higienizaÇÃo de espaÇos e equipamentos

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  • 8/10/2019 HIGIENIZAO DE ESPAOS E EQUIPAMENTOS

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    ACIBAssociao Comercial eIndustrial de Barcelos

    Projecto Financiado no mbito dos Apoios:

    MANUAL APONTAMENTOS

    UFCD

    Curso: APOIO FAMILIAR E COMUNIDADE

    DESIGNAOUFCD:

    HIGIENIZAO DE ESPAOS E EQUIPAMENTOS

    CD.:3520

    Durao: 50HORAS

    Formador(a): MARLYN ANDREA DE CASTRO CAMPOS

    Programa Operacional do Potencial Humano (POPH)

    Tip ol og ia de Interv eno 2.2 - Cu rs os de Edu cao Formao de Adu lt os

    PLANO DE FORMAO PROFISSIONAL2008

  • 8/10/2019 HIGIENIZAO DE ESPAOS E EQUIPAMENTOS

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    ACIBAssociao Comercial eIndustrial de Barcelos

    P.2Manual de Apontamentos Cursos de Educao Formao de Adultos

    UFCD: Higienizao de Espaos e EquipamentosFormador: Marlyn Andrea de Castro Campos

    Objectivo do Documento:

    Este Manual foi concebido pelo Formador(a) do

    Mdulo referenciado. Pretende-se que seja usado

    como elemento de Estudo e de apoio ao tema

    Abordado. O Manual um Complemento da

    Formao e do Mdulo, no substitui os objectivosdas Sesses de Formao mas sim complementa-as.

    Condies de utilizao:

    Este Manual no pode ser reproduzido, sob qualquer

    forma, sem a autorizao da ACIB.

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    P.3Manual de Apontamentos Cursos de Educao Formao de Adultos

    UFCD: Higienizao de Espaos e EquipamentosFormador: Marlyn Andrea de Castro Campos

    NDICEGERAL

    A Higienizao: Objectivos e Etapas...4

    Consideraes Prvias Higienizao...5

    Tecnologia de Limpeza (Mtodos)...6

    Tecnologia de Desinfeco (Mtodos).....14

    Mtodos de Higienizao....22

    Regras Bsicas de Higienizao.......26

    Plano de Higienizao.....29

    Razes para a Limpeza...32

    Caractersticas do Design que facilitam a Limpeza....34

    Aspectos de Higiene....34

    Rotinas de Limpeza.....39

    Agentes e Equipamentos de Limpeza......41

    Limpezas Gerais...43

    Conselhos Prticos de Organizao.....45

    Conselhos Econmicos de Limpeza.....45

    Rotina Diria com Criatividade...48

    Equipamento Elctrico.....49

    Higienizao dos Estabelecimentos de Sade, Lares e Centros de Dia....51

    Bibliografia.60

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    P.4Manual de Apontamentos Cursos de Educao Formao de Adultos

    UFCD: Higienizao de Espaos e EquipamentosFormador: Marlyn Andrea de Castro Campos

    A Higienizao: Objectivos e Etapas

    Durante o decorrer de diversas actividades, verifica-se a acumulao dum conjunto de

    materiais indesejveis, entre os quais restos de alimentos, corpos estranhos, substnciasqumicas do processo, e microrganismos. Esta situao pode resultar do processo de produo

    normal, como o caso da adeso de restos de alimentos s superfcies de trabalho, ou de

    anomalias no processo, como por exemplo, as resultantes de contaminao por deficiente

    manuteno dos equipamentos ou de contaminao ambiental. Estes materiais indesejveis,

    so habitualmente designados de resduos ou sujidade.

    Dentro dos materiais indesejveis mencionados, deve ser dada especial ateno

    eliminao e controlo dos microrganismos, sobretudo dos microrganismos causadores de

    doenas (patognicos) e dos que causam a deteriorao do produto.

    A higienizao dever, assim, assegurar a eliminao das sujidades visveis e no

    visveis e a destruio de microrganismos patognicos e de deteriorao at nveis que no

    coloquem em causa a sade dos consumidores e a qualidade do produto. Dever ser

    respeitada a integridade das superfcies de trabalho e dever haver o cuidado de eliminar

    qualquer qumico utilizado no processo de higienizao. Dependendo do processo de fabrico,

    do tipo de produto, do tipo de superfcies e do nvel de higiene requerido, a higienizao pode

    ser efectuada apenas atravs de uma limpeza (L), ou de uma limpeza seguida dedesinfeco (L+D).

    Higienizao = Limpeza (L) ou Limpeza + Desinfeco (L+D)

    O processo de limpeza consiste essencialmente na eliminao de restos de alimentos

    e outras partculas que ficam sobre as superfcies enquanto que a desinfeco consiste na

    destruio ou remoo dos microrganismos.

    Especialmente no caso da desinfeco qumica, a limpeza deve, em grande parte das

    situaes, preceder a desinfeco para que esta seja eficaz, pois os restos dos alimentos

    interferem com os agentes de desinfeco.

    Uma higienizao correctamente efectuada deve conduzir eliminao, tanto quanto possvel,

    dos microrganismospresentes tanto nas superfcies como na atmosfera dos locais de trabalho

    e dos equipamentos.

    Etapas da Limpeza (L) e da Limpeza + Desinfeco (L+D)

    Etapa AcoEnxaguamento Remoo das sujidades maiores com aplicao de gua

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    P.5Manual de Apontamentos Cursos de Educao Formao de Adultos

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    Limpeza Remoo de sujidades pela aplicao de detergenteEnxaguamento Remoo do detergente com gua correnteDesinfeco (L+D) Destruio de bactrias pela aplicao de desinfectante ou calorEnxaguamento (L+D) Remoo de desinfectante com gua correnteSecagem Remoo do excesso de gua

    O processo de limpeza inicia-se com um primeiro enxaguamento para a remoo de

    partculas de sujidade e de alguns microrganismos (que so arrastados com os outros

    resduos). Numa segunda etapa, aplica-se o detergente, o qual vai actuar sobre as partculas

    de sujidade que se encontram aderidas, diminuindo a sua ligao s superfcies. Numa terceira

    etapa d-se o enxaguamento para a remoo completa das partculas entretanto libertadas, do

    detergente aplicado e uma vez mais de alguns microrganismos. No caso de ser necessrio

    realizar desinfeco, aplica-se o desinfectante (actua sobre os microrganismos) (quarta etapa),

    seguido de enxaguamento para remoo completa dos desinfectantes (quinta etapa,

    dispensvel para alguns tipos de desinfectantes). Por fim, realiza-se a secagem, que tem como

    finalidade a remoo da gua em excesso, de modo a evitar que a humidade residual favorea

    o crescimento de microrganismos.

    Consideraes Prvias Higienizao

    O mtodo a utilizar para a eliminao de sujidades funo de um conjunto de factores,

    nomeadamente, do tipo de sujidade, do tipo de superfcie, da qualidade da gua e do tipo de

    equipamentos. Vejamos de seguida, cada um destes factores.

    Tipo de Sujidade

    Sujidade Tipo de sujidade Exemplos

    Inorgnica

    Resduos de gua dura

    Resduos metlicos

    Resduos alcalinos

    Carbohidratos de clcio e magnsio

    Ferrugem e outros xidos

    Pelculas que se formam quando umdetergente alcalino no devidamente

    enxaguado

    Orgnica

    Resduos de alimentos

    Resduos de petrleo

    Resduos que no contmpetrleo

    Restos de alimentos

    leos lubrificantes, gorduras e outroslubrificantes

    Gordura animal e leos vegetais

    Tipos de Superfcies

    As superfcies em contacto directo com os alimentos devem ser no txicas, no

    absorventes, no porosas ou corrosivas.

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    P.6Manual de Apontamentos Cursos de Educao Formao de Adultos

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    Material Caractersticas Precaues

    MadeiraAbsorve humidade, gorduras eleos

    No usar, no higinico

    MetaisDetergentes cidos ou com clorocausam enferrujamento

    Galvanizados previnemenferrujamento

    Estanho/Folha de FlandresPodem ser corrodos por

    detergentes cidos ou alcalinos

    No permitir o contacto com os

    alimentosBeto

    Pode ser atacado por alimentoscidos e agentes de limpeza

    Deve ser denso e resistente acidos e no se fragmentar

    VidroSuave e impermevel. Pode seratacado por detergentes alcalinosfortes

    Limpar com detergentes alcalinossuaves ou neutros

    TintasMtodo de aplicao afecta aqualidade da superfcie. Atacadopor agentes alcalinos fortes

    Algumas tintas no socompatveis

    BorrachaNo deve ser porosa ou esponjosa.No afectada por detergentesalcalinos

    atacada por solventesorgnicos e cidos fortes

    Ao inoxidvel

    Resiste corroso. Superfcie

    suave e impermevel.Resiste oxidao a altastemperaturas. Fcil de limpar.No magntico.

    Algum ao inoxidvel atacado

    por produtos com cloro, iodo,bromo ou flor.

    Qualidade da gua

    A qualidade da gua tambm um factor determinante. Deve ser prpria para

    consumo, limpa e transparente, branda (no precipita sabes nem forma incrustaes), livre de

    microrganismos e no corrosiva. Uma gua com dureza excessiva, isto , com excesso de sais

    inorgnicos (cloretos de clcio e de magnsio, sulfatos e bicarbonatos) reduz a eficcia dealguns detergentes e desinfectantes e contribui para a formao de incrustaes na superfcie

    do equipamento durante a evaporao. O uso de guas brandas est particularmente indicado

    para as operaes de limpeza qumica. Relativamente qualidade da gua, existe legislao

    especfica a qual deve ser consultada.

    Tipo de Equipamentos

    Existe um conjunto de equipamentos, como por exemplo, picadoras, misturadoras,

    enchedoras, entre outros, que apresentam superfcies no visveis e cheias de contornos onde

    se acumulam resduos. Neste caso, antes de se proceder ao primeiro enxaguamento,

    necessrio desmontar os equipamentos de modo a conseguir-se fazer uma higienizao

    correcta.

    Tecnol ogia de Limpeza (Mtodos)

    As superfcies dos equipamentos usados na produo de alimentos acumulam,

    inevitavelmente, sujidade, necessitando de ser limpos. A limpeza deve ser realizada, pelomenos, regular e frequentemente, quando no continuamente, por forma a que a higiene dos

    equipamentos e das instalaes se mantenha sempre adequada.

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    O prprio programa de limpeza deve ter em considerao vrios factores:

    A natureza da sujidade a ser removida.

    A concepo dos equipamentos e das instalaes.

    O tipo de superfcie a limpar.

    A dureza da gua.

    O grau de limpeza requerido.

    A metodologia, utenslios e produtos ideais.

    Limpeza FsicaRemove todas as impurezas visveis na superfcie a ser limpa. O conceito de

    limpeza inclui a aplicao de factores fsicos (fora mecnica) e factores qumicos (detergentes

    e outros produtos). Apenas momentaneamente, que se pode afirmar que uma grande

    proporo de resduos depositados numa superfcie pode ser removida usando unicamentemtodos fsicos. Desde uma simples imerso dos utenslios em gua, quer seja fria ou quente,

    at aos sistemas manuais mais usados, tais como escovas, esponjas, esfreges, etc., todos

    so extremamente teis na remoo da grande sujidade existente nas primeiras etapas do

    processo de limpeza. Estas operaes podem ser complementadas atravs do uso de outros

    equipamentos mecnicos, tais como pulverizadores de gua que funcionam tanto com alta ou

    baixa presso, sistemas de limpeza in situ, sistemas de produo de vcuo, etc. A limpeza

    fsica completada, geralmente, depois do que foi descrito anteriormente, com uma limpeza

    qumica, que remove ou destri mesmo as impurezas que no so visveis, atravs do uso de

    produtos especficos (detergentes), que, quando dissolvidos em gua, possibilitam a remoo

    da sujidade presente nos equipamentos e superfcies.

    Limpeza Qumica- o tipo de limpeza que remove ou destri at as impurezas que no so

    visveis e o seu cheiro usando produtos especficos (detergentes), que, quando dissolvidos na

    gua, torna possvel a remoo da sujidade que est presente nos equipamentos e superfcies.

    A sujidade que removida desta forma inclui no s lixo slido como uma larga proporo da

    flora de contaminao que, apesar de no ser necessariamente destruda pela aco destes

    produtos, lavada na operao de enxaguamento.

    Obviamente que, um processo de limpeza pode ser realizado apenas pela simples

    aplicao de procedimentos fsicos (por exemplo, o uso manual de escovas), mas os

    resultados alcanados tendem a ser insuficientes. Os detergentes e outros produtos qumicos

    so usados, em parte, para reduzir a necessidade de aplicao de fora mecnica, embora na

    prtica, ambos os factores sejam vulgarmente combinados.

    A combinao adequada dos meios fsicos e qumicos permitir atingir os nveis de

    limpeza desejados para os equipamentos e instalaes e que os germes so destrudos.

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    Mtodos de Limpeza

    A) Limpeza a seco

    A limpeza a seco realizada, estritamente, atravs da remoo, aspirao, limpeza

    com um pano ou atravs do uso de escovas para remover a sujidade. Normalmente, esta

    seguida por uma limpeza.

    B) Limpeza

    A limpeza complexa, uma vez que inclui vrias operaes: pulverizao; limpeza

    principal atravs da aplicao de fora mecnica e/ou alta temperatura e enxaguamento. Estasoperaes so realizadas por forma a permitir a remoo da sujidade atravs do uso de gua

    ou solues aquosas de detergentes.

    C) Limpeza por presso

    Na limpeza por presso so usados valores compreendidos entre 25 e 120 bar. Quanto

    maior a presso aplicada, mais facilmente so removidas as partculas de sujidade. Contudo,

    importante relembrar que este mtodo pode danificar o material ou conduzir a uma re-

    contaminao.

    D) Procedimentos especiais de limpeza

    Estes procedimentos referem-se aplicao de espumas, pulverizao ou ao uso de

    gel especialmente adequado para a indstria de carnes. Estes mtodos de limpeza so

    vulgarmente usados na limpeza de paredes, equipamento tcnico ou rea circundante do local

    da produo. Outros procedimentos especiais incluem o uso de vapor com temperaturas

    superiores a 140C ou o uso de gases (e.g. azoto). Adicionalmente, os sistemas mecnicospodem tambm ser usados.

    Class if ic ao, Carac teri zao e Seleco d o Detergen te

    Classificao dos Detergentes

    Detergente:

    um agente de limpeza. um activo superfcie bastante usado na indstria.

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    Tendo em considerao as propriedades especficas, os detergentes so classificados

    como:

    Alcalinos inorgnicos.

    cidos (orgnicos e inorgnicos).

    Agentes de superfcie: aninicos, no-inicos, catinicos e anfotricos.

    Agentes sequestrantes: inorgnicos e orgnicos.

    Carac teri zao d os Deter gen tes

    A) Alcalinos inorgnicos

    O principal ingrediente de muitos detergentes um lcali. O hidrxido de sdio o

    mais forte e tambm o mais barato, tem excelentes propriedades dissolventes, e tem poder de

    saponificao e bactericida. Contudo, altamente corrosivo para metais, especialmentealumnio. Deve ser manuseado com muito cuidado, uma vez que pode causar srias

    queimaduras na pele, devendo, portanto, ser usado com equipamento especial para proteger a

    pele e os olhos.

    B) cidos (orgnicos e inorgnicos)

    Os cidos so muito pouco utilizados na indstria alimentar, uma vez que tm

    tendncia a ser corrosivos e no apresentam versatilidade como agentes de limpeza.

    Adicionalmente, muitos so perigosos e podem causar srias queimaduras, o que implica o uso

    de roupa protectora.

    Todavia, em casos especficos, estes so considerados como uma excelente

    alternativa para a limpeza de tanques e outros equipamentos e utenslios. O uso de cidos na

    limpeza, alternado com solues alcalinas, facilita a eliminao de odores indesejveis e,

    geralmente, melhora a eficcia dos processos de limpeza.

    Dentro do grupo dos cidos inorgnicos usados, cidos clordrico, sulfrico e ntrico, asua aplicao na indstria de lacticnios importante para remover precipitados de sais de

    clcio e outros depsitos de minerais, tal como, por exemplo, leites de pedra (depsito de

    protena, carbonato de clcio e outros sais que se formam nos pasteurizadores), contudo,

    devido sua natureza altamente corrosiva, estes foram substitudos por cidos fracos. Entre os

    cidos fracos encontram-se o cido fosfrico e sulfmico, que so menos corrosivos do que os

    primeiros, sendo extremamente eficazes quando lhes adicionado um inibidor de corroso.

    Contudo, quando o precipitado excessivo devem ser usadas baixas concentraes de cidos

    fortes. Os detergentes cidos, normalmente, incluem os inibidores da corroso, assim como,

    agentes molhantes, e podem ser usados na remoo de depsitos inorgnicos.

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    P.10Manual de Apontamentos Cursos de Educao Formao de Adultos

    UFCD: Higienizao de Espaos e EquipamentosFormador: Marlyn Andrea de Castro Campos

    Os cidos orgnicos que tm uma capacidade bacteriosttica so mais fracos dos que

    os cidos inorgnicos e, consequentemente, so mais seguros para manusear: cidos

    inorgnicos, cido glucnico, hidroxiactico, ctrico e tartrico.

    C) Agentes de superfcie

    Os agentes de superfcie, quer tensoactivos quer surfactantes, reduzem a tenso

    superficial da gua de modo a que as superfcies possam permanecer molhadas. O agente de

    superfcie tradicional o sabo, que composto geralmente por sais de potssio ou sdio de

    diferentes cidos gordos (e.g. cidos esterico, palmtico, oleico). Os sabes so

    razoavelmente eficazes com gua macia, mas a sua baixa solubilidade em gua fria torna o

    seu uso menos conveniente.

    Para alm do facto de existirem muitos tipos diferentes, os agentes de superfciecumprem uma srie de requisitos, permitindo o seu uso frequente nas tarefas de limpeza,

    sendo tambm os agentes escolhidos, normalmente, para um grande nmero de formulaes

    de produtos de limpeza. Tendem tambm a ser excelentes emulsionantes, apresentando boas

    propriedades molhantes e poder de penetrao, no so corrosivos nem irritantes, e so

    facilmente removidos com gua.

    Por outro lado, enquanto que a actividade bactericida dos detergentes aninicos e no

    aninicos escassa, a dos detergentes catinicos excelente, embora as suas propriedades

    de detergncia sejam piores. Tal deve-se ao facto de os surfactantes catinicos serem tambm

    usados, de vez em quando, como agentes desinfectantes e esterilizantes.

    Figura: Representao da aco de limpeza dos agentes tensoactivos.

    (a) molculas do detergente (cabeas hidroflicas e caudas hidrofbicas); (b) devido sua

    grande tenso superficial, a gua tende a manter uma forma quase esfrica enquanto adere

    superfcie onde no existe detergente; (c) a tenso superficial reduzida pela interaco do

    detergente com as molculas de gua; (d) as caudas hidrofbicas aderem s partculas de

    gordura, enquanto que as cabeas hidroflicas ficam viradas para a parte externa; as cargas,

    do mesmo sinal, das cabeas, tendem a repelir-se umas s outras, o que favorece a disperso

    da fase gorda no meio. Muitos dos surfactantes produzem grandes quantidades de espuma,

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    especialmente quando existe turbulncia no meio de lavagem. De modo a minimizar a sua

    formao, so muitas vezes adicionados s formulaes agentes anti-espuma, com o objectivo

    de se obterem misturas de limpeza que no produzam grandes quantidades de espuma,

    tornando-se, assim, bastante importantes para a maioria das operaes de limpeza.

    Agentes tensoact ivos aninicos. Estes agentes constituem, de longe, o

    maior grupo de surfactantes. O sabo um exemplo de um surfactante

    aninico mas, tal como j foi mencionado, possui vrias propriedades que

    limitam o seu uso.

    Agentes tensoact ivos aninicos. Trata-se de emulsionantes poderosos que

    no so afectados pela dureza da gua. As suas caractersticas de produtores

    de espuma variam bastante.

    Ag ent es anf otric os. Os agentes anfotricos so relativamente bons

    emulsionantes, uma vez que so estveis, no s em meio cido como

    tambm em meio alcalino, e toleram muito bem as guas duras. Alm disso,

    aqueles que so usados como detergentes so bactericidas activos. Contudo,

    so relativamente caros, no possuem outras propriedades importantes, no

    sendo, por isso, vulgarmente usados.

    D) Agentes sequestrantes

    No longo prazo, mais econmico diminuir a dureza da gua atravs de outros

    mtodos (descalcificantes) do que usar estes agentes.

    Agentes inorgnicos sequestrantes: Muitos deles possuem uma boa

    capacidade emulsionante, tm propriedades dissolventes e dispersantes e,

    geralmente, facilitam o processo de enxaguamento.

    Agentes orgnicos sequestrantes: So frequentemente usados nasformulaes de detergente lquidos, uma vez que so altamente solveis.

    Formulao de Detergentes

    As formulaes de detergentes so misturas, em propores apropriadas, de diferentes

    substncias qumicas, em que cada uma contribui com as propriedades desejadas para o

    produto final.

    O preo um factor importante aquando da deciso de se usar um detergente, sendo

    assim da mxima importncia, sempre que possvel, optimizar a formulao por forma a atingir

    o objectivo alvo, isto , permitir a limpeza do equipamento e das instalaes ao mnimo custo.

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    Cada tipo de sujidade a ser removida e cada superfcie a ser limpa requer o uso, sob

    condies ideais, de um detergente diferente. Contudo, na prtica, apenas algumas

    formulaes so sufi cientes para satisfazer muitas das necessidades de limpeza mais

    comuns.

    No mercado existem frmulas de detergentes em p ou lquidos. A vantagem dos

    detergentes em p, consiste no facto de, normalmente, estes serem mais concentrados

    tornando, portanto, menos provvel a perda de material aquando da preparao das solues

    de limpeza.

    Talvez os lquidos possam ser mais fcil e cuidadosamente distribudos e medidos,

    contudo, na prtica, perde-se muito lquido porque existe a tendncia de preparar solues

    altamente concentradas. Contudo, o teste final de quo eficiente um detergente determinado pela avaliao de diferentes parmetros: o grau de limpeza atingido, o tempo

    usado e o esforo e dinheiro necessrios.

    Factores que Influenciam a Eficincia dos Detergentes

    A importncia da dureza da gua, a utilizao de equipamento para diminuir essa

    dureza ou a adio de agentes sequestrantes, j foram mencionados anteriormente. Contudo,

    existem outros factores que tambm influenciam a eficincia dos detergentes, tais como: a

    concentrao e temperatura da soluo de limpeza, o tempo de aco e a fora necessria

    para os aplicar.

    Todos os detergentes possuem uma concentrao mnima necessria para limpar

    eficientemente sob vrias circunstncias, o aumentar da concentrao acima do mnimo

    necessrio melhora o efeito de limpeza, mas com um desempenho cada vez mais baixo e com

    um custo cada vez mais acentuado, o que explica a importncia da existncia de uma

    concentrao ptima que deve ser aplicada sob as condies reais de trabalho.

    Com o aumento da temperatura, tambm a velocidade de interaco entre o detergente

    e a sujidade e tambm a solubilidade de alguns componentes resulta na maior facilidade de

    remoo da sujidade das superfcies. Outra vantagem das elevadas temperaturas que a

    viscosidade aumenta a turbulncia que extremamente importante nos processos de limpeza

    in situ.

    A forma como o tempo afecta a eficincia similar ao efeito da concentrao: existem

    tempos de contacto mnimos e ptimos entre a sujidade e o detergente que devem ser os

    aplicados no processo de limpeza.

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    Como Escolher o Detergentes mais Adequado?

    Os detergentes desempenham um papel fundamental no processo de limpeza,

    considerando que estes so usados, em muitos casos, para remover diversos tipos de

    sujidade, pelo que a exigncia de um detergente pode variar.

    Um detergente ideal deve:

    A. Ser solvel na gua a diferentes temperaturas j que a limpeza nem sempre feita em

    gua quente.

    B. No ser corrosivo, nem afectar as superfcies dos equipamentos de nenhuma forma.

    C. No ser txico e no irritar a pele ou os olhos.

    D. No possuir odor.E. Ser biodegradvel; os resduos dos detergentes que so removidos com os efluentes

    podem constituir um perigo ambiental apesar de, nos dias de hoje, estes problemas

    estejam a ser ultrapassados atravs de produtos biodegradveis.

    F. Possuir um custo aceitvel, lembrando que o preo por unidade de volume pode no

    corresponder necessariamente a um critrio de economia pois as diferenas nas doses

    aplicadas dos diferentes produtos podem ser maiores, o que vai condicionar o custo

    total da aplicao.

    G. Ser facilmente removido; as solues de detergentes devem ser enxaguadas

    facilmente por forma a que os resduos no se agarrem s superfcies que acabaram

    de ser limpas.

    H. Se mantenham estveis ao longo de longos perodos de armazenamento.

    I. Sejam eficazes com todos os tipos de sujidade, dada a extrema variedade da natureza

    das substncias a serem removidas.

    Isto significa que um detergente deve possuir diferentes propriedades:

    1. Capacidade de molhar: reduz a tenso superfcie da gua para que a soluo delimpeza possa penetrar na sujidade e remov-la mais facilmente.

    2. Capacidade de disperso dos materiais insolveis, prevenindo a formao de

    agregados, mantendo-os suspensos para que possam ser levados antes de se

    depositarem na superfcie.

    3. Boa capacidade de dissolver a sujidade, quer orgnica e inorgnica; quanto mais

    rpida a etapa de dissoluo, melhor ser o detergente.

    4. Capacidade de emulsionar as gorduras e os leos, mantendo-os dissolvidos e,

    aumentando a capacidade de remover as protenas mais facilmente.

    5. Dissoluo das gorduras, i.e. transformar as gorduras em substncias solveis.

    6. Capacidade sequestrante nos ies de clcio e magnsio dissolvidos em guas duras

    para que no seja diminuda a eficcia da limpeza. No fundo, os detergentes devem

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    ser capazes de amaciar as guas duras, apesar de em algumas regies deverem ser

    instalados sistemas de tratamento (por exemplo, descalcificadores).

    Deve-se lembrar que aquilo que foi dito at agora no significa que os detergentes

    incluem bactericidas, apesar de alguns o fazerem.

    Contudo, como j mencionamos, os detergentes removem fisicamente um grande

    nmero de bactrias durante o processo de limpeza, o que facilita as subsequentes operaes

    de desinfeco.

    Finalmente, deve ser apontado que nenhum detergente inclui todas as propriedades

    mencionadas e assim, em muitos casos, devermo-nos socorrer de uma combinao de

    detergentes para que, atravs das formulaes correctas, possamos satisfazer uma

    necessidade especfica de limpeza.

    Tecnol og ia de Des in feco (Mtodos )

    O objectivo da desinfeco do equipamento e das instalaes eliminar as formas

    vegetativas dos microrganismos patognicos presentes, principalmente nas superfcies que

    esto em contacto com os alimentos, e ao mesmo tempo, alcanar uma reduo significativa

    da flora comum (condies estreis so raramente necessrias), a qualidade microbiolgica do

    processamento alimentar no deve ser afectada.

    Os processos de desinfeco, devem ser aplicados imediatamente a seguir etapa de

    limpeza, consequentemente a eficincia de ambos os processos pode ser ptima. Se os

    resduos no forem removidos previamente actuam como uma barreira protectora para os

    microrganismos contra diferentes agentes desinfectantes, tratamentos qumicos e trmicos, e

    so importantes pontos de contaminao gerados nas reas de processamento de alimentos

    com os correspondentes efeitos na qualidade higio-sanitria dos alimentos.

    Tipos de Desinfeco

    1. Desinfeco Trmica.- Realizada pela aplicao do calor.

    2. Desinfeco por Vapor.- Por aplicao de lquidos que foram previamente sujeitos a

    um processo de aquecimento, ou at mesmo submetidos a uma determinada presso.

    Uma das consequncias, a libertao de humidade residual. Por exemplo, a gua

    sujeita a temperaturas de 90-95C actua melhor.

    3. Desinfeco Qumica.- Atravs da utilizao de substncias e compostos qumicos.

    4. Desinfeco por Radiao.- Atravs do uso de energia electromagntica (ionizante

    ou no ionizante).

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    Agentes Desinfectantes

    Para a desinfeco de equipamento e instalaes, o calor (vapor e gua quente) em

    particular algum tipo de radiaes e agentes qumicos podem ser usados. Com estes

    tratamentos pode ser alcanada uma elevada eficincia na limpeza de superfcies a

    desinfectar. As operaes de desinfeco usando calor e agentes qumicos podem ser usadas

    indistintamente mas sempre seguidas de lavagem uma vez que a eficincia dos desinfectantes

    qumicos decresce quando a sujidade est presente.

    Contudo, quando algum equipamento desinfectado estiver parado durante um largo

    perodo de tempo recomendvel (sempre que apresente uma acumulao de sujidade)

    proceder desinfeco da superfcie antes da sua utilizao.

    Caractersticas de um Desinfectante

    Desinfectantes qumicos so substncias que destroem vrios microrganismos mas

    no necessariamente os esporos bacterianos. Os produtos usados para a desinfeco de

    superfcies que esto em contacto com alimentos devem estar de acordo com as seguintes

    caractersticas:

    Serem facilmente solveis em gua e removveis por enxaguamento.

    No serem corrosivos ou capazes de alterar as superfcies a ser tratadas.

    No serem irritantes para a pele, olhos ou membranas. No ser txicos,

    especialmente na dosagem utilizada.

    Ser inodoro ou, no libertar odores desagradveis que alterem as propriedades

    organolpticas durante o processamento dos alimentos.

    Oferta de uma razo custo/ lucro aceitvel.

    Ser estvel na presena de resduos orgnicos.

    Permanecer estvel durante um razovel perodo de tempo na sua forma

    concentrada e por um curto perodo de tempo na forma diluda.

    Ser eficiente na velocidade de destruio dos microrganismos. Devem destruiros esporos fngicos to bem como os esporos bacterianos.

    Ser eficaz a diferentes temperaturas de trabalho.

    Como no caso dos detergentes, tem sido difcil de encontrar o desinfectante ideal que

    cumpra com todas as caractersticas listadas anteriormente. Portanto, tendo sido feito um

    estudo prvio das condies sobre as quais estes vo ser aplicados, a possibilidade de os

    combinar, e sobretudo como que estes afectam a eficincia do tratamento, a escolha do

    desinfectante a usar deve ser a mais adequada s nossas necessidades, entre a vasta gama

    de produtos disponveis.

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    Factores que Afectam a Eficincia de um Tratamento de Desinfeco

    A eficincia do tratamento de desinfeco pode ser influenciado por mltiplos factores,

    como por exemplo:

    Tempo de contacto entre a superfcie e o agente desinfectante, este deve ser

    to longo quanto necessrio de forma a permitir que o agente desinfectante

    actue eficientemente.

    Temperatura de aplicao muitos desinfectantes possuem uma gama de

    temperaturas em que so mais efectivos, dai que seja feito um esforo para

    que as tarefas se desenvolvem sob estas condies.

    Concentrao do agente desinfectantea concentrao mnima para que seja

    alcanada a eficincia requerida. Tambm h um limite que no deve ser

    ultrapassado e sobre o qual a eficincia do tratamento no a melhor. No

    geralmente aconselhvel que se trabalhe com concentraes acima do ptimouma vez que se trata de uma prtica anti-econmica. Alm disso, o uso destas

    substncias, desta forma, deve ser evitado uma vez que favorece o

    aparecimento de resistncia na flora que se pretende eliminar. Tal pode ocorrer

    no caso de as concentraes aplicadas serem superiores s concentraes

    consideradas eficientes, ou quando o mesmo desinfectante usado

    continuamente, o que explica a importncia da alternncia do uso de diferentes

    tipos de desinfectantes, de forma a que a flora no consiga desenvolver

    resistncia.

    Grau de limpeza do equipamento.

    Outros factores, tais como o pH do meio, a dureza da gua e a existncia de biofilmes

    nas superfcies, podem condicionar a eficincia do tratamento de desinfeco, dai que a

    concentrao deve ser ajustada a valores ptimos. No caso dos biofilmes, deve-se tentar

    elimin-los pela aplicao de um sistema de limpeza adequado.

    Actuao dos Desinfectantes

    Os desinfectantes possuem vrios mecanismos de aco, graas aos quais o seu

    efeito microbicida conseguido, tais como:

    Precipitao ou desnaturao das protenas do citoplasma, com os sais de amnio

    quaternrio.

    Deteriorao da parede celular.

    Inactivao das enzimas vitais para o metabolismo dos microrganismos.

    Modificao do pH externo e/ ou interno (cidos e lcalis).

    Reaces redox que afectam os microrganismos (desinfectantes clorados eiodforos).

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    Tipos de Desinfectantes

    Basicamente, os desinfectantes, como regra, podem ser divididos em quatro grandes

    grupos:

    1. Compostos Clorados: os hipocloretos so os mais comuns na indstria alimentar para

    alm de outros, tais como dixido de cloro, cloro gasoso, derivados de cido

    isocianrico, etc. podem ser usados.

    2. Compostos de amnio quaternrio.

    3. Compostos iodforos.

    4. Compostos anfotricos.

    As vantagens e desvantagens derivadas do uso de diferentes compostos so listadas

    de seguida:

    Compostos c lo rados

    So baratos, eficazes contra bactrias (G+ e G-), so tanto activos com esporos

    bacterianos e tm um efeito desodorizante. As condies de aplicao devem permitir uma

    libertao lenta de cloro.

    Algumas das desvantagens destes compostos so: a sua capacidade descolorante e

    oxidante e o facto de alguns corroerem certas superfcies metlicas, especialmente a pH baixo.

    Por outro lado, estes agentes rapidamente se tornam inactivos na presena de material

    orgnico e combinados com substncias fenlicas, libertam odores extremamente

    desagradveis. Devem ser rapidamente enxaguados e secos para prevenir que as superfcies

    sejam corrodas.

    Compos tos de amnio qu aternrio

    Estes compostos so sais de amnio. So agentes tensoactivos catinicos comactividade bacteriana, so ligeiramente corrosivos e no so muito txicos. So muito activos

    na flora vegetativa e previnem a germinao de esporos fngicos. Tm elevada capacidade

    molhante e de penetrao e no perdem a sua eficincia quando armazenados temperatura

    ambiente. So inodoros e incolores a determinadas concentraes, mantm a sua actividade

    na presena de resduos orgnicos e tm um grande alcance de pH. Por outro lado, abaixo de

    5, a sua actividade decresce significativamente. So estveis diludos e em solues

    concentradas podem ser armazenados por longos perodos de tempo sem sofrerem perda de

    actividade. Estes possuem algum poder de detergncia, uma vez que so surfactantes

    catinicos.

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    Contudo, no podem ser usados em combinao com surfactantes aninicos nem com

    alguns surfactantes no inicos.

    Estes compostos normalmente formam espuma em soluo.

    No so corrosivos, no so irritantes para a pele, excepto em concentraes

    extremamente elevadas, por essa razo devem ser manuseados com cuidado.

    Contudo, certas desvantagens associadas ao seu uso, podem ser apontadas, como por

    exemplo, o facto que alguns desinfectantes serem mais caros do que outros e a sua eficincia

    decresce quando so usados com gua dura. A sua aplicao tambm incompatvel com

    sabes, detergentes aninicos e poli fosfatos.

    Aps a sua aplicao, estes desinfectantes formam um filme nas superfcies que deveser limpo imediatamente, a no ser que se pretenda conservar este filme devido s

    propriedades bacteriostticas que podero ser benficas para limitar o subsequente

    crescimento de microrganismos.

    Os sais de amnio quaternrio so extremamente activos sobre bactrias, excepto

    quando agentes sequestrantes so adicionados a estes, os esporos bacterianos so

    relativamente resistentes a estes tratamentos embora sejam limitados para formas vegetativas.

    Compostos iodforos

    Os compostos iodforos so misturas solveis de iodo com surfactantes (estes so

    normalmente do tipo no inico) que actuam como um suporte para o iodo, o agente

    responsvel pelo poder bactericida destes compostos. Os compostos iodforos tem

    propriedades detergentes e desinfectantes, embora o poder detergente dependa da quantidade

    de surfactante da mistura.

    Podem ser usados em combinao com substncias tensoactivas no-inicas. Tmuma capacidade germicida, graas ao iodo e so efectivos a baixas concentraes de saias de

    amnio. No so corrosivos nem txicos.

    Entre as desvantagens associadas ao seu uso, a mais notvel manchas minerais e

    resduos orgnicos amarelos, que alteram superfcies de alumnio e que em meio

    extremamente cido marcam superfcies galvanizadas.

    Detergentes - Desinfectantes

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    Tambm conhecidos como detergentes antimicrobianos, so essencialmente

    combinaes de ingredientes complementares e compatveis que tornam possvel a limpeza e

    desinfeco numa s operao.

    Podem ser usados, especialmente, quando a sujidade pouca e quando necessrio

    um processo de limpeza baixas temperaturas.

    H vantagens e desvantagens no uso destas combinaes, poupar tempo e trabalho

    mas mais caro e a eficincia menor do que quando usamos os componentes

    separadamente. Os microrganismos podem ser resistentes a desinfectantes especficos. Por

    outras palavras, estes podem adaptar-se e isto no significa que no esto activos. Assim

    importante alternar o uso de diferentes tipos de desinfectantes; para que desta forma os

    microrganismos no tenham tempo para se adaptar ao local.

    Muitos dos produtos mencionados acima podem ser usados em combinao, de uma

    forma ou de outra, a produo de detergentes - desinfectantes de diversa fora, os mais

    comummente

    Muitas vezes, um bom detergente-desinfectante pode ser idealmente efectivo contra

    diferentes tipos de sujidade e vrios microrganismos; deve ser usado na maior variedade de

    situaes, desde que financeiramente aceitvel. De facto, os detergentes-desinfectantes

    tendem a ser mais caros e a eficincia menor do que com os componentes separadamente.

    Contudo, podem ser usados com muita eficincia quando pouca sujidade e quando o

    processo de limpeza precisa de baixas temperaturas.

    aceite sem dvida que poupado tempo e trabalho aquando uma aplicao nica de

    detergente-desinfectante; isto reflecte-se no crescente uso destes compostos que esto

    constantemente a ser melhorados.

    Outra vantagem adicional dos detergentes-desinfectantes que as bactrias so

    destrudas durante a sua aplicao visto que na limpeza convencional as bactrias viveis noso eliminadas ou removidas com os resduos de detergente.

    Qualquer que seja o agente usado na limpeza e desinfeco, importante que sejam

    introduzidas formulaes alternativas em certos intervalos para assegurar que restos de

    alimentos e bactrias resistentes no so acumulados.

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    Classificao, Caracterizao e Seleco dos Desinfectantes

    Iodforos

    Os iodforos destroem rapidamente um abrangente conjunto de bactrias, sendo neste

    sentido como os hipocloretos. Contudo, eles tambm conservam uma actividade razovel na

    presena de detritos orgnicos desde que o pH seja inferior a 4 e a sua quantidade no seja

    excessiva; apesar disso, os iodforos so menos activos do que os hipocloretos contra os

    esporos. Os iodforos so caros e consequentemente, no so muito comummente usados,

    no so corrosivos,no so irritantes, no so txicos e tm um ligeiro odor, mas deve ser

    bem enxaguado depois de ser usado. Alguns materiais de plstico absorvem o iodo e ficam

    manchados quando expostos a estescompostos, a borracha tambm tende a absorver o iodo

    e contactos prolongados com iodforos devemser evitados para que os alimentos no sejam

    danificados. Uma vantagem dos iodforos que estes noso afectados por sais em guadura so estveis na forma concentrada embora aps longos perodosde armazenamento a

    altas temperaturas estes podem sofrer uma diminuio da actividade.

    Compostos Anfotricos

    Visto que alguns anfotricos surfactantes so principalmente detergentes com pouco

    poder bactericida, h outros, os derivados da imidazolina que so relativamente pouco

    bactericidas e tambm fracos detergentes. Como j foi indicado, os compostos anfotricos

    esto presentes como caties ou anies, dependendo do pH da soluo e se estiverem na

    forma catinica tm actividade bactericida.

    Estes compostos tendem a ser mais caros do que outros desinfectantes e no tm uma

    poderosa aco bactericida especialmente atravs da sua mistura com compostos de amnio

    quaternrio para melhorar a sua fora. Estes so apenas afectados ligeiramente pela matria

    orgnica ou pela gua dura, no so corrosivos, no so txicos, muitas vezes quando diludos

    libertam odores e so estveis por um longo perodo de tempo. Contudo, normalmente formam

    espuma e o seu elevado custo e a actividade limitada, faz com que os desinfectantesanfotricos no sejam muito usados.

    Compostos Fenlicos

    Alguns compostos fenlicos so bactericidas fortes e so amplamente usados como

    desinfectantes. Os compostos fenlicos no so usados como desinfectantes na indstria

    alimentar uma vez que tm um cheiro forte e por vezes transmitem odores desagradveis para

    os alimentos.

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    Utilizando o Calor

    O calor usado como desinfectante na indstria alimentar e pode ser aplicado na

    forma de vapor de gua ou ar quente.

    O mtodo de esterilizao mais eficiente o calor na forma de vapor de gua

    pressurizado; o calor hmido destri os microrganismos a relativamente baixas temperaturas

    uma vez que desnatura as suas protenas, que so muitas vezes estveis em condies de

    secura. Assim elevadas temperaturas e longos perodos de tempo so necessrios para

    destruir os microrganismos com ar quente.

    Portanto, sempre que possvel, calor hmido deve ser usado para esterilizar

    equipamento mas, obviamente a eficincia depende da temperatura e do tempo necessrio. O

    calor hmido um bom agente desinfectante e esterilizante porque no corrosivo, econmico, tem um excelente poder de penetrao, no liberta resduos e activo sobre

    muitos microrganismos

    Vapor

    Vapor saturado um bom agente desinfectante e capaz de destruir todos os

    microrganismos, excepto os esporos bacterianos termoresistentes. De qualquer forma,

    essencial que o calor seja aplicado nas superfcies, no interior e exterior, durante um perodo

    de tempo que seja o sufi ciente para manter uma temperatura de 85C durante pelo menos 1

    minuto, nestas condies todas as formas bacterianas podem ser destrudas excepto os

    esporos.

    De forma a alcanar estas condies, deve ser feito um pr aquecimento com vapor,

    durante alguns minutos, antes da temperatura do tratamento a ser atingida; quanto maior a

    parte do equipamento a ser tratada maior dever ser o tempo de pr aquecimento requerido.

    As pistolas de vapor, de um tipo ou outro, so muitas vezes usadas e o pequenoperodo de tempo em que o vapor aplicado ao equipamento pode provocar mais danos do

    que benefcios, uma vez que calor e humidade so fornecidos s bactrias, permitindo o seu

    desenvolvimento devido especialmente presena de resduos de alimentos ou lixo.

    Assim as pistolas e mangueiras podem ser usadas inadequadamente caso sejam

    aplicadas nalgumas partes do equipamento que no so resistentes gua (e.g. motores),

    resultando, em falhas na lubrificao ou na electricidade. Deve ser sempre relembrado que o

    prprio vapor no um agente de limpeza e deve portanto, ser usado unicamente para tratar

    superfcies limpas.

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    gua Quente

    gua a temperaturas entre os 80 e os 90C pode ser usada na desinfeco de

    instalaes alimentares.

    Os sistemas CIP so usados a estas temperaturas quando normalmente actuam como

    um veculo para o detergente e no como um agente desinfectante, por forma a actuar como

    tal, so necessrios tempos de permanncia e contacto de 5 a 15 minutos. As pequenas partes

    do equipamento so desinfectadas atravs da imerso em gua que posteriormente

    aquecida at por exemplo 80C durante 10 minutos e assim todas as formas bacterianas,

    excepto os esporos, so destrudas.

    Nem jactos de gua a altas presses, nem mangueiras podem ser usadas nas

    operaes de desinfeco.

    O mesmo acontece para a gua sujeita a temperaturas inferiores ao mnimo de 60C,

    em que mesmo a esta ultima temperatura, ser necessrio um tempo de contacto de cerca de

    30 minutos para destruir a maioria das formas vegetativas bacterianas.

    Mtodos de Higienizao

    A seleco de um sistema de limpeza deve considerar a forma como a combinao

    real das condies influenciar a limpeza. Esta seleco muito importante, por razes de

    eficcia e de custos, sendo em algumas situaes conveniente o conselho de um profissional

    da rea.

    Limpeza Manual

    usual os operadores limparem manualmente, usando equipamentos e complementos

    bsicos, com gua e um detergente. Este tipo de limpeza, pouco sofisticada, necessita de

    muita mo-de-obra e requer muita ateno pois pode levar a resultados variveis.

    Escovas as cerdas/plos devem ser to speras/duras quanto possvel sem prejudicar a

    superfcie. Existem escovas feitas com vrios materiais: plo de cavalo, fibra, nylon, entre

    outros.

    Pode-se referir, em particular, que as escovas de nylon tm fibras fortes, flexveis,

    uniformes, duradouras e no absorvem a gua. Escovas feitas com cerdas/plos absorventes

    no so higinicas pelo que devem ser evitadas.

    Raspadores podem ser usados na limpeza de resduos de produto quando a operao

    apresenta uma dimenso reduzida que no justifica usar limpeza mecanizada.

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    Mecanismos abrasivostal como palha de ao, so bons na remoo manual de sujidades.

    Estes mecanismos de limpeza no podem ser usados em superfcies que vo estar

    directamente em contacto com alimentos, pois podem danific-las e causar corroso.

    Mangueiras / pistolas de gua devem ser suficientemente longas para chegar a todas as

    reas que precisam de ser limpas, mas no demasiado devido s quedas de presso. Uma

    escova com uma cabea de presso ajuda a limpar e a escovar ao mesmo tempo. A utilizao

    de pistolas de gua, requer alguns cuidados para no espalhar a sujidade.

    Lavagem com gua quente um mtodo de limpeza muito usado. Os acares e outros

    carbohidratos e alguns sais so relativamente solveis em gua. A gua quente remove melhor

    estes resduos do que gorduras e protenas. Se no for aplicada em alta presso, a gua pode

    no atingir todas as reas. Tal como todos os equipamentos que usam gua, este mtodo temum custo elevado de energia e causa condensao.

    Imerso

    A imerso pode realizar-se com ou sem agitao. utilizada para a lavagem de

    pequenas peas de equipamento desmontveis: formas, caixas e outros utenslios. Este

    mtodo de limpeza geralmente utiliza gua quente e/ou detergente.

    Alta Presso

    As bombas de gua de alta presso podem ser portteis ou fixas dependendo do

    volume e necessidade da operao. As unidades portteis so normalmente mais pequenas,

    bombeiam de 40 a 75 L/min a uma presso de 41.5 Kg/cm2 e tm um compartimento que

    mistura os componentes de limpeza. As unidades fixas bombeiam de 55 a 475 L/min. Se for

    atravs de um pisto ou de uma turbina a bombagem de 300 L/min e 475 L/min,

    respectivamente, com uma presso de 61.5 Kg/cm2.

    Bombas de gua de baixa presso estas bombas so semelhantes s anteriores,

    trabalhando a uma presso menor, com consequente menor vaporizao do produto e menos

    danos nas superfcies.

    Pistolas de vapor trata-se de um acessrio que mistura vapor com gua e/ou componentes

    de limpeza. As melhores unidades so ajustadas de tal modo que o vapor no crie um nevoeiro

    volta das agulhetas. Requer muita energia e pode no ser seguro porque causa nevoeiro.

    Este nevoeiro condensa e pode promover o crescimento de bolores e bactrias nas paredes e

    tectos. A bomba de alta presso geralmente trabalha com pistolas de vapor a uma baixa

    temperatura da gua, em conjugao com um composto de limpeza.

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    Espuma e Gel

    Este mtodo permite evitar a aco mecnica. Consiste em pulverizar a espuma ou gel

    sobre a superfcie do equipamento e deixar actuar durante um determinado perodo de

    contacto. Este mtodo bastante interessante pelo facto de haver uma poupana considervel

    em termos de custos de mo de obra.

    Limpeza de Equipamentos e Circuitos Fechados

    Sistemas CIP - Este mtodo de limpeza, designado a maioria das vezes, de limpeza CIP,

    iniciais da designao inglesa Cleaning In Place, consiste numa instalao especfica para

    higienizao em circuito fechado. Nestes sistemas, tem lugar uma circulao, distribuio,

    asperso e armazenamento de produtos de higienizao e gua sobre as superfcies a

    higienizar. Isto pode fazer-se de uma maneira automtica (circuitos fixos) ou manual (circuitosmveis).

    Estes tipos de sistemas apresentam um custo de instalao muito elevado e s se

    justificam para empresas de grandes dimenses.

    Circulao utiliza-se em todos os circuitos fechados, como as canalizaes e tubagens.

    Utiliza-se uma bomba para fazer circular o fluido, sendo importante conseguir uma turbulncia,

    a qual est directamente relacionada com a quantidade de sujidade arrastada. Deve fazer-se

    circular o caudal no sentido inverso ao utilizado normalmente, conseguindo-se, desta forma,

    arrastar a sujidade em zonas difceis tais como os espaos mortos.

    Pulverizao

    Nebulizantes e fumigantesutilizados para a desinfeco de superfcies abertas (nebulizantes)

    ou superfcies fechadas (fumigantes). A desinfeco de superfcies por via area consiste na

    emisso do produto desinfectante em forma de nvoa com partculas de dimetros muito

    reduzido.

    Permite o acesso a superfcies escondidas. O reduzido tamanho das partculas permite

    prolongar a sua permanncia no ar.

    Aspersopode utilizar-se para limpar grandes superfcies como o caso do interior e exterior

    dos depsitos. de extrema importncia, neste caso, o tempo de contacto do produto

    higienizante com a superfcie a limpar. Utilizam-se vrios tipos de dispositivos para a asperso:

    distribuidores de baixa, mdia ou alta presso. Com estes dispositivos pode-se utilizar solues

    frias ou quentes, incluindo vapor de gua.

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    Avaliao da Eficcia da Higienizao

    A avaliao da eficcia da higienizao muito mais do que a simples inspeco

    visual, embora esta represente uma parte essencial desse processo. A primeira questo a ser

    colocada Qual o objectivo da higienizao? ou O que devemos esperar do processo de

    higienizao?. Depois devem ser colocadas questes relacionadas com o modo como se vai

    avaliar a higienizao, ou seja, No final do processo de higienizao, que avaliao deve ser

    realizada para mostrar que aquele processo satisfatrio?.

    A eficcia da higienizao passa pela avaliao do estado das superfcies,

    relativamente a um ou mais, dos seguintes critrios:

    1. Superfcie livre de resduos quando toda a sujidade e resduos tiverem sido

    removidos.2. Superfcie livre de qumicosquando os materiais de limpeza e/ou desinfeco tiverem

    sido removidos por enxaguamento.

    3. Superfcie aceitvel do ponto de vista microbiolgico quando o nmero de

    microrganismos reduzido a um nvel aceitvel.

    Monitorizao

    Os responsveis pela higienizao devem inspeccionar o seu prprio trabalho e

    informar o seu supervisor quando o mtodo usado no d o resultado esperado. O supervisor

    deve inspeccionar a limpeza depois de esta ter terminado mas antes da equipa de limpeza

    abandonar a rea. A inspeco feita visualmente devendo ser referido em relatrio algo que

    corra mal. Isto pode acontecer quando h um problema com o mtodo utilizado ou quando no

    aplicado correctamente.

    Devem estar previstas revises auditorias - aos mtodos utilizados de forma a

    verificar que continuam adequados. No caso de ocorrerem erros, devem ser feitas revises

    adicionais s previstas. De modo a comparar as revises durante um certo perodo de tempo,estas devem ser registadas e mantidas em ficheiro. Estas revises podem ser feitas recorrendo

    a folhas de verificao. Este tipo de abordagem tem vantagens e desvantagens que

    necessrio entender. As vantagens incluem a construo de uma lista de itens a serem

    inspeccionados igual para todos os inspectores. A grande desvantagem desta abordagem

    que pode ser usada mecanicamente, impedindo que se faa uma avaliao pouco profunda e

    inteligente.

    essencial que estas revises sejam conduzidas por quem tem experincia tcnica e

    autoridade suficiente para assegurar as medidas correctivas apropriadas. um desperdcio de

    tempo e dinheiro quando so feitos simples registos de deficincias sem serem tomadas as

    medidas apropriadas.

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    Registos

    O factor chave na realizao dos registos est relacionado com o objectivo dos

    mesmos. de um valor considervel poder provar que o sistema de higienizao escolhido

    efectivo e est a ser aplicado. igualmente importante conhecer as tendncias dos resultados

    das inspeces e dos testes realizados para que se possa actuar antes de se perder o controlo

    do processo.

    Regras Bsicas da Higienizao

    Os procedimentos de higienizao, embora no sendo difceis de colocar em prtica,

    devem obedecer a um conjunto de regras. De seguida apresenta-se, de forma resumida, um

    conjunto de regras bsicas que devem ser seguidas para que a higienizao seja bemsucedida.

    Antes

    Seleccionar criteriosamente os mtodos de higienizao.

    Existe um conjunto de mtodos para efectuar a higienizao. Para a seleco de um

    mtodo devem ser seguidos critrios de eficcia e critrios econmicos.

    Ao definir a sequncia de limpeza, dever ter presente, que esta deve ser realizada das reas

    menos contaminadas para as reas mais contaminadas.

    A sequncia de limpeza e desinfeco deve ser tal forma orientada que seja prevenida

    a contaminao cruzada.

    Todo o equipamento de limpeza manual deve estar identificado por um sistema de cores

    associado a cada rea de fabrico.

    Por exemplo, os utenslios utilizados na limpeza dos sanitrios e reas sociais no

    devem ser utilizados na limpeza das reas produtivas. O sistema de identificao por cores

    evita a possibilidade de engano.

    Colocar vesturio apropriado e luvas.

    Alguns dos produtos de limpeza e desinfeco so custicos ou irritantes, pelo que

    devem ser tomadas medidas de proteco pessoal para evitar eventuais acidentes pessoais.

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    Assegurar que os operadores envolvidos no processo de higienizao compreenderam todas

    as instrues de limpeza.

    Dever ser feita a confirmao junto dos operadores, de que estes compreenderam

    bem os mtodos de preparao e aplicao dos qumicos de limpeza, bem como os cuidados

    em termos de proteco pessoal.

    No deixar acumular lixo nos contentores.

    A acumulao de lixos fonte de atraco de ratos e outras pragas, o que s contribui

    para aumentar potenciais riscos de contaminao. Assim, todos os lixos devem ser colocados

    em baldes tapados e retirados da rea produtiva com regularidade.

    Retirar ou cobrir os produtos alimentares.

    A aplicao de produtos qumicos nunca deve ser feita na presena de alimentos ou

    suas matrias-primas. Estes devem ser retirados ou devidamente tapados para evitar

    contaminaes.

    Durante

    Seguir sempre as instrues mencionadas nos rtulos dos produtos de higienizao.

    Para cada tipo de detergente ou desinfectante encontra-se mencionada nos rtulos

    informao relativa concentrao, temperatura de aplicao e ao tempo de contacto destes

    produtos. necessrio seguir com rigor essas indicaes.

    Seguir sempre os procedimentos de limpeza.

    Os procedimentos de limpeza estipulados foram estabelecidos para garantir a eficcia

    do processo de limpeza, pelo que nunca se deve simplificar ou aplicar procedimentos no

    estipulados (por ex: fazer mistura de qumicos por iniciativa prpria).

    Comear a limpeza de paredes e equipamentos de cima para baixo.

    Esta orientao tem como objectivo evitar a re-contaminao das superfcies.

    Mudar a gua de enxaguamento, quando fria ou suja.

    Esta orientao tem como objectivo evitar re-contaminaes.

    Comunicar falhas nos equipamentos, falta de qumicos ou de vesturio protector.

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    Deve-se incentivar os operadores a comunicarem ao responsvel qualquer dos

    acontecimentos acima referidos.

    Depois

    Arrumar os utenslios de limpeza em lugar prprio.

    Os utenslios de limpeza no devem ser arrumados num local qualquer, a empresa

    deve dispor de um local prprio para a sua arrumao.

    Lavar, desinfectar e secar todos os utenslios e equipamentos de limpeza.

    Os utenslios e equipamentos de limpeza, devem ser devidamente higienizados no final

    da utilizao (no devem ser higienizados nos lavatrios das mos).

    Guardar os detergentes num local fechado chave.

    Os detergentes e desinfectantes, ou qualquer outra substncia txica utilizada para a

    limpeza devem encontrar-se armazenados em local adequado e fechados chave, prevenindo-

    se, assim, uma contaminao acidental ou maliciosa dos alimentos.

    Lavar as mos.

    No final da higienizao, por razes de proteco pessoal, os operadores devem lavar

    as mos.

    Segurana no Processo de Higienizao

    A higienizao pode ser uma operao potencialmente perigosa para os operadores

    intervenientes e/ou outros colegas de trabalho A gua utilizada na limpeza/higienizao pode

    tornar os pavimentos escorregadios e proporcionar eventuais quedas de operadores; o

    equipamento que necessita de ser desmontado pode deixar expostas superfcies cortantes; osprodutos de higienizao podem ser irritantes e txicos, sendo potencialmente prejudiciais para

    a operao em si ou para o pessoal envolvido na limpeza/higienizao. Neste sentido devem

    ser tomadas medidas preventivas, uma vez que os perigos nem sempre so evidentes para os

    operadores.

    Rotulagem dos produtos

    Todos os produtos qumicos potencialmente perigosos devem ser rotulados e

    acompanhados pelo respectivo smbolo de perigo qumico, indicando o tipo de perigos e as

    consequncias de uso indevido. Os fornecedores devem fornecer as fichas de segurana dos

    produtos contendo as caractersticas importantes (propriedades, reas de aplicao, modo de

    usar e frases de risco e segurana).

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    P.29Manual de Apontamentos Cursos de Educao Formao de Adultos

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    Armazenamento dos Produtos

    Devem ser tidos os seguintes cuidados no armazenamento dos produtos de

    higienizao:

    O local de armazenamento do material de limpeza/desinfeco deve estar separado de

    outras reas da fbrica e ser um espao fechado com acesso restrito. Este local deve

    ser fresco, seco, de tamanho e ventilao adequados, bem sinalizado e mantido limpo;

    Os produtos cidos e alcalinos devem ser armazenados em separado;

    Os produtos cidos devem estar separados dos produtos com cloro;

    Os produtos com cloro devem ser armazenados no escuro;

    Todos os produtos devem estar rotulados;

    No transferir produtos de limpeza/higienizao para recipientes alternativos de

    armazenamento. O produto pode reagir com o material do novo recipiente; As tampas das embalagens devem ser sempre fechadas firmemente;

    Devem existir reas de lavagem para uso corrente e para fazer face a uma

    emergncia.

    Deve-se chamar ateno para o uso apropriado de equipamento de proteco como

    luvas, mscaras, botas, etc.;

    O derramamento acidental deve ser tratado de imediato e os procedimentos para lidar

    com avarias /ou derramamentos devem estar devidamente documentados.

    Plano de Higienizao

    O plano de higienizao um documento que indica quais as aces que tm que ser

    tomadas para limpar e/ou desinfectar, de forma apropriada, as instalaes e equipamentos de

    uma unidade industrial.

    Normalmente o referido documento, colocado em local acessvel para ser usado como

    referncia, procura dar resposta a uma srie de questes como:

    O que limpo?

    Como limpo?

    Quando limpo?

    Quem limpa?

    A Elaborao

    A elaborao de um plano de higienizao pode incluir vrias etapas/procedimentos,

    nomeadamente:

    Inspeco das instalaes.

  • 8/10/2019 HIGIENIZAO DE ESPAOS E EQUIPAMENTOS

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    Anlises fsico-qumicas e microbiolgicas da gua.

    Estudo dos meios disponveis para a realizao do plano de higienizao.

    Definio do tipo de produtos a aplicar, modo de aplicao, frequncia e

    dose de aplicao.

    Estabelecimento de uma rotina de Limpeza (L) + Desinfeco (D) paracada zona/rea ou equipamento e para cada operador de higienizao.

    Inspeco das instalaes

    De modo a adquirir uma noo geral da rea a higienizar torna-se necessrio fazer

    uma inspeco/visita rea produtiva de modo a conhecer:

    O produto alimentar a ser produzido bem como as matrias-primas necessrias.

    Esta informao permite ter conhecimento do tipo e quantidade de sujidade. Diferentes

    tipos de sujidade requerem actuaes diferentes em termos de higienizao.

    O estado do material e das superfcies ou suportes a higienizar.

    Todo o material que vai estar em contacto com os alimentos necessita de ser

    higienizado, mas dependendo do seu estado de conservao e do tipo de sujidade, o plano de

    higienizao pode ser ajustado. O tipo de superfcies influencia o tipo de produtos a utilizar pois

    nem todos so compatveis com todas as superfcies. Alm disso necessrio ter ateno ao

    estado de conservao das mesmas, nomeadamente corroso, fendas e desgaste. Uma

    superfcie em mau estado mais difcil de higienizar.

    A disposio dos equipamentos na rea produtiva.

    A sequncia de higienizao deve prevenir a re-contaminao. Alm disso, os

    equipamentos devem estar dispostos de modo a que todos os locais estejam acessveis e, se

    necessrio, devem ser fceis de desmontar.

    Anlises fsico-qumicas e microbiolgicas da gua

    A gua a utilizar no processo de higienizao tem que ser prpria para consumo no

    devendo conter microrganismos. Alm disso, necessrio conhecer algumas caractersticas

    como a dureza, o pH e a presena de alguns ies. Estes parmetros influenciam a eficincia de

    alguns produtos de higienizao.

    Estudo dos meios disponveis

    necessrio identificar:

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    O nmero de horas e horrio de limpeza.

    Pode ser necessrio fazer alteraes nos horrios de laborao para que o processo

    de higienizao seja realizado convenientemente e o tempo seja rentabilizado.

    Os sistemas e equipas disponveis para a higienizao das instalaes.

    Os equipamentos e utenslios de limpeza devem estar em bom estado de conservao

    e ser adequados aos produtos e procedimentos adoptados. O pessoal envolvido na

    higienizao deve ter formao sobre os procedimentos utilizados para que os aplique

    convenientemente.

    Definio do tipo de produtos a aplicar, modo de aplicao, frequncia e dose de

    aplicao

    Dependendo do tipo de sujidade presente nos equipamentos e utenslios, e com base

    no grau de higienizao pretendido, devem ser identificados o tipo de produtos a aplicar, o

    modo, a frequncia e a dose.

    Estabelecimento de uma rotina de Limpeza (L) + Desinfeco (D)

    Esta definio tem de ser feita para cada zona/rea ou equipamento e para cada

    operador de higienizao. O plano de higienizao, regra geral apresentado sob a forma de

    tabelas ou esquemas e deve especificar:

    As reas, os equipamentos e os utenslios que devem ser limpos,

    O mtodo e a frequncia da limpeza,

    Os aparelhos e os materiais especficos a utilizar,

    A quantidade, o tempo de contacto necessrio para a actuao e o tipo de qumicos a

    utilizar para cada operao, os responsveis por cada limpeza e desinfeco.

    A empresa pode optar por elaborar um procedimento nico que envolve a higienizaode todas as reas. Como alternativa ou complemento, o plano de higienizao pode conter

    fichas de higienizao individuais para cada um dos itens/reas principais.

    A segurana dos operadores um factor importante a ter em considerao na

    elaborao deste tipo de planos.

    Assim, deve existir, junto do local de utilizao, um arquivo com as fichas de segurana

    de todos os produtos utilizados na limpeza e desinfeco. A empresa deve garantir que todos

    os operadores tenham formao na rea da higiene e estejam sensibilizados para as questes

    de segurana no trabalho.

  • 8/10/2019 HIGIENIZAO DE ESPAOS E EQUIPAMENTOS

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    A Implementao

    A im pl ement ao i ni ci al

    Depois de elaborada a verso terica do plano de higienizao, a empresa deve passar

    fase de implementao, isto , a aplicar os procedimentos/planos elaborados s

    reas/seces/utenslios e equipamentos envolvidos. Os operadores devero, desde logo,

    preencher uma folha de registo que evidencie que os procedimentos foram aplicados.

    A val id ao

    Uma vez implementado o plano de higienizao h que comprovar que as

    metodologias identificadas produzem na prtica os resultados esperados, isto , necessrio

    garantir a eficcia do plano.

    A ver if ic ao

    Uma vez validado e implementado o plano, dever-se-, com uma certa periodicidade,

    verificar na prtica, que o que est no plano cumprido de uma forma rotineira. Isto constitui os

    chamados procedimentos de verificao. importante estar consciente que no basta ter a

    prova das folhas de controlo, mas ter a garantia de que os procedimentos foram efectuados de

    acordo com o estabelecido (sem introduo de alteraes por iniciativa dos operadores de

    higienizao).

    A rev iso

    Passado algum tempo aps a implementao do plano de higienizao, a empresa

    deve avaliar o resultado da sua aplicao e caso se justifique, fazer revises ao referido plano.

    Essas revises podem incluir uma modificao somente de alguns itens menos eficazes, ou em

    casos mais complexos, pode mesmo ser alterada a estrutura do plano de higienizao. Em

    qualquer uma destas situaes, fundamental antes de proceder s alteraes, identificarcorrectamente as causas/motivos da higienizao deficiente de modo a evitar que essas

    situaes se voltem a repetir.

    Razes para a Limpeza

    A limpeza faz-se por diversas razes que incluem:

    1. Tornar uma rea atraente e convidativa dando-lhe um aspecto esttico. Sem

    qualquer sinal de sujidade, porcaria ou p, a aparncia das superfcies e

    objectos agradvel;

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    2. Criar um ambiente saudvel, sem germes ou outro tipo de seres. A higiene

    uma prioridade bsica, tanto na alimentao como nas outras reas, em todo o

    tipo de operaes de acomodao. Se as condies no forem higinicas, as

    bactrias sero capazes de se multiplicar e como algumas destas so

    susceptveis de provocar doenas, podendo-se revelar perigoso para a sade

    e at levar morte. A alimentao particularmente objecto de

    regulamentaes porque alimentos contaminados podem causar casos graves

    de envenenamento alimentar. No entanto na rea no alimentar tambm

    existem contratempos: existe uma maior propenso propagao de doenas

    infecciosas quando os lenis, toalhas, guardanapos, roupas e talheres no

    so correctamente limpos e desinfectados. O pessoal da limpeza pode

    transportar bactrias no desempenho das suas funes, podero no entanto

    evitar esta situao tomando especial cuidado com a higiene pessoal.

    3. Ter cuidado com superfcies e objectos. Um bom cuidado com mobilirio,

    cortinas, carpetes, por exemplo, faz com que estas durem mais tempo do que

    se fossem negligenciadas. Teriam um melhor aspecto e no haveria a

    necessidade de serem substitudas com tanta facilidade.

    4. Para a remoo do lixo, porcaria e manchas que possam provocar fogo.

    O que se considera Limpo?

    O nvel de limpeza varia com o tipo de superfcie e sua condio, alm do tempo de

    utilizao Os nveis de limpeza tambm dependem do numero de empregados que fazem esse

    tipo de trabalho, a experincia que eles tm e que tipo de material posto sua disposio,

    com efeito, na quantidade de dinheiro existente no oramento para a limpeza.

    Por exemplo:

    Os clientes de um hotel de cinco estrelas esperam um nvel de esttica e limpeza muito

    mais elevado que os alunos de um internato Da mesma forma a direco do hotel

    querer aumentar a durao do mobilirio e proteger as antiguidades de possveis

    estragos;

    Na cozinha e reas sanitrias em qualquer tipo de estabelecimento necessitam de

    elevados tipos de higiene;

    Em hospitais so necessrios elevados padres de limpeza, especialmente nas salas

    de cirurgia, unidade de cuidados intensivos, neonatologia, enfermarias de infecciosas e

    outras reas de risco. A limpeza dever ser mais amide e cuidada e alguns objectos

    devem ser desinfectados.

  • 8/10/2019 HIGIENIZAO DE ESPAOS E EQUIPAMENTOS

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    Caractersticas do Design que facilitam a Limpeza

    reas sem salincias para evitar a penetrao do p;

    Mobilirio com rebordos arredondados para evitar a acumulao de sujidade;

    Uso de superfcies no absorventes, macias para evitar a absoro de sujidade;

    Uso de acessrios sanitrios sem arestas ou rebordos para evitar a acumulao de

    porcaria;

    Um sistema de ventilao e ar condicionado eficiente para prevenir a circulao do ar

    contaminado e uma percentagem controlada de circulao para que o mnimo possvel

    de p seja transportado de uma rea para a outra;

    Portas giratrias duplas para prevenir rajadas de vento que transportam p para dentro

    do edifcio;

    Colocao de grelha ou tapete nas entradas dos edifcios para remoo de partculas

    de sujidade dos sapatos; Vidro duplos nas janelas para diminuir a quantidade e poeira a entrar pela janela.

    Aspectos de Higiene

    A limpeza melhora o aspecto das superfcies e reas atravs da remoo da sujidade

    visvel. As bactrias organismos microscpicos que sobrevivem em praticamente qualquer

    parteso removidas ao mesmo tempo que limpamos.

    Isto bom, porque as bactrias multiplicam-se de uma forma rpida. Elas sobrevivem

    em porcaria, em locais quentes, condies de pouca higiene onde as suas variedades podemcausar doenas e morte.

    A remoo das bactrias atravs da frequncia

    e cuidados da higiene tem sido uma prioridade nos

    hospitais desde que os seus efeitos comearam a ser

    entendidos. Igual importncia tem revelado o seu

    controlo, atravs do desenvolvimento das tcnicas de

    limpeza que reduzem o mais possvel o risco de

    alastramento das bactrias a partir de fontes

    infectadas.

    Actualmente, o perigo das bactrias mais conhecido. A publicidade doena da SIDA

    e da Hepatite, ambas causadoras de morte, revelam que a higiene no s pensada em

    termos de envenenamento alimentar.

    As tcnicas de limpeza no caso de operaes de acomodaes tm portanto de prestar

    especial cuidado na sua execuo. O objectivo de remoo de sujidade visvel e da poeira demodo a que as reas fiquem mais limpas e mais atractivas, tomam igual ou inferior importncia

  • 8/10/2019 HIGIENIZAO DE ESPAOS E EQUIPAMENTOS

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    P.35Manual de Apontamentos Cursos de Educao Formao de Adultos

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    comparativamente remoo e controlo das bactrias prejudiciais, para que os clientes e o

    pessoal no sejam postos em risco

    Uma casa de banho de um hotel, bem limpa e brilhante torna-se num ambiente mortal

    se for limpa com uma toalha j usada por um cliente;

    Roupa de cama lavada pode transportar bactrias se tiver sido posta perto de roupa

    suja;

    Se as mos no forem lavadas com regularidade, particularmente depois de fumar,

    comer ou usar a casa de banho, ou assoar o nariz as bactrias so transportadas para

    tudo onde tocarmos.

    Se os panos, esfreges e outro equipamento de limpeza similar no for lavado e seco

    depois de usado, as bactrias multiplicar-se-o nestas durante o perodo em que

    estiverem guardadas e mudaro de local assim que o equipamento for usado de novo.

    Se os mtodos de higiene usados espalharem poeira, como usar um espanador paralimpar o p ou varrer, o p que for colhido pelo equipamento poder transportar

    bactrias de volta s superfcies acabadas de limpar.

    Limpar por Higiene

    Geralmente o p pode ser limpo atravs de panos ou escovas e desde que estes

    utenslios estejam limpos quando se inicia a limpeza e repitamos o gesto de os limpar e

    guardar o perigo de depositar as bactrias nas superfcies acabadas de limpar mnimo.

    A limpeza por suco satisfatria, desde que todo o material usado seja

    convenientemente filtrado para reter a poeira e esvaziado para dentro de um recipiente fechado

    ou fechando o saco prprio do aspirador e deitado fora.

    Quando a sujidade estiver muito infiltrada nas superfcies, a presso de um pano ou

    escova, ou a fora de um aspirador no ir remover convenientemente. Como tal torna-se

    necessrio dissolv-la numa soluo, que poder ser gua, algum solvente ou agente lquido.

    Limpeza com Eficincia

    As tarefas de limpeza podem ser feitas de vrias maneiras de modo a cumprirem os

    seus objectivos com o mnimo de esforo do pessoal, bom uso do tempo e sem desperdcios,

    tanto de produtos e materiais de limpeza ou energia para operar esse tipo de equipamento.

    Em alguns estabelecimentos, por cada nova tarefa so propostas tcnicas detalhadas;

    Que tipo de material usar

    Que equipamento usar

    O padro pretendido

    Como estabelecer o trabalho

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    Que sequencia seguir

    Quanto tempo dever durar

    Geralmente, com ou sem procedimentos previamente estabelecidos, o pessoal novo treinado

    e os superiores verificam se o trabalho feito na ordem certa e dentro dos nveis exigidos.

    Lista de Eficincia

    1- Boa organizao;

    Qualquer que seja a rotina, lembre-se sempre de ser metdico. Se comear uma tarefa

    no mude para outra no meio da primeira. Se o fizer, correr o risco de descurar aspectos

    importantes. Alm de que ao mudar o foco de ateno estar a despender mais energia ecansar-se mentalmente.

    2- Planeamento prvio:

    Este outro aspecto de boa organizao. Seleccione e recolha todos os objectos que

    necessita para executar uma tarefa e arranje-os para um uso conveniente. Por exemplo, osobjectos que voc usa frequentemente para limpar um quarto devem ser colocados porta do

    mesmo, verifique sempre se no se esqueceu de nada para no ter de andar sempre do quarto

    para a despensa e da despensa para o quarto.

    3- Controlo eficaz de stocks:

    Voc dever ser capaz de prever antecipadamente o que vai precisar e encomendar

    previamente, para que haja sempre artigos disponveis quando precisar deles. Se voc estiver

    encarregado de re-encomendar as coisas dever saber com exactido a quantidade que

    precisa.

    Se encomendar demais esse excedente ocupar demasiado espao na arrecadao e

    alguns desses artigos podem at estragar-se ao fim de algum tempo. Se encomendar de

    menos ter de refazer o pedido quase imediatamente e ir alm disso perder tempo. Dever

    saber onde os artigos esto armazenados, se encontrar algum artigo estragado ou que ande

    desaparecido dever participar de imediato.

    4- Tempo:

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    Ao sabermos quanto trabalho tem de ser feito num dado perodo de tempo, este poder

    ser planeado convenientemente. Um trabalhador eficiente capaz de estabelecer um plano de

    trabalho segundo o tempo que lhe foi estabelecido no lgico trabalhar de mais, no

    fazendo pausas, pois fica-se cansado, deixa-se de prestar ateno aos detalhes e no se

    executa o trabalho de forma eficaz. Quando se est cansado est-se mais predisposto a

    acidentes. Por outro lado, se interromper constantemente o seu trabalho, ou deixar-se distrair

    com conversas ou telefonemas, ver que se torna mais difcil retomar o que se estava a fazer,

    podendo ainda atrasar outras pessoas cuja tarefa esteja relacionada com a sua.

    5- Com pormenor:

    Qualquer tarefa que faa deve ser feita com pormenor, para que nada lhe escape.

    Verifique cuidadosamente os procedimentos do trabalho, de modo a que os passos sejam

    seguidos, mas evite demasiado esforo e energia numa tarefa, possivelmente em detrimentode outra tarefa.

    6- Poupana de recursos:

    Isto envolve no usar mais do que se deve de qualquer coisa e us-la bem, de acordo

    com as instrues do produtor de modo a que ele sirva para o que se prope e no estrague

    ao ser mal utilizado. Se estiver a limpar uma superfcie no lgico que use muito produto de

    limpeza, pois um desperdcio de dinheiro e pode no concluir a tarefa em mos, pois o

    produto em demasia pode ser difcil de remover. Verifique com cuidado se est a usar o agente

    ou equipamento apropriado na limpeza.

    Voc no deve querer comear uma tarefa com um produto e descobrir depois que

    existe outro mais apropriado. Isto desperdia tempo e dinheiro, alm do perigo de danificar a

    superfcie a limpar. Tambm poder poupar recursos ao limpar cuidadosamente e

    armazenando o equipamento usado.

    Preste ateno ao uso de energia. Use gua quente em quantidades suficientes, nose esquecendo de desligar a torneira sempre que for necessria mais gua quente. Repare se

    o aquecimento est muito elevado, desligue ou diminua o aquecimento ou o ar condicionado

    sempre que no for necessrio. Desligue as luzes sempre que o quarto no esteja a ser usado

    e certifique-se que os globos das luzes estejam sempre limpos. Desligue todos os aparelhos

    elctricos quando no estiverem a ser usados. Feche as cortinas, janelas e portas para

    promover o isolamento dos quartos.

    7- Tirar o melhor aproveitamento dos electrodomsticos:

    Use e mantenha todos os objectos segundo instrues. Isto prolongar a vida do

    objecto e diminuir o risco de acidentes, como fogo, que poder comear espontaneamente se,

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    por exemplo, glicerina e panos gordurosos e roupas esto armazenados em reas pouco

    ventiladas e registe imediatamente qualquer elemento anormal.

    8- Trabalho de equipa:

    provvel que voc trabalhe em equipa. Se voc se atrasar poder afectar o trabalho

    dos seus colegas, que tero de abrandar para que voc os apanhe. Como membro de uma

    equipa voc dever ser eficiente a receber ordens lembrando-se do que lhe pediram para

    fazer. Se voc achar difcil lembrar-se das suas instrues, escreva-as. Ter de ser capaz de

    passar a informao aos seus colegas de forma concisa e exacta.

    Tente sempre manter um bom esprito de equipa e trabalhe arduamente de modo a

    estabelecer uma forte relao de trabalho com os outros membros da equipa.

    9- Cuidados com a sade:

    Indolncia e baixo rendimento de trabalho pode ser provocado por uma dieta pobre por

    falta de sono ou por no fazer exerccio fsico para a manuteno da sua forma.

    10- Trabalho silencioso:

    O barulho desnecessrio irritante, tanto para os clientes como para o restante

    pessoal, particularmente em reas que sejam normalmente barulhentas, tais como as entradas

    e corredores. Quando estiver a trabalhar tente obstruir o menos possvel, mas no ignore as

    pessoas que estejam a tentar comun