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  • 7/26/2019 Irrigaao Em Cana

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    IRRIGAO EM CANA-DE-ACAR

    Rogrio Augusto Bremm Soares

    INTRODUOA irrigao uma operao agrcola que tem por finalidade suprir as

    necessidades hdricas das plantas, no qual se desenvolve a agricultura. Essa

    tcnica no funciona isoladamente, mas sim conjugada com outras prticas de

    manejo da cultura. Sendo imprescindvel nas reas ridas e semiridas, pois

    nestas regi!es a chuva, na maioria das ve"es, insuficiente para o #om

    desenvolvimento da cultura. $os cultivos em regi!es %midas e que apresentam

    perodos de dficit hdrico em determinado perodo do ano, a irrigao pode se

    tornar necessria para a o#teno de elevada produtividade.

    &ouve grande evoluo nos conceitos de agricultura irrigada. 's novos

    conceitos evoluram de simples aplicao de gua (s culturas, para um importante

    instrumento no aumento da produtividade e renta#ilidade agrcola. $o passado, a

    utili"ao da irrigao era uma opo tcnica de aplicao de gua que visava

    principalmente a luta contra a seca. Atualmente, a irrigao, no foco do

    agroneg)cio, se insere em um conceito mais amplo de agricultura irrigada, sendo

    uma estratgia para aumento da produo, produtividade e renta#ilidade dapropriedade agrcola de forma sustentvel, preservando o meio am#iente e criando

    condi!es para manuteno do homem no campo.

    *ara os agricultores, a irrigao um componente de sucesso do cultivo, da

    mesma forma que a aplicao de fertili"antes, controle de plantas invasoras e

    pragas e doenas. +em sido importante para o aumento da produo mundial de

    alimentos, gerando desenvolvimento sustentvel no campo, com gerao de

    empregos, segurana no #em agrcola produ"ido, conseqentemente renda de

    forma estvel. Atualmente, mais da metade da populao mundial depende de

    alimentos produ"idos em reas irrigadas.

    A import-ncia da irrigao pode ser sinteti"ada nas seguintes vantagens

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    - Seguro contra secas ciclicamente ocorrem estiagens mais prolongadas nas

    regi!es de clima semi%mido. A irrigao permite segurana na safra,

    independentemente desse pro#lema.

    - /elhor produtividade das culturas aumenta o rendimento da rea cultivada

    e propicia condi!es para mais de uma colheita numa mesma rea, ou seja,

    uso intensivo do solo.

    - /elhor qualidade do produto em virtude de o desenvolvimento vegetal

    ocorrer em condi!es mais favorveis.

    - *ossi#ilidade de fa"er um programa de cultivo com colheitas fora da poca

    tradicional com o au0lio da irrigao, podese antecipar ou atrasar a safra

    de certas culturas, o que proporciona melhores cota!es no mercado.

    - /aior efici1ncia no uso de fertili"antes.- 2ntroduo de culturas caras, minimi"ando o risco do investimento.

    A irrigao no deve ser considerada isoladamente, mas sim como parte de

    um conjunto de tcnicas utili"adas para garantir a produo econ3mica de

    determinada cultura com adequados manejos dos recursos naturais. *ortanto,

    devem ser levados em conta os aspectos de sistemas de plantios, de possi#ilidade

    de rotao de culturas, de proteo dos solos, de fertilidade do solo, de manejo

    integrado de pragas e doenas, etc. 4/antovani et ali.,56678.

    A hist)ria da irrigao se confunde com a do desenvolvimento e

    prosperidade econ3mica dos povos, em que as principais civili"a!es antigas

    tiveram sua origem em regi!es ridas, onde a produo s) possvel graas (

    irrigao. A hist)ria rica em fatos demonstrando que a irrigao sempre foi um

    fato de rique"a, prosperidade e segurana. Assim, as grandes aglomera!es que

    h mais de 9.666 anos se fi0aram (s margens dos rios &uang &o e 2angtse:iang,

    no vasto imprio da ;hina, no $ilo do Egito, no +igre e Eufrates da /esopot-mia e

    no

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    locali"ao no @ale aBa, a 7C quil3metros do litoral e a cerca de C66 quil3metros

    ao norte de Dima. epois de sete anos de estudos no vale, os pesquisadores

    puderam confirmar a e0ist1ncia de tr1s canais, usados para o cultivo de campos

    pr)0imos a antigos stios residenciais, com pelo menos C,9 mil anos de e0ist1ncia

    4/antovani et ali., 56678.

    's pesquisadores comentam que Fum dos principais desenvolvimentos na

    e0ist1ncia da sociedade humana a #emsucedida mudana de uma economia de

    su#sist1ncia, #aseada na #usca de comida, para outra, com #ase primeiramente

    na produo de alimentos derivados do cultivo e da domesticao de animaisG.

    Segundo eles, tal mudana ocorreu independentemente, em poucos centros no

    mundo e se refletiu no desenvolvimento social nessas regi!es. ?m desses centros

    esteve no atual *eru. As evid1ncias encontradas revelam a prefer1ncia pelacriao de sistemas irrigados em relao ao tradicional plantio em reas

    naturalmente mais %midas 4illehaH et al., 566C8.

    ' contnuo crescimento da populao mundial vem e0igindo uma agricultura

    competitiva e tecnificada, que possi#ilite a produo de alimentos de melhor

    qualidade e em maior quantidade.

    Estimativas apontam que h mundialmente em torno de 576 milh!es de

    hectares irrigados. Essa rea corresponde a IJK do total de campos agricultveis.

    A mesma estimativa aponta que essa parcela irrigada produ" 96K do alimento

    consumido mundialmente.

    Estudos recentes indicam que o Lrasil tem potencial de irrigar 5M,C milh!es

    de hectares. esses, apenas N,I9M milh!es so irrigados, representando apenas

    I6,JK das reas aptas para a agricultura irrigada. A rea irrigada corresponde a

    CK do total cultivado, I7K da produo total e NCK do valor econ3mico da

    produo 4;ristofidis, 56658. Segundo o autor, C6K da rea irrigada no Lrasil em

    5665, utili"ou o sistema de irrigao por superfcie, 56K so# asperso

    convencional, 5IK so# piv3 central e MK so# irrigao locali"ada.

    A definio do potencial de rea irrigada no Lrasil depende de outros

    aspectos fundamentais, como a disponi#ilidade de gua e a via#ilidade da sua

    utili"ao, rea realmente disponvel dentro de uma anlise de necessidade de

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    preservao de ecossistemas, como o caso de vr"eas. Assim, a grande

    e0panso da rea irrigada deve ocorrer na su#stituio de reas de agricultura de

    sequeiro e de pastos.

    ' desenvolvimento de estudos aplicados ao planejamento da irrigao em

    canadea%car importante, especialmente quando se #usca a melhoria da

    produtividade. Atualmente, a produtividade do Estado de So *aulo registra uma

    mdia de JM,N t.haI, valor ainda muito distante do potencial produtivo #iol)gico da

    canadea%car, o qual aponta para a estrondosa marca de N9C,7 t.ha I.anoI.

    IRRIGAO EM CANA-DE-ACAR

    ' crescimento hori"ontal dos canaviais no Lrasil limitado, de elevadocusto e, podendo ocorrer em solos de #ai0a fertilidade, #ai0a capacidade de

    reteno de gua, elevada declividade, impedindo conseqentemente a colheita

    mecani"ada, entre outros fatores. esta maneira, o crescimento vertical dos

    canaviais #rasileiros deve ser visto com maior seriedade 4alri, 56678.

    ?m fator significativo que deve ser destacado visto que influencia na

    produtividade das culturas a disponi#ilidade de gua. Entretanto, nem sempre as

    chuvas atendem ( real necessidade hdrica das plantas. $estas situa!es, h a

    necessidade de se fornecer gua atravs da irrigao 4A"evedo, 56658. A irrigao

    uma importante prtica para o aumento da produtividade da canadea%car. 2sso

    se deve ao fato de que, apesar da elevada gama de tecnologia aplicada pelos

    produtores de canadea%car, como as doses ideais de adu#os recomendadas

    pelas anlises de solo, controle de doenas e plantas daninhas, controle da

    compactao do solo com o uso de pneus de alta flutuao, variedades

    melhoradas, etc., a produtividade da canadea%car se manteve constante nos

    %ltimos de"esseis anos 4alri, 56678. Em todas as pesquisas envolvendo culturas

    de sequeiro e irrigada, as conclus!es so un-nimes em afirmar o incremento de

    produo da cultura irrigada em relao ( cultura sem irrigao. Assim, no #astar

    desenvolver novas variedades de canadea%car com elevado potencial produtivo,

    pois a gua ser fator decisivo e limitante no aumento da produtividade.

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    $o Lrasil ;entral, as chuvas concentramse nos meses de outu#ro a maro,

    seguindose acentuado perodo de defici1ncia hdrica entre a#ril e setem#ro. *ara

    a cana de ano e meio, plantada entre fevereiro ( a#ril, os principais pro#lemas

    resultantes so a reduo de perfilhamento e de crescimento. $a cana soca, os

    principais pro#lemas so a reduo de perfilhamento, o aumento do n%mero de

    falhas, reduo do crescimento e da vida %til do canavial. E0istem relatos de

    reformas de canavial ocorrendo no segundo e terceiro cortes.

    A irrigao pode redu"ir ou eliminar os danos causados pelos perodos de

    dficit hdrico. >osenfeld O Deme 4IMP98 constataram aumentos de IN e I7 K na

    produtividade de cana planta e cana soca, respectivamente, irrigadas entre os

    meses de agosto e de"em#ro. $a regio de cerrado de /inas

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    Scardua 4IMPC8 demonstrou a via#ilidade tcnicoecon3mica da irrigao

    suplementar de canadea%car, principalmente no primeiro estdio de seu

    desenvolvimento. Qiendenfeld 456668 o#servou que a canadea%car su#metida

    ao estresse hdrico nos terceiro e quarto perodos do seu ciclo, 5CJ a 5J5 e N65 e

    N9J dias ap)s o plantio, respectivamente, teve reduo de P,N e ICK no

    rendimento.

    ' dficit hdrico no limitado apenas s regi!es ridas e semiridas do

    mundo, de ve" que mesmo em regi!es consideradas climaticamente %midas, a

    distri#uio irregular das chuvas pode, em alguns perodos, limitar o crescimento.

    ;arretero 4IMP58 o#teve aumento de 56 t.haIo que corresponde a um acrscimo

    de I7K em relao ( cana no irrigada, primeira soca, na regio de *iracica#a R

    S*, so# condi!es de irrigao por gotejamento.' rendimento e a produo de a%car e de lcool da canadea%car irrigada

    dependem da quantidade de gua aplicada, do manejo de irrigao com#inado

    com a quantidade certa de adu#ao, da variedade, da idade do corte, do tipo de

    solo e do clima. Sou"a et al. 4IMMM8, utili"ando sistema de irrigao por asperso

    tipo canho encontraram para as variedades >LJ59C9, >LJ7C9IP e S*JMI6II,

    m0imas produtividades em colmos de ICC,P, I57,M e I9I,M t.haI, com l-minas

    totais de gua de IC7P, I959 e ICPM mm, respectivamente, em IN meses de

    cultivo. As m0imas produtividades em a%car estimadas para as mesmas

    variedades foram 56,J, IJ,I e IM,N t.haI.

    LJ59C9, e uma l-mina

    mdia de IIMC mm, uma produtividade mdia de colmos e em a%car de IN6 e IJ t

    haI, respectivamente. /aule et al. 4566I8 encontraram no Estado de So *aulo,

    para a variedade S*JMI6II, produtividades mdias de I9M, IC9 e IJ6 t haI,

    respectivamente, para precipita!es totais de I9JP mm com I9 meses de cultivo,

    I7MC mm com IJ meses de cultivo e IP5M mm com IM meses de cultivo. A"evedo

    456658 encontrou para a mesma variedade nos ta#uleiros costeiros da *ara#a,

    produtividades de C5, JM, MN e M5 t.ha Ipara precipita!es efetiva mais irrigao de

    76M, J7I, M6C e I69N mm, respectivamente, com do"e meses de cultivo.

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    /atioli et al. 4IMM78 definiram os #enefcios da irrigao na cultura da cana

    dea%car em #enefcios diretos e #enefcios indiretos. Segundo os autores, os

    #enefcios diretos consistem nos aumentos de produtividade agrcola e

    longevidade das soqueiras e os #enefcios indiretos so aqueles relacionados com

    a reduo de custos no processo produtivo agrcola, proporcionados, por e0emplo,

    pela dispensa de arrendamentos de terras. ;om a dispensa dessas reas

    arrendadas, os tratos culturais delas sero automaticamente dispensados. Entra

    tam#m como #enefcio indireto a reduo do custo com o transporte da cana, ou

    seja, a logstica do sistema agroindustrial da cultura da canadea%car com o

    transporte da cana colhida, deslocamento de maquinrio e modeo#ra, entre

    outros. $esse caso a irrigao sempre ocorrer em reas pr)0imas ( unidade

    industrial. Alm desses #enefcios, a possi#ilidade da aplicao de adu#o via guade irrigao 4fertirrigao8 outra vantagem, tra"endo #enefcios indiretos ao

    planejamento da cultura da canadea%car.

    SISTEMAS DE IRRIGAO EM CANA-DE-ACAR

    Assumindose vlida a ine0ist1ncia de um sistema de irrigao ideal, cada

    sistema pode ser caracteri"ado pelas vantagens e limita!es que apresenta em

    relao aos demais. ualquer sistema de irrigao tem por finalidade a reposio

    da quantidade de gua requerida pela cultura, visando sempre o compromisso em

    manter elevado os nveis de uniformidade e efici1ncia de aplicao da gua ao

    menor custo possvel, sempre preservando os recursos naturais. ' engenheiro

    projetista deve identificar a aptido de cada sistema (s condi!es especficas

    consideradas e, por meio de uma anlise tcnica e econ3mica criteriosa, definir o

    sistema mais recomendvel.

    E0istem #asicamente tr1s formas de aplicao de gua, os quais

    caracteri"am os principais sistemas de irrigao superfcie, asperso e locali"ada.

    iversas variveis determinam a escolha de um sistema de irrigao. entre essas

    variveis podese considerar o clima, solo, topografia, energia disponvel na

    propriedade, custo de modeo#ra, cultura, disponi#ilidade e qualidade de gua,

    entre outros.

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    a) Sistema de irriga!o "or su"er#$%ie

    A irrigao por superfcie foi o primeiro mtodo de irrigao a ser usado pelo

    homem. Segundo /antovani et al. 456678, h 7.666 anos as civili"a!es da

    /esopot-mia, egpcia e chinesas j empregavam esse mtodo de irrigao, ainda

    que de forma rudimentar. Em IMP6, cerca de I7K das terras cultivadas no mundo

    eram irrigadas, sendo I6K por superfcie e 7K por outros mtodos. Em IMP5, o

    Estado de /inas gerais contava com uma rea irrigada de I5N.666 ha, dos quais

    J9K eram irrigados por superfcie. Em 5669, no Lrasil, apro0imadamente

    I.J66.666 ha foram irrigados por superfcie.

    ;onsiste num mtodo de irrigao nopressuri"ado em que a gua se

    movimenta por gravidade diretamente so#re a superfcie do solo, de canais outu#os janelados, at qualquer ponto de infiltrao, e0igindo, portanto, reas

    sistemati"adas e com declividades de 6 a 7K, de acordo com o tipo de irrigao.

    $o recomendado para solos com alta permea#ilidade, por proporcionar grandes

    perdas por percolao, e para solos instveis, pela formao de crateras quando

    molhados 4/antovani et al.,56678.

    evemse evitar reas com declividades acentuadas e superfcie do solo

    desuniforme, pois o gasto com sistemati"ao para adequao da rea (s

    e0ig1ncias desse sistema seria muito alto, alm da possi#ilidade de e0posio do

    su#solo.

    evido ( forma de distri#uio de gua, um mtodo e irrigao que

    consome mais gua quando comparado com os outros sistemas, em ra"o da

    menor efici1ncia de aplicao e distri#uio de gua, decorrente de grandes

    perdas durante a aplicao. 2sso ocorre por dois principais motivos falta de

    com#inao adequada das variveis comprimento da rea, declividade da

    superfcie do solo, va"o aplicada e tempo de aplicaoT e manejo deficiente.

    A irrigao por superfcie pode ser dividida em irrigao por fai0a, irrigao

    por inundao e irrigao por sulco. $a irrigao por fai0a, a gua aplicada em

    fai0as de terra, geralmente com certa declividade longitudinal, separadas por

    eleva!es denominadas diques ou taipas. U muito usada para irrigao de

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    pastagens e, ou, culturas, que tem a caracterstica de co#rir todas a superfcie do

    solo.

    A irrigao por inundao tem como caracterstica, a aplicao da gua em

    #acias ou ta#uleiros intermitentes ou permanentemente mantida so#re a superfcie

    do solo praticamente durante todo o ciclo da cultura. 's tipos de ta#uleiros mais

    comuns so os retangulares e em contorno. Seu tamanho varia de acordo com os

    sistemas de manejo, sedo este manual ou mecani"ado. U muito utili"ado no cultivo

    de arro" irrigado no sul do Lrasil e nos estados de

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    quantidade a gua de irrigao, o que mais fcil de ser conseguido com irrigao

    por asperso e locali"ada do que por superfcie.

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    cimentoamianto, concreto, ao "incado, alumnio, *@; rgido e polietileno. 's

    tu#os, em geral, t1m um comprimento padro de 7 m, e0ceto os de alumnio, que

    so de I6 m, cujos pesos, presso de servio e espessura da parede variam de

    acordo com o material de que so constitudos. ' conjunto de tu#ula!es em um

    sistema de irrigao por asperso constituise de linha principal, linhas secundrias

    e linhas laterais. A linha principal condu" gua da moto#om#a at as linhas

    secundrias ou laterais e geralmente so fi0as. As linhas secundrias fa"em a

    cone0o entre as linhas principais e laterais e, de modo geral, so fi0as. As linhas

    laterais condu"em gua das principais ou secundrias at os aspersores. '

    %o*+u*to moto&om&a um componente fundamental no sistema de irrigao por

    asperso. A moto#om#a pode ser do tipo centrfuga, de ei0o hori"ontal, ou do tipo

    tur#ina de poos profundos, sendo o primeiro o mais usado. Entretanto, em regi!esonde se usa gua su#terr-nea para irrigao, o tipo tur#ina de poos profundos o

    mais utili"ado. 's principais tipos de motores utili"ados so os eltricos, a diesel e

    a gasolinaT contudo, com a crise de energia poder aumentar o uso de motores

    movidos a outros tipos de com#ustvel, como o lcool.

    's diversos sistemas de irrigao por asperso podem ser classificados

    segundo a tu#ulao usada, o modo de instalao no campo, os tipos de cone0!es

    ou engates entre tu#os, a movimentao das linhas laterais no campo e o manejo

    da irrigao.

    *odemse dividir os sistemas de irrigao por asperso em dois grandes

    grupos sistemas m)veis e sistemas fi0os.

    's sistemas de irrigao por asperso m)veis so constitudos, pelo menos

    em parte, de tu#ula!es portteis, instaladas so#re a superfcie do terreno,

    permitindo que a mesma linha lateral seja movimentada em diversas posi!es

    so#re a rea do projeto, dependendo do n%mero de dias necessrios para se irrigar

    toda a rea e do tempo para se aplicar a l-mina de gua desejada. +ais sistemas

    podem ser de movimentao manual ou mec-nica. $os sistemas portteis

    manuais, essa vantagem de mo#ilidade, com o tempo, vai sendo redu"ida pelas

    dificuldades de modeo#ra para movimentao das linhas laterais que,

    paulatinamente, crescem.

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    's sistemas de asperso fi0os so constitudos de tu#ula!es suficientes

    para irrigar toda a rea do projeto, sem mudanas de tu#ula!es. Estes sistemas

    podem ser fi0oportteis, cujas tu#ula!es so instaladas so#re a superfcie do solo

    e permanecem no campo somente durante o ciclo vegetativo da cultura, ou fi0o

    permanentes, cujas tu#ula!es so enterradas.

    's principais sistemas de irrigao por asperso utili"ados em canade

    a%car so convencional, piv3 central fi0o ou re#ocvel, de deslocamento linear e

    autopropelido com carretel enrolador.

    's sistemas de irrigao por asperso convencional, normalmente so

    m)veis, constitudos de tu#ula!es portteis, tanto na linha principal como nas

    linhas laterais, com caractersticas que os tornam de fcil transporte, instalao e

    montagem, de tal modo que tais opera!es sejam e0eqveis manualmente. Essesistema muito utili"ado em irriga!es de salvamento em canadea%car, pois

    requer menor investimento de capital, porm tem necessidade de modeo#ra

    para a operao e movimentao das tu#ula!es e dos aspersores 4Vigura 6I8.

    Vigura 6I R Sistema de irrigao por asperso convencional.

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    A irrigao por asperso via piv3 central 4Vigura 658 uma alternativa de uso

    em canadea%car. ;onsiste num sistema de movimentao circular,

    autopropelido a energia hidrulica ou eltrica. U constitudo, em geral, de uma

    linha, com vrios aspersores, de 566 a P66 m de comprimento, com tu#os de ao

    de acoplamento especial, suportada por torres dotadas de rodas, nas quais operam

    os dispositivos de propulso do sistema, imprimindo ( linha um movimento de

    rotao, em torno de um ponto ou piv3, que lhe serve de ancoragem e de tomada

    de gua, por #om#eamento de poos profundos, junto do piv3 ou da adutora. '

    sistema dotado de recursos de ajuste de velocidade de rotao e de alinhamento

    das tu#ula!es. Sua capacidade varia entre 5C a 566 ha, por unidade.

    Segundo Lernardo et al. 456678 no Lrasil so fa#ricados diversos modelos

    de piv3 para atender aos mais distintos sistemas de produo, envolvendo culturasde #ai0o ou alto porte, sistemas de aplicao de gua com molhamento total ou

    limitado, sistemas fi0os 4mais comuns8 e sistemas m)veis, com raio de at P66 m e

    rea %til irrigada de cerca de IP6 ha por unidade, em#ora se recomenda utili"ar no

    m0imo equipamentos de at I56 ha ou menor, dependendo do tipo de solo. ' uso

    de piv3 central re#ocvel 4Vigura 6N8 tem sido utili"ado por produtores de canade

    a%car no centrosul e nordeste do Lrasil, pela ma0imi"ao de seu uso devido (

    possi#ilidade de movimentao para outras reas.

    Vigura 65 R Sistema de irrigao por asperso via piv3 central.

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    Esse sistema tem como principais vantagens economia de modeo#raT

    economia de tu#ula!es, pois, quando se usa gua su#terr-nea, a linha principal

    no utili"ada 4em Dui" Eduardo /agalhesLA, poos artesianos de alta va"o

    tem sido utili"ados para irrigao em canadea%car8T manuteno do mesmo

    alinhamento e a mesma velocidade de movimentao em todas as irriga!esT ap)s

    completar uma irrigao, o sistema estar no ponto inicial para comear uma outraT

    #oa uniformidade de aplicao, quando #em dimensionado. As desvantagens so

    difcil mudlo de rea, para poder aumentar a rea irrigada, por unidade de

    equipamento, quando o modelo fi0oT perde 56K da rea, apro0imadamente 4com

    raio de 966 m, irriga C6 a C9 ha de cada 79 ha8T possui alta intensidade de

    aplicao, na e0tremidade do piv3, geralmente variando entre 96 e I96 mmXh paraos piv3s com aspersores ou spraH, e valores maiores do que esta fai0a para piv3s

    com aplicao locali"adaT e por causa da alta intensidade de aplicao, na

    e0tremidade do piv3, precisase tomar cuidado com o escoamento superficial,

    sendo o manejo adequado do solo, com plantio direto, fundamental.

    Vigura 6N R Sistema de irrigao por asperso via piv3 central re#ocvel.

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    ' sistema de asperso de deslocamento linear outra opo vivel para a

    prtica de irrigao em cana de a%car, possuindo todas as vantagens do piv3

    central, e nesse sistema no ocorre a perda de rea irrigada, pois a linha lateral

    deslocase ao longo da rea. U ideal para reas retangulares e com relevo

    suavemente ondulado, e que a largura seja no mnimo quatro ve"es maior do que o

    comprimento. 2sso para que consiga um menor custo 4>Y.haIirrigado8. A principal

    desvantagem desse sistema a praticidade, pois no final da irrigao a lateral no

    est no ponto inicial, e a necessidade de #om#eamento a diesel, elevando o custo

    operacional. Esse sistema permite melhor manejo e escalonamento para diferentes

    culturas, e ou, culturas com diferentes estgios de desenvolvimento e tipos de solo,

    #em como nas prticas culturais, visto que o laHout da rea permite a sua diviso

    por fai0as, propiciando um manejo especfico para cada situao 4/antovani et al.,56678. +em sido utili"ado para irriga!es suplementares principalmente por irrigar

    uma maior rea por torre. ' sistema linear de irrigao pode ser a#astecido por um

    canal lateral ou central 4Vigura 698. ' seu alinhamento feito por sensores

    instalados no #rao do piv3 e ca#eados dentro do solo 4enterrados8, ou por um

    sistema de ca#os e guias 4mais antigos8.

    Vigura 69 R Sistema de irrigao por asperso via piv3 linear.

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    ' sistema de irrigao por asperso do tipo autopropelido movimentado

    por energia hidrulica, sendo composto por um canho hidrulico 4aspersor

    canho8, montado so#re uma plataforma, que se desloca so#re o terreno,

    irrigandoo simultaneamente 4Vigura 6C8. E0ige um motor para propulso, um

    aspersor do tipo canho, uma mangueira de alta presso 4at C66 m8, um carretel

    enrolador e uma plataforma para instalao. $ormalmente, o -ngulo de giro do

    aspersor de NN6W para manter seca a fai0a de movimentao do carro ou

    aspersor.

    Vigura 6C R Sistema de irrigao por asperso via carretel enrolador.

    ' carretel enrolador constituise #asicamente de um conjunto motri",

    formado por uma tur#ina hidrulica e um redutor de velocidade, que aciona um

    carretel conectado a uma mangueira especial de *olietileno de /dia ensidade

    4*E/8, podendo variar de C6 a I96 mm de di-metro e0terno e de IC6 a CC6

    metros de comprimento. A outra e0tremidade da mangueira *E/ ligada a um

    carro irrigador com canho aspersor. +em como principais vantagens mo#ilidade e

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    versatilidade do equipamento, facilidade de operao, menor quantidade de tu#os

    e acess)rios, no e0ige sistemati"ao da rea a ser irrigada, maior rendimento

    operacional, menor perda de reas com canais e menor quantidade de mudanas

    e transporte da mquina e moto#om#a. +am#m permite fertirrigao de vinhaa e

    guas residurias da ind%stria.

    Suas limita!es resumemse ao alto consumo de energia 4valores altos de

    perda de carga8 e ( alta intensidade de aplicao 4va"o do canho8. Alm disso,

    e0ige maior cuidado e ateno por se tratar de um equipamento grande e pesado e

    necessitar de um trator de mdia pot1ncia e dois operadores para o manuseio do

    equipamento 4um para o moto#om#a e outro para o equipamento8.

    ?m ponto fundamental de um projeto de autopropelido a definio das

    reas su#irrigadas no incio e final do percurso, em que e0istem muitas incerte"ase falta de informa!es adequadas. '#servase adoo de critrios pouco tcnicos,

    tra"endo erros. *ara entender melhor o pro#lema, preciso considerar que

    e0istem tr1s fai0as de irrigao durante o percurso do autopropelido uma no incio,

    uma intermediria e uma final. $as reas iniciais, se o carro estiver sempre em

    movimento, terse sempre uma aplicao de l-mina crescente do limite da rea

    at uma dist-ncia correspondente ao raio de alcance do aspersor. esse ponto em

    diante, a l-mina aplicada constante ao longo da fai0a at chegar novamente a

    uma dist-ncia igual ao raio do aspersorT desse ponto ao limite da rea, novamente

    temse uma fai0a su#irrigada 4com l-minas agora decrescentes8.

    A fim de minimi"ar esse pro#lema, recomendase, no incio e final do

    percurso, manter o equipamento irrigando sem se movimentar. Em algumas reas,

    inclusive, aplicase uma inverso do -ngulo de molhamento do aspersor.

    %) Sistema de irriga!o (o%a(i,ada "or gote+ame*to su&su"er#i%ia(

    A irrigao por gotejamento consiste na aplicao de gua diretamente

    so#re a regio de maior concentrao radicular, com pequena intensidade de

    aplicao de gua e alta freq1ncia, possi#ilitando manter o solo com umidade

    pr)0ima da capacidade de campo 4alri, 56678. $esse sistema de irrigao a gua

    se distri#ui por uma rede de tu#os, so# #ai0a presso. 's emissores so fi0os nas

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    tu#ula!es dispostas na superfcie do solo ou enterradas, acompanhando as linhas

    de plantio. $o gotejamento, os emissores so denominados de gotejadores,

    atravs dos quais a gua escoa ap)s ocorrer uma dissipao de presso ao longo

    da rede de condutos. As va"!es so usualmente pequenas, variando de 5 aI6 l.h I.

    's gotejadores devem ter como caractersticas fundamentais va"o constante e

    uniforme, atravs da dissipao da presso da guaT orifcio, relativamente grande,

    para evitar pro#lemas de entupimentoT ser #arato e resistente.

    A irrigao por gotejamento su#superficial 42

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    plantas daninhas, uma ve" que a superfcie do solo mantmse com #ai0o teor de

    gua. 'utras vantagens so grande economia de gua e energiaT os sistemas so

    usualmente semiautomati"ados ou automati"ados, necessitando de menor mo

    deo#ra para o manejo do sistemaT permite a quimigao 4aplicao de produtos

    qumicos via gua de irrigao8T otimi"ao de uso de fertili"antesT possi#ilidade de

    uso de gua com maior salinidadeT possi#ilidade de cultivo em reas com

    afloramentos rochosos e, ou, com declividades acentuadasT e0celente controle na

    quantidade e uniformidade de aplicao de gua.

    's fatores de maior import-ncia em irrigao su#superficial por gotejamento

    so escolha correta do tu#o gotejador, visando dessa maneira ( dura#ilidade do

    sistema, locali"ao do tu#o gotejador, ou seja, conhecer qual a profundidade ideal

    de instalao e locali"ao em relao ( linha de plantio, espaamento entre osemissores e va"o.

    Em relao ( locali"ao do tu#o gotejador, autores relatam que as

    melhores respostas da canadea%car irrigada ocorrem quando o respectivo tu#o

    gotejador est locali"ado so# a linha de plantio. Em#ora, os tratamentos com o

    tu#o instalado so# a linha de plantio apontam para uma produtividade maior, deve

    ser o#servado que a quantidade de tu#o gasto para esse tipo de instalao

    maior, podendo ser at o do#ro da quantidade gasta no espaamento entre as

    linhas de canadea%car.

    ;omo desvantagens desse mtodo de irrigao, 'ron et al. 4IMMI8 citam

    que podem ocorrer pro#lemas de germinao da cultura, dificuldade na deteco

    do local de pro#lemas de entupimento dos emissores. *ara tu#os gotejadores

    instalados a #ai0a profundidade, poder ocorrer dificuldade no cultivo do solo,

    resultando em dano mec-nico aos tu#os gotejadores. *odem ocorrer pro#lemas de

    perfurao no tu#o gotejador causado por roedores, tatus e formigas,

    principalmente nos tu#os gotejadores de parede final. 'utras desvantagens so

    alto custo inicial do sistemaT necessidade de sistema de filtragem 4Vigura 678T

    invivel em guas com altos nveis de ferro e car#onato e manuteno com maior

    freq1ncia.

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    ;onsiderandose que no sistema 2

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    dos orifciosT dano ao tu#o gotejador causado por formigasT tcnicos e operadores

    ina#ilitadosT colapso do tu#o gotejador.

    uanto ao dimensionamento dos sistemas, a ess1ncia principal da

    hidrulica do gotejamento superficial difere do gotejamento su#superficial apenas

    pelo fato de que este sistema e0ige que seja instalada vlvula antivcuo em maior

    quantidade nos setores da rea irrigada. ' o#jetivo dessas vlvulas minimi"ar o

    succionamento e conseqentemente a entrada de partculas de solo no interior do

    la#irinto dos emissores, redu"indo sua va"o. +am#m devem ser instaladas

    vlvulas no final de cada linha lateral para propiciar uma lavagem interna dos tu#os

    gotejadores, com o prop)sito de manter as laterais internamente limpas.

    ependendo da qualidade da gua destinada ( irrigao, os sistemas

    su#superficiais podem requerer aplica!es mais freqentes de cido e cloro, com oo#jetivo de promover a limpe"a dos tu#os e do la#irinto dos emissores.

    NECESSIDADE .DRICA DA CANA-DE-ACAR

    ' teor de gua adequada durante todo o perodo de crescimento

    importante para se o#ter os rendimentos potenciais da canadea%car, visto que o

    crescimento vegetativo proporcional ( gua transpirada. *esquisas t1m

    demonstrado uma relao linear entre a evapotranspirao da canadea%car e

    com sua produtividade 4alri, 56678.

    A disponi#ilidade de gua para a canadea%car pode ser considerada

    como o principal fator climtico causador da varia#ilidade de produtividade, ciclo

    ap)s ciclo da cultura. >o"eff 4IMPP8 cita trinta motivos de reduo de produtividade

    das soqueiras de canadea%car. Entre todos esses motivos citados, tre"e tem

    alguma relao com a disponi#ilidade de gua no solo.

    ' consumo de gua da canadea%car varia em funo do ciclo da cultura

    4canaplanta, canasoca, ressoca, etc.8, do estdio de desenvolvimento 4ciclo

    fenol)gico8, das condi!es climticas 4umidade relativa, temperatura do ar, etc.8 e

    tam#m de ouros fatores, como gua disponvel no solo e variedade da canade

    a%car.

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    ' consumo de gua da cultura da canadea%car fica em torno de I.C66 a

    5.C66 mm 4ooren#os e :assam, IMM98. Ainda no h uma relao precisa entre

    produo da canadea%car e consumo de gua. *orm, a relao consumo de

    gua e produtividade fica entre P a I5 mm.t I, na maioria das situa!es.

    ooren#os e :assam 4IMM98 definiram tr1s estdios para a canadea%car,

    sendo eles IW esta#elecimento da cultura, seguido do crescimento vegetativo e

    de um perodo vegetativoT 5W formao e produoT NW maturao. *ara a cana

    dea%car, o primeiro estdio o mais sensvel ( defici1ncia hdrica 4+hompson,

    IMJ78. *ara >osenfeld 4IMPM8, o perodo mais crtico para a cana plantada em

    outu#ro do quarto ao oitavo m1s de idade, e a maior reduo na produo

    provocada por secas durante o vero em cana com idade de quatro a oito meses.

    So#re o manejo de irrigao, duas quest!es esto permanentemente emdiscusso, so elas qual l-mina deve ser aplicada e quando irrigar. A segunda

    varivel citada di" que longos intervalos entre irriga!es podem criar um elevado

    dficit de gua no solo e, conseqentemente um estresse hdrico na cultura,

    prejudicando a e0plorao do m0imo potencial produtivo da cultura irrigada. $os

    sistemas de irrigao do tipo pressuri"ado e fi0o, irriga!es freqentes so

    comuns, mantendo a umidade do solo pr)0ima ( capacidade de campo. @ale

    lem#rar que o conhecimento de quando deve proceder ( irrigao vlido para

    reas com Firrigao plenaG. *ara as reas que possuem Firrigao de salvaoG,

    importante conhecer a l-mina m0ima que o solo consegue reter, pois l-mina de

    gua em e0cesso significa energia e recursos aplicados sem retorno ao produtor

    de canadea%car.

    Sa#er quando irrigar, ou mesmo conhecer qual a freq1ncia ideal para um

    manejo de irrigao de fundamental import-ncia para regi!es onde a

    disponi#ilidade do uso da gua limitada, pois nessas regi!es devese procurar

    ma0imi"ar o uso da precipitao pluvial. A freq1ncia de irrigao pode afetar o

    desenvolvimento radicular da cultura 4pro#lema de aerao do solo8. *ara turno de

    rega com alta freq1ncia de irrigao, o sistema radicular ser indu"ido a ficar

    estvel, e para um turno de rega com freq1ncia mais longa, o sistema radicular

    ser forado a ocupar maior volume de solo para suprir as necessidades hdricas

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    da cultura. ' #ai0o desenvolvimento radicular pode tra"er srios pro#lemas (

    cultura como acamamento, perda de produtividade e principalmente o arranque da

    soqueira quando a planta for colhida.

    ' estresse hdrico na cana que se desenvolve em qualquer situao

    particular o resultado de uma completa com#inao dos fatores do solo, da

    planta e da atmosfera, os quais interagem para controlar a ta0a de a#soro e

    perda de gua. ' estresse hdrico no redu" apenas a quantidade total de

    crescimento, mas tam#m muda a forma de crescimento.

    ?ma das primeiras respostas da planta ao secamento do solo limitar o

    consumo de gua, redu"indo as perdas e diminuindo a ta0a de desenvolvimento da

    rea transpirat)ria. ' crescimento celular um dos processos mais sensveis ao

    estresse hdrico, principalmente na fase de e0panso celular. U #em conhecido ofato de que os est3matos das plantas tendem a fechar quando e0iste car1ncia de

    gua e que e0iste evid1ncia su#stancial de que isso constitui o principal

    mecanismo de regulagem contra a perda e0cessiva de gua.

    ' dficit de gua no solo causa decrscimo acentuado nas atividades

    fisiol)gicas das plantas, principalmente na diviso e crescimento das clulas e, em

    conseq1ncia, no crescimento das plantas. uando o dficit ocorre em perodos

    curtos, normalmente ap)s as tre"e horas, na hora de maior demanda de

    evapotranspirao, seu efeito mnimo, mas, quando persiste por perodo maior,

    seu efeito drstico.

    A estimativa da evapotranspirao 4perda com#inada da evaporao da

    gua da superfcie do solo e por transpirao das plantas8 e sua acurcia so

    importantes no gerenciamento dos recursos hdricos e na previso da produo

    agrcola.

    A evapotranspirao da cultura E+cpode ser o#tida diretamente, por meio

    das varia!es de arma"enamento de gua no solo, e indiretamente, utili"andose

    modelos de quantificao diria de sua utili"ao, com seus respectivos

    coeficientes.

    A evapotranspirao de refer1ncia 4E+68 pode ser estimada pelo mtodo do

    tanque ;lasse A. Sendo E+6Z :p 0 E;A, em que o E;A a evaporao em mm

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    do tanque classe A o#servada diariamenteT e o :p um coeficinte que ajusta a

    evaporao para a E+6.

    's valores dos coeficientes de cultura 4:c8 citado na +a#ela 6I, nos diversos

    estdios de desenvolvimento das culturas, so importantes, pois permite converter

    os valores de E+6em E+c, valor este fundamental para a reali"ao do #alano

    hdrico e, conseqentemente, para o manejo da irrigao.

    $o entanto, o que realmente se deseja a evapotranspirao da cultura, ou

    seja, a gua que realmente foi consumida pela cultura. Esse consumo varia em

    funo do estgio de desenvolvimento da cultura. Assim, a evapotranspirao da

    cultura o#tida multiplicandose a evapotranspirao de refer1ncia 4E+68 pelo

    coeficiente da cultura 4:c8. Sendo E+cZ E+6 0 :c.

    +a#ela 6I R @alores de :c para a canadea%car 4ooren#os e :assam, IMM98.

    /er$odo de Dese*0o(0ime*to Dias do Ci%(o Coe#i%ie*te de Cu(tura 12%)o plantio at 5CK de co#ertura N6 R 76 6,96 R 6,76

    e 5CK a C6K de co#ertura N6 R 96 6,JC R 6,PCe C6K a JCK de co#ertura IC R 5C 6,M6 R I,66

    IRRIGAO DE SA34AMENTO EM CANA-DE-ACAR

    $os %ltimos anos o cultivo da canadea%car vem se e0pandindo

    rapidamente nas reas de cerrado de /inas

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    agosto, tra"endo grandes #enefcios operacionais e econ3micos para as unidades

    produtoras.

    ?m dos maiores pro#lemas na regio est relacionado com os efeitos do

    estresse hdrico na #rotao e desenvolvimento da soqueira. ' uso da irrigao

    visando ( complementao das chuvas vem sendo estudado em vrias regi!es e a

    resposta da cultura #astante varivel. A escasse" de recursos hdricos muito

    comum nas reas canavieiras do cerrado e tornase um dos fatores limitantes para

    adoo desta tecnologia em grandes reas.

    ?ma alternativa que vem dando #ons resultados a irrigao de

    salvamento, que consiste na utili"ao do mnimo de gua possvel para se

    garantir uma #oa #rotao da socaria. 'liveira et al. 4IMMM8 em e0perimento

    reali"ado com a variedade S*JMI6II na regio de

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    Vigura 6J R Efeito da palha na produtividade de canadea%car 4t.ha I8 su#metida a

    laminas crescentes de irrigao 4adaptado de 'liveira et al., IMMM8.

    Vigura 6P R Efeito da palha na produtividade de a%car 4tpol.ha I8 su#metida a

    laminas crescentes de irrigao 4adaptado de 'liveira et al., IMMM8.

    ;oelho et al 456658 tra#alhando com irrigao de salvao para socarias em

    solo de cerrado no estado de /inas

  • 7/26/2019 Irrigaao Em Cana

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    >esultados de e0perimento com l-minas crescentes de irrigao de

    salvamento instalado na usina [alles /achado S.A no municpio de LP9C5CJ cultivada na usina [alles /achado

    S.A., municpio de

  • 7/26/2019 Irrigaao Em Cana

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    >LP9C5CJ su#metida ( irrigao de salvamento com l-minas crescentes de

    irrigao, na usina [alles /achado S.A., municpio de

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    +a#ela 6N R 2nflu1ncia do parcelamento da irrigao de salvamento no n%mero de

    colmos por metro, peso, altura e n%mero de intern)dios por colmo e porcentagem

    de falhas na variedade >LP9C5CJ na usina [alles /achado S.A., municpio de

  • 7/26/2019 Irrigaao Em Cana

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    6,6

    I,6

    5,6

    N,69,6

    C,67,6

    J,6

    P,6

    M,6

    I6,6

    II,6

    I5,6

    6 96 ] 96 P6 P6 ] 76

    3MINAS 1mm)

    t"o(>?

    a-

    @

    V2A I5 R Efeito do parcelamento da irrigao de salvamento na produtividade

    de a%car 4tpol haI8 da variedade >LP9C5CJ na usina [alles /achado S.A.,

    municpio de

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    E/ERINCIA REA3IADA /E3A =SINA FA33ES MACADO S>A>

    A Empresa [alles /achado S.A. locali"ase no municpio de

  • 7/26/2019 Irrigaao Em Cana

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    A distri#uio de solos, segundo o critrio do 2A; de apro0imadamente

    5IK dos solos licos, IIK mesolicos, IPK cricos, 5IK distr)ficos, I5K

    mesotr)ficos e IJK eutr)ficos.

    ' sistema de colheita adotado na safra 5667566J foi o manual com

    despalhamento com uso de fogo 4NPK da rea total colhida8 e o sistema de corte

    mecani"ado de cana crua nas outras reas 475K das reas colhidas8.

    ' manejo de colheita do canavial leva em conta a disponi#ilidade de gua

    para irrigao na rea, o tipo de solo e o am#iente de produo, a variedade

    cultivada e o teor de sacarose. As reas sem disponi#ilidade de gua para irrigao

    so colhidas no incio e final de safra. $o incio da safra aproveitase a umidade

    e0istente no solo proveniente das %ltimas chuvas do perodo. $o final da safra, a

    irrigao suspensa quando se inicia o perodo chuvoso, o que acontecenormalmente no final do m1s de setem#ro.

    's am#ientes mais restritivos, como por e0emplo, solos cricos, com #ai0a

    capacidade de reteno de gua e solos rasos, so manejados no incio da safra e

    os am#ientes melhores, como por e0emplo, solos eutr)ficos e solos com maior

    capacidade de reteno de gua so manejados no final de safra.

    As reas com disponi#ilidade de gua para irrigao so colhidas ao longo

    do perodo seco, entre os meses de maio a setem#ro. $a safra 5667566J, 76K

    das soqueiras rece#eram irrigao de salvamento 4+a#ela 6C8. $as reas com piv3

    central so aplicadas em soqueira duas l-minas de C6 mm, sendo uma reali"ada

    imediatamente ap)s o corte e a outra N6 dias ap)s a aplicao da primeira l-mina.

    +a#ela 6C R Sistemas de irrigao utili"ados na [alles /achado S.A.,

  • 7/26/2019 Irrigaao Em Cana

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    A manuteno de uma estrutura de irrigao de salvamento permite

    via#ili"ar o plantio de inverno irrigado, com utili"ao de su#produtos, como a torta

    de filtro e a vinhaa. $a [alles /achado, 56K do plantio so irrigados, aplicandose

    uma l-mina de 76 mm antes da sulcao e uma l-mina de P6 mm imediatamente

    ap)s o plantio, perfa"endo um total de I96 mm. A grande vantagem desse plantio

    ter mais matriaprima para a pr)0ima safra, uma ve" que a colheita reali"ada I5

    meses ap)s o plantio da canadea%car, sem o pousio que acompanha a

    chamada cana de FIP mesesG. e qualquer forma, a possi#ilidade de antecipao

    do plantio para o plantio de inverno tam#m cumpre o mesmo efeito de m0ima

    utili"ao do solo, colhendose em I5 meses e dentro de uma ta0a de converso

    muito interessante, como demonstra a +a#ela 67, onde o plantio de agosto j

    apresentava IC,57 +/@& e o plantio de fevereiromaro de 566C apresentava J,5C+/@& na amostragem efetuada em pleno vero, maro 5667 4;oleti O Stupiello,

    56678.

    +a#ela 67 R +a0as de crescimento e0pressas em +/@& m1s I, em funo da poca

    de plantio. ?sina [alles /achado,

  • 7/26/2019 Irrigaao Em Cana

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    *iv3 central re#ocvel J 6,P5;onvencional com aspersores NJ 6,IM

    ;onvencional com carretis irrigadores N7 6,55

    ' sistema de piv3 central re#ocvel tem como vantagens o alto rendimento

    operacional, permitindose tra#alhar inclusive com l-minas de irrigao menores,

    menor utili"ao de modeo#ra, #oa uniformidade de aplicao, rece#endo

    menor interfer1ncia de ventos que ocorrem com intensidade nos meses de julho e

    agosto, menor custo por mm aplicado e melhor controle da l-mina aplicada.

    $ecessita de modeo#ra #em treinada e reas e0tensas e livres de o#stculos,

    tais como, vr"eas, redes eltricas, rvores, etc.

    ' carretel irrigador pode ser utili"ado em reas onde o#stculos dificultam a

    utili"ao do piv3 central re#ocvel. ?tili"a menos modeo#ra, maioresrendimentos operacionais e melhor distri#uio da l-mina aplicada em relao ao

    convencional trevo. ' custo do mm aplicado superior ao piv3 central 4+a#ela 6P8.

    's aspersores convencionais possuem elevado custo por mm aplicado,

    maior variao na distri#uio da l-mina aplicada e utili"am maior quantidade de

    modeo#ra em relao aos outros sistemas. $a usina [alles /achado, esto

    sendo su#stitudos gradativamente por carretis irrigadores e, por piv3 central.

    ' custo de implantao de piv3 re#ocvel para a irrigao de salvamento

    est em torno de >YI.N66,66 por hectare, dependendo do comprimento da

    adutora, altura manomtrica da captao em relao ( rea irrigada, etc.

    @alori"andose a cana no campo em >Y5C,66, seriam necessrios C5 toneladas de

    cana de incremento de produtividade para amorti"ar o investimento. ' investimento

    em carretel irrigador est em apro0imadamente >Y766,66 por hectare, sendo

    necessrio o incremento de 59 toneladas de cana para amorti"ao do

    investimento. ;onsiderando que em muitas situa!es no cerrado, a irrigao de

    salvamento impressindvel para manuteno da longevidade do canavial, ca#eao produtor escolher qual sistema mais vivel para a sua situao.

    +a#ela 6P R ;usto do mm aplicada em diferentes sistemas de irrigao na [alles

    /achado S.A.,

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    escrio Safra 566C5667 Safra 5667566J*iv3 central re#ocvel I,PI I,MM

    ;onvencional com aspersoresXcarretel

    irrigador

    9,IP C,C7

    CONSIDERAES HINAIS

    ' cultivo da canadea%car vem se e0pandindo rapidamente nas reas de

    cerrado, que apesar de ter precipita!es suficientes para se o#ter #ons

    rendimentos, a ocorr1ncia de uma estao seca pronunciada no inverno, pode

    provocar srios preju"os ( produtividade agrcola e industrial. $essas regi!es a

    aplicao de um mnimo de gua para permitir a #rotao da soqueira da cana

    pode ser necessria, para manter nveis satisfat)rios de produtividade e delongevidade dos canaviais.

    Entretanto, importante o#servar que em#ora a gua no solo e0era

    significativa influ1ncia so#re o rendimento da canadea%car, a irrigao no deve

    ser vista como a %nica tecnologia aplicada ( cultura visando ( elevao de

    rendimento. 'utros fatores devem ser considerados, como o clima, solo, controle

    fitossanitrio, variedades cultivadas, prticas culturais, etc.

    3ITERAT=RA RECOMENDADA

    A?E,/.2.S. Estdios de desenvolvimento da canadea%car e suas rela!es com

    a produtividade> Ci*%ia Rura(, Santa /aria. v.5N, n.5, p.59I59P, IMMN.

    AE@E', &. /. de. Res"osta da %a*a-de-aJ%ar a *$0eis de irriga!o e de

    adu&a!o de %o&ertura *os ta&u(eiros da /ara$&a>;ampina ', S.T S'A>ES, A.A.T /A$+'@A$2, E.;. Ma*ua( de irriga!o. @iosa

    ed. ?V@, 5667. 75Cp.

  • 7/26/2019 Irrigaao Em Cana

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    L?2, Q.T :2$'S&2+A, ;./. &as drip irrigation in &a`aii lived up to e0pectationsb 2n

    *>';EE2$*iracica#a ;* 5, p.INMICN, 5667.

    ;>2S+'V22S, . 2rrigao, a fronteira hdrica na produo de alimentos. Re0ista

    ITEM, n.C9, p. 97CC. 5665.

    AD>2, A.L. 2rrigao em canadea%car. 2n SE'LA, E.T $L>E

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    ''>E$L'S, [. :ASSA/, A.&. E#eito da Pgua *o re*dime*to das %u(turas>

    ;ampina $A>', S.T *ADA>E++2, D.V. Irriga!oK /ri*%$"ios e

    Mtodos. @iosa E. ?V@, 5667. NIP p.

    /A+2'D2, ;.S.T *E>ES, V.;.T V>2'$E, [.A. Anlise de deciso so#re a

    via#ilidade da irrigao suplementar de canadea%car colhida no m1s de julho na

    regio de >i#eiro *retoS*. 2n ;'$ESS' L>AS2DE2>' E E$2A

    A=;'DA, 5C, ;'$ESS' DA+2$'A/E>2;A$' E 2$2A

    A=;'DA, 5, Lauru, IMM7. A*ais>>> Lauru, IMM7.

    'D2@E2>A, *.V./.T S'A>ES,>.A.L.T >ESE$E, $.;.T ;A>'S', &.>.T

    >'SE$VED, ?.T /A;&A',@.V. Efeito da palha so#re a produtividade da cana

    dea%car su#metida a l-minas crescentes de irrigao de #rotao. 2n

    CONGRESSO NACIONA3 DA STAB, J, Dondrina, IMMM. Anais. *iracica#a S+AL,

    IMMM...*. I9II9C.

    >'SE$VED, ?.T DE/E, >.[.A. *rodutividade da canadea%car irrigada por

    asperso R estudo de pocas de irrigao. 2n CONGRESSO NACIONA3 DA

    STAB, N, IMP9, So *aulo. Anais...p. JJP9.

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    S;A>?A, >. ' %(ima e a irriga!o *a "rodu!o agro-i*dustria( da %a*a-de-

    aJ%ar 1Sa%%?arm ss">)> *iracica#a ESADX?S*,IMPC. I55*. +ese Divre

    oc1ncia.

    S'?A, E.V.T LE>$A>', S.T ;A>@AD&', [.A. Vuno de produo da canade

    a%car em relao ( gua para tr1s variedades em ;ampos dos 7Elsevier, v.9N,

    p.IJNIP5, 5666.