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i Identificação de Indicadores de Ecoeficiência para a Indústria dos Moldes de Injeção de Plástico Carlos Filipe Resina de Almeida Alves Roda Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Mecânica Orientador: Prof. Paulo Miguel Nogueira Peças Júri Presidente: Prof. Rui Manuel dos Santos Baptista Orientador: Prof. Paulo Miguel Nogueira Peças Vogais: Profª. Elsa Maria Pires Henriques Profª. Inês Esteves Ribeiro Junho 2015

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Identificação de Indicadores de Ecoeficiência para a

Indústria dos Moldes de Injeção de Plástico

Carlos Filipe Resina de Almeida Alves Roda

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em

Engenharia Mecânica

Orientador: Prof. Paulo Miguel Nogueira Peças

Júri

Presidente: Prof. Rui Manuel dos Santos Baptista Orientador: Prof. Paulo Miguel Nogueira Peças

Vogais: Profª. Elsa Maria Pires Henriques Profª. Inês Esteves Ribeiro

Junho 2015

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Resumo

As temáticas de Futuro Sustentável e Sustentabilidade Empresarial têm vindo a ganhar

cada vez mais peso na consciência das sociedades, e têm conquistado o seu espaço na

estratégia de um número crescente de empresas. Este novo modo de olhar o mundo levou a

que nas últimas decadas tenham surgido novos conceitos e ferramentas de apoio à gestão,

que auxiliem no objetivo de tornar um dado sector de atividade mais sustentável.

O trabalho aqui apresentado assenta precisamente na aplicabilidade de uma destas

ferramentas, a Avaliação da Ecoeficiência, ao sector dos Moldes de Injeção de Plástico em

Portugal.

O trabalho de Avaliação de Ecoeficiência de um sistema produtivo é tarefa complexa,

consumidora de tempo e recursos. O presente trabalho procura facilitar avaliações futuras a

casos de estudo do sector dos moldes de injeção de plástico, ao procurar identificar um

conjunto de Indicadores de Ecoeficiência representativos e fundamentais para uma avaliação

correta. Para tal, é apresentada uma linha de raciocinio que identifica todas as etapas, dados e

cálculos necessários, procurando sempre relacionar os resultados obtidos em cada etapa com

os Princípios da Ecoeficiência. Todas as etapas estão apoiadas em normas e metodologias

comprovadas que garantem a sua validade.

No final são propostas tabelas com os indicadores identificados e divididos por contexto de

estudo, prontas a dar apoio a trabalhos de avaliação de ecoeficiência no sector dos moldes de

injeção de plástico.

Palavras-Chave: Sustentabilidade; Ecoeficiência; Moldes de injeção de plástico.

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Abstract

The theme of Sustainability and Sustainable Future has been gaining weight in the

conscience of the modern societies and conquering space among a growing number of

companies and their strategies. This new way of facing the world lead to the development of

new concepts and management tools, in the last decades, that provide help in achieving a

sustainable position for any given company or business sector.

This thesis builds precisely on the applicability of one of these tolls, the Evaluation of Eco-

efficiency, for business of Injection Moulding of Plastic material in Portugal.

The Evaluation of Eco-efficiency for a production system is a complex, time and resource

consuming task. There for, this thesis aims to help future evaluations by providing a set of Eco-

efficiency Indicators required for a correct evaluation. In order to do that, a guide line is

presented that identifies all the steps and data required and matches all the results with The

Principals of Eco-efficiency. All these steps are based on proven standard rules that guaranty

the step’s validity.

At the end, a set of tables are presented with the resulting indicators, organized by

applicability and ready to provide assistance on future eco-efficiency evaluations.

Key-Words: Sustainability; Eco-efficiency; Injection Moulding

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Agradecimentos

Ao meu orientador, Sr. Prof. Paulo Peças, por toda a orientação neste trabalho e em

especial, todo o apoio e aconselhamento nos momentos mais complicados.

Ao Eng. Ivo Bragança do Núcleo de Oficinas do Instituto Superior Técnico pela

disponibilidade demonstrada no esclarecimento de questões ao longo deste trabalho.

Aos meus companheiros de luta desde o meu primeiro dia de curso: Alexandre

Fernandes, Filipe Melo, Artur Granja, Milene Pereira e Juliana Mota.

À Dra. Maria José Ferrão e todos os meus colegas do Núcleo de Apoio ao Estudante

pelo apoio e encorajamento constantes neste ciclo que agora termino.

Aos meus pais, irmã e cunhado por toda a força e confiança que me transmitiram e que

me levou a superar todas as díficuldades que encontrei.

Por último, uma especial dedicatória aos meus avós António e Ilda Roda, para quem

nunca tive defeitos. Infelizmente já não posso partilhar este momento com os dois, mas sempre

estiveram e estarão presentes.

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Índice

Resumo .............................................................................................................................. i Abstract ............................................................................................................................. ii Agradecimentos ............................................................................................................... iii Índice ............................................................................................................................... iv

Índice de Tabelas ............................................................................................................ vii Índice de Figuras ............................................................................................................. ix

1. Introdução ................................................................................................................. 1

2. Ecoeficiência – O caminho para um mundo sustentável .......................................... 3

2.1 Enquadramento .................................................................................................. 3

2.2 Sustentabilidade Empresarial ............................................................................. 3

2.2.1 Ecologia Industrial ...................................................................................... 4

2.2.2 Ecodesign ................................................................................................... 4

2.2.3 Produção Lean ............................................................................................ 4

2.2.4 Produção Mais Limpa ................................................................................. 5

2.2.5 Prevenção e Controlo Integrado da Poluição ............................................. 5

2.2.6 Politica Integrada de Produtos .................................................................... 6

2.2.7 Sistemas de Gestão Ambiental (SGA) e de Energia (SGE) ....................... 6

2.2.8 Avaliação de Desempenho Ambiental ....................................................... 7

2.2.9 Ecoeficiência .............................................................................................. 7

2.2.10 Índice de Sustentabilidade Dow Jones ....................................................... 7

2.2.11 Carta Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável da Câmara do Comércio Internacional ............................................................................................ 7

2.3 Ecoeficiência ...................................................................................................... 8

2.3.1 Da filosofia ao conceito .............................................................................. 8

2.3.2 Vantagens da Ecoeficiência ........................................................................ 9

2.4 Avaliar e Monitorizar a Ecoeficiência ............................................................. 10

2.4.1 Classes de Indicadores .............................................................................. 10

2.4.2 Indicadores Ambientais ............................................................................ 11

2.5 Indicadores de Ecoeficiência ........................................................................... 13

2.5.1 Desenvolvimento de indicadores .............................................................. 13

2.5.2 Classificação dos Indicadores de Ecoeficiência ....................................... 14

2.6 Cálculo do Indicador de Ecoeficiência ............................................................ 16

2.7 Etapas do cálculo de Ecoeficiência .................................................................. 17

2.7.1 Avaliação do Ciclo de Vida – Life Cycle Assessment - LCA.................. 18

2.7.2 Life Cycle Inventory – Inventário do Ciclo de Vida ................................. 18

2.7.3 Life Cycle Impact Assessment ................................................................. 18

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2.7.4 Key Environmental Performance Indicators – KEPI ............................... 20

2.7.5 Valor do Produto/Serviço ......................................................................... 21

2.8 Análise comparativa das ferramentas apresentadas ......................................... 22

3. Estado de Arte da Indústria de Moldes e seu fabrico ............................................. 26

3.1 Breve Introdução histórica da Indústria de Moldes em Portugal ..................... 26

3.2 Situação Actual e Competitividade da Indústria de Moldes em Portugal ....... 27

3.3 O Molde de Injecção de Plástico ..................................................................... 28

3.3.1 Breve Definição ........................................................................................ 28

3.3.2 Constituição do molde de injecção ........................................................... 29

3.3.3 Principais tipos de moldes ........................................................................ 30

3.3.4 Processo de Injecção ................................................................................. 32

3.4 Fabrico do Molde ............................................................................................. 34

3.4.1 Processos de Fabrico ................................................................................ 34

4. Identificação de Indicadores de Ecoeficiência para o Sector dos Moldes de Injeção de Plástico. ...................................................................................................................... 40

4.1 Metodologias e ferramentas de apoio usadas................................................... 41

4.2 Perfil Ambiental ............................................................................................... 43

4.2.1 Aspetos Ambientais .................................................................................. 44

4.2.2 Identificação dos KEPI’s .......................................................................... 46

4.2.3 Unidade Funcional .................................................................................... 52

4.2.4 Perfil Ambiental do caso de estudo .......................................................... 54

4.3 Perfil de Valor .................................................................................................. 61

4.3.1 Perfil de Valor do caso de estudo ............................................................. 62

4.4 Rácios e Indicadores de Ecoeficiência ............................................................. 64

4.4.1 Rácios e Indicadores de Ecoeficiência do caso de estudo ........................ 65

5. Aplicação a um caso de estudo ............................................................................... 68

5.1 Custos ............................................................................................................... 68

5.1.1 Custo do material do molde ...................................................................... 69

5.1.2 Custo da fresagem .................................................................................... 69

5.1.3 Custo da eletroerosão................................................................................ 71

5.1.4 Custo de produção do molde .................................................................... 72

5.1.5 Custo de injeção ....................................................................................... 72

5.2 Influência Ambiental ....................................................................................... 73

5.2.1 Influência Ambiental do material do molde ............................................. 73

5.2.2 Influência Ambiental da produção do molde ........................................... 74

5.2.3 Influência Ambiental da injeção ............................................................... 74

5.2.4 Influência Ambiental do fim de vida dos materiais .................................. 75

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vi

5.3 Indicadores de Ecoeficiência ........................................................................... 75

6. Conclusões .............................................................................................................. 78

Referências ..................................................................................................................... 79

Anexos ............................................................................................................................ 83

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vii

Índice de Tabelas

Tabela 1 - Indicadores de desempenho ambiental .......................................................... 11 Tabela 2 - Tipos de Indicadores Relativos ..................................................................... 12 Tabela 3 - Exemplos genéricos de indicadores [5] ......................................................... 14 Tabela 4 - Exemplo de Indicadores de Aplicação Geral [5]........................................... 15 Tabela 5 - Exemplo de Indicadores de Aplicação Específica [5] ................................... 15 Tabela 6 - Peso das categorias consoante as perspetivas [43] ........................................ 20 Tabela 7 - Análise comparativa das ferramentas apresentadas ...................................... 23 Tabela 8 - Aspetos Ambientais do fabrico de moldes e injeção de plástico .................. 45 Tabela 9 - KEPI's Fase de Fabrico do Molde - CNC (IDO ISO 14031:2005 vs Aspectos Ambientais) .................................................................................................................... 48 Tabela 10 - KEPI's Fase de Fabrico do Molde - EDM (IDO ISO 14031:2005 vs Aspectos Ambientais) ..................................................................................................... 49 Tabela 11 - KEPI's Fase de Utilização do Molde (IDO ISO 14031:2005 vs Aspectos Ambientais) .................................................................................................................... 51 Tabela 12 - Perfil Ambiental do sistema de produção.................................................... 55 Tabela 13 - Análise macro do Perfil Ambiental ............................................................. 58 Tabela 14 - Perfil Ambiental da Maquinagem ............................................................... 59 Tabela 15 - Perfil Ambiental Electroerosão ................................................................... 60 Tabela 16 - Perfil Ambiental Produto Molde ................................................................. 60 Tabela 17 - Perfil Ambiental da Injeção de Plástico ...................................................... 60 Tabela 18 – Exemplos de Indicadores de Valor sugeridos pelo WBCSD [5] ................ 61 Tabela 19 - Perfil de Valor para Processos de fabrico e fase de Injeção de plástico ..... 62 Tabela 20 - Perfil de Valor para Produto Molde ............................................................ 63 Tabela 21 - Perfil de Valor para Produto Peça ............................................................... 63 Tabela 22 - Indicadores de Ecoeficiência para Perfil gestão de Topo (Fabricante de moldes) ........................................................................................................................... 66 Tabela 23 - Indicadores de Ecoeficiência para Perfil gestão de topo (Fabricante peça) 66 Tabela 24 - indicadores de Ecoeficiência para Perfil design do molde (Fabricante de moldes) ........................................................................................................................... 67 Tabela 25 - Indicadores de Ecoeficiência para Perfil gestão da produção (Fabricante moldes) ........................................................................................................................... 67 Tabela 26 - Indicadores de Ecoeficiência para Perfil gestão da produção (Fabricante peça)................................................................................................................................ 67 Tabela 27 - Volume e caraterísticas do material utilizado ............................................. 69 Tabela 28 - Custos materiais utilizados .......................................................................... 69 Tabela 29 - Variáveis exteriores aos processos .............................................................. 69 Tabela 30 - Variáveis a considerar no custo do processo de fresagem .......................... 70 Tabela 31 - Custo processo de fresagem do molde ........................................................ 70 Tabela 32 - Variáveis a considerar no custo do processo de eletroerosão ..................... 71 Tabela 33 - Custo com operação de fresagem dos elétrodos .......................................... 71 Tabela 34 - Custo operação eletroerosão ........................................................................ 72 Tabela 35 - Custo de produção do molde ....................................................................... 72 Tabela 36 - Custos e variáveis do processo de injeção .................................................. 72 Tabela 37 - Custo do processo de injeção ...................................................................... 73 Tabela 38 - Massa e Influência Ambiental do material do molde e estrutura ................ 74 Tabela 39 - Influência Ambiental da produção do molde .............................................. 74 Tabela 40 - Influência Ambiental da injeção.................................................................. 74 Tabela 41 - Influência Ambiental do fim de vida dos materiais .................................... 75

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viii

Tabela 42 - Influência Ambiental Global do estudo....................................................... 75 Tabela 43 - Indicadores de Ecoeficiência para Perfil gestão de Topo (Fabricante de moldes) ........................................................................................................................... 76 Tabela 44- Indicadores de Ecoeficiência para Perfil gestão de topo (Fabricante peça) . 76 Tabela 45 - Indicadores de Ecoeficiência para Perfil gestão da produção (Fabricante moldes) ........................................................................................................................... 76 Tabela 46 - Indicadores de Ecoeficiência para Perfil gestão da produção (Fabricante peça)................................................................................................................................ 77 Tabela 47 - indicadores de Ecoeficiência para Perfil design do molde (Fabricante de moldes) ........................................................................................................................... 77 Tabela 48 - KEPI's por Princípio de Ecoeficiência ........................................................ 83 Tabela 49 - KEPI's segundo Norma ISO 14031:2005 .................................................... 85 Tabela 50 - KEPI's segundo GRI .................................................................................... 86 Tabela 51 - Perfil Ambiental por Processo ..................................................................... 87 Tabela 52 - Indicadores de Ecoeficiência - Aplicabilidade Específica .......................... 93 Tabela 53 - Indicadores de Ecoeficiência - Aplicabilidade Geral ................................ 100

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Índice de Figuras

Figura 1 - Método EI 99 [43] ......................................................................................... 20 Figura 2 - Componentes típicos de um molde ................................................................ 29 Figura 3 - Exemplo de molde de canais frios ................................................................. 31 Figura 4 - Exemplo de molde de canais quentes ............................................................ 31 Figura 5 - Ciclo de Injeção de plástico ........................................................................... 33 Figura 6 - Fluxo de energia e materiais do processo de injeção de plástico................... 33 Figura 7 - Diferentes tipos de fresagem.......................................................................... 35 Figura 8 - Exemplo de operação de electroerosão .......................................................... 36 Figura 9 - Electroerosão por penetração ......................................................................... 37 Figura 10 - Eletroerosão por fio ..................................................................................... 38 Figura 11 - Operação de torneamento ............................................................................ 39 Figura 12 - Operação de furação .................................................................................... 39 Figura 13 - Fluxograma da metodologia utilizada ......................................................... 42 Figura 14 - Molde utilizado ............................................................................................ 68 Figura 15 - Peça obtida ................................................................................................... 68

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1

1. Introdução

Com a crescente consciencialização ambiental das sociedades, o paradigma da

Sustentabilidade ganhou uma importância cada vez maior. Hoje são raras as organizações que

não apresentam nas suas estratégias operacionais, ações que visem uma melhoria de

eficiência no que toca a consumos energéticos e outros recursos. Com efeito, as últimas

décadas trouxeram novos conceitos e ferramentas de apoio à gestão que visam ajudar as

organizações a atingir uma operacionalidade sustentável. O presente trabalho fará enfoque

numa dessas ferramentas, a Avaliação de Ecoeficiência.

A Ecoeficiência é uma ferramenta que procura auxiliar as empresas a melhorar o seu

desempenho ecológico sem prejuizo do desempenho económico, uma vez que a avaliação

ambiental é sempre feita em relação ao valor do produto ou sistema de produção em estudo.

Com o passar dos anos, a ecoeficiência tem passado no “teste do tempo”, verificando-se

que, esta ferramenta tem vindo a ganhar espaço nas operações das empresas à medida que

os órgãos de gestão vão reconhecendo as suas mais-valias. Ao recorrer a esta ferramenta

para definir as suas estratégias de ação, uma empresa/organização está a dar passos seguros

no sentido de alcançar a sustentabilidade. Uma análise da bibliografia sobre este tema permitiu

verificar que, a aplicabilidade destas ideias não se restringe aos grandes grupos empresariais e

internacionais, podendo as pequenas e médias empresas beneficiar igualmente da

implementação destas práticas. Do mesmo modo, as empresas de serviços podem recorrer a

este conceito na forma como prestam os seus serviços aos clientes, contribuindo assim para

que também estes se tornem mais ecoeficientes. Observou-se porém, que a ecoeficiência

colhe um maior número de utilizadores junto de grandes empresas.

No caso específico desta tese, a Ecoeficiência foi aplicada ao sector dos Moldes de

Injeção de Plástico. Este é um sector onde se regista uma grande competitividade entre

empresas. Sendo os moldes portugueses reconhecidos mundialmente como peças de

engenharia de elevada qualidade, é de todo o interesse das empresas deste sector a

existência de ferramentas de apoio à gestão que lhes permitam alcançar uma melhoria

contínua das suas operações.

O trabalho de Avaliação de Ecoeficiência é uma tarefa complexa, morosa e consumidora

de recursos. Nesse sentido, este trabalho procura apresentar uma linha de raciocínio que

permita identificar os principais Indicadores de Ecoeficiência para o sector dos moldes de

injeção de plástico, assim como as etapas e cálculos necessários para obtê-los. Este raciocínio

tem como base normas e metodologias já comprovadas que garantem a validade do que é aqui

proposto. Algumas destas bases foram já usadas em trabalhos semelhantes, mas aqui

procura-se ajustá-las especificamente ao caso de estudo dos moldes de injeção de plástico.

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2

Os indicadores propostos, como corolário do trabalho desenvolvido, contendo os

indicadores seleccionados por perfil de utilizador, resultam de um esforço de análise

sistemático de confluência entre os meios e os processos utilizados no fabrico de moldes e de

injeção de plástico e os documentos normativos. Deste modo, prevê-se que o resultado deste

trabalho possa ser usado como ferramenta de apoio a futuros trabalhos de Avaliação de

Ecoeficiência no sector dos Moldes de Injeção de Plástico, auxiliando na redução de tempo e

recursos despendidos e tornando a própria avaliação num trabalho mais (eco)eficiente.

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3

2. Ecoeficiência – O caminho para um mundo sustentável

2.1 Enquadramento

Num mundo em constante desenvolvimento e com mudanças a surgir de forma cada vez

mais acelerada, a procura de recursos para satisfazer as exigências das sociedades é cada

vez maior.

No entanto, esta procura, por vezes desregrada, trouxe consequências graves do ponto

de vista ambiental e de escassez de recursos naturais a nível global. As últimas décadas do

século XX mostraram ao mundo que o caminho até então trilhado era insustentável. As

alterações climáticas e a redução ou desaparecimento de recursos em várias zonas do globo

levaram a uma crescente tomada de consciência das sociedades para esta realidade [1].

O crescimento sustentável tomou, deste modo, um lugar de destaque no seio das

organizações que têm sofrido pressões sociais e legais para que adoptem uma postura mais

responsável ambientalmente [2].

O grande desafio passou a ser, como garantir este crescimento sustentável sem prejuizo

do principal objectivo de qualquer actividade económica, a rentabilidade financeira. Tornou-se

então evidente a necessidade de uma mudança de postura e modo de operar das empresas,

no sentido de conjugar um bom desempenho económico e financeiro com bons resultados no

plano ecológico e ambiental.

Com esta mudança em mente, foram desenvolvidos esforços de modo a municiar as

empresas com ferramentas que lhes permitisse operar as mudanças requiridas. Tais esforços

estiveram na origem dos diversos estudos, de onde resultaram metodologias/ferramentas de

apoio à gestão e que visam proporcionar um futuro mais sustentável [1] [3] [4]. Estas

ferramentas serão apresentadas neste trabalho.

2.2 Sustentabilidade Empresarial

O conceito de sustentabilidade surgiu da constatação de que os ecossistemas não

recuperavam ao mesmo ritmo a que os recursos naturais eram solicitados pelas várias

actividades humanas [3].

O desenvolvimento sustentável entrou de forma definitiva no panorama internacional em

1987, aquando da publicação do relatório “O nosso futuro comum”, da Comissão para o

Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas [1]. Neste, é proposto a adopção de políticas

que visem atender as necessidades do presente sem comprometer as necessidades das

gerações futuras, reconhecendo que a cessação de actividades e de desenvolvimento

tecnológico e económica é impraticável e que o combate à pobreza e ao subdesenvolvimento

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4

passa por uma nova visão de crescimento onde, os países em desenvolvimento têm uma

participação importante e colhem benefícios.

Desde então, muitas foram as organizações que se empenharam em adoptar este

conceito nas suas operações, procurando intervir naqueles que são tidos como os quatro

pilares da sustentabilidade: Económica, Ecológica, Social e Inovação Tecnológica [5].

Para que tal seja possível, vários conceitos e ferramentas foram sendo desenvolvidos

com o objectivo de se atingir um desenvolvimento empresarial mais sustentável. Estes

conceitos e ferramentas permitem acompanhar a evolução das organizações e fornecem dados

que apoiam na tomada de decisões por parte da gestão de topo. Destas salientam-se [6]:

2.2.1 Ecologia Industrial

O conceito de Ecologia Industrial tem por base uma abordagem sistémica que procura

relacionar a indústria e o ambiente de modo a avaliar e minimizar os impactos. Este conceito

assenta não só no estudo dos fluxos de materiais e energia das actividades envolvidas na

produção, no consumo/uso e fim de vida do produto, mas também no efeito que estes fluxos

têm no meio ambiente e a influência de factores económicos, politicos, legais e sociais

relacionados com o fluxo de uso e transformação de recursos [7].

Este conceito faz, por sua vez, uso de outras ferramentas de análise para atingir

resultados [2.40]. Destas salientamos a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) ou, como é mais

conhecida, Life Cycle Assessment – LCA. Irá ser dado maior enfoque a esta ferramenta num

ponto posterior deste trabalho.

2.2.2 Ecodesign

O Ecodesign, ou desenho para o ambiente, é uma metodologia que procura reduzir os

impactos originados do design do produto. Trata-se de uma ferramenta construida com base

numa abordagem focada no produto e sua manufactura. Deste modo, os impactos

considerados são referentes a todo o ciclo de vida do produto [8]. Ao assumir que os impactos

ambientais do produto se fazem sentir ao longo de todo o ciclo de vida do mesmo, esta

metodologia defende que a redução destes impactos deve resultar de acções levadas a cabo

em todas as fases do ciclo de vida do produto. Para o efeito, este método contempla três áreas

de acção: o design do processo, o design dos materiais e o design para o consumo de energia [8].

2.2.3 Produção Lean

A Produção Lean, ou Produção Magra, é uma ferramenta de auxílio à produção

fundamental para a implementação e melhoria de desempenho de ecoeficiência. Este tipo de

produção tem como objectivo a eliminação de resíduos/desperdícios derivados das operações

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de produção, recorrendo para tal a um conjunto de práticas que optimizam a produção e

serviços em função da procura [9].

Esta metodologia baseia-se num conceito versatil e plurifacetado, que pode ser

agrupado em diferentes pacotes de boas práticas. A eliminação de residuos com origem no

processo produtivo é alcançado recorrendo a medidas de melhoria contínua e à alteração de

processos, com o intuito de reduzir o número de actividades que não contribuem para o

aumento de valor de produto nem para a redução de resíduos [9].

De forma a alcançar os objectivos propostos por este método, conceitos como, Produção

Mesmo a Tempo (Just in Time), Gestão da Qualidade Total, Manutenção Preventiva e Gestão

de Recursos Humanos, estão inclusos nas práticas de Produção Lean. O recurso a estes

conceitos auxilia aumentos na produtividade uma vez que, permitem que os tempos do

processo produtivo e de inventário sejam menos morosos e trabalhosos [9].

Além destes conceitos, outra prática recorrente na Produção Lean é o Value Stream

Mapping (Mapeamento do Fluxo de Valor), que consiste no levantamento do conjunto de

acções relativas ao processo de produção, mas que não adicionam valor ao produto. Deste

modo, torna-se mais fácil eliminar “despedicios” de tempo e recursos na cadeia produtiva [10].

2.2.4 Produção Mais Limpa

A Produção Mais Limpa – PML é uma ferramenta de acção preventiva que tem como

objectivo a melhoria da eficiência das operações de produção, e a redução dos impactos

ambientais resultantes destas através da mudança de comportamentos e hábitos [11] [12].

Esta metodologia tem colhido adeptos junto de empresas que controlam o seu processo

produtivo, e que são sensiveis a influências dos seus clientes e a restrições legais que impõem

a adopção deste tipo de produção [11] [12].

2.2.5 Prevenção e Controlo Integrado da Poluição

A Prevenção e Controlo Integrado da Poluição – PCIP, visa à prevenção da poluição

atmosférica, da água e dos solos e a redução da produção de resíduos, garantindo deste modo

a protecção ambiental e aplica-se a organizações cuja actividade é altamente poluente. Nesse

sentido, a União Europeia define obrigações legais através da Directiva 96/61/EC que rege a

PCIP. Esta directiva estabelece os procedimentos para as actividades inceridas na sua esfera

de controlo e estabelece os requisitos mínimos que dizem respeito a emissões e descargas

poluentes. Todas as organizações que se enquadram no âmbito desta directiva carecem de

uma licença para operar [13].

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2.2.6 Politica Integrada de Produtos

A Política Integrada de Produtos – PIP é uma ferramenta que prevê a redução dos

impactos ambientais numa prespectiva de ciclo de vida dos produtos, desde a extração da

matéria-prima até à produção, utilização e fim de vida do produto. Ao considerar todos os

impactos ambientais das diferentes fases de vida do produto, a PIP tem como objectivo a

implementação de melhorias em cada uma destas fases [14].

A PIP prevê que, com recurso ao Ecodesign, a um critério de “escolha informada” do

produto e à aplicação do princípio do “poluidor-pagador” reflectido no preço do produto, se

verifique uma redução dos impactos provocados ao longo do ciclo de vida do produto.

Ao influenciar o tipo de consumo e o destino final dos produtos e serviços, a PIP aponta

no sentido do uso de instrumentos que consigam conciliar a integridade de todo o ciclo de vida

do produto com a necessidade de colmatar os encargos ambientais derivados deste [15].

2.2.7 Sistemas de Gestão Ambiental (SGA) e de Energia (SGE)

A implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) e de um Sistema de Gestão Energética (SGE) numa organização tem como objectivo dotar essa organização de

ferramentas que providencie oportunidades de melhoria quer do ponto de vista ambiental, quer

do ponto de vista económico [5].

Os SGA são desenvolvidos segundo as directrizes impostas pelas normas ISO 14000.

Em particular, a ISO 14001:2004 indica às organizações o modo como estas devem

estabelecer um SGA, para que este sistema permita não só atingir as metas ambientais

impostas por requisitos legais, mas também as estabelacidas pela empresa, e que o mesmo

esteja em consonância com sistemas de auditoria utilizados [11] [16].

Os SGE são fundamentados pelas normas ISO 50001:2011 e ISO 16001:2004. Estas

normas procuram apoiar as organizações na implementação dos sistemas e processos

necessários com vista à melhoria do seu desempenho energético, especificando os requisitos

necessários para a implementação de um SGE. Estes requisitos incluem o desenvolvimento e

implementação de uma política energética, estabelecimento de objectivos, definição de metas

a atingir, elaboração de um plano de acção e levantamento das obrigações legais associada

aos consumos de energia [17] [18].

Deste modo, como resultado da implementação do SGE espera-se assista a uma

redução dos impactos ambientais associados aos consumos energéticos como é o caso das

emissões de Gases de Efeito de Estufa (GEE) [17] [18].

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7

2.2.8 Avaliação de Desempenho Ambiental

À semelhança com outros processos referidos anteriormente, a Avaliação de Desempenho Ambiental – ADA é uma ferramenta de auxilio à gestão que procura relatar de

forma fidedigna o desempenho ambiental de uma organização e, até que ponto as metas e

políticas traçadas estão a ser atingidas e seguidas. No entanto, esta é uma ferramenta passivel

de ser utilizada em conjunto com um sistema que faça uso de indicadores de desempenho

ambiental [19].

Trata-se de uma ferramenta particularmente útil em organizações que não disponham de

um Sistema de Gestão Ambiental (SGA), pois, permite identificar os aspectos ambientais mais

relevantes, permitindo definir e avaliar as metas e objectivos a alcançar e, consequentemente,

identificar quais as áreas que necessitam de melhoria, algo que normalmente requer a

implementação de um SGA [20].

Esta ferramenta está normalizada pela norma portuguesa ISO 14031:1999 que define as

directrizes para a realização deste tipo de avaliação [20].

2.2.9 Ecoeficiência

Este tema terá uma abordagem especial num ponto mais avançado deste trabalho.

2.2.10 Índice de Sustentabilidade Dow Jones

Publicado pela primeira vez em 1999, o Índice de Sustentabilidade Dow Jones (ISDJ),

ou índices uma vez que existe mais que um índice, consoante a região do globo em análise, foi

desenvolvido com o pressuposto de medir e avaliar o desempenho financeiro das

organizações, do ponto de vista da Sustentabilidade Empresarial, identificado e destinguindo

deste modo as organizações líderes nesta área [21].

2.2.11 Carta Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável da Câmara do Comércio Internacional

A Câmara do Comércio Internacional (CCI) é uma organização não-governamental que

tem como objectivo apoiar empresas de todos os sectores. Do esforço desta organização

nasceu a Carta Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável [22].

Este documento aborda 16 príncipios de gestão ambiental, onde estão inseridos os

aspectos ambientais de especial relevo para a saúde, para a segurança e para a gestão do

produto.

Com este documento, o CCI procura ajudar as organizações a tornarem-se mais

sustentáveis, ao implementarem voluntáriamente os príncipios definidos na Carta [22].

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8

Estas ferramentas/metodologias de apoio à gestão não garantem, por sí só, que se

atinge a sustentabilidade. Elas são complementares umas das outras, devendo ser articuladas

umas com as outras e sendo, em alguns casos, dependentes das outras na obtenção de dados

e resultados.

Tal como foi referido, este trabalho irá incidir principalmente sobre o conceito de

Ecoeficiência.

2.3 Ecoeficiência

2.3.1 Da filosofia ao conceito

O conceito da ecoeficiência foi apresentado pela primeira vez por Schaltegger e Sturm

em Basileia, na Suiça em 1990. Contudo, a ideia de implementação de políticas e modelos de

gestão que aliassem controlo de poluição e redução de resíduos com benefícios económicos já

data de 1975 quando, a 3M e a Dow Chemicals deram início, respectivamente, aos programas

“Pollution Prevention Pays” (A Prevenção da Poluição Compensa) também conhecido por

programa 3P’s e “WRAP – Waste Reduction Always Pays” (A Redução de Resíduos Compensa

Sempre).

Nesta mesma década, nasce o WBCSD – World Business Council for Sustainable

Development, que se dedica ao estudo e desenvolvimento deste conceito e de onde resultou a

edição do livro “Changing Course” [4].

Para o WBCSD, a Ecoeficiência é uma filosofia de gestão que procura desafiar o mundo

empresarial a procurar melhorias ambientais que proporcionem, paralelamente, benefícios

económicos, sendo que uma Análise de Ecoeficiência de um sistema produtivo ou negócio

servirá de ferramenta de apoio a uma empresa, no sentido de se atingirem as melhorias

mensionadas. Segundo esta organização, “a ecoeficiência atinge-se através da

disponibilização de bens e serviços a preços competitivos, que, por um lado, satisfaçam as

necessidades humanas e contribuam para a qualidade de vida e, por outro, reduzam

progressivamente o impacto ecológico e o consumo de recursos ao longo do ciclo de vida do

produto, até atingirem um nível que, pelo menos, seja compatível com a capacidade de

renovação estimada do planeta Terra”. Trata-se de um conceito que se foca, maioritariamente,

em dois dos pilares da sustentabilidade, o económico e o ambiental, e que se aplica a todo o

negócio, desde o marketing e desenvolvimento do produto, até à produção e distribuição [5].

No livro “Changing Course”, as empresas ecoeficientes são aquelas que criam produtos

e serviços mais úteis, ou seja, aquelas que acrescentam mais valor, reduzindo

progressivamente o consumo de recursos e as emissões poluentes [4].

Page 19: Identificação de Indicadores de Ecoeficiência para a ... · i . Identificação de Indicadores de Ecoeficiência para a Indústria dos Moldes de Injeção de Plástico . Carlos

9

Para além do WBCSD outras organizações também estudam a ecoeficiência, como a

Agência Europeia para o Ambiente (European Environment Agency - EEA) que define a

ecoeficiência como “mais bem-estar a partir de menos recursos” [23].

Para a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a

ecoeficiência é “a eficiência com a qual os recursos ecológicos são utilizados a serviço das

necessidades humanas” [24].

A Agência de Protecção Ambiental dos Estados Unidos da América (Environmental

Protection Agency – EPA) define a ecoeficiência como a habilidade de atingir,

simultaneamente, os objectivos de produção, custos e desempenho com redução de

desperdícios, utilização de recursos naturais e emissões poluentes. Para a EPA, a

ecoeficiência permite às empresas conciliar melhor desempenho económico com melhor

desempenho ambiental [25].

A adopção de práticas ecoeficientes no funcionamento de uma empresa incentiva a

inovação no seu seio, auxiliando esta a ultrapassar o desempenho da sua concorrência. Para

que a ecoeficiência seja alcançada é necessário seguir uma série de conceitos/princípios,

denominados os Princípios da Ecoeficiência [5].

1. Redução do consumo de materiais com bens e serviços;

2. Redução do consumo de energia com bens e serviços;

3. Redução da dispersão de substâncias tóxicas e poluentes para a atmosfera e

meio ambiente;

4. Aumento da reciclabilidade dos materiais;

5. Maximização do uso sustentável dos recursos renováveis;

6. Aumento da durabilidade do produto;

7. Aumento da intensidade do serviço.

2.3.2 Vantagens da Ecoeficiência

De acordo com várias publicações as empresas que implementaram práticas

ecoeficientes no seu funcionamento têm registado benefícios em diversos aspectos das suas

actividades [26] [27]:

• Otimização de processos – Economia de recursos, redução de impactos e redução

dos custos operacionais;

• Valorização de Subprodutos – Cooperação entre empresas para revalorizar

subprodutos e resíduos, visando o desperdício zero. O novo/melhor tratamento a dar a

subprodutos e resíduos abre a possibilidade de novos mercados e negócios;

• Novos e Melhores Produtos – Produtos ambientalmente aceitáveis, com melhores

funcionalidades, originando maior rentabilidade e participação/cota de mercado;

Page 20: Identificação de Indicadores de Ecoeficiência para a ... · i . Identificação de Indicadores de Ecoeficiência para a Indústria dos Moldes de Injeção de Plástico . Carlos

10

• Mercados mais Sustentáveis – As empresas podem tornar os mercados mais

sustentáveis com produtos/serviços/processos mais inovadores, com a formação de

alianças e troca de informações e recurso ao benchmarking.

Alguns autores acrescentam que as vantagens registadas no meio empresarial podem

ser transpostas para o sector público e estatal. A ecoeficiência pode igualmente apoiar

governos na conceção de políticas e estratégias nacionais, com vista ao desenvolvimento

sustentável de um país [26].

Desta forma, verifica-se que a ecoeficiência se trata de uma ferramenta passível de ser

aplicada em qualquer negócio ou sector em qualquer área geográfica [26] [29] [30].

2.4 Avaliar e Monitorizar a Ecoeficiência

Em todo o mundo, as empresas necessitam de dados que lhes permitam acompanhar e

avaliar a evolução do seu desempenho. Para esse efeito, o recurso a indicadores como

ferramentas de gestão é algo que está consolidado mundialmente, a nível empresarial e

governamental. Como qualquer ferramenta de apoio à gestão, também a ecoeficiência

necessita de meios apropriados de apresentação de resultados. Desta necessidade resultou o

aparecimento de “Indicadores de Ecoeficiência”.

Como qualquer outro tipo de indicadores, também os indicadores de ecoeficiência só

serão úteis se forem ao encontro das necessidades dos seus utilizadores, sendo que tal implica

alguma sensibilidade na sua criação. Nesse sentido, o WBCSD elaborou um conjunto de

orientações para as empresas que empregam a ecoeficiência no seu funcionamento possam

elaborar indicadores que reflitam a realidade das suas operações. Estes resultados foram

apresentados no relatório “Measuring Eco-Efficiency” [5].

2.4.1 Classes de Indicadores

O termo indicador tem origem do latim Indicare, que significa assimilar, estimar,

demonstrar ou determinar. Um indicador é uma ferramenta de controlo de gestão que auxilia

em momentos de tomada de decisão e definição de estratégias. São informações quantitativas

e qualitativas que permitem ver a evolução de uma empresa do ponto de vista a que o

indicador se destina. Neste sentido, pode-se inferir a qualidade de um determinado indicador

pela clareza da informação por ele fornecida [31].

Do estudo do WBCSD resulta a classificação dos indicadores em duas classes,

Indicadores de Sustentabilidade e Indicadores Ambientais.

1. Indicador de Sustentabilidade – Este tipo de indicador tem como objectivo

evidenciar as politica, estratégias, metas e práticas sustentáveis das empresas.

Resulta da análise de desempenho económico, social e ambiental da empresa. São

Page 21: Identificação de Indicadores de Ecoeficiência para a ... · i . Identificação de Indicadores de Ecoeficiência para a Indústria dos Moldes de Injeção de Plástico . Carlos

11

instrumentos úteis para demonstrar que pode ser possível, ao longo do tempo,

atingir o pleno desempenho nos quatro pilares da sustentabilidade empresarial, isto

é, apresentar de forma equilibrada e eficiente, um desempenho económico,

tecnológico, ambiental e social [31]. 2. Indicador Ambiental – Um indicador ambiental é algo que é medido regularmente

com o objetivo de mostrar tendências ou mudanças no estado de um sistema,

população ou individuo. O poder de um indicador ambiental depende da sua

capacidade para informar correctamente e em tempo útil as alterações verificadas no

meio ambiente [32].

Os indicadores ambientais revelam-se importantes ferramentas na avaliação e melhoria

da Ecoeficiência do ponto de vistados processo produtivose dos produtos, que são o alvo da

presente tese. É sobre estes que se irá focar o texto seguinte.

2.4.2 Indicadores Ambientais

A normalização na criação de indicadores é indispensável para que diferentes

indicadores possam ser comparados, a sua interpretação seja facilitada e a sua aplicabilidade

a diferentes sectores de atividade seja contextualizada [33]. Nesse sentido, tem vindo a ser

realizado trabalho por parte de várias organizações por forma a elaborar manuais de

aconselhamento na criação de indicadores.

O trabalho que é hoje aceite como base para outros foi o apresentado pela International

Organization for Standardization – ISO. Este organismo apresentou em 1993 uma série de

normas dedicadas à questão da Gestão Ambiental (família 14000) e que têm sofrido

actualizações regulares nos últimos anos [33].

Para o caso específico de normalização de indicadores ambientais, a ISO desenvolveu a

norma ISO 14031, que se debruça sobre a questão da monitorização do desempenho

ambiental (indicadores de desempenho ambiental) [34].

Segundo a norma ISO 14031 estes indicadores de desempenho ambiental podem ser

divididos em três categorias: Indicadores de Desempenho Operacional, Indicadores de Desempenho de Gestão e Indicadores das Condições Ambientais [35] [36].

A descrição de cada um deste tipo de indicador é apresentada na Tabela 1.

Tabela 1 - Indicadores de desempenho ambiental

IDO

Indicadores de Desempenho Operacional

• Aplicáveis a todas as organizações;

• São fundamentais para avaliar os aspectos ambientais das

actividades, produtos ou serviços;

• Actuam tanto no final do processo, monitorizando as

emissões de poluentes, quanto ao longo do processo,

monitorizando parâmetros que possuam funções de

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12

prevenção de emissões poluentes.

IDG

Indicadores de Desempenho da Gestão

• Avaliam o esforço desenvolvido pela organização em prol

da salvaguarda ambiental;

• Avaliam igualmente os resultados alcançados.

ICA

Indicadores das Condições Ambientais

• Avaliam a qualidade do ambiente externo a nível local,

regional ou mundial relativamente às actividades da

organização.

• Avaliam os impactos das emissões efluentes gasosos e/ou

líquidos responsáveis pelo efeito de estufa e concentração

de poluentes no solo.

Quanto à tipologia do desempenho, os indicadores ambientais são também distinguidos

entre absolutos e relativos.

Os indicadores absolutos permitem acompanhar e avaliar o comprimento das normas e

legislação ambiental em vigor.

São usualmente expressos em toneladas, metros cúbicos, joules, ou outra unidade física

para um dado período de tempo, fornecendo valores do tamanho de impacto ou qualidade

ambiental e, deste modo, descrevendo a extensão da poluição ambiental [31].

Os indicadores relativos são razões entre os indicadores absolutos do mesmo ou de

diferentes tipos, associando informações sobre a causa, produtos gerados, valores

económicos, recursos naturais consumidos, ecossistema, condições ambientais existentes, etc.

Estes indicadores inferem sobre a eficiência ambiental da produção, intensidade de um

impacto ou o desempenho de uma determinada empresa relativamente ao tamanho ou

capacidade produtiva desta. Os seus valores estão, na maioria dos casos, associados à

produção, custos envolvidos ou emissões totais [31]. Por sua vez, os indicadores relativos

podem ser divididos em três tipos conforme indicado na Tabela 2.

Tabela 2 - Tipos de Indicadores Relativos

Indicadores de Intensidade

A razão de intensidade expressa um impacto por

unidade de actividade ou unidade de valor. O

decréscimo da razão de intensidade reflecte uma

melhoria de desempenho.

Indicadores Percentuais Pode expressar a eficiência do processo (razão

entre entrada e saída), perdas, percentagem de

reciclagem, etc.

Indicadores de Ecoeficiência Relação entre o valor de um produto ou serviço e a

sua influência ambiental. O valor pode ser

expresso em termos funcionais ou monetários.

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13

Este trabalho irá focar-se no último tipo de indicadores, para o caso concreto do setor

dos moldes de injeção de plástico.

2.5 Indicadores de Ecoeficiência

Como referido anteriormente, os indicadores de ecoeficiência são indicadores ambientais

relativos que procuram proporcionar uma melhor compreensão e avaliação do desempenho

ambiental de um produto/serviço, relacionando-o com o seu valor económico.

Ao apresentar o desempenho ambiental de um produto/ serviço em forma de indicador

numérico, consegue-se obter uma melhor perspetiva do desempenho das soluções

implementadas em termos de ecoeficiência, podendo, inclusivamente, comparar estes valores

com outros existentes. A partir daqui, a empresa pode ter uma real medição da prestação

ambiental e económica dos seus produtos/serviços e processos, podendo reportar estes

valores nos seus relatórios junto de colaboradores, gestores e partes interessadas [28].

2.5.1 Desenvolvimento de indicadores

O desenvolvimento destes indicadores é um aspecto de extrema relevância uma vez

que, o objectivo da ecoeficiência consiste em apresentar um registo de desempenho de um

sistema, monitorizando a sua evolução, com recurso a dados transparentes, capazes de serem

transformados em informação de relevo quer para os órgãos de gestão da

empresa/organização, quer para grupos de agentes externos envolvidos [23]. As regras/passos

para determinar os indicadores são [5]:

• Ser relevantes e significativos na protecção do ambiente e da saúde humana e/ou

na melhoria da qualidade de vida;

• Fornecer informação aos órgãos de decisão, com o objectivo de melhorar o

desempenho da organização;

• Reconhecer a diversidade intrínseca inerente a cada negócio/actividade;

• Apoiar o benchmarking e fazer o acompanhamento das evoluções tecnológicas;

• Ser claramente definidos, mensuráveis, transparentes e verificáveis;

• Ser compreensíveis e significativos para as várias partes interessadas nos

resultados de ecoeficiência;

• Resultarem de uma avaliação geral da actividade da empresa, produtos e serviços,

concentrando-se principalmente em áreas controladas directamente pelos órgãos

de gestão;

• Levar em consideração questões relevantes e significativas, relacionadas com as

actividades da empresa (ex: fornecedores, utilização do produto, etc).

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14

Na avaliação dos indicadores de ecoeficiência, o WBCSD aconselha uma estrutura com

três níveis para a organização de dados e informações: categorias, aspectos e indicadores [5].

Esta proposta é condizente com a terminologia indicada pelas normas ISO 14000, tendo

sido escolhida com o propósito de possibilitar a integração do conceito de ecoeficiência no

processo de certificação ambiental de empreendimentos.

Tipicamente identificam-se três categorias básicas para classificação de aspectos a

serem empregues em indicadores de ecoeficiência:

• Valor do produto ou serviço;

• Impacto no meio ambiente da geração do produto ou serviço;

• Impacto no meio ambiente da utilização do produto ou serviço.

Para além dos trabalhos do WBCSD e da ISO, outros relatórios resultantes de trabalhos

de outras organizações são usados na criação de indicadores de ecoeficiência. Em muitos

casos, estes trabalhos funcionam como complemento das propostas mencionadas, de modo a

se atingir um resultado óptimo com os indicadores obtidos [37].

Tabela 3 - Exemplos genéricos de indicadores [5]

Massa de produto vendida por consumo de energia (kg/MJ)

Vendas líquidas por consumo de energia (€/MJ)

Massa de plástico consumido por ciclo de injeção (kg/ciclo)

Emissões de CO2 por tempo de funcionamento de uma máquina (kgCO2eq/h)

2.5.2 Classificação dos Indicadores de Ecoeficiência

Alguns indicadores podem ser considerados universais sendo aplicáveis a qualquer tipo

de negócio, mas existe um elevado número de outros em que tal não se verifica. Assim sendo,

a classificação a dar aos indicadores de ecoeficiência varia conforme a aplicabilidade destes.

Os indicadores podem ser de Aplicação Geral ou de Aplicação Específica para um determinado

tipo de negócio.

Tal acontece devido às diferenças entre valor e entre Aspetos Ambientais1 das várias

operações ou produtos entre empresas e entre diferentes partes do mundo, e ainda devido à

falta de métodos pré-definidos de medição consumos e emissões. Alguns indicadores medem

parâmetros diferentes para negócios diferentes (ex: as emissões de gases de uma refinaria são

diferentes das emissões de gases de uma central energética). Por último, alguns indicadores

1 Aspecto Ambiental: Elemento das actividades, produtos ou serviços de uma organização que pode interagir com o ambiente (Norma Portuguesa ISO 14001:2004).

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15

não têm qualquer tipo de relevância para certos negócios como, por exemplo, quantidade de

emissões gasosas quando em análise está uma loja de pronto-a-vestir [5].

Os indicadores de Aplicação Geral podem ser utilizados por qualquer tipo de empresa ou

ramo de actividade, apesar da sua importância poder variar de empresa para empresa e entre

áreas de atividade.

Existe um consenso internacional para que os indicadores de Aplicação Geral cumpram

uma série de critérios [5]:

• O indicador deve ser associado a uma preocupação ambiental global;

• O indicador deve estar relacionado com o valor do negócio;

• O indicador deve ser relevante e representativo de, virtualmente, todo o tipo de

negócio;

• Os métodos de medição do indicador devem estar bem estabelecidos e as

definições a ele inerentes devem ser reconhecidas a nível global.

Tabela 4 - Exemplo de Indicadores de Aplicação Geral [5]

Consumo total de energia

Consumo total de matérias-primas

Total de produto fabricado

Total de produto vendido

Os indicadores de Aplicação Específica estão relacionados com a avaliação que cada

empresa faz da sua atividade e como tal, são representativos de algo muito específico e

concreto, dependendo a sua utilização de sector para sector. A sua menor abrangência não

implica menor importância.

Tabela 5 - Exemplo de Indicadores de Aplicação Específica [5]

Produção total de resíduos

Geração de oxidantes fotoquímicos

Margem de lucro

Valor acrescentado do produto

O perfil de desempenho da ecoeficiência de uma empresa inclui indicadores dos dois

tipos identificados atrás [5]. Estes indicadores resultam, por sua vez, do rácio entre dois

valores, representativos das duas dimensões de ecoeficiência: económica e ecológica. Estes

valores designam-se normalmente por indicadores do valor do produto e indicadores da

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16

influência ambiental. O sub-capítulo seguinte explanará a forma de cálculo dos rácios de

ecoeficiência.

2.6 Cálculo do Indicador de Ecoeficiência

Como referido anteriormente, Análise de Ecoeficiência é uma das ferramentas existentes

que auxiliam uma empresa a atingir uma maior sustentabilidade. A Ecoeficiência procura

relacionar a componente ambiental com a componente económica do sistema em análise,

procurando contribuir para o melhoramento de desempenho dos dois componentes [5].

Com esse objectivo em mente, o WBCSD propõe uma expressão para relacionar o factor

económico com o factor ecológico e que é hoje reconhecida e aceite por todo o mundo [5]:

𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉 𝑑𝑑𝑉𝑉 𝑃𝑃𝑉𝑉𝑉𝑉𝑑𝑑𝑃𝑃𝑃𝑃𝑉𝑉 𝑉𝑉𝑃𝑃 𝑆𝑆𝑆𝑆𝑉𝑉𝑆𝑆𝑆𝑆ç𝑉𝑉

𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝑉𝑉𝑃𝑃ê𝐼𝐼𝑛𝑛𝑆𝑆𝑉𝑉 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝑆𝑆𝑆𝑆𝐼𝐼𝑃𝑃𝑉𝑉𝑉𝑉

Os valores de ecoeficiência (Indicadores de Ecoeficiência) resultantes desta expressão

são obtidos de indicadores como os que acabaram de ser apresentados. O facto de estes

valores serem medidos para diferentes entidades (linhas de produção, unidades industriais,

empresas de serviços, etc) e diferentes aspetos dentro do mesmo tema (consumo de materiais,

consumo de energia, emissões poluentes, etc), impossibilita a obtenção de um único Indicador

de Ecoeficiência representativo de um tema. Significa então que, para cada estudo de

Ecoeficiência realizado, se obtêm vários indicadores representativos do elemento em estudo.

O WBCSD propõe esta expressão uma vez que, deste modo, um aumento do valor

calculado reflecte uma melhoria no desempenho, ou seja um sistema mais ecoeficiente.

Existe porem autores que defendem outras soluções que poderão, eventualmente, ser

mais ajustadas a algumas situações. É o caso da proposta do Working Group of Standards and

Accounting Reports – ISAR, apresentada na United Nations Conference on Trade and

Development – UNCTAD, e segundo a qual o valor de ecoeficiência é melhor apresentado pela

expressão [38]:

𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝑉𝑉𝑃𝑃ê𝐼𝐼𝑛𝑛𝑆𝑆𝑉𝑉 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝑆𝑆𝑆𝑆𝐼𝐼𝑃𝑃𝑉𝑉𝑉𝑉

𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉 𝑑𝑑𝑉𝑉 𝑃𝑃𝑉𝑉𝑉𝑉𝑑𝑑𝑃𝑃𝑃𝑃𝑉𝑉 𝑉𝑉𝑃𝑃 𝑆𝑆𝑆𝑆𝑉𝑉𝑆𝑆𝑆𝑆ç𝑉𝑉

que dá prevalência ao desempenho ambiental do produto/serviço, sendo o objectivo obter

valores cada vez mais baixos.

Estas expressões, apesar de simples, acarretam um trabalho prévio bastante complexo.

Para se atingir o ponto em que se calculam valores de ecoeficiência é necessário percorrer

todo um caminho com análise e recolha de dados do sistema em estudo, caminho esse que

poderá variar consoante o sistema, e que enfrentará mais ou menos dificuldade dependendo

da disponibilidade de dados necessários. Neste sentido, têm aparecido ao longo dos anos

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17

vários trabalhos dedicados a vários sectores de actividade e com propostas de metodologia de

cálculo de ecoeficiência apropriadas a esses casos de estudo [6] [27] [31].

2.7 Etapas do cálculo de Ecoeficiência

Como referido anteriormente, ao transpor o conceito de ecoeficiência à prática, esta

deve ser medida e o desempenho da empresa ou processo monitorizado, de tal forma que se

quantifique as melhorias alcançados face aos objetivos predefinidos. Tal faz da escolha de

indicadores de ecoeficiência adequados para essa medição um aspeto crítico e de enorme

relevo. Assim sendo, e tal como foi referido anteriormente, é necessário recolher e tratar um

determinado conjunto de dados, que poderão ser mais ou menos extensos dependendo

sistema em estudo e da sua complexidade.

No caso do tema em estudo neste trabalho, tem-se verificado um crescente número de

trabalhos focados na temática dos Moldes de Injecção de Plásticos [39] [40] [41].

Apesar dos trabalhos referidos apresentarem metodologias pensadas para os casos

específicos em questão, todos acabam por basear o processo de medição numa matriz de

etapas semelhante, ou seja, com etapas comuns ou muito semelhantes e igual método de

raciocínio uma vez que, todas estas propostas partem da aplicação de um Live Cycle

Assessment – LCA ou Análise do Ciclo de Vida, aos vários casos.

O WBCSD define que o Impacto Ambiental deve ser sempre cálculado com base no LCA

e nos Eco-Indicadores que lha dão base, uam vez que estes contemplam os impactos de forma

global. Existem, no entanto outros autores que sugerem medidas alternativas para o Impacto

Ambiental como CO2eq, ou mesmo quantidades efetivas (kg, Joule, etc) [40]. Estes indicadores,

mesmo não tendo a universalidade e rigor dos calculados pelo LCA e podendo não cumprir

totalmente as regras definidas pelo WBCSD, poderão ser mais interessantes para uma

determinada empresa por serem mais intuitivos e permitirem uma avaliação interna contínua da

evolução da Ecoeficiência.

Neste trabalho, a metodologia utilizada seguirá o exposto no esquema que se segue.

LCA Life Cycle Inventory

Life Cycle Impact Assessment

KEPI

Valor do Produto/Serviço

Indicadores de Ecoeficiência

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18

As etapas mensionadas no esquema serão descritas, resumidamente na secção seguinte.

2.7.1 Avaliação do Ciclo de Vida – Life Cycle Assessment - LCA

A definição do objetivo e da fronteira do estudo é o primeiro passo da metodologia do

LCA. Esta etapa contempla também a definição da unidade funcional a ser utilizada. A

definição desta unidade é referida pela Norma ISO 14040:2006 que estabelece a métrica de

referência segundo a qual os valores de produto e impacto ambiental serão contabilizados [33].

Segundo esta normativa, as fronteiras do sistema devem ser delimitadas de forma a

conter todo o processo produtivo sob estudo, bem como todo o fluxo de energia e material

inerente a este. Igualmente importante na definição das fronteiras do sistema, a norma ISO

14045:2012 exige que estas devam ser as mesmas quer para o levantamento de impacto

ambiental, quer para o levantamento do valor de produto, sendo que qualquer alteração a este

formato deve ser devidamente justificada [33].

2.7.2 Life Cycle Inventory – Inventário do Ciclo de Vida Nesta etapa é realizada uma recolha extensiva de todos os dados necessários para

realizar a análise do Impacto Ambiental. Nesses dados estão incluídos todos os fluxos de

entrada e saída de material ou energia das fronteiras definidas do sistema em estudo. Esta

recolha de dados é extensível a todo o ciclo de vida do produto e inclui dados, não apenas

ligados à produção, mas também dados referentes a obtenção de matéria-prima e transporte.

Nesta etapa, é aconselhada a elaboração de um modelo de inventário normalizado de

modo a simplificar o processo de recolha de informação, e permitir que o mesmo seja aplicável

a qualquer tipo de molde que se estude. Tal é possível, pois apesar de existirem vários tipos

diferentes de moldes, o seu processo de fabrico e os recursos nele utilizados são semelhantes.

Com esta solução, verifica-se um aumento da validade/qualidade dos dados recolhidos

uma vez que, se consegue reduzir esforços e erros na recolha dos mesmos.

2.7.3 Life Cycle Impact Assessment

O LCIA é a etapa onde se avaliam os impactos ambientais de cada ciclo de vida do

produto.

Neste ponto, os dados recolhidos na etapa anterior, são agrupados por tipo de impacto

ambiental. De seguida, os vários tipos de impacto são classificados em categorias de impacto

às quais são atribuídos pontos, recorrendo-se para tal a ferramentas apropriadas para o efeito,

caso dos Eco Indicadores 95 e 99 [42].

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19

Esta atribuição de pesos às categorias de impacto ambiental é o passo mais sensível e

subjectivo desta etapa, pois ele depende do objectivo e alvo do estudo e das prioridades da

empresa.

No fim, é esperado obter-se uma lista de valores de impacto ambiental para cada etapa

do ciclo de vida do produto, conseguindo-se assim uma “imagem geral” do impacto ambiental

do produto. Segue-se uma exposição mais detalhada do funcionamento dos mecanismos de

atribuição de pesos do Eco Indicador 99. O EI 95 não será aqui abordado uma vez que foi

substituído pelo EI 99, tendo caído em desuso.

2.7.3.1 Eco Indicador 99

O Eco Indicador 99 (EI’99) é um sucessor do EI’95 e tem como objectivo avaliar os

impactos das emissões poluentes na saúde humana e nos ecossistemas.

Aqui, os danos nos ecossistemas são catalogados em dois tipos: impacto ecológico e

impacto ambiental. O impacto ecológico é representado pela fração potencialmente afectada

(PAF) ou pela fracção potencialmente desaparecida (PDF) de espécies, sendo o impacto

ambiental representado pelo potencial de aquecimento global (GWP), pelo potencial de

destruição da camada de ozono (ODP), etc [43].

Os danos na saúde humana são medidos em unidades DALY (Disability Adjusted Life

Years). Estas unidades indicam os anos de vida perdidos ou vividos com incapacidades como

consequência dos impactos nocivos das emissões poluentes.

As emissões poluentes de um determinado processo são classificadas em diferentes

categorias de impactos, e caracterizadas em unidades comuns para cada categoria baseadas

em fatores de impacto. Os melhoramentos destes índices foram desenvolvidos actuando nas

próprias categorias de impactos, com a inclusão do uso de terra e a escassez de recursos

como categorias de impacto. Foram igualmente desenvolvidos modelos das funções de dano e

incluídas teorias culturais que permitam contextualizar subjectividades devidas a diferenças

geográficas e civilizacionais.

Como resultado destas teorias culturais, este método considera a existência e

necessária análise de três esferas: a tecnoesfera, a ecosesfera e a valor esfera. A tecnoesfera

diz respeito ao domínio dos processos tecnológicos e sistemas desenvolvidos pelo ser

humano. Na ecoesfera estão inseridos os processos e sistemas ecológicos incluindo a

tecnoesfera. Por sua vez, a valoresfera implica a escolha de valores, tendo sido desenvolvidas

neste método três perspectivas diferentes. Assim, dependendo da atitude de três arquétipos

humanos (individualista, equalitário e hierarquista), determinou-se a seguinte distribuição de

factores de pesos entre saúde humana, ecossistema e recursos, apresentada na tabela que se

segue.

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20

Tabela 6 - Peso das categorias consoante as perspetivas [43] Perspectivas

Categorias de Dano Individualista Equalitária Hierarquista

Ecossistema 25 50 40

Saúde Humana 55 30 30

Recursos 20 20 30

Dependendo da perspectiva escolhida, um só indicador pode ser obtido. Devido à sua

natureza mais moderada, a perspectiva melhor aceite pela comunidade científica é a

perspectiva hierarquista [44]. De seguida é ilustrado um esquema geral para a obtenção do

Eco Indicador 99 [43].

Figura 1 - Método EI 99 [43]

2.7.4 Key Environmental Performance Indicators – KEPI

Os KEPI são indicadores de desempenho operacional de aplicabilidade específica, como

os apresentados em secções anteriores, que têm provado ser um instrumento de avaliação de

desempenho ambiental das empresas, nos últimos anos. Os indicadores são vistos como um

conjunto de dados concisos, completos e perceptíveis, que fornecem informação relevante de

apoio à gestão, salientando os pontos mais pertinentes da situação ambiental [45].

Estes indicadores têm sido estudados e vários organismos têm procurado desenvolver

mecanismos que normalizem o seu modo de obtenção, casos da International Organization for

Standardization – ISO [45] [46] e a Global Reporting Iniciative – GRI [47].

A norma ISO 14031 tem-se revelado particularmente útil na identificação de KEPI,

devido ao caracter maioritariamente quantitativo destes indicadores. Esta característica facilita

a sua utilização em momentos de tomada de decisão, sendo possível aplicar estes indicadores

em qualquer ponto do ciclo de vida do produto. No entanto, é comum obter-se um número

Inventário

dos fluxos

de entrada

e saída dos

processos

no ciclo de

vida do

produto

Resultados do inventário

Recursos

Uso de Terrenos

Emissões

Modelo

de Dano

dos

Fluxos

Dano para os

Recursos

Dano para os

Ecossistemas

Dano para a Saúde Humana

Atribuição

de pesos às

três

categorias Indicador

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21

considerável de indicadores, sendo necessário realizar uma “filtragem” de informação

irrelevante. A fim de se facilitar a selecção dos indicadores mais relevantes, é aconselhável o

recurso a uma matriz que cruze os dados das diversas fases do ciclo de vida com os

indicadores de desempenho operacional que melhor definem o perfil de cada fase do ciclo de

vida. A informação necessária para quantificar estes KEPI vem da etapa anterior, o LCI.

2.7.5 Valor do Produto/Serviço

Como indicado anteriormente, os indicadores de ecoeficiência são obtidos recorrendo a

uma equação simples e envolvendo cálculos básicos, mas para que tal ocorra, é necessário

um trabalho por vezes complexo e extenso de recolha e tratamento de dados.

O valor de um produto pode ser determinado de diversos modos. Ele pode ser

apresentado através de indicadores monetários, como aconselhado pelo WBCSD [5] ou na

forma de valor funcional, como indicado na norma ISO/DIS 14045 [48].

No primeiro caso, são exemplos de indicadores monetários de valor: o valor obtido com

vendas do produto, o lucro após impostos gerado ou o valor acrescentado bruto do produto.

O valor funcional de um produto é definido como a medida do beneficio que o produto

tráz ao seu utilizador. Como exemplos de indicadores de valor funcional temos: a durabilidade

de um produto que pode promover um aumento da garantia do mesmo, a ergonomia de uma

peça de mobiliário e consequente benefício em conforto ou o maior rendimento de uma bateria

de telemóvel e consequente aumento de tempo de operacionalidade e menor número de ciclos

de recarga.

Qualquer que seja o modo de representação do valor do produto é importante garantir

que este é de fácil interpretação e indispensável que represente todo o ciclo de vida do

produto. Nesse sentido, é necessário garantir que o levantamento deste valor é feito de modo a

permitir que tal se verifique. Para tal, é reconhecida pela comunidade científica a utilidade do

uso do Life Cycle Cost – LCC ou Análise de Custo do Ciclo de Vida, como ferramenta de apoio

[1.35].

2.7.5.1 Life Cycle Cost / Análise de Custo do Ciclo de Vida

O Life Cycle Cost é uma ferramenta que traduz o custo total de um produto ou sistema,

no decorrer da sua vida útil. A necessidade de criar modelos LCC teve início na década de 60

do século XX ao verificar-se que as decisões tomadas nas fases iniciais de desenvolvimento de

um produto provocavam originavam impactos económicos no futuro. Neste sentido, o LCC tem

como alvo a identificação das consequências económicas de uma decisão como por exemplo

na escolha de material ou tecnologia de fabrico, a solução menos onerosa numa primeira

instância pode não ser a mais viável economicamente, no fim de vida da peça. O modelo LCC

avalia os custos de um produto desde o seu desenvolvimento até ao seu fim de vida, passando

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22

pelo fabrico e utilização, permitindo desta forma que a decisão tomada seja informada e

consciente [49].

Uma análise LCC aplicada a um produto inclui geralmente os custos de concepção, os

custos detalhados de projecto e desenvolvimento, custos de produção, custos de uso e custos

de fim de vida. No entanto, as áreas de análise dependem da parte interessada, podendo

algumas fases ser omitidas e outras adicionadas, como os custos de falha do produto [50].

Com esta ferramenta, é possível identificar a natureza de cada custo e inferir quanto à

sua importância e necessidade no produto final. Desta forma, é possível detectar um custo

irrelevante para o produto, o que permite actuar quanto no sentido de optimizar o projecto [51].

A metodologia LCC inclui todos os custos internos e externos relativos ao produto. Os

custos internos são os custos suportados pela empresa que o produz e os externos os custos

pelos quais a empresa não é responsável. Os custos internos podem ser divididos em custos

convencionais, os custos directos decorrentes da produção, custos indirectos, os custos gerais

da empresa atribuídos directamente ao produto, e custos intangíveis, os custos muitas vezes

omitidos na contabilidade devido ao seu carácter probabilístico. Os custos externos são custos

pelos quais a companhia não é responsável, como por exemplo, os custos ambientais não

regulamentados pelos governos. Apenas são incluídos na empresa devido a factores como a

competitividade internacional, responsabilidade social, etc. [52].

2.8 Análise comparativa das ferramentas apresentadas

Todas as ferramentas apresentadas anteriormente procuram, à sua maneira, contribuir

para um futuro mais sustentável das empresas que a elas recorrem.

A comparação aqui realizada visa salientar os pontos fortes e fracos de cada ferramenta,

no sentido de auxiliar a seleção daquela ou daquelas que melhor se adequarão ao caso

apresentado neste trabalho. Para tal, esta comparação analisa cada ferramenta quanto à sua

tipologia, objetivos, conceitos e ferramentas auxiliares, potencial e aplicabilidade.

O potencial de cada ferramenta é informação de extrema importancia, pois permite

identificar as ferramentas que melhor poderão contribuir para a avaliação e apresentação de

propostas de melhoria do desempenho da Ecoeficiência.

Observando os resultados da comparação realizada, verifica-se que as normas

apresentadas são fundamentais na avaliação do desempenho ambiental e energético, mas

estão dependentes de variáveis externas e da vontade das empresas em aplicá-las.

Por último, espera-se que a Tabela 7 aqui apresentada, possa também ela servir de

apoio para enaltecer as virtudes destas ferramentas como métodos válidos de apoio à gestão.

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Tabela 7 - Análise comparativa das ferramentas apresentadas

FERRAMENTA TIPOLOGIA OBJETIVO FERRAMENTAS E

CONCEITOS AUXILIARES

POTENCIAL APLICABILIDADE

ECOLOGIA INDUSTRIAL Metodo de análise sistemática de fluxos de matéria e energia

Promover a sustentabilidade ambiental sem comprometer a viabilidade económica

- Análise de Ciclo de Vida (ISO 14040:2006);

- Avaliação dos Impactos do Ciclo de Vida (ISO 14042:2000)

Analisa os fluxos de materiais e energia das atividades envolvidas na produção e consumo/uso do produto e os efeitos desses fluxos no meio ambiente

- Produto e serviços;

- Produção;

- Atividade.

ECODESIGN Método de design Reduzir os impactos que originados pelo design do produto

- TRIZ Eco Diretrizes;

- Axiomas do Ecodesign

Permite uma visão global da interação entre produto e ambiente, desde a criação até ao fim de vida, permitindo uma utilização mais eficiente de recursos.

- Produto;

- Sistema de produção.

PRODUÇÃO LEAN Método de produção com Boas Práticas de Gestão e

Produção

- Eliminar desperdicios resultantes das operações de produção;

- Produzir produtos e serviços em função da procura;

- Reduzir atividade que nãoadicionam valor ao produto nem eliminam resíduos.

- Just In Time;

- Gestão da Qualidade Total;

- Manutenção preventiva;

- Value Stream Mapping.

Catalisador para a implementação de boas práticas ao permitir a eliminação de desperdícios de tempo e de recursos.

- Sistema de produção.

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PRODUÇÃO MAIS LIMPA (PML) Estratégia preventiva

- Consciencializar as empresas para as questões de prevenção da poluição;

- Identificar fontes de emissões e resíduos;

- Definir programas de redução de emissões e de aumento de eficiência no uso de recursos

Adoção de boas práticas de produção

Melhora a eficiência das operações de produção, e minimiza os impactos ambientais dos produtos e sua fabrico.

- Produtos e serviços;

- Sistemas de produção.

PREVENÇÃO E CONTROLO INTEGRADO DA POLUIÇÃO

(PCIP) Diretiva

- Estabelecer os procedimentos que autorizam atividades industriais altamente poluentes;

- Identificar fontes de poluição e resíduos;

- Definir programas de redução de emissões e aumento de eficiência no uso de recursos.

- Abordagem integrada;

- Melhor Técnica Disponível;

- Flexibilidade;

- Participação pública.

As Melhores Técnicas Disponíveis representam a aplicação de técnicas exequíveis e apropriadas à situação, que procuram melhorar o desempenho ambiental global.

- Sistemas de produção de organizações cujas atividades sejam altamente poluentes segundo a (96/61/EC);

- As MTD podem ser aplicadas a qualquer sistema de produção do mesmo âmbito das MTD.

POLÍTICA INTEGRADA DE PRODUTOS (PIP) Política

- Alertar para os impactos ambientais que ocorrem nas diferentes fases do produto e aplicação de melhorias al longo do ciclo de vida do produto.

- Ecodesign;

- Rótulos e declarações ambientais (ISO 14025:2009).

Esta política consiste na integração de várias estratégias e instrumentos de diversos domínios que têm o objetivo de reduzir a utilização de recursos tendo como objetivo o consumo sustentável de recursos.

- Produto.

SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL E DE ENERGIA

(SGA & SGE) Norma

- Definir os requisitos para a implementação, manutenção e melhoria de sistemas de gestão ambiental e de energia.

- Plan-Do-Check-Act (Planear-Fazer-Verificar-Agir);

- Auditorias

- Transmite às organizações a capacidade de implementação de sistemas e processos necessários para melhorar o seu desempenho ambiental e energático.

- Produto e serviços;

- Sistema de produção;

- Atividades empresariais.

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AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO AMBIENTAL

(ADA) Norma

Proporcionar as diretrizes e ações necessárias para uma organização determinar a sua Avaliação de Desempenho Ambiental.

- Plan-Do-Check-Act (Planear-Fazer-Verificar-Agir);

- Indicadores de Desempenho Ambiental.

- Ferramenta de gestão que se destina a fornecer dados fiáveis sobre o desempenho ambiental de uma organização;

- Capaz de demonstrar se uma organização está a cumprir metas definidas;

- Capaz de lidar com a aplicação e ou escolha de indicadores.

- Produto e serviços;

- Sistema de produção;

- Atividades empresariais.

ECOEFICIÊNCIA SEGUNDO WBCSD

Método basilar para a avaliação de desempenho da

Ecoeficiência

- Redução de consumo de recursos;

- Redução de impactos no meio;

- Aumentar a intensidade de fornecimento de bens e serviços.

- Indicadores Ambientais;

- Indicadores de Valor;

- Indicadores de aplicabilidade geral e específica.

- Avalia o desempenho ambiental de um sistema em relação ao seu valor.

- Produto e serviços;

- Sistema de produção.

INDICE DE SUSTENTABILIDADE DOW

JONES

Método de avaliação de sustentabilidade empresarial

- Avaliar e medir o desempenho financeiro das organizações líderes na área da sustentabilidade empresarial.

- Análise de oportunidades e riscos económicos, ambientais e sociais;

- Critérios de aplicabilidade geral e específica;

- Auditorias.

No âmbito deste método, o desempenho financeiro está interligado com o cumprimento de requisitos de sustentabilidade (aspetos económico, ambientais e sociais).

- Atividades empresariais.

CARTA EMPRESARIAL PARA O DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL DA CÂMARA DO COMERCIO

INTERNACIONAL

Código de conduta geral

- Máximizar o número de organizações aceitam o desafio de melhorar o seu desempenho ambiental seguindo os princípios estabelecidos na Carta.

- Princípios de gestão ambiental.

- Aplicação dos princípios de gestão ambiental que objetivam a sustentabilidade no seio da organização.

- Atividades empresariais;

- Sistema de produção.

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26

3. Estado de Arte da Indústria de Moldes e seu fabrico

3.1 Breve Introdução histórica da Indústria de Moldes em Portugal

A Indústria de Moldes em Portugal é reconhecida internacionalmente como um sector de

excelência, impulsionadora de tecnologias e processos de última geração, sendo responsável

pela entrada no país de novos conceitos de fabrico e modo de actuar no mercado, nos últimos

50 anos.

A história deste sector tem origem na Indústria do Vidro. A evolução do sector do vidro,

registada no século XX, levou a que se deixasse de importar moldes para vidro, normalmente

originários da Áustria e Alemanha, passando-se a recorrer a moldes fabricados em Portugal,

originando deste modo a criação de uma indústria nacional especializada em moldes para

vidro. Com a introdução da Ureia Industrial, mais conhecida por Baquelite, no processo de

fabrico dos moldes, na década de 20 do século XX, surgem no país os primeiros moldes para

tampas e peças de baixa complexidade, no entanto, esta nova produção vê-se interrompida

com a 2ª Guerra Mundial que originou uma súbita escassez de matérias-primas.

Na decada de 40 do século XX foi criada na Marinha Grande a primeira empresa

nacional com o objectivo de produzir moldes para materiais plásticos, datando o primeiro molde

para injeção de plásticos de 1946, época em que aparecem os “termoplásticos” no mercado.

Com a importação de tecnologia, regista-se um crescimento do sector na década seguinte e

em meados dos anos 50 do século XX iniciam-se relações de exportação, sendo a Inglaterra o

primeiro destino dos moldes exportados. Em 1980, a Indústria Portuguesa de Moldes já

exportava para mais de 50 países, empregando então cerca de 2000 trabalhadores,

distribuídos por mais de 54 empresas sediadas maioritariamente na zona da Marinha Grande.

A presença em tão grande variedade de mercados, aleado à crescente exigência dos

mesmos ao longo de décadas, levou à necessidade de melhoria contínua dos moldes

portugueses, registando-se neste sector uma aposta constante em novas e melhores

tecnologias, o que permitiu um desenvolvimento sustentado desta indústria [53].

Com o objectivo de apoiar um maior desenvolvimento deste sector, foi criada em 1969 a

CEFAMOL, uma associação nacional da Indústria de Moldes, com o intuito de promover os

moldes nacionais junto do mercado externo, negociando com o governo e organizações

oficiais, nacionais e estrangeiras, assuntos relevantes para o sector.

Na sua esfera de competências incluem-se, a pesquisa tecnológica, a formação contínua

dos profissionais do ramo e a troca de informação técnica e cientifica com as principais

entidades da área. Este raio de acção inclui toda a actividade relacionada com a Indústria dos

Moldes e não apenas a referente a moldes para plásticos, contando actualmente com 127

empresas associadas [53].

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27

O ano de 1983 viu ser instalado o primeiro sistema de CAD/CAM na Indústria de Moldes

em Portugal e em 1991 é criado o CENTIMFE – Centro Tecnológico da Indústria de Moldes e

Ferramentas Especiais. O objectivo por detrás da criação deste centro foi criar uma base de

apoio tecnológico para o sector e um ponto de ligação entre a Indústria dos Moldes e outros

“locais de saber” como universidades e institutos/centros de investigação, com a finalidade de

permitir uma melhor difusão da investigação e desenvolvimento tecnológico e a criação de

redes de cooperação e conhecimento [53].

3.2 Situação Actual e Competitividade da Indústria de Moldes em

Portugal

O sector dos Moldes em Portugal é hoje, uma Indústria consolidada e com crescente

notoriedade internacional. As empresas portuguesas de moldes são vistas como estando na

vanguarda tecnológica do ramo, alicerçadas numa sólida experiência e conhecimento de

décadas. Tais factores, aliados a elevados padrões de qualidade, grande compromisso com

prazos de entrega e preços referenciais no mercado, permitem a continuidade de fornecimento

de moldes portugueses aos mercados mais exigentes.

Segundo dados de 2013, o Sector dos Moldes em Portugal integra cerca de 450

empresas, na sua maioria PME (Pequenas e Médias Empresas), que se dedicam à concepção,

desenvolvimento e fabrico de moldes e ferramentas especiais. No seu conjunto, empregam

cerca de 7640 trabalhadores, implantadas maioritariamente nas zonas de Oliveira de Azeméis

e Marinha Grande [54].

Os mais recentes relatórios do sector apontam Portugal como um dos principais países

fabricantes de moldes, especialmente na área dos moldes para injecção de plásticos, com uma

taxa de exportação superior a 90% da produção anual, como comprovado pela evolução da

balança comercial das últimas décadas [54].

Em 2012, o valor total de produção do sector atingiu aproximadamente 569 milhões de

euros dos quais, cerca de 512 milhões de euros se deveram a exportações, tendo como

principais mercados a Alemanha, Espanha, França, Brasil e Republica Checa. Estes dados são

indicadores da grande capacidade de adaptação às necessidades dos clientes e às evoluções

tecnológicas e de mercado, que a Indústria de Moldes em Portugal tem revelado ao longo dos

anos. O saldo da balança comercial indica uma clara tendência de crescimento, passando dos

264,33 milhões de euros de 2002 para os 406,64 milhões de euros em 2012, registando-se um

aumento mais acentuado nos últimos anos [54].

Uma análise da evolução do mercado de exportações reforça a veia exportadora da

Indústria de Moldes Portuguesa, verificando-se que o valor das exportações nunca baixou dos

75% do valor de produção total [54]. A quebra verificada entre 2004 e 2009 encontra

justificação não só na crise conjuntural vivida nos últimos anos como também no crescimento

que a Indústria nacional, em particular a dos plásticos, tem registado nos últimos anos,

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28

alicerçado no alargamento da cadeia de valor das empresas de moldes. Estas exportações

tiveram como destino 83 mercados (países) diferentes, o que enfatiza a dimensão internacional

deste sector [54].

Relativamente ao peso económico dos diferentes mercados, a Europa e em particular o

mercado comunitário, tem-se mantido preponderante, absorvendo cerca de 75% do total de

exportações nos últimos anos. Em sentido contrário encontram-se as exportações para o

mercado Norte-americano, registando-se um decréscimo gradual de exportações para esta

região do globo. Estes últimos dados encontram explicação em dois grandes factores. O

primeiro prende-se com a forte desvalorização do Dólar Americano face ao Euro que se tem

verificado na última década, facto que influencia negativamente as exportações nacionais para

esses mercados. O segundo diz respeito à crescente deslocalização de empresas clientes

integrantes deste mercado para zonas com menores custos de mão-de-obra [54].

Analisando os dados referentes aos diferentes sectores servidos pela Indústria

Portuguesa de Moldes, rapidamente se detecta a crescente importância da indústria automóvel

neste sector e a influência que esta tem no seu desenvolvimento, passando de um peso

relativo de cerca de 14% em 1991 para aproximadamente 72% em 2010 [54].

No entanto, é importante não descurar, por um lado, a presença noutros sectores

industriais, relevantes no desenvolvimento de novos produtos com impacto na economia

mundial, e por outro a continua procura por novas áreas e nichos de mercado.

3.3 O Molde de Injecção de Plástico

3.3.1 Breve Definição

Os moldes de injecção de plástico são ferramentas com grande diversidade de formas,

tamanhos e complexidade e que permitem obter um interminável leque de produtos. Ao fazê-lo,

o molde, deverá garantir a qualidade desejada para o produto final, alcançando-o no menor

tempo de ciclo possível e com o mínimo de manutenção durante o seu tempo de serviço.

É igualmente expectável que o molde consiga garantir a reprodutibilidade dimensional da

peça a cada novo ciclo de fabrico, permita o preenchimento total das suas cavidades com o

polímero fundido e no fim da operação permita o arrefecimento deste material e extracção da

peça final.

Um molde para injecção de plástico é, tipicamente, constituído por duas meias matrizes,

a que se dá o nome de cavidade e bucha, e que juntas reproduzem, no seu interior, a

geometria da peça que se deseja obter.

No entanto, um molde é muito mais que a cavidade e bucha, sendo igualmente

constituído por uma série de componentes complementares.

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29

O tipo e tamanho de molde dependem da dimensão e complexidade do produto que se

pretende fabricar.

O projecto de um molde de injecção revela-se uma tarefa bastante elaborada. Na sua

concepção é fundamental atender não apenas aos factores já mencionados, mas também a

elementos como, o número de cavidades necessárias no molde, o número de peças que se

pretendem fabricar, detalhes especificados pelo cliente e as características do equipamento a

utilizar no processo de injecção do plástico e onde o molde será acoplado [55].

3.3.2 Constituição do molde de injecção

A Figura 7 ilustra com maior detalhe os diferentes componentes que constituem o molde

e que foram mencionados anteriormente.

1 – Mola

2 – Extractor

3 – Prato móvel

4 – Prato dos extractores e prato de retenção dos extractores

5 – Pino extractor

6 – Extractor do canal de vazamento

7 – Prato de suporte

8 – Casquilho

9 – Prato de retenção das cavidades

10 – Guia

11 – Casquilho

12 – Linha de partição

13 – Prato de retenção da cavidade

14 – Prato estacionário

15 – Bocal para o sistema de arrefecimento

16 – Anel de centragem

17 – Canal de vazamento

18 – Cavidade

19 – Linha de arrefecimento

20 – Bucha

21 - Calços

Figura 2 - Componentes típicos de um molde [77]

O recurso à moldação por injecção permite obter peças de elevada complexidade

geométrica que, de outro modo, seriam de difícil fabrico. A utilização de moldes no fabrico de

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30

peças permite séries de fabrico elevadas com a garantia que a qualidade e geometrias

desejadas para a peça são mantidas durante todo o ciclo de vida do molde.

O processo de injecção de material no molde é uma operação que exige múltiplos

cuidados. Primeiramente é necessário projectar e maquinar o molde de modo a formar um

sistema de canais de alimentação entre a cavidade do molde e o bocal de alimentação, bem

como um sistema de escape que permita a saída do ar que existente nas zonas a serem

preenchidas pelo plástico. No entanto, durante esta operação é indispensável que exista um

grande controlo da temperatura do plástico em injecção, o que é alcançado através de um

sistema de arrefecimento. Este sistema terá que ser igualmente maquinado no molde, devendo

ser o mais uniforme possível. As configurações mais comuns para os sistemas de

arrefecimento baseiam-se em canais com geometrias cilíndricas ou em espiral.

A remoção das peças do molde (desmoldagem) é conseguida com a acção do sistema

de extracção formado pelo conjunto de calços, chapas de extractores e chapa de aperto dos

extractores.

O sistema de ejecção da peça produzida no molde é montado na chapa dos extractores,

e constitui um conjunto de ejectores. A peça é extraída do molde durante a abertura do mesmo

e através do accionamento de um parafuso de ressalto (pino de retorno) que ao tocar num

determinado ponto fixo acciona o mecanismo de extracção [56].

3.3.3 Principais tipos de moldes Ao longo dos anos a tecnologia de fabrico de moldes tem registado uma grande

evolução, permitindo a obtenção de peças cada vez mais complexa. Tal levou ao aparecimento

de vários tipos de moldes apesar de, no que toca à sua estrutura base e concepção, existirem

muitos elementos comuns a todos os moldes. A classificação dos moldes de injecção de

plástico é feita em função do tipo de injecção de plástico utilizada no fabrico [56].

3.3.3.1 Moldes de canais frios, de canais quentes e de canais isolados

Os moldes mais comuns e de mais fácil concepção são os de duas placas. Este tipo de

molde apresenta a sua estrutura dividida em duas partes distintas, uma fixa e outra móvel,

recorrendo-se a duas placas de suporte, designadas por chapas de aperto de injecção e de

bucha, para efectuar a montagem do molde na máquina de injecção.

Ao recorrer-se a moldes convencionais incorre-se num maior desperdício de material

uma vez que, a produção das peças é acompanhada da ejecção do sistema de alimentação

[57]. Assim sendo, é importante, sempre que possível, utilizar soluções que optimizem a

utilização de recursos.

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31

Os moldes de canais quentes caracterizam-se por terem um bloco, com o nome de

“distribuidor”, localizado entre a chapa de aperto da injecção e a chapa das cavidades onde

são maquinados os alimentadores. Este tipo de moldes tem como principal vantagem a

manutenção do sistema de alimentação na mesma posição, evitando que os canais de

alimentação sejam ejectados aquando da desmoldagem da peça, como ocorre nos moldes

convencionais.

Nos moldes de canais quentes, o material que percorre o sistema de alimentação é

mantido à mesma temperatura do material existente no interior da máquina de injecção [55].

Os moldes de canais isolados são uma variante dos moldes de canais quentes e dos

moldes de canais frios, em que o plástico se mantém fundido no interior do sistema de

alimentação devido à sua baixa condutibilidade térmica. Apresentam uma constituição em tudo

semelhante aos moldes de canais quentes com distribuidor frio. Apresenta, no entanto como

vantagem o seu custo, mais baixo que o molde de canais quentes [57].

Figura 3 - Exemplo de sistema de alimentação

de canais frios [57]

Figura 4 - Exemplo de sistema de alimentação de

canais quentes [57]

3.3.3.2 Materiais usados no fabrico de Moldes para Injecção de Plásticos

Tratando-se de um mercado global e altamente competitivo, é exigido aos moldes

modernos um nível de precisão e qualidade muito elevado, sendo necessário para tal,

assegurar a utilização de materiais apropriados no seu fabrico.

Um molde é uma ferramenta que, devido à sua complexidade e exigência de

desempenho, implica um considerável investimento de capital. Assim sendo, é importante

garantir que se trata de uma ferramenta com longo período de vida de modo a ser possível

rentabilizar esse investimento. Nesse sentido, a escolha do material a utilizar no fabrico do

molde reveste-se de grande importância.

Os materiais mais comuns no fabrico das cavidades e buchas de moldes são o Aço H13

e P20 e as Ligas de Alumínio 5083. Para os restantes componentes complementares do molde

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32

é, normalmente, utilizado aço. No entanto, caso se pretenda que o molde apresente uma

elevada condutibilidade térmica, empregam-se ligas de cobre-berílio no seu fabrico, com o

objectivo de diminuir o gradiente térmico entre a zona da cavidade e bucha e os canais de

arrefecimento, permitindo assim aumentar a taxa de remoção de calor [58].

Ao material usado no molde, terá ainda que se adicionar aquele utilizado no processo de

fabrico. Nessa lista devem constar as ferramentas de corte utilizadas nas operações de

maquinagem, líquidos de lubrificação empregues igualmente nessas operações sempre que

necessário, a electricidade utilizada no processo de fabrico e o consumo de água inerente a

este. A descrição mais pormenorizada do fabrico do molde será apresentada num capítulo

dedicado a tal.

3.3.4 Processo de Injecção

Observando a Figura 10, em baixo, é possível verificar que a operação de injeção de

material no molde é um processo cíclico, dividido em seis fases destintas [59].

Numa primeira instância, denominada de “fecho”, o molde encontra-se pronto a receber

o material plástico. De seguida, ocorre um avanço do fuso, que vai actuar como um pistão,

injectando o plástico fundido na cavidade do molde. A terceira fase trata-se de uma

pressurização constante do molde, e ocorre de forma a compensar a contracção que o material

fundido sofre.

A quarta fase é o arrefecimento, e ocorre com o fim da injecção de material, terminando

quando a peça moldada atinge uma temperatura que permita a sua remoção do interior do

molde (desmoldagem) sem que sofra distorções. Após a fase quatro, dá-se a abertura do

molde e extracção da peça, constituindo estas duas acções a fase cinco.

A sexta e última fase é apenas o período de tempo necessário para retirar a peça do

molde e iniciar um novo ciclo. Este período de tempo é, normalmente, muito reduzido.

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33

Figura 5 - Ciclo de Injeção de plástico [78]

Apesar de toda a complexidade aparente do processo que acabou de ser descrito, no

que toca a fluxo de energia e materiais, o processo de injeção é bastante simples. Em termos

energéticos, tem-se apenas o consumo com a máquina de fecho do molde e de injeção de

plástico. No que toca a consumo de materias, tem-se apenas a “entrada” de plástico na

cavidade do molde e a “saída” da peça após injeção, resultando mais ou menos desperdícios

de plástico consoante o design e tecnologia do molde utilizado.

Figura 6 - Fluxo de energia e materiais do processo de injeção de plástico

3.3.4.1 Materiais utilizados no fabrico da peça

Os materiais plásticos são divididos em duas classes, consoante as suas características:

os termoplásticos e os termoendureciveis. No primeiro caso temos uma família de plásticos que

apresentam uma alta viscosidade quando sujeitos a altas temperaturas. Esta característica

permite que este tipo de plástico seja deformado e reutilizado várias vezes. Os

termoendureciveis por seu lado caracterizam-se por apresentarem uma maior rigidez que é

obtida através de um processo químico a altas temperaturas. Esta característica faz com que

este tipo de plástico seja resistente ao calor, não se deformando com o aumento de

temperatura, mas, por outro lado, não permite a reutilização do material [60].

MOLDE

Energia

Plástico

PEÇA

Desperdícios de plástico

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34

Na sua generalidade, os materiais plásticos, sejam eles termoplásticos ou

termoendureciveis, podem ser utilizados em moldes de injecção [61].

Desde 1995 que a quantidade de materiais diferentes, passíveis de serem moldados por

injecção, tem registado uma taxa de crescimento de 750 novos materiais por ano. Aquando do

início da utilização desta tecnologia contabilizavam-se aproximadamente 18000 tipos diferentes

de polímeros [62]. Nesta lista de materiais, incluem-se ligas ou misturas de materiais

previamente desenvolvidos. Nestes casos, o projectista pode escolher o material que melhor

responda às solicitações que a peça receberá [63].

3.4 Fabrico do Molde

Devido à complexidade de algumas peças, as técnicas utilizadas no fabrico de moldes

terão que ser tais que seja possível obter essas formas. Nesse sentido, a fresagem e a electro

erosão, são os dois processos mais utilizados no fabrico de moldes pois, são os que melhor

garantem a obtenção de geometrias complexas. A furação e o torneamento são outras duas

técnicas comumente utilizadas, a primeira, para obtenção de furos necessários no molde e a

segunda no fabrico de componentes do molde. A rectificação é utilizada no acabamento final e

depende da precisão exigida ao molde.

3.4.1 Processos de Fabrico

3.4.1.1 Fresagem

A fresagem é um dos processos de maquinagem mais versáteis a que se pode recorrer.

Neste processo, a remoção de material ocorre da combinação de movimento rotativo de uma

ferramenta de corte cilíndrica com múltiplas arestas de corte, denominada fresa, com

movimentos lineares da peça. Trata-se de um processo caracterizado por uma elevada taxa de

remoção de material, boa qualidade de acabamentos superficiais e grande precisão e

complexidade nas geometrias que consegue gerar. Esta operação tem a característica de o

eixo da ferramenta de corte ser perpendicular à direcção do avanço, o que a diferencia da

operação de furação que, tem os eixos de rotação e de avanço paralelos.

Existem diversos tipos de fresagem. A fresagem periférica, que se caracteriza pelo eixo

de rotação da fresa ser paralelo à superfície de trabalho e onde a superfície maquinada é

obtida pelos dentes da periferia do corpo da fresa. A fresagem frontal utiliza uma fresa de

facejar e tem o eixo de rotação da ferramenta perpendicular à superfície de trabalho. A

fresagem de topo/frontal recorre a uma fresa de topo com eixo de rotação da fresa vertical, no

entanto, este não necessita de estar normal à superfície de trabalho, o que permite obter

geometrias com superfícies inclinadas [64].

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35

Os grandes esforços a que às ferramentas de corte (fresas) estão sujeitas, implicam que

estas sejam fabricadas em materiais que suportem este tipo de solicitação. Os materiais mais

utilizados no fabrico de fresas são o aço e o tungsténio, estando este ultimo reservado para as

fresas utilizadas em fresagem rápida.

A selecção do tipo de fresa a utilizar terá que levar em consideração factores técnicos e

financeiros uma vez que, irá depender do tipo e velocidade de fresagem escolhida, do tipo de

material a desbastar e do valor de cada fresa. Materiais tão distintos como o aço e o alumínio

provocarão desgaste diferente na fresa (maior desgaste no aço que no alumínio) e fresas de

tungsténio, sendo mais resistentes e duradoras que as de aço, são mais dispendiosas [56].

Figura 7 - Diferentes tipos de fresagem [78]

Analisando esta operação quanto a fluxos de material, verifica-se que os consumos e

desperdícios apenas variam em volume, dependendo do tamanho e complexidade do molde a

fabricar. Tem-se então do lado dos consumos:

• Ferramentas de corte – pastilhas de corte, ferros de corte, fresas e brocas

• Óleo/Fluído de corte

• Óleo de lubrificação

• Filtros

• Electricidade

Resultando no final os seguintes desperdícios:

• Limalhas de aço, aluminio e ligas

• Ferramentas de corte inutilizadas

• Óleo/Fluído de corte contaminado

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36

• Óleo de lubrificação contaminado

• Filtros inutilizados

• Embalagens várias

3.4.1.2 Eletroerosão (EDM – Electrical Discharge Machining)

A electro erosão é um processo de maquinagem onde a remoção de material ocorre

devido a uma descarga eléctrica. Para tal, utiliza-se um eléctrodo como ferramenta que,

normalmente já tem a forma do negativo da peça que se pretende alcançar, e que é obtido,

normalmente, por fresagem. Este eléctrodo encontra-se a uma distância da peça denominada

intervalo de descarga, que é função das condições de trabalho. O eléctrodo e a peça

encontram-se ligados a um gerador de corrente contínua que produz descargas sucessivas de

curta duração e com tensões na ordem dos 20 a 30 Volts, originando um efeito erosivo na

superfície do material a desbastar. Este processo desenvolve-se com o conjunto eléctrodo-

peça imerso num líquido dielétrico. Quando se estabelece uma determinada diferença de

potencial entre o eléctrodo e a peça não se regista passagem de corrente uma vez que, um

líquido dieléctrico é pouco condutor de corrente. No entanto, diminuindo a distância eléctrodo-

peça, a partir de certo valor pode-se dar a descarga [65].

Figura 8 - Exemplo de operação de eletroerosão [77]

Este processo envolve as seguintes etapas:

1 – Ionização do dielétrico

2 – Descarga elétrica

3 – Fusão e vaporização dos materiais do eléctrodo, da peça e do dieléctrico

4 – Implosão dos materiais fundidos

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37

Figura 9 - Electroerosão por penetração [66]

O cobre e a grafite são dois dos materiais mais utilizados no fabrico dos eléctrodos. As

características do cobre permitem que este seja utilizado tanto para operações de desbaste

como para acabamento uma vez que, este material apresenta grande capacidade erosiva e

baixo desgaste relativo. A sua maquinagem não levanta grandes constrangimentos. A grafite,

embora sendo mais resistente ao desgaste e possibilitar regimes ditos sem desgaste, tem uma

menor condutividade eléctrica e não permite acabamentos ao nível do cobre [66].

A estabilidade do processo de eletroerosão está dependente da estabilidade das

características do líquido dielétrico, designadamente quanto à ausência de partículas metálicas

em suspensão. Deste modo, é necessário existir um processo de lavagem do líquido

dieléctrico, associado ao processo de electroerosão. Esta operação de lavagem do líquido

implica duas fases, uma de remoção de partículas metálicas do local onde a erosão se

processa, o que acontece através da circulação do líquido dielétrico, e uma segunda de

filtragem deste. Os líquidos dielétricos mais frequentemente utilizados são: o petróleo, óleos e

água desionizada entre outros [65].

Este é um processo com grande aplicabilidade na maquinagem de materiais duros,

como carbonetos e materiais endurecidos por tratamento térmico, na produção de peças

frágeis, e na obtenção de peças com geometrias complexas e cavidades difíceis de gerar pelos

métodos convencionais.

A indústria de moldes utiliza na esmagadora maioria dos casos elétrodos de grafite.

Contudo, em situações particulares pode-se recorrer à utilização de elétrodos em cobre-

tungsténio e cobre-telúrio. A qualidade da superfície obtida e os tempos de maquinagem (e

consequentes custos) dependem muito do par de materiais escolhidos para o processo [64].

Existe também uma forma alternativa de eletroerosão que é a eletroerosão por fio. Neste

caso, o processo atrás descrito é realizado, não com um eletrodo, mas com um fio condutor.

Esta variante do processo é partcularmente útil quando é necessário efetuar cortes ou definir

contornos complexos [65].

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38

Figura 10 - Eletroerosão por fio [66]

Qualquer que seja a variante utilizada, os fluxos de energia e materiais não irão variar

muito. Verifica-se sempre consumo de energia elétrica para funcionamento do equipamento e a

utilização dos materiais mencionados na descrição do processo (eletrodos, fio condutor, líquido

dielectrico, etc.) e ainda materiais de preparação para o processo (óleos de lubrificação,

resinas desionizantes, água desionizada, etc.), registando-se no final um conjunto de

desperdícios/resíduos que não são mais que estes materiais inutilizados.

3.4.1.1 Outros Processos

Os processos referidos em maior detalhe anteriormente são os mais utilizados na

produção de moldes. No entanto, existem outros processos, também já referidos de forma

breve, que não sendo tão solicitados, têm também presença relevante no fabrico de moldes

como é o caso do torneamento, da furação e da rectificação.

Estas técnicas de maquinagem, não sendo propriamente usadas no fabrico do molde em

si, são empregues no fabrico de componentes do molde e furos (torneamento e furação) e em

detalhes no molde (retificação).

O torneamento, à imagem da fresagem, é um processo de maquinagem com arranque

de apara. No entanto, contrariamente à fresagem, a ferramenta de corte apresenta apenas

uma aresta de corte. A forma pretendida é obtida através da rotação da peça e,

simultaneamente, do avanço da ferramenta. Esta combinação de movimentos permite executar

diversas operações como, facejar, ranhurar, sangrar, roscar e torneamento exterior e interior

[65].

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39

Figura 11 - Operação de torneamento [78]

A furação é um processo de maquinagem utilizado na obtenção de furos com auxílio de

uma ferramenta multicortante. Neste processo, a ferramenta ou a peça deslocam-se numa

trajectória rectilínea, coincidente ou paralela ao eixo principal da máquina e

perpendicularmente à superfície furada. A ferramenta por sua vez apresenta um movimento de

corte rotativo [67].

Figura 12 - Operação de furação [79]

A retificação é uma operação de acabamento final de alta precisão dimensional que

ocorre com arranque de material. O corte é conseguido com recurso a partículas abrasivas

distribuídas aleatoriamente ao longo de uma mó de rectificação. Trata-se de um processo com

energia de corte relativamente elevada gerando uma quantidade assinalável de calor e

provocando deformações plásticas entre as partículas abrasivas e a superfície da peça. Por

isto, é indispensável parametrizar esta operação, de modo a condicionar as tensões residuais

relacionadas com a geração de calor e/ou deformações plásticas, através da selecção correcta

do tipo de mó de rectificação, das condições de arrefecimento e lubrificação e cuidada atenção

ao estado estrutural da material a rectificar [68].

Os processos que acabaram de ser apresentados são do ponto de vista da tecnologia

mecânica, variantes do processo de fresagem e constituem o universo dos processos de

maquinagem. Os fluxos de material e energia para estes processos são, deste modo, em tudo

idênticos aos já mencionados na apresentação da fresagem.

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40

4. Identificação de Indicadores de Ecoeficiência para o Sector dos Moldes de Injeção de Plástico.

Foi apresentado no capítulo 2 um conjunto de metodologias e ferramentas de apoio à

gestão e decisão, já difundidas mundialmente e com aplicações em diversos sectores de

atividade. Verificou-se que estas ferramentas se revelam particularmente úteis no seu objetivo

de conjugar redução de custos, impactos ambientais e consumos de matérias-primas e

energia, com a manutenção ou até aumento dos níveis de produção e padrões de qualidade,

visando deste modo uma produção mais eficiente e ao mesmo tempo trazendo benefícios

económicos, sociais e ambientais.

Viu-se igualmente que estas metodologias e ferramentas, apesar de testadas e terem a

sua utilidade validada, nem sempre têm aplicabilidade direta para um sistema produtivo

específico, exigindo por vezes um trabalho moroso e complexo para obter resultados.

Outra limitação prende-se com o facto de estas funcionarem, muitas vezes, de forma

isolada, dificultando a obtenção clara de resultados pretendidos como, por exemplo, a

avaliação do desempenho da ecoeficiência de um sistema e a identificação das oportunidades

de melhoria.

O levantamento de dados e a escolha de indicadores são também, em alguns casos,

ações complexas e a sua realização nem sempre está descrita de forma explícita nas

metodologias já existentes.

Esta introdução serve de ponto de partida para o objetivo do presente trabalho que é

detalhado de seguida. Neste, propõe-se levar a cabo um trabalho de identificação de

indicadores de ecoeficiência, específicos para o setor dos moldes de injeção de plástico, tendo

como base algumas das ferramentas e metodologias apresentadas.

Foi possível verificar, no trabalho de pesquisa de dados sobre a Indústria Portuguesa de

Moldes, no capítulo 3, que este sector tem um considerável impacto no que toca a recursos

consumidos a nivel nacional e internacional. Verificou-se igualmente que se trata de um sector

regista uma crescente competitividade o que obriga as empresas a procurarem

constantemente as melhores soluções de negócio. É nesse sentido que se insere o presente

trabalho.

Como já foi referido e é facilmente verificável observando algumas ferramentas de

cálculo de ecoeficiência já existentes [69] [70], sem um trabalho prévio de “filtragem” de

informação e identificação de dados relevantes, o processo de cálculo da ecoeficiência tornar-

se-á moroso e dispendioso, tal o número de indicadores passiveis de serem calculados.

Torna-se então premente identificar os pontos mais relevantes de uma determinada

atividade, por forma a se evitar desperdício de esforço de recolha de dados e dispersão do foco

de análise em pontos não relevantes, focando recursos onde estes são realmente necessários.

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41

Este trabalho foca-se no setor dos moldes de injeção de plástico, não tendo sido encontrados

trabalhos semelhantes na pesquisa efectuada.

Nesse sentido, procura-se propor aqui uma lista de indicadores chave para este sector,

procurando desta forma aligeirar o processo de cálculo de ecoeficiência. Esta lista pretende ser

reduzida, mas sem comprometer a representatividade dos vários aspetos processuais do

fabrico de moldes e do processo de injeção de plásticos.

Os indicadores apresentados resultarão do cruzamento entre o estudo realizado sobre o

sector dos moldes e as tecnologias utilizadas no fabrico destes (capítulo 3), e as ferramentas e

metodologias apresentadas anteriormente (capítulo 2). Desta forma, pode-se garantir que a

seleção destes indicadores é realizada tendo por base normas já estabelecidas e com validade

reconhecida.

No final, prevê-se obter uma lista de indicadores que sejam representativos dos

princípais processos de fabrico e produtos deste sector, e que sejam relacionáveis com os

Princípios da Ecoeficiência.

Resulta que estes indicadores deverão ser [5]:

• De fácil interpretação e aplicação por parte do operador/utilizador;

• Capazes de ilustrar o quadro atual do sistema em análise;

• Capazes de identificar os aspetos ambientais significativos e KEPI’s do sistema;

• Capazes de possibilitar vantagens económicas, ambientais e sociais com os

dados que deles resultarem.

Assim sendo, este trabalho assentará em cinco etapas chave:

1. Identificação do tipo de recursos necessários e outros fatores relevantes para o

estudo da ecoeficiência no fabrico de moldes e injeção de plásticos;

2. Análise e sistematização desse inventário “à luz” das normas seleccionadas para

este trabalho e guias existentes (e relevantes) relacionados com Ecoeficiência;

3. Definição de um perfil ambiental e de um perfil de valor representativos da

realidade das empresas (tecnologia e produto) do sector em estudo;

4. Definição de unidades funcionais úteis para a tomada de decisão no sector em

estudo;

5. Apresentação dos rácios e indicadores de Ecoeficiência resultantes.

4.1 Metodologias e ferramentas de apoio usadas

O conceito de Ecoeficiência procura introduzir uma série de indicadores de desempenho

que visam encaminhar uma determinada organização no sentido de uma operacionalidade

mais sustentável. Confirmou-se na pesquisa sobre esta temática que este conceito tem já

vários exemplos de aplicação bem-sucedida, no entanto, cada novo caso de aplicação acarreta

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42

uma operacionalização deste conceito a essa nova realidade. Esse reajustamento terá

obrigatoriamente de ser realizado de forma justificada e normalizada, garantindo-se assim a

sua validade e aplicabilidade.

A análise comparativa destas ferramentas realizada no capítulo 2 permitiu identificar os

pontos fortes e fracos de cada uma e os seus principais campos de aplicação, e tornar possível

a seleção informada das opções que melhor se enquadram com o objetivo deste trabalho.

Deste modo, o trabalho tem por base as Normas ISO 14001:2004, ISO 14031:2005, ISO

14044:2010 e a metodologia de avaliação de ecoeficiência desenvolvida pelo WBCSD [5] [71]

[72].

A seleção destas ferramentas deveu-se aos resultados obtidos com estas em casos

semelhantes ao aqui tratado que comprovam a sua aplicabilidade [27] [40]. Com estas

ferramentas foi possível definir de forma normalizada as fronteiras do estudo e com isto obter

todos os dados sobre o produto e os consumos e desperdícios da produção relevantes para

este trabalho, bem como todos os conceitos e princípios relatados neste [27] [40] [71].

Figura 13 - Fluxograma da metodologia utilizada

Toda a informação sobre tecnologias de fabrico do molde e processo de injeção aparece

inserida na “caixa” sobre Dados do Produto e Processo.

As Normas ISO aqui mencionadas dão apoio no tratamento dos dados do produto e dos

processos de produção. Os dados, apresentados no capítulo 3, são aqui analisados “à luz”

destas normas, sendo utilizados apenas aqueles que se revelam fundamentais e relevantes

para a obtenção de resultados. Deste modo, a atenção está focada nos processos mais

“pesados” no fabrico e utilização do molde, deixando de lado dados sobre retificação, polimento

e outros processos especiais, por estes terem uma expressão menor quando comparados com

os restantes processos. A abordagem seguida neste trabalho poderá ser mais tarde estendida

a esses processos.

Dados de processos de fabrico e injeção

de plástico

Normalização dos dados

Definição de

Unidade Funcional

Definição de Perfil

Ambiental e de Valor

Cálculo de Rácios de

Ecoeficiência

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43

A metodologia apresentada pelo WBCSD forneceu as bases para identificação dos

Indicadores de Ecoeficiência. Segundo esta metodologia, os indicadores de ecoeficiência

são obtidos através de rácios, calculados com os dados existentes relativos ao Perfil Ambiental e Perfil de Valor do sistema produtivo em estudo.

4.2 Perfil Ambiental

O Perfil Ambiental é definido com base em indicadores de desempenho do tipo

operacional (IDO, já apresentado no capítulo 2) de dois tipos. Os de aplicabilidade específica,

denominados KEPI, que contêm informação relativa aos recursos consumidos e emissões

efetuadas por unidade funcional. Os de aplicabilidade geral, designados de ecoindicadores

(p.ex: EI’99, CO2eq, etc.). Este perfil assenta em informação proveniente dos aspetos

ambientais (entidades consumidas e emitidas), as quais são classificadas em várias classes de

âmbitos. Finalmente, há ainda que ter em conta que o principal objetivo é permitir identificar o

desempenho do sistema produtivo nos vários Princípios da Ecoeficiência, pelo que estes têm

de ser tidos em conta no Perfil Ambiental [5] [73].

O capítulo 2 já apresentou a temática da Ecoeficiência com os seus Sete Princípios e

objetivos subjacentes. No Perfil Ambiental, os Princípios da Ecoeficiência são considerados

numa otica de organização de informação.

Os indicadores de carater geral, devido à sua métrica mais universal, podem ser usados

e interpretados por qualquer organização, em qualquer ramo de atividade. Devido a este facto,

são usados mais numa lógica de apresentação de valores agregados e mais “macro”.

Segundo o WBCSD, casos como o consumo total de energia; consumo total de água;

consumo total de matérias-primas e emissões de gases com efeito de estufa ou destruidores

de ozono, são exemplos típicos de indicadores de aplicabilidade geral [5] [73].

Por outro lado, os indicadores de aplicabilidade específica, utilizam diretamente as

unidades físicas dos recursos consumidos e das emissões, pelo que se torna incompatível a

sua agregação generalizada (só possível para grandezas iguais). Acresce que, a sua função é

indicar valores relacionados com cada processo, tecnologia e sistema pelo que se torna

complexa a tarefa de encontrar indicadores específicos comuns a dois sistemas produtivos

distintos. Tal implica que estes indicadores têm de ser definidos para cada caso de estudo,

podendo o seu metodo de medição variar de empresa para empresa. O WBCSD aponta como

exemplo de indicadores de aplicabilidade específica a quantidade de fluído consumida, a

quantidade de oxidante, a energia consumida com um dado processo, etc [5].

O WBCSD aponta a Norma ISO 14031:2005 como ferramenta para identificar e

classificar os indicadores de aplicação específica [5].

Atrás foi referido que os indicadores de carater específicos podem ser agregados caso

tenham a mesma grandeza ou unidade. Tal significa que quando se agrupa apropriadamente

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44

um conjunto de indicadores específicos, temos como resultado indicador de aplicação geral.

Por exemplo, agrupando os indicadores de consumo de todos os tipos de energia e

convertermos tudo na mesma unidade, obtém-se um indicador de consumo total de energia

que é um indicador geral. Os indicadores de carater geral “gozam” de outra liberdade.

Estes indicadores medem influências ambientais que têm origens diversas (p.ex:

consumo de materiais, consumo energético, produção de resíduos, etc) o que implica que os

valores apresentados tenham um carater universal. Assim sendo, nestes indicadores as

grandezas físicas (massa, energia, etc.) são traduzidas para um formato de “milipoint’s” ou

pontos de dano ou impato ambiental normalizado e adimencional (através da aplicação do

conceito de Eco Indicador – ver 2.7.3). Desta forma, torna-se possível agregar indicadores

gerais com origem em âmbitos muito distintos, podendo-se inclusivamente, agragar todos os

indicadores e obter um unico indicador que represente a influência ambiental total/global.

Assim, nesta secção será feito um enfoque nas temáticas em falta que contribuem para

a definição do Perfil Ambiental: Aspetos Ambientais e KEPI’s.

4.2.1 Aspetos Ambientais

No capítulo 3, foram apresentadas as listas de consumos e desperdícios referentes ao

produto (molde) e à sua fase de fabrico, assim como referentes à sua fase de utilização

(injeção). A identificação dos Aspectos Ambientais tem por base estas listas, cuja tipologia é

descrita na Norma ISO 14001:2004. Segundo esta norma, a definição de Aspeto Ambiental é:

“elemento das atividades, produtos ou serviços de uma organização que pode interagir com o

ambiente” [45].

Esta análise sistemática permite detectar quais os aspectos passíveis de serem

controlados pela empresa de forma directa ou indirecta.

Como exemplos de Aspetos Ambientais tem-se [45]:

• Consumo de matérias-primas e recursos naturais;

• Consumo energético;

• Resíduos e derivados;

• Descargas em meio hídrico e no solo;

• Emissões para a atmosfera;

• Emissões de energia na forma de calor, radiação, vibração ou ruído.

O capítulo 3 deu a conhecer as tecnologias envolvidas no fabrico de moldes e sua

utilização, sabendo-se agora quais os factores que originam os consumos de material e

energia e desperdícios e resíduos resultantes. Deste modo construiu-se a Tabela 8 com a

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45

identificação dos Aspetos Ambientais relativos aos processos em estudo utilizados no fabrico

de moldes e ao processo de injeção de plástico.

Tabela 8 - Aspetos Ambientais do fabrico de moldes e injeção de plástico

ASPETOS AMBIENTAIS

Fase de fabrico do molde Fase de utilização do molde

Maquinagem – CNC Electroerosão – EDM Injeção de Plástico

CO

NSU

MO

S

Ferramentas de corte –

pastilhas de corte, ferros de

corte, fresas e brocas;

Óleo/Fluído de corte;

Óleo de lubrificação;

Filtros;

Electricidade

Fio de desbaste (EDM fio);

Elétrodo (EDM penetração);

Óleo dieléctrico (EDM

penetração);

Água desionizada;

Filtros;

Electricidade

Polímero injectado;

Electricidade

DES

PER

DÍC

IOS

/ RES

IDU

OS

Limalhas de aço, alumínio e

ligas;

Ferramentas de corte

Inutilizadas;

Óleo/Fluído de corte

contaminado;

Óleo de lubrificação

contaminado;

Filtros inutilizados;

Embalagens várias

Particulas de matéria-prima;

Fio e elétrodo inutilizados;

Óleo dieléctrico

contaminado;

Água desionizada

contaminada;

Filtros inutilizados;

Embalagens várias

Desperdícios

(rejeitados)/Restos de

plástico nos canais de

alimentação;

Embalagens várias

Refira-se que a intensidade de recursos humanos utilizados na operação dos vários

equipamentos e com operações de manutenção destes e do molde são contabilizados no Perfil

de Valor.

Salienta-se ainda o facto de o consumo de matéria-prima, na fase de fabrico do molde,

não constar desta lista, apesar de ser um aspecto fundamental para a análise da Ecoeficiência

e como tal não desprezável.

Tal deve-se ao facto deste valor ser uma característica do produto (molde) e não dos

processos de fabrico e utilização do molde. Como tal, o consumo de matéria-prima será tido

em consideração de forma autónoma, entrando como um valor isolado.

Page 56: Identificação de Indicadores de Ecoeficiência para a ... · i . Identificação de Indicadores de Ecoeficiência para a Indústria dos Moldes de Injeção de Plástico . Carlos

46

Dependendo do tipo de molde utilizado, os dados relativos ao desperdício de material

(plástico em excesso) poderão ser bastante diferentes, o que implicarão resultados muito

distintos de desempenho entre moldes. O mesmo se verifica no fabrico dos moldes, onde

moldes de dimensões e peso semelhantes apresentam dados realtivos às operações de

maquinagem muito distintos [57]. Este facto obriga a que estes dados sejam dimensionados

segundo uma unidade que permita a sua comparabilidade e contextualização. Essa unidade

terá a designação de Unidade Funcional e será apresentada mais detalhadamente numa

secção mais adiante neste trabalho.

4.2.2 Identificação dos KEPI’s

Como já foi referido anteriormente, existem indicadores de desempenho ambiental de

aplicabilidade específica e de aplicabilidade geral. Os KEPI’s inserem-se na primeira categoria.

Como o nome indica estes são os indicadores chave de desempenho ambiental do

sistema em estudo. A seleção dos KEPI’s a considerar para o Perfil Ambiental do presente

estudo foi efetuada cruzando a lista de Aspetos Ambientais do estudo, que acabou de ser

apresentada, com a lista de KEPI’s da Norma ISO 14031:2005. Esta norma cobre todo o tipo

de áreas de atividade e lista os KEPI’s por diferentes âmbitos de aplicação: materiais, energia,

instalações físicas, resíduos, etc. A lista completa de âmbitos previstos pela Norma ISO

14031:2005 e os KEPI’s correspondentes pode ser consultada no Anexo B.

Deve-se referir, no entanto que o recurso à Norma ISO 14031:2005 não é o único

caminho para gerar KEPI’s. Também a Global Reporting Initiative (GRI) apresentou nos seus

trabalhos meios para obter indicadores de desempenho que podem gerar KEPI’s quando

“cruzados” com os Aspetos Ambientais, à imagem dos referidos anteriormente [47].

Independentemente da norma originária dos KEPI’s, estes terão forçosamente de

garantir três princípios [74]:

• Princípio da quantificação

• Princípio da relevância

• Princípio da comparabilidade

Estes princípios devem-se ao fim a que os KEPI’s se destinam. Uma vez que estes

dados serão parte integrante do Perfil Ambiental do sistema, torna-se premente que esta

informação possa ser quantificada e medida de um modo tal que tenha posteriormente uma

aplicação prática. Tal implica que os objetivos do estudo sejam devidamente estabelecidos e

as unidades de medida usadas uniformes (princípio da quantificação) [74].

Por outro lado, trata-se de informação que tem como objetivo fornecer à empresa, de

forma rápida e directa, a capacidade de agir no sentido de melhorar o seu desempenho

ambiental. Com tal, os KEPI’s devem refletir não só a realidade do sistema em estudo, mas

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47

também focar o que é realmente relevante para se atingirem os objetivos definidos, evitando

desperdícios de tempo e recursos (princípio da relevância) [74].

Por fim, um dos objetivos da Ecoeficiência é a possibilidade de comparar resultados

entre sistemas e organizações diferentes. Assim, é imperativo que os KEPI’s sejam

apresentados num formato que possa ser adaptado a diferentes casos, indo assim ao encontro

desta exigência (princípio da comparabilidade) [74].

Tal como já foi referido na secção dos Aspetos Ambientais, também no caso dos KEPI’s,

será necessário recorrer a uma Unidade Funcional que permita a sua quantificação e

contextualização.

As Tabelas 49 e 50 no Anexo B apresentam os KEPI’s identificáveis recorrendo à Norma

ISO 14031:2005 e GRI.

Comparando as duas normas, verificou-se que a lista apresentada pela Norma ISO

14031:2005 apresenta mais informação e informação menos aglutinada, focando-se também

mais em questões relacionadas com o produto e os processos de fabrico, relativamente à

norma GRI.

Por estes motivos, neste trabalho optou-se por recorrer à Norma ISO 14031:2005 na

identificação dos KEPI’s do sistema.

Aplicando este raciocínio tem-se então a lista de KEPI’s correspondente a cada processo

em análise (Tabela 9, 10 e 11), resultante do cruzamento entre os Aspetos Ambientais e a

Norma ISO 14031:2005. Esta lista classificada servirá de base ao Perfil Ambiental do sistema

que será utilizado para obter, mais tarde, os Indicadores de Ecoeficiência representativos do

sistema.

A lista ou inventário de KEPI’s listados para os processos em estudo tem uma extensão

muito inferior às listas apresentadas pelas normas, facto que facilitará a interpretação dos

valores obtidos. Uma vez que a Norma ISO 140031:2005 cobre todo o tipo de aplicações e

casos de estudo, é expectável que no caso aqui apresentado os Âmbitos previstos na norma

não estejam todos refletidos nas tabelas. As tabelas apresentarão apenas os Âmbitos em que

a Norma interceta os Aspetos Ambientais do sistema.

Verifica-se igualmente que não existe uma correspondência integral dos KEPI’s com

todos os Princípios da Ecoeficiência e que estes não são todos cobertos em todas as fases do

produto.

O Princípio 1 é comum a todas as fases analisadas e apresenta peso semelhante em

todas elas. O facto de a Tabela 9 apresentar maior número de Aspetos com ligação a este

princípio tem a ver apenas com a existência de maior número de Aspetos a considerar no

fabrico por CNC, e não com uma maior importância deste princípio. O mesmo se verifica para

os Princípios 2, 4 e 5, com uma pequena exceção na Tabela 11, onde o Princípio 2 aparece

Page 58: Identificação de Indicadores de Ecoeficiência para a ... · i . Identificação de Indicadores de Ecoeficiência para a Indústria dos Moldes de Injeção de Plástico . Carlos

48

associado ao Âmbito “Produto”, que só é considerado na fase de utilização do molde (injeção

de plástico).

O Princípio 3 aparece com maior relevância associado aos processos de fabrico do

molde. Tal é condizente com o tipo de tecnologias envolvidas na fase de fabrico e fase de

injeção de plástico, e correspondentes consumos e emissões.

O Princípio 6 (Durabilidade do Produto) só é abordado na fase de utilização do molde.

Tal é concordante com o facto de apenas nessa fase o molde ser utilizado como produto.

O Princípio 7 regista uma correspondência semelhante ao Princípio 6 pelas mesmas

razões, com exceção de uma presença marginal na fase de fabrico do molde, onde aparece

associado ao Âmbito “Instalações Físicas e Equipamentos”.

Chama-se a atenção para o facto de as tabelas apresentarem alguns KEPI’s onde o

aspeto considerado está relacionado com o tempo (estes aspetos não foram identificados na

Tabela 8 onde se listaram os Aspetos Ambientais). De facto, por sí só, o tempo não é não é

diretamente contemplado na definição de Aspetos Ambiental da norma. No entanto, a própria

norma sugere vários KEPI’s relacionados com o tempo, resultando que têm de ter de ter um

Aspeto Ambiental associado. De facto, o tempo de operação confere mais ou menos

intensidade a um dado aspeto e o conhecimento do seu valor poderá ajudar a identificar

causas de impacto e oportunidades de melhoria. A análise efetuada neste estudo corrobora a

necessidade deste tipo de KEPI’s uma vez que existe uma correspondência destes com os

Princípios da Ecoeficiência.

A Tabela 48 no Anexo A resume todos os KEPI’s, por cada Princípio e pode-se

comprovar que não existe uma correspondência singular KEPI vs Princípio. A todos os

Princípios correspondem mais de um KEPI e vários Princípios têm KEPI’s em comum. Esta

tabela também permite verficar que, apesar de o fabrico do molde com recurso a CNC

apresentar número de Aspetos Ambientais próximo de verificado com EDM (28 e 31

respetivamente) e estes um número semelhante à fase de injeção de plástico (27), o número

de aspetos não implica uma maior correspondência com diferentes Princípios da Ecoeficiência.

Tal é notório na fase de injeção de plástico que, mesmo apresentando o menor número de

Aspetos Ambientais, apresenta uma maior diversidade de Âmbitos e consegue fazer uma

correspondência com todos os Princípios da Ecoeficiência.

Tabela 9 - KEPI's Fase de Fabrico do Molde - CNC (IDO ISO 14031:2005 vs Aspectos Ambientais)

AMBITO

KEPI Norma ISO 14031:2005 ASPECTO A CONSIDERAR

PRINCÍPIOS DA ECOEFICIÊNCIA

1 2 3 4 5 6 7

MA

TER

IAIS

Quantidade material utilizado

Consumo de ferramentas de corte (pastilhas, ferros, brocas, etc)

X

Óleo lubrificante X

Óleo/Fluído de corte X

Filtros X

Page 59: Identificação de Indicadores de Ecoeficiência para a ... · i . Identificação de Indicadores de Ecoeficiência para a Indústria dos Moldes de Injeção de Plástico . Carlos

49

Quantidade de materiais auxiliares reciclados ou reutilizados

Filtros (quando não inutilizados)

X X X

Quantidade de matérias perigosas utilizadas

Óleo lubrificante X X

Óleo/Fluído de corte X X

EN

ER

GIA

Quantidade de energia utilizada

Consumo de electricidade total

X

Consumo de electricidade na fresagem

X

Consumo de electricidade no torneamento

X

Consumo de electricidade na furação

X

INS

TALA

ÇÕ

ES

FÍSI

CAS

E

EQ

UIP

AME

NTO

Número de horas de operação de um equipamento específico

Total de horas de operação de maquinagem

X X

Total de horas de fresagem

X X

Total de horas de torneamento

X X

Total de horas de furação

X X

RE

SÍD

UO

S

Quantidade de resíduos

Limalhas de aço, luminio e ligas

X

Ferramentas de corte inutilizadas

X

Filtros contaminados X

Óleo lubrificante contaminado X

Óleo/Fluído de corte contaminado

X

Embalagens X

Quantidade de resíduos perigosos

Óleo lubrificante contaminado X

Óleo/Fluído de corte contaminado

X

Quantidade de resíduos recicláveis

Embalagens X X

Desperdícios de matéria prima (limalhas) X X X

Total de resíduos para destino final

Óleos lubrificantes contaminados X X X

Óleo/Fluído de corte contaminado X X X

Filtros inutilizados X X X

(Legenda: 1 - Intensidade de materiais consumidos para obtenção de bens e serviços; 2 - Intensidade de energia consumida para obtenção de bens e serviços; 3 - Dispersão de substâncias tóxicas; 4 - Reciclabilidade dos materiais; 5 - Uso sustentável de recursos renováveis; 6 - Durabilidade do produto; 7 - Intensidade do fornecimento de bens e serviços) Tabela 10 - KEPI's Fase de Fabrico do Molde - EDM (IDO ISO 14031:2005 vs Aspectos Ambientais)

AMBITO KEPI Norma ISO 14031:2005 ASPECTO A CONSIDERAR PRINCÍPIOS DA ECOEFICIÊNCIA

1 2 3 4 5 6 7

MA

TER

IAIS

Quantidade material utilizado

Fio de desbaste (EDM por fio) X

Electrodo (EDM penetração) X

Óleo dieléctrico (EDM penetração)

X

Água desionizada X

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50

Filtros de partículas X

Óleo de lubrificação X

Quantidade de materiais auxiliares reciclados ou reutilizados

Água desionizada X X X

Filtros de particulas (quando não inutilizados) X X X

Quantidade de água Água desionizada X X

Quantidade de água reutilizada Água desionizada reutilizada X X X

Quantidade de matérias perigosas utilizadas

Óleo dieléctrico (EDM penetração)

X X

Óleo de lubrificação X X

ENERGIA Quantidade de energia utilizada Consumo de electricidade

X

INSTALAÇÕES FÍSICAS E EQUIPAMENTO

Número de horas de operação de um equipamento específico

Total de horas de funcionamento da electro-erosora

X X

Total de horas de maquinagem dos electrodos

X X

RE

SÍD

UO

S

Quantidade de resíduos

Partículas de matéria-prima (aço, alumínio e ligas) X

Fio de desbaste inutilizado (EDM por fio) X

Electrodo inutilizado (EDM penetração) X

Óleo dieléctrico contaminado (EDM penetração) X

Água desionizada contaminada

X

Óleo de lubrificação contaminado

X

Filtros inutilizados X

Embalagens X

Quantidade de resíduos perigosos

Partículas de matéria-prima (aço, alumínio e ligas) X

Óleo dieléctrico contaminado (EDM penetração) X

Óleo de lubrificação contaminado

X

Quantidade de resíduos recicláveis

Embalagens X X

Água desionizada contaminada

X X X

Quantidade de resíduos para destino final

Fio de desbaste inutilizado (EDM por fio) X X X

Eléctrodo inutilizado (EDM penetração) X X X

Filtros inutilizados X X X

(Legenda: 1 - Intensidade de materiais consumidos para obtenção de bens e serviços; 2 - Intensidade de energia consumida para obtenção de bens e serviços; 3 - Dispersão de substâncias tóxicas; 4 - Reciclabilidade dos materiais; 5 - Uso sustentável de recursos renováveis; 6 - Durabilidade do produto; 7 - Intensidade do fornecimento de bens e serviços)

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51

Tabela 11 - KEPI's Fase de Utilização do Molde (IDO ISO 14031:2005 vs Aspectos Ambientais)

AMBITO KEPI Norma ISO 14031:2005 ASPECTO A CONSIDERAR PRINCÍPIOS DA ECOEFICIÊNCIA

1 2 3 4 5 6 7 M

ATE

RIA

IS Quantidade de materias utilizados

Quantidade de plástico/polímero utilizado de origem reciclada

X

Quantidade utilizada de materiais processados, reciclados ou reutilizados

Quantidade de plástico/polímero utilizado de origem reciclada

X X X

Quantidade de matéria-prima reutilizada no processo produtivo

Quantidade de plástico/polímero reutilizado na produção

X X X

EN

ER

GIA

Quantidade de energia utilizada

Consumo de electricidade total

X

Consumo de electricidade com máquina de fecho do molde

X

Consumo de electricidade com máquina de injecção de plástico

X

INS

TALA

ÇÕ

ES

FÍS

ICA

S E

EQ

UIP

AME

NTO

Número de horas de operação de um equipamento específico

Tempo de funcionamento da máquina de fecho do molde X X

Tempo de funcionamento da máquina de injecção de plástico

X X

Área total de terreno utilizado para produção

Espaço necessário para produção

X

Número de horas de manutenção preventiva do equipamento por ano

Tempo necessário para manutenção do molde X

Tempo necessário para manutenção da máquina de fecho do molde

X

Tempo necessário para manutenção da máquina de injecção de plástico

X

PR

OD

UTO

S

Percentagem do conteúdo dos produtos que pode ser reutilizado ou reciclado

Quantidade de plástico enviado para reciclagem X X

Quantidade de plástico reutilizado na produção X X

Taxa de produtos defeituosos Quantidade de peças injectadas com defeito X

Número de unidades de energia consumida durante a utilização do

produto

Energia total consumida no ciclo de injecção X

Duração da utilização do produto

Tempo de ciclo de injecção X X

Tempo gasto com manutenção do molde X X

Número de ciclo de injecção até manutenção do molde X X

Tempo de vida do molde X X

RE

SÍD

UO

S

Quantidade de resíduos Total de desperdício de plástico

X

Quantidade de resíduos perigosos; recicláveis ou reutilizáveis produzidos

por ano

Quantidade de desperdícios de plástico enviado para reciclagem

X X X

Quantidade de desperdícios de plástico reutilizado na produção

X X X

Embalagens diversas para reciclagem X X X

Total de resíduos para destino final Total de desperdícios de plástico não reciclável X X X

Quantidade de resíduos convertidos em material reutilizável

Quantidade de desperdícios de plástico enviado para reciclagem

X X X

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52

(Legenda: 1 - Intensidade de materiais consumidos para obtenção de bens e serviços; 2 - Intensidade de

energia consumida para obtenção de bens e serviços; 3 - Dispersão de substâncias tóxicas; 4 - Reciclabilidade dos

materiais; 5 - Uso sustentável de recursos renováveis; 6 - Durabilidade do produto; 7 - Intensidade do fornecimento de

bens e serviços)

4.2.3 Unidade Funcional

Foi indicado, na secção anterior que os KEPI’s têm que garantir três princípios:

quantificação, relevância e comparabilidade, e que tal significa que estes dados terão de ser

medidos e reportados segundo uma métrica que garanta o cumprimento destes princípios. Já

antes, na secção dedicada aos Aspetos Ambientais, se tinha feito referência à necessidade de

analisar os dados apresentados neste estudo tendo por base uma métrica comum que os

relacionasse. A essa métrica a Norma ISO 14031:2005 dá o nome de Unidade Funcional e

recomenda que após definida seja esta a unidade de referência para o estudo que se estiver a

efetuar.

A função desta unidade é possibilitar a comparação de dados com origens e unidades

diferentes, uma vez que irá relacioná-los à luz de uma unidade comum (normalização). Deste

modo, e referenciando para o caso concreto dos moldes de injeção de plástico, será possível

comparar resultados de moldes obtidos com diferentes tecnologias, com estruturas díspares e

dimensões distintas, bastando para tal a seleção de uma unidade de referência que ligue os

pontos comuns a cada caso. Assim sendo, a unidade funcional terá que refletir a realidade do

sistema produtivo e do produto em si.

Apesar de segundo as normas utilizadas [5] [46] ter de ser única para um dado estudo,

tal não limita que tenha de ser única para toda a temática dos moldes de injeção, sendo que

poderá ser escolhida uma unidade para cada caso analisado, conforme o contexto e objetivo

do estudo e os dados disponíveis. Essa é a abordagem seguida nos desenvolvimentos

propostos nesta tese. Assim, será natural selecionar diferentes unidades caso o estudo se

insira num contexto de estudo interno da empresa, contexto de comparação de produto entre

várias empresas ou num contexto de transmissão de informação relevante para o cliente.

Deste modo, são aqui propostas algumas Unidades Funcionais que permitirão cobrir

grande parte dos casos sobre os quais os contextos acima mencionados poderão incidir.

• Unidade Funcional “Molde” – Usando o Molde como Unidade Funcional, é possível

comparar moldes com dimensões idênticas (e/ou outras caracteristicas), mas que

recorram a técnicas de fabrico distintas. Esta Unidade Funcional permite avaliar a

eficiência de recursos utilizados no fabrico do molde e comparar moldes dentro da

mesma empresa ou moldes idênticos entre empresas concorrentes.

Será possível também inferir quanto à eficiência do processo de injeção, sendo que

este será aqui analisado quanto à influência que as tecnologias utilizadas no fabrico

do molde têm neste processo, independentemente da dimensão do molde.

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53

• Unidade Funcional “Massa do Molde” – Esta Unidade Funcional permite

comparação entre moldes de diferentes dimensões ao colocar consumos de

ferramentas, energia, entre outros, em relação à matéria-prima

processada/consumida, permitindo, tal como a unidade apresentada antes, avaliar a

eficiência da utilização de recursos e fornecendo dados que poderão ser relevantes,

não apenas do ponto de vista de comunicação interna da empresa, mas também

para potenciais clientes do fabricante de moldes.

Tal como a Unidade Funcional “Molde”, também esta permite avaliar quanto à

eficiência do processo de injeção sendo que neste caso, a análise incidirá na

influência que a dimensão do molde (e/ou alguma tecnologia de fabrico distinta) terá

sobre o processo, qualquer que seja a massa do molde.

Importante salientar por último que se poderia utilizar também com Unidade

Funcional o “Volume do Molde”. No entanto, como a generalidade dos materiais

utilizados no fabrico de moldes são ligas de aço, cuja densidade não apresenta

grande variação independentemente da liga utilizada, falar de volume de molde e

massa de molde poderá ser redundante (no caso de ligas de materiais diferentes o

volume deverá ser tido em linha de conta). Por esse motivo, optou-se neste trabalho

por apresentar apenas a massa do molde como Unidade Funcional.

• Unidade Funcional “Tempo de vida do Molde” – Com esta Unidade Funcional,

conseguem-se comparações entre moldes diferentes em dimensão, design e

tecnologias de fabrico. Ao dedicar o foco da análise da longevidade produtiva do

molde (ou durabilidade), esta Unidade Funcional permite fornecer dados que

poderão ser de grande relevância para comunicar com clientes que procurem uma

solução para um caso especifico de volume de produção. Esta Unidade Funcional

poderá ser medida em número de shots ou número de peças injetáveis.

• Unidade Funcional “Massa da Peça” – Com esta Unidade Funcional, é possível

retirar informações quanto à dimensão de peças que um determinado modelo/tipo

de molde permite produzir, obtendo-se assim dados relativos à eficiência do molde.

Obtêm-se igualmente dados referentes à eficiência do processo de injeção, uma vez

que se passa a ter informação quanto a consumos de matéria-prima e energia

utilizadas no processo por massa unitária de material injetado, à imagem do que se

consegue inferir sobre o molde com a Unidade Funcional “Massa do Molde”

apresentada atrás, podendo-se comparar processos de injeção de peças com

dimensões diferentes.

Estes resultados poderão ser úteis para ajudar a empresa a melhorar a eficiência do

processo de injeção ou design de um determinado molde ou, num contexto mais

comercial, auxiliar um cliente quanto à melhor utilização ou escolha de um molde ou

processo de injeção.

• Unidade Funcional “Peça Injetada” – Tal como se indicou para a Unidade Funcional

“Molde”, também com esta UF se poderão comparar peças de dimensões idênticas,

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54

mas obtidas com recurso a moldes e processo de injeção distintos, ficando-se desta

forma com informação relativa à eficiência de recursos do processo de injeção.

Com certeza que mais Unidades Funcionais poderão ser selecionadas para o caso dos

moldes de injeção de plástico, no entanto as apresentadas cobrem já grande parte dos casos

de estudo que se preveem.

4.2.4 Perfil Ambiental do caso de estudo

Depois de apresentados os Aspetos Ambientais e identificados os KEPI’s e Unidades

Funcionais, é possível definir o Perfil Ambiental para o caso dos moldes de injeção de

plástico. Este Perfil Ambiental proposto será constituído pelo somatório de perfis das fases de

fabrico e de utilização do molde.

Como foi mencionado neste capítulo, os KEPI’s terão como unidades as Unidades

Funcionais apresentadas recentemente. No caso dos indicadores gerais, a métrica será

definida pelo Eco-indicador EI99, já apresentada anteriormente.

Após esta etapa fica-se com toda a informação ambiental relevante para o cálculo dos

Rácios e Indicadores de Ecoeficiência.

Com os valores quantificados dos KEPI’s e dos Indicadores de Influência Ambiental, ou

indicadores específicos e gerais, respetivamente, tem-se então o Perfil Ambiental,

representado na tabela seguinte (Tabela 12). Esta tabela aglutina toda informação relativa à

fase de produção e utilização do molde.

Faz-se uma chamada de atenção para o facto de, até ao momento, o material utilizado

para a construção do molde não estar a ser considerado por se tratar de uma característica do

produto e não dos processos de fabrico. A partir deste ponto, este dado passará a ser tido em

conta. Deste modo, na tabela 12, e contrariamente ao que ocorreu até aqui, a informação

relativa ao consumo de matéria-prima no fabrico do molde vai constar da lista de material

utilizado, tendo um KEPI associado e influenciando os dados dos indicadores de aplicabilidade

geral.

Os valores relativos à coluna “KEPI” da Tabela 12, serão as grandezas físicas relativas a

consumos e emissões, dimensionalizadas conforme a Unidade Funcional definida em cada

estudo/análise. No caso da “Influência Ambiental”, os valores a apresentar derivarão dos

valores específicos dos KEPI’s e das pontuações indicadas pelo Eco-indicador 99. O valor da

Influência Ambiental será então obtido segundo o seguinte cálculo:

𝑄𝑄𝐺𝐺𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙 = �(𝐾𝐾𝐾𝐾𝑃𝑃𝐼𝐼𝑖𝑖 × 𝐾𝐾𝐼𝐼99𝑖𝑖)𝑘𝑘

𝑖𝑖=1

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55

Onde j será o Tipo de Impacto e k o tipo de KEPI

Tabela 12 - Perfil Ambiental do sistema de produção

PERFIL AMBIENTAL

Indicador de Aplicabilidade Específica Indicador de Aplicabilidade Geral

ÂMBITO Tipo de KEPI’s Aspecto KEPI Tipo de Influência Influência

Ambiental

MA

TER

IAIS

Quantidade material

utilizado

Consumo de ferramentas de corte (pastilhas, ferros, brocas, etc) kg/UF

Quantidade Global de materiais

consumidos

EI99/UF

#/UF

Óleo lubrificante kg/UF

Óleo/Fluído de corte kg/UF

Filtros (máquina CNC) #/UF

Fio de desbaste (EDM por fio) kg/UF

Electrodo (EDM penetração) kg/UF

Óleo dieléctrico (EDM penetração) kg/UF

Água desionizada kg/UF

Filtros de partículas (máquina EDM) #/UF

Óleo de lubrificação kg/UF

Quantidade de matéria-prima utilizada no fabrico do molde kg/UF

Quantidade de plástico/polímero

utilizado kg/UF

Quantidade de materiais

auxiliares reciclados ou

reutilizados

Filtros (máquina CNC quando não inutilizados) #/UF

Quantidade Global de materiais

reciclados ou reutilizados

#/UF

EI99/UF

Água desionizada kg/UF

Filtros de partículas (máquina

EDM quando não inutilizados) #/UF

Quantidade utilizada de

materiais processados,

reciclados ou

reutilizados

Quantidade de plástico/polímero

utilizado de origem reciclada kg/UF

Quantidade Global de materiais

de origem reciclada EI99/UF

Quantidade de matéria-

prima reutilizada no

processo produtivo

Quantidade de plástico/polímero

reutilizado na produção kg/UF

Quantidade Global de matéria-

prima reutilizada EI99/UF

Quantidade de água Água desionizada kg/UF Consumo Global de água EI99/UF

Quantidade de água reutilizada Água desionizada reutilizada kg/UF

Quantidade Global de água

reutilizada EI99/UF

Quantidade de matérias

perigosas utilizadas

Óleo lubrificante kg/UF Quantidade Global de materiais

perigosos EI99/UF

Óleo/Fluído de corte kg/UF

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56

Óleo dieléctrico (EDM penetração) kg/UF

Óleo de lubrificação kg/UF

ENER

GIA

Quantidade de energia

utilizada

Consumo de electricidade total na maquinagem MJ/UF

Quantidade Global de energia

consumida EI99/UF

Consumo de electricidade na fresagem MJ/UF

Consumo de electricidade no torneamento MJ/UF

Consumo de electricidade na furação MJ/UF

Consumo de electricidade total na

electro-erosão MJ/UF

Consumo de electricidade total na injecção MJ/UF

Consumo de electricidade com máquina de fecho do molde MJ/UF

Consumo de electricidade com máquina de injecção de plástico MJ/UF

INST

ALA

ÇÕ

ES F

ISÍC

AS

E EQ

UIP

AM

ENTO

Número de horas de

operação de um

equipamento específico

Total de horas de operação de maquinagem h/UF

Tempo total consumido nas

operações (h) h

Total de horas de fresagem h/UF

Total de horas de torneamento h/UF

Total de horas de furação h/UF

Total de horas de funcionamento

da electro-erosora h/UF

Total de horas de funcionamento da máquina de fecho do molde h/UF

Total de horas de funcionamento da máquina de injecção de plástico

h/UF

Área total de terreno utilizado para produção Espaço necessário para produção m2/UF Consumo Global de terreno m2/UF

Número de horas de

manutenção preventiva

do equipamento por ano

(h/UF)

Tempo necessário para manutenção do molde h/UF

Tempo total despendido com

operações de manutenção h Tempo necessário para

manutenção da máquina de fecho do molde

h/UF

PRO

DU

TOS

Percentagem do

conteúdo dos produtos

que pode ser reutilizado

ou reciclado (kg/UF)

Quantidade de plástico enviado para reciclagem kg/UF

Quantidade Global de produto

reaproveitado EI99/UF

Quantidade de plástico reutilizado na produção kg/UF

Taxa de produtos

defeituosos (%/UF)

Quantidade de peças injectadas

com defeito %/UF

Quantidade Global de produtos

defeituosos %/UF

Número de unidades de energia consumida

durante a utilização do produto (MJ/UF)

Energia total consumida no ciclo de injecção MJ/UF

Quantidade global de energia

consumida na injecção EI99/UF

Duração da utilização

do produto (h/UF)

Tempo de ciclo de injecção h/UF

Quantidade Global de tempo de

utilização do produto EI99/UF Tempo gasto com manutenção do

molde h/UF

Número de ciclo de injecção até manutenção do molde #/UF

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57

Tempo de vida do molde h/UF R

ESÍD

UO

S

Quantidade de resíduos

(kg/UF)

Limalhas de aço, alumínio e ligas kg/UF

Quantidade Global de resíduos

gerados

EI99/UF

#/UF

Ferramentas de corte inutilizadas kg/UF

Filtros máquina CNC contaminados #/UF

Óleo lubrificante contaminado kg/UF

Óleo/Fluído de corte contaminado kg/UF

Embalagens derivadas da maquinagem #/UF

Partículas de matéria-prima (aço, alumínio e ligas) kg/UF

Fio de desbaste inutilizado (EDM por fio) kg/UF

Electrodo inutilizado (EDM penetração) #/UF

Óleo dieléctrico contaminado (EDM penetração) kg/UF

Água desionizada contaminada kg/UF

Óleo de lubrificação contaminado kg/UF

Filtros máquina EDM inutilizados #/UF

Embalagens derivadas da electro-erosão #/UF

Total de desperdício de plástico kg/UF

Quantidade de resíduos

perigosos; recicláveis

ou reutilizáveis

produzidos por ano

(kg/UF)

Óleo lubrificante contaminado kg/UF

Quantidade Global de resíduos

recicláveis

EI99/UF

#/UF

Óleo/Fluído de corte contaminado kg/UF

Embalagens derivadas da maquinagem #/UF

Desperdícios de matéria-prima (limalhas) kg/UF

Partículas de matéria-prima (aço, alumínio e ligas) kg/UF

Óleo dieléctrico contaminado (EDM penetração) kg/UF

Óleo de lubrificação contaminado kg/UF

Embalagens derivadas da electro-erosão #/UF

Água desionizada contaminada kg/UF

Quantidade de desperdícios de plástico enviado para reciclagem kg/UF

Quantidade de desperdícios de plástico reutilizado na produção kg/UF

Embalagens derivadas da injecção #/UF

Total de resíduos para

destino final (kg/UF)

Óleos lubrificantes contaminados kg/UF

Quantidade Global de resíduos

para destino final

EI99/UF

#/UF

Óleo/Fluído de corte contaminado kg/UF

Filtros maquinagem inutilizados #/UF

Fio de desbaste inutilizado (EDM por fio) kg/UF

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58

Eléctrodo inutilizado (EDM penetração) kg/UF

Filtros electro-erosora inutilizados #/UF

Total de desperdícios de plástico não reciclável kg/UF

Quantidade de resíduos convertidos em material

reutilizável (kg/UF)

Quantidade de desperdícios de plástico enviado para reciclagem kg/UF

Quantidade Global de resíduos

reaproveitados EI99/UF

Com este trabalho, apesar de a lista apresentada ser extensa, consegue-se já agregar

vários valores relevantes para o caso do setor dos moldes de injeção de plástico, facilitando a

seleção de indicadores no momento do cálculo da ecoeficiência num caso concreto.

No entanto, esta lista será ainda demasiado extensa no caso de se pretender algo mais

focado num determinado contexto. Assim, propõem-se de seguida tabelas que permitirão uma

análise mais macro da Influência Ambiental do sistema ou uma análise focada por processo.

As Tabelas 13 a 17 permitem analisar de forma mais célere informação quanto à

Influência Ambiental de um determinado Âmbito, a Influência Ambiental de um processo de

fabrico específico ou da fase de injeção de plástico ou mesmo a Influência Global de todo o

sistema. Os valores presentes nestas tabelas serão então obtidos segundo as seguintes

expressões:

• Perfil Ambiental por Âmbito

𝑇𝑇Â𝑚𝑚𝑙𝑙𝑖𝑖𝑚𝑚𝑙𝑙 𝑙𝑙 = � 𝑄𝑄𝐺𝐺𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙 𝑙𝑙

𝑙𝑙→𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑐𝑐𝑙𝑙𝑑𝑑𝑙𝑙 𝑙𝑙

Onde l é referente a cada Âmbito (materiais, energia, etc.)

• Perfil Ambiental por Processo

𝑇𝑇Processo pl = �(𝐾𝐾𝐾𝐾𝑃𝑃𝐼𝐼𝑖𝑖 × 𝐾𝐾𝐼𝐼99𝑖𝑖)

𝑝𝑝𝑙𝑙

Onde novamente, l se refere ao Âmbito.

Tabela 13 - Análise macro do Perfil Ambiental

PERFIL AMBIENTAL

Indicadores de Aplicabilidade Geral

ÂMBITO Tipo de Influência

Influência

Ambiental Global

por Âmbito

Influência

Ambiental Global

MATERIAIS

Quantidade Global de materiais consumidos

EI99/UF

EI99/UF

h

m2/UF

Quantidade Global de materiais reciclados ou reutilizados

Quantidade Global de materiais de origem reciclada

Quantidade Global de matéria-prima reutilizada

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59

Consumo Global de água

Quantidade Global de água reutilizada

Quantidade Global de materiais perigosos

ENERGIA Quantidade Global de energia consumida EI99/UF

INSTALAÇÕES FÍSICAS E

EQUIPAMENTO

Tempo total consumido nas operações h

m2/UF Consumo Global de terreno

Tempo total despendido com operações de manutenção

PRODUTOS

Quantidade Global de produto reaproveitado

EI99/UF Quantidade Global de produtos defeituosos

Quantidade global de energia consumida na injecção

Quantidade Global de tempo de utilização do produto

RESÍDUOS

Quantidade Global de resíduos gerados

EI99/UF Quantidade Global de resíduos recicláveis

Quantidade Global de resíduos para destino final

Quantidade Global de resíduos reaproveitados

As Tabelas 14, 15, 16 e 17 são versões resumidas do Perfil Ambiental de cada

processo. Tal acontece com o intuito de facilitar a leitura dos dados. A tabela completa, com

todos os KEPI’s por processo e Inflência Ambiental pode ser consultada no Anexo C (Tabela

51).

Tabela 14 - Perfil Ambiental da Maquinagem

PERFIL AMBIENTAL Indicadores de Aplicabilidade Geral

PROCESSO ÂMBITO Tipo de Influência Influência Ambiental do Processo

MA

QU

INA

GEM

(CN

C)

MATERIAIS

Quantidade material utilizado

EI99/UF h

m2/UF

Quantidade de materiais auxiliares reciclados ou reutilizados

Quantidade de matérias perigosas utilizadas

ENERGIA Quantidade de energia utilizada

INSTALAÇÕES FÍSICAS E EQUIPAMENTO

Número de horas de operação de um equipamento específico

Área total de terreno utilizado para produção

RESÍDUOS

Quantidade de resíduos

Quantidade de resíduos perigosos; recicláveis ou reutilizáveis

produzidos por ano

Total de resíduos para destino final

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60

Tabela 15 - Perfil Ambiental Electroerosão PERFIL AMBIENTAL

Indicadores de Aplicabilidade Geral

PROCESSO ÂMBITO Tipo de Influência Influência Ambiental do Processo

ELEC

TRO

ERO

SÃO

(ED

M)

MATERIAIS

Quantidade material utilizado

EI99/UF h

m2/UF

Quantidade de materiais auxiliares reciclados ou

reutilizados Quantidade de água

Quantidade de água reutilizada Quantidade de matérias perigosas

utilizadas

ENERGIA Quantidade de energia utilizada

INSTALAÇÕES FISÍCAS E EQUIPAMENTO

Número de horas de operação de um equipamento específico

Área total de terreno utilizado para produção

RESÍDUOS

Quantidade de resíduos Quantidade de resíduos perigosos; recicláveis ou

reutilizáveis produzidos por ano Total de resíduos para destino final

Tabela 16 - Perfil Ambiental Produto Molde

PERFIL AMBIENTAL Indicadores de Aplicabilidade Geral

PROCESSO ÂMBITO Tipo de Influência Influência Ambiental do Processo

MOLDE MATERIAIS Quantidade material utilizado EI99/UF

Tabela 17 - Perfil Ambiental da Injeção de Plástico

PERFIL AMBIENTAL

Indicadores de Aplicabilidade Geral

PROCESSO ÂMBITO Tipo de Influência Influência Ambiental do Processo

INJE

ÇÃ

O D

E PL

ÁST

ICO

MATERIAIS

Quantidade material utilizado

EI99/UF h

m2/UF

Quantidade utilizada de materiais processados, reciclados ou reutilizados

Quantidade de matéria-prima reutilizada no processo produtivo

ENERGIA Quantidade de energia utilizada

INSTALAÇÕES FISÍCAS E

EQUIPAMENTO

Número de horas de operação de um equipamento específico

Área total de terreno utilizado para produção Número de horas de manutenção preventiva

do equipamento por ano

PRODUTOS

Percentagem do conteúdo dos produtos que pode ser reutilizado ou reciclado

Taxa de produtos defeituosos Número de unidades de energia consumida

durante a utilização do produto Duração da utilização do produto

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61

RESÍDUOS

Quantidade de resíduos Quantidade de resíduos perigosos; recicláveis

ou reutilizáveis produzidos por ano Total de resíduos para destino final

Quantidade de resíduos convertidos em material reutilizável

4.3 Perfil de Valor

O Perfil de Valor é traçado tendo por base indicadores de valor. Segundo o WBCSD

estes, à imagem dos utilizados para o perfil ambiental, também se dividem em indicadores de

aplicabilidade geral e específica. Para este organismo, os indicadores de valor de caracter

específico envolvem dados monetários e financeiros que dependem de conjunturas

económicas de empresas ou países ou estratégias internas da própria empresa. Por seu lado,

os indicadores de caracter geral, inferem sobre quantidades ligadas ao produto e produção,

estando mais ligadas a aspetos relacionados com o fabrico e tecnologias de fabrico [5]. A

informação fornecida por estes indicadores vai, juntamente com a originada pelo Perfil

Ambiental, servir de base para o cálculo dos Rácios de Ecoeficiência.

Neste trabalho não se fará referência a nenhum modo específico de obtenção destes

indicadores (métodos financeiros, contabilidade, estudos de mercado, etc.). No entanto, é

aconselhável que estes sejam não só representativos do sistema produtivo ou do produto, mas

também reconhecidamente relevantes para os decisores, sejam os órgãos de gestão da

empresa ou outras entidades interessadas. Na Tabela 18 encontram-se exemplos de

indicadores de valor gerais e específicos sugeridos pelo WBCSD [5].

Tabela 18 – Exemplos de Indicadores de Valor sugeridos pelo WBCSD [5]

INDICADORES DE VALOR

ESPECÍFICO GERAL

Total de produto fabricado Margem de lucro

Total de produto vendido Valor acrescentado do produto

Vendas líquidas Custo por unidade

Consoante o objetivo da empresa, poder-se-á dar mais enfoque a um ou outro indicador.

Por exemplo, a informação obtida através dos dados referentes às “Vendas Líquidas” é mais

útil para traçar o desempenho num âmbito mais corporativo. No entanto, se o objetivo for

desenvolver ações de melhoria do desempenho a nível fabril, os dados referentes à

“Quantidade de Produção” serão mais úteis [5].

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62

4.3.1 Perfil de Valor do caso de estudo

Nesta secção é elaborado o Perfil de Valor do fabrico de moldes e da injeção de plástico.

Na secção anterior foram apresentados exemplos de indicadores de valor específicos e gerais,

sugeridos pelo WBCSD. No entanto, por forma a obter-se um Perfil de Valor que reflita o tema

em estudo, este trabalho propõe que os indicadores de valor sejam apresentados segundo três

parâmetros:

• Processos de fabrico (maquinagem e electroerosão) e injeção de plástico

• Produto Molde

• Produto Peça de plástico

Esta separação possibilita que a informação fornecida possa incidir apenas sobre um

aspeto do sistema em análise ou a sua totalidade. Assim, é possível fornecer informação de

interesse para a empresa fabricante de moldes (Tabela 19), para clientes dos fabricantes de

moldes (Tabela 20) e empresas de injeção de plásticos sem que se tenha de fornecer

igualmente dados irrelevantes (Tabela 21).

Dados referentes a custos dos processos de fabrico e fase de injeção, valor

acrescentado dos mesmos, custo de fabrico do molde e valor acrescentado deste, são de

especial interesse para a empresa fabricante de moldes. Com estes dados, a empresa poderá

inferir quanto à rentabilidade da linha de produção. De igual modo, com dados referentes a

valores de tempo de produção, durabilidade do produto ou unidades produzidas, obtém-se

informação que permite conhecer a produtividade de uma determinada solução de fabrico ou

design de molde. A empresa fabricante de moldes ganha assim ferramentas para decidir

quanto ao melhor método de produção a seguir para determinado molde.

Do ponto de vista comercial, dados referentes à capacidade produtiva de um molde,

tempo de ciclo de injeção, volume de vendas de peças de plástico ou margem de lucro das

peças de plástico, são de especial interesse para os clientes da empresa fabricante de moldes,

pois irá permitir-lhes decidir quanto à melhor escolha de molde para um determinado caso e

permitir-lhes projetar acções após aquisição de um determinado molde.

Tabela 19 - Perfil de Valor para Processos de fabrico e fase de Injeção de plástico

PERFIL DE VALOR

Indicador de Aplicabilidade Específica Indicador de Aplicabilidade Geral

Indicador Quant. Indicador Quant.

Custo com operação de maquinagem €/UF Tempo gasto na operação de maquinagem h/UF

Valor Acrescentado da operação de maquinagem €/UF

Custo com operação de electroerosão €/UF Tempo gasto na operação de electroerosão h/UF

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63

Valor Acrescentado da operação de electroerosão €/UF

Custo com operação de injeção de plástico €/UF

Tempo de ciclo de injeção h/UF Valor Acrescentado da operação de injeção de

plástico €/UF

Tabela 20 - Perfil de Valor para Produto Molde

PERFIL DE VALOR

Indicador de Aplicabilidade Específica Indicador de Aplicabilidade Geral

Indicador Quant. Indicador Quant.

Custo de fabrico do molde €/UF Tempo gasto no fabrico do molde h/UF

Margem de Lucro do molde €/UF Durabilidade do molde – nº de peças injetáveis #/UF

Valor Acrescentado Bruto do molde - VAB €/UF Tempo gasto com manutenção do molde h/UF

Tabela 21 - Perfil de Valor para Produto Peça

PERFIL DE VALOR

Indicador de Aplicabilidade Específica Indicador de Aplicabilidade Geral

Indicador Quant. Indicador Quant.

Custo de fabrico da peça €/UF Volume de vendas €/UF

Valor Acrescentado Bruto da peça – VAB €/UF Unidades produzidas #/UF

Margem de lucro da peça €/UF Tempo de produção/injeção h/UF

A avaliação necessária para obter os indicadores gerais apresentados na Tabela 21 é

particularmente útil quando realizada ciclicamente em períodos de tempo pré-definidos, uma

vez que estes dados são uma mais-valia para avaliar a evolução de uma determinada linha de

produção, podendo servir de ferramenta para identificar possíveis melhorias.

Relacionando os indicadores apresentados com os Princípios da Ecoeficiência, verifica-

se uma correspondência entre ambos. De facto qualquer melhoria num dos Princípios acarreta

uma mudança nos custos, por exemplo, uma diminuição do material necessário para o fabrico

de um determinado molde ou a diminuição da quantidade de plástico necessária para a

obtenção de uma determinada peça irá incorrer numa diminuição de custos de produção. Em

particular, os Princípios 6 e 7 (Durabilidade do produto e Intensidade do fornecimento de bens

e serviços respetivamente) têm uma correspondência muito direta com fatores como melhoria

de design de um molde, tempo de ciclo de injeção e tempo gasto em manutenção, que

influênciam muito a capacidade produtiva de uma determinada solução de molde, o valor deste

e os seus custos de fabrico.

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64

4.4 Rácios e Indicadores de Ecoeficiência

Segundo a metodologia do WBCSD, os Indicadores de Ecoeficiência são obtidos como

resultado de rácios entre os valores do Perfil de Valor e do Perfil Ambiental. Como tal, estes

indicadores terão também uma aplicabilidade geral ou específica, consoante o seu cálculo seja

obtido com valores gerais ou específicos dos perfis.

Relembra-se aqui que, como já fora indicado no capítulo 2, a fórmula geral para o cálculo

dos Indicadores de Ecoeficiência é:

𝐼𝐼𝐼𝐼𝑑𝑑𝑆𝑆𝑛𝑛𝑉𝑉𝑑𝑑𝑉𝑉𝑉𝑉 𝐾𝐾𝑛𝑛𝑉𝑉𝑆𝑆𝐼𝐼𝑆𝑆𝑛𝑛𝑆𝑆ê𝐼𝐼𝑛𝑛𝑆𝑆𝑉𝑉 = 𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉 𝑑𝑑𝑉𝑉 𝑝𝑝𝑉𝑉𝑉𝑉𝑑𝑑𝑃𝑃𝑃𝑃𝑉𝑉 𝑉𝑉𝑃𝑃 𝑠𝑠𝑆𝑆𝑉𝑉𝑆𝑆𝑆𝑆ç𝑉𝑉

𝐼𝐼𝐴𝐴𝑝𝑝𝑉𝑉𝑛𝑛𝑃𝑃𝑉𝑉 𝑉𝑉𝑃𝑃 𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝑉𝑉𝑃𝑃ê𝐼𝐼𝑛𝑛𝑆𝑆𝑉𝑉 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝑆𝑆𝑆𝑆𝐼𝐼𝑃𝑃𝑉𝑉𝑉𝑉

Estes dados procuram fornecer informação complementar aos relatórios financeiros

apresentados tradicionalmente pelas empresas. Com estes, os órgãos de gestão da empresa

obtêm uma ferramenta que lhes permite detectar oportunidades de melhoria, avaliar vantagens

económicas e ambientais, melhorar a gestão de recursos e avaliar a evolução de desempenho

através de comparação de dados que estes indicadores permitem [5] [73] [75].

Importa, no entanto apontar um caso limitativo.

Os indicadores de ecoeficiência podem relacionar reduções de consumo de matéria-

prima com aumento de vendas ou margem de lucro. No entanto, deve-se notar que variáveis

como Vendas ou Lucro dependem de fatores como, a situação do mercado, o preço de venda

do produto ou as taxas de câmbio. Nestas condições, a perceção dos resultados reais dos

rácios de ecoeficiência torna-se difícil uma vez que, os efeitos de redução de consumo podem

ser compensados pela redução nas vendas ou no lucro, o que torna impossível qualquer

melhoria de ecoeficiência [76].

Com o objetivo de contornar esta limitação, opta-se por focar este trabalho em duas

relações: Valor Produção ou Económico (VP) com a Influência Ambiental (IA) e

Quantidade Produzida (QP) com Influência Ambiental.

𝐾𝐾𝑛𝑛𝑉𝑉𝑆𝑆𝐼𝐼𝑆𝑆𝑛𝑛𝑆𝑆ê𝐼𝐼𝑛𝑛𝑆𝑆𝑉𝑉 =𝐶𝐶𝑃𝑃𝑠𝑠𝑃𝑃𝑉𝑉 𝑑𝑑𝑆𝑆 𝑃𝑃𝑉𝑉𝑉𝑉𝑑𝑑𝑃𝑃çã𝑉𝑉 (𝑉𝑉𝑃𝑃)𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝑉𝑉𝑃𝑃ê𝐼𝐼𝑛𝑛𝑆𝑆𝑉𝑉 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝑆𝑆𝑆𝑆𝐼𝐼𝑃𝑃𝑉𝑉𝑉𝑉 (𝐼𝐼𝐴𝐴)

𝐾𝐾𝑛𝑛𝑉𝑉𝑆𝑆𝐼𝐼𝑆𝑆𝑛𝑛𝑆𝑆ê𝐼𝐼𝑛𝑛𝑆𝑆𝑉𝑉 =𝑄𝑄𝑃𝑃𝑉𝑉𝐼𝐼𝑃𝑃𝑆𝑆𝑑𝑑𝑉𝑉𝑑𝑑𝑆𝑆 𝑃𝑃𝑉𝑉𝑉𝑉𝑑𝑑𝑃𝑃𝑃𝑃𝑆𝑆𝑑𝑑𝑉𝑉 (𝑄𝑄𝑃𝑃)

𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝑉𝑉𝑃𝑃ê𝐼𝐼𝑛𝑛𝑆𝑆𝑉𝑉 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝑆𝑆𝑆𝑆𝐼𝐼𝑃𝑃𝑉𝑉𝑉𝑉

Com os rácios propostos, garante-se uma avaliação da evolução real da ecoeficiência,

demonstrando ao mesmo tempo a evolução ambiental e financeira.

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65

Os resultados dos rácios (VP/IA) e (QP/IA), apontam uma melhoria da ecoeficiência

quanto maior for o valor do rácio.

4.4.1 Rácios e Indicadores de Ecoeficiência do caso de estudo

Com o que acabou de ser apresentado e depois de traçados o Perfil Ambiental e Perfil

de Valor do sistema, fica-se agora em condições de calcular os Indicadores de Ecoeficiência.

Estes resultados serão apresentados como indicado nas Tabelas 52 e 53 do Anexo D.

Opta-se por apresentar duas tabelas, uma para os indicadores específicos e outra para os

gerais, por uma questão se simplificação de apresentação. Como é percetível realizando uma

breve análise a estas tabelas, o número de indicadores possíveis é ainda muito grande.

No seio das empresas de fabrico de molde ou de injeção de plástico é expetável que

uma ferramenta como a Ecoeficiência seja utilizada por todo o tipo de utilizadores. Tal significa

que a informação identificada como mais relevante para a gestão de topo poderá ser diferente

da que interessa para a gestão de produção. Nesse sentido, optou-se por organizar estes

indicadores por perfis de utilizadores da Ecoeficiência, procurando apresentar tabelas

resumidas de Indicadores de Ecoeficiência contendo apenas os indicadores importantes para

um determinado perfil de utilizador. No entanto, tal não significa que os restantes indicadores

apresentados nas Tabelas 52 e 53 devam ser ignorados nem que apenas estas tabelas-

resumo devem ser consideradas. Consoante o contexto do estudo, sobresairão os indicadores

que melhor se enquadrem com este.

Assim, identificaram-se três perfis de utilizadores diferentes.

• Perfil gestão de topo

• Perfil gestão de produção

• Perfil designer/projetista do molde

As tabelas apresentadas agregarão indicadores gerais e indicadores específicos na

mesma tabela. Tal opção deve-se ao facto de o objetivo destas tabelas ser de agregar

informação importante por perfil de utilizador, tenha esta informação carater geral ou

específico. De facto, a norma apresentada pelo WBCSD é omissa quanto a impedimento de

combinar indicadores de valor gerais com indicadores ambientais específicos, e vice-versa. No

entanto, é importante resalvar que esta junção de indicadores gerais com específicos é

limitativa da abrangência da informação obtida dos indicadores, pois combinando informação

geral com específica está-se a particularizar e a perder o carater geral, ficando-se no fim com

informação específica.

Analisando as tabelas propostas do ponto de vista dos Princípios da Ecoeficiência, e um

pouco à imagem do verificado nas tabelas de Aspetos Ambientais e KEPI’s, também estas

tabelas encontram relação com os Princípios da Ecoeficiência sem, no entanto, se verificar

uma relação completa com todos os princípios em todas as tabelas. Quer isto dizer que cada

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66

tabela não cobre todos os Princípios da Ecoeficiência. No entanto, tal não significa que as

tabelas propostas não reflictam os Princípios da Ecoeficiência, antes pelo contrário. A Tabela

22 aborda implicitamente os Princípios de 1 a 5 no Indicador de Influência Ambiental Global e

contempla o Princípio 7 nos Indicadores de Valor. As Tabelas 23 e 24 voltam a abordar todos

os Princípios da Tabela 22 e juntam o Princípio 6, verificando-se o mesmo com as Tabelas 25

e 26.

O facto de as tabelas poderem não reflectir a totalidade dos Princípios de Ecoeficiência

também não espanta uma vez, cada princípio pode ser abordado por vários indicadores, mas

devido à diversidade de origens possíveis dos indicadores e sabendo que estes podem abordar

parâmetros muito distintos, dificilmente se conseguirá apresentar um indicador universal que

ligue com todos os princípios. Por outro lado, as tabelas também apresentam os indicadores

em contexto de Perfil de Utilizador. Nesse caso é perfeitamente normal que os Princípios da

Ecoeficiência mais relevantes para certo tipo de utilizador não sejam os mesmos para outro

logo, os Indicadores de Ecoeficiência das tabelas reflectirão isso. Convém relembrar que estas

são tabelas simplificadas. Nas tabelas gerais no Anexo D, a correspondência com os Princípios

da Ecoeficiência será ainda maior.

Por último, salientar que os indicadores propostos nestas tabelas serão particularmente

úteis quando analisados ao longo de um período de tempo, possíbilitando assim obter

informação com o intuito de implementar uma estratégia de melhoria continua.

Tabela 22 - Indicadores de Ecoeficiência para Perfil gestão de Topo (Fabricante de moldes)

INDICADORES DE VALOR

Custo de fabrico do

molde

Valor Acrescentado

do molde

Margem de lucro do

molde

IND

ICA

DO

RES

AM

BIE

NTA

IS

Influência Ambiental Global €/pts €/pts €/pts

Quantidade de material €/kg €/kg €/kg

Energia consumida €/kJ €/kJ €/kJ

Total de resíduos reciclados €/kg €/kg €/kg

Total de resíduos para destino final €/kg €/kg €/kg

Tabela 23 - Indicadores de Ecoeficiência para Perfil gestão de topo (Fabricante peça)

INDICADORES DE VALOR

Custo de fabrico

da peça

Valor Acrescentado

da peça

Margem de lucro da

peça

Durabilidade do

molde

IND

ICA

DO

RES

AM

BIE

NTA

IS Influência Ambiental da injeção €/pts €/pts €/pts Peças/pts

Quantidade de material €/kg €/kg €/kg Peças/kg

Energia consumida €/kJ €/kJ €/kJ Peças/kJ

Total de resíduos reciclados €/kg €/kg €/kg Peças/kg

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67

Total de resíduos para destino

final €/kg €/kg €/kg Peças/kg

Tabela 24 - indicadores de Ecoeficiência para Perfil design do molde (Fabricante de moldes)

INDICADORES DE VALOR

Durabilidade do molde Custo de material Tempo de ciclo de injeção

IND

ICA

DO

RES

AM

BIE

NTA

IS Influência Ambiental Global Peças/pts €/pts h/pts

Energia consumida Peças/kJ €/kJ h/kJ

Quantidade material utilizado Peças/kg €/kg h/kg

Total de resíduos da injeção Peças/kg €/kg h/kg

Tabela 25 - Indicadores de Ecoeficiência para Perfil gestão da produção (Fabricante moldes)

INDICADORES DE VALOR

Tempo maquinagem Tempo eletroerosão Tempo fabrico molde

IND

ICA

DO

RES

AM

BIE

NTA

IS Influência Ambiental maquinagem h/pts h/pts h/pts

Influência Ambiental eletroerosão h/pts h/pts h/pts

Quantidade material utilizado h/kg h/kg h/kg

Energia consumida maquinagem h/kJ h/kJ h/kJ

Energia consumida eletroerosão h/kJ h/kJ h/kJ

Total de resíduos reciclados h/kg h/kg h/kg

Total de resíduos para destino final h/kg h/kg h/kg

Tabela 26 - Indicadores de Ecoeficiência para Perfil gestão da produção (Fabricante peça)

INDICADORES DE VALOR

Tempo de ciclo de

injeção

Durabilidade do

molde

Tempo gasto em

manutenção do molde

Volume de

vendas

IND

ICA

DO

RES

AM

BIE

NTA

IS Influência Ambiental da

injeção h/pts Peças/pts h/pts Peças/pts

Quantidade de material

utilizado h/kg Peças/kg h/kg Peças/kg

Energia consumida h/kJ Peças/kJ h/kJ Peças/kJ

Total de resíduos reciclados h/kg Peças/kg h/kg Peças/kg

Total de resíduos para

destino final h/kg Peças/kg h/kg Peças/kg

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68

5. Aplicação a um caso de estudo

Após apresentada a proposta deste trabalho para a identificação de Indicadores de

Ecoeficiência para o sector dos Moldes de Injeção de Plástico, resta aplicar o defendido a um

caso concreto. Para esse efeito, foi utilizada informação referente a trabalhos já existentes de

análises de ciclo de vida a moldes de injeção [77].

Assim sendo, utilizou-se o exemplo de um molde fabricado em aço H13, com 360 mm de

altura, 396 mm de largura e 396 mm de profundidade. A peça daqui resultante é feita de

policarbonato, com 302 mm de largura e 279 mm de altura (Figura 14 e 15).

Figura 14 - Molde utilizado [77]

Figura 15 - Peça obtida [77]

Os dados relativos a consumos de materiais e energia nas diversas fases em estudo

(fase de fabrico do molde e fase de injeção) e respetivos custos são igualmente originárias do

estudo de avaliação do ciclo de vida mencionado. Estes dados constituirão o Perfil de Valor e

Perfil Ambiental que, como foi referido no capítulo anterior, serão a base para o cálculo dos

Indicadores de Ecoeficiência. Neste exemplo o volume de produção considerado é de

1.000.000 de peças. Este valor foi escolhido tendo por base os volumes de produção de

moldes deste material (aço).

5.1 Custos

Inicia-se este capítulo com a apresentação dos custos de cada processo de fabrico e uso

do molde, assim como do molde enquanto produto.

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69

5.1.1 Custo do material do molde O material utilizado no fabrico do molde (bucha e cavidade) é adquirido em bruto e

posteriormente trabalhado até à forma final. Os valores relativos ao volume de material e

caraterísticas do aço estão na Tabela 27.

Tabela 27 - Volume e caraterísticas do material utilizado

VOLUME MATERIAL

Volume inicial bucha (m3) 0,016

Volume inicial cavidade (m3) 0,0144

Volume final bucha (m3) 0,0119

Volume final cavidade (m3) 0,0136

MASSA DE MATERIAL

Massa do molde (aço) (kg) 238,64

Sucata (limalha) (kg) 38,48

CARATERISTICAS MATERIAL

Densidade (kg/m3) 7850

Dureza (HV) 800

Os custos correspondentes são os apresentados na Tabela 28. Nestes estão inseridos

os custos com a aquisição de componentes e acessórios necessários.

Tabela 28 - Custos materiais utilizados

Custo do material (€/kg) 3

Custo da sucata (€/kg) -0,26

Custo dos componentes comprados (€) 2234,86

Custo material em bruto (€) 705,91

CUSTO TOTAL (€) 2940,77

5.1.2 Custo da fresagem

Os processos da fase de fabrico do molde (fresagem e eletroerosão) têm associados

custos exteriores aos processos em si (os salários, custo hora-homem, custo energético, custo

de oportunidade, período de análise e os dias/ano e horas/dia de trabalho) e que são

explanados na Tabela 29.

Tabela 29 - Variáveis exteriores aos processos

VARIÁVEIS EXTERIORES VALOR

Salário com benefícios (€) 1200

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70

Hora-Homem (€/h) 9,18

Custo Energético (€/kWh) 0,0969

Custo de oportunidade (%) 15

Período (anos) 8

Dias/Ano (dias) 225

Horas/Dia (horas) 8

Os custos das variáveis internas do processo e do processo de fresagem propriamente

dito são apresentados nas Tabelas 30 e 31.

Tabela 30 - Variáveis a considerar no custo do processo de fresagem

CUSTOS VALOR

Custo de aquisição do equipamento (€) 207500

Custo da máquina (€/h) 25,69

Potência do equipamento de fresagem (kW) 53

Custo fluido de corte (€/dm3) 10

Consumo fluido de corte (dm3/s) 3,22E-07

Tempo do processo (h) 11,21

Tempo de setup (h) 1

Taxa de ocupação (%) 100

Consumo de energia (kJ) 2138511

Tabela 31 - Custo processo de fresagem do molde

CUSTO VALOR

Custo fluido de corte (€) 0,13

Custo de mão-de-obra (€) 112,12

Custo de energia (€) 57,56

Custo da máquina (€) 287,93

Custo de ferramentas (€) 40,68

TOTAL 498,43

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71

5.1.3 Custo da eletroerosão

Tal como para o processo de fresagem, também a eletroerosão apresenta custos com

variáveis internas do processo, onde se inclui a operação de fresagem dos elétrodos.

Tabela 32 - Variáveis a considerar no custo do processo de eletroerosão

CUSTO VALOR

Volume do tanque (dm3) 300

Tempo do processo (h) 48

Custo da energia (€/h) 0,48

Custo unitário do dielétrico (€/dm3) 2,3

Tempo de vida do dielétrico (h) 2.000

Custo do dielétrico (€/h) 0,32

Consumo energético (kJ) 1008806

Ocupação do operador (%) 50

Custo de aquisição do equipamento (€) 164908

Potência instalada da máquina de erosão (kW) 5,84

Tabela 33 - Custo com operação de fresagem dos elétrodos

CUSTO VALOR

Custo de aquisição do equipamento (€) 207500

Custo Hora-Homem (€/h) 20,55

Tempo de processo + setup (h) 12

Número de elétrodos 19

Volume de material inicial por elétrodo (dm3) 0,114

Custo unitário do material (€/dm3) 45

Custo das ferramentas (€/h) 2,63

Taxa de ocupação do operador (%) 100

Potência do equipamento de fresagem (kW) 53

Energia consumida (kJ) 2289600

O custo total da operação de electroerosão é então o seguinte.

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72

Tabela 34 - Custo operação eletroerosão

CUSTO VALOR

Custo dielétrico (€) 15,53

Custo de mão-de-obra (€) 220,42

Custo de energia (€) 27,15

Custo de utilização do equipamento (€) 784,00

Custo dos elétrodos (€) 542,20

TOTAL 1589,30

5.1.4 Custo de produção do molde

Somando os custos dos processos utilizados no fabrico do molde (maquinagem e

eletroerosão) obtém-se o custo de produção do molde.

Tabela 35 - Custo de produção do molde

CUSTO VALOR

Custo material (€) 2940,77

Custo de material do processo (€) 400,98

Custo de mão-de-obra (€) 777,97

Custo de energia (€) 141,20

Custo de utilização da máquina (€) 1318,55

Custo de ferramentas (€) 72,24

Custo Total de Fabrico do Molde (€) 5651,71

5.1.5 Custo de injeção

No caso do processo de injeção também são tidos em consideração as variáveis

internas do processo e seus custos.

Tabela 36 - Custos e variáveis do processo de injeção

CUSTOS VALOR

Volume de produção (peças) 1000000

Custo material de injeção (€/kg) 3,8

Tempo de setup (s) 0,817

Tempo de ciclo (s) 0,0136

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73

Taxa de ocupação do operador (%) 100

Custo de aquisição do equipamento (€) 103900

Custo de injeção (€/h) 8,09

Potência do equipamento (kW) 31

Densidade do material (kg/m3) 1200

Volume de uma peça (m3) 0,000361

Percentagem dos desperdícios (%) 10

Desperdícios (kg/peça) 0,043

Material Injetado (m3/peça) 0,0004

Consumo energético (kJ) 1510045934

Para um custo do processo de injeção como indicado na Tabela 37.

Tabela 37 - Custo do processo de injeção

CUSTO Volume de produção (1000000)

Custo de material (€) 2.191.992

Custo de setup (€) 9.184.000

Custo de mão-de-obra (€) 65.502,22

Custo de utilização da máquina (€) 1.380.830,74

Custo de energia do processo (€) 40.645,40

TOTAL (€) 12862970,36

5.2 Influência Ambiental

Neste ponto são apresentados os valores de Influência Ambiental dos processos

analisados e do molde. Estes valores, tal como referido no capítulo 4 são apresentados em

pontos de dano ou influência, seguindo o exposto nas regras do Eco Indicador 99.

5.2.1 Influência Ambiental do material do molde

Na Influência Ambiental do material do molde é contabilizado o material usado para a

cavidade e bucha, e o material usado na estrutura de apoio do molde.

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Tabela 38 - Massa e Influência Ambiental do material do molde e estrutura

MATERIAL DO MOLDE Material utilizado na cavidade e bucha (kg) 238,64

Influência Ambiental do material utilizado na cavidade e bucha (pts) 43,13

MATERIAL DA ESTRUTURA Material utilizado na estrutura (kg) 273,42

Influência Ambiental do material da estrutura (pts) 21,05

Influência Ambiental do material do molde (pts) 64,18

5.2.2 Influência Ambiental da produção do molde

Neste ponto é contabilizado a Influência Ambiental do consumo energético de cada

processo de fabrico, e a Influência Ambiental do consumo de material de cada processo. Neste

consumo de material, está inserido o consumo de ferramentas, elétrodos, fluído de corte e

líquido dielétrico usados nos processos de fresagem e eletroerosão.

Tabela 39 - Influência Ambiental da produção do molde

Influência Ambiental energética (pts) 76,54

Influência Ambiental das ferramentas (pts) 0,86

Influência Ambiental do fluido de corte (pts) 2,49E-07

Influência Ambiental do líquido dielétrico (pts) 1,35

Influência Ambiental dos elétrodos (pts) 0,008

Influência Ambiental da produção do molde (pts) 78,76

5.2.3 Influência Ambiental da injeção

Esta etapa contempla o consumo energético e de material referente à fase de injeção de

plástico.

Tabela 40 - Influência Ambiental da injeção

Influência Ambiental energética (pts) 20536,62

Influência Ambiental do material (pts) 171547,2

Influência Ambiental da injeção (pts) 192083,82

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75

5.2.4 Influência Ambiental do fim de vida dos materiais

O fim de vida dos materiais engloba aqueles que têm como destino a reciclagem e os

que vão para aterro. Neste caso, considera-se que apenas o plástico tem o aterro como destino

final.

Tabela 41 - Influência Ambiental do fim de vida dos materiais

Reciclagem molde (pts) -18,81

Reciclagem sucata (pts) -3,62

Reciclagem ferramentas (pts) -0,15

Aterro plásticos (pts) 1667,82

Influência Ambiental do fim de vida dos materiais (pts) 1645,24

Com estes pontos, é possível cálcular a Influência Ambiental Global de todo o processo

(fabrico do molde, processo de injeção, fim de vida de materiais).

Tabela 42 - Influência Ambiental Global do estudo

Influência Ambiental do material do molde (pts) 64,18

Influência Ambiental da produção do molde (pts) 78,76

Influência Ambiental da injeção (pts) 192083,82

Influência Ambiental do fim de vida dos moldes (pts) 1645,24

Influência Ambiental Global (pts) 193872

5.3 Indicadores de Ecoeficiência

No capítulo 4 foram apresentadas tabelas com os Indicadores de Ecoeficiência, gerais e

específicos, cálculados a partir do Perfil de Valor e Perfil Ambiental traçados. Nesse capítulo,

propos-se também tabelas resumidas de indicadores, organizadas por perfil de utilizador da

Ecoeficiência. Agora, procurar-se-á apresentar alguns exemplos de Indicadores de

Ecoeficiência com os valores apresentados nas etapas anteriores, relativos a custos,

consumos e Influência Ambiental. Os exemplos cobrirão cada um dos perfis de utilizadores

identificados antes.

Estes são apenas alguns exemplos possíveis de Indicadores de Ecoeficiência passiveis

de serem cálculados. O objetivo neste capítulo é dar um exemplo de aplicação da linha de

raciocínio apresentada no capítulo 4 pelo que, não se vê grande utilidade numa apresentação

mais completa e morosa de Indicadores. Aliás, os dados aqui apresentados díficilmente darão

para completar todas as tabelas de Indicadores de Ecoeficiência proposta anteriormente no

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76

capítulo 4. Este facto vai ao encontro do que já fora mencionado neste trabalho que, o cálculo

de Indicadores de Ecoeficiência e uma avaliação de desempenho da Ecoeficiência de um

sistema produtivo estão muito dependentes dos dados disponíveis. Assim, os indicadores

calculados de seguida são pequenas variações das tabelas propostas no capítulo 4.

• Perfil gestão de topo da empresa

Tabela 43 - Indicadores de Ecoeficiência para Perfil gestão de Topo (Fabricante de moldes)

INDICADORES DE VALOR

Custo de fabrico do

molde

Valor Acrescentado do

molde

Margem de lucro do

molde

IND

ICA

DO

RES

AM

BIE

NTA

IS

Influência Ambiental Global 0,029 €/pts ND ND

Quantidade de material usado no molde 23,68 €/kg ND ND

Energia consumida no fabrico do molde 0,0026 €/kJ ND ND

Influência Ambiental da produção do molde 71,76 €/pts ND ND

Reciclagem molde -300,46 €/pts ND ND

Tabela 44- Indicadores de Ecoeficiência para Perfil gestão de topo (Fabricante peça)

INDICADORES DE VALOR

Custo de produção

(1000000 peças)

Valor Acrescentado

da produção

Margem de lucro

da produção

Durabilidade do

molde

IND

ICA

DO

RES

AM

BIE

NTA

IS Influência Ambiental da injeção 66,97 €/pts ND ND 5,51 peças/pts

Quantidade de material 2,99E3 peças/kg ND ND 23,26 peças/kg

Energia consumida na injeção 0,0085 peças/kJ ND ND 0,662E-3 peças/kJ

Influência Ambiental aterro plásticos 7,71E3 €/pts ND ND 599,58 peças/pts

• Perfil gestão de produção

Tabela 45 - Indicadores de Ecoeficiência para Perfil gestão da produção (Fabricante moldes)

INDICADORES DE VALOR

Tempo fresagem Tempo eletroerosão Tempo fabrico molde

IND

ICA

DO

RES

AM

BIE

NTA

IS

Influência Ambiental produção molde 0,142 h/pts 0,609 h/pts 0,752 h/pts

Quantidade material utilizado molde 0,047 kg/pts 0,201 h/pts 0,248 h/pts

Energia consumida fresagem 5,24E-6 h/kJ ---- 27,69E-6 h/kJ

Energia consumida eletroerosão ---- ND ND

Influência Ambiental Fim de Vida 0,0068 h/pts 0,029 h/pts 0,036 h/pts

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Tabela 46 - Indicadores de Ecoeficiência para Perfil gestão da produção (Fabricante peça)

INDICADORES DE VALOR

Tempo de ciclo de

injeção

Durabilidade do

molde

Tempo gasto em

manutenção do molde Volume de vendas

IND

ICA

DO

RES

AM

BIE

NTA

IS

Influência Ambiental da

injeção 70E-9 h/pts 5,21 peças/pts ND 5,21 peças/pts

Quantidade de material

utilizado na injeção 0,316E-6 h/kg 23,25 peças/kg ND 23,25 peças/kg

Energia consumida injeção 9E-12 h/kJ 0,662E-3 peças/kJ ND 0,662E-3 peças/kJ

Influência Ambiental aterro 8,15E-6 h/pts 599,59 peças/pts ND 599,59 peças/pts

• Perfil design do molde

Tabela 47 - indicadores de Ecoeficiência para Perfil design do molde (Fabricante de moldes)

INDICADORES DE VALOR

Durabilidade do molde Custo de material do molde Tempo de ciclo de injeção

IND

ICA

DO

RES

AM

BIE

NTA

IS Influência Ambiental Global 5,16 peças/pts 0,015 €/pts 70,15E-9 h/pts

Quantidade material utilizado no

molde 4,19E3 peças/kg 12,32 €/kg 0,057E-3 h/kg

Influência Ambiental aterro 599,59 peças/pts 1,76 €/pts 8,15E-6 h/pts

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78

6. Conclusões

Com o trabalho agora concluído, é possível comprovar que a Ecoeficiência, sendo uma

ferramenta de apoio à gestão universal, tem aplicabilidade ao sector dos Moldes de Injeção de

Plástico.

A linha de raciocínio apresentada procura estabelecer um guia para cálculo de

Ecoeficiência no sector dos moldes de injeção de plástico, identificando aqueles que serão os

parâmetros fundamentais a identificar (Aspetos Ambientais, Unidade Funcional, KEPI’s, Perfil

de Valor e Perfil Ambiental) de modo a se alcançarem os objetivos pertendidos, de uma forma

que seja aplicável a qualquer caso de estudo envolvendo moldes de injeção de plástico. Ao

mesmo tempo, procurou-se também estabelecer uma ligação entre os parâmetros identificados

e os Princípios da Ecoeficiência e entre estes e os Indicadores de Ecoeficiência cálculados no

fim.

Foi possível verificar que seguindo o modelo apresentado, é possível identificar de forma

linear e expedita os Aspetos Ambientais e os KEPI’s do sistema e definir o Perfil de Valor e

Perfil Ambiental. A definição de Unidade Funcional revelou-se fundamental não só para

relacionar dados de diferentes origens, como para contextualizar o estudo realizado consoante

a perspetiva do utilizador da Ecoeficiência ou do objetivo do estudo (perspetiva do fabricante

de molde, perspetiva da empresa de injeção, perspetiva de comparação de moldes, etc).

A relação com os Princípios da Ecoeficiência é grande, quer para os parâmetros

identificados quer para os Indicadores de Ecoeficiência, como se pôde comprovar nas várias

tabelas apresentadas. No entanto, também se verificou que nem sempre existe uma

correspondencia com a totalidade dos Princípios da Ecoeficiência. Tal deve-se ao facto de

existirem parâmetros e indicadores muito dedicados a um dado específico, sendo que tal se

registou na minoria dos casos. Existem igualmente Princípios que se manifestam mais na fase

de produção do molde e outros que sobressaem na fase de utilização (fase de injeção de

plástico).

A lista de Indicadores apresentada é representativa da realidade do sector dos moldes de

injeção. No entanto, ela também se revela ainda longa pelo que, as tabelas resumidas

propostas para diferentes tipos de utilizadores da Ecoeficiência se preveem úteis na redução

de trabalho e consumo de tempo necessário para atingir resultados em futuros casos de

estudo.

Por fim, em complemento da identificação de Indicadores de Ecoeficiência, foi possível

verificar através do pequeno exemplo de aplicação apresentado, que o impacto ambiental é

maior na fase de injeção de plástico, apresentando o fabrico do molde valores de impacto

ambiental reziduais quando comparados com os valores registado da fase de injeção.

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[68] Martinho, Rui “Processos de fabrico II Maquinagem”, Processos Industriais, 2001.

[69] http://www.sistrade.com/pt/Solucoes/mis-erp-sistrade-eco-eficiencia.htm [70] http://www.microprocessador.pt/pt-PT/component/content/article/117-energypro/136-ecoeficiencia

[71] Instituto Português da Qualidade; “Gestão ambiental – Avaliação do ciclo de vida – Reqisitos e linhas de orientação – (ISO 14044:2006)”; in NP EN ISO 14044:2010; IPQ: Portugal; 2010. [72] Instituto Português da Qualidade; “Sistemas de gestão ambiental – Declarações ambientais Tipo III – Princípios e Procedimentos (NP ISO 14001:2004)”; NP EN ISO 14001:2004 + Emenda 1:2006, 2006; IPQ: Portugal.

[73] Andreas Sturm, Kasper Muller and Suji Upasema; “A Manual for the Preparers and Users of Eco-efficiency Indicators”; United Nations Conference on Trade and Development; UN; 2003. [74] Department for Environmental Food and Rural Affairs; “Environmental Key Performance Indicators – Reporting Guidelines for UK Business”; 2006.

[75] Kitikorn Charmondusit; “Development of Eco-efficiency Indicators for Assessment of Industrial Estate”; International Conference on Green and Sustainable Innovation; Chiang Rui; 2009.

[76] Constança Penela, Miguel Marçal, Paulo Saraiva e Cristina Santos; Contabilidade da Gestão Ambiental – Procedimentos e Princípios”; Nova Iorque, 2001.

[77] Pousa, C.; “Desenvolvimento de modelos simplificados de análise do ciclo de vida de moldes de injeção de plástico”; Instituto Superior Técnico; Portugal: 2008.

[78] Projecto, Molde de Injecção de Plástico, disponível em

http://www.neemb.alunos.ipb.pt/relatorio_proj.pdf

[79] Lima, Rodrigo, Acetatos, Aula 17 “Processo de furacão” disponível em

http://www.lmp.ufsc.br/disciplinas/emc5240/Aula-17-U-2007-1-furacao.pdf.

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83

Anexos ANEXO A:

Tabela 48 - KEPI's por Princípio de Ecoeficiência

PRINCÍPIO DA ECOEFICIÊNCIA FASE DE FABRICO DO MOLDE - MAQUINAGEM KEPI’s

FASE DE FABRICO DO MOLDE – ELECTROEROSÃO KEPI’s

FASE DE UTILIZAÇÃO DO MOLDE KEPI’s

1 - Intensidade de materiais consumidos para obtenção de bens e serviços

Quantidade material utilizado; Quantidade de materiais auxiliares reciclados ou reutilizados; Quantidade de matérias perigosas utilizadas.

Quantidade material utilizado; Quantidade de materiais auxiliares reciclados ou reutilizados; Quantidade de água; Quantidade de água reutilizada; Quantidade de matérias perigosas utilizadas.

Quantidade de materiais utilizados; Quantidade utilizada de materiais processados, reciclados ou reutilizados; Quantidade de matéria-prima reutilizada no processo produtivo.

2 - Intensidade de energia consumida para obtenção de bens e serviços

Quantidade de energia utilizada; Número de horas de operação de um equipamento específico.

Quantidade de energia utilizada; Número de horas de operação de um equipamento específico.

Quantidade de energia utilizada; Número de horas de operação de um equipamento específico; Número de unidades de energia consumida durante a utilização do produto.

3 - Dispersão de substâncias tóxicas

Quantidade de matérias perigosas utilizadas; Quantidade de resíduos perigosos; Quantidade de residuos reciclaveis; Total de resíduos para destino final.

Quantidade de matérias perigosas utilizadas; Quantidade de resíduos perigosos; Quantidade de residuos reciclaveis; Quantidade de resíduos para destino final.

Quantidade de resíduos; Quantidade de resíduos perigosos; recicláveis ou reutilizáveis produzidos por ano; Total de resíduos para destino final; Quantidade de resíduos convertidos em material reutilizável.

4 - Reciclabilidade dos materiais

Quantidade de materiais auxiliares reciclados ou reutilizados; Quantidade de resíduos recicláveis; Total de resíduos para destino final.

Quantidade de materiais auxiliares reciclados ou reutilizados; Quantidade de resíduos recicláveis; Quantidade de água reutilizada; Total de resíduos para destino final.

Quantidade utilizada de materiais processados, reciclados ou reutilizados; Quantidade de matéria-prima reutilizada no processo produtivo; Percentagem do conteúdo dos produtos que pode ser reutilizado ou reciclado; Quantidade de resíduos perigosos; recicláveis ou reutilizáveis produzidos por ano; Total de resíduos para destino final; Quantidade de resíduos convertidos em material reutilizável.

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84

5 - Uso sustentável dos recursos renováveis

Quantidade de materiais auxiliares reciclados ou reutilizados; Quantidade de resíduos recicláveis; Total de resíduos para destino final.

Quantidade de materiais auxiliares reciclados ou reutilizados; Quantidade de água; Quantidade de água reutilizada; Quantidade de resíduos recicláveis; Quantidade de resíduos para destino final.

Quantidade utilizada de materiais processados, reciclados ou reutilizados; Quantidade de matéria-prima reutilizada no processo produtivo; Área total de terreno utilizado para produção; Percentagem do conteúdo dos produtos que pode ser reutilizado ou reciclado; Quantidade de resíduos perigosos; recicláveis ou reutilizáveis produzidos por ano; Total de resíduos para destino final; Quantidade de resíduos convertidos em material reutilizável.

6 - Durabilidade do produto NÃO TEM RELAÇÃO NÃO TEM RELAÇÃO

Número de horas de manutenção preventiva do equipamento por ano; Duração da utilização do produto.

7 - Intensidade do fornecimento de bens e serviços

Número de horas de operação de um equipamento específico.

Número de horas de operação de um equipamento específico.

Número de horas de operação de um equipamento específico; Taxa de produtos defeituosos; Duração da utilização do produto.

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85

ANEXO B:

Tabela 49 - KEPI's segundo Norma ISO 14031:2005

Ambito KEPI’s: IDO Norma ISO 14031:2005

MATERIAIS

Quantidade material utilizado Quantidade utilizada de materiais processados, reciclados ou reutilizados Quantidade materiais de embalagem descartados ou reutilizados Quantidade materiais auxiliares reciclados ou reutilizados Quantidade de matéria prima reutilizada no processo produtivo Quantidade de água Quantidade de água reutilizada Quantidade de matérias perigosas utilizadas

ENERGIA

Quantidade de energia utilizada Quantidade de cada tipo de energia utilizada Quantidade de energia gerada com subprodutos ou cadeia de processo Quantidade de unidades de energia poupadas devido a programas de conservação de energia

SERVIÇOS DE APOIO ÀS

OPERAÇÕES DA ORGANIZAÇÃO

Quantidade de matérias perigosas utilizadas pelos fornecedores de serviços contratados Quantidade de produtos de limpeza utilizados pelos fornecedores de serviços contratados Quantidade de materias reciclados e reutilizáveis utilizados pelos fornecedores de serviços contratados Quantidade ou tipo de resíduos gerados pelos prestadores de serviços contratados

INSTALAÇÕES FÍSICAS E

EQUIPAMENTO

Número de peças de equipamento com componentes concebidos para fácil desmontagem, reciclagem e reutilização Número de horas de operação de um equipamento específico Área total de terreno utilizado para produção Área de terreno utilizado para produzir energia Consumo médio de combustível da frota de veículos Número de veículos da frota com tecnologia de redução da poluição Número de horas de manutenção preventiva do equipamento por ano

FORNECIMENTO E DISTRIBUIÇÃO

Consumo médio de combustível da frota de veículos Número de entregas por modo de transporte Número de veículos da frota com tecnologia de redução da poluição Número de deslocações de trabalho eliminads através de outros meios de comunicação Número de deslocações de trabalho por meio de transporte

PRODUTOS

Número de produtos introduzidos no mercado com caracteristicas de perigosidade reduzida Número de produtos que podem ser reutilizados ou reciclados Percentagem do conteúdo dos produtos que pode ser reutilizado ou reciclado Taxa de produtos defeituosos Número de unidades de subprodutos gerados Número de unidades de energia consumida durante a utilização do produto Duração da utilização do produto Número de produtos com instruções relativamente ao seu uso e destino final ambientalmente seguro.

SERVIÇOS PRESTADOS PELA

ORGANIZAÇÃO

Quantidade de produtos de limpeza utilizados (para organização de serviços de limpeza) Quantidade de combustível consumido (para uma organização cujo serviços seja transporte) Quantidade de licenças vendidas para melhoria de processos (para uma organização de licenciamento tecnológico) Número de incidentes ou insolvências em créditos de risco ambiental (para uma organização de serviços financeiros) Quantidade de materiais utilizados em período de serviços pós-venda de produtos

RESÍDUOS

Quantidade de resíduos Quantidade de resíduos perigosos, recicláveis ou reutilizáveis produzidos por ano Total de resíduos para destino final Quantidade de resíduos armazenados localmente Quantidade de resíduos controlados por autorização Quantidade de resíduos convertidos em material reutilizável Quantidade de resíduos perigosos eliminados por substituição de material

EMISSÕES ATMOSFÉRICAS Quantidade de emissões específicas

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86

Quantidade de energia libertada para a atmosfera Quantidade de emissões para a atmosfera que contribuem para a redução da camada de ozono Quantidade de emissões para a atmosfera com potencial de causar alterações climáticas globais

EMISSÕES SOLO/ÁGUA

Quantidade de determinada substância descarregada Quantidade de determinada substância descarregada na água Quantidade de energia libertada para a água Quantidade de resíduos enviados para aterro Quantidade de efluentes

OUTRAS EMISSÕES Medição de ruído em deternados locais Quantidade de rediações libertadas Quantidade de calor, vibração ou luz emitidas

Tabela 50 - KEPI's segundo GRI

Ambito KEPI’s: IDO Norma GRI

MATERIAIS Materiais utilizados Quantidade de materiais utilizados que são materiais de reciclagem

ENERGIA

Consumo direto de energia por fonte de energia primária Consumo indireto de energia por fonte primária Energia economizada devido a melhorias em conservação e eficiência Iniciativas para fornecer produtos energeticamente eficientes Iniciativas para reduzir o consumo indireto de energia e as reduções obtidas

ÁGUA Total de água retirada por fonte Fontes hídricas significativamente afetadas pelo facto de se retirar água Percentagem e volume total de água reciclada e reutilizada

BIODIVERSIDADE

Localização e área dos terrenos que possui, arrendada ou gere, e que sejam adjacentes a áreas protegidas e áreas de alto índice de biodiversidade fora das áreas protegidas

Descrição dos impactos significativos que advêm de actividades, produtos e serviços sobre a biodiversidade em áreas protegidas e áreas de alto índice de biodiversidade fora das áreas protegidas Habitats protegidos ou restaurados Estratégias, ações presentes e planos futuros para a gestão de impactos na biodiversidade Número de espécies na Lista Vermelha da UICN e nalista nacional de conservação de habitats, em áreas afetadas por operações com risco de extinção

EMISSÕES, EFLUENTES E

RESÍDUOS

Total de emissões diretas e indiretas de gases com efeito de estufa Outras emissões relevantes indiretas de gases com efeito de estufa Iniciativas para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e reduções alcançadas Emissão de substâncias deplectoras da camada de ozono Emissão de NO, SO, e outros tipos de emissões atmosféricas significativas Qualidade e destino do total dos efluentes líquidos Total dos resíduos por tipo e método de deposição Peso total de resíduos transportados, importados, exportados ou resíduos tratados considerados perigosos, e percentagem de resíduos transportados internacionalmente

Tamanho e status de proteção da biodiversidade das linhas de água significativamente afetados pelas descargas de água e drenagem da organização

PRODUTOS E SERVIÇOS Iniciativas para mitigar os impactos ambientais dos produtos e dos serviços e extensão das medidas de mitigação Percentagem de produtos vendidos em que as respectivas embalagens são recuperadas

CUMPRIMENTO Valor monetário de multas significativas e total número de sanções não-monetárias por não cumprimento das leis e regulamentos ambientais

TRANSPORTE Impactos ambientais significativos, que advêm do transporte de produtos e outros bens e materiais utilizados nas operações da organização, bem como do transporte dos trabalhadores.

GLOBAL Total de gastos/investimentos na proteção ambiental

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87

ANEXO C:

Tabela 51 - Perfil Ambiental por Processo

PERFIL AMBIENTAL

Indicador de Aplicabilidade Específica Indicador de Aplicabilidade

Geral

PROCESSO ÂMBITO Tipo de KEPI Aspecto KEPI Influência Ambiental Global do

Processo

MA

QU

INA

GE

M (C

NC

)

MA

TER

IAIS

Quantidade material utilizado

Consumo de ferramentas de corte

(pastilhas, ferros, brocas, etc)

Influência Ambiental Global com

consumo de material

(EI99/UF; #/UF)

Óleo lubrificante

Óleo/Fluído de corte

Filtros (máquina CNC)

Quantidade de materiais

auxiliares reciclados ou

reutilizados

Filtros (máquina CNC quando não

inutilizados)

Quantidade de matérias

perigosas utilizadas

Óleo lubrificante

Óleo/Fluído de corte

EN

ER

GIA

Quantidade de energia

utilizada

Consumo de electricidade total na

maquinagem

Influência Ambiental Global com

consumo de energia

(EI99/UF)

Consumo de electricidade na fresagem

Consumo de electricidade no

torneamento

Consumo de electricidade na furação

INS

TALA

ÇÕ

ES

FIS

ÍCA

S

E

EQ

UIP

AM

EN

TO Número de horas de operação

de um equipamento específico

Total de horas de operação de

maquinagem

Influência Ambiental Global com

instalações físicas e equipamento

(h; m2/UF) Total de horas de fresagem

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88

Total de horas de torneamento

Total de horas de furação

Área total de terreno utilizado

para produção Espaço necessário para produção

RE

SÍD

UO

S

Quantidade de resíduos

Limalhas de aço, alumínio e ligas

Influência Ambiental Global dos

resíduos

(EI99/UF; m/UF;#/UF)

Ferramentas de corte inutilizadas

Filtros máquina CNC contaminados

Óleo lubrificante contaminado

Óleo/Fluído de corte contaminado

Embalagens derivadas da maquinagem

Quantidade de resíduos

perigosos; recicláveis ou

reutilizáveis produzidos por

ano.

Óleo lubrificante contaminado

Óleo/Fluído de corte contaminado

Embalagens derivadas da maquinagem

Total de resíduos para destino

final

Óleos lubrificantes contaminados

Óleo/Fluído de corte contaminado

Filtros maquinagem inutilizados

ELE

CTR

OE

RO

SÃO

(ED

M)

MA

TER

IAIS

Quantidade material utilizado

Fio de desbaste (EDM por fio)

Influência Ambiental Global com

consumo de material

(EI99/UF; #/UF; m/UF)

Electrodo (EDM penetração)

Óleo dieléctrico (EDM penetração)

Água desionizada

Filtros de partículas (máquina EDM)

Óleo de lubrificação

Quantidade de materiais

auxiliares reciclados ou

reutilizados

Água desionizada

Filtros de partículas (máquina EDM

quando não inutilizados)

Quantidade de água Água desionizada

Quantidade de água Água desionizada reutilizada

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89

reutilizada

Quantidade de matérias

perigosas utilizadas

Óleo dieléctrico (EDM penetração)

Óleo de lubrificação

EN

ER

GIA

Quantidade de energia

utilizada

Consumo de electricidade total na

electro-erosão

Influência Ambiental Global com

consumo de energia

(EI99/UF)

INSTALAÇÕES FISÍCAS

E EQUIPAMENTO

Número de horas de operação

de um equipamento específico

Total de horas de funcionamento da

electro-erosora Influência Ambiental Global com

instalações físicas e equipamento

(h; m2/UF) Área total de terreno utilizado

para produção Espaço necessário para produção

RE

SÍD

UO

S

Quantidade de resíduos

Partículas de matéria-prima (aço,

alumínio e ligas)

Influência Ambiental Global dos

resíduos

(EI99/UF; m/UF;#/UF)

Fio de desbaste inutilizado (EDM por

fio)

Electrodo inutilizado (EDM penetração)

Óleo dieléctrico contaminado (EDM

penetração)

Água desionizada contaminada

Óleo de lubrificação contaminado

Filtros máquina EDM inutilizados

Embalagens derivadas da electro-

erosão

Quantidade de resíduos

perigosos; recicláveis ou

reutilizáveis produzidos por

ano.

Partículas de matéria-prima (aço,

alumínio e ligas)

Óleo dieléctrico contaminado (EDM

penetração)

Óleo de lubrificação contaminado

Embalagens derivadas da electro-

erosão

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90

Água desionizada contaminada

Total de resíduos para destino

final

Óleos lubrificantes contaminados

Fio de desbaste inutilizado (EDM por

fio)

Eléctrodo inutilizado (EDM penetração)

Filtros electro-erosora inutilizados M

OLD

E

MA

TER

IAIS

Quantidade material utilizado Quantidade de matéria-prima utilizada

no fabrico do molde

Influência Ambiental Global com

consumo de material

(EI99/UF)

INJE

ÇÃ

O D

E P

LÁS

TIC

O

MA

TER

IAIS

Quantidade material utilizado Quantidade de plástico/polímero

utilizado

Influência Ambiental Global com

consumo de material

(EI99/UF; #/UF)

Quantidade utilizada de

materiais processados,

reciclados ou reutilizados.

Quantidade de plástico/polímero

utilizado de origem reciclada

Quantidade de matéria-prima

reutilizada no processo

produtivo

Quantidade de plástico/polímero

reutilizado na produção

EN

ER

GIA

Quantidade de energia

utilizada

Consumo de electricidade total na

injecção

Influência Ambiental Global com

consumo de energia

(EI99/UF)

Consumo de electricidade com máquina

de fecho do molde

Consumo de electricidade com máquina

de injecção de plástico

INSTALAÇÕES FISÍCAS

E EQUIPAMENTO

Número de horas de operação

de um equipamento específico

Total de horas de funcionamento da

máquina de fecho do molde Influência Ambiental Global com

instalações físicas e equipamento

(h; m2/UF) Total de horas de funcionamento da

máquina de injecção de plástico

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91

Área total de terreno utilizado

para produção Espaço necessário para produção

Número de horas de

manutenção preventiva do

equipamento por ano

Tempo necessário para manutenção do

molde

Tempo necessário para manutenção da

máquina de fecho do molde

PR

OD

UTO

S

Percentagem do conteúdo dos

produtos que pode ser

reutilizado ou reciclado

Quantidade de plástico enviado para

reciclagem

Influência Ambiental Global com

produtos

(EI99/UF; #/UF)

Quantidade de plástico reutilizado na

produção

Taxa de produtos defeituosos Quantidade de peças injectadas com

defeito

Número de unidades de

energia consumida durante a

utilização do produto

Energia total consumida no ciclo de

injecção

Duração da utilização do

produto

Tempo de ciclo de injecção

Tempo gasto com manutenção do

molde

Número de ciclo de injecção até

manutenção do molde

Tempo de vida do molde

RE

SÍD

UO

S

Quantidade de resíduos Total de desperdício de plástico

Influência Ambiental Global dos

resíduos

(EI99/UF; m/UF;#/UF)

Quantidade de resíduos

perigosos; recicláveis ou

reutilizáveis produzidos por

ano.

Quantidade de desperdícios de plástico

enviado para reciclagem

Quantidade de desperdícios de plástico

reutilizado na produção

Embalagens derivadas da injecção

Total de resíduos para destino

final

Total de desperdícios de plástico não

reciclável

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92

Quantidade de resíduos

convertidos em material

reutilizável

Quantidade de desperdícios de plástico

enviado para reciclagem

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93

ANEXO D:

Tabela 52 - Indicadores de Ecoeficiência - Aplicabilidade Específica

INDICADORES DE VALOR DE APLICABILIDADE ESPECÍFICA

Custo Operação (€/UF)

Valor Acrescentado Bruto

(€/UF) Custo de

fabrico

da Peça

(€/UF)

Custo de

fabrico do

Molde

(€/UF)

Valor

Acrescenta

do Bruto

da Peça

(€/UF)

Margem

de Lucro

do Molde

(€/UF)

Margem

de Lucro

da Peça

(€/UF)

Maq

uina

gem

Ele

ctro

eros

ão

Inje

cção

Maq

uina

gem

Ele

ctro

eros

ão

Inje

cção

Valor

KEP

I’s Quantidade

material

utilizado

(kg/UF)

Consumo de ferramentas de corte (pastilhas, ferros, brocas, etc)

Óleo lubrificante

Óleo/Fluído de corte

Filtros (máquina CNC)

Fio de desbaste (EDM por fio)

Electrodo (EDM penetração)

Óleo dieléctrico (EDM penetração)

Água desionizada

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94

Filtros de partículas (máquina EDM)

Óleo de lubrificação

Quantidade de matéria-prima utilizada no fabrico do material

Quantidade de

plástico/polímero

utilizado de origem

reciclada

Quantidade de

materiais

auxiliares

reciclados ou

reutilizados

(kg/UF)

Filtros (máquina CNC quando não inutilizados)

Água desionizada

Filtros de partículas

(máquina EDM

quando não

inutilizados)

Quantidade

utilizada de

materiais

processados,

reciclados ou

reutilizados

(kg/UF)

Quantidade de

plástico/polímero

utilizado de origem

reciclada

Quantidade de

matéria-prima

reutilizada no

Quantidade de

plástico/polímero

reutilizado na

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95

processo

produtivo

(kg/UF)

produção

Quantidade de água (m3/UF)

Água desionizada

Quantidade de água

reutilizada (m3/UF)

Água desionizada reutilizada

Quantidade de

matérias

perigosas

utilizadas

(kg/UF)

Óleo lubrificante

Óleo/Fluído de corte

Óleo dieléctrico (EDM penetração)

Óleo de lubrificação

Quantidade de

energia

utilizada

(MJ/UF)

Consumo de electricidade total na maquinagem

Consumo de electricidade na fresagem

Consumo de electricidade no torneamento

Consumo de electricidade na furação

Consumo de

electricidade total na

electro-erosão

Consumo de electricidade total na injecção

Consumo de electricidade com

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96

máquina de fecho do molde Consumo de electricidade com máquina de injecção de plástico

Número de

horas de

operação de

um

equipamento

específico

(h/UF)

Total de horas de operação de maquinagem

Total de horas de fresagem

Total de horas de torneamento

Total de horas de furação

Horas de

funcionamento da

electro-erosora

Tempo de funcionamento da máquina de fecho do molde

Tempo de funcionamento da máquina de injecção de plástico

Área total de terreno

utilizado para produção (m2/UF)

Espaço necessário para produção

Número de

horas de

manutenção

preventiva do

equipamento

Tempo necessário para manutenção do molde

Tempo necessário para manutenção da máquina de fecho do molde

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97

por ano (h/UF)

Percentagem

do conteúdo

dos produtos

que pode ser

reutilizado ou

reciclado

(kg/UF)

Quantidade de plástico enviado para reciclagem

Quantidade de plástico reutilizado na produção

Taxa de

produtos

defeituosos

(kg/UF)

Quantidade de

peças injectadas

com defeito

Número de unidades de

energia consumida durante a

utilização do produto (MJ/UF)

Energia total consumida no ciclo de injecção

Duração da

utilização do

produto (h/UF)

Tempo de ciclo de injecção

Tempo gasto com manutenção do molde

Número de ciclo de injecção até manutenção do molde

Tempo de vida do molde

Quantidade de

resíduos

(kg/UF)

Limalhas de aço, alumínio e ligas

Ferramentas de corte inutilizadas

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98

Filtros máquina CNC contaminados

Óleo lubrificante contaminado

Óleo/Fluído de corte contaminado

Embalagens derivadas da maquinagem

Partículas de matéria-prima (aço, alumínio e ligas)

Fio de desbaste inutilizado (EDM por fio)

Electrodo inutilizado (EDM penetração)

Óleo dieléctrico contaminado (EDM penetração)

Água desionizada contaminada

Óleo de lubrificação contaminado

Filtros máquina EDM inutilizados

Embalagens derivadas da electro-erosão

Total de desperdício de plástico

Quantidade de

resíduos

perigosos;

recicláveis ou

Óleo lubrificante contaminado

Óleo/Fluído de corte contaminado

Embalagens derivadas da

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99

reutilizáveis

produzidos por

ano (kg/UF)

maquinagem Desperdícios de matéria-prima (limalhas)

Partículas de matéria-prima (aço, alumínio e ligas)

Óleo dieléctrico contaminado (EDM penetração)

Óleo de lubrificação contaminado

Embalagens derivadas da electro-erosão

Água desionizada contaminada

Quantidade de desperdícios de plástico enviado para reciclagem

Quantidade de desperdícios de plástico reutilizado na produção

Embalagens derivadas da injecção

Total de

resíduos para

destino final

(kg/UF)

Óleos lubrificantes contaminados

Óleo/Fluído de corte contaminado

Filtros maquinagem inutilizados

Fio de desbaste inutilizado (EDM por fio)

Eléctrodo inutilizado (EDM penetração)

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100

Filtros electro-erosora inutilizados

Total de desperdícios de plástico não reciclável

Quantidade de resíduos

convertidos em material reutilizável

(kg/UF)

Quantidade de desperdícios de plástico enviado para reciclagem

Tabela 53 - Indicadores de Ecoeficiência - Aplicabilidade Geral

INDICADORES DE VALOR DE APLICABILIDADE GERAL Tempo gasto (h/UF) Tempo ciclo

injeção (h/UF)

Durabilidade - Nº Peças produziveis

(#/UF)

Tempo em manutenção

(h/UF)

Volume de

vendas (€/UF)

Unidades produzidas

(#/UF)

Tempo em

produção (h/UF) Maquinagem Eletroerosão Fabrico do

Molde Valor

IND

ICA

DO

RES

AM

BIE

NTA

IS

DE

APL

ICA

BIL

IDA

DE

GER

AL Quantidade Global de

materiais consumidos (EI99/UF)

Quantidade Global de materiais reciclados ou reutilizados (EI99/UF)

Quantidade Global de

materiais de origem

reciclada (EI99/UF)

Quantidade Global de

matéria-prima reutilizada

(EI99/UF)

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101

Consumo Global de água

(EI99/UF)

Quantidade Global de

água reutilizada (EI99/UF)

Quantidade Global de

materiais perigosos

(EI99/UF)

Quantidade Global de

energia consumida

(EI99/UF)

Quantidade Global de

tempo consumido nas

operações (EI99/UF)

Consumo Global de

terreno (EI99/UF)

Quantidade Global de

tempo consumido em

manutenção (EI99/UF)

Taxa Global de

reaproveitamento de

produto (EI99/UF)

Quantidade Global de

produtos defeituosos

(EI99/UF)

Quantidade global de

Page 112: Identificação de Indicadores de Ecoeficiência para a ... · i . Identificação de Indicadores de Ecoeficiência para a Indústria dos Moldes de Injeção de Plástico . Carlos

102

energia consumida na

injecção (EI99/UF)

Quantidade Global de

tempo de utilização do

produto (EI99/UF)

Quantidade Global de

resíduos gerados

(EI99/UF)

Quantidade Global de

resíduos recicláveis

(EI99/UF)

Quantidade Global de

resíduos para destino final

(EI99/UF)

Quantidade Global de

resíduos reaproveitados

(EI99/UF)