histÓria de vida: um caminho de observaÇÃo goetheanÍstica

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Esta comunicação tem como objetivo a apresentação de um projeto de pesquisa que teve por finalidade desenvolver uma estratégia de observação goetheanística para um curso de auto-conhecimento organizado pelas autoras na cidade de São Paulo (Brasil) no mês de setembro de 2006 com duração de 30h. A antroposofia oferece, por meio da Biografia Humana, uma oportunidade para o resgate de nossa individualidade, para o reconhecimento das mudanças visíveis em nossa vida como troca de dentes, puberdade, rugas e aquelas invisíveis percebidas pela psique. A transformação decorre de uma postura de observação, porque a natureza do ser se revela por si. Assim como na natureza o ciclo da planta segue um ritmo temporal de desenvolvimento, da mesma forma, o homem escreve sua história de vida no tempo através de seus pensamentos, sentimentos e ações, de acordo com leis de desenvolvimento inerentes à sua vontade que mudam de ciclo a cada 7 anos. Rudolf Steiner referia-se à biografia humana como um modo para ampliar a consciência e promover transformações internas no indivíduo.

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Page 1: HISTÓRIA DE VIDA: UM CAMINHO DE OBSERVAÇÃO GOETHEANÍSTICA

C

Onossvazio

O espiro  cubiolóhumapredese

A está do  eantroSteinamporgaum 

1  FonArtem2 Enfeda Un

ENCA UN

HICAM

s  avanços sa essência o interior e

homem  pritual. Essauidado  nãoógicos. Ele manos,  consendizado  e ejem compa

melhoria dalicerçada estudo  daoposofia. Dner,  episteliada,  em anização  o modo  para

oaudióloga,  M

mísia e terapeutrmeira, Doutoiversidade de 

CONTRO INTNICIDADE D

ISTÓMINH

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A DE DE OHEAN

na Leite Prtalia Teresa

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ndido  em  sece a partircedimentodo de reprsuas  experútuos,  exighumanidad

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DA: UERVATICA

icação,  nosais. Esta sicional.  

nsões:  físicnicação int  relacionama união e  vida,  em ambos  reve em cada u

los profissue pode sers  através ritual, fundumano  é  viritual,  acoà  biografiaansformaçõ

tro  de  Desenv

Cirúrgica da Esrais. rturrini@

EP ntro de Inveucação e Ps

UM AÇÃOA

s  distanciamtuação ger

ca,  emocioerpessoal, dos  a  aspentre dois que  há  trelem  o  seuum. 

ionais da sr obtido atrdo  estuddada por Rvisto  de  foolhendo  ema  humana  cões  interna

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saúde ravés o  da udolf orma m  sua como as  no 

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PRAÇA,  E.  &  Turrini,  R.  (2007)  História  de  vida:  um  caminho  de  observação goetheanística.  In, V. Trindade, N. Trindade & A.A. Candeias  (Orgs.). A Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora.  

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indivíduo.  A  transformação  decorre  de  uma  postura  de  observação,  porque  a natureza do ser se revela por si.  

A vida se desenvolve em ciclos. Da mesma forma, o homem escreve sua história de  vida  no  tempo  através  de  seus  pensamentos,  sentimentos  e  ações  de  acordo com leis de desenvolvimento inerentes à sua vontade que mudam de ciclo a cada sete anos. Cada setênio apresenta‐se sob a forma de um arquétipo.  

A  metodologia  biográfica  oferece  uma  oportunidade  para  o  resgate  de  nossa individualidade, para o reconhecimento das mudanças visíveis em nossa vida como troca de dentes, puberdade, rugas e aquelas  invisíveis percebidas pela psique. Os três primeiros são setênios do desenvolvimento físico, a base de toda a biografia e se  espelham  de  forma  inconsciente  nos  três  setênios  seguintes,  os  setênios  do amadurecimento  emocional.  Os  setênios  de  42  a  63  anos    refletem  de  forma consciente  a vontade do homem e representa a fase de maturidade da existência.  As leis biográficas permitem reconhecer as leis gerais do desenvolvimento humano para  cada  fase  da  vida,  pelas  quais  todos  nós  passamos  e  que  trazidas  para consciência  desenham  um  grande  panorama  de  toda  nossa  história  e  nos possibilitam  rever  nossos  passos  de  maneira  a  trilhar  um  caminho  melhor  no futuro.  

O caminho de observação das  leis biográficas proposto é complementado pela observação  de  plantas,  como  uma  estratégia  para  o  auto‐conhecimento.  Na natureza,  o  ciclo  da  planta  segue  um  ritmo  temporal  de  desenvolvimento.  Sua metamorfose se observa no período de tempo entre o nascer, crescer,  florescer e morrer.  Por  meio  da  observação  da  forma,  cor  e  ciclo  do  desenvolvimento  da planta pode‐se identificar sua relação com o modo de pensar, sentir e fazer do ser humano e  isso  facilita a compreensão das vivências e  transformações pelas quais passamos  bem  como  as  do  outro,  o  que  nos  torna  facilitadores  do  processo  de desenvolvimento, conhecimento e cura.  

 O caminho de observação das plantas  indicado por Goethe,  sistematizado por Rudolf Steiner, é o caminho fenomenológico de observação dos quatro passos onde observa‐ se os aspectos físicos da planta, o ritmo da planta, os sentimentos que ela inspira e a qualidade essencial que surge no observador. O Goëtheanismo através dessa observação possibilita um pensar vivo onde não há a idéia das partes, mas a possibilidade  de  penetrar  naquilo  que mantém  a  coesão  das  partes,  ou  seja,  um pensar capaz de reconhecer nas manifestações dos seres vivos a própria vida que os anima. Através desse pensar vivo, Goethe penetra na idéia dinâmica do ser vivo. A vida, essência inerente ao ser vivo, passou a ser algo possível de ser encontrado no  próprio  ser.  Nessa  maneira  de  pensar  há  o  despertar  do  artístico  que  nos permite ir além da mera observação estática, tornando‐nos capazes de vivenciar o movimento interno.  

Pela observação desenvolve‐se a capacidade imaginativa do pensar, quando se ouve  o  outro,  desenvolve‐se  a  capacidade  de  interação  entre  o  eu  e  o  tu  e  a 

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PRAÇA,  E.  &  Turrini,  R.  (2007)  História  de  vida:  um  caminho  de  observação goetheanística.  In, V. Trindade, N. Trindade & A.A. Candeias  (Orgs.). A Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora. 

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capacidade  inspirativa  do  sentir,  do  querer;  a  intuição  desenvolve‐se  quando  se colocam mudanças a serem feitas para aprimorar a individualidade.  

Este  estudo  teve  por  objetivo  desenvolver  uma  estratégia  para  o reconhecimento das leis biográficas através da observação das plantas.  

MATERIAL E MÉTODO

Foi realizado um curso de desenvolvimento humano com duração de 30 horas compostos de aulas teóricas sobre as leis biográficas e de atividades lúdicas.  

O referencial utilizado para o desenvolvimento das atividades foi a observação do  gestual  da  planta  proposto  por  Goethe.  Goethe  propôs  uma  observação  do objeto  em  passos:  tomar  os  objetos  como  são  e  tentar  penetrar  sua  natureza abstendo‐se  de  qualquer  opinião  subjetiva;  depois  instaurar  as  condições  sob  as quais os objetos se inter‐relacionam e esperar o que daí resulta.  

Para  cada  setênio  arbordado  utilizou‐se  a  observação  de  uma  imagem representativa  (simbólica)  desse  setênio.  Feito  isto,  as  pessoas  recebiam  duas perguntas com o objetivo de levar o indivíduo a uma reflexão pessoal sobre o seu setênio. Nos casos em que a pessoa ainda não havia vivido a experiência do setênio pela  própria  idade,  constituíam‐se  grupos  para  discussão  das  características  do setênio observadas em pessoas conhecidas, a partir das perguntas norteadoras. Tal atividade  foi  seguida  da  observação  individual  de  uma  planta.  Por  meio  da contemplação  da  planta,  buscou‐se  a  realidade  do  que  se  expressa  na  geometria das  folhas,  flores,  frutos,  raízes  e  caule,  no  seu  processo  de  crescimento,  no ambiente onde vive, na sua relação com o meio. Esses dados permitiram fazer uma analogia com as características de cada setênio. 

As plantas para o estudo de cada setênio  foram escolhidas dentre as  flores de Bach,  pelo  fácil  acesso  ao  detalhamento  das  estruturas  e  dos  gestuais  dessas plantas, bem com de suas qualidades terapêuticas sobre os estados emocionais do indivíduo. A percepção sobre cada passo das observações feitas foi compartilhada em  grupos  de  quatro  pessoas,  seguida  de  leitura  sobre  a  botânica  da  planta. Concluída  esta  etapa,  realizou‐se  uma  atividade  de  meditação  para  silenciar  a mente e permitir que o indivíduo expressasse uma característica particular de seu setênio na atividade artística (pintura, aquarela, argila, entre outros).   

RESULTADOS

O uso desta estratégia possibilitou a ampliação da consciência de si mesmo e do outro,  pois  o  indivíduo  se  reconheceu  no  gestual  da  planta  e  este  fato  se manifestou nas obras resultantes das atividades artísticas.  

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PRAÇA,  E.  &  Turrini,  R.  (2007)  História  de  vida:  um  caminho  de  observação goetheanística.  In, V. Trindade, N. Trindade & A.A. Candeias  (Orgs.). A Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora.  

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A  seqüência  de  desenhos  obtidos  após  o  estudo  de  cada  setênio,  revelou  a biografia  de  cada  participante  construída  de modo  lúdico  e  com  um  significado muito pessoal. O  relato pessoal das experiências artísticas compartilhadas com o grupo e a troca de impressões sobre a obra de arte do outro, com o cuidado de não emitir qualquer julgamento, também se mostraram reveladoras.   

Na  etapa  final  do  trabalho,  as  pessoas  receberam  informações  de  como trabalhar  cada  setênio  a  partir  do  estabelecimento  de  pequenos  objetivos  ou  de tarefas diárias para viabilizar mudanças e sugestões de práticas complementares em saúde para a salutogênese.  

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O  reconhecimento  dos  ritmos  e  das  leis  que  regem  nossa  vida  nos  torna cúmplices de nossos processos e dos processos dos outros, ampliando a interação social  entre  os  profissionais  e  entre  profissionais  e  cliente,  flexibilizando  os diferentes  poderes,  possibilitando  maior  autonomia  e  criatividade,  bem  como maior integração da equipe. Entender a fase da vida em que cada um se encontra, constitui  um  suporte  social  que  permite  acolher  a  idéia  de mudança  como  algo possível. Nas trocas de experiências constrói‐se uma história onde cada um afeta o outro e somos capazes de criar e re‐ inventar nossa história. 

Percorrer este caminho interior  leva o  indivíduo ao encontro de seus próprios sentimentos e a reconhecer aspectos importantes da própria vida, fortalecendo sua individualidade. Ao mesmo  tempo,  o  ato  de perceber‐se melhor  lhe  oferece  uma oportunidade para transformações internas e nas relações interpessoais. 

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

Burkhard, Gudrun. Tomar a vida nas próprias mãos. Ed. Antroposófica; 2000. 

Burkhard,  Gudrun.  Bases  antroposóficas  da  metodologia  biográfica:  a  biografia diurna. Ed. Antroposófica; 2002.  

Steiner, Rudolf. Arte e estética segundo Goethe. Ed. Antroposófica.