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1

CONHECER PARA RESPEITAR: PATRIMNIO E CIDADANIA EM DIAMANTINA

Projeto de Extenso realizado pelo Curso de Turismo da UFVJM, com apoio

PIBEX/PROEXC.

GUIA DE CONSULTA

Coordenao: Juliana Medaglia e Carlos Eduardo Silveira

Equipe atual:. Lucimara Cardozo Mariano, Ana Carolina de Almeida Melo,

Genildo Augusto Ribeiro, Henrique Oliveira, Kamila Gandra de Oliveira, Maira

Teixeira de Farias, Mariana Louzado Fiorentino, Rafael Amrico Falco Ayres.

Equipe anterior: Ana Paula Ventura Falci, Andreza Nascimento, Daniella Eloi

de Souza, Flvia Ramos Teixeira, Karla Cristina Rodrigues Maynart, Kelsilene

Fernanda Xavier, Liliane Brando, Ndia Caroline da Silva Viveiros, Nalva

Lopes de Sousa, Renata Cristina Simes de Oliveira, Taysa Kennia Godinho,

Zlia Lopes de Sousa.

Contatos:

E-mail: [email protected]

Facebook: Proj Patrimnio (http://www.facebook.com/profile.php?id=100001873683543&sk)

Orkut:http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=15681617383632541244

Twitter: www.twitter.com/pppatrimonio

Diamantina-MG

2011

2

JULIANA MEDAGLIA E CARLOS EDUARDO SILVEIRA (Org.)

CONHECER PARA RESPEITAR: PATRIMNIO E CIDADANIA EM DIAMANTINA

Guia de Consulta

1 Edio

Diamantina-MG

Editora UFVJM

2011

3

Ficha Catalogrfica - Servio de Bibliotecas/UFVJM

Viviane Pedrosa Bibliotecria / Documentalista

CRB6-2641

C749

2012

Conhecer para respeitar: patrimnio e cidadania em Diamantina / Juliana

Medaglia, Carlos Eduardo Silveira (org.). Diamantina: UFVJM, 2012.

106 p.

ISBN: 978-85-61330-22-4

Vrios autores

1. Patrimnio 2. Diamantina-guia 3. Extenso 4. Histria I. Ttulo II. Godinho, Taysa III. Xavier, Kelsilene IV. Maynart, Karla V. Teixeira, Flvia

VI. Eloi, Daniela VII. Viveiros, Ndia VIII. Souza, Zlia IX. Oliveira, Renata

X. Nascimento, Andreza XI. Louzado, Mariana XII. Cardozo, Lucimara XIII.

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Faculdade

Interdisciplinar em Humanidades. Departamento de Turismo.

CDD 338.4791

4

Sumrio APRESENTAO ............................................................................................................................... 5

ACERVO ARQUITETNICO E PAISAGSTICO DA CIDADE DE DIAMANTINA ...................... 7

BASLICA DO SAGRADO CORAO DE JESUS ........................................................................ 9

BECO DAS CAVEIRAS/CRAVEIRAS ............................................................................................ 12

BECO DO MOTA ............................................................................................................................... 13

CADEIA/TEATRO SANTA IZABEL ................................................................................................. 14

CAF NO BECO ............................................................................................................................... 16

CAIXA DGUA ................................................................................................................................. 17

CAPELA IMPERIAL NOSSA SENHORA DO AMPARO .............................................................. 19

CASA DA CHICA DA SILVA ............................................................................................................ 20

CASA DA GLRIA ............................................................................................................................ 22

CASA DE JOO GILBERTO ........................................................................................................... 24

CASA DO JUSCELINO .................................................................................................................... 26

CATEDRAL DE SANTO ANTNIO ................................................................................................ 29

CONSERVATRIO ESTADUAL DE MSICA LOBO DE MESQUITA ..................................... 31

CORPO DE BOMBEIROS ............................................................................................................... 35

CRUZEIRO DA SERRA ................................................................................................................... 36

DIAMANTINA TNIS CLUBE .......................................................................................................... 38

HOSPCIO .......................................................................................................................................... 40

HOTEL TIJUCO ................................................................................................................................. 42

IGREJA DE NOSSA SENHORA DO ROSRIO ........................................................................... 45

IGREJA DE SO FRANCISCO DE ASSIS .................................................................................... 47

MERCADO MINICIPAL .................................................................................................................... 50

MITRA ARQUIDIOCESSANA ANTIGA CASA DO CONTRATO ............................................. 53

NOVO MERCADO MUNICIPAL ...................................................................................................... 55

PICO DO ITAMB ............................................................................................................................. 56

PRAA DOUTOR PRADO .............................................................................................................. 58

PRAA DA UNESCO ....................................................................................................................... 60

PRAA JK .......................................................................................................................................... 62

RESERVA DA BIOSFERA ............................................................................................................... 63

RUA DA QUITANDA ......................................................................................................................... 64

SANTA CASA DE CARIDADE ........................................................................................................ 66

SEMINRIO SAGRADO CORAO DE JESUS ......................................................................... 70

SERRA DO ESPINHAO ................................................................................................................ 72

SERRA DOS CRISTAIS ................................................................................................................... 73

UNIVERSIDADE DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI ............................................ 75

VESPERATA ...................................................................................................................................... 78

LENDAS DE DIAMANTINA .............................................................................................................. 81

ESTILOS E MOVIMENTOS ARQUITETNICOS, ESPECIALMENTE COLONIAL E

MODERNISTA ................................................................................................................................... 94

CURIOSIDADES ............................................................................................................................. 105

5

APRESENTAO

"Vs passais to distrados,

Tende olhos e nos vedes,

h tesouros escondidos,

nestes chos, nestas paredes

Padre Celso de Carvalho (1913- 2000)

Em um contexto geral, a Histria deixa marcas que podem ser encontradas

materializadas no nosso patrimnio histrico-cultural. Preserv-las para os que nos

sucedero responsabilidade de toda a sociedade, o que inclui diretamente e

especialmente a Universidade e aqueles que atuam no desenvolvimento turstico local.

O ensino do turismo e sua relao com o patrimnio encontra espao para ampliao

de viso da Equipe desse Projeto de Extenso Universitria, intitulado Conhecer para

Respeitar: patrimnio e cidadania. Nos dias de hoje, a falta de conhecimento acerca do

Patrimnio constitui uma das lacunas mais sentidas na formao dos jovens em geral. A

relao patrimnio-comunidade local, ainda mais delicada em cidades tursticas como

Diamantina, j que muitas vezes o turismo faz uso desse patrimnio e, por isso mesmo, tem

a responsabilidade de valoriz-lo junto aos moradores.

O Curso de Turismo da UFVJM acredita na importncia de aes extensionistas que

envolvam a comunidade local com a potencialidade turstica da cidade de Diamantina; e,

sem dvida, a mais significativa dessas potencialidades reside no seu farto patrimnio

cultural, que a faz ser cidade detentora de ttulos na rea de patrimnio.

Assim, com o empenho e dedicao de uma Equipe de acadmicos do Curso de

Turismo sob superviso dos professores que coordenam o projeto, que foi implantado na

UFVJM o Conhecer para Respeitar: patrimnio e cidadania. Trata-se de um projeto que

envolve Interpretao do Patrimnio, Turismo e Cidadania e tem como objetivo sensibilizar

autctones que atuam junto aos turistas e comunidade local, jovens das Escolas

Estaduais de Diamantina e alunos da UFVJM acerca do patrimnio cultural de Diamantina,

melhorando a relao entre a Universidade e a comunidade local, gerando cidados

conscientes. O projeto acontece desde 2009 e j foi contemplado pelo Edital

PIBEX/PROEXC/UFVJM trs vezes. Nesse perodo, entre alunos da UFVJM e demais

estudantes de Diamantina j recebeu mais de 600 participantes em suas caminhadas

6 culturais, algumas precedidas ou seguidas de debates acerca de patrimnio, cultura,

cidadania e sobre a cidade. Alm disso, publicou psteres nos eventos de Extenso e

Integrao da UFVJM por 4 vezes, alm de ter envolvido mais de vinte alunos dos cursos de

Turismo e do Bacharelado em Humanidades, dos quais, 3 bolsistas de Extenso. Todas

essas pessoas envolvidas tiveram curiosidade acerca do material que a Equipe do Projeto

utiliza para dar suporte s caminhadas.

Este material agora apresentado um Guia cuja funo dar suporte atividade de

campo como material de consulta para dvidas que possam surgir ao longo das caminhadas

culturais, sem a pretenso de tornar-se uma referncia para consultas acadmicas ou

histricas. A proposta de compilao deu-se em virtude da carncia de informaes

organizadas percebida durante a concepo do Projeto. A primeira Equipe do Projeto,

composta por cerca de 10 acadmicas do Curso de Turismo da UFVJM, em conjunto com

os professores supervisores, realizou uma pesquisa histrica que originou esse amplo

material, que foi renovado por novos integrantes da Equipe em 2011 com base na

organizao das informaes recebidas dos prprios participantes das caminhadas culturais

que em seus comentrios e intervenes vm agregando valor ao projeto. Como no foram

poucas as vezes em que nos solicitaram o acesso ao Guia do Projeto de Extenso

Conhecer para Respeitar: patrimnio e cidadania, aqui apresentamos eletronicamente

esse material, para que todos tenham acesso e, com seu uso e divulgao, ajudem a

promover a cidadania, por meio do patrimnio.

Por fim, vale lembrar que o conhecimento largamente difundido entre os agentes do

turismo de que o turismo s bom para o turista, se antes o for para a comunidade local.

Boa consulta! Boa viagem!

Juliana Medaglia e Ca Silveira

Coordenadores

Projeto de Extenso Conhecer para Respeitar: patrimnio e cidadania

7

ACERVO ARQUITETNICO E PAISAGSTICO DA CIDADE DE DIAMANTINA

Data de Construo

A formao da cidade de Diamantina est diretamente relacionada explorao do

diamante, apesar de o surto de minerao do ouro ter sido responsvel por sua

ocupao inicial. A formao da cidade, antes Arraial do Tijuco, deu-se em 1713,

com a descoberta e a explorao do ouro no vale do Crrego do Tijuco.

Proteo Existente

Esse bem foi tombado em 16 de maio de 1938, processo n. 64-T-38, inscrio n.

66, constando do Livro de Belas Artes, v. 1, p. 12. O Conjunto Arquitetnico de

Diamantina foi elevado condio de Patrimnio Mundial da Humanidade pela

UNESCO e, para que isso ocorresse, foi avaliado e julgado como obra de

importncia histria e documental da arte e da arquitetura brasileira.

Resumo/Apresentao do Atrativo

Diamantina apresenta uma configurao urbano-arquitetnica particular, se

comparada com a forma tradicional das demais cidades mineiras do perodo

colonial. Trata-se de um centro urbano de padro irregular, com arruamentos

transversais encosta, marcados por ruas paralelas, e pequenas variaes de

abertura ou desvio de alguns becos e ruas estreitas e tortuosas, conforme a tradio

medieval portuguesa.

Histrico/Caractersticas Relevantes do Atrativo

No conjunto urbano, evidencia-se a estreita relao urbano-arquitetnica com

edificaes, preponderantemente dos sculos XVIII e XIX, amoldadas em uma

sucesso contnua e cadenciada, escalonando a topografia irregular e definindo o

traado da cidade. Tais edificaes, especialmente as residenciais, destacam-se por

seu maior nmero e sua unidade de conjunto, apresentando a repetio sistemtica

da mesma tipologia de fachada, que impe uma cadncia rtmica e seqencial

imagem uniforme da cidade. H poucas casas trreas, predominando os sobrados

implantados transversalmente s ruas, em lotes estreitos, freqentemente com

ptios internos. As edificaes religiosas dos sculos XVIII e XIX apresentam uma

relao integrada com a estrutura urbana, favorecendo a coeso de todo o Conjunto.

8

Os edifcios religiosos esto implantados de forma contnua ao casario, sem rupturas

expressivas. A arquitetura civil tambm uma referncia especial pela extrema

unidade do conjunto, devido ao tratamento homogneo das fachadas e

permanncia do mesmo sistema construtivo.

Curiosidades e causos

Fontes Consultadas

ABREU, Joo Francisco de. Sntese dos bens mveis e imveis de Minas Gerais inscritos nos Livros de tombos do Instituto do patrimnio Histrico e Artstico Nacional IPHAN 2 ed. Belo Horizonte: Editora PUC Minas, 2007. SOUZA, Wladimir Alves de. Coordenao Guia dos bens Tombados de Minas Gerais. Rio de janeiro, Expresso e Cultura. 1984 CARRAZZONI, Maria Elisa. Coordenao Guia Dos Bens Tombados Brasill. Rio De Janeiro, Expresso E Cultura. 1987 PUCMINAS; UdG; UFVJM. Cultura na Estrada. Projeto Interinstitucional. Disponvel em culturanaestrada.wik.is. Acessado em 23/02/2010.

9

BASLICA DO SAGRADO CORAO DE JESUS

Data de Construo

O projeto de construo do seminrio foi elaborado pelo Pe. Jlio Clvelin. A

primeira pedra foi colocada em 1885 com a presena do Bispo D. Joo, do Reitor,

Pe. Bartolomeu Siplis, de autoridades, alunos do seminrio, meninas do Colgio

das Irms Vicentinas, alm do povo. Em 1889, aps 4 anos de construo o projeto

entra em sua fase final e, em janeiro de 1890, o prprio Dom Joo quem faz a

sagrao da Igreja. Trinta anos mais tarde, o papa Bento 15 decide elevar a Igreja a

categoria de baslica.

Porm nada consta sobre mincias da construo: Trabalho de cantaria, com pedras

que teriam sido tiradas do local da chcara da misso, folhas de pagamentos,

compras de material, e dos operrios que vieram grande parte do caraa.

Proteo Existente

Resumo/Apresentao do Atrativo

O projeto deste templo foi elaborado pelo padre Jlio Clavelin que j havia projetado

a Igreja Nossa Senhora Me dos Homens, no Caraa. Sua pedra fundamental foi

lanada em 1884. Durante a cerimnia, D. Joo fez um apelo comunidade para

que cada fiel doasse uma das mil pedras necessrias para a construo. No ano de

1890, aconteceu a sagrao da igreja por D. Joo Antnio dos Santos. Os vitrais

foram doados por famlias e instituies religiosas francesas.

Por uma bula do Papa Bento XV, em 1920, a igreja foi elevada baslica.

... sendo que belssima imagem do Sagrado Corao objeto de piedade culto no

Altar-mor daquele templo; tendo-nos certificado de que esse templo

verdadeiramente obra de arte no Brasil e que notvel mais ainda esplendor do

culto divino e das sagradas funes. Pela nossa Autoridade Apostlica e por fora

do presente documento, elevamos perpetuamente ao ttulo de Baslica menor a

Igreja do Sagrado Corao em Diamantina com todos os direitos e honras que

competem s Baslicas menores de Roma. Dado em Roma junto de So Pedro, sob

o anel do pescador aos 10 de dezembro de 1920, VII do nosso Pontificado.

Histrico/Caractersticas Relevantes do Atrativo

10

Seguindo uma tendncia da arquitetura mundial da segunda metade do sculo XIX,

a igreja possui as linhas do neogtico. Torres em agulha, janela de roscea

rendilhada no frontispcio, colunatas delgadas de onde partem as ogivas que se

entrelaam no alto da abbada so elementos da arquitetura da Baslica do Sagrado

Corao. A principal decorao feita por janelas ogivais com belos vitrais

franceses que foram doados por famlias e instituies religiosas francesas. Na

temtica dos vitrais, quinze so dedicados aos mistrios do rosrio e um apario

do Sagrado Corao de Jesus Santa Maria Alacoque. A janela de roscea do

frontispcio mostra, no seu centro, o Corao de Jesus. E, em cada um dos doze

raios que saem desse centro, est a figura de cada um dos doze apstolos.

Na roscea exterior foi escrito, em letras vermelhas Gloria, Amor e reparao ao

Corao de Jesus, pois a Igreja fora dedicada ao Sagrado Corao.

Os vitrais forma doados por personagens diversos; uma princesa (Parece de

Joiville), a famlia Siplis, o construtor Antonio Luis Figueiredo, Irms Vicentinas da

frana, dentre outros. Os vitrais representam cenas do Rosrio: Mistrios gozosos,

dolorosos e gloriosos.

Primeiro a Anunciao; segundo a visitao, nascimento de Jesus; Apresentao,

Jesus entre os doutores, orao e agonia no Horto das Oliveiras, Flagelao,

Coroao de espinhos, Jesus com a Cruz as costas, Crucificao, Ressurreio,

Ascenso de Nossa Senhora, Coroao da Virgem Maria, e o dcimo sexto,

representa a revelao particular de Deus freira Margarida Maria de Visitandina de

Pray-Le-Monial.

Curiosidades e causos

As congregaes religiosas estrangeiras que comeam a chegar em Minas Gerais a

partir de 1820 tiveram uma grande responsabilidade na adoo do neogtico. Essas

congregaes eram principalmente italianas, francesas, holandesas e alems. Com

o advento do Imprio, as ordens religiosas que dominaram no perodo colonial -

carmelitas, dominicanas e franciscanas - estavam enfraquecidas. As congregaes

estrangeiras estavam voltadas para a assistncia social, como os hospitais, asilos e

orfanatos, mas, o objetivo da maioria de quase todas era a questo educacional com

a instalao de colgios internos. Em 1849, D. Vioso obteve do governo federal

autorizao para a vinda dos Lazaristas franceses, que se instalaram na diocese de

Mariana.

11

Um importante acontecimento nos fins do sculo XIX apressou a construo da

Igreja do seminrio, dedicada ao Sagrado Corao de Jesus.

Naquele tempo, no seminrio era constitudo de uma s capela interna, para uso dos

alunos e dos funcionrios. E era desejo dos habitantes de algumas partes altas da

cidade de Diamantina que fosse encampada ao seminrio a Igreja da Luz, para as

missas aos domingos e para as missas cantadas dos dias solenes. Contudo a

reitoria do estabelecimento no aceitou, por que havia o propsito de uma Igreja

maior ao lado do prdio.

O que ocorrera foi que certo dia os alunos que estavam na capela interna, situada

no segundo pavimento, desceram para o pavimento inferior, possivelmente para um

recreio. Poucos minutos depois caiu um raio num terreno prximo, que mataria

muitos jovens estudantes se l estivessem. Os sacerdotes impressionados com o

acontecido combinaram com o Bispo, Dom Joaquim Antonio dos Santos, a

construo da igreja para implorar a proteo ao S. C. Jesus sobre a casa.

Houve contribuio de pessoas da cidade para obras. Igualmente, parte dos fundos

para as obras advieram da misso de burrusqus, feitos pelo Bispo D. Joo

Antonio do Santos. Esses burrusqus corriam a cidade como dinheiro. Papel

moeda no valor de 500 ris onde havia estampado o projeto da Igreja que parece,

no foi fielmente executado.

Fontes Consultadas

_ acesso dia 20/05/2011 _. Acessado em 20 fev. 2010. _. Acessado em 20 fev. 2010. _. Acessado em 20 fev. 2010. _. Acessado em 20 fev. 2010. _CARVALHO, Pe. Celso, Biografia de Dom Joaquim Silvrio de Souza e Trovas,

Arquidiocese de Diamantina, 2007.

_MOURO, Paulo krger Correa, Sementeira de Valores. O Seminrio de

Diamantina, de 1867 a 1930(MCMLXXI), composto e impressos na typografia

Marlia editores BH, 1971.

_ROCHA, Severiano Campos, Memrias, Presbtero secular, Bello Horizonte, impressa official do Estado de minas Gerais, 1919. _TYPOGRAFIA da Estrela Polar. A memria bendita do Exmo e Revmo. Sr. Dom Joaquim Silvrio de Souza, primeiro Arcebispo de Diamantina, santamente falecido nesta cidade aos 30 de agosto de 1933, s 12 e 10 min.

12

BECO DAS CAVEIRAS/CRAVEIRAS

1)Conta a Lenda que o beco chamado de beco das Craveiras devido ao fato de

que antigamente quando chovia muito as caveiras caiam do cemitrio da Igreja da

Luz at o Beco.

2)Lenda: Existia um cemitrio atrs do muro centenrio; a quem diga que no muro

ainda h tesouros escondidos...

"O Povo cortou um "r" fez o beco das "Caveiras".

Mas no h quem desenterre o mistrio das Craveiras" (Pe.Celso de Carvalho)

3) Lenda: o beco foi nominado em homenagem a uma famlia protuguesa, cujo

sobrenome Craveiras.

Fonte

1)Ana Paula Falci, diamantinense, ex-participante do Projeto

2) Taysa Godinho, guia de turismo, ex-participante do Projeto

3) Informao informal de morador de Diamantina ouvida por Ca em cartrio da

cidade.

13

BECO DO MOTA

Data de Construo

Proteo Existente

Resumo/Apresentao do Atrativo

Beco do Mota e Sentinela foram dois temas escritos por Fernando sobre melodias

de Bituca, inspirados em Diamantina, terra dos Brant.

Beco do Mota era a estreita viela que abrigava os antigos prostbulos. Estes, por

estarem bem em frente Igreja Matriz (Catedral), haviam sido desocupados fora,

por ordem de um arcebispo ultra reacionrio.

Histrico/Caractersticas Relevantes do Atrativo

A maioria das casas dos Beco tm acesso tanto pelo beco, quanto pela Rua da

Quitanda;

A msica do Clube da Esquina retratando sobre o Beco;

Anos atrs houve uma reivindicao por parte das mulheres sobre a dificuldade de

andar nas caladas da cidade. Com isso, Joo Capistrano ordenou que fossem

feitos na parte central das ruas um caminho de pedras mais largas e planas que as

at ento utilizadas, criando assim as Capistranas.

Fonte Consultada

BORGES, Mario. Livro Os sonhos no envelhecem Histrias do Clube da

Esquina. Pag 182.

Taysa Kennia Godinho

Sobre o Beco do Mota: Dissertao de mestrado do Dr. Marcos Lobato "Casas e

assombrao - Beco do Mota" - cpia na Biblioteca Antnio Trres. Sobre o Z de

Lota: "Vultos e Fatos" de Sotter Couto, tambm na Biblioteca

Z de Lota: Escritor Diamantinense Falecido.Tambm chamado de Z do Morro

14

CADEIA/TEATRO SANTA IZABEL

Data de Construo:

Proteo Existente:

Resumo/Apresentao do Atrativo

Com o objetivo de angariar maiores recursos para a manuteno, a Santa Casa

manteve por longo tempo, no local da atual Cadeia Pblica, uma casa de

espetculos o Teatro Santa Isabel, construdo por volta de 1840 e demolido em

1911.

Histrico/Caractersticas Relevantes do Atrativo

Em 1838 foi adquirido pela Santa Casa um pequeno prdio para que se montasse a

casa de espetculos.

Em 1858 foi ampliada o Teatro, isso porque mal comportava seus frequentadores.

Para ampliao contriburam 73 acionistas, sendo que 53 destas aes foram

doadas posteriormente Santa Casa.

Alguns anos depois, a Santa Casa sem verba para garantir a conservao do prdio,

(estava mais caro mant-la, no dava mais lucro), ameaando ruir toda a fachada,

aventou-se a ideia de demoli-lo.

Em 1913 Senador Mouro era o chefe representante poltico no Estado, o grupo

poltico dele retoma o poder municipal neste mesmo ano. No comando Municipal

quem ficou foi Cosme Alves de Cout, que fazia parte da mesa diretora da Sta. Casa,

isso facilitou uma negociao entre o Governo do Estado, o Governo Municipal e a

Sta. Casa.

Qual era o acordo? O Governo Estadual compraria o terreno na mo da Sta. Casa

para que fosse instalada a nova cadeia que na poca funcionava no prdio onde

hoje o Frum. O Governo Municipal doaria um lote a Sta. Casa na Rua direita para a

construo de um novo teatro( onde hoje o Planetarium).

O Teatro Santa Izabel foi jogado ao cho, mas todo o seu acervo foi passado a Sta.

Casa. Foi construda ento, a cadeia no local.

O prdio da Cadeia foi recentemente restaurado, mas com a finalidade ser

transformado novamente em Teatro Santa Izabel.

15

Curiosidades

1.Com o acervo recebido, o lote municipal e o dinheiro, a Sta Casa constitui o novo

teatro na Rua Direita.

2.Alguns moradores da Praa Dr. Prado contam que era pavoroso a poca que a

cadeia funcionava ali, os detentos fugiam e entravam nas casas dos moradores,

sem contar que j aconteceu de l de dentro mesmo atirarem coisas nas pessoas

que passavam na rua.

3. O teatro original foi demolido e o atual, que possui o mesmo nome, na verdade

a restaurao e adaptao do prdio da Cadeia.

Fontes Consultadas

Atlas Dos Monumentos Histricos e Artsticos de Minas Gerais Circuito do Diamante IV Fundao Joo Pinheiro. Histrico/Caractersticas Relevantes do Atrativo e Curiosidade 1. por Entrevista a Wander Conceio 03/03/2010, por Daniella Eloi Curiosidade 2. por Entrevista com Maria da Conceio Lopes Fonseca 03/03/2010 por Daniella Eloi

16

CAF NO BECO

Data de Construo

O Caf no Beco surgiu no dia 28 de outubro de 2001.

Proteo Existente:

Resumo/Apresentao do Atrativo

Evento que rene a venda de artesanatos, quitandas tpicas e apresentaes

culturais como msicos da cidade. O Caf no Beco j ponto de encontro tradicional

para o diamantinense, que recebe o turista com um agradvel bate-papo

acompanhado do tradicional cafezinho e ch da Canastra.

Horrio: a partir das 09:00 horas no Beco da Tecla.

Histrico/Caractersticas Relevantes do Atrativo

O Caf no Beco surgiu espontaneamente como um ponto de encontro, uma ideia

dos comerciantes do Beco da Tecla para movimentar as manhs de domingo. Em

2001 a Prefeitura Municipal de Diamantina autorizou o evento que comeou com

apenas algumas mesas com quitandas, caf e msica. um espao livre, qualquer

arteso, quitandeira ou msico da cidade que quiser pode participar sem pagamento

de qualquer taxa para expor seus trabalhos. A Rua da Quitanda fica reservada aos

artesos e o Beco da Tecla para as quitandeiras, doceiras e os msicos.

Curiosidade/Causos

O grupo de Pastorinhas da Dona Ambrosina era presena constante no Caf no

Beco de 2001 quando comeou at o ano de 2008.

O Beco tem este nome devido a ltima casa do lado direito, nica que possui balco

em Diamantina, pertencia a uma Senhora cujo sobrenome era Tecla.

Fontes consultadas

http://www.diamantina.mg.gov.br/ Acessado em 24/02/2010. Maria Helena Ribeiro Hugo proprietria da Loja de artesanato Canastra, fundadora do Caf no Beco.

http://www.diamantina.mg.gov.br/

17

CAIXA DGUA

Data de Construo

A Caixa D'gua ou Reservatrio da Grupiara foi construdo em 1927, como um dos

itens de um acordo, feito entre o Governo Municipal e a EFC do Brasil, para a

criao da SAAE, e a canalizao da gua e do esgoto da cidade de Diamantina, e

com isso acabar com os regos pblicos e com a falta de gua. A partir de 1995 a

COPASA comeou a operar o Sistema de Abastecimento de gua e Esgoto de

Diamantina, e reformou a Caixa D'gua da Grupiara.

Resumo/Apresentao do Atrativo

A Caixa D'gua ou Reservatrio Grupiara, est localizada na Avenida Francisco S,

e foi criada para resolver a dificuldade de abastecimento de gua potvel durante

um longo perodo de seca que atravessava na poca a cidade de Diamantina. Com

maior abundncia de gua, pela criao do reservatrio, e com a canalizao do

manancial do Pau de Fruta, melhorou a sade da populao diamantinense,

preservando o indivduo e a sociedade das enfermidades e epidemias que

apareciam constantemente.

Histrico/Caractersticas Relevantes do Atrativo

Em 1925, o Sr. Joo Dias de Andrade apresentou Cmara Municipal de

Diamantina o projeto de Lei-decreto: que autorizava o Agente Executivo Municipal

contrair com o Estado de Minas Gerais um emprstimo destinado ao abastecimento

de gua e construo da rede de esgotos em Diamantina. (Lei n. 317, de 21 de

fevereiro de 1925)

Em 1926 foi feito um acordo entre a EFC do Brasil e o municpio de Diamantina (LEI

N. 230, DE 30 DE JUNHO DE 1926), para canalizao da gua e esgoto da cidade

(SAAE), e assim acabar com os ainda existentes regos pblicos.

Em 1926, comearam, no Pau de Fruta, devido s providncias do Agente Executivo

Municipal Sr. professor Juscelino Dermeval da Fonseca, os servios de locao e

barragem para a canalizao da gua potvel, que abastece a populao de

Diamantina, a obra teve como empreiteiro o engenheiro, Sr. Edmar Lopes.

18

Em 1927 iniciou-se a construo da Caixa Dgua, e foi feita, afinal, a almejada

ligao do reservatrio de gua geral ao rego pblico. As obras foram confiadas

direo do engenheiro Symphronio Brochado Jnior, auxiliar do engenheiro Agnello

de Macedo, profissional que o Governo Municipal contratou para a execuo dos

servios de distribuio de gua e construo da rede de esgotos sanitrios da

cidade.

Curiosidades e causos

Fontes Consultadas

AHEAD Jornal A Estrella Polar. Anno XXIII. 15/03/1925. n. 11. p. 02. col. 5. AHEAD Jornal A Estrella Polar. Anno XXIII. 05/04/1925. n. 14. p. 03. col. 2. AAPSTA Jornal Po de Santo Antnio. Anno XX. 18/03/1928. n. 34. p. 02. col. 2. AAPSTA Jornal Po de Santo Antnio. Anno XXIV. 03/11/1929. n. 14. p. 02. col. 4. AAPSTA Jornal Po de Santo Antnio. Anno XVIII. 20/06/1926. n. 52. p. 02. col. 4. AAPSTA Jornal Po de Santo Antnio. Anno XX. 18/03/1928. n. 34. p. 02. col. 2. AAPSTA Jornal Po de Santo Antnio. Anno XXIV. 03/11/1929. n. 14. p. 02. col. 4. Siglas: AAPSTA Arquivo da Associao do Po de Santo Antnio. AHEAD Arquivo Histrico e Eclesistico da Arquidiocese de Diamantina. Banco de Dados de Wander Conceio. (??) www.copasa.com.br/ Acessado em: 23/02/2010

19

CAPELA IMPERIAL NOSSA SENHORA DO AMPARO

O orago (santo que d nome a capelas e templos) de Nossa Senhora do Amparo foi

utilizado a partir de 1756, aps ser autorizada a construo da igreja no mesmo ano,

conquistada pela Irmandade dos Pardos do Arraial do Tijuco. A decorao interna da

igreja apenas comeou a ser pensada cerca de 20 anos depois. A partir da, vrias

reformas se seguiram. Ainda na poca do imprio, o local recebe o ttulo de Imperial

Capela tambm conhecida como Igreja do Divino.

A fachada composta por torre nica e em posio central, e o fronto possui um

delicado ornato de madeira. A portada (grande porta com ornamentos) feita em

madeira recortada com dois anjos que ladeiam smbolos do imprio. O estilo

barroco-rococ muito presente nos altares que datam do sculo 18. Nessa igreja,

um dos detalhes que chama a ateno dos visitantes um prespio setecentista. A

pea trabalhada com conchas no estilo rococ e foi um presente do Frei Joaquim

de Nossa Senhora de Nazar.

Curiosidades

A Festa do Divino compreende principalmente a chamada "folia", com nmero

varivel de integrantes (imperador, imperatriz, pajens, alferes da bandeira, etc.) que

desfila em procisso pomposa da casa do festeiro at a Imperial Capela do Amparo,

acompanhada por uma banda de msica. No cortejo, observa-se a presena de trs

meninas, que simbolizam as virtudes, com trajes em cores distintas que representam

a f (branco), a caridade (vermelho) e a esperana (verde).

Inicialmente construda com a torre de um lado da Igreja. Como a Torre era todo de

pedra, a igreja no suportar seu peso como soluo refizeram uma torre mas leve e

na parte central .

Fonte

http://www.desvendar.com/cidades/diamantina/roteirodorosario.asp http://www.rosanevolpatto.trd.br/festadivino.html

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CASA DA CHICA DA SILVA

Data de Construo

Desconhecese falta de documentao a data precisa. No entanto sabe que

pertenceu a Joo Fernandes em companhia de Chica da Silva entre os anos de

1763 e 1771.

Proteo Existente

A Casa da Chica da Silva tombada pelo Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico

Nacional (IPHAN), conforme inscrio n 355 Livro de Belas Artes, fls.72 datado de

4 de abril de 1950.

Resumo/Apresentao do Atrativo

Em 8 de fevereiro de 1771 foi erguida uma pequena capela sob invocao de Santa

Quitria, construda segundo a tradio local, para o uso privativo de Chica da Silva.

Demolida em poca no identificada, sendo reconstruda a fachada em 1951 pelo

IPHAN.

A casa, em sobrado, est localizada na Praa Lobo de Mesquita em terreno que vai

at a esquina da Rua Romana, cercada por muros.

Histrico/Caracterstica Relevantes do Atrativo

Foi residncia da Chica durante quinze anos possui reas nas duas laterais,varanda

com vedao em trelias.A construo de partido geomtrico formado de sees

retangulares,com o corpo principal em quadrado .

A cobertura em quatro guas, exibe na fachada principal um arremate em trplice

combinao de beira-seveira, cachorros e cimalha. Todos os vos frontais e laterais

possuem enquadramento em madeira, com presena de verga retas com exceo

da porta reconstituda da demolida capela, que possui verga alterada. As divises

internas so em paua-pique, os pisos em tablado largo e os forros em esteira ou

madeira tipo saiae- camisa.

Curiosidades

Rainha, herona, perdulria, megera ou devoradora de homens? A julgar por sua

relao com o contratador de diamantes e desembargador Joo Fernandes de

21

Oliveira, Chica da Silva no foi a mulher de vida extravagante retratada nos

romances, no cinema e na televiso. Nascida em data incerta, entre os anos de

1731 e 1735, no arraial do Milho Verde, no auge da febre dos diamantes. Mestia,

ora descrita como mulata, ora como parda filha da negra Maria da Costa com o

portugus Antnio Caetano de S, ela nasceu escrava. Foi vendida ainda menina ao

mdico portugus Manuel Pires Sardinha, onde passou o incio de sua adolescncia

como escrava domstica. Como era usual em sua poca, escravos por volta dos

sete anos j dominavam algum ofcio aprendido com adultos, e Chica nessa idade j

servia a mesa, preparava refeies, arejava roupas e fazia limpeza. Teve seu

primeiro filho, Simo, em 1751, com Manuel Pires Sardinha tendo sido vendida

posteriormente a Joo Fernandes de Oliveira. Em 1753 teve sua alforria concedida

por Joo Fernandes. Com ele Chica teve treze filhos entre 1755 e 1770 (prole

numerosa em to curto espao de tempo destoa do esteretipo de sensualidade ao

qual costuma ser associada). A ex-escrava ingressou em irmandades que, segundo

seu estatuto deveriam ser exclusivas da populao branca, e tambm criou suas

nove filhas no melhor estabelecimento de ensino da regio. Levou uma vida prxima

das senhoras brancas da sociedade mineira do sculo XVIII. Tornou-se proprietria

de casa e chegou a possuir mais de cem escravos, quantidade elevada mesmo para

os padres da elite. Supe-se que seu nome completo, Francisca da Silva de

Oliveira, tenha vindo somente aps sua alforria, adotando o Silva, que era usado

generalizadamente no mundo portugus e que indicava indivduo sem procedncia

ou origem definida e incorporando o Oliveira de Joo Fernandes.

Fontes Consultadas

FURTADO, Jnia Ferreira.Chica da Silva e o Contratador dos Diamantes. So Paulo: Ed. Compalhia das Letras, 2003. Fundao Joo Pinheiro. Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenao Geral.

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CASA DA GLRIA

Data de Construo

As construes que compem a atual Casa da Glria so de pocas e estilos

diferentes. O edifcio principal ou bloco II ( direita de quem sobe a rua da Glria)

de construo setecentista cuja data exata no conhecida. Acredita-se que a Casa

foi construda entre 1775 e 1800. O edifcio da esquerda de quem sobe a Rua da

Glria data de 1850 construdo pelo Coronel Rodrigo de Souza Reis.

Proteo Existente

Tombada em conjunto pelo Instituto do Patrimnio Histrico Artstico Nacional

(IPHAN), conforme Inscrio n66 Livro de Belas Artes, fls. 12, datada de 16 de

maio de 1938.

Resumo/Apresentao do Atrativo

A Casa da Glria um conjunto composto por duas casas interligadas por um

passadio de madeira, obra do engenheiro e arquiteto Cato Gomes Jardim. As

paredes do pavimento so constitudas de adobe, verificando-se no segundo o

emprego de pau a pique. O edifcio da esquerda de estilo arquitetnico menos

pesado e relativamente moderno, prdio alto e elegante do que o antigo a sua

frente. Este edifcio tornou-se um dos pontos bomios de Diamantina e motivo de

grande apreenso pelas religiosas da Casa frente. Este foi um dos principais

motivos pelo qual a religiosas adquiriram tambm o segundo edifcio, que

corresponde hoje ao bloco I. Atualmente, o centro de geologia Eschwege, um

rgo complementar do Instituto de Geocincias (IGC) da UFMG. Idealizado por um

grupo de pesquisadores alemes, em outubro de 1969, funcionou durante 10 anos

como Instituto Eschwege e s foi incorporado a UFMG em maro de 1979, quando

ento passou a funcionar nas dependncias da Casa da Glria, adquirida com esta

finalidade pelo Ministrio de Educao e Cultura.

Histrico/Caractersticas Relevantes do Atrativo

Pertenceu inicialmente Coroa Portuguesa, tendo sido mais tarde adquirido por

dona Josefa Maria da Glria, da o nome Casa da Glria. No incio do sculo XIX a

http://www.institutocasadagloria.hpg.com.br/adobe.htmhttp://www.institutocasadagloria.hpg.com.br/pauapique.htm

23

Casa passou s mos do Estado, servindo de residncia para os intendentes. Em 02

de fevereiro de 1864, a Casa da Glria passa aos domnios da Igreja e

transformada em sede do Segundo Bispado de Minas Gerais, tornando-se

residncia oficial dos Bispos de Diamantina, inclusive do primeiro bispo da cidade,

Dom Joo Antnio dos Santos. Por volta de 1867, com a finalidade de abrigar

religiosas da ordem de So Vicente de Paulo, ocorrem algumas transformaes na

Casa, que passa a ser conhecida como Orfanato, e posteriormente como

Educandrio Feminino de Nossa Senhora das Dores (1979) .

Curiosidades e causos

Conta-se que ainda em fins do sculo XVIII, a Casa da Glria tambm funcionou

como sede do governo da Capitania de Minas Gerais devido presena do

governador de Vila Rica no Arraial do Tijuco. A Casa tornou-se famosa por grandes

festas e recepes l realizadas cujos registros constam principalmente de 1818,

ano da aclamao de Dom Joo VI e casamento de Dom Pedro I com Dona

Leopoldina da ustria.

Fontes Consultadas

www.igc.ufmg.br acesso em 24/03/2010 www.turismo.pucminas.br - acesso em 24/03/2010 www.institutocasadagloria.hpg.com.br acessado em 25/03/2010 Fundao Joo Pinheiro Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenao Geral

http://www.igc.ufmg.br/http://www.turismo.pucminas.br/http://www.institutocasadagloria.hpg.com.br/

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CASA DE JOO GILBERTO

Nos anos 50 vagou por 7 anos , entre Rio de Janeiro, So Paulo, Porto Alegre e

Diamantina (MG). Chegou a gravar um compacto no incio no incio da dcada, mas

passou despercebido pelo pblico ainda os ouvintes de samba-cano.

Resumo/Apresentao: De certa forma, pode-se considerar que Diamantina tem

sua contribuio na criao da Bossa Nova. A revista Bravo conta um pouco dessa

histria:

Entre 1952 e 1955, Joo Gilberto estreou como compositor em uma co-parceria

com Russo do Pandeiro, e como intrprete, com o compacto Quando Ela Sai.

No tinha renda fixa, morava de favor e passava as noites de bar em bar, tocando

violo emprestado. Percebeu que, se quisesse mesmo uma mudana, era ele quem

teria de mudar geograficamente. Caetano Veloso, afinal, estava certo: a Bossa Nova

nasceu com Joo em Juazeiro... quando ele voltou para sua cidade natal aos 24

anos.

Antes de voltar a Juazeiro, porm, Joo Gilberto teve dois outros endereos.

Passaram sete meses em um hotel em Porto Alegre, RS, sustentado pelo amigo e

cantor Lus Telles. Depois, foram mais oito meses em Diamantina, MG, na casa da

irm, Dadainha. Foi uma espcie de ano sabtico que no durou um ano e no teve

nada de sabtico: Joo trabalhou como um arteso de sua msica, obcecado em

descobrir aquela batida do violo e aquele jeito de cantar que embalavam seus

sonhos. Estava desenraizado do mundo, mas criava as razes da personalidade

profissional que o consagraria sua compulso metdica, seu experimentalismo

repetitivo, sua busca perfeccionista.

Diz-se que os moradores de Diamantina mal viam a cara de Joo. Ele no saa de

casa. Raramente tirava o pijama, um hbito que manteve por vrios anos, quando se

tornou quase um eremita em seu apart-hotel no Leblon, no Rio, na dcada de 80.

Passava o dia todo no banheiro de Dadainha, cujos ladrilhos proporcionavam uma

acstica perfeita. Quando saa de l era para serenar a sobrinha, Marta Maria,

recm-nascida.

Curiosidades

O Cantor Joo Gilberto aprendeu a tocar violo no quarto e no banheiro da casa. E

l nasceram os primeiros "Acordes da Bossa Nova?"

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Fontes Consultadas

Barbosa, Camila Cornutti. A Bossa Nova, seus documentos e articulaes: um movimento alm da msica. Dissertao de Mestrado em Cincias da Comunicao - Universidade Vale do Rio dos Sinos, 2008. http://passadicovirtual.blogspot.com/2009/02/contribuicao-de-diamantina-para-bossa.html. Acessado em 10 de maro de 2010. http://www.imobiliariasolar.com/novo_site/links/vendas_1_nv.html. Acessado em 10 de maro de 2010.

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CASA DO JUSCELINO

Data de Construo

Proteo Existente

Resumo/Apresentao do Atrativo

A casa do Juscelino construda de pau-a-pique, tpica do sculo XVIII, situada na rua

So Francisco onde viveu sua infncia e adolescncia.Sendo administrada por

Serafim Jardim que em maio de 1993 comeou as obras para ampliar casa

construindo um anexo Jlia Kubitschek com salas em homenagem ao ex

presidente, replica do ltimo consultrio, sala administrativa , auditrio e biblioteca.

Histrico/ Caractersticas relevantes do Atrativo

Juscelino Kubitschek nasceu em Diamantina, em 1902, filho do ex-delegado de

polcia e caixeiro-viajante Joo Csar e a professora Dona Jlia. Tido como

extravagante pelos moradores da regio, o pai escreveu a um primo, aps o

nascimento de Non: Zino nasceu ontem o futuro presidente do Brasil. O nome

dele Juscelino Kubitschek de Oliveira.

Aos dois anos, o menino Non perdeu o pai, vtima de tuberculose. As primeiras

letras aprendeu com a me e a educao rgida veio dos tempos do seminrio em

Diamantina, que abandonou aos 15 anos. Preferiu seguir para Belo Horizonte, onde

trabalhou durante oito anos nos Correios, at se formar pela Faculdade de Medicina,

em 1927.

Em 1930, iniciou um curso na Escola de Medicina de paris, onde estavam alguns

dos maiores especialistas da poca. Ainda estudou em Berlim e visitou a Inglaterra,

a Itlia, a Grcia, Egito e outros pases do Oriente Mdio. Estava em Praga, quando

soube da Revoluo de 30. Imediatamente aderiu ao movimento modernizador e

voltou ao Brasil, passando antes por Paris.

No ano seguinte, Juscelino foi nomeado capito mdico da Polcia Militar de Minas

Gerais, tornando-se responsvel pelo servio de Urologista da corporao. Em

dezembro do mesmo ano, casou-se com Sara Gomes de Lemos, no Rio de Janeiro,

e poucos meses depois seguiu para enfrentar as foras paulistas, como capito

mdico da PM mineira, na Revoluo Constitucionalista de 1932.

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Durante a revoluo, Juscelino conheceu o delegado de polcia Benedito Valadares

que, no ano seguinte, seria nomeado interventor federal de Minas Gerais.

Impressionado com a capacidade do amigo mdico, Valadares o chamou para

trabalhar como seu chefe de gabinete. Comeou ali a carreira poltica meterica de

Juscelino que, j em 1934, elegeu-se deputado federal.

Em 1940, foi nomeado prefeito de Belo Horizonte. Na administrao de JK a

indstria da construo pesada prosperou com obras em toda a capital mineira. No

ano seguinte, Juscelino j havia pavimentado ruas e avenidas (...). Alm disso,

empreendeu a canalizao de crregos, ampliou servios de limpeza pblica, redes

de gua potvel e esgoto (...).

Em 1943 entregou a Belo Horizonte um moderno Complexo Turstico Arquitetnico

na Pampulha, a marca do Prefeito Furao. O conjunto do Iate Clube, Cassino,

Casa do Baile e Igreja So Francisco reuniu trs mestres com criatividade: o

arquiteto Oscar Niemeyer, o artista plstico Cndido Portinare e o paisagista Burle

Marx.

Juscelino elegeu-se novamente, em 1945, deputado federal, desta vez pelo partido

PSD, partido que ajudou a fundar, e, cinco anos mais tarde, tornou-se governador de

Minas Gerais. Elegeu como diretriz de governo o binmio Energia e Transporte, e a

partir da intensificou a industrializao do estado, criou a Cemig, construiu 3 mil km

de novas rodovias e instalou aeroportos. J conhecido no pas por seu arrojo,

Juscelino candidatou-se presidncia da Repblica em 1955.

Aps uma vitria apertada nas eleies, com 36% dos votos, Juscelino conseguiu

tomar posse em fevereiro de 1956, depois de dissipar a resistncia dos adversrios

no pleito, que pregavam a obrigatoriedade da maioria absoluta dos votos para

empossar um novo presidente. J a frente do governo brasileiro, sofreu nova

resistncia, dos setores Reacionrios da Aeronutica, vencida com a rendio dos

rebeldes, que no encontraram apoio da maioria dos militares.

Livre para governar o pas, Juscelino tratou de cumpriu sua grande promessa de

campanha dar condies ao pas de crescer 50 anos em 5. Novamente ao lado

de Niemeyer, construiu Braslia, para inferiorizar o desenvolvimento econmico no

Brasil. E, repetindo o que j havia feito em Belo Horizonte e Minas Gerais, JK

transformou o pas num verdadeiro canteiro de obras ergueu hidreltricas,

implantou a indstria automobilstica, construiu 20 mil quilmetros de rodovias e 3

mil quilmetros de ferrovia, aumentou em 15 vezes a produo nacional de petrleo

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e desenvolveu a siderurgia. Deixou o poder, em 1961, elegeu-se senador por Gois

e era visto naquela poca, como candidato natural presidncia, em 1965.

Dois meses depois do golpe militar de 1964 foi cassado, e exilou-se por 3 anos em

Lisboa, Nova Iorque e Paris. Retornou ao pas, em 1967. Com o AI-5, em 13 de

dezembro de 1968, passou um ms em priso domiciliar. Para se manter mais

prximo de Braslia, comprou uma fazenda no municpio de Luzinia (GO).

Morreu em 22 de agosto de 1976, em acidente de carro na Via Dutra, quando seguia

de So Paulo para o Rio de Janeiro. Para muitos, Juscelino foi vtima de atentado

realizado por uma operao que apoiava as ditaduras militares da Amrica Latina,

hiptese nunca comprovada oficialmente.

Fonte

Acesso dia 16/08/2011.

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CATEDRAL DE SANTO ANTNIO

Data de Construo

Dcada de 1930.

Antiga Igreja de Santo Antnio do Tijuco. A construo atual foi finalizada em 1932,

substituindo a original, que tinha frente para a casa do Padre Rolim hoje Museu do

Diamante.

Proteo Existente

A igreja no amparada por medida de tombamento direto, mas est comprometida

no acervo paisagstico da cidade, tombado em conjunto pelo Instituto do Patrimnio

Histrico e Artstico Nacional (IPHAN), conforme Inscrio n 66 Livro de Belas

Artes, fls. 12, datada de 16 de maio de 1938.

Resumo/Apresentao do Atrativo

Construo recente, a atual catedral de Diamantina tem como principal interesse o

fato de ter substitudo, sob a mesma invocao, a antiga igreja Santo Antnio,

originria do perodo colonial e que serviu de matriz da freguesia e depois s do

bispado at a edificao do novo templo, iniciada em 1933 e concluda em 1940.

Nos primeiros tempos de arraial do Tijuco, a primitiva capela dedicada a Santo

Antnio foi erguida onde hoje o bairro Rio Grande prxima a Rua Burgalhau,

transferindo-se posteriormente para a parte central onde polarizou e adensou o

povoado, ou seja, a mesma praa em que se construiu a moderna catedral. Da velha

igreja submetida a vrias reformas e descaracterizaes antes de ser afinal

demolida, restam dois retbulos em talha barroca, hoje conservados no arco-

cruzeiro da catedral, e algumas peas avulsas.

Histrico/Caractersticas Relevantes do Atrativo

Reza a lenda que j os primeiros bandeirantes que se fixaram no Tijuco ergueram

uma tosca e pobre capela em honra de Santo Antnio, o querido santo dos

portugueses. Posteriormente, em sua honra foi construda, em parte mais alta do

Arraial, uma verdadeira igreja, bem maior e de muita solidez. Essa igreja, com a

elevao de Diamantina a diocese, que foi promovida dignidade de Catedral ou

Igreja da S, como era conhecida por todos. Nos dias de D. Joaquim Silvrio de

30

Souza, foi foroso destru-la e o sucessor dele, D. Serafim Gomes Jardim,

enfrentando no pequenas dificuldades, construiu, na dcada de 30, a atual

Catedral, "igreja na qual se encontra a Catedral oficial de onde o Pastor fala a todo o

povo da sua Diocese". Aos 19 dias do ms de maro de 1932 o Arcebispo de

Diamantina D. Joaquim Silvrio de Souza, benzeu solenemente a primeira pedra da

nova Catedral Metropolitana da Arquidiocese de Diamantina, substituindo antiga

Catedral de Santo Antnio, que tinha sua frente para a Rua Direita. Os construtores

desta nova Catedral foram: Celso Tavares Werneck Machado e Anastcio Frattesi.

Fonte Consultada

Atlas Dos Monumentos Histricos e Artsticos de Minas Gerais Circuito do Diamante IV Fundao Joo Pinheiro. Igrejas - disponvel em www.diamantina.com.br acessado em 25/02/2010

http://www.diamantina.com.br/

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CONSERVATRIO ESTADUAL DE MSICA LOBO DE MESQUITA

Data de Construo

Proteo Existente

Resumo /Apresentao do Atrativo

O Conservatrio Estadual de Msica Lobo de Mesquita situado na Praa Coronel

Cosme Alves Couto s/n Bairro Centro sede prpria com vista para a Serra dos

Cristais. Foi criado pela Lei Estadual nmero 811 de13 de dezembro de 1951 no

governo de Juscelino de Oliveira Kubitschek atendendo a um apelo da populao

diamantinense e autorizado pela resoluo nmero 16171 da secretria de Estado

da Educao.Direo atual da professora Maria de Lourdes Pereira da Silva.

Histrico/Caractersticas Relevantes do Atrativo

O conservatrio recebeu o esse nome em homenagem ao grande compositor do

perodo Barroco, Jos Joaquim Emrico Lobo de Mesquita, filho de portugus foi

considerado o maior msico sacro do sculo XVIII nas Amricas. A msica barroca

criada por ele foi um dos quesitos importantes na escolha de Diamantina como

patrimnio mundial. Nasceu no Serro, por postura de valores a cidade se orgulha

da herana deixada por Lobo de Mesquita, que inspira novas manifestaes

culturais.Hoje o conservatrio desenvolve projetos pedaggicos que busca garantir

a coeso entre o corpo docente,os estudantes e a comunidade,visando o

desenvolvimento da inteligncia,da criatividade e da sociabilidade.

O Prdio matem as caractersticas apenas da fachada sendo que o interior foi

adotado para sala de aulas de msica.Teria sido local de isolamento

deleprososonde as pessoas recusavam passar por preconceito e medo?

O primeiro local de funcionamento foi onde hoje funciona o Planto que era um

prdio inacabado, porm no tinha porta de acesso a Santa Casa. Onde existiam

poucas salas e comeou com violo, piano e flauta doce com aulas prticas e

tericas. As apresentaes aconteciam em uma sala que dava para um corredor

onde a platia assistia sentados em cadeiras de sala de aula que faziam barulho e

tirava a ateno dos msicos pelo barulho provocado ao se mexer. Quando as

apresentaes eram para um pblico maior no caso das formaturas as mesmas

32

aconteciam no anfiteatro da Faculdade de Odontologia .(Informao adquirida por

meio de uma conversa com a Professora Glucia Maria Assunpo que atua a vinte

e cinco anos no Conservatrio Lobo de Mesquita no dia 24 de fevereiro de 2010 no

local referido).

De acordo com a diretora Lourdes o prdio e o espao cultural com palco do fundo

onde era um matagal foi construdo para atender a crescente demanda de alunos. A

escola atende hoje mil e quinhentos e vinte cinco alunos com idade a partir dos seis

anos de idade. Atualmente dispem de doze pianos,quinze teclados vrios

instrumentos de corda de sopro alm de instrumentos de percusso. Alm de

possuir uma biblioteca com um acervo de mtodos e partituras referentes aos

contedos ministrados e livros variados. Os professores so graduados na rea que

atua. O conservatrio realiza projeto de extenso (Escolarte) para atender crianas

carentes que no freqentam os cursos regularmente, atendendo os alunos nas

escolas em contra turno ou tempo integral.

Curiosidades

Jos Joaquim Emrico Lobo de Mesquita, organista, regente e compositor brasileiro

nascido em Vila do Prncipe, atual Serro, MG, patrono da cadeira n. 4 da Academia

Brasileira de Msica. Estudou msica com o padre Manuel da Costa Dantas,

mestre-de-capela da matriz de Nossa Senhora da Conceio. Foi para Arraial do

Tijuco (1776), hoje Diamantina, para ser responsvel pela instalao na Matriz de

Santo Antnio de um rgo fabricado pelo Padre Manuel de Almeida Silva, onde

desenvolveu sua carreira como organista e de compositor (Regina caeli laetare,

1779) at que entrou para a Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo (1789).

Alferes do Tero de Infantaria dos Pardos foi o encarregado de um Oratrio, para a

Semana Santa (1792). Regeu a msica para o trduo do perodo (1798-1799), na

matriz de Nossa Senhora do Pilar, em Ouro Preto, e as Quarenta horas, do perodo

seguinte (1800-1801). A partir da at sua morte, tocou nas missas da igreja da

Ordem Terceira do Carmo, no Rio de Janeiro, cidade onde morreu. Um de seus

Ofcios de Defuntos foi apresentado na vila de Caets, MG, a (25/01/1827), em

memria da Imperatriz Leopoldina, o que mostra que o compositor era ainda

reconhecido mais de vinte anos depois de seu falecimento. Existem apenas dois

manuscritos autgrafos do compositor, a Antfona de Nossa Senhora (1787) e a

Dominica in Palmis (1782), mas h muitas cpias do restante de sua obra, como

ladainhas missas, ofcios e novenas. Todas as outras obras conhecidas de sua

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vasta produo aparecem em cpias de fins do sculo XVIII e, em sua maioria, do

sculo XIX.

Em 1951 quando Juscelino Kubitschek assumiu o Governo do Estado, o povo

diamantinense lhe apelou para ser criado um Conservatrio de Msica. O apelo foi

levado a Assemblia Legislativa do Estado que votou a Lei n 811, de 13 de

dezembro de 1951 criando os Conservatrios de Msica de So Joo Del Rey, Juiz

de Fora, Uberaba, Rio Branco e Diamantina. Todos foram erguidos e instalados

rapidamente, com exceo de Diamantina que caiu no esquecimento. Vinte anos

depois a populao faz um novo apelo ao Governador, Israel Pinheiro, sendo estes

ajudados por Aires da Mata Machado Filho. Por no haver um prdio disponvel e

verba oramentria para pagar aos professores, foi realizado um convnio, com a

Prefeitura municipal, celebrado pelo Prefeito Silvio Felcio dos Santos, ficando sob

sua responsabilidade o pagamento dos professores do conservatrio. Dr. Jos

Aristeu Andrade emprestou trs salas do Hospital Infantil (ainda em construo). Dr.

Marcelo de Andrade Naves, Diretor do Plano Nacional de Educao forneceu o

mobilirio e os pianos. Em 31 de outubro de 1970 foi instalado em reunio solene o

Conservatrio Estadual de Msica lobo de Mesquita. A aula inaugural ocorreu em 4

de Maro de 1971.

O Conservatrio Estadual de Msica Lobo de Mesquita situado na Praa Coronel

Cosme Alves Couto s/n Bairro Centro sede prpria com vista para a Serra dos

Cristais. Foi criado pela Lei Estadual nmero 811 de13 de dezembro de 1951 no

governo de Juscelino de Oliveira Kubitschek atendendo a um apelo da populao

diamantinense e autorizado pela resoluo nmero 16171 da secretria de Estado

da Educao. Direo atual da professora Maria de Lourdes Pereira da Silva.

Jos Joaquim Emrico Lobo de Mesquita. Sem documentos comprobatrios de sua

procedncia, corrente a hiptese de que o msico tenha nascido na vila do

Prncipe do Serro Frio, em 12 de outubro de 1746, sendo filho do portugus Josefh

Lobo de Mesquita e sua escrava Joaquina Emereciana. Teria iniciado seus estudos

com o padre Manuel da Costa Dantas da capela do Serro. Posteriormente no se

sabendo exatamente em que ano transferiu-se para o Tijuco (CONCEIO e

FERNANDES, p.33; 2007).

O msico exerceu sua profisso, aproximadamente, por vinte anos no Tijuco. Foi

professor particular e organista da Irmandade do Santssimo Sacramento na Matriz

de Santo Antonio, que obteve o primeiro rgo na cidade. Tocou tambm na

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Irmandade dos Homens Crioulos de nossa Senhora das Mercs. . (CONCEIO,

FERNANDES, p.37 2007)

Sua relao maior, porm, foi com a Irmandade da Ordem Terceira de Nossa

Senhora do Monte do Carmo, com a qual continuou mantendo contrato de trabalho

quando se mudou para Ouro Preto e, posteriormente, para o Rio de Janeiro, onde

faleceu em 30 de abril 1805. (CONCEIO, FERNANDES, p.37 2007)

No Tijuco, Lobo de Mesquita foi contratado pela Ordem Terceira do monte do

Carmo, em julho de 1789, para tocar o rgo que a Irmandade mandou fabricar ao

custo de 1.1000 oitavas de ouro, sob a direo do organeiro padre Manuel de

Almeida e Silva. Por meio de um contrato, obrigava-se a tocar rgo em todas as

missas e ladainhas que se costumavam celebrar nessa igreja, s sextas-feiras e

sbados, incluindo novenas, dias festivos e dias santos, pelo que recebia 50 oitavas

de ouro anuais (CONCEIO, FERNANDES, p.37 2007).

LANGE pesquisou e divulgou a obra de Jos Joaquim Emrico Lobo de Mesquita

pelo mundo, mais especificamente na Amrica Latina, nos Estados Unidos e no

continente Europeu. A elegncia meldica, textura harmnica e tcnica de

orquestrao da obra de lobo de Mesquita levaram-no a ser consagrado como um

dos mais importantes msicos contemporneo das Amricas no sculo XVIII,

comparvel aos grandes mestres europeus. (CONCEIO, FERNANDES, p.37

2007).

Fontes Consultadas

www.asminasgerias.com.br acessado em CARMO, Srgio Rafael do (Org.) Conservatrios de Msica: arte e emoo como aliados da educao em Minas BH ,Secretria do Estado e Educao Acesso em 31/03/2010 MINAS GERAIS, COORDENADORIA DE CULTURA. Sesquicentenrio de Elevao do Tijuco a Vila Diamantina. !831-1981. Belo Horizonte, Coordenadoria de Cultura/I. Oficial, 1983. Pg.232. Herclito Mouro Miranda. CONCEIO, Wander Jos; FERNANDES, Antonio Carlos. La Mezza Notte. O lugar Social do Msico Diamantinense e as origens da Vesperata. UFVJM: Diamantina 2007.

http://www.asminasgerias.com.br/

35

CORPO DE BOMBEIROS

Data de Criao

A estao de Diamantina foi aberta em 1913 pela ento Estao Ferroviria Vitria

a Minas.

Resumo/Apresentao do Atrativo

Situado no largo Dom Joo onde foi a estao ferroviria de Diamantina.

O ramal de Diamantina, que alcanava esta cidade saindo da estao de Corinto, na

Linha do Centro da Estao Ferroviria Central do Brasil- EFCB foi aberto entre os

anos de 1910 e 1913 pela E. F. Vitria a Minas, que, depois, em 1923 o repassou

Central do Brasil. Ele funcionou at o incio dos anos 1970, quando teve os trens de

passageiros desativados. Oficialmente o trecho somente foi suprimido pela Rede

Ferroviria Federal Sociedade Annima RFFSA em 1994, mas segundo consta os

trilhos j teriam sido arrancados antes disso. Mais tarde, com o desinteresse desta

ferrovia pelo ramal de Diamantina, o trecho foi entregue Central do Brasil. A

estao ficava num nvel muito alto (1.261 m) em relao ao ponto inicial do ramal,

Corinto (607 m). Foi fechada na primeira metade dos anos 1970, com o ramal; os

trilhos foram retirados no muito tempo depois. Curioso que a RFFSA somente

tenha declarado o ramal como erradicado em 1994: ele na prtica j no existia mais

havia muitos anos. Isso d uma ideia da desorganizao e do descaso que a RFFSA

j tinha nessa poca.

Fontes Consultadas

http://www.estacoesferroviarias.com.br/efcb_mg_ramais/diamantina.htm - Acessado em 03 de maro de 2010. http://www.rffsa.gov.br/principal/historico.htm - Acessado em 17/08/2011

http://www.rffsa.gov.br/principal/historico.htm

36

CRUZEIRO DA SERRA

Data de Construo

Aos 05 de maro de 1938, no alto da Serra do Rio Grande, foi inaugurado e

abenoado o Cruzeiro para a cidade de Diamantina.

Proteo Existente

Resumo/Apresentao do Atrativo

Monumento comemorativo do Centenrio da fundao de Diamantina (1838-1938),

situado no alto do morro de Santo Antnio, a 1300 m de altura, foi o terceiro cruzeiro

a ser construdo na Serra. Oferece vista panormica de todo o conjunto histrico da

cidade. Localizao: Acesso pela estrada para Couto Magalhes de Minas, 3 km do

Centro. Antecedendo s comemoraes do Centenrio da cidade, que aconteceria

no dia seguinte, 06 de maro de 1938, com imponente passeata cvica pelas

principais ruas da cidade. O novo Cruzeiro tem 5 metros de altura por 1,50 de brao,

feito de cimento armado e o primeiro a ser todo iluminado. A beno do novo

Cruzeiro foi realizada durante missa campal, celebrada pelo Bispo D. Serafim

Gomes Jardim, com a presena do Prefeito Municipal Dr. Joubert Guerra, Dr.

Juscelino Kubitschek, dentre outros. Aps executada a retreta pela Banda do

Terceiro Batalho de Polcia Militar, foi inaugurado o novo Cruzeiro, sob vibrantes

palmas, de onde se descortina quase todos os pontos da cidade.

Histrico/Caractersticas Relevantes do Atrativo

De uma altitude de 1300 metros, onde se localiza o Cruzeiro da Serra, possvel ter

uma tima vista panormica da cidade e do Pico do Itamb. Nesse local onde

predominam a vegetao de cerrado e a cobertura de formaes rochosas, realiza-

se sempre no ms de maio, a Festa de Santa Cruz, com rezas, levantamento de

mastro e barraquinhas com comidas tpicas e sorteios.

Curiosidades e causos Fontes Consultadas

Para os cristos, a mais venervel de todas as imagens a Cruz do Salvador. As

nossas igrejas, os nossos altares e os nossos cemitrios esto todos ornados com

cruzes. As missas nunca so celebradas sem a presena da Cruz. A Cruz do Cula

37

a segunda que a cidade possuiu como smbolo confortante da Igreja Catlica e de

proteo para a populao. O idealizador deste segundo Cruzeiro foi Herculano

Carlos de Magalhes e Castro, conhecido como Seu Cula, derivando da, o nome de

Cruzeiro do Cula. Seu Cula foi homem importante no final do sculo XIX, tendo sido

eleito Conselheiro para representar os negcios da Diamantina, em reunies na

capital Ouro Preto. Quando da colocao da Cruz, no alto da Serra, em pequena

cerimnia, foi o mesmo, abenoado pelo primeiro Bispo de Diamantina, D. Joo

Antnio dos Santos

Fontes Consultadas

. Acessado em 20 fev. 2010. . Acessado em 20 fev. 2010. . Acessado em 20 fev. 2010.

38

DIAMANTINA TNIS CLUBE

Data de Construo

Final de 1944. De acordo com Antnio Fernandes e Wander da Conceio

Diamantina, como cidade plo do estado de Minas, tambm recebeu em 1944, do

Governo do Estado o Diamantina Tnis Clube, tambm conhecido como Praa de

Esportes, diretamente ligada a fora Militar, por intermdio do 3 Batalho. A Praa

de Esportes foi projetada por Oscar Niemeyer, e uma importante obra

arquitetnica do sculo XX.

Em 1947 recebeu o Sargento Anatlio Alves de Assis, para desempenhar as

funes de professor de educao Fsica, tcnico de natao e esportes terrestres

que comeou a preparar os nadadores do Diamantina Tnis Clube para

campeonatos de natao. Ele tambm dedicou 20 anos de sua vida formao

fsica e moral de sucessivas geraes de jovens diamantinenses. Nos primeiros

anos de trabalho a equipe de natao j se destacava em Minas Gerais.

Instituiu, inicialmente as disputas internas e regionais e logo depois as estaduais e

nacionais. Na piscina de 25 m do Diamantina Tnis Clube ,foram formados

excelentes nadadores,alguns chegando a conquistar o titulo de campeo brasileiro

de natao infanto-juvenil. Essas vitrias comearam a fazer com que a cidade se

despontasse no cenrio esportivo mineiro e nacional. Com isso, o nome de

Diamantina se firmava de maneira vigorosa no mbito dos esportes, fazendo com

que jogos e torneios esportivos passassem na poca, a serem realizados na Praa

de Esportes de Diamantina.

O Sargento Cesarino trabalhou com o basquetebol e o voleibol, merecendo

destaque o vlei feminino, campeo de importantes disputas nacionais. Formou as

equipes de basquete masculino e voleibol masculino e feminino.

Nos anais do Diamantina Tnis Clube,ficou registrado um tricampeonato do interior

mineiro,com o time de voleibol feminino ganhando os campeonatos de 1955 em

Montes Claros ,de1956em Uberaba e de 1957 em Juiz de Fora.

Durante os torneios realizados na Praa de Esportes de Diamantina, havia a

presena da banda Militar.

Fontes consultadas

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FERNANDES, Antonio e CONCEIO, Wander.La Mezza Notte. Capitulo 3 . UFVJM: Impresso: Grfica Urgente, 2007. Diamantina MG; http://passadicovirtual.blogspot.com/2009/07/vamos-abracar-praca-de-esportes.html Acessado em 12/03/2010. FERNANDES, Antonio Carlos; CONCEIO, Wander. Caminhos do desenvolvimento Sntese Histrica da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri: 1953 2005. Diamantina: UFVJM, 2005.

http://passadicovirtual.blogspot.com/2009/07/vamos-abracar-praca-de-esportes.htmlhttp://passadicovirtual.blogspot.com/2009/07/vamos-abracar-praca-de-esportes.html

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HOSPCIO

Data de Construo

Funcionou na Rua da Caridade de 1889 a1906 recebendo os loucos de toda a

regio de Diamantina e lugares mais distantes.

Proteo Existente

Bem (cf. inscrio) Conjunto arquitetnico e urbanstico da cidade de Diamantina

Outras denom. Centro histrico de Diamantina; Cidade Histrica de Diamantina;

Stio histrico de Diamantina

N Processo 0064-T-38

Livro Belas Artes N inscr.: 066 ; Vol. 1 ; F. 012 ; Data: 16/05/1938

Resumo/Apresentao do Atrativo

O sobrado em estilo neoclssico insiste manter-se em p foi o primeiro hospcio de

Diamantina separado de sua Santa Casa. O hospcio refora o mito que Diamantina,

pela sua altitude e por seu clima, produzia muitos gnios e muitos loucos. Foi

construdo e administrado pela Santa Casa de Caridade de Diamantina, no ltimo

quarto do sculo XIX. A construo foi como parte de um processo modernizador

que acontecia em Diamantina. Foi planejado pelo engenheiro Cato Gomes Jardim.

Histrico/Caractersticas Relevantes do Atrativo

Na parte posterior do pavilho existiam duas alas laterais anexas, compridas e sem

divisria, construdas de forma contraposta com celas individuais para os loucos.

Curiosidades

A Santa Casa de Caridade de Diamantina foi fundada em 1790, mas os primeiros

relatrios datam de 1870, pressupondo que no era obrigatrio a apresentao de

relatrios, o primeiro relatrio foi assinado por Sr. Tenente Coronel Jos Ferreira de

Andrade Brante, o mesmo que viria a construir o hospcio de alienados, a Santa

Casa sobrevivia de esmolas, vindo a ser fechada entre os anos de 1810 a 1821

devido a falta de doaes, em 1831 houve uma tentativa frustrada de recuperao

do hospital, s em 1838 o hospital foi reaberto e mais tarde conseguindo verbas

para a construo do Hospcio.

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Foi o primeiro prdio de hospcio de Minas Gerais, projetado pelo engenheiro Dr.

Cato Gomes Jardim que denominava a obra como gnero moderno. O Hospcio

funcionou entre 1889 a 1906,foi administrado pela Santa Casa de Caridade. Dizem

que a cidade devido a sua altitude e clima gerava muitos loucos e gnios. O hospcio

foi desativado antes mesmo de se concluir a totalidade de seu projeto.

No jardim do prdio h dois canteiros representando segundo a tradio oral, duas

virtudes teologias- a f, representada por um canteiro em forma de cruz, e a

esperana, representada por um canteiro em forma de ncora.

Alguns dos diagnsticos dados aos loucos: histeria, alienado, delirante, louco,

manaco, furioso, infeliz, idiota, monomanaco, imbecil, demente, os que sofrem de

monomania criminosa e amolecimento cerebral.

No IPHAN em Belo Horizonte, existe um pedido de autorizao de reforma do prdio

feito pela Santa Casa de Caridade na dcada de 50 do sculo XX, no qual constam

plantas e fachadas de uma reforma nunca empreendida, e ainda uma foto area da

rea construda do hospcio da mesma dcada, que sugerem o que fora concludo

no prdio, bastante diferente do que existe.

O prdio desperta a curiosidade dos estudiosos da psiquiatria, pois na longnqua

cidade do interior de Minas Gerais j se aplicava, em pleno sculo XIX, muitas

teorias sobre o adoecimento mental produzidas em diferentes partes do mundo. Na

exposio Olhar Diamantina, organizada pela UFMG, Clbio Maduro participa tendo

o casaro da Casa dos loucos (para portadores de sofrimento mental), hoje em

processo acelerado de depredao fsica, como referncia inicial.

Sua recente restaurao foi entregue em 25 de maio de 2012.

Fontes Consultadas

PEREIRA, Clio Hugo Alves. Efemrides do Arraial do Tejuco a Diamantina. Ed. CLA, BH 2007, 1 Cd. MAGNANI, Maria Cludia Almeida Orlando. Hospcio da Diamantina. Ed. ARGVMETVM. Belo Horizonte 2008. http://passadicovirtual.blogspot.com/2009/02/contribuicao-de-diamantina-para-bossa.html. Acessado em 10 de maro de 2010. Voz de Diamantina. Edio de 01 de junho de 2012. http://portal.iphan.gov.br/portal/baixaFcdAnexo.do?id=1356

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HOTEL TIJUCO

Data de Construo

O Hotel Tijuco foi construdo no ano de 1951. Quando Juscelino Kubitschek foi

Governador de Minas Gerais, no deixou de realizar obras na sua cidade natal, com

a assinatura de Oscar Niemeyer.

Proteo Existente

Resumo/Apresentao do Atrativo

O hotel Tijuco est situado Rua Macau do Meio-211, prximo a praa JK no centro

histrico da cidade, possui fcil acesso aos pontos tursticos, restaurantes bares e

lojas. O Hotel Tijuco, foi a introduo do novo na arquitetura barroca e simbolizava o

moderno contrastando com o velho. Diamantina possui a arquitetura barroca, o

ecltico e a introduo do moderno, representando quase todas as fases do

desenvolvimento do pas. O prdio do Hotel Tijuco foi construdo em terrenos que o

Estado adquirira aos herdeiros do Cel. Cosme Alves do Couto. Depois de

construdo, foi transferido a HIDROMINAS - guas Minerais de Minas Gerais S/A,

hoje privatizado e pertencente a particulares.

Histrico/Caractersticas Relevantes do Atrativo

No incio da dcada de 1950, Diamantina era uma das mais antigas e provincianas

cidades de Minas Gerais. Com pouco mais de dez mil habitantes, ela se continha

ainda dentro do ncleo de suas primeiras ruas, parecendo querer manter-se fiel aos

apaixonados versos com que o poeta Aureliano Lessa cantou seus encantos.

S que outro exaltado diamantinense resolveu tirar sua cidadezinha do sono secular

em que jazia. Foi assim que Juscelino Kubitschek procurou dotar sua pequenina

Diamantina de um moderno hotel, j antevendo seu futuro turstico. Conhecedor de

sua genialidade convidou o amigo e arquiteto Niemeyer para elaborar o projeto, com

a certeza de que, ao conhecer o velho Tijuco, ele desenharia algo to belo e

inimaginvel quanto a Igrejinha da Pampulha, marco modernista da jovem capital

mineira.

Niemeyer deve ter sopesado os anseios do amigo Governador de Minas. Quando se

viu, entretanto, a subir e descer estas ladeiras, embrenhando-se por estes becos

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graciosos, de tanta histria e mistrio, admirando a leveza colorida e singela destas

igrejas, sentiu-se aliviado com a inspirao de cravar nestes altos de serranias algo

grandioso, contrastante, surpreendente.

Hoje, quem passa em frente ao Hotel Tijuco, um dos prdios que mais sobressaem

no conjunto arquitetnico diamantinense, deve imaginar que Niemeyer soube

projet-lo paradoxalmente grandioso e modesto. Pois, a um s tempo, ele revela o

arrojo com que soube equilibrar leveza e imponncia sobre colunas elegantes em

compasso invertido. Mesmo lhe tendo dado porte majestoso, f-lo parecer-se

inclinado, como se eternamente prostrado em vnia ao casario barroco que tem aos

ps. E os apartamentos fronteirios mais parecem uma grande fila de olhos

permanentemente abertos a admirar a singularssima Serra dos Cristais que, em mil

e um ocasos nunca repetidos, se veste de mgica luminosidade, ora dourada,

prateada ou sombreada, no eterno proscnio de amanheceres e entardeceres

indescritveis.

Curiosidade/Causos

Oscar Niemeyer

Oscar Niemeyer Soares Filho (Rio de Janeiro RJ 1907). Arquiteto e urbanista.

Forma-se em arquitetura pela Escola Nacional de Belas Artes - Enba, no Rio de

Janeiro, em 1934. Nesse ano, passa a freqentar o escritrio do arquiteto e

urbanista Lucio Costa (1902 - 1998). Em 1936, integra a comisso criada para definir

os planos da sede do Ministrio da Educao e Sade, no Rio de Janeiro, com a

superviso do arquiteto suo Le Corbusier (1887 - 1965), a quem assiste como

desenhista. Baseado no projeto do arquiteto, Niemeyer sugere alteraes que so

adotadas na construo do edifcio. Entre 1940 e 1944, projeta, por encomenda do

ento prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek (1902 - 1976), o conjunto

arquitetnico da Pampulha, que se configura como um marco de sua obra, pois

rompe com os conceitos rigorosos do funcionalismo e utiliza uma linguagem de

formas novas, de superfcies curvas, explorando as possibilidades plsticas do

concreto armado. Em 1947, convidado pela Organizao das Naes Unidas -

ONU a participar da comisso de arquitetos encarregada de definir os planos de sua

futura sede em Nova York. Seu projeto, associado ao de Le Corbusier, escolhido

como base do plano definitivo. No Rio de Janeiro, em 1955, funda a revista Mdulo e

no ano seguinte comea, a convite do presidente da Repblica, Juscelino

Kubitschek, a colaborar na construo da nova capital do Brasil, Braslia, cujo plano

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urbanstico confiado a Lucio Costa. Em 1958, nomeado arquiteto-chefe de

Braslia, para onde se transfere e permanece at 1960. Entre os projetos mais

importantes de Niemeyer destacam-se o Parque Ibirapuera, So Paulo, 1951; a

sede do Partido Comunista Francs, Paris, 1965; a Escola de Arquitetura de Argel,

Arglia, 1968; a sede da Editora Mondadori, Milo, Itlia, 1968 e a sede do jornal

L'Humanit, Saint-Denis, Frana, 1987.

Fontes consultadas

www.turismo.pucminas.br/r1n2/Diamantina_Carlos_%20Eloi_de_Faria.pdf 24/02/2010 www.hoteltijuco.com.br 23/02/2010 http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografiaHYPERLINK "http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=2951"&HYPERLINK "http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=2951"cd_verbete=2951 23/02/2010

http://www.turismo.pucminas.br/r1n2/Diamantina_Carlos_%20Eloi_de_Faria.pdfhttp://www.hoteltijuco.com.br/http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=2951http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=2951http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=2951http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=2951http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=2951http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=2951

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IGREJA DE NOSSA SENHORA DO ROSRIO

Data de Construo

Essa obra do sculo XVIII, por volta de 1731 pela ordem dos negros e escravos,

um dos templos mais antigos de Diamantina. Em 1771 passou por uma reforma, que

provavelmente ampliou a nave e acrescentou uma sacristia.

Proteo Existente

Esse bem foi tombado em 6 de dezembro de 1949, processo n. 409-T-49, inscrio

n. 334, constando do Livro de Belas Artes, v. 1, p. 70.

Resumo/Apresentao do Atrativo

A Igreja de Nossa Senhora do Rosrio localiza-se Praa Dom Joaquim, antigo

Largo do Rosrio. Constitui importante referncia na paisagem da cidade, por

apresentar-se de forma isolada, num amplo adro aberto revestido por pedras, e estar

implantada no mesmo nvel da rua, favorecendo a utilizao do espao pblico para

a realizao de atividades scio-culturais e religiosas. Igreja de propriedade da

Arquidiocese de Diamantina, e mantm seu uso original, que o de servir ao culto

religioso catlico.

Histrico/Caractersticas Relevantes do Atrativo

A Igreja tem sua planta estruturada a partir da clssica diviso em nave, capela-mor

e sacristias laterais anexas s paredes desta. Seu sistema construtivo em

alvenaria de adobe, recoberta por reboco e caiao branca. Cunhais, esteios,

enquadramento dos vos, portas e janelas so em madeira pintada em cores fortes.

A Igreja incorpora, na fachada de composio retangular central subdividida em trs

planos, a torre lateral nica, separada do corpo central por um elemento de ligao,

do lado da epstola. No interior, os altares colaterais apresentam um tratamento

formal do rococ, acentuando a simplicidade do monumento. Na imaginria,

destacam-se alguns exemplares de santos negros. J a talha dourada do altar-mor e

a pintura ilusionista do forro enriquecem pontualmente a decorao.

Curiosidades

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Na praa fronteira, esto o Chafariz do Rosrio, construdo em 1787, e a gameleira,

que cresceu e enlaou o antigo cruzeiro. A gameleira brotou de dentro do cruzeiro,

envolvendo-o e elevando-o entre seus galhos: a cruz est suspensa e envolvida pela

rvore. Diz a lenda que esse fato foi profetizado pelo cidado Jlio Fonseca, que, ao

se confessar para morrer, disse que se sua alma se salvasse algo extraordinrio

ocorreria com o cruzeiro que ele construiu. Passado algum tempo aps a morte,

comeou a nascer no tronco da cruz uma pequena planta. Essa planta cresceu

deixando razes no cho e levantando a cruz. Esse era o sinal de que a alma de

Jlio Fonseca se teria salvado.

Segundo conta o livro Histria da Vida Privada no Brasil, ... chafarizes propiciavam

os encontros de cativos e os inevitveis mexericos sobre o que se passava nos

domiclios. Muitos escravos eram proibidos de se ajuntarem nos chafarizes, sobre o

pretexto de evitar brigas e algazarras que eram freqentes nesses locais.

Fontes Consultadas

ABREU, Joo Francisco de. Sntese dos bens mveis e imveis de Minas Gerais inscritos nos Livros de tombos do Instituto do patrimnio Histrico e Artstico Nacional IPHAN 2 ed. Belo Horizonte: Editora PUC Minas, 2007. SOUZA, Wladimir Alves de. Coordenao Guia dos bens Tombados de Minas Gerais. Rio de janeiro, Expresso e Cultura. 1984 CARRAZZONI, Maria Elisa. Coordenao Guia Dos Bens Tombados Brasil. Rio De Janeiro, Expresso E Cultura. 1987 PUCMINAS; UdG; UFVJM. Cultura na Estrada. Projeto Interinstitucional. Disponvel em culturanaestrada.wik.is. Acessado em 23/02/2010.

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IGREJA DE SO FRANCISCO DE ASSIS

Data de Construo

As obras gerais da construo foram arrematadas no sculo XVIII, em 1766, por

Antnio Fernandes de Oliveira, que tambm assumiu toda a obra de carpintaria.

Entretanto, sua construo s teve incio no ano de 1768.

Proteo Existente

Esse bem foi tombado em 6 de dezembro de 1949, processo n. 409-T-49, inscrio

n. 335, constando do Livro de Belas Artes, v. 1, p. 70.

Resumo/Apresentao do Atrativo

A Igreja de So Francisco de Assis est localizada na Esquina das Ruas So

Francisco e Macau de Cima, nas proximidades da Praa Juscelino Kubitschek. A

Igreja de propriedade da Arquidiocese de Diamantina e mantm seu uso original,

que o de servir ao culto religioso catlico.

Histrico/Caractersticas Relevantes do Atrativo

O templo destaca-se no ambiente urbano em funo de sua implantao em

esquina, num plano mais elevado que a rua. A planta desenvolve-se no sentido

longitudinal, com nave nica, capela-mor de menor largura e sacristias laterais,

sendo que a da lateral esquerda se abre para um pequeno jardim e cemitrio da

Ordem. A decorao do interior da Igreja tem influencia do rococ nas pinturas do

forro da capela-mor, cujo trabalho foi executado por Jose Soares de Arajo entre

1782 e 1783. A pintura do forro da sacristia, que data de 1795, atribuda a Silvestre

de Almeida Lopes e possui significativo valor artstico. Tambm merece destaque os

retbulos da capela-mor, no estilo Dom Joo V. Um plpito e dois retbulos, por

outro lado, apresentam inspirao neoclssica. As caractersticas principais da obra

so os esteios e cunhais em madeira, pintados em cores vivas, o que tambm

ocorre no fronto de madeira da fachada.

Curiosidades

O braso da ordem franciscana que se encontra acima da porta principal da Igreja

So Francisco. Temos em parte superior do braso a corroa de espinhos de Cristo,

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olhando de frente para este temos ao lado direito o brao (com a veste marrom) de

So Francisco recebendo as chagas (as mesmas dores da crucificao) de Cristo.

Abaixo do brao de So Francisco temos umas formas parecidas com mosaico que

representa a disputa pela veste de Cristo. Do lado esquerdo temos o brao e as

chagas de Cristo. O cordo da veste de So Francisco. Fonte oral: Taysa Knia

Godinho

- Histria de So Francisco de Assis

Filho de pais abastados nasceu em Assis velha cidade da Itlia, situada na regio da

mbria em 26 de Setembro de 1182, morreu em Outubro de 1226 e foi criado no

luxo e na vaidade. Seu pai Pedro Bernardone, rico comerciante de tecidos, sonhava

faz-lo homem de negcios e de fortuna, mas Francisco, de gnio alegre e

cavalheiresco pensava mais nas glrias do mundo do que nos negcios. Em 1202,

com 20 anos, foi guerra entre a sua cidade natal e Pergia, ficando um ano na

priso. Comportou-se com serenidade, levantou a moral dos seus companheiros,

transmitindo confiana e alegria. resgatado pelo pai, por estar muito doente.

Permanece um tempo em Assis para sua recuperao. Refeito da grave doena,

caminhando fora da cidade, quando viu um leproso* vindo na sua direo, ficou

apavorado, pois tinha horror desta doena, quis fugir, mas manteve-se firme, dirigiu-

se ao doente, beijou-lhe as mos e o rosto, em demonstrao de afeto e encheu-lhe

a bolsa de moedas, com generosidade. Ao orar diante da imagem de Cristo

Crucificado, nas runas da Igreja de So Damio, recebeu a misso de restaurar a

Igreja imediatamente comeou a reconstru-la, usando o dinheiro do prprio pai. So

Francisco renuncia a todos os bens que o prendiam neste mundo, veste-se como

eremita e comea a restaurao da Capela de So Damio e cuida dos leprosos*.

*Hansenase, ou seja, pessoa com hansenase.

Fontes Consultadas

ABREU, Joo Francisco de. Sntese dos bens mveis e imveis de Minas Gerais inscritos nos Livros de tombos do Instituto do patrimnio Histrico e Artstico Nacional IPHAN 2 ed. Belo Horizonte: Editora PUC Minas, 2007. PARQUIA SANTO CRISTO DOS MILAGRES. Disponvel em: Acesso em 15/06/2011 SOUZA, Wladimir Alves de. Coordenao Guia dos bens Tombados de Minas Gerais. Rio de janeiro, Expresso e Cultura. 1984

http://www.paroquiasantocristodosmilagres.org/saofranciscodeassis.html

49

CARRAZZONI, Maria Elisa. Coordenao Guia Dos Bens Tombados Brasill. Rio De Janeiro, Expresso E Cultura. 1987 PUCMINAS; UdG; UFVJM. Cultura na Estrad