traçado de uma bacia hidrográfica -...

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2007/2008 1/7 DABP@2007 Traçado de uma bacia hidrográfica Bacia Hidrográfica "A bacia hidrográfica é uma área definida topograficamente, drenada por um curso de água ou por um sistema interligado de cursos de água tal que todos os caudais efluentes sejam descarregados através de uma única saída (secção de referência da bacia). O contorno da bacia é definido pela linha de separação de águas que divide as precipitações que caem na bacia das que caiem em bacias vizinhas, e que encaminham o escoamento superficial resultante para um ou outro sistema fluvial. A linha de separação das águas segue pelas linhas de cumeada em torno da bacia, atravessando o curso de água somente na secção de referência. Passa pelos pontos de máxima cota entre as bacias, o que não impede que no interior de uma bacia existam picos isolados com cotas superiores." [1] Tergo As encostas convexas formam um tergo ou dorso; a sua aresta denomina-se linha de separação de águas, de festo ou cumeeira. As águas pluviais, caindo sobre o tergo, separam-se para um e outro lado, correndo sobre as faces laterais (vertentes ou encostas) e seguindo as linhas de maiores declives. Vale Um vale é a figura do terreno formada pelas encostas côncavas. À sua aresta dá-se o nome de talvegue, linha de córrego ou linha de reunião de águas. As águas pluviais que caem nas faces laterais de um vale correm para o talvegue, onde se reúnem, formando uma linha de água ou curso de água. Figura 1 – Bacia hidrográfica Figura 2 - Tergo Figura 3 - Vale

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2007/2008 1/7 DABP@2007

Traçado de uma bacia hidrográfica

Bacia Hidrográfica

"A bacia hidrográfica é uma área definida topograficamente, drenada por um curso de água ou por um sistema

interligado de cursos de água tal que todos os caudais efluentes sejam descarregados através de uma única

saída (secção de referência da bacia).

O contorno da bacia é definido pela linha de separação de águas que divide as precipitações que caem na bacia

das que caiem em bacias vizinhas, e que encaminham o escoamento superficial resultante para um ou outro

sistema fluvial. A linha de separação das águas segue pelas linhas de cumeada em torno da bacia, atravessando

o curso de água somente na secção de referência. Passa pelos pontos de máxima cota entre as bacias, o que

não impede que no interior de uma bacia existam picos isolados com cotas superiores." [1]

Tergo

As encostas convexas formam um tergo ou dorso; a sua aresta denomina-se

linha de separação de águas, de festo ou cumeeira. As águas pluviais, caindo sobre

o tergo, separam-se para um e outro lado, correndo sobre as faces laterais

(vertentes ou encostas) e seguindo as linhas de maiores declives.

Vale

Um vale é a figura do terreno formada pelas encostas côncavas. À sua aresta dá-se

o nome de talvegue, linha de córrego ou linha de reunião de águas.

As águas pluviais que caem nas faces laterais de um vale correm para o talvegue,

onde se reúnem, formando uma linha de água ou curso de água.

Figura 1 – Bacia hidrográfica

Figura 2 - Tergo

Figura 3 - Vale

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Traçado de uma bacia hidrográfica Topografia Sebenta prática

DABP@2007 2/7 2007/2008

Traçado de uma bacia hidrográfica

Para o traçado de uma bacia hidrográfica é necessário ter em mente os conceitos anteriormente indicados (bacia hidrográfica, tergo e vale), e são

efectuados os seguintes passos:

� localização da secção de referência da bacia hidrográfica (ver figura 4 a) );

� desenho de todas as linhas de água que se encontram a montante da secção de referência (ver figura 4 b) );

� traçado da linha de cumeeira tendo em mente as seguintes considerações:

� a linha de cumeeira apenas intercepta a linha de água na secção de referência;

� a linha de cumeeira nunca corta as linha de água das bacias vizinhas;

� a linha de cumeeira passa pelos pontos de cota mais elevada entre a bacia e as bacias vizinhas;

� o trajecto da linha de cumeeira é definido pela forma das curvas de nível;

� localiza-se os pontos de cota mais elevada entre a bacia e as bacias vizinhas, visto que a linha de cumeeira vai passar por esses pontos (ver

figura 4 c) );

� entre dois pontos consecutivos de cota mais elevada, e face à forma das curvas de nível é traçada a linha de cumeeira (ver figura 4 d) );

� após a delimitação da área é obtido a bacia hidrográfica (ver figura 4 e) e f) ).

Na figura 4 a) a f) está apresentada uma sequência para o traçado de uma bacia hidrográfica, tal com indicado anteriormente.

Na figura 5 (de a) a f)) e na figura 6 (de a) a g)) é apresentado o traçado da linha de cumeeira num pequeno troço pertencente a uma bacia hidrográfica.

Essas figuras apenas pretendem mostrar alguns cuidados a ter no traçado das linhas de cumeeira.

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Sebenta prática Topografia Traçado de uma bacia hidrográfica

2007/2008 3/7 DABP@2007

a) b) c)

d) e) f)

Figura 4 – Sequência do traçado de uma bacia hidrográfica

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Traçado de uma bacia hidrográfica Topografia Sebenta prática

DABP@2007 4/7 2007/2008

a) b)

c) d)

(continua na próxima página)

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Sebenta prática Topografia Traçado de uma bacia hidrográfica

2007/2008 5/7 DABP@2007

e) f)

Figura 5 – Exemplo (1) do traçado de um troço de uma bacia hidrográfica

a) b) c)

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Traçado de uma bacia hidrográfica Topografia Sebenta prática

DABP@2007 6/7 2007/2008

d) e)

f) g)

Figura 6 - Exemplo (2) do traçado de um troço de uma bacia hidrográfica

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Sebenta prática Topografia Traçado de uma bacia hidrográfica

2007/2008 7/7 DABP@2007

Bibliografia

[1] Lencastre, A.; Franco, F. M.(Abril de 1992);"Lições de hidrologia"; Universidade Nova de Lisboa.