guia prático para associações sem fins lucrativos (01/21/2014)

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Guia Prático para Associações sem Fins Lucrativos

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  • Guia Prtico para Associaes sem Fins Lucrativos

  • Ficha Tcnica

    TtuloGuia Prtico para Associaes sem Fins Lucrativos

    EdioCmara Municipal do Seixal

    AutorasCristina Fernandes e Paula Castro (Gabinete de Apoio ao Movimento Associativo)

    GrafismoSector Grfico e de Edies da C.M.S. - 2005

    Impresso000000

    Depsito Legal0000/0000wws

  • n d i ce

    NN oo tt aa PP rr vv ii aa1-Introduo - As Associaes e o Associativismo... ..................................72 - Constituio de uma Associao Desportiva, Cultura e Recreativa ..............................................................................72.1 Acto de Constituio......................................................................72.1.1- Constituio da Comisso Instaladora ............................................82.1.2 - Estatutos e Regulamento Geral Interno ..........................................92.1.3 - Inscrio no Registo Nacional de Pessoas Colectivas............... ........102.1.4 - Escritura Pblica da Constituio da Associao .............................102.1.5 - Eleio dos rgos Sociais........ ..................................................112.1.6 - Incio da Actividade Fiscal........ ...................................................113 - Constituio de outro tipo de Associaes .........................................113.1 - Associaes Juvenis .....................................................................113.2 - Associaes de Estudantes ............................................................153.3 - Associaes de Pais......................................................................153.4 - Instituies Particulares de Solidariedade Social ..............................163.4.1 - Organizaes Religiosas ............................................................183.4.2 - Associaes de Solidariedade Social ............................................193.5 - Exemplos de Outros Tipos de Associaes ......................................194 - Funcionamento de uma Associao ..................................................204.1 - Os seus rgos ..........................................................................204.1.1 - Assembleia Geral ......................................................................204.1.2 - Direco ..................................................................................224.1.3 - Conselho Fiscal ........................................................................284.2 - Relacionamento dos rgos ..........................................................285 - Planeamento e Instrumentos de Gesto ............................................295.1 - Planeamento .. ..........................................................................295.2 - Instrumentos de Gesto ..............................................................306 - Fontes de Financiameto ..................................................................367 - Funcionrios e colaboradores da Associao ......................................377.1 - Contratos ..................................................................................377.1.1 - Trabalho subordinado contrato de trabalho sem termo ................387.1.2 - Trabalho subordinado contrato de trabalho a termo certo ............397.1.2.1 - Contrato de Trabalho Desportivo - caso particularde Contrato de Trabalho a Termo Certo........... ........................................407.1.3 - Trabalho Subordinado - Contrato de Trabalho a Termo Incerto..........417.1.4 - Trabalho Autnomo - Contrato de Prestraes de Servios. ............417.2 - Segurana Social ........................................................................427.2.1 - Regime Geral dos Trabalhadores por conta de outrem ....................427.2.2 - Regime dos Trabalhadores Independentes ....................................447.3 - Iseno de Pagamento das Contribuies ........................................467.3.1 - Jovens em Situao de Primeiro Emprego ....................................467.3.2 - Desempregos de Longa Durao..................................................468 - Relaes entre a Associao e a Administrao Pblica ........................479 - Protocolo ......................................................................................49Bibliografia ........................................................................................55Sites Consultados: ..............................................................................55Anexos: ............................................................................................57

  • Na elaborao de mais esta Publicao GAMA, tivemos como objectivo prin-cipal a compilao de uma srie de matrias fundamentais para a vida dasassociaes sem fins lucrativos, desde o seu surgimento at sua eventualextino.

    So focados no presente manual, entre outros assuntos, questes de consti-tuio e legalizao, de organizao interna, administrativa e financeira, bemcomo matrias laborais, contributivas e de protocolo. Pretendemos assimesclarecer e simplificar aspectos essenciais, para um correcto enquadramen-to do associativismo, facilitando a aco no s dos dirigentes associativos,mas tambm dos funcionrios e colaboradores das associaes.

    Na perspectiva de abranger o maior nmero possvel de destinatrios, astemticas abordadas tiveram em considerao os vrios tipos de associaessem fins lucrativos.

    Cmara Municipal do Seixal

  • 1 - Introduo

    As Associaes e o associativismoOs cidados, segundo a Constituio da Repblica Portuguesa, tm o direitode se associarem livremente, sem que para o efeito dependam de qualquerautorizao. Contudo, as associaes no podem promover a violncia nemfins contrrios queles que se encontram consagrados na lei penal.O direito livre associao constitui uma garantia bsica de realizao pes-soal dos indivduos na vida em sociedade.A todas as pessoas, no gozo dos seus direitos civis, -lhes garantido o livreexerccio do direito de se associarem. Ningum poder, no entanto, ser obri-gado ou coagido por qualquer meio a fazer parte de uma associao.O associativismo uma forma de organizao da sociedade civil, na qual oscidados se agrupam em torno de interesses comuns com objectivos de entreajuda e cooperao sem fins lucrativos. Esta unio, numa fase inicial, cingia-seapenas famlia e a grupos informais evoluindo posteriormente para gruposmais organizados, com objectivos mais idealistas, constituindo um vectoressencial de socializao humana. Trata-se, portanto, de um importante meiopara o exerccio do pleno direito de cidadania que a todos assiste.A vida das associaes corresponde a uma imensa teia de relaes e factossociais, sendo que, por isso mesmo, o direito criou um conjunto de normaspara as regulamentar de forma a salvaguardar o seu funcionamento, queassenta na equidade entre os seus associados. Existe uma responsabilidadepartilhada dos membros na vida associativa e todos podem ocupar cargosdirectivos.As associaes so o resultado da uma congregao de esforos que garan-tem o seu desenvolvimento e permitem deste modo atingir os seus fins. O lema "um por todos e todos por um".

    2 - Constituio de uma Associao Desportiva, Cultural e Recreativa

    2.1 Acto de ConstituioPara constituir uma associao, tem que existir, no mnimo, um grupo de trspessoas que partilhem e respeitem um objectivo comum. O nosso sistema jurdico prev a distino entre associaes com e sem per-sonalidade jurdica. As associaes sem personalidade jurdica assentam oseu funcionamento na organizao informal, sendo os seus associados co--responsveis pelos seus actos (art. 195.0, n.0 1 e seguintes do Cdigo Civil).Enquanto as associaes com personalidade jurdica assentam o seu fun-cionamento numa organizao formal. Por outro lado, podemos considerar

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  • associaes com personalidade jurdica aquelas que por um acto ou actosjurdicos a adquirem, passando a ser uma pessoa colectiva.No sistema jurdico portugus, existem dois processos distintos de aquisiode personalidade jurdica:1) Por via notarial, atravs do instrumento pblico (escritura pblica) consti-tuindo o regime normal e geral;2) Por via administrativa (exemplo, as associaes de estudantes, de pais,patronais e sindicais e religiosas).O que as distingue que enquanto no regime geral a aquisio est depen-dente de escritura pblica, na constituio do outro tipo de associaes aaquisio feita atravs do depsito dos estatutos aprovados em AssembleiaGeral junto do Ministrio competente. O processo que de seguida se descreve apenas referente ao regime geral.

    2.1.1 - Constituio da Comisso Instaladora:A constituio de uma Comisso Instaladora, que resulta de um movimentono qual um conjunto de pessoas com interesses comuns se agrupa, ser sem-pre o primeiro passo para a criao de uma associao desportiva, recreativae cultural.Nesta fase imperioso definir com exactido os fins e as actividades da asso-ciao. Esta poder assumir vrios campos de actuao, que contribui paramelhorar a qualidade de vida da comunidade em que se insere.Para atingir esses fins, a Comisso Instaladora deve definir as actividades quea futura associao pretende desenvolver.A definio do nome da associao outra diligncia que tem que ser toma-da. As denominaes devem dar a conhecer a sua natureza associativa,podendo conter siglas, expresses de fantasia ou composies. Podem seradmitidas denominaes sem referncia explcita natureza associativa,desde que correspondam a designaes tradicionais ou que no induzam emerro sobre a natureza da pessoa colectiva.A Comisso Instaladora tem tambm a responsabilidade de cuidar da formacomo a associao se apresenta aos potenciais associados e sociedade. Estafica encarregue de criar um logotipo que deve ser um smbolo identificativo,apelativo, de fcil utilizao, que constitua um bom instrumento de comuni-cao e que facilite a sua divulgao.Assim, a formao da associao provm da vontade de cada um dos seusmembros fundadores, que ser expressa numa reunio inicial, constitutiva,onde so aprovados os elementos essenciais.

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  • 2.1.2 - Estatutos e Regulamento Geral Interno:Depois de serem definidos os fins e traado o caminho que a associao pre-tende prosseguir, necessrio elaborar os Estatutos, elemento essencial efectivao da escritura de constituio da associao, passando deste modoa ser a carta magna, a pedra angular do funcionamento da mesma.No existe propriamente um modelo formal de Estatutos, no entanto, a legis-lao prev alguns dos requisitos obrigatrios elaborao dos mesmos.Os Estatutos devem especificar:-Natureza jurdica, denominao, mbito e sede da associao;-Fins prosseguidos;-rgos sociais - sua composio, competncia e funcionamento;-Modo e condies de admisso dos associados, direitos, deveres e sanespelo no cumprimento;-Forma da associao se obrigar perante terceiros;-Receitas, despesas e os princpios a que deve obedecer a gesto;-Modo como podem ser alterados os Estatutos;-Condies em que pode ser deliberada a dissoluo da associao;-Regime eleitoral dos rgos associativos.As normas estatutrias so o primeiro enquadramento jurdico de uma asso-ciao, e revela-se apenas necessrio recorrer legislao em vigor, quandoas mesmas so omissas.Os exemplos relativamente aos Estatutos e Regulamento Geral Interno quedeixamos em anexo, considerao e anlise dos interessados, no vinculamos possveis scios-fundadores, tendo apenas por objectivo definir critriosorientadores.O passo seguinte consiste na convocao de uma Assembleia Geral paraaprovao dos Estatutos. No que concerne fundao, nomeadamente aquando da celebrao daescritura pblica, so necessrias trs pessoas. Todavia, existe a obrigato-riedade legal da existncia de trs rgos na associao, o executivo ou deadministrao, o fiscal e a assembleia, de preconizar que a associao, parafuncionar, deva ter no mnimo 9 associados, 3 em cada um dos rgos. Deve,ainda, deliberar-se quem e quantas pessoas devem estar presentes na cele-brao da escritura, uma vez que a lei omissa neste caso. Os representantesque estaro presentes na escritura pblica no cartrio notarial devero terpoderes de representao.O Regulamento Geral Interno deve, em tempo prprio, ser aprovado emAssembleia Geral.

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  • 2.1.3 - Inscrio no Registo Nacional de Pessoas ColectivasA Comisso Instaladora tem a responsabilidade de requerer o certificado daadmissibilidade da firma ou denominao (que garante a singularidade damesma relativamente ao objecto determinado) e do carto de pessoa colecti-va junto do Registo Nacional das Pessoas Colectivas atravs de impressosprprios (modelos 10 e 11), apresentados directamente nos servios derecepo do RNPC, com a sede na Praa Silvestre Pinheiro Ferreira, 1-C (estrada de Benfica) Apartado 4064-1502 Lisboa. Posteriormente, obtm-se osdocumentos solicitados (certificado e registo provisrio), a menos que o nomeno seja admitido, sendo neste caso notificados os interessados a procederem necessria alterao.

    2.1.4 - Escritura Pblica da constituio da associao:O processo prossegue com a escritura pblica de constituio da associao aefectuar num Cartrio Notarial escolha, devendo posteriormente remeter-seao Registo Nacional de Pessoas Colectivas uma cpia da escritura acompa-nhada novamente do impresso Modelo 10, devidamente preenchido paraque ento seja emitido o carto definitivo.Atravs da escritura, a associao obtm o reconhecimento normativo. Ainterveno do notrio na celebrao do instrumento pautada exclusiva-mente por um critrio de apreciao da legalidade dos estatutos, sendo que,nunca o poder fazer por um critrio de apreciao de mrito ou oportu-nidade.Os elementos que compem a comisso instaladora devem dirigir-se aocartrio notarial para efectuar a escritura pblica de constituio da associ-ao e apresentar para o efeito os seguintes documentos: -lista identificativa dos fundadores da associao, no minmo trs, que estaropresentes na escritura, assim como as respectivas moradas;-os estatutos;-o certificado de admissibilidade da denominao;-o carto de pessoa colectiva.O acto de constituio, os estatutos e as suas alteraes no produzemefeitos em relao a terceiros, enquanto no forem publicados num jornal ofi-cial.O notrio deve oficiosamente, a expensas da associao, comunicar a consti-tuio e estatutos, bem como as suas alteraes ao Governo Civil da rea darespectiva sede e ao Ministrio Pblico. Posteriormente, deve remeter ao jor-nal oficial (Dirio da Repblica, III srie) um extracto para publicao, quedeve mencionar a denominao, sede social, fins, durao e as condiesessenciais para a admisso, exonerao e excluso de associados.

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    3 Palcio Nacional da Ajuda, 1300-018 Lisboa Tel.: 21 361 45 00 Fax:21 362 18 32 * E-mail: [email protected]

    4 Ver em Anexo - Formulrio fornecido pelo DSRPD.

  • 2.1.5 - Eleio dos rgos SociaisA convocatria dever ser subscrita pelo 1. outorgante da escritura de cons-tituio, ou seja, o primeiro fundador, que igualmente conduzir o processoeleitoral e dar posse aos primeiros rgos eleitos. Os resultados do actoeleitoral devem constar da acta nmero dois, que deve ser assinada pelosmembros da mesa.As eleies devem decorrer de acordo com os estatutos, no que respeita aosrgos, sua composio, forma de apresentao das listas, aos mtodosde eleio, enfim, respeitando as normas de natureza eleitoral que esto pre-sentes nos estatutos, ou na falta delas, seguindo as disposies legaisaplicveis, designadamente do Cdigo Civil.

    2.1.6 - Incio da Actividade FiscalCom o carto, entretanto levantado no RNPC, a associao dever inscrever--se na Repartio de Finanas da rea da sua sede, dando assim incio actividade fiscal. Para o efeito necessrio a cpia da escritura e a cpia dapublicao dos estatutos ou do extracto dos mesmos no Dirio da Repblica.

    ConclusoEm sntese, o processo de constituio de uma associao compreende umconjunto de fases, so elas:1.a reunio de fundao e aprovao de estatutos;2.a obteno de certificado de admissibilidade;3.a escritura pblica;4.a publicaes e registos definitivos;5.a eleio dos rgos sociais;6.a outros actos e obrigaes legais.

    3 - Outras associaes

    3.1 - Associaes JuvenisConstituioDeve formar-se uma comissda futura associao.De seguida deve elaborar-se associao, de acordo com o e obrigaes dos associados,rgos).Aps a elaborao dos esta

    5 O formulrio deve ser acompanhado potatutos onde figurem a natureza jurdica

    6 Ver em anexo - Formulrio da lista de mo instaladora que defina as actividades e o nome

    os estatutos que esclarecem o funcionamento daartigo 167. e seguintes do Cdigo Civil (direitos as relaes institucionais e as competncias dos

    tutos, convoca-se uma Assembleia Geral para

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    r dossis detalhados sobre o projecto em causa, bem como pelos es-, o objecto social da entidade beneficiria e a designao da CAE.ecenas e resumo das actividades apoiadas.

  • MUNICPIO DO SEIXAL CMARA MUNICIPAL

    GIRP-IM Forma de Constituio de Associaes

    Juvenis 2009/12/21

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    Forma de Constituio de Associaes Juvenis

    Requisitos de uma associao juvenil Em termos genricos, uma associao para ser considerada juvenil dever ter como requisito uma

    percentagem de 75% de associados com idade igual ou inferior a 30 anos e o rgo directivo dever

    ser constitudo em igual percentagem por jovens com idade igual ou inferior a 30 anos.

    Constituio A constituio de uma associao juvenil deve obedecer aos seguintes passos : escolher a

    designao da associao (nome) ; elaborar um projecto de estatutos ; marcar uma assembleia geral

    com todos os membros da associao (mnimo de 20) ; aprovar os estatutos na assembleia ;

    elaborar a Acta da reunio de aprovao dos estatutos, subscrita por um mnimo de 20 associados

    presentes na mesma ; requisitar o certificado de admissibilidade de firma ou denominao no Registo

    Nacional de Pessoas Colectivas; se se pretender que a associao tenha personalidade jurdica

    dever efectuar-se a escritura pblica junto de um notrio, que publicar os Estatutos em Dirio da

    Repblica (publicao gratuita) ; se se optar por constituir uma associao sem personalidade

    jurdica dever ento efectuar-se o pedido de reconhecimento atravs do formulrio disponibilizado

    pelo IPJ no Portal da Juventude, enviando para o IPJ por carta registada com aviso de recepo ou

    efectuar o depsito nos servios centrais ou numa delegao regional do IPJ dos seguintes

    documentos: - cpia dos estatutos - cpia da acta da aprovao dos estatutos - certificado de

    admissibilidade de firma ou denominao - declarao emitida pelo presidente da Assembleia Geral

    onde ateste que todos os associados tm mais de 18 anos.

    Noo de personalidade jurdica A personalidade jurdica consiste na aptido genrica para adquirir direitos e contrair obrigaes. A

    personalidade jurdica adquire-se atravs da escritura pblica e consequente publicao dos

    Estatutos em Dirio da Repblica. A entidade passa ento aps este passo a ser reconhecida como

    ser jurdico, capaz de ser sujeito de qualquer relao jurdica.

    De harmonia com o supra exposto, uma associao (pessoa colectiva) sem personalidade jurdica

    consiste somente num grupo informal de indivduos cuja vontade reconhecida em casos pontuais.

    No se tratando deste modo de um ser jurdico.

    Possibilidade de constituir associaes juvenis com e sem personalidade jurdica Actualmente as Associaes juvenis podem constituir-se com e sem personalidade jurdica sendo as

    seguintes as grandes diferenas : as associaes sem personalidade jurdica so reconhecidas pelo

    IPJ nos termos definidos na Lei n. 23/2006 e respectiva portaria. Ao contrrio das associaes com

  • MUNICPIO DO SEIXAL CMARA MUNICIPAL

    GIRP-IM Forma de Constituio de Associaes

    Juvenis 2009/12/21

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    personalidade jurdica as associaes sem personalidade jurdica tm que ser constitudas

    exclusivamente por maiores de 18 anos ; o reconhecimento efectuado pelo IPJ vale to s para

    efeitos da titularidade dos direitos e benefcios dos apoios previstos na Lei n. 23/2006; no podem

    beneficiar das regalias previstas no artigo 10 e 11 do cdigo do IRC embora sendo sujeitos passivos

    desse imposto, conforme artigo 2 do mesmo Cdigo ; e s podero beneficiar das

    isenes/benefcios fiscais previstos no artigo 14 da Lei n. 23/2006, nos casos em que no

    possuam personalidade jurdica, aps 5 anos de inscrio no RNAJ.

    Inscrio de uma associao juvenil com personalidade jurdica Tal como anteriormente referido, o pedido de inscrio poder ser efectuado no Portal da Juventude,

    preenchendo o formulrio disponibilizado. Devero ainda ser enviadas, por correio registado com

    aviso de recepo ou por depsito nos Servios Centrais ou Delegaes do IPJ, as seguintes cpias

    simples dos documentos: - Carto de Contribuinte da Entidade; - Carto de contribuinte do

    Presidente e restantes membros do rgo executivo; - Bilhete de Identidade, frente e verso, do

    Presidente e restantes membros do rgo executivo; - Estatutos publicados em Dirio da Repblica e

    respectivas alteraes caso as hajam; - Estatutos aprovados em assembleia-geral, no mnimo por 20

    elementos, e respectiva acta; - Acta de eleio dos rgos sociais; - Acta de tomada de posse dos

    rgos sociais.

    Inscrio de uma associao juvenil sem personalidade jurdica Tal como de igual modo anteriormente referido, o processo inicia-se com o pedido de

    reconhecimento ao IPJ, que poder ser efectuado no Portal da Juventude, preenchendo o formulrio

    disponibilizado. Devero ainda ser enviados, por correio registado com aviso de recepo ou por

    depsito nos Servios Centrais ou Delegaes do IPJ, as seguintes cpias simples dos documentos:

    - Carto de Contribuinte da Entidade; - Carto de contribuinte do Presidente e restantes membros do

    rgo executivo; - Bilhete de Identidade, frente e verso, do Presidente e restantes membros do rgo

    executivo; - Estatutos aprovados em assembleia-geral, no mnimo por 20 elementos, e respectiva

    acta; - Acta de eleio dos rgos sociais; - Acta de tomada de posse dos rgos sociais; -

    Certificado de Admissibilidade de Firma ou Denominao requerido ao Registo Nacional de Pessoas

    Colectivas. A inscrio no RNAJ feita a requerimento das entidades beneficirias ou oficiosamente

    pelo IPJ.

    Cmara Municipal do SeixalForma de Constituio de Associaes Juvenis Consulte a actualizao do captulo 3.1

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  • estes serem aprovados e transpostos para o livro de actas, devendo aindaantes proceder-se abertura do mesmo atravs do termo de abertura e numerao das pginas, que devem ser rubricadas. As associaes juvenis constituem-se assim com a aprovao dos estatutosem Assembleia Geral, expressamente convocada para o efeito.Esta Assembleia deve ser participada, pelo menos por vinte associados.

    Personalidade Jurdica:Para aquisio de personalidade jurdica, as associaes juvenis enviam aoInstituto Portugus da Juventude (IPJ) os estatutos e a acta de aprovao deconstituio da associao, bem como os demais documentos fiscais e deadmissibilidade do nome da associao.O IPJ envia para o Ministrio Pblico o conjunto de documentao referida, afim de em trinta dias este se pronunciar sobre a legalidade da associao.As associaes juvenis adquirem personalidade jurdica aps a publicao gra-tuita no Dirio da Repblica, III Srie, dos estatutos e demais documentao.As alteraes estatutrias esto igualmente sujeitas a publicao.A constituio e aquisio de personalidade jurdica pelas associaes juvenispode igualmente processar-se nos termos gerais de direito.

    mbito:As associaes juvenis podem ser consideradas de mbito nacional, regional,local ou especial.

    Apoio do Estado:As associaes juvenis podem candidatar-se a apoio financeiro, atravs doIPJ, para a prossecuo dos seus fins.O IPJ pode solicitar s associaes, objecto de apoio financeiro, o relatrio econtas de actividade e documentos comprovativos inerentes s actividades einiciativas apoiadas.Para atribuio dos apoios podem ser exigidas s associaes formas espec-ficas de organizao contabilstica.As associaes juvenis e os grupos de jovens tm o direito a apoio tcnico aconceder pelo IPJ, destinado ao desenvolvimento das suas actividades, quepode revestir as seguintes modalidades: consultoria jurdica e contabilstica;apoio tcnico no domnio da animao sociocultural, socioeducativa edesportiva; e cedncia de material, equipamento e espaos necessrios aodesenvolvimento da sua actividade.

    Mecenato: Aos donativos em dinheiro ou em espcie concedidos s associaes juvenis aplicvel o regime de mecenato educacional.

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  • Excluem-se as organizaes de juventude partidrias e sindicais e as associa-es de mbito especial.

    Isenes e fiscalidade:As associaes juvenis tm direito s isenes fiscais atribudas pela lei spessoas colectivas de utilidade pblica.Beneficiando igualmente das isenes de IVA previstas para as associaessem fins lucrativos, nas transmisses de bens e prestao de servios queefectuem.As associaes juvenis beneficiam ainda das regalias previstas no art. 10.,

    do Dec.-Lei n. 460/77, de 7 de Novembro.

    Tempo de antena:s associaes juvenis garantido o direito de tempo de antena, nos termosda Lei da Televiso e da Lei da Rdio, a ratear segundo a sua representativi-dade.

    Direito de Participao:As associaes juvenis tm o direito de estar representadas nos rgos con-sultivos de mbito nacional, regional ou local, com atribuies no domnio dadefinio e planeamento das polticas da juventude, bem como nos rgoslegalmente previstos de co-gesto na implementao de polticas da juven-tude.

    Estatuto de Utilidade Pblica:As associaes juvenis com efectiva e relevante actividade e registo ininter-rupto junto do IPJ h, pelo menos, cinco anos tm o direito ao reconheci-mento como pessoas colectivas de utilidade pblica para todos os efeitoslegais previstos no art. 2., do Dec.-Lei n. 460/77, de 7 de Novembro.Compete ao primeiro-ministro, precedendo parecer do IPJ, reconhecer opreenchimento das condies exigidas e emitir a respectiva declarao deutilidade pblica.Esta declarao publicada em Dirio da Repblica.

    Registo:O IPJ organiza o Registo Nacional das Associaes Juvenis.As associaes juvenis candidatas ao Registo remetem ao IPJ um requeri-mento instrudo com cpia dos actos de constituio da associao e dosrespectivos estatutos, bem como a documentao probatria do preenchi-mento dos requisitos de qualificao como associao juvenil.As associaes juvenis inscritas no Registo esto obrigadas a enviar anual-mente ao IPJ o relatrio de actividades e relatrio de contas aprovados pelos

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    aranitaNota

  • rgos estatutrios competentes ou a correspondente declarao fiscal derendimentos e o nmero de associados, devendo discriminar o nmero deassociados menores de trinta anos, em 31 de Dezembro do ano anterior. As associaes juvenis podem solicitar ao IPJ declarao para efeitos deiseno de pagamentos das taxas no Registo Nacional de Pessoas Colectivas.O Registo Nacional de Associaes Juvenis (RNAJ) um instrumento de iden-tificao das associaes juvenis que existem em Portugal ou que estejamsediadas no estrangeiro.

    Podem inscrever-se todas as associaes juvenis:-de mbito poltico-partidrio;-de mbito sindical;-de emigrantes; -de carcter socioprofissional;-associaes de estudantes;-federaes de associaes de estudantes; -federaes ou organizaes maioritariamente constitudas por associaesinscritas no RNAJ.

    Podem inscrever-se neste registo as associaes que cumpram os seguintes requisitos:-possuam personalidade jurdica;-todos os scios tenham idade inferior a 30 anos.Ou renam trs dos seguintes requisitos:-possuam personalidade jurdica;-mais de 75 % dos scios tenham idade igual ou inferior a 30 anos;-a direco da associao ter de ser constituda por, pelo menos, 60 % demembros com idade igual ou inferior a 30 (trinta) anos;-a associao seja autnoma e as suas actividades tenham um carcterexpressamente juvenil.

    Para a inscrio so necessrios os seguintes documentos:-ficha de inscrio disponibilizada pelo IPJ, nos Servios Centrais ou nasDelegaes Regionais, ou ainda, fazendo download na sua pgina de Internet;-cpia dos estatutos;-extracto dos estatutos publicado na III Srie do Dirio da Repblica ou do-cumento equivalente;-declarao onde conste o nmero total dos associados, que tm idade infe-rior ou igual a trinta anos, ou no caso de federaes ou unies, do nmero deassociados inscritos no RNAJ, assinada pelo presidente da Mesa de AssembleiaGeral;-declarao onde conste a relao nominal dos membros do rgo executivo

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  • e respectivas datas de nascimento, assinada pelo presidente do mesmo, aqual deve ser actualizada sempre que haja eleies para esse rgo ou queos seus membros sejam substitudos.Estes documentos devem ser entregues na Delegao Regional do IPJ do dis-trito onde se encontra sediada a associao.

    3.2 - Associaes de Estudantes

    As associaes de estudantes so entidades que representam os estudantes dos esta-belecimentos de ensino e compete-lhes proporcionar a defesa dos interesses destes navida escolar e na sociedade.A constituio deste tipo de associao inicia-se pela aprovao dos respectivosEstatutos em Assembleia Geral expressamente convocada para o efeito. A convocatria da Assembleia Geral dever ser subscrita por 10% dos estudantes, aapresentar com antecedncia mnima de 15 (quinze) dias.Considera-se aprovado o projecto de estatutos que obtenha a maioria absoluta de votosvalidamente expressos.Caso nenhum dos projectos obtenha a maioria absoluta dos votos, validamente expres-sos, efectuar-se- uma segunda votao, no prazo mximo de 72 horas, entre os doisprojectos mais votados.As Associaes de Estudantes (AAEE) adquirem personalidade jurdica pelo depsito ouenvio de uma carta registada com aviso de recepo, dos estatutos e da acta da suaaprovao ao Ministrio da Educao e aps publicao, gratuita, no Dirio da Repblica,III Srie.Para efeitos de apreciao da legalidade, o Ministrio da Educao ou as SecretariasRegionais da Educao enviaro os documentos referidos anteriormente ao MinistrioPblico.As alteraes dos estatutos esto sujeitas ao mesmo regime.

    As AAEE beneficiam das seguintes isenes fiscais:-Imposto de selo;-Preparos e custas judiciais;-Os demais benefcios fiscais legalmente atribudos s pessoas colectivas de utilidadepblica.As AAEE beneficiam tambm das seguintes regalias:-Iseno das taxas previstas na legislao sobre espectculos e divertimentos pblicos;-Reduo de 50% nas tarifas postais e telefnicas.

    3.3 - Associaes de Pais As associaes de pais visam a defesa e a promoo dos interesses dos seus associa-dos, no que concerne educao e ao ensino dos seus filhos e educandos. uma formaorganizada dos pais dos alunos e seus encarregados de educao participarem activa-

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    aranitaRiscado

    aranitaRiscado

  • mente no sistema educativo.Cabe s Associao de Pais (AP), atravs dos seus representantes, estabele-cer parcerias junto dos rgos da escola. As AP tm o direito de intervir junto da Direco da Escola, mas tambm juntodo Governo, da Assembleia da Repblica e das Autarquias. No mnimo so necessrios 3 pais ou encarregados de educao para consti-tuir uma associao de pais (o nmero dever ser sempre mpar).O processo de constituio inicia-se com a elaborao de um Projecto deEstatutos, que dever ser apresentado Direco da Escola. A pedido dacomisso recentemente criada, a Direco convoca uma reunio aberta atodos os pais e encarregados de educao, visando a criao da AP.No convite deve constar a seguinte ordem de trabalhos: aprovao dosestatutos da AP e eleio da Comisso Instaladora.A AP pode usar o nome da Escola, com a condio de que a maioria dos seusmembros englobe pais ou encarregados de educao de alunos desse esta-belecimento de ensino.Aps a aprovao dos estatutos, providencia-se a obteno do certificado deadmissibilidade de nome ou denominao, no Registo Nacional de PessoasColectivas (RNPC).O passo seguinte enviar o processo (Estatutos e identificao da ComissoInstaladora da AP eleita, o nome, B.I., morada e telefone de cada um dosmembros e o certificado de admissibilidade de nome ou denominao da asso-ciao emitido pelo RNPC) para a Secretaria-Geral do Ministrio da Educao,sita na Av. 5 de Outubro, n. 107, 1000 Lisboa.Cabe ao Ministrio da Educao a publicao dos Estatutos em Dirio daRepblica, sendo que, para o efeito, envia cpia da documentao Procu-radoria-Geral da Repblica para controlo da legalidade, aps o que promovera respectiva publicao gratuita. Publicados os Estatutos em DR, pede-se o carto de pessoa colectiva noRNPC, mediante exibio de fotocpia da referida publicao dos estatutos emDR. As associaes de pais gozam de personalidade jurdica a partir da datada publicao dos estatutos. Finalmente, procede-se eleio dos rgosSociais da AP.

    3.4 - Instituies Particulares de Solidariedade Social

    So Instituies Particulares de Solidariedade Social as:-Associaes de Solidariedade Social;-Associaes de Voluntriado de Aco Social;-Associaes de Socorros Mtuos;-Fundaes de Solidariedade Social;-Irmandades da Misericrdia.

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  • As instituies regem-se por estatutos livremente elaborados, tendo em contaas disposies do Estatuto das Instituies Particulares de Solidariedade So-cial (IPSS) Dec.-Lei n. 119/83 e demais legislao aplicvel.

    Nos estatutos das IPSS devem constar obrigatoriamente:-A denominao, que no pode confundir-se com denominao de instituiesj existentes;-A sede e mbito de aco;-Os fins e actividades da instituio;-A denominao, a composio e a competncia dos corpos gerentes;-A forma de designar os respectivos membros;-O regime financeiro.No caso de se tratar de instituies que prossigam fins de natureza diversadevero mencionar nos estatutos aqueles que consideram como fins princi-pais.Os estatutos das IPSS e respectivas alteraes no carecem de escriturapblica, desde que seja elaborado o respectivo registo. As IPSS com objec-tivos de segurana social, bem como as organizaes que, no sendo consi-deradas de segurana social, prossigam objectivos do mesmo mbito devemregistar-se junto da Direco-Geral da Segurana Social.

    O registo tem como objectivos:-Comprovar os fins das instituies;-Reconhecer a utilidade pblica das instituies;-Comprovar os factos jurdicos respeitantes s instituies especificados nestediploma;-Permitir a realizao das formas de apoio e cooperao previstas na lei.Os actos que esto sujeitos a registos so:-Os actos jurdicos de constituio ou de fundao das instituies, os respe-ctivos estatutos e suas alteraes;-Os actos jurdicos de constituio ou de fundao das unies, federaes econfederaes de instituies, os respectivos estatutos e suas alteraes;-Os actos jurdicos de integrao, fuso e ciso de instituies;-A extino das instituies, das suas unies, federaes e confederaes e aatribuio dos respectivos bens;-A declarao de nulidade dos actos jurdicos de constituio ou fundao dasinstituies;-A eleio, designao e reconduo dos corpos gerentes;-As decises sobre incapacidades dos membros dos corpos gerentes.O registo dos actos de constituio das instituies lavrado por inscrio eo registo dos demais actos ou factos ser lavrado por averbamento corres-pondente inscrio. Estes actos so gratuitos.

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  • As inscries so lavradas nos livros de registo, por simples extracto, ondedevem constar as seguintes rbricas:-O nmero de inscrio;-A natureza do registo;-A denominao da instituio;-A sede;-Os objectivos principais e secundrios;-A data da recepo do requerimento de registo;-O despacho que autoriza o registo;-Os documentos.No caso dos averbamentos, devero constar indicaes dos factos registadose a identificao dos documentos que serviro de base ao registo.Os actos de registo so efectuados mediante requerimento (cpia do acto deconstituio e cpia dos estatutos) das instituies interessadas, dirigidos aoscentros regionais de segurana social da rea da respectiva sede, que deveroser entregues no prazo de 30 dias a contar da realizao dos actos sujeitos aregisto e sero instrudos com os documentos comprovativos.Os documentos devem ser apresentados em triplicado e, quando se tratam dedocumentos que so cpias de outros documentos, estas devem ser autenti-cadas.Os requerimentos de inscrio da constituio de associaes de solidariedade socialsero assinados por scios fundadores, devidamente identificados, em nmero no infe-rior ao dobro dos membros previstos para os corpos gerentes das mesmas.Na eventualidade dos requerimentos de inscrio da constituio, que tenham adquiri-do personalidade jurdica de acordo com a lei geral, ser mencionada a publicao doDirio da Repblica dos extractos dos estatutos.Os centros regionais informaro os interessados da situao em que os processos seencontram, designadamente atravs de parecer fundamentado sobre a verificao dascondies necessrias efectivao do registo. No prazo de 30 dias a contar da recepodos requerimentos, os centros regionais devero remet-los Direco-Geral daSegurana Social, devidamente informados e acompanhados dos documentos que sir-vam de base ao registo.O registo ser efectuado mediante despacho do director-geral da Segurana Social quedefira o requerimento de registo. A efectuao ou recusa dos actos de registo sercomunicada aos centros regionais de segurana social e s instituies interessadas.

    3.4.1 - Organizaes ReligiosasOs institutos que se proponham prosseguir fins de solidariedade social (fundados, dirigi-dos ou sustentados por organizaes ou instituies religiosas) ficam sujeitos ao regimedas fundaes de solidariedade social, sem prejuzo do esprito e disciplina religiosos queos informam.Estes institutos adquirem personalidade jurdica pelo reconhecimento, o qual

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  • individual e da competncia do ministrio da tutela.A elaborao dos estatutos ter em conta a vontade dos fundadores, testa-dores ou doadores. A sua interpretao orientar-se- por forma a fazer coin-cidir os objectivos essenciais das instituies, as necessidades colectivas emgeral e dos beneficirios em particular, e ainda com a evoluo destas neces-sidades e dos meios/formas de as satisfazer.A personalidade jurdica das instituies canonicamente erectas resulta dasimples participao escrita da ereco cannica feita pelo bispo da dioceseonde se encontram sediadas, ou por seu legtimo representante, aos servioscompetentes para a tutela das mesmas instituies.Os estatutos e as respectivas alteraes no carecem de escritura pblica,contudo devem ser aprovados e autenticados pela autoridade eclesisticacompetente (Conferncia Episcopal). Estes devem consignar a natureza dainstituio e a sua ligao especfica Igreja Catlica.As disposies sobre as organizaes religiosas em geral so aplicveis aosinstitutos de organizaes ou instituies da Igreja Catlica.

    3.4.2 - Associaes de Solidariedade SocialTratam-se de associaes constitudas com os objectivos de apoiar as cri-anas, os jovens, a famlia, a integrao social e comunitria, a proteco doscidados na velhice e invalidez, entre outros.No poder ser considerada associao de solidariedade social uma associ-ao cujo nmero de associados seja inferior ao dobro dos membros previs-tos para os respectivos rgos. Este tipo de associaes adquirem personalidade jurdica atravs do acto deconstituio, que deve constar de escritura pblica. O acto de constituioespecificar:-As quotas, donativos ou servios com que os associados concorrem para opatrimnio social;-A denominao, fim e sede da pessoa colectiva;-A forma do seu funcionamento;-A durao, quando a associao no se constitua por tempo indeterminado.Devero constar dos seus estatutos as condies de admisso e sada dosassociados, os seus direitos, as obrigaes e as sanes pelo no cumpri-mento das mesmas.

    3.5 - Exemplos de outros tipos de associaesConsoante os seus objectivos, as associaes podem ainda ser:Associaes de Defesa do Ambiente destinadas ao desenvolvimento de activi-dades que visam a proteco do patrimnio natural e da qualidade de vida;Associaes de Moradores movidas pelo objectivo de defender interessesrelacionados com o espao habitacional, condies de segurana e qualidade

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  • de vida nas zonas residenciais;Associaes de Desenvolvimento Local vocacionadas para a promoo e arentabilizao de recursos em determinadas reas geogrficas, numa pers-pectiva integradora;Associaes de Defesa do Patrimnio motivadas pelo intuito de preservar opatrimnio cultural de uma determinada regio;Associaes Profissionais constitudas para defesa dos interesses de classesprofissionais especficas;Associaes Mutualistas formadas com o objectivo de investir na protecosocial complementar;Associaes de Doentes e Associaes de Pessoas Portadoras de Deficincia criadas para apoiar as pessoas portadoras de doenas especficas ou com defi-cincia, bem como para divulgar informao e promover a investigao;Associaes de Imigrantes movidas pelo objectivo de defender e promoveros interesses e direitos dos imigrantes e seus descendentes.

    4 - Funcionamento de uma associao

    4.1 - Os seus rgos

    4.1.1 - Assembleia GeralTrata-se do rgo mais importante, o corao da vida associativa o espaoonde os associados podem expressar a sua opinio e decidir atravs do seuvoto.Compete-lhe todas as deliberaes sobre questes fundamentais da vida daAssociao, como sejam a destituio dos titulares dos seus rgos, a aprovaodo balano, a alterao dos estatutos, a extino da associao e a autorizaopara esta demandar os dirigentes por factos praticados no exerccio do cargo.Este rgo possui uma Mesa composta no mnimo por trs elementos, dos quaisum o presidente e os outros podem ser dois secretrios ou um secretrio e umvogal.Os objectivos das reunies da Assembleia Geral consistem em apreciar osrelatrios das actividades efectuadas no ano anterior, aprovar os relatrios decontas, planear o trabalho a fazer nos anos seguintes, eleger os rgos sociaise aprovar sugestes relativas poltica e actividades futuras.As convocatrias para as reunies da Assembleia Geral dependem de factoresque esto relacionados com a dimenso da associao, com a maior ou menordisperso das moradas dos scios, com o meio ambiente onde est inserida, etc.Assim, deixamos alguns exemplos que podem ser considerados:-aviso aos associados, por correio, e aviso por anncio num rgo da imprensalocal;-atravs de boletim prprio;

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  • -por aviso nas instalaes da associao e por anncio num rgo da impren-sa local.A antecedncia mnima para os avisos deve ser de 8 dias, devendo a convo-cao indicar o dia, hora, local da reunio e a respectiva ordem de trabalhos.S sero vlidas as deliberaes tomadas sobre matria estranha ordem dodia, se todos os associados comparecerem reunio e todos concordarem. A assembleia no pode deliberar, em primeira convocao, sem a presena depelo menos metade dos seus associados. Os estatutos podem exigir umnmero de votos superior ao fixado por lei. (No caso de se tratar de umaAssembleia Geral para apresentao de relatrio).

    A ordem de trabalhos normalmente compe-se pelos seguintes pontos:

    Ponto 1 - Desculpas por AusnciaO presidente da Mesa quem habitualmente preside reunio. Numa organi-zao pequena pode ser conveniente mencionar todos aqueles que enviarampedidos de desculpa por no se encontrarem presentes.

    Ponto 2 - Acta da ltima ReunioCertas organizaes fazem circular uma cpia da acta juntamente com orelatrio anual imediatamente a seguir reunio a que se referem. Assim,no necessrio l-la novamente na reunio seguinte. Em muitos casos, opresidente da Mesa considera a leitura da acta da reunio feita no ano ante-rior uma simples perda de tempo, dado que os actuais membros j nemsequer so necessariamente os mesmos que a ela assistiram e pede, portan-to, autorizao para que se considere lida a referida acta. Qualquer que sejao mtodo adoptado, a acta deve ser formalmente aprovada na reunio, assi-nada e datada pelo presidente.

    Ponto 3 Discurso do Presidente da MesaO ponto seguinte da ordem de trabalhos corresponde ao discurso do presi-dente. O presidente deve dar uma ideia geral do trabalho realizado no anotransacto, deixando os factos e os nmeros para os relatrios. Contudo, deve--se ter o cuidado de evitar repeties desnecessrias em relao aos mesmos.

    Ponto 4 Apresentao do Relatrio AnualEm seguida, a vez da apresentao do relatrio. Depois desta apresentao,cabe ao presidente da Mesa desencadear o mecanismo para o esclarecimentode dvidas e comentrios que conduzir apresentao da moo que servotada.

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  • Ponto 5 Aceitao do RelatrioA partir deste momento os participantes encontram-se informados sobre oque se realizou no ano anterior, sendo que para o efeito tiveram oportunidadepara se prenunciar sobre o trabalho desenvolvido, encontrando-se agora emcondies de contriburem de modo mais efectivo para a planificao do anoou dos anos que se seguem.Os livros da organizao devem ser colocados disposio de qualquer mem-bro que deseje consult-los.

    44..11..22 -- DDiirreeccooA Direco um rgo colegial composto por um nmero mpar de titulares.Normalmente, a Direco funciona com um presidente, um vice-presidente, umtesoureiro, um vice-tesoureiro, um primeiro-secretrio, um segundo-secretrio etrs vogais. Nas colectividades mais pequenas uma direco pode funcionar comum presidente, um tesoureiro, um secretrio e dois vogais.Trata-se de um rgo de carcter executivo, ao qual compete gerir a associao etomar as decises relativas ao seu funcionamento, designadamente:-admitir os associados efectivos;-elaborar anualmente o relatrio e as contas do exerccio;-elaborar o plano de actividades e o oramento para o ano seguinte;-assegurar a organizao e o funcionamento dos servios;-gerir os recursos humanos da associao;-zelar pelo cumprimento da lei, dos estatutos, dos regulamentos e das delibe-raes da Assembleia Geral. Os estatutos ou os regulamentos internos determinaro a periodicidade dasreunies ordinrias da Direco e a forma de convocao das suas reunies extra-ordinrias.As funes devem ser distribudas de acordo com a disponibilidade e capacidadede cada um dos seus membros, no entanto, os deveres de um presidente so prin-cipalmente administrativos, enquanto que os de um secretrio so executivos.Deve escolher-se dois elementos que obriguem a associao. Se os estatutos opermitirem, a direco pode delegar em profissionais qualificados, designada-mente na qualidade de directores-delegados, alguns dos seus poderes, incluindoos relativos gesto corrente da associao.O Presidente responsvel pela conduta e pelo cumprimento de um conjunto deorientaes que permitem que as metas traadas sejam atingidas. Obviamente,que o Presidente da Direco deve ser conhecedor dos estatutos da associao,bem como dos vrios procedimentos gerais.Quando preside a uma reunio, o Presidente responsvel pela conduo desta,cabendo-lhe verificar se as questes so tratadas convenientemente e se man-tida a ordem.Uma reunio de direco bem conduzida resolver mais assuntos, far perder

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  • menos tempo e dar maiores oportunidades de expresso e de tomada dedecises slidas.O secretrio de qualquer associao tem uma posio bastante interessante eimportante. O funcionamento eficaz da instituio depende dele; dele queirradiam as diferentes actividades, tem mais a ver com o funcionamento prti-co. Os deveres de um secretrio so puramente executivos, devendo manter--se em contacto contnuo com o presidente. seu dever organizar o trabalhorotineiro, tratar toda a correspondncia, enviar as convocatrias de todas asreunies, definir ordens de trabalho juntamente com o presidente, fazer mi-nutas, escrever o relatrio anual, fornecer informaes teis, etc.Numa entidade de dimenses razoveis existem funcionrios que executamalgumas tarefas que o secretrio lhes delega, no entanto, h organizaes emque o prprio secretrio que realiza todo o trabalho. Cabe ao secretrio aresponsabilidade de definir um local para guardar os livros e documentos daassociao, e no permitir que sejam misturados com qualquer outra coisa.

    Assim e para simplificar o procedimento devem ser organizadas pastas para:-cartas pendentes;-os vrios assuntos que esto pendentes;-o arquivo dos assuntos que j foram tratados mas que por vezes necessrioconsultar;-ficheiros de correspondncia; -minutas;-guardar as folhas do fundo de maneio e um local onde guardar o dinheirodestinado ao mesmo fundo;-base de dados dos vrios associados; -documentao da constituio da Colectividade (Escritura Pblica, DirioOficial onde foram publicados os Estatutos, cpias das primeiras actas, cpiade Regulamento Interno, etc.);-contratos vrios (ttulos de propriedade, arrendamento(s), carto de pessoacolectiva, gua/luz/telefones, seguros, etc.). Qualquer que seja o sistema adoptado, deve ser simples, metdico e estarsuficientemente bem organizado para que, no caso do secretrio ou da pes-soa responsvel ter algum impedimento, outra pessoa, possa continuar o tra-balho sem problemas. Hoje em dia, com a ajuda do sistema informtico e deum conjunto vasto de ferramentas que j existem, a tarefa de organizaoadministrativa da associao encontra-se muito mais facilitada.-A correspondncia deve ser respondida o mais rapidamente possvel. A recepo de dinheiro deve ser sempre acusada na volta do correio.Sugere-se que a correspondncia recebida seja arquivada por ordem alfabti-ca e cronolgica, aps o registo em livro prprio, permitindo, assim, o con-trolo mais fcil da mesma, uma vez que, nesse registo deve constar:

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  • -o nmero de entrada;-a identificao da entidade que envia ou para onde enviada a carta;-a data.

    Recomenda-se que o seu arquivo tenha presente as seguintes regras:-as empresas e instituies so arquivadas pelos nomes seguidos;-os nomes individuais, pelo ltimo apelido e depois o primeiro nome e os se-guintes;-no se consideram os artigos e preposies. S utilizadas em caso de empate;-so distribudas Direco para despacho cpias da correspondncia que foiarquivada, por forma a evitar extravios desagradveis;-este tipo de procedimento facilita a pesquisa posterior caso seja necessrio.-a correspondncia expedida deve ser registada no livro de registo prprio e deveser sempre efectuada em trs vias (original, uma cpia para arquivar no copiadorgeral e a outra para o arquivo).-o Copiador Geral deve estar organizado por ordem numrica, ou seja, deve terem conta nmero de sada do documento (nmero de ordem do livro de registo decorrespondncia expedida).-No arquivo geral, a segunda cpia deve ser arquivada por ordem alfabtica e,dentro desta, por ordem cronolgica. -Para as pequenas despesas do dia-a-dia (ex.:material de escritrio), o secretrionecessita de um fundo de maneio. Este dinheiro facultado pelo tesoureiro. Asdespesas pagas com o fundo de maneio existente, devem ser devidamente docu-mentadas e devem constar num folha de caixa. Em cada incio do ms e medianteo dinheiro que sobrou do ms anterior, o saldo inicial reposto tendo em contauma quantia previamente definida. tambm conveniente possuir um cofre comfechadura para guardar este fundo. O dinheiro pessoal e o da organizao nunca se devem misturar, por forma agarantir uma boa gesto. As contas superiores a um dado valor pr-definido so normalmente pagas pelotesoureiro atravs de cheque.-Outro dos deveres do secretrio o envio de convocatrias, geralmente efectua-do por correio ou fax, a propsito de todas as reunies. Convocar uma reunio portelefone ou por contacto pessoal directo no o procedimento correcto e facil-mente provoca erros quanto data, ao local, etc. As datas e as ordens de trabal-hos devem ser combinadas previamente com o presidente.-O secretrio deve fazer o registo do que se passa em cada reunio atravs de umaacta.As actas devem ser escritas em todas as reunies onde seja tratado qualquerassunto relativo organizao. O mtodo mais vulgar para a elaborao da acta consiste em passar a escrito,aps a reunio, as notas que foram sendo tomadas durante a mesma; mas se

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  • se proceder deste modo, convm escrever as actas o mais rapidamente pos-svel, enquanto ainda se recorda de tudo o que aconteceu.As actas devem ser condensadas e objectivas. Devem, portanto, registartodos os factos importantes e o resultado das discusses, mas os detalhes dasdiscusses em causa e a conversa irrelevante devem ser omitidos.Na introduo da acta devem constar: dia/hora, local, presenas, ordem detrabalhos.Seguidamente, surgir o relato dos trabalhos, das propostas apresentadas eo respectivo resultado das votaes, bem como as declaraes de voto quan-do existirem.Remata-se a acta que, depois de escrita, deve ser apresentada ao presidentepara aprovao, podendo ser depois duplicada e entregue a cada membro daDireco. Deve tambm ser reduzida a escrito em livro prprio para o efeitoe depois assinada pelos membros que estiveram presentes. Este livro cons-titudo, normalmente, por cinquenta ou cem folhas, todas numeradas sequen-cialmente e rubricadas pelo presidente. Tem tambm um termo de abertura eum termo de encerramento, que podem ter mais ou menos os seguintesmoldes:

    TERMO DE ABERTURA:

    "Vai este livro servir de Livro de Actas da Direco, o qual contm ___ folhas,numeradas de um a ______, todas rubricadas com ___________, rubrica deque fao uso.Seixal, _________________________

    O Presidente da Direco"

    TERMO DE ENCERRAMENTO:

    "Este livro de __________ folhas numeradas e rubricadas, serviu para regis-to de presenas dos membros, nas reunio de Direco da _____-________________________ realizadas entre _________ e __________.

    Seixal, _________________________

    O Presidente da Direco"

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  • - Todas as organizaes, por muito pequenas que sejam, devem apresentar um relatrioanual, onde so indicadas as iniciativas tomadas durante o ano e que proposto aprovao dos associados no decurso da Assembleia Geral Ordinria. dever do secretriocompilar este relatrio, tarefa em que normalmente auxiliado pelo presidente.

    O tesoureiro responsvel pelas transaces financeiras da colectividade ou associao.Os seus deveres consistem em:-fazer a gesto das quotas;-pagar contas; -examinar gastos;-manter em dia os livros de contas (quando no existe algum responsvel pela contabi-lidade); -dar informaes sobre a posio financeira da organizao;-preparar o relatrio e contas a apresentar Assembleia Geral Ordinria;-aconselhar quanto ao uso de fundos para fins especiais e sobre as finanas da organiza-o em geral.Para fazer a contabilidade da organizao, caso ela no tenha contabilidade organizada,no necessrio dispor de muitos livros. Um livro de bancos, um livro de caixa e umficheiro de correspondncia sero os essenciais. Hoje em dia, com as novas tecnologias aonvel da informtica, os livros em papel podem ser substitudos por programas simples quepor vezes so criados na prpria associao. No caso da organizao ter contabilidadeorganizada, esta deve ser da responsabilidade de um especialista que pode ou no per-tencer associao. No existem regras definidas quanto escrita do livro de caixa. Os ttulos Receitas eDespesas ou Dbito e Crdito so igualmente correctos; as receitas devem ser escritas esquerda e as despesas direita.No livro de caixa registado tudo o que pago ou recebido por caixa. A informtica facili-ta bastante este procedimento porque em excel pode ser criada uma folha para cada msdo ano, onde se faz o registo das entradas e das sadas. Estes registos devem ser sem-pre acompanhados por um recibo ou factura/recibo que comprova a despesa. Todos osdocumentos devem ser guardados em pastas devidamente organizados por meses, nodevem apenas ser registados. H tambm quem acompanhe os documentos (facturas/recibos, recibo, ou outros) comuma folha de pagamento/recebimento onde identifica e caracteriza a operao. O livro de caixa deve ser mantido em dia, a fim de permitir conhecer em qualquer momen-to a posio financeira da organizao.Existem livros de bancos, tal como os de caixa, venda j preparados para o efeito,no entanto tambm podem ser criados em ficheiros de excel, construindo um paracada conta com vrias folhas consoante o ms do ano. Este registo deve sempre ser acompanhado por documento justificativo. No caso deser efectuado um depsito (entrada de dinheiro para a associao), toda a infor-mao referente ao mesmo dever ser anexada na pasta adequada, o talo de

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  • depsito com o nmero correspondente ao da folha de banco, a cpia de cheque(caso tenha sido pagamento por cheque) e a cpia do documento emitido pela asso-ciao (recibo ou outro documento comprovativo do recebimento).Se se tratar de um levantamento (sada de dinheiro da conta da associao) a infor-mao resultante do mesmo dever ser anexada com o nmero correspondente aoda folha de banco, emitida uma nota de despesa e documento comprovativo dadespesa (factura e respectivo recibo ou documento equivalente).Quando se trata de uma transferncia bancria, o banco envia um talo a avisarque entrou ou que saiu dinheiro conforme se trate de um recebimento ou de umpagamento. O talo de aviso do banco deve ser arquivado na respectiva pasta eposteriormente registado na folha do banco como entrada ou sada. O nmero quelhe foi atribudo na folha do banco deve constar no documento. Em anexo deve sercolocada uma folha de pagamentos/recebimentos interna da associao a identi-ficar a operao.De vez em quando, a caixa deve ser conferida para que se verifique se o valorda sua folha corresponde ao valor fsico existente. Para se obter o valor dosbancos, basta somar os saldos das vrias contas pelos extractos e compar--los com os das folhas do banco. Por vezes, podem existir diferenas queresultem, por exemplo, de despesas que o banco cobra para realizar algumasoperaes. Pode tambm acontecer que algum cheque que j foi entreguepara pagamento ainda no tenha sido descontado. Portanto, h que terateno e periodicamente fazer uma comparao entre o extracto bancrio ea folha de banco correspondente. O tesoureiro deve fazer periodicamente um resumo da situao financeira daassociao para apresentar nas reunies. Quando este no puder estar pre-sente, deve envi-lo ao secretrio que o divulgar aos outros membros.Ateno:Quando a associao dispe de contabilidade organizada, periodicamentedeve enviar os documentos devidamente organizados numa pasta para o TOC(Tcnico Oficial de Contas) classificar e apurar os impostos.Ser prudente garantir que qualquer gasto elevado ou no habitual seja con-venientemente autorizado e registado em acta, para deste modo precaverproblemas futuros.O tesoureiro deve apresentar a situao financeira da organizao periodica-mente. Se o fizer de forma regular, facilita a preparao do relatrio de con-tas anual a apresentar Assembleia Geral Ordinria. Ao preparar um relatrio de receitas e despesas, o tesoureiro deve verificarprimeiro todas as receitas pelo livro correspondente e pelos tales de contabancria, ou os recibos no caso de pagamentos feitos em dinheiro. Deve verificarse os documentos esto todos correctamente numerados, etc. Se a contabilidadefor rigorosa, a preparao de um relatrio simples no ser difcil.O balano obtido deduzindo as despesas das receitas; a quantia resultante

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  • deve ser comparada com o dinheiro disponvel na conta bancria e com asquantias existentes em dinheiro, de forma o mais simplista possvel.Depois de analisado e aprovado em Assembleia Geral, o relatrio de contasser acrescentado ao relatrio anual de actividades, juntamente com a listade quem o assina.

    4.1.3 - Conselho FiscalO conselho fiscal um rgo colegial constitudo por um nmero mpar de ti-tulares, em que um dos quais presidir. No mnimo, composto por trs ele-mentos, dos quais um o presidente e os outros dois vogais ou um secretrioe um relator.Trata-se de um rgo fiscalizador, o qual est incumbido de zelar pelo cumpri-mento dos estatutos e da lei em vigor, ao nvel da actividade administrativa efinanceira da associao, particularmente:-examinar a escriturao e os documentos;-dar parecer sobre o Relatrio e Contas do exerccio, bem como sobre o Planode Actividades e Oramento para o ano seguinte;-dar parecer sobre quaisquer assuntos que os outros rgos associativos sub-metam sua apreciao;-verificar o cumprimento da lei, dos estatutos e dos regulamentos.Na anlise financeira pode ser coadjuvado por um tcnico oficial de contas(caso exista).

    4.2 - Relacionamento dos rgosA relao que se estabelece entre os vrios rgos de uma associao umarelao democrtica que se baseia na forma como estes cumprem as suascompetncias sem interferirem no mbito de interveno uns dos outros.Para alm das disposies definidas nos estatutos que so especficas de cadaassociao e da lei geral aplicvel, as associaes podem elaborar regula-mentos de Direco e da Assembleia Geral que contribuem para a melhordefinio das funes. Estes documentos tm como objectivo fixar regras defuncionamento interno dos rgos para que assim exista harmonia e coope-rao. Das reunies de qualquer rgo colegial devem ser sempre lavradas actas, asquais devem ser obrigatoriamente assinadas por todos os presentes ou, nocaso da Assembleia Geral, pelos membros da respectiva mesa, pois esta ini-ciativa permite garantir a segurana das deliberaes tomados pelos rgossociais e assegurar a sua transparncia face aos associados.Podem ser ainda criados outros rgos com funes consultivas ou executi-vas, que devero estar previstos nos estatutos ou regulamentos internos.

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  • 5 - Planeamento e Instrumentos de Gesto

    5.1 - Planeamento ...... examinar o futuro, delinear um plano de aco (Fayol,1948);... tomar decises (Koentz, 1958);... concepo de um futuro desejado e dos modos de o realizar... (Ackoff,1970);... pensar o futuro (Bolan, 1974).

    O planeamento caracteriza-se, assim, por uma atitude de "antecipao" implicandoum exame preventivo de problemas/aces e um conhecimento real da comunidadelocal, criando-se condies para a implementao de um modelo mais seguro e efi-caz. Mas estas decises de planeamento no podem ser tomadas de forma isolada eextempornea. Os dirigentes devem ponderar muito bem os projectos e actividadesa desenvolver pela associao e a sua capacidade para obter as receitas necessrias sua implementao.No seguimento do exposto, e em termos genricos, podemos esquematizar os pas-sos para a realizao de um planeamento:

    1 - Diagnstico ou estudo da situaoPara que se possa planear necessrio estarmos na posse dos seguintes elementos:-conhecimento do meio envolvente (estudo da realidade que envolve a associao.Por exemplo, as escolas; as empresas; hbitos de ocupao de tempos livres; infra--estruturas; outras colectividades; etc.);-conhecimento dos recursos da associao ao nvel material, financeiro e humano;-balano da actividade anteriormente desenvolvida.

    2 - Definio de objectivosSem estabelecer o que se quer, no se sabe o que fazer. Os objectivos e metas douma orientao importante neste sentido.Importa ainda referir que os objectivos podem ser de curto/mdio/longo prazo e sec-toriais (para cada sector especfico devero existir objectivos correspondentes).Podem distinguir-se os objectivos, consoante o seu nvel de execuo, isto , objec-tivos gerais (para toda a associao), objectivos especficos (para cada sector) eobjectivos operacionais (para cada actividade).

    3 - Programao ou definio de estratgias de acordo com os objectivostraados com os sectores e sua actividade. Definio da avaliaoa) Definir concretamente os sectores ou reas de actuao e os objectivos corres-pondentes a esses sectores. Tem de existir uma correspondncia entre os vriosnveis de objectivos estabelecidos.b) Criar uma estratgia para alcanar esses objectivos (melhor forma de alcanar os

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  • fins). Essa estratgia dever ter em conta as actividades programadas, os meiosnecessrios para as desenvolver (recursos materiais, financeiros e humanos) e asformas de sensibilizao, divulgao, etc.c) Determinar concretamente quais as actividades a organizar para cada sector. Aprogramao das actividades (que actividades, que objectivos, que horrios, a quemse dirigem e quem so os responsveis) dever ser elaborada, atendendo aos objec-tivos para cada rea, sem esquecer as restries financeiras, materiais e humanas. d) Definir o mtodo de avaliao intermdio. Estabelecer formas de avaliao inter-mdia que possibilitem reformular as estratgias quando necessrio.

    4 - Realizao de actividadesSe todos os passos forem cumpridos natural que as actividades resultemcom sucesso. No entanto, h que definir bem quais as funes de cada ele-mento, para que cada um saiba, exactamente, qual a sua responsabilidade. 5 - AvaliaoEstabelecer uma forma de avaliao que permita ponderar os resultados finaise que possibilite melhorar o desempenho da associao.

    5.2 - Instrumentos de gestoOs Estatutos e/ou o Regulamento Geral Interno de uma associao definem aforma de apresentao, discusso e votao daquilo que designamos porinstrumentos de gesto, em Assembleia Geral. No caso, do exemplo, deEstatutos e Regulamento Geral Interno que anexamos, define-se que aAssembleia Geral reunir ordinariamente:

    -At ao fim do ms de Fevereiro de cada ano, para apreciao, discusso evotao do Relatrio e Contas da Direco e o respectivo parecer do ConselhoFiscal;-At ao dia 31 de Dezembro de cada ano, para apresentao, discusso evotao do Plano de Actividades e Oramento da associao para o anoseguinte.Obviamente que os instrumentos de gesto variam de associao para asso-ciao, tendo em conta a vida de cada uma delas, pelo que no h lugar apadres rigorosos.O Oramento e o Plano de Actividades devem indicar aos associados o que sepretende realizar no ano seguinte, tendo por base o planeamento que foirealizado e os recursos que sero despendidos.O plano de actividades no mais que um documento onde consta a estrat-gia que foi definida, apesar de no existirem minutas especficas o plano deveconter uma parte de Introduo onde a associao faz uma breve abordagemdos pontos mais importantes que o documento vai focar. Depois, o ponto rela-cionado com a Administrao onde se estabelece a estratgia que vai ser

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  • seguida a este nvel. A seguir, deve constar o ponto relacionado com asInstalaes, onde se refere a tctica que a associao vai desenvolver, tendoem conta as instalaes e as necessidades existentes. Pretende-se maximizarou mesmo remodelar o que j existe, planear novas construes tendo emateno a actividade futura. O captulo seguinte relativo s Actividades,neste ponto necessrio fazer-se uma caracterizao da estratgia das activi-dades, devendo separadamente fazer meno s actividades desportivas,recreativas e outras (que eventualmente existam).O Plano de Actividades encerra com um captulo das Concluses onde se fazo encerramento com aluso aos pontos mais preponderantes.Uma associao sem fins lucrativos desenvolve a sua actividade sem que ofim ltimo seja o lucro. No entanto, existem formas que permitem mesmadesenvolver as actividades estatutariamente definidas.A capacidade de determinar, com a maior exactido possvel, as necessidadesfinanceiras da associao e fazer uma adequada gesto oramental, quer noque se refere receita quer no que se refere despesa, so dois elementosfundamentais para garantir o desejado equilbrio financeiro e consequente-mente a concretizao dos objectivos financeiros da Associao.O oramento no mais do que transpor para nmeros, aquilo que se definiucomo estratgico. Antes de serem desenvolvidos esforos para obter fundos, fundamental que seja conhecido qual o montante necessrio para desen-volver as actividades planeadas. O passo seguinte ento saber como obtera verba conveniente.Em sntese, a existncia de actividades e objectivos que levam necessi-dade da Associao elaborar um oramento.

    O volume do oramento um factor muito importante para se obter resulta-dos desportivos notveis e mais e melhores actividades culturais/recreativas,contudo, este no o nico factor.A dificuldade de tudo isto consiste em manter em equilbrio todas as peasdeste "jogo".

    O instrumento que ajuda no processo de identificao das necessidades dereceitas e de despesas o Oramento da Associao. Portanto torna-se indis-pensvel definir um oramento previsional. Assim, h que ter em ateno osseguintes pontos:- A responsabilidade de elaborao e coordenao do oramento geralmente do tesoureiro ou do director financeiro da associao, com a colaborao e

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    AAccttiivviiddaaddeess OObbjjeeccttiivvooss OOrraammeennttoo

  • ajuda do presidente e restantes membros da Direco;- O oramento geral da associao deve ter como base os oramentos de cadaseco ou departamento da associao;- Cada responsvel de departamento/seco, do bar, da loja, etc. deve apoiara elaborao do oramento geral, identificando todas as possveis receitas edespesas;- Tendo em conta a informao obtida deve ser feita uma lista com todos oscustos essenciais e, se possvel, devem ser utilizadas as contas do ano ante-rior para comparar a evoluo dos valores;- Devem ser feitos os ajustamentos contando com a inflao e tambm comos 10% do provvel aumento dos despesas (deixe uma margem de 10% decontingente de despesas e de receitas);- O oramento deve ser reapreciado para que se torne o mais realista poss-vel de forma a que todos os dirigentes o considerem alcanvel;- Podem existir desenvolvimentos e acontecimentos inesperados na actividadeda associao que simplesmente no so previstos, logo o oramento deveser ajustado de acordo com esses acontecimentos e desenvolvimentos;- O oramento pode servir de meio de comunicao e delegao no sentidodescendente das seces da associao.O oramento no mais do que uma declarao antecipada das fontesprovveis de receita e dos custos que a associao ir ter. Trata-se de uminstrumento de gesto dinmico e flexvel, para se adaptar s eventuaismudanas e ocorrncias no previstas, e deve balizar a actividade da asso-ciao e no ser apenas um ritual, cujo produto final um documento paraficar arquivado num dossi que ningum consulta.

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    ORAMENTODA ASSOCIAO

    Define umObjectivo de ReceitaObjectivo

    de Despesa

    Estratgiapara alcanar

    o Objectivo de Receita

    Estratgiapara alcanar

    o Objectivo de Despesa

  • As decises de gesto e o modo como as actividades vo ser geridas devemconstituir uma estratgia integrada e coordenada com o oramento paraalcanar os objectivos financeiros estabelecidos.

    Uma das regras fundamentais consiste em que todas as despesas em cadaano sejam justificadas pelos dirigentes, pois uma importante forma deescapar ao hbito de comear todo o oramento anual, com base nos valoresdo ltimo ano e acrescentar a todos os itens uma percentagem de crescimen-to. O chamado oramento de base-zero implica fazer a justificao de todosos pontos do oramento cada vez que se elabora um novo oramento para oano seguinte. O objectivo eliminar alguns custos que deixaram de sernecessrios e que foram assumidos em anos transactos, importanterespeitar o princpio de que nenhuma despesa deve ser tomada como certa.Contudo, este mtodo do oramento de base-zero leva mais tempo a ser ela-borado.

    Para questionar a viabilidade do oramento, devemos ter presentes doisaspectos importantes:- Se realmente possvel associao atingir o objectivo de receitas. Asfontes de financiamento apresentadas no plano sero suficientes para supor-tar o desenvolvimento das actividades e projectos da associao;- Os custos so realmente os que foram definidos. Se os custos no vo dis-parar e se podem ser controlados.Como j referimos um dos objectivos da oramentao precisamente pla-near as necessidades de capital.De uma forma simples as receitas consistem no total do montante de dinheiroque uma associao recebe antes de serem deduzidas quaisquer despesas. Asreceitas podem classificar-se nomeadamente em:- Quotizao;- Mensalidades;- Subsdios recebidos;- Donativos;- Receitas suplementares (de actividades que no constituem o objectivo prin-cipal da associao, tais como alugueres, bar, restaurante, bomba de gasoli-na, publicidade ou patrocnios, etc.);- Outras receitas.As despesas de forma simples compe-se pelo montante de dinheiro que a as-sociao gasta no desenvolvimento das suas actividades e podem-se classi-ficar da seguinte forma:- Despesas de compras ou consumos de materiais e equipamentos neces-srios realizao das actividades;- Despesas com o fornecimento de servios de terceiros (gua, electricidade,

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  • telefone, combustveis, transportes, materiais de conservao);- Despesas de impostos (directos e indirectos);- Despesas com pessoal (salrios, prmios, encargos com as Finanas eSegurana Social, seguros);- Despesas financeiras (juros, taxas bancrias);- Outras despesas e encargos.Outra noo importante a que j nos referimos num outro captulo o fundode caixa ou fundo de maneio. Ou seja, a pequena quantia em dinheiro exis-tente no caixa (tesoureiro, por exemplo), destinada a pagar as pequenas con-tas ou despesas. Contudo, a autorizao para realizar uma despesa no terde ser sempre pedida ao tesoureiro, algumas seces/departamentos podemter uma maior ou menor autonomia financeira para a realizao de certasdespesas. As entradas e sadas de dinheiro registam-se na folha de caixa earquiva-se o respectivo documento comprovativo da despesa, a este tipo demovimentos d-se o nome de fluxo de tesouraria.Os artigos adquiridos e pagos em dinheiro so normalmente os de pequenovalor, por exemplo, os selos dos CTT, canetas, etc.O fluxo de tesouraria no deve ser esquecido quando se elabora o oramentode receitas e despesas, conveniente prever (quando possvel) os momentosem que acontecem as maiores despesas. Aos perodos de maior despesadevem corresponder perodos de maior receita. Planear o fluxo de tesourariapermite detectar com antecedncia se o dinheiro acumulado est disponvelpara responder a perodos de despesa mais elevados, mesmo quando a recei-ta for baixa. Para precaver este tipo de problemas, as associaes podemelaborar o oramento de tesouraria.Para o controlo e acompanhamento do oramento, a organizao pode optarpor realizar um relatrio financeiro mensal ou mesmo trimestral. Trata-se deuma simples demonstrao financeira que resume o grau de execuo dooramento no final de cada ms ou trimestre. Este balano uma espcie defotografia das receitas e despesas j realizadas e por realizar. Quando a asso-ciao opta por este mtodo de trabalho, a realizao do relatrio anual ficafacilitada, uma vez que a informao financeira est j recolhida, basta tra-t-la.O dirigente responsvel pela rea financeira deve preparar o balano mensalou trimestral para as reunies regulares da Direco. Este balano mostra areceita e despesa durante o ltimo perodo, incluindo tambm um resumo daexecuo do oramento at data. Os resultados so avaliados em compara-o com o que foi oramentado perodo a perodo e item por item. As vari-aes no que respeita obteno de proveitos e realizao de despesa, tmde ser explicadas, pois servem como ponto de referncia para a tomada dedecises correctivas e consequente implementao de aces e iniciativas quealterem o actual estado da situao.

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  • Este balano permite por sua vez determinar e acompanhar, o mais cedo pos-svel, os desvios de execuo do oramento entre o que foi oramentado e oque est a ser realizado.

    O relatrio e contas, em princpio, ter a mesma estrutura do plano de actividades:

    1 Introduo;2 Administrao e instalaes;3 Actividades;4 Concluses.

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    Correco a curto prazo

    Prevenoa longo prazo

    Correco(reagir)

    Planear(prever)

    Diferena(controlar)

    Executar(agir)

    AAnnlliissee

    AAvvaalliiaaoo

    MMeeddiiddaa

    OObbjjeeccttiivvooss

    Estratgica da Associaoa mdio prazo

    EESSTTRRAATTGGIIAA

    OORRAAMMEENNTTOO

    CCOONNTTRROOLLOO

    Previso das receitas Plano de actividades anual

    OOrraammeennttooddaa AAssssoocciiaaoo

    (oramentode explorao)

    FFoonntteess ddee ffiinnaanncciiaammeennttoo

    OORRAAMMEENNTTOOPrevises

    dos resultadosfinanceiros da

    Associao

    Balanos mensaise anual

  • O objectivo do relatrio relatar e dar a conhecer as actividades realizadaspela associao ao longo do ano anterior. Deve, portanto, valorizar o trabalhorealizado e justificar as aces que, apesar de estarem programadas, no seconcretizaram. Juntamente, a Direco deve apresentar as contas da gern-cia referentes ao perodo em causa.Se a associao tiver actividades fora do seu mbito estatutrio, de ndolecomercial, como, por exemplo: funcionamento de bar e contratos de publici-dade, obriga-se a ter contabilidade organizada sob a responsabilidade de umtcnico oficial de contas.No caso de se cingir a actividades definidas nos seus Estatutos poder apre-sentar contas de modo "simplificado" (ver exemplo em anexo).

    6 - Fontes de financiamento

    No que respeita a fontes de receita para a associao destacamos:- Receitas Ordinrias:Jias e quotas pagas pelos associadosTrata-se de valores que so definidos pelos rgos prprios e que so pagos pelosscios para poderem usufruir dos seus direitos. As quotas so normalmente val-ores mensais.

    Comparticipaes dos associados e outros utentes relativamente a actividadesdesenvolvidasNormalmente, generaliza-se e d-se o nome de mensalidade a estas compartici-paes. Os utentes (associados ou no) pagam uma determinada quantia parapoderem participar numa actividade. Essa quantia, em geral, inferior ao valorpraticado no mercado porque o objectivo da associao no o lucro, mas simcontribuir para o bem-estar comum da comunidade onde se insere.

    Rendimentos prpriosA colectividade pode ter receitas prprias para fazer face s despesas que estoinerentes sua actividade.Estas receitas podem advir de bens que so propriedade da associao ou outros(explorao de loja ou bar, rendas, etc.).

    - Receitas Extraordinrias:Doaes, legados, heranas e respectivos rendimentosPor vezes, h organizaes e mesmo particulares que fazem doaes ou deixam her-anas s associaes. Ficando estas com a possibilidade de obter rendimento parafinanciar o seu normal funcionamento. A esta situao pode estar associado o cumpri-mento de alguns requisitos impostos pelo doador ou por quem deixa a herana.

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  • Produtos de festas ou outros eventos organizadosA organizao pode, para angariar receitas para financiar a sua actividade,promover festas e eventos. Em simultneo, est a contribuir para que a comu-nidade ocupe de forma saudvel os seus tempos de lazer.

    Subsdios obtidos mediante acordos de cooperao celebrados com o EstadoEste tipo de acordos de cooperao enquadram a relao de parceria que ori-gina o desenvolvimento de um conjunto de actividades de solidariedade.Podem basicamente ser tpicos (quando tm por objectivo actividades previs-tas na lei) ou atpicos (quando se referem prossecuo de outros fins).Esto, ainda, inseridos neste tipo de acordos aqueles que se estabelecementre as partes relativamente a gesto de equipamentos que so de pro-priedade do Estado.Outros apoios que as associaes podem obter so protocolos que garantemo apoio tcnico e financeiro.O Estado ainda reconhece o contributo das associaes ao nvel do desen-volvimento de actividades consideradas de utilidade pblica. Assim, definiuum conjunto de benefcios fiscais no sentido de estimular o desenvolvimentodas suas actividades.

    Mecenato e donativos O Mecenato consiste num conjunto de incentivos fiscais que visam impulsio-nar, quer as empresas quer os particulares a procederem concesso dedonativos a favor das associaes.Os donativos englobam todas as compensaes concedidas, quer em dinheiroquer em espcie s entidades, cujo objecto se situe no mbito desportivo cul-tural ou recreativo e que sejam realizadas sem qualquer contrapartida.

    7 - Funcionrios e colaboradores da associaoPara o desenvolvimento da sua actividade as associaes podero valer-se dotrabalho autnomo e/ou subordinado.

    7.1 - ContratosO trabalho subordinado regulado e delimitado atravs da figura jurdica docontrato individual de trabalho, que segundo o art.. n.1 da Lei do Contratode Trabalho, aquele pelo qual uma pessoa se obriga, mediante retribuio,a prestar a sua actividade intelectual ou manual a outra pessoa, sob a autori-dade e direco desta.Da celebrao de um contrato de trabalho emerge para as partes contratantesum conjunto de direitos e deveres, ficando o trabalhador numa posio dedependncia (subordinao jurdica), enquanto que o empregador passa a ter

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  • uma posio de "poder", de direco e de autoridade.A subordinao jurdica do trabalho traduz-se no dever de acatar as normasprovenientes da entidade patronal, quer relativas aos processos tcnicos dotrabalho e ao modo de execuo das prprias tarefas, quer organizaointerna da associao, horrio, funcionamento, procedimentos burocrticos edisciplinares, regras de higiene e segurana da associao.O trabalho autnomo tem a sua expresso jurdica no contrato de prestaode servios, regulado e previsto no art. n. 1154 do Cdigo Civil: "aquele emque uma das partes se obriga a proporcionar outra certo resultado do seutrabalho manual ou intelectual, com ou sem retribuio." No contrato de prestao de servios h algum que trabalha, aplicando assuas capacidades fsicas, manuais e intelectuais ao servio dos interessesalheios. Contudo, este trabalhador no se coloca, por fora do contrato quecelebra, numa situao de dependncia ou subordinao jurdica. O traba-lhador s se obriga a proporcionar a outrem o resultado do seu trabalho, srecebe de uma forma genrica orientaes sobre o resultado a alcanar e per-tence-lhe a liberdade da organizar todos os meios para realizar o trabalho.

    7.1.1 - Trabalho subordinado Contrato de trabalho sem termoO contrato de trabalho sem termo aquele que, no tendo uma durao pre-viamente fixada pelas partes, poder durar indeterminadamente, tendomesmo tendncia perdurabilidade, s cessando nos termos da lei. No existe nenhum formalismo especial para a celebrao do contrato, po-dendo as partes faz-lo verbalmente ou por escrito. Porm, em qualquer caso,deve a entidade patronal fornecer ao trabalhador, por escrito, informao so-bre os elementos essenciais dos respectivos contratos ou relaes de traba-lho, tais como:- a identidade das partes;- o local de trabalho;- o perodo normal de trabalho dirio e semanal;- a data de celebrao do contrato e a do incio dos seus efeitos;- a categoria do trabalhador e a caracterizao sumria do seu contedo;- o valor e periodicidade da remunerao de base inicial, bem como as demaisprestaes retributivas;- os prazos de aviso prvio a observar pelas partes no caso de denncia ouresciso do contrato. Durante o perodo experimental, e salvo acordo escrito em contrrio, qualqueruma das partes pode rescindir o contrato sem aviso prvio e sem necessidadede invocao de justa causa, no havendo direito a qualquer indemnizao.

    O perodo experimental tem a seguinte durao:- 60 dias para a generalidade dos trabalhadores ou 90 dias se a associao

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  • tiver at 20 trabalhadores;- 180 dias para os trabalhadores que exeram cargos de complexidade tcni-ca, elevado grau de responsabilidade ou funes de confiana.Estes prazos de durao do perodo experimental podem ser reduzidos porvontade das partes.

    7.1.2 - Trabalho subordinado Contrato de trabalho a termo certo aquele em que as partes fazem depender a sua cessao ou fim da verificao de umdeterminado momento, em funo de uma data ou de outra circunstncia que se pro-duzir em momento certo. Ex: um Contrato de Trabalho a 6, 12, 18 meses. Este tipo de contrato regulado pelo D.L. n. 64-A/89, de 27 de Fevereiro. De acordo com o art. 41. do Decreto-Lei n. 64-A /89, de 27 Fevereiro e sem preju-zo da reforma por velhice, a celebrao de contrato de trabalho a termo s admitidanos casos seguintes:a) Substituio temporria de trabalhador que, por qualquer razo, se encontre impe-dido de prestar servio ou em relao ao qual esteja pendente em juzo aco de apre-ciao da ilicitude do despedimento;b) Acrscimo temporrio ou excepcional da actividade da associao;c) Actividades sazonais;d) Execuo de uma tarefa ocasional ou servio determinado precisamente definido eno duradouro;e) Lanamento de uma nova actividade de durao incerta, bem como o incio delaborao da associao;f) Desenvolvimento de projectos, incluindo concepo, investigao, direco e fis-calizao, no inseridos na actividade corrente da entidade empregadora;g) Contratao de trabalhadores procura de primeiro emprego ou de desempre-gados de longa durao ou noutras situaes previstas em legislao especial depoltica de emprego.A celebrao de contratos a termo, fora dos casos referidos na lei, implica a nuli-dade da estipulao do termo, adquirindo o trabalhador o direito qualidade detrabalhador permanente da associao.A estipulao do termo ser igualmente nula, com as consequncias previstasanteriormente, sempre que tiver por fim iludir as disposies que regulam os con-tratos sem termo.Cabe ao empregador o nus da prova dos factos e circunstncias que fundamen-tam a celebrao de um contrato a termo, sem prejuzo do disposto no n. 1 doartigo 3. da Lei n. 38/96, de 31 de Agosto.Contudo no basta invocar um dos motivos atrs expostos, necessrio a sua fun-damentao e se possvel a sua prova documental. A durao deste tipo de contratos convencionada pelo prazo que as partes deter-minaram. No entanto, este prazo s poder ser inferior a 6 meses, quando estiv-er em causa tarefa ou servio com durao pr-estabelecida inferior quele prazo.

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  • Caso contrrio, o contrato considera-se celebrado pelo prazo de seis meses. A celebrao sucessiva e/ou intervalada de contratos de trabalho a termo, entre asmesmas partes, para o exerccio das mesmas funes ou para satisfao das mes-mas necessidades do empregador determina a converso automtica da relaojurdica em contrato sem termo.O contrato de trabalho a termo certo s permite 2 renovaes, desde que nocmputo de durao total do contrato no seja ultrapassado o perodo de 3anos consecutivos. A associao dever comunicar ao trabalhador com 8 diasde antecedncia do termo, se a sua pretenso for a de no renovar o contra-to, sob pena de o contrato se renovar automaticamente por igual perodo outransformar-se em contrato sem termo, se se tratar da ltima renovao.O contrato de trabalho a termo deve ser reduzido a escrito onde constarobrigatoriamente a identificao das partes outorgantes, categoria profissio-nal a atribuir ao trabalhador, local e horrio de trabalho, data de incio, prazoestipulado, data de celebrao e motivo justificativo.O perodo experimental normalmente de 30 dias, mas h casos excepcionaiscomo o caso dos contratos com durao inferior a 6 meses em que adurao 15 dias.

    7.1.2.1 - Contrato de trabalho desportivo - Caso particular de contrato detrabalho a termo certoO contrato de trabalho desportivo encontra-se sujeito a um regime jurdicoespecial, regime este que se encontra regulado pela Lei n. 28/98, de 26 deJunho.Este tipo de contracto, segundo a alnea a) do art. 2. da referida legislao "aquele pelo qual o praticante desportivo se obriga, mediante retribuio, aprestar actividade desportiva a uma pessoa singular ou colectiva que promo-va ou participe em actividades desportivas, sob a autoridade e a direcodesta".A qualidade de praticante desportivo resulta, portanto, de um contrato de tra-balho desportivo, independentemente da modalidade em causa ter sido ouno reconhecida como competio desportiva de natureza profissional.O contrato de trabalho desportivo no pode ter a durao inferior a uma pocadesportiva nem superior a oito. Assim, trata-se sempre de um contrato atermo certo, uma vez que o mesmo implica um acontecimento que segura-mente ocorrer em momento rigorosamente determinado. Em contrrio, nombito do regime jurdico de contrato individual de trabalho, vigora a regrada durao indeterminada do contrato, encontrando-se a celebrao de con-tratos a termo limitada ao conjunto de hipteses tipificadas nos arts. 41. e48. do Decreto-Lei n. 64-A/89, de 27 de Fevereiro.

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  • Para que este contrato tenha validade necessrio que seja reduzido a escritoem duplicado ficando cada uma das partes com um exemplar e que ambasdevem assinar. Deve ainda constar do contrato:- A identificao das partes, incluindo a nacionalidade e a data de nascimen-to do praticante;- A actividade desportiva que o praticante se obriga a prestar;- O montante de retribuio;- A data de incio de produo de efeitos do contrato;- O termo de vigncia do contrato;- A data de celebrao.Quando a remunerao for composta por uma parte fixa e outra varivel, deveconstar do contrato a forma como a parte varivel se compe.A participao do praticante desportivo em competies promovidas por umafederao dotada de utilidade pblica desportiva depende de prvio registo docontrato de trabalho desportivo na respectiva federao.s relaes emergentes deste tipo de contrato aplicam-se, subsidiariamente,as regras aplicveis ao contrato de trabalho, segundo o art. 3. da referidalegislao.

    7.1.3 - Trabalho subordinado - Contrato de trabalho a termo incerto aquele em que as partes fazem depender a sua cessao de um aconteci-mento cuja verificao ocorrer em data incerta.Ex: Substituio de um trabalhador acidentado, elaborao de uma obra,substituio de uma operria em perodo de maternidade, etc.O contrato de trabalho a termo incerto dura por todo o tempo necessrio substituio do trabalhador ausente ou concluso da actividade, tarefa ouobra cuja execuo justifica a sua celebrao (art. 49. do Decreto-Lei n. 64--A /89, de 27 Fevereiro). Ou seja, acaba quando a outra pessoa regressa ouquando a obra acabar.Este contrato converte-se em contrato sem termo, se o trabalhador c