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CENTRO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO
HELOÍSA FREIRIA TSUKAMOTO
EFETIVIDADE DA REABILITAÇÃO VESTIBULAR NO TRATAMENTO DE PORTADORES DE QUEIXAS
VESTIBULARES
Londrina
2014
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HELOÍSA FREIRIA TSUKAMOTO
EFETIVIDADE DA REABILITAÇÃO VESTIBULAR NO TRATAMENTO DE PORTADORES DE QUEIXAS
VESTIBULARES
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação (Programa Associado entre Universidade Estadual de Londrina - UEL e Universidade Norte do Paraná - UNOPAR), como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ciências da Reabilitação.
Orientadora: Profa. Dra. Karen Barros Parron Fernandes
Co-orientadora: Profa. Dra. Viviane de Souza Pinho Costa
Londrina
2014
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AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Dados Internacionais de catalogação-na-publicação Universidade Norte do Paraná
Biblioteca Central Setor de Tratamento da Informação
Tsukamoto, Heloísa Freiria. T817e Efetividade da reabilitação vestibular no tratamento de portadores
de queixas vestibulares / Heloísa Freiria Tsukamoto. Londrina : [s.n], 2014.
xvi; 117f. Dissertação (Mestrado). Ciências da Reabilitação. Universidade
Norte do Paraná / Universidade Estadual de Londrina. Orientadora: Profª. Drª. Karen Barros Parron Fernandes 1- Ciências da reabilitação - dissertação de mestrado - UNOPAR
/UEL 2- Tontura 3- Reabilitação 4- Qualidade de vida 5- Equilíbrio postural 6- Fármacos I- Fernandes, Karen Barros Parron, orient. II- Universidade Norte do Paraná. III- Universidade Estadual de Londrina
CDU 615.8:616.28
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HELOÍSA FREIRIA TSUKAMOTO
EFETIVIDADE DA REABILITAÇÃO VESTIBULAR NO TRATAMENTO DE PORTADORES DE QUEIXAS VESTIBULARES
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação (Programa Associado entre Universidade Estadual de Londrina - UEL e Universidade Norte do Paraná - UNOPAR), como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ciências da Reabilitação.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________ Profa. Dra. Karen Barros Parron Fernandes
Universidade Norte do Paraná
____________________________________ Prof. Dr. Rubens Alexandre da Silva Junior
Universidade Norte do Paraná
____________________________________ Profa. Dra. Gislaine Garcia Pelosi Gomes
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, 24 de fevereiro de 2014.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais,
Toshiaki e Maria Bernardete, e à minha irmã,
Carolina, que não cessaram em incentivar-
me em todas as etapas, contribuindo com
muitos esforços para a realização deste meu
sonho.
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AGRADECIMENTOS
Inicio meus agradecimentos louvando a Ele, o criador: “Tudo é do
Pai, toda honra e toda glória, é Dele a vitória alcançada em minha vida”. Obrigada
meu Deus, por se fazer presente em todos os dias da minha vida, ouvindo minhas
súplicas, aconselhando-me e fazendo de mim um instrumento do seu amor.
Obrigada por me fazer forte em todos os momentos e por me sustentar em todas as
dificuldades, ajudando-me a compreender que eu não estou só e que estás sempre
cuidando de mim, me dizendo: coragem!
Esta dissertação é fruto de atividades que venho desenvolvendo há
três anos, e algumas pessoas foram fundamentais para esta concretização.
Primeiramente, quero expressar minha gratidão à Profa. Dra. Karen
Barros Parron Fernandes, por me proporcionar esta grande oportunidade,
recebendo-me sempre com muito carinho, desde o primeiro contato, em 2011.
Obrigada por me aceitar como aluna, por acreditar em mim, por apoiar e enriquecer
o meu estudo, por compreender minha rotina de trabalho, e por me ensinar que
dificuldades devem ser encaradas com otimismo e bom humor. Aprendi o quanto a
vida fica mais leve assim! A tranquilidade de suas palavras sempre aliviam a minha
constante ansiedade. És para todos nós uma grande inspiração de caráter,
competência e eficiência. Observando sua disposição e disponibilidade diante de
todos e de todas as atividades, lembro-me de uma citação de Platão: “A coisa mais
indispensável a um homem é reconhecer o uso que deve fazer do seu próprio
conhecimento”. É admirável a sua habilidade de compartilhar! Levarei deste convívio
grandes aprendizados para minha vida pessoal e profissional. A você o meu respeito
e a minha admiração!
Agradeço também à Profa. Dra. Viviane de Souza Pinho Costa, que
me acolheu de braços abertos dentro das atividades do Projeto Vertigem, desde o
ano de 2011. Com você adquiri conhecimentos teóricos e práticos valiosos, sem os
quais desenvolver este trabalho não seria possível. Obrigada pela confiança em mim
depositada na condução das atividades do estudo, por sempre me valorizar diante
de alunos e pacientes, por compartilhar comigo sua experiência profissional e
pessoal, e pelo laço de amizade estreitado durante este período. Levarei esta
experiência no coração, para sempre! Já dizia Cora Coralina: “... nada do que
vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.”
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Quero agradecer também ao Prof. Ms. Ruy Moreira da Costa Filho
pela confiança e amizade, a quem devo a indicação da direção e do caminho a
percorrer para tornar este meu sonho uma realidade. Você representa para mim um
exemplo de profissional e, acima de tudo, de ser humano!
Durante estes três anos, várias pessoas contribuíram, direta ou
indiretamente, para a realização deste trabalho.
Agradeço especialmente aos meus queridos pais, Toshiaki e Maria
Bernardete, por todo o incentivo e apoio recebidos durante a minha jornada
acadêmica. São vocês os responsáveis pelo meu gosto pelos estudos, pois foram
vocês que abriram as portas para que eu adentrasse neste interessante mundo do
conhecimento. A vocês devo a vida, ou seja, devo tudo o que sou! Obrigada pelo
afeto dispensado diariamente, perdão pelos dias de mau humor e por estar ausente
em alguns momentos que deveriam ser de união e descontração. Obrigada por
serem meus exemplos de caráter e dignidade, e por me ensinar que direitos e
deveres existem para serem respeitados e praticados. A vocês, o meu amor e eterna
gratidão! Agradeço também, com muito carinho, à minha irmã e melhor amiga
Carolina. Não há como explicar o amor que sinto por você! É com você que me
divirto, é com você que brigo. É com você que concordo, é de você que discordo. E
nos entendemos muito bem assim, não é? Enfim, somos tudo, apenas em duas! É
muito bom saber que sou amada com tanta intensidade e veracidade. É assim que
me sinto perto de você. A você minha eterna fidelidade!
Dizem que família a gente não escolhe... então, só posso acreditar
que fui escolhida por Deus! Tendo vocês, do que mais preciso?
Aproveito para agradecer também aos meus familiares pelo carinho
e incentivo sempre demonstrados, por todos vocês. Neste ano, se Deus quiser, não
faltarei tão frequentemente às reuniões de domingo! Amo todos!
Durante este período, contei com o apoio de amigas especiais. Três
delas foram essenciais na minha decisão de fazer o mestrado: Cristiane Golias
Gonçalves e Daniela Hayashi Banja foram vocês que me encorajaram a cursar as
disciplinas especiais, e foi neste momento que decidi que queria sim fazer esta pós-
graduação. Michelle Damasceno Moreira, a você devo agradecer o despertar para o
tema Reabilitação Vestibular, trazido no período da residência, e que veio hoje se
tornar a essência da minha dissertação. Muito obrigada pelo apoio meninas,
literalmente em todas as etapas.
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E no decorrer do ano de 2012, novos amigos conquistei. Sim, são
vocês meninas: Daniela Custódio Félix e Valéria Zamataro Tessaro, como esquecer
das manhãs de domingo, regadas a chocolate quente e pão de queijo, e muito,
muito estudo, até o conhecido “chega, para mim não dá mais”. Com a amizade de
vocês, tudo ficou mais fácil e muito mais divertido! Como é bom terminar uma etapa
e saber que conquistamos valores que levaremos para a vida toda, não é? E quero
agradecer também ao amigo Marcelo Yugi Doi, companheiro das sextas-feiras a
tarde durante o ano passado, sempre me dando uma palavra de incentivo, e sempre
me mostrando que a vida é simples, com sua tradicional e oriental tranquilidade.
Agradeço também aos amigos de longa data, que sempre
demonstraram se importar comigo, através daquela famosa pergunta: “e o mestrado,
está acabando?”. Hoje posso dizer queridos amigos: “sim, está acabando!”. Como é
bom estar cercada de pessoas especiais como vocês: Carina Vivan Nozaqui, Hébila
Fontana, Aline Freitas, Tatiane Fardin, Aline Chiarotti, Ana Carolina Gonçalves,
Geisa Tezini, Cliciane Barros, Janaína Duarte, Marcelo Koga, Ibraim Silva, Henrique
Durante, Tatiana Aguiar, Renata Sanomya, Milene Kawanishi, Suelen Luciano,
Claudiane Rodrigues, Leonardo e Patrícia Fritzen e Fernanda Melo. Viver é
emocionante quando se sabe que a torcida por você é grande! Valeu amigos!
Não posso deixar de agradecer também às amigas da Clínica Áxis,
que acompanharam minha ansiedade nesses últimos meses: Alessandra Capelli,
Fernanda Azevedo e Lana Venturini, obrigada pelo carinho e pelo apoio.
Especialmente, agradeço à minha sempre Profa. Ms. Márcia Regina Garanhani, que
esteve presente em momentos muito importantes da minha formação acadêmica e
profissional. Obrigada por nunca deixar de comigo compartilhar seus
conhecimentos, e por me fazer crescer com seus ensinamentos, sempre.
Ainda, duas professoras foram importantes na minha iniciação à
pesquisa científica: Profa. Dra. Christiane Guerino Macedo, que me acolheu junto ao
Projeto de Fisioterapia Desportiva, durante a graduação, através do qual vivenciei
minhas primeiras participações em eventos científicos; e Profa. Dra. Suhaila Smaili
Santos, que me concedeu a oportunidade de dar seguimento a esta vivência durante
a residência, participando do início das atividades do Projeto Parkinson. A vocês o
meu carinho e minha gratidão!
Obrigada também aos amigos e colegas do Colegiado de
Fisioterapia do Centro Universitário Filadélfia – UniFil, e aos queridos alunos, pela
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torcida e pelo apoio. Agradeço, em especial, à ex-aluna Sara Alves Melo, que
contribuiu para o enriquecimento do meu estudo sobre o tema, durante o seu TCC.
Agradeço de coração aos alunos que participaram do Projeto
Vertigem, e que em muito me ajudaram nas avaliações e tratamento dos pacientes
do estudo. Compartilho com todos vocês esta conquista. É fruto da união, do
empenho e dedicação de cada um de vocês. Meus sinceros agradecimentos:
Stephany, Ana Flávia, Sandra, Cida, Renata, Ana Paula, Vitor Hugo, Vanessa,
Carolina, Gabrielle, Bruna, Taís, Amanda, Ana Carolina, Jéssica, Luanna, Ully,
Giovanna e também a todos os alunos que participaram nos anos anteriores.
Expresso meu agradecimento também aos funcionários Rafael e Kátia, que sempre
me foram carinhosamente solícitos, em todos os pedidos durante estes anos de
convivência.
Enfim, agradeço a todos os meus queridos pacientes, pelo incentivo
e confiança. E a todos os pacientes que participaram das coletas de dados do
estudo, sem vocês nada disso seria possível. Fico feliz de saber que pudemos
ajudá-los neste momento de dificuldade em suas vidas. Mas, quem muito ganhou,
sem dúvidas, fomos nós!
Obrigada aos amigos e colegas da turma 2012-2013 do Mestrado
em Ciências da Reabilitação UEL/UNOPAR, pela companhia durante as disciplinas.
Em especial, agradeço aos colegas André Gil e Márcio Rogério, por todo o apoio
dispensado no LAFUP, “desvendando” para mim o uso da plataforma de força.
A todos os docentes do Programa de Mestrado em Ciências da
Reabilitação UEL/UNOPAR, pela contribuição acadêmica que com tamanha
excelência nos prestaram. Em especial, ao Prof. Dr. Rubens Alexandre da Silva
Junior, membro da banca examinadora, com quem tive o primeiro contato no
programa, na disciplina de “Instrumentos de avaliação em reabilitação”, como aluna
especial, em 2010. Saiba que o despertar do meu interesse para a pesquisa
científica se fortaleceu neste período, durante suas aulas. Obrigada por aceitar o
convite e desde já agradeço suas contribuições. Foram enriquecedoras!
Agradeço também à Profa. Dra. Gislaine Garcia Pelosi Gomes por
aceitar fazer parte da banca examinadora. Obrigada por sua gentileza e pelas
valiosas considerações.
É... tudo valeu a pena! Que Deus abençoe a todos!
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“Se você quer transformar o mundo,
experimente primeiro promover o seu
aperfeiçoamento pessoal e realizar inovações
no seu próprio interior.
Deste ponto em diante, as mudanças se
expandirão em proporções cada vez maiores.
Tudo o que fazemos produz efeito e causa
algum impacto.”
Dalai Lama
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TSUKAMOTO, Heloísa Freiria. Efetividade da Reabilitação Vestibular no tratamento de portadores de queixas vestibulares. 2014. 117 fls. Dissertação (Mestrado em Ciências da Reabilitação) – Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2014.
RESUMO
As vestibulopatias representam um problema de saúde pública, uma vez que afetam a capacidade funcional, o equilíbrio postural e a qualidade de vida (QV) dos seus portadores. Existe ainda pouca concordância em relação à melhor estratégia para o tratamento destes sintomas e, por muito tempo, a prescrição de medicamentos para controle sintomático do quadro foi uma prática clínica comum. Atualmente, tem-se destacado a reabilitação vestibular (RV) como uma possível abordagem de tratamento para estes casos. Desta forma, este estudo teve como objetivos caracterizar o perfil dos pacientes portadores de queixas vestibulares e comparar os dados clínico-funcionais, a auto-percepção de QV e o equilíbrio postural, de acordo com o uso ou não de medicamentos antivertiginosos. Além disso, o estudo também objetivou analisar os efeitos da aplicação de um protocolo de RV sobre os mesmos parâmetros, assim como comparar os efeitos entre pacientes medicados e não medicados com fármacos antivertiginosos. A pesquisa foi desenvolvida em duas etapas: na primeira etapa, realizou-se um estudo transversal, com amostra de 52 indivíduos portadores de disfunção vestibular periférica, os quais foram divididos em dois grupos, de acordo com o uso (grupo medicado, GM, n=26) ou não (grupo não medicado, GN, n=26) de fármacos antivertiginosos. Foram coletadas informações sobre a caracterização dos sintomas, QV (Dizziness Handicap Inventory, DHI), intensidade de tontura (escala visual analógica, EVA, de tontura) e avaliação da capacidade funcional e do equilíbrio postural, através de testes funcionais (Timed Up and Go test, Functional Reach test e Single Leg Stance test) e estabilometria (plataforma de força), respectivamente. Na análise dos dados, observou-se impacto negativo das vestibulopatias sobre a QV, com mediana de 45 [28,5-68] no DHI. Pela EVA de tontura, verificou-se intensidade moderada de tontura, com mediana de 5 [2-6]. A estabilometria revelou maior oscilação corporal quando ocorreu a adição de um componente de perturbação no teste (p<0,001). Quando comparados os grupos GM e GN, não houve diferença estatisticamente significante. Na segunda etapa do estudo, foi realizado um ensaio clínico não-aleatório, com amostra de 22 vestibulopatas. Os pacientes foram avaliados (através dos mesmos instrumentos utilizados na primeira etapa), tratados durante 12 semanas através de um protocolo de RV, e reavaliados em seguida. Observou-se melhora da QV (p<0,001) e da intensidade de tontura (p=0,001) com a intervenção, e também, melhora da funcionalidade e de alguns parâmetros do equilíbrio postural. A amostra também foi dividida em dois grupos, segundo o uso (grupo medicado, GM, n=11) ou não (grupo controle, GC, n=11) de fármacos antivertiginosos, e quando comparados, não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre as variáveis analisadas na reavaliação. Assim, conclui-se que as vestibulopatias periféricas exercem impacto negativo sobre os parâmetros analisados no estudo, e que a intervenção proposta promoveu efeitos positivos sobre os mesmos. Ainda, a indicação de fármacos antivertiginosos deve ser criteriosamente avaliada, em virtude do risco de efeitos colaterais, uma vez que o uso destes medicamentos não esteve associado à melhora clínica de pacientes portadores de vestibulopatias. Descritores: Tontura. Reabilitação. Qualidade de vida. Equilíbrio postural. Fármacos.
10
TSUKAMOTO, Heloísa Freiria. Effectiveness of Vestibular Rehabilitation at the treatment of patients with vertigo. 2014. 117 fls. Dissertação (Mestrado em Ciências da Reabilitação) – Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2014.
ABSTRACT
Vestibular disorders may be considered a major public health problem, since it may affect the functional capacity, postural balance and quality of life (QoL) of the patients. There is little agreement on the best strategy for treating these symptoms and long, prescription medications for symptom control of the disorder was a common practice. Currently, there is some evidence concerning vestibular rehabilitation (VR) as a possible treatment approach in these cases. Thus, this study aimed to characterize the profile of patients with vertigo and compare the clinical and functional data, self-perceived QoL and postural balance, according to the use or not of anti-vertigo medications. Furthermore, this study also aimed to analyze the effects of applying a protocol VR on the same parameters, as well as compare these effects between medicated and unmedicated patients. Therefore, information regarding symptoms’ characterization, QoL (Dizziness Handicap Inventory, DHI), visual analogue scale (VAS) dizziness as well as postural balance were evaluated. This research was conducted in two phases. Initially, a cross-sectional study with a sample of 52 individuals with peripheral vestibular dysfunction were performed. The individuals were divided into two groups according to the use (medicated group, MG, n=26) or not medicated (non-medicated group, NMG, n=26) patients. In data analysis, it was observed a markedly negative effect of the vestibular disorder on QoL, with a median of 45 [28.5 to 68] in DHI. Moreover, it was also observed a moderate dizziness with a median of 5 [2-6]. Stabilometry revealed greater body sway when a component of disturbance was added in the test (p<0.001). When MG and NMG groups were compared, no statistically differences were observed. In the second stage of the study, a non-radomized clinical trial was conducted with a sample of 22 patients with vestibular diseases. Patients were treated for 12 weeks, through custom protocol of VR and then the patients were re-evaluated. There was improvement in QoL (p<0.001) and intensity of dizziness (p=0.001) with the intervention. An improvement of postural balance through functional testing was also observed. The sample was also divided into two groups according to the use (medicated group, MG, n=11) or not (control group, CG, n=11) of anti-vertigo drugs. When MG and CG groups were compared, no statistically significant differences in variables during the re-evaluation were found. Thus, it may be concluded that the recommendation of anti-vertigo drugs should be carefully evaluated. Considering that the use of these medications was not associated with clinical improvement of patients with vestibular disorders, one should consider also the risk of adverse effects. Key-words: Dizziness. Rehabilitation. Quality of life. Postural balance. Drugs.
11
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Estruturas do ouvido ..................................................................................... 20
Figura 2 – Labirinto ósseo (à esquerda) e labirinto membranoso (à direita) ................. 21
Figura 3 – Crista ampular, localizada dentro da ampola do CSC (à esquerda) e
mácula, localizada dentro do sáculo e do utrículo (à direita) ............................................
21
Figura 4 – Deflexão dos cílios das células ciliadas de acordo com o movimento da
cabeça ..............................................................................................................................
22
Figura 5 – Vias que transmitem informações dos núcleos vestibulares ........................ 23
12
LISTA DE TABELAS
Artigo 1 – Caracterização clínico-funcional de portadores de queixas vestibulares.
Tabela 1 – Dados clínicos da amostra total (n=52) ................................................ 59
Tabela 2 – Dados clínico-funcionais, distribuição dos domínios do DHI, EVA de
tontura e parâmetros estabilométricos para a amostra total, GM e GN .................
60
Tabela 3 – Classes de fármacos antivertiginosos usadas pelos participantes do
GM ..........................................................................................................................
61
Tabela 4 – Comparação entre indivíduos medicados e não medicados, segundo
o tempo de sintomas ..............................................................................................
62
Artigo 2 – Efetividade de um protocolo de Reabilitação Vestibular para melhora da
qualidade de vida e do equilíbrio postural de vestibulopatas.
Tabela 1 – Dados clínicos da amostra total (avaliação inicial – n=22) ................. 82
Tabela 2 – Comparação dos parâmetros clínico-funcionais avaliados antes e
após a intervenção para a amostra total (n=22) ....................................................
83
Tabela 3 – Classificação da disfunção vestibular pelo DHI na avaliação inicial e
final .........................................................................................................................
83
Tabela 4 – Comparação dos parâmetros estabilométricos avaliados antes e
após a intervenção para a amostra total (n=22) ....................................................
84
13
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
A/P Ântero-posterior
AMP Amplitude
BOA Apoio bipodal com olhos abertos
BRC Apoio bipodal com rotação cefálica
COP Centro de pressão
CSC Canal semicircular
DHI Dizziness Handicap Inventory
EGb 761 Extrato de Ginkgo Biloba
EVA Escala visual analógica
FM Frequência média
FRT Functional Reach Test
GC Grupo controle
GM Grupo medicado
GN Grupo não medicado
IVB Insuficiência vertebrobasilar
MG Medicated group
M/L Médio-lateral
NMG Non-medicated group
OA Olhos abertos
OF Olhos fechados
OMS Organização Mundial da Saúde
QoL Quality of life
QV Qualidade de vida
RV Reabilitação vestibular
RVE Reflexo vestibuloespinal
RVO Reflexo vestibulo-ocular
SNC Sistema Nervoso Central
STOA Semi-Tanden com olhos abertos
STOF Semi-Tanden com olhos fechados
TUG Timed Up And Go Test
VAS Visual analogue scale
14
VEL Velocidade
VPPB Vertigem Posicional Paroxística Benigna
VR Vestibular Rehabilitation
15
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 17
2 REVISÃO DE LITERATURA - CONTEXTUALIZAÇÃO ............................ 20
2.1 O SISTEMA VESTIBULAR: ANATOMIA E FISIOLOGIA ........................... 20
2.2 VESTIBULOPATIAS E AS QUEIXAS DE TONTURA ................................ 24
2.3 EPIDEMIOLOGIA DAS DISFUNÇÕES VESTIBULARES .......................... 27
2.4 O IMPACTO DOS SINTOMAS VERTIGINOSOS SOBRE A QUALIDADE
DE VIDA E O EQUILÍBRIO POSTURAL ....................................................
29
2.5 ABORDAGENS TERAPÊUTICAS NAS VESTIBULOPATIAS ................... 32
2.5.1 Abordagem Medicamentosa no Tratamento das Disfunções Vestibulares 32
2.5.2 Fisioterapia no Tratamento das Disfunções Vestibulares .......................... 35
3 ARTIGOS ................................................................................................... 38
3.1 ARTIGO ORIGINAL 1 – CARACTERIZAÇÃO CLÍNICO-FUNCIONAL DE
PORTADORES DE QUEIXAS VESTIBULARES .......................................
38
3.2 ARTIGO ORIGINAL 2 – EFETIVIDADE DE UM PROTOCOLO DE
REABILITAÇÃO VESTIBULAR PARA MELHORA DA QUALIDADE DE
VIDA E DO EQUILÍBRIO POSTURAL DE VESTIBULOPATAS ................
63
4 CONCLUSÃO GERAL ............................................................................... 85
REFERÊNCIAS .......................................................................................... 86
APÊNDICES ............................................................................................... 92
APÊNDICE A – Ficha de identificação do participante da pesquisa ......... 93
APÊNDICE B – Ficha de avaliação dos sintomas vertiginosos ................. 95
APÊNDICE C – Estabilometria – avaliação do equilíbrio postural na
plataforma de força ....................................................................................
96
ANEXOS ................................................................................................... 97
ANEXO A – Dizziness Handicap Inventory (DHI) ………………….……… 98
16
ANEXO B – Escala Visual Analógica (EVA) de Tontura ........................... 100
ANEXO C – Parecer de aprovação do Comitê de Ética da Unopar ......... 101
ANEXO D – Instruções para os autores: International Archives of
Otorhinolaryngology ..................................................................................
103
ANEXO E – Instruções para os autores: Brazilian Journal of
Otorhinolaryngology ..................................................................................
108
17
1 INTRODUÇÃO
Sintomas como tontura e instabilidade postural são frequentes no
mundo todo, e exercem influência negativa sobre o bem estar de indivíduos de
ambos os gêneros e de diferentes faixas etárias(1-5). Na maioria das vezes essa
sintomatologia decorre de lesão ou disfunção periférica unilateral do aparelho
vestibular ou da porção vestibular do VIII nervo encefálico(6-8), condições
denominadas em conjunto como vestibulopatias, frequentemente de etiologia
indeterminada(9).
As vestibulopatias ou disfunções vestibulares são doenças
decorrentes do funcionamento inadequado do sistema vestibular periférico ou
central. Com sua porção periférica localizada no ouvido interno, mantendo conexões
com estruturas do sistema nervoso central (SNC), o sistema vestibular tem como
função a manutenção do equilíbrio postural, que pode ser definido como a
capacidade de manter a posição estável de um corpo em movimento ou em
repouso(10,11). É um processo complexo, que envolve a recepção e a integração dos
estímulos sensoriais (vestibular, visual e proprioceptivo), o envio para o SNC e o
planejamento e a execução dos movimentos(6,8,11).
As citações sobre prevalência e incidência de sintomas vestibulares
são diversas(12-15). Estão presentes em 5 a 10% da população mundial, sendo o
sintoma mais comum após os 65 anos(12). Em adultos, a prevalência é de 5% e a
incidência de 1,4%, sendo que os índices aumentam com a idade e são de duas a
três vezes mais altos em mulheres(13,14).
Neste contexto, a sintomatologia das vestibulopatias frequentemente
compromete as atividades sociais, familiares e profissionais trazendo prejuízos
físicos, financeiros e psicológicos(16). Em números absolutos, tem-se uma
considerável parcela da população predisposta a limitações funcionais, decorrentes
de disfunções do sistema vestibular, o que acarreta baixos índices de qualidade de
vida (QV) nestes indivíduos, além do incremento dos custos para o sistema de
saúde(13,15). Ainda, o prejuízo no desempenho das atividades diárias do
vestibulopata pode ocorrer, também, por influências de um pobre controle postural,
sendo que um equilíbrio deficiente pode acarretar ansiedade e medo, assim como
18
dificuldades de locomoção e orientação(17). Desta maneira, dar importância para uma
assistência resolutiva deste problema é fundamental(2,18).
Uma das intervenções mais utilizadas e procuradas pelos
vestibulopatas é a medicamentosa. Porém, muitos dos pacientes com essas queixas
são atendidos por médicos da atenção primária, que por vezes subvalorizam os
sintomas otoneurológicos prescrevendo medicamentos indiscriminadamente, a
despeito de seus efeitos adversos(7,19). Assim, a conduta mais adequada seria o
encaminhamento deste indivíduo para a especialidade de otorrinolaringologia(20),
pois sabe-se que fármacos antivertiginosos devem ser usados racionalmente e pelo
menor tempo possível.
Além disso, Ganança et al.(18) afirmam que o uso de uma
modalidade terapêutica combinada pode levar à melhora ou resolução mais rápida e
mais duradoura da tontura, quando comparado ao tratamento realizado somente
com a monoterapia(21). E também, atenção especial deve ser dada ao tempo de
duração dos sintomas, pois existem diferenças na abordagem do indivíduo em
estágio agudo ou crônico da vestibulopatia.
Atualmente, ainda são poucos os pacientes que buscam ajuda em
clínicas de fisioterapia para tratar de disfunções vestibulares. No entanto, sabe-se
que portadores desses distúrbios podem melhorar com a realização de exercícios
terapêuticos(10). Estes visam resgatar o controle postural e a QV em pacientes
vestibulopatas, diminuindo a frequência e a intensidade dos sinais e sintomas
desencadeados pela doença(22). Dentre as propostas de intervenção, a abordagem
que vem se destacando é a reabilitação vestibular (RV), recomendada na tentativa
de promover a compensação central, permitindo que o paciente se adapte e se
habitue aos estímulos desencadeadores da tontura(12,21,23).
Neuhauser et al.(24) relatam que dados epidemiológicos sobre
sintomas vestibulares são escassos, baseados principalmente em séries de casos
com critérios diagnósticos não explicitamente definidos, sendo que esta dificuldade
pode estar relacionada ao fato de serem as queixas vestibulares uma sintomatologia
e não uma doença definida(25). Nota-se que no Brasil existem poucos estudos de
base populacional publicados(14,26).
Apesar das evidências existentes acerca da eficácia dos tratamentos
para tontura, Soto e Vega(2) apontam que uma análise crítica da literatura existente
revela que ainda faltam informações que definam a real utilidade dos diversos
19
medicamentos prescritos no tratamento clínico dos distúrbios vestibulares, sendo
que há carência de ensaios clínicos controlados sobre o tema. Singh e Singh(25)
relatam que apesar da disponibilidade de várias classes de medicamentos
antivertiginosos, não há diretrizes definitivas e universalmente aceitas para o
tratamento da tontura, e isto dificulta o tratamento dos doentes. Neste contexto,
Bertol e Rodríguez(7) destacam a necessidade de pesquisas de campo, a fim de
estabelecer estratégias e protocolos no manejo da vertigem.
Desta forma, este estudo teve como objetivos caracterizar o perfil de
pacientes portadores de queixas vestibulares de uma cidade do Sul do Brasil e
comparar os dados clínico-funcionais, a auto-percepção de QV e o equilíbrio
postural, de acordo com o uso ou não de medicamentos antivertiginosos. Além
disso, o estudo também objetivou analisar os efeitos da aplicação de um protocolo
de RV sobre os mesmos parâmetros, assim como comparar os efeitos entre
pacientes medicados e não medicados com fármacos antivertiginosos.
20
2 REVISÃO DE LITERATURA – CONTEXTUALIZAÇÃO
2.1 O SISTEMA VESTIBULAR: ANATOMIA E FISIOLOGIA
Localizado na porção petrosa do osso temporal do crânio, o sistema
vestibular constitui, juntamente com a cóclea do aparelho auditivo, o ouvido interno,
e divide-se em labirinto ósseo e labirinto membranoso. As duas partes, em conjunto,
auxiliam na manutenção de um adequado equilíbrio postural(27,28) (Figura 1).
Figura 1 – Estruturas do ouvido.
Fonte: Netter(28).
O labirinto ósseo é considerado uma escavação óssea, preenchida
por um fluído rico em sódio, chamado perilinfa. É constituído por três canais
semicirculares (CSC) e pelo vestíbulo, e dentro dele encontra-se suspenso o
labirinto membranoso. Este é formado pelas porções membranosas dos CSC e por
dois órgãos otolíticos, o utrículo e o sáculo. Neles circula um fluído transparente e
rico em potássio, a endolinfa, que passa por um conjunto de células ciliadas que
formam o epitélio de revestimento do labirinto, de onde emergem fibras do nervo
vestibular. O conjunto formado pelo aparelho vestibular e pela porção periférica do
VIII par craniano constitui a parte periférica do sistema vestibular(27,29-31) (Figura 2).
21
Figura 2 – Labirinto ósseo (à esquerda) e labirinto membranoso (à direita).
Fonte: Netter(28).
As células ciliadas são receptores, ativados pelo movimento da
endolinfa no interior do labirinto membranoso, e por sua vez convertem o
deslocamento provocado pelo movimento cefálico em uma descarga neural,
conduzida ao SNC por neurônios aferentes do VIII par craniano. Estas células são
encontradas em cada ampola dos CSC (que contém a chamada crista ampular) e
nas máculas dos órgãos otolíticos (que contém uma camada gelatinosa recoberta
por cristais de carbonato de cálcio)(29,32) (Figura 3).
Figura 3 – Crista ampular, localizada dentro da ampola do CSC (à esquerda) e mácula, localizada dentro do sáculo e do utrículo (à direita).
Fonte: Lunddy-Ekman(31).
Os CSC são os sensores que informam as velocidades angulares,
causadas pelos movimentos de rotação da cabeça ou do corpo, sendo cada labirinto
constituído de três (anterior, lateral e posterior), alinhados aos eixos do corpo e
22
dispostos entre si em ângulo reto (90º). Já os órgãos otolíticos, ou seja, o utrículo e o
sáculo, detectam as acelerações lineares provocadas pela força da gravidade ou
pelas inclinações da cabeça junto aos movimentos do corpo(29-31).
Por exemplo, quando ocorre uma rotação da cabeça, os CSC
acompanham esse movimento e, consequentemente, a endolinfa se move para o
lado oposto ao da rotação. A partir daí, ocorre um deslocamento de ondas
mecânicas dentro do líquido que provoca a movimentação dos cílios das células da
crista ampular, levando ao disparo de um impulso nervoso para as fibras do nervo
vestibular, que chegará até o SNC. Em outra situação, quando a cabeça é inclinada,
os órgãos otolíticos são ativados e, com isso, têm-se uma inclinação da camada
gelatinosa da mácula, devido à pressão exercida pelos cristais, curvando os cílios
das células ciliadas, que novamente estimula o nervo vestibular a disparar um
impulso em direção ao SNC(30,32,33) (Figura 4).
Figura 4 – Deflexão dos cílios das células ciliadas de acordo com o movimento da cabeça.
Fonte: Lent(30).
As informações dos CSC e dos órgãos otolíticos são transmitidas
pelo nervo vestibular aos núcleos vestibulares no bulbo e ponte do tronco encefálico
e também ao lobo floculonodular do cerebelo, que compõem, junto com o córtex
vestibular, o sistema vestibular central(31). Os núcleos são os vestibulares laterais,
mediais, inferiores (ou espinais) e superiores. Estes integram informações de
múltiplos sentidos, como visuais, proprioceptivas, táteis e auditivas(32).
São vias que transmitem as informações dos núcleos vestibulares: o
fascículo longitudinal medial, para os núcleos extraoculares, que influenciam os
23
movimentos oculares; os tractos vestibuloespinais medial e lateral, para a medula
espinal, que influenciam a postura; as vias vestibulocólicas, para o núcleo do nervo
acessório (XI par craniano), influenciando a posição da cabeça; as vias
vestibulotalamocorticais, que proporcionam conscientização da posição e do
movimento da cabeça; as vias vestibulocerebelares, que influenciam os movimentos
oculares e os músculos posturais; e as vias vestibuloautonômas, para a formação
reticular, que influenciam o desencadeamento de sintomas como náuseas e
vômitos(31) (figura 5).
Figura 5 – Vias que transmitem informações dos núcleos vestibulares.
Fonte: Lundy-Ekman(31).
Sendo assim, o sistema vestibular tem as seguintes funções: 1)
receber e transmitir as incitações provocadas pelos deslocamentos da cabeça com
24
aceleração angular ou linear, informando aos centros encefálicos sobre a posição do
corpo no espaço e da cabeça em relação ao corpo; 2) promover a estabilização do
olhar; e 3) provocar nos centros encefálicos reações tonígenas e de reflexos
posturais para a manutenção da postura e do equilíbrio estático do corpo(30,31,34).
Em síntese, de acordo com Zajonc e Roland(32), os sinais gerados
pelo sistema vestibular combinados com outras informações sensoriais são enviados
ao SNC (núcleos vestibulares), que após processá-los transmite aos músculos
extraoculares e à medula espinal uma resposta eferente, preparando dois reflexos
importantes: o reflexo vestíbulo-ocular (RVO) e o reflexo vestíbuloespinal (RVE).
Estes reflexos, juntamente com ações do sistema visual e proprioceptivo, contribuem
para a melhora do controle postural e da orientação do corpo em relação ao espaço,
permitindo ao indivíduo realizar suas atividades diárias(35).
O RVO mantém a visão estável durante a movimentação cefálica.
Ele distribui estímulos predominantemente dos CSC para o tronco encefálico,
objetivando estabilizar a imagem na retina, durante o movimento. Ou seja, o RVO
origina movimentos oculares que permitem uma visão clara enquanto a cabeça se
movimenta. O RVE tem como objetivo estabilizar a cabeça e o corpo de acordo com
a situação, seja ela dinâmica ou estática, distribuindo informações para o controle da
musculatura dos membros, necessários à manutenção da postura, evitando
quedas(29-31). O SNC monitora ambos os reflexos e os reajusta, quando necessário,
para manter a orientação espacial estática e dinâmica, a locomoção e o controle
postural(36).
2.2 VESTIBULOPATIAS E AS QUEIXAS DE TONTURA
Doenças do labirinto são popularmente conhecidas como labirintites.
Porém, esta denominação é considerada errônea, uma vez que nem toda patologia
do sistema vestibular ocorre por infecções do labirinto. Assim, o termo mais
adequado para designar as afecções que acometem qualquer parte deste sistema é
vestibulopatias. Estas podem ser categorizadas de acordo com a área da disfunção,
podendo ser decorrentes do funcionamento inadequado do sistema vestibular
periférico (labirinto e/ou nervo vestibular) e/ou do sistema vestibular central (núcleos,
vias e interrelações no SNC)(36-38).
25
As principais vestibulopatias periféricas são a Vertigem Posicional
Paroxística Benigna (VPPB), Doença de Ménière ou Hidropisia Linfática,
Labirintopatias Metabólicas, Labirintite viral ou bacteriana, Neurite Vestibular,
Migrânea Vestibular, Vertigem de origem vascular, Neurinoma (Schwanoma)
Vestibular e cinetose(38,39). Segundo Dolci e Santos(40), 85% dos casos de tontura
tem causa periférica. Dentre as centrais, as mais comuns são as Ototoxicoses,
Insuficiência da artéria vertebrobasilar (IVB) e a Esclerose Múltipla(38,39).
As lesões do sistema vestibular podem ter causas variadas,
incluindo infecções, doenças vasculares, neoplasias, acidente vascular encefálico,
traumatismo cranioencefálico, desordens metabólicas, disfunção hormonal ovariana,
drogas tóxicas, doença auto-imune, intolerância ortostática, doenças de etiologia
desconhecida e o envelhecimento(39,41). Podem estar também relacionadas a causas
como pós-cirurgia geral ou otológica, otite média crônica, distúrbios psíquicos
(transtorno da ansiedade e do humor), inatividade prolongada, surdez súbita, surdez
congênita, tumor do ângulo pontocerebelar, enxaqueca e síndrome
plurimetabólica(42,43).
A presença de lesões do sistema vestibular resulta em discrepâncias
nas informações relacionadas à manutenção do equilíbrio corporal(36), podendo
manifestar-se pelos seguintes sinais e sintomas: tontura, vertigem, zumbido,
nistagmo e sintomas emocionais como ansiedade, depressão e medo. Hipoacusia,
manifestações neurovegetativas (náuseas, vômitos, sudorese, palidez, taquicardia e
outras), pré-síncope, síncope, distúrbios da memória, dificuldade de concentração e
perturbações visuais também são comuns. Além disso, dentre as principais queixas
apresentadas pelos portadores de lesão do sistema vestibular, as alterações do
equilíbrio postural e sensações de oscilação levam a distúrbios da marcha e quedas
ocasionais(39,40,43).
Tontura é a sensação de perturbação do equilíbrio do corpo, ou seja,
é a ilusão de movimento do próprio indivíduo ou do ambiente que o circunda. Ocorre
devido ao conflito entre informações sensoriais advindas dos sistemas vestibular,
visual e proprioceptivo, em situações onde um ou mais não funcionam de forma
correta. Este sintoma pode ser separado em três categorias: 1) a vertigem, uma
alucinação de movimento envolvendo o paciente ou o ambiente; 2) o desequilíbrio
ou ataxia, uma sensação de instabilidade ao caminhar; e 3) a tontura propriamente
dita, relatada como uma das principais queixas dos pacientes vestibulopatas. Ela
26
constitui um dos mais importantes sintomas com influência negativa no bem estar de
indivíduos de ambos os gêneros e de diferentes faixas etárias, e a mais prevalente
nos indivíduos idosos, que tendem a apresentar um equilíbrio corporal mais
comprometido em relação aos jovens(8,36,44).
O termo tontura se refere a um sintoma subjetivo e inespecífico, com
características variadas, comumente utilizado para se referir a várias experiências
sensoriais, como rodopio, rotação, desmaio, escurecimento visual, irrealidade,
instabilidade, desequilíbrio, desorientação espacial, sensação de flutuação,
atordoamento, impressão de queda iminente, “cabeça leve”, “cabeça oca”, entre
outras(36,43). O primeiro passo, portanto, é esclarecer o que o paciente entende por
tontura, sendo importante indagar sobre o tempo e o padrão de evolução do
sintoma, horários mais frequentes em que o sintoma aparece, fatores de melhora ou
piora, duração das crises, sintomas associados, uso de medicações, quadros que
antecederam os episódios de tontura e tratamentos anteriores(7,40).
Quando adquire caráter rotatório, a tontura é denominada de
vertigem(36). É a sensação que o paciente tem de estar girando em torno do
ambiente ou vice-versa(37). A vertigem se manifesta como uma ilusão de movimento,
podendo ser acompanhada de outros sintomas, como náuseas, vômitos, sudorese,
mãos frias, palpitações, zumbido e hipoacusia, sendo incapacitante na fase aguda. É
chamada de objetiva quando o paciente tem a sensação de que os objetos ou o
ambiente estão girando ao seu redor, e de subjetiva quando se tem a sensação de
que é a cabeça que está girando(7,43).
Segundo Maarsingh et al.(45), para os clínicos o diagnóstico da
tontura muitas vezes representa um problema, por ser uma sensação subjetiva que
depende do autorrelato, podendo-se referir a várias sensações diferentes e ser
causada por uma ampla gama de condições benignas ou malignas. Em seu estudo,
afirmam que em cerca de 20% a 40% dos pacientes com tontura nos cuidados
primários, a causa subjacente permanece desconhecida. Já para Tiensoli, Couto e
Mitre(46), em aproximadamente 50% dos casos a etiologia não é identificada.
Os episódios desencadeantes de tontura mais relatados no estudo
de Gazzola et al.(44) foram virar a cabeça, manter a cabeça em posição específica,
levantar da posição deitada, andar e ansiedade. Os autores observaram também
que sintomas depressivos, déficit de equilíbrio, infarto agudo do miocárdio prévio,
hipotensão postural, número de medicamentos e déficit auditivo foram variáveis
27
clínicas associadas ao aumento de risco para tontura. Apontaram, ainda, que a
probabilidade de relatos de tontura esteve fortemente associada ao número de
variáveis predisponentes.
Nos idosos, a tontura tem sido considerada como uma síndrome
geriátrica, condição de saúde multifatorial decorrente do efeito acumulativo dos
déficits nos múltiplos sistemas, atribuindo maior vulnerabilidade a esta população(40).
Neles, a tontura pode se originar de distúrbios primários ou secundários do sistema
vestibular em aproximadamente 85% dos casos, sendo um fator desencadeante de
quedas e quedas recorrentes, ao limitar o controle postural destes indivíduos(43).
Para Bastos, Lima e Oliveira(9), as causas de tontura são de difícil
diagnóstico. Uma variedade de exames complementares está disponível, como
exames radiológicos, audiométricos, eletrofisiológicos, laboratoriais, entre outros;
porém, nenhum deles avalia bem a função vestibular(36,40). Assim, os testes mais
utilizados para esta avaliação são as provas eletronistagmográficas e
posturográficas(43).
A eletronistagmografia avalia o RVO, através de eletrodos que
detectam o nistagmo espontâneo ou induzido pela movimentação ocular, alterações
posicionais, testes calóricos e rotatórios. Isoladamente não fornece diagnóstico,
porém, é útil na diferenciação de causas centrais e periféricas da tontura(9,36,40,47,48).
Por isso, testes que avaliam o RVE têm sido sugeridos para auxiliar no diagnóstico
de doenças vestibulares(9). A posturografia constitui um conjunto de técnicas que
permite avaliar quantitativamente a componente vestíbuloespinhal do equilíbrio
postural. Ela é realizada em plataformas de força estáticas (estabilometria) e
dinâmicas (posturografia dinâmica), avaliando o equilíbrio através da quantificação
das oscilações posturais na posição ortostática(49-53).
2.3 EPIDEMIOLOGIA DAS DISFUNÇÕES VESTIBULARES
Tontura e vertigem são sintomas comuns em pacientes de todas as
idades, sendo uma sintomatologia extremamente frequente em todo o mundo.
Segundo Neuhauser et al.(24), apesar desses sintomas serem os mais frequentes na
atenção primária de saúde, muitas vezes são subestimados e subdiagnosticados
pelos profissionais, sem que haja um devido encaminhamento para investigação
28
através de um serviço médico especializado, fazendo com que ocorram erros nas
porcentagem estimadas de sintomas vestibulares na população. Além disso, dados
epidemiológicos sobre a prevalência de tonturas e vertigens são escassos e
baseiam-se principalmente em séries de casos selecionados com critérios
diagnósticos não explicitamente definidos.
De acordo com Hanley, O’Dowd e Considine(3) as síndromes
vertiginosas representam 10,7 consultas a cada mil, na estatística de morbidade na
clínica geral em Londres, na Inglaterra. Agus et al.(54) também relatam que sintomas
como tontura e vertigem representam um número significativo de consultas médicas,
sendo que há pouca concordância no tratamento e controle destes sintomas.
Neuhauser e Lempert(13) e Moraes et al.(14) apontam que a tontura é
mais frequente no gênero feminino, numa proporção de 2:1. A associação de
doenças vestibulares com disfunções hormonais e distúrbios metabólicos presentes
nas mulheres e, ainda, a maior preocupação feminina em procurar orientação
médica em relação aos homens, poderiam justificar esta prevalência(55,56).
Segundo Ricci et al.(12), a vertigem e outras tonturas de origem
vestibular estão presentes em 5 a 10% da população mundial, sendo o sintoma mais
comum após os 65 anos. Porém, já aos 40 anos é possível observar alterações
microscópicas sinápticas no nervo vestibular; aos 50 anos há o aumento da
degeneração dos receptores vestibulares dos CSC e no sáculo; e, aos 60 anos,
dentre tantas alterações, pode-se citar o aumento do atrito das fibras nervosas do
nervo vestibular e sua redução da velocidade de condução do estímulo elétrico.
Para Teixeira e Prado(37), na população americana com mais de 40
anos de idade, a prevalência chega a mais de 35%, crescendo conforme a idade,
podendo chegar a quase 85% após os 80 anos. Na Inglaterra e no Japão a
incidência varia de quatro casos a cada 100 mil habitantes até 157 casos a cada 100
mil habitantes, em uma faixa etária entre 40 a 60 anos, não obtendo preponderância
sexual, atingindo pouco as raças negra e amarela.
De acordo com Ganança et al.(56), até os 65 anos de idade a tontura
é considerada o segundo sintoma de maior prevalência mundial. Após esta idade, é
o sintoma mais comum, sendo que em indivíduos com idade superior a 75 anos esta
prevalência é da ordem de 80%. Aflige 47% dos homens e 61% das mulheres com
mais de 70 anos; está presente em 65% dos indivíduos com 65 anos ou mais, 50% a
29
60% dos idosos que vivem na comunidade ou em 81 a 91% dos idosos atendidos
em ambulatórios geriátricos.
Moraes et al.(14) constataram uma prevalência de tontura de 45% em
idosos da comunidade, na cidade de Cuiabá-MT, no centro-oeste do Brasil.
Maarsingh et al.(57) em seu estudo realizado com pacientes idosos na Holanda,
encontrou uma incidência de tontura de 47,1 por mil habitantes/ano. Verificou
também uma prevalência de tontura de 8,3% em um ano em indivíduos com 65 anos
ou mais, sendo esta maior em mulheres que nos homens, aumentando com a idade.
Porém, em pacientes com 85 anos ou mais a prevalência foi semelhante entre os
dois sexos.
Neuhauser et al.(24), em pesquisa desenvolvida na Alemanha,
encontraram uma prevalência de 22,9% de vertigem e tontura nos últimos 12 meses,
e uma incidência de 3,1%. Consultas médicas por vertigem e tontura foram relatadas
em 1,8% dos adultos que procuraram um médico nos últimos 12 meses.
Para Tiensoli, Couto e Mitre(46), a elevada incidência de queixas e
distúrbios vestibulares se deve em grande parte à hipersensibilidade do labirinto a
problemas em outros órgãos ou sistemas como: hormonal, metabólico, cervical,
circulatório, psicológico, e às reações adversas provocadas pelo uso de
medicamentos tais como: antiinflamatórios, diuréticos, antibióticos, psicotrópicos,
entre outros. Segundo Maarsingh et al.(57), indivíduos que vivem sozinhos, com baixo
nível de educação, e portadores de doença cerebrovascular e hipertensão arterial
estão mais predispostos à ocorrência de tontura.
2.4 O IMPACTO DOS SINTOMAS VERTIGINOSOS SOBRE A QUALIDADE DE
VIDA E O EQUILÍBRIO POSTURAL
Os prejuízos trazidos pela tontura na QV têm despertado a atenção
de muitos pesquisadores. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), QV é a
percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto de sua cultura e sistema
de valores nos quais ele está inserido e em relação aos seus objetivos, expectativas,
padrões e preocupações(58).
Segundo Ganança et al.(56), avaliar a QV do paciente com rotina
alterada, devido à presença de sintomas vestibulares, pode contribuir para se
30
estabelecer um tratamento mais adequado. Para Morettin, Mariotto e Costa Filho(5)
os testes que fazem o diagnóstico das vestibulopatias são inadequados para a
avaliação dos efeitos prejudiciais impostos pelas doenças do sistema vestibular
sobre a QV de seus portadores. Ainda, estes testes não são sensíveis ou
específicos para demonstrar a interferência psicológica no quadro clínico e no
sofrimento do paciente com tontura, e por vezes o diagnóstico é feito somente por
meio da história que este traz, pois em muitos casos não há sincronismo entre o mal
estar causado pelos sintomas vertiginosos e os resultados dos testes que fazem
parte da avaliação otoneurológica(56).
Assim, o questionário Dizziness Handicap Inventory (DHI) surgiu
como uma possibilidade de se dispor de um instrumento capaz de estabelecer um
perfil detalhado do paciente vestibulopata, acerca do quanto sua QV se encontra
alterada pela presença da tontura. O DHI, criado por Jacobson e Newman em 1990,
foi elaborado e validado com objetivo de avaliar a autopercepção dos efeitos
incapacitantes impostos pela tontura(55).
Esse questionário é composto de 25 questões divididas em três
domínios (aspectos físicos, funcionais e emocionais), que avaliam a percepção do
paciente sobre o impacto do problema vestibular nos aspectos da vida, sendo o mais
utilizado para se diagnosticar a doença detalhadamente. Esta ferramenta foi
traduzida e culturalmente adaptada para o Brasil por Castro et al.(55), e acredita-se
que a avaliação da QV pode ser usada na prática diária para medir a contribuição do
tratamento clínico, seja ele medicamentoso, cirúrgico ou de reabilitação, em reduzir
o impacto de doenças crônicas no cotidiano dos pacientes(58,59).
Das 25 questões do DHI, sete analisam a ocorrência de prejuízos
nos aspectos físicos, nove nos aspectos funcionais e nove nos aspectos emocionais
do dia a dia do paciente. Para cada questão, existem três possibilidades de
respostas: “sim” (quatro pontos), “às vezes” (dois pontos) e “não” (zero ponto). A
pontuação máxima possível é de 100 pontos, sendo que quanto maior o valor, pior a
percepção da QV do paciente. A classificação da disfunção foi estabelecida por
Yorke et al.(60) da seguinte maneira: disfunção leve (16 a 34 pontos), disfunção
moderada (36 a 52 pontos) e disfunção grave (mais de 54 pontos).
Através do questionário, pode-se observar que a intensidade, a
duração e a prevalência de manifestações clínicas que acompanham as disfunções
vestibulares frequentemente afetam a vida familiar, as atividades sociais e
31
profissionais. Consequentemente trazem prejuízos de ordem física, econômica e
psicológica, como irritabilidade, perda da autoconfiança, medo de sair sozinho,
ansiedade, pânico, depressão e frustração, além de causar redução da
concentração e do desempenho, perda de memória e fadiga, restrição de
movimentos, e tudo isto, sem dúvidas, leva a uma piora na QV(61).
Na intenção de reduzir os sintomas desagradáveis, o indivíduo
restringe suas atividades profissionais, sociais e domésticas(59).O desconforto, a
capacidade motora reduzida e o sofrimento psicológico associados levam a
limitações funcionais nas tarefas de cuidados pessoais e atividades de vida diária
instrumentais, especialmente durante a execução das tarefas que exigem bom
equilíbrio postural, rotações cefálicas rápidas e boa acuidade visual dinâmica(5,11,21).
Segundo Patatas, Ganança e Ganança(59), o equilíbrio postural e a
capacidade de se manter ereto e de executar os movimentos do corpo sem
oscilações ou quedas, são fundamentais para adotar e manter posturas, além de
permitir movimentos harmoniosos e conforto físico e mental. Distúrbios que afetam
essa capacidade podem causar importantes manifestações clínicas, tais como
desequilíbrio, marcha instável, sensação de flutuação, quedas, entre outros.
Da Silva et al.(53) relatam que controle postural pode ser referido
como equilíbrio, um termo genérico usado para descrever a habilidade de ajustar o
centro de pressão (COP) na tentativa de manter o centro de massa corporal dentro
dos limites da base de suporte. Esse complexo fenômeno sensório-motor é gerado
pela integração, no SNC, de informações advindas de outros dois sistemas, além do
vestibular: visual e somatossensorial(49).
Assim, se um dos componentes sensoriais apresentar falhas nesta
compensação, por exemplo, o sistema vestibular, reações e sintomas desagradáveis
podem estar presentes no dia a dia destes pacientes. De acordo com Horak(11), o
papel mais importante da informação vestibular para o controle postural é o controle
da orientação da cabeça e do tronco no espaço, em relação à força gravitacional,
sendo as referências sensoriais vestibulares extremamente importantes para o
controle postural em altas frequências e velocidades de movimento corporal.
Segundo Macedo et al.(50), a posturografia, também chamada de
estabilometria, tem sido usada para analisar a habilidade de indivíduos com
disfunção vestibular em manter o equilíbrio postural, em diferentes condições de
conflitos sensoriais. Este exame permite avaliar quantitativamente a componente
32
vestíbuloespinal do equilíbrio, sendo realizada através de uma plataforma de força,
que mensura a excursão ântero-posterior (A/P) e médio-lateral (M/L) do corpo, por
meio de sensores que transformam as oscilações mecânicas das forças de atrito dos
pés com a plataforma em sinais elétricos que são amplificados, gravados e
analisados.
2.5 ABORDAGENS TERAPÊUTICAS NAS VESTIBULOPATIAS
Receitar medicamentos a todos os portadores de queixas
vertiginosas, sem nenhuma discriminação entre os sinais e sintomas apresentados,
foi por muito tempo uma prática clínica comum. Atualmente, o desenvolvimento de
diagnósticos mais precisos, efetuados por otorrinolaringologistas, juntamente com
um maior conhecimento sobre a etiologia de alguns sintomas vestibulares, vem
contribuindo para uma resolução mais efetiva dos transtornos causados pela
tontura(22,62).
De acordo com Ganança et al.(18), baseado em estudos
randomizados, duplo cegos, controlados com placebo e revisões da literatura, é
possível afirmar que as estratégias monoterapêuticas podem não ser suficientes
para uma resolução completa da vertigem. Existem diversas formas de tratamento
das disfunções vestibulares visando à melhora dos sintomas relatados pelos
pacientes. Dentre elas, pode-se citar a terapia farmacológica e a abordagem
fisioterapêutica, através da RV(2-7,63-67).
Embora existam muitas opções para o alívio ou a resolução da
tontura e dos sintomas associados, o esquema terapêutico deve ser projetado com
base no distúrbio específico dos pacientes, levando em consideração a resolução
das doenças subjacentes, o controle da vertigem e dos sintomas neurovegetativos e
psicoafetivos relacionados, a melhora da compensação vestibular e a prevenção dos
fatores agravantes. Um rápido início da ação terapêutica é essencial para restaurar
o bem estar, sendo que o tratamento deve ser bem tolerado pelos pacientes, com
uma baixa incidência de efeitos adversos(18).
33
2.5.1 Abordagem Medicamentosa no Tratamento das Disfunções Vestibulares
Sabe-se que os fármacos antivertiginosos devem ser usados
racionalmente e pelo menor tempo possível(7), em virtude dos efeitos colaterais
advindos do seu uso prolongado, como, por exemplo, o risco de indução do
parkinsonismo(68-70). Deve-se ter cuidado devido à interferência que esses
medicamentos sintomáticos promovem sobre a compensação que ocorre
naturalmente por parte do SNC, especialmente em quadros vertiginosos que duram
mais do que alguns dias(63). Assim, a fim de se evitar a instalação de danos
adicionais aos vestibulopatas, destaca-se a necessidade de se realizar pesquisas de
campo, que permitam estabelecer estratégias e protocolos no manejo da tontura(7).
Soto e Vega(2), em seu estudo, analisaram a neurofarmacologia do
sistema vestibular, com ênfase no mecanismo de ação das drogas utilizadas no
tratamento dos distúrbios vestibulares. Segundo os autores, médicos
otorrinolaringologistas são confrontados constantemente com rápidas mudanças, em
virtude dos avanços no conhecimento da função dos canais iônicos e dos
mecanismos de transmissão sináptica. As drogas que agem sobre o aparelho
vestibular estão envolvidas na homeostase dos líquidos e eletrólitos do ouvido
interno, na regulação do fluxo sanguíneo e na modificação dos processos sensoriais,
incluindo transdução nas células ciliadas e processamento sensorial da informação.
Para Strupp et al.(71), os pré-requisitos para o tratamento
farmacológico bem sucedido das queixas vestibulares constituem os “4 D's”:
diagnóstico correto, droga correta, dosagem apropriada e duração suficiente. Indicar
a dosagem adequada do fármaco é fundamental, pois muitas vezes a dose inicial é
inadequada, de modo que o tratamento se torna ineficaz ou não seja bem tolerado.
As classes de medicamentos úteis no tratamento da vertigem
incluem os fármacos anti-histamínicos, análogos da histamina, antagonistas dos
canais de cálcio, antagonistas dos receptores da dopamina, drogas vasoativas,
anticolinérgicos e benzodiazepínicos. Assim, de modo geral, as drogas que agem
sobre o sistema vestibular podem ser agrupadas em duas categorias principais, de
acordo com seus mecanismos de ação: 1) drogas com efeitos sobre
neurotransmissores e receptores neuromoduladores; 2) drogas que agem sobre
canais iônicos voltagem-dependente(2,23).
34
São exemplos de drogas que agem sobre neurotransmissores e
receptores a Betaistina, Difenildramina, Escopolamina e Atropina, Difenidol,
Meclizina e Ciclizina, Diazepam, Lorazepam e Clonazepam, Baclofeno,
Gabapentina, Fentanil e Droperidol. Embora a Betaistina não seja aprovada para
uso no tratamento de síndromes vestibulares nos Estados Unidos, é a droga mais
comumente usada nos países europeus, no Canadá e na América Latina(2,22). Já Di-
hidropiridinas, como Cinarizina e Flunarizina, Nimodipina e Nitrendipina, Lidocaína,
Carbamazepina e 3,4-Diaminopiridina são exemplos de drogas com efeitos sobre os
canais iônicos voltagem-dependentes(2).
Para Hain e Uddin(23), estes medicamentos podem modificar a
intensidade dos sintomas ou podem afetar o processo da doença subjacente. Assim,
o tratamento da tontura é otimizado quando o médico tem conhecimento detalhado
da farmacologia do medicamento a ser administrado. De acordo com a causa da
tontura, regimes específicos de terapia medicamentosa podem ser adaptados.
Para distúrbios do ouvido interno, tais como a Doença de Ménière e
a neurite vestibular, supressores vestibulares, como anticolinérgicos e
benzodiazepínicos são usados. Tratamentos com medicamentos não são
recomendados, atualmente, para a VPPB e paresia vestibular bilateral, mas o
tratamento fisioterapêutico pode ser muito útil em ambos. Vertigens de origem
central podem ser tratadas com antagonistas dos canais de cálcio, antidepressivos
tricíclicos e beta-bloqueadores. Para vertigens psicogênicas, os benzodiazepínicos
mostraram ser os agentes mais úteis. Bertol e Rodríguez(7) também sugerem a
psicoterapia para o tratamento de pacientes com quadros vertiginosos crônicos ou
recorrentes, apresentando insegurança e sintomas ansiosos.
Em seu estudo, Ganança et al.(18) relataram que Betaistina,
Cinarizina, Clonazepam, Flunarizina ou EGb 761 foram mais eficazes que o não uso
de medicação, no tratamento da Doença de Ménière. Betaistina, Cinarizina ou
Clonazepam foram igualmente eficazes, e Betaistina mais eficaz do que Flunarizina
ou EGb 761 em pacientes com outras vestibulopatias periféricas. Relatam ainda que
todas as drogas estudadas alcançaram seus melhores efeitos antivertiginosos após
quatro meses de tratamento.
Já Santos et al.(58), em seu estudo com idosos com queixas de
tontura, observaram que a utilização de medicamentos otoneurológicos não foi
associada com pior ou melhor QV em relação aos idosos que não os utilizavam.
35
Para justificar este fato, os autores salientam que, provavelmente, na fase crônica
das vestibulopatias descompensadas a farmacoterapia já não tenha tanto efeito.
Não havendo controle dos sintomas, deve-se associar medicações
de classes diferentes, jamais da mesma classe, evitando-se a polifarmácia. É
importante lembrar que o uso abusivo de antivertiginosos pode, por si só, levar ao
agravamento dos sintomas, por aumentar o risco de interações medicamentosas e
de eventos adversos, levando à piora dos sintomas da tontura(22).
Soto e Vega(2) afirmam que apesar da existência de um grande
arsenal farmacológico para o tratamento dos distúrbios vestibulares, é
extremamente difícil avaliar a eficácia das drogas usadas, devido à complexidade do
sistema e dos processos adaptativos de compensação. Uma análise crítica da
literatura existente revela que há uma falta significativa de informações que definam
a utilidade real dos diversos medicamentos utilizados no tratamento clínico dos
distúrbios vestibulares, além da falta de estudos clínicos utilizando uma análise
comparativa com alto nível de confiabilidade.
2.5.2 Fisioterapia no Tratamento das Disfunções Vestibulares
Comprometimentos das funções corporais e limitações das
atividades em pacientes vestibulopatas podem ser tratados através de recursos
fisioterapêuticos convencionais, como terapia manual cervical, exercícios de
propriocepção e equilíbrio, alongamentos e cuidados posturais. Atualmente, como
tratamento complementar às condutas tradicionais em fisioterapia, vem se
destacando a RV, que pode promover a cura completa em 30% dos casos e
diferentes graus de melhora em 85% dos indivíduos(12,37).
Criada na Inglaterra, em 1946, pelo médico Cawthorne e o
fisioterapeuta Cooksey, a RV foi implantada há cerca de duas décadas no Brasil e
vem sendo um meio de tratamento para vestibulopatas, observando-se resultados
efetivos para estes. Exercícios como os de Cawthorne e Cooksey implementam
subsídios para que novos rearranjos das informações sensoriais periféricas
aconteçam, permitindo que novos padrões de estimulação vestibular, necessários
para novas experiências, passem a ser realizados de forma automática(56,62).
A RV visa reduzir a tontura e a instabilidade do corpo, e tem sido
uma estratégia importante e eficaz utilizada para tratar pacientes com distúrbios do
36
equilíbrio postural. Assim, a RV busca melhorar a competência e o bem estar do
paciente no desempenho das atividades diárias, e também restaurar a orientação
espacial o mais próximo do fisiológico possível, estimular a estabilização visual,
reduzir o desconforto durante a movimentação da cabeça, bem como propiciar maior
estabilidade da postura corporal, no repouso e no movimento(21,58,59).
Assim, segundo Ricci et al.(12), a RV não é um tratamento etiológico.
Porém, por meio de mecanismos centrais de neuroplasticidade, auxilia na obtenção
da compensação vestibular, visando atenuar ou eliminar os sintomas. Sua proposta
de atuação é baseada em mecanismos conhecidos como adaptação, habituação e
substituição, sendo essa compensação caracterizada pela sequência de fenômenos
periféricos e centrais que ocorrem após uma lesão vestibular, com a finalidade de
restabelecer a função do sistema, ou seja, o equilíbrio postural.
A adaptação vestibular se refere a aprender a receber e a processar
informações, podendo elas serem inadequadas ou incompletas, adequando-as aos
estímulos apresentados. A habituação é a redução de respostas sensoriais, devido à
repetição de estímulos que diminuem a resposta vestibular. Já a substituição é a
priorização central da percepção sensorial, que substitui as informações que estão
ausentes ou conflitantes no controle do equilíbrio(66,72).
A RV deve ser seguida em três etapas de igual importância: 1)
orientação, na qual o paciente e sua família são esclarecidos a propósito do
funcionamento básico do equilíbrio, de seus sintomas e do tratamento proposto; 2)
treinamento, composto por movimentos repetidos de olhos, cabeça, tronco e
exercícios de marcha; e 3) acompanhamento, período em que o progresso do
paciente é monitorado e as orientações são enfatizadas, normalmente com duração
de três meses. A RV é considerada uma opção segura, por não oferecer riscos de
efeitos colaterais, além de ser econômica e eficiente(4,10,15,65,73).
O sucesso da RV pode ser influenciado por vários fatores como a
idade do paciente, a prática de atividade física, o estado emocional, o uso de
medicamento e a presença de doenças do SNC(59). Para Kohler, Azevedo e
Soares(62), as razões da melhora da reabilitação labiríntica são decorrentes das
adaptações neurais multifatoriais, substituições sensoriais, recuperação funcional
dos reflexos vestíbulo ocular e vestíbulo espinal, condicionamento global, alteração
do estilo de vida e até mesmo efeito placebo.
37
Quanto à satisfação e melhora do quadro clínico dos pacientes
portadores de vestibulopatias, verifica-se subjetivamente que estes se tornam mais
confiantes para a realização de suas atividades de vida diária, sentem-se mais
contentes e, algumas vezes, motivados a iniciar práticas corporais ou atividade física
antes não imaginadas. Assim, a RV é uma conduta adequada e seus resultados
devem ser interpretados como positivos em função das expectativas do terapeuta e
do paciente(21,37).
Ainda, segundo Ganança et al.(18), os resultados terapêuticos em
pacientes com disfunção vestibular melhoram significativamente com o uso
concomitante de controle etiológico, farmacoterapia, exercícios de reabilitação
vestibular personalizados, controle dietético e modificações no estilo de vida. Para
os autores, o uso de uma modalidade terapêutica combinada pode levar à melhora
ou resolução mais rápidas e mais duradouras dos sintomas do que com a
monoterapia, ou aplicação isolada de uma modalidade terapêutica, apenas.
Os exercícios de reabilitação vestibular foram eficientes em 51,1%
dos pacientes quando usados isoladamente. No mesmo estudo, foi observada
melhora da vertigem com farmacoterapia em 75,1% dos pacientes com
vestibulopatias periféricas e em 39,8% dos pacientes com vestibulopatias centrais.
No entanto, uma combinação de modalidades terapêuticas promoveu a melhora da
vertigem em 96,0% dos casos(18). Morozetti, Ganança e Chiari(21) também afirmam
que, segundo a literatura pesquisada, a combinação de diferentes recursos
terapêuticos disponíveis, recomendados para cada paciente, produz resultados
superiores e a ocorrência de recidivas é menor.
38
3 ARTIGOS
3.1 ARTIGO ORIGINAL 1
CARACTERIZAÇÃO CLÍNICO-FUNCIONAL DE PORTADORES DE QUEIXAS
VESTIBULARES
CLINICAL AND FUNCTIONAL CHARACTERISTICS OF PATIENTS WITH VESTIBULAR
COMPLAINTS
(Submetido ao periódico: Brazilian Journal of Otorhinolaryngology – ISSN 1808-8694 –
versão impressa e ISSN 1808-8686 – vesão on-line)
Heloísa Freiria Tsukamoto – Professora do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário
Filadélfia (UniFil); Mestre em Ciências da Reabilitação.
Viviane de Souza Pinho Costa – Professora Titular do Programa de Mestrado Associado
UEL/UNOPAR em Ciências da Reabilitação.
Rubens Alexandre da Silva Júnior – Professor Titular do Programa de Mestrado Associado
UEL/UNOPAR em Ciências da Reabilitação.
Gislaine Garcia Pelosi – Professora Titular do Programa Multicêntrico de Pós-Graduação em
Ciências Fisiológicas, Universidade Estadual de Londrina (UEL).
Luciana Lozza de Morais Marchiori – Professora Titular do Programa de Mestrado Associado
UEL/UNOPAR em Ciências da Reabilitação.
Cláudia Regina Sanches Vaz – Médica Especialista; Otorrinolaringologista.
Karen Barros Parron Fernandes – Professora Titular do Programa de Mestrado Associado
UEL/UNOPAR em Ciências da Reabilitação.
Autor responsável: Karen Barros Parron Fernandes - Centro de Pesquisa em Ciências da
Saúde - UNOPAR. Avenida Marselha 591, Jardim Piza. CEP: 86041-140 - Londrina, PR –
Brasil. Telefone: (43) 3371-9848.
E-mail: [email protected]
Não há conflitos de interesse.
39
RESUMO Introdução: As vestibulopatias afetam a capacidade funcional e a qualidade de vida. Apesar de evidências sobre a reabilitação vestibular, o principal tratamento ainda é o farmacológico. Contudo, a eficácia do tratamento farmacológico na fase crônica da doença ainda é um assunto controverso. Objetivo: Caracterizar o perfil de portadores de queixas vestibulares e comparar os dados clínico-funcionais, a auto-percepção de qualidade de vida e o equilíbrio postural, de acordo com o uso ou não de medicamentos antivertiginosos. Método: Estudo transversal, com amostra de 52 vestibulopatas, divididos em dois grupos, de acordo com o uso (grupo medicado, n=26) ou não (grupo não medicado, n=26) de fármacos antivertiginosos. Foram caracterizados os sintomas, qualidade de vida, intensidade de tontura e equilíbrio postural. Resultados: Observou-se impacto negativo das vestibulopatias sobre a qualidade de vida (Mediana: 45; Intervalo interquartílico: 28,5-68). Verificou-se intensidade moderada de tontura (Mediana: 5; Intervalo interquartílico: 2-6). A estabilometria revelou maior oscilação corporal quando os indivíduos permaneciam na posição de semi-Tanden (p<0,001), aumentando o desequilíbrio postural. Quando comparados os dois grupos, não houve diferença estatisticamente significante. Conclusão: Portadores de vestibulopatias sofrem prejuízos em sua qualidade de vida e equilíbrio postural, em virtude da presença de sintomas vertiginosos. Contudo, a utilização de medicamentos antivertiginosos na fase crônica da doença não apresentou benefício adicional sobre a melhora do quadro clínico dos pacientes. Palavras-chave: Tontura. Qualidade de vida. Equilíbrio postural. Fármacos. Reabilitação. ABSTRACT Introduction: Vestibular diseases may affect negatively functional status and quality of life. Despite there are evidences concerning the importance of vestibular rehabilitation, the main treatment is still with anti-vertigo drugs. However, the effectiveness of pharmacological treatment during chronic stages of the disease is still uncertain. Objective: This study aimed to identify the profile of patients with vertigo as well as to compare the clinical and functional data, the self-perception of quality of life and the postural balance, according to the use and non-use of anti-vertigo drugs. Method: Fifty-two subjects who suffered chronically from peripheral vestibular dysfunction were enrolled at this cross-sectional study. The sample was divided into two groups according to the use (medicated group, n=26) or not (non-medicated group, n=26) of anti-vertigo drugs. Information regarding vertigo symptoms, quality of life, dizziness visual analogue scale and stabilometry using force platform were collected. Results: It was observed that vertigo has negative effect on quality of life(Median 45, Interquartile Range: 28.5-68). A moderate dizziness was identified among the individuals (Median: 5; Interquartile Range: 2-6). The stabilometry showed more body oscilation when the individuals were at semi-tanden position (p<0.001), evoking balance impairment. No statistically significant differences were observed when both groups were compared. Conclusion: Patients with vertigo suffer damage on their quality of life and postural balance, due to the presence of vertigo symptoms. However, the use of antivertigo drugs at the chronic stages of the disease showed no additional benefits concerning the improvement of clinical status of the patients. Keywords: Dizziness. Quality of life. Postural balance. Medicines. Rehabilitation.
40
INTRODUÇÃO
Tontura, vertigem e instabilidade postural são sintomas que influenciam
negativamente a capacidade funcional e a qualidade de vida (QV) de indivíduos de ambos os
gêneros e de diferentes faixas etárias(1,2). Geralmente, essa sintomatologia decorre de lesão ou
disfunção periférica unilateral do aparelho vestibular ou da porção vestibular do VIII nervo
encefálico(3,4), condições denominadas em conjunto como vestibulopatias, frequentemente de
etiologia indeterminada(5).
As vestibulopatias ou disfunções vestibulares são doenças decorrentes do
funcionamento inadequado do sistema vestibular periférico ou central. Localizado no ouvido
interno, este sistema tem como função a auxiliar a manutenção do equilíbrio postural, que
pode ser definido como a capacidade de manter a posição estável de um corpo em movimento
ou em repouso(6,7). É um processo complexo, que envolve a recepção e a integração dos
estímulos sensoriais (vestibular, visual e proprioceptivo), o envio para o sistema nervoso
central (SNC), o planejamento e a execução dos movimentos(3,7).
Estima-se que os sintomas vestibulares afetam 5 a 10% da população mundial, sendo
o sintoma mais comum após os 65 anos(8). Em adultos, a prevalência é de 5% e a incidência
de 1,4%, sendo que os índices aumentam com a idade e são de duas a três vezes mais altos em
mulheres(9,10). Disfunções vestibulares estão presentes em 49,4% dos idosos de 60 a 69 anos,
aumentando para 84,8% em pessoas com mais de 80 anos(11).
A intensidade e a duração das manifestações clínicas que acompanham as
vestibulopatias frequentemente comprometem as atividades sociais, familiares e profissionais
trazendo prejuízos físicos, financeiros e psicológicos, como a perda da autoconfiança,
depressão e frustração, além de provocar, também, uma diminuição da concentração e do
rendimento(12). Em números absolutos, tem-se uma considerável parcela da população
predisposta a limitações funcionais, decorrentes de disfunções do sistema vestibular. Isto
41
acarreta baixos índices de QV nestes indivíduos, além do incremento dos custos para o
sistema de saúde(9,11). Desta forma, dar importância para uma assistência resolutiva deste
problema é fundamental(2,13).
Uma das intervenções mais utilizadas e procuradas pelos vestibulopatas é a
medicamentosa, sendo comum a indicação de fármacos antivertiginosos das classes dos
antagonistas dos canais de cálcio, análogos da histamina, anticolinérgicos, anti-histamínicos,
antidopaminérgicos e/ou benzodiazepínicos. Porém, muitos dos portadores dessas queixas são
atendidos por médicos da atenção primária, que por vezes subestimam os sintomas
otoneurológicos prescrevendo medicamentos indiscriminadamente, a despeito de seus efeitos
adversos(4,14). Por esta razão, a conduta mais adequada seria o encaminhamento deste
indivíduo para a especialidade de otorrinolaringologia(15), pois sabe-se que fármacos
antivertiginosos devem ser usados racionalmente e pelo menor tempo possível(4,16).
Deve-se considerar ainda que o uso de uma única modalidade terapêutica pode não
ser suficiente para a resolução completa das queixas vestibulares(13), visto que o tratamento
farmacológico pode proporcionar apenas o alívio momentâneo dos sintomas, e não a
compensação central por parte do SNC, mediada por mecanismos de neuroplasticidade(16,17).
Ainda, investigar a etiologia da disfunção vestibular e avaliar os componentes físico-
funcionais afetados é imprescindível para a restauração da integridade do funcionamento do
sistema vestibular.
Além disso, uma análise crítica da literatura existente revela que ainda faltam
informações que definam a real utilidade dos diversos medicamentos prescritos no tratamento
clínico dos distúrbios vestibulares(2), sendo que há carência de ensaios clínicos controlados
sobre o tema. Por outro lado, sabe-se que atenção especial deve ser dada ao tempo de duração
dos sintomas, pois existem diferenças na abordagem do indivíduo em estágio agudo ou
crônico da vestibulopatia(16,17).
42
Neste contexto, destaca-se a necessidade de pesquisas de campo que definam as
características clínicas e funcionais apresentadas pelos indivíduos portadores de queixas
vestibulares, visto a escassez de estudos de base populacional publicados(18), especialmente
para a população brasileira. Assim, será possível estabelecer estratégias e protocolos no
manejo da tontura(4).
Desta forma, os objetivos deste estudo foram caracterizar o perfil de indivíduos
portadores de queixas vestibulares de uma cidade da região sul do Brasil e comparar os dados
clínico-funcionais, a auto-percepção de QV e o equilíbrio postural, de acordo com o uso ou
não de fármacos antivertiginosos.
MÉTODOS
Trata-se de um estudo descritivo e comparativo, do tipo transversal, com abordagem
quantitativa, desenvolvido nas dependências da Clínica de Fisioterapia da Universidade Norte
do Paraná (Unopar), na cidade de Londrina-PR, no período de março de 2012 a novembro de
2013.
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da
Unopar (parecer nº 177.276/12) e todos os participantes assinaram um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido.
Foi selecionada para o estudo uma amostra de conveniência de indivíduos portadores
de vestibulopatias, encaminhados de diferentes serviços médicos do município de Londrina-
PR. Os indivíduos foram selecionados com base nos seguintes critérios de elegibilidade,
abaixo descritos:
a) critérios de inclusão - indivíduos de ambos os gêneros, portadores de
vestibulopatias periféricas, diagnosticadas clinicamente por um médico, apresentando
sintomas vestibulares, com pontuação maior ou igual a um ponto na Escala Visual Analógica
43
(EVA) de Tontura ou com pontuação maior ou igual a 16 pontos no questionário Dizziness
Handicap Inventory (DHI).
b) critérios de exclusão - indivíduos portadores de deficiência visual e/ou auditiva
grave, disfunções ortopédicas que limitassem a realização das atividades propostas, lesões do
sistema nervoso que acarretassem prejuízos motores e/ou sensitivos adicionais, e/ou
vestibulopatia periférica do tipo vertigem posicional paroxística benigna (VPPB) ou Doença
de Ménière.
Após a seleção, os participantes foram divididos em dois grupos: 1) Grupo medicado
(GM): formado pelos sujeitos de pesquisa que faziam uso de medicamentos antivertiginosos,
no período de participação no estudo; 2) Grupo não medicado (GN): formado pelos sujeitos
de pesquisa que não fizeram uso de medicamentos antivertiginosos, durante o período de
participação no estudo.
Ressalta-se aqui que nenhuma modificação na dosagem, na frequência de uso ou na
classe do fármaco antivertiginoso administrado foi realizada pelos pesquisadores responsáveis
por este estudo, sendo que todos os medicamentos foram prescritos aos participantes,
previamente, pelo médico que os encaminhou para a avaliação.
Procedimentos do estudo
Inicialmente, os portadores de queixas vestibulares eram avaliados no setor de
Fonoaudiologia, por meio da realização da manobra diagnóstica de Dix-Hallpike, a fim de
descartar sintomas decorrentes de VPPB. Quando o resultado da manobra era positivo, o
indivíduo recebia tratamento através da realização da manobra de reposicionamento de Epley,
por uma fonoaudióloga especializada. Quando o resultado da manobra diagnóstica de Dix-
Hallpike era negativo, o indivíduo era, então, encaminhado ao setor de Fisioterapia, sendo
realizada a avaliação fisioterapêutica.
44
A coleta dos dados foi realizada por profissional fisioterapeuta especializado, através
de um protocolo composto pelos seguintes instrumentos de avaliação:
- Ficha de identificação do participante, com coleta dos dados pessoais, anamnese, dados de
exames otoneurológicos complementares, antecedentes pessoais, uso de medicamentos
antivertiginosos, uso de outros medicamentos e queixa principal.
- Ficha de avaliação dos sintomas vertiginosos, aplicada sob a forma de entrevista, a fim de
interrogar o participante acerca das seguintes variáveis: tempo de evolução clínica,
características da tontura, duração da tontura, periodicidade da tontura e sintomas
neurovegetativos associados(19,20).
- Questionário Dizziness Handicap Inventory (DHI), elaborado e validado com o objetivo de
avaliar a auto-percepção dos efeitos impostos pela tontura sobre a QV. Utilizado em muitos
países, foi traduzido e adaptado para aplicação na população brasileira por Castro et al.(21). É
composto por 25 questões, que analisam a ocorrência de prejuízos nos aspectos físicos (sete
questões), funcionais (nove questões) e emocionais (nove questões) do dia a dia do indivíduo.
Para cada questão, existem três possibilidades de respostas: “sim” (quatro pontos), “às vezes”
(dois pontos) e “não” (zero ponto). A pontuação máxima possível é de 100 pontos, sendo que
quanto maior o valor, pior a percepção da QV do indivíduo. A classificação da disfunção foi
estabelecida por Yorke et al.(22) da seguinte maneira: disfunção leve (16 a 34 pontos),
disfunção moderada (36 a 52 pontos) e disfunção grave (mais de 54 pontos).
- Escala Visual Analógica (EVA) de Tontura, que indica a intensidade dos sintomas
vertiginosos, e varia em uma escala numérica de zero a dez, onde zero indica a ausência de
tontura e dez, a pior intensidade de tontura(23). Este instrumento consiste numa forma gráfico-
visual de determinar, através de auto-relato, a intensidade da tontura no momento da
avaliação.
45
- Estabilometria, para avaliar o equilíbrio postural, sendo que os participantes foram avaliados
sobre uma plataforma de força nomeada BIOMEC400 (EMG System do Brasil, SP Ltda.),
com os dados amostrados a 100 Hz(24). Foram utilizadas as variáveis centro de pressão (COP,
em cm2) e velocidade média de oscilação do COP (VEL, em cm/s) em ambas as direções de
movimento: ântero-posterior (A/P) e médio-lateral (M/L).
Os participantes foram avaliados seguindo um protocolo padronizado pelos
pesquisadores, estando na posição ortostática, em quatro condições distintas, descritas a
seguir: 1) apoio bipodal, com os pés alinhados, de olhos abertos (BOA); 2) apoio bipodal,
com os pés alinhados, com rotação cefálica para a direita e para a esquerda, seguindo
feedback sonoro, usando um metrônomo (BRC); 3) apoio bipodal, na posição de semi-Tanden
(pé direito a frente do pé esquerdo ou o contrário, segundo preferência do participante, com
leve espaço entre os pés), de olhos abertos e de olhos fechados (STOA e STOF,
respectivamente). Em cada postura, o paciente deveria permanecer sobre a plataforma de
força por 30 segundos. Duas coletas foram feitas para os testes 2 e 3, com intervalo de 30
segundos entre elas. Para o teste 1, apenas uma tentativa foi realizada. A ordem das posturas
foi obtida através de aleatorização simples (sorteio), feita pelo próprio indivíduo, antes do
início dos testes.
O protocolo foi padronizado, sendo os sujeitos avaliados com os pés descalços,
membros superiores soltos e relaxados ao lado do corpo, com a cabeça posicionada
horizontalmente ao plano do solo, com olhos direcionados para um alvo fixo na parede, no
mesmo nível dos olhos, em distância frontal de 2,5 metros (para testes com os olhos
abertos)(24).
46
Análise dos dados
Os dados foram analisados de forma descritiva e analítica, através do programa
Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 20.0. As variáveis categóricas, relativas
às características da tontura, foram apresentadas por meio de frequências absolutas e relativas.
Para verificar a existência de associação entre estas variáveis e o uso de medicamentos
antivertiginosos foi utilizado o teste de Qui quadrado. Para verificar a normalidade dos dados
das variáveis numéricas do estudo, utilizou-se o teste de Shapiro Wilk. Uma comparação entre
as quatro tarefas dos testes estabilométricos, da amostra total, foi realizada através do teste de
Wilcoxon. Para verificar a existência de correlação entre variáveis, utilizou-se a Correlação de
Spearman. Para a comparação entre os grupos GM e GN, utilizou-se o teste de Mann
Whitney, já que o pressuposto de normalidade não foi atendido. E por fim, o teste de Mann
Whitney foi novamente utilizado para a comparação entre indivíduos medicados e não
medicados, utilizando como valor de corte a mediana do tempo de sintomas. Foi estabelecido
um intervalo de confiança de 95% e nível de significância de 5% (p<0,05) para todos os testes
aplicados.
RESULTADOS
Caracterização da amostra
Participaram do estudo 52 indivíduos com diagnóstico clínico de Síndrome
Vestibular Periférica, sendo a mediana da idade igual a 57,5 [49-64] anos, variando de 15 a 83
anos. Trinta e nove (75,0%) participantes relataram serem portadores de doenças de outros
sistemas corporais, como hipertensão arterial e hipotireoidismo. Quanto à atual
ocupação/profissão, destaca-se que 14 (26,9%) eram aposentados, 13 (25,0%) do lar e sete
(13,5%) professoras. Os demais dados clínico-funcionais estão mostrados na tabela 1.
47
Qualidade de vida e intensidade de tontura
Os resultados da análise do questionário DHI mostraram que os sintomas
vestibulares provocavam impacto negativo sobre a QV dos participantes, com valor mínimo
de 16 e máximo de 96 pontos (tabela 2). Através da estratificação padronizada por Yorke et
al.(22), 19 (36,5%) apresentavam disfunção leve, 14 (26,9%) disfunção moderada e 19 (36,5%)
disfunção grave.
A EVA de tontura revelou que, no dia da avaliação, a intensidade de tontura era
moderada para a maioria dos participantes, sendo que os valores mínimo (zero) e máximo
(dez) foram referidos (tabela 2). Porém, mesmo quando a pontuação nesta escala foi igual a
zero, que denota a ausência de sintomas, o participante foi incluído no estudo por apresentar
pontuação maior que 16 pontos no questionário DHI. Ainda, encontrou-se correlação fraca
entre o domínio aspectos funcionais do DHI e a EVA de tontura (rS=0,28; p=0,03) para a
amostra total.
Equilíbrio postural
Na estabilometria, o tempo de permanência foi de 30 segundos em todos os testes
para 47 (90,4%) participantes. Apenas cinco (9,6%) não conseguiram concluir o tempo total,
especialmente nas provas de STOF e BRC, em virtude de desconfortos causados pela
presença de sintomas no momento dos testes. Para estes, foi considerado o tempo total de
permanência no tratamento dos dados (tabela 2). Nota-se que na comparação entre os valores
do COP das quatro condições dos testes, houve diferença estatisticamente significante, com
p<0,001.
48
Uso de fármacos antivertiginosos
Com relação ao uso de medicamentos antivertiginosos, 26 participantes (50%)
faziam uso de fármacos, sob prescrição médica, e os demais 26 (50%) sujeitos referiram não
usar nenhuma classe de medicamento para este fim. Assim, foram formados os dois grupos do
estudo: GM (grupo medicado), composto por 23 mulheres e três homens, com mediana de
idade de 52,5 [43,75-63,25] anos, e GN (grupo não medicado), composto por 21 mulheres e
cinco homens, com mediana de idade de 61,5 [53-65] anos. Dos 26 indivíduos do GM, 21
(80,8%) utilizavam apenas uma classe de fármaco, enquanto que cinco (19,2%) utilizavam
duas classes diferentes de medicamentos antivertiginosos (tabela 3).
Comparação das variáveis clínico-funcionais em relação ao tratamento medicamentoso
Na comparação entre os grupos GM e GN, não houve diferença estatisticamente
significante no DHI, EVA de tontura e nos parâmetros analisados nos quatro testes da
estabilometria. Os dados estão mostrados na tabela 2.
Não houve associação entre fazer uso de medicamento e as variáveis categóricas do
estudo: queixa principal (p=0,52), período das crises (p=0,54), periodicidade das crises
(p=0,42), caracterização das crises (p=0,19), duração das crises (p=0,77) e sintomas
neurovegetativos associados (p=0,24).
Comparação dos grupos GM e GN em relação ao tempo de sintomas
Por fim, realizou-se uma análise comparativa entre indivíduos medicados e não
medicados, segundo o tempo de sintomas, a fim de verificar se este poderia influenciar nos
resultados. Para isto, utilizou-se o valor da mediana do tempo de sintomas (três anos) como
valor de corte para dividir os portadores de vestibulopatias. Nota-se que não foram
49
encontradas diferenças estatisticamente significantes entre os valores do DHI, EVA de tontura
e parâmetros estabilométricos. Os dados estão mostrados na tabela 4.
DISCUSSÃO
Tontura é um sintoma comum em indivíduos de todas as idades, sendo uma queixa
extremamente frequente em todo o mundo. Para Nishino, Granato e Campos(25), um dos
motivos que a tornam tão frequente é a sua diversidade etiológica. Moraes et al.(26) apontam
que a prevalência de tontura cresce significativamente com o aumento idade, como neste
estudo, onde 78,8% dos participantes tinham idade superior a 46 anos.
Observou-se também uma proporção maior de indivíduos do gênero feminino
(84,6%). Segundo Neuhauser e Lempert(9) e Ganança et al.(27) a tontura é mais frequente em
mulheres, numa proporção de 2:1, devido à associação de doenças vestibulares com
disfunções hormonais e metabólicas e, ainda, a maior preocupação feminina em procurar
orientação médica em relação aos homens. Isto pode justificar esta prevalência, e também,
ajuda a explicar o fato da maior procura pelo atendimento ter sido feita por mulheres.
Dos 52 participantes do estudo, 39 (75%) relataram serem portadores de doenças de
outros sistemas corporais. Bittar et al.(28) ressaltam que de nada adianta tratar
sintomaticamente os problemas vestibulares, na persistência de outras disfunções não
controladas, que podem ser fatores etiológicos. Para Yardley et al.(29), em idosos estes
sintomas estão comumente relacionados com doenças cardiovasculares e neurológicas, e
polifarmácia. Já nos adultos, com disfunções próprias do labirinto e distúrbios psiquiátricos.
Santos et al.(19) também concordam que vestibulopatias não compensadas ou associadas a
acometimentos de outros sistemas poderiam provocar maiores danos à QV dos indivíduos
portadores de sintomatologia vestibular.
50
Verificou-se neste estudo, também, a não existência de um período do dia específico
para o aparecimento dos sintomas, que eram diários e com duração de horas ou até dias, para
a maioria dos participantes. Sintomas neurovegetativos associados com as crises, como
náuseas, vômitos, sudorese, fadiga e sonolência, mostraram-se presentes em 50 (96,2%)
participantes.
Como possível consequência desta sintomatologia, Ganança et al.(27) relatam que os
portadores de tontura acabam por restringir atividades sociais e laborais, com o intuito de
reduzir o risco de aparecimento dos sintomas desconfortantes e assustadores, e também, para
evitar o embaraço social e o estigma que os mesmos podem causar. Apesar disto, Skoien,
Wilhemsen e Gjaesdal(30) apontam que estes sintomas não são causas frequentes de atestados
e afastamento do trabalho.
No presente estudo, a QV se mostrou prejudicada para todos os participantes, com
pontuação mínima do DHI total igual a 16 pontos. Segundo Yorke et al.(22) este valor já indica
que há impacto negativo na vida diária do indivíduo devido à presença de tontura, sendo que
pontuações maiores que 10 pontos já sinalizam a necessidade de avaliação do portador de
disfunção por um especialista.
As pontuações do DHI total e seus três domínios foram semelhantes aos valores
encontrados no baseline de outros estudos, como o de Santos et al.(19), Hansson e
Magnusson(31), Bayat et al.(32), Giray et al.(33), Patatas, Ganança e Ganança(34), Nishino,
Granato e Campos(25), Morettin, Mariotto e Costa Filho(35) e Albera et al.(36). Salienta-se aqui,
que nos estudos onde foi empregada alguma modalidade de tratamento a fim de minimizar os
sintomas vestibulares houve melhora da auto-percepção de QV, com diminuições
significativas na pontuação do questionário DHI.
Uma fraca correlação entre o domínio aspectos funcionais do DHI e a EVA de
tontura foi encontrada para a amostra total, e isto pode significar que quanto mais intensa é a
51
tontura, maior prejuízo sobre a QV sofrerá o indivíduo, durante a realização de suas
atividades profissionais, domésticas, sociais e de lazer, mostrando o caráter restritivo dos
sintomas vestibulares no cotidiano dos doentes(25,27,34).
Ainda, um desempenho ruim nas atividades diárias do vestibulopata pode ocorrer,
também, por influências de um pobre controle postural, por acarretar ansiedade e medo, assim
como dificuldades de locomoção e orientação(24).
Bastos, Lima e Oliveira(5) analisaram parâmetros estabilométricos de portadores de
tontura e compararam com um grupo controle, sem queixas vestibulares, e verificaram que os
dois grupos tinham um comportamento diferente entre si. Os resultados obtidos pelos
indivíduos com queixas foram considerados alterados quando comparados com os dos
sujeitos sem queixas, mostrando que a disfunção vestibular acarreta prejuízos sobre o controle
postural dos indivíduos.
De acordo com Horak(7), o papel mais importante da informação vestibular para o
equilíbrio postural é o controle da orientação da cabeça e do tronco no espaço, em relação à
força gravitacional, sendo as referências sensoriais vestibulares extremamente importantes
durante altas frequências e velocidades de movimento corporal. Possivelmente, por esta razão
é que valores maiores foram encontrados no teste BRC, comparando com os valores do teste
BOA (p<0,001).
Da mesma forma, espera-se que ao modificar estímulos proprioceptivos (como no
teste STOA) e/ou visuais (como no teste STOF) ocorra um aumento das oscilações
posturais(5). Estas hipóteses foram confirmadas no presente estudo, visto que os valores das
medianas da área do COP e da VEL A/P e M/L aumentaram entre as duas condições (maiores
em STOA com relação ao BOA; maiores em STOF com relação ao STOA, com p<0,001).
Por fim, Adamo, Pociask e Goldberg(37) também observaram que a velocidade de
oscilação corporal foi maior em superfícies instáveis, com a cabeça em extensão, e de olhos
52
fechados, sugerindo que as respostas de oscilação postural dependem da integração
combinada de diferentes fontes de informação sensorial, em adultos saudáveis. Assim, quando
um dos componentes sensoriais apresenta falhas, por exemplo, o sistema vestibular, reações e
sintomas desagradáveis podem estar presentes no dia a dia(38), como para os participantes
deste estudo.
Em relação aos fármacos antivertiginosos, observou-se que não houve diferença
estatisticamente significante entre estar ou não fazendo uso de medicamentos antivertiginosos,
no período de avaliação, com relação ao DHI (total e domínios), EVA de tontura e parâmetros
estabilométricos do equilíbrio postural.
Em seu estudo, Santos et al.(19) apontam que a utilização de medicamentos
antivertiginosos não foi associada com pior ou melhor QV em relação aos sujeitos que não os
utilizavam. A suposição dos autores é a de que, provavelmente, na fase crônica das
vestibulopatias descompensadas a farmacoterapia já não tenha tanto efeito relacionado aos
aspectos investigados. Meldrum et al.(17) sugerem que o uso de medicamentos antivertiginosos
deve ser feito na fase aguda das disfunções vestibulares, sendo que em estágio crônicos, o
mais indicado como abordagem terapêutica é a reabilitação vestibular (RV).
Como o tempo de sintomas da maior parte dos participantes deste estudo variou de
um intervalo de um a 45 anos (69,2%), pode-se sugerir que situação semelhante foi
vivenciada pelos indivíduos desta amostra, visto que já se encontram também em estágios
crônicos da disfunção vestibular.
Diante dos resultados do presente estudo, ressalta-se que o médico
otorrinolaringologista assume posição fundamental na avaliação e manejo farmacológico
deste pacientes, por dominar o conteúdo anatomofisiológico referente ao sistema
vestibular(15).
53
Para Strupp et al.(39), os pré-requisitos para o tratamento farmacológico bem sucedido
da sintomatologia vestibular constituem os “4 D's”: diagnóstico correto, droga correta,
dosagem apropriada e duração suficiente. Indicar a dosagem ideal do fármaco antivertiginoso
é fundamental, pois muitas vezes a dose inicial é inadequada, de modo que o tratamento se
torna ineficaz ou não seja bem tolerado.
De acordo com Soto e Vega(2), Singh e Singh(16) e Hain e Uddin(40), é importante
conhecer o mecanismo de ação das drogas usadas no tratamento das disfunções vestibulares
para que a indicação seja benéfica, visto que existem drogas com efeitos supressores do
sistema vestibular (em especial dos núcleos vestibulares), indicadas para distúrbios irritativos,
e drogas com efeitos vasodilatadores, atuando no aumento do fluxo sanguíneo local, indicadas
para distúrbios deficitários. O uso inadequado de fármacos pode piorar o quadro de sintomas
apresentado pelo portador da disfunção.
A duração do uso do medicamento antivertiginoso deve ser criteriosamente avaliada,
pois, se usado por tempo prolongado, este pode retardar a compensação central que ocorre
naturalmente por parte do SNC, prolongando o tempo de recuperação, além de causar
dependência(41). Ainda, segundo Bertol e Rodríguez(4), os medicamentos devem ser retirados
gradualmente, dentro de poucos dias.
Além disso, o uso destes fármacos pode acarretar efeitos colaterais, como cefaleia e
desconforto epigástrico para a betaistina dicloridrato; sonolência, xerostomia, taquicardia e
visão turva para o dimenidrinato, fadiga, sonolência, cefaleia, desconforto epigástrico, ganho
de peso, depressão e sintomas extrapiramidais, para o uso de flunarizina; e cefaleia,
hipotensão e distúrbio gastrintestinal para o extrato de Ginkgo Biloba (EGb 761)(13).
A betaistina dicloridrato constitui a droga mais pesquisada no tratamento de sintomas
vestibulares na atualidade(41), e foi o fármaco mais frequentemente utilizado pelos
participantes deste estudo (61,8%). Segundo Ganança e Caovilla(42), este fármaco
54
antivertiginoso é seguro e eficaz no controle da tontura advinda de vestibulopatias periféricas
ou centrais. Porém, Hain e Uddin(40) salientam que muitos agentes farmacológicos, como a
betaistina, tem pequena eficácia ou não tem, funcionando como placebo. Desde 2002, nos
Estados Unidos, esta droga não é reconhecida como medicação efetiva. É possível que sua
eficácia esteja relacionada com vestibulopatias do tipo Doença de Ménière(36), não tendo ação
comprovada em vestibulopatias periféricas advindas de outras etiologias.
Já a flunarizina foi utilizada isolada ou em associação com betaistina ou
dimenidrinato ou EGb 761, por seis pacientes. Este fármaco atua como bloqueador seletivo de
canal de cálcio, com atividade anti-histamínica, anti-serotoninérgica e anti-dopaminérgica,
apresentando meia vida plasmática longa, com relatos de concentração residual detectada
quatro meses após cessar o uso da droga(43,44). Apesar de ser uma droga amplamente utilizada
em países da Europa e América do Sul, são comuns os relatos de efeitos adversos graves, em
especial distúrbios do movimento, como o parkinsonismo, principalmente em idosos(45,46).
Como limitações do estudo, destacam-se a ausência de dados relacionados ao
diagnóstico topográfico e sindrômico da disfunção vestibular (deficitária ou irritativa) para
alguns participantes, e também, a ausência de comparação dos dados estabilométricos com
uma amostra de indivíduos saudáveis.
Acredita-se que os achados deste estudo possam servir para a prática clínica, no
intuito de alertar os profissionais de saúde, especialmente da atenção primária, quanto à
indicação/prescrição de medicamentos antivertiginosos, visto que a utilização destes fármacos
não esteve associada à melhora clínica de indivíduos portadores de vestibulopatias, além de
predispor ao risco de ocorrência de efeitos colaterais, quando o uso for prolongado e não
controlado.
55
CONCLUSÃO
Sintomas vestibulares estiveram presentes predominantemente em mulheres, sendo
que para a maior parte da amostra estudada observou-se a não existência de um período do dia
específico para o surgimento das crises, que eram diárias e tinham duração de horas ou dias,
com caráter rotatório e/ou de desequilíbrio para a maioria dos participantes. Ainda, estes
sintomas exerciam impacto negativo sobre a QV e o equilíbrio postural.
Nos parâmetros analisados, não foi observada diferença estatística em relação ao
tratamento com fármacos antivertiginosos. Desta forma, sugere-se que a indicação destes
fármacos deve ser criteriosamente avaliada, principalmente na fase crônica da doença.
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59
Tabela 1 – Dados clínicos da amostra total (n= 52). Londrina (2014).
Variável Categorias Frequência
absoluta (n)
Frequência
relativa (%)
Gênero Feminino 44 84,6%
Masculino 08 15,4%
Faixa etária 15 – 30 anos 05 9,7%
31 – 45 anos 06 11,5%
46 – 60 anos 19 36,5%
61 – 75 anos 19 36,5%
76 anos ou mais 03 5,8%
Tempo de sintomas < 1 ano 16 30,8%
de 1 a 10 anos 25 48,0%
de 10 a 20 anos 05 9,7%
20 anos ou mais 06 11,5%
Queixa principal tontura 33 63,4%
tontura e zumbido 11 21,2%
tontura e cabeça pesada 08 15,4%
Período das crises qualquer um 26 50,0%
manhã/tarde 18 34,6%
noite/madrugada 08 15,4%
Periodicidade das crises diária 27 51,9%
semanal 11 21,2%
mensal/esporádica 14 26,9%
Duração das crises segundos/minutos 21 40,4%
horas/dias 31 59,6%
Caracterização das crises vertigem e desequilíbrio 17 32,7%
vertigem 12 23,1%
desequilíbrio 19 36,5%
desequilíbrio e escurecimento da visão 04 7,7%
Sintomas associados sim 50 96,2%
não 02 3,8%
60
Tabela 2 – Dados clínico-funcionais, distribuição dos domínios do DHI, EVA de tontura e
parâmetros estabilométricos para a amostra total, GM e GN. Londrina (2014).
Variável Total
(n= 52)
GM (n= 26)
(mediana [1ºq-3ºq])
GN (n= 26)
(mediana [1ºq-3ºq]) p
Idade (anos) 57,5 [49,0-64,0] 52,5 [43,75-63,25] 61,5 [53,0-65,0] 0,12
Tempo de sintomas (anos)
3,0 [1,0-10,0] 4,5 [1,0-20,] 3,0 [1,0-8,5] 0,45
DHI total
45,0 [28,5-68,0]
43,0 [29,5-71,5]
45,0 [27,5-68,0]
0,84
aspectos físicos 18,0 [12,5-22,0] 18,0 [9,5-24,0] 18,0 [13,5-22,0] 0,94
aspectos funcionais 18,0 [8,5-28,0] 18,0 [8,0-28,0] 19,0 [9,5-28,0] 0,80
aspectos emocionais 12,0 [4,5-12,0] 14,0 [4,0-20,0] 11,0 [5,5-20,0] 0,73
EVA de tontura
5,0 [2,0-6,0]
5,0 [2,0-6,25]
4,5 [2,0-6,25]
0,97
BOA
área do COP (cm2) 1,47 [0,84-3,49] 1,47 [1,01-3,62] 1,52 [0,77-3,03] 0,44
VEL A/P (cm/s) 0,75 [0,65-1,09] 0,74 [0,67-0,87] 0,82 [0,65-1,19] 0,40
VEL M/L (cm/s) 0,57 [0,47-0,22] 0,55 [0,47-0,67] 0,59 [0,47-0,74] 0,58
BRC
área do COP (cm2) 2,96 [1,76-4,65] 3,21 [1,80-5,58] 2,62 [1,66-3,64] 0,20
VEL A/P (cm/s) 1,10 [0,91-1,38] 1,08 [0,90-1,37] 1,10 [0,92-1,42] 0,51
VEL M/L (cm/s) 1,56 [0,65-0,99] 0,85 [0,62-1,02] 0,77 [0,67-0,95] 0,51
STOA
área do COP (cm2) 4,74 [2,20-8,00] 5,37 [3,35-11,16] 3,45 [2,03-6,27] 0,11
VEL A/P (cm/s) 1,41 [1,16-1,89] 1,40 [1,17-1,84] 1,41 [1,18-1,93] 0,73
VEL M/L (cm/s) 1,31 [1,09-1,61] 1,27 [1,09-1,65] 1,31 [1,11-1,53] 0,65
STOF
área do COP (cm2) 7,37 [4,33-12,56] 7,64 [3,91-17,80] 6,77 [4,35-10,17] 0,31
VEL A/P (cm/s) 2,01 [1,65-2,71] 1,92 [1,66-2,72] 2,16 [1,62-2,71] 0,75
VEL M/L (cm/s) 1,96 [1,62-2,54] 1,75 [1,61-2,49] 2,05 [1,54-2,27] 0,33
Notas: DHI – Dizziness Handicap Inventory; COP – centro de pressão;
EVA – Escala visual analógica; VEL – velocidade;
BOA – apoio bipodal com olhos abertos; A/P – ântero-posterior;
BRC – apoio bipodal com rotação cefálica; M/L – médio-lateral;
STOA – semi-Tanden com olhos abertos; 1º q – primeiro quartil (25%);
STOF – semi-Tanden com olhos fechados; 3º q – terceiro quartil (75%).
61
Tabela 3 – Classes de fármacos antivertiginosos usadas pelos participantes do GM. Londrina (2014).
Classe
do medicamento
Frequência
absoluta (n)
Frequência
relativa (%)
1 classe betaistina dicloridrato (Labirin®) 16 61,8%
dimenidrinato (Dramin®) 03 11,5%
flunarizina (Vertix®) 01 3,8%
EGb 761 (Ginkgo Biloba®) 01 3,8%
2 classes flunarizina + EGb 761 03 11,5%
flunarizina +betaistina dicloridrato 01 3,8%
flunarizina + dimenidrinato 01 3,8%
Nota: EGb 761 – extrato de Ginkgo Biloba.
62
Tabela 4 – Comparação entre indivíduos medicados e não medicados, segundo o tempo de
sintomas. Londrina (2014).
Variável
Tempo de sintomas < 3 anos (n=27)
Tempo de sintomas > 3 anos (n=25)
GM (n=11) GN (n=16) GM (n=15) GN (n=10)
DHI total
p=0,84
p=0,67
aspectos físicos p=0,78 p=0,91
aspectos funcionais p=0,60 p=0,55
aspectos emocionais p=0,62 p=0,35
EVA de tontura
p=0,18
p=0,35
BOA
área do COP (cm2) p=0,80 p=0,43
VEL A/P (cm/s) p=0,18 p=0,91
VEL M/L (cm/s) p=0,13 p=0,73
BRC
área do COP (cm2) p=0,62 p=0,16
VEL A/P (cm/s) p=0,78 p=0,50
VEL M/L (cm/s) p=0,74 p=0,71
STOA
área do COP (cm2) p=0,40 p=0,24
VEL A/P (cm/s) p=0,18 p=0,65
VEL M/L (cm/s) p=0,40 p=0,91
STOF
área do COP (cm2) p=0,80 p=0,20
VEL A/P (cm/s) p=0,23 p=0,40
VEL M/L (cm/s) p=0,25 p=0,57
Notas: DHI – Dizziness Handicap Inventory; COP – centro de pressão;
EVA – Escala visual analógica; VEL – velocidade;
BOA – apoio bipodal com olhos abertos; A/P – ântero-posterior;
BRC – apoio bipodal com rotação cefálica; M/L – médio-lateral;
STOA – semi-Tanden com olhos abertos;
STOF – semi-Tanden com olhos fechados.
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3.2 ARTIGO 2
EFETIVIDADE DE UM PROTOCOLO DE REABILITAÇÃO VESTIBULAR PARA
MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA E DO EQUILÍBRIO POSTURAL DE
VESTIBULOPATAS
EFFECTIVENESS OF A VESTIBULAR REHABILITATION PROTOCOL TO
IMPROVEMENT HEALTH-RELATED QUALITY OF LIFE AND POSTURAL
BALANCE IN PATIENTS WITH VERTIGO
(Será submetido ao periódico: International Archives of Otorhinolaryngology –
ISSN 1809-9777 - versão impressa e ISSN 1809-4864 - versão on-line)
Heloísa Freiria Tsukamoto – Professora do Curso de Fisioterapia do Centro
Universitário Filadélfia (UniFil); Mestre em Ciências da Reabilitação.
Viviane de Souza Pinho Costa – Professora Titular do Programa de Mestrado
Associado UEL/UNOPAR em Ciências da Reabilitação.
Rubens Alexandre da Silva Júnior – Professor Titular do Programa de Mestrado
Associado UEL/UNOPAR em Ciências da Reabilitação.
Gislaine Garcia Pelosi – Professora Titular do Programa Multicêntrico de Pós-
Graduação em Ciências Fisiológicas, Universidade Estadual de Londrina (UEL).
Cláudia Regina Sanches Vaz – Médica especialista; Otorrinolaringologista.
Ana Flávia Firmani – Discente do Curso de Fisioterapia da Universidade Norte do
Paraná (UNOPAR).
Stephany Christine Toneto – Discente do Curso de Fisioterapia da Universidade
Norte do Paraná (UNOPAR).
Karen Barros Parron Fernandes – Professora Titular do Programa de Mestrado
Associado UEL/UNOPAR em Ciências da Reabilitação.
Autor responsável: Karen Barros Parron Fernandes - Centro de Pesquisa em
Ciências da Saúde - UNOPAR. Avenida Marselha 591, Jardim Piza. CEP: 86041-
140 - Londrina, PR – Brasil. Telefone: (43) 3371-9848.
E-mail: [email protected]
Não há conflitos de interesse.
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RESUMO Introdução: Tontura pode ser caracterizada como sensação de perturbação do equilíbrio, que causa desconforto e limitações funcionais. Atualmente, tem-se destacado a reabilitação vestibular como abordagem de tratamento. Objetivo: Analisar os efeitos da aplicação de um protocolo de reabilitação vestibular para melhora da qualidade de vida e do equilíbrio postural de indivíduos com queixas vestibulares, e comparar os efeitos entre indivíduos medicados e não medicados com fármacos antivertiginosos. Método: Ensaio clínico não-aleatório, com amostra de 22 vestibulopatas. Foram caracterizados os sintomas, qualidade de vida (Dizziness Handicap Inventory), intensidade de tontura (escala visual analógica de tontura) e avaliou-se o equilíbrio postural. Os participantes foram tratados durante 12 semanas, através de um protocolo de reabilitação vestibular. A amostra foi dividida em dois grupos, segundo o uso (grupo medicado, n=11) ou não (grupo controle, n=11) de fármacos antivertiginosos. Resultados: Observou-se melhora da qualidade de vida (p<0,001) e intensidade de tontura (p=0,001) com a intervenção. Verificou-se melhora do equilíbrio postural através dos testes funcionais, e na estabilometria houve diferença estatisticamente significante em alguns parâmetros. Quando comparados os grupos, não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes. Conclusão: A qualidade de vida e o equilíbrio postural melhoram com a intervenção, porém, esta melhora independe do tratamento farmacológico realizado. Descritores: Tontura. Reabilitação. Qualidade de vida. Equilíbrio postural. Fármacos. ABSTRACT Introduction: Dizziness can be characterized as balance disorder that causes discomfort, leading to several functional limitations. Currently, vestibular rehabilitation has been highlighted as a possible treatment. Objective: Analyze the effects of applying a protocol of vestibular rehabilitation on quality of life and postural balance in patients with vestibular complaints, as well as to compare these effects between the patients taking or not taking anti-vertigo drugs. Method: Non-randomized controlled trial was performed in a sample of 22 patients previously diagnosed with vestibular diseases. Information regarding vertigo symptoms, quality of life through Dizziness Handicap Inventory, visual analogue scale of dizziness and stabilometry using force platform were collected. Patients were treated for 12 weeks by custom protocol. The sample was divided into two groups according to the use (medicated group, n =11) or not (control group, n=11) of anti-vertigo drugs. Results: There was improvement in quality of life (p<0.001) and intensity of dizziness (p=0.001) with the intervention. An improvement of postural balance through functional tests was observed. However, no statistically significant difference was noted in stabilometry. When both groups were compared, no statistically significant differences between the variations of the variables analyzed were found in the re-evaluation session. Conclusion: Quality of life and postural balance are improved with intervention. However, this improvement is not associated with the pharmacological treatment performed. Keywords: Dizziness. Rehabilitation. Quality of life. Postural balance. Medicines.
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INTRODUÇÃO
Definida como ilusão de movimento do próprio indivíduo ou do ambiente que
o circunda, a tontura pode ser caracterizada como uma sensação de perturbação do
equilíbrio do corpo, devido ao conflito entre informações sensoriais advindas dos
sistemas vestibular, visual e proprioceptivo(1). Este sintoma constitui um dos que
influenciam negativamente o bem estar de indivíduos de ambos os gêneros e de
diferentes faixas etárias(2,3).
De acordo com Ganança et al.(4), até os 65 anos de idade a tontura é
considerada o segundo sintoma de maior prevalência mundial. Após esta idade, é o
sintoma mais comum, sendo que em indivíduos com idade superior a 75 anos esta
prevalência é da ordem de 80%. Hanley, O’Dowd e Considine(5) apontam que as
síndromes vertiginosas representam, na Inglaterra, 10,7 consultas a cada mil, na
estatística de morbidade na clínica geral. Neuhauser et al.(6) afirmam que apesar
destes sintomas serem os mais frequentes na atenção primária de saúde, muitas
vezes são subestimados pelos profissionais, sem que haja um devido
encaminhamento para investigação através de um serviço médico especializado.
O desconforto, a capacidade motora reduzida e o sofrimento psicológico
associados levam a limitações funcionais nas tarefas de cuidados pessoais e
atividades de vida diária, especialmente durante a execução das tarefas que exigem
adequado equilíbrio postural, rotações cefálicas rápidas e boa acuidade visual
dinâmica(7-9). Neste contexto, as disfunções vestibulares frequentemente afetam a
vida familiar, as atividades sociais e profissionais, trazendo prejuízos sobre a
qualidade de vida (QV) do indivíduo(10).
Agus et al.(11) relatam que ainda há pouca concordância no tratamento e
controle destes sintomas. Dependendo da sua etiologia, as disfunções vestibulares
podem ser tratadas com farmacoterapia, fisioterapia, psicoterapia e, raramente,
cirurgia(12). Por muito tempo, receitar medicamentos a todos os portadores de
queixas vertiginosas, sem nenhuma discriminação entre os sinais e sintomas
apresentados, foi uma prática clínica comum. Ganança et al.(13) afirmam que estas
estratégias monoterapêuticas podem não ser suficientes para uma resolução
completa das queixas vestibulares, além de predispor os indivíduos à ocorrência de
efeitos colaterais e dependência, quando o uso é prolongado.
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Atualmente, dentre as formas de tratamento descritas para o manejo destas
disfunções, tanto na fase aguda quanto crônica, pode-se citar a abordagem
fisioterapêutica através da reabilitação vestibular (RV)(5,7,14-19), que visa reduzir a
tontura e a instabilidade corporal, sendo uma estratégia de baixo custo e eficaz no
tratamento de distúrbios vestibulares.
Criada na Inglaterra, em 1946, pelo médico Cawthorne e o fisioterapeuta
Cooksey, foi implantada há cerca de duas décadas no Brasil, com relatos de que
pode promover a cura completa em 30% dos casos e diferentes graus de melhora
para 85% dos indivíduos. Assim, segundo Ricci et al.(20), a RV não é um tratamento
etiológico. Porém, estes exercícios fornecem subsídios para que novos rearranjos
das informações sensoriais periféricas aconteçam(4,21).
Por meio de mecanismos centrais de neuroplasticidade, esta terapêutica
auxilia na obtenção da chamada compensação vestibular, visando atenuar ou
eliminar os sintomas desagradáveis impostos pelas vestibulopatias. Sua proposta de
atuação é baseada em mecanismos conhecidos como adaptação, habituação e
substituição, sendo a compensação caracterizada pela sequência de fenômenos
plásticos periféricos e centrais que ocorrem após uma lesão vestibular, com a
finalidade de restabelecer a função do sistema, ou seja, a manutenção do equilíbrio
postural(20).
Na adaptação o sistema vestibular aprende a receber e processar
informações, mesmo que distorcidas e incompletas, adequando-as aos estímulos
apresentados, promovendo modificações neuronais. A habituação consiste na
redução de respostas sensoriais, devido à repetição de estímulos que, ao se
tornarem automáticos, diminuem falhas na resposta vestibular. Já na substituição
ocorre uma troca de aferências sensoriais, sendo que através dos sistemas visual e
proprioceptivo, visa-se substituir as informações que estão ausentes ou conflitantes
no controle do equilíbrio(22-24).
Desta forma, a RV busca melhorar a competência e o bem estar do portador
de vestibulopatia no desempenho das atividades diárias, e também restaurar a
orientação espacial o mais próximo do fisiológico possível, além de estimular a
estabilização visual, reduzir o desconforto durante a movimentação da cabeça, e
propiciar maior estabilidade da postura corporal, no repouso e no movimento(9,25,26).
Sabe-se que protocolos padronizados de RV podem não atender todas as
necessidades funcionais dos vestibulopatas, pois nem sempre englobam exercícios
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que propiciam adaptação, habituação e substituição, conjuntamente. Assim,
segundo Morozetti, Ganança e Chiari(9), a combinação de diferentes recursos
terapêuticos disponíveis produz resultados superiores, com menor ocorrência de
recidivas. Por esta razão, optou-se por aplicar um protocolo adaptado de RV neste
estudo, a fim de verificar sua contribuição no tratamento das queixas vestibulares.
Este protocolo envolve atividades que visam garantir que os mecanismos de
adaptação, habituação e substituição sejam facilitados, promovendo a plasticidade
neural necessária para a recuperação do indivíduo.
Neste contexto, os objetivos deste estudo foram: 1) analisar a efetividade da
aplicação de um protocolo adaptado de reabilitação vestibular na qualidade de vida
e no equilíbrio postural de indivíduos com queixas vestibulares, e 2) comparar estes
efeitos entre indivíduos medicados e não medicados com fármacos antivertiginosos.
MÉTODOS
O estudo foi caracterizado como um ensaio clínico não aleatório,
desenvolvido nas dependências da Clínica de Fisioterapia da Universidade Norte do
Paraná (Unopar), na cidade de Londrina-PR, no período de março de 2012 a
dezembro de 2013. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com
Seres Humanos da Unopar (parecer nº 177.276/12) e todos os participantes
assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Foi selecionada para o estudo uma amostra não casual, de conveniência e
intencional, composta de indivíduos portadores de vestibulopatias, encaminhados de
diferentes serviços médicos do município de Londrina-PR, que se enquadraram nos
seguintes critérios de elegibilidade abaixo especificados:
a) critérios de inclusão: indivíduos de ambos os gêneros, maiores de 18
anos, portadores de vestibulopatias periféricas diagnosticadas clinicamente por um
médico, apresentando sintomas vestibulares, com pontuação maior ou igual a um
ponto na Escala Visual Analógica (EVA) de Tontura ou com pontuação maior ou
igual a 16 pontos no questionário Dizziness Handicap Inventory (DHI).
b) critérios de exclusão: indivíduos portadores de deficiência visual e/ou
auditiva grave, disfunções ortopédicas que limitassem a realização das atividades
propostas, lesões do sistema nervoso que acarretassem prejuízos motores e/ou
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sensitivos adicionais, e/ou vestibulopatia periférica do tipo vertigem posicional
paroxística benigna (VPPB) ou Doença de Mèniére.
No total, 44 portadores de queixas vestibulares foram avaliados. Destes, 20
participantes não concluíram os 12 atendimentos propostos, por variados motivos:
mudança de cidade, motivos pessoais e/ou familiares, indisponibilidade de horário
devido ao trabalho, entre outros. Assim, 24 indivíduos concluíram o protocolo de RV
proposto no estudo. Porém, duas participantes foram excluídas, pois apresentaram
um número de faltas superior a três. Por fim, 22 participantes constituíram dois
grupos para análise: 1) grupo medicado (GM), formado pelos indivíduos que faziam
uso de fármacos antivertiginosos (prescritos pelo médico que encaminhou o mesmo
para o serviço de fisioterapia); e 2) grupo controle (GC), formado pelos indivíduos
que não usaram fármacos antivertiginosos no período de participação no estudo
(figura 1).
Figura 1 – Fluxograma.
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Procedimentos do estudo
Os participantes selecionados foram inicialmente avaliados por meio da
aplicação dos seguintes instrumentos:
- Ficha de identificação do participante, com coleta dos dados pessoais, anamnese,
dados de exames otoneurológicos complementares, antecedentes pessoais e queixa
principal.
- Ficha de avaliação dos sintomas vertiginosos, aplicada sob a forma de entrevista, a
fim de interrogar o indivíduo acerca das seguintes variáveis: tempo de evolução
clínica, características, duração e periodicidade da tontura, e sintomas
neurovegetativos associados(22,25).
- Questionário Dizziness Handicap Inventory (DHI), para avaliar a auto-percepção
dos efeitos incapacitantes impostos pela tontura sobre a QV. A pontuação mínima é
zero e a máxima possível é de 100 pontos, sendo que quanto maior o valor, pior a
percepção da QV do vestibulopata. A classificação da disfunção foi estabelecida por
Yorke et al.(26) da seguinte maneira: disfunção leve (16 a 34 pontos), disfunção
moderada (36 a 52 pontos) e disfunção grave (mais de 54 pontos). Ricci et al.(27)
relatam que uma redução no escore total maior ou igual a 18 pontos é considerada
como significante na melhora da QV.
- Escala Visual Analógica (EVA) de Tontura, para medir a intensidade dos sintomas
vertiginosos, com variação numa escala numérica de zero a dez, onde zero indica a
ausência de tontura e dez, a pior intensidade de tontura(28).
- Timed Up and Go test (TUG), que avalia o risco de quedas. Partindo da posição
sentada, analisa-se a transferência de sentado para em pé, a estabilidade e as
mudanças do curso da marcha sem utilizar estratégias compensatórias. O avaliador
solicita ao indivíduo que se levante de uma cadeira onde estava totalmente apoiado,
caminhe por três metros, vire-se, retorne pelo mesmo percurso e sente-se
novamente na cadeira com as costas apoiadas, com o desempenho medido através
do tempo (em segundos) necessário para a realização do teste. Foi adotada a média
dos valores de três tentativas do teste.
- Functional Reach test (FRT), um teste de mobilidade com ênfase na avaliação do
equilíbrio. É realizado solicitando ao indivíduo que fique em pé, de lado para uma
parede, com flexão de ombro a 90º e membros superiores em extensão. Em
seguida, pede-se ao indivíduo que realize uma flexão anterior de tronco, sem que os
calcanhares percam contato com o solo. O desempenho é medido através da
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distância percorrida pelo deslocamento do corpo (em centímetros), sendo
considerada a média de três tentativas do teste.
- Single leg stance test (apoio unipodal), para avaliar o equilíbrio funcional estático,
onde é solicitado que o indivíduo fique em pé, com apenas um pé apoiado no solo
(lado escolhido pelo paciente). A prova é considerada negativa quando o indivíduo
consegue permanecer por 30 segundos nesta posição, sem mudar a base de
suporte. No caso de prova positiva, deve ser feito o registro do tempo, em segundos,
em que o indivíduo conseguiu permanecer na posição do teste.
- Controle postural, por meio de uma plataforma de força nomeada BIOMEC400
(EMG System do Brasil, SP Ltda.), sendo os dados amostrados a 100 Hz(29). Foram
utilizadas as variáveis: área do centro de pressão (A-COP, em cm2), velocidade
média do COP (VEL, em cm/s), amplitude (AMP, em cm) e frequência média do
COP (FM, em Hz) em ambas as direções de movimento: ântero-posterior (A/P) e
médio-lateral (M/L).
Os participantes foram avaliados na posição ortostática, em quatro
condições distintas: 1) apoio bipodal, com os pés alinhados, de olhos abertos (BOA);
2) apoio bipodal, com os pés alinhados, com rotação cefálica para a direita e para a
esquerda, seguindo feedback sonoro, usando um metrônomo (BRC); 3) apoio
bipodal, na posição de semi-Tanden (pé direito a frente do pé esquerdo ou o
contrário, segundo preferência do participante), de olhos abertos e de olhos
fechados (STOA e STOF, respectivamente). Em cada postura, o paciente deveria
permanecer sobre a plataforma de força por 30 segundos. Duas coletas foram feitas
para os testes 2 e 3, com intervalo de 30 segundos entre elas. Para o teste 1,
apenas uma tentativa foi realizada. A ordem das posturas foi obtida através de
aleatorização simples (sorteio), feita pelo próprio paciente, antes do início dos testes.
Os sujeitos foram avaliados com os pés descalços, membros superiores
relaxados ao lado do corpo, com a cabeça posicionada horizontalmente ao plano do
solo, com olhos direcionados para um alvo fixo na parede, no mesmo nível dos
olhos, em distância frontal de 2,5 metros (para testes com os olhos abertos)(29).
Intervenção
Os participantes foram tratados durante 12 semanas, por meio de um
protocolo adaptado de Reabilitação Vestibular, idealizado pelos autores do estudo,
baseado nas seguintes atividades: exercícios de terapia manual cervical e de cintura
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escapular, exercícios do protocolo de Cawthorne e Cooksey e treino proprioceptivo e
de equilíbrio. Foram feitas também orientações acerca da realização de exercícios
em casa, diariamente, a fim de complementar o tratamento proposto.
Os exercícios de terapia manual cervical e de cintura escapular foram
introduzidos em virtude dos mecanismos fisiopatológicos osteoarticulares da coluna
cervical superior (como osteófitos e instabilidade atlanto-occipital), que podem
desencadear tontura em decorrência de alterações de propriocepção cervical(25). É
importante ressaltar que a região cervical constitui uma das mais importantes fontes
de informação proprioceptiva dos núcleos vestibulares, e a introdução de exercícios
para este segmento corporal visa promover, além do relaxamento muscular, a
adaptação vestibular.
A terapia manual cervical e de cintura escapular foi realizada em todos os
atendimentos, como conduta inicial. As atividades eram realizadas, nas quatro
primeiras sessões durante 30 minutos, nas posições de decúbito lateral e decúbito
dorsal. Dentre os exercícios, destacam-se: mobilização passiva de escápula,
massoterapia em músculos trapézio, rombóides, escalenos, esternocleidomastoídeo
e peitoral maior, alongamentos passivos para músculos cervicais e do membro
superior, e pompages. Da quinta à oitava sessão, a terapia manual foi reduzida para
20 minutos, e da nona à décima segunda sessão, para 10 minutos.
Já o protocolo de Cawthorne e Cooksey consiste em exercícios que
envolvem movimentos cefálicos, tarefas de coordenação ocular, movimentos
corporais globais e tarefas de equilíbrio(30), sendo importantes para promover
habituação e adaptação. Estes exercícios foram introduzidos no protocolo adaptado,
sendo realizados na posição de decúbito dorsal e lateral nos primeiros
atendimentos, e posteriormente, na posição sentada. Nos atendimentos finais, estes
exercícios foram associados às atividades de propriocepção e equilíbrio, na postura
ortostática.
Por fim, treino proprioceptivo e de equilíbrio, em diferentes condições
ambientais, foram executados, a partir da sétima sessão. Estes exercícios envolvem
o mecanismo de substituição, pois sabe-se que em situações de disfunções
vestibulares, as habilidades normais podem ser recuperadas através do incremento
da atividade de outros sistemas, como o visual e o proprioceptivo(15). Assim, para
realizar estas atividades, foram utilizados recursos terapêuticos como colchonetes,
espuma de densidade 30, cama elástica, prancha quadrada e balancin, associando
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tarefas de olhos abertos e fechados, apoio bipodal e unipodal, marcha para frente e
para trás.
Os atendimentos eram individuais, com duração de 60 minutos e frequência
de uma vez semanal, sendo realizados durante 12 semanas consecutivas, por um
profissional fisioterapeuta especializado.
Reavaliação
Ao término dos 12 atendimentos, os pacientes foram reavaliados através dos
seguintes instrumentos de avaliação: questionário DHI, EVA de tontura, TUG, FRT,
teste de apoio unipodal e estabilometria.
Além destes testes, todos os pacientes responderam à pergunta: “Você
considera que hoje, ao final de 12 atendimentos, seus sintomas...”, sendo possível
três respostas: 1) melhoraram; 2) permanecem inalterados; ou 3) pioraram.
Análise dos dados
Os dados foram analisados de forma descritiva e analítica, através dos
programas Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 20.0 e Microsoft
Office Excel for Windows 2007.
Para verificar a normalidade dos dados, utilizou-se o teste de Shapiro Wilk.
Para analisar as diferenças entre os parâmetros avaliados antes e após a
intervenção, para a amostra total, foi utilizado o teste de Wilcoxon, já que o
pressuposto de normalidade não foi atendido.
Já a comparação entre os grupos foi realizada pela análise da variação dos
dados, medidos nas avaliações inicial e final (variação = valor final - valor inicial).
Feito isto, utilizou-se o teste de Mann Whitney, já que o pressuposto de normalidade
não foi atendido para todas as variáveis. Para verificar a existência de associação
entre variáveis categóricas foi utilizado o teste de Qui quadrado.
E por fim, para verificar o tamanho do efeito (d – effect size), utilizou-se a
seguinte fórmula: d = (x1 – x2)/médias dos desvios padrão, onde x1 correspondia à
média da variável analisada na avaliação inicial, e x2 à média da variável analisada
na avaliação final. A média dos desvios padrão (dp) foi calculada através da média
aritmética dos desvios padrão relativos à avaliação inicial e final: (dp1 + dp2)/2. Foi
estabelecido um intervalo de confiança de 95% e nível de significância de 5%
(p<0,05) para todos os testes aplicados.
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RESULTADOS
Vinte e dois participantes concluíram os 12 atendimentos do protocolo do
estudo, sendo 21 mulheres (95,5%) e um homem (4,5%). A média de idade foi de
59,5 anos, com desvio padrão de 13,2. O tempo de sintomas referidos variou de três
meses a 36 anos, com mediana de 4,5 [1,0-11,15] anos. Os demais dados clínico-
funcionais estão mostrados na tabela 1.
Qualidade de vida (QV)
Observou-se que houve redução dos valores do questionário DHI após o
tratamento, tanto na pontuação total, quanto na pontuação dos três domínios (físico,
funcional e emocional), com diferença estatisticamente significante (tabela 2).
Nenhum participante apresentou pontuação igual a zero na avaliação final.
Porém, houve redução dos valores do questionário para 21 (95,5%) pacientes, com
manutenção da pontuação para uma participante (4,5%). Contudo, apenas dez
(45,5%) participantes obtiveram redução maior que 18 pontos, sendo que destes,
seis (27,2%) tinham, inicialmente, disfunção classificada como grave. Assim, dez
indivíduos (45,5%) passaram de um quadro moderado ou grave para leve, ao final
da intervenção (tabela 3).
Intensidade de tontura
Verificou-se diferença estatisticamente significante na avaliação da
intensidade de tontura, medida pela EVA de tontura antes e após a intervenção. Na
avaliação inicial, quatro (18,2%) indivíduos relataram tontura intensa, 13 (59,1%)
tontura moderada e cinco (22,7%) tontura leve. Na reavaliação, cinco (22,7%)
indivíduos apresentaram valor igual a zero na EVA de tontura e para os quatro que
relataram tontura intensa inicialmente, houve importante redução dos valores, sendo
três classificados na reavaliação como leve e um como moderada (tabela 2).
Testes físico-funcionais
Na avaliação da capacidade funcional verificou-se que houve diferença
estatisticamente significante a favor da intervenção, nos testes TUG, FRT e teste de
apoio unipodal com OA e OF, quando comparados os valores das avaliações iniciais
e finais (tabela 2).
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Equilíbrio postural
Na avaliação do equilíbrio postural, por meio de análises do COP, na
reavaliação o tempo de permanência foi de 30 segundos em todos os testes para
todos os participantes. Nota-se que diferenças estatisticamente significantes, a favor
da intervenção, foram encontradas apenas em alguns parâmetros analisados,
especialmente na direção de movimento A/P (tabela 2).
Tamanho do efeito
Na análise do tamanho do efeito, encontrou-se os seguintes valores para as
variáveis do estudo: DHI total – d=0,87; aspectos físicos – d=1,51; aspectos
funcionais – d=1,16; aspectos emocionais – d=1,12; EVA de tontura – d=1,25; TUG
– d= 0,36; FRT – d=0,61; apoio unipodal OA – d=0,19 ; e apoio unipodal OF –
d=0,54.
Uso de medicamentos antivertiginosos
Com relação ao uso de medicamentos antivertiginosos, 11 participantes
faziam uso de fármacos (GM), sob prescrição médica, e os demais 11 participantes
referiram não usar nenhuma classe de medicamento para este fim (GC). Dos 11
pacientes do GM, nove (81,8%) utilizavam apenas uma classe de fármaco, enquanto
que dois (18,2%) participantes utilizavam duas classes diferentes de medicamentos.
O medicamento mais utilizado isoladamente foi a betaistina dicloridrato, por oito
(72,7%) participantes. As combinações utilizadas foram flunarizina + EGb 761 e
flunarizina + dimenidrinato.
Comparação entre os grupos GM e GC
Por fim, na comparação entre os grupos GM e GC ao final da intervenção,
não houve diferença estatisticamente significante na análise do DHI, da EVA de
tontura, nos testes físico-funcionais de equilíbrio e na estabilometria (p>0,05).
Não houve associação entre fazer uso de medicamento e as variáveis
categóricas do estudo: queixa principal (p=0,13), período das crises (p=0,47),
periodicidade das crises (p>0,05), caracterização das crises (p=0,21), duração das
crises (p=0,50) e sintomas neurovegetativos associados (p=0,50).
Quando questionados a respeito dos sintomas após a realização dos 12
atendimentos individuais, 20 (91%) participantes referiram melhora. Para duas (9%)
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participantes os sintomas permaneceram inalterados após o tratamento. Ambas
pertenciam ao GC.
DISCUSSÃO
Na análise dos resultados, foi possível observar que os impactos negativos
sobre a QV e o equilíbrio postural dos indivíduos vestibulopatas puderam ser
minimizados com a realização da intervenção proposta, visto os valores de tamanho
do efeito obtidos. Estes dados estão em concordância com o estudo de Patatas,
Ganança e Ganança(23), que observaram melhora significativa na QV (avaliada pelo
DHI) após um protocolo de RV, independente da idade e do gênero. Morozetti,
Ganança e Chiari(9) também verificaram melhoras na QV (medida pelo DHI) e na
intensidade de tontura (avaliada pela EVA de tontura) em 20 indivíduos submetidos
a dois diferentes protocolos de RV.
No mesmo estudo(9), destaca-se que o grupo tratado com um protocolo
personalizado mostrou melhoras significativas em comparação com o grupo tratado
somente com exercícios oculares. Estes achados salientam a importância de se
propor, para o tratamento de queixas vestibulares, um protocolo de exercícios
diferenciado, com atividades complementares às preconizadas pelos protocolos
padronizados disponíveis na literatura, assim como foi implementado por esta
pesquisa.
Ricci et al.(20), em sua revisão sistemática, explica que por meio de
mecanismos centrais de neuroplasticidade, a RV auxilia na obtenção da
compensação vestibular, visando atenuar ou eliminar os sintomas vestibulares.
Assim, a RV vem sendo considerada uma opção segura, por não oferecer riscos de
efeitos colaterais, além de ser econômica e eficiente(18,21,27,31,32), obtendo resultados
positivos por meio do treinamento composto por exercícios que estimulam
movimentos repetidos de olhos, cabeça e tronco, combinados com recursos
fisioterapêuticos convencionais, como terapia manual cervical, exercícios de
propriocepção e equilíbrio e cuidados posturais.
Ganança et al.(13) relatam que, embora existam muitas opções para o alívio
ou a resolução da tontura e dos sintomas associados, o esquema terapêutico deve
ser projetado com base no distúrbio específico dos vestibulopatas, levando em
consideração a resolução das doenças subjacentes, o controle da vertigem e dos
sintomas neurovegetativos e psicoafetivos relacionados, a melhora da compensação
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vestibular e a prevenção dos fatores agravantes. Um rápido início da ação
terapêutica é essencial para restaurar o bem estar, sendo que o tratamento deve ser
bem tolerado pelos indivíduos, com uma baixa incidência de efeitos adversos.
Em relação ao número ideal de sessões de RV, Izquierdo et al.(33) relataram
melhora (utilizando o DHI e a posturografia dinâmica) após cinco sessões de
intervenção. Bayat et al.(34) também utilizaram o DHI na avaliação de idosos
submetidos a um protocolo de RV baseado nos exercícios de Cawthorne e Cooksey,
durante dois meses, e encontraram que a RV é um método terapêutico efetivo no
tratamento de idosos com disfunção vestibular crônica. Considerando que um maior
período de intervenção poderia incrementar os resultados clínicos, optou-se neste
estudo pela intervenção de 12 atendimentos. Contudo, destaca-se que uma maior
frequência de atendimentos semanais poderia incrementar os resultados obtidos na
avaliação final da amostra, ou promover ganhos em um período de tempo de
intervenção menor.
Além dos benefícios da RV sobre a QV, foi também observado impacto
positivo sobre os resultados dos testes físico-funcionais, estando estes dados em
concordância com Giray et al.(35) e Jung et al.(36). McGibbon et al.(37) reportaram o
uso do Tai Chi como opção terapêutica, a fim de incrementar ganhos no equilíbrio
postural e consequentemente melhorar a QV destes indivíduos. Meldrum et al.(16)
estudaram o uso da realidade virtual, através de jogos do Nintendo Wii Fit Plus®,
como uma intervenção de baixo custo de caráter lúdico, que pode auxiliar na adesão
do indivíduos ao tratamento de RV proposto. Ricci et al.(27) incrementaram o
protocolo padronizado de Cawthorne e Cooksey com atividades que incluem o treino
de flexibilidade, força muscular, cognição e interação sensorial.
Porém, na análise do controle postural através da plataforma de força, nota-
se que apenas seis parâmetros avaliados apresentaram diferença estatisticamente
significante a favor da intervenção, e ainda, alguns parâmetros tiveram mediana final
maior que o valor inicial. Como exemplo, pode-se citar a variável área do COP, do
teste BRC. Ao observar este fato, sugere-se que ao final do tratamento, os
indivíduos realizavam maior amplitude de rotação cervical (efeito da terapia manual
cervical e de cintura escapular), o que pode ter favorecido um maior deslocamento
corporal, durante o teste sobre a plataforma de força.
Cabe relatar também que quatro diferenças estatisticamente significantes
foram verificadas em variáveis na direção A/P. Isto pode ter ocorrido em virtude dos
77
treinos de exercícios proprioceptivos e de equilíbrio terem sido realizados
principalmente com deslocamentos corporais no sentido ântero-posterior, como
andar para frente e para trás. Assim, salienta-se que atenção especial deve ser dada
aos exercícios com enfoque nos deslocamentos laterais.
De acordo com Horak(7), o papel mais importante da informação vestibular
para o controle postural é o controle da orientação da cabeça e do tronco no espaço,
em relação à força gravitacional, sendo as referências sensoriais vestibulares
extremamente importantes para o controle postural em altas frequências e
velocidades de movimento corporal. Desta forma, ao final do estudo, observou-se
que dentre as condições dos testes realizados sobre a plataforma de força, com
exceção do BRC, todas envolviam a manutenção de uma postura estática, que
pouco avaliou a contribuição do sistema vestibular na manutenção do equilíbrio
postural. Assim, sugere-se que a introdução de condições dinâmicas de avaliação
sobre a plataforma de força, envolvendo situações de movimento corporal ou do
ambiente externo, pode possibilitar a verificação dos ganhos da compensação
vestibular.
Apesar deste fato, é importante relatar que o tempo de permanência sobre a
plataforma de força, em todos os testes da reavaliação, foi de 30 segundos para
todos os participantes, condição não verificada na avaliação inicial. Ainda, os
indivíduos forneceram relatos positivos com relação à realização dos testes durante
a reavaliação, demonstrando sentirem-se mais confortáveis para a realização das
provas.
Neste estudo, quando comparados os grupos GM e GC, notou-se que a
melhora dos sintomas vestibulares independe do tratamento farmacológico com
medicamentos antivertiginosos. De acordo com Fabiani, Pastro e Froehner(38),
fármacos antivertiginosos devem ser usados racionalmente e pelo menor tempo
possível, em virtude dos efeitos colaterais advindos do seu uso prolongado, como,
por exemplo, o risco de indução do parkinsonismo. Lembram ainda, que se deve ter
cuidado devido à interferência que esses medicamentos sintomáticos promovem
sobre a compensação que ocorre naturalmente por parte do sistema nervoso
central, especialmente em quadros vertiginosos que duram mais do que alguns
dias(16).
Segundo Santos et al.(22), em seu estudo com idosos com queixas de
tontura, a utilização de medicamentos otoneurológicos não foi associada com pior ou
78
melhor QV em relação aos idosos que não os utilizavam, provavelmente porque na
fase crônica das vestibulopatias descompensadas a farmacoterapia não tenha tanto
efeito. Assim, a fim de se evitar a instalação de danos adicionais aos vestibulopatas,
destaca-se a necessidade de se realizar pesquisas de campo, que permitam
estabelecer estratégias e protocolos no manejo da tontura(39).
Destaca-se como limitação do estudo a não realização de follow up dos
participantes no período pós-tratamento, a fim de verificar se há permanência dos
efeitos da RV em longo prazo. Também, considerando a diversidade do tratamento
farmacológico utilizado, não foi possível estabelecer uma relação entre a classe,
dose ou tempo de tratamento em relação às variáveis do estudo.
Sugere-se, para futuros estudos, a comparação destes resultados com os de
indivíduos que sejam submetidos a um protocolo com menor tempo de intervenção
ou maior frequência de atendimentos semanais, visando o estabelecimento de um
número ideal e suficiente de atendimentos. Ainda, é importante avaliar os indivíduos
vestibulopatas com um protocolo diferenciado sobre a plataforma de força, a fim de
propor atividades dinâmicas para melhor analisar o papel da informação vestibular
no controle do equilíbrio corporal.
CONCLUSÃO
Conclui-se que a QV e o equilíbrio postural melhoraram com a intervenção,
porém, esta melhora independe do tratamento farmacológico. Acredita-se que os
dados tenham aplicabilidade clínica, no sentido de salientar a importância da
Reabilitação Vestibular para o indivíduo vestibulopata. E por fim, esta técnica deve
ser aplicada por um fisioterapeuta especializado, para promover a resolução dos
sintomas desagradáveis relacionados a esta disfunção.
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82
Tabela 1 – Dados clínicos da amostra total (avaliação inicial – n= 22). Londrina-PR (2014).
Variável Categorias Frequência absoluta (n)
Frequência relativa (%)
Gênero Feminino 21 95,5%
Masculino 01 4,5%
Faixa etária 20 – 40 anos 02 9,1% 41 – 60 anos 09 40,9% 61 – 80 anos 09 40,9% mais de 80 anos 02 9,1% Tempo de sintomas < 1 ano 07 31,8% de 1 a 10 anos 10 45,5% de 10 a 20 anos 03 13,6% mais de 20 anos 02 9,1% Queixa principal tontura 11 50,0% tontura e zumbido 05 22,7%
tontura e cabeça pesada 06 27,3%
Período das crises qualquer um 13 59,1% manhã/tarde 06 27,3%
noite/madrugada 03 13,6%
Periodicidade das crises diária 14 63,6% semanal 04 18,2%
mensal/esporádica 04 18,2%
Duração das crises segundos/minutos 09 40,9%
horas/dias 13 59,1%
Caracterização das crises desequilíbrio 07 31,8% vertigem 06 27,3% desequilíbrio e vertigem 06 27,3%
desequilíbrio e escurecimento da visão 03 13,6%
Sintomas associados sim 21 95,5% não 01 4,5%
83
Tabela 2 – Comparação dos parâmetros clínico-funcionais avaliados antes e após a intervenção para a amostra total (n= 22). Londrina-PR (2014).
Teste Avaliação Inicial Avaliação Final
Mediana 1ºq 3º q Mediana 1º q 3º q p
DHI total 45,0 29,0 66,5 17,0 11,5 35,0 < 0,001* DHI – aspectos físicos 18,0 13,5 24,0 8,0 4,0 14,5 < 0,001* DHI – aspectos funcionais 18,0 11,5 26,5 8,0 5,5 14,5 0,001* DHI – aspectos emocionais 11,0 4,0 18,5 4,0 1,5 8,0 0,001* EVA de tontura 4,5 2,75 6,25 1,0 0,75 3,0 0,001* TUG (s) 6,64 5,95 7,62 5,74 5,38 6,55 0,003* FRT (cm) 31,31 24,23 32,13 33,79 29,57 37,08 0,004* Apoio unipodal OA (s) 30,00 19,54 30,00 30,00 28,75 30,00 0,018* Apoio unipodal OF (s) 6,45 3,00 11,12 8,74 4,37 14,75 0,018*
Notas: DHI – Dizziness Handicap Inventory;EVA – Escala Visual Analógica; TUG – Timed Up and Go test; FRT – Functional Reach test. OA – olhos abertos; OF – olhos fechados. 1º q – primeiro quartil (25%); 3º q – terceiro quartil (75%); s – segundos; cm – centímetros; Hz – Hertz.
* p< 0,05. Tabela 3 – Classificação da disfunção vestibular pelo DHI na avaliação inicial e final. Londrina-PR (2014).
Disfunção
Avaliação Final Leve Moderada Grave Total
Ava
liaçã
o
Inic
ial
Leve 07 00 00 07 Moderada 04 03 00 07
Grave 06 01 01 08
Total 17 04 01 22 Nota: DHI – Dizziness Handicap Inventory.
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84
Tabela 4 – Comparação dos parâmetros estabilométricos avaliados antes e após a intervenção para a amostra total (n= 22). Londrina-PR (2014).
Teste Avaliação Inicial Avaliação Final Mediana 1ºq 3º q Mediana 1º q 3º q p
BOA COP (cm2) 1,30 0,81 4,15 1,21 0,90 2,57 0,17 VEL A/P (cm/s) 0,83 0,66 1,27 0,76 0,65 0,96 0,17 VEL M/L (cm/s) 0,61 0,49 0,76 0,58 0,49 0,74 0,80 AMP A/P (cm) 1,98 1,56 3,25 1,78 1,29 2,24 0,01* AMP M/L (cm) 0,80 1,09 2,21 1,18 0,80 1,59 0,61 FM A/P (Hz) 0,33 0,24 0,47 0,30 0,22 0,48 0,77 FM M/L (Hz) 0,37 0,26 0,56 0,50 0,32 0,55 0,21 BRC COP (cm2) 2,90 1,63 5,88 3,10 1,49 4,76 0,52 VEL A/P (cm/s) 1,16 0,94 1,52 1,10 0,89 1,32 0,17 VEL M/L (cm/s) 0,90 0,68 1,18 0,86 0,74 1,00 0,35 AMP A/P (cm) 2,17 2,05 3,33 2,39 1,87 2,80 0,20 AMP M/L (cm) 1,95 1,09 2,25 1,87 1,48 2,37 0,85 FM A/P (Hz) 0,40 0,33 0,51 0,45 0,34 0,55 0,37 FM M/L (Hz) 0,44 0,34 0,54 0,36 0,40 0,49 0,67 STOA COP (cm2) 4,74 3,33 7,53 3,07 2,08 5,58 0,04* VEL A/P (cm/s) 1,43 1,21 1,88 1,31 1,13 1,63 0,37 VEL M/L (cm/s) 1,26 1,12 1,50 1,22 1,09 1,40 0,55 AMP A/P (cm) 2,57 2,28 3,72 2,24 1,80 2,77 0,01* AMP M/L (cm) 2,98 2,40 4,17 2,78 2,23 3,11 0,14 FM A/P (Hz) 0,54 0,45 0,66 0,59 0,56 0,68 0,02* FM M/L (Hz) 0,39 0,35 0,45 0,42 0,38 0,49 0,20 STOF COP (cm2) 7,58 4,01 13,80 4,99 3,65 9,10 0,08 VEL A/P (cm/s) 2,00 1,64 2,83 1,79 1,49 2,81 0,57 VEL M/L (cm/s) 1,80 1,58 2,60 1,88 1,65 2,51 0,53 AMP A/P (cm) 3,53 2,42 5,48 2,70 2,29 3,85 0,03* AMP M/L (cm) 3,97 3,06 4,82 3,42 2,83 4,49 0,09 FM A/P (Hz) 0,59 0,44 0,74 0,60 0,54 0,77 0,43 FM M/L (Hz) 0,48 0,38 0,52 0,48 0,41 0,59 0,03*
Notas: BOA – apoio bipodal de olhos abertos; BRC – apoio bipodal com rotação cefálica; STOA – semi-Tanden de olhos abertos; STOF – semi- Tanden de olhos fechados; COP – centro de pressão; VEL – velocidade; AMP – amplitude; FM – frequência média; A/P – ântero-posterior; M/L – médio-lateral. 1º q – primeiro quartil (25%); 3º q – terceiro quartil (75%); s – segundos; cm – centímetros; Hz – Hertz. * p< 0,05.
84
85
4 CONCLUSÃO GERAL
A partir deste estudo, foi possível concluir que:
- Os sintomas vestibulares estiveram presentes predominantemente
em mulheres, sendo que para a maior parte da amostra estudada observou-se a não
existência de um período do dia específico para o surgimento das crises, que eram
diárias e tinham duração de horas ou dias, com caráter rotatório e/ou de
desequilíbrio para a maioria dos participantes;
- As vestibulopatias periféricas exerciam impacto negativo sobre a
QV e o equilíbrio postural dos participantes do estudo, causando prejuízos na vida
dos mesmos nos aspectos físicos, funcionais e emocionais;
- A intervenção proposta no estudo, baseada em um protocolo
adaptado de RV, promoveu efeitos positivos sobre os parâmetros avaliados de QV e
equilíbrio postural funcional dos vestibulopatas;
- O uso de fármacos antivertiginosos não esteve associado à
melhora clínica dos pacientes portadores de sintomas vestibulares, mostrando que
para esta amostra os medicamentos não promoveram efeitos terapêuticos positivos
adicionais, quando comparado aos pacientes que não faziam uso dos mesmos.
Assim, sugere-se cautela na prescrição de medicamentos antivertiginosos, visto que
os mesmos podem acarretar efeitos colaterais adicionais, além de muitas vezes
interferir negativamente nos mecanismos de compensação central.
86
REFERÊNCIAS
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42. Wazen JJ. Tonteira e perda auditiva. Em: Roland LP. Merrit: Tratado de Neurologia. 10nd ed. Rio de Janeiro (RJ): Guanabara Koogan, 2002. 43. Ganança MM, Caovilla HH, Ganança FF, Doná F, Branco F, Paulino CA et al. Como diagnosticar e tratar: Vertigem. Rev Bras Med. 2008; 6-14. 44. Gazzola JM, Perracini MR, Ganança MM, Ganança FF. Fatores associados ao equilíbrio funcional em idosos com disfunção vestibular crônica. Rev Bras Otorrinolaringol. 2006; 72(5):683-90. 45. Maarsingh OR, Dros J, Schellevis FG, van Weert HC, Bindels PJ, van der Horst HE. Dizziness reported by elderly patients in family practice: prevalence, incidence, and clinical characteristics. BMC Fam Pract. 2010; 11:2. 46. Tiensoli LO, Couto ER, Mitre EI. Fatores associados à vertigem ou tontura em indivíduos com exame vestibular normal. Rev CEFAC. 2004; 6(1):94-100. 47. Simoceli L, Bittar RSM, Sznifer J. Eficácia dos exercícios de adaptação do reflexo vestíbulo-ocular na estabilidade postural do idoso. Arq Int Otorrinolaringol. 2008; 12(2):183-8. 48. Mor R, Garcia DMJ, Friedmann PSB. Análise comparativa das respostas vestibulares à prova calórica em pacientes submetidos ao exame vestibular sem e com o uso de medicação anti-vertiginosa. Arq Int Otorrinolaringol. 2006; 10(1):351-?. Disponível em: http://www.arquivosdeorl.org.br/conteudo/acervo_port_print.asp?id=351. Acesso em: 23 nov 2013. 49. Novalo ES, Pedalini MEB, Bittar RSM, Lorenzi MC, Bottino MA. Posturografia dinâmica computadorizada: avaliação quantitativa de pacientes com vestibulopatia tratados por meio de Reabilitação Vestibular. Arq Int Otorrinolaringol. 2008; 12(2):253-7. 50. Macedo C, Gazzola JM, Caovilla HH, Ricci NA, Doná F, Ganança FF. Posturografia em idosos com distúrbios vestibulares e quedas. ABCS Health Sci. 2013; 38(1):17-24. 51. Varela DG, Carneiro JAO, Colafêmina JF. Static postural balance study in patients with vestibular disorders using a three dimensional electromagnetic sensor system. Braz J Otorhinolaryngol. 2012; 78(3):7-13. 52. Duarte M, Freitas SMSF. Revisão sobre posturografia baseada em plataforma de força para avaliação do equilíbrio. Rev Bras Fisioter. 2010; 14(3):183-92. 53. Da Silva RA, Bilodeau M, Parreira RB, Teixeira DC, Amorim CF. Age-related differences in time-limit performance and force platform-based balance measures during one-leg stance. J Electromyogr Kinesiol. 2013; http://dx.doi.org/10.1016/j.jelekin.2013.01.008.
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91
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92
APÊNDICES
93
APÊNDICE A
Ficha de identificação do participante da pesquisa
Ficha de Identificação nº _________
data: _____/______/________
Dados Pessoais
Iniciais: _________________________ Gênero ( ) M ( ) F
DN: _____/_____/_______ Idade: ______________________ Raça: _______________________
Profissão / Ocupação: _________________________________
Procedência: ________________________________________ Contato: (____) _______________
Anamnese
1) Como e quando os sintomas tiveram início?
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
2) Qual foi o serviço de saúde procurado primeiramente?
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
3) Que tipo de tratamento foi realizado?
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
4) Já realizou fisioterapia para este problema?
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
5) O que mais o (a) incomoda atualmente?
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
94
Antecedentes Pessoais
Diabetes ( ) sim ( )não
Hipertensão Arterial ( ) sim ( )não
Enxaqueca ( ) sim ( )não
Doença Cardíaca ( ) sim ( )não qual? ________________________________
Doença Reumática ( ) sim ( )não qual? ________________________________
Disfunções Hormonais ( ) sim ( )não qual? ________________________________
Alterações cervicais ( ) sim ( )não qual? ________________________________
Doença Neurológica ( ) sim ( )não qual? ________________________________
Doença Gastrointestinal ( ) sim ( )não qual? ________________________________
Exames Otoneurológicos Complementares
1) Vectoeletronistagmografia (VENG):
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
2) Audiometria:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
3) Ressonância Nuclear Magnética (RNM) de crânio:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
4) Outros:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
Uso de medicamento antivertiginoso: ( ) sim ( ) não
Medicamento Posologia
(dose/frequência)
Via de ADM Tempo de uso Efeitos Adversos
Uso de outros medicamentos: ( ) sim ( ) não
Medicamento Posologia
(dose/frequência)
Via de ADM Tempo de uso Efeitos Adversos
Médico Responsável / Especialidade:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
95
APÊNDICE B
Ficha de avaliação dos sintomas vertiginosos
Ficha de Avaliação dos Sintomas Vertiginosos nº _________
Diagnóstico sindrômico e topográfico da disfunção vestibular
( ) síndrome vestibular periférica deficitária
( ) síndrome vestibular periférica irritativa
( ) síndrome vestibular central
Tempo de evolução dos sintomas
( ) dias. Quantos? ______________________
( ) meses. Quantos? ______________________
( ) anos. Quantos? ______________________
Características da tontura
( ) rotatória
( ) não-rotatória
( ) ambas
( ) desequilíbrio
( ) escurecimento da visão
Duração da tontura
( ) dias
( ) horas
( ) minutos
( ) segundos
Periodicidade da tontura
( ) esporádica
( ) mensal
( ) semanal
( ) diária
Sintomas vegetativos e outros associados
( ) náuseas
( ) vômitos
( ) sudorese
( ) palidez
( ) zumbido
( ) ansiedade
( ) agorafobia
96
APÊNDICE C
Estabilometria – avaliação do equilíbrio postural na plataforma de força
Ficha – Estabilometria nº ________
Teste 1: BOA
Tempo: _____________
Área do COP: ___________ cm2
Amplitude de deslocamento RMS do COP:
A/P: ________________ cm
M/L: ________________ cm
Velocidade média de oscilações do COP:
A/P: ______________ cm/s
M/L: ______________ cm/s
Frequência média de oscilações do COP:
A/P: ________________ Hz
M/L: ________________ Hz
Teste 2: BRC
Tempo: _____________
Área do COP: ___________ cm2
Amplitude de deslocamento RMS do COP:
A/P: ________________ cm
M/L: ________________ cm
Velocidade média de oscilações do COP:
A/P: ______________ cm/s
M/L: ______________ cm/s
Frequência média de oscilações do COP:
A/P: ________________ Hz
M/L: ________________ Hz
Teste 3: STOA
Tempo: _____________
Área do COP: __________ cm2
Amplitude de deslocamento RMS do COP:
A/P: ________________ cm
M/L: ________________ cm
Velocidade média de oscilações do COP:
A/P: ______________ cm/s
M/L: ______________ cm/s
Frequência média de oscilações do COP:
A/P: ________________ Hz
M/L: ________________ Hz
Teste 4: STOF
Tempo: _____________
Área do COP: __________ cm2
Amplitude de deslocamento RMS do COP:
A/P: ________________ cm
M/L: ________________ cm
Velocidade média de oscilações do COP:
A/P: ______________ cm/s
M/L: ______________ cm/s
Frequência média de oscilações do COP:
A/P: ________________ Hz
M/L: ________________ Hz
97
ANEXOS
98
ANEXO A
Dizzines Handicap Inventory (DHI)
Dizzines Handicap Inventory (DHI) - nº ________
01. Olhar para cima piora a sua tontura?
sim ( ) não ( ) às vezes ( )
02. Você se sente frustrado (a) devido a sua tontura?
sim ( ) não ( ) às vezes ( )
03. Você restringe suas viagens de trabalho ou lazer por causa da tontura?
sim ( ) não ( ) às vezes ( )
04. Andar pelo corredor de um supermercado piora a sua tontura?
sim ( ) não ( ) às vezes ( )
05. Devido a sua tontura, você tem dificuldade ao deitar-se ou levantar-se da cama?
sim ( ) não ( ) às vezes ( )
06. Sua tontura restringe significativamente sua participação em atividades sociais tais como:
sair para jantar, ir ao cinema, dançar ou ir a festas?
sim ( ) não ( ) às vezes ( )
07. Devido a sua tontura, você tem dificuldade para ler?
sim ( ) não ( ) às vezes ( )
08. Sua tontura piora quando você realiza atividades mais difíceis como esportes, dançar,
trabalhar em atividades domésticas tais como varrer e guardar a louça?
sim ( ) não ( ) às vezes ( )
09. Devido a sua tontura, você tem medo de sair de casa sem ter alguém que o acompanhe?
sim ( ) não ( ) às vezes ( )
10. Devido a sua tontura, você se sente envergonhado na presença de outras pessoas?
sim ( ) não ( ) às vezes ( )
11. Movimentos rápidos da sua cabeça pioram a sua tontura?
sim ( ) não ( ) às vezes ( )
12. Devido a sua tontura, você evita lugares altos?
sim ( ) não ( ) às vezes ( )
13. Virar-se na cama piora a sua tontura?
sim ( ) não ( ) às vezes ( )
14. Devido a sua tontura, é difícil para você realizar trabalhos domésticos pesados ou cuidar
do quintal?
sim ( ) não ( ) às vezes ( )
99
15. Por causa da sua tontura, você teme que as pessoas achem que você está drogado(a) ou
bêbado(a)?
sim ( ) não ( ) às vezes ( )
16. Devido a sua tontura é difícil para você sair para caminhar sem ajuda?
sim ( ) não ( ) às vezes ( )
17. Caminhar na calçada piora a sua tontura?
sim ( ) não ( ) às vezes ( )
18. Devido a sua tontura, é difícil para você se concentrar?
sim ( ) não ( ) às vezes ( )
19. Devido a sua tontura, é difícil para você andar pela casa no escuro?
sim ( ) não ( ) às vezes ( )
20. Devido a sua tontura, você tem medo de ficar em casa sozinho (a)?
sim ( ) não ( ) às vezes ( )
21. Devido a sua tontura, você se sente incapacitado?
sim ( ) não ( ) às vezes ( )
22. Sua tontura prejudica suas relações com membros de sua família ou amigos?
sim ( ) não ( ) às vezes ( )
23. Devido a sua tontura, você está deprimido?
sim ( ) não ( ) às vezes ( )
24. Sua tontura interfere em seu trabalho ou responsabilidades em casa?
sim ( ) não ( ) às vezes ( )
25. Inclinar-se piora a sua tontura?
sim ( ) não ( ) às vezes ( )
Pontuação:
- aspectos físicos (questões 01, 04, 08, 11, 13, 17 e 25).
- aspectos funcionais (questões 03, 05, 06, 07, 12, 14, 16, 19 e 24).
- aspectos emocionais (questões 02, 09, 10, 15, 18, 20, 21, 22 e 23).
- para cada resposta “sim” = 04 pontos
- para cada resposta “às vezes” = 02 pontos
- para cada resposta “não” = 00 pontos
A pontuação final é a soma dos pontos obtidos em todos os aspectos.
100
ANEXO B
Escala Visual Analógica (EVA) de Tontura
Escala Visual Analógica (EVA) de Tontura – nº _________
Avaliação inicial: ______/______/__________
Avaliação final: ______/______/__________
101
ANEXO C
Parecer de aprovação do Comitê de Ética da Unopar
102
103
ANEXO D
Instruções para os autores: International Archives of Otorhinolaryngology
Escopo e política
A revista Arquivos Internacionais de Otorrinolaringologia publica manuscritos da comunidade científica Nacional e Internacional na forma de artigos originais de pesquisa clínica e experimental, artigos de revisão sistemática de literatura e metanálises, artigos de relatos de caso, artigos de opinião e cartas ao editor. Artigos de opinião e Cartas ao Editor são escritos apenas sob convite expresso do editor, Artigos publicados em eventos científicos só serão publicados na revista Arquivos Internacionais de Otorrinolaringologia após passarem pelo trâmite editorial normal da revista. A revista Arquivos Internacionais de Otorrinolaringologia tem periodicidade trimestral e apoia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE), reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divulgação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto. Sendo assim, somente serão aceitos para publicação os artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE http://www.icmje.org/. O número de identificação deverá ser informado ao final do resumo.
Os manuscritos submetidos são inicialmente avaliados quanto ao atendimento técnico das regras de submissão da revista e após isto passam pela avaliação científica inicial pelo Editor e caso necessário, encaminhados aos Editores Associados, de acordo com a área temática principal de atuação de cada um. Após esta avaliação científica inicial, o manuscrito é encaminhado para a revisão por 2 (dois) componentes do corpo editorial, também selecionados por sua reconhecida competência nas áreas de Otorrinolaringologia, Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Alergia e Imunologia, Fonoaudiologia ou afins, em um sistema duplo-cego de avaliação por pares (peer review), onde os revisores não têm informações sobre os autores e vice-versa. Além disto, os revisores não têm informação sobre os outros eventuais revisores que estejam avaliando o mesmo material.
Todo material é encaminhado aos revisores por meio eletrônico, podendo os mesmos aceitar ou não a revisão, em virtude de impossibilidades físicas, temporais ou de conflitos de interesse pessoais, comerciais, políticos, familiares, científicos ou financeiros. Em caso de anuência para prosseguir com a revisão, a mesma deve ser efetivada em um prazo máximo de 15 (quinze) dias. Os revisores acessam o Sistema de Gestão de Publicações (SGP) através de senha própria, onde é disponibilizado o material para revisão, de acordo com a classificação do artigo em original, de revisão ou de relato de caso. Os mesmos têm a opção de aprovar, aprovar com ressalvas e solicitar modificações ou recusar o referido manuscrito. Os pareceres com as sugestões dos revisores, em caso de aprovação do artigo são encaminhados aos autores, também em mídia eletrônica, e podem ser contestados ou não. Os autores devem retornar o material também por meio eletrônico, com o atendimento às sugestões ou com os argumentos contrários, que serão avaliados pelo mesmo revisor e pelo editor. Em casos de recusa para publicação, todo o material é devolvido aos autores, também por meio eletrônico. Em casos de opiniões conflitantes entre os revisores, um terceiro revisor e o Editor Associado ou o Editor participam também da avaliação.
Os trabalhos deverão ser acompanhados da Declaração de Transferência dos Direitos Autorais e Declaração de Ausência de Conflitos de Interesse assinadas pelos autores, além da Declaração de Autorização para o Uso de Imagens ou Materiais quando cabível. Os conceitos emitidos nos trabalhos são de responsabilidade exclusiva dos autores, que ainda se responsabilizam integralmente pela originalidade do material e da não submissão simultânea a outros periódicos. Os trabalhos aprovados são publicados nos formatos impresso e eletrônico e passam a ser propriedade da revista, em todas as línguas e países, sendo vedada a reprodução total ou parcial e a tradução para outros idiomas sem a autorização da mesma. Os artigos devem ser enviados exclusivamente por via eletrônica, através do Sistema de Gestão de Publicações na internet no link http://www.arquivosdeorl.org.br/sgp nas seguintes línguas: português, espanhol, italiano, francês (sempre com resumo na língua natal e em inglês) ou na íntegra na língua inglesa.
104
Forma e preparação de manuscritos
O tamanho do artigo completo não deverá exceder 24 páginas (laudas do Word) para artigos originais e artigos de revisão, 15 páginas para relatos de caso e artigos de opinião e 2 páginas para as cartas ao editor. As margens não precisam ser definidas, pois o sistema SGP as definirá. Deverá ser obedecida a seguinte ordem: página de rosto, resumo em português ou na língua nativa, resumo em inglês, palavras-chave em português e inglês, texto, agradecimentos, referências bibliográficas, gráficos, tabelas e legendas de figuras. Cada tópico deve ser iniciado em uma nova página e deve conter:
Na página de rosto - o título do artigo em português e inglês, curtos e objetivos; nome dos autores com titulação mais importante de cada um; instituição à qual o trabalho está vinculado; nome, endereço, telefone, e-mail e fax do autor responsável pela correspondência; se o trabalho foi apresentado em congresso, especificar nome do evento, data e cidade; fonte de suporte ou financiamento se houver e se há alguma espécie de conflito de interesses.
Na segunda página - o resumo estruturado em português e inglês, com o máximo de 250 palavras cada. Para artigos originais, incluir dados de introdução, objetivos, métodos, resultados e conclusões. Para artigos de revisão, incluir introdução, objetivos, síntese dos dados e conclusões. Para relatos de caso, incluir introdução, objetivos, relato resumido e conclusões. Abaixo do resumo, fornecer três a seis descritores em português e inglês, selecionados da lista de "Descritores em Ciências da Saúde" da BIREME, disponível no site http://decs.bvs.br.
Da terceira página em diante, o texto do artigo, assim dividido:
- Artigos Originais: a) introdução com objetivo; b) método; c) resultados; d) discussão; e) conclusões; f) referências bibliográficas. As informações contidas em tabelas e figuras não devem ser repetidas no texto. Estudos envolvendo seres humanos e animais devem fazer referência ao número do protocolo de aprovação pelo respectivo Comitês de Ética em Pesquisa da instituição à qual está vinculada a pesquisa. Artigos originais são definidos como relatórios de trabalho original com contribuições significativas e válidas. Os leitores devem extrair de um artigo geral conclusões objetivas que vão ao encontro dos objetivos propostos.
Referências bibliográficas - as referências devem ser apresentadas em ordem de aparecimento no texto e identificadas no texto em numerais arábicos entre parênteses. As abreviaturas dos periódicos devem ser baseadas no "Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals", disponível pelo site http://www.icmje.org. Todos os autores deverão ser incluídos quando houver até seis; quando houver sete ou mais, os primeiros seis devem ser listado e ‘et al.’ Adicionado para os subsequentes. Serão aceitas no máximo 90 referências para artigos originais, 120 para artigos de revisão ou de atualização e 15 para relatos de casos.
Exemplos:
- Periódicos: Sobrenome do(s) Autor(es) e Iniciais. Título do Artigo. Abreviaturas do Periódico. ano; volume: página inicial - página final. Ex: Hueb MM, Goycoolea MV, Muchow DC, Duvall AJ, Paparella MM, Sheridan C. In search of missing links in otology III. Development of a new animal model for cholesteatoma. Laryngoscope. 1993, 103:774-84.
- Teses: Sobrenome do Autor e Iniciais. Título da Tese. Cidade, ano, página (Tese de Mestrado ou Doutorado - Nome da Faculdade).Ex: Hueb MM. Colesteatoma Adquirido: Avanços experimentais na compreensão de sua patogênese. São Paulo, 1997, p. 100, (Tese de Doutorado - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo);
- Livros: Sobrenome do(s) Autor(es) e Iniciais. Título do Livro, nº da edição. Cidade: Editora; ano. Ex: Bento RF, Miniti A, Marone, SAM. Tratado de Otologia. 1a ed. São Paulo: Edusp, Fundação Otorrinolaringologia, FAPESP; 1998;
- Capítulos de Livros: Sobrenome do(s) Autor(es) do capítulo e Iniciais. Nome do capítulo. In: Sobrenome do(s) Autor(es) do Livro e Iniciais. Título do Livro. Número da edição. Cidade: Editora; ano, página inicial - página final. Ex: Hueb MM, Silveira JAM e Hueb AM. Otosclerose. Em: Campos CAH, Costa HOO (eds). Tratado de Otorrinolaringologia. 1ª ed. São Paulo: Editora Roca; 2003, Vol. 2, pp. 193-205.
105
- Material eletrônico: para artigos na íntegra retirados da internet, seguir as regras prévias, acrescentando no final "disponível em: endereço do site".
- Abreviaturas e Unidades: a revista reconhece o Sistema Internacional (SI) de unidades. As abreviaturas devem ser usadas apenas para palavras muito frequentes no texto.
- Tabelas e Gráficos: cada tabela deve ser apresentada com números arábicos, por ordem de aparecimento no texto, em página separada com um título sucinto, porém explicativo, não sublinhando ou desenhando linhas dentro das tabelas. Quando houver tabelas com grande número de dados, preferir os gráficos (em preto e branco). Se houver abreviaturas, providenciar um texto explicativo na borda inferior da tabela ou gráfico.
- Ilustrações: enviar as imagens e legendas conforme instruções de envio do Sistema de Gestão de Publicações (SGP) no site http://www.arquivosdeorl.org.br. Até um total de 8 figuras será publicado sem custos para os autores; fotos coloridas serão publicadas dependendo de decisão do editor.
GUIA PARA AUTORES
- Título em português e inglês; nome e titulação dos autores; instituição; endereço para correspondência; apresentação em congresso; fonte de financiamento;
- Resumo estruturado em tópicos e palavras-chave em português e inglês;
- Texto em português;
- Agradecimentos;
- Referências Bibliográficas;
- Tabelas e gráficos;
- Ilustrações (fotos e desenhos);
- Legendas das ilustrações.
- Declaração por escrito de todos os autores que o material não foi publicado em outros locais, permissão por escrito para reproduzir fotos/figuras/gráficos/tabelas ou qualquer material já publicado ou declaração por escrito do paciente em casos de fotografias que permitam a sua identificação.
- Declaração por escrito sobre a "Transferência dos Direitos Autorais" e sobre a "Declaração de Conflitos de Interesse".
- Autorização da Comissão de Ética da Instituição de origem para estudos em humanos ou animais (pode estar incorporado no capítulo Método, com o número de protocolo de aprovação).
Envio de manuscritos
INSTRUÇÕES PARA SUBMISSÃO ON-LINE DE MANUSCRITOS USANDO O SISTEMA DE GESTÃO DE PUBLICAÇÕES (SGP)
Todo o processo de submissão deverá ser feito através do endereço de internet http://www.arquivosdeorl.org.br/sgp, que dá acesso ao nosso Sistema de Gestão de Publicações (SGP), onde é feita a submissão do artigo pelos autores e a avaliação por revisores do corpo editorial, em um processo onde os nomes dos autores do artigo em questão não são demonstrados em nenhuma instância. Quando acessar este link, o sistema irá pedir seu nome de usuário e senha, caso já esteja cadastrado. Caso contrário clique no botão "Quero me cadastrar" e faça seu cadastro. Ou ainda, caso tenha esquecido sua senha, use o mecanismo para lembrar sua senha, que gerará automaticamente um e-mail contendo a mesma.
O (s) autor (es) deve (m) manter uma cópia de todo o material enviado para publicação, pois os editores não se responsabilizam pelo extravio do material.
106
O processo de submissão é composto de oito passos, listados abaixo:
1º - Informar Classificação
2º - Envio de Imagens para o seu Artigo
3º - Cadastrar Co-autor (es)
4º - Informar Título e Palavras-chaves
5º - Informar Resumo e Comentários
6º - Montar Manuscrito
7º - Transferência de Copyright (Cessão de Direitos) e Declaração de Conflitos de Interesse
8º - Aprovação do (s) Autor (es)
Após a submissão, o sistema oferece a opção de salvar uma cópia de seu manuscrito em formato PDF para seu controle.
A Revista encoraja fortemente que os autores submetam eletronicamente manuscritos preparados em WordPerfect ou Microsoft Word, pois no passo "Montar Manuscrito", será exibida uma tela que simula o Word, onde é possível "copiar e colar" de qualquer editor de texto, inclusive as tabelas. O texto deverá ser digitado em espaço duplo, sendo que as margens não devem ser definidas, pois o sistema SGP as definirá automaticamente. Regras para imagens e gráficos estão descritas abaixo.
Submissão on-line passo a passo
1º Passo: Informar Classificação
Escolha uma das quatro opções: Artigo Original, Artigo de Revisão, Artigo de Atualização ou Relato de Caso.
2º Passo: Envio de imagens para o seu artigo:
As imagens deverão obrigatoriamente estar em formato JPG. Caso necessite alterar o formato de suas imagens entre na seção DOWNLOADS no SGP em: http://www.arquivosdeorl.org.br/SGP/naveg/downloads.asp e faça o download de algum dos programas freeware oferecidos para edição de imagens (requer senha de acesso).
O sistema envia grupos de até cinco imagens por vez. Para submeter mais de cinco imagens, basta clicar no botão "Enviar mais imagens". Logo após serão exibidas miniaturas das imagens, onde há um ícone (), que deverá ser clicado para editar o título e a legenda de cada imagem submetida.
3º Passo: Cadastrar Co-autor (es)
Cadastre cada co-autor, informando nome completo, cargo e titulação obrigatoriamente. O CPF poderá ser informado posteriormente. A ordem dos co-autores pode ser alterada facilmente usando as "setas" exibidas na tela.
4º Passo: Informar Título e Palavras-chave
Informe o título do trabalho, em português e inglês, e as Palavras-chave (Português) e Keywords (Inglês), que deverão ter aproximadamente 2 a 6 palavras chaves pertinentes (ESTAS PALAVRAS DEVERÃO ESTAR CONTIDAS NO DECS E NO MESH que podem encontrados no SGP em todas as telas).
5º Passo: Informar Resumo e Comentários
O Resumo/Abstract deverá obrigatoriamente conter no máximo 250 palavras cada. O autor deverá preencher os campos: Instituição, Nome e endereço para correspondência, suporte financeiro (deverá ser provida qualquer informação sobre concessões ou outro apoio financeiro) e a carta ao editor (opcional). Importante: o limite máximo aceito pelo sistema de submissão on-line para os resumos em português e inglês é de 250 palavras cada. O excedente será cortado automaticamente pelo sistema.
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6º Passo: Montar Manuscrito
Nesta tela é exibido um simulador do Word com todas as funcionalidades de formatação de texto necessárias. Para inserir seu texto neste campo, simplesmente selecione todo seu trabalho e copie e cole no campo de montagem do manuscrito (artigo). Somente selecione textos e tabelas, pois as imagens já deverão ter sido enviadas no 2 º passo e serão inseridas no final do trabalho automaticamente. Importante: Nunca coloque neste campo os nomes de autores, co-autores, ou qualquer outra informação que possa identificar onde o trabalho foi realizado. Tal exigência se deve ao fato de o processo de revisão transcorrer sem o conhecimento destes dados pelo (s) revisor (es). A não observância deste detalhe fará com que seu trabalho seja devolvido como FORA DE PADRÃO para correções.
7º Passo: Copyright (Cessão de Direitos) e Declaração de Conflitos de Interesse
Neste passo é exibida a tela com o termo de Copyright e outra com a Declaração de conflitos de Interesse, que devem ser impressas, para que o autor colha as assinaturas e informe os dados dele e de cada co-autor. A revisão do artigo será feita por pares, sendo avaliado potencial conflito de interesse que impossibilite a mesma, baseado em relação comercial, familiar, científica, institucional ou qualquer outra com o autor ou co-autores e com o conteúdo do trabalho. Em caso de material já publicado ou em caso de material que possa identificar o paciente, imprima os formulários adequados e colha as assinaturas e dados conforme indicado. O SGP oferece a opção de impressão destes termos clicando nos links apropriados. Em seguida estes documentos deverão ser enviados pelo correio ou por FAX para:
Revista ARQUIVOS INTERNACIONAIS DE OTORRINOLARINGOLOGIA
Fundação de Otorrinolaringologia – A/C Dr. Geraldo Pereira Jotz – Rua Teodoro Sampaio, 483, CEP 05405-000,
São Paulo - SP - Brasil ou para o FAX: +55 (11) 3085-9943
8º Passo (Último passo): Aprovação do Autor
Este é o último passo para completar a submissão do artigo. Nesta tela o autor terá a opção de visualizar seu trabalho no sistema e também pode salvar uma versão em PDF de seu trabalho recém submetido. Importante: O autor deverá clicar no link "APROVAR MANUSCRITO" para que seu trabalho seja encaminhado à Secretaria da revista ARQUIVOS INTERNACIONAIS DE OTORRINOLARINGOLOGIA para conferência e confirmação.
Procedimentos após a submissão (Notificações via e-mail)
Ao terminar a submissão de seu trabalho, será gerado um e-mail informando se a submissão foi efetuada corretamente. Quando o trabalho for recebido e conferido será gerado outro e-mail informando se o mesmo está dentro dos padrões solicitados. Caso o artigo esteja "Fora de padrão" o autor será avisado por e-mail e poderá corrigi-lo entrando no site http://www.arquivosdeorl.org.br/sgp
O autor que submeteu o trabalho poderá acompanhar a sua tramitação a qualquer momento pelo SGP da revista, através do código de fluxo gerado automaticamente pelo SGP ou ainda pelo título de seu trabalho.
Importante: Como o sistema gera e-mails automaticamente conforme seu artigo estiver tramitando é imprescindível que o autor DESABILITE seus filtros de SPAM em seus respectivos provedores ou que configure suas contas de e-mail para ACEITAR qualquer mensagem dos domínios ARQUIVOSDEORL.ORG.BR e FORL.ORG.BR. Para informações sobre como configurar seu filtro de spam entre em contato com seu provedor de acesso.
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ANEXO E
Instruções para os autores: Brazilian Journal of Otorhinolaryngology
Escopo e política
A política editorial do Brazilian Journal of Otorhinolaryngology é voltada para a divulgação de trabalhos científicos de grande interesse da especialidade e de suas áreas de atuação, procurando privilegiar os trabalhos originais (sobretudo os ensaios clínicos e os estudos experimentais) e para dar vazão às pesquisas feitas no âmbito dos cursos de pós-graduação da área, obedecendo a ordem de submissão dos manuscritos. Relatos de caso que sejam de forte impacto para o conhecimento científico, bem como artigos de revisão também têm seus espaços. Além disso, cada fascículo contém um editorial que procura discutir temas de interesse científico, acadêmico ou profissional da especialidade.
Todos os trabalhos submetidos são avaliados por dois ou mais revisores otorrinolaringologistas de reconhecida atividade científica em instituições públicas ou privadas ligadas ao ensino da otorrinolaringologia em programas de pós-graduação.
A revista é dirigida a um público basicamente de otorrinolaringologistas de todo o mundo, visto que possui uma versão em inglês indexada, mas também aos profissionais de atividades correlatas (fonoaudiólogos, odontólogos, cirurgiões de cabeça e pescoço, cirurgiões plásticos, pediatras entre outros).
O Brazilian Journal of Otorhinolaryngology apóia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE), reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divulgação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto. Sendo assim, somente são aceitos para publicação os artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE. O número de identificação deve ser registrado ao final do resumo.
Forma e preparação de manuscritos
CRITÉRIOS GERAIS PARA ELABORAÇÃO E ACEITAÇÃO DE ARTIGOS CIENTÍFICOS
"O Brazilian Journal of Otorhinolaryngology apóia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE), reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divulgação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto. Sendo assim, somente serão aceitos para publicação, a partir de 2007, os artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE http://www.icmje.org/. O número de identificação deverá ser registrado ao final do resumo."
O BJORL aceita o envio das seguintes modalidades de artigos:
Artigos Originais - Artigos originais são definidos como relató-rios de trabalho original, e estas contribuições devem ser significativas e válidas. Os leitores devem poder aprender de um artigo geral o que foi firmemente estabelecido e que perguntas significantes permanecem não resolvidas. Especulação deve ser mantida ao mínimo possível.
O texto está dividido em duas partes: quanto ao formato e quanto ao conteúdo.
Quanto ao formato
Extensão e apresentação
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O artigo completo (Original e Revisão) não deve exceder 25 laudas de papel tamanho A4 (21 cm x 29,7 cm), escritas em letra Times New Roman de tamanho 12, espaço duplo entre linhas. Se o revisor considerar pertinente poderá sugerir ao autor a supressão de gráficos e tabelas ou mesmo condensação de texto.
Título e autores
Um bom título permite aos leitores identificar o tema e ajuda aos centros de documentação a catalogar e a classificar o material. O título deverá se limitar ao máximo de dez palavras e seu conteúdo deve descrever de forma concisa e clara o tema do artigo. O uso de títulos demasiado gerais, assim como de abreviaturas e siglas, deve ser evitado.
Devem ser citados como autores somente aqueles que partici-param efetivamente do trabalho. Um trabalho com mais de 7 autores só deverá ser aceito se o tema for de abrangência multidisciplinar ou de ciências básicas. Inserindo o nome completo de cada autor.
Consideramos salutar que os responsáveis pelo artigo identifiquem a atuação de cada um dos autores na confecção do trabalho. Lembramos que podem e devem ser considerados autores aqueles que cumprem as seguintes tarefas:
Concebem e planejam o projeto, assim como analisam e interpretam os dados,
Organizam o texto ou revisam criticamente o conteúdo do manuscrito,
Dão suporte e aprovação final ao artigo a ser submetido.
Todos os três critérios devem ser atingidos para que o indivíduo possa ser considerado autor ou co-autor.
Critérios que não qualificam um indivíduo como autor são os seguintes:
Oferecer financiamento ou suporte de pesquisa,
Coletar dados para a pesquisa,
Dar supervisão geral a um grupo de pesquisa,
Ser chefe de serviço ou Titular de Departamento.
Se o indivíduo não se encaixar na figura de autor, mas tiver sua importância para o trabalho final, pode ser lembrado nos agradecimentos finais.
Resumo e palavras-chave (descritores)
Não poderá ser incluída no resumo nenhuma informação não contida no texto. Deve ser escrito em voz impessoal e NÃO deve conter abreviaturas ou referências bibliográficas. O resumo deve ter a capacidade de ajudar o leitor a se decidir se há interesse em ler o artigo inteiro. Será, juntamente com o título, a única parte do texto que estará disponível na maior parte das bibliotecas e agências de catalogação e indexação, sendo, portanto, o cartão de visitas da pesquisa publicada.
Artigos Originais e de Revisão DEVEM ser acompanhados de um resumo em português e outro em inglês de cerca de 200 palavras, com seus tópicos devidamente salientados (estruturado), e indicando claramente:
As premissas teóricas e justificativas do estudo (Introdução);
Os objetivos do estudo (Objetivo);
Método básico utilizado e descrição do artigo - revisão ou original - (Método);
Resultados principais e sua interpretação estatística - opcionais para estudos de revisão narrativa - (Resultados) e Conclusões alcançadas (Conclusão).
Após o resumo, três a cinco descritores científicos devem ser inseridos baseados no DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) e MeSH (Medical Subject Headings), estes podem ser acessado na página eletrô-nica da
110
BIREME (Biblioteca Regional de Medicina), www.bireme.org ou no próprio site do BJORL, no passo 4 da submissão.
Quanto ao conteúdo
Os ARTIGOS ORIGINAIS devem estar no chamado formato IMRDC: Introdução, Método, Resultados, Discussão e Conclusões.
Na Introdução é onde estão o objetivo e a justificativa do trabalho. Nela devem estar presentes as razões e pertinência para a confecção do trabalho, sua importância e abrangência, lacunas, controvérsias e incoerências teóricas e as premissas teóricas ou experiências pessoais que levaram o autor a investigar o assunto. O(s) objetivo(s) deve(m) aparecer como último parágrafo da introdução.
No Método espera-se encontrar a descrição da amostra estudada e um detalhamento suficiente do instrumento de investigação.
Nos estudos envolvendo seres humanos ou animais deve ser informado o número de protocolo de aprovação do estudo pela Comissão de Ética da instituição onde o mesmo foi realizado.
A amostra deve ser bem definida e os critérios de inclusão e exclusão descritos claramente. Também a maneira de seleção e alocação em grupos deve ser esclarecida (pareamento, sorteio, sequenciamento, estratificação, etc).
O Método deve ter coerência com a questão apresentada e deve ser explicitado o desenho do estudo.
Os Resultados devem ser apresentados de forma sintética e clara. Tudo que conste deste item tem que ter sido extraído do método. O uso de gráficos e tabelas deve ser estimulado, assim como análises estatísticas descritivas e comparativas.
Na Discussão esperamos que o autor apresente sua experiên-cia pessoal no assunto, explore seus referenciais teóricos e discuta os resultados frente a estas premissas. Também é este o local para expor possíveis dificuldades metodológicas.
As Conclusões devem ser sucintas e se ater ao objetivo propos-to. É fundamental que o método e os resultados obtidos por ele sejam suficientes para fundamentar os itens arrolados na conclusão.
Referências
São essenciais para identificar as fontes originais dos conceitos, métodos e técnicas a que se faz referência no texto e que provêm de investigações, estudos e experiências anteriores; apoiar os atos e opiniões expressados pelo autor; e proporcionar ao leitor a informação bibliográ-fica que necessita para consultar as fontes primárias.
As referências devem ser pertinentes e atualizadas, serão aceitas no máximo 50 referências para artigos originais e de revisão e 6 referên-cias para artigos de relatos de casos.
Todas as referências devem ser citadas no texto com números consecutivos em forma de superíndices, segundo a ordem de sua apa-rição. No final do artigo estas citações farão parte das referências da seguinte forma:
Artigos de Revistas Científicas
É necessário proporcionar as seguintes informações: autor(es), título do artigo, título abreviado da revista em que este se publica; ano; volume (em números arábicos), número e página inicial e final. Toda a informação se apresenta na língua original do trabalho citado. As abreviaturas dos periódicos devem ser baseadas no "Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals", disponível pelo site http://www.icmje.org. A seguir mostramos alguns exemplos que ilustram o estilo de Vancouver para a elaboração e pontuação de citações bibliográficas. Cabe ressaltar que quando as páginas final e inicial de uma citação estão em uma mesma dezena, centena, milhar etc. não há necessidade de grafar-se números repetidos. Por exemplo, uma referência que se inicia na página 1320 e termina na 1329, deverá constar como 1320-9.
a. De autores individuais:
111
Os sobrenomes e iniciais dos primeiros seis autores e, se mais de 6, segue a expressão "et al.". Exemplos: Kerschner H, Pegues JAM. Productive aging: a quality of life agenda. J Am Diet Assoc. 1998; 98(12):1445-8.
Bin D, Zhilhui C, Quichang L, Ting W, Chengyin G, Xingzi W et al. Duracion de la immunidad lograda con la vacuna antisarampionosa con virus vivos: 15 años de observación em la província de Zhejiang, China. Bol Oficina Sanit Panam. 1992;112(5):381-94.
b. Que constam de várias partes:
Lessa A. I. Epidemiologia do infarto agudo do miocárdio na cidade do Salvador: II, Fatores de risco, complicações e causas de morte. Arq Brás Cardiol. 1985;44:225-60.
c. De autor coorporativo:
Se constar de vários elementos, mencionar do maior ao menor. Em revistas publicadas por organismos governamentais ou internacio-nais, pode-se atribuir ao organismo responsável os trabalhos sem autor.
Pan American Health Organization, Expanded Program on Immunization. Strategies for the certification of the eradication of wild poliovirus transmission in the Americas. Bull Pan Am Health Organ. 1993;27(3):287-95.
Organisation Mondiale de la Santé, Groupe de Travail. Déficit en glucose-6-phosphatase déshydrogenase. Bull World Health Organ. 1990;68(1):13-24.
d. Quando sem autor:
Só utilizar se dão detalhes acerca de informes escritos que os leitores possam solicitar e obter. É importante indicar o nome exato da entidade coletiva responsável pelo documento, além de seu título com-pleto, cidade, ano e número. Se possível, informar a fonte do documento.
Cancer in South Africa [editorial]. S Afr Med J. 1994;84:15.
e. Volume com suplemento:
Shen HM, Zhang QF. Risk assessment of nickel carcinogenicity and occupational lung cancer. Environ Health Perspect. 1994;102 Suppl 1:275-82.
f. Número com suplemento:
Payne DK, Sullivan MD, Massie MJ. Womens psychological reac-tions to breast cancer. Semin Oncol. 1996;23(1 Suppl 2):89-97.
g. Volume com parte
Ozben T, Nacitarhan S, Tuncer N. Plasma and urine sialic acid in non-insulin dependent diabetes mellitus. Ann Clin Biochem. 1995;32(Pt 3):303-6.
h. Número com parte
Poole GH, Mills SM. One hundred consecutive cases of flap lace-rations of the leg in ageing patients. N Z Med J. 1994;107(986 Pt 1):377-8.
i. Número sem volume
Turan I, Wredmark T, Fellander-Tsai L. Arthroscopic ankle ar-throdesis in rheumatoid arthritis. Clin Orthop. 1995;(320):110-4.
j. Sem número ou volume
Browell DA, Lennard TW. Immunologic status of the cancer patient and the effects of blood transfusion on antitumor responses. Curr Opin Gen Surg. 1993:325-33.
k. Paginação em números romanos
112
Fisher GA, Sikic BI. Drug resistance in clinical oncology and hematology. Introduction. Hematol Oncol Clin North Am. 1995 Apr;9(2):xi-xii.
l. Tipo de artigo indicado caso necessário
Enzensberger W, Fischer PA. Metronome in Parkinsons disease [carta]. Lancet 1996;347:1337. Clement J, De Bock R. Hematological complications of hantavirus nephropathy (HVN) [resumo]. Kidney Int. 1992;42:1285.
m. Artigo contendo retratação
Garey CE, Schwarzman AL, Rise ML, Seyfried TN. Ceruloplasmin gene defect associated with epilepsy in EL mice [retratação de Garey CE, Schwarzman AL, Rise ML, Seyfried TN. In: Nat Genet 1994;6:426-31]. Nat Genet. 1995;11:104.
n. Artigo resumido
Liou GI, Wang M, Matragoon S. Precocious IRBP gene expression during mouse development [resumido em Invest Ophthalmol Vis Sci 1994;35:3127]. Invest Ophthalmol Vis Sci. 1994;35:1083-8.
o. Artigo com errata publicada
Hamlin JA, Kahn AM. Herniography in symptomatic patients following inguinal hernia repair [errata publicada aparece em West J Med 1995;162:278]. West J Med. 1995;162:28-31.
Livros ou outras Monografias
a. De autoria pessoal
Ringsven MK, Bond D. Gerontology and leadership skills for nurses. 2nd ed. Albany (NY): Delmar Publishers; 1996.
b. Editor(es), compilador(es) como autor(es)
Norman IJ, Redfern SJ, editors. Mental health care for elderly people. New York: Churchill Livingstone; 1996.
c. Organização como autora e publicadora
Institute of Medicine (US). Looking at the future of the Medicaid program. Washington: The Institute; 1992.
d. Capítulo em livro
Phillips SJ, Whisnant JP. Hypertension and stroke. Em: Laragh JH, Brenner BM, editores. Hypertension: pathophysiology, diagnosis, and management. 2nd ed. New York: Raven Press; 1995. p. 465-78.
e. Anais de conferência
Kimura J, Shibasaki H, editors. Recent advances in clinical neu-rophysiology. Proceedings of the 10th International Congress of EMG and Clinical Neurophysiology; 1995 Oct 15-19; Kyoto, Japan. Amsterdam: Elsevier; 1996.
Quando publicado em português:
Costa M, Hemodiluição para surdez súbita. Anais do 46th Con-gresso Brasileiro de Otorrinolaringologia; 2008 Out 23-25; Aracaju, Brasil. São Paulo, Roca; 2009.
f. Apresentação oral publicada
Bengtsson S, Solheim BG. Enforcement of data protection, pri-vacy and security in medical informatics. In: Lun KC, Degoulet P, Piemme TE, Rienhoff O, editors. MEDINFO 92. Proceedings of the 7th World Congress on Medical Informatics; 1992 Sep 6-10; Geneva, Switzerland. Amsterdam: North-Holland; 1992. p. 1561-5.
g. Relatório técnico ou científico
113
Elaborado através de apoio/financiamento da empresa XXX: Smith P, Golladay K. Payment for durable medical equipment billed during skilled nursing facility stays. Relatório final. Dallas (TX): Dept. of Health and Human Services (US), Office of Evaluation and Inspections; 1994 Oct. Report No.: HHSIGOEI69200860.
ou
Elaborado através de apoio/financiamento da empresa XXX: Field MJ, Tranquada RE, Feasley JC, editors. Health services research: work force and educational issues. Washington: National Academy Press; 1995. Contract No.: AHCPR282942008. Apoiado pela Agency for Health Care Policy and Research.
h. Dissertação
Kaplan SJ. Post-hospital home health care: the elderlys access and utilization [dissertação]. St. Louis (MO): Washington Univ.; 1995.
i. Patente
Larsen CE, Trip R, Johnson CR, inventors; Novoste Corporation, assignee. Methods for procedures related to the electrophysiology of the heart. US patent 5,529,067. 1995 Jun 25.
Material não publicado
Não se considera referência apropriada os resumos (abstracts) de artigos, os artigos que ainda não tenham sido aceitos para a publicação e os trabalhos ou documentos inéditos que não sejam facilmente acessáveis ao público. Excetuam-se os artigos já aceitos, mas pendentes de publicação e aqueles documentos que, ainda que inéditos, possam encontra-se com facilidade. Nesta categoria encontram-se as teses, alguns documentos de trabalho de organismos internacionais, protocolos de trabalhos científico registrados em comitês de ética e informes apresentados em conferências.
a. No prelo
Leshner AI. Molecular mechanisms of cocaine addiction. N Engl J Med. In press 1996.
Se for absolutamente necessário citar fontes inéditas difíceis de conseguir, pode-se mencionar no texto (entre parênteses) ou como nota de roda pé. A citação no texto far-se-á da seguinte maneira:
"Foi observado1 que..."
e ao pé da mesma página do artigo colocar-se-á a nota corres-pondente:
1 Lanos-Cuentas EA, Campos M. Identification and qualification of the risk factors associated with New World cutaneous leishmaniasis. In: International Workshop on control strategies for Leishmaniasis, Ot-tawa, June 1-4, 1987.
Ou
1 Herrick JB [e outros]. [Carta a Frank R Morton, secretário, Associação Médica de Chicago]. Documentos de Herrick. [1923]. Docu-mentos incluídos na: University of Chicago Special collections, Chicago, illinois, EUA.
Material eletrônico
a. Artigo de revista em formato eletrônico
Morse SS. Factors in the emergence of infectious diseases. Emerg Infect Dis [serial online] 1995 Jan-Mar [citado 1996
Jun 5];1(1):[24 telas]. Encontrado em: URL: http://www.cdc.gov/ ncidod/EID/eid.htm
34. Monografia em formato electrônico
CDI, clinical dermatology illustrated [monografia em CD-ROM]. Reeves JRT, Maibach H. CMEA Multimedia Group, producers. 2nd ed. Version 2.0. San Diego: CMEA; 1995.
114
b. Base de dados
Compact library: AIDS [base de dados em CD-ROM atualizada cada 3 meses]. Versão 1,55ª. Boston: Massachusetts
Medical Society, Medical Publishing Group; 1980. [1 disco com-pacto; sistema operacional: IBM PC, OS/2 ou compatível;
640K de memória; MS-DOS 3.0 ou mais recente, extensão Mi-crosoft CD-ROM]
Tabelas
As Tabelas, devem ser apresentadas em formato .doc (Micro-soft Word) ou .xls (Microsoft Excel), cujo propósito é agrupar valores em linhas e colunas fáceis de assimilar, devem apresentar-se em uma forma compreensível para o leitor; devem explicar-se por si mesmas e complementar - não duplicar - o texto. Não devem conter demasiada informação estatística, pois acabam incompreensíveis e confusas. Utilize a quantidade exata de linhas e colunas para a montagem da tabela. Linhas e colunas vazias ou mescladas poderão desformartar a tabela, tornando-a incompreensível.
Devem ter um título breve, mas completo, de maneira que o leitor possa determinar, sem dificuldade, o que se tabulou; indicar, além disso, lugar, data e fonte da informação. O título deve estar acima da tabela. O cabeçalho de cada coluna deve incluir a unidade de medida e ser o mais breve possível; deve indicar-se claramente a base das medidas relativas (porcentagens, taxas, índices) quando estas são utilizadas. Só se deve deixar em branco as caselas correspondentes a dados que não forem aplicáveis; deve-se usar três pontos quando faltar informação porque não se inseriram observações. As chamadas de notas se farão mediante letras colocadas como expoentes em ordem alfabética: a, b, c etc.
Digite ou imprima cada tabela com espaçamento duplo em uma folha separada de papel. Não submeta tabelas como fotografias. Numere as tabelas consecutivamente na ordem da sua citação no texto. Dê a cada coluna um título curto ou abreviado. Coloque as explicações necessárias em notas de rodapé, não no título. Explique em notas de rodapé todas as abreviações sem padrão que são usadas em cada quadro.
Identifique medidas estatísticas de variações, como desvio padrão e erro padrão da média.
Não use linhas horizontais e verticais internas. Esteja seguro que cada tabela esteja citada no texto.
Se você usa dados de outra fonte, publicada ou inédita, obtenha permissão e os reconheça completamente.
O uso de muitas tabelas em relação ao comprimento do texto pode produzir dificuldades na diagramação de páginas.
Lembre-se que o Brazilian Journal of Otorhinolaryngology aceita artigos com 25 laudas em sua totalidade.
O editor, ao aceitar o artigo, pode recomendar que quadros adicionais que contenham dados importantes mas muito extensos sejam depositadas em um serviço de arquivo, como o Serviço de Publicação Auxiliar Nacional nos Estados Unidos, ou os faça disponíveis para os leitores. Nesta situação, uma declaração apropriada será acrescentada ao texto.
Submeta tais quadros para consideração com o artigo.
Figuras
As ilustrações (gráficos, diagramas, mapas ou fotografias, entre outros) devem ser utilizadas para destacar tendências e comparações de forma clara e exata; serem fáceis de compreender e agregar informação, não duplicá-la. Seus títulos devem ser tão concisos quanto possível, mas ao mesmo tempo muito explícitos, localizado na parte inferior da figura.
Não se colocam notas ao pé da figura, mas se identifica a fonte se tomada de outra publicação. Havendo espaço, a explicação dos gráficos e mapas deverá ser incluída dentro da própria figura.
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Figuras devem ser profissionalmente desenhadas ou fotografadas. Desenhos à mão livre são inaceitáveis. Títulos e explicações detalhadas devem ficar na legenda e não na figura.
Microfotografias devem ter marcadores de escala internos. Símbolos, setas ou cartas usados em microfotografias devem contrastar com o fundo.
Se fotografias das pessoas forem usadas, ou os mesmos não devem ser identificáveis ou suas fotos devem ser acompanhadas de permissão escrita para seu uso e publicação.
As figuras devem ser numeradas consecutivamente de acordo com a ordem na qual elas foram citadas no texto. Se uma figura já foi publicada previamente, deve ser reconhecida a fonte original e submetida a permissão escrita do proprietário protegido por direitos autorais para reproduzir o material. Permissão é requerida independente de autoria ou publicador, com exceção de documentos no domínio público.
Legendas para Ilustrações
Digite em espaçamento duplo, começando em uma página separada, com numeral árabe que corresponde à ilustração.
Quando usados símbolos, setas, números, ou cartas para identi-ficar partes das ilustrações, identificar e explicar cada um claramente na legenda. Explique a escala interna e identifique o método de coloração das microfotografias.
Unidades de Medida
Medidas de comprimento como altura, peso e volume devem ser informadas em unidades métricas (metro, quilograma, ou litro) ou seus múltiplos decimais.
As temperaturas devem ser informadas em graus centígrados. As pressões sanguíneas devem ser em milímetros de mercúrio.
Os dados hematológicos e medidas de análise laboratoriais devem aparecer no sistema métrico em termos do Sistema Internacional de Unidades (SI).
Abreviaturas e siglas
Utilizar o menos possível. Na primeira vez que uma abreviatura ou sigla aparece no texto, deve-se escrever o termo completo a que se refere, seguido da sigla ou abreviatura entre parênteses, como no exemplo, Programa Ampliado de Imunização (PAI). Devem ser expressas em português, por exemplo, DP (desvio padrão) e não SD (standard deviation), exceto quando correspondam a entidades de alcance nacio-nal (FBI) ou conhecidas internacionalmente por suas siglas não portu-guesas (UNICEF), ou a substâncias químicas cujas siglas inglesas estão estabelecidas como denominação internacional, como GH (hormônio do crescimento), não HC.
Envio de manuscritos
Instruções gerais para submissão on-line de manuscritos usando o SGP - Sistema de Gestão de Publicações do BJORL
Os manuscritos deverão ser submetidos em português ou inglês.
A submissão on-line deverá ser feita através do endereço do SGP/BJORL na internet: www.bjorl.org.br/sgp. Quando entrar neste link, o sistema irá pedir seu nome de usuário e senha caso já esteja cadastrado. Caso contrário clique no botão "Quero me cadastrar" e faça seu cadastro. Ou ainda, caso tenha esquecido sua senha, use o mecanismo para lembrar sua senha, que gerará um e-mail contendo sua senha.
As regras para formatação do artigo encontram-se descritas no link http://www.bjorl.org.br/portugues/criterios.asp. Lembramos ainda que nos estudos que envolvam seres humanos ou animais deverá ser informado o número de protocolo de aprovação do estudo pela Comissão de Ética da instituição onde o mesmo foi realizado.
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O processo de submissão é composto de oito passos, sendo eles:
1º: Informar Classificação
2º: Enviar imagens para o seu artigo
3º: Cadastrar Co-autores
4º: Informar Título e Palavras-chave
5º: Informar Resumo e Comentários
6º: Montar Manuscrito
7º: Copyright (Cessão de Direitos)
8º: (Último passo) Aprovação do Autor (Finalizar submissão)
Após a submissão, o sistema oferece a opção de salvar uma cópia de seu manuscrito em formato PDF para seu controle. A Revista encoraja fortemente que os autores submetam eletronicamente manus-critos preparados em WordPerfect, Microsoft Word ou Pages, pois no passo "Montar Manuscrito", será exibida uma tela que simula o Word, onde é possível "copiar e colar" de qualquer editor de texto, inclusive as tabelas. Imagens e gráficos tem regras próprias, descritas abaixo.
Submissão on-line passo a passo:
A formatação do texto não é necessária, pois será feita auto-maticamente pelo Sistema SGP, e posteriormente caso seja aprovado, receberá a formatação padrão do BJORL durante a diagramação para im-pressão. O processo de submissão é composto de 8 passos, sendo eles:
1º Passo: Informar Classificação
Escolhendo entre as opções: Artigo Original, Relato de Caso, Carta ao Editor, Revisão Sistemática e Revisão.
2º Passo: Enviar imagens para o seu artigo
As imagens deverão obrigatoriamente estar em formato JPG, ou TIF. Caso necessite alterar o formato de suas imagens entre na seção DOWNLOADS no SGP em: http://www.bjorl.org.br/SGP/naveg/downloads.asp e faça o download de algum dos programas freeware oferecidos para edição de imagens (requer senha de acesso). O sistema envia grupos de até cinco imagens por vez. Para submeter mais de cinco imagens, basta clicar no botão "Enviar mais imagens". Logo após serão exibidas miniaturas das imagens, clique no ícone ao lado da imagem, para editar o título e legenda de cada imagem submetida. Lembre-se sempre de verificar a resolução mínima requerida para cada tipo de imagem, conforme tabela citada anteriormente.
3º Passo: Cadastrar Co-autores
Cadastre, obrigatoriamente cada co-autor, informando nome completo, cargo e titulação. O CPF poderá ser informado posterior-mente. A ordem dos co-autores pode ser alterada facilmente usando as "setas" exibidas na tela.
4º Passo: Informar Título e Palavras-chave
Informe o título do trabalho, em português e inglês, e as Palavras-chave (português) e Keywords (inglês). ESTAS PALAVRAS DEVERÃO ESTAR CONTIDAS NO DECS E NO MESH que podem ser encontrados no SGP em todas as telas. Importante: O sistema não aceitará trabalhos duplicados em nome do mesmo autor principal. Caso o mesmo trabalho seja submetido por autores diferentes, a BJORL se reserva o direito de excluir tais trabalhos do sistema.
5º Passo: Informar Resumo e Abstract
O Resumo/Abstract deverá obrigatoriamente conter o máximo de 200 palavras, pois o excedente será cortado automaticamente pelo sistema, e um aviso será exibido ao autor. Deve obrigatoriamente estar estruturado em:
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Introdução, Objetivo, Método, Resultado e Conclusão. Do contrário o sistema o bloqueará. O autor deverá preencher os campos: Instituição, Nome e endereço para correspondência, Suporte financeiro (Deverá ser provida qualquer informação sobre concessões ou outro apoio financeiro), e a carta ao editor (opcional). Importante: O limite máximo aceito pelo sistema de submissão on-line para os resumos em português e inglês é de 200 palavras. Sendo que o excedente será cortado automaticamente pelo sistema.
6º Passo: Montar Manuscrito
Nesta tela é exibido um simulador do Word, com todas as funcionalidades de formatação de texto necessárias. Para inserir seu texto neste campo, simplesmente selecione todo seu trabalho e copie e cole no campo de montagem do manuscrito (artigo). Somente se-lecione textos e tabelas, pois as imagens já deverão ter sido enviadas no 2º passo e serão inseridas no final do trabalho automaticamente. Importante: Nunca coloque neste campo os nomes de autores, co--autores, ou qualquer outra informação que possa identificar onde o trabalho foi realizado (Instituição, Hospital, etc.). Tal exigência se deve ao fato de o processo de revisão transcorrer em regime de duplo-cego. A não observância deste detalhe fará com que seu trabalho seja de-volvido como FORA DE PADRÃO, para que seja corrigido pelo autor, e consequentemente atrasará a publicação final, caso seja aprovado.
7º Passo: Copyright (Cessão de Direitos)
Neste passo é exibida a tela com o Termo de Copyright, que deve ser impressa, para que o autor colha as assinaturas, e informe os CPFs de cada co-autor. Em seguida este documento deverá ser enviado para a sede do BJORL pelo correio ou para o FAX: +55 (11) 5053-7512. Antes de imprimir, certifique-se de ter respondido as duas perguntas no final do termo. Importante: O SGP oferece a opção de impressão deste termo de copyright, clicando no link "Gerar termo de copyright".
8º Passo: (Último passo) Aprovação do Autor (Finalizar submissão)
Este é o último passo para completar a submissão do artigo. Nesta tela o autor terá a opção de visualizar seu trabalho no sistema e também pode salvar uma versão em PDF de seu trabalho recém submetido. Importante: O autor deverá clicar no link "APROVAR MANUSCRITO" para que seu trabalho seja encaminhado a Secretaria do BJORL para conferência e confirmação.
Procedimentos após a submissão (Notificações via e--mail) - Ao terminar a submissão de seu trabalho, será gerado um e-mail informando se a submissão foi efetuada corretamente, outro e-mail será gerado após conferir se o mesmo está dentro dos padrões. Caso o artigo esteja "Fora de padrão", o autor será avisado por e-mail e poderá corrigi-lo entrando no SGP/BJORL em www.rborl.org.br/sgp.
Os autores poderão acompanhar a tramitação de seu trabalho a qualquer momento pelo SGP/BJORL, através do código de fluxo ge-rado automaticamente pelo SGP, ou ainda pelo título de seu trabalho. Importante: Como o sistema gera e-mails automaticamente conforme seu artigo estiver tramitando, é imprescindível, que o autor DESABILITE seus filtros de SPAM em seus respectivos provedores, ou que configurem suas contas de e-mail para ACEITAR qualquer mensagem do domínio BJORL.ORG.BR. Para informações sobre como configurar seu filtro de spam entre em contato com seu provedor de acesso.
Diretrizes para elaboração do manuscrito
Caso tenha alguma planilha transforme-a em tabela no Word (ou Wordperfect) e copie-a e cole-a na tela do 8º passo da submissão, e no caso dos gráficos converta-os para o formato de imagem JPG.
A BJORL solicita que os autores arquivem em seu poder as imagens originais, pois caso as imagens submetidas on-line apresentem algum impedimento para impressão, entraremos em contato para que nos envie estes originais.
Aviso: Mantenha seu cadastro (e-mail, endereço, etc.) atualizados, pois nossa comunicação com os autores é exclusivamente por e-mail.
Para maiores informações, acesse: http://www.bjorl.org.br/portugues/criterios.asp