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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS SECRETARIA DE ESTADO DE AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Rodovia Pref. Américo Gianetti, s/º - Serra Verde – Ed. Gerais – 10 andar 31630-901 – Belo Horizonte – MG À UNIDADE REGIONAL COLEGIADA RIO DAS VELHAS DO CONSELHO DE POLÍTICA AMBIENTAL DE MINAS GERAIS – COPAM / MG Parecer Empreendedor: Mauro Antônio Costa de Araújo Empreendimento: MM Participações LTDA Atividade: intervenção ambiental sem AFF Processo: 02040000371/13 I – Introdução Esse parecer visa analisar o processo do pedido de supressão da cobertura vegetal nativa com des- toca em área de 0,78 ha, intervenção em app com supressão de vegetação nativa em área de 2.41 ha e intervenção em app sem supressão de vegetação nativa em área de 0,13 ha. É pretendido com a intervenção requerida a realização do projeto de implantação de um açude para irrigação em uma área correspondente a 7,37 ha através do barramento no Córrego Paiol. O parecer se justifica após pedido de vistas na 96ª Reunião Extraordinária da Unidade Regional Colegiada Rio das Velhas do COPAM (Conselho Estadual de Política Ambiental de Minas Gerais), ocorrida em 28/06/2016. Histórico do Processo: Data de início: 05\12\2013 Formalização do processo, conforme resolução conjunta IEF|SEMAD1905\2013. - 12\12\2013 – Primeira vistoria - 21\01\2014 - Solicitação de Informações complementares - 07\04\2014 – Segunda vistoria - 11\04\2014 – Solicitação de Informações complementares - 12\05\2014 – Entrega de informações solicitadas - 13\05\2015 – Terceira vistoria - 19\05\2015 – Solicitação de Informações complementares - 29\09\2015 – Entrega de informações solicitadas - 09\11\2015 – Parecer Técnico - 18\01\2016 – Solicitação de Informações complementares - 26\02\2016 – Entrega de informações solicitadas - 30\03\2016 – Encaminha para análise e Parecer Jurídico por falta de treinamento em processos de regularização em área de Floresta Estacional Semidecidual ( Mata Atlântica).

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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAISSECRETARIA DE ESTADO DE AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABA STECIMENTO

Rodovia Pref. Américo Gianetti, s/º - Serra Verde – Ed. Gerais – 10 andar31630-901 – Belo Horizonte – MG

À UNIDADE REGIONAL COLEGIADA RIO DAS VELHAS DO CONSELHO DE POLÍTICAAMBIENTAL DE MINAS GERAIS – COPAM / MG

Parecer

Empreendedor: Mauro Antônio Costa de AraújoEmpreendimento: MM Participações LTDAAtividade: intervenção ambiental sem AFFProcesso: 02040000371/13

I – Introdução Esse parecer visa analisar o processo do pedido de supressão da cobertura vegetal nativa com des-toca em área de 0,78 ha, intervenção em app com supressão de vegetação nativa em área de 2.41ha e intervenção em app sem supressão de vegetação nativa em área de 0,13 ha. É pretendido coma intervenção requerida a realização do projeto de implantação de um açude para irrigação em umaárea correspondente a 7,37 ha através do barramento no Córrego Paiol.O parecer se justifica após pedido de vistas na 96ª Reunião Extraordinária da Unidade RegionalColegiada Rio das Velhas do COPAM (Conselho Estadual de Política Ambiental de Minas Gerais),ocorrida em 28/06/2016.

Histórico do Processo:Data de início: 05\12\2013Formalização do processo, conforme resolução conjunta IEF|SEMAD1905\2013.- 12\12\2013 – Primeira vistoria- 21\01\2014 - Solicitação de Informações complementares- 07\04\2014 – Segunda vistoria- 11\04\2014 – Solicitação de Informações complementares- 12\05\2014 – Entrega de informações solicitadas- 13\05\2015 – Terceira vistoria- 19\05\2015 – Solicitação de Informações complementares- 29\09\2015 – Entrega de informações solicitadas- 09\11\2015 – Parecer Técnico- 18\01\2016 – Solicitação de Informações complementares- 26\02\2016 – Entrega de informações solicitadas- 30\03\2016 – Encaminha para análise e Parecer Jurídico por falta de treinamento em processos de

regularização em área de Floresta Estacional Semidecidual ( Mata Atlântica).

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II- Visita técnica

Data da Visita – 09 de setembro 2016

Na visita realizada observa-se nitidamente que se trata de uma propriedade diferenciada da médianacional. Cumpre com louvor o seu papel produtivo, social e ambiental. Adota práticas sustentá-veis de conservação de estradas rurais, de aproveitamento de águas de chuva no telhado dos seusgalpões, reúso de água de chuva na lavagem de instalações e na pulverização de melhoria no con-forto dos animais, práticas de conservação de solo, plantio direto, cultivo mínimo e outras práticassustentáveis que, somando-se às informações abaixo demonstram e caracterizam o interesse sociale preservacionista deste empreendimento.

A atividade principal na fazenda é a produção de leite e melhoramento genético de animais leitei-ros. São produzidos diariamente 8.000 litros de leite, com 240 vacas que há mais de 10 anos sãoentregues a Cooperativa de Sete Lagoas. A média de lactação anual das vacas é em torno de 9.000mil/Kg/lactação, com animais de até 13.000 kg\lactação (média do Brasil 1500 kg\lactação).Possuiatualmente 35 empregados contratados diretamente, mais eventuais e parceiros que ajudam no em-preendimento.Em parceria com a EMBRAPA Milho e Sorgo de Sete Lagoas e EMBRAPA Gado de Leite de Juizde Fora, recebeu, no ano de 2015\2016, em visitas técnicas para difusão da tecnologia adotada,aproximadamente 500 pessoas entre pesquisadores científicos, técnicos, produtores rurais e estu-dantes.

A fazenda possui também um programa de melhoramento genético feito através de seleção de doa-doras e fertilização in vitro, onde são produzidos fêmeas geneticamente superiores e parte dos ma-chos de melhor genética são repassados a pequenos produtores que utilizam monta natural de tou-ros.

Na primavera e no verão a fazenda produz milho, feno/pré-secado de tifton para alimentar o gado,e vende eventual excedente de produção, intercalando as áreas com plantio de soja para rotação decultura. Já no inverno, é plantado feijão e/ou aveia, cuja produção demanda pouca água, rotacionacultura e no caso da aveia deixa uma camada de matéria orgânica no solo para plantio direto. Todoo plantio da fazenda é feito em plantio direto. Os dejetos de animais são usados, em sua maior par-te, para compostagem, produção experimental de húmus de minhoca e utilização para fertilizaçãodas terras de agricultura.

Dentre os diversos benefícios sociais advindos da construção deste açude podemos destacar o au-mento da produção de grãos, leite e outros alimentos.

Através do levantamento realizado pelo Zoneamento Ambiental e Produtivo – ZAP, elaborado parabacia do Ribeirão Jequitibá, constatou que a sub-bacia do Córrego Paiol, já apresenta comprometi-mento de 78% de sua disponibilidade hídrica outorgável, evidenciando portanto que a construção deste reservatório pode ser uma das medidas para regularizar a vazão a montante, aumentando as-sim a disponibilidade hídrica desta sub-bacia, contribuindo desta forma para regularização e forne-cimento de água, em qualidade e quantidade, para a Bacia do Rio Jequitibá.

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Fazenda Barreiro Alto – Foto 9\9\16 Bacia de Contenção de Enxurrada

Fazenda Barreiro Alto – Foto 9\9\16 – Melhoramento Genético

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Considerando que não existe outra alternativa técnica e locacional, a ecasses hídrica e a necessida-de de tornar a produção de alimentos cada vez mais sustentável, propõe-se o barramento, haja vis-to que, seria o único caminho adequado para o empreendimento. Vale salientar ainda que a fazenda, mesmo possuindo uma pequena área com espécies típicas dafloresta estacional semidecidual, região de transição entre os biomas Cerrado e Mata Atlântica, estainserida predominantemente no Bioma Cerrado, inclusive comprovado com o próprio mapa doIBGE. O próprio parecer da Supram corrobora do mesmo entendimento:

“A propriedade caracteriza-se pelas atividades de bovinocultura leiteira e de produção decultivos agrícolas anuais. Apresenta topografia suave-ondulada e na área às margens do cur-so d’água no qual pretende-se construir a barragem o relevo é acidentado a montante e suavi-zado e jusante. O solo é do tipo latossolo vermelho-amarelo. Vegetação geral de pastagem eespécies arbóreas não adensadas. Está inserida no Bioma cerrado (grifos nossos) entretantoapresenta fragmentos com fitofisionomia de Floresta Estacional Semidecidual” (Retirado doParecer Técnico P.A Nº 02040000371/13, Lovaine Pereira Souto).

Fazenda Barreiro Alto – Foto 9\9\16 - Pequi (Caryocar brasiliense)– Árvore Típica do Cerrado

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IV- Fundamentação jurídica

A visita técnica comprova que a área em questão não se trata de região de Mata Atlântica, inclusivetal conclusão vai ao encontro do mapa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, que es-tipula a área de Mata Atlântica no Brasil, onde o empreendimento não se encontra nos limites domapa.Nesse sentido, a Lei 11428 de 22 de dezembro de 2006, Lei da Mata Atlântica, dispõe:

Art. 2o Para os efeitos desta Lei, consideram-se integrantes do Bioma Mata Atlântica as se-guintes formações florestais nativas e ecossistemas associados, com as respectivas delimita-ções estabelecidas em mapa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, con-forme regulamento: Floresta Ombrófila Densa; Floresta Ombrófila Mista, também denomi-nada de Mata de Araucárias; Floresta Ombrófila Aberta; Floresta Estacional Semidecidual; eFloresta Estacional Decidual, bem como os manguezais, as vegetações de restingas, camposde altitude, brejos interioranos e encraves florestais do Nordeste

Veja, o parâmetro para se considerar a área Bioma Mata Atlântica se dá pelas limitações estabeleci-das em mapa pelo IBGE.O Decreto 6660 de 21 de novembro 2008 que regulamenta a Lei 11428/2006 dispõe no mesmosentido.

Art. 1o O mapa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, previsto no art.2o da Lei no 11.428, de 22 de dezembro de 2006, contempla a configuração original das se-guintes formações florestais nativas e ecossistemas associados: Floresta Ombrófila Densa;Floresta Ombrófila Mista, também denominada de Mata de Araucárias; Floresta OmbrófilaAberta; Floresta Estacional Semidecidual; Floresta Estacional Decidual; campos de altitude;áreas das formações pioneiras, conhecidas como manguezais, restingas, campos salinos e áre-as aluviais; refúgios vegetacionais; áreas de tensão ecológica; brejos interioranos e encravesflorestais, representados por disjunções de Floresta Ombrófila Densa, Floresta OmbrófilaAberta, Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Estacional Decidual; áreas de estepe, sa-vana e savana-estépica; e vegetação nativa das ilhas costeiras e oceânicas.

§ 1o Somente os remanescentes de vegetação nativa primária e vegetação nativasecundária nos estágios inicial, médio e avançado de regeneração na área de abran-gência do mapa definida no caput terão seu uso e conservação regulados por este De-creto, não interferindo em áreas já ocupadas com agricultura, cidades, pastagens eflorestas plantadas ou outras áreas desprovidas de vegetação nativa.

§ 2o Aplica-se a todos os tipos de vegetação nativa delimitados no mapa referi-do no caput o regime jurídico de conservação, proteção, regeneração e utilização es-tabelecido na Lei nº 11.428, de 2006, e neste Decreto, bem como a legislação ambien-tal vigente, em especial a Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965.

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§ 3o O mapa do IBGE referido no caput e no art. 2º da Lei nº 11.428, e 2006, denomi-nado Mapa da Área de Aplicação da Lei no 11.428, de 2006, será disponibilizado nos sítioseletrônicos do Ministério do Meio Ambiente e do IBGE e de forma impressa.

Mapa da Área de Aplicação da Lei no 11.428, de 2006

Ora, o critério para se considerar a área Mata Atlântica é legal e objetivo, logo, não resta dúvidaque na área em questão a lei 11428/2006 não poderá ser aplicada.Por conseguinte, mesmo que uma pequena área tenha espécies típicas da floresta estacional semi-decidual, como comprovado na visita técnica, isto não quer dizer que trata-se de Bioma da MataAtlântica, trata-se apenas de uma área de transição entre os Bioma da Mata Atlântica e Cerrado. In-clusive o próprio parecer da Supram, já mencionado acima, afirma que a área está inserida no Bio-ma Cerrado.

Ad argumentandum um tantum cabe ressaltar que a intervenção é de interesse social e que inexistealternativa técnica e locacional ao empreendimento, como a visita técnica demonstrou. Além dissoo barramento é fundamental para auxiliar no controle das enchentes, retendo água no período dascheias e liberando gradativamente no período das secas. Assim sendo, a própria Lei 11428/2006,

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legislação utilizada no parecer da Supram para indeferir a atividade, prevê que cabe a intervençãonos casos de interesse social:

Art. 14. A supressão de vegetação primária e secundária no estágio avançado de rege-neração somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública, sendo que a vege-tação secundária em estágio médio de regeneração poderá ser suprimida nos casos deutilidade pública einteresse social, em todos os casos devidamente caracterizados e motivados em proce-dimento administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional aoempreendimento proposto, ressalvado o disposto no inciso I do art. 30 e nos §§ 1o e2o do art. 31 desta Lei.

A lei traz as hipóteses de interesse social e seu art. 3°, VIII, “c” prevê:

Art. 3o Consideram-se para os efeitos desta Lei: VIII - interesse social: c) demais obras, planos, atividades ou projetos definidos em resolução do Conselho Nacio-nal do Meio Ambiente.

Veja que alínea “c” amplia o rol para os casos de interesse social definidos pelo Conselho Nacionaldo Meio Ambiente- CONAMA. Porém, a resolução CONAMA 369/2006 teve seu rol de hipótesesde interesse social ampliadas com o Novo Código Florestal Brasileiro, Lei 12.651 de 25 de maiode 2012 e dentro desse novo rol a atividade em contento se encaixa perfeitamente.

A atividade pretendida pelo empreendedor, qual seja, barramento para reservação de água paraagricultura irrigada, é considerada tanto pelo Novo Código Florestal (Lei 12651/2012) como peloNovo Código Florestal Mineiro (Lei 20922/2013) como de interesse social e cumulativamente,como atividade eventual e de baixo impacto ambiental, ou seja, atividade passível de intervençãoambiental.O artigo 3º da Lei 12651 de 2012 dispõe:

Art. 3o Para os efeitos desta Lei, entende-se por:IX - interesse social:(...)e) implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e de efluentestratados para projetos cujos recursos hídricos são partes integrantes e essenciais da ati-vidade;

A legislação mineira é ainda mais contundente ao tratar sobre o assunto, o art. 3º, II do CódigoFlorestal Mineiro prevê:

Art. 3º Para os fins desta Lei, consideram-se:

II - de interesse social:(…)

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e) a implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e de efluen-tes tratados para projetos cujos recursos hídricos sejam partes integrantes e essenciaisda atividade;

Diante do exposto, aliado aos fundamentos técnicos adquiridos na visita técnica, a intervenção re-querida pelo empreendedor Sr. Mauro Antônio Costa de Araújo é de interesse social e deve ser au-torizada pelo órgão ambiental.

V- ConclusãoDentre os diversos benefícios sociais gerados com o aumento da produção de grãos, leite e outrosalimentos, advindos da construção desta barragem, podemos destacar os benefícios ambientais queacontecerão através do armazenamento de água, regularização na vazão hídrica do Córrego Sapé esua contribuição para regularização e fornecimento de água, em qualidade e quantidade, para a Ba-cia do Rio Jequitibá.

Manifesta-se a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais,pelo deferimento do pedido e portanto, solicitamos que o processo seja baixado em diligência parauma revisão do parecer, considerando as informações e observações relatadas acima.

Belo Horizonte, 20 de setembro de 2016.

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Marcos Eugênio Sampaio RodriguesEngenheiro Agrônomo

Coordenador Regional EMATER MG Uregi Belo HorizonteConselheiro SEAPA