história da cartografia

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS Departamento de Geo-Ciências A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA PROF A GRAÇA CUNHA

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Page 1: história da cartografia

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS

Departamento de Geo-Ciências

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

PROFA GRAÇA CUNHA

Page 2: história da cartografia

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

A cartografia é a ciência (arte e técnica) que se

ocupa em representar a Terra (e outros

planetas) através de mapas ou cartas que

expressam, em escalas reduzidas e com soluções

gráficas específicas, todos os fenômenos físicos,

humanos e econômicos localizados no espaço

geográfico.

Martinelli, 2003

Page 3: história da cartografia

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

Primeiras abordagens:

• Os mapas foram uma das mais audaciosas e

engenhosas criações humanas. Seu surgimento

decorreu da necessidade de superação dos sentidos

biológicos imediatos na percepção do ambiente vivido

pelos homens.

• Antes de inventar a escrita, o homem criou mapas.

• O mapa não constitui meramente uma representação

da realidade. Ele é, antes de tudo, uma imagem:

retrata a realidade concreta de acordo com

determinadas expectativas e anseios sociais, que

podem variar enormemente de uma classe social para

outra.

Page 4: história da cartografia

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

Primeiras abordagens:

• O mapa representa não só como o espaço é, mas

como os homens de uma dada sociedade imaginam

como ele deve ser, e melhor ainda, necessariamente

tem que ser. Aspectos simbólicos inspiram e induzem atitudes

específicas relativamente às marcas espaciais presentes no espaço geográfico retratado.

Freqüentemente, os mapas retratam a visão dos grupos sociais mais poderosos.

Os aspectos da cultura de um grupo, de um povo ou de uma civilização também são de extrema importância para as formas e os dados que encontramos retratados nos mapas.

Page 5: história da cartografia

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

Primeiras abordagens:

• A arte de desenhar mapas é mais antiga que a arte de

escrever com o objetivo de retratar um fato local

importante: Indígenas das ilhas do Pacífico faziam seus mapas de

conchas do mar e hastes de coqueiros;

Indígenas americanos elaboraram mapas de couro de búfalo;

Os papiros eram usados pelos povos egípcios;

Pedras, metais, tecidos de algodão ou cânhamo também serviam para representarem o meio ambiente por meio de figuras e símbolos.

Page 6: história da cartografia

Os mapas mais antigos encontrados:

•GA-SUR: De origem babilônica, este mapa duas cadeias

de montanhas e no centro o rio Eufrates. Idade provável:

3000 A 2500 a. C. É um pequeno tablete de barro cozido

que cabe na palma da mão e que foi descoberta perto da

cidade de Harran, no nordeste do Iraque atual.

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAIdade Antiga

Page 7: história da cartografia

Os mapas mais antigos encontrados:

• O GA-SUR tem esta condição colocada em dúvida por

outro artefato cartográfico achado em 1963 Ankara,

Turquia durante a escavação de Catal Hyük em Anatolia.

• O mapa é uma parede pintada com aproximadamente

2,70 m de comprimento datando de 6.200 a. C. (teste de

carbono 14).

O mapa descreve a planta de uma cidade (provavelmente

a própria Catal Hyük), mostrando um formato

congestionado do tipo "colméia" representando um total

de 80 edificações.

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAIdade Antiga

Page 8: história da cartografia

Os mapas mais antigos encontrados:

• No Vale do Pó (Norte da Itália) na localidade de

Bedolina, onde viviam os Canômios, foram encontradas

figuras rupestres sob a forma de mapas. Enorme

gravação rica em detalhes topográficos e de

organização camponesa. Idade provável: 2400 a. C.

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAIdade Antiga

Page 9: história da cartografia

Os mapas mais antigos encontrados:

• O mapa mais antigo de uma área do mundo

ocidental, feito em aproximadamente 500 a. C., foi

encontrado por arqueólogos no sul da Itália.

•Conhecido como Mapa di Soleto, o registro mostra a

região hoje conhecida como Puglia - o salto da "bota"

da Itália. O desenho foi esculpido num fragmento de

vaso de terracota do tamanho de um selo de cartas.

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAIdade Antiga

Page 10: história da cartografia

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAIdade Antiga

Hiparco, de Bitínia (190-125 a.C.) foi o maior astrônomo

da antiguidade, criou o sistema de coordenadas.

• Eratóstenes viveu no Egito entre os anos 276 E 194 a.

C. Ele era bibliotecário-chefe da famosa Biblioteca de

Alexandria, e foi lá que encontrou, num velho papiro,

indicações de que ao meio-dia de cada 21 de junho na

cidade de Siena, 800 km ao sul de Alexandria, uma

vareta fincada verticalmente no solo não produzia

sombra.

Page 11: história da cartografia

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAOs primeiros instrumentos

O astrolábio é um antigo instrumento astronômico, hoje em

dia obsoleto, que teve muita importância na astronomia

náutica, quando os astros constituiam o principal referencial

dos 1ºs grandes navegadores.

•O modelo mais antigo foi provavelmente inventado pelos

gregos ou alexandrinos, em aproximadamente 150 a.C., e

mais tarde aperfeiçoado pelos árabes.

• O astrolábio planisférico consiste

basicamente de dois discos planos,

geralmente feitos de cobre. Um deles

representa a Terra e é marcado com as linhas

de latitude, longitude, horizonte do

observador e outras linhas indicando ângulos

acima do horizonte. O outro disco é um mapa

simples do céu, com as posições das estrelas

indicadas por ponteiros curvos e com a

eclíptica (linha do movimento anual aparente

do Sol).

Page 12: história da cartografia

O astrolábio usado pelos navegadores foi

desenvolvido a partir desse instrumento primitivo,

divulgado na Europa pelos árabes. Foi muito

utilizado no séc. XV como instrumento de

navegação, principalmente pelos portugueses e

espanhóis durante o ciclo das grandes navegações.

Era usado para medir a altura do Sol ou de uma

estrela durante alguma viagem no meio do oceano,

de maneira a se determinar a latitude.

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAOs primeiros instrumentos

Page 13: história da cartografia

A ampulheta: Um dos diversos instrumentos que o

homem concebeu para medir o tempo foi a ampulheta.

Também conhecido por relógio de areia, a sua invenção

é atribuída a um monge de Chartres, de nome

Luitprand que viveu no século VIII. No entanto as

primeiras referências deste tipo de objeto aparecem

apenas no século XIV. É formada por dois cones ocos

de vidro, unidos pelo gargalo, de modo a deixar passar

a areia de um para outro num determinado intervalo de

tempo, através de um orifício.

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAOs primeiros instrumentos

Page 14: história da cartografia

A vida a bordo era regulada por este instrumento.

Existiam ampulhetas para tempos de uma, duas ou

mais horas, mas as mais usadas eram as de meia hora,

também conhecidas por relógio. Ao virar a ampulheta,

o marinheiro tocava o sino: uma badalada às meias

horas e pares de badalada correspondentes a cada

quatro horas. Um par à primeira, dois à segunda, etc.

• O acerto era necessário e fazia-se com o astrolábio ao

meio-dia, através do sol, quando o tempo o permitia.

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAOs primeiros instrumentos

Page 15: história da cartografia

A palavra “bússola” significa “pequena caixa”. É

composta por uma agulha magnética na horizontal

suspensa pelo centro de gravidade, e aponta sempre

para o eixo norte-sul, ao seguir a direção do norte

magnético da Terra. Atribui-se a descoberta da

orientação natural dos ímãs aos chineses, por volta do

ano 2000 a.C., e por consequência, a invenção da

bússola

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAOs primeiros instrumentos

Page 16: história da cartografia

Quadrante: conhecido desde a

Antiguidade, foi o instrumento de alturas

mais cedo adaptado à náutica. Tinha como

finalidade tomar as alturas dos astros e

era geralmente feito de madeira ou latão.

Era um quarto de círculo e possuía os

graus de 0º a 90º. Em ambas as

extremidades marcadas com o ângulo reto

possuía duas pínulas que continham um

pequeno furo por onde se apontava ao

astro desejado. Era colocado um fio de

prumo ao centro, de forma a interceptar a

parte graduada. Era graças a esse fio que

se lia a graduação que indicava a altura do

astro.

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAOs primeiros instrumentos

Page 17: história da cartografia

kamal: Este instrumento rudimentar foi mostrado a

Vasco da Gama pelo piloto árabe (seria Ahmad Ibn-

Madjid?) que o levou à Índia. Era usado pelos árabes

para determinar as alturas das estrelas para obter a

latitude. Trazido para a Europa pelos portugueses foi

utilizado nos nossos navios com a designação de

tavoletas de Índia ou balestilha do mouro.

O kamal compunha-se por uma tábua rectangular com

um fio com vários nós suspenso do seu centro. A estes

nós correspondia uma graduação em isbas.

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAOs primeiros instrumentos

Page 18: história da cartografia

Prendia-se o nó com os dentes, ou encostava-se a mão

com o nó junto à cara, e esticava-se o fio com a peça de

madeira afastada da cara, visando o horizonte pelo

lado inferior da tábua e a estrela pelo lado oposto. Com

a mão livre contavam os nós que sobravam para

efectuarem o cálculo.

Os lados da tábua não eram iguais, cada kamal

permitia fazer duas séries de alturas compreendidas

entre limites diferentes. Uma com o lado maior e outra

com o menor. Além disto cada piloto levava mais que

um kamal diferente a bordo.

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAOs primeiros instrumentos

Page 19: história da cartografia

Balestilha: Há quem afirme que foram os portugueses

que inventaram a balestilha. Seria uma inspiração do

kamal, visto por Vasco da Gama na sua passagem pelo

Índico. A origem do seu nome poderá ser balhesta, o

mesmo que besta, a arma medieval, devido à sua

semelhança.

É constituída por uma régua

de madeira, o virote, de

secção quadrada e com três

ou quatro palmos de

comprimento, na qual se enfia

a soalha que corre

perpendicularmente ao

virote.

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAOs primeiros instrumentos

Page 20: história da cartografia

Para medir a altura de uma estrela visava-se por uma das

extremidade do virote através de uma pínula e ajustava-se

a soalha de modo que a aresta superior desta coincidisse

com a estrela e a outra extremidade com o horizonte do

mar.

A leitura da altura do astro era feita no ponto da escala

gravada no virote onde a soalha correspondente tinha

ficado, isto porque a balestilha tinha três ou quatro

soalhas, conforme a altura do astro a medir. Para medir o

sol, a operação era feita de costas para o astro, para não

ferir a vista.

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAOs primeiros instrumentos

Page 21: história da cartografia

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

Os mapas medievais:

• Embora durante a Idade

Média o conhecimento

geográfico tenha conhecido

uma relativa estagnação na

Europa ocidental, confinado

ao domínio eclesiástico,

foram produzidos os mapas

OT (orbis terrarum): um T

composto pelas águas (Mar

Mediterrâneo, Mar Negro e rio

Nilo), separando as terras

(Europa, Ásia ocidental e

Norte de África), dentro de

um O (o mundo). Mapa de Isidoro de Sevilha (Século VII, impresso em 1472).

Page 22: história da cartografia

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

Os mapas medievais:

• Mapa de Psalter (1250) — uma das páginas de

ilustrações de um livro de salmos do século XIII.

Representa a perspectiva medieval TO, segundo a qual

Jerusalém se situa ao centro do mapa (vale dizer, do

mundo, uma vez que a Terra era o centro do mundo); no

topo do mapa, abaixo do Cristo, claramente inspirado

nas figuras bizantinas, cujos braços abertos guardam o

mundo, o Paraíso Terrestre. Nota-se a presença de

ícones bíblicos, tais como a Arca de Noé, a Torre de

Babel, entre outros. É interessante perceber que as

recentes descobertas geográficas, fruto das cruzadas do

século XII, não são aplicadas à representação

cartográfica, sendo o mapa marcado pelo ensejo de

ensinar os fiéis, e não de representar corretamente o

espaço físico (Pelletier, 1989).

Page 23: história da cartografia

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

Mapa de Psalter (1250)

Page 24: história da cartografia

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

Este é o maior mapa-mundi medieval conhecido (30 peças

de pergaminho), com 3,5 m de diâmetro. O seu autor é

Gervais de Tilbury, que o desenhou em 1236 com o

objetivo de fazer propaganda para a cruzada. O

documento original foi encontrado por acaso em 1830 no

convento de Ebstorf, perto de Lunebourg (Alemanha).

• Uma curiosidade é que o mapa está desenhado sobre o

corpo de Jesus, crucificado. Vê-se a cabeça de Cristo na

parte superior do mapa, perto do lugar do paraíso

terrestre, voltada para Leste. As suas mãos apontam o

Norte e o Sul, enquanto os seus pés encontram-se na

parte inferior, indicando o oeste. • Ao centro do mapa figuram Jerusalém -

representado por um recinto quadrado de

12 voltas - e Jesus ressuscitado. O corpo

de Cristo identifica-se com a superfície da

Terra.

Page 25: história da cartografia

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

Page 26: história da cartografia

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

Os mapas medievais:

• No mundo árabe, ao contrário, desde 827 o califa Al

Mamum havia determinado traduzir do grego a obra de

Ptolomeu. Desse modo, através do Império Bizantino, os

árabes resgataram os conhecimentos greco-romanos,

aperfeiçoando-os.

Mapa de Ptolomeu

Page 27: história da cartografia

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

A cartografia da Idade Moderna:

• Foi, sem dúvida, o incremento das viagens

mediterrâneas e, em seguida, as navegações oceânicas,

que tiraram da hibernação a arte e a ciência da

construção dos mapas.

• Um fato importante foi a Escola de Sagres, em Portugal.

Alí eram formados o piloto e o cosmógrafo (cartógrafo).

• Com base no pressuposto de que o infante D. Henrique

convidou um cartógrafo catalão para se colocar ao seu

serviço, muitos consideraram (a partir logo do século XVI,

com Damião de Góis), que teria havido uma Escola Náutica

em Sagres, fundada pelo Infante D. Henrique, por volta de

1417, no Algarve. A escola, centro da arte náutica, teria

assim formado grandes descobridores, como Vasco da

Gama e Cristóvão Colombo.

Page 28: história da cartografia

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

A cartografia da Idade Moderna:

• O século XVII marca início dos grandes

levantamentos, em que sobretudo os Holandeses,

seguido pelos franceses, ingleses e alemães.

• Pierre Bouguer, cientista francês nascido em Le

Croisie, no século XVII, foi um dos fundadores da

fotometria, a medição da intensidade luminosa.

Propôs o Método de Bouguer para obter o valor da

constante solar fora da atmosfera, com base no valor

obtido no solo. Esteve no Peru (1735) para medir o

grau do meridiano no equador. As visões dele na

intensidade de luz despertou-lhe os fundamentos da

fotometria.

Page 29: história da cartografia

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA• Carta portuguesa de Alberto Cantino (1502) — este mapa busca

fornecer aos europeus uma primeira idéia acerca do Novo Mundo.

Reproduzida apenas em parte, a carta representa a Ásia quase

perfeitamente, exceto pelo tamanho exagerado da Taprobana e da

presença de uma inexistente península no extremo-oeste. Esta

península é um dos fatores da confusão de Colombo, que acredita em

suas primeiras cartas ter chegado à Ásia, e não a um suposto mundo

novo. A cidade de Roma é pictografada com exuberância, bem como

Jerusalém, à esquerda do mapa.

Page 30: história da cartografia

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

O momento determinante da cartografia moderna foi

erigida em definitivo por um belga, Gerhard Kremer,

mais conhecido como Mercátor, que elaborou a

projeção que conserva o seu nome.

Projeção de Mercator (séc. XVI) apresenta a Europa no centro da Terra.

Page 31: história da cartografia

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

Quadrante modernizado por Pierre Bouguer,

século XVIII.

A retificação das observações confirmou o

achatamento do globo terrestre, e com isso,

o elipsóide de rotação como figura

matemática e primeira aproximação na

geometria da terra.

Carta do Atlântico Norte desenvolvida por Pierre Bouguer,

em 1753.

Page 32: história da cartografia

MAPAS ANTIGOS, HISTÓRIAS INTERESSANTESCelso M. Sirqueira

Existe muito pecado no lado de baixo

do Equador. Essa foi a afirmação

unânime dos viajantes estrangeiros

que estiveram no Rio de Janeiro e em

Salvador nos séculos 17 a 19. As

brasileiras eram muito mais

acessíveis sexualmente que as

européias, e concediam "seus

favores" com mais facilidade.

Praticamente, umas devassas.

O viajante François Froger, esteve por

aqui em 1695 e afirmou, em seu livro

"Relato de Uma Viagem", que o Rio de

Janeiro em breve teria o mesmo

destino de Sodoma, tamanha a

libertinagem em que viviam os seus

habitantes. O mapa, desenhado nessa

ocasião, acompanha o livro.

Detalhe de "Entrée de la Riviere de Janeiro a la Côte du Bresil", François Froger, ano 1695.

Page 33: história da cartografia

MAPAS ANTIGOS, HISTÓRIAS INTERESSANTESCelso M. Sirqueira

Vários mapas mostravam a ilha no

Atlântico Norte, geralmente próximo

à Irlanda. Expedições da França e da

Inglaterra partiram em busca desta

terra maravilhosa e voltaram de mão

vazias. Era crença, na época, que ela

surgia apenas de sete em sete anos;

outros diziam que ficava oculta dos

olhos humanos pela neblina; e

poucos achavam que ela

simplesmente não existia. Atlas de Mercator, 1595 - Ilha Brasil, próximo à Irlanda

BRASIL, O PARAÍSO PERDIDO

A partir de meados do ano 1300 e por mais de cinco séculos

circularam na Europa boatos a respeito de uma ilha mágica -

Brasil, Hi-Brasil, Hy-Brazil, Brasile, etc -, com cidades cobertas de

ouro e natureza exuberante, uma espécie de Jardim do Éden ou

Xangrilá. Ela apareceu em alguns documentos até 1870.

Page 34: história da cartografia

MAPAS ANTIGOS, HISTÓRIAS INTERESSANTESCelso M. Sirqueira

ARREGAÇANDO A BATINA

Não é de hoje que os padres católicos deixam de cumprir o voto de

castidade. Desde o início do período colonial, os religiosos

contribuíram fartamente para o aumento da população, num Brasil

em que a carência de habitantes justificava toda aventura sexual.

America Meridionalis, Mercator - 1607

As transas dos padres

seguiam padrões distintos.

Entre os mais jovens, havia

os que usavam as índias e as

negras para "se aliviarem" ,

como era costume geral,

posto que elas nem gente

eram consideradas e "só

serviam pra isso". Outros

terminavam estabelecendo

relações estáveis.

Page 35: história da cartografia

MAPAS ANTIGOS, HISTÓRIAS INTERESSANTESCelso M. Sirqueira

DEITADO ETERNAMENTE

Até que ponto a origem e

a cultura dos

colonizadores influencia o

destino de um país? A

revelação de estranhas

atitudes do portugueses

em relação ao Brasil pode

esclarecer um bocado

sobre as causas dos

problemas ainda

existentes.

Parte do Nautical Atlas, elaborado por cartógrafos de Dieppe, França, em 1538

Page 36: história da cartografia

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

A cartografia na Idade Contemporânea e o sensoriamento

remoto•O sensoriamento remoto pode ser definido, de maneira

ampla, como sendo a forma de obter informações de um

objeto ou alvo, sem que haja contato físico com o

mesmo.

• Os aviões e os satélites são as plataformas mais

comuns que se usam para a obtenção dessas imagens.

• As informações são obtidas utilizando-se a radiação

eletromagnética na detecção e medida das categorias

dos objetos, incluído-se, aqui, as energias relativas à luz,

ao calor e às ondas de rádio.

•Qualquer matéria reflete ou emite energia e a reflexão e

absorção da energia podem ser obseradas observando-se

o seu espectro, isto é, a maneira particular segundo a

qual um elemento emite ou absorve energia.

Page 37: história da cartografia

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

A cartografia na Idade Contemporânea e o sensoriamento

remotoA Fotogrametria: revolucionária modalidade de

levantamento do terreno baseado nas fotografias aéreas.

•A primeira vez que o terreno foi fotografado do espaço,

em 1860, nos Estados Unidos, o veículo usado foi o

balão.

• No início, as fotografias eram tiradas por máquinas

fotográficas, seguindo do estereoscópio, aparelho que

permite a visão tridimensional, inventado pelo físico

inglês Charles Wheatsone, em 1838.

• É preciso que o avião sobrevoe a área desejada e que,

quando o foco da máquina for perpendicular à superfície,

seja tirada uma seqüência de fotos; a primeira e segunda

devem corresponder a uma área comum de 60%, assim

como as demais.

Page 38: história da cartografia
Page 39: história da cartografia

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

A cartografia na Idade Contemporânea:

• Com o desenvolvimento da tecnologia espacial, a

partir dos anos 1950, ocorreu o acesso global do nosso

planeta. O uso de satélites artificiais como veículos de

observaão da superfície terrestre é uma técnica recente,

data de 1960 a primeira vez que uma nave espacial foi

utilizada para esta finalidade, com o lançamento do

satélite meteorológico Tiros I, pelos Estados Unidos.

• Atualmente os vôos orbitais, sobretudo de satélites

artificiais não tripulados, estão desempenhando um

papel fora do comum no mapeamento de extensas áreas

da Terra, como é o caso da série Landsat.

Page 40: história da cartografia

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

• Dois eventos marcaram a nossa entrada nesta

tecnologia:

1. Projeto RADAM, incumbido de mapear a região

amazônica através de imagens reproduzidas por meio

de radar. O sucesso do projeto gerou o interesse de

estende-lo para o restante do país, criando-se o

Radambrasil, que teve como atribuição principal a

realização de mapas geológicos, geomorfológicos,

pedológicos, da vegetação e de uso do solo. O

Radambrasil foi anexado ao IBGE em 1985.

A cartografia na Idade Contemporânea: Sensoriamento

Remoto no Brasil

Page 41: história da cartografia

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

• Dois eventos marcaram a nossa entrada nesta

tecnologia:

2. Início da recepção e processamento, na década de

1990, de sinais dos satélites Landsat 4, pelo INPE,

com sede em São José dos Campos, SP. A estação de

recepção de sinais fica em Cuiabá e capta as emissões

que abrangem cerca de 90% da área da América do

Sul. O Brasil é coberto pelas imagens do Landsat 4 e 5.

A cartografia na Idade Contemporânea: Sensoriamento

Remoto no Brasil

Page 42: história da cartografia

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

Page 43: história da cartografia
Page 44: história da cartografia

A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

A cartografia brasileira:

• A história da cartografia brasileira está vinculada já à

chegada dos portugueses à Ilha de Vera Cruz.

• Mal haviam sido enrolados os panos das caravelas

ancoradas nas terras “descobertas”, e um certo

tripulante, João Emenelaus, físico e cirurgião de Sua

Majestade o rei Dom Manuel, descia a terra em

companhia do piloto da nau Capitânea e do piloto de

Sancho de Tovar para tomar a altura do sol ao meio-dia,

achando 17 graus, por meio do astrolábio.

• Daí em diante teve início os mapeamentos do litoral. Os

primeiros mapas da nova terra variavam com relação aos

nomes: terra Vera Cruz, terra de Santa Cruz, terra

Incógnita, terra de Papagaios, terra de Brazília, terra de

Antropólogos, etc.