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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

MATERIAL DIDÁTICO PEDAGÒGICO: UNIDADE DIDÁTICA

MARIA JOANA MACHADO DE ANDRADE

PITANGA – PR

2009/2010

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

MATERIAL DIDÁTICO PEDAGÒGICO : UNIDADE DIDÁTICA

MARIA JOANA MACHADO DE ANDRADE

Material Didático apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE da SEED – Paraná e UNICENTRO. Orientadora: Laurete Maria Ruaro.

PITANGA – PR

2009/2010

3

SUMÁRIO

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO .......................................................................... 04 2. TÍTULO ............................................................................................................. 04 3. APRESENTAÇÃO ............................................................................................. 04 4. OBJETIVOS .................................................................................................. 05

• 4.1. Geral ..................................................................................................... 05

• 4.2. Específicos ............................................................................................ 05

5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

• 5.1. UNIDADE I – Educação Inclusiva no Brasil ....................................... 06

• 5.2. UNIDADE II – Histórico da Inclusão Educacional nas Escolas Públicas

Paranaense ...................................................................................................... 10

• 5.3. UNIDADE III – Inclusão na Educação de Jovens e Adultos – EJA ......... 12

• 5.4. UNIDADE IV - Fragmentos de Textos Política Inclusiva ...................... 15

6. REFERÊNCIAS .................................................................................................... 19 7. ANEXOS ................................................................................................................. 20

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

UNIDADE DIDÁTICA 1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

1.1 Professor PDE: Maria Joana Machado de Andrade

1.2 Área PDE: Educação Especial

1.3 Município: Pitanga

1.4 IES vinculada: UNICENTRO

1.5 Professor Orientador IES: Laurete Maria Ruaro

1.6 Escola de Implementação: CEEBJA – Casturina C. Bonfim

1.7 Público objeto da Intervenção: Educandos EJA – Ensino Médio

2. TÍTULO: INCLUSÃO – EIS A QUESTÃO! 3. APRESENTAÇÃO

"Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si,

levam um pouco de nós" (Antoine de Saint-Exupery).

Apesar de todos os educandos independentes de cor, sexo, condição social, opção

religiosa, deficiência, etc., ter o direito - previamente estabelecido na legislação e defendido

por muitos estudiosos de renome nacional e internacional - de estar incluído no ambiente

escolar, ainda persistem condições deficientes de efetivação dessa proposta no contexto

escolar evidenciados tanto nos aspectos físicos como nos humanos.

A educação no Brasil apresentou-se, durante muito tempo, elitista e voltada para a

qualificação de mão de obra para suprir os fins da demanda capitalista ou estatal. A partir, de

5

1948 com a promulgação da Declaração dos Direitos Humanos e, no Brasil, com a LDB

9394/96 que a inclusão começa a ocupar seu lugar nas escolas regulares.

Com o desenvolvimento do material pedagógico – Unidade Didática pretendo levar o

conhecimento e discussão com os educandos do Ensino Médio da EJA – Casturina C. Bonfim

em Pitanga sobre, a política inclusiva dos portadores de necessidades especiais no ambiente

escolar, a legislação que os ampara, esclarecendo o que é educação inclusiva e, possibilitar

aos educandos uma reflexão/ação de valorização a diversidade humana. O material didático

pedagógico tem como finalidade discutir a inclusão na perspectiva de “educação especial para

todos” que necessitam de apoio para atingir com sucesso a terminalidade dos estudos em

idade própria ou não, como exemplo, a modalidade de EJA que, apesar de apresentar como

política compensatória vislumbra a todo cidadão possibilidade de escolarização de qualidade.

4. OBJETIVOS

4.1. GERAL

• Analisar o processo de inclusão nas escolas públicas do Estado do Paraná com a

finalidade de diagnosticar os principais entraves á sua implementação para então,

sugerir plano de ação capaz de minimizar a problemática da exclusão gerada pela

desinformação de docentes e discentes.

4.2. ESPECÍFICOS

• Pesquisar a legislação vigente que aborda normas referentes a inclusão escolar de

educandos com necessidades educativas especiais no ensino comum desde os

pressupostos teóricos político-filosóficos até formas de implementação das diretrizes

estabelecida.

• Diagnosticar as opiniões dos educandos e demais profissionais da comunidade escolar

sobre a proposta inclusiva e sua participação na implementação de um ensino

adaptado as diferenças e as necessidades individuais.

• Identificar as principais dificuldades para a realização da inclusão no trabalho com

alunos inseridos no ensino comum.

• Desenvolver e implementar proposta de ação para minimizar problemas decorrentes

da falta de informação e formação específica para essa área.

6

UUNNIIDDAADDEE II

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EEEDDDUUUCCCAAAÇÇÇÃÃÃOOO IIINNNCCCLLLUUUSSSIIIVVVAAA NNNOOO BBBRRRAAASSSIIILLL

Desde a antiguidade, as pessoas deficientes sofrem discriminação, sendo segregadas

atribuindo aos seus aspectos diferenciados da normalidade como presença demoníaca ou

merecedora de caridade. Em qualquer de suas modalidades, as pessoas portadoras de

deficiência sempre encontraram guarida em todos os momentos da História. Mesmo com a

evolução da sociedade, a vida da pessoa deficiente foi marcada pelo preconceito e

discriminação. O número de deficientes aumentou durante as duas guerras mundiais,

principalmente durante a Segunda Guerra Mundial, com o extermínio nazista, através da

eutanásia nos deficientes.

A parte legal que a envolve a educação inclusiva brasileira ocorre desde 1824 quando

o Brasil era império sendo consagrado na Constituição direito à educação para todos os

Brasileiros, mantido nas Constituições de 1934, 1937 e 1946. Em 1948, a Declaração

Universal dos Direitos do Homem, aprovada pela Assembléia Geral das Nações Unidas,

afirma o princípio da não discriminação e proclama o direito de toda pessoa à educação. No

Brasil a educação especial começa a ter um cunho educacional, mas mantendo características

assistencialistas, organizada como atendimento educacional especializado paralelo ao ensino

comum, com a utilização de terminologias e modalidades que levaram a criação de

instituições especializadas, escolas especiais e classes especiais, desenvolvendo diferentes

formas de atendimentos e práticas escolares para os alunos com deficiência.

7

No Brasil, os diferentes atendimento às pessoas com deficiência iniciaram em 1854

com a criação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos, atual Instituto Benjamin Constant –

IBC; e em 1857 o Instituto dos Surdos Mudos, atual Instituto Nacional da Educação dos

Surdos – INES, ambos no Rio de Janeiro.

Em 1926 criou-se o Instituto Pestalozzi, instituição especializada no atendimento às

pessoas com deficiência mental; em 1954 é fundada a primeira Associação de Pais e Amigos

dos Excepcionais – APAE ; em 1945, é criado o primeiro atendimento educacional

especializado às pessoas com superdotação na Sociedade Pestalozzi.

Na década de 60, o atendimento educacional às pessoas com deficiência passa ser

fundamentado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 4.024/61, que aponta o

direito dos excepcionais à educação, preferencialmente dentro do sistema geral de ensino.

Na década de 70 a Lei nº. 5.692/71, altera a LDBEN de 1961, estabelecendo

tratamento especial para os alunos com deficiências: físicas, mentais, os que se encontram em

atraso considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados, mas não promove a

organização de um sistema de ensino capaz de atender as necessidades educacionais especiais

reforçando o encaminhamento dos alunos para as classes e escolas especiais.

Em 1973, é criado no MEC, o Centro Nacional de Educação Especial – CENESP,

responsável pela gerência da educação especial no Brasil, que, passa a impulsionar ações

educacionais voltadas às pessoas com deficiência e às pessoas com superdotação;

configuradas por campanhas assistenciais e com ações isoladas do Estado.

Tendo como um dos objetivos fundamentais da Constituição Federal de 1988 o de:

“promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer

outras formas de discriminação” (art.3º inciso IV).

Garantindo no artigo 205, a educação como um direito de todos, garantindo o pleno

desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho.

No artigo 206, inciso I, estabelece a “igualdade de condições de acesso e permanência

na escola”, como um dos princípios para o ensino e, garante, como dever do Estado, a oferta

do atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (art.

208).

8

Outro documento de renome criado na década de 90 foi a Declaração Mundial de

Educação para Todos e a Declaração de Salamanca, que passam a influenciar a formulação

das políticas públicas em prol da educação inclusiva.

Em 1994, é publicada a Política Nacional de Educação Especial, orientando o processo

de ‘integração instrucional’ que condiciona o acesso às classes comuns do ensino regular

àqueles que "(...) possuem condições de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares

programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais”.

ATIVIDADES – CLIP Musical

Título: Música Imagine – John Lennon

Objetivo:

Analisar em que grau ocorre, ou não, a inclusão ou segregação dos educandos

deficientes no processo educacional, como e quando há estímulos para inserção dos mesmos

pautados no respeito e apoio a diversidade, estabelecendo uma analogia entre o mundo real e

a aplicabilidade das leis existentes.

Metodologia:

A atividade será desenvolvida através da leitura e interpretação da música Imagine,

utilizando as tecnologias como: TV multimídia, pen-drive, equipamentos do laboratório

Paraná Digital entre outras, dialogar com os educandos, sobre: o que eles pensam e sabem

sobre a inclusão das pessoas com deficiência, no convívio escolar, analisar se ocorre a

inclusão ou segregação de todos os educandos no processo educacional, se encontram

dificuldades de interação com os mesmos. Estimulando os educandos a participar e, registrar

suas concepções sobre o tema proposto, apontando quais as concepções que os mesmos

possuem sobre o tema e o que gostariam de discutir com o objetivo de respeitar e apoiar a

diversidade, estabelecer uma analogia entre o mundo real e a aplicabilidade das leis

existentes.

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Fragmentos da Música Imagine – John Lennon

Imagine não existir posses / Surpreenderia-me se você conseguisse

Sem ganância e fome / Uma irmandade humana

Compartilhando todo mundo / Você pode dizer

Que sou um sonhador / Mas não sou o único

Desejo que um dia / você se junte a nós

E o mundo, então, será como um só.

Recursos audiovisuais: Pen-drive – TV multimídia.

Assistir o clipe da música, analisando fragmentos que, promovam a discussão sobre a

inclusão do educando portador de deficiência no ambiente escolar. Estimulando a reflexão

sobre:

• Existem barreiras físicas, ou humanas que dificultam o relacionamento com todos?

• Quais as alternativas, para que todas as pessoas consigam conviver no planeta Terra de

forma harmoniosa?

• Como amenizar os problemas para os educandos com deficiência que estão inseridos

no contexto escolar da EJA Casturina C. Bonfim de Pitanga?

• Há possibilidade de transformar esse mundo em um só? Como?

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UNIDADE II

http://jornale.com.br/blogoool/wp-content/uploads/2009/02/bandeira-parana.bmp

HISTÓRICO DA INCLUSÃO

EDUCACIONAL NAS ESCOLAS PÚBLICAS

PARANAENSE

Nas últimas décadas os fundamentos teórico metodológicos da inclusão escolar tem

sido tema constante em pesquisas, debates e inúmeros eventos científicos. A partir da década

de 90 com a Declaração de Salamanca, o ensino centralizou-se numa concepção de

educação de qualidade para todos, e respeito à diversidade.

No estado do Paraná em 2006, foram elaboradas as Diretrizes Curriculares da

Educação Especial para a Construção de Currículos Inclusivos, pela SEED com a participação

de uma equipe multidisciplinar integrada pelos professores, pedagogos, equipes pedagógicas

dos Núcleos Regionais de Educação e técnico pedagógicos da SEED, com objetivo de

construir um documento orientador do currículo para toda a Rede Pública Estadual de

Ensino. Com a realização de seminários, simpósios, reuniões técnicas e encontros

descentralizados, favorecendo a participação dos educadores nas discussões que aconteceram

ao longo de três anos, com intensos debates proporcionando reflexão e compreensão da

educação especial em nosso estado e propiciando o aprofundamento das especificidades de

cada nível de ensino, desde as orientações às outras redes de ensino, gerando um estudo

11

constante em face das mudanças propostas, sobre a inserção dos alunos com deficiência na

rede regular de ensino.

Rever possibilidades de implementação da inclusão e construção de uma ação

pedagógica que contemple o processo de formação humana buscando garantir o sucesso e

permanência de todos na escola, possibilitando o acesso ao conhecimento histórico

cientificamente construído, de forma significativa aos educandos com necessidades

educativas especiais, é um dos grandes desafios que enfrentamos na educação, lembrando

que, nosso único desafio não é só a escolarização. É também, com a vida do dia-a-dia, nos

vários espaços que os educandos ocupam, espaços que se realizará a apropriação da cultura e

dos conhecimentos dando continuidade ao percurso histórico que o ser humano realiza.

ATIVIDADES – Fragmentos do Filme O milagre de Anne Sullivan

O Milagre de Anne Sullivan - Titulo Original: (The Miracle Worker)

Ano: 1962 (EUA) - Direção: Arthur Penn - Duração: 107 min - Gênero: Drama

A incansável tarefa de Anne Sullivan (Anne Bancroft), uma professora, ao tentar fazer

com que Helen Keller (Patty Duke), uma garota cega, surda e muda, se adapte e entenda (pelo

menos em parte) as coisas que a cercam. Para isto entra em confronto com os pais da menina,

que sempre sentiram pena da filha e a mimaram, sem nunca terem lhe ensinado algo nem lhe

tratado como qualquer criança.

Dialogar com os educandos:

• Você conhece ou convive com pessoas deficientes? Será que elas são tratadas de

maneira diferente na sociedade? Elas são ouvidas e respeitadas? O que mais lhe chama

a atenção quando depara-se com uma pessoa deficiente? Justique sua resposta.

12

UNIDADE – III

http://2.bp.blogspot.com/_je_kYhGeA0g/Slx5VbQO89I/AAAAAAAABP8/5VKLRq0LttE/s400/EJA.jpg

INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E

ADULTOS – EJA

A ação pedagógica da EJA deve ser diferenciada das práticas desenvolvidas pelas

outras modalidades e níveis de ensino, com uma concepção crítica que respeite a faixa etária

de seus educandos, jovens e adultos que na época adequada não encontraram na escola seu

espaço, e agora retornam, com esperança, de ao serem alfabetizados, terem um futuro melhor.

Não os infantilizando articulando-se com os movimentos sociais entre os saberes populares e

os historicamente sistematizados.

Na modalidade da Educação de Jovens e Adultos (EJA) os saberes socialmente e

historicamente construídos pelos educandos, suas aspirações, objetivos de vida, encontram na

pedagogia proposta por Freire alternativas significativas para desenvolver o processo ensino

aprendizagem. Após a divulgação da Pedagogia do Oprimido, o educador Paulo Freire, teve

seu reconhecimento internacional, nesta obra ele explicita sua proposta de alfabetização que

busca despertar uma conscientização como eixo condutor do processo educativo, respeitando

os diferentes saberes, onde o ser humano compartilhe solidariedade ao outro. Pautada na

coerência da teoria com sua práxis, havendo uma preocupação com a vivência dos educandos,

que sofrem ou sofreram injustiças, exclusão, discriminação, segregação, os oprimidos, que

não têm, ou não tiveram, acesso à escola no momento correspondente com sua idade

13

cronológica, ocasionado pelo processo de exclusão social gerado por um sistema capitalista,

pautado nos interesses dos poderosos.

Através de uma releitura de mundo refletindo sobre o problema vividos, rever e

repensar o processo ensino aprendizagem buscando combater o modelo de escola excludente

e discriminatória, vivenciando uma postura critica frente ao processo educativo diferenciado

das outras propostas de ensino, eliminando a não consciência ou a consciência ingênua.

Modificando as relações de poder, a partir da comunidade onde se vive.

Sendo a tomada da consciência crítica o início da caminhada para uma vida melhor.

Em detrimento de uma proposta assistencialista, vivenciada pelas políticas públicas abordadas

no contexto global, é um desafio social, um caminho de luta, de transformação social na busca

ao direito de todos pela educação formal abordada na legislação.

Sua proposta apresenta um enfoque político, relacionado à identidade cultural do

alfabetizando no processo de luta, procurando diminuir o distanciamento cultural e social do

analfabeto, inserido-o no mundo letrado, na busca de seu espaço por uma vida melhor,

minimizando a violência cultural da exclusão, da discriminação e opressão. Contribuir para a

sua inserção no mundo, da cultura romper paradigmas e ultrapassar muralhas construídas pela

classe dominante, pelo tradicionalismo e pela falta de ações políticas que proporcionem a

educação para todos prevista na legislação.

ATIVIDADES – Fragmentos do Filme – Mar Adentro

Titulo Original: Mar Adentro Duração: 125 minutos Gênero: Drama

Direção: Alejandro Amenábar - Ano: 2004

Ramón (Javier Bardem) é um tetraplégico que está preso a uma cama há trinta anos. A

sua única janela para o mundo é a do seu quarto, perto do mar, mar em que tanto viajou mas

também onde teve o acidente que lhe roubou a juventude e a vida. Desde então que Ramón

luta pelo direito a pôr termo à vida dignamente, luta pelo direito à eutanásia. A chegada de

duas mulheres à sua vida alterará a sua existência: Julia é uma advogada que está disposta a

apoiar a sua luta a favor da eutanásia, Rosa, uma vizinha que não desiste enquanto não o

convencer que viver vale a pena.

14

Dialogar com os educandos:

• Em relação aos fragmentos do filme – Mar adentro – você concorda que as pessoas

deficientes devem praticar a eutanásia para amenizar seus sofrimentos? Justifique sua

resposta.

• Você sabe o que significa eutanásia? Vamos pesquisar sobre a eutanásia?

15

UNIDADE – IV

http://www.planetaeducacao.com.br/portal/imagens/artigos/editorial/cotas_01.jpg

Fragmentos de Textos Política Inclusiva

Declaração Universal dos Direitos Humanos Artigo l

“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de

razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de

fraternidade”. (A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um dos documentos básicos

das Nações Unidas e foi assinada em 1948. Nela, são enumerados os direitos que todos os

seres humanos possuem).

POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA

EDUCAÇÃO INCLUSIVA - Brasília - Janeiro de 2008

IV - OBJETIVO DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA

PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva tem

como objetivo assegurar a inclusão escolar de alunos com deficiência, transtornos globais do

desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, orientando os sistemas de ensino para

garantir: acesso ao ensino regular, com participação, aprendizagem e continuidade nos níveis

mais elevados do ensino; transversalidade da modalidade de educação especial desde a

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educação infantil até a educação superior; oferta do atendimento educacional especializado;

formação de professores para o atendimento educacional especializado e demais profissionais

da educação para a inclusão; participação da família e da comunidade; acessibilidade

arquitetônica, nos transportes, nos mobiliários, nas comunicações e informação; e articulação

intersetorial na implementação das políticas públicas.

VI - DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA

PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A educação especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas

e modalidades, realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza os serviços e

recursos próprios desse atendimento e orienta os alunos e seus professores quanto a sua

utilização nas turmas comuns do ensino regular.

O atendimento educacional especializado identifica, elabora e organiza recursos

pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos

alunos, considerando as suas necessidades específicas. As atividades desenvolvidas no

atendimento educacional especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula

comum, não sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou

suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora

dela.

O atendimento educacional especializado disponibiliza programas de enriquecimento

curricular, o ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização, ajudas

técnicas e tecnologia assistiva, dentre outros. Ao longo de todo processo de escolarização,

esse atendimento deve estar articulado com a proposta pedagógica do ensino comum.

A inclusão escolar tem início na educação infantil, onde se desenvolvem as bases

necessárias para a construção do conhecimento e seu desenvolvimento global. Nessa etapa, o

lúdico, o acesso às formas diferenciadas de comunicação, a riqueza de estímulos nos aspectos

físicos, emocionais, cognitivos, psicomotores e sociais e a convivência com as diferenças

favorecem as relações interpessoais, o respeito e a valorização da criança. Do nascimento aos

três anos, o atendimento educacional especializado se expressa por meio de serviços de

intervenção precoce que objetivam otimizar o processo de desenvolvimento e aprendizagem

em interface com os serviços de saúde e assistência social.

17

Em todas as etapas e modalidades da educação básica, o atendimento educacional

especializado é organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos, constituindo oferta

obrigatória dos sistemas de ensino e deve ser realizado no turno inverso ao da classe comum,

na própria escola ou centro especializado que realize esse serviço educacional.

Desse modo, na modalidade de educação de jovens e adultos e educação profissional,

as ações da educação especial possibilitam a ampliação de oportunidades de escolarização,

formação para a inserção no mundo do trabalho e efetiva participação social.

A interface da educação especial na educação indígena, do campo e quilombola deve

assegurar que os recursos, serviços e atendimento educacional especializado estejam presentes

nos projetos pedagógicos construídos com base nas diferenças socioculturais desses grupos.

Na educação superior, a transversalidade da educação especial se efetiva por meio de

ações que promovam o acesso, a permanência e a participação dos alunos. Estas ações

envolvem o planejamento e a organização de recursos e serviços para a promoção da

acessibilidade arquitetônica, nas comunicações, nos sistemas de informação, nos materiais

didáticos e pedagógicos, que devem ser disponibilizados nos processos seletivos e no

desenvolvimento de todas as atividades que envolvem o ensino, a pesquisa e a extensão.

Para a inclusão dos alunos surdos, nas escolas comuns, a educação bilíngüe - Língua

Portuguesa/LIBRAS, desenvolve o ensino escolar na Língua Portuguesa e na língua de sinais,

o ensino da Língua Portuguesa como segunda língua na modalidade escrita para alunos

surdos, os serviços de tradutor/intérprete de Libras e Língua Portuguesa e o ensino da Libras

para os demais alunos da escola. O atendimento educacional especializado é ofertado, tanto na

modalidade oral e escrita, quanto na língua de sinais. Devido à diferença lingüística, na

medida do possível, o aluno surdo deve estar com outros pares surdos em turmas comuns na

escola regular.

O atendimento educacional especializado é realizado mediante a atuação de

profissionais com conhecimentos específicos no ensino da Língua Brasileira de Sinais, da

Língua Portuguesa na modalidade escrita como segunda língua, do sistema Braille, do

soroban, da orientação e mobilidade, das atividades de vida autônoma, da comunicação

alternativa, do desenvolvimento dos processos mentais superiores, dos programas de

enriquecimento curricular, da adequação e produção de materiais didáticos e pedagógicos, da

utilização de recursos ópticos e não ópticos, da tecnologia assistiva e outros.

18

Cabe aos sistemas de ensino, ao organizar a educação especial na perspectiva da

educação inclusiva, disponibilizar as funções de instrutor, tradutor/intérprete de Libras e guia

intérprete, bem como de monitor ou cuidador aos alunos com necessidade de apoio nas

atividades de higiene, alimentação, locomoção, entre outras que exijam auxílio constante no

cotidiano escolar.

Para atuar na educação especial, o professor deve ter como base da sua formação,

inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e conhecimentos

específicos da área. Essa formação possibilita a sua atuação no atendimento educacional

especializado e deve aprofundar o caráter interativo e interdisciplinar da atuação nas salas

comuns do ensino regular, nas salas de recursos, nos centros de atendimento educacional

especializado, nos núcleos de acessibilidade das instituições de educação superior, nas classes

hospitalares e nos ambientes domiciliares, para a oferta dos serviços e recursos de educação

especial.

Esta formação deve contemplar conhecimentos de gestão de sistema educacional

inclusivo, tendo em vista o desenvolvimento de projetos em parceria com outras áreas,

visando à acessibilidade arquitetônica, os atendimentos de saúde, a promoção de ações de

assistência social, trabalho e justiça.

Documento elaborado pelo Grupo de Trabalho nomeado pela Portaria nº 555/2007,

prorrogada pela Portaria nº 948/2007, entregue ao Ministro da Educação em 07 de

janeiro de 2008.

ATIVIDADES

Após a leitura dos fragmentos dos textos, promover um debate em sala de aula com os

educandos fazendo uma análise detalhada sobre, o real cumprimento da legislação inclusiva.

19

REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 13ª.ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1983.

MEC - Ministério de Educação - Secretaria de Educação Especial Política Nacional de

Educação Especial, Brasília MEC - SEEDSP 1994.

MONTOAM, Maria Tereza Eglér e colaboradores, Integração de Pessoas com Deficiência -

editora Memnon edições científicas Ltda, 1997.

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA – Declaração de Salamanca e Linha de Ação Sobre

Necessidades Educativas Especiais - Brasília, Corde, 1997.

PARANÁ – Diretrizes Curriculares da Educação Especial para a Construção de

Currículos Inclusivos – SEED - Curitiba, 2006.

ROSS, Paulo R. Educação e trabalho: a conquista da diversidade ante as políticas neoliberais.

BIANCHETTI, L; FREIRE, I. In: Um olhar sobre a diferença: interação, trabalho e

cidadania. Campinas – SP: Papirus, 1998.

SATAINBACK Susan Willian Satainback – Inclusão um Guia para Educadores Tradução

Magda França Lopes - Artmed editora S.A. Porto Alegre 1999.

Links Consultados

Link:http://mpcdceara.org/wpcontent/uploads/2010/04/politicaeducespecial.pdfhttp://mpcdcea

ra.org/wp-content/uploads/2010/04/politicaeducespecial.pdf

Link http://www.youtube.com/watch?v=b7FHCe1_THo&feature=related

Link: http://www.youtube.com/watch?v=vT8x6jMRQAs

20

ANEXOS

21

QUESTIONÁRIO

1) Você convive com pessoas deficientes? ( ) Sim ( ) Não

2) Ouviu falar em Educação Inclusiva? ( ) Sim ( ) Não

3) Algumas siglas são utilizadas para nomear algumas deficiências nos seres humanos.

Você sabe o significado delas? DI - ..................................................................................

DV- ............................................................. DF ....................................................................

DA .............................................................. DM - ................................................................

4) Em sua sala de aula existem educandos com deficiência? ( ) Sim ( ) Não

5) Ao fazer o percurso de sua casa até a escola, percebe que as ruas são adequadas para

as pessoas cegas ou cadeirantes? ( ) Sim ( ) Não

6) As pessoas deficientes são discriminadas no ambiente escolar? ( ) Sim ( ) Não

7) Você conhece a legislação internacional e nacional que ampara as pessoas

deficientes? ( ) Sim ( ) Não

8) Você presenciou discriminação em relação aos educandos deficientes?

( ) Sim ( ) Não

9) Você acha que a deficiência deve ser considerada como um castigo para os pais?

( ) Sim ( ) Não

10) O que sente quando encontra uma pessoa deficiente?

.................................................................................................................................................

.................................................................................................................................................