇÃO QUANDO OCORRE

Exposição

Agropecuária de

Tabuleiro

Evento aonde são montadas

estruturas que recebem gado

para exibição, juntamente com

apresentações musicais de

artistas convidados.

No segundo domingo

do mês de agosto (Dia

dos pais)

Passeio Ciclístico Evento esportivo. No mês de setembro

Festa do Bom

Jesus da Cana

Verde

Ocorrem procissões e missas

em homenagem ao padroeiro,

e são montadas diversas

barracas com variados tipos de

artesanatos espalhados pela

cidade.

Entre os dias 05 a 14

de setembro

Festas de Nossa

Senhora do

Rosário

Festa católica que ocorre na

comunidade de Igrejinha do

Acácio

07 de outubro (Dia da

Santa)

Fonte: Elaborado pelos autores, 2019.

Com relação às festividades mencionadas, embora haja significativo engajamento dos

moradores com as mesmas, o fluxo de turistas no município durante suas ocorrências

não é grandioso. Porém, é válido ressaltar a importância no aumento da geração de

resíduos sólidos durante os festivais, em períodos específicos do ano, juntamente com

o preparo que o município precisa ter para manter as condições sanitárias adequadas

para os munícipes.

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Segundo a Lei nº 149/93, em Tabuleiro/MG há, também, alguns feriados municipais

que se relacionam com as datas festivas citadas anteriormente, sendo eles:

Sexta-feira Santa;

Corpus Christi;

Dia 14 de setembro, dia do padroeiro da cidade;

Dia 08 de dezembro, dia da imaculada Conceição;

Dia 12 de dezembro, dia do aniversário da cidade.

Referente ao lazer, no município ocorre alguns eventos esportivos como o de ciclismo,

denominado Passeio Ciclístico caracterizado por trilhas e tours, realizado no mês de

setembro e o de atletismo, Cross Coutry, corrida realizada no mês de fevereiro.

Ainda no que diz respeito a cultura e lazer municipal, o setor de Assistência Social

administrado pela Prefeitura de Tabuleiro promove diversas atividades em alguns

bairros da cidade, dentre elas o grupo de Capoeira, nos bairros do centro, e nas

comunidades de Botafogo e Igrejinha do Acácio; Grupo Idade de Ouro juntamente com

ginástica para pessoas da terceira idade, proporcionando melhoria na qualidade de

vida; Grupo de Mulheres de Igrejinha do Acácio, promovendo a alfabetização e

convivência na comunidade; dança para crianças e adolescentes com apoio do Grupo

Flor de Liz; grupo de convivência para as crianças; pintura em tela para adolescentes,

auxiliadas a atividades esportivas de futebol e futsal.

2.4. Caracterização do meio físico

No presente capítulo são apresentadas as características físicas e ambientais do

município de Tabuleiro/MG, evidenciado a importância do conhecimento de tais

aspectos locais e regionais para o planejamento do PMGIRS em construção e a

estruturação das ações propostas por este instrumento, buscando compatibilizar os

aspectos ambientais com a gestão e o gerenciamento dos resíduos sólidos (RS).

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Destaca-se que o conhecimento destes aspectos físicos envolvidos na dinâmica

natural existente dentro dos limites regionais, permite inferir, dentre outras, sobre a

disponibilidade de áreas com condições topográficas, pedológicas, hidrológicas,

geológicas e hidrogeológicas favoráveis para a escolha do local de tratamento e

disposição final de resíduos sólidos de forma a evitar riscos de contaminação do meio

ambiente, viabilizando o atendimento de normas regulamentadoras que determinam

sua implementação.

Deste modo, os próximos subcapítulos apresentam dados levantados a partir de

diversas fontes bibliográficas para o clima, geologia, geomorfologia, relevo, recursos

naturais e hidrologia que caracterizam o município de Tabuleiro/MG.

2.4.1. Climatologia

A Climatologia é a ciência que estuda as condições e mudanças climáticas e

meteorológicas, oferecendo a partir da utilização de satélites, dados cada vez mais

precisos quanto à previsão de chuvas, secas, temporais, furacões e fenômenos

atmosféricos em geral. Tais fenômenos apresentam influência direta nas mais diversas

atividades humanas, como a agricultura, pecuária, economia dentre outras.

Neste contexto, em relação às zonas climáticas do Brasil, o município de Tabuleiro

está inserido na zona Tropical Brasil Central, conforme apresentado na Figura 4.

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Figura 4 – Mapa da classificação climática do município de Tabuleiro/MG

Fonte: AGEVAP, 2019.

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Esta classe climática apresenta clima tropical, semi-úmido com quatro a cinco meses

secos. É predominantemente subquente, com temperatura entre 15º a 18º, em pelo

menos um mês e possui como características principais, temperatura elevada e regime

de chuvas irregular, sendo chuvoso durante o verão e seco durante o inverno.

Considerando os tipos climáticos estabelecidos pela classificação de Köppen-Geiger,

no município de Tabuleiro, predomina o clima Cwa, ou seja, clima temperado úmido

com inverno seco e verão quente.

Segundo estudo realizado por Sá Junior (2009), esta classe climática apresenta verão

quente com temperatura média superior a 22ºC no mês mais quente e precipitação

média inferior a 60 mm em pelo menos um dos meses de inverno.

Para o estudo do regime de chuvas, temperatura e características relacionadas ao

clima regional de Tabuleiro, foi utilizada a estação meteorológica do Instituto Nacional

de Meteorologia (INMET), localizada no município de Coronel Pacheco. Na Tabela 3,

apresentada a seguir, são expostas as temperaturas máximas, médias compensadas

e mínimas da série histórica de normais climatológicas de 1981 a 2010, para esta

estação automática.

Tabela 3 – Temperatura máxima, média compensada e mínima da região de Tabuleiro/MG

MESES

TEMPERATURA

MÁXIMA (°C)

TEMPERATURA

MÉDIA (°C)

TEMPERATURA

MÍNIMA (°C)

Janeiro 30,20 24,20 20,00

Fevereiro 31,00 24,40 19,90

Março 30,20 23,90 19,40

Abril 28,80 22,30 17,60

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40

Maio 26,70 19,70 14,30

Junho 26,10 17,80 12,00

Julho 25,80 17,40 11,40

Agosto 27,00 18,40 12,20

Setembro 27,20 20,00 14,50

Outubro 28,80 22,20 17,20

Novembro 28,90 23,00 18,60

Dezembro 29,50 23,80 19,70

Anual 28,40 21,40 16,40

Fonte: Modificado pelos autores a partir do INMET, 2019.

Os dados apresentados na tabela 3 são as médias das temperaturas entre os anos de

estudo, realizado pelo INMET. A partir destes, nota-se que a menor temperatura média

foi observada no mês de julho, com 11,40ºC, e a máxima no mês de fevereiro, com

31,00°C.

No que diz respeito à precipitação, a média anual da série histórica em estudo (INMET,

2019) aponta o valor de 1620,6 mm para a região de Tabuleiro. Quanto a umidade

relativa do ar, a média anual gira em torno de 79,6%, sendo o mês de junho o que

apresenta o maior valor para esta, 81,7%.

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Figura 5 – Precipitação mensal da região de Tabuleiro/MG

Fonte: Modificado pelos autores a partir do INMET, 2019.

Observa-se, analisando o gráfico da Figura 5, que a região de Tabuleiro se caracteriza

por inverno seco e verões chuvosos, com precipitações mais elevadas no mês de

janeiro (355,1 mm) e dezembro (296,4 mm).

Os problemas relacionados a gestão dos resíduos sólidos urbanos possuem relação

direta com as mudanças climáticas. Isso se deve à disposição inadequada destes,

como restos de alimentos, podas de árvores dentre outros rejeitos orgânicos em lixões

ou aterros sem mecanismos adequados de controle de emissão de gás carbônico

(CO2), que em proporções elevadas intensificam o efeito estufa.

Ademais, as características climáticas exercem influência sobre a temática abordada.

Dentre outras, destaca-se a interferência das temperaturas elevadas e aumento dos

eventos chuvosos, sobretudo no verão, nos serviços de limpeza pública, que podem

comprometer a capina e roçada em consequência do maior crescimento vegetativo.

Do mesmo modo, neste período, há um aumento no teor de umidade presente nos

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resíduos, acrescendo seu peso relativo e no caso de resíduos da coleta seletiva

degradando materiais como papel e papelão, quando não existem estruturas

específicas para a coleta e armazenamento dos mesmos.

Por fim, os aspectos climáticos também devem ser considerados na concepção e

operação de aterros sanitários, no tratamento do lixiviado e no gerenciamento de

águas pluviais no interior do empreendimento, visando a qualidade da prestação

destes serviços.

2.4.2. Geologia

O estudo da Geologia figura a composição, estrutura, história e processos que

formaram/alteraram a superfície terrestre ao longo do tempo, aliada as suas

propriedades físicas (IBGE, S/d). É de fundamental importância o conhecimento da

Geologia de uma localidade a fim de entender a evolução e os padrões dos sistemas

de drenagem superficiais, bem como para o controle e compreensão dos reservatórios

de água subterrânea (CEIVAP, 2014).

Para uma análise da composição geológica do município de Tabuleiro, de acordo com

os dados obtidos na Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais, a cidade conta

com cinco unidades geológicas, conforme evidencia a Figura 6, com destaque para a

Unidade da Mantiqueira (Piedade), maior em composição. A Figura 7 ilustra o arranjo

espacial das referidas Unidades nos limites do município.

Vale destacar que os principais tipos de solo contidos na região são o argilossolo

vermelho-amarelo distrófico, predominante no perímetro urbano da cidade, e o

latossolo vermelho-amarelo distrófico.

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Figura 6 – Unidades geológicas do município de Tabuleiro/MG

Fonte: CPRM, 2019.

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Figura 7 – Mapa da composição espacial das Unidades Geológicas de Tabuleiro/MG

Fonte: AGEVAP, 2019.

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2.4.3. Geomorfologia

A Geomorfologia é a ciência que estuda a formação da superfície terrestre, a fim de

compreender as manifestações do relevo e toda sua dinâmica estrutural, de processos

pretéritos e atuais. Como componente disciplinar da temática geográfica, a

geomorfologia constitui importante subsídio para a apropriação racional do relevo,

como recurso ou suporte, considerando a conversão das propriedades geoecológicas

em sócio-reprodutoras (KÜGLER, 1976).

No município de Tabuleiro, as formações geomorfológicas são caracterizadas pelo

domínio Mar de Morros, a leste e o Montanhoso, a oeste, conforme representado na

Figura 8.

Figura 8 – Mapa de Geomorfologia de Tabuleiro/MG

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Segundo Machado e Silva (2010), o Domínio Montanhoso apresenta como

características principais formas acidentadas, com vertentes predominantemente

retilíneas a côncavas, e topos de cristas alinhadas, aguçados ou levemente

arredondados. Seu sistema de drenagem apresenta amplitude de relevo acima de 300

m, podendo apresentar, desnivelamentos inferiores a essa medida e inclinações de

vertentes variando entre 25-45°, com possível ocorrência de paredões rochosos

subverticais (60-90°). Esse padrão de relevo exibe ainda franco predomínio de

processos de morfogênese (formação de solos rasos em terrenos muito acidentados),

além da atuação frequente de processos de erosão laminar e de movimentos de

massa. Ademais, pode haver geração de depósitos de tálus e de colúvios nas baixas

vertentes.

A segunda geodiversidade predominante em Tabuleiro é o domínio Mar de Morros,

no qual as colinas passam a sofrer contínuo processo de intemperismo. Os relevos de

Morros são formados por topos arredondados ou alongados, gradiente de vertente

médio a elevado, constituídos principalmente por depósitos inconsolidados

constituídos por colúvios e depósito de tálus. Estas áreas possuem alta densidade de

drenagem, com padrões de drenagem variáveis. Além disso, podem favorecer o

aparecimento de movimentos de massa, particularmente em áreas onde ocorrem

intervenções humanas como construção de loteamentos e a abertura de estradas, por

exemplo (CEIVAP, 2014).

No gerenciamento dos resíduos sólidos, a geomorfologia no que se refere às

manifestações do relevo, abordadas no próximo subitem 4.3.1, tem implicação direta

na prestação de praticamente todos os serviços públicos de limpeza e manejo de

resíduos sólidos, uma vez que os serviços em áreas com relevo mais acentuado

costumam ser mais trabalhosos e onerosos quando comparado a áreas mais

aplainadas.

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Outra implicação, está relacionada a escolha do local para a implantação de um aterro

sanitário, uma vez que em áreas com presença de rocha aflorante, com estrutura

superficial com escassez de solo, ou seja, sem material de cobertura, a implantação

do projeto resultaria em maiores despesas.

A geomorfologia associada ao relevo também pode influir na qualidade das águas

superficiais, dependendo da localização das infraestruturas de disposição/manejo de

resíduos sólidos, dos sistemas de controle ambiental utilizado e das características

físicas do terreno, pois a qualidade hídrica de corpos d’água situados em cotas

inferiores pode ser comprometida em função das cargas difusas e sedimentos

carreados em épocas de chuvas.

2.4.3.1. Relevo

As mais variadas formas em que se apresenta a superfície terrestre são conhecidas

como relevo, que podem ser originados através de deformações realizadas por

agentes internos, ou modelações causadas por agentes externos, tais como ações

climáticas e antrópicas, por exemplo (CPRM, S/d).

Através do conhecimento das formas de relevo de uma região, torna-se possível o

estudo de localização para implantação de infraestruturas indispensáveis à população,

bem como aquelas relacionadas ao saneamento básico de um local, variando desde a

construção de Estações de Tratamento de Água (ETA) e de Esgoto (ETE), até a

fundação de aterros sanitários de acordo com a classe do resíduo sólido destinado,

como discorrido no item anterior, entre outros.

De acordo com os dados obtidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o

município de Tabuleiro tem sua topografia recortada por diversas formas de relevo,

dentre elas à Oeste os chamados Degraus Estruturais e Rebordos Erosivos, e à Leste,

Domínio de Morros e de Serras Baixas. De Norte a Sul, a cidade é cortada por uma

planície, graças à presença do Rio Formoso, considerado principal da localidade, e do

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Ribeirão Queira-Deus, ambos pertencentes à Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do

Sul. Destaca-se, portanto, que o relevo do município tem predominância do tipo

montanhoso (60%), seguido pelo plano (25%) e ondulado (15%).

A Figura 9 a seguir ilustra o mapa de declividade do município de Tabuleiro,

evidenciando a presença de ondulações em quase toda a extensão territorial, com

inclinações de até 3 graus.

Figura 9 – Mapa de declividade do município de Tabuleiro/MG

Fonte: AGEVAP, 2019.

A Figura 10 apresenta o mapa hipsométrico da região de Tabuleiro, revelando as

altitudes da topografia municipal. Como se comprova através dos dados obtidos pela

própria Prefeitura de Tabuleiro, a altitude máxima do relevo é de 909m, na Serra do

Acácio, e a mínima, de 550 m, na foz do córrego dos Rocha. O ponto central da cidade

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encontra-se a exatos 459,76m de altitude em relação ao nível médio do mar, estando

abaixo de 500m como a maior parte do município.

Figura 10 – Mapa hipsométrico do município de Tabuleiro/MG

Fonte: AGEVAP, 2019.

2.4.4. Recursos Naturais

Os recursos naturais são materiais que se encontram de forma natural no meio

ambiente e que são utilizados pelo homem com a finalidade de desenvolver as

variadas atividades. Os recursos naturais dividem-se em: recursos renováveis, os

quais não se esgotam e não renováveis, que são recursos limitados.

Este subcapítulo discorre acerca de alguns destes recursos, dentre os quais destaca-

se: a água em suas diferentes formas (superficial, subterrânea), vegetação e os

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minerais, que serão caracterizados sucintamente para o Município de Tabuleiro nos

tópicos seguintes.

2.4.4.1. Hidrologia

Com relação aos recursos hídricos, o município de Tabuleiro encontra-se inserido na

Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, mais especificamente na porção da Bacia

Hidrográfica dos Rios Pomba e Muriaé, compondo os seguintes comitês de

responsabilidade hídrica das bacias: Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do

Rio Paraíba do Sul (CEIVAP) e Comitê da Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros

dos Rios Pomba e Muriaé (COMPÉ).

Segundo dados do CEIVAP, a referida Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul

abrange um total de 184 municípios espalhados por alguns estados, e uma área

integralizada de drenagem na casa dos 61.307 km². Na parcela do estado de São

Paulo, a Bacia conta com 39 municípios, totalizando uma área de 13.934 km²; 88

municípios no estado de Minas Gerais, com área total de 20.699 km², e no estado do

Rio de Janeiro abrangendo 57 municípios, ao todo com área de 26.674 km². A saber,

esta Bacia é subdivida em oito sub-bacias: bacia dos rios Preto e Paraibuna, bacias

do rio Pomba e Muriaé e bacia do rio Paraíba do Sul – SP, bacia Dois Rios, bacia do

rio Piabanha, bacia do Baixo Paraíba do Sul e bacia do Médio Paraíba do Sul.

Vale destacar que o principal rio desta Bacia tem origem no seu próprio nome: o Rio

Paraíba do Sul, que possui uma extensão total de 1.100 km, contados a partir da

nascente do Paraitinga. A Figura 11 revela a distribuição espacial da Bacia, bem como

evidencia seu principal curso d’água.

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Figura 11 – Mapa da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul

Fonte: Adaptado de Siga Ceivap, 2019.

A Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul corresponde a 0,7% do território brasileiro,

e aproximadamente a 6% da região Sudeste do país, distribuída pelos estados do Rio

de Janeiro, abrangendo 63% da área total do estado; 5% do estado de São Paulo, na

conhecida região do Vale do Paraíba Paulista, e em Minas Gerais, apenas 4%, na

chamada região da Zona da Mata Mineira (ANA, S/d).

Em relação ao município de Tabuleiro, o principal curso d’água é o rio Formoso e o

Ribeirão Queira-Deus, como mostra a Figura 12 abaixo. Os demais recursos hídricos

superficiais importantes compõem os córregos da Lajinha, do Mato, Córrego Matinha,

Córrego Pereiras, Córrego Pedro do Cifre, Córrego Candu e Córrego dos Rocha, além

dos Ribeirões Santana e Acácio (ANA, S/d).

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Com efeito, os recursos hídricos subterrâneos da cidade reúnem a unidade

hidrogeológica ‘Cristalina’ em todo o seu território, com vazão específica na explotação

dos sistemas aquíferos por poços profundos estimada de 0,10 l/s.m a 0,90 l/s.m (Plano

de Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, 2007).

Figura 12 – Mapa de recursos hídricos do município de Tabuleiro/MG

Fonte: AGEVAP, 2019.

2.4.4.2. Vegetação

O Estado de Minas Gerais possui ampla extensão territorial, apresentando, dentre

outros biomas brasileiros, três muito distintos entre si, sendo estes a Mata Atlântica, o

Cerrado e a Caatinga. Os três biomas possuem características fitofisionômicas muito

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variadas que, somadas às estratificações de relevo existente no estado, resultam em

uma infinidade de paisagens.

O Município de Tabuleiro/MG está localizado predominantemente, na Floresta

Estacional Semidecidual, onde a cobertura vegetal original era de Mata Atlântica.

Atualmente, esta se encontra bastante modificada pelas atividades antrópicas sendo

substituída por pastagens, agricultura e principalmente, vegetação secundária. A

Figura 13 representa a vegetação remanescente de Mata Atlântica em Tabuleiro/MG.

Figura 13 – Mapa da vegetação remanescente de Mata Atlântica no Município de Tabuleiro/MG

Fonte: AGEVAP, 2019.

O CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) estabelece proteção dessas áreas

que se estende não só à mata primária, mas também aos estágios sucessionais em

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áreas degradadas que se encontram em recuperação. A mata secundária é protegida

em seus estágios inicial, médio e avançado de regeneração (IBF, 2019).

Entre as espécies mais comuns da Mata Atlântica encontram-se algumas briófitas,

cipós e orquídeas. A fauna endêmica é formada principalmente por anfíbios (grande

variedade de anuros), mamíferos e aves das mais diversas espécies. É uma das áreas

mais sujeitas a precipitação no Brasil. As chuvas são orográficas, em função das

elevações do planalto e das serras. Da flora, 55% das espécies arbóreas e 40% das

não-arbóreas são endêmicas, ou seja, só existem na Mata Atlântica. Das bromélias,

70% são endêmicas dessa formação vegetal, palmeiras, 64%. Estima-se que 8 mil

espécies vegetais sejam endêmicas da Mata Atlântica. (IBF, 2019).

No que tange ao planejamento da gestão dos resíduos sólidos, principalmente no

tocante à escolha de áreas favoráveis para disposição final de resíduos e/ou para

implantação de outras estruturas, pré-existentes e/ou novas instalações, que

compõem o sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, deve-se evitar

a supressão das vegetações nativas, principalmente aquelas que se situam em áreas

de uso específico e/ou restritivo, tais como Unidades de Conservação, áreas de

zoneamento municipal, áreas prioritárias, dentre outras, uma vez que tais ambientes

são objeto de maior cuidado em prol da preservação ambiental.

A Figura 14, a seguir, apresenta as áreas prioritárias para conservação da

biodiversidade e flora do Município de Tabuleiro/MG.

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Figura 14 – Mapa de áreas prioritárias para conservação da biodiversidade do Município de Tabuleiro/MG

Fonte: AGEVAP, 2019.

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2.4.4.3. Minerais

A atividade de mineração constituída pela pesquisa mineral, extração e/ou

beneficiamento (lavras) gera grandes volumes de materiais movimentados e extraídos,

os quais são tipificados como estéreis ou rejeitos, sendo os estéreis dispostos em

pilhas por se tratarem de resíduos sem valor econômico, já os rejeitos são os

resultantes do beneficiamento do minério, sendo comumente depositados em

barragens.

O município de Tabuleiro possui reservas de caulim, bastante utilizado na produção

de papel; reservas de granito; quartzo dentre outras (PMSB, 2014). Segundo dados

dos gestores municipais, apesar de não estarem em atividades no momento, possuem

requerimento ativo na Prefeitura as seguintes atividades de extração mineral:

Elizabeth Campos Neves Miranda;

Extração e Com. de areia Martins e Vidal;

LG Mármores e granitos LTDA;

Maurélio Vieira Toledo Eireli – ME

Mineração Pedroso e Costa LTDA-ME

Petrus Mineração C. e Comercialização LTDA

O conhecimento acerca das atividades minerárias da localidade, assim como dos

resíduos gerados será objeto do diagnóstico, apresentado no Produto 3. Este é

relevante para gestão dos resíduos sólidos setoriais, principalmente no que tange a

definição de diretrizes especificas para tal no PMGIRS de Tabuleiro, possibilitando a

municipalidade aplicar de forma assertiva os regramentos definidos pela Lei nº

12.305/2010, principalmente o que prevê ao gerador a responsabilidade de

gerenciamento dos seus resíduos, cabendo até mesmo a elaboração de plano de

gerenciamento específico do empreendimento.

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Observa-se que historicamente áreas utilizadas para extração mineral, encerradas,

foram entendidas como favoráveis à implantação de aterros sanitários por se tratarem

de locais degradados e vantajosos ao aproveitamento para disposição final de

resíduos sólidos. Entretanto, é importante se avaliar qual o tipo de atividade minerária

que fora realizada anteriormente, se a mesma envolveu a extração por meio de

explosivos, já que áreas objetos destas práticas podem apresentar fraturas e caminhos

preferenciais de percolação de compostos líquidos ao subsolo podendo interferir

qualidade das águas subsuperficiais e/ou até mesmo as confinadas.

Além disso, deve-se avaliar se na área e/ou em seu entorno há disponibilidade de

material de recobrimento para operacionalização de aterro sanitário, tendo em vista

que caso não haja, haverá substancial onerosidade do empreendimento para

providenciar tal recurso e viabilizar a correta operacionalização do empreendimento.

2.5. Organização territorial e político administrativo

O presente capítulo apresenta informações sobre a organização do poder

administrativo municipal, bem como as características urbanas, de zoneamento e de

demografia.

2.5.1. Distritos

Considerado como a menor unidade territorial brasileira com governo próprio, o

município é formado pela zona urbana municipal, que compreende o distrito-sede,

onde se localiza a cidade, que é a sede municipal e que leva o mesmo nome do

município, e também, é composto pelo território ao seu entorno, a zona rural municipal,

que pode ser dividida em distritos, cuja maior povoação recebe, geralmente, o nome

de vila (PINTO, 2003 apud PINA, 2008).

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O distrito é, portanto, uma subdivisão do município que não tem autonomia

administrativa e só pode ser criado por meio de lei municipal, porém, obedecendo aos

requisitos exigidos por leis de instâncias superiores. O Município de Tabuleiro é

constituído pela zona urbana (distrito-sede) e zona rural, conforme representado na

Figura 15, contando com uma área total de aproximadamente 211 Km² e população

de 4.079 habitantes (Censo do IBGE, 2010), não apresentando outros distritos.

Figura 15 – Mapa do setor censitário do município de Tabuleiro/MG

Fonte: AGEVAP, 2019.

O perímetro urbano do município – distrito-sede - conta com cinco (05) bairros, dentre

eles o bairro São José (Alvorada), o Laginha, o Santa Cecília, o bairro do Rosário e o

Centro. De acordo com o Censo de 2010, esta área concentra uma população de

2.701 habitantes. A Faixa rural do município conta com dez (10) comunidades, sendo

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estas: Passa Cinco; Igrejinha do Acácio; Santa Rita de Botafogo; Matinha; Vendinha;

Mota; Cidreira; Buieé; Pedra de Chifre, Ribeirão Santana. Ainda segundo o Censo de

2010, esta área possuía uma população de 1.378 (IBGE, 2019). Nota-se maior número

de pessoas, 66,22% do total, no distrito sede do município.

A população concentrada em uma pequena parcela do município, como ocorre em

Tabuleiro, no distrito-sede, favorece o manejo dos resíduos, já que, dessa forma, é

possível é possível atender toda malha urbana, por exemplo, em um pequeno

intervalo de tempo, apenas um dia de coleta com um único veículo, o que reduz custos

com a gestão dos resíduos sólidos.

2.5.2. Poderes

Os poderes do Estado pertencem a uma divisão conhecida como tripartite, compondo

o Poder Executivo, Poder Judiciário e o Poder Legislativo. Por sua vez, o governo que

rege um país pode ser subdividido em três esferas de atuação, sendo eles o Federal,

Estadual e o Municipal, como ocorre em território brasileiro. As divisões ocorrem para

que cada localidade possua melhor administração sobre suas características urbanas,

a fim de garantir qualidade de vida à população residente.

Na perspectiva jurídica, o município é uma entidade com personalidade jurídica de

direito público interno, que, diferentemente dos outros níveis de governo (federal e

estadual), está dividida em somente dois poderes: o legislativo e o executivo. O

governo é resultante da interação harmônica e independente desses dois poderes: o

legislativo e o executivo, que têm sede na câmara municipal e na prefeitura municipal,

respectivamente (KLERING et al., 2011).

O poder executivo municipal tem divisão inicial pelos órgãos conhecidos como

secretarias ou departamentos, e entidades, como autarquias e empresas estatais, de

acordo com o tamanho e as necessidades de cada cidade.

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60

Especificamente para o município de Tabuleiro, de acordo com o disposto na Lei

Orgânica nº 386/2004, o poder executivo é composto pelo prefeito e vice-prefeito,

auxiliados pelas demais secretarias municipais ou diretores equivalentes.

Separadamente ao executivo, o poder legislativo de Tabuleiro atua através da Câmara

Municipal, constituída por vereadores eleitos pelo sistema proporcional, de quatro em

quatro anos, representando os interesses da população perante o governo municipal.

A Câmara abarca funções administrativas, responsável pela gestão e gerenciamento

de orçamentos, pessoal, patrimônios municipais e a suplementação das legislações

federal e estadual, bem como algumas funções judiciárias, como o encargo de

denunciar, investigar e julgar crimes de natureza de responsabilidade que envolvam

seus componentes e o próprio Prefeito. Quanto ao Judiciário, o município é atendido

pela Comarca de Rio Pomba.

As secretarias municipais estão divididas de acordo com suas competências de

atuação, baseadas nas áreas pertinentes em que estão inseridas, a fim de

proporcionar atendimento aos munícipes. Na cidade de Tabuleiro, as secretarias estão

organizadas nos seguintes setores: Secretaria Municipal de Educação; Secretaria

Municipal de Agropecuária, Abastecimento e Meio Ambiente; Secretaria Municipal de

Fazenda e Planejamento; Secretaria Municipal de Obras, Atividades Urbanas,

Transporte e Trânsito; Secretaria Municipal de Esporte, Cultura, Lazer e Turismo;

Secretaria municipal de Saúde; Secretaria Municipal de Administração e Recursos

Humanos; Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social; Comissão

Permanente de Licitação (CPL).

A Figura 16 a seguir ilustra a estrutura que compões a administração da Prefeitura de

Tabuleiro.

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Figura 16 – Composição administrativa da Prefeitura de Tabuleiro/MG

Fonte: Prefeitura Municipal de Tabuleiro, 2019.

Correlacionando com a temática dos resíduos sólidos urbanos no município de

Tabuleiro, os órgãos responsáveis pela gestão de contratos e concessões para a

gestão e gerenciamento, juntamente com a fiscalização, coordenação e

acompanhamento dos serviços de limpeza pública e manejo de resíduos sólidos,

incluindo resíduos da construção civil e dos serviços de saúde, são as Secretaria de

Meio Ambiente, Secretaria Municipal de Obras, Atividades Urbanas, Transporte e

Trânsito e também a Secretaria Municipal de Saúde, de acordo com as especificidades

de cada resíduo, conforme será abordado no item 6.3.4 e no Produto 3 – Diagnóstico

Municipal Participativo.

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2.5.3. Características Urbanas do Município

A cidade de Tabuleiro ainda apresenta características marcantes de um regime

histórico agropastoril, visto que atualmente é composto em sua maior parte por

estabelecimentos agropecuários, seguido pela ocupação de pastagens. O município

que já se destacou pelas grandes plantações de café, hoje em dia apresenta seu

território dividido entre agricultura familiar e a criação de gado para pecuária leiteira,

prevalecendo na região a pequena propriedade rural de 50 a 60 hectares, em média,

e que se dedica essencialmente a produção de leite para comércio.

O Município apresenta em sua composição urbanística um misto de unidades

residenciais e comércio. A tipologia das edificações é prioritariamente térrea e

unifamiliar, com áreas livres (quintais, jardins) maiores e mais permeáveis, à medida

que se afastam do núcleo urbano. Apesar de pontualmente algumas ruas mais

afastadas da Sede não possuírem qualquer tipo de recobrimento, uma parcela

significativa das ruas do município, nas áreas mais densas, conta com algum tipo de

pavimentação, em sua maioria asfalto ou pavimento intertravado (PMSB, 2014).

No que concerne às estruturas e investimento em saneamento no município, Tabuleiro

possui o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) concluído em 2014,

elaborado pela empresa Conen Infraestrutura Urbana e financiado pela

AGEVAP/CEIVAP, estando em fase de implantação pela Prefeitura Municipal,

responsável pela prestação destes serviços. Este plano estabelece diretrizes, metas e

ações de saneamento básico em um horizonte de planejamento de 25 (vinte e cinco)

anos, ou seja, de 2013 a 2038, abrangendo todo o território do municipal, áreas

urbanas e áreas rurais.

Deste modo, os subitens subsequentes sistematizam as informações básicas de

Tabuleiro acerca de cada uma das quatro vertentes do saneamento básico, também

contempladas no PMSB, as quais são: abastecimento de água potável, esgotamento

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sanitário, drenagem e manejo de águas pluviais urbanas e limpeza urbana e manejo

dos resíduos sólidos.

2.5.3.1. Sistema de Abastecimento de Água

Sistemas de abastecimento de água constituem-se em soluções coletivas que

propiciam o adequado abastecimento de uma comunidade, de pequeno a grande

porte, abarcando um conjunto de unidades com a finalidade de retirar da natureza os

volumes de água em quantidades necessárias ao atendimento dos consumidores,

adequar suas características aos padrões de potabilidade, e distribuir para a população

sem restrição do seu consumo (LEAL, 2018).

Baseado nos últimos dados obtidos pelo Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgoto

do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento de 2016, a área urbana do

município conta com 94,7% das residências amplamente atendidas, enquanto que no

abastecimento total, incluindo-se também as áreas rurais, o abastecimento sofre

queda, conforme encontra-se relacionado na Tabela 4. Os serviços de abastecimento

de água potável do Município de Tabuleiro estão sob a responsabilidade da

Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA (SNIS, 2016).

Tabela 4 – Cobertura do abastecimento de água potável

MUNICÍPIO

LIGAÇÕES

ATIVAS

ECONOMIAS

ATIVAS

ATENDIMENTO

URBANO

ATENDIMENTO

TOTAL

Tabuleiro 1.221 1.235 94,7% 62,72%

Fonte: Diagnóstico dos serviços de água e esgoto, 2016 (SNIS - Ministério das Cidades)

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O índice de consumo médio per capita de água, segundo dados do Sistema Nacional

de Informações sobre Saneamento no ano de 2016, foi de 127,55 litros por habitante

ao dia, e a extensão total da rede no município é de 9,19 km.

O Rio Formoso, principal rio da cidade, também é o responsável pela manutenção de

captação de água para tratamento e abastecimento do município. Segundo dados do

Atlas do Abastecimento de Água da Agência Nacional de Águas, o rio fornece vazão

de 17 L/s, e após sofrer tratamento, a vazão nominal da Estação de Tratamento de

Água (ETA) Tabuleiro, do tipo convencional, é de 18L/s, produzindo 212.790 m³ de

água tratada por ano (SNIS, 2016), conforme ilustra a Figura 17.

Em função de sua topografia e da necessidade de abastecer os bairros situados nos

pontos mais altos do município, Tabuleiro possui uma Estação Elevatória de Água

(EEA), além de três reservatórios para a água tratada.

Com base no Plano Municipal de Saneamento Básico (2014), o tratamento atualmente

é adequado e água apresenta características em conformidade com os parâmetros do

padrão de potabilidade estabelecido pela Portaria do Ministério da Saúde n° 2.914 para

a qualidade da água de consumo humano.

Figura 17 – Sistema de abastecimento de água e Tabuleiro/MG

Fonte: ANA, S/d.

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Vale ressaltar, segundo informações dos gestores municipais, que o sistema de

abastecimento mencionado acima é realizado em sua totalidade para a população

urbana, não atendendo as comunidades rurais, onde a captação é feita em nascente

e diretamente distribuída à população, ou captada de poços artesianos.

2.5.3.2. Esgotamento Sanitário

Sistemas de Tratamento de Esgotos são definidos como o conjunto de tubulações e

demais acessórios que tem como finalidade a coleta, o transporte, o tratamento e a

disposição final do esgoto tratado e do lodo resultante, de forma a melhorar aspectos

sociais, sanitários e econômicos de uma população (LEAL, 2018).

De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS, 2016),

não há dados disponíveis a respeito do tratamento de esgotos para o município de

Tabuleiro. Porém, baseado em informações obtidas no Censo 2010 do Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, dos 1.355 domicílios existentes na cidade,

apenas 2 não contavam com instalação sanitária.

Vale destacar a importante base de dados contidos no Atlas de Esgotos elaborado

pela Agência Nacional de Águas – ANA, e divulgado através do Sistema Nacional de

Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH, 2013). Através deste, foi constatado a

ausência de ETEs no município de Tabuleiro, embora a própria Prefeitura seja a

responsável pela coleta de esgotos. Também foi averiguado que 4,2% dos munícipes

não possuem atendimento para serviços de esgoto, enquanto 95,8% possuem apenas

coleta do mesmo, que posteriormente será encaminhado ao Rio Formoso. Parcela

equivalente a 0,1% da população, segundo o Atlas Esgotos (2013), aplica soluções

individuais de coleta de esgotos, tais como a utilização de fossas sépticas. A Figura

18 abaixo revela a situação dos serviços de saneamento de esgotos para o município

de Tabuleiro em 2013.

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Figura 18 – Esquema dos serviços de esgoto ocorrentes no município de Tabuleiro/MG

Fonte: Atlas Esgotos – ANA, 2013.

Conforme informações dos gestores municipais, atualmente a coleta de esgoto é

realizada em toda a área urbana, incluindo as comunidades rurais: Igrejinha do Acácio

e Botafogo. As demais comunidades rurais não possuem rede de coleta da prefeitura,

entretanto, estas apresentam soluções individuais, tais como a utilização de fossas

sépticas.

2.5.3.3. Drenagem e manejo de águas pluviais urbanas

O sistema de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas é composto por estruturas

e instalações destinadas ao transporte, retenção e disposição final das águas das

chuvas. Segundo dados apresentados pelo IBGE (2009), o município de Tabuleiro não

conta com ótimos serviços de drenagem subterrânea. Entretanto, de acordo com o

estudo realizado no Plano Municipal de Saneamento Básico (2014), o mesmo possui

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algumas estruturas relativas à drenagem, como bocas de lobo e bueiros, por exemplo,

localizadas no Distrito Sede.

Em relação a macrodrenagem devido às próprias características de relevo do

município que os rios drenam em múltiplos sentidos, destaca-se, alguns dos rios de

maior ordem, tais como o Rio Formoso, que atravessa a extremidade ocidental do

Distrito Sede e o Córrego da Lajinha que passa ao sul do Distrito Sede (PMSB, 2014).

Ainda segundo estudo realizado no PMSB, a rede de microdrenagem subsuperficial é

bastante reduzida e não está cadastrada. Grande parte do município ainda carece de

equipamentos de drenagem em determinadas áreas, de modo que a própria caixa da

rua serve como canal de escoamento das águas pluviais. Isso acarreta em

reclamações dos moradores quanto ao cheiro de esgoto que exala dos bueiros de

drenagem no momento de chuvas, fato atribuído ao retorno das águas dos córregos

contaminadas por esgotos para o sistema de drenagem.

Além disso, a falta de manutenção destas estruturas contribui diretamente para o

entupimento da rede e consequente alagamento de determinadas porções territoriais,

sendo algumas dessas áreas apontadas como mais sensíveis à ocorrência destes

eventos (PMSB, 2014), conforme apresentado na Figura 19.

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Figura 19 – Mapa dos pontos de alagamento do município de Tabuleiro/MG

Fonte: AGEVAP, 2019.

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Portanto, associado diretamente à drenagem e ao processo de urbanização ressalta-se o

risco de inundação das cidades, que proporcionam prejuízos financeiros, desconforto,

degradação ambiental e social dos munícipes. Este problema é intensificado quando não

há um sistema de drenagem adequado e manejo correto dos resíduos sólidos devido ao

acúmulo dos mesmos no sistema e consequente entupimento da rede, portanto vale frisar

a importância de se realizar a gestão integrada destes serviços urbanos.

A Prefeitura é a responsável pelo sistema de drenagem e esporadicamente solicita a

execução de tais serviços. Porém, até o momento, segundo informações da Prefeitura, não

existem projetos, planos ou estudos existentes ou em elaborações referentes à drenagem

de águas pluviais, bem como não há órgão ou agência reguladora destes serviços no nível

de administração pública.

2.5.3.4. Limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos

A estimativa da produção de resíduos sólidos do município de Tabuleiro realizada para o

ano de 2018 foi de 949 toneladas de resíduos sólidos por ano sendo a geração per capita

de 0,62 kg/(hab.dia) (PMSB, 2014). A responsabilidade pelo planejamento, operação e a

fiscalização dos serviços de limpeza urbana e de manejo destes resíduos está concentrada

a Secretaria Municipal de Obras, Atividades Urbanas, Transporte e Trânsito e Secretaria de

Meio Ambiente.

Basicamente, o gerenciamento dos resíduos sólidos, no município, ocorre sob a

responsabilidade da Prefeitura e de duas empresas terceirizadas: SERQUIP – Tratamento

de Resíduos MG Ltda e UNIÃO Recicláveis Rio Novo Ltda, sendo responsabilidade pela

regulação, normatização, controle e fiscalização destes contratos, respectivamente, a

Secretaria Municipal de Saúde e a Secretaria Municipal de Obras, Atividades Urbanas,

Transporte e Trânsito.

Segundo informações e contratos disponibilizados pela Prefeitura, a coleta de Resíduos

Sólidos Urbanos com características domiciliares (exceto podas, terras e entulhos) é

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realizada três vezes por semana pela empresa União Recicláveis Rio Novo LTDA, bem

como o seu tratamento e disposição final. Já a empresa SERQUIP – Tratamento de

Resíduos MG LTDA, executa os serviços de coleta, transporte, tratamento por termo de

destruição e destinação final de resíduos dos serviços públicos de saúde.

A varrição do distrito-sede e os serviços gerais são executados por funcionários da

Prefeitura Municipal de Tabuleiro. Este serviço engloba o conjunto de atividades

necessárias para juntar, acondicionar e colocar em locais indicados para coleta, os resíduos

sólidos dispersos nas guias de vias e logradouros públicos (PMSB, 2014). O serviço é

realizado na área urbana e nas comunidades de Igrejinha do Acácio e Santa Rita do

Botafogo, contudo, os demais bairros rurais não contam com tal serviço. Os resíduos

provenientes da varrição são coletados por caminhão de coleta regular próprio e tem como

destinação final um “bota-fora” localizado no próprio município. Com relação a setorização

regional para fins desta atividade, o município conta com uma (01) equipe composta por

quatro (04) servidores, que atuam diretamente na varrição, realizando a coleta destes

resíduos diariamente, um (01) motorista do caminhão de coleta; um (01) operador da

retroescavadeira, além de outros três (03) servidores responsáveis pela poda de árvores.

Quanto aos resíduos de responsabilidade dos setores comercial, industrial, de saúde e da

construção civil ainda não existem diretrizes e procedimentos para o exercício das

responsabilidades dos pequenos geradores ou exigência aos grandes geradores da

apresentação de projetos para o seu gerenciamento. Portanto, até o presente momento, os

mesmos, em sua maioria, não recebem o adequado gerenciamento.

Com base nas características urbanísticas do entorno dos domicílios fornecidas pelo Censo

IBGE de 2010, para o município de Tabuleiro, foram identificados 1.064 domicílios

particulares permanentes na categoria lixo coletado, relativo a um total de 1.355 domicílios

recenseados na cidade. Portanto, segundo este estudo, com relação à situação dos

serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos do Município de Tabuleiro, cerca

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de 78% dos domicílios possuíam algum tipo de serviço de coleta, conforme apresentado na

Tabela 5.

Tabela 5 – Destino dado aos resíduos sólidos pelos domicílios particulares permanentes de Tabuleiro/MG

DESCRIÇÃO DOMICÍLIOS %

Coletado por serviço de limpeza 1.064 78,52

Enterrado (na propriedade) 8 0,59

Jogado em rio, lago ou mar 3 0,22

Jogado em terreno baldio ou logradouro 7 0,52

Queimado (na propriedade) 256 18,89

Outro destino 17 1,25

Fonte: Censo demográfico de 2010; IBGE, 2019.

Em síntese, a Tabela 6 apresenta os serviços que compreendem a limpeza urbana e o

manejo de resíduos e o respectivo responsável pela execução no município de Tabuleiro.

Para execução de serviços própria (prefeitura) utilizou-se a letra P, e para a execução

terceirizada, a letra T.

Tabela 6 – Serviços que compreendem a limpeza urbana, o manejo de resíduos e o respectivo responsável pela execução no município de Tabuleiro/MG

ETAPAS

GERENCIAMENTO/

SERVIÇOS

EXECUÇÃO

DOS SERVIÇOS EXECUTOR

P T

Varrição X Prefeitura Municipal

Poda, capina e

roçagem X Prefeitura Municipal

Coleta, transporte e

destinação final dos X Prefeitura Municipal

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resíduos da varrição,

poda, capina e

roçagem.

Coleta RSU X União Recicláveis

Rio Novo LTDA

Transporte RSU X União Recicláveis

Rio Novo LTDA

Destinação RSU X União Recicláveis

Rio Novo LTDA

Coleta RSS X

SERQUIP –

Tratamento de

Resíduos MG LTDA

Transporte RSS X

SERQUIP –

Tratamento de

Resíduos MG LTDA

Destinação RSS X

SERQUIP –

Tratamento de

Resíduos MG LTDA

Coleta de RCC X Prefeitura Municipal

Transporte de RCC X Prefeitura Municipal

Destinação Final de

RCC X Prefeitura Municipal

Fonte: Prefeitura Municipal de Tabuleiro (2019).

No Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento para o ano base de 2016, bem

como na plataforma do IBGE para datas mais recentes não há informações a respeito da

cobertura e outras informações sobre os serviços limpeza urbana no município e manejo de

resíduos sólidos. Também não foram disponibilizados pela Prefeitura Municipal valores de

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cobertura do sistema de coleta no município. Entretanto, o panorama da situação atual da

gestão dos resíduos sólidos de Tabuleiro/MG será realizado através do diagnóstico

municipal participativo, apresentado no Produto 3, que se refere a próxima etapa deste

plano.

2.5.4. Dispositivos legais de zoneamento urbano, disciplinadores e de uso e ocupação do

solo

Do ponto de vista do planejamento, a organização do território municipal, incluindo seus

aglomerados populacionais e as porções de áreas que possuem usos regulados

(zoneamento), permite aos gestores públicos definir ações necessárias a atender de forma

satisfatória toda sociedade com serviços de limpeza, conservação e destinação adequada

dos resíduos sólidos gerados. Além disso, propicia melhor escolha de áreas adequadas

para instalação de estruturas de manejo destes resíduos, de forma mais harmônica aos

interesses socioambientais envolvidos na territorialidade.

Dentre outros instrumentos normativos de planejamento que podem condicionar o uso e a

ocupação do território; disciplinar ações e colaborar com a prestação dos serviços de

limpeza urbana, apontam-se: o Plano Diretor; a Lei de Uso e Ocupação do Solo; a Lei de

Parcelamento do Solo Urbano; o Código de Posturas e o Código de Obras.

Entretanto, o crescimento da área urbana do município de Tabuleiro, se deu de forma

desordenada, sem nenhum planejamento. Até o presente momento o município não

apresenta Plano Diretor ou outro instrumento legal de zoneamento urbano ou de uso e

ocupação do solo. Dos dispositivos legais disciplinadores, que dizem respeito à questão dos

resíduos, mesmo que de forma indireta, o município conta apenas com a Lei Orgânica

Municipal nº 386/2004 e o Código de Posturas Municipal, lei nº 590/2012.

A obtenção de informações detalhadas e precisas sobre o espaço geográfico é fundamental

para as atividades de planejamento regional ou local e na tomada de decisões dos gestores.

Neste sentido, os mapas de uso e ocupação do solo são instrumentos que podem auxiliar

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nesta função. Portanto, elaborou-se este mapa a partir de imagens do COHIDRO/ AGEVAP

do ano de 2014, para o município de Tabuleiro, conforme apresentado na Figura 20. Em

seguida, para melhor visualização destas informações, apresenta-se, na Tabela 7, o

percentual do Uso e Ocupação do Solo de acordo com a classificação realizada neste mapa.

Figura 20 – Mapa de Uso e Ocupação do solo do município de Tabuleiro/MG

Fonte: AGEVAP, 2019.

Tabela 7 – Percentual do Uso e Cobertura do Solo no município de Tabuleiro/MG

Classificação Área em km² %

Campos/Pastagens 121,44 50,03

Área Agrícola 6,12 2,52

Corpo Hídrico 2,16 0,89

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Floresta Estacional/Vegetação Arbórea Densa 9,47 3,90

Floresta Estacional/Vegetação Arbórea Esparsa 1,09 0,45

Vegetação Arbórea Densa 26,84 11,06

Vegetação Arbórea Esparsa 68,38 28,17

Área Urbanizada 7,22 2,97

Área total do município de Tabuleiro - MG 242,71 100,00

Fonte: Elaborado pelos autores a partir de dados fornecidos pela AGEVAP, 2019.

A partir da análise da Figura 18 e da Tabela 6, nota-se que as pastagens e campos são a

cobertura do solo predominante no município, enquanto a área urbana ocupa a menor

porção de terra do município. Entretanto, é onde se concentra a maior parte da população

e, por isso, deve receber maior atenção em um Plano Municipal de Gestão Integrada de

Resíduos Sólidos.

2.5.5. Demografia

Demografia é a área estatística que estuda a dinâmica populacional humana. Seu objeto de

estudo envolve a densidade populacional, a distribuição, a estrutura e a formação etária e

por sexo da sociedade. No contexto atual, a demografia relaciona-se com preocupações

populacionais, tais como a interação entre população e desenvolvimento econômico, os

efeitos do controle de natalidade, a “explosão populacional”, o congestionamento urbano, a

imigração ilegal e as estatísticas da força de trabalho. Vale destacar que o crescimento

populacional possui dependência com o planejamento urbano da cidade, no tocante ao

aumento da demanda pelos serviços públicos, tais como os serviços de limpeza urbana e o

manejo dos resíduos sólidos, já que o crescimento populacional interfere em maior

quantidade na geração de resíduos sólidos, aumentando a demanda pelos serviços de

gerenciamento.

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Segundo informações do Atlas do Desenvolvimento Humano, no município de Tabuleiro

entre os anos 2000 e 2010, a população cresceu a uma taxa média anual de -1,13%,

enquanto no Brasil foi de 1,17%, no mesmo período. Nesta mesma década, a taxa de

urbanização do município passou de 56,76% para 66,22%. Importante salientar que a razão

de densidade demográfica no município registrada no ano de 2010 foi de 19,2 hab/km².

Com auxílio da Tabela 8 a seguir, é notório o aumento do “êxodo rural” da população

residente no município de Tabuleiro, visto que há acréscimo constante de indivíduos na

malha urbana. Porém, observa-se que em geral, a população da cidade tem taxas negativas

de crescimento, visto que em quantidade está decrescendo.

Tabela 8 – Situação domiciliar municipal de Tabuleiro/MG

SITUAÇÃO DOMICILIAR Ano 1970 Ano 1980 Ano 1990 Ano 2000 Ano 2010

Total 5.356 4.791 4.361 4.572 4.079

Urbana 1.690 1.852 2.126 2.595 2.701

Rural 3.666 2.939 2.235 1.977 1.378

Fonte: Elaborado pelos autores a partir do Censo demográfico do IBGE, 2010. IBGE, 2019.

Ainda de acordo com os dados obtidos pelo Censo IBGE de 2010, de um total de 4.079

moradores residentes no município de Tabuleiro, 2.047 eram compostos por homens e

2.032 por mulheres. Na Tabela 9 a seguir, estão representadas as divisões por faixa etária

e sexo dos munícipes de Tabuleiro.

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Tabela 9 – Divisão etária e por sexo da população residente de Tabuleiro/MG

FAIXA ETÁRIA

SEXO

FEMININO MASCULINO

0 a 14 anos 414 413

15 a 59 anos 1.259 1.281

60 anos ou mais 359 353

Fonte: Elaborado pelos autores a partir do Censo demográfico IBGE, 2010.

Através da análise da pirâmide etária de Tabuleiro, conforme ilustra a Figura 21, nota-se

que a distribuição populacional entre homens e mulheres segue número proporcional. É

observável também que a pirâmide de Tabuleiro apresenta semelhanças com a brasileira.

Figura 21 – Pirâmide etária da população de Tabuleiro/MG

Fonte: Censo demográfico IBGE, 2010.

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A mortalidade infantil no município, referente à mortalidade de crianças com menos de um

ano de idade, passou de 27,1 óbitos por mil nascidos vivos, em 2000, para 16,5 óbitos por

mil nascidos vivos, em 2010. Outro dado importante refere-se à esperança de vida ao

nascer, que representa o indicador que compõe a dimensão de Longevidade do Índice

de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). No município, a esperança de vida ao

nascer cresceu 3,8 anos na última década, passando de 70,5 anos, em 2000, para 74,3

anos, em 2010 (PNUD, Ipea e FJP, apud Atlas de Desenvolvimento Humano, 2019).

2.6. Macroinformações Socioeconômicas

No presente capítulo pretende-se identificar as macroinformações socioeconômicas,

contemplando preliminarmente as especificidades da localidade quanto aos principais

aspectos que regem o desenvolvimento da sociedade, tais como, educação, trabalho e

renda, saúde, atividades econômicas e disponibilidade de recursos do município de

Tabuleiro, bem como indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e

socioeconômicos no contexto local.

2.6.1. Educação

A participação da sociedade nos processos de formulação, implementação e avaliação

deste planejamento em construção e das políticas públicas relacionadas aos resíduos

sólidos é pré-requisito estabelecido pela Lei Federal nº 12.305/2010. Além disso, a

realização de eventos de mobilização social traz resultados efetivos e concretos a estes

projetos, bem como promove maior facilidade de formar fiscais de ações e programas

governamentais.

Sabe-se que o acesso a um bom sistema educacional propicia a formação de pessoas mais

aptas a avaliar criticamente sobre a qualidade dos serviços oferecidos como de limpeza

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urbana e manejo dos resíduos sólidos, bem como para sugerir eventuais melhorias,

contribuindo assim na elaboração de um projeto participativo.

Neste sentido, a caracterização do sistema e do nível educacional é de fundamental

importância, uma vez que estes relacionam-se com a facilidade ou dificuldade de

sensibilização da população, apresentando a escola como veículo de formação de cidadãos

de um município, e que, também, permite, através da disseminação do conhecimento, o

fomento à educação ambiental e o incentivo às boas práticas.

Assim, este subcapítulo, traz um levantamento de informações a respeito do nível

educacional, taxa de escolarização e o número de estabelecimentos de ensino do município

de Tabuleiro/MG, considerando que tais resultados serão importantes na etapa de

planejamento estratégico, principalmente na definição de programas, projetos e ações,

principalmente, de educação ambiental a serem implementados no Município.

De acordo com dados do Censo Escolar 2017, o município possui um total de 11 escolas,

dentre as quais encontram-se em atividade, apenas 3 destas, listadas na Tabela 10,

abrangendo o ensino pré-escolar, o ensino fundamental, o ensino médio e o programa EJA

(Educação de Jovens e Adultos).

Tabela 10 – Escolas do Município de Tabuleiro/MG

NOME DA ESCOLA

DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA

NÍVEL DE ENSINO LOCALIZAÇÃO

E.M. João XXIII Municipal Pré- escolar e Fundamental

Urbana

E.M. Coronel Claudio Gomes

Municipal Pré- escolar Rural

E.E. Menelick de Carvalho

Estadual Fundamental, Médio

e EJA Urbana

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Fonte: Elaborado pelos autores a partir de dados do Censo Escolar 2017- QEDU 2019.

Em relação a evolução do número de matriculados em Tabuleiro, entre 2005 e 2017, tem-

se a distribuição por nível de ensino conforme evidenciado na Tabela 11. Logo após, com

intuito de facilitar a visualização dos dados apresentados foi gerado o gráfico apresentado

na Figura 22.

Tabela 11 – Evolução do número de matriculados em escolas do Município de Tabuleiro/MG, entre 2005 e 2017.

ANO

NÚMERO DE MATRÍCULAS POR NÍVEL DE ENSINO TOTAL

POR ANO Pré-escolar Fundamental Médio Superior

2005 62 765 197 0 1024

2007 65 698 168 0 931

2009 46 677 167 0 890

2012 84 550 164 0 798

2015 75 484 134 0 693

2016 80 503 142 0 725

2017 79 463 110 0 652

Fonte: Elaborado pelos autores a partir do IBGE, 2019.

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Figura 22 – Gráfico da evolução do número de matriculados na rede de ensino no Município de Tabuleiro/MG.

Fonte: Elaborado pelos autores a partir do IBGE, 2019.

Nota-se que o número de matrículas na pré-escola aumentou no período analisado,

entretanto, houve uma tendência de queda no número total de matriculados na rede de

ensino do Município, que ocorreu devido à redução de matrículas no ensino fundamental e

médio, nestes anos.

Segundo dados do IBGE (2019), no ano de 2010, a taxa de analfabetismo do Município,

para a população com 15 anos de idade ou mais, era de 14,95%, isto é, 610 pessoas de um

total de 4.079, dentro desta faixa etária, não sabiam ler ou escrever. Entretanto, neste

mesmo ano, a taxa de escolarização para população mais jovem, de 6 a 14 anos, foi alta,

atingindo o valor de 99,6%.

Em 2012, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD Brasil), o Instituto

de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro adaptaram a

metodologia do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) Global para calcular o IDH

Municipal (IDHM) de todos os municípios brasileiros. Esse cálculo foi baseado nas

informações dos 3 últimos Censos Demográficos do IBGE – 1991, 2000 e 2010 – e conforme

a malha municipal existente em 2010. O IDH Municipal considera as mesmas três

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dimensões do IDH Global – longevidade, educação e renda, porém vai além, adequando a

metodologia global ao contexto brasileiro e à disponibilidade de indicadores nacionais

(ATLAS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO, 2010).

O IDHM de Tabuleiro foi de 0,681, em 2010, situando-o na faixa de Desenvolvimento

Humano Médio (IDHM entre 0,600 e 0,699), valor considerado elevado dentro da faixa e

próximo da faixa alto que se inicia em 0,700. A dimensão que mais contribui para o IDHM

do Município foi a Longevidade, com índice de 0,821, seguida da Renda, com índice de

0,666, e da Educação, com índice de 0,578. No entanto, a dimensão cujo índice mais

cresceu em termos absolutos foi Educação (com crescimento de 0,428), seguida por Renda

e por Longevidade (ATLAS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO, 2010).

No que concerne aos dados que compõe o IDHM Educação, destaca-se na Tabela 12 a

proporção de crianças e jovens frequentando ou tendo completado determinados ciclos de

ensino, indicando a situação da educação da população em idade escolar do Município. Em

seguida, com intuito de facilitar a visualização destes dados foi gerado o gráfico apresentado

na Figura 23.

Tabela 12 – Fluxo escolar por faixa etária - Tabuleiro - MG - 1991/2000/2010

FAIXA ETÁRIA

ANO

1991 2000 2010

5 a 6 anos 22,36% 75,95% 93,18%

11 a 13 anos 28,68% 68,65% 89,75%

15 a 17 anos 16,57% 45,16% 65,86%

18 a 20 anos 5,00% 21,06% 50,68%

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Fonte: Elaborado pelos autores a partir do Atlas do Desenvolvimento Humano, 2019.

Figura 23 – Gráfico do fluxo escolar por faixa etária - Tabuleiro - MG - 1991/2000/2010

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, 2019. Modificado pelos autores.

Observa-se que a proporção de crianças de 5 a 6 anos na escola é de 93,18%, em 2010.

No mesmo ano, a proporção de crianças de 11 a 13 anos frequentando os anos finais do

ensino fundamental é de 89,75%; a proporção de jovens de 15 a 17 anos com ensino

fundamental completo é de 65,86%; e a proporção de jovens de 18 a 20 anos com ensino

médio completo é de 50,68%. Vale frisar que, entre 1991 e 2010, essas proporções

aumentaram, respectivamente, em 70,82 pontos percentuais, 61,07 pontos percentuais,

49,29 pontos percentuais e 45,68 pontos percentuais.

Considerando o público adulto, o Atlas de Desenvolvimento Humano (2019), indica que

entre 2000 e 2010, o percentual da população de 18 anos ou mais com o ensino

fundamental completo, passou de 21,14% para 34,39%, no Município. Porém, aponta que

esse indicador carrega uma grande inércia, em função do peso das gerações mais antigas,

de menor escolaridade.

Diante do exposto, conclui-se que o município de Tabuleiro/MG conquistou uma melhoria

no sistema de ensino, posto que a população mais jovem apresentou um grau de

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alfabetização maior quando comparada com a população mais velha. Entretanto, o

percentual de crianças e jovens fora da escola é considerável e deve ser reduzido.

Portanto, é primordial buscar meios de incentivo a educação de crianças, jovens e adultos

para que esses índices possam ser melhorados, assegurando educação de qualidade à

todos, garantindo que os jovens cursem o ensino fundamental e sintam-se estimulados a

continuar na escola para a conclusão do ensino médio, além de prepará-los para o ingresso

em cursos superiores, mesmo que estes sejam realizados fora do território municipal.

2.6.2. Trabalho e Renda

A caracterização do trabalho e da renda de um município tem relação direta com a distinção

entre as classes econômicas, como também representa análise sobre a geração de

resíduos sólidos, já que rendas maiores resultam em maiores consumos, propiciando

aumento na geração dos mesmos.

Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geográfica e Estatística – IBGE, em 2016 o

salário médio mensal da população tabuleirense era de 1,6 salários mínimos, ocupando a

posição 435 de 853 municípios de Minas Gerais. A proporção de pessoas ocupadas em

relação à população total era de 12.8%, e na comparação com os outros municípios do

estado, ocupava a posição 363 de 853.

Considerando domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa,

cerca de 35.9% da população em 2016 viviam nessas condições, o que o colocava na

posição 481 de 853 dentre as cidades do estado e na posição 3380 de 5570 dentre as

demais cidades do Brasil.

De acordo com o Atlas de Desenvolvimento Humano, Tabuleiro obteve aumento da renda

per capita nas duas últimas décadas de 184,12%. Somada a renda de todas as pessoas de

um domicílio, e dividindo o total pelo número de moradores, a proporção de pessoas vivendo

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abaixo da linha da pobreza, isto é, com renda domiciliar per capita inferior a R$ 140,00,

passou de 63,84% para 35,47% em 2000, e posteriormente para 11,23% em 2010.

Em relação ao trabalho, a taxa de atividade da população de 18 anos ou mais, que

caracteriza o percentual dessa população que era economicamente ativa, passou de

56,40% em 2000 para 58,46% em 2010, enquanto a taxa de desocupação, representando

o percentual da população economicamente ativa que estava desocupada, passou de

9,31% em 2000 para 5,16% em 2010, segundo dados do Atlas de Desenvolvimento

Humano.

A Figura 24 a seguir representa graficamente a composição da população a partir de 18

anos na esfera de trabalho do município.

Figura 24 – Composição da população de Tabuleiro/MG de 18 anos ou mais de idade no ano de 2010

Fonte: Modificado pelos autores a partir do Atlas de Desenvolvimento Humano, 2019.

Em relação à renda per capita média da população de Tabuleiro, a mesma cresceu 184,12%

nas últimas décadas, passando de R$ 292,68 em 2000, para R$ 503,88 em 2010. Isso

equivale a uma taxa média anual de crescimento nesse período de 5,65% (PNUD, Ipea e

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FJP, apud Atlas de Desenvolvimento Humano, 2019). Segundo o IBGE (2010), a renda

média mensal per capita da população urbana era aproximadamente R$ 510,00, e da

população rural de aproximadamente R$ 340,00.

Vale destacar que em 2010, de acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano, das

pessoas ocupadas na faixa etária de 18 anos ou mais do município de Tabuleiro, 35,96%

trabalhavam no setor agropecuário, 0,00% na indústria extrativa, 7,11% na indústria de

transformação, 6,81% no setor de construção, 0,32% nos setores de utilidade pública,

10,45% no comércio e 35,66% no setor de serviços.

2.6.3. Saúde

A caracterização do sistema de saúde de Tabuleiro/MG está relacionada, principalmente, à

geração de resíduos sólidos destes serviços, já que possuem potencial de risco, em função

da presença de materiais biológicos sendo capazes de causar infecção, objetos perfurantes-

cortantes com potencial ou efetivamente contaminados, produtos químicos perigosos, e até

mesmo rejeitos radioativos, que requerem cuidados específicos de acondicionamento,

transporte, armazenamento, coleta, tratamento e disposição final.

Neste sentido, este subcapítulo, busca identificar os estabelecimentos de saúde presentes

no Município, bem como fazer uma análise do seu desempenho através dos principais

indicadores de saúde humana, uma vez que estes refletem na situação sanitária da

população e podem servir de subsídio para a vigilância sanitária e para as políticas públicas

da área.

Segundo dados fornecidos pelos gestores municipais, das unidades de saúde registradas

no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - CNES (2019), nove se encontram

em operação, entre públicas e privadas, conforme ilustra a Tabela 13.

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Tabela 13– Quantidade de estabelecimentos de saúde no Município de Tabuleiro/MG

NOME FANTASIA NATUREZA JURÍDICA GESTÃO

Centro de Apoio a Saúde

da Família da Igrejinha Administração Pública Municipal

Farmácia de Todos Administração Pública Municipal

Secretaria Municipal de

Tabuleiro Administração Pública Municipal

UBS José Marinho

Saraiva Administração Pública Municipal

UBS Nelsinha

Guilhermina Administração Pública Municipal

Raquel Lino Miranda de

Oliveira Pessoas Físicas Municipal

Centro de Saúde de

Tabuleiro Administração Pública Municipal e Estadual

Consultório Dentário Pessoas Físicas Estadual

Consultório Dentário Pessoas Físicas Estadual

Fonte: Elaborado pelos autores a partir do DATASUS, 2019.

As unidades de saúde de Tabuleiro são voltadas exclusivamente para Atenção Primária à

saúde, sendo os atendimentos de média e alta complexidade encaminhados através de

pactuações para outros municípios de maior porte.

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O Município, também, não conta com nenhuma unidade de saúde com atendimento

emergencial, sendo este atendimento direcionado via SAMU, para estabelecimentos

hospitalares de referência dentro da Rede de Urgência e Emergência – RUE.

No que se refere à qualidade de vida da população, um dos principais indicadores

diretamente relacionados ao sistema de saúde, é a mortalidade infantil. Segundo o Portal

Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (Portal ODM, 2019), este indicador é afetado por

diversos componentes, como o saneamento básico, o abastecimento alimentar, a educação

a gestantes, entre outros, e sua redução gradual vem da melhoria das condições de vida

urbana e do avanço da saúde coletiva e preventiva.

Em Tabuleiro, apesar da queda da taxa mortalidade de crianças com menos de 1 ano de

idade, entre 2000 e 2010, conforme apontado no item 5.5, nota-se um aumento destes

percentuais para de crianças menores de 5 anos, entre 1998 e 2016. Em 1998, este valor

era de 46,88 óbitos a cada mil nascidos vivos já em 2016, este percentual passou para

76,92 óbitos a cada mil nascidos vivos, isto representa, entre estes anos, o total de 20 óbitos

de crianças menores de 5 anos no Município (Portal ODM, 2019). Entretanto, uma das

estratégias de prevenção da mortalidade infantil é a vacinação contra doenças

imunupreveníveis, e esta tem sido adotada no mesmo. Em 2014, 100% das crianças

menores de 1 ano estavam com a carteira de vacinação em dia.

2.6.4. Economia

A economia é uma ciência voltada para a análise da produção, distribuição e consumo de

bens e serviços de uma determinada localidade. No âmbito municipal, a economia tem papel

importante no desenvolvimento da cidade, atraindo novas fontes de renda e estimulando as

já existentes para crescimento da região.

De forma a conseguir mensurar a atividade econômica de um local, são feitas somas, em

valores monetários, de todos os bens e serviços produzidos nesta região, durante intervalo

particular de tempo, conhecido como Produto Interno Bruto (PIB). O PIB constitui um dos

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indicadores mais empregados na macroeconomia, mesmo considerando apenas os bens e

serviços finais da cadeia de produção, excluindo todos os insumos intermediários.

Em 2016, pesquisa mais recente feita no Portal do IBGE, afirma que o PIB total de Tabuleiro

alcançou valor igual a R$50.138.860, enquanto o PIB per capita do município foi de

R$12.568,92. Segundo informações da própria Prefeitura de Tabuleiro, a principal atividade

econômica da cidade é a agricultura familiar respondendo por quase a metade da força de

trabalho economicamente ativa na região. Prevalece no município a pequena propriedade

rural ou a agricultura familiar de 50/60 hectares, com renda média mensal em torno de

R$550,00. Vale ressaltar que alguns produtores dedicam-se também à cultura do milho, da

pimenta e do feijão, sendo esta última para a subsistência.

A Figura 25 revela graficamente as despesas e investimentos do município em relação ao

PIB nos diversos setores da economia, para o ano de 2016.

Figura 25 – Atividades econômicas e seus impactos ao PIB de Tabuleiro/MG no ano de 2016

Fonte: Elaborado através de IBGE, 2016.

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Também segundo a Prefeitura, a pecuária leiteira é a atividade econômica mais importante

do campo, responsável por praticamente toda a ordem de investimentos do mesmo. O leite

produzido é destinado à quatro laticínios da região ao entorno, que compram dos

trabalhadores rurais e os revendem para mercados vizinhos, tais como a cidade de Juiz de

Fora. Apesar de existir em Tabuleiro um Sindicato dos Trabalhadores Rurais que, em

verdade, conta com poucos afiliados, não constam no município associações de produtores

ou cooperativas que possibilitem ao agricultor alcançar melhores margens de negociação

dos produtos fabricados.

No perímetro urbano, a cidade possui 129 estabelecimentos comerciais, dentre eles

lacticínios, empresas de extração de pedras, drogarias, loja de material de construção,

dentista, mercearias, companhia de gás, padarias, madeireira, bares e restaurantes. Porém,

não há registros precisos das pessoas empregadas no comércio varejista, que

correspondem na maior parte das vezes, em microempresas familiares.

A própria Prefeitura do município exerce papel importante na economia da região, pois o

setor público também representa atividade produtiva assalariada. Como exemplos

destacam-se os trabalhadores das escolas municipais, bem como da escola estadual,

secretarias municipais, legislativas entre outras.

Por fora dos registros, há ainda no município um número considerável de trabalhadores

autônomos, tais como artesãos, vendedores ambulantes e cabeleireiros.

2.6.5. Disponibilidade de Recursos

Em consonância com o previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a Lei

Orçamentária Anual (LOA), que estima a receita e fixa a despesa do município de Tabuleiro

para o exercício financeiro em 2019, previu uma receita de R$ 17.475.600,00 e fixou

despesas totalizando o mesmo valor.

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Para o saneamento básico, a referida legislação fixa uma despesa de R$ 753.900,00, o que

equivale a 4,31% do total estimado para os gastos de 2019. Especificamente, para a

manutenção da limpeza pública e da usina de lixo, foi fixada a despesa de R$ 593.800,00,

dentro do orçamento da Secretaria Municipal de Obras, Atividades Urbanas, Transporte e

Trânsito, porém a usina de lixo (Usina de Triagem e Compostagem) se encontra desativada

e segundo informações dos gestores municipais, seu funcionamento se tornou

economicamente e tecnologicamente inviável, questão que será abordada no Produto 3 -

Diagnóstico Municipal Participativo.

Ainda na área de resíduos sólidos, no âmbito do urbanismo, foi fixada a despesa de

R$ 50.000,00, para a aquisição de veículo para o serviço de limpeza pública, pelo projeto

Cidade Rumo ao Desenvolvimento. Dessa forma, para a área de Resíduos Sólidos Urbanos,

foi estabelecida uma despesa total de R$ 643.800,00. Considerando a população estimada

pelo IBGE para o ano de 2018 (3.792 habitantes), o investimento anual per capita para os

serviços de manejo de resíduos sólidos no município é de R$ 169,78, valor correspondente

a 36,4% a mais que o investimento médio nacional de R$ 124,44, apesar deste último não

ser suficiente para atender a demanda dos municípios.

Além dessas despesas, o município ainda conta com o valor de R$ 10.400,00, para projetos

na área de Gestão Ambiental, dentro do orçamento da Secretaria Municipal de

Agropecuária, Abastecimento e Meio Ambiente, que corresponde a aproximadamente,

0,06% do total estimado para os gastos de 2019. Portanto, as despesas que envolvem direta

ou indiretamente a temática dos resíduos na LOA, são referentes aos serviços de

Urbanismo (Secretaria Municipal de Obras, Atividades Urbanas, Transporte e Trânsito),

Saneamento (Secretaria Municipal de Obras, Atividades Urbanas, Transporte e Trânsito) e

Gestão Ambiental (Secretaria Municipal de Agropecuária, Abastecimento e Meio Ambiente).

No que diz respeito à possibilidade de captação de recursos relativo ao saneamento básico,

as competências estabelecidas na esfera federal se dividem, cabendo ao Ministério das

Cidades, por meio da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA), o

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atendimento a municípios com população superior a 50 mil habitantes ou integrantes de

Regiões Metropolitanas, Regiões Integradas de Desenvolvimento ou participantes de

consórcios públicos afins (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2019).

Para os municípios de menor porte, com população inferior a 50 mil habitantes, como é o

caso de Tabuleiro, a SNSA só atua por meio de financiamento com recursos onerosos para

as modalidades de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Já o atendimento com

recursos não onerosos, ou seja, do Orçamento Geral da União (OGU), é realizado pelo

Ministério da Saúde, através da Fundação Nacional de Saúde - Funasa.

Os investimentos visam intervir no meio ambiente, na infraestrutura dos municípios de até

50 mil habitantes, com ações prioritárias como construção e ampliação de sistemas de

abastecimento de água para controle de agravos; construção e ampliação de sistemas de

esgotamento sanitário para controle de agravos; implantação e ampliação ou melhoria de

sistemas de tratamento e destinação final de resíduos sólidos para controle de agravos; e

implantação de melhorias sanitárias domiciliares para controle de agravo (FUNASA, 2019).

O repasse de recursos pode ser feito através de convênio. A entidade que desejar solicitar

apoio técnico e financeiro para execução de projetos, deverá fazê-lo nos termos da Portaria

Interministerial MPOG/MF/CGU Nº 507 de 24/11/2011 e das Portarias que a Funasa

publicar a cada exercício. A apresentação do pleito deverá ser feita à Presidência da

Funasa, em Brasília (FUNASA, 2019).

2.6.6. Indicadores Sanitário-Ambientais, Epidemiológicos e Socioeconômicos

Os chamados indicadores servem como instrumentos de gestão, a fim de obter informações

quantitativas e qualitativas, de cunho científico com fácil entendimento, a respeito de

eventos ocorridos em determinado local, suas tendências e avanços que se alteram ao

longo do tempo. Para se obter representações de fenômenos ao longo do tempo, o uso dos

indicadores torna-se ferramenta fundamental de diagnóstico e abrangência, ajudando a

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mensurar dados e sensibilizar a população envolvida. Estes podem ser definidos por índices

estatísticos, influenciados por sua abrangência e tipologia.

Neste sentido, os indicadores aqui tratados serão os sanitário-ambientais, epidemiológicos

e socioeconômicos.

2.6.6.1. Indicadores Sanitário-Ambientais

De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), os indicadores de saúde

podem ser usados para descrever as necessidades de atenção de saúde de uma população

ou a carga de doença em um determinado grupo populacional, bem como prever desfechos

do estado de saúde e retroalimentar os sistemas visando melhorar a tomada de decisão em

vários setores.

As taxas de cobertura do Abastecimento de Água Potável e da coleta de Esgotamento

Sanitário, abordados mais especificamente nos itens 5.3.1. e 5.3.2., respectivamente,

constituem indicadores importantes para mensurar as parcelas da população que possuem

acesso adequado tanto ao abastecimento de água, quanto coleta, destinação e tratamento

de esgoto sanitário.

Em relação à água, para o município de Tabuleiro segundo informações obtidas pelo Portal

ODM, em 1991 84,50% dos moradores urbanos tinham acesso à rede de abastecimento de

água geral com canalização em pelo menos um cômodo. Em 2010, esse percentual caiu

para 83,35%, conforme ilustra a Figura 26. Também no ano de 2010, 0% dos domicílios

situados em assentamentos irregulares não tinham água canalizada.

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Figura 26 – Percentual de moradores urbanos com acesso a água ligada à rede em Tabuleiro/MG

Fonte: Adaptado pelos autores a partir do Portal ODM, 2019.

Em relação ao esgotamento sanitário, para o município de Tabuleiro segundo informações

obtidas pelo Portal ODM, em 1991 90,58% dos moradores urbanos tinham acesso à rede

de esgoto adequada (rede geral ou fossa séptica), passando para 95,85% em 2010,

conforme se encontra relacionado na Figura 27. Também no ano de 2010, 0%

dos domicílios situados em assentamentos irregulares contavam com esgotamento

sanitário adequado.

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Figura 27 – Percentual de moradores urbanos com acesso a esgotamento sanitário adequado em Tabuleiro/MG

Fonte: Adaptado pelos autores a partir do Portal ODM, 2019.

Quanto à temática do manejo adequado de resíduos sólidos, encontra-se para o município,

apenas o indicador de coleta de resíduos sólidos domiciliares, o qual expressa a parcela da

população atendida por estes serviços no local. Conforme apontado no item 6.3.4, observa-

se que aproximadamente 78% dos domicílios possuíam, em 2010, a coleta como destinação

dos resíduos sólidos, conforme ilustra a Figura 28.

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Figura 28 – Destino dado aos resíduos sólidos pelos domicílios particulares permanentes de Tabuleiro/MG

Fonte: Elaborado pelos autores a partir do Censo demográfico de 2010; IBGE, 2019.

Relacionando à drenagem urbana municipal de Tabuleiro, de acordo com as informações

do Atlas de Saneamento (2011), a cidade possui instrumentos auxiliares de drenagem em

alguns pontos. A Figura 29 revela a porcentagem das vias aonde estão localizados os

domicílios que possuem bueiros/bocas-de-lobo, principais sistemas que compõe a

drenagem de um local. Vale destacar que, segundo dados do IBGE (2009), o município não

conta com serviços de drenagem urbana subterrânea.

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Figura 29 – Percentual de atendimento de drenagem urbana com os sistemas de bueiras/bocas-de-lobo no município de Tabuleiro/MG

Fonte: Elaborado pelos autores a partir do Portal ODM, 2019.

Convém salientar um importante indicador utilizado no estado de Minas Gerais, após a

promulgação da Lei Estadual 15.011, de 15 de janeiro de 2004: o Índice Mineiro de

Responsabilidade Social (IMRS), apresentado pela Fundação João Pinheiro. Este avalia

diversos indicadores na área de saúde, educação, saneamento e habitação, meio ambiente,

segurança pública, cultura, esporte, turismo e lazer, renda e emprego, variando de 0 a 1.

Segundo a própria Fundação João Pinheiro (2019), o IMRS apresenta cinco parâmetros

ligados ao meio ambiente, os quais são: percentual da população afetada por doenças

relacionadas ao saneamento ambiental inadequado; percentual de cobertura vegetal por

flora nativa ou reflorestamento; percentual de área de proteção integral; percentual de área

de uso sustentável; e esforço orçamentário em meio ambiente. Em pesquisa recente, o

município de Tabuleiro em 2016 obteve IMRS geral igual a 0,610. Para cidades menores,

como a do presente estudo, este índice é reavaliado de 2 em 2 anos.

A Figura 30 abaixo ilustra a evolução do IMRS em Tabuleiro, entre os anos 2000 e 2016.

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Figura 30 – Evolução do IMRS de Tabuleiro/MG

Fonte: Portal IMRS - Fundação João Pinheiro, 2019.

2.6.6.2. Indicadores Epidemiológicos

O tratamento de dados epidemiológicos é de suma importância para monitorar e mensurar

os efeitos das ações de saneamento que refletem na saúde humana, de forma a avaliar sua

qualidade ou insuficiência. Correlacionando com a temática dos resíduos sólidos urbanos,

seu manejo e disposição inadequados podem propiciar a proliferação de vetores

potencialmente transmissores de doenças, tornando-se um risco para a população

residente.

Dentre os diversos vetores existentes, os mais preocupantes nos últimos anos são os

mosquitos transmissores de malária, febre amarela, leishmaniose, e principalmente, da

dengue. Segundo dados obtidos através do Ministério da Saúde, entre os anos de 2001 e

2012, o município de Tabuleiro registrou 7 casos de doenças transmitidas por mosquitos,

dentre os quais nenhum caso confirmado de malária, nenhum caso confirmado de febre

amarela, 1 caso confirmado de leishmaniose, e 6 notificações de dengue, conforme segue

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na Figura 31 abaixo. No ano de 2016, a taxa de mortalidade associada às doenças

transmitidas por mosquitos foi de zero óbitos a cada 100 mil habitantes.

Figura 31 – Número de casos de doenças transmissíveis por mosquitos no município de Tabuleiro/MG

Fonte: Portal ODM, 2019.

Com relação as doenças transmissíveis, de acordo com o Portal ODM, o município teve

entre os anos de 1990 a 2016, 11 casos de AIDS diagnosticados, destes 6 femininos e

5 masculinos. A taxa de incidência, em 2016, era de 25,06 casos a cada 100 mil habitantes,

e a mortalidade, em 2016, 0 óbitos a cada 100 mil habitantes. Importante salientar que no

ano de 2016, em relação ao número total de casos de AIDS, 0% eram jovens de 15 a 24

anos, enquanto que as mulheres representavam 0% dos casos.

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100

2.6.6.3. Indicadores Socioeconômicos

Com o auxílio dos indicies socioeconômicos, é possível obter informações a respeito das

características básicas do desenvolvimento da população de uma localidade. Relacionado

com essa temática, foi abordado nos item 6.4 às atividades econômicas e suas integrações

com os munícipes de Tabuleiro.

Importante indicador deste viés é o chamado Índice de Gini, usado para medir o grau de

concentração de renda, aonde sinaliza a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e

dos mais ricos de forma admensional. Este pode variar entre 0 e 1, aonde o primeiro

significa situação de total igualdade, aonde todos possuem a mesma renda, e o segundo

significa completa desigualdade de renda, ou seja, se uma só pessoa detém toda a renda

do local.

De acordo com os dados do Censo demográfico do IBGE de 2010, o município de Tabuleiro

apresentou um Índice de Gini equivalente a 0,45, conforme ilustra a Tabela 14 o comparativo

com o Censo IBGE anterior.

Tabela 14 – Relação comparativa entre a pobreza e desigualdade entre os Censos demográficos de 2000 e 2010 para o município de Tabuleiro/MG

AVALIAÇÕES

CENSO

2000 2010

Renda per capita (R$) 292,68 503,88

% de extrema pobreza 10,42 1,63

% de pobreza 35,47 11,23

Índice de Gini 0,54 0,45

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Fonte: Pnud, Ipea e FJP.

A queda do índice de Gini, proporcional à diminuição em porcentagem da população

vivendo na pobreza, torna explícito, ainda que existam, uma diminuição da desigualdade

social, interferindo diretamente na melhoria da qualidade de vida da população de Tabuleiro.

3. Diagnóstico do sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos

O presente capítulo aborda o levantamento e a análise da situação dos resíduos sólidos

gerados no município de Tabuleiro/MG. Foi considerada a caracterização dos resíduos

segundo sua origem, volume e formas de destinação e disposição final adotadas no local,

bem como seu acondicionamento, coleta, transporte e transbordo, este quando aplicável.

Os tipos de resíduos estudados são:

Resíduos sólidos domiciliares (RDC);

Resíduos de limpeza urbana (RLU);

Resíduos sólidos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços (RSC);

Resíduos dos serviços públicos de saneamento;

Resíduos de serviços de saúde (RSS);

Resíduos da construção civil (RCC);

Resíduos agrossilvopastoris;

Resíduos de serviços de transportes;

Resíduos de mineração;

Resíduos industriais (RI);

Vale destacar que foram aplicados questionários junto à população, totalizando 25

habitantes das áreas urbana e rural, com forte engajamento por parte dos grupos de idosos

e dos estudantes do nível fundamental II, permitindo compreender a percepção da

população acerca da identificação de problemas, bem como o levantamento de ações

mitigadoras e preventivas a serem implantadas posteriormente no município. Importante

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salientar que as amostras realizadas ocorreram em diferentes ambientes da cidade, a fim

de colher o máximo de opiniões possíveis dos munícipes quanto a prestação destes

serviços.

3.1. Classificação e caracterização do sistema de limpeza urbana e manejo dos

resíduos sólidos

A abordagem realizada nesse presente capítulo está de acordo com o disposto na Lei

Federal nº 12.305, de 02 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional dos Resíduos

Sólidos (PNRS). Através de seu artigo 13, os resíduos são classificados quanto sua origem

e periculosidade. Além da classificação segundo a PNRS, apresenta-se na Tabela 15 a

segregação estabelecida pela ABNT NBR n° 10.004 através de características físicas,

químicas e riscos.

Tabela 15 – Critérios de classificação dos resíduos sólidos

CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A PNRS

CRITÉRIO CLASSE DESCRIÇÃO

Origem

A Resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências

urbanas

B Resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradouros e vias

públicas e outros serviços de limpeza urbana

C Resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “A” e “B”

D Resíduos sólidos de estabelecimentos

comerciais e prestadores de serviços: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas “B”, “E”, “G”, “H” e “J”

E Resíduos dos serviços públicos de

saneamento: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos na alínea “C”

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F Resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações

industriais

G

Resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido

em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema

Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) e do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária

(SNVS)

H

Resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e

demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis

I Resíduos agrossilvopastoris: os gerados

nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a

insumos utilizados nessas atividades

J Resíduos de serviços de transportes: os

originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e

passagens de fronteira

K Resíduos de mineração: os gerados na

atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios

Periculosidade

A

Resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de

inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade,

carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo

risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento

ou norma técnica

B

Resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea “a”

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CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A ABNT

CRITÉRIO CLASSE DESCRIÇÃO

Características

físicas

Resíduos

secos

Parcela dos resíduos com potencial para reciclagem, sendo em sua maior parte composto por plásticos, papéis, metais,

vidros, entre outros

Resíduos

úmidos

Fração dos resíduos composta em sua maior parte por materiais orgânicos e não

recicláveis

Características

químicas

Resíduos

orgânicos

Constituídos basicamente por restos de animais ou vegetais descartados de

atividades humanas

Resíduos

inorgânicos

Todo material que não possui origem biológica, ou seja, que foi produzido através de atividades antrópicas, tais como a fração

seca

Riscos

Resíduos

Classe I

(perigosos)

São aqueles cujas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas podem

acarretar em riscos à saúde pública e/ou riscos ao meio ambiente quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada. São representados por aqueles contidos nos

Anexos A e B da ANBT NBR 10.004:2004 ou apresentar uma ou mais das seguintes

características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxidade e

patogenicidade

Resíduos

Classe ll-A

(não inertes)

Aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos de Classe I ou

resíduos de Classe II-B. Podem ter propriedades, tais como:

biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água

Resíduos

Classe ll-B

(inertes)

Quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma representativa,

segundo a ABNT/NBR 10.007:2004, e submetidos a um contato dinâmico e

estático com água destilada ou

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desionizada, à temperatura ambiente, conforme ABNT/NBR 10.006:2004, não tiverem nenhum de seus constituintes

solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspectos, cor, turbidez,

dureza e sabor, conforme Anexo G

Fonte: Elaborada pelos autores a partir da Lei Federal n°12.305/2010 e ABNT NBR n°

10.004/2004.

Segundo a PNRS, os resíduos sólidos urbanos englobam os resíduos sólidos domiciliares

(RSD), os quais têm sua origem em atividades domésticas de residências urbanas e rurais,

e os resíduos de limpeza urbana (RLU) oriundos de serviços como: varrição, poda, capina,

limpeza de logradouros e vias públicas.

Além disso, esta política define como limpeza urbana e manejo de resíduos os serviços de

coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final do resíduo doméstico e dos

resíduos provenientes da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas.

Em suma, no município de Tabuleiro/MG, os serviços de varrição, poda, capina e roçagem,

e de coleta, transporte e destinação dos RLU e dos RCC são executados pela Prefeitura

Municipal. Já os serviços de coleta, transporte e destinação dos RSD e coleta, transporte e

destinação dos RSS são executados de forma terceirizada, sendo responsáveis por sua

execução, as empresas: União Recicláveis Rio Novo LTDA (RSU) e Serquip Tratamento de

Resíduos MG Ltda (RSS), respectivamente. Em relação aos resíduos especiais estes são

de responsabilidade dos próprios geradores, sendo recolhidos por empresas contratadas

por estes e/ou não recebem o seu destino correto.

O conteúdo que se segue discorre de maneira detalhada sobre as etapas que envolvem o

gerenciamento dos resíduos sólidos gerados no município, divididos em categorias de

acordo com a tipologia correspondente. Tais resíduos, para melhor entendimento e

recuperação de informações, serão analisados de forma informativa e ilustrativa. Essa

análise é essencial para as etapas que sucedem este documento dentro do PMGIRS.

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3.1.1. Resíduos sólidos urbanos (RSU)

Os resíduos sólidos urbanos são divididos em duas parcelas: a primeira referente aos

resíduos sólidos domiciliares (RSD), os quais têm sua origem em atividades domésticas de

residências urbanas e rurais, e a segunda como resíduos de limpeza urbana (RLU),

oriundos de serviços como: varrição, poda, capina, limpeza de logradouros e limpeza de

vias públicas.

Deste modo, nos subitens seguintes são apresentadas as etapas de acondicionamento,

coleta e transporte, bem como a disposição final que compõem o ciclo dos RSD e RLU no

município de Tabuleiro/MG. Vale frisar que no cômputo destes resíduos são considerados

os resíduos originados e coletados em toda área urbana e nas comunidades rurais de

Igrejinha do Acácio e Santa Rita do Botafogo. Atualmente, as demais comunidades (Passa

Cinco, Matinha, Vendinha, Mota, Cidreira, Buieé, Pedra de Chifre e Ribeirão Santana) não

são atendidas pelo sistema de coleta convencional.

3.1.1.1. Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD)

De acordo com a Lei Federal nº 12.305/2010, os resíduos sólidos domiciliares (RSD) são

aqueles gerados nas residências urbanas e são classificados segundo a ABNT/NBR nº

10.004/2004 na Classe II-A, que corresponde aos resíduos considerados não perigosos e

não inertes e, usualmente são coletados pela coleta regular (convencional). Esse tipo de

resíduo é composto majoritariamente, por embalagens de produtos alimentícios, plásticos,

papéis, vidros, metais diversos e restos de alimentos. Porém, em alguns casos é comum a

existência de medicamentos vencidos, pilhas e similares juntamente com os RSD, devido

ao descarte incorreto, principalmente naqueles locais cuja educação ambiental é defasada.

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107

3.1.1.1.1. Acondicionamento

Baseado nas visitas realizadas no município de Tabuleiro/MG, a principal forma de

acondicionamento dos resíduos sólidos domiciliares ocorre através de sacolas plásticas

penduradas em ganchos em frente às residências e/ou em lixeiras. Entretanto, há locais

onde o lixo armazenado em sacos plásticos é deixado diretamente nas calçadas próximo

ao horário da coleta. A Figura 32 demonstra algumas das formas de acondicionamento

adotadas pela população.

Figura 32 – Formas de acondicionamento dos resíduos sólidos domiciliares no município de Tabuleiro/MG: (a) lixeiras na área urbana (b) lixeira na frente de

residência (c) bombona de RSC

(a)

(b)

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(c)

Fonte: Autores, 2019.

Vale destacar que a forma de acondicionamento adotada pela população está diretamente

relacionada a ergonomia no trabalho dos catadores. Visto que, em casos de

acondicionamento adequado os mesmos não precisam se curvar levantando peso, além de

evitar o contato de animais com os resíduos.

3.1.1.1.1. Coleta convencional, transbordo e transporte

Segundo dados fornecidos pela Prefeitura, a coleta regular (convencional), o transporte e o

transbordo dos resíduos sólidos domiciliares é responsabilidade da empresa terceirizada,

União Recicláveis Rio Novo LTDA – EPP, cuja relação com a municipalidade é formalizada

através do Contrato nº 008/2017. O prazo de vigência contratual deste serviço é de 3 anos,

perfazendo a execução das atividades desde 09 de janeiro de 2017 com encerramento em

31 de dezembro de 2020. Este contrato assegura o atendimento de todo o perímetro urbano

e da comunidade rural: Santa Rita de Botafogo.

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As outras comunidades rurais de Passa Cinco, Matinha, Vendinha, Mota, Cidreira, Buieé,

Pedra de Chifre e Ribeirão Santana não recebem os serviços prestados pela referida

empresa. Conforme informações dos gestores municipais, a população destas áreas,

geralmente, faz o aproveitamento da parcela orgânica destes resíduos para alimentação de

animais e adubação de plantações. Apenas a comunidade rural de Igrejinha do Acácio

possui coleta dos RSD pela Prefeitura, juntamente com o caminhão de coleta dos resíduos

de limpeza urbana, sendo esta descrita no item 3.1.1.2.

A Tabela 16 ilustra a frequência de coleta nos bairros da área urbana e da área rural, do

município, fornecida pela União Recicláveis Rio Novo LTDA e pela prefeitura de

Tabuleiro/MG.

Tabela 16 – Frequência de coleta de RSD e RSC na área urbana e rural de Tabuleiro/MG

ÁREA BAIRROS FREQUÊNCIA RESPONSÁVEL

Urbana

São José

(Alvorada)

Terças-feiras,

quintas-feiras e

sábados.

União Recicláveis

LTDA

Laginha

Santa Cecília

Rosário

Centro

Rural

Santa Rita de

Botafogo(1) Terças-feiras

União Recicláveis

LTDA

Igrejinha do

Acácio(2) Quintas-feiras

Prefeitura

Municipal

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Passa Cinco - -

Matinha - -

Vendinha - -

Mota - -

Cidreira - -

Buieé - -

Pedra de Chifre - -

Ribeirão Santana - -

Fonte: Elaborada pelos autores a partir de dados da Prefeitura e União Recicláveis LTDA.

1 – Em Santa Rita do Botafogo, a coleta dos RSD é feita pela Prefeitura nas residências e levadas para local

de acondicionamento temporário em bombonas, conforme descrito no item 2.1.2.1. a seguir. A empresa União

Recicláveis LTDA faz a coleta destes resíduos uma vez por semana conforme apresentado no decorrer deste

subcapítulo.

2 – Nesta comunidade, as etapas de coleta, transbordo, transporte e disposição final dos RSD ocorrem de

maneira diferente da apresentada no decorrer deste item 2.1.1.1. Segundo informações dos gestores, parcela

destes resíduos é encaminhada juntamente com os RLU, conforme será apresentado no item 2.1.1.2.

O serviço de coleta de RSD realizado pela União Recicláveis Rio Novo LTDA, ocorre 3 (três)

vezes por semana a partir das 6:30h, utilizando equipamentos da própria empresa, com

roteirização definida pelo gestor de resíduos sólidos da mesma. Tal setorização abrange

toda a extensão urbana de Tabuleiro/MG de forma a atender todos os domicílios e até

mesmo pontos estratégicos de acondicionamento contemplando, na área rural, a

comunidade de Santa Rita do Botafogo, conforme apresentado no mapa da Figura 33.

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O mapa em questão apresenta o trajeto percorrido pelo caminhão, o qual tem início em

Santa Rita de Botafogo, aonde a coleta é realizada pela referida empresa diretamente na

área de transbordo da Prefeitura e depois segue para área urbana. Em algumas ruas em

que o acesso do caminhão é dificultado ou há poucas residências, os funcionários coletam

os resíduos destes locais a pé levando-os ao caminhão. Portanto, estes trajetos não

aparecem no mapa.

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Figura 33 – Rota do caminhão compactador que realiza a coleta dos resíduos domiciliares no município de Tabuleiro/MG

Fonte: AGEVAP, 2019.

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Segundo a União Recicláveis Rio Novo LTDA, são coletados, no município de

Tabuleiro/MG, cerca de 80 toneladas por mês de RSD e RSC (este será abordado no

item 2.2.3). Esses resíduos são coletados através de um caminhão com implemento

compactador de capacidade 15m³, conforme apresentado na Figura 34.

Além disso, para o serviço de coleta, segundo a empresa contratada, são designados 5

funcionários exclusivos para o município de Tabuleiro/MG, sendo estes 1 (um) motorista;

1 (um) encarregado pela coleta e 3 (três) auxiliares de coleta. Estes utilizam EPI’ s

(Equipamentos de Proteção Individuais) durante o exercício de suas funções, tais como

uniformes, botas, luvas, protetor solar e máscaras, obedecendo as especificações

necessárias.

Em relação à frota envolvida na coleta e transporte, existem, ainda, dois caminhões

reservas: um compactador, semelhante ao apresentado na Figura 34, e um do tipo

caçamba.

Figura 34 – Caminhão compactador que realiza a coleta dos resíduos domiciliares no município de Tabuleiro/MG

Fonte: Autores, 2019.

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114

No que se refere ao transporte, segundo a União Recicláveis Rio Novo LTDA, os resíduos

partem no caminhão compactador do município de Tabuleiro/MG até a estação de

transbordo (Figura 35), localizada na zona rural do município de Astolfo Dutra/MG (na

estrada que liga Astolfo Dutra a Guidoval/MG, km 01). Na referida estação, os resíduos

são despejados dos caminhões compactadores em caminhões-caçamba (Figura 36), que

seguem posteriormente para o aterro sanitário localizado no município de

Leopoldina/MG, conforme será apresentado no item 2.1.1.1.4.

Figura 35 – Área de transbordo no município de Astolfo Dutra/MG

Fonte: Autores, 2019.

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Figura 36 – Caçambas na área de transbordo (a) e caminhão do tipo caçamba (b) que leva os resíduos da área de transbordo até o aterro sanitário localizado em

Leopoldina/MG

(a)

(b)

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116

3.1.1.1.3. Coleta seletiva

A respeito de coleta seletiva, atualmente, não existe nenhuma iniciativa legal do

município de Tabuleiro/MG implementando tal serviço, tais como cooperativas e usina de

triagem e compostagem, para fins de reuso ou reciclagem destes.

A conscientização ambiental a respeito da coleta seletiva é realizada nas escolas,

entretanto, ainda de maneira incipiente. Além disso, há registros de que no ano de 2014,

foi realizado um projeto, intitulado: “Ação Ambiental – Educação Ambiental: o problema

do lixo no município de Tabuleiro/MG”, realizado pela Prefeitura, com vistas a

implementação da coleta seletiva no município, com realização de projetos dentro da

antiga Unidade de Triagem e Compostagem (UTC). Entretanto, não foi dada continuidade

ao mesmo, e esta coleta não foi implementada.

De acordo com a prefeitura, existe no município um número pequeno de catadores

individuais que fazem a coleta dos materiais recicláveis durante as festas e 1 (um)

catador, em específico, que faz este trabalho com frequência. O catador, José Célio,

conhecido como Celão, faz esta coleta diretamente nas residências, em todo o município;

compra os materiais dos demais catadores, além de contar com o apoio das empresas

Garra Subprodutos Ltda e EMES Ltda., das quais também realiza a coleta dos recicláveis

gerados na mesma. José Célio, faz desta atividade sua fonte de renda e possui um

galpão em sua casa para o armazenamento temporário destes materiais, conforme

apresentado na Figura 37, até que estes sejam revendidos para a cooperativa do

município de Tocantins/MG.

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Figura 37 – Catador informal de matérias recicláveis de Tabuleiro/MG

Fonte: Autores, 2019.

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118

3.1.1.1.4. Triagem e/ou beneficiamento para fins de reuso ou reciclagem

Por parte da empresa (União Recicláveis Rio Novo LTDA) que coleta RSD e RSC em

Tabuleiro/MG, não existe nenhuma triagem para reuso ou reciclagem. A empresa é

responsável apenas pela disposição final desses resíduos.

Como não há coleta seletiva implementada no mesmo e conforme mencionado no

subitem anterior, a UTC do município encontra-se desativada, infere-se que o reuso e

reciclagem ocorre apenas em pequena escala de maneira informal, principalmente, nas

áreas rurais, onde há o aproveitamento da parcela orgânica dos resíduos sólidos

domiciliares. Do mesmo modo em área urbana, com relação aos óleos de cozinha

utilizados, gerados pela população, a mesma é responsável pela entrega destes em

Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) localizados na empresa Comércio e Serviços Garra

Subprodutos, a qual recolhe este e outros produtos de origem animal e vegetal, para

revenda dos mesmos.

Atualmente, parte da área da referida unidade de triagem e compostagem (UTC),

localizada na zona rural, vem sendo utilizada como área de transbordo para depósito de

pneus e resíduos eletroeletrônicos (Figura 38-a). Os pneus são doados a empresa

RACRI – Comércio e Transporte LTDA, que os coleta em Tabuleiro/MG e em outros

municípios na região, estes são reaproveitados por esta para composição em asfalto. Já

os resíduos eletrônicos são posteriormente coletados na UTC pela empresa E-Ambiental

Resíduos LTDA em determinados dias da semana, e também por entrega voluntária da

população à esta. Com relação ao destino das pilhas e baterias utilizadas, a Prefeitura

está em processo de contato com a mesma empresa para coleta resíduos desta tipologia.

Enquanto isso, atualmente os mesmos são acondicionados juntos aos resíduos

domiciliares.

Além disso, a UTC contava com boa estrutura, balança de pesagem, pátio para

compostagem entre outras estruturas. Nos dias de hoje, a área apresenta 15 (quinze)

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119

valas, sendo 13 (treze) de RSD e 2 (duas) de RSS. Este local (Figura 38-b) foi cercado,

sem a adoção de práticas de tratamento dos resíduos e esta sendo recuperado por

regeneração natural.

Figura 38– Antiga UTC de Tabuleiro/MG, atualmente desativada: depósito de pneus e resíduos eletroeletrônicos (a); valas de RSD e RSS (b)

(a)

(b)

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120

Fonte: Autores, 2019.

3.1.1.1.5. Disposição Final

A disposição final adequada dos resíduos sólidos domiciliares produzidos em

Tabuleiro/MG é feita no aterro sanitário denominado CTR Leopoldina - Centro de

Tratamento e Recuperação (Figura 39) da empresa União Recicláveis Rio Novo LTDA.

O CTR Leopoldina está localizado a aproximadamente 91,6 km de distância do distrito

de Tabuleiro/MG (Figura 40). O mesmo possui licença de operação concedida pela

Copam em 2015, com validade de 6 anos.

Figura 39 – Vista do CTR Leopoldina (local de disposição final dos resíduos sólidos) localizado em Leopoldina/MG

Fonte: União Recicláveis Rio Novo LTDA, 2019.

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121

Segundo dados fornecidos pela própria empresa contratada, o CTR possui capacidade

de recebimento de até 500 toneladas de resíduos sólidos por dia, prestando atendimento

a mais de 40 municípios da região.

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122

Figura 40 – Localização do CTR, local de disposição final dos resíduos sólidos urbanos produzidos no município de Tabuleiro/MG

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123

Fonte: AGEVAP, 2019.

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124

Imediatamente após chegar ao CTR Leopoldina, o caminhão do tipo caçamba passa

pela balança, onde é feita a pesagem do resíduo bruto e uma vistoria do material (Figura

41). Em seguida, estes são depositados em células para sofrerem compactação com

trator esteira, e cobertos por camada de terra, que também será compactada.

Figura 41 – Local de pesagem e vistoria dos resíduos sólidos no CTR Leopoldina

Fonte: Autores, 2019.

Os equipamentos de proteção individual (EPI) utilizados pelos funcionários da União

Recicláveis Rio Novo LTDA estão retratados na Figura 42.

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125

Figura 42 – EPIs utilizados pelos funcionários atuantes na disposição final dos resíduos de Tabuleiro/MG

Fonte: Autores, 2019.

O local onde o material é disposto conta com drenos de chorume e de gases, os quais

são encaminhados para estação de tratamento constituída por um tanque de

equalização (Figura 43-a), seguida de uma calha parshal, e posterior lagoa de

estabilização (Figura 43-b). Nestas instalações, o chorume é bombeado e tratado, de

forma anaeróbia. Já os gases gerados, passam por processo de queima, visando

transformar o gás metano em gás carbônico (com menor potencial poluidor) e,

posteriormente, estes são liberados para a atmosfera. De acordo com os funcionários

da empresa, o chorume em épocas de seca não passa por tratamento, é feita apenas

uma aspersão do líquido para o interior do maciço, promovendo uma recirculação. Em

relação a drenagem, na área externa ao maciço existe um sistema composto por

galerias e manilhas.

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Figura 43 – Estação de Tratamento do chorume no CTR Leopoldina: tanque de equalização (a); tratamento preliminar com calha parshal seguida de lagoa de

estabilização (b)

(a)

(b)

Fonte: Autores, 2019.

Conforme mencionado, durante a rotina operacional do aterro (Figura 44-a), é feita uma

cobertura diária com terra do próprio terreno. Já nas células finalizadas, além da

cobertura, é plantado grama. A impermeabilização de base do maciço é realizada

através de mantas que objetivam isolar o montante de seu entorno, evitando, assim,

contaminações do solo e de águas subterrâneas.

Em relação ao monitoramento (Figura 44-b), existem: uma estação meteorológica,

sendo elaborados relatórios anuais e mensais; 5 poços de monitoramento de água

superficial no Córrego Arizona, que está localizado a cerca de 216 metros do local; 8

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poços de monitoramento de água subterrânea (4 à montante e 4 à jusante do maciço);

acompanhamento do nível de chorume no maciço duas vezes por mês; serviço de

topografia e verificação da taxa de recalque, mensalmente.

Figura 44 – CTR Leopoldina: operação do maciço (a); ponto de monitoramento das águas subterrâneas, a montante do maciço (b)

(a)

(b)

Fonte: Autores, 2019.

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3.1.1.2. Resíduos de Limpeza Urbana (RLU)

Segundo a Lei Federal nº 12.305, os resíduos de limpeza urbana (RLU) são aqueles

provenientes de serviços de varrição, limpeza de logradouros, vias públicas e outros

serviços de limpeza urbana, tais como, capina, roçagem, raspagem, poda de áreas

verdes, retirada de entulhos, conservação de valas, dentre outros.

A limpeza urbana tem como principais objetivos evitar: problemas sanitários para a

população, interferências no trânsito de veículos, riscos de acidentes para pedestres,

prejuízos ao turismo e inundações das ruas pelo entupimento de bocas de lobo.

No município de Tabuleiro/MG estes serviços são gerenciados pela Prefeitura através

da Secretaria Municipal de Obras, Atividades Urbanas, Transporte e Trânsito e da

Secretaria Municipal Agropecuária Abastecimento e Meio Ambiente caracterizando uma

atividade executada diretamente pelos titulares.

3.1.1.2.1. Acondicionamento

Após acumular volume suficiente, próximo ao meio fio, os resíduos de limpeza urbana

do município de Tabuleiro/MG são acondicionados em sacos plásticos acopladas a

carrinhos de mão; bombonas e/ou lixeiras móveis de plástico, conforme exemplificado

na Figura 45.

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129

Figura 45 – Exemplo de acondicionamento dos resíduos sólidos de limpeza urbana do município de Tabuleiro/MG

Fonte: Autores, 2019.

3.1.1.2.2. Coleta, transbordo e transporte dos resíduos

Dentre as atividades de limpeza pública, a principal é a varrição, que consiste na

remoção de resíduos, normalmente constituídos de areia, terra, folhas, plástico, papéis,

pedaços de madeiras, dentre outros, das vias públicas, praças, parques e calçadões. O

resíduo oriundo dessa atividade depende das características do local, tais como a

arborização existente, a intensidade de trânsito de veículos, o calçamento e estado de

conservação do logradouro, o uso predominante (residencial, comercial, etc.) e a

circulação de pedestres. Além destes, um fator que merece destaque na influência da

limpeza urbana na cidade é o grau de educação ambiental da população.

A varrição no município de Tabuleiro/MG é realizada por uma equipe de 4 (quatro)

funcionários da prefeitura. Este serviço é realizado de segunda-feira à sábado na área

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urbana e de segunda-feira à sexta-feira, nas comunidades rurais de Igrejinha do Acácio

e Santa Rita do Botafogo, variando nos bairros conforme a necessidade destes. Os

demais bairros rurais não contam com os serviços de limpeza urbana.

Em geral, a quantidade de resíduos coletada (varrido) na área urbana é de cerca de

3.200 Kg por mês. Já para as comunidades rurais, não foi possível obter informações

sobre esse volume.

Como o gerenciamento dos resíduos gerados em ambas as áreas (urbana e rural)

ocorrem de maneiras diferentes, as informações sobre a zona rural serão apresentadas

no final deste item. Portanto, a seguir, têm-se as informações sobre como ocorre a

limpeza urbana do distrito sede.

Nesta área, após a varrição, os resíduos ficam armazenados em sacos plásticos e em

lixeiras e são encaminhados para um lote da prefeitura (Figura 46-a), localizado na área

central próximo a Praça Coronel João Floriano. Os resíduos permanecem nesse local

até ocorrer a coleta realizada por caminhão de coleta regular próprio da prefeitura e tem

como destinação final o “bota-fora” localizado no próprio município.

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131

Figura 46 – Área de transbordo (a) e Caminhão que realiza coleta (b) dos resíduos de limpeza urbana do município de Tabuleiro/MG

(a)

(b)

Fonte: Autores, 2019.

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Em relação à frota envolvida na coleta e transporte dos RLU, além do caminhão

apresentado na Figura 46-b (Mercedes Benz, modelo 11/14 ano 1985) existem, ainda,

dois caminhões reservas: um caminhão do tipo caçamba da marca Mercedes Benz 608,

ano 78, semelhante ao apresentado na Figura 46-b, porém menor, e um caminhão do

Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que apesar de não apresentar tal

finalidade, segundo informações da prefeitura, poderia ser utilizado em casos de

extrema necessidade.

Durante vistoria in loco, observou-se que os funcionários executavam o serviço de

varrição manual em ruas, praças, canteiros, nas áreas urbana e rural, e a raspagem de

sedimentos das sarjetas, utilizando-se de equipamentos como vassouras, pás e rastelos

para retirada do material do logradouro e para o transporte contavam com auxílio de um

carrinho de mão, ao passo que iam percorrendo as vias.

Figura 47 – Execução do serviço de varrição na comunidade Santa Rita de Botafogo (a) e equipamentos utilizados na atividade (b).

(a)

(b)

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Fonte: Autores, 2019.

Quanto ao uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), de acordo com a

Prefeitura Municipal são disponibilizados uniformes, bonés, luvas, óculos, botas e

protetor solar, os quais puderam ser observados durante o levantamento in loco, com

exceção do uso de óculos, como mostra a Figura 47. Cumpre observar que a

necessidade de utilização de protetores auriculares, máscaras e óculos de proteção

devem ser avaliados para segurança de trabalhos específicos, a partir da análise prévia

dos riscos efetivamente relacionados à atividade.

Além da varrição, outra importante atividade a ser executada pelos serviços de limpeza

pública é a capina e a raspagem. Quando não é efetuada varrição regular, ou quando

chuvas carreiam detritos para logradouros, as sarjetas acumulam terra, onde

geralmente crescem ervas daninhas e mato. Assim, é necessário que sejam realizados

os serviços de capina do mato e de raspagem de terra das sarjetas, visando ao

restabelecimento das condições de drenagem. A capina também deve ser realizada nos

locais públicos com vegetação, como parques, praças e canteiros.

Os serviços de capina, roçagem e poda no município são realizados de acordo com as

necessidades dos logradouros do município. Para sua execução, são utilizadas

enxadas nos locais com menor incidência de vegetação, como as beiras de calçadas e

nos locais com maior vegetação, como praças e canteiros, é utilizada a roçadeira.

Esses serviços bem como a coleta dos resíduos são realizados por funcionários da

prefeitura, através do caminhão utilizado nos serviços de varrição (Figura 47-b), junto

com os demais RLU. Estes também são encaminhados ao “bota-fora” da cidade.

Destaca-se também a limpeza de feiras. É muito comum a realização de feiras em

determinados dias da semana, gerando mais resíduos que o habitual. A limpeza de

feiras deve ser realizada logo após seu término, a fim de desobstruir o trânsito no

logradouro e de evitar a decomposição da matéria orgânica, podendo gerar mau cheiro.

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134

Em Tabuleiro/MG, as feiras ocorrem semanalmente e a limpeza destas é realizada

imediatamente após o seu término.

Por fim, a limpeza de bocas de lobo ou caixas de ralo deve ser executada regularmente

junto com a varrição. O objetivo é garantir o bom escoamento das águas pluviais e

impedir que o material sólido, retido durantes as chuvas, seja levado para os ramais e

galerias. Os locais onde as bocas de lobo devem ser limpas com maior frequência são

as cotas mais baixas e áreas próximas a morros e assentamento precário. Em

Tabuleiro/MG, estes serviços ocorrem de acordo com a demanda, juntamente com a

varrição.

A boa manutenção dos logradouros, observada durante as visitas ao município, pode

ser devido à alta frequência de varrição, que ocorre todos os dias, de 07h ás 16h, com

devido revezamento dos funcionários, nos finais de semana.

Conforme apresentado no início deste item, nas comunidades de Igrejinha do Acácio e

em Santa Rita do Botafogo esta dinâmica é um pouco diferente da apresentada em área

urbana e será discorrida nos próximos parágrafos.

Em Santa Rita do Botafogo, os resíduos acumulados durante a limpeza urbana (RLU),

realizada pela prefeitura, ficam armazenados em uma área de transbordo localizada na

própria comunidade (Figura 48-a), mesmo local, onde ficam acondicionados os resíduos

sólidos domiciliares (RSD). Este último é coletado desta área pelo caminhão da União

Recicláveis Rio Novo LTDA (Figura 3) e em seguida, direcionado ao CTR Leopoldina

da empresa conforme descrito no item 3.1.1.1.5. Já os RLU (poda, capina e varrição)

vão para o bota-fora do município.

Da mesma forma, na comunidade de Igrejinha do Acácio, existe uma área (Figura 48-

b) onde ficam acondicionados, temporariamente, os resíduos da limpeza urbana (RLU),

bem como os resíduos sólidos domiciliares (RSD), ambos coletados pela Prefeitura, por

caminhão próprio, até que os mesmos sejam encaminhados para disposição final. Deste

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local, os resíduos domiciliares, são transportados pela Prefeitura para área de

transbordo, localizada na cidade de Rio Pomba (distante aproximadamente 15,2 Km do

local de partida). Tais resíduos ficam armazenados nesta área, até que sejam

transportados pela empresa União Recicláveis Rio Novo LTDA e dispostos no aterro

sanitário, da mesma (CTR Leopoldina). Já os RLU, também coletados pela Prefeitura,

são encaminhados para o “Bota fora” próprio do município, conforme ocorre nas demais

localidades do mesmo, que recebem este serviço.

Figura 48 – Área de acondicionamento temporário dos RLU e RSD coletados pela Prefeitura na comunidade de Santa Rita de Botafogo (a) e de Igrejinha do

Acácio (b)

(a)

(a)

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(b)

(b)

Fonte: Autores, 2019.

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A Tabela 17 ilustra a frequência de realização dos serviços de limpeza urbana e de

coleta dos RLU nos bairros da área urbana e da área rural do município, fornecida pela

prefeitura de Tabuleiro/MG.

Tabela 17 – Frequência dos serviços de limpeza urbana área urbana e rural de Tabuleiro/MG

ÁREA BAIRROS

FREQUÊNCIA

VARRIÇÃO,

CAPINA,

PODA E

RASPAGEM

LIMPEZA DE

FEIRAS

LIMPEZA DE

BOCAS DE

LOBO OU

CAIXAS DE

RALO

Urbana

São José

(Alvorada)

Serviços:

Todos os dias

Coleta no

Caminhão da

Prefeitura:

Terças-

Quintas-

Sábados

Semanalmente Conforme

demanda

Laginha

Santa

Cecília

Rosário

Centro

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Rural (2)

Santa Rita

de Botafogo

Serviços:

Todos os dias

Coleta no

Caminhão da

União LTDA:

Terças-feiras

- -

Igrejinha do

Acácio (1)

Serviços:

Todos os dias

Coleta no

Caminhão da

Prefeitura:

Quintas- feiras

- -

Fonte: Elaborada pelos autores a partir de dados da Prefeitura.

1 – Nesta comunidade, são realizados, pela Prefeitura, os serviços de acondicionamento, coleta e

transporte dos RLU juntamente com os RSD.

2 – As demais comunidades rurais, apresentadas na Tabela 2, não recebem estes serviços.

3.1.1.2.3. Disposição Final

Conforme descrito anteriormente, a responsabilidade de execução dos serviços de

limpeza urbana corresponde à Prefeitura, podendo esta propor terceirização dos

mesmos mediante contrato, como acontece com as comunidades rurais, em que as

etapas de transporte e disposição final destes resíduos ficam a cargo da empresa União

Recicláveis Rio Novo LTDA.

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Em malha urbana, a destinação final dos RLU, realizada pela prefeitura, ocorre no

chamado “bota-fora”, localizado no próprio município de Tabuleiro/MG, conforme

apresentado na Figura 18. O mesmo encontra-se em processo de licenciamento para

regularização das suas atividades, entretanto, encontra-se em atividade, sendo

considerado, dessa forma, um bota-fora irregular.

Já os resíduos de limpeza urbana, da zona rural de Santa Rita do Botafogo e Igrejinha

do Acácio, são coletados pela Prefeitura e destinados ao aterro da União Recicláveis

Rio Novo LTDA (CTR Leopoldina), cuja localização apresenta-se na Figura 49.

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Figura 49 – Localização do bota fora do município de Tabuleiro/MG

Fonte: AGEVAP, 2019.

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3.1.2. Resíduos sólidos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços

(RSC)

A Lei Federal nº 12.305/2010 define quanto à origem os resíduos sólidos gerados em

estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços como aqueles resíduos

oriundos destas atividades, excetuando-se os resíduos dos serviços de limpeza urbana,

os resíduos de serviços públicos de saneamento básico, os resíduos gerados em

estabelecimentos de assistência à saúde, os resíduos da construção civil (RCC) e os

resíduos gerados em portos, aeroportos, terminais, dentre outros (resíduos de serviços

de transporte). Portanto, em geral os RSC são considerados similares aos RSD.

Quanto as suas características, elas variam segundo a tipologia desses

estabelecimentos. Caso o estabelecimento gere resíduos com características similares

às dos resíduos domiciliares, o estabelecimento não estará sujeito à elaboração do

plano de gerenciamento de resíduos sólidos. No entanto, caso o estabelecimento gere

resíduos perigosos ou, mesmo que caracterizados como não perigosos, por sua

natureza, composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos domiciliares

pelo poder público municipal, o gerador estará sujeito à elaboração do plano de

gerenciamento de resíduos sólidos.

No município de Tabuleiro/MG, a maioria dos estabelecimentos de serviços e

comerciais apresentam seus resíduos semelhantes aos RSD, tendo sua gestão e

logística semelhantes às daqueles, conforme apresentado no item 3.1.1. Portanto, seu

acondicionamento, coleta, transporte e disposição final, ocorrem de acordo com o

apresentado nesse tópico, sendo responsabilidade da empresa União Recicláveis Rio

Novo LTDA. Além disso, o seu volume também é incluído no volume dos RSD,

apresentado no item 3.1.1.4.

Entretanto, existem alguns estabelecimentos que geram resíduos especiais, e até

perigosos, que apresentam certa contaminação e um grande potencial de causar

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impactos negativos ao meio ambiente. Estes resíduos não são coletados pela empresa

supracitada e fica sob a responsabilidade do próprio gerador o seu destino correto.

Diante do exposto, foi feita uma amostragem de alguns desses estabelecimentos

(indicados pela prefeitura) que geram, além dos RSD, resíduos especiais – perigosos -

e os destinam de forma terceirizada (diferente da coleta convencional da prefeitura). A

Tabela 4 retrata tais estabelecimentos, bem como suas atividades, a tipologia dos

resíduos e a forma de destinação final.

Tabela 18 – Estabelecimentos comerciais e de serviços que geram resíduos especiais

ESTABELECIMENTO ATIVIDADE

RESÍDUOS ESPECIAIS GERADOS

FORMA DE DESTINAÇÃO

Oficina Mecânica Oficina

mecânica Óleos e graxas

automotivos Não informado

Drogaria e Perfumaria Bom Jesus da Cana

Drogaria Medicamentos

vencidos

Coleta através de empresa

terceirizada

Agropecuária Casa do Campo

Agropecuária Embalagens de

agrotóxicos Ecoponto de

Tocantins/MG

Comércio e Serviços Garra Subprodutos

Carga e descarga: Coleta de

ossos, sebo e óleo de frituras

Resíduos de origem animal e

vegetal coletados

Revenda para empresas do

setor

Fonte: Elaborada pelos autores.

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143

3.1.3. Resíduos dos serviços públicos de saneamento

Segundo a Lei n°11.445, os serviços públicos de saneamento básico, englobam o

abastecimento de água potável, o esgotamento sanitário, a drenagem e o manejo de

águas pluviais e os serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos.

Entretanto, os resíduos gerados neste último serviço não são considerados neste item,

pois já foram abordados anteriormente.

Os resíduos dos serviços de saneamento básico são gerados a partir de operações de

Estações de Tratamento de Água (ETA) e de Estações de Tratamento de Esgoto (ETE),

além dos resíduos provenientes da manutenção do sistema de drenagem urbana

pluvial. Desse modo, os resíduos nesse tópico se limitarão aos originados nos

processos de ETA, ETE e aos materiais inertes de cursos d’água.

Os serviços de abastecimento de água potável do município de Tabuleiro/MG estão sob

a responsabilidade da Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA, sendo

realizado através da captação no Rio Formoso. Segundo dados do Atlas do

Abastecimento de Água da Agência Nacional de Águas, este rio fornece vazão de 17

L/s, e após sofrer tratamento, a vazão nominal da Estação de Tratamento de Água

(ETA) Tabuleiro/MG, do tipo convencional, é de 18L/s, produzindo 212.790 m³ de água

tratada por ano (SNIS, 2016). A ETA está localizada na Rua Valério Correa Neto,

Rodovia 133 – Km 16, Tabuleiro/MG, conforme representado na Figura 50.

Vale frisar que o sistema de abastecimento supracitado é realizado em sua totalidade

para a população urbana, não atendendo as comunidades rurais, onde a captação é

feita em nascente e diretamente distribuída à população, ou captada de poços

artesianos.

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Figura 50 – Localização da ETA em Tabuleiro/MG

Fonte: AGEVAP, 2019.

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Como mencionado, o tratamento da água no município de Tabuleiro/MG é do tipo

convencional, totalmente automatizada, mas apresentando necessidade de reformas e

de melhorias na conservação. As instalações de tratamento são constituídas por: caixa

e canal de entrada com calha Parshall, floculadores, decantadores, filtros e tanque de

contato (Figura 51). O volume de resíduos gerado nas etapas do tratamento não foi

informado pela referida empresa.

Figura 51 – Ilustração das instalações pertencentes a ETA em Tabuleiro/MG

Fonte: AGEVAP/Google Earth, 2019.

Ao final do processo retratado acima, a água tratada é encaminhada para os

reservatórios e de lá para o abastecimento da cidade. Além disso, os resíduos gerados

no processo englobam basicamente o lodo retido nos decantadores, o proveniente da

lavagem dos filtros, e, também, as embalagens de produtos químicos e os resíduos

gerados pelos funcionários da ETA (similares aos domiciliares).

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Em relação ao lodo, a recomendação é que este passe por um processo de tratamento,

envolvendo o adensamento, a desidratação (secagem) e a estabilização. Entretanto, o

que se observa na maioria dos municípios é a disposição do lodo gerado na ETA

diretamente nos corpos d’água. No caso de Tabuleiro/MG, o lodo gerado no decantador

e na lavagem dos filtros é diluído em água e lançado no corpo hídrico mais próximo à

estação (Córrego da Onça), sem qualquer tratamento prévio. Como o município não

possui tratamento do esgoto, o lodo segue também sem tratamento para os demais

afluentes do Córrego. Os demais resíduos, similares aos domiciliares, são direcionados

a coleta de resíduos sólidos urbanos municipal (coleta convencional).

Com relação ao esgotamento sanitário, os principais resíduos são gerados no

tratamento preliminar das ETE’s, na forma de sólidos grosseiros, como madeiras, panos

e plásticos, e sólidos predominantemente inorgânicos, como areia e terra. Nas demais

unidades de tratamento da ETE, os resíduos sólidos aparecem na forma de lodo

orgânico decantado, lodo orgânico de origem biológica e lodo gerado pela precipitação

química. Assim como os resíduos da ETA, normalmente, os lodos gerados são

desidratados em sistemas de secagem antes de seguirem para destinação final. Além

disso, sua gestão é bastante complexa, sendo responsável por 20 a 60% dos custos

operacionais de uma ETE (ANDREOLI et al., 2014).

No caso do município de Tabuleiro/MG, uma vez que não há tratamento do esgoto não

há geração desse tipo de resíduo.

Por fim, no serviço de drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, os resíduos

sólidos são oriundos de atividades de desassoreamento e dragagem das unidades que

compõem o sistema de manejo das águas pluviais urbanas (MMA, 2011).

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Em Tabuleiro/MG, de acordo com informações fornecidas pela prefeitura é realizada a

limpeza e o desentupimento do sistema quando necessário. Segundo informações dos

gestores municipais, nos meses de verão a limpeza das galerias e bocas de lobo ocorre

mais frequentemente que no inverno. Os resíduos oriundos desta atividade são

descartados no atual “bota-fora” municipal juntamente com os resíduos de poda, capina

e roçagem (RLU), conforme discutido no item 3.1.1.2.

3.1.4. Resíduos dos serviços de saúde (RSS)

De acordo com os dispostos nas Resoluções da Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (ANVISA) nº 222/2018 revogando a nº 306/2004, e da CONAMA nº 358/2005,

os resíduos sólidos dos serviços de saúde (RSS) são definidos como os resíduos

resultantes de atividades exercidas por estabelecimento gerador, ou seja, qualquer

atividade de natureza médico-assistencial humana ou animal (clínicas odontológicas,

veterinárias, farmácias, centros de pesquisas), farmacologia e saúde, medicamentos

vencidos, necrotérios, funerárias, medicina legal e barreias sanitárias que, por suas

características, necessitam de processos diferenciados em seu manejo, exigindo ou não

tratamento prévio à sua disposição final.

Devido ao elevado risco potencial de transmissão de doenças, os RSS são classificados

em categoria especial, baseando seu gerenciamento nas legislações expostas acima.

Ademais, as mesmas também servem como instrumento para a construção do Plano

de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS), documento obrigatório

aos geradores e norteador das ações relativas ao manejo dos RSS, englobando as

seguintes etapas: segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte,

tratamento e disposição final. Este instrumento de planejamento deve considerar

também as particularidades e os riscos dos resíduos, as ações de segurança à saúde

e ao meio ambiente e as medidas técnicas e administrativas para evitar acidentes. Neste

sentido é importante que se exija que os estabelecimentos de saúde localizados no

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município possuam o referido instrumento de planejamento e realizem o gerenciamento

dos seus resíduos com base no mesmo.

De suma importância que os RSS sejam segregados na própria fonte e no momento de

sua geração, posteriormente identificados, acondicionados, armazenados,

transportados e dispostos conforme as Resoluções descritas. Dessa forma, é possível

minimizar a quantidade de resíduo infectante com vistas a tornar mais eficiente o

tratamento das diversas frações que o compõe. O gerenciamento dos RSS deve estar

centrado na redução dos riscos ao trabalhador da saúde, à população e ao meio

ambiente (ANVISA, 2007; CONAMA, 2005).

Os RSS são classificados e divididos em cinco grupos: A, B, C, D e E, conforme

apresenta a Tabela 19 abaixo. Na outra Tabela 6 a seguir, constam as formas de

tratamento dos RSS.

Tabela 19 – Classificação dos RSS em Grupos A, B, C, D e E

GRUPO RESÍDUO CARACTERÍSTICAS

A

(Risco)

Infectante

(Biológico)

Resíduos com possível presença de agentes

biológicos que, por suas características,

podem apresentar risco de infecção. São

divididos em cinco subgrupos (A1, A2, A3,

A4 e A5), estabelecidos em função dos

riscos que apresentam.

B

(Risco)

Químico

(Químico)

Resíduos contendo substâncias químicas

que podem apresentar risco à saúde pública

ou ao meio ambiente, dependendo de suas

características de inflamabilidade,

corrosividade, reatividade e toxidade.

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C

(Risco)

Radioativo

(Radiológi

co)

Resíduos contaminados com radionuclídeos,

provenientes de laboratório de análises

clínicas, serviços de medicina

nuclear e radioterapia.

D

(Risco)

Comum

(Nenhum)

Resíduos que não apresentem risco

biológico, químico ou radiológico à saúde ou

ao meio ambiente, podendo ser equiparados

aos resíduos domiciliares.

E

(Risco)

Perfurocor

tante

(Biológico)

Materiais perfurocortantes ou escarificantes,

tais como agulhas e lâminas de vidro,

contaminados ou não.

Fonte: Adaptado de Resolução ANVISA nº222/2018 e Resolução CONAMA nº 358/2005;

2019.

Tabela 20 – Formas de Tratamento dos RSS conforme classificação em Grupos A, B, C, D, e E

GRUPO FORMAS DE TRATAMENTO

A

(Risco)

Tratamento que promova a inativação da carga

microbiana; disposição final em aterro sanitário

ou outro local licenciado para essa finalidade.

Peças anatômicas devem ser incineradas ou

cremadas. Em alguns casos específicos, deverá

ocorrer sepultamento em cemitério.

B

(Risco)

Reutilizados, reciclados, tratados ou dispostos

de acordo com a sua periculosidade.

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C

(Risco)

Processamento de acordo com as normas da

CNEN.

D

(Risco)

Reutilizados, reciclados ou dispostos em aterro

sanitário.

E

(Risco)

Tratamento específico de acordo com a

contaminação (química, biológica ou

radiológica).

Fonte: Adaptado de Resolução CONAMA nº 358/2005; 2019.

Segundo dados da Prefeitura, o município de Tabuleiro/MG possui, dois (2)

estabelecimentos geridos pela administração pública e outros seis (6) geridos por

entidades sem fins lucrativos, entidades empresariais e pessoas físicas. Estes últimos,

cujo gerenciamento dos resíduos é responsabilidade do próprio gerador são listados na

Tabela 21.

Tabela 21 – Levantamento dos empreendimentos geradores de resíduos de serviço de saúde em Tabuleiro/MG

EMPRESA ATIVIDADE LOCAL

Fernanda de

Oliveira Vale ME Drogaria/ Perfumaria Rua do Comércio, 309 loja 2

Drogaria e

Perfumaria Bom

Jesus da Cana

Drogaria/ Farmácia Farmacêutico Antônio da

Mota

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Karla François e

Ferraz Oliveira Dentista

Rua José Eurico de Toledo,

29

Lawrence

Furtado de Souza Dentista Praça Cel. João Floriano

Raquel Lino

Miranda de

Oliveira

Dentista Praça Ver. Pedro Morais

Sarmento, 56

Thais Xavier

Vieira ME Fisioterapia

Rua Hildebrando José de

Siqueira, 29

Fonte: Prefeitura de Tabuleiro/MG, 2019.

No que tange aos estabelecimentos de gestão pública, o município de Tabuleiro/MG

possui uma Unidade Básica de Saúde (UBS), aonde são realizados atendimentos

primários e de urgência aos munícipes, e uma unidade do Programa Saúde da Família

(PSF), onde são realizados atendimentos secundários, tais como consultas médicas.

Embora as unidades de saúde descritas estejam localizadas em área urbana (Figura

52), as mesmas atendem todos os munícipes da cidade.

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Figura 52 – Localização das unidades de saúde municipais de Tabuleiro/MG

Fonte: AGEVAP, 2019.

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Na Figura 53 a seguir, encontram-se imagens das fachadas das unidades de saúde

mencionadas acima.

Figura 53 – Fachada das unidades de saúde municipais do município de

Tabuleiro/MG: UBS (a); PSF (b)

(a)

(b)

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154

Fonte: Autores, 2019.

3.1.4.1. Acondicionamento

Nos estabelecimentos públicos de saúde, supracitados, do município Tabuleiro/MG,

observou-se que é realizada a segregação dos resíduos classificados como infectantes

(Grupo A e E), resíduos químicos (Grupo B), e resíduos comuns (Grupo D) na fonte

geradora para posterior acondicionamento, conforme exigido por lei.

É recomendado pela Resolução Anvisa nº 222/2018, que os sacos de

acondicionamento sejam constituídos de material resistente a ruptura e vazamento,

impermeável, respeitados os limites de peso de cada saco, sendo proibido o seu

esvaziamento ou reaproveitamento. Os sacos devem estar contidos em recipientes de

material lavável, resistentes à punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de

sistema de abertura sem contato manual, com cantos arredondados e serem resistentes

a tombamentos. A etapa de acondicionamento dos resíduos infectantes (Grupo A) é

feita em sacos plásticos de cor branca, identificados com o símbolo de resíduo

infectante.

Nos consultórios e salas de triagem da UBS e do PSF de Tabuleiro/MG, estes sacos

foram devidamente identificados e acondicionados em lixeiras apropriadas, ou seja,

resistentes a punctura, ruptura e vazamento, geralmente com tampa provida de sistema

de abertura com os pés, como pode ser visto na Figura 54. Em ambas as unidades este

acondicionamento é feito conforme recomendado pela Anvisa.

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Figura 54 – Exemplificação do acondicionamento dos RSS, Grupo A

Fonte: Autores, 2019.

O acondicionamento dos resíduos químicos gerados (Grupo B), principalmente

medicamentos vencidos, é feito em local de armazenamento desta tipologia. Em

seguida são destinados juntamente com os demais RSS, coletados pela empresa

(Serquip Tratamento de Resíduos MG LTDA) responsável pela destinação final destes.

O acondicionamento do resíduo comum (Grupo D) é realizado em sacos plásticos, em

geral, na cor preta, contidos em lixeiras devidamente identificadas, de acordo com a

Figura 55.

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Figura 55 – Exemplificação do acondicionamento de RSS do Grupo D

Fonte: Autores, 2019.

Com relação aos resíduos pertencentes ao Grupo E, que podem ocasionar perfurações

e cortes, o descarte e acondicionamento é realizado em coletores específicos para

materiais perfurocortantes, ou seja, recipientes rígidos, resistentes à ruptura e

vazamento, constituído de papelão, identificado pela cor amarela com símbolo de

material infectante. Em visita, constatou-se que os estabelecimentos de saúde

apresentavam este tipo de recipiente para o descarte ambientalmente adequado de

resíduos perfurocortantes (Figura 56).

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Figura 56 – Acondicionamento dos resíduos do Grupo E (a); Exemplo geral de acondicionamento interno de RSS (b)

(a)

(b)

Fonte: Autores, 2019.

Quanto aos resíduos do Grupo C, estes não são gerados nos estabelecimentos em

questão.

Além dessas formas de acondicionamento, diretamente na fonte, as unidades de saúde

acondicionam temporariamente as sacolas coletadas nesses recipientes em outro

recipiente de tamanho maior, localizado em área externa específica denominada “abrigo

de resíduos”, para posterior coleta da empresa especializada. Recomenda-se que tal

local seja um ambiente exclusivo e com acesso facilitado para os veículos coletores, no

aguardo da realização da etapa de coleta externa.

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É recomendado pela Anvisa que o abrigo de resíduos de serviços de saúde seja

dimensionado de acordo com o volume de resíduos gerados, com capacidade de

armazenamento compatível com a periodicidade de coleta do sistema de limpeza

urbana local. Deve ser construído em ambiente exclusivo, possuindo, no mínimo, um

ambiente separado para atender o armazenamento de recipientes de resíduos do Grupo

A juntamente com o Grupo E e um ambiente para o grupo D.

Além disso, o local do armazenamento externo de RSS deve apresentar as seguintes

características:

● Acessibilidade: o ambiente deve estar localizado e construído de forma a permitir

acesso facilitado para os recipientes de transporte e para os veículos coletores;

● Exclusividade: o ambiente deve ser utilizado somente para o armazenamento de

resíduos;

● Segurança: o ambiente deve reunir condições físicas estruturais adequadas,

impedindo a ação do sol, chuva, ventos e que pessoas não autorizadas ou

animais tenham acesso ao local;

Higiene e saneamento: deve haver local para higienização dos carrinhos e contêineres;

o ambiente deve contar com boa iluminação e ventilação e ter pisos e paredes

revestidos com materiais resistentes aos processos de higienização.

Em campo, foi verificado que o abrigo externo de resíduos de serviço de saúde das

unidades de saúde municipais de Tabuleiro/MG, são apropriados para este

acondicionamento (Figura 57). Os recipientes têm capacidade de aproximadamente 200

litros cada, e simbologia em seu exterior.

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Figura 57 – Armazenamento externo adequado: Abrigo de RSS (Grupo A, B, C e E) da UBS e PSF de Tabuleiro/MG

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Fonte: Autores, 2019.

3.1.4.2. Coleta, transbordo e transporte dos resíduos

O serviço de coleta dos RSS, das classes A, B e E gerados no município de

Tabuleiro/MG, é atualmente terceirizado pela Prefeitura em contrato com a empresa

Serquip Tratamento de Resíduos MG LTDA. A terceirizada possui cronograma próprio

para a coleta dos resíduos de saúde, que ocorre de 15 em 15 dias. Os RSS são

coletados e transportado por um caminhão da marca Ford modelo Cargo 816, tipo Baú

3/4, com capacidade de 3.520 Kg por viagem, e equipados com kits de segurança

(Figura 58). Após o transporte, os RSS tem destino na Unidade de Tratamento da cidade

de Ubá/MG, administrada pela Serquip Tratamento de Resíduos MG LTDA.

Figura 58 – Frota de veículos da empresa Serquip, responsável pela coleta, tratamento e disposição final dos RSS do município de Tabuleiro/MG

Fonte: Serquip Tratamento de Resíduos MG LTDA, 2019.

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Os resíduos comuns (Grupo D) são gerenciados conforme abordado no item 3.1.1.1,

juntamente com os demais resíduos domiciliares do município.

3.1.4.3. Tratamento e Disposição Final

Após a coleta, os RSS são transportados até a unidade da empresa localizada na zona

rural de Ubá/MG aonde recebem tratamento térmico, por meio do processo de

incineração, também realizado sob responsabilidade da empresa Serquip Tratamento

de Resíduos MG LTDA.

Figura 59 – Incineradores utilizados para tratamento térmico nos RSS do município de Tabuleiro/MG

Fonte: Serquip Tratamento de Resíduos MG LTDA, 2019.

Este tratamento gera resíduos (cinzas) que são posteriormente encaminhados para o

aterro sanitário classe I da Essencis, empresa terceirizada pela Serquip Tratamento de

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Resíduos MG LTDA, localizado em Juiz de Fora/MG. A distância total percorrida entre

a coleta e a disposição final é de aproximadamente 181Km, sendo 53,2 km, o percurso

entre a coleta e o tratamento somados aos 128 Km do tratamento á disposição final.

De acordo com dados fornecidos pela empresa Serquip - Tratamento de Resíduos MG

LTDA, a partir dos Certificados de Tratamento de Disposição Ambiental de Resíduos

encaminhados à Prefeitura, o montante de geração desse tipo de resíduo em

Tabuleiro/MG, considerando o período de Janeiro de 2018 a Abril de 2019, foi igual a:

Resíduos Classe A (Infectante): 719,65 Kg

Resíduos Classe B (Químico): 91,5 Kg

Resíduos Classe E (Perfurocortante): 164,1 Kg

3.1.5. Resíduos da construção civil (RCC)

Através da Resolução CONAMA nº 307/2002, os Resíduos da Construção Civil (RCC)

são definidos como aqueles provenientes de construções, reformas, reparos e

demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação

de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas,

metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassas, gesso,

telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc.,

comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha. A Resolução acima

também estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da

construção civil, classificando-os nas classes A, B, C e D, conforme Tabela 22 a seguir.

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Tabela 22 – Classificação dos RCC e seus respectivos tipos de destinação e/ou disposição final

GRUPO CARACTERÍSTICAS DESTINAÇÃO/DISPOSIÇÃO FINAL

A

Resíduos reutilizáveis ou

recicláveis como

agregados (cerâmica,

argamassa, concreto,

etc)

Podem ser usados como agregados ou

encaminhados a aterros de resíduos da

construção civil, onde devem ser dispostos

de modo que possam ser futuramente

utilizados ou reciclados

B

Resíduos recicláveis

para outras destinações

(plástico, metal, papel,

vidro, madeira, etc)

Podem ser reutilizados, reciclados ou

armazenados temporariamente, de modo

que possam ser futuramente utilizados ou

reciclados

C

Resíduos que não

podem ser reciclados ou

reutilizado de maneira

economicamente viável

(Ex: gesso)

Devem receber destinação de acordo com

as normas técnicas específicas

D

Resíduos perigosos

(tintas, solventes, óleos)

Devem receber destinação de acordo com

as normas técnicas específicas

Fonte: Resolução Conama nº 307/2002; 2019.

Vale ressaltar que os responsáveis por obras de qualquer dimensão se tornam

responsáveis pelos RCC gerados em seu empreendimento. Porém, somente aqueles

que são os responsáveis legais das médias e grandes obras, precisam elaborar e

apresentar o plano de gerenciamento dos resíduos sólidos da construção civil, com

vistas à obtenção das licenças ambientais necessárias (POZZOBON, 2013).

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Ainda segundo a Resolução Conama nº 307/2002, esta também define diretrizes

informativas aos municípios, a fim de que os mesmos desenvolvam e implementem

políticas estruturadas e dimensionadas a partir da realidade local. Essas políticas

devem assumir a forma de um Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da

Construção Civil, conforme já comentado anteriormente, incorporando as seguintes

propostas:

Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, com as

diretrizes técnicas e procedimentos para o exercício das responsabilidades dos

pequenos geradores e transportadores, e

Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil que orientem,

disciplinem e expressem o compromisso de ação correta por parte dos grandes

geradores de resíduos, tanto públicos quanto privados.

Baseado na política apresentada, é de responsabilidade dos municípios apresentar

solução para os pequenos volumes de RCC, bem como o disciplinamento da ação dos

agentes envolvidos com o manejo dos grandes volumes de resíduos. A sugestão é que,

em nível local, sejam delimitadas e licenciadas as áreas dispostas ao manejo dos

resíduos em conformidade com a resolução, a partir do cadastro da presença dos

transportadores dos resíduos, cobrando responsabilidades dos geradores, inclusive no

tocante ao desenvolvimento de Projetos de Gerenciamento nela previstos (PINTO &

GONZÁLEZ, 2005).

3.1.5.1. Acondicionamento

Em Tabuleiro/MG, não ocorre acondicionamento dos RCC em caçambas ou outros

recipientes. Estes são dispostos nas calçadas, conforme apresentado na Figura 60, em

seguida recolhidos pela prefeitura.

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Figura 60 – RCC dispostos nas calçadas do município de Tabuleiro/MG

Fonte: Autores; 2019.

Ressalta-se que próprio o gerador deve garantir o acondicionamento dos resíduos após

a geração até a etapa de transporte, assegurando em todos os casos em que seja

possível, as condições de reutilização e de reciclagem (PMGIRS de Canas, 2017).

3.1.5.2. Coleta, transbordo e transporte dos resíduos

Os serviços de coleta e transporte dos RCC são realizados pela própria Prefeitura de

Tabuleiro/MG, com auxílio em gestão da Secretaria Municipal de Obras, Atividades

Urbanas, Transporte e Trânsito. É utilizado o mesmo caminhão do tipo caçamba (Figura

15-b) usado na coleta dos RLU para coleta dos resíduos da construção civil.

Vale ressaltar que a coleta dos resíduos da construção civil não possui frequência

regular, já que a mesma somente é realizada com base na demanda. Portanto, ao

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verificar a presença de acúmulos dos RCC nas vias públicas pelo fiscal responsável da

Prefeitura, ou quando é solicitado o recolhimento dos mesmos pelo gerador, a coleta

destes é realizada.

Durante as visitas realizadas na cidade, a prefeitura informou que coleta cerca de 4 a 5

caminhões, variando de acordo com a demanda. De acordo com os dados obtidos, é a

possível geração estimada desse tipo de resíduo é, aproximadamente, 56 toneladas por

mês.

3.1.5.3. Triagem e/ou beneficiamento para fins de reuso ou reciclagem

No município de Tabuleiro/MG, não existe um sistema bem definido de triagem, reuso

ou reciclagem e tratamento direcionados aos resíduos sólidos da construção civil e

inertes.

Entretanto, segundo dados dos gestores municipais, parte destes é recuperada, tais

como a parcela considerada como “entulho” que são dispostos na estrada vicinal. Já a

parcela dos RCC em boas condições, geralmente, é doada aos munícipes e/ou

utilizados pela própria prefeitura no preenchimento das estradas rurais.

3.1.5.4. Disposição Final

A disposição final dos resíduos da construção civil é realizada pela Prefeitura da mesma

forma como ocorre com os resíduos de limpeza urbana, descritos no item 3.1.1.2

Portanto, a parcela não recuperada, conforme descrito no item anterior, são

encaminhados ao bota-fora localizado na Rodovia MG-133, Km 10, na saída do

município, conforme apresentado no mapa do item 3.1.1.2.3 deste produto.

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167

Figura 61 – Bota fora do município de Tabuleiro/MG, RLU e RCC

Fonte: Autores, 2019.

Vale frisar que há ainda local (Cascalheira) para disposição provisória de RCC e/ou

RLU, para situações emergenciais como geração de volume elevado destes. Tal área

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168

fica localizada na Rua Manoel Campos Netto, próximo ao centro da cidade de

Tabuleiro/MG.

3.1.6. Resíduos agrossilvopastoris

De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei nº

12.305/2010, os resíduos agrossilvopastoris são aqueles gerados nas atividades

agropecuárias e silviculturais, incluindo também os relacionados a insumos utilizados

nessas atividades. Os mesmos podem ser divididos em três grandes grupos:

Resíduos Orgânicos: Resíduos gerados na agricultura, pecuária e agroindústrias

associadas ao setor;

Resíduos Inorgânicos: Embalagens Vazias de Agrotóxicos, Embalagens de

Fertilizantes e insumos veterinários da pecuária;

Resíduos Domésticos da Área Rural: Resíduos com a mesma característica que

o resíduo domiciliar urbano, porém são de cunho agrícola ou pastoril.

Segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), os Resíduos

Agrossilvopastoris podem ser distribuídos de acordo com sua tipologia e tecnologia de

produção, conforme exemplifica a Figura 62.

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Figura 62 – Fluxograma das tipologias de resíduos agrossilvopastoris

Fonte: Adaptado de IPEA, 2012; 2019.

Importante salientar que esses tipos de resíduos gerados são comumente

negligenciados pelos setores, tanto em relação à geração de resíduos como a seu

posterior destino e/ou tratamento. Esses resíduos agrossilvopastoris possuem, em sua

maioria, grande potencial na geração de danos ambientais quando não forem

destinados de forma correta.

Outro item muito comumente encontrado nesses tipos de resíduos são as embalagens

de agrotóxicos, que por ainda conterem alíquotas mínimas de produto, constituem em

potencialmente poluidoras, tanto em âmbito ambiental quando relativo à saúde humana.

No geral, estimasse que cerda de 95% das embalagens primárias foram recolhidas da

área rural e enviadas a um destino ambientalmente correto no Brasil. Este fato só foi

possível devido à eficácia da logística reversa, que envolve os participantes do

segmento de agrotóxico (fabricantes, revenda, agricultores e poder público). Porém, não

existe ainda uma mesma eficiência relacionada aos resíduos sólidos agrossilvopastoris

inorgânicos, principalmente nos segmentos de fertilizantes e de medicamentos

veterinários (MAZZA et al., 2014).

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170

Para efeito, foi instituída a Lei nº 9.974/2000 que revogou a Lei nº 7.802/1989, dispondo

sobre as formas de pesquisa, experimentação, produção, embalagens e rótulos,

transporte, armazenamento, comercialização, propaganda comercial, utilização,

importação, exportação, destino final tantos dos resíduos como das embalagens,

registro, classificação, controle, inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, bem como de

seus componentes e afins (BRASIL, 2000).

De acordo com os dados coletados, em Tabuleiro/MG, o setor da pecuária é

representativo, uma vez que, pequenos produtores rurais, no âmbito local, destinam-se

à criação de bovinos para corte e à produção de leite com destino à cinco laticínios do

município. Estes, por sua vez, compram o leite dos produtores rurais, utilizando-o como

principal matéria prima para fabricação de produtos que são revendidos regionalmente.;

Além deste, o setor da agricultura familiar, em Tabuleiro/MG, ainda é bastante

expressivo na área rural, sendo dedicado especialmente ao cultivo de milho, pimenta e

feijão (Figura 63), dentre outras. Neste caso, algumas produções são revendidas

localmente, em feiras, por exemplo, e/ou são utilizadas para a própria subsistência. Tal

atividade, também está presente em projetos escolares do município.

Apesar de existir em Tabuleiro/MG um Sindicato dos Trabalhadores Rurais que, em

verdade, conta com poucos afiliados, não há no município uma associação de

produtores ou uma cooperativa que possibilite ao agricultor uma melhor margem de

negociação do seu produto.

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Figura 63 – Exemplo de plantação na área rural do município de Tabuleiro/MG

Fonte: Autores, 2019.

Com relação aos resíduos gerados nos setores supracitados, de acordo com

informações da Prefeitura, as embalagens de agrotóxicos e fertilizantes ficam a cargo

do produtor, que é responsável por retornar as embalagens à Agropecuária Pantanal

em Rio Pomba/MG, que garante a destinação correta ao Ecoponto existente na cidade

de Tocantins/MG, distante 43 Km de Tabuleiro/MG. O procedimento descrito constitui

como logística reversa, abordado também no item 3.1.10. Ainda segundo informações

dos gestores municipais, os resíduos orgânicos, geralmente são aproveitados, como

fertilizantes, entretanto, a Prefeitura não possui nenhum controle de tal atividade. Já os

resíduos domésticos da área rural, conforme apontado anteriormente, no item 3.1.1.1.,

são coletados apenas as comunidades de Igrejinha do Acácio e Santa Rita do Botafogo.

Quanto ao volume gerado desses resíduos, a Prefeitura Municipal de Tabuleiro/MG não

dispõe de dados e os próprios geradores não souberam repassar estes dados.

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3.1.7. Resíduos de serviços de transportes

Os resíduos de serviços de transporte terrestre são oriundos de portos, aeroportos,

terminais rodoviários, ferroviários, alfandegários e passagens de fronteira conforme

Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ainda segundo a Lei Federal nº 12.305/2010, a

adequada gestão dos resíduos, bem como a elaboração do Plano de Gerenciamento

destes Resíduos Sólidos é responsabilidade do gerador.

No município de Tabuleiro/MG não há geração dessa tipologia de resíduos, uma vez

que o mesmo não possui terminais rodoviários ou qualquer ou demais supracitados.

Como o município de Tabuleiro/MG não possui esse tipo de serviço, de acordo com

dados fornecidos pela própria prefeitura, não há geração desse tipo de resíduo na

cidade.

3.1.8. Resíduos de mineração (RM)

De acordo com o disposto na Lei Federal nº 12.305/2010, os Resíduos de Mineração

(RM) são classificados como gerados nas atividades de pesquisa, extração ou

beneficiamento de minérios. Fica a cargo do Departamento Nacional de Produção

Mineral (DNPM) a responsabilidade de autorizar e fiscalizar a exploração mineral por

determinados empreendimentos.

Segundo o IPEA, a atividade minerária gera grandes volumes e massas de materiais

extraídos e movimentados, sendo que esses resíduos são classificados em estéreis ou

rejeitos. A quantidade desses resíduos gerada depende da atividade e do processo

utilizado para a extração do minério, bem como da concentração da substância mineral

estocada na rocha matriz e da localização da jazida em relação à superfície.

Os estéreis são considerados a parcela dos resíduos não processados oriundos do

processo de mineração, não possuindo valor econômico. O manejo desses resíduos

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deve ser disposto em pilhas seguindo as orientações preconizadas na NBR

13.029:2017. Já os rejeitos são a parcela dos resíduos provenientes do beneficiamento

do mineral, podendo ocorrer através de processos químicos ou físicos. Esse processo

tem como objetivo aumentar a qualidade, a pureza e o teor do produto final, agregando

valor final ao produto mineral.

De acordo com levantamento descrito no Plano Municipal de Saneamento Básico de

Tabuleiro/MG (2014), há registrado no município atividades de reservas de caulim,

bastante utilizado na produção de papel, reservas de granito, quartzo dentre outras. Em

visitas realizadas à cidade, a Prefeitura informou que apesar de não estarem em

atividades no momento, atividades de extração mineral contidas na Tabela 23 abaixo

possuem requerimento ativo na Prefeitura.

Tabela 23 – Levantamento dos empreendimentos geradores de resíduos de mineração em Tabuleiro/MG

EMPRESA ATIVIDADE LOCAL (1)

Elizabeth Campos Neves Miranda

Indústria Extrativa de Areia

Av. Dep. Último de Carvalho

Extração e Com. de areia Martins e

Vidal;

Indústria Extrativa de Areia

Est. Municipal de Tabuleiro A

Maurélio Vieira Toledo Eireli – ME

Indústria Extrativa de Areia

Rodovia MG 133, Km 10 e 11

Mineração Pedroso e Costa LTDA-ME

Indústria Extrativa de Granito Rua Avelino Jacinto Coimba

Petrus Mineração C. e Comercialização

LTDA

Indústria Extrativa de Granito

Fazenda Ribeirão Santana/Lado Sul

Fonte: Prefeitura de Tabuleiro/MG, 2019.

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174

Nota: (1) Endereços incluídos no cadastro da Prefeitura de Tabuleiro/MG.

Cabe salientar que os geradores de resíduos de mineração estão sujeitos à elaboração

do plano de gerenciamento de resíduos sólidos de mineração, bem como implantar e

operacionalizar o mesmo, com base no exposto pela Lei nº 12.305 de 2010. Além disso,

a coleta, o transporte e a destinação/disposição final dos resíduos gerados é de

responsabilidade do gerador, cabendo à Prefeitura a fiscalização das ações

mencionadas.

Como o município de Tabuleiro/MG não possui esse tipo de serviço, de acordo com

dados fornecidos pela própria Prefeitura, não há geração desse tipo de resíduo na

cidade.

3.1.9. Resíduos industriais (RI)

Os resíduos sólidos industriais são aqueles resultantes dos processos existentes nas

indústrias. Diferem-se dependendo da atividade desenvolvida, entretanto possuem

características homogêneas, ao contrário dos resíduos sólidos urbanos, e têm uma

composição usualmente bem definida (PMGIRS de Canas, 2017).

Os empreendimentos geradores dessa tipologia de resíduos são responsáveis por seu

tratamento e destino final adequado. Além disso, de acordo com a Lei nº 12.305/2010,

os geradores de resíduos sólidos industriais estão sujeitos à elaboração do plano de

gerenciamento de resíduos sólidos.

O levantamento dos geradores de resíduos industriais provenientes do seu processo

produtivo é de grande importância, tendo em vista que devem ser fiscalizados de

maneira a garantir a promoção do correto gerenciamento dos resíduos sólidos gerados,

a fim de não sobrecarregar/onerar os serviços de limpeza e coleta de resíduos sólidos

público.

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Segundo dados da Prefeitura, o município possui sete (6) indústrias, conforme listado

na Tabela 10. Vale frisar que os resíduos de mineração também podem ser incluídos

como industriais, entretanto estes já foram abordados no item 3.1.8 (Tabela 23) e não

serão apresentados na Tabela 24, seguinte.

Tabela 24 – Levantamento dos empreendimentos geradores de resíduos de industriais em Tabuleiro/MG

EMPRESA ATIVIDADE LOCAL

Nova Kaeru Indústria

de Couros S.A Indústria de Couros e Peles

Rua Cel. Oscavo Gonzaga

Prata, 378

Comércio e Indústria

Emes Ltda (Souvenir)

Indústria e Comércio. de

Produtos de laticínios

Rua Pref. Orlando A.

Gonçalves, 44

Indústria e Transporte

de Cargas da Zona

da Mata

Indústria e Comércio. de

Produtos de Laticínios Fazenda Santo Amaro

Indústria e Comércio

Neves Barros Ltda.

Indústria e Comércio. de

Produtos de Laticínios Fazenda Santo Antônio

Laticínio Caminhos

Verdes de Minas

Eireli

Indústria e Comércio. de

Produtos de Laticínios Fazenda Santo Amaro

Tablat Laticínios Ltda. Indústria e Comércio. de

Produtos de Laticínios

Fazenda Graminha Rod. MG

133 km 20

Fonte: Prefeitura de Tabuleiro/MG, 2019.

Conforme observado na Tabela 24 e tendo em vista que o setor minerário ainda não

está em atuação, a maior parte das indústrias presentes em Tabuleiro/MG pertence ao

ramo do setor lácteo. Além disso, a maioria desses empreendimentos é de pequeno e

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médio porte, exceto pela empresa Souvenir que atende grande parte da Zona da Mata

Mineira, a qual teve suas instalações visitadas, durante a elaboração deste Plano.

Portanto, para a caracterização dos RI, foram realizadas visitas em apenas alguns

destes estabelecimentos industriais, sugeridos por integrantes da prefeitura, uma vez

que estes, tem geração de resíduos muito semelhantes, a fim de diagnosticar como

ocorre a gestão e o gerenciamento destes no município. Dessa forma, são

apresentadas informações, de maneira geral, obtidas pela prefeitura e em visita a

Indústria Emes Ltda (Souvenir).

Segundo informações dos gestores municipais, em todas estas indústrias, os resíduos

semelhantes ao RSD são manejados de forma similar ao exposto anteriormente no

tópico referente a estes. Em relação as formas de gerenciamento dos resíduos

especiais gerados no processo, fica a cargo do estabelecimento a realização desse

gerenciamento de forma correta, tendo como base regulamentações e normas.

Na Indústria Emes Ltda (Souvenir), localizada na área urbana de Tabuleiro/MG, os

resíduos sólidos gerados são acondicionados conforme Figura 64-a e são coletados por

empresa terceirizada, sendo a parte reciclável destes resíduos (Figura 64-b)

acondicionada separadamente.

Para a produção de leite pasteurizado, de queijos, doce de leite, iogurte, dentre outros

produtos derivados do leite, fabricados nestas indústrias, são gerados efluentes líquidos

que possuem elevados teores de matéria orgânica, gorduras, sólidos suspensos e

nutrientes, os quais são considerados a principal fonte de poluição destas.

Segundo informações da Indústria Emes Ltda (Souvenir), a relação de produção de

efluente é de cerca de 2:1 (a cada 30 mil litros de leite recebido, 60 mil litros de efluente

são gerados). Entretanto, o empreendimento conta com uma estação de tratamento de

efluentes (Figura 64-c e Figura 64-d), que, após receber tratamento adequado, gera um

lodo que contém elevadas concentrações de nutrientes. Este lodo é tratado nos leitos

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de secagem (Figura 64-e) e ensacado, para em seguida serem doados a produtores

rurais, que os utilizam como adubos para plantações. Além disso, o soro do leite

também é doado, servindo como fonte de alimento para o gado destes produtores.

Figura 64 – Exemplificação do gerenciamento dos RI gerados na Indústria Emes Ltda Acondicionamento dos RS (a); acondicionamento dos RS recicláveis (b);

lagoa aeróbia para o tratamento do efluente (c); floculador para o tratamento do efluente (d); leitos de secagem do lodo gerado(e)

(a)

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(b)

(c)

(d)

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(e)

Fonte: Autores, 2019.

Baseado no exposto pela Deliberação Normativa COPAM nº 90/2005, os responsáveis

pelos empreendimentos desenvolvedores das atividades listadas no artigo 4º, devem

apresentar à Feam, anualmente, até o dia 31 de março, o Inventário de Resíduos

Sólidos Industriais referente ao ano civil anterior.

O município de Tabuleiro/MG possui setor industrial considerável tendo em vista o seu

pequeno porte. Porém, como não foram apresentados dados relativos ao volume de

resíduos industriais pelos seus geradores, não é possível a identificação dessa quantia

proveniente do setor industrial. Além disso, consultando o Inventário de Resíduos

Industriais - Ano Base 2017 (FEAM, 2018), citado anteriormente, o município de

Tabuleiro/MG não apresentou informações referentes aos resíduos industriais,

inviabilizando de fato, a estimativa de seu volume.

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3.1.10.

Resíduos de logística reversa obrigatória (RLRO)

Conforme citado no item 3.1.2, alguns empreendimentos são responsáveis pela gestão

dos resíduos provenientes das suas atividades de venda e também distribuição. Com

relação aos resíduos provenientes de produtos eletroeletrônicos, lâmpadas e pneus

inservíveis, o município de Tabuleiro/MG não possui nenhum tipo de Ecoponto ou

estabelecimento/empresa que realize o recolhimento dos mesmos. Por tal motivo, a

Prefeitura do município realiza a coleta e disposição dos pneus inservíveis na antiga

UTC da cidade, com posterior recolhimento dos mesmos pela empresa RACRI –

Comércio e Transporte LTDA., localizada em Betim/MG, que promove posterior

aproveitamento destes.

Com relação aos resíduos de óleos e graxas, normalmente estes são produzidos por

oficinas mecânicas, as quais existentes no município encontram-se listadas na Tabela

25 abaixo. Entretanto, não foram disponibilizadas informações a respeito da destinação

desses resíduos no município.

Tabela 25 – Levantamento dos empreendimentos geradores de resíduos de óleos e graxas em Tabuleiro/MG

OFICINA MECÂNICA LOCAL

Eduardo Noceli Julio Rua Valério Correa Neto, CASA 285

Evandro de Andrade Netto Av. Dep. Último de Carvalho

Geraldo Moreira de Lima Rua do Comércio, 340, Loja 01

Agmar Batista Lamas Rua Avelino Jacinto Coimbra, 26

Fonte: Prefeitura de Tabuleiro/MG, 2019.

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Esses tipos de resíduos devem obedecer as diretrizes preconizadas na Resolução

CONAMA 362, de 23 de junho de 2005, os óleos lubrificantes e graxas já utilizados

devem ser submetidos a processos de refinamento.

As embalagens de agrotóxicos utilizadas no município de Tabuleiro/MG já foram

abordadas no item 3.1.6, por serem utilizadas nas atividades agrícolas. A Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) dispõe de uma norma específica (NBR

13.968/1997) sobre embalagens rígidas vazias de defensivos agrícolas, aonde são

estabelecidos os procedimentos adequados para sua lavagem: a chamada tríplice

lavagem e a lavagem sob pressão.

3.2. Quanto às formas de destinação e disposição final

De acordo com as informações disponibilizadas pela Política Nacional de Resíduos

Sólidos (PNRS), os termos, destinação final ambientalmente adequada e disposição

final ambientalmente adequada caracterizam-se por definições distintas. A destinação

final abarca as etapas de reutilização, reciclagem, compostagem, recuperação, e o

aproveitamento energético, bem como outras destinações admitidas pelos órgãos

competentes do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama), do Sistema Nacional

de Vigilância Sanitária (SNVS) e do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade

Agropecuária (Suasa).

Em relação à disposição final, a mesma refere-se à distribuição ordenada de rejeitos

em aterros, isto é, disposição de resíduos que não podem ser mais aproveitados de

nenhuma forma. Vale salientar que, para realizar o exposto, é necessário observar as

normas operacionais específicas referentes, a fim de evitar danos ou riscos à saúde

pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos.

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3.2.1. Destinação Final

No município de Tabuleiro/MG foi possível identificar os seguintes tipos de destinação:

Reciclagem dos RCC;

Incineração;

Disposição final.

Como mencionado anteriormente no item 3.1.6.3 os RCC em boas condições são

doados aos munícipes e/ou utilizados pela própria prefeitura no preenchimento das

estradas rurais.

A incineração é utilizada como tratamento dos resíduos de serviços de saúde, através

da empresa Serquip Tratamento de Resíduos MG LTDA, e consiste na combustão dos

resíduos em temperaturas acima de 800°C, com injeção de ar para garantir queima

completa. Os resíduos são convertidos em cinzas e encaminhados para a disposição

final em aterro Classe I.

A disposição final é a principal forma de destinação dos resíduos adotada no município,

atualmente. Entretanto, nem todas podem ser consideradas ambientalmente

adequadas. Os tipos de disposição final praticados em Tabuleiro/MG serão discorridos

no item 3.2.2, a seguir.

3.2.2. Disposição Final

As principais formas de disposição final dos resíduos produzidos em Tabuleiro/MG

utilizadas atualmente são o aterro sanitário de resíduos domiciliares, aterro sanitário de

resíduos perigosos classe I para disposição dos resíduos de saúde, e bota-fora para

resíduos da construção civil e parcela de limpeza urbana.

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O aterro sanitário é a disposição final adotada para os resíduos sólidos domiciliares,

para os resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços e para os

resíduos de limpeza urbana, especificamente os de varrição. Esse tipo de disposição

final é considerado, hoje, a solução mais econômica e ambientalmente adequada dos

resíduos não perigosos e não inertes (SOUTO & POVINELLI, 2013).

O aterro sanitário administrado pela empresa União Recicláveis Rio Novo LTDA, fica

localizado no município de Leopoldina/MG, e recebe os resíduos sólidos urbanos de

Tabuleiro/MG, e de aproximadamente mais 40 municípios. Lá, os resíduos são

biodegradados em condições de anaerobiose, cujo processo tem como vantagens a

estabilização (a longo prazo) dos resíduos e uma ligeira diminuição no seu volume. O

lixiviado gerado é drenado e recebe tratamento adequado, assim como os gases, cuja

drenagem ocorre através de um sistema vertical.

Já os resíduos dos serviços de saúde têm sua disposição final em um aterro de resíduos

perigosos localizado no município de Ubá (MG), administrado pela empresa Serquip

Tratamento de Resíduos MG LTDA. Contudo, antes de serem dispostos no aterro, os

RSS passam pelo tratamento de incineração, em que os mesmos são convertidos em

cinzas.

Outra forma de disposição final utilizada é o popularmente conhecido “bota-fora” para

os resíduos da construção civil, bem como para resíduos de limpeza urbana, mais

especificamente os de poda e capina, e para resíduos volumosos inservíveis, tais como

móveis, por exemplo. Vale destacar que as áreas de “bota-fora” não são um tipo de

disposição final ambientalmente adequado e é vetada pela Resolução CONAMA nº 307

de 2002 em seu artigo 4 e parágrafo 1º.

Por último, outra forma de disposição final identificada no município foi o lançamento de

efluentes provenientes do saneamento básico no corpo hídrico, tais como a descarga

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184

de esgoto. Cabe destacar que essa tipologia não constitui forma de disposição final

ambientalmente adequada.

3.3. Panorama geral da situação dos resíduos sólidos em Tabuleiro/MG

O fluxograma, apresentado na Figura 65, diz respeito ao gerenciamento dos diversos

resíduos sólidos existentes no município de Tabuleiro/MG. A partir de informações

fornecidas pela própria Prefeitura da cidade, foram compilados os diagnósticos de cada

um dos serviços identificados ou não na localidade, de acordo com suas peculiaridades,

e conforme apresentado ao longo do item 3.1.

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Figura 65 – Fluxograma de gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos adaptado para o Município de Tabuleiro/MG

Fonte: Elaborado pelos autores, 2019.

DESTINAÇÃO

FINAL

RCC Coleta

Caminhão

Caçamba

RESÍDUOS MANEJO TRATAMENTO PRÉVIO

Resíduos

Industriais³

Acondicionamento

na geração Responsabilidade

do gerador

RSS Acondicionamento

especial na geração

Coleta Caminhão

Baú

Aterro Classe I

Bota Fora

Coleta Caminhão

Caçamba

Acondicionamento na geração

RLU²

RSD¹ Acondicionamento

na geração

Coleta Caminhão

Compactador

Aterro Sanitário

Bota fora

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186

1 – Exceto nas comunidades de Igrejinha do Acácio e Santa Rita do Botafogo, que ocorre conforme

descrito no item 3.1.1.1. O gerenciamento dos RSC é similar ao RSD.

2 – Informações complementares conforme item 3.1.1.2.

3 – Exceto em alguns laticínios do município, que ocorre conforme descrito no item 3.1.9.

De modo geral, nas visitas realizadas ao município de Tabuleiro/MG, observou-se que

o mesmo apresenta-se bastante limpo, sendo necessárias apenas algumas melhorias

para o melhor gerenciamento de alguns dos resíduos gerados, as quais serão

abordadas no Produto 4 (Prognóstico).

3.4. Caracterização física

Os resíduos podem variar em função de aspectos sociais, econômicos, culturais,

geográficos e climáticos, e tais fatores diferenciam os municípios entre si, conforme a

geração destes. Para garantir a realização de um bom planejamento relacionado com

o manejo de resíduos sólidos de um município é necessário, portanto, o conhecimento

prévio das características físicas (quantitativas e qualitativas) dos resíduos gerados pela

população do mesmo.

Neste sentido a caracterização gravimétrica dos resíduos é um importante instrumento

de gestão integrada, uma vez que permite conhecer quantitativamente as frações

geradas em determinada área, indicando a possibilidade de aproveitamento das frações

recicláveis para comercialização e da matéria orgânica para a produção de composto

orgânico. Além disso, quando realizada por regiões da cidade, ajuda a se efetuar um

cálculo mais justo da tarifa de coleta e destinação final dos resíduos (IBAM, 2001).

No presente Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS),

destaca-se a importância dessa análise quali-quantitativa, principalmente, dos resíduos

sólidos domiciliares (RSD) e dos resíduos sólidos comerciais e de prestadores de

serviços (RSC), com o objetivo de se definir um conjunto de programas, projetos e ações

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específicas para o correto gerenciamento, tais como metas para a recuperação de

resíduos secos (potencialmente recicláveis) e orgânicos, bem como a viabilização da

destinação ambientalmente adequada dos rejeitos.

Deste modo, considerando que o conhecimento das características físicas dos resíduos

em termos de massa específica aparente e composição gravimétrica é importante para

a construção de um planejamento aplicável, foi realizado no dia 02 de julho de 2019 em

Tabuleiro/MG, um ensaio in loco pela equipe composta por funcionários da Prefeitura e

estagiários da AGEVAP para determinação de tais particularidades.

3.4.1. Definição do plano de amostragem

Com base no diagnóstico realizado no decorrer desse Produto, a área selecionada para

a amostragem dos RSD e realização dos ensaios técnicos de massa específica

aparente e composição gravimétrica destes, abrangeu parte da zona urbana de

Tabuleiro/MG e a comunidade de Botafogo, de forma a se obter resultados que

possuíssem representatividade considerando a realidade socioeconômica e

demográfica do município.

Menciona-se que a região amostrada foi selecionada considerando o atendimento da

coleta regular de RSD realizada pelo prestador de serviço - União Recicláveis Rio Novo

LTDA. Isto é, a amostragem dos RSD seguiu as roteirizações e consequentemente

áreas pré-determinadas de coleta dos veículo coletor, com abrangência em termos

populacionais e de número de domicílios, a fim de obter maior representatividade para

a amostra única que foi realizada.

As atividades do estudo gravimétrico foram realizadas em um pátio/ estacionamento da

Prefeitura municipal com acompanhamento de técnicos da mesma e funcionários da

AGEVAP. A logística envolvida no recolhimento dos resíduos obedeceu aos critérios

definidos previamente, com condições climáticas favoráveis, e principalmente sem

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188

alterações na coleta da região amostrada, portanto, sem interferências de geração

acumulada devido aos finais de semana, feriados ou interrupções na coleta.

O estudo foi realizado no dia 02 de julho de 2019 (terça-feira), considerando as

premissas para a amostragem abordadas nos itens seguintes. Dessa forma, pretendeu-

se elucidar uma realidade qualitativa dos resíduos sólidos de Tabuleiro/MG ponderando

a heterogeneidade das características sociais, econômicas e educacionais da

população abrangida pelo projeto, porém, representando um resultado único.

Neste sentido, deve-se sempre considerar a imprevisibilidade e variabilidade do

comportamento dos resíduos sólidos e ponderar a necessidade de futuros estudos

específicos para determinadas tomadas de decisão. Tais estudos específicos devem

ser estruturados como forma de avaliar outras variáveis, como as variações sazonais

anuais (verão e inverno), evolução da efetividade da coleta seletiva ao longo do tempo,

bem como diferentes realidades dos diversos setores de coleta de maneira a embasar

materiais mais específicos como por exemplo projetos executivos de infraestruturas

relacionadas com o manejo de resíduos sólidos, projetos ou programas do serviço de

coleta seletiva, entre outros.

3.4.1.1. Metodologia

A metodologia utilizada para coleta e preparo das amostras, bem como a determinação

da composição gravimétrica e da massa específica delas, foi adaptada das

especificações técnicas estabelecidas no Manual Gerenciamento Integrado de

Resíduos Sólidos elaborado pelo Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM,

2001), bem como, orientações da Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM, 2015)

e trabalhos semelhantes desenvolvidos para outros municípios do país (COSTA et al.,

2012; MEZENES et al., 2019; PMGIRS de Pinheiral , 2017).

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189

Deste modo, nos subitens seguintes são apresentados de maneira sucinta os métodos

de ensaio e análise da massa específica aparente e da composição gravimétrica dos

RSD e RSC gerados no município de Tabuleiro/MG.

3.4.1.2. Massa específica aparente

A massa específica aparente – expressa em quilogramas por metros cúbicos (kg/m³) –

é definida como a massa de resíduo solto em função do volume por eles ocupados

livremente, ou seja, sem que estes tenham sofrido processos de compactação. Em

outras palavras, é a massa de resíduo solto lançada em um recipiente de volume

conhecido, dividido pelo volume deste recipiente.

Sua determinação para os RSD e RSC de Tabuleiro/MG é de grande importância, pois

possibilitará um melhor dimensionamento de setores da limpeza pública e do manejo

de resíduos sólidos, como o da frota e mão-de-obra necessária para realizar o

transporte dos resíduos coletados, dos dispositivos de acondicionamento temporário de

resíduos (contêineres, brooks, lixeiras, etc.) e outros equipamentos e de instalações.

Portanto, após a coleta, os resíduos foram transportados para um local plano e livre de

umidade. Para a determinação do ensaio de determinação da massa específica

aparente, foram selecionados com o auxílio de uma bombona de volume conhecido (50

L), um total de 154,13 kg de resíduos, através de amostras de diversos locais da pilha

de resíduos, buscando uma melhor diferenciação dos resíduos que estavam sendo

encaminhados para disposição final no aterro sanitário de Leopoldina, sob

administração da União Recicláveis Rio Novo LTDA. A Figura 66 apresenta algumas

etapas da realização deste ensaio.

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190

Figura 66 – Realização do ensaio de determinação da massa específica aparente dos resíduos domiciliares e de prestadores de serviços de Tabuleiro/MG

(a)

(b)

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(c)

(d)

Fonte: Arquivos dos autores, 2019.

a – Montante de resíduos descarregados pelo caminhão de coleta.

b – Pesagem das amostras coletas para posterior disposição na lona e realização do ensaio gravimétrico.

c – Coleta de amostras no montante a.

d – Bombona plástica com volume de 50L utilizada nos ensaios e balança com precisão de 0,001

3.4.1.3. Composição gravimétrica

A composição gravimétrica traduz o percentual de cada componente em relação ao

peso total da amostra de resíduo analisada. Visando caracterizar os RSU e RSC

gerados no município de Tabuleiro/MG, estabeleceu-se a divisão dos resíduos nas

categorias apresentadas no fluxograma (Figura 67).

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192

Figura 67 – Classificação e categoria dos RSD e RSC considerados no ensaio de composição gravimétrica do município de Tabuleiro/MG

Fonte: Adaptado PMGIRS de Pinheiral (2017).

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193

Esse tipo de composição pode ser usado no dimensionamento de uma usina de

compostagem e de outras unidades de um sistema de limpeza urbana, por exemplo.

O estudo de composição gravimétrica iniciou-se com a massa total resultante das

amostragens realizadas para obtenção da massa específica aparente. Assim, de posse

de massa inicial, seguiu-se o rompimento de todos os sacos e sacolas, cujo material

totalmente disperso, foi homogeneizado com o intuito de propiciar maior segurança,

confiabilidade e representatividade nas etapas subsequentes do ensaio.

A partir disto, realizou-se a técnica de quarteamento para a obtenção de uma amostra

com volume de, aproximadamente, 0,15 m³ aferido com o auxílio de quatro bombonas

de, aproximadamente, 50 L, evitando-se compactações dos resíduos.

Após a realização do quarteamento, a massa de resíduos (amostra final) foi trabalhada

para a determinação da composição gravimétrica. Completando o processo, realizou-

se a separação manual e a pesagem dos resíduos em suas categorias previamente

definidas: papel branco, papel colorido, papelão, embalagens TetraPak, metal ferroso,

alumínio, plástico rígido, plástico filme, PET, sacolas plásticas, outros plásticos, vidros,

madeiras, resíduos orgânicos, sanitários, eletroeletrônicos e outros materiais (roupas,

sacos de rafia). A Figura 68 apresenta algumas das etapas do ensaio gravimétrico.

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Figura 68 – Realização do ensaio de gravimetria dos resíduos domiciliares e de

prestadores de serviços de Tabuleiro/MG

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

(f)

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Fonte: Autores, 2019.

a – Lona preparada para o estudo da gravimetria.

b – Amostras de resíduos não compactados dispostos sobre a lona.

c – Rompimento dos sacos e homogeneização, após determinação do ensaio da massa específica, para

a triagem e pesagem das diferentes tipologias de resíduos gerados.

d – Execução do primeiro quarteamento.

e – Execução do segundo quarteamento.

f – Segregação dos resíduos para aferição do peso.

3.4.1.4. Geração per capita

A geração per capita relaciona a quantidade de lixo gerada diariamente e o número de

habitantes de uma determinada região. Essa geração pode ser definida pela seguinte

fórmula:

𝐺𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑝𝑒𝑟 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎 =

𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠í𝑑𝑢𝑜𝑠 𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑔𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑑𝑖𝑎𝑟𝑖𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒

𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 ℎ𝑎𝑏𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠

Muitos autores correlacionam a geração per capita com a população, como sendo

diretamente proporcionais, ou seja, quanto maior for a população, maior será a geração

por habitante de resíduos sólidos (PMGIRS de Pinheiral, 2017). Cabe ressaltar que

neste cálculo foi considerada a estimativa populacional do município, considerando o

último dado da população urbana, apresentada pelo IBGE no ano de 2010 (2701

habitantes) pois esta localidade é a abrangida efetivamente pelo serviço de coleta e

disposição final de RSD e RSC. Optou-se por utilizar estes dados, em detrimento dos

coletados diretamente na gravimetria, uma vez que não foi possível obter o controle do

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196

número de casas e consequentemente o número de habitantes que tiveram os seus

resíduos coletados no ensaio.

3.4.2. Resultados

Inicialmente destaca-se que a geração de resíduos sólidos varia, quantitativamente e

qualitativamente, em função das características do município e com suas mudanças

climáticas e sazonais. Além disso, varia também com as alterações que ocorrem na

esfera social que a produz, isto é, os resíduos diferem de composição em razão de

hábitos e qualidade de vida dos munícipes. Outro importante fator que influi na geração

e, logo, na composição dos resíduos sólidos, é o dia da semana, no qual de maneira

geral, sabe-se que ocorre maior geração nos feriados e nos finais de semana, bem

como o alto grau de materiais de limpezas de pátios residenciais com grandes

quantidades de areia, grama e folhagens secas.

O ensaio da caracterização física dos resíduos sólidos em Tabuleiro/MG foi realizado

com resíduos provenientes de somente um dia de geração (02/07/2019), logo, não

foram consideradas as variações semanais e sazonais anuais qualitativas e

quantitativas na geração de resíduos.

Dessa forma, é necessário o discernimento dos leitores e dos gestores municipais

quanto aos resultados obtidos da caracterização física dos RSD e RSC no município,

considerando a imprevisibilidade do comportamento dos resíduos sólidos e ponderando

a necessidade de futuros estudos, considerando outras variáveis, como as variações

semanais e sazonais anuais (verão e inverno), bem como maior número de

amostragens e período de estudo.

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197

3.4.2.1. Massa específica aparente

O valor obtido para a massa específica aparente dos resíduos sólidos de Tabuleiro/MG

foi de aproximadamente 280,2 kg/m³, considerando a média dos resultados obtidos para

cada uma das amostras coletadas, conforme apresentado no gráfico da Figura 69.

Figura 69 – Massa específica das amostras de RSD e RSC geradas no município de Tabuleiro/MG

Fonte: Autores, 2019.

3.4.2.2. Composição gravimétrica

O resultado da composição gravimétrica dos resíduos sólidos gerados no município de

Tabuleiro/MG que são encaminhados para o aterro sanitário da União Recicláveis Rio

Novo LTDA, é apresentado na Tabela 26, e ilustrado no gráfico representado na Figura

70, a fim de apresentar as frações correspondentes às parcelas de úmidos, secos e

rejeitos.

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Tabela 26 – Resultado do estudo gravimétrico da coleta convencional de RSD em Tabuleiro/MG

FRAÇÃO CATEGORIA MASSA

(KG)

CATEGORIA

(%)

FRAÇÃO

(%)

FINAL

(%)

Papel/Papelão

Papel branco 0,000 0,00%

13,83%

45,79%

(Recicláveis)

Papel colorido 0,500 1,95%

Papelão 2,800 10,91%

Tetra Park 0,250 0,97%

Plástico

Plástico Rígido 1,500 5,85%

18,71%

Plástico PET 0,500 1,95%

Plástico filme 0,000 0,00%

Outros (sacos,

sacolas,

embalagens

em geral)

2,550 9,94%

Isopor 0,250 0,97%

Vidro

Vidro incolor 2,150 8,38%

8,38%

Vidro colorido 0,000 0,00%

Metal

Metal ferroso 0,250 0,97%

4,87%

Alumínio 1,000 3,90%

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199

Orgânico Matéria

orgânica 6,900 26,89% 26,89% 26,89%

Rejeitos

Sanitários 5,400 21,04%

27,28% 27,28%

Outros (tecido) 1,600 6,24%

Resíduos

perigosos

Perigosos

(RSS; lâmpada;

eletroeletrônico

0,010 0,04% 0,04% 0,04%

Fonte: Autores, 2019.

Figura 70 – Composição gravimétrica dos resíduos gerados em Tabuleiro/MG, destinados ao aterro sanitário (a) e (b)

(a)

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200

(b)

Fonte: Autores, 2019.

Deste modo, verificou-se que a maior parte dos RSD e RSC gerados no município,

correspondem aos resíduos recicláveis, compostos por papel/papelão; plástico; vidro e

metal, com 45,79%, seguidos pelos resíduos classificados como rejeitos, que englobam

os materiais não reaproveitáveis ou recicláveis, tais como os materiais sanitários das

residências, representando cerca de 27,28% do total amostrado. Esta fração de rejeitos

quase se equiparou à fração de resíduos orgânicos, que apresentou um total de 26,89%

dos resíduos gerados. Por fim, tem-se os resíduos perigosos com 0,04% do total dos

resíduos gerados, referente a RSS, lâmpadas e REE.

A partir deste estudo de composição, conclui-se que 45,79% dos RSD e RSC

destinados para disposição final no aterro sanitário ainda são constituídos de resíduos

secos, materiais que poderiam ser destinados a triagem e comercialização, com

consequente reciclagem de parte destes, a partir da implementação da coleta seletiva

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201

no município, bem como por meio de ações de educação ambiental com a

sensibilização da população.

Dentre a fração de materiais secos foi verificado que cerca de 18,71% correspondem

aos plásticos, 13,83% são de papel e papelão, 8,38% são vidro e 4,87% consistem nos

metais. Frisa-se que o município possui uma geração de resíduos passíveis de

compostagem de aproximadamente 27% que podem ser processados e utilizados como

adubo, reduzindo ainda mais o volume encaminhado para área de disposição final. Esta

porcentagem é bastante representativa, em termos da dinâmica do município, uma vez

que parte da população, já faz o reaproveitamento da parcela orgânica para adubo e

alimentação de animais, principalmente na área rural.

3.4.2.3. Geração per capita

A estimativa obtida para a geração per capita média em Tabuleiro/MG é de 0,987

kg/hab.dia, sendo considerado o registro fornecido pela empresa contratada pela coleta

convencional dos RSD, referentes ao ano de 2018.

Pode-se observar que o valor estimado de geração de resíduos sólidos no município

está acima do valor máximo de referência de 0,500 kg/hab.dia para município, com

população até 30 mil habitantes, classificados como cidade pequena, faixa em que se

enquadra o município, segundo estudo do IBAM, 2001. Tal valor denota uma geração

significativa de resíduos pela população, mas deve-se considerar o fato de que

juntamente aos RSD são coletados os RSC. Além disso, vale frisar, que para garantia

de melhor representatividade deste valor, seriam necessários dados sobre o número de

habitantes e de quantidade de resíduos geradas de, no mínimo, dos três últimos anos -

2016, 2017 e 2018, entretanto não foi possível obter tal informação com a referida

empresa.

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202

3.5. Sistema de cálculo dos custos da prestação dos serviços públicos de

limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos

Este capítulo objetiva criar um cenário quanto ao sistema financeiro do município de

Tabuleiro/MG, de forma a analisar as receitas geradas e as despesas com serviços

concernentes ao gerenciamento dos resíduos sólidos. Através do exposto, é possível

conhecer como a cidade tem priorizado o planejamento e a gestão das receitas ligadas

aos resíduos.

3.5.1. Arrecadação

De acordo com o artigo 29 da Lei Federal nº 11.445 de 2007, faz parte dos serviços

públicos de saneamento básico os ofícios de limpeza urbana e manejo de resíduos

sólidos urbanos, nos quais terão a sustentabilidade econômico-financeira assegurada,

sempre que possível, proveniente da remuneração obtida da cobrança de seus

serviços, tais como taxas, tarifas e/ou outros preços públicos, estando em conformidade

com o regime de prestação de tal serviço ou de suas respectivas atividades

administradas por órgão competente.

Atualmente no município de Tabuleiro/MG existe uma taxa junto ao Imposto Predial e

Territorial Urbano (IPTU) destinada a limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos

domiciliares. Este valor referente à imóvel residencial é de R$ 8,34 e para os demais

imóveis, R$ 16,68.

Além desses valores, de acordo com a prefeitura, a fonte de arrecadação para estes

serviços é através de recurso próprio, impostos e outras taxas. Entretanto, não foi

especificada a porcentagem destes recursos destinada aos serviços supracitados.

O município possui 1.841 imóveis cadastrados no setor de Tributos, o que resultaria na

arrecadação de, aproximadamente, R$ 15.353,94. No entanto, a realidade do município

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203

é diferente. A inadimplência, segundo informações dos gestores municipais, atinge mais

de 50%, resultando em uma arrecadação de R$ 7.459,08.

Este valor se mostra muito aquém do necessário para o município manter a

sustentabilidade econômico-financeira assegurada pela Lei nº 11.445/2007, devendo,

portanto, adequar a taxa, dentre outras medidas, as quais serão objeto de estudo da

próxima etapa deste Plano (Produto 4 - Prognóstico).

Com relação a incentivos relacionados à gestão de resíduos sólidos, ressalta-se o

repasse anual do ICMS Ecológico, também chamado ICMS Verde, que tem por objetivo

ressarcir e recompensar os municípios pela conservação da natureza e mananciais de

abastecimento e pelos investimentos ambientais. Seu percentual compreende três

componentes, sendo eles: existência de unidades de conservação (45%), qualidade das

águas (30%) e gestão de resíduos sólidos (25%). Estes componentes culminam no

Índice Final de Conservação Ambiental (IFCA), que indica o percentual do ICMS Verde

cabível ao município e que, de certa forma, revertem-se em receitas, que podem

viabilizar ações atinentes à gestão e manejo de resíduos sólidos (PMGIRS de Pinheiral,

2017).

Em 2018, o município de Tabuleiro/MG recebeu o valor de R$ 56.051,22 referente ao

ICMS Ecológico. Vale frisar que este a previsão desse valor para os próximos anos seja

maior em virtude da correta destinação os resíduos sólidos.

3.5.2. Despesas

3.5.2.1. Mão de obra

De acordo com dados fornecidos pela Prefeitura de Tabuleiro/MG, fica sob

responsabilidade da empresa União Recicláveis Rio Novo LTDA a contratação de

pessoal para prestar serviços de coleta e transporte dos resíduos sólidos domiciliares,

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204

tais como coletores, motoristas e supervisores. Quanto à Prefeitura, cabe à mesma

dispor de pessoal para executar os serviços de limpeza pública, distribuídos entre as

atividades e serviços de varrição, capina, poda e limpeza das bocas de lobo.

Relacionado a isso, ao todo são aproximadamente 11 funcionários que compõe um

único grupo prestador de serviço no setor de limpeza pública, aonde totalizou no ano

de 2018, gasto igual à R$ 191.399,20.

O grupo mencionado acima é formado, especificamente, pelos seguintes integrantes:

1 motorista;

1 operador de retroescavadeira;

4 servidores de varrição;

3 servidores de podas e;

2 secretários executivos.

O serviço é realizado em toda a área urbana, e também abrange as comunidades de

Igrejinha do Acácio e Santa Rita do Botafogo. Contudo, os demais bairros rurais não

contam com tal serviço.

3.5.2.2. Veículos automotores

Durante o ano de 2018, foi utilizado o caminhão do tipo caçamba para a coleta dos

resíduos sólidos urbanos, conforme mencionado no item 3.1.1.2, além deste a prefeitura

também contou com o caminhão reserva do mesmo tipo. Foi gasto com a manutenção

destes o total de R$36.940,93 e com combustível, o valor de R$ 20.396,11.

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205

3.5.2.3. Terceirização

De acordo com dados fornecidos pela Prefeitura de Tabuleiro/MG, a mesma firmou

contrato com a empresa União Recicláveis Rio Novo LTDA, de forma a terceirizar a

coleta, o transbordo, o transporte, e a disposição final apenas dos resíduos sólidos

domiciliares do município. Em Tabuleiro/MG, os serviços de coleta, transporte,

tratamento e disposição final dos resíduos de serviços de saúde também são

terceirizados pela Prefeitura, mas como não fazem parte dos RSU, não constituirão os

cálculos.

Com relação aos resíduos sólidos urbanos, o município de Tabuleiro/MG firmou contrato

em janeiro de 2017 com a empresa União Recicláveis Rio Novo LTDA, sendo este válido

até dezembro de 2020, no valor de R$25.892,00 mensais, para o recolhimento,

transbordo, transporte, e disposição final dos resíduos sólidos domiciliares do município.

No ano de 2018, o valor total com este contrato foi de R$284.812,00.

3.5.2.4. Outros gastos

O município não possui despesas relativas com aluguel de áreas para a disposição final

dos resíduos da construção civil e de resíduos de limpeza urbana.

Portanto, além dos gastos citados anteriormente, não foram apresentados outros

específicos para os resíduos sólidos, em Tabuleiro/MG.

3.5.2.5. Valor total

De acordo com os dados levantados a partir da Prefeitura de Tabuleiro/MG, o valor total

gasto pelo município relativo aos serviços de manejo de resíduos sólidos e limpeza

urbana foi de R$ 587.294,13; conforme apresentado na Tabela 27.

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Tabela 27 – Gasto médio do município de Tabuleiro/MG com RSU.

DESPESAS VALOR

1. Mão-de-obra R$191.399,20

2. Veículos Automotores

R$53.250,00

2.1 Manutenção R$36.940,93

2.2 Combustível R$20.892,00

3. Terceirização R$284.812,00

4. Outros gastos -

TOTAL R$ 587.294,13

Fonte: Elaborado pelos autores à partir dos dados fornecidos pela Prefeitura de Tabuleiro/MG.

3.5.3. Balanço

O balanço financeiro do município é dado à partir da diferença entre o que foi

arrecadado, ou seja, a receita, e o que foi gasto, despesa. A Tabela 28 traz as fontes

de arrecadação, bem como as despesas do município.

Tabela 28 – Balanço financeiro do município de Tabuleiro/MG referente aos RSU.

ARRECADAÇÃO R$ 63.510,3

1. Taxa de Limpeza Pública

R$1.135,00

2. Taxa de Coleta, Transporte e Tratamento

R$6.324,08

2. ICMS Ecológico R$56.051,22

DESPESAS R$ 587.294,13

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1. Mão-de-obra R$ 191.399,20

2. Veículos Automotores R$ 53.250,00

2.1 Manutenção R$36.940,93

2.2 Combustível R$20.892,00

3. Terceirização R$284.812,00

4. Outros gastos -

BALANÇO R$ -523.783,83

Fonte: Elaborado pelos autores à partir dos dados fornecidos pela Prefeitura de Tabuleiro/MG.

Como pode ser observado, o balanço é negativo, com o valor de - R$ 523.783,83 para

o ano de 2018. Conclui-se que o município de Tabuleiro/MG não arrecada

suficientemente para cobrir os gastos com o manejo dos resíduos sólidos e com a

limpeza urbana. A arrecadação corresponde a apenas 10,8% das despesas do

município com relação aos serviços de manejo de resíduos sólidos e limpeza urbana.

4. Prognóstico

Para que seja possível elaborar a etapa do prognóstico, é necessário conhecimento

prévio das demandas futuras pelos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos

sólidos. Esse conhecimento é fundamental para que se possa estabelecer com maior

solidez as ações de recuperação, redução e reciclagem, geração de empregos e renda,

minimização dos impactos gerados, dentre outras medidas necessárias.

Dessa forma, nos próximos subtópicos serão retratados dois cenários distintos e

hipotéticos: um tendencial e outro desejável. Em seguida, serão apresentados os

estudos de projeção populacional e de geração das diversas tipologias dos resíduos

sólidos urbanos, estabelecendo as demandas futuras a serem atendidas pelo município

ao longo do horizonte temporal de 20 anos.

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208

Para elaboração deste prognóstico, foram utilizados os dados coletados na etapa de

diagnóstico, objeto estudo do Produto 3, como: geração per capita e composição

gravimétrica, dados populacionais censitários e de contagem disponibilizados pelo

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e alguns valores de referência

consolidados em literatura, como os obtidos através da Associação Brasileira de

Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe), e em produções científicas, que auxiliaram na

estimativa dos quantitativos de resíduos, devido a inexistência de alguns dados

fornecidos pelo município.

Os dados foram, então, compilados a fim de prognosticá-los para o horizonte temporal

adotado de 20 anos, que compreende o período de 2018 a 2037, baseados na

proposição dos cenários hipotéticos (tendencial e desejável) para a gestão de resíduos

sólidos.

4.1. Descrição dos Cenários

A construção de cenários objetiva transformar as incertezas do ambiente em condições

racionais para a tomada de decisões, servindo de referencial para a elaboração do

PMGIRS. Para tanto, inicialmente foram definidos os fatores críticos do sistema público

de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos para, posteriormente, serem

estabelecidos os dois cenários hipotéticos cenário (tendencial e o cenário desejável),

ou seja, caminhos possíveis em direção ao futuro.

4.1.1. Fatores Críticos

Para a construção dos cenários que compõe este Prognóstico foram definidos alguns

fatores críticos. Os fatores críticos podem ser entendidos como qualquer variável ou

conjunto de variáveis que afeta, positiva ou negativamente, o desempenho de um

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209

sistema. Assim, para que se possa fazer a construção dos cenários é necessário que

sejam definidos os fatores críticos (MAARA, 1995).

Os fatores críticos adotados para a construção dos cenários dos serviços de limpeza

urbana e resíduos sólidos foram:

Geração per capita;

Ações de reaproveitamento, beneficiamento, reciclagem e compostagem;

Educação ambiental e sensibilização;

Crescimento populacional/População atendida;

Disposição final de Resíduos Sólidos;

Legislação aplicável;

Fiscalização e regulação;

Formas de prestação dos serviços; e

Estrutura Institucional.

4.1.2.1. Cenário Tendencial

Deste modo, o cenário tendencial se baseia na suposição de que a situação atual não

sofrerá grandes interferências no âmbito das demandas pelos serviços, que a evolução

do comportamento da sociedade em termos educacionais e culturais continue o mesmo,

e que continuará a seguir a tendência histórica levantada no Diagnóstico Municipal

Participativo – Produto 3.

A Tabela 29 sintetiza a previsão de um cenário tendencial para cada fator crítico

considerado.

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210

Tabela 29 - Cenário tendencial para os fatores críticos do município de Tabuleiro/MG

CENÁRIO TENDENCIAL

Geração per capita: Crescente

Ações de reaproveitamento, beneficiamento, reciclagem e compostagem: Baixa e/ou pouco eficientes.

Educação ambiental e sensibilização: Insuficiente

População atendida: 100% da população urbana, incluindo parcela da população rural

Disposição final: Resíduos Sólidos Urbanos (Aterro sanitário); resíduos da Construção Civil (Áreas de “bota-fora”).

Legislação: Inexistência ou inconsistência de políticas municipais de resíduos sólidos acarretando em

lacunas legais

Fiscalização e regulação: Mecanismos ineficientes e descontínuos de fiscalização e inexistência de entidade

reguladora

Forma de Prestação de serviços: Serviços executados por administração direta, contratos de prestação de serviço, e/ou convênio

com cooperativas/associações de catadores.

Fonte: Autores, 2019.

A geração dos resíduos sólidos domiciliares e dos resíduos de estabelecimentos

comerciais e de prestadores de serviço, ou seja, aqueles que são enviados ao aterro

sanitário, o volume é de 0,987 kg/hab.dia. Considerando este cenário, pode-se inferir

que esta geração de resíduos apresentaria um aumento gradativo durante o horizonte

temporal do plano. Isto devido às ações pouco eficientes de educação ambiental e

conscientização da população, voltadas à questão de resíduos sólidos.

No cenário tendencial o município continuaria dispondo das leis municipais que trazem

orientações pontuais e esparsas acerca do gerenciamento dos resíduos sólidos, porém

faltariam legislações específicas e complementares que condensariam a normatização

pertinente. Assim, se conservaria o panorama atual de existência de lacunas legais,

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211

divergências entre políticas públicas e não consideração deste PMGIRS nos

instrumentos legais existentes, o que acarretaria na ineficiência de melhorias

operacionais, ambientais, econômicas e sociais para o sistema público de limpeza

urbana e de manejo de resíduos sólidos. Neste cenário, haveria o descumprimento de

prazos, metas e ações previstas pela PNRS, bem como determinados neste PMGIRS

Em relação às formas de prestação de serviços no cenário tendencial, os serviços

relacionados à coleta e disposição final continuariam sendo planejados, executados

(total/parcial), fiscalizados e acompanhados por administração direta – Secretaria de

Meio Ambiente; Secretaria Municipal de Obras, Atividades Urbanas, Transporte; e a

Secretaria Municipal de Saúde, sem aporte financeiro da iniciativa privada.

No cenário tendencial os serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos

sólidos continuariam sendo prestados, em toda a área urbana do município, através da

coleta convencional de resíduos sólidos, varrição nas principais ruas e avenidas, roçada

dos canteiros centrais, praças, e passeios públicos. A implantação do sistema de coleta

seletiva demoraria a ser efetivada e os níveis de adesão e correta segregação pelos

munícipes seriam reduzidos em relação ao cenário planejado. Com relação às ações

de reaproveitamento, beneficiamento, reciclagem e compostagem, neste cenário tais

ações seguiriam sem sua adoção pela municipalidade.

4.1.2.2. Cenário Desejável

Este cenário é baseado na premissa de que a situação atual do município sofrerá

grandes mudanças positivas no sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos

sólidos, visando à universalização e otimização dos mesmos, ou seja, este cenário seria

bem próximo ao ideal (DMTR, 2014).

A Tabela 30 apresenta a síntese do cenário desejável para os fatores críticos

identificados no município de Tabuleiro/MG.

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212

Tabela 30 - Cenário desejável para os fatores críticos do município de Tabuleiro/MG

CENÁRIO DESEJÁVEL

Geração per capita: Constante com reduções futuras.

Ações de reaproveitamento, beneficiamento, reciclagem e compostagem: Alta: implantação da UTC e coleta seletiva.

Educação ambiental e conscientização: Ações eficientes.

População atendida: 100% da população urbana e rural.

Disposição final: Resíduos Sólidos Urbanos (Aterro sanitário); resíduos da Construção Civil (Áreas de “bota-fora”).

Existência de Política Municipal de Resíduos Sólidos e regulamentações aplicáveis, bem como de instrumento específico para planejamento

(PMGIRS de Tabuleiro/MG) legalmente instituído.

Fiscalização e regulação: Mecanismos eficientes e fiscalização contínua.

Forma de Prestação de serviços: Serviços executados por administração direta, contratos de prestação de serviço, convênio com

cooperativas/associações de catadores e/ou gestão associada via Parceria Público-Privada (se viável).

Fonte: Adaptado de ASTOLFO DUTRA, 2017.

Nesta situação, haveria um alinhamento e consonância dos serviços com a Política

Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e com a Política Nacional de Saneamento Básico

(PMSB) considerando os princípios, prazos e objetivos estabelecidos. Dessa maneira,

os serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos continuariam sendo

prestados em toda a área urbana do município, além de se estender integralmente à

área rural, o qual atualmente não existe.

Com relação à geração dos resíduos sólidos domiciliares e dos resíduos de

estabelecimentos comerciais e de prestadores de serviço, ou seja, aqueles que são

enviados ao aterro sanitário, o volume é de 0,987 kg/hab.dia. Neste cenário, espera-se

que haja uma diminuição gradativa durante o horizonte temporal deste plano.

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213

A fim de conseguir alcançar a redução citada, serão necessárias ações de educação e

conscientização ambiental efetivas e continuadas, capazes de promover a mudança nos

hábitos dos moradores, promovendo o conceito dos 3 R’s (redução, reutilização e

reciclagem).

Além das ações de educação ambiental, a implantação de ações de reaproveitamento,

beneficiamento, reciclagem e compostagem dos resíduos, torna-se extremamente

importante, tais como a coleta seletiva e a reativação da Unidade de Triagem e

Compostagem (UTC) já existente no município de Tabuleiro.

Com relação à disposição final, apenas os rejeitos seriam enviados ao aterro sanitário

contratado pelo município, visto que a UTC e a coleta seletiva estariam em

funcionamento, permitindo o reaproveitamento dos resíduos recicláveis e orgânicos.

Referente aos resíduos da construção civil (RCC), esses seriam enviados a um aterro

específico para recebimento de inertes, podendo ser construído pelo município ou por

iniciativa privado.

No âmbito legislativo, seriam instituídas legislações específicas regulamentando de

forma direta ou indireta a gestão e o gerenciamento de resíduos sólidos, bem como a

instituição do Código de Resíduos, regulando de forma clara e objetiva todos os

aspectos relacionados ao sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

Os serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos de sólidos prestados, tanto pela

administração direta/indireta quanto por delegação/concessão, seriam realizados por

uma Agência Municipal instituída e estruturada exclusivamente para este fim. Além

disso, seriam adotados mecanismos de fiscalização eficientes, como mecanismos de

monitoramento e avaliação, de ouvidoria para atendimento aos cidadãos, de

indicadores operacionais, ambientais e culturais.

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214

Ademais, haveria recursos humanos suficientes para que a administração pública possa

exercer o poder de fiscalização aos atores envolvidos no sistema de limpeza urbana e

manejo de resíduos sólidos.

4.2. Projeção populacional

O conhecimento das dinâmicas populacionais atuais, pretéritas e principalmente

futuras, é fundamental para um planejamento efetivo, tendo em vista que o

comportamento de evolução refletirá diretamente na geração de resíduos sólidos e

consequentemente nas demandas dos serviços e gerenciamento da limpeza urbana e

manejo de resíduos sólidos.

Considerando que o horizonte temporal deste PMGIRS é de 20 anos, torna-se

necessário realizar uma projeção populacional no horizonte do estudo entre 2019 a

2039. Entretanto, ao longo do capítulo serão expostos dados estimados a partir do ano

de 2018, o qual entende-se como marco institucional do plano.

A projeção para o município de Tabuleiro/MG foi elaborada a partir dos métodos mais

utilizados nestes estudos – processo aritmético e processo geométrico (LEAL, apud

TSUTYIA, 2004). Para tanto, realizou-se o levantamento de dados do IBGE, referentes

aos censos demográficos de 1991, 2000 e 2010 do município; os quais foram utilizados

como dados de entrada para o cálculo. Além destes, a estimativa populacional recente

do ano de 2018 disponibilizada pelo IBGE, também foi empregada a fim de se

estabelecer um comparativo para a definição do método mais adequado a se adotar,

por meio das análises comparativas dos gráficos gerados e do método de regressão

linear. Neste sentido, foram realizadas duas projeções populacionais com

procedimentos de cálculos distintos, conforme apresentado na Tabela 31, a seguir.

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215

Tabela 31 - Síntese do método de cálculo da projeção populacional de Tabuleiro/MG

MÉTODO

FÓRMULA

GERAL

FÓRMULA DOS

COEFICIENTES

Projeção aritmética

𝑃𝑡 = 𝑃0 . 𝑞(𝑡−𝑡0)

𝑃𝑡 = 𝑃1 . 𝑞(𝑡−𝑡1)

𝑞 = √𝑃1

𝑃0

(𝑡1−𝑡0)

Projeção geométrica

𝑃𝑡 = 𝑃0 + 𝑟 (𝑡 − 𝑡0)

𝑃𝑡 = 𝑃1 + 𝑟 (𝑡 − 𝑡1)

𝑟 =𝑃1 − 𝑃0

𝑡1 − 𝑡0

Fonte: Autores a partir de Leal (2018)

Nota: Pt = população que se deseja estimar na data t (população de fim de plano); t = definida pela

amplitude de projeto; e P0 e P1 = dados censitários das datas t0 e t1 (adotada contagem de 2000 e 2010).

Diante da aplicação das metodologias de cálculo da projeção populacional

apresentadas, foram simuladas as tendências de crescimento populacional, o que

derivou em dois resultados iniciais, conforme apresentado na Tabela 32 e representado

na

Figura 71.

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216

Tabela 32 - Projeção populacional total calculada para o município de Tabuleiro/MG pelos métodos aritmético e geométrico

ANO ARITMÉTICA GEOMÉTRICA

2018 3685 3723

2019 3635 3681

2020 3586 3639

2021 3537 3598

2022 3487 3557

2023 3438 3517

2024 3389 3477

2025 3340 3437

2026 3290 3398

2027 3241 3360

2028 3192 3322

2029 3142 3284

2030 3093 3247

2031 3044 3210

2032 2994 3173

2033 2945 3137

2034 2896 3102

2035 2847 3067

2036 2797 3032

2037 2748 2998

2038 2699 2964

2039 2649 2930

Fonte: Autores, 2019

Figura 71 - Projeção populacional total calculada para o município de Tabuleiro/MG pelos métodos aritmético e geométrico

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Fonte: Autores, 2019

Com auxílio dos dados, apresentados na Tabela 33, relativos aos censos demográficos

realizados pelo IBGE, é notório o aumento do “êxodo rural” da população residente no

município de Tabuleiro/MG, visto que há acréscimo constante de indivíduos na malha

urbana. Porém, observa-se que em geral, a população da cidade tem taxas negativas

de crescimento, visto que em quantidade está decrescendo. Com o intuito de facilitar a

visualização destes dados foi gerado o gráfico apresentado na Figura 72.

Tabela 33 - Situação domiciliar do município de Tabuleiro/MG

SITUAÇÃO

DOMICILIAR

Ano

1970

Ano

1980

Ano

1991

Ano

2000

Ano

2010

Total 5.356 4.791 4.361 4.572 4.079

Urbana 1.690 1.852 2.126 2.595 2.701

Rural 3.666 2.939 2.235 1.977 1.378

Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos Censos demográficos do IBGE, 2019.

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Figura 72 - Situação domiciliar do município de Tabuleiro/MG

Fonte: Autores, 2019

Diante do exposto, dentre as metodologias abordadas optou-se por adotar, a título de

planejamento, apenas a metodologia de projeção geométrica, pois esta condiz com as

tendências atuais de crescimento tanto da população urbana, quanto da população

rural, bem como está coerente com os dados do IBGE.

Observa-se ainda que a projeção conjunta da população urbana e rural referente ao ano

de 2018 (população total estimada de 3.723 habitantes) corrobora para validação da

opção pela projeção geométrica, uma vez comparada com a estimativa do IBGE para o

mesmo ano (população total de 3.792 habitantes).

Dessa forma, aplicou-se tal projeção tanto para a área urbana, quanto para a área rural,

de acordo com o apresentado na Tabela 34 e

Figura 73, somando estas para a obtenção da população total. Portanto, buscou-se

considerar este comportamento médio que possivelmente não venha a onerar nem

subestimar as ações de planejamento para o PMGIRS.

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Tabela 34 - Projeção populacional do município de Tabuleiro/MG

Ano Urbana Rural Total

2019 2800 996 3796

2020 2811 960 3772

2021 2823 926 3749

2022 2834 894 3728

2023 2845 862 3707

2024 2857 831 3688

2025 2868 802 3670

2026 2880 773 3653

2027 2891 746 3637

2028 2903 720 3622

2029 2914 694 3609

2030 2926 669 3596

2031 2938 646 3584

2032 2950 623 3573

2033 2962 601 3562

2034 2973 579 3553

2035 2985 559 3544

2036 2997 539 3536

2037 3009 520 3529

2038 3021 502 3523

2039 3034 484 3517

Fonte: Autores, 2019

Figura 73 - Projeção populacional do município de Tabuleiro/MG

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220

Fonte: Autores, 2019

Dessa maneira, considerando que o presente PMGIRS deverá estabelecer diretrizes

para o uso racional e integrado dos recursos naturais visando a sustentabilidade e

segurança mediante o equacionamento adequado entre a oferta e a demanda pelos

serviços de gerenciamento dos resíduos sólidos ao longo de 20 anos, se trabalhou com

população total de início de planejamento estimada em 3.796 habitantes (2019) e fim

de planejamento 3.517 habitantes (2038).

No contexto apresentado, a dinâmica da população urbana e rural estimada para o

horizonte de planejamento (2019 a 2039) em síntese apresenta o comportamento

mostrado no gráfico da

Figura 74, o qual evidencia uma evolução crescente da população urbana (8,34%) e

decréscimo da população rural (51,42%).

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221

Figura 74 - Projeção da população urbana e rural adotada para fins de planejamento para o PMGIRS de Tabuleiro/MG

Fonte: Autores, 2019

4.3. Estudo de demandas futuras do sistema de limpeza urbana e manejo de

resíduos sólidos

O conhecimento prévio das demandas futuras pelos serviços de limpeza urbana no

município de Tabuleiro/MG caracteriza-se como fator de extrema importância, para que

seja possível elaborar um instrumento de gestão eficiente.

Dessa forma, o presente tópico objetiva apresentar a estimativa futura da geração e as

quantidades de resíduos reciclados, beneficiados e reaproveitados, ou destinados

adequadamente no horizonte temporal definido neste plano, considerando os cenários

(tendencial e desejável) adotados.

Portanto, este estudo subsidiará a proposição dos programas, projetos e ações, através

de uma análise futura do comportamento dos resíduos sólidos, referente à geração,

reciclagem, reaproveitamento e destinação/disposição adequada.

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222

4.3.1. Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) e Resíduos Sólidos de Estabelecimentos

Comerciais e de Prestadores de Serviços (RSC)

Para estimativa da geração futura dos Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) e Resíduos

Sólidos de Estabelecimentos Comerciais e de Prestadores de Serviços (RSC) com

características do primeiro, foram levantados dados do diagnóstico do sistema de

limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos do município de Tabuleiro/MG (Produto

3 – Diagnóstico Municipal Participativo), considerando especificamente os seguintes

itens:

Geração total de RSD e RSC; e

Composição gravimétrica dos RSD e RSC.

De acordo com os dados fornecidos pela União Recicláveis Rio Novo LTDA, no ano de

2018 (utilizado como referência), o total de resíduos destinados ao aterro sanitário da

empresa foi de, aproximadamente, 960 toneladas. Considerando a estimativa da

população urbana para este ano (2789 habitantes) pois esta localidade é a abrangida

efetivamente pelo serviço de coleta e disposição final de RSD e RSC, obteve-se uma

estimativa para a geração per capita média em Tabuleiro de 0,943 kg/hab.dia, para este

ano.

Pode-se observar que o valor estimado de geração de resíduos sólidos no município

está acima do valor máximo de referência de 0,500 kg/hab.dia para município, com

população até 30 mil habitantes, classificados como cidade pequena, faixa em que se

enquadra o município, segundo estudo do IBAM, 2001.

Para estimativa da geração futura dos resíduos sólidos urbanos foram considerados os

dois cenários hipotéticos previamente definidos (tendencial e desejável). No cenário

tendencial foi considerado uma taxa de incremento constante na geração de resíduos

de 0,5%. Já no cenário desejável foi considerado 0% de incremento nos três primeiros

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223

anos a partir de 2019, considerando que as ações de educação ambiental sejam

executadas no cenário desejável e bem como os programas eventuais de incentivo da

prefeitura.

Deste modo, foi adotado inicialmente uma taxa de redução na geração de resíduos, que

seriam dispostos ao aterro, de 0,5% em 2022 e de 0,05% para 2023 a 2026. Para os

anos de 2027 a 2031 foi considerada uma taxa de redução de 0,06%, aumentando para

0,1% até até o final do horizonte de planejamento do PMGIRS ou seja, até 2040.

Conforme pode ser observado na Tabela 35, caso o município consiga alcançar o

cenário desejável, ou seja, aquele em que são aplicadas as metas e ações

estabelecidas neste plano, a geração de resíduos poderá ser cerca de 25,60% menor

que no cenário tendencial.

Tabela 35 - Projeção da geração de resíduos sólidos domiciliares (RSD e RSC) em Tabuleiro/MG de 2019 a 2039

Ano População

(hab)

CENÁRIO TENDENCIAL CENÁRIO DESEJÁVEL

Taxa de Incremento

(%)

Geração per capita

(Kg/hab.dia)

Geração (Ton/ano)

Taxa de Incremento

(%)

Geração per capita

(Kg/hab.dia)

Geração (Ton/ano)

2018 2789 − 0,943 959,96 − 0,943 959,96

2019 3796 0,5 0,948 1313,06 0 0,943 1306,53

2020 3772 0,5 0,952 1311,26 0 0,943 1298,24

2021 3749 0,5 0,957 1309,86 0 0,943 1290,40

2022 3728 0,5 0,962 1308,85 -0,5 0,938 1276,58

2023 3707 0,5 0,967 1308,23 -0,55 0,933 1262,64

2024 3688 0,5 0,972 1307,98 -0,6 0,928 1248,59

2025 3670 0,5 0,977 1308,10 -0,65 0,921 1234,41

2026 3653 0,5 0,981 1308,58 -0,7 0,915 1220,12

2027 3637 0,5 0,986 1309,41 -0,76 0,908 1205,59

2028 3622 0,5 0,991 1310,58 -0,82 0,901 1190,82

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2029 3609 0,5 0,996 1312,09 -0,88 0,893 1175,82

2030 3596 0,5 1,001 1313,93 -0,94 0,884 1160,60

2031 3584 0,5 1,006 1316,10 -1 0,875 1145,16

2032 3573 0,5 1,011 1318,58 -1,1 0,866 1129,05

2033 3562 0,5 1,016 1321,37 -1,2 0,855 1112,31

2034 3553 0,5 1,021 1324,47 -1,3 0,844 1094,94

2035 3544 0,5 1,026 1327,86 -1,4 0,833 1077,00

2036 3536 0,5 1,032 1331,55 -1,5 0,820 1058,50

2037 3529 0,5 1,037 1335,53 -1,6 0,807 1039,47

2038 3523 0,5 1,042 1339,78 -1,7 0,793 1019,96

2039 3517 0,5 1,047 1344,32 -1,8 0,779 999,99

Fonte: Adaptado de ASTOLFO DUTRA, 2017.

Considerando a gravimetria realizada que foi descrita com mais detalhe no tópico

3.4.2.2 do Produto 3 deste plano, os resíduos sólidos domiciliares, de maneira geral,

são constituídos 45,79% por recicláveis, 26,89% de material orgânico e 27,28% por

rejeitos. A partir destes dados, a Figura 75 e a Figura 76 mostram os gráficos da

constituição dos resíduos sólidos domiciliares em ambos cenários hipotéticos

considerados.

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Figura 75 - Composição dos RSD e RSC para o cenário tendencial

Fonte: Autores, 2019

Figura 76 - Composição dos RSD e RSC para o cenário desejável

Fonte: Autores, 2019

Como pode ser observado pelas Figuras Figura 75 e Figura 76, a proporção de rejeito

é uma parcela muito baixa em relação ao total gerado pelo município, ou seja, a

quantidade de resíduos a serem destinados ao aterro sanitário é menor que 30%.

Entretanto, para que esta realidade seja alcançada, deve-se ocorrer a implantação

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efetiva de um Programa de Coleta Seletiva com vistas a elevar a adesão e a correta

segregação dos resíduos secos pelos munícipes, bem como a reestruturação e

implantação de estruturas com o objetivo de elevar a eficiência de recuperação dos

resíduos secos e concepção de sistema para tratamento de resíduos orgânicos (UTC e

LEV’s).

4.3.2. Resíduos da Construção Civil (RCC)

O município não possui dados concretos a respeito da geração de resíduos da

construção civil. Foi estimado, pela Secretaria de Obras, que o volume de geração é em

torno de 56 toneladas de resíduos por mês, conferindo total de 672 toneladas de RCC

por ano.

Utilizando a população urbana definida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE) para o ano de 2010, igual a 2.701 habitantes, tem-se que são

geradas, aproximadamente 20,73 kg por habitante por mês, ou seja, a geração per

capita é de 0,68 kg/hab.dia.

Cabe ressaltar que esse valor está dentro da faixa fornecida pela Associação Brasileira

de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) do Panorama de

Resíduos de 2015, cujo índice de geração média per capita informado, para a região

Sudeste, foi de 0,748 kg/hab.dia.

Com relação à taxa de incremento na geração de resíduos da construção civil (RCC)

considerou-se que o aumento na geração seria proporcional ao crescimento do número

de habitantes, tanto para o cenário tendencial quanto para o cenário desejável.

No município de Tabuleiro/MG, não existe um sistema bem definido de triagem, reuso

ou reciclagem e tratamento direcionados aos resíduos sólidos da construção civil e

inertes. Entretanto, segundo dados dos gestores municipais, parte destes é recuperada,

tais como a parcela considerada como “entulho” que são dispostos nas estradas vicinais

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para manutenção. Já a parcela dos RCC em boas condições, geralmente, é doada aos

munícipes e/ou utilizados pela própria prefeitura no preenchimento das estradas rurais.

Desse modo, será estimado que o município reaproveita, em média, 40% dos resíduos

gerados para manutenção das estradas ou reutilizados por meio de doações aos

cidadãos. Foi considerada então essa taxa para estimativa dos resíduos que são

dispostos inadequadamente na área de bota-fora irregular do município, no cenário

tendencial.

Para o cenário desejável, foi considerado um reaproveitamento não só para

pavimentação de estradas rurais, mas também para a fabricação de blocos, bloquetes,

aterro de vias de acesso, calçamentos, enchimento de fundações, tijolos ecológicos,

dentre outras aplicações. Assim, foi utilizada uma taxa de reaproveitamento com um

aumento gradual, conforme pode ser visto na Tabela 36.

Tabela 36 - Projeção da geração de resíduos da construção civil

em Tabuleiro/MG de 2019 a 2039

Ano Geração

per capita (kg/hab.dia)

Geração (ton./ano)

CENÁRIO TENDENCIAL CENÁRIO DESEJÁVEL

Taxa de reaproveita-mento (%)

Destinação Final

Inadequada (ton./ano)

Taxa de reaproveita-mento (%)

Destinação Final

Adequada (ton./ano)

2018 0,68 941,17 40% 564,7 0,4 564,7

2019 0,68 942,14 40% 565,28 0,4 565,28

2020 0,68 936,17 40% 561,7 0,4 561,7

2021 0,68 930,51 40% 558,31 0,4 558,31

2022 0,68 925,17 40% 555,1 0,4 555,1

2023 0,68 920,13 40% 552,08 0,4 552,08

2024 0,68 915,38 40% 549,23 0,4 549,23

2025 0,68 910,91 40% 546,55 0,44 510,11

2026 0,68 906,71 40% 544,03 0,46 489,62

2027 0,68 902,77 40% 541,66 0,46 487,5

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2028 0,68 899,08 40% 539,45 0,48 467,52

2029 0,68 895,64 40% 537,39 0,48 465,73

2030 0,68 892,44 40% 535,46 0,48 464,07

2031 0,68 889,46 40% 533,68 0,5 444,73

2032 0,68 886,7 40% 532,02 0,5 443,35

2033 0,68 884,16 40% 530,5 0,52 424,4

2034 0,68 881,82 40% 529,09 0,52 423,28

2035 0,68 879,69 40% 527,81 0,54 404,66

2036 0,68 877,74 40% 526,64 0,54 403,76

2037 0,68 875,98 40% 525,59 0,56 385,43

2038 0,68 874,4 40% 524,64 0,56 384,74

2039 0,68 873 40% 523,8 0,56 384,12

Fonte: Adaptado de ASTOLFO DUTRA, 2017.

As ações relativas à destinação correta dos resíduos da construção civil, bem como seu

reaproveitamento, são de curto e médio prazo, ou seja, abrangem um período entre 1 e

10 anos, contados a partir de 2019.

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4.3.3. Resíduos de Limpeza Urbana

Segundo a Lei Federal nº 12.305, os resíduos de limpeza urbana (RLU) são aqueles

provenientes de serviços de varrição, limpeza de logradouros, vias públicas e outros

serviços de limpeza urbana, tais como, capina, roçagem, raspagem, poda de áreas

verdes, retirada de entulhos, conservação de valas, dentre outros. Neste sentido, nos

itens seguintes apresenta-se a estimativas de geração de resíduos para o horizonte de

planejamento, conforme tipologias identificadas e dados levantados no Produto 3.

4.3.3.1. Resíduos de Varrição, Capina e Roçada

Os resíduos de Varrição, Capina e Roçada são geralmente de pequenas dimensões e

constituídos de areia, terra, folhas, pequenas embalagens, pedaços de madeira, fezes

de animais e outros.

Segundo dados dos gestores municipais, em geral, a quantidade de resíduos coletada

(varrido) na área urbana de Tabuleiro/MG é de cerca de 3.200 Quilogramas por mês.

Já para as comunidades rurais que recebem tais serviços, estes dados são ausentes.

Portanto, a geração per capita foi estimada com base nos dados da população urbana

e extrapolada à população total, para a quantificação destes resíduos.

A quantidade total de Resíduos de Varrição, Capina e Roçada gerada é estimada em

53,25 ton. e 54,52 ton. nos anos de 2019 e 2039 respectivamente, o que indica um

crescimento de apenas 2, 38%, conforme na Tabela 37.

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Tabela 37 - Projeção da geração de resíduos de limpeza urbana em Tabuleiro/MG

de 2019 a 2039

CENÁRIO TENDENCIAL E DESEJÁVEL

Ano População

(hab)

Taxa de Incremento

(%)

Geração per capita

(Kg/hab.dia)

Geração (Ton./ano)

2018 2789 − 0,038 38,93

2019 3796 0,5 0,038 53,25

2020 3772 0,5 0,039 53,18

2021 3749 0,5 0,039 53,12

2022 3728 0,5 0,039 53,08

2023 3707 0,5 0,039 53,06

2024 3688 0,5 0,039 53,05

2025 3670 0,5 0,040 53,05

2026 3653 0,5 0,040 53,07

2027 3637 0,5 0,040 53,11

2028 3622 0,5 0,040 53,15

2029 3609 0,5 0,040 53,21

2030 3596 0,5 0,041 53,29

2031 3584 0,5 0,041 53,38

2032 3573 0,5 0,041 53,48

2033 3562 0,5 0,041 53,59

2034 3553 0,5 0,041 53,72

2035 3544 0,5 0,042 53,85

2036 3536 0,5 0,042 54,00

2037 3529 0,5 0,042 54,17

2038 3523 0,5 0,042 54,34

2039 3517 0,5 0,042 54,52

Fonte: Autores, 2019.

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4.3.3.2. Resíduos Volumosos

Os resíduos volumosos, de acordo com a Norma Brasileira (NBR) nº 15.112/2004 da

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), são peças de grandes dimensões,

como móveis e equipamentos domésticos inutilizados, grandes embalagens, peças de

madeira, podas e outros assemelhados, não provenientes de processos industriais e

não removidos pela coleta pública municipal. Normalmente são removidos das áreas

geradoras juntamente com os RCC.

Como não há dados da geração municipal destes resíduos, adotou-se a geração per

capita média de 0,082 kg/hab.dia proposta por ICLEI (2012), para estimar a geração de

resíduos volumosos para o município de Tabuleiro/MG. De acordo com o gráfico da

Figura 77 esta oscila de 114,18 ton. (2019) a 116,9 ton. (2039) no horizonte de

planejamento deste PMGIRS.

Figura 77 - Projeção da geração de resíduos volumosos em Tabuleiro/MG de 2019 a 2039

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Fonte: Autores, 2019.

Considerando a composição gravimétrica destes resíduos, na ausência de dados

municipais, têm-se, segundo informações apresentadas por MCidades/SNSA (2011),

os percentuais dos seus constituintes, conforme apresentado no gráfico da Figura 78.

Figura 78 - Composição gravimétrica dos resíduos volumosos segundo Brasil (2011)

Autores, a partir de Brasil (2011)

Vale frisar grande parcela destes resíduos pode ser reaproveitada como os resíduos de

podas, com a aquisição de máquina trituradora possibilitando seu uso como mistura

para substratos agrícolas, dentre outros usos.

Estima-se que a maior parcela de RVol é de responsabilidade da municipalidade, por

se tratarem de volumes gerados provenientes da limpeza e conservação pública, bem

como de pequenos geradores. Desta forma, os percentuais de recuperação a serem

atingidos se deve principalmente à efetivação de ações estruturais por parte da gestão

pública, as quais serão propostas no decorrer deste relatório.

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4.3.4. Resíduos Industriais (RI)

Os resíduos Industriais (RI) são materiais residuários de atividades industriais passíveis

de controle específico pelo gerador, não sendo de responsabilidade da municipalidade.

Devido à variedade de tipologias de resíduos geradas em plantas industriais, associada

a escassez de dados disponíveis, a projeção de resíduos desta tipologia foi

inviabilizada.

Entretanto este fato não traz prejuízo ao planejamento do sistema público de limpeza

pública e manejo de resíduos sólidos, que é o foco deste PMGIRS, uma vez que,

conforme evidenciado, não cabe ao município a responsabilidade de manejar e ofertar

soluções para o correto gerenciamento destes materiais.

Ademais, é importante registrar que o presente instrumento de planejamento há

provisionamentos para o cadastramento dos geradores de tais tipologias de resíduos,

de maneira a formar um banco de dados e facilitar a fiscalização, que é responsabilidade

do poder público, como discorre-se no tópico 5.1.

4.3.5. Resíduos dos Serviços Públicos de Saneamento

O prognóstico dos RSB consiste na projeção futura da geração dos resíduos de

saneamento (lodos) provenientes da Estação de Tratamento de Água (ETA) Tabuleiro,

administrada pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA. Dessa

forma, o lodo produzido é proveniente das etapas do decantador e na lavagem dos

filtros, aonde posteriormente é diluído em água e lançado no corpo hídrico mais próximo

à estação (Córrego da Onça), sem qualquer tratamento prévio. No caso do município

de Tabuleiro/MG, uma vez que não há tratamento do esgoto gerado, não há geração

desse tipo de resíduo.

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234

Vale lembrar que os valores de geração de resíduos podem variar de acordo com a

tecnologia de tratamento tanto para ETA quanto para ETE que venha a ser instalada, o

que reflete diretamente nos custos de gestão destes resíduos.

Porém, para que as estimativas de geração de resíduos especificamente provenientes

dos sistemas de tratamento, ou seja, o lodo gerado na estação, sejam feitas, é

necessário ter conhecimento do total gerado atualmente. Entretanto, essas informações

não foram disponibilizadas para conseguinte cálculo.

4.3.6. Resíduos Agrossilvopastoris

Estes resíduos podem ser divididos em três grupos: Resíduos

Orgânicos (gerados na produção agrícola, pecuária, agroindústrias e afins); Resíduos

Inorgânicos (embalagens vazias de agrotóxicos e fertilizantes, bem como insumos

veterinários); e Resíduos Domiciliares da Área Rural (similar ao RSD).

Como não foi possível obter dados sobre a geração destes e devido ampla possibilidade

de geração distinta, as estimativas da geração futura foram comprometidas. Entretanto,

esta tipologia de resíduos é responsabilidade dos próprios geradores, cabendo ao poder

público planejar ações indutoras do cadastramento e da fiscalização dos mesmos,

conforme será abordado no item 5.1 deste produto.

4.3.7. Resíduos dos Serviços de Saúde

De acordo com dados fornecidos pela empresa Serquip - Tratamento de Resíduos MG

LTDA, a partir dos Certificados de Tratamento de Disposição Ambiental de Resíduos

encaminhados à Prefeitura, o montante de geração desse tipo de resíduo em

Tabuleiro/MG, considerando o período de Janeiro de 2018 a Abril de 2019, foi igual a:

Resíduos Classe A (Infectante): 719,65 Kg

Resíduos Classe B (Químico): 91,5 Kg

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235

Resíduos Classe E (Perfurocortante): 164,1 Kg

Totalizando um montante de 975,25 Kg de RSS em 1 ano, no período acima descrito.

Sendo assim, utilizando a população estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE) para o ano de 2018, igual a 3.792 habitantes, tem-se que são

geradas, aproximadamente 0,26 kg por habitante ao ano, correspondente a 0,02kg por

habitante ao mês, traduzindo em uma geração per capita de 0,0007 kg/hab.dia.

Cabe ressaltar que o valor encontrado para a geração per capita é muito inferior ao valor

de referência da Abrelpe (2015), que seria de 1,923 kg/hab para o estado de Minas

Gerais. A diferença discrepante pode ser explicada devido ao fato de o município ter

apenas duas unidades de saúde, e reduzida população. Além disso, os valores

repassados pela Pró-Ambiental são referentes apenas aos RSS gerados pelo poder

público municipal, não considerando, portanto, os geradores particulares.

Foi considerada uma taxa de incremento de 0,1% para o cenário tendencial e, para o

cenário desejável, foi considerado o valor de 0,07% graças ao desenvolvimento de

ações de educação ambiental, no tocante à destinação correta dos RSS nas unidades

de saúde, diminuindo a incidência de resíduos comuns descartados em recipientes

especiais.

A Tabela 38 mostra a geração futura de resíduos para ambos cenários hipotéticos

adotados. No entanto, cabe destacar que esse valor corresponde apenas aos resíduos

de serviço de saúde gerados pelo poder público, nas unidades básicas de saúde

municipais. Geradores terceirizados são responsáveis pelo seu próprio gerenciamento

de RSS.

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236

Tabela 38 - Projeção da geração futura de RSS para o município de Tabuleiro/MG

Ano População

(hab.)

CENÁRIO TENDENCIAL CENÁRIO DESEJÁVEL

Taxa de reaproveitamento

(%)

Geração per capita

(kg/hab.dia)

Geração (ton/ano)

Taxa de reaproveitamento

(%)

Geração per capita

(kg/hab.dia)

Geração (ton/ano)

2018 3792 - 0,26 0,9753 - 0,26 0,9753

2019 3796 0,10% 0,26 0,9869 0,07% 0,26 0,9869

2020 3772 0,10% 0,26 0,9807 0,07% 0,26 0,9807

2021 3749 0,10% 0,26 0,9748 0,07% 0,26 0,9748

2022 3728 0,10% 0,26 0,9692 0,07% 0,26 0,9692

2023 3707 0,10% 0,26 0,9639 0,07% 0,26 0,9639

2024 3688 0,10% 0,26 0,9589 0,07% 0,26 0,9589

2025 3670 0,10% 0,26 0,9542 0,07% 0,26 0,9542

2026 3653 0,10% 0,27 0,9863 0,07% 0,26 0,9498

2027 3637 0,10% 0,27 0,9821 0,07% 0,26 0,9457

2028 3622 0,10% 0,27 0,9781 0,07% 0,26 0,9418

2029 3609 0,10% 0,27 0,9743 0,07% 0,27 0,9743

2030 3596 0,10% 0,27 0,9708 0,07% 0,27 0,9708

2031 3584 0,10% 0,27 0,9676 0,07% 0,27 0,9676

2032 3573 0,10% 0,27 0,9646 0,07% 0,27 0,9646

2033 3562 0,10% 0,27 0,9618 0,07% 0,27 0,9618

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2034 3553 0,10% 0,28 0,9948 0,07% 0,27 0,9593

2035 3544 0,10% 0,28 0,9924 0,07% 0,27 0,957

2036 3536 0,10% 0,28 0,9902 0,07% 0,27 0,9548

2037 3529 0,10% 0,28 0,9882 0,07% 0,27 0,9529

2038 3523 0,10% 0,28 0,9864 0,07% 0,27 0,9512

2039 3517 0,10% 0,28 0,9848 0,07% 0,27 0,9497

Fonte: Adaptado de ASTOLFO DUTRA, 2017

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4.3.8. Resíduos de Serviços de Transporte (RST)

Os resíduos de serviços de transporte terrestre são oriundos de portos, aeroportos,

terminais rodoviários, ferroviários, alfandegários e passagens de fronteira conforme

Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ainda segundo a Lei Federal nº 12.305/2010,

a adequada gestão dos resíduos, bem como a elaboração do Plano de

Gerenciamento destes Resíduos Sólidos é responsabilidade do gerador.

No município de Tabuleiro/MG não há geração dessa tipologia de resíduos, uma vez

que o mesmo não possui terminais rodoviários ou qualquer ou demais supracitados.

Entretanto, é de incumbência do município identificar e fiscalizar tais geradores, caso

estes surjam futuramente, assim neste plano foram criadas ações para

cadastramento dos geradores no tópico 5.1.

4.3.9. Resíduos de Mineração (RM)

Os rejeitos produzidos pela atividade minerária tratam-se de materiais passíveis de

gestão pelo próprio gerador. Conforme descrito no item 3.1.8. deste plano, o

município de Tabuleiro não possui esse tipo de serviço, de acordo com dados

fornecidos pela própria Prefeitura. Portanto, como não há geração de resíduos de

mineração na cidade, não foi possível projetar uma tendência de evolução destes

resíduos.

Importante salientar que essa questão não traz prejuízo ao planejamento do

sistema de limpeza pública e de manejo de resíduos sólidos, alvo deste PMGIRS,

visto que, conforme citado anteriormente, não é de responsabilidade municipal

manejar e ofertar soluções para o correto gerenciamento destes resíduos.

4.3.10. Resíduos de Logística Reversa Obrigatória

A Lei Federal nº12.305/2010 determina como obrigatório estruturar e implementar

a logística reversa, sistema que consiste no retorno de determinados produtos após

sua utilização pelo consumidor aos seus fabricantes, importadores, distribuidores e

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comerciantes, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de

manejo dos resíduos sólidos conforme será abordado no tópico 5.2, deste relatório.

Como não há dados e não existem sistemas funcionando plenamente para todos

os produtos objetos desta obrigatoriedade, as estimativas de geração destes

resíduos basearam-se em dados da literatura. Deste modo, adotou-se números por

habitantes e por domicílios, conforme ilustra o gráfico da Figura 79.

Figura 79 - Índices bibliográficos adotados para a projeção estimada da geração de resíduos de logística reversa obrigatória

Fonte: PMGIRS de Canas, 2017.

Conforme observado na Figura 80, seguinte, estima-se que durante o período de

2019 a 2039 (horizonte temporal deste PMGIRS) devem ser gerados

aproximadamente 260 toneladas de resíduos de eletroeletrônicos e

aproximadamente 95.947 unidades de lâmpadas fluorescentes que deverão ter

manejo diferenciado, através da responsabilidade compartilhada e retorno do

produto ao setor empresarial.

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Figura 80 - Estimativa da geração de resíduos eletroeletrônicos e de lâmpadas fluorescentes em Tabuleiro/MG de 2019 a 2039

Fonte: Autores, 2019.

A Resolução CONAMA nº 401/2008, determina que os estabelecimentos que

comercializam e a rede de assistência técnica autorizada, deverão receber dos

usuários as pilhas e baterias usadas, sendo facultativa a recepção de outras

marcas, para repasse aos respectivos fabricantes ou importadores. Em

Tabuleiro/MG, foram prognosticados ao longo do horizonte de planejamento deste

plano, a geração de aproximadamente 6.853 unidades de baterias e

aproximadamente a 330.484 de unidades de pilhas, conforme aponta o gráfico da

Figura 81.

Figura 81 - Estimativa da geração de resíduos de pilhas e de baterias em Tabuleiro/MG de 2019 a 2039

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Fonte: Autores, 2019.

Com relação aos resíduos de pneus inservíveis, o presente instrumento de

planejamento estimou a geração anual desses resíduos de 2019 a 2039, conforme

aponta o gráfico da Figura 82.

Figura 82 - Estimativa da geração de pneus inservíveis em Tabuleiro/MG de 2019 a 2039

Fonte: Autores, 2019.

Por fim, ressalta-se que outros tipos de resíduos como óleos lubrificantes e suas

embalagens; embalagens em geral; embalagens vazias de agrotóxicos,

medicamentos vencidos e óleos comestíveis não tiveram seus quantitativos de

geração estimados para o futuro, em virtude da ausência de informações para

tanto. Contudo, ações que fomentem os serviços de logística reversa são

delineadas em maiores detalhes no subitem 5.2.

4.4. Áreas favoráveis para disposição final ambientalmente adequada

A disposição final ambientalmente correta mais utilizada no Brasil atualmente é o

aterro sanitário, e segundo o Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos

Sólidos do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM), algumas

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diretrizes precisam ser satisfeitas para a etapa da seleção de áreas para a

implantação de aterros sanitários (MONTEIRO et al., 2001).

A estratégia a ser adotada para a seleção da área de um aterro sanitário consiste

na observação dos seguintes elementos (MONTEIRO et al., 2001):

Seleção preliminar das áreas disponíveis no município;

Estabelecimento do conjunto de critérios de seleção;

Definição de prioridades para o atendimento aos critérios estabelecidos;

Análise crítica de cada uma das áreas levantadas frente aos critérios

estabelecidos e priorizados, selecionando-se aquela que atenda à maior parte

das restrições através de seus atributos naturais.

Considerando a disposição final dos resíduos sólidos, parcela dos rejeitos incapaz

de ser reaproveitada, o município de Tabuleiro possui algumas alternativas viáveis,

dentre as quais:

A. Continuação do modelo atual através da terceirização da disposição final,

utilizando aterro sanitário localizado no município de Leopoldina/MG;

B. Implantar um aterro sanitário municipal em Tabuleiro/MG;

C. Inserção do município em um consórcio intermunicipal para disposição final dos

seus resíduos.

Dentre as opções acima disponíveis, a opção “A” seria a manutenção da prática

atual, na qual mantêm-se renovação através de contrato com empresa terceirizada,

União Recicláveis Rio Novo LTDA, que atua como empresa responsável pela

operação e funcionamento do aterro sanitário de destinação dos resíduos sólidos

domiciliares (RSD), localizado na cidade de Leopoldina/MG.

A opção “B” refere-se à implantação de um aterro sanitário municipal. Neste caso

se faz necessário estudo prévio específico para verificação de áreas próprias para

este fim, além de disponibilidade de altos valores para o investimento nos projetos

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243

e obras de um futuro aterro, bem como o gasto com funcionários qualificados para

operação e manutenção do mesmo.

Por fim, a opção “C” revela-se como a alternativa mais incentivada nos termos da

Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), uma vez que recursos da União são

prioritários em municípios e conjuntos de municípios que obtenham soluções

consorciadas para a destinação final ambientalmente adequada para seus resíduos

sólidos. O município de Tabuleiro se encontra inserido no Arranjo Territorial Ótimo

de Ubá/MG, possibilitando a criação de um consórcio com municípios deste arranjo,

conforme será apontado no item 4.2.

Nos termos da Lei Federal Lei 11.107/2005, conhecida como Lei dos Consórcios,

os consórcios são parcerias entre dois ou mais entes da federação para a

realização de objetivos comuns, em qualquer área. São pessoas jurídicas que

podem assumir a personalidade de direito público ou privado. Deste modo, a gestão

de serviços públicos pode se dar de forma associada, sendo permitido aos

municípios se articular em órgão público intermunicipal de caráter autárquico, com

poder de planejar, regular, fiscalizar, prestar diretamente ou delegar e contratar

conjuntamente serviços públicos de sua competência. Sobretudo para municípios

de pequeno porte, que geralmente possuem pouca capacidade administrativa,

dificuldade de captar recursos e fraco desenvolvimento econômico, as soluções

consorciadas se constituem em alternativa importante para a estruturação da

gestão de serviços públicos.

Vale salientar que os consórcios podem obter seus recursos através de receita

própria, seja ela advinda de suas próprias atividades ou oriundas das contribuições

dos municípios integrantes. Faz-se importante ressaltar que a contribuição

financeira dos municípios deve estar explicitada no estatuto de cada consórcio

(BRITTO et al., 2015).

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244

4.4.1. Seleção preliminar das áreas disponíveis no município

A escolha de áreas para implantação de aterros sanitários requer estudos

aprofundados, que considere recomendações técnicas, legais, econômicas e

socioambientais. Para isto é necessário, um tempo razoável para realização destes

estudos, além de um grande número de dados e informações. Entretanto, neste

tópico, será apresentado, de maneira simplificada, uma seleção preliminar de

possíveis áreas com tal finalidade no município de Tabuleiro/MG.

Como referência para a implementação de aterros sanitários, a Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), conta com duas Normas Brasileiras (NBR),

as quais são:

NBR 13.896/1997: Aterros de resíduos não perigosos. Critérios para projeto,

implantação e operação;

NBR 15.849/2010: Resíduos sólidos urbanos – Aterros sanitários de pequeno

porte – Diretrizes para localização, projeto, implantação, operação e

encerramento.

Para que se possa selecionar previamente algumas áreas é necessário que se faça

uma estimativa preliminar da área total necessária para o aterro. Deste modo,

utilizou-se a metodologia sugerida pelo Manual de Gerenciamento Integrado de

Resíduos Sólidos do IBAM para calcular esta área.

Tal metodologia consiste na multiplicação da quantidade de resíduos coletada

diariamente, em toneladas, pelo fator 560. Esse fator considera alguns parâmetros

utilizados em projetos de aterros, conforme apresentado na Tabela 39.

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245

Tabela 39 - Parâmetros considerados para cálculo do fator multiplicador

PARÂMETRO UNIDADE

Vida útil 20 anos

Altura do aterro 20 metros

Taludes 1:3

Ocupação do terreno (área operacional)

80%

Fonte: Adaptado de MONTEIRO et al., 2001.

Portanto, considerando que a quantidade de resíduos (RSD) coletada diariamente é

de, aproximadamente 2,6 toneladas, temos que a área necessária para implantação

de um aterro sanitário no município é de, no mínimo, aproximadamente 1456,0 m².

Na Figura 83, são apresentadas possíveis áreas para disposição adequada no

município de Tabuleiro/MG. Nesta, visualiza-se as áreas urbanizadas, nas quais

devem ser evitadas para a instalação de um aterro sanitário. Ademais, é possível

visualizar a distância mínima que a área deve estar de centros urbanos, ou seja,

1000 metros, e a distância mínima de cursos d’água, que é de 200 metros, conforme

recomendações de Monteiro et al. (2001).

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Figura 83 - Áreas favoráveis para disposição final de resíduos sólidos em Tabuleiro/MG

Fonte: AGEVAP, 2019.

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247

4.4.2. Critérios de Seleção

A fim de realizar possível seleção para escolha da melhor área para implantação de um

aterro sanitário, é necessário utilizar alguns critérios técnicos, econômico-financeiros e

político-sociais, os quais encontram-se descritos nas Tabela 40,Tabela 41 e Tabela 42.

Cabe destacar que o estudo prévio corresponde as áreas favoráveis à disposição final

ambientalmente adequada, tendo sido apresentado algumas sugestões. Entretanto,

existem critérios que necessitam de uma maior atenção, devido sua complexidade, tais

como a permeabilidade do solo e a distância do lençol freático.

Dessa forma, é recomendado que o município realize estudos complementares para

escolha correta da área mais acessível, com base nos critérios descritos a seguir, nas

análises realizadas no Plano Municipal de Saneamento Básico e nas legislações federal

e estaduais relacionadas a temática.

Tabela 40 - Critérios técnicos utilizados para definição da área mais adequada para implantação de aterro sanitário

CRITÉRIOS TÉCNICOS

Critérios Descrição

Uso do Solo

As áreas devem estar situadas em uma região onde

o uso do solo seja rural (agrícola) ou industrial e

fora de qualquer Unidade de Conservação (UC)

Proximidade a cursos

d’água

As áreas não devem estar situadas a menos de 200

metros de corpos d’água relevantes, como rios,

lagos e lagoas. Também não, poderão estar a

menos de 50 metros de qualquer corpo d’água,

inclusive valas de drenagem que pertençam ao

sistema de drenagem municipal ou estadual.

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248

Proximidade a centros

urbanos

As áreas não devem estar situadas a menos de

1000 metros de núcleos residenciais urbanos que

abriguem 200 ou mais habitantes.

Distância do lençol

freático

Para aterros com impermeabilização inferior através

de manta plástica sintética, a distância do lençol à

manta não poderá ser inferior a 1,5 metro. Para

aterros com impermeabilização inferior através de

camada de argila, a distância do lençol freático à

camada impermeabilizante não poderá ser inferior a

25 metros e a camada impermeabilizante deverá ter

um coeficiente de permeabilidade menor que 10-6

cm/s.

Permeabilidade do solo

É desejável que o solo do terreno selecionado tenha

uma certa impermeabilidade natural, com vistas a

reduzir as possibilidades de contaminação do

aquífero. As áreas selecionadas devem ter

características argilosas e jamais deverão ser

arenosas.

Extensão da bacia de

drenagem

A bacia de drenagem das águas pluviais deve ser

pequena, de modo a evitar o ingresso de grandes

volumes de água de chuva na área do aterro.

Facilidade de acesso à

veículos pesados

O acesso ao terreno deve ter pavimentação de boa

qualidade, sem rampas íngremes e sem curvas

acentuadas, de forma a minimizar o desgaste dos

veículos coletores e permitir seu livre acesso ao

local de vazamento mesmo na época de chuvas

muito intensas.

Disponibilidade de

material de cobertura Preferencialmente, o terreno deve possuir ou se

situar próximo a jazidas de material de cobertura, de

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249

modo a assegurar a permanente cobertura dos

resíduos a baixo custo.

Fonte: Adaptado de MONTEIRO et al., 2001.

Tabela 41 - Critérios econômico-financeiros utilizados para definição da área mais adequada para implantação do aterro sanitário.

CRITÉRIOS ECONÔMICO-FINACEIROS

Critérios Descrição

Distância ao centro

geométrico da coleta

É desejável que o percurso de ida (ou de volta) que

os veículos de coleta fazem até o aterro seja o

menor possível.

Custo de aquisição do

terreno

Se o terreno não for de propriedade da prefeitura,

deverá estar, preferencialmente, em área rural, uma

vez que seu custo de aquisição será menor do que

o de terrenos situados em áreas industriais.

Custo de investimento em

construção e

infraestrutura

É importante que a área escolhida disponha de

infraestrutura completa, reduzindo os gastos de

investimento em abastecimento de água, coleta e

tratamento de esgotos, drenagem de águas pluviais,

distribuição de energia elétrica e telefonia.

Custo com manutenção

do sistema de drenagem

A área escolhida deve ter um relevo suave, de

modo a minimizar a erosão do solo e reduzir os

gastos com a limpeza e manutenção dos

componentes do sistema de drenagem.

Fonte: Adaptado de MONTEIRO et al., 2001.

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Tabela 42 - Critérios político-sociais utilizados para definição da área mais adequada para implantação do aterro sanitário.

CRITÉRIOS POLÍTICO-SOCIAIS

Critérios Descrição

Distância de núcleos

urbanos de baixa renda

Aterros são locais que atraem pessoas

desempregadas, de baixa renda ou sem outra

qualificação profissional, que buscam a catação do

lixo como forma de sobrevivência e que passam a

viver desse tipo de trabalho em condições

insalubres, gerando, para a prefeitura, uma série de

responsabilidades sociais e políticas. Por isso, caso

a nova área se localize próxima a núcleos urbanos

de baixa renda, deverão ser criados mecanismos

alternativos de geração de emprego e/ou renda que

minimizem as pressões sobre a administração do

aterro em busca da oportunidade de catação. Entre

tais mecanismos poderão estar iniciativas de

incentivo à formação de cooperativas de catadores,

que podem trabalhar em instalações de reciclagem

dentro do próprio aterro ou mesmo nas ruas da

cidade, de forma organizada, fiscalizada e

incentivada pela prefeitura.

Acesso à área através de

vias com baixa densidade

de ocupação

O tráfego de veículos transportando lixo é incômodo

para os moradores das ruas por onde estes

veículos passam, sendo desejável que o acesso à

área do aterro passe por locais de baixa densidade

demográfica.

Inexistência de problemas

com a comunidade local

É desejável que, nas proximidades da área

selecionada, não tenha havido nenhum tipo de

problema da prefeitura com a comunidade local,

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251

com organizações não-governamentais e com a

mídia.

Fonte: Adaptado de MONTEIRO et al., 2001.

4.4.3. Priorização dos Critérios

Conforme apresentado na Tabela 43 é possível utilizar a seguinte hierarquização dos

critérios pré-estabelecido (MONTEIRO ET. AL., 2001):

Tabela 43 - Hierarquização dos critérios utilizados para seleção da área mais propícia à implantação de aterro sanitário

HIERARQUIZAÇÃO DOS CRITÉRIOS

CRITÉRIOS PRIORIDADE

Atendimento ao Sistema de Licenciamento de Atividades

Poluidoras (SLAP) e à legislação ambiental em vigor

1

Atendimento às condicionantes político-sociais 2

Atendimento às principais condicionantes econômicas 3

Atendimento às principais condicionantes técnicas 4

Atendimento às demais condicionantes econômicas 5

Atendimento às demais condicionantes técnicas 6

Fonte: Adaptado de MONTEIRO et al., 2001.

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252

4.4.4. Análise da área selecionada

Importante salientar que o município deverá escolher a melhor área através de uma

seleção individual de cada espaço levantado, considerando aquela que atenda o maior

número de critérios possível, e da melhor forma, com ênfase nos prioritários. Portanto, as

áreas serão pontuadas de acordo com suas características e com o nível de atendimento

aos critérios estabelecidos.

A Tabela 44 exemplifica sugestão para avaliação das melhores áreas, às quais serão

atribuídos pontos com base nos pesos pré-estabelecidos na tabela e no nível de

atendimento ao critério. A área com maior número de pontos deverá ser escolhida como

mais favorável à implantação de um aterro sanitário.

Tabela 44 - Peso dos critérios e do tipo de atendimento.

PRIORIDADE DOS CRITÉRIOS PESO

1 10

2 6

3 4

4 3

5 2

6 1

TIPO DE ATENDIMENTO PESO

Total 100%

Parcial ou com obras 50%

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253

Não atendido 0%

Fonte: Adaptado de MONTEIRO et al., 2001.

4.4.5. Considerações Finais

A Tabela 45, traz o custo médio de um aterro de pequeno porte no Brasil (capacidade

de recebimento de 100 toneladas por dia), a partir de um estudo realizado pela ABETRE

- Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos, sobre os aspectos

econômicos e financeiros da implementação e operação de aterros sanitários.

Ressalta-se que segundo estudos da ABETRE, aterros de médio porte (capacidade de

recebimento de 800 toneladas por dia) e de grande porte (capacidade de recebimento

de 2.000 toneladas por dia) são muito mais econômicos, em função da economia de

escala, apresentando custo de operação e preço de equilíbrio 50% inferiores ao de

aterros de pequeno porte.

Tabela 45 - Custo médio de um aterro de pequeno porte no Brasil

ETAPAS DO ATERRO

DISTRIBUIÇÃO (%)

CUSTO DA ETAPA

Pré-instalação 1,16 608.087,00

Implantação 5,09 2.669.178,00

Operação 86,7 45.468.163,00

Encerramento 0,93 486.667,00

Pós-encerramento 6,13 3.212.354,00

Total 100 52.444.449,00

Fonte: ABETRE, 2009.

Conforme observado na Tabela 45, a instalação e operação de um aterro sanitário de

maneira que atenda as preconizações legais e ambientais envolve elevados

investimentos, custos estes, que frente a situação econômico-financeira do município

de Tabuleiro/MG colocam a opção de estruturação de aterro próprio em um patamar de

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inviabilidade. Ademais, um empreendimento do tipo, por questões tanto técnicas quanto

financeiras, deve ser estruturado preferencialmente para receber maiores quantitativos

de rejeitos, uma vez que de tal forma, garante-se um menor custo operacional por

tonelada em virtude da escala.

Outra opção que poderia ser viabilizada, seria a de estruturação de aterro intermunicipal

para atender diversos municípios consorciados, porém, trata-se de uma linha de gestão

que envolve além de questões burocráticas, aspectos políticos que podem tornar o

processo moroso e/ou até inviabilizar tal alternativa. Qualquer que seja a opção feita, é

importante que os gestores municipais conheçam as práticas corretas, até mesmo para

que possam as exigir nos contratos firmados e na prática operacionalizada pelas

contratadas, uma vez que a delegação do serviço não exime a municipalidade de

responsabilização por eventuais ocorrências que impactem o meio ambiente.

Entretanto, caso a implementação de um aterro próprio seja uma opção para os

gestores municipais, estudos mais aprofundados deverão ser realizados, considerando

os critérios dispostos neste plano e na legislação vigente, bem como as recomendações

técnicas e legais; econômicas e financeiras; políticas e sociais, de órgãos ambientais.

4.5. Soluções consorciadas ou compartilhadas com outros municípios

A Lei Federal nº 11.107/2005, conforme já comentada no Tópico 3., é responsável por

regulamentar os consórcios públicos. Em seu artigo 18 é estabelecido que os entes

públicos que optarem por consórcio na realização de alguma atividade, terão prioridade

à acesso aos recursos da União. Cabe salientar que os objetivos em comum entre a

União, Estados e municípios deverão seguir os preceitos estabelecidos na referida lei.

Portanto, antes de qualquer implementação de um consórcio público, três principais

questões devem ser observadas, conforme descrito no Manual de Referência para

elaboração de Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, elaborado

pela Agevap (2014). Os aspectos são:

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I. Possibilidade entre os locais;

II. Possibilidade de compartilhamento de pessoal técnico, equipamentos e

infraestrutura;

III. Formas de prevenção de riscos ambientais com a perspectiva de economia de

escala.

A adoção da gestão associada poderá permitir ganhos de escala, redução de custos,

estabilização da equipe gerencial, construção da capacidade gestora de todos os

resíduos, bem como prioridade na obtenção de recursos do Governo Federal referentes

aos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

4.5.1. Etapas para implementação de um consórcio público

Para ocorrer a implementação de um consórcio público, deve-se seguir três etapas, as

quais serão discorridas nos próximos subitens:

1. Protocolo de Intenções;

2. Ratificação; e

3. Estatuto.

4.5.1.1. Constituição do protocolo de intenções

A Lei Federal nº 11.107 de 2005 determina que o consórcio público seja constituído por

contrato cuja celebração dependerá da prévia subscrição do Protocolo de Intenções.

Nessa etapa da constituição do consórcio, vários aspectos são definidos, tais como a

sede do consórcio e o tempo de duração, bem como a remuneração dos funcionários

envolvidos no consórcio, além da definição das competências, por exemplo. O

Protocolo de Intenções deve ser subscrito pelos chefes do Poder Executivo de cada um

dos consorciados.

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256

De acordo com o artigo 4º da Lei supracitada, é necessário que o Protocolo de

Intenções determine cláusulas que estabeleçam:

a) Denominação, a finalidade, o prazo de duração e a sede do consórcio;

b) Identificação dos entes da Federação consorciados;

c) Indicação da área de atuação do consórcio;

d) Previsão de que o consórcio público é associação pública ou pessoa jurídica de

direito privado sem fins econômicos;

e) Os critérios para, em assuntos de interesse comum, autorizar o consórcio público

a representar os entes da Federação consorciados perante outras esferas de

governo;

f) As normas de convocação e funcionamento da assembleia geral, inclusive para

a elaboração, aprovação e modificação dos estatutos do consórcio público;

g) A previsão de que a assembleia geral é a instância máxima do consórcio público

e o número de votos para as suas deliberações;

h) A forma de eleição e a duração do mandato do representante legal do consórcio

público que, obrigatoriamente, deverá ser Chefe do Poder Executivo de ente da

Federação consorciado;

i) O número, as formas de provimento e a remuneração dos empregados públicos,

bem como os casos de contratação por tempo determinado para atender à

necessidade temporária de excepcional interesse público;

j) As condições para que o consórcio público celebre contrato de gestão ou termo

de parceria;

k) A autorização para a gestão associada de serviços públicos, explicitando:

I. As competências cujo exercício se transferiu ao consórcio público;

II. Os serviços públicos objeto da gestão associada e a área em que

serão prestados;

III. A autorização para licitar ou outorgar concessão, permissão ou

autorização da prestação dos serviços;

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IV. As condições a que deve obedecer o contrato de programa, no

caso de a gestão associada envolver também a prestação de

serviços por órgão ou entidade de um dos entes da Federação

consorciados;

V. Os critérios técnicos para cálculo do valor das tarifas e de outros

preços públicos, bem como para seu reajuste ou revisão.

l) O direito de qualquer dos contratantes, quando adimplente com suas

obrigações, de exigir o pleno cumprimento das cláusulas do contrato de

consórcio público.

4.5.1.2. Ratificação

Essa etapa consiste na aprovação do Protocolo de Intenções, o qual passará a ser

denominado Contrato de Consórcio Público. Isso deverá ser realizado através de

criação de lei por cada um dos consorciados e posterior aprovação. No caso de

consórcio entre municípios, esse será concretizado na Câmara dos Vereadores.

4.5.1.3. Constituição do Estatuto

De acordo com o exposto no artigo 7º da Lei Federal nº 11.107 de 2005, a organização

e o funcionamento de cada um dos órgãos constitutivos do consórcio público deverão

constar nos estatutos. Os estatutos deverão ser aprovados em Assembleia Geral,

devendo atender às cláusulas dos contratos de consórcio.

Segundo DMTR (2014), os estatutos do consórcio público serão validados quando

estes forem publicados na imprensa oficial no âmbito de cada ente consorciado. A

publicação do estatuto poderá ser feita na íntegra do documento ou de forma resumida,

contanto que estejam contidos na publicação o local e/ou endereço eletrônico em que

se poderá obter o estatuto completo.

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4.5.2. Possíveis consórcios públicos a serem implementados em Tabuleiro

O município de Tabuleiro/MG está inserido no ATO de Ubá/MG, que é constituído pelos

municípios de Ubá, Brás Pires, Senador Firmino, Dores do Turvo, Divinésia, Guidoval,

Rodeiro, Tocantins, Silveirânia, Rio Pomba, Piraúba, Guarani, Descoberto e Tabuleiro.

(FEAM, 2012). Entretanto, atualmente, não faz parte de consórcio com nenhum dos

municípios citados e sua implementação e/ou possibilidade de criação de parcerias é

interessante sob o ponto de vista da gestão dos resíduos.

Os arranjos, que são agrupamentos de municípios para a gestão associada de resíduos

sólidos, são formados a partir de critérios técnicos, observando dados ambientais,

socioeconômicos, de transporte e logística e de resíduos dos municípios. Deste modo,

a celebração de um consórcio com qualquer município incluído no referido ATO, seria

plausível, principalmente com àqueles interessados na implementação de

infraestruturas tais como cooperativas de catadores, aterros sanitários entre outras.

4.6. Identificação dos geradores sujeitos ao plano de gerenciamento específico ou ao

sistema de logística reversa

O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) é um instrumento de

implementação da política nacional que contribui para um maior controle da destinação

dos resíduos pelo poder público. Além disso, desenvolver e implantar o PGRS é

fundamental para qualquer empresário que deseja maximizar as oportunidades e

reduzir custos e riscos associados à gestão de resíduos sólidos (BRASIL, 2010;

SEBRAE, 2006). A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) determina a

elaboração dos PGRS os responsáveis por:

Atividades industriais;

Agrosilvopastoris;

Estabelecimentos de serviços de saúde;

Serviços públicos de saneamento;

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Empresas e terminais de transporte;

Mineradoras;

Construtoras;

Grandes estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que gerem

resíduos perigosos ou não similares aos resíduos domiciliares.

De acordo com a Lei nº 12.305 de 02 de agosto de 2010, que institui a PNRS, a logística

reversa é um instrumento de desenvolvimento econômico e social constituído por um

aglomerado de ações, procedimentos e meios que visam a coleta e a restituição dos

resíduos sólidos ao setor empresarial, a fim de proporcionar reaproveitamento do

mesmo dentro do seu ciclo produtivo, ou para destinação final ambientalmente

adequada. A Figura 84 apresenta os geradores sujeitos ao sistema de logística reversa.

Figura 84 - Geradores sujeitos ao sistema de logística reversa

Fonte: Elaborado pelos autores.

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Os subtópicos a seguir tratarão, separadamente, a respeito dos geradores sujeitos à

elaboração e implantação do PGRS, bem como dos geradores sujeitos ao sistema de

logística reversa.

4.6.1. Geradores sujeitos à elaboração e implantação do PGRS

O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) é um instrumento, integrante

do sistema de gestão ambiental, essencial para que os estabelecimentos possam

gerenciar de modo adequado os resíduos sólidos na unidade geradora, abrangendo um

conjunto de ações, diretas e indiretas, que envolvem as etapas de coleta, transporte,

tratamento e disposição final ambientalmente correta dos resíduos sólidos e rejeitos,

conforme ilustra a Figura 85.

Figura 85 - Ações que devem ser disciplinadas e orientadas pelo Plano de

Gerenciamento de Resíduos Sólidos

Fonte: Adaptado do PMGIRS de Pinheiral, 2017.

I.Minimização na geração

I.Segregação I.Acondicionamento

I.Identificação, coleta e transporte interno

I.Armazenamento temporário,

tratamento interno

I.Armazenamento interno

I.Coleta e transporte externo

I.Tratamento externo Disposição final

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Em seguida, a Figura 86 apresenta quais são os geradores sujeitos a elaboração e

implantação do PGRS, de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº

12.305/2010).

Figura 86 - Definição dos geradores sujeitos à elaboração e implantação do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

Fonte: Adaptado do PMGIRS de Astolfo Dutra, 2010.

Nota: SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente no Brasil

SNVS - Sistema Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil

SUASA – Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária

Os PGRS deverão apresentar o seguinte conteúdo mínimo estabelecido pela Política

Nacional de Resíduos Sólidos:

Descrição do empreendimento ou atividade;

Diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou administrados, contendo a origem,

o volume e a caracterização dos resíduos, incluindo os passivos ambientais a

eles relacionados;

Observadas as normas estabelecidas pelos órgãos competentes e Plano

Estadual/Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos:

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o Explicitação dos responsáveis por cada etapa do gerenciamento

de resíduos sólidos;

o Definição dos procedimentos operacionais relativos às etapas do

gerenciamento de resíduos sólidos sob responsabilidade do

gerador;

Identificação das soluções consorciadas ou compartilhadas com outros

geradores;

Ações preventivas e corretivas a serem executadas em situações de

gerenciamento incorreto ou acidentes;

Metas e procedimentos relacionados à minimização da geração de resíduos

sólidos, reutilização e reciclagem;

Medidas saneadoras dos passivos ambientais relacionados aos resíduos

sólidos; e

Periodicidade de sua revisão, observado, se couber, o prazo de vigência da

respectiva licença de operação a cargo dos órgãos ambientais.

Caberá ao órgão municipal responsável a orientação quanto a estes procedimentos,

bem como quanto às penalidades aplicáveis pelo seu não cumprimento por parte dos

responsáveis por elaborarem os PGRS, nos termos da Lei Federal n. 12.305/2010.

O PGRS deve ser apresentado, no âmbito local, ao departamento responsável pelo

sistema de gestão de resíduos sólidos, lotado na Secretaria de Meio Ambiente.

Anualmente deve ser entregue um relatório de acompanhamento e monitoramento da

implementação das ações e metas pré-estabelecidas. Recomenda-se que a entrega

dos PGRS, por parte dos geradores sujeitos à elaboração, siga o fluxograma

esquemático apresentado na Figura 87.

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Figura 87 - Etapas para a entrega do PGRS pelos geradores sujeitos a sua elaboração

Fonte: Adaptado do PMGIRS de Pinheiral, 2017.

Os locais, empreendimentos e atividades que já estão em operação deverão apresentar

ao departamento responsável pelo sistema de gestão de resíduos sólidos, lotado na

Secretaria de Meio Ambiente, o PGRS no ato de renovação do Alvará de

Funcionamento ou da Licença Ambiental de Operação.

Quanto ao cadastramento dos geradores de resíduos sólidos, sugere-se que a

Prefeitura Municipal institua um Decreto Municipal que solicite o preenchimento de um

formulário simplificado a respeito da geração, armazenamento, acondicionamento e

destinação dos resíduos sólidos dos empreendimentos localizados no Município.

Posteriormente, deve ser realizada a fiscalização nos empreendimentos a fim de

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264

ratificar as informações fornecidas nos formulários e distingui-los entre pequenos ou

grandes geradores. Assim, os empreendimentos que se classificarem como grandes

geradores serão obrigados a realizar a elaboração do PGRS, tratado neste tópico.

Deste modo, foi realizado um levantamento junto à prefeitura dos possíveis

empreendimentos que atualmente estão sujeitos a implantação do PGRS, em

Tabuleiro/MG. Estes são apresentados na Tabela 46: empreendimentos industriais e,

em seguida, na Tabela 47 são apresentados as mineradoras.

Tabela 46 - Empreendimentos industriais sujeitos à elaboração e implantação do PGRS no município de Tabuleiro/MG

EMPRESA ATIVIDADE LOCAL

Nova Kaeru Indústria de

Couros S.A

Indústria de Couros e

Peles

Rua Cel. Oscavo

Gonzaga Prata, 378

Comércio e Indústria

Emes Ltda (Souvenir)

Indústria e Comércio. de

Produtos de laticínios

Rua Pref. Orlando A.

Gonçalves, 44

Indústria e Transporte

de Cargas da Zona da

Mata

Indústria e Comércio. de

Produtos de Laticínios Fazenda Santo Amaro

Indústria e Comércio

Neves Barros Ltda.

Indústria e Comércio. de

Produtos de Laticínios Fazenda Santo Antônio

Laticínio Caminhos

Verdes de Minas Eireli

Indústria e Comércio. de

Produtos de Laticínios Fazenda Santo Amaro

Tablat Laticínios Ltda. Indústria e Comércio. de

Produtos de Laticínios

Fazenda Graminha

Rod. MG 133 km 20

Fonte: Prefeitura de Tabuleiro, 2019.

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Tabela 47 - Empreendimentos mineradores sujeitos à elaboração e implantação do PGRS no município de Tabuleiro/MG

EMPRESA ATIVIDADE LOCAL

Elizabeth Campos

Neves Miranda

Indústria Extrativa de

Areia

Av. Dep. Último de

Carvalho

Extração e Com. de

areia Martins e Vidal

Indústria Extrativa de

Areia

Est. Municipal de

Tabuleiro/MG

Maurélio Vieira Toledo

Eireli – ME

Indústria Extrativa de

Areia

Rodovia MG 133, Km

10 e 11

Mineração Pedroso e

Costa LTDA-ME

Indústria Extrativa de Granito

Rua Avelino Jacinto

Coimbra

Petrus Mineração C. e

Comercialização LTDA

Indústria Extrativa de Granito

Fazenda Ribeirão

Santana/Lado Sul

Fonte: Prefeitura de Tabuleiro, 2019.

Em seguida, na Tabela 48, são apontados estabelecimentos comerciais e de serviços

que possam gerar resíduos especiais e, portanto, passíveis de elaboração do PGRS.

Tabela 48 – Estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços possíveis de elaboração e implantação do PGRS no município de Tabuleiro/MG

Empreendimento Atividade Local

Franciel Angelo Ferraz Agropecuária Rua Farmacêutico Antônio

da Mota

Bruno Simonato Moreira Agropecuária Rua do Comercio, 483

Carlos A. D. Toledo

Comércio de Produtos

Agropecuários/

Veterinários

Rua Farm. Antônio da Motta

Marinho

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Eduardo Noceli Julio Oficina Mecânica Rua Valério Correa Neto,

CASA 285

Evandro de Andrade

Netto Oficina Mecânica Av. Dep. Último de Carvalho

Agmar Batista Lamas Oficina Mecânica Rua Avelino Jacinto

Coimbra, 26

Geraldo Moreira de Lima Oficina Mecânica Rua do Comércio, 340, Loja

01

Fonte: Prefeitura de Tabuleiro, 2019.

Por fim, a Tabela 49, apresenta os geradores de resíduos de serviços de saúde

identificados, dentre os quais não são apontados os geradores de RSS municipais, visto

que a própria prefeitura é responsável pelo tratamento e destinação final dos

mesmos.

Tabela 49 - Geradores de RSS sujeitos à elaboração e implantação de PGRSS específico presentes no município de Tabuleiro/MG

EMPRESA ATIVIDADE LOCAL

Fernanda de Oliveira

Vale ME Drogaria/ Perfumaria

Rua do Comércio, 309

loja 2

Drogaria e Perfumaria

Bom Jesus da Cana Drogaria/ Farmácia

Farmacêutico Antônio

da Mota

Karla François e Ferraz

Oliveira Dentista

Rua José Eurico de

Toledo, 29

Lawrence Furtado de

Souza Dentista

Praça Cel. João

Floriano

Raquel Lino Miranda de

Oliveira Dentista

Praça Ver. Pedro

Morais Sarmento, 56

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Thais Xavier Vieira ME Fisioterapia Rua Hildebrando José

de Siqueira, 29

As instruções para elaboração do Plano de Gerenciamento dos Resíduos do Serviço

de Saúde (PGRSS), bem como para seu acompanhamento e monitoramento

encontram-se dispostas na RDC nº 222/2018. Além desta, pode-se destacar também

como instrumento para elaboração e implementação do PGRSS, o Manual de

Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde, elaborado pela Anvisa (2006).

Ademais, vale frisar que cabe à prefeitura estipular os limites de pequeno e grande

gerador para RSD e RCC, através da legislação municipal. Portanto, convém ao

município de Tabuleiro/MG estabelecer os limites de pequenos e grandes geradores

através de respaldo legal. Assim, a coleta e disposição final dos resíduos de pequenos

geradores seriam de responsabilidade da prefeitura, cabendo aos grandes geradores a

elaboração de um PGRS.

Dessa forma pode-se definir critérios e procedimentos simplificados para apresentação

dos planos de gerenciamento de resíduos sólidos para microempresas e empresas de

pequeno porte, desde que as atividades por elas desenvolvidas não gerem resíduos

perigosos, conforme definido na PNRS.

4.6.2. Geradores sujeitos ao sistema de logística reversa

De acordo com a relação de empresas e estabelecimentos comerciais levantados pela

Prefeitura, foram identificados possíveis geradores sujeitos ao sistema de logística

reversa.

Cabe destacar que, em alguns casos, não há certeza dos tipos de produtos vendidos.

Porém, os estabelecimentos como armarinhos e varejo de mercadorias variadas,

geralmente vendem algum dos produtos obrigatórios à aplicação da logística reversa,

tais como pilhas, lâmpadas entre outros.

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Entretanto, como não foi realizada verificação em todos os estabelecimentos existentes

no município, cabe à Prefeitura a responsabilidade de identificar, individualmente, todos

os estabelecimentos a fim de obter confirmação dos produtos vendidos, de forma que

se conheça quais lojas são sujeitas ao sistema de logística reversa de fato.

A Tabela 50 exibe os possíveis estabelecimentos sujeitos ao sistema de logística

reversa, devendo alguns serem verificados pela prefeitura em um levantamento

posterior.

Tabela 50 - Empreendimentos sujeitos à implantação de logística reversa.

ESTABELECIMENTOS SUJEITOS A LOGÍSTICA REVERSA

LOCAL

Empreendimento Atividade Local

Franciel Angelo Ferraz Agropecuária Rua Farmacêutico Antônio

da Mota

Bruno Simonato Moreira Agropecuária Rua do Comercio, 483

Carlos A. D. Toledo

Comércio de Produtos

Agropecuários/

Veterinários

Rua Farm. Antônio da Motta

Marinho

Eduardo Noceli Julio Oficina Mecânica Rua Valério Correa Neto,

CASA 285

Evandro de Andrade

Netto Oficina Mecânica Av. Dep. Último de Carvalho

Agmar Batista Lamas Oficina Mecânica Rua Avelino Jacinto

Coimbra, 26

Geraldo Moreira de Lima Oficina Mecânica Rua do Comércio, 340, Loja

01

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Fonte: Prefeitura de Tabuleiro, 2019.

4.6.3. Controle e fiscalização

A Prefeitura deve adotar meios de fiscalização daqueles geradores que necessitam

elaborar um PGRS, podendo criar taxas para assegurar a realização de tal

monitoramento, a partir de cobrança dos grandes geradores. Entretanto, faz-se

necessário realizar uma reunião com os comerciantes, distribuidores de produtos de

logística reversa, ainda durante a elaboração deste plano ou no início de 2020 para

explicar a importância da elaboração do PGRS. O prazo de cobrança para a

elaboração desses planos, tanto os de logística reversa como os industriais, seria o

segundo semestre de 2020.

Vale salientar que as reuniões seriam de caráter obrigatório, necessitando de no

mínimo um representante por estabelecimento, dos empreendimentos citados nas

TabelasTabela 46;Tabela 47;Tabela 48;Tabela 49 eTabela 50; ou quaisquer novos

estabelecimentos enquadrados na Figura 86.

4.7. Serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos

urbanos - procedimentos operacionais e especificações mínimas

A partir do diagnóstico realizado no Produto 3 deste plano, com relação aos

procedimentos de acondicionamento dos resíduos, regularidade, frequência, horários,

itinerários da coleta, realizados atualmente no município de Tabuleiro/MG, destaca-se

alguns aspectos a serem aperfeiçoados, sendo estes:

Expansão da área atendida pela coleta, incluindo também todas as demais

comunidades rurais na rota;

Agregar a mesma frequência de coleta (3 dias alternados) também às

comunidades rurais a receberem este serviço;

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Reformulação do contrato com a empresa específica para coleta, transbordo e

disposição final dos resíduos domiciliares, com base no peso dos resíduos

gerados, ao invés de valor fixo mensal;

Implantação do sistema de coleta seletiva em toda a malha municipal (urbana e

rural), incluindo Pontos de Entrega Voluntária (PEV) e coletas residenciais com

frequência inicial de uma vez por semana, com vistas a maior reaproveitamento

dos resíduos, proporcionando menor volume destinado à coleta comum, e

economia de gastos.

Neste sentido, nos itens seguintes, são descritas as especificações mínimas a serem

adotadas para a estruturação dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de

resíduos sólidos, do município de Tabuleiro/MG, destacando os serviços de coleta

regular (convencional), coleta seletiva e de limpeza urbana, visando assim nortear a

municipalidade durante a fiscalização e execução destes serviços.

4.7.1. Coleta regular convencional dos RSD e RSC

A coleta convencional consiste na coleta dos resíduos sólidos gerados em residências,

estabelecimentos comerciais, industriais, públicos e de prestação de serviços que

possuam características de resíduos domiciliares, conforme Classe II - A da ABNT

NBR nº 10.004/2004. Com base nas informações dispostas no Manual de

Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos do IBAM, elaborado por Monteiro et al.

(2001), existem quatro elementos imprescindíveis que precisam ser observados

durante o procedimento de coleta dos resíduos, os quais são:

Regularidade;

Frequência;

Horário

Itinerário.

No que se refere a esta regularidade, o Manual destaca que a coleta do RSD deve ser

realizada em cada imóvel sempre nos mesmos dias e horários, garantindo dessa

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forma, que os cidadãos encaixem em seus hábitos rotineiros, permanecendo

condicionados à colocar os recipientes ou embalagens de resíduos nas calçadas, em

frente aos imóveis, apenas nos dias e horários em que o veículo coletor passará.

Relacionado a frequência, o Manual dispõe que, devido às diferentes razões

climáticas existentes no Brasil, o tempo transcorrido entre a geração do resíduo

domiciliar e seu destino e/ou disposição final não poderá exceder uma semana. Este

fato deve ser respeitado a fim de evitar a proliferação de insetos, o aumento de odores

indesejáveis e a atratividade que o lixo exerce sobre diversos tipos de animais.

Importante salientar que o horário das coletas deve ser fixo, garantindo que a mesma

ocorra sempre no mesmo horário. Para o caso de bairros estritamente residenciais, o

Manual indica que a coleta seja realizada preferencialmente durante o turno do dia.

Contudo, deve-se analisar as condições específicas de cada logradouro, de forma a

evitar a realização da coleta em horários de grande movimento de veículos nas vias

principais, a fim de não causar prejuízos ao trânsito.

4.7.1.1. Acondicionamento

Conforme Instituto Brasileiro de Administração Municipal – IBAM (2001), acondicionar

os resíduos sólidos domésticos, significa separá-los para a coleta de forma

sanitariamente adequada e compatível com o tipo e a quantidade de resíduos. Deste

modo, a Tabela 51 apresenta de maneira sintética as formas de acondicionamento

recomendadas para o município de Tabuleiro/MG.

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Tabela 51 - Formas de acondicionamento temporário de RSD e RSC indicados para o município de Tabuleiro/MG

GERADOR

TIPO DE

RECIPIENTE ESPECIFICAÇÕES

Pequeno Gerador

Recipiente reutilizável

Devem possuir um formato que facilite seu esvaziamento, sem aderência nas paredes internas e nos cantos;

Ser confeccionado em material resistente e que evite vazamentos (plástico ou metal);

Ter alças laterais e tampas; e

Capacidade máxima de 100 L.

Recipiente descartável

Sacos plásticos com capacidade volumétrica máxima de 100 L dispostos em lixeiras.

Grande Gerador

Abrigo de resíduos

Recomenda-se que seja construído em alvenaria e revestida em azulejo cerâmico na cor branca, piso com declividade de até 2% para o lado oposto a entrada, com instalação de ralo sifonado ligado à rede de esgotos.

Contêineres basculantes

Superfície lavável, cantos arredondados, com rodízios e capacidade superior a 100 L.

Logradouros

Públicos

Coletores públicos

Padronizados;

Confeccionados em plásticos ou metálicos;

Identificação clara da categoria de resíduo que poderá ser armazenado (secos e úmidos);

Instalado de acordo com estudo específico para definição do espaçamento nos locais de grande circulação de pedestres;

Garantir a praticidade da coleta.

Fonte: Adaptado do PMGIRS de Pinheiral, 2017.

Neste sentido, compete ao gerador o acondicionamento adequado dos RSD e RSC,

sendo a fiscalização, regulação e educação ambiental atribuições da administração

pública. Portanto, os geradores devem respeitar os procedimentos e especificações

mínimas abordados neste subitem.

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273

Com relação aos coletores públicos, estes devem possibilitar a separação dos

resíduos em seco (recicláveis) e úmidos (matéria orgânica e rejeitos), apresentar

identificação clara de quais tipos de resíduos podem ser acondicionados e seguirem

uma padronização que facilite a coleta (preferencialmente com capacidade de 50

litros). Com relação a identificação destes recomenda-se que a administração pública

implante placas ou adesivos indicativos, objetivando a correta sinalização dos

dispositivos de acondicionamento temporário (lixeiras) para que não haja equívocos

no momento do descarte pelos habitantes. A Figura 88 ilustra uma recomendação do

que deve conter nestas placas ou adesivos.

Figura 88 - Identificação dos coletores seletivos públicos

Fonte: PMGIRS de Pinheiral, 2017.

Visando a concretização da proposta, a administração pública e o prestador do serviço

deverão realizar campanhas de sensibilização e educação ambiental para que os

geradores adotem formas de acondicionamento temporário adequado, bem como

para que os resíduos sejam acondicionados externamente apenas no horário próximo

a coleta.

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274

4.7.1.2. Transporte

De acordo com Monteiro et. al (2001), a respeito dos veículos disponíveis para coleta

dos resíduos sólidos domiciliares e para o transporte dos mesmos até a área de

transbordo, é recomendado que os veículos apresentem as seguintes características

listadas a seguir:

I. Não permitir derramamento do lixo ou do chorume na via pública;

II. Apresentar taxa de compactação de, no mínimo, 3:1, ou seja, cada 3 m³ de

resíduos ficarão reduzidos, por compactação, a 1 m³;

III. Apresentar altura de carregamento na linha de cintura dos garis, ou seja, no

máximo a 1,20 metros de altura em relação ao solo;

IV. Possibilitar esvaziamento simultâneo de pelo menos dois recipientes por vez;

V. Possuir carregamento traseiro, de preferência;

VI. Dispor de local adequado para transporte dos trabalhadores;

VII. Apresentar descarga rápida dos resíduos no destino (no máximo em três

minutos);

VIII. Possuir compartimento de carregamento (vestíbulo) com capacidade para, no

mínimo, 1,5 m³;

IX. Possuir capacidade adequada de manobra e de vencer aclives;

X. Possibilitar basculamento de contêineres de diversos tipos;

XI. Distribuir adequadamente a carga no chassi do caminhão;

XII. Apresentar capacidade adequada para o menor número de viagens ao destino,

nas condições de cada área.

Em relação aos veículos disponibilizado para o transporte dos resíduos do local de

transbordo até a área de disposição final, é recomendado que o mesmo esteja em boas

condições, e que sejam utilizas telas ou lonas plásticas na parte superior de sua caixa

de carga, a fim de evitar que caiam detritos nas vias públicas pela ação do vento.

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275

4.7.1.3. Transbordo

De acordo com o Produto 3 – Diagnóstico Municipal Participativo, constatou-se que o

município de Tabuleiro/MG não possui área de transbordo dentro de seus limites. Na

área urbana, os RSD são coletados pela empresa União Recicláveis Rio Novo LTDA,

levados a transbordo próprio da contratada, e posteriormente encaminhados para o

aterro sanitário CTR Leopoldina, este sob administração da empresa supracitada. Já

na comunidade de Santa Rita do Botafogo a coleta nas residências é feita pela

Prefeitura, que em seguida, armazena estes resíduos em um local que funciona como

“transbordo” até que sejam coletados semanalmente pela empresa contratada e

encaminhados para disposição final juntamente com os resíduos da área urbana.

Porém, vale frisar que, embora exista coleta nas duas comunidades rurais mencionadas

acima, as mesmas ocorrem apenas uma vez por semana, proporcionando a existência

de locais que funcionam como áreas de “transbordo”, devido ao acondicionamento

temporário, até que a empresa contratada e a Prefeitura realize a coleta semanal

destes. Dessa forma, caracteriza-se como um problema municipal, não apenas pela

contaminação do solo ali existente, como também de saúde pública, já que o mesmo

poderá servir como abrigo de vetores transmissores de doenças.

O cenário ideal seria a coleta com a mesma frequência existente em toda a rota: três

dias alternados na semana, realizado também por empresa terceirizada, encerrando

dessa forma tais áreas de acondicionamento dos resíduos.

Vale ressaltar que, caso a Prefeitura opte futuramente por gerenciar áreas de

transbordo municipais, uma vez que não existem legislações federais e estaduais

específicas fornecendo instruções para a escolha, implantação e infraestrutura de áreas

de transbordo, orienta-se seguir a Instrução Normativa nº 01 de 2010 que apesar de

incluir apenas o estado do Espírito Santo, aborda de forma geral, os aspectos das áreas

de transbordo e, portanto, torna-se boa referência na ausência de legislações

municipais no assunto.

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Esta Instrução Normativa dispõe a respeito das estações de transbordo, e as classifica

como instalações físicas, compostas de coberturas, e que auxiliam no transbordo dos

resíduos sólidos recolhidos na fonte geradora para outro veículo de transporte com

maior capacidade de carga, a fim de os transportá-los para os locais de disposição final

adequados (IEMA, 2010). Conforme defino nesta norma, as estações de transbordo

devem ser compostas, basicamente, por pátios de manobras de veículos e de

carregamento e descarregamento de resíduos sólidos em caixas estacionárias ou

contêineres de armazenamento temporário.

4.7.1.4. Tratamento

É de conhecimento que o melhor cenário é a não geração dos resíduos sólidos, ou a

diminuição de seu volume produzido. Quando a afirmativa não pode ser satisfeita, o

tratamento ideal para os mesmos baseia-se nas atitudes da população, tentando

sempre reduzir a quantidade de lixo, através de ações que evitem o desperdício, como

o reaproveitamento de alguns materiais, bem como através da separação de recicláveis

in loco ou em residências.

Em relação aos tratamentos propriamente ditos podemos destacar três principais:

reciclagem, compostagem e incineração. As usinas desses tratamentos tornam o

resíduo inerte e não-poluidor através de processos físicos e/ou biológicos. Para o

município de Tabuleiro/MG, orienta-se a adoção das duas primeiras, reciclagem do

resíduo seco e compostagem. Os subitens a seguir, descrevem de forma geral, as

especificações mínimas para tanto.

4.7.1.4.1. Reciclagem dos resíduos sólidos domiciliares secos

O material reciclável, misturado ao resíduo orgânico, fica sujo e contaminado, tornando

seu beneficiamento mais complicado. Assim, o processo de reciclagem deve iniciar com

a população, ao separar o resíduo reciclável do resíduo orgânico, garantindo alguns

cuidados necessários para não tornar este material em rejeito (MONTEIRO et al., 2001).

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277

Uma usina de triagem e compostagem é constituída basicamente por unidade de

recepção dos resíduos; unidade de triagem; pátio de compostagem; baias ou galpões

para armazenamento de recicláveis e do composto curado, além da área de

aterramento dos rejeitos (Soares, 2016). Porém, para o bom funcionamento desta deve-

se implementar a coleta seletiva conforme apresentado no tópico 6.2 deste plano.

Dentre tais etapas, para a triagem, deve-se observar as seguintes recomendações

(MONTEIRO et al., 2001):

I. As esteiras de triagem devem ter velocidade entre 10 m/min a 12 m/min, de forma

a permitir um bom desempenho dos trabalhadores que fazem a catação manual;

II. Os catadores devem ser posicionados ao longo da esteira de catação, ao lado

de dutos ou contêineres, separando no início da esteira os materiais mais

volumosos, como papel, papelão e plástico filme para que os materiais de menor

dimensão (latas de alumínio, vidro, etc.) possam ser visualizados e separados

pelos catadores no final da linha. Geralmente a primeira posição é ocupada por

um “rasga-sacos”, a quem também cabe a tarefa de espalhar os resíduos na

esteira de modo a facilitar o trabalho dos outros catadores;

III. Quando houver mais de uma esteira de triagem, elas deverão ser projetadas

com elevação suficiente para permitir em sua parte de baixo a instalação de

prensas enfardadeiras e espaço suficiente para movimentação dos materiais

triados;

IV. Com relação aos processos de seleção, estes podem ser instalados de forma

isolada ou associados entre si. As usinas simplificadas geralmente dispõem de

apenas esteiras de catação. Já as usinas mais sofisticadas podem possuir

peneiras, separadores balísticos, separadores magnéticos e separadores

pneumáticos, facilitando a catação manual;

V. Em unidades de até 5 toneladas por horas, pode-se substituir a esteira de

catação por uma mesa de concreto, com pequena declividade e abas laterais

que impedem o vazamento dos resíduos, que são empurrados manualmente

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pelos catadores até o final da mesa, com o auxílio de pequenas tábuas,

simultaneamente à separação dos recicláveis.

VI. Nas unidades onde se utiliza a mesa de concreto, o lixo que chega da coleta

deve ser armazenado em uma pequena depressão no solo, junto à cabeceira da

mesa de catação;

VII. A escolha do material reciclável a ser separado nas unidades de reciclagem

depende da demanda da indústria. Todavia, na grande maioria das unidades são

separados os seguintes materiais: Papel e papelão; plástico duro (PVC,

polietileno de alta densidade, PET); plástico filme (polietileno de baixa

densidade); garrafas inteiras; vidro claro, escuro e misto; metal ferroso (latas,

chaparia, etc.); metal não-ferroso (alumínio, cobre, chumbo, antimônio, etc.).

4.7.1.4.2. Compostagem

De acordo com Monteiro et al. (2001), o processo de compostagem é definido como um

procedimento biológico natural oriundo da decomposição da matéria orgânica, tanto de

origem animal como vegetal, através da ação de microrganismos. Esse processo de

tratamento e estabilização de resíduos orgânicos, resulta na formação de compostos

estáveis, menos prejudiciais ao meio ambiente. Esse processo tem como produto final

um composto orgânico rico em húmus e nutrientes, podendo ser utilizado para outros

fins.

Nas usinas simplificadas ocorrem a compostagem natural inteiramente ao ar livre.

Nessas unidades, após serem fragmentados em moinho de martelos, os resíduos são

colocados em montes, denominados leiras, onde permanecem até sofrerem

bioestabilização de sua massa orgânica através de seu reviramento, com frequência

pré-estabelecida. Depois de estabilizado biologicamente, esse material é submetido à

peneiramento, podendo ser aplicado em solo agrícola mediante composição química

do mesmo (MONTEIRO et al., 2001).

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279

Baseado na estrutura das usinas simplificadas de compostagem, seguem abaixo

algumas recomendações para a tipologia mais indicada ao município de Tabueiro,

(MONTEIRO et al., 2001):

I. O pátio de leiras da usina deve ser plano e bem compactado, se possível,

pavimentado, de preferência com asfalto;

II. O pátio de leiras deve possuir declividade suficiente (2%) para escoamento das

águas pluviais e do chorume gerado durante a compostagem. Esses efluentes

devem receber tratamento sanitário, como, por exemplo, em lagoa de

estabilização;

III. No dimensionamento do pátio, deve-se prever espaço entre as leiras para

circulação de caminhões, pás carregadeiras ou máquinas de revolvimento. Além

das áreas para estocagem do composto orgânico pronto;

IV. As leiras para compostagem devem ter forma piramidal ou cônica, com base de

cerca de 3,0 metros de largura ou diâmetro de 2,0 metros e altura variando entre

1,50 e 2,0 metros. Alturas maiores que 2,0 metros dificultam a aeração e a

operação de revolvimento. A forma cônica facilita o escoamento pluvial evitando

o encharcamento das leiras.

4.7.1.4.2.1 Unidade de Compostagem Comunitária (UCC)

Diante da realidade diagnosticada no Produto 3 deste plano, propõe-se como

complemento à reimplantação da UTC em Tabuleiro/MG, seja implementado, também,

um Projeto Piloto de Unidade Compostagem Comunitária. Entretanto, menciona-se que

para a efetivação de tal iniciativa inicialmente é necessária a sensibilização da

comunidade sobre a importância, vantagens e cuidados da compostagem de resíduos

orgânicos. Considerando ainda que este método de compostagem se baseia no

princípio de simplicidade operacional prevendo o envolvimento proativo da comunidade

abrangida.

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Planeja-se que o Projeto Piloto de Unidade de Compostagem Comunitária seja

estruturado de forma progressiva envolvendo as associações de moradores, através da

implantação inicial de 02 (duas) Unidades de Compostagem Comunitária (UCC) – uma

na área urbana e outra na área rural, as quais receberão voluntariamente os resíduos

orgânicos caracterizados por “restos de preparo de alimentos” da população abrangida

pelo projeto. A entrega voluntária dos resíduos deverá ocorrer através de Locais de

Entrega Voluntária (LEVs) de resíduos orgânicos estrategicamente instalados.

Tais UCCs deverão receber também parcela limitada dos resíduos orgânicos

provenientes dos serviços de manutenção das áreas verdes das residências e locais

públicos, de forma a viabilizar o quantitativo ideal de material estruturante necessário

ao ideal processo de compostagem.

Quanto a localização destas, o MMA (2017) expõe que a unidade de compostagem

deve ser um local destinado especificamente para esta atividade, com os cuidados

ambientais necessários. Quando preciso, a atividade desenvolvida nesse local poderá

ser submetida ao processo de licenciamento ou de autorização ambiental. Em geral, o

pátio deve contar com um sistema de drenagem, local para lavagem de recipientes,

para armazenagem de ferramentas e insumos, área para armazenamento de serragem,

palha e folhas, além de possuir cercas vivas ou barreiras verdes no entorno.

O MMA (2017) recomenda, ainda, que o local no qual deverá ocorrer o processo de

compostagem comunitária possua um amplo espaço útil para atender a todos os seus

requisitos, tais quais:

Área para as leiras na fase ativa e de maturação do composto;

Áreas para armazenamento dos materiais secos ricos em carbono (como

serragem, palhas, folhas e podas de árvores);

Área para lavagem e armazenamento das bombonas.

O local deve ser devidamente cercado com muro ou tela de arame evitando a entrada

de animais. Além disso, devem ser previstas cortinas arbóreas ou cerca viva (largura

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de 1,0 a 5,0 m) para diminuir os impactos de ruídos, poeiras e eventuais odores nas

vizinhanças, tais como, bananeiras, palmeiras, hibiscos, cinamomos, amoreiras e

outras frutíferas (MMA, 2017).

O pátio de compostagem é caracterizado como o local onde ocorre a montagem das

leiras e o processo de compostagem. Assim, menciona-se que a arquitetura da leira é

de extrema importância para o processo pois garante a aeração adequada para que

ocorra a compostagem. Isto posto, orienta-se seguir recomendações do MMA (2017),

bem como recomendações técnicas para operação destas unidades junto à Fundação

Estadual do Meio Ambiente (FEAM) de Minas Gerais, que publicou em 2006 as

Orientações Básicas para operação de Usina de Triagem e Compostagem de Lixo

(FEAM, 2006).

Os subitens seguintes apresentam, de maneira geral alguns dos aspectos operacionais,

a serem considerados na implementação deste Projeto.

Os resíduos orgânicos gerados pela população participante do Projeto

voluntariamente em Locais de Entrega Voluntária (LEVs) estrategicamente

instalados nas comunidades abrangidas

Os resíduos orgânicos acondicionados nos LEVs em tambores plásticos

(bombonas) deverão ser recolhidos com regularidade de pelo menos 3 vezes por

semana, não podendo ficar acondicionados por mais de 3 dias de forma a

considerar o aspecto sanitário.

As bombonas recolhidas deverão ser transportadas até a Unidade de

Compostagem Comunitária e os resíduos orgânicos acondicionados despejados

diretamente para a formação das leiras.

Em seguida deve ser prevista a lavagem das bombonas e o armazenamento até a

próxima coleta. Cumpre destacar que no momento de coleta da bombona cheia,

observando a regularidade de recolhimento, o prestador de serviço deverá deixar

uma outra vazia e lavada no local.

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No setor de acondicionamento do composto, o material deverá ser armazenado

para posteriormente ser encaminhado para revenda e/ou para a utilização em áreas

verdes dentro da própria comunidade.

O veículo utilizado no serviço de coleta seletiva nos LEVs poderá ser de tração

manual ou mecânica. A primeira opção é justificada apenas quando a participação

da comunidade ainda é pequena e as distâncias médias entre o centro gerador e o

ponto de descarte (unidade de compostagem comunitária) são inferiores a 2,0 km.

Quanto a mão de obra necessária, salienta-se ainda a importância da inclusão de

pessoas de baixa renda interessadas no manejo de resíduos sólidos, promovendo

a inclusão social. Na administração, por sua vez, recomenda-se a contratação de

profissionais capacitados. É recomendável também a capacitação dos profissionais

de produção (operação), uma vez que para que ocorra o processo de compostagem

de forma eficiente, é necessário conhecimento e emprego de técnicas operacionais

específicas.

4.7.1.5. Disposição Final

O principal processo recomendado para a disposição final ambientalmente adequada dos

resíduos sólidos domiciliares constitui o aterro sanitário, sobre terreno natural, através de

seu confinamento em camadas cobertas com material inerte, geralmente terra, segundo

normas operacionais específicas, de modo a evitar danos ao meio ambiente,

principalmente à saúde e à segurança pública (MONTEIRO et al., 2001). De forma

simplificada, o mesmo promove a disposição correta dos resíduos, além da coleta e

tratamento do chorume, de forma a não degradar o solo e o lençol freático, e da coleta e

queima do biogás produzido nas reações de decomposição da matéria orgânica. Cabe

destacar que a principal característica do chorume é a variabilidade de sua composição

em decorrência do esgotamento progressivo da matéria orgânica biodegradável.

No caso específico do município de Tabuleiro/MG, atualmente, a disposição de seus

resíduos sólidos urbanos ocorre em aterro sanitário localizado na cidade de Leopoldina.

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Este aterro pertence à empresa União Recicláveis Rio Novo LTDA, na qual possui

contrato com a Prefeitura de Tabuleiro, além de outras localidades.

No tópico 4.4 deste plano, foi apresentado, de forma geral, possíveis áreas favoráveis

para disposição final ambientalmente adequada no próprio município. Entretanto,

verificou-se que, inicialmente, sua implementação seria inviável devido as características

de Tabuleiro e conforme justificavas apresentadas no decorrer deste item (Tópico 4.4).

4.7.2. Coleta seletiva

A coleta seletiva é instrumento da Lei nº 12.305/ 2010 (PNSR) que consiste no

recolhimento dos resíduos sólidos previamente segregados, conforme sua constituição

ou composição. Esta atividade é fundamental para atingir as metas de disposição final

ambientalmente adequada bem como as metas de redução de resíduos secos e úmidos

aterrados, propostas pela PNRS.

Segundo Decreto Federal nº 7.404/2010, a coleta seletiva deverá ser implantada pelo

titular do serviço público de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos, o qual deve

definir os procedimentos para acondicionamento adequado e disposição adequada dos

RS, devendo estabelecer, no mínimo, a separação de resíduos secos e úmidos,

estendendo progressivamente à separação destes em suas parcelas específicas.

Deste modo, os próximos subitens apresentam as recomendações gerais para a

implantação da coleta seletiva no município de Tabuleiro/MG, caracterizando as

modalidades de operação recomendadas e a forma de segregação dos resíduos

gerados. Tais orientações técnicas seguem as determinações previstas na PNRS e em

seu decreto regulamentador, servindo de base para as decisões dos gestores

municipais.

Entretanto, ressalta-se a importância da elaboração de um estudo específico –

Programa de Coleta Seletiva, bem como um projeto executivo para a sua

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operacionalização. Neste sentido, recomenda-se seguir estudos tais como o realizado

pela Fundação Nacional da Saúde – FUNASA (2014).

4.7.2.1. Modalidades de operação

São fatores a serem considerados na definição da modalidade operação da coleta

seletiva, os recursos financeiros e de mão de obra disponíveis no município, envolvendo

preferencialmente catadores de materiais recicláveis, bem como a aceitação da

comunidade. Dentre as modalidades existentes, de operação da coleta seletiva,

destacam-se três: “entrega voluntária”, “porta a porta” e “por organização de catadores

de materiais recicláveis”, descritas na Tabela 52. A combinação entre estas

modalidades propicia a minimização de determinados aspectos negativos, os quais

também são pontuando apresentados na Tabela 52.

Tabela 52 - Modalidades de coleta seletiva

MODALIDADE DESCRIÇÃO

Entrega voluntária

O próprio gerador deverá deslocar-se até um LEV ou

Ecoponto, disponibilizado pela Prefeitura em locais de

grande fluxo de pessoas (supermercados, postos de

combustíveis, praças, etc.) e

depositar o material reciclável, previamente segregado,

em recipientes específicos. Conforme horários

predefinidos, o prestador de serviço (1) realiza a coleta.

Aspectos Positivos

Maior facilidade e menor custo de coleta;

Redução de custos de coleta e transporte, com

otimização de percursos e frequências,

especialmente em bairros com população

esparsa;

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Em função do tipo de recipientes e estímulos

educativos adotados, permite a separação e o

descarte de recicláveis, por tipos, facilitando a

triagem posterior.

Aspectos Negativos

Requer maior disponibilidade da população que

deverá se deslocar até um LEV ou Ecoponto;

Suscetível a vandalismo (desde o depósito de lixo

orgânico e animais mortos no interior do recipiente

de coleta até a danificação de sua estrutura);

Exige manutenção e limpeza periódica;

Necessita, em alguns casos, de equipamento

especial para coleta;

Não possibilita a identificação dos domicílios e

estabelecimentos participantes, dificultando a

avaliação e mensuração da participação da

comunidade ao programa.

Porta a porta

O material reciclável, previamente segregado, é

acondicionado pelo próprio gerador, para posteriormente,

ser coletado por veículo dimensionado para realizar tal tarefa

ainda na porta da residência do munícipe, trazendo maior

comodidade aos cidadãos. Esta modalidade deve ser

executada por prestador de serviço (1) contratado pela

Prefeitura ou diretamente por ela em parcelas crescentes do

município e de forma escalonada.

Aspectos Positivos

Dispensa o deslocamento do cidadão até um LEV

ou Ecoponto, o que influi positivamente quanto à

participação na coleta seletiva;

Permite mensurar a participação da população no

programa pela facilidade de se identificar os

domicílios e estabelecimentos participantes;

Agiliza a descarga nas UTCs.

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Aspectos Negativos

Exige maior infraestrutura de coleta,

consequentemente maiores custos de operação

(aumento de frota de veículos e recursos

humanos);

Tende a apresentar custos mais elevados de

coleta e transporte comparado com outras

modalidades;

Atrai a presença de maior número de catadores

informais na região onde está implantada (questão

social).

Por organização de catadores de

materiais recicláveis

Grupos de trabalhadores organizados em cooperativas

e/ou associações devidamente legalizados e contratados,

recolhem o material em pontos geradores específicos e

parceiros (grandes geradores, comércios e domicílios),

previamente segregados por tipo. A coleta pode ser feita

por carrinhos manuais, bicicletas acopladas com gaiolas

metálicas ou por outros tipos de veículos da cooperativa.

Aspectos Positivos

Promove a inclusão social;

Gera emprego e renda;

Reduz o custo de coleta, transporte, triagem e

destinação final de resíduos sólidos para a

administração municipal;

Em relação às demais modalidades de coleta

seletiva, apresenta maior independência e menor

vulnerabilidade às descontinuidades da

administração municipal;

Quando organizadas em associações ou

cooperativas, o município é priorizado nos

processos de seleção de projetos para pleito de

recursos federais.

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287

Aspectos Negativos

Está direcionada para materiais com maior valor

de mercado;

Apresenta elevado risco de acidentes,

principalmente, quando os trabalhadores atuam

sem equipamentos de sinalização de trânsito e de

proteção individual;

Dificulta a mensuração da participação da

população;

Em alguns casos é explorada a mão de obra do

trabalhador e/ou o trabalho infantil.

Fonte: Adaptado do PMGIRS de Pinheiral, 2017.

1- Coleta seletiva pode ser realizada pela cooperativa de catadores, caso seja esta a opção

da municipalidade, neste aspecto cumpre evidenciar que a contratação desta pelo poder

público é dispensada de licitação.

Considerando as características do município de Tabuleiro/MG, sugere-se,

inicialmente, priorizar a prestação dos serviços através de associações e cooperativas

de catadores de materiais recicláveis, associado a implementação de Locais de entrega

voluntária – LEVs pela população.

Os Locais de Entrega Voluntária (LEVs) são endereços ou locais disponibilizados para

a entrega voluntária de RSD Recicláveis Secos preferencialmente implantados em

pontos estratégicos e com um grande fluxo de pessoas, tais como supermercados,

postos de combustíveis, órgãos públicos, dentre outros. Estes locais devem possuir

dispositivos específicos dimensionados para a recepção e o acondicionamento dos

RSD Recicláveis Secos entregues voluntariamente.

Entretanto, para obtenção de uma maior eficiência e aceitabilidade pela comunidade, é

interessante que se elabore um planejamento específico para a coleta seletiva,

denominado de Plano de Coleta Seletiva – PCS e que em seu conteúdo, verifique a

possibilidade da combinação desta modalidade, assim facilitando a adesão dos

munícipes no sistema de coleta diferenciada.

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Posteriormente, em médio e longo prazo, a partir da implementação da UTC e com a

disponibilidade de pessoal tanto para execução da coleta quanto para a triagem do

material coletado, recomenda-se a utilização de duas modalidades de coleta seletiva –

Porta a Porta e em LEVs – de maneira simultânea ou não, conforme apresentado na

Figura 89. Tais atividades podem ser realizadas por cooperativas de catadores, caso

seja esta a opção da municipalidade. Neste aspecto cumpre evidenciar que a

contratação de cooperativas de catadores pelo poder público é dispensada de licitação.

Além disso, deve-se garantir a frequência e regularidade dos serviços, tendo em vista

que o não cumprimento do planejado e divulgado faz com que a comunidade fique

descrente com os serviços, inclusive podendo parar de contribuir.

Figura 89 - Fluxograma de implantação de coleta dos resíduos secos recicláveis

Fonte: Adaptado do PMGIRS de Pinheiral, 2017.

Para o sistema de coleta porta a porta, levando em consideração o porte do município

e dos veículos que usualmente são utilizados para este serviço recomenda-se a

implementação em 100% dos locais da área urbana e aglomerados. Já para a

modalidade em LEVs o planejamento envolve expansões graduais, de acordo com o

Plano de Coleta Seletiva – PCS, a ser elaborado para o município.

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289

4.7.2.2. Segregação dos resíduos sólidos

A primeira etapa do sistema de coleta seletiva é a segregação dos resíduos na fonte

geradora. Para realização dessa etapa existem basicamente três formas de segregação

dos RSD, conforme observado na Figura 90, das quais devem ser definidas aquelas

que melhor se ajustem às necessidades e objetivos do município e, a partir dela

determinar o processo de operação da coleta seletiva.

A segregação binária, ou seja, a separação de resíduos secos (potencialmente

recicláveis) e úmidos (matéria orgânica e rejeitos), é a que apresentada maior

probabilidade de aceitação pelos cidadãos, uma vez que demanda menor quantidade

de recipientes para acondicionamento, facilita a separação dos resíduos pela

população e colabora para uma maior cooperação em virtude da simplicidade.

Recomenda-se que esta separação binária seja definida como uma regra geral para o

município e a segregação tríplice (separação de resíduos secos recicláveis, matéria

orgânica, e rejeitos – material não reaproveitável) seja definida para os locais

contemplados com as iniciativas de compostagem, em áreas em que forem

estruturadas as unidades de compostagem comunitária.

Com relação à segregação em diversas categorias, esta deve ser considerada ao longo

da implementação do PMGIRS, através das revisões quadrienais previstas,

considerando entre outros aspectos, sua viabilidade, adesão, correta segregação e

sensibilização da população, através da implementação dos programas de educação

ambiental.

Em suma, os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos

sólidos deverão instituir, preferencialmente em instrumento legal regulamentador e/ou

normatizador, a separação em resíduos secos e úmidos e, progressivamente, estender

à separação dos resíduos secos em suas parcelas específicas. Destaca-se que a

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população deve ser orientada quanto a correta segregação adotada, bem como acerca

de qual tipo de coleta deverá ser destinado cada tipo de resíduo.

Figura 90 - Formas de segregação dos resíduos sólidos para coleta seletiva,

recomendada para o município de Tabuleiro/MG

Fonte: PMGIRS de Guaratinguetá, 2017.

4.7.2.3. Acondicionamento

Considerando a segregação binária, os resíduos secos (papel, papelão, plásticos,

metais e vidro) podem ser acondicionados em sacos plásticos, preferencialmente de

cor clara, como o azul; em caixas de papelão e outros meios, de modo que não dificulte

a identificação para o coletor. Caso implementada a coleta seletiva na modalidade porta

a porta, o cidadão deverá dispor os resíduos secos segregados e devidamente

acondicionados em local de fácil acesso aos coletores, preferencialmente, em lixeiras,

bombonas plásticas ou metálicas.

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Uma ação que pode ser considerada pela Prefeitura, para estimular os munícipes nesta

fase inicial de implementação da coleta seletiva, é a distribuição gratuita de sacolas

plásticas de cor diferenciada em domicílios participantes da coleta seletiva porta a porta,

isto é, no momento da execução da coleta, os coletores ao recolherem os resíduos

secos, disponibilizariam sacos plásticos (na mesma quantidade) para a residência

participante, facilitando, fomentando e fortalecendo a continuidade do Programa.

Entretanto, recomenda-se que esta iniciativa seja realizada apenas nos 3 (três)

primeiros meses de implantação da coleta seletiva, pois manter ações neste sentido

fica oneroso para a municipalidade.

Para a entrega voluntária dos resíduos potencialmente recicláveis em LEVs, estes

também devem estar devidamente acondicionados.

4.7.2.4. Regularidade, frequência e horário da coleta seletiva

No que tange a modalidade de operação da coleta seletiva em LEVs, uma vez

instaladas tais estruturas, o titular dos serviços de limpeza urbana e de manejo de

resíduos sólidos, através do prestador de serviço, deverá manter um cronograma de

coleta, evitando que estes dispositivos se tornem pontos de acúmulos de resíduos,

afastando os parceiros nos quais os LEVs foram instalados e causando má impressão

da população quanto à implementação da coleta seletiva.

Desta forma, a Prefeitura Municipal de Tabuleiro/MG deverá estabelecer cronogramas

de recolhimento dos resíduos recicláveis acondicionados nestas estruturas cuja

periodicidade dependerá da taxa de adesão de toda a população, porém, recomenda-

se, no mínimo, a coleta uma vez por semana em regiões residenciais e duas vezes em

regiões comerciais.

Com relação aos horários de coleta, destaca-se a importância de serem evitados os

horários de maior fluxo de pessoas nos estabelecimentos onde serão instalados as

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LEVs, bem como, de se evitar a coleta nos horários de pico, quando realizada nas

regiões centrais do município.

Já pela modalidade Porta a Porta, os resíduos devem ser removidos com veículo

específico, equipe e horário diferenciado da coleta convencional de resíduos. Além

disso, deve-se considerar determinados fatores como a quantidade e o tipo de resíduos

gerados, a distribuição da área urbanizada, a abrangência do Programa de Coleta

Seletiva e as condições físico-ambientais (clima, topografia, entre outros), que podem

influenciar na frequência desta.

Destaca-se ainda que a regularidade da coleta seletiva é primordial, uma vez que sua

eficiência está vinculada diretamente a este fator. Com a regularidade, a população,

adquire hábitos de dispor os resíduos potencialmente recicláveis nos dias e horários

em que o veículo coletor irá passar. Portanto, a população deve ser informada e

orientada antecipadamente, mediante ações de sensibilização e de divulgação do

Programa de Coleta Seletiva.

4.7.2.5. Veículo e guarnições para a coleta seletiva

Para a operacionalização da coleta seletiva, tanto para a modalidade porta a porta,

quanto para a entrega voluntária e/ou por organização de catadores de materiais

recicláveis, é necessário a aquisição de veículos para transportar os resíduos. Dessa

forma, considerando principalmente a execução da coleta seletiva pela modalidade

porta a porta, recomenda-se para o município de Tabuleiro/MG, a aquisição de 1 (um)

caminhão gaiola para a operacionalização desta (Tabela 53).

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Tabela 53 - Veículos recomendados para a operação da coleta seletiva no

município de Tabuleiro/MG

VEÍCULO OBSERVAÇÕES

Caminhão com carroceria do tipo gaiola metálica para o transporte de RSD Recicláveis Secos;

Modelo ideal para a implantação da coleta seletiva porta a porta e em locais de entrega voluntária;

Como os materiais recicláveis possuem massa específica reduzida, recomenda-se que as carrocerias dos veículos sejam equipadas com sobrecargas altas fechadas com tela, formando uma “gaiola”, podendo-se aumentar significativamente a capacidade de carga e evitar os inconvenientes do espalhamento de materiais leves durante o deslocamento.

Bicicleta com carroceria do tipo gaiola para o transporte de RSD Recicláveis Secos;

Modelo recomendado para o transporte de resíduos recicláveis, realizado por catadores de matérias recicláveis até as cooperativas, LEVs e/ou UTC.

Fonte: Adaptado do PMGIRS de Pinheiral, 2017; imagens do Google, 2019.

Vale frisar que a escolha mais adequada do tipo de veículo a ser adotado dependerá,

principalmente, da quantidade de resíduos que serão coletados, bem como de aspectos

culturais, sociais e econômicos. Neste sentido, ressalta-se a importância da elaboração

do estudo específico (Projeto Executivo de Coleta Seletiva) para a operacionalização

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do Programa de Coleta Seletiva, no qual ocorrerá o detalhamento do programa,

dimensionamento da frota e determinação da rota para o sistema.

4.7.2.6. Guarnições (equipe) de coleta seletiva

O dimensionamento das equipes de trabalho deverá ser definido nos Projetos

Executivos de Coleta Seletiva, porém, orienta-se, quanto à composição desta no

município, que cada veículo coletor deverá prever equipe composta por no mínimo 3

(três) funcionários, sendo: 1 (um) motorista e 2 (dois) coletores (garis).

Estes funcionários deverão ter sua higiene e segurança assegurados pelo uso de

equipamentos de proteção individual (EPIs) e por vacinas. Neste sentido, são

apresentadas na Figura 91 recomendações de EPIs para as guarnições de coleta

seletiva do município, com base na ABNT NBR nº 12.980/1993.

Figura 91 - Equipamentos de Proteção Individual (EPI) recomendados para as

guarnições de coleta seletiva para o município de Tabuleiro/MG

Fonte: Adaptado PMGIRS de Guaratinguetá, 2017.

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Com relação às vacinas indicadas aos coletores, a Sociedade Brasileira de

Imunizações (SBIM) recomenda as vacinas especialmente indicadas na Tabela 54 -

Vacinas especialmente indicadas para os coletores de resíduos, considerando os riscos

ocupacionais da atividade que também devem ser ministradas para os motoristas dos

caminhões.

Tabela 54 - Vacinas especialmente indicadas para os coletores de resíduos,

considerando os riscos ocupacionais da atividade

VACINAS INDICADAS (1)

ESQUEMAS E RECOMENDAÇÕES

Hepatites A, B ou A e B(2)

Hepatite A: duas doses, no esquema 0 – 6 meses;

Hepatite B: três doses, no esquema 0 – 1 – 6 meses;

Hepatite A e B: três doses, no esquema 0 – 1 – 6 meses. A vacinação combinada das hepatites A e B é uma opção e pode substituir a vacinação isolada das hepatites A e B.

Tríplice bacteriana

acelular do tipo adulto

(dTpa ou dTpa-VIP)

Sempre que possível, aplicar dTpa independente de intervalo prévio com dt ouTT;

Com esquema de vacinação básico para tétano completo: reforço com dTpa (ou dTpa-VIP, ou dT) a cada dez anos;

Com esquema de vacinação básico para tétano incompleto: uma dose de dTpa (ou dTpa-VIP, ou dT) a qualquer momento e complementar a vacinação básica com uma ou duas doses de dT de forma a totalizar três doses de vacina contendo o componente tetânico.

Influenza (gripe)(3)

Dose única anual. Desde que disponível, a vacina influenza 4V é preferível à vacina influenza 3V, inclusive em gestantes, por conferir maior cobertura das cepas circulantes. Na impossibilidade de uso da vacina influenza 4V,utilizar a vacina influenza 3V.

Febre tifoide(4) Dose única. No caso do risco de infecção permanecer ou retornar,

está indicada outra dose após três anos (5).

Fonte: PMGIRS de Pinheiral, 2017, apud Guia de Imunização SBIm/Anamt – Medicina do

Trabalho 2016-2017.

Nota: (1) Todo indivíduo deve estar em dia com o calendário de vacinação para sua faixa etária. Estas

recomendações consideram apenas as vacinas particularmente recomendadas para a prevenção de

doenças infecciosas relacionadas ao risco ocupacional para o trabalhador; (2) Sorologia 30 e 60 dias após

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a terceira dose da vacina é recomendada para: profissionais da saúde (ou coletores de resíduos da

saúde), imunodeprimidos e renais crônicos. Considera-se imunizado o indivíduo que apresentar título

anti-HBs ≥ 10 UI/mL; (3) Vacinas vivas atenuadas são contraindicadas para imunodeprimidos e gestantes;

(4) A indicação deveser analisada de acordo com o tempo de permanência em região de risco para a

doença; e (5) Para aqueles que atuem em situações em que há possibilidade de surto e na dependência

de risco epidemiológico.

4.7.2.7. Fluxo dos Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) sugerido para Tabuleiro/MG

A Figura 92 apresenta, detalhadamente, o fluxo dos RSD dos pequenos geradores

recomendado para o município de Tabuleiro/MG, ilustrando de forma esquemática o

processo desses resíduos desde sua geração até a destinação ou disposição final

ambientalmente adequada.

Figura 92 – Esquema sugerido para gestão e gerenciamento dos RSD de Tabuleiro/MG

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Fonte: Autores, 2019.

4.7.3. Serviços de limpeza urbana

Baseado na Lei Federal nº 12.305/10, os serviços de limpeza urbana incluem a

varrição, capina, poda de árvores, limpeza de boca- de lobo, feiras livres e praças. No

município de Tabuleiro os serviços de varrição ocorrem de segunda a sábado nas

áreas centrais, e de acordo com a demanda nos demais bairros. A capina e a poda de

árvores ocorrem sazonalmente, conforme averiguado necessidade, e descrito no item

3.1.1.2. deste plano.

Os funcionários designados aos serviços não são específicos para cada tipo de

atividade, sendo, portanto, alocados na área de limpeza urbana desempenhando tanto

as funções de coleta, varrição ou poda conforme necessário.

De acordo com Monteiro et al. (2001), é importante que o funcionário destinado à

varrição cumpra as seguintes tarefas listadas abaixo:

Recolher o lixo domiciliar espalhado na rua (não acondicionado);

Efetuar a varrição do passeio e da sarjeta no roteiro determinado;

Esvaziar as caixas coletoras de papéis;

Retirar o mato da sarjeta e ao redor das árvores e postes (uma vez a cada 15

dias);

Limpar os ralos do roteiro.

Cabe destacar que, por hora observado, os serviços correspondentes à limpeza

urbana estão de acordo com a necessidade municipal, mantendo os logradouros

conservados dentro do alcance. Porém, observa-se maior necessidade quanto à

limpeza das bocas de lobo (caixas coletoras), nas quais são limpas mediante

necessidade. O correto a se fazer é manter frequência contínua de limpeza das

mesmas, removendo por completo os resíduos acumulados no interior das caixas,

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bem como no carregamento, remoção e transporte, podendo serem executados de

forma manual ou mecânica. Importante que os resíduos coletados nesta etapa sigam

caminho igual aos demais de limpeza urbana: aterro sanitário. Conforme abordado a

respeito da realidade no município de Tabuleiro/MG, quanto aos serviços de limpeza

urbana, as especificações recomendadas para a cidade encontram-se na Tabela 55.

Tabela 55 – Especificações mínimas dos serviços de limpeza urbana adequados ao município de Tabuleiro/MG

Serviço de Limpeza Urbana

Especificações mínimas recomendadas

Varrição

Método recomendado: manual;

Serviço junto às sarjetas (faixa de até 1 metro);

Calçadas ficam sob responsabilidade dos proprietários;

Resíduos acumulados durante o serviço devem ser armazenados em recipientes ou carrinhos de coleta;

Periodicidade de acordo com a demanda dos logradouros.

Capina, poda e raspagem

Método recomendado: manual;

Execução através de enxadas afiadas com auxílio de pás quadradas ou forcados de quatro dentes;

Deve ocorrer nas sarjetas, ruas, passeios e nos canais de drenagem;

Resíduos devem ser ensacados e destinados à disposição final no máximo até 2 dias após a execução do serviço;

Periodicidade de acordo com a demanda dos logradouros.

Limpeza de Feira

Método recomendado: manual;

Varrição das vias públicas de forma a coletar os resíduos gerados nessas ocasiões;

Lavagem das vias com auxílio de caminhão pipa;

Deverá ser realizada sempre ao término dos eventos;

Periodicidade de acordo com a demanda dos logradouros.

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Limpeza de bocas de lobo ou caixas de

água

Método recomendado: manual;

Serviço deverá ser realizado de forma contínua para manutenção do sistema de drenagem;

Remoção dos resíduos do interior das caixas;

Resíduos coletados devem ser destinados à aterro sanitário;

Periodicidade de acordo com a demanda dos logradouros.

Fonte: Adaptado de PMGIRS Pinheiral, 2018.

4.7.3.1. Gerenciamento pós-execução dos serviços de limpeza urbana

Os resíduos gerados após a realização dos serviços de limpeza urbana são

comumente classificados como Resíduos Verdes (RV) ou Resíduos Volumosos

(RVol.), a depender das características especificas dos resíduos, podendo haver

casos em que o resíduo pode ser classificado em ambas classes, como por exemplo,

troncos de árvores e peças de madeira.

Deste modo, devem ser considerados para efeito de correto manejo como RV

aqueles resíduos que, no geral, apresentam pequena dimensão e peso, tais como

folhas, folhagens, aparas de grama, galhos, areia, terra e eventualmente abrangem

troncos de árvores (gerados na poda), dentre outros provenientes da manutenção de

parques, praças, áreas verdes e jardins, redes de distribuição de energia, telefonia e

limpezas de áreas públicas no geral.

Já os RVol. são peças de grandes dimensões e peso, como móveis e

equipamentos domésticos inutilizados, grandes embalagens, peças de madeira e

outros assemelhados, que geralmente acabam sendo removidos pelo serviço de

limpeza urbana em pontos crônicos de disposição irregular de resíduos. Normalmente

são removidos das áreas geradoras juntamente com os Resíduos de Construção Civil

(RCC).

Sendo assim, orienta-se que tais resíduos sejam segregados preferencialmente entre

os de pequena dimensão e peso (galhos, folhas e pequenos pedaços de árvores) que

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300

possam ser incorporados às leiras de compostagem e/ou reaproveitados, que no geral

são tratados como RV. Já os resíduos de grande dimensão e peso (troncos de árvores,

peças de madeira, móveis usados, etc.) sejam desmontados se necessário, triados e

destinados conforme as suas características.

Após a segregação os resíduos devem ser adequadamente acondicionados de acordo

com suas características, em locais distintos, para que possam ser aproveitados numa

futura utilização, como material lenhoso, ou no caso de folhas e galhos menores,

encaminhados para compostagem. Com relação ao acondicionamento de resíduos

com grande volume e pesados, sugere-se a utilização de caçambas localizadas nos

Ecopontos para os acondicionamentos, como os entulhos, solos, podas e madeiras

em peças.

Neste sentido, destaca-se a importância de serem previstas áreas para a triagem dos

resíduos nas estruturas de destinação licenciadas para o recebimento de pequenos e

grandes volumes de RCC e RVol (Ecopontos).

Sendo assim, para a destinação dos resíduos volumosos, pode ser estruturada uma

Área de Triagem e Transbordo Simplificada (ATT Simplificada) para o recebimento do

quantitativo dos pequenos geradores concentrado nos Ecopontos, das obras públicas

municipais e dos geradores que apresentam a geração superior à quantidade de

descarga permitida para os Ecopontos definidos por legislação específica. Ou ainda,

destinar tais resíduos a uma Área Integrada de Recebimento, Triagem e Transbordo

(AIRTT), caracterizada pela integração do Ecoponto e ATT Simplificada, conforme

proposto no Item 15.2.2., deste plano.

Outrossim, tal infraestrutura contará com triturador de podas e madeira, além de

trabalhar em conjunto com uma Usina de Reciclagem de RCC que irá processar o

RCC e transformando-os em agregados reciclados. O fluxograma da Figura 93

apresenta o fluxo dos RLU para o município de Tabuleiro/MG.

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Figura 93 – Destinação ambientalmente adequada dos RLU de Tabuleiro/MG

Fonte: Autores, 2019.

Nota: (1) Resíduo Verde: Gerados nas podas; (2) Encaminhar para as unidades de UTC ou UCC

mediante demanda de material estruturante para confecção das leiras.

Por fim, em se tratando da disposição final dos rejeitos dos RLU, bem como para os

RSD e RSC, no horizonte imediato deste planejamento, é recomendável que seja

dada continuidade à prática de contratação de empresa técnica e operacionalmente

habilitada e dotada de infraestrutura ambientalmente licenciada para oferta de tal

serviço. Posteriormente, recomenda-se que seja articulado via consórcio, um estudo

de análise de viabilidade da gestão consorciada de estruturas para disposição final

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302

ambientalmente adequada dos rejeitos, incluindo nessa analise a simulação de que

isso se concretize através de Parceria Púbico Privada (PPP).

4.8. Regras para transporte e outras etapas do gerenciamento de resíduos

sólidos sujeitos ao plano de gerencialmente específico

Conforme apresentado no tópico 4.1 deste produto, alguns geradores específicos

estão sujeitos ao plano de gerenciamento de resíduos sólidos. Desta forma, neste

capítulo será discorrido acerca das regras específicas para estas tipologias de

resíduos que demandam cuidados especiais para sua movimentação, tais como:

perigosos, de serviços de saúde, agrotóxicos e óleos lubrificante.

4.8.1. Resíduos perigosos em geral

De acordo com o exposto na NBR 10.004:2004, os resíduos perigosos são definidos

como aqueles que apresentam periculosidades como inflamabilidade, corrosividade,

reatividade, toxicidade e patogenicidade. Já o armazenamento destes resíduos se dá

conforme as instruções da NBR 12.235:1992, que especifica que o armazenamento

não deve alterar a quantidade e/ou qualidade do resíduo e pode ser feito nas formas

de contêineres e/ou tambores, a granel, ou em tanques (ABNT, 1992; ABNT, 2004).

O transporte terrestre desses resíduos perigosos deverá obedecer ao Decreto Federal

nº 96.044/1988, que aprova o Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos

Perigosos e dá outras providências, à Portaria nº 204/19972, que institui as instruções

complementares ao regulamento do transporte terrestre de produtos perigosos, bem

como às NBRs abaixo:

a) 7.500:2004: Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação

e armazenamento de produtos;

b) 7.501:2003: Transporte terrestre de produtos perigosos – Terminologia;

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303

c) 7.503:2005: Ficha de emergência e envelope para o transporte terrestre de

produtos perigosos - Características, dimensões e preenchimento;

d) 9.735:2016: Conjunto mínimo de equipamentos para emergências no transporte

terrestre de produtos perigosos, composto pelo equipamento de proteção

individual, a ser utilizado pelo condutor e auxiliares envolvidos no transporte,

equipamentos para sinalização da área da ocorrência e extintor de incêndio

portátil para a carga.

Os resíduos perigosos que não puderem ser submetidos à técnicas de

reaproveitamento ou reciclagem deverão ser dispostos em aterros Classe I. Os critérios

para projeto, construção e operação desses aterros de resíduos perigosos encontram-

se dispostos na NBR 10.157/1987. Dentre as recomendações feitas por essa NBR,

podem-se destacar as relacionadas à impermeabilização do aterro, drenagem e

tratamento do líquido percolado (ABNT, 1987).

Cabe destacar que foram abordados apenas parcela das Normas e legislações

existentes, mais importantes quando se trata de resíduos perigosos. Entretanto, devem

ser observadas todas as recomendações da NBR 10.157/1987, bem como a legislação

e regulamentações correlatas pertinentes.

4.8.2. Resíduos Serviço de Saúde (RSS)

O gerenciamento dos RSS deve ser pautado de acordo com a RDC nº 222/2018 da

Anvisa, a qual define como transporte interno, o traslado dos resíduos dos pontos de

geração até o abrigo temporário ou o abrigo externo e o transporte externo como a

remoção dos RSS do abrigo externo até a unidade de tratamento ou outra destinação,

ou disposição final ambientalmente adequado. Além desta, pode-se destacar também

como instrumento para elaboração e implementação do PGRSS, o Manual de

Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde, elaborado pela Anvisa (2006),

observadas as atualizações desta Resolução, uma vez que este prescreve todas as

recomendações necessárias para todo gerenciamento dos RSS.

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304

Deste modo, a RDC nº 222/2018, estabelece os seguintes procedimentos para o

transporte interno dos RSS:

O coletor ou recipiente utilizado para o transporte interno dos resíduos deve ser

de uso exclusivo e específico para cada grupo de resíduo, sendo, portanto,

identificados com o símbolo correspondente ao risco do resíduo nele contido,

segundo anexo II desta resolução.

O coletor deve ser constituído de material rígido, lavável, impermeável, provido

de tampa articulada ao próprio corpo do equipamento, com cantos e bordas

arredondados;

Os recipientes com mais de 400L de capacidade devem possuir válvula de dreno

no fundo;

Os recipientes desprovidos de rodas devem observar os limites de carga

permitidos para o transporte pelos trabalhadores, conforme normas reguladoras

do Ministério do Trabalho e Emprego; e

O roteiro deve ser previamente definido e ocorrer em horários não coincidentes

com a distribuição de roupas, alimentos e medicamentos, períodos de visita ou de

maior fluxo de pessoas ou de atividades.

Já a coleta e transporte externos dos resíduos de serviços de saúde devem ser

realizados de acordo com as normas NBR 12.810/1993 e NBR 14652/2019 da ABNT,

bem como, devem estar compatíveis com o estabelecido neste PMGIRS e com as

demais normativas aplicáveis aos resíduos desta tipologia.

A empresa transportadora deve observar o Decreto Federal nº 96.044, de 18 de maio

de 1988, e a Portaria Federal nº 204, de 20 de maio de 1997. Os veículos e

equipamentos devem portar documentos de inspeção e capacitação atestando a

adequação, emitidos pelo Instituto de Pesos e Medidas ou entidade credenciada, e

atenderem ao disposto na norma NBR 7.500 da ABNT e resoluções da ANTT (nº

420/2004, nº 701/2004 e nº 1644/2006). Além disso, segundo a RDC Nº 222/2018, os

veículos de transporte externo dos RSS não podem ser dotados de sistema de

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compactação ou outro sistema que danifique os sacos contendo os RSS, exceto para

os RSS do Grupo D.

É válido frisar que o manual da Anvisa, bem como a RDC nº 222/2018, prescreve

todas as recomendações necessárias para todo gerenciamento dos RSS. Na Tabela

56 apresenta-se a orientações gerais do gerenciamento dos RSS.

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Tabela 56 - Orientações sobre as etapas do gerenciamento dos RSS

GRUPO CARACTERÍSTICAS

SEGREGAÇÃO,

ACONDICIONAMENTO E

IDENTIFICAÇÃO

COLETA E

TRANSPORTE

INTERNO

COLETA E

TRANSPORTE

EXTERNOS 1

TRATAMENTO DISPOSIÇÃO

FINAL

Resíduos com possível

presença de agentes

biológicos que, por suas

características, podem

apresentar risco de

infecção. São divididos em

cinco subgrupos (A1, A2,

A3, A4 e A5), estabelecidos

em função dos riscos que

apresentam.

RDC Nº 222/2018

(Comentada)

CAPÍTULO III

Seção I

RDC Nº 222/2018

(Comentada)

CAPÍTULO III

Seção II

Empresa

Especializada

Micro-ondas;

Autoclavagem;

Incineração.

Aterro Sanitário

Classe I 2

Resíduos contendo

substâncias químicas que

podem apresentar risco à

saúde pública ou ao meio

ambiente, dependendo de

suas características de

inflamabilidade,

corrosividade, reatividade e

toxidade.

RDC Nº 222/2018

(Comentada)

CAPÍTULO III

Seção I

RDC Nº 222/2018

(Comentada)

CAPÍTULO III

Seção II

Empresa

Especializada

Incineração;

Recuperação;

Aterro Sanitário

Classe I

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Resíduos contaminados

com radionuclídeos,

provenientes de laboratório

de análises clínicas,

serviços de medicina

nuclear e radioterapia.

RDC Nº 222/2018

(Comentada)

CAPÍTULO III

Seção I

RDC Nº 222/2018

(Comentada)

CAPÍTULO III

Seção II

Comissão

Nacional de

Energia Nuclear

(CNEN)

Armazenamento ---

Resíduos que não

apresentem risco biológico,

químico ou radiológico à

saúde ou ao meio ambiente,

podendo ser equiparados

aos resíduos domiciliares.

RDC Nº 222/2018

(Comentada)

CAPÍTULO III

Seção I

RDC Nº 222/2018

(Comentada)

CAPÍTULO III

Seção II

Serviço Público

(Adm. Municipal) ou

Empresa

Terceirizada

Compostagem;

Reciclagem;

Recuperação;

Compactação.

Aterro Sanitário

Classe II 3

Materiais perfurocortantes

ou escarificantes, tais como

agulhas e lâminas de vidro,

contaminados ou não.

RDC Nº 222/2018

(Comentada)

CAPÍTULO III

Seção I

RDC Nº 222/2018

(Comentada)

CAPÍTULO III

Seção II

Empresa

Especializada Autoclavagem.

Aterro Sanitário

Classe I

Fonte: Autores a partir da RDC Nº 222/2018.

Nota: 1 Orientações na RDC Nº 222/2018 (Comentada) CAPÍTULO III Seção IV e na Seção III sobre o armazenamento interno, temporário e externo; ABNT NBR n. 7.500:2017, n.

7.503:2017, n. 9.735:2017, n. 12.810:2016, n. 13.221:2017, n. 13.463:1995, n. 14.652:2013 e demais normas vigentes. 2 Classe I – Resíduos Perigosos – NBR 10.004/2004 (ABNT); 3 Classe II – Resíduos Não Perigosos - NBR 10.004:2004 (ABNT);

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308

4.8.3. Resíduos da Construção Civil

Em relação aos resíduos da construção civil, existe legislação específica para seu

gerenciamento. Como exemplo, a Resolução CONAMA nº 307/2002 estabelece

diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil,

bem como as seguintes NBRs:

NBR 15.112:2004: que dispõe sobre áreas de transbordo e triagem de resíduos

da construção civil, dando diretrizes para projeto, implantação e operação;

NBR 15.113:2004: que dispõe sobre aterros para resíduos da construção civil,

dando diretrizes para projeto, implantação e operação.

A NBR 15.112:2004 estabelece que as áreas de transbordo e triagem de resíduos

da construção civil e resíduos volumosos (ATT) constituem aquelas destinadas ao

recebimento de resíduos da construção civil e resíduos volumosos, para fins de

triagem, armazenamento temporário dos materiais segregados, eventual

transformação e posterior remoção para destinação adequada, sem causar danos à

saúde pública e ao meio ambiente. Além da definição explicitada acima, essa NBR

também prescreve as condições de implantação e operação de uma ATT (ABNT,

2004).

Cabe destacar que a destinação final dos RCC é definida pela NBR 15.113:2004,

que institui diretrizes para projeto, implantação e operação de aterros de resíduos

sólidos da construção civil e resíduos inertes.

4.8.4. Agrotóxicos, suas embalagens e afins

As empresas que produzem e/ou comercializam agrotóxicos, suas embalagens e

afins no âmbito do Estado de Minas Gerais devem observar as orientações

estabelecidas pelo Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA, bem como realizar

registro de tal atividade junto ao instituto.

Com relação ao gerenciamento destes subprodutos, as principais Leis e Resoluções

Federais, a serem observadas são:

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Lei Federal n° 7802, de 11 de julho de 1989

Lei Federal nº 9.974, de 6 de junho de 2000

Decreto Federal nº 4074, de 04 de janeiro de 2002

Resolução CONAMA nº 465, de 5 de dezembro de 2014

4.9. Indicadores de desempenho dos serviços públicos de limpeza urbana e de

manejo de resíduos sólidos

O presente tópico contém os principais indicadores de avaliação do desempenho

dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, também abordados

no Produto 3 deste plano. Tais indicadores objetivam traçar um panorama de todo o

sistema no município, permitindo a determinação da eficiência e da eficácia

auxiliando, assim, na definição das ações e metas propostas no decorrer deste

relatório, visando a otimização desses serviços.

Isto posto, a Tabela 57 relaciona os indicadores propostos pelo Termo de Referência

do PMGIRS, elaborado pela AGEVAP, com a situação do município de Tabuleiro/MG

nos anos de 2017 e 2018 em relação a esses serviços.

Tabela 57 - Indicadores de desempenho dos serviços público de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos do município de Tabuleiro/MG

DEFINIÇÃO DESCRIÇÃO

Taxa de cobertura do serviço de coleta de resíduos domiciliares em relação à população urbana

100%

Taxa de cobertura do serviço de coleta de resíduos domiciliares em relação à população total

84.47%

Taxa de terceirização da coleta “convencional” 100%

Frequência de realização da coleta regular “convencional” na área rural

15 em 15 dias

Frequência de realização da coleta regular “convencional” na área urbana

3 vezes por semana

Frequência de realização da varrição na área central 6 vezes por semana

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Frequência de realização da varrição, capina e roçada nos bairros

Conforme demanda

(Entre segunda-feira e sábado)

Massa de resíduos sólidos domiciliares coletados (RSD) (resíduos orgânicos e materiais recicláveis)

960 toneladas/ano

Massa de RSD coletada per capita 0,987 Kg/(hab. x dia)

Fração de resíduos secos, passíveis de reciclagem no resíduo sólido urbano (RSU) coletado

-

Fração de resíduos úmidos no RSU coletado -

Massa de resíduos sólidos de serviço de saúde (RSS) coletados

50,3 kg/mês

Massa de RSS coletada per capita 0,62 g/(hab. x dia)

Porcentagem de domicílios atendidos pela coleta seletiva no município

Não existe

Taxa e recuperação de materiais recicláveis em relação a quantidade total de RSU

-

Relação entre rejeito acumulado e o material recebido para tratamento

-

Autossuficiência financeira do município com o manejo de resíduos sólidos urbanos

Taxa de coleta dos RSD

Imóvel residencial: R$ 8,34/ ano

Demais imóveis: R$16,68/ ano

ICMS Ecológico (2018):

R$ 56.051,22

Balanço:

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R$ -523.783,83

Custo unitário pela execução dos serviços de coleta e transporte convencional de RSD

R$ 296,68/ (ton. x ano)

Despesa per capita com o manejo de RSD em relação à população urbana

R$ 217,44/ (hab. x ano).

Taxa de empregados em atividades relativas a resíduos sólidos em relação à população urbana

4,07 empregados/1000

hab.

Fonte: Elaborado pelos autores a partir de informações da Prefeitura (2018) e SNIS (2017),

2019.

4.10. Definição de responsabilidades

De acordo com o artigo 25 da Lei Federal nº 12.305/2010, a Política Nacional dos

Resíduos Sólidos (PNRS), possuem responsabilidade na gestão integrada dos

resíduos sólidos a população, o poder público e os fabricantes, conceito conhecido

como responsabilidade compartilhada. A PNRS também conversa a respeito dos

resíduos de logística reversa, estes nos quais o gerador/comerciante deve ser o

responsável por sua disposição final.

Importante ressaltar que a definição de responsabilidade compartilhada tem como

principais objetivos reduzir a geração de resíduos sólidos, promover o

aproveitamento de resíduos e incentivar a utilização de insumos menos agressivos

ao meio ambiente.

As responsabilidades para cada tipologia de resíduos, de acordo com o princípio da

responsabilidade compartilhada, estão apresentadas abaixo na Figura 94 e Figura

95. Vale lembrar que a parcela de resíduos considerados como logística reversa são

de responsabilidade dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes.

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Figura 94 - Resíduos sob responsabilidade da Prefeitura Municipal

Fonte: Adaptado do PMGIRS de Astolfo Dutra (2017).

Figura 95 - Resíduos sob responsabilidade do próprio gerador

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313

Fonte: PMGIRS de Astolfo Dutra (2017).

Em consonância ao exposto acima, os subitens a seguir abordarão as

responsabilidades de cada ator quanto à destinação final de cada tipo de resíduo

sólido. Ao final deste tópico (item 9.12) apresenta-se a Tabela 60, com a síntese

destas atribuições, bem como a definição dos pequenos e grandes geradores.

4.10.1. Resíduos sólidos domiciliares (RSD)

O Poder Público Municipal de Tabuleiro/MG será responsável, diretamente ou

indiretamente, através de delegação dos serviços, pela organização e prestação dos

serviços de coleta, transporte, tratamento e disposição final de resíduos sólidos

domiciliares (RSD), desde que gerados por pequenos geradores, conforme definido

na Tabela 60 item 9.12 que estejam devidamente acondicionados. Dessa forma, a

coleta abrangerá os resíduos originários dos seguintes estabelecimentos (sendo

possível incluir outras categorias, a partir de análises técnicas e justificativas

prévias):

Residências domiciliares;

Próprios municipais e estabelecimentos públicos em geral;

Cemitério, excluindo os restos de exumação.

O município deverá fiscalizar os serviços prestados e, ainda, através do Setor de

Limpeza Urbana e de Manejo de Resíduos Sólidos vinculados ao ente municipal

competente, identificar e cadastrar os grandes geradores de RSD, contendo no

cadastramento informações sobre a localização, tipologia, produção média,

existência de PGRS, dentre outros elementos de relevância para o efetivo controle

da geração destes resíduos.

Tais cadastramentos possibilitarão o estudo de demandas pelos serviços de

gerenciamento de RSD pelos entes responsáveis, facilitando a delimitação de

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314

responsabilidades e conferindo maior precisão aos orçamentos/gastos públicos

relacionados.

Vale destacar que o acondicionamento dos RSD deve ser realizado pela própria

população. Em caso de implementação de programa de coleta seletiva, ainda não

existente, a segregação de materiais recicláveis e orgânicos deverá ser feita na

própria fonte geradora, no caso as residências.

Os grandes geradores de RSD serão responsáveis pelas seguintes ações:

Manejo dos resíduos gerados em seus estabelecimentos, incluindo a coleta,

transporte, destinação final e disposição final ambientalmente adequada,

através de contratação de serviços dessa natureza;

Responsabilidade por danos que vierem a ser provocados pelo gerenciamento

inadequado dos respectivos resíduos ou rejeitos;

Elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS),

obedecendo a critérios técnicos, legislação ambiental, normas de coleta e

transporte dos serviços locais de limpeza urbana e atendimento à Política

Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal nº 12.305/2010);

Implementação e operacionalização integral do Plano de Gerenciamento de

Resíduos Sólidos.

4.10.2. Resíduos sólidos comerciais e prestadores de serviços (RSC)

Assim como os RSD, o Poder Público Municipal de Tabuleiro/MG será responsável,

diretamente ou indiretamente, através de delegação dos serviços, pela organização

e prestação dos serviços de coleta, transporte, tratamento e disposição final de

resíduos sólidos comerciais e de prestadores de serviços (RSC), desde que gerados

por pequenos geradores, conforme definido no item 9.12 (Tabela 60), e que estejam

devidamente acondicionados. Assim, a coleta abrangerá os resíduos originários dos

seguintes estabelecimentos (podendo ser incluídas outras categorias, a partir de

análises técnicas e justificativas prévias):

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Estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços;

Restaurantes e Bares;

Hotéis;

Recinto de Exposições.

O município deverá fiscalizar os serviços prestados incumbindo-lhe as funções de

identificar e cadastrar os grandes geradores de RSC, contendo no cadastramento

informações sobre a localização, tipologia, produção média, existência de PGRS,

entre outras informações de relevância para o efetivo controle da geração destes

resíduos.

Tais cadastramentos possibilitarão o estudo das demandas pelos serviços de

gerenciamento dos RSC pelos entes responsáveis, facilitando a delimitação de

responsabilidades e conferindo maior precisão aos orçamentos/gastos públicos

relacionados.

Os grandes geradores de RSC serão responsáveis pelas seguintes ações:

Manejo dos resíduos gerados em seus estabelecimentos, incluindo a coleta,

transporte, destinação final e disposição final ambientalmente adequada,

através de contratação de serviços dessa natureza;

Responsabilidade por danos que vierem a ser provocados pelo gerenciamento

inadequado dos respectivos resíduos ou rejeitos;

Elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS),

obedecendo a critérios técnicos, legislação ambiental, normas de coleta e

transporte dos serviços locais de limpeza urbana e atendimento à Política

Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal nº 12.305/2010);

Implementação e operacionalização integral do Plano de Gerenciamento de

Resíduos Sólidos.

4.10.3. Resíduos de limpeza urbana (RLU)

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Fica a cargo do Poder Público Municipal de Tabuleiro/MG a responsabilidade, direta

ou indireta, através de delegação dos serviços, pela organização e prestação dos

serviços coleta, transporte, tratamento e disposição final dos Resíduos de Limpeza

Urbana (RLU), conforme estabelecido no Art. 26 da Lei Federal nº 12.305/2010

(PNRS), que são aqueles originários da prestação dos serviços públicos de:

Varrição;

Limpeza de logradouros e vias públicas;

Capina, roçada e poda de árvores; e

Outros serviços de limpeza urbana.

O município deverá fiscalizar a adequada execução destes serviços, bem como o

gerenciamento destes resíduos em suas diferentes etapas (acondicionamento,

coleta, transporte, tratamento e disposição final), através do Setor de Limpeza

Urbana e de Manejo de Resíduos Sólidos. Devendo realizar ainda o registro de

informações sobre a tipologia e produção média gerada em cada um dos serviços

de limpeza urbana prestados, entre outras informações de relevância para o efetivo

controle da geração destes resíduos.

4.10.4. Resíduos dos Serviços Públicos de Saneamento

De acordo com o disposto na PNRS, fica a cargo do órgão executor desses serviços,

proceder com as etapas de disposição final dos resíduos gerados nessas atividades.

Portanto, a empresa responsável pela administração e operação da ETA,

Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA, deverá adequar seu

funcionamento, de forma a garantir que a disposição final ocorra de forma

ambientalmente adequada.

Atualmente, em Tabuleiro/MG, a ETA lança seus resíduos (lodos) no Córrego da

Onça, constituindo-se disposição final incorreta.

Entretanto, cabe ao Poder Público Municipal de Tabuleiro/MG a responsabilidade,

direta ou indireta, através de delegação dos serviços públicos de abastecimento de

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água e/ou esgotamento sanitário garantir a organização e a prestação dos serviços

de coleta, transporte, tratamento e disposição final dos Resíduos dos Serviços

Públicos de Saneamento, exclusivamente os gerados nessas atividades, tais como

os oriundos da operação e manutenção de Estações de Tratamento de Água (ETA),

Estações Elevatórias de Água (EEA), bocas de lobo, bueiros, e caso venha a ser

instalada no município Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), Estações

Elevatórias de Esgoto (EEE), dentre outros dispositivos que compõe estes sistemas,

excluem-se destes os RSD e RLU gerados nestes locais.

A operação destas infraestruturas de saneamento gera resíduos caracterizados

como lodo e restos de produtos químicos, os quais deverão ter seu manejo

fiscalizado pelo Setor de Limpeza Urbana e de Manejo de Resíduos Sólidos. Além

disso, é de significativa importância para o planejamento municipal que seja efetuado

o registro das tipologias e produção média de resíduos nestas infraestruturas, entre

outras informações de relevância para o efetivo controle da geração destes resíduos.

4.10.5. Resíduos de Serviços de Saúde (RSS)

Em relação aos postos de saúde e unidades básicas de saúde comunitários,

administrados pelo município, compete a Prefeitura, direta ou indiretamente, através

da delegação dos serviços, a coleta, transporte, tratamento e disposição final dos

resíduos oriundos dos serviços de saúde gerados. Além disso, cabe ao município:

a) Melhorar o gerenciamento dos resíduos dentro das unidades, adequando,

principalmente, o acondicionamento e o armazenamento temporário externo,

conforme especificado neste plano e nas normas vigentes;

b) Identificação e cadastro dos geradores da iniciativa privada; Fiscalização

periódica dos prestadores de serviços de coleta, tratamento e disposição final;

c) Ações educativas de forma a melhorar a segregação dos resíduos na fonte

geradora;

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d) Exigência à apresentação de Plano de Gerenciamento de Resíduos de

Serviços de Saúde (PGRSS) pelos geradores da iniciativa privada.

Com relação aos estabelecimentos de saúde particulares, a responsabilidade pela

gestão dos resíduos gerados é do próprio gerador, garantindo as seguintes ações:

a) Elaborar e implantar o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de

Saúde (PGRSS), conforme orientações da Resolução Conama nº 358 de 2005

e a RDC Anvisa nº 222 de 2018;

b) Designação de responsável pela coordenação e execução do PGRSS;

Apresentar aos órgãos competentes, até o dia 31 de março de cada ano,

declaração, referente ao ano civil anterior, subscrita pelo administrador

principal da empresa e pelo responsável técnico devidamente habilitado,

acompanhada da respectiva ART, relatando o cumprimento das exigências

previstas na Resolução Conama nº 358 de 2005;

c) Segregar os resíduos na fonte e no momento da geração, de acordo com suas

características, para fins de redução do volume dos resíduos a serem tratados

e dispostos, garantindo a proteção da saúde e do meio ambiente;

d) Treinar e capacitar, de forma continuada, os funcionários envolvidos no

gerenciamento de resíduos.

4.10.6. Resíduos da Construção Civil

Com relação ao manejo integrado dos Resíduos da Construção Civil, o Poder Público

Municipal será responsável pelas seguintes ações previstas, desde que justificado

através de estudo de viabilidade econômico-financeira:

Implementação de Ecopontos para recebimento de pequenos volumes de RCC

e Rvol;

Área para Recepção de Grandes Volumes (AIRTT);

Ações para informação e educação ambiental dos munícipes;

Incentivo ao reuso e redução dos resíduos na fonte de produção

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Ação de incentivo à implementação de empresas recicladoras de resíduos

classificados, segundo a Resolução CONAMA nº 307/2007, como A e B;

Identificação e cadastramento dos grandes geradores e credenciamento dos

transportadores.

O cadastro deverá conter informações sobre a localização, tipologia, produção

média, existência de Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil.

Ainda, deverão ser cadastrados os transportadores de RCC. O Município será

responsável, também, de forma direta ou através da delegação dos serviços, pelo

manejo dos resíduos da construção civil gerados em obras e ou reformas

gerenciadas pela municipalidade.

Os grandes geradores de resíduos da construção civil (RCC) serão responsáveis por

todo o manejo dos resíduos gerados em suas atividades. Além disso, deverão

elaborar instrumentos específicos de gerenciamento dos RCC gerados (PGRCC)

sempre que a atividade (obra) se enquadre no mínimo em uma das especificações

no Tópico 9 ou nas seguintes especificações:

Acima de 400 m² de área construída;

Acima de 50 m² de área de demolição;

Acima de 50 m³ de movimentação de terra

Portanto, é extremamente importante que a prefeitura defina através de legislação

os limites entre pequenos e grandes geradores, conforme sugerido no tópico 4.12

(Tabela 60).

4.10.7. Resíduos Industriais (RI)

A responsabilidade pelo adequado gerenciamento (acondicionamento, coleta,

transporte, tratamento e disposição final) dos Resíduos Industriais, gerados nos

processos produtivos e instalações industriais, é de responsabilidade dos próprios

geradores de acordo com a PNRS. Estes geradores deverão elaborar mecanismos

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de gerenciamento dos resíduos gerados (PGRS) de acordo com as características

dos mesmos (periculosidade, composição e/ou volume).

Enfatiza-se a importância da fiscalização no compartilhamento da responsabilidade

pelos resíduos gerados nestes estabelecimentos, uma vez que normalmente estes

locais geram resíduos próprios de suas atividades e resíduos equiparáveis aos RSD

e RSC, cabendo ao Setor de Limpeza Urbana e de Manejo de Resíduos Sólidos o

dever de fiscalizar rigorosamente a segregação destes resíduos nos casos em que

couber ao Poder Público Municipal a responsabilidade pela coleta, transporte,

tratamento e disposição final dos RSD e RSC gerados nestes locais, ou seja, quando

estes se enquadrarem em pequenos geradores dessa tipologia.

Além disso, deve ser realizado o efetivo controle da forma de acondicionamento

realizada nestes locais, bem como o controle e registro das tipologias e a produção

média gerada. Tais informações são de grande relevância para o planejamento

municipal, principalmente na avaliação dos limites (quantitativos) que distinguem os

pequenos e grandes geradores no município.

As demais tipologias descritas nos itens seguintes, deve-se seguir as mesmas

orientações descritas neste tópico.

4.10.8. Resíduos Agrossilvopastoris

Este tipo de resíduo fica sob a responsabilidade dos fabricantes e comerciantes de

defensivos agrícolas e similares, do mesmo modo que os RI descrito no tópico 4.7,

assim, deve-se seguir as mesmas orientações descritas neste tópico. Atualmente,

no município de Tabuleiro, conforme apresentado no Produto 3 deste plano, as

embalagens de agrotóxicos e fertilizantes ficam a cargo do produtor, que é

responsável por retorná-las à Agropecuária Pantanal em Rio Pomba/MG, que

garante a posterior destinação correta ao Ecoponto existente na cidade de

Tocantins/MG, distante 43 Km de Tabuleiro/MG.

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321

4.10.9. Resíduos de Mineração (RM)

Esta tipologia de resíduo fica sob a responsabilidade dos seus geradores, do mesmo

modo que os RI descrito no tópico 4.7. Assim, deve-se seguir as mesmas orientações

descritas neste tópico.

4.10.10. Resíduos de Serviços de Transporte (RST)

Esta tipologia de resíduo fica sob a responsabilidade dos seus geradores. Assim,

deve-se seguir as mesmas orientações descritas neste tópico.

4.10.11 Logística Reversa

A Lei Federal nº 12.305/2010 (PNRS) determina como obrigatório estruturar e

implementar sistemas de logística reversa, através do retorno dos produtos após o

uso pelo consumidor, de forma independente do serviço de limpeza urbana e de

manejo dos resíduos sólidos, aos fabricantes, importadores, distribuidores e

comerciantes dos produtos. A Tabela 58 estabelece os produtos/resíduos incluídos

neste sistema bem como as legislações adequadas para o correto gerenciamento

destes.

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322

Tabela 58 - Sistemas de logística reversa e respectivas disposições legais aplicáveis

PRODUTOS/RESÍDUOS LEGISLAÇÃO PERTINENTE

Agrotóxicos, seus

resíduos e embalagens

Lei Federal nº 7.802/1989: Dispõe sobre a pesquisa, a

experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem,

o transporte, o armazenamento, a comercialização, a

propaganda comercial, a utilização, a importação, a

exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o

registro, a classificação, o controle, a inspeção e a

fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e

dá outras providências;

Lei Federal nº 9.974/2000: Altera a Lei nº 7.802, de 11 de

julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a

experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem,

o transporte, o armazenamento, a comercialização, a

propaganda comercial, a utilização, a importação, a

exportação, o destino final dos resíduos e embalagens,

o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a

fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins,

e dá outras providências;

Decreto Federal nº 4.074/2002: Regulamenta a Lei nº

7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a

pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem

e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a

comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a

importação, a exportação, o destino final dos resíduos e

embalagens, o registro, a classificação, o controle, a

inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus

componentes e afins, e dá outras providências;

Resolução CONAMA nº 465/2014

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323

Pilhas e baterias

Resolução CONAMA nº 401/2008 – Estabelece os limites

máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e

baterias comercializadas no território nacional e os

critérios e padrões para o seu gerenciamento

ambientalmente adequado, e dá outras providências;

Instrução Normativa Ibama nº 08/2012.

Pneus

Resolução CONAMA nº 416/2009 Dispõe sobre a

prevenção à degradação ambiental causada por pneus

inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada,

e dá outras providências; Instrução Normativa Ibama nº

01/2010.

Óleo lubrificante, seus

resíduos e embalagens

Resolução CONAMA nº 362/2005: Dispõe sobre o

recolhimento, coleta e destinação final de óleo

lubrificante usado ou contaminado;

Proíbe a queima de óleo lubrificante usado e cria o Grupo

de Monitoramento Permanente (GMP);

NBR 10.004: Indica que os óleos lubrificantes são de

características

perigosas, necessitando de uma gestão adequada em

seu manuseio,

acondicionamento temporário e destinação final

ambientalmente adequada;

Acordo Setorial (DOU¹ nº 27 de 07/12/2013).

Lâmpadas fluorescentes

de vapor de sódio e

mercúrio e de luz mista

Acordo Setorial (DOU¹ nº 48 de 12/03/2015).

Produtos

Eletroeletrônicos e seus

componentes

Lei Federal nº 12.305/2010.

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324

Embalagens em geral Acordo Setorial (DOU¹ de 27/11/2015).

Medicamentos vencidos RDC ANVISA nº 306/2004; Resolução CONAMA nº

358/2005; e RDC ANVISA nº 44/2009

Fonte: Ministério do Meio Ambiente (MMA); Sistema de Nacional de Informações Sobre a

Gestão dos Resíduos Sólidos (SNIR).

Nota: 1- Diário Oficial da União (DOU).

Com base neste arcabouço legal, pode-se atribuir aos consumidores, comerciantes,

fabricantes e Poder Público às seguintes responsabilidades (Tabela 59).

Tabela 59 - Definição das responsabilidades para implementação do sistema de Logística Reversa Obrigatória

ATORES RESPONSABILIDADES

Consumidores

Participar efetivamente do programa de coleta e

disposição de resíduos com logística reversa

implementada, separando-os em suas residências

elevando-os para descarte em pontos de coleta

implementados pelos comerciantes;

Disseminar a informação acerca do descarte correto dos

resíduos com logística reversa implementado para

pessoas próximas, incentivando a participação de todos

no correto manejo desses resíduos.

Comerciantes

Fornecimento do espaço físico para alocar os recipientes

coletores de forma visível, acessível e segura para a

população;

Manejo adequado dos resíduos coletados, controle do

armazenamento e das quantidades coletadas;

Treinamento e orientação dos funcionários sobre o

funcionamento do sistema de logística reversa e acerca

dos riscos ambientais e sanitários do descarte

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325

inadequado, bem como sobre a importância do repasse

destas informações aos consumidores;

Garantia da continuidade e permanência do processo

educativo.

Fabricantes

Financiamento para disponibilização de sistemas de

coleta, para manutenção do programa e para destinação

final adequada dos resíduos com logística reversa;

Propiciar, financiar ou auxiliar no encaminhamento

(transporte) dos resíduos acondicionados nos comércios

até destinação final ambientalmente adequada;

Comprometimento em relação à adoção das melhores

tecnologias disponíveis para o tratamento e disposição

final ambientalmente adequada dos resíduos coletados e

garantia da destruição segura dos medicamentos;

Garantia da continuidade e permanência do processo

educativo.

Poder Público

Articulação, coordenação, promoção e supervisão de

programas de educação ambiental;

Articulação com os fabricantes no sentido de implantar o

sistema de logística reversa, bem como difundir tais

programas;

Manutenção do sistema de logística reversa

implementado em entidades e/ou instituições públicas;

Treinamento, orientação e conscientização dos

comerciantes e da população quanto ao funcionamento

do programa de logística reversa, bem como sobre os

riscos ambientais e sanitários do descarte inadequado;

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326

Garantia da continuidade e permanência do processo

educativo.

Fonte: Adaptado da PNRS (2010).

Caso o titular do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos

encarregue-se da função de garantir o retorno dos resíduos com logística reversa

obrigatória aos fabricantes e/ou sua correta destinação em prol da saúde pública,

por acordo ou termo de compromisso firmado com o setor empresarial, deverá ser

devidamente remunerado por isso. Neste sentido, conforme o Art. 36 da Lei Federal

nº 12.305/2010, compete ao titular dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo

de resíduos sólidos quanto à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos

produtos:

Adotar procedimentos para reaproveitar os resíduos sólidos reutilizáveis e

recicláveis oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de

resíduos sólidos;

Estabelecer sistema de coleta seletiva;

Articular com os agentes econômicos e sociais medidas para viabilizar o retorno

ao ciclo produtivo dos resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis oriundos dos

serviços de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos;

Realizar as atividades definidas por acordo setorial ou termo de compromisso

na forma do § 7º do Art. 33 da Lei Federal nº 12.305/2010, mediante a devida

remuneração pelo setor empresarial; implantar sistema de compostagem para

resíduos sólidos orgânicos e articular com os agentes econômicos e sociais

formas de utilização do composto produzido; dar disposição final

ambientalmente adequada aos resíduos e rejeitos oriundos dos serviços

públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.

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4.10.12. Síntese da atribuição das responsabilidades de acordo com o tipo de resíduo

A Tabela 60, a seguir, revela o compilado das responsabilidades de gestão e

destinação final de cada agente no cenário dos resíduos, de acordo com as

tipologias.

Tabela 60 - Síntese da atribuição das responsabilidades de acordo com as tipologias dos resíduos no município e definição dos pequenos e grandes

geradores

TIPO DE

RESÍDUO

RESPONSABILIDADE

POPULAÇÃO PREFEITURA

FABRICANTE

COMERCIANTE

GERADOR

Resíduos Sólidos Domiciliares – até 100Kg ou 200 L

por dia

X X

Resíduos Sólidos Domiciliares –

acima de 100Kg ou 200 L por dia

X

Resíduos de Limpeza Urbana

X X

Resíduos de Estabelecimentos

comerciais e prestadores de serviços - até

100Kg ou 200 L por dia

X

Resíduos de Estabelecimentos

comerciais e prestadores de

serviços – acima de 100Kg ou 200

L por dia

X

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TIPO DE

RESÍDUO

RESPONSABILIDADE

POPULAÇÃO PREFEITURA

FABRICANTE

COMERCIANTE

GERADOR

Resíduos de Serviços públicos de saneamento

X

Resíduos Industriais

X

Resíduos de Serviços de

Saúde (estabelecimento

Públicos)

X

Resíduos de Serviços de

Saúde (demais estabelecimentos)

X

Resíduos da Construção Civil - até 200 kg/dia ou

0,5 m³/dia

X X

Resíduos da Construção Civil 1– acima de 200

kg/dia ou 0,5 m³/dia

X

Resíduos Agrossilvopastoris

X

Resíduos de Logística Reversa

X

Fonte: Adaptado da NBR10.004/ 2004 e PMGIRS de Astolfo Dutra, 2017.

Nota: 1- Ou acima de 400 m² de área construída; acima de 50 m² de área de demolição; acima de 50

m³ de movimentação de terra.

4.11. Programa e ações de capacitação técnica de grupos interessados

A PNRS enfatiza a importância da inclusão social dos catadores de resíduos sólidos

recicláveis através de cooperativas e/ou associações no sistema de limpeza urbana

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329

e manejo de resíduos, inclusive priorizando os municípios que utilizarem estas

organizações no que concerne à obtenção de recursos financeiros federais.

Durante a elaboração do Produto 3 deste Plano (Diagnóstico Municipal Participativo)

constatou-se que não há no município associações ou cooperativas de catadores de

materiais recicláveis, entretanto, existe à frente deste trabalho, um catador informal

(José Célio) que realiza a coleta dos recicláveis porta-a porta, armazena em um

galpão próprio e recebe apoio das empresas Garra Subprodutos Ltda e EMES Ltda..

Além disso, existem outros catadores que revendem materiais para ele,

esporadicamente, em datas festivas do município. Neste sentido salienta-se a

importância da Prefeitura Municipal fomentar a criação de uma cooperativa

formalizada a partir deste empreendedor, que já possui conhecimento na área e

interesse em ampliar seus trabalhos, uma vez que faz desta atividade, sua fonte de

renda.

Outra importante ação a ser realizada, visando a implantação e monitoramento deste

plano, é a identificação dos outros grupos interessados (Figura 96) e, dentro do

possível, efetuar sua capacitação, articulação e integração ao sistema de limpeza

urbana e de manejo de resíduos sólidos, fomentando assim a segregação,

reutilização, beneficiamento, cadeia de reciclagem e coleta seletiva com geração de

emprego e renda, conforme princípios da PNRS que reconhece o resíduo como bem

econômico e de valor social.

Figura 96 – Exemplos de grupos interessados no manejo de resíduos sólidos

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330

Fonte: Autores, 2019.

A Tabela 61 apresenta o diagnóstico de alguns aspectos analisados, sugeridos pelo

Manual de Referência para elaboração do PMGIRS da AGEVAP, que serviram como

subsídio para definição das metas e ações do Programa de Capacitação Técnica

(Tabela 62).

Tabela 61 - Referências atuais quanto a participação e capacitação técnica de grupos de Interessados do município de Tabuleiro/MG

ASPECTOS SITUAÇÃO DIAGNOSTICADA

Deficiências relacionadas à assistência técnica

O município não possui corpo técnico suficiente para prestar assistência devida

aos assuntos relacionados ao meio ambiente

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331

Exigências legais não atendidas pelos grupos

interessados

Os grandes geradores não apresentam à Prefeitura seus Planos de Gerenciamento

de Resíduos Sólidos. Em contrapartida, não há nenhum tipo de

fiscalização e controle exercidos pelo corpo técnico da prefeitura

Capacitação contínua dos profissionais encarregados da

gestão e gerenciamento de resíduos

Inexistente

Associação e/ou Cooperativas de Catadores

Inexistente

Identificação e cadastramento das pessoas interessada

Inexistente

Cadastro das pessoas jurídicas e físicas com envolvimento no

gerenciamento dos resíduos sólidos Inexistente

Cadastro de catadores de resíduos recicláveis inseridos no

sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos

Inexistente

Fonte: Autores, 2019.

Deste modo, as metas e ações definidas com base no diagnóstico realizado no

município são apresentadas na Tabela 62, a seguir:

Tabela 62 - Metas, projetos e ações referentes ao programa de Participação e Capacitação Técnica de Grupos Interessados

PARTICIPAÇÃO E CAPACITAÇÃO TÉCNICA DE GRUPOS INTERESSADOS

Metas Ações e Projetos Prazo/Período

1. Ampliar o corpo técnico responsável pelo

gerenciamento dos resíduos sólidos

1.1. Realização de processo seletivo para atuação na Secretaria Municipal de

Agropecuária, Abastecimento e Meio Ambiente

2020 - 2024

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332

1.2. Fechar parcerias e/ou acordos de cooperação técnica com as associações voltadas para a área de meio ambiente,

como a AGEVAP, além de Universidades mais próximas da região

2020 - 2024

2. Fiscalizar e controlar os grandes geradores

2.1. Identificação e cadastro dos grandes geradores

2020

2.2. Exigir elaboração do PGRS destes 2020

2.3. Exigir a entrega relatório anual de gerenciamento de resíduos

Anual

2.4. Manter atualizado tais cadastros 2020-2039

3. Identificação e cadastro de catadores de materiais recicláveis e de pessoas físicas de baixa renda interessadas em

participar do gerenciamento de resíduos sólidos

recicláveis no município

3.1. Criar, fomentar e apoiar organizações de catadores e de pessoas físicas de baixa

renda no manejo dos resíduos sólidos 2020 - 2024

3.2. Garantir a disponibilidade de infraestruturas necessária para execução do

trabalho (Ex.: unidade de triagem de resíduos, estruturas para segregação e

enfardamento dos recicláveis)

2020 - 2028

4. Identificação e cadastro de outros grupos

interessados em participar do

gerenciamento dos resíduos sólidos, tais

como:

4.1. Empresas da região atuantes na coleta de resíduos da construção civil (RCC), resíduos do serviço de saúde (RSS),

Resíduos sólidos domiciliares (RSD) e resíduos sólidos comerciais e de prestadores de serviços (RSC)

2020

4.2. Empresas que manifestam interesse na implementação/operação dos sistemas de

gerenciamento dos resíduos sólidos, e apresentarem proposta em processos

licitatórios

2020

4.3. Empresas que implantem e operem novas tecnologias aplicáveis ao

gerenciamento de resíduos sólidos 2020

4.4. Empresas de comercialização de materiais recicláveis

2020

4.5. Associações e/ou Cooperativas de catadores de materiais recicláveis

2020

4.6. Carroceiros (caso existentes) que coletam resíduos da construção civil,

resíduos volumosos, de poda roçada e outros

2020

4.7. Manter atualizado tais cadastros 2020-2039

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333

5. Realizar cursos de capacitação e

treinamento com atualizações periódicas

para:

5.1. Grupos interessados para o gerenciamento adequado dos resíduos

sólidos

2020-2039

5.2. Catadores de materiais recicláveis

5.3. Membros da prefeitura para acompanhamento das ações e

metas do PMGIRS

5.4. Funcionários para atuação como multiplicadores das ações de

educação ambiental para toda a comunidade, escolas e creches

Fonte: Autores, 2019.

Para acompanhamento das metas e implantação das ações poderão ser utilizados

os indicadores apresentados na Tabela 63.

Tabela 63 - Indicadores a serem utilizados para acompanhamento das metas e ações do Programa de Capacitação Técnica

INDICADOR UNIDADE

Novas contratações e/ou remanejamento para a área de meio

ambiente

Nº de novos funcionários

Acordos de cooperação técnica Sim/Não

Banco de dados dos grandes geradores Sim/Não

Grandes geradores que entregaram PGRS

Porcentagem (%)

Grandes geradores que entregaram relatório anual de gerenciamento de

resíduos Porcentagem (%)

Cursos de capacitação realizados anualmente nas áreas de meio ambiente, saúde e educação

Nº de cursos realizados

Fonte: Autores, 2019.

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334

4.12. Programa e ações de educação ambiental

Instituída pela Lei Federal nº 9.795/1999 que dispõe sobre a educação ambiental

com a promulgação da Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), a

Educação ambiental configura-se como os processos nos quais o indivíduo e a

coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e

competências voltadas para a conservação do meio ambiente.

Desse modo, constitui responsabilidade do município definir políticas públicas que

incorporem a dimensão ambiental, promover a educação ambiental em todos os

níveis de ensino e o engajamento da sociedade na conservação, recuperação e

melhoria do meio ambiente, bem de uso comum à sociedade.

A respeito das empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, a

PNEA estabelece que compete a estas promover programas destinados à

capacitação dos trabalhadores, visando à melhoria e ao controle efetivo sobre o

ambiente de trabalho, bem como sobre as repercussões do processo produtivo no

meio ambiente.

Com vistas ao cumprimento do disposto na PNRS, que estabelece como um de seus

objetivos a não-geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos

sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, a

educação ambiental torna-se essencial para alcançar todas as metas definidas nas

diretrizes da Política Nacional de Meio Ambiente, bem como no presente plano.

A fim de definir as metas a serem instituídas através do Programa de Educação

Ambiental, o presente tópico será subdividido em duas diferentes frentes de

aplicação: o ensino formal (escolas, universidades, educação especial, educação

profissional e educação de jovens e adultos) e o ensino não-formal (atividades e

ações voltadas para a coletividade, através de meios de comunicação de massa,

programas, oficinas, entre outros).

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4.12.1 Objetivos

São objetivos do Programa de Educação Ambiental:

Desenvolver uma compreensão integrada do meio ambiente, envolvendo

aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos,

científicos, culturais e éticos;

Garantir a democratização das informações ambientais;

Estimular e fortalecer a consciência crítica acerca da problemática associada

ao manejo inadequado dos resíduos sólidos;

Propiciar o atendimento dos demais programas do PMGIRS, visto que muitos

deles dependem do desenvolvimento da conscientização ambiental;

Atender à Política Nacional de Resíduos Sólidos;

Atender à Política Nacional de Educação Ambiental.

4.12.2. Público-alvo

O Programa de Educação Ambiental visa atender à comunidade como um todo, bem

como outros grupos que também poderão participar, nos quais:

fabricantes, importadores, comerciantes e distribuidores;

consumidores, em geral;

estudantes.

4.12.3. Diagnóstico

O diagnóstico da situação da educação ambiental atual foi realizado com base nos

aspectos apresentados na Tabela 64.

Tabela 64 - Diagnóstico dos principais aspectos relacionados com a educação ambiental no Município de Tabuleiro/MG

ASPECTOS SITUAÇÃO DIAGNOSTICADA

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Ações de educação ambiental voltadas para as escolas (ensino formal)

Insuficiente

Ações de educação ambiental voltadas para a comunidade (ensino não

formal) da área urbana Insuficiente

Ações de educação ambiental voltadas para a comunidade (ensino não

formal) da área rural Inexistente

Fonte: Autores, 2019.

4.12.4. Indicadores do Programa de Educação Ambiental

De forma a conseguir acompanhar as metas e implementar as ações pertinentes,

poderão ser utilizados os indicadores apresentados na Tabela 65 a seguir.

Tabela 65 - Indicadores para acompanhamento das ações do Programa de Educação Ambiental

INDICADOR UNIDADE

Índice de investimento na educação ambiental

R$/1.000habitante

Número de programas voltados à educação ambiental

Unidade

Estimativa de público mobilizado Qntd. de pessoas

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337

Estabelecimento de projeto piloto de compostagem em um assentamento

rural no município Sim/Não

Capacitação de funcionários e corpo pedagógico de escolas municipais

Sim/Não

Estabelecimento de projeto piloto de coleta seletiva em uma escola municipal

Sim/Não

Abrangência da educação ambiental no Município (área urbana, rural e total)

% Porcentagem

Fonte: Autores, 2019.

4.12.5. Estratégias e Metas

As metas e ações definidas, descritas na Tabela 66, a seguir, foram definidas com

base no diagnóstico realizado no município.

Tabela 66 - Metas e ações a serem desenvolvidas no Programa de Educação Ambiental

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA GESTÃO E GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Metas Ações e Projetos Prazo/Período

1. Implementar ações de educação ambiental aplicadas

ao ensino não-formal (voltadas à coletividade

através de comunicação de massa, programas, oficinas e

etc.)

1.1. Elaborar, com apoio de equipe técnica especializada, Plano de

Educação Ambiental (PEA) aplicável ao sistema de limpeza urbana e de manejo de resíduos

sólidos

2020 - 2039 (Ações

contínuas)

1.2. Elaborar plano de mídia para promoção da educação ambiental

no município

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338

1.3. Realizar campanhas orientadas com enfoque em ações

de redução, reutilização e reciclagem, utilizando-se de meios

de comunicação de massa

1.4. Formar multiplicadores para o programa de educação ambiental através de cursos e oficinas para

pessoas de baixa renda interessadas no manejo dos

resíduos sólidos

1.5. Promover o envolvimento de todas as secretarias municipais e também setores representativos da comunidade (igrejas, ONGs,

conselhos entidades filantrópicas, etc.)

1.6. Realizar palestras e oficinas para a população do município,

promovendo a educação ambiental e o correto manejo dos resíduos

1.7. Implementar projeto piloto de compostagem doméstica

1.8. Desenvolver programas de conscientização para a separação do papelão, coletado pelo catador José Célio, bem como os demais

materiais por ele coletado no município, incentivando mais

pessoas à realização este trabalho

1.9. Implementar projeto piloto de coleta seletiva em um bairro do

município

1.10. Implementar junto aos fabricantes, comerciantes,

distribuidores e consumidores programas de incentivo à logística

reversa, bem como conscientização dos problemas

causados pelo descarte inadequado desses materiais

1.11. Promover capacitação dos atores sociais por meio de cursos voltados à educação ambiental,

desenvolvendo intervenções educativas voltadas à minimização de resíduos, para a conservação do meio ambiente e melhoria da

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339

qualidade de vida das pessoas na comunidade

1.12. Demonstrar a importância das ações da coleta seletiva na minimização dos impactos dos resíduos sólidos no município, bem como expor que a correta segregação na fonte geradora

garante trabalho mais salubre aos triadores

2. Implementar ações de educação ambiental aplicadas ao ensino formal (unidades

escolares e unidades especial, profissional e de jovens e

adultos)

2.1. Capacitar e treitar periodicamente os funcionários

das escolas, garantindo a atuação prática desses com relação aos

resíduos produzidos nas unidades escolares

2020 - 2039 (Ações

contínuas)

2.2. Capacitar e trinar periodicamente o corpo

pedagógico proporcionando formação, reflexão e aplicação de

novas propostas integradas voltadas à realidade do município com relação aos resíduos sólidos

2.3. Promover a realização de trabalhos transdisciplinares sobre educação ambiental que tratem da

temática resíduos sólidos, ressaltando os problemas

decorrentes da disposição final inadequada e da importância do

princípio dos 5 Rs

2.4. Incentivar iniciativas de sistemas de reaproveitamento de resíduos orgânicos no ambiente escolar mediante processo de

compostagem in situ ou individuais, para a produção de

adubo que seja utilizado no plantio de verduras e legumes nas

próprias escolas

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340

2.5. Incentivar a coleta seletiva nas escolas mediante a correta

segregação e acondicionamento (secos e úmidos) dos resíduos

sólidos gerados Nota: Sugere-se que a Prefeitura

incentive a parceria entre as escolas que realizem esta

iniciativa com os catadores de materiais recicláveis em

estruturação no município

2.6. Realizar visitas às infraestruturas relacionadas aos resíduos sólidos como o aterro sanitário onde são dispostos os resíduos do município e outras

Fonte: Autores, 2019.

4.13. Mecanismos para a criação de fontes de negócios, emprego e renda

De acordo com o Manual de Referência: Plano Municipal de Gestão Integrada de

Resíduos Sólidos (2014), elaborado pela AGEVAP, os resíduos sólidos reutilizáveis

e recicláveis devem ser tratados como bens econômicos e de valor social, geradores

de trabalho e renda, além de promover a cidadania e o incentivo a criação e

desenvolvimento de cooperativas, e outras formas de associação de catadores de

materiais recicláveis, de modo a fomentar o uso de matérias-primas e insumos

derivados de materiais recicláveis e reciclados.

Para garantir o desenvolvimento de mecanismos para a criação de fontes de

negócios, emprego e renda, são necessários que alguns objetivos sejam

implantados, os quais são:

Fomentar ações que contribuam para a geração de negócios, emprego e renda

no município;

Oferecer incentivos para empresas propulsoras dos 3Rs (Redução,

Reutilização e Reciclagem) se instalarem no município;

Oferecer incentivos para as empresas existentes aplicarem o princípio dos 3Rs;

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341

Assegurar a viabilidade da comercialização dos resíduos recicláveis

recuperados no município;

Valorizar o trabalho de catadores de materiais recicláveis, formalizando o

emprego destes, bem como de pessoas de baixa renda no sistema de

gerenciamento de resíduos sólidos municipal.

Uma das diretrizes sociais instituídas pela PNRS é estabelecer que todos os

catadores de resíduos sólidos, que estejam em situação informal, deverão ser

inseridos em cooperativas e/ou centros de triagem devidamente regulamentados, a

fim de garanti-los acesso a condições seguras de trabalho e os devidos benefícios

de um trabalho registrado legalmente.

Vale ainda ressaltar que, a respeito dos grupos interessados, constituídos por

organizações de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis e/ou por pessoas

de baixa renda, devem possuir prioridade acerca do gerenciamento dos resíduos

sólidos, propiciando maior inclusão social desta parcela da sociedade. Porém, é

necessário que devam ser implementadas certas ações que proporcionem eficiência

na produtividade dessas organizações atuantes, ou que venham a atuar no município

de Tabuleiro, de forma a evitar/minimizar baixos rendimentos ligados à falta de

equipamentos (infraestrutura operacional) e de estrutura organizacional.

Para o estabelecimento desses mecanismos devem ser considerados os seguintes

aspectos apresentados na Tabela 67.

Tabela 67 - Aspectos analisados para estabelecimento de mecanismos de criação de fontes de negócio, emprego e renda

ASPECTO SITUAÇÃO DIAGNOSTICADA

Empresas de comercialização de

materiais recicláveis instaladas no

município

Não identificado

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Empresas beneficiadoras de material

orgânico recuperado (compostos

orgânicos) Não identificado

Empresas no ramo de resíduos de

logística reversa obrigatória (RLRO)

E-Ambiental e Agropecuária Pantanal atuam com parte dos

RLRO de Tabuleiro/MG

Incentivos fiscais, financeiros e

creditícios para o manejo de resíduos

sólidos Inexistente

Cooperativas e/ou associação de

catadores Inexistente

Catadores informais e/ou formais Existente, não cadastrado, contabilizado apenas um

Fonte: PMGIRS de Astolfo Dutra, 2017.

Com relação aos aspectos que não foram identificados previamente, é importante

destacar que estes precisam ser levantados pelo município, já que constituem peças

fundamentais para o estabelecimento de parceria entre os grupos interessados e,

consequentemente, para a criação de fontes de negócio, emprego e renda.

Deste modo, as metas e ações definidas com base no diagnóstico realizado no

município são apresentadas no subtópico seguinte.

4.13.1. Síntese de ações relacionadas a criação de mecanismos para a criação de fontes

de negócio, emprego e renda

Conforme discutido anteriormente, é importante e necessário realizar uma síntese,

que consistem em medidas a serem tomadas pelo município, considerando o início

de implementação desse plano (2020).

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343

A seguir, são apresentadas as ações e projetos pertinentes para favorecer o

desenvolvimento de negócio, emprego e renda no município, relacionado à gestão

de resíduos sólidos (Tabela 68).

Tabela 68 - Ações e projetos a serem desenvolvidos de forma a promover a criação de fontes de negócio, emprego e renda

MECANISMOS DE CRIAÇÃO DE FONTES DE NEGÓCIO, EMPREGO E

RENDA

Ações e Projetos

Incentivar a aquisição de equipamentos de beneficiamento e reciclagem por

parte das associações/cooperativas, de forma a facilitar a venda e melhorar o

valor de comercialização

Implantar coleta seletiva no município

Construção de cooperativa de catadores

Promover parcerias entre os grupos interessados no manejo de resíduos. Ex.:

Cooperativa de catadores e empresas recicladoras

Reativar Unidade de Triagem e Compostagem (UTC) em parceria com a

cooperativa de catadores

Concessão de terrenos públicos para implementação de infraestruturas

relativas aos serviços de resíduos sólidos, tais como galpão para triagem

destes e locais de entrega voluntária

Identificar oportunidades relativas à comercialização e industrialização de

materiais recicláveis

Fomentar a isenção de impostos sobre a venda de materiais recicláveis

recuperados e/ou beneficiados por organizações (cooperativas e associações)

legalizadas e constituídas exclusivamente por catadores ou pessoas físicas de

baixa renda

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344

Fonte: Autores, 2019.

Para acompanhamento das metas e implantação das ações poderão ser utilizados

os indicadores apresentados na Tabela 69, anualmente.

Tabela 69 - Indicadores de gestão relativos as fontes de negócios, emprego e renda

INDICADOR UNIDADE

Número de postos de trabalho no setor de triagem, beneficiamento,

reciclagem e compostagem no município

Unid.

Estabelecimento de um Programa Municipal de Pagamento de Serviços

Ambientais (PMSA) – poluidor-pagador e protetor recebedor nos

termos definidos na legislação

Sim/Não

Índice de eficiência do PMSA –

avaliação do poluidor pagador e

protetor-recebedor nos termos

definidos na legislação

Porcentagem (%)

Existência de mecanismos de incentivos fiscais, financeiros e

creditícios na área dos serviços de limpeza urbana e de

manejo dos resíduos sólidos

Sim/Não

Fonte: Autores, 2019.

4.14. Metas de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem

Baseado no exposto do artigo 9º da Lei Federal nº 12.305 de 2010, na gestão e

gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser obedecida, sempre que possível, a

seguinte ordem de prioridade:

1. Não geração;

2. Redução;

3. Reutilização;

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345

4. Reciclagem;

5. Tratamento dos resíduos sólidos;

6. Disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

Considerando as diretrizes estabelecidas pela Política Nacional de Resíduos

Sólidos, este tópico abordará as metas definidas, respeitando a ordem prioritária

descrita acima, de forma a promover a redução da geração de resíduos. Importante

que ocorram mudanças de conceitos/hábitos da população, bem como sua

sensibilização para os problemas oriundos da geração de resíduos, para que se

alcance os objetivos propostos.

Conforme anteriormente comentado, não há dados a respeito dos indicadores

relacionados ao manejo de resíduos sólidos, definidos pelo Sistema Nacional de

Informações sobre Saneamento (SNIS), para o município de Tabuleiro/MG. Portanto, a

Tabela 70 apresenta as metas a serem alcançadas, com suas respectivas

ações/projetos, bem como os prazos de aplicação correspondentes.

Tabela 70 – Ações e projetos a serem implementação com base nos indicadores

METAS AÇÕES E PROJETOS PRAZOS

Implementar a coleta seletiva

Implementar sistema de coleta seletiva em dias

diferentes dos dias de coleta convencional

Início do programa até 2022

Recuperar, pelo menos 50% dos materiais

recicláveis até o final do

Investir nas ações de educação ambiental, e fazer

com que a coleta seletiva

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346

horizonte de planejamento do

PMGIRS

atenda o maior número possível de residências

Até 2030

Reativar Unidade de Triagem e

Compostagem (UTC) em parceria com a cooperativa de

catadores

Realizar recuperação da UTC já existente no município,

juntamente com nova regularização, para posterior

implantação

Até 2035

Atingir 100% de cobertura do serviço de

coleta dos RSD em relação a população

urbana + rural

Realização de coleta em áreas rurais mais afastadas

que não recebem coleta

Até 2027

Construir Pontos de Entrega Voluntária

(PEV), cujo principal tipo de resíduo coletado

seriam as pilhas, baterias, lâmpadas eletroeletrônicos e

similares

Buscar parceria com os geradores municipais desses

tipos de resíduos

Até o final do horizonte de planejamento do

PMGIRS

Promover a destinação correta dos RCC dos pequenos geradores

Encaminhar o máximo possível de RCC para reaproveitamento, e

interromper a disposição de RCC no “bota-fora” municipal

2019-2025

Implantar a logística reversa no município

Cobrar elaboração de PGRS de todos comerciantes de

produtos de logística reversa, e proceder com a construção

dos PEV’s

Até o final do horizonte de planejamento do

PMGIRS

Fonte: Autores.

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4.15. Passivos ambientais

Os passivos ambientais podem ser entendidos como os custos (financeiros,

econômicos, sociais) necessários para preservar, recuperar e proteger o meio

ambiente. A identificação do passivo ambiental diz respeito não só à sanção a ser

aplicada por um dano já realizado ao meio ambiente, mas também a medidas de

prevenção de danos ambientais que têm reflexos econômico-financeiros (AGEVAP,

2014).

No Produto 3 (Diagnóstico Municipal) deste plano, foram identificados como passivos

ambientais do município de Tabuleiro-MG, a UTC desativada e o atual “Bota-Fora”.

A Figura 97 mostra a disposição geográfica destes passivos ambientais.

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Figura 97 - Localização das estruturas vinculadas aos resíduos sólidos de Tabuleiro/MG

Fonte: AGEVAP, 2019.

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349

4.15.1. “Bota-fora” Municipal

Os resíduos de limpeza urbana e parte dos RCC atualmente são dispostos no “Bota-

fora” municipal. Segundo funcionários municipais, este é localizado na Rodovia MG-

133, Km 10, na saída do município, encontra-se em processo de licenciamento para

regularização das suas atividades, entretanto, encontra-se em atividade, sendo

considerado, dessa forma, um bota-fora irregular. A Figura 98 a seguir revela o atual

cenário do bota-fora municipal.

Figura 98 - Bota fora do município de Tabuleiro/MG com recebimento dos resíduos RLU e RCC

Fonte: Autores, 2019.

A forma de disposição final apresentada nas figuras acima corresponde ao

popularmente conhecido “bota-fora” para os resíduos da construção civil, bem como

para parcela dos resíduos de limpeza urbana, mais especificamente os de poda e

capina, e para resíduos volumosos inservíveis, tais como móveis, por exemplo. Vale

destacar que as áreas de “bota-fora” não são um tipo de disposição final

ambientalmente adequado e é vetada pela Resolução CONAMA nº 307 de 2002 em

seu artigo 4 e parágrafo 1º.

Conforme abordado no Produto 3 desse PMGIRS, e de acordo com informações dos

gestores municipais, além dos resíduos acima mencionados, também ocorre o

descarte irregular de resíduos domiciliares por moradores de comunidades próximas

ao local, principalmente na caçamba de madeira, localizada em sua entrada (Figura

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99), caracterizando como potencial iminente de contaminação e proliferação de

vetores.

Figura 99 - Bota Fora do município de Tabuleiro/MG e descarte irregular

Fonte: Autores, 2019.

Cabe destacar que os resíduos da construção civil, ali destinados, bem como resíduos

volumosos, podem servir como abrigo para vários tipos de animais. Essas áreas

também podem apresentar possível risco de proliferação de vetores como ratos,

baratas e mosquitos, transmissores potenciais de doenças aos seres humanos. Além

disso, o bota-fora não possui infraestrutura adequada para ser usado com o fim de

destinação desses diversos resíduos, como a existência de impermeabilização, de

drenagem, de tratamento do chorume e dos gases (no caso da disposição de resíduos

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351

domiciliares) e de cobertura dos resíduos, principalmente em caso de descarte

irregular, aonde estes acabam submetendo diversos impactos ambientais.

4.15.2. UTC Desativada Municipal

A unidade de triagem e compostagem (UTC), desativada há cerca de quatro anos,

localiza-se na zona rural e funciona atualmente como área de transbordo para

depósito de pneus e resíduos eletroeletrônicos (Figura 100-a). Os pneus são doados

a empresa RACRI – Comércio e Transporte LTDA, que os coleta em Tabuleiro e em

outros municípios na região, estes são reaproveitados por esta para composição em

asfalto. Já os resíduos eletrônicos são posteriormente coletados na UTC pela empresa

E-Ambiental Resíduos LTDA em determinados dias da semana, e também por entrega

voluntária da população à esta.

Quando em funcionamento, a UTC, contava com boa estrutura, balança de pesagem,

pátio para compostagem entre outras estruturas. Nos dias de hoje, a área apresenta

15 (quinze) valas, sendo 13 (treze) de RSD e 2 (duas) de RSS. Este local (Figura 100-

b) foi cercado, sem a adoção de práticas de tratamento dos resíduos e está sendo

recuperado por regeneração natural.

Figura 100 - Antiga UTC de Tabuleiro/MG, atualmente desativada: depósito de pneus e resíduos eletroeletrônicos (a); valas de RSD e RSS (b)

(a)

(b)

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Fonte: Autores, 2019.

4.15.3. Medidas saneadoras

As medidas saneadoras constituem ações a serem promovidas para a recuperação

de áreas de disposição inadequada, padecentes de impactos. Com base nos expostos

dos subitens anteriores, a Tabela 71 a seguir sugere algumas ações e prazos a serem

realizadas para os atuais passivos ambientais do município de Tabuleiro.

Vale salientar que é necessário realizar estudos e projetos mais complexos nas áreas

de passivo ambiental, para assim definir o melhor Plano de Recuperação de Áreas

Degradadas (PRAD) a ser aplicado.

Tabela 71 - Ações para recuperação das áreas irregulares.

AÇÃO PROPOSTA PRAZO

Regularizar o “bota fora”, promovendo a destinação adequada dos resíduos da construção civil e de

limpeza urbana

2020-2022

Realizar monitoramento periódico das áreas de passivo ambiental, coletando amostras de água do

lençol freático para verificação de contaminação no mesmo, bem como

amostras de solo

2020-2030

Elaborar Plano de Recuperação de

Áreas Degradadas para as áreas de

“bota fora” em atividade, bem como

a área de UTC desativada

Até 2030

Encerrar descarte incorreto de pneus e resíduos eletroeletrônicos

na UTC 2020-2022

Fonte: Autores.

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4.16. Sistema de cálculo de custos da prestação dos serviços públicos de limpeza

urbana e manejo de resíduos sólidos

Neste tópico serão estimados os recursos necessários para implementação das

principais ações propostas neste plano, como a implementação de uma nova Unidade

de Triagem e Compostagem (UTC), a recuperação da UTC desativa, regularização do

“bota fora”, a coleta seletiva, as ações de educação ambiental e a implantação de área

de triagem e transbordo de RCC.

Cabe mencionar que os investimentos apresentados abaixo são uma estimativa,

devendo ser elaborados estudos e projetos mais completos e específicos para a

implantação de cada ação. Além disso, é de extrema importância que a Administração

Municipal realize as atualizações do seu PMGIRS no mesmo período de ajustes do

PPA, de forma a vincular os futuros investimentos com as diretrizes orçamentárias

municipais.

4.16.1. Implantação de Unidade de Triagem e Compostagem (UTC)

A Unidade de Triagem e Compostagem consiste no sistema que realiza o tratamento

dos resíduos sólidos mais adequado aos municípios de pequeno e médio porte, graças

ao seu baixo custo de implantação (CRUZ, 2011). Ainda segundo o autor (2011), em

comparação com outras tipologias de tratamento, a operação de uma UTC é muito

mais prática, além de apresentar maior eficiência na reintegração ambiental da matéria

orgânica, e reinserção de matéria prima reciclada nos processos produtivos

Cabe destacar que o estado de Minas Gerais estimula a adoção de UTCs para o

tratamento de resíduos sólidos urbanos, através de um aporte de recursos financeiros

previstos na Política Estadual de Resíduos Sólidos e na Lei Estadual nº 18.030 de

2009, conhecida como Lei Robin Hood (CRUZ, 2011).

Para o presente trabalho, serão estimados os custos para uma UTC a partir do descrito

no estudo feito por Cruz (2011), aonde foi realizada avaliação dos custos de

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implantação de UTC para municípios do estado de Minas Gerais com populações de

5.000, 10.000 e 20.000 habitantes, desenvolvendo três projetos básicos com suas

respectivas estimativas orçamentárias, com vistas a obter seu custo per capita.

Dessa forma, Cruz (2011) concluiu durante seu estudo que o custo relativo para

implantar uma UTC diminui proporcionalmente em relação ao número de habitantes.

Assim, foi encontrado que o investimento per capita para implantação de UTC, em

municípios com até 5.000 habitantes (hab), como o caso de Tabuleiro/MG, seria de

R$ 21,74/hab.

Portanto, no presente trabalho foi considerado o estudo realizado por Cruz (2011),

com os custos corrigidos pela inflação através do índice IGP-M (FGV) para dezembro

de 2018, data limite do índice supracitado, a fim de estimar o investimento necessário

para implantação de uma UTC pelo município de Tabuleiro (Tabela 72). Ademais,

como a população final de projeto a ser atendida é de 3.517 habitantes, foram

considerados os valores calculados para uma população de 5.000 habitantes.

Tabela 72 - Cálculo das áreas dos setores componentes das UTCs

SETORES ÁREA CALCULADA1 (m²)

Galpão de recebimento e triagem de materiais

125

Galpão de depósito de composto 12

Unidades de apoio 40

Pátio de compostagem 1.100

Obras viárias 185

Instalações iniciais da obra 6

Cercamento -

Abertura de poços -

Urbanização e obras complementares

-

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Drenagem -

TOTAL (m²) 1.468

Fonte: Adaptado de Cruz (2011)

Nota: 1 - Referente à população de 5.000 habitantes

A Tabela 73 a seguir apresenta os custos dos insumos para implantação da UTC.

Cabe ressaltar que os custos estimados se referem à realização das obras, ou seja,

não consideram os equipamentos a serem utilizados na unidade. Foi utilizado o índice

de correção citado, IGP-M (FGV), corrigido de julho de 2011 (data do estudo realizado

por Cruz (2011)), para dezembro de 2018.

Tabela 73 - Custos dos insumos resumidos em grandes grupos

ITEM DESCRIÇÃO CUSTO

(2011) (R$)1 CUSTO CORRIGIDO

(2020) (R$)

1 Instalações

iniciais da obra 2.275,33 3.466,37

2 Preparo do

terreno 2.565,00 3.907,67

3 Locação da

obra 1.507,00 2.295,85

4 Terraplenagem/Trabalho em

terra 3.102,33 4.726,28

5 Fundação superficial

3.120,00 4.753,20

6 Estrutura de

concreto 7.190,00 10.953,68

7 Armação 3.331,00 5.074,65

8 Coberturas 6.855,00 10.443,32

9 Alvenarias e

divisões 3.901,00 5.943,02

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10 Cintamento e

vergas 986,00 1.502,13

11 Serralheria 7.456,00 11.358,92

12 Revestimento de paredes e

tetos 5.826,00 8.875,68

13 Pisos 30.434,00 46.364,98

14 Rodapés 112,00 170,63

15 Vidros,

espelhos e acessórios

345,00 527,12

16 Pintura 2.763,00 4.209,32

17 Bancada 699,35 1.065,43

18 Drenagem 3.899,00 5.939,97

19 Obras viárias

(pavimentação de ruas)

2.890,00 4.402,80

20

Urbanização e obras

complementares

2.345,05 3.572,59

21 Cerca de mourão concreto

7.891,00 12.021,62

22 Instalação

hidro-sanitária 1.250,00 1.904,32

23 Louças e

metais 978,00 1.489,94

24 Instalações elétricas e telefônicas

3.100,00 4.722,73

25 Limpeza geral 1.216,00 1.852,53

TOTAL DA OBRA (R$) 108.689,56 161.544,75

Fonte: Adaptado de Cruz (2011) .

Nota: 1 - Referente à população de 5.000 habitantes

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357

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) (2008), instituído pelo Governo

Federal, apresenta três possibilidades de galpão de triagem para a concessão e

recursos aos municípios, bem como os equipamentos previstos em cada solução,

como pode ser observado na Tabela 74.

Tabela 74 - Equipamentos previstos para determinadas áreas de galpão de triagem

ITENS

GALPÃO DE TRIAGEM

Pequeno Médio Grande

M² edificados 300 600 1.200

Equipamentos

1 prensa 1 prensa 2 prensas

1 balança 1 balança 1 balança

1 carrinho 1 carrinho 2 carrinhos

1 empilhadeir

a

1 empilhadeir

a

Fonte: MMA, 2018.

Considerando o exposto acima, o galpão de triagem estimado possui área de 125 m².

Portanto, serão adotados os equipamentos correspondentes ao galpão cuja área

corresponde a 300 m², garantindo a UTC a necessidade de se ter apenas 1 prensa, 1

balança e 1 carrinho. Segundo as diretrizes do Ministério das Cidades, os

equipamentos em um galpão de pequeno porte são especificamente: uma prensa

enfardadeira vertical com capacidade de 20 toneladas (ton), uma balança mecânica

com capacidade para 1.000 Kg e um carrinho plataforma com dois eixos

(INFRAESTRUTURA URBANA, 2011).

A Tabela 75 apresenta os equipamentos necessários e seus respectivos custos de

investimento, considerando a tabela de preços da empresa NowaK, loja virtual de

máquinas e equipamentos do Brasil.

Tabela 75 - Custo de investimento em equipamentos.

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EQUIPAMENTO QUANTIDADE

CUSTO

UNITÁRIO (R$)

Prensa enfardadeira vertical (25 ton)

1 39.927,03

Balança mecânica (1.000 Kg)

1 3.117,62

Carrinho plataforma em aço com dois eixos de 300

Kg 1 711,73

TOTAL (R$) 3 43.756,38

Fonte: NOWAK, 2019.

Importante destacar que o presente plano não considerará os custos relativos à

operação desta unidade, ficando como responsabilidade municipal contratar empresa

especializada para elaboração de projeto básico e executivo, bem como os estudos

necessários para o licenciamento ambiental do sistema mencionado.

Cabe salientar também que, o contrato atual celebrado entre o município de Tabuleiro

e a empresa União Recicláveis Rio Novo LTDA, para a coleta, tratamento e disposição

final dos resíduos sólidos domiciliares, é pautado em valor mensal definido entre as

partes, referente à R$ 25.892,00. Portanto, não há valor cobrado especificamente por

tonelada de resíduos coletados e posteriormente enviados ao Aterro Sanitário CTR

Leopoldina, da empresa em questão. Vale lembrar que o prazo de vigência contratual

deste serviço é de 3 anos, perfazendo a execução das atividades desde 09 de janeiro

de 2017 com encerramento em 31 de dezembro de 2020.

De acordo com o estudo gravimétrico realizado na cidade de Tabuleiro, apresentado

no item 2.4.2.2. do Produto 3 deste plano, a massa de resíduos recicláveis

corresponde a 45,79% da amostra analisada, enquanto 26,89% correspondem a

parcela orgânica. Diante desse fato e do exposto acima, a única consideração cabível

a ser feita é estimar a redução de resíduos enviados ao CTR Leopoldina, com base

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na suposta reciclagem a ser futuramente realizada. Dessa forma, a redução estimada

seria em torno de 30% a 60% de redução de resíduos destinados ao aterro,

considerando reaproveitamento da parcela reciclagem.

O fato acima descrito traz grandes benefícios ao município, visto que, se o mesmo

considerar a formalização de contratos com base nas toneladas de resíduos

coletados, a implantação da UTC em conjunto com a coleta seletiva garantiria

economia das verbas municipais com a destinação de seus resíduos. Ademais, o

incentivo a cooperativas de catadores, ou até mesmo catadores individuais promoveria

arrecadações de verbas significativas com as vendas dos materiais recicláveis,

conseguindo se tornar autossustentável em certo ponto. Destaca-se que investir em

alternativas de redução dos resíduos sólidos urbanos é algo positivo no ponto de vista

econômico, além de contribuir para o desenvolvimento sustentável.

Cabe salientar que o valor comercial dos resíduos recicláveis vai variar de acordo com

o município em que é vendido e com a demanda de determinado produto. Desse

modo, compete à prefeitura e à administração da UTC realizar o levantamento, bem

como identificar os melhores compradores de resíduos recicláveis da região, de forma

a aumentar a receita com a comercialização dos mesmos, aumentando assim, a renda

disponível para a associação de catadores.

Porém, é válido ressaltar que as metas pensadas só serão alcançadas em cenário

participativo com a população, de modo que a Educação Ambiental esteja implantada,

proporcionando uma maior conscientização da população, criando uma cultura de

não-geração, influenciando na diminuição da geração dos resíduos. Em caso contrário

ao cenário ideal mencionado, pode ser que a renda arrecadada não seja suficiente

para a operação adequada da UTC, devendo a prefeitura fornecer subsídios

necessários para manutenção da mesma.

A seguir, a Tabela 76 apresenta resumo referente aos gastos que o município de

Tabuleiro teria ao implantar e operar uma nova UTC.

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Tabela 76 - Total de gastos para implantação de uma UTC.

INVESTIMENTO VALOR (R$)

Equipamentos 43.756,38

Obra 161.544,75

Galpão Pequeno (recebimento e triagem de materiais recicláveis + depósito do composto)

62.781,001

TOTAL (R$) 268.082,13

Fonte: Autores, 2019.

Nota: 1 – Valores obtidos de Cruz (2011), e já corrigidos para 2018 através do índice de correção citado

no texto, IGP-M (FGV).

4.16.1.1. Formas de financiamento para uma UTC

Baseado no exposto da PNRS, em seu artigo 42 é abordado sobre a possibilidade de

o Poder Público instituir linhas de financiamento visando atender as prioridades

instituídas pela PNRS, estreitando a articulação entre os três níveis de governo

(federal, estadual e municipal). A título de exemplo, um possível meio de

financiamento acessível pode ser através do Programa Fundo Clima.

O Fundo Clima é conhecido como um dos instrumentos da Política Nacional sobre

Mudança do Clima, caracterizando-se como um fundo de natureza contábil, vinculado

ao Ministério do Meio Ambiente, que objetiva a obtenção de recursos para apoio a

projetos ou estudos e financiamento de empreendimentos que tenham como objetivo

a mitigação das mudanças climáticas. Cabe ao município se atentar aos editais de

chamamento público lançados pelo programa, providenciando a documentação

necessária.

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Segundo o site do Ministério do Meio Ambiente, duas opções disponíveis para o

município de Tabuleiro seria o financiamento pelo Programa “BNDES Finem -

Desenvolvimento integrado dos municípios”, destinado a apoiar projetos

multissetoriais, sustentáveis e integrados alinhados ao planejamento municipal ou dos

estados brasileiros e do Distrito Federal; bem como através do Programa

“Financiamento a município e às concessionárias de serviços públicos municipais do

BDMG”, de forma a apoiar, através de linhas de crédito, a vários setores ambientes,

incluindo os resíduos sólidos; aonde seria enquadrada a implantação da nova UTC.

4.16.2. Recuperação da área de Unidade de Triagem e Compostagem

Uma Usina de Triagem e Compostagem (UTC), definida no Tópico 4.15.1 deste

Produto, corresponde ao local de separação dos resíduos sólidos a serem submetidos

a posterior processo de compostagem. Conforme dito anteriormente no Tópico 4.14.2.

referente, durante alguns anos a UTC do município de Tabuleiro foi destinada a outros

fins, funcionando de forma precária e momentânea como um lixão, tendo recebido

parcelas de resíduos domiciliares (RSD) e também de saúde (RSS).

Embora sem atuação recente, mas com base no exposto, torna possível classificar a

antiga UTC como área irregular de lixão, necessitando, portanto, de submetê-la à

processos de recuperação a partir da elaboração de Planos de Recuperação de Áreas

Degradadas (PRAD).

Baseado no fato de que a quantidade de lixo aterrada na UTC não constituiu grandes

volumes, bem como ao fato de que a mesma não se encontra mais em uso, o risco de

contaminação ambiental desta área é relativamente baixo, tornando viável propor ao

município de Tabuleiro alternativa chamada de ‘Recuperação Simples’. De acordo

com o trabalho de Nogueira (2015), esta proposta corresponde a “realizar um

recobrimento direto da massa de lixo com argila e solo natural, e posteriormente

revegetar o local com espécies típicas da região, sem que haja remoção ou

movimentação, completa ou parcial, dos resíduos”.

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Ainda de acordo com Nogueira (2015), os principais requisitos a serem seguidos para

implantação da Recuperação Simples correspondem a:

i. Avaliação da extensão da área a ser coberta com argila e solo;

ii. Delimitação e isolamento da área;

iii. Procurar realizar a menor movimentação possível dos resíduos, quando

necessária;

iv. Drenagem de águas pluviais no entorno e sobre o maciço;

v. Recomenda-se a utilização de membrana sintética (geomembrana de PEAD)

antes da aplicação da camada de argila, com o objetivo de se obter maior

impermeabilização da superfície do depósito;

vi. Aplicação de uma camada de recobrimento de, no mínimo, 50 centímetros de

argila que apresente baixa permeabilidade (k ≤ 1x10-6 cm/s) e pequena

susceptibilidade ao trincamento após compactação, tanto do platô superior,

quanto dos taludes laterais;

vii. Aplicação de uma camada de solo natural, terra vegetal ou composto orgânico

para favorecer o plantio de espécies de raízes curtas e nativas da região;

viii. Perfurações com 40 cm de diâmetro para a drenagem de biogás. Os furos deverão

ser preenchidos com pedra britada nº 4;

ix. Restringir o uso futuro da área através de registro no cadastro da Prefeitura e no

de áreas contaminadas.

Importante destacar que, além do exposto acima, a alternativa proposta ao município

de Tabuleiro também levou em conta a relativa simplicidade de execução e dos

equipamentos necessários para sua realização, utilizando principalmente caminhões,

tratores de esteiras e retroescavadeiras, já sob posse municipal, minimizando custos

extras.

De acordo com o site do Ministério do Meio Ambiente, uma das opções disponíveis

para o município de Tabuleiro seria o financiamento pelo Programa “BNDES Finem -

Saneamento ambiental e recursos hídricos”, proposto para apoiar investimentos

públicos ou privados que visem à universalização do acesso aos serviços de

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Saneamento Básico e à recuperação de áreas ambientalmente degradadas, como o

caso da antiga UTC abandonada.

4.16.3. Destinação adequada dos resíduos da construção civil

A destinação adequada dos Resíduos da Construção Civil (RCC) recomendada para

o município de Tabuleiro/MG é dividida conforme os quantitativos gerados (distinção

entre pequenos e grandes geradores). Onde os resíduos gerados por pequenos

geradores são de responsabilidade da Prefeitura Municipal, enquanto os resíduos

gerados por grandes geradores são de responsabilidade do próprio gerador, do

processo de separação até a destinação final

Conforme detalhado na Tabela 60, que delimita as responsabilidades públicas e

privadas na gestão e gerenciamento dos resíduos gerados, foi definido com base nas

características do município que os geradores de RCC em quantidade de até 200

kg/dia ou 0,5 m³/dia, considerando a média mensal de geração, são categorizados

como “pequenos geradores”, enquanto os geradores de quantitativos superiores aos

mencionados são considerados “grandes geradores”.

Ressalta-se que a implantação das infraestruturas sugeridas na alternativa II – item

15.2.2 (onerosas para a Prefeitura Municipal), podem ser substituídas por estruturas

já existentes na região, ou seja, é possível e recomendável que os gestores municipais

procurarem alternativas para gestão e destinação final dos RCC gerados no município

junto a empresas privadas, municípios vizinhos, dentre outros, seguindo para isso

todos e quaisquer trâmites legais envolvidos nas contratações que venham a ser

firmadas. Entretanto caso não seja viabilizada esta possibilidade de gerenciamento, o

município deve buscar a implantação destas estruturas, uma vez que são

fundamentais para a correta gestão dos RCC.

Além disso, para execução de projetos e gestão dos RCC, é necessário averiguar a

viabilidade técnica específica de cada obra ou serviço proposto (área de triagem,

unidade de reciclagem, serviço de coleta, etc.). Existem algumas normas técnicas que

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devem ser consultadas e utilizadas como base quando se trata de manejo de RCC.

São elas:

NBR 15.112/2004 - Resíduos da construção civil e resíduos volumosos. Áreas de

Transbordo e Triagem. Diretrizes para projeto, implantação e operação;

NBR 15.113/2004 - Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes.

Aterros. Diretrizes para projeto, implantação e operação;

NBR 15.114/2004 - Resíduos sólidos da construção civil. Áreas de Reciclagem.

Diretrizes para projeto, implantação e operação;

NBR 15.115/2004 - Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil.

Execução de camadas de pavimentação. Procedimentos;

NBR 15.116/2004 - Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil.

Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural.

Requisitos.

4.16.3.1. Alternativa I

A alternativa denominada “número I” consiste na contratação de uma empresa a ser

responsável pela destinação correta dos resíduos da construção civil, da mesma

forma que ocorre com os resíduos sólidos urbanos, em que a empresa União

Recicláveis Rio Novo LTDA encontra-se atualmente como contratada para coletar,

transportar e destinar adequadamente os resíduos a aterro sanitário próprio.

Baseado nos dados disponíveis obtidos a partir do último Relatório Setorial 2014/2015

da Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e

Demolição (ABRECON) produzido, em torno de 48% das usinas cobram valores

inferiores a R$ 15,00/m³, sendo o valor mais praticado entre R$ 5,00 e R$ 10,00 por

m³. Dessa forma, o Relatório (2015) corrobora que a massa específica dos RCC é,

em média, de 1.200 kg/m³, proporcionando aproximadamente 8.741,18 m³ de RCC

destinados ao aterro de inertes, ao longo do horizonte de planejamento estipulada

desse plano (2019-2039).

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De acordo com o valor médio cobrado pelas empresas de R$ 22,50 por m³ de RCC,

o encaminhamento desses resíduos a uma usina de beneficiamento, por exemplo,

custará em torno de R$ 196.676,63 ao final de 20 anos, o que resulta um valor médio

anual de, aproximadamente, R$ 9833,83. Porém, é importante salientar que os

valores mencionados do preço do m³ não foram ajustados ao longo dos anos.

Ademais, neste estudo não foi considerado os gastos referentes ao transporte dos

resíduos até a usina de beneficiamento, subestimando os valores finais.

Embora a Prefeitura de Tabuleiro já realize reaproveitamento de parcela dos RCCs

gerados em recuperação de estradas vicinais, seria interessante que a mesma

implementasse Pontos de Entrega Voluntários (PEV), chamados Ecopontos, em

lugares estratégicos do município, de forma que a população possa entregar os

resíduos que gerar, evitando o despejo de entulho em áreas impróprias, por exemplo.

O intuito principal seria garantir acumulo dos RCCs em pontos específicos para que a

empresa contratada (ou a própria Prefeitura) realizasse a posterior coleta dos

mesmos, garantindo maior reaproveitamento com menor desperdício.

4.16.3.2. Alternativa II

Nesta alternativa, o presente Plano, sugere a implementação das seguintes estruturas

necessárias para o correto manejo dos resíduos da construção civil:

Ecoponto ou PEV: O Ecoponto, ou chamado PEV é uma área destinada à entrega

voluntária de pequenas quantidades de resíduos de construção civil, resíduos

volumosos e resíduos de coleta seletiva;

ATT Simplificada: estrutura simplificada destinada ao recebimento de resíduos,

para triagem, armazenamento temporário dos materiais segregados e posterior

remoção para destinação adequada, observando normas operacionais

específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a

minimizar os impactos ambientais adversos; e/ou

Área Integrada de Recebimento, Triagem e Transbordo (AIRTT): estruturas que

integram o Ecoponto a Áreas de Triagem e Transbordo Simplificada (ATT

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Simplificada), recebendo assim pequenos volumes (Ecoponto), bem como os

RCC de grandes geradores (ATT Simplificada).

Para o uso das estruturas supramencionadas, os geradores (grandes e pequenos) de

RCC, deveram observar as restrições de capacidade de recebimento de resíduos das

mesmas, onde:

Ecoponto: apto a receber diariamente até 1,0 m³/dia/gerador de resíduos,

exclusivamente dos pequenos geradores e/ou de obras públicas (de

responsabilidade do Poder Público) - desde que observada a geração máxima

mensal de até 200 kg ou 0,5 m³ por dia; e

AIRTT: apta a receber diariamente mais de 1,0 m³/dia/gerador de resíduos

gerador, sendo que:

o Pequeno gerador e/ou oriundo de obras públicas: pode entregar mais de

1,0 m³ por dia - desde que mantenha na média mensal uma geração de

até 200 kg ou 0,5 m³ por dia; e

o Grande gerador: pode entregar mais de 1,0 m³ por dia,

independentemente da média mensal (esta alternativa deve ser validada

pela municipalidade, considerando para tanto a necessidade da

operacionalização por iniciativa privada) – desde que haja pagamento

pelo serviço prestado.

Em síntese, os resíduos entregues nos Ecopontos, localizados de preferência na

própria área de transbordo e triagem (ATT), permanecem neste local até que sejam

transportados para sua destinação final, conforme será apresentado no decorrer deste

tópico.

Para a construção da área de transbordo e triagem (ATT) devem ser observadas as

recomendações contidas na NBR nº 15.112:2004 que apresenta as diretrizes para

projeto, implantação e operação de ATT de RCC e RVol. A Tabela 77, apresenta

alguns dos critérios segundo tal normativa, bem como recomendações para a

instalação de uma ATT em Tabuleiro/MG.

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Tabela 77 – Considerações acerca da instalação de uma Área de Transbordo e Triagem (ATT) de RCC e RVol em Tabuleiro/MG

NORMATIZAÇÕES E CONSIDERAÇÕES ACERCA DA INSTALAÇÃO DE UMA ÁREA DE TRANSBORDO E TRIAGEM (ATT) DE RCC E

RVOL

Portão e cercamento no perímetro da área de ocupação, construídos de forma a impedir o acesso de pessoas estranhas e animais

Anteparo para proteção quanto aos aspectos relativos à vizinhança, ventos dominantes, estética, como, por exemplo, cerca viva arbustiva

ou arbórea no perímetro da instalação

Placa indicativa visível, com identificação quanto às atividades desenvolvidas e quanto à aprovação do empreendimento

Dispor de equipamentos de proteção individual e de combate a incêndio

Ponto de iluminação e energia, de modo a permitir ações de emergência

Sistema de controle de poeira, ativo tanto nas descargas como no manejo e nas zonas de acumulação de resíduos

Sistema de drenagem superficial com dispositivos para evitar o carreamento de materiais

Dispositivo de contenção de ruído em veículos e equipamentos

Revestimento primário no piso das áreas de acesso, operação e estocagem, executado e mantido de maneira a permitir a utilização sob

qualquer condição climática

Proximidade da região urbana para o local da instalação da ATT, facilitando e viabilizando o transporte

Guarita para controle de acesso e inspeção prévia dos resíduos

Locais específicos para alocação de caçambas metálicas destinadas ao acondicionamento de RCC, alguns resíduos volumosos e rejeitos

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Pátio para reservação temporária de resíduos para utilização futura

Equipamentos mecanizados (Triturador e trator) para o manuseio dos resíduos

Integração com Ecopontos, caso haja possibilidade em termos de alocação respeitando as leis de uso e ocupação do solo, bem como em

relação à localização que viabilize o efetivo acesso por parte da população

Fonte: NBR nº 15.112:2004 e PMGIRS de Pinheiral, 2017.

Além disso, os resíduos entregues voluntariamente nos Ecopontos devem

preferencialmente já estarem segregados, considerando a classificação proposta pela

Resolução CONAMA nº 307/2002, alterada e complementada pelas Resoluções

CONAMA nº 348/2004, 431/2011 e 448/2012, conforme apresentado na Tabela 78.

Tabela 78 - Classificação dos RCC para a etapa de segregação e seus respectivos tipos de destinação e/ou disposição final

GRUPO

DEFINIÇÃO

(EXEMPLOS)

DESTINAÇÃO/DISPOSIÇÃO

FINAL

A

Resíduos reutilizáveis

ou recicláveis como

agregados (cerâmica,

argamassa, concreto,

etc)

Podem ser usados como agregados

ou encaminhados a aterros de

resíduos da construção civil classe

A, onde devem ser dispostos de

modo que possam ser futuramente

utilizados ou reciclados

B

Resíduos recicláveis

para outras

destinações (plástico,

metal, papel, vidro,

madeira, gesso e etc)

Podem ser reutilizados, reciclados

ou armazenados temporariamente,

de modo que possam ser

futuramente utilizados ou

reciclados. Geralmente enviados

para UTC.

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C

Resíduos que não

podem ser reciclados

ou reutilizado de

maneira

economicamente

viável (lixas em geral,

manta asfáltica)

Devem receber destinação de

acordo com as normas técnicas

específicas

D

Resíduos perigosos

(tintas, solventes,

óleos, telhas de

amianto)

Devem receber destinação de

acordo com as normas técnicas

específicas (Aterro industrial)

Fonte: Resolução Conama nº 307/2002 e alterações posteriores; 2019.

Desta forma, a partir destes locais (Ecopontos), os RCC de Classe A (aqueles

reutilizáveis ou recicláveis como agregados) deverão ser destinados para AIRTT para,

após triagem e beneficiamento, serem utilizados pela municipalidade na correção de

vias e estradas, dentre outras. Destaca-se que a priori a AIRTT prevista para o

município deverá receber os RCC que são de responsabilidade de Poder Público

Municipal (pequenos geradores e resíduos oriundos de obras públicas), e caso haja

interesse da municipalidade esta estrutura pode ser terceirizada para receber os

resíduos gerados por entes privados (grandes geradores).

Vale frisar que não será indicado a implantação de quaisquer estrutura

especificamente destinada a disposição final de resíduos da construção civil da Classe

A no município (Aterro de inertes), desta forma, recomenda-se que a municipalidade

promova o uso integral deste material a curto prazo e para isto será necessário apenas

a definição de um pequeno espaço da AIRTT, visando o armazenamento temporário

dos materiais beneficiados. Eventualmente, em casos de não reaproveitamento, após

uma certa quantidade acumulada, uma empresa deverá ser contratada, para a

disposição destes em aterro de RCC de classe A.

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370

Já com relação aos RCC de Classe B (considerados recicláveis) recomenda-se que

sejam entregues na UTC, ou recolhidos por cooperativas e associações interessadas

que operam essas estruturas. Destaca-se que parcela dos resíduos

reaproveitáveis/recicláveis, como madeiras e gesso, podem não ter valor econômico

para esses grupos, desta forma devem ser previstas outras formas de destinação.

Os RCC de Classe C, ou seja, aqueles para os quais ainda não existem tecnologias

ou aplicações para sua recuperação ou reciclagem, deverão ser encaminhados para

o Aterro Sanitário já utilizado pela municipalidade, da empresa União Recicláveis Rio

Novo LTDA. Aqueles resíduos oriundos do processo de construção considerados

perigosos (Classe D) deverão ter destinação ambientalmente adequada, isto é,

geralmente são destinados para aterros industriais licenciados

Os grandes geradores têm a responsabilidade de realizar a correta gestão e

destinação final destes resíduos, seja por contratação de empresa especializada, ou

outra forma de prestação destes serviços. Além disso, os grandes geradores estão

sujeitos a elaboração do Plano de Gestão de Resíduos da Construção Civil (PGRCC),

documento no qual deverão estar expostos pormenores da gestão idealizada para os

resíduos gerados em suas atividades.

Com base no exposto elaborou-se a Figura 101, no intuito de apresentar o fluxo

planejado para os RCC no município de Tabuleiro/MG, ilustrando de forma

esquemática o processo desses resíduos desde sua geração pelos pequenos e

grandes geradores até a destinação ou disposição final ambientalmente adequada.

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Figura 101 - Fluxo de RCC recomendado para o município de Tabuleiro/MG

Fonte: Autores, 2019.

Nota: 1 - A AIRTT é a integração de um Ecoponto e uma ATT Simplificada; 2- A destinação à aterro de

RCC de resíduos classe A para usos futuros ocorrerá por meio de empresa que eventualmente venha

a ser contratada, uma vez que, em sendo estruturado sistema unicamente municipal de Ecopontos e

AIRTT, recomenda-se a reutilização a curto prazo do material da classe A beneficiado (sendo

demandada portanto apenas uma pequena área de armazenamento dos mesmos na própria AIRTT).

A estimativa de custos, foi baseada no Manual para Implantação de Sistema de

Gestão de Resíduos de Construção Civil em Consórcios Públicos desenvolvido, em

2010, pelo Ministério do Meio Ambiental (MMA) e a Secretaria de Recursos Hídricos

e Ambiente Urbano. A Tabela 79, apresenta o custo médio, para região Sudeste,

considerando as instalações de menor porte, destinadas ao recebimento de resíduos

em PEVs, à triagem em ATTs e à disposição em Aterros de RCC classe A, de acordo

com o Manual supracitado.

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Os valores apresentados na coluna “custo” da Tabela 79, estão baseados no Sistema

Nacional de Pesquisa de Custos e Índice da Construção Civil (SINAPI) do ano de

2008. Desta forma na coluna seguinte, é utilizado o reajuste monetário para o mês de

junho de 2018, de acordo com o índice IGP-M (FGV).

Tabela 79 - Custo para implantação de PEVs, ATT e Aterros de Inertes da região Sudeste

INSTALAÇÃO CUSTO

CUSTO REAJUSTADO

PEV R$

57.258,03 R$ 59.133,69

PEV Central 1 R$

89.827,40 R$ 92.769,97

PEV Simplificado R$

40.819,53 R$ 42.156,70

ATT - 70 m³/ dia R$

45.514,63 R$ 47.005,60

Aterro de inertes - 56 m³/dia 2

R$ 12.138,42

R$ 12.536,05

Fonte: Adaptado do MMA, 2010; https://www.calculador.com.br/calculo/correcao-valor-por-indice.

Nota: 1- PEV Central indicado para população abaixo de 25 mil habitantes. A instalação do PEV

Central acumula funções, como já afirmado, e tem vocação para constituir-se em uma central de

processamento de resíduos, concentrando operações e impactos. O diferencial entre o PEV

Central e sua versão simplificada é a presença de áreas disponibilizadas a duas outras

operações: a compostagem de orgânicos em um pátio para isso disponibilizado e a triagem de

resíduos domiciliares secos, em área ofertada à instalação de galpão de triagem.

2- Custo apresentado a título de informação, visto que não foi indicado a implantação deste

no município

A partir dos dados informados pela Prefeitura e pela estimativa de geração calculada

para o horizonte deste plano, têm-se que a geração média dos RCC somados aos

RVol. de Tabuleiro/MG, é de, aproximadamente, 2,5 m³/dia. Por se tratar de um valor

muito inferior ao gerado na região sudeste para instalações de pequeno porte, aponta-

se a possibilidade implementação destes, por meio de consórcios. Além disso, há

necessidade de estudos mais aprofundados visando a elaboração de um orçamento

verossímil a realidade do município, a partir da definição destas atividades através de

consócios ou sem a presença destes.

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Estas intervenções podem ser implantadas com os recursos próprios do ente público

responsável, com recursos da União, vinculados a algum dos programas que

impulsionam a implantação de soluções de saneamento nas várias regiões do país ou

ainda com recursos obtidos por financiamento junto a bancos públicos.

Neste sentido, com o objetivo de viabilizar a implementação de empreendimentos

relacionados ao manejo desses resíduos, que venham a ser propostos por agentes

públicos e privados, o Governo Federal aprovou junto ao Conselho Curador do Fundo

de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), em 2005, a aplicação de recursos deste

fundo na modalidade – Resíduos da Construção Civil (MMA, 2010). São intervenções

financiáveis por esta modalidade:

A implantação ou ampliação de instalações físicas destinadas à recepção,

transbordo e triagem;

A implantação ou ampliação de instalações físicas para reciclagem;

A implantação ou ampliação de aterros para reservação ou destinação final;

A aquisição de materiais, equipamentos ou veículos para o acondicionamento, a

coleta, a transformação e o destino dos resíduos da construção civil e resíduos

volumosos;

A execução de ações complementares de educação ambiental e participação

comunitária.

Os recursos disponibilizados nesta fonte de financiamento são acessáveis pela Caixa

Econômica Federal e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico – BNDES.

Outra alternativa de financiamento, pode ser realizada através do Avançar Cidades -

Saneamento - Seleção Contínua, o qual apoia iniciativas que envolvam destinação

final ambientalmente adequada, incluindo a disposição final dos resíduos. Esta e

todas as opções de financiamento para Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos, foram

lançadas pelo MMA, de forma consolidada e atualizada, na plataforma digital

denominada Mapa de Financiamento para Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos.

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374

Portanto, é importante que os gestores municipais, avaliem tal plataforma, visando a

implementação das ações propostas, através de tais formas de financiamento.

4.16.4. Regularização e recuperação da área de “bota-fora”

Conforme apresentado, o município de Tabuleiro/MG conta com uma área de “Bota-

fora” para a destinação dos RCC e Rvol da limpeza urbana, que foi destinada para

este fim recentemente. Deste modo, orienta-se que sua regularização seja efetivada,

considerando a possibilidade de utilização de tal área para a implementação de uma

das instalações, como a Área Integrada de Recebimento, Triagem e Transbordo

citada no subitem anterior, 4.15.2, visando o correto gerenciamento destes resíduos

no município.

Entretanto, é necessário que anteriormente à esta regularização e uso correto da

referida área, seja realizado um projeto de recuperação da mesma, considerando

algumas etapas, como:

Elaboração de projeto e autorização ambiental

Cercamento da área

Serviços de terraplanagem

Drenagem superficial

Monitoramento do lençol freático

O projeto de recuperação desta área poderá ser elaborado por técnicos da Prefeitura

ou por empresa especializada contratada, seguindo a Instrução Normativa nº 04 de

2011 do IBAMA, que norteia a elaboração de Projetos de Recuperação de Áreas

Degradadas, dentre outras legislações aplicáveis, que também deverão ser

observadas. Em seguida, poderá ser implementada, neste local, as novas instalações

para triagem e transbordo dos RCC e Rvol. apresentadas no item 4.15.2 supracitado.

4.16.5. Implantação de Programa de Educação Ambiental

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Para estimativa desta ação a ser implementada pelo município, foi considerado o

investimento de R$5,00 por habitante ao ano (MONTEIRO, 2001). A Tabela 80

apresenta os custos totais relativos apenas à educação ambiental, durante todo o

horizonte de planejamento deste plano (2019-2039).

Tabela 80 - Estimativa dos investimentos necessários para implantação do Programa de Educação Ambiental

PRAZO ANO POPULAÇÃO

CUSTO PARA

EDUCAÇÃO

AMBIENTAL

(R$)

TOTAL PARCIAL

(R$)

Curto

2020 3.772 18.860,00

93.220,00

2021 3.749 18.745,00

2022 3.728 18.640,00

2023 3.707 18.535,00

2024 3.688 18.440,00

Médio

2025 3.670 18.350,00

90.955,00

2026 3.653 18.265,00

2027 3.637 18.185,00

2028 3.622 18.110,00

2029 3.609 18.045,00

Longo

2030 3.596 17.980,00

177.585,00

2031 3.584 17.920,00

2032 3.573 17.865,00

2033 3.562 17.810,00

2034 3.553 17.765,00

2035 3.544

17.720,00

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2036 3.536 17.680,00

2037 3.529 17.645,00

2038 3.523 17.615,00

2039 3.517 17.585,00

TOTAL MONTANTE (R$) 361.760,00

Fonte: Adaptado de ASTOLFO DUTRA, 2017.

Baseado no disposto do site do Ministério do Meio Ambiente, uma possível opção

disponível para o município de Tabuleiro seria o financiamento pelo Programa “

CAIXA: Avançar Cidades – Saneamento para Todos”, objetivando apoiar melhorias

nas condições de saúde e qualidade de vida da população urbana, promovendo ações

de saneamento básico, integradas com as demais políticas setoriais, com vistas à

implantar ações de educação ambiental que se enquadram com o disposto acima.

4.16.6. Implantação da coleta seletiva

O presente item apresenta a estimativa dos investimentos necessários para a

implantação do serviço de coleta seletiva na modalidade porta a porta (PaP) e

mediante entrega voluntária em LEVs, considerando o horizonte de planejamento

(2019 a 2039). Aponta-se que tal orçamento, conforme apresentado na Tabela 81

previu que a coleta seletiva nos LEVs ocorrerá concomitantemente com a modalidade

PaP, de forma que sejam compartilhados os recursos humanos e materiais,

minimizando os custos operacionais de execução dos serviços.

O serviço de coleta seletiva porta a porta e em LEVs inclui a utilização de veículos,

implementos e carrocerias, bem como a instalação dos dispositivos de

acondicionamento (infraestruturas dos LEVs que são compostos por dispositivos de

acondicionamento de resíduos recicláveis secos), equipamentos que são

imprescindíveis para a adequada prestação dos serviços.

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A estimativa de investimentos em equipamentos, veículos e máquinas referem-se à

aquisição e renovação destes bens materiais essenciais para o desenvolvimento das

atividades operacionais. Já os custos operacionais anuais, referentes a compra de

combustíveis e lubrificantes, manutenções, pneus, ferramentas e materiais,

uniformes, EPI, EPC, dentre outros insumos, não foram reportados. Portanto, cabe ao

município, mediante a implementação da coleta seletiva, a estimativa de tais gastos.

Deste modo, o gasto geral com a implementação da coleta seletiva no município de

Tabuleiro/MG, é apresentado na Tabela 81 a seguir.

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Tabela 81 - Custo geral para a implementação da coleta seletiva no município de Tabuleiro/MG

Fonte: Autores, 2019.

Nota: Veículo Categoria Pequeno (3/4) Modelo de referência: Ford Cargo 816. Implemento: Carroceria Gaiola. Preço FIPE Ano 2012 (Referente ao custo do ano de 2025) e Ano 2017

(Referente ao custo dos anos de 2030 e 2039) https://caminhoes.icarros.com.br/tabela-fipe/index.jsp.

QUANTIDADE

DE VEÍCULOS

CUSTO COM

VEÍCULO

QUANTIDADE

DE LEVS

CUSTO COM

DISPOSITIVOS

DE LEVS

QUANTIDADE

DE

MOTORISTAS

CUSTO COM

MOTORISTAS

QUANTIDAE

DE

COLETORES

CUSTO COM

COLETORES

2020 1 75.065,00R$ 4 2.000,00R$ 2 3.406,00R$ 2 1.996,00R$ 82.467,00R$

2021 - -R$ 2 3.406,00R$ 2 1.996,00R$ 5.402,00R$

2022 - -R$ 2 3.406,00R$ 2 1.996,00R$ 5.402,00R$

2023 - 4 2.000,00R$ 2 3.406,00R$ 2 1.996,00R$ 7.402,00R$

2024 - -R$ 2 3.406,00R$ 2 1.996,00R$ 5.402,00R$

2025 1 75.065,00R$ -R$ 2 3.406,00R$ 3 2.994,00R$ 81.465,00R$

2026 - 4 2.000,00R$ 2 3.406,00R$ 3 2.994,00R$ 8.400,00R$

2027 - -R$ 2 3.406,00R$ 3 2.994,00R$ 6.400,00R$

2028 - 1 500,00R$ 2 3.406,00R$ 3 2.994,00R$ 6.900,00R$

2029 - 4 2.000,00R$ 2 3.406,00R$ 3 2.994,00R$ 8.400,00R$

2030 1 106.744,00R$ -R$ 2 3.406,00R$ 3 2.994,00R$ 113.144,00R$

2031 - 2 1.000,00R$ 2 3.406,00R$ 3 2.994,00R$ 7.400,00R$

2032 - 4 2.000,00R$ 2 3.406,00R$ 3 2.994,00R$ 8.400,00R$

2033 - 1 500,00R$ 2 3.406,00R$ 3 2.994,00R$ 6.900,00R$

2034 - 1 500,00R$ 2 3.406,00R$ 3 2.994,00R$ 6.900,00R$

2035 - 6 3.000,00R$ 3 5.109,00R$ 4 3.992,00R$ 12.101,00R$

2036 - 1 500,00R$ 3 5.109,00R$ 4 3.992,00R$ 9.601,00R$

2037 - 2 1.000,00R$ 3 5.109,00R$ 4 3.992,00R$ 10.101,00R$

2038 - 6 3.000,00R$ 3 5.109,00R$ 4 3.992,00R$ 12.101,00R$

2039 1 106.744,00R$ 2 1.000,00R$ 3 5.109,00R$ 4 3.992,00R$ 116.845,00R$

CUSTO

TOTAL4 363.618,00R$ 42 21.000,00R$ 45 76.635,00R$ 60 59.880,00R$ 521.133,00R$

MÃO DE

OBRAEQUIPAMENTOS

CUSTO TOTALANO

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379

Cumpre reforçar que em virtude do aprimoramento e do surgimento de novas

alternativas tecnológicas nos próximos anos, inclusive dentro do horizonte temporal

deste planejamento, poderão haver alterações na periodicidade e nos valores

estimados no presente momento. Além disso, poderão ser adotados equipamentos e

máquinas com especificações diferentes das determinadas neste dimensionamento,

desde que respeitada a qualidade almejada dos serviços.

Analisando a Tabela 81, observa-se que os maiores custos operacionais se referem

à aquisição de veículos e às despesas com recursos humanos (mão de obra) para a

execução dos serviços de coleta seletiva, sendo contabilizados apenas os salários,

excetuando-se custos com auxílio transporte, insalubridade e encargos sociais.

Estimando-se que os custos médios operacionais em 2020 sejam de, no mínimo,

R$82.467,00 (R$6.872,25 mensais) atingindo R$116.845,00 (R$9.737,08 mensais)

em 2039.

Embora seja elencada a previsão geral dos seus custos (Tabela 81), menciona-se que

a municipalidade deve contratar e/ou realizar estudos e projetos executivos mais

aprofundados para a implementação da coleta seletiva; bem como verificar a

existência de editais no âmbito estadual e federal que disponibilizam os recursos

financeiros para este fim.

Conforme apontado em tópicos anteriores, tais editais de financiamento para Gestão

de Resíduos Sólidos Urbanos, encontram-se concentrados, de forma consolidada e

atualizada, na plataforma digital denominada Mapa de Financiamento para Gestão de

Resíduos Sólidos Urbanos, lançada pelo MMA. Entretanto, é importante que os

gestores municipais, avaliem a plataforma supracitada, escolhendo o programa de

financiamento que mais se adeque aos projetos a serem implementados no município,

bem como se atentem aos prazos e formas de participação nestes editais.

Dentre as diversas formas de financiamento apresentadas nesta plataforma, destaca-

se como uma alternativa para a consolidação da coleta seletiva, o programa Avançar

Cidades - Saneamento - Seleção Contínua, o qual apoia a modalidade de Manejo de

Resíduos Sólidos, para iniciativas que envolvam destinação final ambientalmente

adequada, incluindo a disposição final.

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380

4.16.7. Consolidação dos Investimentos Necessários

A título de compilar as informações estudadas nos tópicos anteriores, o presente item

exibe a consolidação dos investimentos necessários nas principais ações e projetos

propostas neste PMGIRS, para o município de Tabuleiro, conforme segue a Tabela

82.

Tabela 82 - Investimento total que o município de terá com manejo e gestão dos seus resíduos sólidos.

INVESTIMENTO VALOR (R$)

Implantação de uma UTC R$ 268.082,13

Implantação de uma ATT +PEV

R$ 106.139,29 (1)

Implantação da coleta seletiva R$ 521.133,00

(2)

Programa de Educação Ambiental

R$ 399.700,00

TOTAL R$

1.295.054,42

Fonte: Autores, 2019.

Nota: 1- Adaptado do MMA, 2010 e reajustado. 2- Custo mínimo considerando apenas

despesas com recursos humanos e equipamentos.

Portanto, o exposto acima revela que Tabuleiro investiria média de R$ 1.295.054,42,

com a implantação programas relacionados a redução de resíduos sólidos. Porém, é

importante salientar que a maior parte desses projetos podem ser apoiados através

de órgãos de financiamento, parcerias público-privado, gestões consorciadas,

parcerias com organizações não-governamentais, entre outras opções, desde que o

município elabore os projetos devidamente necessários.

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4.17. Síntese das metas e ações para o sistema de limpeza urbana e manejo de

resíduos sólidos

O presente tópico apresenta uma síntese das principais metas e ações (Tabela 83), a

serem seguidas pela Administração Pública após a elaboração deste PMGIRS, as

quais devem ser cumpridas durantes os próximos 20 anos.

Frisa-se que estas foram discorridas ao longo deste produto e distribuídas em

programas que compõe o planejamento para o município cujo detalhamento encontra-

se nos tópicos indicados na Tabela 83.

Ademais, também foram abordados nestes tópicos anteriores os indicadores que

poderão ser utilizados como forma de controle e fiscalização das metas, ações e

projetos estabelecidos.

Tabela 83 - Síntese das principais metas e ações definidas para o município de Tabuleiro/MG

AÇÕES CONSULTA PRAZO

Definição de pequeno e médio geradores sujeitos a

PGRS Item 5

2020-2039 (Definidos

detalhadamente nos itens)

Geradores sujeitos à elaboração e implantação do

PGRS Subitem 5.1

Implantação da Coleta Seletiva

Item 6.2; subitem 6.1.4.2.1; subitem

15.1 e subitem 15.6

Cobrança da elaboração dos PGRS de gerados específicos

Itens 5 e 17

Programa e ações de capacitação técnica de

grupos interessados Item 10

Programa de Educação Ambiental

Item 11 e subitem 15.5

Mecanismos para a criação de fontes de negócios,

emprego e renda Subitem 12.1

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Metas de redução, reutilização, coleta seletiva e

reciclagem Item 13

Unidade de Triagem e Compostagem (UTC)

Subitem 15.1

Destinação correta dos Resíduos Sólidos da

Construção Civil (Alternativa I e Alternativa II)

Subitem 15.3

Fonte: Autores, 2019.

4.18. Formas e limites de participação do poder público

O tópico em questão resume o item 6. apresentado no Produto 3 deste PMGIRS,

aonde são detalhadas as formas e limites de atuação do Poder Público.

Com relação à coleta seletiva, a Lei Federal 12.305 de 2010, que estabelece a Política

Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), expõe em seu artigo 36, que cabe ao titular

dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, observado

o PMGIRS, estabelecer sistema de coleta seletiva.

Dessa forma, a prefeitura municipal de Tabuleiro participará através da implantação e

monitoramento das ações das metas de redução, reutilização, reaproveitamento e

reciclagem, tais como a coleta seletiva, além de adotar medidas educativas que

insiram os munícipes neste processo, já que a separação inicial dos resíduos

orgânicos e recicláveis começa nas residências.

O tópico 15.6 referente a “Implantação de coleta seletiva”, estudada nesse produto,

fornece instruções detalhadas para efetivação desta ação.

Quanto aos resíduos de logística reversa, segundo o artigo 33, da Lei nº 12.305 de

2010, os produtores, comerciantes e distribuidores de produtos com essa

característica têm a obrigação de implementar uma cadeia de logística reversa para

os resíduos gerados. Entretanto, cabe ao poder público instituir linhas indutoras que

facilitem a implementação de sistemas de logística reversa por parte dos produtores.

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383

Porém, de acordo com o parágrafo 7º do artigo 33 da Lei Federal nº 12.305/2010,

caso o titular do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos,

por acordo setorial ou termo de compromisso, tornar-se o responsável por atividades

a cargo dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes nos sistemas de

logística reversa, as ações do poder público deverão ser devidamente remuneradas,

de forma previamente acordada entre as partes.

Apesar dos avanços trazidos pela PNRS no tocante à logística reversa, na prática a

operacionalização desse sistema é um grande desafio, conforme revela o Plano

Municipal de Saneamento Básico de Chapadão do Sul/MS (2014). Dessa forma, o

sistema de logística reversa precisa ser capaz de atender às peculiaridades locais, o

poder público, o setor privado e a sociedade, promovendo a discussão de alternativas

próprias para implementação da gestão compartilhada desses resíduos.

Quanto ao âmbito da responsabilidade compartilhada, o artigo 36 da Lei Federal nº

12.305/2010, dispõe sobre as competências do titular dos serviços públicos de

limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos nesta área. Portanto, cabe ao poder

público, de acordo com a referida lei:

1. Adoção de procedimentos para reaproveitar os resíduos sólidos reutilizáveis e

recicláveis oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de

resíduos sólidos;

2. Estabelecimento do sistema de coleta seletiva;

3. Articulação com os agentes econômicos e sociais medidas para viabilizar o

retorno ao ciclo produtivo dos resíduos reutilizáveis e recicláveis oriundos dos

serviços de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos;

4. Realização de atividades definidas por acordo setorial ou termo de compromisso,

mediante a devida remuneração pelo setor empresarial;

5. Implantação do sistema de compostagem para resíduos sólidos orgânicos e

articular com os agentes econômicos e sociais formas de utilização do composto

produzido;

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6. Fornecer disposição final ambientalmente adequada aos resíduos e rejeitos

oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos

sólidos.

4.19. Ações preventivas e corretivas

Neste capítulo são apresentadas as medidas preventivas e corretivas existentes ou não

no município, quanto ao gerenciamento dos resíduos sólidos, bem como as

recomendações propostas para estas, durante a elaboração do atual prognóstico.

Dessa forma, são designadas ações preventivas como aquelas ações voltadas a evitar

o surgimento de um problema potencial, e as corretivas, como ações que objetivam

impedir recorrência de um problema já existente ou que seu impacto seja mitigado.

Portanto, a Tabela 84, expõe um compilado das principais ações existentes em

Tabuleiro/MG para melhor compreensão da realidade atual do município.

Posteriormente, a Tabela 85, revela o cronograma para desenvolvimento e implantação

das ações preventivas e corretivas de curto, médio e longo prazo, no horizonte de

planejamento deste PMGIRS (2019 a 2039).

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385

Tabela 84 - Principais ações preventivas e corretivas propostas para o município de Tabuleiro/MG

AÇÃO

PREVENTIVA (P)

CORRETIVA (C) DIAGNÓSTICO PROGNÓSTICO

Educação ambiental P Existência de algumas

iniciativas pontuais, por parte da Prefeitura e das escolas.

Aplicação do programa de educação ambiental descrito

no tópico 11.5

Promover a educação ambiental no município de

modo a sensibilizar a população sobre a

importância do reuso, recuperação e

reaproveitamento dos resíduos.

Implantação de coleta

seletiva

P Inexistente.

Aplicação do programa de redução, reutilização e

reciclagem descrito no tópico 13. Iniciar a coleta seletiva no

modelo sugerido, após implementação gradual

proposta e da sensibilização da população.

Contar com dispositivos de entrega dos resíduos seco como LEVs e Ecopontos.

Avaliar as diretrizes constantes no Item 6.2.

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386

Existência de triagem de

resíduos sólidos

P Inexistente.

Aplicação do programa de redução, reutilização e

reciclagem descrito no tópico 13. Avaliar as diretrizes constantes em: Item 6.2;

subitem 6.1.4.2.1; 6.2.7. e subitem 15.1. Fomentar o a

criação e o fortalecimento de cooperativas/associações de

catadores

Programa de monitoramento

da eficiência dos serviços de

coleta e limpeza pública

P/C

A prefeitura desconhece a existência ou não desse

monitoramento uma vez que a coleta é realizada por uma empresa terceirizada. Já o monitoramento da limpeza

pública é inexistente.

Seguir diretrizes apresentadas no tópico 6.3. Avaliar mecanismos para

monitoramento destes resíduos.

Programa de monitoramento

da eficiência da disposição

final de resíduos sólidos

P/C

A prefeitura desconhece a existência ou não desse

monitoramento, com relação aos RSD, uma vez que a

disposição final é realizada por uma empresa terceirizada. Já o

monitoramento da disposição final dos RLU, realizada pela

mesma, é inexistente.

Seguir recomendações descritas no tópico 5.3; 6.1.5

e item 9.

Avaliar mecanismos para monitoramento destes

resíduos.

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387

Previsão de investimentos

em obras civis

P Não há previsão para obras relacionadas aos resíduos

sólidos.

Fomentar a previsão das obras nos instrumentos de

gestão, através do PPA, LDO e LOA, para que o município tenha um planejamento em

relação a realização das mesmas. Para a

implementação das estruturas ditas como

necessárias para a otimização da gestão dos resíduos, o Poder Público

deve se pautar de mecanismos para a

manutenção do sistema de forma sustentável. De

maneira geral, os custos estimados estão

descriminados no tópico 15.7.

Previsão de investimento em

equipamentos (coleta seletiva

e reciclagem)

P Inexistente

Avaliar as recomendações descritas no tópico 6.2.

Promover a inclusão das recomendações necessárias

no PPA, LOA e LDO.

Analisar os custos estimados tópico 15 para formulação

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388

dos instrumentos da política orçamentária no município.

Previsão do pleito de

recursos federais, estaduais

e/ou outras esferas em caso

de ausência de recursos para

manutenção dos serviços de

limpeza e disposição final

dos resíduos

P Inexistente.

Analisar a viabilidade de reajuste da taxa de coleta. Adiantar a elaboração de

projetos para estarem disponíveis no momento em que os editais de pleito de

recursos os exigirem. Acompanhamento da

plataforma digital – Mapa de Financiamento para Gestão

de Resíduos Sólidos Urbanos do MMA

Cadastro de aterros próximos

para uma possível recepção

dos resíduos em caso de

impeditivo de disposição no

local atualmente utilizado

P Inexistente.

Realizar o cadastro e a cotação formal de preços de

disposição final junto aos aterros próximos.

Identificação de vias

alternativas para coleta em

caso de obstrução das

usadas atualmente

P

Existem rotas alternativas que são utilizadas caso haja

algum impedimento nas usadas atualmente.

Atualização das rotas alternativas existentes

conforme modificação da malha urbana municipal.

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389

Manutenção preventiva de

frota e equipamentos

utilizados nos serviços de

limpeza e disposição final de

resíduos

P

A empresa terceirizada responsável pela disposição possui manutenção de sua

frota. Para limpeza pública, a prefeitura também realiza manutenção preventiva.

Realizar revisão preventiva nos maquinários e

equipamentos com vistas a evitar interrupções na

prestação de serviço devido a problemas mecânicos.

Avaliar as diretrizes sobre a limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos descritas no

item 6.3.

Existência de veículo reserva

para a coleta dos resíduos

P

Tanto a empresa terceirizada responsável pela coleta dos

RSD quanto a prefeitura, responsável pela coleta dos

RLU, possuem veículo reserva para o município de

Tabuleiro/MG.

Possuir veículos reservas a fim de garantir que a

prestação dos serviços de coleta e disposição final de

resíduos não seja afetada por problemas na frota e

interrupção da circulação de um dos caminhões.

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390

Cadastro de empresas que

prestam serviços de limpeza,

coleta e destinação final de

resíduos como opção de

contratos emergenciais para

suprir a ausência não

prevista de resíduos

P Inexistente.

Levantar cadastro de empresas aptas e

interessadas a prestar este tipo de serviço e realizar

cotações junto as mesmas

Controle de emissão e de

gases percolados na

disposição final

P

Existente. No aterro sanitário onde os resíduos do

município são destinados ocorre a queima dos gases, controlando sua emissão.

Quando houver contratação ou e/ou renovação do

contrato verificar se o aterro está devidamente licenciado

e seguindo as normas técnicas estabelecidas pelo órgão ambiental local bem como atendendo todas as condicionantes. Verificar

tópico 20.

Cadastro de geradores

sujeitos a elaboração dos

planos de gerenciamento de

resíduos sólidos e aqueles

sujeitos a logística reversa

P Inexistente.

Aplicação das iniciativas relacionadas aos resíduos de logística reversa obrigatória (RLRO e estabelecimentos

sujeitos a elaboração do plano de gerenciamento de

resíduos sólidos (PGRS) descritas nos tópicos 5; 9.11

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391

e 9.12. Avaliar fluxograma Figura 17.

Implantação de sistema de

coleta de pilhas e baterias

P

Não há um sistema formalizado, entretanto, a Prefeitura encontra-se em contato com a empresa E-Ambiental Resíduos LTDA para implementação deste.

Aplicação das iniciativas relacionadas aos resíduos de logística reversa obrigatória (RLRO e estabelecimentos

sujeitos a elaboração do plano de gerenciamento de

resíduos sólidos (PGRS) descritas nos itens; 5.2; 9.11

e 9.12. Verificar recomendações sobre PEV’s

para resíduos de logística reversa obrigatória

Implantação de sistema de

coleta e reaproveitamento de

óleo de cozinha

P

Não há um sistema formalizado, entretanto, os munícipes entregam o óleo

de cozinha à empresa Garra Subprodutos.

Realizar conscientização junto à população sobre a

importância do reaproveitamento desses

resíduos, dando continuidade e ampliando tal iniciativa. Verificar a viabilidade de

coleta por parte dos munícipes que realizam a

produção de sabão.

Implantação de sistema de

coleta de lâmpadas

P Inexistente.

Aplicação das iniciativas relacionadas aos resíduos de logística reversa obrigatória (RLRO e estabelecimentos

sujeitos a elaboração do plano de gerenciamento de

resíduos sólidos (PGRS)

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392

descritas nos itens 5.2; 9.11 e 9.12. Verificar

recomendações sobre PEV’s para resíduos de logística

reversa obrigatória

Destinação correta de

Resíduos Eletroeletrônicos

(REE)

P Existente. A empresa E-

Ambiental Resíduos LTDA realiza a coleta destes.

Aplicação das iniciativas relacionadas aos resíduos de logística reversa obrigatória (RLRO e estabelecimentos

sujeitos a elaboração do plano de gerenciamento de

resíduos sólidos (PGRS) descritas nos itens 5.2; 9.11

e 9.12. Verificar recomendações sobre PEV’s

para resíduos de logística reversa obrigatória

Elaboração de projetos de

recuperação das áreas de

“bota-fora”

C Inexistente.

Aplicação das alternativas propostas para o

gerenciamento dos resíduos da construção civil descritas no tópico 15.3. Avaliar tópico

15.4.

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393

Fiscalização das áreas de

transbordo de resíduos

sólidos urbanos

P

A empresa terceirizada responsável pelos RSD fiscaliza suas áreas de

transbordo. Já as áreas de transbordo da prefeitura são fiscalizadas pelos próprios funcionários da mesma.

Quando houver contratação ou e/ou renovação do contrato verificar se a

empresa está seguindo as normas técnicas

estabelecidas por órgãos ambientais

Verificar recomendações no item 6.1.3.

Monitoramento das áreas dos

antigos lixões em processo

de recuperação

P Inexistente.

Não há áreas de antigos lixões. Porém a antiga UTC passou a funcionar como

lixão. A recuperação desta área é proposta no item 15.2.

Elaboração de projeto de

Usina de Triagem e

Compostagem (UTC)

P

Inexistente. O município possui uma UTC desativada em que não há um interesse,

por parte da prefeitura, de voltar a operacionalizá-la, no

momento.

Avaliar item 15.1.

Aquisição de triturador de

resíduos de poda

P Inexistente.

Analisar item 6.3.1. sobre o Gerenciamento pós-

execução dos serviços de limpeza urbana.

Ajuste da taxa de limpeza

urbana

P/C Inexistente. Verificar a possibilidade de

ajuste da taxa conforme necessidade e viabilidade econômica com intuito de

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394

manter o sistema sustentável financeiramente

Destinação correta dos

resíduos sólidos da

construção civil

P

Inexistente. No momento, no município os resíduos da

construção civil não recuperados, são destinados

a um bota fora irregular.

Aplicação do gerenciamento dos resíduos da construção civil descritos nos itens 7.3;

9.6; e 15.3.

Aquisição de triturador para

RCC

P Inexistente.

Aplicação do gerenciamento dos resíduos da construção civil descritos nos itens 7.3;

9.6; e 15.3. Avaliar item 15.3.2.

Reabilitação das áreas de

lixão, UTC desativada e de

bota-fora recuperadas

C Inexistente. Aplicação do que está citado no tópico15 considerando as

medidas saneadoras

Implantação de biodigestores

da UTC

P Inexistente.

Realização de estudo englobando aspectos

técnicos, econômicos e financeiros a respeito da

implantação de biodigestores conforme projeto elaborado

para a UTC.

Fonte: Autores, 2019.

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395

Tabela 85 - Cronograma das principais ações preventivas e corretivas com seus respectivos prazos

Fonte: Autores, 2019.

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396

4.20. Periodicidade da revisão do PMGIRS

De acordo com a Lei Federal nº 12.305 de 2010 o PMGIRS deve ser revisado

periodicamente, de preferência acompanhando o período de vigência do plano

plurianual municipal (PPA). Assim, as ações e os recursos previstos para execução

das mesmas poderão ser aprovados e incluídos no PPA do município.

A Tabela 86 apresenta os anos de abrangência dos planos plurianuais do município

de Tabuleiro/MG e os anos em que o PMGIRS deverá passar por revisão.

Tabela 86 - Periodicidade de revisão do PMGIRS de Tabuleiro/MG

PPA

(Quadriênio) 2022-2025 2026-2029 2030-2033 2034-2037 2038-2041

Revisão do PMGIRS

(Ano) 2025 2029 2033 2037 2041

Fonte: Autores, 2019.

Conforme exposto, o PMGIRS deverá ser revisado a cada 4 anos, juntamente com

a elaboração do PPA do quadriênio seguinte.

4.21. Ações para mitigação das emissões dos gases de efeito estufa

As ações para mitigação das emissões dos gases de efeito estufa são

indispensáveis para a minimização dos impactos no clima. Com isso, os municípios

devem compartilhar com a União os esforços para a efetivação dos compromissos

internacionais anteriormente assumidos. Porém, o município de Tabuleiro

atualmente não realiza ações que visam mitigar as emissões dos gases de efeito

estufa (GEE).

Para diminuir a emissão desses gases, se faz necessário buscar medidas

mitigadoras da coleta e transporte até o tratamento dos resíduos e/ou disposição

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397

final, apresentadas no item 8. do Produto 3 deste plano. Dessa forma, a Tabela 87

sugere algumas medidas a serem tomadas pelo município a fim de alcançar o

exposto.

Tabela 87 - Sugestão para diminuição dos GEE

MEDIDAS SUGERIDAS

Diminuição do transporte mecanizado dos resíduos, visando a redução das emissões,

através do uso de bicicletas adaptáveis para coleta de recicláveis e ecopontos por

exemplo.

Otimização da rota de coleta, tentando diminuir o número de passagens pelo mesmo

local e evitando subir ruas íngremes, de forma a diminuir a utilização de combustível.

Nos trechos íngremes, os funcionários podem subir, recolher os resíduos

manualmente e levá-los até o caminhão

Captação dos gases provenientes da decomposição acelerada dos resíduos úmidos

urbanos e rurais, por meio de biodigestores (prazo de geração de gases estimado em

algumas semanas), caso seja implantado, a longo prazo

Disposição de resíduos da coleta convencional em aterro sanitário exclusivamente

quando já estabilizados por meio da biodigestão, caso sejam implantados os

biodigestores

Maximização dos processos de compostagem, antecedendo-os de biodigestão

sempre que possível

Aproveitamento energético (geração de energia elétrica, vapor, etc.) dos gases

produzidos na biodigestão dos resíduos úmidos urbanos e rurais.

Fonte: Adaptado Produto 3 Tabuleiro (MG), 2019.

A título de conhecimento, é de responsabilidade municipal definir os mecanismos

para promover a mitigação dos efeitos adversos à emissão de GEE, através de

programas e políticas municipais ou ações mitigadoras.

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4.22. Ações para emergência e contingência

Este tópico tratará das ações de emergência e contingência que visam a minimizar

os impactos e situações eventuais que possam interromper o gerenciamento dos

resíduos sólidos no município de Tabuleiro/MG, buscando destacar as estruturas

disponíveis e recomendar as formas de atuação dos prestadores de serviço, tanto

preventivamente como corretivamente, procurando elevar o grau de segurança e

continuidade operacional dos serviços e estruturas.

Neste contexto, entende-se como emergencial, eventualidades perigosas que levam

a situações críticas ou urgentes. Já a contingência é aquilo que pode ou não

suceder, a incerteza e a eventualidade.

Diante do exposto, a Tabela 88 apresenta algumas possíveis ocorrências, suas

origens e ações a serem realizadas frente a eventuais situações imprevistas que

venham a alterar os serviços de limpeza urbana e de manejo de Resíduos Sólidos.

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Tabela 88 - Possíveis ocorrências, suas origens e ações de emergência e contingência para situações imprevistas que venham a alterar os serviços de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos

OCORRÊNCIA ORIGEM AÇÕES CORRETIVAS PARA EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA

Paralisação do serviço de varrição, capina e roçada

Greve dos funcionários/servidores da Prefeitura.

Informar oficialmente a população, através dos meios disponíveis, para que colabore com a manutenção da limpeza na cidade;

Contratar empresa em caráter emergencial para prestação do serviço;

Acionar ou contratar funcionários para efetuarem a limpeza dos pontos mais críticos e centrais da cidade;

Realizar cadastro em 2º plano de pessoas interessadas na prestação deste serviço em casos adversos.

Paralisação dos serviços de coleta convencional e de

resíduos de limpeza urbana

Greve dos funcionários ou geral da empresa responsável pela execução do serviço (em caso de serviço delegado);

Quebra ou cessação de contratos celebrados com empresa privada;

Greve dos funcionários/servidores da Prefeitura (em caso de prestação direta).

Informar oficialmente a população para que, ciente, colabore;

Contratar empresa especializada em caráter emergencial;

Acionar equipamentos e funcionários da Prefeitura Municipal, caso necessário, para a prestação do serviço até início da execução da empresa contratada em caráter emergencial, garantindo a prestação mínima de serviços essenciais;

Negociação com os funcionários paralisados e/ou com a empresa que interrompeu a prestação dos serviços;

Aplicar penalidades previstas em contrato, como multa por dia de paralisação e/ou por quebra de contrato, por exemplo;

Realizar cadastro em 2º plano de pessoas interessadas na prestação deste serviço em casos adversos.

Avaria ou falha mecânica nos veículos coletores

Em caso de serviço delegado, solicitar à empresa responsável para que tome as medidas cabíveis imediatamente;

Substituir o veículo efetivo danificado pelo veículo reserva;

Providenciar reparo imediato do veículo.

Inoperância dos locais de Entrega Voluntária (LEVs).

Avaria ou falha mecânica nos veículos coletores

Em caso de serviço delegado, solicitar à empresa responsável para que tome as medidas cabíveis imediatamente;

Substituir os veículos danificados pelos veículos reserva;

Providenciar reparo imediato dos veículos.

Avaria ou falha nos dispositivos (estrutura ou equipamento de acondicionamento);

Mau uso dos LEVs pela população – vandalismo.

Providenciar imediatamente o reparo do dispositivo;

Informar a população da inoperância do LEV em questão, indicando o LEV mais próximo;

Comunicação a polícia;

Inserção de avisos para que não haja degradação dos dispositivos;

Reforçar a importância das corretas práticas de manejo dos LEVs;

Dispor de equipe para limpeza dos LEVs.

Falta de mercado para comercializar o material reciclável

Buscar novos compradores de material;

Contatar novas unidades de reciclagem;

Acondicionar os resíduos de forma adequada até que a situação se normalize;

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400

Procurar melhorar a qualidade dos materiais reciclados a serem comercializados, aumentando a procura.

Paralisação da coleta seletiva (porta a porta ou em LEVs)

Greve dos funcionários ou geral da empresa responsável pela execução do serviço (em caso de serviço delegado);

Quebra ou cessação de contratos celebrados com empresa privada;

Greve dos funcionários/servidores da Prefeitura (em caso de prestação direta).

Informar oficialmente a população para que fique ciente e colabore, evitando disponibilizar os recicláveis para coleta até que se normalize a situação;

Celebrar contrato emergencial com empresa especializada para a coleta destes resíduos;

Realizar força tarefa em parceria com a cooperativa para viabilizar a coleta dos materiais recicláveis, evitando assim deixar a mesma sem materiais para segregar, comercializar;

Acionar equipamentos e funcionários da Prefeitura Municipal, caso necessário, para a prestação do serviço até início da execução da empresa contratada em caráter emergencial, garantindo a prestação mínima de serviços essenciais;

Negociação com os funcionários paralisados e/ou com a empresa que interrompeu a prestação dos serviços;

Aplicar penalidades previstas em contrato, como multa por dia de paralisação e/ou por quebra de contrato, por exemplo.

Avaria ou falha mecânica no veículo

coletor.

Em caso de serviço delegado, solicitar à empresa responsável para que tome as medidas cabíveis imediatamente;

Substituir o veículo efetivo danificado pelo veículo reserva;

Providenciar reparo imediato do veículo.

Paralisação da coleta de Resíduos de Serviço de Saúde

(RSS)

Greve dos funcionários ou geral da empresa responsável pela execução do serviço (em caso de serviço delegado);

Quebra ou cessação de contratos celebrados com empresa privada.

Contratar empresa especializada em caráter emergencial;

Manter os resíduos acondicionados de forma adequada até que a situação normalize;

Negociação com os funcionários paralisados e/ou com a empresa que interrompeu a prestação dos serviços;

Aplicar penalidades previstas em contrato, como multa por dia de paralisação e/ou por quebra de contrato, por exemplo;

Providenciar aumento da capacidade de armazenamento dos resíduos caso os serviços não se normalizem rapidamente.

Avaria ou falha mecânica nos veículos coletores.

Solicitar à empresa prestadora do serviço que substitua o veículo avariado por veículo reserva;

Exigir agilidade no reparo de veículos e/ou equipamentos avariados.

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Inoperância da Unidade de Triagem e Compostagem (UTC)

de Resíduos Sólidos

Escassez de equipamentos. Buscar recursos para adquirir equipamentos necessários.

Avaria ou falha em equipamentos da UTC. Providenciar imediatamente o reparo do equipamento avariado;

Avaria em veículos de apoio da UTC. Substituir o veículo danificado por veículo reserva;

Solicitar o reparo do veículo.

Falta de mercado para comercialização do material reciclável.

Buscar novos compradores de material;

Contatar novas unidades de reciclagem;

Acondicionar os resíduos de forma adequada até que a situação se normalize;

Procurar melhorar a qualidade dos materiais reciclados a serem comercializados, aumentando a procura.

Paralisação total da Unidade de Triagem e Compostagem (UTC)

de Resíduos Sólidos

Greve dos colaboradores, cooperativados, associados e/ou funcionários;

Quebra ou cessação de contratos celebrados com empresa privada;

Greve do prestador de serviço que transporta os rejeitos da unidade.

Viabilizar local capaz de armazenar os resíduos recicláveis coletados até que a situação (greve) seja resolvida.

Posteriormente aumentar a capacidade de operação da UTC;

Esgotada a capacidade de armazenamento, destinar os resíduos sólidos diretamente ao aterro sanitário;

Contratar empresa especializada em caráter emergencial.

Negociação com os funcionários paralisados e/ou com a empresa que interrompeu a prestação dos serviços;

Aplicar penalidades previstas em contrato, como multa por dia de paralisação e/ou por quebra de contrato, exemplo.

Falta de mercado para comercialização do material reciclável.

Buscar novos compradores de material;

Contatar novas unidades de reciclagem;

Acondicionar os resíduos de forma adequada até que a situação se normalize;

Procurar melhorar a qualidade dos materiais reciclados a serem comercializados, aumentando a procura.

Explosão e/ou incêndio na UTC Acionar os bombeiros e evacuar área da UTC cumprindo os

procedimentos internos de segurança;

Inoperância da rede de Ecopontos.

Avaria ou falha em equipamentos dos Ecopontos;

Avaria em veículo de apoio dos Ecopontos;

Mau uso dos Ecopontos por parte da população.

Providenciar imediatamente o reparo do equipamento avariado;

Substituir o veículo danificado por veículo reserva;

Solicitar o reparo do veículo;

Inserção de avisos para que não haja degradação dos dispositivos;

Reforçar a importância das corretas práticas de manejo dos Ecopontos;

Dispor de equipe para limpeza dos Ecopontos;

Cientificar e notificar a população para que colabore, evitando o uso da estrutura nos períodos de inoperância, orientando para que

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o acondicionamento dos materiais seja realizado nas residências até que a situação normalize.

Paralisação parcial da Área Integrada de Recebimento,

Triagem e Transbordo (AIRTT) de RCC

Acúmulo de RCC, inviabilizando a recepção de resíduos.

Aumentar a capacidade de armazenamento e operação até que a situação se normalize.

Avaria ou falha mecânica nos veículos operacionais e equipamentos.

Substituição dos veículos danificados por veículo reserva;

Solicitar reparo dos veículos e/ou equipamentos.

Paralisação total da Área Integrada de Recebimento,

Triagem e Transbordo (AIRTT) de RCC

Greve geral dos funcionários;

Quebra ou cessação de contratos celebrados com empresa privada;

Interdição ou embargo por algum órgão fiscalizador;

Esgotamento da área de disposição;

Encerramento do aterro em operação sem a implementação de novo local para disposição final.

Informar oficialmente a população para que ciente, colabore até a situação se normalizar;

Negociação com os funcionários paralisados e/ou com a empresa que interrompeu a prestação dos serviços;

Contratar em caráter emergencial nova empresa para a destinação dos resíduos;

Contatar ATT e/ou aterro de inertes mais próximos a fim de firmar contrato para destinação dos resíduos sólidos em caráter emergencial.

Paralisação parcial da operação do aterro sanitário

Ruptura de taludes, vazamento de percolados.

Providenciar os reparos imediatos no aterro;

Promover a contenção e remoção dos resíduos e encaminhamento a estação de tratamento de esgoto mais próxima;

Realizar campanha adicional de monitoramento ambiental

Avaria ou falha mecânica nos veículos operacionais e equipamentos; Obstrução das vias de acesso ao aterro sanitário.

Substituição dos veículos danificados por veículo reserva;

Solicitar agilidade no reparo dos veículos e/ou equipamentos;

Utilizar de rota alternativa para acessar o aterro sanitário.

Paralisação total da operação do aterro sanitário

Greve geral dos funcionários;

Quebra ou cessação de contratos celebrados com empresa privada;

Interdição ou embargo por algum órgão fiscalizador;

Esgotamento da área de disposição;

Explosão, incêndio, vazamentos tóxicos no aterro;

Encerramento do aterro em operação sem a implementação de novo local para disposição final.

Informar oficialmente a população para que ciente, colabore até a situação se normalizar, visto que possivelmente não poderão proceder a coleta dos resíduos;

Negociação com os funcionários paralisados e/ou com a empresa que interrompeu a prestação dos serviços;

Contratar em caráter emergencial empresa que possua estrutura adequada e licenciada para a disposição final dos resíduos;

Contatar aterros privados mais próximos a fim de firmar contrato para destinação dos resíduos sólidos em caráter emergencial;

Acionar os bombeiros e evacuar área do aterro sanitário cumprindo os procedimentos internos de segurança.

Fonte: Autores, adaptado do PMGIRS de Pinheiral, 2017 e PMGIRS de Astolfo Dutra, 2010.

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403

4.23. Levantamento e análise da legislação

O Produto 1 deste PMGIRS tratou especificamente sobre esse assunto,

apresentando um levantamento e a análise da legislação federal, estadual e sua

integração com a legislação municipal e decretos regulamentadores na área de

resíduos sólidos, educação ambiental e saneamento básico. No tópico 10 do

Produto 3 deste plano já foi elaborado resumo sobre o seu Produto 1.

Embora detalhado no Produto 1, e apresentado de forma resumida no Produto 3,

ambos pertencentes a este PMGIRS, dentre os dispositivos próprios que tratam

direta ou indiretamente sobre a preservação do meio ambiente e a gestão dos

resíduos sólidos, são apresentados abaixo três instrumentos que Tabuleiro possui,

sendo estes:

Lei nº 386/2004: Institui a Lei Orgânica do Município de Tabuleiro/MG.

Lei nº 590/2012: Institui o Código de Posturas Municipal

Decreto nº 036/2015: Discreta sobre a Política Municipal de Saneamento

Básico e o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) do Município de

Tabuleiro/MG

Novamente, é importante destacar a estima em definir os pequenos e grandes

geradores de resíduos, bem como suas respectivas responsabilidades, através de

lei ou decreto, para que seja possível a consolidação das várias ações estabelecidas

ao longo deste plano.

4.24. Estratégia de mobilização e participação social

Foi elaborado para este PMGIRS um plano de Mobilização Social, para ser utilizado

como ferramenta de comunicação, garantindo o caráter participativo e informativo

do processo de elaboração do mesmo, além de intensificar o relacionamento da

Prefeitura do município de Tabuleiro/MG com a comunidade local. O resumo sobre

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404

as principais estratégias de Mobilização e Participação Social deste plano,

encontrada tópico 3.11.

Dando continuidade às ações de mobilização e participação social propostas para o

presente PMGIRS, divulgou-se, no último encontro de mobilização do Produto 3 –

Diagnóstico Municipal Participativo, a continuidade das atividades desenvolvidas, na

oficina subsequente sobre o Produto 4 – Prognóstico do município. Posteriormente,

o convite formalizado (Figura 102) se estendeu pela comunicação, via internet,

telefone e outras mídias, considerando a participação dos munícipes e pessoas

interessadas, na construção do planejamento proposto.

Figura 102 – Esboço do convite para oficina do Produto 4 – Prognóstico de Tabuleiro/MG

Fonte: Autores, 2019.

Desta forma, no dia 23 de setembro de 2019, a oficina foi realizada, a partir da

apresentação das metas, programas e ações propostos para o Prognóstico de

Tabuleiro/MG, expondo inicialmente um resumo do Diagnóstico Municipal, aos

presentes no encontro. A apresentação ocorreu de forma lúdica e dinâmica, a fim

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405

de envolver os setores da sociedade civil presente (Figura 103). Ao final da mesma,

foi aberto um espaço para discussão das ações propostas, bem como, foram

distribuídos canhotos para o preenchimento de dúvidas e sugestões ligadas a

temática do manejo dos resíduos sólidos no município de Tabuleiro/MG, gerando

percepção e debate, por parte da população envolvida, quanto ao mesmo.

Figura 103 - Realização da Mobilização Social em Tabuleiro/MG

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406

Fonte: Autores, 2019.

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407

Considerando que a eficácia do PMGIRS deverá alcançar mudanças de hábitos e

comportamentos da sociedade como um todo, o diálogo contínuo, terá papel

estratégico para alcançar os objetivos propostos. Portanto, pontua-se a importância

da continuidade de ações de comunicação e mobilização com os munícipes,

despertando seu interesse em relação ao PMGIRS, através de ações que

demonstrem sua relevância e importância, incentivando a população a se posicionar

de maneira participativa para o sucesso do mesmo.

4.25. Comunicação socioambiental

Importante salientar que o presente plano não representa fluxo informativo de

apenas uma mão, conferindo participação social qualitativa durante o processo.

Dessa forma, torna-se possível acolher e interpretar as demandas da sociedade,

convertendo-as, dentro das possibilidades, em decisões e ações municipais que

beneficiem a população. Foi abordado, através do tópico 3.12 deste PMGIRS, os

meios de comunicação que a Prefeitura do município de Tabuleiro possui para

interlocução permanente com a população, bem como realizar a divulgação deste

PMGIRS.

O site dispõe de aba para o programa Portal da Transparência, Notícias, Ouvidoria,

Serviço de Informação ao Cidadão (e-SIC), notas sobre processos licitatórios,

Legislação Municipal, Concursos, Nota Fiscal Eletrônica, Câmara Municipal de

Tabuleiro, história do município, aspectos gerais, economia, religião e cultura, dentre

outros.

Além disso, o site também conta com uma aba para divulgação do PMGIRS, com

campo exclusivo para divulgação quanto ao andamento e elaboração do plano, bem

como divulgação dos produtos já concluídos do PMGIRS (Figura 104). As

divulgações das oficinas a serem realizadas, e àquelas já feitas, também contam

com publicações no referido site, por exemplo.

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408

Figura 104 - Página eletrônica do município de Tabuleiro/MG e divulgação do PMGIRS

Fonte: http://tabuleiro.mg.gov.br/oficial/index.php?link=pmgris, 2019.

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