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GRUPO DE IRRIGAÇÃO E FERTIRRIGAÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCARGRUPO DE IRRIGAÇÃO E FERTIRRIGAÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR

GRUPO DE IRRIGAÇÃO E FERTIRRIGAÇÃODE CANA-DE-AÇUCAR

www.gifc.agr.brMARÇO 2016

DÚVIDAS RESPONDIDAS AO LONGO DE 2015

PATROCINADOR OURO

APOIADORES

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Supera – Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto (SP)Av. Drª Nadir Aguiar 1.805, Jardim Paiva2

GRUPO DE IRRIGAÇÃO E FERTIRRIGAÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR

Este material será atualizado anualmente para melhorar a qualidade das informações

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Conteúdo

O que a irrigação pode influenciar na análise e aplicação de ações estratégicas básicas ? ..........................................................................................................................5

1. Qual a influência da caracterização edafoclimática no manejo da irrigação ? ................................................... 5

2. Qual influência da irrigação na definição da lógica agronômica ? ..................................................................... 5

3. Qual a influência do uso da irrigação nos tratos culturais de Cana Planta e Cana Soca ? ............................... 6

4. Quais dosagens de nutrientes deverão ser usadas em áreas irrigadas ? ......................................................... 6

5. Como serão as correções nas áreas que estão sendo irrigadas? ..................................................................... 7

6. A fertilização com micronutrientes deve ser diferente para as áreas irrigadas? ................................................ 7

7. Quais as restrições nutritivas para uma boa produtividade em cana de açúcar irrigada ? ................................ 7

8. Quais as complementações nutricionais necessárias para áreas fertirrigadas com vinhaça ? ......................... 7

Quais as diferenças no manejo da cana de açúcar irrigada e de sequeiro ? ............8

1. Como deve ser o manejo da cana de açúcar irrigada para o teor de sacarose ser maior ? Cessar a irrigação há 30 dias ou mais antes da colheita é o melhor caminho? Como utilizar e quais maturadores devem ser usados ? ............................................................................................................................................................ 8

2. Cana de açúcar irrigada ou fertirrigada é mais suscetível à ocorrência e danos de pragas ? Os controles a serem feitos são os mesmos em relação a cana de sequeiro ? ....................................................................... 8

3. A Cana de açúcar irrigada é mais suscetível a doenças ? Quais as diferenças do controle em relação a cana de sequeiro ?..................................................................................................................................................... 8

4. O fato de a cana-de-açúcar irrigada ter crescimento mais rápido e a irrigação possibilitar maior controle da umidade do solo interfere na incidência e controle de plantas daninhas ? ....................................................... 9

5. Quais as vantagens da quimigação em frente ao manejo tratorizado ? ............................................................ 9

6. A colheita mecanizada impacta mais ou menos o canavial irrigado? Em um canavial irrigado, o número de impurezas vegetais e minerais é maior ? A velocidade de trabalho da colhedora será menor? ...................... 9

7. Quais as vantagens do parcelamento da adubação nitrogenada na cana-de-açúcar irrigada ? O custo da adubação nitrogenada, através da maior eficiência, será reduzido ? ............................................................... 9

8. Quais são as variedades de cana-de-açúcar mais responsivas à irrigação? Quais são as variedades que não deverão ser manejadas com Irrigação? Os ambientes de produção interferem na escolha das variedades a serem irrigadas?.............................................................................................................................................. 10

Que conceitos e premissas mudam na cana irrigada ? ............................................11

1. A cana-de-açúcar que não enfrenta restrição de água pode produzir quanto a mais em relação com uma cana de sequeiro ? Quais são as principais restrições uma vez o déficit hídrico estando suprido ? ...................... 12

2. O cálculo do déficit hídrico muda significativamente considerando dados médios descendiais em comparação com os mensais? ............................................................................................................................................ 12

3. Cana de açúcar irrigada apresenta mais ou menos ATR em relação à cana de sequeiro? ............................ 12

4. A queda da produtividade no decorrer dos cortes é igual da cana-de-açúcar irrigada em relação à de sequeiro ?........................................................................................................................................................ 13

5. Se a soca da cana irrigada apresenta sua maior taxa de crescimento pouco antes de ser cortada com 13 meses, por que ela não é cortada com 13 ou mais meses? .......................................................................... 13

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6. A definição do espaçamento de cana para ganho de produtividade é relevante para canaviais irrigados? Quais os melhores espaçamentos para cana irrigada? ........................................................................................... 13

7. A cana irrigada minimiza a diferença entre diferentes ambientes de produção, ou seja, é uma solução para ambientes D e E? ............................................................................................................................................ 14

8. A cana irrigada produz mais palha do que a cana de sequeiro? Se sim, quanto? .......................................... 15

9. A cana irrigada é mais apta para projetos de cogeração via bagaço e palha? ................................................ 15

Quais critérios e manejos de cana irrigada podem ser adotados ............................15

1. Para se atingir o máximo potencial produtivo da cana irrigada é necessário que o que a Evapotranspiração Máxima da cana-de-açúcar (ETm) esteja sempre 100% atendida? ............................................................... 15

2. Quanto, abaixo dos 100% de atendimento da evapotranspiração máxima, seria o limite técnico para que a cana-de-açúcar atinja seu maior potencial produtivo ? ................................................................................... 15

3. Pode-se traçar um paralelo entre a eficiência de atendimento da ETpc e a eficiência do sistema de irrigação escolhido? ....................................................................................................................................................... 25

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O que a irrigação pode influenciar na análise e aplicação de ações estratégicas básicas ?

1. Qual a influência da caracterização edafoclimática no manejo da irrigação?As características edafoclimáticas, interação entre clima e solo, são a base para toda e qualquer

definição de estratégia agronômica que se pretende adotar e também para as definições de ações agrí-colas, operação e logística. A irrigação, sendo considerada uma pratica agrícola voltada para os tratos culturais de cana planta e soca, sofre grande influência da caracterização e definição das potencialidades regionais.

Existem vários tipos de solos no Brasil que apresentam diferentes características morfológicas, en-tre elas a Capacidade de água disponível no solo (CAD). A CAD associada à evapotranspiração potencial e o KC da planta, irá definir a lamina de irrigação e o turno de rega.

Áreas com alta incidência de ventos, por exemplo, aumentam ainda mais a necessidade de irriga-ção, causando maior déficit hídrico. Pois a planta sempre leva a água do maior ponto de concentração, para o menor, ou seja, das raízes para os estômatos, que se encontram ressecados, devido a alta inci-dência de ventos.

A umidade do ar também se apresenta como um fator muito importante, pois quando se encontrar em níveis baixos pode provocar um aumento estresse hídrico através dos ventos, agravando ainda situa-ção e contribuindo para isoporização do canavial. (Informação verbal)

2. Qual influência da irrigação na definição da lógica agronômica?A lógica agronômica deve obedecer basicamente o que se expressa na figura abaixo, ou seja, a produti-

vidade agrícola depende da disponibilidade de energia, do genótipo e arranjo na área de cultivo (população de plantas, espaçamento, sistema de cultivo), sendo esses os fatores que definem a produtividade potencial (PP). (Informação verbal)

Figura 1.

A partir do momento em que fatores limitantes passam a atuar, entre eles a deficiência hídrica, a cultura começa a diminuir seu potencial produtivo, levando ao que chamamos de produtividade atingível (PA). Tanto PP como PA consideram em suas premissas um manejo agrícola ótimo. Não sendo realizado um manejo agrícola ideal, além de fatores limitantes, atuam também fatores restritivos, associados ao manejo da cultura (controle de pragas, doenças e plantas daninhas entre outros), e assim teremos o que chamamos de produtividade real.

Assim, a lógica agronômica trata-se de reduzir ao máximo a ação dos fatores limitantes e restritivos para que a PR se aproxime da PP. O papel da irrigação, neste contexto, é reduzir o déficit hídrico, além interferir totalmente no manejo da cultura, sendo a mesma irrigada exigirá mudanças em seus padrões de manejo.

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3. Qual a influência do uso da irrigação nos tratos culturais de Cana Planta e Cana Soca?

Ao se irrigar uma cana-de-açúcar que foi recentemente plantada, a mesma passa do estado em-brionário para o estado ativo de forma mais rápida, devido a maior presença de água, acelerando assim o metabolismo da futura planta.

Dessa forma o aproveitamento dos adubos e corretivos pela planta deve ser significativamente maior, fazendo com que os tratos culturais de cana planta sejam mais eficientes.

Em canas socas, a utilização da irrigação, irá certamente acelerar a formação das raízes novas, sem que aconteça a morte das raízes mais velhas, possibilitando assim uma rebrota mais precoce e um consequente melhor aproveitamento dos tratos, adubação, que poderá acontecer imediatamente após o corte independentemente da época de colheita. (Informação Verbal1)

4. Quais dosagens de nutrientes deverão ser usadas em áreas irrigadas?As doses em área de irrigação suplementar deverão ser maiores que as não irrigadas, em de acor-

do com a produtividade esperada. Experimentos indicam que em duas laminas distintas, 120 e 240 mm totais, é recomendado à aplicação de 20% e 40% respectivamente a mais do adubo. Porém o recomen-dado é se avaliar a real necessidade da adubação em relação ao aumento de produtividade esperada. (Informação Verbal2)

A recomendação de dosagens é definida por uma relação entre extração de nutrientes pela planta, quantidade de nutrientes que podem ser fornecidos pelo solo, quantidade de nutrientes presentes na água e a eficiência de absorção desses nutrientes. Entre outras, irrigação influi diretamente na extração de nutrientes pela planta de cana de açúcar, tal afirmação, representada na figura abaixo (Figura 2), re-força o fato de que em áreas irrigadas as doses de nutrientes devem ser maiores. (Informação Verbal3)

Figura 2: Acúmulo de macronutrientes de três cultivares de cana nos manejos: irrigado por gotejamento e de sequeiro e (Kölln & Gava, 2010).

1 Palestra do Prof. Dr. Paulo Alexandre Monteiro de Figueiredo, dia 13 de fevereiro de 2014. 2 Palestra do Prof. Dr. Gaspar Henrique Kondorfer, dia 10 de abril de 2014.3 Palestra do Dr. Glauber Gava, dia 18 de junho de 2015.

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5. Como serão as correções nas áreas que estão sendo irrigadas?As correções deverão ser feitas da mesma forma que na cana de sequeiro, porém, é importante

frisar que devemos rever a forma como estamos utilizando os corretivos de um modo geral, pois, os mes-mos não vêm sendo utilizados de maneira eficiente. O calcário e gesso agrícola para fins de correção devem ser necessariamente incorporados ao solo. (Informação verbal 4)

6. A fertilização com micronutrientes deve ser diferente para as áreas irrigadas?Pode ser, pois a nutrição pode ser feita através da fertirrigação, método que consiste da aplicação

de nutrientes utilizando sistemas de irrigação, localizado (gotejamento) ou por aspersão (pivô, alas e ca-nhão irrigador).(Informação Verbal5)

No caso da aspersão, a absorção dos nutrientes pode ser por via foliar e ou radicular, garantindo assim uma melhor disponibilidade do elemento para a planta, porem deve se tomar muito cuidado com as dosagens utilizadas, evitando a intoxicação da planta pelo excesso de micronutrientes como o Cu, Zn, Mn. “Em áreas de irrigação com Pivô injetar no sistema de irrigação uma mistura contendo o equivalente a 1,0 kg/ha de Cu (CuSO4) + 2,0 kg/ha de Zn (ZnSO4.H2O) + 1,0 kg/ha de Mn (MnSO4),” (2014, GAS-PAR).

7. Quais as restrições nutritivas para uma boa produtividade em cana de açúcar irrigada?

Recomendações de adubação para áreas de cana de açúcar irrigada devem ser revisadas, pois se limitam a expectativas máximas de produtividade de 110 toneladas por hectare, não existindo reco-mendações mais precisas para produtividades acima desse valor, situação que pode se tornar frequente com o uso da irrigação, principalmente no primeiro corte, as quais podem ultrapassar 160 toneladas por hectare.

Dessa forma, é fundamental que sejam elaborados experimentos de calibração para definir quanti-dades de nutrientes necessários que garantam maiores produtividades. (Informação Verbal 6)

8. Quais as complementações nutricionais necessárias para áreas fertirrigadas com vinhaça?

Em áreas fertirrigadas com Vinhaça, deve se avaliar uma complementação de fósforo a fim de garantir o desenvolvimento radicular, visto a influência direta entre a disponibilidade desse nutriente e o desenvolvimento radicular. Recomenda-se parcelar a adubação em Cana Planta, visando o aumento de eficiência. Deve-se avaliar também a realização de uma complementação nitrogenada. (Informação Verbal 7)

4 Palestra do Prof. Dr. Gaspar Henrique Kondorfer, dia 10 de abril de 2014.5 Palestra do Prof. Dr. Gaspar Henrique Kondorfer, dia 10 de abril de 2014.6 Palestra do Prof. Dr. Gaspar Henrique Kondorfer, dia 10 de abril de 2014.7 Palestra do Prof. Dr. Gaspar Henrique Kondorfer, dia 10 de abril de 2014.

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Quais as diferenças no manejo da cana de açúcar irrigada e de sequeiro?

1. Como deve ser o manejo da cana de açúcar irrigada para o teor de sacarose ser maior? Cessar a irrigação há 30 dias ou mais antes da colheita é o melhor caminho? Como utilizar e quais maturadores devem ser usados?

O manejo da irrigação deve ser feito, considerando os conhecimentos de evapotranspiração, CAD do solo e o KC da planta. O corte da irrigação deve acontecer visando à conversão dos açucares da planta em ATR, de maneira que não falte água para a planta exercer suas funções básicas. (Informação verbal8)

A melhor estratégia deva ser a suspensão da irrigação e não o uso de maturadores. Para cessar a irrigação deve-se considerar o balanço entre TCH e ATR, ou seja, obter um ponto ótimo em que o déficit gerado não cause grandes interferências no TCH, mas seja suficiente para elevar o ATR.

No caso do final do ciclo coincidir com o final ou início da estação chuvosa, os maturadores passam a ser fundamentais.

Os maturadores comumente utilizados são: Moddus - Etil−trinexapac, Curavial - Sulfometuron metil, Roundup – Glifosato, Fusilade - Fluazifop−p−butiltem, Riper – Bispiribaque-sódico, Strada – Orthosulfa-muron, Ethrel – Ethephon – ácido 2-cloroetil fosfônico. (Informação Verbal9)

2. Cana de açúcar irrigada ou fertirrigada é mais suscetível à ocorrência e danos de pragas? Os controles a serem feitos são os mesmos em relação a cana de sequeiro?

Com o incremento na qualidade da cana-de-açúcar, ocasionado pelo pratica da irrigação, é natural que haja um aumento das pragas, em especial da cigarrinha e broca, pois a irrigação propicia um melhor microclima para a propagação das mesmas, assim como a palha, sendo necessário se intensificar, em alguns casos, o manejo dessas pragas.

3. A Cana de açúcar irrigada é mais suscetível a doenças? Quais as diferenças do controle em relação a cana de sequeiro?

A susceptibilidade é um fator genético e, portanto, não pode ser alterado devido a uma prática agrícola. As variedades resistentes (tolerantes) a certas doenças continuarão a ser independentemente da condição do canavial. O que, no entanto, acontece é que a irrigação altera o microclima das culturas e dependendo do sistema empregado essa alteração pode ser maior ou menor. No caso, o sistema de pôr aspersão por exemplo, o qual molha as folhas e torna todo o dossel mais úmido, favorecendo, assim, os processos infecciosos. Desse modo, a cultura da cana irrigada terá condições mais favoráveis para o estabelecimento de doenças e assim uma variedade menos tolerante a um determinado patógeno deverá apresentar mais danos devido a essa doença desde que o microclima se altere. A mensagem aqui é que para que uma doença (fungica ou bacteriana) se estabeleça numa cultura deve haver um hospedeiro susceptível, um agente patogênico agressivo e um ambiente (microclima) favorável. Portanto, a irrigação pode passar a ser um fator preponderante para o estabelecimento das doenças nos canaviais, especial-mente no caso da irrigação por aspersão. Visto isso se faz necessário o correto manejo das variedades na cultura da cana irrigada. (Informação Verbal10)

8 Palestra do Prof. Dr. Paulo Alexandre Monteiro de Figueiredo, dia 13 de fevereiro de 2014.9 Resposta dada pelo Prof. Dr. Paulo César Sentelhas10 Resposta dada pelo Prof. Dr. Paulo César Sentelhas

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4. O fato de a cana-de-açúcar irrigada ter crescimento mais rápido e a irrigação possibilitar maior controle da umidade do solo interfere na incidência e controle de plantas daninhas?

Conforme a cana-de-açúcar fecha as entrelinhas o aparecimento de daninhas e planta invasora fica limitado. Com isso se reduz o tempo de controle e consequentemente o custo. Por outro lado, se houver o umedecimento do solo na entrelinha, o controle será necessário inclusive no período seco para dani-nhas que normalmente apareceriam no período úmido. Além disso, a estratégia de posicionamento dos produtos também deverá ser alterada, já que os herbicidas se ajustam as também conforme condições de umidade do solo. Concluindo, tudo isso irá depender do tipo de sistema de irrigação e de como essa irrigação será manejada.

5. Quais as vantagens da quimigação em frente ao manejo tratorizado ? A quimigação permite que tratos associados a componentes químicos sejam efetuados ao longo do

ciclo da cultura sem as limitações impostas pelo fechamento do canavial. (Informação Verbal11)

6. A colheita mecanizada impacta mais ou menos o canavial irrigado? Em um canavial irrigado, o número de impurezas vegetais e minerais é maior? A velocidade de trabalho da colhedora será menor?

Os canaviais irrigados, ou com o solo muito úmido devido a incidência de chuva, apresentam conse-quentemente maior quantidade de impurezas vegetais, isso, pois a água dificulta o corte cana de açúcar, além de fazer com que a terra fique grudada nos colmos colhidos.

A cana-de-açúcar irrigada normalmente produz maior massa em relação a cana sequeiro, exigindo mais da colhedora, o que pode reduzir sua velocidade de trabalho, impactando diretamente no seu de-sempenho. Outro problema é a possível compactação dos canaviais. A fim de se reduzir esses impactos, o canavial deve ser sistematizado e manejado da melhor forma possível, a fim de que o desempenho da colhedora não seja prejudicado e o tráfego pela lavoura na época da colheita não seja feito em solo muito úmido.

7. Quais as vantagens do parcelamento da adubação nitrogenada na cana-de-açúcar irrigada? O custo da adubação nitrogenada, através da maior eficiência, será reduzido?

O parcelamento da adubação nitrogenada pode trazer grandes vantagens para a produção da ca-na-de-açúcar. Essas vantagens são resultado da diminuição da perda por volatilização através da aduba-ção nitrogenada. (Informação Verbal12)

Além da diminuição da perda por volatilização, o momento da aplicação também é um fator determi-nante para o melhor aproveitamento do N, isso acontece devido a certa defasagem entre a liberação do nutriente aplicado e a absorção pela cultura. A adubação parcelada permite a aproximação da fertilização ideal, que seria aquela em que a fonte utilizada fosse fornecendo N à solução do solo à medida que a cultura fosse absorvendo este o nutriente. Essas as aplicações, conforme o desenvolvimento da cultura pode encarecer a adubação, problema que pode ser solucionado com a fertirrigação, desta forma N pode ser aplicado em intervalos, sem custo adicional. Logo se conclui que a adubação nitrogenada feita no momento adequado e de forma adequada maximiza o efeito do nutriente e minimiza um possível efeito de contaminação do ambiente e diminui eventuais perdas. Para cada situação deve ser usada aquela opção que melhor atende os objetivos mencionados. (Informação Verbal13)

11 Resposta dada pelo Prof. Dr. Paulo César Sentelhas12 Palestra do Prof. Dr. Gaspar Henrique Kondorfer, dia 10 de abril de 2014.13 Palestra do Dr. Glauber Gava, dia 18 de junho de 2015.

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Figura 3 Figura 4

Figura 3: Adubação Única demonstrando em relação entre o nutriente (N) disponível (em cinza) e a necessidade do mesmo pela planta (em verde).

Figura 4: Adubação parcelada que mostra como o fornecimento parcelado do nutriente consegue suprir as demandas nutricionais durante o ciclo da cana-de-açúcar.

8. Quais são as variedades de cana-de-açúcar mais responsivas à irrigação? Quais são as variedades que não deverão ser manejadas com Irrigação? Os ambientes de produção interferem na escolha das variedades a serem irrigadas?

Figura 5: Dados que classificam variedades em responsivas, resposta variável ou baixa resposta, cedidos pelo Dr. Marcos Guimarães de Andrade Landell em uma palestra sobre Manejo Varietal

em Cana-de-açúcar irrigada, ministrada dia 10 de abril de 2014.

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Figura 6: Gráfico que quantifica responsividade de variedades, figura apresentada pelo Dr. Glauber Gava, dia 18 de Junho de 2015.

O ambiente de produção tem forte influência na produtividade e na escolha das variedades em ca-nas de sequeiro e irrigado.

Segunda o manejo recomendado pelo IAC, no início da safra a colheita da cana-de-açúcar deve ser realizada em ambientes de menor potencial produtivo; E, C e D, por apresentarem CAD baixa e serem extremamente susceptíveis a estresse hídricos precoces. Em solos de maior potencialidade, ambientes A e B, a colheita deve ser direcionada mais para meio e final da safra.

As laminas de irrigação e o turno de rega deverão ser definidas em razão do déficit hídrico, para cada uma das situações de manejo e em razão do Kc.

Que conceitos e premissas mudam na cana irrigada?

1. A cana-de-açúcar que não enfrenta restrição de água pode produzir quanto a mais em relação com uma cana de sequeiro? Quais são as principais restrições uma vez o déficit hídrico estando suprido?

O incremento de produtividade com a irrigação varia muito dependendo da interação entre clima, solo, variedade e manejo. A partir do momento em que não há restrição hídrica, o manejo da cultura pas-sa a ser o ponto crítico, ou seja, fatores como a adequação da população de plantas para o ambiente, espaçamento, controle de pragas, doenças e daninhas, compactação de solo e entre outros serão os definidores da produtividade.

A escolha de variedades responsivas também é um fator extremamen-te importante uma vez o déficit hídrico estando suprido como explica a afirmação abaixo. (Informação verbal)

‘’A Cana de açúcar irrigada, quando manejadas com variedades responsivas a irrigação, pode obter ganhos que chegam a 30% quando colhidas no mês de maio e 85% quando colhidas no mês de novembro.’’ (2014, LANDELL).

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2. O cálculo do déficit hídrico muda significativamente considerando dados médios descendiais em comparação com os mensais?

Sim, mas depende do ambiente. Se for para um local extremamente seco, como no semiárido, a diferença é pouca, mas em climas sub-umidos como em boa parte das áreas de expansão da cana essa diferença chega a valores bastante expressivos, variando conforme o local. Além disso, temos também uma grande diferença entre o déficit normal, determinado pelo balanço hídrico com os dados médios de ETP e PREC, e o déficit médio, o qual é a média dos déficits hídricos determinados anualmente.

3. Cana de açúcar irrigada apresenta mais ou menos ATR em relação à cana de sequeiro?

A cana irrigada apresenta maior ATR que as canas de sequeiro como pode ser observado na tabela abaixo.

NI- CANA NÃO IRRIGADA; NK50 – CANA IRRIGADA COM 50% DA DOSAGEM RECOMENDADA; NK100 – CANA IRRIGADA COM 100% DA DOSAGEM RECOMENDADA; NK150 – CANA IRRIGADA COM 150% DA DOSAGEM RECOMENDADA.

Interpretação realizada com os dados da primeira tabela onde é possível observar as diferenças de kg de ATR por tonelada de cana.

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O ATR da cana irrigada (kg/t) normalmente é menor, podendo haver variações negativas (soca) e positivas (ressoca), porém como há ganhado expressivo de TCH o kg de açúcar/ha é maior na cana irrigada em relação a cana de sequeiro.

4. A queda da produtividade no decorrer dos cortes é igual da cana-de-açúcar irrigada em relação à de sequeiro?

Não. As variedades irrigadas apresentam aumento significativo no sistema radicular, em função da exposição a maior disponibilidade de água no solo, o que influi também na arquitetura radicular. Essa modificação em sua estrutura possibilita uma melhor absorção de água pela planta, fazendo com que ao ser apresentada ao seu maior ponto de estresse, a colheita, consiga se recuperar mais rapidamente, já que apresenta melhor condição de absorção de água do solo, o qual deverá estar úmido devido à irriga-ção, fazendo com que a produtividade se mantenha estável na rebrota da soqueira. Grande parte deste fenômeno se deve a, praticamente, não existir morte radicular na rebrota da soqueira em cana-de-açúcar irrigada. Não havendo morte radicular, a planta consegue ter um arranque mais rápido para a rebrota, vis-to que suas reservas remanescentes não são desviadas para a criação de novo sistema radicular, como ocorre em cana de sequeiro.

Logo se conclui que a perda de produtividade de um corte para ao outro se da principalmente pelo fato das reservas que seriam destinadas a criação de novos colmos, serem utilizadas para a reestru-turação do sistema radicular da planta, que tem uma grande quantidade de raízes velhas as quais não conseguem absorver nutrientes. Porém quando este corte é realizado em períodos úmidos, praticamente não existe morte do sistema radicular, e sim aumento do mesmo, sendo assim não ocorre gasto para reestruturação, havendo menor quebra de produção em cana-de-açúcar irrigada. (Informação verbal 14,15)

5. Se a soca da cana irrigada apresenta sua maior taxa de crescimento pouco antes de ser cortada com 12 meses, por que ela não é cortada com 13 ou mais meses?

É relativa ao planejamento da colheita com vistas ao abastecimento da indústria.

6. A definição do espaçamento de cana para ganho de produtividade é relevante para canaviais irrigados? Quais os melhores espaçamentos para cana irrigada?

Logicamente que sim. Um sistema irrigado terá plantas maiores, portanto haverá uma maior com-petição intraespecífica por luz. Isso induz a se pensar num espaçamento maior entre plantas e linhas. No entanto, isso ainda não está bem definido em função dessa técnica ainda ser recente e de haver poucos canaviais cultivados sob irrigação plena no Brasil.

Ainda não pode ser definido um espaçamento específico para as áreas onde é produzida a cana com o auxílio da irrigação, porem existem muitos estudos sendo feitos para conseguir se definir espaça-mentos adequados para cada situação, com as informações que foram coletadas com todos os encontros do GIFC até agora, mostra a necessidade de mais experimentos voltados ao estudo dos espaçamentos na cultura, e que os mesmos devam variar de acordo com cada situação que a produção de cana for exposta.

Segundo o Consultor John Pearce, da Case, a porcentagem de terra na matéria-prima é influencia-da por vários fatores no campo. Algumas como chuvas são incontroláveis, porém outros fatores são con-troláveis a certo grau, como reduzir a perda de cana no campo e a quantidade de terra na matéria-prima. A distância entre as linhas deve ser de até 1.80m sem se perder o rendimento.

Produção de colmos de cana de açúcar cultivada em diferentes espaçamentos de cultivo com e sem irrigação por gotejamento subsuperfical em Guaíra, São Paulo, Brasil em 4 anos (Pires et al., 2014)

14 Palestra do Dr. Marcos Guimarães de Andrade Landell, dia 10 de abril de 201415 Palestra do Prof. Dr. Paulo Alexandre Monteiro de Figueiredo, dia 13 de fevereiro de 2014

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Visto o experimento acima se concluiu que o espaçamento de 0,5 x 1,3 m: aumento no número de perfilhos devido o favorecimento da interceptação da radiação.

O espaçamento também influi diretamente no acamamento do canavial segundo mostra a imagem abaixo

Esses dados indicam que houve maior quebra na produção, devido ao acamamento, na ca-na-de-açúcar irrigada e que a menor % de acamamento foi no espaçamento de 0.5 x 1.3m. (Informação Verbal16).

7. A cana irrigada minimiza a diferença entre diferentes ambientes de produção, ou seja, é uma solução para ambientes D e E? O grande limitante de produtividade entre os ambientes de produção se dá pelas características edafoclimáticas das regiões que estão localizados os canaviais. Se o abismo entre os ambientes de produção no quesito climático diminuir, a distância entre os ambientes também será reduzida, podendo assim trazer um solo classificado como ambiente E, vir a se tornar um ambiente D, C ou até B.

‘’ A irrigação desloca os ambientes desfavoráveis para favoráveis dependendo do quanto for a di-minuição da deficiência hídrica além de aumentar a longevidade da cana-de - açúcar para 10 cortes ou mais’’ (2015, PRADO)

16 Palestra da Dra. Regina Célia de Matos Pires, em 27 de outubro de 2015.

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Por exemplo, em um Cambissolo Háplico álico típica textura argilosa a muito argilosa, CXa-3, 4, que se encontra em condições de baixo déficit hídrico, 51 – 100 mm/ano, colhido em início de safra é classifi-cado como um solo B2 onde a produtividade vai de 88 a 92 ton/ha, se localizado em uma condição de alto déficit, 351 - 400 mm/ano, colhido em final de safra é classificado como ambiente E1 com produtividades em torno de 68 a 72 ton./ha.

8. A cana irrigada produz mais palha do que a cana de sequeiro? Se sim, quanto? Quanto menor o déficit hídrico o qual a planta é exposto, por mais tempo a planta terá abertura

estomática, este que quanto mais tempo permanecer aberto, mais irá realizar fotossíntese, aumentando assim a fixação de carbono na planta, resultando em um maior desenvolvimento de biomassa da cultu-ra, aumentando assim a quantidade de bagaço e palha produzido pela cana. A quantidade de aumento será relativo à variedade de cana utilizada e quanto do déficit será reposto com a irrigação, para assim ser possível se estimar a produtividade esperada do canavial, com a produtividade esperada e o conhe-cimento da variedade utilizada, tendo conhecimento de qual a quantidade média de palha e bagaço que a variedade possui em relação a produtividade, é possível se determinar a quantidade de massa seca a ser produzida pela planta.

9. A cana irrigada é mais apta para projetos de cogeração via bagaço e palha? Como respondido acima, se bem manejado a irrigação, de modo a aumentar a produtividade dos

canaviais, e um bom conhecimento do seu plantel varietal, a produção de biomassa, bagaço e palha, irá aumentar, sendo isso benéfico para a cogeração, tornando assim a cana irrigada mais apta para cogera-ção por ter um aumento de produtividade e consequentemente de biomassa.

Quais critérios e manejos de cana irrigada podem ser adotados? 1. Para se atingir o máximo potencial produtivo da cana irrigada é necessário que o que a Evapotranspiração Máxima da cana-de-açúcar (ETm) esteja sempre 100% atendida?

Na realidade sim, porém, os sistemas de irrigação não são dimensionados para tal fim. Ou seja, se a lâmina de projeto for cobrir 80% dos eventos de ETc ao longo do ciclo, teremos algumas situações (20%) em que a demanda será apenas parcialmente coberta. Por outro lado, se o sistema estiver mal dimensio-nado e aplicar mais água do que o necessário pode-se chegar a ter a produtividade diminuída em função de problemas de aeração do solo e lixiviação de nutrientes. Qualquer cultura caso tenha qualquer restri-ção hídrica terá sua produtividade decrescida. Portanto, se a Lâmina aplicada total = ETc total, teremos Prod. Real = Prod. Potencial, desde que todas os outros fatores de manejo estejam em condições ótimas.

2. Quanto, abaixo dos 100% de atendimento da evapotranspiração máxima, seria o limite técnico para que a cana-de-açúcar atinja seu maior potencial produtivo ?

O limite tem que ser o economicamente viável e não simplesmente um número mágico. Isso depen-de de uma série de fatores que vão além de se obter produtividade potencial. A interação entre clima-so-lo-variedade-manejo é que vai definir isso. Portanto, esse nível é extremamente variável.

3. Pode-se traçar um paralelo entre a eficiência de atendimento da ETpc e a eficiência do sistema de irrigação escolhido?

Sim. Quanto melhor a eficiência do sistema, maior a garantia de que a lâmina aplicada atende a ETc, sem haver falta ou desperdício de água.

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