anÁlise multivariada de atributos quÍmicos e … · florestais e ambientais da universidade...

127
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais ANÁLISE MULTIVARIADA DE ATRIBUTOS QUÍMICOS E FÍSICOS DO SOLO E CRESCIMENTO DA TECA EM SISTEMA AGROFLORESTAL HUDSON SANTOS SOUZA CUIABÁ-MT 2017

Upload: truongdung

Post on 14-Dec-2018

220 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL

Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais

ANÁLISE MULTIVARIADA DE ATRIBUTOS QUÍMICOS E FÍSICOS DO SOLO E CRESCIMENTO DA TECA EM

SISTEMA AGROFLORESTAL

HUDSON SANTOS SOUZA

CUIABÁ-MT

2017

HUDSON SANTOS SOUZA

ANÁLISE MULTIVARIADA DE ATRIBUTOS QUÍMICOS E FÍSICOS DO SOLO E CRESCIMENTO DA TECA EM

SISTEMA AGROFLORESTAL

Orientador: Prof. Dr. Antonio de Arruda Tsukamoto Filho

Dissertação apresentada a Faculdade de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Mato Grosso, como parte das exigências do Curso de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais, para obtenção do título de Mestre.

CUIABÁ-MT

2017

Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.

Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a)autor(a).

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.

S729a Souza, Hudson Santos.Análise multivariada de atributos químicos e físicos do

solo e crescimento da teca em sistema agroflorestal /Hudson Santos Souza. -- 2017

xviii, 109 f. : il. color. ; 30 cm.

Orientador: Antonio de Arruda Tsukamoto Filho.Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Mato

Grosso, Faculdade de Engenharia Florestal, Programa dePós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais,Cuiabá, 2017.

Inclui bibliografia.

1. Tectona grandis L.f.. 2. componentes edáficos. 3.sistemas agrissilvipastoris. I. Título.

iii

iv

v

EPÍGRAFE

“O temor do Senhor é o princípio do saber, mas os loucos

desprezam a sabedoria e o ensino. Porque o Senhor dá a sabedoria, e da

sua boca vem a inteligência e o entendimento. Porquanto a sabedoria

entrará no teu coração, e o conhecimento será agradável à tua alma.

Convém que Ele cresça e que eu diminua.” Provérbios 1:7; 2:6,10; João

3:30.

vi

DEDICATÓRIA

Dedico a minha esposa Raquel Machado Lima e a meus pais

José Carlos Carvalhais de Souza e Irene dos Santos Souza por terem me

apoiado em todos os momentos da minha carreira acadêmica.

vii

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar à Deus por tudo que tem me concedido.

Ao programa de Pós-graduação em Ciências Florestais e

Ambientais da Universidade Federal de Mato Grosso e ao Instituto Federal

de Mato Grosso campus Cáceres Prof. Olegário Baldo.

Aos professores do programa de Pós-graduação em Ciências

Florestais e Ambientais da Universidade Federal de Mato Grosso.

Ao professor Antonio de Arruda Tsukamoto Filho pela orientação

e dedicação ao trabalho realizado.

Às professoras Édila Cristina de Souza, Daniele Aparecida

Alvarenga Arriel e ao professor Diego Tyszka Martinez pela contribuição no

trabalho.

À minha esposa Raquel Machado Lima pelo incentivo e apoio

concedido em toda a elaboração do trabalho.

Ao professor Reginaldo Antonio Medeiros pela disponibilização

da área da pesquisa e pela contribuição no trabalho.

Ao Sr. Antonio Medeiros e família pelo apoio na implantação e

manutenção da área experimental.

Ao professor Ronaldo Drescher pelo apoio concedido e

disponibilização do laboratório de Manejo Florestal.

Ao meu pai José Carlos Carvalhais de Souza e minha mãe Irene

dos Santos Souza pelo apoio.

Aos meus avós Ricardo José de Souza e Maria Jesus de Araújo

e meus tios Antonio e Ivone Carvalhais de Souza pela ajuda concedida.

Ao amigo Diogo Guido Streck Vendruscolo pela parceria e

trabalhos desenvolvidos.

Aos amigos Jhonny Pinto Vieira Mendes Moura, Clebson Lima

Cerqueira, Djunior Alves Teixeira, Fernando Thiago da Silva, Raiane

Scandiane da Silva, Paride Barban, Liriam Sudré, Italo Luiz Correa Lenzi e

Júlia Graziela da Silveira pela parceria realizada.

viii

SUMÁRIO RESUMO ............................................................................................... xvii ABSTRACT .......................................................................................... xviii

1 INTRODUÇÃO GERAL .................................................................. 1 2 REVISÃO DE LITERATURA .......................................................... 3

2.1 SISTEMAS AGROFLORESTAIS .................................................... 3 2.1.1 Classificação dos sistemas agroflorestais ....................................... 4 2.2 A Tectona grandis L.f. (TECA) ........................................................ 8 2.2.1 Caracterização da espécie da teca ................................................. 8 2.2.2 Condições edafoclimáticas ............................................................ 10

2.2.3 Aspectos silviculturais ................................................................... 11 2.3 ANÁLISE MULTIVARIADA ............................................................ 12

2.3.1 Análise de Componentes Principais (ACP) ................................... 12

2.3.2 Análise Discriminante (AD) ............................................................ 13 2.3.3 ANOVA e MANOVA ...................................................................... 14 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................. 16

CAPÍTULO 1. ANÁLISE MULTIVARIADA DE ATRIBUTOS QUÍMICOS E FÍSICOS DO SOLO EM SISTEMA AGROFLORESTAL COM TECA ..... 23 1 RESUMO ...................................................................................... 24 2 ABSTRACT .................................................................................. 25

3 INTRODUÇÃO .............................................................................. 26 4 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................. 28 4.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ....................................... 28

4.2 INSTALAÇÃO DO EXPERIMENTO .............................................. 28

4.3 COLETA DE DADOS .................................................................... 31 4.4 ANÁLISE MULTIVARIADA ............................................................ 31 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................... 33

5.1 ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS (ACP) .................... 33 5.2 ANÁLISE DISCRIMINANTE (AD) .................................................. 37 5.3 ANOVA E MANOVA ...................................................................... 39

6 CONCLUSÕES ............................................................................. 45 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................. 46

CAPÍTULO 2. CRESCIMENTO E PRODUTIVIDADE DE TECA EM SISTEMA AGROFLORESTAL ................................................................ 51 1 RESUMO ...................................................................................... 52 2 ABSTRACT .................................................................................. 53

3 INTRODUÇÃO .............................................................................. 54 4 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................. 56 4.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DO EXPERIMENTO ........................... 56

4.2 HISTÓRICO DA ÁREA DO EXPERIMENTO ................................ 56 4.3 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL ............................................. 60 4.3.1 Projeto A ........................................................................................ 60 4.3.2 Projeto B ........................................................................................ 62

ix

4.4 COLETADA DE DADOS ............................................................... 65 4.5 AVALIAÇÕES ................................................................................ 65 4.5.1 Porcentagem de sobrevivência (S%) ............................................ 65 4.5.2 Diâmetro à altura do peito (dap) .................................................... 65 4.5.3 Altura total (ht) ............................................................................... 66

4.5.4 Área basal por hectare (G) ............................................................ 66 4.5.5 Volume total por hectare (vt) ......................................................... 67 4.5.6 Crescimento e produtividade ......................................................... 67 4.5.7 Incremento corrente anual (ica) e incremento médio anual (ima) . 67 4.5.8 Análises ......................................................................................... 68

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................... 69 5.1 PROJETO A .................................................................................. 69 5.1.1 Sobrevivência (S%) ....................................................................... 70 5.1.2 Diâmetro à altura do peito (dap) .................................................... 70

5.1.3 Altura total (ht) ............................................................................... 71 5.1.4 Área basal (G) ............................................................................... 72 5.1.5 Volume total (vt) ............................................................................ 73

5.1.6 Crescimento e produtividade ......................................................... 74 5.2 PROJETO B .................................................................................. 83

5.2.1 Sobrevivência (S%) ....................................................................... 84 5.2.2 Diâmetro à altura do peito (dap) .................................................... 85

5.2.3 Altura total (ht) ............................................................................... 86 5.2.4 Área basal (G) ............................................................................... 87 5.2.5 Volume total (vt) ............................................................................ 87

5.2.6 Crescimento e produtividade ......................................................... 88 5.3 PROJETO A E PROJETO B ......................................................... 95 6 CONCLUSÕES ............................................................................. 96

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................. 97

CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................... 104

APÊNDICES .......................................................................................... 105

x

LISTA DE TABELAS TABELA 1 – DESCRIÇÃO DOS TRATAMENTOS AVALIADOS DO SISTEMA AGROFLORESTAL IMPLANTADO EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ......................................................................................... 29

TABELA 2 – DIFERENCIAÇÃO DOS TRATAMENTOS UTILIZADOS NA ANÁLISE DISCRIMINANTE, SENDO CADA TRATAMENTO COM QUATRO BLOCOS EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ............................................................ 38

TABELA 3 – ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA ALTURA TOTAL (HT) E DIÂMETRO À ALTURA DE 5 CENTÍMETROS (D5CM) DE TECA AOS 12 MESES DE IDADE PARA 12 TRATAMENTOS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ..................... 40

TABELA 4 – ANÁLISE MULTIVARIADA DE VARIÂNCIA PARA ALTURA TOTAL (HT EM M) E DIÂMETRO À ALTURA DE 5 CENTÍMETROS (D5CM EM CM) DE TECA AOS 12 MESES DE IDADE PARA 12 TRATAMENTOS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ........................................................................................................... 40

TABELA 5 – MÉDIAS DE ALTURA TOTAL E DIÂMETRO À ALTURA DE 5 CENTÍMETROS DE TECA AOS 12 MESES DE IDADE PARA 12 TRATAMENTOS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ............................................................ 41

TABELA 6 – ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA ALTURA TOTAL (HT) E DIÂMETRO À ALTURA DE 5 CENTÍMETROS (D5CM) DE TECA AOS 36 MESES DE IDADE PARA 12 TRATAMENTOS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ..................... 42

TABELA 7 – ANÁLISE MULTIVARIADA DE VARIÂNCIA PARA ALTURA TOTAL (HT EM M) E DIÂMETRO À ALTURA DE 1,30 M (DAP EM CM) DE TECA AOS 36 MESES DE IDADE PARA 12 TRATAMENTOS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ..... 43

TABELA 8 – MÉDIAS DE ALTURA TOTAL (HT EM M) E DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (DAP EM CM) DE TECA AOS 36 MESES DE IDADE PARA 12 TRATAMENTOS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT ............................................................. 43

xi

TABELA 9 – DESCRIÇÃO DOS 12 TRATAMENTOS IMPLANTADOS EM 2010 NO SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ........................................................................................................... 58

TABELA 10 - IDENTIFICAÇÃO DOS QUATRO TRATAMENTOS DO PROJETO A IMPLANTADOS EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT ....... 61

TABELA 11 – IDENTIFICAÇÃO DOS QUATRO TRATAMENTOS DO PROJETO B IMPLANTADOS EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ...... 63

TABELA 12 – TAXA DE SOBREVIVÊNCIA (S), DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (DAP), ALTURA TOTAL (HT), ÁREA BASAL (G) E VOLUME TOTAL (VT) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ............................................................ 69

TABELA 13 – EQUAÇÕES DE RELAÇÃO HIPSOMÉTRICA AJUSTADAS PARA TECA AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ............................................................ 71

TABELA 14 – EQUAÇÕES AJUSTADAS PARA OS PARÂMETROS DE CRESCIMENTO EM DIÂMETRO À ALTURA DE 1,30 M (DAP) EM CM, ALTURA TOTAL (HT) EM M, ÁREA BASAL (G) EM M² HA-1 E VOLUME TOTAL (VT) EM M³ HA-1 PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO A EM SAFS EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ............................................................ 74

TABELA 15 – VALORES DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ICA) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (IMA) EM DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (DAP), ALTURA TOTAL (HT), ÁREA BASAL (G) E VOLUME TOTAL (VT) DE TECA AOS 72 MESES DE IDADE PARA O PROJETO A EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ............................................................ 81

TABELA 16 – TAXA DE SOBREVIVÊNCIA (S%), DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (DAP), ALTURA TOTAL (HT), ÁREA BASAL (G) E VOLUME TOTAL (VT) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ..................... 84

TABELA 17 – EQUAÇÕES DE RELAÇÃO HIPSOMÉTRICA AJUSTADAS PARA TECA AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ............................................................ 86

xii

TABELA 18 – EQUAÇÕES AJUSTADAS PARA OS PARÂMETROS DE CRESCIMENTO EM DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (DAP) EM CM, ALTURA TOTAL (HT) EM M, ÁREA BASAL (G) EM M² HA-1 E VOLUME TOTAL (VT) EM M³ HA-1 PARA O PROJETO B EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ......................................................................................... 88

TABELA 19 – VALORES DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ICA) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (IMA) EM DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (DAP), ALTURA TOTAL (HT), ÁREA BASAL (G) E VOLUME TOTAL (VT) DE TECA AOS 72 MESES DE IDADE PARA O PROJETO B EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ............................................................ 94

xiii

LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – CROQUI DO SISTEMA AGROFLORESTAL COM OS TRATAMENTOS INSTALADO EM 2010 EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ........................................................................................................... 30

FIGURA 2 – ANÁLISE DOS COMPONENTES PRINCIPAIS 1 E 2 DE 16 ATRIBUTOS DO SOLO, NA PROFUNDIDADE DE 0-20 CM, AOS 12 MESES APÓS A IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA AGROFLORESTAL. ... 34

FIGURA 3 – ANÁLISE DISCRIMINANTE DOS 12 TRATAMENTOS COM AS VARIÁVEIS EDÁFICAS DE 0-20 CM E DENDROMÉTRICAS (HT E D5CM) EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ......................................................................................... 39

FIGURA 4 – CROQUI DO SISTEMA AGROFLORESTAL COM TECA INSTALADO EM 2010 EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ................. 57

FIGURA 5 – CROQUI DO SISTEMA AGROFLORESTAL APÓS A REMODELAGEM DO EXPERIMENTO AOS 36 MESES DE IDADE EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ............................................................ 59

FIGURA 6 – DIVISÃO DO EXPERIMENTO COM CERCA DE ARAME FARPADO APÓS 36 MESES EM DOIS PROJETOS - PROJETO A E PROJETO B............................................................................................. 60

FIGURA 7 – BOVINOS DA RAÇA GIROLANDO INSERIDOS NO PROJETO A AOS 36 MESES DE IDADE EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ........................................................................................................... 61

FIGURA 8 – CROQUI DA ÁREA EXPERIMENTAL DO PROJETO A AOS 36 MESES DE IDADE EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ................. 62

FIGURA 9 – APLICAÇÃO DE HERBICIDA NO PROJETO B AOS 36 MESES DE IDADE EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ...................... 63

FIGURA 10 – ÁREA DO PROJETO B APÓS DESSECAÇÃO DO PASTO. ................................................................................................................. 64

FIGURA 11 – CROQUI DA ÁREA EXPERIMENTAL DO PROJETO B AOS 36 MESES DE IDADE EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ................. 64

xiv

FIGURA 12 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM DIÂMETRO À ALTURA DE 1,30 M (DAP) (CM) PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ..................... 75

FIGURA 13 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ICA) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (IMA) EM DIÂMETRO À ALTURA DE 1,30 M (DAP) (CM) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ......................................................................................... 76

FIGURA 14 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM ALTURA TOTAL (HT) (M) PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ............................................................ 77

FIGURA 15 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ICA) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (IMA) EM ALTURA TOTAL (HT) (M) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ..... 78

FIGURA 16 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM ÁREA BASAL (G) (M2 HA-

1) PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ............................................................ 78

FIGURA 17 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ICA) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (IMA) EM ÁREA BASAL (G) (M2 HA-1) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ..... 79

FIGURA 18 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM VOLUME TOTAL (VT) (M3 HA-1) PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ............................................................ 80

FIGURA 19 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ICA) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (IMA) PARA VOLUME TOTAL (VT) DE TECA NO PROJETO A. ........................................................................... 81

FIGURA 20 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (DAP) (CM) PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ..................... 89

xv

FIGURA 21 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ICA) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (IMA) EM DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (DAP) (CM) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ......................................................................................... 90

FIGURA 22 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ICA) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (IMA) EM ALTURA TOTAL (HT) (M) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ..... 90

FIGURA 23 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ICA) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (IMA) EM ALTURA TOTAL (HT) (M) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ..... 91

FIGURA 24 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM ÁREA BASAL (G) (M2 HA-

1) PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ............................................................ 92

FIGURA 25 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ICA) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (IMA) EM ÁREA BASAL (G) (M2 HA-1) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ..... 92

FIGURA 26 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM VOLUME TOTAL (VT) (M3 HA-1) PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ............................................................ 93

FIGURA 27 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ICA) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (IMA) EM VOLUME TOTAL (VT) (M3 HA-1) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ..... 94

FIGURA 28 – VOLUME TOTAL DE TECA PARA O PROJETO A E PROJETO B AOS 72 MESES DE IDADE EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ..................... 95

xvi

LISTA DE APÊNDICES APÊNDICE A – VALORES MÉDIOS DE 23 VARIÁVEIS DO SOLO PARA OS 12 TRATAMENTOS AVALIADOS DE 0 – 20 CM DE PROFUNDIDADE AOS 12 MESES DE IMPLANTAÇÃO EM FIGUEIRÓPOLIS DO OESTE. ............................................................................................................... 106

APÊNDICE B – MATRIZ DE CORRELAÇÃO DE PEARSON ENTRE AS 16 VARIÁVEIS EDÁFICAS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS, MATO GROSSO. (VALORES EM NEGRITO SÃO SIGNIFICATIVOS [<0,05]) ..................................................................... 107

APÊNDICE C – AUTOVALORES DA MATRIZ DE CORRELAÇÃO DE PEARSON ENTRE AS 16 VARIÁVEIS EDÁFICAS PARA OS 12 TRATAMENTOS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MATO GROSSO. .................................... 108

APÊNDICE D – GRÁFICO DO COTOVELO (“SCREE PLOT”) E DA VARIÂNCIA EXPLICADA (“VARIANCE EXPLAINED”) CONSTRUÍDO PELA ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS ENTRE AS 16 VARIÁVEIS EDÁFICAS DO SOLO PARA OS 12 TRATAMENTS AOS 12 MESES EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MATO GROSSO. ................................................................. 109

APÊNDICE E - ELIPSE DE PREDIÇÃO COM CONFIANÇA DE 95% CONSTRUÍDA PELA ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS ENTRE AS 16 VARIÁVEIS EDÁFICAS DE 0-20 CM AOS 12 MESES DE IDADE PARA 12 TRATAMENTOS EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MATO GROSSO. .................................... 109

xvii

RESUMO

O trabalho foi dividido em dois capítulos. O primeiro capítulo foi: Análise multivariada de atributos químicos e físicos do solo em sistema agroflorestal com teca. E o segundo capítulo foi: Crescimento e produtividade de teca em sistema agroflorestal. No primeiro capítulo, o objetivo do estudo foi avaliar os atributos químicos e físicos do solo e o desenvolvimento inicial de teca em sistema agroflorestal. O experimento foi instalado em 2010 no município de Figueirópolis D’Oeste, Mato Grosso. O delineamento experimental utilizado foi blocos casualizados, com 12 tratamentos e quatro blocos, no esquema de parcelas subdivididas. Para a realização das análises dos dados, foi utilizado a análise multivariada. Para a teca em sua fase inicial de desenvolvimento, as variáveis Ca, Ca+Mg, SB, CTC, Areia, H, pH CaCl2, Mg e MO foram as mais influentes demonstrado pela análise de componentes principais (ACP). A Tectona grandis L.f. de material genético clonal implantada em preparo de solo convencional, covas e escarificação apresenta maior crescimento em relação aos demais sistemas de cultivo aos 36 meses de idade. A cultura agrícola influencia no crescimento de teca aos 12 meses de idade. A análise multivariada dos atributos do solo é adequada para identificar os nutrientes que apresentam maior influência sobre o crescimento da teca em sistemas agroflorestais. No segundo capítulo, o objetivo foi avaliar o crescimento e estimar a produtividade de teca em no sistema agroflorestal. Foram avaliados dois projetos, projeto A e projeto B. O delineamento experimental utilizado para ambos os projetos foi blocos casualizados, com quatro tratamentos e seis blocos. Cada parcela possui sete linhas de plantio de teca, no espaçamento 4 x 2 m. A teca de clonal obteve desenvolvimentos satisfatórios em todos os tratamentos avaliados para as variáveis altura total, diâmetro à altura do peito, área basal, volume total e taxa de sobrevivência em todas as idades avaliadas. Até aos 72 meses a presença do milho não influenciou significativamente no crescimento da teca. Não houve diferença significativa em volume total entre plantar teca clonal com milho e gado em comparação com o plantio de teca clonal com milho aos 36, 48, 60 e 72 meses de idade.

xviii

ABSTRACT

The work was divided into two chapters. The first chapter was: Multivariate analysis of soil chemical and physical attributes in an agroforestry system with teak. And the second chapter was: Growth and productivity of teak in agroforestry system. In the first chapter, the objective of the study was to evaluate the chemical and physical attributes of the soil and the initial development of teak in an agroforestry system. The experiment was installed in 2010 in the municipality of Figueirópolis D'Oeste, Mato Grosso. The experimental design was randomized blocks, with 12 treatments and four blocks, in the scheme of subdivided plots. For the analysis of the data, the multivariate analysis was used. For the teak in its initial stage of development, the variables Ca, Ca + Mg, SB, CTC, Sand, H, pH CaCl2, Mg and MO were the most influential variables demonstrated by Principal Component Analysis (PCA). Tectona grandis L.f. of clonal genetic material implanted in conventional soil preparation, pits and chiseling showed higher growth in relation to the other cultivation systems at 36 months of age. The agricultural culture influences the growth of teak at 12 months of age. Multivariate analysis of soil attributes is adequate to identify the nutrients that have the greatest influence on teak growth in agroforestry systems. In the second chapter, the objective was to evaluate the growth and to estimate the productivity of teak in the agroforestry system. Two projects, project A and project B were evaluated. The experimental design used for both projects was randomized blocks, with four treatments and six blocks. Each plot has seven teak planting lines, spaced 4 x 2 m. The clonal teak obtained satisfactory developments in all treatments evaluated for the variables total height, diameter at breast height, basal area, total volume and survival rate at all ages evaluated. Up to 72 months, the presence of corn did not significantly influence teak growth. There was no significant difference in total volume between clonal teak planting with maize and cattle compared to the planting of clonal teak with maize at 36, 48, 60 and 72 months of age.

1

1 INTRODUÇÃO GERAL

Em decorrência de várias mudanças climáticas no planeta entre

elas o aquecimento global, houve um aumento nas pesquisas com

sistemas agroflorestais. De acordo com Silva et al. (2013), embora a

pesquisa agroflorestal seja recente e represente ainda uma oportunidade e

um espaço promissor para o desenvolvimento científico, passos largos

estão sendo dados para consolidar os sistemas agroflorestais em muitas

partes do mundo.

Existe várias vantagens que aumentam a importância da

utilização dos sistemas agroflorestais (SAFs), entre elas: melhor utilização

do espaço vertical, melhor utilização da energia solar, diminuição da

proliferação de plantas invasoras, maior equilíbrio biológico com

possibilidade de redução dos problemas fitossanitários em relação às

monoculturas (SILVA et al. 2013).

Nos sistemas agroflorestais a diversificação dos componentes

que o compõe, diminui o risco para o produtor uma vez que os diversos

produtos são diferentemente afetados por condições desfavoráveis de

produção ou de mercado (FAO, 1984). Segundo a FAO (1984) os SAFs

podem melhorar a estrutura do solo, favorecer a ciclagem de nutrientes e

produção de serapilheira reduzindo a evaporação do solo e aumentar o seu

teor de matéria orgânica.

De acordo com Azevedo et al. (2009), o componente florestal

oferece alternativas na produção de recursos madeireiros e não-

madeireiros, permite aumento da biodiversidade, proteção de mananciais

hídricos e do solo, conforto térmico aos animais e aumento da produção

além de diminuir a pressão sobre as áreas naturais.

Os sistemas agroflorestais criam mais uma oportunidade de

inserir os produtores rurais no mercado de madeira, com base em um

modelo de produção que otimiza o uso da propriedade, podendo manter

2

atividades agrícolas e, ou, pecuárias tradicionais, juntamente com a

atividade florestal (OLIVEIRA NETO, et al. 2010).

Uma das espécies florestais com alto valor econômico que é

utilizada em sistemas agroflorestais é a Tectona grandis L.f. (DUTRA et al.

2007; OLIVEIRA, 2013; SHUKLA e VISWANATH, 2014; MORETTI et al.

2014; MARIA et al. 2015; KHASANAH et al. 2015). A teca (Tectona grandis

L.f.) é uma espécie tropical decídua pertencente à família Lamiaceae que

ocorre naturalmente na Índia Peninsular, Mianmar, Laos e Tailândia

(MIDGLEY et al., 2015).

Atualmente, esta espécie é cultivada em diversas regiões da

Ásia, África e das Américas do Sul e Central, e possui grande importância

econômica no contexto mundial por produzir uma madeira com excelente

qualidade estética, boa resistência, estabilidade dimensional e durabilidade

(PANDEY e BROWN, 2000; BERMEJO, et al. 2004; ÂNGELO et al., 2009;

NOCETTI et al., 2011; MURILLO, et al., 2016).

Segundo Moretti (2013), uma das alternativas de uso da teca em

sistemas agroflorestais é sua combinação com o milho (Zea mays L.) no

sistema taungya, ou seja, o plantio de espécies agrícolas de maneira

temporária nos primeiros anos de implantação da espécie florestal ou até o

fechamento das copas, visando à produção de madeira nos últimos anos.

Fisher e Pritchett (1987) cita que a intensificação do manejo

florestal e o aumento dos plantios florestais, principalmente de espécies

exóticas, têm servido para focalizar a importância das propriedades

químicas do solo no crescimento das árvores.

Nesse contexto, o presente trabalho foi dividido em dois

capítulos: O primeiro capítulo foi: Análise multivariada de atributos químicos

e físicos do solo em sistema agroflorestal com teca. O segundo capítulo foi:

Crescimento e produtividade de teca em sistema agroflorestal. O objetivo

do primeiro capítulo foi avaliar a influência dos atributos físicos e químicos

do solo no desenvolvimento inicial de plantas de teca e o objetivo do

segundo capítulo foi avaliar o crescimento da teca em diferentes

tratamentos até os 72 meses de idade.

3

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 SISTEMAS AGROFLORESTAIS

Os sistemas agroflorestais (SAFs) consistem em um conjunto de

técnicas que combinam intencionalmente, em uma mesma área, espécies

florestais com espécies agrícolas, com ou sem a presença de animais, para

ofertar bens e serviços em base sustentáveis a partir das interações

estabelecidas (SILVA, 2013).

Segundo Engel (1999) um sistema agroflorestal pode ser

definido como um sistema agropecuário diferenciado por ter um

componente arbóreo ou lenhoso, o qual tem um papel fundamental na sua

estrutura e função. Santos (2000) define sistema agroflorestal como sendo

a modalidade de uso integrado da terra para fins de produção florestal,

agrícola e pecuário.

Para Nair (1993) sistema agroflorestal é um nome coletivo para

sistemas e tecnologias de uso da terra onde espécies lenhosas perenes

são deliberadamente utilizadas nas mesmas unidades de manejo da terra

com culturas agrícolas com ou sem a presença de animais, em alguma

forma de arranjo espacial ou sequência temporal.

Sistemas agroflorestais, segundo Macedo et al. (2000), são uma

das alternativas de uso dos recursos naturais que normalmente causam

pouca degradação ao meio ambiente, isso devido principalmente por

respeitarem os princípios básicos de manejo sustentável dos

agrossistemas. De acordo com Tsukamoto Filho (1999), a sustentabilidade

é uma característica inerente aos sistemas agroflorestais, pois estão

alicerçados em princípios básicos que envolvem aspectos ecológicos,

econômicos e sociais.

Existe uma série de vantagens que aumentam a importância da

utilização dos SAFs, entre elas: melhor utilização do espaço vertical, melhor

utilização da energia solar, diminuição da proliferação de plantas invasoras,

4

maior equilíbrio biológico com possibilidade de redução dos problemas

fitossanitários em relação às monoculturas (FAO, 1984).

De acordo com a FAO (1984), a diversificação diminui o risco

para o produtor, uma vez que os diversos produtos são diferentemente

afetados por condições desfavoráveis de produção ou de mercado,

melhoria da estrutura do solo, favorecimento da ciclagem de nutrientes e

produção de serapilheira reduzindo a evaporação do solo e aumentando o

seu teor de matéria orgânica.

Vários estudos demonstraram que as propriedades do solo

foram melhoradas em sistemas agroflorestais em comparação com

sistemas de monocultivo (MONTAGNINI, 1992; YOUNG, 1994; PALM,

1995; UDAWATTA et al. 2008; KUMAR et al. 2010a; KUMAR et al. 2010b;

PAUDEL et al. 2011; PAUDEL et al. 2012; BARDHAN et al. 2013; SILVA,

2013; UDAWATTA et al. 2014).

Algumas desvantagens dos sistemas agroflorestais podem ser:

possibilidade de competição interespecífica, rendimento individual dos

componentes mais baixos, queda de galhos e árvores com danos para as

culturas do estrato inferior e manejo mais complicado (SILVA, 2013).

2.1.1 Classificação dos sistemas agroflorestais

De acordo com Nair (1985), os sistemas agroflorestais são

classificados com base nos aspectos funcionais e estruturais em sistemas

agrossilviculturais, sistemas silvipastoris e sistemas agrossilvipastoris.

Sistemas agrossilviculturais: é um sistema que em sua

composição contém a implantação de espécies arbóreas associadas com

o cultivo de espécies agrícolas.

Este sistema é o que apresenta a maior quantidade e variedade

de práticas em todo o mundo, sendo, provavelmente o primeiro a ser

deliberadamente estabelecido. As múltiplas técnicas agrossilculturais são

amplamente disseminadas em diversas condições ecológicas, econômicas

e sociais, representando em muitas regiões importante fator de geração de

renda e desenvolvimento (SILVA, 2013).

5

Em sistemas agrossilviculturais verificam-se a mitigação de

extremos climáticos onde as árvores modificam os picos térmicos, além do

aumento na produção total por área, que são consequências do microclima

e das interações entre os componentes do sistema (YOUNG, 1994).

No trabalho realizado por Vieira et al. (2003), onde avaliaram a

adaptação de espécies arbóreas nativas em um sistema agrossilvicultural,

as espécies de ingás (Inga uruguensis e Inga sessilis) e a tucaneira

(Citharexylium myrianthum) obtiveram bom desempenho e adaptação,

apresentando alta taxa de sobrevivência e capacidade de rebrota, mesmo

sob a ocorrência de um estresse climático como a geada. Tal fato indicou

o alto potencial dessas espécies para compor um sistema agroflorestal nas

condições edafoclimáticas estudadas.

Silva (2000) verificou que os consórcios, cacaueiro com

pupunheira e cacaueiro com açaizeiro, são mais eficientes em termos

agronômicos e econômicos do que a cultura tradicional do cacau. Estes

sistemas avaliados, nas condições em que foram praticados, sem insumos

químicos industriais ou qualquer defensivo externo, constituem modelos

orgânicos de produção, potencializando a inserção dos seus produtos no

mercado alternativo e promissor de alimentos naturais, podendo

representar uma valoração extra e um incremento nas receitas.

Os sistemas agrossiIvicuIturais são extremamente interessantes

para os trópicos em decorrência das interações ecológicas e econômicas

que promovem, diferindo das monoculturas, cujos indivíduos competem em

um mesmo local e ao mesmo tempo pelos mesmos fatores da produção, e

são mais vulneráveis às incertezas ecológicas e aos riscos de flutuações

de mercado (ALVIM et al. 1989).

A incorporação por estes sistemas de técnicas comprovadas da

agricultura e da silvicultura, ciências com as quais tem interface e interação

direta, cria um imenso leque de possibilidade a serem exploradas e a partir

do uso criterioso dos conhecimentos, potencializa substanciais avanços no

desenvolvimento da combinação de árvores com plantas agrícolas (SILVA,

2013).

6

O principal sistema agroflorestal utilizado no Brasil, segundo

Silva et al. (2001), é o Taungya, que consiste no plantio de espécies

agrícolas nos primeiros anos do povoamento florestal. O sistema abrange

as práticas de uso múltiplo do solo, envolvendo as produções conjuntas de

culturas florestais e agrícolas.

De acordo com Alvim et al. (1989) sistemas agrosilviculturais

apresentam uma série de vantagens sobre os plantios monoculturais como:

✓ Fluxo de caixa mais favorável pelas receitas obtidas com culturas

intercalares de ciclo curto;

✓ Maiores lucros por unidade de superfície cultivada; uso diversificado

e mais racional dos fatores espaço e luz;

✓ Mecanismos biológicos interativos como fixação simbiótica de

nitrogênio atmosférico por leguminosas associadas ao sistema;

✓ Maior ciclagem de nutrientes e melhor aproveitamento residual de

fertilizantes exógenos;

✓ Redução dos riscos ecológicos e incertezas de mercado.

Sistemas silvipastoris: São sistemas que integram

componentes lenhosos como árvores e arbustos, componentes herbáceos

como gramíneas e leguminosas e o componente animal.

O sistema silvipastoril é uma prática muito difundida em várias

zonas do mundo onde a pecuária é importante, tendo relevante significado

regional na América Latina em países como Costa Rica, Nicarágua,

Honduras, Cuba, Argentina, Chile, Uruguai e Brasil (SILVA, 2013).

Segundo Aquino e Assis (2005) a introdução de árvores e

arbustos, em pastagens de gramíneas, pode acarretar vários benefícios,

em alguns casos ocorrendo externalidades positivas que ultrapassam os

limites da pastagem ou da propriedade. Entre esses efeitos, destacam-se:

✓ Conforto para os animais;

✓ Controle de erosão e melhoramento da fertilidade do solo;

✓ Melhor aproveitamento da água das chuvas;

7

✓ Aumento na disponibilidade de forragem em certas épocas do ano e

maiores teores de proteína bruta na forragem sombreada;

✓ Incremento da rentabilidade da propriedade rural, com redução nos

gastos com insumos e, algumas vezes, com a obtenção de pelo

menos dois produtos comercializáveis (leite, carne, madeira, frutas);

✓ Aumento e conservação da biodiversidade.

Segundo Franke e Furtado (2001), dentre os efeitos positivos

fornecidos pelas árvores estão: a proteção do solo contra erosão provocada

pelo vento ou pela água, a recuperação de nutrientes abaixo do sistema

radicular das culturas ou das forrageiras, a melhoria das condições físicas,

químicas e biológicas do solo e do microclima local, trazendo conforto

principalmente aos animais.

De acordo com Oliveira et al. (2005) em pastagens a introdução

de árvores tem como objetivo o aumento de nutrientes no solo, bem como

a melhoria na ciclagem destes, pela absorção dos elementos pelas raízes

das árvores nas camadas mais profundas do solo, e a posterior deposição

na camada superficial, por meio da decomposição de galhos, folhas e

raízes incorporadas ao solo.

Para Kageyama e Castro (1989) os sistemas de plantações

mistas compostas com árvores nativas apresentam-se mais adequados por

manterem, embora parcialmente, os processos que caracterizam a

eficiência de conservação ambiental dos sistemas florestais naturais.

Portanto, Soares et al. (2009) ressalta que para o sucesso do

sistema silvipastoril, é indispensável entender as interações entre animal e

os sistemas forrageiro e arbóreo pois, a adaptação das espécies forrageiras

em um sistema silvipastoril depende principalmente de sua habilidade em

crescer em condições edafoclimáticas alteradas pela presença de espécie

arbórea no estrato vegetal superior.

Sistemas agrossilvipastoris: são sistemas mistos que podem

ocorrer de forma sequencial ou simultânea, contemplando a presença de

8

animais pequenos ou grandes, árvores com função agrícola e cultivos de

ciclo curto (SILVA, 2013).

Segundo Oliveira (2005), os sistemas agrossilvipastoris podem

permitir aos proprietários rurais e às empresas florestais amortizar o custo

de implantação da floresta, com a comercialização dos grãos produzidos

nos primeiros anos de plantio e durante a maturação da floresta, por

ocasião da comercialização de produtos originados da pecuária, inserida

nos plantios florestais, além da geração de empregos na região.

Nos sistemas agrossilvipastoris a característica que mais se

sobressai, além das árvores, é a presença de animais e de forragem

necessária para alimentação e o que os difere dos sistemas silvipastoris é

a presença dos cultivos agrícolas (MONTAGNINI et al., 1992).

De acordo com Oliveira et al. (2000) implantar sistemas

agrossilvipastoris com eucalipto em região de cerrado, é uma opção viável

economicamente, desde que, no mínimo, 5% da madeira produzida seja

utilizada para serraria, e o restante para energia ou outro fim com valor de

mercado equivalente ou superior.

Oliveira et al. (2000) e Souza et al. (2007) estudaram o aspecto

econômico dos sistemas agrossilvipastoris e consideraram que, apesar da

baixa produtividade das lavouras entre as linhas de eucalipto, elas

permitem reduzir os custos de plantio das árvores e preparam o solo para

a introdução das forrageiras melhoradas (braquiárias, tanzânia e

mombaça), que formarão o sistema silvipastoril com eucalipto nas fases

posteriores.

2.2 A Tectona grandis L.f. (TECA)

2.2.1 Caracterização da espécie da teca

A teca (Tectona grandis L.f.) é uma espécie tropical decídua

pertencente à família Lamiaceae que ocorre naturalmente em uma

distribuição natural descontínua na Índia Peninsular, Mianmar, Laos e

9

Tailândia (MIDGLEY et al., 2015). Atualmente, apresenta uma ampla

distribuição, com plantios em diversas regiões da Ásia, África e das

Américas do Sul e Central e possui grande importância econômica no

contexto mundial por produzir uma madeira com excelente qualidade

estética, boa resistência, estabilidade dimensional e durabilidade (PANDEY

e BROWN, 2000; BERMEJO, et al. 2004; ÂNGELO et al., 2009; NOCETTI

et al., 2011; MURILLO, et al., 2016).

A teca é uma espécie arbórea de grande porte que atinge alturas

entre 25 e 35 m, raramente acima de 45 m, e possui medidas de diâmetro

à altura do peito que ultrapassam 100 cm podendo chegar a 250 cm

(LAMPRECHT, 1990).

As folhas da teca são opostas, elípticas, coriáceas e ásperas ao

tato, base arredondada, pecíolos curto e robusto, ápice e base agudos. As

folhas, em média, possuem 20 a 50 centímetros de comprimento e 15 a 40

centímetros de largura (BEBARTA, 1999).

De acordo com Weaver (1993) a teca possui flores monóicas,

brancas e pequenas, dotadas de pecíolos curtos, dispostas em grandes e

eretas inflorescências do tipo panícula. Abrem poucas horas depois do

amanhecer e o melhor período para a polinização ocorre entre as 11:30 h

e 13:00 h. Segundo a Cáceres Florestal (2006) o fruto da teca é colhido

entre os meses de julho e outubro e fica disponível para comercialização a

partir de dezembro.

A espécie produz uma raiz pivotante grossa e larga. Na base do

tronco pode ocorrer a formação de sapopemas (PANDEY e BROWN,

2000). Entretanto, segundo Kaosa-Ard (1998) a formação de sapopemas

está vinculada ao material genético utilizado.

A teca possui o fuste retilíneo, de seção circular, de reduzida

conicidade e frequentemente bifurcado. A casca é mole, gretada, de cor

cinza ou marrom, com cerca de 15 mm; é termo-isolante, conferindo

elevada resistência ao fogo, a partir de quatro anos de idade

(LAMPRECHT, 1990).

10

2.2.2 Condições edafoclimáticas

A teca tolera uma grande variedade de climas, porém cresce

melhor em condições tropicais moderadamente úmidas e quentes. Grande

parte da área de distribuição natural da teca se caracteriza por climas do

tipo monção, com precipitação entre 1.300 e 2.500 mm ano-1 e estação

seca de 3 a 5 meses. A espécie suporta precipitações baixas de 500 mm

ano-1 até altas intensidades pluviométricas de até 5.100 mm ano-1 e seu

melhor desenvolvimento ocorre em regiões onde a temperatura mínima

varia de 13 ºC a 17 ºC e máxima entre 39 ºC a 43 ºC. (WEAVER, 1993;

PANDEY e BROWN, 2000).

De acordo com Lamprecht, (1990) a teca tem melhor

desenvolvimento em solos de textura franco-arenosa e argilosa, profundos,

bem drenados, planos e férteis. Segundo Pelissari et al., (2013), alguns

atributos químicos do solo apresentaram elevadas correlações com o

desenvolvimento da teca, sendo a ordem de importância expressada pela

ordem: Ca > pH > Al > K > MO > Mg > P.

O pH ótimo do solo deve variar entre 6,5 a 7,5. A disponibilidade

de cálcio é também um fator limitante, visto que a falta de cálcio pode

ocasionar o raquitismo nas árvores (CHAVES e FONSECA, 1991;

KRISHNAPILLAY, 2000).

A teca se desenvolve melhor em solos com boa aeração, devido

às raízes serem sensíveis à deficiência de oxigênio. Esta característica de

alta demanda por oxigênio leva a espécie a concentrar entre 65% a 80%

de sua biomassa radicular fina nos primeiros 30 cm de solo, com a maior

concentração entre 10 e 20 cm (WEAVER, 1993).

Segundo Wehr et al. (2010) a teca está adaptada para crescer

em regiões tropicais e subtropicais e requer solos férteis. Entretanto, a teca

é muitas vezes plantada em solos que são altamente lixiviados, ácidos e

potencialmente tóxicos (Al). Em sua pesquisa, Wehr et al. (2010)

verificaram que o maior crescimento foi obtido em pH 6.

No trabalho realizado por Prasad et al. (1986) a adição conjunta

de N, P e K em plantações de 10 e 20 anos aumentaram à altura, diâmetro

11

e volume da árvore de teca na Índia. Os autores avaliaram aplicações

anuais com doses de N (0, 150 e 300 kg ha-1) e P (0, 75 e 150 kg ha-1), com

uma base de K 50 kg ha-1, por 5 anos. As doses anuais de N fracionada em

duas aplicações por ano, enquanto P e K foi adicionado numa aplicação.

As melhores respostas foram com os tratamentos: 150-75-50, 300-150-50

e 150-150-50 kg ha-1 de N, P e K, respectivamente.

No estudo realizado no Panamá por Montero (1995) foi avaliado

a resposta a dose de aplicação 84,9, 169,8 e 254,7 g árvore-1 da fórmula

NPK 12-24-12 e um controle sem adubação. A melhor resposta foi obtida

com a dose de 254,7 g árvore-1 para as variáveis altura, diâmetro,

sobrevivência e incremento corrente anual.

2.2.3 Aspectos silviculturais

O amplo espaçamento requerido para o rápido crescimento das

árvores estimula a emissão de ramos, conferindo maior vigor e persistência

aos mesmos e visto que o propósito do plantio de árvores é a produção de

madeira limpa, sem nós, a poda é indispensável. A poda dos ramos não

deve ultrapassar um terço da altura da árvore. A primeira poda deve ser

efetuada um ano após o plantio e o ramo deve ser cortado rente a sua

inserção no tronco, procurando não danificar a casca (CÁCERES

FLORESTAL, 2006).

A teca é uma espécie particularmente sensível à competição

(inter-específica ou intra-específica) por luz e nutrientes. Portanto é

recomendado o controle da competição através de roçadas e desbastes. O

primeiro desbaste deve ocorrer quando a altura média das árvores

dominantes alcançarem oito metros. Nos melhores sítios essa altura é

atingida aos três ou quatro anos; em sítios de qualidade inferior somente é

alcançada aos cinco, seis ou mais anos. (MATRICARDI, 1989; CÁCERES

FLORESTAL, 2006; CALDEIRA e OLIVEIRA, 2008).

12

2.3 ANÁLISE MULTIVARIADA

A análise multivariada consiste no conjunto de técnicas

estatísticas exploratórias, descritivas e inferenciais usadas para analisar

situações que envolvem grande número de variáveis simultaneamente

(JAMES e McCULLOCH, 1990). As técnicas que são utilizadas nas

análises multivariadas possibilitam sintetizar, ordenar ou separar o conjunto

de variáveis de forma otimizada, permitindo melhor detecção de padrões

estruturais em ambientes naturais (McGARIGAL et al., 2000; PALMER,

2005).

Segundo Sartorio (2008), as técnicas de análise multivariadas

têm sido regularmente aplicadas em várias investigações científicas nas

mais diversas áreas de pesquisa, com maior ou menor frequência. A

disseminação do uso das técnicas multivariadas, pode melhorar a

qualidade das pesquisas, proporcionar uma economia relativa de tempo e

de custo, e facilitar a interpretação das estruturas dos dados, diminuindo a

perda de informação.

Entre as vantagens do uso de análises multivariadas em estudos

ecológicos estão: retratar melhor o caráter multidimensional e a natureza

multivariada dos sistemas ecológicos naturais; permitir combinar as

variáveis de maneira otimizada; solucionar diversos problemas de erros de

comparações múltiplas; possibilitar comparações a posteriori capazes de

explorar a significância estatística de várias possíveis explicações na

relação entre as variáveis dependentes e independentes (McGARIGAL et

al., 2000).

2.3.1 Análise de Componentes Principais (ACP)

A técnica de análise de componentes principais (ACP) teve início

com Karl Pearson em 1901 (PEARSON, 1901), e foi consolidada por

Hottelling em 1933 (HOTELLING, 1933). A técnica surgiu da necessidade

de se conhecer as estruturas de dependência das variáveis e a priori não é

encontrado nenhum padrão de causalidade (MORRISON, 1976).

13

De acordo com Manly (2008) a análise de componentes

principais é um dos métodos multivariados mais simples. O objetivo da

análise é tomar p variáveis X1, X2, ..., XP e encontrar combinações destas

para produzir índices Z1, Z2, ..., ZP (componentes principais -novas variáveis

transformadas) que sejam não correlacionados na ordem de sua

importância e que descreva a variação nos dados.

Os melhores resultados são obtidos quando as variáveis

originais são altamente correlacionadas, positivamente ou negativamente.

Se este é o caso, então é bastante concebível que 20 ou mais variáveis

originais possam ser adequadamente representadas por duas ou três

componentes principais. Se este estado desejável de relações de fato

ocorre, então os componentes principais importantes serão de algum

interesse como medidas das dimensões subjacente aos dados. Será

também de valor saber que há uma boa quantidade de redundância nas

variáveis originais, com a maioria delas medindo coisas semelhantes

(MANLY, 2008).

A ideia principal desse procedimento é que poucos dos primeiros

componentes principais contenham a maior variabilidade dos dados

originais. Assim, pode-se racionalmente descartar os demais

componentes, reduzindo o número de variáveis. Para descarte de

variáveis, a variável que possui maior correlação com o componente

principal de menor autovalor (menor variância) deve ser menos importante

para explicar a variância total e, portanto, passível de descarte (BARBOSA,

2006).

2.3.2 Análise Discriminante (AD)

Um problema comum em muitas áreas de pesquisa ocorre

quando existem dois ou mais grupos de objetos, para os quais um grande

número de características foi medido, e deseja-se classificar novos objetos

baseado no mesmo conjunto de características. Para a solução deste tipo

de problema, Sartorio (2008) recomenda a técnica de Análise Discriminante

(AD).

14

O objetivo da Análise Discriminante é construir uma regra de

classificação, ou seja, encontrar uma combinação linear das variáveis

independentes, que minimize a probabilidade de classificação incorreta dos

indivíduos (erro de classificação). Além disso, é importante construir uma

regra que minimize o custo de classificação incorreta (REIS, 1997;

MINGOTI, 2005).

Para construir esta regra, as variáveis discriminantes devem ser

identificadas. É chamada de Variável Discriminante aquela variável

resposta (ou o conjunto de variáveis respostas) que possui o maior poder

de discriminação entre os grupos. Depois de encontrada, é possível estimar

um conjunto de funções, chamadas funções discriminantes, que permitirão

a classificação de novos casos, cujo agrupamento seja inicialmente

desconhecido (REIS, 1997).

2.3.3 ANOVA e MANOVA

O termo analise de variância foi cunhado por Sir Ronald Aylmer

Fisher, proeminente estatístico do século XX, que definiu como a

separação de variância atribuível a um grupo de causas da variância

imputável a outros grupos. Em outras palavras, a análise de variância

(ANOVA) se refere a técnica que busca dividir a variância total de um

conjunto de dados em partes, de tal forma que as contribuições de fontes

identificáveis de variação em relação a variação total possam ser

determinadas. A ANOVA é empregada para verificar se há diferença

sistemática entre as médias de resultados normalmente distribuídos de

experimentos aleatórios (RIBAS e VIEIRA, 2011).

De acordo com Prearo (2008), quando há o interesse em

verificar se variáveis categóricas independentes afetam as variáveis

dependentes métricas, a análise multivariada da variância (MANOVA) é a

técnica estatística de análise multivariada mais adequada. Segundo Ribas

e Vieira (2011), a principal preocupação da análise multivariada de

variância (MANOVA) é o exame das diferenças entre diversos grupos,

quando se considera, simultaneamente, mais de uma variável dependente.

15

Dessa maneira, a MANOVA é essencialmente, uma análise de variância

(ANOVA) com mais de uma variável dependente, ou, alternativamente, a

ANOVA é um caso especial da MANOVA, com apenas uma variável

dependente.

Ribas e Vieira (2011) comenta que a questão fundamental da

MANOVA é investigar a existência da evidencia de ocorrência de um

“efeito” no conjunto de dados analisados, quando todas as variáveis

dependentes são conjuntamente analisadas. É importante que as variáveis

dependentes sejam moderadamente correlacionadas entre si, por inexistir

razão para analisar conjuntamente variáveis que sejam ortogonais.

Embora a MANOVA faça tal como a ANOVA, jus a seu nome, já

que a análise se fundamenta em variância, é mais fácil pensar na MANOVA

como uma técnica para analisar conjuntos de diferenças entre os escores

médios das variáveis dependentes. Em MANOVA, a análise se torna mais

complexa, mas permanecem como ponto focal as diferenças entre as

médias, e, consequentemente, diferenças entre grupos (RIBAS e VIEIRA,

2011).

16

3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVIM, R.; VIRGENS, A. de C.; ARAUJO, A. C. Agrossilvicultura como ciência de ganhar dinheiro com a terra: recuperação antecipada de capital no estabelecimento de culturas perenes arbóreas. Boletim Técnico. CEPLAC, Ilhéus, n. 161, 1989, 36 p. ÂNGELO, H.; SILVA, V. S. de M.; SOUZA, Á. N. de; GATTO, A. C. Aspectos financeiros da produção de teca no Estado de Mato Grosso. Floresta, v. 39, n. 1, p. 23–32, 2009. AQUINO, A. M. de; ASSIS, R. L. de. Agroecologia: Princípios e Técnicas para uma Agricultura Orgânica Sustentável. Embrapa, 2005. 517p. AZEVEDO, C. M. B. C. DE. SILVA, A. R.; ALVES, L. W. R.; FERNANDES, P. C. C.; CARVALHO, E. J. M.; VELOSO, C. A. C.; OLIVEIRA JÚNIOR, M. C. M. de; SILVEIRA FILHO, A. Desempenho dos componentes Agrícolas e da Teca (Tectona grandis L.f) em Sistema de Integração Lavoura- Pecuária-Floresta no Munícipio de Terra Alta - PA. I Workshop de integração lavoura-pecuária-floresta em Rondônia, p. 1–6, 2009. BARBOSA, L.; LOPES, P. S.; REGAZZI, A. J.; GUIMARÃES, S. E. F.; TORRES, R. de A. Avaliação de características de qualidade da carne de suínos por meio de componentes principais. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 35, n. 4, p. 1639-1645, 2006. BARDHAN, S.; JOSE, S.; UDAWATTA, R.; FRITSCHI, F. Microbial community diversity in a 21-year-old temperate alley cropping system. Agroforest Systems, v. 87 p. 1031–1041, 2013. BEBARTA, K.C. Teak: Ecology, Silviculture, Management and profitability. International Book Distributors. Índia. 1999. 379 p. BERMEJO, I.; CAÑELLAS, I.; SAN MIGUEL, A. Growth and yield models for teak plantations in Costa Rica. Forest Ecology and Management, v. 189, p. 97–110, 2004. CÁCERES FLORESTAL. Manual do reflorestamento da Teca. Cáceres, MT: Cáceres Florestal, 2006. 16 p. (Versão Eletrônica). Disponível em:<http://www.caceresflorestal.com.br/>. Acesso em: 11 jul. 2016. CALDEIRA, S. F.; OLIVEIRA, D. L. C. Desbaste seletivo em povoamentos de Tectona grandis com diferentes idades. Acta Amazonica, v. 38, n. 2, p. 223-228, 2008.

17

CHAVES, E.; FONSECA, W. Teca (Tectona grandis L.F.) árbol de uso múltiple em América Central. Turrialba, CATIE - Informe Técnico nº 179, 1991. 47p. DUTRA, S.; VEIGA, J. B. da; MANESCHY, R. Estrutura de Sistemas Silvipastoris na Região Nordeste Paraense. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento 64. Embrapa Amazônia Oriental, 25 p. 2007. ENGEL, V. L. Sistemas Agroflorestais: conceitos e aplicações. In: ENGEL, V. L. Introdução aos sistemas agroflorestais. Botucatu: FEPAF, 1999. 70 p. FAO. Food and Agriculture Organization. Sistemas agroflorestais en América Latina y el Caribe. Santiago, 1984. 118 p. FISHER, R. F.; PRITCHETT, W. L.; Properties and management of forest soils. 2 ed. New York: John Wiley e Sons. 1987. 494 p. FRANKE, I. L; FURTADO, S.C. Sistemas silvipastoris: fundamentos e aplicabilidade. Rio Branco: Embrapa Acre, 2001. (Embrapa Acre. Documentos, 74). HOTELLING, H. Analysis of a complex of statistical variables into principal components. Journal of Educational Psychology, Washington, v. 24, p. 417-441 e 498-520, 1933. JAMES, F. C.; McCULLOCH, C.E. Multivariate analysis in ecology and systematics: Panacea or Pandora's box. Annual Review of Ecology and Systematics, v. 21, p.129-166, 1990. KAGEYAMA, P. Y.; CASTRO, C. F. A. Sucessão secundária, estrutura genética e plantações de espécies arbóreas nativas. Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais, n.41/42, p.83-93,1989. KAOSA-ARD, A. Overview of problems in teak plantation establishment. In: REGIONAL SEMINAR ON TEAK, 2., Yangon. Proceeding. Bangkok: FAO, 1998, p. 49-59. KHASANAH, N.; PERDANA, A.; RAHMANULLAH, A.; MANURUNG, G.; ROSHETKO, J. M.; NOORDWIJK, M. V. Intercropping teak (Tectona grandis) and maize (Zea mays): bioeconomic trade-off analysis of agroforestry management practices in Gunungkidul, West Java. Agroforestry Systems, v. 89, n. 6, p. 1019–1033, 2015. KRISHNAPILLAY, B. Silviculture and management of teak plantations. Unasylva. Roma, v. 51, n. 201, p. 14-21, 2000.

18

KUMAR, S.; ANDERSON, S. H.; UDAWATTA, R. P. Agroforestry and grass buffer influences on macropores measured by computed tomography under grazed pasture systems. Soil Science Society of America Journal, n. 74, p.203–212, 2010a. KUMAR, S.; UDAWATTA, R. P.; ANDERSON, S. H. Root length density and carbon content of agroforestry and grass buffers under grazed pasture systems in a Hapludalf. Agroforest Systems, n.80, p.85–96, 2010b. LAMPRECHT, H. Silvicultura nos trópicos: ecossistemas florestais e respectivas espécies arbóreas - possibilidades e métodos do aproveitamento sustentado. Instituto de Silvicultura da Universidade Gottingen. Eschborn. Rep. Federal da Alemanha. 1990. 343p. MACEDO, R. L. G. Fundamentos básicos para implantação e manejo de sistemas agroflorestais. In: MACEDO, R. L. G. Princípios básicos para o manejo sustentável de sistemas agroflorestais. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. Cap. 1, p. 5-30. MANLY, B. F. J. Métodos Estatísticos Multivariados. Editora Artmed® S.A. 3. Ed. 224 p. 2008. MARIA, L. DE S.; SILVA, M. S. DA; GARCIA, M. L.; SILVA, F. R. DA. Avaliação do crescimento volumétrico de um povoamento clonal de Tectona grandis em sistema silvipastoril no município de Alta Floresta – MT. Anais... III SEMINÁRIO DE BIODIVERSIDADE E AGROECOSSISTEMAS AMAZÔNICOS. Cáceres, v. 2, n. 1, 2015. MATRICARDI, W. A. T. Efeitos dos fatores de solo sobre o desenvolvimento da Teca (Tectona grandis L.f.) cultivada na grande Cáceres – Mato Grosso. 1989. 135 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) – Universidade de São Paulo, Piracicaba – SP. McGARIGAL, K.; CUSHMAN, S.; STAFFORD, S. Multivariate statistics for wildlife and ecology research. New Yotk: Springer Science and Business Media. 2000. MIDGLEY S.; SOMAIYA R. T.; STEVENS P. R.; BROWN A.; KIEN, N. D.; LAITY, R. Planted teak: global production and markets, with reference to Solomon Islands. Australian Centre for International Agricultural Research: Technical Reports Nº 85, Canberra. 2015. 92p. MINGOTI, S.A. Análise de dados através de métodos de estatística multivariada: uma abordagem aplicada. Belo Horizonte: UFMG, 2005. 295p.

19

MONTAGNINI, F. Sistemas agroforestales: princípios y aplicaciones en los trópicos. 2. ed. San José: Organización para Estudios Tropicales, 1992. 622 p. MONTERO, M. Dinámica de crecimiento de teca (Tectona grandis) bajo fertilización en El Limón de Chupampa, Herrera, Panamá. In. Memorias del Seminario Técnico sobre Fertilización Forestal realizado en Santiago, Veraguas, Panamá. CATIE/ INRENARE. p. 17-29. 1995. MORETTI, M. S. Sistema agroflorestal com teca (Tectona grandis L.f.) no município de Figueirópolis D’Oeste, estado de Mato Grosso. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Mato Grosso, p. 97, 2013. MORETTI, M. S.; TSUKAMOTO FILHO, A. de A.; COSTA, R. B. da; RONDON NETO, R. M.; MEDEIROS, R. A.; SOUSA, R. A. T M. Crescimento inicial de plantas de teca em monocultivo e sistema Taungya com milho em Figueiropolis D’Oeste, Estado de Mato Grosso. Scientia Forestalis, v. 42, n. 102, p. 269–277, 2014. MORRISON, D.F. Multivariate statistical methods. 2.ed. New York: McGraw-Hill Company, 1976. 415p. MURILLO, O.; VALLEJOS, J.; BADILLA, U.; GUZMÁN, N.; LUJÁN, R.; GONZÁLEZ, E. Crescimento efetivo mensal inicial em plantações de teca (Tectona grandis) em Costa Rica. Nativa, v.4, n.2, p.87-90, 2016. NAIR, P. K. R. An introduction to agroforestry. Kluwer Academic Publishers, Dordrecht, The Netherlands in co-operation with ICRAF, 1993. 499 p. NAIR, P. K. R. Agroforestry in the context of land clearing and development in the tropics. International Board for Soil Research and Management. Jakarta, Indonesia. 60 p. 1985. NOCETTI, M.; ROZENBERG, P.; CHAIX, G.; MACCHIONI, N. Provenance effect on the ring structure of teak (Tectona grandis L.f.) wood by X-ray microdensitometry. Annals of Forest Science, v. 68, p. 1375–1383, 2011. OLIVEIRA, A. D. de; SCOLFORO, J. R. S.; SILVEIRA, V. de P. Análise econômica de um sistema agro-silvo-pastoril com eucalipto implantado em região de cerrado. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 10, n. 1, p. 1-19, jun. 2000. OLIVEIRA, B. da S. Atributos físicos e biológicos do solo em sistema de integração lavoura-pecuária-floresta, na Amazônia meridional. 2013. 78 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Mato Grosso.

20

OLIVEIRA, M. E.; LEITE, L. L.; CASTRO, L. H. R. Árvores isoladas de duas espécies nativas em pastagem de Brachiaria decumbens Stapf no cerrado. Pasturas Tropicales, v. 27, p. 51-56, 2005. OLIVEIRA NETO, S. N. de; VALE, A. B. do; NACIF, A. de P.; VILAR, M. B.; ASSIS, J. B. de. Sistema Agrossilvipastoril: integração lavoura, pecuária e floresta. Viçosa, MG : Sociedade de Investigações Florestais, 2010. 190p. OLIVEIRA, T. K. de. Sistema agrossilvipastoril com eucalipto e braquiária sob diferentes arranjos estruturais em área de Cerrado. 2005. 150 p. Tese (Doutorado) Universidade Federal de Lavras, Lavras. PALM, C. A. Contribuition of agroforestry trees to nutriente requirements of intercropped plants. Agroforestry Sistems, v.30, n.1-2, p105-124, 1995. PALMER, M.W. Ordination methods for ecologists. 2005. Disponível em: http://ordination.okstate.edu. Acesso em:15/08/2016. PANDEY, D.; BROWN, C. Teak: a global overview. Unasylva, v. 51, n. 201, p. 3–13, 2000. PAUDEL, B. R.; UDAWATTA, R. P.; ANDERSON, S. H. Agroforestry and grass buffer effects on soil quality parameters for grazed pasture and row-crop systems. Applied Soil Ecology, v. 48, p.125–132, 2011. PAUDEL, B. R.; UDAWATTA, R. P.; KREMER, R. J.; ANDERSON, S. H. Soil quality indicator responses to row crop, grazed pasture, and agroforestry buffer management. Agroforestry Sistems, v.84, p.311– 323, 2012. PEARSON, K. On lines and planes of closest fit to systems of points in space. Philosophical Magazine, Philadelphia. Series 6, n. 2, p. 559-572, 1901. PELISSARI, A. L.; CALDEIRA, S. F.; DRESCHER, R. Desenvolvimento quantitativo e qualitativo de Tectona grandis L.f. em Mato Grosso. Floresta e Ambiente, v. 20, n. 3. P. 371-383. 2013. PRASAD, R.; SAH, A. K.; BHANDARI, A. S. Fertilizer trial in ten and twenty years old teak plantations in Nadhya Pradesh. Journal of Tropical Forestry, v. 2, n. 1, p. 47-52. 1986. PREARO, L. C. O uso de técnicas estatísticas multivariadas em dissertações e teses sobre o comportamento do consumidor: um estudo exploratório. 2008. 100 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo.

21

REIS, E. Estatística Multivariada Aplicada. Lisboa: Edições Silabo, 1997. 343p. RIBAS, J. R.; VIEIRA, P. R. da C. Análise Multivariada com o uso do SPSS. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna. p. 272, 2011. SANTOS, M. J. C. Avaliação econômica de quatro modelos agroflorestais em áreas degradadas por pastagens na Amazônia Ocidental. 2000. 75p. Dissertação (Mestrado) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba. SARTORIO, S. D. Aplicações de técnicas de análise multivariada em experimentos agropecuários usando o software R. 2008. 130 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2008. SHUKLA, S. R.; VISWANATH, S. Comparative study on growth, wood quality and financial returns of teak (Tectona grandis L.f.) managed under three different agroforestry practices. Agroforestry Systems, v. 88, n. 2, p. 331–341, 2014. SILVA, I. C. Sistemas agroflorestais: conceitos e métodos. 1. ed. Itabuna: SBSAF, 2013. 308p. SILVA, I. C. Viabilidade agroeconômica do cultivo do cacaueiro (Theobroma cacao L.) com açaizeiro (euterpe oleracea Mart.) e com pupunheira (Bactris gasipaes Kunth) em sistema agroflorestal na Amazônia. 2000. 143p. Tese (Doutorado) - Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná, Curitiba. SILVA, M. L. da; LÓPEZ, J. C. F.; ALVES, J. U.; PASSOS, C. A. Avaliação econômica de sistemas agroflorestais com eucalipto-arroz e eucalipto-feijão no município de Divinópolis-MG, Brasil. Revista Árvore, Viçosa, v. 25, n. 2, p. 209-216, abr./jun. 2001. SOARES, A. B.; SARTOR, L. R.; ADAMI, P. F.; VARELLA, A.; FONSECA, L.; MEZZALIRA, J. C. Influência da luminosidade no comportamento de onze espécies forrageiras perenes de verão. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, p.443-451, 2009. SOUZA, A. N.; OLIVEIRA, A. D.; SCOLFORO, J. R. S.; REZENDE, J. L. P. de; MELLO, J. M. de. Viabilidade econômica de um sistema agroflorestal. Cerne, Lavras, v. 13, p. 96-106, 2007. TSUKAMOTO FILHO, A. A. Introdução do palmiteiro (Euterpe edulis Martius) em sistemas agroflorestais em Lavras – Minas Gerais. 1999. 148 p. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) – Universidade Federal de Lavras, Lavras.

22

UDAWATTA, R. P.; KREMER, R. J.; ADAMSON, B. W.; ANDERSON, S. H. Variations in soil aggregate stability and enzyme activities in a temperate agroforestry practice. Applied Soil Ecology, n.39 p.153–160, 2008. UDAWATTA, R.; KREMER, R.; NELSON, K.; JOSE, S.; BARDHAN, S. Soil quality indicators of a mature alley cropping agroforestry system in temperate North America. Communications in Soil Science and Plant Analysis, n. 45, p.2539–2551, 2014. VIEIRA, A. R. R.; DIOGO, F.; SILVA, V. P. da. Adaptação de espécies arbóreas nativas em um sistema agrossilvicultural, submetidas a extremos climáticos de geada na região de Florianópolis. Revista Árvore. v.27, n.5, p.627-634. 2003. WEAVER, P. L. Tectona grandis Linn f. Teak. New Orleans: U. S. Department of Agriculture, Forest Service, Southern Forest Experiment Station, 1993. 18 p. WEHR, J. B.; SMITH, T.; BLAMEY, B. P.; MENZIES, N. Aluminum sensitivity and optimum Ca and pH requirement of teak (Tectona grandis Linn. f.) clones used for forestry plantations in Australia. 19º Congresso Mundial de Ciência do Solo, Soluções de solo para um mundo em mudança 01-6 agosto de 2010, Brisbane, Austrália. 4 p. 2010. YOUNG, A. Agroforestry for soil conservation. 3.ed. Nairobi: ICRAF, 1994. 276 p.

23

CAPÍTULO 1. ANÁLISE MULTIVARIADA DE ATRIBUTOS QUÍMICOS E

FÍSICOS DO SOLO EM SISTEMA AGROFLORESTAL COM TECA

24

1 RESUMO

SOUZA, Hudson Santos. Análise multivariada de atributos químicos e físicos do solo em sistema agroflorestal com teca. 2017. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais e Ambientais) – Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá-MT. Orientador: Prof. Dr. Antonio de Arruda Tsukamoto Filho. O objetivo do estudo foi avaliar os atributos químicos e físicos do solo e o desenvolvimento inicial de teca em sistema agroflorestal. O experimento foi instalado em 2010 no município de Figueirópolis D’Oeste, Mato Grosso. O delineamento experimental utilizado foi blocos casualizados, com 12 tratamentos e quatro blocos, no esquema de parcelas subdivididas. O primeiro fator foi o preparo do solo em três tipos (covas, escarificação e convencional). O segundo fator, o tipo de propagação de muda (seminal e clonal). O terceiro fator, o milho nas entrelinhas da teca, em duas situações (presença e ausência). Foi realizado a análise de componentes principais (ACP) com todas as variáveis do solo coletadas aos 12 meses de idade para verificar quais variáveis apresentavam mais influência na análise multivariada. A análise discriminante (AD) foi realizada com todas as variáveis do solo e dendrométricas (ht e d5cm) dos tratamentos, com o intuito de se obter uma separação dos grupos, entre os tratamentos que apresentaram desenvolvimentos superiores e inferiores. Em seguida foi realizada a análise multivariada da variância (MANOVA) e o teste Tukey para verificar as diferenças. A análise foi executada com recursos do software SAS versão 9.4. Para a teca em sua fase inicial de desenvolvimento, as variáveis Ca, Ca+Mg, SB, CTC, Areia, H, pH CaCl2, Mg e MO foram as mais influentes demonstrado pela análise de componentes principais (ACP). Teca clonal implantados em preparo de solo convencional, covas e escarificação apresenta maior crescimento em relação aos demais sistemas de cultivo aos 36 meses de idade. A cultura agrícola influencia no crescimento de teca aos 12 meses de idade. A análise multivariada dos atributos do solo foi adequada para identificar os nutrientes que apresentam maior influência sobre o crescimento da teca em sistemas agroflorestais.

25

2 ABSTRACT

SOUZA, Hudson Santos. Multivariate analysis of soil chemical and physical attributes in an agroforestry system with teak. 2017. Dissertation (MSc in Forest and Environmental Sciences) - Federal University of Mato Grosso, Cuiabá-MT. Adivisor: Dr. Antonio de Arruda Tsukamoto Filho. The objective of the study was to evaluate the chemical and physical attributes of the soil and the initial development of teak in an agroforestry system. The experiment was installed in 2010 in the municipality of Figueirópolis D'Oeste, Mato Grosso. The experimental design was randomized blocks, with 12 treatments and four blocks, in the scheme of subdivided plots. The first factor was the preparation of the soil in three types (pits, scarification and conventional). The second factor, the type of seedling propagation (seminal and clonal). The third factor, the corn between the lines of the teak, in two situations (presence and absence). Principal component analysis (PCA) was performed with all soil variables collected at 12 months of age to verify which variables were most influential in the multivariate analysis. The discriminant analysis (AD) was performed with all the soil and dendrometric variables (ht and d5cm) of the treatments, in order to obtain a separation of the groups, between the treatments that presented superior and inferior developments. Multivariate analysis of variance (MANOVA) and Tukey test were performed to verify the differences. The analysis was performed with SAS software version 9.4 features. For the teak in its initial stage of development, the variables Ca, Ca + Mg, SB, CTC, Sand, H, pH CaCl2, Mg and MO were the most influential variables demonstrated by Principal Component Analysis (PCA). Teal clonal implanted in conventional soil preparation, pits and scarification presented higher growth in relation to the other cultivation systems at 36 months of age. The agricultural culture influences the growth of teak at 12 months of age. The multivariate analysis of soil attributes was adequate to identify the nutrients that have the greatest influence on teak growth in agroforestry systems.

26

3 INTRODUÇÃO

Os sistemas agroflorestais (SAFs) consistem em um conjunto de

técnicas que combinam intencionalmente, em uma mesma área, espécies

florestais com espécies agrícolas, com ou sem a presença de animais, para

ofertar bens e serviços em base sustentáveis a partir das interações

estabelecidas (SILVA, 2013).

Segundo Macedo et al. (2000), os sistemas agroflorestais são

uma das alternativas de uso dos recursos naturais que normalmente

causam pouca degradação ao meio ambiente, isso devido principalmente

por respeitarem os princípios básicos de manejo sustentável dos

agrossistemas. De acordo com Tsukamoto Filho (1999), a sustentabilidade

é uma característica inerente aos sistemas agroflorestais, pois estão

alicerçados em princípios básicos que envolvem aspectos ecológicos,

econômicos e sociais.

Existe uma série de vantagens que aumentam a importância da

utilização dos SAFs, entre elas: melhor utilização do espaço vertical, melhor

utilização da energia solar, diminuição da proliferação de plantas invasoras,

maior equilíbrio biológico com possibilidade de redução dos problemas

fitossanitários em relação às monoculturas (FAO, 1984).

A relação meio ambiente e sistema de produção agrícola vêm se

tornando um dos principais instrumentos de discussão nos planos de

governos, ocorrendo na esfera nacional e mundial, uma vez que essa

relação se torna fator limitante ao se referir ao crescente aumento

populacional das últimas décadas, seja visando atender a demanda

alimentícia e enérgica ou visando preservação dos recursos naturais e da

qualidade e conservação do meio ambiente (OLIVEIRA, 2013).

Um grande desafio para a agricultura será contornar os

problemas decorrentes de décadas de práticas agrícolas de monocultivo e

de elevada pressão sobre o ambiente, tais como: a erosão e perda de

27

fertilidade dos solos, assoreamento dos cursos d'água, poluição do solo, da

água e emissões de gases de efeito estufa (EMBRAPA, 2015).

Em meio a esse cenário, segundo Silva (2013), os sistemas

agroflorestais naturalmente pela sua fundamentação multicultural e

perspectivas de sustentabilidade produtiva, atendem a essa nova

perspectiva que se apresenta para os produtores rurais.

No Brasil, a teca é uma das espécies madeireiras com grande

potencial de uso em SAFs (MORETTI et al. 2014; MEDEIROS et al. 2015).

De acordo com a IBÁ (2016) a área plantada com a espécie no Brasil em

2015 era de 87.410 ha. Medeiros et al. (2015) ressalta que, mais do que

aumentar a área plantada com a espécie, atualmente há uma preocupação

em melhorar a produtividade das plantações, principalmente pela seleção

de genótipos mais produtivos e também pela adoção de sistemas de

produção mais sustentáveis.

Diversos trabalhos demonstram que as propriedades do solo

foram melhoradas em sistemas agroflorestais em comparação com

sistemas de monocultivo (MONTAGNINI, 1992; YOUNG, 1994; PALM,

1995; UDAWATTA et al. 2008; KUMAR et al. 2010a; KUMAR et al. 2010b;

PAUDEL et al. 2011; PAUDEL et al. 2012; BARDHAN et al. 2013; SILVA,

2013; UDAWATTA et al. 2014).

Nesse contexto, o objetivo do estudo foi avaliar os atributos

químicos e físicos do solo mais influentes no desenvolvimento inicial de

teca em sistema agroflorestal em Figueirópolis D’Oeste, Mato Grosso.

28

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O experimento foi instalado no município de Figueirópolis

D’Oeste, Mato Grosso. A área experimental situa-se sob as coordenadas

geográficas de latitude Sul 15°24’27", longitude Oeste 58°45’56" e altitude

de 370 m.

O clima da região é do tipo Aw, segundo Köppen, caracterizado

por duas estações distintas ao longo do ano, sendo uma chuvosa que vai

de outubro a abril e outra seca de maio a setembro. A temperatura anual

varia entre 25 a 38 ºC e as precipitações pluviométricas em torno de 1.500

mm ano-1. A cobertura florística original é composta por vegetação do tipo

Savana Gramíneo-Lenhosa.

O relevo é plano a suavemente ondulado (SEPLAN, 2004). O

solo da área foi classificado como cambissolo háplico Tb eutrófico léptico,

segundo a classificação do Sistema Brasileiro de Classificação do Solo,

(EMBRAPA, 2013), apresentando textura franco-arenosa. O local onde o

experimento foi implantado era ocupado com pastagem (Brachiaria

brizantha (A. Rich.) Stapf vr. Marandu).

4.2 INSTALAÇÃO DO EXPERIMENTO

O experimento foi instalado em janeiro de 2010. O delineamento

experimental utilizado foi em blocos casualizados (DBC), com 12

tratamentos e quatro repetições, no esquema de parcelas subdivididas

(TABELA 1). O primeiro fator foi o preparo do solo em três tipos (covas,

escarificação e convencional). O segundo fator, o tipo de propagação de

muda (seminal e clonal). O terceiro fator, o milho nas entrelinhas da teca,

em duas situações (presença e ausência).

29

TABELA 1 – DESCRIÇÃO DOS TRATAMENTOS AVALIADOS DO SISTEMA AGROFLORESTAL IMPLANTADO EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

Tratamentos Práticas

1 Covas, Clonal, Com Milho

2 Covas, Clonal, Sem Milho

3 Covas, Seminal, Com Milho

4 Covas, Seminal, Sem Milho

5 Escarificação, Clonal, Com Milho

6 Escarificação, Clonal, Sem Milho

7 Escarificação, Seminal, Com Milho

8 Escarificação, Seminal, Sem Milho

9 Convencional, Clonal, Com Milho

10 Convencional, Clonal, Sem Milho

11 Convencional, Seminal, Com Milho

12 Convencional, Seminal, Sem Milho

Cada subparcela possui sete linhas de plantio de teca no sentido

leste-oeste, com seis plantas por linha, sob espaçamento 4 x 2 m (42

plantas que, descontada a bordadura, totalizaram 20 plantas úteis) e área

útil da subparcela é de 160 m2. A coleta de dados foi realizada na área útil

de cada parcela, com a medição de 20 plantas de teca (FIGURA 1).

No preparo do solo convencional foram realizadas duas

gradagens utilizando grade aradora a uma profundidade de 30 cm e uma

passagem de grade niveladora. Posteriormente, fez-se a abertura de covas

(30 cm de profundidade e 20 cm de diâmetro) com cavadeira manual para

o plantio das mudas de teca. O replantio ocorreu 30 dias após o plantio,

quando a mortalidade estava acima de 5%. O controle da vegetação

invasora com herbicida teve início 60 dias após o plantio das mudas de

teca, utilizando-se 250 ml de glifosato em 20 L de água.

No preparo do solo em covas, antes do plantio das mudas de

teca, eliminou-se a pastagem de braquiária com aplicação de herbicida

(250 ml de glifosato em 20 L de água). O solo não foi revolvido, sendo feita

30

apenas a abertura de covas com 30 cm de profundidade e 20 cm de

diâmetro, utilizando-se de uma cavadeira manual. O replantio das plantas

de teca foi realizado conforme os procedimentos adotados no preparo

convencional do solo.

FIGURA 1 – CROQUI DO SISTEMA AGROFLORESTAL COM OS TRATAMENTOS INSTALADO EM 2010 EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

No preparo do solo com escarificação, empregou-se herbicida

(250 ml de glifosato em 20 L de água) para o controle de plantas invasoras

antes do plantio das mudas de teca. O escarificador usado na operação

apresentava largura de 1,60 m com uma haste de corte de 30 cm de

profundidade. Em seguida foi realizada a abertura de covas (30 cm de

profundidade e 20 cm de diâmetro) com cavadeira manual para o plantio

das mudas de teca. O replantio também foi realizado conforme descrito

anteriormente para o preparo convencional do solo.

Nas sub-subparcelas onde o milho foi plantado, o preparo do

terreno consistiu da passagem de duas gradagens com grade aradora na

profundidade de 15 cm, seguida da passagem de grade niveladora. Após

30 dias do plantio da teca em fevereiro de 2010, foi realizado o plantio do

milho cultivar AG 8088 YG. Em fevereiro de 2011 foi plantado o milho

31

cultivar BM3061. Plantaram-se três fileiras de milho, espaçadas 0,8 m e

distantes 1,2 m da linha de plantio da teca, perfazendo um estande de

52.500 plantas por hectare. Foram aplicados 120 kg ha-1 de sulfato de

amônio nas entrelinhas da cultura agrícola, com o auxílio de adubadeira

manual.

O controle de formigas cortadeiras foi realizado com aplicação

de iscas formicidas granuladas antes do preparo da área e a cada três

meses após o plantio da teca. Para cupins, utilizou-se produto a base de

fipronil.

4.3 COLETA DE DADOS

O inventário florestal foi realizado aos 12 meses de idade após

o plantio, onde foram coletados os dados de altura total (ht) e o diâmetro à

5 cm de altura (d5cm). Aos 36 meses de idade foram coletados os dados

de altura total (ht) e o diâmetro à altura de 1,30 m do solo (dap).

Para a avaliação das variáveis edáficas, aos 12 meses de idade,

foram coletadas 48 amostras simples de solo na profundidade de 0-20 cm

formando quatro amostras compostas por unidade amostral. Todas as

amostras foram etiquetadas e armazenadas em recipientes plásticos e

encaminhadas ao laboratório especializado onde foram realizadas as

análises de 23 variáveis do solo (APÊNDICE A).

4.4 ANÁLISE MULTIVARIADA

Foi realizado a análise de componentes principais (ACP) com

todas as variáveis do solo coletadas aos 12 meses de idade para verificar

quais variáveis apresentavam mais influência na análise multivariada. Em

seguida as variáveis que não apresentaram influência, foram retiradas. De

acordo com Borcard et al. (2011), esse procedimento torna viável o

processamento, que deve apresentar número de variáveis menor que o

número de amostras com dados de solos.

32

A análise discriminante (AD) foi realizada com todas as variáveis

do solo e dendrométricas (ht e d5cm) dos tratamentos, com o intuito de se

obter uma separação dos grupos, entre os tratamentos que apresentaram

desenvolvimentos superiores e inferiores.

Na sequencia foi realizada a análise de variância (ANOVA) com

as variáveis dendrométricas (ht e d5cm) coletadas aos 12 meses e depois

aos 36 meses, para verificar se houve diferença significativa entre as

médias dos tratamentos. Em seguida foi realizada a análise multivariada da

variância (MANOVA) e o teste Tukey para verificar as diferenças.

A análise foi executada com recursos do software SAS versão

9.4 (SAS, 2013) bem como os testes multivariados Traço de Pillai, Lambda

de Wilks, Traço de Hotelling e Maior raiz própria de Roy. Estes são os testes

mais empregados na análise de variância multivariada e o software os

processa de forma simultânea. Em todas as análises estatísticas do

presente estudo foi empregado um nível de 95% de confiança.

33

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS (ACP)

Das 23 variáveis do solo analisadas (APÊNDICE A), 16

apresentaram maior influência na análise dos componentes principais e

com maior correlação de Pearson, são elas: pH em cloro (pH CaCl2),

fósforo (P), potássio (K), cálcio e magnésio (Ca+Mg), cálcio (Ca), magnésio

(Mg), hidrogênio (H), matéria orgânica (MO), areia (Areia), silte (Silte),

argila (Argila), cobre (Cu), ferro (Fe), soma de bases (SB), capacidade de

troca catiônica (CTC) e saturação por bases (V%).

De acordo com Ribas e Vieira (2011), o objetivo da ACP será

atingido se um número relativamente pequeno de componentes extraídos

possuírem a capacidade de explicar a maior parte da variabilidade nos

dados originais.

As variáveis edáficas na profundidade de 0-20 cm para os dois

componentes principais (CP1 e CP2) (FIGURA 2), explicam 59,62% da

variação dos dados. O autovalor para o CP1 é de 0,4175, ou seja, o

primeiro componente explica 41,75% da variância total. Similarmente, o

autovalor para o CP2 é de 0,1787, isto é, o segundo componente explica

17,87% da variância total (APÊNDICE C).

Quanto maior for o comprimento de um vetor, mais influente o

mesmo será para a análise (BORCARD et al., 2011). Neste contexto, para

o sistema agroflorestal avaliado, na análise de componentes principais CP1

e CP2, podemos concluir que para a teca o Ca, Ca+Mg, SB, CTC, Areia,

H, pH CaCl2, Mg e MO são as mais influentes para a ACP.

Pode-se observar que as variáveis Ca, Ca+Mg, SB e CTC foram

as mais influentes no CP1, e ambas são altamente correlacionadas entre

si.

34

FIGURA 2 – ANÁLISE DOS COMPONENTES PRINCIPAIS 1 E 2 DE 16 ATRIBUTOS DO SOLO, NA PROFUNDIDADE DE 0-20 cm, AOS 12 MESES APÓS A IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA AGROFLORESTAL.

Os teores de cálcio (Ca) para os tratamentos tiveram média de

5,56 cmolc dm³. Os níveis de cálcio encontrados neste trabalho foram

semelhantes aos descritos como ideais para a teca entre 5,0 cmolc dm³ e

10,0 cmolc dm³ (MOLLINEDO et al. 2005).

O cálcio por sua vez é um dos elementos mais importantes no

processo de nutrição da teca (MATRICARDI, 1989). De acordo com Zech

e Drechsel (1991) a teca é uma planta de alta exigência de Ca. Barra (1996)

cita que a concentração de cálcio tem sido um dos principais fatores

edáficos assinalados como limitantes para o crescimento da teca.

35

No trabalho realizado por Barroso et al. (2005), o

desenvolvimento inicial de mudas de Tectona grandis L.f. foi afetado pela

omissão de todos os macronutrientes, sendo os sintomas condizentes com

o padrão apresentado pela maioria das culturas. Os danos mais intensos e

imediatos foram observados na ausência de Ca e N.

Os teores de magnésio (Mg) tiveram uma média de 0,72 cmolc

dm-³ que de acordo com Ribeiro et al. (1999) tiveram uma classificação

média. Mesmo que as exigências das culturas em Mg sejam relativamente

baixas (FAQUIN, 2005), o magnésio é um elemento essencial e importante,

além de sua participação na soma de bases (SB) e na saturação de bases

(V) variáveis que de um modo geral, com raras exceções, são altamente

correlacionadas em níveis altos de significância com índice de sítios

(MATRICARDI, 1989).

Desta forma, de acordo com Pita (2012) vale salientar que o

conhecimento dos teores de nutrientes disponíveis no solo orienta na

formulação das recomendações mais acertadas para a adubação das

plantas, evitando-se o desperdício e o uso inadequado de adubos e

corretivos. Assim, o crescimento da teca associado aos atributos de solo e

as informações da literatura indicam que a calagem e a adubação são

fundamentais para o aumento da produtividade e o sucesso comercial da

espécie no local estudado, sendo necessário o estabelecimento de ensaios

de adubação em diferentes condições edafoclimáticas.

A soma das bases dos 12 tratamentos foi 6,53 cmolc dm³

considerada muito boa de acordo Ribeiro et al. 1999. A soma de bases (SB)

nos indica o número de cargas negativas dos coloides do solo que está

ocupado pelos cátions básicos trocáveis.

A capacidade de troca iônica do solo representa, portanto, a

graduação da capacidade de liberação de vários nutrientes, favorecendo a

manutenção da fertilidade por um prolongado período e reduzindo ou

evitando a ocorrência de efeitos tóxicos da aplicação de fertilizantes

(RONQUIM, 2010).

36

A CTC potencial (pH 7,0) dos tratamentos de 8,21 cmolc dm³ foi

considerada boa de acordo com Ribeiro et al. (1999). De acordo com

Ronquim (2010), se a maior parte da CTC do solo está ocupada por cátions

essenciais como Ca2+, Mg2+ e K+, pode-se dizer que esse é um solo bom

para a nutrição das plantas. Por outro lado, se grande parte da CTC está

ocupada por cátions potencialmente tóxicos como H+ e Al3+ este será um

solo pobre. Um valor baixo de CTC indica que o solo tem pequena

capacidade para reter cátions em forma trocável; nesse caso, não se

devem fazer as adubações e as calagens em grandes quantidades em

aplicação única, mas sim de forma parcelada evitando perdas por

lixiviação.

Segundo Suzuki et al. (2007) a matéria orgânica (MO) possui

papel fundamental na manutenção do pH e no fornecimento de nutrientes

para a teca. Os tratamentos tiveram uma média no teor de matéria orgânica

aos 12 meses do plantio de 16,23 g kg-1. De acordo com Ribeiro et al.

(1999) esse valor ainda é considerado baixo, mas vale ressaltar que o

plantio ainda está em sua fase inicial. No trabalho de Campolin (2006) a

teca aos cinco anos de idade teve um teor de matéria orgânica no solo

chegando a 82,25 g Kg-1, o autor comenta que esse valor pode estar

relacionado com a prática de manejo de desrama (poda) realizada no

povoamento o que promoveu maior incremento de serapilheira.

Guedes (2005) encontrou resultado semelhante, em áreas de

plantações com Pinus taeda com até 20 anos de cultivo apresentando

maior teor de matéria orgânica total do solo em ambientes florestais,

quando comparou o teor de matéria orgânica total do solo em diferentes

profundidades com a vegetação de campo nativo.

Segundo Matricardi (1989), a acidez do solo é um fator

importante a ser considerada no processo de nutrição das plantas, quando

em níveis elevados seus efeitos podem ser diretos prejudicando o

desenvolvimento de plantas sensíveis as condições ácidas do solo, ou,

indiretos, quando torna indisponível para as plantas determinados

compostos ou elementos essenciais ao seu ciclo de vida.

37

Os tratamentos analisados tiveram uma média de pH CaCl2 de

5,5 que segundo Zech e Drechsel (1991), Bebarta (1999) e Alvarado (2006)

é considerado adequado para o crescimento da teca. De acordo com os

autores, um pH acima de 4,7 já pode ser considerado adequado para a

espécie.

De acordo com Ronquim (2010), o potencial hidrogeniônico (pH)

fornece indícios das condições químicas gerais do solo. Solos com acidez

elevada (baixos valores de pH) geralmente apresentam: pobreza em bases

(cálcio e magnésio principalmente); elevado teor de alumínio tóxico;

excesso de manganês; alta fixação de fósforo nos coloides do solo e

deficiência de alguns micronutrientes.

5.2 ANÁLISE DISCRIMINANTE (AD)

.

Foi realizado a diferenciação dos tratamentos (TABELA 2) e o

gráfico de dispersão dos tratamentos representado pelos escores de

variáveis canônicas (FIGURA 3). O efeito conjunto das variáveis foi capaz

de mostrar a variação entre os tratamentos. Aos 12 meses de idade, os

tratamentos 2, 10 e 12 que estão no quadrante 1º quadrante obtiveram um

melhor desenvolvimento. Isso pode ser explicado, pelo fato desses

tratamentos terem o material genético clonal, e não ter a implantação da

cultura agrícola (milho), tendo menor competição dos nutrientes disponíveis

no solo.

Em segundo lugar na análise discriminante, ficaram os

tratamentos alocados no 2º e 4º quadrante. De maneira geral os

tratamentos 3, 4, 5, 6, 8 e 11, aos 12 meses de idade tiveram um

desenvolvimento satisfatório, porém inferiores quando comparado aos

tratamentos 2, 10 e 12.

Em terceiro lugar ficaram os tratamentos 1, 7, e 9 localizados no

3º quadrante. Esses tratamentos foram os tiveram o consórcio com o milho.

Isso demostrou que no primeiro ano do plantio, a competição com o milho

pode ter influenciado na disponibilidade de nutrientes para a teca.

38

TABELA 2 – DIFERENCIAÇÃO DOS TRATAMENTOS UTILIZADOS NA ANÁLISE DISCRIMINANTE, SENDO CADA TRATAMENTO COM QUATRO BLOCOS EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

Trat. Blocos Trat. Blocos Trat. Blocos Trat. Blocos

1

1111

4

1221

7

2211

10

3121

1112 1222 2212 3122

1113 1223 2213 3123

1114 1224 2214 3124

2

1121

5

2111

8

2221

11

3211

1122 2112 2222 3212

1123 2113 2223 3213

1124 2114 2224 3214

3

1211

6

2121

9

3111

12

3221

1212 2122 3112 3222

1213 2123 3113 3223

1214 2124 3114 3224

Códigos: 1º número: tipo de preparo de solo; 2º número é o tipo de material genético; 3º número é a presença ou ausência do milho; 4º número é o bloco.

39

FIGURA 3 – ANÁLISE DISCRIMINANTE DOS 12 TRATAMENTOS COM AS VARIÁVEIS EDÁFICAS DE 0-20 cm E DENDROMÉTRICAS (ht E d5cm) EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

5.3 ANOVA E MANOVA

Foi realizado a ANOVA aos 12 meses de idade para as duas

variáveis dependentes ht e d5cm (TABELA 3). Através da análise, o teste

F foi significativo (p<0,05) demonstrando que existe diferença entre as

médias dos tratamentos avaliados para as variáveis ht e d5cm.

40

TABELA 3 – ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA ALTURA TOTAL (ht) E DIÂMETRO À ALTURA DE 5 CENTÍMETROS (d5cm) DE TECA AOS 12 MESES DE IDADE PARA 12 TRATAMENTOS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

ANOVA

ht (m) FV GL SQ QM Fcalc Pr > F

Trat 11 12,35 1,12 12,60 <,0001 Blocos 3 0,07 0,02 0,26 0,85 Resíduo 33 2,94 0,09 Total 47 15,35

R2 = 0,81 CV(%) = 22,50 Média Geral = 1,33

d5cm (cm) FV GL SQ QM Fcalc Pr > F

Trat 11 36,11 3,28 14,09 <,0001 Blocos 3 0,59 0,19 0,86 0,4733 Resíduo 33 7,68 0,23 Total 47 44,39

R2 = 0,83 CV(%) = 15,96 Média Geral = 3,02

Constatada a diferença entre os tratamentos, procedeu-se a

aplicação da MANOVA aos dados coletados aos 12 meses de idade para

as variáveis ht e d5cm (TABELA 4).

TABELA 4 – ANÁLISE MULTIVARIADA DE VARIÂNCIA PARA ALTURA TOTAL (ht em m) E DIÂMETRO À ALTURA DE 5 CENTÍMETROS (d5cm em cm) DE TECA AOS 12 MESES DE IDADE PARA 12 TRATAMENTOS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

MANOVA

Estatística Valor F Valor gl gl Den Pr > F

Lambda de Wilks 0,07 8,53 22 64 <,0001

Traço de Pillai 1,45 8,00 22 66 <,0001

Traço de Lawley-Hotelling 6,43 9,13 22 50 <,0001

Maior Raiz de Roy 4,73 14,20 11 33 <,0001

Segundo Seber (1984) e Manly (2008) estudos sugerem que a

estatística Traço de Pillai pode ser mais robusta do que as outras

estatísticas. Porém, pode-se esperar que os testes Lambda de Wilks, Traço

41

de Pillai, Traço de Lawley-Hotelling e Maior Raiz de Roy mostrem níveis de

significância similares, não possuindo muita diferença. Na MANOVA, todas

as estatísticas de p (probabilidade) foram altamente significativas [<0,0001]

indicando diferenças significativas.

Posteriormente foi realizado o teste Tukey para a comparação

das médias dos tratamentos (TABELA 5).

TABELA 5 – MÉDIAS DE ALTURA TOTAL E DIÂMETRO À ALTURA DE 5 CENTÍMETROS DE TECA AOS 12 MESES DE IDADE PARA 12 TRATAMENTOS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

Trat ht (m) Trat d5cm (cm)

10 2,54 a 10 5,25 a

12 1,82 a b 12 4,20 a b

2 1,80 a b 2 3,59 b c

6 1,51 b c 6 2,99 c d

1 1,37 b c d 1 2,89 c d

5 1,29 b c d 9 2,79 c d

9 1,21 b c d 4 2,68 c d

7 1,00 c d 7 2,52 c d

8 0,89 c d 11 2,44 c d

4 0,88 c d 5 2,37 d

11 0,80 c d 8 2,31 d

3 0,75 d 3 2,20 d Médias seguidas de mesmas letras minúsculas na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

Os tratamentos 10, 12, 2 e 6 tiveram desenvolvimentos

superiores aos demais aos 12 meses de idade tanto para a altura total

quando para o diâmetro à altura da base. Isso pode ser explicado devido

esses tratamentos terem as plantas de teca com clone superiores e sem a

competição com a cultura do milho.

Segundo Medeiros et al. (2015) plantas clonais apresentaram

maior crescimento e produção em relação às seminais,

independentemente do sistema de cultivo. De acordo com Wendling (2003),

dentre as principais vantagens da propagação vegetativa de espécies

florestais podem ser citadas a formação de plantios clonais de alta

produtividade e uniformidade, a melhoria da qualidade da madeira e de

seus produtos, a multiplicação de indivíduos resistentes a pragas e

42

doenças e adaptados a sítios específicos e a transferência, de geração

para geração, dos componentes genéticos aditivos e não-aditivos, o que

resulta em maiores ganhos dentro de uma mesma geração de seleção.

Para verificar o comportamento dos tratamentos até o terceiro

ano, foi realizada a ANOVA aos 36 meses para as duas variáveis

dependentes (ht e d5cm) (TABELA 6). Através da análise, o teste F foi

significativo, demonstrando que existe diferença significativa entre os

tratamentos avaliados.

Nota-se que ao terceiro ano, o coeficiente de variação diminuiu

consideravelmente. Isso demonstra que os dados ficaram mais

homogêneos em relação aos 12 meses.

TABELA 6 – ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA ALTURA TOTAL (ht) E DIÂMETRO À ALTURA DE 5 CENTÍMETROS (d5cm) DE TECA AOS 36 MESES DE IDADE PARA 12 TRATAMENTOS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

ANOVA

ht (m) FV GL SQ QM Fcalc Pr > F

Trat 11 41,29 3,75 21,48 <,0001 Blocos 3 1,17 0,39 2,24 0,1020 Resíduo 33 5,77 0,17 Total 47 48,23

R2 = 0,88 CV(%) = 5,98 Média Geral = 6,99

d5cm (cm) FV GL SQ QM Fcalc Pr > F

Trat 11 23,94 2,18 15,79 <,0001 Blocos 3 1,55 0,52 3,76 0,0200 Resíduo 33 4,54 0,14 Total 47 30,04

R2 = 0,84 CV(%) = 5,04 Média Geral = 7,36

Constatada a diferença entre os tratamentos, procedeu-se a

aplicação da análise multivariada de variância (MANOVA) aos 36 meses

de idade (TABELA 7). Na MANOVA, todas as estatísticas foram altamente

significativas [<0,0001] indicando que houve diferença significativa entre os

tratamentos avaliados até os 36 meses de idade.

43

TABELA 7 – ANÁLISE MULTIVARIADA DE VARIÂNCIA PARA ALTURA TOTAL (ht em m) E DIÂMETRO À ALTURA DE 1,30 m (dap em cm) DE TECA AOS 36 MESES DE IDADE PARA 12 TRATAMENTOS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

MANOVA

Estatística Valor F Valor gl gl Den Pr > F

Lambda de Wilks 0,08 7,64 22 64 <,0001

Traço de Pillai 1,25 4,98 22 66 <,0001

Traço de Lawley-Hotelling 7,89 11,20 22 50 <,0001

Maior Raiz de Roy 7,31 21,92 11 33 <,0001

Em complementação a MANOVA, foi realizado o teste Tukey

para a comparação das médias dos tratamentos aos 36 meses de idade

(TABELA 8).

TABELA 8 – MÉDIAS DE ALTURA TOTAL (ht em m) E DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (dap em cm) DE TECA AOS 36 DE IDADE MESES PARA 12 TRATAMENTOS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

Trat ht (m) Trat dap (cm)

10 8,58 a 10 8,55 a

1 7,92 a b 1 7,96 a b

5 7,83 a b 5 7,96 a b

9 7,55 b c 9 7,80 a b c

2 7,51 b c 2 7,65 a b c

6 7,35 b c 6 7,64 a b c

12 7,06 b c d 12 7,60 b c

11 6,53 c d e 11 7,12 b c d

7 6,29 d e f 7 6,98 c d e

3 6,07 d e f 3 6,62 d e

4 5,72 e f 4 6,28 d e

8 5,46 f 8 6,12 e Médias seguidas de mesmas letras minúsculas na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

Aos 36 meses de idade o tratamento 10 foi superior aos demais.

Esse resultado já era esperado, pois foi o tratamento que teve o preparo de

solo convencional, o material genético clonal e sem o consócio com o milho.

Porém, ao observar a variável altura total, os melhores tratamentos foram

44

10, 1 e 5. Aos 36 meses de idade os tratamentos 1 (covas, clone, com

milho) e 5 (escarificação, clone, com milho) não tiveram diferença

significativa com o tratamento 10 (convencional, clone, sem milho).

Provavelmente, a adubação realizada no primeiro e no segundo

ano nos tratamentos que tiveram a cultura agrícola do milho com 120 kg

ha-1 de sulfato de amônio, influenciou positivamente no desenvolvimento

da teca até a idade de 36 meses do plantio. Além disso, de acordo com

Medeiros et al. (2015), as práticas culturais aplicadas a cultura agrícola

podem beneficiar o crescimento da teca.

Para a variável diâmetro à altura do peito, os tratamentos com

clones superiores de teca que tiveram melhores desenvolvimento foram os

tratamentos 10, 1, 5, 9, 2 e 6, não possuindo diferença significativa entre si.

Isso reflete a superioridade no crescimento de clones superiores em

relação a mudas seminais. Do ponto de vista econômico, os tratamentos 1

e 5 são considerados mais indicados, pois a atividade de implantação no

método de plantio em covas e escarificação, é mais barato que o

convencional e com a cultura do milho, já se obtém um valor para a

amortização dos custos de implantação.

Vários trabalhos apontam que o plantio do milho nos estágios

iniciais de crescimento de teca fornece uma vantagem em relação à

monocultura de teca, independente dos espaçamentos utilizados, além do

cultivo agrícola amortizar os custos de implantação, principalmente durante

os primeiros anos do plantio (PASSOS, 1990; SCHLÖNVOIGT e BEER,

2001; DUBE et al. 2002; SANTOS-MARTIN e VAN NOORDWIJK, 2009;

KHASANAH et al. 2010; MACEDO et al. 2010; PALHETA et al. 2014;

KHASANAH et al. 2015).

45

6 CONCLUSÕES

Para a teca em sua fase inicial de desenvolvimento, as variáveis

Ca, Ca+Mg, SB, CTC, Areia, H, pH CaCl2, Mg e MO foram as mais

influentes demonstrado pela análise de componentes principais (ACP).

A Teca de material genético clonal implantada em preparo de

solo convencional, covas e escarificação apresenta maior crescimento em

relação aos demais sistemas de cultivo aos 36 meses de idade.

A cultura agrícola influencia no crescimento de teca aos 12

meses de idade.

A análise multivariada dos atributos do solo é adequada para

identificar os nutrientes que apresentam maior influência sobre o

crescimento da teca em sistemas agroflorestais.

46

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVARADO, A. Nutricion y fertilizacion de la teca. Informaciones Agronomicas. Instituto de la Potasa y el Fosforo. n. 61, p. 1-8. 2006. BARDHAN, S.; JOSE, S.; UDAWATTA, R.; FRITSCHI, F. Microbial community diversity in a 21-year-old temperate alley cropping system. Agroforest Systems, v. 87 p. 1031–1041, 2013. BARRA, O. S. V. Productividad y relaciones del índice de sítio com variables fisiográficas, edafoclimáticas y foliares para Tectona grandis L. f., Bombacopsis quinatun (jacq.) Dungand Y Gmelina arborea Roxb. en Costa Rica. 1996. 147 f. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Conservação) - Centro Agronômico Tropical de Investigacion Y Ensenanza, Turrialba, 1996. BARROSO, D. G.; FIGUEIREDO, F. A. M. M. de A.; PEREIRA, R. de C.; MENDONÇA, A. V. R.; SILVA, L. da C. Diagnóstico de deficiências de macronutrientes em mudas de teca. Revista Árvore, Viçosa-MG, v.29, n.5, p.671-679, 2005. BEBARTA, K.C. Teak: Ecology, Silviculture, Management and profitability. International Book Distributors. Índia. 1999. 379 p. BORCARD, D.; GILLET, F.; LEGENDRE, P. Numerical Ecological with R. New York: Springer, 2011. xii+306p. Use R!. CAMPOLIN, W. R. Características físicas e químicas, estoque de matéria orgânica (total e nas frações granulométricas) do solo sob cerrado e teca. 2006. 49 f. Dissertação (Mestrado em Agricultura Tropical) - Universidade Federal de Mato Grosso. DUBE, F.; COUTO, L.; SILVA, M.L.; LEITE, H.G.; GARCIA, R.; ARAUJO, G.A.A. A simulation model for evaluating technical and economic aspects of an industrial eucalyptus-based agroforestry system in Minas Gerais, Brazil. Agroforestry Systems, v.55, n.1, p.73-80, 2002. EMBRAPA - Integração Lavoura Pecuária Floresta – ILPF. Nota técnica, disponível em: <https://www.embrapa.br/tema-integracao-lavoura-pecuaria-floresta-ilpf/nota-tecnica> acesso em 30 de mar. 2015. EMBRAPA - Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília: Embrapa-SPI; Rio de Janeiro: Embrapa-Solos, 2013. 353 p.

47

FAO. Food and Agriculture Organization. Sistemas agroflorestais en América Latina y el Caribe. Santiago, 1984. 118 p. FAQUIN, V. Nutrição Mineral de Plantas. 186 p. Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” (Especialização) a Distância: Solos e Meio Ambiente. Lavras: UFLA / FAEPE, 2005. GUEDES, S. DE F. F. Carbono orgânico e atributos químicos do solo em áreas florestais no planalto dos campos gerais, SC. 2005. 47 f. Dissertação (Mestrado Ciência do Solo) Centro de Ciência Agroveterinárias, UDESC, Lages- SC, 2005. IBÁ - Indústria Brasileira de Árvores. Relatório 2015. Disponível em: <http:// http://iba.org/images/shared/iba_2015.pdf >. Acesso em: 14 Jul 2016. KHASANAH, N.; LUSIANA, B.; SUPRAYOGO, D.; VAN NOORDWIJK, M.; CADISCH, G. Exploration of tree management options to manipulate tree and crop interaction trade-off using WaNuLCAS model. World Agroforestry Centre-ICRAF, SEA Regional Office, Bogor. 2010. KHASANAH, N.; PERDANA, A.; RAHMANULLAH, A.; MANURUNG, G.; ROSHETKO, J. M.; NOORDWIJK, M. V. Intercropping teak (Tectona grandis) and maize (Zea mays): bioeconomic trade-off analysis of agroforestry management practices in Gunungkidul, West Java. Agroforestry Systems, v. 89, n. 6, p. 1019-1033, 2015. KUMAR, S.; ANDERSON, S. H.; UDAWATTA, R. P. Agroforestry and grass buffer influences on macropores measured by computed tomography under grazed pasture systems. Soil Science Society of America Journal, n. 74, p.203–212, 2010a. KUMAR, S.; UDAWATTA, R. P.; ANDERSON, S. H. Root length density and carbon content of agroforestry and grass buffers under grazed pasture systems in a Hapludalf. Agroforest Systems, n.80, p.85–96, 2010b. MACEDO, R. L. G. Fundamentos básicos para implantação e manejo de sistemas agroflorestais. In: MACEDO, R. L. G. Princípios básicos para o manejo sustentável de sistemas agroflorestais. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. Cap. 1, p. 5-30 MACEDO, R.L.G.; VALE, A.B.; VENTURIN, N. Eucalipto em sistemas agroflorestais. Lavras: Universidade Federal de Lavras, 2010. 331p. MANLY, B. F. J. Métodos Estatísticos Multivariados. Editora Artmed® S.A. 3. Ed. 224 p. 2008.

48

MATRICARDI, W. A. T. Efeitos dos fatores de solo sobre o desenvolvimento da Teca (Tectona grandis L.f.) cultivada na grande Cáceres – Mato Grosso. 1989. 135 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) – Universidade de São Paulo, Piracicaba – SP. MEDEIROS, R. A.; PAIVA, H. N.; LEITE, H. G.; OLIVEIRA NETO, S. N.; VENDRÚSCOLO, D. G. S.; SILVA, F. T. Análise silvicultural e econômica de plantios clonais e seminais de Tectona grandis l.f. em sistema taungya. Revista Árvore, Viçosa-MG, v.39, n.5, p.893-903, 2015. MOLLINEDO, M.; UGALDE, L.; ALVARADO, A.; VERJANS, J. M.; RUDY, L. C. Relación suelo-árbol y factores de sitio, en plantaciones jóvenes de teca (Tectona grandis), en la Zona Oeste de la Cuenca del Canal de Panamá. Agronomía Costarricense, v. 29, n. 1, p. 67-75, 2005. MONTAGNINI, F. Sistemas agroforestales: princípios y aplicaciones en los trópicos. 2. ed. San José: Organización para Estudios Tropicales, 1992. 622 p. MORETTI, M. S.; TSUKAMOTO FILHO, A. de A.; COSTA, R. B. da; RONDON NETO, R. M.; MEDEIROS, R. A.; SOUSA, R. A. T M. Crescimento inicial de plantas de teca em monocultivo e sistema Taungya com milho em Figueiropolis D’Oeste, Estado de Mato Grosso. Scientia Forestalis, v. 42, n. 102, p. 269–277, 2014. OLIVEIRA, B. da S. Atributos físicos e biológicos do solo em sistema de integração lavoura-pecuária-floresta, na Amazônia meridional. 2013. 78 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Mato Grosso. PALHETA, I. V.; GOMES, C. A. da S.; LOBATO, G. de J. M.; AULA, M. T. de; PONTES, A. N. Viabilidade econômica de um sistema agroflorestal no município de Santa Bárbara-PA. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.10, n.19; p. 1947-1956, 2014. PALM, C. A. Contribuition of agroforestry trees to nutriente requirements of intercropped plants. Agroforestry Sistems, v.30, n.1-2, p105-124, 1995. PASSOS, C.A.M. Comportamento inicial do eucalipto (Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden) em plantio consorciado com feijão (Phaseolus vulgaris L.) no Vale do Rio Doce, Minas Gerais. 1990. 64f. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 1990. PAUDEL, B. R.; UDAWATTA, R. P.; ANDERSON, S. H. Agroforestry and grass buffer effects on soil quality parameters for grazed pasture and row-crop systems. Applied Soil Ecology, v. 48, p.125–132, 2011.

49

PAUDEL, B. R.; UDAWATTA, R. P.; KREMER, R. J.; ANDERSON, S. H. Soil quality indicator responses to row crop, grazed pasture, and agroforestry buffer management. Agroforestry Sistems, v.84, p.311– 323, 2012. PITA, J. D. Variabilidade espacial dos atributos químicos do solo e dendrométricos em plantio de teca (Tectona grandis L. f. Lamiaceae) no município de Abaetetuba-PA. 2012. 94 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal Rural da Amazônia. RIBAS, J. R.; VIEIRA, P. R. da C. Análise Multivariada com o uso do SPSS. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna. p. 272, 2011. RIBEIRO, A. C.; GUIMARÃES, P. T. C.; ALVAREZ, V. H V. Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais - 5ª Aproximação. – Viçosa, MG, 359p. 1999. RONQUIM, C. C. Conceitos de fertilidade do solo e manejo adequado para as regiões tropicais. Embrapa Monitoramento por Satélite. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, 8. 26 p. 2010. SANTOS-MARTIN, F. e VAN NOORDWIJK, M. Trade-offs analysis for possible timber-based agroforestry scenarios using native trees in the Philippines. Agroforestry Systems, v. 76. P. 555–567. 2009. SAS. Institute Inc. 2013. Versão 9.4. Procedures Guide. Cary, NC: SAS Institute Inc. SCHLÖNVOIGT, A.; BEER, J. Initial growth of pioneer timber tree species in a Taungya system in the humid lowlands of Costa Rica. Agroforestry Systems, n.51, p.97-108, 2001. SEBER, G.A.F. Multivaríate Observatíons. 686 p. Wiley, New York. 1984. SEPLAN. Mapa de vegetação do Estado de Mato Grosso. 2004. Disponível em: <www.zsee.seplan.mt.gov.br>. Acesso em 16 agosto 2016. SILVA, I. C. Sistemas agroflorestais: conceitos e métodos. 1. ed. Itabuna: SBSAF, 2013. 308p. SUZUKI, R.; TAKEDA, S.; THEIN, H. M. Chrono sequence changes in soil properties of teak (Tectona grandis) plantations in the Bago Mountains, Myanmar. Journal of Tropical Forest Science, Kepong, v. 19, n. 4, p. 207-217, 2007. TSUKAMOTO FILHO, A. A. Introdução do palmiteiro (Euterpe edulis Martius) em sistemas agroflorestais em Lavras – Minas Gerais. 1999.

50

148 p. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) – Universidade Federal de Lavras, Lavras. UDAWATTA, R. P.; KREMER, R. J.; ADAMSON, B. W.; ANDERSON, S. H. Variations in soil aggregate stability and enzyme activities in a temperate agroforestry practice. Applied Soil Ecology, n.39 p.153–160, 2008. UDAWATTA, R. P.; KREMER, R. J; NELSON, K.; JOSE, S.; BARDHAN, S. Soil quality indicators of a mature alley cropping agroforestry system in temperate North America. Communications in Soil Science and Plant Analysis, n. 45, p.2539–2551, 2014. WENDLING, I. Propagação Vegetativa. Embrapa Floresta. I Semana do Estudante Universitário. 6 p. 2003. YOUNG, A. Agroforestry for soil conservation. 3.ed. Nairobi: ICRAF, 1994. 276 p. ZECH, W.; DRECHSEL, P. Relationships between growth, mineral nutrition and site factors of teak (Tectona grandis) plantations in the rainforest zone of Liberia. Forest Ecology and Management. v. 41, p. 221-235, 1991.

51

CAPÍTULO 2. CRESCIMENTO E PRODUTIVIDADE DE TECA EM

SISTEMA AGROFLORESTAL

52

1 RESUMO

SOUZA, Hudson Santos. Crescimento e produtividade de teca em sistema agroflorestal. 2017. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais e Ambientais) – Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá-MT. Orientador: Prof. Dr. Antonio de Arruda Tsukamoto Filho. Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar o crescimento e estimar a produtividade de teca em um sistema agroflorestal instalado no município de Figueirópolis D’Oeste, Mato Grosso. Foram avaliados dois projetos, projeto A e projeto B. O delineamento experimental utilizado em ambos os projetos foi blocos casualizados, com quatro tratamentos e seis repetições. Cada parcela possui sete linhas de plantio de teca, no espaçamento 4 x 2 m. A coleta de dados foi realizada na área útil de cada parcela, com a medição de 20 plantas de teca. A teca oriunda de mudas clonais obteve desenvolvimentos superiores em todos os tratamentos avaliados para as variáveis altura total, diâmetro à altura do peito, área basal, volume total e taxa de sobrevivência em todas as idades avaliadas. Até aos 72 meses de idade a presença do milho não influencia no crescimento da teca. Não houve diferença significativa em volume total entre plantar teca de material genético clonal com milho e gado em comparação com o plantio de teca de material genético clonal com milho aos 36, 48, 60 e 72 meses de idade.

53

2 ABSTRACT

SOUZA, Hudson Santos. Growth and productivity of teak in agroforestry system. 2017. Dissertation (MSc in Forest and Environmental Sciences) - Federal University of Mato Grosso, Cuiabá-MT. Adivisor: Dr. Antonio de Arruda Tsukamoto Filho. This work was developed with the objective of evaluating the growth and estimation of teak productivity in an agroforestry system installed in Figueirópolis D'Oeste, Mato Grosso. Two projects, project A and project B were evaluated. The experimental design used in both projects was randomized blocks, with four treatments and six replications. Each plot has seven teak planting lines, spaced 4 x 2 m. The data collection was performed in the useful area of each plot, with the measurement of 20 teak plants. Teak from clonal seedlings showed superior development in all treatments evaluated for total height, diameter at breast height, basal area, total volume and survival rate at all ages evaluated. Up to 72 months of age, the presence of corn does not influence the growth of teak. There was no significant difference in total volume between teak planting of clonal genetic material with maize and cattle compared to teak planting of clonal genetic material with maize at 36, 48, 60 and 72 months of age.

54

3 INTRODUÇÃO

Os sistemas agroflorestais consistem em um conjunto de

técnicas que combinam intencionalmente, em uma mesma unidade de

área, espécies florestais com cultivos agrícolas, com ou sem a presença de

animais, para ofertar bens e serviços em base sustentáveis a partir das

interações estabelecidas (SILVA, 2013).

De acordo com a FAO (1984), existe uma série de vantagens

que aumentam a importância da utilização dos SAFs, entre elas: melhor

utilização do espaço vertical, melhor utilização da energia solar, maior

equilíbrio biológico com possibilidade de redução dos problemas

fitossanitários em relação às monoculturas, diversificação da produção com

diminuição de riscos para o produtor, uma vez que os diversos produtos

são diferentemente afetados por condições desfavoráveis de produção ou

de mercado, melhoria da estrutura do solo, favorecimento da ciclagem de

nutrientes e produção de serapilheira, reduzindo a evaporação do solo e

aumentando o seu teor de matéria orgânica.

A teca é uma espécie que tem se destacado no setor florestal

brasileiro e também no mercado externo com alto valor econômico e que

tem sido muito utilizada em sistemas agroflorestais (SAFs) (DUTRA, et al.

2007; OLIVEIRA, 2013; SHUKLA e VISWANATH, 2014; MORETTI et al.

2014; MARIA, et al. 2015; KHASANAH et al. 2015).

É uma espécie decídua pertencente à família Lamiaceae que

ocorre naturalmente em uma distribuição descontínua na Índia Peninsular,

Mianmar, Laos e Tailândia (MIDGLEY et al., 2015). Atualmente, esta

espécie é cultivada em diversas regiões da Ásia, África e das Américas do

Sul e Central e possui grande importância econômica no contexto mundial

por produzir uma madeira com excelente qualidade estética, boa

resistência, estabilidade dimensional e durabilidade (PANDEY e BROWN,

2000; BERMEJO, et al. 2004; ÂNGELO et al., 2009; NOCETTI et al., 2011;

MURILLO, et al., 2016).

55

A indústria brasileira de base florestal é mundialmente

reconhecida pela sua alta produtividade. Segundo a IBÁ (2016), o setor

brasileiro apresenta a maior produtividade e a menor rotação do mundo e

esses altos índices são resultado dos investimentos contínuos das

empresas do setor no Brasil para aprimorar o manejo florestal e selecionar

indivíduos mais produtivos por meio de programas de melhoramento

genético.

De acordo com Guimarães (1994), a quantificação e a predição

do crescimento e da produção dos povoamentos florestais são essenciais

para se definir a utilização dos produtos madeireiros da floresta, bem como

para fornecer informações que subsidiarão a tomada de decisão na maioria

das atividades ligadas ao setor, como determinação da idade ótima de

colheita e simulação do efeito de práticas silviculturais.

Em relação a diversas culturas florestais, pesquisas que visam

estudar a quantificação e a predição do crescimento e da produção dos

povoamentos de teca implantados em sistema agroflorestal ainda são

escassos na literatura.

Diante disso, este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de

avaliar o crescimento e estimar a produtividade de Tectona grandis L.f. até

os 72 meses de idade em sistema agroflorestal no município de

Figueirópolis D´Oeste – MT.

56

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DO EXPERIMENTO

O experimento foi realizado no município de Figueirópolis

D’Oeste, Mato Grosso. O clima da região é do tipo Aw, segundo Köppen,

caracterizado por duas estações distintas ao longo do ano, sendo uma

chuvosa que vai de outubro a abril e outra seca de maio a setembro.

A temperatura anual varia entre 25 a 38ºC e as precipitações

pluviométricas em torno de 1.500 mm ano-1. A área experimental situa-se

sob as coordenadas geográficas de latitude 15°24’27"S, longitude

58°45’56"O e altitude de 370 m.

O relevo é plano a suavemente ondulado (SEPLAN, 2004). O

solo da área foi classificado como cambissolo háplico Tb eutrófico léptico,

segundo a classificação do Sistema Brasileiro de Classificação do Solo,

(EMBRAPA, 2013), apresentando textura franco-arenosa.

O local onde o experimento foi instalado era ocupado

anteriormente por pastagem (Brachiaria brizantha (A. Rich.) Stapf vr.

Marandu).

4.2 HISTÓRICO DA ÁREA DO EXPERIMENTO

A implantação do experimento foi realizada em janeiro de 2010.

O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados (DBC),

com 12 tratamentos e quatro repetições, no esquema de parcelas

subdivididas (FIGURA 4).

57

FIGURA 4 – CROQUI DO SISTEMA AGROFLORESTAL COM TECA INSTALADO EM 2010 EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

O primeiro fator foi o preparo do solo em três tipos (covas,

escarificação e convencional). O segundo fator, o tipo de propagação de

muda (seminal e clonal). O terceiro fator, o milho nas entrelinhas da teca,

em duas situações (presença e ausência) (TABELA 9).

No preparo do solo convencional foram realizadas duas

gradagens utilizando grade aradora a uma profundidade de 30 cm e uma

passagem de grade niveladora. Posteriormente, fez-se a abertura de covas

(30 cm de profundidade e 20 cm de diâmetro) com cavadeira manual para

o plantio das mudas de teca. O replantio ocorreu 30 dias após o plantio,

quando a mortalidade estava acima de 5%. O controle da vegetação

invasora com herbicida teve início 60 dias após o plantio das mudas de

teca, utilizando-se 250 ml de glifosato em 20 L de água.

No preparo do solo em covas, antes do plantio das mudas de

teca, eliminou-se a pastagem de braquiária com aplicação de herbicida

58

(250 ml de glifosato em 20 L de água). O solo não foi revolvido, sendo feita

apenas a abertura de covas com 30 cm de profundidade e 20 cm de

diâmetro, utilizando-se de uma cavadeira manual. O replantio das plantas

de teca foi realizado conforme os procedimentos adotados no preparo

convencional do solo.

No preparo do solo com escarificação, empregou-se herbicida

(250 ml de glifosato em 20 L de água) para o controle de plantas invasoras

antes do plantio das mudas de teca. O escarificador usado na operação

apresentava largura de 1,60 m com uma haste de corte de 30 cm de

profundidade. Em seguida foi realizada a abertura de covas (30 cm de

profundidade e 20 cm de diâmetro) com cavadeira manual para o plantio

das mudas de teca. O replantio também foi realizado conforme descrito

anteriormente para o preparo convencional do solo.

TABELA 9 – DESCRIÇÃO DOS 12 TRATAMENTOS IMPLANTADOS EM 2010 NO SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

Tratamentos Práticas

1 Covas, Clonal, Com Milho

2 Covas, Clonal, Sem Milho

3 Covas, Seminal, Com Milho

4 Covas, Seminal, Sem Milho

5 Escarificação, Clonal, Com Milho

6 Escarificação, Clonal, Sem Milho

7 Escarificação, Seminal, Com Milho

8 Escarificação, Seminal, Sem Milho

9 Convencional, Clonal, Com Milho

10 Convencional, Clonal, Sem Milho

11 Convencional, Seminal, Com Milho

12 Convencional, Seminal, Sem Milho

Nas sub-subparcelas onde o milho foi plantado, o preparo do

terreno consistiu da passagem de duas gradagens com grade aradora na

59

profundidade de 15 cm, seguida da passagem de grade niveladora. Após

30 dias do plantio da teca em fevereiro de 2010, foi realizado o plantio do

milho cultivar AG 8088 YG. Em fevereiro de 2011 foi plantado o milho

cultivar BM3061. Plantaram-se três fileiras de milho, espaçadas 0,8 m e

distantes 1,2 m da linha de plantio da teca, perfazendo um estande de

52.500 plantas por hectare. Foram aplicados 120 kg ha-1 de sulfato de

amônio nas entrelinhas da cultura agrícola, com o auxílio de adubadeira

manual. O controle de formigas cortadeiras foi realizado com aplicação de

iscas formicidas granulados antes do preparo da área e a cada três meses

após o plantio da teca. Para cupins, utilizou-se produto a base de fipronil.

Aos 36 meses após o plantio houve uma remodelagem no

experimento, sendo eliminado o fator preparo de solo. Com isso, após 36

meses o experimento foi dividido em dois projetos: Projeto A e Projeto B

(FIGURA 5).

FIGURA 5 – CROQUI DO SISTEMA AGROFLORESTAL APÓS A REMODELAGEM DO EXPERIMENTO AOS 36 MESES DE IDADE EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

60

A FIGURA 6 demonstra como ficaram os dois projetos após a

remodelagem aos 36 meses de idade.

FIGURA 6 – DIVISÃO DO EXPERIMENTO COM CERCA DE ARAME FARPADO APÓS 36 MESES EM DOIS PROJETOS - PROJETO A E PROJETO B.

4.3 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

4.3.1 Projeto A

O delineamento experimental utilizado para o Projeto A foi

blocos casualizados, com quatro tratamentos e seis repetições (TABELA

10). O primeiro fator foi o tipo de propagação de muda (seminal e clonal).

As mudas clonais de teca foram fornecidas por uma empresa reflorestadora

e as mudas seminais adquiridas de produtores de mudas da região. O

segundo fator foi o milho nas entrelinhas da teca, em duas situações

(presença e ausência), plantados aos 12 e 24 meses.

61

Como a área foi ocupada antes pela pastagem (Brachiaria

brizantha (A. Rich.) Stapf vr. Marandu), houve uma reinfestação da

gramínea, não precisando realizar a semeadura da pastagem.

TABELA 10 - IDENTIFICAÇÃO DOS QUATRO TRATAMENTOS DO PROJETO A IMPLANTADOS EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT

Tratamentos Sistemas Práticas

1 Agrossilvipastoril teca clonal com milho e gado 2 Silvipastoril teca clonal com gado 3 Agrossilvipastoril teca seminal com milho e gado 4 Silvipastoril teca seminal com gado

Em todos os tratamentos do Projeto A, aos 36 meses, foi inserido

o gado da raça Girolando, que é uma raça de bovinos resultante do

cruzamento entre bovinos da raça Holstein-Frísia (raça holandesa) e

bovinos da raça Gir, sendo uma raça adaptada ao clima tropical e

adequada para a produção de leite (FIGURA 7). A quantidade de bovinos

colocada na área foi equivalente a duas Unidade Animal ha-1.

FIGURA 7 – BOVINOS DA RAÇA GIROLANDO INSERIDOS NO PROJETO A AOS 36 MESES DE IDADE EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

62

Cada parcela possui sete linhas de plantio de teca no sentido

leste-oeste, com seis plantas por linha, no espaçamento 4 x 2 m (42 plantas

que, descontada a bordadura, totalizaram 20 plantas úteis) e área útil da

parcela é de 160 m2 (FIGURA 8). A coleta de dados foi realizada na área

útil de cada parcela, com a medição de 20 plantas de teca.

FIGURA 8 – CROQUI DA ÁREA EXPERIMENTAL DO PROJETO A AOS

36 MESES DE IDADE EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

4.3.2 Projeto B

O delineamento experimental utilizado para o Projeto B foi

blocos casualizados, com quatro tratamentos e seis repetições (TABELA

11). O primeiro fator foi o tipo de propagação de muda (seminal e clonal).

O segundo fator foi o milho nas entrelinhas da teca, em duas situações

(presença e ausência), plantado aos 12 e 24 meses. No projeto B não foi

inserido o gado.

63

TABELA 11 – IDENTIFICAÇÃO DOS QUATRO TRATAMENTOS DO PROJETO B IMPLANTADOS EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

Tratamentos Sistemas Práticas

1 Agrossilvicultural teca clonal com milho 2 Monocultivo teca clonal 3 Agrossilvicultural teca seminal com milho 4 Monocultivo teca seminal

Como a área foi ocupada antes pela pastagem (Brachiaria

brizantha), houve uma reinfestação da mesma. Aos 36 meses, a pastagem

reinfestada no projeto B foi eliminada com aplicação de herbicida (250 ml

de glifosato em 20 L de água) (FIGURA 9).

FIGURA 9 – APLICAÇÃO DE HERBICIDA NO PROJETO B AOS 36 MESES DE IDADE EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

Na FIGURA 10 se observa a área do Projeto B após a

dessecação da pastagem aos 36 meses.

64

FIGURA 10 – ÁREA DO PROJETO B APÓS DESSECAÇÃO DO PASTO.

Cada parcela possui sete linhas de plantio de teca no

espaçamento 4 x 2 m (com 20 plantas úteis) (FIGURA 11).

FIGURA 11 – CROQUI DA ÁREA EXPERIMENTAL DO PROJETO B AOS 36 MESES DE IDADE EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

65

4.4 COLETADA DE DADOS

A coleta de dados do inventário florestal foi realizada aos 36, 48,

60 e 72 meses após a implantação do experimento. Foram coletados os

dados de altura total (ht) das árvores que perfaziam a linha central de cada

parcela (5 árvores) e circunferência à 1,30 m do solo (cap) de todas as 20

árvores na área útil da parcela.

4.5 AVALIAÇÕES

Foram realizadas as avaliações da porcentagem de

sobrevivência (%), diâmetro à altura de 1,30 m (dap), altura total (ht), área

basal (G), volume total (vt), crescimento, produtividade, incremento

corrente anual (ica) e incremento médio anual (ima).

4.5.1 Porcentagem de sobrevivência (S%)

A porcentagem de sobrevivência foi calculada com base na

contagem das plantas vivas e estabelecimento da proporção em relação ao

número total de plantas da área útil da parcela (20 árvores). Para a análise

estatística, os dados de sobrevivência dos blocos foram transformados

para 𝑎𝑟𝑐𝑜 − 𝑠𝑒𝑛𝑜√𝑥/100, a fim de atender as preposições da análise de

variância (ANOVA).

4.5.2 Diâmetro à altura do peito (dap)

Foram coletados os dados de circunferência a 1,30 m do solo

de todas árvores com o auxílio de fita métrica. Com os dados de cap, foram

determinados os dap por árvore, dividindo-se cada valor de cap por 𝜋

(3,14).

66

4.5.3 Altura total (ht)

A ht (altura total) foi coletada somente das árvores que perfaziam

a linha central de cada parcela (5 árvores). Para estimar a ht das árvores

restantes, foi ajustado um modelo de relação hipsométrica por cada

tratamento:

Ln ℎ𝑡 = β0 + β1(1/𝑑𝑎𝑝) + β2(1/I) + e

Em que: Ln = Logaritmo neperiano; ht = Altura total da árvore (m); dap = Diâmetro à 1,30 m (cm); I = Idade (anos); βi = Parâmetros dos modelos; e = Erro da estimativa.

4.5.4 Área basal por hectare (G)

A área seccional (gi) do indivíduo arbóreo foi calculada pela

fórmula:

𝑔i =π ∙ 𝑑𝑎𝑝2

40000

A área basal por bloco (G.bl) pela fórmula:

𝐺. bl = ∑ 𝑔𝑖

n

i=1

Posteriormente foi feita a conversão para a área basal por

hectare (G) pela fórmula:

𝐺 = 𝐺. bl ∙ 10000

160

Em que: gi = Área seccional (m²); G.bl = Área basal por bloco (m² bl-1); G = Área basal por hectare (m² ha-1); dap = Diâmetro à 1,30 m (cm);

𝜋 = Constante 3,141592654

67

4.5.5 Volume total por hectare (vt)

Para a estimativa do volume individual das árvores, foi

aplicado a equação de Schumacher e Hall ajustado por Cruz et al. (2008):

Ln(𝑣𝑖) = −8,57046 + 1,07588Ln(𝑑𝑎𝑝) + 1,27429Ln(ℎ𝑡) R² 0,987

Em que: Ln = Logaritmo neperiano; vi = Volume individual (m³); ht = Altura total da árvore (m); dap = Diâmetro à 1,30 m (cm).

O volume total por bloco (vt.bl) foi calculado por meio da soma

dos volumes das árvores nos blocos e posteriormente convertido para

volume total por hectare (vt) em metros cúbicos (m³).

4.5.6 Crescimento e produtividade

Para avaliar o crescimento das variáveis dap (cm), ht (m) e

produtividade das variáveis G (m² ha-1) e vt (m³ ha-1) foi utilizado o modelo

de Schumacher, amplamente utilizado nos estudos de crescimento florestal

(CAMPOS e LEITE, 2013):

Y = eβ0+β1(1I

) + e

Em que: Y = Crescimento em uma idade; I = Idade (anos); βi = Parâmetros dos modelos; e = Erro da estimativa.

4.5.7 Incremento corrente anual (ica) e incremento médio anual (ima)

O incremento corrente anual (ica) das variáveis altura total (ht),

diâmetro à altura do peito (dap), área basal (G) e volume total (vt), foi

calculado pela diferença de crescimento entre as avaliações no período de

um ano e o incremento médio anual (ima) das variáveis foi calculado pela

divisão do crescimento pela idade atual do povoamento florestal, em anos,

por ocasião de cada avaliação.

68

4.5.8 Análises

Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância,

após terem sido atendidos os requisitos de normalidade Shapiro-Wilks e

homogeneidade das variâncias Bartlett. Os valores médios foram

comparados entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

69

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 PROJETO A

Na tabela 12 encontram-se os resultados das análises de taxa

de sobrevivência (S), diâmetro à altura do peito (dap), altura total (ht), área

basal (G) e volume total (vt) de teca para os quatro tratamentos aos 36, 48,

60 e 72 meses de idade no projeto A.

TABELA 12 – TAXA DE SOBREVIVÊNCIA (S), DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (dap), ALTURA TOTAL (ht), ÁREA BASAL (G) E VOLUME TOTAL (vt) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL.

Tratamentos

Idade (meses)

36 48 60 72

S (%)

1 99,2 ab 98,3 a 97,5 a 97,5 a

2 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a

3 90,0 b 88,3 b 87,5 b 85,8 b

4 93,3 ab 92,5 ab 92,5 ab 92,5 ab

dap (cm)

1 7,53 a 9,58 a 11,86 a 13,06 a

2 7,89 a 9,80 a 12,05 a 13,38 a

3 6,00 b 6,83 b 7,60 b 8,54 b

4 6,01 b 7,02 b 7,60 b 8,47 b

ht (m)

1 7,69 a 9,98 a 11,72 a 12,65 b

2 8,05 a 10,10 a 12,10 a 13,39 a

3 6,73 b 7,79 b 8,66 b 8,87 c

4 6,55 b 7,52 b 8,56 b 8,80 c

G (m² ha-1)

1 5,52 a 8,90 a 13,46 a 16,37 a

2 6,25 a 9,67 a 14,50 a 17,85 a

3 3,20 b 4,08 b 5,05 b 6,28 b 4 3,41 b 4,58 b 5,52 b 6,78 b

vt (m3 ha-1)

1 27,71 a 50,30 a 76,03 a 93,78 a

2 31,45 a 54,00 a 83,32 a 107,09 a 3 16,50 b 22,62 b 29,59 b 33,45 b

4 17,45 b 24,42 b 31,74 b 36,10 b Médias seguidas de mesmas letras minúsculas na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

70

5.1.1 Sobrevivência (S%)

Aos 48, 60 e 72 meses, as taxas de sobrevivência (S%) dos

tratamentos 1 e 2 (TABELA 12) foram as maiores e não tiveram diferença

significativa entre elas. Já para o tratamento quatro a taxa de sobrevivência

foi de 92,5% e para o tratamento 3 foi 85,8% aos 72 meses.

Os quatro tratamentos, de maneira geral, tiveram uma taxa de

sobrevivência satisfatória, sendo superior à observada por diversos autores

com povoamentos de teca em sistema de monocultivo, como 36% em

Nicarágua, 50% no Panamá, 55% na Guatemala, 77% em Honduras

(CATIE, 1986), 70,4 % no Noroeste do Estado de Minas Gerais (MACEDO

et al. 2005) e 30,8 % em Lavras, Minas Gerais em sistemas agroflorestais

com teca e café aos 12 meses (MACEDO et al., 2004).

Segundo Melotto et al. (2009), variações nas taxas de

sobrevivência podem demonstrar diferentes potenciais de adaptação da

espécie ao sítio onde foram implantadas. De acordo com esses autores,

diferenças significativas na sobrevivência evidenciam a existência da

relação sítio x espécie, com diferentes respostas da espécie ao local de

plantio.

5.1.2 Diâmetro à altura do peito (dap)

Os tratamentos 1 e 2 apresentaram as maiores médias para o

diâmetro à altura do peito e não houve diferença significativa entre eles

(TABELA 12). Os tratamentos 3 e 4 também não diferiram entre si, mas

foram estatisticamente inferiores aos tratamentos com plantas clonais.

Verificou-se que a partir dos 36 meses de idade, já não houve

diferença de crescimento em diâmetro com o fator milho presente nos dois

primeiros anos do plantio. Isso demonstrou que pode ser mais vantajoso

do ponto de vista econômico o plantio de teca com milho, em virtude de

uma renda a mais com a cultura agrícola. Pode-se observar que as plantas

clonais de teca (tratamentos 1 e 2) foram em média 36% maiores em dap

do que as plantas seminais (tratamentos 3 e 4).

71

Os valores médios de dap do presente trabalho foram superiores

aos 4,77 cm aos 36 meses encontrados por Sousa et al. (2009), que

avaliaram o comportamento silvicultural da Tectona grandis em sistema

silvipastoril na região nordeste do estado do Pará em consórcio com a

criação de ovinos.

Resultados semelhantes foram encontrados por Silva et al.

(2014), onde os autores avaliaram o desempenho inicial de Tectona grandis

em sistema silvipastoril na região norte de Mato Grosso em uma área

composta por pastagem tipo Brachiaria brizantha implantada sob

espaçamento 25 x 3 m. Aos 53 meses de idade da teca o dap médio das

árvores foi 10,83 cm.

5.1.3 Altura total (ht)

As equações ajustadas para estimativa da altura total (ht),

apresentaram coeficientes de regressão e valores de F significativos a 5%

de probabilidade. Os ajustes forneceram baixos valores de erro padrão

residual (Syx). O coeficiente de determinação (R²) também se apresentou

satisfatório com valores acima de 0,85 (TABELA 13).

TABELA 13 – EQUAÇÕES DE RELAÇÃO HIPSOMÉTRICA AJUSTADAS PARA TECA AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

Tratamentos Equação R² Syx

1 exp(3,2253-7,1596(1/dap)-9,4486(1/I)) 0,97 0,05 2 exp(3,3667-6,5847(1/dap)-19,5506(1/I)) 0,87 0,05 3 exp(2,4616-5,0243(1/dap)+22,4479(1/I)) 0,85 0,07 4 exp(2,5774-5,7131(1/dap)+20,1851(1/I)) 0,93 0,06

exp = expoente; dap = diâmetro à altura de 1,30 m (cm); I = idade (meses).

Os tratamentos 1 e 2 tiveram médias de altura total superiores

em relação as demais aos 36, 48 e 60 meses (TABELA 12). Aos 72 meses

o tratamento 2 se destacou dos demais apresentando a maior média de ht

(13,39 m). Os tratamentos 3 e 4 apresentaram as menores médias em ht

não apresentando diferença significativa entre eles. As árvores dos

72

tratamentos com clones superiores (1 e 2) foram em média 32% maiores

que dos tratamentos seminais (3 e 4).

Segundo Berger (2000), a utilização de clones superiores para a

formação de florestas mais produtivas e com alto padrão de qualidade foi

um dos avanços que possibilitou maior produção, melhoria da qualidade e

homogeneização da matéria-prima utilizada pela indústria. De acordo com

Vencovsky e Ramalho (2000), a seleção clonal, associada a técnicas de

manejo, contribuiu para expressivo aumento no volume de madeira e

produção por hectare, principalmente porque as empresas dispunham de

milhões de plantas oriundas de propagação sexuada e evidentemente

aplicaram uma forte intensidade de seleção.

Resultados inferiores ao obtidos nesta pesquisa foram

encontrados no trabalho desenvolvido por Sousa et al. (2009) com teca em

sistema silvipastoril na região nordeste do Pará em consórcio com a criação

de ovinos onde a altura média da teca foi de 4,31 m aos 36 meses.

Silva et al. (2014) avaliaram o desempenho inicial de teca em

sistema silvipastoril na região norte de Mato Grosso em uma área composta

por pastagem tipo Brachiaria brizantha com espaçamento 25 x 3 m, onde a

média da altura total das árvores de teca foram 8,31 m aos 53 meses.

5.1.4 Área basal (G)

Os tratamentos 1 e 2 apresentaram as maiores médias em área

basal (G) não diferindo entre si (TABELA 12). Já os tratamentos 3 e 4

apresentaram as menores médias. Os tratamentos que foram implantadas

árvores clonais de teca (1 e 2) tiveram uma área basal em média de 62%

maiores que os tratamentos seminais (3 e 4). Os tratamentos 1 e 2

apresentaram valores de área basal superiores aos encontrado por Tonini

et al. (2009) em Iracema – Roraima, onde, aos 78 meses, o plantio

homogêneo com Tectona grandis apresentou uma área basal de 12,9 m2

ha-1.

Os valores também foram superiores ao encontrados por Jha

(1999) de 15,3 m2 ha-1 na Índia aos 60 meses e por Kramer et al. (1988)

73

11,7 m2 ha-1 aos em Java 60 meses. Por Chaves e Fonseca (1991) em

Trinidad e Tobago aos 84 meses uma área basal para o sítio 12,0 m2 ha-1.

E por Jha (1999) na Venezuela aos 72 meses uma área basal de 13,5 m2

ha-1. De acordo com Pérez e Kanninen (2005), em geral, a teca apresenta

um crescimento superior nas Américas Central e do Sul, em relação a

outras regiões tropicais.

5.1.5 Volume total (vt)

Os tratamentos 1 e 2 apresentaram as maiores médias de

volumes totais (vt) não diferindo entre si (TABELA 12). Já os tratamentos 3

e 4 apresentaram as menores médias. Foi observada uma acentuada

diferença no volume entre os tratamentos clonais e seminais, em que os

tratamentos clonais (1 e 2) tiveram um volume 65% maior que que os

tratamentos seminais (3 e 4).

De acordo com Medeiros et al. (2005), clones superiores

apresentaram maior crescimento e produção em relação às seminais,

independentemente do sistema de cultivo. Esses resultados corroboram

com informações de empresas reflorestadoras no Estado de Mato Grosso,

em que mudas de teca oriundas de clones selecionados apresentam

ganhos de produtividade nas idades iniciais de até 36%.

Segundo Xavier et al. (2009) o material genético clonal por

manter as características genéticas da planta mãe, apresenta maior

uniformidade no povoamento e possuir uma melhor adaptação às

características do sítio. Medeiros et al. (2015), ressalta que atualmente,

esses ganhos de produtividade e a demanda de madeira em qualidade e

quantidade exigidas pelo mercado têm elevado o interesse por clones de

teca mais produtivos.

Pode-se observar que os resultados de volume total da teca do

tratamento 1 consorciado com milho e posteriormente inserido o gado,

foram superiores aos plantios de teca em monocultivo em Java aos 60

meses com 73 m³ ha-1 (KRAMER et al. 1988) e em Cáceres aos 11 anos

74

nos espaçamentos 3 x 2 m, com 93 m³ ha-1, e 4x2m, com 81,1 m³ ha-1

(SILVA, et al., 2016).

Plantar milho nos estágios iniciais de crescimento de teca

fornece uma vantagem em relação à monocultura de teca,

independentemente do espaçamento utilizado (SANTOS-MARTIN e VAN

NOORDWIJK, 2009; KHASANAH et al. 2010; KHASANAH et al. 2015).

5.1.6 Crescimento e produtividade

As equações foram ajustadas com os dados coletados aos 36,

48, 60 e 72 meses (TABELA 14). Nas Figuras com as curvas de incremento

corrente anual (ica) e incremento médio anual (ima), como o crescimento é

o parâmetro estimado em função da idade, foi estimado o crescimento nas

idades anteriores 12 e 24 meses para melhor visualização da tendência

das curvas.

TABELA 14 – EQUAÇÕES AJUSTADAS PARA OS PARÂMETROS DE

CRESCIMENTO EM DIÂMETRO À ALTURA DE 1,30 m (dap) EM cm, ALTURA TOTAL (ht) EM m, ÁREA BASAL (G) EM m² ha-1 E VOLUME TOTAL (vt) EM m³ ha-1 PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO A EM SAFS EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

Tratamentos Variável Equação R² Syx

1 dap 23,2010*exp(-41,1561/I) 0,81 0,09 2 dap 23,0676*exp(-39,4618/I) 0,78 0,13 3 dap 11,8870*exp(-25,4878/I) 0,77 0,14 4 dap 11,6673*exp(-24,2478/I) 0,78 0,17

1 ht 21,1065*exp(-35,9968/I) 0,89 0,06 2 ht 22,7186*exp(-38,0543/I) 0,85 0,07 3 ht 12,0689*exp(-21,2262/I) 0,72 0,11 4 ht 12,0918*exp(-22,3621/I) 0,78 0,15

1 G 51,5980*exp(-81,6600/I) 0,93 0,11 2 G 54,2000*exp(-49,5362/I) 0,78 0,18 3 G 12,0546*exp(-49,5362/I) 0,90 0,08 4 G 12,8970*exp(-48,9660/I) 0,78 0,18

1 vt 323,9770*exp(-88,2220/I) 0,97 0,11 2 vt 379,8900*exp(-91,4100/I) 0,90 0,14 3 vt 67,6680*exp(-50,3700/I) 0,96 0,08 4 vt 75,4400*exp(-53,1300/I) 0,79 0,14

75

Os ajustes para estimativa do crescimento apresentaram

coeficientes de regressão e valores de F significativos a 5% de

probabilidade. Os ajustes forneceram valores de erro padrão residual (Syx)

menores que 0,19. O coeficiente de determinação (R²) também apresentou-

se satisfatório com valores acima de 0,71

O crescimento em diâmetro dos tratamentos 1 e 2 foram

semelhantes não diferindo estatisticamente entre si aos 36, 48, 60 e 72

meses (FIGURA 12). Já os tratamentos 3 e 4 tiveram os menores

crescimento. Pode-se observar uma nítida diferença no crescimento entre

os tratamentos clonais (1 e 2) e seminais (3 e 4). Essa diferença, pode ser

explicada pela qualidade inferior do material genético seminal usado no

plantio.

FIGURA 12 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM DIÂMETRO À ALTURA DE 1,30 m (dap) (cm) PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

Aos 72 meses, o crescimento em diâmetro obtido para o

tratamento 1 e 2 foi superior aos encontrados onde a teca é nativa, como

em Hoshangabad (Índia) aos 10 anos com dap de 3,8 cm e na Tailândia

aos 10 anos com dap de 6,00 cm (GYI e TINT, 1998), na Malásia aos 72

meses com dap de 11,70 cm (NOOR, 2003). Também superiores aos

resultados obtidos por Tonini et al. (2009) em Roraima até os 72 meses

com dap de 7,77 cm. Resultados semelhantes foram encontrados no

trabalho de Rossi et al. (2011), no município de Monte Dourado, Pará, com

0

2

4

6

8

10

12

14

16

30 36 42 48 54 60 66 72 78

da

p(c

m)

Idade (meses)

dapT1

T2

T3

T4

76

dap de 13,36 cm e Silva (2012) com dap 13,69 cm em Alta Floresta, Mato

Grosso.

As curvas do incremento médio anual e do incremento corrente

anual (FIGURA 13) mostra que o máximo incremento médio anual em

diâmetro para os tratamentos 1 e 2 ocorre aos 48 meses, quando a curva

do ima interceptou a curva do ica, indicando ser esta a idade aproximada

da maximização do crescimento em diâmetro. Já para os tratamentos 3 e

4 pode-se observar que a partir dos 33 meses a curva do ica intercepta a

curva do ima.

FIGURA 13 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ICA) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (ima) EM DIÂMETRO À ALTURA DE 1,30 m (dap) (cm) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

Para a altura total (ht), o tratamento 2 obteve o maior

crescimento, seguido do tratamento 1 (FIGURA 14). Os tratamentos 3 e 4

tiveram os menores crescimento em altura, não tendo diferença

significativa entre si.

0

1

2

3

4

5

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

da

p(c

m)

Idade (meses)

T1ica ima

0

1

2

3

4

5

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

da

p(c

m)

Idade (meses)

T2ica ima

0

1

2

3

4

5

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

da

p(c

m)

Idade (meses)

T3ica ima

0

1

2

3

4

5

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

da

p(c

m)

Idade (meses)

T4ica ima

77

Alguns estudos realizados na Índia têm mostrado que a altura

máxima alcançada pelas árvores de teca está mais relacionada com a

qualidade do sítio do que com o material genético. Entretanto, vale ressaltar

que a teca seminal pode apresentar alta mortalidade e pouca crescimento

no campo (GONZÁLEZ, 2004).

FIGURA 14 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM ALTURA TOTAL (ht) (m) PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

Através das curvas geradas com o incremento médio anual e

com o incremento corrente anual, observou-se que o máximo ima em altura

total para os tratamentos 1 e 2 ocorre entre 42 e 48 meses de idade

(FIGURA 15).

4

6

8

10

12

14

16

30 36 42 48 54 60 66 72 78

ht

(m)

Idade (meses)

htT1

T2

T3

T4

78

FIGURA 15 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ica) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (ima) EM ALTURA TOTAL (ht) (m) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

Para a área basal (G), os tratamentos 1 e 2 apresentaram os

maiores crescimentos (FIGURA 16). Os tratamentos 3 e 4 tiveram os

menores crescimento em área basal, não tendo diferença significativa.

FIGURA 16 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM ÁREA BASAL (G) (m2 ha-

1) PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

0

1

2

3

4

5

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

ht

(m)

Idade (meses)

T1ica ima

0

1

2

3

4

5

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

ht

(m)

Idade (meses)

T2ica ima

0

1

2

3

4

5

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

ht

(m)

Idade (meses)

T3ica ima

0

1

2

3

4

5

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

ht

(m)

Idade (meses)

T4ica ima

0

5

10

15

20

25

30 36 42 48 54 60 66 72 78

G(m

² h

a-1)

Idade (meses)

GT1

T2

T3

T4

79

As curvas do incremento médio anual e do incremento corrente

anual (FIGURA 17) de área basal para os tratamentos 1 e 2 ainda não se

encontraram, mostrando que a tendência é que aos 78 meses ocorra o

intercepto entre as curvas. Já para os tratamentos 3 e 4, as curvas se

tocaram entre 54 e 56 meses, indicando o momento de intervenção na

floresta para retomada do crescimento.

Segundo Schneider (2002), um povoamento florestal amplia seu

incremento quando as árvores que o compõem crescem, isso acontecendo,

aumenta significativamente a área basal até o momento em que os

indivíduos começam a competir entre si, com isso, permanecendo um

número de árvores excessivo, a área basal diminui devido à alta densidade,

à competição e à mortalidade.

FIGURA 17 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ica) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (ima) EM ÁREA BASAL (G) (m2 ha-1) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

0

1

2

3

4

5

6

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

G (

ha-1

)

Idade (meses)

T1ica ima

0

1

2

3

4

5

6

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

G(m

² h

a-1)

Idade (meses)

T2ica ima

0

1

2

3

4

5

6

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

G(m

² h

a-1)

Idade (meses)

T3ica ima

0

1

2

3

4

5

6

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

G(m

² h

a-1)

Idade (meses)

T4ica ima

80

A redução em área basal total com a redução de produção

fotossintética e a limitação da quantidade de água e nutrientes absorvidos

por cada indivíduo, pode prejudicar o desenvolvimento do sistema

radicular. Assim sendo, os desbastes permitem aumentar o espaço

disponível para cada árvore, proporcionando o desenvolvimento

equilibrado da copa e do sistema radicular (SCHNEIDER et al., 2000).

O crescimento em volume total dos tratamentos 1 e 2 foram

semelhantes não diferindo estatisticamente entre si aos 72 meses (FIGURA

18). Os tratamentos 3 e 4 tiveram os menores crescimento, possuindo uma

leve tendência em estabilização da curva. Nota-se uma acentuada

diferença no crescimento em volume entre os tratamentos clonais (1 e 2) e

seminais (3 e 4).

A teca de clone superior com milho e gado foi tão produtiva em

volume total quanto à teca com milho sem gado. Neste sentido em relação

à produtividade, ambos, são iguais obtendo vantagem do ponto de vista

econômico em relação a um plantio em monocultivo.

FIGURA 18 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM VOLUME TOTAL (vt) (m3 ha-1) PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

Nos tratamentos 1 e 2, a curva do incremento médio anual em

volume total apresentou uma tendência de crescimento, o que demonstra

que a floresta está em pleno crescimento (FIGURA 19). Já os tratamentos

3 e 4 as curvas do ica e ima se cortam entre 54 e 60 meses de idade.

0

20

40

60

80

100

120

140

30 36 42 48 54 60 66 72 78

vt(m

³ h

a-1)

Idade (meses)

vtT1

T2

T3

T4

81

FIGURA 19 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ica) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (ima) PARA VOLUME TOTAL (vt) DE TECA NO PROJETO A.

Foi verificado que o milho implantado e a inserção do gado nos

tratamentos 1 e 2 não influenciou o crescimento da teca em volume aos 36,

48, 60 e 72 meses. Os tratamentos 1 e 2 com teca de clone superior

tiveram resultados satisfatórios, sendo superiores em produtividade em

relação vários plantios monoculturais de teca (TABELA 15).

TABELA 15 – VALORES DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ica) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (ima) EM DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (dap), ALTURA TOTAL (ht), ÁREA BASAL (G) E VOLUME TOTAL (vt) DE TECA AOS 72 MESES DE IDADE PARA O PROJETO A EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

Trat

ica ima ica ima ica ima ica ima dap dap ht ht G G vt vt

cm ano-1 m ano-1 m² ha ano-1 m³ ha ano-1

1 1,42 2,18 1,22 2,13 2,93 2,70 20,08 15,80

2 1,38 2,22 1,34 2,23 2,94 2,88 22,66 17,62

3 0,57 1,39 0,51 1,50 0,56 0,97 4,50 5,60

4 0,54 1,39 0,53 1,48 0,55 1,04 4,68 5,93

0

5

10

15

20

25

30

35

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

vt(m

³ h

a-1)

Idade (meses)

T1 ica ima

0

5

10

15

20

25

30

35

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

vt(m

³ h

a-1)

Idade (meses)

T2 ica ima

0

5

10

15

20

25

30

35

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

vt(m

³ h

a-1)

Idade (meses)

T3 ica ima

0

5

10

15

20

25

30

35

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

vt(m

³ h

a-1)

Idade (meses)

T4 ica ima

82

Resultados de crescimento da teca semelhantes aos deste

trabalho foram encontrados por Galloway et al. (2001) para altura total com

incremento médio anual entre 1,4 e 2,8 m ano-1 e volume total entre 5,4 e

26,7 m3 ha ano-1.

No Panamá, o incremento médio anual encontrado em sítios de

baixa produtividade para altura total foi de 1,81 m ano-1, para o dap 1,99

cm ano-1, para a área basal 0,47 m2 ha ano-1 e para o volume total 3,44 m3

ha ano-1 aos 40 meses. Em sítio de produtividade alta o incremento médio

anual para a altura total foi de 3,72 m ano-1, para o dap 3,67 cm ano-1, para

área basal 0,95 m2 ha ano-1 e para o volume total 11,93 m3 ha ano-1 aos 31

meses (GARCIA, 2003).

Vários trabalhos demonstram que os sistemas agroflorestais são

economicamente mais atrativos do que plantios florestais em monocultivo,

oferecendo com a diversificação da renda, menores ricos de investimentos

e maiores retornos econômicos (DUBE et al. 2002; RODRIGUES et al.

2007; FRANCEZ e ROSA, 2011; MÜLLER et al. 2011; CUBBAGE et al.

2011; PALHETA et al. 2014; SHUKLA e VISWANATH, 2014).

No trabalho realizado por Maneschy et al. (2009), os sistemas

agroflorestais compostos por teca apresentam maior atratividade

econômica do que os com paricá, e dentre eles, os arranjos em que o gado

era próprio, foram considerados de melhor viabilidade que os sistemas em

monocultivo ou em que a incorporação animal se dava através do aluguel

da pastagem.

Segundo Franke e Furtado (2001), os sistemas agroflorestais

com gado diminuem os impactos ambientais negativos, próprios dos

sistemas tradicionais de criação de gado, por meio do favorecimento à

restauração ecológica de pastagens degradadas, diversificando a

produção das propriedades pecuárias, gerando produtos e lucros

adicionais, ajudando a reduzir a dependência externa de insumos,

permitindo e intensificando o uso do recurso solo e seu potencial produtivo

a longo prazo, dentre outros benefícios.

83

De acordo com Porfírio-da-Silva (2009), os sistemas silvipastoris

são de grande aplicabilidade devido às dimensões ocupadas por pastagens

e às possibilidades em termos de serviços de proteção dos rebanhos e das

pastagens contra extremos climáticos.

A parte aérea das árvores (copa e fuste) pode constituir-se em

proteção física para a pastagem, reduzindo a velocidade dos ventos e o

impacto da chuva sobre a superfície do solo. A redução na velocidade dos

ventos diminui as perdas diretas do solo e também a evaporação da

umidade do solo (FRANKE e FURTADO, 2001).

Radomski e Ribaski (2009) ressalta que os sistemas

silvipastoris, tem sido visualizado como uma importante estratégia de uso

sustentado da terra, principalmente naquelas áreas potencialmente sujeitas

à degradação e, também, como uma nova fonte de agregação de valor

econômico na propriedade rural através da exploração de madeira.

5.2 PROJETO B

Na tabela 16 encontram-se os resultados das análises de taxa

de sobrevivência (S), diâmetro à altura do peito (dap), altura total (ht), área

basal (G) e volume total (vt) de teca para os quatro tratamentos aos 36, 48,

60 e 72 meses no projeto B.

84

TABELA 16 – TAXA DE SOBREVIVÊNCIA (S%), DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (dap), ALTURA TOTAL (ht), ÁREA BASAL (G) E VOLUME TOTAL (vt) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

Tratamentos

Idade (meses)

36 48 60 72

S (%)

1 100 a 100 a 100 a 97,5 a 2 98,5 a 98,5 ab 98,3 a 95,0 a

3 96,8 ab 96,7 ab 96,7 ab 95,0 a

4 90,8 b 90,8 b 90,8 b 90,0 a

dap (cm)

1 8,00 a 11,76 a 13,74 a 15,27 a

2 7,78 a 11,43 a 13,80 a 15,39 a

3 6,64 b 8,52 b 10,19 b 11,14 b

4 6,22 b 8,28 b 10,11 b 11,04 b

ht (m)

1 8,16 a 11,04 a 12,70 a 14,14 a

2 7,98 a 10,73 a 12,62 a 13,85 a

3 7,28 b 8,87 b 10,10 b 11,20 b

4 6,88 b 8,58 b 9,75 c 10,86 c

G (m² ha-1)

1 6,34 a 13,67 a 18,66 a 22,48 a

2 5,85 a 12,62 a 18,55 a 22,23 a

3 4,22 b 7,02 b 10,04 b 11,78 b

4 3,57 b 6,24 b 9,33 b 11,03 b

vt (m3 ha-1)

1 32,47 a 72,07 a 101,65 a 127,41 a

2 29,89 a 65,87 a 99,78 a 121,88 a

3 22,25 b 37,75 b 53,68 b 66,16 b

4 18,75 b 33,27 b 48,23 b 60,14 b Médias seguidas de mesmas letras minúsculas na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

5.2.1 Sobrevivência (S%)

Aos 36 meses, os tratamentos 1, 2 e 3 não apresentaram

diferença significativa para a sobrevivência, entretanto, foi verificado que o

tratamento 4, diferiu dos tratamentos 1 e 2, aos 36, 48 e 60 meses, sendo

inferior (TABELA 16). Pode-se observar que os tratamentos 1 com teca

clonal e 2 com teca seminal obtiveram vantagem na taxa de sobrevivência

em relação aos tratamentos de monocultura da teca até os 60 meses.

85

Entretanto, aos 72 meses, foi verificado que não houve mais

diferença significativa entre as taxas de sobrevivência dos tratamentos.

Assim, de maneira geral, os quatro tratamentos tiveram uma taxa de

sobrevivência satisfatória.

As taxas de sobrevivência deste trabalho foram superiores ao

encontrado por Silva et al. (2016) em povoamento de teca em monocultivo

implantado em Cáceres – MT, onde a sobrevivência das árvores aos 11

anos foi de 90%. As taxas de sobrevivência deste trabalho também foram

superiores às taxas encontradas por Ribeiro et al. (2006) em Minas Gerais,

em diferentes níveis de adubação e com sobrevivência entre 63,8% e

90,0%.

Resultados semelhantes ao deste trabalho foram encontrados

por Pelissari et al. (2013) em um povoamento homogêneo de teca, no

espaçamento 3 × 3 m, no município de Nossa Senhora do Livramento, Mato

Grosso com 96,8 % de sobrevivência aos 24 meses.

Segundo Macedo et al. (2002), o potencial de estabelecimento

de espécies florestais, avaliado por meio da porcentagem de sobrevivência,

expressa a capacidade de adaptação e o vigor das mudas, frente às reais

condições ecológicas observadas no campo, pós-plantio definitivo. Isso

ocorre porque são sob as diferentes condições de campo que,

normalmente, as mudas de espécies florestais diferem em suas expressões

fenotípicas, as quais retratam fielmente as magnitudes e efeitos das

interações genótipo/ambiente.

Assim, as taxas de sobrevivência de teca observadas nos quatro

tratamentos demonstraram uma adequada adaptabilidade da teca às

condições edafoclimáticas da região de Figueirópolis D´Oeste.

5.2.2 Diâmetro à altura do peito (dap)

Os tratamentos 1 e 2 apresentaram os maiores diâmetros à

altura do peito aos 36, 48, 60 e 72 meses e não houve diferença significativa

entre eles (TABELA 16). Os tratamentos 3 e 4 também não diferiram entre

si, porém foram inferiores aos tratamentos com clones. Nota-se que os

86

tratamentos com clones superiores foram em média 28 % maiores em dap

em relação aos tratamentos seminais.

Os valores de dap dos tratamentos 1 e 2 foram superiores aos

dos povoamentos de teca em Chiriquí, Panamá, com dap de 13,6 cm aos

84 meses e 12,5 aos 96 meses (CATIE, 2013). Porém, inferiores quando

comparado aos povoamentos de Darién, Panamá com dap de 17,0 cm aos

72 meses e em Veraguas, Panamá com dap de 15,9 cm (CATIE, 2013).

5.2.3 Altura total (ht)

Os ajustes das equações para estimativa da altura total (ht),

apresentaram coeficientes de regressão e valores de F significativos a 5%

de probabilidade. Os ajustes forneceram baixos valores de erro padrão

residual (Syx) abaixo de 0,06. O coeficiente de determinação (R²) também

se apresentou satisfatório com valores acima de 0,80 (TABELA 17).

TABELA 17 – EQUAÇÕES DE RELAÇÃO HIPSOMÉTRICA AJUSTADAS PARA TECA AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

Tratamentos Equação R² Syx

1 exp(3,2264-1,2259(1/dap)-35,4658(1/I)) 0,81 0,05 2 exp(3,1446-2,2806(1/dap)-26,5643(1/I)) 0,80 0,03 3 exp(3,1090-3,5909(1/dap)-26,3189(1/I)) 0,81 0,06 4 exp(3,2052-4,9175(1/dap)-26,1318(1/I)) 0,87 0,06

exp = expoente; dap = diâmetro à altura do peito (cm); I = idade (meses).

Os tratamentos 1 e 2 (plantas clonais) apresentaram as maiores

médias para a altura total e não houve diferença significativa entre eles. Os

tratamentos 3 e 4 também não diferiram entre si, mas foram

estatisticamente inferiores aos tratamentos com plantas clonais (TABELA

16). Independente do tratamento, plantas clonais foram 21% mais altas que

as plantas seminais.

Os tratamentos 1 e 2 apresentaram altura total superior aos 3 e

4, contudo entre os primeiros assim como os segundos não houve

87

diferença significativa entre si. Independente do tratamento, plantas clonais

foram 21% mais altas que as plantas seminais (TABELA 16).

Caldeira e Oliveira (2008) encontraram valores de 10,4 m de

altura em um povoamento no município de Nossa Senhora do Livramento

– MT, valores inferiores aos tratamentos 1 e 2. Informações do Catie

tiveram valores superiores de 16,1 m aos 72 meses em Darién, Panamá e

18,1 m aos 84 meses em Veraguas, Panamá (CATIE, 2013).

5.2.4 Área basal (G)

Os tratamentos 1 e 2 apresentaram as maiores médias em área

basal (G) não diferindo entre si. Já os tratamentos 3 e 4 apresentaram

média inferiores aos tratamentos 1 e 2. Os tratamentos com árvores de

clones superiores (1 e 2) tiveram uma área basal em média de 49% maiores

que os tratamentos seminais (3 e 4) (TABELA 16).

Bermejo et al. (2004) encontraram valores inferiores de área

basal para teca em monocultivo no noroeste da Costa Rica de 10,5, 11,9 e

13,0 m² ha-1 aos 5 anos. Caldeira e Oliveira (2008) encontraram uma área

basal de 12,9 m² ha-1 em um povoamento de teca em monocultivo com 60

meses no município de Nossa Senhora do Livramento – MT, também

inferiores aos valores do tratamento 1 deste trabalho.

5.2.5 Volume total (vt)

O volume total dos tratamentos 1 e 2 foram os maiores do que

os tratamentos 3 e 4, não diferindo entre si estatisticamente. Não houve

diferença significativa para os tratamentos 3 e 4 que foram inferiores

(TABELA16). Observou-se uma significativa diferença no volume entre os

tratamentos com clones superiores e seminais, em que os tratamentos com

clones superiores (1 e 2) tiveram um volume 49% maior que os tratamentos

seminais (3 e 4).

O volume total de teca no tratamento 1 com clone e milho foi

superior ao encontrado por Camacho-Linton et al. (2013), no México, em

88

plantio de monocultivo teca, onde o plantio teve um volume total de 30,5 e

70,6 m³ ha-1. Bermejo et al. (2004) encontraram valores inferiores de

volume para teca de 10,5, 11,9 e 49,8 m3 ha-1 aos 60 meses.

5.2.6 Crescimento e produtividade

Os ajustes das equações foram realizados com os dados

coletados aos 36, 48, 60 e 72 meses. Nas Figuras com as curvas de

incremento corrente anual (ica) e incremento médio anual (ima), como o

crescimento é o parâmetro estimado em função da idade, foi estimado o

crescimento nas idades anteriores 12 e 24 meses para melhor visualização

da tendência das curvas.

Os ajustes realizados para estimativa do crescimento

apresentaram coeficientes de regressão e valores de F significativos a 5%

de probabilidade (TABELA 18).

TABELA 18 – EQUAÇÕES AJUSTADAS PARA OS PARÂMETROS DE CRESCIMENTO EM DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (dap) EM cm, ALTURA TOTAL (ht) EM m, ÁREA BASAL (G) EM m² ha-1 E VOLUME TOTAL (vt) EM m³ ha-1 PARA O PROJETO B EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

Tratamentos Variável Equação R² Syx

1 dap 28,8423*exp(-44,7703/I) 0,87 0,08 2 dap 30,4479*exp(-48,1313/I) 0,87 0,09 3 dap 18,9357*exp(-37,8305/I) 0,70 0,14 4 dap 19,9352*exp(-41,8075/I) 0,70 0,15

1 ht 24,6235*exp(-39,3854/I) 0,96 0,04 2 ht 24,0810*exp(-39,3213/I) 0,96 0,04 3 ht 17,3261*exp(-31,8502/I) 0,82 0,07 4 ht 17,2095*exp(-33,4545/I) 0,71 0,11

1 G 72,8450*exp(-83,0910/I) 0,97 0,07 2 G 78,8430*exp(-89,3150/I) 0,96 0,09 3 G 33,5240*exp(-71,2110/I) 0,95 0,09 4 G 34,6950*exp(-81,2220/I) 0,85 0,17

1 vt 457,5920*exp(-91,0690/I) 0,98 0,06 2 vt 464,8660*exp(-94,7580/I) 0,97 0,08 3 vt 199,4370*exp(-79,2680/I) 0,96 0,08 4 vt 194,7350*exp(-84,3360/I) 0,90 0,16

89

Os ajustes forneceram valores de erro padrão residual (Syx)

menores que 0,17. O coeficiente de determinação (R²) também apresentou-

se satisfatório com valores acima de 0,70.

O crescimento em diâmetro da teca nos tratamentos 1 e 2 foram

semelhantes (FIGURA 20) não diferindo estatisticamente entre si aos 72

mesese superiores aos tratamentos 3 e 4. Os tratamentos 3 e 4 tiveram os

menores crescimento. Houve uma notável diferença no crescimento entre

os tratamentos clonais (1 e 2) e seminais (3 e 4).

FIGURA 20 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (dap) (cm) PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. Aos 36, 48, 60 e 72 meses, o crescimento em diâmetro obtido

para o tratamento 1 com teca clonal milho e gado e tratamento 2 com teca

clonal e gado foi superior aos encontrados onde a teca é nativa, como na

Tailândia aos 10 anos em monocultivo com dap de 6,00 cm (GYI e TINT,

1998) e na Malásia aos 72 meses com dap de 11,70 cm (NOOR, 2003).

Superiores aos resultados de Tonini et al. (2009) em Roraima até os 72

meses com dap de 7,77 cm.

A curva do ima tem um rápido crescimento para os tratamentos

1 e 2 até os 48 meses e para os tratamentos 3 e 4 até os 36 meses

(FIGURA 21). De acordo com informações do Catie (2013) a partir do 10º

ano, o crescimento em diâmetro diminui, com incrementos corrente anual

(ica) de menos de 1,5 cm por ano para diâmetro. Por volta do 20º ano, o

ica em diâmetro dificilmente chega a 1 cm por ano.

4

6

8

10

12

14

16

30 36 42 48 54 60 66 72 78

da

p(c

m)

Idade (meses)

dapT1

T2

T3

T4

90

FIGURA 21 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ica) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (ima) EM DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (dap) (cm) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

Para a altura total (ht), os tratamentos 1 e 2 obtiveram os

maiores crescimentos e não tiveram diferença significativa entre si e os

tratamentos 3 e 4 foram inferiores aos tratamentos 1 e 2 (FIGURA 22).

FIGURA 22 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ica) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (ima) EM ALTURA TOTAL (ht) (m) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

0

1

2

3

4

5

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

da

p(c

m)

Idade (meses)

T1ica ima

0

1

2

3

4

5

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

da

p(c

m)

Idade (meses)

T2ica ima

0

1

2

3

4

5

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

da

p(c

m)

Idade (meses)

T3ica ima

0

1

2

3

4

5

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

da

p(c

m)

Idade (meses)

T4ica ima

4

6

8

10

12

14

16

30 36 42 48 54 60 66 72 78

ht

(m)

Idade (meses)

htT1

T2

T3

T4

91

As curvas do incremento médio anual e do incremento corrente

anual (FIGURA 23) mostram que o máximo incremento médio anual em

altura total para os tratamentos 1 e 2 ocorreu entre 48 e 54 meses. Já para

os tratamentos 3 e 4, as curvas se interceptam entre 36 e 42 meses.

FIGURA 23 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ica) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (ima) EM ALTURA TOTAL (ht) (m) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

A área basal (G) dos tratamentos 1 e 2 apresentou os maiores

crescimentos (FIGURA 24). Os tratamentos 3 e 4 tiveram os crescimentos

em área basal inferiores, não tendo diferença estatística significativa entre

si.

0

1

2

3

4

5

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

ht

(m)

Idade (meses)

T1ica ima

0

1

2

3

4

5

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

ht

(m)

Idade (meses)

T2ica ima

0

1

2

3

4

5

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

ht

(m)

Idade (meses)

T3ica ima

0

1

2

3

4

5

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

ht

(m)

Idade (meses)

T4ica ima

92

FIGURA 24 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM ÁREA BASAL (G) (m2 ha-

1) PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

As curvas do ima e do ica (FIGURA 25) em área basal para os

quatro tratamentos ainda não se interceptaram, mostrando que a tendência

é que aos 78 meses a curvas se interceptam.

FIGURA 25 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ica) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (ima) EM ÁREA BASAL (G) (m2 ha-1) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

0

5

10

15

20

25

30 36 42 48 54 60 66 72 78

G(m

² h

a-1)

Idade (meses)

GT1

T2

T3

T4

0

1

2

3

4

5

6

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

G(m

² h

a-1)

Idade (meses)

T1 ica ima

0

1

2

3

4

5

6

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

G(m

² h

a-1)

Idade (meses)

T2 ica ima

0

1

2

3

4

5

6

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

G(m

² h

a-1)

Idade (meses)

T3ica ima

0

1

2

3

4

5

6

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

G(m

² h

a-1)

Idade (meses)

T4ica ima

93

O crescimento em volume total dos tratamentos 1 e 2 foram

semelhantes (FIGURA 26) não diferindo estatisticamente entre si aos 36,

48, 60 e 72 meses. Os tratamentos 3 e 4 tiveram o crescimento inferior aos

tratamentos 1 e 2.

FIGURA 26 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM VOLUME TOTAL (vt) (m3 ha-1) PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

Observou-se que para os quatro tratamentos (FIGURA 27), que

a curva do ima em vt ainda apresenta uma tendência de crescimento,

denotando que a floresta está em pleno desenvolvimento.

O tratamento 1 com teca clonal e milho foi produtivo semelhante

ao tratamento 2 em monocultura da teca, não tendo diferença estatística

entre si, demonstrando que o plantio do milho, não interferiu no crescimento

da teca até aos 72 meses de idade.

Valores inferiores a este trabalho foram encontrados por Silva

(2012) em plantios de teca em monocultivo no município de Alta Floresta,

Mato Grosso, onde o incremento médio anual no sítio IV para volume total

foi de 14,25 m3 ha ano-1 e para a área basal 2,20 m2 ha ano-1.

0

20

40

60

80

100

120

140

30 36 42 48 54 60 66 72 78

vt(m

³ h

a-1)

Idade (meses)

vtT1

T2

T3

T4

94

FIGURA 27 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ica) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (ima) EM VOLUME TOTAL (vt) (m3 ha-1) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

No trabalho realizado por Drescher (2004) em povoamento de

monocultura de teca, aos 72 meses são encontrados valores inferiores a

este trabalho (TABELA 19), onde o incremento médio anual para volume

total foi de 6,8 m3 ha ano-1.

TABELA 19 – VALORES DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ica) E

INCREMENTO MÉDIO ANUAL (ima) EM DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (dap), ALTURA TOTAL (ht), ÁREA BASAL (G) E VOLUME TOTAL (vt) DE TECA AOS 72 MESES DE IDADE PARA O PROJETO B EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

Trat

ica ima ica ima ica ima ica ima dap dap ht ht G G vt vt

cm ano-1 m ano-1 m² ha ano-1 m³ ha ano-1

1 1,81 2,58 1,48 2,37 4,34 3,78 28,45 21,51

2 1,95 2,60 1,44 2,32 4,48 3,73 27,57 20,56

3 1,12 1,87 0,94 1,86 1,83 1,93 12,62 10,98

4 1,22 1,86 0,96 1,80 1,77 1,80 11,69 9,93

0

5

10

15

20

25

30

35

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

vt(m

³ h

a-1)

Idade (meses)

T1 ica ima

0

5

10

15

20

25

30

35

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

vt(m

³ h

a-1)

Idade (meses)

T2 ica ima

0

5

10

15

20

25

30

35

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

vt(m

³ h

a-1)

Idade (meses)

T3ica ima

0

5

10

15

20

25

30

35

6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

vt(m

³ h

a-1)

Idade (meses)

T4 ica ima

95

5.3 PROJETO A E PROJETO B

Aos 72 meses do plantio foi realizada uma comparação em

porcentagem do volume total da teca entre os projetos A e B (FIGURA 28).

FIGURA 28 – VOLUME TOTAL DE TECA PARA O PROJETO A E PROJETO B AOS 72 MESES DE IDADE EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.

A teca clonal no projeto B, tratamento 1 obteve um volume total

26% maior em relação a teca clonal no projeto A, tratamento 1.

A teca clonal no projeto B, tratamento 2 obteve um volume total

12% maior em relação a teca clonal no projeto A, tratamento 2.

A teca seminal no projeto B, tratamento 3 obteve um volume total

49% maior em relação a teca seminal no projeto A, tratamento 3.

A teca seminal no projeto B, tratamento 4 obteve um volume total

40% maior em relação a teca seminal no projeto A, tratamento 4.

Quando se compara o desenvolvimento da teca no projeto A,

tratamento 1 com o projeto B, tratamento 2, observa-se um valor de 23%

menor em volume total. Porém, do ponto de vista econômico, no projeto A,

tratamento 1, o produtor obtém mais dois tipos de renda.

0

20

40

60

80

100

120

140

T1 T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4

vt

(m³)

projeto A projeto B

96

6 CONCLUSÕES

A teca oriunda de mudas clonais obteve desenvolvimentos

superiores em todos os tratamentos avaliados para as variáveis altura total,

diâmetro à altura do peito, área basal, volume total e taxa de sobrevivência

em todas as idades avaliadas em relação aos tratamentos com teca de

origem seminal.

Até aos 72 meses de idade a presença do milho não apresenta

influência significativa no desenvolvimento da teca.

Não houve diferença significativa em volume total entre plantar

teca clonal com milho e gado em comparação com o plantio de teca clonal

com milho aos 36, 48, 60 e 72 meses de idade.

Plantar teca clonal com milho e gado em comparação com o

plantio de teca clonal com milho aos 36, 48, 60 e 72 meses de idade.

97

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ÂNGELO, H.; SILVA, V. S. de M.; SOUZA, Á. N. de; GATTO, A. C. Aspectos financeiros da produção de teca no Estado de Mato Grosso. Floresta, v. 39, n. 1, p. 23–32, 2009. BERGER, R. Crescimento e qualidade da madeira de um clone de Eucalyptus saligna smith sob o efeito do espaçamento e da fertilização. 2000. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) 126 f. Universidade Federal de Santa Maria – Santa Maria, RS. BERMEJO, I.; CANELLAS, I.; MIGUEL, A. S. Growth and yield models for teak plantations in Costa Rica. Forest Ecology and Management. n.189, p. 97–110. 2004. CALDEIRA, S. F.; OLIVEIRA, D. L. C. Desbaste seletivo em povoamentos de Tectona grandis com diferentes idades. Acta Amazonica. vol. 38, n. 2. p. 223 – 228, 2008. CAMACHO-LINTON, A.; RAMÍREZ-MALDONADO, H.; SANTOS-POSADAS, H. M. dos; SÁNCHEZ, F. J. Z. Tablas de rendimiento para teca (Tectona grandis l.) en el estado de Campeche. Revista Mexicana de Ciencias Forestales. vol. 4, n. 19. 2013. CAMPOS, J. C. C.; LEITE, H. G. Mensuração florestal: perguntas e respostas. 4. ed. Viçosa: UFV, 2013. 605p. CATIE - Centro Agronómico Tropical de Investigación y Enseñanza - Las plantaciones de teca en América Latina: Mitos y realidades. Série técnica, Turrialba: CATIE; 2013. 392 p. CATIE - Centro Agronómico Tropical de Investigación y Enseñanza - Catie. Silvicultura de espécie promisorias para producción de leña en América Central: resultados de cinco años de investigación. Turrialba: CATIE; 1986. 228 p. CHAVES, E.; FONSECA, W. Teca (Tectona grandis L.F.) árbol de uso múltiple em América Central. Turrialba, CATIE - Informe Técnico nº 179, 1991. 47p. CRUZ J. P.; LEITE, H. L.; SOARES, C. P. B.; CAMPOS, J. C. C.; SMIT, L.; NOGUEIRA, G. S. Modelos de crescimento e produção para plantios comerciais jovens de Tectona grandis em Tangará da Serra, Mato Grosso. Revista Árvore, v.32, n.5, p. 821-828, 2008.

98

CUBBAGE, F.; BALMELLI, G.; BUSSONI, A.; NOELLEMEYER, E.; PACHAS, A. N.; FASSOLA, H.; COLCOMBET, L.; ROSSNER, B.; FREY, G.; DUBE, F.; SILVA, M. L. de; STEVENSON, H.; HAMILTON, J.; HUBBARD, W. Comparing silvopastoral systems and prospects in eight regions of the world. Agroforestry Systems, v. 86, p. 303–314. 2012. DRESCHER, R. Crescimento e produção de Tectona grandis Linn F., em povoamentos jovens de duas regiões do estado de Mato Grosso - Brasil. 133 p. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal) - Universidade Federal de Santa Maria, 2004. DUBE, F.; COUTO, L.; SILVA, M. L.; LEITE, H. G. A simulation model for evaluating technical and economic aspects of an industrial eucalyptus-based agroforestry system in Minas Gerais, Brazil. Agroforestry Systems, v. 55, p. 73-80, 2002. DUTRA, S.; VEIGA, J. B. da; MANESCHY, R. Estrutura de Sistemas Silvipastoris na Região Nordeste Paraense. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento 64. Embrapa Amazônia Oriental, 25 p. 2007. EMBRAPA - Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília: Embrapa-SPI; Rio de Janeiro: Embrapa-Solos, 2013. 353 p. FAO. Food and Agriculture Organization. Sistemas agroflorestais en América Latina y el Caribe. Santiago, 1984. 118 p. FRANCEZ, D. da C.; ROSA, L. dos S. Viabilidade econômica de sistemas agroflorestais em áreas de agricultores familiares no Pará, Brasil. Revista de Ciências Agrárias. v.54, n.2, p.178-187, 2011. FRANKE, I. L; FURTADO, S. C. Sistemas silvipastoris: fundamentos e aplicabilidade. Rio Branco: Embrapa Acre, 2001. (Embrapa Acre. Documentos, 74). GALLOWAY, G.; UGALDE, L.; VÁSQUEZ, W. Importance of density reductions in tropical plantations: Experiences in Central America. Forests, Trees and Livelihoods, v. 11, n. 3, p. 217-232, 2001. GARCIA, M. S. M. Relación suelo-planta, factores de sitio y respuesta a la fertilización, em plantaciones jóvenes de teca (Tectona grandis L. f.), en la zona Oeste, Cuenca del canal de Panamá. 2003. 101 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Agrícolas e Recursos Naturais) CATIE, Turrialba, Costa Rica. GONZÁLEZ, W. F. Manual para productores de teca (Tectona grandis L. f.) en Costa Rica. Heredia, Costa Rica, p. 121. 2004.

99

GUIMARÃES, D. P. Desenvolvimento de um modelo de distribuição diamétrica de passo invariante para prognose e projeção da estrutura de povoamentos de eucalipto.1994, 178 f..Tese (Doutorado em Ciência Florestal) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. GYI, K. K.; TINT, K. Management Status of Natural Teak Forests. In Proc. Second Regional Seminar on Teak: Teak for the Future, 1995, Yangon, Nyanmar. FAO Regional Office for Asia and the Pacific, Bangkok, Thailand, 1998. p. 27-48. IBÁ - Indústria Brasileira de Árvores. Relatório 2015. Disponível em: <http:// http://iba.org/images/shared/iba_2015.pdf >. Acesso em: 14 Jul 2016. JHA, K. K. Teak (Tectona grandis) Farming. Uttar Pradesh-India. International Book Distributing Co. 1999. 125p. KHASANAH, N.; LUSIANA, B.; SUPRAYOGO, D.; VAN NOORDWIJK, M.; CADISCH, G. Exploration of tree management options to manipulate tree and crop interaction trade-off using WaNuLCAS model. World Agroforestry Centre-ICRAF, SEA Regional Office, Bogor. 2010. KHASANAH, N.; PERDANA, A.; RAHMANULLAH, A.; MANURUNG, G.; ROSHETKO, J. M.; NOORDWIJK, M. V. Intercropping teak (Tectona grandis) and maize (Zea mays): bioeconomic trade-off analysis of agroforestry management practices in Gunungkidul, West Java. Agroforestry Systems, v. 89, n. 6, p. 1019-1033, 2015. KRAMER, H. Waldwaschstumslehre. Hamburg: Paul Parey, 1988. 374p. MACEDO, R. L. G.; GOMES, J. E.; VENTURIN, N.; SALGADO, B. G. Desenvolvimento inicial de Tectona grandis L.f. (teca) em diferentes espaçamentos no município de Paracatu, MG. Cerne, v. 11, n.1, p. 61-69 2005. MACEDO, R. L. G.; VENTURIN, N.; GOMES, J. E.; OLIVEIRA, T. K. Dinâmica de estabelecimento de Tectona Grandis L.f. (Teca) introduzida em cafezal na região de Lavras – Minas Gerais. O Brasil Florestal, Brasília, n. 73, p. 31-38, 2002. MACEDO, R. L. G.; VENTURIN, N.; MORAIS, V. de M.; OLIVEIRA, T. K. de; SALGADO, B. G.; VALE, R. S. do. Estabelecimento de Tectona grandis L.f. (Teca) em sistemas agroflorestais com Coffea arabica L. em Lavras-MG. Agrossilvicultura, v. 1, n. 1, p. 71-80, 2004. MANESCHY, R. Q.; SANTANA, A. C. de; VEIGA, J. B. da. Viabilidade Econômica de Sistemas Silvipastoris com Schizolobium parahyba var.

100

amazonicum e Tectona grandis no Pará. Pesquisa Florestal Brasileira. n. 60, p. 49-51. Sistemas Agrossilvipastoris (Edição Especial) 2009. MARIA, L. DE S.; SILVA, M. S. DA; GARCIA, M. L.; SILVA, F. R. DA. Avaliação do crescimento volumétrico de um povoamento clonal de Tectona grandis em sistema silvipastoril no município de Alta Floresta – MT. Anais... III SEMINÁRIO DE BIODIVERSIDADE E AGROECOSSISTEMAS AMAZÔNICOS. Cáceres, v. 2, n. 1, 2015. MEDEIROS, R. A.; PAIVA, H. N.; LEITE, H. G.; OLIVEIRA NETO, S. N.; VENDRÚSCOLO, D. G. S.; SILVA, F. T. Análise silvicultural e econômica de plantios clonais e seminais de Tectona grandis l.f. em sistema taungya. Revista Árvore, Viçosa-MG, v.39, n.5, p.893-903, 2015. MELOTTO, A.; NICODEMO, M. L.; BOCCHESE, R. A.; LAURA, V. A.; MIGUEL NETO, M. G.; SCHLEDER, D. D.; POTT, A.; SILVA, V. P. da. Sobrevivência e crescimento inicial em campo de espécies florestais nativas do Brasil central indicadas para sistemas silvipastoris. Revista Árvore, Viçosa-MG, v.33, n.3, p.425-432, 2009. MIDGLEY S.; SOMAIYA R. T.; STEVENS P. R.; BROWN A.; KIEN, N. D.; LAITY, R. Planted teak: global production and markets, with reference to Solomon Islands. Australian Centre for International Agricultural Research: Technical Reports Nº 85, Canberra. 2015. 92p. MORETTI, M. S.; TSUKAMOTO FILHO, A. de A.; COSTA, R. B. da; RONDON NETO, R. M.; MEDEIROS, R. A.; SOUSA, R. A. T M. Crescimento inicial de plantas de teca em monocultivo e sistema Taungya com milho em Figueiropolis D’Oeste, Estado de Mato Grosso. Scientia Forestalis, v. 42, n. 102, p. 269–277, 2014. MÜLLER, M. D.; NOGUEIRA, G. S.; CASTRO, C. R. T. de; PACIULLO, D. S. C.; ALVES, F. de F.; CASTRO, R. V. O.; FERNANDES, E. N. Economic analysis of an agrosilvipastoral system for a mountainous area in Zona da Mata Mineira, Brazil. Pesquisa Agropecuária Brasileira. v.46, n.10, p.1148-1153, out. 2011. MURILLO, O.; VALLEJOS, J.; BADILLA, U.; GUZMÁN, N.; LUJÁN, R.; GONZÁLEZ, E. Crescimento efetivo mensal inicial em plantações de teca (Tectona grandis) em Costa Rica. Nativa, v.4, n.2, p.87-90, 2016. NOCETTI, M.; ROZENBERG, P.; CHAIX, G.; MACCHIONI, N. Provenance effect on the ring structure of teak (Tectona grandis L.f.) wood by X-ray microdensitometry. Annals of Forest Science, v. 68, p. 1375–1383, 2011. NOOR, H. 2003. Growth of teak (Tectona grandis) on lateritic soil at Mata Aver forest reserve, Perlis. Journal of Tropical Forest Science, vol. 15, n 1, p.190-198, 2003.

101

OLIVEIRA, B. da S. Atributos físicos e biológicos do solo em sistema de integração lavoura-pecuária-floresta, na Amazônia meridional. 2013. 78 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Mato Grosso. PALHETA, I. C.; GOMES, C. A. de S.; LOBATO, G. de J. M.; PAULA, M. T. de; PONTES, A. N. Viabilidade econômica de um sistema agroflorestal no município de Santa Bárbara-PA. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.10, n.19; p. 1947-1956, 2014. PANDEY, D.; BROWN, C. Teak: a global overview. Unasylva, v. 51, n. 201, p. 3–13, 2000. PELISSARI, A. L.; CALDEIRA, S. F.; DRESCHER, R. Desenvolvimento quantitativo e qualitativo de Tectona grandis L.f. em Mato Grosso. Floresta e Ambiente, v. 20, n. 3. P. 371-383. 2013. PÉREZ, D.; KANNINEN, M.; Stand growth scenarios for Tectona grandis plantations in Costa Rica. Forest Ecology and Management. p. 210: 25-441. 2005. PORFÍRIO-DA-SILVA, V. O sistema silvipastoril e seus benefícios para a sustentabilidade da pecuária. In: SIMPÓSIO ABCZ-CNPC: Pecuária sustentável. Palestras. Uberaba, MG: Expozebu, 11 p. 2009. RADOMSKI, M. I.; RIBASKI, J. Sistemas silvipastoris: aspectos da pesquisa com eucalipto e grevílea nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil. Colombo, Documentos 191. Embrapa Florestas, 2009. RIBEIRO, F. A.; MACEDO, R. L. G.; VENTURIM, N.; MORAIS, V. M.; GOMES, J. E.; YOSHITAMI, M. Jr. Feitos da adubação de plantio sobre o estabelecimento de mudas de Tectona grandis L.f. (teca). Revista Científica Eletrônica de Engenharia Florestal, n. 4, v. 7, p. 1-13. 2006. RODRIGUES, E. R.; CULLEN JR, L.; BELTRAME, T. P.; MOSCOGLIATO, A. V.; SILVA, I. C. da. Avaliação econômica de sistemas agroflorestais implantados para recuperação de reserva legal no Pontal do Paranapanema, São Paulo. Revista Árvore, Viçosa-MG, v.31, n.5, p.941-948, 2007. ROSSI, A. S. ; DRESCHER, R. ; PELISSARI, A. L. ; LANSSANOVA, L. R. Relação hipsométrica e crescimento de Tectona grandis L.f. no município de Monte Dourado PA. Scientia Forestalis, Piracicaba, v. 39, p. 301-307, 2011. SANTOS-MARTIN, F. e VAN NOORDWIJK, M. Trade-offs analysis for possible timber-based agroforestry scenarios using native trees in the Philippines. Agroforestry Systems, v. 76. P. 555–567. 2009.

102

SCHNEIDER, P. R.; FINGER, C. A. G.; SCHNEIDER, P. S. P.; FLEIG, F. D. Subsídio para o manejo da acácia-negra (Acacia mearnsii De Wild). Santa Maria - RS: UFSM/ CEPEF-FATEC, 2000. 71 p. SCHNEIDER, P. R. Manejo florestal: Planejamento da produção florestal. Santa Maria - RS: UFSM/ CEPEF-FATEC, 2002. 195 p. SEPLAN. Mapa de vegetação do Estado de Mato Grosso. 2004. Disponível em: <www.zsee.seplan.mt.gov.br>. Acesso em 16 agosto 2016. SHUKLA, S. R.; VISWANATH, S. Comparative study on growth, wood quality and financial returns of teak (Tectona grandis L.f.) managed under three different agroforestry practices. Agroforestry Systems, v. 88, n. 2, p. 331–341, 2014. SILVA, I. C. Sistemas agroflorestais: conceitos e métodos. 1. ed. Itabuna: SBSAF, 2013. 308p. SILVA, F. R. da. Crescimento e produção de Tectona grandis L.f em um plantio no município de Alta Floresta – MT. 2012. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais e Ambientais) 94 f. Universidade Federal de Mato Grosso – Cuiabá. SILVA, F. R. da; SANTOS, A. F. A.; SOUZA, W. C.; GARCIA, M. L. Desempenho inicial de Tectona grandis L. f. em sistema silvipastoril na região norte de Mato Grosso, Brasil. Múltiplos olhares sobre a Biodiversidade III. p 153-164, 2014. SILVA, R. S. da; VENDRUSCOLO, D. G. S.; ROCHA, J. R. M. da; CHAVES, A. G. S.; SOUZA, H. S.; MOTTA, A. S. da. Desempenho Silvicultural de Tectona grandis L. f. em Diferentes Espaçamentos em Cáceres, MT. Floresta e Ambiente, v. 23 n. 3, p. 397-405. http://dx.doi.org/10.1590/2179-8087.143015. 2016. SOUSA, D. G. de; VALE, R. S. do; SILVA, P. de T. E. da; VALE, F. A. F. do; AMARAL, E. O. do; AMADOR, C. D. P. Comportamento silvicultural da Tectona grandis linn.f (teca) em sistema silvipastoril na região nordeste do estado do Pará. VII Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestal, 2009. TONINI, H.; COSTA, M. C. G. C.; SCHWENGBER, L. A. M. Crescimento da teca (Tectona grandis) em reflorestamento na Amazônia Setentrional. Pesquisa Florestal Brasileira, n. 59, p. 05-14. 2009. VENCOVSKY, R.; RAMALHO, M. A. P. Contribuições do melhoramento genético de plantas no Brasil. In: PATERNIANI, E. Agricultura brasileira

103

e pesquisa agropecuária. Brasília: EMBRAPA Comunicação para Transferência de Tecnologia, p. 57-89. 2000. XAVIER, A.; WENDLING, I; SILVA, L. S. Silvicultura clonal: princípios e técnicas. Viçosa: UFV, 2009. 272 p.

104

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi possível observar um desenvolvimento satisfatório da teca

nos sistemas agroflorestais avaliados em comparação com o monocultivo

da espécie.

Recomenda-se em um próximo trabalho, avaliar os atributos

edáficos do solo em um período maior de até 25 anos.

Recomenda-se em um próximo trabalho verificar se a produção

da teca no sistema agroflorestal em relação ao monocultivo é

recompensada economicamente pelo cultivo da cultura agrícola e a

pecuária.

105

APÊNDICES

106

APÊNDICE A – VALORES MÉDIOS DE 23 VARIÁVEIS DO SOLO PARA OS 12 TRATAMENTOS AVALIADOS DE 0 – 20 CM DE PROFUNDIDADE AOS 12 MESES DE IMPLANTAÇÃO EM FIGUEIRÓPOLIS DO OESTE.

Trat. pH pH P K Ca+Mg Ca Mg Al H H+Al MO Areia Silte Argila Zn Cu Fe Mn B S SB T V

H2O CaCl2 mg dm³ mg dm³ cmolc dm³ cmolc/dm³ cmolc/dm³ cmolc/dm³ cmolc/dm³ cmolc/dm³ g/dm³ g/kg g/kg g/kg mg/kg mg/kg mg/kg mg/kg mg/kg mg/kg cmolc/dm³ mg/kg mg/kg

1 6,275 5,350 4,250 101,000 6,143 5,218 0,925 0,000 2,378 2,378 20,750 492,000 168,500 339,500 4,825 2,525 106,750 117,375 0,390 3,450 6,400 8,750 72,675

2 6,600 5,750 6,325 135,000 7,463 6,793 0,670 0,000 1,660 1,660 18,250 515,000 179,250 305,750 5,950 2,275 89,750 122,450 0,438 3,050 7,800 9,630 81,325

3 6,250 5,350 3,900 95,000 6,528 5,848 0,680 0,000 2,378 2,378 21,000 526,500 175,250 298,250 6,125 2,625 98,500 117,200 0,415 2,850 6,775 9,175 73,750

4 6,300 5,500 8,275 101,000 6,390 5,570 0,820 0,000 2,190 2,190 19,250 541,750 175,000 283,250 6,825 3,000 94,500 123,875 0,408 2,700 6,675 8,850 75,425

5 6,400 5,575 3,800 102,000 6,345 5,565 0,780 0,000 1,783 1,783 13,250 488,250 168,000 343,750 6,625 2,550 136,750 130,125 0,430 3,300 6,600 8,375 78,675

6 6,225 5,300 3,825 127,500 5,305 4,620 0,685 0,000 2,158 2,158 13,500 511,250 156,500 332,250 5,475 2,625 137,750 115,100 0,395 3,200 5,625 7,995 72,225

7 6,425 5,575 5,675 77,500 5,515 4,878 0,638 0,000 1,503 1,503 8,500 557,500 163,000 279,500 5,850 2,625 115,000 116,600 0,433 7,600 5,700 7,885 78,700

8 6,450 5,625 7,800 66,000 6,205 5,585 0,620 0,000 1,470 1,470 11,750 534,000 156,250 309,750 5,325 2,750 112,750 115,225 0,418 3,700 6,375 7,950 81,100

9 6,175 5,300 4,475 80,500 5,825 5,160 0,665 0,000 2,190 2,190 16,000 487,750 157,500 354,750 5,375 2,800 113,250 123,425 0,400 2,200 6,025 8,250 73,125

10 6,375 5,525 7,650 83,000 6,593 5,898 0,695 0,000 1,753 1,753 17,750 511,250 164,000 324,750 7,550 2,825 133,750 121,425 0,430 2,300 6,825 8,550 78,725

11 6,525 5,750 4,000 83,000 7,008 6,255 0,753 0,000 1,595 1,595 18,750 503,250 160,750 336,000 5,350 2,875 106,750 125,550 0,443 2,950 7,225 8,990 81,575

12 6,350 5,450 3,475 110,000 6,125 5,358 0,768 0,000 1,875 1,875 16,000 495,500 164,750 339,750 5,075 3,125 122,750 118,700 0,520 3,150 6,425 8,890 77,225

107

APÊNDICE B – MATRIZ DE CORRELAÇÃO DE PEARSON ENTRE AS 16 VARIÁVEIS EDÁFICAS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS, MATO GROSSO. (VALORES EM NEGRITO SÃO SIGNIFICATIVOS [<0,05])

pHCaCl2 P K Ca+Mg Ca Mg H MO Areia Silte Argila Cu Fe SB CTC V

pHCaCl2 1,0000 0,0984 -0,1314 0,6258 0,6443 0,1517 -0,7829 0,0869 -0,3378 0,1486 0,3217 -0,2786 -0,2435 0,6157 0,3128 0,9314

P 1,0000 -0,0279 -0,0216 -0,0049 -0,1364 -0,1630 -0,0383 0,2337 0,0218 -0,2611 -0,0872 -0,0502 -0,0218 -0,0856 0,0935

K 1,0000 -0,1257 -0,1579 0,1852 0,2844 0,2203 0,0121 0,0985 -0,0436 -0,2344 -0,1751 -0,0442 0,0611 -0,2344

Ca+Mg 1,0000 0,9936 0,5157 -0,1770 0,5803 -0,5619 0,3569 0,5012 -0,2574 -0,4445 0,9964 0,9161 0,6932

Ca 1,0000 0,4154 -0,2238 0,5417 -0,5137 0,3339 0,4558 -0,2676 -0,4560 0,9870 0,8903 0,7187

Mg 1,0000 0,2719 0,5626 -0,6278 0,3406 0,5779 -0,0431 -0,1203 0,5362 0,6235 0,1305

H 1,0000 0,4274 0,0544 0,1274 -0,0987 0,0535 -0,0444 -0,1497 0,2248 -0,8122

MO 1,0000 -0,3343 0,3299 0,2618 -0,2197 -0,4453 0,6055 0,7570 0,0261

Areia 1,0000 -0,4164 -0,9596 0,0227 0,1400 -0,5618 -0,5347 -0,3788

Silte 1,0000 0,1439 0,0266 -0,2119 0,3652 0,4149 0,1458

Argila 1,0000 -0,0329 -0,0869 0,4985 0,4537 0,3672

Cu 1,0000 0,5434 -0,2737 -0,2506 -0,1783

Fe 1,0000 -0,4586 -0,4765 -0,2406

SB 1,0000 0,9292 0,6756

CTC 1,0000 0,3628

V 1,0000

108

APÊNDICE C – AUTOVALORES DA MATRIZ DE CORRELAÇÃO DE PEARSON ENTRE AS 16 VARIÁVEIS EDÁFICAS PARA OS 12 TRATAMENTOS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MATO GROSSO.

AUTOVALORES DA MATRIZ DE CORRELAÇÃO

Autovalor Diferença Proporcional Acumulado

1 6,67942738 3,82074237 0,4175 0,4175

2 2,85868501 0,98437904 0,1787 0,5961

3 1,87430597 0,72840795 0,1171 0,7133

4 1,14589802 0,18373157 0,0716 0,7849

5 0,96216646 0,20855227 0,0601 0,8450

6 0,75361418 0,09503997 0,0471 0,8921

7 0,65857421 0,24900680 0,0412 0,9333

8 0,40956741 0,08031102 0,0256 0,9589

9 0,32925640 0,06849669 0,0206 0,9795

10 0,26075971 0,20766997 0,0163 0,9958

11 0,05308974 0,03901378 0,0033 0,9991

12 0,01407596 0,01367132 0,0009 1,0000

13 0,00040464 0,00022974 0,0000 1,0000

14 0,00017490 0,00017490 0,0000 1,0000

15 0,00000000 0,00000000 0,0000 1,0000

16 0,00000000 0,0000 1,0000

109

APÊNDICE D – GRÁFICO DO COTOVELO (“SCREE PLOT”) E DA VARIÂNCIA EXPLICADA (“VARIANCE EXPLAINED”) CONSTRUÍDO PELA ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS ENTRE AS 16 VARIÁVEIS EDÁFICAS DO SOLO PARA OS 12 TRATAMENTS AOS 12 MESES EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MATO GROSSO.

APÊNDICE E - ELIPSE DE PREDIÇÃO COM CONFIANÇA DE 95% CONSTRUÍDA PELA ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS ENTRE AS 16 VARIÁVEIS EDÁFICAS DE 0-20 CM AOS 12 MESES DE IDADE PARA 12 TRATAMENTOS EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MATO GROSSO.