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Biossegurança

Habilitação Profissional de

Técnico em Saúde Bucal

Módulo I

Tatuí – 2018

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Biossegurança

Índice Pag.

1. Introdução............................................................................................................. 2

2. História da Biossegurança no mundo e no Brasil................................................. 2

3. Conceitos.............................................................................................................. 4

4. Equipamentos de Proteção Individual................................................................ 5

5. Normas Técnicas.................................................................................................. 7

6. Biossegurança na utilização e descarte de produtos biológicos.......................... 8

7. Biossegurança no descarte de produtos químicos............................................... 9

8. Biossegurança na utilização de radioisótopos...................................................... 10

9. Biossegurança e Câncer...................................................................................... 11

10. Principais doenças passíveis de transmissão durante o atendimento................ 12

11. Medidas de Precaução Padrão............................................................................ 16

12. Infecções cruzadas.............................................................................................. 17

13. Classificação dos ambientes................................................................................ 18

14. Classificação dos artigos...................................................................................... 21

15. Classificação dos procedimentos clínicos............................................................ 21

16. Limpeza do instrumental...................................................................................... 21

17. Acondicionamento................................................................................................ 24

18. Armazenamento................................................................................................... 25

19. Esterilização......................................................................................................... 25

20. Desinfecção por processo químico...................................................................... 27

21. Rotinas de biossegurança nas clínicas odontológicas......................................... 30

22. Uso de barreiras nas superfícies.......................................................................... 31

23. Barreiras com tecidos estéreis.............................................................................. 31

24. Uso de EPIs.......................................................................................................... 31

25. Lavagem e cuidado das mãos............................................................................... 35

26. Acidentes ocupacionais......................................................................................... 37

27. Biossegurança na utilização de radioisótopos....................................................... 38

2288.. BBiioosssseegguurraannççaa nnoo ddeessccaarrttee ddee pprroodduuttooss ooddoonnttoollóóggiiccooss................................................................................ 3388

29. Legislação estadual sobre biossegurança............................................................. 38

Referências Bibliográficas.............................................................................................. 44

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1. INTRODUÇÃO

A complexidade e diversidade das atividades do setor saúde vão desde o atendimento primário, que expõe o profissional a uma gama de agentes de risco por vezes desconhecidos, até sofisticados estudos com DNA recombinante que colocam o profissional diante de uma tecnologia avançada de terapia gênica, cuja dimensão de risco constitui um desafio a ser mensurado.

Além do enfrentamento com agentes patogênicos tradicionais, as doenças emergentes e reemergentes representam um problema adicional para os profissionais de saúde sob dois aspectos.

Primeiro, no que diz respeito à definição de mecanismos eficazes de contenção do processo epidêmico e, segundo, na identificação de medidas que assegurem o controle do risco ao qual estão sujeitos esses profissionais.

Biossegurança é a condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e vegetal e o meio ambiente. Escola Técnica Dr. Gualter Nunes

Compreende também um conjunto de medidas voltadas para prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos.

UUmm cciirruurrggiiããoo ddeennttiissttaa qquuee aatteennddee 2200 ppaacciieenntteess aaoo ddiiaa,, tteerráá aatteennddiiddoo aa ccaaddaa 77 ddiiaass,, uumm

ppoorrttaaddoorr ddee hheeppaattiittee BB.. CCoonnssiiddeerraannddoo--ssee ooss aattuuaaiiss nníívveeiiss ddee pprreevvaallêênncciiaa ddaass ddooeennççaass ,, aa ccaaddaa

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uumm nnúúmmeerroo ddeessccoonnhheecciiddoo ddee ppaacciieenntteess HHIIVV ppoossiittiivvooss..

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eessttrreeppttooccóócciiccaass,, eennttrree oouuttrraass..

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aapprreesseennttaa uumm mmaaiioorr rriissccoo ddee ccoonnttaammiinnaaççããoo,, eennttrreettaannttoo,, nnããoo ssee ddeevvee eessqquueecceerr aa ppoossssiibbiilliiddaaddee

ddee ddiivveerrssooss mmiiccrroooorrggaanniissmmooss,, ttaaiiss ccoommoo oo vvíírruuss ddaa hheeppaattiittee,, hheerrppeess,, rruubbééoollaa,, ddeennttrree oouuttrrooss,,

sseerreemm ttrraannssmmiittiiddooss aattrraavvééss ddaa ssaalliivvaa..

2. HISTÓRIA DA BIOSSEGURANÇA NO MUNDO E NO BRASIL

Apesar do termo biossegurança ser recente a ideia da segurança relacionada à prática

biológica data dos anos 40. Os registros apontam que entre os anos 40 e 50,

vários pesquisadores estudaram infecções humanas com vírus e bactérias adquiridas nos locais de trabalho, seja por exposição direta ou indireta ao agente infeccioso.

Na década de 40, o Gabinete Militar do Governo dos Estados Unidos da América (EUA) iniciou, no chamado Forte Detrick no Estado de Mariland (EUA), um programa tendo por objetivo a preparação para guerra biológica. A preocupação veio com o uso de foguetes pela Alemanha Nazista durante a segunda guerra mundial, os quais poderiam ser utilizados como veículos para a guerra biológica. Neste forte foi construída a primeira instalação de segurança dedicada ao

trabalho com agentes biológicos, a chamada “Black Maria” um laboratório unicamente dedicado ao trabalho em contenção (trabalho em regime estritamente fechado, sem qualquer possibilidade de comunicação com o meio externo).

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Assim, com o apoio de cientistas, de universidades e com o financiamento do Governo dos EUA, foram estabelecidas as bases para procedimentos no manuseio de organismos patogênicos, exigindo o desenvolvimento de equipamentos de proteção, de edificações, de práticas e normas de controle.

Na mesma época, avançam os estudos de genética sobre a transmissão de características hereditárias, culminando com a descrição do ácido desoxirribonucléico (DNA) por Watson e Crick em 1953.

Com a descoberta da molécula de DNA, seguiram-se cerca de duas décadas de estudos quando surgiram os primeiros relatos da possibilidade de manuseio do DNA até que, na década de 70, são publicados os primeiros trabalhos de transferência de genes entre seres, a chamada clonagem (Processo técnico pelo qual se isola e transfere um gene de um organismo a outro na busca de obter seu produto de expressão no organismo receptor).

Neste ponto, surge a chamada Tecnologia do DNA recombinante que, em termos muito simples, permite que genes que apresentem características de interesse possam ser transferidos pelo processo de clonagem a outro organismo que passaria a possuir tal característica.

Com essas possibilidades, em 1975 foi realizada a Conferência de Asilomar em Pacific Grove, Califórnia, reunião onde pela primeira vez foram discutidos diferentes aspectos sobre moléculas de DNA recombinante (moléculas que foram recebidas de outro organismo e que possuem efeitos biológicos), tendo definido a suspensão temporária de determinados experimentos e estabelecido as barreiras físicas e biológicas de segurança para trabalhos com organismos geneticamente modificados (OGM), também conhecidos por organismos transgênicos.

Neste ponto, a biossegurança passa a ter preocupação não somente como os organismos patogênicos, mas também com os OGM.

Após alguns anos de pleno desenvolvimento tecnológico, o uso pelo homem de características biológicas de alguns organismos chamou a atenção, sendo então cunhado o termo Biotecnologia. A explosão da biotecnologia levou a avanços interessantes como a produção de insulina recombinante -1983 (insulina produzida in vitro pela tecnologia de DNA recombinante. Antes disso era utilizada a insulina purificada de suínos no tratamento de diabéticos.) e de uma série de plantas transgênicas como o tomate longa vida, o algodão resistente a pragas, dentre outros.

Obviamente, o desenvolvimento e a aplicação da técnica criavam expectativas e temores, não somente pela possibilidade de sua utilização com finalidades destrutivas, bem como pelo desconhecimento acerca dos desdobramentos da manipulação genética.

Estes temores atingiram seu auge quando, em 1996, ao mesmo tempo em que o genoma humano estava sendo sequenciado, foi realizada a primeira clonagem de um ser vivo, a ovelha Dolly.

Em 1999, um ano antes da publicação do genoma humano, foi realizada uma reunião em Cartagena, na Colômbia, da qual emergiu o chamado Protocolo de Cartagena. Este protocolo, do qual o Brasil é signatário, foi firmado em 2000 e, por fazer parte da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), visa “assegurar um nível adequado de proteção no campo da transferência da manipulação e do uso seguro dos organismos vivos modificados”.

As discussões técnicas e éticas levantadas pela clonagem e pelos OGM ainda ocorrem, chegando por vezes a embates severos e ações drásticas.

No Brasil, a biossegurança teve início em 1984 quando foi realizado o “Primeiro Workshop de Biossegurança” (Biossegurança em laboratórios) pela Fundação Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro. Esta ação gerou os primeiros levantamentos de risco nos laboratórios daquela entidade.

Na década de 90, a biossegurança começa a ser direcionada para as preocupações advindas do uso da tecnologia do DNA recombinante, levando o Ministério da Saúde do Governo Federal a realizar um primeiro projeto de fortalecimento das ações em biossegurança, criando um Núcleo de Biossegurança.

Estas ações levaram à elaboração da primeira Lei de Biossegurança no Brasil (Lei 8.974/1995) a qual, estabelecia as regras para o trabalho com DNA recombinante no Brasil, incluindo pesquisa, produção e comercialização de OGM de modo a proteger a saúde do homem, animais e meio ambiente.

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Instituía ainda a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Escola Técnica Dr. Gualter Nunes

Quando a lei começou a ser aplicada, revelou possuir inúmeras incongruências que levaram a muitos problemas, culminando em 2005 com a aprovação da nova Lei de Biossegurança (Lei 11.105/2005). A nova lei revogava a anterior e revia as normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam OGM e seus derivados, reestruturava a CTNBio e criava o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS) que teria por função elaborar a Política Nacional de Biossegurança (PNB).

Existem diferentes definições do termo biossegurança, as quais tentam incluir aspectos de segurança do trabalhador (Pesquisador, Técnico, Professor, Estudante, etc.), da coletividade e do meio ambiente em relação aos riscos à saúde. Riscos à saúde são definidos como “a probabilidade da ocorrência de efeitos adversos à saúde relacionados com a exposição humana a agentes físicos, químicos ou biológicos, em que o indivíduo exposto a um determinado agente apresente doença, agravo ou até mesmo morte, dentro de um período determinado de tempo ou idade” (ANVISA, 2006)

Mundialmente utilizado como referência, o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), órgão do Governo Norte Americano dedicado à prevenção e controle de doenças e ameaças biológicas, define biossegurança como “A aplicação de práticas e procedimentos combinados em laboratório utilizando equipamentos de segurança quando se trabalha ou manipula microorganismos potencialmente patogênicos.”

No Brasil, a CTNBio apresenta uma definição de biossegurança mais ampla, sendo a “Ciência voltada para o controle e minimização de riscos advindos da prática de diferentes tecnologias em laboratório ou aplicadas ao meio ambiente, assegurando o avanço dos processos tecnológicos e protegendo a saúde humana, animal ou ambiente”.

A biossegurança praticada, ainda que possua alguns pontos regulamentados de forma independente, não está prevista em lei ou baseada em legislação única, dependendo ainda, em grande parte, do conhecimento e bom senso dos trabalhadores.

Assim, biossegurança é um conjunto de leis, normas, conceitos, princípios, práticas e ações individuais e coletivas que visam prevenir ou quando possível, eliminar, a exposição de um trabalhador, de um ambiente de trabalho e/ou do meio ambiente a agentes possivelmente patogênicos ou causadores de impacto negativo.

3. CONCEITOS

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ooddoonnttoollóóggiiccoo ccoomm oo oobbjjeettiivvoo ddee ddaarr pprrootteeççããoo ee sseegguurraannççaa aaoo ppaacciieennttee,, aaoo pprrooffiissssiioonnaall ee ssuuaa

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ddee iinnffeeccççããoo ccoommoo eeqquuiippaammeennttoo ddee pprrootteeççããoo iinnddiivviidduuaall ((EEPPII)),, eesstteerriilliizzaaççããoo ddoo iinnssttrruummeennttaall,,

ddeessiinnffeeccççããoo ddoo eeqquuiippaammeennttoo ee aammbbiieennttee..

SSããoo eesssseenncciiaaiiss aa ppaaddrroonniizzaaççããoo ee mmaannuutteennççããoo ddaass mmeeddiiddaass ddee bbiioosssseegguurraannççaa ccoommoo

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iinnffeecccciioossaass..

33..22 -- AAsssseeppssiiaa:: éé oo ccoonnjjuunnttoo ddee mmeeddiiddaass aaddoottaaddaass ppaarraa iimmppeeddiirr qquuee ddeetteerrmmiinnaaddoo mmeeiioo sseejjaa

ccoonnttaammiinnaaddoo..

33..33 -- AAnnttiisssseeppssiiaa:: éé aa eelliimmiinnaaççããoo ddaass ffoorrmmaass vveeggeettaattiivvaass ddee bbaaccttéérriiaass ppaattooggêênniiccaass ddee uumm

tteecciiddoo vviivvoo..

33..44 -- LLiimmppeezzaa:: éé aa rreemmooççããoo ddaa ssuujjiiddaaddee ddee qquuaallqquueerr ssuuppeerrffíícciiee,, rreedduuzziinnddoo oo nnúúmmeerroo ddee

mmiiccrroorrggaanniissmmooss pprreesseenntteess.. EEssssee pprroocceeddiimmeennttoo ddeevvee oobbrriiggaattoorriiaammeennttee sseerr rreeaalliizzaaddoo aanntteess ddaa

ddeessiinnffeeccççããoo ee//oouu eesstteerriilliizzaaççããoo.. 3.5 - Desinfecção: é um processo que elimina microrganismos patogênicos de seres inanimados,sem atingir necessariamente os esporos. Esse processo só deve ser indicado na impossibilidade de submeter o artigo ao processo de esterilização.

33..66 -- DDeessccoonnttaammiinnaaççããoo:: rreeffeerree--ssee aa uumm pprroocceessssoo qquuee iinncclluuii lliimmppeezzaa ee ddeessiinnffeeccççããoo ddee uumm aarrttiiggoo

ccoonnttaammiinnaaddoo

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3.7 - Esterilização: é um processo que elimina todos os microrganismos: esporos, bactéria fungo e protozoários. Os meios de esterilização podem ser físicos ou químicos. 3.8 - Armazenamento: Os artigos esterilizados devem ser armazenados em condições adequadas, evitando-se a sua contaminação.

4. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPIS)

4.1 – Introdução

Todos os profissionais da saúde e profissionais que atuam na prevenção de acidentes compartilham o mesmo problema: trabalhar por um longo período manipulando e/ou manuseando materiais e/ou equipamentos que podem produzir risco à saúde e ao meio ambiente. As substâncias manuseadas e os tipos de equipamentos operados podem resultar numa série de acidentes, como intoxicações, envenenamentos, queimaduras térmicas e químicas, contágio por agentes biológicos, incêndios, explosões, etc. Esses acidentes podem ser evitados ou minimizados pelo uso de equipamentos de proteção individual e coletivos de forma correta.

Sempre se deve escolher EPIs de boa qualidade que possuam certificados de aprovação perante o Ministério do Trabalho e Emprego.

Os equipamentos de uso coletivo nem sempre significam os de manipulação pessoal. Um exemplo clássico é o sistema de ventilação central com deficiência de exaustão. Tal anormalidade pode comprometer seriamente o ambiente de trabalho que manipula produtos químicos voláteis, tóxicos entre outros, levando a sérios riscos aos trabalhadores se não utilizarem capelas químicas de forma adequada.

Os equipamentos de proteção individual destinam-se a proteger a pessoa nas operações com riscos de exposição ou quando houver emanações de produtos químicos, riscos de explosões, riscos de cortes ou perfurações na pele, etc. Os EPIs podem ainda ser considerados um dispositivo de uso individual destinado a proteger a integridade física e a saúde do trabalhador. Os EPIs devem proporcionar o mínimo de desconforto sem tirar a liberdade de movimento do funcionário.

4.2 - Legislação

Segundo a Lei nº 6.514, de 22.12.97, Seção IV, art. 166, toda a empresa é obrigada a

fornecer aos seus funcionários, gratuitamente, EPIs segundo as suas necessidades de trabalho e ao risco inerente do exercício profissional e em perfeito estado de conservação.

Os empregados, de acordo com a Norma Regulamentadora nº 6 (NR6) da Portaria nº 3.214, de 8 de Junho de 1978, são obrigados a usar os EPIs e se responsabilizar pela guarda e conservação destes.

É obrigatório a utilização desses equipamentos de proteção na execução de qualquer atividade que envolva o manuseio, movimentação e transporte de materiais perigosos e também na circulação em áreas externas, consideradas de risco.

4.3 - Classificação

A classificação dos EPIs pode ser feita segundo a parte do corpo que se

protege: proteção para a cabeça, proteção do corpo, dos membros superiores e dos membros inferiores (CIPI 1992).

4.3.1 - Protetores para a cabeça

Capacete de segurança: proteção da cabeça contra impactos, partículas desprendidas, choque elétrico ou qualquer combinação desses efeitos.

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Óculos de segurança: proteção ocular contra riscos de impactos, aerossóis de substâncias nocivas ou radiações.

Protetores faciais (máscaras faciais): Protegem a face contra riscos de impactos (partículas sólidas, quentes ou frias), substâncias nocivas (poeiras, líquidos e vapores), radiações (raios infravermelho, ultravioleta, etc). Oferecem uma proteção adicional à face do operador sem necessitar do uso de óculos de segurança. Proporcionam melhor proteção pois, além dos olhos, amparam toda a face contra os perigos dos respingos das substâncias potencialmente

corrosivas e tóxicas.

Proteção respiratória (máscaras): são utilizadas máscaras com filtros que protegem o aparelho respiratório podendo ter: respiradores com filtros mecânicos para proteção contra partículas suspensa no ar, respiradores com filtros químicos que protegem contra gases e vapores orgânicos e respiradores com filtros combinados (mecânicos e químicos).

Proteção auricular (intra-auricular e extra-auricular) ou Proteção contra Níveis Elevados de Ruído: os controles dos níveis de ruído são estabelecidos pela NBR nº 10152/ABNT, que estabelece limite de 60 decibéis para uma condição de conforto durante a jornada de trabalho.

4.3.2 - Protetores para o tronco

Avental/Capa/Macacão: Protegem as roupas e o corpo contra borrifos químicos e biológicos e ainda fornece amparo de proteção adicional ao corpo.

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4.3.3 - Proteção para membros superiores (mãos e braços)

Luvas de látex, Luvas de borracha, Luvas especiais: Atuam contra riscos biológicos, queimaduras químicas, calor ou frio excessivos, mordidas, cortes, choques elétricos e outros riscos físicos. As luvas também fornecem elevado grau de proteção contra dermatites, pois a exposição repetida a pequenas concentrações de inúmeros compostos químicos eventualmente criam reações adversas na pele dos operadores.

4.3.4 - Proteção para membros inferiores (pés e pernas) Botas de segurança: protegem os pés e as pernas de impactos, perfurações,

queimaduras, choques, substâncias químicas e biológicas, calor e frio, perigos elétricos, impactos de objetos pesados, etc. Elas podem ter o cano alto, chegando até a altura dos joelhos, e devem ser resistentes à ação de ácidos e bases fortes, fogo, eletricidade, etc.

As botas de borracha são indicadas para quem trabalha em áreas úmidas, serviços de limpeza e outros serviços que necessitem de proteção máxima.

Sapatos fechados impermeáveis: pés desprotegidos pelo uso de sandálias ou pouco protegidos pelo uso de sapatos de pano, acarretam problemas sérios e podem gerar situações perigosas. O sapato deve ser compatível com a atividade desenvolvida.

5. NORMAS TÉCNICAS EM NOSSO PAÍS

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A ABNT (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS) define como resíduos resultantes das atividades exercidas por estabelecimentos prestadores de serviços de saúde, exemplo: hospitais, clínicas médicas, clínicas veterinárias, clínicas odontológicas, farmácias, ambulatórios, postos de saúde, laboratórios de análises clínicas, laboratórios de análises de alimentos, laboratórios de pesquisa, consultórios médicos e odontológicos, empresas de biotecnologia, casas de repouso e casas funerárias.

A resolução CONAMA (CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE) nº05/93 estende-se ainda aos resíduos gerados nos portos e aeroportos e terminais rodoviários e ferroviários.

Há também a Norma NBR nº 12.808 da ABNT de 1997. Esta norma classifica os Resíduos de Serviços de Saúde quanto aos riscos potenciais ao trabalhador, ao meio ambiente e à saúde pública, visando adotar um sistema de gerenciamento adequado, sendo esta classificação também adotada pela Fundação Nacional de Saúde (FUNASA, 1999). Escola Técnica Dr. Gualter Nunes

O resíduo sólido de serviço de saúde (RSSS) apresenta risco potencial à saúde e ao meio ambiente, devido à presença de material biológico, químico , radioativo, perfuro cortante. O tratamento adequado previne infecções cruzadas, proporciona conforto e segurança à clientela a à equipe de trabalho, bem como mantém o ambiente limpo e agradável.

São eles: TIPO A – resíduo biológico TIPO B – resíduo químico TIPO C – resíduo radioativo TIPO D – lixo comum

6. BIOSSEGURANÇA NA UTILIZAÇÃO E DESCARTE DE PRODUTOS BIOLÓGICOS

Os riscos biológicos são decorrentes da exposição a agentes do reino animal, vegetal e de microrganismos ou de seus subprodutos. Entre os agentes de risco biológico podemos citar como os mais importantes: bactérias, fungos, rickétsias, vírus, protozoários, metazoários. Tais agentes podem estar presentes veiculados sob diversas formas que oferecem risco biológico, como aerossóis, poeira, alimentos, água, amostras de (sangue, fezes, urina, escarro etc), entre outros. No contato com esses produtos, o profissional deve utilizar EPIs de acordo com o modo de contaminação do agente microbiano. É necessário, no entanto, fazer uma avaliação cuidadosa dos agentes microbianos para classificá-los de forma adequada e segura.

GRUPO 1 – é constituído de microorganismos que provavelmente não provocam

doenças no homem ou nos animais. GRUPO 2 – inclui germes patogênicos capazes de causar doenças em seres humanos

ou animais. Porém não apresentam um perigo sério para o indivíduo. Constitui um risco moderado individual e baixo risco para comunidade.

GRUPO 3 – é constituído de germes patogênicos que costumam provocar doença grave em seres humanos e animais. É considerado de alto risco individual e de baixo risco para a comunidade.

GRUPO 4 – Inclui agentes infecciosos patogênicos que geralmente causam doenças graves ao ser humano ou animais. Na maioria das vezes não se conhece tratamento eficaz e as medidas profiláticas não estão bem estabelecidas.

Como se pode verificar, é necessário fazer uma avaliação cuidadosa dos grupos acima citados para promover o seu descarte de forma adequada evitando a contaminação local e do

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meio ambiente. As normas de segurança devem ser rigorosamente seguidas para propiciar melhor saúde a todos os envolvidos.

7. BIOSSEGURANÇA NO DESCARTE DE PRODUTOS QUÍMICOS

Ante o assombroso número de mais de 4 milhões de substâncias químicas conhecidas, entre as quais, cerca de 130 mil têm algum tipo de periculosidade e pouco mais de 200 apresentam método de descarte adequado, outras entidades, conselhos e sindicatos também atuam para colaborar na diminuição de riscos por meio da melhoria na segurança química, sempre com base nas normas da ABNT. A ABNT define, classifica e lista os resíduos, servindo de norma e dando respaldo técnico a leis nos três níveis de Governo (Federal, Estadual e Municipal).

Segundo a NBR 10004 de setembro de 1987, da ABNT os resíduos classificam-se em: Classe I – perigosos Classe II – não inertes Classe III - inertes Ficam então definidos os riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública. O setor industrial utiliza-se dessa classificação enquanto os serviços de saúde se

baseiam na classificação adotada e baseada pela NBR nº 12.808 da ABNT DE 1997. Os resíduos perigosos gerados pelo setor industrial são considerados normais se

estiverem em torno de 100 ton/mês. São necessários conhecimento, cautela e bom senso ante o manuseio e descarte dos

resíduos químicos. O descarte de resíduos é um trabalho que se torna cada vez mais importante. Por isso,

o trabalho de esclarecimento e conscientização é fundamental para a preservação do meio ambiente e para a saúde pública.

7.1 – Identificação e rotulagem

Para que os materiais a serem descartados possam ser manipulados com segurança,

tanto para os operadores internos quanto para os procedimentos seguros de transporte e destinação final, são necessárias informações que podem constar num rótulo simples elaborado no próprio ambiente de trabalho. Além das questões relativas à segurança, a identificação precisa é muito importante também para a adequação do material às normas impostas pelas empresas de incineração ou disposição final do resíduo ou ainda para envio a outras finalidades como recuperação, reciclagem, reutilização, etc.

Diagrama de Hommel, mundialmente conhecido pelo código NFPA 704

Vermelh

o

Amarel

o

Branc

o

Azul

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7.2 – Procedimentos gerais para tratamento de resíduos químicos A geração de resíduos perigosos precisa ser evitada, porém, quando isso não é

possível, devem-se buscar meios de minimizar os efeitos nocivos por meio de desativação ou reciclagem. Os processos utilizados são:

7.2.1 – Métodos Físicos:

Filtração, sedimentação

Destilação, evaporação

7.2.2 – Métodos Químicos:

Neutralização

7.2.3 – Tratamentos Térmicos:

Incineração

7.2.4 – Métodos Biológicos:

Depósitos no Oceano

Aterros Sanitários 8. BIOSSEGURANÇA NA UTILIZAÇÃO DE RADIOISÓTOPOS

O termo proteção radiológica refere-se à proteção contra radiações, a higiene, a segurança e ao controle no manuseio de materiais radioativos. Visa não somente a proteção adequada às pessoas que trabalham com radiação como também à população em geral, que de alguma forma pode ser exposta. Sua finalidade é proteger contra os perigos potenciais dessa exposição e possibilitar o uso de seus benefícios. Escola Técnica Dr. Gualter Nunes Até a descoberta dos raios X e da radioatividade a exposição do ser humano limitou-se, quase que exclusivamente, às fontes naturais de radiação cósmica (raios ultravioletas, infravermelhos).

A proteção radiológica inclui desde o estudo para construção de um laboratório ou usina até a disposição final de resíduos radioativos. Algumas características serão expostas a seguir:

Blindagem: adequada para o radioisótopo que está sendo manuseado. Exaustão: a capela deve ter compressão menor do que a do laboratório. Manuseio: com ferramentas adequadas que permitam o trabalho à distância e não

prejudiquem a sua precisão. Resíduo: precisam ser retirados sem que entrem em contato com o meio ambiente. A CNEM (Comissão Nacional de Energia Nuclear) é o órgão que regulamenta a

utilização de material radioativo no país, credencia laboratórios e pessoal e fiscaliza o cumprimento de normas de proteção.

8.1 - Rejeitos Radioativos Os materiais radioativos produzidos em Instalações Nucleares (Reatores Nucleares,

Usinas de Beneficiamento de Minério de Urânio e Tório, Unidades do Ciclo do Combustível Nuclear), Laboratórios e Hospitais, nas formas sólida, líquida ou gasosa, que não têm utilidade, não podem ser simplesmente “jogados fora” ou “no lixo”, por causa das radiações que emitem.

Esses materiais, que não são utilizados em virtude dos riscos que apresentam, são chamados de Rejeitos Radioativos. Na realidade, a expressão “lixo atômico” é um pleonasmo, porque qualquer lixo é formado por átomos e, portanto, é atômico. Ele passa a ter essa denominação popular, quando é radioativo.

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Os rejeitos radioativos precisam ser tratados, antes de serem liberados para o meio ambiente, se for o caso. Eles podem ser liberados quando o nível de radiação é igual ao do meio ambiente e quando não apresentam toxidez química.

Rejeitos sólidos, líquidos ou gasosos podem ser, ainda, classificados, quanto à atividade, em rejeitos de baixa, média e alta atividade.

Os rejeitos de meia-vida curta são armazenados em locais apropriados (preparados), até sua atividade atingir um valor semelhante ao do meio ambiente, podendo, então, ser liberados. Esse critério de liberação leva em conta somente a atividade do rejeito. É evidente que materiais de atividade ao nível ambiental, mas que apresentam toxidez química para o ser humano ou que são prejudiciais ao ecossistema não podem ser liberados sem um tratamento químico adequado.

Rejeitos sólidos de baixa atividade, como partes de maquinária contaminadas, luvas usadas, sapatilhas e aventais contaminados, são colocados em sacos plásticos e guardados em tambores ou caixas de aço, após classificação e respectiva identificação.

Os produtos de fissão, resultantes do combustível nos reatores nucleares, sofrem tratamento especial em Usinas de Reprocessamento, onde são separados e comercializados, para uso nas diversas áreas de aplicação de radioisótopos. Os materiais radioativos restantes, que não têm justificativa técnica e/ou econômica para serem utilizados, sofrem tratamento químico especial e são vitrificados, guardados em sistemas de contenção e armazenados em Depósitos de Rejeitos Radioativos.

9. BIOSSEGURANÇA E CÂNCER

É provável que o câncer sempre tenha consistido em uma doença do ser humano, sendo conhecido desde a antiguidade. Assim, evidências de câncer foram encontradas em humanos mumificados e em fósseis de ossos de animais. Entretanto, as taxas de incidência de cânceres, bem como os padrões de ocorrência de diferentes cânceres, eram desconhecidas até épocas relativamente modernas. Desde o século XVIII, encontram-se registros em que se

relacionava o ambiente de trabalho com a incidência de alguns tipos de câncer. É o caso, por exemplo, de Sir Percival Pott que chamava atenção para alta incidência de câncer de escroto entre limpadores de chaminé de Londres. Segundo esse médico, a causa de tais casos estaria relacionada ao contato constante com o alcatrão e a fuligem presentes nas chaminés.

Nesse contexto, podemos observar que o ambiente de trabalho pode ser, em muitos casos, fonte de exposição a centenas de agentes nocivos à saúde, como pós e partículas, fumaças, fluidos, fibras, radiação e substâncias químicas.

O trabalho realizado pelos profissionais da saúde, em diversas situações, envolve a manipulação de substâncias carcinogênicas. Assim, é de extrema importância que sejam inicialmente identificadas as substâncias em uso consideradas carcinogênicas. As medicações utilizadas para combater o câncer, podem também causar a

Trata-se da presença de radiação acima dos valores encontrados no meio ambiente, uma vez que a radiação está presente em qualquer lugar do planeta.

Símbolo da presença

de radioatividade

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doença em quem manipula e/ou administra tais medicações. Por isso é imprescindível o conhecimento na preparação e administração com também no descarte desses produtos. Os riscos podem atingir pacientes, manipuladores e meio ambiente. Escola Técnica Dr. Gualter Nunes É importante o uso de EPIs e outros equipamentos de proteção que serão descritos em oncologia posteriormente. Os procedimentos para descarte de carcinogênicos não podem envolver exposição do pessoal às substâncias, nem resultar na produção de outros carcinogênicos. Eles não devem ser descartados em pias ou ralos.

Resíduos líquidos contaminados por carcinogênicos devem ser armazenados em recipientes adequados, para posterior descarte. A tampa deve estar bem fechada e o recipiente bem identificado.

No caso de resíduos sólidos (luvas, frascos, etc) deve-se embalá-los em sacos plásticos e identificá-los adequadamente até descartá-los.

10. PRINCIPAIS DOENÇAS PASSÍVEIS DE TRANSMISSÃO DURANTE O ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO

No exercício da profissão odontológica, uma série de doenças infecciosas pode ser transmitida para pacientes e profissionais. Sendo assim, a equipe tem por obrigação realizar uma prática clínica segura, adotando os preceitos atuais de controle de infecção.

A transmissão de microrganismos pode ocorrer por diferentes vias: contato direto com lesões infecciosas, ou com sangue e saliva contaminados; contato indireto, mediante transferência de microrganismos presentes em um objeto contaminado; respingos de sangue, saliva ou líquido de origem nasofaríngea, diretamente em feridas de pele e mucosa; e aerolização, ou seja, transferência de microrganismos por aerossóis.

Para que haja transmissão de microrganismos, alguns aspectos são de vital importância: a virulência e a quantidade do agente; o estado imunológico do hospedeiro; e a susceptibilidade do local (solução de continuidade).

Na década de 80, com a ampla divulgação da infecção pelo HIV, todos os profissionais da saúde passaram a se preocupar com o controle de infecção. Ressalta-se, entretanto, que, desde a década de 30, estudos indicam um maior risco de aquisição de microrganismos pelos cirurgiões-dentistas. É relevante lembrar que, pelo fato de o HIV ser o que mais expressa temor, este vírus acaba sendo um motivador para a adoção de barreiras durante a prática odontológica. A seguir, teremos a oportunidade de rever as doenças infecciosas passíveis de transmissão durante o tratamento odontológico. 10.1 – Sífilis

É uma doença sexualmente transmissível (DST) em 90% dos casos, podendo ainda ocorrer a transmissão vertical, quando é denominada de sífilis congênita. Apresentando um período de incubação de uma a três semanas. A vida extracorpórea do microrganismo é curta, sendo descrita por alguns autores como de segundos, a 25ºC. 10.2 – Gonorreia

Trata-se de uma infecção causada pela bactéria, sendo a doença sexualmente

transmissível (DST) mais prevalente no mundo, e também a mais antiga. O risco de transmissão durante a prática odontológica deve-se ao fato de serem as lesões bucais uma forma comum de expressão; e por constituírem a boca e a nasofaringe habitat para o microrganismo. Sua sobrevida extracorpórea é de poucas horas, em superfície seca. 10.3 – Tuberculose

É uma doença causada pelo Mycobacterium tuberculosis, com um período de incubação geralmente superior a 6 meses. Afeta, na maioria das vezes, os pulmões, podendo, entretanto, acometer outras regiões, como os rins, os gânglios, os ossos, o sistema nervosos

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central, a mucosa bucal, entre outros. A transmissão mais comum é via secreção nasofaríngea eliminada pela tosse, que lança no meio ambiente, gotículas contendo o bacilo.Esc. Téc. Dr. Gualter Nunes. A partir de 1984, quando já instalada a epidemia de AIDS, o número de casos de pessoas portadoras de tuberculose voltou a crescer nos países desenvolvidos, apresentando formas atípicas e disseminadas da doença.

Atualmente, uma grande preocupação mundial dirige-se às formas resistentes à terapêutica antimicrobiana. No contexto da nossa realidade, considera-se que 30% dos pacientes com AIDS adquiriram ou poderão adquirir tuberculose durante o curso da doença.

Os indivíduos portadores podem eliminar o bacilo por tempo superior a 15 dias, mesmo após a administração precoce da terapêutica indicada. Consequentemente, o cirurgião-dentista deve usar a máscara N95 ou PFF2 durante o atendimento desses indivíduos. Após essa fase, o procedimento clínico pode ser realizado com máscara de tripla proteção.

Em se tratando de um microrganismo extremamente resistente, a vida extracorpórea do M. tuberculosis é de várias semanas, em superfícies secas e à temperatura ambiente de 25ºC. 10.4 – Difteria

Trata-se de uma infecção bacteriana causada pelo Corynebacterium diphtheriae, de transmissão direta (contato com pele lesionada) ou indireta (pelo ar). Seu período médio de incubação é de 1 a 6 dias. Sua sobrevida extracorpórea permanece entre 12 e 16 horas após semeadura de material clínico. O período de transmissão bacteriana é de duas semanas; 10.5 – Sarampo

É uma infecção respiratória aguda causada pelo vírus do gênero Paramyxovirus, apresentando um período de incubação de 10 dias, com variação de 7 a 18 dias. O período de transmissão compreende 4 a 6 dias anteriores ao surgimento das lesões cutâneas, estendendo-se até 4 dias após o desaparecimento do exantema. A transmissão pode ser direta, através de gotículas nasofaríngeas emitidas pela tosse e espirro; ou indireta, através dos aerossóis. A sobrevida extracorpórea, no meio ambiente, é superior a 24 horas; 10.6 – Parotidite virótica (Caxumba)

Esta infecção da infância também é causada por vírus do gênero Paramyxovirus, sendo o seu período de incubação de 12 a 25 dias. A fase de transmissão ocorre por um período compreendido entre 7 dias anteriores ao estabelecimento dos sinais clínicos da doença, e 9 dias após o surgimento dos sintomas. A transmissão dá-se diretamente, por contato com gotículas de saliva contaminada; O vírus perde a infectividade quando submetido à temperatura de 55-60ºC durante 10 minutos; mas pode-se conservar viável em ambiente com temperatura de 4ºC, durante vários dias.

10.7 – Rubéola

Trata-se de uma infecção respiratória amena associada a exantema, sendo causada por um vírus. Seu período de incubação varia de 14 a 21 dias.

A fase de transmissão compreende de 5 a 7 dias anteriores ao surgimento do exantema, até 5 a 7 dias após início da erupção. O vírus é inativado a 56ºC por 30 minutos, sendo que, a 4ºC, permanece viável por 14 horas. A maior preocupação sobre essa infecção virótica refere-se ao acometimento de gestantes, tendo em vista os possíveis danos causados ao feto via transmissão transplacentária. Gualter Nunes.

Quanto mais precoce for o contato com o vírus durante a gravidez, maiores poderão ser as alterações causadas. Desse modo, a fase crítica de contato compreende as primeiras 12 semanas gestacionais. Os danos causados ao ser em desenvolvimento podem se voltar para problemas cardíacos, de má formação (fendas orofaciais e membros superiores) e aborto espontâneo. Quando o contato ocorre em fases tardias da gestação, as alterações se resumem principalmente a hepatite e retardo mental progressivo.

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10.8 – Influenza (gripe)

É uma das infecções viróticas mais comuns. Seu período de incubação é curto (1 a 5 dias) e o período de maior transmissibilidade acontece durante os 3 primeiros dias da doença. O vírus sobrevive em superfície não absorvente por 8 a 24 horas; e, em tecido ou papel, por 8 a 12 horas. A prática odontológica coloca em risco os profissionais, tendo em vista a facilidade de transmissão do vírus e o contato estabelecido durante o tratamento odontológico.

Estudos têm demonstrado que estudantes de odontologia apresentam uma maior incidência da infecção quando comparados com estudantes de medicina e farmácia; os técnicos e auxiliares em saúde bucal (ASB e TSB) ao serem comparados com nutricionistas, apresentaram uma maior incidência em um período de 1 ano; e, nesse período, os TSB e ASB não apresentaram aumento de falta ao trabalho, sugerindo um maior risco de transmissão para pacientes. Finalmente, tem sido relatada uma forte correlação entre a infecção, acometendo os pacientes e os cirurgiões-dentistas que os tratam. 10.9 – Herpes

O herpes simples é uma doença infecciosa aguda que, à exceção das infecções viróticas respiratórias, é a virose humana mais comum. Os vírus do herpes simples são o VHS e o HSH. Um é responsável por lesões que acometem a oroface e o outro envolve, principalmente, as lesões genitais. O período de incubação é de 1 a 26 dias.

O vírus é transmitido com maior frequência no contato direto com lesões ou objetos contaminados. A disseminação assintomática do vírus através de fluidos orgânicos (sangue, saliva, secreções vaginais) ou das lesões crostosas constitui uma importante forma de transmissão. O vírus já foi identificado em saliva de pacientes durante a evolução da doença. Ressalta-se ainda, a transmissão através das lesões clinicamente ativas.

O vírus apresenta uma sobrevida extracorpórea de 2 horas na pele; de 4 horas em superfícies plásticas; de até 3 horas em tecido, de 72 horas em gaze seca, e de 45 minutos em peça de mão. Os procedimentos odontológicos em pacientes portadores de lesões herpéticas devem ser adiados sempre que possível, até que a cura clínica da infecção se estabeleça.

10.10 – Varicela (Catapora)

É uma infecção causada por vírus. Seu período de incubação varia de 10 a 20 dias. A transmissão da infecção pode ocorrer desde 2 dias antes do início da erupção cutânea até 5 dias após o início da erupção. Em pessoas imunodeficientes, a transmissão pode ocorrer durante o período de erupção das lesões. É altamente contagiosa, sendo facilmente transmitida por inalação ou contato direto com a pele.

O vírus, por ser sensível à luz solar e ao calor, apresenta uma pequena sobrevida extracorpórea. 10.11 – Hepatite Virótica

Trata-se de um processo infeccioso primário envolvendo o fígado. Atualmente, são sete os tipos de vírus identificados: A, B, C, D, E, F e G. As hepatites F e G são as mais recentes da família da hepatite virótica, sendo transmitidas por via parenteral. Gualter Nunes.

Seu impacto para a odontologia ainda não está esclarecido, sendo necessárias investigações futuras antes que se formulem recomendações para a prática odontológica. As principais características para as outras cinco formas de hepatite virótica estão esquematizadas no quadro a seguir.

Tipo do Vírus Vias de Transmissão Morbidade Risco de cronificar

Período de incubação

A Oro fecal Baixa Praticamente inexistente

15 a 45 dias

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Sexual, parenteral, sangue e hemoderivados,perinatal,

B procedimentos cirúrgicos Alta Alto 40 a180 dias e odontológicos, soluções de continuidade

Parenteral, sangue e C hemoderivados, sexual Moderada Alto 14 a 150 dias e perinatal Sexual, parenteral, sangue e hemoderivados, perinatal,

D procedimentos cirúrgicos Alta Alto 28 a 140 dias e odontológicos, soluções de continuidade

E Oro-fecal Alta para gestantes

Praticamente inexistente

15 a 64 dias

A sobrevida extracorpórea para os diferentes vírus ainda não está bem definida. Sabe-

se, entretanto, que para o vírus da hepatite A, pode ser de meses, em água; e para o vírus da hepatite B, de semanas, a 25ºC.

No que tange à Odontologia, o vírus da hepatite B vem sendo considerado o de maior risco para a equipe de saúde bucal. O sangue é a fonte principal da infecção ocupacional. A presença do vírus da hepatite B na saliva não deve ser menosprezada. O risco de infecção ocupacional é maior para os profissionais de especialidades cirúrgicas que para os clínicos. O pessoal auxiliar odontológico (TSB, ASB, TPD) também está sob maior risco de contrair Hepatite B, se comparado à população geral.

A transmissão do vírus através de aerossóis e superfície contaminada não tem demonstrado relevância epidemiológica. No entanto, as características próprias do trabalho odontológico, com frequentes relatos de não adoção de normas universais de biossegurança e de falhas nos procedimentos de esterilização, revelam uma alta probabilidade da ocorrência de infecção.

O risco de aquisição de hepatite B por meio de acidente perfurocortante, com sangue sabidamente contaminado, varia de 6 a 30%, sendo que uma quantidade ínfima de sangue contaminado (0,0001ml) é suficiente para a transmissão do vírus. Acredita-se que, em um acidente perfurocortante envolvendo sangue de fonte desconhecida, o risco de aquisição da hepatite B é 57 vezes superior, quando comparado ao HIV; e o risco de vir a óbito é 1,7 vezes superior para hepatite B, apesar da característica letal do HIV.

Com o surgimento da vacina contra a hepatite B, criou-se a expectativa de controlar esta doença. A vacinação tem indicação para proteger as pessoas com maior risco de adquirir a infecção, entre elas os componentes da equipe odontológica. O melhor período para a imunização é aquele anterior ao início da atividade clínica.

Devido às características da prática odontológica, a vacinação é uma medida de proteção individual e é prioritária entre os procedimentos de controle de infecção. Atualmente, a vacinação para os profissionais de saúde é realizada em unidades básicas de saúde. Entretanto, em nível mundial, tem-se observado que, mesmo quando as três doses necessárias para a imunização são oferecidas gratuitamente, os trabalhadores de saúde não se motivam à adoção dessa medida de proteção.

Uma das maiores preocupações para a Saúde Pública vem sendo o aumento dos casos de hepatite C. Trata-se de uma infecção de origem parenteral que acontece, principalmente, via sangue contaminado. A resolução espontânea do quadro de hepatite C é rara e, no momento, a terapia medicamentosa apresenta uma eficácia experimental em 40 a 50% dos casos. Não foram desenvolvidas, até o presente momento, vacinas contra a hepatite C. Esse vírus tem sido identificado em um número de superfícies odontológicas após o tratamento de um paciente. Ele se mantém estável, à temperatura ambiente, por mais de 5 dias.

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10.12 – AIDS (infecção pelo HIV)

A infecção pelo HIV tem como via principal de contágio a sexual. Além desta, também é relevante a via parenteral, através de sangue e seus derivados. O período mediano de incubação é de 10 anos, ou seja, 50% dos indivíduos portadores do HIV vêm a desenvolver a doença decorrido esse tempo.

O período de transmissão, entretanto, compreende desde o momento de infecção até o eventual óbito do paciente. Trata-se de um vírus frágil, cuja vida extracorpórea é curta, tendo em vista a sua fragilidade à luz solar e ao meio ambiente. A possibilidade de transmissão durante um acidente perfurocortante, com sangue sabidamente contaminado é baixa, variando de 0,05 a 0,1%; ou seja, de cinco chances em dez mil a uma chance em mil. Esc. Téc. Dr. Gualter Nunes.

Por razões já expostas anteriormente, os profissionais de Odontologia apresentam uma grande resistência ao tratamento de indivíduos sabidamente positivos para o HIV. Salientam-se, ainda, os estudos que indicam que os pacientes reconhecidamente soropositivos, em sua maioria não revelam o seu estado de infecciosidade por medo de terem o seu tratamento negado. Assim, os profissionais de Odontologia devem adotar medidas de precaução padrão durante a sua prática clínica. 11. MEDIDAS DE PRECAUÇÃO PADRÃO

Precaução Padrão são um conjunto de medidas de controle de infecção a serem adotadas universalmente, como forma eficaz de redução do risco ocupacional e de transmissão de agentes infecciosos nos serviços de saúde. Essas precauções foram criadas para reduzir o risco de transmissão de patógenos através do sangue e fluidos corporais. São indicadas para todos os pacientes, independentemente do diagnóstico, em todas as situações de tratamento. O controle de infecção na prática odontológica deve obedecer a quatro princípios básicos: PrincíPrincípio 1: Os profissionais devem tomar medidas para proteger a sua saúde e a da sua equipe. Princípio 2: Os profissionais devem evitar contato direto com matéria orgânica. Princípio 3: Os profissionais devem limitar a propagação de microrganismos. Princípio 4: Os profissionais devem tornar seguro o uso de artigos, peças anatômicas e superfície. P

Princípio 1: Os profissionais devem tomar medidas para proteger a sua saúde e a da sua equipe. Imunizações: As imunizações reduzem o risco de infecção e, por conseguinte, protegem não apenas a saúde dos componentes da equipe como a de seus pacientes e familiares. Lavagem das mãos: Lavar as mãos com frequência é, isoladamente, a ação mais importante para a prevenção e o controle de infecções. A pele é densamente povoada por microrganismos. Evitar acidentes: As agulhas devem ser descartáveis. Não devem ser entortadas ou re-encapadas após o uso, evitando punção acidental. As brocas devem ser retiradas das pontas, logo após o uso. Não reencape instrumentos perfurocortantes com as mãos desprotegidas. Use sempre um instrumento auxiliar e uma superfície fixa como apoio. Princípio 2: Os profissionais devem evitar contato direto com matéria orgânica. Uso de barreiras protetoras:

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O uso de barreiras protetoras é extremamente eficiente na redução do contato com sangue e secreções orgânicas. Dessa forma, a utilização do equipamento de proteção individual torna-se obrigatória durante o atendimento odontológico. Princípio 3: Os profissionais devem limitar a propagação de microrganismos. Preparação do ambiente: É muito importante preparar a sala antes de iniciar o atendimento. Esc. Téc. Dr. Gualter Nunes. O planejamento evitará o contato da mão enluvada com materiais e equipamentos. Para as superfícies que não podem ser descontaminadas facilmente, indica-se o uso de coberturas descartáveis. Essas aumentam a eficiência do controle de infecções, com menor gasto e redução do tempo para desinfecção. Princípio 4: Os profissionais devem tornar seguro o uso de artigos, peças anatômicas e superfícies. Cuidados com o instrumental: Não desinfetar quando se pode esterilizar. Esterilizar é a melhor conduta. 12. INFECÇÕES CRUZADAS 12.1 – Controle da Infecção Cruzada na Prática Odontológica

A Odontologia, através do tempo, vem se transformando, de um caráter puramente artesanal, empírico, para um conceito atualizado, técnico-científico-humanista. Dentro dessa nova visão, a profissão tem passado por estágios distintos, regidos por necessidades temporais e geográficas e impondo-se com o merecido respeito que se deve conceder às profissões que servem à Saúde Pública.

A Odontologia contemporânea se depara com o aumento global na incidência de doenças infectocontagiosas das mais variadas etiologias, entre elas a AIDS, o que lhe impôs a necessidade de discutir e adotar mecanismos de proteção, tanto para o profissional e sua equipe, quanto para o seu paciente. Essas medidas são denominadas de Medidas de Precaução padrão.

O cirurgião dentista e sua equipe estão expostos, igualmente, a essa grande variedade de agentes infecciosos. O uso de procedimentos efetivos de controle de infecção e as precauções padrão no consultório odontológico e laboratórios relacionados, previnem a infecção cruzada, extensiva aos CDs, equipe e pacientes O risco de infecção cruzada em consultório odontológico é o de transmitir uma determinada infecção de uma pessoa para outra, podendo ser:

- de um paciente para outro, - de um paciente para um profissional da equipe, - de um profissional para um paciente,

de um profissional da equipe para um de seus familiares. 12.2 – Riscos de infecção cruzada em consultórios.

- Exposições percutâneas: lesões provocadas por instrumentos perfurocortantes. - Exposições em mucosas: quando há respingos na face envolvendo olho, nariz ou boca. - Mordeduras humanas: quando envolvem presença de sangue. - Contaminação orofecal: devido ao baixo nível de higiene de algum membro da equipe profissional. - EPIs e vestimentas contaminados: o profissional contamina seu paciente ao portar contaminantes no seu corpo e/ou vestimenta. - Infecção de paciente para paciente: uso de instrumentais não estéreis ou quando ocorre falha de esterilização.

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- Inoculação direta: quando um instrumento perfuro cortante que incisa o paciente e depois fere um membro da equipe ou vice versa.

12.3 – Cuidados durante a manipulação de materiais perfurocortantes.

- Ter a máxima atenção durante a realização dos procedimentos - Jamais usar os dedos como anteparo durante a realização de procedimentos que

envolvam materiais perfurocortantes. - As agulhas não devem ser reencapadas, entortadas quebradas ou retiradas da seringa

com a mão. Esc. Téc. Dr. Gualter Nunes. Usar como procedimento padrão o ato de recolocar a agulha no invólucro deixando este sobre a bandeja e empurrando a seringa carpule, para que a agulha entre no invólucro.

- As lâminas de bisturi devem ser colocadas e removidas do cabo com o auxílio de um porta-agulha, e nunca com as mãos.

Os coletores específicos para descarte de materiais perfurocortantes não devem ser preenchidos acima do limite de 2/3 de sua capacidade total. 13. CLASSIFICAÇÃO DOS AMBIENTES

Na área da saúde, não há nenhuma atividade que apresente um quadro tão heterogêneo de detalhes com vistas ao controle de infecção quanto a Odontologia, o que pode dificultar a tomada de decisões em relação aos cuidados quanto à esterilização ou desinfecção de superfícies ou instrumentos.

AAss ddiiffiiccuullddaaddeess ppooddeerrããoo sseerr eelliimmiinnaaddaass oouu eexxttrreemmaammeennttee rreedduuzziiddaass,, ssee oo pprrooffiissssiioonnaall,,

iinnddeeppeennddeenntteemmeennttee ddee ssuuaa eessppeecciiaalliiddaaddee,, ddiissttiinngguuiirr oo aammbbiieennttee ddee aattuuaaççããoo ee oo rriissccoo ppootteenncciiaall

ddee ttrraannssmmiissssããoo ddooss iinnssttrruummeennttooss ee mmaatteerriiaaiiss uuttiilliizzaaddooss..

1133..11 LLiimmppeezzaa ee ddeessiinnffeeccççããoo ddoo aammbbiieennttee ddoo ccoonnssuullttóórriioo

RReeggrraass bbáássiiccaass

11-- TTeemmooss qquuee tteerr eemm mmeennttee aa ddiiffeerreennççaa eennttrree lliimmppaarr oo ccoonnssuullttóórriioo ee oouuttrrooss aammbbiieenntteess,, ccoommoo

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22-- DDeevveemmooss uussaarr EEPPIIss,, ppaarraa ttaall pprroocceeddiimmeennttoo..

33-- NNuunnccaa eeffeettuuaarr vvaarrrreedduurraa aa sseeccoo ppaarraa nnããoo pprroovvooccaarr aa pprreesseennççaa ddee ppaarrttííccuullaass eemm ssuussppeennssããoo,,

ccoommoo aaccoonntteeccee nnaa vvaarrrreedduurraa ccoomm vvaassssoouurraa..

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44-- UUssaarr ccaarrrriinnhhooss pprróópprriiooss ppaarraa ttrraannssppoorrttaarr oo mmaatteerriiaall ddee lliimmppeezzaa ee ooss ssaaccooss ddee lliixxoo..

55-- CCoommeeççaarr aa lliimmppeezzaa ddaa áárreeaa mmeennooss ccoonnttaammiinnaaddaa ppaarraa aa mmaaiiss ccoonnttaammiinnaaddaa..

66-- LLiimmppaarr eemm sseennttiiddoo úúnniiccoo,, ddee cciimmaa ppaarraa bbaaiixxoo ((ddoo tteettoo ppaarraa oo cchhããoo)).. NNuunnccaa eemm vvaaiivvéémm..

77-- NNããoo mmiissttuurraarr ppaannooss qquuee lliimmppaarraamm oo cchhããoo ccoomm ooss ppaannooss uussaaddooss ppaarraa lliimmppaarr oo aarrmmáárriioo ccllíínniiccoo

ee eeqquuiippaammeennttoo ooddoonnttoollóóggiiccoo..

88-- UUssaarr ssoolluuççããoo ddeessiinnffeettaannttee aappóóss aa lliimmppeezzaa ee llaavvaaggeemm ccoomm áágguuaa ee ddeetteerrggeennttee..

99-- RReeccoommeennddaamm--ssee ooss sseegguuiinntteess ddeessiinnffeettaanntteess:: ssoolluuççããoo ddee áágguuaa ssaanniittáárriiaa ((hhiippoocclloorriittoo ddee ssóóddiioo))

aa 1100%% ppaarraa ppiissooss,, ppaarreeddeess,, bbaannhheeiirrooss,, bbaallccõõeess ee ssuuppeerrffíícciieess;; ee ffeennooll ssiinnttééttiiccoo ppaarraa

eeqquuiippaammeennttooss,, ttoorrnneeiirraass ee ttooddooss ooss ddiissppoossiittiivvooss mmeettáálliiccooss..

1100-- CChhaammaammooss aa aatteennççããoo qquuee oo hhiippoocclloorriittoo ddee ssóóddiioo éé ccoorrrroossiivvoo ddee mmeettaaiiss..

1111-- OOss bbaallccõõeess ee eeqquuiippaammeennttooss ppooddeemm,, aalltteerrnnaattiivvaammeennttee,, sseerreemm ddeessiinnffeettaaddooss ccoomm áállccooooll 7700ºº

ssoobb ffrriiccççããoo ee hhiippoocclloorriittoo ddee ssóóddiioo aa 11%%..

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1122-- AA ddeessiinnffeeccççããoo ddooss aarrmmáárriiooss ddeevvee sseerr rreeaalliizzaaddaa eennttrree ccaaddaa aatteennddiimmeennttoo ccoomm ddeessiinnffeettaanntteess

iinnddiiccaaddooss..

1133-- OOss aarrmmáárriiooss ddeevveemm sseerr ddee ssuuppeerrffíícciiee lliissaa,, iimmppeerrmmeeáávveell ee ddee pprreeffeerrêênncciiaa ddee ccoorr ccllaarraa ppaarraa

ffaacciilliittaarr aa ddeessiinnffeeccççããoo ee aa vviissuuaalliizzaaççããoo ddee ssuujjiiddaaddeess..

1144-- DDiivviiddiirr ccoorrrreeddoorreess aaoo mmeeiioo lliimmppaannddoo ddee uumm llaaddoo ee ddeeiixxaannddoo ppaassssaaggeemm ppeelloo oouuttrroo,, ppaarraa

ddeeppooiiss iinnvveerrtteerr ((ssee aa áárreeaa ddaa ccllíínniiccaa ffoorr ggrraannddee))..

1155-- NNuunnccaa ddeevveemm ccoollooccaarr ssoobbrree oo bbaallccããoo ddee ttrraabbaallhhoo ee ttrraazzeerr ppaarraa aa áárreeaa ccllíínniiccaa,, oobbjjeettooss

oorriiuunnddooss ddee oouuttrraass áárreeaass ccoommoo áárreeaa aaddmmiinniissttrraattiivvaa,, bbaannhheeiirrooss,, llaabboorraattóórriioo ddee pprróótteessee,,

ccoozziinnhhaa ee oouuttrraass..

1166-- TTooddoo oo mmaatteerriiaall uussaaddoo ((bbaallddeess,, ppaannooss,, vvaassssoouurraass,, ccaarrrriinnhhooss,, eettcc..)) ddeevvee sseerr lliimmppoo ee

ddeessiinnffeettaaddooccoomm ssoolluuççããoo ddee hhiippoocclloorriittoo ddee ssóóddiioo,, eexxcceettoo qquuaannddoo hhoouuvveerr mmeettaall..

1177-- DDeevveerráá hhaavveerr uummaa lliimmppeezzaa ee ddeessiinnffeeccççããoo ccoonnccoorrrreennttee dduurraannttee ooss ttrraabbaallhhooss,, pprriinncciippaallmmeennttee

eennttrree uumm ppaacciieennttee ee oouuttrroo,, ee uummaa lliimmppeezzaa tteerrmmiinnaall,, nnoo ffiimm ddoo ppeerrííooddoo..

1188-- AAoo ssee nnoottaarr uumm eessppiirrrroo oouu ggootteejjaammeennttoo ddee mmaatteerriiaall oorrggâânniiccoo ssoobbrree uummaa ssuuppeerrffíícciiee,, ddeevvee--ssee,,

ttããoo llooggoo qquuaannttoo ppoossssíívveell,, ccoollooccaarr ppaappeell ttooaallhhaa ssoobbrree oo llííqquuiiddoo ee bboorrrriiffáá--lloo ccoomm uummaa ssoolluuççããoo

ddee hhiippoocclloorriittoo ddee ssóóddiioo oouu ffeennooll ssiinnttééttiiccoo ((ssee aa ssuuppeerrffíícciiee ffoorr mmeettáálliiccaa)),, AAppóóss 1100 mmiinn ppooddee--ssee

rreemmoovveerr oo ppaappeell,, qquuee sseerráá ddeessccaarrttaaddoo ccoommoo mmaatteerriiaall ccoonnttaammiinnaaddoo,, ee pprroocceeddeerr aa llaavvaaggeemm

ddoo llooccaall ccoomm ppaannoo ee ddeetteerrggeennttee..

1199-- DDeevveerráá hhaavveerr uumm rraazzooáávveell iinntteerrvvaalloo ddee tteemmppoo eennttrree ooss ppeerrííooddooss ppaarraa rreeaalliizzaaççããoo ccoorrrreettaa ddaa

lliimmppeezzaa tteerrmmiinnaall..

1133..11 –– CCllaassssiiffiiccaaççããoo ddooss AAmmbbiieenntteess

1133..11..11 –– ÁÁrreeaass NNããoo CCrrííttiiccaass -- ssããoo aaqquueellaass nnããoo ooccuuppaaddaass nnoo aatteennddiimmeennttoo ddooss ppaacciieenntteess oouu ààss

qquuaaiiss eesstteess nnããoo ttêêmm aacceessssoo.. EEssssaass áárreeaass eexxiiggeemm lliimmppeezzaa ccoonnssttaannttee..

1133..11..22 –– ÁÁrreeaass SSeemmiiccrrííttiiccaass -- ssããoo aaqquueellaass vveeddaaddaass ààss ppeessssooaass eessttrraannhhaass ààss aattiivviiddaaddeess

ddeesseennvvoollvviiddaass.. EExx..:: ssaallaa ddee eessppeerraa,, llaabboorraattóórriiooss.. EExxiiggeemm lliimmppeezzaa ee ddeessiinnffeeccççããoo ccoonnssttaannttee,,

sseemmeellhhaannttee àà ddoommééssttiiccaa..

1133..11..33 –– ÁÁrreeaass CCrrííttiiccaass -- ssããoo aaqquueellaass ddeessttiinnaaddaass àà aassssiissttêênncciiaa ddiirreettaa aaoo ppaacciieennttee,, eexxiiggiinnddoo

rriiggoorroossaa ddeessiinnffeeccççããoo.. EExx..:: ccllíínniiccaass ddee aatteennddiimmeennttoo,, sseettoorr ddee eesstteerriilliizzaaççããoo.. GGuuaalltteerrNNuunneess..OOss

eeqquuiippaammeennttooss ee mmoobbiilliiáárriiooss ppeerrtteenncceenntteess aa eessssaass áárreeaass rreeqquueerreemm ccuuiiddaaddooss mmaaiiss ffrreeqquueenntteess ddee

lliimmppeezzaa ee ddeessiinnffeeccççããoo,, ppoorrqquuee ssããoo ooss qquuee mmaaiiss ssee ccoonnttaammiinnaamm ee qquuee mmaaiiss ffaacciillmmeennttee ppooddeemm

ttrraannssmmiittiirr ddooeennççaass..

AAss ssuuppeerrffíícciieess qquuee eennttrraamm eemm ccoonnttaattoo ddiirreettoo ccoomm mmaattéérriiaa oorrggâânniiccaa ((ssaanngguuee,, sseeccrreeççõõeess

oouu eexxccrreeççõõeess)),, iinnddeeppeennddeenntteemmeennttee ddee ssuuaa llooccaalliizzaaççããoo,, eexxiiggeemm ddeessiinnffeeccççããoo ((hhiippoocclloorriittoo ddee

ssóóddiioo aa 11%%)),, ccoomm rreemmooççããoo ddaa mmaattéérriiaa oorrggâânniiccaa,, ee lliimmppeezzaa,, ccoomm áágguuaa ee ssaabbããoo..

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1144.. CCLLAASSSSIIFFIICCAAÇÇÃÃOO DDOOSS AARRTTIIGGOOSS

1144..11 –– AArrttiiggooss CCrrííttiiccooss -- ssããoo aaqquueelleess qquuee ppeenneettrraamm nnaa ppeellee oouu mmuuccoossaa.. EExx..:: iinnssttrruummeennttooss ddee

ccoorrttee oouu ppoonnttaa;; oouuttrrooss aarrttiiggooss cciirrúúrrggiiccooss ((ppiinnççaass,, aaffaassttaaddoorreess,, ffiiooss ddee ssuuttuurraa,, eettcc..));; ssoolluuççõõeess

iinnjjeettáávveeiiss.. OOss aarrttiiggooss ccrrííttiiccooss ddeevveemm ppaassssaarr ppoorr pprroocceessssoo ddee eesstteerriilliizzaaççããoo..

1144..22 –– AArrttiiggooss SSeemmiiccrrííttiiccooss -- ssããoo aaqquueelleess qquuee eennttrraamm eemm ccoonnttaattoo ccoomm aa mmuuccoossaa.. EExx..::

mmaatteerriiaall ppaarraa eexxaammee ccllíínniiccoo ((ppiinnççaa,, ssoonnddaa ee eessppeellhhoo));; ccoonnddeennssaaddoorreess;; mmoollddeeiirraass;; ppoorrttaaggrraammppoo,,

eettcc.. OOss aarrttiiggooss sseemmiiccrrííttiiccooss ddeevveemm ppaassssaarr ppoorr pprroocceessssoo ddee eesstteerriilliizzaaççããoo oouu ddeessiinnffeeccççããoo ddee aallttoo

nníívveell..

1144..33 –– AArrttiiggooss NNããoo ccrrííttiiccooss -- ssããoo aaqquueelleess qquuee eennttrraamm eemm ccoonnttaattoo ccoomm aa ppeellee íínntteeggrraa oouu nnããoo

eennttrraamm eemm ccoonnttaattoo ddiirreettoo ccoomm oo ppaacciieennttee.. EExx..:: eeqquuiippoo ooddoonnttoollóóggiiccoo;; ssuuppeerrffíícciieess ddee aarrmmáárriiooss ee

bbaannccaaddaass;; aappaarreellhhoo ddee rraaiiooss XX.. OOss aarrttiiggooss nnããoo ccrrííttiiccooss ddeevveemm ppaassssaarr ppoorr pprroocceessssoo ddee

ddeessiinnffeeccççããoo..

1155.. CCLLAASSSSIIFFIICCAAÇÇÃÃOO DDOOSS PPRROOCCEEDDIIMMEENNTTOOSS CCLLÍÍNNIICCOOSS

1155..11 –– PPrroocceeddiimmeennttoo ccrrííttiiccoo:: ttooddoo pprroocceeddiimmeennttoo eemm qquuee hhaajjaa pprreesseennççaa ddee ssaanngguuee oouu ppuuss..

1155..22 –– PPrroocceeddiimmeennttoo sseemmiiccrrííttiiccoo:: ttooddoo pprroocceeddiimmeennttoo eemm qquuee hhaajjaa pprreesseennççaa ddee sseeccrreeççããoo

oorrggâânniiccaa ((ssaalliivvaa)),, sseemm ssaannggrraammeennttoo..

1155..33 –– PPrroocceeddiimmeennttoo nnããoo ccrrííttiiccoo:: ttooddoo pprroocceeddiimmeennttoo eemm qquuee nnããoo hhaajjaa pprreesseennççaa ddee ssaanngguuee,,

ppuuss oouu oouuttrraass sseeccrreeççõõeess oorrggâânniiccaass,, iinncclluussiivvee ssaalliivvaa..

1166.. LLIIMMPPEEZZAA DDOO IINNSSTTRRUUMMEENNTTAALL

ÉÉ pprriimmoorrddiiaall aa lliimmppeezzaa eeffiiccaazz ddoo mmaatteerriiaall aanntteess ddee qquuaallqquueerr ttiippoo ddee pprroocceessssoo ddee

eesstteerriilliizzaaççããoo eessccoollhhiiddoo.. NNoo ccaassoo ddoo iinnssttrruummeennttaall,, aa llaavvaaggeemm ddeevvee sseerr ffeeiittaa aattrraavvééss ddee

eessccoovvaaççããoo ccoomm ddeetteerrggeennttee nneeuuttrroo llííqquuiiddoo oouu ddeetteerrggeennttee eennzziimmááttiiccoo oouu,, iiddeeaallmmeennttee,, aa lliimmppeezzaa

ppooddeerráá sseerr ffeeiittaa eemm llaavvaaddoorraa uullttrraassssôônniiccaa uuttiilliizzaannddoo--ssee ddeetteerrggeennttee eennzziimmááttiiccoo..

1166..11 IInnffoorrmmaaççõõeess ttééccnniiccaass ssoobbrree lliimmppeezzaa ee llaavvaaggeemm ddooss iinnssttrruummeennttooss

a) As pessoas que realizam estas tarefas deverão portar avental, óculos, máscara e luvas de

limpeza de textura grossa, já que existe a possibilidade de acidentes perfurocortantes e da formação de espirros durante a escovação.

b) Os instrumentos devem ser mantidos abaixo da linha da água durante a escovação para se evitar borrifos.

c) Os instrumentos devem permanecer imersos numa solução de pré-lavagem para facilitar a retirada das sujidades.As soluções de pré-lavagem existentes possuem detergentes, substâncias proteolíticas, compostos fenólicos, desincrostantes enzimáticos, iodóforos e outros produtos.

d) Embora tenhamos a presença de desinfetantes nessas soluções, após a lavagem, os instrumentos ainda serão considerados contaminados.

e) Existem aparelhos de limpeza, constituídos de cubas dotadas de ultrassom, que auxiliam na limpeza prévia dos instrumentos. Os produtos que sujam as superfícies dos instrumentos são dispersos ou dissolvidos. O ultrassom associado à ação de detergentes possibilita a remoção da sujidade até onde a escovação manual não alcança.

f) Após a escovação com detergente ou produto de pré-lavagem para remoção da matéria orgânica ou produtos odontológicos, os materiais são colocados na cuba do aparelho ultrassônico.

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g) Os aparelhos possuem um temporizador que controla o tempo pré-determinado de limpeza que é aproximadamente de 10 minutos.

h) Durante o ciclo dos aparelhos de ultrassom devemos manter a cuba coberta. Há a formação de um aerossol induzido pelo ultrassom que pode ser um risco em potencial de contaminação.

i) A escova usada para as lavagens manuais deve ser de cabo longo. Estas escovas são disponíveis em qualquer supermercado ou casa de materiais de limpeza.

j) O cabo longo serve para evitar-se que a pessoa esfregue o instrumental com a mão longe da porção ativa do instrumento, permitindo que se evite o acidente.

k) As escovas de mão não servem para esta finalidade. Sua preensão as torna arriscadas durante a escovação. As escovas de dente são mais seguras.

l) O enxágue dos instrumentos deve ser muito bem feito, pois os sabões ou detergentes poderão neutralizar os meios químicos que serão utilizados, ou ainda, poderão queimar os instrumentos quando usarmos os meios físicos.

m) Os instrumentos devem ser enxugados antes de serem embalados e esterilizados.

16.2 Lavadora ultrassônica 16.2.1 – INTRODUÇÃO

A lavadora ultrassônica converte a energia elétrica em mecânica, através de um cristal

piezelétrico (transdutores ultrassônicos), que gera vibrações de alta frequência no tanque de aço inoxidável, que deverá conter água ou solução desincrostante de limpeza (detergente enzimático). A vibração de alta frequência produz bilhões de pequenas bolhas que se rompem com força, retirando a sujeira de forma segura e eficiente.

Estas bolhas se propagam pelos instrumentais agindo como pequenas escovas que

trabalham em todas as direções e atacam toda superfície a ser limpa, entrando nos locais de difícil acesso removendo variados tipos de resíduos orgânicos e inorgânicos, num processo denominado “cavitação ultrassônica”.

16.2.2 – Vantagens da lavagem ultrassônica

O método ultrassônico é mais rápido e eficiente que o método manual nos seguintes aspectos:

- Rapidez e otimização no processo de limpeza de instrumentais usados corriqueiramente nos consultórios, clínicas e laboratórios, inclusive nas áreas de difícil acesso;

- Remove resíduos orgânicos e inorgânicos impregnados nos instrumentais, que interferem nas reações químicas dos materiais a serem manipulados;

- Evita ranhuras nos instrumentais causadas por métodos de escovações manuais, consequentemente evita a impregnação de resíduos nos mesmos;

- Evita o desgaste prematuro do fio de corte dos instrumentais, causado pela abrasão dos métodos manuais;

- Segurança contra infecção cruzada.

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16.2.3 – Instalação e cuidados

- O local para instalação deve ser ventilado, espaçoso, plano e longe de fontes de calor, água e de outras máquinas, para evitar possíveis danos ao produto.

- Verificar se a voltagem do aparelho é compatível com a rede elétrica local. - Não colocar líquidos inflamáveis ou solventes no tanque. Utilizar somente produtos

indicados para esse tipo de procedimento. - Não colocar a mão dentro da cuba enquanto a máquina estiver funcionando. - Nunca desmontar o ultrassom. A alta voltagem interna poderá ocasionar riscos de

acidente. - Nunca ligar a lavadora sem água. Esse procedimento ocasionará a perda da garantia,

pois poderá danificar ou encurtar a vida útil do equipamento. - Manter a unidade desconectada da rede elétrica durante o abastecimento de água. Não

ultrapassar o nível máximo de enchimento do tanque. - Nunca tocar o fio de força ou tomada com as mãos molhadas.

16.2.4 – Métodos de utilização

Método direto: A solução é colocada no tanque e os materiais na bandeja ou cesto furado suspenso, fig. 1. Apresenta eficácia na limpeza e facilidade de operação, mas pode-se usar apenas uma solução de limpeza por vez, e toda a sujeira removida fica no tanque, que pode sofrer corrosão se soluções muito cáusticas ou ácidas forem usadas.

Método indireto: A solução desincrostante e os instrumentais são colocados em recipientes tipo becker, fig. 2. O tanque é cheio com água e solução de limpeza para melhorar a cavitação, e a sujeira fica nos recipientes (becker) que podem ser preenchidos com soluções desincrostantes diferentes. Outra vantagem do método indireto é que os recipientes (becker) podem ser esterilizados em autoclave,evitando a contaminação cruzada de peças protéticas, aparelhos e outros dispositivos que posteriormente poderão ser utilizados por pacientes.

Em qualquer dos dois métodos pode-se utilizar aquecimento para que haja uma limpeza mais eficaz. As lavadoras ultrassônicas utilizam temperatura em torno de 65°C. 16.2.5 – Tipos de limpeza

Sujeira “Leve”: Para a remoção de sujeiras “leves” (poeira, saliva, etc.) não é necessário a utilização de detergentes químicos e nem do sistema de aquecimento, devendo somente ser utilizado água. Sujeira “Média”: Para a remoção de sujeiras “médias” (gorduras, sangue, etc.) recomenda-se a utilização do sistema de aquecimento para melhor eficiência do processo. Obs.: Se você desejar reduzir o tempo de aquecimento da água, você pode colocar um pouco de água morna, mas nunca coloque água fervendo, pois a mesma causará choque térmico podendo danificar os cristais.

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Sujeira “Pesada”: Para remoção de sujeiras “pesadas” (cimentos, peças muito oleosas, etc.) recomenda-se a utilização do sistema de aquecimento juntamente com uma solução desincrostante de limpeza adequada (detergentes enzimáticos, desincrostantes, etc.). NOTA: Durante a limpeza, a sujeira aparece com aspecto de “fumaça”, enquanto a água vai ficando suja. Quando não aparece o aspecto de “fumaça”, o item está limpo, não sendo necessário um tempo maior. Se a água estiver suja, troque a água e inicie um novo ciclo. 16.2.6 – Manutenção e sugestões

- Limpar regularmente o tanque e trocar frequentemente a solução de limpeza para aumentar a eficácia, sendo aconselhado o uso de solução desincrostante enzimática para melhor eficácia. Gualter Nunes A cada troca de líquido deve ser feito um ciclo de 180 segundos (sem instrumentais) com a finalidade de eliminar possíveis bolhas de ar (processo de desgaseificação) que poderão comprometer a eficácia na primeira lavagem;

- É desaconselhável o uso de líquidos com grande concentração ácida e/ou com temperatura superior a 65ºC;

- Usar sempre os acessórios como o cesto ou o becker, para que o material não fique no fundo do tanque;

- Manter o aparelho desligado para a troca de líquidos e principalmente quando não estiver em funcionamento;

- Evitar o depósito de sujeira no fundo do tanque durante um período prolongado de tempo. Esta sujeira poderá diminuir o efeito da cavitação ultrassônica. Não usar o tanque de ultrassom em locais com muito pó. O acúmulo de pó pode interferir no funcionamento normal do aparelho;

- Evitar que o equipamento permaneça com água por períodos longos quando não estiver sendo utilizado;

- Não limitar a ventilação. Ela deve ser adequada com a finalidade de evitar superaquecimento do equipamento;

- A limpeza ultrassônica é muito eficaz para materiais duros, mas menos eficaz para materiais moles e porosos.

1177.. AACCOONNDDIICCIIOONNAAMMEENNTTOO

1177..11 –– PPaarraa aauuttooccllaavvee::

aa)) EEmmbbaallaaggeennss -- ddeevveerráá sseerr eemm eennvveellooppeess ddee ppaappeell ggrraauu cciirrúúrrggiiccoo,, ccaaiixxaass ddee aalluummíínniioo,, iinnooxx oouu

aaccrríílliiccoo,, ttoottaallmmeennttee ppeerrffuurraaddaass,, ccoomm ffoorrrraaççããoo iinntteerrnnaa ddee ccaammppoo ddee aallggooddããoo ssiimmpplleess ee

eemmbbaallaaddaass eexxtteerrnnaammeennttee eemm ccaammppoo ddee aallggooddããoo dduupplloo,, ppaappeell ggrraauu cciirrúúrrggiiccoo oouu ppaappeell ccrreeppaaddoo..

PPooddeerrããoo sseerr uuttiilliizzaaddooss eennvveellooppeess ddee ppoolliipprrooppiilleennoo ((PPPP)) ffeecchhaaddooss ccoomm sseellaammeennttoo..

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b) Seladora automática

Aparelho para selar (fechar) as embalagens com instrumentais para serem colocados na autoclave.

c) Técnica para empacotamento de material e instrumental em autoclave utilizando papel crepado, papel grau cirúrgico ou tecido de algodão duplo:

1188.. AARRMMAAZZEENNAAMMEENNTTOO

Os artigos esterilizados devem ser armazenados em condições adequadas, evitando-se a contaminação. O local de estocagem deve ser limpo, protegido do meio externo e utilizado exclusivamente para este fim. Nessas condições, a esterilidade é preservada por sete dias. Ultrapassado esse período, o instrumental deverá ser submetido novamente, a todas as etapas de tratamento.

19. ESTERILIZAÇÃO:

Esterilização é o processo que promove completa eliminação ou destruição de todas as formas de microrganismos presentes. O processo de esterilização pode ser físico ou químico.

Procedimentos indicados para a esterilização do instrumental utilizado na prática odontológica:

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TABELA DE ESTERILIZAÇÃO

MÉTODO TEMPERATURA TEMPO

Autoclave: -por gravidade

-por autovácuo

121ºC

134ºC

20 minutos

4 minutos

Químico: Imersão em solução aquosa

deglutaraldeido a 2%.

10 horas

1199..11 –– PPrroocceessssoo FFííssiiccoo:: AAuuttooccllaavvee

Autoclave é um aparelho que utiliza calor úmido sob pressão para esterilização de

instrumentais. Para comprovar a eficácia do processo de esterilização deve-se fazer periodicamente o

teste biológico utilizando-se uma mini incubadora.

Autoclave Mini-incubadora Teste Biológico Suporte p/ embalagens

1199..22 –– PPrroocceessssoo QQuuíímmiiccoo::

19.2.1 – Líquido (Glutaraldeido) 19.2.2 – Gasoso (Óxido de Etileno)

O processo de esterilização de artigos é um dos métodos mais eficientes de controle de infecção, e o seu uso deve ser recomendado na rotina odontológica.

Os itens que não podem ser repetidamente submetidos ao processo de esterilização pelo calor e que não sejam descartáveis têm no glutaraldeido a 2%, a melhor alternativa como esterilizante de imersão, devendo o instrumento permanecer em contato com o produto durante 10 horas, quando se pretende esterilizar; e durante trinta minutos, quando o objetivo final é a desinfecção. É fundamental seguir as instruções do fabricante.

Vencido o tempo de esterilização, o material deverá ser colocado em recipiente de metal esterilizado, para lavagem com soro fisiológico ou água destilada esterilizada.

Durante o processo de esterilização em autoclave é importante observar a disposição dos artigos dentro da câmara. Os pacotes devem ser posicionados de maneira que o vapor possa fluir para todos os itens. Deve-se respeitar um espaçamento de 2,0 a 2,5 cm entre todos os pacotes, e destes para as paredes do aparelho. O volume do material não pode ultrapassar 80% da capacidade do aparelho. Gualter Nunes Os pacotes maiores devem ser posicionados na parte inferior da câmara; e os menores por cima, para facilitar o fluxo do vapor.

O quadro a seguir apresenta a indicação dos métodos de esterilização para os diferentes materiais e instrumental odontológicos.

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PROCESSO E ESTERILIZAÇÃO

MATERIAL

TIPO DE MATERIAL

PROCESSO

Brocas Aço, carbide, tungstênio Autoclave

Instrumental de endodontia Aço, inox e outros Autoclave

Moldeiras resistentes ao calor Alumínio ou inox Autoclave

Moldeiras não resistentes ao calor Cera ou plástico Agentes químicos

Instrumental Aço Autoclave

Bandejas ou caixas Metal Autoclave

Discos e brocas de polimento Borracha Agente químico

Pedra Autoclave

Placas e potes Vidro Autoclave

A eficiência do processo de esterilização deve ser comprovada através de testes físicos,

químicos e biológicos: Testes físicos: compreendem o desempenho do equipamento e envolvem a observação de parâmetros, como a leitura da temperatura e pressão durante a fase de esterilização, e a utilização de manômetros e registradores do equipamento. Testes químicos: consistem em tiras de papel impregnadas com tinta termocrômica que altera a coloração quando exposta à temperatura por tempo suficiente. Testes biológicos: constituem-se de tiras de papel impregnadas com um milhão de esporos, que, depois de secos em temperatura ambiente, são colocados em envelopes de papel ou tubos de polipropileno com tampa permeável ao vapor. A prova de destruição dos esporos, após a sua exposição ao ciclo de esterilização, é usada para inferir que todos os microrganismos expostos às mesmas condições foram destruídos.

2200.. DDEESSIINNFFEECCÇÇÃÃOO PPOORR PPRROOCCEESSSSOO QQUUÍÍMMIICCOO

Desinfecção: é um processo que elimina microrganismos patogênicos de seres inanimados, sem atingir necessariamente os esporos. Esse processo só deve ser indicado na impossibilidade de submeter o artigo ao processo de esterilização.

DDeessiinnffeeccççããoo ddee aallttoo nníívveell -- éé uumm pprroocceessssoo ddee ccuurrttaa dduurraaççããoo ((3300 mmiinnuuttooss)),, nnoo qquuaall ssee ccoonnsseegguuee

aa ddeessttrruuiiççããoo ddee ttooddaass aass ffoorrmmaass ddee vviiddaa,, eexxcceettoo eessppoorrooss,, uuttiilliizzaannddoo aaggeennttee qquuíímmiiccoo

eesstteerriilliizzaannttee..

DDeessiinnffeeccççããoo ddee nníívveell iinntteerrmmeeddiiáárriioo -- éé oo pprroocceessssoo nnoo qquuaall ssee ccoonnsseegguuee aa ddeessttrruuiiççããoo ddaa mmaaiioorriiaa

ddooss mmiiccrroorrggaanniissmmooss,, mmaass nnããoo ttooddooss ooss vvíírruuss,, nneemm ooss eessppoorrooss..

DDeessiinnffeeccççããoo ddee nníívveell bbaaiixxoo -- éé oo pprroocceessssoo ddee ddeessttrruuiiççããoo ddee ppoouuccooss mmiiccrroorrggaanniissmmooss.. Quanto ao uso de produtos químicos para esterilização, deve-se seguir rigorosamente todas as especificações do fabricante, quanto a forma de uso, o tempo que o material deve permanecer em contato com o material a que se deseja esterilizar.

2200..11 –– CCuuiiddaaddooss ccoomm aass ssuuppeerrffíícciieess

Considerando-se que um grande número de superfícies operatórias podem ser respingadas por sangue, saliva e outras secreções, torna-se claro que o uso de desinfetantes constitui uma das principais etapas de assepsia efetiva. A limpeza e desinfecção das superfícies operatórias fixas e partes expostas do equipamento reduz, significativamente, a

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contaminação cruzada ambiental. Para tanto, o produto químico escolhido deve realizar, efetivamente, as funções de descontaminação/desinfecção.

O hipoclorito de sódio a 1%, iodóforos e fenóis sintéticos são os melhores produtos a serem utilizados na etapa de desinfecção. A solução de hipoclorito de sódio não deve ser aplicada sobre superfícies metálicas e mármores, ela apresenta ação corrosiva sobre metais, e descolorante sobre o mármore. Ademais, devido ao seu baixo custo, é recomendável usar o hipoclorito de sódio em todas as superfícies não metálicas; já o fenol sintético causa despigmentação irreversível da pele, e, portanto, deve ser utilizado com cuidado.

Os desinfetantes de imersão, como o glutaraldeído, não devem ser utilizados como desinfetantes de superfícies, devido às suas características de toxicidade, e o seu alto custo para esta aplicação.

Sobre superfícies que não podem ser descontaminadas facilmente, indica-se o uso de coberturas descartáveis, ou seja, barreiras de proteção.

As pontas (alta e baixa rotação e seringa tríplice) devem ser limpas com água e sabão, antes da esterilização. Quando a esterilização não pode ser realizada, todas as pontas devem ser lavadas, desinfetadas e posteriormente encapadas com filme de PVC transparente. A esterilização ou desinfecção deve ser realizada após o atendimento de cada paciente. Gualter Nunes Recomenda-se que o mesmo seja feito com o espaldar da cadeira, mesa auxiliar e todas as superfícies com as quais o profissional mantenha contato. Nessas superfícies, o filme de PVC também deverá ser trocado a cada paciente.

Para desinfecção de bancadas, móveis e equipamentos com superfícies não metálicas, é adequada a fricção com álcool etílico a 77% volume - volume que corresponde a 70% em peso/volume, com tempo de exposição de 10 minutos (3 aplicações), conforme descrito na norma de processamento de artigos e superfícies em estabelecimentos de saúde, MS/94. Quanto à limpeza de paredes e pisos, recomenda-se o uso de água e sabão.

2200..22 –– PPrriinncciippaaiiss PPrroodduuttooss QQuuíímmiiccooss UUttiilliizzaaddooss

a) Glutaraldeído - Não é indicado para a desinfecção de superfície, pois evapora rapidamente. - Tem baixa tensão superficial o que facilita a sua atuação. - Não se inativa frente aos materiais orgânicos, não é corrosivo e não degrada plásticos e

borrachas. - Provoca descoloração em instrumentos e brocas de aço carbono, sem alterar o seu

corte. - Devido à toxicidade deve ser manipulado com luvas e máscaras e em ambientes

arejados. - Provoca dispnéia, irritação, tonturas e é alergeno. A exposição ao seu vapor a 0,3 ppm

causa irritação dos olhos e da mucosa nasal. - O produto pode causar dermatite de contato. - Pode ser tanto desinfetante como esterilizante dependendo do tempo de uso. - O glutaraldeído em solução à 2%, em temperatura a 25ºC, por 20 minutos age como

desinfetante e por 10 horas age como esterilizante.

b) Formaldeído É um gás incolor, cáustico para os tecidos muco cutâneos de odor característico. Em concentrações superiores à 20 mg/l polimeriza-se dando origem à um pó branco ( o paraformaldeído) que pode ser usado em soluções. O paraformaldeído libera formaldeído, sendo a sua liberação acelerada pelo calor.

- O formaldeído é muito vendido numa solução aquosa a 37% por peso, conhecida como formalina.

- A formalina tem a mesma atuação em 10 a 15 minutos. - É esporicida em 12 horas. - O uso de pastilhas de formaldeído não está regulamentado sequer pelo Ministério

da Saúde. É forma de desinfecção que deve ser abandonada.

c) Compostos fenólicos-informações técnicas

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- Compostos fenólicos são álcoois aromáticos derivados do fenol. - São venenos protoplasmáticos. - Possuem espectro amplo de atuação. São fungicidas, bactericidas, virucidas e

tuberculicidas, mas fracos esporicidas. - Estão entre os desinfetantes de escolha para descontaminar superfícies e outros itens

não críticos em consultórios e laboratórios. - São usados em metais, vidro, borracha e plásticos duros. - Permanecem ativos mesmo após ressecamento e são reativados quando a superfície

volta a ser umedecida. - Devem ser usados com cuidado em clínicas de atendimento infantil, pois podem

provocar hiperbilirrubinemia. - São irritantes da pele

d) Hipoclorito de sódio - informações técnicas - O hipoclorito de sódio está presente na água sanitária (2 a 4% de cloro ativo) e em

outros produtos comerciais. Ex.: líquido de Dakin, hipoclorito de sódio a 0,5%, solução de Milton, hipoclorito de sódio a 1%, soda clorada e hipoclorito de sódio a 4%.

- Algumas águas sanitárias podem não conter a quantidade de hipoclorito de sódio o que pode comprometer sua eficácia.

- Podem ser apresentadas em frasco claro, apesar de a luz degradar o produto, e quando armazenadas em locais quentes apesar da temperatura alta também comprometer o produto.

- O líquido de Dakin, em particular, já tem algumas objeções e existe uma portaria do Ministério da Saúde que contra-indica o seu uso como antisséptico.

- O hipoclorito de sódio possui um amplo espectro de atividade, é barato e pode ser usado em curto tempo de atuação.

- Seu poder desinfetante está relacionado à sua concentração de cloro ativo expressa em partes por milhão.

- As soluções vão perdendo o poder com o tempo. - A luz e o calor facilitam a degradação do produto. - As diluições devem ser feitas paulatinamente, de acordo com o consumo (soluções

frescas). - As soluções de hipoclorito de sódio não devem entrar em contato com o formaldeído.

Suas desvantagens são: instabilidade da solução preparada, degradação de plásticos e borrachas, corrosão de metais e tecidos, irritante de mucosas e pele, ser esporicida só em altas concentrações, sua ação diminui com a alteração de pH e diminui frente a material orgânico. e) Iodóforos - informações técnicas

- Iodóforos são compostos iodados associados a um surfactante (redutor de tensão superficial) e agente estabilizador para facilitar a penetração e prover uma liberação lenta do composto iodado.

- São classificados como desinfetantes de nível intermediário ou antissépticos, conforme o uso.

- O iodo simples não deve ser confundido com um iodóforo. - Os iodóforos são menos irritantes aos tecidos, menos alérgenos, não mancham e se

mantêm ativos por mais tempo que o iodo comum. - O produto é apresentado em solução alcoólica ou aquosa e associado a um detergente. - Os iodóforos são muito usados no pré-operatório, nas regiões intra e extra bucais, na

prevenção de infecções. - São eficientes antissépticos para as mãos reduzindo em muito a contagem bacteriana e

deixando um efeito residual que continuará agindo embaixo da luva durante o ato operatório.

- Dez minutos é o tempo mais comumente recomendado para a ação dos iodóforos como desinfetantes. Se forem usados em superfícies deverão permanecer durante esse tempo. Podem provocar a coloração de alguns locais.

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- A diluição aumenta a capacidade de corroer os instrumentos de aço. Um inibidor de ferrugem deve ser associado.

- As soluções aquosas e detergentes devem ser acondicionadas em recipientes de cor âmbar ou opacos e protegidos da luz e calor.

- As soluções alcoólicas devem ser armazenadas em frascos transparentes. f) Ácido peracético - informações técnicas

- O ácido peracético é um líquido incolor, com odor intenso, solúvel em água, instável, disponível comercialmente nas concentrações de 35% a 40%, que se decompõem gerando oxigênio, ácido acético, peróxido de hidrogênio e água.

- É efetivo na presença de matéria orgânica, - Pode corroer certos materiais. Ex. cobre, latão, aço, bronze, alumínio e materiais

galvanizados. - Pode provocar lacrimejamento e bolhas na pele se manipulado sem proteção. - Esteriliza em 5 horas, a 25 °C e pode ser reutilizado por 5 dias.

2211.. RROOTTIINNAASS DDEE BBIIOOSSSSEEGGUURRAANNÇÇAA NNAASS CCLLÍÍNNIICCAASS OODDOONNTTOOLLÓÓGGIICCAASS 21.1 Procedimentos no início do tratamento

1. Lavar as mãos; 2. Colocar gorro, máscara, óculos de proteção e jaleco; 3. Limpar e desinfetar as pontas de alta e baixa rotação, seringa tríplice, pontas do

aparelho fotopolimerizador, bem como todas as partes do equipo de toque frequente; 4. Colocar a caneta em movimento, por 30 segundos; 5. Proteger as pontas e as áreas de toque frequente com coberturas descartáveis; 6. Colocar um saco plástico (de sanduíche) individual no porta-detrito; 7. Colocar instrumentos estéreis empacotados em grau cirúrgico ou PP na bandeja

esterilizada; 8. Instrumentos esterilizados devem ser mantidos em caixas fechadas, até serem usados; 9. Lavar novamente as mãos; 10. Colocar luvas de látex descartáveis ou estéreis, escolhidas de acordo com o

procedimento a ser realizado; e 11. Durante o atendimento, evitar tocar outras superfícies com a luva contaminada. Caso

haja necessidade, usar sobreluvas de plástico descartáveis. 21.2 Procedimento entre pacientes (Limpeza Intercorrente ou Concorrente)

1. Retirar e descartar as luvas; 2. Lavar as mãos; 3. Colocar a luva de limpeza; 4. Colocar a caneta de alta rotação em movimento, por 15 segundos; 5. Retirar as coberturas descartáveis; 6. Retirar o saquinho de lixo do portadetritos; 7. Remover os instrumentos cortantes e colocá-los em um recipiente próprio; 8. Limpar e desinfetar a cuspideira 9. Retirar o sugador e colocar substância desinfetante no sistema de sucção; 10. Desinfetar as superfícies 11. Retirar os instrumentos usados e colocar em solução de pré-lavagem. 12. Retirar as luvas de limpeza; 13. Colocar novas coberturas - nova bandeja e instrumentos estéreis; e 14. Lavar as mãos e colocar um novo par de luvas.

As recomendações devem ser seguidas rotineiramente, no cuidado de todos os pacientes. 21.3 Procedimentos no final do dia (Limpeza Final ou Terminal)

1. Repetir os procedimentos da etapa "entre pacientes (Limpeza Concorrente); 2. Lubrificar e colocar a caneta de alta rotação em movimento, por 30 segundos; 3. Desinfetar as pontas;

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4. Lavar as bandejas e instrumentais, secar, acondicionar e colocar para esterilizar; 5. Desinfetar cuspideira e sugador; 6. Retirar o avental; 7. Retirar as luvas e descartá-las, sempre e logo após o procedimento; 8. Lavar as mãos; 9. Não preencher fichas, abrir portas ou tocar em qualquer superfície contaminada

estando de luvas; 10. Lembrar que a máscara também está contaminada, após o atendimento. Não tocar na

parte frontal da máscara com as mãos desprotegidas, nem deixá-la pendurada no pescoço após o atendimento ou no final do dia; e

11. Colocar luvas grossas de borracha antes de iniciar os procedimentos de limpeza e desinfecção.

2222.. UUSSOO DDEE BBAARRRREEIIRRAASS NNAASS SSUUPPEERRFFÍÍCCIIEESS

ÉÉ mmaaiiss ffáácciill,, mmaaiiss sseegguurroo ee mmaaiiss ccoorrrreettoo eevviittaarr aa ccoonnttaammiinnaaççããoo ccoomm oo uussoo ddee bbaarrrreeiirraass,,

qquuee ddeessccoonnttaammiinnaarr uummaa ssuuppeerrffíícciiee ssuujjaa,, oouu tteennttaarr eelliimmiinnáá--llaa ddeeppooiiss qquuee ooccoorrrreeuu oouu pprreetteennddeerr

qquuee oo pprroocceessssoo ddee ddeessiinnffeeccççããoo mmaattee ttooddooss ooss mmiiccrroorrggaanniissmmooss qquuee ssee aaccuummuullaarraamm ssoobbrree aa

ssuuppeerrffíícciiee ddeesspprrootteeggiiddaa ((SSCCHHAAEEFFEERR,, 11999944))..

2222..11 MMaatteerriiaaiiss

__ FFoollhhaa ddee aalluummíínniioo..

__ PPlláássttiiccoo..

__ PPVVCC..

2222..22 UUssoo eemm áárreeaass ddee aallttoo ttooqquuee ee//oouu ddiiffíícceeiiss ddee lliimmppaarr//ddeessiinnffeettaarr

__ iinntteerrrruuppttoorr ddaa ccaaddeeiirraa;;

__ eennccoossttoo ddaa ccaabbeeççaa ddaa ccaaddeeiirraa;;

__ aallççaa ee iinntteerrrruuppttoorr ddoo rreefflleettoorr;;

__ ggaavveettaass ee sseeuuss ppuuxxaaddoorreess;;

__ mmaanngguueeiirraass;;

__ ccaabbeeççaa,, aallççaa ee ddiissppaarraaddoorr ddoo rraaiioo XX;;

__ sseerriinnggaa ttrríípplliiccee;;

_ mocho;

_ cabos de espelho (não odontológico).

23. COBERTURAS OU BARREIRAS COM TECIDOS ESTÉREIS (CAMPOS CIRÚRGICOS)

Coberturas com tecidos estéreis deverão ser usados em áreas passíveis de contaminação principalmente em atos cirúrgicos. Os campos são preferíveis ao uso de cubetas metálicas, por permitirem uma melhor organização do material cirúrgico.

Os tecidos poderão ser descartáveis ou não. Tanto uns como outros, devem ser esterilizados com o uso de autoclave ou óxido de etileno.

2244.. UUSSOO DDEE EEQQUUIIPPAAMMEENNTTOOSS DDEE PPRROOTTEEÇÇÃÃOO IINNDDIIVVIIDDUUAALL ((EEPPIIss))

São dispositivos físicos que devemos usar para evitar o contato direto, ou através de

aspersões (aerossóis, gotículas ou borrifos) com os microorganismos durante os procedimentos odontológicos. Gualter Nunes. Protegem as estruturas anatômicas sob risco de serem fontes de contaminação. Devem ser usadas exclusivamente nas áreas de trabalho.

Art. 36 da Res.15, de 18-01-99: Os estabelecimentos de assistência odontológica devem possuir os seguintes equipamentos de proteção individual: luvas para atendimento clínico e cirúrgico, que deverão ser descartadas após o atendimento de cada paciente; avental

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de manga longa para proteção, máscara tripla ou PFF2 (tipo N95), óculos de proteção com barreira lateral e gorro descartável.

Exemplos de riscos previníveis pelos EPIs:

Veículo Doenças Sintomatologia

Aerossóis Tuberculose Tosse, febre, escarro

Aerossóis Varicela ou herpes zoster Exantema vesicular

Aerossóis Sarampo, rubéola Exantema maculo-papular

gotículas Coqueluche Tosse

gotículas Caxumba Sialoadenomegalia, febre

gotículas Rubéola Exantema-papular

gotículas Meningite Cefaléia, febre, rigidez cervical

contato Rotavírus, salmonela Diarréia aguda

contato Herpes simples Ulcerações crostosas peribucais

2244..11 –– LLuuvvaass

SSeemmpprree qquuee hhoouuvveerr ppoossssiibbiilliiddaaddee ddee ccoonnttaattoo ccoomm ssaanngguuee,, ssaalliivvaa ccoonnttaammiinnaaddaa ppoorr

ssaanngguuee,, ccoonnttaattoo ccoomm aa mmuuccoossaa oouu ccoomm ssuuppeerrffíícciiee ccoonnttaammiinnaaddaa,, oo pprrooffiissssiioonnaall ddeevvee uuttiilliizzaarr

lluuvvaass..

TTIIPPOOSS

AAss lluuvvaass eessttããoo ddiissppoonníívveeiiss,, nnoo ccoomméérrcciioo,, eemm 55 ttiippooss::

__ lluuvvaass cciirrúúrrggiiccaass ddee lláátteexx eessttéérreeiiss;;

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__ lluuvvaass ddeessccaarrttáávveeiiss ddee lláátteexx;;

__ lluuvvaass ddeessccaarrttáávveeiiss ddee vviinniill;;

__ ssoobbrreelluuvvaass ddee PPVVCC;;

__ lluuvvaass ppaarraa lliimmppeezzaa ggeerraall ddee bboorrrraacchhaa ggrroossssaa..

NNOORRMMAASS NNAA UUTTIILLIIZZAAÇÇÃÃOO DDEE LLUUVVAASS

__ NNÃÃOO ddeevveemm sseerr uuttiilliizzaaddaass ffoorraa ddaass áárreeaass ddee ttrraattaammeennttoo..

__ DDeevveemm sseerr ttrrooccaaddaass eennttrree ooss ttrraattaammeennttooss ddooss ppaacciieenntteess..

__ AA ppaarrttee eexxtteerrnnaa ddaass lluuvvaass NNÃÃOO ddeevvee sseerr ttooccaaddaa nnaa ssuuaa rreemmooççããoo..

__ DDeevveemm sseerr cchheeccaaddaass qquuaannttoo aa pprreesseennççaa ddee rraassggooss oouu ffuurrooss aanntteess ee ddeeppooiiss ddee

ccoollooccaaddaass,, ddeevveennddoo sseerr ttrrooccaaddaass,, ccaassoo iissssoo ooccoorrrraa..

__ SSee aass lluuvvaass ssee eessggaarrççaarreemm oouu rraassggaarreemm dduurraannttee oo ttrraattaammeennttoo ddee uumm ppaacciieennttee eellaass

ddeevveemm sseerr rreemmoovviiddaass ee eelliimmiinnaaddaass,, llaavvaannddoo--ssee aass mmããooss aanntteess ddee rree--eennlluuvváá--llaass..

__ SSee ooccoorrrreerreemm aacciiddeenntteess ccoomm iinnssttrruummeennttooss ppeerrffuurrooccoorrttaanntteess,, aass lluuvvaass ddeevveemm sseerr

rreemmoovviiddaass ee eelliimmiinnaaddaass;; aass mmããooss ddeevveemm sseerr llaavvaaddaass ee oo aacciiddeennttee ccoommuunniiccaaddoo..

__ SSuuppeerrffíícciieess oouu oobbjjeettooss ffoorraa ddoo ccaammppoo ooppeerraattóórriioo NNÃÃOO ppooddeemm sseerr ttooccaaddooss ppoorr lluuvvaass

uussaaddaass nnoo ttrraattaammeennttoo ddoo ppaacciieennttee.. RReeccoommeennddaa--ssee aa uuttiilliizzaaççããoo ddee ssoobbrreelluuvvaass oouu ppiinnççaass

eesstteerriilliizzaaddaass..

__ EEmm pprroocceeddiimmeennttooss cciirrúúrrggiiccooss ddeemmoorraaddooss oouu ccoomm ssaannggrraammeennttoo iinntteennssoo,, eessttáá iinnddiiccaaddoo oo

uussoo ddee ddooiiss ppaarreess ddee lluuvvaass..

__ LLuuvvaass uussaaddaass nnããoo ddeevveemm sseerr llaavvaaddaass oouu rreeuuttiilliizzaaddaass..

TTÉÉCCNNIICCAA PPAARRAA AA CCOOLLOOCCAAÇÇÃÃOO DDAASS LLUUVVAASS EESSTTEERRIILLIIZZAADDAASS

__ CCoollooccaarr oo ppaaccoottee ssoobbrree uummaa mmeessaa oouu ssuuppeerrffíícciiee lliissaa,, aabbrriinnddoo--oo sseemm ccoonnttaammiinnáá--lloo.. EExxppoorr

aass lluuvvaass ddee mmooddoo qquuee ooss ppuunnhhooss ffiiqquueemm vvoollttaaddooss ppaarraa ssii..

__ RReettiirraarr aa lluuvvaa eessqquueerrddaa ((EE)) ccoomm aa mmããoo ddiirreeiittaa,, ppeellaa ddoobbrraa ddoo ppuunnhhoo.. LLeevvaannttáá--llaa,,

mmaanntteennddoo--aa lloonnggee ddoo ccoorrppoo,, ccoomm ooss ddeeddooss ddaa lluuvvaa ppaarraa bbaaiixxoo.. IInnttrroodduuzziirr aa mmããoo

eessqquueerrddaa,, ttooccaannddoo aappeennaass aa ddoobbrraa ddoo ppuunnhhoo..

__ IInnttrroodduuzziirr ooss ddeeddooss ddaa mmããoo eessqquueerrddaa eennlluuvvaaddaa ssoobb aa ddoobbrraa ddoo ppuunnhhoo ddaa lluuvvaa ddiirreeiittaa

((DD)).. CCaallççaarr aa lluuvvaa ddiirreeiittaa,, ddeessffaazzeennddoo aa sseegguuiirr aa ddoobbrraa aattéé ccoobbrriirr oo ppuunnhhoo ddaa mmaannggaa ddoo

aavveennttaall..

__ CCoollooccaarr ooss ddeeddooss ddaa mmããoo DD eennlluuvvaaddaa nnaa ddoobbrraa ddoo ppuunnhhoo ddaa lluuvvaa EE,, rreeppeettiinnddoo oo

pprroocceeddiimmeennttoo aacciimmaa ddeessccrriittoo..

__ AAjjuussttaarr ooss ddeeddooss ddee aammbbaass aass mmããooss..

__ AAppóóss oo uussoo,, rreettiirraarr aass lluuvvaass ppuuxxaannddoo aa pprriimmeeiirraa ppeelloo llaaddoo eexxtteerrnnoo ddoo ppuunnhhoo,, ee aa

sseegguunnddaa ppeelloo llaaddoo iinntteerrnnoo..

2244..22 –– MMáássccaarraass

DDuurraannttee oo ttrraattaammeennttoo ddee qquuaallqquueerr ppaacciieennttee,, ddeevvee--ssee uussaarr mmáássccaarraa nnaa ffaaccee ppaarraa

pprrootteeggeerr aass mmuuccoossaass nnaassaaiiss ee bbuuccaaiiss ddaa eexxppoossiiççããoo aaoo ssaanngguuee ee ssaalliivvaa.. AA mmáássccaarraa ddeevveerráá sseerr

ddeessccaarrttáávveell ee aapprreesseennttaarr ccaammaaddaa dduuppllaa oouu ttrriippllaa,, ppaarraa ffiillttrraaççããoo eeffiicciieennttee..

NNOORRMMAASS PPAARRAA AA UUTTIILLIIZZAAÇÇÃÃOO DDEE MMÁÁSSCCAARRAA..

__ AAss mmáássccaarraass ddeevveemm sseerr ccoollooccaaddaass aappóóss oo ggoorrrroo ee aanntteess ddooss óóccuullooss ddee pprrootteeççããoo..

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__ AAss mmáássccaarraass ddeevveemm aaddaappttaarr--ssee ccoonnffoorrttaavveellmmeennttee àà ffaaccee,, sseemm ttooccaarr lláábbiiooss ee nnaarriinnaass..

__ NNããoo ddeevveemm sseerr aajjuussttaaddaass oouu ttooccaaddaass dduurraannttee ooss pprroocceeddiimmeennttooss..

__ DDeevveemm sseerr ttrrooccaaddaass eennttrree ooss ppaacciieenntteess ee sseemmpprree qquuee ssee ttoorrnnaarreemm úúmmiiddaass,, qquuaannddoo ddooss

pprroocceeddiimmeennttooss ggeerraaddoorreess ddee aaeerroossssóóiiss oouu rreessppiinnggooss,, oo qquuee ddiimmiinnuuii ssuuaa eeffiicciiêênncciiaa..

__ NNããoo ddeevveemm sseerr uussaaddaass ffoorraa ddaa áárreeaa ddee aatteennddiimmeennttoo,, nneemm ffiiccaarr ppeenndduurraaddaass nnoo

ppeessccooççoo..

__ DDeevveemm sseerr ddeessccaarrttaaddaass aappóóss oo uussoo..

__ AAss mmáássccaarraass ddeevveemm sseerr rreemmoovviiddaass eennqquuaannttoo oo pprrooffiissssiioonnaall eessttiivveerr ccoomm lluuvvaass.. NNuunnccaa

ccoomm aass mmããooss nnuuaass..

__ PPaarraa ssuuaa rreemmooççããoo,, aass mmáássccaarraass ddeevveemm sseerr mmaannuusseeaaddaass oo mmíínniimmoo ppoossssíívveell ee ssoommeennttee

ppeellooss bboorrddooss oouu ccoorrddééiiss,, tteennddoo eemm vviissttaa aa ppeessaaddaa ccoonnttaammiinnaaççããoo..

__ uussoo ddee pprrootteettoorreess ffaacciiaaiiss ddee pplláássttiiccoo NNÃÃOO eexxcclluuii aa nneecceessssiiddaaddee ddaa uuttiilliizzaaççããoo ddaass

mmáássccaarraass..

__ MMáássccaarraass ee óóccuullooss ddee pprrootteeççããoo nnããoo ssããoo nneecceessssáárriiooss nnoo ccoonnttaattoo ssoocciiaall,, ttoommaaddaa ddaa

hhiissttóórriiaa ccllíínniiccaa,, mmeeddiiççããoo ddaa pprreessssããoo aarrtteerriiaall oouu pprroocceeddiimmeennttooss sseemmeellhhaanntteess..

2244..33 –– ÓÓccuullooss ddee PPrrootteeççããoo

NNOORRMMAASS PPAARRAA AA UUTTIILLIIZZAAÇÇÃÃOO DDEE ÓÓCCUULLOOSS

__ ÓÓccuullooss ddee pprrootteeççããoo ccoomm vveeddaaççããoo llaatteerraall oouu pprrootteettoorreess ffaacciiaaiiss ddee pplláássttiiccoo,, ddeevveemm sseerr

uussaaddooss dduurraannttee oo ttrraattaammeennttoo ddee qquuaallqquueerr ppaacciieennttee,, ppaarraa pprrootteeççããoo ooccuullaarr ccoonnttrraa

aacciiddeenntteess ooccuuppaacciioonnaaiiss ((ppaarrttííccuullaass aaddvviinnddaass ddee rreessttaauurraaççõõeess,, ppllaaccaa ddeennttáárriiaa,, ppoolliimmeennttoo))

ee ccoonnttaammiinnaaççããoo pprroovveenniieennttee ddee aaeerroossssóóiiss oouu rreessppiinnggooss ddee ssaanngguuee ee ssaalliivvaa..

__ OOss óóccuullooss ddee pprrootteeççããoo ttaammbbéémm ddeevveemm sseerr uussaaddooss qquuaannddoo nneecceessssáárriioo nnoo llaabboorraattóórriioo,, nnaa

ddeessiinnffeeccççããoo ddee ssuuppeerrffíícciieess ee mmaanniippuullaaççããoo ddee iinnssttrruummeennttooss nnaa áárreeaa ddee llaavvaaggeemm..

__ ÓÓccuullooss ee pprrootteettoorreess ffaacciiaaiiss nnããoo ddeevveemm sseerr uuttiilliizzaaddooss ffoorraa ddaa áárreeaa ddee ttrraabbaallhhoo..DDeevveemm sseerr

llaavvaaddooss ee ddeessiinnffeettaaddooss qquuaannddoo aapprreesseennttaarreemm ssuujjiiddaaddee..

2244..44 –– AAvveennttaaiiss

SSeemmpprree qquuee hhoouuvveerr ppoossssiibbiilliiddaaddee ddee ssuujjaarr aass rroouuppaass ccoomm ssaanngguuee oouu oouuttrrooss fflluuiiddooss

oorrggâânniiccooss,, ddeevveemm sseerr uuttiilliizzaaddaass vveesstteess ddee pprrootteeççããoo,, ccoommoo aavveennttaaiiss rreeuuttiilliizzáávveeiiss oouu

ddeessccaarrttáávveeiiss..

AAvveennttaall nnããoo eessttéérriill -- uussaaddoo eemm pprroocceeddiimmeennttooss sseemmiiccrrííttiiccooss ee nnããoo ccrrííttiiccooss,, ddee pprreeffeerrêênncciiaa

ddee ccoorr ccllaarraa,, ggoollaa aallttaa ddoo ttiippoo ""ggoollaa ddee ppaaddrree"",, ccoomm mmaannggaass qquuee ccuubbrraamm aa rroouuppaa ee ccoommpprriimmeennttoo

33//44,, mmaannttiiddoo sseemmpprree aabboottooaaddoo..

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AAvveennttaall eessttéérriill -- uussaaddoo eemm pprroocceeddiimmeennttooss ccrrííttiiccooss,, vveessttiiddoo aappóóss oo pprrooffiissssiioonnaall eessttaarr ccoomm

oo EEPPII ee tteerr rreeaalliizzaaddoo aa ddeeggeerrmmaaççããoo cciirrúúrrggiiccaa ddaass mmããooss.. DDeevvee tteerr ffeecchhaammeennttoo ppeellaass ccoossttaass,,

ggoollaa aallttaa ttiippoo ""ggoollaa ddee ppaaddrree"",, ccoomm ccoommpprriimmeennttoo ccoobbrriinnddoo ooss jjooeellhhooss ee mmaannggaass lloonnggaass ccoomm

ppuunnhhoo eemm eelláássttiiccoo oouu rriibbaannaa..

NNOORRMMAASS PPAARRAA AA UUTTIILLIIZZAAÇÇÃÃOO DDEE AAVVEENNTTAAIISS

__ aavveennttaall ffeecchhaaddoo,, ccoomm ccoollaarriinnhhoo aallttoo ee mmaannggaass lloonnggaass éé oo qquuee ooffeerreeccee aa mmaaiioorr pprrootteeççããoo..

__ OOss aavveennttaaiiss ddeevveemm sseerr ttrrooccaaddooss ppeelloo mmeennooss ddiiaarriiaammeennttee,, oouu sseemmpprree qquuee ccoonnttaammiinnaaddooss

ppoorr fflluuiiddooss ccoorrppóórreeooss..

__ OOss aavveennttaaiiss uuttiilliizzaaddooss ddeevveemm sseerr rreettiirraaddooss nnaa pprróópprriiaa ccllíínniiccaa ee,, ccoomm ccuuiiddaaddoo,, ccoollooccaaddooss

eemm ssaaccooss ddee pplláássttiiccoo,, ppaarraa oo pprroocceeddiimmeennttoo ppoosstteerriioorr ((lliimmppeezzaa oouu ddeessccaarrttee)).. CCoomm eessssaa

aattiittuuddee,, eevviittaa--ssee aa vveeiiccuullaaççããoo ddee mmiiccrroorrggaanniissmmooss ddaa ccllíínniiccaa ppaarraa oouuttrrooss aammbbiieenntteess,,

iinncclluussiivvee oo ddoommééssttiiccoo..

2244..55 –– GGoorrrrooss

OOss ccaabbeellooss ddeevveemm sseerr pprrootteeggiiddooss ddaa ccoonnttaammiinnaaççããooddee aaeerroossssóóiiss ee ggoottííccuullaass ddee ssaanngguuee

ee ssaalliivvaa,, pprriinncciippaallmmeennttee qquuaannddoo ddee pprroocceeddiimmeennttooss cciirrúúrrggiiccooss,, ccoomm aa uuttiilliizzaaççããoo ddee ggoorrrrooss

ddeessccaarrttáávveeiiss,, qquuee ddeevveemm sseerr ttrrooccaaddooss qquuaannddoo hhoouuvveerr ssuujjiiddaaddee vviissíívveell..

2244..66 –– SSaappaattooss

Os sapatos devem ser antiderrapantes e impermeáveis totalmente fechados, cobrindo o peito do pé.

2255.. LLAAVVAAGGEEMM EE CCUUIIDDAADDOO DDAASS MMÃÃOOSS

TTooddoo oo eessttaabbeelleecciimmeennttoo ddee aassssiissttêênncciiaa ooddoonnttoollóóggiiccaa ddeevvee tteerr llaavvaattóórriioo ccoomm áágguuaa ccoorrrreennttee,, ddee

uussoo eexxcclluussiivvoo ppaarraa llaavvaaggeemm ddee mmããooss ddooss mmeemmbbrrooss ddaa eeqquuiippee ddee ssaaúúddee bbuuccaall..

II -- AA llaavvaaggeemm ddee mmããooss éé oobbrriiggaattóórriiaa ppaarraa ttooddooss ooss ccoommppoonneenntteess ddaa eeqquuiippee ddee ssaaúúddee bbuuccaall;;

IIII -- OO llaavvaattóórriioo ddeevvee ccoonnttaarr ccoomm:: a)ddiissppoossiittiivvoo qquuee ddiissppeennssee oo ccoonnttaattoo ddee mmããooss ccoomm oo vvoollaannttee ddaa ttoorrnneeiirraa oouu ddoo rreeggiissttrroo qquuaannddoo

ddoo ffeecchhaammeennttoo ddaa áágguuaa;;

bb)) ttooaallhhaass ddee ppaappeell ddeessccaarrttáávveeiiss oouu ccoommpprreessssaass eessttéérreeiiss;;

cc)) ssaabboonneettee llííqquuiiddoo;;

IIIIII -- AA lliimmppeezzaa ee//oouu ddeessccoonnttaammiinnaaççããoo ddee aarrttiiggooss nnããoo ddeevvee sseerr rreeaalliizzaaddaa nnoo mmeessmmoo llaavvaattóórriioo ddee

llaavvaaggeemm ddee mmããooss..

2255..11 QQuuaannddoo rreeaalliizzaarr::

__ nnoo iinníícciioo ddoo ddiiaa

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__ aanntteess ee aappóóss oo aatteennddiimmeennttoo ddoo ppaacciieennttee;;

__ aanntteess ddee ccaallççaarr aass lluuvvaass ee aappóóss rreemmoovvêê--llaass;;

__ aappóóss ttooccaarr qquuaallqquueerr iinnssttrruummeennttoo oouu ssuuppeerrffíícciiee ccoonnttaammiinnaaddaa;;

__ aanntteess ee aappóóss uuttiilliizzaarr oo bbaannhheeiirroo;;

__ aappóóss ttoossssiirr,, eessppiirrrraarr oouu aassssuuaarr oo nnaarriizz;;

__ aaoo ttéérrmmiinnoo ddoo ddiiaa ddee ttrraabbaallhhoo..

2255..22 TTééccnniiccaa ppaarraa llaavvaaggeemm ddaass mmããooss

__ rreemmoovveerr aannééiiss,, aalliiaannççaass,, ppuullsseeiirraass,, rreellóóggiioo,, ffiittiinnhhaass eettcc..;;

__ uummeeddeecceerr aass mmããooss ee ppuullssooss eemm áágguuaa ccoorrrreennttee;;

__ ddiissppeennssaarr ssaabbããoo llííqquuiiddoo ssuuffiicciieennttee ppaarraa ccoobbrriirr mmããooss ee ppuullssooss;;

__ eennssaabbooaarr aass mmããooss.. LLiimmppaarr ssoobb aass uunnhhaass;;

__ eessffrreeggaarr oo ssaabbããoo eemm ttooddaass aass áárreeaass,, ccoomm êênnffaassee ppaarrttiiccuullaarr nnaass áárreeaass aaoo rreeddoorr ddaass

uunnhhaass ee eennttrree ooss ddeeddooss,, aanntteess ddee eennxxaagguuaarr ccoomm áágguuaa ffrriiaa.. DDaarr aatteennççããoo eessppeecciiaall àà mmããoo

nnããoo ddoommiinnaannttee,, ppaarraa cceerrttiiffiiccaarr--ssee ddee qquuee aammbbaass aass mmããooss ffiiqquueemm iigguuaallmmeennttee lliimmppaass..

OObbeeddeecceerr aa sseeqquuêênncciiaa::

__ ppaallmmaass ddaass mmããooss;;

__ ddoorrssoo ddaass mmããooss;;

__ eessppaaççooss eennttrree ooss ddeeddooss;;

__ ppoolleeggaarr;;

__ aarrttiiccuullaaççõõeess;;

__ uunnhhaass ee ppoonnttaass ddooss ddeeddooss;;

__ ppuunnhhooss..

__ rreeppeettiirr ttooddooss ooss ppaassssooss aanntteerriioorreess ppaarraa aa oouuttrraa mmããoo;;

__ sseeccaarr ccoommpplleettaammeennttee,, uuttiilliizzaannddoo ttooaallhhaass ddee ppaappeell ddeessccaarrttáávveeiiss

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2255..33 LLaavvaaggeemm ee aannttiisssseeppssiiaa ddaass mmããooss

ÉÉ oo pprroocceessssoo uuttiilliizzaaddoo ppaarraa ddeessttrruuiirr oouu rreemmoovveerr mmiiccrroorrggaanniissmmooss ddaass mmããooss,, uuttiilliizzaannddoo

aannttiissssééppttiiccooss.. GGuuaalltteerr NNuunneess..RReeaalliizzaaddaa aanntteess ddee pprroocceeddiimmeennttooss cciirrúúrrggiiccooss ee ddee pprroocceeddiimmeennttooss

ddee rriissccoo,, uuttiilliizzaa aannttiissssééppttiiccooss ccoomm ddeetteerrggeennttee oouu aa llaavvaaggeemm ccoomm áágguuaa ee ssaabbããoo,, sseegguuiiddaa ddee

aannttiissssééppttiiccoo.. OO pprroocceeddiimmeennttoo éé bbaassiiccaammeennttee oo mmeessmmoo ddeessccrriittoo nnaa llaavvaaggeemm ddaass mmããooss..

2255..44 SSoolluuççõõeess uuttiilliizzaaddaass

__ SSoolluuççããoo ddee ddiigglluuccoonnaattoo ddee cclloorreexxiiddiinnaa aa 22%% oouu 44%%,, ccoomm ddeetteerrggeennttee;;

__ SSoolluuççããoo ddee PPVVPPII 1100%%,, ccoomm 11%% ddee iiooddoo lliivvrree,, ccoomm ddeetteerrggeennttee;;

__ SSoolluuççããoo ddee áállccooooll eettíílliiccoo 7777%% ((vv//vv)),, ccoonntteennddoo 22%% ddee gglliicceerriinnaa.. 26. ACIDENTES OCUPACIONAIS

Os acidentes com materiais perfurocortantes são muito comuns e deve-se procurar o mais rápido possível atendimento médico ( atendimento de emergência).

Os principais patógenos envolvidos são os vírus HIV e Hepatite. Pesquisas científicas demonstram que o risco de infecção para HIV é de 0,3%, e o da

Hepatite é de 1,8%, decorrentes de acidentes com material contaminado.

26.1 Recomendações em caso de Acidente Se o acidente ocorrer na pele, lavar abundantemente com água e sabão, ou com o

antisséptico; se na mucosa, lavar abundantemente com água ou soro fisiológico. Evitar o uso de substâncias cáusticas como hipoclorito de sódio e não provocar maior sangramento do local ferido, por serem atitudes que aumentam a área lesada e, consequentemente, a exposição ao material infectante.

Após a exposição ocupacional as medidas específicas para a prevenção do HIV incluem a recomendação de quimioprofilaxia com antirretrovirais, baseada em uma avaliação criteriosa sobre o risco de transmissão, definida entre o trabalhador acidentado e o médico responsável. Já para a hepatite B a principal medida preventiva é a imunização. A vacina tornou-se disponível em 1981. As medidas preventivas para a exposição à hepatite C se restringem única e exclusivamente à utilização das precauções do tipo barreira.

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O melhor que temos a fazer é prevenir-se contra acidentes. Os dois procedimentos que geram maior número de acidentes são:

_ o ato de re-encapar agulha já utilizada. Não devemos re-encapar as agulhas.

_ a remoção da lâmina de bisturi do cabo. Devemos retirá-la com a ajuda de um porta-agulha e descartá-la imediatamente.

27. BIOSSEGURANÇA NA UTILIZAÇÃO DE RADIOISÓTOPOS

O aparelho de raios-X emite radiação ionizante. Os estabelecimentos que possuem aparelhos de raios-X, devem cadastrá-lo anualmente junto com a renovação do Cadastro Municipal de Vigilância Sanitária (CMVS).

Este é o único equipamento que o Cirurgião Dentista deve cadastrar junto a CMVS. Além do cadastro, o estabelecimento deve manter sempre atualizados os laudos radiométricos e de controle de qualidade que são válidos por 4 e 2 anos respectivamente. Estes laudos devem estar à disposição da autoridade sanitária quando solicitados.

Lembramos também da necessidade de possuir equipamentos de proteção plumbífera em bom estado de conservação. 28. BIOSSEGURANÇA NO DESCARTE DE PRODUTOS ODONTOLÓGICOS O lixo putrescível contaminado, as agulhas e os instrumentos com potencial perfurocortante devem ser acondicionados em embalagens rígidas dotadas de tampas que impeçam o vazamento. Se a embalagem for impermeável, pode-se introduzir hipoclorito de sódio a 10% no seu interior, assim o lixo torna-se desinfetado. As caixas de descarte (cor amarela e com o símbolo de Biossegurança) servem exclusivamente para descarte de material perfurocortante (ex. agulhas e lâminas de bisturi). Não devem ser preenchidas totalmente. Há indicações nas caixas a esse respeito. As agulhas não devem ser re-encapadas, encurvadas ou quebradas propositadamente. Todo o lixo descartável deve ser identificado com as etiquetas de risco de biossegurança que deverá ter o símbolo internacional deste risco e dístico de advertência. Lixo sólido contaminado sem risco de injúrias mecânicas deve ser acondicionado em sacos plásticos de polietileno branco-leitoso com simbologia de material infectante (símbolo da Biossegurança). Lixo químico: embalados em recipientes resistentes, identificados. Soluções reveladoras e fixadoras, restos de amalgama (mercúrio) e lâminas de chumbo do filme radiográfico são recolhidos separadamente. Após cada período clínico deve ser recolhido todo resíduo das lixeiras e devem ser acondicionados em saco plástico branco leitoso, com símbolo infectante e posteriormente lacrado. Os amalgamadores foram desenvolvidos para auxiliar as atividades clínicas, porém, se ocorrer algum vazamento de mercúrio, este deverá ser recolhido imediatamente, abrir portas e janelas para aumentar a ventilação do local, o piso deverá ser limpo, lavado e encerado, para evitar que o mercúrio penetre nas irregularidades do piso. Os resíduos de amálgama devem ser dispensados em um recipiente inquebrável, de tampa larga, e com uma lâmina de água sobre o resíduo. 29. LEGISLAÇÃO ESTADUAL SOBRE BIOSSEGURANÇA Centro de Vigilância Sanitária- Portaria CVS-11, de 04/07/95 Dispõe sobre condições ideais de trabalho relacionadas ao controle de doenças transmissíveis em estabelecimentos de assistência odontológica.

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A Diretora Técnica do Centro de Vigilância Sanitária, considerando que: nos termos da lei 8080, de 19 de setembro de 1990 e da lei complementar 791, de 09 de março de 1995, compete à direção estadual do Sistema Único de Saúde estabelecer normas para o controle das ações e serviços de saúde; Decreto 77052, de 19 de janeiro de 1976, artigo 2º, item IV estabelece que os órgãos estaduais de saúde devem observar a adoção, pela instituição prestadora de serviço de saúde, de meios de proteção capazes de evitar efeitos nocivos à saúde dos agentes, clientes, pacientes e circunstantes;

_ é preocupação das autoridades sanitárias a determinação de medidas eficazes para o controle de doenças transmissíveis; risco de se contrair infecções em estabelecimentos de atendimento odontológico está diretamente ligado à não observância de precauções universais de biossegurança;

_ a segurança tanto da equipe de saúde bucal como do paciente deve ser preservada da forma mais conveniente;

_ os estabelecimentos de assistência odontológica são locais onde o controle de doenças transmissíveis deve ser exercido em caráter permanente;

_ os meios de desinfecção e esterilização são tecnicamente acessíveis aos profissionais dos estabelecimentos de assistência odontológica;

_ é responsabilidade do Cirurgião-Dentista a orientação da equipe de saúde bucal na manutenção do controle de infecções na prática odontológica;

_ os componentes da equipe de saúde bucal estão em risco constante de contrair doenças transmissíveis no exercício de suas funções. Gualter Nunes.

Baixa a presente Portaria, para estabelecer procedimentos no controle de doenças transmissíveis em estabelecimentos de assistência odontológica do Estado de São Paulo.

CAPÍTULO I

DAS DEFINIÇÕES

Artigo 1º - Para efeito desta Norma Preconizadora, as expressões técnicas serão assim definidas: I - Limpeza e/ou descontaminação: remoção mecânica e/ou química da sujidade, visando a remoção de resíduos orgânicos, realizada anteriormente à desinfecção e à esterilização; II - Desinfecção: processo de destruição de microrganismos em forma vegetativa, mediante a aplicação de agentes químicos e/ou físicos; III - Esterilização: processo de destruição de todas as formas de vida microbiana, mediante aplicação de agentes físicos e/ou químicos; IV - Artigos críticos: são aqueles que penetram através da pele e mucosas, atingindo tecidos subepiteliais; V - Artigos semicríticos: são aqueles que entram em contato com a pele não íntegra ou commucosas íntegras; VI - Artigos não-críticos: são aqueles que entram em contato apenas com a pele íntegra do paciente; VII - Antissepsia: procedimento que visa o controle de infecção a partir do uso de substâncias microbicidas ou microbiostáticas de uso na pele ou mucosa. CAPÍTULO II

DOS PROCEDIMENTOS DE LIMPEZA, DA DESINFECÇÃO E DA ESTERILIZAÇÃ0

Artigo 2º - Todos os equipamentos, instrumentais, materiais e utensílios utilizados nos estabelecimentos de assistência odontológica terão, obrigatoriamente, que ser submetidos a processo de esterilização, desinfecção ou limpeza, de acordo com sua finalidade. Parágrafo Único - Os procedimentos para cumprimento destas exigências são os previstos nos anexos I, II e III, parte integrante desta Portaria.

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Artigo 3º - Deve ser realizada limpeza em todos os artigos não-críticos e nas superfícies como pisos, paredes, portas, janelas e móveis, tanto no local de atendimento como no local de recepção de pacientes. Parágrafo Único - A limpeza deve ser feita com fricção mecânica, utilizando-se água e sabão, conforme indicação. Artigo 4º - Os estabelecimentos de assistência odontológica que possuírem aparelhos de ar condicionado deverão mantê-los limpos providenciando a troca de filtros periodicamente de forma adequada. Artigo 5º - O processo de esterilização deve ser utilizado para todos os artigos críticos ou semicríticos em uso no estabelecimento de assistência odontológica. Parágrafo Único - A realização da esterilização só poderá ser executada por serviços de terceiros especialmente organizados para este fim, desde que o mesmo apresente o respectivo alvará de funcionamento do órgão sanitário competente. Artigo 6º - Os agentes físicos são o meio mais eficiente, de menor toxicidade e de menor custo de esterilização. Artigo 7º - 0 processo de esterilização, através de vapor saturado sob pressão é obtido com o uso da autoclave devendo ser observadas as seguintes relações: a) exposição por 30 (trinta) minutos a uma temperatura de 121ºC, em autoclaves convencionais (uma atmosfera de pressão). b)exposição por 15 (quinze) minutos a uma temperatura de 132ºC, em autoclaves convencionais (uma atmosfera de pressão). c)exposição por 04 (quatro) minutos a uma temperatura de 132ºC, em autoclaves de altovácuo; Parágrafo Único - O acondicionamento do material a ser esterilizado em autoclave deve ser feito em pacotes individuais, envolvidos por papel KRAFT ou campo de tecido de algodão duplo cru. Artigo 8.º - O processo de esterilização pelo calor seco deve ser realizado através da estufa. Parágrafo 1º - A estufa deve ter um termostato para manutenção efetiva da temperatura, área mínima para circulação interna do ar produzido e um termômetro de bulbo para controle da temperatura preconizada. Parágrafo 2º - Os artigos a serem esterilizados em estufa deverão estar acondicionados de forma adequada, observando-se o tempo de 01(uma) hora de exposição a uma temperatura de 170º C. Artigo 9º - É proibido o uso de equipamento a base de radiação ultravioleta e ebulidores como métodos de esterilização. Artigo 10º - Os agentes químicos somente poderão ser utilizados como métodos de esterilização nos casos em que o uso dos agentes físicos for inviável tecnicamente. Artigo 11 - O agente físico-químico é de uso restrito a hospitais de grande porte ou indústrias. Parágrafo Único - As normas para utilização do óxido de etileno estão estabelecidas na Portaria interministerial n.º 4, de 31/07/91, dos Ministérios da Saúde e do Trabalho. Artigo 12 - O instrumental necessário para o funcionamento de qualquer estabelecimento de assistência odontológica deve ser compatível com o processo de esterilização adotado e o número de pacientes a serem atendidos. CAPÍTULO III

DA ESTOCAGEM E DA CONSERVAÇÃO DO MATERIAL ESTERILIZADO

Artigo 13 - O material esterilizado deve ser estocado em armário fechado, limpo e seco e de acesso exclusivo dos membros da equipe de saúde bucal. Artigo 14 - Devem ser anotadas nos pacotes ou caixas a data da esterilização e a data limite de validade. CAPÍTULO IV

DOS PROCEDIMENTOS DE ANTISSEPSIA

Artigo 15 - A lavagem das mãos é obrigatória para toda a equipe de saúde bucal.

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Parágrafo Único - Para secagem das mãos devem ser utilizadas toalhas de papel descartáveis ou compressas estéreis. CAPÍTULO V

DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Artigo 16 - Toda a equipe de saúde bucal deverá observar a utilização de equipamentos de proteção individual, evitando o risco de infecção ocupacional e de transmissão cruzada, durante o atendimento odontológico. Parágrafo Único - Os equipamentos de proteção individual são de uso exclusivo ao local de atendimento odontológico, sendo seu uso de acordo com o previsto no anexo IV, parte integrante desta Portaria. Artigo 17 - As luvas devem ser obrigatoriamente usadas sempre que se manipule sangue, saliva, mucosa ou pele de todos os pacientes, devendo ser trocadas após o atendimento de cada paciente. Parágrafo 1º - As luvas para atendimento clínico devem ser de látex, descontaminadas e descartadas após o uso. Parágrafo 2º - As luvas para atendimento cirúrgico devem ser de látex resistente, esterilizadas e descartadas após o uso. Artigo 18 - O pessoal da equipe de saúde bucal, responsável pela lavagem e descontaminação prévia de artigos críticos e semicríticos, deve realizar esses procedimentos com luvas de borracha resistentes, utilizadas para esta única finalidade. Artigo 19 - É obrigatório o uso de máscaras por todo pessoal da equipe de saúde bucal no atendimento de qualquer paciente, findo o qual, serão descartadas; Parágrafo Único - A máscara deve permitir respiração adequada, ter bom conforto, não irritar a pele e nunca ficar pendurada no pescoço. Artigo 20 - O avental deve ser utilizado por todo pessoal da equipe de saúde bucal no atendimento de qualquer paciente, devendo ser trocado diariamente ou sempre que ocorrer contaminação por fluidos corpóreos. Parágrafo 1º- O uso de avental deve ser restrito exclusivamente ao local de atendimento. Parágrafo 2º - Após o uso do avental, o mesmo deve ser colocado em saco plástico para lavagem. Artigo 21 - Os protetores oculares devem ser usados sempre que houver possibilidade de contato com sangue, saliva ou aerossóis produzidos na cavidade bucal. Parágrafo Único - Os protetores oculares devem possuir vedamento periférico e boa adaptação ao rosto. Artigo 22 - É recomendável o uso de gorro para todo pessoal da equipe de saúde bucal. CAPÍTULO VI

DOS CUIDADOS COM MATERIAL DESCARTÁVEL

Artigo 23 - Todas as agulhas utilizadas no atendimento odontológico devem ser obrigatoriamente descartáveis. Parágrafo Único - Gualter Nunes. A destinação final de todo material perfurocortante, tais como agulhas, lâminas de bisturi, brocas, pontas diamantadas, limas endodônticas, deve ser feita em recipientes de paredes rígidas contendo solução desinfetante. Artigo 24 - Todo o material descartável, tal como sugadores, tubetes de anestésico, máscara, luvas, gazes, algodão, etc. deve ser desprezado em sacos de lixo com rótulo de "contaminado", visto que é proibida a reutilização ou reprocessamento dos mesmos. Artigo 25 - 0 não cumprimento desta Portaria constituirá infração sanitária capitulada na legislação vigente. Artigo 26 - Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação. Artigo 27 - Fica revogada a Portaria CVS n.º 21, de 21/10/93

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Tabelas em Anexo

ANEXO I

MÉTODO, FREQUÊNCIA E PRODUTOS DE LIMPEZA E/OU DESINFECÇÃO DE SUPERFÍCIES, DE

EQUIPAMENTOS E EM ÁREAS/LOCAIS DOS ESTABELECIMENTOS DE ASSISTÊNCIA ODONTOLÓGICA.

Portaria CVS Nº 11, de 04/07/1995.

ANEXO II

TIPO DE MATERIAL E MÉTODO PARA PROCESSAMENTO DE ARTIGOS ODONTOLÓGICOS

* Óxido de Etileno: Processo de Esterilização usado na Indústria

LIMPEZA DESINFECÇÃO/ DESCONTAMINAÇÃO

SUPERFÍCIE

PRODUTO MÉTODO FREQUENCIA PRODUTO MÉTODO FREQUENCIA

CADEIRA ODONTOLÓGICA H2O + SABÃO FRICÇÃO APÓS USO 1) ÁLCOOL

2) HIPOCLORITO FRICÇÃO

APÓS CONTAMINAÇÃO

MOCHO ODONTOLÓGICO H2O + SABÃO FRICÇÃO DIÁRIO

REFLETOR ÁLCOOL FRICÇÃO APÓS O USO

COBRIR ALÇAS COM INVÓLUCROS APROPRIADOS

BANCADAS H2O + SABÃO FRICÇÃO DIÁRIO ÁLCOOL FRICÇÃO DIÁRIO

ESTUFA H2O + SABÃO FRICÇÃO SEMANAL

AUTOCLAVE H2O + SABÃO FRICÇÃO SEMANAL

UNIDADE AUXILIAR (CUSPIDEIRA) ÁLCOOL FRICÇÃO APÓS O USO

APARELHO DE SUCÇÃO H2O + SABÃO SUCÇÃO DIÁRIO COBRIR A PONTA DA MANGUEIRA COM INVÓLUCRO APROPRIADO

AP. DE SUCÇÃO (RECIPIENTE) H2O + SABÃO FRICÇÃO DIÁRIO HIPOCLORITO 20% DO VOL. RECIPIENTE DIÁRIO

EQUIPO ODONTOLÓGICO H2O + SABÃO FRICÇÃO DIÁRIO

PONTAS (ALTA ROTAÇÃO, MICROMOTOR,

BAIXA ROTAÇÃO, SERINGA TRÍPLICE) GLUTARALDEÍDO FRICÇÃO APÓS O USO

COBRIR COM INVÓLUCROS APROPRIADOS

MESA AUXILIAR ÁLCOOL FRICÇÃO APÓS O USO

COBRIR COM INVÓLUCRO APROPRIADO

COMPRESSOR H2O + SABÃO FRICÇÃO DIÁRIO

AMALGAMADOR H2O + SABÃO FRICÇÃO SEMANAL

APARELHO FOTOPOLIMERIZADOR H2O + SABÃO FRICÇÃO APÓS USO COBRIR A PONTA COM INVÓLUCRO APROPRIADO

APARELHO DE ULTRA SOM H2O + SABÃO FRICÇÃO APÓS USO COBRIR A PONTA COM INVÓLUCRO APROPRIADO

ARMÁRIOS H2O + SABÃO FRICÇÃO DIÁRIO

RALOS H2O + SABÃO FRICÇÃO SEMANAL

PIAS/ SIFÃO H2O + SABÃO FRICÇÃO DIÁRIO

PISOS H2O + SABÃO FRICÇÃO DIÁRIO

ARTIGO TIPO DE MATERIAL MÉTODO 1ª OPÇÃO 2ª OPÇÃO INSTRUMENTAL METAL ESTERILIZAÇÃO AUTOCLAVE ESTUFA

CAIXAS METAL ESTERILIZAÇÃO AUTOCLAVE ESTUFA

BANDEJAS METAL ESTERILIZAÇÃO AUTOCLAVE ESTUFA

BROCAS METAL ESTERILIZAÇÃO AUTOCLAVE ESTUFA

LIMAS ENDODÔNTICAS METAL ESTERILIZAÇÃO AUTOCLAVE ESTUFA

PONTAS POLIMENTO METAL / PEDRA ESTERILIZAÇÃO AUTOCLAVE ESTUFA

MOLDEIRAS

BORRACHA ESTERILIZAÇÃO AUTOCLAVE GLUTARALDEIDO

METAL ESTERILIZAÇÃO AUTOCLAVE ESTUFA

PLÁSTICO ESTERILIZAÇÃO AUTOCLAVE GLUTARALDEIDO

MEDICAMENTOS PÓ ESTERILIZAÇÃO AUTOCLAVE ---------------------

ÓLEO ESTERILIZAÇÃO ESTUFA ---------------------

GAZE TECIDO ESTERILIZAÇÃO ESTUFA AUTOCLAVE

ESPELHO BUCAL ESPELHO / METAL ESTERILIZAÇÃO E.T.O.* ---------------------

PLACA/ POTE/ DAPPEN

VIDRO ESTERILIZAÇÃO AUTOCLAVE ---------------------

VIDRO DESINFECÇÃO ÁLCOOL GLUTARALDEIDO

PLÁSTICO / PVC DESINFECÇÃO ÁLCOOL GLUTARALDEIDO

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Portaria CVS Nº 11, de 04/07/1995. ANEXO III

PROCEDIMENTOS INDICADOS PARA DESINFECÇÃO DE MOLDAGEM E MODELO, DE ACORDO COM MATERIAL EMPREGADO.

MATERIAL DESINFETANTE TÉCNICA TEMPO SILICONAS GLUTARALDEÍDO 2% IMERSÃO 10 MIN.

MERCAPTANAS GLUTARALDEÍDO 2% IMERSÃO 10 MIN.

POLIÉSTER HIPOCLORITO DE SÓDIO 1% FRICÇÃO 10 MIN.

ALGINATOS GLUTARALDEÍDO 2%

HIPOCLORITO DE SÓDIO 1% FRICÇÃO / IMERSÃO 10 MIN.

GESSO HIPOCLORITO DE SÓDIO 1% FRICÇÃO 10 MIN.

HIDROCOLÓIDE REVERSÍVEL NÃO ENCONTRADO ATÉ O MOMENTO ------------------- -------------------

ANEXO IV

MATERIAL E PROCEDIMENTO INDICADO PARA USO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDICIDUAL (E.P.I.).

E.P.I. MATERIAL PROCEDIMENTO LUVA CIRÚRGICA LÁTEX DESCARTÁVEL

LUVA DE PROCEDIMENTO LÁTEX DESCARTÁVEL

LUVA DE LIMPEZA BORRACHA DESINFECÇÃO COM ÁLCOOL

MÁSCARA DESCARTÁVEL DESCARTÁVEL

TECIDO ESTERILIZAÇÃO EM AUTOCLAVE

AVENTAL DESCARTÁVEL DESCARTÁVEL

TECIDO LAVAGEM COM ÁGUA E SABÃO

PROTETOR OCULAR PLÁSTICO DESINFECÇÃO COM ÁLCOOL OU GLUTARALDEIDO

DESCARTÁVEL DESCARTÁVEL

GORRO TECIDO LAVAGEM COM ÁGUA E SABÃO

Portaria CVS Nº 11, de 04/07/1995.

Favor acessar a: Portaria MTE n.º 485, de 11 de Novembro de 2005 (DOU de

16/11/05 – Seção 1) que aprova a NR 32.

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Referências Bibliográficas:

1. Controle de Infecções e a Prática Odont. em tempos de AIDS / Manual de Condutas / Ministério da Saúde 2000.

2. Manual de Biossegurança da Universidade do Rio de Janeiro, Faculdade de Odontologia.

3. Manual de Biossegurança Odontol. da Faculdade de Odontologia de Bauru FOBUSP / Maio de 2006.

4. Princípios de Biossegurança em Odontologia / Departamento de Odontologia da Universidade de Taubaté / Faculdade de Odontologia de São José dos Campos/ UNESP.

5. Serviços Odontológicos/ Prevenção e Controle de Riscos / Ministério da Saúde / Anvisa. 6. Técnico em Higiene Dental e Auxiliar de Consultório Dentário / Perfil de Competências

Profissionais / Ministério da Saúde / Brasil Sorridente 2004. 7. CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA- Portaria CVS-11, de 04/07/95. 8. Portaria MTE n.º 485, de 11 de Novembro de 2005 / NR 32 - SEGURANÇA E SAÚDE

NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE

Sites para Pesquisa:

1. http://www.odontobio.kit.net/rotinas.htm

2. http://www.trtsp.jus.br/geral/tribunal2/ORGAOS/MTE/Portaria/P485_05.html