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GOVERNOS MUNICIPAIS E SEU PAPEL EM VIABILIZAR A TRANSIÇÃO PARA UMA ECONOMIA CIRCULAR UMA VISÃO GERAL DE ALAVANCAS DE POLÍTICAS PÚBLICAS URBANAS

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ECONOMIA CIRCULAR NAS CIDADES GOVERNOS MUNICIPAIS E SEU PAPEL NA CAPACITAÇÃO DE UMA TRANSIÇÃO ECONÔMICA CIRCULAR

© ELLEN MACARTHUR FOUNDATION, MARÇO DE 2019

www.ellenmacarthurfoundation.org/our-work/activities/circular-economy-in-cities

G O V E R N O S M U N I C I P A I S E S E U P A P E L E M

V I A B I L I Z A R A T R A N S I Ç Ã O P A R A U M A E C O N O M I A C I R C U L A R

U M A V I S Ã O G E R A L D E

A L AVA N C A S D E P O L Í T I C A S P Ú B L I C A S

U R B A N A S

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C O N T E Ú D O GOVERNOS MUNICIPAIS E SEU PAPEL EM VIABILIZAR A TRANSIÇÃO PARA UMA ECONOMIA CIRCULAR

CIDADES SÃO CENTROS DE MUDANÇA 4

ALAVANCAS DE POLÍTICAS PÚBLICAS URBANAS PARA TRANSIÇÕES RUMO À ECONOMIA CIRCULAR 5

INTERLIGAÇÕES E RELAÇÕES ENTRE ALAVANCAS DE POLÍTICAS PÚBLICAS 6

CULTURAS E ABORDAGENS QUE PODEM APOIAR UMA TRANSIÇÃO RUMO À ECONOMIA CIRCULAR 8

ALAVANCAS DE POLÍTICAS PÚBLICAS URBANAS

ROTEIROS E ESTRATÉGIAS 10

CONGREGAÇÃO E PARCERIAS 12

CONSCIENTIZAÇÃO 14

CAPACITAÇÃO 16

PLANEJAMENTO URBANO 18

GERENCIAMENTO DE ATIVOS 20

COMPRAS PÚBLICAS 22

SUPORTE FINANCEIRO 24

MEDIDAS FISCAIS 26

LEGISLAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO 28

NOTAS FINAIS 30

Este artigo faz parte de Economia circular em cidades da Ellen MacArthur Foundation, um projeto que possui um conjunto de recursos de referência facilmente acessíveis e disponíveis online. Os recursos incluem:

• Uma visão de oportunidades de economia circular em três sistemas urbanos: edifícios, mobilidade, produtos

• Fichas de dados de benefícios e oportunidades de economia circular nos três sistemas

• Este artigo sobre alavancas de políticas públicas urbanas

• Estudos de caso de economia circular conduzidos pela cidade com foco na ação em campo

• Indicações de outras redes e recursos que apoiam transições rumo à economia circular em cidades

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VISÃO

A S C I D A D E S S Ã O C E N T R O S D E M U D A N Ç A

Os governos municipais têm um papel fundamental a desempenhar na construção de cidades prósperas, habitáveis e resilientes, com design regenerador. Sua proximidade com as necessidades e preocupações diárias das empresas e cidadãos urbanos e as alavancas de políticas públicas que possuem à sua disposição determinam esse papel fundamental. Os governos municipais veem, vivenciam e muitas vezes gerenciam as consequências negativas da economia linear atual de ‘extrair-transformar-desperdiçar’, seja por meio de recursos públicos gastos em gerenciamento de resíduos sólidos, os custos incorridos com resíduos estruturais, como o custo de edifícios subutilizados, custos econômicos devidos ao congestionamento ou custos de saúde devidos à poluição atmosférica e sonora. Os desafios da economia linear de ‘extrair, transformar, desperdiçar’ se concentram em cidades, mas as cidades também são centros de mudança. As cidades podem catalisar transformações mais amplas do sistema. Nos últimos anos, os governos municipais se tornaram mais ousados na liderança dessas mudanças.1

Os governos municipais podem engajar, incentivar, gerenciar e definir uma estrutura regulatória para estabelecer as condições viabilizadoras para que surjam cidades adequadas ao século XXI. Eles podem definir uma direção de viagem. Ao incorporar os princípios da economia circular às alavancas de políticas públicas urbanas, as cidades podem provocar mudanças no uso e gerenciamento de materiais nas cidades, e as prioridades urbanas em torno do acesso à moradia, mobilidade e desenvolvimento econômico também podem ser atendidas de forma a apoiar a prosperidade, o emprego, a saúde e as comunidades. Mudanças nas escolhas de materiais, nos seus usos e gerenciamento, também podem abrir oportunidades de produção local.

Nas cidades sustentadas pelos princípios da economia circular, as alavancas de políticas públicas urbanas funcionam para permitir que:

Resíduos e poluição sejam eliminados de produtos e sistemas urbanos

Materiais sejam mantidos em uso e retenham seu valor

Sistemas naturais em cidades e seus arredores sejam regenerados

A importância de se criar padrões de consumo e produção responsáveis e da adoção de uma nova abordagem aos materiais e ao valor, alinhados com os princípios de uma economia circular, também é identificada nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O ODS 11 Cidades e Comunidades Sustentáveis e o ODS 12 Produção e Consumo Sustentáveis estão intimamente ligados. O Painel Internacional de Recursos observou que a economia circular é fundamental para alcançar o SDG 12 Produção e Consumo Responsáveis, e que o sucesso nessa área trará benefícios positivos para os demais ODSs e pode ajudar a mitigar muitos trade-offs.2 Da mesma forma, a economia circular está sendo adotada como uma importante abordagem para atingir objetivos climáticos.3

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A L AVA N C A S D E P O L Í T I C A S P Ú B L I C A S U R B A N A S P A R A

T R A N S I Ç Õ E S R U M O À E C O N O M I A C I R C U L A R

Baseando-se no relatório Delivering the Circular Economy: A toolkit for policymakers (Entregando a economia circular: Um conjunto de ferramentas para os formuladores de políticas públicas4) e com foco específico em cidades, este projeto identifica dez alavancas de políticas públicas como fundamentais para as transições urbanas rumo à economia circular.

A autonomia e o escopo para acionar essas alavancas de políticas públicas variam de cidade para cidade. Algumas cidades terão uma maior capacidade de usar certas alavancas do que outras, já que os poderes da cidade não são uniformes e dependem do relacionamento com outras camadas do governo.5

Também ocorre que as várias alavancas de políticas públicas estão fortemente interligadas. Por exemplo, para transitar para práticas circulares de gerenciamento de ativos, será importante conscientizar os gestores de ativos e garantir que as compras públicas e as medidas financeiras sejam favoráveis. Um formulador de políticas públicas terá, naturalmente, que considerar as inter-relações e a coerência de diferentes alavancas de políticas públicas e medidas específicas dentro delas, além de outros fatores, tais como o custo-benefício individual e os efeitos distributivos de qualquer política pública.6

Clique nos títulos das Alavancas de Políticas Públicas abaixo para pular ao respectivo capítulo.

VISÃO ENGAJAMENTO GESTÃO URBANA INCENTIVOS

ECONÔMICOS

REGULAMENTAÇÃO

ROTEIROS E ESTRATÉGIAS

CONGREGAÇÃO E

PARCERIAS

PLANEJAMENTO

URBANO

APOIO

FINANCEIRO

LEGISLAÇÃO E

REGULAMENTAÇÃO

CONSCIENTIZAÇÃO GERENCIAMENTO DE ATIVOS

MEDIDAS FISCAIS

FIGURA 1: ALAVANCAS DE POLÍTICAS PÚBLICAS URBANAS PARA TRANSIÇÕES RUMO À ECONOMIA CIRCULAR

CAPACITAÇÃO COMPRAS PÚBLICAS

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I N T E R C O N E X Õ E S E R E L A Ç Õ E S E N T R E

A L AVA N C A S D E P O L Í T I C A S P Ú B L I C A SPara capturar algumas das relações entre as dez alavancas de políticas públicas, cinco categorias emergem e suas interconexões podem ser vistas

no diagrama abaixo.

As cinco categorias incluem:

V I S Ã ORoteiros e estratégias podem fornecer uma direção geral. Ao estabelecer metas estratégicas, estratégias e roteiros municipais de economia circular podem definir uma direção para uma cidade e informar o desenvolvimento de outras alavancas de políticas públicas, tais como padrões de planejamento urbano ou classificações e regulamentações de materiais e resíduos. Engajar atores urbanos no desenvolvimento de um roteiro também pode fortalecer sua efetividade e um senso de propriedade compartilhada.

FIGURA 2: INTERCONEXÕES E RELAÇÕES ENTRE ALAVANCAS DE POLÍTICAS PÚBLICAS

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E N G A J A M E N T OOs governos municipais têm uma capacidade única de se envolver com vários atores de diversos setores e catalisar ações. Isso é fundamental para o surgimen-to em cidades de oportunidades de economia cir-cular, que exigem compreensão, colaboração e ação nos setores e entre eles. As alavancas de políticas públicas nessa categoria são Congregação e Parce-rias, Conscientização e Capacitação. As alavancas de políticas públicas de engajamento podem tornar oportunidades de economia circular conhecidas e fortalecer a capacidade de outros as aproveitarem (tais como programas de capacitação para PMEs ou programas de treinamento de competências). A congregação e o engajamento de atores de várias maneiras também pode apoiar o design e a aplicação de outras alavancas de políticas públicas, por exem-plo, criando um senso de propriedade compartilhada de um roteiro de economia circular para a cidade, trabalhando com empresas para identificar barreiras regulatórias e entendendo como outras alavancas de políticas públicas podem ser mais bem desenvolvi-das. Congregar atores também pode levar a colabo-rações e parcerias que de outra forma poderiam não ter emergido.

G E S T Ã O U R B A N AOs governos municipais têm uma forte influência sobre o desenvolvimento físico de uma cidade, o gerenciamento de seus ativos e a aquisição de bens e serviços públicos. As alavancas de políticas públicas nessa categoria são Planejamento Urbano, Gerenciamento de Ativos e Compras Públicas. Cada um se relaciona fortemente com a escolha, o design, o uso e o fluxo de materiais em uma cidade, tornando-os fundamentais para a transição para uma economia circular. Eles também se relacionam fortemente uns com os outros: a maneira pela qual o uso da terra é planejado por uma cidade tem influência sobre como os ativos nessa terra podem ser gerenciados, e as práticas circulares de gerenciamento de ativos podem informar os padrões de compras públicas e vice-versa. Tal como acontece com outras alavancas, as alavancas de gerenciamento urbano não são independentes e podem ser guiadas por estratégias e regulamentações de economia circular, envolvem colaboração e parcerias significativas e se beneficiam de incentivos econômicos.

I N C E N T I V O S E C O N Ô M I C O S

Os governos municipais podem usar o apoio finan-ceiro para ajudar a promover a inovação e novos mercados, enquanto medidas fiscais como impostos, penalidades e encargos podem ajudar a incentivar ou desestimular comportamentos. As alavancas de po-líticas públicas nessa categoria são frequentemente chamadas de ferramentas econômicas e se enqua-dram em duas categorias principais, Apoio Financeiro e Medidas Fiscais, que podem incentivar oportuni-dades de economia circular. O grau de autonomia que as cidades têm para puxar essas alavancas varia muito e, portanto, elas são frequentemente desenvol-vidas em parceria com níveis mais altos de governo.

REGULAMENTAÇÃOLegislação e regulamentação é um domínio central do governo e pode desempenhar um papel importante na formação de mercados, influenciando comportamentos e removendo barreiras que inibem o progresso. Dessa forma, pode reforçar e apoiar outras alavancas de políticas públicas, tais como as regulamentações relativas à densidade habitacional ou à acessibilidade que afetam o processo de planejamento urbano. A legislação e a regulamentação são frequentemente desenvolvidas em conjunto com governos regionais ou nacionais.

Tradicionalmente, os poderes delegados a cidades, tais como alavancas de políticas públicas de gestão urbana e incentivo econômico, bem como regulamentação, têm sido associados à maior capacidade de gerar mudanças. No entanto, o poder limitado nessas áreas não precisa impedir a transição para uma economia circular.7 À medida que os desafios urbanos se tornaram mais complexos e interconectados, os ambientes de governança mais fragmentados e os recursos públicos muitas vezes reduzidos, a importância de alavancas de políticas públicas tradicionalmente mais flexíveis e relacionadas ao engajamento para o alcance de metas políticas públicas aumentou.8 Nesse sentido, um estudo das ações climáticas tomadas pelos governos municipais em todo o mundo observou que "a maneira como as cidades usam seus poderes é mais importante do que as dimensões de poderes que elas têm".9

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Os benefícios de uma abordagem de governança colaborativa, particularmente no que diz respeito ao tratamento de questões sistêmicas, estão crescendo. O estudo sobre ações climáticas de governos municipais observou que "uma abordagem colaborativa para a governança pode oferecer duas vezes mais ações em comparação a abordagens menos baseadas em parcerias".10

Uma abordagem de governança colaborativa pode ser apoiada por três características culturais subjacentes:11

1Uma cultura em que a integração entre assuntos compartimentados é apoiada. Para ter uma visão sistêmica e desenvolver soluções baseadas em princípios de economia circular, trabalhar com diferentes assuntos, habilidades e disciplinas pode ser fundamental,

como em equipes ou departamentos temáticos transversais. Isso pode trazer uma nova lente e descobrir novas soluções que atendam a vários objetivos da políticas públicas. Ambientes estratégicos, abertos e focados no sistema podem nutrir a integração entre os compartimentos.12

2 Uma cultura de inovação em que a experimentação, a iteração e o aprendizado são apoiados. Uma economia circular, por natureza, exige inovação em modelos de negócio, design e produção, e nas formas de acesso, uso e reuso dos

materiais. Para viabilizar e incentivar essas novas práticas, e ao mesmo tempo gerenciar os riscos, a formulação de políticas públicas também pode se beneficiar de uma cultura de inovação. Ambientes visionários, facilitadores e encorajadores podem ajudar a cultivar uma cultura de inovação.13

3 Uma cultura de inclusão e participação para apoiar e desenvolver soluções impactantes localmente. As cidades giram em torno de pessoas. Adotar uma abordagem inclusiva para a formulação de políticas púbicas

urbanas permite que as prioridades e necessidades dos residentes sejam endereçadas e suas experiências aproveitadas. A participação na formulação de políticas púbicas urbanas também leva a um nível mais profundo de engajamento com os moradores e pode trazer valor para as cidades. Ambientes colaborativos, encorajadores e de empoderamento podem viabilizar uma cultura de inclusão e participação.14

Ao adotar uma abordagem colaborativa à governança, as conexões e as oportunidades do sistema podem ser descobertas. O pensamento sistêmico é essencial para a transição rumo à economia circular e pode ser aplicado às cidades, que são sistemas complexos, adaptativos e dinâmicos, compostos de partes interconectadas e muitas vezes interdependentes. As cidades podem ser vistas como ecossistemas urbanos com recursos naturais, energia, matérias-primas, alimentos e bens interagindo e impactando o cotidiano e a atividade econômica das pessoas dentro deles.15 Por exemplo, mudanças nos materiais e métodos de construção utilizados em edifícios podem afetar a saúde humana e ambiental, e mudanças nos modelos de negócio de varejo podem afetar os padrões de mobilidade de residentes e cargas. As oportunidades de economia circular em edifícios, mobilidade e produtos são exploradas nas Fichas de Dados Economia circular nas cidades.

INTEGRAÇÃO

INO

VAÇÃOINCLUSÃO E

PAR

TIC

IPAÇ

ÃO

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A L AVA N C A S D E P O L Í T I C A S P Ú B L I C A S

U R B A N A S

A seção seguinte discute as dez alavancas de políticas públicas urbanas que os governos municipais podem usar, dependendo de seus poderes, para possibilitar o surgimento de uma economia circular. Mais de 100 casos de mais de 70 cidades em todo o mundo foram incluídos para fornecer exemplos práticos e breves das várias medidas políticas públicas tomadas pelos governos municipais na jornada rumo à construção de cidades prósperas, habitáveis e resilientes que sejam regenerativas por princípio. É claro que nenhuma medida isolada pode fornecer uma transição completa, nem os exemplos aqui apresentados são exaustivos. É em combinação, e com uma compreensão cada vez mais profunda da economia circular, que a política pública pode se desenvolver e estabelecer condições viabilizadoras fortes.

Nesta seção, observe o seguinte:

• Onde um exemplo de governo municipal é dado, o nome da cidade é anotado na cor da alavanca de política pública.

• Quando o nome de uma cidade estiver colorido e em negrito, isso significa que o exemplo fazia parte do módulo de estudos de caso de cidades do projeto Economia Circular em Cidades, em março de 2019. Mais estudos de caso conduzidos por cidades podem ser adicionados ao longo do tempo.

• Para retornar à visão geral das alavancas de políticas públicas na página 5, clique no link localizado na parte superior de cada página de alavanca de política pública.

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VIS

ÃO

R O T E I R O S E E S T R A T É G I A S

Os roteiros de economia circular das cidades estabelecem uma dire-ção de viagem para as cidades, ajudam a orientar outras alavancas de políticas públicas e oferecem uma oportunidade inestimável de elevar as ambições e engajar atores relevantes para endereçar futu-ras oportunidades para a cidade. Metas de curto, médio e longo prazo podem ser definidas e pontos de conexão e oportunidades podem ser identificados em diferentes setores. Estratégias para setores (como transporte) ou alavancas de políticas públicas específicas (por exem-plo, compras públicas, planejamento urbano, gerenciamento de ati-vos) entram em mais detalhes. Um número crescente de roteiros de economia circular e estratégias de políticas púbicas estão surgindo em todos os níveis de governo, do local ao internacional. No nível municipal, estão surgindo estratégias em capitais como Amsterdã, Londres, Paris, cidades importantes como Auckland e Charlotte ou cidades menores como Venlo e Peterborough. Esses roteiros e estratégias de economia circular para cidades unem aspirações e ações práticas e informam o desenvolvimento de outras alavancas de políticas públicas.

Refletindo sobre o surgimento de roteiros de economia circular para cidades, diversas observações podem ser feitas:

NÃO EXISTE UMA ROTA ÚNICA PARA O DESENVOLVIMENTO DE ROTEIROS URBANOS DE ECONOMIA CIRCULARAlgumas cidades estão desenvolvendo estratégias de políticas públicas de economia circular que se vinculam diretamente a visões nacionais, como o 13º Plano Quinquenal da Economia Circular de Shenzhen que se conecta diretamente o 13º Plano Quinquenal da China. Outros estão desenvolvendo planos municipais em paralelo a planos nacionais, como o Plano de Economia Circular de Paris16 publicado pouco antes do Roteiro de Economia Circular da França17 ou na Eslovênia, com a estratégia da cidade de Maribor18 publicado logo após o Roteiro de Economia Circular da Eslovênia.19 Outros estão criando roteiros antes de serem estabelecidas visões nacionais, como o Roteiro

de Economia Circular de Londres20, o Programa Regional de Economia Circular de Bruxelas21 e o desenvolvimento da Visão Charlotte Circular de Charlotte.22 As cidades europeias também se basearam no Plano de Ação de Economia Circular da União Europeia ao desenvolver estratégias municipais de economia circular.23

UTILIZAR FERRAMENTAS DO METABOLISMO URBANONo desenvolvimento de roteiros de economia circu-lar e estratégias de políticas públicas, várias cidades usaram ferramentas do metabolismo urbano para avaliar os fluxos de recursos urbanos e conectá-los a oportunidades de economia circular e pontos de in-tervenção. Dependendo da amplitude das ferramen-tas usadas, o fluxo de materiais, energia, pessoas e informações pode ser explorado para entender como esses fluxos moldam as cidades, atendem às necessidades dos moradores e causam impacto nas áreas circundantes.24 Bruxelas, Charlotte, Glasgow, São Paulo, e Sorsogon usaram variações de ferra-mentas do metabolismo urbano para desenvolver seus roteiros de economia circular.

ADOTAR UMA ABORDAGEM SETORIALVárias cidades desenvolveram roteiros de economia circular que se concentram em setores prioritários dentro de suas cidades. Edifícios e construção, mobilidade e logística, e alimentos e bioeconomia têm sido áreas de foco frequentes. Vancouver é um exemplo de uma cidade que desenvolveu um plano de economia circular sob medida no setor de moda e produtos têxteis.25 Roterdã desenvolveu uma visão de um futuro porto de base biológica que se baseia nos princípios da economia circular.26

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CODESENVOLVER VISÕES MUNICIPAIS COM UMA AMPLA GAMA DE ATORES URBANOS

Reunir empresas, sociedade civil e residentes com o governo no projeto da visão de uma cidade pode gerar conscientização, descobrir oportunidades inesperadas e criar um senso de propriedade compartilhada e compromisso com um plano. O desenvolvimento dos roteiros de economia circular de Bruxelas27 e Paris28 envolveu mais de 100 atores (consulte Congregação e Parcerias e Conscientização).

IDENTIFICAR INDICADORES E MÉTRICAS PARA MEDIR O PROGRESSOPara medir o progresso na transição para uma economia circular, cidades como Londres e Toronto e cidades menores como Peterborough estão trabalhando para desenvolver indicadores-chave como parte de seus roteiros municipais de economia circular ou como um próximo passo natural. Os indicadores de recursos existentes, como reduções nas taxas de aterros e de incineração e aumentos nas taxas de reciclagem, são importantes, assim como os indicadores existentes sobre emissões, qualidade do ar, da água e do solo e aumentos de energia de fontes renováveis. No entanto, esses indicadores não devem ser considerados individualmente ou isoladamente e precisam estar conectados à realização dos princípios de uma economia circular. Indicadores que medem outros impactos positivos de projetos e iniciativas de economia circular, tais como empregos, habilidades e patentes ou projetos abertos, podem desempenhar um papel fundamental na estrutura de medição de uma cidade. O desenvolvimento de um conjunto abrangente de indicadores para monitorar o progresso da economia circular no nível municipal está em andamento, e vários grupos, como a Agenda Urbana para a UE, estão procurando desenvolver documentos de orientação sobre indicadores de economia circular para as cidades.29

Várias cidades estão integrando a economia circuar em estratégias de políticas públicas específicas, no seguimento dos roteiros da economia circular, em paralelo, ou como iniciativas autônomas:

INTEGRAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA ECONOMIA CIRCULAR A ALAVANCAS DE POLÍTICAS PÚBLICAS ESPECÍFICASA integração a estruturas de licitação pública tem sido uma das principais áreas de foco inicial das cidades. Londres atualizou sua Política de Compras Responsáveis do grupo Greater London Authority usando princípios de economia circular

paralelamente ao desenvolvimento do Roteiro de Economia Circular de Londres.30 Toronto também se concentrou no desenvolvimento de um Plano e Estrutura de Implementação de Compras de Economia Circular que pode ser adotado nos departamentos da cidade.31 As estratégias de planejamento urbano também emergiram como uma área política importante à qual os princípios da economia circular podem ser integrados. Londres está integrando os princípios da economia circular ao seu "esboço" do Plano de Londres32 e Venlo integrou os princípios da economia circular ao seu Plano de Estrutura Espacial para fornecer uma diretriz para o desenvolvimento da área.33 O Plano de Economia Circular de Paris também identificou o planejamento urbano e as compras públicas, como importantes áreas para integrar os princípios e alcançar o Plano de Economia Circular 2017-2020 de Paris.34

INTEGRAR A ECONOMIA CIRCULAR A OUTRAS ESTRATÉGIAS TRANSVERSAIS DE POLÍTICAS PÚBLICAS Os princípios da economia circular estão sendo reconhecidos como essenciais para o cumprimento de objetivos transversais de políticas públicas, tais como estratégias de resiliência, como é o caso em Roma35, e planos de ação climática, como é o caso em Paris.36

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ENGA

JAM

EN

TO

C O N G R E G A Ç Ã O E P A R C E R I A SOs governos locais têm a habilidade de congregar, facilitar e estimular a colaboração entre líderes públicos, privados e civis.37 Envolver múltiplos atores na criação e entrega de políticas públicas é especialmente valioso ao inovar e fazer mudanças no sistema, como é o caso na viabilização e desenvolvimento de oportunidades de economia circular. A congregação e as parcerias com atores relevantes também podem ajudar a alcançar maior escala, propriedade compartilhada e impacto mutuamente benéfico.A transição para uma economia circular envolve a transformação de sistemas, um objetivo que nenhum agente individual pode alcançar sozinho. Os governos têm uma capacidade incomparável de reunir vários atores e os governos municipais não são exceção. O engajamento de atores é muitas vezes um fator chave para o desenvolvimento de roteiros de economia circular e estratégias de políticas públicas eficazes (consulte Roteiros e Es-tratégias). A capacidade de reunir atores também pode ajudar a tornar oportunidades de economia circular conhecidas (consulte Conscientização), enquanto parcerias podem ajudar a fortalecer a capacidade de inovação e a ampliação de práticas de economia circular na cidade (consulte Capaci-tação). Congregação e parcerias com atores rele-vantes nos departamentos da cidade, em outros setores e em outras cidades podem ajudar a reve-lar soluções para as barreiras atuais. O processo de envolvimento na elaboração de políticas públicas pode criar um sendo de propriedade compartilha-da e compromisso com as metas da cidade que são mutuamente benéficas.

As cidades estão usando essa alavanca de política pública de várias maneiras para ajudar a promover uma transformação:

CONGREGAR ATORES RELEVANTES PARA ESTIMULAR A COLABORAÇÃO EM TORNO DE OPORTUNIDADES DE ECONOMIA CIRCULARO desenvolvimento de redes e compromissos de economia circular entre governos municipais, empresas e sociedade civil pode ser um primeiro passo para parcerias e ações mais profundas. Em Copenhague, como uma continuação de

seu Plano de Recursos e Resíduos 2019-2024, a cidade organizou um workshop onde as pessoas puderam se reunir e compartilhar ideias sobre como o município e empresas privadas poderiam trabalhar juntos, para transformar resíduos em produtos e serviços de economia circular.38 Em Seul, a cidade criou o Share Hub, uma comunidade online e offline que reúne o governo municipal, empresas e moradores interessados em compartilhar oportunidades econômicas na cidade. É um espaço onde o conhecimento pode ser compartilhado, iniciativas apresentadas e conexões feitas a serviços e organizações que compartilham recursos públicos e privados.39 Em Londres, o programa Londres Circular trabalha para reunir uma ampla gama de atores para colaborar e ajuda a reforçar as oportunidades de apoio e oportunidades de negócios da economia circular proporcionadas pelo programa Advance London (consulte Capacitação e Apoio Financeiro).40 Várias cidades também trabalharam de perto com suas Câmaras de comércio locais para convocar empresas locais e identificar oportunidades de economia circular. A Câmara de Comércio de Glasgow sediou várias cúpulas multilaterais que estimularam o engajamento dos setores público e privado, bem como uma compreensão mais profunda das oportunidades para setores específicos na cidade.

TRABALHAR COM PARCEIROS PARA IDENTIFICAR BARREIRAS REGULATÓRIASQuando há regulamentos, estatutos ou condições que inibem o desenvolvimento da economia circular dentro da cidade, os governos municipais podem considerar revisar ou remover esses obstáculos (consulte Legislação e Regulamentação). Esse

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processo pode exigir colaboração com diferentes níveis de governo. Para estimular a inovação na economia circular e ajudar a identificar barreiras regulatórias, a Comissão Europeia implementou, por exemplo, os Acordos de Inovação41 em Economia Circular.42 Na Agenda Urbana da UE, um órgão de atores urbanas elaborou o Plano de Ação de Economia Circular, que incluiu um foco na alteração da legislação existente e na concepção da futura legislação sobre resíduos e água. O objetivo é possibilitar o reúso de resíduos e água descartados nas cidades sem comprometer os atuais níveis de proteção da saúde pública e do meio ambiente, ao mesmo tempo que limita os encargos legislativos.43 Em Bruxelas, um Acordo de Regulamentação Circular foi criado por meio de seu Programa Regional para Economia Circular, que reúne atores dos setores público e privado para trabalhar juntos e ajudar a identificar barreiras regulatórias em diferentes setores.

COMPARTILHAR CONHECIMENTO COM OUTRAS CIDADES A FIM APOIAR A TRANSIÇÃO PARA UMA ECONOMIA CIRCULAROs governos municipais também estão desenvol-vendo soluções de boas práticas, compartilhando e aprendendo uns com os outros e participando de redes multi-stakeholder. As cidades participam ativamente das redes de economia circular da Ellen MacArthur Foundation, que incluem empresas, universidades e governos.44 As cidades também participam de redes governamentais multitarefas, como EUROCITIES, ICLEI e o Pacto de Prefeitos, que incluem áreas de foco em economia circular. As redes de cidades focadas no tema, como C40 e 100 cidades resilientes, incluem oportunidades de economia circular como importantes mecanismos de entrega para atingir os objetivos de clima e resiliên-cia, por isso a inclusão da economia circular nessas estratégias (consulte Roteiros e Estratégias). Um evento de rede de resíduos e recursos C40 também deu a Milão a oportunidade de aprender com cida-des como Tóquio, São Francisco e Seul com relação à coleta de resíduos, apoiando os próprios esforços de Milão que veio a ultrapassar a meta de recicla-gem de resíduos alimentares da União Europeia.45,46 Redes de cidades locais também são valiosas. Na Escócia, a Zero Waste Scotland está apoiando várias cidades no desenvolvimento de oportunidades de economia circular após seu envolvimento inicial com Glasgow e, por meio do processo, está criando uma rede regional. Em Portugal, uma rede municipal local de troca de conhecimento sobre economia circular está emergindo com o apoio do governo nacional.47 O projeto CircE Interreg reúne oito regiões e cidades europeias para compartilhar e aprender umas com as outras sobre como as alavancas de políticas públicas podem ser usadas para apoiar a transição.48 Outras redes focadas em elementos específicos da economia circular também existem. Por exemplo, a Aliança das Cidades Compartilhadas, que reúne cidades trabalhando em políticas de economia com-partilhada, que inclui Amsterdã.49

USAR MECANISMOS DE PARTICIPAÇÃO PARA REVELAR OPORTUNIDADES DE ECONOMIA CIRCULARA participação de residentes e atores locais ajuda a garantir que as mudanças no sistema sejam adequadas ao local. Os mecanismos de participação incluem:

• Laboratórios de inovação em políticas públicas criam espaço para o governo da

cidade trabalhar com residentes e atores locais para identificar, pilotar e escalar ideias. Tais laboratórios podem incentivar a cocriação e a experimentação, e podem apoiar o surgimento de soluções localizadas e centradas no ser humano. Dentro de uma ampla agenda de pesquisa cívica, a equipe New Urban Mechanics de Boston engajou residentes e atores locais em inovações habitacionais para fazer melhor uso do espaço urbano e edifícios existentes, levando a pilotos de casas compactas e intergeracionais compartilhadas.50 O Laboratorio para la Ciudad, na Cidade do México, desempenha um papel similar, trazendo à tona vozes locais para o desenvolvimento de políticas públicas.51 A organização sem fins lucrativos City Innovate administra o programa Startup in Residents (STIR), que reúne equipes de startups e governos municipais em cidades da América do Norte para trabalhar questões que vão desde o incentivo ao trânsito multimodal, até o uso de dados para ajudar planejadores urbanos e iniciativas de gerenciamento de recursos.52

• O orçamento participativo encoraja o en-volvimento dos residentes na formulação de políticas públicas, ajudando a desenvolver solu-ções adequadas ao local. Quando os residentes participam da concepção e implementação de uma medida de política pública, é possível melhorar o impacto geral da política. Embora apenas uma pequena parcela do orçamento de uma prefeitura seja alocada para o orçamento participativo, o conceito se espalhou pelos con-tinentes desde que começou em Porto Alegre, Brasil.53 Paris criou o maior programa de orça-mento participativo, com 5% do seu orçamento de investimento alocado, o que equivale a meio bilhão de euros para o período 2014-2020.54 Os projetos abrangem uma ampla gama de questões, desde a ecologização da cidade até a melhoria da caminhada, ciclismo e transporte público, até bibliotecas de ferramentas.55 Seul também enfatizou a importância do engaja-mento dos residentes ao alocar 50 bilhões de KRW por ano para o esquema de orçamento participativo de seus residentes.56 Ambas as cidades criaram sistemas de propostas online para os residentes compartilharem suas idéias e votarem neles, junto com o engajamento pesso-al que aprofunda o entendimento e o comparti-lhamento de percepções.

• Mecanismos de crowdsourcing e desafios também podem criar parcerias público-privadas para gerar soluções locais conjuntamente. Em 2018, Glasgow realizou um Desafio de Labora-tório Circular, para realizar um crowdsourcing de ideias e aumentar o engajamento do público e dos SME na visão de economia circular da cida-de. Também em 2018, as cidades de Pittsburgh, Miami e Grand Rapids se uniram e colaboraram com a Ford na competição City of Tomorrow na busca de novas ideias em torno da mobilidade urbana que reduzem as emissões, melhoram o fluxo de pessoas e bens e melhorou a produti-vidade urbana.57 Da mesma forma, as cidades participaram do Bloomberg Mayors Challenge, que impulsionou a participação dos cidadãos e os princípios de design conjunto.58 As opor-tunidades de economia circular estão entre as muitas ideias incluídas no desafio, como a criação de plataformas de compartilhamento de espaços e habilidades e parcerias de carona.

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C O N S C I E N T I Z A Ç Ã OPromover a conscientização sobre oportunidades de economia circular é fundamental para apoiar as transições locais. Compartilhamento de conhecimento e campanhas de comunicação são algumas das maneiras pelas quais as cidades podem promover conscientização sobre boas práticas, iniciativas e oportunidades de mercado da economia circular.

Da eliminação de resíduos ao desenvolvimen-to econômico, os governos municipais têm um incentivo para promover o entendimento das oportunidades de economia circular entre empre-sas, sociedade civil e residentes. Muitos roteiros envolvem um grande elemento de conscientiza-ção, por meio da inclusão de atores, para a iden-tificação do tamanho potencial dos benefícios nos setores de liderança. O Roteiro de Economia Circular de Londres estimou que Londres poderia receber um benefício líquido de até 7 bilhões de libras esterlinas por ano até 2036 se a cidade ace-lerasse sua transição para uma economia circu-lar.59 Em Auckland, estima-se um benefício líquido de até 8,8 bilhões de dólares neozelandeses até 2030.60 Outras ferramentas, como campanhas de comunicação e projetos de vitrine, podem ser importantes para ajudar a disseminar as oportu-nidades que uma economia circular pode gerar localmente. Para os residentes, isso pode signifi-car obter um entendimento das áreas da cidade onde eles podem compartilhar, alugar, reparar ou reciclar seus produtos, enquanto que para as empresas isso pode significar obter aprendizados a partir de exemplos de boas práticas.

Os governos municipais estão promovendo a conscientização de várias maneiras, incluindo:

TORNAR INFORMAÇÕES SOBRE PLANOS E INICIATIVAS DE ECONOMIA CIRCULAR EM CIDADES FACILMENTE ACESSÍVEIS ONLINEVários governos e departamentos municipais desenvolveram sites e páginas da Web que informam ao público sobre planos e estratégias de economia circular das cidades, como Toronto.61 As cidades também desenvolveram sites sob medida para suas iniciativas de economia circular, como

Bruxelas62, Glasgow63 e Roterdã64, que fornecem uma oportunidade para mostrar boas práticas emergentes e locais. Cidades como Amsterdã65 e Peterborough66 também combinaram informações de economia circular com informações de cidades inteligentes, promovendo uma conscientização sobre o papel que a tecnologia pode desempenhar em oportunidades de economia circular.

SEDIAR E APOIAR EVENTOS DE CONSCIENTIZAÇÃOComo parte dos esforços de comunicação e conscientização de Londres, a cidade organizou uma Semana de Economia Circular para mostrar a atividade local e buscar atingir um público maior.67 A Cidade de Nova York apoiou uma semana semelhante de economia circular.68

USAR CAMPANHAS DE COMUNICAÇÃO PARA ENCORAJAR NOVOS HÁBITOSCampanhas de conscientização podem desempenhar um papel fundamental no apoio à mudança de comportamento.69 Em Liubliana, a comunicação foi fundamental para alcançar uma taxa de coleta separada de 61% para diferentes fluxos de materiais em 2014.70 A empresa pública de gestão de resíduos lançou a campanha "Acostume-se ao reúso" e organizou visitas de campo para ajudar a encorajar a redução de resíduos, a reutilização e o consumo responsável. Outros exemplos de campanha incluem71 "Amsterdã faz a diferença" de Amsterdã e72 "Amor, e não aterro", "Recicle por Londres" e "Ame os alimentos, odeie o desperdício" de Londres. Os objetivos eram reduzir o desperdício, estimular a economia de compartilhamento e melhorar a coleta, recaptura e reutilização de recursos valiosos.

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COMPARTILHAR INFORMAÇÕES SOBRE SERVIÇOS E NECESSIDADES LOCAIS PARA APOIAR PRÁTICAS DE ECONOMIA CIRCULAROs governos municipais estão se envolvendo em compartilhar informações sobre serviços locais de compartilhamento, reúso e reparo na cidade. A Cidade de Nova York criou o site DonateNYC, conectando empresas, escolas, campi universitários e organizações sem fins lucrativos que desejam doar e receber bens doados.73 Como parte da iniciativa Make Fashion Circular (Torne a moda circular), de Nova York, marcas de moda, colecionadores e recicladores uniram forças para engajar os moradores e encorajá-los a devolver suas roupas indesejadas por várias rotas, em vez de jogá-las fora. A campanha "wearnext" compartilha um mapa online criado pela cidade de Nova York que orienta as pessoas para mais de mil locais em toda a cidade, onde podem levar roupas que não usam mais.74 Em Gotemburgo, o governo local lançou conjuntamente um mapa digital inteligente que informa aos moradores onde eles podem alugar, compartilhar, emprestar, doar e trocar.75 A iniciativa é uma parceria cívico-pública que, através da reutilização de materiais, também trabalha para construir uma comunidade local e facilitar o uso comum urbano e o acesso sobre propriedade. Em Viena, a cidade elevou o perfil dos serviços locais de reparos de alta qualidade, ajudando a estabelecer e administrar uma rede digital.76 Em Kirklees, o conselho da cidade ajudou a estabelecer uma plataforma online para o compartilhamento de espaço, serviços e habilidades, beneficiando-se da redução de desperdício e do aumento da atividade econômica local e do engajamento da comunidade.77 Esses tipos de atividades não apenas promovem a conscientização, mas também aumentam a capacidade local de reutilização e a troca de oportunidades e estabelecem a capacidade de compartilhamento da comunidade, combinando oferta e demanda virtualmente, enquanto otimizam os fluxos de materiais (consulte Capacitação).

DESENVOLVER PROJETOS QUE PODEM INSPIRAR E MOSTRAR O POTENCIAL DE UMA ECONOMIA CIRCULAREstabelecer projetos exemplares em lugares estratégicos da cidade pode ser uma maneira inspiradora de demonstrar o que é possível na prática e demonstrar as oportunidades que a economia circular pode trazer para uma cidade. Antes do ano de Aarhus como Cidade Europeia da Cultura, em 2017, a cidade contribuiu para o desenvolvimento do Dome of Visions 3.0, um edifício modular experimental que poderia apresentar novas técnicas de construção e consumo de materiais.78 Essa cúpula temporária foi usada para sediar conferências e debates comunitários sobre cidades e edifícios do futuro.79 Visitas guiadas e jornadas na Prefeitura de Venlo apresentam as oportunidades que o design Cradle to Cradle (C2C) e as aquisições públicas circulares podem conquistar (consulte Compras Públicas). Outros projetos C2C dentro da cidade podem ser explorados por meio de passeios de bicicleta com um aplicativo de informações de acompanhamento.80 Em Haia81 e Copenhague,82 centros de reciclagem da cidade foram projetados usando princípios de economia circular para mostrar o potencial de reutilização de materiais e apoiar o aprendizado sobre reciclagem e reparo.

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C A P A C I T A Ç Ã OA capacitação se refere ao treinamento e apoio consultivo que as prefeituras podem oferecer a indivíduos, empresas e organizações. As cidades podem trabalhar em parceria com agentes locais para desenvolver programas práticos de treinamento e capacitação em empresas para ajudar a integrar a compreensão e as práticas da economia circular na sociedade.Apoiar, desenvolver e construir capacidades em torno de oportunidades de economia cir-cular é fundamental para a mudança sistêmica. Os governos municipais podem trabalhar com empresas, a comunidade e indivíduos para capa-citar. Workshops, programas de treinamento e desenvolvimento de habilidades são ferramentas importantes. Os governos municipais também podem desenvolver programas de incubadoras e plataformas de troca de materiais que dão às empresas e aos indivíduos a capacidade de participar e realizar oportunidades de economia circular. Esses programas de capacitação podem ser respaldados por apoio financeiro (consulte Apoio Financeiro).

Os governos municipais estão promovendo capacitação de várias maneiras. Iniciativas de capacitação individual, comunitária e empresarial para ajudar a impulsionar atividades de economia circular incluem:

ESTÍMULO AO DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADESGovernos municipais no Brasil, como Belo Horizonte, trabalharam em parceria com o programa nacional Computadores para Inclusão, para apoiar ativamen-te e fornecer treinamento para jovens em relação à reforma, ao conserto e ao reúso de computadores. A iniciativa apoia três objetivos de políticas públicas de redução de resíduos eletroeletrônicos, capacitação e inclusão digital. Curitiba tem um programa similar.83 Na iniciativa Ser Circular de Bruxelas, a cidade apoia programas de capacitação que incluem vários módu-los de treinamento nos setores de construção.84

REALIZAÇÃO DE OFICINAS DE CAPACITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE GUIASPara apoiar a implementação do plano de compras da economia circular de Toronto, a cidade, juntamen-te com o estado, está montando oficinas aetoriais que fornecem aos funcionários municipais, compra-dores e fornecedores informações sobre compras circulares e como elas pode ser entregue na práti-ca.85 Em Nova York, o governo local desenvolveu as Diretrizes de Design Resíduo Zero, em colaboração com os principais especialistas, para informar arqui-tetos, planejadores e desenvolvedores sobre como eliminar resíduos pro princípio em vários setores e aplicações.86 Capacitar dentro do governo pode ser tão importante quanto capacitar externamente. Em Amersfoort, o governo local ofereceu oficinas para autoridades municipais sobre a economia circular e as medidas que podem ser tomadas para viabilizar mudanças.87

SUPORTE À INOVAÇÃO FÍSICA EM COMUNIDADES E CENTROS DE REPAROAo financiar e reunir atores que trabalham com economia circular, os governos municipais podem ajudar a criar centros comunitários que possam desenvolver habilidades entre empresas locais e residentes em inovação, reparo e reutilização (consulte Apoio Financeiro e Congregação e Parcerias). Halle2, em Munique é uma iniciativa municipal que é tanto um laboratório de reúso como uma loja de segunda mão em que diferentes grupos da sociedade se reúnem para compartilhar conhecimento, inovar e vender seus produtos reciclados, reparados, reutilizados e atualizados.88 A cidade de Charlotte está igualmente empenhada em criar uma comunidade e um centro de negócios local, chamado Innovation Barn,89 enquanto Londres forneceu fundos ao Participatory City,90 um centro local comunitário de residentes que apoia a economia local e a reparação de produtos

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DESENVOLVER MERCADOS DE MATERIAIS E HABILIDADES PARA NOVAS APLICAÇÕES DE MATERIAISOs governos municipais podem desenvolver iniciativas que apoiem intercâmbios de materiais intersetoriais e soluções inovadoras de economia circular. A cidade de Austin desenvolveu um Mercado de Materiais que cria um mercado para empresas que vendem materiais usados e desnecessários para empresas que podem usá-los como novos materiais de suprimento.91 A criação de um mercado de materiais também estimulou a ideia de desenvolver a capacidade empreendedora local, desenvolvendo a competição [Re]verse Pitch.92 Todos os anos, um novo conjunto de participantes é desafiado a encontrar soluções de reutilização inovadoras, escaláveis e lucrativas para os resíduos gerados pelas empresas, desde peles de uva a guardanapos de poliéster e cadeiras de escritório.93 Os participantes são recebem mentoria e orientação, bem como a oportunidade de apresentar suas idéias com o potencial de receber financiamento do projeto e suporte.

DESENVOLVER PROGRAMAS DE CAPACITAÇÃO ADAPTADOS E EMPRESAS E EMPREENDEDORES LOCAISAlinhados às metas de desenvolvimento econômico, vários governos municipais concentraram-se no apoio ao desenvolvimento de oportunidades de economia circular entre empreendedores e pequenas e médias empresas. O programa Advance London Accelerator de Londres oferece assessoria de economia circular sob medida para pequenas e médias empresas qualificadas. O programa oferece treinamento de habilidades e orientação, e os conecta a oportunidades apropriadas de finanças de economia circular.94 Em Paris, a Paris&Co oferece um programa de consultoria empresarial de economia circular para estimular a transição e o escalonamento de modelos de negócios de economia circular entre inovadores e empresas locais.95

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O planejamento urbano se refere à modelagem física e ao desenvolvimento de uma cidade. Ele avalia fatores físicos, sociais e ambientais e determina a alocação, o desenvolvimento e o uso de estruturas urbanas, como edifícios, infraestrutura e parques. O planejamento urbano tem um forte impacto na maneira como as pessoas e os bens se movem em torno de uma cidade e pode influenciar a capacidade de materiais, produtos e nutrientes serem recapturados e mantidos em uso. Também pode criar moradias de longo prazo, mobilidade e bloqueios comportamentais. Portanto, é inestimável incluir princípios de economia circular na tomada de decisões de planejamento urbano.

Com o crescimento populacional, as cidades estão se expandindo, as áreas estão sendo reconstruídas e novas cidades estão sendo construídas. A ONU espera que haja 43 megacidades até 2050.96 O planejamento urbano é predominantemente uma tarefa local.97 As decisões tomadas no planejamento urbano contribuem significativamente para o fluxo de materiais, produtos e nutrientes entre as pessoas e os locais da cidade. Eles também podem influenciar como as pessoas trabalham e viajam e como as organizações operam. Segundo a Organização para a cooperação e desenvolvimento econômico (OCDE), "uma melhor integração da governança dos transportes e da governança do planejamento espacial, que são, respectivamente, os principais campos de trabalho para 70% e 60% dos órgãos de governança metropolitana da OCDE, pode contribuir significativamente para um maior crescimento e bem-estar".98

O planejamento urbano tem um papel fundamental a desempenhar no surgimento de oportunidades de economia circular nos vários sistemas urbanos interligados. Isso pode ajudar a criar um sistema regenerativo no qual o fluxo de pessoas, produtos e materiais é facilitado, enquanto as necessidades

básicas em torno de moradia, mobilidade e acesso a bens e serviços são atendidas. Fatores como dimensão, configuração, densidade e compacidade desempenham cada qual uma função.99 Sistemas urbanos que minimizam o desperdício, estimulam a circulação de recursos valiosos e fazem com que o uso produtivo dos ativos urbanos tenha a oportunidade de criar novas cidades de valor e prosperidade, habitabilidade e resiliência.

As cidades estão usando o planejamento urbano de várias maneiras para ajudar a fornecer transformações na economia circular:

PLANEJAMENTO URBANO PARA O DESENVOLVIMENTO DE UMA CIDADE COMPACTA A FIM DE MELHORAR O ACESSO A SERVIÇOS E CIRCULAÇÃOEstimular o desenvolvimento municipal compacto para gerar um desenvolvimento orientado ao trânsito, de uso misto e de alta densidade pode ajudar a aprimorar o acesso a serviços, dar suporte a economias de aglomeração,100 reduzir a demanda por recursos e energia e melhorar o provimento de utilidades e infraestrutura. O Plano de Desenvolvimento Integrado de 2040 de Joanesburgo, desenvolvido com ampla consulta, colaboração e participação do público, foi

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projetado para fortalecer o ambiente construído e os sistemas de mobilidade da cidade para melhorar o fluxo e a produtividade. Inclui conceitos de densificação e diversificação do uso da terra, desenvolvimento residencial de uso misto e integra áreas suburbanas.101 Por meio do plano, os residentes experimentariam tempos reduzidos de deslocamento e melhor acesso aos serviços dentro de uma cidade que seja limpa, verde e regenerativa. Em Guangzhou, o bairro de Liuyun Xiaoqu foi projetado para uso misto, o que significa que o bairro oferece uma mistura de usos residenciais e comerciais, oferecendo melhor acesso a uma variedade de comodidades.102 Os benefícios deste tipo de planejamento urbano também foram ilustrados em London Ontario, em que um estudo estimou que a mudança para uma estrutura urbana compacta e de uso misto poderia proporcionar uma economia anual de 1 a 4 bilhões de dólares canadenses em despesas de capital e operações, bem como maior eficiência de combustível, menos deslocamento, redução de poluição e maior acesso a serviços.103

PLANEJAMENTO DO LOCAL PARA USO DE MATERIAIS E FLUXOS DE NUTRIENTES CIRCULARESO planejamento urbano integrado que apoia os princípios da economia circular também pode ser aplicado a locais de vizinhança urbana e a parques industriais e empresariais. Em Venlo, a construção de uma nova prefeitura foi baseada em princípios Cradle to Cradle (C2C) para eliminar o conceito de resíduo da construção e considerar as interações com a região.104 Em Haarlemmermeer, os princípios C2C foram usados no planejamento mestre e desenvolvimento do Park 20/20, um desenvolvimento de parque empresarial de uso misto, para integrar "acesso e mobilidade, conectividade, design passivo e integração energia, água e sistemas de gestão de resíduos".105 Os espaços são projetados para serem flexíveis e adaptáveis, oferecendo uma variedade de serviços. Os materiais são projetados para serem reutilizáveis e recicláveis. Estratégias integradas de paisagismo apoiam o ciclo biológico e a ecologia do local, enquanto as orientações de construção suportam o uso de energia solar e eólica. Sistemas integrados de gerenciamento de energia, água e resíduos também aumentam a capacidade e a flexibilidade do sistema global do local. Em Londres, a Corporação de Cesenvolvimento da Prefeitura para a regeneração do Old Oak e Park Royal propôs em seu esboço de Plano Local um conjunto de padrões de projeto baseados nos princípios da economia circular.106

Isso sugere que 640 hectares de espaço urbano são desenvolvidos com o objetivo de minimizar a geração de resíduos no local antes habitado, projetar espaços para serem adaptáveis a usos variáveis e permitir que os materiais sejam distribuídos de maneira ideal.

PLANEJAMENTO DE MOBILIDADE PARA CIDADES MAIS BEM CONECTADAS E COM MENOS EMISSÕESOs planos de mobilidade urbana podem projetar sistemas de transporte público que ajudem a reduzir as emissões de carbono, bem como melhorar o movimento de pessoas e bens nas cidades. O foco é muitas vezes melhorar a qualidade de vida dos residentes e estimular o desenvolvimento econômico. O plano de transporte urbano, Reinvent Montreal, apoia o Plano Diretor da cidade e enfatiza a necessidade de formas alternativas de transporte para automóveis. O plano foi projetado para dar maior ênfase à caminhada, ciclismo e transporte público para criar uma cidade mais saudável e mais bem conectada. Alguns dos resultados incluíram um sistema de aluguel de bicicletas, introduzindo estacionamento dedicado para ações de carros, aumentando a rede de bicicletas para 800 km e reservando pistas centrais para o transporte público entre outros elementos.107 Em Barcelona, a prefeitura introduziu um novo plano de mobilidade baseado na criação de superblocos no plano espacial urbano. Trabalhando a partir do sistema de rede urbana existente, superblocos foram formados ao redor de nove blocos existentes em torno dos quais o tráfego flui e as estradas internas se abrem para a comunidade, facilitando uma maior troca local e expansão da política verde. O objetivo final é reduzir o tráfego em 21% ao mesmo tempo que melhora a qualidade do ar, liberando 60% das ruas dos veículos e possibilitando o uso de bicicletas, bicicletas e transporte público.108 As cidades também podem fazer uso de economias de aglomeração no planejamento urbano para gerar benefícios em torno da eficiência e produtividade dos recursos (consulte Fichas de Dados de Mobilidade). Um estudo da Deloitte estimou que, em Sydney, realocar determinada atividade industrial na Área Industrial do Sul (SIA) e desenvolvê-la em uma área de uso misto poderia criar eficiências regionais de frete de até 6,5 milhões de dólares australianos por ano. Esse benefício vem de veículos mais produtivos e aproximando as cadeias de suprimentos.109

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G E R E N C I A M E N T O D E A T I V O SO gerenciamento de ativos se refere ao gerenciamento de ativos físicos da cidade. Os ativos físicos podem incluir terrenos, edifícios, estradas e pontes, sistemas de água e esgoto, entre outros itens. O gerenciamento de ativos desempenha um papel essencial na avaliação dos custos de ciclo de vida110 de ativos de propriedade da cidade para desenvolver estratégias econômicas que ofereçam serviços de qualidade de longo prazo. O uso de princípios de economia circular pode ajudar a desbloquear oportunidades que vão desde a redução de custos até a maximização do valor, uso e circulação de recursos. As prefeituras podem possuir grandes carteiras de ativos, sendo a infraestrutura111 geralmente o maior recurso gerenciado.112 De acordo com a OCDE, "nos países da UE, cerca de 70% do investimento públi-co é gasto em custos de manutenção associados a investimentos em infraestrutura passados".113,114 No entanto, algumas cidades lutam ou têm fundos insuficientes para manter e substituir seus ativos. Isso pode levar à deterioração dos ativos. Ao mesmo tempo, uma grande parte dos ativos da cidade é subutilizada. Isso pode deixar as oportu-nidades de geração de receita inexploradas, bem como levar à deterioração prematura de um ativo devido à falta de manutenção, o que pode custar dinheiro da cidade. De acordo com o relatório de 2006 do National Audit Office do Reino Unido, o uso mais produtivo de bens de propriedade da cidade, como prédios municipais, pode levar a uma economia estimada de 1,5 a 2 bilhões de libras esterlinas por ano.115

Uma abordagem de economia circular para o ge-renciamento de ativos pode ajudar a aliviar vários desses desafios. Isso pode ajudar a aumentar a utilização efetiva dos ativos existentes e aumentar a economia de recursos e custos durante o gerencia-mento de um ativo. Os custos operacionais podem, por exemplo, ser reduzidos pela renovação de ativos para serem eficientes em termos energéticos ou fazendo uso de manutenção preditiva.116 Os recursos projetados para durabilidade e robustez podem levar a requisitos mínimos de manutenção. Ativos proje-tados para modularidade e reparo podem facilitar a manutenção de forma que o custo por unidade de reparo seja reduzido. Esses tipos de projetos aumen-tam a vida útil de um ativo e podem reduzir os requi-sitos de investimento de capital líquido. Investimento

de capital inicial também pode ser reduzido usando material recuperado em construção. Aproveitar es-sas oportunidades requer um alinhamento próximo com outras áreas políticas.

O campo de gerenciamento de ativos reúne plane-jamento urbano, finanças, engenharia e operações para maximizar benefícios, minimizar riscos e fornecer os níveis necessários de serviço aos residentes.117 Em particular, as práticas adequadas em matéria de contratos públicos e financiamento podem apoiar uma abordagem circular à gestão de ativos (consulte Compras Públicas). É trabalhando em conjunto que essas alavancas políticas podem desbloquear oportu-nidades de economia circular na gestão de ativos.

Aplicações de uma abordagem de economia circular na gestão de ativos incluem:

USAR DADOS PARA IDENTIFICAR OPORTUNIDADES DE ECONOMIA CIRCULARUm abrangente banco de dados de ativos no governo local, como o desenvolvido pela cidade de Winnipeg118, pode ajudar a fornecer uma ima-gem mais clara da parcela e do tipo de ativos da cidade que estão subutilizados, com desempenho insatisfatório e deterioração devido a manutenção, projeto ou fim de uso ruins.119 Conhecimento desse tipo pode levar a um melhor uso e manutenção de ativos. Conjuntos de dados adicionais, como dados de passaportes de materiais de ativos para edifícios e infraestrutura, podem construir um entendimento de como os recursos em ativos estão sendo ge-renciados e mantidos.120 O desenvolvimento de tais conjuntos de dados e indicadores de desempenho da economia circular pode ajudar a compreender os benefícios financeiros, sociais e ambientais que

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as medidas de economia circular na gestão de ativos podem criar, como economias operacionais e de capital, uso aprimorado, benefícios de recursos e emissões reduzidas de carbono (consulte Roteiros e Estratégias). Conjuntos de dados sobre fluxos de mobilidade também podem reduzir o desperdício e a poluição e melhorar o uso dos ativos da cidade. Em Londres, a agência de transporte público Transport for London (TfL) coleta dados anônimos sobre como as pessoas e veículos públicos circulam pela cidade.121 Com esses dados, a TfL pode otimizar os fluxos de transporte público e reduzir o congestionamento e as emissões na cidade. Ao tornar tais dados abertos, a TfL também conseguiu gerar cerca de 130 milhões de libras esterlinas por ano em benefícios122 para os usu-ários da cidade e da TfL.123 Além disso, dados sobre a localização de ativos físicos, mesmo aqueles que não são de propriedade da cidade, também podem formar uma base de evidências para apoiar políti-cas governamentais mais amplas. O Google Project Sunroof criou uma ferramenta para calcular a parcela de telhados dentro das cidades que seria viável para instalações de painéis solares. Cidades como Denver estão usando essas informações para ajudar a infor-mar as políticas municipais que podem incentivar a captação de energia solar.124

USAR OS ATIVOS DA CIDADE DE FORMA MAIS PRODUTIVAO compartilhamento, o arrendamento e o aluguel de bens públicos podem garantir que os ativos nunca fiquem sem uso, eliminando o "espaço desperdiçado" das cidades. Em Seul, o governo local abriu o porão da prefeitura ao público para ser usado como uma área de reunião e para a realização de eventos. O programa de instalações públicas compartilhadas também foi expandido para incluir escritórios dis-tritais, centros comunitários, escolas e instalações reli-giosas.125 Em outros casos, o estoque de transporte não mais necessário pode ser reaproveitado. Em Lon-dres, antigos trens subterrâneos são reaproveitados para reutilização nas principais ferrovias.126 Os trens reaproveitados são feitos para serem mais eficientes em termos de combustível, mais fáceis de manter e se beneficiam da redução dos custos de capital devido ao reúso dos principais componentes.127 Os governos municipais também podem tomar medidas para garantir que os ativos da cidade sejam utilizados de forma produtiva. Em São Francisco, a Agência Municipal de Transporte colaborou com a academia e o setor privado para entregar SFpark, um projeto que usa a precificação dinâmica para incentivar os moto-ristas a estacionar em áreas subutilizadas e garagens, reduzindo a demanda em áreas sobreutilizadas.128 Os preços de metro e garagem são ajustados periodi-camente para atender à demanda, tornando a busca por vagas de estacionamento mais fácil e rápida. Os benefícios incluem o uso otimizado dos recursos de estacionamento existentes, redução de congestiona-mentos e emissões.

IDENTIFICAR OPORTUNIDADES DE ECONOMIA DE RECURSOS DE LONGO PRAZO PARA A GESTÃO DE ATIVOS DE PROPRIEDADE DA CIDADEAs cidades tem que manter, renovar e substituir conti-nuamente seu estoque de construção e infraestrutura. Para os gerentes de ativos, uma responsabilidade fundamental é garantir a eficácia de custos e baixos custos de operação. Uma abordagem de economia circular pode permitir isso, garantindo a economia de recursos. Renovações e substituições de ativos poderiam, por exemplo, considerar projetos que sejam energeticamente eficientes, modulares, reparáveis e adaptáveis, duráveis ou robustos e feitos com materiais secundários. Embora alguns projetos possam exigir um investimento de capital mais alto, eles podem ser neutralizados com custos de operação baixos em longo

prazo. Outros projetos podem aumentar a vida útil de um ativo, adiando os custos de reposição. Trabalhar em conjunto com os departamentos financeiro e de compras públicas é, portanto, essencial para assegurar que os ativos sejam adquiridos com base em critérios de economia circular. Em Buenos Aires, a eficiência de recursos e menores emissões de carbono foram alcançadas através da renovação de sistemas de iluminação pública com tecnologia LED, de acordo com os princípios da economia circular. Por meio de uma parceria público-privada, a Philips forneceu um sistema de gerenciamento de ativos de iluminação para a cida-de que possibilitou economia de energia de 50%, vida útil cinco vezes mais longa dos ativos de iluminação, redução dos custos de manutenção e maior visibili-dade e segurança.129 Para possibilitar a operação ideal, foi criada uma plataforma de telecomunicações para monitorar os pontos de luz, programar potenciais subs-tituições e prever futuras tarefas de manutenção. No Reino Unido, a autoestrada M25 foi ampliada, enquanto os materiais deslocados foram reutilizados e reciclados e os resíduos foram minimizados. Ao incluir requisitos para eliminar resíduos por princípio e considerar o uso futuro de materiais no processo de licitação, o projeto selecionado economizou mais de 15 milhões de libras esterlinas e enviou zero lixo para aterro sanitário.130 Embora o projeto esteja no nível nacional, ele mostra o que pode ser alcançado por meio do gerenciamento de ativos.

GERENCIAR BENS DE PROPRIEDADE DA CIDADE PARA USO PRODUTIVOAs oportunidades e os benefícios da economia circu-lar também se relacionam com o gerenciamento dos ativos fundiários da cidade. Grande parte do poten-cial circular de um terreno é influenciada pelo plane-jamento urbano (consulte Planejamento Urbano). Os planos de infraestrutura e zoneamento criam oportu-nidades para que a terra da cidade seja gerenciada de forma mais produtiva, economizando recursos. Em Amsterdã, a cidade está facilitando e apoiando o desenvolvimento de Buiksloterham em um distrito circular. Terrenos urbanos subutilizados estão sendo arrendados para projetos de construção com base em economia circular e critérios de sustentabilida-de (consulte Compras Públicas).131 A construção do distrito circular abordará temas relacionados ao uso inteligente de materiais, energia, resiliência climática, mobilidade e desenvolvimento de novos modelos de produção, consumo, distribuição e logística.

USAR ATIVOS MUNICIPAIS PARA FACILITAR A TROCA DE MATERIAIS ENTRE PROJETOS DE CONSTRUÇÃO, REFORMA E DESCONSTRUÇÃOO gerenciamento de ativos pode ajudar a identificar locais estratégicos em uma cidade que pode supor-tar o transporte e o intercâmbio de materiais entre projetos de renovação e construção ocorrendo na cidade. O mapeamento dos estágios de localização e construção do projeto pode auxiliar o processo, fornecendo percepções sobre as necessidades de demanda, uso e descarte de recursos entre diferentes projetos de construção na cidade. O Aplicativo de mapeamento de infraestrutura de Londres fornece uma visão geral dos projetos atuais e futuros de de-senvolvimento de infraestrutura e suas localizações na cidade.132 Embora a aplicação não seja usada atu-almente para fins de economia circular, tal informação poderia ser usada para facilitar a reutilização e troca de materiais entre projetos de construção urbana.133 Em Vancouver, a cidade ganhou financiamento para a criação de seu Centro de Desconstrução, onde ma-teriais recuperados de edifícios desmontados podem ser restaurados, reaproveitados ou revendidos para uso.134 Ter vários desses hubs em locais estratégicos poderia ajudar a facilitar a troca e a reutilização de materiais, adaptando assim uma abordagem de sim-biose industrial em nível de cidade.

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C O M P R A S P Ú B L I C A SAs compras públicas são a compra de bens e serviços pelo setor público. Podem variar desde a compra de materiais de escritório do dia-a-dia até serviços para projetos de infraestrutura urbana em grande escala. A integração de critérios de economia circular nas políticas e práticas de compras públicas pode estimular o design circular, a provisão, o gerenciamento e a prestação de serviços.Os governos municipais têm um grande poder de compra que lhes dá a capacidade de criar deman-da e transferir o mercado para novas formas de fornecer bens e serviços, desde o nível de produ-to individual até o nível do sistema.135 Na Europa, os contratos públicos representam 14% do PIB (2 trilhões de euros por ano), enquanto nos países em desenvolvimento são cerca de 30%.136 Em Paris, a contratação pública municipal vale 1,6 bilhão de euros.137 As políticas e práticas de aqui-sições públicas podem, portanto, desempenhar um papel importante nos mercados em desenvol-vimento e no impulso às economias locais.138

Ao integrar critérios de economia circular nas políti-cas de aquisição pública e propostas de bens e ser-viços, os governos municipais podem desempenhar um papel significativo na viabilização de uma econo-mia circular. Pode incentivar a inovação no mercado de economia circular e estimular o aumento do uso, reúso e reparo de produtos por meio de modelos de negócios baseados em serviços. Para permitir isso, capacidades e habilidades em conceitos como custo total de propriedade (TCO) e medidas de circularida-de material podem ser construídas em departamen-tos e equipes de compras. As políticas e metas de contratação pública podem ser definidas em nível nacional e isso pode ter uma influência significativa sobre os governos regionais e locais. Por exemplo, na Holanda, o governo nacional estabeleceu metas em 2005 para aquisições públicas totalmente sus-tentáveis139 até 2010 e, posteriormente, estendeu a meta de 100% até 2015 para as autoridades públicas locais.140

Os princípios da economia circular estão se fundindo em políticas e práticas de compras públicas de várias maneiras:

USAR CRITÉRIOS DE ECONOMIA CIRCULAR NA AQUISIÇÃO PÚBLICA DE PRODUTOSOs governos municipais podem definir critérios em seus processos de licitação de compras que desafiam o mercado a desenvolver soluções inovadoras de produtos, desde o aumento da durabilidade de um produto até a garantia de que os materiais utilizados não sejam prejudiciais, sejam reparáveis e reutilizáveis. Em São Francisco, o governo da cidade adotou essa abordagem nos critérios de aquisição de carpetes instalados em prédios municipais e projetos de construção. Os requisitos de compra, definidos na regulamentação, incluem a exigência de que todos os carpetes adquiridos publicamente no futuro possuam certificação Cradle to Cradle Silver, sem uso de poliuretano e com 45% de conteúdo reciclado.141 Para a nova prefeitura de Venlo, o processo de licitação do governo municipal incluiu a aquisição de móveis de alta qualidade que seriam fáceis de desmontar, consertar, reformar e reutilizar, e usar materiais não nocivos.142 A licitação também especificava que os produtos deveriam fazer parte de um sistema de devolução para garantir sua recuperação após um período de dez anos. Em ambos os exemplos, trabalhar com a indústria e as empresas no desenvolvimento de critérios de aquisição de economia circular pode ajudar a compreender as necessidades da economia circular, bem como capacidades, prontidão e disponibilidade do mercado (veja o exemplo de Toronto em Construção de capacidades). Os novos escritórios do Conselho de resíduos e reciclagem de Londres também aplicaram os princípios de economia circular para atender aos requisitos, desde a mobília até os carpetes e a pintura do escritório .143 Em Ghent, o governo local adquiriu produtos de polimento, higiene e limpeza com certificação Cradle to Cradle Bronze para todas as construções e instalações. Além disso, as embalagens foram projetadas para serem recicláveis e contêm materiais reciclados.144

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USAR CRITÉRIOS DE COMPRAS PÚBLICAS DE ECONOMIA CIRCULAR NA RENOVAÇÃO E MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS E INFRAESTRUTURAS PERTENCENTES E OPERADOS PELA CIDADESendo a infraestrutura um dos maiores ativos administrados pelas prefeituras, a aquisição por economia circular pode desempenhar um papel significativo no estímulo ao uso de princípios da economia circular na renovação de ativos municipais (consulte Gerenciamento de Ativos). A cidade de Brummen precisava obter uma extensão para sua prefeitura, com uma duração de 20 anos, que mantinha seu edifício histórico original intacto, mas também lhes permitia a flexibilidade de adaptar o local a necessidades futuras.145 A proposta vencedora ofereceu à cidade um contrato de serviço de 20 anos para uma extensão modular que também poderia pilotar a construção como práticas de bancos de materiais.146 A extensão foi projetada para desmontagem e reutilização e fez uso de materiais de alta qualidade, renováveis e pré-fabricados. No final do contrato, os componentes do edifício podem ser devolvidos aos seus fornecedores. Em Eindhoven, compras públicas circulares estão sendo testadas na construção e reforma de escolas.147 Em Apeldoorn, isso está sendo aplicado para a renovação de estradas no bairro de De Parken com o objetivo de reutilizar materiais e realizar a renovação com o mínimo de desperdício.148

USAR COMPRAS PÚBLICAS PARA ESTIMULAR A CRIAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS DE ECONOMIA CIRCULAR EM TERRAS DE PROPRIEDADE DA CIDADEOs governos municipais podem usar suas alavancas de políticas de gerenciamento urbano (consulte Planejamento Urbano, Gerenciamento de Ativos e Compras Públicas) para desenvolver terras de propriedade da cidade baseadas em princípios de economia circular. Isso é particularmente relevante em países onde a maior parte da terra é de propriedade do governo local, como na Holanda. A extensão em que isso é possível é largamente determinada pelo planejamento urbano: o zoneamento, a infraestrutura e os planos de desenvolvimento influenciam amplamente os locais em que as terras da cidade estão disponíveis para emissão e para qual categoria de desenvolvimento (consulte Planejamento Urbano). Grande parte do potencial de economia circular de uma parcela é, portanto, determinado antes da emissão da terra. Quando possível, nos planos urbanos, os governos municipais podem determinar se querem vender ou arrendar terras pertencentes à cidade para um objetivo de economia circular (consulte Gerenciamento de Ativos). Para dar suporte a esse processo, Amsterdã desenvolveu seu Esquema de Licitações de Terras Circulares que inclui 32 indicadores baseados em desempenho para empreendimentos de desenvolvimento de economia circular.149 A cidade desenvolveu esse processo de licitação de terra circular na área de Zuidas.150 Um edifício multifuncional de uso misto será projetado para incluir um passaporte material, recursos recuperados e design para desmontagem, juntamente com o mais alto padrão de sustentabilidade da BREEAM.151 Coletivamente, esses recursos podem apoiar a valorização do patrimônio da cidade.

USAR CONTRATOS PÚBLICOS PARA INCENTIVAR O USO DE MODELOS COMERCIAIS CIRCULARESEm vez de adquirir um produto, os governos municipais também podem obter o "uso" de um produto. Isso pode incentivar o fornecedor a prolongar a vida útil de um produto e reutilizá-lo várias vezes. Usar a aquisição dessa maneira pode significar aquisição por meio de modelos de pagamento por uso, devolução e arrendamento. Isso pode resultar em economias de custo operacional para os governos municipais, uma redução no desperdício e pode desenvolver ainda mais o mercado de produtos projetados para desempenho, reparo e recaptura de materiais.152 A cidade de Zurique está entre várias para arrendar equipamento de impressão em vez de comprá-lo imediatamente, pagando apenas por página impressa e incentivando um melhor desempenho da impressora e uso de energia.153 A cidade de Herning fez uso de um modelo baseado em serviços para arrendar uniformes para seu departamento de operações.154 Os uniformes foram projetados para a longevidade, reparabilidade, reutilização e reciclagem. Quando se trata de projetos de construção em grande escala, os governos municipais podem fazer uso de estruturas de desempenho de parcerias público-privadas ou modelos de aquisição de Concepção-Construção-Financiamento-Exploração (DBFO)155 para ajudar a mitigar e compartilhar os riscos.156 A inclusão de critérios circulares de aquisição ou resultados, o mais cedo possível, permite que uma abordagem de todo o ciclo de vida dos projetos de infraestrutura ajude a fornecer eficiências de custo, bem como manter ativos e materiais em seu valor mais alto por mais tempo.157 Os modelos de negócios de serviços DBFO podem ser úteis para gerenciar projetos de construção de economia circular em grande escala, pois facilitam o monitoramento de um ativo desde o início até o fim do uso e capturam valores financeiros e ambientais de longo prazo que estão sendo criados durante o uso.

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A P O I O F I N A N C E I R OO apoio financeiro se refere a doações, subsídios, investimentos diretos e indiretos e parcerias público-privadas por meio das quais as prefeituras podem possibilitar o desenvolvimento da cidade em direção a uma economia circular. Os fundos podem recorrer a orçamentos e receitas existentes ou ser aumentados de forma adicional e específica para apoiar iniciativas de economia circular.O Banco Mundial estima que mais de 80% do PIB é gerado nas cidades e 57% do investimento público ocorre em nível regional ou local, embora isso varie de país para país, dependendo do grau e da parcela de poder que as cidades recebem.158 Por exemplo, o investimento público subnacional no Chile é de 13% comparado a 88% no Canadá.159 Nos governos municipais, o gerenciamento de ativos, compras públicas e capacitação fazem uso de apoio financeiro para permitir e apoiar o desenvolvimento urbano físico, o desenvolvimento do mercado e o crescimento comercial/organizacional.

O apoio financeiro das prefeituras pode incentivar inovações na economia circular em produtos e serviços. Isso pode ser especialmente relevante para pesquisa e inovação empresarial, bem como para projetos em estágio inicial e grandes projetos de alto risco que precisam de apoio financeiro adicional. O apoio financeiro público pode ser fornecido através de provisão direta, mecanismos de compras públicas, esquemas de cofinanciamento, fundos de investimento e corporações de propriedade municipal.160 Para permitir o desenvolvimento de infraestrutura, os modelos de financiamento de parceria público-privada podem ser importantes, tanto com o setor privado quanto com outros níveis de governo e, às vezes, em conjunto.161 Estes podem desempenhar um papel fundamental no desenvolvimento da economia circular nas cidades.

Exemplos de governos municipais que fazem uso de apoio financeiro para estimular iniciativas e projetos de economia circular incluem:

FINANCIAMENTO DIRETO PARA PESQUISA E DESENVOLVIMENTOAs cidades podem financiar o desenvolvimento de pesquisas para ajudar a entender melhor as oportunidades da economia circular urbana. A cidade de Amsterdã estabeleceu uma parceria de dez anos com o Instituto de Amsterdã para Soluções Metropolitanas avançadas para ajudar a promover o desenvolvimento do conhecimento em torno da economia circular.162 Em Bruxelas, a agência pública INNOVIRIS financiou o projeto de Pesquisa da Transformação da Economia Circular de Bruxelas (BRUCETRA). O projeto visa analisar o potencial econômico e ambiental dos fluxos de resíduos para uma transição para um modelo de economia circular de gestão de materiais na Região de Bruxelas-Capital.163

COFINANCIAR PARA APOIAR PROGRAMAS DE INCUBAÇÃO E INVESTIMENTO EM ECONOMIA CIRCULAROs programas de incubação e coinvestimento podem apoiar o desenvolvimento de propostas inovadoras de negócios de economia circular. O programa Advance London fornece apoio consultivo para qualificar pequenas e médias empresas (consulte Capacitação).164 É complementado por um programa de investimentos que inclui vários fundos, dos quais o Conselho de Resíduos e Reciclagem de Londres (LWARB) e a Greater London Authority são coinvestidores.165 Outro exemplo é a incubadora Resource Innovation and Solutions Network (RISN) de Phoenix,, desenvolvida em parceria com a Universidade estadual do Arizona.166 Ambos financiaram a incubadora, junto com uma doação da Administração de Desenvolvimento Econômico dos EUA.167 O programa acelera e dimensiona o desenvolvimento de empreendimentos em estágio inicial que enfocam o desvio de resíduos e melhorias

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no processamento. Alguns também se concentram na utilização de resíduos como matéria-prima para novos produtos ou energia. Tais iniciativas são projetadas para apoiar a meta da cidade de desviar 40% dos resíduos aterrados na cidade até 2020 e aumentar a economia circular local.168

COFINANCIAR PARA APOIAR O DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS RELACIONADOS À ECONOMIA CIRCULARO cofinanciamento pode ser usado para estimular inovações que atendam a compromissos públicos como zero resíduo e compromissos climáticos. Os exemplos incluem projetos de desenvolvimento e modernização de baixo carbono cofinanciados em Amsterdã,169 e sistemas públicos compartilhados de bicicletas compartilhadas em Copenhague.170 Para combater as restrições financeiras e gerenciar riscos, o cofinanciamento foi incentivado em Hamburgo, onde o Banco de Investimento e Desenvolvimento de Hamburgo, uma instituição de propriedade da cidade, fornece apoio financeiro a empresas que investem em medidas eficientes de recursos.171

FUNDOS DE INVESTIMENTO PÚBLICO-PRIVADO PARA FORNECER APOIO FINANCEIRO A PROJETOS DE ECONOMIA CIRCULAR DE MAIOR RISCO NAS CIDADESParcerias público-privadas e empreendimentos são esquemas de investimento colaborativo, geralmente usados para compartilhar, reduzir e mitigar riscos associados a projetos impactantes e custosos. Fundos de investimento, com financiamento do setor público e/ou privado, podem fornecer apoio financeiro para viabilizar, acelerar e aprimorar projetos urbanos. Os fundos de investimento urbano sustentável, como o JESSICA, resultaram de uma parceria entre o Conselho do Banco Europeu de Desenvolvimento (CEDB) e o Fundo Europeu de Investimento, que disponibilizou 2,1 bilhões de euros em coinvestimentos em projetos de economia circular desde 2015.172 Os fundos de desenvolvimento urbano JESSICA da UE173 contêm contribuições financeiras de estados membros da UE, cidades e outras fontes públicas e/ou privadas.174 Estes são, então, investidos na forma de equidade, empréstimos e garantias para projetos que apoiem o desenvolvimento urbano sustentável e a regeneração nas cidades. Em Londres, a cidade cofinanciou a extensão de Tate Modern por meio do Fundo de Eficiência Energética de Londres, um subconjunto do Fundo Verde de

Londres JESSICA, composto de fundos do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, da Agência de Desenvolvimento de Londres e o Conselho de Resíduos e Reciclagem de Londres.175 A extensão foi projetada para eficiência de energia, usando 54% menos energia e gerando 44% menos carbono do que os regulamentos exigidos.176 O projeto incluiu a circulação de ar natural, a luz do dia e o uso de materiais de construção que podem armazenar calor naturalmente.177 Nos Estados Unidos, o Closed Loop Fund, um consórcio de grandes corporações que criaram um fundo de 100 milhões de dólares, oferece aos municípios empréstimos a juros zero para o desenvolvimento de infraestrutura para programas abrangentes de reciclagem. Desde que o Closed Loop Fund foi lançado, em 2014, quase 20 milhões de dólares foram investidos em nove projetos, liberando mais de 50 milhões em coinvestimentos de municípios, bem como bancos e investidores de impacto.178 A cidade de Memphis se beneficiou deste fundo e investiu em 80 mil carrinhos de reciclagem de fluxo único para residências. No primeiro ano do investimento, a cidade conseguiu aumentar as taxas de reciclagem em 61%.179 Para permitir que as cidades europeias assumam riscos e testem soluções inovadoras para os desafios urbanos, foi criado o Fundo de Ação de Investimento Urbano, uma iniciativa da UE.180 O fundo cofinancia 80% do projeto de uma cidade. A cidade de Lappeenranta, em parceria com as partes interessadas, fez uso do fundo para estabelecer o Projeto de Revolução Infraurbana. O projeto visa testar e adaptar a economia circular e tecnologias de baixo carbono e modelos de negócios que podem ajudar a revolucionar o setor de engenharia de construção urbana.181 Medidas de economia circular incluem estimular a reciclagem, usar resíduos residuais e reciclados como matérias-primas e usar materiais locais e alternativos de baixa emissão de carbono na construção. O objetivo é reduzir as emissões de CO

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em 80% até 2030, em comparação com o nível de 2007, e eliminar o desperdício até 2050.

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As medidas fiscais aumentam a receita, seja na forma de impostos, encargos, taxas ou multas. Para permitir uma mudança nas práticas da cidade em direção a uma economia circular, essa ferramenta pode ser usada para incentivar ou desencorajar certos comportamentos e desenvolvimentos do mercado. As medidas fiscais têm o poder de incentivar mudanças de comportamento entre empresas e residentes. Ter cidades e níveis mais altos de governo trabalhando juntos no desenvolvimento e implementação de medidas fiscais que forneçam condições favoráveis para uma economia circular pode se mostrar particularmente eficaz. As áreas podem incluir benefícios fiscais para produtos ou empresas de economia circular, reduções de impostos sobre o uso de materiais reciclados, aumento de impostos sobre fluxos de resíduos indesejáveis e reduções de impostos para atividades envolvidas no negócio de compartilhamento, reparo e reciclagem.182

Exemplos de governos municipais que adotam medidas fiscais para estimular a atividade circular incluem:

ISENÇÕES FISCAIS PARA ESTIMULAR A ECONOMIA CIRCULARDescontos e abatimentos de impostos, fornecidos pelos governos locais e consistentes com políticas de governos de nível superior, podem desempenhar um papel importante no incentivo e no estabelecimento de um ambiente propício para produtos, negócios e projetos de economia circular. Em Xangai, a cidade concedeu reduções do IVA a uma empresa de reciclagem química envolvida na economia circular da cidade e em um projeto de produção mais limpa.183 Para estimular a construção e aquisição de edifícios verdes na cidade, Cleveland184 e Cincinnati185 ofereceram 100% de redução de impostos por 10 a 15 anos para novas construções e modernizações de edifícios existentes com certificação LEED.186 O objetivo é que tais projetos de redesenvolvimento de edifícios eficientes em energia e recursos ajudem

a estimular a economia local, contribuindo para um ambiente mais saudável e mais resiliente. A cidade de Shandong focou-se em estimular as oportunidades que os componentes modularizados pré-fabricados podem oferecer. A cidade oferece uma série de esquemas como o reembolso de IVA para fabricantes de componentes modulares pré-fabricados, juntamente com reembolsos de custos para o uso de paredes pré-fabricadas, subsídios para empresas que investem em pesquisa e desenvolvimento e reduções nos depósitos de garantia de qualidade para projetos de construção predial.187 Milão introduziu um desconto de 20% sobre o imposto sobre resíduos para empresas que doam seu desperdício de alimentos para instituições de caridade.188 Em combinação com outras medidas, como troca de conhecimento de cidade a cidade, alta participação cidadã (consulte Congregação e Parcerias) e coleta de porta em porta, o Milão já conseguiu ultrapassar significativamente a meta da UE de 50% de taxa de reciclagem de resíduos orgânicos até 2020.189

ENCARGOS E TARIFAS PARA INCENTIVAR A MUDANÇA DE COMPORTAMENTOAs prefeituras também estão fazendo uso de cobranças e descontos para incentivar mudanças de comportamento. Em 2010, Washington, D.C. colocou em vigor uma cobrança de 5 centavos de dólar sobre sacolas de plástico e papel de uso único para reduzir o lixo.190 Isso levou a uma queda de 60% no uso desse tipo de sacola na cidade. Para combater o congestionamento, Singapura introduziu um sistema de precificação de pagamento por uso.191Uma unidade veicular define uma taxa flexível que varia com o tipo de veículo, estrada, nível de tráfego e hora do dia. O sistema conseguiu incentivar o uso do transporte público durante os horários de pico, reduzir o tráfego e reduzir os tempos de viagem

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na cidade. Isso levou a menores emissões de carbono, em linha com os princípios da economia circular. As cobranças de congestionamento também surgiram em outras cidades, incluindo Atenas, Londres, Milão, Oslo e Estocolmo.192 Em Cremona, a prefeitura introduziu taxas de coleta de resíduos em residentes que variam de acordo com o número de sacolas jogadas fora e estão atualmente testando a introdução de tarifas sobre resíduos que não podem ser reciclados.193 Da mesma forma, em São Francisco, as empresas pagam uma taxa correspondente ao volume de resíduos descartados.194 Descontos são concedidos quando são usados compartimentos de coleta seletiva separados. Em Auckland, foi introduzido um sistema de cobrança pré-pago, bem como uma taxa para resíduos de lixo que varia de acordo com a quantidade e o tipo de resíduo produzido. Em combinação com outras medidas, a cidade conseguiu reduzir a geração interna de resíduos em 30% até 2014.195

MULTAS PARA DESENCORAJAR A SUBUTILIZAÇÃO DE BENS OU DESENCORAJAR ATIVIDADES PREJUDICIAIS E POLUENTESNa Espanha, o governo catalão implementou uma lei que permitia que Barcelona e mais de 100 municípios multassem bancos com propriedades em seus livros que estavam vazias há mais de dois anos.196 O objetivo é aumentar a utilização do espaço e a disponibilidade de habitação. Em Turim, o governo local usou penalidades para ajudar a incentivar empresas que não classificam seus resíduos de maneira eficaz. As penalidades são, por exemplo, concedidas a empresas que abandonam o lixo ou descartam itens recicláveis e compostáveis.197

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Legislação e regulamentação se referem a estatutos, padrões, regras e exigências que as prefeituras podem definir. As cidades podem estabelecer regulamentos que podem orientar o desenvolvimento de oportunidades de economia circular e podem reforçar e sustentar todas as outras alavancas de políticas públicas. Trabalhar com outros níveis de governo para desenvolver e informar a legislação e a regulamentação também é fundamental. Legislação e regulamentação têm o poder de colocar em vigor estatutos198, normas, requisitos e proibições que promovem práticas circula-res Legislar e regulamentar é uma alavanca de política pública de impacto que é frequente-mente usada em conjunto com outras alavancas de políticas públicas, como compras públicas, planejamento urbano e medidas fiscais. A maior parte da capacidade reguladora normalmente reside nos governos nacionais. Por exemplo, em áreas metropolitanas da OECD199, menos de 25% dos órgãos de governança metropolitana podem impor regulamentos vinculantes.200 No entanto, os governos municipais podem trabalhar com os governos nacionais para ajudar a moldar a regu-lamentação e abordar as barreiras regulatórias (consulte Congregação e Parcerias).

Para gerar oportunidades de economia circular nas cidades, as regulamentações podem, entre outras coisas, ser desenvolvidas para promover a reutilização e recuperação de recursos, limitar a criação e o descarte de resíduos e facilitar plataformas de compartilhamento.201 Outros casos exigem regras mais claras sobre a melhor forma de estimular a reutilização segura de fluxos de resíduos, incluindo lodo, água recuperada e resíduos reciclados. Por outro lado, algumas oportunidades de economia circular exigirão a remoção de regulamentações que atualmente prendem práticas lineares e inibem as inovações da economia circular.

Os governos municipais podem fazer uso de legislação e regulamentação para estimular atividades circulares de várias maneiras, incluindo:

CRIAR ESTATUTOS QUE ESTIMULAM PRÁTICAS DE ECONOMIA CIRCULAR NA CIDADEPara criar condições favoráveis e reguladas para as práticas de economia circular na cidade, várias cidades têm se adaptado e desenvolvido o estatuto local. Em Nova York, uma regra foi estabelecida para expandir os requisitos de tratamento de resíduos orgânicos para grandes varejistas de alimentos comerciais e estabelecimentos de serviços alimentícios com o objetivo de aumentar a quantidade de resíduos orgânicos desviados do aterro que pode ser colocado em uso benéfico.202 Em Suzhou, o município exigiu que os restaurantes enviassem seus resíduos orgânicos para Jiangsu Clean Environmental Technology Co. para tratamento, em troca de certificados de operação renovados anualmente. Essa intervenção assegurou uma alta qualidade e quantidade de matéria-prima para a planta.203 Outros governos municipais introduziram regulamentação para permitir o desenvolvimento da economia circular nos setores específicos em sua cidade. No setor da construção, por exemplo, a circularidade pode ser incorporada nos planos de zoneamento, nos padrões de construção, nos códigos de construção e nas licitações de terras. Tais desenvolvimentos podem ajudar a moldar o redesenvolvimento circular de áreas específicas da cidade (consulte Planejamento Urbano e Compras Públicas). Na Califórnia, a cidade de Palm Desert emitiu um estatuto declarando que uma permissão de construção só pode ser dada se um Plano de Gerenciamento de Resíduos tiver sido apresentado demonstrando "o máximo reúso e reciclagem de detritos e outros resíduos gerados durante a demolição. construção, cobertura,

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paisagem e outros projetos de construção".204 Em Amsterdã, a cidade está considerando a criação de zonas circulares dentro da cidade onde desenvolvimentos urbanos circulares de economia circular podem ocorrer com regulamentação de apoio.205 No setor de mobilidade, cidades como Vancouver estão estimulando a economia de compartilhamento de carros emitindo licenças e oferecendo vagas de estacionamento para cooperativas de compartilhamento de carros, como Modo.206

REVER E ATUALIZAR OS ESTATUTOS EXISTENTES PARA GERENCIAR AS CONSEQUÊNCIAS INDESEJADASInovações e novas abordagens em todas as esferas podem representar o risco de consequências indesejadas. Isto também se aplica às inovações da economia circular. As cidades podem trabalhar com inovadores para gerenciar consequências adversas indesejadas e regular conforme necessário. Por exemplo, enquanto o compartilhamento de propriedade pode fazer melhor uso do espaço e gerar renda, ele também pode ter impactos indesejados nos mercados locais de aluguel de longo prazo. Várias cidades tomaram medidas para administrar esses desafios. Atualmente, Amsterdã permite que os moradores aluguem suas casas por no máximo 30 noites por ano. Berlim está substituindo o limite em aluguéis de curto prazo com a exigência de que o proprietário/ocupante alugue menos de 50% da área da residência, e segundas residências só podem ser alugadas por um máximo de 90 dias por ano. Além desses limites, é necessária uma permissão.207 Da mesma forma, Paris introduziu um teto para aluguéis de curto prazo e os hosts devem ser registrados para que a conformidade possa ser monitorada.208 No setor de mobilidade, medidas semelhantes foram tomadas para gerenciar o congestionamento e o estacionamento. Os governos também estão trabalhando para levar em conta novos modelos de emprego. Em Nova York, foi emitido um limite para o número de veículos para locação, como Uber e Lyft, além de um novo requisito de licença e um salário mínimo para os motoristas.209 Em Toronto, os aplicativos de compartilhamento de estacionamento, como Rover e Parking Cupid, permitem que os moradores aluguem suas garagens e calçadas como possíveis vagas de estacionamento, mas elas podem entrar em conflito com o estatuto de zoneamento onde a atividade comercial não é permitida em zonas residenciais e vários carros não podem ser estacionados em uma única entrada de automóveis.210 A cidade está decidindo sobre a legalidade de tais serviços e como usar a regulamentação da melhor forma para gerenciar as consequências não intencionais

que as comunidades residenciais podem enfrentar, como tráfego redirecionado e preocupações com segurança. Para regulamentar a economia compartilhada no setor de transportes, várias cidades europeias têm imposto proibições em serviços de transporte de passageiros que não cumprem com os regulamentos existentes, por exemplo, ter motoristas não licenciados.211 Enquanto isso, em cidades como Baltimore212 e Nova York,213 os regulamentos de zoneamento foram alterados para remover impedimentos para a construção e adaptação de prédios verdes.

USO DE PROIBIÇÕES PARA VETAR A CIRCULAÇÃO DE BENS E MATERIAIS QUE SEJAM PROBLEMÁTICOS OU PREJUDICIAIS À SOCIEDADE E AO MEIO AMBIENTEEm Nova York, a prefeitura impôs uma proibição de embalagens de isopor para alimentos e bebidas, uma vez que o material não é lucrativamente reciclável e cria lixo urbano dispendioso.214 Em outros casos, as proibições são impostas por níveis mais altos de governo para ajudar as cidades a impedir que recursos valiosos sejam desperdiçados. Na Escócia, a proibição do aterro de resíduos urbanos biodegradáveis entrará em vigor a partir de janeiro de 2021, com um dos objetivos de estimular a recuperação e a reciclagem de resíduos alimentares nas cidades.215 Como várias outras cidades, Amsterdã tem introduzido cada vez mais regulamentações mais rigorosas com respeito a zonas urbanas ambientais.216 Veículos poluentes, como caminhões a diesel, vans de entrega, ônibus e táxis estão atualmente proibidos de entrar em zonas de baixa emissão. Cidades como Oslo, Paris, Atenas e Madri programaram a proibição de veículos a diesel a serem executados nos próximos anos em a fim de apoiar os esforços para melhorar a qualidade do ar urbano.217

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N O T A S F I N A I SAs Cidades são Centros de Mudança1 Project Syndicate, Local solutions for global problems (5th

June 2018)

2 Janez Potočnik, International Resource Panel, presentation at Circular Economy Hotspot Scotland (October 2018)

3 Material Economics, The circular economy – a powerful force for climate mitigation (2018)

Alavancas de Políticas Públicas para Transições de Economia Circular4 Ellen MacArthur Foundation, Delivering the circular economy:

a toolkit for policymakers (2015)

5 LSE Cities, in partnership with UN Habitat and United Cities and Local Governments, explored how governance structu-res of cities around the world compare and how powers are distributed. A database was built to illustrate critical urban governance dynamics cutting across the differences in urban settlement patterns, urban governance geographies, and go-vernance indicators. The Guardian, Who runs our cities? How governance structures around the world compare (2015); LSE Cities – Urban Governance, How cities are governed

6 Ellen MacArthur Foundation, Delivering the circular economy: a toolkit for policymakers (2015)

Interligações e Relaçnoes entre Alavancas de Políticas Públicas7 C40 Cities and Arup, Powering climate action: cities as global

changemakers (2015)

8 Brookings, Leading beyond limits: mayoral powers in the age of new localism (2017)

9 C40 Cities and Arup, Powering climate action: cities as global changemakers (2015)

Culturas e Abordagens que Podem Apoiar a Tran-sição para uma Economia Circular10 Ibid.

11 European Commission, Innovating cities: making cities inclusi-ve, safe, resilient and sustainable through innovative, coordi-nated and systemic solutions for the urban environment; What Works Scotland, What works in public service – leadership: exploring the potential (2017)

12 URBANET, The SDGs go local! Why cities need to engage in integrated urban development (4th October 2016); R. Webb et al., Sustainable urban systems: co-design and framing for transformation, Ambio (February 2018)

13 Eva Sørensen and Jacob Torfing, Enhancing public innovation through collaboration, leadership and new public governance in A. Nicholls, J. Simon, and M. Gabriel (eds), New frontiers in social innovation research, Palgrave Macmillan, London (2015); CITI Foundation and Living Cities, City accelerator – guide for embedding breakthrough innovation in local government (2015)

14 URBACT II, Social innovation in cities (2015); R. Bartoletti and F. Faccioli, Public engagement, local policies, and citizens’ participation: an Italian case study of civic collaboration (2016)

15 European Environment Agency, Urban sustainability issues – what is a resource-efficient city? (2015)

Roteiros e Estratégias16 Mairie de Paris, Paris circular economy plan 2017–2020 (2017)

17 Ministère de la Transition écologique et solidaire, 50 measures for a 100% circular economy (2018)

18 Wcycle

19 Circular Change, Roadmap towards the circular economy in Slovenia (2016)

20 London Waste and Recycling Board, Circular economy route map (2017)

21 be circular be.brussels, Brussels regional program for a circular economy 2016–2020 (BRPCE)

22 Envision Charlotte and City of Charlotte, Circular Charlotte: towards a zero waste and inclusive city (2018)

23 European Commission, Implementation of the Circular Eco-nomy Action Plan

24 UN Environment, Urban metabolism for resource-efficient cities: from theory to implementation (2017)

25 Vancouver Economic Commission, Towards the circular eco-nomy: identifying the local and national government policies for developing a circular economy for the fashion and textiles sector in Vancouver, Canada (2015)

26 DRIFT, Transitie-agenda biobased haven Rotterdam (2018)

27 be circular be.brussels, Brussels regional program for a circular economy 2016–2020 (BRPCE) (2016)

28 Mairie de Paris, Paris circular economy plan (2017)

29 Urban Agenda for the EU, Circular Economy Action Plan (2018)

30 London Waste and Recycling Board, Circular economy route map (2017)

31 Toronto, Circular economy procurement implementation plan and framework (2018)

32 Mayor of London, New London plan – consultation draft – Chap-ter 3: Design and Chapter 9: Sustainable infrastructure (2017)

33 C2C ExpoLAB, C2C opportunities in policy of (local) govern-ment (2014)

34 Mairie de Paris, Paris circular economy plan (2017)

35 100 Resilient Cities, Rome resilience strategy (2018)

36 City of Paris, Paris climate action plan: towards a carbon neutral city and 100% renewable energies (2018)

Congregação e Parcerias37 Brookings, Leading beyond limits: mayoral powers in the age

of new localism (2017)

38 BLOXHUB, Copenhagen circular economy workshop (12th Sep-tember 2018)

39 Sharing City Seoul, Share Hub: How it Works?

40 London Waste and Recycling Board, Circular London (2017)

41 Innovation Deals are voluntary agreements between the EU, innovators, and national, regional and local authorities

42 European Commission, Identifying barriers to innovation

43 Urban Agenda for the EU and European Commission, Circular Economy Action Plan (2018)

44 Ellen MacArthur Foundation, CE100; Ellen MacArthur Foundation, Systemic initiatives

45 C40 Cities, Around the world, C40 cities are taking bold climate action, leading the way towards a healthier and more sustainable future (23rd November 2015)

46 Pocacito, Food waste recycling: Milan, Italy

47 República Portuguesa, Leading the transition: action plan for circular economy in Portugal: 2017–2020 (2017)

48 Interreg Europe, CircE – European regions toward circular economy

49 Sharing Cities Alliance

50 City of Boston, New urban mechanics

51 Laboratorio Para La Ciudad, Sobre El LABCDMX

52 Startup in residence, Startup in residence helps government address their challenges

53 Participatory Budgeting Project, PB map and process list

54 Paris Budget Participatif, Participatory budgeting in Paris: act, reflect, grow (2017)

55 Paris Budget Participatif, Suivi des réalisations

56 Seoul Metropolitan Government, Participatory Budget System (PBS)

57 City of Tomorrow Challenge

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58 Bloomberg Philanthropies and Mayors Challenge, 2018 Mayors Challenge – the time is now

Conscientização59 London Waste and Recycling Board, Circular economy route

map

60 The Sustainable Business Network and Circular Economy Ac-celerator, The circular economy opportunity for Auckland and how business can realise it (2018)

61 City of Toronto, Working towards a circular economy

62 be circular be.brussels, Bruxelles en transition vers une écono-mie circulaire

63 Glasgow Chamber of Commerce, Circular Glasgow

64 Rotterdam Circulair, Initiatieven

65 Amsterdam Smart City, circular city – projects; Gemeente Amsterdam, Amsterdam circulair

66 Future Peterborough

67 Circular Economy Week London

68 Circular City Week New York

69 Urban Innovative Actions, Circular economy

70 Zero Waste Europe, The story of Ljubljana: case study 5 (2018)

71 Gemeente Amsterdam, Amsterdam maakt er wat van

72 London Waste Recycling Board, TRiFOCAL project – ‘Small Chan-ge, Big Difference’, London-wide digital campaign brief (2018)

73 City of New York – Department of Sanitation, donateNYC

74 City of New York - Department of Sanitation, Clothing and texti-le drop-off; Ellen MacArthur Foundation, Make fashion circular

75 Smarta Kartan; Eurocities, Gothenburg’s smart map

76 Reparatur Netzwerk, Repair Network Vienna

77 Comoodles

78 Dome of Visions, Dome 3.0

79 MetsäWood, Dome of Visions 3.0

80 Cradle to Cradle Products Innovation Institute, Open days of C2C inspired City Hall Venlo

81 green deal circulair inkopen, Circular economy: the Municipali-ty of The Hague (2017)

82 Lendager Group, Local recycling centre Nordhavn

Capacitação83 Curitiba, Digital inclusion: computers for inclusion form 960

young people and focus on circular economy (29th May 2018)

84 be circular be.brussels, Brussels Regional Program for a Circu-lar Economy 2016–2020 (BRPCE)

85 Recycling Council of Ontario, Circular economy

86 City of New York – Sanitation, Zero waste

87 Nederland Circulair!, De circulaire economie: hoe komt mijn gemeente daar?

88 EuroCities, Munich creates nucleus for circular economy

89 Envision Charlotte, Circular Charlotte

90 Participatory City, Barking and Dagenham’s creative warehou-se workshop idea receives boost from mayor of London’s good growth fund (7th March 2018)

91 Austin Materials Marketplace

92 [RE]verse Pitch Competition

93 SmartCitiesWorld, Austin launches circular economy challenge

94 Advance London, Advance London Accelerator

95 Paris&CO, Ville Durable

Planejamento Urbano96 United Nations Department of Economic and Social Affairs,

68% of the world population projected to live in urban areas by 2050, says UN (16th May 2018)

97 Organisation for Economic Co-operation and Development, The governance of land use: policy highlights (2017)

98 Ibid.

99 European Environment Agency, Urban sustainability issues – what is a resource-efficient city? (2015)

100 Agglomeration economies are the benefits that come when firms and people locate near one another together in cities and industrial clusters. Cost reductions occur because eco-nomic activities are located in one place. Edward L. Glaeser, Agglomeration economics, National Bureau of Economic Research (2010)

101 Johannesburg, The City of Johannesburg: draft integrated development plan 2018/19 review (2018); Habitat III, City of Johannesburg spatial development framework 2040 (17th October 2016)

102 World Bank, Integrated planning for sustainable urban form

103 City of London, Ontario: Building a mixed-use, compact city

104 Cityfoerster, Feasibility study on the development of an indus-trial park inspired by the Cradle-to-Cradle philosophy

105 C2C-Centre, Park 20/20; Park 20/20

106 Mayor of London and Old Oak and Park Royal Development Corporation, Local plan: second revised draft for regulation 19 (2) consultation (14th June 2018)

107 De Groene Zaak, Governments going circular (2015); Ville Montreal, 2007 transportation plan (2007)

108 Ajuntament de Barcelona, New urban mobility plan for 2019–2024; The Guardian, Superblocks to the rescue: Barcelona’s plan to give streets back to residents (17th May 2016)

109 Deloitte, The benefits of mixed use in the Southern Industrial Area (2015)

Gerenciamento de Ativos110 An asset’s management life cycle includes planning, acqui-

sition, operation and maintenance, and disposal. The main objective for asset managers is minimising the overall life cost of assets. PECB, 4 key stages of asset management life cycle (12th May 2016)

111 Infrastructure is defined as fundamental physical and orga-nisational structures and facilities, such as transportation structures, communication cabling, water and energy supplies, and waste treatment

112 Centreforcities, Delivering change: public assets – introduction (26th November 2016)

113 In emerging economies, there is a need for investment in new economic infrastructure due to the growing pressures of urbanisation, population growth, and middle-income growth. For example, Asia Pacific needs USD 800 billion in investment annually (until 2020)

114 Organisation for Economic Co-operation and Development, Towards a framework for the governance of infrastructure (2015)

115 National Audit Office, Getting the best from public sector office accommodation (2006)

116 Predictive maintenance is the ability to use data-driven analy-tics to optimise capital equipment upkeep

117 K. Fowler, Local government land use and asset management planning in BC: proposed sustainable service improvements (2010)

118 City of Winnipeg, 2018 city asset management plan (2018)

119 Systemic data collection, processing, and sharing is still not very common in cities. “There remains a lack of comprehen-sive information and data available at the cross-authority and cross-public level, which would help unlock more opportu-nities for productive use of assets in more areas,” say Louise McGough and Hugo Bessis, in Delivering change: public assets – common challenges across all cities, Centreforcities (26th November 2015)

120 Materials Passports are sets of data describing all the materials that are present in an asset and the characteristics that give them value for recovery and reuse. Building As Material Banks; Madaster

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121 For example, data is collected through electronic ticketing (Oyster), public Wi-Fi, digital bus tracking (iBus), cameras, etc.

122 Examples of benefits include saved time from using open data to better plan journeys and reduce time lost due to congestion and delays, reduced uncertainty on public transport from using open data to plan journeys and the resulting time saved, and value of more journeys taken by people on buses after using open data journey planners

123 Deloitte, Assessing the value of TfL’s open data and digital partnerships (July 2017); Transport for London, Our open data, tfl.gov.uk

124 Project Sunroof, Explore estimated solar potential of your community;

125 Seoul Solution, Policies – [inclusive growth] sharing city Seoul project

126 Andrew Saunders, Upcycled London underground trains could be back at work on the railways, Management Today (25th August 2015),

127 Rail Technology Magazine, Comfort, cost and fuel-saving – the case for the D-train (1st August 2015)

128 SFpark, About the project

129 Philips Lighting, The need for upgraded systems: city touch and SAP HANA offer a 360-degree view of data

130 Waste & Resources Action Programme, Targeting waste savin-gs in highways – M25 Connect Plus

131 ISSU, Buiksloterham Circulaire – ontwerpen aan de postindustrie-le stad (2016); Amsterdam Smart City, Circulair Buiksloterham

132 Greater London Authority, London infrastructure map

133 Scape Group, How can the public sector lead and drive value using the circular economy? (26th September 2017)

134 City of Vancouver, City adopts zero waste 2040 strategic plan, single-use item reduction strategy, and deconstruction waste measures (16th May 2018)

Compras Públicas135 European Commission, Public procurement for a circular eco-

nomy: good practice and guidance (2017)

136 European Commission, Green public procurement drives the circular economy (5th September 2016); United Nations Environment Programme, Global review of sustainable public procurement (2017)

137 Mairie de Paris, Paris circular economy plan (2017)

138 Public Sector Executive, Manchester’s ‘social value’ procure-ment boosts local economy (7th March 2018)

139 Sustainable public procurement is now broadly defined and includes circular purchasing, biobased procurement, innova-tion-driven procurement as well as social criteria

140 European Commission, Netherlands in-depth country report – public procurement (2016)

141 SF Approved, San Francisco’s new carpet regulation: pushing the boundaries on green products (9th March 2018)

142 European Commission, Circular procurement of furniture for the City Hall of Venlo (6th April 2016)

143 London Waste and Recycling Board, LWARB’s circular office fit out

144 European Commission, GPP In practice: green procurement of cleaning products – City of Ghent (Belgium) (2017)

145 Copper8, Circulair aanbesteden (2018)

146 Nature, Circular economy: getting the circulation going (24th March 2016)

147 Eindhoven, Eindhoven circulair: op weg naar een circulaire economie (2018–2020) (2017)

148 CleanTechRegio, Gemeente Apeldoorn gaat voor circulair verantwoord renovatie (27th February 2017)

149 Gemeente Amsterdam, Roadmap circular land tendering: an introduction to circular building projects (2017)

150 Circle Economy, Amsterdam circular: evaluation and action perspectives (2018)

151 BREEAM is the world’s leading sustainability assessment method for master planning projects, infrastructure, and buildings. It recognises and reflects the value in higher-perfor-ming assets across the built environment life cycle, from new construction to in-use and refurbishment

152 De Groene Zaak, Governments going circular (2015)

153 European Commission, Public procurement for a circular eco-nomy: good practice and guidance (2017)

154 Ibid.

155 Design-Build-Finance-Operate is a public-private partnership model that uses a project delivery structure where the private sector is put in charge of designing, constructing, (partially/fully) financing, and operating a capital project that is owned by the government. After the fixed tenure expires, the project reverts to the government

156 Major Infrastructure – Resource Optimisation Group (MI-ROG), White paper: embedding circular economy principles into infrastructure operator procurement activities (2016)

157 Ibid.

Apoio Financeiro158 World Bank, Urban development (5th October 2018); Organi-

sation for Economic Co-operation and Development, Public investment

159 Organisation for Economic Co-operation and Development, Towards a framework for the governance of infrastructure (2015)

160 Ibid.; Deloitte, Funding options: alternative financing for infras-tructure development (2013)

161 Ibid.

162 Amsterdam Institute for Advanced Metropolitan Solutions, Young institute delivering metropolitan solutions to urban challenges

163 Brussels Circular Economy Transition

164 London Waste and Recycling Board, Advance London

165 Advance London, Scaling circular innovation in London

166 Arizona State University, Resource Innovation Solutions Network (RISN) incubator

167 Phoenix Business Journal, Starting up to waste less: ASU, Phoenix launch incubator focused on minimizing waste (4th June 2017)

168 GreenBiz, Phoenix launches a hub for the circular economy (15th June 2017)

169 Amsterdam Smart City, City-zen: Retrofitting homes (Septem-ber 2018); C40 Cities, C40 Good Practice Guides: Amsterdam – Sustainability Fund and Amsterdam Climate & Energy Fund (23rd November 2016)

170 Bycyklen

171 Brookings, Governing city infrastructure: who drives the urban project cycle? (2017)

172 European Investment Bank, The EIB in the circular economy (2018); European Commission, JESSICA: joint European su-pport for sustainable investment in city areas

173 “Joint European Support for Sustainable Investment in City Areas (JESSICA)” is an initiative of the European Commission developed in co-operation with the European Investment Bank and the Council of Europe Development Bank

174 Ibid.; University College London, JESSICA urban development funds – impact funds: a concept for urban policy delivery (14th June 2011)

175 The European Investment Bank manages the London Green Fund on behalf of the Greater London Authority and London Waste and Recycling Board. Energy for London, Tate awarded first London energy efficiency fund investment (2013)

176 The Tate, New futures

177 Another example is the Mayor of London’s Energy Efficiency Fund (MEEF), which supports energy efficiency, decentralised energy, renewable energy generation projects including innovative technologies such as energy storage, electric vehicle infrastructure, and low-carbon data centres. MEEF is an investment fund, established by the GLA with funding from the European Commission, to help achieve London’s ambition of being a zero carbon city by 2050. Amber Infrastructure Group, The Mayor of London’s Energy Efficiency Fund (MEEF)

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178 Sustainable Brands, CLF Impact Report reveals groundwork for robust recycling system, circular economy in U.S.; Closed Loop Partners, Closed Loop Partners invests in the circular economy; Closed Loop Partners, Building circular supply chains: Closed Loop Progress Report (2017)

179 Recycle Memphis

180 Urban Innovation Action Funds

181 Urban Innovation Action, Lappeenranta: urban infra revolution – circular economy materials and novel method development to produce recyclable and functional urban construction products

Medidas Fiscais182 De Groene Zaak, Governments going circular (2015)

183 Interview with Hongying Yang, CEO of Shanghai Yuanyuan, Ellen MacArthur Foundation (2017)

184 City of Cleveland, Tax abatement

185 Green Building Council, USGBC case study profiles successful Cincinnati residential tax abatement, US (21st May 2018)

186 LEED, or Leadership in Energy and Environmental Design, provides a framework to create healthy, highly efficient and cost-saving green buildings. LEED certification is a globally recognised symbol of sustainability achievement

187 People’s Government of Shandong Province, General Office of the People’s Government of Shandong Province, implementation opinions of the Document No. 71, 2016 of the General Office of the State Council of the People’s Republic of China to develop prefabricated buildings, Ellen MacArthur Foundation (2017)

188 Food and Agriculture Organization of the United Nations, Milan: a comprehensive food policy to tackle food waste (2018)

189 POCACITO, Food waste recycling – Milan

190 Huffington Post, Why carryout fees are more effective than plastic bag bans (15th February 2017)

191 Development Asia, The case for electronic road pricing (May 2016)

192 Transport and Environment, How to get rid of dirty diesels on city roads (2018)

193 Citiscope, In Cremona, ideas to make the ‘circular economy’ real for cities (29th November 2017)

194 CNBC, How San Francisco sends less trash to the landfill than any other major US city (14th July 2018)

195 C40 Cities, Auckland – Auckland waste to resources

196 The Guardian, Barcelona fines banks €60,000 for empty homes (10th September 2015)

197 M. Ragazzi et al., Experiencing urban mining in an Italian municipality towards a circular economy vision, Energy Procedia (2017)

Legislação e Regulamentação198 Bylaws are local laws made by a local council under an ena-

bling power contained in a public general act or a local act requiring something to be done – or not done – in a specified area. They are accompanied by some sanction or penalty for their non-observance. If validly made, bylaws have the force of law within the areas to which they apply. gov.uk, Local govern-ment legislation: bylaws

199 A metropolitan area refers to the city and its surrounding suburbs

200 Organisation for Economic Co-operation and Development, Governing the city (2015)

201 De Groene Zaak, Governments going circular (2015)

202 New York City – Department of Sanitation, Notice of adoption of final rule relating to the expansion of organic waste source separation requirements for various commercial entities (2018)

203 Ellen MacArthur Foundation, The circular economy opportunity for urban and industrial innovation in China (2018)

204 Foster City California, Public works: construction and demolition

205 Circle Economy, Circular Amsterdam: a vision and action agenda for the city and metropolitan area (2016)

206 City of Guelph, Navigating the sharing economy: a 6-decision guide for municipalities (2017)

207 Airbnb, New rules for home sharers in Berlin: the new housing law (22nd June 2018)

208 Techcrunch, Amsterdam to halve Airbnb-style tourist rentals to 30 nights a year per host (2018)

209 The New York Times, Uber hit with cap as New York city takes lead in crackdown (8th August 2018)

210 MaRS Solutions Lab, Shifting perspectives: redesigning regulation for the sharing economy (2016)

211 City of Guelph, Navigating the sharing economy: a 6-decision guide for municipalities (2017)

212 Green Building Law Update, The most green building friendly zoning code in the nation – Baltimore? (4th November 2013)

213 The City of New York, Green buildings and energy efficiency: zone green

214 ABC, Ban on styrofoam food containers in New York city set to take effect Jan. 1 (13th June 2018)

215 Scottish Government, Climate change plan: third report on proposals and policies 2018–2032 (RPP3) (2018)

216 City of Amsterdam, Environmental zone

217 Transport & Environment, How to get rid of dirty diesels on city roads (2018)

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Este documento foi produzido por uma equipe da Ellen MacArthur Foundation.

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ECONOMIA CIRCULAR NAS CIDADES GOVERNOS MUNICIPAIS E SEU PAPEL NA CAPACITAÇÃO DE UMA TRANSIÇÃO ECONÔMICA CIRCULAR

© ELLEN MACARTHUR FOUNDATION, MARÇO DE 2019

www.ellenmacarthurfoundation.org/our-work/activities/circular-economy-in-cities

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