i hermenÊutica - ibaderj.com‚utica.pdf3 2. origem da hermenêutica a história da hermenêutica...

38
1

Upload: others

Post on 16-Oct-2019

5 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

1

Page 2: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

2

I – HERMENÊUTICA

1. Definição

Hermenêutica (do grego hermenêutike) que deriva do verbo

hermeneuo, que significa ciência e a arte da interpretação;

Ciência porque estabelece norma ou regras positivas e invariáveis;

Arte porque as suas regras são flexíveis ou práticas.

A história aponta para Platão como o primeiro a usar

hermenêutica como termo técnico. Desde então a palavra vem

tomando este cunho, mas foi no período do Iluminismo, entre os

séculos XVII e XVIII, que algumas disciplinas teológicas se

universalizou recebendo nomes gregos, como hermenêutica,

homilética dogmática e apologética.

Hermenêutica Bíblica tem como objetivo buscar, através de suas

regras métodos, compreender e interpretar os sentidos exatos das

palavras e dos textos da palavra de Deus (a Bíblia).

OBS: Há ainda outros campos de estudos da Bíblia, que são o

estudo do Cânon, Crítica Textual, Crítica Histórica e Exegese.

Page 3: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

3

2. Origem da Hermenêutica

A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na

forma de serpente: o mais astuto de todos os animais campestre)

duvidou das palavras de Deus dizendo: “É assim que Deus disse? Não

comereis de toda árvore do jardim?”

Eva retrucou acusando a serpente do erro gramatical de

generalização. E, o corrigiu dizendo: “Do fruto das árvores do jardim

podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim

não comereis, nem tocareis neles para que não morrais” (Gn 3.2,3).

Vê-se que o pecado entrou no mundo por um erro de

Hermenêutica, baseado na “Hermenêutica” falsa e maliciosa de

satanás.

2.1 . Desenvolvimento da hermenêutica no decorrer da

história

Foi no período pós-exílio que Esdras leu o livro da Lei do Senhor

em hebraico e os seus auxiliares traduziram para o aramaico

explicando o sentido do texto, dando origem ao TARGUM, que era a

tradução aramaica da Bíblia (Ne 8.8). A partir daí, tantoa

hermenêutica como a exegese vem sendo utilizadas como

ferramentas essenciais na interpretação da bíblia sagrada.

Page 4: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

4

2.2. Princípios de interpretação entre os Judeus

Judeus Palestinos

Tinham grande respeito para com a Bíblia. Para eles a Bíblia era

infalível palavra do Eterno. Tinham como sagrado até as letras e por

isso os seus copistas contavam as letras ao escrever, mas tinham a lei

em mais alta estima do que os profetas e os demais escritos.

Judeus Alexandrinos

Eram determinados pela filosofia de Alexandria. “Adotavam o

princípio fundamental de Platão de que ninguém deve acreditar em

algo que seja indigno de Deus”. Sempre que encontrava algum ponto

que contrariava com a sua filosofia recorriam às interpretações

alegóricas. Filo foi seu grande mestre.

Judeus Caraítas

Representavam um protesto contra o rabinismo influenciado pelo

maometismo. Seu nome significa Beni Mikla que quer dizer “filhos da

leitura”. Seus princípios fundamentais consideravam a escritura a

única autoridade em matéria de fé. Sua exegese como um todo era

Page 5: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

5

mais correta do que a dos judeus palestinos e alexandrinos. O conflito

literário entre eles foi a criação do texto massorético.

Judeus Espanhóis

Entre o século XII a XV foi criado por eles um método mais sadio

de interpretação. Quando a exegese da igreja cristã estava

obscurecida por falta do conhecimento das línguas originais, quase

perdida naquele momento, alguns judeus instruídos da Península

Pirenaica restauraram a luz ao castiçal. Alguns dos seus métodos de

interpretação ainda hoje são utilizados.

2.3. Hermenêuticas na Igreja Cristã

a) Exegese Patrística (100 – 600 a.D.)

• Clemente de Alexandria (150-215 a.D.) acreditava que os textos

da escritura possuíam cinco sentidos: histórico, doutrinal, profético,

filosófico e místico.

• Orígenes (185-254?), sucessor de Clemente, acreditava que a

Escritura era uma vasta alegoria na qual cada detalhe é simbólico.

Valoriza muito I Co.2:6-7 - “falamos a sabedoria de Deus em mistério”.

Page 6: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

6

• Agostinho (354-430): muitos de seus princípios são utilizados até

hoje. Na prática, supervalorizou a alegorização contaminando sua

exegese, contradizendo sua teoria.

• Teodoro (350-428) : a Escola de Antioquia da Síria defendia uma

interpretação histórico-gramatical. Cria que o significado espiritual de

um acontecimento estava no próprio acontecimento e não numa

alegoria. Infelizmente, Nestório, discípulo de Teodoro envolveu-se

numa grande heresia relacionada a Cristo, comprometendo o futuro

da promissora Escola de Antioquia.

b) Exegese Medieval

• Predominavam os princípios de Agostinho;

• Praticamente nada de novo se produziu nesta época.

c) Exegese da Reforma

• Estudo do contexto, da gramática, das palavras e de passagens

paralelas;

• “A Escritura interpreta a Escritura”, dizia Calvino;

• Formaram a base dos princípios hermenêuticos dos protestantes

ortodoxos.

d) Exegese Pós-Reforma

Page 7: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

7

• Confessionalismo: O Concílio de Trento elaborou uma lista de

decretos expondo dogmas da Igreja Católica e criticando o

protestantismo. Os protestantes reagiram desenvolvendo credos que

definiam sua posição. “A exegese tornou-se uma criada da

dogmática”. Cada cidade importante tinha seu credo predileto.

• Pietismo: Fim da controvérsia inútil e retorno à comunhão e às

boas obras. Boa interpretação histórico-gramatical. Pietistas mais

recentes começaram a depender de uma “luz interior” ou“unção” nas

interpretações, levando, muitas vezes, a interpretações contraditórias.

• Racionalismo: A razão deveria julgar que partes da revelação

seriam aceitáveis.

3. Ciências que Ajudam no Estudo da Bíblia

a) Estudo do Canon: Isto é, a diferenciação entre os livros que

trazem o selo da inspiração divina e os que não trazem. O processo

histórico, mediante o qual certos livros entraram no cânon e outros

não, é longo, mas interessante.

b) A crítica Textual: às vezes referida como baixa crítica. A

crítica textual é a tentativa de averiguar o fraseado primitivo de um

texto. Tal crítica é necessária porque não possuímos os originais dos

manuscritos. Propõe-se a determinar a exatidão das palavras e dos

textos:

Page 8: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

8

• É verdade? É lenda?

• O que é que está escrito?

c) Crítica histórica ou alta crítica: Os eruditos neste campo

estudam a autoria de um livro, a data de sua composição, as

circunstâncias históricas que cercam sua composição, a autenticidade

de seu conteúdo e sua unidade literária. Somente após um estudo da

canonicidade, da crítica textual e da crítica histórica é que o estudioso

está preparado para fazer exegese.

d) Exegese: deriva-se da palavra grega exégesis (narração,

exposição) que significa conduzir, guiar, dirigir, governar, explicar

pormenorizadamente, interpretar. A Exegese é a arte de expor idéias. A

finalidade da Exegese é dispor os elementos a serem expostos de

maneira clara, lógica, sequencial, progressiva e estética, de sorte a

formar um conjunto convincente. A exegese faz com que, muitas

vezes, sejam confundidas. Mas o fato da Hermenêutica, através dos

princípios e métodos,chegar a um resultado, não significa que seja a

mesma coisa. A Exegese, que tem uma finalidade distinta, vale-se das

conquistas da Hermenêutica para veiculá-las, que é a aplicação na

prática das regras estabelecidas pela Hermenêutica e pela Crítica

Textual.

Page 9: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

9

e) Teologia Bíblica: é o estudo da revelação divina no antigo e

no novo testamento. Ela indaga: “Como foi que esta revelação

específica contribuiu para o conhecimento que os crentes já

possuíam naquela época?” Tenta mostrar o desenvolvimento do

conhecimento teológico através dos tempos do Antigo e Novo

Testamento.

f) Teologia Sistemática: Contrastando com a teologia bíblica, a

teologia sistemática organiza os dados bíblicos de uma maneira lógica

antes que histórica. A teologia bíblica e sistemática são campos

complementares. Juntas elas nos proporcionam maior entendimento

do que qualquer uma delas isoladamente.

4. Regra Fundamental da Hermenêutica (At 8.26-35; Is 53.7-8...)

A Bíblia interpreta a si mesma! Como?

• Mediante a lei do contexto (precedente e que se segue);

• Mediante os textos paralelos;

• Mediante ao ensino geral do livro e seu autor;

• Mediante o ensino geral da própria Bíblia.

5. A Bíblia é Cristocêntrica (Jo 5.39; Lc 24.27)

Page 10: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

10

O Espírito Santo é o melhor intérprete da Bíblia ( Jo 14.26;16.13; I

Co 2.6-13; I Pe 1.20,21; I Pe 1.11-12).

6. Condições Indispensáveis ao Entendimento da Bíblia

a) Ser espiritual (I Co 2.14-16);

b) Ter um amor profundo à verdade (At 8.31-34-38; 17.11-12);

c) Ser humilde e despedido de preconceitos (Tg 1.5; Sl 119.18-19);

d) Ter bom senso (Mt 16.3; I Jo 5.20).

7. Causa da Existência e Proliferações das Seitas e Heresias

a) A ignorância da Hermenêutica;

b) O desprezo de suas regras lógicas;

c) A ausência de espiritualidade, humanidade, sinceridade e bom

senso que expõe ao perigo constante (Pv 30.6; Dt 4.2; AP 22.18-19).

TESTE: (Jz 11.29-40; I SM 1.1-28; 2.28; II SM 22.24; Lv 27.2).

II – REGRAS DA HEMENÊUTICA

Os fariseus faziam descaso da hermenêutica e tornavam a Lei

insuportável e antipática ao povo.

Page 11: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

11

Exemplos:

a) Rigorosismo sabático (Ex 20.8-11; Mt 12.3-5);

b) Desleixo divorcista (Dt 24.1; MT 19.3-8);

c) O exemplo de Jesus (Lc 24.27,44-47).

1. Regras Fundamentais da Hermenêutica

a) Nunca se deve interpretar um termo ou um texto

isoladamente. Interprete Escritura com Escritura;

b) Nunca se deve basear doutrina em um versículo isolado,

interprete à luz da Bíblia;

c) Toda dúvida ou incerteza sobre o sentido de uma palavra ou

texto deve ser submetida ao consenso geral da Bíblia;

d) A única exceção a estas regras diz respeito à interpretação dos

Provérbios.

2. Auxílios a Aplicação Dessa Regras

a) O contexto

b) O vocabulário do escritor

c) O vocabulário bíblico

d) O paralelismo

e) O propósito do escritor

Page 12: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

12

3. O Valor Prático Destas Regras

a) Contexto: “Não há Deus” (Sl 14.1); “ Estamos mortos para Lei“”(

Rm 7.1-7; Ex 20.17);

Observação: Ao interpretar, se o contexto imediato- anterior ou

posterior não for suficiente para aclarar o sentido, busque o contexto

remoto. Interpretar desprezando o contexto é forçar o texto a dizer o

contrário do que diz realmente.

b) O vocabulário do escritor: Mandamento ( I Jo 3.23; Jo 6.29;

13.34; 15.12; I Jo 2.4);

c) O vocabulário geral da Bíblia: Justificado ( Rm 4.1-5,18-23).

Observação: Ás vezes, o intérprete tem que recorrer a toda Bíblia

para a aplicação desta regra.

Teste prático: Há contradição na Bíblia (Is 55.8,9; I Co 2.16).

III – PARALELISMOS

a) Verbais: A mesma palavra em diferentes textos - Graça (Jo

1.16,17; Tt 2.11; Rm 5.15; I Co 1.14 Ef 2.5-8);

b) Reais: Textos diversos tratando dos mesmos assuntos - (Mt

26.36-46; 14.32-42; Lc 22.39-46; Jo 18.1-11).

1. Propósito do Escritor

Page 13: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

13

Textos: (Jo 20.31; Lc 1.1-4)

Cada escritor bíblico sob inspiração divina teve um propósito

específico ao escrever. Conhecê-lo nos coloca na posição ideal de

saber o seu ponto de vista e podermos seguir seus próprios

pensamentos.

a) O propósito do Evangelho de João (Jo 20.30-31);

b) O propósito do Evangelho de Lucas (Lc 1.1-4);

c) O propósito de Paulo (I tm 1.3-4);

d) O propósito de Apocalipse (Ap 1.19);

e) O propósito de Eclesiastes (Ec 2.3).

Observação: Ás vezes, para descobrir o propósito do escritor,

você tem que ler o livro todo, várias vezes. Se for necessário, que seja

feito, FAÇA-O!

2. Correlação

A Bíblia é um todo harmonioso:

a) Uma só doutrina harmoniosa e perfeita (II tm 3.16,17);

b) Um só ator (I Sm 23.2, II Pe 1.20-21);

c) Profecia: (Zc 9.9) – Cumprimento ( Mt 21.5);

Page 14: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

14

d) Tipo: (Gn 22.6-13) – Protótipo (Jo 19.17-18);

e) Há verdades enunciadas em linguagem doutrinárias ( Jo 15.1-

8);

f) Há verdades enunciadas em linguagem moral (Mc 7.12);

g) Há verdades enunciadas em linguagem filosófica – provérbios

e Mateus 5.

Teste: Comparando Lc 11.13; Jo 14.16; 14.26; At 5.32, que regra

empregamos? Comparando At 5.3, At 2.4, Mt 1.20; Mt 28.19, que regra

empregamos?

IV - AUXILIOS EXTERNOS

Lamentamos, nesse momento, o desconhecimento das línguas

originais da Bíblia - grego e hebraico- que são de valor inestimável ao

intérprete, pois elucidam o que se queira analisar do texto sagrado.

Nada se compara com o fato de o intérprete poder ler as escrituras

nas línguas em que elas foram escritas.

LEITURAS: Mc 15.34-35; MT 27.46-47; At 2.22-23 II RS 17.26-28; Gn

37.34

Page 15: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

15

REGRA 1: O intérprete deve conhecer as línguas originais.

a) Eles não conheciam que Jesus falava em aramaico;

b) Os soldados romanos interpretam erradamente palavras de

Jesus: “Eis que Ele chama por Elias“.

REGRA 2: O intérprete deve conhecer a história antiga dos tempos

dos povos egípcios, cananeus, judeus e o cristianismo primitivo.

a) Pedro apelou aos conhecimentos que os judeus tinham dos

fatos alusivos a Jesus e aos Seus feitos notáveis;

b) Os imigrantes assírios pensavam que sofriam por ignorar os

costumes do novo país.

REGRA 3: O intérprete deve conhecer os costumes das épocas em

que foram escritos os livros da Bíblia.

a) O “rasgar as vestes” era demonstração de luto, lamento e

tristeza. Há 28 casos na Bíblia. Os sacerdotes não podiam fazer isso

(Lv 10.6), mas o de Mt 26.65 o fez e sem razão.

1. Auxílio das Versões Modernas

Page 16: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

16

a) As muitas versões modernas que pudermos consultar,

comparando-as entre si, nos ajudarão muito a assimilar o sentido

verdadeiro do texto estudado, porém não substituem o

conhecimento das línguas originais;

b) As histórias antigas e arqueológicas elucidam muito a

respeito dos costumes, das condições ambientais da época e da

maneira de viver dos povos de então.

c) A geografia da palestina, a história Natural dali e a legislação

antiga, igualmente são recursos externos que muitos ajudam o

intérprete a entender certos textos bíblicos.

EXEMPLO: O Salmo 126.1-6 nos dá exemplo de como a Geografia

e a história natural nos podem ajudar a entender a Bíblia.

a) Volta do Cativeiro – v.1

b) O júbilo consequente – v.2,3

c) A súplica ardente – v.2,3

d) As torrentes de Neguebe- v.4

e) A semeadura penosa – v.5

f) O resultado maravilhoso – v.6

Observação: Na resolução do teste a seguir entra em jogo a

língua original.

Page 17: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

17

TESTE: (Jz 12.4-6) Qual era o problema que havia com esta palavra

que causou tantas mortes?

V – CONHECIMENTO DO TEMPO

Identificar e distinguir o tempo em que certo fato teve lugar, o

modo e a circunstância em que ocorreu é de fundamental ajuda ao

intérprete na elucidação do mesmo. Portanto, o intérprete deve

distinguir o tempo, levando-o em consideração seus estudos e

interpretações da Bíblia.

LEITURA: (Gn 2.8, 16,17; 3.17; 12.1; Dt 5.121; Jo 1.11-13, 16,17).

Observação: Adão foi colocado por Deus no Éden com plena

liberdade, exceto comer do fruto da árvore da ciência do bem do mal.

Tendo desobedecido, Deus o expulsou dali e desde então ele e os

seus descendentes jamais tiveram tal liberdade como então. Ap 2.7

nos mostra uma opção dada por Deus. Qual?

a) Abrão nasceu na idolatria (Js 24.2). Deus o chamou para uma

terra que seria sua e de sua descendência, que se constituiria em uma

grande nação;

b) Com os israelitas, Deus fez um pacto legal, diferente dos que

fizera com seus pais, que igual também não fizera com ninguém;

Page 18: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

18

c) Falhando tudo, 1500 anos depois daquele pacto, Deus enviou

ao mundo o seu Filho, a quem os judeus rejeitaram. Ele, porém, deu

aos que crêem no seu nome, o direito de se tornarem filhos de Deus

(Dt 14.2;33.29; Mc 16.15,16).

1. Deus é Imutável – O Homem é Mutável

Saiba distinguir o tempo.

2. Como Deus Divide a Humanidade

Texto: (I Co 10.32)

a) Judeus

b) Gentios

c) Igreja de Deus

3. Percepções Gerais

a) Nunca espiritualize o que é material;

b) Nunca explique à igreja aquilo que é atribuído pelo antigo

testamento a Israel (A Lei – Ex 19.1-3; 20.1-2; Dt 5.1 -6); (testemunhas

de Jeová – Is 43.1-12; 44.1-8);

c) O antigo Testamento é israelita;

Page 19: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

19

d) A igreja era mistério nos tempos do Antigo Testamento (Cl

1.24-29);

e) O novo Testamento é cristão (Mateus 26.28) – nele, Israel se

equipara a todos (Ef 2.13-18; Cl 3.9-13).

Observação: O que aconteceu a Israel nos serve de aviso (I Co

10.1-11).

VI – LINGUAGEM

A Bíblia usa dois tipos de linguagem:

a) Linguagem Literal

b) Linguagem Figurada

O intérprete deve ser realista e cuidadosamente distinguir o tipo

de linguagem usado no texto de seu interesse para abalizá-lo com

proveito.

LEITURA BÍBLICA: (Zc 9.9; Mt 21.5; Sl 22.18; MT 17.35; 25.1-13; Jo

10.1-14; Jô 15.1-8; etc.)

1. PRINCIPAIS FIGURAS USADAS NA BÍBLIA

Page 20: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

20

Os escritores da Bíblia usaram claramente das seguintes figuras de

linguagem em seus escritos: metáfora, metonímia, sinédoque,

hipérbole, ironia, prosopopéia, antropomorfismo, enigma, alegoria,

símbolo, tipo, parábola , etc.

• METÁFORA: (Zc 3.8) É aquilo que se afirma de um ser e o

representa. A significação natural de uma palavra é substituída por

outra com quem tem relação de semelhança;

• METONÍMIA: (25.23) É o emprego do efeito pela causa,

progenitores por descendentes. Também se emprega em sentido

inverso (Lc 16.29) a causa pelo efeito, autores pelos seus escritos.

Emprego do sujeito pelo atributo (Gn 41.13), sonhadores por seus

sonhos e também o inverso desta ordem: o atributo pelo sujeito (Jo

32.7) as idades por seus possuidores, etc.;

• SINÉDOQUE: (Mt 3.5) O emprego do gênero pela espécie, o

geral pelo particular (Gn 6.12) emprega a ordem inversa – a espécie

pelo gênero – do particular pelo geral, Mt 6.11 – O emprego do todo

pela parte (Gn 3.19). Também emprega a ordem em sentido inverso –

da parte pelo todo;

• HIPÉRBOLE: (Dt 1.28) Afirmação em que as palavras

significam mais do que a realidade das coisas. Figuras que

engrandece ou diminui em demasia a verdade das coisas;

Page 21: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

21

• IRONIA: (Gn 3.22) É uma expressão que literalmente pode

significar o oposto. Modo de exprimir-se em que se diz o contrário

que se pensa ou se sente;

• PROSOPOPÉIA: (Sl 35.10) É a personificação das coisas e dos

seres. Figura que dá vida às coisas inanimadas, voz a pessoas

ausentes e animais;

• ANTROPOMORFISMO: (Gn 8.21) É a linguagem que atribui a

Deus atributos inerentes ao homem;

• ALEGORIA: (Gl 4.21-31) É uma narrativa em que as pessoas

representam idéias ou princípios. Exposição de um pensamento sob

forma figurada;

• ENIGMA: (Jz 14.14) É o que comumente chamamos de

“adivinhação“; coisa abscura;

• SÍMBOLO: (Lv 17.11) É o emprego de algo material significado

algo espiritual, etc. Aquilo que representa ou substitui outra coisa.

Aquilo que evoca, representa ou substitui outra coisa. Aquilo que

evoca, representa ou substitui algo abstrato ou ausente;

• TIPO: (Rm 5.14) É a representação de pessoa ou coisa na

esfera espiritual por intermédio de pessoa ou coisa puramente

material. Coisa que reúne em si os caracteres distintivos de uma

classe (modelo);

• PARÁBOLA: (Mt 13.24-30) É uma narrativa que pode ser real

ou imaginária, em que tanto as pessoas como as coisas e suas ações

correspondem a verdades espirituais e morais.

Page 22: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

22

REGRAS 1

a) Há textos que devem ser entendidos literalmente

b) Há textos que exprimem ensinos em linguagem figurada;

c) O intérprete deve deixar que a Bíblia exprima exatamente

aquilo que o Espírito Santo quis significar nas palavras do escritor,

haja ele usado linguagem literal ou figurada.

TESTE: Leia Sl 6.6; Ef 4.30; Gn 4.10. Que figuras de retórica usaram

os escritores nestes textos?

VII – OS SÍMBOLOS

Devido o grande número de símbolos que encontramos na Bíblia e

seu valor para o intérprete, que dedicamos esta lição exclusivamente

a eles.

LEITURA BÌBLICA: Lv 7.11; I Co 15.45; AP 1.2; Ex 15.5; 25.4

1. A Classificação dos Símbolos

Eles são classificados em: reais, visões, atitudes, nomes, números,

cores, formas, etc.

Page 23: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

23

1.1. Objetivos reais

a) Sangue – representa a vida (Lv 17.11);

b) Vestidos – representa méritos, justiça real ou salvação (Mt

1.13; Is 64.6; 61.10);

c) Linho fino – representa a justiça dos santos (Ap 19.8; Fp 4.5;

Mt 5.20);

d) Ouro – representa glória de Deus;

e) Prata – representa resgate;

f) Cobre – representa resistência no fogo;

g) Fogo – representa juízo (II Ts 1.8);

h) Fogo – também representa o Espírito Santo (Mt 3.11; At 2.3);

i) Óleo, azeite – representa o Espírito Santo (Sl 133.10)

j) Sal – representa preservação (Mt 5.13)

k) Fermento – representa a maldade e corrupção (I Co 5.7-8);

l) Água – representa regeneração (Jô 3.5; ¨Tt 3.5);

m) Pão e vinho – representam o corpo e o sangue de Jesus (Mt

26.29).

2. Visões

a) Castiçais – representam igrejas (Ap 11.12,13,20);

b) Estrelas e anjos – representam pastores (Ap 1.12-20);

Page 24: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

24

c) Amendoeira – representa vigilância (Jr 1.12; Hb. Xakêd =

despertar, vigiar);

d) Gafanhotos – representam calamidades (Am 7.1-2);

e) Prumo – representa justiça (Am 7.7-9);

f) Frutos de verão maduros – representam aproximação do fim

(Am 8.1,2).

3. Atitudes

a) Prostrar-se – representa reverência e humilhação (Et 3.1-2; Sl

95.6);

b) Levantar as mãos – representa juramento (Gn 14.22-24);

c) Cingir-se – representa dispor-se a partir; prontidão (Ex 12.11;

Lc 12.35-37).

4. Nomes Próprios

a) Adão – representa Jesus Cristo – duplo símbolo: positivo – pai

da Raça; Negativo – perdição

b) Topônimos: Babel, Babilônia – confusão (Gn 11.7-9); Sodoma –

corrupção (Gn 13.12,13); Egito – mundo – é vastíssimo este campo de

simbolismo (Gn 12.10; 26.1; 42; 5).

5. Números

Page 25: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

25

a) UM - unidade, primazia;

b) DOIS - relação, divisão, diferença

c) TRÊS - solidez, plenitude, trindade

d) QUATRO – fraqueza, fracasso, mundo;

e) CINCO – o fraco e o forte, Emanuel, capacidade,

responsabilidade;

f) SEIS – limitação, domínio humano, manifestação do mal;

g) SETE – plenitude, perfeição;

h) OITO – novo começo;

i) DEZ – Perfeição ordinal, capacidade humana de ser provado;

j) DOZE – Governo de Deus manifesto ao mundo;

k) TREZE – rebelião;

l) QUARENTA – capacidade ou limite da resistência humana.

6. Cores

a) AZUL – céu, montes e distancia – perfeição;

b) PURPURA – realeza;

c) CARMESIM – identificação (Js 2.18), (pecado – Is 1.18) – e poder

purificador (I Jo 1.7).

7. Formas

Page 26: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

26

a) QUADRADO – universidade;

b) CÚBICO – solidez, firmeza absoluta, etc.

REGRA 1

a) O intérprete deve ter noção dos símbolos, para entender os

tipos, que muitas vezes são enunciados em linguagem simbólica;

b) É preciso ter idéia exata dos símbolos para entender as

profecias que muitas das vezes foram enunciadas mediante símbolos;

c) O novo Testamento, em seus ensinos, é o resultado dos

símbolos constantes do Antigo testamento;

d) As figuras devem ser vistas em seus aspectos gerais e comuns

e não em seus mínimos detalhes ou em algo apenas suposto pelo

intérprete;

e) Os símbolos devem ser aplicados coerente e uniformemente

nunca passando do sentido figurado para o literal ou deste para

aquele, forçando o texto. Ao contrário, deve ser dado tratamento

harmonioso aos objetivos do conjunto, conforme o caso.

TESTE: Estude biblicamente Ap 12.1-6 e descubra o simbolismo/

significado de: mulher, coroa, estrelas, dragão vermelho e deserto.

VIII – TIPOLOGIA

Page 27: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

27

A tipologia bíblica é vastíssima e instrutiva. Quando o intérprete

estuda a Bíblia através dos tipos sem extremismos e sem vaidade

pode obter melhor conhecimento do plano de Deus para a redenção

humana, que de forma ampla é apresentado no Antigo Testamento

através de Tipologia ( Rm 5.14; At 7.44; I Co 10.6-11; Hb 9.11-12). Esses

textos do Novo Testamento claramente evidenciam que pessoas,

eventos e ritos religiosos contidos no antigo testamento tipificam

ensinamentos presentes no Novo testamento. Os tipos são

comumente classificados para efeito de estudo, em duas ordens:

Tipos Históricos e Tipos Rituais.

1. Tipos Históricos Pessoais

a) Adão – Cristo (Rm 5.14; I Co 15.45);

b) Melquisedeque – Cristo ( Hb 7);

c) Moisés – Cristo (Dt 18.15; At 3.22)

Cristo é descrito na Bíblia exercendo três funções: PROFETA,

SACERDOTE E REI.

• COMO PROFETA: Em potencial, todos os profetas do Antigo

Testamento foram tipos de Cristo. Em sentido restrito, porém, Moisés

foi o tipo específico.

Page 28: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

28

a) Como profeta (Dt 18.15; At 3.22);

b) No nascimento (Ex 1.15-16; 2.1; Mt 2.1-16);

c) Rejeitado por seus irmãos (Ex 2.11-14; Jo 1.11);

d) Casado com gentia durante a rejeição (Ex 2.15-21; At 13.46-47;

15.14);

e) Reconhecido e aceito na segunda vez (Ex 4.29-31; Rm 11.25-

29; Zc 2.10).

• COMO SACERDOTE: Nesta acepção, são dois os tipos bem

frisantes de Cristo no Antigo Testamento:

a) Melquisedeque (Gn 14.18-20; Hb 5.6; 6.20; 7.1-7);

b) Arão – escolhido por Deus (Ex 25; Sl 110.4); levado (Ex 29.4; Mt

3.14-15); ungido – ( Ex 29.7; Mt 3.16; At 10.38); Ministrando os

negócios de Deus ( Hb 5.1-5; Lc 2.49).

• COMO REI: Igualmente neste caso, todos os reis fiéis entre os

de Israel e Judá foram, em potencial, tipos de Cristo, por estarem

ocupando o trono de Davi (Lc 1.31-33). Mas, entre todos eles, DAVI é

um verdadeiro tipo de Cristo. Vejamos:

a) Igualmente o coração de Deus – I Sm 13.14; Mt 3.17;

b) Descendente de Judá (Gn 49.8-12; I Sm 16.1 – 4; Lc 1.26-27,31-

32; 2.4-7);

Page 29: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

29

c) Cheio do Espírito Santo (I Sm 16.13; At 10.38).

2. Tipos de Coletivos

Igreja é representada no Antigo Testamento por três tipos de

especiais:

a) Em Israel liberto da escravidão egípcia (Ex 12);

b) Na peregrinação de Israel pelo deserto;

c) Na posse de Israel da Terra Prometida.

Observação: Cristo também é representado pelo Tabernáculo.

3. Tipos de Rituais

a) O tabernáculo é tipo de Cristo;

b) Os sacrifícios são tipos de Cristo;

c) As ofertas legais são do tipo de Cristo.

Observação: É riquíssima a tipologia bíblica com respeito a Cristo

e à Igreja.

Page 30: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

30

É impossível, neste capítulo, dar um exemplo de todos os tipos

existentes a respeito de Cristo no Antigo Testamento (I Co 10.1 – 11;

5.7; etc).

TESTE: Leia atentamente Gn 24 e descubra de quem eram os

tipos: Abraão, o servo Eliezer, Isaque e Rebeca.

IX – PARÁBOLAS

O ensino mediante o uso de parábolas na Bíblia é muito comum,

especialmente no Novo Testamento, onde está escrito de Jesus que

“nada lhes falava sem parábolas“ (Mt 13.34). Daí o valor imenso que

tem as regras indispensáveis à interpretação das parábolas, a fim de

podermos tirar delas o grande ensino que nos ministram.

LEITURA BÌBLICA: (Mc 4.2-20)

Uma parábola pra ser perfeita, deve ter as seguintes

características:

a) Forma Histórica;

b) Ter verossimilhança;

Page 31: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

31

c) Ter naturalidade;

d) Ter correspondência entre os elementos naturais e as

verdades espirituais enunciadas.

Ao estudar as parábolas, muitas vezes nos vem à mente a mesma

pergunta que fizeram os discípulos a Jesus: “Por que lhes falas por

parábolas? ” (Mt 13.10). Eram três os motivos porque Ele ensinava

através de parábolas:

a) A parábola não entendida promove o interesse de entendê-la

e os levava à pedir explicações a Jesus;

b) O ensino recebido por meio de parábolas é mais fácil de ser

retido na mente do estudante;

c) Quando se quer ocultar de alguém presente algo do ensino

que deve ser entendido apenas por uma parte da assistência,

conseguimos mais facilmente isto mediante o uso de parábolas.

1. Como Interpretar as Parábolas

Jesus é o nosso exemplo na interpretação de parábolas, ao

interpretar aquela que consideramos uma parábola-modelo (Mc 4.2-

20).

a) A SEMENTE: A palavra de Deus;

Page 32: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

32

b) AS AVES: Satanás;

c) A SEMENTE CAÍDA SOBRE PEDREGAIS: Recebimento do

Evangelho Superficialmente;

d) O ARDOR DO SOL: Provações e tribulações: Cuidados do

mundo, engano das riquezas, ambições;

e) A BOA TERRA: Os que de bom grado recebem o Evangelho

com sinceridade.

Observação: Jesus deixou de interpretar a figura do Semeador.

Dizem os estudiosos que Ele assim procedeu porque o Semeador

simboliza pelo menos três elementos:

a) O próprio Jesus (Mt 13.37);

b) Os apóstolos e seus sucessores (Mc 16.15) e a igreja em geral

(II Co 9.10);

c) O próprio Israel, no futuro (Sl 68.11;126.5-6) e nós ousaríamos

acrescentar um quarto elemento: os anjos (Ap 14.6-7; Hb 1.14).

2. Regras Para a Interpretação das Parábolas

a) Deve-se identificar a figura central da parábola;

b) Todos os elementos as parábolas devem ser interpretadas;

c) Deve-se dar atenção especial ao princípio e ao fim da parábola

(são as chaves para compreendê-las);

Page 33: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

33

d) As regras para a interpretação dos símbolos são aplicáveis às

parábolas, que muitas vezes foram enunciadas em linguagem

simbólica;

e) Deve-se interpretar de acordo com a analogia da fé, nunca em

contrário ao claro ensino da Bíblia;

f) Os elementos não podem ter sentido diverso nas parábolas: o

que vale em uma, vale também na outra;

g) Em certos casos, porém, um termo, mantendo a unidade

fundamental, pode ser aplicado com várias modalidades e

circunstâncias, como no caso do Semeador.

TESTE: Leia Mt 21.33-46 e intérprete de acordo com o modelo

dado acima e as regras.

X – O MILAGRE

Ocuparemos este capítulo com um assunto polêmico no meio

evangélico – O MILAGRE – do qual muito afirmam haver passado com

o primeiro século cristão, enquanto que nós, os pentecostais,

persistimos em crer e em afirmar a sua atualidade na esfera da

IGREJA nos dias atuais, a fim de ajudá-la no desempenho da missão

que tem na terra.

LEITURA BÌBLICA: (Jo 6.1-14; 24.35)

Page 34: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

34

a) Um milagre, em regra geral, é também um sinal, que evidencia

algo extraordinário na prática (At 2.1 4,7; I Co 14.22);

b) O nosso texto nos diz de maneira prática da aplicação do

milagre como sinal, quando Jesus logo em seguida ao milagre

apresentou-se à multidão maravilhada com o PÃO DA VIDA;

c) O milagre revela a procedência daquele que foi usado como

instrumento direto à sua manifestação (Jo 3.2);

d) O milagre é um modo objetivo de ensinar muito apreciado por

Jesus (At 1.1) que usava sempre em seguida ao milagre aplicar a lição

que tinha em mente ministrar (Lc 5.1-10);

e) E possível haver falsos milagres (Mt 24.24); porém, esses

nunca são feitos do modo como somos ensinados pela Bíblia ( At 3.1-

16);

f) Pelo propósito do Evangelho de João (20.30-31), percebe-se

pelo bom senso e pela lógica, que os sinais (milagres) operados por

Jesus e descritos pelo apóstolo, tinham a finalidade de provar que Ele

era o Filho de Deus.

Em relação ao milagre deve-se evitar:

a) A incredulidade (I Jo 5.10) e a dúvida (Tg 1.6-7) – que os

maiores inimigos do cristão e devem ser (I Jo 5.4; Hb 11.1,6);

Page 35: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

35

b) A credibilidade extrema – que torna o homem fanático e cego

e é outro pecado em nada inferior à incredibilidade ( I Ts 5.21; Jo 4.1).

1. Regras Para a Interpretação dos Milagres

a) Desde que os milagres pertencem à categoria dos símbolos e

sinais, em sua interpretação devemos empregar as regras

mencionadas no CAPITULO VII;

b) Em alguns aspectos, os milagres assumem a função de

parábola, e, portanto, quando assim acontece, devemos empregar em

sua interpretação as suas regras constantes do CAPITULO IX;

c) Considerando que os milagres são intervenções sobrenaturais

da livre misericórdia de Deus para conosco (Lm 3.2-24) ao interpretá-

los sempre devemos levar tal manifestação, na devida consideração, a

bem do fortalecimento da nossa fé e esperança.

TESTE: Leia João 9 e descubra qual o propósito que Jesus tinha ao

operar aquele milagre ali descrito.

XI – A PROFECIA

A profecia é a base da mensagem de Deus ao homem (Hb 1.1). O

seu estudo, portanto, se reveste de profundo e indispensável

Page 36: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

36

interesse ao cristão, para aprofundamento espiritual e maior firmeza

na fé.

LEITURA BÍBLICA: II PE 1.19-21; I PE 1.10,11

1. O Valor da Profecia

a) E luz que alumia em lugar escuro (Sl 119.105);

b) E necessária em todo tempo – até que cristo venha;

c) Devemos estar atentos a ela, pois é um farol e guia seguro (Sl

119.11; Mt 24.35).

Sua Procedência:

a) Não é terrena – “nenhuma profecia foi dada por vontade

humana” (Am 7.12-15);

b) É divina – “homens santos falaram inspirados pelo Espírito

Santo” (II Sm 23.2).

2. Escopo da Profecia

Predizer a vinda de Jesus Cristo:

a) Seu nascimento (Is 7.14; 9.6; Mq 5.2);

Page 37: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

37

b) Sua origem davídica (Is 11.15);

c) Seu ministério e morte (Is 53);

d) Sua segunda vinda (Zc 14.4,5);

e) Seu reinado de paz (Is 9.7; 11.5-10);

A igreja era um mistério aos profetas (Cl 1.24-29). No entanto, em

simbolismo profético, ela é também prevista (I Co 10.1-11).

No estudo da profecia, muito preocupa alguns exegetas a

cronologia profética que, de fato, é um problema de difícil solução.

Mas, afirmamos, ela em nada afeta nem influi na verdade profética

nem na fé cristã.

3. Regras Para as Interpretações da Profecia

a) Devemos entender a profecia literalmente. Se ela houver sido

enunciada em linguagem figurada empregue-se em sua interpretação

a regra ensinada no capítulo VI;

b) “Nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação”.

Esta regra é fundamental e bíblica. Significa que a interpretação deve

estar em harmonia com o consenso geral profético e com o ensino

geral da bíblia;

c) Deve-se empregar com o máximo cuidado, na interpretação

da profecia, as regras do contexto, que são indispensáveis a um

perfeito entendimento das mesmas.

Page 38: I HERMENÊUTICA - ibaderj.com‚UTICA.pdf3 2. Origem da Hermenêutica A História da Hermenêutica começou no Éden quando satanás (na forma de serpente: o mais astuto de todos os

38

TESTE: Leia Gn 3.15. Estude com cuidado. Descubra quem a

declarou, para quem, e quais os sentidos lógicos que tem na mesma.

Referência Bibliográfica

• VIRKLER, Henry A. Hermenêutica Avançada: Princípios e Processos

de Interpretação Bíblica. São Paulo. Editora Vida, 2001.

• FEE, Gordon D. STUART, Douglas. Entendes o que lês? Sociedade

Religiosa Edições. Vida Nova, 1986.