i.hemeroteca.ciasc.sc.gov.br/jornais/a esperanca desterro/esp186714.pdf · pobre menina! e'...

4
A ESPERt\NCt\. I. JORNAL DE INS' rnUCcÃo E Bedacto.·cs eli"c.·sos . .c. ANNO I: DESTERRO, 29 DE DEZEMBRO DE )867. N. 14. A ESP1LIlANÇ1\ . nos domados cIias do futuro, qua ndo o nosso espirito se conhecer satisfeito, e tivcr- nios pelo" trabalhos ue hoje ll ln lugar uis-- tilleto entre os no!)so!) irmãos; lá, nos:õe des- c:uH:ar sll a ye das !lOS";HS fauigas, q llando o caminho á segllir fl'll· todo- Ji ilres ; , que o din, '110S apO!1ta como o complemento dos l10SS0S trabal1ws; ... é q \le de velllus hem antliar quanto os nossos foram cn VIO nece"sal'ios para n()s tirar de:;sa i ferença, em que sem du vida, teriam os ficado, se 11:to fos se a nossa applieaçf lo. d'onde o pe n samento lin d as har- mOllim;, C para onde se V1l0 ao-; llossas vistas; lá, em cujo espaço brilha o llO,,:;() nome, e nos esperam os louros da victoria; - ti tU contitmo rh;o; lá---; existe a l1')"S<1, perfei<;uJ. Trabalhemos, é o qne cllmpre se lliga sempre entre nós, e nunca mai::; nos esqlle - <.:amos, de que nos' reunimos para trabalhar- mos juntos. A lei que nos obrig-a' e::;tá gravada no::; nôsso.\l coraçoe:; pela vontade infinita. balhemos . .. é o q lle CO_'3ttlflla bradar o poeta para o poeta, o litterato para o li tte ra. to , e o philosopho para. o philo;:;opll0; seja este tam- bem o nosso brado, e que fulgores se des- _ -prendem <l'essa obrigaçào das nossas facul- dades quandD trabalhamos, e Ullla nuyem de felicidade vae puuco e poUco tomando corpo nos dias que passamos. . Trabalhemos ... E' o trabalho, esse motor de tantas cousas uteis para a llllmanidaue - que tem a chave de todos os thesonros, de q\le necessitamoE'; é só el1e que g-nard:-í: em si todas as de que podemos ornar a nossa intellig-encia. . Tenhamos vontade, e esta vontade dos J1- lhos do trabalho, seja rica 'de fé, e de espe- ranca. _ Ti'aQalhemos, porque só do trabalho, deste . bom companheil'o dos nossus dias é que che- g'al'emos á ::;cntir esse pmzer illfiúito, <lue naturalmente devemos gozar no futuro. Mocidade, q ucmelhol' o\.:casiZ"lo de exen:cr- mos Ofl nossos talün tos sc não ag-ora, q ne es - tamos todos r euui(hs n'e::;sa idéa vast a , gTéJ.nde e mag-e :; tosa·- na idt-a do progresso. Caminhemos, te nhamos juhil o com os tra,.. balhos ele hoje, e cada \"cz roa.is lIutramos esperan<:as. Illlagc'm apenas de um su cceSflO futuro, rn adt·ug·ada. , ou corne<:o de um u::;tro vindou- ro,o talento de hoje ani mauo por t anto cn- thl1siaSlllO, e. fogo juven il:-;e p repa re com afinco para c.'ise tempo. aonde estflO viçosos seo::; louros, seo premio, e sua gloria . Tenhamo s por nossa animaçilo, e pelo ill- centi vo pl'(jpno da alma as tre:; forças sulJ1imes- 'lIlfllleneia llO presente, vontade de (:aminha r e creilea 110 f uturo. Ei a ... anmte ! F. SOllho ele .il1.u·c-,:l_'II·ello TUADT..: ZlIl.O no FH A:\CEZ Pvr J>ell üo , l\1eJitn;m so bre a dor. A noitejá era adian- tada. : o SOlllllO fatiga \'a lnillllas p alpebras e ton1ava ead,t vez mais provada s:Ja necessi - da de; toclavia 11lctei mais t empo até qlle me vi obriga do á ceder, adonneci, e n 'este il1ter- \"a11o de um curto de::;c:w('o ti\-e u m sonho: Vi n'um vasto port ico Illuitos homens reuni:.. dos ... 03tentavam t:odo :3 um aspecto augusto e .tinh am no f'em blall te a.lguma consa de gt·ullde. Posto que não tenha sido do seo tempo, suas feiç:0Cs não me eram desconhe - cidas, pal·eeeo-me ter mnitas vezes contem- plado estatuasém Roma. o::; contempla \'a, os olhava fi 3Camente, <Iuando de s llhi tei u ma voz terri vel e fo rte se escuto u vinda do poriico: . MOlnAEs, APR E,,- DEI .\ SOFFRER. ;\.o lIlesmo tempo vi operada a mais SlI blime e 1 ugubre transformação á quo se possa assistir: perante um d'estes ho- mens elo portico se ?-briram chammas vivas e ferows, as quaes unio elle sua rnJo de mar- ty1"; á um outro foi-llle lIado veneno para he- Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina

Upload: lenhu

Post on 30-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: I.hemeroteca.ciasc.sc.gov.br/jornais/A Esperanca Desterro/ESP186714.pdf · Pobre menina! E' sempre assim que acontece! ... E qHe a palavra nno diz; Jl'r.ssa alegria innocenle Que

AESPERtNCtI

JORNAL DE INSrnUCcAtildeo E nECRI~IO bullbull

Bedactomiddotcs elicmiddotsos c

ANNO I DESTERRO 29 DE DEZEMBRO DE )867 N 14

A ESP1LIlANCcedil1

Laacute nos domados cIias do futuro quando o nosso espirito se conhecer satisfeito e tivcrshynios pelo trabalhos ue hoje ll ln lugar uis-shytilleto entre os no)so) irmatildeos laacute nosotildee des- bull cuHar slla ye das lOSHS fauigas qllando o caminho aacute segllir flllmiddot todo- Ji ilres laacute que o din lleJl(~je 110S apO1ta como o complemento dos l10SS0S trabal1ws laacute eacute q le de velllus hem antliar quanto os nossos csfor~os foram cn VIO necesalios para n()s tirar desa i ll~ifshyferenccedila em que sem du vida teriamos ficado se 11to fosse a nossa applieaccedilflo

Laacute donde o pensamento e~uta lindas harshymOllim C para onde se V1l0 ao- llossas vistas laacute em cujo espaccedilo brilha o llO() nome e nos esperam os louros da victoria laacute- ti tU

contitmo rho laacute--- existe a l1)Slt1 perfeiltuJ Trabalhemos eacute o qne cllmpre se lliga

sempre entre noacutes e nunca mai nos esqlle shyltamos de que nos reunimos para trabalharshymos juntos

A lei que nos obrig-a etaacute gravada no nocircssol coraccediloe pela vontade infinita Tra ~ balhemos eacute o q lle CO_3ttlflla bradar o poeta para o poeta o litterato para o li ttera to e o philosopho para o philoopll0 seja es te tamshybem o nosso brado e que fulgores se des- _ -prendem ltlessa obrigaccedilagraveo das nossas faculshydades quandD trabalhamos e Ullla nuyem de felicidade vae puuco e poUco tomando corpo nos dias que passamos

Trabalhemos E o trabalho esse motor de tantas cousas uteis para a llllmanidaue shyque tem a chave de todos os thesonros de qle necessitamoE eacute soacute el1e que g-nard-iacute em si todas as riqneza~ de que podemos ornar a nossa intellig-encia

Tenhamos vontade e esta vontade dos J1shylhos do trabalho seja rica de feacute e de espeshyranca _

TiaQalhemos porque soacute do trabalho deste bom companheilo dos nossus dias eacute que cheshy

galemos aacute cntir esse pmzer illfiuacuteito ltlue naturalmente devemos gozar no futuro

Mocidade qucmelhol ocasiZlo de exencrshy

mos Ofl nossos taluumln tos sc natildeo ag-ora q ne es shytamos todos r euui(hs nesa ideacutea vasta gTeacuteJnde e mag-e tosamiddot- na idt-a do progresso

Caminhemos tenhamos juhilo com os tra balhos ele hoje e cada cz roais lIutramos esperanltas

Illlagcm apenas de um su cceSflO futuro rn adtmiddotugmiddotada ou cornelto de um utro vindoushyroo talento de hoje animauo por t anto cnshythl1siaSlllO e fogo juvenil-e prepare com afinco para cise tempo aonde estflO viccedilosos seo louros seo premio e sua gloria

Tenhamos por nossa animaccedililo e pelo ill shycenti vo pl(jpno da nos~m alma as tre forccedilas sulJ1imes-lIlfllleneia llO presente vontade de (aminhar e creilea 110 futuro

Eia anmte tl~eidade

F ~O[tOHA

SOllho ele il1umiddotc-l_IImiddotello

TUADTZlIlO no FH ACEZ

Pvr Jgtelluumlo

l1eJitnm sobre a dor A noitejaacute era adianshytada o SOlllllO fatiga a lnillllas palpebras e ton1ava eadt vez mais provada sJa necessishydade toclavia 11lctei mais t empo ateacute qlle me vi obrigado aacute ceder adonneci e n este il1tershya11o de um curto decw(o ti-e u m sonho Vi num vasto portico Illuitos homens reuni dos 03tentavam todo3 um aspecto augusto e tinh am no fem blall te alguma consa de gtmiddotullde Posto qu e natildeo tenha sido do seo tempo suas feiccedil0Cs natildeo me eram desconhe shycidas palmiddoteeeo-me ter mnitas vezes contemshyplado ~U8S estatuaseacutem Roma

o contemplaa os olhava fi 3Camente ltIuando de s llhi tei u ma voz terri vel e forte se escuto u vinda do poriico MOlnAEs APRE shy

DEI SOFFRER o lIlesmo tempo vi operada a mais SlIblime e 1ugubre transformaccedilatildeo aacute quo se possa assistir perante um destes hoshymens elo portico se -briram chammas vivas e ferows as quaes unio elle sua rnJo de marshyty1 aacute um outro foi-llle lIado veneno para heshy

Acervo Biblioteca Puacuteblica de Santa Catarina

8 bel natildeo llOuve recusa fel- o ateacute em honra aos Deoses um terceiro que estava em peacute junto aacute estatlla da Liberdade cahida tinha numa das matildeos um livro e nn outra uma espada cuja lamina mirava mais longe pushyde tambem distinguir um homem ensall guentado porem altivo calmo e reflectindo em suas faces mais tranqllilliua(le de espirito do que seos algo7es parecendo middotictoriosos corri aacute elle e exclamei ( Heg ulo es tu raquo poshyrem dormia e nada ou vi deste martyl su bli- me por mais tempo natildeo pude soffrer tnes scenas e procurei affastar J ah i meos olhos

ma) Qc novo novas docircres vilrilo e1111tar mieshynh alma vi Fabricio na pobre7a ScipiatildeO morrendo no exilio Epitecto escrevendo na priSatildeo Seneca e Th1aceas com as veias 1as- gadas e olhando tranquillaIacutenente o saugue que corria oh no meio de tamallha desgrashyccedila natildeo pude deixar de chorar I mas millhas lagrymas foram reprehendidas pelos sabios cuja admiraccedilatildeO me espantou um del le-l fo i laquo Catrro raquo simfoielle este homem heroacutee apshyproxirnou-se de mim e fallou laquo Natildeo no la shymentes imita-nos e aprende tu tl1mbCIU Uacute vencer a docircr raquo Dizendo estas palanas pa shyr~ceo-me que er~uia contra si o ferro (lue t mha na matildeo qUlZ parai-o t remi e me acshycordei Reflecti entatildeo sobre o sonho e conheshyci que esses males suppostos nagraveo tem poder de destruir lima coragem fi rme e resolvi Sel

homem - laquo soffrer e praticar o bem raquo

THOMAS ( Elogio de Marc-Aurel io l

Foi em 171 A noite estava medonha grossas nuvens pr~nhes de electricidade amontoadas aqui e alh annunclavatildeo grande tempestade Reinashyva ~ma c~lmaria tal que poucos seriatildeo os habltanteacutes da nossa ~idade do Desterro que se conservassem em casa aacute despeito mesmo

bull da ~ormenta em principio Todos -queriatildeo resplra~ mas deg calor excessivo qae entatildeo faZIa natildeo dava logar aacute que esse elemento qve sustenta deg homem viesse refrescar os pacificos colonos

Ainda nesse tempo as casas desta nossa pequena cidade nao eratildeo como hoje guarshy

necidasde vidraccedilas que tanto asafor~oseatildeo natildeo rotulas simples e com mais ou menos gosto segundo as posses doproprietario ornavatildeo tanto a frente da casa do rico como a~o P9~re Em umagravejpois Agraveas casinhas que ficayll~omiddot~a ruacorlhecidahoje por ~ rua da

COnst~~iacutellccedil~- esta-va -sentada junto aacute rotushy l~i UIil~~l~tllllaCaS~e bena e que poderia terem rlgQr dezs~l~ annos Sens olhos mel-o goseternoacutes~xprlrrliatildeo uma melancolia que a tornavarecoIuacutemendavelaacute ltprimeira vista

Sentada junto aacute rotula ella 01113 3 a1tershyuumlativamente ora para fi rua ora pam a porta de um peq~leno quarto cujas earnmshychosas paredes pareciiw C-ltar de acordo com

os mOYl-is da casa (1 lHLSi tflCJ H~llj(js como a dona que jauacutea em UlIl leito de docircr e talvc7 de miseria

Maria pois assim se chamava ~t mo~a natildeo cessava dc olhar o hrando tespirar da velha chegando de fi nftndo em qIlullltlo IacuteL -iacuteCus ouvidos fa zia volver mach inalmcnte sens olhos ptetos dos quadrados da roacutetula para a vetusta marquem qne ser Iacutea ltle cama c onde descanltava aquelle corpo quasi inerte

E Maria despregando oepois iCUS ol hos deUa com um profundo sU-lpiro ia de novo collocal-os ua roacutetula pronunciando apcnati c muito baixinho estas duas pal avras tatildeo brcshy es -Ainda natildeo No entretanto ns n11cn8 accllmuladas

para o lado do S tornavatildeo-~e c~da middotC7 lllais espessas e ecirct troyoadaja se fauacutea oudr

De qlando em quando um rclampngo acompanhado de um trov atildeovlllha illnminar tt cidade ao mesmo tempo (lue Plluha em ~oshybtesalto toda a populaCatildeo

J aacute todtlS cammhavatildeo apressados para casa a$ velhas remndo e as mocas uumlemendo de susto alg umas ateacute choravatildeo

E laacute um ou ontro louco que natildeo r-abendo apreciar a terrivel situaccedilatildeo em rlle iie achashyi a a pobre poplllaccedilao da ilha augmentava ainda mais aquelIe pavor gritando aos que se recolhiatildeo -E um furacatildeo eacute um furacagraveo I Misericordia meu Deos misericoldia

E o tClror a ugmentava sempre 1 Mas Maria soacute triste e silenciosa orava e

o r ava baix inho natildeo para que Deus applacasshyse a trovo~da nem a t~mpes(ade porque e11a n~m I~SO tlJha presentldo mas orava por sua VIsavo mOllbmida orava por seu tio pescashydor ( unicas pessoa~ aacute quem ellamiddotpodia dar o nome de ~arentes pois era orphatilde) o qual tellllo sahldo pela manhn n~o voltaacutera mais em todo o decurso do dia

A velha continuava sempre a dormir mas derepente a respilaccedilatildeO foi se tornando cada vez mais espaccedilosa e Maria chegou aacute penshysar q~Ie aquillo fosse ~elhoras por quanto ella u nha passado h mTlvelmente a tarde 1

Como se enganava Pobre menina E sempre assim que acontece

(Continuacutea)

-oegtshy

Sonllel

lo lhat sleep what dreams may ltome

(S HAJ(5PEARE)

Na noile da tempestade Em que o ceacuteu se-desfazia

Acervo Biblioteca Puacuteblica de Santa Catarina

_

imiddot

Em que a triste claridade Ho rclilmpago fulgi a Nessa noite em que fremia A trovada nos ceacuteus Em que pesava o remorso Sobre a cabeccedila dos reacuteus Sim nessa noite horrorosa Com o corpo-addormecido E a alma a vagaranxiosa No ceacuteu do sonho edo olvido Nessa noite sim mulher Sonhei comtigo

Siqllcr Fui um momento feliz E o coaccedilflo palpitou-me

na ahgria que se-sente E qHe a palavra nno diz Jlrssa alegria innocenle Que devcm os anjos Ler Os anJos de Deus soacutemclllc IClI tive middota Itlmbem mulher I

Que sonho quc foi aquellc Que te nuumlo posso explicar Que vida qu( vivi nelle ))e inexprimhd gosa I Islavascoa fronte baixa Alegro e triste - a scismar Com leu olharmiddot somnolelllo Clleguei~ me ue leve a li E u fronte que le-pendia Ergueste alegro um momeuto 1 logo a inclinaste

Alli -A teus peacute~- me-parecia Que o sllngue lodo affiuiacutea A fronle que enlouquecia Por li mulher soacute por ti 1

Depois natildeo sei se foi -ida Si foi morte que me-deacutestc Quando meio addormccida Sobre o meu peilo pendeste Essa cabcca rormosa bull E coma voz ji sumida Uma palavra disseste Uma soacute mas tatildeo ma viosa Que eu natildeo posso repetir Uma palavra daquellas Que incerram lodo um porvir Que sendo uma vez ouvidas Jamais se-torn~m a ouvir Nem mesmo sendo fingi~as

E addormecesle Na fronte ~Ql)depou~llva o pudor Wessa alma virginea ins~nte

EUquizpou~aros middotmeuslacircbios

Num devaneio do amor ]~ dar-te um beiJo Loucura Foi essa dos sOllhos meus bull Quiz apperlal-te a cincturaacute E jaacute te natildeo i -Natildeo sei Si tu subiste pra os (leacuteus Si te-sumiste na terra M Ih I h t as eu aI mu er - c oreI bull

Que vida que fOI aquacuteella Passada alli num momento Que vale maismiddot que vinle annos Volv idos no dGsalento I)eacutelo caminho poenlo Deste vIacuteer de amargor bullbull Que vida Ihrede ingeacuteUlOS Em que do peitO os arCaDOS Palpitam cheioacutes de amor 1 l~oi um instante -- e fugiu Cumo rogelll os instantes E as pulsa~otildecs offeganles Do coracatildeo~ se-esvaiubullbullgt~

l~ te-esvaiacuteste lambem Dos meus sonhos deljran-tes Quando os labios anhclarites Uoccedilaram-te a rronte ai bem

Na escuridatildeo da caligem Que intiio obumbra va o ceacuteu Fi(luci intregue aacute vertigem Que desvaira o que descreu bull E eu nesse instante -descri

Porque a espranccedila derradeim Perdeu-se morreu-me alli Toldandomiddot me a -ida inLeir~ E embora o ceacuteu llOvejassc Embora o raio estalasse Eu nesse instante descri 1 bull Ilas e u sonhava e sonhando Via sentia escutava O que estavase-passando No ceacuteu na terra -Luctava Coa dor que me7ia mactando Apoacutes o goso e o deliacuterio Daquelle inf~n1al martyrio

Ai foi no mundo dos sonhos Um sonho a que succedeu A imagem da realidade Com uns ~sgares medonhos Como era medonhomiddot o ceacuteu Na uoileacute da tempestadeacute E todavia eu qu~zeacutera Sonhar oulra vez assim Porqles()nhando -eu vivecircra E amaacuteras mulber - a mim

Eduardo Nunes bull

Acervo Biblioteca Puacuteblica de Santa Catarina

1l ESIe~ftnccedil -VERSOS

aacute

MORENIlIIA I

Oh Imiddot meiga irgem Sempre faacutegueiru Assaacutes fOImoza - Tatildeo prazenteira

Si natildeo quizelcs Que desgraccedilado

Eu iva affiiclo Tatildeo maltractado

Manda-me um Iizo Dalmo putlOcircl Callar o pranto Da minha doacuteI

Natildeo te demores Daacute-me 30CCO 110

Linda morena Si natildeo eu morro

11

Moreninha genlil eformoza Adornada de graccedila e primOcircl Natildeo me negues por Deus eu te peccedilo

Dos teus labios um rizo de -amocircr

Daacute-me vida querida donzelia Sim minora esta minha amiccatildeo Ai soccorte morena moreoacuteaacute Ai soccorre este meu coraccedilatildeo

In SoccOlre soccorre gentil mOIeninha Soecorre soccorre este tcu lrovadocircl Que he gemendo chmiddotorandJ constante Semtcl Iinitivo pra ianto alIlargocircr

Soccorre SOCCOIampe natildeoacute taldes fOlmoza~ tJeQ triste mas firme e leal coraccedilatildeo Queo~preacutesso de angusliasangustias e dores Noacute p~Hoine putsa com grande affi iccedilatildeo

S~ecircOlfeSOeacute~ocircrrccedilquerida deidade middot A~ middotqueOi te veneraoom middottantofenocircr bull Dqe~ aleacutem de agrave(]oFarte com grande firmeza Emboragrave me~quinho eacute iambem teu middotcanlocircr

Altendeacute donzellatilde -nieu bem minha vida ~Uent1e ~ios meus rogos aacute minha paixatildeo

Soc(orre middotsocotildeotildeIT~ genti l moreninha soecorre SOCCOlle esteo--melX coragraveccedilatildeo

Ai meu anjo por pieuilde Daacute-me daacute-me a fljcjuado Neste meu triste iver Que cu protesto murenillha Minha bclla Prudellcinha -Adorarmiddot le ateacute morrer

Almeno Carolino Desterro - 67

Coa li minha primeira svllaha Negar IIfw posso 0110e estllll Coa primeira c a segunda A inba um UILilio Jou

A segun~il diz que parta Logo que nSotildeim se ord~llotl Coa segulllla c (l prill(iril lfui lIovilha hoje 11atildeo sou

A primeira coa terceira Moyel ue pouco valor Se a terceira lepeircs Fruclo sou de bom sabor

J1u explico Ologogripho ~Elltre si lem tles ogae~ Consoantls outras tantas ) -l1as soacute duas SilO iguacs

Dias

thaat)as

Na musiea nota - 1 Signal de tCllIura-l

CO~CE1TO

Eu marco nos homens Desgosto ou entura

Dias

Medida_do norte -2 Prizatildeo em Por lugal - 2

C Qualquer me veste

Dias

Typ de J J Lopes rua da Trindade n 2

Acervo Biblioteca Puacuteblica de Santa Catarina

Page 2: I.hemeroteca.ciasc.sc.gov.br/jornais/A Esperanca Desterro/ESP186714.pdf · Pobre menina! E' sempre assim que acontece! ... E qHe a palavra nno diz; Jl'r.ssa alegria innocenle Que

8 bel natildeo llOuve recusa fel- o ateacute em honra aos Deoses um terceiro que estava em peacute junto aacute estatlla da Liberdade cahida tinha numa das matildeos um livro e nn outra uma espada cuja lamina mirava mais longe pushyde tambem distinguir um homem ensall guentado porem altivo calmo e reflectindo em suas faces mais tranqllilliua(le de espirito do que seos algo7es parecendo middotictoriosos corri aacute elle e exclamei ( Heg ulo es tu raquo poshyrem dormia e nada ou vi deste martyl su bli- me por mais tempo natildeo pude soffrer tnes scenas e procurei affastar J ah i meos olhos

ma) Qc novo novas docircres vilrilo e1111tar mieshynh alma vi Fabricio na pobre7a ScipiatildeO morrendo no exilio Epitecto escrevendo na priSatildeo Seneca e Th1aceas com as veias 1as- gadas e olhando tranquillaIacutenente o saugue que corria oh no meio de tamallha desgrashyccedila natildeo pude deixar de chorar I mas millhas lagrymas foram reprehendidas pelos sabios cuja admiraccedilatildeO me espantou um del le-l fo i laquo Catrro raquo simfoielle este homem heroacutee apshyproxirnou-se de mim e fallou laquo Natildeo no la shymentes imita-nos e aprende tu tl1mbCIU Uacute vencer a docircr raquo Dizendo estas palanas pa shyr~ceo-me que er~uia contra si o ferro (lue t mha na matildeo qUlZ parai-o t remi e me acshycordei Reflecti entatildeo sobre o sonho e conheshyci que esses males suppostos nagraveo tem poder de destruir lima coragem fi rme e resolvi Sel

homem - laquo soffrer e praticar o bem raquo

THOMAS ( Elogio de Marc-Aurel io l

Foi em 171 A noite estava medonha grossas nuvens pr~nhes de electricidade amontoadas aqui e alh annunclavatildeo grande tempestade Reinashyva ~ma c~lmaria tal que poucos seriatildeo os habltanteacutes da nossa ~idade do Desterro que se conservassem em casa aacute despeito mesmo

bull da ~ormenta em principio Todos -queriatildeo resplra~ mas deg calor excessivo qae entatildeo faZIa natildeo dava logar aacute que esse elemento qve sustenta deg homem viesse refrescar os pacificos colonos

Ainda nesse tempo as casas desta nossa pequena cidade nao eratildeo como hoje guarshy

necidasde vidraccedilas que tanto asafor~oseatildeo natildeo rotulas simples e com mais ou menos gosto segundo as posses doproprietario ornavatildeo tanto a frente da casa do rico como a~o P9~re Em umagravejpois Agraveas casinhas que ficayll~omiddot~a ruacorlhecidahoje por ~ rua da

COnst~~iacutellccedil~- esta-va -sentada junto aacute rotushy l~i UIil~~l~tllllaCaS~e bena e que poderia terem rlgQr dezs~l~ annos Sens olhos mel-o goseternoacutes~xprlrrliatildeo uma melancolia que a tornavarecoIuacutemendavelaacute ltprimeira vista

Sentada junto aacute rotula ella 01113 3 a1tershyuumlativamente ora para fi rua ora pam a porta de um peq~leno quarto cujas earnmshychosas paredes pareciiw C-ltar de acordo com

os mOYl-is da casa (1 lHLSi tflCJ H~llj(js como a dona que jauacutea em UlIl leito de docircr e talvc7 de miseria

Maria pois assim se chamava ~t mo~a natildeo cessava dc olhar o hrando tespirar da velha chegando de fi nftndo em qIlullltlo IacuteL -iacuteCus ouvidos fa zia volver mach inalmcnte sens olhos ptetos dos quadrados da roacutetula para a vetusta marquem qne ser Iacutea ltle cama c onde descanltava aquelle corpo quasi inerte

E Maria despregando oepois iCUS ol hos deUa com um profundo sU-lpiro ia de novo collocal-os ua roacutetula pronunciando apcnati c muito baixinho estas duas pal avras tatildeo brcshy es -Ainda natildeo No entretanto ns n11cn8 accllmuladas

para o lado do S tornavatildeo-~e c~da middotC7 lllais espessas e ecirct troyoadaja se fauacutea oudr

De qlando em quando um rclampngo acompanhado de um trov atildeovlllha illnminar tt cidade ao mesmo tempo (lue Plluha em ~oshybtesalto toda a populaCatildeo

J aacute todtlS cammhavatildeo apressados para casa a$ velhas remndo e as mocas uumlemendo de susto alg umas ateacute choravatildeo

E laacute um ou ontro louco que natildeo r-abendo apreciar a terrivel situaccedilatildeo em rlle iie achashyi a a pobre poplllaccedilao da ilha augmentava ainda mais aquelIe pavor gritando aos que se recolhiatildeo -E um furacatildeo eacute um furacagraveo I Misericordia meu Deos misericoldia

E o tClror a ugmentava sempre 1 Mas Maria soacute triste e silenciosa orava e

o r ava baix inho natildeo para que Deus applacasshyse a trovo~da nem a t~mpes(ade porque e11a n~m I~SO tlJha presentldo mas orava por sua VIsavo mOllbmida orava por seu tio pescashydor ( unicas pessoa~ aacute quem ellamiddotpodia dar o nome de ~arentes pois era orphatilde) o qual tellllo sahldo pela manhn n~o voltaacutera mais em todo o decurso do dia

A velha continuava sempre a dormir mas derepente a respilaccedilatildeO foi se tornando cada vez mais espaccedilosa e Maria chegou aacute penshysar q~Ie aquillo fosse ~elhoras por quanto ella u nha passado h mTlvelmente a tarde 1

Como se enganava Pobre menina E sempre assim que acontece

(Continuacutea)

-oegtshy

Sonllel

lo lhat sleep what dreams may ltome

(S HAJ(5PEARE)

Na noile da tempestade Em que o ceacuteu se-desfazia

Acervo Biblioteca Puacuteblica de Santa Catarina

_

imiddot

Em que a triste claridade Ho rclilmpago fulgi a Nessa noite em que fremia A trovada nos ceacuteus Em que pesava o remorso Sobre a cabeccedila dos reacuteus Sim nessa noite horrorosa Com o corpo-addormecido E a alma a vagaranxiosa No ceacuteu do sonho edo olvido Nessa noite sim mulher Sonhei comtigo

Siqllcr Fui um momento feliz E o coaccedilflo palpitou-me

na ahgria que se-sente E qHe a palavra nno diz Jlrssa alegria innocenle Que devcm os anjos Ler Os anJos de Deus soacutemclllc IClI tive middota Itlmbem mulher I

Que sonho quc foi aquellc Que te nuumlo posso explicar Que vida qu( vivi nelle ))e inexprimhd gosa I Islavascoa fronte baixa Alegro e triste - a scismar Com leu olharmiddot somnolelllo Clleguei~ me ue leve a li E u fronte que le-pendia Ergueste alegro um momeuto 1 logo a inclinaste

Alli -A teus peacute~- me-parecia Que o sllngue lodo affiuiacutea A fronle que enlouquecia Por li mulher soacute por ti 1

Depois natildeo sei se foi -ida Si foi morte que me-deacutestc Quando meio addormccida Sobre o meu peilo pendeste Essa cabcca rormosa bull E coma voz ji sumida Uma palavra disseste Uma soacute mas tatildeo ma viosa Que eu natildeo posso repetir Uma palavra daquellas Que incerram lodo um porvir Que sendo uma vez ouvidas Jamais se-torn~m a ouvir Nem mesmo sendo fingi~as

E addormecesle Na fronte ~Ql)depou~llva o pudor Wessa alma virginea ins~nte

EUquizpou~aros middotmeuslacircbios

Num devaneio do amor ]~ dar-te um beiJo Loucura Foi essa dos sOllhos meus bull Quiz apperlal-te a cincturaacute E jaacute te natildeo i -Natildeo sei Si tu subiste pra os (leacuteus Si te-sumiste na terra M Ih I h t as eu aI mu er - c oreI bull

Que vida que fOI aquacuteella Passada alli num momento Que vale maismiddot que vinle annos Volv idos no dGsalento I)eacutelo caminho poenlo Deste vIacuteer de amargor bullbull Que vida Ihrede ingeacuteUlOS Em que do peitO os arCaDOS Palpitam cheioacutes de amor 1 l~oi um instante -- e fugiu Cumo rogelll os instantes E as pulsa~otildecs offeganles Do coracatildeo~ se-esvaiubullbullgt~

l~ te-esvaiacuteste lambem Dos meus sonhos deljran-tes Quando os labios anhclarites Uoccedilaram-te a rronte ai bem

Na escuridatildeo da caligem Que intiio obumbra va o ceacuteu Fi(luci intregue aacute vertigem Que desvaira o que descreu bull E eu nesse instante -descri

Porque a espranccedila derradeim Perdeu-se morreu-me alli Toldandomiddot me a -ida inLeir~ E embora o ceacuteu llOvejassc Embora o raio estalasse Eu nesse instante descri 1 bull Ilas e u sonhava e sonhando Via sentia escutava O que estavase-passando No ceacuteu na terra -Luctava Coa dor que me7ia mactando Apoacutes o goso e o deliacuterio Daquelle inf~n1al martyrio

Ai foi no mundo dos sonhos Um sonho a que succedeu A imagem da realidade Com uns ~sgares medonhos Como era medonhomiddot o ceacuteu Na uoileacute da tempestadeacute E todavia eu qu~zeacutera Sonhar oulra vez assim Porqles()nhando -eu vivecircra E amaacuteras mulber - a mim

Eduardo Nunes bull

Acervo Biblioteca Puacuteblica de Santa Catarina

1l ESIe~ftnccedil -VERSOS

aacute

MORENIlIIA I

Oh Imiddot meiga irgem Sempre faacutegueiru Assaacutes fOImoza - Tatildeo prazenteira

Si natildeo quizelcs Que desgraccedilado

Eu iva affiiclo Tatildeo maltractado

Manda-me um Iizo Dalmo putlOcircl Callar o pranto Da minha doacuteI

Natildeo te demores Daacute-me 30CCO 110

Linda morena Si natildeo eu morro

11

Moreninha genlil eformoza Adornada de graccedila e primOcircl Natildeo me negues por Deus eu te peccedilo

Dos teus labios um rizo de -amocircr

Daacute-me vida querida donzelia Sim minora esta minha amiccatildeo Ai soccorte morena moreoacuteaacute Ai soccorre este meu coraccedilatildeo

In SoccOlre soccorre gentil mOIeninha Soecorre soccorre este tcu lrovadocircl Que he gemendo chmiddotorandJ constante Semtcl Iinitivo pra ianto alIlargocircr

Soccorre SOCCOIampe natildeoacute taldes fOlmoza~ tJeQ triste mas firme e leal coraccedilatildeo Queo~preacutesso de angusliasangustias e dores Noacute p~Hoine putsa com grande affi iccedilatildeo

S~ecircOlfeSOeacute~ocircrrccedilquerida deidade middot A~ middotqueOi te veneraoom middottantofenocircr bull Dqe~ aleacutem de agrave(]oFarte com grande firmeza Emboragrave me~quinho eacute iambem teu middotcanlocircr

Altendeacute donzellatilde -nieu bem minha vida ~Uent1e ~ios meus rogos aacute minha paixatildeo

Soc(orre middotsocotildeotildeIT~ genti l moreninha soecorre SOCCOlle esteo--melX coragraveccedilatildeo

Ai meu anjo por pieuilde Daacute-me daacute-me a fljcjuado Neste meu triste iver Que cu protesto murenillha Minha bclla Prudellcinha -Adorarmiddot le ateacute morrer

Almeno Carolino Desterro - 67

Coa li minha primeira svllaha Negar IIfw posso 0110e estllll Coa primeira c a segunda A inba um UILilio Jou

A segun~il diz que parta Logo que nSotildeim se ord~llotl Coa segulllla c (l prill(iril lfui lIovilha hoje 11atildeo sou

A primeira coa terceira Moyel ue pouco valor Se a terceira lepeircs Fruclo sou de bom sabor

J1u explico Ologogripho ~Elltre si lem tles ogae~ Consoantls outras tantas ) -l1as soacute duas SilO iguacs

Dias

thaat)as

Na musiea nota - 1 Signal de tCllIura-l

CO~CE1TO

Eu marco nos homens Desgosto ou entura

Dias

Medida_do norte -2 Prizatildeo em Por lugal - 2

C Qualquer me veste

Dias

Typ de J J Lopes rua da Trindade n 2

Acervo Biblioteca Puacuteblica de Santa Catarina

Page 3: I.hemeroteca.ciasc.sc.gov.br/jornais/A Esperanca Desterro/ESP186714.pdf · Pobre menina! E' sempre assim que acontece! ... E qHe a palavra nno diz; Jl'r.ssa alegria innocenle Que

_

imiddot

Em que a triste claridade Ho rclilmpago fulgi a Nessa noite em que fremia A trovada nos ceacuteus Em que pesava o remorso Sobre a cabeccedila dos reacuteus Sim nessa noite horrorosa Com o corpo-addormecido E a alma a vagaranxiosa No ceacuteu do sonho edo olvido Nessa noite sim mulher Sonhei comtigo

Siqllcr Fui um momento feliz E o coaccedilflo palpitou-me

na ahgria que se-sente E qHe a palavra nno diz Jlrssa alegria innocenle Que devcm os anjos Ler Os anJos de Deus soacutemclllc IClI tive middota Itlmbem mulher I

Que sonho quc foi aquellc Que te nuumlo posso explicar Que vida qu( vivi nelle ))e inexprimhd gosa I Islavascoa fronte baixa Alegro e triste - a scismar Com leu olharmiddot somnolelllo Clleguei~ me ue leve a li E u fronte que le-pendia Ergueste alegro um momeuto 1 logo a inclinaste

Alli -A teus peacute~- me-parecia Que o sllngue lodo affiuiacutea A fronle que enlouquecia Por li mulher soacute por ti 1

Depois natildeo sei se foi -ida Si foi morte que me-deacutestc Quando meio addormccida Sobre o meu peilo pendeste Essa cabcca rormosa bull E coma voz ji sumida Uma palavra disseste Uma soacute mas tatildeo ma viosa Que eu natildeo posso repetir Uma palavra daquellas Que incerram lodo um porvir Que sendo uma vez ouvidas Jamais se-torn~m a ouvir Nem mesmo sendo fingi~as

E addormecesle Na fronte ~Ql)depou~llva o pudor Wessa alma virginea ins~nte

EUquizpou~aros middotmeuslacircbios

Num devaneio do amor ]~ dar-te um beiJo Loucura Foi essa dos sOllhos meus bull Quiz apperlal-te a cincturaacute E jaacute te natildeo i -Natildeo sei Si tu subiste pra os (leacuteus Si te-sumiste na terra M Ih I h t as eu aI mu er - c oreI bull

Que vida que fOI aquacuteella Passada alli num momento Que vale maismiddot que vinle annos Volv idos no dGsalento I)eacutelo caminho poenlo Deste vIacuteer de amargor bullbull Que vida Ihrede ingeacuteUlOS Em que do peitO os arCaDOS Palpitam cheioacutes de amor 1 l~oi um instante -- e fugiu Cumo rogelll os instantes E as pulsa~otildecs offeganles Do coracatildeo~ se-esvaiubullbullgt~

l~ te-esvaiacuteste lambem Dos meus sonhos deljran-tes Quando os labios anhclarites Uoccedilaram-te a rronte ai bem

Na escuridatildeo da caligem Que intiio obumbra va o ceacuteu Fi(luci intregue aacute vertigem Que desvaira o que descreu bull E eu nesse instante -descri

Porque a espranccedila derradeim Perdeu-se morreu-me alli Toldandomiddot me a -ida inLeir~ E embora o ceacuteu llOvejassc Embora o raio estalasse Eu nesse instante descri 1 bull Ilas e u sonhava e sonhando Via sentia escutava O que estavase-passando No ceacuteu na terra -Luctava Coa dor que me7ia mactando Apoacutes o goso e o deliacuterio Daquelle inf~n1al martyrio

Ai foi no mundo dos sonhos Um sonho a que succedeu A imagem da realidade Com uns ~sgares medonhos Como era medonhomiddot o ceacuteu Na uoileacute da tempestadeacute E todavia eu qu~zeacutera Sonhar oulra vez assim Porqles()nhando -eu vivecircra E amaacuteras mulber - a mim

Eduardo Nunes bull

Acervo Biblioteca Puacuteblica de Santa Catarina

1l ESIe~ftnccedil -VERSOS

aacute

MORENIlIIA I

Oh Imiddot meiga irgem Sempre faacutegueiru Assaacutes fOImoza - Tatildeo prazenteira

Si natildeo quizelcs Que desgraccedilado

Eu iva affiiclo Tatildeo maltractado

Manda-me um Iizo Dalmo putlOcircl Callar o pranto Da minha doacuteI

Natildeo te demores Daacute-me 30CCO 110

Linda morena Si natildeo eu morro

11

Moreninha genlil eformoza Adornada de graccedila e primOcircl Natildeo me negues por Deus eu te peccedilo

Dos teus labios um rizo de -amocircr

Daacute-me vida querida donzelia Sim minora esta minha amiccatildeo Ai soccorte morena moreoacuteaacute Ai soccorre este meu coraccedilatildeo

In SoccOlre soccorre gentil mOIeninha Soecorre soccorre este tcu lrovadocircl Que he gemendo chmiddotorandJ constante Semtcl Iinitivo pra ianto alIlargocircr

Soccorre SOCCOIampe natildeoacute taldes fOlmoza~ tJeQ triste mas firme e leal coraccedilatildeo Queo~preacutesso de angusliasangustias e dores Noacute p~Hoine putsa com grande affi iccedilatildeo

S~ecircOlfeSOeacute~ocircrrccedilquerida deidade middot A~ middotqueOi te veneraoom middottantofenocircr bull Dqe~ aleacutem de agrave(]oFarte com grande firmeza Emboragrave me~quinho eacute iambem teu middotcanlocircr

Altendeacute donzellatilde -nieu bem minha vida ~Uent1e ~ios meus rogos aacute minha paixatildeo

Soc(orre middotsocotildeotildeIT~ genti l moreninha soecorre SOCCOlle esteo--melX coragraveccedilatildeo

Ai meu anjo por pieuilde Daacute-me daacute-me a fljcjuado Neste meu triste iver Que cu protesto murenillha Minha bclla Prudellcinha -Adorarmiddot le ateacute morrer

Almeno Carolino Desterro - 67

Coa li minha primeira svllaha Negar IIfw posso 0110e estllll Coa primeira c a segunda A inba um UILilio Jou

A segun~il diz que parta Logo que nSotildeim se ord~llotl Coa segulllla c (l prill(iril lfui lIovilha hoje 11atildeo sou

A primeira coa terceira Moyel ue pouco valor Se a terceira lepeircs Fruclo sou de bom sabor

J1u explico Ologogripho ~Elltre si lem tles ogae~ Consoantls outras tantas ) -l1as soacute duas SilO iguacs

Dias

thaat)as

Na musiea nota - 1 Signal de tCllIura-l

CO~CE1TO

Eu marco nos homens Desgosto ou entura

Dias

Medida_do norte -2 Prizatildeo em Por lugal - 2

C Qualquer me veste

Dias

Typ de J J Lopes rua da Trindade n 2

Acervo Biblioteca Puacuteblica de Santa Catarina

Page 4: I.hemeroteca.ciasc.sc.gov.br/jornais/A Esperanca Desterro/ESP186714.pdf · Pobre menina! E' sempre assim que acontece! ... E qHe a palavra nno diz; Jl'r.ssa alegria innocenle Que

1l ESIe~ftnccedil -VERSOS

aacute

MORENIlIIA I

Oh Imiddot meiga irgem Sempre faacutegueiru Assaacutes fOImoza - Tatildeo prazenteira

Si natildeo quizelcs Que desgraccedilado

Eu iva affiiclo Tatildeo maltractado

Manda-me um Iizo Dalmo putlOcircl Callar o pranto Da minha doacuteI

Natildeo te demores Daacute-me 30CCO 110

Linda morena Si natildeo eu morro

11

Moreninha genlil eformoza Adornada de graccedila e primOcircl Natildeo me negues por Deus eu te peccedilo

Dos teus labios um rizo de -amocircr

Daacute-me vida querida donzelia Sim minora esta minha amiccatildeo Ai soccorte morena moreoacuteaacute Ai soccorre este meu coraccedilatildeo

In SoccOlre soccorre gentil mOIeninha Soecorre soccorre este tcu lrovadocircl Que he gemendo chmiddotorandJ constante Semtcl Iinitivo pra ianto alIlargocircr

Soccorre SOCCOIampe natildeoacute taldes fOlmoza~ tJeQ triste mas firme e leal coraccedilatildeo Queo~preacutesso de angusliasangustias e dores Noacute p~Hoine putsa com grande affi iccedilatildeo

S~ecircOlfeSOeacute~ocircrrccedilquerida deidade middot A~ middotqueOi te veneraoom middottantofenocircr bull Dqe~ aleacutem de agrave(]oFarte com grande firmeza Emboragrave me~quinho eacute iambem teu middotcanlocircr

Altendeacute donzellatilde -nieu bem minha vida ~Uent1e ~ios meus rogos aacute minha paixatildeo

Soc(orre middotsocotildeotildeIT~ genti l moreninha soecorre SOCCOlle esteo--melX coragraveccedilatildeo

Ai meu anjo por pieuilde Daacute-me daacute-me a fljcjuado Neste meu triste iver Que cu protesto murenillha Minha bclla Prudellcinha -Adorarmiddot le ateacute morrer

Almeno Carolino Desterro - 67

Coa li minha primeira svllaha Negar IIfw posso 0110e estllll Coa primeira c a segunda A inba um UILilio Jou

A segun~il diz que parta Logo que nSotildeim se ord~llotl Coa segulllla c (l prill(iril lfui lIovilha hoje 11atildeo sou

A primeira coa terceira Moyel ue pouco valor Se a terceira lepeircs Fruclo sou de bom sabor

J1u explico Ologogripho ~Elltre si lem tles ogae~ Consoantls outras tantas ) -l1as soacute duas SilO iguacs

Dias

thaat)as

Na musiea nota - 1 Signal de tCllIura-l

CO~CE1TO

Eu marco nos homens Desgosto ou entura

Dias

Medida_do norte -2 Prizatildeo em Por lugal - 2

C Qualquer me veste

Dias

Typ de J J Lopes rua da Trindade n 2

Acervo Biblioteca Puacuteblica de Santa Catarina