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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ Centro de Ciências Sociais Aplicadas Curso de Administração – Campus Tijucas IDENTIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES MOTIVACIONAIS DOS FUNCIONÁRIOS DA SECRETARIA DE OBRAS DA PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPEMA – SC Trabalho de Conclusão de Estágio Leandro Nilton Régis TIJUCAS (SC), JUNHO 2007

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

Centro de Ciências Sociais Aplicadas

Curso de Administração – Campus Tijucas

IDENTIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES MOTIVACIONAIS

DOS FUNCIONÁRIOS DA SECRETARIA DE OBRAS DA PREFEITURA MUNICIPAL DE

ITAPEMA – SC

Trabalho de Conclusão de Estágio

Leandro Nilton Régis

TIJUCAS (SC), JUNHO 2007

LEANDRO NILTON REGIS

Trabalho de Conclusão de Estágio

IDENTIFICAÇÃO DAS

NECESSIDADES MOTIVACIONAIS DOS FUNCIONÁRIOS DA

SECRETARIA DE OBRAS DA PREFEITURA MUNICIPAL DE

ITAPEMA -SC

Trabalho de Conclusão de Estágio desenvolvido para a disciplina de Estágio Supervisionado do Curso de Administração da Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI - CES III - TIJUCAS

TIJUCAS - SC, 2007

À Minha esposa Naiara Ferreira e minha irmã Tatiana Marlene Regis, que muito me incentivaram e contribuíram para a realização dessa pesquisa. Uma pequena homenagem de agradecimento por toda a atenção e carinho dispensado a mim.

“Derrota após derrota até a vitória final.”

Ernesto Che Guevara

EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do Estagiário

Leandro Nilton Régis

b) Área de Estágio

Recursos Humanos

c) Orientador de Campo

Bento Romário Costa

d) Orientador de estágio

Professora Fabiana Bittencourt Rangel

e) Responsável pelo Estágio Supervisionado em Administração

Professora Jaqueline de Fátima Cardoso

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão social

Prefeitura Municipal de Itapema – Secretaria de Obras e Transportes

b) Endereço

Prefeitura Municipal – Avenida Nereu Ramos N° 134 Centro Itapema SC

Secretaria de Obras e Transportes – Rua 902 N° 155 Bairro Alto São Bento Itapema SC

c) Setor de desenvolvimento do estágio

Secretaria de Obras e Transportes

d) Duração do estágio

300 horas

e) Nome e cargo do supervisor de campo

Bento Romário Costa – Secretário de Obras do Município de Itapema

f) Carimbo e visto da empresa

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 01

1.1 Objetivo Geral................................................................................................................ 02

1.2 Objetivos Específicos.....................................................................................................02

1.3 Justificativa.................................................................................................................... 02

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................. 04

2.1 Motivação.......................................................................................................................04

2.1.1 Definições.......................................................................................................................04

2.2 Teorias motivacionais ................................................................................................... 07

2.2.1 Teoria dos Fatores Motivacionais e Higiênicos de Herzberg ........................................08

2.2.2 Teoria X e Y de McGregor ............................................................................................09

2.2.3 Teoria da Expectativa de Vroom .................................................................................. 11

2.2.4 Teoria da Motivação Social de Mclelland..................................................................... 12

2.2.5 Teoria de Equidade de Adams........................................................................................13

2.2.6 Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow.......................................................14

2.3 Motivação e liderança.................................................................................................... 22

2.4 Motivação e funcionalismo público............................................................................... 24

3. MÉTODO..................................................................................................................... 27

3.1 Delineamento do estudo.................................................................................................27

3.2 População........................................................................................................................28

3.3 Coleta de dados.............................................................................................................. 28

3.4 Análise de dados............................................................................................................ 29

4. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA........................................................................... 30

4.1 História do município de Itapema................................................................................. .30

4.2 Localização.................................................................................................................... 31

4.3 Estrutura organizacional da Secretaria de Obras........................................................... 32

5. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO................................................................34

5.1 Situação do problema atual ............................................................................................34

5.2 Coleta de informações.....................................................................................................34

5.3 Exposição dos resultados................................................................................................35

5.4 Análise geral ................................................................................................................. 73

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................76

7 REFERÊNCIAS............................................................................................................77

8 RELAÇÃO DE APÊNDICES......................................................................................80

09 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS....................................................................87

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Teoria dos dois fatores de Herzberg....................................................................09

Figura 02 - Pirâmide das necessidades humanas de Maslow................................................17

Figura 03 - Grau do nível de recompensa das necessidades humanas de Maslow................18

Figura 04 - Organograma da Secretaria de Obras de Itapema...............................................33

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 – Sexo.....................................................................................................................36

Gráfico 02 – Faixa etária...........................................................................................................37

Gráfico 03 – Escolaridade.........................................................................................................38

Gráfico 04 – Bairro onde reside................................................................................................39

Gráfico 05 – Renda Salarial......................................................................................................40

Gráfico 06 – Quantidade de pessoas na família........................................................................41

Gráfico 07 – Tempo de serviço na Secretaria de Obras............................................................42

Gráfico 08 - Estímulo ao desempenho......................................................................................43

Gráfico 09 - Escolha entre duas organizações..........................................................................44

Gráfico 10 - O subordinado que mais irrita..............................................................................45

Gráfico 11 - Desenvolvimento das responsabilidades com maior eficiência...........................46

Gráfico 12 - Preferência de cargo numa promoção..................................................................47

Gráfico 13 - Incentivo ao desempenho.....................................................................................48

Gráfico 14 - Melhor organização para se trabalhar...................................................................49

Gráfico 15 - Relação com o subordinado..................................................................................50

Gráfico 16 - Desenvolvimento das responsabilidades com maior entusiasmo.........................51

Gráfico 17 - Escolha entre dois cargos.....................................................................................52

Gráfico 18 - Produtividade prejudicada....................................................................................53

Gráfico 19 - O que mais incentiva o desempenho....................................................................54

Gráfico 20 - Duas organizações para se trabalhar.....................................................................55

Gráfico 21 - O subordinado mais irritante................................................................................56

Gráfico 22 - Maior eficiência no desenvolvimento das responsabilidades...............................57

Gráfico 23 - Cargo preferido em uma promoção......................................................................58

Gráfico 24 - Motivo para prejudicar a produtividade...............................................................59

Gráfico 25 - Fator que mais incentiva o desempenho...............................................................60

Gráfico 26 - Preferência por organização para se trabalhar......................................................61

Gráfico 27 - Diminuição da produtividade...............................................................................62

Gráfico 28 - Escolha do subordinado mais irritante.................................................................63

Gráfico 29 - Aumento da eficiência no desenvolvimento das atividades.................................64

Gráfico 30 - Cargos a escolher..................................................................................................65

Gráfico 31 - Produtividade em queda.......................................................................................66

Gráfico 32 - Fator estimulante ao desempenho........................................................................67

Gráfico 33 - Organizações para se trabalhar.............................................................................68

Gráfico 34 - O tipo de subordinado que mais irrita..................................................................69

Gráfico 35 - Desenvolvimento com maior eficiência...............................................................70

Gráfico 36 - Escolha entre dois cargos de uma promoção........................................................71

Gráfico 37 - Processo produtivo prejudicado...........................................................................72

Gráfico 38 - Pontuação total das questões................................................................................73

1 INTRODUÇÃO

A gestão de pessoas parece que será o grande diferencial na administração das

empresas no século XXI. Com tecnologia e processos muito similares, a atenção dos

administradores se volta para os funcionários. No atual cenário competitivo, cada vez mais os

colaboradores são o diferencial de uma empresa para outra.

Porém, de nada adianta funcionários qualificados e bem treinados se eles não

estiverem motivados para desempenhar as funções designadas. As pessoas precisam estar

motivadas para trabalharem mais felizes e alcançarem seu potencial pleno, gerando

dividendos para ambas as partes, empregado e empresa.

Sendo assim, a grande questão do atual mundo corporativo é como e de que forma

motivar seus colaboradores, de modo que seus objetivos estejam em sintonia com os da

organização, caso contrário, ambos remarão contra a maré e compartilharão os prejuízos.

Uma das soluções encontradas pelas empresas é a aplicação de pesquisas e estudos

que buscam descobrir quais as necessidades de seus funcionários, como deixa-los motivados

para suas funções, de modo a aumentar seu bem estar e principalmente sua produtividade.

Na administração pública a situação não é diferente. A pressão da sociedade por

melhores serviços está exigindo que os órgãos públicos repensem seu modelo de gestão e

adotem as estratégias utilizadas pela área privada. Devido a isso, os administradores públicos

também estão buscando meios de aumentar a motivação de suas equipes com o intuito de

diminuir custos e despesas e melhorar a eficiência dos serviços públicos de modo a garantir

que a população seja a principal beneficiada.

A Secretaria de Obras e Transportes do Município de Itapema, em sintonia com a

atual realidade, está procurando meios que permitam aumentar a eficiência dos serviços e

garantir atendimento de boa qualidade à população local, já que foi verificado que o

desempenho de seus funcionários é baixo e muitos aparentam desmotivação quanto a seus

afazeres.

Diante disso, verifica-se a necessidade da aplicação de uma pesquisa norteada pela

motivação, buscando identificar quais os fatores motivacionais desses funcionários. A

identificação desses fatores é o passo inicial para a criação no futuro de um plano

motivacional que venha a suprir as necessidades motivacionais desses funcionários, que

poderá contribuir para o aumento da produção do trabalho, assim como a eficiência e rapidez

dos serviços, além principalmente do bem estar dessas pessoas.

1.1 Objetivo Geral

Consiste em identificar as necessidades motivacionais dos funcionários da Secretaria

de Obras e Transportes do Município de Itapema.

1.2 Objetivos específicos

• Descrever a estrutura organizacional da Secretaria de Obras e Transportes de

Itapema.

• Aplicar o questionário a todos os funcionários operacionais dessa Secretaria.

• Apontar as necessidades motivacionais encontradas.

• Demonstrar através de gráficos os resultados obtidos.

1.3 Justificativa

Diante da pressão e cobrança da sociedade por serviços públicos de melhor

qualidade, a pesquisa para identificação das necessidades motivacionais dos funcionários da

Secretaria de Obras e Transportes do Município de Itapema poderá auxiliar no futuro na

elaboração de um plano motivacional que depois de aplicado poderá aumentar a

produtividade desses funcionários, tornando mais eficiente a gestão daquela Secretaria, sendo

a comunidade local a maior beneficiada pelos resultados. Sendo assim, o passo inicial deve

ser descobrir quais as necessidades motivacionais desses colaboradores.

Se obtiver sucesso, o estudo sobre as necessidades motivacionais poderá ser

aplicado em outras repartições da Prefeitura, tornando mais eficiente a gestão pública no

município de Itapema.

Jamais foi realizado no estabelecimento citado uma pesquisa como essa, o que torna

esse trabalho original e autêntico.

As informações para a realização desse trabalho foram de fácil acesso, já que

consistiam em consultas a bibliografia especializada e a dados primários gerados pelo

questionário aplicado pelo acadêmico à população alvo.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A fundamentação teórica tem como finalidade apresentar as referências disponíveis

que podem servir de base para a elaboração do estudo proposto. É nessa seção onde se

inserem os conceitos teóricos que serão importantes para suporte à realização do trabalho.

Conforme afirma Vergara (2003) o referencial teórico é o capítulo que tem por objetivo

apresentar os estudos sobre o tema ou problema que já foram realizados por outros autores.

Faz-se nessa seção uma revisão da literatura existente, no que concerne não somente ao

acervo de teorias e as suas críticas, como também a trabalhos realizados que as tomam como

referência.

Sendo assim, a fundamentação teórica embasada pela definição de estudiosos sobre

o assunto servirá como guia para a realização deste trabalho.

Os temas que serão analisados nessa seção são: definição de motivação, teorias

motivacionais, liderança, funcionalismo público.

2.1 Motivação

Muitos mal entendidos existem sobre motivação e talvez por isso seja tão difícil

encontrar um consenso entre os estudiosos da área.

Alguns autores defendem que a motivação é gerada por fatores intrínsecos a pessoa,

enquanto outros defendem que estímulos externos podem despertar ou aumentar a motivação

de alguém. Ainda tem aqueles que defendem as duas idéias, ou seja, que a motivação é

intrínseca ao individuo, mas também pode ser estimulada por fatores externos.

Apesar das controversas, todos concordam sobre a importância deste aspecto do

comportamento humano como fundamental, seja em relação ao meio social, empresarial ou

educacional.

2.1.1 Definições

Dentre as diversas definições sobre motivação que é possível encontrar na literatura

sobre o assunto, talvez seja mais importante iniciar pelas definições sobre o que não é

motivação.

Para Archer (1997 apud Fiúza, 2002) existe um mito da motivação baseado em

cinco interpretações errôneas:

� A crença de que uma pessoa possa literalmente motivar outra;

� A crença de que a pessoa é motivada como resultado da satisfação;

� A crença de que aquilo que motiva o comportamento seja também aquilo que

determina sua direção, tanto positiva como negativamente;

� A crença de que a motivação seja o catalizador que induz a comportamentos

positivos;

� A crença de que fatores de motivação e fatores de satisfação sejam a mesma

coisa.

Mas então o que é motivação?

“A palavra motivação deriva originalmente da palavra latina “movere”, que significa mover. (...) assim não faz mais sentido negar que, em condições favoráveis, cada pessoa exerça com naturalidade seu poder criativo, buscando aí seu próprio referencial de auto-identidade e auto-estima. A motivação é considerada atualmente como um aspecto intrínseco às pessoas; ninguém pode, por isso mesmo, motivar ninguém, sendo que a motivação especifica para o trabalho depende do sentido que se dá a ele”. Bergamini (1993, p. 54).

Bergamini (1993, p. 19) também afirma que “a motivação cobre uma grande

variedade de aspectos comportamentais. A diversidade de interesses percebida entre os

indivíduos permite aceitar, de forma razoavelmente clara, que as pessoas não fazem as

mesmas coisas pelas mesmas razões”.

Campos (1993), também se utiliza da psicanálise para definir motivação. Segundo

esse autor, as contribuições de Freud na compreensão da conduta humana apontam a

motivação como a chave para a compreensão do comportamento e atribui grande importância

aos aspectos inconscientes da personalidade. O exame da fantasia, a análise dos sonhos, dos

atos falhos, a imaginação constituíram o método para análise dos motivos do comportamento

humano. Para Freud o princípio mais importante da motivação é a busca do prazer, a

satisfação da libido.

“Na teoria psicanalítica estabelecemos que o curso dos processos mentais é automaticamente regulado pelo princípio do prazer; isto quer dizer que qualquer processo se origina em um estado de tensão que desagrada, e que, por essa mesma razão, determina formas de resolução que, em suas últimas conseqüências, coincidem com uma anulação dessa tensão, isto é, com a fuga da dor, ou com produção do prazer”. Campos (1993, p. 93).

Campos (1993) coloca que o princípio do prazer é dominante na infância, já no

adulto, o princípio que domina é o da realidade. Ou seja, o princípio do prazer exige a

satisfação imediata do impulso, já o princípio da realidade dá ao adulto a capacidade de adiar

o prazer, suportando o desconforto a fim de obter recompensas futuras. Neste sentido, a

psicanálise define seis princípios fundamentais da motivação:

� Todo comportamento é motivado;

� A motivação persiste ao longo da vida;

� Os motivos verdadeiramente atuantes são inconscientes;

� A motivação se expressa através de tensão;

� Existem dois motivos prevalentes face à sua possibilidade de repressão: o sexo

e a agressão;

� Os motivos têm natureza biológica e inata.

Segundo Chiavenato (1994, p. 165) “em termos de comportamento a motivação

pode ser conceituada como o esforço e tenacidade exercidos pela pessoa para fazer algo ou

alcançar algo.” Ainda segundo esse autor, a motivação funciona como um dinamizador, um

impulsionador do comportamento humano.

Para Gil (1994, p. 55), “a motivação de uma pessoa depende da força de seus

motivos (motivos aqui entendidos como desejos ou impulsos que ocorrem no interior dos

indivíduos)”.

Archer (1997 apud Godoi 2006) coloca que a motivação nasce exclusivamente das

necessidades humanas e não das coisas que satisfazem essas necessidades. Por esse motivo

que uma pessoa não pode motivar outra.

Bergamini (1993, p. 58), vai mais além à definição de Archer, afirmando que “o

impulso motivacional que nasce no interior de cada um não significa que sua manutenção

dependa única e exclusivamente só da pessoa. De nada adianta essa sinergia individual se o

ambiente organizacional não esteja facilitando o seu livre curso. Muitas são as restrições

organizacionais que podem bloquear a energia motivacional dos diferentes indivíduos a todos

os níveis e nas mais variadas circunstâncias organizacionais”.

Bertolino Filho (2000) vai de encontro ao enunciado por Bergamini e destaca que os

fatores extrínsecos ou externos só podem ser entendidos como reforçadores de

comportamentos, mas não como elementos que por si só tenham o condão de colocar pessoas

em movimento, pois para ele, cada pessoa está motivada ou orienta suas ações no sentido de

satisfazer suas predileções, estas determinadas fortemente por sua personalidade. Ou seja, a

motivação é a verdadeira fonte de energia que leva as pessoas a agirem naturalmente, a

movimentação é reflexo de condições externas específicas. Isto por que a verdadeira

motivação vem de necessidades internas não colocadas no interior das pessoas e a

personalidade é um fator determinante no processo motivacional.

Segundo Muchinsky (1996 apud Alves et al 2006), a conduta humana não é simples

e a motivação é um dos fenômenos mais complexos. Entende-se que a motivação é o aspecto

dinâmico da relação comportamental; ela não é conceituada como uma condição fisiológica.

Ela também não é um fenômeno que aparece no comportamento para desaparecer logo em

seguida. Todavia, a motivação como componente e função geral do comportamento não é

uma variável que se apresenta periodicamente, e neste momento, desencadeia uma ação

isolada. Ela é a orientação dinâmica e contínua que regula o funcionamento, igualmente

contínuo, do indivíduo em interação com o meio.

“O homem tem diferentes necessidades e tem diversos fatores que o motivam dentro

das empresas e talvez o que o motiva hoje pode não ter potência para motivá-lo daqui a dois

anos, portanto além de ter fatores motivacionais diferentes, ele tem esses fatores em graus

diferentes.” Chiavenato (1994, p. 178).

Sendo assim, verificamos que existem várias definições sobre o tema motivação.

“(...) a diversidade de interesses percebida entre os indivíduos permite aceitar, de forma razoavelmente clara, a crença segundo a qual as pessoas não fazem as mesmas coisas pelas mesmas razões. É dentro dessa diversidade que se encontra a mais importante fonte de compreensão a respeito de um fenômeno que apresenta aspectos aparentemente paradoxais: a motivação humana. Dessa forma, parece inapropriado que uma simples regra geral possa ser suficiente para explicar esse fenômeno de maneira mais precisa.” Bergamini (1993, p. 24)

Como pode ser observado nas definições anteriores, a palavra “motivo” está sempre

ligada a necessidade ou impulso, referindo-se sempre a algo que as pessoas desejam ou

precisam fazer. Hersey e Blanchard (1986) utilizam os termos “motivo” e “necessidade”

como sinônimos, salientando que necessidade não deve ser entendida como desejo premente

de alguma coisa, mas sim como algo dentro das pessoas que as predispõem a agir. Sobre

motivação tais autores emitem o seguinte entendimento:

“As pessoas diferem não só pela sua capacidade, mas também, pela sua vontade de fazer as coisas, isto é, pela Motivação. A Motivação das pessoas depende da intensidade dos seus motivos. Os motivos podem ser definidos como necessidades, desejos ou impulsos oriundos do indivíduo e dirigidos para objetivos que podem ser conscientes ou subconscientes”. Hersey e Blanchard (1986, p. 18).

Os motivos são dessa forma, os fatores significativos que orientam, ou determinam o

comportamento humano, sendo que sempre são dirigidos para algum objetivo.

Mais adiante será aprofundando as definições dos autores das principais teorias

sobre motivação.

2.2 Teorias Motivacionais

Segundo Bergamini (1993) as teorias motivacionais possuem dois enfoques

diferentes a respeito do estudo do comportamento humano. O primeiro tende a considerar o

ser humano como sendo passível aos estímulos vindos do meio ambiente, sendo conhecido

como enfoque behaviorista, muito utilizado no passado. O segundo enfoque explora a

energização e a direção do comportamento humano, sendo a energia na teoria motivacional

fundamentalmente uma questão de satisfação das necessidades internas.

Lobos (1979) faz uma classificação das teorias motivacionais em dois grupos:

� Teorias Motivacionais de Conteúdo: que englobam as variáveis individuais

ou situacionais que se supõem sejam responsáveis pela conduta, que se prendem à descrição

do conteúdo das motivações, ou seja, fundamenta-se na noção de necessidade e observam o

que energiza o comportamento humano. Nesse grupo se enquadram a Teoria da Hierarquia

das Necessidades de Maslow, a Teoria X e Y de Mcgregor, a Teoria da Motivação Social de

Maclelland e a Teoria da Motivação Higiene de Harzberg.

� Teorias Motivacionais de Processo: sobre motivação procuram responder às

perguntas sobre como é ativado o comportamento individual, como é dirigido, mantido ou

como termina. Exemplos são a Teoria da Expectativa de Vroom e a Teoria de Equidade de

Adams.

Sendo assim, todas as teorias citadas serão explicadas mais adiante, embora um

aprofundamento maior será feito na Teoria de Maslow tendo em vista sua importância para a

o desenvolvimento desse trabalho.

2.2.1. Teoria dos Fatores Motivacionais e Higiênicos de Herzberg

De acordo com Chiavenato (1989), Frederick Herzberg pesquisou a motivação

especificamente no ambiente de trabalho e identificou a existência de dois tipos de fatores

influenciando o comportamento humano. O primeiro tipo, relativo às necessidades biológicas

de evitação de dor e sofrimento é denominado de “fatores higiênicos” e o segundo, relativo às

características de realização e reconhecimento do indivíduo é denominado de “fatores

motivacionais”.

Chiavenato (1989) salienta a importância de distinguir a origem destes dois fatores.

Os fatores motivacionais são intrínsecos ao indivíduo, enquanto os fatores higiênicos são

extrínsecos.

Desta forma, Chiavenato (1989) coloca que para Herzberg:

� Os fatores higiênicos referem-se às condições que rodeiam o empregado e

engloba as condições físicas e ambientais do trabalho, o salário, os benefícios sociais, as

políticas da empresa, o tipo de supervisão recebido, as oportunidades existentes, etc. e a

expressão “higiene” reflete o caráter preventivo e profilático destes fatores no sentido de

evitar a insatisfação. A principal característica dos fatores higiênicos é que quando eles são

ótimos conseguem apenas evitar a insatisfação das pessoas, pois não conseguem elevar

consistentemente a satisfação e quando a elevam, não conseguem sustenta-la elevada por

muito tempo. Porém, quando são péssimos, provocam a insatisfação das pessoas.

� Os fatores motivadores referem-se ao conteúdo do cargo, às tarefas e aos deveres

relacionados com o cargo em si e podem produzir um efeito duradouro de satisfação e de

aumento de produtividade. A característica mais importante dos fatores motivacionais é que

quando são ótimos eles elevam a satisfação das pessoas no trabalho, porém, quando precários

evitam a satisfação.

Os fatores relacionados à satisfação profissional são totalmente distintos e

desligados dos fatores responsáveis pela insatisfação profissional como pode ser visto na

figura abaixo:

Figura 1: Teoria dos dois fatores de Herzberg

Fonte: Chiavenato (1989)

Lacombe (2005) coloca que para Herzberg os que mais contribuem para que as

pessoas produzam são os fatores motivacionais, que devem ser aumentados ao máximo, já que

são os principais responsáveis pelos resultados, enquanto os higiênicos devem ser

administrados de forma a não ficarem abaixo do que seria razoável nas condições normais do

ambiente no qual a empresa opera. Ainda segundo Lacombe (2005), a conclusão de Herzberg

é que os fatores higiênicos tem limites inferiores e superiores, que devem ser dosados com

cuidados, ao passo que os fatores motivacionais devem ser proporcionados na maior

quantidade possível.

2.2.2 Teoria X e Y de McGregor

A obra maior de McGregor é o registro da denominada Teoria X e Y.

De acordo com Chiaventato (1999), para McGregor existem duas concepções sobre

a natureza humana: a tradicional (a qual denominou Teoria X), que baseia-se em certas

concepções e premissas incorretas e distorcidas acerca da natureza humana e que

predominaram durante décadas no passado e a moderna (a qual denominou Teoria Y), que

baseia-se em um conjunto de suposições da teoria da motivação humana.

Para Chiavenato (1999), as teorias X e Y mostram duas formas distintas de “ser”' do

trabalhador ou duas formas distintas de “ver” o trabalhador:

� Teoria X: um trabalhador X, ou um trabalhador visto por um gerente de visão X,

não gosta de trabalhar e o faz somente pelo salário ou quando é compelido. Não gosta de

assumir responsabilidade, é preguiçoso, pouco ou nada ambicioso e busca acima de tudo

segurança. Alguns não nascem para mandar e preferem ser mandados. De acordo com essa

teoria, a administração tem a tarefa de persuadir, recompensar, punir, coagir e controlar as

pessoas, dirigindo suas atividades, de modo que elas atendam as necessidades da organização,

já que sem isso as pessoas seriam passivas aos interesses da organização ou mesmo

resistiriam a eles.

� Teoria Y: um trabalhador Y, ou um trabalhador visto por um gerente de visão Y, é

alguém que, pelo contrário, sente-se bem no trabalho e busca atingir os objetivos que lhe são

colocados, independente da pressão recebida. É alguém criativo e com potencialidades que

podem e devem ser exploradas. Associam o trabalho ao lazer, buscam por mais

responsabilidades. Nessa teoria a tarefa essencial da administração é criar condições

organizacionais e métodos de operação por meio dos quais as pessoas possam atingir melhor

os seus objetivos pessoais, dirigindo seus próprios esforços em direção aos objetivos da

organização.

Conforme Chiavenato (1999), a questão de ser X ou Y tanto pode se referir ao “'ser”

do próprio indivíduo como ao “ser” do gerente que o observa e avalia. Em outras palavras, o

trabalhador pode não ser X, mas pode ser visto como tal pelo gerente ou vice-versa. Esse

ângulo de análise do indivíduo no trabalho causa um impacto profundo nos resultados

organizacionais, dada a importância que o “ser” ou o “ver” têm nos relacionamentos intra e

interempresariais.

Para Alves Filho et al (2006), a teoria de McGregor, entre outros esclarecimentos,

veio reforçar e instrumentalizar ainda mais a maneira de ver as pessoas na sociedade

industrial: não somente como membros de grupos, mas, principalmente, como indivíduos.

Alves Filho et al (2006), coloca que as teorias criadas por McGregor podem ser

aplicadas até os dias atuais, mesmo se passando mais de 50 anos após a sua criação. Para ele

fica evidente que muitas organizações ainda trabalham com características da teoria X. São

empresas que utilizam as potencialidades dessa teoria e que acabam desenvolvendo técnicas

para pressionar os recursos humanos acreditando que é necessário criar esses mecanismos,

pois nessas organizações fica evidente a certeza de que o ser humano não gosta de trabalho e

só produz quando pressionado. McGregor, em sua "Teoria X e Y", explica que, quando

existem desmotivação, acomodação, subutilização, inadaptação e desorientação, os gerentes,

em vez de buscarem a causa em si próprios, vão atribuí-las aos empregados.

Porém, é importante também ressaltar que a Teoria Y também está presente na

atualidade e ganha a cada dia mais espaço nas empresas de um modo geral.

2.2.3. Teoria da Expectativa de Vroom

Segundo Chiavenato (1994), Victor H. Vroom desenvolveu um modelo

contingencial de motivação, também conhecido como Teoria da Expectativa ou Teoria da

Expectância, baseando-se na observação de que o processo motivacional não depende apenas

dos objetivos individuais, mas também do contexto de trabalho em que o indivíduo está

inserido.

Para Vroom (1964 apud Chiavenato 1994) há três forças básicas que atuam dentro

do indivíduo e que influenciam seu nível de desempenho:

� Expectação ou Expectativas: que é a soma entre as expectativas do indivíduo, ou

seja, seus objetivos individuais, e a percepção que o indivíduo tem de si mesmo, de sua

capacidade para atingir estes objetivos. Estes dois aspectos determinam os esforços que cada

um está pronto a fazer numa situação de trabalho. Se uma pessoa tem como objetivo, por

exemplo, a promoção de cargo, e sabe que para conseguir isto precisa aumentar a

produtividade de seu setor, mas julga-se incapaz de conseguir tal proeza, sua motivação para

o trabalho será fraca.

� Instrumentalidade ou Recompensas: que é a soma das recompensas que o

indivíduo pode conseguir em troca de seu desempenho. Não se trata apenas da relação entre

quantidade/qualidade do trabalho e salário, condições de trabalho, benefícios sociais. Vroom

(1964 apud Chiavenato 1994) ressalta que a instrumentalidade é um fator subjetivo que varia

de acordo com a pessoa. Para muitos, pode significar a autonomia, a possibilidade de

iniciativa e de expansão da criatividade.

� Valência ou Relação entre Expectativas e Recompensas: que significa o valor

real que o indivíduo dá à instrumentalidade percebida. Não basta que o indivíduo perceba as

recompensas que pode alcançar através de seu desempenho. É preciso que estas recompensas

tenham um valor real para ele, que satisfaçam suas expectativas. O sistema de recompensas

vigente pode não ter nenhuma importância para uma pessoa, que não se sentirá motivada, e,

ao contrário, ter muita importância para outra pessoa, que terá uma motivação forte.

Estes três aspectos influenciam, segundo Vroom (1964 apud Chiavenato 1994), a

motivação das pessoas no trabalho. Se um dos elementos está ausente, a motivação torna-se

fraca. Se todos eles estão presentes (alta expectação, alta instrumentalidade e alta valência), a

motivação é alta.

A Teoria de Vroom leva-nos a concluir que as organizações obtêm de seus

empregados o desempenho desejado não apenas quando satisfazem os seus objetivos

individuais, mas quando mostram a eles que o caminho para a satisfação dos objetivos

individuais está no alcance do desempenho desejado.

2.2.4. Teoria da Motivação Social de Mclelland

Segundo Hampton (1983 apud Alves et al), uma outra teoria que fez com que uma

boa parte da pesquisa sobre motivação ficasse livre de premissas questionáveis sobre a

hierarquia das necessidades e de distinções, também questionáveis, entre fatores de motivação

e higiene, foi desenvolvida por David McClelland e ficou conhecida como teoria da motivação

social.

De acordo com Alves et al (2006), McClelland desenvolveu o estudo da motivação

de maior significado no comportamento administrativo e no desenvolvimento econômico. Para

McClelland, são três os motivos sociais mais exaustivamente percebidos em seus estudos e que

governam as ações das pessoas: realização, afiliação e poder.

� Motivo de realização: foi descrito por McClelland como um comportamento

voltado para a competição com algum padrão de excelência. Essas pessoas sentem a

necessidade de sucesso em suas vidas e em suas carreiras, sentem pouco temor de fracassarem.

Analisam e avaliam problemas, enfrentam qualquer desafio, estabelecem metas a serem

cumpridas, gostam de trabalho e estão sempre em movimento.

� Motivo de afiliação: o motivo da afiliação foi vinculado com o interesse pelo

estabelecimento e pela conservação de relações positivas de afeto com outras pessoas e pelo

desejo de ser querido e aceito. São pessoas que sentem necessidade de serem amadas,

procuram evitar rejeição pelo grupo. Estão sempre prontas a ajudar e consolar a quem precisa,

procuram sempre cultivar a amizade e evitar inimizades.

� Motivo de poder: a necessidade de poder foi definida como a preocupação com o

controle dos meios de influenciar as pessoas, em especial com a preocupação de dar ordens.

Foi percebido que geralmente as pessoas que sentem esta necessidade procuram ensinar e lidar

com o público, são persistentes em seus objetivos, são francos e diretos, são enérgicos e

buscam posições de liderança.

Para Alves Filho et al (2006), a combinação desses três motivos faz com que alguns

indivíduos sejam mais indicados para certas funções, enquanto outros se desempenham melhor

em outros cargos.

Sendo assim, cabe a organização analisar cada situação de modo a alocar a pessoa na

função que melhor se relacione com suas necessidades, de modo que ambas as partes sejam

beneficiadas.

2.2.5 Teoria de Equidade de Adams

De acordo com Alves et al (2006), o modelo da equidade foi desenvolvido por J.

Stancy Adams em 1965 e seu conteúdo principal é baseado no direito da igualdade e no

sentimento de justiça. De acordo com Hampton (1990 apud Alves et al 2006), este modelo é a

crença compartilhada especialmente em sociedades de pequena distância de poder de que a

honestidade no tratamento, incluindo recompensas, é um direito a ser procurado.

Alves et al (2006) coloca que as pesquisas que utilizam a Teoria da Equidade

concentram-se em dois aspectos: a existência da norma de equidade e como as pessoas

reagem a iniqüidade ou a resolvem.

Alves et al (2006) coloca que a Teoria da Equidade é uma teoria de motivação

baseada no processo da comparação social de examinar a relação de subsídios, recompensas

entre a própria pessoa e um outro. A Teoria da Eqüidade acrescenta uma outra perspectiva, ao

introduzir a problemática da comparabilidade entre desempenhos e benefícios. A fonte da

motivação são os sentimentos de tensão causados pela iniqüidade percebida.

Verifica-se, portanto que a teoria da equidade de Adams vem a enriquecer a Teoria

Motivacional no sentido de apontar que as desigualdades sofridas também podem ser fontes

de motivação justamente pela busca da igualdade e justiça.

2.2.6 Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow

De acordo com Sampaio (2006), Abraham Maslow é um dos autores mais citados e

criticados por estudiosos de comportamento organizacional, principalmente em relação a sua

teoria motivacional.

Muitos autores discordam sobre a hierarquia das necessidades, dizendo que não pode

ser utilizada como regra geral e o acusam de simplista ao analisar apenas o aspecto intrínseco

da motivação.

Porém Sampaio (2006) coloca que, diferentemente do que se pensa, seus estudos

sobre motivação humana vão muito além da Teoria da Hierarquia das Necessidades. Maslow

ao desenvolver a Teoria, também redigiu uma espécie de “Prefácio a Teoria da Motivação”,

no qual enumera 16 proposições que precisam ser incorporadas a qualquer teoria relevante de

motivação. É nesse capitulo que Maslow descreve e caracteriza o conceito de motivação de

forma mais ampla, abordando também aspectos extrínsecos a motivação.

Segundo Zanelli et al. (2004 apud Freitas et al 2006), a Teoria de Maslow parte da

premissa de que as necessidades humanas têm origem biológica e estão dispostas em uma

hierarquia que deixa implícito o pressuposto antropológico de que o homem tem uma

propensão para seu próprio desenvolvimento e crescimento pessoal. Para que esse

desenvolvimento possa ter livre curso, é preciso que as necessidades inferiores (necessidades

fisiológicas e de segurança) sejam em parte satisfeitas e as necessidades superiores

(necessidades sociais, de estima e de auto-realização,) apresentem-se como motivadoras da

conduta humana.

“Abraham Maslow desenvolveu sua teoria baseado nas necessidades que influenciam o comportamento humano. Considerando o homem como naturalmente insatisfeito, explicou o fato do indivíduo agir na intenção de manter o equilíbrio, ou seja, a busca permanente de satisfação das necessidades. Nesta teoria, a motivação é fruto de uma necessidade não satisfeita e sempre que o homem consegue a satisfação de uma necessidade, outra surge em substituição a ela” (Bertolino Filho, 2000, p. 43).

Segundo Bowditch et al (1997 apud Santos 2003), é importante salientar que a

concepção de Maslow tinha a intenção de ser mais uma perspectiva humanística da motivação

humana, de um modo geral, do que a criação de um modelo empiricamente testável. O

principal valor desta abordagem é o reconhecimento e a identificação das necessidades

individuais, com o propósito de motivar o comportamento. A partir da identificação das

necessidades, torna-se mais fácil criar planos para melhorar a motivação das pessoas, pois se

sabe exatamente quais as necessidades mais debilitadas em determinado momento.

Chiavenato (1994, p. 168) coloca que “para Maslow, as necessidades humanas estão

arranjadas em uma pirâmide de importância e de influenciação do comportamento humano.

Na base da pirâmide estão as necessidades mais baixas e recorrentes, enquanto no topo estão

as mais sofisticadas e intelectualizadas.”

Abaixo segue a Hierarquia das Necessidades de Maslow conforme Chiavenato

(1994, p. 168):

� Necessidades Fisiológicas: constituem o nível mais baixo de todas as

necessidades humanas, como as necessidades de alimentação (fome e sede), de sono e

repouso (cansaço), abrigo (frio e calor), ou desejo sexual (reprodução da espécie). As

necessidades fisiológicas são também denominadas biológicas ou básicas e exigem satisfação

cíclica e incessante para garantir a sobrevivência do individuo. Elas orientam a vida humana

desde o momento do nascimento. Alias, o inicio da vida humana é uma constante busca da

satisfação dessas necessidades elementares, mas inadiáveis. Elas monopolizam o

comportamento do recém nascido e predominam sobre todas as demais necessidades humanas

enquanto não for encontrada a sua satisfação. São, portanto, as necessidades relacionadas com

a própria subsistência e existência do individuo. Embora comuns a todas as pessoas, elas

requerem diferentes gradações individuais para a sua satisfação. Sua principal característica é

a premência: quando alguma dessas necessidades não esta satisfeita, ela domina a direção do

comportamento. A pessoa com o estomago vazio não tem outra preocupação maior do que se

alimentar. Porém, quando come regularmente e de maneira adequada, a fome deixa de ser

uma motivação importante. Quando todas as necessidades humanas estão insatisfeitas, a

maior motivação será a das necessidades fisiológicas e o comportamento da pessoa terá a

finalidade de encontrar alivio na pressão que essas necessidades produzem sobre o organismo

humano.

� Necessidades de Segurança: constituem o segundo nível das necessidades

humanas. Levam a pessoa a proteger-se de qualquer perigo real ou imaginário, físico ou

abstrato: a busca de proteção contra a ameaça ou privação, a fuga ao perigo, o desejo de

estabilidade, a busca de um mundo ordenado e previsível são manifestações típicas dessas

necessidades. Surgem no comportamento humano quando as necessidades fisiológicas estão

relativamente satisfeitas. Como aquelas, também estão intimamente relacionadas com a

sobrevivência da pessoa. As necessidades de segurança têm grande importância, uma vez que

na vida organizacional as pessoas tem uma relação de dependência com a empresa e onde as

ações gerenciais arbitrarias ou as decisões inconsistentes e incoerentes podem provocar

incerteza ou insegurança na s pessoas quanto à sua permanência no emprego. Se as ações e

decisões gerenciais refletem discriminação e favoritismo ou alguma pratica imprevisível,

podem se tornar poderosos ativadores de insegurança entre as pessoas.

� Necessidades Sociais: são as necessidades relacionadas com a vida associativa do

individuo com outras pessoas. São as necessidades de associação, de participação, de

aceitação por parte dos colegas, de troca de amizade, de afeto e amor. Surgem no

comportamento quando as necessidades mais baixas (fisiológica e de segurança) se encontram

relativamente satisfeitas. Quando as necessidades sociais não estão suficientemente satisfeitas,

a pessoa se torna resistente, antagônica e hostil com relação às pessoas que a cercam. A

frustração dessas necessidades conduz geralmente a falta de adaptação social e a solidão. A

necessidade de dar e receber afeto é uma importante ativadora do comportamento humano

quando se utiliza a administração participativa.

� Necessidades de Estima: são as necessidades relacionadas com a maneira pela

qual a pessoa se vê e se avalia, isto é, com a auto-avaliação e auto-estima. Envolvem a auto-

apreciação, a autoconfiança, a necessidade de aprovação social e de reconhecimento, de

status, prestígio e de consideração. A satisfação dessas necessidades conduz a sentimentos de

autoconfiança, de valor, força, prestigio poder, capacidade e utilidade. A sua frustração pode

produzir sentimentos de inferioridade, fraqueza, dependência e desamparo, os quais, por sua

vez, podem levar ao desanimo ou a atividades compensatórias.

� Necessidades de auto-realização: são as necessidades humanas mais elevadas e

que se encontram no topo da hierarquia. São as necessidades que levam cada pessoa a realizar

seu próprio potencial e de se desenvolver continuamente ao longo da vida. Essa tendência se

expressa através do impulso da pessoa em tornar-se mais do que é e de vir a ser tudo o que

pode ser. As necessidades de auto-realização estão relacionadas com a plena realização

daquilo que cada pessoa tem de potencial e de virtual, da utilização plena dos talentos

indivíduos.

De acordo com Chiavenato (1989), as necessidades primárias englobam as

necessidades fisiológicas (ar, comida, repouso, abrigo, etc) e de segurança (proteção contra o

perigo ou privação). Já as necessidades secundárias e de nível mais elevado são: necessidades

sociais (amizade, inclusão em grupos, etc.); necessidades de estima (reputação,

reconhecimento, auto-respeito, amor, etc.); e necessidades de auto-realização (realização do

potencial, utilização plena dos talentos individuais, etc.).

Abaixo segue o diagrama das necessidades de Maslow:

Figura 2: Pirâmide das necessidades humanas de Maslow

Fonte: Chiavenato (1989)

Para Maslow (apud Chiavenato, 1989) à medida que as necessidades primárias são

satisfeitas, as necessidades secundárias emergem no indivíduo.

Archer (1997 apud Fiúza 2002) afirma que a necessidade que tiver o maior nível de

energia em um momento servirá como ponto focal para a organização do comportamento e

representa a necessidade que será tomada como centro de organização do comportamento. A

necessidade com nível mais alto de energia em dado momento será sempre a necessidade,

dentro da hierarquia de necessidades da pessoa, que apresenta o menor grau de satisfação.

Esta afirmação de Archer pode ser visualizada na figura abaixo:

Figura 03 - Grau do nível de recompensa das necessidades humanas de Maslow

Fonte: Fiúza (2002)

Interpretação da figura

1 - Cada nível das necessidades, por exemplo, fisiológicas, segurança, etc., possui

múltiplas necessidades (A, B, C, etc.) e assim por diante.

2 - Logo que uma necessidade individual (A, B, C, etc.) se torne razoavelmente

gratificada, dentro de um nível particular de necessidades, uma nova necessidade aparece.

Dessa forma, quando a necessidade de segurança "G" se torna razoavelmente atendida a

necessidade de segurança "H" pode aparecer.

3 - Na medida em que a gratificação cumulativa das necessidades individuais dentro

de um nível particular de necessidades é razoavelmente atendida um novo nível de

necessidades pode surgir e assim sucessivamente

Isto significa que motivação e satisfação de necessidades são conceitos divergentes e

inversamente proporcionais. Ou seja, quanto mais motivada estiver uma pessoa para

determinado comportamento, menor será o nível de satisfação da necessidade associada a este

comportamento. É importante ressaltar que não é necessário satisfazer completamente o nível

da necessidade “atual” para que o nível superior possa ser predominante.

Desta forma, pode-se dizer que sempre haverá uma necessidade servindo de centro

do comportamento.

Sampaio (2006) afirma que na verdade são sete as grandes categorias de

necessidades de Maslow, ao contrário do que se encontra na grande maioria dos livros de

comportamento organizacional, que negligenciam as duas ultimas, que são elas:

� Desejos de saber e de entender: são postuladas por Maslow como um desejo de

entender, de sistematizar, de organizar, de analisar, de procurar por relações e significados, de

construir um sistema de valores.

� Necessidades Estéticas: são os impulsos à beleza, simetria, e possivelmente a

simplicidade, a inteireza e a ordem. Maslow afirma ter observado essas necessidades em

mesmo em crianças, adolescentes e adultos saudáveis e perfeitos., mas que se encontram

indícios delas em todas as culturas e em todas as idades.

“O conceito de necessidade desenvolvido por Maslow possivelmente levou alguns autores a afirmarem que a motivação é interna, ou seja, pertence ao mundo íntimo da pessoa, entretanto, há que se considerar que ela se acha articulada ao mundo exterior (onde se encontram os objetos de satisfação dos desejos) e mediada pela consciência (de si e do outro) e pelas relações sociais, ou seja, não é possível falar-se em gratificação sem considerar-se a inserção e relacionamento humano no mundo social. O autor norte-americano, entretanto, ainda que tentando desenvolver uma visão complexa de homem, teoriza sobre a motivação como se esta fosse uma espécie de energia interna da pessoa, sobre a qual se pode fazer uma espécie de Física da motivação.” Sampaio (2006, p. 13).

Sampaio (2006) também coloca que o problema que emerge desta visão de

motivação e que contamina a teoria de Maslow é que, ao definir um conceito geral de motivo

e tentar descrever “padrões de funcionamento” dos motivos no homem, ele não irá conseguir

sustentar a aplicação desses conceitos aos motivos culturais, por exemplo. É empiricamente

fácil associar fenômenos orgânicos a alterações do organismo, mas Maslow não conseguiu

fundamentar empiricamente sua proposta na dinâmica individual dos fenômenos culturais. Ao

mesmo tempo em que ele consegue observar claramente que a dinâmica da motivação não se

reduz ao nível biológico do humano, ele parece insistir em propor uma dinâmica geral que

reduz o fenômeno cultural à dinâmica biológica sem base em evidências empíricas. Em outras

palavras, não se sabe o que leva Maslow a crer que a auto-estima, por exemplo, é uma

necessidade, cuja privação a torna central no mundo íntimo das pessoas e mobilizadora de seu

comportamento. Se aceita esta crítica, há implicações na sustentação da teoria hierárquica da

preponderância de necessidades. Mesmo com as concessões e relativizações feitas por

Maslow, ou ainda, uma vez feitas essas concessões, pode-se postular a existência de uma

hierarquia de preponderância de necessidades, válida para a maioria das pessoas de um grupo

social? Esta controvertida questão continua sem suporte empírico ou fenomenológico, quase

meio século após a sua proposição. Se não se encontram regularidades, as idéias de Maslow

não podem ser empregadas como um princípio apriorístico para se fazerem recomendações de

políticas de gestão, seja no âmbito social, seja no âmbito organizacional. Esta afirmativa

contundente possivelmente seria aceita pelo próprio Maslow, que se mostrou cuidadoso com

o status de verdade de suas idéias, o que se pôde constatar na leitura de seus biógrafos e de

sua “administração eupsíquica”.

No entanto, Sampaio (2006) também afirma que há que se valorizar, entretanto, a

sua contribuição para que se tenha uma visão de homem mais abrangente que a proposta por

Taylor ou pelos autores clássicos de micro economia. Se não existe preponderância de

necessidades, portanto, não cabe tentar cunhar uma imagem piramidal que alguns autores

insistem em utilizar, há que se pensar em um homem que lida com múltiplos anseios, capazes

de o mobilizarem, nas diferentes instâncias sociais da vida: a organização laboral, a família e

a vida em sociedade. Outra contribuição do pensamento de Maslow repousa no repúdio em se

transformar o lugar de trabalho na instância por excelência de gratificação dessas

necessidades, ou no espaço privilegiado de realização das pessoas. Isto demanda que os

gestores escutem e compreendam as pessoas com quem trabalham, entendendo qual é o papel

da atividade laboral e da organização em que se encontram para suas vidas, e aceitem,

portanto, o desafio de administrar pessoas com diversidade tanto de trajetórias como de

aspirações para a vida.

Lacombe (2005) afirma que a ordem de prioridade de necessidades colocada por

Maslow corresponde a uma tendência média, e a prioridade de uma necessidade não significa

a eliminação das demais. Todas as pessoas têm, em geral, todos os tipos de necessidades em

maior ou menor grau. O teste criado por Maslow e denominado de Motivograma detecta a

prioridade que cada pessoa atribui a essas necessidades no momento da realização do teste. O

resultado, que reflete a importância atribuída às necessidades, varia de pessoa para pessoa e

de momento para momento. Quando uma necessidade aparece com baixa prioridade significa

que, naquele momento, não está sendo dado a ela a mesma importância que as demais, porque

já foi satisfeita ou porque, mesmo não tendo sido satisfeita, prefere-se dar prioridade a outra,

considerada mais importante.

“Um soldado que corre no meio de uma batalha para destruir um ninho de metralhadoras do inimigo está arriscando a mais básica das necessidades, a vida, para satisfazer a necessidade de auto-realização. Os lideres que fazem greve de fome estão na mesma situação. A maneira de procurar a auto-realização, ou qualquer outra necessidade, pode variar durante a vida da pessoa, em razão da mudança de seus objetivos.” (Lacombe 2005, p. 135).

Maquiavel (1982 apud Lacombe 2005) coloca que “nada pode saciar os apetites

humanos, pois a natureza nos deu a faculdade de tudo desejar, mas não nos deixa senão

provar poucas coisas, disto resultando um descontentamento permanente, e um desgosto pelo

que possuímos o que nos faz culpar o presente, louvar o passado e desejar o futuro, ainda que

sem razão”.

Mas será que não é esse descontentamento permanente que nos motiva para

invenções, para o progresso, para as descobertas, paras as inovações tecnológicas?

Lacombe (2005) coloca que é a insatisfação que impulsiona o progresso. Os

administradores nos níveis mais altos tendem a ser motivados pelo desejo ou necessidade de

realizar alguma coisa melhor do que aquela que fez ou esta sendo feita, com mo intuito de

deixar algo para a posteridade.

E assim também somos nós, sempre buscando meios de satisfazer nossas

necessidades, embora muitas vezes não temos consciência plena de realmente quais são elas.

2.3 Motivação e liderança

O líder que trabalha visando o bem estar de todo o grupo, compartilhando crenças

pessoais e coletivas, unindo o grupo e fazendo críticas construtivas consegue que a equipe

caminhe junto aos objetivos da empresa, todos fortes e motivados.

Para Stoner (1999) liderança é a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem

entusiasticamente visando atingir aos objetivos identificados como sendo para o bem comum.

Um líder é alguém que identifica e satisfaz as necessidades legítimas de seus liderados e

remove todas as barreiras para que possam servir ao cliente. Para ser bem sucedido, o líder

deve saber lidar com alguns aspectos da motivação, trabalho em equipe, dinâmica de grupo e

principalmente relações interpessoais”.

Para Bergamini (1993, p. 114) “é inevitável que se examine com maior cuidado no

que reside o fenômeno da liderança para que se possa entender e evitar os efeitos nefastos que

um vínculo inadequado de chefia pode ocasionar”.

De acordo com Chiavenato (1999), cada sucesso da empresa é o sucesso de um ou

mais gerentes. Cada fracasso é o fracasso de um ou mais gerentes. A excelência empresarial

está profundamente relacionada com a excelência gerencial. A visão, a dedicação e a

integridade do gerente são os principais determinantes do sucesso empresarial. As principais

habilidades e ferramentas gerenciais quase sempre se resumem em uma característica

fundamental: a liderança.

“O gerente não lida apenas com capital ou dinheiro, com máquinas ou equipamentos, mas trabalha, sobretudo com pessoas. É através das pessoas que o gerente consegue a execução das tarefas, a alocação dos recursos materiais e financeiros, a produção de bens ou serviços, bem como o alcance dos objetivos organizacionais. Daí a sobrevivência e o sucesso da empresa. Ao lidar com pessoas, a principal habilidade e ferramenta gerencial que emerge é a liderança”. Chiavenato (1994, p.146).

Para Chiavenato (1994), a liderança é um tipo de influenciação entre pessoas: uma

pessoa influencia a outra em função dos relacionamentos existentes entre elas. A influência é

um conceito ligado ao conceito de poder e de autoridade, abrangendo todas as maneiras pelas

quais se introduzem as mudanças no comportamento de pessoas ou de grupos de pessoas.

Existem vários graus de influência, indo desde a coação, a persuasão, a sugestão até a

emulação.

Chiavenato (1994) também coloca que existem três estilos de liderança, a saber:

� Liderança autocrática: apenas o líder decide e fixa as diretrizes sem qualquer

participação do grupo, o líder determina qual a tarefa de cada um e quem serão os

companheiros de trabalho, o líder que determina a prioridade das tarefas e é ele que é o

dominador dos elogios e das críticas ao trabalho de cada membro.

� Liderança liberal: existe total liberdade para a tomada de decisões grupais ou

individuais, com participação mínima do líder. Tanto a divisão das tarefas como escolha dos

companheiros de trabalho é de responsabilidade do grupo, assim como as informações para

realização das tarefas ou prioridades de execução, cabendo ao líder se expressar apenas se

solicitado. O líder também não faz tentativa nenhuma tentativa de avaliar ou regular o rumo

das coisas. Somente faz comentários se solicitado.

� Liderança democrática: as diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo que é

estimulador e assistido pelo líder. O próprio grupo esboça as providências e técnicas para

atingir o alvo, com aconselhamento técnico do líder, quando necessário. As tarefas ganham

novas perspectivas com os debates. A divisão das tarefas fica a critério do próprio grupo e

cada membro tem liberdade de escolher seus colegas de tarefa. O líder procura ser um

membro normal do grupo, em espírito, sem encarregar-se muito de tarefas. É objetivo e

limita-se aos fatos em seus elogios e críticas.

Na prática o líder utiliza os três estilos de acordo com a situação, com as pessoas e

com a tarefa a ser executada. Contudo, a principal problemática da liderança é saber quando

aplicar qual estilo com quem e dentro de que circunstâncias e tarefas a serem desenvolvidos.

A conseqüência da escolha errada pode influenciar diretamente na motivação do grupo e

interferir na produtividade.

2.4 Motivação e Funcionalismo Público

A crescente demanda da sociedade pela busca de serviços de qualidade tem levado

as empresas a aperfeiçoarem seus produtos e conseqüentemente investirem no capital

humano. Mas isso não vem ocorrendo apenas no setor privado. As empresas públicas,

seguindo essa tendência, também buscam melhorar a prestação de atendimento ao público e

isso tem provocado reflexos diretos no funcionalismo. Em alguns órgãos da administração

pública é possível encontrar nas esferas federal, estadual e municipal programas e iniciativas

que visam investimento no funcionalismo.

De acordo com Roberto Camanho, consultor do Instituto Avançado de

Desenvolvimento Intelectual (Insadi), que já desenvolveu trabalhos junto governo estadual de

São Paulo, no âmbito internacional, encontramos o governo do México que há alguns anos

utiliza o Balanced ScoreCard (BSC) para medir a performance de seus vários departamentos

públicos. Ainda segundo Camanho, no Brasil, podemos citar o Banco do Brasil que trabalha

com a Tecnologia da Informação e investe em comunicação interna através da sua TV

Corporativa. Já os Correios implantou um programa de educação financeira para ajudar os

funcionários a saírem do vermelho e a Caixa Econômica Federal através da Intranet vem

quebrando a barreira da distância e investindo no desenvolvimento dos seus funcionários,

numa tentativa de motivá-los e melhorar seu desempenho no trabalho.

Ainda segundo Camanho, há um bom tempo, as empresas privadas têm recorrido a

ferramentas para melhorar a gestão, investindo principalmente no capital humano. As

organizações públicas brasileiras estão acompanhando essa tendência do mercado, embora de

maneira um pouco tímida. “Inicialmente, vale salientar que não podemos analisar as

organizações públicas brasileiras de forma homogênea, pois cada uma possui suas

características e peculiaridades. Se deixarmos de considerar esses fatores, poderemos cair no

erro de definir uma visão de ineficiência e de descaso com relação à gestão dos Recursos

Humanos nas organizações públicas. No entanto, podemos afirmar que existe uma tendência

de investimentos na área. Já vivenciamos algumas experiências no Banco do Brasil, na

Secretaria de Transportes do Estado de São Paulo e na Dersa, entre outras, que espelham o

investimento na formação de seus profissionais.”

Camanho também cita alguns exemplos de órgãos públicos que têm investido em

gestão e que, conseqüentemente, reverteu-se em resultados significativos. A implantação de

novas metodologias e técnicas foram feitas com a realização de investimentos significativos

em formação de pessoal, permitindo resultados positivos importantes.

“Vale aproveitar o espaço para comentar que a idéia pejorativa de funcionário público indolente deverá ser deixada de lado, pois encontramos profissionais de dar inveja a muitos gestores das 500 maiores empresas privadas. No que se refere especificamente à atuação da área de Recursos Humanos dentro desses processos, encontramos a participação de um RH mais estratégico, com perfil mais agressivo e que não afastado desses programas. Encontramos um RH que dá sua opinião e que participa ativamente. Hoje, em alguns órgãos públicos, já encontramos gestores conscientes que precisam ser maestros dos recursos humanos.” Camanho, Roberto (2007, p. 2).

Porém, Camanho acredita que a maioria dos dirigentes públicos ainda não estão

alertas para o investimento na gestão de pessoas por falta de informação ou outros fatores

específicos que contribuem para essa realidade. Ele acredito que um dos fatores que levam a

essa realidade é a presença da dinâmica funcional dos gestores públicos, que por vezes não

possui a visão clara de sua atividade por terem sido nomeados para a função sem perspectiva

de tempo de permanência. Não é um caso de descaso, incompetência ou falta de informação,

mas é um problema da dinâmica funcional do setor público.

Para Camanho, o investimento no capital intelectual já é a melhor alternativa para

todas as estruturas empresarias, sejam elas públicas ou privadas. O investimento no capital

intelectual pode aumentar a eficiência e eficácia das organizações e não se pode duvidar disso.

Camanho coloca que a visão que fazemos das empresas públicas não pode ser homogênea,

pois há casos de profissionais de primeira linha que estão elevando cada vez mais o padrão

global dos profissionais de RH.

“Nos próximos anos teremos uma visão muita mais positiva da qualidade e performance dos profissionais do setor público. Inclusive, gostaria de destacar que na área de gestão de pessoas, temos observado uma preocupação que vai além do treinamento. Já tive a oportunidade de conhecer órgãos públicos que têm uma preocupação para a comunicação interna, pois essa se torna essencial para que o trabalho em equipe seja solidificado, como também observo uma atenção específica para a motivação dos profissionais. Já participei de trabalhos onde a imagem de desdém do funcionalismo público está sumindo do mapa. De forma global, acredito que ainda não é possível nivelar o RH do setor público com o privado por uma série de motivos estruturais e funcionais característicos do setor público. Porém, saliento que há muitos profissionais de destaque no setor público. É sempre importante ressaltar que enquanto o setor privado visa produtividade para atingir a lucratividade, o setor público visa a produtividade para melhor prestar serviços ao cidadão.” Camanho, Roberto (2007, p. 2).

Vaz (2006) coloca que as lacunas na preparação dos servidores municipais estão

entre as mais evidentes dificuldades para o funcionamento das prefeituras. Vítimas das

deficiências do sistema de ensino e do imediatismo de muitas administrações, os funcionários

municipais raramente encontram oportunidades de se desenvolver como pessoas e

profissionais. As prefeituras, por sua vez, perdem em eficiência na sua administração e na

prestação de serviços. Em última análise, os cidadãos são os maiores prejudicados: os serviços

públicos oferecidos são de má qualidade e os recursos são desperdiçados.

De acordo com Costa (1998), desde a era FHC que o Governo coloca como ponto

essencial repensar o sistema de motivação dos servidores públicos brasileiros. A questão

central da motivação positiva seria a missão do servidor publico, que deve ter caráter social,

voltado para o interesse público. Neste sentido o governo coloca que não foi possível ainda

implantar na administração publica brasileira uma cultura de atendimento ao cidadão-cliente.

Costa (1998), considerando ainda o sistema de motivações positivas, afirma que o

governo coloca a necessidade de profissionalização do serviço publico, através de um sistema

de promoções na carreira com aumentos salariais correspondentes. Porém, o governo coloca

que ao lado das motivações positivas existe a necessidade da motivação negativa, dada pela

possibilidade de demissão por insuficiência de desempenho.

Novamente vem a tona a questão de inserir na esfera pública os mesmos

mecanismos do setor privado: concorrência, premiação diferenciada e demissões. Esta claro

que não há justificativa para que no setor público não opere nenhum controle da

produtividade e eficiência do trabalho. Esta suficientemente comprovado que no Brasil há

baixa eficiência e eficácia dos serviços públicos, assim, necessário se torna rever o

gerenciamento de pessoal, porém, o governo deve investir no setor público e criar um efetivo

sistema de controle social sobre a administração publica. Isso não se consegue apenas

introduzindo a quebra da estabilidade do emprego, mas com toda uma nova valorização do

setor publico de modo a resgatar sua motivação perdida.

3 METODO

Este capítulo apresenta o método utilizado para a realização do Trabalho de

Conclusão de Curso que teve por objetivo identificar e categorizar os principais aspectos

motivacionais e o grau de importância dos mesmos para os funcionários da Secretaria de

Obras e Transportes da Prefeitura Municipal de Itapema.

Por método entende-se um conjunto de processos pelos quais se torna possível

chegar ao conhecimento de algo. Em ciências, o método é entendido como o “conjunto de

processos que o espírito humano deve empregar na investigação e demonstração da verdade”

(Cervo & Bervian, 1996, p. 20).

Dessa forma, o método nos leva a identificar a forma pela qual alcançamos

determinado fim ou objetivo. Em outros termos, “o método é uma forma de pensar para

chegar à natureza de um determinado problema, quer seja para estudá-lo, quer seja para

explicá-lo” (Oliveira, 2000, p. 57).

Sendo assim, o método utilizado para este trabalho é composto pelo delineamento do

estudo, identificação da população, coleta de dados e análise dos dados.

3.1 Delineamento do Estudo

Esse trabalho de conclusão de curso está estruturado como uma pesquisa descritiva,

pois “não procura explicar alguma coisa ou mostrar relações causais, como as pesquisas de

caráter experimental e sim busca informação necessária para a ação ou predição.” Roesch

(1999, p.137). Ainda segundo Roesch (1999), levantamentos de atitudes dentro das

organizações é um exemplo de pesquisa descritiva muito utilizada. Roesch (1999) também

coloca que a pesquisa descritiva é mais utilizada na área de Recursos Humanos pelos

acadêmicos.

Vergara (2000, p. 47) argumenta que “a pesquisa descritiva expõe as características

de determinada população ou fenômeno, estabelece correlações entre variáveis e define sua

natureza. Não têm o compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de

base para tal explicação".

De acordo com Cervo e Bervian (1996), a pesquisa descritiva observa, registra,

analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los. Sendo assim, pode

assumir diversas formas, entre as quais se destacam os estudos descritivos, que consistem na

descrição das características, propriedades ou relações existentes na comunidade, grupo ou

realidade pesquisada.

De acordo com Cervo e Bervian (2006), a pesquisa descritiva pode assumir diversas

formas, sendo a pesquisa de motivação a forma utilizada para realização desse trabalho.

“A pesquisa de motivação busca saber as razões inconscientes e ocultas que levam,

por exemplo, o consumidor a utilizar determinado produto ou que determinam certos

comportamentos ou atitudes”. Cervo e Bervian (1996, p. 67).

Quanto à abordagem, para este trabalho foi utilizada a abordagem quantitativa.

Segundo Roesch et al (1998, p. 03), o método quantitativo predomina na área de Recursos

Humanos.

Para Richardson (1999, p.29), a abordagem quantitativa “caracteriza-se pelo

emprego de quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no

tratamento delas”. Ainda de acordo com Richardson (1999, p. 33), “a abordagem quantitativa

representa a intenção de garantir a precisão dos resultados, evitar distorções na análise e

interpretação, possibilitando, uma margem de segurança quanto às inferências”.

3.2 População

Para o desenvolvimento deste estudo, foi realizado um levantamento de informações

junto aos funcionários operacionais da Secretaria de Obras e Transportes de Itapema, através

da aplicação de um questionário (Motivograma de Maslow). A população inicial era de 205

funcionários, porém 30 foram desconsiderados por serem temporários. Dos 175 restantes, 23

estão afastados por motivo de doença ou outros. Sendo assim, foram considerados na pesquisa

152 pessoas.

3.3 Coleta de Dados

A coleta de dados segundo Chizzotti (1995, p. 51) é a etapa da pesquisa onde se

reúnem as informações, compostas principalmente por dados primários. De acordo com

Mattar (1996, p. 62), “são fontes primárias ou diretas de dados aqueles que nunca foram

coletados, tabulados e analisados”. Nesse estudo, os dados primários consistem nas inúmeras

informações levantadas junto aos funcionários da Secretaria de Obras e Transportes de

Itapema.

O método de coleta de dados adotado foi o questionário, pelo nível de exatidão e

agilidade que ele proporciona. Cervo e Bervian (1996) afirmam que o questionário é a forma

mais usada para coletar dados, pois possibilita medir com melhor exatidão o que se deseja,

além de poder ser enviado pelo correio, entregue diretamente ao respondente ou aplicado por

elementos preparados e selecionados.

Em virtude do alcance do objetivo principal, o questionário utilizado trata-se do

Motivograma de Abraham Maslow, instrumento específico para coleta de informações quanto

as necessidades motivacionais.

3.4 Analise dos dados

Após a coleta dos dados verificou-se uma série de informações, que foram

organizadas sequencialmente para exposição da pesquisa. Para tanto, os dados provenientes

da pesquisa foram analisados através de uma categorização simples, de forma quantitativa,

que segundo Roesch (1996), é a forma mais adequada quando há uma grande quantidade de

dados que formam as informações, devendo ser organizados para em seguida serem

interpretados, buscando assim descrever situações, problemas e analisar a interação de certas

variáveis.

4 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA

Nessa seção serão apresentados os principais dados da empresa onde a pesquisa foi

realizada, com destaque para o histórico da organização e do município, a localização e a

estrutura organizacional.

4.1 História do Município

Por volta de 1670, Itapema tinha como moradores pescadores e colonos de origem

açoriana. O estilo das moradias construídas na época dava o nome à cidade de Tapera.

Conta à história que, em 1800, os moradores abandonaram a cidade em

conseqüência de um ataque de piratas.

Em 1850 a cidade se reorganizou, sendo denominada como vila, anexada ao

município de Porto Belo.

Recebeu o nome de Itapema no ano de 1924, passando a ser um distrito de

Camboriú. Porto Belo perdeu o status de município, sendo anexada a Tijucas.

Em 1926 Porto Belo volta a ser emancipada, anexando novamente Itapema ao seu

município.

Olegário Bernardes, então vereador de Porto Belo e representante do distrito de

Itapema elaborou um projeto de lei, aprovado por lei estadual em 28 de fevereiro de 1962,

criando o Município de Itapema.

Osni dos Santos foi o primeiro prefeito da cidade, nomeado em 21 de abril de 1962,

pelo então governador Celso Ramos.

A economia da cidade passou a se basear no turismo, que teve avanço a partir da

década de 70, com a vinda de turistas principalmente do Vale do Itajaí, como Blumenau e

Brusque.

Nos anos 80 a cidade virou pólo turístico, impulsionando a indústria da construção

civil. A partir desse período a cidade passa a receber turistas do Rio Grande do Sul, Paraná,

São Paulo e Mato Grosso do Sul, impulsionando ainda mais a atividade turística na região.

Hoje o turismo tem uma representatividade significativa na economia de Santa

Catarina como um todo, principalmente nas cidades litorâneas (IBGE, 2000).

Itapema tem hoje aproximadamente 35.000 habitantes (IBGE, 2000) e aparece na 3°

posição no ranking catarinense das cidades mais visitadas por turistas atualmente, perdendo

apenas para Balneário Camboriú e Florianópolis respectivamente (EMBRATUR, 2005). A

cidade recebe em torno de 300 mil turistas durante verão. A cidade mantém em sua estrutura

excelentes bares e restaurantes durante todo o ano, porém é no verão que o comércio é

ampliado para reforçar o atendimento em função do grande fluxo de turistas.

Segundo o IBGE (2000), Itapema é a sexta cidade de Santa Catarina em renda per

capita, em torno de R$ 490,00.

Porém, o maior problema do município hoje é crescer de forma sustentável, pois a

população da cidade tem um crescimento anual em torno de 6,5 %, devido principalmente à

imigração de famílias do Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo, além de outras cidades do

interior de Santa Catarina.

Esse será o grande desafio do município nos próximos anos: crescer de forma

sustentável, garantindo qualidade de vida a sua população.

Informações Oficiais

• Data de criação: 13/01/1962

• Data de emancipação: 21/04/1962

• Habitantes: 35.000 (IBGE, 2000)

• Eleitores: 22.654

• Área física: 56,8 Km2

• Orla marítima: 14.283 metros

• Limites Geográficos:

Ao norte, Balneário Camboriú.

Ao sul, Porto Belo.

Ao leste, Oceano Atlântico.

Ao oeste, parte da Cidade de Balneário Camboriú.

4.2 Localização

Situada a 12 quilômetros de Balneário Camboriú e a 60 quilômetros de

Florianópolis, Itapema é o terceiro município que mais recebe turistas em Santa Catarina. As

belezas naturais e a localização geográfica certamente contribuíram para que o município

revelasse sua vocação para o turismo.

Principais distâncias

• Distância de Florianópolis - 60 km

• Distância de Porto Alegre - 540 km

• Distância de Curitiba - 220 km

• Distância de São Paulo - 640 km

• Aeroporto de Florianópolis - 72 km

• Aeroporto de Navegantes - 30 km

4.3 Secretaria de Obras

A Secretaria de Obras do município de Itapema está localizada no bairro Alto São

Bento Itapema, na rua 902, número 155. Ocupa 3 salas no andar inferior de um pequeno

edifício, sendo que na parte superior encontra-se a Secretaria de Agricultura e o Itatran –

Conselho Municipal de Trânsito). Ao lado desse edifício encontra-se a Oficina Geral da

Secretaria de Obras, onde se realizam consertos e reparos de todo o parque de máquinas

motoras e veículos do município (tratores, escavadeiras, ônibus, carros, etc.). A área total do

terreno é de aproximadamente 3.000 m2, sendo que também é utilizado como garagem dos

veículos pesados da Secretaria de Obras (tratores, retro-escavadeiras, carregadeiras,

caminhões, etc.).

A Secretaria possui um corpo total de 229 funcionários, sendo 01 secretário geral, 02

diretores, 02 secretárias/ atendentes, 3 assistentes administrativos, 03 encarregados, 168

operacionais e 30 tempórários.

Abaixo segue o organograma da Secretaria de Obras do Município de Itapema:

Figura 04: Organograma da Secretaria de Obras de Itapema

Fonte: desenvolvido pelo acadêmico

A Secretaria de Obras é o órgão do município responsável pela limpeza urbana e

limpeza das praias da cidade, manutenção de praças e jardins, obras de saneamento e infra-

estrutura (limpeza de valas, instalação de bueiros, colocação de tubos, abertura de ruas,

calçamento de ruas e calçadas, manutenção das avenidas), reparos e manutenção em órgãos

públicos do município, manutenção dos ônibus utilizados no transporte escolar, manutenção

de todas as máquinas utilizadas em função dos afazeres pela cidade (tratores, retro-

escavadeiras, carregadeiras, caminhões, etc.), além de várias outras atividades realizadas em

prol dos moradores da cidade de Itapema.

SECRETARIO MUNICIPAL

DIRETOR DE

TRANSPORTES

DIRETOR DE

SERVIÇOS URBANOS

ALMOXARIFADO

RH

SERVIÇOS ADM

OFICINA

CONSERTOS LAVAÇÃO

MOTORISTAS

ENCARREGADO 01

ENCARREGADO 02

ENCARREGADO 03

OUVIDORIA

COMPRAS

LIMPEZA URBANA

ROÇADEIRA

TUBULAÇÃO

CALCETEIROS

PEDREIROS

CEMITERIO

GUARDAS

VIGIAS

LIMPEZA

PRAIA

SECRETÁRIA

SECRETÁRIA

5 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

5.1 Situação atual

A Secretaria de Obras de Itapema vem recebendo nos últimos meses um grande

volume de reclamações de munícipes em relação aos serviços prestados por seus funcionários.

Algumas reclamações vêm até mesmo de outros órgãos municipais. Entre as maiores queixas

estão a falta de limpeza de ruas, avenidas, praias e praças, problemas na execução de

calçamento de ruas e outras obras de infra-estrutura na cidade, recorrentes quebras de veículos

pesados da Secretaria de Obras em locais de grande fluxo de pessoas ou carros, operações de

limpeza e serviços realizados em horários impróprios, qualidade questionável dos serviços

realizados, sujeira e detritos espalhados nos locais onde foram realizadas obras, etc.

A alta administração da Secretaria (Secretário e Diretores), já verificou que não

houve rotatividade de pessoal, a equipe de trabalho é a mesma, houve pequenos reajustes

salariais recentes, e não entende o porquê da queda da qualidade dos serviços prestados e no

baixo rendimento de seus funcionários.

Foram levantadas várias hipóteses para a situação, como falta de treinamento, a

baixa instrução dos funcionários, algo que nunca havia sido medido, os salários, que mesmo

com reajustes continuam pequenos, a estabilidade que pode estar gerando acomodação, falta

de motivação e animo para o trabalho, entre outras.

Diante dessa situação, foi sugerida a idéia de se aplicar uma pesquisa de motivação

de modo a se verificar quais as necessidades motivacionais desses funcionários, de forma que

se pudesse agir justamente naquelas consideradas mais urgentes, numa tentativa de melhorar o

desempenho desses funcionários.

5.2 Coleta de informações

A aplicação da pesquisa voltou-se principalmente aos funcionários operacionais, aos

quais recaem as críticas. Dos atuais 205 funcionários operacionais, 30 foram desconsiderados

por serem temporários. Dos 175 restantes, todos efetivados através de concurso público, 23

estavam afastados por motivo de doença ou outros motivos. Sendo assim, foram considerados

na pesquisa 152 colaboradores (todos de funções operacionais: pedreiros, mecânicos,

motoristas, calceteiros, garis, vigias, etc.).

A aplicação dos questionários para coleta de dados se deu entre os dias 15 de maio e

10 de junho, na sede da Secretaria de Obras de Itapema. Foi utilizada uma lista de presença

com o nome de todos os colaboradores de modo a auxiliar a coleta. Uma média de 12

colaboradores eram chamados diariamente para responder o questionário, de acordo com a

disponibilidade de cada um.

A aplicação dos questionários foi realizada com a ajuda das secretárias da Secretaria

de Obras, tendo em vista a complexidade do questionário para os respondentes, que

necessitaram de um acompanhamento individual para tomada de dúvidas e até mesmo

interpretação de algumas perguntas.

O questionário foi dividido em duas partes. A primeira possui 07 perguntas que tem

o objetivo de se traçar um perfil dos funcionários da Secretaria de Obras quanto a sexo, idade,

escolaridade, renda, pessoas na família, etc. A segunda parte são as 30 perguntas do

Motivograma de Maslow que vão identificar as necessidades motivacionais desses

funcionários.

Após a aplicação dos questionários e tabulação dos dados, chegou-se nas

informações que serão colocadas mais adiantes.

5.3 Exposição dos resultados

A seguir a exposição em gráficos dos resultados obtidos das 7 perguntas que tinham

o objetivo de traçar o perfil dos funcionários da Secretaria de Obras de Itapema, as 30

perguntas do Motivograma de Maslow e o resultado geral.

PARTE 01

Perfil dos funcionários operacionais

Gráfico 01: Sexo

Fonte: dados primários

Através do gráfico 01 verificamos que a grande maioria, 138 pessoas, ou seja, 91%

dos funcionários operacionais da Secretaria de Obras de Itapema são do sexo masculino,

enquanto 9%, cerca de 14 pessoas, são do sexo feminino.

M asculino Fem inino

M asculino 91%

Fem inino 9%

0

20

40

60

80

100

120

140

Qu

anti

dad

e P

esso

as

Sexo

Sexo dos funcionários da Secretaria de O bras

Gráfico 02: Faixa etária

Fonte: dados primários

Através do gráfico 02 verifica-se que a grande maioria dos funcionários, cerca de

41% tem entre 31 e 40 anos, enquanto 35% do total são jovens entre 18 e 30 anos. Apenas

06% possuem idade superior a 51 anos.

Faixa etária dos funcionários da Secretaria de Obras

41%

5%

18%

22%

13%1%

18 a 25

26 a 30

31 a 40

41 a 50

51 a 60

acima de 60

Gráfico 03: Escolaridade

Fonte: dados primários

O gráfico 03 demonstra que o maior percentual são aqueles com o ginásio

incompleto, aproximadamente 23%, enquanto apenas 11% possuem o ginásio completo.

Cerca de 6% possuem o 2° grau completo.

Escolaridade dos funcionários da Secretaria de Obras

primário incompleto22%primário completo

19%

analfabeto2%

2° grau completo

6%

superior incompleto/ completo

1%

ginásio completo11%

2° grau incompleto16%

ginásio incompleto23%

Gráfico 04: Bairro onde reside

Fonte: dados primários

Conforme o gráfico 04, a grande maioria dos funcionários, 18%, reside no bairro

Morretes, enquanto 16% residem no bairro Jardim Praia Mar. Os demais estão distribuídos de

forma razoavelmente eqüitativa pelos outros bairros da cidade de Itapema.

5%

6%

8%

5%

9%

18%

7%

16%

8%

6%

5%

7%

0 5 10 15 20 25 30

Quantidade Moradores

Alto São Bento

Canto da Praia

Centro

Ilhota

Jardim Praia Mar

Meia Praia

Morretes

São Paulino

Sertão

Sertãozinho

Tabuleiro

Várzea

Bai

rro

Bairro onde residem os funcionários da Secretaria de Obras

Gráfico 05: Renda Salarial

Fonte: dados primários

De acordo com o gráfico 05, verifica-se que 75% tem uma renda salarial entre um

salário mínimo (R$ 380,00) e R$ 550,00, sendo que 13% recebem o teto de um salário

mínimo enquanto apenas 5% tem renda superior a R$ 750,00.

13%

28%

34%

11%

8%5%

0

10

20

30

40

50

60

Quantidade Pessoas

R$ 380,00 entre R$380,00 e R$

450,00

entre R$451,00 e R$

550,00

entre R$550,00 e R$

650,00

entre R$651,00 e R$

750,00

acima de R$750,00

Renda Salarial

Gráfico 06: Quantidade de pessoas na família

Fonte: dados primários

Conforme o gráfico 06 verifica-se que 33% dos funcionários da Secretaria de Obras

de Itapema possuem até 05 pessoas na família, enquanto 21% possuem 6 ou mais pessoas na

família. Apenas 3% residem sozinhos.

Quantidade de pessoas na família

3% 6%

15%

22%33%

21%

01 pessoa

02 pessoas

03 pessoas

04 pessoas

05 pessoas

06 ou maispessoas

Gráfico 07: Tempo de serviço na Secretaria de Obras

Fonte: dados primários

O gráfico 07 mostra que apenas 5% dos funcionários tem mais de 10 anos de tempo

de serviço na Secretaria de Obras, enquanto o maior grupo são aqueles que possuem entre 3 e

4 anos de tempo de serviço.

Tempo de serviço na Secretaria de Obras

5%

6%

13%

21%

26%

20%

10%

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

menos de 01 ano

entre 01 e 02 anos

entre 03 e 04 nos

entre 05 e 06 anos

entre 07 e 08 anos

entre 09 e 10 anos

acima de 10 anos

Tem

po

de

serv

iço

Quantidade pessoas

PARTE 02

Perfil motivacional dos funcionários operacionais

Gráfico 08: Estímulo ao desempenho

Fonte: dados primários

Conforme o gráfico 08 pode-se perceber que os funcionários totalizaram 404 pontos

quanto às necessidades fisiológicas e apenas 52 pontos para a necessidade de auto-realização,

o que demonstra a importância das necessidades básicas para o grupo.

Pontos da questão 01

404

52

V = Necessidades FisiológicasZ = Necessidades de auto-realização

Gráfico 09: Escolha entre duas organizações

Fonte: dados primários

Através do gráfico 09 verificamos que as necessidades de segurança corresponderam

a 416 pontos, o que demonstra a preocupação dos funcionários quanto à proteção no ambiente

de trabalho, como estabilidade, assistência médico-hospitar, normas de trabalho definidas, etc.

Pontos da questão 02

416

40

W = Necessidades de segurançaZ = Necessidades de auto-realização

Gráfico 10: O subordinado que mais irrita

Fonte: dados primários

De acordo com o gráfico 10, as necessidades fisiológicas predominam com 240

pontos sobre os 216 pontos das necessidades de auto-estima. Para a maioria, o tipo de

subordinado que mais irrita é aquele que não valoriza as boas condições ambientais de

trabalho que lhe são oferecidas, como instalações físicas confortáveis, bem iluminadas,

restaurante interno, etc.

Pontos da questão 03

240

216

V = Necessidades fisiológicasY = Necessidades de auto-estima

Gráfico 11: Desenvolvimento das responsabilidades com maior eficiência

Fonte: dados primários

Percebe-se através do gráfico 11 que as necessidades fisiológicas correspondem a

420 pontos, o que evidencia a importância do salário como meio de satisfação das

necessidades básicas do funcionário e de sua família, o que para ele colabora para o aumento

do desempenho das atividades designadas a ele.

Pontos da questão 04

420

36

V = Necessidades FisiológicasX = Necessidades de Associação

Gráfico 12: Preferência de cargo numa promoção

Fonte: dados primários

Conforme o gráfico 12, as necessidades de segurança representam à maioria dos

pontos, 294, enquanto 162 pontos estão relacionados as necessidades de auto-estima. A

maioria dos funcionários consideram um cargo com normas de trabalho definidas, sólidas

garantias de estabilidade e maior amplitude de assistência médico-hospitalar maior importante

que outro que ofereça prestígio e poder.

Pontos da questão 05

294

162

W = Necessidades de segurançaY = Necessidades de auto-estima

Gráfico 13: Incentivo ao desempenho

Fonte: dados primários

Através do gráfico 13 fica evidente a predominância das necessidades de segurança

sobre as de auto-estima. A maioria dos funcionários considera que seria mais estimulante ao

seu desempenho ter um supervisor imediato em que se possa confiar, ter condições de

trabalho bem organizadas além de um ambiente de trabalho onde quase tudo foi previsto e

planejado.

Pontos da questão 06

273

183

W = Necessidades de segurançaY = Necessidades de auto-estima

Gráfico 14: Melhor organização para se trabalhar

Fonte: dados primários

O gráfico 14 mostra que a maior pontuação, 307 pontos, coube as necessidades

fisiológicas, que no caso referem-se a uma empresa que oferece boas condições de trabalho,

como um ambiente confortável, amplo e limpo, com boa iluminação e temperatura agradável,

restaurante interno com comida saborosa, em contrapartida a segunda opção, uma empresa

que mantém uma equipe de trabalho com excelentes relações entre seus membros, que no

caso refere-se as necessidades de associação do indivíduo.

Pontos da questão 07

307

149

V = Necessidades FisiológicasX = Necessidades de Associação

Gráfico 15: Relação com o subordinado

Fonte: dados primários

O gráfico 15 mostra que entre um subordinado não lhe confere o devido respeito e

consideração e outro que resiste a colaborar na experimentação de novas idéias, o mais

irritante é o da primeira opção, numa somatória que alcançou 385 pontos, o que mostra a

prevalência das necessidades de auto-estima.

Pontos da questão 08

385

71

Y = Necessidades de auto-estimaZ = Necessidades de auto-realização

Gráfico 16: Desenvolvimento das responsabilidades com maior entusiasmo

Fonte: dados primários

O gráfico 16 mostra que a somatória maior corresponde as necessidades de

segurança, sendo que a maioria dos funcionários acreditam que desempenham suas tarefas

com maior entusiasmo e eficiência quando possuem um superior imediato em quem se possa

confiar, além de condições de trabalho bem organizadas, e um ambiente de trabalho onde

quase tudo já foi previsto e planejado.

Pontos da questão 09

369

87

W = Necessidades de segurançaZ = Necessidades de auto-realização

Gráfico 17: Escolha entre dois cargos

Fonte: dados primários

Conforme o gráfico 17, as necessidades fisiológicas se sobressaem sobre as de auto-

estima para a grande maioria dos funcionários da Secretaria de Obras de Itapema. Uma

promoção para um cargo com maior prestígio e poder alcançou a somatória de 53 pontos, bem

inferior a segunda opção, que somou 403 pontos.

Pontos da questão 10

403

53

V = Necessidades fisiológicasY = Necessidades de auto-estima

Gráfico 18: Produtividade prejudicada

Fonte: dados primários

O gráfico 18 mostra que as necessidades fisiológicas se sobressaem sobre as de auto-

realização, num total de 399 pontos contra apenas 57 pontos. A grande maioria acredita que

sua produtividade pode ser prejudicada quando se é excessivamente solicitado no exercício de

suas atribuições a ponto de ter que sacrificar sistematicamente o horário de almoço ou o de

saída.

Pontos da questão 11

399

57

V = Necessidades fisiológicasZ = Necessidades de auto-realização

Gráfico 19: O que mais incentiva o desempenho

Fonte: dados primários

Verifica-se no gráfico 19 que a somatória de 413 pontos corresponde as necessidades

fisiológicas dos funcionários, enquanto apenas 43 pontos correspondem as necessidades de

auto-realização. A grande maioria acha que pode melhorar o desempenho devido a um

aumento de salário do que a um supervisor de maior confiança e um ambiente de trabalho

mais organizado e planejado.

Pontos da questão 12

413

43

V = Necessidades fisiológicasW = Necessidades de segurança

Gráfico 20: Duas organizações para se trabalhar

Fonte: dados primários

No gráfico 20 verificamos que a maioria dos pontos correspondem as necessidades

de segurança enquanto a minoria as necessidades de associação. Entre duas organizações, a

maioria dos questionados prefere aquela que oferece garantias de estabilidade e melhor

assistência médico-hospitalar do que aquela que possui uma equipe muito bem relacionada

entre si.

Pontos da questão 13

375

81

W = Necessidades de segurançaX = Necessidades de associação

Gráfico 21: O subordinado mais irritante

Fonte: dados primários

O gráfico 21 apresenta a somatória de 284 pontos para as necessidades de segurança

e 172 pontos para as necessidades de associação. A maioria considera o subordinado mais

irritante aquele que não pensa no dia de amanhã, enquanto para a minoria o mais irritante é o

anti-social.

Pontos da questão 14

284

172

W = Necessidades de segurançaX = Necessidades de associação

Gráfico 22: Maior eficiência no desenvolvimento das responsabilidades

Fonte: dados primários

As necessidades de auto-estima, conforme mostra o gráfico 22, tiveram uma

pontuação de 241 pontos em relação aos 215 pontos das necessidades de auto-realização. A

maioria considera que desenvolve suas responsabilidades com maior eficiência quando lhes é

conferido reconhecimento em função dos seus méritos exclusivamente.

Pontos da questão 15

241

215

Y = Necessidades de auto-estimaZ = Necessidades de auto-realização

Gráfico 23: Cargo preferido em uma promoção

Fonte: dados primários

O gráfico 23 mostra que nas respostas as necessidades fisiológicas se sobressaem em

relação as necessidades de segurança., numa proporção de 244 pontos contra 212 pontos. A

pergunta era referente a uma promoção com a escolha entre 2 cargos, sendo que um oferece

normas de trabalho definidas, garantias de estabilidade e ampla assistência médico-hospitalar,

enquanto o segundo oferece boas condições de trabalho, ambiente confortável, amplo e limpo,

com boa iluminação e temperatura agradável, restaurante interno com comida saborosa. A

maioria optou pela segunda opção, embora a diferença tenha sido pequena.

Pontos da questão 16

244

212

V = Necessidades fisiológicasW = Necessidades de segurança

Gráfico 24: Motivo para prejudicar a produtividade

Fonte: dados primários

O gráfico 24 apresenta que as necessidades de auto-estima se sobressaíram sobre as

de associação, embora com uma diferença de apenas 14 pontos, sendo 235 a 221. A maioria

acha que a sua produtividade pode ser prejudicada quando alguém sem suas qualificações é

promovido para um cargo que ele desejava, enquanto para o restante a produtividade é

prejudicada quando delegam responsabilidade que exige dedicação pessoal e se fica privado

de compartilhar os problemas e idéias com os seus companheiros.

Pontos da questão 17

221

235

X = Necessidades de associaçãoY = Necessidades de auto-estima

Gráfico 25: Fator que mais incentiva o desempenho

Fonte: dados primários

A somatória de 243 pontos referem-se as necessidades de associação, enquanto os

213 pontos restantes referem-se as necessidades de auto-estima, conforme enuncia o gráfico

25. Para a maioria o que mais incentiva ou estimula o desempenho é o relacionamento cordial

e harmonioso com os colegas, superiores e subordinados, bem como saber que se é bem aceito

por eles, enquanto o grupo de menos pontos acredita que é o reconhecimento que lhe é

conferido em função dos seus méritos que estimula seu desempenho.

Pontos da questão 18

243

213

X = Necessidades de associaçãoY = Necessidades de auto-estima

Gráfico 26: Preferência por organização para se trabalhar

Fonte: dados primários

Entre duas organizações para se trabalhar, a maioria opta por aquela que lhe oferecer

um cargo que confira maior prestígio e poder em relação a que oferece autonomia para criar,

liberdade para experimentar e autoridade para inovar. O gráfico 26 mostra que as

necessidades de auto-estima somam 371 pontos enquanto as de auto-realização somam apenas

85 pontos.

Pontos da questão 19

371

85

Y = Necessidades de auto-estimaZ = Necessidades de auto-realização

Gráfico 27: Diminuição da produtividade

Fonte: dados primários

O gráfico 27 mostra que 378 pontos correspondem as necessidades de associação

enquanto 78 pontos as necessidades de auto-realização. Para a maioria absoluta a

produtividade pode ser prejudicada quando se delega responsabilidade que exige dedicação

pessoal e se fica privado de compartilhar os problemas e idéias com os companheiros de

trabalho.

Pontos da questão 20

378

78

X = Necessidades de associaçãoZ = Necessidades de auto-realização

Gráfico 28: Escolha do subordinado mais irritante

Fonte: dados primários

O gráfico 28 mostra que as necessidades fisiológicas correspondem a 298 pontos

enquanto as necessidades de associação a 158 pontos. A maioria considera o subordinado que

mais irrita aquele quem não valoriza as boas condições ambientais de trabalho que lhe são

oferecidas (instalações físicas confortáveis, bem iluminada, restaurante interno, etc.).

Pontos da questão 21

298

158

V = Necessidades fisiológicasX = Necessidades de associação

Gráfico 29: Aumento da eficiência no desenvolvimento das atividades

Fonte: dados primários

O gráfico 29 mostra que as necessidades de associação correspondem a 291 pontos

enquanto as necessidades de auto-realização correspondem a 165 pontos. Para a maioria, o

desenvolvimento das responsabilidades com maior eficiência é possível quando se mantem

relacionamento cordial e harmonioso com os colegas, supervisores e subordinados, bem como

saber que se é bem aceito por eles.

Pontos da questão 22

291

165

X = Necessidades de associaçãoZ = Necessidades de auto-realização

Gráfico 30: Cargos a escolher

Fonte: dados primários

De acordo com o gráfico 30, o total de pontos das necessidades fisiológicas foi de

339 contra 117 das necessidades de auto-realização. A maioria dos funcionários da Secretaria

de Obras de Itapema considera mais importante um cargo que ofereça boas condições de

trabalho, com ambiente limpo, confortável, iluminado, seguro, com restaurante interno com

boa comida do que um cargo que ofereça maior autonomia para criação, inovação e liberdade.

Pontos da questão 23

339

117

V = Necessidades fisiológicasZ = Necessidades de auto-realização

Gráfico 31: Produtividade em queda

Fonte: dados primários

O gráfico 31 mostra uma superioridade das necessidades de segurança, que somou

331 pontos em relação as necessidades de auto-estima, que somou 125. Questionados de que

forma sua produtividade pode ser prejudicada, a maioria respondeu que se dá quando se perde

a confiança no chefe, instabilidade do cargo e sobrevivência da empresa.

Pontos da questão 24

331

125

W = Necessidades de segurançaY = Necessidades de auto-estima

Gráfico 32: Fator estimulante ao desempenho

Fonte: dados primários

A imensa maioria dos pontos, como demonstra o gráfico 32, é das necessidades

fisiológicas, que somaram 410 pontos enquanto as necessidades de auto-estima totalizaram

apenas 46 pontos. Para a maioria dos funcionários questionados, o que mais estimula e

incentiva o desempenho é um salário compatível com suas necessidades básicas e as de sua

família.

Pontos da questão 25

410

46

V = Necessidades fisiológicasY = Necessidades de auto-estima

Gráfico 33: Organizações para se trabalhar

Fonte: dados primários

O gráfico 33 mostra uma sobreposição das necessidades de auto-estima em relação

as necessidades de associação, sendo a primeira de 269 pontos e a segunda de 187 pontos.

Questionados sobre a escolha entre duas organizações para se trabalhar, a opção da maioria

foi por aquela que pode oferecer um cargo de maior prestígio e poder.

Pontos da questão 26

187

269

X = Necessidades de associaçãoY = Necessidades de auto-estima

Gráfico 34: O tipo de subordinado que mais irrita

Fonte: dados primários

No gráfico 34 verificamos a importância das necessidades de segurança, que

somaram 350 pontos em relação as necessidades de auto-realização, que totalizaram 106. O

subordinado mais irritante, na opinião da maioria, é aquele que não pensa no dia de amanhã e

não aquele que não colabora na experimentação de novas idéias.

Pontos da questão 27

350

106

W = Necessidades de segurançaZ = Necessidades de auto-realização

Gráfico 35: Desenvolvimento das responsabilidades com maior eficiência

Fonte: dados primários

Através do gráfico 35 verificamos certa equivalência entre as necessidades de se

associação e de segurança, embora a primeira seja um pouco superior, totalizando 239 pontos

em relação a segunda, que somou 217 pontos. A maioria acredita que desempenha suas

responsabilidades com maior entusiasmo e eficiência quando mantém relacionamento cordial

e harmonioso com seus colegas, superiores e subordinados, bem como saber que é aceito por

eles.

Pontos da questão 28

217

239

W = Necessidades de segurançaX = Necessidades de associação

Gráfico 36: Escolha entre dois cargos de uma promoção

Fonte: dados primários

O gráfico 36 mostra que a grande dos pontos, 390, são referentes as necessidades de

associação, enquanto 66 pontos são referentes as necessidades de auto-realização. Entre a

escolha de dois cargos, a maioria prefere aquele que proporciona oportunidades para integrar

uma equipe de trabalho que mantém excelentes relações entre os seus membros.

Pontos da questão 29

390

66

X = Necessidades de associaçãoZ = Necessidades de auto-realização

Gráfico 37: Processo produtivo prejudicado

Fonte: dados primários

O gráfico 37 aponta 281 pontos para as necessidades fisiológicas e 175 pontos para

as necessidades de segurança. Em relação a de que forma a produtividade individual pode ser

prejudicada a maioria acha que é quando o funcionário é excessivamente solicitado no

exercício de suas atribuições a ponto de ter que sacrificar sistematicamente o seu horário de

almoço ou saída.

Ponto da questão 30

281

175

V = Necessidades fisiológicasW = Necessidades de segurança

5.4 Análise geral

A seguir será apresentado o gráfico geral relativo a somatória de todas as questões

anteriores, onde será esclarecido quais as necessidades motivacionais mais presentes ou

importantes para o grupo estudado.

Gráfico 38: Pontuação total das questões

4158

3339

2545 2499

1139

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

Po

nto

s

V W X Y Z

Necessidades

Pontuação total das questões

V = Necessidades fisiológicas

W = Necessidades de segurança

X = Necessidades de associação

Y = Necessidades de auto-estima

Z = Necessidades de auto-realização

Através do gráfico 38 verifica-se que a maior pontuação é da categoria V, que

representa as necessidades fisiológicas. Isso demonstra a preocupação dos funcionários da

Secretaria de Obras de Itapema com a alimentação (fome e sede), com o sono e o repouso

(cansaço) e com o abrigo (frio e calor). São as necessidades relacionadas com a própria

subsistência e existência do individuo. A pessoa com o estomago vazio não tem outra

preocupação maior do que se alimentar, por exemplo. Somente a partir do suprimento das

necessidades fisiológicas que surge a necessidade de suprir as outras necessidades, como por

exemplo, a de segurança, que conforme o gráfico é a segunda necessidade mais importante.

Essa segurança pode ser traduzida como estabilidade de emprego, fuga do perigo ou de

situações indesejáveis, busca por um mundo mais ordenado, sem ameaças ou privações, etc.

As necessidades de segurança têm grande importância, uma vez que na vida organizacional as

pessoas tem uma relação de dependência com a empresa e onde as ações gerenciais arbitrarias

ou as decisões inconsistentes e incoerentes podem provocar incerteza ou insegurança na s

pessoas quanto à sua permanência no emprego. Se as ações e decisões gerenciais refletem

discriminação e favoritismo ou alguma pratica imprevisível, podem se tornar poderosos

ativadores de insegurança entre as pessoas. As necessidades de associação ocupam a terceira

posição na somatória geral dos pontos, o que demonstra uma preocupação dos funcionários

quanto a aceitação e bom relacionamento com os colegas de trabalho. Quase empatada com a

terceira colocada, as necessidades de auto-estima se referem as necessidades relacionadas

com a maneira pela qual a pessoa se vê e se avalia, isto é, com a auto-avaliação e auto-estima.

Envolvem a auto-apreciação, a autoconfiança, a necessidade de aprovação social e de

reconhecimento, de status, prestígio e de consideração. Essa não parece ser uma necessidade

motivacional para o grupo alvo da pesquisa, assim como a opção que recebeu menos pontos,

as necessidades de auto-realização, que são as necessidades que levam cada pessoa a realizar

seu próprio potencial e de se desenvolver continuamente ao longo da vida.

Tabela 01 - Tabulação das respostas do questionário

QUESTÃO V W X Y Z 1 404 52

2 416 40

3 240 216

4 420 36

5 294 162

6 273 183

7 307 149

8 385 71

9 369 87

10 403 53

11 399 57

12 413 43

13 375 81

14 284 172

15 241 215

16 244 212

17 221 235

18 243 213

19 371 85

20 378 78

21 298 158

22 291 165

23 339 117

24 331 125

25 410 46

26 187 269

27 350 106

28 217 239

29 390 66

30 281 175

TOTAIS 4158 3339 2545 2499 1139 V W X Y Z

V = Necessidades fisiológicas

W = Necessidades de segurança

X = Necessidades de associação

Y = Necessidades de auto-estima

Z = Necessidades de auto-realização

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização dessa pesquisa foi extremamente desgastante e cansativa. Foram muitos

dias aplicando questionários, tirando dúvidas dos questionados, entrando em contato com os

152 funcionários para responderem, tabulando os dados, gerando os gráficos e apresentando

os resultados.

O objetivo principal desse trabalho era identificar quais as necessidades

motivacionais dos funcionários operacionais da Secretaria de Obras de Itapema e através dos

resultados apresentados anteriormente verifica-se que esse objetivo foi atingido. As

necessidades mais presentes nos indivíduos, conforme resultado dessa pesquisa, são as

necessidades fisiológicas, que são aquelas relacionadas à sobrevivência, como alimentação,

sono, atividade física, satisfação sexual, etc., ficando em segundo lugar, embora não com uma

diferença muito grande à primeira, as necessidades de segurança, que são aquelas

relacionadas à estabilidade, proteção, abrigo, defesa.

De acordo com Maslow (apud Chiavenato 1991), a motivação ocorre quando é

despertada uma necessidade, e uma vez que isso ocorre se cria um estado de tensão que passa

a ser uma meta no sentido de levar o indivíduo a agir para diminuir ou eliminar essa

necessidade. A motivação é a tensão persistente que leva o indivíduo a alguma forma de

comportamento visando à satisfação de uma ou mais determinadas necessidades.

Através dos resultados dessa pesquisa verificamos que atualmente o que motiva os

funcionários da Secretaria de Obras de Itapema são suas necessidades fisiológicas, de

sobrevivência, na base da pirâmide da hierarquia das necessidades. São elas a propulsora

motivacional dessas pessoas.

No entanto, se traçarmos um paralelo entre o perfil desses funcionários e o resultado

da pesquisa, pode-se constatar que existe uma relação entre esses dois fatores. Foi verificado

que a grande maioria dos funcionários reside nos bairros Morretes e Jardim Praia Mar, os

bairros mais carentes da cidade de Itapema, formados por imigrantes pobres de diversas

cidades catarinenses além de estados do Rio Grande do Sul e Paraná. A grande maioria dos

funcionários é do sexo masculino, com idade inferior a 40 anos, possui baixa escolaridade,

fazem parte de famílias com mais de 4 pessoas e ganham até R$ 550,00. Sendo assim, o

resultado da pesquisa não chega a ser uma surpresa, embora agora isso seja algo provado

através de uma pesquisa científica e não uma conclusão sem fundamento ou suposição.

Agora que já se tem informações confiáveis sobre esse grupo de funcionários, se

torna possível criar no futuro um plano motivacional mais consistente, baseado na realidade

dessas pessoas, de modo a se restabelecer o trabalho de qualidade que sempre foi realizado

pela Secretaria de Obras em um passado não muito distante.

A grande questão agora é de que forma o resultado desse trabalho será usufruído em

prol dos funcionários da Secretaria de Obras de Itapema. Como aumentar a motivação dessas

pessoas, se de acordo com Maslow as necessidades dessas pessoas já são sua própria força

motivacional? E será possível criar um plano motivacional que realmente possa estimular

essas pessoas a desenvolverem suas funções de forma mais eficiente? Em que consistirá esse

plano, aumento de salário, de benefícios, melhoria da supervisão? Herzberg colocou que esses

são os chamados fatores higiênicos e que quando eles são ótimos conseguem apenas evitar a

insatisfação das pessoas, pois não conseguem elevar consistentemente a satisfação e quando a

elevam, não conseguem sustenta-la elevada por muito tempo. Porém, quando são péssimos,

provocam a insatisfação das pessoas. Entretanto, existe muita divergência quanto esse assunto

e alguns estudiosos acreditam que a motivação não é apenas intrínseca ao indivíduo e que

pode sim ser estimulada.

Discussões a parte, é importante frisar que a pesquisa conseguiu realizar aquilo se

propôs inicialmente e os resultados foram expostos. Espera-se, contudo que ela tenha

utilidade para a Secretaria de Obras de Itapema e que a melhor solução para o problema seja

encontrada, visando o bem estar tanto dos funcionários da Secretaria quanto da população

local atendida por eles.

7 REFERENCIAS

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08 – APÊNDICE 01

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ Centro de Educação Superior III Tijucas

Curso de Administração QUESTIONÁRIO Senhor (a), Me chamo Leandro Nilton Régis e sou acadêmico do curso de Administração da Universidade do Vale do Itajaí, Campus de Tijucas. Venho através deste solicitar informações para elaboração do meu Trabalho de Conclusão de Curso. Não se fará necessário identificação. PARTE 01 Favor assinalar a alternativa conforme sua realidade: 1) Sexo: ( ) Masculino ( )Feminino 2) Idade: ( ) 18 a 25 ( ) 26 a 30 ( ) 31 a 40 ( ) 41 a 50 ( ) 51 a 60 ( ) acima de 60 3) Escolaridade: ( ) analfabeto ( ) primário incompleto ( ) primário completo ( ) ginásio incompleto ( ) ginásio completo ( ) 2° grau incompleto

( ) 2° completo ( ) superior completo/ incompleto 4) Bairro onde reside: ( ) Centro ( ) Meia Praia ( ) Morretes ( ) Canto da Praia ( ) Várzea ( ) São Paulino ( ) Sertãozinho ( ) Alto São Bento ( ) Ilhota ( ) Tabuleiro ( ) Jardim Praia Mar ( ) Sertão 5) Renda Salarial: ( ) R$ 380,00 ( ) entre R$ 380,00 e R$ 450,00 ( ) entre R$ 451,00 e R$ 550,00 ( ) entre R$ 550,00 e R$ 650,00 ( ) entre R$ 651,00 e R$ 750,00 ( ) acima de R$ 750,00 6) Sua família (que reside com você) é formada por quantas pessoas: (contando com você) ( ) 01 pessoa ( ) 02 pessoas ( ) 03 pessoas ( ) 04 pessoas ( ) 05 pessoas ( ) 06 ou mais pessoas 7) Tempo de serviço na Secretaria de Obras: ( ) menos de 01 ano ( ) entre 01 e 02 anos ( ) entre 03 e 04 nos ( ) entre 05 e 06 anos ( ) entre 07 e 08 anos ( ) entre 09 e 10 anos ( ) acima de 10 anos

PARTE 02

INVENTÁRIO DE MOTIVAÇÃO

1) Leia atentamente cada uma das trinta proposições seguintes. Cada proposição tem duas alternativas possíveis, cabendo a você optar por uma delas. Não se trata de verificar qual é a correta ou qual é a válida, pois ambas são corretas e válidas. O que pretendemos é que você escolha aquela que melhor refletir a sua realidade interna, ou seja, aquela que mais se assemelha com a sua maneira de agir ou como acredita que agiria naquelas circunstâncias.

2) Atribua 2 ou 3 pontos á alternativa que você escolheu como mais significativa, inserindo-a no quadrinho correspondente; a alternativa menos significativa, você atribuirá nota 0 ou 1, dependendo dos pontos que você atribui á alternativa mais significativa, pois a soma de ambas deverá dar sempre um total de 3 pontos. Exemplo: Se à primeira alternativa for dada nota 3, a segunda deverá ser 0 ou se à primeira for dada nota 2, a segunda deverá ser 1. Essa regra deverá ser seguida para todas as questões.

3) Não se trata de um teste de conhecimentos, não havendo, portanto, alternativas

boas ou más, certas ou erradas. O objetivo do inventário é apenas conhecer a motivação potencialmente em cada um de nós.

NOTA: Se você não tiver subordinado, nas proposições que o colocarem nessa

situação, imagine-se como chefe e opte pela alternativa que corresponda ao que você acredita que faria nessas circunstâncias. 1. O que mais incentiva e estimula o meu desempenho é: V ( ) Um salário compatível com as minhas necessidades básicas e as de minha família. Z ( ) A oportunidade de testar a minha própria capacidade e ter acesso aos meus resultados. 2. Se eu tiver que escolher entre duas organizações para trabalhar, prefiro aquela que: W ( ) Me oferecer normas de trabalho claramente definidas, sólidas garantidas de estabilidade, e assegurar-me privilégios mais amplos de assistência médico-hospitalar. Z ( ) Me proporcionar autonomia para criar, liberdade para experimentar e mais autoridade para inovar. 3. O tipo de subordinado que mais me irrita é aquele que: V ( ) Não valoriza as boas condições ambientais de trabalho que lhe são oferecidas (instalações físicas confortáveis, bem iluminada, restaurante interno, etc.) Y ( ) Não me confere o devido respeito e consideração. 4. Desenvolvo minhas responsabilidades com maior entusiasmo e eficiência quando: V ( ) Recebo um salário compatível com as minhas necessidades básicas e as de minha família.

X ( ) Mantenho um relacionamento cordial e harmonioso com os meus colegas, superiores e subordinados, bem como saber que sou aceito por eles. 5. Se na minha promoção me for dado escolher entre dois cargos, darei preferência àqueles que: W ( ) Me oferecer normas de trabalho claramente definidas, sólidas garantias de estabilidade, e assegurar-me privilégios mais amplos de assistência médico- hospitalar. Y ( ) Me conferir maior prestígio e poder. 6. O que mais incentiva e estimula o meu desempenho é: Y ( ) O reconhecimento que me conferem exclusivamente em função dos meus méritos. W ( ) Um supervisor imediato em que eu possa confiar, condições de trabalho bem organizadas, e um ambiente de trabalho onde quase tudo já foi previsto e planejado. 7. Se eu tiver que escolher entre duas organizações para trabalhar, prefiro aquela que: X ( ) Me convidar para fazer parte de uma equipe de trabalho que mantém excelentes relações entre seus membros. V ( ) Me oferecer boas condições de trabalho: ambiente confortável, amplo e limpo, com boa iluminação e temperatura agradável, restaurante interno com comida saborosa. 8. O tipo de subordinado que mais irrita é aquele que: Y ( ) Não me confere o devido respeito e consideração. Z ( ) Resiste a colaborar comigo na experimentação de novas idéias. 9. Desenvolvo minhas responsabilidades com maior entusiasmo e eficiência quando: Z ( ) Me proporcionam a oportunidade de testar minha própria capacidade de acesso aos meus resultados. W ( ) Tenho um superior imediato em que eu possa confiar condições de trabalho bem organizadas, e um ambiente de trabalho onde quase tudo já foi previsto e planejado. 10. Se na minha próxima promoção me for dado escolher entre dois cargos, darei preferência àquele que: Y ( ) Me conferir maior prestígio e poder. V ( ) Me oferecer boas condições de trabalho: ambiente confortável, amplo e limpo, com boa iluminação e temperatura agradável, restaurante interno com comida saborosa. 11. A minha produtividade pode ser prejudicada quando: Z ( ) As minhas responsabilidades atuais deixarem de representar um desafio. V ( ) Sou excessivamente solicitado no exercício de minhas atribuições a ponto de ter que sacrificar sistematicamente o meu horário de almoço ou o de saída. 12. O que mais incentiva e estimula o meu desempenho é: V ( ) Um salário mais compatível com as minhas necessidades básicas e as de minha família. W ( ) Um superior imediato em que eu possa confiar, condições de trabalho onde quase tudo já foi previsto e planejado. 13. Se eu tiver que escolher entre duas organizações para trabalhar, prefiro aquela que: W ( ) Me oferecer normas de trabalho claramente definidas, sólidas garantias de estabilidade, e assegurar-me privilégios mais amplos de assistência médico- hospitalar.

X ( ) Me convidar para fazer parte de uma equipe de trabalho que mantém excelentes relações entre seus membros. 14. O tipo de subordinado que mais me irrita é aquele que: X ( ) É anti-social e confunde qualquer iniciativa de sociabilidade com puxa-saquismo. W ( ) Não pensa no dia de amanhã. 15. Desenvolvo minhas responsabilidades com maior entusiasmo e eficiência quando: Y ( ) Me conferem reconhecimento em função dos meus méritos exclusivamente. Z ( ) Me proporcionam a oportunidade de testar minha própria capacidade e tenho acesso aos meus resultados. 16. Se na minha próxima promoção me for dado escolher dois cargos, darei preferência aquele que: W ( ) Me oferecer normas de trabalho claramente definidas, sólidas garantias de estabilidade, e assegurar-me privilégios mais amplos de assistência médico-hospitalar V ( ) Me oferecer boas condições de trabalho: ambiente confortável, amplo e limpo, com boa iluminação e temperatura agradável, restaurante interno com comida saborosa. 17. A minha produtividade pode ser prejudicada quando: X ( ) Me delegam responsabilidade que exige a minha dedicação pessoal e fico privado de compartilhar os meus problemas e as minhas idéias com os meus companheiros. Y ( ) Outro executivo, sem as qualificações que possuo, for promovido por mero favoritismo para o cargo que eu estou planejando assumir no futuro próximo. 18. O que mais incentiva e estimula o meu desempenho é: Y ( ) O reconhecimento que me conferem exclusivamente em função dos meus méritos. X ( ) O relacionamento cordial e harmonioso com os meus colegas, superiores e subordinados, bem como saber que sou bem aceito por eles. 19. Se eu tiver que escolher duas organizações para trabalhar, prefiro aquela que: Z ( ) Me proporcionar autonomia para criar, liberdade para experimentar a autoridade para inovar. Y ( ) Me oferecer um cargo que confira maior prestígio e poder. 20. A minha produtividade pode ser prejudicada quando: X ( ) Me delegam responsabilidade que exige a minha dedicação pessoal e fico privado de compartilhar os meus problemas e as minhas idéias com os meus companheiros. Z ( ) As minhas responsabilidades atuais deixarem de representar um desafio. 21. O tipo de subordinado que mais me irrita é aquele que: V ( ) Não valoriza as boas condições ambientais de trabalho que lhe são oferecidas (instalações físicas confortáveis, bem iluminada, restaurante interno, etc.) X ( ) É anti-social e confunde qualquer iniciativa de sociabilidade com “puxa-saquismo”. 22. Desenvolvo minhas responsabilidades com maior entusiasmo e eficiência quando: Z ( ) Me proporcionam a oportunidade de testar a minha própria capacidade e tenho acesso aos meus resultados.

X ( )Mantenho relacionamento cordial e harmonioso com os meus colegas, supervisores e subordinados, bem com saber que sou bem aceito por eles. 23. Se na minha próxima promoção me for dado escolher entre dois cargos, darei preferência àquele que: V ( ) Me oferecer boas condições de trabalho: ambiente confortável, amplo e limpo, com boa iluminação e temperatura agradável, restaurante interno com comida saborosa. Z ( ) Me proporcionar autonomia para criar, liberdade para experimentar e autoridade para inovar. 24. A minha produtividade pode ser prejudicada quando: Y ( ) Outro executivo, sem as qualificações que possuo, for promovido por mero favoritismo para o cargo que eu estou planejando assumir no futuro próximo. W ( ) Perco a confiança no meu chefe, desconfio da estabilidade do meu cargo, temo pela sobrevivência da minha organização. 25. O que mais incentiva e estimula o meu desempenho é: V ( ) Um salário compatível com as minhas necessidades básicas e as de minha família. Y ( ) O reconhecimento que me conferem exclusivamente em função de meus méritos. 26. Se eu tiver que escolher entre duas organizações para trabalhar, prefiro aquela que: Y ( ) Me oferecer um cargo que me confira maior prestígio e poder X ( ) Me convidar para fazer parte de uma equipe de trabalho que mantém excelentes relações entre os seus membros. 27. O tipo de subordinado que mais me irrita é aquele que: W ( ) Não pensa no dia de amanhã Z ( ) Resiste a colaborar comigo na experimentação de novas idéias. 28. Desenvolvo minhas responsabilidades com maior entusiasmo e eficiência quando: X ( ) Mantenho relacionamento cordial e harmonioso com meus colegas, superiores e subordinados, bem como saber que sou aceito por eles. W ( ) Tenho um superior imediato em que eu possa confiar, condições de trabalho bem organizadas, e um ambiente de trabalho, onde quase tudo já foi previsto e planejado. 29. Se na minha próxima promoção me for dado escolher entre dois cargos, darei preferência àquele que: Z ( ) Me proporcionar autonomia para criar, liberdade para experimentar e autoridade para inovar. X ( ) Me proporcionar oportunidades para integrar uma equipe de trabalho que mantém excelentes relações entre os seus membros. 30. A minha produtividade pode ser prejudicada quando: V ( ) Sou excessivamente solicitado no exercício de minhas atribuições a ponto de ter que sacrificar sistematicamente o meu horário de almoço ou saída. W ( ) Perco a confiança no meu chefe, desconfio da estabilidade do meu cargo, temo pela sobrevivência da minha organização.

TABULAÇÃO Transfira ao quadro a seguir as pontuações atribuídas às alternativas escolhidas pelo entrevistado:

Item V W X Y Z 1 2 3 4 5 6 7 8 9

10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

TOTAIS Os cinco totais deverão somar 90 pontos. Após a somatório de todos os questionários, fazer a análise geral. V = Necessidade fisiológicas X = Necessidade de associação Z = Necessidades de auto-realização W = Necessidade de segurança Y = Necessidades de auto-estima