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GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE NEIDE REGINA USSO BARRETO LIVRO DIDÁTICO PÚBLICO E O USO DE “PASSATEMPOS” NAS AULAS DE QUÍMICA Trabalho apresentado a Secretaria de Estado da Educação, referente à conclusão do Programa de Desenvolvimento Educacional PDE, turma 2007; sob orientação da Profª Drª Sônia Regina Giancolli Barreto, do Departamento de Química da Universidade Estadual de Londrina. Apucarana – Pr 2008

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GOVERNO DO PARANÁ

SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

NEIDE REGINA USSO BARRETO

LIVRO DIDÁTICO PÚBLICO E O USO DE “PASSATEMPOS” NAS AULAS DE QUÍMICA

Trabalho apresentado a Secretaria de Estado da Educação, referente à conclusão do Programa de Desenvolvimento Educacional PDE, turma 2007; sob orientação da Profª Drª Sônia Regina Giancolli Barreto, do Departamento de Química da Universidade Estadual de Londrina.

Apucarana – Pr 2008

SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO...................................................................................02

1.1. Atividades Lúdicas e Motivação.................................................05

1.2. Educação Lúdica, Lazer, História e Cultura..............................06

2. PROCEDIMENTOS DE ELABORAÇÃO E DE DIVULGAÇÃO DO

CADERNO DE ENTRETENIMENTO................................................10

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES.....................................................13

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................24

5. AGRADECIMENTOS........................................................................25

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................26

LIVRO DIDÁTICO PÚBLICO E O USO DE “PASSATEMPOS” NAS

AULAS DE QUÍMICA

Neide Regina Usso Barreto1

“Exercícios mentais regulares estimulam as

habilidades – inteligência, perspicácia e raciocínio – melhorando a memória, a agilidade

mental e a capacidade de aprendizado”.

Stephanie K. Hollender, da Brain Power Bulding a Browny Brain

RESUMO

Este artigo apresenta um Caderno de Entretenimento – Genial - como

uma proposta pedagógica à aplicação dos Livros Didáticos da disciplina de

Química, paralelamente ao uso de atividades do tipo “passatempos”, na busca

de informação, lazer e cultura em sala de aula. Trata-se de um material

elaborado através da opo0rtunidade da parceria do Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE/Pr, com a Instituição de Ensino Superior

– Universidade Estadual de Londrina – UEL, visando à produção de

conhecimentos e mudanças qualitativas na prática escolar da escola pública

paranaense. Estas atividades lúdicas, sem caráter competitivo, foram aplicadas

aos alunos do ensino médio do Colégio Estadual Polivalente de Apucarana que

manifestaram satisfação com o uso desta ferramenta como meio de

entretenimento, de troca de idéias, de atualização, de revisão dos conceitos

químicos, de desafios que criam oportunidades de compreensão na construção

do conhecimento. Por conseguinte, um breve histórico será relatado sobre o

uso dos passatempos e as etapas para a elaboração desse material que exigiu

a contribuição de muitas idéias, colhidas nos livros, nas pesquisas, nas leituras

e nas riquezas das experiências humanas.

Palavra-chave: passatempo, prática escolar, conceitos químicos,

conhecimento.

1. Professora, especialista em Química pela Universidade Estadual de Londrina, em Educação

de Jovens e Adultos pela Universidade Federal do Paraná. Participante do Programa de

Desenvolvimento Educacional - 2007/2008 – SEED/Pr.

1 INTRODUÇÃO

Desde as primeiras necessidades do homem, sabe-se que o

conhecimento químico está diretamente ligado ao desenvolvimento e às

transformações das civilizações, algo modificável, incompleto, requer uma

compreensão dos seus fundamentos, que unidos à construção de um

conhecimento possibilitam o exercício consciente da cidadania.

Nesta era de transformações, num mundo em constantes mudanças, a

educação se transformou num requisito indispensável para se viver em

sociedade, mais do que transmitir conhecimentos, ela deve formar indivíduos

capazes de conviver democraticamente. E é neste panorama, que o ensino

público tem como desafio o “sucesso escolar”, formando pessoas que

desenvolvam responsabilidades inerentes à vida, cujas ações sejam decisões

conscientes, históricas e políticas, sensíveis às questões e as necessidades da

sua comunidade.

Torna-se urgente o resgate desta ciência como meio contextualizador e

humanizador, uma busca constante na resolução dos problemas vivenciados

no cotidiano. Com o desenvolvimento das sociedades e com suas

conseqüências, passou-se a exigir das ciências respostas precisas e

específicas às demandas econômicas, sociais e políticas.

Portanto, é de fundamental importância pensar numa química voltada

essencialmente para uma postura humanista e filosófica: trata-se de formar o

aluno-cidadão para exercer plenamente sua cidadania, da necessidade de

conhecer os benefícios que ela concede ao homem, ao mostrar o respeito ao

seu equilíbrio. Para tanto, o conhecimento e a utilização da Química devem

colocar-se dentro de um contexto onde os alunos tenham a possibilidade de

compreendê-los como um todo, despertando o espírito crítico e o pensamento

científico. Há uma necessidade inerente da presença desta ciência, mas,

acontece que a Química da sala de aula, está muito distante da necessidade

real de um cidadão, os conteúdos ministrados aos alunos do ensino médio

estão desvinculados das relações existenciais do cotidiano, enfatizam que a

Química da escola não tem nada a ver com a química da vida

(Schnetzler,1980) e “os objetivos, conteúdos e estratégias do ensino de

química atual estão dissociados das necessidades requeridas para um curso

voltado para a formação da cidadania” (Santos,1992,p.116). Neste momento

histórico não se pode dizer que os conhecimentos científicos não são

importantes, mas deve-se conciliá-los aproximando-os da realidade. Acredita-

se que isto possa até amenizar o desinteresse dos alunos com relação à

disciplina, pois muitos alegam receio ao estudar esta ciência, a consideram de

difícil entendimento. Talvez esse desconhecimento seja um dos motivos de

como os seres humanos esqueceram a essência de sua existência e quais as

melhores decisões a serem tomadas por um cidadão ativo, participativo que

garanta seus direitos e tenha o efetivo compromisso dos seus deveres.

Newbold (1987) afirma:

“Atualmente a química é a chave para a maior parte das grandes

preocupações das quais depende o futuro da humanidade,

sejam elas: energia, poluição, recursos naturais, saúde ou

população. De fato, a química tornou-se um dos componentes

do destino do gênero humano. Entretanto, quantas pessoas,

entre o público em geral, sabem um pouco que seja a respeito

da relevância da química para o bem estar humano?

Infelizmente, muito poucas, conforme parece... Certamente, é

essencial que se faça com que cada cidadão ao menos tome

consciência de algumas das enormes contribuições da química

na vida moderna. Deveria ser fascinante perceber que todos os

processos da vida, do nascimento à morte, estão intimamente

associados às transformações químicas. A qualidade de vida

que desfrutamos depende em larga escala dos benefícios

advindos de descobertas químicas, e nós, como cidadãos somos

continuamente requisitados para tomar decisões em assuntos

relacionados com a química. Não devemos, entretanto, ignorar

os aspectos negativos associados a progressos baseados na

química, pois fazê-lo seria fechar os olhos à realidade.” (p.156).

Tudo isso, leva-nos a refletir sobre uma mudança de postura em relação

à educação Química e a sala de aula. Segundo CHASSOT: “Devemos ensinar

química para permitir que o cidadão possa interagir melhor com o mundo”.

Para que isto ocorra, torna-se necessária inovação e criatividade, uma

aproximação do professor com os alunos do ensino médio, do conteúdo

científico ao cotidiano dos jovens e adolescentes, proporcionando caminhos de

revisão das práticas pedagógicas, das concepções de conhecimento, de

educação, criar situações mais significativas de aprendizagem,

contextualização mais abrangente sobre o que está acontecendo com os seres

vivos, com a natureza e o mundo.

Segundo Bernardelli,

Muitos adquirem certa resistência ao aprendizado da química

devido à falta de contextualidade, não conseguindo relacionar os

conteúdos com o dia-a-dia, bem como a excessiva

memorização, e ainda alguns professores insistem em métodos

nos quais os alunos precisam decorar fórmulas, nomes e tabelas

(...) devemos criar condições favoráveis e agradáveis para o

ensino aprendizagem da disciplina, aproveitando, no primeiro

momento, a vivência dos alunos, os fatos do dia-a-dia, a tradição

cultural e a mídia, buscando reconstruir os conhecimentos

químicos para que o aluno possa refazer a leitura do seu mundo.

(2004,p.2)

Para realizar esta leitura crítica do mundo, o aluno necessita

aprendizagem, acesso à cultura, à informação, ao conhecimento, o que é um

direito seu, pois aprende-se o tempo todo no decorrer da nossa existência.

A escola é por excelência o lugar onde se lida com o conhecimento

científico, historicamente produzido, e a sala de aula ainda é o lugar que reúne

pessoas com diferenças de costumes e idéias, mas dependem umas das

outras para a sobrevivência. Não se pode negar o papel fundamental da

Química na vida das pessoas e como é importante o seu conhecimento para o

equilíbrio da vida neste planeta. Ao observar o mundo à sua volta, os

participantes do processo educativo devem compreender como é freqüente,

intensa e contínua a aplicação dos conhecimentos químicos urgentemente para

esta e para as futuras gerações.

1.1 ATIVIDADES LÚDICAS E MOTIVAÇÃO

As oportunidades de capacitação profissional propiciam reflexões

pedagógicas intensas, vale a pena pensar que de nada vale um conhecimento

se este é capaz de produzir pessoas que praticam atrocidades contra a vida,

contra o ambiente, que utilizam tecnologias com poder de alta destruição.

Então, se nos limitarmos a fornecer para os alunos apenas uma educação

científica, desvinculada dos valores que tenham como princípio o respeito à

vida, o dever do seu compromisso com a nova sociedade, maior a tendência do

ato educativo tornar-se agressivo e indisciplinado.

É isto que estamos observando nas escolas, adolescentes com

comportamentos acintosamente inadequados, desmotivados, não há

compromisso nem com a escola, nem com a sociedade. Sem mencionar a

importância da família neste processo de comportamentos disciplinares, a

escola ainda é o espaço onde o aluno passa várias horas por dia, e o professor

tem que conviver com estes conflitos que perpassam o ambiente escolar,

portanto, ele não necessita atuar como o “responsável” pelo aluno, mas deve

ter uma postura docente, profissional, que vincula sua responsabilidade

fundamental de planejar e desenvolver o ensino de modo a maximizar a

participação e o desempenho com sucesso do aluno. Torna-se necessária

competência científica e política. O professor precisa saber seu conteúdo

específico e de sua área de abrangência, necessita ter as capacidades

técnicas para efetuar um bom ensino e ter compromisso social com a realidade

onde vive e atua.

Portanto, para a realização de uma educação para a socialização, é de

fundamental importância que a aprendizagem esteja voltada à motivação, uma

condição básica e complexa. O aluno precisa querer o aprender, interessar-se

pelos conteúdos químicos, estimular sua criatividade, seu desejo de resolver

maneiras que favoreçam a formação de estruturas cognitivas, que facilitem seu

raciocínio, que ativem sua memorização.

1.2 EDUCAÇÃO LÚDICA, LAZER, HISTÓRIA E CULTURA

Numa perspectiva histórica, na Grécia antiga, Platão (427 – 348)

afirmava que os jogos esportivos proporcionavam valores éticos e morais tanto

quanto a cultura intelectual para a formação de caráter e personalidade. Para

os egípcios, romanos, maias, os jogos serviam como meio para que as

gerações mais jovens aprendessem com os mais velhos valores e

conhecimentos, normas padrões de uma vida social. Com a ascenção do

cristianismo os jogos foram considerados imorais e profanos, sem nenhum

significado. A partir do século XVI, os humanistas começaram a perceber o

valor educacional dos jogos e os colégios jesuítas foram os primeiros a colocar

a prática disciplinadora dos jogos, reconhecidos como bons, foram admitidos

como meio de educação tão estimáveis quanto os estudos.

Outros teóricos enfocaram a importância do processo lúdico na

educação, Rabelais, Montaigne, Comênio, Rosseau, Pestalozzi, Froebel,

Dewey, Montessori, Piaget, Freinet, Makarenko, Snyders, inclusive Paulo

Freire, um dos maiores educadores da prática libertadora, aborda que toda

ação educativa deve promover no indivíduo uma consciência crítica com o

objetivo de transformação.

A ação de buscar essa transformação exige dos alunos esforços,

participação, indagação, socialização com prazer. Este tipo de educação

esteve presente em todos os povos, contextos de vários pesquisadores, uma

vasta rede de conhecimentos, não só no campo da educação, mas na

psicologia, fisiologia e nas demais áreas do conhecimento.

Portanto, educar ludicamente tem uma significação complexa, pois não é

só brincadeiras, diversão e lazer, o lazer tem outras funções:

Segundo Lombardi (2005),

O lazer tem como funções o descanso, o divertimento e o

desenvolvimento humano – pessoal e social... Dessa forma, a

vivência de um lazer de qualidade pode proporcionar a

emancipação de um homem crítico e criativo, capaz de gerar e

vivenciar normas e valores questionadores da atual ordem

estabelecida.

Educar ludicamente desenvolve as funções cognitivas e sociais,

interioriza conhecimentos, mobiliza as relações funcionais, permite a interação

com seus semelhantes, contribui para a melhoria do ensino, qualificação e

formação crítica do educando.

Neste mundo globalizado, as atividades lúdicas estão sendo excelentes

recursos na contribuição e enriquecimento do desenvolvimento intelectual e

social, tanto das crianças, como dos jovens e dos adultos. As atividades lúdicas

em sala de aula tornam um ambiente prazeroso, de exploração. Mas muitos

estudiosos, historiadores e filósofos acreditam que há diferenças entre o

brinquedo e o material pedagógico. Segundo Chateau (1984),

“acredita-se que a utilização do ludismo, o que inclui

jogos, brinquedos e brincadeiras, pode não representar

de imediato um aprendizado, mas pode vir a desenvolver

potenciais no sujeito, até mesmo quando são encaradas

como passatempo, proporcionando mais oportunidades

de se abastecer intensamente de informações, de

conhecimentos, com base nas várias simulações e

fantasias que executa”.

Dessa forma, pode-se trabalhar estes conhecimentos científicos e ao

mesmo tempo proporcionar novas ferramentas de desenvolvimento cognitivo.

Para isto, o Governo do Estado do Paraná, juntamente com a Secretaria de

Estado da Educação - SEED em parceria com a Secretaria de Ciência e

Tecnologia e Ensino Superior – SETI, instituiu o Programa de Desenvolvimento

Educacional - PDE, uma política inovadora e audaciosa que estabelece um

diálogo entre os professores da Educação Superior e os da Educação básica,

permitindo formação continuada dos professores através de atividades teóricas

e práticas, visando resultados de mudanças qualitativas na prática escolar nas

escolas públicas do Paraná. A atual proposta político pedagógica pede aos

profissionais da educação um enfoque menos tarefeiro, repassadores de

informações, sujeitos que produzam, transmitam e elaborem conhecimentos

com e para os alunos, uma educação química voltada para a cidadania que

resgate uma consciência humana para os valores éticos e morais.

O presente trabalho relata experiências de uma educadora PDE/2007

da disciplina de Química, que nestes anos de atividade em sala de aula nunca

vivenciou tanto investimento na área educacional e na capacitação de

professores, como este amparado pelo Governo. Este programa propôs a

elaboração de um plano de estudo orientado por uma instituição de ensino

superior, a Universidade Estadual de Londrina/UEL, onde pudesse surgir a

produção de um material didático pedagógico, no qual sua intervenção na

escola envolvesse ações educativas, atividades práticas e reflexivas no

cotidiano da sala de aula e no ambiente escolar.

Durante a participação ativa neste projeto ocorreram trocas de

experiências tanto com professores da Instituição de Ensino Superior quanto os

professores PDE oriundos dos vários Núcleos Regionais que participaram de

Encontros de orientação e Seminários temáticos. Este programa tem certa

ousadia por que envolve a formação continuada de um número expressivo de

educadores do Estado do Paraná. Ainda houve a capacitação de um Grupo de

Trabalho em Rede – GTR, ou seja, professores que foram inscritos na

disciplina de Química, onde conectados em Rede, na Plataforma Moodle - um

software livre e gratuito, encontraram uma excelente ferramenta de apoio à

aprendizagem, uma proposta multidisciplinar no ensino e na aprendizagem,

trabalhada por módulos, à medida que integrava uma diversidade de

atividades, linguagens, textos e áreas do conhecimento em constante interação

virtual. É importante ressaltar este ponto positivo do programa, já que muitos

professores iniciaram inclusão digital através desta oportunidade de

qualificação, e até mencionaram que estas tecnologias educativas são

fundamentais para a melhoria da qualidade de vida na sociedade.

Sabe-se que os jovens utilizam com facilidade estas práticas da

tecnologia digital e os professores paranaenses têm a oportunidade de vencer

este atraso científico tecnológico por meio destas reformas básicas na política

educacional, qualificando as pessoas, valorizando e atualizando o educador.

A utilização deste software educativo foi realizada em módulos, e cada

módulo pôde ser organizado de acordo com um planejamento orientado e

participativo, incluindo fórum de notícias, fórum de discussão, biblioteca, chat,

glossário, agenda, mensagens, lista de usuários, perguntas freqüentes,

recursos de multimídia, interações entre os professores das várias regiões do

Estado do Paraná, cada qual de acordo com a realidade dos seus alunos e da

sua comunidade. Tanto que os professores conectados on-line puderam

elaborar e trocar idéias que permitiram ações pedagógicas comprometidas com

as transformações educacionais e melhorias na convivência democrática.

Além deste grupo de trabalho em rede e para atender um dos anseios e

necessidades dos alunos do ensino médio das escolas públicas, onde há certa

carência de material pedagógico, a Secretária de Estado da Educação, reuniu

educadores de todas as áreas do conhecimento para a elaboração coletiva de

um material didático de apoio aos alunos e aos professores. Dessa maneira

depois de muitos encontros, surgiu o livro didático público de todas as

disciplinas do Ensino Médio, inclusive o de Química, um material gratuito,

disponível para todos, diferenciado, inovador, elaborado e projetado de acordo

com as Diretrizes Curriculares e o Projeto Político Pedagógico, no qual os

conteúdos estão contextualizados e vinculados ao cotidiano dos alunos.

Com a chegada destes textos houve fortalecimento e valorização da

prática pedagógica. Desenvolveu-se instrumentos que permitissem uma leitura

crítica do mundo, através dos conceitos químicos que sensibilizam a busca de

alternativas para melhoria das condições humanas e da preservação ambiental

do nosso planeta. Mas, em momento algum o conhecimento científico foi

deixado de lado ou esquecido, pois é de fundamental importância para uma

cultura geral.

Dessa forma, para auxiliar os professores de Química que possuem

poucas aulas semanais e devem abordar um número elevado e relevante de

conteúdos, a Secretaria de Estado da Educação do Paraná enviou o material

contextualizado para todos os alunos das escolas públicas do Estado do

Paraná. Além disso, o Ministério da Educação através do PNLEM – Programa

Nacional do Livro para o Ensino Médio, propiciou acesso de professores e

alunos a um recurso pedagógico voltado para a melhoria da qualidade da

educação básica e inclusão social no Brasil. Este material didático está dividido

em três volumes, um volume para cada série do ensino médio. Então, os

alunos e os professores tinham em mãos dois materiais para serem

explorados, utilizados e não seria por esta carência que o processo de ensino e

aprendizagem seria prejudicado ou não proporcionado.

2 PROCEDIMENTOS DE ELABORAÇÃO E DE DIVULGAÇÃO DO

CADERNO DE ENTRETENIMENTO

Neste trabalho do PDE, após uma leitura e análise dos dois materiais,

relacionou-se os conteúdos abordados em cada livro e em cada texto, cuja

finalidade era a orientação para facilitar o trabalho e o manuseio destes

materiais pelo professor de Química, visando à utilização destes suportes

pedagógicos em sala de aula. Essas ferramentas ricas de desenvolvimento

facilitam a aprendizagem, então, elaborou-se um Caderno de Entretenimento

de nome “Genial – Informação e Cultura”, cuja capa está apresentada na

Figura 01.

Para a elaboração desta capa e de todos os passatempos deste

Caderno pedagógico, houve a idealização de um esboço que posteriormente

um designer gráfico digitalizou o projeto pelo software Corel Draw, sendo todas

as páginas coloridas encontradas em material impresso ou digital. Em alguns

passatempos houve junção de figuras e textos encontrados nos livros didáticos

de Química de vários autores, todos citados nas referências bibliográficas.

Além disso, houve a revisão gráfica e o parecer da orientação da Instituição de

Ensino Superior.

Figura 01 – Capa do Caderno “Genial”

Estes três materiais juntos, desenvolvidos em sala de aula, tornam-se

recursos pedagógicos que contribuem e enriquecem o vocabulário dos alunos,

proporcionando momentos agradáveis de lazer, diversão, cultura, ou mesmo

relaxamento, atividades e muitas outras dicas instigantes que tornam as aulas

mais atrativas e dinâmicas, alunos atentos, construindo leituras e resolvendo

entretenimentos ou passatempos de informação, muita cultura e estímulo à

memória.

Sendo assim, um quadro (Figura 02) foi elaborado enfocando os

conteúdos de Química e orientações de quais passatempos do Caderno,

podem ser associados pelos professores em sala de aula paralelamente com

os capítulos do livro didático SEED/Pr e do livro enviado pelo ministério da

Educação e Cultura/PNLEM.

Este quadro foi enviado por e-mail para os professores

participantes do grupo de trabalho - GTR, com o propósito de trocar

experiências on-line, pensando, na utilização deste recurso nas aulas de

Química. Houve a manifestação de interesse dos professores neste projeto

audacioso, onde, gerou-se então, atividades interessantes de formação

continuada, pois, são os professores que convivem diariamente em sala de

aula com os alunos, cada vez mais irrequietos, indisciplinados, desmotivados,

desafiadores, críticos e interativos, por isso se deve ousar, incorporar recursos

e métodos que auxiliem a tornar essa disciplina mais instigante com aulas mais

motivadoras e interessantes.

Segundo BartniK,

“os professores devem ser capazes de estruturar

atividades pedagógicas para permitir que o aluno organize seu

pensamento e elabore conhecimentos com consistência, mas

também com prazer.”.

Figura 02 – Orientação do Material Didático e uso dos passatempos

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Não existe, portanto, uma receita infalível de como ensinar Química,

mas podem-se mostrar conteúdos vinculados à realidade, não confinados à

sala de aula e ao quadro-negro, as incertezas, aos acontecimentos históricos.

Nesses anos de atividade em sala de aula, verifica-se que, ainda, os

adolescentes admiram e respeitam os professores, temos então, meio caminho

andado para o desenvolvimento dos conteúdos curriculares, na outra metade

do caminho a ser percorrido, há necessidade dessas e de outras inovações e

os passatempos contidos no Caderno Genial enfocam desde caça-palavras,

criptogramas, palavras cruzadas, jogos de raciocínio, envolvendo os conteúdos

estruturantes: Matéria e sua Natureza, Biogeoquímica e Química Sintética.

Essa idéia dos entretenimentos de Química partiu dos momentos vivenciados

diariamente na resolução dos passatempos encontrados em várias revistas do

setor. Não serão mencionados os nomes destas revistas, mas todas

proporcionam momentos de relaxamento, distração, autodisciplina, lazer,

fundamentais para repor as energias, melhorar a performance mental e a

cultura em geral.

Os passatempos priorizam os conteúdos do ensino médio e houve a

colaboração de professores da rede pública integrantes do ambiente virtual,

das cidades de Marechal Candido Rondon, Antonina, Maringá e Cascavel na

elaboração de quatro passatempos. Essas contribuições e as trocas de idéias

foram de grande valia para o sucesso desta ferramenta lúdica nas aulas, onde

cada professor aplicou estes entretenimentos de maneiras diferenciadas,

facilitando a aprendizagem, desenvolvendo a originalidade, a criatividade dos

alunos, enriquecendo e vivenciando os fatos.

Este material continua sendo aplicado pelos professores de Química,

pois numa das etapas do Programa de Desenvolvimento Educacional, foi

proposto a elaboração de um material que proporcionasse uma intervenção na

sala de aula e a partir do mês de setembro de 2008, os alunos do ensino médio

do Colégio Estadual Polivalente de Apucarana tiveram acesso ao Caderno

Genial, resolveram os passatempos em conformidade com os conteúdos

científicos eram trabalhados em sala de aula, junto ao livro didático público /

SEED – PR e ao livro do PNLEM. Ao término de cada tópico, essas atividades

de entretenimento eram aplicadas. O interessante é que eles resolviam os

passatempos e já tentavam outros referentes aos conteúdos das séries

anteriores ou de temas relacionados a atualidades. Isto permitiu observar que

estas atividades mentais ampliaram os conhecimentos, diminuiu a indisciplina e

aumentou o interesse dos alunos, tornou-os mais críticos, desenvolveu maior

aproximação entre o professor e o aluno, e viu-se uma oportunidade ativa de

ensino e aprendizagem. Outro ponto positivo é que estes entretenimentos

atuaram como uma terapia, diminuindo o stress dos jovens, aguçando sua

memória e atividade cerebral. Segundo Rego (2000.p.79), essas atividades

lúdicas proporcionam ambientes desafiadores, capazes de estimular o intelecto

proporcionando a conquista de estágios mais elevados de raciocínio.

Reforça-se, ainda, que a utilização dessa ferramenta em sala de aula,

com certeza proporciona aulas mais atrativas, motivadas, pois, antes de ser

apenas um entretenimento, tem como finalidade o desenvolvimento da escrita

e o sentido das palavras, favorecendo e promovendo o estímulo cognitivo,

permite situações de colaboração sócio-afetiva, auxilia na compreensão e na

aprendizagem. Ainda, permite criar oportunidades de auto-desafios e

curiosidades, facilitando a construção e aquisição de novos conhecimentos. O

interessante é perceber que os participantes do processo estão empenhados

no cumprimento das atividades propostas, demonstrando espírito participativo,

construtivo e solidário, respeitando as diferenças e a suas capacidades.

Portanto, são necessárias inovações, criatividades, procura de maneiras

diferenciadas para proporcionar aos alunos uma linguagem química que

aproxime o universo imediato ao seu saber. E, diante da atual realidade, vale a

pena conduzir até as nossas escolas públicas essas maneiras mais atraentes,

motivadoras, através de atividades, entretenimento, informação, cultura,

desafios e curiosidades em sala de aula.

O Caderno Genial, nestes poucos meses em que os alunos utilizaram as

orientações contidas no quadro de uso dos materiais didáticos e resolveram os

passatempos, os pontos positivos foram surpreendentemente relevantes. Uma

das observações dos alunos foi o prazer que se tem ao resolver um

passatempo, um jeito diferente e mais fácil de assimilação da matéria. Outra

alegação foi de que ocorreu melhoria na disciplina em sala de aula, já que é

uma das maneiras de treinar a escrita, a leitura ativa, a memória visual,

auditiva, verbal e lingüística. É claro que a memória sofre influência do humor e

da atenção, despertada quando existe interesse em determinado assunto ou

trabalho.

Acredita-se que o caderno lúdico possa ser aplicável em qualquer

situação educativa. Os alunos afirmaram que outras disciplinas deveriam criar

estes tipos de atividades pedagógicas. Há uma motivação intelectual,

responsável pela capacidade de trabalhar, construir coisas, elaborar planos,

estudar. É, claro, exige um pensamento muito mais elaborado, uma capacidade

de auto-motivação para resolver aqueles desafios ricos em curiosidades que é

o passatempo. Mesmo aqueles alunos dominados pela preguiça e pela apatia,

demoram um pouco mais, mas acabam resolvendo, socializando afetivamente

com os colegas. Verificou-se um dos dizeres foi ”Não gosto muito de Química,

mas eu gosto de resolver essas atividades”.

O Caderno de Entretenimento que aborda atividades lúdicas elaboradas

com palavras cruzadas (Figura 03), caça palavras e criptos, não são

necessariamente jogos ou brincadeiras, mas atividades, sem caráter

competitivo, constroem o conhecimento de uma forma diferenciada e

descontraída. A utilização destes passatempos não são recursos atuais, mas

tiveram sua origem lúdica na prática de cruzamentos de signos lingüísticos,

estabelecidos cientificamente como uma invenção dos antigos egípcios. Vários

arqueólogos afirmaram que encontraram imagens de estelas - monumentos

feitos de pedra normalmente em um só bloco, contendo representações

pictóricas e inscrições criadas nos séculos XIII a.C. e XII a.C., contendo

cruzamentos de sinais de difícil interpretação, enigmáticas da escrita de antigas

civilizações, tais como os egípcios, os hititas, e os maias. Um dos hieróglifos

insuperáveis em complexidade está datado no século XII a.C. Estas imagens

de estrelas podem ser consideradas um segundo jogo de palavras, por que na

antiguidade a primeira modalidade era a adivinhação.

Pode-se afirmar que um conjunto de hieróglifos que designava esse jogo

foi traduzido por alguns arqueólogos como "palavras cruzadas". O primeiro

jogo moderno de cruzamento de palavras, o jogo do acróstico, cujo significado

é uma composição poética na qual o conjunto de letras iniciais forma o nome

de uma coisa ou pessoa, foi editado nas edições de novembro e dezembro de

1762 na Revista de Londres. Mais tarde, em julho de 1859 um terceiro jogo

moderno de cruzamento de palavras, um quadrado deu origem à evolução

técnica que resultaria nas palavras cruzadas propriamente dita. Em 30 de

agosto de 1865, saiu no Jornal de Notícias Ilustradas de Londres um jogo de

acróstico duplo. Houve uma evolução deste jogo antigo, o quadrado que antes,

segundo os historiadores saiu da Inglaterra e foi para os Estados Unidos,

evoluíram ao grande número de seções de jogos de palavras existentes nas

revistas e tablóides infanto-juvenis daquela nação.

Figura 03 – Cruzamento de palavras – Caderno “Genial”

A palavra crossword (palavra cruzada), teve sua verdadeira origem

cerca de 47 anos antes da data registrada no Dicionário de Inglês Oxford, a

maior autoridade mundial no idioma inglês. Essa é a história de como surgiram

seus dois significados, nenhum deles registrado em dicionários da língua

inglesa, mas ambos associados aos jogos de cruzamento de palavras. Essa

palavra, como conhecemos atualmente, apareceu pela primeira vez no Jornal

New York World, em 22 de dezembro de 1913 inventada por Arthur Wynne,

para a Seção de Diversão da edição de Domingo. Tornou-se rapidamente um

dos passatempos mais populares de nossos tempos, ele se baseou no

Iaterculus, como era conhecido pelos romanos no século IV a.C, eles

formavam palavras cruzando-as de maneiras que constituíssem palíndromos –

palavra, frase ou qualquer seqüência de unidades que tenha a propriedade de

ser lida tanto da direita para a esquerda como da esquerda para a direita . Num

palíndromo, são desconsiderados os sinais ortográficos, assim como o espaço

entre palavras. Mas, em vez de fornecer palavras que deveriam ser cruzadas,

Wynne resolveu dar dicas e criou um diagrama na forma de losango, mais de

150 diferentes jogos de cruzamento parcial ou total de palavras que

precederam as cruzadas e que ainda não haviam sido mostrados numa

publicação moderna, como por exemplo: o primeiro jogo da pirâmide e o jogo

do diamante duplo.

É importante ressaltar que as crianças, os jovens, especialmente as

meninas criavam os passatempos e que havia mais interatividade nessas

relações na segunda metade do século XIX do que existe atualmente, entre

esse mesmo público e os sites a eles dedicados.

No exato mês e ano em que Arthur Wynne lançava seu primeiro jogo de

palavras cruzadas a revista São Nicolau: uma Revista Ilustrada para os Jovens,

também trazia a resposta de um outro passatempo com a palavra cross-word

(palavra cruzada) no nome, além de 5 outras ocorrências da mesma palavra na

seção de passatempos. A revista St. Nicholas era a mais famosa e importante

publicação infanto-juvenil norte-americana daquela época.

É claro que vale a pena conhecer a história da criação de mais jogos de

palavras do século XX, aventuras intelectuais marcadas por mistérios e

enigmas não decifrados, extraordinários exemplos da inventividade humana.

Baseados nesta inventividade humana é que muitos dos conteúdos

encontrados nos passatempos do Caderno são do tipo enigmático, como a

Figura 04.

Figura 04 – Passatempo enigmático – Caderno “Genial”

Além desses passatempos enigmáticos existem outros envolvendo

conteúdos de elementos químicos, segurança no laboratório, carbono,

radioatividade, funções nitrogenadas, atomística, funções inorgânicas, cinética

química, pH e pOH, ligações, elementos químicos e propriedades periódicas,

referente ao texto encontrado no livro didático público/SEED “Lique e fique

ligado” (Figura 04), e ainda hidrocarbonetos, equipamentos laboratoriais,

símbolos de segurança, vitaminas, funções orgânicas oxigenadas e

nitrogenadas, geometria molecular, biomoléculas foram caminhos encontrados

como forma de desenvolvimento que incentiva e permite a melhor interação

com os seus pares e com o ambiente escolar que vivemos.

Além dos passatempos propriamente descritos segundo o panorama

histórico, existem aqueles do tipo criptogramas cujas referências são a textos

decifrados que obedecem a códigos e a uma lógica pré-determinados para

decifrar uma mensagem, podem ser montados envolvendo números, letras,

símbolos gráficos, invenções utilizadas nos dias atuais também em revistas

especializadas e jornais.

Neste Caderno de Entretenimento temos vários passatempos do tipo

criptogramas envolvendo conteúdos de classificação periódica, eletrólise,

pilhas e baterias, mudanças de estados físicos da matéria, termoquímica,

dispersões, isomeria, teoria ácido-base, polímeros. Essas atividades tipo

criptogramas desenvolvem a atenção, a capacidade de observação através de

comparações, diferenças e muita lógica. O interessante na resolução de um

critpograma é que este desenvolve uma atividade prazerosa e divertida. Na

resolução há certo envolvimento e concentração, uma atitude de compromisso

e o aluno não deseja parar até descobrir as respostas, ou seja, decifrar todos

os códigos.

O criptograma (Figura 05) está relacionado com os conteúdos de

Mudanças de Estados Físicos da Matéria, pode ser aplicado a todas as séries

tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio. Menciona-se, ainda, que

é um conteúdo interdisciplinar, pois estuda-se em Física, Biologia, Ciências,

Química, Geografia, e outras.

Figura 05 - Criptograma

Este material é interessante devido aos outros tipos de atividades

(Figura 06) que não se classificam nem em palavras cruzadas, criptogramas ou

caça-palavras, são apenas entretenimentos, passatempos, que não deixam de

ser recursos pedagógicos que levam, tanto o professor quanto os alunos a

aulas com mais conhecimento, diversão e descontração, exercícios instrutivos,

didáticos que aguçam a curiosidade e aumentam a auto-estima.

Figura 06 – Embaralhado de palavras – Caderno “Genial”

Por citar os caça-palavras é viável entender o significado deste tipo de

entretenimento. Trata-se de um recurso pedagógico que consiste de letras

arranjadas aparentemente aleatórias em uma grade quadrada ou retangular. O

objetivo é encontrar e circundar as palavras escondidas na grade tão

rapidamente quanto possível. As palavras podem estar escondidas

verticalmente, horizontalmente ou diagonalmente dentro da grade. Estas

palavras são arranjadas normalmente de modo que possam ser lidas da

esquerda para a direita ou de cima para baixo, sendo que em passatempos

com maior dificuldade também pode ocorrer o oposto (Figura 07).

Figura 07 – Caça-palavras – Caderno “Genial”

A maioria dos caça-palavras contidos no Caderno Genial – Informação e

Cultura têm um tema comum o qual todas as palavras escondidas estão

relacionadas. Esses conteúdos são funções orgânicas, estrutura atômica,

análise imediata, biocombustíveis e aquecimento global. Verificou-se que

essas ferramentas educacionais aplicadas às crianças e aos jovens permitem

que essas mentes aprendam palavras novas enriquecendo o vocabulário.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho realizado através do Plano de Desenvolvimento

Educacional, amparado pelo Governo do Estado do Paraná, demonstrou como

é importante o investimento na formação continuada dos professores das

escolas públicas, tanto os selecionados através de teste seletivo, como aqueles

que estavam conectados em rede. O retorno a atividade acadêmica presencial

e semi-presencial, junto à Instituição de Ensino Superior, no caso, com o

Departamento de Química da Universidade Estadual de Londrina permitiu a

elaboração de uma proposta de estudo no qual foi desenvolvido um material

didático pedagógico , um Caderno de Entretenimento GENIAL – Informação e

Cultura. Este material começou a intervir no processo de ensino e

aprendizagem a partir do mês de setembro de 2008, no Colégio Estadual

Polivalente de Apucarana. A utilização em sala de aula dessa ferramenta

contribuiu para os professores de Química repensarem sua postura e como é

importante inovações que permitam a manifestação da criatividade, do estímulo

cognitivo, auxiliando a compreensão dos conteúdos, permitindo e criando

oportunidades, desafios e curiosidades, facilitando a construção do

conhecimento.

Nestes poucos meses de aplicação do material em sala de aula,

percebeu-se manifestações satisfatórias dos alunos, desde facilitar e revisar

conteúdos quanto a melhoria da disciplina geral da sala no momento da

resolução de cada passatempo.

Várias foram as fontes de pesquisa consultadas, já que o campo de

estudo sobre os jogos educativos é amplo. Mais estudos teóricos e práticos

sobre o uso de passatempos em sala de aula, ainda são muito pouco

explorados, principalmente os de passatempos específicos aos conteúdos de

Química ou de qualquer outra disciplina.

Esses passatempos são considerados lúdicos, mas sem competição

entre os vários estudantes. Tem como objetivo comum um material alternativo

que estabeleça a construção dos conceitos químicos de maneira diferenciada e

inovadora.

Por conseguinte, a elaboração deste caderno contém 32 passatempos,

quadro de orientação de trabalho dos livros didáticos e o uso de cada um deles

correspondente ao conteúdo trabalhado pelo professor em sala de aula, um

caderno totalizando 42 páginas, pois cada atividade apresenta no final sua

resolução na integra. E ainda, pode-se afirmar que não haverá somente estes,

a idéia ainda permanece viva e intensa, com novas possibilidades de recursos,

novos entretenimentos envolvendo textos das edições posteriores do livro

didático público, que possam inferir sobre o papel do lúdico na aprendizagem

dos conceitos científicos.

Com certeza, os momentos vivenciados neste programa proporcionaram

o surgimento de muitas idéias, colhidas nos livros, nas pesquisas, nas leituras,

nas orientações e, principalmente, nas experiências humanas. A criação de um

caderno como este, exigiu como educadora muito amor à escola, aos alunos,

planejamento, trabalho e atenção, mas com certeza, tudo isto valeu a pena.

5 AGRADECIMENTOS

Aos meus pais que incentivaram meus estudos e não puderam

compartilhar estes momentos felizes da minha vida; a minha família e a todos

os educadores que compartilharam seus conhecimentos nesta experiência da

1ª turma do Programa de Desenvolvimento Educacional/2007.

Em especial a Profª Drª Sônia Regina Giancolli Barreto, orientadora da

disciplina de Química pela Universidade Estadual de Londrina, que nestes dois

anos demonstrou-se uma referência como ser humano e educadora.

Não posso deixar de agradecer aquele espaço sagrado de convivência

diária, um lugar lindo, acolhedor, cheio de vidas, diversidades, riquezas

humanas, a minha ESCOLA, uma presença efetiva e comprovada da existência

de Deus.

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