igditc_aula profa. fátima brayner - igditcc - 2007

7/24/2019 IGDITC_Aula Profa. Ftima Brayner - IGDITCC - 2007

1/28

Universidade de Pernambuco

Disciplina: Importncia da gesto, do desempenhoDisciplina: Importncia da gesto, do desempenhoe da inovae da inovao tecnolo tecnolgica na construgica na construo civilo civil

Tema: Tecnologia aplicadaTema: Tecnologia aplicada avaliaavaliao da contaminao da contaminao deo deimimveisveis

Recife, 23 de abril de 2007


2/28

INTRODUINTRODUOO

A contaminao do meio ambiente no estassociada a nenhuma poca em particular.

A relao homem/natureza: tica e poltica

A revoluo industrial e o rpido crescimento das

cidades transformou o meio ambiente, com nveis depoluio crescentes.

Riscos como construes sociais


3/28

INTRODUINTRODUOO

Na dinmica do uso e ocupao do solo no meio urbano, oantigo destrudo ou modificado para dar lugar a outrasedificaes ou a novos usos, quando ocorre oreaproveitamento das construes j existentes. Esseprocesso pode acontecer em funo da demanda do prpriosetor imobilirio e da construo civil, ou mediante oplanejamento do poder pblico, atravs, por exemplo, daschamadas Intervenes Urbanas.

A sada das industriais gera espaos vagos no tecidourbano, que em sua grande maioria apresentamdegradao ambiental, inclusive com contaminao do solo,das guas superficiais e subterrneas. Uma rea com

passivo ambiental pode estar relacionada aos processosprodutivos, ao armazenamento de matrias-primas ou disposio de resduos das atividades anteriormenteabrigadas pelo terreno.


4/28

INTRODUINTRODUOO

Durante dois sculos de industrializao, empresriosinvestiram seu capital em determinadas atividades, para as

quais eram construdos prdios ou infraestrutura dediversos tipos. Depois de amortizado o investimento, essainfraestrutura era abandonada e o solo e meio ambientemuitas vezes ficava degradado e contaminado, criandoproblemas para os futuros investidores ou moradores dessarea.

A urbanizao que ocorreu no Brasil, prpria dos pasesperifricos, caracterizou-se por uma intensa concentraoespacial e um acelerado e agressivo crescimento urbano,

sem planejamento, que no contemplou, absolutamente,questes relativas sustentabilidade do meio ambiente.Essa urbanizao intensificou-se aps a dcada de 50 como crescimento e expanso da indstria.


5/28

ALGUMAS CARACTERISTICAS DA DESATIVAO DE

EMPREENDIMENTOS

estrutura obsoleta sedimentos acumulados grande superfcie degradada

obsolescncia riscos de rupturas

indeterminadaBarragens

materiais radiativos obsolescnciadeterminadaInstalaesNucleares

solos contaminados aqferos poludos

resduos txicos

obsolescncia mercado

impactos ambientais

indeterminadaUsinasTermeltricas

solos contaminados aqferos poludos resduos txicos

obsolescncia incompatibilidade com o tecidourbano

indeterminadaInfraestrutura deTransportes

riscos de migrao de poluentes e de

exploses de gs solos contaminados

exausto

mercado impactos ambientais

determinada mas

varivel

Depsitos de

resduos

escavaes reas de subsidncia reas alagadas pilhas de estreis barragens de rejeitos

exausto obsolescncia mercado impactos ambientais

determinada masvarivel

Minas

solos contaminados aqferos poludos resduos txicos

obsolescncia mercado impactos ambientais

indeterminadaIndstrias

Principais passivos ambientaisPrincipais razes parafechamento

Vida tilEmpreendimento


6/28

ALGUMAS DEFINIALGUMAS DEFINIESES

Contaminao: Introduo no meio ambiente de organismospatognicos, substncias txicas ou outros elementos, emconcentraes que possam afetar a sade humana. um casoparticular de poluio.

Poluio: definida atravs da Lei Federal n 6938/81:Art 3: III - Degradao da qualidade ambiental resultante deatividades que direta ou indiretamente:a) prejudiquem a sade, a segurana e o bem-estar da populao;

b) criem condies adversas s atividades sociais e econmicas;c) afetem desfavoravelmente a biota;d) afetem as condies estticas ou sanitrias do meio ambiente;e) lancem matrias ou energia em desacordo com os padresambientais estabelecidos.

rea degradada: rea onde h a ocorrncia de alteraesnegativas das suas propriedades fsicas, tais como sua estrutura ougrau de compacidade, a perda de matria devido eroso e aalterao de caractersticas qumicas, devido a processos como asalinizao, lixiviao, deposio cida e a introduo de poluentes


7/28

ALGUMAS DEFINIALGUMAS DEFINIESES

Remediao de reas contaminadas: Aplicao de tcnica ouconjunto de tcnicas em uma rea contaminada, visando remoo ou conteno dos contaminantes presentes, de modo a

assegurar uma utilizao para a rea, com limites aceitveis deriscos aos bens a proteger.

rea contaminada (AC): rea onde h comprovadamentepoluio causada por quaisquer substncias ou resduos que nelatenham sido depositados, acumulados, armazenados, enterradosou infiltrados, e que determina impactos negativos sobre os bensa proteger.

Avaliao de risco: Em relao investigao de reascontaminadas, o processo pelo qual se identificam e avaliam os

riscos potenciais e reais que a alterao do solo pode causar sade humana e a outros organismos vivos.


8/28

BREVE HISTBREVE HISTRICORICO

O surgimento das primeiras reas reconhecidamentecontaminadas no mundo, so do final da dcada de

1970. O evento mais marcante, pela ampla repercussoque teve, foi sem dvida o caso Love Canal no Estadode Nova York.

Cabe ainda registrar dois caso paradigmticos que soo de Lekkerkirk em Rotterdam na Holanda em 1978 e oda fbrica de baterias Balmer em Quebec no Canadem meados da dcada de 80.


9/28

BREVE HISTBREVE HISTRICORICO -- Love Canal (NY- USA)

239 famlias evacuadas

guas subterrneascontaminadas

Irritao ocular erespiratria

At 1977-1978

presena de 248 diferentessubstancias qumicas namistura solo/resduo

89 substncias na guasubterrnea

Resduos industriais

(1930 1952)

No final do sculo XIX, W. T.Love construiu um canal,posteriormente comprado paraestocar resduos (incio do

sc.XX)

EfeitosTempo transcorrido at adeteco da poluio/oque ocorreu

Depsito/ fatos


10/28

BREVE HISTBREVE HISTRICORICO -- Lekkerkirk (Rotterdam -Holanda)

250 famlias evacuadas

guas subterrneascontaminadas

Toxicidade nas plantas

odores

Tubulaes

At 1980

Foram descobertos 1651tambores contendosubstncias qumicas apsa demolio da escola e do

ginsio

Aterro de Resduosindustriais (tolueno e xileno)

Foram construdas casas,uma escola e um ginsio

EfeitosTempo transcorrido ata deteco dapoluio/o que ocorreu

Depsito / fatos


11/28

BREVE HISTBREVE HISTRICORICO -- BrasilBrasil

O surgimento das primeiras reas reconhecidamente contaminadasno Brasil, so da dcada de 1980, quando das aesadministrativas, desencadeadas pela Companhia de Tecnologia deSaneamento Ambiental - CETESB e o Ministrio Pblico Estadual,

aps a ocorrncia de casos de disposio inadequada de resduosde grande repercusso, como a que envolveu a Empresa Rhodia,na Baixada Santista, em 1976.

As reas contaminadas, constatadas atravs do processo de

desconcentrao da indstria em So Paulo, tornaram-se um fatorpreocupante para os rgos pblicos e para a populao em geralna medida em que se constituem em reas de risco a sadehumana e ao meio. Muitas dessas reas esto recebendo um novouso (residencial, comercial, servios, entre outros) sempreocupao com a possibilidade da existncia de contaminao;outras so abandonadas pelos proprietrios, com o passivoambiental, e em alguns casos, ocupados pela populao carente,que no possui informao e conhecimento sobre a gravidade doproblema e o risco que essas reas podem representar.


12/28

BREVE HISTBREVE HISTRICORICO

rea com potencial decontaminao

Antiga indstria metalrgicaFonte: PMSP/SVMA - dez. 2005

rea contaminada em processo deremediao

Terminal de armazenamento decombustveisPMSP/SVMA dez.2005


13/28

FONTES DE CONTAMINAFONTES DE CONTAMINAO DO SOLO EO DO SOLO E

DASDAS GUAS SUBTERRNEASGUAS SUBTERRNEAS FETTER (1993) apresenta uma complementao do relatrio do Congresso

americano, "Protecting the Nation's Ground Water from Contamination,the Office of Technology Assessment (OTA)", de 1984, mostrando asfontes de contaminao das guas subterrneas que podem serconsideradas tambm como fontes de contaminao do solo, classificadasem seis categorias:

1. a primeira categoria constituda por fontes projetadas para descargade substncias no subsolo, incluindo tanques spticos e fossas negras(normalmente descarregam efluentes de origem domstica, vrios tipos

de compostos orgnicos e inorgnicos); poos de injeo de substnciasperigosas, guas salgadas da explorao de petrleo, etc. (acontaminao das guas subterrneas pode ocorrer devido mconstruo do poo ou falhas de projeto); aplicao de efluentesmunicipais ou industriais no solo, lodos de tratamento de gua utilizadoscomo fertilizantes, resduos oleosos derefinarias (landfarming);

2. na segunda categoria esto includas as fontes projetadas paraarmazenar, tratar e/ou dispor substncias no solo, na qual esto includasas reas de disposio de resduos (aterros sanitrios e industriais, lixes,botas-fora, etc.); lagoas de armazenamento e tratamento de vrios tiposde efluentes industriais; depsitos ou pilhas de resduos de minerao;tanques de armazenamento de substncias, areos ou subterrneos;


14/28


DASDAS GUAS SUBTERRNEASGUAS SUBTERRNEAS 3.na terceira categoria esto enquadradas as fontes projetadas

para reter substncias durante o seu transporte, como oleodutos,tubulaes para o transporte de esgoto e efluentes industriais;transporte de substncias qumicas, como combustveis por meiode caminhes e trens;

4. na quarta categoria esto as fontes utilizadas para descarregarsubstncias como conseqncia de atividades planejadas, na qual

esto includas a irrigao ou fertirrigao de lavouras, aplicaode pesticidas e fertilizantes na lavoura; percolao de poluentesatmosfricos;

5.a quinta categoria constituda por fontes que funcionam comoum caminho preferencial para que os contaminantes entrem em

um aqfero, como, por exemplo, poos de produo de petrleo epoos de monitoramento com falhas de construo e projeto;


15/28


DASDAS GUAS SUBTERRNEASGUAS SUBTERRNEAS 6.na sexta categoria esto posicionadas as fontes naturais ou

fenmenos naturais associados s atividades humanas, das quaispode-se citar a interao entre guas subterrneas e superficiais

contaminadas, a ocorrncia natural de substncias inorgnicas nasguas subterrneas e a intruso salina.

A esta sexta categoria pode ser adicionada a contaminao dosolo e das guas subterrneas ocasionada pelos gases deprocessos produtivos, ou outras fontes de poluio atmosfrica(por exemplo, veculos automotivos), quando estes, contendosubstncias perigosas de alta toxicidade, podem ser lanados atmosfera e se infiltrarem no solo, carreados pelas guas dechuva.

As Figuras a seguir mostram as fontes e vias de contaminao dedois tipos de rea contaminada: rea industrial abandonada erea de disposio de resduos.


16/28

1- Vazamento de tanques enterrados e sistema de tubulao2- Valas com barris enferrujados com resduos txicos

3- Percolao no subsolo de antigos vazamentos

4- Resduos abandonados lanados sobre o solo

Cenrios

5- Poluio do solo6- Poluio de guasubterrnea7- Percolao depoluentes na guasubterrnea em direo ao

rio8- Fluxo superficial esubterrneo depoluentes em direo aorio9- Eroso de resduos

slidostxicos em direo ao rio10- Deposio de metaispesados nofundo do rio12- Emisso de gasestxicos

13- Efeitos na vegetaoMedidas de Identificao

31- InvestigaoConfirmatriaIndstria abandonada


17/28


18/28

Problemas gerados pela presenProblemas gerados pela presenaadasdas reas contaminadasreas contaminadas

Vrios so os problemas gerados pelas reas contaminadas.

SNCHEZ (1998) aponta quatro problemas principais: existnciade riscos segurana das pessoas e das propriedades, riscos sade pblica e dos ecossistemas, restries ao desenvolvimentourbano e reduo do valor imobilirio das propriedades.

Um dos primeiros problemas a ser reconhecido como de grandeimportncia a contaminao das guas subterrneas utilizadaspara abastecimento pblico e domiciliar, alm docomprometimento de aqferos ou reservas importantes de guassubterrneas.

Como conseqncia da presena de reas contaminadas podemser geradas condies favorveis para o acmulo de gases emresidncias, garagens e pores a partir de solos e guassubterrneas contaminadas por substncias volteis originadas,por exemplo, de vazamentos de combustveis ocorridos em postosde servio ou pela produo de gases, como o metano, em reasde disposio de resduos urbanos.


19/28

Problemas gerados pela presenProblemas gerados pela presenaadasdas reas contaminadasreas contaminadas

Segundo SNCHEZ (1998), a existncia de reas contaminadas

gera no somente problemas evidentes, com a ocorrncia ou apossibilidade de exploses e incndios, mas tambm ocasionadanos ou riscos sade das pessoas e ecossistemas, ocasionadospor processos que se manifestam, em sua maioria, a longo prazo,provocando: o aumento da incidncia de doenas em pessoasexpostas s substncias qumicas presentes em guas

subterrneas coletadas em poos; contato dermal e ingesto desolos contaminados por crianas ou trabalhadores, inalao devapores e consumo de alimentos contaminados (hortas irrigadascom guas contaminadas ou cultivadas em solo contaminado eanimais contaminados).

A presena de uma rea contaminada pode representar tambm alimitao dos usos possveis do solo, induzindo restries aodesenvolvimento urbano e problemas econmicos relativos aovalor dos imveis.


20/28

reas contaminadas e areas contaminadas e aconstruconstruo civilo civil


21/28

reas contaminadas e areas contaminadas e aconstruconstruo civilo civil


22/28

InvestigaInvestigao e avaliao e avaliao de riscoo de risco

dasdas reas contaminadasreas contaminadas A escolha das tcnicas de investigao de uma rea contaminada

realizada em funo das caractersticas especficas de cada reaa ser estudada. Entretanto, alguns procedimentos gerais soaplicveis.

Inicialmente, so levantados dados existentes sobre a geologia,pedologia, hidrogeologia e outros, visando indicar ascaractersticas do fluxo das guas nas zonas no saturada esaturada na rea a ser investigada, com o objetivo de definir osmeios pelos quais os provveis contaminantes iro se propagar,alm de se definir os mtodos de perfurao e amostragem quepodero ser utilizados para coleta de amostras de solo e/ou gua(superficial ou subterrnea). Em seguida, devem ser identificadase determinadas as caractersticas dos contaminantes presentes,ou provavelmente presentes na rea. A identificao doscontaminantes pode ser executada realizando-se, por exemplo,um levantamento histrico da rea, utilizando-se vrias fontes deinformao, como, por exemplo, registros de matrias-primas eresduos gerados, alm da interpretao de fotografias, paralocalizar as reas onde estes eram manipulados, aplicados oudispostos


23/28


dasdas reas contaminadasreas contaminadas A contaminao do prprio imvel no o nico fato que pode

causar transtornos na implantao de um empreendimentoimobilirio. A contaminao de um terreno vizinho ou situado nasproximidades pode tambm causar danos ou impor riscos aoimvel. Tais fatos podem simplesmente suscitar inquietudes ecausar grandes preocupaes populao.

Desta forma, no basta analisar cuidadosamente todos os

aspectos econmicos, financeiros e mercadolgicos que versamsobre o lanamento do empreendimento, se no for dada adevida ateno possibilidade de contaminao do imvel, ouseja, a existncia de um passivo ambiental. A presena destepassivo pode acarretar imensos problemas de ordem econmica,financeira e mesmo legal ao empreendedor e aos demais agentesenvolvidos, alm de ser danosa imagem das empresasenvolvidas e dos profissionais participantes


24/28


dasdas reas contaminadasreas contaminadas

O GUIA PARA AVALIAO DO POTENCIAL DECONTAMINAO EM IMVEIS elaborado para o Estadode So Paulo no mbito da Cmara Ambiental da Indstriada Construo pelo Grupo de trabalho de reasContaminadas com o apoio do Projeto CETESB/GTZ temcomo objetivo orientar os interessados (empreendedores

imobilirios, profissionais e empresas afins) quanto sprecaues que devem ser tomadas e aos procedimentosque devem ser adotados, antes da realizao de umatransao imobiliria, ou antes do incio da implantao deum empreendimento, para verificar se a rea a ser ocupadaapresenta contaminao que coloque em risco a sade

humana (trabalhadores, usurios e vizinhos doempreendimento, dentre outros) e o meio ambiente.


25/28


dasdas reas contaminadasreas contaminadas

A observncia das recomendaes do guia permite que osempreendedores imobilirios e afins identifiquem a possvelpresena de contaminao em reas destinadas construo civil, notadamente em reas que foramaterradas ou que foram ocupadas por indstrias, de formaa decidir a respeito da convenincia de sua aquisio e, no

caso de adquiri-la, possam tomar as providnciasnecessrias para evitar problemas futuros, que podemsurgir no decorrer da execuo da obra ou quando amesma for ocupada.

O Fluxograma para Avaliao Ambiental de um Imvel,apresentado a seguir, mostra as etapas bsicas para aavaliao do potencial de contaminao de um imvel eindica as aes que devem ser tomadas para evitarquaisquer problemas ambientais e legais em caso deindcios de contaminao do solo ou da gua subterrnea.


26/28

AVALIAAVALIAO DE UM IMO DE UM IMVELVEL


27/28

AVALIAAVALIAO DE UM IMO DE UM IMVELVEL


28/28

Obrigada!Obrigada!

igditc_aula profa. fátima brayner - igditcc - 2007

Documents