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Grécia Antiga 1 Antiguidade Clássica Grécia e Roma

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Antiguidade ClássicaGrécia e Roma

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Grécia

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Deuses da mitologia Grega, com interesse no campo médico-farmacêutico

Hecate ou Pharmakis: deusa da magia e detentora do saber

terapêutico das plantas medicinais; as sacerdotisas eram apelidadas

de pharmakides.

Apolo: fundador da medicina e médico dos deuses. Responsável

pela acção de inúmeras drogas

Artemis (irmã de Apolo) tinha poder para curar ou reprimir, fazendo

sentir a sua acção sobre as mulheres

Centauro Chirón:(figura metade homem metade cavalo)

reconhecer as virtudes das plantas medicinais. Teve como discípulos

Asclépio e Esculápio.

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Asclépio

Filho de Apolo e da ninfa Coronis

Tirado do ventre da Mãe na pira funerária

Deus da Medicina - «A vitória da vida sobre a morte»

Serpente ensinou-lhe como usar uma planta para dar vida aos

mortos;

Filhos de Asclépio e Epione são particularmente importantes

Panaceia (remédio para todos os males) Higea (deusa da

higiene)

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Culto de Asclépio

Ergueram-se santuários onde eram praticados os

actos médicos mágicos-religiosos;

Designavam-se por asclepiones, existiam médicos-

sacerdotes denominados de asclepíades

Existem vestigios destes templos em Kos, Epitauro,

Knidos, Pérgamo, etc.

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Bases filosóficas da Medicina Grega

Alcméon (535 a.C.): marcou a passagem da medicina Grega pré-técnica para

a chamada medicina técnica. A saúde correspondia a um equilíbrio de

qualidades opostas no organismo a doença resultava de um ascendente de

uma de uma dessas qualidades sobre todas as outras.

“frio e quente, húmido e seco, doce e amargo”. Baseia-se na ideia de Pitágoras

(560-480 a.C.) sobre o equilíbrio baseado em proporções numéricas definidas.

Cérebro, coração, umbigo e orgãos genitais eram os 4 orgãos responsáveis

pela vida, dando especial relevância ao cérebro que indica ser um orgão

coordenador do organismo.

“Preocupação com explicação racional da saúde e da doença nasce com a filosofia grega”

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Empédocles

492 – 432 a.C. Todos os seres são constituídos por um conjunto de fluidos em

proporções variáveis de quatro elementos com qualidades opostas:

Doença provocada por desequilíbrios entre elementos na constituição do corpo humano

FOGO

ÁGUA

AR

TERRA

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As escolas pré-hipocráticas (Knidos, Crotone e Kos)

Ideia de uma Patologia Geral (Escola de Kos)

– oposta à ideia até aí prevalecente de que as doenças se encontravam limitadas apenas a um órgão

– os processos morbosos eram devidos a uma reacção da natureza a uma situação de desequilíbrio humoral, sendo constituídos por três fases:

► apepsia - caracterizada pelo aparecimento do desequilíbrio

► pepsis - onde a febre, a inflamação e o pus eram devidos à reacção do corpo

► crisis ou lysis - onde se dava a eliminação, respectivamente brusca ou lenta, dos humores em excesso.

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Hipócrates de Kos

460 – 370 a. C., Kos Médico, cirurgião, artista Corpus Hippocraticum (53 tratados)

Bases da Medicina Moderna Exame Objectivo do Doente Tratamento prescrito apenas quando necessário Capacidade de cura do corpo, em caso de doenças pouco graves

Reunido em Alexandria, por Baccheio, séc. III a.C.

Tradicionalmente atribuída a Hipócrates, embora só parte foi escrita por ele (restantes livros das escolas de Knidos, Kos e Crotone)

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Teoria dos Humores

4 Humores

Tipos Fisiológicos

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Teoria dos Humores

► A doença seria devida a um desequilíbrio entre os

humores, tendo como causa principal as alterações devidas

aos alimentos.

● Ao serem assimilados pelo organismo, davam origem aos quatro humores.

● Entre os alimentos, Hipócrates incluía a água e o ar.

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Profissões da área farmacêutica - Grécia

pharmakopoloi ► vendedores de medicamentos e também

desempenhavam funções a nível sanitário

rhizotomoi ► também denominados cortadores de raízes

pharmakopoeoi ► os preparadores de medicamentos

myropoeoi e os myrepsoi ► preparadores de unguentos

migmatopoloi ► vendedores de misturas

aromatopoloi ► vendedores de especiarias

muropoloi ► vendedores de mirra

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A difusão da Medicina grega no Mundo Antigo

The Healing of Archinus, ex-voto tablet, Athens, National Museum, c. 370 BCE

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A difusão da Medicina grega no Mundo Antigo

Escola de Alexandria

– Medicina grega foi levada para o Egipto e para a Ásia Menor

– Alexandre o Grande (356 – 323 a.C.) fundou Alexandria (332 a.C.)

► Novo centro de cultura helénica

► Escola médica importante é ai formada. Médicos importantes Herófilo e Erasístrato.

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Roma

O Deus grego da medicina, Asclépio, em Roma tomou o nome de Esculápio.

Médicos influentes em Roma são de origem grega, tendo sido Archagato (219 a. C.) o 1º a chegar.

Figuras mais importantes da Medicina e da Farmácia em Roma:

► Celso

► Plínio o Velho

► Scribonius Largus

► Dioscórides

► Galeno

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Profissões na área farmacêutica em Roma

Pharmacopolas ► comerciantes de drogas e venenos

Pharmacopoli circumforanei ► vendedores itinerantes de medicamentos

Cellulari ► vendedores de medicamentos estabelecidos nas suas próprias tendas

Seplasiari ► comerciantes que vendiam drogas nos seus estabelecimentos – seplasia

Unguentarii ► preparadores e comercializantes de perfumes

Herbarii ► dedicavam-se a colheita e conservação das drogas

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Progressos entre os Romanos

Melhoria na organização dos serviços de saúde– Archiatro: assistência médica e farmacêtica dentro das

cidades– Medicatrina ou yatreion: estabelecimento aberto ao público

por médicos romanos de maior prestigio

Aquedutos / Redes de esgotos Dentistas – pontes de ouro/ dentes postiços; pastas

dos dentes Cirurgia às cataratas

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Autores Romanos

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Autores Romanos

► Aulo Cornelio Celso ( ca.25 a.C – ca. 40)

● Tratado De medicina octo libri

- Dividido segundo critério terapêutico, dietético, farmacêutico e cirúrgico

- Descoberto no séc. XV pelo papa Nicolau V

- Primeiro livro médico a ser impresso (Florença, 1478).

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Autores Romanos

► Plínio o Velho (23-79) ● Também não era médico mas sim militar

● Naturalis Historia

-compilação enciclopédica de 37 livros que reunia os conhecimentos acerca de 3 reinos da natureza: reino animal, reino vegetal e reino mineral

- Plínio baseou-se na consulta de mais de 2.000 obras.

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Autores Romanos

► Scribonius Largus (fl. 10-50)

Médico do imperador Cláudio

De compositiones medicamentorum – formulário farmacêutico – indica a utilização de alguns medicamentos

simples, simplicia, e de grande número de medicamentos compostos, composita

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Autores Romanos

► Pedáneo Dioscórides (fl. 50-70)

● Nasceu em Anazarbo, próximo de Tarsos

● Terá estudado medicina em Tarsos e em Alexandria

● Acompanhou as legiões romanas, provavelmente como médico, na Ásia Menor, em Itália, Grécia, Gália e Espanha, no tempo de Nero.

● É considerado o fundador da Farmacognosia

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Autores Romanos

► Pedáneo Dioscórides De materia medica

– Dividida em 5 livros onde descreve cerca de 600 plantas 35 fármacos de origem animal 90 de origem mineral

– Cerca de 130 já apareciam no Corpus hippocraticum

– 100 ainda são considerados como tendo actividade farmacológica

– Obra essencialmente de carácter empírico

– Não seguiu nenhuma escola ou sistema médico em particular

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Autores Romanos

► Pedáneo Dioscórides

● Procurou desenvolver um método para observar e classificar

os fármacos testando-os clinicamente.

● Este método, patente na sua forma de organizar e classificar

os fármacos pelas suas afinidades, observadas através da

acção no corpo humano, foi inteiramente esquecido nos

séculos seguintes pelos editores e comentadores da sua obra,

que a reorganizaram, colocando os fármacos por ordem

alfabética.

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Galeno (131 – 200 d.C.)

Nasceu em Pérgamo quando era colónia romana

Estudou Medicina Médico de Gladiadores Foi viver para Roma em 161 d.C. Médico de Cómodo, filho de

Marco Aurélio, igualmente imperador em 180 d.C.

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Galeno

Escreveu obras em diferentes áreas:– Deontologia médica– Assuntos relativos à anatomia e

fisiologia– Assuntos de interesse patológico e

terapêutico (organizou e classificou racionalmente os fármacos)

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Galeno (em termos de anatomia)

Descreveu detalhadamente:

– os ossos do crânio

– a coluna vertebral

– a importância da espinal-medula para os movimentos

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Galeno (em termos de anatomia)

Descreveu detalhadamente:

– o sistema muscular (com músculos que

nunca haviam sido descritos antes) e

lácteo

– os gânglios nervosos

– as válvulas do coração

– sistema nervoso simpático

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Galeno (fisiologia e patologia)

Descreveu– o mecanismo de respiração– digestão– aneurisma – o cancro – tísica julgando esta última de infecciosa– distinguiu a pleurisia da pneumonia– diferenças estruturais entre veias e artérias – demonstrou que a urina é segregada pelos rins– voz era controlada pelo cérebro

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Doutrina dos humores de Galeno

O corpo humano era formado por

– Partes simples (eram formadas por matéria de natureza muito próxima;

carne, ossos, veias, cartilagens)

– Partes compostas (era o resultado da união das simples; dedos, mãos,

braços, etc)

Partes simples eram formadas pelos componentes elementares da

matéria:

– Terra

– Água

– Ar

– Fogo

Têm como propriedades:

-Calor

-Secura

-Frio

-Humidade

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Propriedades«»humores hipocráticos «»qualidades essenciais Antiguidade

Pituita: água, fria, húmida

Sangue: ar, húmido, quente

Bílis Negra: Terra, seca, fria

Bilis Amarela: fogo, quente, seco

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Espíritos que norteavam as funções sobre o ponto de vista fisiológico

1. Espírito vital (com lugar no coração e que tutela o

sangue e o calor do corpo)

2. Espírito natural (com origem no fígado e que era

responsável pelos problemas nutritivos)

3. Espírito animal (com sede no cérebro e que

coordenava as sensações e os movimentos)

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Organismo saudável segundo Galeno

É aquele que se verificam as seguintes condições:

1. Onde todas as partes simples formadas pelos elementos

estivessem nas proporções ideais. Onde houvesse um

equilíbrio entre os diferentes humores orgânicos

2. Onde os diferentes espíritos que norteavam os processos

fisiológicos exercessem o seu papel adequadamente.

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Doença segundo Galeno

Resultava de desequilíbrios humorais

As doenças podiam variar com:

1. Estações do ano: Inverno surgia o excesso de pituita;

Primavera doenças provocadas por excesso de sangue; Verão

era a bílis amarela; Outono era a bílis negra.

2. Idade: infância doenças onde havia excesso de sangue;

juventude excesso de bílis amarela e de bílis negra; idade

avançada excesso de pituita.

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Causas das doenças

1. Externas: ventos, sol, alimentos impróprios,

venenos, etc.

2. Internas: constituição interna do organismo

3. Conjuntas: apontava aquelas que resultavam de

uma articulação entre causas internas e causas

externas (ex: calculo renal)

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Terapêutica

Cirurgia

Dietética

Farmácia: desenvolveu a aplicação de purgantes (óleo de

ricino, óleo sal, cila, etc, eméticos (o mel e diversas misturas

nauseosas), sangrias, clisteres, ventosas, diuréticos (aipo, sal)

Exercício físico

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Medicamentos

Classificação dos medicamentos em 3 grandes grupos, segundo um critério

fisiopatológico humoral:

1º grupo ► simplicia

– possuíam apenas uma das 4 qualidades (seco, húmido, quente ou frio)

2º grupo ► composita

– possuíam mais que uma das 4 qualidades

3º grupo incluía os que actuavam segundo um efeito específico inerente à

própria substância

– Purgantes

– Vomitivos

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Constituição do medicamento

Princípios activos: conferem as propriedades

terapêuticas

Compostos que têm uma acção correctiva das

características organolépticas

Excipientes: substancias activas são neles

incorporadas

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Formas farmacêuticas

Cozimentos Infusões Pastilhas Electuários Pós Supositórios Enemas

Cataplasmas Clisteres anais Clisteres vaginais Linimentos Cosméticos Colutórios

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Terapêutica medicamentosa Galénica

A aplicação de medicamentos dependia de factores que afectavam a própria

natureza da mistura (krasis) dos humores do corpo humano, nomeadamente:

– personalidade

– idade e a raça do doente

– o clima

Importante eram as qualidades e intensidade do medicamento

– Dose não seria tão importante

– Propriedade do medicamento era um atributo essencialmente

qualitativo e não quantitativo

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Galenismo

Medicina greco-romana passou para o Ocidente

cristão medieval na forma de galenismo

Dominante até ao séc. XVII e mantendo ainda

grande influência no séc. XVIII.

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FIM