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PROWATERMAN UATLANTICA Novembro, 2010 PTDC/AACAMB/105061/2008 Água, ecossistemas aquáticos e actividade humana. Uma abordagem integrada e participativa na definição de estratégias inovadoras e prospectivas de gestão integrada de recursos hídricos no sul de Portugal PROWATERMAN Projecto n.º PTDC/AACAMB/105061/2008 Relatório de actividades desenvolvidas pela equipa da Universidade Atlântica Barcarena, Novembro 2010

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PROWATERMAN ‐ UATLANTICA ‐ Novembro, 2010 PTDC/AAC‐AMB/105061/2008 

        

   

Água, ecossistemas aquáticos e actividade humana.  Uma abordagem  integrada e participativa na definição de estratégias inovadoras e prospectivas de gestão integrada de recursos hídricos no sul de Portugal ‐ PROWATERMAN 

Projecto n.º PTDC/AAC‐AMB/105061/2008 

Relatório  de  actividades  desenvolvidas  pela  equipa  da  Universidade Atlântica     

  

 

  

 

 

Barcarena, Novembro 2010 

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Água, ecossistemas aquáticos e actividade humana. Uma abordagem integrada e participativa na definição de estratégias inovadoras e prospectivas de gestão integrada de recursos hídricos no 

sul de Portugal ‐ PROWATERMAN 

Projecto n.º PTDC/AAC‐AMB/105061/2008 

 

Relatório de actividades desenvolvidas pela equipa da Universidade Atlântica 

 

Instituições envolvidas no projecto:  

 

  

Projecto financiado pela: 

   

Barcarena, Novembro 2010  

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PROWATERMAN ‐ UATLANTICA ‐ Novembro, 2010 PTDC/AAC‐AMB/105061/2008 

        

Água, ecossistemas aquáticos e actividade humana. Uma abordagem integrada e participativa na definição de estratégias inovadoras e prospectivas de gestão integrada de recursos hídricos no 

sul de Portugal ‐ PROWATERMAN 

Projecto n.º PTDC/AAC‐AMB/105061/2008 

 

Relatório de actividades desenvolvidas pela equipa da Universidade Atlântica 

 

Equipa de investigação da Universidade Atlântica 

Nelson Lourenço (Coordenador) 

Carlos Russo Machado 

Sofia Norberto 

João Vilhena 

Ana Pires 

 

 

Barcarena, Novembro 2010      

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Introdução 

O projecto PROWATERMAN envolve a participação de quatro instituições: Laboratório 

Nacional de Engenharia Civil (LNEC) através do Núcleo de Águas Subterrâneas; Centro 

de  Biologia  Ambiental  (CBA)  da  Faculdade  de  Ciências  da  Universidade  de  Lisboa; 

Instituto  de  Investigação  Científica  e  Tecnológica  da  Universidade  Atlântica 

(UATLANTICA); Universidade do Algarve (UALGARVE). 

As  actividades  científicas do projecto  serão desenvolvidas  em duas  áreas de estudo 

situadas na região Sul de Portugal, nomeadamente no Alentejo Litoral e no Algarve. A 

escolha das duas áreas de estudo não foi aleatória, tendo resultado de uma discussão 

entre as equipas de investigação envolvidas no projecto. Assim, e com vista a potenciar 

os trabalhos que estas equipas têm vindo a desenvolver nesta região, foram escolhidas 

duas  áreas  de  estudo  tendo  por  base  um  conjunto  de  bacias  hidrográficas  e  de 

aquíferos que, conjuntamente com a diversidade socioeconómica, permitissem atingir 

os objectivos do projecto PROWATERMAN. 

O objectivo global do PROWATERMAN é, nas áreas seleccionadas do sul de Portugal 

(Alentejo Litoral e Algarve): 

• analisar e compreender as dimensões ambientais, socioeconómicas e institucionais 

da  sustentabilidade  da  água,  para  garantir  a  qualidade  desse  recurso,  e  para 

aumentar a eficiência e equidade no seu uso através de uma abordagem integrada 

da gestão dos recursos hídricos.  

• identificar  estratégias  locais  inovadoras  para  a  gestão  sustentável  da  água  e 

formular  um  conjunto  de  orientações  de  boas  práticas  para  a  conservação  da 

qualidade  e  quantidade  da  água.  Isto  será  feito  através  de  uma  abordagem 

integrada  do  contexto  socioeconómico  e  ecológico‐ambiental  da  gestão  dos 

recursos hídricos. 

O  projecto  contribuirá  para  os  objectivos  supracitados,  adoptando  uma  abordagem 

integrada  para  a  análise  e  compreensão  das  complexas  interacções  dos  sistemas 

sociais  e  ecológicos,  que  sustentará  a  identificação  participativa  de  estratégias  de 

gestão sustentável da água no sul de Portugal. 

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A  equipa  do  Instituto  de  Investigação  Científica  e  Tecnológica  da  Universidade 

Atlântica (UATLANTICA) participa em várias tarefas do projecto PROWATERMAN:  

T1 – Coordenação, gestão e disseminação 

A  participação  da  UATLANTICA  nesta  tarefa,  que  é  coordenada  pela  equipa  do 

Laboratório  Nacional  de  Engenharia  Civil  (LNEC)  através  do  Núcleo  de  Águas 

Subterrâneas,  corresponde  à  fundamentalmente  colaboração  com  o  Investigador 

Responsável do projecto no sentido de contribuir para a definição dos procedimentos 

metodológicos e para a disseminação das actividades do projecto, nomeadamente ao 

nível da publicação de artigos e relatórios. 

 

T2 ‐ Análise das forças motrizes económicas e ambientais 

Esta  tarefa,  que  é  coordenada  pela  equipa  da  UATLANTICA,  tem  por  objectivo 

proceder a uma análise das  forças motrizes ambientais  (alterações  climáticas,  secas, 

vegetação)  e  económicas  (crescimento  populacional  e  urbanístico,  agricultura, 

industria, turismo) que têm impacte sobre as estratégias de gestão da água. Para além 

disso  será  realizada,  no  âmbito  desta  tarefa  uma  análise  do  enquadramento 

institucional que rege os processos de tomada de decisão. Deste modo, proceder‐se‐á 

a uma  identificação das redes  locais de actores‐chave na gestão da água (instituições 

de investigação, utilizadores de água, técnicos e decisores) de modo a compreender o 

papel que desempenham no contexto decisional da água,  identificando  situações de 

conflito  potencial  e  real. A  consciência  desses  conflitos  é  essencial  para  entender  a 

lógica  de  funcionamento  das  redes  de  actores  sociais  e  para  compreender  onde  se 

situam os obstáculos à tomada de decisão e à execução das várias medidas de política. 

Por  vezes  surgem  conflitos  ou  obstáculos,  não  como  resultado  de  diferentes 

perspectivas de desenvolvimento, mas de uma falta de conhecimento das medidas de 

política,  ou  a  falta  de  formação  adequada  para  a  sua  compreensão  e  aplicação 

correcta.  Neste  sentido,  é  muito  importante  identificar  e  caracterizar  os  diversos 

atores  sociais  (individuais  e  colectivos)  para  compreender  suas  funções  e  níveis  de 

intervenção,  e  os  tipos  de  relacionamento  que  se  estabelecem  entre  esses  actores. 

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Com esta análise será possível proceder à  identificação de conflitos potenciais e reais 

que  constituem  constrangimentos  à  efectiva  implementação  de  novas  práticas  de 

conservação da quantidade e qualidade dos recursos hídricos. 

 

T4 ‐ Biomonitorização da qualidade da água 

Esta tarefa, que é coordenada pela equipa da UATLANTICA, será realizada em estreita 

relação com a equipa do Centro de Biologia Ambiental (CBA) da Faculdade de Ciências 

da Universidade de Lisboa.  

No âmbito desta  tarefa pretende‐se analisar, nas áreas de estudo, as  relações entre 

macroinvertebrados,  estrutura  da  comunidade  e  variáveis  ambientais  enquanto 

ferramenta de monitorização e de  avaliação da qualidade dos  ambientes  aquáticos. 

Assim,  pretende‐se  reforçar  este  tipo  de  análises,  utilizando macroinvertebrados  e 

outros  bioindicadores  (perifíton,  zooplâncton,  crustáceos  e  anfíbios),  enquanto 

contributo correcto para avaliar a qualidade das águas superficiais, nomeadamente ao 

nível da produção de indicadores da qualidade da água e da sua integração no sistema 

de apoio à decisão. 

 

T5 ‐ Consumo doméstico e irrigação: a competição por um recurso escasso 

Esta  tarefa é coordenada pela equipa da UATLANTICA, e  tem por objectivo principal 

compreender  de  que  forma  a  competição  resultante  das  diferentes  utilizações 

(nomeadamente  consumo  doméstico  e  agricultura)  pode  constituir,  nas  áreas  de 

estudo, uma fonte de tensão e conflito. 

Deste modo, no quadro desta  tarefa será realizada uma análise das necessidades de 

consumo  de  água  das  populações  locais  e  dos  conflitos  potenciais/reais  a  nível  das 

diversas utilizações da água.  

 

 

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T6  ‐  Cenários  prospectivos.  Análise  prospectiva  de  restrições  económicas  e 

ambientais 

Esta tarefa é coordenada pela equipa da UATLANTICA mas vai necessitar que todos os 

investigadores  de  todas  as  equipas  participantes  se  envolvam  com  os  seus 

conhecimentos.  É  uma  das  tarefas  do  PROWATERMAN  que  mais  apela  à 

complementaridade dos domínios científicos das equipas que particpam no projecto. 

Pretende‐se  construir  um  conjunto  de  macro‐cenários  para  o  período  2015‐2030, 

através  dos  quais  seja  possível  simular  as  principais  variáveis  biofísicas  e 

socioeconómicas que têm o potencial de constrangir a gestão sustentável dos recursos 

hídricos. 

Pretende‐se, assim, construir uma  ferramenta que permita simular, para as áreas de 

estudo, os cenários de disponibilidade hídrica para 2015 e 2030 que levem em linha de 

conta  o  quadro  de  mudança  ambiental  marcado  por  alterações  climáticas, 

modificações  no  uso  do  solo,  práticas  agrícolas  e  pelas  dinâmicas  demográficas  e 

socioeconómicas. 

 

T7  ‐  Estratégias  inovadoras  para  a  gestão  dos  recursos  hídricos:  uma  abordagem 

integrada e participada 

Esta  tarefa,  coordenada  pela  equipa  da  UALGARVE,  e  participada  por  todos  os 

investigadores das restantes equipas, é o corolário das anteriores tarefas. 

Tem  por  objectivos:  definir  um  conjunto  de  directrizes  e  e  de  boas  práticas  que, 

assentando no conhecimento cientifico e tradicional sobre a conservação da qualidade 

e quantidade dos recursos hídricos, apoiem a identificação de opções de políticas e de 

estratégias de gestão com vista à gestão  sustentável dos  recursos hídricos no  sul de 

Portugal,  em  particular  no  que  respeita  a:  água  para  consumo  humano,  água  para 

rega, reutilização e reciclagem da água. 

   

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1. Actividades desenvolvidas 

Durante  o  primeiro  ano  de  actividade  do  Projecto  PROWATERMAN  a  equipa  do 

Instituto  de  Investigação  Científica  e  Tecnológica  da  Universidade  Atlântica 

(UATLANTICA)  esteve  envolvida  particularmente  na  tarefa  T2  ‐  Análise  das  forças 

motrizes económicas e ambientais. 

Foi desenvolvida uma análise da ocupação do  solo em  três momentos distintos que 

permitirá,  posteriormente,  fazer  a  análise  das mudanças  de  uso  do  solo  e  simular 

previsão  de mudanças  de  uso  do  solo  para  2015  e  2030.  Foi  também  iniciada  uma 

análise  do  sistema  socioeconómico  que  permitirá  compreender  as  dinâmicas 

demográficas e socioeconómicas nas áreas de estudo. 

Do ponto de  vista da  análise do quadro  institucional  foi  iniciada uma  análise  a dois 

níveis. O nível de enquadramento, nomeadamente no que diz  respeito  à  análise do 

quadro  legal que rege a gestão de recursos hídricos em Portugal, particularmente no 

que diz respeito à implementação da Directiva‐Quadro da Água e da Lei da Água (que 

corresponde  à  sua  transposição  para  o  Direito  interno)  e  dos  instrumentos  de 

planeamento que dela decorrem. 

Este estudo permite enquadrar o nível local, no qual será feita uma análise de redes de 

actores sociais envolvidos nos processos de  tomada de decisão relativos à gestão de 

recursos hídricos nas áreas de estudo. 

A  equipa  da UATLANTICA  iniciou  a  preparação  da  tarefa  T4  ‐  Biomonitorização  da 

qualidade da água, particularmente ao nível do planeamento detalhado do  trabalho 

de  campo  necessário  à  prossecução  desta  tarefa,  ficando  a  primeira  campanha  de 

recolha de amostras de macroinvertebrados e anfíbios agendada para a Primavera de 

2011.  

O  planeamento  teórico  necessário  à  realização  desta  tarefa  está  concluído, 

nomeadamente  a  pesquisa  bibliográfica  que  suporta  a  utilização  de  diferentes 

bioindicadores para a avaliação da qualidade da água, estando actualmente a ser feita 

a determinação do n.º final de pontos necessário para a amostragem em cada um dos 

locais. 

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Embora a tarefa T5  ‐ Consumo doméstico e  irrigação: a competição por um recurso 

escasso  tenha  início  previsto  para  Janeiro  de  2011  foi  já  iniciada  a  recolha  de 

informação que permitirá a análise dos conflitos relacionados com a competição pelo 

uso de  recursos hídricos, particularmente no que diz  respeito a água para  consumo 

humano e à água para rega. 

As tarefas T6 e T7 ainda não iniciaram as suas actividades. 

2. Selecção das áreas de estudo 

As áreas de estudo seleccionadas para o Projecto PROWATERMAN situam‐se, uma no 

Alentejo  Litoral e, a outra, no Algarve. Tendo  sido  identificadas, numa primeira  fase 

através de critérios essencialmente biofísicos (bacias hidrográficas, aquíferos) tornou‐

se  necessário  adequar  os  seus  limites  aos  das  unidades  administrativas  que  os  os 

enquadram.  Esta  adequação  possibilita  ainda  aumentar  a  diversidade  de  usos  do 

recurso e socioeconómica que permitira complexificar e enriquecer a análise. 

Na  verdade,  também  neste  caso  se  verifica  que  os  fenómenos  socioeconómicos 

raramente são limitados por fronteiras físicas, como os limites das bacias hidrográficas 

ou dos aquíferos. 

Assim, do ponto de vista socioeconómico as áreas de estudo (Fig. 1) correspondem a:  

Alentejo Litoral 

• Bacias hidrográficas que alimentam as  lagoas de Melides, de Santo André e 

da Sancha; 

• Aquífero de Sines; 

• Freguesias dos concelhos interceptados pelo limite da bacia hidrográfica. 

Algarve 

• Bacia  hidrográfica  do  Rio  Arade  (incluindo  a  sub‐bacia  da  Ribeira  de 

Odelouca); 

• Aquífero Querença ‐ Silves e aquífero Mexilhoeira Grande ‐ Portimão; 

• Freguesias dos  concelhos  interceptados pelo  limite da bacia hidrográfica e pelos limites dos aquíferos referidos.   

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Fig. 1 ‐ Localização das áreas de estudo    

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3. Breve caracterização das áreas de estudo 

O  sul  de  Portugal  é  uma  região  onde  a  escassez  de  água  e  as  condições  climáticas 

extremas (com uma  longa estação quente e seca e um volume  limitado e variável de 

recursos hídricos) produzem uma forte vulnerabilidade ambiental. A procura crescente 

de  recursos  hídricos  (causada  pelo  crescimento  populacional  e  económico, 

especialmente do turismo) e as condições climáticas contribuem para uma crescente 

escassez da água, bem como para a degradação da sua qualidade.  

Nesta  região,  a  diminuição  da  disponibilidade  de  água  pode  ter  efeitos  negativos 

exponenciais  no  bem‐estar  da  população  humana  e  no  funcionamento  dos 

ecossistemas aquáticos, transformando a gestão das dos recursos hídricos num desafio 

significativo para o desenvolvimento das populações locais. 

A escassez e irregularidade sazonal das disponibilidades hídricas juntamente com a sua 

crescente  procura  têm  provocado  conflitos  entre  territórios  e  sectores,  não  sendo 

previsível que, no  futuro, haja nesta  região um aumento da disponibilidade de água 

para  os  diferentes  usos.  Isto  é  devido  sobretudo  às  previsões  dos  efeitos  das 

alterações  climáticas,  embora  a  procura  de  água  aumente  devido,  sobretudo,  à 

expansão  do  regadio  e  à  concentração  da  população  nas  grandes  aglomerações 

urbanas, pelo que haverá um aumento da competição pela sua utilização. 

A grande diversidade dos  cenários biofísicos e normativos aconselham a desenhar e 

aplicar,  em  áreas  piloto, métodos,  instrumentos  e  ferramentas  adequados  aos  seus 

cenários  específicos,  que  posteriormente  possam  ser  aplicados  em  outras  áreas 

sensíveis. 

 

3.1. Alentejo Litoral 

Na  área  de  estudo  situada  no  Alentejo  Litoral  podemos  identificar  uma  grande 

diversidade  de  actividades  e  ocupação  do  solo:  agricultura  e  silvicultura;  indústria 

(fortemente  concentrada  no  concelho  de  Sines);  e  turismo  relacionado  com  a 

existência de pequenas praias. 

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10 

É, em  termos  comparativos  com o  resto do  território nacional, uma área  com baixa 

densidade demográfica, verificando‐se uma concentração da população nas sedes de 

concelho e em aglomerados urbanos, como Santo André, essencialmente relacionadas 

com a expansão do complexo Portuário e Industrial de Sines, que é ao mesmo tempo 

um dos principais factores de degradação ambiental desta área (Figs. 2 e 3). 

A análise dos três momentos de ocupação do solo (1990, 2000 e 2006) realizada com 

base nos mapas Corine Land Cover permite verificar uma grande estabilidade nos usos 

e ocupação do solo (Figs. 4, 5, e 6). Este fraco nível de mudanças de uso do solo está 

certamente  relacionado  com  fraco dinamismo  socioeconómico da  região em que  se 

insere  esta  área  de  estudo.  Aliás  o maior  crescimento  da  população,  entre  1991  e 

2001, regista‐se na freguesia de Vila Nova de Milfontes (Fig. 3), associado certamente 

ao potencial turístico desta área. 

Do ponto de vista do uso da água para a irrigação, verifica‐se que ele é relativamente 

baixo  e  só  em  algumas  freguesias  do  concelho  de  Santiago  do  Cacém  a  superfície 

irrigável é superior a 20% da área agrícola (Figs. 7 e 8). 

 

3.2. Algarve 

Á área de estudo situada no Algarve enfrenta problemas relacionados com a enorme 

pressão urbana decorrente da actividade turística. Aqui os problemas ambientais estão 

relacionados  principalmente  com  a  falta,  durante  décadas,  de  um  efectivo 

planeamento territorial. 

Nesta área é claramente visível o contraste entre a orla costeira densamente povoada 

e urbanizada com o interior despovoado e em perda de população (Figs. 2 e 3). 

A análise dos três momentos de ocupação do solo (1990, 2000 e 2006) realizada com 

base nos mapas Corine Land Cover permite observar um maior nível de mudança junto 

ao  litoral,  associado  naturalmente  ao  crescimento  das  áreas  urbanas  com  fins 

turísticos e de alguns equipamentos associados como campos de golfe e parques de 

campismo (Figs. 4, 5, e 6).   

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Fig. 2 ‐ Densidade da população residente, em 2001, por freguesia    

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Fig. 3 ‐ Taxa de variação da população (1991‐2001), por freguesia    

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 Fig. 4 – Ocupação do solo, em 1990 

   

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 Fig. 5 – Ocupação do solo, em 2000 

    

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 Fig. 6 – Ocupação do solo, em 2006 

    

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 Fig. 7 – Superfície agrícola utilizada, em 1999, por freguesia 

   

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 Fig. 8 – Superfície irrigável na SAU, em 1999, por freguesia 

    

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Do ponto de vista do uso da água para a  irrigação, verifica‐se que o uso agrícola do 

território  tem uma  importância  relativamente pequena  (em  geral  inferior  a  25% do 

território  das  freguesias)  na  generalidade  da  área  de  estudo,  embora  em  algumas 

freguesias,  como  a  de  Silves,  a  superfície  irrigável  é  significativamente  elevada 

correspondendo a mais de 75% da área agrícola  total,  facto a que não será alheio a 

presença das barragens do Funcho e do Arade (Figs. 7 e 8). 

 

3.3. Principais ocupações do solo nas duas áreas de estudo 

As  duas  áreas  de  estudo  apresentam  diferentes  ocupações  dominantes  (Quadro  1). 

Assim, na área de estudo do Alentejo Litoral, em 2006, domina claramente a superfície 

florestal (66%) marcada fundamentalmente pelo montado de sobreiros e pela floresta 

de pinheiro junto ao litoral. 

 

Quadro 1 ‐ principais categorias de ocupação do solo, em 2006 

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Na área de estudo do Algarve, no mesmo ano, regista‐se a  importância da superfície 

florestal  e  de  floresta  aberta  ou  mato  (cerca  de  55%  no  conjunto),  situadas 

principalmente na área da Serra, e as superfícies agrícolas com padrões complexos em 

que se entrecruzam diferentes tipos de culturas e usos do solo (29%) nomeadamente 

nas  áreas  do  Barrocal.  Saliente‐se  ainda  a  importância  das  culturas  permanentes, 

particularmente dos pomares (8%) em grande parte da área de estudo.