antiguidade clássica - arte romana

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ARGAN, Giulio. História da Arte Italiana. Vol 1: Da Antigüidade a Duccio. São Paulo: Cosac & Naify, 2003 CHILVERS, Ian. Dicionário Oxford de Arte. São Paulo: Martins Fontes. 2001. STRONG, Donald E., Antigüidade Clássica. O mundo da Arte. Livraria José Olympio Editora/ Editora Expressão e Cultura. Rio de Janeiro. 1966. Gombrich E. H. A História da Arte. Livros Técnicos e Científicos Editora S. A. - LTC. Rio de Janeiro. 1999. Antigüidade Clássica: ROMA BIBLIOGRAFIA Editora S. A. - LTC. Rio de Janeiro. 1999. HAUSER, Arnold. História Social da Literatura e da Arte. São Paulo, Mestre Jou, 1982. RUSSEL, Bertrand. História do Pensamento Ocidental: A Aventura das Idéias dos Pré-Socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro, Ediouro, 2001. Imperador Vespasiano (Muso Archeologico Nazionale, Nápoles 70 d.C.). Mármore, 135cm.

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Page 1: Antiguidade Clássica - Arte Romana

ARGAN, Giulio. História da Arte Italiana. Vol 1: Da Antigüidade a

Duccio. São Paulo: Cosac & Naify, 2003

CHILVERS, Ian. Dicionário Oxford de Arte. São Paulo: Martins

Fontes. 2001.

STRONG, Donald E., Antigüidade Clássica. O mundo da Arte.

Livraria José Olympio Editora/ Editora Expressão e Cultura. Rio de

Janeiro. 1966.

Gombrich E. H. A História da Arte. Livros Técnicos e Científicos

Editora S. A. - LTC. Rio de Janeiro. 1999.

Antigüidade Clássica: ROMABIBLIOGRAFIA

Editora S. A. - LTC. Rio de Janeiro. 1999.

HAUSER, Arnold. História Social da Literatura e da Arte. São Paulo,

Mestre Jou, 1982.

RUSSEL, Bertrand. História do Pensamento Ocidental: A Aventura

das Idéias dos Pré-Socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro,

Ediouro, 2001.

Imperador Vespasiano

(Muso Archeologico Nazionale, Nápoles 70 d.C.). Mármore, 135cm.

Page 2: Antiguidade Clássica - Arte Romana

A Itália antiga não tinha unidade étnica nem

cultural: era um mosaico de povos diversos pela

origem, pelas tradições, pelos costumes e pela

língua. Ao norte do Pó, já era a terra dos

"bárbaros", gauleses e germanos; o sul era um

pedaço da Grécia.

A única cultura autóctone, ainda que também

fortemente influenciada pela arte grega, era a

etrusca, nas regiões centrais. Mesmo a cultura

romana, que acabará por dominar toda a

Antigüidade Clássica: ROMAA ARTE NA ANTIGA ITÁLIA

romana, que acabará por dominar toda a

península, tem suas raízes na grega, mas a

combina, em seu desenvolvimento histórico,

com a tradição etrusca e a renova, acolhendo

grandemente as infiltrações bárbaras.

Page 3: Antiguidade Clássica - Arte Romana

As únicas regiões italianas que conheceram o grande período

clássico são aquelas do sul e da Sicília. Todas as antigas cidades

calabresas (Taranto, Locri, Síbaris, Crotona, Reggio etc.) e sículas

(Siracusa, Agrigento, Segesta, Gela etc.) são produto da

colonização grega, iniciada no século VIII a.C.: a arte que ali

floresce é a grega, os complexos monumentais de Pesto,

Selinunte, Agrigento são os mais importantes entre os tantos que

ali permanecem do mundo grego.

Antigüidade Clássica: ROMAA MAGNA GRÉCIA

Templo de Netuno (Pesto, 450 d.C.)

Page 4: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAA MAGNA GRÉCIA

Quase nenhuma importância têm, na cultura

artística da Magna Grécia, as frágeis

sobrevivências proto-históricas em alguns

aspectos do culto e do ritual ou as tênues

inflexões ditadas pelo gosto local.

Os únicos caracteres distintivos são:

1. uma certa irregularidade na repetição das

proporções originais e uma certa mistura de

Trono Ludovisi,

Arte Jônica da Magna Grécia, 460 a. C.(Museo Archeologico Nazionale Romano, 104x284 cm)

motivos, devidos também ao fato de que os

arquitetos e os escultores gregos que

trabalhavam na Magna Grécia provinham de

regiões e de tradições figurativas diversas;

2. uma certa exuberância nos aparatos

decorativos, quase sempre de terracota

colorida;

3. uma suavidade no modelado arquitetônico e

escultórico, devida essencialmente ao

emprego de um calcário tenro, poroso,

dourado.

Page 5: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAA ARTE ETRUSCA

É incerta a proveniência do povo etrusco, que desde o princípio

se instalou ao longo da costa e no interior tirreno, entre o curso

do Amo e do Tibre; e pouco se sabe, apesar da abundância dos

documentos e do progresso dos estudos, sobre sua língua,

religião e costumes.

Os etruscos eram emigrantes da Ásia e teriam entrado na Itália

por volta de 950 a.C.

Retrato da Velia. Fins do séc. IV a.C. Afresco.

Necrópole etrusca de Tarquínia. Esta cabeça de Velia, mulher de Arnth Velcha, veio da Tumba do Orco em Tarquínia.

Ela ostenta sua coroa de louros e jóias preciosas. A cabeça, inspirada na arte grega do séc. IV a.C., tem um perfil bem desenhado e evidencia-se o emprego sutil das tonalidades de cor na modelagem do rosto.

Page 6: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAA ARTE ETRUSCA

Os etruscos possuíam uma arte ditada pela

religião e, apesar da existência de mármore

no solo italiano, preferiam modelar o

bronze. Uma das obras mais célebres é a

Loba Capitolina. As figuras de Rômulo e

Remo foram acrescentadas no

Renascimento.

Os romanos explicavam a origem de sua

cidade através do mito de Rômulo e Remo.

Segundo a mitologia romana, os gêmeos

foram jogados no rio Tibre, na Itália.

Resgatados por uma loba, que os

amamentou, foram criados posteriormente

por um casal de pastores. Adultos, retornam

a cidade natal de Alba Longa e ganham

terras para fundar uma nova cidade que

seria Roma.Loba Capitolina

(Museu Capitolino, Roma, 470 a.C.) Bronze e pedestal de mármore; 114 x 75 cm.

Page 7: Antiguidade Clássica - Arte Romana

As primeiras manifestações culturais remontam ao fim

do século IX e ao início do VIII a.C.; no século II a.C., o

ciclo da civilização etrusca se fecha depois de ter

englobado a planície do Pó (com a cidade de Spina,

perto de Ferrara) ao norte e a costa tirrena até a

Campânia, ao sul. A própria Roma, até o século I a.C.,

está sob a influência direta da cultura etrusca.

O etrusco era um povo industrioso, que sabia desfrutar

Antigüidade Clássica: ROMAA ARTE ETRUSCA

das ricas jazidas metalíferas, da fertilidade do solo, da

posição geográfica propícia ao tráficos marítimos com

todos os países mediterrâneos. Sua civilização era

essencialmente urbana: as cidades, geralmente

protegidas por fortes muralhas, sucediam-se a breves

distâncias ao longo da extensão dos vales do Tibre e do

Amo: Arezzo, Cortona, Chiusi, Perugia e, separadas, as

duas mais ricas e poderosas, Cerveteri e Tarqüínia. Tumba dos Touros: detalhe da cilada de Aquiles em Troilo

(Museo Archeologico Nazionale, Tarquínia, séc. VI a.C.). Decoração parietal.

Page 8: Antiguidade Clássica - Arte Romana

A sociedade era fechada e conservadora, zelosa das

próprias tradições e hábitos. Tinha um profundo e obscuro

sentimento do sagrado; por muito tempo conservou cultos

arcaicos da proto-história itálica. A composição do seu

Olimpo é até agora imprecisamente conhecida: o que faz

supor, escreve M. Pallottino, "a crença originária de uma

certa entidade divina, dominante no mundo através de

manifestações ocasionais e múltiplas que se concretizam

em divindades, grupos de divindades, espíritos".

Antigüidade Clássica: ROMAA ARTE ETRUSCA

em divindades, grupos de divindades, espíritos".

Reinava sobre o mundo uma espécie de Fortuna, força

misteriosa, que era evocada ou esconjurada com práticas

divinatórias (ars aruspicina).

Mesmo o sentido concreto, positivo, prático da vida torna

mais misteriosa e amedrontadora a dimensão da morte. A

visão do além era iminente e aterrorizante, um aglomerado

de gênios infernais: era preciso, pois, contrastar, anular os

efeitos da morte, conservar além dela as aparências, os

modos, a substância própria da vida.

Tumba dos Relevos:

câmara funerária decorada com terra-cotas e estuques

(Necrópole da Banditaccia, Cerveteri, séc. IV e III a.C.). 7,43x6,20m.

Page 9: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAA ARTE ETRUSCA

Toda a arte etrusca é destinada à tumba, mas

partindo da idéia que também nesta se deve

conservar algo da vida real, física.

Se, da sepultura, se passa da inumação à

incineração, é ainda para impedir a

decomposição total: as cinzas são, de todo

modo, algo de real, que não pode mais

corromper-se e se conserva para sempre. corromper-se e se conserva para sempre.

Quanto à tumba, ao receptáculo do morto,

pode ser casa ou imagem da casa ou mesmo do

próprio corpo humano: o importante é que, por

meio da tumba ou da urna, a pessoa possa, de

algum modo, reintegrar-se à realidade,

continuar a viver.

Tumba de Corneto

(salas 4,90mx4,90m; h: 2,90m / 4,15m x4,75m; h: 1,75m)

Page 10: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAA ARTE ETRUSCA

A influência da cultura figurativa grega se faz sentir ao longo de quase

toda a parábola da cultura etrusca. Mas é uma influência do exterior,

formalista: uma arte como a grega, expressão absoluta e total da vida,

não podia agir profundamente sobre uma arte obcecada, como a

etrusca, pelo pensamento e pelo temor da morte.

Nem tal arte, inteiramente voltada a esconjurar a morte ou a extorquir

sua presa, podia ter um desenvolvimento consciente e orientado,

profundamente ligado à vida histórica, aos grandes valores religiosos

ou civis. ou civis.

Uma arte que queira ser, antes de tudo, proteção e esconjuro contra a

morte não é tão religiosa quanto supersticiosa; e, pois que a

superstição é crença inculta e popular, a arte etrusca jamais se despoja

completamente de um certo caráter popularesco.

Vulca: Apolo de Veios (acrotério do templo de Veios

(Museu Villa Giulia, Roma, 500 a.C.) terracota; 175 cm.

Page 11: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAA ARQUITETURA ETRUSCA

Na civilização etrusca, o templo não tem uma grande

importância: esse povo de construtores, que erigiu muros e

fortificações capazes de resistir aos séculos, fazia os seus templos

de madeira e argila, de modo que apenas resta reconstruir sua

imagem pelo tratado de Vitrúvio e pelas urnas de terracota em

forma de templo.

Nos muros e nas portas urbanas revela-se o gênio construtivo dos

etruscos, mestres no entalhar e no compor em encaixes a pedra

macia local: sob o princípio do encaixe e da recíproca sustentação

dos blocos funda-se o sistema da cobertura em arco e a abóbada

Arco Etrusco: VolterraA arquivolta foi reconstruída em

época romana

dos blocos funda-se o sistema da cobertura em arco e a abóbada

que constitui na ordem da técnica construtiva, o caráter notável

da arquitetura etrusca e tornar-se-á, também na ordem estética,

o tema base da arquitetura romana.

Entre as portas urbanas e os muros etruscos, destacam-se os de

Perugia e de Volterra.

Page 12: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAA MONARQUIA ROMANA (753 a 509 a.C.)

A fundação de Roma resulta da mistura de três

povos que foram habitar a região da península

itálica: gregos, etruscos e italiotas.

Desenvolveram na região uma economia baseada

na agricultura e nas atividades pastoris.

A sociedade, nesta época, era formada por

patrícios (nobres proprietários de terras ) e

plebeus (comerciantes, artesãos e pequenos

proprietários). O sistema político era a

monarquia, já que a cidade era governada por

um rei de origem patrícia.

A religião era politeísta, adotando deuses

semelhantes aos dos gregos, porém com nomes

diferentes. Nas artes destacava-se a pintura de

afrescos, murais decorativos e esculturas com

influências gregas.

Page 13: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Nos séculos III e II a.C., Roma empenhou-se em

conquistar os seus inimigos e em expandir o império,

quer localmente, quer em regiões longínquas. No

tempo da república, foi governada por uma

oligarquia de patrícios que dominavam o Senado e a

Assembléia.

Este período terminou com as Guerras Civis e a

ascensão ao poder do imperador Augusto, em 27 a.C.

No período da república romana, surgiu um novo

tipo de arquitetura inspirada nas tradições etrusco-

italianas, adotando-se estilos gregos clássicos e de

Antigüidade Clássica: ROMAA REPÚBLICA ROMANA (509 a 27 a.C.)

italianas, adotando-se estilos gregos clássicos e de

métodos de construção romanos.

São muito poucos os edifícios deste período que

sobreviveram até aos nossos dias, mas o que existe

permite-nos compreender que se verificou uma

procura inovadora de novos materiais de construção,

de tipos de edifícios e de expressões decorativas.

Page 14: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Durante o período republicano, o senado Romano ganhou

grande poder político. Os senadores, de origem patrícia,

cuidavam das finanças públicas, da administração e da

política externa. As atividades executivas eram exercidas

pelos cônsules e pelos tribunos da plebe.

A criação dos tribunos da plebe está ligada às lutas dos

plebeus por uma maior participação política e melhores

condições de vida. Uma das conquistas destas lutas foi a

Lei das Doze Tábuas que, entre outras conquistas, acabou

Antigüidade Clássica: ROMAA REPÚBLICA ROMANA (509 a 27 a.C.)

Lei das Doze Tábuas que, entre outras conquistas, acabou

com a escravidão por dívidas.

O orador. (séc. I ou II a.C.). Bronze; 1,80 m de altura. Museu Arqueológico, Florença.

Esta famosa estátua foi encontrada em Sanguineto, perto do lago Trasimen. Uma inscrição informa que o nome da figura é Aule Metele, versão etrusca do nome romano Aulus Metellus, que está representado como um orador fazendo um gesto pomposo com o braço direito para enfatizar um ponto.

Page 15: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAA REPÚBLICA ROMANA (509 a 27 a.C.)

Mas o argumento era reversível. Se a arte é coisa de outros

povos, e esses foram subjugados, as obras de arte levadas a Roma

como butim de guerra tornam-se troféus de vitória. Expostas no

fórum, são claros testemunhos do valor romano, documentos da

história pátria. Cícero defende essa tese mais civil. Delineia-se,

assim, uma nova estética: a arte como história por imagens,

acessível também aos incultos, educativa.

A arte do vizinho povo etrusco prestava-se a manter essa tese:

uma pintura capaz de representar os fatos da vida podia

representar, igualmente bem, os faustos dos exércitos romanos;

uma escultura capaz de reproduzir o aspecto e o caráter das

pessoas podia transmitir a memória dos homens ilustres, dos

cidadãos exemplares.

Teseu triunfante (séc. I d.C.) Afresco; 92 cm. Museu Nacional de

Nápoles.

Neste quadro, mural de uma casa em Pompéia, Teseu, tendo matado o Minotauro, é saudado pelas crianças atenienses cujas vidas acaba de salvar.

A direita há um grupo de espectadores. Uma série de versões deste tema foram encontradas em Pompéia, provavelmente inspiradas por uma famosa pintura grega. O original data provàvelmente do séc IV ou V a.C.

Page 16: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Formação e Expansão do Império Romano

Após dominar toda a península itálica, os romanos

partiram para as conquistas de outros territórios.

Com um exército bem preparado e muitos

recursos, venceram os cartagineses nas Guerras

Púnicas (século III a.C).

Esta vitória foi muito importante, pois garantiu a

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.)

supremacia romana no Mar Mediterrâneo. Os

romanos passaram a chamar o Mediterrâneo de

Mare Nostrum.

Após dominar Cartago, Roma ampliou suas

conquistas, dominando a Grécia e o Egito, a

Macedônia, a Gália, a Germânia, a Trácia, a Síria e

a Palestina.

Page 17: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.)

Page 18: Antiguidade Clássica - Arte Romana

No campo das formas construtivas, a contribuição

romana é vasta e profundamente inovadora. Se, no

momento do máximo desenvolvimento, a

arquitetura romana alcança largamente a

experiência helenística, com a sua espacialidade

aberta e articulada, ela também elabora e

desenvolve uma concepção própria, profundamente

original do espaço e da forma construtiva.

As reservas ético-políticas das classes conservadoras

romanas com relação à arte aplicavam-se apenas em

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) - ARQUITETURA

romanas com relação à arte aplicavam-se apenas em

parte à atividade arquitetônica, por muitos aspectos

ligada aos interesses práticos e ideológicos da

república. São estes que favorecem o progresso

precoce das técnicas construtivas, empenhando-as

na solução dos problemas concretos: aquedutos,

cloacas, muros de sustentação, equipamentos

bélicos, acampamentos.

No momento em que, na época republicana tardia, à

questão do útil começa a associar-se a da decoração

urbana ou da arquitetura, Roma possui já uma

técnica construtiva que permite enfrentar problemas

estáticos e formais extremamente complicados.

Arco de Augusto, 27 a.C.Travertino (h: 9,92m)

Page 19: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Por muito tempo Roma foi apenas um agrupamento de

pagi (povoados) disseminados pelas colinas. Mas já no

tempo de Sila sente-se a necessidade de dar uma

acomodação e uma feição à cidade: constroem-se grandes

edifícios públicos (por exemplo, o Tabularium, grandioso

arquivo das leis e dos tratados), organiza-se o bairro nobre

de Campo de Marte no centro da área urbana. César

concebe um verdadeiro e próprio plano regulador ao qual

dá força com a lei de urbe augenda, também para remediar

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) - ARQUITETURA

dá força com a lei de urbe augenda, também para remediar

a superlotação e as péssimas condições higiênicas dos

bairros pobres. O plano foi executado somente mais tarde

e, em parte, por Augusto e Agripa.

Planta do Tabularium, 78 a.C.Roma (60x75m)

Page 20: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Desde então, quase todos os imperadores quiseram deixar

no perfil da cidade a marca visível do respectivo governo,

fosse saneando bairros insalubres e indignos, fosse erigindo

edifícios majestosos e monumentais, valorizando-os com a

abertura de praças, ruas e jardins. As duas grandes

diretrizes de desenvolvimento são a utilidade e a decoração

urbana; e, uma vez provida a utilidade, de acordo com a

urgência, e o ornamento dependendo da mudança de

gosto, Roma não teve um desenvolvimento orgânico.

Cresceu como uma cidade monumental, representativa:

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) - ARQUITETURA

Cresceu como uma cidade monumental, representativa:

capital de um imenso império, habitada por uma população

heterogênea pelo contínuo afluxo de gente atraída pela sua

opulência - à sua função política e de prestígio jamais

correspondeu uma função econômica ou produtiva.

Tratava-se da solene imagem da autoridade do Estado,

como, depois, foi a da Igreja.

Fórum de Augusto, séc I a.C.Roma

Vista sul da robusta muralha dos fundos do fórum e a base e a 3 colunas do templo de Marte, que era o edifício principal.

A série de foros imperiais foi construída pelos Imperadores a fim de expandir o centro administrativo da capital.

Page 21: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Não existia, na civilização romana, uma idéia

ou concepção do espaço que precedesse ou

condicionasse a construção arquitetônica: o

valor, o significado do espaço estava

inteiramente expresso na visão, no espetáculo

das obras arquitetônicas.

Os dois grandes temas eram a técnica ou a

praxe construtiva e a beleza exterior, a

decoração: a primeira permitia o

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) - ARQUITETURA

desenvolvimento articulado de grandes massas

murais e de vazios; a segunda qualificava-as

visualmente por meio de elementos plásticos e

cromáticos.

Exemplo do primeiro estilo pictórico, séc II a I a.C.Roma

Detalhe da decoração parietal da Casa dos Grifos no Palatino.

Page 22: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Na base do sistema técnico construtivo não havia,

como na Grécia, o duro e cristalino bloco de

mármore esquadrinhado, mas uma matéria pobre,

tenra, sem esplendor como o tufo, e depois a

mistura informe do conglomerado de betume e

pedras de cantaria diversamente talhada (opus

caementicium).

É, sobretudo, o mais adaptado a um

desenvolvimento formal para linhas e superfícies

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) - ARQUITETURA

desenvolvimento formal para linhas e superfícies

curvas: de fato, na arquitetura romana,

diferentemente da grega, inteiramente colocada

sobre linhas retas, a curva é o princípio formal de

toda a construção, até da composição urbanística.

Pont du Gard, aqueduto em Nîmes (Provance,

Opus Quadratum.

Page 23: Antiguidade Clássica - Arte Romana

A parede era revestida com freqüência por uma

camada de pedras talhadas irregularmente

(opus incertum).

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) - ARQUITETURA

Porta Herculano, Torrione

Opus Incertum.

Page 24: Antiguidade Clássica - Arte Romana

ou também dispostas em losango (opus reticulatum)

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) - ARQUITETURA

Villa dei Volusi, Lucus Feroniae, Villa dei Volusi, Lucus Feroniae,

Opus reticulatum.

Ostia antiga,

Opus rmixtum.

Page 25: Antiguidade Clássica - Arte Romana

O muramento que daí resulta não tem,

certamente, a nitidez do mármore, mas é leve,

elástico, flexível: pode atingir grandes alturas,

suportar grandes cargas, cingir amplos espaços

vazios.

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) - ARQUITETURA

Muro norte da Vila de Adriano, em Tívoli

Opus testaceum.

Page 26: Antiguidade Clássica - Arte Romana

A forma-base da arquitetura romana é, pois, o arco:

estrutura curvilínea que recolhe e individualiza os pesos e

os empuxos nos dois pontos do assentamento onde se liga

às pilastras de sustentação.

O arco é uma estrutura de superfície, um semicírculo:

imaginando mais arcos sucessivos da mesma amplitude,

tem-se uma abóbada de berço, que tem a forma de meio

cilindro.

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) - ARQUITETURA

Teatro de MarceloRoma, 11 a.C. (Cávea: 125m)

Do Teatro de Marcelo só restam dois pisos. em cujos arcos se

sobrepõem as ordens jônica e dórica. Não se sabe se existia

um terceiro piso coríntio ou apenas um ático. O Dórico

romano tinha sempre uma base.

Page 27: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) - ARQUITETURATeatro de Marcelo

Roma, 11 a.C. (Cávea: 125m)

Page 28: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Duas abóbadas de berço que se cruzam ortogonalmente formam

uma abóbada de aresta, que resulta, assim, na formação de seis

arcos, quatro laterais e dois transversais. É um forte sistema de

forças combinadas que permite cobrir grandes vazios e, sobretudo,

estabelecer uma clara distinção entre o espaço externo, em que

está situado o edifício, e o interno, contido no edifício.

A conclusão lógica de uma estrutura arquitetônica feita de linhas e

de superfícies curvas é a cúpula, calota, o mais das vezes

hemisférica, feita de materiais leves: no exterior, sua convexidade

resume e conclui as massas murais; no interior, sua concavidade

domina e coordena os vazios.

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) - ARQUITETURA

domina e coordena os vazios.

Basílica de Maxêncio

Roma, 312 d.C. (80,80x25,35, h:36,60m)

Page 29: Antiguidade Clássica - Arte Romana

A conclusão lógica de uma estrutura

arquitetônica feita de linhas e de superfícies

curvas é a cúpula, calota, o mais das vezes

hemisférica, feita de materiais leves: no exterior,

sua convexidade resume e conclui as massas

murais; no interior, sua concavidade domina e

coordena os vazios.

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: O Panteão

O PanteãoRoma, 118-128 d.C.

O Panteão foi construído por Adriano, cerca de

118-28 d.C., no local de um antigo templo erigido

pelo cônsul Marco Agripa.

Era um templo dedicado ostensivamente a todos

os deuses, mas o motivo que levou Adriano a

ordenar a sua construção e a estranha inclusão

de uma inscrição do templo de Agripa no pórtico

continuam a ser um enigma.

Page 30: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: O Panteão

O Panteão foi construído por Adriano, cerca de 118-28 d.C., no local de um antigo templo erigido pelo cônsul Marco Agripa. Era um templo dedicado ostensivamente a todos os deuses, mas o motivo que levou Adriano a ordenar a sua construção e a estranha inclusão de uma inscrição do templo de Agripa no pórtico continuam a ser um enigma.

Page 31: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: O Panteão

É um dos grandes edifícios da Antigüidade que chegaram até nós, em parte devido ao fato de estar completo, visto que o papa Bonifácio velou pela sua conservação e converteu-o numa igreja em 609 d. C. Contudo, a sua sobrevivência não é suficiente para explicar a forte influência que exerceu na história da arquitetura.

Page 32: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: O Panteão

Os motivos residem na sua planta tecnicamente inovadora, na sua vasta escala e no seu interior imponente e inspirador.

Page 33: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: O Panteão

O templo consiste num tambor dividido em 3 níveis coroados

por uma cúpula oca, e embutido num pórtico de oito coluna de

largura e 3 de profundidade.

Inicialmente, o templo talvez fosse revestido de estuque, mas

hoje o revestimento dos trijolos é de cimento.

Page 34: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Reconstruindo o Panteão, iniciado por

Agripa na época de Augusto e depois

devastado por um incêndio, Adriano

propôs-se, claramente, fixar a forma

ideal do templo redondo.

É um grande vão perfeitamente

circular, coberto por uma cúpula em

calota, ornada por lacunários que se

estreitam perspecticamente até o

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – O PANTEÃO

buraco redondo do impluvium. Por aí

entra a luz, que, propagando-se ao

longo das arestas dos lacunários,

difunde-se de modo uniforme em todo

o vão cilíndrico, cuja forma resulta,

pois, de uma graduação contínua do

claro-escuro.

No exterior, o átrio retilíneo enquadra

perspecticamente o volume cilíndrico

do edifício.

O PanteãoRoma, 118-128 d.C.

Page 35: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: O Panteão

O Panteão reflete uma ênfase nova e caracteristicamente romana

no espaço e na decoração interior. Isto deve-se à maior liberdade

do projetista, graças ao uso de betão decorado, que permite uma

maior variedade em termos de planta e de escala.

Page 36: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: O Panteão

Page 37: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: O Panteão

Page 38: Antiguidade Clássica - Arte Romana

À era de Augusto (30 a.C. a 14 d.C.) remonta o tratado em dez livros

De re aedificatoria, que pode considerar-se, e o foi, de fato, no

Renascimento e na época neoclássica, o corpus iuris da arquitetura

romana. Dependente, pelo menos em parte, de fontes gregas,

demonstra, como se quisesse traduzir, a grande lição clássica em

uma série de regras quase gramaticais, aplicáveis a todo tipo de

discurso construtivo e a todas as exigências ditadas pelo sentido

prático, pela commoditas romana.

Vitrúvio enquadra a arquitetura em toda uma problemática técnica

e urbanística, que vai da escolha e da elaboração dos materiais aos

procedimentos construtivos, à escolha do lugar, à adaptação do

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: As Ordens

procedimentos construtivos, à escolha do lugar, à adaptação do

edifício ao terreno, à paisagem e à decoração.

Ordena em categorias as formas da arquitetura

clássica, precisando, numericamente, as suas

proporções; distingue os tipos dos edifícios com

relação às suas funções práticas e representativas;

descreve até mesmo a figura moral e profissional do

arquiteto, cuja função é considerada essencial à

estrutura do Estado.

Page 39: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Demasiado romano para desaprovar a tradição

pátria, reduz à "ordem" também a arquitetura

etrusca, toscana, confirmando, assim, sua

intenção de inserir a experiência estética grega

na praxe construtiva etrusca e romana.

Como o gramático ou o filólogo, Vitrúvio deduz da

viva linguagem da arquitetura grega uma

morfologia e uma sintaxe, mas, exatamente

porque as formas gregas se tornam uma espécie

de léxico, podem adaptar-se a uma arquitetura

que deseja ser sobretudo discurso,

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: As Ordens

que deseja ser sobretudo discurso,

desenvolvimento articulado de elementos

representativos e funcionais no contexto de uma

cidade.

De fato, a arquitetura romana limita-se a

sobrepor os elementos clássicos a uma estrutura

original.

Page 40: Antiguidade Clássica - Arte Romana

A ordem toscana

As origens da ordem toscana remontam aos Etruscos e encontram-se nos

seus túmulos. Embora os Romanos a reconhecessem como italiana, a ordem

toscana presente nos monumentos romanos está de fato mais próxima da

ordem dórica grega do que qualquer exemplar etrusco.

Ao contrário da ordem dórica, a ordem toscana caracteriza-se por um friso

simples e não tem mútulos na cornija. De um modo geral, tem um

entrecolúnio mais largo e era considerada mais imperfeita do que as outras

ordens.

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: As Ordens

Page 41: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: As Ordens

A ordem compósita

Os Romanos inventaram a ordem compósita, associando ao capitel jônico, possivelmente logo no reinado de Augusto.

Page 42: Antiguidade Clássica - Arte Romana

O controle das atividades construtivas por parte dos

poderes públicos e a necessidade de corresponder a

exigências práticas muito diferenciadas determinam

a formação de uma complexa tipologia edilícia.

Diversamente do cânon grego, que consiste em um

sistema de relações ou proporções ideais, o tipo é

um esquema de distribuição de espaços e de partes

em relação à função prática ou representativa do

edifício.

O tipo, mesmo conservando o esquema, permite as

mais amplas possibilidades de variantes na

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA

mais amplas possibilidades de variantes na

determinação formal e na decoração.

Tem-se, assim, também por causa do emprego de

materiais pobres nas grandes estruturas murais,

uma distinção clara entre a construção propriamente

dita e a decoração: o valor plástico do edifício é, por

assim dizer, esboçado nas massas de muramento e

finalizado na decoração, que aperfeiçoa e define até

os mínimos detalhes a relação entre as formas

arquitetônicas e os espaços externo e interno.

Exemplo do terceiro estilo pictórico, séc I a.C. a I d.C.Roma

Detalhe da decoração parietal da Casa de Lívia no Palatino.

Page 43: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Sua qualidade de técnico e a importância de suas

contribuições asseguram ao arquiteto, na sociedade

romana, uma posição privilegiada em relação à dos

escultores e dos pintores, cuja atividade era

considerada servil: de sessenta arquitetos cujo nome

se conhece, 25 eram cidadãos romanos, 23 libertos e

apenas dez eram escravos.

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA

Page 44: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: O Templo

O tipo do templo romano deriva do etrusco e, depois, do grego; mas sua forma corresponde a uma

função diversa. Uma vez que o rito religioso é também cerimônia pública, da qual participam as

autoridades do Estado e a população, ele se realiza na parte exterior: diante do templo existe para esse

fim um vasto espaço livre; a construção surge sobre um alto pedestal (pódio); acentua-se a imponência

arquitetônica da fachada, que se eleva sobre o fundo do céu como uma grandiosa cenografia.

Templo da Fortuna Viril, séc I a.C.Roma

9,25x24,20m.

Page 45: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA DA CIDADE

O Fórum Boarium em Roma. (séc. I a.C.). Roma.

Templo da Fortuna Virilis.

Page 46: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA DA CIDADE

O Fórum Boarium em Roma. (séc. I a.C.). Roma.

No centro, o templo de Vesta, à direita o templo da Fortuna Virilis.

A história do desenvolvimento monumental de Roma começa com as

grandes iniciativas de edificação do tempo de Sila e de César. O Tabularium

(arquivo das leis e dos tratados) silano, com suas duas ordens de galerias,

formava sobre o Capitólio a paisagem cenográfica de fundo do fórum.

Do tempo de César permanecem o templo de Vesta e o chamado templo da

Fortuna Viril.

Page 47: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA DA CIDADE

O Fórum Boarium em Roma. (séc. I a.C.). Roma.

No centro, o templo de Vesta.

Page 48: Antiguidade Clássica - Arte Romana

O ninfeu de Licínio, conhecido como o templo da

Minerva Médica, é um típico exemplo, ainda que

em dimensões limitadas, da complexidade

estrutural dessa arquitetura: complexidade essa

que, porém, existe agora apenas em função de um

movimento sempre mais vivaz e pitoresco das

massas murais.

O corpo central do ninfeu é um decágono, mas cada

lado se dilata numa cavidade, de modo que a planta

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA DA CIDADE

tem a forma de uma margarida: todos esses

volumes, externamente convexos e escavados no

interior, coordenam-se na cúpula.

Ninfeu de Licínio – Templo de Minerva Médica.

Diâmetro interno:24,40m (séc. III d.C.). Roma.

Page 49: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Fora de Roma, a arquitetura da república entre os

séculos III e I a.C. revelou as mesmas tendências da

capital, quer nos tipos de construção quer nos

materiais. Os Romanos não dispunham das grandes

jazidas de mármore dos Gregos, e por isso exploraram

os recursos locais de tufo calcário, travertino e

peperino. Nesta época, desenvolveram e

padronizaram a produção de tijolos cozidos no forno.

O desenvolvimento do concreto extremamente

durável influenciou a construção de antigos e novos

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: O Templo

Maison Carrée. (séc. I d.C.). Nimes.

Um dos templos mais conhecido e em melhor estado de conservação do Império Romano. Como a maioria dos templos romanos, este se ergue de um pódio com um lance de degraus que dá acesso à câmara central.

As colunas não formam um peristilo ao longo da nave, mas são continuadas por meias colunas embutidas nas paredes da câmara, esquema chamado pseudo-díptero. O templo foi construído durante o reinado do imperador Augusto.

durável influenciou a construção de antigos e novos

tipos de edifícios. O concreto nunca ficava exposto;

era sempre revestido por uma camada exterior de

tijolos ou de estuque pintado.

Neste período, os templos fora de Roma aliaram as

tradições etrusco-italianas às ordens clássicas

helenísticas.

Page 50: Antiguidade Clássica - Arte Romana

O teatro romano baseia-se também no teatro

grego, mas em vez de aproveitar o declive natural

de uma colina é, geralmente, construído no plano:

apresenta-se, assim, como um grande anel mural,

de sustentação e de acesso às arquibancadas. Pois

que o espetáculo se realizava inteiramente no

palco, o espaço da orquestra (no teatro grego

destinado aos movimentos do coro) se atrofia até

tornar-se, na época imperial, uma espécie de palco

de honra.

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: O Teatro

de honra.

Adquire também grande importância o muro de

fundo (cena), que se torna uma verdadeira e

autêntica estrutura arquitetônica, muitas vezes,

com efeitos ilusórios de profundidade. Dada a

paixão dos romanos pelos jogos de gladiadores, é

freqüente o duplo teatro, circular ou elíptico

(anfiteatro).

Teatro RomanoPompéia

Page 51: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Quando Augusto chegou ao poder, em 27 a. C., após uma

guerra civil, inaugurou um período de paz e de

prosperidade chamado pax romana, que durou dois

séculos. Empenhou-se em reconstruir as infra-estruturas

de Roma e do império, construindo estradas, pontes e

aquedutos e estimulando os ricos a beneficiarem a

cidade com os seus edifícios. Infelizmente, poucas foram

as construções seculares que sobreviveram. Augusto

seguiu claramente o exemplo do seu pai adotivo,Júlio

César, em muitos aspectos. Reconstruiu o fórum e

concluiu o Teatro de Marcelo, o exemplo mais antigo e

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: O Teatro

concluiu o Teatro de Marcelo, o exemplo mais antigo e

mais visível em Roma da combinação do arco e da ordem

aplicada.

Registraram-se progressos na utilização do cimento: a

pozzolanza, uma areia vulcânica, vulgarizou-se e foi

inventado um processo de secagem mais lento para o

cimento. No entanto, o período augustiniano foi

conservador em termos de gosto.Orquestra e Fachada do Teatro Romano (Mérida, II d.C.)

Page 52: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Teatro em Orange (Provence, 70 d.C.).

Um dos teatros em melhor estado de conservação do

Império Romano.

A parede ao fundo da cena tem projeções torreadas e

foi originalmente decorada com mármore trabalhado.

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: O Teatro

Page 53: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Fundamental para a vida pública romana é a basílica, grande

construção retangular com a cobertura de teto sustentada por

fileiras de colunas: era um centro de negócios (um pouco como

a atual Bolsa), mas também sede de tribunais e de escritórios

administrativos.

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: A Basílica

Basílica de Maxêncio

Roma, 312 d.C. (80,80x25,35, h:36,60m)

Page 54: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: A Basílica

Basílica de Constantino (Roma, 306 – 325 d.C.).

A basílica é um dos exemplos mais significativos da

arquitetura romana do último período. Está na via Sacra,

em Roma, e tomou como modelo as grandes salas das

termas romanas.

Foi destinada a ser um tribunal, mas foi depois usada para

conter a figura gigantesca de uma estátua de Constantino

sentado, de que restam alguns fragmentos.

Page 55: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: Habitação

Page 56: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: Habitação

DOMUS

Page 57: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: Habitação

DOMUS

Page 58: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: Habitação

Page 59: Antiguidade Clássica - Arte Romana

DOMUS AUGUSTANA

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: Habitação

Page 60: Antiguidade Clássica - Arte Romana

DOMUS AUREA

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: Habitação

Page 61: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: Habitação

DOMUS FLÁVIA

Page 62: Antiguidade Clássica - Arte Romana

PERISTILO

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: Habitação

Page 63: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: Habitação

INSULAE

Page 64: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: Habitação

Page 65: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: Habitação

Insula Romana a Piazza dell'Ara Coeli (Piazza Venezia)

Page 66: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: Habitação

Page 67: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: Habitação

Page 68: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Na sociedade romana, muito mais que na

grega, tem importância, também do ponto

de vista arquitetônico, a habitação

particular com os seus vários tipos,

graduados segundo o prestígio social e as

possibilidades econômicas dos cidadãos:

vai do palácio imperial (enorme,

complexo, dotado de grandes jardins,

como a Domus Aurea de Nero), à casa

urbana senhorial, e o casario de

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: Habitação

urbana senhorial, e o casario de

apartamentos de aluguel, de vários

andares (muitos deles conservados em

Óstia).

Dada a origem essencialmente agrícola da

civilização romana, tem notável

desenvolvimento a villa, entendida

primeiro como propriedade agrícola

produtiva e depois como lugar de repouso

e de lazer.

Vila (Tivoli, 118 – 134 d.C.)

Page 69: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: Habitação

Alguns são exemplares romanos dos mais antigos que se conhecem, como as basílicas e os balneários. O sul de Itália foi fortemente influenciado pelos primeiros colonos gregos.

Pompéia não é exceção e revela igualmente uma predileção pelo estilo grego nas residências dos ricos.

Page 70: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: Habitação

Casa (Pompéia, séc. II a.C.)

Page 71: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: Comércio

Thermopolium of Vetutius Placidus (Pompéia, séc. II a.C.)

Page 72: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA: Comércio

Mesa de medidas (Pompéia, séc. II a.C.)

Page 73: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) - ARQUITETURA

Teatro de MarceloRoma, 11 a.C. (Cávea: 125m)

Do Teatro de Marcelo só restam dois pisos. em cujos arcos se

sobrepõem as ordens jônica e dórica. Não se sabe se existia

um terceiro piso coríntio ou apenas um ático. O Dórico

romano tinha sempre uma base.

Page 74: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA DA CIDADE

A tipologia edilícia romana tem seu pleno desenvolvimento e encontra sua mais

precisa justificativa na configuração urbana, isto é, na concreta determinação do

espaço da cidade.

Organismos abertos como os fóruns (mercados) podem ser considerados como

verdadeiros e autênticos organismos arquitetônicos ou tipos de edifícios: quase

sempre a função dominante dos edifícios que delimitam sua área é a de abrigar

atividades complementares às do fórum e definir sua forma arquitetônica.

Fórum Imperial (Roma, 27 a.C. - 14 d.C.)

Page 75: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA DA CIDADE

Fórum Imperial (Roma, 27 a.C. - 14 d.C.)

Page 76: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Analogamente, adquirem valor

especificamente arquitetônico,

especialmente na época imperial, as

grandes ruas da cidade.

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA DA CIDADE

Pompéia

A planta das ruas, as habitações e os monumentos públicos estavam intactos, e entre estes figuravam muitos edifícios do período da república.

Page 77: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA DA CIDADE: Pompéia

Pompéia, uma cidade situada ao sul de Nápoles e que data do século III a. C., ficou muito danificada na seqüência de vários sismos em 63 d.C.

Mais tarde, uma erupção do Vesúvio ocorrida em 79 d.C. preservou o que restava com uma espessa camada de cinza.

Page 78: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA DA CIDADE: Pompéia

Templo de Apolo (Pompéia, séc II d.C.)

Page 79: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA DA CIDADE: Pompéia

Page 80: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Elemento típico do complexo urbano romano são os arcos

autônomos, que quase sempre têm caráter monumental e

celebrativo (arcos triunfais) e que traduzem em termos de

mera decoração a antiga função das portas da cidade.

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA DA CIDADE

Arco Triunfal de Tibério

(Orange / França, 14 – 37 d.C.)

Page 81: Antiguidade Clássica - Arte Romana

A ascensão de Roma (século II A.C)

A partir do século II A.C, com a derrota de Cartago na segunda Guerra

Púnica, Roma, que já dominava a península Itálica, se aproxima dos

reinos helenísticos.

Na arquitetura, destaca-se a presença do arco, que lança novas

possibilidades estruturais que repercutem na concepção do espaço

arquitetônico.

A temática arquitetônica se amplia, em função da maior complexidade

dos programas (aquedutos, edifícios públicos, pontes, etc.)

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA DA CIDADE

Arco de Tito. (80 - 85 d.C.). Roma.

Edificado pelo imperador Domiciano na colina da Rua Santa de Roma.

Page 82: Antiguidade Clássica - Arte Romana

O fórum de Júlio era uma construção retangular, de pórticos, à

margem do centro dos negócios: ali se administrava a justiça

por parte de tribunos e centúnviros, ali se dava consultoria

legal.

Edifício ao mesmo tempo representativo e funcional do ius

romano, tinha quase cem metros de comprimento, as colunas,

em três fileiras de cada lado, formavam em torno de todo o

amplo vão central duas galerias de pórticos.

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA DA CIDADE

amplo vão central duas galerias de pórticos.

Dada a diversidade de comprimento entre os lados, não se

apresentava como um volume fechado e unitário, mas como

uma composição de superfícies articuladas pela sucessão

contínua das arcadas sustentadas por colunas encostadas em

pilastras.

Trata-se, portanto, pelo menos no plano térreo, de um espaço

transitável, do prolongamento coberto do espaço aberto do

fórum.

Fórum Romano (Roma, séc. II a.C.).

Vista da área central do Fórum, olhando para o templo de Antonino e Faustina, que voi transformado em templo cristão na idade média.

As três colunas à direita pertencem ao templo de Castor e Pólux. A basílica de Constantino e o Coliseu podem ser vistos ao fundo.

Page 83: Antiguidade Clássica - Arte Romana

De Augusto, diz Suetônio que encontrou uma Roma feita de tijolos

e deixou outra de mármore: exagero retórico à parte, a

transformação corresponde à passagem da austeridade

republicana ao "decoro" oficial do Império. A arquitetura da era de

Augusto, programaticamente clássica, é aberta à influência

helenística, mas, como o tratado vitruviano confirma, não renega a

tradição etrusca, ao contrário, compreende-a no ideal do antigo.

Quando Augusto manda erigir o próprio mausoléu, funde o tema

oriental da tumba monumental com o etrusco, do túmulo: sobre o

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA DA CIDADE

oriental da tumba monumental com o etrusco, do túmulo: sobre o

grande embasamento cilíndrico elevava-se um cone de terra

densamente plantado com ciprestes.

O esquema cilíndrico também foi empregado na tumba de Cecília

Metella, na via Ápia, enquanto a de Caio Céstio, em forma de

pirâmide, adota o exemplo egípcio.

Pirâmide de Caio Céstio (Roma, 12 a.C.).

No interior encontra-se uma pequena câmara mortuária.

Page 84: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Outro tipo da arquitetura da era de Augusto é o arco

triunfal (há exemplares remanescentes em

Rimini,Aosta e Susa), que descende do arco etrusco,

integrando-o com uma transferência de formas

clássicas: as colunas aos lados da abóbada, o tímpano.

O isolamento do arco, como depois o da coluna com

finalidade celebrativa e exornativa, é claro indício da

tendência romana a atribuir às formas arquitetônicas,

assumidas como símbolos de estabilidade e de

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA DA CIDADE

duração, a função de representar os grandes valores

ideológicos sobre os quais se funda o Estado.

O mesmo conceito de monumento, essencial para

toda a arquitetura romana, está ligado à vontade de

estabelecer uma relação concreta entre o passado

histórico, o presente e o futuro, manifestando em

formas sensíveis e imperecíveis (o monumentum aere

perennius de Horácio) a perenidade daqueles valores

ideológicos.

Arco de Augusto, 27 a.C.Travertino (h: 9,92m)

Page 85: Antiguidade Clássica - Arte Romana

O fórum de Augusto abre a série dos fóruns imperiais. Era

uma vasta praça retangular e de pórticos que

compreendia, em uma extremidade, o templo de Marte

Vingador, dedicado em 42 a.C., logo depois da batalha de

Filipes. O recinto de pórticos formava, em

correspondência com o templo, duas amplas êxedras. O

tema da êxedra - assim como seu análogo, a abside do

templo - é de origem oriental; na arquitetura romana,

porém, vale como definição do espaço por meio de uma

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA DA CIDADE

grande superfície curva, em cuja cavidade a massa

atmosférica é coloridamente qualificada pelas

incrustações marmóreas de que é revestida.

Fórum de Augusto (Roma, séc. II a.C.).

Vista sul da robusta muralha dos fundos do fórum e a base e a 3 colunas do templo de Marte, que era o edifício principal.

A série de foros imperiais foi construída pelos Imperadores a fim de expandir o centro administrativo da capital.

Page 86: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) - ARQUITETURA

Page 87: Antiguidade Clássica - Arte Romana

No vale entre o Esquilino, o Palatino e o Célio surgiu o

anfiteatro Flávio, inaugurado por Tito em 80 d.C. Por

suas dimensões e pelas muitas memórias históricas a

ele ligadas, assumiu bem depressa e conservou por

séculos o valor de símbolo: não há ali, no Medievo e no

Renascimento, vista realista ou simbólica de Roma em

que não domine o grande anel mural do Coliseu.

Para explicar como adquiriu esse significado ideológico

não basta a paixão dos romanos pelos jogos do circo. Os

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – O COLISEU

gladiadores, os lutadores, as feras que eram exibidos na

arena provinham de todas as partes do mundo

conquistado por Roma: o espetáculo do circo era, pois,

uma espécie de grande parada, de “triunfo"

continuamente celebrado e renovado sob os olhos dos

governantes e do povo de Roma.Coliseu (Roma, 72 - 82 d.C.)

Page 88: Antiguidade Clássica - Arte Romana

A construção do Coliseu, ou Anfiteatro Flaviano, ordenada por

Vespasiano, teve início em 70 d.C., e foi um presente oferecido

à cidade de Roma. Foi inaugurado por seu filho, Tito, em 80 d.

C. e concluído no reinado de Domiciano.

Foi erigido no sítio do lago artificial dos jardins que envolviam a

Domus Áurea de Nero. O subsolo argiloso era a base ideal para

o enorme peso do edifício.

O colosso que se erguia nas imediações, uma grande estátua

de Nero, pode ter estado na origem do nome do anfiteatro.

Em contraste com a extravagância egoísta de Nero, Vespasiano

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – O COLISEU

Em contraste com a extravagância egoísta de Nero, Vespasiano

teve a astúcia de doar o anfiteatro aos Romanos para estes

assistirem a espetáculos de gladiadores, e ao fazê-lo criou o

primeiro anfiteatro permanente da cidade.

A planta e a decoração eram fundamentalmente

conservadoras, mas sua escala (188 x 156 metros) e a logística

da construção tornam-no único.

Coliseu (Roma, 72 - 82 d.C.)

Page 89: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) - ARQUITETURA

Coliseu (Roma, 72 - 82 d.C.)

Page 90: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) - ARQUITETURA

Teatro de MarceloRoma, 11 a.C. (Cávea: 125m)

Do Teatro de Marcelo só restam dois pisos. em cujos arcos se

sobrepõem as ordens jônica e dórica. Não se sabe se existia

um terceiro piso coríntio ou apenas um ático. O Dórico

romano tinha sempre uma base.

Coliseu (Roma, 72 - 82 d.C.)

Page 91: Antiguidade Clássica - Arte Romana

O imenso reservatório humano respondia, antes de

tudo, às exigências de uma complexa funcionalidade

interna: rápido afluxo e defluxo dos 45 mil

espectadores, depósitos de materiais e equipamentos

para os espetáculos.

Sob a cávea ou arquibancada para o público corriam

grandes galerias anulares, que davam para o exterior

com três ordens de arcadas, às quais se sobrepunha

um último anel de murada contínua.

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – O COLISEU

um último anel de murada contínua.

Nas três primeiras ordens, a estrutura é de travertino

nas partes portantes e de blocos de tufo nos

enchimentos.

Os materiais foram selecionados deliberadamente

para suportar o peso e a escala do edifício. As

fundações são de concreto, as escadas radiais de tufo

calcário elevam-se até ao cimo do edifício, que é de

concreto revestido de tijolo, e o exterior é de

travertino.

Coliseu (Roma, 72 - 82 d.C.)

Page 92: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – O COLISEU

Coliseu (Roma, 72 - 82 d.C.)

Infra-estrutura em arco

Foi utilizada uma infra-estrutura arqueada de três pisos para sustentar as

bancadas. Escadas radiantes encaminhavam as pessoas para os seus lugares

cuneiformes, que se chamavam cuneus.

O anel exterior de corredores, além de facilitar o movimento da multidão,

suportava as pressões exteriores do edifício.

Page 93: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Com mais de 50 metros de altura e mais de 188

metros de diâmetro, a grande massa elíptica

dominava e caracterizava a paisagem urbana: em

eixo com o fórum, concluía a sua perspectiva

monumental, conjugando-a aos grandes

complexos edilícios do Palatino, do Célio e do

Opio. Sua forma arredondada era o fulcro do

sistema de massas e de vazios, isto é, de edifícios,

de ruas e de praças que constituía o tecido do

centro da cidade: pela primeira vez, um edifício

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – O COLISEU

centro da cidade: pela primeira vez, um edifício

era concebido em escala urbanística, ou seja, em

relação com toda a zona monumental e

representativa da cidade.

Coliseu (Roma, 72 - 82 d.C.)

Page 94: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Essa relação exprime-se além da dimensão, na forma elíptica

do edifício, desenvolvendo uma curvatura cuja amplitude

muda com o ponto de vista; e na relação entre o espaço

urbano circunstante e o grande espaço cavado no interior.

Essa curvatura é realizada mediante galerias internas que,

enquanto asseguram a perfeita praticidade do anfiteatro,

definem a profundidade ou a espacialidade interna da massa,

que se vai afinando para o alto até concluir-se na superfície

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – O COLISEU

que se vai afinando para o alto até concluir-se na superfície

plana inteiramente desfraldada na luz e na atmosfera, da

última ordem.

A repetição do grupo arco-pilastra-semicoluna ao longo de

toda a superfície da elipse determina, para a contínua

mudança da curvatura, uma gradual variação do claro-escuro.

Coliseu (Roma, 72 - 82 d.C.)

Page 95: Antiguidade Clássica - Arte Romana

As termas Antoninas ou de Caracala são um típico exemplo do

gosto pelo gigantesco, mais do que pelo monumental, que

domina a arquitetura da romanidade tardia.

Além da funcionalidade específica e das várias funções

conexas (terapêuticas, recreativas, esportivas etc.), o imenso

complexo de edifícios tinha uma finalidade social mais vasta e

indefinida, como lugar de encontro de uma sociedade agora

infinitamente distante da austeridade espartana dos

primeiros tempos - dona do mundo, persuadida de poder

viver das riquezas que afluíam das províncias, do trabalho dos

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – TERMAS DE CARACALA

viver das riquezas que afluíam das províncias, do trabalho dos

povos submetidos - e que já configurava, ao contrário, o início

de uma crise profunda, não somente econômica e política,

mas das consciências.

Nem mais somente curiosa pelas formas artísticas e pelos

modos de vida dos países longínquos, acolhe e experimenta

os seus cultos: prova-o no próprio recinto das termas de

Caracala, a presença de um mitreo, isto é, de um santuário

dedicado (como vários outros em Roma) a um culto oriental

de Mitra.

Termas de Caracala. (211 - 217 d.C.). Roma.

A arcada da esquerda conduz ao grande vestíbulo que era o compartimento

principal do edifício balneário e era coberto por uma série de 3 abóbadas

de concreto cruzadas e sustentadas por possantes pilares. Robustas

colunas de granito escoram os pilares.

As termas continuaram em funcionamento até o séc. VI d.C., quando os

aquedutos romanos foram finalmente derrubados.

Page 96: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – TERMAS DE CARACALA

Dentro do imenso recinto retangular havia ginásios,

pórticos, jardins e até lojas e escritórios; o estabelecimento

termal em si era dotado de complexos implementos

técnicos para a conservação e a distribuição da água

quente e fria; as grandes salas termais (tepidarium,

calidarium,jrigidarium etc.) eram cobertas na maior parte

por abóbada ou cúpula, sustentadas por colunas, revestidas

de mármores coloridos.

Page 97: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – DECORAÇÃO PARIETAL

Vimos que na arquitetura romana a parede tem a função de determinar o espaço: concebida

como limite ou fundo, qualifica o espaço atmosférico anterior do mesmo modo que uma

piscina determina, por transparência, a cor do espelho d'água. A qualidade plástica da parede

não é definida apenas pelos elementos estruturais arquitetônicos, mas também pela

decoração plástica e, nos interiores, pictórica.

Uma vez que a parede não é sentida como uma superfície sólida mas como uma

espacialidade ou uma profundidade imaginária, não surpreende que nela sejam

representados, plástica ou pictoricamente, aspectos da natureza ou eventos históricos e

mitológicos. O espaço da parede permanece, contudo, imaginário ou hipotético, um plano de

projeção: as imagens - arquitetônicas ou naturalistas - ressentem-se ora da condição imposta

pelo plano, ora da liberdade concedida pela fantasia do artista pelo fato de que aquele

espaço é, precisamente, um espaço imaginário.

Cerimônia Religiosa. (séc. I a.C.). Detalhe da casa de Domício Aeronarbo.Museu doLouvre, Paris, mármore.

Page 98: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Um caso típico é a Ara Pacis Augustae, que se apresenta

como um quadrilátero de planos modelados: sobre

alguns há uma fileira de figuras em baixo-relevo, sobre

outros existem largas volutas de hastes de acanto.

O baixo-relevo participa, com suas partes mais

salientes, do espaço natural atmosférico e luminoso;

com os planos intermediários e mais profundos, sugere

a dissolução daquele espaço físico na profundidade

ilusória e necessariamente abreviada da laje. As hastes

de acanto, por sua vez, estão, porém, em relevo, mas

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – DECORAÇÃO PARIETAL

de acanto, por sua vez, estão, porém, em relevo, mas

desenvolvidas em volutas rítmicas, isto é, reconduzidas

ao plano da parede.

Este é, pois, concebido como um termo médio ou de

junção entre espaço natural e espaço figurado ou

imaginário.

Procissão com o ImperadorDetalhe da Ara Pacis, Museu do Louvre, Paris

Page 99: Antiguidade Clássica - Arte Romana

A decoração plástica se utiliza também da técnica do

estuque, especialmente para os efeitos mais sutis,

pictóricos e de claro-escuros. É uma técnica muito antiga, já

conhecida pelos artistas egípcios e cretenses: consiste em

uma mistura de cal e pó de mármore, praticamente a

mesma que era usada na Grécia como último revestimento

da arquitetura e da escultura e como preparação para a

colocação das cores.

O emprego encorpado, ou seja, com notáveis espessuras,

presta-se para a moldagem de imagens em relevo: estas

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – DECORAÇÃO PARIETAL

presta-se para a moldagem de imagens em relevo: estas

são plasmadas diretamente sobre a parede na mistura

mole. Secando e endurecendo, a superfície adquire uma

luminescência sérica sensível às mínimas variações

luminosas; e aparece como uma pintura monocromática.

À pintura, efetivamente, mais do que ao relevo, pode

aproximar-se o estuque plástico: seja pela técnica rápida,

em pequenos toques de espátula, seja pela suavidade e

delicadeza das passagens de claro-escuro. Em lugar da

pintura, ele é efetivamente empregado onde, pela umidade

ou escassa visibilidade, não se podem executar pinturas

murais: exemplo típico, de raro requinte, é a decoração da

basílica subterrânea de Porta Maior, em Roma.

Transporte do butim de JerusalámBaixo-relevo do arco de Tito, 81 d.C.Mármore, altura da placa 200 cm, Roma.

Page 100: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Não há dúvida de que a pintura parietal romana

depende de modelos helenísticos: estes, com

efeito, estão quase totalmente perdidos,

enquanto nos edifícios de Pompéia e de

Herculano, sepultados pelas cinzas do Vesúvio

em 79 d.C., muitos ambientes conservam

intacta a decoração pictórica.

Distinguem-se, para simplificar, quatro estilos. O

primeiro, seguramente de origem oriental,

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – DECORAÇÃO PARIETAL

primeiro, seguramente de origem oriental,

consta de simples quadriláteros coloridos com

imitação do mármore, do qual são um

substituto econômico. Tingindo ligeiramente as

paredes se dá uma tonalidade colorida ao

ambiente.

Exemplo do primeiro estilo pictórico, séc II a I a.C.Roma

Detalhe da decoração parietal da Casa dos Grifos no Palatino.

Page 101: Antiguidade Clássica - Arte Romana

O segundo estilo é mais complexo: acima

e, figurativamente, além de um

embasamento, pinta-se uma perspectiva

arquitetônica na qual são inscritos

"quadros" com figurações na maioria

mitológicas sobre vastos fundos

arquitetônicos ou paisagísticos.

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – DECORAÇÃO PARIETAL

Exemplo do terceiro estilo pictórico, séc I a.C. a I d.C.Roma

Detalhe da decoração parietal da Casa de Lívia no Palatino.

Page 102: Antiguidade Clássica - Arte Romana

O terceiro estilo, chamado "da parede real", tem complicadas

estruturas arquitetônicas em perspectiva, mas os edifícios

desenhados são inteiramente fantásticos e, na maior parte,

traçados com linhas sutis e cores tênues. Nesses traçados, que

não têm nenhuma pretensão ilusionista, há quadriláteros, muitas

vezes de um negro reluzente, sobre os quais o pintor traça com

toques rápidos, breves e vivazes pequenas figuras suspensas,

como que voando.

A função da quadratura perspéctica é substancialmente,

suspender o painel figurado em uma profundidade imaginária,

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – DECORAÇÃO PARIETAL

suspender o painel figurado em uma profundidade imaginária,

impedindo-o de identificar-se com o plano mural.

Detalhe da decoração parietal da Vila de Fannio Sinistrore. (séc. I a.C.). Bpscoreale.

Page 103: Antiguidade Clássica - Arte Romana

O quarto estilo, que aparece somente nos

últimos anos da existência de Herculano e de

Pompéia, retoma o tema arquitetônico

perspéctico do segundo, desenvolvendo-o,

porém, com um colorido mais intenso e com

cenografia mais complexa, algumas vezes

empregando referências mais explícitas à cena

arquitetônica do teatro.

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – DECORAÇÃO PARIETAL

Mural da casa de Vettii (Pompéia, 70 d.C.).

A parede foi decorada combinando áreas vazias da

parede , em que são pintados painéis com imitações e

perspectivas de arquitetura à distância.

Este esquema pertence aos últimos anos de Pompéia,

pouco antes da destruição, em 79 d.C .

Page 104: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – DECORAÇÃO PARIETAL

Mural (Pompéia, 70 d.C.).

Page 105: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Embora haja conhecimento de que em

Roma se praticava a pintura em tela, as

únicas pinturas romanas que conhecemos

são as figurações inseridas nas decorações

parietais e pertencem, em grande parte, às

duas cidades da Campânia - Pompéia e

Herculano.

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – DECORAÇÃO PARIETAL

Perseu salvando Andrômeda (séc. I d.C.) Afresco; 1,22 m. Museu Nacional de Nápoles.

Existem várias versões deste tema entre os murais de Pompéia e acredita-se que a inspiração venha de um quadro famoso do séc. IV a.C. ou do .período helenístico. Esta pintura evidencia considerável domínio da modelagem em cor e do emprego de luz e sombra.

Page 106: Antiguidade Clássica - Arte Romana

o pintor conhece a forma de cada árvore ou arbusto em particular e a

descreve com segurança; mas o que se torna preciso com rápidos traços

de cor não são as coisas que o artista vê, e sim as noções que delas tem.

Portanto, não o espetáculo da natureza, mas as imagens da mente

tomam forma e se fazem evidentes na arte; e a técnica rápida e

resumida por sinais não é criada para exprimir, imediatamente, as

emoções visuais, mas para traduzir visualmente essas imagens.

Também no retrato parte-se de "tipos", que são, depois, especificados

de maneira a evocar as feições. Nas tabuinhas que, entre os séculos I e

V d.C., se colocavam, no Egito, sobre as múmias nos sarcófagos

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – PINTURA

V d.C., se colocavam, no Egito, sobre as múmias nos sarcófagos

(chamados retratos do Paium), a pessoa é representada geralmente de

frente, com grandes olhos arregalados para dar a idéia da vida; mas só a

acentuação de algum traço fisionômico lembra a figura real do defunto.

É, como se vê, um procedimento que não parte do "verdadeiro", mas,

movendo-se da idéia ou do tipo, tende a aproximar-se dele, ou seja, um

processo que vai do geral ao particular, mas sem implicar uma

apropriação direta a partir do real.

Retrato de Mulher (séc. III d.C.) Encáustica sobre madeira. Museu do Louvre, Paris.

Proveniente da região egípcia do Faium,

Page 107: Antiguidade Clássica - Arte Romana

A coluna de Trajano, dedicada em 113 d.C. e instalada no

fórum de Trajano, é um longo e preciso memorial dos

empreendimentos militares do imperador. Em uma faixa

em baixo-relevo, enrolada em espiral na haste da grande

coluna celebrativa, são contados, momento por

momento, os acontecimentos das duas campanhas pela

conquista da Dácia.

A fita desenrolada tem mais de duzentos metros de

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – DECORAÇÃO PARIETAL

comprimento, contém mais de 2.500 figuras. O único

corte na narração contínua, entre os fatos da primeira e

segunda guerras, é uma figura da Vitória alada, que faz

uma incisão sobre um escudo do nome do vencedor.

Conquista da Dácia (113 d.C.) mármore.

Detalhe da coluna de trajano, Roma.

Page 108: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – DECORAÇÃO PARIETAL

É o mesmo tema da Vitória de Brescia, um pouco

anterior. A Nike grega era um gênio volante que

trazia do céu o favor dos deuses; a Vitória romana é

uma figura que medita e escreve, é a História que

anota o evento e transmite a sua memória.

O escultor estende a narração figurada sem dividi-Ia

em episódios, sem elevar o tom da voz nos

momentos culminantes.

Talvez não tenha um projeto preciso, deixa-se guiar Talvez não tenha um projeto preciso, deixa-se guiar

pela sucessão dos fatos que, sobre a alta massa

cilíndrica da coluna, símbolo da estabilidade e da

grandeza do império, suscitam um animado mas

suave movimento de luz e de sombra: os eventos

frisam apenas a superfície de uma realidade histórica

dada por eterna.

Coluna de Antonino Pio (161 a.C.) mármore.

Cortille della Pigna, Roma.

Page 109: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ESCULTURA

Não é diversa a retratística oficial da era de Augusto, a

começar por um de seus protótipos, a estátua de Prima

Porta, cuidadosamente estudada para a "razão de

estado".

É manifesto o recurso ao cânon grego, mas o ideal do

decoro se entrelaça evidentemente ao do belo. A figura

que tem os atributos do líder militar e os do orador está

em atitude de calmo e seguro domínio; no rosto, a

expressão fisionômica é, ao mesmo tempo, precisa e expressão fisionômica é, ao mesmo tempo, precisa e

generalizada, quase que a indicar que mesmo aquela

pessoa particular assume, pela grandeza histórica de seus

gestos, valor universal.

Augusto (14 a 29 a.C.) mármore.

Estátua de Prima Porta. Museu do Vaticano, Roma.

Page 110: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ESCULTURA

A ideologia que diviniza o imperador e o Estado reduz o significado da

pessoa ao peso que tem na hierarquia estatal, forma terrena da

ordem divina; é somente a insígnia de uma posição, e se a posição se

reconhece pela roupa, a roupa interessa mais do que o corpo ou o

rosto.

Mais precisamente, também o corpo e o rosto valem apenas na

medida em que revelam a dignidade ou a posição, por meio daqueles

caracteres, traços ou atributos considerados tipicamente expressivos,

ou, antes, declaradores da dignidade ou da posição.

Nas estátuas colossais, como o Colosso de Barletta ou o Constâncio lI, Nas estátuas colossais, como o Colosso de Barletta ou o Constâncio lI,

do qual resta a cabeça (palácio dos Conservadores em Roma), a

dimensão é muito maior do que o real, o corpo e a face são reduzidos

aos traços que se consideram distintivos de uma dignidade mais do

que humana: não se quer dizer que o imperador é assim, mas que

assim aparece aos olhos e à fantasia do súdito.

Será o cristianismo que demonstrará serem os súditos e as vítimas,

mais do que os poderosos e os dominadores, os verdadeiros

protagonistas de uma história que tem por finalidade última a

salvação espiritual do gênero humano.

Constâncio II (330 a 340 d.C.) bronze, h: 185 cm.

Palazzo dei Conservatori. Roma.

Page 111: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Aqueduto de Segóvia (Espanha, séc I d.C.). Comprimento 728 m; altura: 28,9 m.

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – OBRAS PÚBLICAS: Pontes e Aquedutos

Ponte de Alcântara (Espanha, séc I d.C.). Largura 194 m; altura: 50 m; arq. Caio Júlio Lacer.

Page 112: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – OBRAS PÚBLICAS: Pontes e Aquedutos

Construção de uma ponte

Page 113: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – OBRAS PÚBLICAS: Pontes e Aquedutos

Apoio da arquitrave

Page 114: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – OBRAS PÚBLICAS: Pontes e Aquedutos

Apoio da arquitrave

Page 115: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA DA CIDADE: Roma

Forum Imoerial

Page 116: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Clrcus Maximus (século IV)

Os circos destinavam-se a corridas de cavalos

e a lutas de gladiadores.

O Circus Maximus, em Roma, é do princípio

do século IV, mas sofreu alterações.

Construído em terreno plano, tem 600

metros de comprimento, lugares sentados

em toda a volta, exceto no extremo em linha

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA DA CIDADE: Roma

em toda a volta, exceto no extremo em linha

reta onde havia um conjunto de taratares

(portas da meta).

Um muro, o spina, com meta, ou postes de

mudança de direção em cada extremo,

delimitava a zona de circulação.

Page 117: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA DA CIDADE: Roma

Circus Maximus (Roma - século IV)

Page 118: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA DA CIDADE: Roma

Page 119: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA DA CIDADE: Roma

Page 120: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Palácio de Diocleciano (Split, 300

d.C.).

O edifício é protegido por muralhas

torreadas e parece um campo militar.

A entrada é formada por 4 colunas de

granito com uma arquitrave que se

expande num arco sobre duas colunas

centrais. Acima fica um frontão.

O pátio fica no final da principal

galeria de colunas

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA DA CIDADE: Roma

Page 121: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA DA CIDADE: Roma

Page 122: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA DA CIDADE: Roma

Page 123: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA DA CIDADE: Roma

Page 124: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA DA CIDADE: Roma

Coluna de Trajano (Roma, 114 d.C.)

Piazza Navona (Roma, 1653) Bernini.

Page 125: Antiguidade Clássica - Arte Romana

Estátua eqüestre de Marco Aurélio (Roma, 161 - 180 d.C.). Bronze, 5,08 m.

Esta estátua se ergue sobre a Piazza dei Campidoglio, em Roma, colocada por Michelangelo em 1538.

Antigüidade Clássica: ROMAO IMPÉRIO ROMANO (27 a.C. a 300 d.C.) – ARQUITETURA DA CIDADE: Roma