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5° semestre - Engenharia Civil
HIDROLOGIA – AULA 10
Profª. Priscila Pini
ESCOAMENTO SUPERFICIAL 1
Geração do Escoamento em uma bacia
Água da chuva que não infiltrou no solo atinge os rios:
→ Cheias ou enchentes
ESCOAMENTO SUPERFICIAL DIRETO
A vazão de um rio é mantida pelo esvaziamento lento daágua armazenada na bacia: ÁGUA SUBTERRÂNEA
1. Durante as chuvas intensas
Escoamento rápido que ocorre em consequência direta da chuva:
2. Nos períodos secos
ESCOAMENTO SUBTERRÂNEO ou
ESCOAMENTO DE BASE
Escoamento durante estiagem:
Geração do Escoamento em uma bacia
Escoamento Superficial (Q): Q = i - f
1. Durante as chuvas intensas: 2 PROCESSOS DE FORMAÇÃO
Ocorre em: Bacias urbanas // Áreas com solo modificado pela ação do homem
→ Raramente visto em bacias naturais
1.1 Intensidade de precipitação (i) > capacidade de infiltração (f)
1.2 Em bacias naturais / rurais
Escoamento superficial originado pela precipitação que atingezonas de solo saturado
Solos saturados são normalmente encontrados próximos aoscorpos hídricos, onde o nível do lençol freático está próximo àsuperfície.
Geração do Escoamento em uma bacia
A parcela de chuva que se transforma em escoamento superficial
é chamada: CHUVA ou PRECIPITAÇÃO EFETIVA
Há vários métodos para estimar a chuva efetiva durante umevento de chuva
Um dos métodos mais simples e mais utilizados para estimar ovolume de escoamento superficial resultante de um evento dechuva.
Método Soil Conservation Service - SCS
Desenvolvido pelo National Resources Conservation Center dosEUA (antigo Soil Conservation Service – SCS).
Conhecido também como SCS-CN porque está baseado em umparâmetro CN (Curve Number).
Cálculo da chuva efetiva pelo método SCS
Método baseado em:
• Equação do balanço hídrico aplicado na superfície do solo
• Duas hipóteses relacionadas à capacidade de armazenamento
de água no solo.
P = Ia + F + Q
P: precipitação em um evento (mm)
Ia: perdas iniciais como acúmulo de águana superfície, interceptação (mm)
F: infiltração acumulada ao longo doevento (mm)
Q: chuva efetiva ou escoamentosuperficial (mm)
Equação do Balanço hídrico
Cálculo da chuva efetiva pelo método SCS
𝑸
𝑷 − 𝑰𝒂=𝑭
𝑺Q: chuva efetiva ou escoamentosuperficial (mm)
P: precipitação em um evento (mm)
Ia: perdas iniciais como acúmulo de águana superfície, interceptação (mm)
F: infiltração acumulada ao longo doevento (mm)
S: máxima infiltração acumuladapotencial (mm)
1ª hipótese
2ª hipótese
𝑰𝒂 = 𝟎, 𝟐 ∙ 𝑺
Perdas iniciais correspondem a 20% da máxima infiltração
acumulada potencial (S)
Cálculo da chuva efetiva pelo método SCS
𝑸 =(𝑷 − 𝑰𝒂)𝟐
(𝑷 − 𝑰𝒂 + 𝑺)
Q: chuva efetiva ou escoamento superficial (mm)
P: precipitação em um evento (mm)
Ia: perdas iniciais (acúmulo de água na superfície, interceptação) (mm)
F: infiltração acumulada ao longo do evento (mm)
S: máxima infiltração acumulada potencial (mm)
CN: parâmetro adimensional cujo valor varia entre 0 e 100
A combinação dessas três equações dá origem a:
Equações válidas quando P > Ia
𝑸 =(𝑷 − 𝟎, 𝟐 ∙ 𝑺)𝟐
(𝑷 + 𝟎, 𝟖 ∙ 𝑺)ou
Quando P ≤ Ia , Q = 0
𝑺 =𝟐𝟓𝟒𝟎𝟎
𝑪𝑵− 𝟐𝟓𝟒
𝑰𝒂 = 𝟎, 𝟐 ∙ 𝑺
Cálculo da chuva efetiva pelo método SCS
CN é um parâmetro adimensional cujo valor varia entre 0 e 100:
• CN = 0: solo com capacidade de infiltração infinita
• CN = 100: solo completamente impermeável
O método SCS-CN depende apenas do valor de CN, que é
dado em tabelas desenvolvidas a partir de experimentos em
bacias pequenas nos EUA e varia de acordo com o tipo de
ocupação (agrícola, pastagem, urbana, etc).
São considerados 4 tipos de solo, em ordem crescente de
potencial de geração de escoamento superficial: A, B, C e D.
Tabela 1: Os quatro tipos de solos considerados no método SCS-CN
Tipo SCS Características Textura
A
Solos com baixo potencial de geração deescoamento superficial: solos arenosos, ousiltosos, profundos e de alta capacidade deinfiltração
Arenosa; Areia Franca; Franco Arenosa
BSolos com pouco teor de argila, menosprofundos ou com mais argila do que os solosdo tipo A e de média capacidade de infiltração
Franco Siltosa; Franca
C
Solos com mais teor de argila do que os solosdo tipo B, com uma camada maisimpermeável abaixo da superfície ou poucoprofundos
Franco ArgiloArenosa
D
Solos com alto potencial de geração deescoamento superficial: solos argilosos, solosrasos sobre rochas impermeáveis, solos comlençol freático próximo à superfície, solos comcapacidade de infiltração muito baixa
Franco Argilosa; Franco ArgiloArenosa; ArgiloArenosa; ArgiloSiltosa; Argilosa
O que é o solo franco?É um tipo de solo que contém uma combinação desejável de
areia, silte e argila, sendo o mais adequado para o cultivo
das plantas mais diversificados, com uma textura equilibrada e as
melhores características físicas e químicas. Sua cor é quase
preto, tem uma grande quantidade de matéria orgânica e não
apresentam muitas dificuldades para trabalhar.
É abundante nos vales dos rios
Embora possa variar um pouco, a composição deste solo é em
geral: 45% de areia, 40% de silte e 15% de argila
Tabela 2: Valores de CN para diferentes condições de cobertura em bacias
RURAIS
Uso do solo Superfície A B C D
Solo lavradoCom sulcos retilíneos 77 86 91 94
Em fileiras retas 70 80 87 90
Plantações regulares
Em curvas de nível 67 77 83 87
Terraceado em nível 64 76 84 88
Em fileiras retas 64 76 84 88
Plantações de cereais
Em curvas de nível 62 74 82 85
Terraceado em nível 60 71 79 82
Em fileiras retas 62 75 83 87
Plantações de legumes
ou cultivados
Em curvas de nível 60 72 81 84
Terraceado em nível 57 70 78 89
Pobres 68 79 86 89
Normais 49 69 79 94
boas 39 61 74 80
Tabela 2: Continuação (CN para Bacias RURAIS)
Uso do solo Superfície A B C D
Pastagens
Pobres, em curvas de nível 47 67 81 88
Normais, em curvas de nível 25 59 75 83
Boas, em curvas de nível 6 35 70 79
Normais 30 58 71 78
Campos permanentes
Esparsos, de baixa transpiração 45 66 77 83
Normais 36 60 73 79
Densas, de alta transpiração 25 55 70 77
Chácaras Normais 56 75 86 91
Estradas não pavimentadas
Mal conservadas 72 82 87 89
De superfície dura 74 84 90 92
Florestas
Muito esparsas, baixa transpiração 56 75 86 91
Esparsas 46 68 78 84
Densas, alta transpiração 26 52 62 69
Normais 36 60 70 76
Tabela 3: Valores de CN para diferentes condições de cobertura em bacias
URBANAS
Utilização ou cobertura do solo A B C D
Zonas cultivadas: sem conservação do solocom conservação do solo
7262
8171
8878
9181
Pastagens ou terrenos em más condições 68 79 86 89
Baldios em boas condições 39 61 74 80
Prado em boas condições 30 58 71 78
Bosques ou zonas florestais: cobertura ruimcobertura boa
4525
6655
7770
8377
Espaços abertos, relvados, parques, campos de golfe, cemitérios
boas condições: com relva em mais de 75% da áreaCom relva de 50 a 70% da área
3949
6169
7479
8084
Zonas comerciais e de escritórios 89 92 94 95
Zonas industriais 81 88 91 93
Tabela 3: Valores de CN para diferentes condições de cobertura em bacias
URBANAS (Continuação)
Utilização ou cobertura do solo A B C D
Zonas residenciais lotes de (m²) % média impermeável
< 500 65 77 85 90 92
1000 38 61 75 83 87
1300 30 57 72 81 86
2000 25 54 70 80 85
4000 20 51 68 79 84
Parques de estacionamentos, telhados, viadutos, etc. 98 98 98 98
Arruamentos e estradas asfaltadas e com drenagem de águas pluviais
98 98 98 98
Paralelepípedos 76 85 89 91
Terra 72 82 87 89
Exercício SCS
Olhando nas tabelas para Florestas normais: CN = 60
1. Qual é a chuva efetiva durante um evento de chuva de
precipitação total P = 70 mm numa bacia com solos do tipo
B e cobertura de florestas?
R = A chuva de 70 mm provoca um escoamento superficial direto
de 6,3 mm
2. Qual é a chuva efetiva durante o evento de chuva de
precipitação total P = 80 mm em uma bacia onde 30% da
área é urbanizada (zonas comerciais) e 70% é rural
(campos permanentes) e o solo é extremamente argiloso e
raso? Solo tipo D
Zonas comerciais: CN = 95
Campos permanentes normais: CN = 79
R = 41,9 mm
Exercício SCS (chuva intensidade variável)
3. Qual é a chuva efetiva durante o evento de chuva dado
na tabela abaixo numa bacia com solos com média
capacidade de infiltração (tipo C) e cobertura de pastagens
normais em curvas de nível?
Olhando nas tabelas para Pastagens normais em curvas de nível:
CN = 75
Tempo (min) Precipitação (mm)
10 5
20 6
30 14
40 11
3. Qual é a chuva efetiva durante o evento de chuva dado
na tabela abaixo numa bacia com solos com média
capacidade de infiltração (tipo C) e cobertura de pastagens
normais em curvas de nível?
CN = 75
S = 84,7
Ia = 16,9
Tempo (min)
Precipitação (mm)
Precipitação acumulada (mm)
Chuva efetiva (mm)
Chuva efetiva incremental (mm)
10 5 5 0 0
20 6 11 0 0
30 14 25 0,7 0,7
40 11 36 3,5 2,8
Exercício SCS (chuva intensidade variável)