grupo: i – classe ii – 2ª câmara

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GRUPO: I – CLASSE II – 2ª Câmara TC-011.353/2005-0 NATUREZA: Prestação de Contas ENTIDADE: Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas da Paraíba (Sebrae/PB) RESPONSÁVEIS: José Guimarães de Lacerda (CPF nº645.829.144-20), Marcus Antônio Guedes Vasconcelos Fonseca (CPF nº 061.817.674-87), Pedro Aurélio Mendes Brito (CPF 069.831.114-00), Antônio Felinto Neto (CPF nº 161.245.104-72), Perpétuo Socorro Cajazeiras (CPF nº 059.467.863-34), Joaquim Horácio de Medeiros (CPF nº 144.064.974-04), João Firmino de Carvalho Neto (CPF nº 396.229.404-04), José Borges de Medeiros (CPF nº 003.346.264-04), José Jurandi Carneiro (CPF nº 009.081.854-72), João da Mata de Sousa (CPF nº 014.365.114-53), José Marconi Medeiros de Souza (CPF nº 020.459.664-53), Antônio Gomes de Lima (CPF nº 023.982.734-15), Enivaldo Ribeiro (CPF nº 025.220.634-72), Jorge Gurgel de Souza (CPF nº 025.640.764-91), Francisco de Assis Benevides Gadelha (CPF nº 041.813.874-53), Mário Antônio Pereira Borba (CPF nº 048.690.364-87), Edjair de Siqueira Alves (CPF nº 076.497.894-20), Múcio Antônio Sobreira Souto (CPF nº 082.971.004-30), Carlos Von Doellimger (CPF nº 090.691.787-53), João Marques de Carvalho (CPF nº 098.254.283-68), Ricardo Alberto Suassuna de Medeiros (CPF nº 206.099.904-97), Jairo Teixeira Araújo Júnior (CPF nº 221.777.871- 49), João Nilton Castro Martins (CPF nº 241.083.916-91), Jurandir Antônio Xavier (CPF nº 282.842.834-68), Francisco Fabrício de Oliveira Neto (CPF nº 302.687.024-20), Sérgio Maia de Farias Filho (CPF nº 317.774.494-72) e Geraldo Afonso Dezena da Silva (CPF nº 775.575.068-04) SUMÁRIO: PRESTAÇÃO DE CONTAS. SERVIÇO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DA PARAÍBA. EXERCÍCIO DE 2004. JULGAMENTO PELA /home/website/convert/temp/convert_html/5870d1781a28ab31318b9c34/document.doc

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Page 1: GRUPO: I – CLASSE II – 2ª Câmara

GRUPO: I – CLASSE II – 2ª CâmaraTC-011.353/2005-0 NATUREZA: Prestação de ContasENTIDADE: Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas da Paraíba (Sebrae/PB) RESPONSÁVEIS: José Guimarães de Lacerda (CPF nº645.829.144-20), Marcus Antônio Guedes Vasconcelos Fonseca (CPF nº 061.817.674-87), Pedro Aurélio Mendes Brito (CPF nº 069.831.114-00), Antônio Felinto Neto (CPF nº 161.245.104-72), Perpétuo Socorro Cajazeiras (CPF nº 059.467.863-34), Joaquim Horácio de Medeiros (CPF nº 144.064.974-04), João Firmino de Carvalho Neto (CPF nº 396.229.404-04), José Borges de Medeiros (CPF nº 003.346.264-04), José Jurandi Carneiro (CPF nº 009.081.854-72), João da Mata de Sousa (CPF nº 014.365.114-53), José Marconi Medeiros de Souza (CPF nº 020.459.664-53), Antônio Gomes de Lima (CPF nº 023.982.734-15), Enivaldo Ribeiro (CPF nº 025.220.634-72), Jorge Gurgel de Souza (CPF nº 025.640.764-91), Francisco de Assis Benevides Gadelha (CPF nº 041.813.874-53), Mário Antônio Pereira Borba (CPF nº 048.690.364-87), Edjair de Siqueira Alves (CPF nº 076.497.894-20), Múcio Antônio Sobreira Souto (CPF nº 082.971.004-30), Carlos Von Doellimger (CPF nº 090.691.787-53), João Marques de Carvalho (CPF nº 098.254.283-68), Ricardo Alberto Suassuna de Medeiros (CPF nº 206.099.904-97), Jairo Teixeira Araújo Júnior (CPF nº 221.777.871-49), João Nilton Castro Martins (CPF nº 241.083.916-91), Jurandir Antônio Xavier (CPF nº 282.842.834-68), Francisco Fabrício de Oliveira Neto (CPF nº 302.687.024-20), Sérgio Maia de Farias Filho (CPF nº 317.774.494-72) e Geraldo Afonso Dezena da Silva (CPF nº 775.575.068-04)SUMÁRIO: PRESTAÇÃO DE CONTAS. SERVIÇO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DA PARAÍBA. EXERCÍCIO DE 2004. JULGAMENTO PELA IRREGULARIDADE DAS CONTAS DE ALGUNS RESPONSÁVEIS. DÉBITO E MULTA. REGULARIDADE COM RESSALVA DAS CONTAS DOS DEMAIS RESPONSÁVEIS. QUITAÇÃO. DETERMINAÇÕES.

Trata-se de Prestação de Contas do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas da Paraíba (Sebrae/PB), referente ao exercício de 2004.2. Em seu Relatório de Auditoria, por meio do qual avaliou os atos de gestão praticados no período do aludido exercício, a Secretaria Federal de Controle Interno (SFCI) detectou as seguintes ocorrências: (i) omissão dos membros dos Conselhos Deliberativo e Fiscal de apresentar à Unidade de Pessoal da entidade as declarações de bens e renda; (ii) procedimentos inadequados em relação à autorização de pagamento, à formalização de processo e ao arquivamento de documentos; (iii) plano de contas contábil que agregam naturezas de despesas diversas, o que é incompatível com o princípio da transparência administrativa; (iv) recolhimento indevido à conta vinculada do trabalhador no FGTS, /tt/file_convert/5870d1781a28ab31318b9c34/document.doc

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referente à multa rescisória por despedida sem justa causa, em razão do término do mandato da Diretoria Executiva; (v) realização de despesas com festa de confraternização e distribuição de cestas natalinas para funcionários; (vi) inexistência de estimativa do valor da licitação, realizada na modalidade convite; (vii) fracionamento de despesa com dispensa de licitação por valor ou descaracterizando a modalidade da competição; (viii) restrição de marca na compra de veículos e de equipamentos de informática, com justificativas inaceitáveis; (ix) falta de comprovação da regularidade fiscal nas situações de dispensa ou inexigibilidade de licitação; (x) contratação direta referente à aquisição de material de consumo e à prestação de serviço quando o procedimento licitatório era exigido; e (xi) contratação desregrada de entidades para prestar serviços de consultoria, assessoria, monitoramento e capacitação por meio de dispensa ou inexigibilidade de licitação (fls. 122/150, v.p.).3. Diante disso, a SFCI emitiu certificado em que atestou a regularidade com ressalva da gestão dos responsáveis pelas ocorrências acima citadas e a regularidade da gestão dos demais responsáveis (fls. 151/153, v.p.).4. No âmbito desta Corte de Contas, a Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba (SECEX/PB), em exame preliminar, entendeu estar a presente prestação de contas devidamente constituída (fl. 158, v.p.). Quanto ao mérito, elaborou as instruções de fls. 165/175 e 178/181, v.p., por meio das quais sugeriu fosse realizada a citação dos responsáveis pelas irregularidades acima descritas.5. Devidamente citados, foram apresentadas as alegações de defesa de fls. 02/52 e 104/119, anexo 1.6. Em nova manifestação, o ACE Edson da Silva Néri elaborou a instrução de fls. 217/241, v. 1, da qual transcrevo trecho a seguir, verbis:

“DEFESAS APRESENTADAS PELOS TRÊS RESPONSÁVEIS SOLIDÁRIOS:

a) depósito indevido de multa de 40% na conta do FGTS vinculada ao trabalhador, referente a rescisão de contrato do cargo de Diretor ocupado pelos três responsáveis;

b) despesas ilegais com festa de confraternização natalina dos empregados.

Sr. Pedro Aurélio Mendes Brito, empregado do quadro de pessoal do SEBRAE e atual Diretor Técnico, juntou requerimento apresentado a entidade em 09/05/2006 solicitando devolução parcelada do valor de R$ 8.527,98 depositado indevidamente em 11/01/2005 na sua conta do FGTS, bem como dos valores despendidos por ocasião da confraternização dos funcionários, em fins de 2004, indicados na citação do TCU. O pedido de parcelamento do débito total foi requerido em até 60 parcelas mensais de até 10% (dez por cento) do seu salário líquido mensal, corrigidas pelos índices do FGTS ou da poupança. Às fls. 03/Anexo 1 da defesa, o Sr. Pedro Aurélio informa haver pedido, em 08/05/2006, também, somente a devolução dos R$ 8.527,98 (FGTS) em três parcelas de R$ 2.842,68 a serem recolhidas à Tesouraria da entidade em junho/2006, dezembro/2006 e junho/2007, devidamente atualizadas (fls. 12/13 do Anexo 1), tendo havido parecer favorável pela assessoria jurídica do SEBRAE (fls. 14/16 do Anexo 1). Não há nos presentes autos informação do que foi decidido pela direção do SEBRAE com referência a esses pedidos.

Sr. Antônio Felinto Neto, ex-Diretor, empregado do quadro de pessoal do SEBRAE, igualmente ao Sr. Pedro Aurélio, informa às fls. 55/Anexo 1 que propôs ao SEBRAE o desconto em seus salários do total dos débitos de R$ 8.527,88 (multa contratual indevida depositada na sua conta do FGTS) e das despesas de confraternização dos funcionários, em 60 parcelas mensais, corrigidas pelos índices do FGTS ou poupança, na forma requerida a entidade (fls. 64/Anexo 1).

Sr. Marcus Antônio Guedes Vasconcelos Fonseca, ex-Diretor Superintendente, não empregado do SEBRAE, alega que o procedimento originário do Departamento de Pessoal daquela entidade de pagar multa nos processos de rescisão contratual de seus ocupantes de cargos diretivos não /tt/file_convert/5870d1781a28ab31318b9c34/document.doc

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viola o que dispõe os arts. 9º, § 1º, e 16 do Decreto nº 99.684, de 08.11.1990. Insiste em que sua situação se enquadra no § 1º do art. 18 da Lei nº 8.036/90 (redação dada pela Lei nº 9.491/97), respaldado ainda no § 1º do art. 9º do Decreto nº 99.684/90 (redação dada pelo Decreto nº 2.430/97), isto é:

§ 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa, depositará este, na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta por cento do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros. (grifo do defendente)

DECRETO Nº 99.684, DE 8 DE NOVEMBRO DE 1990 (com grifos nossos).........................................................................Art. 9º - Ocorrendo despedida sem justa causa, ainda que indireta, com culpa recíproca

por força maior ou extinção normal do contrato de trabalho a termo, inclusive a do trabalhador temporário, deverá o empregador depositar, na conta vinculada do trabalhador no FGTS, os valores relativos aos depósitos referentes ao mês da rescisão e, ao imediatamente anterior, que ainda não houver sido recolhido, sem prejuízo das cominações legais cabíveis. (Redação dada pelo Decreto nº 2.430, de 1997)

§ 1º - No caso de despedida sem justa causa, ainda que indireta, o empregador depositará na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta por cento do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros, não sendo permitida, para este fim a dedução dos saques ocorridos. (Redação dada pelo Decreto nº 2.430, de 1997)

§ 2º Ocorrendo despedida por culpa recíproca ou força maior, reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de que trata o parágrafo precedente será de vinte por cento.

.............................

Art. 14. No caso de contrato a termo, a rescisão antecipada, sem justa causa ou com culpa recíproca, equipara-se às hipóteses previstas nos §§ 1° e 2° do art. 9°, respectivamente, sem prejuízo do disposto no art. 479 da CLT.

......................................................

Art. 16. Equipara-se a extinção normal do contrato a termo o término do mandato do diretor não empregado (arts. 7° e 8°) não reconduzido.

Quanto às despesas com evento de confraternização natalina, o Sr. Marcus Antônio defende que o SEBRAE é pessoa jurídica de direito privado, desvinculado da administração pública federal (Lei nº 8.029/90), tendo sido utilizado nas referidas despesas recursos originários da prestação direta de serviços do SEBRAE (R$ 15.901,37) para complementar os recursos levantados pelos seus 145 empregados e seus familiares num universo total de 580 pessoas com intuito de promover referida confraternização. Os produtos oferecidos no evento não foram adquiridos e/ou financiados com a utilização de haveres obtidos juntos a convênios, subvenções ou outras fontes originárias da aplicação de fundos públicos.

Análise da instrução

Os Srs. Pedro Aurélio Mendes Brito e Antônio Felinto Neto reconheceram a ilegalidade tanto do depósito nas suas contas vinculadas no FGTS quanto das despesas despendidas com festa de /tt/file_convert/5870d1781a28ab31318b9c34/document.doc

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confraternização dos empregados da entidade, entretanto, não solicitaram ao TCU o parcelamento dos respectivos débitos na forma prevista no art. 24 da Lei nº 8.443/92, conforme cientificado aos mesmos nos ofícios de citação nºs 0336 e 00337/2006-TCU/SECEX-PB, respectivamente.

Também, os três citados não se pronunciaram quanto a solidariedade da responsabilidade das despesas glosadas na presente prestação de contas (itens a e b), entendendo-se, assim, que permanecem solidários no recolhimento a ser efetuado dos valores pelos quais foram citados. Portanto, a proposta desta instrução é pelo recolhimento do débito no valor integral, solidariamente, com execução da decisão que vier a ser prolatada pelo E.TCU na forma prevista nos artigos 22 ao 30 da Lei nº 8.443/92 (Seção III do Capítulo I/Julgamento das Contas), observados a atualização e os acréscimos de juros de mora dos valores na data do efetivo recolhimento de acordo com a Decisão nº 1.122/2000-TCU/Plenário.

Ressaltando-se quanto ao Sr. Marcus Antônio Guedes Vasconcelos Fonseca, apesar de não ter continuado com vínculo empregatício com o SEBRAE como os outros dois diretores (funcionários da casa), não procedem seus argumentos de que a legislação foi corretamente aplicada.

Em sua defesa ele interpreta que seu desligamento da função de diretor, ocupada por um mandato de dois anos, como sendo uma despedida sem justa causa e que estaria enquadrado na situação prevista no § 1º do art. 9º do Decreto nº 99.684/90, quando sua situação é prevista no art. 16 do mesmo decreto: equipara-se a extinção normal do contrato a termo o término do mandato de diretor não empregado (arts. 7º e 8º) não conduzido.

[Art. 7° O direito ao FGTS se estende aos diretores não empregados de empresas públicas e sociedades controladas direta ou indiretamente pela União (Lei n° 6.919, de 2 de junho de 1981).

Art. 8° As empresas sujeitas ao regime da legislação trabalhista poderão equiparar seus diretores não empregados aos demais trabalhadores sujeitos ao regime do FGTS.

Parágrafo único. Considera-se diretor aquele que exerça cargo de administração previsto em lei, estatuto ou contrato social, independentemente da denominação do cargo.]

Portanto, em sendo extinção normal de contrato de trabalho a termo, os ex-diretores não reconduzidos têm direito apenas aos valores do FGTS relativos aos depósitos referentes ao mês da rescisão e, ao imediatamente anterior, que ainda não houver sido recolhido (art. 9º do Decreto nº 99.684/90).

Somente nos casos de despedida sem justa causa, ainda que indireta, por culpa recíproca ou força maior, esta reconhecida pela Justiça do Trabalho, será obrigatório o recolhimento de multa rescisória a ser depositada pelo empregador na conta vinculada do trabalhador no FGTS.

JUSTIFICATIVAS DAS AUDIÊNCIAS REALIZADAS AOS TRÊS RESPONSÁVEIS:(os três responsáveis apresentaram o mesmo tipo de justificativa)

a) descumprimento de determinação do TCU, constante do item 1.1 do Acórdão 738/2004 – TCU – Primeira Câmara (falta de informações sobre convênios e congêneres)

Os responsáveis reconhecem a falha, informando que as prestações de contas de convênios inadimplentes foram apresentadas e analisadas pelo SEBRAE/PB, não existindo mais pendências.

Análise da instrução

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Renovar a determinação constante do item 1.1 do Acórdão 738/2004-TCU/1ª Câmara e aplicar multa.

b) Fracionamento de despesas com fuga à realização da modalidade de licitação devida, uma vez que foi realizado convite, quando o correto seria concorrência, nos seguintes casos:

[Dispositivos Violados: art. 7º do Regulamento de Licitações e Contratos do Sistema SEBRAE]

b.1) Aquisição de material de expediente, totalizando um gasto anual de R$ 319.079,63, valor que exigiria a realização de licitação na modalidade concorrência, por meio de um convite (Convite nº 001/2004), no valor de R$ 137.406,81, e o restante sem licitação;

Os responsáveis reconhecem a falha, afirmando que não tiveram qualquer intenção de dolo, má-fé ou prejuízo aos cofres da entidade, e sim de estar contribuindo para que as compras necessárias a manutenção do SEBRAE fossem realizadas diretamente nas cidades onde estão localizadas as suas unidades detentoras de CNPJ próprio (João Pessoa, sede da entidade foi realizado o convite nº 001/2004, Campina Grande, Patos, Monteiro, Sousa, Pombal, Cajazeiras, Guarabira e Araruna que fizeram suas próprias aquisições, precedidas de coleta de preço no mercado local), o que viria a atender uma das finalidades da entidade que é a geração de renda e ocupação nessas cidades. Informa ainda que do valor levantado pelo controle interno, consta R$ 62.878,58 de saldo de estoque no final de dezembro/2003. Afirma que o SEBRAE/PB está implementando um sistema uniformizado para melhorar o processo de licitação para a aquisição de bens e serviços a partir deste ano de 2006.

b.2) Fornecimento de passagens aéreas, totalizando um gasto anual de R$ 838.371,13, valor que exigiria a realização de licitação na modalidade concorrência, por meio de convite (Convite nº 006/2004);

Afirmam que o limite da licitação realizada não foi excedido. Salientam que na rubrica Passagens, Transportes e Locomoção Nacional, onde se encontra grafado o valor levantado pelo controle interno, estão englobadas todas as despesas que se caracterizam como locomoção, não só passagens aéreas, mas também traslado em ônibus interestadual, municipal e despesas com veículos de aluguel.

Observam que o valor pago com passagens aéreas foi de R$ 640.766,86 (cobertos por contrato de licitação anterior vigente até 19/9/2004 e do contrato decorrente do convite nº 006/2004, assinado em 20/9/2004, cujas despesas foram cobertas, em parte, com recursos reembolsados pelo SEBRAE/Nacional no valor de R$ 192.620,93, que após deduzidos, resta o valor de R$ 448.145,93 a cargo do SEBRAE/PB no exercício de 2004). Ao deduzir mais o valor do contrato anterior de R$ 393.000,00, ficou o valor final de R$ 55.145,93, este apontado pelos responsáveis como valor não excedido na modalidade de licitação convite, como se este valor fosse o corresponde a despesa do exercício de 2004, o que evidentemente é um equívoco.

b.3) Prestação de serviços de limpeza e conservação, totalizando um gasto anual de R$ 620.143,07, valor que exigiria a realização de licitação na modalidade concorrência, por meio de convite (Convite nº 002/2004);

Os responsáveis reconhecem, enfatizando mais uma vez que não houve má-fé ou dolo, ou qualquer outro interesse escuso nesse procedimento ou para burlar a lei, mas apenas para tornar mais céleres os processos e atender com mais presteza o nosso público-alvo, a micro, pequena e /tt/file_convert/5870d1781a28ab31318b9c34/document.doc

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média empresa. Informam ainda que do total de despesa apontado pelo controle interno, R$ 84.273,12 são por conta do contrato anterior e R$ 535.869,95 pertencem ao novo contrato.

Análise da instrução

O total da despesa com passagens aéreas no exercício de 2004 permanece efetivamente sendo de R$ 640.766,86, havendo ou não reembolso por parte do SEBRAE/Nacional (item b.1).

Os valores das despesas nos três casos acima excederam o valor limite de R$ 225.000,00 para a modalidade de licitação devida que seria concorrência conforme previsto em Regulamento. Portanto, cabe aplicar multa e fazer determinação ao SEBRAE para que observe o previsto no art. 7º do Regulamento de Licitações e Contratos do Sistema SEBRAE nas suas aquisições de bens e serviços, evitando fracionamento de despesas com fuga à realização da modalidade de licitação devida.

c) descumprimento de determinações do TCU, constantes do item 11.1.6 do Acórdão 2.813/2003 – TCU – Primeira Câmara, Relação 64/2003 e do item 1.3 do Acórdão 738/2004-TCU/1ª Câmara, em razão de contratações diretas, por dispensa de licitação, nos seguintes casos, nos quais era devida a licitação:

c.1) Aquisição de material de limpeza, copa e refeitório, de forma fracionada, totalizando um gasto anual de R$ 114.466,72, o que exigiria a realização de licitação na modalidade convite;

Os responsáveis reconhecem a falha arrimando-se nas mesmas justificativas apresentadas no item b.1 anterior (fracionamento decorrente de contratações diretas feitas por cada uma das agências regionais da entidade como unidade autônoma e não pela unidade central – sede em João Pessoa).

c.2) Aquisição de material de manutenção e reparos, de forma fracionada, totalizando um gasto anual de R$ 121.437,96, o que exigiria a realização de licitação na modalidade convite;

Mesmas justificativas do item b.1 e c.1 (reconhecimento das falhas).

c.3) Aquisição de combustíveis e lubrificantes, de forma fracionada, totalizando um gasto anual de R$ 295.099,21, o que exigiria a realização de licitação na modalidade concorrência;

Os responsáveis alegam que à época havia a prática entre os revendedores de combustíveis de preço unificado. Atualmente os preços estão diversificados e já realizamos processo licitatório para este item de despesa.

c.4) Gastos com telefonia móvel, de forma fracionada, totalizando um gasto anual de R$ 136.085,49, o que exigiria a realização de licitação na modalidade convite;

Os responsáveis afirmam que apenas deixaram de formalizar o processo de inexigibilidade da licitação para contratação da TIM, pois à época não existia no Estado da Paraíba outra empresa que atendesse aos pré-requisitos básicos para atendimento da demanda em todos os municípios onde do SEBRAE/PB tem agências.

c.5) Realização de quatros contratos de consultoria com a Associação Técnico-Científica Ernesto Luiz de Oliveira Júnior (ATECEL), no valor de R$ 10.000,00 cada, totalizando R$ 40.000,00, o /tt/file_convert/5870d1781a28ab31318b9c34/document.doc

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que exigiria a realização de licitação na modalidade convite;

Os responsáveis esclarecem que mesmo sendo observado o disposto no art. 9º , inciso VIII, do Regulamento de Licitações e Contratos do Sistema SEBRAE, que permitir ser dispensada [a licitação] na contratação de entidade incumbida regimentalmente ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, científico ou tecnológico, desde que sem fins lucrativos, foi efetuada uma Chamada Pública (fls. 48/52/Anexo 1), a qual compareceram não só ATECEL, como também outras entidades similares, com o mesmo objetivo – atender projetos apoiados pelo SEBRAE/PB, na área de tecnologia, sendo selecionados os que atenderam aos requisitos constantes do Edital. Não foi informado quais foram os participantes dessa chamada pública.

c.6) Contratação, com dispensa indevida de licitação, da FAPESQ – Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Contrato n° 05/2004), uma vez que o objeto do contrato não estava vinculado às atividades finalísticas da contratada;

c.7) Contratação, com dispensa indevida de licitação, de entidades (Contratos n°s 003/2004, 020/2004, 032/2004, 033/2004, 036/2004, 037/2004 e 038/2004), uma vez que os objetos dos contratos não guardavam estreita correlação com pesquisa, ensino ou desenvolvimento institucional, científico ou tecnológico;

c.8) Contratação, com dispensa indevida de licitação, da EMATER – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba (Contrato n° 031/2004), uma vez que não restou caracterizado caso de urgência para atendimento de situação comprovadamente imprevista ou imprevisível sem tempo hábil para realizar a licitação;

c.9) Contratação, com dispensa indevida de licitação, da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba (Contrato n° 010/2004), uma vez que o objeto do contrato não era para ministrar curso ou prestar serviços de instrutoria vinculados às atividades finalísticas do Sistema SEBRAE.

Com referência aos itens c.6, c.7, c.8 e c.9, a alegação é de que houve erro no enquadramento legal, pois as contratações deveriam ter sido fundamentadas no art. 9º, inciso IX, do Regulamento Próprio do SEBRAE/PB, já que as entidades contratadas seriam todas integrantes da Administração Pública. Ou seja, os responsáveis reconhecem a falha e limitam-se a alegar que essa falha de natureza formal não trouxe prejuízo às partes integrantes dos contratos. E, quanto ao contrato com a EMATER, de nº 031/2004, não foi executado, e teve sua vigência expirada em 31.12.2004, sem qualquer desembolso efetuado pelo SEBRAE/PB.

Análise da instrução

Nos casos apontados nos itens c.1, c.2, c.3, c.6, c.7 e c.9, foi reconhecido o descumprimento das citadas determinações do TCU, esclarecendo-se que no caso do item c.3, a prática de preços unificado para os consumidores, adotada pelos revendedores de combustíveis, não inviabiliza a realização de licitação, porquanto também é prática de mercado a competitividade entre os revendedores de combustíveis para fornecimento continuado de produtos. Portanto, não procede a alegação de desnecessidade de licitação.

Quanto à alegação de que houve mero erro no enquadramento legal nas contratações objeto dos itens c.6, c.7, c.8 e c.9, ressalta-se que verificamos, em consulta ao Sistema CNPJ da Receita Federal, que as empresas contratadas nos contratos relacionados nos itens c.7, c.8 e c.9 são de natureza /tt/file_convert/5870d1781a28ab31318b9c34/document.doc

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privada, portanto, não integrantes da Administração Pública. Já a FAPESQ – Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba, apesar de integrante da Administração Pública, houve irregularidade em sua contratação (Contrato n° 05/2004), com dispensa indevida de licitação, uma vez que o objeto do contrato não estava vinculado às atividades finalísticas da contratada, conforme expresso no item c.6, o que não restou justificado.

Quanto aos gastos com telefonia móvel (item c.4), os responsáveis deixaram de formalizar o processo de inexigibilidade da licitação para contratação da TIM, conforme os esclarecimentos aduzidos de ser a única empresa à época em condições de cobrir todas as áreas onde estão localizadas as agências regionais do SEBRAE/PB. Portanto, trata-se de uma falha formal merecedora de determinação para que seja observado o rito de formalização de processo de inexigibilidade quando não for cabível licitação.

Quanto ao item c.5 deve ser acolhida a justificativa dos responsáveis por tratar-se de quatro contratos com objetos distintos de consultoria com ATECEL, mormente porque foi realizada uma Chamada Pública equivalente a uma licitação na modalidade convite aberta aos interessados.

Quanto ao item c.8, fica desconstituída a irregularidade ante a informação dada pelos responsáveis de que o contrato com a EMATER, de nº 031/2004, não foi executado, e teve sua vigência expirada em 31.12.2004, sem qualquer desembolso efetuado pelo SEBRAE/PB.

Conclui-se, nos casos apontados nos itens c.1, c.2, c.3, c.6, c.7 e c.9, que houve, por parte dos dirigentes do SEBRAE/PB no exercício de 2004, reincidência no descumprimento das determinações do Tribunal de Contas da União constantes do item 11.1.6 do Acórdão 2.813/2003 – TCU – Primeira Câmara, Relação 64/2003 (contas 2002) e do item 1.3 do Acórdão 738/2004-TCU/1ª Câmara (contas 2003), em razão de contratações diretas, por dispensa de licitação, nos casos aqui apontados, nos quais era devida a licitação. Portanto, os responsáveis ficam sujeito à multa prevista no art. 58, inciso VII, na forma dos arts. 268 e 269 do Regimento Interno.

3. PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

Considerando que a irregularidade de dispensa indevida de licitação, referente ao Contrato n° 031/2004, que não chegou a se concretizar por não ter havido sua execução, fica desconstituída do rol das demais irregularidades apontadas nas presentes contas (item c.8);

Considerando o acolhimento das justificativas apresentadas pelos responsávies com referência à contratação de telefonia móvel sem licitação à época (item c.4), bem como quanto à contratação de consultoria técnico científica (item c.5);

Considerando que as defesas e justificativas apresentadas pelos três responsáveis pela gestão do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas da Paraíba – SEBRAE/PB, no exercício de 2004, não merecem acolhida, ante a alegação de interpretação despropositada da legislação, bem como do próprio reconhecimento pelos citados de desobediência às normas legais e determinações deste Tribunal;

Considerando que eles próprios foram dirigentes e beneficiários de verba rescisória indevida de contrato trabalhista;

Considerando que nenhum dos responsáveis citados solidariamente formalizou pedido de /tt/file_convert/5870d1781a28ab31318b9c34/document.doc

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parcelamento para recolhimento do débito a eles imputado, previsto no art. 26 da Lei nº 8.443/92, nem tampouco contestaram a solidariedade quanto a responsabilidade pelos atos praticados;

Considerando os casos de reincidência apontados na presente prestação de contas, descumprimento de determinações deste Tribunal constantes do item 11.1.6 do Acórdão 2.813/2003 – TCU – Primeira Câmara, Relação 64/2003 (contas 2002) e do item 1.3 do Acórdão 738/2004-TCU/1ª Câmara (contas 2003), em razão de contratações diretas, por dispensa de licitação, nos quais era devida a licitação;

Considerando que além dos casos de reincidência houve prática de gestão ilegal e infração à norma legal no fracionamento de despesas com fuga à realização de licitação na modalidade devida, evidenciado nos contratados examinados, houve também ocorrência de falhas formais merecedoras de determinação deste Tribunal.

Propomos:

3.1 Rejeitar as alegações de defesa e acolher parcialmente as razões de justificativa apresentadas pelos responsáveis abaixo discriminados;

3.2 Julgar irregulares, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea ‘b’ e § 1º, da Lei nº 8.443/92, as contas dos responsáveis MARCUS ANTONIO GUEDES VASCONCELOS FONSECA (CPF 061.817.674-87), PEDRO AURELIO MENDES BRITO (CPF 069.831.114-00) e ANTONIO FELINTO NETO (CPF 161.245.104-72), condenando-os, solidariamente, a pagarem as quantias abaixo relacionadas, fixando-lhes prazo de 15 (quinze) dias, contados da notificação, para comprovarem perante este Tribunal o recolhimento das referidas quantias à Tesouraria do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas da Paraíba – SEBRAE/PB, atualizadas monetariamente e acrescidas dos devidos encargos legais, até a data do efetivo recolhimento, calculados a partir das datas originais, na forma da legislação vigente, em decorrência das irregularidades indicadas abaixo;

3.2.1. o débito deverá ser recolhido no valor integral, solidariamente, na forma prevista nos artigos 22 ao 30 da Lei nº 8.443/92 (Seção III do Capítulo I/Julgamento das Contas), observados a atualização e os acréscimos de juros de mora dos valores na data do efetivo recolhimento de acordo com a Decisão nº 1.122/2000-TCU/Plenário.

3.2.2 aplicar a cada um aos responsáveis condenados a multa prevista no art. 57 da Lei nº 8.443/92, c/c o art. 267 do Regimento Interno, em obediência ao disposto no art. 19 da Lei nº 8.443/92, fixando-lhes prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovar, perante ao Tribunal (art. 214, inciso III, alínea ‘a’ do Regimento Interno), o recolhimento da multa aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente, a partir do dia seguinte ao do término do prazo estabelecido até a data do efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor;

3.2.3 autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei n° 8.443/92, a cobrança judicial das dívidas, caso não seja atendida a notificação;

3.2.4 com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso II, 18 e 23, inciso II, da Lei nº 8.443/92, julgar regulares com ressalva as contas dos demais responsáveis arrolados nos autos (fls. 217), dando-lhes quitação;

3.3 Determinar ao SEBRAE que:/tt/file_convert/5870d1781a28ab31318b9c34/document.doc

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3.3.1 observe o cumprimento das determinações deste Tribunal, constantes do itens 1.1 e 1.3 do Acórdão 738/2004 – TCU – Primeira Câmara (‘1.1. adote providências no sentido de fazer constar do Relatório de Gestão, nas próximas contas a serem apresentadas pela Entidade, em cumprimento ao art. 18, inciso II, alínea 'd', in fine, da IN/TCU 12/96, além dos dados constantes do Relatório de Gestão de 2002 referentes às transferências de recursos mediante convênio, acordo, ajuste, termo de parceria ou outros instrumentos congêneres, bem como a título de subvenção, auxílio ou contribuição, informações acerca da observância às normas legais e regulamentares pertinentes, da correta aplicação dos recursos e do atingimento dos objetivos previstos, sendo que, nas hipóteses do art. 8° da Lei n° 8.443/92, deverão constar, ainda, informações sobre as providências adotadas para a devida regularização de cada caso, inclusive sobre a instauração da correspondente Tomada de Contas Especial’); (‘1.3. observe rigorosamente o atual Regulamento de Licitações e Contratos do Sistema SEBRAE (Resolução CDN nº 54, de 18/10/01, modificada pela Resolução CDN nº 69 de 22/08/02), evitando firmar contratos por meio de dispensa e inexigibilidade de licitação, quando o procedimento licitatório é devido (...)’, e do item 11.1.6 do Acórdão 2.813/2003 – TCU – Primeira Câmara, Relação 64/2003 (‘11.1.6. observe, rigorosamente, o disposto no art. 6º da Resolução CDN nº 39/98, evitando firmar contratos com dispensa de licitação, quando o procedimento licitatório é devido’);

3.3.2 observe o previsto no art. 7º do Regulamento de Licitações e Contratos do Sistema SEBRAE nas suas aquisições de bens e serviços, evitando fracionamento de despesas com fuga à realização da devida modalidade de licitação;

3.3.3 formalize processo nos casos de dispensa e inexigibilidade de licitação, caracterizando a situação, justificando a escolha do contratado e comprovando o preço praticado;

3.3.4 passe a exigir tempestivamente dos membros dos conselhos deliberativo e fiscal, sob pena de multa, a apresentação à unidade de pessoal das declarações de bens e rendas;

3.3.5 observe o disposto no art. 13, § 1º, do Regulamento de Licitações e Contratos do Sistema SEBRAE, abstendo-se de especificar marca de produtos em procedimento licitatório, quando houver viabilidade técnica e competição de mercado, mesmo nos casos de padronização;

3.3.6 exija dos contratados comprovação e a manutenção de regularidade fiscal e com o sistema da seguridade social, a cada pagamento efetuado, durante o período de execução do decorrente contrato, mesmos nas situações em que tenha havido dispensa ou inexigibilidade de licitação de acordo com entendimento firmado na Sessão Plenária do TCU de 21.11.94 (Ata nº 54/94, Decisão nº 705/94, D.O.U. de 06.12.94) e com o art. 195, § 3º, da Constituição Federal.

3.4 Determinar à Controladoria Geral da União no Estado da Paraíba que informe nas próximas contas da entidade a regularização e observância das determinações ora feitas ao SEBRAE.

Qualificação dos Responsáveis Solidários e irregularidades cometidas:

Nome: Marcus Antônio Guedes Vasconcelos FonsecaCPF: 061.817.674-87Endereço: Rua Joaquim das Virgens, 19 – Edifício Ravena/aptº 401 – Barro Vermelho,

Natal (RN) - CEP 59030-390Cargo: Ex - Diretor Superintendente.

Nome: Pedro Aurélio Mendes Brito/tt/file_convert/5870d1781a28ab31318b9c34/document.doc

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CPF: 069.831.114-00Endereço: Av. João Franca, 223, Aptº 1601, Manaíra, João Pessoa – PB, CEP 58038-190Cargo: Diretor

Nome: Antônio Felinto Neto - CPF: 161.245.104-72Endereço: Av. Cabo Branco, 3380, Aptº 25, Cabo Branco, João Pessoa – PB, CEP 58045-

010Cargo: ex-Diretor

Irregularidade: recolhimento indevido à conta do FGTS vinculada ao trabalhador, referente à multa rescisória de 40% sobre o total dos depósitos na dita conta, em razão do término do mandato da Diretoria Executiva (item 4.5 – fls. 168/169).

Dispositivos Violados: arts. 9º, § 1º, e 16 do Decreto nº 99.684, de 08/11/1990.

Débito:

Valor Data OriginalR$ 18.424,19 03/01/2005R$ 8.527,98 11/01/2005

Valor total atualizado em 20/02/2006: R$ 32.377,72 (fls. 176/177).

b) Irregularidade: realização de despesas com festa de confraternização, cestas natalinas, queijos do reino e bombons (item 4.6 – fls. 169/170).

Dispositivos Violados: art. 66 do Decreto 93.872 de 23/12/1986; art. 28 do Estatuto Social do SEBRAE; e art. 37, caput, da Constituição Federal.

Débito:

Valor Data Original DespesaR$ 2.600,00 20/12/2004 bufê de confraternização de fim de ano

dos funcionários do SEBRAE/PBR$ 9.605,87 06/12/2004 290 queijos do reinoR$ 1.450,00 14/12/2004 290 cestas natalinasR$ 1.435,50 10/12/2004 290 caixas de bombons Nestlé

Valor total atualizado em 20/02/2006: R$ 18.446,31 (fls. 162/163).

A) Irregularidade: descumprimento de determinação do TCU, constante do item 1.1 do Acórdão 738/2004 – TCU – Primeira Câmara (‘1.1. adote providências no sentido de fazer constar do Relatório de Gestão, nas próximas contas a serem apresentadas pela Entidade, em cumprimento ao art. 18, inciso II, alínea ‘d’, in fine, da IN/TCU 12/96, além dos dados constantes do Relatório de Gestão de 2002 referentes às transferências de recursos mediante convênio, acordo, ajuste, termo de parceria ou outros instrumentos congêneres, bem como a título de subvenção, auxílio ou contribuição, informações acerca da observância às normas legais e regulamentares pertinentes, da correta aplicação dos recursos e do atingimento dos objetivos previstos, sendo que, nas hipóteses do art. 8° da Lei n° 8.443/92, deverão constar, ainda, informações sobre as providências adotadas para a devida regularização de cada caso, inclusive sobre a instauração da correspondente Tomada de Contas Especial’, uma vez que foi

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constatada a existência de convênios inadimplentes em relação à comprovação da aplicação dos recursos transferidos, sendo que tais situações não foram consignadas e explicadas no Relatório de Gestão de 2004, em descumprimento ao determinado por esta Corte (item 4.3 – fls. 167/168).

Dispositivos Violados: item 1.1 do Acórdão 738/2004 – TCU – Primeira Câmara.

B) Irregularidade: Fracionamento de despesas com fuga à realização da modalidade de licitação devida, uma vez que foi realizado convite, quando o correto seria concorrência, nos seguintes casos (item 4.7 – fls. 170):

b.1) Aquisição de material de expediente, totalizando um gasto anual de R$ 319.079,63, valor que exigiria a realização de licitação na modalidade concorrência, por meio de um convite (Convite nº 001/2004), no valor de R$ 137.406,81, e o restante sem licitação;

b.2) Fornecimento de passagens aéreas, totalizando um gasto anual de R$ 838.371,13, valor que exigiria a realização de licitação na modalidade concorrência, por meio de convite (Convite nº 006/2004);

b.3) Prestação de serviços de limpeza e conservação, totalizando um gasto anual de R$ 620.143,07, valor que exigiria a realização de licitação na modalidade concorrência, por meio de convite (Convite nº 002/2004);

Dispositivos Violados: art. 7º do Regulamento de Licitações e Contratos do Sistema SEBRAE.

C) Irregularidade: descumprimento de determinações do TCU, constantes do item 11.1.6 do Acórdão 2.813/2003 – TCU – Primeira Câmara, Relação 64/2003 (‘11.1.6. observe, rigorosamente, o disposto no art. 6º da Resolução CDN nº 39/98, evitando firmar contratos com dispensa de licitação, quando o procedimento licitatório é devido’), e do item 1.3 do Acórdão 738/2004 – TCU – Primeira Câmara (‘1.3. observe rigorosamente o atual Regulamento de Licitações e Contratos do Sistema SEBRAE (Resolução CDN nº 54, de 18/10/01, modificada pela Resolução CDN nº 69 de 22/08/02), evitando firmar contratos por meio de dispensa e inexigibilidade de licitação, quando o procedimento licitatório é devido (...)’, em razão de contratações diretas, por dispensa de licitação, nos seguintes casos, nos quais era devida a licitação (itens 4.10 e 4.11 – fls. 170/172):

c.1) Aquisição de material de limpeza, copa e refeitório, de forma fracionada, totalizando um gasto anual de R$ 114.466,72, o que exigiria a realização de licitação na modalidade convite;

c.2) Aquisição de material de manutenção e reparos, de forma fracionada, totalizando um gasto anual de R$ 121.437,96, o que exigiria a realização de licitação na modalidade convite;

c.3) Aquisição de combustíveis e lubrificantes, de forma fracionada, totalizando um gasto anual de R$ 295.099,21, o que exigiria a realização de licitação na modalidade concorrência;

c.6) Contratação, com dispensa indevida de licitação, da FAPESQ – Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Contrato n° 05/2004), uma vez que o objeto do contrato não estava vinculado às atividades finalísticas da contratada;

c.7) Contratação, com dispensa indevida de licitação, de entidades (Contratos n°s 003/2004, 020/2004, 032/2004, 033/2004, 036/2004, 037/2004 e 038/2004), uma vez que os objetos dos contratos não guardavam estreita correlação com pesquisa, ensino ou desenvolvimento institucional, científico ou tecnológico;

c.9) Contratação, com dispensa indevida de licitação, da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba (Contrato n° 010/2004), uma vez que o objeto do contrato não era para ministrar curso ou prestar serviços de instrutoria vinculados às atividades finalísticas do Sistema SEBRAE./tt/file_convert/5870d1781a28ab31318b9c34/document.doc

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Dispositivos Violados: item 11.1.6 do Acórdão 2.813/2003 – TCU – Primeira Câmara, Relação 64/2003, e item 1.3 do Acórdão 738/2004 – TCU – Primeira Câmara.”

7. Os Srs. Diretor e Secretário de Controle Externo ratificaram a proposta acima (fl. 242, v. 1).8. Solicitada a manifestação do Ministério Público junto a este Tribunal (MP/TCU), este sugeriu que, preliminarmente, retornassem os autos à SECEX/PB para que fosse efetivada diligência ao órgão competente com vistas à obtenção das declarações de bens e rendas dos membros dos Conselhos Deliberativo e Fiscal, nos termos exigidos pelos artigos 4º da Lei nº 8.730/93 e 14, inciso IV, da Instrução Normativa TCU nº 47/04 (fl. 243, v. 1).9. Atendida satisfatoriamente a diligência, a Unidade Técnica reiterou o entendimento anteriormente exarado (fls. 2250/251 e 252, v. 1), o qual foi corroborado pelo Parquet (fl. 253v, v. 1).10. É o relatório.

VOTO

Em exame a Prestação de Contas anual do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas da Paraíba (Sebrae/PB), atinente ao exercício de 2004. 2. A equipe de auditoria da Secretaria Federal de Controle Interno detectou as seguintes ocorrências: (i) omissão dos membros dos Conselhos Deliberativo e Fiscal de apresentar à Unidade de Pessoal da entidade as declarações de bens e renda; (ii) procedimentos inadequados em relação à autorização de pagamento, à formalização de processo e ao arquivamento de documentos; (iii) plano de contas contábil que agregam naturezas de despesas diversas, o que é incompatível com o princípio da transparência administrativa; (iv) recolhimento indevido à conta vinculada do trabalhador no FGTS, referente à multa rescisória por despedida sem justa causa, em razão do término do mandato da Diretoria Executiva; (v) realização de despesas com festa de confraternização e distribuição de cestas natalinas para funcionários; (vi) inexistência de estimativa do valor da licitação, realizada na modalidade convite; (vii) fracionamento de despesa com dispensa de licitação por valor ou descaracterizando a modalidade da competição; (viii) restrição de marca na compra de veículos e de equipamentos de informática, com justificativas inaceitáveis; (ix) falta de comprovação da regularidade fiscal nas situações de dispensa ou inexigibilidade de licitação; (x) contratação direta referente à aquisição de material de consumo e à prestação de serviço quando o procedimento licitatório era exigido; e (xi) contratação desregrada de entidades para prestar serviços de consultoria, assessoria, monitoramento e capacitação por meio de dispensa ou inexigibilidade de licitação.3. Verifico que a análise empreendida pela SECEX/PB, a qual, desde já, incorporo às minhas razões de decidir, abordou com propriedade as alegações oferecidas pelos responsáveis em face das irregularidades apuradas.4. Do que ressai dos autos, os responsáveis não lograram afastar a maior parte das irregularidades detectadas pela equipe de auditoria, em especial, o recebimento indevido de verba rescisória por extinção de contrato de trabalho e o fracionamento de despesas com fuga ao procedimento licitatório.5. Além disso, observou-se também a reincidência no descumprimento das determinações deste Tribunal constantes dos Acórdãos nº 2.813/2003-1ª Câmara, Relação nº 64/2003 (item 11.1.6), e 738/2001-1ª Câmara (item 1.3). Referidas determinações, exaradas no âmbito dos TC’s 009.982/2002-2 (Prestação de Contas relativa ao exercício de 2001) e 013.343/2003-6 (exercício de 2002), dispunham /tt/file_convert/5870d1781a28ab31318b9c34/document.doc

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acerca de contratação direta, por dispensa de licitação. Nessas duas ocasiões, determinou-se ao Sebrae/PB que observasse rigorosamente os normativos atinentes à matéria e evitasse firmar contratos por meio de dispensa ou inexigibilidade de licitação nas hipóteses em que o procedimento licitatório fosse devido.6. Verifica-se, assim, que a direção do Sebrae/PB, mesmo tendo conhecimento da irregularidade supracitada, tem se esquivado de adotar medidas eficazes aptas a saneá-la.7. Desse modo, acolho a proposta de encaminhamento oferecida pela Unidade Técnica e ratificada pelo MP/TCU no sentido de que sejam rejeitadas as razões de justificativa apresentadas pelos Srs. Marcus Antônio Guedes Vasconcelos Fonseca, ex-Diretor Superintendente, Pedro Aurélio Mendes Brito e Antônio Felinto Neto, ex-Diretores, condenando-os, solidariamente, ao ressarcimento das quantias relacionadas pela SECEX/PB na instrução transcrita no Relatório precedente.8. Em acréscimo, entendo que, devido à prática reiterada de infrações a normativos de natureza contábil, financeira e patrimonial, bem como às diversas irregularidades apuradas nos presentes autos, deva ser aplicada aos responsáveis multa individual no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), com fulcro no artigo 57 da Lei nº 8.443/92.9. Destaco que nenhum dos responsáveis citados solidariamente formalizou pedido de parcelamento para recolhimento do débito a eles imputado, faculdade prevista pelo artigo 26 da Lei nº 8.443/92. Todavia, em 31/5/2007, deu entrada neste Gabinete documentação remetida pelo responsável Pedro Aurélio Mendes Brito por meio da qual comunica o recolhimento, aos cofres do Sebrae/PB, da quantia de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais), relativa a despesas com festividades natalinas, e de R$ 8.800,79 (oito mil, oitocentos reais e setenta e nove centavos), referente à devolução de multa (40%) sobre saque do FGTS (fls. 254/259, v. 1).10. Assim, ao notificar o responsável acerca do valor do débito a ser ressarcido, deverá a SECEX/PB deduzir os referidos recolhimentos, nos termos da legislação vigente. 11. Ante o exposto, acolho os pareceres uniformes emitidos nos autos e VOTO no sentido de que o Tribunal adote o Acórdão que ora submeto à deliberação desta 2ª Câmara.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 20 de novembro de 2007.

BENJAMIN ZYMLERMinistro-Relator

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ACÓRDÃO Nº 3308/2007- TCU - 2ª CÂMARA

1. Processo nº 011.353/2005-02. Grupo I – Classe de Assunto: II – Prestação de Contas3. Entidade: Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas da Paraíba (Sebrae/PB)4. Responsáveis: José Guimarães de Lacerda (CPF nº645.829.144-20), Marcus Antônio Guedes Vasconcelos Fonseca (CPF nº 061.817.674-87), Pedro Aurélio Mendes Brito (CPF nº 069.831.114-00), Antônio Felinto Neto (CPF nº 161.245.104-72), Perpétuo Socorro Cajazeiras (CPF nº 059.467.863-34), Joaquim Horácio de Medeiros (CPF nº 144.064.974-04), João Firmino de Carvalho Neto (CPF nº 396.229.404-04), José Borges de Medeiros (CPF nº 003.346.264-04), José Jurandi Carneiro (CPF nº 009.081.854-72), João da Mata de Sousa (CPF nº 014.365.114-53), José Marconi Medeiros de Souza (CPF nº 020.459.664-53), Antônio Gomes de Lima (CPF nº 023.982.734-15), Enivaldo Ribeiro (CPF nº 025.220.634-72), Jorge Gurgel de Souza (CPF nº 025.640.764-91), Francisco de Assis Benevides Gadelha (CPF nº 041.813.874-53), Mário Antônio Pereira Borba (CPF nº 048.690.364-87), Edjair de Siqueira Alves (CPF nº 076.497.894-20), Múcio Antônio Sobreira Souto (CPF nº 082.971.004-30), Carlos Von Doellimger (CPF nº 090.691.787-53), João Marques de Carvalho (CPF nº 098.254.283-68), Ricardo Alberto Suassuna de Medeiros (CPF nº 206.099.904-97), Jairo Teixeira Araújo Júnior (CPF nº 221.777.871-49), João Nilton Castro Martins (CPF nº 241.083.916-91), Jurandir Antônio Xavier (CPF nº 282.842.834-68), Francisco Fabrício de Oliveira Neto (CPF nº 302.687.024-20), Sérgio Maia de Farias Filho (CPF nº 317.774.494-72) e Geraldo Afonso Dezena da Silva (CPF nº 775.575.068-04)5. Relator: Ministro Benjamin Zymler6. Representante do Ministério Público: Dra. Maria Alzira Ferreira7. Unidade Técnica: SECEX/PB8. Advogado constituído nos autos: não há

9. Acórdão:Vistos, relatados e discutidos estes autos de Prestação de Contas do Serviço de Apoio às Micro e

Pequenas Empresas da Paraíba (Sebrae/PB), referente ao exercício de 2004.ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, ante

as razões expostas pelo Relator, em:9.1. rejeitar as alegações de defesa e acolher parcialmente as razões de justificativa apresentadas

pelos Srs. Marcus Antônio Guedes Vasconcelos Fonseca, Pedro Aurélio Mendes Brito e Antônio Felinto Neto;

9.2. julgar irregulares, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “c” e § 1º, da Lei nº 8.443/92, as contas dos Srs. Marcus Antônio Guedes Vasconcelos Fonseca (CPF 061.817.674-87), Pedro Aurélio Mendes Brito (CPF 069.831.114-00) e Antônio Felinto Neto (CPF 161.245.104-72), condenando-os, solidariamente, ao pagamento das quantias abaixo relacionadas, fixando-lhes prazo de 15 (quinze) dias, contados da notificação, para que comprovem perante este Tribunal o recolhimento das referidas quantias aos cofres do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas da Paraíba (Sebrae/PB), atualizadas monetariamente e acrescidas dos devidos encargos legais, até a data do efetivo recolhimento, calculados a partir das datas originais, na forma da legislação vigente, abatendo-se os valores comprovadamente já ressarcidos, em decorrência das irregularidades indicadas abaixo:

Qualificação dos Responsáveis Solidários e irregularidades cometidas:

Nome: Marcus Antônio Guedes Vasconcelos Fonseca (CPF: 061.817.674-87)Endereço: Rua Joaquim das Virgens, 19 – Edifício Ravena/aptº 401 – Barro Vermelho, Natal (RN) -

CEP 59030-390Cargo: Ex - Diretor Superintendente.

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Nome: Pedro Aurélio Mendes Brito (CPF: 069.831.114-00)Endereço: Av. João Franca, 223, Aptº 1601, Manaíra, João Pessoa – PB, CEP 58038-190Cargo: Diretor

Nome: Antônio Felinto Neto (CPF: 161.245.104-72)Endereço: Av. Cabo Branco, 3380, Aptº 25, Cabo Branco, João Pessoa – PB, CEP 58045-010Cargo: ex-Diretor

. Irregularidade: recolhimento indevido à conta do FGTS vinculada ao trabalhador, referente à multa rescisória de 40% sobre o total dos depósitos na dita conta, em razão do término do mandato da Diretoria Executiva.

Dispositivos Violados: arts. 9º, § 1º, e 16 do Decreto nº 99.684/90.Débito:

Valor Data OriginalR$ 18.424,19 03/01/2005R$ 8.527,98 11/01/2005

. Irregularidade: realização de despesas com festa de confraternização, cestas natalinas, queijos do reino e bombons.

Dispositivos Violados: art. 66 do Decreto 93.872/86; art. 28 do Estatuto Social do SEBRAE; e art. 37, caput, da Constituição Federal.

Débito:

Valor Data Original DespesaR$ 2.600,00 20/12/2004 bufê de confraternização de fim de ano

dos funcionários do SEBRAE/PBR$ 9.605,87 06/12/2004 290 queijos do reinoR$ 1.450,00 14/12/2004 290 cestas natalinasR$ 1.435,50 10/12/2004 290 caixas de bombons Nestlé

Demais irregularidades:

. descumprimento de determinação do TCU, constante do item 1.1 do Acórdão 738/2004-TCU-1ª Câmara.

Dispositivos violados: item 1.1 do Acórdão 738/2004-TCU-1ª Câmara.

. fracionamento de despesas com fuga à realização da modalidade de licitação devida, uma vez que foi realizado convite, quando o correto seria concorrência, nos seguintes casos:

a) aquisição de material de expediente, totalizando um gasto anual de R$ 319.079,63 (trezentos e dezenove mil, setenta e nove reais e trinta e três centavos), valor que exigiria a realização de licitação na modalidade concorrência, por meio de um convite (Convite nº 001/2004), no valor de R$ 137.406,81 (cento e trinta e sete mil, quatrocentos e seis reais e oitenta e um centavos), e o restante sem licitação;

b) fornecimento de passagens aéreas, totalizando um gasto anual de R$ 838.371,13 (oitocentos e trinta e oito mil, trezentos e setenta e um reais e treze centavos), valor que exigiria a realização de licitação na modalidade concorrência, por meio de convite (Convite nº 006/2004);

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c) prestação de serviços de limpeza e conservação, totalizando um gasto anual de R$ 620.143,07 (seiscentos e vinte mil, cento e quarenta e três reais e sete centavos), valor que exigiria a realização de licitação na modalidade concorrência, por meio de convite (Convite nº 002/2004);

Dispositivos violados: art. 7º do Regulamento de Licitações e Contratos do Sistema SEBRAE.

. descumprimento de determinações do TCU, constantes do item 11.1.6 do Acórdão 2.813/2003-TCU-1ª Câmara, Relação 64/2003, e do item 1.3 do Acórdão 738/2004-TCU-1ª Câmara, em razão de contratações diretas, por dispensa de licitação, nos seguintes casos, nos quais era devida a licitação:

a) aquisição de material de limpeza, copa e refeitório, de forma fracionada, totalizando um gasto anual de R$ 114.466,72 (cento e quatorze mil, quatrocentos e sessenta e seis reais e setenta e dois centavos), o que exigiria a realização de licitação na modalidade convite;

b) aquisição de material de manutenção e reparos, de forma fracionada, totalizando um gasto anual de R$ 121.437,96 (cento e vinte e um mil, quatrocentos e trinta e sete centavos e noventa e seis reais), o que exigiria a realização de licitação na modalidade convite;

c) aquisição de combustíveis e lubrificantes, de forma fracionada, totalizando um gasto anual de R$ 295.099,21 (duzentos e noventa e cinco mil, noventa e nove reais e vinte e um centavos), o que exigiria a realização de licitação na modalidade concorrência;

d) contratação, com dispensa indevida de licitação, da FAPESQ – Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Contrato n° 05/2004), uma vez que o objeto do contrato não estava vinculado às atividades finalísticas da contratada;

d) contratação, com dispensa indevida de licitação, de entidades (Contratos n°s 003/2004, 020/2004, 032/2004, 033/2004, 036/2004, 037/2004 e 038/2004), uma vez que os objetos dos contratos não guardavam estreita correlação com pesquisa, ensino ou desenvolvimento institucional, científico ou tecnológico;

e) contratação, com dispensa indevida de licitação, da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba (Contrato n° 010/2004), uma vez que o objeto do contrato não era para ministrar curso ou prestar serviços de instrutoria vinculados às atividades finalísticas do Sistema SEBRAE.

Dispositivos violados: item 11.1.6 do Acórdão 2.813/2003-TCU-1ª Câmara, Relação 64/2003, e item 1.3 do Acórdão 738/2004-TCU-1ª Câmara.

9.3. aplicar aos Srs. Marcus Antônio Guedes Vasconcelos Fonseca, Pedro Aurélio Mendes Brito e Antônio Felinto Neto multa individual no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), nos termos do art. 57 da Lei nº 8.443/92, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprovem, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a” do RITCU), o recolhimento das referidas quantias aos cofres do Tesouro Nacional, atualizadas monetariamente a partir do dia seguinte ao do término do prazo estabelecido até a data do efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor;

9.4. autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei n° 8.443/92, a cobrança judicial das dívidas, caso não sejam atendidas as notificações;

9.5. com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso II, 18 e 23, inciso II, da Lei nº 8.443/92, julgar regulares com ressalva as contas dos demais responsáveis arrolados nos autos, dando-lhes quitação;

9.6. determinar ao Sebrae/PB que:9.6.1. observe o cumprimento das determinações deste Tribunal constantes do itens 1.1 e 1.3 do

Acórdão 738/2004-TCU-1ª Câmara e do item 11.1.6 do Acórdão 2.813/2003-TCU-1ª Câmara, Relação 64/2003, evitando firmar contratos por meio de dispensa ou inexigibilidade de licitação nas hipóteses em que o procedimento licitatório é devido;

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Page 19: GRUPO: I – CLASSE II – 2ª Câmara

9.6.2. observe o previsto no art. 7º do Regulamento de Licitações e Contratos do Sistema SEBRAE quanto às aquisições de bens e serviços, evitando fracionamento de despesas com fuga à realização da devida modalidade de licitação;

9.6.3. formalize processo nos casos de dispensa e inexigibilidade de licitação, caracterizando a situação, justificando a escolha do contratado e comprovando o preço praticado;

9.6.4. passe a exigir tempestivamente dos membros dos Conselhos Deliberativo e Fiscal, sob pena de multa, a apresentação das declarações de bens e rendas à Unidade de Pessoal da entidade;

9.6.5. observe o disposto no art. 13, § 1º, do Regulamento de Licitações e Contratos do Sistema SEBRAE, abstendo-se de especificar marca de produtos em procedimento licitatório quando houver viabilidade técnica e competição de mercado, mesmo nos casos de padronização;

9.6.6. exija dos contratados a comprovação e a manutenção de regularidade fiscal e com o sistema da seguridade social, a cada pagamento efetuado, durante o período de execução do decorrente contrato, mesmos nas situações em que tenha havido dispensa ou inexigibilidade de licitação, de acordo com entendimento firmado na Sessão Plenária do TCU de 21.11.94 (Ata nº 54/94, Decisão nº 705/94, D.O.U. de 06.12.94) e com o art. 195, § 3º, da Constituição Federal;

9.7. determinar à Controladoria Geral da União no Estado da Paraíba que informe, nas próximas contas da entidade, a regularização e observância das determinações ora feitas ao Sebrae/PB;

9.8. dar ciência desta decisão aos interessados e ao Sebrae/PB, remetendo-lhes cópia da presente deliberação, acompanhada do Relatório e Voto que a fundamentarem.

10. Ata n° 42/2007 – 2ª Câmara11. Data da Sessão: 20/11/2007 – Extraordinária 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-3308-42/07-213. Especificação do quórum: 13.1. Ministros presentes: Guilherme Palmeira (Presidente), Ubiratan Aguiar, Benjamin Zymler (Relator) e Aroldo Cedraz. 13.2. Auditor presente: Augusto Sherman Cavalcanti.

GUILHERME PALMEIRA BENJAMIN ZYMLERPresidente Relator

Fui presente:

MARIA ALZIRA FERREIRASubprocuradora-Geral

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