revista cana s.a

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Além de se destacar na produção de açúcar e álcool, Mato Grosso do Sul tem condições favoráveis para desenvolver rotas hidroviárias nos próximos anos 46 10 SUSTENTÁVEL: Plástico verde chega aos consumidores ENTREVISTA Neire Colman, secretária de desenvolvimento de sustentável de Dourados TRABALHO: Usina em MT reduz índice de acidentes 44 GENTE QUE FAZ: Famasul dá posse à nova diretoria EDIÇÃO 5 | AGOSTO 2012 | R$ 10,00 34 O DESPERTAR DAS HIDROVIAS O DESPERTAR DAS HIDROVIAS Na Internet

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Edição 5 - Agosto 2012

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Page 1: Revista Cana S.A

Além de se destacar na produção de açúcar e álcool, Mato Grosso do Sul tem condições favoráveis para desenvolver rotas hidroviárias nos próximos anos

4610SUSTENTÁVEL: Plástico verde chega aos consumidores

ENTREVISTANeire Colman, secretária de desenvolvimento de sustentável de Dourados

TRABALHO: Usina em MT reduz índice de acidentes

44GENTE QUE FAZ: Famasul dá posse à nova diretoria

EDIÇÃO 5 | AGOSTO 2012 | R$ 10,00

34

O DESPERTAR DAS

HIDROVIASO DESPERTAR DAS

HIDROVIAS

Na Internet

Page 2: Revista Cana S.A
Page 3: Revista Cana S.A

Com 15 usinas de açúcar e álcool instaladas no município e em sua área de influência, Dourados se posiciona na vanguarda da produção de bioenergia.

Mas a gente sabe que para se manter na dianteira é preciso antecipar o futuro. Por isso, Dourados está implantando o Pólo de Serviços do Setor Sucroenergético, referên-cia de suportes para toda a cadeia produtiva.

Com duas universidades públicas e três par-ticulares - são 13 mil universitários - e impor-

tantes centros de pesquisa e desenvolvim-ento tecnológico, Dourados se consolida também como núcleo regional de prestação de serviços de alta qualificação. Isso significa aumento consistente de renda, crescente demanda por bens e serviços, e qualidade de vida em expansão.

Por isso estamos aqui, movidos por uma en-ergia empreendedora com retorno seguro.

Faça como nós. Venha com sua empresa plantar o futuro em Dourados.

VENHA PLANTAR O FUTURO EM DOURADOS

Page 4: Revista Cana S.A

ÍNDICE5 EDITORIAL

6 GIRO PELOS ESTADOS

GOVERNANÇA

8 Superintendente do Ibama em MS participa de discussões em fórum do meio ambiente em Campo Grande

SUSTENTABILIDADE

10 Empresas parceiras levam produtos sustentáveis com plástico verde aos consumidores

23 Indústrias e produtores brasileiros terão de ter certificação verde para exportar açúcar e etanol

49 Nova publicação associa setor sucroenergético brasileiro a segurança alimentar

INOVAÇÃO & TECNOLOGIA

13 Barralcool inicia implantação de novo sistema de fertirrigação que une tecnologia e meio ambiente

26 Cientistas querem associar fabricação de bioplásticos à cadeia de produção do etanol

48 FMC lança fungicida revolucionário para controle das principais doenças da soja

INTERNACIONAL

14 Biocombustíveis colocam o Brasil entre os menores emissores de CO², confirma estudo

LOGÍSTICA

16 Setor canavieiro discute como conciliar a redução de custos com o melhor veículo para o transporte da produção

DESENVOLVIMENTO REGIONAL

18 No Tocantins, lavouras de cana devem aumentar, e em Mato Grosso do Sul, usinas vão moer mais cana

24 Pesquisadores ressaltam que higienização é a melhor saída para controlar mosca-dos-estábulos

32 Ministério da Agricultura deve criar até setembro projetos de cooperativas para o Nordeste

20 CANA EM FOCO

LEGISLAÇÃO

29 Setor canavieiro protesta contra proibição de inseticidas Neocotinóides

OPINIÃO

31 Alimentos e energias sustentáveis

ENTREVISTA

34 Neire Colman, secretária de desenvolvimento sustentável de Dourados

CAPA

37 MS possui 8 milhões de hectares em terras degradas, que podem ajudar a elevar a produção de álcool e açúcar até 2020

GENTE QUE FAZ

44 Eduardo Riedel assume definitivamente a presidência da Federação da Agricultura e Pecuária de MS até 2015

TRABALHO & EMPREGO

46 Em 5 anos, Barralcool reduz em 86% número de acidentes com trabalhadores

50 CANANET

4 AGOSTO 2012 | CANA S.A. | A energia da informação

Page 5: Revista Cana S.A

Mais cana,por favor

Nossa quinta edição da Revista Cana S.A traz uma repor-tagem especial e que ganha destaque de capa sobre as projeções para o setor sucroenergético de Mato Grosso do Sul. Dados da Associação dos Produtores de Bioenergia

de Mato Grosso do Sul (Biosul), revela que o estado em seis anos pode crescer 300% na produção da cana-de-açúcar. Além de sua crescente consolidação como o principal produtor da região Centro-Oeste no se-tor sucroenergético, que tem como alidados clima e área para plantio.

Mas apesar de tantos investimentos que estão sendo injetados para o crescimento do setor, algo fundamental está sendo deixado de lado, a matéria-prima. Falta a cana-de-açúcar para que as usinas possam produzir seus produtos. E isso ocorre pela falta de estímulo da produ-ção canavieira, mesmo com os investimentos que estão sendo feitos no setor, principalmente de logística e transporte no país pelo governo federal para o escoamento da produção, ainda falta o principal para que Mato Grosso do Sul cresça e continue com o olhar dos investido-res voltado para o estado.

Essa edição vai falar também sobre a inovadora criação da empresa brasileira, Braskem, o plástico verde. Que hoje é considerado o plástico mais cobiçado do mundo e que chegou para trazer ótimos benefícios para o meio ambiente e na ajuda da redução do efeito estufa. Contan-do com a parceria e incentivo de empresas brasileiras e internacionais para a fabricação de produtos que estão cada dia mais próximos da população.

Outra matéria que o leitor pode conferir nesta edição fala sobre os produtores rurais em Nova Alvorada do Sul que estão sofrendo com a infestação da mosca-do-estábulo no rebanho bovino e pedem por uma solução da usina de bioenergia instalada na região. Já no município de Angélica a situação se encontra controlada graças às orientações que a Embrapa Gado de Corte realizou aos produtores rurais através da Série Documentos nº 175.

Nas Páginas Verdes, este mês, temos a entrevista com a Secretá-ria Municipal de Desenvolvimento Sustentável de Dourados, Neire Colman, sobre as novidades da 6ª edição do Canasul e as expectativas de negócios da 2ª Feira do Agrometal, que estima-se superar os R$ 12 milhões em negócios fechados do ano passado.

Desejamos que gostem do material que preparamos com dedicação e respeito aos nossos principais parceiros: vocês leitores!

EDITORIAL

5AGOSTO 2012 | CANA S.A. | A energia da informação

Edição nº 5, agosto de 2012www.canasa.com.br

Cana S.A. é uma publicação de Canal da Cana Jornais e Revistas Ltda-ME

CNPJ: 10.939.324/0001-43Inscrição estadual: IsentaInscr. municipal: 137.361.000

Tiragem: 5 mil exemplares Circulação: Bancas, Mailing List Vip

Diretor-ExecutivoWilson [email protected](67) 9125-6062 / 2109-8919

FinançasMarlon [email protected](67) 9962-7882

Redação e publicidadeRua Albert Sabin, 1713 - Bairro TaveirópolisCEP 79.090-160Tel.: (67) 3211-2030Campo Grande-MS

ReportagemFernanda Yafusso e Rodson Willyams

Colaboraram nesta ediçãoAlfaPress, Agência UDOP, Agência FAPESP, CDN Comunicação Corporativa, Sato Comunicação.

Projeto gráfico: Hélder Rafael

Charge: Paulo Moska [email protected]

Impressão: Gráfica Rossi

Page 6: Revista Cana S.A

GIRO PELOS ESTADOS

6 AGOSTO 2012 | CANA S.A. | A energia da informação

Para produzir a mesma quantidade de cana das últimas 4 safras, cerca de 16 milhões de toneladas, o setor sucroalcooleiro gastou 25% a mais este ano. Aumento nos custos resulta dos investimentos na mecanização e manutenção das lavouras, explica o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool/MT), Jorge dos Santos. Pesquisa conduzida pelo Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão (PECEGE), ligado a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), revela que o custo de produção em todo Centro-Sul ficou acima dos apontados para o Nordeste, onde a produtividade dos canaviais é menor. Conforme o estudo, o custo de produção no Centro-Sul foi 39% maior em comparação com o Nordeste (+8%) do país. Diretor do Sindalcool lembra que a região Nordeste recebe subsídio do governo para produzir, ao contrário dos estados do Centro-Oeste e Sudeste, o que explica as despesas menores.

Em Mato Grosso, o investimento médio para cultivo de 1 hectare de cana-de-açúcar corresponde a R$ 4,7 mil. Para esta safra a renovação de 20 mil hectares, equivalente a 8,92% dos 224 mil (ha) cultivados com cana, foi garantida com recursos dos próprios produtores, que não conseguiram acessar a tempo o crédito disponibilizado por meio do Prorenova, linha mantida com recursos do

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Para todo país foram disponibilizados R$ 4 bilhões até dezembro, na tentativa de aumentar a produção de etanol. “Nenhum produtor do Estado conseguiu esse recurso porque demora muito para aprovar e não foi liberado a tempo de realizar o plantio”. Superintendência regional do Banco do Brasil confirma a baixa demanda pelos produtores.

Aumento do custo foi amenizado neste ano em Mato Grosso com a melhora no rendimento dos canaviais. Conforme o diretor do sindicato, a produtividade média por hectare alcançou 70 toneladas nesta safra, contra 63 toneladas/ha na safra anterior. No restante do Centro-Sul houve perdas na produtividade por causa das geadas e estiagem. Em Mato Grosso, o corte da cana iniciou em abril e se estende até novembro.

O Governo de Mato Grosso do Sul aprovou o projeto de instalação de usina de etanol em Paranaíba. O projeto foi apresentado no mês de maio em audiência pública.

A Orbi Bionergia vai investir R$ 103 milhões na planta industrial e deve fazer aporte de R$ 50 milhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e por meio de linhas de financiamento do Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FCO) para o plantio de cana-de-açúcar, que vai ocupar 30 mil hectares no município.

De acordo com o projeto, a usina de etanol em Paranaíba terá capacidade de moer 3 milhões de toneladas de cana e gerar 270 empregos diretos em sua atividade plena. Inicialmente, serão 1,4 milhão de toneladas por safra para produção de 120 mil litros de etanol. Nessa fase, serão 150 empregos diretos. Outros 750 postos de trabalho devem ser abertos no âmbito da cadeia produtiva da cana de açúcar, movimentando o comércio de insumos e empresas prestadoras de serviços na área de manutenção, logística e transporte e alimentação.

A moagem de cana-de-açúcar no estado de Minas Gerais, até o dia 1º de agosto, alcançou 22,59 milhões de toneladas, o que representa queda de 7,51% se comparado com o mesmo período da safra anterior.

A produção de açúcar apresentou queda de 4,37% em relação ao mesmo período da safra passada, alcançando 1,31 milhão de toneladas. Já a produção de etanol atingiu 795 milhões de litros, contra 998 milhões de litros na safra 2011/12, redução de 19,52%.

De acordo com o gerente executivo da SIAMIG, Mário Campos, desse total 62,37% são de etanol hidratado. Contudo, a produção de anidro ganhou força nas últimas quinzenas, alcançando percentuais próximos a 45% do total de etanol produzido. Em relação ao mix de produção, no acumulado, 50,4% foram destinados à produção de açúcar, quatro pontos percentuais acima da safra passada.

Custo para produzir cana-de-açúcar aumenta 25% este ano em MT

MS: Aprovados incentivos para usina de etanol em Paranaíba

Produção de cana-de-açúcar alcança 22,59 mi/ton em MG

Aumento nos custos resulta dos investimentos na mecanização e manutenção das lavouras

Page 7: Revista Cana S.A

7AGOSTO 2012 | CANA S.A. | A energia da informação

O grupo Queiroz Galvão, que atua nos setores de engenharia, petróleo e gás, concessões de rodovias e siderurgia, vai investir cerca de R$ 3 bilhões em complexos de energia eólica no Nordeste até 2016. O primeiro parque da recém-criada Queiroz Galvão Energia Renováveis (QQER) entra em operação no fim deste ano no Ceará, com capacidade de 122 MW.

A empresa já possui em carteira contratos futuros de fornecimento de 800 MW de energia, o que a colocará entre as cinco maiores geradoras eólicas independentes do país, afirma Max Xavier Lins. Ex-diretor da Elektro e com passagens pela Eletropaulo e Neoenergia, o executivo assumiu há três meses a presidência da nova companhia do conglomerado, que tem sede no Rio de Janeiro.

Originária de Pernambuco, a família Queiroz Galvão segue os passos de outros empresários brasileiros, que também enxergam na geração de energia a partir do vento um negócio rentável, de baixo risco, à medida que os contratos de fornecimento são de longo prazo, e ao mesmo tempo sustentável. Somam-se a esses atrativos os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financia mais de 50% do total investido pelos empreendedores, a juros baixos.

A capacidade de geração de energia eólica do país, que era de 340 MW em 2008, deve superar 7 mil MW a partir de 2014, quando vários parques entram em produção, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). A participação do setor na matriz energética, hoje em torno de 1,3%, deve saltar para 5,3% dentro de quatro anos.

Muitos dos empreendimentos estão sendo construídos no país por empresários que fizeram fortuna em outros segmentos, como a família mineira Pentagna Guimarães, dona do banco BMG.

A queimada controlada está proibida no território do Estado de Mato Grosso do Sul entre os dias 10 de agosto e 30 de setembro. Nas áreas do Bioma Pantanal, o período de proibição fica estendido até 30 de outubro.

A proibição foi publicada no Diário Oficial do estado, em resolução conjunta da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia (Semac) e do Superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama/MS).

Excetuam-se da proibição a queima de canaviais, como método despalhador e facilitador do corte de cana-de-açúcar em unidade agroindustrial; em caráter excepcional, a queima de palhada resultante da colheita mecanizada de sementes e a queima controlada utilizada nos cursos de capacitação promovidos pelas entidades membros do Comitê Interinstitucional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais em Mato Grosso do Sul.

A queima de canaviais, como método despalhador e facilitador do corte de cana-de-açúcar em unidade agroindustrial deverá ocorrer mediante prévia autorização emitida pelas Prefeituras Municipais, em conformidade com o que determina a Lei Estadual nº 3.357, de 09 de janeiro de 2007.

A queima de palhada resultante da colheita mecanizada de sementes e a queima controlada utilizada nos cursos de capacitação deverão ocorrer mediante prévia autorização emitida pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul).

A inobservância das disposições estabelecidas na resolução sujeitará os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, às penalidades previstas na Lei n° 6.938/81, na Lei n° 9.605/98 e Decreto 6.514, de 22 de julho de 2008, sem prejuízo da adoção de outras medidas administrativas e judiciais pertinentes.

NE: Queiroz Galvão investe em eólicas MS: Queimadas controladas ficam proibidas até 30 de setembro

Capacidade de geração de energia eólica do país deve superar 7 mil MW

Queima de canaviais deve ocorrer mediante prévia autorização

Page 8: Revista Cana S.A

8

GOVERNANÇA

Superintendente do Ibama no Estado participa de discussões em fórum do meio ambiente em Campo Grande

O novo superinten-dente do Ibama de Mato Grosso do Sul, Amarildo Valdo da

Cruz, participou de uma audiên-cia com integrantes do Fórum de Meio Ambiente Sustentável de Mato Grosso do Sul (Formads), que estiveram presentes na sede do órgão para conversar sobre questões ligadas ao Meio Am-biente e discutir os principais pontos que atingem o Estado.

Neste primeiro encontro, os integrantes que compõem o Formads conversaram com o Superintendente sobre diversas pautas, entre elas a instalação das Pequenas Usinas Hidrelétri-cas (PCHs), a questão do Parque da Bodoquena, a queima da pa-lha da cana-de-açúcar na região de Dourados e o decreto de lei estadual que permite o plantio da cana em área não permitida pela União.

Os representantes das organi-zações que compõem o Formads se demonstraram preocupados com a queima da palha da cana na região de Dourados. De acor-do com o membros, a fuligem que sobe junto com a fumaça durante a queima e levada pelo ar, chega facilmente as regi-ões habitadas, esta fuligem ao

AGOSTO 2012 | CANA S.A. | A energia da informação

Reunião entre membros do Formads e o superintendente do Ibama em Mato Grosso do Sul, Amarildo Cruz

entrar em contato com o sistema respiratório pode provocar sérios danos a saúde.

Embora esta ação seja proibi-da por lei, a mesma permite que pequenos produtores que ainda não conseguiram mecanizar a colheita realizem a queima. Mas segundo Amarildo, “embora a lei tenha essa brecha, todas as usinas de cana de grande porte que se instalaram no Estado são mecanizadas. O problema é pon-tual e estamos acompanhando de perto esta situação”, afirma.

Outro ponto discutido foi com relação ao plantio da cana em áreas proibidas pela União, onde através do decreto de lei estadual, permite o plantio da cana sem autorização do órgão competente. Para o superinten-dente, “este é um caso polêmico por que a lei diverge do que diz a União, por ora nós ainda aguar-damos uma decisão”, comenta.

Na ocasião o superintendente tranquilizou o grupo e disse o órgão está à disposição das en-tidades para ajudar a solucionar os problemas ligados a questão do Meio Ambiente. “O Ibama está à disposição de todos que contribuem para proteção do Meio Ambiente. Nós vamos dar continuidade ao trabalho de fis-calização que compete ao Ibama e vamos procurar acompanhar de perto aqueles casos , na qual não estão sob nossa responsabili-dade, mas que de certa forma, o Ibama pode contribuir para solu-cionar o problema”, afirmou.

Entre as entidades presentes estiveram representantes da Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso do Sul (OAB--MS), Cedampo, Ecoa além dos demais membros que compõem o Formads.

Rodson Willyams

Rodson Willyams

Acompanhandode perto

Page 9: Revista Cana S.A
Page 10: Revista Cana S.A

10 AGOSTO 2012 | CANA S.A. | A energia da informação10

SUSTENTABILIDADE

Empresas parceiras levam produtos sustentáveis com plástico verde aos consumidores

Hoje em dia já é possível usar a cana-de-açúcar como matéria prima no desenvolvimento de um plástico mais susten-

tável. Preocupadas com o bem estar do planeta, empresas como a Coca-Cola Brasil, Johnson&Johnson, Nestlé, Natura, Brinquedos Estrela, Procter&Gamble, Te-traPack e FMC compram o plástico verde desenvolvido pela Braskem, e utilizam a matéria-prima na fabricação de alguns dos seus produtos.

O Polietileno Verde (PE Verde) é desenvolvido no Brasil pela Braskem e une os conceitos de alta tecnologia e de sustentabilidade. O PE é uma resina termoplástica fabricada a partir do etanol da cana-de-açúcar. Entre as vantagens de sua produção, estão a captura e a fixação de até 2,5 toneladas de gás carbônico da atmosfera para cada tonelada, anualmente o país retira cerca de 750 mil toneladas de

CO2 da atmosfera com a produ-ção do plástico sustentável. O que contribui para a redução do efeito estufa.

O PE Verde tem as mesmas características e mesma durabili-dade do plástico fabricado a partir do petróleo, e não

requer nenhum ajuste de maquinário para as empresas que transformam as resinas em produtos acabados, como embalagens, por exemplo. A iniciativa da Braskem, ao lançar um plástico de matéria-prima integralmente renovável, está alinhada

com uma estratégia de inovação e com o compromisso em ampliar sua contribuição para o desenvolvimento sustentável do planeta.

Podemos destacar a parceria pioneira entre a Braskem e a FMC para a fabrica-ção de embalagens plásticas. Preocupada com um mundo mais sustentável a FMC criou o projeto Da Cana para a Cana, que nasceu do esforço da empresa e resul-tou na proposta inovadora e benéfica à sociedade: a Green Jug, que é produzida a partir de biopolímeros, e utiliza a cana-de--açúcar como matéria-prima, substituindo parte do petróleo (não renovável) em sua composição.

Um exemplo de embalagens criadas a partir do plástico verde pela FMC é o herbicida pré-emergente Boral que é líder na cultura. De acordo com a FMC, em termos financeiros, essas embalagens não represen-tam um ganho imediato, mas são os resultados ambientais no longo prazo que justificam o investimento da empresa nesse projeto. Hoje, a FMC utiliza essas embalagens para enva-se de 100% da produção na concepção de 20L. Tendo ainda como objetivo a redução no im-pacto ao meio ambiente, além do avanço no uso de tecnologias inovadoras.

Além disso esse projeto integra também a embalagem de produtos ao ciclo produtivo da cana, que se inicia com o plantio. Segundo estudos pre-liminares de Ecoefici-ência da Fundação Espaço ECO e Plastic Europe, para cada

(PE)nsando verde

Embalagem de herbicida

da FMC possui plástico verde

na composição

Page 11: Revista Cana S.A

1000 unidades de Bombona contendo 51% polietile-

no (PE) verde, é possível reduzir 2.815 kg CO2eq. E tem como proposta reduzir

a dependência de um re-curso fóssil, o petróleo

(energia não renová-vel), a matéria-prima mais utilizada na produção das embalagens tradi-cionais

A Green Jug é igual às embalagens de defensivos tradicionais em relação às suas propriedades químicas, cor, peso, resis-tên-

cia e

apa-rên-

cia, dife-

rindo-se pelo fato

de ser uma embalagem

“amiga” da natureza. As

novas embala-gens FMC tam-

bém obedecem às regras internacionais

AGOSTO 2012 | CANA S.A. | A energia da informação

de produção e são certificadas pela Braskem, com o selo verde “I´m Green”, que valida a procedência e composição dos polímeros. A tecnologia foi desen-volvida em parceria com a empresa Uni-pac, e atende a todos os pré-requisitos para envase de agroquímicos. A FMC tem exclusividade do produto por dois anos. . O ciclo de produção da Green Jug provém de um conceito inovador de utilização de polietileno verde para as embalagens de 20 l monocamadas, as chamadas embalagens bioplásticas.

Código de Conduta Braskem

Com o aumento da demanda por etanol foi

criado pela Braskem o Código de Conduta para

Fornecedores de Etanol. Essa iniciativa busca orientar todas as empresas fornecedo-ras desse insumo e estabelecer boas práticas socioambientais

a serem seguidas em todo processo produtivo. Os fornece-

dores devem observar os requi-sitos contidos no documento na

produção do etanol, assegurando a sustentabilidade do processo produ-

tivo desde a origem da matéria-prima até o produto final. Serão observadas

medidas em relação a queimadas, biodiversidade, boas práticas ambientais,

direitos humanos e trabalhistas e análise do ciclo de vida do produto.

A Braskem é a maior produtora de resi-nas termoplásticas das Américas. Com 35 plantas industriais distribuídas pelo Brasil,

Estados Unidos e Alemanha, a empresa produz anualmente mais de 16 milhões de toneladas de resinas termoplásticas e outros produtos petroquímicos. Com a inauguração de sua fábrica de polietileno derivado de etanol de cana-de-açúcar, com capacidade anual de 200 mil toneladas, tornou-se a maior produtora de biopolíme-ros do mundo. Desde setembro de 2010 é fabricado o plástico verde, marco mundial de inovação, e tal ação transforma o Brasil no maior produtor de biopolímeros do planeta. Cerca de R$ 500 milhões foram investidos no projeto do Plástico Verde em escala industrial.

FMC sustentávelA FMC é uma empresa que incentiva

iniciativas de sua equipe em relação às melhores práticas agrícolas, ao exercício da responsabilidade sócio-ambiental e, principalmente, a buscar inovação no seu dia-a-dia, a FMC tem implantado muitas ideias sugeridas por seus profissionais, com resultados surpreendentes, como foi o caso da Green Jug.

Num verdadeiro trabalho em equipe e parceria, a embalagem verde foi sugerida pelo departamento Comercial ao depar-tamento de Compras, que acionou a área de Desenvolvimento de Embalagem. Os fornecedores Unipac e Braskem foram

11

Coca-Cola oferece a clientes embalagem feita com até 30% de etanol de cana

Unidade da Braskem onde são produzido polímeros verdes

Mathi

as Cr

amer

Page 12: Revista Cana S.A

12 AGOSTO 2012 | CANA S.A. | A energia da informação

convidados a desenvolver o projeto e criar a em-balagem pioneira, utilizando como matéria-prima a cana-de-açúcar.

Coube ao departamento de Desenvolvimento de Embalagem o estabelecimento dos parâmetros técnicos para implementar a nova embalagem. Fo-ram realizados inúmeros testes até que finalmente chegou-se ao resultado esperado para se obter o selo I´m Green, reconhecendo a bombona como material sustentável. Com 51% da composição do plástico derivado de polietileno verde, proveniente de eteno gerado em um processo que utiliza a cana-de-açúcar como fonte, a embalagem foi aprovada. Após todos os processos e testes terem sido realizados, chegou--se, em setembro de 2011, nove meses após o início do projeto, à fase de homologação nas especifica-ções do INMETRO, quando se obteve o reconheci-mento e a certificação da embalagem como sendo material verde.

ProjetosMas não é só nas embalagens de herbicidas

que podemos encontrar o plástico verde. Ou-tros produtos com esse plástico estão bem mais próximos de nós do que imaginamos. Podemos citar o jogo de tabuleiro da Estrela, Banco Imo-biliário Sustentável. Além da composição das peças terem a presença do plástico verde, o jogo ao invés de ser retratado um cenário urbano, as propriedades do tabuleiro representam usinas, fazen-das de cana-de--açúcar e áreas de preservação ambiental. A parceria entre a Braskem e a Brinquedos Estrela marcou o lançamento do primeiro projeto comercial com o PE, foram produzidos cerca de 10 mil jogos e utilizados 50g para fabricação de cada unidade.

Já a Coca-Cola Brasil utiliza o PE na fabri-cação de garrafas PET sustentáveis. Através do projeto PlantBottle a multinacional oferece para seus clientes uma embalagem feita com até 30% de etanol de cana. Mesmo com a presença do plástico sustentável o sabor e a qualidade não foram alteradas. De acordo com levantamen-to da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (ÚNICA), para se produzir um lote de 10 mi-lhões de PlantBottle de dois litros, há uma redu-ção de aproximadamente 550 toneladas de CO2. a redução equivale a absorção da atmosfera em um ano, de mais de 78 mil árvores nativas.

E o PE está presente também no esporte brasileiro. Amantes do futebol podem conferir o mais novo produto fabricado com o plástico sustentável nos assentos da área vip do estádio do Morumbi em São Paulo. Nessa primeira fase de implantação do projeto foram confeccionados 12 assentos no estádio e há previsão da instalação dos assentos sustentáveis em outros estádios bra-sileiros para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Esse mesmo projeto foi realizado também no Amsterdam Arena, na Holanda.

Fernanda Yafusso

Cadeiras instaladas no Morumbi foram fabricadas com plástico verde

Polímero desenvolvido pela Braskem para dar origem ao plástico sustentável

Mathi

as Cr

amer

SUSTENTABILIDADE

Page 13: Revista Cana S.A

13AGOSTO 2012 | CANA S.A. | A energia da informação

Racionalizando aprodução

Barralcool inicia implantação de novo sistema de fertirrigação que une tecnologia e meio ambiente

A vinhaça é conhecida como um líquido marrom escuro rico em potássio, matéria

orgânica, nitrogênio, enxofre, cál-cio e teor de água, sendo aplicada nas lavouras de cana com grande sucesso econômico. A aplicação da vinhaça nas lavouras, bem como a fertirrigação é pratica adotada por praticamente todas as usinas e com resultados positivos na produtividade agrícola.

O Grupo Barralcool está implantando um novo sistema com tecnologia que visa uma fertirrigação com vinhaça e águas residuárias industriais, em uma área a ser cultivada com lavouras canavieiras que totalizará aproxi-madamente 16.000 ha pertencente ao Grupo Barralcool, ou seja, dobrará a área irrigada que deverá compor o sistema produtivo agrí-cola da empresa.

A tecnologia da “fertirrigação de canaviais” está baseada no princípio ambiental inteligente da reciclagem dos nutrientes contidos na vinhaça, que foram extraídos do solo pela própria cultura da cana-de-açúcar. O objetivo do projeto de fertirrigação é raciona-lizar o uso agrícola da totalidade dos resíduos líquidos industriais (vinhaça e águas residuárias) quanto aos aspectos técnicos, econômicos e ambientais.

O sistema de fertirrigação projetado será composto, basica-mente, de tubulação de recalque enterradas, dotadas de derivações, hidrantes, dispositivos controlado-res de pressão e válvulas regulado-

Modelo de projeto de adutora de água e vinhaça que será usado pela BarralcolDivulgação/Irrigaservice

ras de vazão, para a alimentação direta dos ramais móveis de alu-mínio e dos conjuntos de irriga-ção por aspersão – os equipamen-tos auto-propelidos com carretel giratório (rolões). Todo o sistema será pressurizado, evitando-se o emprego de canais construídos em leito natural e o escoamento da vinhaça a céu aberto.

É preciso quantificar e qualifi-car as fontes que geram poluição e tomar medidas de controle, bem como fazer um trabalho de conscientização dos operadores dos sistemas. Desta forma poderá ser tirado pleno proveito dos be-nefícios deste fertilizante natural. As questões elencadas, no entanto podem ser resolvidas desde que observado a origem de cada efluente, sua natureza, toman-do medidas mitigativas para se reduzir a emissão de tais efluentes e a quantidade de efluente que persistir sem exageros deverá ser adequadamente tratado.

Benefícios:

- Substituição parcial da adubação mineral convencional, aproveitando a vinhaça para reali-zar a “reciclagem de nutrientes”, especialmente do potássio;

- Atenuação das deficiências hídricas da cultura canavieira e me-lhor aproveitamento dos nutrien-tes aplicados;

- Aumento médio de 10 a 15 t/ha da produtividade agrícola das socarias de cana-de-açúcar;

- Aumento da longevidade das soqueiras fertirrigadas em 5 cortes a 7 cortes, com grande produtivi-dade;

- Eliminação dos riscos de contaminação de solos e poluição de águas superficiais e subterrâne-as (ênfase no nitrato), através da aplicação de doses agronômicas racionais conforme as necessi-dades hídricas e nutricionais da cultura canavieira.

INOVAÇÃO & TECNOLOGIA

Page 14: Revista Cana S.A

14

INTERNACIONAL

Biocombustíveis colocam o Brasil entre os menores emissores de CO², confirma estudo

Estudo da União Eu-ropeia sobre emissões globais de CO² no uso de combustível fóssil e

produção de cimento, publicado em julho, mostra que o Brasil está muito bem na foto e colhe os frutos do seu exitoso programa de bio-combustível iniciado nos anos 1970 com o Proálcool e diversificado com a implantação do programa brasileiro de biodiesel, há 5 anos.

O relatório europeu foi elabora-do com base em dados de consu-mo de energia de 2009 a 2011. As estimativas são também baseadas nos dados de produção de cimento, cal, amônia e aço, e sobre emissões por países, de 1970 a 2008. A ava-liação exclui emissões derivadas de desflorestamento e queimadas.

Os números brasileiros de emissão absoluta, per capita ou por unidade do PIB, são muito baixos. O Brasil tem uma das matrizes de energia mais limpas do planeta e se destaca no consumo de biocom-bustíveis, com volume próximo ao alcançado pelos 27 países da União Europeia. O Brasil consumiu de biocombustível (etanol e biodiesel), no uso de transporte terrestre, em 2011, 479.400 TJ. A União Euro-

peia consumiu, no mesmo período, 555.120 TJ. Em termos per capita, o Brasil consumiu 2,44 TJ por habitante, mais que o dobro de 1,13 TJ registrada na União Europeia.

A explicação para esse bom resultado é que, desde meados dos anos 2000, temos o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB). Ao longo de cinco anos de mistura compul-sória, a produção nacional de biodiesel cresceu a taxas próximas a 25% a.a., saindo de um total de 1,2 milhão de m³ em 2005 para 2,7 milhões de m³ em 2011. Ainda, segundo dados do Balan-ço Energético Nacional - BEN 2012, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética, atualmente o biodiesel representa cerca de 1% do consumo final de energia no Bra-sil, levando-se em consideração a obrigatoriedade da mistura de 5% de biodiesel a todo o diesel fóssil consumido internamente.

Sinalizando para a continuida-de e expansão do PNPB, tem--se atualmente a perspectiva de elevações graduais dos percentuais dessa mistura até o teor de 10% em 2020, fato este que deverá contri-buir ainda mais para a diminuição

das emissões brasileiras de gases do efeito estufa.

Em relação às emissões de CO² per capita, derivadas de uso de combustível fóssil e produção de cimento, o Brasil ocupa a antepe-núltima posição em uma lista de 25 países. Os primeiros dez países que mais emitem CO² per capita, segundo o estudo da União Euro-peia, são Austrália, EUA, Arábia Saudita, Canadá, Rússia, Coreia do Sul, Taiwan, Alemanha, Países Baixos e Japão.

O Brasil também tem boa clas-sificação - 13º lugar - no ranking de 25 países no que diz respeito a emissões de CO² por país, deriva-das de uso de combustível fóssil e produção de cimento, abaixo de China, EUA, UE (27 membros), Índia, Rússia, Japão, Alemanha, Coreia do Sul, Canadá, Indonésia e Arábia Saudita.

Os cinco principais emissores de CO² no uso de combustível fóssil e produção de cimento são China (29%), EUA (16%), UE (11%), Índia (6%), Rússia (5%) e Japão (4%). As emissões de CO² por parte dos países da OCDE agora respondem por um terço das emissões globais.

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Matriz energética limpa do Brasil

deixa o país com ótimo

desempenho em estudo europeu

Bem na foto

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alternativas

Setor canavieiro discute como conciliar a redução de custos com o melhor veículo para o transporte da produção

O clamor para que haja aumento na produção, passa, impreterivel-mente, por melhores

condições no transporte de cana. Problemas ligados a intensa fis-calização rodoviária faz com que as usinas repensem os meios de transporte e queiram aperfeiçoar este serviço.

Com uma rede rodoviária de cerca de 1,8 milhão de quilôme-tros, as estradas brasileiras são as principais transportadoras de carga e de passageiros no tráfego do país. Contudo, as condições em que se encontram nem sem-pre são favoráveis, fazendo com que empresários busquem novas alternativas. Afinal, é preciso re-duzir custos e melhorar o serviço. Mas como conciliar a redução de custos com o melhor veículo para o transporte de cana?

É o que conta Wilson Agapito, gerente de motomecanização da usina Della Coletta. “A escolha do implemento a ser utilizado deve-se levar em conta principalmente o pós-venda do fornecedor na região de atuação da usina, já que problemas ocorrem em todas as marcas. Estes, geralmente, estão ligados a conceitos de construção, tipo de terreno e conservação onde os mesmos trafegam, limites de velocidades e pesos estipulados pelas usinas. Assim, a disponi-bilidade operacional e custos de manutenção são fatores decisivos na aquisição dos equipamentos”.

Companhias precisam reduzir custos e melhorar o serviço de entrega da produção

Blog do Caminhoneiro

Durante a Agrishow 2012, evento que aconteceu em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, a Rodofort, fabricante de implemen-tos rodoviários, apresentou o Ro-dotrem Canavieiro, que despertou a atenção dos visitantes. Desen-volvido para o transporte de Cana Picada, o produto possui chassis com vigas centrais “I” ou laterais “Z”, com capacidade volumétrica é de aproximadamente 185m³.

“A composição ideal é a que supre a necessidade de entrega de cana na usina e que atenda a legis-lação pertinente. Isso, na maioria das vezes, é impossível de se ter. O que geralmente acontece são ade-quações quanto a composição e quantidade da frota, pois existem regiões onde a AET (Autorização Especial Transporte) permite com-posições de Treminhão (caminhão plataforma + dois reboques), com-posições de Rodotrem (caminhão cavalo + um Semi-Reboque + um Reboque), composições “Romeu

e Julieta” (Caminhão plataforma + um Reboque) e Cavalo Mecâ-nico + um Semi-Reboque”, diz Agapito.

Tendo em vista as exigências dos consumidores, a Teston, que atua no mercado de implemen-tos para transportes, oferece o “Gigante 22.000”, com capaci-dade de 22 toneladas de carga. O produto foi desenvolvido para agilizar o processo da colheita e diminuir os custos dos pro-dutores, quem num momento conturbado como o que vivemos, precisam enxugar as despesas.

Para Voi, as usinas buscam alternativas que se adéquem as exigências da lei e tragam benefícios no quesito financeiro. “Acredito que temos muito a me-lhorar no transporte de cana-de--açúcar. O foco agora é a busca por materiais especiais e projetos otimizados, tendo como objetivo levar mais carga e menos peso “morto”, conclui.

16 AGOSTO 2012 | CANA S.A. | A energia da informação

LOGÍSTICA

Encontrando

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18 AGOSTO 2012 | CANA S.A. | A energia da informação

Expansão noCentro-OesteNo Tocantins, lavouras de cana devem aumentar 18,5% este ano. Em Mato Grosso do Sul, expectativa é que sejam moídas cerca de 38 milhões de toneladas de cana

Mato Grosso do Sul teve um aumento de 2,08% na safra

2012/2013 de cana-de-açúcar em relação à projeção ante-rior, de acordo com as últimas estimativas realizadas pela Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul). Os dados foram apresentados pelo presidente da entidade, Roberto Hollanda Filho, no dia 3 de agosto.

Segundo a Biosul, espera--se moer nesta safra cerca de 38 milhões de toneladas de cana, fato positivo para o setor no estado em relação ao resto do país. Estima-se que dos 648 mil hectares cultivados, Mato Gros-so do Sul produza cerca de 1,9

milhão de toneladas de açúcar e 1,98 milhão de m³ de etanol.

As chuvas entre abril e maio foram muito acima da média histórica do estado, e esse ex-cesso de chuvas acabou atrapa-lhando o setor, porém o estado bateu recorde de produção nas duas primeiras quinzenas de julho. Na primeira quinzena foram produzidos 3 milhões de toneladas de cana. Já na segun-da quinzena a produção é de 3,3 milhões de toneladas.

De acordo com o presiden-te da Biosul, a produção está cada vez mais próxima da safra passada e espera-se que haja um aumento e para ultrapassar o volume registrado a safra ante-rior. Atualmente a produção do estado está 7% menos atrasada

Crescimento das áreas de lavoura

de cana no Tocantins deve

ser constante nos próximos anos

que em relação ao mesmo perío-do de 2012 que era de 48%.

Em Mato Grosso do Sul, são mínimos os riscos de falta de etanol ao consumidor nos pos-tos de combustível. Atualmente o estado possui um estoque de etanol anidro (que tem 20% misturado na gasolina) para abastecer dois meses e meio. Já o etanol hidratado possui uma reserva de 14 meses e meio.

TocantinsA área plantada de cana-

-de-açúcar no Tocantins deve aumentar em 18,5% em 2012, segundo informações levanta-das pela Diretoria de Agroener-gia da Seagro – Secretaria da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário. Atu-almente, as lavouras de cana--de-açúcar no Estado ocupam uma área de 27 mil hectares e a expectativa é que até o fim do ano o plantio ocupe 32 mil hectares.

De acordo com o coorde-nador de Etanol da Seagro, Marcus André Ribeiro, esse crescimento das áreas de lavouras de cana-de-açúcar no Tocantins deve ser constante nos próximos anos. “Temos uma indústria de etanol ins-talada no Estado, a Bunge de Pedro Afonso, que sozinha vai demandar até 2016, o dobro da atual produção. O intuito do Governo é atrair novas indús-trias de etanol para o Estado, o que vai aumentar ainda mais a produção de cana-de--açúcar”, afirmou o coordena-dor de Etanol. Até o final de 2012, devem ser processados 2 milhões de toneladas de cana--de-açúcar no Tocantins.

DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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CANA EM FOCO

Curso No próximo dia 5 de setembro, a UniUDOP realiza a 3ª Aula/Pales-tra do Curso Agrícola de 2012. O tema abordado será a utilização da palha da cana para a produção de bioeletricidade e outros subprodutos, focando nas soluções para o enfarda-mento do campo até a indústria. O curso aconte-ce em Araçatuba-SP.

R$ 90 bilhõesO governo Dilma Rousseff anunciou um pacote de concessões que passará ao setor privado rodovias e ferrovias em obras estima-das em R$ 90 bilhões nos próximos cinco anos. Será a primeira etapa do con-junto de ações encomen-dadas pela presidente para tentar reativar a economia brasileira, que neste ano pode crescer menos de 2%, abaixo dos 2,7% de 2011.

InvestimentosRepresentantes da ETH Bioenergia se reuniram com 200 proprietários de terra da região de Presidente Prudente-SP para apresentar os planos da empresa para a região do Polo São Paulo, que compreende as unidades Alcídia, localizada em Teodoro Sampaio, e Conquista do Pontal, no Mirante do Paranapanema. Durante o encontro, foi anunciado que a empresa pretende plantar 30 mil hectares de cana-de-açúcar nos próximos dois anos.

CeleiroO secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricul-tura, Célio Porto, projeta que nos próximos anos o Brasil deverá ser um dos países em desenvolvimento com as melhores condições de atender à demanda mundial crescente por alimentos. Ele acre-dita que também tem condições de ser enquadrados como celeiros globais outros países do Brics, como Rússia, Índia, China e África do Sul. A expectativa baseia-se no fato de o bloco envolver 43% da população mundial e ocupar 40% das terras do planeta.

RevisãoA Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou para baixo a moagem de cana-de-açúcar no Brasil da safra 2012/13 na comparação com o levantamento feito em abril, mas elevou um pouco a projeção para açúcar. O país deverá processar 596,6 milhões de toneladas da matéria-prima - ante 602,1 milhões previstos há quatro meses - 6,5% acima do processado no ciclo 2011/12. A produção de açúcar alcançará quase 39 milhões de toneladas, segundo a companhia, ante os 38,8 milhões previstos no levan-tamento anterior.

HomenagemA Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) realizou uma sessão solene em comemoração ao Dia do Agricul-tor, no dia 6 de agosto. Na ocasião, produtores agrícolas da região Noroeste Paulista e fornecedores de cana-de--açúcar da usina Guarani tiveram sua atuação profissio-nal reconhecida. O presidente da empresa, Jacyr Costa Filho, ressaltou o peso da cana-de-açúcar na economia paulista. “Cerca de 70% da cana da Guarani é fornecida por produtores agrícolas, por essa razão incentivamos e ajudamos a desenvolver o seu trabalho. Parabéns ao agricultor”, enfatizou

RetomadaAs usinas do Brasil aguardam a definição da participação do etanol na matriz de combustíveis para os próximos dez anos e da política de preços para a retomada dos investimentos na produção do biocombustível. Segundo o presi-dente interino da Unica - União da Indústria de Cana-de-Açúcar, Antonio de Padua Rodrigues, “se não definir essas regras, não vai ter investimentos em etanol”.

OtimismoA GCE Papéis, que produz papel sulfite a partir do bagaço de cana, prevê um salto nas vendas no mer-cado doméstico dos atuais 8% para 25% até o fim de 2013. De 2009 para cá, o crescimento da empresa foi de 200%, resultado atingido basicamente com as vendas ao mercado corporativo. O desafio agora é conquistar o consumidor doméstico.

Energia solarO anúncio de uma fábrica no Bra-sil de purificação de silício, usado na fabricação de placas de energia solar fotovoltaica, pode ocorrer ainda neste ano. Há grupos interes-sados em montar uma unidade de purificação de silício e em projetos integrados --que incluem a purifi-cação de silício e a fabricação de painéis-- ou apenas na fabricação das placas solares.

20 AGOSTO 2012 | CANA S.A. | A energia da informação

Divulg

ação

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SP

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Novas oportunidadesAs vantagens já conhecidas do etanol brasileiro estão ganhando novo impulso diante de cenários internacionais cada vez mais favoráveis. Estados Unidos e União Europeia definiram metas de mistura do etanol na gasolina. A produção ameri-cana está próxima do teto estabelecido para 2022, o que significa que terão de importar quantidades maiores a cada ano. A União Europeia estabeleceu na sua legislação a obrigatoriedade de combustí-veis renováveis até 2020, de tal forma que 10% do consumo do setor de transportes tem que vir de fontes renováveis.

Expansão asseguradaO perfil da matriz energética brasileira não será alterado nos próximos anos com a exploração progressiva de petróleo do pré-sal. Segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, as fontes renováveis respondem por 44% da oferta interna e devem aumentar para 46% em 2020.

Sem negociaçãoO assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, descartou que o Brasil volte a negociar o valor pago pela energia excedente de Itaipu que compra do Paraguai, como deseja o novo governo do país.

CobrançaOs produtores de cana-de-açúcar querem garan-tias do governo sobre o futuro do etanol antes de arriscar novos investimentos. “Reivindicamos uma definição clara da participação do etanol na matriz de combustíveis daqui a 20 anos. Queremos que o investidor tenha uma previsi-bilidade para saber que o investimento man-terá a regra do jogo, independentemente da política interna de preço de gasolina”, afirmou Antonio de Pádua Rodrigues, presidente inte-rino da entidade.

Seca afeta milhoCerca de 65% do território dos EUA, excluindo Alasca e Havaí, sofre uma das mais severas secas da história. Quase 90% das plantações de milho foram afetadas, e as consequências vão da pecuária à energia. O grão é usado como ração para os reba-nhos locais e também na produ-ção do etanol norte-americano. Mas o efeito é global, pois 32% da produção mundial de milho é norte-americana. O preço do grão subiu 33% nos últimos três meses. A colheita de soja nos EUA é a menor em cinco anos, e a de milho, em seis anos.

‘Atropelados’A forma como a União tem conduzido a construção e a elaboração de projetos de usinas hidrelétricas no Pará desagra-da ao governo do Estado que se transformou no principal destino dos empreendimentos energéticos do país. O governa-dor Simão Jatene diz compre-ender o papel do Pará na matriz de geração do país, mas critica a maneira “atropelada” com que os empreendimentos são executados, sem consulta prévia à população e baseados em es-tudos técnicos que, segundo ele, têm sido mal elaborados.

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SUSTENTABILIDADE

Qualidadecomprovada

Indústrias e produtores brasileiros terão de ter certificação verde para exportar açúcar e etanol

O Brasil é o segundo maior produtor e o maior exportador de etanol do mundo.

Pelas estimativas da F.O. Licht, consultoria alemã especializada em açúcar e etanol, a região centro-sul, responsável por mais da metade da produção nacional de cana e por 60% da de etanol, deve moer perto de 500 milhões de toneladas nesta safra 2012/2013. A produção de açúcardeve ser de 32,3 milhões de toneladas e a transformação da cana em etanol deve chegar aos 24 bilhões de litros.

Mas, para atender aos mer-cados cada vez mais exigentes, usinas e produtores brasileiros terão que se adequar às normas adotadas pelos países impor-tadores, principalmente EUA e União Europeia (UE) e que estabelecem regras e critérios quanto à “certificação verde”.

Eles querem, cada vez mais, ter a certeza de estar adquirindo açúcar, etanol e outros derivados da cana deaçúcar produzidos de forma ecologicamente correta.

Essa preocupação levou produtores e indústrias de várias partes do mundo a fundarem, em 2008, a Bonsucro, com o objetivo de reduzir impactos ambientais e sociais na produ-ção deaçúcar, etanol e energia provenientes da cana-de-açúcar. Desde julho de 2011 a certifi-cação Bonsucro foi reconheci-da pela União Europeia, que pretende adotar este selo verde em todos os seus 27 Estados--Membros até 2020.

A certificação Bonsucro garante padronização de quali-dade em todo o processo, o que permite a produtores e indústrias demonstrarem que seus produ-tos foram obtidos de forma sus-tentável, com o uso racional do

solo, da água, de energia elétrica e com baixa emissão de gases, dentro dos padrões de exigência dos mercados internacionais, facilitando a exportação.

Para Flaviana Bim, coorde-nadora da certificadora brasilei-ra IGCert, uma das sete creden-ciadas pela Bonsucro em todo o mundo, “esta certificação verde é um grande passo para o setor decana-de-açúcar e biocombustí-veis no Brasil, porque comprova que produtores e indústria são social e ambientalmente respon-sáveis, que atendem aos mais rigorosos requisitos internacio-nais, agregando maior qualida-de, valor e credibilidade para os nossos produtos. O IGCert já se tornou referência em certifi-cações de sustentabilidade, no Brasil e no Exterior e esta acre-ditação junto à Bonsucro vai nos abrir novas possibilidades junto a produtores e indústrias”.

Bonsucro é uma iniciativa global que desenvolveu um padrão de certificação, voltado a alcançar uma produção sustentável de cana e seus produtos

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INFORME PUBLICITÁRIO

Higienizaré a palavra-chaveProdutores rurais apontam vinhoto em plantações como causa de infestação da mosca-dos-estábulos. Pesquisadores ressaltam que higienização é a melhor saída para controlar a praga

Algumas propriedades rurais em municípios de Mato Grosso do Sul estão enfrentando

um novo surto da mosca-dos--estábulos (Stomoxys calcitrans) nos rebanhos bovinos. O inseto é atraído pelo vinhoto, que é o resíduo da produção do etanol utilizado pelas usinas de bioener-gia na fertirrigação dos canaviais. Em Nova Alvorada do Sul, onde está instalada a unidade Santa Luzia da usina ETH Bioener-gia, pequenos produtores estão preocupados com a infestação e pedem ações mais rápidas para o controle das moscas na região.

O produtor Paulo Carnaval, que trabalha com gado de corte na região, afirma que a queda na rentabilidade chega a 5%, o que segundo ele é um valor muito alto, mas o sofrimento que os animais passam devido ao ataque das moscas é considerado pior.

“É triste ver o gado corren-do de tanta picada da mosca, o emocional da gente é o que mais abala. Porque você cuida dele com carinho e o animal fica correndo sozinho no pasto, é uma imagem triste para gente. Eu trabalho com a engorda do gado e essa mosca suga o sangue do animal deixando ele anêmico. Com a seca nessa época do ano o gado piora, porque fica mais fraco”, explica o produtor.

IncidênciaA mosca-dos-estábulos ataca

preferencialmente bovinos e equinos, e se alimenta do sangue desses animais. A ação gera ane-mia e baixa produção, no caso bovino, além de estresse e até a morte desses animais que, debili-tados, não se alimentam direito.

De acordo com a Série Docu-mentos nº 175 publicado em 2009 pela Embrapa Gado de Corte,

sediada em Campo Grande, o estresse provoca um decréscimo do peso corporal de 15% a 20%, já a produção de leite tem um prejuízo entre 40% a 60%. Além disso, o vinhoto, quando condu-zido por tubulações, não propicia as condições necessárias para o desenvolvimento da mosca. Isso ocorre somente em locais onde o resíduo acumula e decanta depois de aplicado.

Segundo Paulo, os produtores não são contra a presença da usina na região, e reconhecem que a instalação trouxe desen-volvimento para o município. Porém, o mais importante para eles seria um maior controle do descarte de vinhoto no solo. “Se-ria muito bom ter um descarte melhor desse material, de repente descompactar o solo antes de jogar a vinhaça, por exemplo. As máquinas vão passando em cima do solo e ele vai ficando

DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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é a palavra-chave

Suplementação alimentar constituída de forragem picada e grãos moídos, gerando resíduos caídos no chão, cuja fermentação torna o substrato atrativo e favorável para a procriação de moscas

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compactado, e quando o vinhoto é jogado, ele não é absorvido e escorre para locais com desníveis, isso empoça virando um criadou-ro para a mosca” relata Paulo.

O vinhoto é rico em carbono, nitrogênio e potássio, e o uso do resíduo nas plantações visa apro-veitar os nutrientes que vêm da própria cana processada, irrigan-do o solo e reduzindo a necessi-dade de componentes químicos adicionais ou água.

Ação conjuntaEm julho, o Sindicato Rural

de Nova Alvorada do Sul reuniu--se com representantes da uni-dade Santa Luzia, da ETH, para discutirem ações de combate à praga. A presidente da entidade, Telma de Araújo, conta que des-de o ano passado esses problemas começaram a afetar os pequenos produtores da região.

“Nós conversamos com os representantes da usina e nos disseram que o problema seria resolvido mas nos preocupamos com a situação porque a incidên-cia maior desses casos na região geralmente é no segundo semes-tre do ano, pois o calor aliado com a rica quantidade de alimen-tos para as moscas faz surgir esse surto. Quem sofre são os peque-nos produtores que dependem dessa produção para manterem suas propriedades” explica.

O presidente do Sindicato Rural de Angélica, Antônio Ge-suatto, explica que a usina está instalada em uma região de gran-des produtores rurais, e há três anos passam por esse problema, porém conseguiram controlar graças a ação em conjunto entre usina e produtor rural. “Quando um produtor rural nos traz a

Rico em potássio, vinhoto é empregado na fertirrigação de canaviais

reclamação, nós informamos a usina e vamos até a propriedade onde está com o foco. Geralmen-te os ataques ocorrem na época em que se descarta o vinhoto. Acabar com essas moscas, acredi-to que não acaba, mas consegui-mos controlar”, afirma.

Noções básicasCom o objetivo de orientar os

produtores rurais sobre o controle da praga, a Embrapa Gado de Corte teve o apoio da Associação dos Produtores de Bionergia de Mato Grosso do Sul (Biosul) e da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do

Sul (Famasul) na divulgação de um folder de orientação para o controle da mosca-dos-estábulos. O pesquisador dr. Wilson Koller explica que a divulgação das noções básicas teve resultados positivos para os produtores rurais de Angélica. “Percebemos que a quantidade de moscas que apareceram nessas propriedades foi bem menor e o tempo de permanência delas também foi reduzido. Isso aconteceu princi-palmente devido à higienização dos locais. E o mais importante é a realização de uma ação conjun-ta, tanto das usinas quanto dos produtores”, explica.

Saiba mais: Série Documentos nº 175http://www.cnpgc.embra-pa.br/publicacoes/doc/doc_pdf/DOC175.pdf

Divulgação/Irriga Service

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Plásticode cana

INFORME PUBLICITÁRIO

Cientistas querem associar fabricação de bioplásticos à cadeia de produção do etanol

Com a expressiva produção brasileira de etanol, torna-se cada vez mais importante

desenvolver novas alternativas de utilização para os subprodutos e resíduos da cana-de-açúcar. Uma das possibilidades consiste em associar à cadeia produtiva do etanol a fabricação de polihidro-xialcanoato (PHA), um plástico biodegradável que pode ser produzido por bactérias a partir do bagaço da planta.

Esse foi um dos temas discu-tidos no do workshop “Produção Sustentável de Biopolímeros e Outros Produtos de Base Bioló-gica” (Sustainable Production of Biopolymers and Other Biobased Products), realizado na sede da FAPESP, em julho passado. O workshop fez parte das ativida-des do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIO-EN) e tem apoio do Programa Ibero-Americano de Ciência e Tecnologia para o Desenvol-vimento (CYTED), iniciativa intergovernamental de coopera-

ção entre 19 países da América Latina, Espanha e Portugal e do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP).

De acordo com a organizado-ra do evento, Luiziana Ferreira da Silva, professora do ICB-USP, o Brasil acumula 20 anos de pes-quisas sobre o PHA, com bons resultados e uma série de paten-tes. Uma tecnologia desenvolvida pelo ICB-USP, pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e pela antiga Cooperativa dos Produtores de Cana, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo (Copersucar) já foi transferida para uma empresa em São Paulo.

Segundo Silva, o PHA é um material sintetizado por certas bactérias a partir de material orgânico. Uma vez extraído das bactérias, gera um polímero que pode ser moldado da mesma forma que os plásticos de origem petroquímica, com a vantagem de ser biodegradável.

“Isso permite que se obtenha material com propriedades plásti-

cas ou elastoméricas usando uma bactéria e um material renovável pela agricultura, como a cana--de-açúcar, a soja, ou resíduos. Por ser um plástico biodegradável feito a partir de matéria-prima renovável, o produto adquire interesse ambiental na totalidade de sua produção e aplicação”, disse Silva.

Além de serem materiais bio-degradáveis, os bioplásticos PHA podem também ser biocompa-tíveis, isto é, podem ser aplica-dos sem rejeição no organismo de pessoas e animais. “É uma alternativa interessante para os plásticos de origem petroquími-ca. Para ter uma ideia da gama de aplicações, basta olhar à nossa volta e contar o número de ob-jetos de plástico que nos cerca”, disse Silva.

O PHA pode ser utilizado para fabricação de filmes plásti-cos biodegradáveis, por exemplo. “Um grande volume de absor-ventes e fraldas são revestidos por filmes plásticos. O descarte desses materiais é um problema

Além de serem materiais biodegradáveis, os bioplásticos PHA podem também ser aplicados sem rejeição no organismo de pessoas e animais

Divulgação/Biocycle

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Plásticode cana

INOVAÇÃO & TECNOLOGIA

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ambiental grave. Se tivermos um polímero biodegradável que possa substituir o filme utilizado neles, estaremos contribuindo para manter a qualidade do meio ambiente”, explicou Silva.

Outro exemplo de aplicação é a fabricação de microcápsulas biocompatíveis contendo me-dicamentos, ou hormônios, ou a produção de implantes para liberação controlada de fárma-cos. “Os PHA podem ser usados também para fazer pinos orto-pédicos que são degradados pelo nosso organismo e não precisam ser retirados depois da recupera-ção da lesão”, afirmou.

Embora o BIOEN tenha foco em biocombustíveis, os estudos sobre PHA e outros biopolímeros e produtos de base biológica se encaixam na vertente do progra-ma voltada para “Biorrefinarias e Alcoolquímica”.

“O bagaço da cana-de açúcar pode ser usado para produzir energia a partir da combustão, ou para produzir o chamado etanol celulósico. Mas esse etanol não é produzido pela mesma levedura que produz o etanol de primeira geração”, disse Silva.

Quando o bagaço é “quebra-

do”, há uma mistura de açúcares. A levedura que usa a glicose para fazer etanol não usa a xilose. Ainda que o bagaço seja quebra-do e inserido na fermentação, para que a levedura produza o etanol ela utilizará só a glicose, mas não a xilose.

“No BIOEN, vários pesquisa-dores estudam como fazer para que a levedura que produz etanol utilize também a xilose, apro-veitando o bagaço. No entanto, outros produtos de base biológica podem ser produzidos a partir da xilose”, disse Silva.

Com a produção de PHA, os cientistas querem oferecer uma alternativa para o uso do bagaço. “Se ninguém conseguir que a le-vedura use a xilose para fazer eta-nol, teremos alternativas, como fazer bioplásticos. Nossa ideia é que seria possível implantar biorrefinarias, que seriam usinas de álcool associadas a pequenas empresas que produzam bioplás-tico, ou outro produto que use a xilose”, destacou.

Interação com empresasDe acordo com a professora

do ICB-USP, da perspectiva da pesquisa científica, para chegar

nesse estágio, será preciso con-tinuar estudando, por exemplo, a modificação de bactérias para que elas produzam diferentes tipos de bioplásticos. Mas, além do ponto de vista estritamente científico, para que se chegue a um processo sustentável será preciso agregar profissionais de outras áreas e aprofundar a inte-ração com o setor industrial.

“Um dos gargalos consiste em controlar a composição dos bioplásticos. Mas não podemos trabalhar apenas na bancada do laboratório, sem contato com o setor produtivo. Trouxemos em-presas para o workshop, para que os processos sejam aplicáveis em larga escala, temos que interagir com elas e levantar problemas como a questão de biosseguran-ça, das propriedades do plástico e da sustentabilidade”, disse Silva.

“Precisamos nos associar às empresas para entender quais são suas demandas e trabalhar em conjunto. Não é da nossa compe-tência fazer análise econômica, ampliação de escala, análise do mercado, por exemplo”, disse.

Ao mesmo tempo que buscam ampliar a interação com as empresas, os cientistas procuram usar todas as ferramentas dis-poníveis para desenvolver bons microrganismos produtores de polímeros. Segundo Silva, os es-tudos incluem o silamento de no-vos microrganismos, a produção de novos mutantes, a realização de metagenômica, de engenharia metabólica e de engenharia sin-tética, por exemplo. “Temos que testar tudo o que for possível para termos diferentes polímeros, com diferentes composições, resultan-do em diferentes propriedades, que possibilitam amplas aplica-ções”, afirmou.

Bioplástico pode ser até 30% mais leve e 4 vezes mais forte

que o plástico comum

Divulgação/BASF

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LEGISLAÇÃO

29AGOSTO 2012 | CANA S.A. | A energia da informação

Setor canavieiro protesta contra Ibama, que proibiu aplicações aéreas dos

inseticidas Neocotinóides

O Instituto Brasileiro do Meio Ambien-te e dos Recursos Naturais Renováveis

(Ibama) proibiu a aplicação por aviões de agrotóxicos à base de quatro ingredientes que, se-gundo estudos científicos, são prejudiciais para insetos poli-nizadores, em especial para as abelhas.

A proibição é temporária e vale desde o último dia 19 de julho, com a publicação de norma no Diário Oficial da União. Os ingredientes proibidos (Imidacloprido, Tiametoxam, Clotianidina e Fipronil) também compõem agrotóxicos emprega-dos nos tratos culturais da cana--de-açúcar.

“Eles combatem pragas surgidas nos canaviais produzi-dos para o corte mecanizado”, diz o engenheiro agrônomo Dib Nunes Júnior. A mecanização, emenda, abrange mais de 70% dos canaviais da região.

A suspensão de uma hora para outra, segundo ele, trará

enormes prejuízos para a cana e para outras culturas que usam os ingredientes, como a laranja e a soja.

Para tentar reverter a deter-minação do Ibama, participantes do 8º Seminário Nacional sobre Controle de Pragas da Cana (Insect Show), que aconteceu em Ribeirão Preto, endossaram um documento a ser enviado para o presidente do Instituto, Volney Zanardi. “Esta proibição vem em momento inoportuno, prejudicando ainda mais a já combalida atividadecanavieira”, diz trecho do documento.

Segundo o engenheiro Dib Nunes Júnior, mesmo temporá-ria a proibição dos ingredientes em pulverização aérea afetará os canaviais. “Os inseticidas são usados contra pragas que atacam a planta e não é possível fazer o serviço com tratores”, afirma. “O país tem canaviais em 9,5 milhões de hectares. “Se 30% forem infectados, e não houver tratamento, perderemos até 10% da cana”.

Leia um trecho da carta:Temos grande preocupação com

o meio ambiente e com a preserva-ção da biodiversidade, pois a agri-cultura depende da natureza. Por essa razão, seguimos à risca toda a legislação ambiental e acompanha-mos todas as avaliações e recomen-dações dos insumos utilizados na produção de cana de açúcar.

Sabemos que alguns dos ingre-dientes ativos agora suspensos para aplicação aérea já estavam na lista de reavaliação do governo federal desde 2009. E agora, sem nenhuma discussão prévia, nem avaliação de alternativas, o IBAMA privou os agricultores de importantes ferra-mentas para o manejo de pragas, o que trará grandes prejuízos para a agricultura brasileira. (...)

Sem o uso destes produtos a produção canavieira estará com-prometida nos próximos anos dada a escalada das infestações destas pragas. Defendemos a reavaliação dos ingredientes ativos, com estudos profundos e adequados, que tragam conclusões que protejam os agriculto-res e o meio ambiente.

Cartaaberta

Page 30: Revista Cana S.A

www.biosulms.com.br

e a comunicação tem um papel fundamental, pois contempla a produção de conhecimento

nas questões ambientais, educando as gerações futuras e

promovendo o desenvolvimento sustentável.

O setor sucroenergético faz do Brasil referência mundial em energias renováveis,

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OPINIÃO

Alimentos e energias sustentáveisPor Antonio M. Buainain*

Mais uma vez o Congresso da Associação Brasileira do Agronegócio promoveu deba-te sobre temas estratégicos para a economia brasileira: o papel e a oportunidade de o

Brasil assumir a liderança nos campos da oferta de alimen-tos e energia renovável de forma sustentada e crescente neste século.

As oportunidades são claras e conhecidas. Segundo a OCDE e a FAO a oferta mundial de alimentos precisa cres-cer 20% até 2020, e o Brasil é um dos poucos países com potencial básico para responder a este desafio. O futuro da energia renovável já não depende da disponibilidade da energia fóssil nem das oscilações dos preços do petróleo, mas das crescentes pressões da sociedade por energias lim-pas que mitiguem a bomba do aquecimento global. Isso sig-nifica que, “com ou sem crise de petróleo, é fundamental ter uma participação maior das fontes renováveis no mix ener-gético global. O Brasil saiu na frente com o biocombustível proveniente da cana-de-açúcar e a exploração dos recursos hidrelétricos e não pode perder as enormes vantagens que esse pioneirismo oferece”. As oportunidades são ímpares e aqui se poderia aplicar, com propriedade, o já famoso bor-dão do “nunca antes neste país”. Mas aproveitá-las e trans-formá-las em motores de desenvolvimento sustentável exige mais que bordões e boas intenções. Para os conferencistas “a receita é conhecida, mas precisa ser colocada em prática”; chamaram a atenção para algo óbvio, mas que não é com-preendido entre nós: produzir e colocar alimentos e energia renovável no mercado é um negócio complexo e arriscado, que requer investimentos vultosos, contínuos e sustentáveis em infraestrutura, inovação tecnológica, recursos humanos, gestão e instituições. Estas exigências perpassam todos os setores da economia e envolvem produtores, agroindústrias, prestadores de serviços e setor público, e por isso mesmo têm potencial para beneficiar o conjunto da sociedade.

O agronegócio brasileiro atingiu um estágio no qual já não é possível continuar crescendo sem coordenação entre

os principais participantes das cadeias produtivas, incluindo o setor público. Os investimentos dos produtores dependem das condições, regras (instituições) e políticas definidas em grande medida pelo Estado. Nos últimos dez anos tivemos vários exemplos de impasses institucionais que atrasaram o desenvolvimento do setor, do veto velado à biotecnologia transgênica à reforma do código florestal, que tiveram como pano de fundo certa incompreensão sobre o papel positivo do agronegócio para a sociedade brasileira e uma forte ide-ologização dos debates, às vezes alimentados por setores do próprio governo. Não se trata, naturalmente, de suprimir as diferentes visões do mundo que animam as controvérsias, sem o que não haveria democracia de fato, mas, sim, de buscar convergências, dentro do paradigma do desenvol-vimento sustentável e da emergente economia verde, para criar condições para reforçar o papel desenvolvimentista do agronegócio brasileiro. Nesse sentido, os debates de ontem contribuem para superar as polarizações, inúteis e parali-santes, e apontar rumos para o setor.

De duas coisas não se duvida: do potencial brasileiro para produzir, de forma sustentável, alimentos de qualidade e seguros e energias renováveis e limpas e de que realizar esse potencial transcende o agronegócio stricto senso e en-volve toda a sociedade, nos esforços e nos benefícios.

Antonio M. Buainain é professor do

instituto de economia da Universidade

Estadual de Campinas-SP

(Unicamp)

31AGOSTO 2012 | CANA S.A. | A energia da informação

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32 AGOSTO 2012 | CANA S.A. | A energia da informação

Pequenos produtores do Nordeste temem entregar a produção e receber calote das indústrias

Apoio aospequenos

Ministério da Agricultura deve criar até setembro projetos de cooperativas para o Nordeste

Para auxiliar os produ-tores independentes da cana-de-açúcar na Região Nordeste que

enfrentam dificuldades, o Minis-tério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento criou uma Comis-são do Grupo de Trabalho (GT) composta por cinco membros que devem analisar o setor. O objetivo é fortalecer e organizar os fornece-dores em cooperativas.

O secretário de Produção e Agronegócio do Ministério da Agricultura, José Gerardo Fontel-les, informou na última reunião realizada no dia 2 de agosto, que o Grupo de Trabalho começou estu-dar um novo plano para desenvol-ver um sistema de cooperativas que se adapte as necessidades dos produtores.

“Primeiramente, nós que-remos definir quantos desses produtores querem se filiar à coo-perativa. Feito esta etapa, vamos conhecer quais as são demandas de cada um deles para podermos organizar o crédito para a produ-ção da matéria-prima”, explica o secretário.

Ainda de acordo com Fonte-les, o sistema que será implantado na região será em parceria com o Banco do Brasil e do Banco do Nordeste, que atuaram como agentes financiadores para os pro-dutores independentes da cana.

“Nós já nos reunimos no mês de julho com os representantes dos bancos em Recife (PE), para

vermos qual seria a melhor forma de viabilizarmos este projeto. Mas antes de tudo, precisamos desenvolver um modelo de coope-rativas. O que deve ser instalado nesta região será um modelo mais complexo, mas que deverá atender a todos”, revela Fontelles.

O setor passa por dificuldades, depois que indústrias tiveram que fechar as portas devido a uma cri-se e as que permaneceram ativas enfrentam problemas, pois estão com dificuldades para pagar o fornecimento de matéria-prima.

“O que aconteceu, por exem-plo, no estado de Pernambuco foi à má gestão da administração de algumas dessas indústrias que não conseguiram gerenciar os seus

gastos”, comenta o presidente da Comissão Nacional de Cana--de-Açúcar da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), Gerson Carneiro Leão.

De acordo com Gerson, os produtores da região temem em entregar a produção e receber um calote destas indústrias. “A pre-ocupação é grande, por isso, que já estamos na terceira reunião. Esta última realizada em Brasília foi para dar uma acelerada no andamento deste projeto”, diz o presidente do CNA do Nordeste.

Para o secretário do Minis-tério da Agricultura, o projeto deve passar por três a quatro fases até que fique pronto. “Como este modelo é complexo, acredito que

Interu

ral.co

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DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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33AGOSTO 2012 | CANA S.A. | A energia da informação

até o fim do mês de setembro deva estar pronto e colocando em pratica este projeto de ação”.

A comissão foi criada no final do mês de junho para ajudar os pequenos e médios produtores da cana. “Depois que tivermos con-cluído este processo para a criação e desenvolvimento destas coope-rativas, este modelo poderá ser estendido para as demais regiões do país”, revela Fontelles.

Centro-OesteAo contrário do que acontece

na região Nordeste, Mato Grosso do Sul também vive um momen-to de dificuldade, há falta de matéria-prima, conforme informa a secretária Estadual de Desen-volvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo de Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina Corrêa. “A produção das usinas está limitada devido à falta de cana”, comenta.

Segundo ela, o Governo do Estado está desenvolvendo proje-tos que estimulem o produtor in-dependente a plantar cana. “Nós estamos com projetos voltados para este pequeno agricultor para que plante a cultura em terras de-gradada. Queremos incentivar o agricultor para que faça o plantio e não arrende as terras, onde uma vez é sabido que esta prática não é a melhor opção”, revela.

Um dos fatos apresentado pela presidente do Comitê do Meio--Ambiente da Ordem dos Ad-vogados de Mato Grosso do Sul (OAB/MS), doutora Helena Clara Caaplan é devido à ociosidade do produtor rural. “Quando o produ-tor arrenda a terra, ele fica com o tempo ocioso, pois não há o que se fazer na sua terra. Com isso,

pesquisas apontam para o alto ín-dice de alcoolismo nas onde áreas onde acontece esta prática, sendo caso de saúde pública”, revela.

Conforme a secretária Tereza Cristina, “com o produtor plan-tando em sua terra ele pode conse-guir uma rentabilidade maior, do que se ele estivesse arrendo a sua terra”, diz.

Segundo o secretário Fontel-les, o Governo Federal trabalha em forma de parcerias para o desenvolvimento da alta produti-vidade para o Cerrado Brasileiro e o Governo já investe em pesqui-

sas para aumentar a cultura no Centro-Oeste.

“As pesquisas são voltadas para plantio, por exemplo, a mesma cana que é plantada no interior de São Paulo, onde a terra é roxa, não pode ser a mesma que é plantada no Cerrado, onde o solo é de outra forma. Então, o go-verno trabalha neste sentido para realizar um estudo para sabermos qual é a melhor forma para fazer o plantio a ampliarmos a cultura no Centro-Oeste”, finaliza Fontelles.

Rodson Willyams

Secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, José Gerardo Fontelles

Cana é alternativa de renda para pequenos produtores rurais do Nordeste

ABAG

Marcello Casal Jr./ABr

Page 34: Revista Cana S.A

ENTREVISTA

34 AGOSTO 2012 | CANA S.A. | A energia da informação

NEIRE COLMAN, SECRETáRIA MuNICIPAL DE DESENvOLvIMENTO SuSTENTávEL DE DOuRADOS

Prioridade às indústriasPrefeitura de Dourados oferece incentivos fiscais para trazer novas empresas para o Polo Industrial

Nesta Edição da Revista Cana S.A., entrevistamos aSecretária Municipal de Desenvolvimento Sustentável de Dourados, Neire Colman, que nos falou sobre as novidades do 6º Canasul e sobre as expectativas de negócios com a 2ª Feira do Agrometal, onde segundo ela, o objetivo é superar os R$ 12 milhões de negócios fechados em 2011. Neire ainda comentou sobre os resultados positivos do projeto que pretende transformar a cidade de Dourados, no mais novo Polo Industrial para o Setor Sucroenergético do estado.

Cana SA - Como está o processo de desenvol-vimento, para transformara cidade de Dourados em um polo de serviços voltado para o setor sucroenergético em Mato Grosso do Sul?

Neire Colman - Esse projeto tem várias ações voltadas para esta transformação, entre elas estão juntos oCanasul e a Feira do Agrometal, outra ação é da qualificação das indústrias dosetor me-tal-mecânico, para que elas possam fornecer para as usinas serviços, insumos, peças e matéria-prima. Esse trabalho estasendo feito junto com o Senai que é parceiro neste projeto, onde está qualificando essas empresas pra isso.Nós também temos uma ação continuada para a captação de novas empre-sas para o setor sucroenergético, principalmente no setor de serviços, como por exemplo, a tornearia. Então nósprocuramos fazer a capacitação dessa parte de serviços. As universidades também partici-pam onde estão trabalhando em prol de um labora-

tório, onde irão desenvolver processos de estudo da indústria, sobre o plantio de culturas, coma parte de plantas e de outras opções de plantio. Então, as universidades junto com a Embrapa estão fazendo essas pesquisas. Então são varias ações que aconte-cem ao mesmo tempo dentro do projeto.

Cana SA – Desde que o projeto iniciou quan-tas empresas já se instalaram no polo industrial?

Neire Colman- Em Dourados, através das leis de incentivos que nós proporcionamos, já obtive-mos sete novas empresas que estão funcionando aqui no polo industrial, todas voltadas para o setor de serviços, nós estamos com um resultado bom nesta parte de captação de empresas.

Cana SA – A secretária Estadual de Produção, Tereza Cristina Corrêa, falou sobre a dificuldade que as usinas do estado enfrentam para encontrar a cana. Como está a situação em Dourados?

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Neire Colman - Na verdade essa situação é nacional, não é exclusividade só do Estado, dentro do nosso projeto, nó temos uma ação onde procuramos inserir novos produtores rurais para a produção da cana-de-açúcar. Então o proje-to funciona da seguinte maneira, nós pegamos aquele produtor que tem uma terra, onde a área está degradada e que ele não está utilizando nem pra pastagem para o gado ou para o plantio da soja, nós levamos para esse produtor informações de que a cana é um negócio rentável através de palestras, workshops e reuniões, com isso ele pode expandir sua área para o plantioda cana-de-açú-car. Desta forma nós conseguimos aumentar a área plantada de cana no município e consequen-temente para o Estado. Mas mesmo assim com essa crise, Mato Grosso do Sul é um Estado onde a produção está crescendo, os números divulga-dos sobre a safra da cana são muito expressivos. Então mesmo que o setor tenha essa crise, Mato

Grosso do Sul sai na frentedos demais estados do país. O Estado em breve será o maior produtor neste setor.

Cana SA –Com está a situação do ICMS e a relação com o governador André Puccinelli?

Neire Colman - Existem negociações especí-ficas aonde nós temos os incentivos, então para essas grandes indústrias do setor sucroenergético, o governador se colocou a disposição de analisar um por um dos pedidos, ele fez isso já com duas empre-sas. Então ele esta aberto para fazer essas análises e conceder esse diferencial, ele não se mostra fechado não. O que nós tentamos colocar em Dourados é a questão da redução do Imposto Sobre Serviço (ISS) para aquelas empresas que prestam serviços para as usinas. Então,nós oferecemos esse incentivo na parte de serviços para aquelas empresas que quei-ram se instalar aqui em Dourados e que tenham serviços. Nós já temos uma Lei de Incentivos pra essa empresa, para que elas arrecadem menos o ISS. Atualmente o que é praticado no Estado é de 7% e aqui em Dourados, o máximo que é praticado é 2%. No site da Prefeitura Municipal de Dourados tem a Lei do Incentivo para quem quiser conferi-la.

Cana SA –Como está o setor sucroenergético em Dourados?

Neire Colman - O nosso foco agora é o Polo de Serviço, então estamos fazendo todas as ações para que possamos ser realmente reconhecidos, com este polo aqui em Dourados. Queremos expandir o setor agrícola, através do número de produtores, aumentar o número de áreas que irão beneficiar o setor e fazer a qualificação das indústrias para prestarem serviços para as usinas do município. Simultaneamente temos a parceria das usinas que já se comprometeram em analisar os estudos des-sas empresas para poder comprar os produtos aqui. Então é uma série de fatores que estão envolvidos aqui e que nós estamos fazendo com bastante afinco para desenvolvê-las. Tenho visto resulta-dos positivos e este setor é um setor muito forte e expressivo na economia. Nós já deixamos de ser o 5º ligar na geração de empregos e fomos para o 3º lugar na categoria de geração de empregos, então esse é dado bastante relevante e demonstra que estamos no caminho certo do nosso projeto.

35AGOSTO 2012 | CANA S.A. | A energia da informação

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ECONOMIA & MERCADO

AGOSTO 2012 | CANA S.A. | A energia da informação

ENTREVISTACana SA - Como estão os preparativos para o

6º Canasul que acontece em outubro?Neire Colman - Já está quase tudo pronto,

para este ano nós dividimos o Canasul em duas partes, na primeira haverá o congresso onde irão acontecer palestrascom técnicos de nível nacional abordando temas de interesse nacionais, como por exemplo, como está o cenário nacional do setor sucroenergético no país? Como está o cenário em nível mundial, quais as tendências do biocombus-tível e como está isso? Quais os impactos da crise do etanol e quais os reflexopara Mato Grosso do Sul? E aí teremos as palestras técnicas que serão várias contendo diversos assuntos.

Cana SA - E como ficará a programação?No dia 23 vai acontecer o congresso com

palestrantes renomados a nível nacional, no dia 24 teremos as oficinas temáticas onde iremos abordar diversos assuntos, como por exemplo, sobre o setor agrícola na questão de pragas, onde irão acontecer essas oficias juntos com os técnicos agrícolaspara cada seguimento.

Cana SA - Quais são as expectativas de negó-cio para a 2ª Feira do Agrometal?

Neire Colman - A nossa expectativa é superar com a Feira do Agrometal que acontece dentro do Canasul, o montante de negócios fechados em relação ao ano anterior. Na feira nós teremos-diversos fornecedores como de matéria-prima, insumos, peças ede serviços para usinas. Ao todo serão 33 stands montadosna feira, 10 para as áreas externas eespecíficas como para a área agrícola.

Cana SA - E quais serão as projeções para o fechamento de negócios no Agrometal?

Neire Colman - Nosso objetivo é fazermos o mesmo que realizamosno ano passado, só que para mais, de forma melhor e mais aprimorada. Em 2011 foram comercializados R$ 12 milhões e para esse ano queremos ir além deste montante. Na feira teremos mais de 30 empresas participan-do, além das usinas. Um número bem superior do que no ano passado onde tivemos a participação de 20 empresas. O público deverá aumentar, no passado nos tivemos 3 mil pessoas, para esse ano esperamos um público de mais de 5 mil pessoas.

Rodson Willyams

Page 37: Revista Cana S.A

Caminho doprogresso

Mato Grosso do Sul possui 8 milhões de

hectares em terras degradas, que podem

ajudar a elevar a produção de álcool e

açúcar até 2020

CAPA

Mato Grosso do Sul será a nova fronteira para o setor bioenergéti-

co do país. Com uma previsão de crescimento em 300% na produção da cana-de-açúcar o estado mantêm fortes investi-mentos no setor logístico.

Com números vertiginosos e surpreendentes no setor, o Estado de Mato Grosso do Sul, que possui uma população com mais de 2,5 milhões de habitan-tes e que detém um território de 357.124,96 km², se tornou a nova fronteira para o desen-volvimento do setor sucroener-gético do país. Com condições climáticas favoráveis e oito milhões de hectares de áreas degradadas, disponíveis para o

cultivo da cana-de-açúcar que ainda não foram exploradas, faz com que os indicadores eco-nômicos sejam positivos para o setor.

Getúlio Vargas promoveu no início do século 20, durante o período do Estado Novo, a Marcha para o Oeste, onde o objetivo era estimular o desen-volvimento da Região Centro--Oeste e transformá-la em um celeiro para abastecer o Sudeste do Brasil. O projeto deu tão certo que a região se tornou autossustentável. Um século depois, uma nova fase se

instalou no Oeste, desta vez com a Bionergia e o estado de Mato Grosso do Sul se tornou uma nova e promissora fonte de prosperidade e riqueza para o setor Sucroenergético do país.

De acordo com o presidente da Asso-cia-

37AGOSTO 2012 | CANA S.A. | A energia da informação

Page 38: Revista Cana S.A

CAPA

ção dos Produtores de Bioe-nergia de Mato Grosso do Sul (Biosul), Roberto Hollanda Filho, o Estado é um dos que mais cresce no Brasil. “O setor sucroenergético de Mato Gros-so do Sul ocupa atualmente cerca de 650 mil hectares de cana. Estudos indicam que só em terras de pastagens suba-proveitadas existem 8 milhões de hectares, ou seja, há es-paço suficiente para que não só a cana seja cultivada, mas como outras culturas”, explica Hollanda.

De acordo com dados do Governo do Estado, a nova potência demorou 28 anos para chegar à produção de 10 mi-lhões de toneladas de cana-de--açúcar, onde hoje a produção por safra produz muito além deste número. Em seis anos, o

crescimento chegou a 300 por cento por safra, um investimen-to de longo prazo, mas que foi decisivo e a transformou na mais nova menina dos olhos dos empresários do setor e do governo. “O Estado é dos que mais cresce neste setor, mesmo com a interferência do clima que afetou a safra anterior, o crescimento se mantém elevado chegando a 300% por safra”, diz Hollanda.

Esta boa fase não se destaca apenas no setor sucroenergéti-co. Recentemente uma pesquisa realizada pela Unidade de In-teligência da Economist (UIE), divulgada pela Revista Veja, classificou Mato Grosso do Sul na 9ª posição entre os melhores estados para se investir no país. E coloca o Estado em segundo lugar no ranking de investimen-

tos economicamente viáveis na região Cento-Oeste.

Mesmo Mato Grosso do Sul ficando duas posições abaixo de Goiás, não significa que o estado esteja à frente de MS, pois no setor sucroenergético esta nova fronteira tem um amplo espaço para o crescimen-to que ainda não foi totalmente explorado.

Segundo dados da Compa-nhia Nacional de Abastecimen-to (Conab), Mato Grosso do Sul e Goiás são responsáveis pela produção de 82 milhões de toneladas da cana-de-açúcar na safra 2011/2012, onde o total produzido no país chegou a 571 milhões de toneladas da cultu-ra. As projeções do setor para a safra de 2012/2013 feita pela Biosul são animadoras, as esti-mativas apontam para um gran-

38 AGOSTO 2012 | CANA S.A. | A energia da informação

Page 39: Revista Cana S.A

“ “

de crescimento, mesmo com às chuvas que atingiram o Estado, houve aumento da produção e que devem bater o recorde em relação à safra anterior. E a perspectiva de crescimento não para por aí, um grande desafio está com data marcada para ser alcançado. Em 2020, exatos seis anos, as estimativas apontam que a produção deverá abaste-cer cerca de 50% dos automó-veis f lex do país de etanol, onde atualmente o mercado atingido é de apenas 36% da produção.

Grande parte dos recursos serão produzidos em Mato Grosso do Sul, mesmo com o setor se reestru-turando devida a crise econômi-ca e pelas condi-ções climáticas que atingiram o setor nos anos anteriores, a nova Marcha para o Oeste deverá trazer inves-timentos que irão gerar mais empregos e desenvolvimento, proporcionando mais qualidade de vida para que os cidadãos possam conquistar um futuro melhor.

ProduçãoAtualmente o Estado é o 5°

maior na produção de cana--de-açúcar e o 4° na produção de etanol, com 93% da mão--de-obra mecanizada, Mato Grosso do Sul deu um grande salto no plantio da cana. Com 24 usinas em operação, quatro em fase de implantação e 12 em fase inicial de projeto, o setor movimenta uma grande quantia na economia e segundo a secre-

tária Estadual de Produção do Estado, Tereza Cristina Corrêa, o setor passou por dificuldades há dois anos e ainda está em processo de recuperação devido à crise. “Depois da crise veio a seca e prejudicou não só o setor, mas como as demais produções da agricultura e no ano seguinte o excesso de chuva. Pelo que sabemos algumas empresas chegaram ter prejuízos devido a todas essas oscilações. Além disso as informações que nos chegam é que as usinas estão precisando de matéria-prima, falta cana para moer. O Gover-

no do Estado está com projetos vol-tados para os fornecedores, queremos que os produtores independentes produzam a

cana em terras degradadas, já que para a agricultura ela não tem mais utilidade e também pedimos para os produtores que não arrendam suas terras, já que estudos demostram que esta prática não funciona e com as próprias produções eles podem ter mais lucratividade”, explica.

Para o economista, Lucas Rassi, na última década a pro-dução de cana no Estado quase sextuplicou, com uma área colhida quadruplicada. Atual-mente o estado é quinto maior produtor com uma participação de 5% do mercado, mas com grandes perspectivas de cres-cimento e atualmentesendo a nova fronteira agrícola para o expansão do setor.

Mato Grosso do Sul tem potencial de expansão, é grande para o setor e para a escoação da produção, e já são elabora-dos projetos de infraestrutura para melhorar o setor, como a pavimentação de rodovias, construção de ferrovias, aeroportos e a instalação de hidrovias como a Hidrovia do Paraguai e a Hidrovia do Tietê--Paraná.

Infraestrutura A nova fronteira do setor

sucroenergético fica mil qui-lômetros de distância dos principais centros consumido-res e dos portos de exportações do país, uma barreira onde o frete é decisivo, mas que para

39AGOSTO 2012 | CANA S.A. | A energia da informação

Roberto Hollanda Filho, presidente da Biosul

-- Roberto Hollanda Filho

Existe espaço suficiente para que não só a cana, mas como outras culturas

sejam produzidas no estado

Fernanda Yafusso

Page 40: Revista Cana S.A

CAPA

a menina dos olhos em breve não será um problema. Ações governamentais demonstram que investimentos no setor e no sistema logístico já estão em andamento, o que devem contribuir para o aumento da escoação de toda a produção do Estado até 2020.

Segundo a secretária de produção Tereza Cristina, o governador André Puccinelli determinou que a área de infraestrutura terá prioridade na sua administração. Estão sendo buscados investimentos e recursos para os projetos.

De acordo com dados do Governo do Estado, os projetos para ampliar a escoação de toda a produção de Mato Grosso do Sul são ousados, porém al-guns deles ainda dependem da captação de recursos para a sua execução.

De acordo com os estudos da Transporte Petrobrás S.A (Transpetro), que é responsável

pelo trans-porte e arma-zena-mento de petró-leo, gás e

álcool brasileiro, as hidrovias são a melhor opção para a esco-ação da produção de uma modo geral. Fabiano Tolfo, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Transpetro, explica que as hidrovias geram menor custo, menor emissão de agentes po-luentes, menor gastos de ener-gia, além de ter mais segurança e confiabilidade, economia de escala e minimizar os gargalos do transporte terrestre.

Um comboio formado por quatro barcaças tem capacida-de para transportar 7.600 m³ de produto, em 150 metros de comprimento, pela rodovia, a mesma carga seria necessário 172 caminhões bi-trens, sendo 3,5 quilômetros de comprimen-to. O consumo de combustível no transporte de uma tonelada, por mil quilômetros, na hidro-via seria de cinco litros e pelos caminhões o consumo seria de 96 litros.

No último dia 31 de julho,

a presidente Dilma Rousseff liberou a lista para as novas concessões setor de infraestrutura do país através do Programa de Aceleração do Crescimento, cha-mado de PAC das Concessões. Para Mato Grosso do Sul, as obras listadas do PAC das Concessões deve atender a BR-163 e dois trechos da BR-262 e BR-267 que são considerados pela presidência como for-tes corredores de mo-vimentação de cargas no Estado. O objetivo

do governo federal é duplicar as pistas e se for necessário cons-truir viadutos em determinados pontos pelo país.

Enquanto os projetos estadu-ais seguem na fase de desen-volvimento das hidrovias, 94% do escoamento da produção de Mato Grosso do Sul ainda é realizada pelas rodovias. De acordo com o governo do estado, os projetos que estão em andamento ou ainda na fase inicial de projeto, inclui a rodo-via que fará a integração entre Brasil e Paraguai localizada na região sul do estado que já teve sua primeira fase executada. Há previsão de instalação de um Terminal Intermodal de Car-gas e a criação de um Centro Logístico Industrial Aduaneiro e melhorar a infraestrutura do Aeroporto Internacional de Campo Grande. Além da criação de linhas de transmis-são e um polioduto que sairá de Campo Grande passando

40 AGOSTO 2012 | CANA S.A. | A energia da informação

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“ “41AGOSTO 2012 | CANA S.A. | A energia da informação

por Dourados e seguindo até o Porto de Paranaguá, no Paraná. O governo pretende criar ainda a Ferroeste, que liga Dourados (MS) a Cascavel (PR), com o objetivo de desafogar o Porto de Santos e escoar a produção até o Porto de Paranaguá.

Dentro desse sistema, será criada a Ferrovia do Panta-nal que ligará o município de Porto Murtinho com a divisa do Estado de São Paulo. Porto Murtinho também é um ponto estratégico e está recebendo investimentos, só no mês de julho entregues oito pontes no município das 23 que foram construídas pelo governo, que ainda pretende reativar o porto da cidade.

“Esse é um desejo do go-verno estadual, porém o porto de Murtinho apresenta alguns protestos e o estado junto com a administração estão conver-sando para resolver o problema.

Por enquanto, há uma grande vontade política para que isto aconteça”, afirma a secretária. Além disso a ativação do Porto de Porto Murtinho é ponto de partida para outro projeto de grande interesse para o Estado.

Ambiente Econômico

Conforme dados do gover-no estadual, du-rante o período de 2007 a 2014, as projeções dão sinais de crescimento. Em sete anos, o Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso do Sul deve aumentar consideravel-mente, em regime de gráficos, em 2007 a soma de tudo que foi produzido na economia era de R$ 28,12 bilhões, para este ano a projeção é que o estado chegue a R$ 48,76 bilhões e em 2014 deve ficar na casa dos R$ 59,04 bilhões.

“O setor industrial em Mato Grosso do Sul cresceu entre 2005 e 2011, em termos de PIB, mais de 60% (em termos reais, descontado a inflação pelo IPCA) e se for levar em consideração o crescimento do PIB nominal (sem descontar a

inflação) esse crescimento é superior a 120%”, afirma o economista Lucas Rassi.

O estado tem entre

parceiros comerciais a China, que é responsável pela compra de 19,7% do que é produzido em Mato Grosso do Sul, seguido pela Argentina com 14,6% e a Holanda com 5,99%. Rússia, Ja-pão, Arábia Saudita Venezuela e Itália também são países para onde o estado exporta produtos e entre os itens mais exportados estão a soja, gado, madeira, minério, aves e o açúcar que é

-- Tereza Cristina Corrêa da Costa

Queremos que os produtores independentes produzam a cana em terras

degradadas

Tereza Cristina Corrêa

da Costa, secretária

estadual de produção

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42 AGOSTO 2012 | CANA S.A. | A energia da informação

CAPA

o segundo produto da Balança Comercial do Estado.

Segundo a secretária de Desenvolvimento do Estado, Tereza Cristina, “quando e tra-ta de investimentos estrangeiros no país, há um certo limite para

que o investidor pode fazer no Estado, há uma limitação des-ses investimentos pelo governo federal.

Já para o economista para o governo os investimentos estrangeiros não são como um inibidor. “ Está sendo discutido um projeto de lei para a f lexibi-lização na aquisição de terras por estrangeiros (maioria vincu-lada a projetos de longo prazo e intensivo em capital). O proble-ma que vejo, é o ambiente de negócios, tais como burocracia e política tributária (que afetam brasileiros e estrangeiros) e não a segurança jurídica dos investi-

mentos”, revela.Já com relação ao setor de

Recursos Humanos, o estado possui um amplo espaço para produção que o deixa mais pro-missor, mas ao mesmo tempo, o estado dispõe de pouca gente o

que gera um problema operacio-nal para o setor. Para a secre-tária Tereza Cristina o estado enfrenta dificuldades nesta área assim como os demais estado e vive o dilema da mão-de-obra qualificada. Embora o estado esteja acima da média nacional, sobre a geração de emprego e renda, são enfrentadas dificul-dades para achar pessoas capa-citadas. “Veja o que acontece na região leste do Estado, onde se localiza o munícipio de Três Lagoas, todos os dias são fre-quentes a chegada dos ônibus que vêm das cidades paulistas trazendo pessoas para trabalha-

rem nas indústrias da cidade, isto porque as empresas não encontram pessoas qualificadas para trabalhar. E Mato Grosso do Sul está investindo nessas pessoas para suprir o mercado.

Porém, para Lucas o saldo ainda é positivo mesmo com a falta de mão de obra qualifica-da. “O resultado é pertinente e Mato Grosso do Sul não está tão mal nesse contexto, pois com as mudanças na economia dos últimos anos, ele tem se mostrado dinâmico e atraindo investimentos sólidos em áreas diversificadas, sendo compara-do aos estados mais competiti-vos da federação”.

Um dos projetos de inves-timentos do Governo Federal em parceria com o Governo do Estado é o projeto Qualifca, em Dourados. O projeto da pre-feitura capacita empresas para prestarem serviços para o setor sucroenérgetico de Mato Gros-so do Sul, através da qualifica-ção da mão-de-obra.

De acordo com a secretária Municipal de Desenvolvimento Sustentável de Dourados, Neire Colman, cerca de mais de 16 empresas participam do projeto na cidade. “A cada ano forma-mos mais trabalhadores com este projeto que faz parte de ações de trabalho para transfor-mamos o município de Doura-dos em um polo de prestação de serviços para o setor”, diz.

Mesmo com esse problema o setor sucroenergético ainda é responsável pela segunda massa salarial da indústria. Confor-me o governo do Estado cerca de 29 mil empregos diretos e mais de 90 mil indiretos foram gerados neste ano. “Nos locais

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em que as usinas se instalaram no Estado, as cidades deram um grande salto no índice de qualidade de vida. Por exemplo, a cidade de Nova Alvorada do Sul, onde está a empresa ETH Bioenergia. Faça um comparati-vo, pegue fotos de 10 anos atrás e veja como está hoje, a cidade dispõem de uma infraestrutura muito boa, a cidade tem quase todas a agências de bancos, ao contrário do que muito se falou no passado, hoje é um motivo de grande desenvolvimento”, finaliza a secretária.

Projeções Essa nova potência consi-

derada por muito especialistas do setor como a nova fronteira bioenergética do país deixa o estado com grandes perspecti-vas de crescimento. Conforme dados da Biosul, em 2020 os produtores querem abastecer 50% da demanda dos veículos f lex do país com o etanol que hoje atende apenas 36% da fro-ta. Roberto de Holanda explica que para isso acontecer é preci-so dobrar a produção até lá.

“De todos os etanois que são produzidos no mundo, pesquisas apontam que o etanol brasileiro é o que mais se adapta ao merca-do porque entre todos que são produzidos, o nosso é o mais eficiente”, revela Hollanda.

A projeção é que o mercado americano também seja abas-tecido em torno 13,2 bilhões de litros de etanol para a exporta-ção. E mais 5 bilhões de litros para serem utilizados para outros fins, como bebida e agen-tes químicos. Já para o açúcar as projeções também são mais animadoras, o objetivo é que

até 2020 a produção deva suprir todo o mercado interno e o Bra-sil deverá manter a participação em 50% no mercado mundial. Na geração da bioeletrecidade, o objetivo é que o setor aumente de 2% para 18% na participação da matriz elétrica brasileira.

Mas para que isso aconteça é necessário que o Brasil crie mais 120 novas usinas e que dobre sua produção para atingir essa meta. E a expectativa está na região Centro-Oeste, que ainda pode abrigar novas usinas e aumen-tar a produção e produtividade. Mato Grosso do Sul é o único que tem a possibilidade de ir muito além da sua produção, por possuir áreas de terras degradas onde para a agricultura não é aproveitada, mas para que a cana é o suficiente para o plantio.

“Estudos indicam que só em

terras de pastagens subapro-veitadas existem 8 milhões de hectares, ou seja, existe espaço suficiente para que não só a cana, mas como outras culturas sejam produzidas no estado”, revela Hollanda.

De acordo com o secretário de Produção e Agronegócio do Ministério da Agricultura, José Gerardo Fontelles o governo desenvolve pesquisas para saber qual o melhor tipo de cana é melhor para aumentar o plantio no Cerrado. Mato Grosso do Sul embora tenha alguns problemas e desafios a vencer, deve ser em breve o maior estado produtor neste setor do Brasil. Além de ser referência e garantia para o desenvolvimento de um futuro melhor e a nova joia para o setor sucroenergético do país.

Rodson Willyams

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GENTE QUE FAZ

10 AGOSTO 2012 | CANA S.A. | A energia da informação44

Eduardo Ridel tomou posse da presidência da Federação da Agri-cultura e Pecuária de

Mato Grosso do Sul (Famasul) na noite de 10 de agosto. Lide-ranças do setor do agronegócio de Mato Grosso do Sul estive-ram presentes durante a soleni-dade que aconteceu em Campo Grande no Grand´Mere Buffet.

Emocionado, Ridel agrade-ceu aos familiares e amigos pela apoio que recebeu e afirmou que agora o trabalho é para se conquistar um novo campo.

Assumem o mandato do triênio 2012-2015 Eduardo Ridel na presidência da Famasul jun-tamente com a equipe composta por Nilton Pickler como vice--presidente; Ruy Fachini como diretor-secretário e o diretor--tesoureiro Almir Dalpasquale.

agronegócioForça renovada noagronegócio

Força renovada no Eduardo Riedel assume definitivamente a presidência da Federação da Agricultura e Pecuária de MS até 2015

Fotos: Fernanda Yafusso

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CAPA

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Em 5 anos, Barralcool reduz em 86%

número de acidentes com trabalhadoreslevado a sério

Trabalhador

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Há mais de 30 anos atuando no muni-cípio de Barra do Bugres,em Mato

Grosso, a usina Barralcool preza pela qualidade de seus produtos e também pela segurança de seus trabalhadores. Em apenas 4 anos a usina teve uma uma redução em mais de 86% nos acidentes de trabalho graças às ações de orien-tação realizada todos os anos aos trabalhadores.

Dentre as ações de prevenção aos acidentes de trabalho que a empresa realiza estão a Integração (quando o funcionário ingressa na empresa); DDS (Diálogo Diário de Segurança) que é realizado todos os dias antes do início do turno; Rondas diárias dos técnicos para análise de falhas e posteriores orientações;

Reunião mensal com as lideranças para a análise de melhorias; avaliação de EPIs e o gerenciamento de riscos mensais.

Atualmente além das orien-tações sobre a prevenção de acidentes o colaborador do campo recebe também o transporte, café da manhã reforçado, aplicação de protetor solar, isotônico para repor os sais minerais perdidos e equipamentos de proteção para cabeça, olhos e face, proteção auditiva, respiratória e proteção para os troncos. Além dos equipa-mento para proteger os membros superiores e inferiores.

Só no primeiro semestre de 2012 ocorreram 8 acidentes na usina. Já no ano passado esse nú-mero foi de 15 acidentes durante todo o ano, em 2007 mais de 100 acidentes foram registrados na

empresa, e as ações implantadas em 2008, tiveram grandes resulta-dos. Um forte sistema de ações do departamento de segurança, entre eles a brigada de incêndio, fortale-ceu as ações pois eles auxilissem na propagação das informações.

Para o Gerente de RH da Bar-ralcool, Roberto Romas, as ações promovidas pelo departamento de segurança do trabalho em parce-ria com a Cipa gera um ambiente de melhorias e percepção por parte dos colaboradores. “A nossa diretoria tem a preocupação com as condições do trabalhador e sua saúde”, explica Romas.

A empresa vem se dedicando para obter melhorias na execu-ção do seu trabalho no campo junto aos seus colaboradores, e a prova desse compromisso foi o recebimento do selo “Empresa

Melhorias no trabalho no

campo garantiram à Barralcol o

recebimento do selo “Empresa

Compromissada”

Trabalhador

levado a sério

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Fotos

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Acima: trabalhadores recebem café da

manhã. Abaixo: final do campeonato de futebol. No detalhe: informativo sobre

a segurança no trabalho

Compromissada”, concedido a usinas sucroenergéticas cumpri-doras do “Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Cana-de-Açúcar”.

CampeonatoMas não é só de prevenção de

acidentes que os trabalhadores têm o olhar especial da empresa. Todos os anos o Grupo Barralcool realiza também eventos da Cipa e Sipat, que são considerados grandes eventos para todos cola-boradores com premiações e mini maratona.

Além desses eventos em come-moração ao dia do trabalhador ru-ral é realizado também o sorteio de vários brindes para os trabalha-dores do campo. O evento que é realizado após o turno de ativida-des dos colaboradores rurais, tem o sorteio de bolas de futebol de couro, kits escolares e ainda jogos de dama e jogos de dominó. E en-trega de kits de coletes para apoiar os jogos de futebol do tradicional campeonato da região que tem a parceria da empresa com o Sindi-cato dos Trabalhadores Rurais de Barra do Bugres.

Dentre as premiações os três primeiros colocados recebem troféus, medalhas e kits para churrasco contendo carne, cerveja e refrigerante, oferecidas pelo Grupo Barralcool.

Fernanda Yafusso

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AGROBUSINESS

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Controle FMC lança fungicida revolucionário para exterminar as principais doenças da soja

A FMC Agricultural Products, uma das maiores empresas do segmento de defen-

sivos agrícolas do país, lançou seu produto inovador Locker, em Brasília (DF). Os principais produtores de soja do cerrado brasileiro estavam presentes. Mais de 120 pessoas participa-ram do evento.

Dessa forma, a FMC chega com força no mercado de fungici-das e disponibiliza a formulação inédita Locker, criado para aten-der às necessidades mais recentes dos produtores, ao agir no con-trole de doenças como a mancha alvo (Corynespora cassiicola), mancha olho de rã (Cercospora sojina), mancha parda (Septoria glycines), oídio (Mycrosphaera difusa) e antracnose (Colletotri-chum truncatum). “O Locker é um fungicida sistêmico, sendo o primeiro produto a possuir triplo

Na soja, a Cercospora kikuchi - (mancha-purpura da semente, crestamento-foliar) é um dos alvos do fungicida

modo de ação. Desenvolvido e lançado no Brasil, para controle de doenças foliares da soja e do trigo. Sem dúvidas, trata-se de um grande avanço no tratamen-to de doenças para ambas as culturas”, explica Flávio Centola, Gerente de Produtos fungicidas da FMC.

Durante o evento, o pesqui-sador do Instituto Phytus e da Universidade Federal de Santa Maria, Ricardo Silveiro Balar-din, abordou sobre as principais doenças da soja no Brasil e como manter a soja saudável para aumentar a produtividade nas lavouras baseadas nas pes-quisas realizadas pelo Instituto. Balardin também destacou a importância do manejo integra-do e a proteção nas lavouras. O pesquisador recomenda: “a primeira aplicação é a mais im-portante e a mais efetiva, desde que a planta esteja preparada

para absorver o produto”.Centola destacou a estraté-

gia da FMC para o mercado e abordou as principais caracterís-ticas do fungicida Locker como o efeito sinérgico e equilibrado de seus ativos, que proporcio-nam importantes benefícios ao produtor, como: amplo espectro de controle de fungos e excelente efeito residual. “A formulação avançada do Locker é capaz de extrair a máxima eficácia dos seus três componentes, e essa é nossa grande conquista”, destaca Centola, complementando que “ao adquirir um produto com amplo espectro de controle, o produtor passa a ter um melhor manejo fitossanitário de sua lavoura”. Outro diferencial do manejo é a indicação de posicio-namento dos produtos ao longo do ciclo, de maneira rotacionar ingredientes ativos.

O Diretor de Negócios da FMC, Ronaldo Pereira, agra-deceu a presença de todos e disse que para a FMC ser um dos maiores players também no segmento de soja são necessários três fatores: inovação tecnológica, pessoas preparadas no campo e também na área de desenvol-vimento para crescimento do agronegócio e conveniência para produtor. Pereira também destacou as ações das FMC para sempre apoiar o produtor. “A FMC aumentou a sua equipe e está focada em buscar e desen-volver produtos que possam ser aplicados com as condições do produtor”, destaca Pereira.

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Alimentando7 bilhões

Nova publicação associa setor sucroenergético brasileiro a segurança alimentar

A tecnologia utilizada pela indústria da cana-de-açúcar no Brasil, que concilia

a produção de etanol e açúcar, é um dos destaques de uma nova publicação que oferece suges-tões para evitar que a produção e distribuição de alimentos no mundo sejam comprometidas. Com a agricultura e o combate à fome como pano de fundo, o livreto “11 passos para alimen-tar 7 bilhões” foi lançado para comemorar o primeiro ano de atividades do Portal Sou Agro, iniciativa multissetorial do agro-negócio brasileiro apoiada por 18 empresas e entidades, entre elas a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA).

Em 18 páginas, o livreto lista opiniões de especialistas renomados em biocombustíveis e segurança alimentar, entre eles o diretor geral do Instituto de Estudos do Comércio e Nego-ciações Internacionais (ICONE) e coordenador da RedeAgro, André Nassar; o representante da Organização das Nações Uni-das para Agricultura e Alimen-tação (FAO) na América do Sul, Helder Mutéia; o ex-ministro da Agricultura durante o governo Geisel, Alysson Paulinelli; e o pesquisador da Empresa Brasi-leira de Pesquisa Agropecuária

Publicação defende que biocombustíveis não devem ser produzidos com matérias-primas alimentícias

(Embrapa), Alexandre Auad. O prefácio é de um dos ide-

alizadores do Movimento Sou Agro, o ex-ministro da Agricul-tura, coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (GVAgro) e embaixador especial da ONU para Alimentção e Agricultura, Roberto Rodrigues.

Segundo a publicação, “a agricultura tem que responder ao mesmo tempo às crescentes demandas por alimentos e por combustíveis renováveis,” e o grande desafio principalmente de países como os Estados Uni-dos é fazer com que a produção de etanol de milho não eleve os preços do grão e não diminua

a oferta da ração animal. A indústria canavieira do Brasil é apontada pelos especialistas como uma atividade sustentável justamente por conciliar a pro-dução de etanol com as necessi-dades alimentícias da sociedade.

Lançado em julho de 2011, o Portal Sou Agro tem como objetivos esclarecer e aproximar o cidadão urbano do produtor agrícola, destacando as contri-buições do agronegócio para o desenvolvimento do País.

SUSTENTABILIDADE

49AGOSTO 2012 | CANA S.A. | A energia da informação

Faça o download do livreto

http://www.souagro.com.br/wp-content/uploads/2012/07/SouAgro_11para7.pdf

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CANANET

Sorgo sacarino

www.canaldacana.com.br

A versão on-line da Cana S.A.

Reconhecimento Agilizando

Visita Conferência

A Ceres Sementes do Brasil foi declarada vencedora do processo seletivo aberto pela Embrapa, no licenciamento para a cultivar BRS 511 de sorgo sacarino. Os termos do contrato respaldam ações conjuntas na área de pesquisa e desenvolvimento, que visam a transformar o sorgo sacarino em cultura energética de escala e alto desempenho no País. Ceres e Embrapa, esta por intermédio do Centro Nacional de Pesquisa de Milho e Sorgo, irão desenvolver nos próximos dois anos um plano de trabalho conjunto.

A Braskem recebeu reconhecimento do Independent Project Analysis (IPA), principal organização de consultoria e benchmarking nos Estados Unidos. O IPA realiza anualmente uma avaliação da eficácia de gestão de projetos das principais indústrias no mundo. A empresa marca presença entre as 50 maiores organizações na aplicação do Front-End Loading (FEL), metodologia que orienta a gestão de investimentos e a implantação de projetos.

A máquina está substituindo o homem no trabalho do corte da cana queimada nos cana-viais de São Paulo. No Vale do Paranapanema, as máquinas já fazem a colheita em cerca de 80% da área de cana.

A Destilaria Al-coeste, do Grupo Arakaki, instalada em Fernandópo-lis (SP), recebeu a visita de estudantes japoneses em julho. Dez jovens de Okinawa, uma província situada no sul do Japão, vieram ao Brasil para conhecer a cultura brasileira. A unidade paulista fez parte do roteiro dos estudantes que puderam con-hecer a colheita mecanizada dacana-de-açúcar e também o processo de produção de etanol.

A capital paulista vai sediar nos dias 15 e 16 de outubro um dos mais importantes eventos do calendário mundial de açúcar e etanol: a 12ª Conferência Internacional Datagro. Essa edição terá como tema principal a saída da crise com produtividade e novas tecnologias. O evento é promovido pela Datagro e tem o apoio da UDOP - União dos Produtores de Bioenergia. O objetivo do encontro é reunir autoridades do setor e promover debates sobre as perspectivas do mercado, planejamento estratégico e comercial para os diferen-tes elos da cadeia de produção e comercialização.

50 AGOSTO 2012 | CANA S.A. | A energia da informação

UN Photo / Mark Garten

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