1.0 habitação no contexto - lúcio

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Habitação no contexto: Habitação no contexto: do PLANHAB ao PLHIS” do PLANHAB ao PLHIS” 1º Seminário do Plano Local de 1º Seminário do Plano Local de Habitação de Interesse Social - PLHIS Habitação de Interesse Social - PLHIS Araguaína / TO, 20 de março de 2014

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Plano Local de Habitação de Interesse Social de Araguaína / TO

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Page 1: 1.0 habitação no contexto - lúcio

““Habitação no contexto: Habitação no contexto: do PLANHAB ao PLHIS”do PLANHAB ao PLHIS”

1º Seminário do Plano Local de 1º Seminário do Plano Local de Habitação de Interesse Social - PLHISHabitação de Interesse Social - PLHIS

Araguaína / TO, 20 de março de 2014

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“Em vez das cidades do futuro serem feitas de aço e vidro como fora previsto pelas gerações anteriores de urbanistas, serão construídas em grande parte de tijolo aparente, palha, plástico reciclado, blocos de cimento e restos de moradia. Em vez das cidades de luz arrojando-se aos céus, boa parte do mundo urbano do século XXI instala-se na miséria, cercada de poluição, excrementos e deterioração.” Mike Davis, 2006

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• A instituição da “propriedade privada”

– Colonização: as primeiras Vilas– Sesmarias: as terras são da Coroa Portuguesa que

concede o seu uso “condicionado” (uso produtivo e ocupação)

– Nas cidades: posse (dicotomia jurídica)– Lei de Terras (1850): Direito de Propriedade – a terra

passa a ser uma mercadoria

– “Lei Áurea – 13 de maio de 1888”...

... 100 anos até a Constituição Cidadã de 1988

PONTO DE PARTIDA... A HISTÓRIA

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• Brasil: Século XX

– Desenvolvimento desigual planejado (“Regionalização”)

– Crescimento desordenado e desigual das cidades

– Má distribuição das riquezas: aprofundam-se as mazelas, e as cidades são um reflexo / migração

– O país deixa de ser rural e passa a ser urbano...

SÉCULO XX

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Mudança do perfil da população - Campo / Cidade

1960: 55% População Rural (17,05 milhões) / 45% População Urbana (13,95 milhões) / 31 milhões de habitantes

Em 40 anos... 2000: 19% População Rural (32,20 milhões) – relativamente diminuiu mas em números absolutos quase dobrou / 81% População Urbana (137,29 milhões) – a população aumentou quase 10X nas cidades / 2000 – 169,5 milhões / 2010 – 185,7 milhões (dif. +16,2)

18 milhões de domicílios urbanos irregulares, 12 milhões ocupados por famílias com renda per capita de até 1 salário-mínimo

BRASIL URBANO

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Aprofundamento de outras mazelas:

– Degradação ambiental - ilegalidade e ocupação precária

– Falta da participação da sociedade

– Formação de guetos urbanos (Favela x Condomínio)

– Modelo de cidades voltadas para o automóvel

– Falta de cidadania

– Violência urbana

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COMO CHEGAMOS AQUI???

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1930 – Estado Novo (Populismo) / Fundos de Pensão (IAP's)

1942 – Lei do Inquilinato (congelamento dos aluguéis)

1946 – Criação da Fundação da Casa Popular / 1950 - “Todas as

ações do governo estiveram voltadas para estimular a industrialização

do país e construir Brasília” / 1960 – Rodovia Belém-Brasília

1963 – Reformas de Base e o Seminário Nacional de Habitação e

Reforma Urbana (SHRU) / 1964 – Criação do BNH e do Serviço

Federal de Habitação e Urbanismo (SERFHAU)

1979 – Lei 6.766 (Lei do Parcelamento do Solo)

DESCAMINHOS DA POLÍTICA HABITACIONAL

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1980 – Movimento Nacional de Reforma Urbana - FNRU

1986 – Extinção do BNH / MDU - Ministério do Desenvolvimento Urbano e

Meio Ambiente / 1987 – MHU – Ministério da Habitação, Urbanização e Meio

Ambiente

1988 – Constituição (Emenda Popular - Capítulo da Política Urbana) / MBES

– Ministério da Habitação e do Bem Estar Social / SEDU – Secretaria Especial

de Desenvolvimento Urbano (Programas PAR e Carta de Crédito)

1989 – Extinção do MBES, parte da atribuição para o Ministério do Interior na

SEAC – Secretaria Especial de Habitação e Ação Comunitária, e parte para o

Ministério da Fazenda – SFH+CAIXA / Criação de Palmas

1994 – Plano Real (Programas Habitar Brasil e Morar Município)

1995 – Criação da SEPURB – Secretaria de Politica Urbana, ligada ao

Ministério do Planejamento e Orçamento

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1999 – Instituto Cidadania - Projeto Moradia propõe a criação do Ministério e

do Conselho da Cidade

2000 – Moradia digna como direito social – Art. 6º da Constituição

2001 – Aprovação do Estatuto da Cidade, Lei 10.257 / Prazo para

desenvolver/revisar os Planos Diretores (2001/2008)

2003 – Criação do MCidades e do ConCidades

2004 – Discussão da PNH – Politica Nacional de Habitação / 2005 – Criação

do SNHIS, Lei 11.124

2007 – Lançamento do PAC* / 2008 - Assistência Técnica, Lei 11.888

2009 – PLANHAB / PMCMV*, Lei 11.977 (Regularização fundiária de

assentamentos urbanos)

2010 - Lançamento do PAC2*

2011 - Lançamento do PMCMV2*, Lei 12.424

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“O SNHIS é a combinação de partes articuladas entre si e que concorrem para um resultado”

Qual? Acesso para a população de menor renda à terra urbanizada e à habitação digna e sustentável

Como? Por meio da implementação de políticas e programas de investimentos e subsídios

Criado por iniciativa popular - Lei Federal n° 11.124/2005;

Centraliza e gerencia recursos orçamentários para os programas estruturados no âmbito do SNHIS;

Destina-se a famílias com renda de até 5 salários mínimos;

Aplicação submete-se às Resoluções do Conselho Gestor.

SNHIS / FNHIS

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MCIDADES

ENTIDADES PRIVADAS – SINDICATOS, ASSOCIAÇÕES, COOPERATIVAS

(COM ATIVIDADES NA ÁREA HABITACIONAL)

CONSELHOS:• DAS CIDADES• GESTOR DO FNHIS• ESTADUAIS E MUNICIPAIS AFINS

ÓRGÃOS EINSTITUIÇÕES DAADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA

CAIXA(AGENTE OPERADOR

DO FNHIS)

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Política Nacional de Habitação

Sistema Nacional de Habitação de Interesse

Social

Sistema Financeiroda Habitação - SFH

Sistema de FinanciamentoImobiliário - SFI

Sistema Nacional de Habitação

FNHIS

FGTS

Outros Fundos

Caderneta de Poupança

Mercado de Capitais

Sistema Nacional de Mercado

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ACESSO AO FNHIS - ADESÃO AO SNHIS

Os municípios e estados que aderirem ao SNHIS terão algumas obrigações:

Resolução nº 24 do CGFNHIS de 18/02/2009:✔ Criação dos Fundos Locais de Habitação de Interesse Social (FEHIS / FLHIS);✔ Criação dos Conselhos Gestores dos FLHIS / até 31/12/2009✔ Realização dos Planos Locais de Habitação de Interesse Social (PLANHAB / PEHIS / PLHIS) / até 31/12/2010

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Retomada do planejamento de médio e longo prazoReconhecer a moradia como determinante do planejamento das cidadesO plano foi discutido com a sociedade ao longo de 2007/2009

OBJETIVO: formular uma estratégia de longo prazo para equacionar as necessidades habitacionais do país, direcionando da melhor maneira possível, os recursos existentes e a serem mobilizados, e apresentando uma estratégia nos quatro eixos estruturadores da política habitacional: modelo de financiamento e subsídio; política urbana e fundiária; arranjos institucionais e cadeia produtiva da construção civil.

HORIZONTE TEMPORAL DO PLANHAB2009 / 2023 (4 quadriênios) / Revisões a cada PPA (2011, 2015 e 2019)

Obs.: Diversidade regional / Fundo garantidor / Índice de Capacidade Institucional Habitacional e de Gestão Urbana (SNDU)

PLANHAB - Pacto Nacional pela Moradia Digna

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OGU/FNHIS: • Melhoria das Condições de Habitabilidade de Assentamentos Precários• Provisão Habitacional para Famílias de Baixa Renda• Elaboração de Planos Habitacionais de Interesse Social• Prestação de Assistência Técnica para HIS• PSH - Subsídio à Habitação de Interesse Social • Apoio à Produção Social da Moradia

OGU: • PPI - Programa Prioritário de Investimentos• Habitar Brasil / BID

FAR: Programa de Arrendamento Residencial FDS: Programa Crédito Solidário FGTS:

• Carta de Crédito Individual e Associativa• Apoio à Produção de Habitações• Pró-Moradia

ATENDIMENTO PRIORITÁRIO:

ATÉ 5 SALÁRIOS MÍNIMOS

“POOL” DE RECURSOS

“GUARDA-CHUVA:

PAC

MCMV

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O PLANHAB LEVANTA AS NECESSIDADES HABITACIONAIS

● Deficit Habitacional ou Deficit Quantitativo● Inadequação Habitacional ou Deficit Qualitativo● Demanda Demográfica Habitacional (Necessidade Futura)

FONTES DE INFORMAÇÃO PARA O PLANEJAMENTO:IBGEFundação João PinheiroIPEACEM-CEPRAP - Assentamentos Precários e Capacidades AdministrativasCEDEPLAR – Demanda Demográfica HabitacionalInformações Locais

DEFICIT HABITACIONAL

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DÉFICIT HABITACIONAL - Fundação João PinheiroDomicílios Rústicos – aquele sem paredes de alvenaria ou madeira aparelhadaDomicílios Improvisados – local construído sem fins residenciaisCoabitação Familiar - compreende a soma das famílias conviventes secundárias e das que vivem em domicílios localizados em cômodosÔnus Excessivo com Aluguel – situação em que famílias residentes em áreas urbanas, com renda até três salários mínimos, gastam mais de 30% do salário com aluguel

DÉFICIT HABITACIONAL - IPEA“…o deficit habitacional é evidenciado quando há pelo menos uma de quatro situações: domicílios precários (rústicos ou improvisados); situação de coabitação (famílias conviventes com intenção de se mudar ou residentes em cômodos); domicílios cujo valor do aluguel é superior a 30% da renda domiciliar total (excedente de aluguel); e domicílios alugados com mais de três habitantes utilizando o mesmo cômodo (adensamento excessivo).”

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INADEQUAÇÃO HABITACIONAL - Deficit Qualitativo

Domicílios com adensamento interno excessivo - mais de três pessoas por dormitório definido como o cômodo utilizado, com exceção do banheiro, para essa finalidade em caráter permanente por morador do domicílio na data de referência da pesquisa

Domicílios com carência de serviços de infraestrutura - não possuem um ou mais dos seguintes serviços básicos: distribuição de água, fornecimento de energia elétrica, coleta de lixo e rede de esgoto

Domicílios com inadequação fundiária urbana – domicílios com moradores que declararam não ter a propriedade do terreno e sim apenas da construção

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Deficit Habitacional (2006) de 7,9 milhões de domicílios

Demanda Futura estimada em 27 milhões de unidades até 2023 (7,9 + 27 = 35 milhões) / Grupos familiares com menos membros

No Brasil:2,17 milhões de casas por ano

Aproximadamente 35 mil Uh's por semana

No mundo:10 milhões por semana até 2050 (Aravena, 2009)

NECESSIDADES HABITACIONAIS

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Grupo 1 – sem renda / abaixo da linha de financiamentoGrupo 2 – com renda / alto risco de créditoGrupo 3 – com renda / capaz de acessar um financiamento / moderado risco de créditoGrupo 4 – capacidade de pagamento regular / financiamento SFHGrupo 5 – capacidade de pagamento regular / financiamento de mercado

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Contratações MCMV 1 e 2 (outubro de 2013)

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O QUE É O PLHIS?

É um conjunto articulado de diretrizes, objetivos, metas, e instrumentos de ação que expressa o entendimento do governo local e dos agentes sociais, sobre a forma de se ampliar o acesso à moradia digna.

Etapa I - Proposta Metodológica / Definir e estruturar as demais etapasEtapa II - Diagnóstico do Setor Habitacional / Levantamento de dados e informaçõesEtapa III - Estratégia de Ação / Plano de ação a partir dos problemas detectados e soluções pactuadas

“PACTO SOCIAL PELA MORADIA” / Lei nº 11.124, de 16 de junho de 2005 + Resoluções do CGFNHIS

PLHIS

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OBJETIVOS DO PLHIS

• Conhecer a situação habitacional do município• Articulação com os demais programas• Participação efetiva da sociedade• Estabelecer diretrizes, programas e metas priorizando a

população de baixa renda (0 a 3 SM)

E AINDA:

• Auxiliar na questão da Regularização Urbana e Fundiária• Complementar as ferramentas de Política Urbana do

município / Plano Diretor (Araguaína, revisão para 2015); ZEIS (acesso à terra urbanizada)

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Processo Participativo:

Quanto mais democrático e participativo for o processo de construção do PLHIS, maior legitimidade e apoio serão empenhados na sua implementação

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Lúcio Milhomem Cavalcante PintoArquiteto e Urbanista / Mestre em Desenvolvimento Regional

Contatos:Blog: http://aldeia-planejamento.blogspot.com.br/

E-mail: [email protected] Tel.: (63) 3225-4635 / 9236-9983

Blog: http://plhis-araguaina.blogspot.com/ E-mail: [email protected]