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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável SUPRAM - CENTRAL Av. Senhora do Carmo nº 90 Savassi - Belo Horizonte – MG CEP 30.330 -000 – Tel: (31) 3228 7700 PU 208/2010 Página: 1/12 PARECER ÚNICO 208/2010 PROTOCOLO Nº 775936/2010 Indexado ao(s) Processo(s) Licenciamento Ambiental Nº 00073/1980/016/2006 Licença de Operação em Caráter Corretivo- LOC Deferido Outorga Nº: Não aplica APEF Nº Não aplica Reserva legal Nº Não ap lica Empreendimento: Cachoeira Velonorte S.A Validade: 4 (quatro) anos CNPJ: 20.933.354/0001 -04 Município: Cachoeira da Prata/MG Unidade de Conservação: Não Aplica Bacia Hidrográfica: Rio São Francisco Sub Bacia: Ribeirão dos Macacos Atividades objeto do licenciamento: Código DN 74/04 Descrição Classe C-08- 01-1 Beneficiamento de Fibras Têxteis Naturais e Artificiais 5 Medidas mitigadoras: SIM Medidas compensatórias: NÃO Condicionantes: SIM Automonitoramento: SIM Responsável legal pelo empreendimento: José Augusto Bahia Figueiredo Registro de classe Responsável Técnico pelos Estudos Técnicos Apresentados Artur Torres Filho André Luiz Gomes Registro de classe CREA 15.965/D CREA 57.040/D Processos no Sistema Integrado de Informações Ambientais - SIAM SITUAÇÃO 00073/1980/012/2002 Ind eferido Relatório de vistoria/auto de fiscalização: 013280 /2009 DATA: 15/12/2009 Equipe Interdisciplinar: Registro de classe Assinatura Elaine Cristina Campos MASP nº 1197557-0 Laércio Capanema Marques MASP nº 1148544-8 Gisele Guimarães Caldas MASP nº 1150769-6 Isabel Cristina R. R. C. de Menezes Diretora Técnica/MASP 1043798-6 Leonardo Maldonado Coelho Chefe do Núcleo Jurídico - MASP 1200563-3

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PARECER ÚNICO nº 208/2010 PROTOCOLO Nº 775936/2010 Indexado ao(s) Processo(s) Licenciamento Ambiental Nº 00073/1980/016/2006 Licença de Operação em Caráter

Corretivo- LOC Deferido

Outorga Nº: Não aplica APEF Nº Não aplica Reserva legal Nº Não aplica Empreendimento: Cachoeira Velonorte S.A Validade: 4 (quatro) anos CNPJ: 20.933.354/0001-04 Município: Cachoeira da Prata/MG

Unidade de Conservação: Não Aplica Bacia Hidrográfica: Rio São Francisco Sub Bacia: Ribeirão dos Macacos Atividades objeto do licenciamento: Código DN 74/04 Descrição Classe C-08-01-1 Beneficiamento de Fibras Têxteis Naturais e Artificiais 5 Medidas mitigadoras: SIM Medidas compensatórias: NÃO Condicionantes: SIM Automonitoramento: SIM Responsável legal pelo empreendimento: José Augusto Bahia Figueiredo

Registro de classe

Responsável Técnico pelos Estudos Técnicos Apresentados Artur Torres Filho André Luiz Gomes

Registro de classe CREA 15.965/D CREA 57.040/D

Processos no Sistema Integrado de Informações Ambientais - SIAM SITUAÇÃO 00073/1980/012/2002 Indeferido Relatório de vistoria/auto de fiscalização: 013280/2009 DATA: 15/12/2009

Equipe Interdisciplinar: Registro de classe Assinatura

Elaine Cristina Campos MASP nº 1197557-0

Laércio Capanema Marques MASP nº 1148544-8

Gisele Guimarães Caldas MASP nº 1150769-6

Isabel Cristina R. R. C. de Menezes Diretora Técnica/MASP 1043798-6

Leonardo Maldonado Coelho Chefe do Núcleo Jurídico - MASP 1200563-3

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1. INTRODUÇÃO

O presente parecer único tem por objetivo subsidiar o julgamento do pedido de Licença de Operação em caráter Corretiva - LOC, para o empreendimento Cia Têxtil Cachoeira Velonorte S/A. A unidade objeto deste licenciamento trata-se de uma indústria que exerce a atividade de fabricação de tecidos, beneficiamento e acabamento de malhas, no município de Cachoeira da Prata/MG. Em 17/02/1997 foi concedida Licença de Operação - LO Nº 022/1998 ao empreendimento, válida até 17/02/2002. Em 26/05/2005 foi indeferido pelo COPAM o pedido de Revalidação da LO Nº 022/1998, sendo dado o prazo de 90 (noventa) dias para que fosse formalizado o novo processo de regularização ambiental. O novo processo foi formalizado em 06/01/2006, sendo justamente este em análise. No período compreendido entre a formalização do referido processo até o presente momento, a empresa foi autuada duas vezes. Tendo sido lavrado o Auto de Infração Nº 3209/2005, ainda em análise técnica, pela operação do empreendimento sem a respectiva regularização ambiental. Para subsidiar a análise das informações apresentadas no RCA/PCA, foi realizada vistoria no local do empreendimento em 15/12/2009 e em seguida, no dia 12-01-2010 foi enviado pela equipe técnica da Supram CM ofício solicitando informações complementares. No dia 13/05/2010 o empreendedor formalizou a resposta às informações complementares solicitadas.

2. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

O empreendimento está localizado na Praça Cirino Pereira, 435 – Centro de Cachoeira da Prata, Minas Gerais. A área total do empreendimento é de 36.749,60 m2, sendo a área fabril construída de 19.089,60 m2.

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Trata-se de uma unidade industrial que exerce a atividade de beneficiamento e acabamento de malhas, com capacidade nominal de produção de 13 toneladas/dia de malhas com acabamento. Operam no local aproximadamente 160 funcionários divididos em 3 turnos/dia durante 6 dias por semana. A energia elétrica consumida no processo industrial é fornecida pela CEMIG. A água utilizada no processo produtivo, no consumo humano e na higienização das instalações é proveniente do Ribeirão dos Macacos e também de três captações subterrâneas cujas portarias de outorga foram renovadas recentemente junto ao IGAM (Portarias Nº 749/2010, 750/2010 e 751/2010) e de uma captação superficial Portaria Nº 483/2010. No empreendimento ainda se encontram instalados 2 (duas) caldeiras à lenha (uma da marca STEAM MASTER potência 30kWh e outra da marca HEATMASTER de potência 30kwh, duas caldeiras à óleo e um aquecedor de fluído térmico alimentado a gás natural.

2.1 PROCESSO PRODUTIVO

A seguir será descrito de forma sucinta as fases do processo produtivo conforme informações complementares prestadas em 13/05/2010. O processo produtivo tem início na recepção das matérias primas (malhas em algodão), as quais são estocadas e separadas de acordo com a ordem de produção, em seguida a bobina de tecido é enviada à desenroladeira, onde as partes do tecido são unidas para serem enviadas ao tingimento em forma de corda. Após esta etapa, os tecidos são enviados ao beneficiamento primário, composto pela etapa de mercerização/alcalinização e pela etapa de purga. Em seguida, os tecidos são enviados, então, ao beneficiamento secundário composto por operações de tingimento, que ocorrem nos seguintes equipamentos: Jigger Flow ou Pandora, Cotton Flow, e Duck Flow. O acabamento terciário ou acabamento propriamente dito pode também ser realizado em um único equipamento (RAMA), operando a temperaturas altas em torno de 190ºC a 210ºC. Estas malhas podem ainda ser estampadas ou não. Após o acabamento final, o tecido passa pelo processo de seleção, para posterior verificação de qualidade e assim enviados à expedição final. 2.2 Equipamentos O empreendimento possui como principais equipamentos industriais: Enfraldadeira, Inversora, Mercerizadeira, Lavadora, Hidro Impregnadeira, Hidro amaciante, equipamentos estes pertencentes à área de preparação.

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Na área de tinturaria contam com: Jigger Flow ou Pandora, Cotton Flow, Duck Flow, HT, Duck-flow. Na área de acabamento são encontrados os seguintes equipamentos: Secadeiras, Polimerizadeira, Abridoras, Rama e Flaneladeira. Na área de acabamento estamparia contam com: Estamparia – Reggiane e Stork com potencia de 80 e 90 kwh, respectiva. Na área de revisão/embalagens: Revisadeira, rama, calandra a vapor, compacta e térmica, elavador e prensa. Na área de manutenção: Torno, fresadora, plaina, furadeira, esmeril, moto esmeril, policorte, serra de bancada, estufa p/eletrodo, máquina de solda, forja, plaina furador, serra fita, desengrosso e lixadeira. Há ainda caldeiras a óleo, caldeira à lenha e compressores. A listagem destes equipamentos, com a quantidade e potência foi apresentada como informação complementar e encontram-se junta no processo administrativo. 2.3 Matérias primas As matérias primas utilizadas no processo produtivo são basicamente a malha em algodão sem acabamento, peças em algodão tipo “jeans” e peças para o tingimento. Já os insumos consumidos na indústria são: água, energia elétrica, óleo BPF, lenha, gás GNC e corantes. O armazenamento de combustíveis/produtos químicos da empresa está apresentado no quadro a seguir:

Produto Tipo de Armazenamento Soda cáustica Tanques cilíndricos de aço carbono

Nº tanques: 03 Capacidade unitária: 15.000litros Possui bacia de contenção Nível do solo

Peróxido de hidrogênio Tanques cilíndricos de fibra Nº tanques: 02 Capacidade unitária: 10.000 litros Possui bacia de contenção Nível do solo

Óleo BPF Tanques cilíndricos de aço carbono Nº tanques: 03 Capacidade unitária: 15.000 litros Nível do solo

CO2 Tanque de aço níquel revestido com poliuretano expandido e fibra Nº tanques: 02 Capacidade unitária: 9.000 litros (indústria) 20.000 (ETE) Nível do solo

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O empreendimento faz uso de lenha para abastecimento de 2 (duas) caldeiras. A mesma é adquirida da empresa Plantar Empreendimentos e Produtos Florestais Ltda. O Certificado de Registro para consumidor de produtos lenhosos junto ao IEF possui validade até 31/01/2011. Encontram-se anexados junto aos autos cópias das notas fiscais de compra da lenha. Encontra-se no processo cópia do documento emitido pelo Corpo de Bombeiros do Estado de Minas Gerais no dia 11/05/2010 atestando que foi formalizado o projeto de segurança contra incêndio e pânico (PSCIP). Será objeto de condicionante deste parecer a apresentação do Certificado de Avaliação Final emitido pelo Corpo de Bombeiros.

3. UTILIZAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS

A água utilizada no processo produtivo, no consumo humano e na higienização das instalações é proveniente do Ribeirão dos Macacos - captação superficial Portaria Nº 483/2010 - (Outorgando 44.900 m3/mês) e também de três captações subterrâneas cujas portarias de outorga foram renovadas recentemente junto ao IGAM - Portarias Nº 749/2010 (Vo lume outorgado de 18.000 m³/mês), 750/2010 (volume outorgado de 1.800 m³/mês) e 751/2010 (volume outorgado de 6.300 m³/mês), perfazendo um total outorgado de 71.000 m³/mês. A água é utilizada no processamento industrial em todos os processos de beneficiamento dos tecidos (2.130 m³/dia) e também para o abastecimento dos funcionários (24,25 m³/dia) e caldeiraria (consumo de 5,77 m³/dia), perfazendo um consumo diário máximo previsto de aproximadamente 2.160 m³/dia, o que corresponde à aproximadamente 64.800 m³/mês. Neste sentido, o volume outorgado é suficiente para atender a demanda da empresa.

4. IMPACTOS IDENTIFICADOS E MEDIDAS MITIGADORAS

Efluentes líquidos Industriais e Sanitários As principais fontes que corresponde aos efluentes líquidos industriais gerados no processo produtivo são provenientes das operações de beneficiamento primário, secundário e terciário dos tecidos. O tratamento do efluente industrial é realizado através dos sistemas: Tratamento Primário e Secundário. Sendo que o primário é composto pela peneira estática e tanque de equalização, o secundário é composto por elevatória e tanque de equalização via CO2, por reator aeróbio, tanques de decantação (recirculação de lodo) e finalmente o descarte final do efluente tratado. Os efluentes sanitários gerados passam por tanques sépticos e em seguida são direcionados para o reator aeróbio da ETE para ser tratado em conjunto com o efluente líquido industrial. Conforme informação complementar apresentada em 16/04/2007 (Protocolo F 032515/2007) foi realizado uma avaliação do monitoramento mensal da ETE no período compreendido entre janeiro de 2006 a janeiro de 2007, tendo sido monitorado os parâmetros temperatura, pH, sólidos sedimentáveis, sólidos suspensos, DBO, DQO, cobre total, detergentes, sulfetos, cromo total, cádmio total, chumbo

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total, oxigênio dissolvido e óleos e graxas. Durante este período, somente um resultados apresentou em desacordo com a legislação vigente na época (DN COPAM 10/86), no qual a concentração de DQO no efluente final ultrapassou em 2% o limite permitido pela legislação. Foram apresentados também monitoramentos realizados no período compreendido entre agosto de 2009 a fevereiro de 2010 (Protocolo R 053419/2010). Neste relatório foi verificado que em alguns laudos os parâmetros DBO e DQO apresentaram-se fora dos limites permitidos pela legislação vigente (DN COPAM/CERH 01/2008). Desta forma, foi lavrado o Auto de Infração Nº 51426/2010 pela emissão de efluente líquido fora dos padrões permitidos. É realizado monitoramento à montante e a jusante do curso d’água onde é feito o lançamento do efluente final, Ribeirão Macacos, com freqüência semestral, onde são avaliados os parâmetros temperatura, pH, condutividade elétrica, sólidos dissolvidos, DBO, DQO, cobre total, zinco total e oxigênio dissolvido. Pela avaliação feita no período entre setembro de 2005 a dezembro de 2006 foi verificado que não houve interferências significativas no curso d´água em decorrência do lançamento de efluentes provenientes do sistema de tratamento do empreendimento. O mesmo foi verificado com os laudos de monitoramentos apresentados referentes ao período entre outubro de 2008 à janeiro de 2010. Emissões de ruído Foi realizada avaliação do nível de pressão sonora no empreendimento em fevereiro de 2010 (Protocolo R053419/2010) conforme NBR 10.151 onde foram avaliados 4 pontos do empreendimento sendo estes: portaria, ponte, muro que faz divisa com moradores e fundos da casa de geradores, e ruído de fundo. Foi observado pela avaliação que os níveis medidos encontraram-se todos abaixo dos padrões legais (70 dB (A) diurno e 60 dB (A) noturno) previstos pela Lei Estadual 10.100 de 1990. Resíduos sólidos Os resíduos sólidos gerados pelo empreendimento compreendem: bombonas plásticas, tambores metálicos, lâmpadas, sucata de ferro/metal, lodo da ETE, retalhos de tecido e cinzas da caldeira. As bombonas plásticas e os tambores metálicos são enviados para a empresa Recuperadora Minas Tambores Ltda (AAF 02575/2008, válida até 09/06/2012). Os retalhos de tecido e a sucata de ferro/metal são encaminhados para a empresa Sebastião dos Anjos Miranda da Silva – ME (Possuidor da Certidão nº 488/2003 de dispensa de licenciamento ambiental). As cinzas da caldeira são enviadas para a empresa Minas Cal Logística Ltda (AAF 3422/2009, válida até 23/10/2013) para beneficiamento. O lodo da Estação de Tratamento de Esgoto (Resíduo Classe II A) será encaminhado para destinação final em um Aterro Industrial visto que não houve geração de volume suficiente para destinação final até o momento. As lâmpadas contaminadas são enviada para descontaminação através da empresa HG Descontaminação Ltda, possuidora da LO nº 096/2008 válida até 22/06/2012.

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Salientamos que devem ser mantidos disponíveis pelo empreendedor, para fins de fiscalização, os documentos de movimentação dos resíduos (notas fiscais de vendas e/ou documentos de doações), bem como as licenças ambientais atualizadas dos receptores destes resíduos.

Emissões Atmosféricas Os efluentes atmosféricos originam-se da queima de lenha em duas caldeiras sendo: uma da marca STEAM MASTER potência 30 kWh e outra da marca HEATMASTER de potência 30 kwh e um aquecedor de fluído térmico alimentado a gás natural Existem também duas caldeiras a óleo BPF com sendo uma com potência de 58 kwh e outra com potência de 110 kwh, que ficam em “stand by”.

Existem dois sistemas de tratamento dos gases composto por lavador de gás, sendo um para controle das emissões provenientes do aquecedor a fluido térmico e outro para controle das emissões provenientes das duas caldeiras a lenha e das caldeiras à óleo. Foi apresentada como informações complementares, uma análise das emissões atmosféricas realizada no mês de dezembro/2009, pela empresa SEGMA – Engenharia de Segurança do Trabalho e Meio Ambiente – Relatório Técnico nº 372/2009, avaliando no caso das caldeiras a lenha a emissão de particulados e no caso da caldeira á Gás verificando particulados e dióxido de enxofre, cujas análises encontram-se dentro dos padrões legais aplicáveis. São gerados ainda vapores e particulados nos vários equipamentos utilizados no processo produtivo como: lavadoras e estamparia. Estes equipamentos são dotados de sistema de exaustão de vapores, os quais são retirados do ambiente ocupacional e lançados externamente ás instalações do empreendimento. Estes vapores são compostos por sprays de soluções alcalinas, goma, pigmentos, amaciantes, etc. Porém essas emissões comparadas com os demais impactos inerentes à fabricação de tecidos, beneficiamento e acabamento de malhas podem ser consideradas de menor significância. Estamos solicitando como condicionante deste parecer o monitoramento freqüente das fontes citas acima, cujos parâmetros deverão atender a Deliberação Normativa COPAM nº 11/86. Intervenção em Área de Proteção Permanente e Reserva Legal O empreendimento em epígrafe situa-se no centro da cidade de Cachoeira da Prata, próxima de residências, estabelecimentos comerciais de pequeno porte, situando-se às margens do Ribeirão dos Macacos. As atividades antropogênicas citadas historicamente descaracterizam o meio biótico primitivo, tanto na ocupação original da fauna e flora locais, como em relação à qualidade das águas do corpo receptor dos despejos. Visto que o empreendimento encontra-se às margens do Ribeirão dos Marcacos, pode-se considerar sua ocupação em área de preservação permanente já consolidada. Existe, porém a necessidade de recuperação de uma parte desta área de preservação permanente foco de condicionante específica, visto que a área foi objeto de disposição de cavacos de madeira pelo empreendedor durante um bom tempo.

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Com relação a Reserva Legal, a mesma não se aplica para o empreendimento visto que o mesmo não está localizado em área rural. 5. COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

A análise técnica indica que os impactos ambientais oriundos da implantação e operação do empreendimento são considerados de baixa magnitude. Este fato associado à existência de sistemas eficientes de controle e a proposição de implantação de sistemas adicionais permite dizer que não cabe neste processo a cobrança da compensação ambiental definida pela lei 9.985 de 2000 (SNUC).

6. CONTROLE PROCESSUAL

Trata-se de requerimento de licença de operação para atividade descrita no código C-08-01-1- Beneficiamento de Fibras Têxteis Naturais e Artificiais da Deliberação Normativa nº 74/2004. Verifica-se que o processo foi instruído devidamente sendo juntada a documentação exigida no FOB. Foi juntada declaração da Prefeitura Municipal de Cachoeira da Prata, declarando que o tipo de atividade desenvolvida e o local de instalação do empreendimento estão em conformidade com as leis e regulamentos administrativos do município (doc. de fls.10). Compulsando os autos do processo e em consulta ao SIAM verifica-se que foram recolhidas as custas processuais, bem como e emolumentos. Foi juntada aos autos do processo, a publicação do requerimento da licença de operação feita pelo empreendedor em jornal de grande circulação (doc. de fls. 193), bem como a cópia da publicação do requerimento de licença de operação feita pelo órgão ambiental no Diário Oficial do Estado de Minas Gerais (doc. de fls.194). Foram juntadas as ART- Anotações de Responsabilidade Técnica dos responsáveis técnicos pela elaboração dos estudos ambientais (doc. de fls. 190 a 192). No que se refere à reserva legal e à compensação ambiental, verifica-se que não são aplicáveis ao caso sob análise, conforme exposto acima. Verifica-se na Certidão nº 767946/2010 a existência de débito oriundo da multa aplicada por infringência à legislação ambiental, referente ao processo 00073/1980/011/2002 que foi encaminhado para inscrição em dívida ativa em 14 de setembro de 2010. Portanto, caso o empreendedor não apresente o adimplemento do referido débito até a data do julgamento, este deverá ser retirado de pauta, nos termos do art. 13 da Resolução SEMAD 412 de 28 de dezembro de 2005. Trata-se de empreendimento classe 5 (cinco), e análise técnica conclui pela concessão da licença de operação, com validade de 4 (quatro) anos, condicionado às determinações constantes no Anexo I deste Parecer Único.

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Ressalta-se que a Licença Ambiental em apreço não dispensa nem substitui a obtenção, pelo requerente, de outras licenças legalmente exigíveis. Igualmente, em caso de descumprimento das condicionantes e/ou qualquer alteração, modificação, ampliação realizada sem comunicar ao órgão licenciador, torna o empreendimento passível de autuação.

7. CONCLUSÃO

Diante da análise técnica dos autos, este Parecer Único é favorável à concessão da Licença de Operação em Caráter Corretiva requerida pelo empreendedor, através do Processo COPAM nº 00073/1980/016/2006.

Em razão do exposto, remetemos este Parecer ao Conselho Estadual de Política Ambiental – COPAM para julgamento do mérito relativo à concessão da Licença de Operação Corretiva requerida pela empresa CACHOEIRA VELONORTE S.A para unidade de beneficiamento de fibras têxteis naturais e artificiais e pelo prazo de 04 (quatro) anos, acompanhado das condicionantes expressas no Anexo-I, entendimento este a ser seguido, conforme disposto no artigo 1º da Deliberação Normativa nº 17, de 17 de dezembro de 1996.

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ANEXO I

Processo COPAM Nº: 00073/1980/016/2006 Classe/Porte: 5 - Médio Empreendimento: Cachoeira Velonorte S.A Atividade: Beneficiamento de Fibras Têxteis Naturais e Ar tificiais Endereço: Praça Cirino Pereira, Nº435 Localização: Bairro Centro Município: Cachoeira da Prata Referência: CONDICIONANTES DA LICENÇA VALIDADE: 4 anos ITEM DESCRIÇÃO PRAZO *

1 Apresentar o Auto de Vistoria Final emitido pelo Corpo de Bombeiros.

Após a emissão do mesmo pelo Corpo de Bombeiros

2 Manter o programa de Automonitoramento previsto no Anexo II

Durante a vigência da licença.

3

Apresentar Projeto Técnico de Recuperação da Área de APP (plano de enriquecimento florestal) contemplando cercamento da área, placas de sinalização, detalhamento das espécies (nativas), o espaçamento, os tratos das culturas, a forma de monitoramento e o cronograma de implantação.

60 dias

4 Apresentar relatório técnico fotográfico, acompanhado da ART do autor referente à implantação do projeto técnico de recuperação da Área de APP.

Semestralmente

(*) Contado a partir da data de concessão da licença. (**) Eventuais pedidos de alteração nos prazos de cumprimento das condicionantes estabelecidas nos Anexos deste Parecer Único, poderão ser resolvidos junto à própria SUPRAM, mediante a análise técnica e jurídica, desde que não alterem o mérito/conteúdo das condicionantes. I - O não atendimento aos itens especificados acima, assim como o não cumprimento de qualquer dos itens do PCA apresentado ou mesmo qualquer situação que descaracterize o objeto desta licença, sujeitará a empresa á aplicação das penalidades previstas na Legislação Ambiental e ao cancelamento da Licença de Operação obtida; II - Em razão do que dispõe o art. 6º da Deliberação Normativa COPAM Nº 13/1995, o empreendedor tem o prazo de 10 (dez) dias para a publicação, em periódico local ou regional de grande circulação, da concessão da presente licença. III) Cabe esclarecer que a SUPRAM CM não possui responsabilidade técnica sobre os projetos de controle ambiental e programas de treinamentos aprovados para implantação, sendo a execução, operação, comprovação de eficiência e/ou gerenciamento dos mesmos de inteira responsabilidade da própria empresa, seu projetista e/ou prepostos.

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ANEXO II

Processo COPAM Nº: 00073/1980/016/2006 Classe/Porte: 5 – Médio Empreendimento: Cachoeira Velonorte S.A Atividade: Beneficiamento de Fibras Têxteis Naturais e Artificiais Endereço: Praça Cirino Pereira, Nº435 Localização: Bairro Centro Município: Cachoeira da Prata/MG Referência: CONDICIONANTES DA LICENÇA VALIDADE: 4 anos

1. Ruídos Enviar relatório de medições de pressão sonora, bianual à SUPRAM CM, até 45 dias após a data de realização da amostragem. O relatório deverá conter a identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pelas amostragens. As amostragens deverão verificar o atendimento aos limites estabelecidos na Lei Estadual Nº 10.100 de 17 de janeiro de 1990 e NBR 10.151. O relatório deverá ser de laboratórios cadastrados conforme DN 89/05 e deve conter a identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pelas análises, acompanhado da respectiva anotação de responsabilidade técnica - ART.

2. Resíduos Sólidos Deverão ser enviadas semestralmente à SUPRAM CM planilhas mensais de controle da geração e disposição dos resíduos sólidos gerados, contendo, no mínimo, os dados do modelo abaixo, bem como a identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pelas informações:

Resíduo Taxa de geração no

período

Transportador (nome,endereço, telefone)

Empresa receptora (nome,

endereço, telefone)

Forma de disposição final (*) Denominação Origem

(*) 1- Reutilização 2 – Reciclagem 3 - Aterro sanitário 4 - Aterro industrial 5 - Incineração 6 - Co-processamento 7 - Aplicação no solo 8 - Estocagem temporária (informar quantidade estocada) 9 - Outras (especificar) Ø Em caso de alterações na forma de disposição final de resíduos, a empresa deverá comunicar

previamente a SUPRAM CM, para verificação da necessidade de licenciamento específico. Ø As notas fiscais de vendas e/ou movimentação de resíduos deverão ser mantidas disponíveis pelo

empreendedor, para fins de fiscalização. Ø As doações de resíduos deverão ser devidamente identificadas e documentadas.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

SUPRAM - CENTRAL

Av. Senhora do Carmo nº 90 – Savassi - Belo Horizonte – MG

CEP 30.330 -000 – Tel: (31) 3228 7700

PU 208/2010 Página: 12/12

Ø A empresa recicladora dos materiais recicláveis deverão possuir a devida Licença Ambiental.

3. Efluentes Líquidos

Local de amostragem Parâmetros Freqüência

Entrada e Saída do sistema de tratamento de efluentes

pH, DBO, DQO, sólidos suspensos, sólidos sedimentáveis, detergentes, óleos e graxas, temperatura e vazão média, nitrogênio amoniacal, sulfatos, fósforo total e metais.

Mensal

Saída da Caixa Separadora de Água e Óleo

pH, DBO, DQO, sólidos suspensos, sólidos sedimentáveis, detergentes e óleos e graxas. Mensal

Relatórios: Enviar trimestralmente à SUPRAM CENTRAL, até o dia 10 do mês subseqüente, os resultados das análises efetuadas. O relatório deverá conter a identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pelas análises além da produção industrial e o número de empregados no período. O primeiro relatório deverá ser enviado a SUPRAM CENTRAL 60 (sessenta) dias contados a partir da data da concessão da Licença de Operação. O relatório deverá ser de laboratórios cadastrados conforme DN 89/05.

Método de análise: Normas aprovadas pelo INMETRO, ou na ausência delas, no Standard Methods for Examination of Water and Wastewater APHA – AWWA, última edição.

4. Efluentes atmosféricos

Local de amostragem Parâmetro Freqüência Caldeiras à óleo diesel Material Particulado e Dióxido de Enxofre (SO2)

Anual Caldeiras à Lenha Material Particulado

Ø Relatórios de amostragem: Enviar anualmente a SUPRAM CM até 45 dias após a data de realização

da amostragem, os resultados das análises efetuadas e acompanhados pelas respectivas planilhas de campo e de laboratório, bem como dos certificados de calibração do equipamento de amostragem. O relatório deverá conter a identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pelas amostragens.

Ø Para os parâmetros previstos na DN COPAM nº 011/86, os resultados apresentados nos laudos analíticos deverão ser expressos nas mesmas unidades dos padrões de emissão.

Ø Método de amostragem: para o material particulado as normas ABNT, CETESB ou Environmental Protection Agency-EPA.