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ANO XI Nº 114 ISSN 1413-2052 CONCERTO CONCERTO RIO MUSICAL LANÇAMENTOS DE CDs, DVDs E LIVROS NOTÍCIAS MUSICAIS GUIA MENSAL DE MÚSICA ERUDITA SÃO PAULO R$ 7,00 JANEIRO/FEVEREIRO 2006 GUIA MENSAL DE MÚSICA ERUDITA SÃO PAULO R$ 7,00 JANEIRO/FEVEREIRO 2006 250 anos de nascimento de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) 250 anos de nascimento de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) Depoimentos exclusivos de críticos, músicos e promotores Depoimentos exclusivos de críticos, músicos e promotores RETROSPECTIVA 2005 RETROSPECTIVA 2005 ENTREVISTA MARLOS NOBRE ATRÁS DA PAUTA JÚLIO MEDAGLIA E MAIS Temporadas 2006 Radamés Gnattali Festivais de verão As bodas de Fígaro ENTREVISTA MARLOS NOBRE ATRÁS DA PAUTA JÚLIO MEDAGLIA E MAIS Temporadas 2006 Radamés Gnattali Festivais de verão As bodas de Fígaro

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ANO XI Nº 114 ISSN 1413-2052

CONCERTOCONCERTORIO MUSICAL LANÇAMENTOS DE CDs, DVDs E LIVROS NOTÍCIAS MUSICAIS

GUIA MENSAL DE MÚSICA ERUDITA SÃO PAULO R$ 7,00 JANEIRO/FEVEREIRO 2006GUIA MENSAL DE MÚSICA ERUDITA SÃO PAULO R$ 7,00 JANEIRO/FEVEREIRO 2006

250 anos de nascimento deWolfgang Amadeus Mozart

(1756-1791)

250 anos de nascimento deWolfgang Amadeus Mozart

(1756-1791)

Depoimentos exclusivos decríticos, músicos e promotoresDepoimentos exclusivos decríticos, músicos e promotores

RETROSPECTIVA 2005RETROSPECTIVA 2005

ENTREVISTAMARLOS NOBRE

ATRÁS DA PAUTAJÚLIO MEDAGLIA

E MAISTemporadas 2006Radamés GnattaliFestivais de verãoAs bodas de Fígaro

ENTREVISTAMARLOS NOBRE

ATRÁS DA PAUTAJÚLIO MEDAGLIA

E MAISTemporadas 2006Radamés GnattaliFestivais de verãoAs bodas de Fígaro

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índiceNOSSA CAPA

Wolfgang Amadeus Mozart

CapaRetrato W.A. Mozart /Hist. Museum Wien /ANTO/Wiesenhofer

4 Carta ao Leitor

6 Cartas

7 ContrapontoNotícias do mundo musical.

13 Atrás da PautaColuna mensal do maestro Júlio Medaglia.

16 SemibrevesFlavio Florence discorre sobre Mozart e a clarineta.

17 Rio MusicalOs 40 anos da Sala Cecília Meireles.

18 Em ConversaEntrevista com o compositor Marlos Nobre.

20 RepertórioLauro Machado Coelho escreve sobreRadamés Gnattali.

22 Nossos MúsicosFinalistas do “Prelúdio” da TV Cultura.

23 OpiniãoFlávia Toni e o trabalho do IEB-USP.

24 PanoramaDestaques da programação de janeiro/fevereiroe dos festivais de verão.

28 Roteiro MusicalProgramação de música clássica.

34 Outros Eventos

36 Rádio

38 Retrospectiva 2005Destaques de 2005 e depoimentos de críticos,músicos e promotores.

60 Lançamentos de CDs e DVDsConsulte os novos lançamentos e os títulos à venda.

65 Livros

67 Vitrine MusicalO classificado especial da Revista CONCERTO.

A capa desta edição é um dos muitos retratosque chegaram a nós de Wolfgang AmadeusMozart (1756-1791), um dos compositoresmais populares e importantes da história damúsica. Este ano, em que se comemoram os250 anos de seu nascimento, será marcadopor homenagens variadas, como lançamen-tos de CDs e concertos temáticos. Na cidadede São Paulo, a primeira delas acontece já emfevereiro, com a apresentação da ópera Asbodas de Fígaro nos dias 11, 13, 15, 17 e 19 noTheatro Municipal.

No ano de 2006 também se comemoram outrasefemérides musicais, como os 100 anos denascimento do compositor russo Dmitri Shos-takovich (1906-1975) e do brasileiro RadamésGnattali (1906-1988), além dos 150 anos damorte de Robert Schumann (1810-1856).

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Programação sujeita a alterações.

apoio

TEM

PO

RA

DA

Março

ORQUESTRA SINFÔNICA DA BBC ESCOCESA

ILAN VOLKOV REGÊNCIA

Abril

VADIM REPIN VIOLINO

NIKOLAI LUGANSKY PIANO

Maio

RAMÓN VARGAS TENOR

MZIA BACHTOURIDZE PIANO

MaioORQUESTRA FILARMÔNICA CHECAGERD ALBRECHT REGÊNCIA

Junho

QUARTETO ALBAN BERG CORDAS

Junho

AKADEMIE FÜR ALTE MUSIK BERLIN

Agosto

ORQUESTRA DA ÓPERA NACIONAL DA NORUEGAOLAF HENZOLD REGÊNCIA

Setembro

CORAL BACH DE MAINZORQUESTRA FILARMÔNICADA RENÂNIA – PALATINADORALF OTTO REGÊNCIA

OutubroORQUESTRA E CORONACIONAL DA ESPANHAJOSEP PONS REGÊNCIA

Outubro

LES MUSICIENS DU LOUVREMARC MINKOWSKI REGÊNCIA

anúncio concerto temp.2006.indd 1anúncio concerto temp.2006.indd 1 12/16/05 10:26:45 AM12/16/05 10:26:45 AM

carta ao leitorwww.concerto.com.br

Janeiro / Fevereiro 2006Ano XI – Número 114Periodicidade mensal

ISSN 1413-2052

Redação e PublicidadeRua João Álvares Soares, 1.404

04609-003 São Paulo, SPTel. (11) 5535-4345 – Fax (11) 5533-3062

e-mail: [email protected]

Publicidade Rio de JaneiroTriunvirato Comunicação

Tel. (21) 2221-0088e-mail: [email protected]

Realizaçãodiretor-editor

Nelson Rubens Kunze(MTb-32719)

editoras-executivasCornelia Rosenthal

Mirian Maruyama Crocereportagens

Camila Fréscaapoio de produção

Arnaldo D’ÁvilaLuciana Alfredo Oliveira

Márcia AugustoVanessa Solis da Silva

Arte e produção gráfica LumeImpressão em CtP

As datas e programações de concertos sãofornecidas pelas próprias entidades promo-toras, não nos cabendo responsabilidade poralterações e/ou incorreções de informações.

Inserções de eventos são gratuitas e devemser enviadas à redação até o dia 10 do mêsanterior ao da edição, por fax (11) 5533-3062,e-mail: [email protected] ou correio.

Artigos assinados são de responsabilidade deseus autores e não refletem, necessariamente,a opinião da redação.

Venda avulsaLivrarias Siciliano, Saraiva Mega Store, Fnac,

Cultura Villa-Lobos e principais bancas

Serviço de Assinaturas(11) 5535-5518

CONCERTO é uma publicação de

Nelson Rubens Kunzediretor-editor

Você tem em mãos a edição especial bimestral dejaneiro/fevereiro da Revista CONCERTO, o guia da músicaclássica no Brasil. Especial também, pois já revela em suacapa a grande comemoração do mundo clássico em 2006,que são os 250 anos de nascimento de Wolfgang AmadeusMozart. A magistral e extraordinária criação do mestre deSalzburg permeará a programação musical em todo omundo – aqui em São Paulo, o Theatro Municipal anunciaa ópera As bodas de Fígaro para meados de fevereiro.Sobre Mozart, leia o texto do maestro Júlio Medaglia napágina 13 desta edição.

Mas 2006 também marca o centenário denascimento de Radamés Gnattali. O inspirado compositorgaúcho, falecido em 1988, propôs uma interação inéditaentre os universos da música erudita e popular brasileira,construindo obra de grande valor. Esses e outros aspectosda vida de Gnattali são lembrados no texto de LauroMachado Coelho na página 20.

E esta edição é especial também, pois traz a nossatradicional retrospectiva musical (a partir da página 38).Com o propósito de trocar idéias e apontar caminhos parao desenvolvimento da atividade musical, colhemos odepoimento de 39 profissionais que atuaram intensamenteno ano que passou. Críticos, músicos e promotores deconcertos apresentam um diversificado painel, relembrandotambém alguns dos grandes e emocionantes momentos datemporada musical de 2005.

A primeira Revista CONCERTO do ano apresentaainda as temporadas internacionais 2006 do MozarteumBrasileiro e da Sociedade de Cultura Artística. Além disso,divulgamos o roteiro de eventos e informações sobre osprincipais festivais de verão do país.

Não deixe de consultar, também, a nossa seçãoanual de classificados especiais, a Vitrine Musical (a partirda página 67). Nela você encontra anúncios de escolas,conservatórios, CDs, artistas, estúdios, produtores, lojas,gravadoras...

Desejamos a todos um feliz Ano Novo. Voltamos emmarço com todas as temporadas musicais de 2006. Até lá!

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TM_geral.p65 21/12/2005, 16:191

6 CONCERTO

Cartas para esta seção devem ser remetidas aCONCERTO – Seção CartasR. João Álvares Soares, 1.404 – 04609-003 São Paulo, SP,ou enviadas por e-mail: [email protected] oufax: (11) 5533-3062, com nome e telefone.

Escreva para nós e dê sua opinião!

A cada mês uma correspondência será premiadacom um CD de música clássica.

(Em razão do espaço disponível, reservamo-nos o direitode editar as cartas.)

cartas A opinião dos leitores

ScriabinGostaria de parabenizar o maestro Júlio Medagliapor sua magnífica página sobre Scriabin (ediçãode dezembro, nº 113). Sou apaixonado porScriabin, adoro sua genialidade transcendental,seus pensamentos e suas idéias. Se eu fosse umpianista que tivesse dado certo, tocaria toda suaobra. Tenho loucura pela Segunda Sinfonia e, porfavor maestro Medaglia, me avise quando for regê-la, pois gostaria de ir a um ensaio para lhe pedir abatuta, só um pouquinho, no último movimento,para ter a sensação de estar no meio daquelevulcão de metais falando aos céus!Antonio Carlos Latorre, por e-mail

Carlos Gomes por Portari, Guimarães e SendaEm 2005 a cidade de São Paulo teve a raraoportunidade de ver encenadas três óperasdiferentes de Carlos Gomes – apresentadas, aliás,na mesma ordem em que foram compostas eestreadas, entre 1863 e 1891. Seria precisosalientar, em primeiro lugar, os excelentesdesempenhos da Orquestra Sinfônica Municipalpaulistana e dos maestros Fábio Gomes deOliveira e Luiz Fernando Malheiro. Mas é necessá-rio reconhecer também a excepcionalidade daatuação de pelo menos três dos principaiscantores envolvidos: Fernando Portari na “Joanade Flandres”, Márcia Guimarães no “Salvator Rosa”e Eiko Senda no “Condor”.João Bosco Assis De Luca, Campinas, SP

Fritz Jank e as Sonatas de BeethovenNas décadas de 50 e 60, por diversas ocasiões,tivemos a oportunidade de ouvir todas as Sonataspara piano escritas por Beethoven, em memoráveismanhãs no Theatro Municipal, executadas peloexcelente pianista Fritz Jank. Gostaria de perguntar,por meio da Revista CONCERTO, se não haveria umpianista brasileiro que estivesse disposto ecapacitado a fazer a leitura dessas sonatas. O Brasil,e especialmente São Paulo, sempre foi um celeirode grandes pianistas. E hoje temos uma quantidadebastante razoável de boas salas de concerto, fatoque facilitaria bem essa empreitada.Ruy Yamanishi, São Paulo, SP

Santo AgostinhoAgradeço o envio da última edição da RevistaCONCERTO. Chamou-me a atenção o belo artigoda Rita de Cássia Fucci Amato, que investiga, deforma sucinta e inspiradora, os mais profundosconceitos de música. Parabéns por colocar essetexto na edição de Natal da revista, e que istosirva para motivar os filósofos e demais intelec-tuais a se aventurarem na música e lançar as basespara uma madura evolução da cultura brasileira.Zoltan Paulinyi, por e-mail

Referencial de qualidadeO altíssimo nível de programação da RádioCultura de uns anos atrás está sofrendo uma gravenivelação para baixo. Transmitem-se movimentosavulsos, à la potpourri, acompanhados daimportantíssima informação da hora (“às novehoras e doze minutos”). Os dois únicos programasque ainda salvam o prestígio da emissora são“Pianíssimo” (Gilberto Tinetti) e “O prazer damúsica” (Marcelo Jaffé), que apresentam magnífi-cas gravações e mantêm o sublime da artemusical. Em nome dos amantes da música erudita,fazemos um apelo aos responsáveis para que aRádio Cultura volte a ocupar o lugar que um dia játeve, ou seja, o de ser referencial de qualidade.Gabriela Vida, São Paulo, SP

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Janeiro / Fevereiro 2006 7

contraponto Notícias do mundo musical

Concurso de regência daOsesp realiza a nova ediçãoUm ano após sua primeiraedição – que por seurigor acabou frustrandoas expectativas, já quenão conferiu o prêmio anenhum dos trêsfinalistas –, o ConcursoInternacional deRegência Orquestral –Prêmio Osesp volta a ser realizado na Sala SãoPaulo, nos dias 9, 10 e 11 de fevereiro, com aparticipação da Orquestra Sinfônica doEstado de São Paulo. Ao vencedor doConcurso será oferecido o ambicionado cargode regente assistente da Osesp, em umcontrato que poderá ser renovado por nomáximo um ano. Além disso, o grandevencedor receberá um prêmio em dinheiro novalor de R$ 16 mil. Cada um dos demaisfinalistas receberá um prêmio de R$ 7 mil.O resultado do concurso será anunciado emuma cerimônia oficial que acontecerá após aprova final. A banca de jurados será formadapelos regentes John Neschling, presidente dojúri, Alun Francis, Gabriel Chmura, RobertoDuarte e Yoram David. Os 12 candidatosselecionados são os brasileiros GuilhermeMannis (São Paulo, 25 anos), Luciano Camargo(São Paulo, 30 anos), Marcos Arakaki (SãoPaulo, 30 anos), Nilson Galvão Jr. (Recife, 25anos), Simone Menezes (Brasília, 28 anos) eSolielson Goethe (Santo André, 32 anos); osargentinos Christian Baldini (Mar del Plata,27 anos), Cristian Gort (Santa Fé, 32 anos) eLucía Zicos (Buenos Aires, 28 anos); o chilenoVictor Hugo Toro (Santiago, 29 anos), ovenezuelano David Cubek (Caracas, 27 anos) eo japonês Kodo Yamagashi (Saitama, 34 anos).Como no ano passado, as audições doconcurso serão públicas. Confira a progra-mação no Roteiro Musical desta edição.

Centro Tom Jobim também passa aser dirigido por Organização SocialFoi assinado em dezembro passado o contrato degestão entre a Associação dos Amigos do Centrode Estudos Musicais Tom Jobim e a Secretaria deEstado da Cultura. O Centro Tom Jobim reúneduas orquestras profissionais (a Jazz Sinfônica e aBanda Sinfônica do Estado de São Paulo), gruposde formação como a Orquestra Jovem Eleazar deCarvalho e a Banda Sinfônica Jovem, a ULM –maior escola de ensino fundamental de música dacidade –, e ainda é responsável pela produção doFestival de Inverno de Campos do Jordão. No atoda assinatura, o Secretário da Cultura João Batistade Andrade reforçou o conceito das OrganizaçõesSociais, ao afirmar que o novo modelo não eximeo Estado de sua responsabilidade sobre os órgãos,já que o caráter público está explícito no contratode gestão e tem que ser cumprido. A nova OS serádirigida pela mesma equipe que está no CentroTom Jobim nos últimos anos, encabeçada porClodoaldo Medina.

Ricardo Tacuchian é o novopresidente da ABMO compositor carioca Ricardo Tacuchian foi eleitono último dia 6 de dezembro o novo presidente daAcademia Brasileira de Música. Tacuchian presidiráa instituição durante o biênio 2006-2007 e substituio também compositor Edino Krieger. “Nós somoscontinuidade. Nos últimos 10 anos a filosofia dasdiretorias é prosseguir o trabalho anterior, e é issoque tem feito o sucesso da ABM. A grande novidadeda nova diretoria é que não tem novidade”, comen-tou Tacuchian em tom de brincadeira. Fundada em1945 por Heitor Villa-Lobos, nos moldes da Acade-mia Francesa, a Academia Brasileira de Música éinstituição cultural sem fins lucrativos compostapor quarenta acadêmicos, personalidades de desta-que no meio musical brasileiro nas áreas da compo-sição musical, da interpretação e da musicologia.Nos últimos anos a ABM retomou importante traba-lho de fomento e divulgação da criação nacional.

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8 CONCERTO

contrapontocontraponto

São Paulo terá eliminatóriado Concurso Internacional“Competizione dell’ Opera”O Concurso Internacional de Canto de

Ópera Italiana “Competizione dell’Opera” fará audição no Theatro São Pedro,em São Paulo, em 4 de fevereiro. Trata-se dasexta edição desse certame alemão, quenasceu em Hamburgo em 1996 mas que,desde 2001, se realiza em Dresden. A final sedará em junho, na tradicional Semper Operdaquela cidade. O concurso está aberto paraparticipantes de todo o mundo, que tenhamcursado (mesmo que por um breve períodode tempo) ou ainda estejam cursando umaescola de música ou conservatório. (Estudan-tes particulares tem que comprovar suasqualificações.) Os participantes devem ternascido após 1º de janeiro de 1975 (mulhe-res) ou após 1º de janeiro de 1973 (homens)e as inscrições para a eliminatória paulistanadevem ser feitas até 30 de janeiro (confiramais detalhes na seção Outros Eventos).

O pernambucano Marlos Nobre, nascido em 1939, foi ogrande vencedor do importante Prêmio Ibero-americanoTomás Luis de Victoria, em sua sexta edição, concedido pelaSociedad General de Autores (SGAE), da Espanha. Concorre-ram à premiação, no valor de 60 mil euros, 57 finalistasprovenientes de 17 países ibero-americanos. Leia entrevistado maestro Marlos Nobre na página 18 desta edição.

O duo formado pelo brasileiro Bruno Ruviaro e pelo chilenoJuan-Pablo Caceres – ambos estudantes de pós-graduaçãona Universidade de Stanford, nos EUA – venceu o Digital ArtsAward 2005 na categoria Música Digital com a peça eletro-acústica Chamber of the late half-hour. O concurso é promo-vido pela Universidade Keio de Kanagawa, no Japão. Ruviaroformou-se em piano e composição pela Unicamp, desenvol-veu trabalhos no Estúdio PANaroma e realizou mestrado emMúsica Eletroacústica em Dartmouth.

A obra Festspielmusik, para dois pianos e percussão, compos-ta por Ronaldo Miranda em novembro de 2003 na Casa deBrahms, em Baden-Baden (Alemanha), teve sua estréia bra-sileira realizada no concerto de encerramento da 16ª Bienalde Música Brasileira Contemporânea, na Sala Cecília Meireles,em novembro passado, com as pianistas Patrícia Bretas eJosiane Kevorkian e os percussionistas Rodrigo Foti e LéoSouza. “A apresentação foi ótima. As pianistas são excelentese os dois jovens percussionistas, que atualmente trabalhamna OSB, mas que são de São Paulo, do conjunto da Unesp doJohn Boudler, são simplesmente duas feras da percussão”,comentou empolgado o compositor. Dois meses antes, Fest-spielmusik teve sua estréia mundial nos Estados Unidos, emGreenville (South Carolina).

O maestro Isaac Karabtchevsky recebeu o título honoríficode cidadão de Porto Alegre em dezembro passado. Karab-tchevsky, que também dirige a Orquestra Sinfônica Petrobrasno Rio de Janeiro e a Orchestre National dês Pays de la Loire,além das óperas de Nantes e Angers, na França, é diretorartístico e regente titular da Orquestra Sinfônica de PortoAlegre desde janeiro de 2003, quando assumiu o cargo aconvite do presidente Ivo Nesralla.

Edson Zampronha e o Grupo SCIArts foram um dos vence-dores do 6º Prêmio Sérgio Motta de Arte e Tecnologia, com oAtrator Poético. Projeto interdisciplinar, Atrator apresentaformas geradas por um líquido escuro (ferro fluído), que sãoprojetadas em uma superfície circular e associadas a sonsemitidos por oito caixas acústicas. A interação voluntária einvoluntária do público com os sensores influencia as formasdo líquido e os sons, gerando diferentes percepções dasformas, dos sons e do espaço. A instalação ficou em cartaz esteano no Itaú Cultural. O 6º Prêmio Sergio Motta de Arte eTecnologia teve curadoria de Vitória Daniela Bousso.

Concurso Bidu Sayãorecebe inscrições até31 de marçoO nosso mais importante Concur-so Internacional de Canto, o játradicional Bidu Sayão, está cominscrições abertas até o dia 31 demarço. Em sua sexta edição, o Bidu Sayão temrevelado destacados nomes da cena lírica alémde ter proporcionado importante espaço parao amadurecimento profissional dos cantores. Oconcurso acontecerá entre os dias 8 e 13 de maiode 2006 na cidade de Belém. Pela primeira vez osfinalistas serão acompanhados por orquestrasinfônica, mais um passo para alçar a competiçãoaos níveis dos grandes eventos internacionais. OConcurso de Canto Bidu Sayão é organizado pelaSão Paulo ImagemData e é promovido pelaSecretaria de Cultura do governo do Estado doPará. (Veja mais detalhes em Outros Eventos.)

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Janeiro / Fevereiro 2006 9

contraponto

EncontroNacional debatepolítica públicapara músicaclássicaReunindo mais de 45profissionais domundo musical –entre produtores,empresários,maestros e adminis-

tradores – realizou-se no Rio de Janeiro, em 1 e 2de dezembro passados, o “I Encontro Nacionalpara uma Política de Internacionalização daMúsica Clássica Brasileira”. “Há êxitos particularesem meio a um geral caótico”, observou o maestroGil Jardim, um dos idealizadores do iniciativa naabertura do evento. “Queremos trocar idéias paraver se é possível articular uma política públicaque possa ajudar na difusão da música clássicabrasileira, no Brasil e no exterior”, explicou.Dividido em quatro painéis temáticos, o encontroabordou questões como organização e manuten-ção de arquivos, direitos autorais, difusão paraampliação do mercado e as leis de incentivo parao setor. Com a idéia de ser um amplo fórum dediscussão que contribua com propostas para ascâmaras setoriais criadas pelo Ministério daCultura, o Encontro Nacional abarcou as maisvariadas tendências do pensamento culturalatual. Ricardo Tacuchian, Flavia Toni, LuteroRodrigues, Henrique Gandelman, Aylton Escobar,John Neschling e Flo Menezes, além de diretoresou representantes da Funarte (Ana de Hollanda eFlavio Silva), Abramus (Roberto Mello), Rádio MEC(Marcelo Brissac), Rádio Cultura (José RobertoWalker) e Ministério da Cultura (Sérgio Sá Leitão),entre outros, fizeram exposições sobre a situaçãoatual e propostas para suas atividades. JucaFerreira, secretário executivo do Ministério daCultura, também compareceu e rebateu críticasquanto ao descaso da atual gestão em relação àmúsica de concerto. Os organizadores elaboraramuma longa lista das propostas levantadas epretendem dar continuidade à ação em mais novosEncontros Nacionais durante o ano de 2006.

Selo CLÁSSICOS lança CDClaudio Santoro com RosanaLamosa e Marcelo BratkeTrês dos mais significativos ciclos docompositor brasileiro Claudio Santoro – asCanções de Amor e Canções Populares sobre poemasde Vinicius de Moraes, os Prelúdios e asPaulistanas – estão no novo CD que o seloCLÁSSICOS lança no Brasil. A gravação está acargo da soprano Rosana Lamosa e dopianista Marcelo Bratke e foi realizada naInglaterra, em 2002. “Neste ano em que tantose falou de Vinicius de Moraes e de suapoesia as pessoas terão mais uma oportuni-dade de conhecer um pouco de sua parceriacom esse grande compositor brasileiro quefoi Claudio Santoro e apreciar, por meio desuas belíssimas canções, o quanto essa duplaé especial”, comentou Rosana Lamosa, que éuma das principais cantoras brasileiras daatualidade. Já o exímio pianista MarceloBratke faz a seguinte análise das canções:“É uma música que trata das ‘dores do amor’,algo que ecoa o universo de Alban Berg aomesmo tempo em que traz elementos quesurgiriam mais tarde na música de Tom Jobime na Bossa Nova. Uma música que ‘beira’ opoético silêncio.” Intercalando as canções,Bratke apresenta o primeiro caderno dePrelúdios do compositor amazonense. Encerraa gravação o ciclo das Paulistanas, sete brevespeças para piano solo que evocam amultiplicidade da cidade de São Paulo.(Leia mais na seção Lançamentos desta edição.)

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10 CONCERTO

contraponto

Concurso Camargo Guarnierida Osusp divulga premiadosNo concerto em comemoração aos seus 30 anos,em 22 de novembro passado, a OrquestraSinfônica da USP apresentou os vencedores deseu Concurso Nacional de Composição CamargoGuarnieri: empatados em primeiro lugar MarioFerraro (1965) e Rodrigo Lima (1976), que alémdo prêmio em dinheiro terão suas obras editadase apresentadas pela Osusp; Glauber Lúcio AlvesSantiago (1971) em segundo lugar; e novo empateentre Matheus Bitondi (1979) e J. Orlando Alves(1970) na terceira colocação. O concurso, queteve coordenação da compositora Silvia de Lucca,contou com uma ilustre banca de jurados: ErnstMahle, Mario Ficarelli, Almeida Prado, CarlosMoreno, Eli-Eri Moura e Ronaldo Miranda, além daprópria Silvia de Lucca. A Osusp, que desde 2001é dirigida pelo maestro Carlos Moreno, atravessaseu aniversário de 30 anos em grande fase, o quedemonstrou em sua última apresentação emdezembro, na Sala São Paulo.

A Orquestra de Câmara do Kremlin, em conjunto com aAgência Russa de Cultura e Cinema, a Prefeitura de Moscou,a Rádio Estatal Cultura e o Fórum Cultural Austríaco lançamo Concurso internacional relâmpago para compositores -Homage to Mozart, em comemoração aos 250 anos denascimento do mestre de Salzburg. A obra deve ter no máximo250 segundos de duração e estar escrita para orquestra decordas. Não há restrições quanto à idade nem quanto aonúmero de inscrições por participante. A composição deveestar editada no programa Finale(R) e as partituras devem serenviadas por e-mail até 8 de janeiro de 2006. Para maioresinformações, consulte o site www.mozart-250.ru.

O maestro Florentino Dias, diretor da Orquestra Filarmônicado Rio de Janeiro recebeu, no concerto realizado dia 21 denovembro passado no Theatro Municipal carioca, a premia-ção “International Musician of the Year – 2005”, conferida porCambridge, Inglaterra. No mesmo evento, o Professor IvoPitanguy tomou posse como presidente de honra da OFRJ. Omaestro Dias também acaba de ser convidado, como Conse-lheiro, para o Congresso Mundial das Nações, nos EUA.

Com o intuito de promover a democratização da músicaclássica no país e formar um novo público, a FundaçãoOrquestra Sinfônica Brasileira e a Cia. Vale do Rio Docerealizaram em 2005 a segunda edição do projeto Orquestrapara todos. Ao longo do último ano, a OSB passou por cincocidades: Belo Horizonte (MG), São Luís (MA), Vitória (ES),Aracaju (SE) e Belém (PA). Além das apresentações da orques-tra, complementam o programa do projeto a realização deoficinas de instrumentos, ministradas por músicos da OSB, ede audições, durante as quais foram escolhidos cinco jovensmúsicos, um de cada cidade. O prêmio incluiu uma apresen-tação no Theatro Municipal do Rio de Janeiro – que aconteceuno dia 11 de dezembro passado – e um estágio com os músicosda orquestra.

Treze jovens instrumentistas de diferentes Estados brasilei-ros foram selecionados como vencedores do Concurso Jo-vens Solistas 2006 da Orquestra Sinfônica de PortoAlegre. Eles serão solistas da próxima temporada na sérieConcertos para a Juventude, que são realizados aos domin-gos pela manhã, com entrada franca. Os vencedores são: osgaúchos Moises Bonella Cunha – violino (de apenas 16 anos),Elieser Palhano Leme – clarinete, Fernando Rauber Gonçalves– piano, Rafael Costa de Souza – piano, Ramon Stein –clarinete e Tiago Gomes Linck – trompete; os paulistas Andrédos Santos Mendes – flauta, Erika Ribeiro – piano, FernandaVanessa Vieira – marimba, Horácio de Oliveira Caldas Gouveia– piano, Rodolfo Delgado Lote – violino; e os cariocas GustavoFeitosa Beakini – harpa e Thiago Veiga Tavares – clarinete. Ojúri de 8 pessoas foi presidido pelo regente assistente da Ospamaestro Manfredo Schmiedt.

EUA faz homenagem ao BrasilEm 15 de novembro passado, com grande sucesso,compositores e intérpretes brasileiros foram osconvidados da Symphony of the Americas nofamoso Broward Center for Performing Arts de FortLauderdale. Sob direção do maestro Jean Reis(diretor artístico do Festival Música nas Montanhasde Poços de Caldas), o concerto abriu com aAlvorada da ópera Lo Schiavo de Carlos Gomes.Na seqüência, a pianista Licia Lucas (medalha deouro no Concurso Internacional de Vercelli-Itália)fez a estréia mundial do concerto para piano eorquestra do compositor carioca GuilhermeBernstein Seixas. A apresentação encerrou-se comoutra estréia mundial, a Sinfonia Brasileira docearense Arthur Barbosa. A Symphony of theAmericas exerce uma importante liderança nofortalecimento das relações culturais entreEuropa, Estados Unidos, América Central e do Sul,sob a direção artística de seu fundador, maestroJames Brooks-Bruzzese. Em reconhecimento aesse trabalho, Brooks-Bruzzese recebeu em 2005o prestigioso Prêmio Internacional das Artes.

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Mantenedores:Apoio:

* Apresentação para os assinantes Programação sujeita a alterações

Renovação de Assinaturas: 1 a 17 de fevereiro de 2006Novas Assinaturas: a partir de 2 de março de 2006Formas de pagamento: à vista (dinheiro, cheque ou cartões de crédito) ou parcelamento com cheque em até 3 vezes

Informações e VendasFone: (11) 3815.6377 - Fax: (11) 3813.7497 - e-mail: [email protected]. Brigº Faria Lima, 1811, 5º andar, conjunto 521.Horário de atendimento: 2ª a 6ª feira, das 9h00 às 18h00 – Visite o nosso site: www.mozarteum.org.br

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Maio 8* e 9Sala São Paulo

Junho 5* e 6Sala São Paulo

Junho 26* e 27Teatro Alfa

Julho 31* e Agosto 1Theatro Municipal

Agosto 21* e 22Sala São Paulo

Setembro 18* e 19Sala São Paulo

Outubro 2*Sala São Paulo

Outubro 23* e 25Sala São Paulo

WDR SINFONIE-ORCHESTER KÖLNSemyon Bychkov, regente / Sayaka Shoji, violino

FREIBURGER KAMMERPHILHARMONIECORO GIUSEPPE VERDI (Freiburg) / CORO BARROCO DA BAHIAAndreas Winnen, regenteBirgit Eger, soprano / Sibylle Kamphues, mezzo-soprano /Tadeusz Szlenkier, tenor / Félix Serraclara, baixo

TRONDHEIM SOLOISTSHåvard Gimse, piano / Emilia Amper, harpa keyd

QUARTETO MITCHELL-TOMTER-POLTÉRA-STOTTPriya Mitchell, violino / Lars AndersTomter, viola /Christian Poltéra, violoncelo / Kathryn Stott, piano

RADIO-SYMPHONIE-ORCHESTER FRANKFURTHugh Wolff, regente

GIDON KREMER, violino &KREMERata BALTICA

RUDOLF BUCHBINDER, piano &ZÜRCHER KAMMERORCHESTER

Dame FELICITY LOTT, sopranoMaciej Pikulski, piano

moz_0106.p65 14/12/2005, 16:4519

12 CONCERTO

São Paulo Musical 2006

Sociedade de Cultura ArtísticaMarço Orquestra da BBC Escocesa

Regente: Ilan VolkovSolistas: Michael Collins (clarinete) eBarbara Hanningam (soprano)

Abril Vadim Repin (violino)Nikolai Lugansky (piano)

Maio Ramón Vargas (tenor)Mzia Bachtouridze (piano)

Maio Orquestra Filarmônica ChecaRegente: Gerd AlbrechtSolista: Elisabeth Leonskaya (piano)

Junho Alban Berg Quartett

Junho Akademie für Alte Musik Berlin

Agosto Orquestra da Ópera da NoruegaRegente: Olaf Henzold

Setembro Bach Chor Mainz e Orquestra FilarmônicaEstatal da RenâniaRegente: Ralf Otto

Outubro Orquestra Nacional da EspanhaRegente: Josep Pons

Outubro Les Musiciens du LouvreRegente: Marc Minkovski

SOCIEDADE DE CULTURA ARTÍSTICARenovação de assinaturas: 16 de janeiro a 10 de fevereiro(assinantes que não desejam mudanças) e 15 de fevereiro(assinantes que desejam efetuar mudanças)Novas assinaturas: a partir de 20 de fevereiroInformações: (11) 3256-0223 - Televendas: (11) 3258-3344E-mail: [email protected]: www.culturaartistica.com.br

Mozarteum BrasileiroMaio WDR Sinfonie-Orchester Köln

Regente: Semyon BychkovSolista: Sayaka Shoji (violino)

Junho Freiburger KammerphilharmonieCoro Giuseppe Verdi (Freiburg)Coro Barroco da BahiaRegente: Andreas WinnenSolistas: Birgit Eger (soprano), Sibylle Kamphues(mezzo-soprano), Tadeusz Szlenkier (tenor),Félix Serraclara (baixo)

Junho Trondheim SoloistsSolistas: Håvard Gimse (piano),Emilia Amper (harpa keyd)

Julho/ Quarteto Mitchell-Tomter-Poltéra-StottAgosto Priya Mitchell, violino

Lars Anders Tomter, violaChristian Poltéra, violonceloKathryn Stott, piano

Agosto Radio-Symphonie-Orchester FrankfurtRegente: Hugh Wolff

Setembro Gidon Kremer (violino) e KREMERata Baltica

Outubro Zürcher KammerorchesterSolista: Rudolf Buchbinder (piano)

Outubro Dame Felicity Lott (soprano)Maciej Pikulski (piano)

MOZARTEUM BRASILEIRORenovação de assinaturas: 1 a 17 de fevereiroNovas assinaturas: a partir do dia 2 de marçoInformações: (11) 3815-6377E-mail: [email protected]: www.mozarteum.org.br

Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – OsespConforme noticiado em nossa última edição, a Osesp oferece novas assinaturas até 30 de janeiro

Informações e compras no site www.osesp.art.br ou pelo telefone (11) 3351-8200

contraponto

Confira abaixo as temporadas internacionais de 2006 da Sociedade de Cultura Artística e doMozarteum Brasileiro. A Osesp, cuja temporada divulgamos em nossa última edição, continua com assinaturas

novas à venda até dia 30 de janeiro (veja abaixo). As programações do Theatro Municipal, da Osuspe das séries de câmara ainda não haviam sido definidas até o fechamento desta edição.

Em março, traremos uma ampla cobertura das temporadas de 2006.

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Janeiro / Fevereiro 2006 13

e-mail: [email protected]ás da pauta por Júlio Medaglia

O século XX foi a era das maiores descobertas da história.Entre as maravilhas dessa intensa criatividade recente está a dainvestigação da alma, iniciada por Freud. Apesar dosaprofundados estudos, pesquisas e constatações que consu-miram toda sua vida e resultaram numa obra de mais de 20volumes, o grande pensador austríaco temia teorizar, escreverou mesmo apreciar uma das mais expressivas criações doespírito humano, a música. E isto por “não conseguir compreender osmeios” pelos quais ela provoca sensações.

Assim como Freud desenvolveu métodos de análise doinconsciente tentando entender mistérios, o estudo da compo-sição musical no século que passou, baseou-se igualmente nainvestigação de obras. Ficaram famosos os cursos de análiseministrados por um dos mais prestigiados mestres do século noConservatório de Paris, Olivier Messiaen. Todos esses olhos eouvidos clínicos desenvolvidos pelos músicos ultimamente,porém, embora tenham fornecido recursos técnicos para amelhor elaboração e estruturação musicais, jamais permitiramchegar ao ponto-chave, ao enigma da música – que fez dela seafastar um dos maiores conhecedores do ser humano –, ou seja,a localização do “encanto”, do belo, da inspiração, do talentosoem música.

O bom Salieri, por exemplo, era o homem que mais entendiade sua profissão na capital musical da Europa da virada doséculo XVIII para o XIX, Viena. Todos o procuravam a fim dedesvendar os mistérios da criação – de Beethoven a Schubert,de Hummel a Liszt. De repente, surge um moleque na maissofisticada corte européia, executando suas próprias e singe-las obras ao cravo e ao violino, e estabelecendo uma verdadeirarebelião. Chega a levar o grande mestre italiano à loucura.Séculos se passaram e o feiticeiro Mozart não cessa de provocara sensibilidade das pessoas nos quatro cantos do mundo. E esteano, aos 250 de seu nascimento, ele volta com tudo...

Em 1989, num congresso sobre televisão em Mainz, naAlemanha, assuntos técnicos e artísticos foram discutidos porespecialistas do mundo todo. Karajan, que desenvolvia umprojeto de TV com música clássica em Salzburg para a Sony,enviou para lá seu assessor, René Galle. Hans Donner e eu fomosconvidados para falar sobre televisão brasileira. Terminado oencontro, por uma coincidência de itinerários, René e eu viaja-mos de carro para a Áustria. Ao passarmos por Salzburg fui dar

Nem Freud explicaum último abraço no velho e grande maes-tro. Perguntei a Karajan como iam as coi-sas. “É”, disse ele, “estou mesmo no fim...”Tentei fazer umas brincadeiras para con-temporizar a situação, mas notava-se queaqueles eram efetivamente seus derradei-ros momentos de vida. “Mas”, disse o bru-xo da batuta num dado momento, como setivesse sido possuído por uma energiaextra-terrena, “tenho encontrado umasérie de coisas nos Divertimentos para Cordasde Mozart, que pretendo gravar agora, que,se tivesse que voltar anos atrás para recu-perar minha saúde mas perder estas desco-bertas, preferia não regredir no tempo.”

Ora, Karajan nasceu há poucos metrosda casa de Mozart. Regeu toda a sua obra.Viveu a maior parte de sua vida emSalzburg. Que mistérios Mozart teria ocul-tado a Karajan por 81 anos de sua vida,dignos de serem revelados apenas um mêsantes de sua morte? Os Divertimentos foramgravados. Ouçam-se, descubram-se essesenigmas que fizeram Karajan morrer maisfeliz. Mas não haveria outros?

Pois é, música é assim mesmo. Aindabem que Freud preferiu interpretar so-nhos, curar histerias e repressões sexuais,não perdendo tempo em tentar explicar oinexplicável – e muito menos seuconterrâneo Wolfgang Amadeus...

Foto: Detalhe de pintura de Barbara Kraft / (c) ANTO

/ Gesellschaft der Musikfreunde

WolfgangAmadeus

Mozart(1756-1791)

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16 CONCERTO

semibreves por Flavio Florence

Mozart e a Clarinetadrico e fechado numa das extremidades), ochalumeau é incapaz de emitir os harmônicos pares.

Costuma-se dizer que a clarineta foi “inventada”(ao contrário dos outros instrumentos) porque numdado momento alguém concebeu uma maneira desuprir aquela lacuna. Isto só foi possível no séculoXVIII graças ao desenvolvimento da mecânica, jáque a solução em questão envolve o prolongamentodo tubo, e conseqüentemente, a necessidade dedotar o instrumento de chaves através das quais omúsico pode abrir e fechar furos que estão fora doalcance de seus dedos. De todas estas chaves, a maisimportante é aquela operada pelo polegar esquerdo(conhecida como porta-voz), através da qual passa-se de um registro para outro.

E quem foi o gênio que concebeu esse sistema? Hácontrovérsias, mas é certo que os luthiers alemãesJohann e Jakob Denner (pai e filho, de Nuremberg)tiveram aí um papel importantíssimo. A revoluçãonão se deu da noite para o dia: os Denner mencionamsuas clarinetas já em 1710, mas o sistema de chavesdefinitivo só seria adotado por volta de 1840. Essesistema é conhecido como Boehm, em alusão aoflautista alemão Theobald Boehm, que aperfeiçoou amecânica da flauta. Mas curiosamente não foi elepróprio quem adaptou seu sistema para a clarineta, esim o clarinetista Hyacinthe Klosé em parceria com oluthier Louis-August Buffet, ambos franceses.

A orquestra de Mannheim já por volta de 1760dispunha de clarinetas em seu efetivo. Mozart em1778 visitou a cidade, e numa carta ao pai comentou“ah, se tivéssemos clarinetas em Salzburg…” A estaaltura havia orquestras com clarinetas aqui e ali, massua utilização praticamente limitava-se aos tuttiorquestrais. Era relativamente raro o repertóriosolístico do instrumento, e precisamente aqui entraa ousadia de Mozart.

Uma curiosidade interessante é que a clarinetafaz parte do grupo de instrumentos conhecido comotranspositores – aqueles em que o músico toca umanota e o ouvinte escuta outra. Qualquer dia comen-tamos isso com calma, e também o sistema de chavesligeiramente diferente que os clarinetistas alemães– e só eles – utilizam.

Mozart apostou na clarineta – e ganhou. Quandoescreveu o quinteto K 581 e o concerto K 622, obraslapidares para a clarineta, o instrumento havia acaba-do de ser inventado, por assim dizer. (Confesso que háalgum exagero nesta afirmação, pois a primeira men-ção à clarineta data de 1710, como veremos adiante.De qualquer modo, Mozart foi dos primeiros a investirno potencial concertante da clarineta.)

A título de comparação, vejamos o que sucedeucom a aposta que Schubert fez em outro instrumento– igualmente recente para sua geração. Trata-se doarpeggione, espécie de cruzamento de violão comvioloncelo. Schubert escreveu para esse instrumen-to uma sonata maravilhosa, que no entanto sobrevi-ve na voz dos outros, já que o arpeggione caiu nomais completo desuso. Schubert perdeu sua aposta– mas ganharam os violistas, violoncelistas econtrabaixistas que hoje tocam a “SonataArpeggione”, assim como o restante da humanidade.

Voltemos à clarineta – o filho temporão da famíliadas madeiras. O instrumento é descendente direto dochalumeau (há quem diga charamela), e herdou destea palheta simples, através da qual produz seu somcaracteristicamente doce e ágil. A esta altura o leitordeve estar se perguntando: mas então por que nãohavia chalumeau nas orquestras? A razão é que ochalumeau tinha uma falha que o tornava inútil numasinfônica, a despeito da beleza de seu som. A falha emquestão é um hiato entre o registro grave e o agudo doinstrumento, que em função disso emitia algumasnotas da escala, mas era incapaz de emitir outras. Essalacuna era o bastante para que os grandes composi-tores desprezassem o pobre chalumeau.

Gostaria de acrescentar aqui uma explicaçãopormenorizada sobre essa falha, mas isto envolveriauma argumentação técnica excessivamente longa eárida para o escopo desta página. Então, para o leitorcurioso, aqui vai uma explicação resumida, quepoderá ser o ponto de partida para uma pesquisamais completa: em razão da forma de seu tubo (cilín-

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Janeiro / Fevereiro 2006 17

Por Clóvis Marques

A Sala Cecília Meirelesrio musical

Em 1965, não havia no Rio de Janeiro um espaçoadequado para a música de câmara. Ela era feita nasdimensões impróprias do Theatro Municipal, nascondições desconfortáveis do belo Salão LeopoldoMiguez, sem refrigeração, ou em outros auditóriosimprovisados. Como se comemorava o quarto cente-nário da cidade, o governador Carlos Lacerda, ho-mem de cultura, inspirado pelo produtor radiofônicoe fonográfico Maurício Quadrio, resolvera poucoantes desapropriar um prédio da Lapa construídoem 1896, e onde haviam funcionado sucessivamenteum hotel e um cinema, para criar essa sala de concer-tos cuja necessidade bradava aos céus, numa cidadeda importância do Rio.

Nascia assim a Sala Cecília Meireles, cujo nomefoi escolhido pelo próprio governador, amigo dagrande poetisa brasileira falecida no ano anterior.Não sem polêmica. O público e os críticos cariocas,entre eles Andrade Muricy e Renzo Massarani, acha-vam-se no direito de esperar que o nome de umgrande músico da cidade fosse emprestado ao novoequipamento. José Maurício Nunes Garcia, que du-rante mais de três décadas ensinara ali mesmo nasimediações, era o favorito, e houve até artigos, em1964, falando da futura Sala José Maurício.

Mas Lacerda fincou pé: a poesia também é músi-ca. Poemas de Cecília Meireles seriam lidos por suafilha, a atriz Maria Fernanda, e por Paulo Padilha noconcerto inaugural no dia 1º de dezembro de 1965,no qual a Orquestra do Theatro Municipal, sob aregência de Mário Tavares, executou a abertura Con-sagração da casa, de Beethoven, as Bachianas brasileirasnº 5 de Villa-Lobos, com a soprano Maria Riva Mar, eo Concerto nº 2 para piano e orquestra de Brahms, como jovem Nelson Freire.

Muita música foi feita nesse espaço desde então,e agora, no aniversário dos 40 anos, a FundaçãoAnita Mantuano de Artes do Rio de Janeiro (Funarj),gestora deste e de outros teatros da cidade, e adireção da própria Sala, encabeçada pelo composi-tor João Guilherme Ripper, decidiram publicar umlivro registrando a história dessa jóia, a ser lançadono concerto de abertura da temporada de 2006.

A pesquisa efetuada para o livro, de cuja edição

fui incumbido, tem revelado muita coisa interessan-te. A primeira delas, claro, é o papel central que a Salapassou a exercer na vida cultural do Rio. A qualidadede sua acústica, verdadeiramente ímpar, pode serconsiderada um dos fatores essenciais do fato de aSala Cecília Meireles se ter tão definitivamente arrai-gado nos hábitos musicais do nosso público. Não hámúsico que, ali se apresentando, deixe de ficar ma-ravilhado com a resposta, o envolvimento, atranslucidez da reverberação sonora. O auditório daSala é um oásis de silêncio privilegiado para o sonhoe o transportamento.

A Sala viveu em uma espécie de estado de graçanas suas duas primeiras décadas, ou quase. Numaépoca em que os choques do petróleo e as crises derenegociação da dívida nacional ainda não determi-navam uma vida econômica de rigores e apertosexcessivos, esse apogeu – simbolizado particular-mente no dinamismo empreendedor ainda hoje len-dário de Ayres de Andrade e Myrian Dauelsberg –representou a passagem por seu palco de boa parteda nata dos músicos internacionais.

Dos anos 80 para cá, as coisas não têm sido tãobrilhantes, apesar de muitos grandes e belos mo-mentos. Mas o importante é que o espaço e o concei-to se tenham fixado. Hoje, a Sala Cecília Meireles – decuja demolição, por motivos horrivelmente prosai-cos (tráfego de veículos, reurbanização...) se chegoua falar na década de 70 – é um marco intocável. Foi,justificadamente, tombada pelo patrimônio públi-co este ano.

Mesmo com as conhecidas dificuldades da rea-lidade brasileira e do financiamento da vida de con-certos, não passa ano nem temporada sem que al-guns dos melhores momentos de nossa vida sejamvividos nesse auditório não propriamente belo, comseu aspecto indisfarçável de cinema adaptado. Mas,oh!, quantas maravilhas, às vezes inesperadas – como,no concerto do último dia 10, de comemoração doaniversário, as cordas da Orquestra Sinfônica Brasi-leira, inspiradas como raramente. Foi nos trechosmais delicados da Suíte Peer Gynt, de Grieg, que pude-mos ver como o trabalho amoroso de um regente ea confiança nele depositada pelos músicos são capa-zes de render frutos musicais: estava no pódioHenrique Morelenbaum, o primeiro diretor da Sala,e aquele que, em sua segunda gestão, promoveu em1989 a reforma radical que conferiu ao espaço ascaracterísticas de conforto que tem hoje.

jan1.p65 22/12/2005, 13:0817

18 CONCERTO

Marlos Nobre

18

O compositor pernambucano Marlos Nobre, 66anos, acaba de ganhar o VI Prêmio IberoamericanoTomás Luis de Victoria, da Espanha, no valor de 60mil euros, considerado um dos mais importantes damúsica clássica. Em seis edições, pela primeira vezhouve unanimidade do júri internacional noreconhecimento “à excelente trajetória,transcendência e projeção da obra de Marlos Nobre,seus altos valores no campo da composição musicale a originalidade de seu pensamento estético”. Ex-aluno de Koellreutter e Camargo Guarnieri, Marlosestudou no exterior com Ginastera, Messiaen,Malipiero, Copland e Dallapiccola. Pianista, maestroe compositor, possui extensa produção musical e éum dos mais destacados compositores brasileirosda atualidade. Dirigiu diversos organismos culturais(Rádio MEC, Orquestra Sinfônica Nacional, Acade-mia Brasileira de Música, entre outros) e é atualmen-te presidente do Comitê Nacional de Música de IMC/Unesco. Além de concertos nos EUA e Europa, seugrande projeto criativo para 2006 é a ópera“Lampião”. Leia a seguir a entrevista que MarlosNobre concedeu à Revista CONCERTO.

Por João Marcos Coelho

Por que Lampião?A idéia desta ópera me surgiu há algum tempo,ao ler o maravilhoso artigo de Mário de Andrade‘Romanceiro de Lampião’. Desde então comecei apesquisar os folhetos citados pelo Mário, conseguitodos e muito mais – tenho hoje cerca de 243folhetos de cordel sobre Lampião. O que meinteressa é o Lampião mito na imaginação dosertanejo, que via nele a realização dos seusdesejos de liberação das misérias e da exploraçãodos donos do poder da época. A rebelião deLampião a partir do código de vingança o torna umestereótipo, uma espécie de herói popular, mistode vingador e religioso, ao mesmo tempo sádico(cangaceiro) e masoquista (fanático religioso).Este é meu grande projeto para 2006.

Em 2005, o volume de gravações, concertos eprêmios, culminando com este último, na Espanha,

cresceu exponencialmente. O senhor se consideracorretamente entendido e avaliado pela opiniãopública nacional e, sobretudo, internacional? Ouseja, como compositor o senhor sente que chegou aum patamar top?Minhas atividades sempre se fixaram muito noexterior, e isto desde 1970. E existe uma razãosimples e clara: o Brasil era então, e ainda é, umpaís periférico, ou seja, ainda está distante doscentros vitais de produção e consumo da músicade concerto. Desde esta época estive conscientedesta realidade e pautei minha atividade naEuropa e nos Estados Unidos: concertos, grava-ções e edições de obras. Dentro deste conceitode periferia, nunca tivemos aqui uma verdadeiraestrutura para o fluxo de uma produção de altonível, no campo da criação musical. Eu sempretive como meta a qualidade extrema na minhaprodução, técnica e esteticamente falando. Acompetição no exterior é dura, brutal mesmo. Masexistem os parâmetros éticos e respeito mútuo, oque torna mais profissional nossa atividade. Sim,já há algum tempo cheguei a um patamar top. Esteprêmio na Espanha é sintomático a respeito.

É curioso que tamanho sucesso ocorra no exterior eaqui no Brasil haja tanta resistência – quando nãohostilidade e/ou desconhecimento puro e simplesde suas obras, gravações e concertos. Talvez agora,depois de sua participação no Festival de Invernode Campos do Jordão e da encomenda feita peloFestival de uma obra as coisas possam mudar.Estariam, aliás, já mudando no front interno? Comovê isso? Por que motivo sua obra tem destaquemaior no exterior?Em primeiro lugar, não concordo que hajaresistência, muito menos “hostilidade” e/oudesconhecimento de minhas obras no Brasil. Ofato é que o Brasil ainda é um país que semprepautou suas ações culturais e econômicas (ascoisas são interativas) dentro do esquema deimportar, tomar de empréstimo, quando os paísesnão periféricos são produtores e exportadores decultura e de seus produtos econômicos. E para serprodutor e não periférico, um país tem de usaruma parte importante do seu PIB em pesquisa edesenvolvimento. Os EUA, com um PIB deUS$ 12 trilhões, investem 2,5% dele em ciência,tecnologia e educação. Quando os EUA não eram

em conversa

jan1.p65 22/12/2005, 13:0818

Janeiro / Fevereiro 2006 19

Foto: Revista CON

CERTO / 2003

nada, absolutamente nada no mundo da criaçãomusical, trataram de investir pesado, chamandoos maiores professores da época, ou seja,Schoenberg, Hindemith e Darius Milhaud nacomposição, e regentes como Fritz Reiner,Toscanini e Koussevitzky. O resultado aí está:hoje os EUA podem se orgulhar de uma geraçãoque está no circuito internacional, central, tantode compositores quanto de regentes.No Brasil temos hoje umas dez orquestrassinfônicas, mas de qualidade realmente internaci-onal apenas uma, a Osesp, e isso não é por acaso.O governo de São Paulo investiu pesado ecorretamente, e os frutos aí estão. A Osesp não éum organismo periférico, mas uma orquestra top,de exportação e venda de uma imagem tambémtop do Brasil. Se compararmos, entretanto, com oBrasil – que vem melhorando sua performanceultimamente, não há dúvida, sobretudo a partirdo governo FHC –, o Chile, o México e a Chinaconseguiram resultados muito mais significativos.E isso tem reflexos na cultura, pois cultura emúsica que não se exporta se confina. A Universi-dade de Harvard tem um orçamento anual de 23bilhões de dólares para pesquisa e desenvolvi-mento; a de Yale tem 22 bilhões, e por aí vai. Nocaso de minha obra, se temos apenas umaorquestra top e outras mais periféricas, nãoexistem no Brasil os mecanismos para o escoa-mento da produção nacional e seria até injustoque tocassem mais obras minhas do que o fazem...No plano dos conjuntos de câmara acontece maisou menos o mesmo, um circulo vicioso. Minhaobra tem um fluxo maior em países centrais,Estados Unidos e Europa, por razões óbvias: osmecanismos de apresentação são muito maiorese é portanto lá que dirijo meus objetivos de

apresentação da minha criação. Eu sou umcompositor cuja produção é exportada.

É possível descrever o ato de compor?Eu descrevo de maneira sintética o ato de comporcomo o da destruição criativa. Isto é, todocompositor assimila tudo (ou o que puderassimilar) da experiência dos outros, tanto nopassado como no presente, e depois tem dedestruir mentalmente estas experiências, criandoa sua própria solução. O compositor que não tiveresta capacidade interna de promover este ato dedestruição criativa é, a meu ver, incapaz de criarsua própria técnica. Técnica não se ensina, mas ométier, o ofício, sim, este se ensina. É o que chamode classes de escritura, fundamental para que ojovem saiba passar para o papel o seu pensamen-to interno, mental. Compor também é o ato detransgredir. Mas só pode transgredir quem possuao total conhecimento dos meios e domínio deles.

Como vê o panorama da criação musical internacio-nal em 2005/2006? E como deve se posicionar ocompositor brasileiro neste cenário?O panorama da criação internacional estácentrado sobretudo na pluralidade. E isto nãopodia ser mais benéfico e útil para nós, composi-tores de países periféricos como o Brasil. Se algoexiste hoje, fermentando forte em nosso país, éeste conceito da pluralidade, e o compositorbrasileiro tem tudo para se posicionar comdestaque neste terreno. O Brasil é plural porexcelência. E se posso definir meus caminhos,eles são justamente o da pluralidade. Por essarazão me divirto muito com certas observaçõesde que minhas obras mais significativas são asdos anos de juventude. Ora, ocorre que falarãodepois justamente o contrário. Aquelas, dos anos70, eram obras de pura transgressão e até mesmoagressão contra o marasmo do “nacionalismo”reinante. O Concerto Breve e o Mosaico são assimobras de transgressão, de ataque ao “status quo”.E ninguém, em sã consciência, pode criar sempreem estado puro de transgressão. Hoje tenho umdomínio técnico, estrutural e expressivo cemvezes mais poderoso do que antes, e isto é umfato objetivo.

Obrigado pela entrevista.

em conversa

jan1.p65 22/12/2005, 13:0819

20 CONCERTO

repertório por Lauro Machado Coelho

Radamés GnattaliEm 27 de janeiro, Radamés Gnattali completaria 100 anos.

Foto: Reprodução

RadamésGnattali

(1906-1988)

O que um refinado Concerto para Harpa e Orquestra tem emcomum com o samba de dor de cotovelo Por que me iludir? Ambosforam compostos por uma das figuras mais originais da histó-ria da música brasileira, o gaúcho Radamés Gnattali. Neste anode efemérides, em que comemoramos os 250 anos de Mozarte os 100 de Shostakóvitch, não podemos esquecer o centená-rio desse talentoso compositor, que nasceu em Porto Alegreem 27 de janeiro de 1906, o mesmo dia do aniversário deWolfgang Amadeus.

Desde os seis anos, esse filho de um músico italiano,Alessandro Gnattali, começou a estudar piano com a mãe,Adélia Fonseca, e violino com a tia, Olga Fossati. Foi aluno deGuilherme Fontainha e – como Shostakóvitch – ganhou a vida,adolescente ainda, tocando piano no cinema. Sua formaçãoconciliou a paixão instintiva pela música popular com ovirtuosismo do pianista que, em 1929, tocou, no Rio de Janeiro,concertos de Liszt e Tchaikóvski com a Sinfônica do TheatroMunicipal, regida por Francisco Braga.

No Rio, Radamés fez amizade com Ernesto Nazaré. Ao mes-mo tempo que Dora Bevilacqua o tornava conhecido comocompositor erudito, executando a sua Rapsódia Brasileira, eletrabalhava como pianista de música popular na Rádio Clube doBrasil, e fazia elegantes arranjos para Pixinguinha, LamartineBabo ou Manuel da Conceição. O balanço dançante que adqui-riu convivendo com grandes pianistas populares – Nonô,Bequinho, Cardoso de Meneses – haveria de transferir-se paraobras eruditas como a deliciosa Suíte de Danças Populares Brasileiras.

Para Gnattali, nunca houve distinção ou o conceito dehierarquia entre a música clássica e a popular. Com o mesmoesmero de escrita que aplicava a choros como Recordando ouCabuloso, grandes sucessos do final da década de 30, ele compu-nha o Poema para violino e orquestra, ouvido em 1939 na Rádio deBerlim, com a orquestra da emissora regida por Gregor Wach; ouo Concerto nº 2 para piano e orquestra, que Arnaldo Estrela executouem Chicago, Washington e Philadelphia, durante uma excursãopelos Estados Unidos.

A vida inteira – até morrer de um derrame, em fevereiro de1988 – Gnattali manteve-se fiel a essa dupla paixão. No seuimenso catálogo, concertos para piano, violino ou violoncelo

ou a Sinfonia Tropical dão as mãos a umainfinidade de choros, sambas-canção,valsas populares, batuques e dobrados.A primeira vez que ele foi à Europa, em1960, levou não a sua música erudita, masa riqueza do popular brasileiro, tocadopelo Sexteto de Radamés, formado porele e Laércio Freitas (piano), Chiquinhodo Acordeom, o guitarrista José Menezes,o contrabaixista Pedro Vidal Ramos e obaterista Luciano Perrone.

Radamés Gnattali é um exemplo fan-tástico de músico que nadou, com a mes-ma desenvoltura, nas águas da músicaclássica e da popular, permitindo queelas fossem vasos comunicantes que sefertilizavam mutuamente. Basta dizer que,em 1983, quando o júri do Prêmio Shell deMúsica Brasileira o escolheu, por unani-midade, para a categoria compositor eru-dito, ele agradeceu estreando o ConcertoSeresteiro nº 3, para piano, orquestra decâmara e conjunto regional, no qual in-fundira muitos dos ritmos e recortes me-lódicos de seu Rio Grande do Sul natal.

jan1.p65 22/12/2005, 13:0820

avulso_geral.p65 19/12/2005, 17:411

22 CONCERTO

Por Camila Frésca

Prelúdio

nossos músicosFoto: Divulgaçaõ / TV Cultura

Fruto das recentes novidades na programaçãoda TV Cultura, o programa Prelúdio estreou em agos-to passado como uma boa nova para quem gosta demúsica. Trata-se de um show de calouros destinadoa jovens músicos de até 25 anos, que se apresentamacompanhados por orquestra. O maestro JúlioMedaglia é quem rege e comanda a atração.

A primeira edição do programa, que contou comquatro eliminatórias e uma final, revelou ao grandepúblico uma série de jovens talentosos, entre eles osquatro finalistas: o percussionista Cesar Traldi, otrompista Welintom Gabriel, o clarinetista ThiagoNaguel e o pianista Leonardo Hilsdorf. Quatro garo-tos que passaram boa parte de sua vida dedicando-se ao seu instrumento e que mostraram, apesar dapouca idade, grande talento e alto nível técnico.

Cesar Traldi tem 24 anos e iniciou os estudos naescola municipal de música de sua cidade,Descalvado (SP). Graduou-se em música pela Unicampe atualmente faz mestrado na mesma instituição. Emsua execução, mostrou que é um excepcionalinstrumentista, o que se reflete em uma agitadaagenda como solista. “Fiquei muito feliz em ter sidoselecionado pelo programa, e tenho certeza de quefoi muito importante para a minha carreira. Porcausa do Prelúdio, já estou recebendo convites parame apresentar como solista.”

Com apenas 19 anos, Welintom Gabriel já atuaintensamente no meio musical profissional comointegrante da Banda Sinfônica do Estado de SãoPaulo, da Sinfônica de Santo André ou da OrquestraExperimental de Repertório. Tendo se iniciado natrompa aos nove anos no Conservatório de Tatuí,Welintom pode se considerar um músico com carrei-ra em franca ascensão. Sua maior vontade, no mo-mento, é conseguir uma bolsa de estudos para seaprimorar no exterior. “Meu problema não é lugarpara estudar, pois já tenho carta da Juilliard School,em Nova York, e de Karlsruhe, na Alemanha, entreoutras. Mas não tenho condições de ir a não ser queconsiga uma bolsa.” Sobre sua participação no Pre-lúdio, ele afirma “Gostei muito. Foi uma experiênciaque vai ficar para o resto da minha vida.”

Mais jovem dentre todos os concorrentes, o pia-nista Leonardo Hilsdorf, de 18 anos, arrancou aplau-sos entusiásticos da platéia e generosos comentáriosdos jurados presentes. Tendo iniciado os estudos aosoito anos de idade e de imediato demonstrado suaenorme aptidão ao piano, Leonardo tem experiênciaem concursos, já tendo vencido diversos deles, comoGrieg-Nepomuceno de Brasília (2005), o que lhe pos-sibilitará passar um mês na Noruega apresentando-see fazendo aulas. “Uma das coisas mais legais do progra-ma foi a oportunidade de tocar com uma orquestra, oque aqui no Brasil não é tão fácil”, observa.

O clarinetista Thiago Naguel, de 22 anos, foi ogrande vencedor desta primeira edição do Prelúdio.Deixou público e jurados encantados com sua inter-pretação do concerto de Mozart, extremamente ex-pressiva, sua articulação perfeita e sua compreensãode dinâmica e fraseado. Outro músico formado peloConservatório de Tatuí, Thiago nasceu na cidade deLeme, e foi lá que se iniciou no clarinete aos 13 anosde idade, tocando na banda municipal. Acredita queo programa teve ótima repercussão e, perfeccionista,destaca: “Vi a gravação dos dois programas em queparticipei, e o que mais gostei foi notar que minhainterpretação melhorou muito da primeira para asegunda vez.” Os amigos da cidade natal e colegas daantiga banda alugaram um ônibus para prestigiá-lo nafinal. “Foi inclusive um maestro antigo da banda deLeme, que hoje tem mais de 80 anos, e que ficou muitoemocionado.” No momento Thiago faz planos parasua viagem à Alemanha, patrocinada pelo InstitutoGoethe e marcada para o segundo semestre deste ano,e que faz parte de sua premiação. “Quero estudarmuito e ver a Filarmônica de Berlim.”

O programa Prelúdio da TV Cultura vai ao ar sempre no último domingode cada mês e já está recebendo inscrições para sua edição de 2006.Consulte o site www.tvcultura.com.br.

O clarinetista Thiago Naguel foi o grande vencedor daprimeira edição do Prelúdio, programa da TV Cultura

nossos músicos

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opinião

Preparando acervos ...e comemoraçõesPor Flávia Toni

Dentro de doze meses, em 2007, a música brasi-leira terá, pelo menos, duas datas a comemorar:Camargo Guarnieri nasceu em 1907 e, FranciscoMignone, em 1897. De fato, as efemérides são impor-tantes para manter em pauta a memória de nossoshomens ilustres, mas para as instituições de custó-dia que abrigam seus acervos pessoais tais aconte-cimentos demandam uma carga extraordinária detrabalho. Logo, além das tarefas de guarda e preser-vação, há que se preparar para a chegada de umpúblico variado que, ciente da importância dosnomes festejados, quer participar das festas e ampli-ar o conhecimento sobre os homenageados.

Os acervos de Guarnieri e de Mignone são hojepatrimônio do Instituto de Estudos Brasileiros daUniversidade de São Paulo, onde dividem espaçocom outras obras notórias da nossa música: o Recitativoe Ária (1759), atribuído a Caetano Melo de Jesus, eA Noite do Castelo (1862), de Antônio Carlos Gomes,além do arquivo completo do musicólogo Mário deAndrade. Porém, a manutenção de peças isoladas emacervo, caso das duas obras antigas, requer tarefa bemmais simples, embora muito dispendiosa, como aguarda e a preservação. A questão é bem diversaquando se trata do conhecimento, processamento eextroversão de coleções completas como a do autordos Ponteios, do qual possuímos correspondência ati-va e passiva, a obra integral, fotografias, programasmusicais, documentação burocrática e, até mesmo, oinstrumento que o compositor utilizava em seu estú-dio de trabalho, constituindo, provavelmente, o acer-vo de compositor brasileiro mais completo do país.

Há milhares e milhares de folhas de papel quedevem ser limpas e restauradas para que não alojemfungos ou manchas de umidade; milhares de envelo-pes e centenas de caixas especiais devem ser confec-cionados, um a um, para salvaguardar os documen-tos; centenas de horas de música, gravadas em váriostipos de suportes, precisam ser transferidas para umsistema de audição compatível com os equipamen-tos de som atuais; e todas as informações devem serprocessadas para que sejam incluídas em sistemasde busca à disposição dos consulentes.

E a Musicologia, onde está? No caso da Musico-

logia brasileira, com bibliografia incipiente frente àquantidade de História a se construir, idealmente elasó pode ser praticada com rigor e respeito após aexecução destas tarefas que precisam ser desenvolvi-das por pessoal de formação não apenas técnica. Istoporque só o olhar do especialista pode avaliar o signi-ficado das marcas de todos os tipos deixadas pelosautores em seus esboços ou versões de trabalho, diag-nóstico necessário para as pesquisas de vulto queoriginem edições musicais fidedignas, anotadas, críti-cas ou genéticas, para citar as mais conhecidas. En-quanto o documento musical é o testemunho privile-giado do trabalho do compositor, seu acervo pessoale biblioteca confidenciam, entre outros, os trajetosda criação. Assim, preservação e pesquisa estão inti-mamente unidas, pois as matrizes do pensamento nãoenvelhecem e muitas delas são consubstanciadas emobjetos, de toda ordem, a serem revisitados.

Cabe, talvez, discernir ainda o que entendo comotarefa das instituições que custodiam acervos musi-cais, uma vez que algumas agências fomentadorasde projetos têm enfatizado a necessária preservaçãoda memória musical e muita verba tem sido gastacom um derivativo, ou seja, a digitalização. Mas apergunta que cabe é: o que temos digitalizado nopaís e por quê? Frente à falta crônica de verba parapreservar e restaurar, quantas de nossas entidadesconhecem e divulgam o que possuem como fonteprimária para a pesquisa em Música?

A revisão de conceitos é tanto mais necessária àmedida que nos damos conta que uma instituiçãocomo a Vitae, talvez a única que nos últimos anossistematicamente apoiou os trabalhos técnicos im-prescindíveis para a manutenção de nossa memóriamusical, cessou sua atividade. Graças ao apoio dela osacervos de Francisco Mignone e Camargo Guarnieri,entre outros do IEB-USP, têm sido tratados, e duranteo ano que ora inicia Lúcia Elena Thomé, Paula Marcon,Érica Beatriz Navarro Manfredini, Klaus Wernet, JudieKristie Abrahim Pimenta, Rosângela Veríssimo, VivianeSacramento e eu continuaremos a nos preparar paraas festas de 2007.

Flávia Toni é pesquisadora do IEB-USP e docente na ECA-USP.

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24 CONCERTO

panorama

O Theatro Municipal preparou uma programaçãoespecial para comemorar os 452 anos da cidade deSão Paulo. No dia 25 de janeiro, às 21h, a OrquestraSinfônica Municipal e o Balé da Cidade de São Pauloapresentam-se conjuntamente. Na primeira parte doprograma, o maestro Paulo Nogueira rege a orquestraem duas obras de Chopin, uma de Liszt e a peça Oalvorecer do século da humanidade, que contará coma participação do compositor, o pianista Amaral Vieira.Após o intervalo é o Balé da Cidade, sob direção deMônica Mion, que sobe ao palco para interpretar aSinfonia de Réquiem, de Benjamin Britten, com coreo-grafia de Vasco Wellenkamp.

Dias 28 e 29 o Coral Paulistano, sob regência deMara Campos, junta-se ao Quarteto de Cordas daCidade de São Paulo e a diversos músicos convidados

THEATRO MUNICIPAL

TMSP comemora o aniversário da cidadenum concerto especialmente concebido para home-nagear a cidade, com ritmos do folclore latino-ameri-cano e peças de compositores brasileiros.

O encerramento das comemorações acontecetambém no dia 29, às 11h, com a Orquestra Experi-mental de Repertório executando, sob regência deJamil Maluf, a popular cantata Carmina Burana, deCarl Orff. O espetáculo terá projeção de imagens econta com os solistas Cláudia Riccitelli, SebastiãoTeixeira e Helder Savir. Também participam os coraisLírico e Infanto-juvenil da Escola Municipal de Música.

Além da programação especial, o TMSP dá conti-nuidade ao projeto Cena Aberta, que apresenta tre-chos de óperas. As récitas, com entrada franca, acon-tecem em janeiro nos dias 18, 19, 20, 30 e 31, além de1º de fevereiro.

A temporada lírica do TMSP tem início em feverei-ro com cinco récitas da ópera As bodas de Fígaro, emuma série denominada “Mozarteando”. Um dos maisimportantes compositores da história da música, Mozartserá tema de muitas homenagens neste ano, em que secomemoram os 250 anos de seu nascimento.

THEATRO MUNICIPAL

Ópera “Bodas” abre ano Mozart em SPÓpera bufa em quatro atos com libreto de Lorenzo

da Ponte, As bodas de Fígaro tem suas origens emPierre de Beaumarchais, que escreveu três comédiaspara teatro: O barbeiro de Sevilha (1775), As bodas deFígaro (1784) e A mãe culpada (1792). Em 1782, GiovanniPaisielo compôs uma versão menos conhecida deO barbeiro de Sevilha. Quatro anos depois, Mozartestreou com grande sucesso suas Bodas, cujas aven-turas se passam 30 anos depois das que Fígaro viveem O barbeiro. Finalmente, em 1816 Rossini tambémestréia sua ópera O barbeiro de Sevilha baseada nomesmo texto, e que se tornou tão popular quanto àde Mozart.

Esta montagem do Theatro Municipal terá regên-cia e direção musical do maestro José Maria Florêncio.Fábio Namatame assina os figurinos e Fábio Brando oscenários. A direção cênica é de José Possi Neto. Noelenco estão grandes nomes do cenário musical comoPaulo Szot, Rosana Lamosa, Stephen Bronk, AdéliaIssa e Denise de Freitas. As apresentações acontecemnos dias 11, 13, 15 e 17 de fevereiro, às 20h30. A últimarécita será no dia 19 às 17h.

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Maestro José Maria Florêncio regerá Mozart no TM

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panorama

Janeiro / Fevereiro 2006 25

CCBB-SP

CCBB tem “fenômenodas novas orquestras”

O Centro Cultural Banco do Brasil apresenta,entre 10 e 31 de janeiro, “O fenômeno das novasorquestras”. É um projeto dedicado a iniciativas damúsica instrumental brasileira que representam umnovo conceito orquestral, com formações que trazempropostas estéticas inovadoras.

Segundo Cláudio Dauelsberg, organizador do pro-jeto, trata-se na verdade de um fenômeno mundial.São orquestras que surgiram nos últimos 15 anos norastro da globalização, como a orquestra de milvioloncelos em Kobe (Japão), que se apresentou em1988. Dauelsberg é ele mesmo criador e diretor artís-tico da PianOrquestra, que transforma o piano numaorquestra através da utilização de objetos inusitadoscolocados nas cordas e da reunião de cinco pianistas– 10 mãos – em um único instrumento.

Além da PianOrquestra, que encerra as apresen-tações no dia 31 de janeiro, subirão ao palco do CCBBos multi-instrumentistas da Itiberê Orquestra Família(dia 10); o grupo de percussão corporal Barbatuquese a Orquestra de Contrabaixos Tropical, no dia 17; aorquestra Siri, que utiliza um fusca como instrumentode percussão (dia 24); e os excelentes músicos daOrquestra Popular de Câmara (dia 24).

MOSTEIRO DE SÃO BENTO / SESC IPIRANGA / CCSP

São Paulo ainda oferecediversas outras atrações

Ainda que em menor intensidade, São Paulo con-tinua a oferecer opções musicais aos melômanos nosmeses de janeiro e fevereiro. Entre elas está o recitaldo pianista Ney Salgado, que acontece no dia 20 dejaneiro, às 21h, no Mosteiro de São Bento. Experienteinstrumentista nascido em São Paulo e que já seapresentava como solista aos seis anos de idade,Salgado é oriundo da famosa escola pianística de JoséKliass. Foi também aluno de Koellreutter e aperfei-çoou-se na Europa, onde viveu por muitos anos edesenvolveu carreira como concertista. Nesta apre-sentação ele mostra ao público suas interpretaçõesde obras de Chopin, da Sonata op. 111 de Beethovene da Sonata nº 4 de Cláudio Santoro.

Outra atração de destaque é o concerto que aOrquestra de Câmara Villa-Lobos faz no Sesc Ipirangano dia 29 de janeiro, com entrada franca. O programa,todo dedicado a Mozart, será uma homenagem aos 250anos do nascimento do compositor e incluirá o Diverti-mento em fá maior e a célebre Pequena serenata noturna.

No dia 12 de fevereiro o Violão-Câmara-Trio rea-liza um recital no Centro Cultural São Paulo, comobras de Albinoni, Fernando Sor, Boccherini, Vivaldie Ference Farkas.

Em dois recitais, os violoncelistas Antônio LauroDel Claro e Dimos Goudaroulis apresentam a integraldas suítes para violoncelo de Bach. Del Claro executaráas suítes pares e Goudaroulis, as ímpares. A iniciativapermitirá mostrar, além do talento de cada um, duasformas distintas de interpretação, já que Del Claro faráuma interpretação moderna das obras, e Goudaroulisuma interpretação de época. Longe de despertar polê-mica, a iniciativa, segundo os instrumentistas, querdemonstrar as diferentes possibilidades que o intér-prete tem de recriar a obra escrita. As apresentaçõesacontecem sempre às 11h, no Sesc Belenzinho. No dia

SESC BELENZINHO

Sesc mostra Shostakovich, Gnattali e Bach29 de janeiro, Dimos interpreta as Suítes nºs 1 e 3 e DelClaro sobe ao palco para executar a Suíte nº 2. No dia5 de fevereiro é Del Claro quem abre e fecha o progra-ma, com as Suítes nºs 4 e 6, enquanto Goudaroulis fazo número intermediário interpretando a Suíte nº 5.

Antes, no dia 15 de janeiro, a pianista RosáriaGatti apresenta o programa “100 anos de RadamésGnattali”, compositor de quem é destacada intérpre-te. Na primeira parte deste programa, a pianista OlgaKopylova executa obras de Dmitri Shostakovich, com-positor russo de quem também se comemoram os 100anos de nascimento.

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26 CONCERTO

panorama

A 24ª edição da Oficina de Música de Curitiba, umdos mais importantes festivais do país, acontece en-tre 5 e 21 de janeiro. Realizada desde 1983 pela Funda-ção Cultural de Curitiba, a Oficina de Música foi inspi-rada nos festivais e cursos internacionais que eramrealizados na década de 70.

A direção geral do evento é de Janete Andrade,que, com a saída do oboísta Alex Klein, passou adirigir também o núcleo de música erudita. A direçãode MPB é compartilhada pelos músicos Sérgio Albache Glauco Sölter, e o núcleo de música eletrônica – umanovidade desta edição – por James Pedrozo Pinto.

O corpo docente é formado por 50 professoresbrasileiros e 20 estrangeiros, vindos de importantesinstituições musicais como Juilliard School (Nova York),

CURITIBA, PR

Curitiba promove 24ª Oficina de MúsicaNew England Conservatory (Boston), Berklee School ofMusic (Boston), Schola Cantorum Basilensis (Basel-Suíça) e Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo.

Um dos destaques do evento é que, pelo terceiroano consecutivo, a Oficina de Música vai audicionar ereceber material de músicos interessados em partici-par da Orquestra Jovem das Américas.

Muitos nomes de prestígio passarão pela Oficina,mas vale destacar o violinista chinês Yang Liu e aflautista Carol Wincenc, professora da Juilliard quecriou e dirige uma série de festivais internacionais deflauta nos Estados Unidos. Veja mais detalhes daprogramação na seção de Roteiro Musical Festivais deVerão. (O site da Oficina de Música de Curitiba tem oendereço www.oficinademusica.org.br.)

A cidade de Poços de Caldas sedia, entre os dias15 e 28 de janeiro, o 7º Festival Música nas Montanhas.Ao longo de duas semanas professores, alunos eartistas convidados se apresentarão em 32 concertosgratuitos. A abertura do festival, que tem direçãoartística do maestro Jean Reis, ocorre dia 15 às 20h30no Palace Casino, com a apresentação da OrquestraVersatilis e do pianista e arranjador Nelson Ayres.

Serão realizadas 48 oficinas de aperfeiçoamentomusical para instrumentos de orquestra, comanda-das por importantes nomes da música erudita nacio-

POÇOS DE CALDAS, MG

Poços sedia Festival Música nas Montanhasnal como Gilberto Tinetti, Regina Helena Mesquita,Elisa Fukuda, Antonio Lauro Del Claro e EduardoMonteiro, que integram o corpo docente do festival.

O concerto de encerramento acontece no dia 28com a orquestra do Festival, sob a regência de JeanReis e solos do violinista americano Lyndon Taylor.

Veja mais detalhes da programação na seção deRoteiro Musical Festivais de Verão. Inscrições para asoficinas e demais informações podem ser encontra-das pela internet no endereço www.festivalmusicanasmontanhas.com.br.

Criado em 1985 pelo maestro Ciro Tabet, queainda responde pela direção geral, os Cursos Interna-cionais de Música Scala - Cinves chegam a sua 17ªedição. Sediado em Juiz de Fora, as atividades tam-bém se expandem para cidades vizinhas como SãoJoão Del Rei, Tiradentes, Prados e Barbacena.

JUIZ DE FORA, MG

Juiz de Fora apresenta 17º Festival CinvesEntre os dias 15 e 29 de janeiro, o Cinves contará

com os professores convidados Alceu Reis, DanielMason (EUA), Ernani Aguiar, Ernesto Villa-Lobos (Mé-xico), Felipe Prazeres, João Galindo, Marcello Guerchfelde Marie Bernard, entre outros. Inscrições podem serfeitas pelo site www.pianoclass.com/scala.

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panorama

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BRASÍLIA, DF

Brasília realiza 28º CursoInternacional de Verão

Destinado a compositores, regentes, intérpretes,musicólogos, educadores, estudantes e amantes damúsica, o Curso Internacional de Verão da Escola deMúsica de Brasília chega a sua 28ª edição como umdos grandes festivais de música do país. Entre os dias11 e 28 de janeiro 67 professores, procedentes dediversos pontos do Brasil e 13 diferentes países,ministrarão uma série de cursos para os alunos inscri-tos. Serão 25 opções de disciplinas na área erudita,englobando instrumentos e regência orquestral, dis-ciplinas de teoria avançada e prática musical.

Paralelamente aos cursos ocorrerão concertosdiários, sempre com entrada franca. Nesta ediçãoserão homenageados os compositores Mozart,Shostakovich, Francisco Mignone e Radamés Gnattali,além dos músicos John Coltrane e Miles Davis. Oendereço do curso na internet é www.emb.com.br.

JARAGUÁ DO SUL, SC

Santa Catarina tambémterá festival de verão

Acontece na cidade de Jaraguá do Sul, entre 29de janeiro e 12 de fevereiro, o Festival de Música deSanta Catarina. Com direção artística de Alex Klein,o principal destaque do evento são os professoresconvidados, nomes de grande prestígio em seusinstrumentos como Betina Stegmann e Elisa Fukuda(violino), Marcelo Jaffé e Richard Young (viola),Michel e Kathy Debost (flauta), Alex Klein e Washing-ton Barella (oboé), Jon Manassee (clarinete), e LuizGarcia (trompa), entre outros. O núcleo de pianoserá coordenado por Viviane Taliberti, e os pianistasRicardo Castro, Luiz Senise, Flávio Augusto e a pró-pria Viviane ministrarão aulas do instrumento, demúsica de câmara e improvisação.

Os alunos participantes terão alojamento e ali-mentação garantidos pelo festival. Inscrições podemser feitas pelo site www.festmusicasc.com.br.

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28 CONCERTO

roteiro musical

roteiro musicalSÃO PAULO, SP

JANEIRO

01/01 19.00 Recital de VanessaBernardes – soprano e Edith Kielgast– piano. Programa: trechos dePergolesi – La Serva Padrona; Händel –Rinaldo; Mozart – Le Nozze de Figaro;Verdi – La Traviata; Puccini – Turandot,La Bohéme, Tosca, La Rondine e GianniSchicchi. Local: Liga das SenhorasCatólicas – Rua Bernarda Luiz, 129 –Tel. 3673-6111. Entrada franca.

05/01 21.00 Musical “O Fantasma daÓpera”, de Andrew Lloyd Webber.Direção: Arthur Masella. Direçãoartística: Rainer Fried. Direção musical:Guy Simpson. Coreografia: DennyBerry. Elenco: Saulo Vasconcelos,Sara Sarres e Kiara Sasso (alternada-mente), Nando Prado, Edna deOliveira, Homero Velho, CláudioGoldman, Paula Cappovila e CarolinaPunel, entre outros. Local: Teatro Abril– Av. Brig. Luís Antônio, 411.Apresentações às quartas, quintas esextas-feiras, às 21.00, sábados, às17.00 e 21.00 e domingos, às 16.00e 20.00. Ingressos: de R$ 65,00 aR$ 180,00 (quartas, quintas e sextas-feiras) e de R$ 75,00 a R$ 200,00(sábados e domingos). À venda nabilheteria do teatro e na CentralTicketmaster – Tel. 6846-6000,www.ticketmaster.com.br.

10/01 13.00 Projeto O Fenômeno dasNovas Orquestras. Com ItiberêOrquestra Família. Programa: os 20integrantes do conjunto assumemfunção de multi-instrumentistas,ampliando as possibilidades sonoras.Coordenação: Claudio Dauelsberg.Local: Centro Cultural Banco do Brasil– Rua Álvares Penteado, 112 – Tel.3113-3600. Ingressos: R$ 6,00 eR$ 3,00. Reapresentação às 19.30.

15/01 11.00 1ª parte: 100 anos deShostakovich, com Olga Kopylova –piano. 2ª parte: 100 anos de RadamésGnattali, com Rosária Gatti – piano.Local: Sesc Belenzinho – Teatro – RuaÁlvaro Ramos, 915 – Tel. 6602-3700.Ingressos: R$ 5,00, R$ 2,50 e R$ 1,00.

17/01 13.00 Projeto O Fenômeno dasNovas Orquestras.Com Barbatuques.Programa: o grupo de percussãocorporal explora os sons que podemser produzidos pelo corpo humano.Coordenação: Claudio Dauelsberg.Local: Centro Cultural Banco do Brasil– Rua Álvares Penteado, 112 – Tel.3113-3600. Ingressos: R$ 6,00 eR$ 3,00.

19.30 Projeto O Fenômeno dasNovas Orquestras.Com Orquestra deContrabaixos Tropical. Direção: TibôDelor. Programa: seis contrabaixistase compositores exploram aspossibilidades técnicas, harmônicas,melódicas e rítmicas do contrabaixo.Coordenação: Claudio Dauelsberg.Local: Centro Cultural Banco doBrasil – Rua Álvares Penteado, 112 –Tel. 3113-3600. Ingressos: R$ 6,00e R$ 3,00.

18/01 11.00 Projeto Cena Aberta. ATragédia na Ópera. Espetáculo deformação de platéia, enfocando trechose personagens das óperas “Orfeu” deGluck; “Macbeth” de Verdi; “Turandot”de Puccini; “Romeu e Julieta” deGounod; “Carmen” de Bizet;“Tannhäuser de Wagner. ComOrquestra Sinfônica Municipal, CoralLírico e Coral Paulistano. Regente:Mário Zaccaro. Regente do CoralPaulistano: Mara Campos. Direçãocênica: Vivien Buckup. Coordenação:João Malatian e Regina ElenaMesquita. Local: Theatro Municipal –Praça Ramos de Azevedo s/nº – Tel.3222-8698. Entrada franca. Reapresen-tação no mesmo local e horário dias19, 20, 30, 31 e 01/02.

20/01 21.00 Recital de Ney Salgado –piano. Programa: Beethoven – Sonataop. 111; Chopin – Polonaise op. 26nº 1, Noturno op. 27 nº 1 e Fantasia emfá menor op. 49 e Claudio Santoro –Sonata nº 4 (1ª versão). Local: Teatrodo Mosteiro de São Bento – Largo deSão Bento s/nº – Tel. 3188-4157.

21/01 20.00 Zest Companhia deDanças, apresenta “Bodas deAurora”, com músicas de Tchai-kovsky e “Batuques”, com ritmos

brasileiros e músicas produzidas como som do corpo. Direção artística:Fábia Vasconcellos. Direção geral:Fabyanna Nemeth. Coreografias:José Ricardo Tomaselli e MariusPetipá. Local: Theatro São Pedro –Rua Barra Funda, 171 – Telefone3667-0499. Ingressos: R$ 20,00(antecipados até 15/01 R$ 15,00).Reapresentação no mesmo local dia22 às 18.00.

24/01 13.00 Projeto O Fenômeno dasNovas Orquestras.Com Siri. Programa:o grupo utiliza um automóvel comoinstrumento de percussão e recursosmultimídia. Coordenação: ClaudioDauelsberg. Local: Centro CulturalBanco do Brasil – Rua ÁlvaresPenteado, 112 – Tel. 3113-3600.Ingressos: R$ 6,00 e R$ 3,00.

15.00 Sesc Verão. Rosária Gatti –piano e Grupo Nosso Choro. Local:Sesc Pompéia – Rua Clélia, 93 – Tel.3871-7700. Entrada franca.

19.30 Projeto O Fenômeno dasNovas Orquestras.Com OrquestraPopular de Câmara. Programa: aorquestra traz uma nova sonoridade apartir de encontro do mundocontemporâneo com o tradicional.Coordenação: Claudio Dauelsberg.Local: Centro Cultural Banco doBrasil – Rua Álvares Penteado, 112 –Tel. 3113-3600. Ingressos: R$ 6,00 eR$ 3,00.

25/01 21.00 Concerto comemorativo aos452 anos da cidade de São Paulo.Orquestra Sinfônica Municipal,Amaral Vieira – piano e Balé daCidade de São Paulo. Regente: PauloNogueira. Programa: Chopin – GrandePolonaise Brilhante e AndanteSpianato; Liszt – Fantasia sobre TemasFolclóricos Húngaros; Amaral Vieira –O Alvorecer do Século da Humanidade;Britten – Sinfonia de Réquiem. Local:Theatro Municipal – Praça Ramos deAzevedo s/nº – Tel. 3222-8698. Entradafranca, retirar ingressos um dia antes.

21.00 XVI Seminário de ViolãoSouza Lima. Paulo Martelli – violão.Programa: obras de Bach. Coordenação

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Janeiro / Fevereiro 2006 29

roteiro musical

geral: Antonio Mário da Silva Cunha.Coordenação artística: Henrique Pinto.Local: Conservatório Souza Lima – RuaJosé Maria Lisboa, 745 – Telefone3884-9149.

26/01 11.30 XVI Seminário de ViolãoSouza Lima. André Simão.Programa: obras de Albéniz,Domeniconi e Giuliani. Coordenaçãogeral: Antonio Mário da Silva Cunha.Coordenação artística: HenriquePinto. Local: Conservatório SouzaLima – Rua José Maria Lisboa, 745 –Tel. 3884-9149.

18.00 XVI Seminário de ViolãoSouza Lima. Franciel Monteiro.Programa: obras de Castelnuovo-Tedesco, Joaquín Rodrigo e Torroba.Coordenação geral: Antonio Mário daSilva Cunha. Coordenação artística:Henrique Pinto. Local: ConservatórioSouza Lima – Rua José Maria Lisboa,745 – Tel. 3884-9149.

21.00 XVI Seminário de ViolãoSouza Lima. João Luís Resende Lopes.Programa: obras de Torroba, Mompou eTansman. Coordenação geral: Antonio

Mário da Silva Cunha. Coordenaçãoartística: Henrique Pinto. Local:Conservatório Souza Lima – Rua JoséMaria Lisboa, 745 – Tel. 3884-9149.

27/01 11.30 XVI Seminário de ViolãoSouza Lima. Quarteto TAU. Programa:obras de Bartoloni, Bellinati e Gnattali.Coordenação geral: Antonio Mário daSilva Cunha. Coordenação artística:Henrique Pinto. Local: ConservatórioSouza Lima – Rua José Maria Lisboa,745 – Tel. 3884-9149.

18.00 XVI Seminário de ViolãoSouza Lima. Amadeu da RosaAugusto. Programa: obras de GeraldoRibeiro, Scarlatti e Bach. Coordenaçãogeral: Antonio Mário da Silva Cunha.Coordenação artística: Henrique Pinto.Local: Conservatório Souza Lima – RuaJosé Maria Lisboa, 745 – Telefone3884-9149.

21.00 Sesc Verão. RadamésGnattali – Cem Anos. Homenagem aocompositor e arranjador, comOrquestra Jovem Tom Jobim, Laérciode Freitas, Roberto Sion, CláudioCruz, Toninho Ferragutti e

Alessandro Penezzi. Local: SescPompéia – Rua Clélia, 93 – Tel. 3871-7700. Ingressos: R$ 15,00. Reapresenta-ção no mesmo local e horário dia 28 eno dia 29 às 18.00.

21.00 XVI Seminário de ViolãoSouza Lima. Duo Fernando Lima eCecília Siqueira. Programa: obras deDominguinhos, Dyens, Garoto, Händele De Falla. Coordenação geral: AntonioMário da Silva Cunha. Coordenaçãoartística: Henrique Pinto. Local:Conservatório Souza Lima – Rua JoséMaria Lisboa, 745 – Tel. 3884-9149.

28/01 11.00 XVI Seminário de ViolãoSouza Lima. Gilberto Santos.Programa: obras de Bellinati, Torroba eSainz de la Maza. Coordenação geral:Antonio Mário da Silva Cunha.Coordenação artística: Henrique Pinto.Local: Conservatório Souza Lima – RuaJosé Maria Lisboa, 745 – Telefone3884-9149.

17.00 Coral Paulistano. Regente:Mara Campos. Participação doQuarteto de Cordas da Cidade deSão Paulo, Grupo Maypi, Fernando

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30 CONCERTO

roteiro musical

Mattos e Eduardo Pinho – tenores,Nelson Silva – órgão, Marcelo Penido– harpa, Nestor Gomes – percussão.Programa: Ariel Ramirez – Misa Criolla;Osvaldo Lacerda – Romaria, Desafio eProvérbios; Gilberto Mendes –Inspiração; Uma vez uma vala e BebaCoca-Cola; Dorival Caymmi – Suíte dosPescadores; ritmos do folclore latino-americano e composições brasileiras;Mignone – Quarteto nº 2 e Piazzolla –Four, for tango. Local: TheatroMunicipal – Tel. 3222-8698.Reapresentação no mesmo local ehorário dia 29. Entrada franca, retiraringressos um dia antes.

21.00 XVI Seminário de ViolãoSouza Lima. Quaternaglia. Programa:obras de Sérgio Molina, Villa-Lobos,Tiné e Tom Jobim. Coordenação geral:Antonio Mário da Silva Cunha.Coordenação artística: Henrique Pinto.Local: Conservatório Souza Lima – RuaJosé Maria Lisboa, 745 – Telefone3884-9149.

29/01 11.00 Orquestra Experimental deRepertório e Coral Lírico. Regente:Jamil Maluf. Solistas: CláudiaRiccitelli – soprano, SebastiãoTeixeira – barítono e Helder Savir –contratenor. Participação do CoralLírico e Coral Infanto-Juvenil da EscolaMunicipal de Música. Preparação doscoros: Mário Zaccaro e Mara Campos.Projeção de imagens: Fernando Anhê.Programa: Carl Orff – Carmina Burana.Local: Theatro Municipal – Telefone3222-8698. Entrada franca, retiraringressos um dia antes.

11.00 Integral das Suítes paraVioloncelo solo de Bach. Com AntonioLauro Del Claro – Suíte nº 2 e DimosGoudaroulis – Suítes nºs 1 e 3. Local:Sesc Belenzinho – Rua Álvaro Ramos,915 – Tel. 6602-3700. Ingressos: R$5,00, R$ 2,50 e R$ 1,00. Este programaterá continuidade no mesmo local ehorário dia 5 de fevereiro.

15.00 Homenagem aos 250 anosdo nascimento de Mozart. Orquestrade Câmara Villa-Lobos. Programa:Mozart – Adágio e Fuga, Ave Verum,Divertimento em fá maior e PequenaSerenata Noturna. Local: Sesc Ipiranga– Rua Bom Pastor, 822 – Tel. 3340-2000. Entrada franca.

31/01 13.00 Projeto O Fenômeno dasNovas Orquestras.Com PianOrquestra.Programa: o piano é a própriaorquestra, com sons produzidos por 10mãos. O repertório inclui obras decompositores brasileiros eruditos epopulares. Coordenação: ClaudioDauelsberg. Local: Centro CulturalBanco do Brasil – Rua ÁlvaresPenteado, 112 – Tel. 3113-3600.Ingressos: R$ 6,00 e R$ 3,00.Reapresentação às 19.30.

FEVEREIRO

01/02 11.00 Projeto Cena Aberta. ATragédia na Ópera. Espetáculo deformação de platéia, enfocando trechose personagens das óperas “Orfeu” deGluck; “Macbeth” de Verdi; “Turandot”de Puccini; “Romeu e Julieta” deGounod; “Carmen” de Bizet;“Tannhäuser de Wagner. ComOrquestra Sinfônica Municipal, CoralLírico e Coral Paulistano. Regente:Mário Zaccaro. Regente do CoralPaulistano: Mara Campos. Direçãocênica: Vivien Buckup. Coordenação:João Malatian e Regina ElenaMesquita. Local: Theatro Municipal –Praça Ramos de Azevedo s/nº – Tel.3222-8698. Entrada franca.

04/02 20.00 Encontro Musical TLE.Direção: Raphael Casalânguida. Local:Sede do TLE – Praça Almeida Júnior, 86– Tel. 3341-3445.

05/02 11.00 Integral das Suítes paraVioloncelo solo de Bach. Com AntonioLauro Del Claro – Suítes nºs 4 e 6 eDimos Goudaroulis – Suíte nº 5.Local: Sesc Belenzinho – Rua ÁlvaroRamos, 915 – Tel. 6602-3700.

09/02 1º período: às 09.30 e 2º período:às 14.00. Audição aberta do IIConcurso Internacional de RegênciaOrquestral – Prêmio Osesp. 1ª Fase.Orquestra Sinfônica do Estado deSão Paulo. Apresentação dos 12regentes selecionados: ChristianBaldini (Argentina), Cristian Gort(Argentina), David Cubek (Venezuela),Guilherme Mannis, Kodo Yamagashi(Japão), Lucía Zicos (Argentina),Luciano Camargo, Marcos Arakaki,Nilson Galvão Jr., Simone Menezes,Solielson Goethe e Victor Hugo Toro(Chile). Júri: John Neschling, Alun

Francis Gabriel Chmura, RobertoDuarte e Yoram David. Programa aser escolhido pelo júri: Grupo A:Haydn – Sinfonias nºs 99, 100(Militar), 101 (O Relógio), 102, 103 e104 (Londres); Grupo B: Strauss – DonJuan. Local: Sala São Paulo – PraçaJulio Prestes, s/nº – Tel. 3337-5414.Ingresso válido apenas para umperíodo e não para o dia inteiro,valores a confirmar. O concurso terácontinuidade dias 10 e 11/02.

10/02 1º período: às 10.00 e 2ºperíodo: às 14.00. Audição abertado II Concurso Internacional deRegência Orquestral – PrêmioOsesp. 2ª Fase. Orquestra Sinfônicado Estado de São Paulo. Solista:Luís Fabiano – piano. Apresentaçãodos regentes selecionados naapresentação do dia 09/02. Programaa ser escolhido pelo júri: Grupo C:Compositor brasileiro: obracomissionada para o Concurso;Grupo D: Gounod – “Fausto”, ato IIInºs 14, 14a e 14b: recitativo e ária(Marguerite); Mozart – “A FlautaMágica” – Finale do Primeiro Ato:Recitativo e Stravinsky – Concertospara piano e sopros. Grupo E:Beethoven – Sinfonias nº 4 op. 60,nº 5 op. 67 e nº 6 op. 68. Local: SalaSão Paulo – Praça Julio Prestes, s/nº– Telefone 3337-5414. Ingressoválido apenas para um período e nãopara o dia inteiro, valores aconfirmar. O concurso continua dia11/02.

11/02 10.00 Audição aberta do IIConcurso Internacional de RegênciaOrquestral – Prêmio Osesp.3ª Fase. Orquestra Sinfônica doEstado de São Paulo. Apresentaçãodos regentes selecionados naapresentação do dia 10/02. Programa aser escolhido pelo júri: Grupo F:Stravinsky – Concerto – DumbartonOaks e Grupo G: Brahms – Sinfonianº 1 op. 63 e Schumann – Sinfonia nº 4op. 120. Local: Sala São Paulo – PraçaJulio Prestes, s/nº – Tel. 3337-5414.Ingressos a confirmar.

20.00 Concerto para Heidi.Homenagem ao nascimento da cantoralírica Heidi Alvez Lazzarini. Noprograma árias de óperas e operetascom o Teatro Lírico de Equipe.

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Janeiro / Fevereiro 2006 31

roteiro musical

Informações: tel. 3341-3445. Local:Theatro São Pedro – Rua Barra Funda,171 – Tel. 3667-0499. Realização:Teatro Lírico de Equipe.

20.30 Ópera “As Bodas deFigaro” de Mozart. OrquestraSinfônica Municipal de São Paulo eCoral Lírico. Regência e direçãomusical: José Maria Florêncio.Elenco: Paulo Szot, Rosana Lamosa,Stephen Bronk, Adélia Issa e Denisede Freitas. Direção cênica: José PossiNeto. Figurinos: Fábio Namatame.Cenários: Fábio Brando. Local:Theatro Municipal. Ingressos: deR$ 20,00 a R$ 40,00 (dia 13 deR$ 10,00 a R$ 20,00). Reapresentaçãono mesmo local e horário dias 13, 15e 17 e dia 19 às 17.00.

12/02 11.30 Violão-Câmara-Trio:Henrique Pinto, João Luiz ResendeLopes e Ricardo Marui. Programa:Albinoni – Concerto a Cinque nº 4op. 7; Fernando Sor – Sonata op. 15;Boccherini – Introdução e Fandango;Farkas – Citharoedia Strigoniensis;Vivaldi – Concerto em lá menor.Local: Centro Cultural São Paulo –Rua Vergueiro, 1000 – Telefone 3227-3611.

16/02 21.00 Quarteto de Cordas daCidade de São Paulo: BetinaStegmann e Nelson Rios – violinos,Marcelo Jaffé – viola e Robert Suetholz– violoncelo. Local: Theatro Municipal.Ingressos: de R$ 5,00 a R$ 10,00.

18/02 16.00 Matinê no Municipal.Comemoração aos 250 anos denascimento de Mozart. Musical“Bastião e Bastiana”, baseado naópera “Bastien und Bastienne” deMozart. Camerata São Paulo ecantores convidados. Direção musicale regência: Daniel Misiuk. Direçãocênica: Regina Elena Mesquita. Local: Theatro Municipal. Ingressos:de R$ 5,00 a R$ 10,00.

RIO DE JANEIRO, RJ

16/01 19.30 Projeto Rio Arte Música nasIgrejas. Concertos Estivais.Homenagem aos 250 anos de Mozart.Gilson Peranzzetta – piano e MauroSenise – flauta e saxofone.Programa: Mozart – Sonata em fá

menor K 13 e Sonata em dó maiorK 545; Chopin – Mazurca e Prelúdionº 4; Brahms – Intermezzo; Scriabin –Feuillet d’Album; Debussy – DoctorGradus ad Parnassum; Villa-Lobos –Prelúdio das Bachianas nº 4. Local:Igreja de Santa Margarida Maria –Tel. (21) 2286-9596. Reapresentaçãono mesmo horário dia 17 no ConventoSanto Antonio – Tel. (21) 2262-0179;dia 18 na Igreja São Sebastião e SantaCecília – Tel. (21) 2401-8448; dia 19na Igreja Matriz Santa Teresa de Jesus– Tel. (21) 2508-9268. Entrada franca.

19/01 19.00 João Carlos Assis Brasil –piano. Programa: Villa-Lobos – Prelúdionº 3 para violão e ImpressõesSeresteiras; Chiquinha Gonzaga – Suíte;Tom Jobim – Suíte; Victor Assis Brasil –Jazz Sonata; Tchaikovsky/Rachmani-nov/Chopin – Suíte Clássica. Local: SalaBaden Powell – Tel. (21) 2548-0421.R$ 10,00 e R$ 5,00.

26/01 19.00 Concerto em Homenagemao Centenário de Nascimento deRadamés Gnattali. Lançamento do CDcom obras de Gnattali de FernandaChaves Canaud – piano. Programa:Gnattali – Toccata, Moto Contínuo,Prenda Minha, Pretensiosa, Vaidosa,Noturno e Canhoto. Local: Sala BadenPowell – Tel. (21) 2548-0421. R$ 10,00e R$ 5,00. Reapresentação no mesmolocal e horário dias 27, 28 e 29.

27/01 19.00 Paulo Porto Alegre – violãoe convidado. Programa: obras deGnattali. Local: Sala Baden Powell – Tel.(21) 2548-0421. R$ 10,00 e R$ 5,00.

29/01 17.00 Projeto Rio Arte Música nasIgrejas. Concertos Estivais. Homenagemaos 250 anos de Mozart. OlivierBaumont – cravo. Programa:Forqueray – Suíte nº 1; Bach – SuíteFrancesa; Händel – Suíte; Mozart –Sonata em ré maior K 7 e Fantasia emré menor K 385. Local: Igreja NossaSenhora da Glória do Outeiro – Tel.(21) 2557-4600. Reapresentação dia 30às 19.00 na Igreja Salvador do Mundo –Tel. (21) 2410-7033. Entrada franca.

20.00 Márcia Taborda – violão eMarcelo Caldi – piano e acordeón.Programa: Gnattali – Suíte Retrato.Local: Sala Baden Powell – Tel. (21)2548-0421. R$ 1,00.

02/02 19.00 Quinta Clássica. Do OutroLado do Carnaval. Música Brasileira dosGrandes Mestres do Passado. ComMaria Teresa Madeira – piano.Participação especial: Maíra Freitas –piano. Programa: Chiquinha Gonzaga –Ô Abre Alas, Viva o Carnaval, CordãoCarnavalesco; Mignone – Travessurasde Mascarado, Seguida para trêsserenatas; Nazareth – MarchaCarnavalesca e Batuque; Villa-Lobos –Viva o Carnaval, Carnaval das Crianças,O Ginete do Pierrozinho; O Chicote doDiabinho; A Manhã da Pierrete, Osguizos do Dominozinho, As peripéciasdo Trapeirozinho; As tranquinices domascarado Mignon, A gaita de umprecoce fantasiado e A folia de umbloco infantil. Local: Sala Baden Powell– Tel. (21) 2548-0421. R$ 10,00 eR$ 5,00.

09/02 19.00 Quinta Clássica. Do OutroLado do Carnaval. O Carnavalrevisitado por compositores brasileiroscontemporâneos. Trio D’Ambrozio:Aizik Geller – violino, Maria CéliaMachado – harpa e Maria Helena deAndrade – piano. Programa: Villani-Côrtes – Impressões de uma marcharancho; Inácio de Nono – barítono eMaria Helena de Andrade – piano.Programa: Ripper – Ciclo Pierrot:Canções de Carnaval; Maria Helenade Andrade e Maria Teresa Madeira– piano a quatro mãos. Programa:Ronaldo Miranda – Frevo; RodolfoCardoso – marimba. Programa:Krieger – Variações Carnavalescaspara marimba; Maria TeresaMadeira – piano, Inácio de Nono –barítono, Jards Macalé – voz e violãoe Rodolfo Cardoso – percussão.Programa: Tim Rescala – Na cadênciado silêncio, o mestre Zen no país doCarnaval. Local: Sala Baden Powell –Tel. (21) 2548-0421. R$ 10,00 eR$ 5,00.

16/02 19.00 Quinta Clássica. Do OutroLado do Carnaval. Música francesainspirada no Carnaval. Maria Helenade Andrade e Sonia Maria Vieira –piano a quatro mãos. Programa: Saint-Saëns – O Carnaval dos Animais;Milhaud – Le boufer sur le toit eScaramouche Brasileira. Local: SalaBaden Powell – Tel. (21) 2548-0421.R$ 10,00 e R$ 5,00.

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32 CONCERTO

roteiro musical

23/02 19.00 Quinta Clássica. Do OutroLado do Carnaval. Clássicos do Samba eSambas-Enredo. Carlos Negreiros – voz,Nilze Carvalho – cavaquinho e voz,Camila Costa – violão e voz, FabianoSalek – percussão e cuíca e EduardoKrieger – 7 cordas e voz. Programa:Waldemar Henrique – Marajó e Ilhas eMaravilhas, Villa-Lobos/Paula Barros –Canto do Pajé; Villa-Lobos/HermínioBelo de Carvalho – Senhora, Rainha,entre outros. Local: Sala Baden Powell –Tel. (21) 2548-0421. R$ 10,00 e R$ 5,00.

MACEIÓ, AL

08/01 10.00 Projeto Concertos aosDomingos. Maestro Julião Marques –Uma viagem através da música.Local: Salão Nobre do InstitutoHistórico e Geográfico de Alagoas –Tel. (82) 3223-7797. Entrada franca.

MARIANA, MG

06/01 11.00 Música Barroca. Concertosrealizados no órgão histórico da Sé deMariana, por Elisa Freixo e JosinéiaGodinho. Local: Sé de Mariana – Tel.(31) 3558-2785. R$ 12,00 e R$ 24,00.Informações: www.orgaodase.com.br.As apresentações acontecem todasas sextas-feiras às 11.00 e domingosàs 12.15.

SALVADOR, BA

10/01 20.00 Orquestra Sinfônica daBahia. Regente: Eduardo Torres.Local: Sala Principal do Teatro CastroAlves – Tel. (71) 339-8000.

festivaisde verão

CURITIBA, PR

XXIV OFICINA DE MÚSICA DE CURITIBA

De 5 a 15 de janeiro

Direção artística de música erudita: JaneteAndrade. Tel. (41) 3321-2842/3315.www.oficinademusica.org.br.

Auditório Bento Munhoz da Rocha Neto– Teatro GuaíraTel. (41) 3304-790005/01, às 19.30 Concerto e Cerimôniade Abertura. St. Petersburg Virtuosen.Com Nátalia Alenitsyna – violino,Pjotr Meshvinski – violoncelo,Evgueny Izotov – piano. Músicoconvidado: Yang Lui – violino.Programa: obras de Mozart eShostakovich. 14/01, às 20.00 Concertode Encerramento da I Fase de MúsicaErudita. Orquestra da XXIV Oficina deMúsica de Curitiba. Regente: OsvaldoFerreira. 15/01, às 11.00 Concerto deEncerramento da I Fase de MúsicaErudita. Orquestra Popular deCâmara.

Canal da Música – Grande AuditórioTel. (41) 3331-750007/01, às 20.00 Música de Câmara.Professores da XXIV Oficina de Músicade Curitiba.

Teatro da ReitoriaTel. (41) 3360-566606/01, às 21.00 Orquestra À Base deCorda do Conservatório de MúsicaPopular Brasileira de Curitiba.Direção: João Egashira. 07/01, às22.00 Música Popular Brasileira. AnaPaula Cascardo.

Teatro Sesc da EsquinaTel. (41) 3322-650006/01, às 19.00 Camerata Antiqua deCuritiba e Conjunto de Marionetesde Jorge Miyashiro. Programa:Alimentando com Música – Villa-Lobospara crianças. 07/01, às 19.00 CoralBrasileirinho.

POÇOS DE CALDAS, MG

VII FESTIVALMÚSICA NAS MONTANHAS

De 15 a 28 de janeiro

Direção artística: Jean Reis.Tel. (35) 3697-2000. Entrada franca.www.festivalmusicanasmontanhas.com.br.

Série Concertos NoturnosSempre às 20.30

Palace CassinoTel. (35) 3697-230015/01: Abertura do VI Festival Músicanas Montanhas. Orquestra Versatilis e

convidados. Participação: NelsonAyres – piano. 20/01: CamerataClássica e Alunos de RegênciaOrquestral e Banda Sinfônica. 21/01:Metais do Festival, regência: Jean Reis.Programa: obras de Villani-Cortes.Orquestra Sinfônica do Festival,regência: Demetrius Fuller. Programa:Beethoven – Sinfonia nº 7. Canto eOrquestra Sinfônica do Festival,regência: Jean Reis. Solistas: ReginaHelena Mesquita, Céline Imbert eFrancisco Campos. 22/01: TrioMontini-Fukuda-Reis. 26/01: BandaSinfônica, Coral Sinfônico e GrandeCoral. 27/01: Ópera “Marroquinhas”,de Mahle. Com Studio Ópera eOrquestra de Cordas e convidados.Regente: Jean Reis. 28/01: Concertode Encerramento: Orquestra deCordas, regência: Júlio Medaglia.Solista: Konradin Groth – trompete.Programa: J.B.G. Neruda – Concertopara trompete em mi bemol maior.Orquestra Sinfônica, regência: JeanReis. Solista: Lyndon Taylor – violino.Programa: Tchaikovsky – Concertopara violino e orquestra.

Teatro Benigno Gaiga – Espaço Culturalda Urca – Praça Getúlio Vargas s/nº,Centro.17/01: Duo Dilson Florêncio –saxofone e Miguel Rosselini – piano.18/01: Adriana Clis – mezzo-soprano, Gabriella Pace – soprano eGilberto Tinetti – piano. 19/01:Antonio Del Claro – violoncelo eDébora Oliveira – soprano. 23/01:Regina Helena Mesquita – mezzo-soprano e Francisco Campos. 24/01:Quinteto Sujeito a Guincho e MônicaSalmaso. 25/01: Quarteto de Cordasda Cidade de São Paulo e AndréMehmari – piano.

Série Casa da CulturaSempre às 17.00

Instituto Moreira SalesTel. (35) 3722-2776.21/01: Recital de Violão: EdeltonGloeden. 28/01: Pianistas da classe depiano do festival.

Série Concertos Especiais

19/15.00: Violão e Violinos Profissionais.Local: Santa Casa. 20/15.00: Violão eFlautas. Local: Asilo São Vicente de

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34 CONCERTO

roteiro musical

outros eventosA ARTE DO SER CANTANTE, projeto criado e desenvolvidopor Cecília Valentim, realizará a palestra aberta “Umaexperiência canto-terapêutica”, no dia 24 de janeiro de2006, às 20.00. Workshop com trabalho nas dimensõescorporal, emocional, psíquica, musical e criativa, dias 27 a 29de janeiro de 2006. Local: A Arte do Ser Cantante – RuaGrumarim, 38 – Pompéia. Maiores informações e inscrições:tel. 3873-1608 – [email protected].

ACADEMIA DE MÚSICA DA ORQUESTRA SINFÔNICA DOESTADO DE SÃO PAULO realizará de 20 de janeiro a 7 defevereiro inscrições para a seleção de alunos para oito vagaspara os seguintes instrumentos: violino, viola, violoncelo, con-trabaixo, flauta e fagote. Idade máxima: 25 anos. Os alunosselecionados receberão uma bolsa mensal de R$ 1.000 ao longode seus dois anos de curso, que compreende aulas individuaisministradas por membros da Osesp e aulas teóricas de Percep-ção, Estética, História da Música e Análise. Informações: tel.3351-8097 – [email protected] – www.osesp.art.br.

1º CANTACUT – Festival da Nova Canção Brasileira estácom inscrições abertas até o dia 10 de março de 2006. OFestival terá uma fase de seleção, a se realizar em seis regiõesdo país: Belém, Recife, Belo Horizonte, Brasília, Florianópolis eSão Paulo. Os finalistas de cada região participarão de umafinal em São Paulo quando concorrerão a prêmios que totali-zam R$ 26 mil. Inscrições em SP: CUT São Paulo – Rua CaetanoPinto, 575 – 2º andar – 03041-000 – São Paulo, SP– Tel. 2108-9178 – [email protected].

CENTRO DE ESTUDOS MUSICAIS TOM JOBIM está cominscrições abertas somente pelo site www.ulm.sp.gov.br até odia 20 de janeiro para os seguintes cursos regulares: Músicaclássica – iniciação musical, canto, clarinete, composição, con-

trabaixo, euphonium, fagote, flauta, flauta doce, oboé, percus-são, trombone, piano, regência coral, trompa, regência orques-tral, saxofone, trompete, tuba, viola, violão, violino e violoncelo.Música popular – iniciação musical, baixo elétrico, bandolim,bateria, canto, cavaquinho, gaita, guitarra, instrumentação earranjo, percussão, piano, acordeón, trombone, trompete, violacaipira e violão. Infantil – iniciação e formação musical, formaçãoinstrumental e vocal, regência coral e regência, orquestral,composição e instrumentação e arranjo. O candidato poderá seinscrever somente em um curso regular e passará por umaseleção, de acordo com o nível e o instrumento escolhido.Informações: Universidade Livre de Música – Unidade Luz –Largo General Osório, 147 – Tel. 3331-2377 e Unidade Brooklin– Av. Padre Antonio José dos Santos, 1019 – Tel. 5092-3601.

CONCURSO INTERNACIONAL DE CANTO DE ÓPERA ITA-LIANA – Competizione dell’Opera. O “Internationales Forumfür Kultur und Wirtschaft” promove audições para seleção decantores em São Paulo, dia 4 de fevereiro, México, Nova Yorke Chicago. Júri internacional. A final será na Ópera Semper,Dresden, Alemanha, em junho de 2006. Informações no Brasil:[email protected], ou [email protected]– www.competizionedellopera.de.

CONCURSO INTERNACIONAL DE PIANO VILLA-LOBOS,promovido pela Osesp, aberto para pianistas de todas asnacionalidades nascidos após 19 de agosto de 1969. Inscriçõesaté 17 de março. Provas de 13 a 20 de agosto. Júri: NelsonFreire, Peter Alward, Christian Leins, Gianni Tangucci, RobertMoir, Zhou Guangren, Pedro Kranz, James Keller, Loie Fallis,Arie Vardi, David Lockington e Gilberto Tinetti. Direção artísti-ca: John Neschling. Prêmios em dinheiro (US$ 30 mil paraprimeiro colocado), concertos e gravação de CD. Correspon-

Paula. 15.00: Metais. Local: FazendaLambari. 21/15.30: Música deCâmara. Local: Museu. 17.30: Recitalde Canto. Local: Igreja da Matriz. 22/09.30: Recital de Cordas. Local: IgrejaNossa Senhora de Fátima. 10.45:Madeiras. Local: Igreja São Domingos.11.00: Metais do Festival, com osprofessores Sérgio Cascapera e JeanReis. Local: Praça. 18.30: Recital deMadeiras. Local: Igreja Quadrangular.25/15.30: Recital de Violinos. Local:Asilo Vinhas do Senhor. 26/15.30:Saxofones. Local: Asilo da Rua RioGrande do Norte.

Série Concertos AcadêmicosSempre às 18.30

Prata da Casa20/01: Chorinho Sulfuroso, Trio Jazz eQuinteto de Metais.

Teatro Benigno Gaiga – Espaço Culturalda Urca.22/01: Violão, Voz e Harpa. 23/01:Duos com piano. 26/01: Gruposgrandes de classes de instrumentos.Formações de Câmara de voz cominstrumentos. 27/01: CamerataClássica, Alunos de Regência Orquestrale Coral Infanto-Juvenil.

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Janeiro / Fevereiro 2006 35

dência para: Concurso Internacional de Piano Villa-Lobos –Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Rua Mauá, 51 –2º andar – 01218-020 – São Paulo – SP – Brasil. Contato: IlanRechtman – [email protected]. Maiores informações:www.cipvl.org.

COROS DA OSESP. A Orquestra Sinfônica do Estado de SãoPaulo estará realizando testes para sopranos, mezzo-sopra-nos, contraltos, tenores I e II, barítonos e baixos, para integra-rem o Coro da Osesp e o Coro de Câmara da Osesp, inscriçõesde 23 de janeiro a 3 de fevereiro. Coro Infantil da Osesp, parameninas de 8 a 13 anos e meninos de 8 a 12 anos e Coro Juvenilda Osesp, para jovens de 14 a 17 anos, inscrições de 1 a 10 defevereiro. Informações e inscrições: tel. 3351-8132 –[email protected] – www.osesp.art.br.

MUSIC CENTER – Inscrições abertas para o Coral MusicCenter. Início em janeiro. Os ensaios acontecem todas asquartas-feiras, das 19.00 às 20.30, e não é necessário nenhumconhecimento musical. Informações: Music Center – Rua JoséMaria Lisboa, 921 – Tel. 3889-9084.

OUTRAS CIDADES

CONCURSO INTERNACIONAL DE COMPOSIÇÃO DO QUIN-TETO AMIZADE 2006, para música de câmara (quarteto decordas, percussão e clarinete) está com inscrições abertas até 21de junho de 2006. Informações: [email protected]– http://concurso.musicaerudita.com.

VII CONCURSO INTERNACIONAL DE CANTO BIDU SAYÃO/Belém/PA, de 8 a 13 de maio de 2006, inscrições até 31 demarço para Caixa Postal 34277 – 01452-970 – São Paulo – SP.Aberto para cantores de qualquer nacionalidade, nascidos apartir de 1º de janeiro de 1970. Promovido pela Secretaria deCultura do Governo do Estado do Pará e São Paulo ImagemDa-ta. Informações: www.spimagem.com.br.

CONCURSO NACIONAL DE JOVENS CAMERISTAS promovi-do pelo 26º Festival de Música de Londrina. De 17 a 20 dejulho de 2006, inscrições até 30 de abril. Prêmios em dinheiroe concertos no Paraná. Direção artística: Marco Antonio deAlmeida. Informações: tel. (43) 3771-6595 e 3371-6594 –www.fml.com.br.

28º CURSO INTERNACIONAL DE VERÃO DA ESCOLA DEMÚSICA DE BRASÍLIA/DF, de 11 a 28 de janeiro de 2006.Inscrições até 06 de janeiro. Serão 67 professores. As disci-plinas na área de música erudita são: regência orquestral,flauta transveral, oboé, clarinete, fagote, trompa, trompeteerudito, trombone erudito, bombardino, tuba, saxofone eru-dito, violino, viola, violoncelo, contrabaixo, piano, harpa,percussão erudita, violão erudito, canto erudito, cançãobrasileira, flauta doce, cravo, oboé barroco, viola da gamba,

5 opções de teoria musical avançada e 8 opções de prática deconjunto. Oferece também uma área de música popular.Informações e inscrições: www.emb.com.br – Tels. (061)3321-8300, 3224-7876 e 3323-9522.

FESTIVAL DE MÚSICA DE SANTA CATARINA/Jaraguá doSul/SC, de 29 de janeiro a 12 de fevereiro de 2006. Osalunos selecionados terão alojamento e alimentação garan-tidos pelo festival. Professores: Betina Stegman, Elisa Fuku-da, Clara Takarabe (EUA), Marcelo Jaffé, Richard Young(EUA), Claudio Jaffé, Sérgio Oliveira, Michel Debost, KathyDebost, Alex Klein, Washington Barella, Jon Manassee(EUA), Afonso Venturieri, Paul Merkelo (Canadá), LuizGarcia, Radegundes Nunes, Michael Rosen (EUA), RicardoCastro, Luiz Senise, Flávio Augusto e Viviane Taliberti.Informações: www.festmusicasc.com.br.

7º FESTIVAL MÚSICA NAS MONTANHAS/Poços de Caldas,MG, de 15 a 28 de janeiro de 2006. Inscrições por internet até5 de janeiro, no local do evento até dia 15 de janeiro.Orquestra sinfônica, orquestra de cordas, regência coral, aulasde instrumento e canto, coro infantil, grande coral, bandasinfônica, camerata clássica, regência orquestral, música decâmara. Direção artística e pedagógica: Jean Reis. Informaçõese inscrições: www.festivalmusicanasmontanhas.com.br.

FESTIVAL DE TÉCNICA DE CANTO 2006/Ubatuba/SP, comMariana Cioromila, a partir de 2 de janeiro de 2006. Informa-ções: tel. (12) 9141-7534 – [email protected].

V OFICINA CORAL E MUSICALIZAÇÃO para professores ealunos de Música em nível avançado. Dia 23/01: Musicalizaçãoinfantil, por Claudia Alvarenga. Dias 24 e 25/01: Construção deinstrumentos para musicalização, por Tina Pereira e Percussãocorporal, por Roberta Fortes. Dias 26 e 27/01: Dinâmica deensaio e expressão cênica no coro juvenil, por Eduardo Fernan-des. Informações e inscrições: Associação de Canto Coral – Ruadas Marrecas, 40 – Cobertura – Cinelândia – Rio de Janeiro – RJ– CEP 20331-150 – Tel./fax (21) 2240-0466 – [email protected].

ORQUESTRA INFANTO-JUVENIL DA UNICAMP. Teste paracrianças de 8 a 16 anos. Dia 1º de fevereiro. Inscrições einformações: tel. (19) 3788-1701, www.unicamp.br/nidic/or-questrainfanto/orquestrainfanto.html.

INTERNACIONAIS

9º CONCURSO INTERNACIONAL DE MÚSICA JEAN FRAN-CAIX/Paris/França, de 20 a 23 de abril de 2006. Os intrumentospara esta edição serão piano e flauta. Inscrições abertas até odia 3 de abril para interessados de todas as nacionalidades,com idade máxima de 38 anos. Informações: Musici Artis Paris– Tel./Fax 33 1 46383483 – [email protected] – http://site.voila.fr/concoursjeanfrancaix.

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36 CONCERTO

rádio

Acompanhe a programação da rádioCultura FM 103,3 pelo Guia do Ouvinte.

Domingos – 22h00. Canto Coral. Programação com mostra dostrabalhos realizados no Seminário Internacional Comunicantus deCanto Coral e Educação Musical. Dias 1, 8, 15, 22 e 29. Produção eapresentação: musicista e professora Susana Igayara.

PROGRAMAÇÃO DE FEVEREIRO

Segundas-feiras – 22h00. Garimpo Musical. Gravações históricasda Rádio MEC. Dias 6, 13, 20 e 27. Produção e apresentação:musicólogo e professor Diósnio Machado Neto.

Terças-feiras – 22h00. Idéia, Criação e Interpretação. Dia 7:Scriabin – Obras para piano interpretadas por jovens pianistasvencedores de concursos internos na Rússia. Programa I. Dia 14:Scriabin – Programa II. Dia 21: Vencedores do Segundo ConcursoInternacional de Piano da China. Programa I. Dia 28: Programa II.Produção e apresentação: pianista e professor José Eduardo Martins.

Quartas –feiras – 22h00. Violão em Tempo de Concerto. Dia 1:Obras de Regondi e Mertz, com Ricardo Gallén. Dia 8: Mauro Giuliani,programa I – Potpourris nºs 1, 2 e 3, com Marco Tamayo e PotpourriNazionale Romano, com Ricardo Gallén. Dia 15: Mauro Giuliani,programa II – Variazioni op. 88; op. 4; op. 45; op. 107 e op. 87, comRicardo Gallén. Dia 22: Giuliani, programa III – Sonata Eroica, Fughettae 6 Variações op. 49, com Marco Tamayo. Outras Variações. Produçãoe apresentação: violonista e professor Edelton Gloeden.

Quintas-feiras – 22h00. Escrita Musical e Interpretação. Integralpara órgão de Johann Sebastian Bach. Dias 2, 9, 16, 23 e 28.Produção e apresentação: organista e professor José Luís de Aquino.

Sextas-feiras – 22h00. Música sem Fronteiras. Dia 3: Ives –Sinfonia nº 1 e Schoenberg – Seis pequenas peças para piano op. 19.Dia 10: Schoenberg – Cinco peças op. 23; Suíte para piano op. 25 ePeças para piano op 33a/b; Glass e Shankar – Sadhanipa e Offering.Dia 17: Albéniz – Suíte Espanhola; Tango e Pavana, com Alicia deLarrocha; Ives – Peças para orquestra, coro e solistas. Dia 24: Ravel– Gaspard de la nuit, com Martha Argerich; Cage – Sonatas einterlúdios para piano preparado nºs 11-16; Glass e Shankar –Channels and winds. Produção e apresentação: professora e pianistaAdriana Lopes Moreira.

Domingos – 22h00. Canto Coral. Programação com mostra dostrabalhos realizados no Seminário Internacional Comunicantus deCanto Coral e Educação Musical. Dias 5, 12, 19 e 26. Produção eapresentação: musicista e professora Susana Igayara.

Violonista e professor Edelton Gloeden (coordenador do programaTempo de Concerto da Rádio USP-FM)

TTTTTempo de Concertoinicia o ano de 2006 com acontinuidade da obra inte-gral para órgão de J.S. Bachem Escrita Musical e Inter-

pretação, as novas remasterizações e lançamentospor intérpretes renomados de diferentes gerações emViolão em Tempo de Concerto, uma série especial deprogramas sobre Frédéric Chopin e seus Estudos paraPiano em Idéia, Criação e Interpretação, e as sériesretrospectivas em Canto Coral, Música sem Fron-teiras e Garimpo Musical.

Tempo de Concerto (USP FM 93,7)PROGRAMAÇÃO DE JANEIRO

Segundas-feiras – 22h00. Garimpo Musical. Dias 2, 9, 16, 23 e 30.Produção e apresentação: musicólogo e professor Diósnio MachadoNeto.

Terças-feiras – 22h00. Idéia, Criação e Interpretação. Dia 3:Chopin – Estudos op. 10. Dia 10: Chopin – Estudos op. 25. Piano:Guiomar Novaes. Dia 17: Chopin-Godowsky – Estudos op. 10. Dia24: Chopin-Godowsky – Estudos op. 25. Piano: Carlo Grante. Dia 31:Chopin – Estudos, seleção. Piano: Sequeira Costa. Produção e apre-sentação: pianista e professor José Eduardo Martins.

Quartas –feiras – 22h00. Violão em Tempo de Concerto. Dia 4:Rodrigo e Ponce – Obras para violão e orquestra, com AndrésSegovia e Symphony of the Air. Dia 11: Scarlatti – Sonatas, comRoberto Aussel. Dia 18: Scarlatti – Sonatas, com Roberto Aussel eBoccherini – Concerto nº 6 para violoncelo, com Andrés Segovia. Dia25: obras de compositores violonistas espanhóis, com David Russel.Produção e apresentação: violonista e professor Edelton Gloeden.

Quintas-feiras – 22h00. Escrita Musical e Interpretação. Integralpara órgão de Johann Sebastian Bach. Dias 5, 12, 19 e 26. Produçãoe apresentação: organista e professor José Luís de Aquino.

Sextas-feiras – 22h00. Música sem Fronteiras. Dia 6: Bach –Variações Goldberg, com Wanda Landowska ao cravo. Dia 13: Bach– Variações Goldberg, com Glenn Gould e Couperin – Pièces declavecin, com Gustav Leonhardt. Dia 20: Bach – Variações Goldberg,com Glenn Gould. Dia 27: Bach – Suítes para violoncelo solo nºs 1 e4, com Jaap Ter Linden. Produção e apresentação: professora epianista Adriana Lopes Moreira.

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retrospectiva 2005

Salvo outra menção,as fotos são fornecidaspara divulgação pelasentidades promotoras.

Acompanhe, nas páginas a seguir, alguns dos destaques da temporada musical de 2005,e leia os depoimentos de 39 personalidades do meio musical:

Abel Rocha 56Antônio Ribeiro 53Carlos Moreno 54Celina Szrvinsk 45Cleber Papa 42Clodoaldo Medina 51Clóvis Marques 46Edino Krieger 42Flávio Florence 50Gerard Loeb 55Gilberto Mendes 46Harry Crowl 53Irineu Franco Perpetuo 57Isaac Karabtchevsky 48Jamil Maluf 52João Batista Natali 59João Carlos Martins 42João Luiz Sampaio 45João Marcos Coelho 51John Neschling 47Jorge Antunes 59José Roberto Walker 50Lauro Machado Coelho 48Ligia Amadio 51Luiz Brandão 54Lutero Rodrigues 57Marcelo Jaffé 48Marcos Câmara 57Naomi Munakata 43Paulo Abrão Esper 53Ricardo Tacuchian 53Roberto Minczuk 42Roberto Ring 50Roberto Tibiriçá 45Rosana Caramaschi 49Sabine Lovatelli 44Silvio Barbato 59Turibio Santos 54Vicente Amato Filho 46

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Janeiro / Fevereiro 2006 39

Vencedor de duas categorias do Prêmio Carlos Gomes,a integral do Anel do Nibelungo de Richard Wagnerencenada em Manaus na nona edição do FestivalAmazonas de Ópera foi a grande realização operísticado ano. Com direção musical de Luiz FernandoMalheiro e direção cênica do inglês Aidan Lang, oAnel atraiu a atenção da crítica internacional,projetando Manaus como mais importante produtorlírico nacional.

Ao lado, duas cenas de O Crepúsculo dos Deuses,último título da mega tetralogia de Wagner: 16 horasde música de um dos maiores gênios criativos doséculo XIX.

A Sala São Paulo e a Osesp, Orquestra Sinfônica doEstado de São Paulo, lideradas pelo maestro John

Neschling, mais uma vez capitanearam a temporadamusical paulista. Com mais de 100 apresentações ao

longo de 2005, a Osesp apresentou obras de todos osperíodos, com uma predominância para o repertório

da primeira metade do século XX. A magistralTurangalîla, sinfonia de Olivier Messiaen, e a ópera

Fidelio, em versão de concerto, foram dois dos pontosaltos de um grande ano da Osesp.

2005 marcou também a criação da Fundação Osespcomo organização social e seu contrato de gestão com

a Secretaria da Cultura. O novo modelo de gestão éuma conquista fundamental para uma relação mais

eficiente dos órgãos públicos culturais com o Estado.

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42 CONCERTO

“Tive pouco contato com asatividades musicais do Rio e do paísem 2005, pois me dediqueiprincipalmente ao trabalho decomposição, graças a diversassolicitações de intérpretes e à BolsaVitae de Artes, que me permitiuproduzir duas obras trabalhosas,solicitadas por dois importantesinstrumentistas e amigos – umConcerto para violoncelo e orquestradedicado a Antonio Meneses e umaSuíte concertante para violão eorquestra para o Turibio Santos.Antes disso eu havia sido solicitado acompor as Variações carnavalescaspara marimba solo, para a série ‘Dooutro lado do Carnaval’, realizadapelo CCBB-RJ em fevereiro; asFanfarras Modulares para orquestra,para a abertura da Temporada 2005da Sala Cecília Meireles; e a Serestapara Bach, solicitada por AntonioMeneses para o ciclo completo dassuítes de Bach, que ele estreou emSão Paulo. E em dezembro termineitambém Quatro imagens de SantaCatarina, para orquestra de cordas,encomenda da Camerata Florianó-polis. Como se vê, estive bastanteocupado o ano todo com meupróprio trabalho, e o pouco tempoque sobrou dediquei-o à AcademiaBrasileira de Música (meu mandatocomo presidente terminou emdezembro último) que comemorouem 2005 os 60 anos de suafundação por Villa-Lobos com umaprogramação intensa, que incluiu ainauguração de novos espaços emsua sede própria. Ocupei-metambém da Fundação Museu daImagem e do Som do Rio de Janeiro,que também presido, e quecomemorou 40 anos, com projetosde reforma física de sua sede edigitalização de seus acervos defotografias, partituras da RádioNacional e discos de acetato, projetospatrocinados pela Petrobras.”

Edino Krieger, compositor

“O ano de 2005 teve umsignificado extraordinário para aBachiana Chamber Orchestra, quesolidificou sua posição no cenáriomusical de São Paulo, onde ocarinho do nosso público, que lotoutodas as apresentações, serviu deincentivo para novas jornadas. ABachiana já em 2006 terá uma novaatividade como orquestra filarmôni-ca, embora continue também suasapresentações como orquestra decâmara. Congratulo-me tambémcom o trabalho realizado por JamilMaluf à frente do Theatro Municipalde São Paulo, cujo maior objetivo foidignificar a qualidade de vida dosseus corpos estáveis. A última boanotícia do ano foi a volta de CláudioCruz à frente da excelente OrquestraSinfônica de Ribeirão Preto.”

João Carlos Martins, diretor artísticoda Bachiana Chamber Orchestra

“Foi muito significativo dirigir aópera Bug Jargal em 2005. Muitomais que qualquer nova obra de umcompositor europeu ou mesmobrasileiro. Muitos sabem da minhaligação pessoal com a obra deCarlos Gomes. José Cândido daGama Malcher, brasileiro, paraense,contemporâneo e amigo pessoal deCarlos Gomes, foi um inspiradocompositor e realizador de inúmerasperformances da ópera européia emnosso país. Não esteve à frente doseu tempo, mas realizou uma obraatenta aos cânones, de frescorligeiro, sintonizada com temasinternacionais, sem perder o sabornacionalista inserido aqui e ali comopinceladas. A descoberta de suacriação deixou-me boquiaberto comas perspectivas que se abrem paratodos e que, espero, se traduzam emnovas oportunidades de criação einvestigação.”

Cleber Papa, diretor de ópera, cenógra-fo e diretor da São Paulo ImagemData

“2005 foi mais um ano de grandeprodutividade para mim. O Festivalde Campos do Jordão se consagroucomo o maior da América Latina.Tivemos um dos maiores maestrosdo mundo, Kurt Masur, integrando ofestival e regendo a OrquestraAcadêmica que, por sua qualidade,foi agraciada com o Prêmio CarlosGomes. Além do festival, tive doisconvites maravilhosos: o primeiropara assumir a direção artística daOrquestra Sinfônica Brasileira, nossamais antiga e tradicional orquestra.E o outro para dirigir, a partir desetembro, a Orquestra Filarmônicade Calgary, no Canadá. Inicio umanova fase na minha carreira, à frentedestes dois importantes grupossinfônicos. Assim, neste anoapresento minha primeira tempora-da junto à OSB, que será riquíssimaem repertório, solistas e regentesconvidados. O Festival de Camposcontinuará trazendo uma programa-ção ambiciosa e rica. Acho quenossa produção musical em SãoPaulo está cada vez mais interessan-te, e também outras cidades doBrasil têm mostrado grande interessepela música. Obviamente, agora,acho que o Rio de Janeiro ganhaoutra dimensão dentro do cenáriomusical brasileiro, não só pelasatividades da OSB como também deoutros grupos. Como artistaconvidado regi, em 2005, mais de 20orquestras no exterior, destacandominha estréia nas filarmônicas deOslo, Israel e sinfônica de Cincinatti.Em 2006 continuarei com umaagenda de concertos internacionais,destacando minha estréia à frentedas sinfônicas de Minessotta, Dallase Ópera de Lyon, bem como minhasatuações junto à filarmônica e à BBCde Londres. Sinto-me muitoabençoado com todos essescompromissos.”

Roberto Minczuk, regente titular ediretor artístico da OSB

jan2.p65 22/12/2005, 12:3442

Janeiro / Fevereiro 2006 43

“Antes de mais nada, gostaria deparabenizar os diretores deinstituições que transformaram SãoPaulo num grande centro de música,propiciando aos ouvintes receberesse presente, que a cada ano semostra mais qualificado e maior.2005 foi um ano de muito trabalho,crescimento qualitativo, muitosreconhecimentos e elogios para oCoro da Osesp – aliás, a Osespagora é uma fundação onde todosos seus músicos são profissionaisregistrados, com todos os direitostrabalhistas reconhecidos! Tivemosbelíssimas apresentações do CoroInfantil e do Coro Juvenil (criadopara dar continuidade ao trabalhodo coro infantil) e do Coral doEstado de São Paulo, composto porcantores bolsistas e vinculado aoCentro Musical Tom Jobim que, sobnova direção, teve o seu trabalhoreestruturado e reconhecido.Parabéns aos maestros e aoscantores! Digamos que o caminhocoral está traçado. E São Paulomerece seguir nessa trilha! Em 2006,o Coro Sinfônico está inserido natemporada oficial da Osesp, comdestaque para o concerto da obra deKrzysztof Penderecki Os sete portõesde Jerusalém e, com relação aosconcertos do Coro de Câmara,destaco a apresentação dos motetosde J.S. Bach. Meu sonho, entretanto,não acabou: desejo fazer com quemais pessoas cantem. Quem sabe,esse ‘grande ensaio’ comece no anoque vem.”

Naomi Munakata, regente do Coro daOsesp e coordenadora do Coral doEstado de São Paulo

O pianista Arcadi Volodos, ovioloncelista Antonio Menesese o violinista Joshua Bellforam três dos instrumentistasde primeira linha que seapresentaram em 2005.

O Theatro Municipal de São Paulo organizou uma temporada deconcertos com importantes maestros convidados como Fábio Mechetti,Celso Antunes, Ira Levin, José Maria Florêncio e outros. Apesar deimportantes realizações de infra-estrutura e administrativas, como aCentral de Produção de Óperas e o intercâmbio operístico, o Theatro,dirigido pelo maestro Jamil Maluf, ficou devendo a designação de umregente titular para a Orquestra Sinfônica Municipal.

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44 CONCERTO

“Apesar de 2005 ter sido um anoturbulento, estamos felizes com arealização de nossa temporada ecom o grande sucesso obtido juntoaos nossos assinantes, a crítica epúblico em geral. Foram realizados26 concertos: 17 em São Paulo –incluindo um evento ao ar livre noParque Ibirapuera –, cinco emSantos, um no Rio de Janeiro, um emPiracicaba, um em Ribeirão Preto eum no famoso Teatro Colón deBuenos Aires. Prosseguimos comas nossas iniciativas de difusão eformação musical, sempre comgrande êxito, promovendo aspalestras do Clube do Ouvinte, alémde 21 master classes com os artistasque participaram da temporada eseis concertos gravados pela RádioCultura FM, além de ter propiciado aparticipação de sete bolsistasbrasileiros nos festivais de música deSchleswig-Holstein, em Pommers-felden, na Alemanha, e Attergau,na Áustria. Em 2006 o Mozarteumcomemorará 25 anos de atividadescom muito orgulho e com a certezade continuar contando com areceptividade do público e com oimportante apoio de colaboradorese empresas patrocinadoras, quereconhecem nosso trabalho e nosdão o suporte necessário paraprosseguir no aprimoramento dosamantes da música clássica e dejovens profissionais que abraçaramessa carreira. Prosseguiremos comnossa missão de fomento à culturae à educação musical, porqueacreditamos que este é um doscaminhos para a consolidação dofuturo de um país.”

Sabine Lovatelli, presidente doMozarteum Brasileiro

A Orquestra Sinfônica da Rádio de Hamburgo NDR foi destaque natemporada do Mozarteum Brasileiro. Sob regência de Christoph vonDohnányi, o conjunto apresentou obras de Beethoven, Tchaikovsky eStravinsky, entre outros.

A Filarmônica de São Petersburgo (acima) fez duas concorridasapresentações na Sala São Paulo. No mesmo mês de agosto, SãoPaulo ainda teve a visita da Filarmônica de Israel sob regência deZubin Mehta (foto abaixo) e da West Eastern Divan Orchestra sobdireção de Daniel Barenboim, todas sob promoção da Sociedade deCultura Artística.

jan2.p65 22/12/2005, 12:3444

Janeiro / Fevereiro 2006 45

“O ano da ópera começou comnossa primeira montagem do Aneldo Nibelungo, de Wagner.Apresentada no Festival Amazonas,em Manaus, foi um marco – nãoapenas pela questão histórica em si,mas como prova do talentobrasileiro – das nossas possibilida-des no campo da música lírica.E aí é preciso lembrar também doFestival do Theatro da Paz, emBelém, que deu passo importante aoprogramar uma ópera brasileira quese pensava perdida, o Bug Jargal deGama Malcher. Assim como, aindafora de São Paulo, é bom registrar avolta do Teatro Guaíra à ópera, comuma nova produção de La Bohème.Por aqui, ano difícil, de transiçãopara o Municipal. Mas o intercâmbiocom outros teatros levado a caboeste ano, assim como a criação daCentral Técnica de Produção, forampassos realmente importantes – oque nos enche de expectativa para2006. O óbvio tornou-se, enfim,realidade, e o Theatro São Pedro,depois de iniciativas como o Così fantutte do Centro Tom Jobim,transformou-se em espaço dedicadoà ópera. Na música sinfônica, umdado importante: a transformaçãoda Osesp em fundação. Boas,excelentes notícias, conquistasfundamentais que há muito seesperava. E que, claro, nos fazemesperar com ansiedade 2006. Masantes de encerrar, há que selembrar da passagem por SãoPaulo de Daniel Barenboim e suaorquestra de jovens músicospalestinos e israelenses, uma dasmuitas e interessantes atraçõesinternacionais do ano. O resultadomusical não foi unânime. Masiniciativas como essas nos fazemlembrar – e nunca é demais – ovalor e a importância da arte,da música.”

João Luiz Sampaio, jornalista deO Estado de S. Paulo

“Grandes obras e intérpretes,parcerias felizes, comemoraçõesimportantes – 2005 foi um anoafortunado para a música em BeloHorizonte! Os 30 anos da Fundep –Fundação de Desenvolvimento daPesquisa – e os 10 anos da RevistaCONCERTO possibilitaram realizar edifundir os concertos do Conservató-rio UFMG, e também a gravação edistribuição do meu CD Piano a 4mãos com Miguel Rosselini. As séries‘Concerto às 18:45’ e ‘ConcertosDidáticos UFMG’ são hoje, após 14anos, a programação de proadedicada à música de câmara nacapital mineira. Em 2005 trouxeramentre outros Antonio Meneses,Arnaldo Cohen, Duo Assad, TrioBrasileiro e Luís Benedini. Destaca-dos foram os recitais da pianistaBerenice Menegale, interpretando aintegral das sonatas de Mozart. Aproposta dos projetos é levar a todosmúsica da mais alta qualidade apreços simbólicos e, na medida emque nossas platéias estão semprerepletas, acredito estarmos atingindoa meta. A próxima temporada já seanuncia com a confirmação degrandes nomes. Notável foi tambéma programação do Palácio das Artes,que da ópera estendeu-se à músicade câmara, sob a direção criteriosade Sandra Almeida. Por sua vez, aFundação de Educação Artística éuma instituição sempre presente navida musical belorizontina.Relembrando o ano que findou,sinto-me recompensada pordesenvolver, ao lado da direçãodas séries, meu trabalho comodocente na UFMG, e ainda meapresentar nas principais capitaisbrasileiras e na Alemanha, país aoqual retorno em abril próximo, alémdo Japão e China.”

Celina Szrvinsk, pianista, professoraadjunta da UFMG e diretora artísticadas séries “Concerto às 18:45” e“Concertos Didáticos UFMG”

“2005 foi importante para mim,pois recebi um convite que mudousignificativamente minha vida: serdiretor artístico do InstitutoBaccarelli! Uma ONG sem finslucrativos criada pelo queridomaestro Silvio Baccarelli paraensinar música aos jovens dacomunidade de Heliópolis, a maiorfavela do Brasil. Tudo começou em1996 e, hoje, temos 550 jovens entre7 e 22 anos! A Sinfônica Heliópolis,que já está com 70 músicos, não émais uma orquestra jovem mas simuma Orquestra Escola, onde osalunos têm aulas com vários dosmelhores músicos de São Paulo.Contamos ainda com 5 coros ecomeçaremos no próximo ano odepartamento de balé com a direçãovaliosa de Ana Botafogo. Com oprecioso patrocínio da CompanhiaBrasileira de Alumínio (CBA), aFundação Volkswagen, o BancoVolkswagen e a Petrobras vamos darprosseguimento ao ensino da músicaclássica e ao trabalho social. Nospróximos meses iniciaremos aconstrução da nossa nova sede, queserá uma das maiores escolas demúsica da América Latina! Vai sererguida em um terreno de 3 milmetros cedido pela prefeitura naprópria comunidade de Heliópolis,onde iremos atender a 2,5 miljovens! Sem dúvida, trabalhar comesses jovens mudou minha vida!Quero registrar também a criaçãoda Orquestra Filarmônica do Paraná,uma iniciativa ousada e corajosa dealguns músicos da Sinfônica doParaná, que pretende oferecer aomúsico brasileiro mais um campode trabalho e, para o público, umaoportunidade de assistir a concertoscom os maiores solistas nacionais einternacionais. Ela não será deforma alguma concorrente da OSPe, sim, modelo para melhorescondições artísticas e de trabalho.”

Roberto Tibiriçá, maestro

jan2.p65 22/12/2005, 12:3445

46 CONCERTO

“O cenário musical brasileiro em2005 foi repleto de acontecimentosimportantes, com temporadassinfônicas, apresentações solos, balée óperas – aliás, este gênero ganhouespaço de debate na TV Cultura –além da presença de renomadosartistas e companhias internacionais.Queremos ressaltar o grande ganhopara as atividades artísticas dapresença já consolidada daAssociação Paulista dos Amigos daArte – APAA, Organização Socialcriada pelo governo do Estado deSão Paulo, através da Secretaria daCultura, para dar flexibilidade àscasas de espetáculos. Inúmerasmelhorias físicas foram realizadasem teatros e auditórios. Concluídaa parte de instalação técnica ereformas físicas, começou-se adesenhar uma programação para2006 com maior presença da APAA.No Theatro São Pedro, por força deum bem-vindo decreto do secretárioestadual da cultura, João Batista deAndrade, privilegiaremos montagensde óperas. Já o Teatro SérgioCardoso retomou, em sua salapequena, seu papel de abrigarproduções experimentais e decâmara e, na sala grande, suavocação para o teatro e dança.O teatro estadual de Araras, Mto.Francisco Paulo Russo, bem comoo Auditório Cláudio Santoro, emCampos do Jordão, também serãoocupados por uma programaçãomais intensa de música e de teatro.O Centro Superior de Estudos AuthosPagano dará prosseguimento eênfase à programação de cursos edebates. Por estas e por outras, écom muito orgulho que, aodesejarmos um feliz 2006, vimoscolocar os espaços da APAA, bemcomo sua programação, como umaopção para o público apreciador debons espetáculos.”

Vicente Amato Filho, diretor geral daAssociação Paulista dos Amigos da Arte

“O ano passado foi especialmentebom para mim. O renomadoEnsemble l’Itinéraire, de Paris,apresentou minha obra Motetos àfeição de Lobo de Mesquita emimportante concerto em homenagemao ano do Brasil na França, frente aum seleto público que incluía trêsmúsicos do grupo rival Intercontem-porain, o compositor Hugues Dufourte outras destacadas figuras domundo musical parisiense. Fez-senotar o total desinteresse de nossoMinistério da Cultura pela músicaerudita brasileira contemporânea.Meu filho Carlos teve seu documen-tário ‘A Odisséia Musical de GilbertoMendes’ aceito nos festivaisinternacionais de cinema do Rio e deSão Paulo, os principais do país, comgrande aceitação do público econsagração da crítica do Estadão eFolha de S. Paulo, o que lhe dá achance de uma carreira noscinemas, além do DVD final. Estouterminando uma obra paraorquestra e coral, comissionada pelaOsesp, a ser estreada em julho, naSala São Paulo. Ainda para estenovo ano, será gravado um CD comminhas canções para voz e pianopor dois notáveis musicistas, asoprano Rosana Lamosa e o pianistaMarcelo Bratke. As canções tambémserão editadas, dentro de um projetoda Discoteca Oneyda Alvarenga, doCentro Cultural São Paulo, compatrocínio da Petrobras. E estáprevisto o lançamento nacional dofilme ‘O Dono do Mar’, dirigido pelomeu outro filho Odorico, que mepediu para compor a música defundo, que é toda para orquestrasinfônica. De tudo quanto vi e ouvino ano passado, destaco como oprincipal acontecimento a presençaentre nós do singular, venerável e jálendário compositor alemão DieterSchnebel, apresentando suaintrigante Maulwerke.”

Gilberto Mendes, compositor

“Temporada modesta no Rio, eminiciativa, criatividade ou emoçõesmusicais. O esforço patente foi o daOrquestra Petrobras Sinfônica, comuma programação densa, para ospadrões cariocas, e um bom plantelde solistas. Entre estes, ficará namemória o concerto em que AugustinDumay destilou aquela intensidadede vinho velho que não se encontrana esquina. Outro violinista, JoshuaBell (BankBoston) também mostrou,em registro diferente – relevoexpressivo e engajamento físico –,como e por que a grande música dá epede conteúdo aos que a servem. Emmatéria de densidade, Abdel RahmanEl Bacha (BankBoston) só faltoutornar palpável a atmosfera, tãoconcentrada e por isto irradiante é asua arte. No mesmo registro deimpregnação funda para poder doar,Antonio Meneses deu uma versãohumana e lúdica das Suítes de Bach.Também nos dois recitais de NelsonFreire – nos 40 anos de uma SalaCecília Meireles por ele inauguradaem 1965 – foi de novo emocionantesentir-se envolvido e tocado pelaacústica desse espaço privilegiado.Do extremo leste do planeta vieramtrês pianistas fortes: na Dell’Arte, ElizoVirzaladze tocou o Concerto nº 1 deTchaikovsky como se o estivessecompondo: de dentro. E mostrouaquela mesma pérola cultivada porDumay: estilo. O mesmo concerto seriadespachado com violenta exteriorida-de, meses depois, por Lang Lang. Numdiapasão muito mais requintado, asmecânicas sutis do pianismo tambémpareciam primar sobre o fazermusical no recital fenomenal e, à suamaneira, emocionante de ArcadiVolodos (Dell’Arte). Na temporadaminimalista do Theatro Municipal,menção para o belo concertocontrastando o Te Deum de Brucknere o de Berlioz, com Silvio Barbato.”

Clóvis Marques, jornalista e críticomusical

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Janeiro / Fevereiro 2006 47

“O ano na Osesp começou com aturnê latino-americana. Estivemos noChile e no Uruguai pela primeira vezcom grande sucesso, além devoltarmos ao Teatro Colón, naArgentina. E atingimos o cone-sul doBrasil: Curitiba, Florianópolis e PortoAlegre, além do Rio de Janeiro.Iniciamos o ano com essa excursão,que foi coroada de êxitos, e ofinalizamos com a criação eassinatura do contrato de gestãoentre a Fundação Osesp e o Estado,o que nos colocou numa situaçãoprivilegiada de ter um orçamentoque atende às nossas necessidades eao mesmo tempo nos dá possibilida-de de trabalhar independentemente.Assim, o ano foi marcado por estasvitórias importantes. Além dissohouve um ligeiro aumento deassinantes e uma temporada dealtíssimo nível. Temos sofisticadonossas temporadas progressivamen-te, em 2006 teremos uma temporadaainda mais sofisticada. Outrosdestaques para este ano são umanova turnê americana e sobretudo ainauguração da Academia da Osesp,que começa a funcionar ainda noprimeiro semestre. No que dizrespeito ao resto do país, tenho aimpressão de que a vida musicalmelhorou. Em São Paulo ela cresceumuito, até em decorrência dosexemplos da Osesp. Outrasorquestras brasileiras estão tentandose organizar de forma mais positiva,tanto no Rio de Janeiro como noresto do Brasil – Porto Alegre, BeloHorizonte, Brasília, Bahia, além dasorquestras menores do interior dopaís. Acho que as perspectivas amédio prazo são interessantes. Acheique esta mudança fosse se dar maisrapidamente, mas tenho a impres-são de que estamos caminhandopara uma situação mais profissionale bem estruturada no Brasil inteiro.”

John Neschling, regente titular ediretor artístico da Osesp

Bug Jargal, ópera de Gama Malcher, foi redescoberta pelo Festival deÓpera do Theatro da Paz em Belém, em elogiada montagem. Noequilibrado elenco destacou-se a mezzo-soprano Edinéia de Oliveira,uma das vencedoras do Prêmio Carlos Gomes.

Três óperas de Carlos Gomesforam apresentadas em SãoPaulo: Joanna de Flandres(foto acima) e Salvator Rosa,com direção do maestro FábioOliveira, e Condor (foto aolado), realizada no TheatroMunicipal de São Paulo.Condor, produção original doFestival Amazonas de Ópera,veio à São Paulo no âmbito danova filosofia de intercâmbios.

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48 CONCERTO

“A Osesp, este ano, de novo saiuna frente com apresentações queforam pontos altos: a Turangalila,de Messiaen, pela primeira vez noBrasil; um Fidelio impecável; aespetacular violista Tabea Zimmer-mann tocando Schnittke; os trailersdo centenário de Shostakóvitch, quevem aí, em setembro. Foi umequilíbrio que faltou ao TheatroMunicipal, onde perdemos a direçãoartística de Ira Levin, e não tivemosa nomeação de um titular que osubstituísse à altura. O resultadoé a temporada ter sido errática, comalguns acertos pontuais – o melhordeles, creio, a execução excelente deA Child of our time, de sir MichaelTippett – um centenário importantede 2005 –, regido por Celso Antunes,um brasileiro que faz carreirasignificativa na Europa. Embora nãose trate de acontecimentosespecificamente paulistas, não possodeixar de registrar a primeiraintegral do Anel do Nibelungo, emManaus, com elenco quase todobrasileiro (graças ao maestro LuizMalheiro, que nos deu, neste final deano, um convincente Condor, deCarlos Gomes). A montagem de BugJargal, do paraense Gama Malcher,no Festival de Belém, após 115 anosde gaveta. E o nascimento, em BeloHorizonte, do grupo Opera Buffa,criado por Stephen Bronk – com aesperança de que ele consiga iradiante em seus projetos. Temos acelebrar a confirmação, à frente daOrquestra da USP, do maestroCarlos Moreno que, literalmente,a pôs no mapa da vida musicalpaulista. E, neste início de 2006,resta-nos trançar os dedos eesperar os melhores resultados datransformação da Osesp em umaFundação; e dos planos do TheatroSão Pedro de fazer uma animadatemporada lírica.”

Lauro Machado Coelho, jornalista ecrítico musical

“As orquestras sinfônicas em todoo mundo têm a mesma moldura –dependem do impulso político queas faça sobreviver e do respaldocomunitário que garanta amanutenção de uma verdadeiratradição. As normas implacáveis deseu funcionamento estão tambémsubordinadas à competência dosmaestros, à visão abrangente deuma programação que vá aoencontro de todos os tipos de públicoe, finalmente, do seu tão decantadocarisma. No Brasil, são raras asorquestras que obedecem essacomplicada química, e as que maisse ressaltam estão inseridas no eixoRio-São Paulo. Na condição dediretor artístico da OrchestreNational des Pays de la Loire, daOrquestra Petrobras Sinfônica e daOrquestra Sinfônica de Porto Alegre,vejo com tristeza que ainda estamosbem longe dos parâmetros europeus– enquanto na França alcançamos acifra recorde de 11 mil sócios, o queobriga a orquestra a repetir omesmo programa sete vezes, aquiainda estamos condicionados àsoscilações freqüentes de público.Quero mudar esse panorama, pelomenos no que se refere ao Rio ePorto Alegre. Com o apoio formidá-vel da Petrobras, exemplo único deinvestimento de uma estatal namanutenção de uma orquestra,estamos enfatizando não só o cicloMahler, mas também o ciclo Ompb-Jazz, que visa a comunhão daorquestra com parcelas de umpúblico ainda não afeito à música deconcerto. Idêntico processo ocorreem Porto Alegre, mesmo que lá asnormas que determinem a evoluçãoda Ospa sejam bem diferentes daOPeS. Salve o otimismo e um grande2006 para todos!”

Isaac Karabchevsky, regente titular ediretor artístico da OPeS, OSPA eOrquestra Nacional do Vale do Loire(França)

“O Quarteto de Cordas da Cidadede São Paulo encerra o ano de 2005com a sensação de dever cumprido.Estávamos, afinal, comemorando ossetenta anos desta instituição decâmara, com a responsabilidade demanter intacto o objetivo de seufundador, ninguém menos do queMário de Andrade. Oferecer boamúsica de câmara aos paulistanosse tornou menos uma obrigação,mais um prazer. Começamos o anocom boas perspectivas: o convite domaestro Jamil Maluf para queapresentássemos o Concerto deRadamés Gnatalli com a OSM nosdeu grande visibilidade. A nossavolta ao palco do Theatro permitiuque um número maior de pessoaspudesse assistir nossos concertos(que em 2006 mudam de sábadopara quinta à noite!), e a parceriacom a Promon se manteve cheia dealternativas estéticas. No quarto anodesta formação (Betina, Nelson, eu eRobert), o quarteto colheu os frutosde um árduo trabalho, apresentandoum repertório que foi de umdelicado Boccherini até Nordestina-dos, de Clóvis Pereira, dedicado aogrupo, assim como Angelus, belíssimoquinteto de André Mehmari, epassando por Schönberg, Mignone,Ravel, Haydn, Mozart, Elgar,Shostakovich. Acho que cumprimos onosso papel com alegria e dignidade, eaproveito para agradecer a presençade cada um de vocês em nossosconcertos, assim como à RevistaCONCERTO, também aniversariante,premiada e fundamental para osmúsicos. Perspectivas para 2006? Sim,colhermos mais frutos, agora das trêsviagens que fizemos, para os EUA,Argentina e México, com convites paravoltar a cada um destes países, econvites também para a Europa. Umgrande abraço a todos e até ospróximos concertos!”

Marcelo Jaffé, violista do Quarteto deCordas da Cidade de São Paulo

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Janeiro / Fevereiro 2006 49

“Como nossas atividades de maiorrelevância em 2005, tivemos oConcurso Internacional de CantoBidu Sayão, o Festival de Ópera doTheatro da Paz e a produção de BugJargal, ópera de José Cândido daGama Malcher, uma perspectiva quese abre na descoberta de obrasesquecidas de compositoresbrasileiros, graças à relevantedecisão e iniciativa do Secretário deCultura do Estado do Pará, PauloChaves Fernandes. Boas novas vêmde todas as direções: da Osesp, doTheatro Municipal de São Paulo e docrescente foco que vem sendo dadoà ópera, o que justifica a expectativaquanto ao futuro do gênero e damúsica erudita no Brasil. Mesmo quea Funarte tenha cancelado oPrograma Nacional de Óperaprometido para 2005, com asdesculpas de sempre, devemos estarotimistas. Assim, que a partir de2006 o Theatro Municipal tenha umanova programação ampliada,consolidando sua nova centralcenotécnica; que o Theatro SãoPedro defina seu caminho e perfil;que o Rio de Janeiro retome comfirmeza seus projetos; que novascidades (Campinas, Curitiba,Salvador, Porto Alegre, BeloHorizonte e Brasília) realizem suasproduções; que sejam criados novosfestivais e temporadas de ópera;que a circulação de títulos sejaefetivada; e que os esperadosinvestimentos na cultura eruditasejam uma realidade.”

Rosana Caramaschi, diretora da SãoPaulo ImagemData

Dentre as variadas atrações de câmara que a cidade ofereceuem 2005 destaca-se o excelente Trio Jean Paul, que seapresentou em setembro com obras de Beethoven, Mendels-sohn, Haydn, Schönberg, Brahms e Frank Martin.

A Orquestra de Câmara do Kremlin, formada em Moscou em1991 e integrada por jovens músicos, foi um dos destaques daprimeira temporada do reformado Teatro São Bento. Academyof St. Martin in the Fields Ensemble, Salzburg Chamber Soloistse o Prague Chamber Choir foram outras atrações da série.

O Accentus Coro de Câmara, conjunto francês criado e regidopor Laurence Equilbey, mostrou sua excelência interpretandoa capela obras de Villa-Lobos, Poulenc, Ravel e Debussy.

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50 CONCERTO

“Toquei muito neste ano. Com otrio Solistas Interarte, do qual façoparte, me apresentei em diversascidades do Brasil. Para mim é muitogratificante, sob o ponto de vistaartístico, tocar com o violinista Pablode León e o violista HorácioSchaeffer, além do pianista NelsonAyres, que participou de 90% dosnossos concertos. Estive envolvidotambém com a organização dosconcertos da Filarmônica de Israelcom o maestro Zubin Mehta, que seapresentou no Brasil, Argentina,Uruguai e Chile, o que consumiu umenorme trabalho. Por todas essasatividades estive ausente de muitosconcertos em 2005. No que se refereaos Concertos BankBoston, maisuma vez a série fez um sucessoenorme. Vale ressaltar a apresenta-ção do pianista Abdel Rahman ElBacha, que foi de uma sofisticaçãoincrível, um recital inesquecível.Quero destacar também osconcertos da Filarmônica de Israel eum evento que a Sociedade deCultura Artística organizou, aapresentação da West Eastern DivanOrchestra de Daniel Barenboim, quecongrega jovens israelenses epalestinos. É um trabalho importan-tíssimo para trazer a paz ao mundo,um trabalho corajoso. Acheimusicalmente e politicamenteimportante. Neste ano os ConcertosBankBoston entram em sua 13ªedição. Começamos com umaapresentação. Agora cada concerto éapresentado três vezes, e além deSão Paulo temos séries em PortoAlegre, Brasília e Rio de Janeiro. E em2006 iniciaremos uma nova série, emCuritiba. É um projeto que aumenta acada ano, levando música paraimportantes capitais brasileiras. Nãosei se há outro que cubra tantascidades, só com música de câmara.Certamente é um projeto vencedor.”

Roberto Ring, músico e diretor daInterarte

“O ano de 2005 foi de muitaprodutividade, tanto na rádio comona TV, no que diz respeito à músicaerudita. Houve uma grandereestruturação na Rádio Cultura FM,e hoje ela tem uma audiênciasignificativamente maior. Comparan-do-se agosto de 2004 com outubrode 2005, tivemos um aumento de70% na audiência. A rádio cresceu,ampliou seu público e hoje é muitomais viva, mais vibrante. Aprogramação está mais variada eampla, procurando abranger todasas áreas da música. Os principaisnomes do meio musical de SãoPaulo têm marcado presença comprogramas, opiniões ou mesmocomo artistas. Temos um cast decolaboradores muito bom, comnomes como Almeida Prado, AmaralVieira, Arrigo Barnabé, GilbertoTinetti, João Carlos Martins, JoãoMaurício Galindo, John Neschling,Marcelo Jaffé, Júlio Medaglia, WalterLourenção, Fábio Prado, JoãoMarcos Coelho, Arthur da Távola,Irineu Perpetuo, Heloísa Fischer,Lauro Machado Coelho, Luis AntonioGiron e Luciano Ramos – espero nãoter esquecido ninguém. E em 2006teremos também Nelson Kunze. Nocaso da TV, estreamos em agostouma grande programação de músicaerudita, a maior que ela já teve.Atualmente há nove programasnovos e o resultado tem sidobastante bom. Temos utilizado oacervo da TV, mas em 2006 tambémvamos gravar muito, aumentandonosso repertório. Além disso,estrearemos um programa mensalde concertos internacionais, com oSalomão Schwartzman, que trará asmelhores gravações que circulampela Europa. Será uma programaçãobastante variada, com música,dança, ópera e concertos.”

José Roberto Walker, diretor da RádioCultura e do núcleo de música eruditada TV Cultura

“Uma das tarefas mais difíceis deum diretor de orquestra é a elabora-ção da temporada. Nesse momentosão postos à prova seu bom gosto einteligência; sua habilidade deestabelecer laços com público einstituições; acordos com patrocina-dores e músicos. Há três forças –muitas vezes antagônicas – interferin-do no processo: músicos, público emantenedores. Sobre esse tripéapóiam-se todas as orquestras.Qualquer desequilíbrio no sistemaacarretará o colapso do conjunto.No caso da Sinfônica de Santo André,acrescente-se um quarto vetor: apenúria. Essa peculiar conjunturaobriga-nos a aprender a dar nó empingo d’água – habilidade que umdia há de ser útil para alguma coisa.Foi assim que nosso público ouviu em2005 duas Bachianas Brasileiras deVilla-Lobos (nºs 5 e 7), além de obrasde Gnattali e Santoro. Das sinfoniasromânticas, destacam-se a sétima deMahler, a primeira de Brahms e a deCésar Franck. Também tocamosSchéhérazade de Rimsky-Korsakov,a suíte Háry János de Kodály, asVariações sobre tema de Haydn deBrahms, os Quadros de umaExposição de Mussorgsky-Ravel, DonQuixote de Richard Strauss, e tambémo de Telemann. Tivemos o privilégiode contar com parceiros como assopranos Adélia Issa, Edna D’Oliveirae Sylvia Klein, o tenor MarcosLiesenberg, os pianistas GilbertoTinetti e Stephen Bishop, os violinistasFrançois Sochard e Elisa Fukuda, osvioloncelistas Dimos Goudaroulis eRaïff Dantas, o violista Emerson DiBiaggi e o flautista Raffaele Trevisani.Na esfera pessoal, não posso deixarde destacar os concertos que dirigi àfrente da Orchestra Cantelli, na SalaVerdi em Milão; da Orquestra doAlgarve em várias cidades do sul dePortugal; e da Sinfônica da USP.”

Flávio Florence, regente titular e diretorartístico da Sinfônica de Santo André

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Janeiro / Fevereiro 2006 51

“Foi um ano estranho. De umlado, uma vida musical efervescente,com uma enxurrada de atraçõesinternacionais de dar água na bocaem qualquer cidadão habitante deuma cidade de primeiro mundo. Dooutro, uma indústria musicalanêmica, em agonia irreversível.Pouquíssimos lançamentos em CDs,um bocadinho mais em DVDs – e só.Será que todos os interessados têmla plata para se abastecer todo otempo via internet, em dólares maisfretes salgados, de partituras, discos,livros e DVDs? Só a Turangalila deMessiaen já valeria a maravilhosatemporada da Osesp, mas houvemuito mais. Uma programaçãoirretocável, com notáveis músicosinternacionais – só fica umapergunta que não quer calar: comoa Osesp consegue ‘aprontar’ eamadurecer no curtíssimo espaço deuma semana programas tãocomplexos, desafiadores? Natemporada da Cultura Artística,impossível esquecer as suítes deBach com Antonio Meneses (aliás,disponíveis em álbum duplo do seloClássicos), o quarteto Guarneri, omadrigal francês Accentus e ovirtuosismo de Wynton Marsalis eda sua Lincoln Center JazzOrchestra. E as Folk songs deLuciano Berio – numa interpretaçãofeliz da mezzo-soprano iranianaAriana Vafadari, no circuito de cincocapitais da temporada dosConcertos BankBoston – mostraramque há público para a músicacontemporânea. Uma cruzada,aliás, que tem no Espaço CulturalCPFL uma tribuna fundamental. A‘outra’ vida musical, a dos artistasbrasileiros, também teve muitasséries e locais para se espraiar,embora pouco tenha chegado àgrande mídia – um pecado que serenova a cada ano.”

João Marcos Coelho, jornalista ecrítico musical

“Em 2005, minhas atividadesconcentraram-se mais uma vez entreo Rio de Janeiro e Buenos Aires. Datemporada da Sinfônica Nacional –UFF, gostaria de destacar, além dasérie principal (‘Nacionalistas eoutros bravos’), um bem-sucedidoI Encontro Internacional dePercussão, a gravação de uma sériede concertos para o Ministério daEducação, de um CD e um DVDintitulados Aurora Luminosa, comobras de Nepomuceno, Levy, Migueze Gomes, cujo lançamento estáprevisto para março. Prolongandouma parceria que data de seis anos,dirigi, com a Filarmônica de BuenosAires, um memorável ciclo dosconcertos para piano de Beethoven,protagonizado pelo talento invulgarde Bruno Gelber. Ainda na Argenti-na, convidou-me a embaixadabrasileira para reger o concerto emcomemoração à Indepedência doBrasil, proporcionando-me oprivilégio de ter Linda Bustani comosolista. Regi também no Chile, naColômbia e no Peru. Tive gratíssimassupresas na Sinfônica da Bahia e naSinfônica de Neuquén (Argentina),orquestras de ótimo ambiente egrande entusiasmo artístico. Paramim, os momentos mais emotivos doano foram o maravilhoso reencontrocom a Sinfônica Municipal de SãoPaulo e o décimo aniversário de meuprimeiro concerto com a SinfônicaNacional. Para 2006 tenhocompromissos nos Estados Unidos,na Argentina, no Chile, no Peru e naIslândia. Na Sinfônica Nacional,homenagearemos os ‘Grandesmaestros brasileiros’. Além disso,daremos prosseguimento a umimportante projeto do MEC deeducação à distância, idealizadopelo ministro Fernando Haddad,promovendo e divulgando a músicabrasileira.”

Ligia Amadio, regente titular daSinfônica Nacional – UFF

“60.000! Este foi o número decrianças e jovens inscritos paraestudar música no Centro Tom Jobimem 2005. Número que comprova oacerto das mudanças efetuadas emnossa estrutura pedagógica e que,pouco a pouco, vão surtindo efeito eaparecendo para todos. A escolamudou radicalmente, mas, infeliz-mente, ainda não temos comoabsorver todo este contingente depessoas em nosso orçamento. O ladovisível desta mudança de qualidadepôde ser comprovado pela coragemque tivemos em produzir uma óperaexclusivamente com alunos.Avalizados pelas ótimas críticas, quemassistiu ao Così fan tutte, de Mozart,no Theatro São Pedro, com certeza seimpressionou pela bela montagemfeita em parceria com o InstitutoTomie Ohtake e a Faculdade SantaMarcelina. Foi um risco que acabouvalendo a pena e nos levando arepetir a ópera em forma de concertoem Campos do Jordão, Juiz de Forae até em Cuiabá. Aliás, neste anoproduzimos outras duas óperas comenorme sucesso: a divertida IlCampanello di Notte, de Donizetti,com a Banda Sinfônica regida porAbel Rocha, e A Queda da Casa deUsher, de Philip Glass, no Festival deCampos do Jordão, com regência deRoberto Minczuk. Produzir ópera éuma delícia! Destaque também parao concerto da Jazz Sinfônicaencerrando a Mostra Internacionalde Cinema de São Paulo, executandoao vivo a trilha sonora do filme OEncouraçado Potemkin, de Einsen-stein. Finalmente, vale mencionar oPrêmio Carlos Gomes recebido pelajovem Orquestra Acadêmica doFestival e a assinatura, no mês dedezembro, finalmente, do nossocontrato de gestão como umaOrganização Social da Cultura. Umótimo 2006 a todos!”

Clodoaldo Medina, diretor do Centrode Estudos Musicais Tom Jobim (ULM)

jan2.p65 22/12/2005, 12:3451

52 CONCERTO

“2005 foi o ano que marcou oinício de mudanças fundamentaisno Theatro Municipal de São Paulo.O organograma foi totalmentereformulado, mediante divisão daantiga e única diretoria em duas:artística e administrativa. Esseprocedimento conferiu agilidade eeficiência na condução dessa casatão complexa. Um grande investi-mento passou a ser feito na infra-estrutura, e em 10 de agosto fundou-se a “Central de Produção ChicoGiacchieri”. Na nova central foiimplantado, também, um importanteprojeto de recuperação e cataloga-ção dos mais de 40 mil figurinos doacervo, patrocinado pela Vitae. Umfinanciamento foi conseguido, juntoao BID, para reforma e melhoria dosrecursos de cenotécnica e acústica dopalco. Mediante destinação da SalaOlido como anexo do teatro, aOrquestra Experimental de Repertórioconseguiu, após 15 anos, uma sededigna para suas atividades. A salatambém passou a abrigar aprogramação camerística do teatro,antes realizadas no barulhento edesconfortável saguão do Municipal.Um inédito sistema de permuta deproduções operísticas possibilitou, em2005, a vinda de Candide (Bernstein)e Condor (Carlos Gomes), e a ida dosPescadores de pérolas (Bizet) eBarbeiro de Sevilha (Rossini).Para 2006, outras permutas já estãoasseguradas. Foi através do talento deseus artistas, da dedicação de seusfuncionários administrativos e doapoio decidido da prefeitura da cidadede São Paulo, através da SecretariaMunicipal de Cultura, que o TheatroMunicipal conseguiu superar osenormes desafios que teve deenfrentar em 2005. Que 2006 traga atodos nós a consolidação de nossosesforços e a realização de novos eimportantes empreendimentos!”

Jamil Maluf, diretor artístico do TheatroMunicipal de São Paulo

No ano em que realizousua primeira

temporada, a BachianaChamber Orchestra,criada e dirigida porJoão Carlos Martins,convidou destacadospianistas brasileiros

para suasapresentações:

Marcelo Bratke, FelipeScagliusi, Arthur

Moreira Lima, VanyaElias-José e

Gilberto Tinetti.

O Coro da Osesp, dirigido por Naomi Munakata, mais uma vez tevenotável desempenho durante a temporada, com aprovação unânimede público e crítica.

A série internacional da Tucca promoveu excelentes concertos, comoo da Orquestra Barroca Den Haag, o do pianista Gonzalo Rubalcaba edo violinista francês Laurent Korcia. Em junho, a Tucca trouxe amontagem da ópera O imperador de Atlanta, de Viktor Ullman.

jan2.p65 22/12/2005, 12:3452

Janeiro / Fevereiro 2006 53

“Ano impar é ano de Bienal deMúsica Brasileira Contemporânea.Este evento, em sua 16ª edição,completou 30 anos de existência eao longo do tempo mudoucompletamente de perfil. Antes aBienal abrigava compositoresconsagrados. Hoje é um eventopredominantemente de composito-res jovens. Outra diferença era ocaráter provocativo, experimental emesmo iconoclasta da maioria dasobras. Agora, este caráter de rupturaestá em segundo plano, com umamaior preocupação com a lógicaestrutural e a comunicabilidadedestas. Em relação à Bienal anterior,eu apontaria as seguintes diferenças:melhor qualidade das obras; melhornível de execução por parte dosintérpretes; maciça presença decompositores jovens; ausência denomes importantes da músicabrasileira; e aumento do público.Outro ponto a comentar é a novamentalidade editorial brasileira nocampo da música, tendência quevem se solidificando há alguns anos.São resgates e edições modernas departituras do passado, e a organiza-ção de acervos de compositoresrecentemente falecidos. Este esforçovem sendo desenvolvido pororquestras, programas de pós-graduação e órgãos culturais oficiaise particulares, como o Banco dePartituras de Música Brasileira criadopela Academia Brasileira de Músicaem 2001. No momento, o BPMBconta com 205 obras sinfônicas de64 compositores, já tendo vendido368 partituras e alugado 203coleções de material de orquestra,para interessados do Brasil e doexterior. Na medida que o BPMB setornar uma referência nacional einternacional, a tendência dessesnúmeros é de subirem numaproporção geométrica.”

Ricardo Tacuchian, presidente daAcademia Brasileira de Música

“São Paulo é definitivamente umacidade surpreendente. Mesmo comuma oferta imensa de espetáculosmusicais e de outras manifestaçõesculturais, a demanda por músicaerudita continua crescendo ano apósano, estabelecendo esta cidadecomo um dos maiores centros demúsica erudita da América Latina.Para nós, 2005 foi um ano deconsolidação no mercado produtorde concertos. Com 65 apresentaçõesde grupos nacionais e internacionais,nossas séries no Teatro São Bento eno Mosteiro de São Bento tiveramgrande recepção pelo público,superando em muito nossasexpectativas. Entre vários concertosinesquecíveis, devo citar asapresentações da Academy of St.Martin in the Fields Ensemble, daSalzburg Chamber Soloists, daKremlin Chamber Orchestra, TheDutch Trio e a tocante apresentaçãodo Prague Chamber Choir, quandorecebemos mais de 1400 pessoas noconcerto gratuito na basílica doMosteiro, em plena segunda-feira aomeio-dia. Para 2006, já temosagendados o impressionantenúmero de 190 concertos, na cidadede São Paulo e no interior. Levare-mos a programação, que geralmentefica restrita à capital, para o interiordo Estado, dividindo o privilégio quetemos tido aqui com cidades queraramente têm essa oportunidade.Nosso principal interesse, desdenossa fundação, foi o de trazer aopúblico o que há de melhor namúsica erudita e, concomitantemen-te, formar um novo públicoapreciador. Para conseguirmos isso,trabalhamos para que grande partede nossos eventos sejam gratuitos oucom ingressos subsidiados. Com oresultado que obtivemos natemporada 2005, podemos afirmarque nossa missão foi cumprida.”

Antonio de Arruda Ribeiro, pianista ediretor da Art Invest Marketing Cultural

“No ano de 2005, a programaçãomusical foi de primeira qualidade.A temporada da Osesp manteve oelevado nível artístico, acrescentandoa sua programação, duas excelentesproduções em concerto das óperasFausto e Fidelio. A Sociedade deCultura Artística colaborou e muitopara que São Paulo se tornasse umadas grandes cidades do mundo. OFestival de Manaus fez história coma montagem da tetralogia wagneria-na, em mais uma produção ousadado maestro Luiz Fernando Malheiro.Em Belém, o festival de óperaresgatou com muita dignidade aópera Bug Jargal. A Cia. Ópera SãoPaulo montou O barbeiro de Sevilhae comemorou os 60 anos de mortede Mascagni, entre outras iniciativas.O Istituto Italiano di Cultura, maisuma vez, marcou presença eminúmeros recitais, concertos emontagens de ópera. O TheatroMunicipal de São Paulo teve a suamais pobre e triste temporada deópera dos últimos anos. Inexplicável.”

Paulo Abrão Esper, diretor daCia. Ópera São Paulo

“Como presidente da SociedadeBrasileira de Música Contemporâneaprocuro manter a relação da nossaSociedade com a matriz internacio-nal. Conseguimos criar um blocolatino-americano, com um diálogoaberto entre esses países. EmCuritiba, existem dois gruposinstitucionais muito fortes: aOrquestra Sinfônica do Paraná,mantida pelo Estado, e a CamerataAntiqua de Curitiba, mantida pelaprefeitura. E há também iniciativasindividuais, como o ColégioCantorum. Pessoalmente, estouescrevendo minha terceira sinfonia,para oito violoncelos.”

Harry Crowl, compositor e presidenteda Sociedade Brasileira de MúsicaContemporânea (SBMC)

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54 CONCERTO

“Em 2005 um destaque foi nossagrande temporada de concertos, emque comemoramos os 30 anos daOsusp. A criação de sete vagas emnosso quadro de músicos e areabertura de diversos outros postosde trabalho na orquestra foramresultado do apoio constante denossa universidade. Decididamentea qualidade alcançada em nossosconcertos tem sido o grandemotivador deste trabalho. Minharecondução por mais dois anoscomo maestro titular muito mealegra, e acredito que teremos umcrescimento contínuo, buscando aomesmo tempo solidificar os projetosatuais. O número crescente depúblico também merece sercomemorado. Aspectos que vãodesde a escolha do repertório e aparticipação em projetos didáticos –a exemplo de nossa parceria com aOsesp, com a qual atingimos mais de30 mil crianças e jovens em um ano– nos demonstram a importância deesforços em conjunto. A realizaçãode ciclos sinfônicos tem sido a nossamarca. Em 2006 teremos as sinfoniasde Schumann e os concertos parapiano de Rachmaninov, homenage-ando Magda Tagliaferro, entreoutros destaques. Ser grato tem sidoa maior lição em minha vida, e nãopoderia deixar de citar todo o apoioque recebemos do maestro JohnNeschling, cujo trabalho norteou umfuturo antes inimaginável para arealidade das orquestras brasileiras.Creio que o desenvolvimento culturalem nossa cidade é fantástico eespero que em 2006 haja umfortalecimento das frentes já abertas.A sinfônica da USP esta aí pararealizar o melhor! Se você ainda nãoé nosso assinante, não perca tempoe reserve sua cadeira para assistir auma das melhores orquestras denosso Brasil! Bom concerto!”

Carlos Moreno, regente titular ediretor artístico da Osusp

“O ano de 2005 foi extremamentecurioso para mim. Visitei três paísespara os quais era constantementeconvidado mas por motivos variadosprotelava as viagens. Finalmenteestive em Cuba, onde toquei oconcerto de Villa-Lobos com aSinfônica de Havana; pela terceiravez em Assunção, no Paraguai; e noMéxico no Festival de Morelia,quando fui solista com a SinfônicaPetrobras. A curiosidade que uneesses três concertos é a seguinte: nadécada de 70 gravei pela primeira vezna França os compositores CarlosChávez (México), Leo Brouwer (Cuba)e Agustín Barrios (Paraguai). NoBrasil, a grande alegria foi a reformado Museu Villa-Lobos que durou novemeses, realizada concomitantementecom uma greve dos funcionários dacultura, o que a tornou extremamentedifícil. No cenário musical, não deixode me entusiasmar com o progressoda maioria das orquestras brasileirascapitaneadas pela Osesp; com amultiplicação dos espaços da músicainstrumental; com a proliferação debons compositores e da imprensaespecializada, que dá uma visãopanorâmica de tudo isso. Asdificuldades existem, são muitas,mas creio que elas fazem parte daliga do concreto que ergue o edifício.Meus planos para 2006 incluem darao Museu Villa-Lobos um perfil maisatuante como sala de espetáculos demúsica de câmara e instrumental;implementar atividades na áreaeducacional; realizar no mês dejaneiro o já tradicional curso deférias para crianças de baixa renda(quando recrutamos mais partici-pantes para o Projeto Villa-Lobinhos); gravar dois concertos deSergio Barboza para violão eorquestra; estrear e gravar umconcerto de Edino Krieger; e gravarmeu primeiro DVD.”

Turibio Santos, violonista e diretor doMuseu Villa-Lobos

“Repetiu-se em 2005 a riquezado programa musical da cidade.A ocorrência de três significativosaniversários merece destaqueespecial, inclusive no que diz respeitoa uma relação que se pode estabele-cer entre eles. Organizado poriniciativa de Mário de Andrade em1935, o Quarteto de Cordas daCidade de São Paulo completou 70anos de atividades através daatuação de diferentes gerações deartistas que o integraram. Como apreservação de suas instituições,memórias e até mesmo edificaçõesnão faz parte, infelizmente, dastradições da cidade, essa longevidadereveste-se de excepcional importân-cia. Ainda no terreno camerístico, oTrio Brasileiro completou 30 anosmarcados pelo relançamento de doisCDs. Gilberto Tinetti, Erich Lehningere Watson Clis, que sempre ointegraram, foram merecidamenteagraciados com o prêmio CarlosGomes. Iniciativa altamente meritóriae empreendimento de indiscutívelsucesso cultural, a Revista CONCERTOcomemorou 10 anos de atividadescom um recital também memorávelde Eduardo Monteiro. A revistatornou-se o principal veículo dedivulgação dos eventos musicais pelopaís, incentivando e aprofundando ointeresse pela cultura musical. O quenos leva à questão das açõesnecessárias à formação e ampliaçãodesse público, objetivo que ajudariana multiplicação de aniversárioscomo aqueles que comemoramos em2005. As instituições, os artistas e aspublicações especializadas estãocumprindo com seus papéis, masnossos dois jornais de maiorcirculação, atendendo aos inexoráveisimperativos do “mercado”, destinamum espaço cada vez menor ao papeleducativo que a crítica musicaldeveria exercer.”

Luiz Brandão, diretor do EspaçoPromon

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Janeiro / Fevereiro 2006 55

“A programação da CulturaArtística em 2005 foi especialmenterica em concertos sinfônicos. AsFilarmônica de Israel com ZubinMehta, Dresden com RaphaelFrühbeck de Burgos, São Petersbur-go com Nicolai Alexeev e a jovemWest Eastern Divan Orchestra comDaniel Barenboim foram todas umenorme sucesso. Como todos osanos, vieram grande solistas comoAntonio Meneses, que no ciclocompleto das suítes para cello deBach entremeou-as com pequenasobras de compositores brasileiros.Também tivemos Arcadi Volodos emseu primeiro recital para nós e oQuarteto Guarneri, o mais importan-te quarteto americano. A música decâmara se fez presente com doisgrupos excepcionais: o Combatimen-to Consort Amsterdam e o GiardinoArmonico, que já nos havia visitadoanteriormente. O coral Accentus daFrança nos brindou com um lindoconcerto com obras de váriasprocedências, inclusive brasileiras.E para abrirmos o leque musical, aLincoln Center Jazz Orchestra tocoudois concertos totalmente distintos,em que Wynton Marsalis pôdemostrar todas as suas qualidades desolista. A Osesp, como sempre,apresentou vários programasimportantes, dos quais eu destacariaA Criação, de Haydn; Fidelio, deBeethoven; a execução de trêssinfonias de Shostakovich; e oChoros nº 11 do Villa-Lobos, obraprovavelmente não executadaaté então.”

Gerard Loeb, diretor da Sociedadede Cultura Artística

Comemorando seus 30 anos em grande forma, a Osusp ofereceu, emsuas duas séries de assinaturas na Sala São Paulo, concertos emhomenagem ao compositor Mário Ficarelli e ao Quarteto de Cordas daCidade de São Paulo. Sob regência de seu maestro titular CarlosMoreno – que em novembro foi reconduzido ao cargo até dezembrode 2007 – encerrou o ano com obras de Dvorák, Edino Krieger eRimsky-Korsakov, em uma grande apresentação.

No ano em que comemorou seus 70 anos de existência, o Quarteto deCordas da Cidade de São Paulo – formado por Betina Stegmann,Nelson Rios, Marcelo Jaffé e Robert Suetholz – mostrou porque é umdos principais conjuntos de câmara do Brasil em uma intensa agendade concertos, que incluiu viagens aos EUA, Argentina e México.

Outro conjuntoaniversariante – 30 anos –,

o Trio Brasileiro, formadopelo pianista Gilberto

Tinetti, o violinista ErichLehninger e o violoncelista

Watson Clis, recebeudiversas homenagens ao

longo do ano, como oconcerto realizado em

setembro no TheatroMunicipal, sob regência de

Lutero Rodrigues.

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56 CONCERTO

“2005 confirmou-se como um anode reconhecimento e realizações dosgrupos que dirijo. A Banda Sinfônicado Estado mantêm seu lugar nopanorama musical como um dosimportantes grupos sinfônicos dopaís, com a realização de sua sériede assinaturas diversificada einovadora. Foram mais de 25estréias de obras inéditas, das quais19 encomendadas a compositoresbrasileiros nesse ano. Da músicacoral sinfônica à ópera, da músicapopular brasileira à música decinema (produzimos um longa nesseano!), do repertório tradicional àsmais recentes produções da músicacontemporânea, todas as tendênciastiveram espaço em nossos concertos.O lançamento do segundo CD dogrupo, ‘Fantasia Amazônica’, coroouessa trajetória, trazendo ao público omelhor de nossa produção de 2004.Já o Collegium Musicum de SãoPaulo continua como referência naárea de canto coral. O conjunto foiextremamente solicitado, pordiversas orquestras paulistas, aparticipar de concertos sinfônicos eóperas, além de manter suaprogramação própria e já tradicio-nal, como o Festival Música Sacra,promovido pelo grupo desde 1985.”

Abel Rocha, diretor artístico da BandaSinfônica do Estado de São Paulo

Em comemoração aos seus dez anos de existência, a Orquestra deCâmara da USP realizou uma competente temporada, que teve comodestaque o projeto Galileo Galilei, de Bertolt Brecht, iniciando osconcertos em abril. Outros destaques foram músicos convidados comoo violonista Turibio Santos, o maestro Benjamin Zander, o oboístaAlex Klein e Gianluca Littera (harmônica de boca).

O Festival de Campos do Jordão, pelo segundo ano sob direçãoartística de Roberto Minczuk, apresentou uma esmerada programa-ção que incluiu a ópera A queda da casa de Usher, de Philip Glass, ea participação de Kurt Masur, um dos maiores maestros daatualidade. O resultado foi o prêmio Carlos Gomes 2005, concedidoà Orquestra Acadêmica do Festival (foto).

O compositor MárioFicarelli, que em 2005

completou 70 anos,recebeu diversas

homenagens, como umconcerto da Osusp e

uma série de apresen-tações do Centro

Cultural São Paulo,totalmente dedicadas

às suas obras.

Fotos: Divulgação / Sosô Parma

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Janeiro / Fevereiro 2006 57

“Fiquei eufórico com a merecidíssi-ma vitória da CONCERTO no PrêmioCarlos Gomes – uma honraria paralá de merecida, e que coroa umatrajetória gloriosa, celebrada comenorme brilho no espetacular recitalde Eduardo Monteiro no CulturaArtística. Nem tudo foram flores,contudo. Entristeceu-me o fim daSinfonia Cultura, e o falecimento deGerard Behague, agudo estudioso damúsica brasileira. A insensata rusgaentre os maestros Neschling eMinczuk projeta uma renovação darivalidade entre Osesp e OSB queocorreu nos anos 70, tendo Eleazar eKarabtchevsky como protagonistas.Em Campos do Jordão, Minczukapostou na musicalidade supremade veteranos como MenahemPressler e Kurt Masur, enquanto aOsesp continuou suas bem-vindasgravações do repertório nacional, erealizou uma notável performanceda Sinfonia Turangalila, de Messiaen.Outro grupo de primeiríssima linha,o Quarteto de Cordas da Cidade deSão Paulo, mostrou estar emexcelente forma, e celebrou seu 70ºaniversário com a encomenda deuma obra-prima, o Quinteto Angelus,de André Mehmari. Nas séries deconcertos por assinaturas, váriosdestaques: o violino imaculado deJoshua Bell, o virtuosismo inverossímilde Itzhak Perlman, as filarmônicas deSão Petersburgo e Israel, e amusicalidade suprema de DanielBarenboim à frente de sua West-Eastern Divan Orchestra. Na ópera,foi um ano de repertório experimentalem São Paulo, com destaque paraDer Kaiser von Atlantis, de ViktorUllmann, e o bem-vindo resgate deCondor, de Carlos Gomes. Na mesmalinha, Belém recuperou Bug Jargal, deGama Malcher, enquanto Manausconquistou projeção com a hercúleaempreitada do Anel wagneriano.”

Irineu Franco Perpetuo, jornalista ecrítico musical

“É evidente que o fato que maisnos marcou em 2005 foi aextinção da Sinfonia Cultura.Passado um ano (aconteceu dia14 de janeiro), temos uma visãomuito mais clara dos fatos. Porum lado, a mobilização em favorda orquestra nunca teveprecedentes na vida musicalbrasileira – e diga-se que a classemusical sempre foi consideradaapática. O abaixo assinadoconvencional (não o da internet)já continha 11 mil assinaturasquando foi interrompido, no mêsde maio, mas nenhum canal foiencontrado para entregá-lo aogovernador. Por outro lado,percebemos que os argumentosapresentados, em favor daextinção, foram sendo contraditospelos fatos: a alegada dificuldadefinanceira foi seguida poranúncios de fabulosos superavits;a orquestra que não eranecessária em uma empresa derádio e TV – ao contrário do restodo mundo – passou a serarregimentada para atendergravações, e assim por diante…A música brasileira? De muitopositivo, a magnífica programa-ção da Orquestra SinfônicaMunicipal. O que a SinfoniaCultura fazia era programar nãoapenas os compositoresbrasileiros já consagrados, massim, como uma orquestra derádio, servir como laboratóriopara muitos compositores, comalgumas limitações naturais quea parceria com o SESC – quegrande parceiro! – trazia consigo.Também deixou de haver a opçãode se ouvir música sinfônica pertode casa, para os moradores doBelenzinho e adjacências…Temos esperanças em 2006, masuma dúvida persiste: a orquestrafoi extinta por um capricho?”

Lutero Rodrigues, maestro

“A Discoteca Oneyda Alvarenga émuito cara ao compositor MarioFicarelli – que completou 70 anos em2005. Na década de 50, era lá queele ia, ‘três vezes por semana’ pedirque cada obra fosse tocada de 3 a 4vezes, para que as pudesse estudardurante o máximo de tempopermitido. Quando inaugurado em1983, o Centro Cultural São Paulopassou a hospedar aquele acervo, eo compositor recebeu a encomendade uma obra, Metalurgia, que foiuma de suas obras executadas entre11 de outubro e 1º de novembro de2005, na sala Jardel Filho, no‘Festival Música Hoje 2005 – Ficarelli,70 anos’. ‘Tarefa hercúlea’, segundoele, a organização de quatroconcertos com músicos e obrasdiferentes de um só compositor. Foiconfeccionada uma revista –resultado de ‘uma longa e agradávelentrevista’ feita em sua casa, comapresentação de Olivier Toni, seumestre e amigo, que qualificou suaobra como ‘sempre vulcânica einovadora’. Conseqüência disso foi adoação de todo o acervo pessoal docompositor à Divisão de Pesquisasdo CCSP, composto por partituras,manuscritos, gravações, cartas, fotos,teses, livros, jornais e revistas quedocumentam sua brilhante carreira,que agora tornar-se-ão disponíveispara estudantes e pesquisadores.Ressaltando que tal doação nãoencerra sua carreira, Ficarelli jádeixou claro que, daqui a dez anos,vai querer outra homenagem, edaqui a vinte, outra... Digno de notano ano do CCSP foi também oconcerto da Orquestra Clássica daEscola Profissional de Música deEspinho (Portugal), em março,interpretando obras de compositoresportugueses contemporâneos, sob aregência de Cesário Costa.”

Marcos Câmara, regente e programa-dor de música erudita do CentroCultural São Paulo

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58 CONCERTO

Criado e dirigido pelo compositor GilbertoMendes (foto) desde sua fundação, o Festival

Música Nova chegou à 40ª edição comatrações como a obra Maulwerke, do alemão

Dieter Schnebel, regida pelo própriocompositor. A música contemporânea

também foi contemplada na série do EspaçoCultural CPFL, de Campinas – vencedor doPrêmio Carlos Gomes –, e na XVI Bienal de

Música Brasileira Contemporânea do Rio deJaneiro, que em 2005 comemorou 30 anos.

Em mais um ano de criativa e competente temporada,a Banda Sinfônica do Estado de São Paulo, dirigida por

Abel Rocha, trouxe atrações como a cantata CarminaBurana; os convidados Antônio Del Claro e CarlosMoreno, e a encenação da ópera Il campanello di

notte, de Donizetti.

O Ópera Estúdio, coordenado por Mário Wrona,realizou sua primeira montagem lírica, Così fan tutte,de Mozart, em junho. Fruto de uma iniciativa doCentro de Estudos Tom Jobim em parceria com oInstituto Tomie Ohtake e a Faculdade Santa Marceli-na, a iniciativa foi uma ótima chance para que osestudantes de música, moda e cenografia exercitas-sem suas habilidades, obtendo surpreendenteresultado.

Foto: Divulgação / Luis Carbonari

O violinista Luis Otávio Santos (abaixo) foium dos destaques da série de câmara daFundação Maria Luisa e Oscar Americano,que, junto com a série da Pinacoteca,ofereceu ótima música de câmara.Luis Otávio também dirigiu artisticamente a16ª edição do Festival Internacional deMúsica Colonial Brasileira e Música Antiga,em Juiz de Fora.

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Janeiro / Fevereiro 2006 59

“O ano de 2005 foi pleno para mimno que se refere à produção artística.Não só produzi muito, como tambémvi meu trabalho amplamentedifundido. Infelizmente minhasatisfação de criador não se espraiouno cenário musical brasileiro. Já noinício do ano concluí obra grandiosa,para mezzo-soprano e oito violonce-los, encomendada pelo grupoholandês Octeto Iberico. Estive noexterior por duas vezes: na França eno México. Na França fui homenagea-do no Festival Futura de Crest, e noMéxico regi um concerto no XVIIFestival Internacional de Música deMorelia, com um programa inteira-mente dedicado à música brasileiracontemporânea. Esse reconhecimentono exterior foi um marcante contrastecom minha ausência na XVI Bienal deMúsica Brasileira Contemporânea, emque tive duas obras rejeitadas. Omesmo fenômeno acontecera naBienal anterior, quando também tiveobras rejeitadas. Agora tomeivergonha e prometi a mim mesmonunca mais enviar obras à Bienal.Ficarei aguardando que os organiza-dores passem a encomendar obras eque uma encomenda seja a mimdestinada. Mas a absorção maior equase total de minha capacidadecriativa se concentrou no projetoSpeculum Brasilis que desenvolvi como apoio do CCBB. Em dezoitoespetáculos promovi a fusão demúsica eletroacústica com a músicapopular de raiz. Toda essa intensaatividade aconteceu paralelamente àminha estréia como ator e persona-gem de cinema: o documentário deCarlos Del Pino sobre mim fez sucessono Festival de Brasília do CinemaBrasileiro e foi transmitido em redenacional pelas TVs Educativas. Apublicação de um livro novo e umnovo CD complementaram a minhaprolixidade artística no ano que finda.”

Jorge Antunes, compositor e professortitular da UnB

“Em anos anteriores, a identificaçãode acontecimentos musicaisrelevantes era sempre, para mim,objeto de um embate interior porvezes até dolorido. Mas em 2005 omaestro Luiz Fernando Malheiro eseu Festival Amazonas de Ópera mefacilitaram imensamente o trabalho.A primeira montagem brasileira doRing, de Richard Wagner, foi sem amenor sombra de hesitação o grandeacontecimento do ano. Mas 2005 foigeneroso em muitos outros escani-nhos em que armazenamosconquistas para em seguida somá-las. Se os paulistanos perderamRoberto Minczuk, os paulistas ainda otêm no Festival de Campos do Jordão– em 2005 mais uma vez invejável – eo público carioca saiu ganhando porsua superlativa presença comodiretor da OSB. Foi também mais umano da Osesp. John Neschlingcontinua a nos tornar sinfonicamentemenos provincianos. Tivemos aTurangalila, de Olivier Messiaen, asóperas Fausto, de Gounod, e Fidelio,de Beethoven, além do oratório Elias,de Mendelssohn, e uma reapresenta-ção da Paixão Segundo São Mateus, deBach. Compositores como Shostakovi-ch ou Schnittke são presençasfamiliares na Sala São Paulo. AFundação Osesp também foi uma belaconquista. Com autonomia de gestão euma relação empregatícia finalmentemadura com os músicos, a orquestratambém passa pela primeira vez aexistir a longo prazo. A Sociedade deCultura Artística foi novamenteresponsável pela melhor programaçãovinda de fora. Trouxe as filarmônicasde Israel, de São Petesburgo e deDresden. No Theatro Municipal, seunovo diretor, Jamil Maluf, fez umatemporada milagrosa (com NelsonFreire, por exemplo), à espera que aprefeitura ofereça dotaçõesorçamentárias de maior dignidade.”

João Batista Natali, repórter da Folhade S. Paulo

“No Theatro Municipal do Rio deJaneiro prosseguimos com nossatemporada de ópera e balé. Foramtrês apresentações de títulosimportantes: Macbeth, de Verdi; Ospescadores de pérolas, de Bizet eErwartung, de Schönberg. Natemporada de balé tivemos A belaadormecida, A criação e La fille malgardée. Demos prosseguimento,também, à série Domingo noMunicipal, que tem concertos comenorme afluência de público – é oTheatro Municipal a R$1. Já noTeatro Nacional de Brasíliarealizamos diversos concertossinfônicos, mas o mais importante éque em 2005 conseguimos umaumento do número de músicospara a orquestra, que passou a 85, eem 2006 já iniciaremos as atividadescom um novo acréscimo, totalizando100 músicos. No Brasil eu gostaria dedestacar também meu trabalho coma Sinfônica de Campinas. Foi umaenorme felicidade ter trabalhado comestes músicos pela primeira vez em2005, e desejo tudo de bom a estaorquestra em 2006. A temporada doTMRJ se iniciará com o oratório Cristono monte das oliveiras, de Beethoven,e a ópera Idomeneo, de Mozart,dentro das comemorações dos 250anos de nascimento do compositor.Em Brasília inicio o primeiro cicloMahler da história da orquestra. Emgeral, creio que todas as orquestrasdo Brasil têm procurado manter oritmo de trabalho, mas não é fácil.Em Brasília e no Rio de Janeirotemos conseguido uma regularidade.O TMRJ se mantêm numa rotinaintensa de trabalho, em parte devidoao apoio da iniciativa privada. Masainda não é possível pensar numaprogramação a longo prazo porcausa da limitação orçamentária,que atinge toda a área cultural.”

Silvio Barbato, regente e diretorartístico do Teatro Nacional de Brasíliae do Theatro Municipal do RJ

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60 CONCERTO

lançamentos de CDs

SCRIABIN – 10 Sonatas parapiano. As dez sonatas para pianode Alexander Scriabin formam aespinha dorsal de sua obra criativa,

MOZART – Violin concertos /Sinfonia concertante. A virtuoseviolinista Anne-Sophie Mutter abreo ano de 2006 com um novo CD eum duplo motivo de comemoração:seus 30 anos de carreira e os 250anos de nascimento de Mozart. Nestedisco registra a integral dosconcertos, escritos quando o autorainda não completara 20 anos. Numtotal de cinco, eles guardam o frescore alegria de Mozart, embora jádemonstrem sua maturidade comocompositor. Além de atuar comosolista, a artista também rege aLondon Philharmonic Orchestra.“Não sou regente […] mas seiexatamente o que quero da partitura,e como explicar isso à orquestra einspirar os músicos”, ela afirma numtrecho da entrevista (em inglês) queacompanha o libreto, onde tambémse posiciona sobre autenticidade nainterpretação de obras antigas. O CDainda traz a Sinfonia Concertante, emque ela divide os solos com o violistaYuri Bashmet. 2 CDs. LançamentoUniversal. Nacional. Venda diretapela Revista CONCERTO – Telefone5535-5518. R$ 50,00.

SCHUBERT – A morte e a donzela.Completando 40 anos de carreira, oQuarteto Talich lança este disco como mais célebre dos quartetos de FranzSchubert, o nº 14 em ré menor D 810,popularmente conhecido como “Amorte e a donzela”. Formado em 1964pelo violista Jan Talich e três de seuscolegas do Conservatório de Praga, oconjunto logo se tornou um dos maisprestigiados da cena internacional e omelhor da República Tcheca. Após maisde 30 anos de atividades com a mesmaformação, o quarteto rejuvenesceu apartir da segunda metade da décadade 1990, com a entrada dos membrosque respondem pela atual formação:Jan Talich Junior (primeiro violino),Petr Macecek (segundo violino),Vladimir Bukac (viola) e Petr Prause(violoncelo). Com mais de 30 discoslançados e uma intensa atividade aolongo desses anos, o conjunto dá umamostra de sua particular interpretaçãoda obra de Schubert, mais excertos dobelo Quinteto op. 97, “Americano”, deseu conterrâneo Antonin Dvorák.Lançamento Calíope. Importado. Vendadireta pela Revista CONCERTO – Tel.5535-5518. R$ 60,00.

LE GROUPE DES CINQ ET LE PIANO.Pianista francesa de ascendênciapolonesa, Marie-Claude Werchowskafoi aluna de Marguerite Long noConservatório de Paris, além de terpassado por diversos outros grandesmestres do instrumento. É solista daRádio Francesa, professora reconhecidae concertista. Neste disco ela dá umamostra da música para piano decompositores russos que viveram entreo fim do século XIX e o início do XX eque ficaram conhecidos como o“grupo dos cinco”: Mussorgsky,Alexander Borodin, César Cui, MilyBalakirev e Rimsky-Korsakov.A característica em comum era avontade deliberada de desenvolveruma música autóctone, para issoaproximando-se das tradiçõespopulares de seu país. De Mussorgsky,Werchowska interpreta diversaspequenas peças; de Borodin estãoextratos da Petite suite; de César Cui,um Berceuse; de Korsakov, quatropeças para piano do opus 11; e deBalakirev o Scherzo nº 2 em lá bemolmaior. Lançamento Ligia Digital.Importado. Venda direta pela RevistaCONCERTO – Tel. 5535-5518. R$ 89,00.

abarcando desde sua reverênciainicial por Chopin até o desenvolvi-mento de um estilo composicionalmaduro – a primeira sonata data de1893 e a última é de 1913, doisanos antes de sua morte. Discípulode Rachmaninov, Scriabin foi, alémde compositor, pianista de enormetalento. Daí sua atenção especialpara o instrumento, ao qual dedicou

a maior parte de suas obras. NesteCD duplo, o pianista Robert Taubassume a empreitada de gravar aintegral das sonatas. O resultado,de enorme competência, arrancouentusiásticos elogios da críticaespecializada. 2 CDs. LançamentoHarmonia Mundi. Importado. Vendadireta pela Revista CONCERTO –Tel. 5535-5518. R$ 82,00.

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Janeiro / Fevereiro 2006 61

MOZART – Violin sonatas, 1781.Mozart foi o autor que estabeleceu asnormas definitivas da sonata clássicapara violino e piano. Aqui dois exímiosinstrumentistas – o violinista AndrewManze e o pianista Richard Egarr –interpretam com beleza e vivacidadequatro sonatas do compositor: K 377,K 380, K 403 (fragmento) e K 376.Escritas num ano especialmenteimportante para Mozart, 1781, quandoele deixa de ser empregado doArcebispo de Salzburgo e se estabeleceem Viena, elas refletem a atmosfera deliberdade que o compositor vivia.Manze, excepcional violinista especia-lizado no repertório que vai de 1610 a1830, toca aqui num violino barroco doséculo XVIII, acompanhado pelofortepiano de Richard Egarr, o queconfere uma sonoridade especial rarade se ouvir nas sonatas de Mozart.O disco, um super-áudio CD deprodução caprichada, pode serreproduzido em qualquer aparelho deCD. Lançamento Harmonia Mundi.Importado. Venda direta pela RevistaCONCERTO – Tel. 5535-5518. R$ 89,00.

NAZARETH – Tangos, valsas e polcas.Após o sucesso do disco de Maria JoséCarrasqueira tocando Nazareth, é a vezda pianista brasileira Iara Behs,nascida em Porto Alegre, se ocupar doautor carioca. Em 17 faixas ela executaos já clássicos sucessos deste popularcompositor, que se ressentia em ver opúblico dançando animadamente suasmúsicas, ao invés de ouvi-las atenciosa-mente, como acreditava que deveriaser recebida a obra de um compositor“sério”. Peças como Brejeiro, AmenoResedá, Turbilhão de beijos, Plangente,Sarambeque, Escorregando, Topáziolíquido, Odeon e Apanhei-te,cavaquinho, nos mostram porque elefoi (e ainda é) um compositor tãoapreciado, ainda que pouco contempla-do pelos pianistas. Conforme nota IaraBehs, “suas obras sofreram certopreconceito e não eram habitualmentetocadas em escolas de música ouconcursos de piano, embora eu não melembre de alguém que não goste desua música”. Lançamento Naxos.Importado. Venda direta pela RevistaCONCERTO – Tel. 5535-5518. R$ 30,00.

DVDs

XENAKIS – CARNEIRO. Aos 30 anos,o português Pedro Carneiro é umdos percussionistas mais dinâmicos eoriginais de sua geração, tendorealizado mais de 70 estréias. Paraeste CD, ele escolheu três obras docompositor de ascendência greganaturalizado francês Iannis Xenakis(1922-2001), uma das figuras mais

importantes da música do século XX.Os instrumentos de percussãosempre tiveram papel importante namúsica de Xenakis. E para Carneiroela é bastante familiar, já que fez suaestréia aos 14 anos de idade tocandode cor Psappha, obra que encerraeste CD e que ainda inclui Rebonds Ae B e Okho. Complementando oáudio, a outra face do disco traz umDVD com um making-off da gravaçãoe um clipe que mostra o virtuoseCarneiro em Rebonds B. CD e DVD.Lançamento Mécenat Musical.Importado. Venda direta pela RevistaCONCERTO – Tel. 5535-5518. R$ 89,00.

COLEÇÃO ÓPERAS DO SÉCULONº 5. Grandes obras da literaturaoperística em DVD. Formato todasas regiões e legendas em português.Venda direta pela Revista CONCER-TO – Tel. 5535-5518. R$ 20,00 cadatítulo ou R$ 52,00 o pacote comtrês. Coleção completa: pacote nº 1(Romeu e Julieta, La Gioconda eNorma); pacote nº 2 (Aida, DonGiovanni e I Lombardi); pacotenº 3 (Adriana Lecouvreur, ManonLescaut e Semiramide); pacotenº 4 (La donna del lago, Don Carloe Tristão e Isolda).

Vol. 13: Stifelio. Ópera em três atosde Giuseppe Verdi. Sofrendo com ainfidelidada da esposa, José Carrerasvive o personagem central junto aCatherine Malfitano, Gnynne Wowelle Gregory Yurisich; The Royal Óperatem a regência do experiente maestroEdward Downes nesta produção de1993. 123 minutos.

Vol. 14: Lohengrin. Ópera em trêsatos de Richard Wagner. ClaudioAbbado está à frente da The ViennaState Opera nesta suntuosa produçãode 1990 com Placido Domingo, RobertLloyd e Cheryl Studer nos papéisprincipais. 219 minutos.

Vol. 15: La forza del destino. Músicae drama combinam de maneiraenvolvente nesta obra prima de Verdi.Esta versão destaca as participaçõesde Leontyne Price, Leo Nucci eGiuseppe Giacomini que, junto a TheMetropolitan Opera Orchestra andChorus, estão sob a batuta de JamesLevine. 179 minutos.

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CLAUDIO SANTORO – Canções deAmor e Canções Populares,Prelúdios e Paulistanas. Baseadaem poesias de Vinicius de Moraes, acoletânea de 13 canções é

considerada uma das páginas maisbelas do compositor amazonense. Estaversão, a primeira com voz feminina,conta com a participação da sopranoRosana Lamosa, uma das maisimportantes cantoras do país e dona deum timbre muito especial. Junto aMarcelo Bratke, pianista conhecidotanto pela precisão de suas interpreta-ções como pela originalidade de seusprogramas, os artistas concretizam umprojeto longamente acalentado. Os

intérpretes intercalaram as canções,apaixonadas e apaixonantes, com osDoze Prelúdios, para piano solo,criando um clima muito intimista ede grande intensidade emocional.O repertório finaliza com as seisPaulistanas para piano solo, brevespeças que evocam a multiplicidadede São Paulo. Lançamento SeloClássicos. Nacional. Venda diretapela Revista CONCERTO – Telefone5535-5518. R$ 39,00.

SONATAS. Com Karla Dias – flautadoce e Alessandro Santoro – cravo.Gravado em julho de 2005 na Escola deMúsica de Brasília, este CD especial trazcinco sonatas barrocas, escritas origi-nalmente para violino mas que foramadaptadas para flauta doce no decorrerdo século XVIII. Costume freqüente naépoca, o repertório para flauta doceganhou assim um repertório amplo ede rica variedade. As obras deste CDsão de autoria de Arcangelo Corelli,Francesco Mancini, Albinoni e GiacomoFerronati e ganham uma leitura muitoviva e dinâmica numa versão de grandebrilho. A flautista Karla Dias aperfei-çoou-se na França e Bélgica e, residenteem Brasília, desenvolve uma intensacarreira de solista atuando tambémcomo professora na Universidade deBrasília. É acompanhada nestaoportunidade por Alessandro Santoro,cravista nascido no Rio de Janeiro masque está há muitos anos radicado naEuropa, onde desenvolve uma carreirade sucesso como solista e integrante devários conjuntos de música antiga,entre eles a Orquestra do Século XVIII.Lançamento independente. Nacional.Venda direta pela Revista CONCERTO –Tel. 5535-5518. R$ 39,00.

DARIUS MILHAUD – Service sacré.O compositor francês Darius Milhaud(1892-1974) é um nome conhecidono Brasil, pois morou no país entre1917 e 1919, período em que foiligado à embaixada da França no Riode Janeiro, atuando como secretáriodo escritor Paul Claudel. Ao regressara Paris, aproximou-se dos composito-res de vanguarda e passou a ser umdos integrantes do que ficariaconhecido como “Grupo dos seis”.Milhaud foi um dos compositoresmais prolíficos do século XX, mas oque este CD traz é uma obra peculiar,feita para o serviço das manhãs deSabbath. Composta em 1947, Servicesacré é cantada em hebraico, comos recitativos em inglês. A obra,dividida em quatro partes, é aquiinterpretada pelo barítono YaronWindmueller, o rabino RodneyMariner (fazendo as leituras), maiso Coro da Filarmônica de Praga e aOrquestra Filarmônica Tcheca sobregência de Gerard Schwarz. O CDainda traz orações adicionais paraas sextas-feiras. Lançamento Naxos.Importado. Venda direta pelaRevista CONCERTO – Tel. 5535-5518.R$ 30,00.

WAGNER – Overtures & preludes.Richard Wagner foi um dos maioresnomes da ópera, compondo obrascapitais e revolucionando o gênero. Asaberturas e prelúdios mais significativosforam reunidos neste CD duplo, queconta com a participação de estupen-das orquestras e maestros, em versõeshistóricas realizadas entre as décadasde 1950 e 1970. A Filarmônica deViena, sob regência de Karl Böhm,interpreta a abertura de O holandêsvoador; os prelúdios do I e III atos deLohengrin; trechos de Tristão e Isolda;e a abertura de Rienzi. Já a Filarmônicade Berlim, com regência do grandemaestro tcheco Rafael Kubelik,interpreta o prelúdio dos Mestrescantores de Nurembergue e, sobregência do lendário Herbert vonKarajan, apresenta “A cavalgada dasvalquírias”, da ópera A Valquíria.Trechos de Parsifal ficam a cargo daOrquestra Sinfônica da Rádio daBavária, com direção de seu fundadorEugen Jochum, e a Sinfônica deBamberg ainda interpreta a aberturade Fausto sob regência de OttoGerdes. 2 CDs. Lançamento Universal.Nacional. Venda direta pela RevistaCONCERTO – Tel. 5535-5518. R$ 59,00.

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O IPÊ E VOCÊ – TROVAS. Após umtrabalho conjunto que começou hávinte anos, a soprano brasileiraresidente em Lisboa Luiza Sawaya e opianista Achille Picchi oferecem umtrabalho de grande interesse. As trovas,cantadas pelos trovadores da IdadeMédia, “nasceram de diferentesperspectivas, tiveram diferentesexpressões poéticas e seus versosforam emoldurados pelo trabalho decompositores de inegável sensibilida-de.” O primeiro CD traz uma seleção de33 compositores portugueses ebrasileiros oferecendo um panoramaamplo que vai desde Francisco deLacerda, passando por Lopes Graça,Nepomuceno, Luiz Levy, Luciano Gallete Camargo Guarnieri. O pianista AchillePicchi mostra neste trabalho tambémseu lado autor, incluindo sete peçasmusicadas sobre versos de Bastos Tigree Mario de Andrade, inclusive ahomônima que dá nome à coletânea.O segundo CD contém 33 obras apenasde autoria de Picchi, que mostra umasensibilidade e rica variedade.Lançamento independente. Nacional.Venda direta pela Revista CONCERTO –Tel. 5535-5518. R$ 69,00.

16º FESTIVAL INTERNACIONAL deMúsica Colonial Brasileira e MúsicaAntiga. O Festival de Juiz de Foraapresenta a gravação de seu últimofestival, ocorrido em julho de 2005.A Orquestra Barroca, sob a regênciado premiado violinista brasileiro LuísOtávio Santos traz um esmerado CD-livro com dois discos. No primeiro, orepertório abre com o balé Les Elemensde Jean Fery Rebel, compositorcontemporâneo de Lully e que retratanesta exuberante obra a criação douniverso. Segue-se a Cantata BWV 66Erfreut euch, ihr Herzen! (Alegrai-voscorações!) de J.S. Bach. Sempre eminstrumentos de época, o segundo CDé dedicado ao maior expoente daescola colonial mineira, J..J. EmericoLobo de Mesquita, com sua aclamadaMissa em fá maior. Completando oregistro, temos um tríptico de obrasnapolitano-luso-brasileiras demonstran-do os pontos comuns dos universosestéticos de Franceso Durante, PedroAntonio Avondano e FlorêncioCoutinho. Lançamento Centro CulturalPró-Música. Nacional. Venda direta pelaRevista CONCERTO – Tel. 5535-5518.R$ 49,00.

VILLA-LOBOS EM PARIS. Concluin-do o ano do Brasil na França, este CDreproduz o primeiro concerto queVilla-Lobos deu no país em 1924.Ponto de partida da brilhante carreirado compositor, o trabalho apresenta

PAULA DA MATTA INTERPRETAFRANZ LISZT. Em seu primeiro CD,lançado em Viena em 1999, a pianistacarioca Paula da Matta recebeuelogiosas críticas por sua interpretaçãode Chopin. Para este disco, ela escolheuFranz Liszt. Aliando sua competênciatécnica a um profundo sentimento, elanos apresenta uma mostra significativada eclética obra pianística de Liszt.Integram o CD as peças Consolaçãonº 3, Estudo transcendental nº 10,Rapsódia húngara nº 13, Rêve d’amournº 3, Estudo de concerto nº 3, ValsaMephisto nº 1 e a paráfrase da ária“Morte de amor” de Tristão e Isolda,de Wagner. O crítico Lauro MachadoCoelho nota que “com a mesmanaturalidade com que realiza aspassagens mais virtuosísticas daRapsódia húngara ou da primeiraValsa Mefisto, Paula da Matta sabefazer cantarolar a melodia do Rêved’amour ou do lírico estudo deconcerto Un sospiro. A afinidade queela demostra com a música de Lisztparece instintiva.” Lançamentoindependente. Nacional. Venda diretapela Revista CONCERTO – Telefone5535-5518. R$ 30,00.

uma produção ambiciosa que, segundoafirma o maestro Gil Jardim traz “obrasarro-jadas esteticamente e poucoconhecidas.” À festejada idéia de repetireste primeiro concerto soma-se oconjunto de intérpretes de categoriainternacional. O Quatour inicia oprograma original e o CD, com aparticipação de Toninho Carrasqueira –flauta, Dilson Florêncio – sax alto,Maria Elisa Risarto – celesta, LiúbaKlevtsova – harpa e coro feminino.Seguem-se as oito partes da Prole do

Bebê nº 1, na versão de NahimMarun. É Nahim ao piano queacompanha a soprano CláudiaRiccitelli em Epigramas irônicos esentimentais, e que tambéminterpreta Pensées d´Enfant. E parafinalizar, o portentoso Noneto, paravários instrumentos e sob a regênciade Gil Jardim, também idealizadordo projeto. Lançamento PhilarmoniaBrasileira. Nacional. Venda diretapela Revista CONCERTO – Telefone5535-5518. R$ 49,00.

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64 CONCERTO

OBRAS ORQUESTRAIS – José AlbertoKaplan. Este CD faz parte dos festejospelos 50 anos de fundação da Univer-sidade Federal da Paraíba. Compositore pianista, Kaplan nasceu na Argentinaem 1935 e foi professor da UFPB entre1969 e 1995. Foi um dos fundadores doDepartamento de Música da universida-de, desenvolvendo paralelamentecarreira de pianista e regente. Nestedisco estão obras escritas na década de1990 em que predominam a estéticanacionalista, com a utilização de temasfolclóricos de sua região. Assim é aAbertura festiva, interpretada pelaOrquestra da Universidade Federalda Paraíba e definida pelo próprioautor como “uma fantasia sobre temaspopulares e folclóricos”. Há ainda asVariantes para flauta, violão eorquestra, com solos de ReginaMachado e Eugênio de Sousa; oConcerto para piano e orquestra, comFernando Müller e o Concerto paraviolino, com solos de Ronedilk Dantas.O compositor cedeu gentilmente umaquantidade limitada para distribuiçãogratuita; interessados favor entrar emcontato com a Revista CONCERTO –Tel. 5535-5518.

MOSAICO – Duo Salles. Neste CD aviolinista Mariana Salles e ovioloncelista Marcelo Salles apresen-tam 18 pequenas peças inéditas paraesta pouco usual formação. O resultadoé um disco de grande interesse einterpretação competente. Os cincocompositores presentes – CarlosAlmada, Thiago Lyra, QuequêMedeiros, João Gomes e Flávio Goulart– integram o Grupo Mosaico, formadoem 1999 e que tem como objetivo adisseminação de idéias musicais dasmais variadas procedências técnicas eestilísticas, através de edições, grava-ções e execuções públicas. Esta diversi-dade estilística fica patente no CD, empeças como o inusitado tangoMorangotango, de Medeiros; na bela eexpressiva Tâmara de Flávio Goulart ouno espirituoso Blues-blanc-rouge deCarlos Almada. Mariana Salles éprofessora da Uni-Rio e gravou comLais de Souza Brasil as sonatas deCláudio Santoro. Marcelo Salles éprofessor e spala da OrquestraSinfônica do Theatro Municipal do Riode Janeiro. Lançamento Ethos Brasil.Nacional. Venda direta pela RevistaCONCERTO – Tel. 5535-5518. R$ 28,00.

FANTASIA AMAZÔNICA. Com aBanda Sinfônica do Estado de SãoPaulo, sob regência de Abel Rocha.Após um ano de intensa atividade, aBanda Sinfônica do Estado podeorgulhar-se de ter fixado seu nome

CANTATA DOS DEZ POVOS. O maes-tro e compositor Jorge Antunesapresenta-nos seu novo CD, que traz agrandiosa Cantata dos dez povos. Feitaa partir de uma encomenda para os500 anos do descobrimento, a obra foiescrita para quarteto vocal solista, onzedeclamadores lusófonos, coro misto,orquestra e sons eletrônicos. Comduração de 64 minutos, a música fluisem intervalos de silêncio, num fluxocontínuo sem movimentos. Concebidapara ser uma grande homenagem àlíngua portuguesa, utiliza textos depoetas de Portugal, Brasil, Macau, Goa,Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé-e-Príncipe, Moçambique, Angola e TimorLeste. Esta gravação foi feita na estréiamundial da obra, em 27 de abril de1999 e conta com Martha Herr(soprano), Regina Helena Mesquita(mezzo-soprano), Paulo Queiroz(tenor) e Moisés Ribeiro (baixo), alémdos coros Lírico da Escola de Músicade Brasília, Madrigal de Brasília e daOrquestra Sinfônica do TeatroNacional de Brasília, sob regência docompositor. Lançamento Sistrum.Nacional. Venda direta pela RevistaCONCERTO – Tel. 5535-5518. R$ 30,00.

como um dos conjuntos maisimportantes do país. Além dosconcertos regulares de sua série deassinaturas, seguiu sua vocação deincentivar a criação de repertório edivulgar a música original para aformação, através de nada menos que90 encomendas feitas ao longo dos 16anos do conjunto. Duas destas obrasestão registradas neste efusivotrabalho: Chacona Amazônica deMarlos Nobre e As quatro estações doHermeto de Miguel Briamonte.

O repertório inclui ainda a Fantasiaem três movimentos em forma dechoros, obra mais importante paraconjuntos de sopros de Villa-Lobos;O canto da taieira, de MarcosMesquita, que aborda um temafolclórico e Guararavacã,composição de Paulo von Zuben,inspirada em Grande sertão:Veredas. Lançamento independente.Nacional. Venda direta pela RevistaCONCERTO – Tel. 5535-5518.R$ 25,00.

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livros

SONS NOVOS PARA OS SOPROS EAS CORDASPor Jorge Antunes

Ativo compositor, maestro e professor,Jorge Antunes acaba de lançar seu maisrecente livro, dedicado a explorar novassonoridades nos instrumentos desopros e cordas. Segundo o autor,muitos intérpretes resistem em exploraroutros modos de execução em seuinstrumento, temendo alguma agressãoao mesmo. Para Antunes, isto nuncaexistirá se, para os novos modos deexecução, forem utilizadas técnicascorretas. E são estas técnicas que ocompositor propõe em seu livro.Antunes lembra que esta busca porsonoridades novas sempre existiu. Noséculo XVII, por exemplo, von Biber foium dos primeiros a utilizar novasafinações em instrumentos de arco,além de determinar a colocação deuma folha de papel nas cordas docravo, para obter uma sonoridadeinusitada. Ricardo Tacuchian sintetiza oobjetivo do livro: “em Sons novos paraos sopros e as cordas o autor oferece àcomunidade musical de compositores einstrumentistas um completo estudosobre as novas sonoridades que podemser obtidas nos instrumentos acústicosda orquestra sinfônica.” LançamentoSistrum. 226 páginas. Venda direta pelaRevista CONCERTO – Tel. 5535-5518.R$ 40,00.

PALCOS PAULISTAS NOS ANOS 50Por Domingos Durante

Do amor pela cidade de São Paulo e pelo teatro nasceu este livro de Domingos Durante. Paulistano crescido na Móoca, elerealizou pesquisa em diversos arquivos da cidade, vasculhando a programação dos teatros em jornais e revistas editadosdurante toda a década de 1950. A partir daí realizou uma listagem de eventos (especialmente musicais e teatrais) e nomesque fizeram acontecer parte da história cultural de São Paulo nos anos 50. O livro ainda traz notícias sobre o mundo artístico,fotos e anúncios, todos da época. Lançamento Scor Editora Tecci. 402 páginas. Venda direta pela Revista CONCERTO – Tel.5535-5518. R$ 35,00, renda revertida para o Retiro dos Artistas.

CARMEN – UMA BIOGRAFIAPor Ruy Castro

Dono de um texto competente e autorde grandes sucessos editoriais, RuyCastro descreve no seu novo livro a“brasileira mais famosa do século XX”,Carmen Miranda. Durante a década de1930, Carmen foi a maior estrela doBrasil, sucesso que se repetiria nosEUA: “o rádio, os discos, os nightclubs,as capas de revistas, os anúncios depublicidade e até as vitrines dasgrandes lojas, todos queriam Carmen.Hollywood também – bastando umfilme para seu nome ganhar projeçãomundial”. São os detalhes destaimpressionante trajetória que o livro deRuy Castro narra, iluminando tambémaspectos menos conhecidos, como amalfadada vida amorosa e a dependên-cia de soníferos e estimulantes. Comsuas informações, o texto informatambém sobre o Rio de Janeiro dosanos 20 e 30, e a intimidade de astrosnorte-americanos dos anos 40 e 50.Lançamento Companhia das Letras.597 páginas. Venda direta pela RevistaCONCERTO – Tel. 5535-5518. R$ 55,00.Desconto de 10% para assinantes.

O COMBATE ENTRE CRONOS EORFEU – Ensaios de semiologiamusical aplicadaPor Jean-Jacques Nattiez

O renomado musicólogo canadenseJean-Jacques Nattiez tem este livroeditado pela primeira vez no Brasil.O belo título refere-se ao final do mitode Orfeu imaginado por Nattiez: tendoperdido Eurídice e após beber a águado Lete, ele esquece em definitivoaquela que o inspirara para seconsagrar unicamente a sua arte.Desafia Cronos por meio da música,tentando arrancar todos aqueles queo ouvem do curso inexorável doTempo. Com o objetivo de contribuirpara o melhor conhecimento do fatomusical, Nattiez desenvolve suaspesquisas a partir de duas questõesparalelas: a confrontação do modernis-mo com o pós modernismo e anecessidade de englobar as aquisiçõesdo estruturalismo em uma perspectivasemiológica mais ampla. Em outraspalavras, ele trata de assuntos como:O que é exatamente a fidelidade aocompositor? O que pode ser entendidocomo autenticidade nas releituras demúsica antiga? Existe realmente umaruptura entre o compositor moderno eseu público? Lançamento Via Lettera.320 páginas. Venda direta pela RevistaCONCERTO – Tel. 5535-5518. R$ 65,00.Desconto de 10% para assinantes.

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66 CONCERTO

Resumo de CDs e DVDs à venda pelaRevista CONCERTO – Ligue (11) 5535-5518

Compre seus CDs, DVDs e livros pela revista CONCERTO, compagamento por cartão de crédito, cheque nominal ou depósitobancário. Além de bons preços, você tem a comodidade derecebê-los em sua casa como encomenda Sedex.

Maioria dos títulos em estoque, com envio em 24 horas.

Na aquisição de CDs, DVDs e livros na cidade de São Paulo serácobrada taxa adicional de R$ 6,00 para despesas de postagem.Informe-se sobre a tarifa para pedidos de outras cidades.

Novos títulos à vendaCantata dos dez Povos de Jorge Antunes/Com Coro Lírico da Escola de

Música de Brasília, Madrigal de Brasília, Orquestra Sinfônica do TeatroNacional de Brasília e solistas, regência do compositor ......... R$ 30,00

Claudio Santoro – Canções de Amor e Canções Populares, Prelúdios ePaulistanas/Com Rosana Lamosa – soprano e Marcelo Bratke – piano/13 canções baseadas em poesias de Vinicius de Moraes; Doze Prelúdiospara piano solo e Paulistanas para piano solo ......................... R$ 39,00

Darius Milhaud – Service sacré/Com Yaron Windmueller – barítono, Coroda Filarmônica de Praga e Orquestra Filarmônica Tcheca, regência deGerard Schwarz ............................................................................. R$ 30,00

Fantasia Amazônica/Com Banda Sinfônica do Estado de São Paulo,regência de Abel Rocha/Villa-Lobos – Fantasia em três movimentos emforma de choros; Mesquita – O canto da taieira; von Zuben – Guarara-vacã; Nobre – Chacona Amazônica e Briamonte – As quatro estações doHermeto ......................................................................................... R$ 25,00

16º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga/Com Orquestra Barroca, regência de Luís Otávio Santos/Rebel – LesElemens; Bach – Cantata BWV 66; Lobo de Mesquita – Missa em fámaior e obras de Durante, Avondano e Coutinho .................. R$ 49,00

Le Groupe des cinq et le Piano/Com Marie-Claude Werchowska/Mussor-gsky – peças diversas; Borodin – trechos de Petite suite; Cui, – Berceuse;Korsakov – Quatro peças op. 11 e Balakirev – Scherzo nº 2 .... R$ 89,00

Mosaico – Duo Salles/Com Mariana Salles – violino e Marcelo Salles –violoncelo/Peças de Carlos Almada, Thiago Lyra, Quequê Medeiros,João Gomes e Flávio Goulart ...................................................... R$ 28,00

Mozart/Violin concertos e Sinfonia concertante/Com Anne-Sophie Mutter– violino e regência, London Philharmonic Orchestra e Yuri Bashmet –viola/2 CDs ..................................................................................... R$ 50,00

Mozart/Violin sonatas/Com Andrew Manze – violino e Richard Egarr –fortepiano/Sonatas K 377, K 380, K 403 (fragmento) e K 376/Super-áudio CD ........................................................................................ R$ 89,00

Nazareth/Tangos, valsas e polcas/Com Iara Behs – piano ......... R$ 30,00Obras Orquestrais – José Alberto Kaplan/Abertura festiva; Variantes para

flauta, violão e orquestra; Concerto para piano e orquestra e Concertopara violino .................................................................................... Gratuito

O Ipê e Você – Trovas/Com Luiza Sawaya – soprano e Achille Picchi –piano/Peças de Francisco de Lacerda Lopes Graça, Nepomuceno, LuizLevy, Luciano Gallet, Guarnieri e Achille Picchi/2 CDs ............ R$ 69,00

Paula da Matta interpreta Franz Liszt/Consolação nº 3, Estudo transcen-dental nº 10, Rapsódia húngara nº 13, Rêve d’amour nº 3, Estudo deconcerto nº 3, Valsa Mephisto nº 1 e paráfrase da ária “Morte de amor”de Tristão e Isolda, de Wagner ................................................... R$ 30,00

Schubert/Quarteto nº 14 A morte e a donzela e Dvorák – trechos doQuinteto op. 97, Americano/Com Quarteto Talich .................. R$ 60,00

Scriabin/10 Sonatas para piano/Com Robert Taub/2 CDs ......... R$ 82,00Sonatas/Com Karla Dias – flauta doce e Alessandro Santoro – cravo/

Obras de Corelli, Francesco Mancini, Albinoni e Ferronati .... R$ 39,00Villa-Lobos em Paris/Quatour, Prole do Bebê nº 1, Epigramas irônicos e

sentimentais, Pensées d´Enfant e Noneto ................................. R$ 49,00Wagner – Overtures & preludes/O holandês voador, Lohengrin, Tristão e

Isolda, Rienzi, A Valquíria, Parsifal, Os Mestres cantores de Nurember-gue e Fausto/2 CDs ....................................................................... R$ 59,00

Xenakis – Carneiro/Com Pedro Carneiro – percussão/Xenakis – Psappha,Rebonds A e B e Okho/CD e DVD .............................................. R$ 89,00

DVDsColeção As óperas do século/Vol. 1: Romeu e Julieta de Gounod/Vol. 2: La

Gioconda de Ponchielli/Vol. 3: Norma de Bellini/Vol. 4: Aida de Verdi/Vol. 5: Don Giovanni de Mozart/Vol. 6: I Lombardi de Verdi/Vol. 7:Adriana Lecouvreur de Ciléa/Vol. 8: Manon Lescaut de Puccini/Vol. 9:Semiramide de Rossini/Vol. 10: La donna del lago de Rossini/Vol. 11:Don Carlo de Verdi/Vol. 12: Tristão e Isolda de Wagner/Vol. 13: Stifeliode Verdi/Vol. 14: Lohengrin de Wagner/Vol. 15: La forza del destino deVerdi ............................................................................................... R$ 20,00cada título ou R$ 52,00 o pacote com os três (vol. 1-3, 4-6, 7-9 e 10-12)

Outros títulos à vendaAs seis Suítes para Violoncelo solo de Bach/Interpretação de Antonio

Meneses/2 CDs .............................................................................. R$ 79,00Alexander Scriabin – Integral dos Estudos para Piano/Com José Eduardo

Martins ............................................................................................ R$ 30,00Chopin – The complete Polonaises/Com Martha Argerich, Maurizio Pollini

e Anatol Ugorski – pianos/2 CDs ................................................ R$ 50,00Impressões Brasileiras/Com Daniel Guedes – violino/Obras de Villa-

Lobos, Nelson Macedo, Alceo Bocchino, Flausino Vale e LorenzoFernandez ...................................................................................... R$ 24,00

Lua de Papel/Com o Coral Cariúnas, regência de Vivian Assis .... R$ 34,00Luciano Pavarotti – O Holy Night/17 canções .............................. R$ 40,00Mozart – Obras para trompete/Com Guy Touvron e Prague Chamber

Orchestra ........................................................................................ R$ 89,00Opera Proibita/Cecilia Bartoli – mezzo-soprano e Les Musiciens du

Louvre, regência de Marc Minkowski/Obras de Händel, Scarlatti eCaldara ........................................................................................... R$ 40,00

Oscar Caceres – violão/Obras de Piazzolla, Takemitsu, Laurindo Almeida,Brouwer, Lerich, Hans Haug, John Duarte e Jiri Jarmal .......... R$ 79,00

Paulicéia – Obras paulistas para trompete solo/Paulo Ronqui ....... R$ 27,00Quinteto Amizade/Glazunov – Sonho oriental; Bosmans – Três epigramas

e von Weber – Quinteto para clarinete ..................................... R$ 34,00Renée Fleming – Sacred songs ....................................................... R$ 40,00Sonatas de Pedro António Avondano/Rosana Lanzelotte ao cravo ... R$ 59,00Violetta/Anna Netrebko – soprano, Rolando Villanzón – tenor e Filarmô-

nica de Viena, regência de Carlo Rizzi/Árias e duetos mais famosos deLa Traviata de Verdi ...................................................................... R$ 40,00

Vivaldi – L’estro armonico op. 3 e Seis concertos para flauta op. 10/ComThe English Concert, Lisa Beznosiuk – flauta e regência de TrevorPinnock/2 CDs ............................................................................... R$ 50,00

Todos estes produtos e mais uma grande variedade em CDs, DVDs elivros estão disponíveis na Loja CLÁSSICOS - Rua João Álvares Soares,1.404, tel. (11) 5535-5518. Horários em janeiro e fevereiro: desegundas a sextas, das 9h às 18h.

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O classificado especial da Revista CONCERTOEdição Janeiro / Fevereiro 2006

Vitrine Musical

Artlivre Escola de Música 68Conservatório Musical Brooklin Paulista 68Faculdade Mozarteum de São Paulo 68Fernando Reis, pianista e professor 68Formação de Platéia em Música 68Fundação / Escola Magda Tagliaferro 69Fundação Magda Tagliaferro 68Music Center Núcleo de Ensino Musical 69

ENSI

NO

E E

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VAD

ORA

S /

LOJA

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Arlequim Música 79Loja Clássicos 80Karmim 79Livraria Alemã Bücherstube Brooklin 80Maria de Lourdes Sekeff e

Edson Zampronha 80Martoni 80Ney Salgado, recital de piano 79RKR Musical 79Sistrum 79

MÚS

ICO

S E

CON

JUN

TOS

/ CD

s Alvise Migotto, violão 69Andersen Viana, compositor 76Anna Claudia Agazzi, piano 69Anna Maria Kieffer, canto 71Carosello Musicale 72Centro Cultural Pró-Música 75Clelia Iruzun, piano 72Collegium Musicum 74Eduardo Monteiro, piano 70Eudóxia de Barros, piano 76Felicja Blumental, piano 76Guilherme Vaz, compositor 69Israel Menezes, maestro 71Joel Bello Soares, piano 72Licia Lucas, piano 73Luiza Sawaya e Achille Picchi, canto e piano 70Maria José Carrasqueira, piano 74Miriam Ramos, piano 70Olinda Alessandrini, piano 72Orquestra de Câmara Solistas

de Londrina 71Paulo Pedrassoli, violão 71Percorso Ensemble 69Quarteto de Cordas Britten 72Rosana Lanzelotte, cravo 75Selo Clássicos 74Vanja Ferreira, harpa 76Varda Kochwa Kruman, piano 69

PRO

DUT

ORE

S Arnaldo D‘Ávila 77Cia. Ópera São Paulo 77Echo Promoções Artísticas 77Istituto Italiano di Cultura São Paulo 78Instituto Suba 77

ESTÚ

DIO

S /

LUT

ERIA Atelier Musikantiga 78

Clement Zular 78

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ESTÚ

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EDIT

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