habitação no brasil

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Estudo da habitação no brasil no ponto de vista teórico

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Page 1: Habitação no Brasil

Habitação

Em 1996, a Constituição Federal finalmente incluiu o Direito à Moradia como um dos direitos

sociais. Do ponto de vista das responsabilidades governamentais, o texto de 1988 já havia

estabelecido a habitação como “competência comum” a União, Estados, Municípios e Distrito

Federal. Essa definição vincula todos os entes federados à necessidade de atuar no setor,

todavia deixa em aberto quais as atribuições inerentes a cada um, o que tem levado, em

muitos casos, à inércia – o famoso “deixa que eu deixo” – e em outros casos, à sobreposição

de atuações em um mesmo território, usualmente aqueles de maior visibilidade política.

A história das políticas habitacionais no Brasil sempre conferiu um papel protagonista ao

governo federal e os governos municipais desvincularam-se de qualquer responsabilidade

nessa área. No entanto, com o processo de redemocratização e com a descentralização

operada pela Constituição de 1988, os municípios efetivamente passaram a ter um papel

estratégico no desenvolvimento de ações mais consistentes na área da habitação.  Cabe

lembrar que o problema habitacional não se resolve apenas com o financiamento e com os

subsídios, embora estes sejam elementos fundamentais. É necessário tratar adequadamente

o problema do acesso à terra e do controle sobre os processos de valorização fundiária.

Nesse ponto, a Constituição estabeleceu claramente a competência municipal, ao

estabelecer o princípio da função social da propriedade e colocá-lo sob a tutela dos

Municípios. O Estatuto da Cidade, promulgado em 2001, reitera e detalha os princípios

constitucionais, criando instrumentos que permitem aos governos locais atuar de forma

muito mais eficaz na questão habitacional. No entanto, poucas administrações têm

efetivamente atuado nesse campo, o que tem se refletido no aumento desenfreado do preço

da terra nas áreas metropolitanas, inviabilizando ou dificultando a provisão de unidades para

as camadas de baixa renda no âmbito do programa Minha Casa Minha Vida.

A complexidade e a importância do problema habitacional exigem empenho e competência

renovados. Cabem, portanto, como responsabilidades a serem cobradas dos novos

governantes a serem escolhidos na próxima eleição: criar estruturas institucionais

permanentes, com quadros técnicos competentes e concursados, que permitam montar

programas adequados às realidades locais e que possam ter continuidade; prover fluxo de

recursos permanentes para a área de habitação, complementando os investimentos das

instância federal e estadual; criar e atualizar levantamentos sobre os problemas

habitacionais, particularmente sobre a situação da precariedade e da irregularidade fundiária

e urbanística; e, por fim, mas não em último lugar, dar consequência às atribuições que lhe

foram delegadas pela Constituição no cumprimento da função social da propriedade.

...

As moradias precárias, como as favelas, são acompanhadas pela ausência de infraestrutura. Para o crescimento de qualquer cidade se faz necessária a expansão de

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todo serviço público, como distribuição de água, rede de esgoto, energia elétrica, pavimentação, entre outros. 

As áreas urbanas onde vivem as famílias pobres, geralmente, são desprovidas de escolas, postos de saúde, policiamento e demais infraestruturas. Em geral, favelas e demais bairros marginalizados surgem de modo gradativo em áreas de terceiros, especialmente do governo. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os oito municípios detentores do maior número de favelas são: São Paulo, com 612; Rio de Janeiro, com 513; Fortaleza, 157; Guarulhos, 136; Curitiba, 122; Campinas, 117; Belo Horizonte, 101; e Osasco, 101. 

No início do século XX existiam no Rio de Janeiro e, posteriormente, em São Paulo os cortiços, habitações que abrigavam várias pessoas, os quais eram constituídos por muitos cômodos alugados. Os cortiços eram velhas mansões que se localizam próximas ao centro da cidade. 

Hoje, a alternativa de moradia para as pessoas carentes é a ocupação de terrenos periféricos de grandes cidades, onde o valor é baixo. Isso é provocado pelo fato dos moradores possuírem pequeno poder aquisitivo, desse modo, não podem pagar um aluguel em um bairro estruturado e muito menos adquirir uma casa ou apartamento nele. Além disso, nas grandes cidades os imóveis têm alcançado valores extremamente elevados, distantes da realidade de grande parte da população. 

Naturalmente, a configuração das grandes cidades brasileiras é excludente, tendo em vista que marginaliza um grupo social desfavorecido, enquanto em algumas periferias formam-se bairros dotados de luxo, os condomínios fechados - que se constituem como verdadeiros guetos. Resultado de uma nação capitalista.

...

Problemas Habitacionais

2. Projetos tentam combater a falta de moradia no País <ul><li>No Brasil, a exclusão social se mostra das mais diversas formas. São pessoas que não têm acesso à educação de qualidade, à saúde eficaz, e a falta de moradia é mais um problema enfrentado pela população de baixa renda. Ter um lugar digno para morar é uma questão básica e possibilitar isso ao ser humano é garantir também sua cidadania. </li></ul><ul><li>Como alternativa para amenizar a situação, existem projetos habitacionais que proporcionam às famílias de baixa renda a possibilidade de adquirirem a casa própria. A medida é importante, pois quando não se tem acesso a um lugar digno para viver, a população acaba recorrendo às favelas ou a outras zonas de risco. </li></ul>

3. <ul><li>Por este motivo, no Ministério das Cidades existe a Secretaria Nacional de Habitação, que trabalha para implementar a Política Nacional de Habitação. Trata-se de um programa que tem entre seus objetivos universalizar o acesso à moradia digna, atendendo à população de baixa renda, democratizando o acesso à terra urbanizadas, com geração de

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emprego e renda. </li></ul><ul><li>A Secretária Nacional de Habitação, Inês Magalhães, defende não só a construção de moradias, mas que ela seja feita num lugar adequado. “É importante que as pessoas tenham acesso à terra urbanizada de boa qualidade, com infra-estrutura, com acesso à transporte, e essa tem sido a diretriz básica que o Ministério vem seguindo”. </li></ul>

4. <ul><li>No Ministério das Cidades existem programas que atuam na promoção de moradias dignas, como o Resolução 460, que proporciona moradia gratuita para famílias de baixa renda (que recebem até três salários mínimos) com ações integradas entre o Governo Federal e as prefeituras e o PAR (Programa de Arrendamento Residencial). O programa tem parceria com a Caixa Econômica Federal e proporciona moradia à população de baixa renda, sob forma de arrendamento residencial com opção de compra. </li></ul><ul><li>Inês Magalhães afirma que o Governo e a Secretaria procuram “de um lado focalizar a aplicação do recurso público ou sobre gestão pública na baixa renda e, de outro lado, aumentar a possibilidade do mercado produzir para a classe média”. </li></ul>

5. <ul><li>Por outro lado, existem projetos governamentais já extintos, como é o caso do BNH, Banco Nacional da Habitação. Criado em 1964, o BNH realizava operações de crédito sem trabalhar diretamente com o público e era gestor do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, o FGTS. O programa já foi a principal instituição federal de desenvolvimento urbano da história do País e, segundo a Secretária Nacional da Habitação, quando foi extinto por um decreto presidencial em 1986, o BNH deixou um vazio institucional no setor da habitação. </li></ul>

6. <ul><li>Para suprir esta necessidade, o Governo criou o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social para atuar com o Fundo Nacional e criar um diálogo entre os três níveis de Governo (federal, estaduais e municipais), articulando políticas e programas habitacionais e retomando a questão do planejamento da ação. </li></ul>

7. Programas Estaduais <ul><li>A CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) é um exemplo de programa que visa promover a política habitacional. Seu objetivo é a melhoria da qualidade de vida das pessoas, bem como a construção da cidadania e inclusão social dos beneficiados. A CDHU é o agente promotor e financeiro da política habitacional do governo do Estado. Desde sua criação, em 1989, já construiu e comercializou mais de 300 mil moradias. </li></ul><ul><li>A empresa oferece um prazo para o financiamento dos terrenos, que pode ser de até 30 anos, e a prestação é paga de acordo com a renda das famílias. Para ser mutuário da companhia é preciso receber de um a dez salários mínimos. </li></ul>

8. *O investimento em projetos habitacionais não cabe apenas ao Governo Federal. Existem outros programas estaduais que atendem à população de baixa renda.

9. <ul><li>O valor dos imóveis varia de acordo com sua localização. No município de São Paulo é mais caro porque a companhia tem que desapropriar ou comprar o terreno, ou alguém tem que fazer uma doação. No interior é mais fácil porque, geralmente, os terrenos são doados pelas prefeituras. </li></ul><ul><li>O Governo do Estado de São Paulo lançou ainda um outro projeto habitacional, o Pró-Lar, que já entregou mais de 23 mil unidades habitacionais. Dentro dele, existem outros subprogramas: o Autoconstrução, uma parceria com prefeituras de

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cidades do interior paulista na qual quem constrói a moradia é o próprio mutuário; e o Mutirão Associativo, no qual a construção de moradia é feita em forma de mutirão em parceria com Entidades Comunitárias cadastradas na CDHU. </li></ul>

10. Terceiro Setor <ul><li>A preocupação de atender às famílias de baixa renda, oferecendo condições de elas terem sua moradia não é só do Governo. Organizações não-governamentais também têm projetos que defendem o acesso à habitação e desempenham um papel importante neste setor. </li></ul><ul><li>Um exemplo é a ONG Moradia e Cidadania, que tem como objetivo promover a cidadania para a população socialmente excluída, por meio da educação e da geração de trabalho e renda e do apoio a ações de combate à fome e à miséria. </li></ul><ul><li>De acordo com a gerente nacional da instituição, Roseane Coelho Braga, é uma questão básica a pessoa ter acesso à moradia, saúde, educação. Ela acrescenta, ainda, a importância do papel desempenhado pelas ONGs na garantia à cidadania. Segundo ela, o Governo sozinho não consegue atender a todas as pessoas e resolver o problema da exclusão social. </li></ul>

11. <ul><li>A organização não só constrói como também melhora casas de algumas regiões do Brasil. A ONG já entregou imóveis no Distrito Federal, em Santa Catarina, melhorou casas de Pernambuco construindo banheiros em 295 moradias. No Amazonas, ela tem uma parceria com o Ibama e as casas são feitas com madeiras apreendidas na região. </li></ul><ul><li>As moradias são construídas utilizando tecnologias ambientalmente corretas. É o caso do solo-cimento, no qual é utilizado o solo do local para fazer tijolo. Roseane explica que o processo é bom para o ambiente, pois não usa a queima do tijolo, que contribui para a deterioração da camada de ozônio