guia exame sustentabilidade 2011

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www.exame.com Novembro/2011 | R$ 29,90 Sustentabilidade Brasil cuc g o cco uáv 2012 A lista das  2 1 empresas-modelo  em responsabilidade social corporativa no Brasil Unilever   / A Empresa Sustentável do Ano negócios Grandes empresas impulsionam os pequenos negócios verdes 5 e mais Inovação e economia verde O uturo da água O desafo da superpopulação assinante vendaproibida exemplar de

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www.exame.com

Novembro/2011 | R$ 29,90

Sustentabilidade

Brasil cuc g o ccouáv 2012

A lista das 2 1 empresas-modelo  em responsabilidade social corporativa no Brasil

Unilever  /A Empresa Sustentável do Ano 

negóciosGrandes empresasimpulsionam os pequenosnegócios verdes

5 e mais

Inovação e economia verde 

O uturo da água 

O desafo da superpopulação 

assinantevenda proibida

exemplar de

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Sumário

10 Carta ao leitor

18 EXAME.com 

pesquisa 24  Resultados A sustentabilidade

está cada vez mais presente

no dia a dia das empresas32  Inovação 91% das empresas

do Guia incluem a inovação

no seu planejamento estratégico

 

BRasiL41  Agenda 2012 Cinco temas

cruciais: Rio+20, cidades, lixo,

Código Florestal e ética

66  Políticas públicas A política

industrial brasileira está aquém

dos modelos de outros países

gestão 

74  Engajamento Um número

crescente de empresas

incentiva os funcionários

a adotar hábitos sustentáveis

empResas 80 Indústria química Produtos

banidos no exterior são usados

livremente no Brasil. Mas

algumas fabricantes decidiram

adotar restrições voluntárias

86  Empreendedorismo 

Pequenos negócios que

nasceram com o gene verde

deslancham com a ajuda

de sócios importantes

negócios gLoBais96  Demografia Lidar com

o explosivo crescimento da

população mundial é um dos

grandes desafios do século

102  Combustíveis Com a

exploração de reservasdo subsolo, o mundo entra

na era de ouro do gás natural

110  Meio ambiente O fim

da era de abundância de água

gera novas oportunidades

de negócios

aRtigo116  Ideias A diluição do poder

no mundo cria a necessidade

de uma nova governança

   J   o   s   e   F   u   s   t   e   R   a

   g   a   /   k   e   y   s   t   o   n   e41

Vista do Rio de Janeiro: as cidades brasileiras

apresentam baixos indicadoresde sustentabilidade

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Sumário

96  pesquisa  

126  Critérios Como foi a escolha

das 21 empresas-modelo entre

as 224 companhias inscritas

na 12ª edição do Guia EXAME 

de Sustentabilidade 

empresas-modelo

130  Unilever 

A Empresa Sustentável

do Ano influencia as boas

práticas de 2 bilhões

de consumidores espalhados

por 182 países

138 Alcoa Um diálogo permanente com

a comunidade de Juruti, no Pará

140 Anglo American 

A fauna e a flora do cerrado

preservadas em livros didáticos

 142 Aperam 

A troca do carvão mineral pelo

vegetal reduz o custo do aço

144 Braskem 

A meta é ser líder global

em química sustentável

 146 Bunge 

O combate à informalidade no

campo envolve os fornecedores

148 Dow 

Nova embalagem de plástico

facilita a reciclagem

 150 EDP 

Medidor de energia eletrônico

permitirá controlar o consumo

 152 Elektro 

Tecnologia de ponta melhora

o atendimento a consumidores

 154 Embraco 

O gasto de energia do principal

produto cai pela metade156 Fibria 

Projetos para combater

as críticas ao “deserto verde”

158 Fleury 

Nova rede do grupo aposta

em práticas sustentáveis

 160 Itaú Unibanco 

O banco tenta mudar sua forma

de vender produtos aos clientes

 162 Kimberly-Clark  

A análise ambiental pesará

na escolha do local

da quinta fábrica no Brasil

 164 Masisa 

Muito perto de atingir a meta

de 100% de energia renovável

166 Mexichem (Amanco) 

Capacitação aumenta a renda

dos instaladores hidráulicos

 168 Natura 

A linha Ekos ganha embalagem

reciclável e diminui resíduos

170 Philips 

Programa recolhe lixo eletrônico

e aparelhos médicos obsoletos

 172 Promon Nova empresa surge para

oferecer projetos de

infraestrutura mais sustentáveis

174 Suzano 

Conselheiros externos opinam

sobre a estratégia de negócios

 176 Sabin 

Expansão da rede apoiada

na gestão de recursos humanos

 178 Imagem

   G   i   d   e   o   n

   M   e   n   d   e   l   /   C   o   r   b   i   s   /   l   a   t   i   n   s   t   o   C   k

 Movimento de pessoasem Pequim: 

até o final do século, a população mundial deve

 passar de 10 bilhões

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http://slidepdf.com/reader/full/guia-exame-sustentabilidade-2011 10/18010 /GUIA EXAME • SUSTENTABILIDADE/Novembro 2011

Cláudia Vassallo/ Diretora de Redação

mundo dos negócios — pode ser vistocomo ameaça ou como incentivo.

Não sejamos ingênuos: o caminhopara os que decidem fazer diferente écheio de riscos. Nem tudo dará certoem meio a esse cenário de rupturas.Mas a cada dia parece ficar mais eviden-te que a paralisia e a negação da novarealidade são escolhas ainda mais peri-gosas. Esta 12a edição do Guia EXAMEde Sustentabilidade traz os exemplos de21 empresas instaladas no Brasil que

decidiram fazer parte do processo demudança. Cada uma à sua maneira, elastentam formas novas e mais sustentáveisde fazer negócios. Mesmo diante dosenormes riscos de navegar num am-biente novo, essas empresas decidiramencarar o mundo do bebê 7 bilhões co-mo um lugar de oportunidades paraquem se dispõe a fazer diferente.

O dia 31 de OutubrO de 2011 foi marcado pela celebração e pelo alerta. Naquele dia, nascia, em algumponto impreciso, o bebê que se transformaria no sétimo bilionésimo serhumano vivendo sobre a Terra. A explosão demográfica das últimas dé-cadas é, inquestionavelmente, fruto de avanços extraordinários. Nuncana história vivemos por tanto tempo — nem tão bem. A tecnologia dilatouexistências e encurtou distâncias. A ciência nos fez mais fortes. O bebêde número 7 bilhões — seja ele quem for e esteja onde estiver — é a provade nossa vitória como espécie. Mas seu nascimento é também um sinalpoderoso de que, mais uma vez, enfrentaremos a necessidade de adapta-ção. Em 2050 — menos de quatro décadas à frente, portanto — seremos 9bilhões de pessoas habitando um planeta incapaz de expandir sua oferta

de recursos na mesma velocidade do aumento de nossa demanda. É fácilver que a conta já não fecha.

Não há aqui histeria ou catastrofismo em relação ao futuro. As coisas nãose transformarão de um dia para o outro. E a humanidade já deu provas deseu grande poder de adaptação às mudanças, encontrando brechas em meioàs crises, fazendo diferente, mudando padrões de comportamento. Estamosem meio a um processo, e não diante de um despenhadeiro. O mundo dos7 bilhões exige inovação, desperta ansiedade, destrói zonas de conforto.Trata-se de um cenário que — de forma geral e especificamente para o

   A   F   P   P   h

   o   t   o   /   A   P   /   r   e   u   t   e   r   s

Carta ao leitor

Criar o futuro

Os candidatos a bebê 7 bilhões: celebração e alerta

 EUA

 Birmânia

 Filipinas

 Dubai

 Índia

 Japão

 Japão

 Rússia

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Coordenação Sérgio Teixeira Jr.Ana Luiza Herzog

•••

Edição Ernesto YoshidaAlexa Salomão

•••

Reportagem Ana Santa Cruz, Andrea Vialli, Antonio

Carlos Sil, Denise Brito, EduardoFelipe Matias, Eduardo Nunomura,

Gustavo Magaldi, José AlbertoGonçalves Pereira, Katia Simões,

Maurício Oliveira, Vladimir Brandão

•••

 Assessoria técnica Centro de Estudos

em Sustentabilidade daFGV-EAESP (GVces)

Equipe Mario Monzoni e RobertaSimonetti (coordenação), Adriana Reis,Fernanda Macedo, Fernanda Rocha,Paula Peirão e Raquel Costa (pesquisa)

•••

 Arte Editor de Arte Ricardo Godeguez

Designers Alexa Castelblanco,Rita Ralha Nogueira

•••

Fotografia Editor de Fotografia Germano Lüders

Equipe Iara Brezeguello (coordenadora),Gabriel Correa

•••

Revisão Coordenação Ivana Traversim

Revisores Eduardo Teixeira Gonzaga,Maurício José de Oliveira,

Regina Pereira, Rosângela Anzzelotti,Tarcila Lucena

•••

Tratamento de imagem Coordenação Leandro Fonseca

Equipe Anderson Freire,Carlos Alberto Pedretti, Julio Gomes,

Paulo Garcia Martins

Diretora de Redação: Cláudia VassalloRedator-Chefe: André Lahóz

Editores Executivos: Cristiane Correa, José Roberto Caetano, Sérgio Teixeira Jr., Tiago LethbridgeEditores:Alexa Salomão, Carolina Meyer, Cristiane Mano, Eduardo Salgado, Giuliana Napolitano, Marcelo Ragazzi

Onaga, Maria Luisa Mendes Repórteres: Ana Luiza Herzog, André Faust, Fabiane Stefano, João Werner Grando,Lucas Amorim, Luciene Antunes, Luiza Dalmazo, Márcio Kroehn, Mariana Segala, Marianna Aragão, Naiana Oscar,

Thiago Bronzatto Sucursais: Patrick Cruz (Brasília), Roberta Paduan, Samantha Lima (Rio de Janeiro)Revisão: Ivana Traversim (chefe), Eduardo Teixeira Gonzaga (coordenador), Regina Pereira

Diretora de Arte: Roseli de Almeida Editora de Arte: Karina Gentile Designers: Bruno Lozich,Carolina Gehlen, Maria do Carmo Benicchio, Renata Toscano Tablet: Helton Meschine Costa (editor),

Júlia Rabetti Giannella (designer) Edições Especiais: Ricardo Godeguez (editor), Rita Ralha Nogueira ( designer) CTI: Leandro Almario Fonseca (chefe), Carlos Alberto Pedretti, Julio Gomes,

Paulo Garcia Martins Fotografia: Germano Lüders (editor), Iara Brezeguello ( coordenadora),Camila Marques, Gabriel Correa, Natália Parizotto (pesquisadores)

EXAME.comDiretora:Sandra Carvalho Editor Sênior: Maurício Grego 

Editores:Daniela Moreira, Gustavo Kahil, João Sandrini, Luís Artur Nogueira, Márcio Juliboni,Renato Santiago de Oliveira Santos Editora Assistente: Talita Abrantes Repórteres: Beatriz Olivon, Camila Lam,

Cris Simon, Daniela Barbosa, Diogo Max, Eduardo Tavares, Gabriela Ruic, Jacqueline Tiveron Manfrin,João Pedro Garcia Caleiro, Julia Wiltgen, Luciana Carvalho, Marcela Ayres, Marcel Salim, Marcelo Poli, Marcio Orsolini,

Mirella Portugal, Pedro Zambarda, Pr iscila Zuini, Vanessa Barbosa Desenvolvedores Web: Marcus Cruz, Renato del RioInfografistas: Beatriz Blanco, Juliana Pimenta Produtores Multimídia: Fábio Teixeira, Gustavo Marcozzi

www.exame.com.br

Publicidade Centralizada - Diretores: Marcia Soter, Mariane Ortiz, Robson Monte Executivos de Negócios: Ana Paula Teixeira, Ana Paula Viegas, Caio Souza, Camilla Dell, C laudia

Galdino, Cleide Gomes, Cristiano Persona, Daniela Serafim, Fabio Santos, Eliane Pinho, Emiliano Hansenn, Heraldo Neto, Marcello Almeida, Marcelo Cavalheiro, Marcio Bezerra,Marcus Vinicius, Maria Lucia Strotbek, Nilo Bastos, Regina Maurano, Renata Mioli, Rodrigo Toledo, Selma Costa, Susana Vieira, Tati Mendes Publicidade Digital - Diretor: AndréAlmeida Gerente: Virginia Any Gerente de Estratégia Comercial: Alexandra Mendonça Executivos de Negócios: André Bortolai, André Machado, Caio Moreira, Camila Barcellos,Carolina Lopes, Cinthia Curty, David Padula, Elaine Collaço, Fabíola Granja, Flavia Kannebley, Gabriel Souto, Guilherme Bruno de Luca, Guilherme Oliveira, Herbert Fernandes, JulianaVicedomini, Laura Assis, Luciana Menezes, Rafael de Camargo Moreira, Renata Carvalho, Renata Simões Diretores de Publicidade - Regional: Marcos Peregrina Gomez, Paulo RenatoSimões Gerentes de Vendas: Andrea Veiga, Cristiano Rygaard, Edson Melo, Francisco Barbeiro Neto, Ivan Rizental, João Paulo Pizarro, Mauro Sannazzaro, Ricardo Mariani, SoniaPaula, Vania Passolongo Executivos de Negócios: Adriano Freire, Ailze Cunha, Beatriz Ottino, Camila Jardim, Carolina Louro, Caroline Platilha, Catarina Lopes, Celia Pyramo, CleaChies, Daniel Empinotti, Henri Marques, Ítalo Raimundo, José Castilho, Josi Lopes, Juliana Erthal, Julio Tortorello, Leda Costa, Luciene Lima, Pamela Berri Manica, Paola Dornelles,Ricardo Menin, Samara Sampaio de O. Reijnders Publicidade Núcleo Negócios - Diretora: Ivanilda GadioliExecutivos de Negócios: André Cecci, Andrea Balsi, Debora Manzano,Edvaldo Silva, Elaine Marini, Fábio Fernandes, Fernando Rodrigues, Jussara Costa, Sergio Dantas Coordenador: Sérgio Augusto Oliveira (RJ) Desenvolvimento Comercial - Diretor:

Jacques Baisi Ricardo Integração Comercial - Diretora: Sandra Sampaio Planejamento, Controle e Operações - Diretor: André Vasconcelos Gerente: Adriana FavillaConsultores: Silvio Fontes, Silvio Rosa Processos: Agnaldo Gama, Clélio Antônio, Dreves Lemos, Valdir BertholinMarketing e Circulação - Diretor de Marketing: Ricardo Packnessde Almeida Gerente de Marketing: Lilian Dutra Gerente de Publicações Leitor e Digital: Ilona Moyses Gerente de Publicações Publicitário: Patrícia Grosso Especialista de

Marketing Digital: Edson Lucas Analistas de Marketing: Juliana Fidalgo, Rafael Abicair, Rafael Cescon, Renata Morais Estagiárias: Flavia Mattos, Lygia Tamisari, Roberta BegnamiProjetos Especiais: Elaine Campos, Edison Diniz Eventos - Gerente de Eventos: Shirley Nakasone Analistas: Bruna Paula, Janaína Oliveira Estagiárias: Marcela Regina Bognar Gerente de Circulação – Assinaturas: Viviane Ahrens Atendimento ao Cliente: Clayton Dick Recursos Humanos - Consultora: Márcia Pádua

Editor: Roberto Civita

Conselho Editorial: Roberto Civita (Presidente), Thomaz Souto Corrêa (Vice-Presidente), Elda Müller,Fábio Colletti Barbosa, Giancarlo Civita, Jairo Mendes Leal, José Roberto Guzzo, Victor Civita

Presidente Executivo Abril Mídia: Jairo Mendes Leal

Diretor de Assinaturas: Fernando CostaDiretor Financeiro e Administrativo: Fábio d’Ávila Carvalho

Diretor Digital: Manoel LemosDiretora-Geral de Publicidade: Thais Chede Soares

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Em São Paulo: Redação e Correspondência: Av. das Nações Unidas, 7221, 20o andar, Pinheiros, São Paulo, SP, CEP 05425-902, tel. (11) 3037-2000 Publicidade São

Paulo e informações sobre representantes de publicidade no Brasil e no Exterior: www.publiabril.com.br 

PUBLICAÇÕES DA EDITORA ABRIL: Alfa, Almanaque Abril, Ana Maria, Arquitetura & Construção, Aventuras na História, Boa Forma, Bons Fluidos, Bravo!, Capricho,Casa Claudia, Claudia, Contigo!, Delícias da Calu, Dicas Info, Publicações Disney, Elle, Estilo, Exame, Exame PME, Gloss, Guia do Estudante, Guias Quatro Rodas, Info, Lola,Loveteen, Manequim, Máxima, Men’s Health, Minha Casa, Minha Novela, Mundo Estranho, National Geographic, Nova, Placar, Playboy, Quatro Rodas, Recreio, Revista A,

Runner’s World, Saúde, Sou Mais Eu!, Superinteressante, Tititi, Veja, Veja Rio, Veja São Paulo, Vejas Regionais, Viagem e Turismo, Vida Simples, Vip, Viva!Mais, Você RH,Você S/A, Women’s Health Fundação Victor Civita: Gestão Escolar, Nova Escola

INTERNATIONAL ADVERTISING SALES REPRESENTATIVES Coordinator for International Ad vertising: Global Adver tising, Inc., 218 Olive Hill Lane, Woodside, Califor nia 94062.UNITED STATES: World Media Inc. (Conover Brown), 19 West 36 th Street, 7th Floor, New York, New York 10018, tel. (212) 213-8383, fax (212) 213-8836; Char ney/Palacios & Co., 9200 So.Dadeland Blvd, Suite 307, Miami, Florida 33156, tel. (305) 670-9450, fax (305) 670-9455. JAPAN: Shinano Inter nation, Inc., Akasaka Kyowa Bldg. 2F, 1-6-14 Akasaka, Minato-ku, Tok yo107-0052, tel. 81-3-3584-6420, fax 81-3-3505-5628. TAIWAN: Lewis Int’l Media Ser vice Co. Ltd. Floor 11-14 no 46, Sec. 2 Tun Hua South Road Taipei, tel. (02) 707-5519, fax (02) 709-8348.

GUIA EXAME DE SUSTENTABILIDADE 2011 (EAN 789-3614-08268-4) é uma publicação anual da Editora Abril S.A. Edições anteriores:venda exclusiva em bancas, ao preço da última ediçãoem banca mais despesa de remessa. Solicite ao seu jornaleiro. Distribuída no país pela Dinap S.A. Distribuidora Nacional de Publicações, São Paulo. EXAME não admite publicidade redacional.

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Giancarlo Civita (Vice-Presidente), Esmaré Weideman, Hein Brand, Victor CivitaPresidente Executivo: Fábio Colletti Barbosawww.abril.com.br

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2011

Sustentabilidade

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http://slidepdf.com/reader/full/guia-exame-sustentabilidade-2011 18/18018 /GUIA EXAME • SUSTENTABILIDADE/Novembro 2011

Acesse EXAME.com e leia reportagens exclusivas para a internet que complementam o Guia de Sustentabilidade

www.exame.com

 A premiação dasempresas-modeloAs 21 empresas-modelo do Guia EXAME de

Sustentabilidade 2011 receberam seus troféus emcerimônia realizada no dia 9 de novembro na Fundação

Maria Luisa e Oscar Americano, em São Paulo.Veja uma galeria de fotos do evento, que destacou

a Unilever como a Empresa Sustentável do Ano.

http://abr.io/1WzL

O capitalhumano naeconomiaverdeEm razão de seusatributos naturais, oBrasil tem potencial

para se tornar um líderglobal da economia

verde, afirma Fernando

Monteiro, especialistaem gestão de recursos

naturais. Em artigo,ele analisa o perfil dos

profissionais exigidospara o país alcançar

essa posição

nos próximos anos.http://abr.io/1WzJ

 Sustentabilidade nasmetrópoles brasileirasVeja os principais resultados de um estudoexclusivo que mostra os indicadores de

sustentabilidade em quatro cidades brasileiras:São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife.

http://abr.io/1WzN

 Você é um consumidorconsciente?

 Equipe da Unilever: a Empresa Sustentável do Ano

Ciclistas no Rio: mobilidade

 A pegada hídrica

do cotidianoO volume de água gasto naprodução de diversos itens de

consumo do dia a dia, comouma fatia de pão de

forma e uma xícara de café.http://abr.io/1WzG

Deixe oiPhonemais verde

Você não vai salvaro mundo com o

celular, mas podebaixar alguns

aplicativos no iPhonee fazer a sua parte

para uma vida

mais sustentável.Veja uma seleção

de oito aplicativosverdes, como o

que permite calcularas emissões dos

principais modelosde carros em

circulação no paíse o que ajuda o

consumidor

a conhecero ciclo de

vida de maisde 70 000

produtos.http://abr.

io/1WzH

   I   s   t   o   c   k   p   h   o   t   o

   f   l

   a   v   I   o    s

   a   n   t   a   n   a

   p   e   d   r   o    k

   I   r   I   l   o   s   /   r   I   o   t   u   r

você ua lâmpaa econômica?sepaa o lixo em mateiai ecicláeie ogânico? decata pilhaem ponto e coleta epecífico?repona a um tete e ecubae ocê é um conumio concientee amigo o meio ambiente.

http://abr.io/1WzE

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Do discurso à A pesquisa com as empresas participantes do 

Guia EXAME de Sustentabilidade 2011 revela que as práticas de responsabilidade corporativa estão,

cada vez mais, presentes no dia a dia dos negócios 

denise brito

Casas com aquecedor solar de água em Sorocaba, no interior 

 paulista: economia de mais de 30%na conta de energia elétrica

PESQUISA⁄Resultados 

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http://slidepdf.com/reader/full/guia-exame-sustentabilidade-2011 25/180Novembro 2011/GUIA EXAME • SUSTENTABILIDADE/25 

prática    F   e   r   n   a   n   d   o    C

   a   v   a   l   C   a   n   t   i

M DADO chamaa atenção quando se analisam as

informa ções das empresas parti-cipantes do Guia EXAME de Sus-

tentabilidade 2011: 99% das compa-nhias que responderam ao questio-

nário neste ano se declararam for-malmente comprometidas com odesenvolvimento sustentável. Dessasempresas, 91% incorporam esse com-

promisso em seu planejamento estra-tégico — 2 pontos percentuais acimado registrado no levantamento do anoanterior. A elevada proporção de em-presas que incluem a sustentabilidadeno planejamento estratégico indica que

esse compromisso está deixando de serapenas um discurso para tentar fazerparte do dia a dia dos negócios. “Noinício, as ações de responsabilidadecorporativa se concentravam nas áreasde recursos humanos, comunicação emarketing”, diz Roberta Simonetti, co-ordenadora do Centro de Estudos emSustentabilidade da Fundação GetulioVargas de São Paulo, responsável pelametodologia do questionário utilizadopor EXAME. “O que se vê hoje é a mi-

gração do tema para as áreas de negó-cios e para a agenda do conselho deadministração, numa evidência de queo assunto ganhou importância e umnovo papel nas empresas.”

É preciso, no entanto, ver esses nú-meros com a devida ressalva. O univer-so da pesquisa é formado por 158 em-presas que estão na linha de frente daspráticas sustentáveis no Brasil — numuniverso mais amplo e genérico, certa-mente o nível de compromisso com asustentabilidade seria menor. Além

disso, mesmo entre as companhias devanguarda, ainda há muito que fazer.“É preciso diferenciar as ações que en-tram na agenda de sustentabilidade deforma pontual, periférica, daquelas quebuscam atuar na realidade de fato e seaprofundar nas questões sociais, am-bientais e econômicas”, diz JorgeAbrahão, presidente do Instituto Ethosde Empresas e Responsabilidade So-cial. Para ele, muitas companhias aindainvestem em iniciativas sustentáveis

mais preocupadas com a visibilidade

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pesquisa  Resultados 

cresceu de 59%, em 2010, para 65%, em2011. O índice de empresas que usammaterial reciclado em suas operaçõesaumentou de 80% para 89%, numa evi-dência de que as companhias estãoinvestindo mais em inovação e desen-volvendo tecnologias para reaproveitarresíduos que, no passado, seriam des-tinados a aterros sanitários.

A questão ambiental se tornou o fo-co das atenções mesmo de empresasque, pela característica de seu negócio,geram um reduzido impacto na natu-reza. Um exemplo é a Caixa Econômi-ca Federal. Em parceria com a GTZ,agência alemã de cooperação técnica,a Caixa passou a financiar sistemas deaquecimento solar de água em todas

as linhas de crédito e a subsidiar a ado-ção desse equipamento em moradiaspopulares — o sistema pode gerar uma

economia de mais de 30% na conta deluz, uma vez que o chuveiro elétrico éum dos itens de maior consumo deenergia nas residências. Em 2010, aCaixa financiou a construção de maisde 43 000 habitações com aquecimen-to solar de água. “Nosso desafio é de-senvolver mais projetos como esse eevoluir nas dimensões ambiental eeconômica”, diz Sergio Pinheiro Ro-drigues, vice-presidente da Caixa.

Com a inovação sustentável incor-

porada à estratégia de negócios de umnúmero cada vez maior de empresas( veja mais na pág. 32 ), um dos desafiosé difundir essa cultura entre os funcio-nários. Na Intercement, fabricante decimentos do grupo Camargo Corrêa, oterreno não parecia muito fértil paraa inovação, uma vez que o setor possuiprocessos de produção bastante con-solidados. Mas a empresa identificouaí uma oportunidade de diferenciaçãono mercado e formou grupos de traba-

 Fábrica da Intercement 

em Minas Gerais: a experiência mostrou que

 projetos de inovação exigema participação de todosos envolvidos desde o início

Uma pesquisa revela que a maioria dos consumidores acredita que 

cabe às empresas, e não ao governo,lidar com questões socioambientais 

da marca e com a repercussão na mídiado que com o conteúdo das ações e comos avanços que possam gerar.

A “maquiagem” sustentável é cadavez mais percebida — e rejeitada — pe-lo mercado. É o que mostra uma pes-quisa feita em 2011 pelo grupo francêsde comunicação Havas em 14 países.Entre os quase 4 200 consumidoresbrasileiros entrevistados, 60% acredi-tam que grande parte das empresastenta se mostrar responsável somentepara melhorar a imagem. Apenas 26%avaliam que as companhias estão co-municando honestamente seus com-promissos e suas iniciativas ambien-tais e sociais. Refletindo uma tendên-cia global, os consumidores do país

esperam um papel cada vez mais ativodas empresas na área de sustentabili-dade. A pesquisa mostra que os brasi-

leiros são mais preocupados comquestões ambientais e sociais do queos consumidores na Europa e nos Es-tados Unidos — 72% dizem que essesassuntos têm um impacto negativo naqualidade de vida. Apenas 10% dosbrasileiros acreditam que cabe ao go-verno, e não às empresas, lidar comproblemas sociais e ambientais. Empesquisa similar realizada há doisanos, 23% dos consumidores brasilei-ros atribuíam a responsabilidade

maior nessas questões ao governo.

 A PEGADA AMBIENTAL

Entre as companhias participantes doGuia EXAME, nota-se um avanço noscompromissos com o desenvolvimen-to sustentável, em especial na área am-biental. A proporção de empresas queelaboram inventário de emissão de ga-ses de efeito estufa, um indicador dapreocupação com o impacto geradopor suas atividades no meio ambiente,

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lho com funcionários de diversas áreaspara discutir novas formas de fazer ascoisas. No ano passado, esses gruposgeraram mais de 900 ideias, 53 novassoluções e sete protótipos. Um dosprotótipos criados foi um kit de cimen-to, areia e pedra para o preparo rápidode concreto em pequenas obras — bas-ta acrescentar água à mistura antes douso. A experiência gerou aprendizadosúteis. “Cometemos o erro de envolvera área comercial no projeto apenasquando o protótipo precisava ser tes-tado no mercado, e aí enfrentamos aresistência da equipe, que não estavaconvencida de que o produto seria ca-paz de gerar um bom resultado econô-mico”, diz Lívia Gandara Prado, coor-

denadora de inovação da CamargoCorrêa. “Aprendemos que é funda-

mental envolver todas as áreas relacio-nadas ao projeto desde o início.”

Além dos investimentos em inovação,outro tema em alta nas empresas é a in-clusão social. Entre as que responderamao questionário do Guia EXAME nesteano, 85% afirmaram que o planejamen-to estratégico inclui medidas para redu-zir a pobreza e ampliar a inclusão social— ante 65% em 2010. “A Conferência

das Nações Unidas sobre Desenvolvi-mento Sustentável, que acontece no Rioem 2012, vai debater propostas que noslevem a uma economia verde, mais so-lidária e inclusiva, ou seja, propostas quevão além da agenda ambiental, com aparticipação da sociedade nas questõesde pobreza, desigualdade e qualidadede vida”, diz Roberta Simonetti, da FGV.“No mundo empresarial, ainda são pou-cas as iniciativas nessa área. Mas essequadro tende a mudar.”

Os destaques da pesquisa  Em 2011, 158 empresas responderam a todas as questões doGuia

pesquisa  Resultados 

 A empresa, por meio de sua alta administração, está formalmentecomprometida com o desenvolvimento sustentável? 

 De que maneira essecompromisso é manifestado? 

 A política de remuneraçãovariável de todos os

executivos está vinculadaao cumprimento de metasde desempenho da empresanas seguintes dimensões

dimensãO Geral

2011

1%

2010

Não

1%

Não

 Ambiental

2010

2010

2010

2010

2010

2011

2011

2011

2011

2011

43%

90%

43%

13%

0%

37%

84%

39%

4%

11%

 Econômica

Social

 Nenhuma das anteriores

 Não adota remuneração variável

45 

 25 

0

70

95 

Visão e missão

2010 2011

87%

40%

45 

 25 

0

70

95 

 Planejamento estratégico

2010 2011

89% 91%

45 

 25 

0

70

 Documento público com objetivose metas de longo prazo

2010 2011

55%51%

Sim Sim

99% 99%

Medidas de inclusão social 

 fazem parte do  planejamento 

estratégico de 85%

das empresas 

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EXAME de Sustentabilidade. Veja a evolução das principais práticas em relação ao ano anterior 

Quais são os temas abordadosnessa política? 

 A empresa elabora inventário dasemissões de gases de efeito estufa? 

 A empresa apoia a conservaçãoe o uso racional da biodiversidade,como preconiza a ONU? 

 Inovações que reduzam os impactosnegativos das operações

 Medidas para reduzir a pobrezae ampliar a inclusão social 

 A empresa utiliza materiaisreciclados em suas operações

 para reduzir o consumode recursos naturais? 

2010 2010

2010

2010

2011 2011

2011

2011

Sim Sim Sim

Sim

Sim

Sim

Sim Sim Sim

Sim

Sim

Sim

Não Não

Não

Não

Não

Não

Não

Não

Não

Não

Não

Não

90% 59% 83%

82%

69%

80%

88% 65% 90%

84%

63%

89%

10% 41% 17%

18%

31%

20%

12% 35% 10%

16%

37%

11%

Dimensão AmbientAl

 A empresa possui uma políticacorporativa de responsabilidadeambiental? 

Uso sustentável de recursos naturais

2010

2010

2010

2010

2010

2010

2010

2011

2011

2011

2011

2011

2011

2011

83%

90%

65%

85%

71%

42%

48%

99%

91%

85%

97%

90%

66%

65%

Uso racional de insumos com foco naredução da emissão de resíduos

Transparência e divulgação de informações

 Proteção ou conservação da biodiversidade

 Mitigação dos impactos das mudançasclimáticas

 A empresa usa critérios sociais paraselecionar e monitorar fornecedores? 

Garante a igualdade de tratamentoentre funcionários e terceirizados? 

Dimensão sociAl

O planejamento estratégicoda empresa contempla

Dimensão econômicA 

2010

2011

2010

2011

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pesquisa⁄Inovação 

 novação  e sustentabilidade  são dois conceitos praticamente inseparáveis. Para atingir suasmetas de crescimento sustentável, as empresas devem buscar novasformas de fazer negócios, o que leva à ideia de inovação sustentável.Em um artigo publicado recentemente na revista Forbes, o ameri-cano Aron Cramer, presidente da Business Social Responsibility,consultoria com foco em sustentabilidade, afirma que as companhiasque criam produtos e serviços para uma economia mais sustentávelserão fundamentais para tirar os Estados Unidos do atual período de

estagnação. “O próximo Steve Jobs será alguém que coloca a sustentabilidade no

centro da estratégia de inovação de sua empresa”, diz Cramer.No Brasil, a pesquisa com as participantes do Guia EXAME de Sustentabilidade

 2011 revela a importância do tema: 91% delas incluem no planejamento estraté-gico a busca por inovações que reduzam os impactos de suas operações e aumen-tem seus benefícios sociais e ambientais. Cabe esclarecer que inovação não serestringe a avanços tecnológicos que criam algo inteiramente novo. Significa —também — novas formas de fazer as coisas. Pode ser uma mudança na gestão, umamelhoria no processo de produção, um aperfeiçoamento na logística ou novosmodelos de negócios. “A inovação depende, sobretudo, da criatividade e do envol-vimento dos funcionários”, diz Jorge Abrahão, presidente do Instituto Ethos. “Elaconecta os recursos e o conhecimento disponíveis para chegar aos avanços.” A seguir,exemplos de empresas que encontraram soluções inovadoras em seus negócios.

vh  prm, 

õ Noventa e um por cento das empresas  participantes do Guia EXAME de

Sustentabilidade 2011 incluem no planejamento estratégico a busca por inovações verdes 

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   p   a   u   l   o    v

   i   t   a   l   e

O problema virou negócio  Na exploração de uma mina de zinco e chumbo na unidade de Morro Agudo , no município de Paracatu, em Minas Gerais, a

Votorantim Metais gerava até recentemente um resíduo perigoso, o pó calcário industrial, que precisava ser descartado em um localapropriado. Para eliminar esse resíduo, a empresa iniciou há três anos melhorias em seu processo de produção. Investiu cerca de 300 000 reaisem equipamentos e em treinamento da mão de obra e conseguiu reduzir os metais tóxicos presentes no pó calcário a níveis permitidos

 pela legislação. Com isso, transformou o pó calcário em um produto que pode ser usado para corrigir a acidez do solo e aumentar a produtividade das lavouras. Em julho de 2010, a Votorantim atingiu a meta de zerar a geração de resíduos na mina de Morro Agudo.

 Além dos benefícios ambientais, a iniciativa proporcionará uma receita anual de 8 milhões de reais com a venda do calcárioagrícola e uma economia de 25 milhões de reais por ano com a eliminação dos custos de manejo dos resíduos.

 votorantim metais

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pesquisa⁄Inovação 

Telhas e tijolos feitos de sobras de mineração  No processo de beneficiamento do minério de ferro, gera-se uma grande quantidade de lama, que é descartada como rejeito. A Vale encontrou uma solução para o uso sustentável desse material. Em Corumbá, em Mato Grosso do Sul, onde tem uma mina demanganês e outra de minério de ferro, a empresa começou a aproveitar a lama de mineração para fabricar telhas e tijolos de baixo custo

 para a construção civil. A tecnologia desenvolvida dispensa o uso de argila e aproveita também resíduos de construção. A Vale requereua patente da invenção e pretende doar a lama a associações comunitárias para que produzam telhas para a construção de casas populares.

 vale

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Vá ao supermercado 

com sua própria embalagem Uma embalagem de papelão retornável  , feita de material reciclado e biodegradá-vel, para substituir as sacolas plásticas. É essa a ideia de uma embalagem criadaneste ano pela gaúcha Celulose Irani e que começou a ser testada em um supermer-cado de Joaçaba, em Santa Catarina. Produzida com aparas de papelão ondulado, aembalagem foi projetada para ser facilmente montada e desmontada pelos própriosconsumidores, sem uso de cola, grampo ou fita adesiva. Com isso, os consumidores

 podem reutilizar a mesma embalagem inúmeras vezes. Cada embalagem de papelãoondulado pode substituir cinco sacolas plásticas tradicionais.

celulose IranI

   f   a   b   i   a   n   o    a

   c   c   o   r   s   i

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PESQUISA⁄Inovação 

Reciclagem transforma o CO 2 

em gás do bem  A White Martins, empresa que fornece gases para fins industriais e medicinais, está desenvolvendo novas aplicações para o gás carbônico , um dos vilões do efeito estufa. A companhia capta o CO

 2que as indústrias lançariam na atmosfera,

recicla o gás e o reaproveita no processo produtivo de diversas empresas. O CO 2

reciclado pode ser usado, por exemplo,no tratamento de água e efluentes, na fabricação de espumas e na lavagem de polpa da indústria de celulose. Com a tecnologiadesenvolvida pela White Martins, 320 000 toneladas de gás carbônico deixaram de ser lançadas na atmosfera em 2010.

white martins

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emas ruiais  para 2012 

Brasil⁄Agenda 2012 

O BRASIL DEVE SE tORnAR O cEntRO mudial 

das disussões evolvedo o fuuro do plaea em juho de 2012, quado o Rio de Jaeiro sediará a oferêia das nações Uidas sobre o desevolvimeo suseável, a Rio+20.Ere os assuos em paua esão a eoomia verde e a ova goveraça global para o 

resimeo suseável, os desafios das idades para soluioar quesões omo a mobili-dade urbaa e a fala de saeameo básio, a exeução da Políia naioal de Resíduos Sólidos, o ovo código Floresal e a busa por oiliação ere preservação ambieal e desevolvimeo do agroegóio, e as esreias relações ere éia, egóios e susea-bilidade. todos esses emas são disuidos as págias a seguir.

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emas ruiais  para 2012 

emas ruiais  para 2012 

Rio+20  • Cidades • Lixo •Código Florestal •Ética 

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Brasil⁄Agenda 2012 

Uma nova Copenhague? As grandes expectativas em torno da Rio+20, a conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável, podem gerar a mesma  frustração da conferência do clima de 2009 

Rio+20 / José Alberto GonçAlves PereirA  / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /

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   Q .   S   a   k   a   m   a   k   i   /   R   e   d   u

   x

 Praia no Rio

de Janeiro: duas décadas depois, a

cidade sediará umaconferência para

avaliar os progressosdesde a Rio 92 e definir

os próximos passos

É difícil imaginar que uma conferência de três dias possa avançarmuito além das protocolares declarações polí-ticas assinadas por chefes de Estado e de gover-no. Para evitar o fracasso diante das fortes ex-

pectativas criadas em torno da Rio+20 — a con-ferência que a ONU realizará de 4 a 6 de junhode 2012 no Rio de Janeiro —, organizações dasociedade civil e entidades ligadas às empresascorrem para formular uma agenda pragmáticapara o evento. A perspectiva sombria para a eco-nomia global nos próximos meses — a exemplodo que ocorreu na conferência do clima de Co-penhague, em dezembro de 2009 — poderá,contudo, virar um balde de água fria no eventodas Nações Unidas caso a Europa e os EstadosUnidos não consigam debelar a crise. A seguir,

veja como a Rio+20 poderá influenciar o mun-do dos negócios nos próximos anos.

O que será discutido na Rio+20? A conferência tem o objetivo de avaliar o pro-gresso dos compromissos aprovados durante aRio 92, encontro promovido pela ONU duasdécadas atrás, impulsionar a transição para aeconomia verde e discutir propostas para colo-car o tema do desenvolvimento sustentável nocentro de todas as ações das agências interna-cionais multilaterais. Para as empresas, mesmoque não seja aprovado nada efetivo e mandató-rio, o encontro será fundamental para avaliarse os acordos sobre o meio ambiente nos pró-ximos dez anos serão costurados por meio deinstrumentos regulatórios globais ou por meiode acordos regionais, setoriais e no âmbito de

blocos econômicos, tais como o G20.

O que será aprovado na Rio+20? Até o momento, a única decisão prevista para oencontro é uma declaração política, com efeitomais simbólico do que prático, que será assina-da pelos chefes de Estado e de governo ao finalda conferência. Existe a expectativa também deque a declaração mencione a necessidade deuma organização mundial do meio ambiente,com peso político similar ao da OrganizaçãoMundial do Comércio.

 Em que medida a declaração política da con- ferência influenciará os negócios? Para o segmento empresarial mais engajadocom a sustentabilidade, uma declaração políti-ca genérica frustraria a forte expectativa depo-sitada na conferência. “Não consigo ver umdocumento final sem metas e indicadores paraavaliar seu cumprimento”, diz Marina Grossi,presidente do Conselho Empresarial Brasileirode Desenvolvimento Sustentável. A entidadeque representará a comunidade de negócios naRio+20 — a Business Action for Sustainable

Development 2012 — divulgou um documentoem que recomenda a aprovação na conferênciade um Mapa do Caminho da Economia Verde,com metas mensuráveis e prazos para acelerara transição para uma economia mais sustentá-vel e pouco intensiva em carbono.

Uma “OMC do meio ambiente” teria peso po-lítico e regulatório similar ao do órgão queresolve diferenças comerciais? Existem hoje mais de 500 acordos ambientaismultilaterais (  MEAs, na sigla em inglês ). Di-

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Brasil⁄Agenda 2012 

ferentemente do que ocorre na OrganizaçãoMundial do Comércio ou na OrganizaçãoMundial da Saúde, eles estão espalhados eminúmeros secretariados e agências da ONU. Àparte sua dispersão e frágil implementação,os MEAs pecam pela falta de mecanismos pa-ra resolver controvérsias e penalizar quemnão os respeita. Uma exceção é o bem-suce-dido Protocolo de Montreal, de setembro de1987, que conseguiu cumprir suas metas deeliminar a produção e o comércio de CFCs,gases refrigerantes responsáveis pela destrui-ção da camada de ozônio.

O que a conferência entende por crescimentoeconômico? Um relatório do Programa das Nações Unidaspara o Meio Ambiente (Pnuma) sobre econo-

mia verde, publicado em fevereiro, estima em1,3 trilhão de dólares — menos de 2% do PIBglobal — o investimento anual necessário paratransformar a economia marrom em verde en-tre 2011 e 2050. Esse valor inclui o desenvolvi-mento de tecnologias e processos de produçãoe consumo mais limpos. De acordo com o Pnu-ma, já em 2017 o crescimento do PIB globalserá mais elevado no cenário dos investimentosverdes do que no do “business as usual” (cená-rio dos negócios como de costume). Mais dametade dos investimentos verdes até 2050 de-

verá ser destinada à geração de energias reno-váveis e à eficiência energética.

Como os subsídios aos combustíveis fósseisserão tratados na conferência? Se vingar a proposta do Mapa do Caminho daEconomia Verde, o documento poderá incluirmetas para a redução progressiva de subsídiosaos combustíveis fósseis. Atualmente, segundoa Agência Internacional de Energia, cerca de650 bilhões de dólares são injetados no mundoa cada ano para reduzir os preços da gasolinae do diesel e fomentar a produção de petróleo

e carvão mineral. Em razão de preços artifi-cialmente rebaixados por meio de subsídios,os combustíveis fósseis competem no mercadoem condição mais favorável do que as tecno-logias limpas, que demandam pesados inves-timentos em sua fase de maturação. Por isso,alguns especialistas defendem o uso de subsí-dios também para diminuir a desvantagem decusto das tecnologias verdes, sobretudo noestágio inicial de desenvolvimento. Mas, paranão estimular a ineficiência, esses subsídiosprecisariam ter prazo determinado.

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 Recife, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre: algumasações pontuais

 procuram melhorara qualidade de vidanos maiores centrosurbanos do país

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7/23/2019 Guia Exame Sustentabilidade 2011

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a preocupação com abusca de práticas mais sustentáveis não se res-tringe ao âmbito de atuação das empresas. Háum movimento global similar na gestão públi-ca de centenas de cidades ao redor do mundo.Barcelona, por exemplo, implantou em 2000uma lei de incentivo ao uso de energia solartérmica e, hoje, 60% da água em novas cons-truções na metrópole espanhola é obrigatoria-mente aquecida por painéis solares. Na mesmaépoca, Copenhague, na Dinamarca, investiu naconstrução de parques eólicos, contribuindopara que, atualmente, 20% da eletricidade dopaís seja gerada por cata-ventos. Em Londres,uma experiência com a criação de um bairroecologicamente correto mostra que é possívelreduzir as emissões de gases de efeito estufa

nos grandes centros urbanos com o uso de no-vas tecnologias. Os moradores das 100 casasincluídas no projeto reciclam 60% dos resí-duos, diminuíram em 64% a distância percor-rida com seus carros, consomem 58% menoságua e emitem 56% menos gases estufa que ocidadão médio inglês. E as cidades brasileiras,como estão nesse cenário?

Para responder a essa pergunta, o Guia EXAME de Sustentabilidade 2011 avaliou quatrodas maiores metrópoles do país: São Paulo, Riode Janeiro, Porto Alegre e Recife. Os indicado-

res mostram que as maiores cidades brasileirasestão longe de ser sustentáveis — muito maislonge do que se imagina ( veja quadro na próxi-ma página ). Um quarto da água tratada vazapor encanamentos envelhecidos ou pinga nastorneiras dos moradores de São Paulo, a maior

Mit lng d idl A sustentabilidade entrou na agenda das prefeituras de cidades em todo o mundo, inclusive no Brasil. Mas um levantamento exclusivo mostra que as maiores metrópoles brasileiras ainda não conseguem combater deficiências básicas, como a perda de água tratada e a poluição do ar 

Cidades / alexa salomão e Patrick cruz / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /

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Brasil⁄Agenda 2012 

cidade da América Latina. Em Tóquio, esse des-perdício compromete menos de 4% da águatratada. De acordo com as Nações Unidas, uma

pessoa precisa de 110 litros de água por dia, mas,em razão do desperdício, o consumo médio dobrasileiro chega a 200 litros diários. O volumede resíduos sólidos reciclados é constrangedor:não atinge 1% do total em São Paulo, Rio deJaneiro e até em Porto Alegre, que tem um dossistemas de coleta seletiva mais organizados dopaís. Na cidade americana de São Francisco, oíndice é de 77%. Essas três capitais brasileirastambém convivem com índices perigosos depoluição do ar provocada pela emissão de veí-culos: 65% acima do nível recomendado pela

ONU. Entre 8% e 18% da população das quatrometrópoles brasileiras avaliadas vive em fave-las. O levantamento mostra que o ônus das

disparidades regionais compromete ainda maisa sustentabilidade. Apesar do recente surto decrescimento econômico, Recife está muitoaquém das demais cidades analisadas: tem amenor proporção de área verde (1,4 metro qua-drado por habitante, ante o mínimo recomen-dado de 12 metros quadrados), o maior núme-ro de residências sem rede de esgoto (45% dototal das casas) e o maior volume de perda deágua tratada (64% do total).

A base do estudo foram 300 indicadores desustentabilidade urbana criados em agosto pelo

Perda de água tratada(% em relação ao total produzido)

Concentração de materialparticulado no ar (1)

(em microgramas por metro cúbico)

Número de homicídiosentre jovensde 15 a 29 anos(em 100 000 habitantes)

Parcela dasresidências sem ligaçãoà rede de esgoto

(% em relação ao total)

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Despreparo urbanoEnquanto centenas de municípios ao redor do mundo investem na busca de alternativas para se

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O Programa Cidades Sustentáveis lançou mais de 300 indicadores para ajudar os prefeitos a avaliar 

a qualidade de vida nos centros urbanos e traçar políticas públicas mais consistentes 

Programa Cidades Sustentáveis, uma iniciativalançada por ONGs e empresas que defendem aadoção de políticas públicas voltadas para o de-senvolvimento econômico, social e ambientalmais sustentáveis. Os indicadores medem a qua-lidade de serviços como transporte, saúde, edu-cação e bem-estar da população, por meio de

dados como o nível de poluição do ar e a ofertade parques e de áreas de lazer. A proposta é queos indicadores sejam usados como ferramentaspara ajudar os prefeitos a colocar as cidadesbrasileiras em linha com os centros urbanosmais modernos do mundo. “Intuitivamente,percebemos que as cidades brasileiras não são

Reciclagemde resíduo sólido(% em relação ao total

 produzido)

Parcela da frota com equipamentopara atender pessoas com deficiência (% em relação ao total produzido)

Área verdepor habitante 

(em metroquadrado)

Oferta de ciclovias (em quilômetros de viasinstaladas)

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tornarem mais sustentáveis, as maiores cidades do país ainda apresentam deficiências arcaicas

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Brasil⁄Agenda 2012 

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sustentáveis, mas só com os indicadores pode-remos fazer uma radiografia dos problemas eestabelecer metas para solucioná-los”, diz OdedGrajew, coordenador do Nossa São Paulo, umadas entidades envolvidas no Programa CidadesSustentáveis. A pedido de EXAME, a UrbanSystems, empresa especializada na formulaçãode estudos demográficos e de mercado com ba-se em dados municipais, aplicou nas quatrometrópoles escolhidas 20 indicadores selecio-nados pela Nossa São Paulo, entre os mais de300 existentes. Entre eles estão área verde porhabitante, quilômetros de ciclovias, desperdíciode água e percentual de residências ligadas àrede de esgoto. Contribuíram para a coleta dedados as entidades Rio Como Vamos, Porto Ale-gre Como Vamos e Observatório de Recife. Osresultados foram comparados com os números

de metrópoles que são uma referência positivae avaliados por técnicos do Programa Cidades,da consultoria Deloitte Touche Tohmatsu ( vejaquadro na página anterior ).

Uma deficiência identificada pelo levanta-mento é a falta de dados consistentes para ela-borar os indicadores. São Paulo é a única cida-de entre as quatro analisadas em que há infor-mações sobre a demanda por creches. Os dados

sobre a oferta de leitos hospitalares são distor-cidos: somam os públicos e os privados e nãoestão organizados por bairro, o que dá a falsaimpressão de que o número de leitos disponí-veis supera a demanda. Não se sabe quantasescolas têm quadra esportiva ou qual é o acervo

de livros infanto-juvenis nas bibliotecas públi-cas. “A falta de informação, a defasagem na di-vulgação de números oficiais ou mesmo a dis-torção dos dados são problemas recorrentesmesmo nos maiores municípios”, diz ThomazAssumpção, diretor da Urban Systems. “Essacarência não permite uma leitura clara da rea-lidade e limita a capacidade das prefeituras deestabelecer ações mais eficientes.”

Seria injusto dizer que o poder público temsido apático diante dos desafios. Iniciativaspontuais importantes foram adotadas em anos

recentes. São Paulo e Rio de Janeiro fizeramdiagnósticos sobre emissões e adotaram medi-das para reduzir a poluição gerada pelos veícu-los, que respondem por 40% da liberação dosgases de efeito estufa. Na capital paulista, a fro-ta de ônibus começa a receber veículos movidosa etanol e estuda-se a volta dos elétricos. No Rio,o uso da bicicleta tem sido incentivado. A cida-de está instalando uma rede de ciclovias e abrin-do estacionamentos para que os cariocas pos-sam fazer o trajeto da casa para o trabalho as-sociando o transporte público e a bicicleta. EmPorto Alegre, foram plantadas 10 000 árvorespor ano desde 2005 e deu-se início à desconta-minação do rio Guaíba, o principal da cidade,com a meta de devolvê-lo aos banhistas até2028. Em Recife, investe-se na ampliação deparques e praças. “Hoje está claro que a gestão

pública precisa incluir os quatro fundamentosda sustentabilidade: ser economicamente viá-vel, ecologicamente correta, socialmente justae culturalmente diversa”, diz Marcelo Rodri-gues, secretário de Meio Ambiente de Recife.

Há entre os gestores públicos, no entanto, oconsenso de que as ações ainda são limitadas,a velocidade das mudanças está longe do ideale pode-se levar mais tempo do que o desejável

para colocar as cidades brasileiras entre as maissustentáveis. “Reconhecemos que há uma criseambiental global e procuramos reverter seusefeitos, mas as mudanças não vão ocorrer danoite para o dia”, diz Eduardo Alves Sobrinho,secretário do Verde e do Meio Ambiente do Rio

de Janeiro. Na avaliação de Claudia Baggio, di-retora da Deloitte, os municípios brasileirostêm uma oportunidade única para acelerar osinvestimentos. “A coleta seletiva, o tratamentodo lixo, a adoção de energias e de transportesambientalmente amigáveis pressupõem o usode novas tecnologias e a criação de novos ne-gócios”, diz Claudia. “Os investidores estran-geiros estão ávidos pelo Brasil e por oportuni-dades ligadas à sustentabilidade. Se as prefei-turas se organizarem para aproveitar essa onda,podem recuperar o tempo perdido.”

A falta de informações confiáveis 

e atualizadas impede uma leitura clara da realidade das cidades e limita a capacidade de ação dos governos     P

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 Um impulsoao negócio do lixoA Política Nacional de Resíduos Sólidos começa a gerar novas oportunidades aos empresários, da reciclagem de materiais e logística reversa à construção e operação de aterros sanitários 

Lixo / Maurício oliveira  / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /

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 Aterro sanitário

em São Paulo: a construção de

instalações adequadas para receber os

resíduos deve crescercom a proibição doslixões a céu aberto

3

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Brasil⁄Agenda 2012 

A DorsAl, empresa de Curitibaespecializada em consultoria ambiental, viu ademanda por seus serviços disparar desde aentrada em vigor da Política Nacional de Resí-

duos Sólidos em dezembro de 2010. Desde en-tão, o número de contratos que fechou paraelaborar planos de gestão de lixo cresceu 150%.Entre os clientes estão desde grandes empresas,como a rede varejista de pneus DPaschoal, atépequenos negócios, como restaurantes e ofici-nas mecânicas. “Todos estão preocupados emse adaptar à legislação”, diz o químico ambien-tal Renato Nakayama, um dos sócios da Dorsal,criada há três anos. “Eles temem perder o direi-to de continuar operando por falta de documen-tação ou por descumprir as novas exigências.”Um dos planos da consultoria é oferecer seus

serviços a prefeituras, já que a maior parte dosmunicípios brasileiros não dispõe de equipetécnica preparada para atender às exigências danova legislação — só os que cumprirem os re-quisitos, como a apresentação do plano muni-cipal de gestão de resíduos até agosto de 2012,poderão disputar verbas públicas federais.

Com a nova legislação, o Brasil finalmenteganhou um marco regulatório para o lixo, temaque se arrastou no Congresso Nacional porduas décadas. Abriu-se, dessa forma, espaçopara o surgimento de novos negócios ou para

a expansão dos existentes. Espera-se, porexemplo, que a reciclagem ganhe impulso ago-ra que a lei estabelece uma distinção entre osconceitos de “resíduo” e “rejeito” — resíduo é

todo lixo produzido pela população e pelasempresas, enquanto rejeito é a parte desse lixoque não pode ser reciclada com as alternativastécnicas disponíveis. Na situação ideal vislum-brada pela nova política, somente os rejeitospoderão ser descartados nos aterros sanitários.Essa determinação deverá levar à busca de so-luções economicamente viáveis para a recicla-gem de vários outros tipos de produto além dastradicionais latinhas de alumínio e garrafasPET, os dois únicos produtos, até agora, con-siderados bem-sucedidos no país, com eleva-dos índices de reciclagem. Segundo uma esti-

mativa do Instituto de Pesquisa EconômicaAplicada, o potencial dos benefícios econômi-cos e ambientais com o aproveitamento deresíduos que poderiam ser reciclados, mas ho- je são enviados a aterros e lixões a céu aberto,chega a 8 bilhões de reais por ano.

Outro nicho considerado promissor é aconstrução e operação de aterros sanitários. Anova legislação estabelece que os lixões a céuaberto — encontrados em metade dos muni-cípios brasileiros — devem ser eliminados até2014. Para erradicar os lixões, um estudo da

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entulhos de obrasde construção: 

a maior parte dessematerial, que hoje

é desperdiçada, poderia ser usada

na pavimentação

de ruas

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Brasil⁄Agenda 2012 

Associação Brasileira de Resíduos Sólidos eLimpeza Pública (ABLP) estimou que seja ne-cessário construir 256 aterros sanitários regio-nais e 192 de pequeno porte, com um investi-mento total de 2 bilhões de reais. Mas isso é sóo começo. “A construção dos aterros é a pri-meira etapa. A fase mais delicada vem depois,com a necessidade de recuperar as áreas de-gradadas e de operar corretamente os aterrospara evitar novas contaminações”, diz Ario-valdo Caodaglio, diretor da ABLP.

Como os lixões são encontrados com maisfrequência em cidades menores, que dispõemde menos recursos para investimentos, o gover-no federal estimula pequenos e médios municí-pios a se reunir em consórcios para construiraterros sanitários que atendam uma populaçãode pelo menos 150 000 pessoas, o que possibili-

tará ganhos de escala e redução de custos. Comoum incentivo aos projetos compartilhados demunicípios, o governo definiu que os consórcios— com regras claras de divisão de responsabili-dades entre os municípios — terão mais facili-dade para obter financiamentos na segundaetapa do Programa de Aceleração do Cresci-mento (PAC 2), que reservou 1,5 bilhão de reaispara obras na área de resíduos sólidos.

PPP do Lixo

Para tornar os projetos viáveis, a ABLP afirma

que a melhor estratégia é formar parceriaspúblico-privadas e entregar a construção e agestão dos aterros à iniciativa privada. Nessemodelo, os custos da implantação seriamamortizados ao longo de 20 anos de duraçãodo contrato — como ocorre, por exemplo, nasrodovias concedidas à gestão privada. A dife-rença é que, em vez do pedágio, a remunera-ção das empresas se daria com a cobrança dataxa do lixo, já existente em muitas cidades,mas quase sempre com arrecadação insufi-ciente para cobrir as necessidades de investi-mentos. Será preciso, no entanto, superar a

mesma dificuldade enfrentada na concessãode rodovias: convencer a população de quevale a pena pagar valores mais altos por ser-viços de melhor qualidade.

Uma atividade que deve ganhar força como novo marco regulatório é a logística reversa,cuja função é assegurar o retorno dos resíduosà fonte que os gerou, para que sejam tratadosou reaproveitados. A logística reversa já é apli-cada em produtos como pneus, pilhas e em-balagens de agrotóxicos, mas agora deve serampliada para outros setores, como o de ele-

troeletrônicos. O aproveitamento das sobrasde construções e reformas tem grande poten-cial. Esse tipo de material é desperdiçado namaior parte das cidades brasileiras — poucastêm programas de aproveitamento de entu-lhos. “Se as prefeituras assegurassem umacompra mínima dos entulhos reciclados parautilizá-los em suas próprias obras de pavi-mentação, muita gente poderia apostar emempreendimentos nessa área”, afirma Van-derley John, especialista em reciclagem demateriais de construção e professor de enge-nharia da Universidade de São Paulo.

Os novos negócios do lixo devem exigir o de-senvolvimento de tecnologias para modernizare aumentar a eficiência dos processos de coletae reciclagem dos resíduos. Em algumas cidadesdo Rio Grande do Sul — entre elas Santa Maria,

Caxias do Sul e Rio Grande —, parte do lixo nasruas já é recolhida pelo próprio motorista docaminhão, que opera um braço telescópico pa-ra fazer a coleta, sem necessidade da ajuda deoutros funcionários. O processo de separaçãodo lixo para reciclagem também tem muito aevoluir — já há tecnologia para que praticamen-te tudo seja executado de forma automática.“Quem fizer primeiro esse tipo de investimen-

to no Brasil vai ficar muito à frente dos concor-rentes”, diz o consultor Fernando Altino. Comoocorre em todos os setores em transformação,o mais difícil na área dos resíduos sólidos é en-contrar o momento certo de empreender —nem cedo demais, a ponto de dar um tiro n'água,

nem tarde demais, a ponto de chegar atrasadoà disputa por um novo nicho. A enorme distân-cia entre o que ocorre na prática e o que estáescrito na nova legislação abre a perspectiva deuma imensidão de negócios. “É como se a leideterminasse que todo mundo terá de usarblack-tie num país onde metade da populaçãoainda vive sem roupa”, diz Altino, referindo-seao fato de que metade dos municípios brasilei-ros ainda despeja seus resíduos em lixões a céuaberto. Cabe aos empreendedores encontrar otraje certo para fazer parte dessa festa.

Para construir os aterros 

sanitários que vão substituir os lixões a céu aberto, será preciso investir 2 bilhões de reais 

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Brasil⁄Agenda 2012 

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O cbo e guerr  floret O novo Código Florestal tem o desafio de conciliar a preservação da natureza com o desenvolvimento do agronegócio. Mas o embate entre os ambientalistas e os produtores rurais está longe do fim 

Código Florestal / Vladimir Brandão / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /

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Um dOs mais importantestemas atualmente em tramitação no Congres-so Nacional, o novo Código Florestal pretenderesolver uma questão crucial: conciliar a pro-teção do meio ambiente com o desenvolvi-mento da agropecuária. Isso não deveria sertão complicado no Brasil, um país que possui520 milhões de hectares de áreas preservadas,

o correspondente a 61% de seu território, aomesmo tempo que se tornou uma potênciaglobal do agronegócio ocupando apenas 28%da área com a atividade. No entanto, mais de90% dos 5,2 milhões de produtores brasileirosestão atualmente fora da lei, segundo a Con-federação da Agricultura e Pecuária do Brasil(CNA). De algum modo, eles não cumprem ocódigo em vigor, estabelecido em 1965 e, des-de então, modificado por vários decretos, por-tarias e medidas provisórias. A situação che-gou a esse ponto devido ao descaso de produ-tores, à dificuldade de cumprir determinações

pouco razoáveis e à incapacidade do Estadode realizar a fiscalização devida. Por anos ogoverno prorrogou por decreto o prazo para aadequação às normas, até que a revisão da le-gislação se impôs como prioridade. “A atuali-zação do código trará segurança jurídica aosprodutores rurais”, diz a senadora Kátia Abreu(PSD-TO), presidente da CNA.

Mais que dar segurança a agricultores e pe-cuaristas, a qualidade da lei produzida e a ca-pacidade de adequação do setor ao novo marcolegal a partir de 2012 dirão ao mundo se o Bra-

sil possui, de fato, um agronegócio sustentávele mecanismos modernos para gerir seu patri-mônio natural. O ponto de partida dos gruposque buscam influenciar o novo código é a legis-lação atual. Sobre ela, uns dizem tratar-se deum arcabouço ultrapassado e inaplicável, umaameaça não apenas ao crescimento da produçãomas também à sua manutenção nos patamares

atuais, além de ineficaz para proteger os recur-sos naturais. Para outros, entretanto, trata-sede uma das legislações ambientais mais moder-nas do mundo, que foi simplesmente ignoradapelo avanço da agropecuária — e agora, em vezde se buscar cumpri-la, optou-se por afrouxaras regras e apagar os erros do passado. Assimse delineou uma polarização feroz entre pro-dutores rurais e ambientalistas.

Posto nesses termos, o primeiro round foivencido pelos produtores. O projeto de lei dodeputado e atual ministro do Esporte AldoRebelo (PCdoB-SP), aprovado com folga pela

Câmara dos Deputados em maio, flexibilizouas regras para a ocupação de áreas de proteçãoe reservas florestais nas propriedades rurais,entre outras mudanças polêmicas que dãomargem a interpretações contraditórias. “Otexto aprovado atende à demanda dos produ-tores, principalmente os pequenos, ao mesmotempo que mantém os instrumentos de con-servação do código atual”, diz Rodrigo Lima,gerente-geral do Icone, instituto especializadona análise do agronegócio. Para Lima, a maiorvirtude do código aprovado na Câmara é a pos-

Queimada em áreaagrícola próxima

à mata preservadaem Mato Grosso: 

o Congresso Nacionaldiscute a lei que vai

regular a exploraçãoda terra no Brasil

   R   o   d   R   i   g   o    B

   a   l   e   i   a   /   l   a   t   i   n   C   o   n   t   e   n   t   /   g   e   t   t   y   i   m   a   g   e   s

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sibilidade de adequar o ordenamento jurídicoà realidade do país — algo que seria hoje im-possível, como sugere o descumprimento dalei em larga escala. “Aumentar as exigênciassem considerar aspectos socioeconômicos dosprodutores, como tem sido feito nos últimosanos, não trouxe resultados práticos para aconservação”, afirma Lima.

Agora está em curso o segundo round doembate. O Senado se debruça sobre o textoaprovado na Câmara, revisando seu conteúdoem comissões e analisando novas propostas.Nessa etapa, espera-se que sejam incorporadasalgumas demandas dos ambientalistas. “Aindadá para salvar o código no Senado, mas com ocoração partido pelas perdas irreversíveis.Perdemos a oportunidade de criar uma lei ino-vadora e moderna”, diz Miriam Prochnow, da

ONG catarinense Apremavi, uma das coor-denadoras do Comitê em Defesa das Florestas,frente que reúne a Ordem dos Advogados doBrasil, a Conferência Nacional dos Bispos doBrasil e diversas ONGs. Os ambientalistasveem no texto da Câmara um enorme retro-cesso, pois, entre outras coisas, ele admite aconsolidação de atividades agropecuárias emáreas de proteção permanente, as APPs — ter-

renos sensíveis, como margens de rios, encos-tas íngremes e topos de morros —, benefician-do quem descumpriu a lei e punindo, portan-to, quem cumpriu. O texto também isenta umgrande número de propriedades da recupera-ção da reserva legal, área destinada à manu-

tenção de vegetação natural e que varia deacordo com o bioma — ela deve ocupar 80%das propriedades na Amazônia, 35% no cerra-do e 20% em outros biomas. O novo texto abre,por exemplo, a possibilidade de compensarreserva legal em outra área, ainda que distan-te, desde que no mesmo bioma — por exemplo,o dono de uma fazenda em Goiás poderá ar-rendar uma área no sul do Maranhão, tambémno cerrado, e mantê-la como reserva.

O Senado deve colocar o texto do novo códi-go em votação no plenário em novembro. De-

pois, os deputados voltam a analisar o texto. Emseguida, o código vai para a sanção da presiden-te Dilma Rousseff, o que pode acontecer até ofim do ano. Até o fechamento desta edição, aexpectativa era que o Senado ajustasse algunspontos do texto aprovado na Câmara, como apossibilidade aberta à consolidação de qualqueratividade agropecuária em APPs, e incluísseaspectos relativos ao ordenamento urbano, as-sunto praticamente ignorado pela Câmara.“Também precisamos adotar mecanismos eco-nômicos para premiar quem cumpre a lei epara incentivar a recuperação e a conservação”,diz Raul do Valle, do Instituto Socioambiental.Ele se refere ao conceito de pagamento por ser-viços ambientais, cujo princípio é o de que anatureza presta serviços fundamentais, comoregulação do clima e retenção de carbono, e

quem a protege deve receber por isso. Essa éuma agenda positiva, que converge interessesde ambientalistas e produtores rurais.

Ainda assim, a aprovação do código não sig-nificará o fim do embate. “Para sairmos dessaguerra, todo mundo tem de ganhar, senão to-dos saem perdendo”, diz Lima, do Icone. Se otexto não for equilibrado a ponto de atenderaos anseios dos interessados, poderá haver

uma enxurrada de ações judiciais que atravan-carão o processo. Se tudo correr bem, começaem 2012 o desafio de implantação da nova le-gislação. O poder público precisará se estrutu-rar para criar um cadastro ambiental que for-neça informações fidedignas sobre a situação

de APPs e reservas legais em cada propriedade,peça-chave para uma gestão eficiente do espa-ço rural. Os governos federal e estaduais deve-rão estabelecer regras de programas de regu-larização ambiental para que as propriedadespossam aderir e se enquadrar na nova legisla-ção, e fontes de recursos terão de ser criadaspara o pagamento por serviços ambientais. Jáos produtores deverão realizar as mudançasnecessárias à regularização das propriedades.“A aprovação do código é só o primeiro passopara o ordenamento do setor”, diz Lima.

Se tudo correr bem, começa em 2012 

o desafio de implantar o novo código.Uma das tarefas do governo é criar um cadastro ambiental confiável  S

   i   l   v   i   a

   Z   a   m   b   o   n   i   \   F   o

   l   h   a   p   r   e   S   S

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Economicamente incorretoPara o escritor Eduardo Giannetti da Fonseca, o meio ambiente não é tratado de forma ética porque a natureza é vista como um bem de consumo sem ônus ou custo algum 

Ética / Eduardo NuNomura  / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /

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 Eduardo Giannettida Fonseca no

 jardim de sua casa: “Precisamos

de indicadores de

 progresso que nãosejam a métricamonetária cega” 

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Brasil⁄Agenda 2012 

É muito complicado aceitar  fazer sacrifícios agora pelo bem de gerações futuras. Somos a  primeira geração a ter de pensarseriamente nisso 

O ecOnOmista,filósofo eescritor Eduardo Giannetti da Fonseca nãotem carro, vai a pé até a padaria, pensa duasvezes antes de pedir uma sacola plástica nosupermercado e tem a meta de reduzir o con-sumo de carne a ponto de virar vegetariano.Mas está convencido de que, por mais açõeséticas que os indivíduos pratiquem no seu diaa dia, elas são insuficientes para equacionar adistorção no atual sistema de preços, que nãoleva em conta os custos ambientais no valor damercadoria. A natureza é consumida como senão tivesse um ônus. E não se pode esperar,segundo Giannetti, pelas decisões políticas decurto prazo, já que as soluções devem ser pen-sadas no horizonte de algumas décadas à fren-te. Mineiro de Belo Horizonte e professor doIbmec São Paulo, Giannetti reflete na entre-

vista a seguir sobre as questões éticas que otema da sustentabilidade provoca — ou deve-ria provocar — na sociedade.

O relatório final da Rio 92 dizia que o modelohegemônico de desenvolvimento na época era“ecologicamente predatório, socialmente per-verso e politicamente injusto”. O relatório da

 Rio+20 parece já estar pronto...O que há de errado, seriamente errado, com omodelo econômico vigente? Ele está calcado nosistema de preços, o grande balizador para pro-

dutores e consumidores, determinando o quevale e o que não vale a pena fazer. O sistema depreços é extraordinariamente eficiente comoalocador de recursos, direcionando-os para se-tores nos quais sejam mais demandados. E semostrou enormemente superior ao modelo deplanejamento central, adotado na União Sovié-tica durante 80 anos e com resultado desastroso.No entanto, o que se percebe hoje é que o siste-ma de preços padece de uma falha muito séria,porque deixa de sinalizar de maneira adequadaos custos reais envolvidos nas nossas escolhastanto ao produzir quanto ao consumir.

 É um modelo economicamente incorreto? Sim. Se uma comunidade possui água potávelem abundância e não precisa trabalhar paraadquiri-la, isso não entra no sistema de preçose na contabilidade econômica. Se essa comuni-dade polui todas as fontes de água e passa a terde purificá-la, engarrafá-la, distribuí-la, o queacontece com o PIB? Aumenta. Os consumido-res vão ter de remunerar os fatores de produção,trabalhar um pouquinho mais para ter águapotável, e o PIB cresce. Mas é um crescimento

com sinal errado, porque a qualidade de vidapiorou. Tem algo errado na contabilização. Pre-cisamos de indicadores de avanço e progressoque não sejam essa métrica monetária cega.

 Indicadores que não mascarem custos comose eles não existissem.Aí você está chegando ao ponto. Vamos suporque estou na China, e o país precisa consumirmais eletricidade, porque a demanda é explo-siva. Tenho duas opções: uma termelétrica acarvão ou uma eólica renovável. O preço doquilowatt-hora da termelétrica é cerca de 70%menor que o da energia eólica. Evidentemente,os chineses vão fazer a termelétrica a carvão.Mas e todo o CO

2emitido pela queima do car-

vão nessa termelétrica? O sistema de preços nãosinaliza o impacto ambiental dessa escolha.

 Pensando na origem do problema, na perspec-tiva da história econômica, por que o ambien-te nunca é tratado de forma ética? Porque a natureza é tratada como um bem livreque, portanto, pode ser consumida à vontade,sem ônus e custo algum. Quando pego um aviãopara cruzar o Atlântico, estou emitindo maisCO

2do que um indiano no meio rural durante

um ano. Estou pagando equipamento, combus-tível, serviço de bordo, aeroporto, mas o custoambiental não está no preço da passagem.

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Brasil⁄Agenda 2012 

O que aconteceria se recalculássemos os pre-ços levando em conta o ambiente? Os preços relativos vão mudar. Talvez a energiaeólica, dependendo do valor que você atribuirpara o CO2 emitido, seja mais interessante paraa sociedade do que a termelétrica a carvão. Sefor proibitivamente caro eu pegar meu carropara andar dois quarteirões, vou pensar duasvezes e posso preferir caminhar ou pegar minhabicicleta. A economia regida pelo sistema depreços revelou uma fragilidade que talvez sejada mesma ordem de gravidade que as falhas domodelo de planejamento central.

O fato de a escassez provocar o desenvolvimen-to de novos produtos que geram aumento do

 PIB não faz com que os governos consideremisso uma solução e não um problema? 

Estamos perigosamente perto de uma rupturano equilíbrio ambiental do planeta. A imagemque tenho usado é a de um fumante inveteradoque descobre que tem um enfisema pulmonar.Ou ele muda enquanto é tempo ou isso vai virarum câncer com sequelas dramáticas. A humani-dade está nesse limiar. Ou muda de vida ou entãovai caminhar para uma situação sem retorno.

 De certa maneira, parece que estamos apos-tando no câncer...Esse modelo ocidental não é transitivo. Aí exis-

te um problema de equidade internacional.Com que autoridade vamos bloquear o acessoa esses confortos da vida moderna que foramvendidos há séculos para países emergentescomo sendo a modernidade e o bem-estar? Aboa notícia é que os estudos sobre bem-estar,a partir de um nível de renda médio, indicamque não há nenhuma evidência de que acrés-cimos da renda per capita se traduzam em ga-nhos de bem-estar subjetivos. Quando vocêparte de baixo, até chegar a certo patamar, ocrescimento da renda per capita é acompanha-do de um aumento do bem-estar subjetivo. A

partir desse ponto, a renda per capita continuacrescendo, mas o bem-estar subjetivo para decrescer. Não faz sentido apostar no crescimen-to do bem-estar ilimitado. Com o agravante deque continuar nesse caminho coloca em riscoo equilíbrio ambiental do planeta.

Seu livro O Valor do Amanhã criticava a lógi-ca de que “antecipar custa e retardar rende”,que faz com que nos orientemos pelas questõesimediatas, muitas vezes danosas ao ambiente.

 Por que agimos assim? 

Quanto vale a pena a atual geração se sacrificarpelo bem das gerações futuras? Alguns argu-mentam que as gerações futuras serão muitomais ricas que nós e, portanto, não faz sentidoincorrermos no sacrifício agora porque ele nãoé necessário. Muita gente aposta que a tecno-logia vai avançar e dar respostas em tempohábil para os dilemas e as armadilhas de hoje.Considero esses dois argumentos perigosos etemerários. Estamos numa trajetória que põeem risco o bem-estar de gerações futuras, abiodiversidade e a própria viabilidade do ecos-sistema planetário. Eu não apostaria na tec-nologia como a tábua de salvação. Mas é mui-to complicado aceitar sacrifícios agora emnome de gerações futuras e situações hipoté-ticas. A humanidade nunca teve de fazer esseexercício. A primeira geração que teve de pen-

sar seriamente nisso é a nossa, e não estamosacostumados a pensar num horizonte de 50 a100 anos à frente. No entanto, a tecnologia deque já dispomos e os danos que já causamoscumulativamente nos obrigam a pensar nessehorizonte de tempo.

O senhor parece sugerir que façamos uma es-colha ética, em que a maximização dos lucrosno menor espaço de tempo não paute as eco-nomias. Isso é possível? Infelizmente, não podemos contar com a boa

vontade para corrigir o sistema de preços. Issovai ter de ser feito de maneira geral. Há umaexperiência muito interessante da companhiaaérea British Airways, que, a certa altura do cla-mor na Inglaterra sobre a questão das mudançasclimáticas, resolveu oferecer aos clientes a op-ção de pagar pela compra do crédito de carbonocorrespondente ao trajeto do bilhete adquirido.Isto é, você paga para que seja compensada aemissão de CO2. A adesão foi de 3%, muito bai-xa. Por quê? É um pouco a história de Agostinhonas Confissões, quando ainda não era santo:"Dai-me, Senhor, a castidade e a virtude, mas

não já". Não podemos contar com a boa vontade,a boa consciência das pessoas.

 Lentamente, vemos empresas incentivando aredução do consumo de sacolas plásticas, o usode madeira certificada...Essa é uma questão complicada. Fui a umevento de embalagens e um especialista eu-ropeu disse que a proibição do fornecimentode sacolas plásticas por lojas e supermercadosem alguns países na Europa aumentou o con-sumo do produto. Antes as pessoas usavam as

O Paradoxo

de Jevons:

em alguns paísesda Europa,

a proibição do fornecimento

de sacolas plásticas em lojase supermercados

aumentouseu consumo

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sacolas para colocar lixo e para guardar coi-

sas. Com a proibição, tiveram de comprar assacolas. É o chamado Paradoxo de Jevons, dofim do século 19, criado pelo economista bri-tânico Willian Stanley Jevons. O argumentodele: se a eficiência energética na produçãosiderúrgica melhorasse, no século 19, o queiria acontecer? Você precisaria de menos car-vão por tonelada de minério de ferro, masaumentaria o consumo total de carvão. Porquê? Quando se melhora a eficiência energé-tica, cai o custo de produzir ferro. Ao cair es-se custo, aumenta a rentabilidade da siderúr-gica. Isso vai atrair mais capital para o setor,

o que vai aumentar a capacidade de produçãoe a oferta, o que fará o preço cair e a demandapor ferro aumentar.

 É uma lógica perversa, porque o desenvolvi-mento se torna vilão da sociedade.Quer ver um exemplo atual acachapante disso?Ar-condicionado. Em 1960, 80% dos domicíliosamericanos não tinham ar-condicionado. Ho- je, 84% das casas têm ar-condicionado e amaior parte é central. Entre 1993 e 2005, a efi-ciência energética do ar-condicionado aumen-

tou 20%, mas o consumo médio por aparelhosubiu 37%. Ficou tão barato que as pessoas dei-xam ligado. Só o ar-condicionado domiciliarequivale hoje ao consumo de eletricidade daeconomia americana inteira do fim dos anos50. Essa conta não fecha. A China está entran-do hoje nisso e já produz um terço dos apare-lhos de ar condicionado do planeta. Você podeaplicar isso a automóvel, geladeira...

 As lutas ecológicas parecem restritas à esferado Estado e à do mercado. Mas muitos nãoacreditam que os políticos tenham capacidadede lidar com essas grandes questões.Esse é o problema da democracia representa-tiva. O horizonte do político é a próxima elei-ção e o incentivo dele é maximizar as chancesde sucesso eleitoral. É uma visão muito estrei-

ta para o tipo de problema que estamos discu-tindo. Assim como no sistema de preços, ademocracia como arranjo institucional não émais adequada para oferecer as respostas. Co-mo vamos mudar os incentivos para que ospolíticos mirem as soluções de longo prazo quesão relevantes? Não tenho a resposta.

 Em seu outro livro, Nada É Tudo , o senhor  falava em investir melhor no bem-estar do futuro. Isso pressupõe tomar decisões difíceishoje. Do ponto de vista da ética, quais decisões

teriam de ser tomadas já? Corrigir o sistema de preços é fundamental. Éfundamental ter um bom Código Florestal, quecompatibilize o crescimento do agronegóciocom a preservação do patrimônio ambiental.Seria ótimo contar com consumidores etica-mente mais capazes de viver à altura em ter-mos de prudência e responsabilidade ambien-tal. Muitas vezes, a pessoa tem para si uma boaconsciência, mas seu comportamento não cor-responde ao que ela imagina. No dia a dia, elapega o automóvel, come carne, usa saco plás-tico à vontade, joga lixo na rua, pega avião.

 E como o senhor age pessoalmente? Dentro dos meus limites, tento pautar minhasações pelo que acredito ser o melhor. Pensoduas vezes antes de pedir um saco plástico nosupermercado. Não tenho carro e gosto de an-dar a pé. Estou diminuindo muito meu consu-mo de carne, não virei vegetariano, mas pre-tendo caminhar para isso. Estou trazendo omeu dia a dia mais para perto do que conside-ro ideal. Sempre sabendo que, por mais que eumelhore, ainda vai faltar.

O ar-condicionado ficou mais eficiente em consumo de energia,

mas o gasto médio por aparelho 

aumentou. Ficou tão barato que todos deixam ligado 

Brasil⁄Agenda 2012 

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BRASIL⁄Políticas públicas 

   g   e   r   m   a   n   o    l

   ü   d   e   r   s

A menos de um Ano de sediAr a Rio+20, conferência das Nações Unidas que tratará de temas como a economiaverde e o desenvolvimento sustentável, o Brasil ainda tem dificuldades para colocarquestões ligadas à sustentabilidade no centro de suas políticas setoriais. Um exem-plo contundente foi o anúncio, em agosto, da nova política industrial brasileira.Batizado de Plano Brasil Maior, o pacote de estímulo à competitividade na indús-tria frustrou aqueles que esperavam por incentivos à inovação com foco em tecno-logias limpas, no uso sustentável da biodiversidade e no combate às mudançasclimáticas. Contemplados em linhas de crédito voltadas para a inovação, esses pon-tos estão longe de ser o motor da política industrial do governo de Dilma Rousseff.

O pacote traz medidas como a deso-neração da folha de pagamentos parasetores fragilizados em razão do câmbiovalorizado e da concorrência com a Chi-na, como as indústrias de calçados, con-fecções, móveis e software. Contemplatambém reduções tributárias que devematingir 25 bilhões de reais nos próximosdois anos — está prevista a prorrogaçãoda redução do IPI sobre bens de capital,

 Linha de produção de carrosda Nissan: os incentivostributários poderiam ter comocontrapartida os investimentosem eficiência de combustíveis

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material de construção, caminhões eveículos comerciais leves. No campo dainovação, as principais medidas são aconcessão de crédito do BNDES à Fi-nanciadora de Estudos e Projetos (Fi-nep), no valor de 2 bilhões de reais, comtaxas de 4% a 5% ao ano, e a criação deprogramas no âmbito do Fundo Clima— uma parceria entre o Ministério doMeio Ambiente e o BNDES para finan-

ciar projetos que reduzam as emissõesde gases de efeito estufa. “São boasações”, diz Júlio Gomes de Almeida,economista do Instituto de Estudos pa-ra o Desenvolvimento Industrial (Iedi).“Mas elas não anulam o caráter restriti-vo do plano. A sustentabilidade não en-trou no DNA da política industrial.”

É um caminho diferente do percor-rido por países como a Alemanha, uma

das nações pioneiras no fomento à eco-nomia verde, um movimento intensi-ficado sobretudo a partir das décadasde 80 e 90. Leis ambientais rigorosase o apoio governamental, na forma desubvenções, estimularam o nascimen-to de uma sólida indústria de tecnolo-gias ambientais. Os alemães tambémadotaram critérios de sustentabilidadenas compras governamentais, o que

Apesar de tocar pontualmente em inovação e sustentabilidade, a nova política industrial 

brasileira está aquém dos modelos bem-sucedidos de outros países  AndreA ViAlli

Oportunidade perdida?

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BRASIL⁄Políticas públicas 

 Painéis de energia solar no Parlamento alemão, em Berlim: 

o uso de critérios ambientaisnas compras do governo incentivou

a indústria de energias renováveis

 Maquete de uma cidade projetada para gastar menosenergia: tecnologia ambientalé uma das áreas de pesquisa

 prioritárias na Coreia do Sul

ajudou a garantir escala para indús-trias como a de painéis solares, desen-volvimento de tecnologias de despo-

luição de água, filtros para indústriaspesadas e tratamento de resíduos sóli-dos. Na área de energias renováveis, aAlemanha se tornou uma potência emenergia solar fotovoltaica e em eólicagraças a um sistema de incentivos queinclui, entre outros pontos, financia-mentos a juros baixos e as chamadastarifas feed-in — mecanismo que per-mite ao produtor vender energia reno-vável a um preço fixo garantido emcontrato por um período determinado.

O KfW, banco de desenvolvimento ale-mão, é a instituição que mais financiaenergias renováveis no país, com taxas

de juro inferiores às do mercado finan-ceiro e com prazos para pagamentoentre dez e 20 anos. Beneficiam-se des-sas condições os empreendimentosvoltados para a geração de energia so-lar fotovoltaica, biomassa, biogás, ener-gia eólica, hidrelétrica e geotérmica.

O salto alemão nesse setor se deu gra-ças a uma visão pragmática do investi-mento em tecnologias verdes: os ale-mães acreditam que essa indústria seráa grande força motriz da economia na

próxima década. Um estudo da consul-toria Roland Berger calcula que, em2020, 14% do PIB da Alemanha virá da

indústria de tecnologias ambientais. Naárea da inovação, recentemente, a polí-tica industrial alemã estabeleceu estra-tégias para 17 “campos de futuro” — se-tores que devem nortear a indústria nospróximos anos, como biotecnologia,nanotecnologia e biocombustíveis, in-cluindo o etanol de segunda geração,produzido de resíduos.

No mesmo caminho da Alemanhaestá a Dinamarca. O país nórdico vemse destacando por colocar em prática

   A   n   d   i   A   /   A   l   A   m   y

   l   e   e   J   i   n  -   m   A   n   /   A   P   P   h   o   t   o   s

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o que se convencionou chamar de “eco-logia industrial”, que tem como meta ofim da geração de resíduos e da polui-ção. Um exemplo é o centro industriallocalizado na cidade de Kalundborg,onde sete companhias se associarampara funcionar como um polo susten-tável — uma fábrica aproveita o resíduo

gerado por outra para introduzi-lo emseu processo industrial como matéria-prima ou para gerar energia elétrica outérmica. Para incentivar iniciativas co-mo o polo de Kalundborg, o governodinamarquês garante isenção de im-postos. Na Coreia do Sul, um dos paísesque mais investem em pesquisa aplica-

da, a Lei de Ciência e Tecnologia, cria-da em 2001, estabeleceu o ramo detecnologia ambiental — que inclui asatividades de saneamento, tratamentode efluentes e resíduos sólidos e con-trole de poluição — como um dos dezprioritários para pesquisa no país. Maisrecentemente, os sul-coreanos elege-ram quatro áreas como foco de pesqui-sa e desenvolvimento nos próximosanos: biotecnologia, nanotecnologia,software e bioindústria.

IncentIvos sem contrapartIda 

No Brasil, o uso de instrumentos eco-nômicos, como a desoneração fiscal,poderia estimular a indústria a produ-zir bens com melhor desempenho am-

biental. “O sistema poder ser aplicado,por exemplo, à indústria automobilís-tica”, diz Almeida, do Iedi. As monta-doras de automóveis instaladas no Bra-sil têm planos para ampliar a produçãodos atuais 4,3 milhões de veículos porano para 6,3 milhões de unidadesanuais até 2015, um aumento de 46%.As medidas anunciadas no Plano BrasilMaior mencionam, para o setor, a con-cessão de “incentivos tributários comocontrapartida ao investimento, agrega-

ção de valor, emprego, inovação e efi-ciência”, mas não fornecem detalhesde como isso será feito. “O Brasil ofere-ce vantagens a setores tradicionais,como a indústria automobilística, semexigir uma contrapartida em inovaçãoou de eficiência energética”, diz Ricar-do Abramovay, professor da Faculdade

de Economia e Administração da Uni-versidade de São Paulo. “A política in-dustrial seria um importante vetorpara estimular avanços nessa indústria.Não é o que está acontecendo.”

Uma forma óbvia de incentivar odesenvolvimento de tecnologias am-bientais pelas montadoras seria a re-

Um estudo da consultoria Roland Berger estima que,em 2020, a indústria de tecnologias ambientais será 

responsável por 14% do produto interno bruto alemão 

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BRASIL⁄Políticas públicas 

 Refinaria de petróleo em Kalundborg, na Dinamarca: o polo industrial foi planejadode forma que uma fábrica

 possa aproveitar o resíduo

 gerado por outra

Uma das metas da nova política industrial brasileira é elevar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento 

dos atuais 0,59% para 0,90% do PIB até 2014

dução definitiva do IPI para veículoscom maior eficiência energética e me-nos poluentes. A medida chegou a serdiscutida em 2010 com representantesdo setor, depois que o Ministério daFazenda retirou os incentivos tributá-rios que as fabricantes receberam du-rante a crise financeira internacionalde 2008. Na mesma época, o governovinculou a redução de impostos paraeletrodomésticos da linha branca aograu de eficiência energética dos apa-relhos, uma decisão considerada posi-tiva para estimular o consumo susten-tável. Agora, medidas parecidas envol-vendo a produção de automóveis vol-tam a ser discutidas. O governo estáfinalizando um plano de redução do

IPI para veículos menos poluentes,exigindo como contrapartida das mon-tadoras a realização de investimentosem tecnologia para desenvolver moto-res mais eficientes e que emitam me-nos gases de efeito estufa.

Política de comPensações

Há pontos do Plano Brasil Maior que,se forem bem conduzidos, poderãoestimular a inovação com foco emsustentabilidade, segundo os especia-

listas ouvidos por EXAME. O planofixou dez metas a ser atingidas até2014. Uma delas prevê que as indús-trias produzam mais gastando menosenergia e gerando menos gases deefeito estufa. “Reduzir a intensidadeenergética e de carbono da produção

industrial é um caminho necessário,até porque países em desenvolvimen-to, como a Índia e a China, já estãofazendo isso”, diz Abramovay, da USP.Outra meta que consta da nova polí-tica industrial é elevar os investimen-tos em pesquisa e desenvolvimentodos atuais 0,59% para 0,90% do PIBaté 2014. Além disso, o programa do

governo pretende aumentar a parti-cipação no PIB da indústria intensivaem conhecimento. Atualmente, 30,1%do que é produzido pela indústria en-tra nessa classificação. Até 2014, ameta é elevar essa proporção para31,5%. Essas metas são factíveis? Parao economista Almeida, do Iedi, é pre-ciso começar agora para colher os

resultados no longo prazo. “O Brasilnão vai se transformar em uma eco-nomia inovadora da noite para o dia”,diz Almeida. “Isso só será realidadequando sanarmos nossas deficiênciasno campo da educação e quando ainovação for vista como determinan-te para o sucesso e a competitividadedos setores produtivos.”

   M   i   k   k   e   l   O   s   t   e   r   g   a   a   r   d   /   p   a   n   O   s

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GESTÃO⁄Engajamento 

 Ideias por

toda parteUm número cada vez maior de empresas incentiva os funcionários a adotar hábitos sustentáveis — às vezes, eles próprios dão o primeiro passo   AndreA ViAlli

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Ao reAlizArseu inventário de emissões de gases deefeito estufa, a Algar Telecom, empre-sa do Grupo Algar, que atua nas áreasde telecomunicações, agronegócio,turismo e serviços, descobriu que osmeios de transporte utilizados porseus funcionários eram o segundomaior fator de emissões de gás carbô-nico da empresa, atrás apenas do con-sumo de energia. Além de sobrecarre-gar o trânsito, o uso massivo do trans-porte individual pelos funcionáriospara se deslocar até o local de trabalhocontribui para o aquecimento global.Para reduzir o problema, a Algar Tele-com, com sede em Uberlândia, em Mi-

nas Gerais, passou a incentivar seusfuncionários a compartilhar o carrocom colegas que moram na mesma re-gião. Batizada de Clube de Caronas, ainiciativa oferece uma vantagem aquem se compromete a dar carona aoutros funcionários: uma vaga fixa noestacionamento. O clube começou comtrês grupos em agosto de 2010. Hojesão 12 grupos. Com isso, 36 veículosdeixaram de circular diariamente —cada motorista divide o carro com até

três colegas. O número pode ser peque-no, mas ilustra uma tendência: cada vezmais empresas estimulam seus funcio-nários a adotar hábitos mais sustentá-veis no dia a dia. “Os funcionários per-cebem que o trabalho não serve apenaspara dar o sustento. Eles estão contri-buindo para uma causa maior”, dizCristiane Maziero, especialista em RHda consultoria Allure Desenvolvimen-to Humano, que realiza treinamentoscom foco em sustentabilidade.

As caronas da Algar Telecom tam-

bém ajudaram a aproximar funcioná-rios de departamentos diferentes. “Mi-ramos na proteção do meio ambiente eacabamos acertando na melhoria dosrelacionamentos no ambiente de traba-lho”, diz Sther Machado, coordenadorade sustentabilidade e desenvolvimentoda empresa. O programa atinge todosos níveis hierárquicos. “Já vi três altosexecutivos chegando juntos, de caro-na”, afirma Sther, que agora quer criar

O engenheiro Amauri Zini, do CPqD: sua

iniciativa deve resultarna coleta de 6 toneladas

de lixo eletrônico até o final de 2011

   f   a   b   i   a   n   o    a

   c   c   o   r   s   i

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   P   E   D   R   O    S

   I   L   V   E   I   R   A

Minas Gerais, há 31 anos, a geógrafaEvanilda Castro ficava incomodadasempre que via o desperdício de saco-las plásticas nas ruas. Ao receber umasacola retornável feita de retalhos deantigos banners, teve um estalo. “Umaempresa como a Vale realiza muitoseventos ao longo do ano. Banner é oque não falta”, diz ela.

Evanilda iniciou uma campanha pa-ra arrecadar o máximo de banners etransformá-los em sacolas retornáveis.

Pediu à área de comunicação da Valeque passasse a fornecer os banners usa-dos em eventos e levou o material re-colhido para a cidade vizinha de Itabi-ra, onde uma microempresa formadapor seis costureiras se encarrega detransformá-los em sacolas. Neste ano,serão produzidas 1 200 delas, para dis-tribuição entre os funcionários do Cen-tro de Pesquisas e Conservação daBiodiversidade do Quadrilátero Ferrí-fero, uma antiga mina de ferro que es-

um programa de incentivo ao uso debicicletas. O programa de caronas, so-mado a outras práticas de sustentabi-lidade, ajudou a Algar Telecom a me-lhorar seu desempenho nas questõesambientais: em um ano, a empresaconseguiu diminuir as emissões dedióxido de carbono em 22%.

Lixo no armário

Programas de coleta seletiva de lixonão são mais uma novidade nas com-panhias. Mas são poucas as que ofe-recem uma estrutura para a coleta dolixo eletrônico — um problema cres-cente no país. De acordo com as Na-ções Unidas, o Brasil é o país que maisproduz esse tipo de lixo entre as eco-

nomias emergentes, em volume percapita — só de computadores, cadabrasileiro produz, em média, 500 gra-mas de sucata por ano, ante 400 gra-mas dos chineses, por exemplo.

A casa do engenheiro Amauri Ziniaparecia como uma amostra dessa no-va realidade. “Os equipamentos velhosse acumulavam nos armários”, diz Zi-ni, gerente de engenharia e serviços do

CPqD, o antigo Centro de Pesquisa eDesenvolvimento da Telebrás, hoje

uma fundação que desenvolve tecno-logias em telecomunicações para omercado. Incomodado com a crescen-te bagunça doméstica, Zini teve a ideiade sugerir ao CPqD a formação de ummutirão para recolher o lixo eletrôni-co de seus 1 300 funcionários e promo-ver o descarte correto. O CPqD fezuma parceria com a Oxil, empresa dePaulínia, no interior de São Paulo, querealiza a coleta, a desmontagem e oreaproveitamento dos materiais no-

bres. A previsão inicial era arrecadar2 toneladas de sucata, mas o cálculo

foi subestimado. “Até o final do ano,devemos coletar mais de 6 toneladas”,diz Zini. Ele aproveitou o mutirão noCPqD para se livrar de um computa-dor velho, duas impressoras, cincocelulares e três videocassetes.

recicLagem de banners

Há casos em que o engajamento de umfuncionário provoca efeitos que rever-beram por toda a empresa. Funcioná-ria da mineradora Vale em Sabará, em

O programa de caronas, somado a outras práticas de sustentabilidade,

ajudou a Algar Telecom a diminuir suas emissões de dióxido de carbono 

em 22% em um ano 

GESTÃO⁄Engajamento 

 A geógrafa EvanildaCastro, da Valeem Minas Gerais: 

 produção de sacolasretornáveis como aproveitamentode retalhos debanners reciclados

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tá em processo de recuperação. “Hoje,ninguém na minha unidade usa sacolasplásticas para ir ao supermercado”, dizEvanilda. A Vale encampou a ideia. Em2012, a empresa deve reciclar bannerstambém em outras unidades, como Vi-tória e Linhares, no Espírito Santo, eem São Luís, no Maranhão.

medindo árvores na mata 

O que leva uma executiva a se enfiar

numa floresta, sem telefone ou acessoà internet, para medir o tamanho detroncos, galhos e folhas e a altura dasárvores? Foi essa a rotina de PatriciaTavares, gerente de operações de umdos centros administrativos do HSBCem Curitiba, durante os 12 dias quepassou em uma área remanescente daMata Atlântica em Guaraqueçaba, nolitoral do Paraná. A aventura de Patri-cia é parte de uma iniciativa batizadade Climate Partnership, na qual fun-

cionários do banco — de caixas a exe-cutivos do alto escalão — são selecio-nados para participar de um treina-mento sobre mudanças climáticas. Emuma das fases do curso, os funcioná-rios são levados a campo para auxiliarna coleta de dados sobre as árvores,para que os cientistas possam avaliarse elas estão crescendo dentro de seupadrão natural. O programa, fruto deuma parceria entre o HSBC e quatro

organizações ambientais, está reali-zando um estudo sobre os possíveisefeitos do aquecimento global nas flo-restas, nos mananciais, na biodiversi-dade e nas grandes metrópoles.

No Brasil, Patricia e outros 140 fun-cionários do HSBC foram a campopara ajudar nas pesquisas envolvendoa Mata Atlântica. “Os voluntários le-vantaram dados de mais de 20 000árvores em quatro anos”, diz ClaudiaMalschitzky, executiva de sustentabi-

lidade do HSBC. “Além da ajuda coma pesquisa científica, eles são desafia-dos a implantar projetos em suas uni-dades com foco em sustentabilidade.”Na Mata Atlântica, Patricia teve umcontato íntimo com a natureza. Tomouum susto ao ver cascavéis enroladasnos galhos das árvores, avistou uma jaguatirica e seguiu pegadas de umaonça-parda. “Você volta de uma expe-riência dessas e começa a repensar sua

vida e seu papel para manter essa na-tureza preservada”, diz. Uma das pri-meiras consequências práticas do pe-ríodo na floresta apareceu em casa.Patricia começou a separar o lixo parareciclagem. Depois, fez o mesmo nocentro administrativo do HSBC. “De-senvolvemos um trabalho para cons-cientizar 2 700 funcionários da impor-tância da coleta seletiva. Hoje, aindaencontramos coisas nas lixeiras erra-das, mas o avanço foi enorme.”

 Patricia Tavares, gerente do HSBC:  12 dias na Mata Atlântica em buscade informações sobrea biodiversidade

   M   a   r   c   e   l   o    a

   l   M   e   i   d   a

GESTÃO⁄Engajamento 

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empresas⁄Indústria química 

Várias substâncias químicas banidas ou com uso controlado 

no exterior são empregadas livremente no Brasil. Mas algumas 

 fabricantes saem na frente e adotam restrições voluntárias 

 José Alberto GonçAlves PereirA 

Titóio liv

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Em várias árEas, o Brasilsegue passo a passo os países ricos. No setor de informática, por exemplo, novosmodelos de computador desembarcam no país pouco tempo depois de ser lança-dos nos Estados Unidos ou no Japão. No setor químico, porém, o país está a anos-luz do mundo desenvolvido. Várias substâncias e produtos químicos banidos ousob cerrado controle na Europa e nos Estados Unidos circulam livremente poraqui — como o formaldeído, presente em resinas utilizadas em painéis de madei-ra, os solventes usados em tintas e vernizes e alguns agrotóxicos empregados nocontrole de pragas. A boa notícia é que, enquanto os controles oficiais sobre di-versas substâncias químicas perigosas continuam frouxos no Brasil, algumas em-presas resolveram sair na frente das concorrentes e já oferecem produtos queseguem as regras das legislações mais rigorosas dos países desenvolvidos.

É o caso da chilena Masisa, que pos-sui duas fábricas de painéis de madeirapara a indústria moveleira no Brasil.Para fazer painéis de MDF, materialque barateia a produção de móveis, as

fabricantes costumam misturar fibrasde madeira a uma resina que endurecegraças à presença de formaldeído, clas-sificado em junho de 2004 como subs-tância cancerígena pela Agência Inter-nacional para Pesquisa em Câncer.Desde que iniciou suas atividades noBrasil, em 2001, a Masisa produz pai-néis segundo o padrão europeu E1, quelimita o teor de formaldeído a 8 mili-gramas por 100 gramas de painel. Nes-se padrão, que é um dos mais restritivos

do mundo, o forte odor causado peloformaldeído praticamente desaparece,diminuindo substancialmente os riscosà saúde. No Brasil, boa parte das fábri-cas de painéis de madeira usa 30 mili-gramas de formaldeído por 100 gramasde painel, o que explica o mau cheirocomum em fábricas e marcenarias.“Ter uma indústria de painéis cuja mé-dia de presença do formaldeído seequipara ao que os países mais desen-volvidos usavam na década de 70 é co-mo se nossa indústria automobilística

produzisse hoje o Corcel II”, diz JorgeHillmann, diretor-geral da Masisa, ci-tando um modelo de carro que deixoude ser fabricado em 1986.

No setor de tintas, esmaltes e verni-zes, o principal problema ambiental ede saúde pública são os compostos or-gânicos voláteis, mais conhecidos comoVOCs, sua sigla em inglês. Eles estãopresentes nos solventes, sobretudo emtintas esmalte ou verniz, mas tambémresidualmente em tintas à base de água,

como a látex. A Europa (desde 1999) ea Califórnia saíram na frente nessa área,impondo limites tão rigorosos para osVOCs que praticamente levaram os fa-bricantes a abandonar o uso dos solven-

tes. Segundo a Agência de ProteçãoAmbiental dos Estados Unidos, osVOCs podem acarretar graves estragosno organismo humano, desde irritaçãonos olhos e na garganta e dor de cabeçaaté câncer e danos ao fígado, aos rins eao sistema nervoso central.

O Brasil não possui legislação espe-cífica para controlar o uso dos VOCs emprodutos como tintas e vernizes, masuma empresa se destaca por volunta-riamente produzir tintas com baixo

teor ou sem essas substâncias tóxicas.A americana PPG, que tem uma fábricaem Sumaré, no interior de São Paulo,lançou em 2009 a tinta acrílica Zero,sem VOCs. A empresa pretende lançaroutras tintas, esmaltes e vernizes combaixíssimo ou nenhum teor de VOCsaté 2013 para atender aos critérios dacertificação americana Liderança emEnergia e Design Ambiental (Leed).“Poder usar uma tinta que preserva oplaneta, mas que atende às necessida-des técnicas e de beleza final, faz a di-

ferença na hora de o consumidor esco-lher o produto”, afirma Ivan Rigoletto,gerente de meio ambiente da PPG.

PERIGO NO CAMPO

Mais controverso é o tema dos agrotó-xicos. O Brasil é mundialmente conhe-cido pela facilidade com que substân-cias proibidas nos países desenvolvidossão fabricadas, importadas e aplicadasna agricultura e nas regiões urbanas.Desde 2008, a Anvisa, agência regula-

Novembro 2011 | GUIA EXAME • SUSTENTABILIDADE | 81

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empresas⁄Indústria química 

dora do setor de saúde, realiza umaampla reavaliação de 14 agroquímicosconsiderados perigosos ou cujo volumede venda os tornaram de alto risco paraa saúde de agricultores e comunidadesvizinhas às plantações. Esse éo caso dos herbicidas glifosatoe paraquate, vendidos, respecti-vamente, sob os nomes comerciasRoundup, da Monsanto, e Gramo-xone, da Syngenta. Dos 14 produtossob análise da Anvisa, oito foram bani-dos na União Europeia ou nos EstadosUnidos e quatro só podem ser usadosna lavoura americana por aplicadorescertificados. Em sua reavaliação, a An-visa já aprovou a retirada, do mercadonacional, de quatro produtos — os in-

seticidas triclorfom, cihexatina, meta-midofós e endossulfam. Uma das justi-ficativas da agência para proibir a pro-dução e a venda da cihexatina — quepode causar malformações cerebrais eósseas — no Brasil é que o inseticida jásaiu do mercado em países como Esta-dos Unidos, Canadá e Japão.

O paraquate, um dos quatro produtossob exame, é um dos mais controversos.Estima-se que suas vendas globais gi-rem em torno de 1 bilhão de dólares por

ano — o Brasil é um dos maiores mer-cados. Cerca de 60 países proíbem ourestringem o uso do produto, que podeprovocar lesões no pulmão. Apesar dasrestrições no exterior, a Syngenta afir-ma que o paraquate é seguro se os agri-cultores seguirem as normas de segu-rança, como o uso do equipamento deproteção individual. Segundo a empre-sa, sua formulação inclui três compo-nentes de segurança: um corante azulpara diferenciá-lo de outros líquidos,um agente de alerta com odor desagra-

dável e uma substância para induzir ovômito no caso de sua ingestão. “Às ve-zes, um defensivo é muito tóxico, maso aplicador não se expõe diretamentea ele caso utilize corretamente o equi-pamento de proteção”, afirma Guilher-me Guimarães, gerente de regulamen-tação federal da Andef, que representaas grandes fabricantes de agrotóxicos.O problema é que o Brasil, o maior con-sumidor de agrotóxicos do mundo,conta somente com cerca de 80 profis-

sionais para avaliar esses produtos nostrês ministérios que cuidam do tema

(Agricultura, Meio Ambiente e Saúde)— um décimo do contingente de técni-cos existente na Agência de ProteçãoAmbiental dos Estados Unidos na áreade avaliação de risco de agroquímicos.“Nossa equipe é muito reduzida, o quedificulta nosso trabalho de avaliaçãodos riscos”, diz Luiz Claudio Meirelles,gerente-geral de toxicologia da Anvisa.Enquanto essa situação não muda, opaís segue sendo um território livrepara o uso desse tipo de produto.

O número de técnicos no Brasil que trabalham 

na avaliação de riscos dos agrotóxicos é um décimo do utilizado nos Estados Unidos 

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empresas⁄Empreendedorismo 

Em todo o mundo, a busca 

por uma economia mais sustentável transformou-se numa das gran-des esperanças de retomada do crescimento. Novas tecnologias terãode ser criadas, métodos de produção terão de ser revistos e é possí-vel que a forma com que lidamos com os recursos naturais passe poruma mudança radical. De onde a inovação brotará? Difícil dizer. Seo exemplo da revolução tecnológica se repetir, muitas das novidadesvirão de empresas nascentes, geradas por empreendedores visioná-rios. É isso, além de outros fatores, que vem unindo pequenas com-panhias com apelo sustentável e grandes negócios, interessados emmelhorar seus próprios indicadores de desempenho nas áreas sociale ambiental. “O apoio de grandes companhias a empreendedorescom esse perfil, seja na forma de aporte de recursos, seja no incen-tivo a determinada tecnologia, tem sido um dos caminhos para tor-

nar esses novos negócios viáveis”, diz Marcelo Torres, coordenadordo programa New Ventures, uma iniciativa internacional da ONGWorld Resources Institute, que incentiva o empreendedorismo sus-tentável. Desde que foi criada, em 1999, a entidade ajudou 346 pe-quenos negócios verdes a ganhar escala em seis países — Brasil,México, Colômbia, China, Índia e Indonésia. “O mundo está mu-dando, e as oportunidades de negócio refletem isso. Hoje, entre osnegócios inovadores, a maioria traz benefícios sociais e ambientais.”Nas próximas páginas, você verá quatro histórias que misturam pe-quenas e grandes empresas e inovação em sustentabilidade.

pcivd

Com o empurrão dado por sócios capitalistas ou grandes clientes,empreendedores prosperam com pequenos 

negócios que nasceram com o gene da sustentabilidade    AndreA ViAlli

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 Ana Riva e Luiz  Fernando Laranja,

da Ouro Verde Amazônia: 

beneficiamentoda castanha-do-pará

sem abrir mãoda preservação

ambiental

   a   l   e   x   a   n   d   r   e   b   a   t   t   i   b   u   g   l   i

Criar um negóCio  naAmazônia que contribuísse para man-ter a floresta em pé era o sonho de LuizFernando Laranja, agrônomo e ex-pro-

fessor da USP. Em 2002, ele largou umapromissora carreira acadêmica em SãoPaulo para tentar transformar o sonhoem fato. Mudou com a mulher e sócia,Ana Riva, para o município de Alta Flo-resta, em Mato Grosso, e lá fundou aOuro Verde Amazônia. Seu modelo denegócios consistia em realizar parceriascom comunidades locais que fazem oextrativismo da castanha-do-pará, be-neficiar a matéria-prima e transformá-la em produtos com apelo gourmet,

como o azeite extravirgem de castanhae o creme e a farinha feitos com a polpada castanha. Como a extração da noz éfeita sem que a castanheira seja derru-bada, Laranja mantinha a floresta empé e ajudava a gerar renda para os tra-balhadores locais. Em 2009, a Ouro Ver-de atraiu como sócio-investidor o Gru-po Orsa, do setor de papel e celulose.Em troca de uma injeção de capital de1,5 milhão de reais, o Orsa recebeu umaparticipação no negócio. “A entrada deum grupo como o Orsa no negócio per-

mitiu o aumento da escala de produçãoe garantiu apoio estratégico e adminis-trativo”, afirma Laranja. Atualmente, aOuro Verde Amazônia trabalha com300 fornecedores e distribui seus pro-dutos para grandes redes do varejo, co-mo Walmart e Zaffari. Neste ano, seufaturamento deve atingir 4 milhões dereais. Segundo Laranja, em 2012, com olançamento de novos produtos, as ven-das devem quase dobrar.

Riquezana floresta

Especializada em produtos com apelo gourmet 

beneficiados da castanha colhida por comunidades 

amazônicas, a Ouro Verde atraiu o interesse e o capital 

do Grupo Orsa 

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empresas⁄Empreendedorismo 

A cAndeiA, árvore nativa da mataAtlântica, fornece um óleo essencial rico emalfa-bisabolol, um anti-inflamatório naturalcom potencial de uso na indústria farmacêu-tica e de cosméticos. A candeia é também umproblema ambiental: boa parte de sua extra-

ção ocorre de forma descontrolada, o quecoloca as empresas que usam seu óleo emposição vulnerável diante de um consumidorcada vez mais consciente. Em busca de umasolução ambientalmente correta, o biólogoEduardo Roxo e a ex-executiva de marketing Cristina Saiani criaram, em 2004, a Atina,empresa cujo foco é produzir o óleo de can-deia com certificação FSC, selo verde queatesta que a exploração de espécies florestaisé feita de modo sustentável.

O processo de transformação da árvore emóleo essencial exige o corte total da candeia.

O rendimento é baixíssimo: 1 tonelada demadeira resulta em apenas 10 quilos de óleoessencial, que contém 7% de alfa-bisabolol.“É por isso que a sustentabilidade no proces-so é muito importante”, diz Roxo. A Atinatem uma fábrica no município mineiro dePouso Alegre e três fazendas para a produçãode matéria-prima em Carrancas, também emMinas Gerais. Atualmente, seis empresasproduzem óleo essencial de candeia no Bra-sil, totalizando 100 toneladas por ano. Ape-

nas a Atina possui a certificação FSC e oselo Ecocert, de produto orgânico. O empe-nho da empresa em buscar um meio de pro-dução mais sustentável chamou a atenção daNatura, maior fabricante brasileira de cos-méticos, que passou a usar o óleo de candeia

em uma linha de cosméticos e produtos pós-barba. Sozinha, a Natura compra hoje 25%das 20 toneladas de óleo essencial que a Ati-na produz ao ano. “É também a única em-presa que paga um valor justo pelo produtocertificado”, diz Roxo.

Os negócios com a Natura não evitaramque a Atina passasse por períodos difíceis.A empresa fechou as portas de outubro de2009 a maio de 2010. Ressurgiu com a en-trada de um sócio no negócio, a JGP, empre-sa responsável pela gestão de impactos am-bientais de obras como a duplicação da ro-

dovia dos Imigrantes, em São Paulo. Paravoltar a crescer, a Atina tenta agora diversi-ficar os negócios. “Para não depender dacandeia, estamos investindo em outros ati-vos da biodiversidade brasileira, como obabaçu”, diz Roxo. Também vem abordandodiretamente fabricantes de cosméticos pre-mium, como Chanel, Clarins e Estée Lauder.“Ainda não encontramos um distribuidordisposto a pagar um preço mais alto peloativo com selo verde”, diz Roxo.

U clintqu fz difnç

A Atina produz um ingrediente natural para as indústrias 

 farmacêutica e de cosméticos.

Sua maior cliente é a Natura, responsável pela 

compra de 25% da produção 

   G   u   s   t   a   v   o    L

   o   u   r   e   n   ç   ã   o

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 Eduardo Roxo,sócio da Atina:

uma das principaisdificuldades é 

conseguir clientesdispostos a pagarmais por produtoscom certificação

ambiental

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No iNício da década de 80,o téc-nico papeleiro Daniel Lauzid, que trabalhou por váriosanos na indústria de papel e celulose, começou a desen-volver uma tecnologia para a reciclagem de papéis sili-conados, mais conhecidos como liners. Esses papéis sãoa base dos materiais autoadesivos, como os rótulos e as

etiquetas presentes em produtos como curativos. Em-bora esses papéis façam parte do cotidiano de muitosconsumidores, seus resíduos ainda são pouco reciclados.O processo desenvolvido por Lauzid permite que osliners sejam convertidos novamente em celulose, ma-téria-prima para a fabricação de papéis.

Em 2004, com a tecnologia de reciclagem do liner patenteada, Lauzid saiu em busca de um investidor.Conseguiu o apoio da Celulose Reciclada, empresa dereciclagem de papéis de Paulista, na região metropoli-tana de Recife. “A reciclagem de papéis siliconados éum trabalho que só nós fazemos no Brasil. É um pro-

cesso inovador e com grande potencial”, afirma AiltonAlves, diretor da Celulose Reciclada.A tecnologia atraiu o interesse da Johnson&Johnson,

uma das maiores empresas de produtos de cuidadospessoais do mundo, que viu nela uma saída para a des-tinação do liner de produtos como o Band-Aid. “AJohnson&Johnson foi a primeira a acreditar no projetoe a encaminhar os resíduos para a reciclagem”, diz Al-ves. Todos os meses, a empresa envia de 50 a 60 tone-ladas de liner para reciclagem.

Com capacidade para processar 1 500 toneladas deresíduos por mês, a Celulose Reciclada ainda opera comociosidade: o volume transformado é da ordem de 300

toneladas mensais. Mas outros grandes clientes, comoUnilever e Colgate-Palmolive, começam a chegar. “Nes-te ano, devemos crescer 40% em relação a 2010”, dizAlves. “A Johnson&Johnson, que já foi responsável pe-la compra de quase 100% de nossa matéria-prima, ho- je representa 20%.” Com a entrada em vigor da Políti-ca Nacional de Resíduos Sólidos, regulamentada em2010, Alves enxerga novas perspectivas para o cresci-mento de seus negócios. “Com a nova legislação, asempresas passarão a se preocupar mais com a destina-ção de seus resíduos”, diz ele.

O luco viodo lixo

A Celulose Reciclada inovou com 

uma nova tecnologia para aproveitar resíduos de papéis siliconados —e a americana Johnson&Johnson 

deu o apoio que faltava 

empresas⁄Empreendedorismo 

   L   e   o    C

   a   L   d   a   s

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 Daniel Lauzid e Ailton Alves ,

sócios da Celulose Reciclada:

um processo inédito para reaproveitar

resíduos de papéis daindústria de higiene

 pessoal

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A trAjetóriAdo empreen-dedor carioca Marcos Wettreich, de 47anos, confunde-se com a história docomércio eletrônico no Brasil. Wet-treich foi um dos fundadores do site

Booknet (que depois se transformariano Submarino.com) e criou o iBest,prêmio para os melhores da internetbrasileira. Vendeu as empresas, ficoumilionário e, em novembro de 2010,decidiu fundir tecnologia e sustenta-bilidade num novo negócio. Assimnascia o Greenvana Greenstore, o pri-meiro site de comércio eletrônico deprodutos sustentáveis do país. “Nossoobjetivo é atender o desejo cada vezmaior dos consumidores por produtos

ambientalmente corretos”, diz Wet-treich. No site, estão à venda mais de2 000 itens com atributos verdes — delâmpadas que economizam energia aeletroeletrônicos ecoeficientes. Osprodutos passam por uma avaliação deseu grau de compromisso ambiental esó então são oferecidos.

Em nove meses, o Greenvana se tor-nou uma das marcas brasileiras commaior número de fãs no Facebook —mais de 400 000 pessoas. O barulhochamou a atenção do banco Santander,

que, em junho deste ano, comprou umaparticipação minoritária na empresade Wettreich. A mais nova empreitadados sócios é o Greenforma, site de co-mércio eletrônico com foco em produ-tos e tecnologias para reforma e cons-trução sustentáveis, eficiência energé-tica e economia de água. A ideia é usara sinergia com o Santander para ofere-cer esses produtos com condições es-peciais de financiamento.

Cliquutntávi

O carioca Marcos Wettreich 

 foi um dos pioneiros da internet no Brasil. Sua nova empreitada, o comércio 

eletrônico verde, tem como sócio o banco Santander 

empresas⁄Empreendedorismo 

 Marcos Wettreich,do site Greenvana

Greenstore:mais de 2 000 produtoscom atributos verdes,

como eletroeletrônicosque consomemmenos energia

   m   a   r   c   e   l   o    c

   o   r   r   e   a

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negócios globais⁄Demografia 

Lidar com o crescimento da população do planeta —

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e com as inevitáveis tensões geopolíticas — será o grande desafio deste século   sérgio teixeira jr., d Nv Yk 

 Movimento de passageiros de

trens em Mumbai,na Índia:  uma

economia menosdependente do

carbono vai exigiruma cooperação

 global sem precedentes

   R   a   n   d   y   O   l   s   O   n   /   n   a   t   i   O   n   a   l   G   e   O   G   R   a   p   h   i   c   s   O   c   i   e   t   y   /   c   O   R   b   i   s

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O PRIMEIRO bilhão veio no começo do século 19. Osegundo levou bem menos tempo: cer-ca de 120 anos. Nos últimos 50 anos,

o crescimento da população da Terracomeçou a acelerar de vez. Os 3 bi-lhões de 1959 tornaram-se 4 bilhõesem 1974, 5 bilhões em 1987 e 6 bilhõesem 1998. Neste ano, a marca chegouaos 7 bilhões. Com o enriquecimentodas populações e a urbanização, o rit-mo vem diminuindo, mas ainda assimo planeta deve passar dos 10 bilhõesde ocupantes até o final deste século.Um cenário malthusiano de fome ge-neralizada e esgotamento dos recur-

sos naturais não parece razoável, em-bora haja quem ainda tome as ideiasdo inglês como um prenúncio. O de-safio de lidar com números dessasproporções já é considerado uma dasmaiores — se não a maior — questõesligadas à sustentabilidade.

O que teremos de fazer para que to-dos os habitantes do planeta possamlevar uma vida produtiva e próspera éa chave, diz Jeffrey Sachs, professor deeconomia da Universidade Columbia,em Nova York. São dois os pontos prin-

cipais, aponta Sachs. O primeiro é umamudança tecnológica que reduza o im-pacto ambiental de todas as atividadeshumanas. Isso significa tornar realida-de uma economia menos dependentedo carbono. Nas palavras do próprioSachs, “isso vai exigir uma cooperaçãoglobal sem precedentes”. Mas é o se-gundo ponto que é o mais controverso:estabilizar o crescimento populacio-nal. “A redução das taxas de natalidadedeveria ser incentivada nos países po-

Metade do planeta sobrevive com 2 dólares ou menos por dia. O cenário 

descrito há dois séculos por Malthus é uma ameaça que persiste 

negócios globais⁄Demografia 

   d   e   l   f   i   m    m

   a   r   t   i   n   s

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http://slidepdf.com/reader/full/guia-exame-sustentabilidade-2011 99/180Novembro 2011/GUIA EXAME • SUSTENTABILIDADE/99 

 Plantação de algodão no Cerrado mato- grossense:  menos da metade da produção mundial

de grãos é usada como alimento humano

bres. Uma rápida e voluntária reduçãona natalidade já foi e pode ser alcança-da nesses países”, escreveu Sachs numartigo recente. O cenário descrito porThomas Malthus há dois séculos, afir-ma Sachs, é uma ameaça que persiste,mas deve ser tomada como um aviso,não como algo inevitável.

Há inúmeros dados para levar essealerta a sério. Metade do planeta sobre-vive com 2 dólares ou menos por dia.Mais de 800 milhões de pessoas vivemem favelas. Um número semelhante nãofoi alfabetizado. Quase 1 bilhão de pes-soas não têm garantias de que poderãose alimentar ou sofrem de desnutrição.

As calorias dos grãos produzidos noplaneta seriam suficientes para alimen-tar de 9 bilhões a 11 bilhões de pessoas,mas menos da metade da produção foiusada como comida. Animais domésti-cos e usos industriais ficam com boaparte desse montante. Diante de núme-ros assim, fica difícil de acreditar que

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negócios globais⁄Demografia 

haja alguém otimista. Mas eles existem.“O mundo é capaz de prover de comida,abrigo e prosperidade todos os seus ha-bitantes”, diz Joel Cohen, do laboratóriode populações da Universidade Rocke-feller e da Universidade Columbia. Co-

hen aponta que o crescimento popula-cional médio é metade do que se regis-trava nos anos 60, assim como foi redu-zida a 50% a média de filhos por mulher,de cinco para 2,5, desde 1950. Entre1820, no início da Revolução Industrial,e 2008, a produção econômica per ca-pita aumentou 11 vezes, aponta Cohen.

Equacionar esses dois lados da ques-tão num concerto global será o grandedesafio. Como mostrou o exemplo dacúpula de Copenhague em 2009, cos-

turar os interesses de quase 200 paísesé uma tarefa quase impossível. Os paí-ses ricos, maiores responsáveis peloconsumo de energia, não querem imporo custo da transformação a seus cida-dãos, seja na forma de mais impostos,

seja em eventuais medidas que redu-zam o nível de conforto que americanose europeus vieram a aceitar como umdado da realidade. Igualmente, chine-ses e indianos não aceitam pisar nofreio do desenvolvimento econômico.

POLARIZAÇÃO

Não é apenas no consumo de energiaque as tensões geopolíticas tendem ase acentuar. O crescimento das popu-lações dos países pobres ou em desen-

volvimento, muitas delas com proble-mas crônicos de acesso a recursos es-senciais, pode intensificar a polarizaçãoentre os que têm e os que não têm.

Os custos, aponta Cohen, não são tãoaltos quanto possam parecer. Progra-

mas de planejamento familiar para pes-soas necessitadas custariam cerca de 6,7bilhões de dólares por ano — menos queos americanos gastam no feriado doHalloween. Prover educação primáriae secundária universal custaria entre 35bilhões e 70 bilhões de dólares anuais.Não é pouco, ainda mais considerandoa guinada em direção à austeridade queestá em curso nos países ricos. Mas éum preço pequeno para pagar diantedo desafio que se impõe.

Programas de planejamento familiar custariam cerca de 6,7 bilhões de dólares por ano. É menos do que os americanos gastam no feriado do Halloween 

Táxis congestionamrua de Nova York:  um dosdesafios é conciliar os interessesdos países ricos e dos pobres

   A   l   A   n

   S   c   h   e   i   n

   P   h   o   t   o   g   r   A   P   h   y

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A ra duradad á aturaA exploração de reservas subterrâneas de gás nos Estados Unidos segue firme — assim como a queda de braço com os ambientalistas   sérgio teixeira jr., d Nv Yk 

no relatório anual que delineia oscenários energéticos globais, divulgado em novembro, a Agência Internacionalde Energia (AIE) apontou algumas dúvidas importantes. A mais contundentedelas diz respeito ao futuro das usinas nucleares. Embora a AIE não tenha redu-zido suas previsões de crescimento para o uso dessa fonte energética nas próxi-mas décadas, ainda há muitas dúvidas sobre o comprometimento dos países quedominam a tecnologia em continuar investindo nessa opção. O motivo, é claro,foi o acidente ocorrido na usina Fukushima Daiichi, no Japão. Uma comissão daAIE estuda as consequências de uma eventual redução da participação dos rea-tores nucleares no mix mundial de energia. “Ao mesmo tempo que haveria um

impulso no uso de renováveis, essa de-saceleração aumentaria as preocupa-ções com a segurança energética e tor-naria mais caro e mais difícil o comba-te à mudança climática”, diz o relatório.Na sequência, vem uma das principaiscertezas da agência: o futuro do gásnatural é muito mais garantido. Na es-timativa da AIE, o mundo está entran-do na “era dourada do gás”.

negócios globAis⁄Combustíveis 

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http://slidepdf.com/reader/full/guia-exame-sustentabilidade-2011 103/180Novembro 2011/GUIA EXAME • SUSTENTABILIDADE/103 

 Extração de gásnatural na

 Pensilvânia: riqueza gigantesca

no subsolo dos Estados Unidos

Não faz muito tempo que o gás na-tural era considerado o primo pobredos combustíveis. Mas a demandacrescente de energia pelos grandesemergentes, as incertezas políticas nospaíses árabes e uma onda de inovaçãotecnológica têm causado um interesse jamais visto pelas reservas espalhadaspelo planeta. Mais que isso: a combi-nação de bons preços com novos mé-

todos de extração tem gerado umacorrida pela exploração do gás emáreas pouco convencionais e conside-radas pouco atraentes do ponto devista econômico. A mesma AgênciaInternacional de Energia estima queos investimentos em exploração de gásnatural vão chegar a 20 trilhões de dó-lares até 2035. Parte vai ser investidana exploração da camada do pré-sal,

na costa brasileira. Mas existem outrasreservas ainda maiores no subsolo dosEstados Unidos — e são esses poçosque têm causado uma das maiorescontrovérsias ambientais do país nosúltimos anos. “O potencial dessas re-servas não convencionais é desconcer-tante”, diz Andrew Leach, da Univer-sidade de Alberta, no Canadá. “Esta-mos falando de um volume que pode

   D   a   n   i   e   l   a   c   k   e   r   /   G   e   t   t   y

   i   m   a   G   e   s

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negócios globais⁄Combustíveis 

ser de dez a 12 vezes maior que todo opetróleo consumido na história.”

A conta também incluiu reservas deóleo, como as areias betuminosas ca-nadenses. Mas, com uma preocupaçãocada vez maior em garantir o acessoa fontes de energia, as reservas de gásespalhadas pelos Estados Unidos vêmsendo consideradas um elemento es-

sencial na política energética do país.Estima-se que, até 2020, metade dogás natural usado no país venha defontes subterrâneas. O problema éque a exploração está sob ataque deambientalistas. O método que vemsendo usado é conhecido como fratu-ra hidráulica, abreviado para fracking ,em inglês. Essencialmente, o processo

consiste em perfurações horizontaissob a terra e injeções de água e agen-tes químicos em altíssima pressãopara a liberação dos gases.

Pelo modelo que vem sendo adotado

até agora, as empresas arrendam asterras (que muitas vezes pertencem apequenos produtores rurais) em trocado direito de exploração. Apesar darenda extra, o custo para os proprietá-rios dos terrenos tem sido alto, segun-do os ambientalistas. As substânciasusadas para expelir os gases podemcriar contaminação de lençóis freáti-cos. O documentário Gasland , indicadoao Oscar neste ano, mostra cenas emque os moradores de propriedades on-

Até 2020, metade do gás natural nos Estados Unidos deve vir do subsolo.Mas o método para extrair esse 

gás está sob o ataque de ambientalistas 

   A   l   f   r   e   d   o    C

   A   l   i   z   /   p   A

   n   o   s

 Plataforma de petróleo no Rio de Janeiro:  parte dos

investimentos de 20 trilhões dedólares previstos até 2035 deve

ser destinada à camada do pré-sal na costa brasileira

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negócios globais⁄Combustíveis 

de há exploração de gás natural acen-dem um isqueiro junto à torneira, e aágua, literalmente, pega fogo. O filmetornou-se um dos pontos centrais dosmovimentos contrários ao uso do fra-cking . Mas Robert Bryce, jornalistaespecializado em energia e pesquisa-dor sênior do Manhattan Institute, dizque a verdade pode ser um pouco di-ferente. “O que o documentário não diz

é que existem inúmeros casos de con-taminação de água em todo o país quenão têm nada a ver com a exploraçãodo gás natural”, diz Bryce. Como osdefensores da tecnologia, ele apontaque as perfurações são feitas em pro-

fundidades muito maiores do que asque poderiam causar esse tipo de dano.

Mas os problemas da extração dogás não param aí. No Reino Unido, on-de a exploração ainda está nos estágiosiniciais, a Cuadrilla, empresa respon-sável por um projeto de perfuração,admitiu ser responsável por dois pe-quenos terremotos sentidos no país nocomeço do ano. O motivo dos tremoresseria a injeção de água no subsolo.Neste caso, existem soluções alterna-

tivas. Uma delas é a substituição douso de líquidos por gel de propano. Ogel tem o mesmo efeito da água — aju-dar a expelir o gás das formações ro-chosas profundas —, mas apresentauma diferença fundamental: o calor ea pressão fazem com que ele evaporee volte à superfície na forma de gás. Opropano pode ser então recapturado ereaproveitado. A solução já foi testada

no Canadá e nos Estados Unidos, masainda depende de testes em maior es-cala para que tenha sua viabilidadetécnica e econômica comprovada.

A queda de braço entre ambientalis-tas e a indústria do petróleo não dásinais de arrefecimento — afinal decontas, não se pode ignorar uma fontede energia barata e produzida em casa.O presidente americano, Barack Oba-

ma, nomeou uma comissão parlamen-tar para estudar o impacto da explora-ção no subsolo do país. O trabalho foiconcluído em agosto. Não houve reco-mendações específicas, apenas umalerta para a indústria: tomem cuida-do, ou a produção pode ser ameaçada.“O impacto ambiental tem de ser re-duzido”, disse o presidente da comis-são, John Deutch, professor do Mas-

sachusetts Institute of Technology.Mas a solução é muito mais complica-da do que uma declaração como essa.Com a economia patinando e uma ne-cessidade urgente de gerar empregos— e a possibilidade de tornar-se umdos maiores produtores de gás domundo —, os Estados Unidos vão terde encontrar um delicado equilíbriopara entrar de vez na era do gás.

Cena de Gasland , indicado ao Oscar: segundo o documentário, beber água virou um perigo em áreas de exploração de gás

Com a economia patinando, os Estados Unidos terão de buscar um delicado equilíbrio entre as demandas dos ambientalistas e as das indústrias 

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negócios⁄Meio ambiente 

A era da abundância de 

água parece estar com os dias contados e gera novas oportunidades de negócios 

— do reúso de recursos hídricos ao aproveitamento da água do mar  

 AndreA ViAlli

Líquda rta

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JÁ SE FALA EM CRISE MundIALde abastecimento de água há muitos anos. A população do planeta segue cres-cendo (o número atingiu os 7 bilhões no final de outubro). O enriquecimentodos países emergentes leva a mais consumo de produtos e serviços — e quasenada acontece sem que uma fonte de água esteja por perto. Peguemos o exem-plo de um prosaico par de calças jeans da marca Levis: ao longo de sua vidaútil, da plantação do algodão às repetidas lavagens, quase 3 500 litros de águaserão consumidos. São dados assim que fazem os especialistas especularemque, em poucas décadas, a água possa ser alçada à condição de uma commodi-ty como o petróleo, com preços regulados no mercado internacional. Esse diaainda pode estar distante, mas a ideia de dar um preço à água começa a se so-fisticar muito além da conta mensal que todos conhecemos.

No Brasil, esse novo cenário começou a ganhar corpo com a cobrança pelo usodos recursos hídricos. A taxa foi instituída em 2001, inicialmente na bacia do rioParaíba do Sul, que abrange os estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Trata-se deuma nova modalidade de cobrança. O preço reflete o que os grandes consumi-dores de água — como os produtores rurais, as indústrias e as companhias desaneamento — pagam para captar e descartar a água nos rios. Hoje, essa taxa écobrada em 20 bacias hidrográficas em todo o país, atingindo indiretamente obolso de mais de 40 milhões de pessoas. Em 2010, a cobrança pelo uso da águagerou uma arrecadação de 106 milhõesde reais, recursos que devem ser apli-cados na despoluição e na melhoria dascondições das bacias hidrográficas.

De acordo com os princípios que

orientaram a instituição da taxa, quan-to mais poluída é a água devolvida aosrios, maior é o valor cobrado, o quetem levado os grandes consumidoresa investir cada vez mais no tratamen-to, no reúso e na gestão da água — umnegócio globalmente em expansão. Nofinal da década de 90, a Sabesp, com-panhia de água e saneamento contro-lada pelo governo de São Paulo, pas-sou a vender a água tratada de suasestações de tratamento de esgoto, as

ETEs, fornecendo 20 000 metros cú-bicos mensais a uma fabricante dematerial de costura. Na época, o seg-mento era quase irrelevante. Hoje, aSabesp tem 53 clientes, entre empre-

sas e prefeituras, que consomem 1,6bilhão de litros de água de reúso porano em atividades como limpeza, ir-rigação de áreas verdes, descargassanitárias e processos industriais.

O negócio deve crescer de forma sig-nificativa em 2012, quando entra emoperação o projeto Aquapolo, uma as-sociação entre a Sabesp e a Foz do Bra-sil, empresa de tecnologia ambientaldo grupo Odebrecht. Com investimen-tos de 364 milhões de reais, o projeto

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negócios⁄Meio ambiente 

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fornecerá água de reúso às indústriasdo polo petroquímico de Capuava, emMauá, na região metropolitana de SãoPaulo. O empreendimento prevê aconstrução de uma adutora de 17 qui-lômetros para levar a água de reúsoda estação de tratamento, localizadana divisa entre os municípios de SãoPaulo e São Caetano do Sul, até o po-lo em Mauá. No total, o Aquapolo de-ve produzir 1 000 litros de água dereúso por segundo, dos quais 65% jáestão contratados por empresas pe-troquímicas. “Será um salto sem pre-cedentes nessa área, e esperamos fa-zer o mesmo com outras indústriasna região metropolitana”, diz DilmaPena, presidente da Sabesp.

A água é também uma nova frontei-ra de negócios para a Haztec, empre-sa carioca que atua nas áreas de en-genharia ambiental, resíduos sólidos,gestão de água e efluentes. Seus pri-meiros projetos de reúso começaramhá 20 anos, para empresas de papel ecelulose que buscavam economizarágua em seus processos industriais, eganharam força com a cobrança dataxa de uso da água e com o maiorrigor das leis ambientais. Hoje, o mer-

cado de águas e efluentes representaum terço do faturamento de 1 bilhãode reais da Haztec e vem crescendo ataxas entre 15% e 20% ao ano. A em-presa também está envolvida emgrandes projetos de despoluição, co-mo o do Canal do Fundão, no Rio deJaneiro. “Há vários fatores impulsio-nando esse mercado, como os inves-timentos para a Copa do Mundo de2014 e os Jogos Olímpicos de 2016,além do crescimento industrial nossetores de papel e celulose, petróleo

e gás e mineração”, diz Reinaldo Ma-cedo, executivo da Haztec.

Um negócio qUe caiU do céU

As grandes indústrias e o agronegóciosão os maiores consumidores de águado planeta — e é nesses setores que odesenvolvimento da tecnologia parao uso mais inteligente do recurso devese concentrar. Mas o apelo ambiental-mente correto também tem impulsio-nado a adoção de inovações em seto-   A

   l   e   x   A   n   d   r   e

   B   A   t   t   i   B   u   g   l   i

 Linha de produção daempresa paulista Aquamare:

nanotecnologia para produzirágua do mar dessalinizada

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negócios⁄Meio ambiente 

res como o de construção civil. “Asconstrutoras perceberam que há com-pradores dispostos a pagar mais pelasustentabilidade do empreendimen-

to”, diz Allan Sarev, diretor da Ac-quasys, de São Paulo. Anos atrás, apósfazer parcerias nos Estados Unidos ena Europa, a empresa trouxe para oBrasil um sistema de captação e reu-tilização de água da chuva em condo-mínios residenciais e comerciais. Aágua da chuva é armazenada em cai-xas-d’água e passa por um equipa-mento chamado hidrociclone, quesepara o líquido dos resíduos sólidos,como folhas e outros detritos. Depois,

dependendo do tipo de uso que serádado à água, é feita a desinfecção comprodutos químicos. O crescimento donúmero de empreendimentos imobi-liários que buscam selos ambientais,como a certificação americana Leed,é um dos fatores que têm impulsiona-do o crescimento anual de 20% nofaturamento da Acquasys.

Países com graves problemas defalta de água, como Israel e Chipre, játratam grandes volumes de água domar para que ela se torne potável.Analistas preveem que a falta de águapotável será uma das grandes fragili-dades da China num futuro próximo.Diante desse cenário de crescente es-cassez, a água do mar dessalinizada

passa a ser uma alternativa. Em Ber-tioga, no litoral norte de São Paulo, aAquamare desenvolveu um equipa-mento que utiliza nanotecnologiapara tratar a água salgada.

Após a purificação, a água mantém63 tipos de mineral, número superiorao das águas minerais vendidas nomercado brasileiro. A tecnologia é100% brasileira, mas a Aquamare co-meçou a vender suas garrafas de águadessalinizada com a marca H2Ocean

para os Estados Unidos em 2008. Nomercado interno, esbarrou na falta deregulamentação da Anvisa sobre o te-ma. “Não podíamos vender no Brasilporque ainda não existe no país umaclassificação para água do mar tratadapara beber”, diz Rolando Viviani Ju-nior, diretor da Aquamare. A saída pa-ra contornar a falta de legislação foifazer uma adaptação. De posse de lau-dos atestando a qualidade da água, aAquamare buscou alternativas — comoa adição de bicarbonato de sódio — pa-

ra atender às normas brasileiras.À venda em grandes redes varejistas

do país desde março deste ano com amarca Aqua+, a Aquamare está inves-tindo agora em marketing para se tor-nar conhecida do consumidor brasilei-ro. A empresa também optou por posi-cionar sua água no nicho de produtossaudáveis, em razão da alta concentra-ção de sais minerais. Como se vê, quan-to mais escassa se torna a água, maioressão as oportunidades de inovação.

torneira  aberta 

 A maior parte da águano Brasil é consumida

no campo. Veja asatividades que maisutilizam esse recurso(em %)

*Inclui o consumo doméstico Fonte: Agência Nacional de Águas

69 Irrigação 

12 Pecuária 10Uso urbano* 7 Indústrias 2 Uso rural em geral 

 Estação de tratamento de esgotodo ribeirão Anhumas, em

Campinas: investimentos nadespoluição do rio para melhorar o

abastecimento de água

   M   A   R   C   E   L   A

   B   E   L   T   R   Ã   O

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ARTIGO⁄Ideias 

   J   a   r   b   a   s   O   l   i   v   e   i   r   a   /   F   O   l   h   a   p   r   e   s   s

Zona rural de Gilbués, no Piauí: o município sofre um rápido

 processo de desertificação, um dos possíveisefeitos das mudanças climáticas

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A nova governança 

global Com o poder do Estado diluído pela globalização, a agenda do crescimento sustentável depende cada vez 

mais da atuação de outros níveis de influência, como as empresas transnacionais, as organizações não governamentais e os blocos regionais 

de países, e de ações e coalizões que promovam um ciclo virtuoso de sustentabilidade   Eduardo FElipE Matias

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ARTIGO⁄Ideias 

Em 2012,a cidadEdoRio dE JanEiRo vai sEdiaR a confERência das na-

çõEs Unidas sobRE dEsEnvolvi-mEnto sUstEntávEl, a Rio+20.Para que oencontro traga resultados positivos, alguns problemas precisam ser superados. O primeiro delesé que o malabarismo diplomático necessário para chegar a um consenso em negociações multi-laterais envolvendo quase 200 governos nacionais — nas quais a discordância de um único paíspode impedir o acordo — costuma resultar em textos vagos e pouco efetivos. Logo, para os queacreditam que a Rio+20 deveria gerar um tratado que estabeleça obrigações a todos os países,impondo mecanismos de fiscalização de seu cumprimento e sanções para os que o desrespeita-rem, as notícias não são boas. Esse tipo de acordo provavelmente não virá durante a conferência.E, se viesse, dificilmente seria ratificado por todos os países.

O segundo problema é a definição dos objetivos do encontro. Muito se tem falado sobre me-

tas de redução de emissões, mas pouco sobre como alcançá-las. Na formação do preço dosprodutos e dos serviços, o livre mercado não considera os custos sociais e ambientais das emis-sões de CO2 e outros gases de efeito estufa na atmosfera. Se considerasse, forneceria aos pro-dutores e consumidores sinais claros que os induziriam a optar por produtos baseados emtecnologias de baixo carbono. Sem esses sinais, o que se tem é um círculo vicioso de produçãoe consumo insustentáveis. Reverter esse quadro é uma condição essencial para o desenvolvi-mento de uma “economia verde”, como a Rio+20 pretende discutir.

A atribuição de um preço ao carbono podeocorrer de diversas maneiras, tanto por meiode mecanismos de comércio de licenças deemissões quanto pela criação de impostos. Es-sas medidas não agradam a alguns países po-

luidores, o que dificulta sua aplicação univer-sal. Por outro lado, governos que as adotemindividualmente correm o risco de ser acusa-dos de prejudicar a competitividade nacional.Como resolver esse impasse?

A resposta está relacionada à estrutura insti-tucional para promover o desenvolvimento sus-tentável, um dos focos da Rio+20. A globalizaçãodiluiu o poder entre diversos atores que rivali-zam e interagem com os Estados, compondo ocomplexo sistema chamado de “governançaglobal”. Nele, importam os governos nacionais,mas têm papel relevante também as empresas

transnacionais, as organizações não governa-mentais, os municípios, os blocos regionais evários outros diferentes níveis de autoridade comcapacidade de emitir regras que são seguidas porseus membros, muitas vezes voluntariamente.

Coalizões pela sustentabilidade

Para levar adiante um plano de precificação docarbono — ou outra medida que leve a um cortemais significativo de emissões —, é possível quetenhamos de nos valer de outros níveis globaisde autoridade, como é o caso de arranjos abran-

gendo um grupo reduzido de países, a exemplodo G20, ou os acordos de integração regional. Éinevitável que, para não perder competitividade,esse grupo adote algum tipo de ajuste tarifáriopara as importações dos demais países. Interna-

mente, isso garantiria o apoio dos que temem quea política de redução de emissões afete sua rendae seu emprego. E, no plano internacional, essainiciativa teria o potencial de provocar um efeitodominó: empresas de países fora desse acordopoderiam perder mercado, passando a pressionarseus governos a aderir às metas de redução deemissões, o que provocaria o ingresso de novospaíses no acordo ou a criação de acordos seme-lhantes. Uma vez que esse potencial estaria dire-tamente relacionado à magnitude desses ajustestarifários, algum tipo de acerto teria de ser feitoenvolvendo a Organização Mundial do Comércio,

a quem cabe julgar se essas barreiras não causamum protecionismo indevido.

Essa ideia se aplica também às empresas. Asque estão na vanguarda do movimento pela sus-tentabilidade devem se unir e pressionar os go-vernos para que lhes assegurem condições paraavançar rumo a modelos de negócios mais sus-tentáveis, sem perder sua capacidade de com-petir. Governos comprometidos com o desen-volvimento sustentável, por sua vez, devemoferecer vantagens a negócios com base em tec-nologias de baixo carbono, estimulando um    P

   e   t   e   r   e   s   s   i   c   k   /   A   u   r   o   r   A

   P   h   o   t   o   s   /   o   t   h   e   r   i   m   A   g   e   s

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Usina a carvão nos Estados Unidos: muito se tem falado sobre metas de redução

das emissões de gases de efeito estufa, mas poucosobre como alcançar essas metas

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ARTIGO⁄Ideias 

número cada vez maior de empresas a se movernessa direção e permitindo que a balança come-ce a pender para o lado de políticas mais agres-sivas de redução de emissões.

Esses são apenas alguns exemplos de ações

que criariam um ciclo virtuoso do desenvolvi-mento sustentável, para o qual a Rio+20 poderiacontribuir. Aí surge o terceiro problema a serenfrentado na conferência: a definição de umfoco. Este não deveria se concentrar na açãodireta dos governos nacionais, mas na induçãoe na regulação dos comportamentos dos outrosintegrantes da sociedade global por meio de in-centivos e controles adequados.

Claro que essas ações podem levar tempo parasurtir efeito, razão pela qual o foco das discus-sões deve ir além. Evitar as mudanças climáticas

exige transformações profundas e rápidas namatriz energética, nos transportes e nos hábitosmundiais, um “tudo ao mesmo tempo agora” im-provável que nos leva a refletir sobre o que fazercaso a redução das emissões não ocorra em tempo

suficiente. Há três ações possíveis e complemen-tares: inovação, geoengenharia e adaptação.

O caminhO da inOvaçãO

A substituição do petróleo e do carvão por fon-tes de energia renováveis é complicada e cara.Seu sucesso depende, em grande parte, de ino-vações que aperfeiçoem e barateiem as tecno-logias existentes, e talvez só seja possível com ainvenção de novas tecnologias, radicalmentediferentes das utilizadas hoje. Por esse motivo,os governos devem investir pesado em pesquisa

 Aurora boreal vista do norteda Noruega: refletir a luz solarde volta para oespaço é uma dasações emergenciaisestudadas contra oaquecimento global

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http://slidepdf.com/reader/full/guia-exame-sustentabilidade-2011 121/180Novembro 2011 | GUIA EXAME • SUSTENTABILIDADE |  121

e desenvolvimento, agindo de forma coordena-da e envolvendo as empresas nesse esforço.

Tecnologias mais em conta facilitam a vida dosgovernos que desejam aprovar cortes de emis-sões, ao tornarem essas medidas mais palatáveis.É preciso considerar, no entanto, a possibilidadede que as inovações tecnológicas não surjam navelocidade adequada — novas tecnologias levamtempo para ser completamente implementadas.Por isso, não podemos descartar o recurso da

geoengenharia, nome que se dá a intervençõesem larga escala para tentar esfriar o clima ter-restre — o que inclui ações para refletir a luzsolar de volta ao espaço ou capturar e armazenarcarbono, entre outras ideias que parecem tersaído da ficção científica. Caso tenhamos de uti-lizar a geoengenharia como último recurso, émelhor que suas alternativas mirabolantes se- jam objeto de uma discussão internacional séria,pois demandam pesquisas e testes, além decoordenação em sua eventual aplicação.

Por fim, como não podemos estar certos deque a geoengenharia funcionará, devemos des-de já organizar a adaptação às mudanças climá-ticas, evitando o colapso de algumas sociedadese os conflitos decorrentes. Esse, pelo menos, éum tema ao qual as negociações internacionaispassaram a dar atenção, aprovando programasde ajuda aos países mais vulneráveis. Não se sa-

be, entretanto, se esse auxílio sairá do papel emtempos de crise financeira mundial.Por isso, a discussão de fundo extrapola a

questão do clima. Ela abrange toda a nossa eco-nomia — e a nossa vida. A crise ambiental e acrise financeira são faces da mesma moeda. Osmesmos incentivos e motivações equivocadosque levaram a uma nos conduziram à outra. Am-bas resultam de vivermos acima de nossas pos-sibilidades, quer econômicas — causando défi-cits fiscais de difícil correção —, quer ambientais— levando-nos a uma situação em que a deman-

da por recursos naturais supera a capacidade deregeneração do planeta.Há quem considere que esses dois déficits

podem ser empurrados para as gerações futuras.No entanto, tanto a crise ambiental quanto a

financeira mostram que a geração hoje no poderirá sofrer de imediato as consequências dos exa-geros cometidos. Não se trata mais de trocar obem-estar futuro pelo bem-estar presente. Nos-sos erros estão nos causando mal-estar aqui eagora. A sustentabilidade, antes vista como uto-pia, transformou-se em necessidade. Ainda hátempo de reverter esse quadro, criando o ciclovirtuoso que poderá evitar o declínio de nossacivilização. Mas precisamos nos apressar.

EDUArDo

FELIpE MATIAS

 É advogado, doutorem direito internacional

 pela USP, com pós-doutorado pela Iese Business School,na Espanha, autordo livro A Humanidade

e Suas Fronteiras:do Estado Soberanoà Sociedade Globaltwitter  @EduFelipeMatias

As crises ambiental e financeira são duas faces da mesma moeda. Os mesmos incentivos equivocados que levaram a uma nos conduziram à outra 

   M   A   R   T   I   A   L   T   R   E   Z   Z   I   N   I   /   K   E   y   s   T   o   N   E   /   C   o   R   b   I   s

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Empresas-modelo Unilever   Empresa Sustentável do Ano 

• Alcoa • Anglo American • Aperam • Braskem • Bunge • Dow • EDP • Elektro • Embraco 

• Fibria • Fleury • Itaú Unibanco • Kimberly-Clark • Masisa • Mexichem (Amanco) • Natura • Philips 

Promon •

Suzano •

Sabin /PME 

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pesquisa⁄Critérios 

seja pela pressão domercado, seja pelo desejo de adotar uma atitude proativa,um número cada vez maior de empresas está assumindo ocompromisso de fazer negócios de forma sustentável. Umaevidência disso é o aumento do número de participantes doGuia EXAME de Sustentabilidade 2011. No total, 224 empre-sas se inscreveram na edição deste ano, 10% mais do que noano anterior. Outro dado relevante, que mostra a crescente

importância do tema na estratégia de negócios, é que 60empresas participaram do processo pela primeira vez. Todasas companhias inscritas responderam a um questionáriopara detalhar suas práticas nas dimensões geral, social, eco-nômica e ambiental. As 158 empresas que responderam atodas as questões tiveram seu desempenho avaliado, rece-bendo uma pontuação em cada dimensão. Chegou-se, então,a uma lista de 39 empresas com os melhores desempenhos.

Como foi o processo de definição das empresas-modelo em 

sustentabilidade entre as 224 companhias inscritas 

A escolha das melhores 

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pesquisa⁄Critérios Essa lista foi submetida a um conselho deliberativo inde-pendente, a quem coube escolher as 20 empresas-modelo,com base na análise da consistência das informações.

Para estimular as práticas sustentáveis entre pequenos emédios negócios, foi escolhida neste ano uma empresa-modelo entre aquelas com faturamento anual de até 150milhões de reais — o Laboratório Sabin, de Brasília. Por fim,com base no julgamento editorial de EXAME, foi escolhida

a Empresa Sustentável do Ano: a Unilever. A multinacionalanglo-holandesa tem a meta de dobrar seu faturamento nomundo até o final da década, sem elevar o impacto ambien-tal de suas atividades. Fabricante de mais de 700 produtosno país, a Unilever está presente em 100% das casas brasi-leiras e tem um capital formidável: com negócios em 182países, é capaz de influenciar os hábitos sustentáveis de 2 bi-lhões de pessoas — 28% da população mundial.

Primeira etaPa  Preenchimentodo questionário As empresas preencheram umquestionário disponível no Portal

 EXAME (www.exame.com.br),dividido em quatro partes de mesmo peso. O questionário foi elaborado peloCentro de Estudos em Sustentabilidade(GVces), da Fundação GetulioVargas de São Paulo, e segue abaixo.

Dimensão geralO que é  23 questões sobre oscompromissos, a maneira como

a empresa trata o tema da sustentabilidadeinternamente, a transparência e a

 governança corporativa (estas últimaselaboradas com o apoio do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa).

DimensãoeconômicaO que é  16 questões sobre

a estratégia, a gestão e o desempenhoda empresa.

Dimensão socialO que é  39 questõessobre os compromissos

e a responsabilidade perante todosos públicos que se relacionamcom a empresa (stakeholders) — funcionários, fornecedores, clientes,consumidores, comunidade, governoe organizações da sociedade civil.

Dimensão ambientalO que é 48 questõessobre a política, a gestão

e o desempenho ambiental — inclusiveiniciativas da empresa em relação

à biodiversidade, às mudançasclimáticas, à conservação e ao usosustentável de recursos naturais etc.

  No total, 224 empresas se

inscreveram. Destas, passaram paraa etapa seguinte somente as 158que responderam a todas as perguntasdo questionário. 

 SeGUNDa etaPa  Análise do desempenho Foi calculado o desempenho dasempresas em cada dimensão. Passaram para a etapa seguinte as companhiasque obtiveram os melhores desempenhosconsolidados em todas as dimensões.

 Com base nessa seleção, chegou-sea uma lista de 39 empresas — submetidasa uma checagem jornalística dasinformações preenchidas no questionário.

terceira etaPa Aprovação do conselho A lista de 39 empresas foi apresentadaao conselho deliberativo. Considerandoas pontuações e a checagem, o conselhodefiniu a lista de 20 empresas-modelo. Adicionalmente, foi escolhida uma

empresa-modelo na categoria de pequenase médias empresas (com faturamentoanual de até 150 milhões de reais).

QUarta etaPa  Escolha da EmpresaSustentável do Ano

Com base nas 21 empresas-modeloe seguindo um critério jornalístico,a redação de EXAME selecionoua empresa de maior destaque, que recebeo prêmio de Empresa Sustentável do Ano.

PeSo 

25

PeSo 

25

PeSo 

25

PeSo 

25

o Perfil DoScoNSelheiroS Quem são os integrantesdo conselho deliberativo

desta edição doGuia

EXAME de Sustentabilidade

Cristina Montenegro 

Consultora em temas

ambientais e de sustentabilidade

Graziella MariaComini Coordenadora do Centro

de Empreendedorismo Social

e Administração em Terceiro

Setor da FIA

Helio Mattar 

Fundador e diretor-presidente

do Instituto Akatu, ONG que

incentiva o consumo consciente

Heloisa Bedicks 

Diretora executiva do Instituto

Brasileiro de Governança

Corporativa (IBGC)

Marcelo Sodré Professor de direito

do consumidor e direito

ambiental da PUC

de São Paulo

Pedro Mader Meloni Principal conselheiro para

a América Latina e o Caribe

do International Finance

Corporation (IFC), ramo do

setor privado do Banco Mundial

 a Seleção PaSSo a PaSSo

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O argentino Fernando Fernandez,

 presidente daUnilever no Brasil 

“Um produtosustentável não pode

custar mais caro” 

empresa sustentáveldo ano

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você sabe o que é umalâmpada de led?” 

Esta pergunta, sugerindo o uso desse produto para eco-nomizar energia elétrica, está numa mensagem publicadana versão brasileira do Facebook da anglo-holandesa Uni-lever. Lá também é possível encontrar milhares de outrasdicas ligadas à sustentabilidade e à qualidade de vida: con-sumir ricota para combater o colesterol “ruim”, trocar ocarro pela bicicleta ou pelo transporte coletivo, usar saco-

las biodegradáveis de amido de milho para substituir a sa-colinha de plástico do supermercado. Diferentemente deoutras páginas corporativas na rede social, há poucas refe-rências aos mais de 700 produtos de 26 marcas que a Uni-lever fabrica no Brasil. A empresa não produz lâmpadas,ricota nem sacolas de amido de milho, muito menos bici-cletas e ônibus. A sugestão de uso desses e outros produtosalheios a seus negócios faz parte do Plano Global de Sus-tentabilidade da Unilever. Lançado em 2010, ele tem comometa dobrar o tamanho da empresa no mundo até 2020sem elevar o impacto ambiental. Maior empresa de bens

A escala  faz a diferença 

Ao considerar a sustentabilidade como parte de seu negócio, a Unilever passou a influenciar 

2 bilhões de pessoas em 182 países a comprar, usar e descartar 

 produtos de forma mais racional  alexa salomão

   g   e   r   m   a   n   o    l

   ü   d   e   r   s

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de consumo do mundo, com um faturamento global de 44bilhões de euros, a Unilever está presente em praticamente100% dos lares brasileiros com marcas como Omo, Comfort,Lux, Kibon, Knorr e Maizena. Apesar da magnitude dosnegócios, a tarefa de produzir mais com o mesmo — ou commenos —, na avaliação da Unilever, não depende apenas daadoção de novos processos de produção e de distribuição.É preciso desenvolver produtos inovadores, que economi-zem matérias-primas. E, acima de tudo, é fundamental con-vencer os consumidores a mudar seus hábitos. “Nos últimos

15 anos, fizemos um trabalho interno, reduzindo o consumode energia, água e insumos”, diz o argentino Fernando Fer-nandez, presidente da Unilever no Brasil. “Agora, queremosincentivar o consumo responsável em nossa cadeia globalde fornecedores, clientes e consumidores.”

Na frente do consumidor, o Facebook, por sua influência,tornou-se uma das principais ferramentas da Unileverpara estimular as pessoas a adotar uma nova relação como consumo. O grande poder de fogo da companhia, no en-tanto, é a cadeia global à qual Fernandez se refere. A Uni-

empresa sustentável do ano⁄Unilever 

 Linha de produçãodo Comfort concentrado:o uso de novas tecnologiasdiminuiu em quase80% o consumo de águana fabricação

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   i   l   u   s   t   r   a   ç   ã   o    a

   l   e   x   a

   c   a   s   t   e   l   b   l   a   n   c   o

Para fazer mais com menosComo os recursos naturais são limitados, a Unilever tem a metade crescer sem aumentar o consumo de matérias-primas. Um exemploé o Comfort concentrado, que desde 2008 vem substituindo o Comfort líquido tradicional. Veja os ganhos obtidos com a mudança

O líquido custa emmédia 7 reais, enquantoo concentrado saipor cerca de 5 reais

% no preçoou mais-20 

Por ocupar

menos espaço,a nova embalagempermite umaeconomia anualde 52 milhões decaixas de papelão

% depapelão-52 

A nova fórmulapermite umaeconomiade 50 milhõesde litros deágua por ano,o suficiente paraencher 31 piscinas

olímpicas

% de

água-78  O uso de uma

embalagem menorreduz o consumode 990 toneladasde plástico por ano

% de

plástico-58 

3 500 caminhões deixam de circularpor ano, evitando a emissão de186 000 toneladas de gás carbônico

% de emissão degases de feito estufa-67 

A embalagem do produtoconcentrado permiteaproveitar melhor a área

% de espaçonas prateleiras-60 

% de áreade estoques-67 

Economia mensal de 900 litrosde água na lavagem, volumesuficiente para suprir o consumode uma família de quatro pessoaspor um mês e meio

Na casa do consumidor

103 pontos decoleta de material

reciclável foraminstalados em

supermercados

Reciclagem

No supermercado

No transporte

Na linha de produção

Fonte: Unilever

Uma a cada três  famílias no 

mundo, espalhadas  por 182 países,

usa produtos da Unilever 

   m   a   r   c   e   l   a

   b   e   l   t   r   a   o

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lever entra na casa de 2 bilhões de pessoas em 182 países.Uma em três famílias em algum lugar do planeta usa suasmarcas. No Brasil, a cada segundo são vendidos 200 pro-dutos da empresa. Se tiver êxito em sua meta de inovar emseus processos de produção e de persuadir os consumido-res a preferir produtos ambientalmente corretos, a Unile-ver pode criar algo inimaginável há bem pouco tempo: aeconomia de matérias-primas em escala global a partir damassificação do consumo consciente. “Por ser uma empre-sa internacional de produtos de consumo, a Unilever con-segue influenciar na compra, no uso e no descarte dos pro-dutos”, diz Helio Mattar, presidente do Instituto Akatupelo Consumo Consciente. É justamente o enorme poten-cial de fazer a diferença, graças à escala e à proximidadeque mantém com milhões de consumidores, que fez comque a Unilever fosse apontada como Empresa Sustentáveldo Ano pelo Guia EXAME de Sustentabilidade 2011.

esforço concentradoA decisão da Unilever de incorporar a sustentabilidade à suaestratégia de negócios levou em consideração as projeçõesde crescimento da demanda global. Atualmente, os 7 bilhõesde habitantes do planeta consomem 60 bilhões de toneladasde matérias-primas básicas por ano — entre produtos agrí-colas, minerais, combustíveis fósseis e material de constru-ção. Mas a distribuição é desigual. Um canadense, por exem-plo, consome cerca de 25 toneladas por ano, enquanto umindiano consome 4. Com a acelerada urbanização e o au-mento da renda em países emergentes, essa diferença co-meça a se estreitar. Já se sabe, porém, que o planeta não tem

condições de dar ao 1 bilhão de indianos ou aos muitos mi-lhões de emergentes chineses o mesmo padrão de consumodos 33 milhões de canadenses na forma como ele é pratica-

do hoje. “O desafio dos próximos anos será criar meios maiseficientes de utilizar as matérias-primas, ampliar a recicla-gem de materiais, combater o desperdício e estabelecer for-mas mais racionais de consumo”, diz o economista RicardoAbramovay, coordenador do Núcleo de Economia Socioam-biental da Universidade de São Paulo.

No Brasil, segundo mercado da Unilever no mundo, de-pois dos Estados Unidos, o trabalho da empresa para pro-mover o consumo consciente começou em 2001, quando foifirmada uma parceria com o Pão de Açúcar para criar pon-tos de coleta de materiais recicláveis nos supermercados da

empresa sustentável do ano⁄Unilever 

Cooperativa decatadores em São Paulo:a Unilever ajudou a criare a manter 103 centros

de reciclagem em 24 cidades de oito estados

O Facebook tornou-se uma  ferramenta para incentivar as 

 pessoas a adotar uma nova relação com o consumo 

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   F   a   b   i   a   n   o    a

   c   c   o   r   s   i

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empresa sustentável do ano⁄Unilever Segundo Fernandez, a adesão dos consumidores aos

novos produtos tem surpreendido a Unilever. Em trêsanos, a versão concentrada passou a responder por 20%das vendas do amaciante Comfort. Em apenas um ano, olava-roupas líquido já representa 10% das vendas de Omo.“O consumidor brasileiro é sensível aos temas ambien-tais”, afirma Juliana Nunes, diretora de assuntos corpo-rativos da Unilever. “Ele leva o produto para casa e testaporque tem vontade de dar sua contribuição. Ao constatara qualidade, passa a usar a nova versão.” Essa mudança dehábito, no entanto, depende do empenho da empresa pa-ra que os produtos ambientalmente corretos sejam aces-síveis — uma das maneiras de fazer com que o tema dasustentabilidade seja encampado pelo maior número depessoas e perca seu viés de assunto caro ao topo da pirâ-mide social. O preço sugerido do Comfort concentrado aovarejo, por exemplo, é 20% menor do que o da versão tra-dicional. “Os consumidores não estão preparados para

pagar mais caro só porque o produto é sustentável”, dizFernandez. “Eles devem ter o mesmo preço ou ser até maisbaratos que os produtos convencionais.” Espera-se que,também nesse ponto, a opção da gigante Unilever se torneum padrão para o mercado de consumo.

rede varejista. Inaugurava-se, assim, o conceito de “respon-sabilidade compartilhada”, que une a indústria, o varejo, acomunidade e o poder público para gerenciar o descarte ea reutilização de resíduos. Hoje, a parceria mantém 103estações de reciclagem em 24 cidades de oito estados, doan-do a cooperativas de catadores o material entregue pelosconsumidores. Mas os grandes impactos só são atingidospor corporações do tamanho da Unilever se seus produtosse transformarem. Recentemente, a Unilever lançou versõesambientalmente mais amigáveis de dois de seus produtosmais populares: o sabão em pó Omo e o amaciante Comfort.Ambos passaram a ter a versão concentrada. No caso doComfort, lançado em maio de 2008, houve uma redução dequase 80% no consumo de água na linha de produção ( vejaquadro na pág. 133 ). No Omo, a mudança da caixa de pape-lão para o recipiente de plástico, em julho de 2010, possi-bilitou a economia de espaço no transporte e, consequen-temente, passou a exigir um número menor de veículos

para fazer as entregas. Cerca de 80% das famílias brasileirasconsomem Omo. Se todas migrassem para a versão concen-trada, seria possível evitar a emissão de 130 000 toneladasde gás carbônico na atmosfera — seria como retirar 37 000carros de circulação durante um ano.

A Unilever em números 

 2000 / 2001 / 2002 / 2003 /   2004 /   2005 / 2006 /   2007  / 2008 / 2009 /   2010 /   2011

• SETor  Bens de consumo  • FATUrAMENTo EM 2010  12 bilhões de reais  • FUNcIoNárIoS  12 000

• Quando foi premiada 

Sobre a empresa 

Por qUESE DESTAcoU

Desempenho Veja dois pontos fortes da empresa*

• A política corporativa de responsabilidadeambiental contempla o uso sustentável de recursos

naturais e de insumos com foco na reduçãoda emissão de resíduos, a conservação da

biodiversidade e a prevenção à poluição e aos

impactos ambientais decorrentes das operações

• Utiliza critérios sociais para qualificar,selecionar e monitorar seus fornecedores de bens

e serviços. Esses critérios incluem a não utilizaçãode trabalho infantil ou forçado, o combate

à discriminação e à corrupção e o incentivo

à contratação de fornecedores locais

responsabilidade ambiental Gestão de fornecedores

0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 

108,1 8,7

 4,4 5,4

* Itens nos quais a empresa superou a média do universo pesquisado

UNILEvEr

MéDIA

 milhões de reais  

investidos em 2010 paracapacitar pequenas empresas

da cadeia de fornecedores

3,2  da energia consumida pela

empresa provém de fontesrenováveis, como bagaço de

cana, etanol e cavaco de madeira

59%milhões de reais 

 foram investidos em açõesambientais, como tratamento de

resíduos e redução de emissões

52 milhões de reais  

 foram investidos em projetossociais em 2010 com recursos

diretos ou por incentivos fiscais

11,7 

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Ao chegar a Juruti Velho, no oeste do Pará,para explorar uma das maiores jazidas de bauxita do mun-do, a Alcoa tinha um grande desafio pela frente: lidar comcerca de 2 000 famílias, distribuídas em 40 comunidadesagrícolas locais. “Não queríamos repetir na Amazônia o er-ro que cometemos em 2005, na usina hidrelétrica de BarraGrande, quando erguemos um projeto de milhões de dólaresque quase se transformou num monumento à falta de enga- jamento com a comunidade”, afirma Franklin Feder, presi-

dente da Alcoa. Para fazer diferente desta vez, a minerado-ra elaborou um estudo sobre os impactos do projeto de as-sentamento extrativista de Juruti Velho. Toda a avaliaçãofoi feita com participação comunitária. O resultado foi adefinição de 37 pontos de impactos causados pela mina de

Juruti sobre a comunidade. Desse total, 29 foram conside-rados negativos, e apenas oito, positivos. Entre elas estão ainterferência na caça e na pesca, a disponibilidade de recur-sos hídricos e vegetais, o manejo da biodiversidade, o sen-timento de insegurança, o aumento do custo de vida e acriação de novas oportunidades de renda. Os dados permi-tirão à mineradora, até o final deste ano, calcular, entre ou-tras coisas, qual será o valor da indenização a ser paga. Oressarcimento inclui até mesmo a perda do canto de pássa-

ros em determinadas casas, por causa da derrubada de ár-vores. “Mas o trabalho não se encerra com o estabelecimen-to dos valores. Por ser muito inovador, com foco humano, oexercício é diário”, diz Feder. “Precisamos estar sempreabertos a ouvir e a dialogar, sem barreiras.”

O diálogo levado a sério 

A Alcoa em números 

milhões de reais doados pela empresa em 2010

 para 75 projetos comunitáriosem 39 municípios do país

 3,8  dos funcionários dedicaram,em 2010, pelo menos 50 horas

de atividade voluntária fora do horário de trabalho

51%dos resíduos industriais

de Juruti são reaproveitadoscomo adubo, material

de construção ou outros fins

95%de redução no volume de

resíduos enviados para aterrosnas unidades de São Luís

(MA) e Poços de Caldas (MG)

2 5%

 2000 /   2001 /   2002 / 2003 / 2004 / 2005 / 2006 / 2007 / 2008 / 2009 /   2010 /   2011

• SETor Siderurgia e metalurgia  • FATUrAMENTo EM 2010  2,8 bilhões de reais  • FUNcIoNárIoS  3 501

• Quando foi premiada 

Sobre a empresa 

Por qUESE DESTAcoU

Desempenho Veja dois pontos fortes da empresa*

• Adota critérios ambientais na seleção de fornecedores e observa se eles, na prática, fazemmais do que o mínimo exigido por lei

• Possui mecanismo de monitoramento e verificaçãode conformidade legal para garantir que não haja

operações sem as devidas licenças ambientais

• Utiliza critérios sociais para qualificar,selecionar e monitorar seus fornecedores de bens

e serviços. Esses critérios incluem a não utilizaçãode trabalho infantil ou forçado, o combate

à discriminação e o incentivo à contratação

de fornecedores locais

Gestão ambiental Gestão de fornecedores

0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 

108, 5 9, 1

6,8 5, 4

* Itens nos quais a empresa superou a média do universo pesquisado

Ao traçar seu plano de sustentabilidade depois de ouvir o que a comunidade de Juruti,

no Pará, tinha a dizer, a Alcoa se torna uma referência na área de mineração 

ALcoA

MéDIA

empresa-modelo⁄Alcoa 

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   D   a   n   i   e   l   a

   T   o   v   i   a   n   s   k   y

 Franklin Feder, presidente da Alcoa: a avaliação dos impactos de projeto de mineração contou com a participação da comunidade

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 Como as futuras gerações dos mo-radores dos municípios de Barro Alto, Niquelândia e Catalão,em Goiás, iriam proteger a fauna e a flora do cerrado se amaioria desconhecia o ambiente onde nasceu? A questão,levantada no final dos anos 90, quando a mineradora AngloAmerican iniciou os estudos do impacto ambiental de suasatividades na região, gerou o desafio de reverter esse cená-rio. Mais do que fazer um levantamento detalhado da florae da fauna local, a ideia era compor um acervo científico e

histórico do cerrado goiano, educar crianças e jovens e com-partilhar conhecimento com a comunidade. Assim nasceuo projeto Biodiversidade Vai à Escola, uma parceria com aUniversidade Federal de Goiás que resultou em uma coleçãode sete livros didáticos — sobre plantas, insetos, peixes, an-

fíbios, répteis, aves e mamíferos da região —, lançada em2010. Os estudos confirmaram a presença de várias espéciesem extinção, como a jaguatirica e a onça-parda, e até a des-coberta de uma nova espécie de rã, a Scinax skaios. Profes-sores incorporaram os livros ao conteúdo de ensino das es-colas locais. O projeto será replicado em todas as unidadesda Anglo American no país, sempre com o objetivo de com-partilhar conhecimento e provocar o menor impacto possí-vel à região das minas. “Isso significa abrir acessos com me-

nor desmatamento possível, criar corredores ecológicos econtribuir para o desenvolvimento sustentável das comuni-dades”, diz Walter De Simoni, presidente da Anglo Ameri-can. “Extraímos muito mais do que minério. Extraímos — eplantamos — raízes. Daí a nossa grande responsabilidade.”

A preservação das raízes 

A Anglo American em números 

hectares  , o tamanhode 1 960 campos de futebol,é a área preservada

 pela mineradora em Goiás

15300 milhões de reais 

investidos em 2010 naconservação da fauna

e da flora no cerrado goiano

35da água consumida na

manutenção das operaçõesda empresa em 2010

 foi reciclada e reutilizada

8 3%

milhão de reais  investidos no monitoramento

das emissões e na recuperaçãode áreas degradadas

1,2 

 2000 / 2001 / 2002 / 2003 / 2004 / 2005 / 2006 / 2007 /   2008 /   2009 /   2010 /   2011

• SETor  Mineração  • FATUrAMENTo EM 2010   695 milhões de reais  • FUNcIoNárIoS   5 600

• Quando foi premiada 

Sobre a empresa 

* Itens nos quais a empresa superou a média do universo pesquisado

A Anglo American mapeia a fauna e a flora do cerrado goiano, transforma suas descobertas 

em material didático e compartilha o conhecimento com as comunidades locais  

Por qUESE DESTAcoU

Desempenho Veja dois pontos fortes da empresa*

• O relatório de sustentabilidade é verificado por uma instituição independente, incorporamanifestações das partes interessadas, estabelece

metas de melhoria de desempenho nas dimensõesambiental, social e econômica e presta contas

das metas assumidas no período anterior

• Mais de 80% dos processos são cobertos por sistemas de gestão de saúde e segurançado trabalho certificados

• Mais de 80% da produção é oriunda de processoscobertos por sistemas de gestão ambiental

monitorados por empresa certificadora

Transparência indicadores ambienTais

0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 

109, 5 9,6

 4,8 7

ANGLo AMErIcAN

MéDIA

empresa-modelo⁄Anglo American 

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7/23/2019 Guia Exame Sustentabilidade 2011

http://slidepdf.com/reader/full/guia-exame-sustentabilidade-2011 141/180Novembro 2011/GUIA EXAME • SUSTENTABILIDADE/141

   g   e   r   m   a   n   o    l

   ü   d   e   r   s

Walter De Simoni, presidente da Anglo American: livros para despertar a consciência de como preservar a biodiversidade

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7/23/2019 Guia Exame Sustentabilidade 2011

http://slidepdf.com/reader/full/guia-exame-sustentabilidade-2011 142/180142 /GUIA EXAME • SUSTENTABILIDADE/Novembro 2011

 Para produzir  1,4 bilhão de toneladasde aço em 2010, siderúrgicas de todo o planeta lançaram mi-lhões de toneladas de dióxido de carbono na atmosfera. Aboa notícia é que várias indústrias produtoras de aço vêmtrabalhando para reduzir o dano ambiental de suas ativida-des. Um exemplo no Brasil é a Aperam, nome adotado nes-te ano pelo braço de aço inoxidável da ArcelorMittal. Emsetembro, a Aperam, que tem uma usina no município mi-neiro de Timóteo, passou a operar inteiramente com carvão

vegetal extraído de florestas de eucalipto plantadas e mane- jadas pela própria empresa. O carvão vegetal substituiu ocarvão mineral, mais poluente. “Vamos reduzir nossa emis-são de dióxido de carbono pela metade, ou cerca de 700 000toneladas por ano”, afirma Clênio Guimarães, presidente da

Aperam da América do Sul. “A solução do uso de carvãovegetal na siderurgia é bem brasileira”, diz o executivo. “Elaé viável em razão da grande extensão das florestas de euca-lipto que podemos plantar no Vale do Jequitinhonha, ondea topografia ajuda no desenvolvimento dessas áreas de plan-tio.” A substituição do carvão mineral pelo vegetal exigiuum investimento de 95 milhões de dólares. Desse valor, 60milhões foram gastos com o plantio de eucalipto numa áreade 126 000 hectares. Além dos benefícios ambientais, a Ape-

ram levou em conta as vantagens econômicas. Com o carvãovegetal, a empresa estima que economizará 150 dólares portonelada de aço produzido. A usina de Timóteo tem capa-cidade de produção de quase 900 000 toneladas ao ano – eestá trabalhando a todo vapor, sem capacidade ociosa.

Aço mais verde e mais rentável 

A Aperam em números 

dos resíduos gerados em 2010 tiveram reaproveitamentoeconômico, como para

a produção de energia

8 9%milhões de reais  

 foram investidos em gestãoambiental em 2010,

92% mais que em 2009

22,5da água utilizada na

manutenção das operaçõesem 2010 foi reciclada

e reaproveitada

95%mil pessoas  

beneficiadas por investimentosde 4,4 milhões de reais emeducação, cultura e ação social

100 

 2000 / 2001 / 2002 /   2003 /   2004 / 2005 / 2006 /   2007  / 2008 / 2009 / 2010 /   2011

• SETor Siderurgia e metalurgia  • FATUrAMENTo EM 2010  3,6 bilhões de reais  • FUNcIoNárIoS  2 719

• Quando foi premiada 

Sobre a empresa 

Por qUESE DESTAcoU

Desempenho Veja dois pontos fortes da empresa*

• Possui um programa para monitoraro consumo de água, papel, energia elétrica

e combustíveis e tem metas de reduçãodesses insumos

• Monitora o consumo de madeira e recursos

minerais e tem metas de redução desses insumos

• Utiliza critérios sociais para qualificar,selecionar e monitorar seus fornecedores de bens

e serviços. Esses critérios são incluídos comocláusulas contratuais passíveis de monitoramento

e abrangem mais de 90% do volume de negócios

realizados com os fornecedores

uso de recursos naturais Gestão de fornecedores

0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 

109,2 9,7

6, 1 5, 5

* Itens nos quais a empresa superou a média do universo pesquisado

Com a troca do carvão mineral pelo vegetal, a Aperam reduz o custo de 

 produção de aço e deixará de emitir 700 000 toneladas de dióxido de carbono por ano 

APErAM

MéDIA

empresa-modelo⁄Aperam 

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7/23/2019 Guia Exame Sustentabilidade 2011

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   D   a   n   i   e   l   a

   T   o   v   i   a   n   s   k   y

Clênio Guimarães, presidente da Aperam: redução de emissões e economia de 150 dólares por tonelada de aço produzida

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7/23/2019 Guia Exame Sustentabilidade 2011

http://slidepdf.com/reader/full/guia-exame-sustentabilidade-2011 144/180144/GUIA EXAME • SUSTENTABILIDADE/Novembro 2011

Após a compra de concorrentes noBrasil e nos Estados Unidos em 2010, a Braskem tornou-sea maior petroquímica das Américas. A empresa é precurso-ra, em escala industrial, na produção de biopolímeros, maisconhecidos como plásticos verdes, que substituem a nafta,derivado do petróleo, por matéria-prima renovável — a cana-de-açúcar. Em setembro de 2010, a Braskem inaugurou suafábrica de eteno derivado do etanol em Triunfo, no Rio Gran-de do Sul. O projeto consumiu 500 milhões de reais e alçou

a empresa à posição de maior fabricante mundial de polie-tileno verde, usado na fabricação de sacolas, filmes e emba-lagens para indústrias. Agora a Braskem dá mais um passona área de biopolímeros. Nos próximos meses, deve anunciaro local em que vai construir uma fábrica de polipropileno

verde, uma resina com ampla aplicação em embalagensflexíveis e rígidas, na indústria automobilística e na agroin-dústria. A nova fábrica deve receber investimentos de 100milhões de dólares e terá capacidade de produzir mais de30 000 toneladas por ano de polipropileno. O empreendi-mento reforça o plano da Braskem de se tornar a líder mun-dial em química sustentável, uma meta traçada em um do-cumento que descreve a visão da empresa para o ano de2020. “Além da liderança em biopolímeros, queremos ser

referência em eficiência e segurança das operações”, dizCarlos Fadigas, presidente da Braskem. “Essa diretriz foiamplamente divulgada para que oriente os planos de açãode nossos funcionários e, assim, a sustentabilidade passe aser cada vez mais central em nossa atuação.”

A revolução do plástico verde 

A Braskem em números 

de redução no volume deemissão de gases de efeito estufa

em 2010 em relação aos níveisregistrados no ano anterior

 4%de redução no consumo

de energia elétrica portonelada produzida em 2010

em relação ao ano anterior

6% pesquisadores  trabalhavam em várias unidades

da Braskem em 2010, número 26% maior do que em 2009

2 40 do etanol utilizado em

 2010 foi fornecido por usinascomprometidas formalmente

com práticas sustentáveis

7 0 %

 2000 / 2001 / 2002 / 2003 / 2004 / 2005 / 2006 /   2007  / 2008 / 2009 /   2010 /   2011

• SETor Química e petroquímica  • FATUrAMENTo EM 2010  21,8 bilhões de reais  • FUNcIoNárIoS 6 750

• Quando foi premiada 

Sobre a empresa 

Por qUESE DESTAcoU

Desempenho Veja dois pontos fortes da empresa*

• O relatório de sustentabilidade apresentaaspectos positivos e negativos das atividades

da empresa nas dimensões ambiental,econômica e social, presta contas de suas metas,

estabelece novas metas e incorpora

manifestações das partes interessadas

• Adota critérios ambientais na seleção de fornecedorese exige que eles demonstrem ter padrões

que ultrapassam os requisitos mínimos legais

• Possui seguro contra degradação ambientaldecorrente de acidentes em suas operações, incluindo

ampla cobertura para a poluição

Transparência GesTão ambienTal

0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 9, 5 8, 3

 4,8 6,8

* Itens nos quais a empresa superou a média do universo pesquisado

Com a inauguração de uma fábrica de polietileno verde no Rio Grande do Sul e um novo projeto 

na área de plásticos renováveis, a Braskem mira a liderança global em química sustentável 

BrASkEM

MéDIA

empresa-modelo⁄Braskem 

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http://slidepdf.com/reader/full/guia-exame-sustentabilidade-2011 145/180Novembro 2011/GUIA EXAME • SUSTENTABILIDADE/145 

   D   a   n   i   e   l   a

   T   o   v   i   a   n   s   k   y

Carlos Fadigas, presidente da Braskem: investimento de 100 milhões de dólares na nova fábrica de plásticos renováveis

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7/23/2019 Guia Exame Sustentabilidade 2011

http://slidepdf.com/reader/full/guia-exame-sustentabilidade-2011 146/180146/GUIA EXAME • SUSTENTABILIDADE/Novembro 2011

 Maior empresa de agronegócio doBrasil, a Bunge tornou-se o terceiro maior produtor de açú-car e etanol do país após adquirir o grupo Moema, em 2010,com cinco usinas em São Paulo e Minas Gerais, e inaugurarneste ano a usina de Pedro Afonso, em Tocantins. Ao ampliarsua atuação nesse setor, a Bunge iniciou um esforço paraelevar as práticas trabalhistas das usinas aos padrões globaisda companhia. Assim eliminou a figura dos boias-frias, cor-tadores de cana que trabalhavam em condições precárias,

oferecendo conforto e oportunidades aos trabalhadores, queagora têm participação nos lucros. Os que chegam de outrasregiões moram em alojamentos com refeitório e água quen-te nos chuveiros. Nas frentes de trabalho, eles dispõem dealimentação balanceada e participam de reuniões diárias de

segurança — os acidentes caíram 70% no primeiro ano. Naentressafra, os trabalhadores são treinados para operar má-quinas agrícolas. Mais de 90% da colheita é mecanizada, ea meta é chegar aos 100% sem causar desemprego. Até 2016,a Bunge planeja investir 2,5 bilhões de dólares para aumen-tar em 50% a capacidade de suas usinas, absorvendo novostrabalhadores. Os fornecedores da Bunge também tiveramde elevar seus padrões. Ao longo de 2011, mais de 2 000 pro-dutores de cana, soja e outros produtos — de um total de

quase 40 000 fornecedores — tiveram seus contratos com aBunge suspensos por pendências trabalhistas ou ambientais.“Todas as empresas precisarão se adaptar para atrair traba-lhadores e garantir a penetração em mercados cada vez maisexigentes”, diz Pedro Parente, presidente da Bunge Brasil.

O fim dos boias-frias 

A Bunge em números 

mil horas  de treinamento oferecidas

aos 3 500 trabalhadores dasusinas na entressafra 2010/11

 73da energia consumida nas

unidades do grupo em 2010 foi gerada por biomassa,uma fonte renovável

81% foi a redução da emissãode gases de efeito estufa

 por tonelada de alimentos produzida em 2010

5%mil quilos de óleo

vegetal foram coletadosnos pontos de consumo

em 2010 para reciclagem

260 

 2000 / 2001 / 2002 / 2003 / 2004 / 2005 / 2006 / 2007 / 2008 /   2009 /   2010 /   2011

• SETor  Agronegócio  • FATUrAMENTo EM 2010  29 bilhões de reais  • FUNcIoNárIoS  19 530

• Quando foi premiada 

Sobre a empresa 

Por qUESE DESTAcoU

Desempenho Veja dois pontos fortes da empresa*

• A política de gestão de riscos inclui critériossocioambientais de curto, médio e longo prazo,

monitorados periodicamente

• Tem planos de contingência que preveem ações para evitar e gerenciar crises de natureza

ambiental, social e econômica

• Tem um comitê de sustentabilidade formalmente estabelecido que se reportaao conselho de administração

• A política de remuneração variável de todosos executivos está vinculada a metas de desempenho

nas dimensões ambiental, econômica e social

Gestão de riscos Gestão e sustentabilidade

0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 

10 10  10

 5,5 5,4

* Itens nos quais a empresa superou a média do universo pesquisado

A Bunge melhora as condições de trabalho dos cortadores de cana, exige a mesma atitude 

de seus fornecedores e suspende os que não cumprem os requisitos legais 

BUNGE

MéDIA

empresa-modelo⁄Bunge 

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http://slidepdf.com/reader/full/guia-exame-sustentabilidade-2011 147/180Novembro 2011/GUIA EXAME • SUSTENTABILIDADE/147 

   G   E   R   M   A   N   O    L

   ü   D   E   R   S

 Pedro Parente, presidente da Bunge: suspensão de contratos com 2 000 fornecedores por pendências trabalhistas ou ambientais

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7/23/2019 Guia Exame Sustentabilidade 2011

http://slidepdf.com/reader/full/guia-exame-sustentabilidade-2011 148/180148 /GUIA EXAME • SUSTENTABILIDADE/Novembro 2011

Por desenvolver  materiais a partirde novas combinações de substâncias, a indústria químicaestá entre as mais inovadoras. Na americana Dow, uma dasgigantes do setor, com fábricas em 35 países, boa parte des-se potencial é direcionada à busca de soluções sustentáveis.“Precisamos desenvolver coisas novas. Não dá para superaros grandes desafios da humanidade com o que temos hoje”,diz Pedro Suarez, presidente da Dow América Latina. Embusca do novo, a subsidiária brasileira da Dow, que até há

pouco tempo se limitava a replicar tecnologias trazidas defora, agora faz parte da cadeia de pesquisa e desenvolvimen-to da corporação. “Hoje os países emergentes oferecemmuitas oportunidades para inovar, e o que fazemos aqui ga-nha o mundo”, afirma Suarez. Um exemplo de desenvolvi-

mento local com potencial para exportação é a embalagemflexível conhecida como stand up pouch (“saco que fica empé”), assim chamada porque, com sua base sanfonada, elafica na posição vertical nas gôndolas, o que aumenta suavisibilidade. É usada para acondicionar de molhos de toma-te a produtos de limpeza. O produto desenvolvido pela equi-pe brasileira da Dow é feito 100% de polietileno, diferente-mente das embalagens tradicionais, que usam várias resinasem sua composição, dificultando a separação e a reciclagem

dos materiais. Por ser mais leve que as embalagens de lata,o stand up pouch permite uma economia de combustível notransporte. Outro projeto da Dow no Brasil é o desenvolvi-mento do plástico de etanol. “A ideia é produzir embalagenspara o mercado mundial”, diz Suarez.

Saco vazio para em pé 

A Dow em números 

mil toneladas será a capacidade de produção

anual da fábrica de plásticoverde em Minas Gerais

350 engenheiros  

— 5% do total de funcionários —trabalham em laboratórios de

 pesquisa e desenvolvimento

10 0 do faturamento anual da

empresa é obtido com produtosdesenvolvidos há menos

de cinco anos

30 %

 2000 / 2001 /   2002 / 2003 / 2004 / 2005 / 2006 / 2007 / 2008 / 2009 / 2010 /   2011

• SETor Química e petroquímica  • FATUrAMENTo EM 2010 5,6 bilhões de reais  • FUNcIoNárIoS  2 132

• Quando foi premiada 

Sobre a empresa 

Por qUESE DESTAcoU

Desempenho Veja dois pontos fortes da empresa*

• A gestão de riscos considera critériossocioambientais de curto, médio e longo prazo

e contempla aspectos financeiros e legais

• O plano de contingência prevê ações paraevitar ou mitigar efeitos negativos de crises

de natureza ambiental, social e econômica

• Monitora o desempenho do serviço de atendimentoaos clientes. Mais de 80% das reclamações recebidas

 por esse canal, envolvendo queixas sobre produtosou serviços oferecidos, são solucionadas

• Tem política que incorpora preceitos éticos

no marketing de produtos

Gestão de riscos clientes e consumidores

0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 

10 10 8,8

 5, 5 8, 1

* Itens nos quais a empresa superou a média do universo pesquisado

Pesquisadores brasileiros da Dow desenvolvem nova embalagem de plástico que facilita 

a reciclagem e permite reduzir os gastos com o transporte 

Dow

MéDIA

mil horas  de trabalho voluntário para

ensinar inglês e finançasem comunidades em 2010

 2 5

empresa-modelo⁄Dow

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7/23/2019 Guia Exame Sustentabilidade 2011

http://slidepdf.com/reader/full/guia-exame-sustentabilidade-2011 149/180Novembro 2011/GUIA EXAME • SUSTENTABILIDADE/149 

   D   a   n   i   e   l   a

   T   o   v   i   a   n   s   k   y

 Pedro Suarez, presidente da Dow: uma das metas da empresa é fornecer embalagens ecoeficientes para o mercado mundial

Page 150: Guia Exame Sustentabilidade 2011

7/23/2019 Guia Exame Sustentabilidade 2011

http://slidepdf.com/reader/full/guia-exame-sustentabilidade-2011 150/180150 /GUIA EXAME • SUSTENTABILIDADE/Novembro 2011

Acompanhar em tempo real o consumodiário de energia de cada eletrodoméstico vai se tornar ro-tina nos próximos anos para os clientes residenciais de 98municípios atendidos pela Bandeirante e pela Escelsa, dis-tribuidoras de eletricidade de São Paulo e do Espírito Santocontroladas pela holding EDP no Brasil. Nas casas dessesclientes será instalado um medidor eletrônico, que fornece-rá informações sobre o consumo de energia dos aparelhos.O projeto piloto dessa iniciativa deve ser implantado neste

ano em Aparecida do Norte, no Vale do Paraíba, interior deSão Paulo, escolhida pela EDP para ser a primeira cidade dopaís a contar com uma rede elétrica inteligente. O desenvol-vimento do medidor eletrônico — o primeiro modelo nacio-nal homologado pelo Inmetro — exigiu um investimento de

10 milhões de reais da EDP. A previsão inicial é instalar15 000 medidores eletrônicos em Aparecida do Norte. Comesse embrião de rede inteligente, a EDP pretende facilitar agestão da conta de luz pelos clientes, evitando que essa des-pesa pese demais no orçamento e cause inadimplência. Dolado da empresa, a nova tecnologia deve permitir maior efi-ciência operacional e maior controle sobre os fluxos de ener-gia. Os medidores eletrônicos são apenas uma das novidadesplanejadas pela EDP, que elaborou um pacote de iniciativas

sustentáveis até o ano 2020. “O objetivo é sair na frente etornar-se uma referência no setor”, diz António Pita deAbreu, presidente da EDP no Brasil. “Queremos mostrarque é possível criar e agregar valor em uma atividade alta-mente regulada, gerando benefícios a todos.”

A rede elétrica inteligente vem aí 

A EDP em números 

milhões de reais investidos em programas de

eficiência energética em 2010,beneficiando 300 000 famílias

 2 5das contratações de produtos

e serviços foram feitascom fornecedores locais,

ou 722 milhões de reais

8 3%de redução nas emissões

diretas de gás de efeitoestufa em 2010 em relação

ao ano anterior

18 %milhões de reais 

investidos em programasambientais, incluindo

a recuperação de 720 hectares

2 9

 2000 / 2001 / 2002 / 2003 / 2004 / 2005 / 2006 / 2007 /   2008 /   2009 /   2010 /   2011

• SETor  Energia  • FATUrAMENTo EM 2010 7,9 bilhões de reais  • FUNcIoNárIoS  2 395

• Quando foi premiada 

Sobre a empresa 

Por qUESE DESTAcoU

Desempenho Veja dois pontos fortes da empresa*

• Está comprometida com a sustentabilidade pormeio de um documento público, que apresenta metas

de desempenho socioambiental de longo prazo

• Tem programa de educação que aborda o temada sustentabilidade, voltado para funcionários,

clientes e fornecedores

• Promove iniciativas de desenvolvimento sustentávelna comunidade do entorno

• Os investimentos sociais contam com mecanismos para a geração de receita ou com um percentual

 fixo sobre o faturamento da empresa que assegurem

sua continuidade no longo prazo

Compromisso Com a sustentabilidade investimentos soCiais

0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 

10 10  10

6,7 6,2

* Itens nos quais a empresa superou a média do universo pesquisado

A EDP desenvolve um medidor eletrônico que vai permitir o monitoramento do gasto de 

energia em tempo real. A instalação começa em 15 000 residências no interior de São Paulo 

EDP

MéDIA

empresa-modelo⁄EDP 

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   G   E   R   M   A   N   O    L

   ü   D   E   R   S

 António Pita de Abreu, presidente da EDP: investimento de 10 milhões de reais para criar o primeiro medidor eletrônico nacional

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 No início de 2010, as cidades his-tóricas paulistas de Cunha e São Luiz do Paraitinga, no Valedo Paraíba, foram arrasadas por temporais e chuvas que dei-xaram um grande número de desabrigados. O impacto datragédia poderia ter sido ainda maior se não fosse a rápidamobilização da Elektro, distribuidora de energia elétrica naregião. Com a ajuda de tecnologias até então inéditas no país,a empresa restabeleceu o fornecimento de energia em umasemana, um trabalho que normalmente levaria um mês. Ca-

da poste destruído foi trocado em 15 minutos, um quarto dotempo que se gastaria com métodos convencionais. O ganhode produtividade foi proporcionado por investimentos de100 milhões de reais em tecnologia de ponta, incluindo umsistema móvel que associa uma perfuratriz e um guindaste,

operados por um único eletricista. A decisão de adotar umpadrão de trabalho mais moderno havia sido tomada em2009, quando a Elektro resolveu formar seu próprio corpode eletricistas. A prova de que a estratégia foi correta veiocom a intervenção bem-sucedida no Vale do Paraíba. “É umaatitude inovadora no setor e, sem dúvida, mais sustentável”,diz Marcio Fernandes, presidente da Elektro. Para fazer otrabalho de 2 000 eletricistas tercerizados, a companhiapassou a contar com 600 profissionais treinados e auxiliados

por tecnologia. Com o aumento da eficiência, a Elektro re-duziu sua taxa de frequência de interrupções no forneci-mento de energia para 5,75 em 2010, quase metade da médiado setor. “Esse ganho de eficiência representa um benefícioaos consumidores”, diz Fernandes.

Troca de postes em 15 minutos 

A Elektro em números 

milhões de reais investidos em 2010 em

 programas de universalizaçãode energia elétrica

 43,6clientes beneficiados

em 2010 por programasde substituição de lâmpadas

e geladeiras mais econômicas

56 500 milhões de reais  

 foram investidos em 2010em diversas iniciativas

de preservação ambiental

46,5mil horas  

de treinamento dos funcionários em 2010 emnovas tecnologias e processos

300 

 2000 / 2001 / 2002 / 2003 / 2004 /   2005 /   2006 /   2007  /   2008 / 2009 / 2010 /   2011

• SETor  Energia  • FATUrAMENTo EM 2010   5 bilhões de reais  • FUNcIoNárIoS 3 525

• Quando foi premiada 

Sobre a empresa 

Por qUESE DESTAcoU

Desempenho Veja dois pontos fortes da empresa*

• Adota indicadores socioambientais na avaliaçãode seu resultado econômico-financeiro

• Calcula o indicador “equilíbrio do crescimento”  para avaliar a adequação do nível de receitasem relação aos recursos disponíveis. O objetivo

é crescer sem comprometer a saúde financeira

• Possui compromisso formal para a erradicação dotrabalho infantil, por meio de política específica, código

de conduta e adesão formal a iniciativas voluntárias

• Adota procedimentos com o objetivo de eliminara discriminação relacionada ao emprego, incluindo

os processos de seleção, remuneração e promoção

desempenho socioeconômico relações de trabalho

0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 

108,9 8,8

6 6

* Itens nos quais a empresa superou a média do universo pesquisado

Com investimentos em tecnologia de ponta e numa equipe própria de eletricistas,

a concessionária Elektro aumenta a eficiência no atendimento aos consumidores 

ELEkTro

MéDIA

empresa-modelo⁄Elektro 

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7/23/2019 Guia Exame Sustentabilidade 2011

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   G   E   R   M   A   N   O    L

   ü   D   E   R   S

 Marcio Fernandes, presidente da Elektro: tecnologias inéditas para restaurar a eletricidade em região castigada por temporais

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7/23/2019 Guia Exame Sustentabilidade 2011

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 Especializada na fabricação de com-pressores — o coração dos refrigeradores —, a catarinenseEmbraco mantém uma equipe de 450 pesquisadores que jálhe renderam mais de 1 000 patentes. O número coloca aEmbraco entre as cinco empresas brasileiras que mais de-positaram patentes nos últimos seis anos. O principal obje-tivo dos pesquisadores é aumentar a eficiência energética,ou seja, obter o mesmo nível de resfriamento gastando cadavez menos energia. O impacto disso é considerável, pois,

segundo a empresa, 15% da energia elétrica consumida nomundo é destinada à refrigeração. O avanço nessa área temsido notável. A versão 2011 do Embraco Mini, o carro-chefeda companhia, responsável por metade das vendas, consome50% menos energia que o modelo fabricado duas décadas

atrás. “Na busca por mais eficiência, percebemos outrasoportunidades, que incorporamos aos novos produtos”, dizJoão Carlos Brega, presidente da Embraco. A tecnologiamais promissora é o VCC, um compressor com sensoreseletrônicos que monitoram a temperatura interna do refri-gerador. O equipamento permanece ligado e se ajusta parafuncionar de acordo com a demanda de refrigeração. Porevitar o liga e desliga dos compressores convencionais, o VCC gasta até 50% menos energia que os modelos conven-

cionais. Desde que foi lançado, no fim dos anos 90, vendeu7 milhões de unidades no mundo. “Se todas as geladeiras doBrasil usassem esse compressor, a energia economizada se-ria capaz de abastecer todas as residências da cidade de SãoPaulo por mais de dois anos”, afirma Brega.

Mais refrigeração, menos gastos 

A Embraco em números 

do faturamento líquidoanual da empresa é destinado

a pesquisa e desenvolvimentode novos produtos

3% foi a economia médiade energia na produção de

cada compressor em 2010em relação ao ano anterior

9,1%dos 400 fornecedores diretos

adotam o código de condutade práticas socioambientais

elaborado pela Embraco

92 %mil pessoas  

 foram beneficiadas por projetos sociais desenvolvidos

 pela empresa em 2010

2 5

 2000 / 2001 / 2002 / 2003 / 2004 / 2005 /   2006 / 2007 / 2008 / 2009 / 2010 /   2011

• SETor  Eletroeletrônico  • FATUrAMENTo EM 2010  Não divulgado  • FUNcIoNárIoS  10 400

• Quando foi premiada 

Sobre a empresa 

Por qUESE DESTAcoU

Desempenho Veja dois pontos fortes da empresa*

• Possui programa e indicadores específicos para monitorar o consumo de água,energia elétrica, papel e combustíveis fósseis

e tem metas de redução

• Dos materiais usados nas operações, 30%,

em média, são provenientes de reciclagem

• Promove iniciativas de desenvolvimento sustentávelna comunidade do entorno, levando em consideração

as peculiaridades locais

• O investimento social é precedido de consultasàs comunidades envolvidas, para identificar as

necessidades e fortalecer a organização comunitária

uso de recursos naturais investimentos sociais

0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 

108,8  10

6, 1 6,2

* Itens nos quais a empresa superou a média do universo pesquisado

Com investimentos contínuos em pesquisa, a catarinense Embraco reduziu o consumo 

de energia de seu principal produto pela metade em duas décadas  

EMBrAco

MéDIA

empresa-modelo⁄Embraco 

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   G   E   R   M   A   N   O    L

   ü   D   E   R   S

 João Carlos Brega, presidente da Embraco: 450 pesquisadores e mais de 1 000 patentes para desenvolver produtos mais eficientes

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7/23/2019 Guia Exame Sustentabilidade 2011

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 O eucalipto, planta nativa da Austrália,costuma causar arrepios nos ambientalistas pela formaavassaladora com que ocupou extensas áreas no Brasil paraabastecer a indústria de celulose e papel. Por seu impactono ambiente, como a redução da biodiversidade, a culturado eucalipto deu origem até mesmo à expressão “desertoverde”. A Fibria, maior produtora mundial de celulose bran-queada, usada na fabricação de diversos tipos de papel, ten-ta combater essa imagem negativa com projetos de geração

de renda para as comunidades vizinhas às plantações. A ideiaé proporcionar segurança alimentar e renda. “Queremosacabar com a imagem de que o eucalipto só serve para aprodução de celulose”, diz Marcelo Castelli, que assumiu apresidência da Fibria em julho. Uma das frentes de atuação

é a apicultura. Em todo o país, 584 criadores de abelha pro-duzem mel em florestas de eucalipto da Fibria. Na unidadepaulista de Jacareí, no interior de São Paulo, só neste anoforam obtidos 46 000 quilos de mel com o selo do IBD, quegarante a procedência orgânica do produto. Em outros 4 000hectares, 230 famílias produzem alimentos como milho,feijão e frutas em consórcio com o eucalipto. Hoje, em cadasafra, uma família de agricultores pode colher até 100 quilosde feijão, 150 quilos de milho e 4 000 quilos de mandioca no

meio hectare que a Fibria cede aos participantes do projeto.“Dá para ganhar dinheiro com preservação ambiental. Masnão podemos pensar em preservar e ficar só olhando a ma-ta”, diz Castelli. “Precisamos fazer com que a floresta gereuma renda para as famílias.”

O combate ao deserto verde 

A Fibria em números 

de redução na emissãode gases causadores de efeito

estufa em 2010 emrelação ao ano anterior

 2 5%milhões de reais  

investidos na melhoriada eficiência ambiental

de quatro fábricas em 2010

140 ideias de inovação

apresentadas em 2010 pelos funcionários, das quais

 190 foram colocadas em prática

7 50 é o retorno de cada real

investido em processosde inovação relacionados

à sustentabilidade

14 reais 

 2000 / 2001 / 2002 / 2003 / 2004 / 2005 / 2006 / 2007 / 2008 /   2009 /   2010 /   2011

• SETor  Papel e celulose  • FATUrAMENTo EM 2010 4,3 bilhões de reais  FUNcIoNárIoS 5 028

• Quando foi premiada 

Sobre a empresa 

Por qUESE DESTAcoU

Desempenho Veja dois pontos fortes da empresa*

• Possui uma área de auditoria interna, que sereporta ao conselho de administração, e um sistema

de controle interno, revisto periodicamente

• O planejamento e a gestão da empresa consideramos interesses de outras partes interessadas além

dos sócios, incluindo os funcionários e os clientes

• Publica informação completa a respeito dos valores,dos candidatos e dos partidos que receberem

contribuições da empresa para campanhas políticas

• Participa de esforços para a elaboração de políticas públicas por meio de propostas ou posicionamentos

 formalmente assumidos

Governança corporativa riscos para a sociedade

0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 

108, 1  10

6 8,9

* Itens nos quais a empresa superou a média do universo pesquisado

Para acabar com a imagem de vilã dos eucaliptos, a Fibria estimula a produção de alimentos 

— de mel a mandioca — em suas áreas de florestas 

FIBrIA

MéDIA

empresa-modelo⁄Fibria 

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   F   a   b   i   a   n   o    a

   c   c   o   r   s   i

 Marcelo Castelli, presidente da Fibria: incentivo à agricultura familiar para gerar renda às comunidades vizinhas das florestas

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 Um dos maiores  grupos do setor desaúde no Brasil, a rede de laboratórios de análises clínicasFleury obteve grande parte de seu crescimento nos últimosanos por meio de aquisições de concorrentes. Foram 25 asmarcas regionais compradas desde 2002. Após tantas aqui-sições, o grupo tinha um problema a resolver, mas tambémótimas oportunidades. De um lado, passou a ter laboratórioscom processos diferentes, o que dificultava a gestão. Deoutro, surgiu a chance de diminuir os custos. A solução foi

criar uma nova marca, a rede a+ Medicina Diagnóstica, lan-çada neste ano. A nova rede integra 13 das 16 bandeiras dogrupo e nasceu com 94 unidades de atendimento em seisestados, com foco nas classes B e C. Para consolidar a novamarca, o Fleury aposta em práticas sustentáveis. “Queremos

incorporar a sustentabilidade a nosso dia a dia”, diz OmarHauache, presidente do Grupo Fleury. “A principal preo-cupação foi treinar os 2 000 funcionários da nova rede pa-ra que os clientes percebam a diferença no nosso jeito deatuar.” As diferenças começam nos espaços físicos. Todasas unidades da a+ possuem móveis exclusivamente de ma-deira certificada, lâmpadas de maior eficiência energéticae pintura com tintas à base de água. A reciclagem de mate-riais é estimulada de diversas formas, como a instalação de

pontos de coleta de resíduos de saúde — como medicamen-tos vencidos e exames de raios X —, para que tenham adestinação correta. “Nosso próximo desafio é fazer com quea sustentabilidade seja praticada de maneira consciente emtoda a nossa cadeia de valor”, diz Hauache.

Aquisições sustentáveis 

O Fleury em números 

da remuneração variávelde todos os funcionários

está atrelada a indicadoresambientais e sociais

5%dos funcionários participaram

em 2010 de um curso oferecidovia internet para promover

a ideia da sustentabilidade

8 0 %do mobiliário da rede a+

utiliza madeira certificada pela FSC, que assegura

 práticas sustentáveis

10 0 %ações sustentáveis  

 foram desenvolvidas em 2010,como medidas para a redução de

energia, água e outros insumos

2 00 

 2000 / 2001 / 2002 / 2003 / 2004 / 2005 / 2006 / 2007 / 2008 / 2009 / 2010 /   2011

• SETor Serviços  • FATUrAMENTo EM 2010   935 milhões de reais  • FUNcIoNárIoS 5 500

• Quando foi premiada 

Sobre a empresa 

Por qUESE DESTAcoU

Desempenho Veja dois pontos fortes da empresa*

• Está comprometida com a sustentabilidade pormeio de documento público que apresenta metas

de desempenho socioambiental de longo prazo

• Possui um programa de educação que abordao tema da sustentabilidade, com recursos,

cronograma, metas e responsabilidades definidas

• Tem procedimentos implantados que garantemo uso adequado e consentido das informações

coletadas de terceiros, como clientes e fornecedores

• Estimula o uso do canal de atendimentoaos consumidores, estabelece prazos de resposta

e monitora seu cumprimento

Compromisso Com a sustentabilidade Clientes e Consumidores

0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 

10 10 9, 3

6,7 8, 1

* Itens nos quais a empresa superou a média do universo pesquisado

O Grupo Fleury unifica suas marcas para as classes B e C em uma nova rede, a a+, que nasce 

com 94 unidades de atendimento comprometidas com práticas sustentáveis 

FLEUry

MéDIA

empresa-modelo⁄Fleury

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   D   a   n   i   e   l   a

   T   o   v   i   a   n   s   k   y

Omar Hauache, presidente do Grupo Fleury: instalação de pontos de coleta de medicamentos vencidos e de exames de raios X 

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7/23/2019 Guia Exame Sustentabilidade 2011

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 O Itaú Unibanco pôs em práticaem 2010 uma série de iniciativas com o objetivo de manteruma relação sustentável com seus mais de 60 milhões declientes. “Isso implica uma mudança na forma de vender osprodutos”, afirma Roberto Setubal, presidente executivo doItaú Unibanco. “Significa oferecer ao cliente o que ele real-mente precisa, a preço justo, sem oportunismo ou explora-ção.” Como exemplo, Setubal cita o redesenho, no ano pas-sado, do seguro de vida, que agora é oferecido apenas a quem

realmente está interessado. “As vendas caíram 20%, mas osíndices de cancelamento e seus custos foram reduzidos em40%”, diz Setubal. Ao contrário do que ocorria no passado,hoje os títulos de capitalização não são mais apresentadoscomo investimento, mas como um produto de sorte. A forma

de analisar a liberação de financiamentos na área empresa-rial também não é mais a mesma. Além da viabilidade depagamento e de crescimento do negócio, as equipes do ban-co procuram analisar os impactos do projeto no meio am-biente. Se forem acima dos considerados aceitáveis, o finan-ciamento não será concedido. Além disso, o Itaú Unibancoadotou uma linguagem mais acessível nos contratos, subs-tituiu termos técnicos em extratos e faturas, passou a enca-minhar alertas por SMS sobre movimentação no cartão de

crédito e mensagens no caixa eletrônico e na internet avi-sando o cliente que ele entrará no cheque especial se pros-seguir com a transação. “Crescimento, resultado e susten-tabilidade podem caminhar juntos”, diz Setubal. “Não hácomo pensar em futuro sem resolver essa equação.”

Chega de empurrar seguros 

O Itaú Unibanco em números 

milhões de reais concedidos em operaçõesde microcrédito em 2010,

 12,7% mais que em 2009

sugestões de adoçãode práticas sustentáveis nas

diversas áreas do banco foram feitas pelos funcionários em 2010

milhões de reais  foi o valor destinado pelainstituição em 2010 a projetos

nas áreas social e cultural

 2000 / 2001 / 2002 / 2003 /   2004 / 2005 / 2006 /   2007  /   2008 /   2009 /   2010 /   2011

• SETor  Finanças  • FATUrAMENTo EM 2010 60,9 bilhões de reais  • FUNcIoNárIoS 108 587 

• Quando foi premiada 

Sobre a empresa 

Por qUESE DESTAcoU

Desempenho Veja dois pontos fortes da empresa*

• Possui compromisso formal para combater todasas formas de corrupção, envolvendo sua relação

com os clientes, com os fornecedores, comos distribuidores e com os agentes públicos

• O planejamento e a gestão da empresa consideram

os interesses de outros públicos além dos sócios

• Usa critérios sociais para qualificar, selecionare monitorar seus fornecedores de bens e serviços.

 Esses critérios incluem a não utilização de trabalhoinfantil ou forçado, a valorização da diversidade,

o combate a todas as formas de discriminação

e o incentivo à contratação de fornecedores locais

Governança corporativa Gestão de fornecedores

0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 

109,4 8,8

6 5,4

* Itens nos quais a empresa superou a média do universo pesquisado

Ao mudar a forma de vender seus produtos e ao ser mais transparente com os clientes,

o Itaú Unibanco busca incorporar a sustentabilidade na essência de seu negócio 

empresa-modelo⁄Itaú Unibanco 

ITAú UNIBANco

MéDIA

14,9 1 142  2 41bilhões de reais  

de investimentos em projetoscontratados em 2010 após

análise do risco socioambiental

5,2 

Page 161: Guia Exame Sustentabilidade 2011

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   f   a   b   i   a   n   o    a

   c   c   o   r   s   i

 Roberto Setubal, presidente do Itaú Unibanco: as vendas de seguros de vida caíram 20%, mas os cancelamentos diminuíram 40%

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A americana Kimberly-Clark, fabrican-te de produtos de higiene pessoal, concentra hoje sua ope-ração brasileira nas regiões Sudeste e Sul do país — temduas unidades em São Paulo, uma em Santa Catarina e outrano Rio Grande do Sul. Mas é no Nordeste que o mercado deconsumo vem crescendo mais rápido. Para atender a região,a Kimberly vai investir 250 milhões de reais na construçãode uma nova fábrica e de um centro de distribuição, quedeverão ficar prontos em 2012. Infraestrutura e incentivos

fiscais — como de praxe — ajudarão a definir o local exatoda instalação das novas unidades. A novidade no processoé a introdução da avaliação dos impactos ambientais geradospela operação. A empresa mapeou seus fornecedores e fezuma projeção da quantidade de gás carbônico que seria emi-

tida em diferentes cenários no transporte das matérias-primas até a fábrica e, depois, na transferência dos produtosaté os centros de distribuição. Quanto menores os impactos,maiores as chances de uma determinada localidade receberos investimentos. (A definição deve ocorrer até o final de2011.) A preocupação com a sustentabilidade das novas uni-dades segue a meta da Kimberly de diminuir em 5% suasemissões de gases estufa até 2015. Avanços já foram feitosna área de desenvolvimento de produtos. Um exemplo são

os papéis higiênicos com rolos compactos, que ocupam 20%menos espaço nos caminhões, o que significa menos com-bustível consumido e menos emissões no transporte. “Esta-mos investindo em processos que nos tornem mais susten-táveis e competitivos”, diz o presidente João Damato.

Critério sustentável 

A Kimberly-Clark em números 

 2000 / 2001 / 2002 / 2003 / 2004 / 2005 / 2006 / 2007 / 2008 / 2009 / 2010 /   2011• Quando foi premiada 

Sobre a empresa 

Por que

SE DESTAcoU

Desempenho Veja dois pontos fortes da empresa*

deSempenHo TranSparência  

0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 

109,5 9,9

 4,8 6,8

* Itens nos quais a empresa superou a média do universo pesquisado

O tamanho do impacto ambiental é um dos itens avaliados pela americana Kimberly-Clark 

 para escolher onde ficará sua quinta fábrica no Brasil 

empresa-modelo⁄Kimberly-Clark 

KIMBErLy-cLArK 

MéDIA

toneladas  de resíduosindustriais foram usadascomo combustível nas caldeirasdas fábricas em 2010

2  160 milhões de reais  

 foi a receita obtida em 2010com subprodutos da reciclagem

de resíduos industriais

2 de redução no consumo

de água na produção de papelem 2010 em relação

ao volume do ano anterior

15,5%milhão de dólares  

 foi o investimento em programasde educação para jovens

de comunidades carentes

1,6

• SETor  Bens de consumo  • FATUrAMENTo EM 2010  2,4 bilhões de reais  • FUNcIoNárIoS  3 288

• O relatório de sustentabilidade incorporamanifestações e avaliações das partes

interessadas, estabelece metas de melhoriade desempenho nas dimensões social, ambiental

e econômica e é verificado em todos os

seus aspectos por uma instituição independente

• Adota critérios ambientais na hora da seleçãode fornecedores e observa se eles, na prática, fazem

mais do que o mínimo exigido por lei

• Avalia e monitora sistematicamente suasunidades ou instalações e pode garantir que não

 possui passivos ambientais

Page 163: Guia Exame Sustentabilidade 2011

7/23/2019 Guia Exame Sustentabilidade 2011

http://slidepdf.com/reader/full/guia-exame-sustentabilidade-2011 163/180Novembro 2011/GUIA EXAME • SUSTENTABILIDADE/163 

   G   E   R   M   A   N   O    L

   ü   D   E   R   S

 João Damato, presidente da Kimberly-Clark: investimento em produtos que reduzem as emissões e os gastos com transporte

Page 164: Guia Exame Sustentabilidade 2011

7/23/2019 Guia Exame Sustentabilidade 2011

http://slidepdf.com/reader/full/guia-exame-sustentabilidade-2011 164/180164/GUIA EXAME • SUSTENTABILIDADE/Novembro 2011

 O Fórum Econômico Mun-dial divulgou em setembro um estudo sobre os “campeõesem sustentabilidade” nas economias emergentes. Após ana-lisar mais de 1 000 empresas, o estudo apontou 16 delas co-mo exemplos por aliar bons resultados financeiros e políti-cas sólidas de sustentabilidade. Uma dessas empresas é achilena Masisa, fabricante de painéis de madeira que possuiduas unidades industriais no Brasil. As duas fábricas dãoprioridade ao uso de energia de fontes renováveis. Na fábri-

ca de Montenegro, no Rio Grande do Sul, 99% da energiatérmica consumida no processo de produção provém defontes renováveis — principalmente da biomassa resultantede resíduos como cascas e galhos de madeira. Neste ano, amesma tecnologia foi adotada na fábrica de Ponta Grossa,

no Paraná. Embora a caldeira a gás natural ainda estivesseem plena vida útil, a Masisa decidiu investir 4,5 milhões dedólares para substituí-la por uma alternativa ambientalmen-te correta, a caldeira a biomassa. Com a mudança, 870 to-neladas de dióxido de carbono deixam de ser emitidas acada mês — o correspondente à poluição provocada por12 000 carros percorrendo o trajeto entre São Paulo e Riode Janeiro. A participação das fontes renováveis de energiana fábrica de Ponta Grossa subiu de 85% para 97%. O uso de

combustíveis de origem fóssil ficou limitado a 3% — trata-sedo gás que precisa ser utilizado na linha de impregnação depapéis, etapa ainda sem alternativa economicamente viável.“Mas vamos trabalhar para chegar a 100% de energia limpa”,diz Jorge Hillmann, diretor-geral da Masisa Brasil.

Campeã em energia limpa 

A Masisa em números 

 foi a redução no consumode energia elétrica na

linha de produção em 2010em relação a 2009

2 7 %dos 50 tipos de resíduos sólidos

 gerados pela fábrica em Ponta Grossa, no Paraná, têmcomo destino a reciclagem

90 %hectares  de áreas

 próprias, dos quais quase 50%são reservas nativas

destinadas à conservação

2 7 411marceneiros  

 foram capacitados em cursostécnicos oferecidos em

 parceria com o Senai em 2010

2 000 

 2000 / 2001 / 2002 / 2003 / 2004 / 2005 / 2006 / 2007 /   2008 /   2009 /   2010 /   2011

• SETor  Indústria da construção  • FATUrAMENTo EM 2010 593 milhões de reais  • FUNcIoNárIoS 650

• Quando foi premiada 

Sobre a empresa 

Por qUESE DESTAcoU

Desempenho Veja dois pontos fortes da empresa*

• A remuneração variável de todos os executivosestá vinculada a metas de desempenho

nas dimensões econômica, ambiental e social

• Busca engajar as partes interessadas nas atividadese nas decisões da empresa, desde a concepção

de novos produtos até situações de crise

• Incorpora aspectos socioambientais na avaliaçãodo resultado econômico-financeiro da empresa

• Calcula o indicador “equilíbrio do crescimento”,que busca conciliar a expansão dos negócios

com a saúde financeira da empresa, e divulga

esse dado para o público interno

Gestão e sustentabilidade desempenho socioeconômico

0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 

109, 3 9,2

 5, 4 6

* Itens nos quais a empresa superou a média do universo pesquisado

A chilena Masisa está muito perto de alcançar 100% de uso de energia renovável 

na linha de produção de suas duas fábricas de painéis de madeira no Brasil 

empresa-modelo⁄Masisa 

MASISA

MéDIA

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7/23/2019 Guia Exame Sustentabilidade 2011

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   G   E   R   M   A   N   O    L

   ü   D   E   R   S

 Jorge Hillmann , diretor-geral da Masisa: exemplo de sustentabilidade em países emergentes, segundo o Fórum Econômico Mundial

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7/23/2019 Guia Exame Sustentabilidade 2011

http://slidepdf.com/reader/full/guia-exame-sustentabilidade-2011 166/180166/GUIA EXAME • SUSTENTABILIDADE/Novembro 2011

 O apagão da mão de obra na construção ci-vil é uma das grandes preocupações dos empresários dosetor, que cresceu quase 11% no Brasil em 2010 e mantémboas perspectivas de expansão nos próximos anos. Uma dasrazões para a escassez de profissionais qualificados é o nívelmédio de escolaridade dos trabalhadores do setor, aindamuito baixo. De acordo com a Câmara Brasileira da Indús-tria da Construção, 80% deles não completaram o ensinofundamental e 72% nunca receberam nenhum treinamento

formal. A Amanco, produtora de tubos e conexões do grupoquímico mexicano Mexichem, criou um programa para ca-pacitar os trabalhadores e, ao mesmo tempo, reforçar a mar-ca entre os encanadores, categoria que lida diretamente comseus produtos. Em parceria com o Senai, desenvolveu um

curso técnico de instalador hidráulico que já formou 32 000profissionais e, somente neste ano, deve formar mais 10 000.Metade dos participantes nunca havia atuado na área. “An-tes da criação desse curso, quem quisesse seguir a profissãono Brasil não encontrava muitas alternativas a não ser apren-der na própria obra ou com algum amigo ou parente”, dizMarise Barroso, presidente da Mexichem Brasil (novo nomeda Amanco Brasil). A empresa encomendou uma pesquisapara medir o retorno da iniciativa. O resultado mais signifi-

cativo foi a melhora na remuneração — 41% dos trabalha-dores passaram a ganhar mais depois do curso. Além disso,72% dos alunos disseram ter aprendido a usar mais racio-nalmente os recursos hídricos nas obras — o que é bom nãosomente para as empresas mas para toda a sociedade.

Contra o apagão da mão de obra 

A Mexichem em números 

de aumento no volume de financiamentos com o cartãoCredConstrução em 2010

em relação o ano anterior

58 %dos lucros da empresa

em 2010 foram distribuídosaos funcionários, ante 5,8%no ano anterior

6,8 %dos contratos firmados em

 2010 continham cláusulaespecífica sobre restrições

ao trabalho infantil

90 %do volume total de resíduos

 gerados na linha de produçãoem 2010 foram destinados

à reciclagem

7 5%

 2000 / 2001 / 2002 / 2003 / 2004 / 2005 / 2006 / 2007  /   2008 /   2009 /   2010 /   2011

• SETor  Indústria da construção  • FATUrAMENTo EM 2010  1 bilhão de reais  • FUNcIoNárIoS  1 969

• Quando foi premiada 

Sobre a empresa 

Por qUESE DESTAcoU

Desempenho Veja dois pontos fortes da empresa*

• O planejamento estratégico contempla abusca do uso mais eficiente de recursos naturais,

a redução da emissão de gases de efeitoestufa e o desenvolvimento de produtos

e serviços que contribuam para a inclusão social

e para a redução da pobreza

• Mais de 80% da produção da empresaé oriunda de processos cobertos por sistemas

de gestão ambiental certificados

• Possui programas para gerenciar ou reduzirimpactos ambientais no transporte de produtos

e materiais utilizados em suas operações

planejamento estratégico indicadores ambientais

0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 

10 10 9, 1

7 7

* Itens nos quais a empresa superou a média do universo pesquisado

Ao investir na capacitação dos profissionais que lidam com seus produtos nas obras,

a Mexichem reforça sua marca e contribui para aumentar a renda dos trabalhadores 

MEXIchEM

MéDIA

empresa-modelo⁄Mexichem (Amanco)

Page 167: Guia Exame Sustentabilidade 2011

7/23/2019 Guia Exame Sustentabilidade 2011

http://slidepdf.com/reader/full/guia-exame-sustentabilidade-2011 167/180Novembro 2011/GUIA EXAME • SUSTENTABILIDADE/167 

   g   e   r   m   a   n   o    l

   ü   d   e   r   s

 Marise Barroso, presidente da Mexichem, que controla a Amanco: parceria com o Senai vai formar 10 000 encanadores em 2011

Page 168: Guia Exame Sustentabilidade 2011

7/23/2019 Guia Exame Sustentabilidade 2011

http://slidepdf.com/reader/full/guia-exame-sustentabilidade-2011 168/180168 /GUIA EXAME • SUSTENTABILIDADE/Novembro 2011

Não basta engajar-se no tema da susten-tabilidade — é preciso ter a obsessão de praticá-la. Na fa-bricante de cosméticos Natura, nada ilustra melhor esselema do que a linha Ekos, que em dez anos consolidou suaimagem de produtos ambientalmente corretos com itenscomo xampus e sabonetes ligados à biodiversidade brasi-leira e que geram benefícios para as comunidades produ-toras dos insumos. Para completar o ciclo, faltava dar um jeito na embalagem plástica, uma das vilãs na geração de

resíduos. A solução veio com a adoção do plástico verde,100% reciclável, que tem as mesmas características doplástico petroquímico, mas com redução de 71% na emissãodos gases estufa. Feito de etanol de cana, o polietileno ver-de começou a ser usado nos refis de alguns produtos da

linha Ekos. E, mesmo custando 40% mais que o plásticocomum, não houve repasse nos preços ao consumidor. Ou-tra mudança foi a substituição de antigos refis por sachês,o que reduzirá em 83% o uso de plástico, em 97% a geraçãode resíduos e em 77% a emissão de gases estufa. Mais no-vidades devem vir por aí. Para avançar na prática susten-tável em seus negócios, a Natura criou neste ano o Progra-ma Amazônia, que prevê investimentos de 1 bilhão de reaise o envolvimento de 10 000 a 20 000 famílias da região até

2020. A meta é aumentar a participação de insumos ama-zônicos dos atuais 10% para 30% das compras totais emnove anos. “Muitas empresas olham a sustentabilidadecomo um pedágio”, diz Alessandro Carlucci, presidente daNatura, “Para nós, ela é fonte constante para a inovação”.

A obsessão de fazer mais 

A Natura em números 

de redução na emissãodegases causadores do efeito

estufa em 2010 em relaçãoao volume do ano anterior

21%de redução no consumo

de água, que atingiu a médiade 0,47 litro por produto

 fabricado em 2010

10 %milhões de reais  

 foram investidos em projetosde inovação relacionados

à sustentabilidade em 2010

140 milhões de reais 

 pagos em 2010 a comunidades fornecedoras de matérias-

 primas, 57% mais que em 2009

8 ,7 

 2000 /   2001 /   2002 /   2003 /   2004 /   2005 / 2006/   2007  /   2008 /   2009 /   2010 /   2011

• SETor  Bens de consumo  • FATUrAMENTo EM 2010 7,1 bilhões de reais  • FUNcIoNárIoS 7 037 

• Quando foi premiada 

Sobre a empresa 

Por qUESE DESTAcoU

Desempenho Veja dois pontos fortes da empresa*

• O planejamento estratégico contempla ainovação de produtos e serviços, para reduzir

os impactos negativos das operações e aumentaros benefícios sociais e ambientais, bem como

a formação de líderes para consolidar a cultura

de sustentabilidade na empresa

• Mais de 80% da produção da empresaé oriunda de processos cobertos por sistemas

de gestão ambiental certificados

• Possui programa de gerenciamento ou deminimização de impactos ambientais na etapa

 pós-consumo para todos os seus produtos

planejamento estratégico indicadores ambientais

0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 

109,6 9, 4

7 7

* Itens nos quais a empresa superou a média do universo pesquisado

A Natura adota embalagem 100% reciclável e reduz a emissão de gases de efeito estufa 

e a geração de resíduos na produção de cosméticos da linha Ekos 

empresa-modelo⁄Natura 

NATUrA

MéDIA

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7/23/2019 Guia Exame Sustentabilidade 2011

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   D   a   n   i   e   l   a

   T   o   v   i   a   n   s   k   y

 Alessandro Carlucci, presidente da Natura: investimento de 1 bilhão de reais até 2020 para ampliar o uso de insumos da Amazônia

Page 170: Guia Exame Sustentabilidade 2011

7/23/2019 Guia Exame Sustentabilidade 2011

http://slidepdf.com/reader/full/guia-exame-sustentabilidade-2011 170/180170 /GUIA EXAME • SUSTENTABILIDADE/Novembro 2011

A cada ano,estma-se que 40 mões detoneadas de xo eetrônco — como computadores, teev-sores e outros equpamentos — sejam geradas no mundo.Trata-se de um probema ambenta que cresce à meddaque mões de pessoas ao redor do mundo ngressam nomercado de consumo — e que tende a pressonar cada vezmas os fabrcantes desses produtos. Em 2010, a operaçãobrasera da Pps crou um programa de ncentvo paraque seus consumdores entreguem equpamentos veos da

marca em postos de coeta ocazados em sua rede de asss-tênca técnca, num processo conecdo como ogístca re-versa. O projeto antecpou em mas de um ano a PoítcaNacona de Resíduos Sódos, que obrga empresas como aPps a dar um destno adequado aos produtos descarta-

dos. Desde seu níco, o programa Cco Sustentáve recoeu160 toneadas de eetroeetrôncos e eetroportátes em 25cdades. Em juno deste ano, a Pps estendeu a ncatvapara equpamentos osptaares. Cíncas e osptas queentregaram máqunas obsoetas tveram condções especasna compra de produtos mas modernos, que consomem me-nos energa e possuem maor quantdade de peças reccá-ves. Em dos meses, o programa, batzado de Ação Verde,coetou 113 equpamentos médcos antgos ou fora de na.

Os produtos recodos são encamnados para uma usnade reccagem em Campnas, no nteror pausta. “Numpaís como o Bras, é mandatóro que sejamos poneros emprátcas que se antecpem às poítcas púbcas”, dz MarcosBcudo, presdente da Pps.

Com a mão no lixo 

A Philips em números 

 foi a participação da linhade “produtos verdes” 

no faturamento totalda empresa em 2010

12% foi a redução das emissõesde CO 2 na manufatura

de produtos em 2010em relação a 2009

17 % foi a redução no gastode energia com PCs

e monitores em 2010em relação ao ano anterior

40 % funcionários, cerca de 25% do total, atuaram

como voluntários em projetosdesenvolvidos em 2010

1000 

 2000 / 2001 / 2002 /   2003 / 2004 /   2005 / 2006 /   2007  /   2008 /   2009 /   2010 /   2011

• SETor  Eletroeletrônico  • FATUrAMENTo EM 2010  1,2 bilhão de reais()  • FUNcIoNárIoS  3 422

• Quando foi premiada 

Sobre a empresa 

Por qUESE DESTAcoU

Desempenho Veja dois pontos fortes da empresa*

• Possui programas e indicadores específicos para monitorar o consumo de água, papel,energia elétrica e combustíveis fósseis de sua

operação e tem metas de redução

• Dos materiais utilizados nas operações,

em média 30% são provenientes de reciclagem

• Tem procedimentos para eliminar a discriminaçãono trabalho, envolvendo seleção e contratação,

remuneração, promoção e acesso a treinamento

• Possui processos de ouvidoria para acolher, respondere esclarecer as críticas e sugestões do público interno,

assegurando a confidencialidade dos autores

uso de recursos naturais relações de trabalho

0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 

109, 3 9, 4

6, 1 6

* Itens nos quais a empresa superou a média do universo pesquisado  1. Estimativa de MElhORES E MAiORES

A Philips incentiva os consumidores a devolver equipamentos antigos para reciclagem.

Em um ano, recolheu 160 toneladas de lixo eletrônico e 113 equipamentos médicos sucateados 

empresa-modelo⁄Philips 

PhILIPS

MéDIA

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7/23/2019 Guia Exame Sustentabilidade 2011

http://slidepdf.com/reader/full/guia-exame-sustentabilidade-2011 171/180Novembro 2011/GUIA EXAME • SUSTENTABILIDADE/171

   D   a   n   i   e   l   a

   T   o   v   i   a   n   s   k   y

 Marcos Bicudo, presidente da Philips: iniciativa pioneira no país para coletar e substituir equipamentos hospitalares obsoletos

Page 172: Guia Exame Sustentabilidade 2011

7/23/2019 Guia Exame Sustentabilidade 2011

http://slidepdf.com/reader/full/guia-exame-sustentabilidade-2011 172/180172 /GUIA EXAME • SUSTENTABILIDADE/Novembro 2011

 Entre abril e novembro de 2010, os dirigen-tes da Promon traçaram as diretrizes para os negócios dogrupo nos próximos dez anos a partir de uma linha mestra:o tema ambiental deve fazer parte de todo projeto que sairde suas pranchetas. As obras de infraestrutura, uma dasprincipais áreas de atuação do grupo, envolvem geralmenteintrincadas questões ambientais, demográficas e regulató-rias que exigem soluções integradas. Como parte da prepa-ração para essa nova fase do setor, a Promon concluiu, em

 julho deste ano, a aquisição de 30% de participação em trêsempresas do grupo Brandt: a Brandt Meio Ambiente (queproduz estudos de impacto ambiental), a Terravision (quefaz geoprocessamento) e a Verti (que desenvolve tecnologiasambientais). “A questão ambiental será dominante nos pró-

ximos dez anos ou mais, um caminho inevitável a ser segui-do”, diz Luiz Fernando Rudge, presidente do Grupo Promon.Um empreendimento de grande porte, na maioria das vezes,exige estudos de impacto ambiental e levantamento dascondições geológicas do solo. Com a Promon Meio Ambien-te, nova empresa criada a partir da parceria com as trêscompanhias da área ambiental, o projeto oferecido aos clien-tes já incluirá esses serviços. Hoje, os projetos desenvolvidospela Promon já preveem o reúso de água e o uso de ilumi-

nação e ventilação naturais, medidas que reduzem o consu-mo de água em até 40% e de energia elétrica em até 15%. Aideia é dar um passo adiante. “Vamos poder oferecer solu-ções que considerem a ecoeficiência desde a concepção dosprojetos”, diz Moisés Falco, diretor executivo do grupo.

A aposta verde 

A Promon em números 

da receita operacional de 2010 foi destinada à gestãoambiental, o correspondente

a 2,9 milhões de reais

2,1%de redução no consumo

de água por meio de reúsoe aproveitamento da água

de chuva em obras

40 %milhão de reais  

investidos em programasde educação e cultura em

 2010, 33% mais que em 2009

1,6milhões de reais  

 para a capacitação dos funcionários, ou 22% dosinvestimentos totais de 2010

14

 2000 / 2001 / 2002 / 2003 / 2004 / 2005 /   2006 /   2007  /   2008 /   2009 /   2010 /   2011

• SETor  Indústria da construção  • FATUrAMENTo EM 2010  1,3 bilhão de reais  • FUNcIoNárIoS  1 040

• Quando foi premiada 

Sobre a empresa 

Por qUESE DESTAcoU

Desempenho Veja dois pontos fortes da empresa*

• O planejamento estratégico contempla a inovaçãode produtos e serviços, o uso eficiente de recursos

naturais, a redução dos impactos negativosdas operações, a adoção de medidas de combateà corrupção e a formação de líderes para consolidar

a cultura de sustentabilidade na empresa

• Possui ouvidoria para acolher, registrar, respondere esclarecer todas as críticas e sugestões

dos funcionários e atendê-las quando procedentes

• Assegura igualdade de tratamento e de condiçõesde trabalho entre os funcionários da empresa

e os trabalhadores terceirizados

planejamento estratégico relações de trabalho

0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 

108, 3 8,8

7 6

* Itens nos quais a empresa superou a média do universo pesquisado

Com a compra de participação em três empresas da área ambiental, o Grupo Promon 

 prepara-se para a era dos projetos de infraestrutura sustentáveis 

empresa-modelo⁄Promon 

ProMoN

MéDIA

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7/23/2019 Guia Exame Sustentabilidade 2011

http://slidepdf.com/reader/full/guia-exame-sustentabilidade-2011 173/180Novembro 2011/GUIA EXAME • SUSTENTABILIDADE/173 

   D   a   n   i   e   l   a

   T   o   v   i   a   n   s   k   y

 Luiz Fernando Rudge, presidente do Grupo Promon: estrutura para realizar estudos de impacto ambiental dos projetos

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7/23/2019 Guia Exame Sustentabilidade 2011

http://slidepdf.com/reader/full/guia-exame-sustentabilidade-2011 174/180174/GUIA EXAME • SUSTENTABILIDADE/Novembro 2011

 No último dia 29 de julho, seis “intru-sos” ouviram o executivo Antônio Maciel Neto, presidenteda fabricante de papel e celulose Suzano, apresentar o planodiretor de sustentabilidade da empresa. Como estavam alipara dar palpites, recomendaram que o plano, lançado nes-te ano com diretrizes em seis áreas críticas — ambiental,social, econômica, governança, inovação e comunicação —,tivesse ligação mais direta com o negócio, para cumprir suameta de incorporar a sustentabilidade nas decisões estraté-

gicas. Na verdade, os “intrusos” haviam sido convidados aintegrar, ao lado de oito funcionários da Suzano, o conselhoconsultivo de sustentabilidade da empresa. O órgão se reu-nirá a cada quatro meses para debater como a companhialidará com os principais impactos econômicos, sociais e am-

bientais de suas atividades. “Crescemos 120% nos últimosseis anos”, diz Maciel. “E, como planejamos crescer muitonos próximos anos, sentimos necessidade de incluir a vozexterna em nossa estratégia, para opinar sobre o que já fi-zemos e como devemos atuar daqui para a frente.” Os con-selheiros externos, que são remunerados por reunião, foramescolhidos no mundo acadêmico, no terceiro setor e em ou-tras empresas. Entre os integrantes estão o agrônomo CarlosCerri, especialista em emissões de gases de efeito estufa na

agricultura, e Paulo Itacarambi, vice-presidente do Institu-to Ethos. Todas as sugestões e críticas dos conselheiros sãoregistradas em ata, para que não fiquem sem resposta. “Nãotenho dúvida de que iremos atender à maior parte das re-comendações do novo conselho”, diz Maciel.

Um conselho, por favor 

A Suzano em números 

milhões de reais  foram investidos em 2010em projetos comunitários deeducação, cultura e agricultura

42 mil hectares  

são destinados à preservaçãoambiental, 40% da área total

de propriedade da empresa

2 56de aumento nos investimentos

ambientais em 2010 emrelação ao valor destinado

no ano anterior

17 5%dos funcionários

 participaram em 2010 de umtreinamento para divulgar

o código de conduta da empresa

8 7 %

 2000 / 2001 / 2002 / 2003 / 2004 /   2005 /   2006 / 2007  /   2008 /   2009 /   2010 /   2011

• SETor  Papel e celulose  • FATUrAMENTo EM 2010 5,2 bilhões de reais  • FUNcIoNárIoS 4 622

• Quando foi premiada 

Sobre a empresa 

Por qUESE DESTAcoU

Desempenho Veja dois pontos fortes da empresa*

• A política de gestão de riscos adota critériossocioambientais de curto, médio e longo prazo,

monitorados periodicamente

• Possui um plano de contingência que prevêações para evitar e gerenciar crises de natureza

ambiental, social e econômica

• Promove iniciativas de desenvolvimentosustentável na comunidade do entorno, levando

em conta as peculiaridades locais

• Os investimentos sociais realizados pela empresatêm verba definida em orçamento anual, geridas

de acordo com critérios preestabelecidos

Gestão de riscos investimentos sociais

0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 

109,4 9,7

 5,5 6,2

* Itens nos quais a empresa superou a média do universo pesquisado

Para aprimorar sua estratégia de sustentabilidade, a Suzano forma um grupo 

com conselheiros independentes externos 

empresa-modelo⁄Suzano 

SUzANo

MéDIA

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   D   a   n   i   e   l   a

   T   o   v   i   a   n   s   k   y

 Antônio Maciel Neto, presidente da Suzano: críticas e sugestões de fora vão ajudar a definir os próximos passos da empresa

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7/23/2019 Guia Exame Sustentabilidade 2011

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mil reais   foraminvestidos em 2010

em patrocínios de projetosculturais, sociais e esportivos

do faturamento é gasto comos funcionários, incluindosalários, benefícios e

 participação nos resultados

19% 388 dos funcionários receberam

ajuda financeira em 2010 para cursos técnicos, de

 graduação ou pós-graduação

10 % projetos de saúdee educação realizados em 2010

 por meio do Instituo Sabin,mantido pelo laboratório

• SETor Serviços  • FATUrAMENTo EM 2010  145 milhões de reais  • FUNcIoNárIoS 936

• Possui programas para o gerenciamentodo desempenho ambiental, tendo como metas

o uso sustentável de recursos naturais, a reduçãoda emissão de resíduos, a produção mais limpa,

a busca da ecoeficiência, a prevenção à poluição

e a conservação da biodiversidade

• Os investimentos sociais são precedidos deconsultas às comunidades afetadas pela iniciativa

e levam em conta o potencial de autossuficiência financeira dos projetos e a aprendizagem gerada

 pela iniciativa para a formulação e o aprimoramento

de políticas públicas

O laboratório Sabin,de Brasí-lia, começou há 27 anos com quatro funcionários. Hoje temquase 1 000 empregados, é a maior empresa do setor na Re-gião Centro-Oeste, mas mantém características de umaempresa familiar. Um exemplo é o programa Eu cuido dosmeus pais, criado há dois anos. Ele permite que cada fun-cionário, no mês de seu aniversário, ofereça um check-upde saúde completo aos pais, sem custo. Há várias outras ini-ciativas como essa que fortalecem a ligação entre a empre-

sa e os funcionários, desde auxílio-casamento até gratifica-ções por tempo de serviço — com 20 anos de trabalho, ofuncionário ganha um carro zero-quilômetro. Outra peculia-ridade do Sabin é que as mulheres representam 74% doquadro de funcionários. “Somos uma empresa com alma

feminina, e as mulheres costumam ser mais preocupadascom o bem-estar dos outros”, diz Sandra Costa, diretoratécnica e uma das fundadoras da empresa, ao lado da sóciaJanete Vaz. A preocupação com a qualidade de vida se es-tende à comunidade, com vários projetos nas áreas de saú-de, educação e esporte. Com a rápida expansão dos últimosanos — o faturamento deve crescer 60% neste ano —, o de-safio é manter a qualidade da gestão de pessoas que faz aempresa figurar, há sete anos, no guia  Melhores Empresas

 para Você Trabalhar, publicado por Você S/A e EXAME. OSabin possui hoje 70 unidades no Distrito Federal, Goiás,Bahia, Amazonas e Minas Gerais. Até 2020, o plano é estarpresente em todos os estados. “O maior desafio é crescersem perder as nossas características”, diz Sandra.

A família está crescendo 

O Sabin em números 

 2000 / 2001 / 2002 / 2003 / 2004 / 2005 / 2006 / 2007 / 2008 / 2009 / 2010 /   2011• Quando foi premiada 

Sobre a empresa 

Por qUESE DESTAcoU

Desempenho Veja dois pontos fortes da empresa*

planejamento ambiental investimentos sociais

0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 0 | | | |  | | | | |  1 | | | |  | | | | |  2 | | | |  | | | | |  3 | | | |  | | | | |  4 | | | |  | | | | |  5 | | | |  | | | | |  6 | | | |  | | | | |  7 | | | |  | | | | |  8 | | | |  | | | | |  9 | | | |  | | | | |  10 

109,2 9,3

7,2 6,2

* Itens nos quais a empresa superou a média do universo pesquisado

O desafio do Sabin é expandir sua rede de laboratórios sem perder a qualidade da gestão 

de recursos humanos que foi uma de suas marcas nos últimos anos 

empresa-modelo⁄Sabin ⁄ ⁄ ⁄categoria PME ⁄ ⁄ ⁄

SABIN

MéDIA

48 0 

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7/23/2019 Guia Exame Sustentabilidade 2011

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   D   a   n   i   e   l   a

   T   o   v   i   a   n   s   k   y

Sandra Costa, diretora técnica do Sabin: incentivos aos funcionários incluem um carro zero-quilômetro após 20 anos de serviço

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7/23/2019 Guia Exame Sustentabilidade 2011

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IMAGEM⁄Infraestrutura 

Os sem-energia Moradores de Offaka, no interior de Uganda, estudam sob a luz de um sistema de energiasolar desenvolvido pela Philips. Mais de um século depois da invenção da lâmpada incandescente pelo americano Thomas Alva Edison, ainda há 1,4 bilhão de pessoas — 20% da população mundial —sem acesso regular à energia elétrica em suas casas. São pessoas que sofrem de “pobreza de energia”,segundo relatório divulgado no início de novembro pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Um dos grandes desafios nos próximos anos é promover o necessário acessodesses indivíduos à energia elétrica sem aumentar ainda mais os danos ao meio ambiente —a eletricidade e a geração de calor são responsáveis por 40% das emissões globais de gás carbônico.

   S   v   e   n

   T   o   r   f   i   n   n

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