identificaÇÃo e quantificaÇÃo de compostos …³s... · À deus por ter-me permitido concluir...

83
Programa de Pós Graduação Stricto Sensu Mestrado Profissional em Ciência e Tecnologia de Alimentos Campus Rio de Janeiro Luzimar da Silva de Mattos do Nascimento IDENTIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE COMPOSTOS BIOATIVOS EM FRUTOS DE Eugenia brasiliensis, Lam. RIO DE JANEIRO RJ 2015

Upload: truongdang

Post on 13-Feb-2019

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Programa de Pós Graduação Stricto Sensu

Mestrado Profissional em Ciência e Tecnologia de Alimentos

Campus Rio de Janeiro

Luzimar da Silva de Mattos do Nascimento

IDENTIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE COMPOSTOS BIOATIVOS

EM FRUTOS DE Eugenia brasiliensis, Lam.

RIO DE JANEIRO – RJ

2015

Luzimar da Silva de Mattos do Nascimento

IDENTIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE COMPOSTOS BIOATIVOS

EM FRUTOS DE Eugenia brasiliensis, Lam.

Orientador: Dr. Ronoel Luiz de Oliveira Godoy

Coorientadora: Dra. Edna Maria Morais Oliveira

RIO DE JANEIRO – RJ

2015

Dissertação submetida como requisito parcial

para obtenção do grau de Mestre em Ciência

e Tecnologia de Alimentos, no Programa de

Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de

Alimentos, Área de Concentração em

Tecnologia de Alimentos.

A meus pais, esposo e filho.

Dedico.

AGRADECIMENTOS

À Deus por ter-me permitido concluir este trabalho apesar das dificuldades e por toda graça a

mim concedida, por colocar na minha vida pessoas especiais tanto na vida profissional como

na pessoal.

Ao programa de pós-graduação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – RJ e

a todos os professores pela dedicação por oferecer um curso de qualidade.

À Embrapa Agroindústria de Alimentos, por toda a infra-estrutura e apoio técnico fornecidos.

Ao D.Sc. Ronoel Luiz de Oliveira Godoy pela orientação, amizade, por compartilhar seu

conhecimento e pela confiança no meu trabalho.

À D.Sc. Edna Maria Morais Oliveira pela orientação, sugestões e contribuição para o

enriquecimento do trabalho.

À D.Sc Renata Galhardo Borguini pelo incentivo, apoio e troca de conhecimentos desde

o período do processo seletivo para este curso.

Aos integrantes da banca, por toda a atenção dada ao trabalho final.

Aos amigos do Laboratório de Cromatografia Líquida, Sidney Pacheco e Manuela Santiago,

por todo apoio, conhecimento transmitido, pela amizade construída e acolhimento na equipe

do laboratório.

Aos estagiários do laboratório de Cromatografia Líquida: Karen Mazza, Jéssica Rocha, Igor

Julião, por toda contribuição ao longo dos estudos.

Aos bolsistas: Elaine Braga, Víctor de Carvalho e Carolina Passos pelo incentivo, opiniões e

contribuição neste trabalho e no laboratório. Pela amizade construída e por entenderem as

broncas também.

Aos meus pais (Luzinete e Gilson) pelo incentivo aos estudos durante toda a vida.

Aos meus irmãos por todo incentivo e por me verem como um exemplo.

Ao meu marido Fábio Bazani pelo apoio e por compartilhar os cuidados com nosso filho, nos

momentos de ausência, apesar de também estar cursando mestrado (Não somos loucos!). Sem

você, isso não seria possível.

Ao meu filho Miguel por ser um filho maravilhoso e entender quando mamãe estava

estudando.

A todos os amigos da turma de mestrado 2014, pelo companheirismo, pelas experiências

compartilhadas e por todo incentivo e cumplicidade. As aulas se tornaram muito mais

prazerosas com a companhia de vocês.

Enfim, a todos que colaboraram direta ou indiretamente, para a conclusão deste trabalho.

―Ninguém poderá jamais aperfeiçoar-se,

se não tiver o mundo como mestre.

A experiência se adquire na prática.‖

William Shakespeare

NASCIMENTO, L.S.M. Identificação e quantificação de compostos bioativos em frutos

de Eugenia brasiliensis, Lam. 2015. 83 páginas. Dissertação (Mestrado Profissional em

Ciência e Tecnologia de Alimentos). Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia

de Alimentos, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ),

Campus Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, 2015.

RESUMO

A biodiversidade é uma das propriedades fundamentais da natureza e fonte de imenso

potencial de uso econômico. O potencial de utilização da biodiversidade é fruto da adequada

combinação entre disponibilidade de matéria-prima, tecnologia e mercado. O Brasil é

considerado um dos países com biomas mais ricos e importantes do planeta. A domesticação

de plantas nativas, incluindo aquelas já conhecidas e utilizadas por populações locais ou

regionais, porém sem penetração no mercado nacional ou internacional, é a grande

oportunidade que se oferece aos países ricos em recursos genéticos. Neste contexto, o

presente trabalho avaliou frutos de Eugenia brasiliensis, Lam. (Grumixama), realizando-se

uma investigação com a finalidade de identificar componentes com propriedades

antioxidantes. Foram realizadas análises dos seguintes compostos bioativos: ácido ascórbico

(Vitamina C), carotenoides, antocianinas, flavonoides e ácidos fenólicos. Os açúcares também

foram analisados, uma vez que interferem diretamente sobre a aceitação de produtos. A

técnica de técnica de Cromatografia Líquida de Alta Eficiência foi empregada em todas as

análises de bioativos realizadas. Foi encontrada no fruto a quantidade de 23,07 mg/100g de

vitamina C, o que classifica este alimento como rico neste bioativo, baseando-se na

Resolução RDC nº 269, de 22 de setembro de 2005, que regulamenta a ingestão diária

recomendada deste bioativo. Foram identificados e quantificados oito carotenoides, sendo a β-

criptoxantina, a majoritária, com 28,55 μg/g na parte comestível do fruto. O fruto com este

resultado é, considerado fonte deste carotenoide. Cerca de 4,8% de antocianinas foram obtidas

nas cascas liofilizadas dos frutos, sendo detectadas sete antocianinas, das quais as duas

antocianinas majoritárias: delfinidina3-O-glicosídeo e cianidina 3-O-glicosídeo,

representavam 96% do total. Além disto, foram identificados dez compostos fenólicos nas

cascas de grumixama, nove na polpa e sete nas sementes. Com estes resultados, verificou-se

serem os frutos de grumixama, promissores para futura exploração e utilização em produtos

inovadores.

Palavras chave: Myrtaceae, Eugenia brasiliensis, Bioativos.

NASCIMENTO, LSM. Identification and quantification of bioactive compounds in fruits

of Eugenia brasiliensis, Lam. 83 pages. Dissertation. Graduate Program in Food Science and

Technology, Federal Institute of Education, Science and Technology of Rio de Janeiro (IFRJ),

Campus Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, 2015.

ABSTRACT

Biodiversity is one of the fundamental properties of nature and source of immense economic

potential. The potential use of biodiversity is the result of the appropriate combination of

availability of raw materials, technology and market. Brazil is considered one of the countries

with the richest and more important biomes on the planet. The domestication of native plants,

including those already known and used by local or regional populations, but without

penetration at the national or international market, is the great opportunity offered to the

countries rich in genetic resources. In this context, the present study evaluated the fruits of

Eugenia brasiliensis Lam. (Grumixama), by carrying out an investigation in order to identify

components with antioxidant properties. Analyzes of the following bioactive compounds were

performed: ascorbic acid (Vitamin C), carotenoids, anthocyanins, phenolic acids and

flavonoids. The sugars were analyzed since they interfere directly on the acceptance of

products. High Performance Liquid Chromatography was used in all analyzes of bioactive

compounds. It was found in the fruit the amount of 23.07 mg / 100 g of vitamin C, which

classifies this as food rich in this bioactive, based on the RDC Resolution No. 269 of 22

September 2005, which regulates the recommended daily intake of this bioactive. Eight

carotenoids were identified and quantified, and the β-cryptoxanthin was the majority one

with 28.55 mg / g in the edible part of the fruit. The fruit with this content is considered

source of this carotenoid. About 4.8% of anthocyanins were obtained in lyophilized fruit

shells, where seven anthocyanins were detected. The two major anthocyanins were the

delphinidin 3-O-glucoside and cyanidin-3-O-glycoside, both representing 96% of the total

monomeric anthocyanins. Furthermore, ten phenolic compounds were identified in the

grumixama peel, nine in the pulp and seven in the seeds. According to these results, the fruits

of grumixama can be considered promising for future exploration and use in innovative

products.

Keywords: Myrtaceae, Eugenia brasiliensis, Bioactive.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 2.1: Características de Grumixama. 1 A - Flores da espécie e 1 B - Fruto grumixama.

15

Figura 4.1: Estruturas químicas dos ácidos fenólicos comumente encontrados na natureza.

20

Figura 4.2: Estrutura química das cumarinas. 21

Figura 4.3: Estrutura química dos grupos mais encontrados em alimentos. 22

Figura 4.4: Principais antocianinas encontradas em alimentos. 24

Figura 4.5: Estruturas químicas de carotenoides observados a nível plasmático. 25

Figura 4.6: Estrutura do ácido ascórbico. 27

Figura 4.7: Esquema básico de um sistema cromatográfico. 29

Figura 4.8: Espectrofotômetro Shimadzu UV-1800 do laboratório de Cromatografia Líquida

da Embrapa. 30

Figura 4.9: Modelo de espectrômetro de massas do laboratório de Cromatografia Líquida da

Embrapa Agroindústria de Alimentos. 31

Figura 4.10: Representação dos três setores do espectrômetro de massas QToF. 31

Figura 6.1: Partes do fruto de grumixama. 34

Figura 6.2: Porcentagem das partes do fruto (base úmida). 34

Figura 6.3: Fluxograma de preparação de amostra . 35

Figura 6.4: Fase etérea (amarela) da extração de carotenoides totais. 37

Figura 6.5: Liofilizador de bancada utilizado (A) e pó obtido após o processo de liofilização

(B). 40

Figura 7.1: Cromatograma da análise de carotenoides da semente de grumixama sem

saponificação. 44

Figura 7.2: Espectros de UV/VIS de Clorofila 44

Figura 7.3: Cromatograma da análise de carotenoides do extrato saponificado da semente de

grumixama. 45

Figura 7.4: A - Cromatograma da análise de carotenoides do extrato de polpa de grumixama

(antes da saponificação) e B - Cromatograma da análise de carotenoides do extrato de casca

de grumixama antes da saponificação. 46

Figura 7.5: Perfil cromatográfico da análise de carotenoides do extrato da polpa de

grumixama. 47

Figura 7.6: Perfil cromatográfico de dos extratos da casca de grumixama após saponificação.

47

Figura 7.7: Espectros UV/Vis dos carotenoides identificados nas frações polpa e casca do

fruto grumixama. 48

Figura 7.8: Extrato da análise de carotenoides totais da casca de grumixama. 50

Figura 7.9: Cromatograma da análise de vitamina C do extrato da parte comestível (polpa e a

casca) e semente do fruto grumixama. 52

Figura 7.10: Espectro na região UV/Vis da vitamina C. 52

Figura 7.11: Análise de vitamina C - cromatograma da análise de vitamina C do extrato da

casca de grumixama com adição padrão de ácido ascórbico. 52

Figura 7.12: Análise de açúcares - cromatograma do extrato aquoso da semente de

grumixama. 53

Figura 7.13: Análise de açúcares – cromatograma do extrato aquoso da polpa do fruto

grumixama. 54

Figura 7.14: Análise de açúcares - cromatograma do extrato aquoso da casca do fruto

grumixama. 54

Figura 7.15: Extração de antocianinas do pó da casca do fruto de grumixama. A - Extração da

amostra com solução ácido fórmico/metanol. B - coloração incolor do sobrenadante. C -

Sobrenadante no balão volumétrico após a extração. D - Extrato após centrifugação. 55

Figura 7.16: Cromatograma obtido por CLAE-DAD do extrato antociânico da casca de

grumixama. Espectro A - pico 1 (delfinidina-3-O-glicosídeo) e espectro B - pico 3 (cianidina-

3-O-glicosídeo). 56

Figura 7.17: Espectros de Massas da Antocianina 1 da casca de grumixama. 57

Figura 7.18: Espectros de Massa Sequencial do Íon Molecular m/z 465 u e Detecção da

Aglicona Delfinidina (m/z aproximado 303). 58

Figura 7.19: Espectro Espectros de Massas da Antocianina 3 da casca de grumixama.

58

Figura 7.20: Espectro de Massa Sequencial da Antocianina 3 e Confirmação da Aglicona

Cianidina. 58

Figura 7.21: Sobreposição do cromatograma de análise de antocianinas do extrato das cascas

de grumixama x Cromatograma de análise de antocianinas do extrato das cascas de

jabuticaba. 60

Figura 7.22: Sobreposição dos cromatogramas de análise de antocianinas do extrato das

cascas de grumixama (preto) x Cromatograma de análise de antocianinas do extrato da das

cascas de uva (vinho). 60

Figura 7.23: Espectros na região UV/Vis das antocianinas 2, 4 e 6. 61

Figura 7.24: Espectros na região UV/Vis das antocianinas 5 e 7. 61

Figura 7.25: A - Cromatograma de extratos da polpa de grumixama para análise de fenólicos

hidrolisáveis e B - Cromatograma de extratos da polpa de grumixama para análise de

fenólicos livres 64

Figura 7.26: A - Cromatograma de extratos da casca para análise de fenólicos livres, B -

Cromatograma de extratos da casca para análise de fenólicos hidrolisáveis. 65

Figura 7.27: A - Cromatograma de extrato de sementes para fenólicos livres; B: Cromatograma

de extrato de sementes para fenólicos hidrolisáveis. 65

LISTA DE TABELAS

Tabela 6.1: Gradiente de eluição das fases móveis para separação dos carotenoides. 38

Tabela 6.2: Gradiente de eluição das fases móveis para separação das antocianinas. 41

Tabela 6.3: Gradiente de eluição das fases móveis para separação dos ácidos fenólicos. 42

Tabela 7.1: Caracterização dos frutos. 43

Tabela 7.2: Umidade do fruto de grumixama. 43

Tabela 7.3: Média dos carotenoides totais na polpa e na casca do extrato não saponificado. 46

Tabela 7.4: Média dos carotenoides totais na polpa e na casca do extrato saponificado. 49

Tabela 7.5: Média da concentração de vitamina C nos frutos de grumixama 51

Tabela 7.6: Média dos açúcares identificados no fruto de grumixama. 54

Tabela 7.7: Parâmetros Operacionais do Espectrômetro de Massas. 57

Tabela 7.8: Resultados Obtidos por EM. 59

Tabela 7.9: Equação da reta e coeficiente de determinação das curvas analíticas para

antocianinas. 61

Tabela 7.10: Concentração das antocianinas encontradas nas cascas liofilizadas do fruto de

grumixama. 62

Tabela 7.11: Fenólicos livres identificados nos frutos de grumixama. 63

Tabela 7.12: Fenólicos hidrolisados identificados nos frutos de grumixama. 63

Tabela 7.13: Concentração média de fenólicos encontrados em frutos de grumixama. 66

Tabela 7.14: Curvas analíticas e coeficiente de determinação de fenólicos. 66

SUMÁRIO

RESUMO ................................................................................................................................... 8

ABSTRACT ............................................................................................................................... 9

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 13

2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................. 15

3 OBJETIVO ............................................................................................................................ 16

3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................. 16

4 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................. 17

4.1 MIRTÁCEAS ..................................................................................................................... 17

4.1.1 Eugenia brasiliensis ......................................................................................................... 17

4.2 COMPOSTOS COM PROPRIEDADES ANTIOXIDANTES .......................................... 18

4.2.1 Compostos Fenólicos ....................................................................................................... 19

4.2.1.1 Ácidos fenólicos ........................................................................................................... 20

4.2.1.2 Flavonoides ................................................................................................................... 21

4.2.1.2.1 Antocianinas .............................................................................................................. 22

4.2.2 Carotenoides .................................................................................................................... 24

4.4 ESPECTROFOTOMETRIA DE ABSORÇÃO NA REGIÃO DO UV-VISÍVEL 29

4.5 ESPECTROMETRIA DE MASSAS (MS-MS) ................................................................. 30

5 MATERIAL .......................................................................................................................... 32

5.1SOLVENTES E REAGENTES........................................................................................... 32

5.2 EQUIPAMENTOS ............................................................................................................. 33

6 METODOLOGIA .................................................................................................................. 34

6.1 COLETA DE AMOSTRAS ............................................................................................... 34

6.1.1 Teste de caracterização dos frutos ................................................................................... 36

6.2 ANÁLISE DE UMIDADE ................................................................................................. 36

6.3 ANÁLISE DE CAROTENOIDES ..................................................................................... 37

6.3.1 Extração de carotenoides ................................................................................................. 37

6.4 ANÁLISE DE ÁCIDO ASCÓRBICO (VITAMINA C) .................................................... 39

6.6 ANÁLISE DE ANTOCIANINAS ..................................................................................... 39

6.7 ANÁLISE DE FLAVONOIDES E ÁCIDOS FENÓLICOS ............................................. 41

7 RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................................... 43

7.1 CARACTERIZAÇÃO DOS FRUTOS .............................................................................. 43

7.3ANÁLISE DE CAROTENOIDES ...................................................................................... 44

7.3.1 Sementes .......................................................................................................................... 44

7.3.2 Polpa e casca .................................................................................................................... 45

7.4 VITAMINA C .................................................................................................................... 50

7.5 AÇÚCARES ....................................................................................................................... 53

7.6 ANTOCIANINAS .............................................................................................................. 55

7.7 FLAVONOIDES E ÁCIDOS FENÓLICOS ...................................................................... 62

8 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 68

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 69

10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 70

13

1 INTRODUÇÃO

O Brasil é considerado o país de maior diversidade de vida do planeta, o que o torna

alvo de cobiça e infindáveis discussões sobre a forma de sua utilização econômica. A

biodiversidade tomou notória importância com os estudos do biólogo Wilson, E.O. (1997).

Com 15% a 20% do número total de espécies e com a mais diversa flora do mundo, o país

conta também com alguns dos biomas mais ricos do planeta em número de espécies vegetais:

a Amazônia, a Mata Atlântica e o Cerrado. O Brasil contém também em seu território uma

rica flora, além dos maiores remanescentes de ecossistemas tropicais. Apesar dessa riqueza e

do potencial que ela representa, a biodiversidade brasileira é ainda pouco conhecida e sua

utilização tem sido negligenciada.

Myrtaceae constitui uma das mais importantes famílias de Angiospermae no Brasil. É

conhecida por sua elevada riqueza de espécies e por seu importante papel na fitossociologia

das Florestas do Sul e Sudeste do Brasil (KURTZ e ARAÚJO, 2000; ROMAGNOLO e

SOUZA, 2004), sendo um dos grupos predominantes do componente arbóreo da Mata

Atlântica (LOMBARDI e GONÇALVES, 2000; LIMA e GUEDES-BRUNI, 1997).

As mirtáceas brasileiras geralmente não produzem madeiras valiosas, restringindo-se

ao fornecimento de lenha, à utilização em pequenas peças ou objetos e outras formas de uso

local (MARCHIORI e SOBRAL, 1997). Por outro lado, existem numerosas espécies

frutíferas, algumas exploradas comercialmente: a goiabeira, Psidium guajava L., a

jabuticabeira, Myrciaria cauliflora (Mart.) O. Berg, e a pitangueira, Eugenia uniflora L. Essas

espécies representam apenas uma pequena fração do grande potencial econômico da família,

tendo em vista o grande número de frutos comestíveis produzidos por espécies não

comerciais: como a Myrciaria glazioviana (cabeludinha) e a Neomitrantes obscura (pitanga

de cachorro) e a Eugenia brasiliensis, Lam. (grumixama) (LANDRUM e KAWASAKI,

1997).

Compostos bioativos são substâncias oriundas do metabolismo secundário dos

vegetais, possuindo um papel relevante na qualidade dos alimentos e contribuem na

prevenção de doenças (DEWICK, 2009). Compreendem diferentes classes de substâncias com

atividade antioxidante, dentre as quais se destacam os carotenoides, ácido ascórbico e os

compostos fenólicos (flavonoides e ácidos fenólicos). (DEWICK, 2009; CABRAL et al.;

2009; BRAGA et al., 2010).

O presente trabalho visa contribuir para uma melhor identificação do valor funcional

de frutos de uma espécie de mirtácea pouco explorada, a Eugenia brasiliensis, Lam.,

14

conhecida como Grumixama, identificando e quantificando substâncias com potencial

antioxidante.

15

2 JUSTIFICATIVA

O atual cenário mundial, onde as pessoas estão buscando cada vez mais opções

saudáveis para sua alimentação, foi o agente impulsionador desse trabalho. O presente

trabalho está estrategicamente alinhado ao Portfólio de Projetos da Embrapa, Alimentos,

Nutrição e Saúde (AliNutriS), principalmente no que se refere ao desenvolvimento de

metodologias e instrumentos para prospecção e avaliação in vitro e in vivo da segurança e de

propriedades benéficas de alimentos e seus componentes à saúde humana. Adicionalmente, a

exploração de novas espécies está em alinhamento ao Portfolio Química e Tecnologia de

Biomassa, que visa à valorização da biomassa nacional.

A família das mirtáceas, apesar de sua importância, apresenta poucas espécies com

frutos explorados. Com o desmatamento da mata atlântica durante vários anos, o número real

de espécies desta família poderá nunca ser conhecido. Neste contexto, torna-se interessante o

estudo de espécies preservadas, com a caracterização de seus compostos bioativos. A

investigação de tais compostos pode propiciar o consumo de novas frutas, introduzindo-as na

alimentação da população e até sua domesticação.

Os frutos de grumixama (Eugenia brasiliensis, Lam.) (FIGURA 2.1), foram pouco

estudados até hoje e uma identificação de compostos bioativos presentes em seus frutos é

importante diante da possibilidade de descoberta de novas fontes de nutrientes, além de poder

despertar o interesse de sua comercialização e utilização em produtos inovadores associada à

preservação da biodiversidade.

Figura 1.1: Características de grumixama. 1 A- Flores da espécie 1 B- Fruto grumixama.

FOTO: Autora.

A B

16

3 OBJETIVO

Identificação e quantificação de compostos bioativos em frutos Eugenia brasiliensis

Lam., por cromatografia líquida.

3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar e quantificar carotenoides, flavonoides, ácidos fenólicos, vitamina C;

Identificar e quantificar açúcares;

Identificar e quantificar antocianinas e confirmar por massa acurada, as

antocianinas majoritárias presentes nas cascas dos frutos de Eugenia brasiliensis,

Lam.

17

4 REVISÃO DA LITERATURA

4.1 MIRTÁCEAS

A família Myrtaceae é composta por cerca de 130 gêneros e 5671 espécies

(GOVAERTSet al., 2008). Destacando-se, com mais de uma centena de espécies, os gêneros

Eugenia, Myrcia e Calyptranthes, enquanto o restante dos gêneros possui menos de 60

espécies brasileiras (BARROSO e PERÓN, 1994; LANDRUM e KAWASAKI, 1997).

Muitas destas espécies possuem alto potencial alimentar e são comercializadas in

natura para aplicação na produção de sorvetes, sucos, geleias e outros produtos

manufaturados (PEREIRA et al., 2012; SOBRAL et al., 2013).

Algumas espécies estão desaparecendo da natureza antes mesmo que se tenha

conhecimento básico de sua biologia (LANDRUM e KAWASAKI, 1997), como pode ser

visto pelas listas de espécies de Myrtaceae ameaçadas no Brasil, divulgadas recentemente.

(BIODIVERSITAS, 2006).

4.1.1 Eugenia brasiliensis

A espécie Eugenia brasiliensis Lamarck, é conhecida popularmente como grumixama,

grumixameira, grumixaba, itapoiroti e cumbixaba. Na medicina popular, o uso da espécie na

forma de infusão das folhas, foi relatado para o tratamento de artrite e reumatismo, e como

diurético. Os frutos maduros são usados como alimento e para a preparação de bebidas

fermentadas. Devido ao seu alto teor de taninos, o que lhe confere ação adstringente, as cascas

eram usadas na indústria de couro, como tanantes. Os frutos de E. brasiliensis, Lam. são

comestíveis e apresentam coloração variável, sendo reconhecida três variedades: a vermelha,

a roxa e a amarela ou branca (MORENO et al., 2007). Possui uma polpa espessa de cor clara,

bastante suculenta e doce, que normalmente derrete na boca, lembrando certamente um sabor

muito semelhante aos das cerejas, sendo por isso também chamada de cereja do Brasil. A

árvore quando é cultivada costuma atingir em torno de 6 a 7 metros de altura em ambientes

abertos, porém existem registros de que foram encontrados exemplares com mais de 20

metros de altura.

Nativa da Mata Atlântica, a Grumixama é uma árvore de porte médio, altamente

resistente à variação climática, que ocorre do sul da Bahia até Santa Catarina.

É uma árvore com flores brancas de muito perfume, dotada de copa densa e estreita. Ela

floresce a partir do final do mês de setembro até novembro, e seus frutos costumam

amadurecer até os meses de novembro e dezembro. Produzem grande quantidade de frutos

18

todos os anos, porém não existem maiores dados de sua produtividade, por não terem objetivo

comercial.

Em um estudo realizado por Reynertson et al. (2008), foram encontradas na variedade

de frutos roxos, duas antocianinas: cianidina-3-O-glicosídeo e delfinidina-3-O-glicosídeo,

sendo identificados também ácido elágico e flavonoides como miricetina, quercetina,

quercitrina e rutina. Os pesquisadores concluíram que os taninos elágicos e os flavonoides são

os responsáveis pela forte atividade antioxidante do extrato destes frutos. Na literatura, pode

ser encontrado também um estudo feito por Flores (2012), que identificou nove antocianinas

nos frutos de Eugenia brasiliensis: cianidina-3-O-glicosídeo, cianidina-3-O-galactosídeo,

cianidina-3-O-arabnosídeo, delfinidina-3-O-pentosídeo, cianidina-3-O-xilosídeo, malvidina-

3-O-glicosídeo, delfinidina-3-O-glicosídeo, cianidina e delfinidina.

4.2 COMPOSTOS COM PROPRIEDADES ANTIOXIDANTES

Um antioxidante é qualquer substância capaz de retardar ou impedir danos devidos à

oxidação (como rancificação e formação de off-flavors em alimentos) estando presente em

pequenas concentrações, quando em comparação com o agente oxidante. As substâncias

antioxidantes podem apresentar diferentes propriedades protetoras e agir em diversas etapas

do processo oxidativo, funcionando por diferentes mecanismos e são, portanto, classificadas

em duas categorias principais: antioxidantes primários e secundários. São considerados

primários os compostos de ação antioxidante capazes de inibir ou retardar a oxidação por

inativação de radicais livres graças à doação de átomos de hidrogênio ou de elétrons o que

transforma os radicais em substâncias estáveis. Os antioxidantes secundários apresentam uma

grande variedade de modos de ação: ligação de íons metálicos (alteração de valência);

inativação de espécies reativas de oxigênio (ERO), conversão de hidroperóxidos em espécies

não-radicalares ou absorção de radiação UV (MAISUTHISAKUL et al., 2007).

Inúmeros fatores afetam a qualidade de vida moderna, de modo que a população deve

ter consciência da importância de alimentos contendo componentes que auxiliam a promoção

da saúde, melhorando seu estado nutricional. A incidência de morte por acidentes

cardiovasculares, câncer, acidente vascular cerebral, arteriosclerose, enfermidades hepáticas,

dentre outras doenças, pode ser minimizada através de bons hábitos alimentares. As

recomendações nutricionais sugerem que sejam ingeridas cinco porções de frutas e verduras

(cerca de 80 gramas) por dia para ter-se uma alimentação saudável (HE et al.,1996).

A busca por antioxidantes naturais para produtos alimentícios, cosméticos e

farmacêuticos vem representando um importante desafio para a pesquisa industrial nos

últimos 20 anos (LAGUERRE et al., 2007).

19

Os principais antioxidantes nos vegetais são as vitaminas C e E, os carotenoides e os

compostos fenólicos, especialmente os flavonoides. Esses antioxidantes absorvem radicais

livres e inibem a cadeia de iniciação ou interrompem a cadeia de propagação das reações

oxidativas promovidas pelos radicais (PODSEDEK, 2007). Além da ingestão de frutas e

vegetais, que são recomendados como fontes de compostos antioxidantes, acredita-se que a

suplementação da dieta com ervas, contendo altas concentrações de compostos capazes de

desativar radicais livres, tenha também efeitos benéficos à saúde. (CAPECKA et al., 2004).

4.2.1 Compostos Fenólicos

As plantas sintetizam uma diversidade de compostos orgânicos que são

tradicionalmente classificados como metabólitos primários e secundários. Metabólitos

primários são compostos produzidos por todas as plantas e que desempenham funções

essenciais, tais como a fotossíntese, a respiração, o crescimento e o desenvolvimento. Em

contrapartida, os metabólitos secundários são estruturalmente diversos e muitos são

distribuídos em um número limitado de espécies no reino vegetal (TAIZ e ZEIGER, 2004).

Os compostos do metabolismo secundário têm funções ecológicas importantes nos vegetais

contra ataque de patógenos, herbívoros e radiação ultravioleta; atuam também na sinalização e

na atração de insetos polinizadores e dispersores de semente, bem como agentes na

competição planta–planta (PICHERSKY e GANG, 2000).

A presença dos compostos fenólicos em plantas tem sido muito estudada por estes

apresentarem atividades farmacológica e antinutricional e também por inibirem a oxidação

lipídica e a proliferação de fungos (NAGEM et al., 1992; GAMACHE et al., 1993;

IVANOVA et al., 1997; AZIZ et al., 1998; FERNANDEZ et al., 1998; HOLLMAN e

KATAN, 1998), além de participarem de processos responsáveis pela cor, adstringência e

aroma em vários alimentos (PELEG et al., 1998).

Os compostos fenólicos são substâncias amplamente distribuídas na Natureza, tendo

sido 8000 compostos já detectados em plantas (DREOSTI, 2000). Podem ser pigmentos, que

dão a aparência colorida aos alimentos, ou produtos do metabolismo secundário, derivados de

reações de defesa das plantas contra agressões do ambiente. Esses compostos agem como

antioxidantes, não somente pela sua habilidade em doar hidrogênio ou elétrons, mas também

em virtude de seus radicais intermediários estáveis, que impedem a oxidação de vários

ingredientes do alimento, particularmente de lipídios (BRAND-WILLIAMS et al., 1995).

Esta classe de compostos apresenta uma grande diversidade e divide-se em

flavonoides e não-flavonoides. Os átomos de hidrogênio dos grupos hidroxila adjacentes

(orto-difenóis), localizados em várias posições dos anéis A, B e C, as duplas ligações dos

20

anéis benzênicos e a dupla ligação da função oxo (-C=O) de algumas moléculas de

flavonoides garantem a esses compostos sua alta atividade antioxidante (HRAZDINA et al.,

1970; RICE-EVANS et al., 1996).

4.2.1.1 Ácidos fenólicos

Os ácidos fenólicos são algumas das substâncias que constituem o grupo dos

compostos fenólicos. Caracterizam-se por terem um anel benzênico, um grupamento

carboxílico e um ou mais grupamentos de hidroxila e/ou metoxila na molécula, conferindo

propriedades antioxidantes tanto para os alimentos como para o organismo (KERRY e

ABBEY, 1997; BRAVO, 1998; CROFT, 1998; FERGUSON e HARRIS, 1999).

Os ácidos fenólicos são divididos em três grupos. O primeiro é composto pelos ácidos

benzóicos, que possuem sete átomos de carbono (C6-C1) e são os ácidos fenólicos mais

simples encontrados na natureza. O segundo é formado pelos ácidos cinâmicos, que possuem

nove átomos de carbono (C6-C3), sendo sete: ácido cinâmico, ácido o-cumárico, ácido m-

cumárico, ácido p-cumárico, ácido caféico, ácido ferúlico e ácido sinápico, os mais

comumente encontrados no reino vegetal. Suas fórmulas gerais e denominações estão

representadas na Figura 4.1.

COOH

R1O

R2

R3

R1

R2

R3

COOH

Ácido GálicoÁcido VanílicoÁcido Siríngico

R1 R2 R3

H

CH3

CH3

OH

OH

H

OH

H

OCH3

Ácido p-cumárico

Ácido Caféico

Ácido Ferúlico

Ácido Sinápico

R1 R2 R3

H

OH

OCH3

OCH3

OH

OH

OH

OH

H

H

H

OCH3 Figura 4.1: Estruturas químicas dos ácidos fenólicos comumente encontrados na natureza.

Ácido benzóico Ácido cinâmico

21

As cumarinas são derivadas do ácido cinâmico por ciclização da cadeia lateral do

ácido o-cumárico (FIGURA 4.2).

Figura 4.2: Estrutura química das cumarinas.

Os ácidos fenólicos, além de se apresentarem sob sua forma natural, podem também se

ligar entre si ou com outros compostos. (SOARES, 2002).

Diversos autores realizaram estudos visando verificar o potencial antioxidante dos

ácidos fenólicos, com o objetivo de substituir os antioxidantes sintéticos, largamente

utilizados na conservação de alimentos lipídicos por chegarem a aumentar a vida útil de

muitos produtos entre 15 e 200% (DURÁN e PADILLA, 1993).

4.2.1.2 Flavonoides

Os flavonoides estão amplamente distribuídos no reino vegetal e constituem uma parte

importante da dieta humana, compreendem um grupo de compostos fenólicos amplamente

distribuídos nas frutas e nos vegetais, apresentando-se sob muitas variações Suas principais

fontes em alimentos, segundo a literatura, são: café, cebola, maçã, uva cerveja, vinho tinto e

especialmente chá, que contém, sobretudo, catequinas em sua composição (GRAHAM, 1992;

VAN ACKER, S.A. et al., 1996). A ingestão destes compostos está associada com a

longevidade e redução na incidência de doenças cardiovasculares, devido suas propriedades

benéficas à saúde humana, tais como atividade antioxidante, anti-inflamatória, anti-tumoral e

anticoagulante (VOLP et al., 2008).

A estrutura básica dos flavonoides apresenta uma formação de 15 átomos de carbono

na formação C6-C3-C6, composta por dois anéis aromáticos ligados por três carbonos e um

átomo de oxigênio formando um anel heterocíclico oxigenado, denominado anel C

(DEWICK, 2009). As principais subclasses comumente encontrada em alimentos são as

22

antocianidinas, as catequinas, as flavonas, os flavonols, as flavanonas, as isoflavonas, entre

outros (FIGURA 4.3).

Figura 4.3: Estrutura química dos grupos mais encontrados em alimentos.

4.2.1.2.1 Antocianinas

As antocianinas compõem o maior grupo de pigmentos naturais solúveis em água do

reino vegetal e são especialmente característicos das angiospermas, as quais proveem uma

grande fonte de alimentos, ocorrendo ao menos em 27 famílias, 73 gêneros e em inúmeras

espécies (BRIDLE e TIMBERLAKE, 1997).

As antocianinas (do grego anthos=flores e kianos=azul) são metabólitos secundários e

constituem o maior grupo de flavonoides responsáveis pelas cores rosa, vermelho, violeta e

azul encontradas em muitas flores, frutos e folhas (FIGURA 4.4). Algumas vezes, estão

presentes em raízes, tubérculos e caules. Nas plantas servem como atrativos para pássaros e

insetos responsáveis pela polinização, protegem contra raios ultravioleta, herbívoros e

infecções fungopatogênicas. (CHANDRA et al., 1992; MESKIN et al., 2004; BRIDLE e

TIMBERLAKE, 1996; RENAULT et al., 1997; ALCALDE-EON et al., 2004; EINBOND et

al., 2004; ANDERSEN e MARKHAM, 2006; MARÇO et al., 2008; CHARRON et al., 2009).

São derivadas do benzopirano. As funções desempenhadas pelas antocianinas nas plantas são

variadas: antioxidantes, proteção à ação da luz, mecanismo de defesa e função ecológica. As

cores vivas e intensas que elas produzem têm um papel importante em vários mecanismos

reprodutores das plantas, tais como: polinização e dispersão de sementes.

23

Recentemente, maior atenção tem sido dada aos possíveis benefícios para a saúde

destes compostos na prevenção de doenças crônicas e degenerativas incluindo doenças

cardíacas e câncer (LIM et al, 2011;. ZIBERNA et al., 2010).

Atualmente são utilizados inúmeros corantes artificiais na indústria, com objetivo

único de conferir cor aos alimentos, não possuindo nenhum valor nutritivo. Segundo a

ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), estudos toxicológicos mostram que

corantes não fazem mal à saúde se usados nos limites definidos pela legislação. Mas existem

controvérsias quanto aos seus malefícios. Alguns estudos recentes mostram que os corantes

artificiais podem ser cancerígenos, causar dermatite alérgica e irritação da pele (GODOY e

PRADO, 2003). Por este motivo, muitos produtores de alimentos estão se voltando para o uso

de corantes de origem natural.

Uma das desvantagens das antocianinas diante de corantes sintéticos é devido à

mudança de cor devido a reações químicas dos produtos alimentícios. Durante a estocagem,

as antocianinas sofrem modificações devido à sua sensibilidade ao efeito da temperatura,

oxigênio, luz e ação enzimática (JACKMAN et al., 1987; FRANCIS, 1989). Um problema

particular é a influência do pH em seu comportamento, devido às diferentes estruturas que as

antocianinas apresentam em equilíbrio aquoso, assim como a descoloração das antocianinas

devido à adição de bissulfito (IACOBUCCI e SWEENY, 1983).

24

O

R1

R2

R3

OH

HO

OH

R1 R2 R3

Cianidina (Cy) OH OH H

Delfinidina (Dp) OH OH OH

Malvidina (Mv) OMe OH OMe

Pelargonidina (Pg) H OH H

Peonidina (Pn) OMe OH H

Petunidina (Pt) OMe OH OH

Figura 4.4: Principais antocianinas encontradas em alimentos.

4.2.2 Carotenoides

Carotenoides são um grande grupo de pigmentos presentes na natureza. São

lipossolúveis e apresentam coloração que vai do amarelo ao vermelho, presentes em muitas

frutas e vegetais. Em plantas superiores, estão localizados em organelas subcelulares

(cloroplastos e cromoplastos). Nos cloroplastos encontram-se associados principalmente a

proteínas e são, normalmente, mascarados pela presença de outros pigmentos clorofílicos

dominantes. Atuam como pigmentos fotoprotetores na fotossíntese e como estabilizadores de

membranas. (KURZ, 2008).

Existem, aproximadamente, 700 carotenoides na natureza, destes apenas 40 podem ser

absorvidos, metabolizados e utilizados pelo organismo humano, onde apenas 6 dentre os 40

são observados a nível plasmático, o β-caroteno, α-caroteno, licopeno, β-criptoxantina,

zeaxantina e a luteína (FIGURA 4.5) (FERNÁNDEZ-GARCÍA et al., 2012). Processos de

ciclização, hidrogenação, desidrogenação, migração de duplas ligações, encurtamento ou

alongamento de cadeia, rearranjo, isomerização, introdução de funções com oxigênio ou a

25

combinação destes processos resultam nesta grande diversidade de estrutura dos carotenoides

(DIAS et al., 2008).

Figura 4.5: Estruturas químicas de carotenoides observados a nível plasmático.

Estruturalmente os carotenoides são tetraterpenoides de 40 carbonos unidos por

ligação cauda-cauda no centro da molécula. Esta cadeia pode ter de 3 a 15 ligações

conjugadas que determinam o espectro de absorção e, assim, a cor da molécula de carotenoide

(FRASER e BRAMLEY, 2004; STAHL e SIES, 2005). Este espectro na região UV/Vis é

uma ferramenta importante para a análise de carotenoides, já que é consequência da presença

da longa cadeia com duplas ligações conjugadas, sendo possível obter diversas informações

sobre a estrutura da molécula (MELÉNDEZ-MARTÍNEZ et al., 2007).

Os carotenoides podem ser classificados em dois grupos, os carotenos e as xantofilas.

Os carotenos são carotenoides compostos apenas por carbono e hidrogênio, já as xantofilas

apresentam grupos substituintes com oxigênio. β-caroteno, α-caroteno e licopeno são

importantes membros do grupo dos carotenos, enquanto luteína, zeaxantina e, α e β-

criptoxantina, são das xantofilas (STAHL e SIES, 2005).

Alguns dos carotenoides apresentam a estrutura cíclica β-ionona em suas moléculas

sendo, portanto, precursores de vitamina A (ex. α, β e γ-caroteno e β-criptoxantina). A

deficiência de vitamina A (retinol) é o maior problema nutricional em populações

subdesenvolvidas e suas consequências são: cegueira, morte prematura especialmente em

crianças e xeroftalmia ou olho seco, que é uma doença caracterizada pela não produção de

CH3

CH3

CH3

CH3 CH3

CH3CH3 CH3

CH3CH3

CH3

CH3

CH3

CH3 CH3

CH3CH3 CH3

CH3CH3

CH3CH3

CH3 CH3 CH3 CH3

CH3CH3CH3CH3

CH3

CH3

CH3

CH3 CH3

CH3CH3 CH3

CH3CH3OH

OH

CH3

CH3

CH3

CH3 CH3

CH3CH3 CH3

CH3CH3OH

OH

CH3

CH3

CH3

CH3 CH3

CH3CH3 CH3

CH3CH3OH

-caroteno

-caroteno

Licopeno

Luteína

Zeaxantina

-criptoxantina

26

lágrimas e dificuldades de visão. A vitamina A é também importante na manutenção do

crescimento, na eficiência reprodutiva, na manutenção dos tecidos epiteliais e na prevenção

de queratinização, além de uma importante ação na resposta imunológica.

O problema nas populações subdesenvolvidas e carentes resulta da ingestão deficiente

de vitamina A pré-formada em fontes animais, devido ao baixo consumo de carnes, ovos, leite

e derivados. Nesses casos, a fonte primária de vitamina A é a pró-vitamina A na forma de

carotenoides, vindos da ingestão de frutas e vegetais (SCOTT e RODRIGUEZ-AMAYA,

2000).

A recomendação diária de ingestão de frutas e vegetais é de cinco ou mais porções, o

que é suficiente para prover de 3 a 6mg/dia de b-caroteno (IOM, 2000). Os carotenoides

dividem-se em dois grupos, os precursores de vitamina A e os que não podem ser usados na

síntese do retinol.

Estudos apontam que a função antioxidante dos carotenoides desempenha um papel

importante na redução do risco de câncer, catarata, ateriosclerose e no processo de

envelhecimento (FENNEMA, 2008). Dentre os carotenoides mais amplamente estudados o

que possui maior atividade antioxidante é o licopeno (DIAS et al., 2008; UENOJO et al.,

2007).

4.2.3 Ácido Ascórbico

Vitamina C é o nome comum dado ao ácido 2,3-enediol-L-gulônico que é um

poderoso antioxidante, pois impede a oxidação, isto é, a perda de elétrons. As moléculas do

ácido ascórbico (vitamina C) sofrem oxidação antes que outras moléculas se oxidem,

impedindo e protegendo essas outras moléculas da oxidação.

O nome "ascórbico" provêm do prefixo a- (que significa "não") e da palavra latina

scorbuticus (escorbuto), uma doença causada pela deficiência de vitamina C.

O ácido-L-ascórbico, nomenclatura definida pela IUPAC (International Union of

Pureand Applied Chemistry), é uma vitamina hidrossolúvel amplamente encontrada em frutas

e vegetais (CARDOSO et al., 2011).

Estruturalmente, o ácido ascórbico é formado por um anel ɣ lactona quase planar com

dois centros quirais nas posições 5 e 6 (FIGURA 4.6), determinando dois pares de

estereoisomêros: os ácidos L e D ascórbico, e os ácidos D e L isoascórbicos. O ácido L-

ascórbico é o que possui maior atividade vitamínica, o ácido D-ascórbico apresenta apenas

5% desta atividade, enquanto os ácidos D e L isoascórbicos não apresentam atividade

vitamínica (ROSA et al., 2007)

27

Figura 4.6: Estrutura do ácido ascórbico.

O ácido ascórbico é um dos ácidos orgânicos mais importantes da dieta humana

(MELÉNDEZ et al., 2004).Os efeitos benéficos da vitamina C estão relacionados com a sua

participação em diversos processos metabólicos, como a formação de colágeno e síntese de

epinefrina, corticoesteróides e ácidos biliares. Além de atuar como cofator enzimático e

participar de processos de óxido-redução, aumentado à absorção de ferro (ARANHA et al.,

2000).

A vitamina C funciona como agente conservante em alimentos. Para evitar a ação do

tempo nos alimentos, as indústrias se valem de agentes que preservam a integridade do

produto, aumentando a sua vida útil (STADLER, 1999).

Nos alimentos o controle do processo oxidativo é feito através do emprego de

substâncias que apresentam a propriedade de retardar a oxidação lipídica, denominadas

antioxidantes, e são normalmente utilizadas no processamento de óleos e gorduras e em

alimentos que os contêm (PEREIRA, 2008).

O ácido ascórbico age também como um potente antioxidante através da captura de

ânions superóxido (-O2·) auxiliando assim no tratamento e redução do risco de

desenvolvimento de varias patologias causadas por estresse oxidativo, tais como câncer,

aterosclerose, cardiopatias e algumas doenças degenerativas (HEAD, 1998; PINNELL, 2003;

MANELA-AZULAY et al., 2003; VALDÉS, 2006).Os seres humanos não são capazes de

sintetizar ácido ascórbico, devido à ausência da enzima L-gulonalactona oxidase, enzima a

qual catalisa a etapa final da síntese deste ácido a partir da glicose do sangue (STONE, 1984).

Sendo assim os seres humanos adquirem esta vitamina através de sua alimentação, pelo

consumo de frutas e vegetais.

4.3 CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA – CLAE

A cromatografia líquida é um método físico-químico de separação de espécies

químicas que ocupa um lugar de destaque entre os métodos analíticos modernos. Através

deste método é possível facilmente separar, assim como identificar e quantificar espécies

quando há a presença de padrões externos (RUTZ, 2009). Este método físico-químico

fundamenta-se na migração diferencial dos componentes de uma mistura, o que ocorre devido

O

OH OH

O

OH

OH

28

a diferentes interações entre duas fases imiscíveis, uma fase estacionária, que tem uma grande

área superficial de contato, e um fluido, que se move através da fase estacionária, chamada de

fase móvel (DEGANI et al., 1998).

Nos últimos 40 anos, a cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) foi a técnica

analítica mais desenvolvida, difundida e empregada em laboratórios de análise de indústrias

químicas e farmacêuticas, em áreas médicas e em muitos outros campos da ciência.

(MALDANER e JARDIM, 2009). Seu diferencial está na utilização de colunas com um

reduzido diâmetro partículas (2-10μm), o que promove uma maior eficiência de análise e

permite a diminuição do tamanho da coluna levando a um menor tempo de análise. Possui um

sistema de bombeamento de pressão, responsável por bombear a fase móvel líquida que elui

sobre a fase estacionária que está no interior da coluna, assim, os solutos com maior afinidade

com a fase móvel serão eluídos primeiro e posteriormente os que têm maior afinidade com a

fase estacionária. Partículas menores que 2μm promovem uma maior eficiência, porém

elevam a pressão do sistema, permitindo que este tamanho de partícula seja utilizado,

normalmente, na Cromatografia Líquida de Ultra Eficiência- CLUE (MALDANER e

JARDIM, 2009; RUTZ, 2009).

A separação de analitos por CLAE pode ser realizada por diferentes mecanismos,

podendo esta ser por partição, adsorção, troca iônica ou exclusão de tamanho. Modificações

ainda podem ser realizadas em relação ao tipo de fase utilizada, podendo a separação ser

efetuada em fase normal, fase estacionária polar e fase móvel apolar, ou em fase reversa, fase

estacionária apolar e fase móvel polar. Um sistema de CLAE (FIGURA 4.7) é dotado de

abastecimento de solvente e programadores da fase móvel, bombas; injetor; coluna; e

detectores, sendo o registro dos dados feito por um registrador, integrador ou mesmo um

microcomputador, que também é utilizado na programação de todas as etapas do processo

(RUTZ, 2009).

29

Figura 4.7: Esquema básico de um sistema cromatográfico.

FONTE: ROSA, 2007.

4.4 ESPECTROFOTOMETRIA DE ABSORÇÃO NA REGIÃO DO UV-VISÍVEL

A espectrofotometria visível e ultravioleta (FIGURA 4.8) é um dos métodos analíticos

mais usados nas determinações analíticas em diversas áreas. É aplicada para determinações de

compostos orgânicos e inorgânicos, como, por exemplo, na identificação do princípio ativo de

fármacos.

A espectroscopia de absorção molecular é valiosa para a identificação dos grupos

funcionais na molécula. Mais importante, entretanto, são as aplicações da espectroscopia de

absorção visível/ ultravioleta para a determinação quantitativa de compostos contendo grupos

absorventes (SKOOG et al., 2006).

30

Figura 4.8: Espectrofotômetro Shimadzu UV-1800do laboratório de Cromatografia Líquida da Embrapa

Agroindústria de Alimentos

A região ultravioleta do espectro é geralmente considerada na faixa de 200 a 400 nm,

e a região do visível entre 400 a 800 nm. É fundamentada na lei de Lambert-Beer, que é a

base matemática para medidas de absorção de radiação por amostras no estado sólido, líquido,

sólido ou gasoso, nas regiões ultravioleta, visível e infravermelho do espectro eletromagnético

(SILVERSTEIN, 1994).

4.5 ESPECTROMETRIA DE MASSAS (MS-MS)

Técnica analítica utilizada para identificar compostos desconhecidos, elucidar as

propriedades químicas e estruturais de moléculas; pode ser realizada com quantidades bem

pequenas (ao nível do picograma) e a concentrações bem baixas em misturas quimicamente

complexas (ppt).

Um espectrômetro de massas (FIGURA 4.9) consiste em três principais setores,

esquematizados na figura 4.10: fonte (etapa de ionização), analisador (etapas de seleção,

fragmentação e separação para determinação da massa) e detector (etapa de contagem dos

íons) (SMITH, 2004).

31

Figura 4.9: Modelo de espectrômetro de massas do laboratório de Cromatografia Líquida da Embrapa

Agroindústria de Alimentos.

FONTE: arquivo pessoal.

Figura 4.10: Representação dos três setores do espectrômetro de massas QToF.

FONTE: adaptado de Waters Corporation (2010).

A solução contendo o composto de interesse é injetada em um espectrômetro (injeção

direta) ou através de um cromatógrafo acoplado ao mesmo. Após injeção, a solução é

ionizada, ocorrendo a separação de íons pela razão massa (m/z) e o número de íons que

corresponde a cada ―unidade‖ de massa/carga é registrado na forma de um espectro

(ABDELNUR, 2010).

32

5 MATERIAL

5.1 SOLVENTES E REAGENTES

água Milli-Q (ultrapura);

acetato de etila (C4H8O2) grau HPLC (Tedia);

acetonitrila (C2H3N) grau HPLC/ Spectrum (Tedia);

acetona (C3H6O) grau HPLC (Tedia);

ácido acético (C2H4O2) grau HPLC (Tedia);

ácido fórmico (CH2O2) ACS (Emsure);

éter de petróleo grau HPLC (Tedia)

éter etílico (C4H10O) grau CG (Tedia);

éter metil terc-butílico (C5H12O) grau HPLC (Tedia);

metanol (CH4O) grau HPLC/ Spectro (Tedia);

ácido clorídrico (HCl) grau PA (Tedia);

ácido fosfórico (H3PO4) grau PA (Tedia);

ácido sulfúrico (H2SO4) grau PA (Tedia);

celite 545 (Tedia);

hidróxido de sódio (NaOH) PA (Vetec);

butilato de hidroxitolueno -BHT (C15H24O) (Spectrum);

cloreto de sódio (NaCl) (Vetec);

sulfato de sódio anidro (Na2SO4) (Vetec);

Padrões analíticos Sigma Aldrich® nas análises de:

glicose (pureza de 99,5%);

frutose (99%);

ácido ascórbico (99%);

flavonoides (padrões de pureza acima de 90%);

ácidos fenólicos (pureza acima de 95%);

Para análise de sacarose, empregou-se um padrão Spectrum® com pureza de 99%.

Para as análises de antocianinas (pureza superior a 90%) e carotenoides (pureza

superior a 90%) empregaram-se padrões analíticos obtidos segundo as metodologias descritas

por Gouvêa et al. (2012) e Pacheco (2009) respectivamente.

33

5.2 EQUIPAMENTOS

agitador tipo vórtex modelo Genie 2 – Scientific Industries

balança analítica com resolução de quatro casas decimais (AY220, Marte Shimadzu);

banho de ultrassom modelo Branson modelo 2210

banho-maria com agitação (929, GyromaxTM

);

bécher de 100 mL;

centrífuga Thermo (Electron Corporation Sorvall Biofuge Stratos)

coluna amino (Amino 30cm x 4,6mm, High Performance Carbohydrate);

coluna de troca iônica HPX 87 H BIO RAD

7,8 cm x 300 mm);

coluna C18 (Thermo BDS Hypersil, 100mmx4,6mm, 2,4μm);

colunaC30 (YCM Carotenoid S-3; 4,6 x 250mm);

coluna Thermo ODS HYPERSIL C18 (150 x 4,6 mm; 5 μm)

cromatógrafo líquido com forno para colunas e injetor automático (Alliance® 2695,

Waters);

cromatógrafo líquido modelo Modular W 600 Waters®

injetor automático 717 plus

detector de arranjo de fotodiodos Waters® modelo 996

detector de arranjo de fotodiodos UV/Vis (2996, Waters);

espectrofotômetro Modelo UV-1800 – Shimadzu®;

espectrômetro de massas Q-TOF (SYNAPT massespectrometry, Waters);

estufa modelo WTB - Binder®;

detector índice de refração (IR 2410, Waters®);

liofilizador (L101, Líotop).

microcentrífuga (Hsiangtai);

moinho analítico IKA modelo A-11;

pipeta volumétrica de 10mL;

pipetadores automáticos com capacidade para 10 a 100 L, de 100 a 1000 L e de 0,5

a 5 mL Brand

refratômetro Digital, Atago modelo PAL-1;

sistema de aquisição de dados software Empower;

sistema de purificação de água Milli-Q (A10, Milipore);

titulador automático Metrohm modelo 785 DMP Titrino.

34

6 METODOLOGIA

6.1 COLETA DE AMOSTRAS

Os frutos de grumixama, de maturação aproximada, foram coletados no Condomínio

Cidade Jardim – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro. A identificação botânica foi realizada pelo

D.Sc. Marcelo da Costa Souza, professor e pesquisador do Instituto de botânica da

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

6.2 PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS

Os frutos foram lavados e separados de suas sementes, utilizando-se estiletes

(FIGURA 6.1). Polpa, casca e sementes foram triturados e pesados em triplicata, para as

análises de teor de água, carotenoides, açúcares, ácido ascórbico (vitamina C), flavonoides e

ácidos fenólicos. Na figura 6.2, pode ser observada a porcentagem das partes do fruto de

grumixama.

Figura 6.1: Partes do fruto de grumixama.

A- Semente, B- Polpa, C- casca.

Foto: Autora.

Figura 6.2: Porcentagem das partes do fruto (base úmida).

A B C

% das partes do fruto (base úmida)

35

Os frutos foram pesados em balança semi-analítica e armazenados em frasco âmbar de

40 mL. Todos foram devidamente identificados por nome da análise e número da replicata, e

congelados, conforme o fluxograma (FIGURA 6.3).

Figura 6.3: Fluxograma de preparação de amostra.

COLETA DOS FRUTOS – realizada colheita manual com o objetivo de preservar a

integridade física dos frutos.

SELEÇÃO DOS FRUTOS – os frutos foram selecionados de acordo com a coloração de suas

cascas, que deveriam estar totalmente escuras (pretas), sem problemas de podridão ou de falta

de uniformidade na maturação.

LAVAGEM DOS FRUTOS – lavagem dos frutos selecionados em água corrente para retirada

de sujidades.

SEPARAÇÃO DAS PARTES DOS FRUTOS – realizada separação das frações casca, polpa

e semente, com o auxílio de estiletes.

PESAGEM DOS FRUTOS – após homogeneização das frações dos frutos, os mesmos foram

pesados em triplicata para cada análise realizada.

Coleta dos frutos

Lavagem

Separação das partes do fruto

(casca, polpa e semente)

Armazenamento

Pesagem dos frutos (carotenoides, vitamina c (ácido ascórbico), flavonoides,

ácidos fenólicos e açúcares)

Seleção

Corte

36

ARMAZENAMENTO A -18°C – congelamento em freezer para preservação das

características químicas, nutricionais e organolépticas.

6.1.1 Teste de caracterização dos frutos

Preparo da Amostra: Separaram-se dez frutos por amostra em frascos de vidro, identificando-

as como amostras A, B e C. Procedeu-se a separação das partes dos frutos. A fração

comestível (casca + polpa) dos frutos foi homogeneizada para realização dos testes de sólidos

solúveis e Acidez total.

6.1.1.1 Análise de sólidos solúveis:

O teor de sólidos solúveis foi realizado pela leitura direta em refratômetro Digital

Atago modelo PAL-1 das três amostras em refratômetro, sendo realizada uma leitura por

amostra, com escala em graus Brix, segundo método 932.14 da A.O.A.C. (2000).

6.1.1.2 Acidez total:

Foram pesados cerca de 5g de cada amostra em bécher de 100 mL. Adicionou-se 20

mL de água ultrapura ao bécher. Verificou-se o pH inicial das amostras, A amostra foi

submetida à agitação e titulada em titulador automático Metrohm modelo 785 DMP Titrino,

com Hidróxido de Sódio 0,1 N até pH 8,1., segundo a metodologia 942.15 da A.O.A.C

(2000).

6.2 ANÁLISE DE UMIDADE

A análise de umidade foi realizada por gravimetria, conforme AOAC (2010).

Inicialmente, as partes dos frutos in natura foram homogeneizadas e pesadas em frascos

previamente secos. Em seguida foram deixados em estufa à 105ºC durante 3 horas e, após

esfriarem em dessecador, foram pesados. Este procedimento foi repetido até se obter peso

constante. O resultado foi expresso segundo a equação 6.1:

100100umidade %

Ma

mM= (6.1)

Onde,

M = Massa do frasco de vidro mais amostra secos;

m = Massa do frasco de vidro;

Ma = Massa da amostra.

37

6.3 ANÁLISE DE CAROTENOIDES

O método de análise baseia-se na extração dos carotenoides com solvente orgânico,

concentração e posterior determinação por espectroscopia na região do visível e

Cromatografia Líquida de Alta Eficiência utilizando método de padronização externa.

6.3.1 Extração de carotenoides

As amostras dos frutos foram transferidas para um gral de porcelana, sendo

adicionados 3g de celite. Em seguida, adicionou-se o solvente (acetona), com um volume

suficiente para cobrir toda a mistura celite/amostra e seguiu-se a maceração com o pistilo.

Após, a mistura obtida foi filtrada em funil de vidro com placa porosa sinterizada conectado a

kitassato de 500 mL. Retornou-se o sólido retido no funil para graal para prosseguir com uma

nova extração. Este processo foi repetido até que não houvesse mais percepção da cor

característica de carotenoide.

Após, transferiu-se o filtrado recolhido no kitassato, quantitativamente, para um funil

de separação de 500 mL já contendo aproximadamente 30 mL de éter de petróleo. Adicionou-

se, lentamente, água ultrapura para a lavagem. Procedeu-se sucessivas lavagens até que a

coloração da fase aquosa estivesse límpida, sendo então desprezada (FIGURA 6.4).

A solução etérea que permaneceu no funil de separação foi transferida para um balão

volumétrico de 25 mL com o auxílio de um funil com sulfato de sódio anidro e lã de vidro.

Por fim, avolumou-se, o mesmo balão com éter de petróleo e prosseguiu-se com a leitura em

espectrofotômetro na absorvância de 450 nm.

Figura 6.2: Fase etérea (amarela) da extração de carotenoides totais.

O teor de carotenoides totais foi calculado através da Equação 6.2.

38

M

VfABS=gg

000.10)100/( Totais esCarotenoid (6.2)

Onde,

ABS =Absorvância;

Vf = Volume final;

M = Massa da amostra

ε = 2592 (Coeficiente de absortividade do β-caroteno em éter de petróleo)

Posteriormente à leitura, retirou-se uma alíquota de 2 mL do extrato e evaporou-se em

frasco âmbar sob fluxo de nitrogênio. Após a secura, dissolveu-se o resíduo com 200 µL de

acetona e transferiu-se para vial âmbar com redutor de volume.

A análise cromatográfica foi realizada segundo Pacheco (2014) em Cromatógrafo

Líquido de Alta Eficiência Waters® Modular composto por bomba 600, injetor automático

717 plus, com detector de arranjo de fotodiodos Waters® modelo 996, software Empower®,

coluna YCM Carotenoid S-3 (4,6 x 250mm), temperatura da coluna: 33ºC, modo de eluição

gradiente (TABELA 6.1), fase móvel: metanol (Fase A) e éter metil-terc-butílico (Fase B)

com fluxo de 0,8mL.min-1

, o volume de injeção foi 15µL e o tempo de corrida de 28 minutos.

A concentração de cada carotenoide foi calculado através de utilização de curva

analítica. Os compostos foram identificados por comparação do tempo de retenção e dos

espectros de na região UV/VIS dos padrões.

Tabela 6.1: Gradiente de eluição das fases móveis para separação dos carotenoides.

Tempo Fase A (%) Fase B (%)

0,00 80,0 20,0

0,50 75,0 25,0

15,00 15,0 85,0

15,05 10,0 90,0

16,50 10,0 90,0

16,55 80,0 20,0

28,00 80,0 20,0

39

6.4 ANÁLISE DE ÁCIDO ASCÓRBICO (VITAMINA C)

O método empregado na análise de ácido ascórbico foi realizado segundo metodologia

de Rosa et al. (2007), com quantificação por padronização externa.

A amostra já pesada foi extraída com 10 mL de H2SO4 0,05 M em banho ultrassônico

por 10 minutos. Após, uma alíquota é filtrada com o auxílio de um papel de filtro, sendo

transferida para vial de 1,5 mL.

O método de análise cromatográfica foi realizado sob as seguintes condições:

cromatógrafo líquido de alta eficiência Waters®

Alliance 2690/5, detector de arranjo de

fotodiodos Waters®

2996, coluna de troca iônica (HPX 87 H BIO RAD : 7,8 x 300mm), fluxo

de 0,7mL.min-1

., volume de injeção de 20µL, modo de eluição isocrático com solução aquosa

de ácido sulfúrico 0,05 M e tempo de corrida de 10 minutos.

6.5 ANÁLISE DE AÇÚCARES

A análise de açúcares (glicose, frutose e sacarose) foi realizada segundo a metodologia

descrita por Macrae (1998). Os açúcares foram extraídos da amostra com 10 mL de água

Milli-Q (água ultrapura) em ultrassom por 20 minutos, a amostra foi então, filtrada e

submetida à análise por CLAE com detector de Índice de Refração. A quantificação foi

realizada por padronização externa.

A análise cromatográfica foi realizada por CLAE-IR e os açúcares identificados por

comparação do tempo de retenção dos padrões. O método baseia-se na separação

cromatográfica em coluna amino (Amino 30cm x 4,6mm, High Performance Carbohydrate) à

temperatura ambiente em modo de eluição isocrático de acetonitrila 75% em água Milli-Q

(água ultrapura) com fluxo de 1,4mL.min-1

, o volume de injeção foi 20µL, o tempo de corrida

de 20 minutos e a temperatura interna do detector de 45ºC.

6.6 ANÁLISE DE ANTOCIANINAS

Para a análise de antocianinas, utilizou-se somente as cascas liofilizadas dos frutos,

pois somente estas tinham coloração que correspondiam a esta substância, segundo a literatura

e avaliação visual. As cascas secas foram moídas em Moinho analítico para obtenção de um

pó (FIGURA 6.5).

40

Figura 6.3: Liofilizador de bancada utilizado (A) e pó obtido após o processo de liofilização (B).

A extração das antocianinas foi realizada segundo a metodologia adaptada de Santiago

et al. (2010). Pesou-se cerca de 0,020 g de amostra liofilizada, transferiu-se a amostra para um

tubo de Falcon de 20 mL, adicionou-se 2,0mL de solução ácido fórmico/metanol (10:90, v/v),

agitou-se em vórtex durante 1 minuto, colocou-se em ultrassom por 10 minutos e centrifugou-

se a 6000 rpm por um período de 10 minutos. O sobrenadante foi transferido para um balão

volumétrico de 10 mL. Repetiu-se a extração até que não se observasse mais alteração da

coloração do sobrenadante, transferindo o volume para o mesmo balão volumétrico.

Microcentrifugou-se 1 mL do extrato (14000rpm por 5 minutos). Secou-se 400 µL do

centrifugado sob fluxo de ar comprimido filtrado (Millipore Millex-GV 0,22µm) e

posteriormente ressuspendeu-se em 100 µL de solução para injeção (5% de ácido Fórmico em

água Milli-Q®: metanol (90:10, v/v), sendo o material transferido para vial do injetor

automático.

A análise cromatográfica foi realizada em Cromatógrafo Líquido de Alta Eficiência

Waters® Alliance modelo 2690/5, com detector de arranjo de fotodiodos Waters® modelo

2996 (varredura 210 a 600 nm com quantificação em 520nm), software Empower®, coluna

Thermo BDS HYPERSIL C18 (100 x 4,6mm; 2,4μm) à 40ºC. Modo de eluição gradiente

(TABELA 6.2) de ácido fórmico 5% (Fase A) e acetonitrila (Fase B) com fluxo de 1,0

mL.min-1

, o volume de injeção foi 20µL e o tempo de corrida de 20 minutos.

A identificação foi realizada utilizando comparação dos tempos de retenção e

espectros de UV e massa acurada somente para os picos majoritários. A quantificação foi

realizada por padronização externa.

A B

41

Tabela 6.2: Gradiente de eluição das fases móveis para separação das antocianinas.

Tempo

Fase A

(%)

Fase B

(%)

0,00 95 5

15,00 87 13

16,50 86 14

18,00 95 5

20,00 95 5

6.7 ANÁLISE DE FLAVONOIDES E ÁCIDOS FENÓLICOS

Para a primeira etapa de extração das amostras foi utilizada metodologia descrita por

Pérez-Jimenéz (2008), onde a amostra é extraída com solventes polares e apolares para

garantir a detecção de compostos fenólicos com diferentes polaridades.

A amostra, previamente pesada, foi transferida para tubo centrífuga de 50 mL, onde

foram adicionados 4 mL de metanol:água (50:50; v/v; pH2). Logo após foi levado à agitação

em agitador magnético à temperatura ambiente por 1h. O tubo foi centrifugado a 5000 g por

10 minutos, a 4 oC. Recolheu-se o sobrenadante 1 e reservou-se.

Adicionou-se 4 mL de acetona:água (70:30; v/v) ao precipitado e repetiu-se as etapas

de agitação e centrifugação. Recolheu-se o sobrenadante 2, reservando-o. Foram misturados 3

mL de cada sobrenadante e transferiu-se a mistura para vial de 1,5 mL para posterior injeção

em cromatógrafo.

Com o resíduo obtido, procedeu-se a extração dos fenólicos hidrolisáveis, utilizando-

se método adaptado de Frighetto e Baccan (2012).

Adicionou-se uma mistura de 5 mL da solução NaOH 2M contendo 1% de ácido ascórbico e

10 mM de EDTA e em seguida procedeu-se à hidrólise básica por 60 minutos a 61- 63°C.

Sem resfriar a solução, acidificou-se com 1,5 mL de HCl 6M, submeteu-se a agitação em

vórtex por 10 segundos e deixou-se resfriando até a temperatura ambiente. Posteriormente,

centrifugou-se por 10 minutos a 2700 rpm. O sobrenadante com alíquota de 6,5 mL de acetato

de etila. Primeiramente no vórtex por 30 segundos, seguida de 5 minutos no ultrassom. Foram

adicionadas 5 gotas de solução saturada de NaCl (solução aquosa de NaCl~30%), devido à

emulsão formada. Separou-se a fase orgânica e repetiu-se este procedimento de extração com

acetato de etila. As fases orgânicas foram combinadas e evaporadas até a secura sob

nitrogênio. O resíduo foi retomado em 2 mL da mistura metanol:água (80:20), levado ao

42

ultrassom por 5 minutos e filtrado através de membrana filtrante de 0,45 µm, acoplada a uma

seringa.

Procedeu-se a análise cromatográfica para ambos os extratos, sendo a quantificação

realizada por padronização externa e identificação através de comparação de tempo de

retenção e espectros de UV/VIS, sendo realizada em Cromatógrafo Líquido de Alta Eficiência

Waters® Alliance modelo 2690/5, com detector de arranjo de fotodiodos Waters® modelo

2996 (varredura 210 a 600 nm com quantificação em 270nm), software Empower®, coluna

Thermo BDS HYPERSIL C18 (100x4,6mm; 2,4μm). Temperatura da coluna: 30ºC. Detector

em modo de eluição gradiente (TABELA 6.3) de ácido fosfórico 1,5 mL/L em água (Fase A)

e acetonitrila (Fase B) com fluxo de 1,0 à 1,2 mL.min-1

, o volume de injeção foi 10µL e o

tempo de corrida de 28 minutos.

Tabela 6.3: Gradiente de eluição das fases móveis para separação dos ácidos fenólicos.

Tempo Fluxo (mL/min) Fase A(%) Fase B(%)

0,00 1,0 95,0 5,0

6,00 1,0 95,0 5,0

12,00 1,2 88,0 12,0

18,00 1,2 80,0 20,0

20,00 1,2 50,0 50,0

24,00 1,2 50,0 50,0

25,00 1,2 95,0 5,0

28,00 1,0 95,0 5,0

43

7 RESULTADOS E DISCUSSÕES

7.1 CARACTERIZAÇÃO DOS FRUTOS

A cor do da casca de um fruto pode indicar o estágio de maturação do mesmo, porém

não é indicativa da constituição química da polpa, quando se pretende saber, por exemplo,

qual é o teor de açúcar ou de acidez que uma determinada fruta pode conter. Um dos métodos

mais utilizados para uma confirmação objetiva do grau de maturação dos frutos é o teste de

determinação da relação acidez total/sólidos solúveis, conhecido como Ratio. Os resultados de

caracterização encontram-se na tabela 7.1:

Tabela 7.1: Caracterização dos frutos.

AMOSTRA pH inicial Acidez Total Acidez Total

Titulável (teor de

ácido cítrico)

Relação

STT/ATT (Ratio)

SST (° Brix) ±

DP

Fração

comestível

3,97 13,21 ± 0,2479 0,92 ±0,0174 14,1299 ± 0,2478 13,07 ± 0,1155

O resultado encontrado para o Ratio (14,12) foi similar ao encontrado por Lourosa,

G.V. (2012) que encontrou resultado de 15,17 em frutos de grumixama.

Os resultados de SST encontrados indicam um menor período de conservação pós-

colheita para os frutos de Grumixama, pois, de acordo com Barros et al. (1996), um valor alto

nesta análise pode estar relacionado com um incremento na velocidade de deterioração e

fermentação, diminuindo seu tempo de prateleira. Por outro lado, o pH inicial de 3,97

encontrado o caracteriza como um alimento ácido, reduzindo assim, os tipos de

microorganismos capazes de se desenvolver, garantindo-lhe um maior tempo de conservação

(FELLOWS, P. J., 2006). Ao mesmo tempo, esta acidez confere um sabor doce acidulado ao

fruto.

7.2UMIDADE

Após a análise de umidade, os seguintes resultados foram obtidos para as partes

dos frutos (TABELA 7.2):

Tabela 7.2: Umidade do fruto de grumixama.

PARTES DO FRUTO % MÉDIA DA UMIDADE

CASCA 88,4%

POLPA 90,7%

SEMENTE 49,9%

44

O teor de umidade na polpa (90,7%) e casca (88,4%), foi superior ao encontrado por

ARÉVALO et al.;(2012) (83,87% na polpa e 77,42% na casca) em frutos de Eugenia

brasiliensis, Lam., porém inferior aos estudos realizado em polpa camu-camu (92,4%)

(ARÉVALO, 2007) e em uvaia (94,42%) (KARWOWSKL, 2011) frutos que pertencem a

mesma família mirtácea.

A atividade de água é um dos parâmetros mais importante e utilizado na análise de

alimentos. O teor de umidade de um alimento está relacionado com sua estabilidade,

qualidade e composição, e pode afetar o armazenamento, embalagens e processamento

(CHAVES et al., 2004).

7.3ANÁLISE DE CAROTENOIDES

7.3.1 Sementes

O resultado de carotenoides totais obtido foi de 1728 µg/100g. Como não se conhecia

o perfil desta amostra, foi realizada a injeção em cromatógrafo líquido para verificar a

necessidade ou não de saponificação (FIGURA 7.1). Os espectros na região do UV/VIS dos

picos identificados encontram-se na figura 7.2. Foi realizada uma comparação destes

espectros com os reportados na literatura, conseguindo-se assim, uma correta identificação

das clorofilas A e B (BORRMAN, 2009).

Figura 7.1: Cromatograma da análise de carotenoides dos extratos da semente de grumixama sem saponificação.

Figura 4.2: Espectros de UV/VIS de Clorofila.

AU

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

0,10

0,12

0,14

Minutes

2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00 20,00 22,00 24,00 26,00 28,00

AU

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

nm

300,00 350,00 400,00 450,00 500,00 550,00 600,00

337,5

432,2

AU

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

0,10

0,12

0,14

0,16

nm

300,00 350,00 400,00 450,00 500,00 550,00 600,00

316,1 342,3 388,8

468,5

558,4

Clorofila B Clorofila A

Clorofila B

Clorofila A

45

Após a análise do cromatograma obtido foi verificado a presença de clorofila que

possui uma banda intensa de absorção energética centrada 450 nm, o que acaba por

superestimar o resultado de carotenoides das amostras. A saponificação foi realizada para

eliminação de toda clorofila, porém o resultado para carotenoides totais diminuiu bastante,

ficando em torno de 364 µg/100g. Portanto, o valor inicial se devia praticamente à clorofila.

Isto foi essencial para a decisão da não realização da análise para as demais replicatas. Foi

realizada a análise cromatográfica do extrato saponificado de semente de grumixama e apesar

da baixa concentração, foram observadas as presenças de luteína, β-criptoxantina, α-caroteno

e β-caroteno (FIGURA 7.3).

Figura 7.3: Cromatograma da análise de carotenoides do extrato saponificado da semente de grumixama.

7.3.2 Polpa e casca

Como não se conhecia o perfil, também foram realizadas análises prévias dos

carotenoides presentes na polpa e na casca da Grumixama, com a extração e injeção em

cromatógrafo das amostras, para verificação da necessidade de saponificação.

Foi verificada a presença de β-criptoxantina esterificada em ambas as frações do fruto

de grumixama, confirmando a necessidade da saponificação das amostras (FIGURA 7.4).

AU

-0,002

0,000

0,002

0,004

0,006

0,008

0,010

Minutes

2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00 20,00 22,00 24,00 26,00 28,00

Lute

ína

Bet

a C

ripto

xant

ina

Alfa

Car

oten

o

Bet

a ca

rote

no

46

Figura 7.4: A - Cromatograma da análise de carotenoides do extrato de polpa de grumixama (antes da

saponificação) e B - Cromatograma da análise de carotenoides do extrato de casca de grumixama antes da

saponificação.

Foi realizada a quantificação de carotenoides totais antes da saponificação e os

resultados podem ser consultados na tabela 7.3:

Tabela 7.3: Média dos carotenoides totais na polpa e na casca do extrato não saponificado.

Amostra

Carotenoides Totais

Não Saponificado ± Desvio Padrão (µg/100g)

Casca 8840,54 ± 432,58

Polpa 1 5446,31 ± 714,53

Verificando o perfil cromatográfico antes e após o processo de saponificação, a

presença de carotenoides esterificados pode ser verificada. Durante a saponificação ocorre a

hidrólise dos ésteres dos carotenoides, liberando o carotenoide anteriormente ligado.

Através da análise do cromatograma, foi possível identificar oito carotenoides, tanto

na polpa, quanto na casca do fruto: Violaxantina, Luteína, Zeinoxantina, β-criptoxantina, 13-

cis β-caroteno, α-caroteno, β-caroteno e 9-cis β-caroteno (FIGURAS 7.5, 7.6 e 7.7).

AU

0,00

0,05

0,10

0,15

Minutes

2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00 20,00 22,00 24,00 26,00 28,00

AU

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

Minutes

2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00 20,00 22,00 24,00 26,00 28,00

A

B

Carotenoides

esterificados

Carotenoides

esterificados

47

Figura 7.5: Perfil cromatográfico da análise de carotenoides do extrato da polpa de grumixama.

Figura 7.6: Perfil cromatográfico dos extratos da casca de grumixama após saponificação.

AU

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

Minutes

2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00 20,00 22,00 24,00 26,00 28,00

Vio

laxa

ntin

a

Lute

ína

Zei

noxa

ntin

a

Bet

a C

ripto

xant

ina

13 c

is b

etac

arot

eno

Alfa

Car

oten

o Bet

a ca

rote

no

9 ci

s be

taca

rote

no

AU

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

0,40

Minutes

2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00 20,00 22,00 24,00 26,00 28,00

Vio

laxa

ntin

a

Lute

ína

Zei

noxa

ntin

a

Bet

a C

ripto

xant

ina

13 c

is b

etac

arot

eno

Alfa

Car

oten

o

Bet

a ca

rote

no

9 ci

s be

taca

rote

no

AU

-0,002

0,000

0,002

0,004

0,006

0,008

0,010

0,012

0,014

0,016

nm

300,00 350,00 400,00 450,00 500,00 550,00 600,00

328,0

438,2 468,5

535,3 560,9 580,4597,5

AU

0,000

0,010

0,020

0,030

0,040

0,050

nm

300,00 350,00 400,00 450,00 500,00 550,00 600,00

331,6

444,3

473,3

AU

0,000

0,002

0,004

0,006

nm

300,00 350,00 400,00 450,00 500,00 550,00 600,00

311,3

446,7473,3

524,3 548,7 592,6

AU

0,00

0,10

0,20

nm

300,00 350,00 400,00 450,00 500,00 550,00 600,00

450,3

478,2Zeinoxantina β-criptoxantina

Violaxantina

na Luteína

48

Figura 7.7: Espectros UV/Vis dos carotenoides identificados nas frações polpa e casca do fruto grumixama.

Após a etapa saponificação, prosseguiu-se com a análise, estando os resultados

dispostos na tabela 7.4:

AU

0,000

0,002

0,004

0,006

nm

300,00 350,00 400,00 450,00 500,00 550,00 600,00

281,6

341,1

441,9

472,1

530,4590,2

AU

0,000

0,001

0,002

0,003

0,004

nm

300,00 350,00 400,00 450,00 500,00 550,00 600,00

322,0 343,5

446,7473,3

529,2574,3 597,5

AU

0,00

0,05

0,10

nm

300,00 350,00 400,00 450,00 500,00 550,00 600,00

451,5

478,2

AU

0,000

0,002

0,004

0,006

0,008

nm

300,00 350,00 400,00 450,00 500,00 550,00 600,00

342,3

446,7

475,8

526,8 588,9

13-cis-β- Caroteno

cacaroteno

9-cis β-

caroteno

α-caroteno

β-caroteno

49

Tabela 7.4: Média dos carotenoides totais na polpa e na casca do extrato saponificado.

Polpa

Carotenoides Teor (µg/ 100 g) ± DP Equação R2

Totais 2654 ± 62,22 -

Violaxantina 8,86 ± 1,88 -

Luteína 40,84 ± 1,46 y = 237819x – 45893 0,9939

Zeaxantina 58,83 ± 4,89 y = 311706x - 5804,9 0,9987

β-criptoxantina 1746,94 ± 83,37 y = 280483x - 38237 0,9921

α-caroteno 21,23 ± 0,98 y = 263498x - 6948,5 0,9985

13 cis β-caroteno 23,34 ± 1,89 y = 293450x - 43762 0,9929

β-caroteno 412,35 ± 27,69 y = 283015x - 26561 0,9983

9 cis β-caroteno 47,02 ± 6,13 y = 356084x - 3201 0,9968

Casca

Carotenoides Teor (µg/ 100 g) ± DP Equação R2

Totais 5594,17 ± 185,07 -

Violaxantina 77,60 ± 8,41 -

Luteína 439,42 ± 50,94 y = 237819x - 45893 0,9939

Zeaxantina 105,99 ± 10,99 y = 311706x - 5804,9 0,9987

β-criptoxantina 3964,09 ± 134,79 y = 280483x - 38237 0,9921

α-caroteno 17,00 ± 2,92 y = 263498x - 6948,5 0,9985

13 cis β-caroteno 79,35 ± 2,12 y = 293450x - 43762 0,9929

β-caroteno 442,69 ± 5,34 y = 283015x - 26561 0,9983

9 cis β-caroteno 38,16 ± 1,96 y = 356084x - 3201 0,9968

Os dois carotenoides majoritários, β-criptoxantina e β-caroteno representam cerca de

71% e 8% dos carotenoides totais, respectivamente, nas cascas de grumixama e cerca de 66%

e 18% nas polpas do mesmo fruto. Ambos são precursores de vitamina A.

Poucos estudos evidenciam a presença de carotenoides em frutos de casca escura. Isto

pode ser devido à coloração escura de suas cascas que acabam por encobrir a cor

característica de carotenoides. Mas, é possível observar a separação das antocianinas durante

a extração de carotenoides na etapa de partição água:éter. A coloração roxa permanece na

água e carotenoides, que por sua característica apolar migram para a fase etérea (FIGURA

7.8).

50

Figura 7.8: Extrato da análise de carotenoides totais da casca de grumixama.

A quantificação de Violaxantina foi realizada por normalização interna, pela

indisponibilidade de matriz para preparo do padrão.

A parte comestível dos frutos de grumixama apresentou cerca de 41,24 μg/g de

carotenoides totais, sendo 28,55 μg/g de β-criptoxantina.

Em trabalho realizado por Rodrigues-Amaya e Kimura (1989), os autores encontraram

na composição do cajá as moléculas β-criptoxantina (17μg/g). Já no estudo realizado por

Oliveira et al. (2011) foram encontrados cerca de 38 μg/g de β-criptoxantina em mamão

formosa. Um fruto, para ser considerado fonte de carotenoides, deve conter pelo o menos

20µg/g de determinado carotenoide (RODRIGUEZ-AMAYA, D. B.; KIMURA, M., 2008).

Assim, podemos considerar a grumixama como uma nova fonte do carotenoide β-

criptoxantina, reforçando assim o valor desse fruto como fonte de antioxidante e de

provitamina A, uma vez que se trata de um carotenoide ativo.

Vale lembrar que a variação da concentração dos carotenoides nos alimentos é muito

grande, mesmo quando se tratando do mesmo tipo de alimento. Há alterações devido às

diferenças de variedades, estágio de maturação, condições climáticas, condições de cultivo,

tipo de processamento empregado, etc.

A eficiência da absorção dos carotenoides ainda é afetada pela quantidade ingerida do

carotenoide, tipo de processamento utilizado (cozimento, etc.), presença de outros

componentes que podem estimular (lipídios) ou inibir (fibras) a absorção, efeitos de matriz,

interações entre os carotenoides, características individuais, estado de saúde (infestação

parasitária), estado nutricional, etc.

7.4 VITAMINA C

A presença de vitamina C foi verificada após análise de todas as frações dos frutos de

grumixama (TABELA 7.5), sendo analisados o tempo de retenção (FIGURA 7.9) e o espectro

de UV/Vis (FIGURA 7.10) em comparação com o padrão.

51

Tabela 7.5: Média da concentração de vitamina C nos frutos de grumixama.

Equação da reta de Vitamina C utilizada na quantificação: y=1,10e+006x-1,19e+004 R2>

0,99.

Não existem dados na literatura quanto à quantificação de ácido ascórbico em Eugenia

brasiliensis por CLAE (FIGURA 26). Em estudo realizado por Lourosa, G.V. et al (2012),

encontraram 31,15 mg/100g em frutos de grumixama de casca escura, sendo utilizada análise

titulométrica. Comparando-se o valor obtido com a laranja, que contém cerca de 60mg/100g

de vitamina C (TACO, 2011), observa-se que a parte comestível dos frutos de Grumixama

apresentam 23,07 mg/100g, ou seja, aproximadamente 1/3 desta quantidade. Estudo realizado

por Oliveira et al. (2011) em goiaba vermelha (Psidium guajava var. Paluma) que também é

uma espécie de mirtácea, encontraram 85,9 mg/100g de vitamina C total. Paula, J.T. (2013)

encontrou uma média de 14,8 mg/100 g de vitamina C em tomates maduros. Sabendo-se que

a Organização Mundial de Saúde recomenda a ingestão diária de 45 mg de vitamina C (OMS,

2004), conclui-se que 100 g da parte comestível do fruto estudado correspondem a 51,26% da

IDR (Ingestão Diária Recomendada). Qualquer alimento que possua 10% ou mais do valor

diário de um nutriente, é considerado uma boa fonte deste nutriente; um nutriente que forneça

20% deste nutriente é considerado rico. Sendo assim, a grumixama pode ser considerada rica

em vitamina C (FAO, 1998; Brasil, 2005).

AU

0,000

0,010

0,020

0,030

Minutes

2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00

0,1

33

4,4

07

5,2

44

6,6

13

6,8

94

7,3

51

Vitam

ina C

- 8

,489

9,4

69

10,2

24

Frações Vitamina C ± DP

(mg/100g)

Casca 30,68 ± 0,96

Polpa 15,46 ± 2,42

Semente 29,63± 0,87

Casca

52

Figura 7.9: Cromatograma da análise de vitamina C do extrato da parte comestível (polpa e a casca) e semente

do fruto grumixama.

Figura 7.10: Espectro na região UV/Vis da vitamina C.

Realizou-se a adição de padrão de ácido ascórbico ao extrato das cascas de

grumixama. Esta adição resultou na sobreposição do pico identificado na amostra e no padrão,

conseguindo-se assim, uma melhor confirmação do pico de vitamina C (FIGURA 7.11).

AU

0,000

0,010

0,020

0,030

0,040

Minutes

2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00

5,2

22

6,6

28

6,9

12

7,3

72

Vitam

ina C

- 8

,501

9,5

00

10,2

45

AU

0,00

0,10

0,20

0,30

Minutes

2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00

5,2

26

Vitam

ina C

- 8

,483

10,2

18

AU

0,00

0,02

0,04

0,06

nm 220,00 240,00 260,00 280,00 300,00 320,00 340,00 360,00 380,00

241,7

316,4 335,5 349,9 372,4 388,0

Polpa

Semente

53

Figura 7.11: Análise de vitamina C - cromatograma da análise de vitamina C do extrato da casca de grumixama

com adição padrão de ácido ascórbico.

7.5 AÇÚCARES

Foram encontrados os açúcares, frutose, glicose e sacarose nas sementes (FIGURA

7.12) e somente frutose e glicose na casca e polpa dos frutos de grumixama (FIGURA 7.13 e

7.14).

Figura 7.12: Análise de açúcares - cromatograma do extrato aquoso da semente de grumixama.

AU

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

Minutes

2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00

6,6

41

6,9

33

7,4

03

Vitam

ina C

- 8

,352

10,2

78

MV

0,00

100,00

200,00

300,00

400,00

Minutes

0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00 5,50 6,00 6,50 7,00 7,50 8,00 8,50 9,00 9,50 10,00

Fru

tose

- 4

,257

Glic

ose

- 4

,822

Saca

rose

- 6

,509

MV

-20,00

-10,00

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

Minutes

0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00 5,50 6,00 6,50 7,00 7,50 8,00 8,50 9,00 9,50 10,00

Fru

tose -

4,2

57

Glicose -

4,8

22

Sacaro

se -

6,5

09

54

Figura 7.13: Análise de açúcares - cromatograma do extrato aquoso da polpa do fruto grumixama.

Figura 7.14: Análise de açúcares - Cromatograma do extrato aquoso da casca do fruto grumixama.

Após a identificação dos açúcares presentes nas frações analisadas, foram realizadas

curvas analíticas a partir cujas equações da reta, encontram-se abaixo:

Frutose: y = 7,43e+0,003x

Glicose: y = 7,40e+0,003x

Sacarose: y = 7,18e+0,003x

Os açúcares foram quantificados através da curva padrão e os resultados encontram-se

na tabela 7.6.

Tabela 7.6: Média dos açúcares identificados no fruto de grumixama.

Frações

Açúcares ± desvio padrão

Frutose Glicose Sacarose TOTAIS

g/100g g/100g g/100g g/100g

Casca 4,18 ± 0,15 3,68 ± 0,17 ND 7,86

Polpa 3,13 ± 0,21 2,84 ± 0,21 ND 5,97

Semente 1,13 ± 0,04 1,01 ± 0,04 0,36 ± 0,05 2,50

Fruto integral 2,83 2,55 0,04 5,42

O teor de açúcares totais encontrados na parte comestível dos frutos de grumixama

(6,9 g/100g) ficou próximo ao encontrado em morangos (6,8g/100g), estando ainda o valor

abaixo do encontrado em pitanga (10,2g/100g) segundo a Tabela Brasileira de Composição de

MV

0,00

100,00

200,00

300,00

400,00

Minutes

0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00 5,50 6,00 6,50 7,00 7,50 8,00 8,50 9,00 9,50 10,00

Fru

tose -

4,2

54

Glicose -

4,8

20

MV

0,00

100,00

200,00

300,00

400,00

500,00

600,00

700,00

800,00

900,00

1000,00

Minutes

0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00 5,50 6,00 6,50 7,00 7,50 8,00 8,50 9,00 9,50 10,00

Fru

- 4,3

21

Gli

- 4,9

10

55

Alimentos- TACO (2011). O valor também é menor que o encontrado por Lourosa, G.V.

(2012) (10,72g/100g) em frutos de grumixama.

Em todas as frações, a concentração de frutose ficou acima da concentração de

glicose. A presença de açúcares redutores (frutose e glicose) é um fator de qualidade na

aceitação do fruto in natura ou processado (LAGO et al., 2006). De acordo com BURKET

(2003), o uso da frutose na alimentação humana, em comparação à glicose e à sacarose,

resulta em efeito glicêmico reduzido.

7.6 ANTOCIANINAS

Na figura 7.15 abaixo, pode ser verificada a etapa da extração de antocianinas das

cascas liofilizadas dos frutos de grumixama.

Figura 7.15: Extração de antocianinas do pó da casca do fruto grumixama. A - Extração da amostra com solução

ácido fórmico/metanol. B - coloração incolor do sobrenadante. C - Sobrenadante no balão volumétrico após a

extração. D – Extrato após centrifugação.

O método para extração de antocianinas por Santiago et al. (2010) foi empregado e,

através da análise cromatográfica, foi possível detectar duas antocianinas majoritárias

(FIGURA 7.16).

B

C

A

D

A

A

56

Figura 7.16: Cromatograma obtido por CLAE-DAD do extrato antociânico da casca de grumixama. Espectro A -

pico 1 (delfinidina-3-O-glicosídeo) e espectro B - pico 3 (cianidina-3-O-glicosídeo).

Por comparação dos espectros de absorção na região UV/Visível e do tempo de

retenção na análise cromatográfica com padrões analíticos isolados em laboratório, indica-se

que a antocianina 1 e a 3 podem ser respectivamente a delfinidina-3-O-glicosídeo e a

cianidina-3-O-glicosídeo.

Estas foram coletadas separadamente e injetadas no Espectrômetro de Massas nas

seguintes condições da Tabela 7.7 para a confirmação da identificação.

AU

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

Minutes

2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00 20,00

275,9

345,1

522,6 514,1

279,5

1

3

A B

2 6

5

5

7

4

57

Tabela 7.7: Parâmetros Operacionais do Espectrômetro de Massas.

Polaridade Positiva

Fluxo (μL) 5,00

Capilar (kV) 2,50

Cone de Amostra (V) 40

Cone de Extração (V) 4,0

Temperatura da Amostra (°C) 80

Temperatura de Dessolvatação (°C) 250

Fluxo do Gás do Cone (L/h) 25

Fluxo do Gás de Dessolvatação (L/h) 500

Energia de Colisão Trap (V) 4,0

Energia de Colisão Transfer (V) 4,0

Analisador Modo V

O espectro de massas obtido por EM da antocianina 1 (FIGURA 7.17) apresentou o

íon molecular de m/z 465 u, referente à delfinidina-3-glicosídeo, e a injeção em EM-EM (com

aumento das energias do Trap e Transfer para 6,0 V) indicou a presença da aglicona

delfinidina de m/z de 303 u (FIGURA 7.18).

Figura 7.17: Espectros de Massas da Antocianina 1 da casca de grumixama.

m/z250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 525 550 575 600 625 650

%

0

100

F004_PICO1_27042015_3 216 (3.689) Cm (171:224) TOF MS ES+ 2.07e3

303.0520

301.1539413.2778

340.3628 465.1049

58

Figura 7.18: Espectros de Massa Sequencial do Íon Molecular m/z 465 u e Detecção da Aglicona Delfinidina

(m/z aproximado 303).

O espectro de massas obtido por EM da antocianina 3 (FIGURA 7.19) sugeriu que a

antocianina previamente isolada correspondia a cianidina-3-glicosídeo. A confirmação foi

realizada através de injeção em EM-EM, cuja seleção do íon de m/z 449 u, correspondente à

cianidina 3-glicosídeo, e aumento das energias do Trap e Transfer para 6,0 V favoreceu a

fragmentação da antocianina e a detecção da aglicona cianidina de m/z de 287 u (FIGURA

7.20), através da perda de uma molécula de açúcar.

Figura 7.19: Espectro Espectros de Massas da Antocianina 3 das cascas de grumixama.

Figura 7.20: Espectro de Massa Sequencial da Antocianina 3 e Confirmação da Aglicona Cianidina.

Os resultados obtidos indicam erros, em ppm, dentro de um limite aceitável (máximo

de 5 ppm), conforme Tabela 7.8.

m/z100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100

%

0

100

F004_PICO1_27042015_MSMS465 346 (5.899) Cm (318:384) TOF MSMS 465.00ES+ 256303.0520

465.1049

304.0514467.3756

468.3777

m/z100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100

%

0

100

F004_PICO2_27042015 87 (1.496) Cm (51:96) TOF MS ES+ 6.24e3287.0558

195.0896

138.0701 196.0923

449.1084288.0659

450.1219

m/z100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100

%

0

100

F004_PICO2_27042015_MSMS449 330 (5.627) Cm (309:331) TOF MSMS 449.00ES+ 1.40e3287.0558

449.1084288.0659

450.1142

B

59

Tabela 7.8: Resultados Obtidos por EM.

m/z teórico (u) m/z observado (u) Erro (ppm) Erro (mDa)

Antocianina 1

Delfinidina 303.0504 303.052 5.13 1.56

Delfinidina-3-

glicosídeo 465.1032 465.1049 3.56 1.65

Antocianina 3

Cianidina 287.0555 287.0558 0.92 0.27

Cianidina-3-

glicosídeo 449.1083 449.1084 0.14 0.07

Observou-se que o cromatograma do extrato das cascas de grumixama apresentava

perfil semelhante ao cromatograma obtido com os extratos da casca de jabuticaba (Myrciaria

cauliflora, Berg) (FIGURA 7.21), sendo este mais um parâmetro de comparação, pois esta é

uma matriz já conhecida na literatura.

Foram detectadas mais cinco antocianinas, além das duas majoritárias identificadas,

sendo proposta a identificação de quatro delas em comparação com tempo de retenção e

espectros UV/Vis obtidos em cromatograma de extratos da casca da uva (FIGURA 7.22),

matriz também já descrita na literatura. Somente a antocianina 7, não foi identificada.

Antocianina 1 = delfinidina-3-O-glicosídeo (confirmado por comparação com tempo de

retenção e espectro UV/Vis com padrão isolado, extratos de cascas de jabuticaba e análise

em espectrômetro de massas).

Antocianina 2 = sugere-se cianidina-3-O-galactosídeo (comparação com o artigo de

FLORES et al., 2012 com a caracterização do mesmo fruto e comparação com espectro

UV/Vis (FIGURA 7.23) e tempo de retenção de cromatograma (FIGURA 7.22) obtido a

partir de extratos de casca da uva).

Antocianina 3 = cianidina-3-O-glicosídeo (confirmado por comparação com tempo de

retenção e espectro UV/Vis com padrão isolado, extratos de cascas de jabuticaba e análise

em espectrômetro de massas).

Antocianina 4 = sugere-se petunidina-3-O-glicosídeo (comparação com espectro

UV/Vis (FIGURA 7.23) e tempo de retenção de cromatograma (FIGURA 7.22) obtido a

partir de extratos de casca da uva).

Antocianina 5 = sugere-se derivado de pelargonidina (espectro com absorção máxima em

499). Espectro pode ser observado na figura 7.24.

Antocianina 6 = sugere-se peonidina-3-O-glicosídeo (comparação com espectro UV/Vis

60

(FIGURA 7.23) e tempo de retenção de cromatograma (FIGURA 7.22) obtido a partir de

extratos de casca da uva).

Antocianina 7 = não identificada. Espectro pode ser observado na figura 7.24.

Figura 7.22: Sobreposição dos cromatogramas de análise de antocianinas do extrato das cascas de grumixama

(preto) x Cromatograma de análise de antocianinas do extrato da das cascas de uva (vinho).

AU

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

Minutes

2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00 20,00

AU

-0,020

-0,010

0,000

0,010

0,020

0,030

0,040

0,050

Minutes

2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00

Figura 7.21: Sobreposição do cromatograma de análise de antocianinas do extrato da das cascas de

grumixama x Cromatograma de análise de antocianinas do extrato da das cascas de jabuticaba.

1

3

2

4 6

61

Figura 7.23: Espectros na região UV/Vis das antocianinas 2, 4 e 6.

Figura 7.24: Espectros na região UV/Vis das antocianinas 5 e 7.

Foram realizadas curvas analíticas (TABELA 7.9) a partir de padrões isolados no

laboratório, de acordo com Gouvêa el al. (2012), a partir das matrizes uva e jabuticaba.

Tabela 7.9: Equação da reta e coeficiente de determinação das curvas analíticas para antocianinas.

Analito Equação da reta R2

Delfinidina y=4,74*107x + 5,27*10

4 0,9977

Cianidina

y=6,34*107x + 1,8*10

3 0,9997 Petunidina

Peonidina

*Petunidina e peonidina foram feitas por equivalência à Cianidina-O-3-glicosídeo.

As concentrações das antocianinas detectadas (TABELA 7.10) foram calculadas

através destas equações.

AU

0,000

0,002

0,004

0,006

0,008

0,010

0,012

0,014

0,016

nm

250,00 300,00 350,00 400,00 450,00 500,00 550,00

278,3

331,9373,6

517,7

AU

0,000

0,001

0,002

0,003

0,004

0,005

0,006

nm

250,00 300,00 350,00 400,00 450,00 500,00 550,00

271,2

346,3

520,1

AU

0,000

0,005

0,010

0,015

0,020

0,025

0,030

nm

250,00 300,00 350,00 400,00 450,00 500,00 550,00

280,7

328,3

516,5

AU

0,000

0,001

0,002

0,003

0,004

0,005

0,006

0,007

0,008

0,009

nm

250,00 300,00 350,00 400,00 450,00 500,00 550,00

266,5

353,5

421,8

499,4

591,0

AU

-0,0015

-0,0010

-0,0005

0,0000

0,0005

0,0010

0,0015

0,0020

0,0025

0,0030

0,0035

nm

250,00 300,00 350,00 400,00 450,00 500,00 550,00

280,7 442,4

510,4

529,9

594,6

Antocianina 2 Antocianina 4 Antocianina 6

Antocianina 5 Antocianina 7

62

Tabela 7.10: Concentração das antocianinas encontradas nas cascas liofilizadas do fruto de grumixama.

Média de antocianinas ± desvio

padrão

Delfinidina-

3-gli

Antocianina

2

Cianidina-

3-

glicosídeo

Antocianina

4

Antocianina

5

Antocianina

6

Antocianina

7

Monoméricas

totais

mg/100g mg/100g mg/100g mg/100g mg/100g mg/100g mg/100g mg/100g

949,06 27,89 3729,50 22,02 9,09 91,36 8,30 4837,21

± 20,13 ± 0,77 ± 72,75 ± 1,06 ± 0,43 ± 1,30 ± 1,34 ± 91,43

O método utilizado é específico para antocianinas monoméricas, que são as

antocianinas que possuem mais relatos de efeito benéfico para a saúde. As duas antocianinas

majoritárias equivalem a mais de 96% das antocianinas totais, estando completa a

identificação de ambas.

Comparando os resultados de E. brasiliensis e jabuticaba (Myrciaria cauliflora

Berg),observa-se que o fruto possui um teor muito maior de antocianinas (4837,2 mg/ 100 g

em base seca) do que o encontrado por Leite-Legatti et al. (2012) na jabuticaba(Myrciaria

cauliflora, Berg) (2598,32 mg/100g em base seca) que é considerada rica nesse composto

fenólico. Assim, tal matriz pode ser considerada uma nova fonte de antocianinas, agregando

valor a este fruto ainda não explorado comercialmente.

7.7 FLAVONOIDES E ÁCIDOS FENÓLICOS

Os métodos de análise desses compostos, para terem aplicabilidade numa rotina de

laboratório, necessariamente, devem ser robustos e fornecer dados quantitativos (ROBBINS;

BEAN, 2004). Existem vários métodos disponíveis nas literaturas. O desafio na análise de

ácidos fenólicos é devido à complexidade estrutural em que esses compostos estão presentes,

isto é, na forma livre, esterificada, glicosilada ou polimerizada (ROBBINS, 2003), e ainda

podem coexistir formando complexos com proteínas, carboidratos, lipídeos ou outros

componentes do vegetal.

Os compostos fenólicos ocorrem principalmente como conjugados solúveis e

insolúveis, ligados covalentemente à açúcares ou componentes estruturais de parede celular

(Acosta-Estrada et al., 2014).

Primeiramente, foi realizada extração para ácidos fenólicos pela metodologia de

Mattila e Kumpulainen (2002) com modificações. Nesta análise, conseguiu-se a identificação

de Ácido Gálico, Ácido Protocatecuico e Ácido Elágico para as três frações dos frutos de

grumixama. Foi realizado também análise de flavonoides, segundo método AOAC (2005)

63

com adaptações, porém não conseguiu-se identificar nenhum flavonoide com esta

metodologia.

Diante destes desafios que a análise de fenólicos impõe, procurou-se um método

prático, rápido e eficiente para a extração. Utilizou-se somente a primeira parte da

metodologia de Pérez et al (2008) que utiliza-se de solventes com diferentes polaridades. Com

esta metodologia, conseguiu-se a identificação e posterior quantificação dos compostos

fenólicos que estavam livres na amostra.

Os fenólicos identificados com esta metodologia encontram-se listados na tabela 7.11:

Tabela 7.11: Fenólicos livres identificados nos frutos de grumixama.

Frações do Fruto Fenólicos

Casca Catequina, antocianinas, ácido elágico, rutina,

isoquercetina e quercetina.

Polpa Catequina, antocianinas, ácido elágico, rutina,

isoquercetina e quercetina.

Semente Ácido gálico, Ácido elágico, ácido siríngico, rutina,

catequina e Ácido p-hidroxibenzóico.

Para que se conseguisse uma avaliação mais completa, pesquisou-se na literatura por

mais um método que pudesse dar respostas satisfatórias quanto à identificação e quantificação

para que a caracterização de fenólicos fosse a mais completa possível. O método escolhido foi

o segundo Frighetto e Baccan (2012). Nesta metodologia, uma hidrólise básica é realizada,

liberando os ácidos fenólicos ligados através de ligação éster com a matriz, tornando-os assim

extraíveis e, posterior hidrólise ácida, utilizada para liberar os ácidos fenólicos ligados por

ligação éter com a matriz.

Os fenólicos identificados nesta etapa encontram-se na tabela 7.12:

Tabela 7.12: Fenólicos hidrolisados identificados nos frutos de grumixama.

Frações do Fruto Fenólicos

Casca

Ácido Gálico, Ácido protocatecuico, Ácido p-

hidroxibenzóico, Ácido Vanílico, Ácido Elágico,

Rutina e Isoquercetina.

Polpa Ácido Gálico, Ácido protocatecuico, Ácido p-

hidroxibenzóico, Ácido Elágico e Rutina.

Semente Ácido Gálico, Ácido protocatecuico, Ácido p-

hidroxibenzóico, Ácido Vanílico e Ácido Elágico.

64

Na figura 7.25, podem ser verificados todos os fenólicos identificados na polpa de

grumixama:

Figura 7.25: A - Cromatograma de extratos da polpa de grumixama para análise de fenólicos hidrolisáveis e B -

Cromatograma de extratos da polpa de grumixama para análise de fenólicos livres.

Na figura 7.26, podem ser verificados todos os fenólicos identificados na casca de

grumixama:

AU

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

Minutes

2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00 20,00 22,00 24,00 26,00 28,00

Áci

do P

roto

cate

ico

Áci

do 4

-hid

roxi

benzó

ico

Áci

do V

anílic

o

Áci

do S

irín

gic

o

AU

-0,010

0,000

0,010

0,020

0,030

0,040

Minutes

8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00 20,00 22,00 24,00 26,00

Cate

quin

a

Rutina

Querc

etina

AU

-0,10

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

Minutes

2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00 20,00 22,00 24,00 26,00 28,00

Cate

quin

a

Rutina

Querc

etina

Áci

do G

álic

o

Áci

do E

lágic

o

A

A

Áci

do E

lágic

o

Isoquercetina

Antocianinas

Rutina

B

Quer

ceti

na

Isoquer

ceti

na

Antocianinas

65

Figura 7.26: A - Cromatograma de extratos da casca de grumixama para análise de fenólicos livres; B -

Cromatograma de extratos da casca de grumixama para análise de fenólicos hidrolisáveis.

Na figura 7.27 encontram-se os fenólicos presentes nas sementes de grumixama:

Figura 7.27: A - Cromatograma de extrato de sementes de grumixama para a análise de fenólicos livres; B -

Cromatograma de extrato de sementes de grumixama para a análise de fenólicos hidrolisáveis.

A identificação de flavonoides e ácidos fenólicos foi realizada por comparação com

tempo de retenção do padrão comercial e análise do espectro de absorção a 270 nm.

Isoquercetina não foi quantificada, devido à indisponibilidade de quantidade de massa

suficiente para preparo de solução padrão. As concentrações encontram-se na tabela 7.13:

AU

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

Minutes

2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00 20,00 22,00 24,00 26,00 28,00

Rutina

Querc

etina

AU

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

Minutes

2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00 20,00 22,00 24,00 26,00 28,00

Áci

do P

roto

cate

ico

Áci

do V

anílic

o

Áci

do S

irín

gic

o

AU

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

Minutes

2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00 20,00 22,00 24,00 26,00 28,00

Áci

do P

roto

cate

ico

Áci

do 4

-hid

roxi

benzó

ico

Áci

do V

anílic

o

Áci

do S

irín

gic

o

Áci

do G

álic

o

Ácido Elágico

A

Áci

do G

álic

o

B

Ácido

Elágico

Áci

do

Pro

toca

teic

o

Isoquer

ceti

na

Áci

do 4

-hid

roxib

enzó

ico

Áci

do V

aníl

ico

Ruti

na

Ácido Elágico

Quer

ceti

na

cate

quin

a

B

Áci

do

4-

hid

roxib

enzó

ico

66

Tabela 7.13: Concentração média de fenólicos encontrados em frutos de grumixama.

Frações Concentração de fenólicos (mg/g) média DP

Catequina Rutina Quercetina Ácido

Protocatecuico

Ácido 4-

hidroxibenzóico

Ácido

Vanílico

Ácido

Gálico

Ácido

Elágico

Ácido

Siríngico

Casca

(fração livre)

0,3210 ±

0,0905

2,0721 ±

0,0226

0,0171 ±

0,0043

ND ND ND ND 0,1906 ±

0,0139

ND

Casca

(hidrolisado)

ND 0,1629 ±

0,0401

0,0287 ±

0,0018

0,0496 ±

0,0033

0,0065 ±

0,0006

0,0067 ±

0,0006

0,195 ±

0,0091

0,0573 ±

0,0024

ND

Polpa

(hidrolisado)

ND 0,0044 ±

0,0008

0,0110 ±

0,0005

0,0115 ±

0,0001

0,0069 ±

0,0011

0,0098 ±

0,0002

0,1451 ±

0,0068

0,2670 ±

0,0185

ND

Polpa

(fração livre)

0,0288 ±

0,0017

0,0644 ±

0,0076

0,0046 ±

0,0002

ND ND ND ND 0,0468 ±

0,0009

ND

Semente

(hidrolisado)

ND ND ND 0,1115 ±

0,0041

0,0483 ±

0,0018

0,0168 ±

0,0018

1,2208 ±

0,1588

1,3185 ±

0,1652

0,0173 ±

0,0002

Semente

(fração livre)

0,2408 ±

0,0117

0,1652 ±

0,0045

ND 0,0115 ±

0,0005

0,0188 ±

0,0026

ND ND 0,2736 ±

0,0107

ND

ND – não detectado.

Esses resultados foram obtidos a partir das curvas analíticas descritas na tabela 7.14.

Tabela 7.14: Curvas analíticas e coeficiente de determinação de fenólicos.

Fenólicos Equação R2

Ácido Gálico y = 3,41e+004x - 1,02e+006 0,999963

Ácido Protocatecuico y = 2,29e+004x - 1,94e+004 0,999840

Catequina y = 3,54e+003x - 1,70e+002 0,999066

Ácido Elágico y = 3,20e+003x + 3,34e+004 0,999487

Rutina y = 9,23e+003x - 3,88e+003 0,999785

Quercetina

Ácido 4-hidroxibenzóico

y = 1,70e+004x - 5,76e+003 0,999622

y = 3,56e+004x - 3,96e+004 0,999666

Ácido Vanílico y = 2,40e+004x - 3,96e+004 0,999808

Ácido Siríngico y = 2,62e+004x- 3,92e+004 0,999842

Os valores encontrados para Ácido Elágico (0,14 mg/g) ficaram abaixo do encontrado

por Reynertson et al. (2008) (0,26mg/mg), porém praticamente a mesma concentração de

Quercetina (0,039 mg/g) foi encontrado neste mesmo estudo (0,04 mg/g). Rutina também foi

encontrada por Reynertson et al. (2008) (0,08mg/g), mas estes ficaram bem abaixo da

quantificação realizada (0,74mg/g) na parte comestível de grumixama.

67

RAMPAZZO et al. (2012) encontraram Ácido Gálico (0,0118mg/g) e Catequina

(0,064 mg/g) em morangos. Valores estes bem menores dos encontrados no presente estudo,

sendo 0,13 mg/g para Ácido Gálico e 0,19 mg/g de catequina presentes na parte comestível.

Foram detectados na polpa, além dos fenólicos encontrados, 39 picos que não foram

identificados, 31 picos não identificados nas sementes e 45 picos não identificados nas cascas

da grumixama. Todos os espectros UV/Vis destes picos apresentaram bandas de absorção

características de fenólicos, porém não conseguiu-se a identificação devido a ausência de

padrões que apresentassem o mesmo tempo de retenção destes picos. Os compostos fenólicos

são uma grande classe de substâncias, estando presentes nos vegetais na forma livre ou

ligados a açúcares (glicosídios) e proteínas, mas também podem estar presentes sob a forma

de polímeros, na qual estão os taninos e as ligninas. A identificação poderá ser possível com o

isolamento e junção de outras técnicas como espectrometria de massas e RMN numa tentativa

de elucidação das estruturas destes compostos.

68

8 CONCLUSÃO

A grumixama foi identificada como uma nova fonte de carotenoides.

Foram realizadas a identificação e quantificação de oito carotenoides na parte

comestível de grumixama: Violaxantina, Luteína, Zeinoxantina, β-criptoxantina, 13-cis

β-caroteno, α-caroteno, β-caroteno e 9-cis β-caroteno. Sendo majoritários β-

criptoxantina e β-caroteno. A grumixama pode ser considerada uma boa fonte de β-

criptoxantina, carotenoide com atividade pró-vitamínica A.

Presença de vitamina C foi observada e quantificada em todas as partes do fruto. O fruto

pode ser considerado rico neste composto.

Foram obtidos 4837,2 mg/100g de antocianinas monoméricas totais. Foram detectadas e

quantificadas sete antocianinas nas cascas liofilizadas de Grumixama. Somente uma não

foi identificada.

Realizada identificação de dez compostos fenólicos nas cascas de grumixama:

(catequina, antocianinas, rutina, isoquercetina, quercetina, ácido gálico, ácido

protocatecuico, ácido p-hidroxibenzóico, ácido vanílico, ácido elágico), nove fenólicos

na polpa (catequina, antocianinas, ácido elágico, rutina, isoquercetina, ácido gálico,

ácido protocatecuico, ácido p-hidroxibenzóico, ácido vanílico) e setenas sementes de

grumixama (ácido gálico, ácido elágico, ácido siríngico, rutina, ácido protocatecuico,

ácido p-hidroxibenzóico, ácido vanílico). Destes, somente a isoquercetina não foi

quantificada.

Além disso, foram detectados na polpa, 39 picos que não foram identificados, 31 picos

não identificados nas sementes e 45 picos não identificados nas cascas da grumixama.

A identificação poderá ser possível com o isolamento e utilização de outras técnicas em

conjunto como a espectrometria de massas e RMN numa tentativa de elucidação das

estruturas destes compostos.

O resultado para umidade ficou dentro do esperado para frutos.

69

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As cascas de grumixama apresentaram um excelente potencial para aproveitamento na

indústria de alimentos, sendo um ótimo aditivo para utilização em produtos que podem

promover possíveis benefícios para a saúde.

Com todas as informações obtidas e como tem se tornado cada vez mais evidente que

respostas de proteção não estão exclusivamente associadas a um único fator, mas a

presença de múltiplos fatores atuando de forma sinérgica, os frutos de grumixama podem

ser considerados como um excelente alimento com propriedades funcionais.

Os resultados visam ainda contribuir para um maior conhecimento de antioxidantes

presentes nos frutos de grumixama, sendo importante incentivar a sua utilização sua

domesticação.

70

10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABDELNUR, P. V. A espectrometria de massas e as bio-moléculas: relação

estrutura/reatividade de peptídeos por reações íon/ molécula e mobilidade de íons e

busca de novos biomarcadores em clínica médica por imageamentoquímio-seletivo de

tecidos. 2010. 188 f. Tese (Doutorado em Química Orgânica) - Instituto de Química,

Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP. 2010.

ACOSTA-ESTRADA, B.A.; GUTIÉRREZ-URIBE, J.A.; SERNASALDÍVAR, S.O. Bound

phenolics in foods, a review. Food Chemistry, v. 152, p. 46-55, 2014.

ALCALDE-EON, C.; SAAVEDRA, G.; PASCUAL-TERESA, S.; RIVASGONZALO, J. C.

Identification of anthocyanins of pinta boca (Solanum stentomum) tubers. Food

Chemistry, v. 86, p. 441-448, 2004.

ANDERSEN, O. M.; MARKHAM, K. R. The anthocyanins. In: ______. Flavonoids:

chemistry, biochemistry and application. Flórida: Taylor & Francis, 2006. Cap. 10, p. 471-

523.

AOAC (2005). Official methods of analysis of the Association of Official Analytical

Chemists; 18th ed. AOAC: Gaithersburg, Maryland, 2005.

AOAC (2010). International. Method 990.03, 993.13, 997.09. Official Methods of Analysis

of AOAC International. 18ed. 3a rev. Gaithersburg, MD, USA, 2010.

ARANHA, F. Q.; BARROS, Z. F.; MOURA, L. S. A.; GONÇALVES, M. C. R.; BARROS,

J. C.; METRI, J. C.; SOUZA, M. S. O papel da vitamina c sobre as alterações orgânicas

no idoso. Revista de Nutrição, v.13, n.2, p.89-97, 2000.

ARÉVALO, R.P. Estudo da estabilização da polpa de camu-camu (Myrciaria dubia

(H.B.K) Mc Vaugh) congelada visando a manutenção de ácido ascórbico e de

antocianinas. Dissertação de Doutorado, Faculdade de Engenharia Química, UNICAMP, 164

p. 2007.

ARÉVALO, R. P.; SERVIGNINI, L.P.; SILVA, L.A.; MALDONADO, C. A.B.; ARTHUR,

Valter; AREVALO-PINEDO, Aroldo. Concentração de Minerais Presentes em Frutos da

Grumixameira (Eugenia brasiliensis Lam.). Cadernos de Agroecologia – ISSN 2236-7934 –

Vol 9, No. 4, Nov 2014.

AZIZ, N.H., FARAG, S.E., MOUSA, L.A., ABO-ZAID, M.A. Comparative antibacterial

and antifungal effects of some phenolic compounds. Microbios, Cambridge, v.93, n.374,

p.43-54, 1998.

BAIERLE, M.; BAIRROS, A.; MOREIRA, A. P.; BULCÃO, R.; ROEHS, M.; FREITAS, F.;

DURGANTE, J.; BRUCKER, N.; CHARÃO, M.; GARCIA, S. C. Quantificação sérica de

vitamina c por CLAE-UV e estudo de estabilidade. Química Nova, v.35, n.2, p.403-407,

2012.

71

BARROS, R.S.; FINGER, F.L.; MAGALHÃES, M.M. Changes in nonstructural

carbohydrates in developing fruit ofMyrciaria jabuticaba. Scientia Horticulturae, 16:209-

215, 1996.

BARROSO, G.M. Sistemática de Angiospermas do Brasil. Universidade Federal de Viçosa,

Viçosa, v. 2, 1991.

BARROSO, G.M.; PERÓN, V. Myrtaceae. In Reserva Ecológica de Macaé de Cima,

Nova Friburgo, RJ. Aspectos florísticos das espécies vasculares. (M.P.M. Lima & R.R.

Guedes-Bruni, eds.). Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, v.1, p.261-302, 1994.

BIANCHI, M. L. P.; ANTUNES, L. M. G. Radicais livres e os principais antioxidantes da

dieta free radicals and the main dietary antioxidants. Revista de Nutrição, v.12, n.2,

p.123-130, 1999.

BIODIVERSITAS. Lista da flora ameaçada de extinção com ocorrência no Brasil

IUCN.http://www.biodiversitas.org.br/floraBr/listas_flora.asp. 2006 (acesso em 15/01/2015).

BORRMANN, Daniela. Efeito do déficit hídrico em características químicas e

bioquímicas da soja e na degradação da clorofila, com ênfase na formação de

metabólitos incolores. 2009. Tese (Doutorado em Bromatologia) - Faculdade de Ciências

Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. Disponível em:

<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9131/tde-25092009-150741/>. Acesso em:

07/10/2015.

BRAND-WILIAMS, W.; CUVELIER, M.E.; BERSET, C. Use of a free radical method to

evaluate antioxidant activity. Food Science and Technology, v.28, p.25-30. 1995.

BRAGA, A. C. C.; SILVA, A. E.; PELAIS, A. C. A.; BICHARA, C. M. G.; POMPEU, D. R.

Atividade antioxidante e quantificação de compostos bioativos dos frutos de abricó

(Mammea americana). Alimentos e Nutrição, v.21, n.1, p.31-36, 2010.

BRASIL, Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº

269 de 22 de setembro de 2005. Define Regulamento técnico sobre ingestão diária

recomendada (IDR) de proteínas, vitaminas e minerais. Publicado no D.O.U em 23 de

setembro de 2005. Disponível em:

http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/1884970047457811857dd53fbc4c6735/RDC_26

9_2005.pdf?MOD=AJPERES

BRAVO, L. Polyphenols: chemistry, dietary sources, metabolism and nutrition

significance. Nutrition Reviews, New York, v.56, n.11, p.317-333, 1998.

BRIDDLE, P.; TIMBERLAKE, C. F. Anthocyanins as natural food colour-selected

aspects. Food Chem., 58, 103–109.1997.

BROINIZI, P. R. B.; ANDRADE-WARTHA, E. R. S.; SILVA, A. M. O.; NOVOA, A. J. V.;

TORRES, R. P.; AZEREDO, H. M. C.; ALVES, R. E.; MANCINI-FILHO, J. Avaliação da

atividade antioxidante dos compostos fenólicos naturalmente presentes em subprodutos

do pseudofruto de caju (Anacardium occidentale L.). Food Science and Technology, v.27,

n.4, p.902-908, 2007.

72

BURKET, C.A.V. Separação de glicose, frutose, oligossacarídeos e dextranas utilizando

zeólitas. 177f. Tese (Doutorado em Engenharia de Alimentos) – Curso de Pós-graduação em

Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas, SP, 2003.

CABRAL, I. S. R.; OLDONI, T. L. C.; PRADO, A.; BEZERRA, R. M. N.; ALENCAR, S.

M.; IKEGAKI, M.; ROSALEN, P. L. Composição fenólica, atividade antibacteriana e

antioxidante da própolis vermelha brasileira. Química Nova, v.32, n.6, p.1523-1527, 2009.

CAPECKA, E.; MARECZEK, A.; LEJA, M. Antioxidant activity of fresh and dry herbs of

some Lamiaceae species. Food Chemistry, London, v. 93, p. 223-226, 2005.

CARDOSO, P. C.; TOMAZINI, A. P. B.; SRTINGHETA, P. C.; RIBEIRO, S. M. R.;

PINHEIRO-SANT’ANA, H. M. Vitamin C and carotenoids in organic and conventional

fruits grown in Brazil. Food Chemistry, v.126, n.2, p.411–416, 2011.

CHANDRA, A.; NAIR, M. G.; IEZZONI, A. F. Isolation and stabilization of anthocyanin

from tart cherries (Prunus cerasus L.). Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 41,

p. 1062-1065, 1993.

CHAVES, M. C. V.; GOUVEIA, J. P. G.; ALMEIDA, F. A. C.; LEITE, J. C. A.; SILVA, F.

L. H. Caracterização físico-química do suco da acerola. Revista de Biologia e Ciências da

Terra, v. 4, n. 2, 2004.

CHARRON, C. S.; KURILICH, A. C.; CLEVIDENCE, B. A.; SIMON, P. W.; HARRISON,

D. J.; BRITZ, S. J.; BAER, D. J.; NOVOTNY, J. A. Bioavailability of anthocyanins from

purple carrot juice: effects of acilation and plant matrix. Journal of Agricultural and Food

Chemistry, v. 57, p. 1226-1230, 2009.

CORADIN L.; SIMINSKI A.; REIS A. Espécies nativas da flora brasileira de valor

econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasilia: MMA, pág. 15,

2011.

COUTO, M. A. L.; CANNIATTI-BRAZACA, S. G. Quantificação de vitamina C e

capacidade antioxidante de variedades cítricas. Ciência e Tecnologia de Alimentos,

v.30, n.1, p.15-19, 2010.

CROFT, K.D. The chemistry and biological effects of flavonoids and phenolic

acids. Annals of the New York Academy of Science, New York, v.854, p.435-442, 1998.

CRUZ, A. V. M.; KAPLAN, M. A. C. Uso medicinal de espécies das famílias myrtaceae e

melastomataceae no Brasil. Floresta e Ambiente, v.11, n.1, p.47-52, 2004.

DAMODARAN, S.; PARKIN, K.; FENNEMA, O. R. Fennema’’s food chemistry. 4. ed.

Boca Raton: CRC Press, 1144 p., 2008.

DEGÁSPARI, C.H.; WASZCZYNSKYJ, N. Propriedades antioxidantes de compostos

fenólicos. Visão Acadêmica, v.5, n.1, p.33-40, 2004.

73

DEWICK, P.M. Medicinal natural Products: a biosynthetic approach. Editora John

Wiley & Sons, 3. ed., Inglaterra, 2009.

DIAS, M. G.; CAMÕES, M. F.; OLIVEIRA, L. Uncertainty estimation and in-house

method validation of HPLC analysis of carotenoids for food composition data

production. Food Chemistry, v.109, n.4, p.815–824, 2008.

DREOSTI, I.E. Antioxidant polyphenols in tea, cocoa, and wine. Nutr., v.16, p. 692-694,

2000.

DURÁN, R.M., PADILLA, B. Actividad antioxidante de los compuestos fenólicos. Grasas

y Aceites. Sevilla, v.44, n.2, p.101-106, 1993.

EINBOND, L. S.; REYNERTSON, K. A.; LUO, X.; BASILE, M. J.; KENNELLY, E. J.

Anthocyanin antioxidants from edible fruits. Food Chemistry, v. 84, p. 23- 28, 2004.

EL-AGAMEY, A.; LOWE, G. M.; GARVEY, D. V. M.; MORTENSEN, A.; PHILLIP, D.

M.; TRUSCOTT, G.; YOUNG, A. J. Carotenoid radical chemistry and antioxidant/pro-

oxidant properties. Archives of Biochemistry and Biophysics, v.430, v.1, p.37–48, 2004.

FAO/OMS. Human Vitamin and Mineral Requirements. In: Report 7th Joint FAO/OMS

Expert Consultation. Bangcoc, Tailândia, 1998.

FELLOWS, P. J. Tecnologia de processamento de alimentos: princípios e práticas. 2.

ed.Porto Alegre: Artmed, 2006. 602p.

FERGUSON, L.R., HARRIS, P.J. Protection against cancer by wheat bran: role of

dietary fibre and phytochemicals. European Journal of Cancer Prevention, Oxford, v.8,

n.1, p.17-25, 1999.

FERNANDEZ, M.A., SAENZ, M.T., GARCIA, M.D. Antiinflamatory activity in rats and

mice of phenolic acids isolated from Scrophularia frutescens. Journal of Pharmacy and

Pharmacology, London, v.50, n.10, p.1183-1186, 1998.

FERNÁNDEZ-GARCÍA, E.; CARVAJAL-LÉRIDA, I.; JARÉN-GALÁN, M.; GARRIDO-

FERNÁNDEZ, J.; PÉREZ-GALVEZ, A.; HOMERO-MÉNDEZ, D. Carotenoids

bioavailability from foods: From plant pigments to efficient biological activities. Food

Research International, v.46, n.2, p.438–450, 2012.

FLORES, G.; DASTMALCHI, K.; PAULINO, S.; WHALEN,K.; DABO, A.J.;

REYNERTSON, K.A.; FORONJY, R.F.; D’ARMIENTO, J.M.; KENNELLY, E.J.

Anthocyanins from Eugenia brasiliensis edible fruits as potential therapeutics for COPD

treatment. Food Chemistry Volume 134, Issue 3, Pages 1256–1262, 2012.

FRANCIS, F.J., Food Colorants: anthocyanins. Critical Reviews Food Science Nutrition,

v.28, n.4, p.273-314, 1989.

FRASER, P. D.; BRAMLEY, P. M. The biosynthesis and nutritional uses of carotenoids.

Progress in Lipid Research. v.43, n.3, p. 228–265, 2004.

74

FRIGHETTO, R.T. S.; BACCAN M. Quantificação de ácidos fenólicos constitutivos da

soja [Glycine max (L.) Merrill] por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) 17

p. — (Documentos / Embrapa Meio Ambiente; 90). 2012.

GAMACHE, P., RYAN, E., ACWORTH, I.N. Analysis of phenolic and flavonoid

compounds in juice beverages using high-performance liquid chromatography with

coulometric array detection. Journal of Chromatography, Amsterdam, v.635, n.1, p.143-

150, 1993.

GODOY, H. T.; PRADO, M. A. Corantes artificiais em alimentos. Alim. Nutr, Araraquara,

v.14, n.2, p.237-250, 2003.

GONÇALVES, E. C. B. A. (2006). Análise de Alimentos: uma visão química da nutrição.

3a Ed. São Paulo: Livraria Varela, 324p., 2006.

GOUVÊA, A. C. M. S.; ARAUJO, M. P. de; SCHULZ, D. F.; PACHECO, S.; GODOY, R. L.

de O.; CABRAL, L. M. C. Anthocyanins Standards (cyanidin-3-Oglucoside and cyanidin-

3-O-rutinoside) isolation from freeze-dried açaí (Euterpe oleraceae Mart.) by HPLC. Ciênc. Tecnol. Aliment. v.32, n.1, p.1-4, 2012.

GOVAERTS, R.; SOBRAL, N.; ASHTON, P.; BARRIE, F.; HOLST, B. K.; LANDRUM, L.

L.; MATSUMOTO, K.; MAZINE, F.; LUGHADHA, N. E.; PROENÇA, C. World Checklist

of Myrtaceae: 1-455. Kew Publishing, Royal Botanic Gardens, Kew. 2008.

GRAHAM, H. D. Stabilization of the Prussian blue color in the determination of

polyphenols. J. Agric. Food Chem., Columbus, v. 40, n. 5, p. 801-805, 1992.

GUTIÉRREZ, J. R. V. Daño oxidativo, radicales libres y antioxidantes. Revista Cubana

de Medicina Militar. v.31, n.2, p.126-33, 2002.

IACOBUCCI, G. A.; SWEENY, J. G. The chemistry of anthocyanins, anthocyanidins and

related flavilium salts. Tetrahedron Letters, v. 39, n. 19, p. 3005-30038. 1983.

IVANOVA, A., MILKOVA, T., GALABOV, A.S., NIKOLAEVA, L., VOYNOVA, E.

Transformation of cholanic acid derivatives into pharmacologically active esters of

phenolic acids by heterogeneous Wittig reaction. Zeitschrift fuer

Naturforschung, Tuebingen, v.52, n.7-8, p.516-521, 1997.

JACKMAN, R.L.; YADA, R.Y.; TUNG, M.A., et al. Anthocyanins as food colorants. - A

Review. Journal Food Biochemistry. v.11, p.201-247, 1987.

HE, F.J.; NOWSON, C.A.; MACGREGOR, G.A. Fruit and vegetable consumption and

stroke: meta-analysis of cohort studies. Lancet. 2006 Jan 28;367(9507):320-6. Disponível

em: http://ac.els-cdn.com/S0140673606680690/1-s2.0-S0140673606680690-

main.pdf?_tid=b2eef870-bd29-11e4-8084-

00000aacb35f&acdnat=1424894932_c9a0f5c900ac52bcc37ede299f60d695

HEAD, K. A. Ascorbic Acid in the Prevention and Treatment of Cancer. Alternative

Medicine Review. v.3, n.3, p.174-186, 1998.

75

HERNÁNDEZ, A. M.; PRIETO GONZÁLES, E. A. Plantas que contienen polifenoles.

Revista Cubana de Investigaciones Biomedica, Ciudad de La Habana, v.18, n. 1, p. 12-14,

1999.

HOLLMAN, P.C., KATAN, M.B. Bioavailability and health effects of dietary flavonoids

in man. Archives of Toxicology Supplement, Berlin, v.20, p.237-248, 1998.

HRAZDINA, G.; BORZEL, A. J.; ROBINSON, W. B. Studies on the stability of the

anthocyanidin-3,5- diglucosides. Am. J. Enol. Vitic., v. 21, n. 4, p. 201-204, 1970.

KAPADIA, G. J.; TOKUDA, H.; SRIDHAR, R.; BALASUBRAMANIAM, V.;

TAKAYASU, J.; BU, P.; ENJO, F.; TAKASAKI, M.; KONOSHINA, T.; NISHINO, H.

Cancer chemopreventive activity of synthetic colorants used in foods, pharmaceuticals

and cosmetic preparations. Cancer Letter, Limerick, v.129, n.1, p.87-95, 1998.

KARWOWSKL, M. S. M. Estudo da estabilidade, comportamento reológico e dos

compostos fenólicos de frutas da Mata Atlântica. 89 f. Dissertação (mestrado)- Programa

de Pós Graduação em Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal do Paraná, Curitiba,

2011.

KERRY, N.L., ABBEY, M. Red wine and fractionated phenolic compounds prepared

from red wine inhibit low density lipoprotein oxidation in vitro. Atherosclerosis, Limerick,

v.135, n.1, p.93-102, 1997.

KIMURA, M.; RODRIGUEZ-AMAYA, D. B. A scheme for obtaining standards and

HPLC quantification of leafy vegetable carotenoids. Food Chemistry, v.78, n.3, p.389–

398, 2008.

KURTZ, B. C.; ARAÚJO, D. S. D. de. Composição florística e estrutura do componente

arbóreo de um trecho de Mata Atlântica na Estação Ecológica Estadual do Paraíso, Cachoeiras de Macacu, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia, v.51, p.69-112. 2000.

KURZ, C.; CARLE, R.; SCHIEBER, A. HPLC-DADMSn characterisation of carotenoids

from apricots and pumpkins for the evaluation of fruit product authenticity. Food

Chemistry, London, v. 110, p. 522-530, 2008.

LAGO, E.S. et al.; Gomes, E.; Silva, R. Produção de geléia de jambolão (Syzygium cumini

Lamarck): processamento, parâmetros físico – químicos e avaliação sensorial. Ciência e

Tecnologia de Alimentos, v.26, n.4, p.847-852, 2006.

LAGUERRE, M.; LECOMTE, J., VILLENEUVE, P. Evaluation of the ability of

antioxidants to counteract lipid oxidation: Existing methods, new trends and challenges. Review. Progress in Lipid Research, v. 46, p. 244-282, 2007.

LANDRUM, L.R.; KAWASAKI, M.L. The genera of Myrtaceae in Brazil – an illustrated

synoptic treatment and identification keys. Brittonia 49:508-536. 1997.

LEITE-LEGATTI, A.V.; BATISTA, A.G.; DRAGANO, N.R.V.; MARQUES, A.C.;

MALTA, L.G.; RICCIO, M.F.; EBERLIN, M.N.; MACHADO, A.R.T.; CARVALHO-

SILVA, L.B.; RUIZ, A.L.T.G.; CARVALHO, J.E.; PASTORE, G.M.; MARÓSTICA, M.R.J.

76

Jaboticaba peel: Antioxidant compounds, antiproliferative and antimutagenic activities.

Food Research International. Volume 49, Issue 1, Pages 596–603. November, 2012.

LIM, T.G.; Kwon J.Y.; Kim, J.; Song, N.R.; Lee K.M.; Heo, Y.S.;, Lee, H.J.;, Lee, K.W.

Cyanidin-3-glucoside suppresses B[a]PDE-induced cyclooxygenase-2 expression by

directly inhibiting Fyn kinase activity. Biochemical Pharmacology. P.167–174. 2011.

LIMA, H.C.; GUEDES-BRUNI, R.R. Diversidade deplantas vasculares na reserva

ecológica de Macaé de Cima. In: LIMA, H.C. de; GUEDES-BRUNI, R.R. (eds.) Serra de

Macaé de Cima: Diversidade florística e conservação em Mata Atlântica. 1ª Ed. Rio de

Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, p.28-39, 1997.

LOMBARDI, J.A.; GONÇALVES, M. Composição florísticade remanescentes de Mata

Atlântica do Sudeste de Minas Gerais, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo,

V.23, n.3, p.255-282, 2000.

LORENZI, H.; BACHER, L.; LACERDA, M.; SARTORI, M. Braziliam fruits & cultivated

exotics: for consumering in natura. Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2006.

LOURENÇO, A. R. L.; BARBOSA, M. R. V. Myrtaceae em restingas no limite norte de

distribuição da Mata Atlântica, Brasil. Rodriguésia, v.63, n.2, p.373-393, 2012.

LOUROSA, G.V.; LATTUADA, D.S.; SOUZA, P.V.D. Caracterização de frutos de

Grumixameira (Eugenia brasiliensis). Salão de Iniciação Científica, UFRGS, Porto Alegre,

RS), 2012.

LUXIMON-RAMMA, A.; BAHORUN, T.; CROZIER, A. Antioxidant actions and

phenolic and vitamin C contents of common Mauritian exotic fruits. Journal of the

Science of Food and Agriculture, v.83, n.5, p.496–502, 2003.

MAISUTHISAKUL, P.; SUTTAJIT, M.; PONGSAWATMANIT, R. Assessment of

phenolic content and free radical-scavenging capacity of some Thai indigenous plants. Food Chemistry, London, v. 100, p. 1409-1418, 2007.

MALDANER, L.; JARDIM, I. C. S. F.; O estado da arte da cromatografia líquida de ultra

eficiência. Química Nova, São Paulo, v. 32, n. 1, p. 214-222, 2009.

MANELA-AZULAY, M.; LACERDA, C. A. M.; PEREZ, M. A.; FILGUEIRA, A. L.;

CUZZI, T. Vitamina C. Anais Brasileiros de Dermatologia, v.78, n.3, p.265-274, 2003.

MARCHIORI, J.N.C.; SOBRAL, M. Dendrologia das angiospermas – Myrtales. Editora da

UFSM, Santa Maria. 1997.

MARÇO, P.H.; POPPI, R.J.; SCARMINIO, I.S. Procedimentos analíticos para

identificação de antocianinas presentes em extratos naturais. Química Nova, v. 31, n. 5, p.

1218-1223, 2008.

MARTÍNEZ-FLÓREZ, S.; GONZÁLEZ-GALLEGO, J.; CULEBRAS, J.M.; TUÑÓN, M.J.

Los flavonoides: propriedades y acciones antioxidantes. Nutricion Hospitalaria, v.17, n.6,

p.271-278, 2002.

77

MELÉNDEZ, A. J.; BEJINES, E.; VICARIO, I. M.; HEREDIA, F. J. Vitamin c in orange

juices determined by hplc: influence of the wavelength of detection. Italian Journal of

Food Science, n.1, v.16, p.79, 2004.

MELÉNDEZ-MARTÍNEZ, A. J.; BRITTON, G.; VICARIO, I. M.; HEREDIA, F. J.

Relationship between the colour and the chemical structure of carotenoid pigments. Food Chemistry, v.101, n.3, p.1145–1150, 2007.

MESKIN, M. S.; BIDLACK, W. R.; DAVIES, A. J.; LEWIS, D. S.; RANDOLPH, R. K.

Absorption and metabolism of anthocyanins: potencial health effects. In: Phytochemical

mechanisms of action. Flórida: CRC Press. Cap. 1, p. 1-16. , 2004.

MOREIRA ,F. As plantas que curam. São Paulo: Hemus Livraria Editora. 1978.

MORENO, P.R.H.; LIMA, M.E.L.L.; SOBRAL, M.; YOUNG, M.C.M.; CORDEIRO, I.;

APEL, M.A.; LIMBERGER, R.P.; HENRIQUES, A.T. Composição dos óleos essenciais de

variedades de coloração de frutos de Eugenia brasiliensis Lam. Sci. agric. (Piracicaba,

Braz.) vol.64 no.4 Piracicaba July/Aug. 2007.

NAGEN, T.J., ALBUQUERQUE, T.T.O., MIRANDA, L.C.G. Ácidos fenólicos em

cultivares de soja: ação antioxidante. Arquivos de Biologia e Tecnologia, Curitiba, v.35,

n.1, p.129-138, 1992

PACHECO, S. Preparo de padrões analíticos, estudo de estabilidade e parâmetros de

validação para ensaio de carotenoides por cromatografia líquida. 2009. 106p. Dissertação

(Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Ciência dos Alimentos) Seropédica:

UFRRJ, 2009.

PACHECO, S. Melhoria e implantação de metodologias de análise de alimentos por

cromatografia líquida de alta eficiência. 2014. 161p. Tese ( Doutorado em Ciência e

Tecnologia de Alimentos, Ciência dos Alimentos) Seropédica: UFRRJ, 2014.

PAULA, J.T. Qualidade pós-colheita de genótipos de tomateiro colhidos em diferentes

estádios de maturação / Juliana Tauffer de Paula. – – Guarapuava, 2013 xiv, 79 f. : il. ; 28

cm Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual do Centro-Oeste, Programa de Pós-

Graduação em Agronomia, área de concentração em Produção Vegetal, 2013.

PEIXOTO, G. L.; MARTINS, S. V.; SILVA, A. F.; SILVA, E. Composição florística do

componente arbóreo de um trecho de Floresta Atlântica na Área de Proteção Ambiental

da Serra da Capoeira Grande, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Acta Botânica Brasileira, v.18,

n.1, p.151-160, 2004.

PELEG, H., BODINE, K.K., NOBLE, A.C. The influence of acid on adstringency of alum

and phenolic compounds. Chemical Senses, Oxford, v.23, n.3, p.371-378, 1998.

PENNINGTON, J. A. T. Food Composition Databases for Bioactive Components. Journal

of Food Composition and Analysis, v.15, p.419-434, 2002.

78

PEREIRA, M. C. A.; ARAUJO, D. S. D.; PEREIRA, O. J. Estrutura de uma comunidade

arbustiva da restinga de Barra de Maricá – RJ. Revista Brasileira de Botânica, v.24, n.3,

p.273-281, 2001.

PEREIRA, Vinicius Rodrigues. Ácido Ascórbico – características, mecanismos de atuação

e aplicações na indústria. 2008. 39f. Trabalho acadêmico apresentado ao Curso de

Bacharelado em Química de Alimentos. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.

PEREIRA, M. C.; STEFFENS, R. S.; JABLONSKI, A.; HERTZ, P. F.; RIOS, A. O.;

VIZZOTTO, M.; FLÔRES, S. H. Characterization and Antioxidant Potential of Brazilian

Fruits from the Myrtaceae Family. Journal of Agricultural Food Chemistry, v.60, p.3061-

3067, 2012.

PÉREZ-JIMÉNEZ, J.; A. Sara.; Tabernero, M.; Díaz-Rubio, M.E..; Serrano, J.; Goñi, I.;

Saura-Calixto, F. Updated methodology to determine antioxidant capacity in plant foods,

oils and beverages: Extraction, measurement and expression of results. Food Research

International, Darking, v. 41, n. 3, p. 274–285, 2008.

PICHERSKY, E.; GANG,D.R. Genetics and biochemistry of secondary metabolites in

plants: an evolutionary perspective. Trends Plants Sci., 5. 2000.

PINNELL, S. R. Cutaneous photodamage, oxidative stress, and topical antioxidant

protection. Journal of the American Academy of Dermatology, v.48, n.1, p.1-19, 2003.

PODSEDEK, A. Natural antioxidants and antioxidant capacity of Brassica vegetables: A

review. LWT-Food Sci. Technol, v. 40, p. 1-11, 2007.

RAMPAZZO, V.; TAKIKAWA, A.Y.; HAMINIUK, C.W.I. Quantificação de ácidos

fenólicos em frutas. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Campo Mourão,

PR, Brasil.2012.

RENAULT, J-H.; THÉPENIER, P.; ZÈCHES-HANROT, M.; MEN-OLIVIER, L. L.;

DURAND, A.; FOUCAULT, A.; MARGRAFF, R. Preparative separation of anthocyanins

by gradient elution centrifugal partition chromatography. Journal of Chromatography A,

v. 763, p. 345-352, 1997.

REYNERTSON KA, YANG H, JIANG B, BASILE MJ, KENNELLY EJ. Quantitative

analysis of antiradical phenolic constituents from fourteen edible Myrtaceae fruits. Food

Chemistry. 2008;109(4):883–890.

RICE-EVANS,C.A.; MILLER, N.J.; PAGANGA, G.Structure antioxidante activit

relationships of flavonoids and phenolics acids. Free Radic. Biol. Med. 20, 933-956. 1996.

RODRIGUEZ-AMAYA, D. B.; KIMURA, M. Carotenoides e valor nutritivo de vitamina

A em cajá (Spondias lutea L.). Ciênc. Tecnol. Aliment., v. 9, p. 148-162, 1989.

RODRÍGUEZ-AMAYA, D. B. A Guide to Carotenoid Analysis in Foods. 64p. 2001.

79

RODRIGUEZ-AMAYA, D. B.; KIMURA, M. Fontes brasileiras de carotenoides: tabela

brasileira de composição de carotenoides em alimentos. 100p. Brasília, DF: MMA/SBF,

2008.

ROITMAN, G. G.; MONTALDO, N. H.; MEDAN, D. Pollination Biology of Myrrhinium

atropurpureum (Myrtaceae): Sweet, Fleshy Petals Attract Frugivorous Birds. Biotropica,

v.29, n.2, p.162-168, 1997.

ROMAGNOLO, M.B.; SOUZA, M.C. Os gêneros Calycorectes O. Berg, Hexachlamys O.

Berg, Myrcianthes O. Berg, Myrciaria O. Berg e Plinia L. (Myrtaceae) na planície

alagável do alto rio Paraná, Brasil. Acta Botanica Brasilica, 18(3): 613-62. 2004.

ROMBALDI, C. V.; TIBOLA, C. S.; ZAICOVSKI, C. B.; SILVA, J. A.; FACHINELLO, J.

C.; ZAMBIAZI, R. C. Potencial de conservação e qualidade de frutas: aspectos

biotecnológicos de pré e pós-colheita. In: Congresso Brasileiro de Fruticultura, 19, 2006,

Cabo Frio. p. 105-132. Cabo Frio-RJ: SBF/UENF/UFRuralRJ. 2006.

ROSA, J. S.; GODOY, R. L. O.; OIANO NETO, J.; CAMPOS, R. S.; MATTA, V. M.;

FREIRE, C. A.; SILVA, A. S.; SOUZA, R. S. Desenvolvimento de um método de análise

de vitamina C em alimentos por cromatografia líquida de alta eficiência e exclusão

iônica. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.27, n.4, p.837-846, 2007.

RUTZ, J.K. Avanços na cromatografia líquida. 2009. 41f. Trabalho acadêmico (Seminário

em Alimentos) - Bacharelado em Química de Alimentos. Universidade Federal de Pelotas,

Pelotas. 2009.

SCOTT, K. J.; RODRIGUEZ-AMAYA, D. B. Pro-vitamin A carotenoid conversion

factors: retinol equivalents - fact or fiction. Food Chemistry, v. 69, p. 125-127, 2000.

SILVERSTEIN, R. M.; BASSLER, G. C.; MORRIL, T. C.; Identificação Espectrométrica

de Compostos Orgânicos. 5ª ed., LTC: Rio de Janeiro, 1994.

SKOOG, D. A.; WEST, D. M.; HOLLER, F. J.; CROUCH, S. R. Fundamentos de Química

Analítica. Editora Thomson, tradução da 8ª edição, 2006.

SOARES, S.E. Ácidos fenólicos como antioxidantes. Rev. Nutr. [online]. vol.15, n.1, pp. 71-

81. ISSN 1678-9865. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-52732002000100008, 2002. Acesso

em 18/03/2015.

SOBRAL, M.; PROENÇA, C.; SOUZA, M.; MAZINE, F.; LUCAS, E. (2013). Myrtaceae.

In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível

em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB171>. Acesso em: 11/2014.

SOUZA, M. C.; MORIM, M. P.; CONDE, M. M. S.; MENEZES, L. F. T. Subtribo

Myrciinae O. Berg (Myrtaceae) na Restinga da Marambaia, RJ, Brasil. Acta Botânica

Brasileira, v.21, n.1, p.49-63, 2007.

SOUZA, M. C.; MORIM, M. P. Subtribos Eugeniinae O. Berg e Myrtinae O. Berg

(Myrtaceae) na Restinga da Marambaia, RJ, Brasil. Acta Botânica Brasieira, v.22, n.3,

80

p.652-683. 2008. Disponível em:

<http://www.botanica.org.br/acta/ojs/index.php/acta/article/view/365>. Acesso em: 11/2014.

STAHL, W.; SIES, H. Antioxidant activity of carotenoids. Molecular Aspects of

Medicine. v.24, n.6, p.345–351, 2003.

STAHL, W.; SIES, H. Bioactivity and protective effects of natural carotenoids.

Biochimica et Biophysica Acta (BBA) - Molecular Basis of Disease. v.1740, n.2, p.101–

107, 2005.

STADLER, ZECLIZ. Determinação do Teor de Vitamina C em Alimentos. Curitiba,1999.

27f. Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Ensino de Química Experimental

para o 2o. Grau, Setor de Ciências Exatas, Departamento de Química,Universidade Federal do

Paraná.

SMITH, R.M. Understanding Mass Espectra: A basic Approach. 2nd. ed. New Jersey:

John Wiley e Sons. 372p. 2004.

STONE, I. Fifty years of research on ascorbate and the genetics of scurvy.

Orthomolecular Psychiatry, v.13, n.4, p.280, 1984.

TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. Porto Alegre: Artmed, 2004. p.449-484.

TRUEBA, L.G.P. Los flavonoides: oxidantes e prooxidantes. Revista Cubana de

Investigaciones Biomédicas, v.22, n.1, p.48-57, 2003.

TYRREL MH 1990. Evolution of natural flavor development with the assistance of

modern technologies. Food Technol 44: 68-72.

UENOJO, M.; MARÓSTICA JUNIOR, M. R.; PASTORE, G. M. Carotenóides:

propriedades, aplicações e biotransformação para formação de compostos de aroma.

Química Nova, v.30, n.3, p.616-622, 2007.

VÁLDES, F. Vitamina C. Actas Dermo-Sifiliográficas, v.97, n.9, p.557-568, 2006.

VAN ACKER, S.A., VAN DEN BERG, D.J., TROMP, M.N., GRİFFİOEN, D.H., VAN

BENNEKOM, W.P. , VAN DER VİJGH, W.J. AND BAST, A. Structural aspects of

antioxidant activity of flavonoids. Free Rad. Biol. Med., 20: 331–342, 1996.

VILAR, Juliana dos Santos et al. Potencial nutritivo de frutos de pitangão (Eugenia

neonitida, Sobral). Rev. Bras. Frutic. [online]. vol.28, n.3, pp. 536-538. ISSN 0100-

2945. 2006.

VOLP, A. C. P.; RENHE, I. R. T.; BARRA, K.; STRINGUETA, P. C. Flavonoides

antocianinas: características e propriedades na nutrição e saúde. Revista Brasileira de

Nutrição Clinica vol. 23, n. 2, p. 141-149, 2008.

WARD, N. I. Assessment of chemical factors in relation to child hyperactivity.J. Nutr.

Environ. Med. v.7, n.4, p.333-342, 1997

81

WILSON, E.O. Biodiversidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997.

ZAMORRA, J. D. S. Antioxidantes: micronutrientes en lucha por la salud. Revista

Chilena de Nutrición, v. 34, n.1, p.17-26, 2007.

ZIBERNA, L.; LUNDER, M.; MOZE, S.; VANZO, A.; TRAMER, F.; PASSAMONTI, S.;

DREVENSEK, G. A.. Cardioprotective and cardiotoxic effects of bilberry anthocyanins

in ischemia-reperfusion injury: beyond concentration-dependent antioxidant

activity. Cardiovascular Toxicology. 2010.