igreja viva 9 abril

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QUINTA-FEIRA • 9 DE ABRIL DE 2015 Diário do Minho Este suplemento faz parte da edição n.º 30638 de 9 de Abril de 2015, do jornal Diário do Minho, não podendo ser vendido separadamente. “O fado é a minha respiração, aquilo que me move, a tradução da minha vida” Carminho p. 4-5 leo aversa

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Igreja Viva 9 Abril

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  • QUINTA-FEIRA 9 DE ABRIL DE 2015

    Dirio do MinhoEste suplemento faz parte da edio n. 30638 de 9 de Abril de 2015, do jornal Dirio do Minho, no podendo ser vendido separadamente.

    O fado a minha respirao, aquilo que me move, a traduo da minha vida

    Carminhop. 4-5

    leo a

    vers

    a

  • 2 IGREJA INTERNACIONAL IGREJA VIVA

    IGREJA UNIVERSAL

    A aula era sobre os meios de comunicao de inspirao catlica. Um dos alunos acabava de apresentar uma rdio catlica do gnero devocional e terminava dizendo que esta lutava pela sobrevivncia. Por princpio fundacional, a rdio vivia exclusivamente de donativos excluindo qualquer tipo de publicidade. Um sacerdote nigeriano, impressionado com tamanho cheque em branco divina providncia, no resistiu e exclamou: Isto no vai s com Av--Marias!.A expresso assenta com uma luva quando se trata de analisar do ponto de vista comunicacional, e to-s nesta perspectiva, os casos de Canelas e o

    da igreja das Caxinas, alvo de ateno dos mdia nestas ltimas semanas. Os factos so pblicos, dispenso-me das snteses.No caso de Canelas, o porta-voz do autodenominado grupo Uma comunidade reage, deu-se ao luxo de construir a narrativa que bem quis, sem qualquer espcie de contraditrio. Tranquilo, bem-falante, de argumentrio claro e persuasivo, formulou publicamente questes sem que ningum, at hoje, desse publicamente, de viva voz e de olhos nas cmaras, respostas. A destempo, com os acontecimentos a dominarem as agendas mediticas, surgiu um comunicado e memorando dirigido a um pblico que v televiso mas no perde tempo com comunicados e no faz a plida ideia do que um memorando. Esta semana, no sei se repararam, novo porta-voz. Um senhor maduro, engravatado, as mesmas questes de sempre, soundbites bem estudados para o directo, qual profissional diante das cmaras. Os porta-vozes da assim chamada Uma comunidade reage pensam e dirigem estrategicamente a comunicao. O movimento est condenado ao fracasso, mas deixar um rasto de destruio e diviso na parquia que demorar muito a esquecer .Nas Caxinas, um jornalista lidera e d

    voz a um movimento popular contra a construo de um prdio junto igreja. Pela primeira vez em 40 anos de democracia, a Assembleia Municipal de Vila do Conde reuniu-se, de forma extraordinria, a pedido de cidados, para discutir uma recomendao que eles apresentaram. O ex-presidente

    da edilidade viu-se obrigado a reconhecer publicamente, atravs de um panfleto, os erros cometidos sob a sua administrao. Colocou o actual executivo a negociar com o promotor da obra e sob presso. Criaram um grupo no facebook para manterem viva a causa e discutirem aces. So notcia nacional. Lembram s autoridades locais que o direito pode provocar a maior das injustias. E conseguiram o feito invejvel de meterem os deputados

    isto no vai s com av-marias!vila-condenses a dizerem je suis caxineiro. Bem mais pacfico que o je suis Charlie, convenhamos. Vero as suas pretenses satisfeitas? No sabemos. Mas se o actual executivo vila-condense no escutar o povo erro frequente na comunicao poltica pode ser o fim do bastio socialista.

    No contexto da sociedade hodierna poucas foras sociais so mais fortes do que a prtica das relaes pblicas quando combinadas com as redes sociais. Da direco estratgica da comunicao derivam consequncias importantes para a vida de qualquer organizao/instituio: a sua imagem pblica, a reputao, o prestgio social. Seria bom perceber

    que furtar-se a comunicar o pior modo de comunicar. Permanecer em silncio pode ser entendido como um desprezvel gesto de arrogncia. Seria desejvel que a Igreja tomasse conscincia de que comunicar ou no comunicar no uma opo. Comunicar to necessrio e normal, to vital, quanto respirar. Todas as organizaes e instituies comunicam quer queiram ou no. A questo como comunicar bem. E isto no vai s com Av-Marias.

    Paulo Terrosopadre

    IGREJA UNIVERSAL

    Blade Runner (em Portugal, Blade Runner: Perigo Iminente), lanado em 1982, um filme muito prprio: com uma histria de produo incrivelmente atribulada e uma recepo medocre aquando do seu lanamento, torna-se impressionante ver o quo popular e marcante se tornou com o tempo. As novas verses do filme de Ridley Scott (o Directors Cut em 1993 e o Final Cut em 2007) sem dvida que ajudaram bastante a que este filme recebesse o reconhecimento merecido.

    frequente que algum que olhe de soslaio para Blade Runner julgue que est perante um filme de aco. E no estaria completamente enganado, j que o filme contm sem dvida muitos elementos do gnero: Harrison Ford Rick Deckard, um polcia responsvel por caar um grupo de replicantes (humanos artificiais) que

    entraram ilegalmente na Terra. Mas esta sinopse s toca na superfcie do filme muito ao de leve. Adaptado de um livro de Phillip K. Dick (Do Androids Dream of Electric Sheep?, verso portuguesa traduzida com o ttulo do filme), um dos mestres da fico cientfica, Blade Runner faz-nos aquela velha pergunta: o que ser

    humano? Os antagonistas do filme, em particular, obrigam-nos a question-lo bastantes vezes existe uma inocncia inesperada na sua brutalidade, um desejo de viver e de liberdade que

    o grande motor das suas aces. medida que o filme avana, torna-se impossvel duvidarmos de se realmente sero aqueles os verdadeiros viles da histria, ou apenas vtimas das circunstncias inevitveis da sua mera existncia. A performance de Rutger Hauer como Roy Batty, o lder dos replicantes, particularmente eficaz a

    passar esta mensagem: nos momentos finais do filme, o actor consegue fazer-nos olhar para aquela personagem aterrorizante a uma nova luz e ver todos os seus pecados como actos quase justos, cometidos por algum que foi condenado nascena a uma vida lastimvel sem qualquer culpa ou escolha.

    Apesar dos seus 33 anos de idade, o filme ainda hoje deslumbrante. Scott apresenta-nos uma Los

    Angeles completamente devorada pela tecnologia e pela poluio, uma cidade que parece estar constantemente sob a escurido nocturna. Carregada de influncias multi-culturais e com

    O que ser humano?publicidade a cada esquina, a cidade em si quase que nos conta a histria de uma globalizao capitalista completamente descontrolada, que devorou tudo no seu caminho e deixou para trs as cascas. Vemos algumas maravilhas tecnolgicas, como carros voadores, mas o smog e as chamas projectadas para os cus por alguns edifcios que nos chamam a ateno: no estamos a ver um futuro rosado, mas sim uma distopia corporativa na qual apenas os mais fracos e pobres ficaram, enquanto outros partiram em busca de uma vida melhor. Torna-se estranho apreciar a beleza daquela cidade delapidada e admirar a sede da Corporao Tyrell, duas pirmides colossais que dominam a paisagem daquela LA de 2019. Este sentimento dual que nos bate, proveniente de ver as maravilhas do futuro e a sua decadncia com o tempo ajuda a estabelecer o tom do filme e so, talvez, uma referncia aos filmes noir que tendiam a misturar os males da sociedade com o mundo do homem comum. E, mais importante, a mostrar como estes o podem devorar.

    francisco leiteestudante de cincias da comunicao

    CINEMA

  • IGREJA VIVA 3

    portuguesa baptizada na baslica de s. pedro

    Helena Lobato, a pintora portuguesa que pensava que no tinha f, foi este sbado baptizada pelo Papa Francisco. Durante a viglia pascal, na Baslica de So Pedro, Helena foi uma das 10 pessoas que recebeu os sacramentos de iniciao crist. Os outros nove catecmenos que foram baptizados pelo Papa vieram de Itlia, Albnia, Qunia e Camboja.A pintora portuguesa descreveu o momento como gratificante a todos os nveis. Helena aproveitou ainda a ocasio para renovar os votos matrimoniais.

    papa ofereceu dinheiro e mensagem a 300 sem-abrigo

    O Papa Francisco doou dinheiro e uma mensagem pascal a vrias centenas de sem-abrigo de Roma. O presente foi entregue pelo esmoler pontifcio na noite de sexta-feira Santa, pelo segundo ano consecutivo. O arcebispo polaco D. Konrad Krajewski foi s principais estaes de caminho de ferro, albergues e dormitrios onde pernoitam vrios pobres para entregar as ofertas do Papa. Os cerca de 300 homens e mulheres receberam envelopes com os votos de Pscoa, a imagem do Papa e um donativo em dinheiro.

    INSTANTES DA SEMANA SANTAFOTOGRAFIAS: ANA PINHEIRO

  • 4 ENTREVISTA IGREJA VIVA

    Texto: DACS fotos: leo aversa

    Terminou a faculdade, concluiu o curso de Marketing e Publicidade e resolveu dar a volta ao mundo durante um ano. Porqu fazer essa viagem?

    Ao terminar o meu curso senti um vazio imenso, uma falta de caminho que me fez pensar que talvez precisasse de me conhecer melhor a mim prpria. Precisava de partir numa busca de vocao porque aquela no era, definitivamente, a minha. De repente surgiu a ideia de fazer esta viagem. Eu j tinha feito voluntariado durante a minha faculdade na Universidade Lusada. A descobri que o voluntariado pode trazer-nos muitas respostas sobre ns prprios. Pode trazer-nos um desapego muito grande, porque estamos a dar sem receber nada em troca. Ao mesmo tempo recebemos dos outros um espelho e uma resposta sobre ns. Eles so o nosso espelho. Descobrimos limites que no conhecamos porque descobrimos tambm limitaes que

    tem o peso e a importncia de termos de criar solues constantemente por ns. Somos ns que temos de provar a ns prprios que conseguimos solucionar os vrios desafios que a vida nos vai trazendo, passo a passo, dia a dia, minuto a minuto. Depois conhecemos muitas pessoas. Temos de nos apresentar e dizer quem somos. Todos os dias nos perguntam quem somos e todos os dias temos que pensar quem que somos e o que que vamos responder a essas pessoas. Isso bom. bom porque nos faz descobrir a ns prprios e saber mais pormenorizadamente quem somos a cada passo.

    V-se a fazer mais alguma coisa alm de cantar?

    Com todas essas descobertas percebi que talvez fosse a cantar que eu seria mais feliz no mundo e que faria mais felizes os outros minha volta. Eu acho que isso que se diz como vocao e quando se descobre

    no sabamos que podamos ter. Mas o voluntariado tambm nos ajuda a super-las.

    Passou a ver o mundo de forma diferente?

    Passamos a relativizar e colocar a nossa pirmide de prioridades num lugar mais realstico e mais seguro numa busca de felicidade sincera. O que que traz de facto a felicidade? Olhar para pessoas que vm de condies e de origens diferentes das minhas e de pontos de partida muito distantes e conseguem, muitas delas, ser mais felizes, descobrirem na simplicidade uma vida tranquila... Com paz, com entreajuda O que que move o mundo, o que que vai movendo o mundo? O que que a origem da felicidade do ser humano? Muitas vezes a resposta est muito longe daquilo que ns pensamos ser a felicidade. As descobertas desta viagem so infinitas e continuam a acontecer.

    Foi uma viagem muito forte e muito fortificante, onde conheci muito acerca de mim, mas tambm acerca do mundo, acerca da diferena entre os seres humanos. Percebi as diferenas e o respeito que se deve ter por essas mesmas diferenas. Descobri tambm a busca incessante que deve haver por parte de uma pessoa pela sua vocao e por aquilo que a faz feliz, mesmo que o caminho dos outros seja outro e nos parea a ns mais brilhante e mais extraordinrio. nas nossas capacidades e nas nossas limitaes que temos de descobrir onde est o nosso ponto forte e a nossa vocao para nos dedicarmos a ela com todo o corao e fora, para sermos o melhor que pudermos ser neste mundo.

    Porqu viajar sozinha?

    Viajar sozinha no foi bem sozinha, foi com uma prima. Por vezes separmo-nos e fomos ao encontro de objectivos diferentes. Depois juntmo-nos... Mas viajar sozinho

    CARMO para a famlia, CARMINHO PARA O FADO

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  • 5ENTREVISTAIGREJA VIVADirio do Minho QUINTA-FEIRA, 09 de ABRIL de 2015

    quando comecei a falar portugus. Portanto, so duas lnguas-mes na minha vida, preponderantes e transversais. Mesmo que eu no o faa profissionalmente, estar sempre comigo, no tenho uma resposta para o porqu de cantar fado tradicional, a minha vocao.

    Qual a diferena entre cantar fado em Portugal e cantar fado no estrangeiro?

    Eu canto mais vezes para as pessoas que no percebem portugus e no percebem aquilo que eu digo. Isso traz-nos energias diferentes, o pblico e a sua energia que alteram um concerto , fazem com que o resultado final seja sempre nico, porque nos do uma energia que nos faz sempre retribuir com algo novo. E cantar para as pessoas que se emocionam com as melodias, com a guitarra portuguesa, com a inteno da interpretao, mesmo que no entendam aquilo que se est a dizer, fabuloso e de uma intensidade que se deve ao fado, que tem este poder e por isso que quer ser ouvido no mundo inteiro. Todo o mundo quer ouvir o fado e isso uma experincia a que tenho assistido com grande orgulho e grande responsabilidade.

    J cantou com grandes vozes como Mariza Monte, Chico Buarque ou Pablo Alborn. O que retira dessas experincias?

    A experincia de cantar com esses artistas de facto nica, aquela que faz com que o artista cresa tambm, que ganhe horizontes, que se reveja e que se renove, e portanto essas experincias de partilha so fundamentais para um artista crescer. No meu caso acresce a isso o facto de muitos deles serem grandes dolos e referncias de h muito tempo para mim... isso no tem preo! um privilgio nico que tenho s a agradecer e s a desejar que continue e que no se percam relaes que no so s musicais e artsticas, chegam a ser pessoais porque todas elas aconteceram de uma forma muito natural, de uma forma muito espontnea e fruto de uma empatia e de um entendimento artstico iniciais. Sem isso, para mim no fazem sentido duetos ou encontros musicais. sempre necessrio que haja a cumplicidade artstica antes mesmo de se decidir fazer qualquer coisa. Foram momentos nicos que continuam a dar frutos na minha carreira, no s publicamente mas interiormente como pessoa. um privilgio nico, todos eles so diferentes, tm as suas caractersticas, e neste caso, no Canto, tive oportunidade de os convidar a visitar a minha linguagem e isso orgulha-me e enche-me de alegria.

    Numa entrevista disse que a f um tesouro que no se esgota. Pode explicar essa afirmao?

    A f um tesouro que no se esgota. termos connosco uma certeza. Uma certeza que nos guia, que nos consola e que nos d sempre fora para enfrentar as contrariedades da vida. para saber viver ainda melhor as alegrias e aproveit-las. H uma certeza que permanece sempre e quando ela posta ao servio dos outros e partilhada com os outros, ento s pode crescer. O bem promove e alimenta o bem. Quanto mais bem se procura fazer e dar aos outros, mais se recebe. Esse tesouro tambm inesgotvel devido ao bem que os outros sentem por nossa causa.

    O facto de ser catlica influencia a sua msica?

    A minha f algo transversal ao que eu fao, s minhas escolhas. Veio antes e estar depois. Antes de eu ser fadista, cantora, intrprete, antes de eu ser esta pessoa, j tinha a minha f. Depois a personalidade vai-se criando, vamos optando, vamos fazendo escolhas e afunilando o nosso caminho. No meu caso est sempre presente naquilo em que eu acredito. Provavelmente estar presente na escolha dos meus poemas e naquilo que quero dizer s pessoas na msica que fao.

    A Madre Teresa de Calcut uma referncia para si. Foi por isso que resolveu participar numa experincia de voluntariado em Calcut?

    Resolvi ir realmente Ordem de Madre Teresa de Calcut, em Calcut, movida por uma vontade de viajar e de me conhecer e de uma procura grande, mas tambm por conhecer bem a histria da Madre Teresa, contada pela minha av. Tive o gosto e a curiosidade de conhecer mais de perto essa obra grandiosa que entretanto se espalhou pelo mundo inteiro e que d frutos mesmo depois da sua morte. O motivo e o sentido so muito fortes, foi uma experincia nica na minha vida que me mudou para sempre. Poderia ter sido em Portugal, mas no meu caso e na altura fez sentido sair e ir at onde seriam as minhas referncias, o limite contrrio, oposto... E uma experincia

    na ndia muito impactante. E a pobreza de l tambm.

    Como foi ajudar os pobres dos mais pobres, como dizia Madre Teresa?

    uma experincia de alguma dureza mas que me mostrou muitos lados belos do mundo, muitas formas simples de se lidar com problemas graves na sociedade e com a morte, e isso foi uma experincia que nunca esquecerei. Eu trabalhava com moribundos, que precisavam de cuidados mdicos e tambm de acabar as suas vidas de uma forma digna, se calhar uma coisa que no o fizeram durante toda a sua existncia por serem pessoas que vivem na rua durante toda a sua vida, com condies abaixo das que se possam imaginar. E de repente conseguimos estar numa casa onde a morte no um tabu, vivida com alegria... No a morte mas sim a dana entre a vida e a morte, que iminente, e que pode estar a um passo. aproveitar cada minuto da vida da melhor maneira possvel, um grande ensinamento porque eu acho que a felicidade no existe, o que pode existir viver cada momento da maneira mais feliz possvel. E isso um desafio, porque no fcil sermos sempre alegres e termos sempre boas energias para dar aos outros.

    acho que se deve dar toda a energia, ateno e alma a essa misso para que ela d frutos constantes. Eu no me arrependo e a escolha acaba por ser inevitvel. Uma pessoa tem de escolher e muito gratificante descobrir porque nem toda a gente consegue saber qual a sua vocao. Felizmente, para mim, uma graa que me foi dada: a descoberta de uma vocao. E no posso deixar de me responsabilizar por dar o meu melhor e por fazer o melhor, por retribuir este dom que me foi dado: esta voz e esta capacidade de poder dar aos outros algo novo.

    O que o fado para a Carminho?

    a minha vida, faz parte de mim. Canto outros estilos musicais porque gosto muito de interpretar outras canes, mas de facto esse o desgnio de fado para mim. a minha respirao, aquilo que me move, a traduo da minha vida nos fados que canto. Isso torna-se vital mesmo que no seja num mbito profissional. A nvel pessoal vital para mim.

    Porqu cantar o fado tradicional?

    O fado a minha maior paixo e o porqu de cantar fado tradicional no se pe, porque eu comecei a ouvir fado tradicional quase na barriga da minha me e aprendi a cantar fado, ou a entoar e a perceber a linguagem

    LEIA A VERSO INTEGRAL DA ENTREVISTA EM www.igrejaviva.diariodominho.pt

  • 6 LITURGIA IGREJA VIVA

    LEITURA I Actos 4, 32-35Leitura dos Actos dos ApstolosA multido dos que haviam abraado a f tinha um s corao e uma s alma; ningum chamava seu ao que lhe pertencia, mas tudo entre eles era comum. Os Apstolos davam testemunho da ressurreio do Senhor Jesus com grande poder e gozavam todos de grande simpatia. No havia entre eles qualquer necessitado, porque todos os que possuam terras ou casas vendiam-nas e traziam o produto das vendas, que depunham aos ps dos Apstolos. Distribua-se ento a cada um conforme a sua necessidade.

    SALMO RESPONSORIAL Salmo 117 (118)Refro: Dai graas ao Senhor, porque Ele bom, porque eterna a sua misericrdia

    Diga a casa de Israel: eterna a sua misericrdia.Diga a casa de Aaro: eterna a sua misericrdia.Digam os que temem o Senhor: eterna a sua misericrdia.

    A mo do Senhor fez prodgios,a mo do Senhor foi magnfica.No morrerei, mas hei-de viver,para anunciar as obras do Senhor.Com dureza me castigou o Senhor,mas no me deixou morrer.

    A pedra que os construtores rejeitaramtornou-se pedra angular.Tudo isto veio do Senhor: admirvel aos nossos olhos.Este o dia que o Senhor fez:exultemos e cantemos de alegria.

    LEITURA II 1 Jo 5, 1-6Leitura da Primeira Epstola de So JooCarssimos: Quem acredita que Jesus o Messias, nasceu de Deus, e quem ama Aquele que gerou ama tambm Aquele que nasceu dEle. Ns sabemos que amamos os filhos de Deus quando amamos a Deus e cumprimos os seus mandamentos, porque o amor de Deus consiste em guardar os seus mandamentos. E os seus mandamentos no so pesados, porque todo o que nasceu de Deus vence o mundo. Esta a vitria que vence o mundo: a nossa f. Quem o vencedor do mundo seno aquele que acredita que Jesus o Filho de Deus? Este o que veio pela gua e pelo sangue: Jesus Cristo; no s com a gua, mas com a gua e o sangue. o Esprito que d testemunho, porque o Esprito a verdade.

    EVANGELHO Jo 20, 19-31Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo So JooNa tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discpulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus,

    apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: A paz esteja convosco. Dito isto, mostrou-lhes as mos e o lado. Os discpulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, tambm Eu vos envio a vs. Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Esprito Santo: queles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-o perdoados; e queles a quem os retiverdes ser-lhes-o retidos. Tom, um dos Doze, chamado Ddimo, no estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discpulos: Vimos o Senhor. Mas ele respondeu-lhes: Se no vir nas suas mos o sinal dos cravos, se no meter o dedo no lugar dos cravos e a mo no seu lado, no acreditarei. Oito dias depois, estavam os discpulos outra vez em casa, e Tom com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: A paz esteja convosco. Depois disse a Tom: Pe aqui o teu dedo e v as minhas mos; aproxima a tua mo e mete-a no meu lado; e no sejas incrdulo, mas crente. Tom respondeu-Lhe: Meu Senhor e meu Deus!. Disse-lhe Jesus: Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto. Muitos outros milagres fez Jesus na presena dos seus discpulos, que no esto escritos neste livro. Estes, porm, foram escritos para acreditardes que Jesus o Messias, o Filho de Deus, e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome.

    LITURGIA da palavra

    Ii Domingo pscoa

    tema

    A PAZ ESTEJA CONVOSCO

    Atitude de vidaDurante a segunda semana da Pscoa, somos renovados pelos dons do Esprito do Ressuscitado para produzirmos o fruto da paz. Por isso, vamos procurar reconciliarmo-nos com alguma pessoa com quem tenhamos uma relao ferida.

    ILUSTRAO DA ARQ. MARIA TAVARES

  • 7LITURGIAIGREJA VIVADirio do Minho QUINTA-FEIRA, 09 de ABRIL de 2015

    O segundo domingo de Pscoa, Oitava da Pscoa e Domingo da Divina Misericrdia, o domingo da alegria (da f). Jesus Cristo declara: Felizes os que acreditam sem terem visto (evangelho), felizes os que colocam toda a confiana em Deus, pois eterna a sua misericrdia (salmo). E quem acredita que Jesus Cristo o Filho de Deus vence o mundo, explica So Joo (segunda leitura). Os cristos, vivificados pela gua e pelo sangue pelo Baptismo e pela Eucaristia constituem a Igreja de Jesus Cristo, chamada a viver em comunho e a testemunhar a caridade, distribuindo a cada um conforme a sua necessidade (primeira leitura). Eis o brilho de uma f vivida!

    Um s corao e uma s almaO livro dos Actos dos Apstolos mostra que a nova realidade inaugurada pela ressurreio de Jesus Cristo no se encontra exclusivamente orientada para a relao entre as pessoas e Deus, nem apenas para um momento alm da histria terrena. O Evangelho, isto , a Boa Nova do Ressuscitado tem implicaes imediatas na vida das pessoas e das comunidades.O versculo anterior ao texto proposto para primeira leitura do segundo Domingo de Pscoa (Ano B) refere a aco do Esprito Santo que enche de coragem os discpulos para pregarem a Palavra de Deus. Portanto, tudo o que se explica a seguir tem de ser entendido como resultado da aco do prprio Esprito Santo. A ressurreio de Jesus Cristo e o dom do Esprito Santo so sinais da presena do Reino de Deus. Por isso, tinham um s

    corao e uma s alma.O objectivo da actividade dos primeiros cristos no poltico, mas teolgico e antropolgico, apoiado na convico de que, em Jesus Cristo, todos formamos um s povo. Constitui-se uma nova (e nica) famlia a Igreja que acolhe e cuida de todos os seus membros. A comunho de bens expresso da unidade em Jesus Cristo e da presena do Reino de Deus; e tambm servia para assegurar que no havia entre eles qualquer necessitado.Este sumrio no pretende despertar a saudade dum passado em que tudo era maravilhoso nas comunidades crists. , isso sim, um acicate para torn-lo presente, hoje. A palavra de Deus bebe do passado histrico, mas no nostlgica; palavra viva para aqui e agora. Com este texto dos Actos dos Apstolos o homileta (e cada cristo) reconhece o poder da vida do Senhor ressuscitado operante nas primeiras comunidades, e proclama com f ao povo que o mesmo poder ainda actua entre ns (Diretrio homiltico, 53).O texto diz ainda que gozavam todos de grande simpatia. Ora, para despertar simpatia e mostrar que o poder do Ressuscitado actua entre ns preciso estar prximo. Estar prximo o primeiro passo para testemunhar uma f vivida: preciso tambm desenvolver o prazer espiritual de estar prximo da vida das pessoas, at chegar a descobrir que isto se torna fonte duma alegria superior []. No como uma obrigao, nem como um peso que nos desgasta, mas como uma opo pessoal que nos enche de alegria e nos d uma identidade (EG 268-269).

    Reflexo preparada por Laboratrio da F | in www.laboratoriodafe.net

    Reflexo

    Elemento celebrativo a destacar: admonio saudao da pazDurante o rito da paz, a comunidade crist reunida em assembleia celebrante suplica pela paz e pela unidade de toda a Igreja e da humanidade. Partilhando os mesmos sentimentos, unidos num s corao e numa s alma, os fiis manifestam uma verdadeira comunho entre todos os membros da Igreja e exprimem o compromisso de caridade autntica.Este gesto, profundamente simblico, no constitui uma oportunidade para um mero cumprimento ritual ou cordial, mas deve ser realizado de forma sbria e com muita simplicidade, junto das pessoas mais prximas, num verdadeiro esprito fraterno.

    Sugesto de cnticos Ent: O Senhor ressuscitou verdadeiramente, A. Cartageno (IC, p. 308; NRMS 65) apres. dons.: Alegrai-vos, Me de Jesus, A. Cartageno (guio do XXIX ENPL, p. 64) santo: A. Cartageno (IC 53; NRMS 99-100) Cord: C. Silva (CPD 6.2) Com: Senhor, eu creio que sois Cristo (IC 55; NRMS 67) Final: Regina coeli (NCT 205)

    _MATERIAL: Continuar o percurso pascal ao ritmo dos frutos do Esprito Santo, leva-nos a acolher a proposta que o Ressuscitado nos faz na liturgia deste Domingo: a Paz. Por isso, continuamos com um conjunto de flores dentro de um cesto; nesta semana optar-se- por um conjunto de flores brancas (preferencialmente, margaridas), das quais emergir uma coroa de rei, mais elevada, como sinal da presena iluminadora do Ressuscitado. Alm disso, um outro cesto conter pssegos ou ameixas brancas, para evidenciar o fruto do Esprito Santo a Paz que se procurar cultivar, ao longo desta semana, na vivncia da nossa f.

    itinerrio simblico

    Orao UniversalIrms e irmos:

    Supliquemos a Jesus ressuscitado que encha a Igreja dos seus dons, e d a paz aos crentes e aos no crentes, dizendo, cheios de esperana:

    R. Cristo ressuscitado, ouvi-nos.

    1. Para que todos os fiis da santa Igreja vivam unidos nos mesmos sentimentos e nos mesmos propsitos, e se sintam renovados nesta Pscoa, oremos.

    2. Para que os indiferentes e ateus despertem para a luz que Jesus Cristo e com Ele abracem a Sua proposta de vida abundante, percorrendo sem hesitar os caminhos da f vivida, oremos.

    3. Para que o Senhor Jesus ressuscitado d aos casais cristos e aos seus lares a fidelidade, a paz, o amor mtuo e o bem-estar, oremos.

    4. Para que os cristos de todas as Igrejas alcancem a graa de acreditar sem terem visto e se encontrem no seu ntimo com Jesus, oremos.

    5. Para que a nossa celebrao deste Domingo encha de dons do Cu a comunidade e lhe d maior cuidado pelos mais pobres, oremos.

    Senhor Jesus Cristo, que, ao aparecer aos discpulos, lhes destes a paz e os enviastes a anunciar a Palavra e o perdo, fazei que acreditemos sem ter visto para alcanarmos a vida eterna em vosso nome. Vs que viveis e reinais por todos os sculos dos sculos.

    EucologiaOraes prprias do II Domingo da Pscoa (Missal Romano, pp. 335-336)Prefcio Pascal I (Missal Romano, p. 469)Orao Eucarstica III (Missal Romano, pp. 529ss)

    FRUTO DO ESPRITO SANTO: PazELEMENTO SIMBLICO: Pssego ou ameixa branca

  • 8 ACTUALIDADE IGREJA VIVA

    AGENDA

    FICHA TCNICADirector: Damio A. Gonalves Pereira

    Coordenao: Departamento Arquidiocesano da Comunicao Social (Pe. Tiago Freitas, Pe. Paulo Terroso, Eduardo Madureira, Ana Pinheiro, Joana Arajo), Flvia Barbosa

    Design: Romo Figueiredo

    Fontes: Agncia Ecclesia e Dirio do Minho

    Contacto: [email protected]

    Site: www.igrejaviva.diariodominho.pt

    vasco pinto de magalhes

    10% *Desconto

    Livraria do Dirio do Minho

    * Na entrega deste cupo. Campanha vlida de 09 a 16 de Abril de 2015.

    se deus bom porque sofremos?

    O livro Se Deus bom, porque sofremos procura lidar com vrias dimenses e testemunhos sobre o sofrimento e respectivas implicaes na vida do ser humano. A relao com Deus e o sentido que se consegue dar s coisas constituem o epicentro desta obra. O padre Vasco Pinto de Magalhes licenciado em Filosofia pela Universidade Catlica e em Teologia pela Universidade Gregoriana (Roma). Actualmente, responsvel pela formao inicial dos jesutas portugueses (Noviciado). o autor de Vocao e Vocaes Pessoais e de O Olhar e o Ver, e Nem Quero Crer.

    PVP

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    No dia 14 de Abril, pelas 21h30, na TOCA (Trabalho de uma Oficina Cultural e Associativa), realiza-se o sarau solidrio Tu s o Rei Midas.

    O evento conta com msica, dana, poesia e humor. O bilhete custa 3 e os fundos angariados revertem para a Delegao da Cruz Vermelha de Braga.

    No sarau estaro disponveis alguns pontos que iro permitir aos visitantes a doao de bens monetrios, alimentares ou de

    higiene pessoal.

    A ideia partiu de dois estudantes de Medicina que juntaram sinergias com a Cruz Vermelha de forma a conseguirem promover o evento.

    Todo o cidado tem o dom de fazer a diferena um dos lemas do espectculo.

    Para mais informaes est disponvel o evento no facebook com a pgina Mais informaes em https://www.facebook.com/events/1563386550578004/.

    sarau cultural tu s o rei midas

    19.04.2015CAMINHADA TODOS PELO SAMEIRO09h30 / Complexo da Rodovia

    10.04.2015WHERE OR WHEN - ESCOLA DE JAZZ DO PORTO22h00 / Bragaparque

    A CRISE DA EDUCAO OU A GLOBALIZAO DA ESCOLARIZAO21h30 / Casa do Professor

    J est disponvel nos Servios Centrais da Arquidiocese de Braga e na Livraria do Dirio do Minho o segundo volume da Voz da Catedra(L), da autoria de D. Jorge Ortiga.

    O livro apresenta mais uma srie de compilaes de homilias e textos do Arcebispo Primaz, sob o ttulo Rumo Unidade - Anuncia.

    A apresentao pblica foi feita na tera--feira noite, dia 8 de Abril, durante a conferncia O cristo na aco social, proferida pelo Cardeal scar Maradiaga no Auditrio Vita.

    No prefcio, o Arcebispo Primaz afirma que a preocupao deste segundo

    volume a de individualizar uma preocupao constante pela misso proftica de anunciar.

    Mais afirma que o projecto, sendo delineado por uma exigncia evanglica, supe os lugares onde a vida se tece como cenrios de actuao.

    Aludindo s palavras do Papa Francisco, o prelado sublinha ainda um desejo de unidade que passa por aceitar, resolver e transformar conflitos.

    A apresentao e coordenao editorial so feitas pelo padre Jos Lima, que desde logo apresenta as secces em que o livro se divide: Natal e Pscoa, Eliminar e Frescura.

    a voz da catedra(l) 2

    12.04.2015FESTA DA MISERICRDIA DA COMUNIDADE SHALOM14h30 / Igreja dos Congregados

    14.04.2015SARAU CULTURAL TU S O REI MIDAS21h30 / TOCA