irrigaçao em cana
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IRRIGAO EM CANA-DE-ACAR
Rogrio Augusto Bremm Soares
INTRODUOA irrigao uma operao agrcola que tem por finalidade suprir as
necessidades hdricas das plantas, no qual se desenvolve a agricultura. Essa
tcnica no funciona isoladamente, mas sim conjugada com outras prticas de
manejo da cultura. Sendo imprescindvel nas reas ridas e semiridas, pois
nestas regi!es a chuva, na maioria das ve"es, insuficiente para o #om
desenvolvimento da cultura. $os cultivos em regi!es %midas e que apresentam
perodos de dficit hdrico em determinado perodo do ano, a irrigao pode se
tornar necessria para a o#teno de elevada produtividade.
&ouve grande evoluo nos conceitos de agricultura irrigada. 's novos
conceitos evoluram de simples aplicao de gua (s culturas, para um importante
instrumento no aumento da produtividade e renta#ilidade agrcola. $o passado, a
utili"ao da irrigao era uma opo tcnica de aplicao de gua que visava
principalmente a luta contra a seca. Atualmente, a irrigao, no foco do
agroneg)cio, se insere em um conceito mais amplo de agricultura irrigada, sendo
uma estratgia para aumento da produo, produtividade e renta#ilidade dapropriedade agrcola de forma sustentvel, preservando o meio am#iente e criando
condi!es para manuteno do homem no campo.
*ara os agricultores, a irrigao um componente de sucesso do cultivo, da
mesma forma que a aplicao de fertili"antes, controle de plantas invasoras e
pragas e doenas. +em sido importante para o aumento da produo mundial de
alimentos, gerando desenvolvimento sustentvel no campo, com gerao de
empregos, segurana no #em agrcola produ"ido, conseqentemente renda de
forma estvel. Atualmente, mais da metade da populao mundial depende de
alimentos produ"idos em reas irrigadas.
A import-ncia da irrigao pode ser sinteti"ada nas seguintes vantagens
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- Seguro contra secas ciclicamente ocorrem estiagens mais prolongadas nas
regi!es de clima semi%mido. A irrigao permite segurana na safra,
independentemente desse pro#lema.
- /elhor produtividade das culturas aumenta o rendimento da rea cultivada
e propicia condi!es para mais de uma colheita numa mesma rea, ou seja,
uso intensivo do solo.
- /elhor qualidade do produto em virtude de o desenvolvimento vegetal
ocorrer em condi!es mais favorveis.
- *ossi#ilidade de fa"er um programa de cultivo com colheitas fora da poca
tradicional com o au0lio da irrigao, podese antecipar ou atrasar a safra
de certas culturas, o que proporciona melhores cota!es no mercado.
- /aior efici1ncia no uso de fertili"antes.- 2ntroduo de culturas caras, minimi"ando o risco do investimento.
A irrigao no deve ser considerada isoladamente, mas sim como parte de
um conjunto de tcnicas utili"adas para garantir a produo econ3mica de
determinada cultura com adequados manejos dos recursos naturais. *ortanto,
devem ser levados em conta os aspectos de sistemas de plantios, de possi#ilidade
de rotao de culturas, de proteo dos solos, de fertilidade do solo, de manejo
integrado de pragas e doenas, etc. 4/antovani et ali.,56678.
A hist)ria da irrigao se confunde com a do desenvolvimento e
prosperidade econ3mica dos povos, em que as principais civili"a!es antigas
tiveram sua origem em regi!es ridas, onde a produo s) possvel graas (
irrigao. A hist)ria rica em fatos demonstrando que a irrigao sempre foi um
fato de rique"a, prosperidade e segurana. Assim, as grandes aglomera!es que
h mais de 9.666 anos se fi0aram (s margens dos rios &uang &o e 2angtse:iang,
no vasto imprio da ;hina, no $ilo do Egito, no +igre e Eufrates da /esopot-mia e
no
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locali"ao no @ale aBa, a 7C quil3metros do litoral e a cerca de C66 quil3metros
ao norte de Dima. epois de sete anos de estudos no vale, os pesquisadores
puderam confirmar a e0ist1ncia de tr1s canais, usados para o cultivo de campos
pr)0imos a antigos stios residenciais, com pelo menos C,9 mil anos de e0ist1ncia
4/antovani et ali., 56678.
's pesquisadores comentam que Fum dos principais desenvolvimentos na
e0ist1ncia da sociedade humana a #emsucedida mudana de uma economia de
su#sist1ncia, #aseada na #usca de comida, para outra, com #ase primeiramente
na produo de alimentos derivados do cultivo e da domesticao de animaisG.
Segundo eles, tal mudana ocorreu independentemente, em poucos centros no
mundo e se refletiu no desenvolvimento social nessas regi!es. ?m desses centros
esteve no atual *eru. As evid1ncias encontradas revelam a prefer1ncia pelacriao de sistemas irrigados em relao ao tradicional plantio em reas
naturalmente mais %midas 4illehaH et al., 566C8.
' contnuo crescimento da populao mundial vem e0igindo uma agricultura
competitiva e tecnificada, que possi#ilite a produo de alimentos de melhor
qualidade e em maior quantidade.
Estimativas apontam que h mundialmente em torno de 576 milh!es de
hectares irrigados. Essa rea corresponde a IJK do total de campos agricultveis.
A mesma estimativa aponta que essa parcela irrigada produ" 96K do alimento
consumido mundialmente.
Estudos recentes indicam que o Lrasil tem potencial de irrigar 5M,C milh!es
de hectares. esses, apenas N,I9M milh!es so irrigados, representando apenas
I6,JK das reas aptas para a agricultura irrigada. A rea irrigada corresponde a
CK do total cultivado, I7K da produo total e NCK do valor econ3mico da
produo 4;ristofidis, 56658. Segundo o autor, C6K da rea irrigada no Lrasil em
5665, utili"ou o sistema de irrigao por superfcie, 56K so# asperso
convencional, 5IK so# piv3 central e MK so# irrigao locali"ada.
A definio do potencial de rea irrigada no Lrasil depende de outros
aspectos fundamentais, como a disponi#ilidade de gua e a via#ilidade da sua
utili"ao, rea realmente disponvel dentro de uma anlise de necessidade de
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preservao de ecossistemas, como o caso de vr"eas. Assim, a grande
e0panso da rea irrigada deve ocorrer na su#stituio de reas de agricultura de
sequeiro e de pastos.
' desenvolvimento de estudos aplicados ao planejamento da irrigao em
canadea%car importante, especialmente quando se #usca a melhoria da
produtividade. Atualmente, a produtividade do Estado de So *aulo registra uma
mdia de JM,N t.haI, valor ainda muito distante do potencial produtivo #iol)gico da
canadea%car, o qual aponta para a estrondosa marca de N9C,7 t.ha I.anoI.
IRRIGAO EM CANA-DE-ACAR
' crescimento hori"ontal dos canaviais no Lrasil limitado, de elevadocusto e, podendo ocorrer em solos de #ai0a fertilidade, #ai0a capacidade de
reteno de gua, elevada declividade, impedindo conseqentemente a colheita
mecani"ada, entre outros fatores. esta maneira, o crescimento vertical dos
canaviais #rasileiros deve ser visto com maior seriedade 4alri, 56678.
?m fator significativo que deve ser destacado visto que influencia na
produtividade das culturas a disponi#ilidade de gua. Entretanto, nem sempre as
chuvas atendem ( real necessidade hdrica das plantas. $estas situa!es, h a
necessidade de se fornecer gua atravs da irrigao 4A"evedo, 56658. A irrigao
uma importante prtica para o aumento da produtividade da canadea%car. 2sso
se deve ao fato de que, apesar da elevada gama de tecnologia aplicada pelos
produtores de canadea%car, como as doses ideais de adu#os recomendadas
pelas anlises de solo, controle de doenas e plantas daninhas, controle da
compactao do solo com o uso de pneus de alta flutuao, variedades
melhoradas, etc., a produtividade da canadea%car se manteve constante nos
%ltimos de"esseis anos 4alri, 56678. Em todas as pesquisas envolvendo culturas
de sequeiro e irrigada, as conclus!es so un-nimes em afirmar o incremento de
produo da cultura irrigada em relao ( cultura sem irrigao. Assim, no #astar
desenvolver novas variedades de canadea%car com elevado potencial produtivo,
pois a gua ser fator decisivo e limitante no aumento da produtividade.
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$o Lrasil ;entral, as chuvas concentramse nos meses de outu#ro a maro,
seguindose acentuado perodo de defici1ncia hdrica entre a#ril e setem#ro. *ara
a cana de ano e meio, plantada entre fevereiro ( a#ril, os principais pro#lemas
resultantes so a reduo de perfilhamento e de crescimento. $a cana soca, os
principais pro#lemas so a reduo de perfilhamento, o aumento do n%mero de
falhas, reduo do crescimento e da vida %til do canavial. E0istem relatos de
reformas de canavial ocorrendo no segundo e terceiro cortes.
A irrigao pode redu"ir ou eliminar os danos causados pelos perodos de
dficit hdrico. >osenfeld O Deme 4IMP98 constataram aumentos de IN e I7 K na
produtividade de cana planta e cana soca, respectivamente, irrigadas entre os
meses de agosto e de"em#ro. $a regio de cerrado de /inas
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Scardua 4IMPC8 demonstrou a via#ilidade tcnicoecon3mica da irrigao
suplementar de canadea%car, principalmente no primeiro estdio de seu
desenvolvimento. Qiendenfeld 456668 o#servou que a canadea%car su#metida
ao estresse hdrico nos terceiro e quarto perodos do seu ciclo, 5CJ a 5J5 e N65 e
N9J dias ap)s o plantio, respectivamente, teve reduo de P,N e ICK no
rendimento.
' dficit hdrico no limitado apenas s regi!es ridas e semiridas do
mundo, de ve" que mesmo em regi!es consideradas climaticamente %midas, a
distri#uio irregular das chuvas pode, em alguns perodos, limitar o crescimento.
;arretero 4IMP58 o#teve aumento de 56 t.haIo que corresponde a um acrscimo
de I7K em relao ( cana no irrigada, primeira soca, na regio de *iracica#a R
S*, so# condi!es de irrigao por gotejamento.' rendimento e a produo de a%car e de lcool da canadea%car irrigada
dependem da quantidade de gua aplicada, do manejo de irrigao com#inado
com a quantidade certa de adu#ao, da variedade, da idade do corte, do tipo de
solo e do clima. Sou"a et al. 4IMMM8, utili"ando sistema de irrigao por asperso
tipo canho encontraram para as variedades >LJ59C9, >LJ7C9IP e S*JMI6II,
m0imas produtividades em colmos de ICC,P, I57,M e I9I,M t.haI, com l-minas
totais de gua de IC7P, I959 e ICPM mm, respectivamente, em IN meses de
cultivo. As m0imas produtividades em a%car estimadas para as mesmas
variedades foram 56,J, IJ,I e IM,N t.haI.
LJ59C9, e uma l-mina
mdia de IIMC mm, uma produtividade mdia de colmos e em a%car de IN6 e IJ t
haI, respectivamente. /aule et al. 4566I8 encontraram no Estado de So *aulo,
para a variedade S*JMI6II, produtividades mdias de I9M, IC9 e IJ6 t haI,
respectivamente, para precipita!es totais de I9JP mm com I9 meses de cultivo,
I7MC mm com IJ meses de cultivo e IP5M mm com IM meses de cultivo. A"evedo
456658 encontrou para a mesma variedade nos ta#uleiros costeiros da *ara#a,
produtividades de C5, JM, MN e M5 t.ha Ipara precipita!es efetiva mais irrigao de
76M, J7I, M6C e I69N mm, respectivamente, com do"e meses de cultivo.
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/atioli et al. 4IMM78 definiram os #enefcios da irrigao na cultura da cana
dea%car em #enefcios diretos e #enefcios indiretos. Segundo os autores, os
#enefcios diretos consistem nos aumentos de produtividade agrcola e
longevidade das soqueiras e os #enefcios indiretos so aqueles relacionados com
a reduo de custos no processo produtivo agrcola, proporcionados, por e0emplo,
pela dispensa de arrendamentos de terras. ;om a dispensa dessas reas
arrendadas, os tratos culturais delas sero automaticamente dispensados. Entra
tam#m como #enefcio indireto a reduo do custo com o transporte da cana, ou
seja, a logstica do sistema agroindustrial da cultura da canadea%car com o
transporte da cana colhida, deslocamento de maquinrio e modeo#ra, entre
outros. $esse caso a irrigao sempre ocorrer em reas pr)0imas ( unidade
industrial. Alm desses #enefcios, a possi#ilidade da aplicao de adu#o via guade irrigao 4fertirrigao8 outra vantagem, tra"endo #enefcios indiretos ao
planejamento da cultura da canadea%car.
SISTEMAS DE IRRIGAO EM CANA-DE-ACAR
Assumindose vlida a ine0ist1ncia de um sistema de irrigao ideal, cada
sistema pode ser caracteri"ado pelas vantagens e limita!es que apresenta em
relao aos demais. ualquer sistema de irrigao tem por finalidade a reposio
da quantidade de gua requerida pela cultura, visando sempre o compromisso em
manter elevado os nveis de uniformidade e efici1ncia de aplicao da gua ao
menor custo possvel, sempre preservando os recursos naturais. ' engenheiro
projetista deve identificar a aptido de cada sistema (s condi!es especficas
consideradas e, por meio de uma anlise tcnica e econ3mica criteriosa, definir o
sistema mais recomendvel.
E0istem #asicamente tr1s formas de aplicao de gua, os quais
caracteri"am os principais sistemas de irrigao superfcie, asperso e locali"ada.
iversas variveis determinam a escolha de um sistema de irrigao. entre essas
variveis podese considerar o clima, solo, topografia, energia disponvel na
propriedade, custo de modeo#ra, cultura, disponi#ilidade e qualidade de gua,
entre outros.
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a) Sistema de irriga!o "or su"er#$%ie
A irrigao por superfcie foi o primeiro mtodo de irrigao a ser usado pelo
homem. Segundo /antovani et al. 456678, h 7.666 anos as civili"a!es da
/esopot-mia, egpcia e chinesas j empregavam esse mtodo de irrigao, ainda
que de forma rudimentar. Em IMP6, cerca de I7K das terras cultivadas no mundo
eram irrigadas, sendo I6K por superfcie e 7K por outros mtodos. Em IMP5, o
Estado de /inas gerais contava com uma rea irrigada de I5N.666 ha, dos quais
J9K eram irrigados por superfcie. Em 5669, no Lrasil, apro0imadamente
I.J66.666 ha foram irrigados por superfcie.
;onsiste num mtodo de irrigao nopressuri"ado em que a gua se
movimenta por gravidade diretamente so#re a superfcie do solo, de canais outu#os janelados, at qualquer ponto de infiltrao, e0igindo, portanto, reas
sistemati"adas e com declividades de 6 a 7K, de acordo com o tipo de irrigao.
$o recomendado para solos com alta permea#ilidade, por proporcionar grandes
perdas por percolao, e para solos instveis, pela formao de crateras quando
molhados 4/antovani et al.,56678.
evemse evitar reas com declividades acentuadas e superfcie do solo
desuniforme, pois o gasto com sistemati"ao para adequao da rea (s
e0ig1ncias desse sistema seria muito alto, alm da possi#ilidade de e0posio do
su#solo.
evido ( forma de distri#uio de gua, um mtodo e irrigao que
consome mais gua quando comparado com os outros sistemas, em ra"o da
menor efici1ncia de aplicao e distri#uio de gua, decorrente de grandes
perdas durante a aplicao. 2sso ocorre por dois principais motivos falta de
com#inao adequada das variveis comprimento da rea, declividade da
superfcie do solo, va"o aplicada e tempo de aplicaoT e manejo deficiente.
A irrigao por superfcie pode ser dividida em irrigao por fai0a, irrigao
por inundao e irrigao por sulco. $a irrigao por fai0a, a gua aplicada em
fai0as de terra, geralmente com certa declividade longitudinal, separadas por
eleva!es denominadas diques ou taipas. U muito usada para irrigao de
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pastagens e, ou, culturas, que tem a caracterstica de co#rir todas a superfcie do
solo.
A irrigao por inundao tem como caracterstica, a aplicao da gua em
#acias ou ta#uleiros intermitentes ou permanentemente mantida so#re a superfcie
do solo praticamente durante todo o ciclo da cultura. 's tipos de ta#uleiros mais
comuns so os retangulares e em contorno. Seu tamanho varia de acordo com os
sistemas de manejo, sedo este manual ou mecani"ado. U muito utili"ado no cultivo
de arro" irrigado no sul do Lrasil e nos estados de
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quantidade a gua de irrigao, o que mais fcil de ser conseguido com irrigao
por asperso e locali"ada do que por superfcie.
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cimentoamianto, concreto, ao "incado, alumnio, *@; rgido e polietileno. 's
tu#os, em geral, t1m um comprimento padro de 7 m, e0ceto os de alumnio, que
so de I6 m, cujos pesos, presso de servio e espessura da parede variam de
acordo com o material de que so constitudos. ' conjunto de tu#ula!es em um
sistema de irrigao por asperso constituise de linha principal, linhas secundrias
e linhas laterais. A linha principal condu" gua da moto#om#a at as linhas
secundrias ou laterais e geralmente so fi0as. As linhas secundrias fa"em a
cone0o entre as linhas principais e laterais e, de modo geral, so fi0as. As linhas
laterais condu"em gua das principais ou secundrias at os aspersores. '
%o*+u*to moto&om&a um componente fundamental no sistema de irrigao por
asperso. A moto#om#a pode ser do tipo centrfuga, de ei0o hori"ontal, ou do tipo
tur#ina de poos profundos, sendo o primeiro o mais usado. Entretanto, em regi!esonde se usa gua su#terr-nea para irrigao, o tipo tur#ina de poos profundos o
mais utili"ado. 's principais tipos de motores utili"ados so os eltricos, a diesel e
a gasolinaT contudo, com a crise de energia poder aumentar o uso de motores
movidos a outros tipos de com#ustvel, como o lcool.
's diversos sistemas de irrigao por asperso podem ser classificados
segundo a tu#ulao usada, o modo de instalao no campo, os tipos de cone0!es
ou engates entre tu#os, a movimentao das linhas laterais no campo e o manejo
da irrigao.
*odemse dividir os sistemas de irrigao por asperso em dois grandes
grupos sistemas m)veis e sistemas fi0os.
's sistemas de irrigao por asperso m)veis so constitudos, pelo menos
em parte, de tu#ula!es portteis, instaladas so#re a superfcie do terreno,
permitindo que a mesma linha lateral seja movimentada em diversas posi!es
so#re a rea do projeto, dependendo do n%mero de dias necessrios para se irrigar
toda a rea e do tempo para se aplicar a l-mina de gua desejada. +ais sistemas
podem ser de movimentao manual ou mec-nica. $os sistemas portteis
manuais, essa vantagem de mo#ilidade, com o tempo, vai sendo redu"ida pelas
dificuldades de modeo#ra para movimentao das linhas laterais que,
paulatinamente, crescem.
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's sistemas de asperso fi0os so constitudos de tu#ula!es suficientes
para irrigar toda a rea do projeto, sem mudanas de tu#ula!es. Estes sistemas
podem ser fi0oportteis, cujas tu#ula!es so instaladas so#re a superfcie do solo
e permanecem no campo somente durante o ciclo vegetativo da cultura, ou fi0o
permanentes, cujas tu#ula!es so enterradas.
's principais sistemas de irrigao por asperso utili"ados em canade
a%car so convencional, piv3 central fi0o ou re#ocvel, de deslocamento linear e
autopropelido com carretel enrolador.
's sistemas de irrigao por asperso convencional, normalmente so
m)veis, constitudos de tu#ula!es portteis, tanto na linha principal como nas
linhas laterais, com caractersticas que os tornam de fcil transporte, instalao e
montagem, de tal modo que tais opera!es sejam e0eqveis manualmente. Essesistema muito utili"ado em irriga!es de salvamento em canadea%car, pois
requer menor investimento de capital, porm tem necessidade de modeo#ra
para a operao e movimentao das tu#ula!es e dos aspersores 4Vigura 6I8.
Vigura 6I R Sistema de irrigao por asperso convencional.
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A irrigao por asperso via piv3 central 4Vigura 658 uma alternativa de uso
em canadea%car. ;onsiste num sistema de movimentao circular,
autopropelido a energia hidrulica ou eltrica. U constitudo, em geral, de uma
linha, com vrios aspersores, de 566 a P66 m de comprimento, com tu#os de ao
de acoplamento especial, suportada por torres dotadas de rodas, nas quais operam
os dispositivos de propulso do sistema, imprimindo ( linha um movimento de
rotao, em torno de um ponto ou piv3, que lhe serve de ancoragem e de tomada
de gua, por #om#eamento de poos profundos, junto do piv3 ou da adutora. '
sistema dotado de recursos de ajuste de velocidade de rotao e de alinhamento
das tu#ula!es. Sua capacidade varia entre 5C a 566 ha, por unidade.
Segundo Lernardo et al. 456678 no Lrasil so fa#ricados diversos modelos
de piv3 para atender aos mais distintos sistemas de produo, envolvendo culturasde #ai0o ou alto porte, sistemas de aplicao de gua com molhamento total ou
limitado, sistemas fi0os 4mais comuns8 e sistemas m)veis, com raio de at P66 m e
rea %til irrigada de cerca de IP6 ha por unidade, em#ora se recomenda utili"ar no
m0imo equipamentos de at I56 ha ou menor, dependendo do tipo de solo. ' uso
de piv3 central re#ocvel 4Vigura 6N8 tem sido utili"ado por produtores de canade
a%car no centrosul e nordeste do Lrasil, pela ma0imi"ao de seu uso devido (
possi#ilidade de movimentao para outras reas.
Vigura 65 R Sistema de irrigao por asperso via piv3 central.
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Esse sistema tem como principais vantagens economia de modeo#raT
economia de tu#ula!es, pois, quando se usa gua su#terr-nea, a linha principal
no utili"ada 4em Dui" Eduardo /agalhesLA, poos artesianos de alta va"o
tem sido utili"ados para irrigao em canadea%car8T manuteno do mesmo
alinhamento e a mesma velocidade de movimentao em todas as irriga!esT ap)s
completar uma irrigao, o sistema estar no ponto inicial para comear uma outraT
#oa uniformidade de aplicao, quando #em dimensionado. As desvantagens so
difcil mudlo de rea, para poder aumentar a rea irrigada, por unidade de
equipamento, quando o modelo fi0oT perde 56K da rea, apro0imadamente 4com
raio de 966 m, irriga C6 a C9 ha de cada 79 ha8T possui alta intensidade de
aplicao, na e0tremidade do piv3, geralmente variando entre 96 e I96 mmXh paraos piv3s com aspersores ou spraH, e valores maiores do que esta fai0a para piv3s
com aplicao locali"adaT e por causa da alta intensidade de aplicao, na
e0tremidade do piv3, precisase tomar cuidado com o escoamento superficial,
sendo o manejo adequado do solo, com plantio direto, fundamental.
Vigura 6N R Sistema de irrigao por asperso via piv3 central re#ocvel.
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' sistema de asperso de deslocamento linear outra opo vivel para a
prtica de irrigao em cana de a%car, possuindo todas as vantagens do piv3
central, e nesse sistema no ocorre a perda de rea irrigada, pois a linha lateral
deslocase ao longo da rea. U ideal para reas retangulares e com relevo
suavemente ondulado, e que a largura seja no mnimo quatro ve"es maior do que o
comprimento. 2sso para que consiga um menor custo 4>Y.haIirrigado8. A principal
desvantagem desse sistema a praticidade, pois no final da irrigao a lateral no
est no ponto inicial, e a necessidade de #om#eamento a diesel, elevando o custo
operacional. Esse sistema permite melhor manejo e escalonamento para diferentes
culturas, e ou, culturas com diferentes estgios de desenvolvimento e tipos de solo,
#em como nas prticas culturais, visto que o laHout da rea permite a sua diviso
por fai0as, propiciando um manejo especfico para cada situao 4/antovani et al.,56678. +em sido utili"ado para irriga!es suplementares principalmente por irrigar
uma maior rea por torre. ' sistema linear de irrigao pode ser a#astecido por um
canal lateral ou central 4Vigura 698. ' seu alinhamento feito por sensores
instalados no #rao do piv3 e ca#eados dentro do solo 4enterrados8, ou por um
sistema de ca#os e guias 4mais antigos8.
Vigura 69 R Sistema de irrigao por asperso via piv3 linear.
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' sistema de irrigao por asperso do tipo autopropelido movimentado
por energia hidrulica, sendo composto por um canho hidrulico 4aspersor
canho8, montado so#re uma plataforma, que se desloca so#re o terreno,
irrigandoo simultaneamente 4Vigura 6C8. E0ige um motor para propulso, um
aspersor do tipo canho, uma mangueira de alta presso 4at C66 m8, um carretel
enrolador e uma plataforma para instalao. $ormalmente, o -ngulo de giro do
aspersor de NN6W para manter seca a fai0a de movimentao do carro ou
aspersor.
Vigura 6C R Sistema de irrigao por asperso via carretel enrolador.
' carretel enrolador constituise #asicamente de um conjunto motri",
formado por uma tur#ina hidrulica e um redutor de velocidade, que aciona um
carretel conectado a uma mangueira especial de *olietileno de /dia ensidade
4*E/8, podendo variar de C6 a I96 mm de di-metro e0terno e de IC6 a CC6
metros de comprimento. A outra e0tremidade da mangueira *E/ ligada a um
carro irrigador com canho aspersor. +em como principais vantagens mo#ilidade e
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versatilidade do equipamento, facilidade de operao, menor quantidade de tu#os
e acess)rios, no e0ige sistemati"ao da rea a ser irrigada, maior rendimento
operacional, menor perda de reas com canais e menor quantidade de mudanas
e transporte da mquina e moto#om#a. +am#m permite fertirrigao de vinhaa e
guas residurias da ind%stria.
Suas limita!es resumemse ao alto consumo de energia 4valores altos de
perda de carga8 e ( alta intensidade de aplicao 4va"o do canho8. Alm disso,
e0ige maior cuidado e ateno por se tratar de um equipamento grande e pesado e
necessitar de um trator de mdia pot1ncia e dois operadores para o manuseio do
equipamento 4um para o moto#om#a e outro para o equipamento8.
?m ponto fundamental de um projeto de autopropelido a definio das
reas su#irrigadas no incio e final do percurso, em que e0istem muitas incerte"ase falta de informa!es adequadas. '#servase adoo de critrios pouco tcnicos,
tra"endo erros. *ara entender melhor o pro#lema, preciso considerar que
e0istem tr1s fai0as de irrigao durante o percurso do autopropelido uma no incio,
uma intermediria e uma final. $as reas iniciais, se o carro estiver sempre em
movimento, terse sempre uma aplicao de l-mina crescente do limite da rea
at uma dist-ncia correspondente ao raio de alcance do aspersor. esse ponto em
diante, a l-mina aplicada constante ao longo da fai0a at chegar novamente a
uma dist-ncia igual ao raio do aspersorT desse ponto ao limite da rea, novamente
temse uma fai0a su#irrigada 4com l-minas agora decrescentes8.
A fim de minimi"ar esse pro#lema, recomendase, no incio e final do
percurso, manter o equipamento irrigando sem se movimentar. Em algumas reas,
inclusive, aplicase uma inverso do -ngulo de molhamento do aspersor.
%) Sistema de irriga!o (o%a(i,ada "or gote+ame*to su&su"er#i%ia(
A irrigao por gotejamento consiste na aplicao de gua diretamente
so#re a regio de maior concentrao radicular, com pequena intensidade de
aplicao de gua e alta freq1ncia, possi#ilitando manter o solo com umidade
pr)0ima da capacidade de campo 4alri, 56678. $esse sistema de irrigao a gua
se distri#ui por uma rede de tu#os, so# #ai0a presso. 's emissores so fi0os nas
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tu#ula!es dispostas na superfcie do solo ou enterradas, acompanhando as linhas
de plantio. $o gotejamento, os emissores so denominados de gotejadores,
atravs dos quais a gua escoa ap)s ocorrer uma dissipao de presso ao longo
da rede de condutos. As va"!es so usualmente pequenas, variando de 5 aI6 l.h I.
's gotejadores devem ter como caractersticas fundamentais va"o constante e
uniforme, atravs da dissipao da presso da guaT orifcio, relativamente grande,
para evitar pro#lemas de entupimentoT ser #arato e resistente.
A irrigao por gotejamento su#superficial 42
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plantas daninhas, uma ve" que a superfcie do solo mantmse com #ai0o teor de
gua. 'utras vantagens so grande economia de gua e energiaT os sistemas so
usualmente semiautomati"ados ou automati"ados, necessitando de menor mo
deo#ra para o manejo do sistemaT permite a quimigao 4aplicao de produtos
qumicos via gua de irrigao8T otimi"ao de uso de fertili"antesT possi#ilidade de
uso de gua com maior salinidadeT possi#ilidade de cultivo em reas com
afloramentos rochosos e, ou, com declividades acentuadasT e0celente controle na
quantidade e uniformidade de aplicao de gua.
's fatores de maior import-ncia em irrigao su#superficial por gotejamento
so escolha correta do tu#o gotejador, visando dessa maneira ( dura#ilidade do
sistema, locali"ao do tu#o gotejador, ou seja, conhecer qual a profundidade ideal
de instalao e locali"ao em relao ( linha de plantio, espaamento entre osemissores e va"o.
Em relao ( locali"ao do tu#o gotejador, autores relatam que as
melhores respostas da canadea%car irrigada ocorrem quando o respectivo tu#o
gotejador est locali"ado so# a linha de plantio. Em#ora, os tratamentos com o
tu#o instalado so# a linha de plantio apontam para uma produtividade maior, deve
ser o#servado que a quantidade de tu#o gasto para esse tipo de instalao
maior, podendo ser at o do#ro da quantidade gasta no espaamento entre as
linhas de canadea%car.
;omo desvantagens desse mtodo de irrigao, 'ron et al. 4IMMI8 citam
que podem ocorrer pro#lemas de germinao da cultura, dificuldade na deteco
do local de pro#lemas de entupimento dos emissores. *ara tu#os gotejadores
instalados a #ai0a profundidade, poder ocorrer dificuldade no cultivo do solo,
resultando em dano mec-nico aos tu#os gotejadores. *odem ocorrer pro#lemas de
perfurao no tu#o gotejador causado por roedores, tatus e formigas,
principalmente nos tu#os gotejadores de parede final. 'utras desvantagens so
alto custo inicial do sistemaT necessidade de sistema de filtragem 4Vigura 678T
invivel em guas com altos nveis de ferro e car#onato e manuteno com maior
freq1ncia.
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;onsiderandose que no sistema 2
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dos orifciosT dano ao tu#o gotejador causado por formigasT tcnicos e operadores
ina#ilitadosT colapso do tu#o gotejador.
uanto ao dimensionamento dos sistemas, a ess1ncia principal da
hidrulica do gotejamento superficial difere do gotejamento su#superficial apenas
pelo fato de que este sistema e0ige que seja instalada vlvula antivcuo em maior
quantidade nos setores da rea irrigada. ' o#jetivo dessas vlvulas minimi"ar o
succionamento e conseqentemente a entrada de partculas de solo no interior do
la#irinto dos emissores, redu"indo sua va"o. +am#m devem ser instaladas
vlvulas no final de cada linha lateral para propiciar uma lavagem interna dos tu#os
gotejadores, com o prop)sito de manter as laterais internamente limpas.
ependendo da qualidade da gua destinada ( irrigao, os sistemas
su#superficiais podem requerer aplica!es mais freqentes de cido e cloro, com oo#jetivo de promover a limpe"a dos tu#os e do la#irinto dos emissores.
NECESSIDADE .DRICA DA CANA-DE-ACAR
' teor de gua adequada durante todo o perodo de crescimento
importante para se o#ter os rendimentos potenciais da canadea%car, visto que o
crescimento vegetativo proporcional ( gua transpirada. *esquisas t1m
demonstrado uma relao linear entre a evapotranspirao da canadea%car e
com sua produtividade 4alri, 56678.
A disponi#ilidade de gua para a canadea%car pode ser considerada
como o principal fator climtico causador da varia#ilidade de produtividade, ciclo
ap)s ciclo da cultura. >o"eff 4IMPP8 cita trinta motivos de reduo de produtividade
das soqueiras de canadea%car. Entre todos esses motivos citados, tre"e tem
alguma relao com a disponi#ilidade de gua no solo.
' consumo de gua da canadea%car varia em funo do ciclo da cultura
4canaplanta, canasoca, ressoca, etc.8, do estdio de desenvolvimento 4ciclo
fenol)gico8, das condi!es climticas 4umidade relativa, temperatura do ar, etc.8 e
tam#m de ouros fatores, como gua disponvel no solo e variedade da canade
a%car.
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' consumo de gua da cultura da canadea%car fica em torno de I.C66 a
5.C66 mm 4ooren#os e :assam, IMM98. Ainda no h uma relao precisa entre
produo da canadea%car e consumo de gua. *orm, a relao consumo de
gua e produtividade fica entre P a I5 mm.t I, na maioria das situa!es.
ooren#os e :assam 4IMM98 definiram tr1s estdios para a canadea%car,
sendo eles IW esta#elecimento da cultura, seguido do crescimento vegetativo e
de um perodo vegetativoT 5W formao e produoT NW maturao. *ara a cana
dea%car, o primeiro estdio o mais sensvel ( defici1ncia hdrica 4+hompson,
IMJ78. *ara >osenfeld 4IMPM8, o perodo mais crtico para a cana plantada em
outu#ro do quarto ao oitavo m1s de idade, e a maior reduo na produo
provocada por secas durante o vero em cana com idade de quatro a oito meses.
So#re o manejo de irrigao, duas quest!es esto permanentemente emdiscusso, so elas qual l-mina deve ser aplicada e quando irrigar. A segunda
varivel citada di" que longos intervalos entre irriga!es podem criar um elevado
dficit de gua no solo e, conseqentemente um estresse hdrico na cultura,
prejudicando a e0plorao do m0imo potencial produtivo da cultura irrigada. $os
sistemas de irrigao do tipo pressuri"ado e fi0o, irriga!es freqentes so
comuns, mantendo a umidade do solo pr)0ima ( capacidade de campo. @ale
lem#rar que o conhecimento de quando deve proceder ( irrigao vlido para
reas com Firrigao plenaG. *ara as reas que possuem Firrigao de salvaoG,
importante conhecer a l-mina m0ima que o solo consegue reter, pois l-mina de
gua em e0cesso significa energia e recursos aplicados sem retorno ao produtor
de canadea%car.
Sa#er quando irrigar, ou mesmo conhecer qual a freq1ncia ideal para um
manejo de irrigao de fundamental import-ncia para regi!es onde a
disponi#ilidade do uso da gua limitada, pois nessas regi!es devese procurar
ma0imi"ar o uso da precipitao pluvial. A freq1ncia de irrigao pode afetar o
desenvolvimento radicular da cultura 4pro#lema de aerao do solo8. *ara turno de
rega com alta freq1ncia de irrigao, o sistema radicular ser indu"ido a ficar
estvel, e para um turno de rega com freq1ncia mais longa, o sistema radicular
ser forado a ocupar maior volume de solo para suprir as necessidades hdricas
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da cultura. ' #ai0o desenvolvimento radicular pode tra"er srios pro#lemas (
cultura como acamamento, perda de produtividade e principalmente o arranque da
soqueira quando a planta for colhida.
' estresse hdrico na cana que se desenvolve em qualquer situao
particular o resultado de uma completa com#inao dos fatores do solo, da
planta e da atmosfera, os quais interagem para controlar a ta0a de a#soro e
perda de gua. ' estresse hdrico no redu" apenas a quantidade total de
crescimento, mas tam#m muda a forma de crescimento.
?ma das primeiras respostas da planta ao secamento do solo limitar o
consumo de gua, redu"indo as perdas e diminuindo a ta0a de desenvolvimento da
rea transpirat)ria. ' crescimento celular um dos processos mais sensveis ao
estresse hdrico, principalmente na fase de e0panso celular. U #em conhecido ofato de que os est3matos das plantas tendem a fechar quando e0iste car1ncia de
gua e que e0iste evid1ncia su#stancial de que isso constitui o principal
mecanismo de regulagem contra a perda e0cessiva de gua.
' dficit de gua no solo causa decrscimo acentuado nas atividades
fisiol)gicas das plantas, principalmente na diviso e crescimento das clulas e, em
conseq1ncia, no crescimento das plantas. uando o dficit ocorre em perodos
curtos, normalmente ap)s as tre"e horas, na hora de maior demanda de
evapotranspirao, seu efeito mnimo, mas, quando persiste por perodo maior,
seu efeito drstico.
A estimativa da evapotranspirao 4perda com#inada da evaporao da
gua da superfcie do solo e por transpirao das plantas8 e sua acurcia so
importantes no gerenciamento dos recursos hdricos e na previso da produo
agrcola.
A evapotranspirao da cultura E+cpode ser o#tida diretamente, por meio
das varia!es de arma"enamento de gua no solo, e indiretamente, utili"andose
modelos de quantificao diria de sua utili"ao, com seus respectivos
coeficientes.
A evapotranspirao de refer1ncia 4E+68 pode ser estimada pelo mtodo do
tanque ;lasse A. Sendo E+6Z :p 0 E;A, em que o E;A a evaporao em mm
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do tanque classe A o#servada diariamenteT e o :p um coeficinte que ajusta a
evaporao para a E+6.
's valores dos coeficientes de cultura 4:c8 citado na +a#ela 6I, nos diversos
estdios de desenvolvimento das culturas, so importantes, pois permite converter
os valores de E+6em E+c, valor este fundamental para a reali"ao do #alano
hdrico e, conseqentemente, para o manejo da irrigao.
$o entanto, o que realmente se deseja a evapotranspirao da cultura, ou
seja, a gua que realmente foi consumida pela cultura. Esse consumo varia em
funo do estgio de desenvolvimento da cultura. Assim, a evapotranspirao da
cultura o#tida multiplicandose a evapotranspirao de refer1ncia 4E+68 pelo
coeficiente da cultura 4:c8. Sendo E+cZ E+6 0 :c.
+a#ela 6I R @alores de :c para a canadea%car 4ooren#os e :assam, IMM98.
/er$odo de Dese*0o(0ime*to Dias do Ci%(o Coe#i%ie*te de Cu(tura 12%)o plantio at 5CK de co#ertura N6 R 76 6,96 R 6,76
e 5CK a C6K de co#ertura N6 R 96 6,JC R 6,PCe C6K a JCK de co#ertura IC R 5C 6,M6 R I,66
IRRIGAO DE SA34AMENTO EM CANA-DE-ACAR
$os %ltimos anos o cultivo da canadea%car vem se e0pandindo
rapidamente nas reas de cerrado de /inas
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agosto, tra"endo grandes #enefcios operacionais e econ3micos para as unidades
produtoras.
?m dos maiores pro#lemas na regio est relacionado com os efeitos do
estresse hdrico na #rotao e desenvolvimento da soqueira. ' uso da irrigao
visando ( complementao das chuvas vem sendo estudado em vrias regi!es e a
resposta da cultura #astante varivel. A escasse" de recursos hdricos muito
comum nas reas canavieiras do cerrado e tornase um dos fatores limitantes para
adoo desta tecnologia em grandes reas.
?ma alternativa que vem dando #ons resultados a irrigao de
salvamento, que consiste na utili"ao do mnimo de gua possvel para se
garantir uma #oa #rotao da socaria. 'liveira et al. 4IMMM8 em e0perimento
reali"ado com a variedade S*JMI6II na regio de
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Vigura 6J R Efeito da palha na produtividade de canadea%car 4t.ha I8 su#metida a
laminas crescentes de irrigao 4adaptado de 'liveira et al., IMMM8.
Vigura 6P R Efeito da palha na produtividade de a%car 4tpol.ha I8 su#metida a
laminas crescentes de irrigao 4adaptado de 'liveira et al., IMMM8.
;oelho et al 456658 tra#alhando com irrigao de salvao para socarias em
solo de cerrado no estado de /inas
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>esultados de e0perimento com l-minas crescentes de irrigao de
salvamento instalado na usina [alles /achado S.A no municpio de LP9C5CJ cultivada na usina [alles /achado
S.A., municpio de
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>LP9C5CJ su#metida ( irrigao de salvamento com l-minas crescentes de
irrigao, na usina [alles /achado S.A., municpio de
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+a#ela 6N R 2nflu1ncia do parcelamento da irrigao de salvamento no n%mero de
colmos por metro, peso, altura e n%mero de intern)dios por colmo e porcentagem
de falhas na variedade >LP9C5CJ na usina [alles /achado S.A., municpio de
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6,6
I,6
5,6
N,69,6
C,67,6
J,6
P,6
M,6
I6,6
II,6
I5,6
6 96 ] 96 P6 P6 ] 76
3MINAS 1mm)
t"o(>?
a-
@
V2A I5 R Efeito do parcelamento da irrigao de salvamento na produtividade
de a%car 4tpol haI8 da variedade >LP9C5CJ na usina [alles /achado S.A.,
municpio de
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E/ERINCIA REA3IADA /E3A =SINA FA33ES MACADO S>A>
A Empresa [alles /achado S.A. locali"ase no municpio de
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A distri#uio de solos, segundo o critrio do 2A; de apro0imadamente
5IK dos solos licos, IIK mesolicos, IPK cricos, 5IK distr)ficos, I5K
mesotr)ficos e IJK eutr)ficos.
' sistema de colheita adotado na safra 5667566J foi o manual com
despalhamento com uso de fogo 4NPK da rea total colhida8 e o sistema de corte
mecani"ado de cana crua nas outras reas 475K das reas colhidas8.
' manejo de colheita do canavial leva em conta a disponi#ilidade de gua
para irrigao na rea, o tipo de solo e o am#iente de produo, a variedade
cultivada e o teor de sacarose. As reas sem disponi#ilidade de gua para irrigao
so colhidas no incio e final de safra. $o incio da safra aproveitase a umidade
e0istente no solo proveniente das %ltimas chuvas do perodo. $o final da safra, a
irrigao suspensa quando se inicia o perodo chuvoso, o que acontecenormalmente no final do m1s de setem#ro.
's am#ientes mais restritivos, como por e0emplo, solos cricos, com #ai0a
capacidade de reteno de gua e solos rasos, so manejados no incio da safra e
os am#ientes melhores, como por e0emplo, solos eutr)ficos e solos com maior
capacidade de reteno de gua so manejados no final de safra.
As reas com disponi#ilidade de gua para irrigao so colhidas ao longo
do perodo seco, entre os meses de maio a setem#ro. $a safra 5667566J, 76K
das soqueiras rece#eram irrigao de salvamento 4+a#ela 6C8. $as reas com piv3
central so aplicadas em soqueira duas l-minas de C6 mm, sendo uma reali"ada
imediatamente ap)s o corte e a outra N6 dias ap)s a aplicao da primeira l-mina.
+a#ela 6C R Sistemas de irrigao utili"ados na [alles /achado S.A.,
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A manuteno de uma estrutura de irrigao de salvamento permite
via#ili"ar o plantio de inverno irrigado, com utili"ao de su#produtos, como a torta
de filtro e a vinhaa. $a [alles /achado, 56K do plantio so irrigados, aplicandose
uma l-mina de 76 mm antes da sulcao e uma l-mina de P6 mm imediatamente
ap)s o plantio, perfa"endo um total de I96 mm. A grande vantagem desse plantio
ter mais matriaprima para a pr)0ima safra, uma ve" que a colheita reali"ada I5
meses ap)s o plantio da canadea%car, sem o pousio que acompanha a
chamada cana de FIP mesesG. e qualquer forma, a possi#ilidade de antecipao
do plantio para o plantio de inverno tam#m cumpre o mesmo efeito de m0ima
utili"ao do solo, colhendose em I5 meses e dentro de uma ta0a de converso
muito interessante, como demonstra a +a#ela 67, onde o plantio de agosto j
apresentava IC,57 +/@& e o plantio de fevereiromaro de 566C apresentava J,5C+/@& na amostragem efetuada em pleno vero, maro 5667 4;oleti O Stupiello,
56678.
+a#ela 67 R +a0as de crescimento e0pressas em +/@& m1s I, em funo da poca
de plantio. ?sina [alles /achado,
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*iv3 central re#ocvel J 6,P5;onvencional com aspersores NJ 6,IM
;onvencional com carretis irrigadores N7 6,55
' sistema de piv3 central re#ocvel tem como vantagens o alto rendimento
operacional, permitindose tra#alhar inclusive com l-minas de irrigao menores,
menor utili"ao de modeo#ra, #oa uniformidade de aplicao, rece#endo
menor interfer1ncia de ventos que ocorrem com intensidade nos meses de julho e
agosto, menor custo por mm aplicado e melhor controle da l-mina aplicada.
$ecessita de modeo#ra #em treinada e reas e0tensas e livres de o#stculos,
tais como, vr"eas, redes eltricas, rvores, etc.
' carretel irrigador pode ser utili"ado em reas onde o#stculos dificultam a
utili"ao do piv3 central re#ocvel. ?tili"a menos modeo#ra, maioresrendimentos operacionais e melhor distri#uio da l-mina aplicada em relao ao
convencional trevo. ' custo do mm aplicado superior ao piv3 central 4+a#ela 6P8.
's aspersores convencionais possuem elevado custo por mm aplicado,
maior variao na distri#uio da l-mina aplicada e utili"am maior quantidade de
modeo#ra em relao aos outros sistemas. $a usina [alles /achado, esto
sendo su#stitudos gradativamente por carretis irrigadores e, por piv3 central.
' custo de implantao de piv3 re#ocvel para a irrigao de salvamento
est em torno de >YI.N66,66 por hectare, dependendo do comprimento da
adutora, altura manomtrica da captao em relao ( rea irrigada, etc.
@alori"andose a cana no campo em >Y5C,66, seriam necessrios C5 toneladas de
cana de incremento de produtividade para amorti"ar o investimento. ' investimento
em carretel irrigador est em apro0imadamente >Y766,66 por hectare, sendo
necessrio o incremento de 59 toneladas de cana para amorti"ao do
investimento. ;onsiderando que em muitas situa!es no cerrado, a irrigao de
salvamento impressindvel para manuteno da longevidade do canavial, ca#eao produtor escolher qual sistema mais vivel para a sua situao.
+a#ela 6P R ;usto do mm aplicada em diferentes sistemas de irrigao na [alles
/achado S.A.,
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escrio Safra 566C5667 Safra 5667566J*iv3 central re#ocvel I,PI I,MM
;onvencional com aspersoresXcarretel
irrigador
9,IP C,C7
CONSIDERAES HINAIS
' cultivo da canadea%car vem se e0pandindo rapidamente nas reas de
cerrado, que apesar de ter precipita!es suficientes para se o#ter #ons
rendimentos, a ocorr1ncia de uma estao seca pronunciada no inverno, pode
provocar srios preju"os ( produtividade agrcola e industrial. $essas regi!es a
aplicao de um mnimo de gua para permitir a #rotao da soqueira da cana
pode ser necessria, para manter nveis satisfat)rios de produtividade e delongevidade dos canaviais.
Entretanto, importante o#servar que em#ora a gua no solo e0era
significativa influ1ncia so#re o rendimento da canadea%car, a irrigao no deve
ser vista como a %nica tecnologia aplicada ( cultura visando ( elevao de
rendimento. 'utros fatores devem ser considerados, como o clima, solo, controle
fitossanitrio, variedades cultivadas, prticas culturais, etc.
3ITERAT=RA RECOMENDADA
A?E,/.2.S. Estdios de desenvolvimento da canadea%car e suas rela!es com
a produtividade> Ci*%ia Rura(, Santa /aria. v.5N, n.5, p.59I59P, IMMN.
AE@E', &. /. de. Res"osta da %a*a-de-aJ%ar a *$0eis de irriga!o e de
adu&a!o de %o&ertura *os ta&u(eiros da /ara$&a>;ampina ', S.T S'A>ES, A.A.T /A$+'@A$2, E.;. Ma*ua( de irriga!o. @iosa
ed. ?V@, 5667. 75Cp.
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L?2, Q.T :2$'S&2+A, ;./. &as drip irrigation in &a`aii lived up to e0pectationsb 2n
*>';EE2$*iracica#a ;* 5, p.INMICN, 5667.
;>2S+'V22S, . 2rrigao, a fronteira hdrica na produo de alimentos. Re0ista
ITEM, n.C9, p. 97CC. 5665.
AD>2, A.L. 2rrigao em canadea%car. 2n SE'LA, E.T $L>E
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''>E$L'S, [. :ASSA/, A.&. E#eito da Pgua *o re*dime*to das %u(turas>
;ampina $A>', S.T *ADA>E++2, D.V. Irriga!oK /ri*%$"ios e
Mtodos. @iosa E. ?V@, 5667. NIP p.
/A+2'D2, ;.S.T *E>ES, V.;.T V>2'$E, [.A. Anlise de deciso so#re a
via#ilidade da irrigao suplementar de canadea%car colhida no m1s de julho na
regio de >i#eiro *retoS*. 2n ;'$ESS' L>AS2DE2>' E E$2A
A=;'DA, 5C, ;'$ESS' DA+2$'A/E>2;A$' E 2$2A
A=;'DA, 5, Lauru, IMM7. A*ais>>> Lauru, IMM7.
'D2@E2>A, *.V./.T S'A>ES,>.A.L.T >ESE$E, $.;.T ;A>'S', &.>.T
>'SE$VED, ?.T /A;&A',@.V. Efeito da palha so#re a produtividade da cana
dea%car su#metida a l-minas crescentes de irrigao de #rotao. 2n
CONGRESSO NACIONA3 DA STAB, J, Dondrina, IMMM. Anais. *iracica#a S+AL,
IMMM...*. I9II9C.
>'SE$VED, ?.T DE/E, >.[.A. *rodutividade da canadea%car irrigada por
asperso R estudo de pocas de irrigao. 2n CONGRESSO NACIONA3 DA
STAB, N, IMP9, So *aulo. Anais...p. JJP9.
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S;A>?A, >. ' %(ima e a irriga!o *a "rodu!o agro-i*dustria( da %a*a-de-
aJ%ar 1Sa%%?arm ss">)> *iracica#a ESADX?S*,IMPC. I55*. +ese Divre
oc1ncia.
S'?A, E.V.T LE>$A>', S.T ;A>@AD&', [.A. Vuno de produo da canade
a%car em relao ( gua para tr1s variedades em ;ampos dos 7Elsevier, v.9N,
p.IJNIP5, 5666.