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Habitação no PortoHabitação no Portoou a cidade dos que são ou a cidade dos que são

forçados a partirforçados a partir

ForumForum “Onde vais, Cidade” “Onde vais, Cidade”Porto, 21 de Fevereiro de 2009Porto, 21 de Fevereiro de 2009

José Machado de CastroJosé Machado de Castro

A questão da habitaçãoA questão da habitação

“ “A casa não cumpre apenas as funções de abrigo, A casa não cumpre apenas as funções de abrigo, de construção da família, de lazer, mas é também de construção da família, de lazer, mas é também o lugar onde está em jogo o status social, o o lugar onde está em jogo o status social, o estatuto jurídico da propriedade, as estatuto jurídico da propriedade, as desigualdades sociais”desigualdades sociais”

Numa breve viagem pela questão da habitação e pelo Numa breve viagem pela questão da habitação e pelo drama que ela representa para muitos milhares de drama que ela representa para muitos milhares de famílias, abordaremos a especial gravidade do problema famílias, abordaremos a especial gravidade do problema habitacional na cidade do Portohabitacional na cidade do Porto

Portugal: alguns dados do problemaPortugal: alguns dados do problema

O “Estado Novo” não deu qualquer contributo para a resolução do O “Estado Novo” não deu qualquer contributo para a resolução do problema da habitação. As políticas do regime fascista vão consistir problema da habitação. As políticas do regime fascista vão consistir no “Programa de casa económicas”, criado pelo Decreto 23052 de no “Programa de casa económicas”, criado pelo Decreto 23052 de 1933: 1.662 habitações destinadas a aquisição de habitação própria 1933: 1.662 habitações destinadas a aquisição de habitação própria através de renda resolúvelatravés de renda resolúvel

““A casa colectiva é a solução que melhor corresponde às múltiplas A casa colectiva é a solução que melhor corresponde às múltiplas necessidades da população” necessidades da população” Arqº Lobão Vital no 1º Congresso Arqº Lobão Vital no 1º Congresso Nacional de Arquitectura- 1948Nacional de Arquitectura- 1948

Mas Etienne De Groer, um dos urbanistas estrangeiros que vieram Mas Etienne De Groer, um dos urbanistas estrangeiros que vieram para Portugal no tempo de Salazar, preconiza as construções para Portugal no tempo de Salazar, preconiza as construções unifamiliares: “unifamiliares: “os edifícios grandes são um campo aberto ao os edifícios grandes são um campo aberto ao comunismo, não sendo por isso preconizados senão pelos partidos comunismo, não sendo por isso preconizados senão pelos partidos da extrema-esquerdada extrema-esquerda””

Portugal: alguns dados do problemaPortugal: alguns dados do problema

Numa conferência proferida em 1943 sob o título “Numa conferência proferida em 1943 sob o título “O O problema da habitação”,problema da habitação”, Francisco Keil do Amaral Francisco Keil do Amaral colocava o dedo na ferida:colocava o dedo na ferida:““Quanto ao preço das rendas em relação aos Quanto ao preço das rendas em relação aos salários …nem é bom falar nissosalários …nem é bom falar nisso”.”. E questionava: “E questionava: “não será então do mais elementar não será então do mais elementar bom-senso que este problema da habitação, com bom-senso que este problema da habitação, com todas as suas indispensáveis ligações, comece por todas as suas indispensáveis ligações, comece por ser considerado como um dever, uma necessidade ser considerado como um dever, uma necessidade social, fora do âmbito do negócio, da exploração social, fora do âmbito do negócio, da exploração do dinheiro pelo dinheiro e a sua solução seja do dinheiro pelo dinheiro e a sua solução seja entregue aos poderes públicos ?”entregue aos poderes públicos ?”

Habitação na cidade do Porto:Habitação na cidade do Porto:uma situação de especial gravidadeuma situação de especial gravidade

…”…”Há no Porto 1.048 ilhas com 11.129 casas, o que Há no Porto 1.048 ilhas com 11.129 casas, o que dá uma média de 10,6 casas por ilha. São pois dá uma média de 10,6 casas por ilha. São pois 11.129 fogos de residência, o que corresponde a 11.129 fogos de residência, o que corresponde a cerca de 50.000 moradores …vê-se que perto de cerca de 50.000 moradores …vê-se que perto de 1/3 da gente do Porto mora e acama-se nas ilhas, 1/3 da gente do Porto mora e acama-se nas ilhas, gerando uma acumulação insalubérrima … o gerando uma acumulação insalubérrima … o Porto precisa de sair deste poço de Porto precisa de sair deste poço de insalubridade…” insalubridade…”

Esta descrição de Ricardo Jorge (Esta descrição de Ricardo Jorge (in “Demografia e Higiene na Cidade in “Demografia e Higiene na Cidade

do Porto”, 1889, p.322do Porto”, 1889, p.322) chama-nos a atenção para a especial ) chama-nos a atenção para a especial gravidade da situação habitacional na cidade do Porto gravidade da situação habitacional na cidade do Porto nos inícios do séc. XX. E também para essa espécie de nos inícios do séc. XX. E também para essa espécie de ““urbanismo de baixos saláriosurbanismo de baixos salários”: as “ilhas” do Porto ”: as “ilhas” do Porto


A maior parte da 10.000 “ilhas” foram A maior parte da 10.000 “ilhas” foram construídas entre 1864 e 1900. construídas entre 1864 e 1900.

Neste período chegaram ao Porto mais de Neste período chegaram ao Porto mais de 25.000 pessoas provenientes das zonas 25.000 pessoas provenientes das zonas rurais, para trabalhar na indústria e outras rurais, para trabalhar na indústria e outras actividades económicas que então actividades económicas que então atravessavam um surto de crescimento.atravessavam um surto de crescimento.

E foram habitar, em grande parte, nas E foram habitar, em grande parte, nas “ilhas” entretanto construídas“ilhas” entretanto construídas


A construção das “ilhas” não era regulamentada pela A construção das “ilhas” não era regulamentada pela câmara municipal, já que o Código de Posturas de 1869 câmara municipal, já que o Código de Posturas de 1869 apenas abrangia os edifícios construídos à face da rua e apenas abrangia os edifícios construídos à face da rua e as “ilhas” eram construídas no interior de logradourosas “ilhas” eram construídas no interior de logradouros

A área das habitações em “ilhas” raramente excedia os A área das habitações em “ilhas” raramente excedia os 16 m2, sendo por vezes de apenas 9 m216 m2, sendo por vezes de apenas 9 m2

No tipo mais comum, a frente era de 4 metros, com No tipo mais comum, a frente era de 4 metros, com apenas uma porta e uma janela. A profundidade era apenas uma porta e uma janela. A profundidade era também de 4 metros e o pé-direito tinha entre 2 e 2,5 também de 4 metros e o pé-direito tinha entre 2 e 2,5 metros.metros.

A maior parte das ilhas não tinham abastecimento de A maior parte das ilhas não tinham abastecimento de água e o saneamento era feito através de fossas. água e o saneamento era feito através de fossas.

Os sanitários (uma retrete) eram comuns a todos os Os sanitários (uma retrete) eram comuns a todos os moradores da “ilha”, em média 25 pessoas. moradores da “ilha”, em média 25 pessoas.


No trabalho “No trabalho “Tuberculose e Habitação no PortoTuberculose e Habitação no Porto” ”

publicado no início do século XX, o seu autor publicado no início do século XX, o seu autor refere que “refere que “a mortalidade atinge em todas a mortalidade atinge em todas aquelas habitações sombrias uma cifra aquelas habitações sombrias uma cifra considerávelconsiderável”.”.

Mas apesar da gravidade da situação, manteve-Mas apesar da gravidade da situação, manteve-se a insensibilidade dos governos e Câmarasse a insensibilidade dos governos e Câmaras


Os poderes públicos mantiveram uma Os poderes públicos mantiveram uma política de não-intervenção: de 1880 a política de não-intervenção: de 1880 a 1930 (em 50 anos) foram construídas no 1930 (em 50 anos) foram construídas no Porto apenas 412 habitações:Porto apenas 412 habitações:

312 pela Câmara Municipal 312 pela Câmara Municipal 100 pelo governo de Sidónio Pais (100 pelo governo de Sidónio Pais (Bairro Bairro

Social da Arrábida, em execução do Decreto nº 4137 de Social da Arrábida, em execução do Decreto nº 4137 de 24 de Abril de 191824 de Abril de 1918))


No relatório de 1934 sobre “No relatório de 1934 sobre “A salubridade A salubridade habitacional no Portohabitacional no Porto”, Azevedo Antas e ”, Azevedo Antas e Manuel Monterroso voltam a insistir na Manuel Monterroso voltam a insistir na necessidade de construção de, pelo menos, necessidade de construção de, pelo menos, 16.000 habitações …”16.000 habitações …”terá que competir à terá que competir à Câmara e ao Estado a maior parcelaCâmara e ao Estado a maior parcela”.”.

Em 1935, numa conferência de Francisco da Em 1935, numa conferência de Francisco da Costa Lobo na cidade do Porto foi dito “Costa Lobo na cidade do Porto foi dito “do que do que são as condições de habitação é escusado falar. são as condições de habitação é escusado falar. O que se passa é verdadeiramente criminoso e O que se passa é verdadeiramente criminoso e exige urgente remédioexige urgente remédio” ”


““Grande parte da população vive amontoada Grande parte da população vive amontoada em habitações desprovidas das mais em habitações desprovidas das mais elementares condições de higiene, de elementares condições de higiene, de comodidade e de bem-estar”comodidade e de bem-estar”

in “Proposta de criação de uma comissão para elaborar um plano in “Proposta de criação de uma comissão para elaborar um plano

sistemático de medidas práticas a adoptar pelo município para sistemático de medidas práticas a adoptar pelo município para melhorar as condições de alojamento das classes pobres do Porto”, melhorar as condições de alojamento das classes pobres do Porto”, apresentada em 25/6/1936 por Mendes Correia, à data presidente apresentada em 25/6/1936 por Mendes Correia, à data presidente da Câmara do Portoda Câmara do Porto


Um relatório elaborado em 1939 pelos Um relatório elaborado em 1939 pelos serviços da Câmara do Porto provoca serviços da Câmara do Porto provoca escândalo ao revelar a existência de ainda escândalo ao revelar a existência de ainda 1.156 “ilhas”, com 13.510 casas e 45.243 1.156 “ilhas”, com 13.510 casas e 45.243 habitantes (17% da população)…habitantes (17% da população)…

E somente 825 das 13.510 casas estavam E somente 825 das 13.510 casas estavam ligadas à rede de esgotos !ligadas à rede de esgotos !


Apesar das inúmeras propostas e Apesar das inúmeras propostas e recomendações para construir os milhares de recomendações para construir os milhares de fogos em falta na cidade, depois do Bloco de fogos em falta na cidade, depois do Bloco de Duque de Saldanha em 1940 e do Bairro de Duque de Saldanha em 1940 e do Bairro de Rebordões em 1942, somente foram construídos Rebordões em 1942, somente foram construídos pelo município o Bairro de S. Vicente de Paulo pelo município o Bairro de S. Vicente de Paulo (1946/1954), o Bairro Rainha Dª Leonor (1946/1954), o Bairro Rainha Dª Leonor (1953/1956) e o Bairro de S. João de Deus (1953/1956) e o Bairro de S. João de Deus

Isto é, entre 1938 e 1956 apenas 886 novos Isto é, entre 1938 e 1956 apenas 886 novos

alojamentos !alojamentos !


Em 1956, um programa especial, o “Plano de Em 1956, um programa especial, o “Plano de Melhoramentos para a cidade do Porto” previa a Melhoramentos para a cidade do Porto” previa a construção de 6.000 habitações no prazo de dez anos.construção de 6.000 habitações no prazo de dez anos.

Este programa traduziu-se na expulsão de centenas de Este programa traduziu-se na expulsão de centenas de moradores das zona central da cidade (disponibilizando moradores das zona central da cidade (disponibilizando terrenos para a especulação imobiliária) para a periferia: terrenos para a especulação imobiliária) para a periferia: entre outros, foram construídos os Bairros Pio XII, entre outros, foram construídos os Bairros Pio XII, Outeiro e Agra do Amial (com o custo de 39 Outeiro e Agra do Amial (com o custo de 39 contos/casa), S. Roque e Fonte da Moura (36 contos/casa), S. Roque e Fonte da Moura (36 contos/casa), Campinas e Francos (43 contos/casa).contos/casa), Campinas e Francos (43 contos/casa).


A persistência do “problema da habitação”:A persistência do “problema da habitação”: 1900 – mais de 1.000 ilhas com 11.129 casas e 1900 – mais de 1.000 ilhas com 11.129 casas e

cerca de 50.000 moradorescerca de 50.000 moradores 1934 – 16.000 habitações em falta1934 – 16.000 habitações em falta 1939 – 1.156 ilhas, 13.510 casas com 45.243 1939 – 1.156 ilhas, 13.510 casas com 45.243

moradores (17% da população)moradores (17% da população) 1976 – cerca de 25.000 pessoas sem alojamento 1976 – cerca de 25.000 pessoas sem alojamento

dignodigno Hoje – 15.000 (?) 20.000 (?) pessoas sem Hoje – 15.000 (?) 20.000 (?) pessoas sem

alojamento dignoalojamento digno

Habitação na cidade do Porto:Habitação na cidade do Porto:uma situação de especial gravidade uma situação de especial gravidade

Uma interrogação tem que ser colocada:Uma interrogação tem que ser colocada: porque é que o problema da porque é que o problema da

habitação para as classes populares habitação para as classes populares persiste no Porto durante décadas persiste no Porto durante décadas sem resolução, apesar das repetidas sem resolução, apesar das repetidas chamadas de atenção para a sua chamadas de atenção para a sua gravidade ?gravidade ?


“ “O Estado, historicamente associado O Estado, historicamente associado aos interesses das classes aos interesses das classes dominantes, não só nada fez para dominantes, não só nada fez para reverter a situação como ajuda a reverter a situação como ajuda a consolidá-laconsolidá-la””


Nos nossos dias, o parque de habitações municipais do Porto é Nos nossos dias, o parque de habitações municipais do Porto é constituído por 13.250 habitações onde vivem quase 50.000 constituído por 13.250 habitações onde vivem quase 50.000 pessoas (17% da população). Muitos dos fogos estão degradados e pessoas (17% da população). Muitos dos fogos estão degradados e não obedecem sequer às “Recomendações Técnicas de Habitação não obedecem sequer às “Recomendações Técnicas de Habitação Social”, do Ministério do Equipamento Social (1985).Social”, do Ministério do Equipamento Social (1985).

Mas para além destas habitações municipais, há na cidade milhares Mas para além destas habitações municipais, há na cidade milhares de edifícios privados em acentuado estado de degradação, sem o de edifícios privados em acentuado estado de degradação, sem o uso que a função social da propriedade habitacional pressupõe.uso que a função social da propriedade habitacional pressupõe.

E as rendas impostas pelos proprietários privados e contratualizadas E as rendas impostas pelos proprietários privados e contratualizadas depois de 1990 (a renda média no Porto no ano 2000 era de depois de 1990 (a renda média no Porto no ano 2000 era de 67.382$00, aproximadamente 337 euros) estão, pelo menos 41% 67.382$00, aproximadamente 337 euros) estão, pelo menos 41% acima do valor real, isto é, do retorno considerado justo do acima do valor real, isto é, do retorno considerado justo do investimento na construção (investimento na construção (jornal “Diário Económico”, de 20 de jornal “Diário Económico”, de 20 de Outubro de 2004Outubro de 2004) )


A partir de 2001, com a Câmara do Porto a ser dirigida A partir de 2001, com a Câmara do Porto a ser dirigida pela coligação de direita PSD/CDS-PP, inaugura-se uma pela coligação de direita PSD/CDS-PP, inaugura-se uma nova fase no domínio pelos privados do solo urbanonova fase no domínio pelos privados do solo urbano

““Nem mais uma casa construída pela autarquiaNem mais uma casa construída pela autarquia” é ” é a palavra de ordem de Rui Rio. A cidade do Porto passa a palavra de ordem de Rui Rio. A cidade do Porto passa a ser uma das poucas em toda a Europa em que não há a ser uma das poucas em toda a Europa em que não há qualquer oferta pública de habitação: a venda e qualquer oferta pública de habitação: a venda e arrendamento de habitações fica totalmente na mão dos arrendamento de habitações fica totalmente na mão dos promotores imobiliários, em regime de autêntico promotores imobiliários, em regime de autêntico monopólio. E onde há monopólio privado, há preço monopólio. E onde há monopólio privado, há preço especulativo !especulativo !

Habitação na cidade do Porto:Habitação na cidade do Porto:

PSD e CDS/PP não constroem, e pior, PSD e CDS/PP não constroem, e pior, não deixaram concluir o que já estava programado:não deixaram concluir o que já estava programado:

As obras de construção de cerca de 400 fogos As obras de construção de cerca de 400 fogos (já previstos no PER de 1994) foram mandadas (já previstos no PER de 1994) foram mandadas parar: os 4 projectos do PER para mais de 80 parar: os 4 projectos do PER para mais de 80 famílias das Fontaínhas e o projecto PER das famílias das Fontaínhas e o projecto PER das Eirinhas (para quase 100 casas) não chegaram Eirinhas (para quase 100 casas) não chegaram ao fim, apesar de terem financiamento de 40% ao fim, apesar de terem financiamento de 40% do Estado. do Estado.

Habitação na cidade do Porto:Habitação na cidade do Porto:

E foram apenas os projectos de E foram apenas os projectos de construção construção no centro da cidadeno centro da cidade os que os que foram impedidos de nascer. foram impedidos de nascer.

Por aqui se vê o cinismo político do actual Por aqui se vê o cinismo político do actual Executivo camarário quando diz querer a Executivo camarário quando diz querer a revitalização do centro do Porto.revitalização do centro do Porto.


Em 28 de Setembro de 2004, no âmbito do Em 28 de Setembro de 2004, no âmbito do programa PROHABITA, o município do Porto programa PROHABITA, o município do Porto celebrou um Acordo de Colaboração com o INH, celebrou um Acordo de Colaboração com o INH, pelo qual se obrigou a atribuir, entre 2004 e pelo qual se obrigou a atribuir, entre 2004 e 2009, habitação a 5.300 famílias em situação de 2009, habitação a 5.300 famílias em situação de “grave carência habitacional”. “grave carência habitacional”.

Mas ao contrário do acordado, e apesar do Mas ao contrário do acordado, e apesar do financiamento a fundo perdido de 50% dos financiamento a fundo perdido de 50% dos custos, o município do Porto não construiu nem custos, o município do Porto não construiu nem reabilitou habitações para alojar 5.300 famílias. reabilitou habitações para alojar 5.300 famílias.


A presente operação A presente operação imobiliária a decorrer no imobiliária a decorrer no Bairro do Aleixo, é Bairro do Aleixo, é apresentada como apresentada como ““reabilitação urbanareabilitação urbana”. Mas ”. Mas do que se trata na verdade do que se trata na verdade é duma “é duma “renovação-renovação-deportaçãodeportação”: entrega a um ”: entrega a um fundo imobiliário dum fundo imobiliário dum terreno municipal com terreno municipal com 30.631 m2 com vistas para 30.631 m2 com vistas para o rio Douro, após o rio Douro, após demolição total do edificado demolição total do edificado e expulsão da totalidade e expulsão da totalidade dos actuais moradoresdos actuais moradores


A impossibilidade de acesso a uma habitação decente A impossibilidade de acesso a uma habitação decente constitui para milhares de pessoas (principalmente constitui para milhares de pessoas (principalmente jovens casais) uma situação dramática, já que se vêm jovens casais) uma situação dramática, já que se vêm forçados a sair da cidade em busca de alojamento mais forçados a sair da cidade em busca de alojamento mais compatível com os seus baixos rendimentoscompatível com os seus baixos rendimentos

Os números do INE, verdadeiramente impressionantes, Os números do INE, verdadeiramente impressionantes, mostram que estão a sair (na verdade, a ser expulsos) mostram que estão a sair (na verdade, a ser expulsos) da cidade do Porto 20 pessoas por dia, mais de 7.000 da cidade do Porto 20 pessoas por dia, mais de 7.000 por ano, quase 60.000 (a maioria são casais jovens) por ano, quase 60.000 (a maioria são casais jovens) desde que a coligação PSD/CDS-PP passou a dirigir a desde que a coligação PSD/CDS-PP passou a dirigir a Câmara do Porto.Câmara do Porto.


“ “Os pobres não têm direito a viver no Os pobres não têm direito a viver no centro da cidadecentro da cidade” esta é que é a ideia ” esta é que é a ideia principal da coligação PSD/CDS-PP. principal da coligação PSD/CDS-PP.

Com esta política da coligação de direita, Com esta política da coligação de direita, o Porto passou a ser também o Porto passou a ser também a cidade a cidade dos que são forçados a partir !dos que são forçados a partir !


Afinal, “a questão da habitação” colocada Afinal, “a questão da habitação” colocada por inúmeros pensadores no séc. XIX é, por inúmeros pensadores no séc. XIX é, ainda hoje, no Porto, bem actual !ainda hoje, no Porto, bem actual !

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