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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SEMAD Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana– SUPRAM CM SUPRAM - CM Rua Espírito Santo 495, Centro Belo Horizonte - MG CEP 30.160-030 – Tel.: (31) 3228 -7700 DATA: 12/ 09 / 2012 Página: 1/17 PARECER ÚNICO SUPRAM CM N.º 347 /201 2 PROTOCOLO Nº 0741027/201 2 Indexado ao(s) Processo(s) Licenciamento Ambiental Nº 00162/1998/007/2010 Licença de Operação Deferimento Empreendedor: Companhia de Saneamento de Minas Gerais - COPASA Empreendimento: Estação de Tratamento de Esgotos ETE Betim Central 1 a etapa CNPJ: 17.281.106/0001- 03 Município s: Betim/MG Bacia Hidrográfica: Rio São Francisco Sub Bacia: Rio Paraopeba Atividades objeto do licenciamento : Código DN 74/04 Descrição Classe E- 03-06-9 Tratamento de Esgoto Sanitário 5 Medidas mitigadoras: SIM NÃO Medidas compensatórias: SIM NÃO Condicionantes: SIM NÃO Automonitoramento: SIM NÃO Responsável Técnico pela operação d o empreendimento: José Maria de Oliveira Filho Registro de classe CREA MG 15.209/D Relatório de vistoria/auto de fiscalização: 48303 /2010 Data : 17/0 8/20 10 Equipe Técnica MASP Assinatura Aline Selva Maia Campos 1.008.990-2 André Luis Ruas 1.147.822-9 Angélica de Araújo Oliveira 1.213.696-6 Iara Righi Amaral Furtado 1.226.881-9 Pedro Augusto Veloso da Silva Estagiário De acordo MASP Assinatura Anderson Marques Martinez Lara Diretor Regional de Apoio Técnico 1.147.779-1 Bruno Malta Pinto Diretor Regional de Controle Processual 1.220.033-3

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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SEMAD Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana– SUPRAM CM

SUPRAM - CM Rua Espírito Santo 495, Centro Belo Horizonte - MG CEP 30.160-030 – Tel.: (31) 3228 -7700

DATA: 12/09/2012 Página: 1/17

PARECER ÚNICO SUPRAM CM N.º 347/2012 PROTOCOLO Nº 0741027/2012 Indexado ao(s) Processo(s) Licenciamento Ambiental Nº 00162/1998/007/2010 Licença de Operação Deferimento Empreendedor: Companhia de Saneamento de Minas Gerais - COPASA Empreendimento: Estação de Tratamento de Esgotos – ETE Betim Central – 1a etapa CNPJ: 17.281.106/0001-03 Municípios: Betim/MG

Bacia Hidrográfica: Rio São Francisco Sub Bacia: Rio Paraopeba Atividades objeto do licenciamento: Código DN 74/04 Descrição Classe

E-03-06-9 Tratamento de Esgoto Sanitário 5 Medidas mitigadoras: SIM NÃO Medidas compensatórias: SIM NÃO Condicionantes: SIM NÃO Automonitoramento: SIM NÃO Responsável Técnico pela operação do empreendimento: José Maria de Oliveira Filho

Registro de classe CREA MG 15.209/D

Relatório de vistoria/auto de fiscalização: 48303/2010 Data: 17/08/2010 Equipe Técnica MASP Assinatura Aline Selva Maia Campos 1.008.990-2 André Luis Ruas 1.147.822-9 Angélica de Araújo Oliveira 1.213.696-6 Iara Righi Amaral Furtado 1.226.881-9 Pedro Augusto Veloso da Silva Estagiário

De acordo MASP Assinatura Anderson Marques Martinez Lara Diretor Regional de Apoio Técnico 1.147.779-1

Bruno Malta Pinto Diretor Regional de Controle Processual 1.220.033-3

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1. INTRODUÇÃO

O presente parecer visa subsidiar a Unidade Regional Colegiada Rio Paraopeba do Conselho Estadual de Política Ambiental – URC Rio Paraopeba/COPAM, no julgamento do pedido de concessão da Licença de Operação – LO da Estação de Tratamento de Esgotos – ETE Betim Central – 1ª etapa, cujo empreendedor é a Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA.

A atividade principal do empreendimento é enquadrada, conforme Deliberação Normativa COPAM nº 74/2004, como tratamento de esgoto sanitário – nível secundário. O empreendimento foi classificado na Classe 5, em virtude do seu porte (grande) e seu potencial poluidor/degradador (médio).

A Licença de Instalação - LI foi concedida pela URC Rio Paraopeba/COPAM em 18 de agosto de 2008, com condicionantes e validade de 2 (dois) anos (Certificado de Licença nº 137/2008).

Durante a vistoria realizada ao empreendimento em 17 de agosto de 2010, verificou-se que as unidades da ETE encontravam-se implantadas e que o empreendimento havia iniciado sua operação. Assim, a SUPRAM CM lavrou o Auto de Infração nº 51.303/2010, por “operar atividade efetiva ou potencialmente poluidora ou degradadora do meio ambiente sem a Licença de Operação, não tendo sido constatada a existência de poluição ou degradação ambiental”, o qual gerou o processo administrativo COPAM nº 00162/1998/008/2010, em fase de análise de defesa.

Posteriormente, a COPASA solicitou, por meio do Oficio CD DVLA 542/2010, protocolizado na SUPRAM CM em 18/08/2010, sob nº R091939/2010, a Autorização Provisória para Operação para a ETE Betim Central, consoante o disposto nos §2º e §3 do artigo 9º do Decreto Estadual 44.844/2008, considerando a conclusão de suas obras e a urgência do início de sua operação. Com base nas justificativas, a SUPRAM CM emitiu a referida autorização em 20 de agosto de 2010.

O Quadro 01 apresenta o histórico do processo de Licença de Operação.

Quadro 01: Histórico do processo de Licença de Operação Data Marco

08/07/2010 Formalizado processo de Licença de Operação da ETE Betim Central 17/08/2010 Realizada vistoria técnica ao empreendimento 20/08/2010 Concedida Autorização Provisória de Operação 27/08/2010 Enviado pedido de informações complementares ao empreendimento 17/12/2010 Protocolada resposta parcial ao pedido de informações complementares. 14/03/2011 Enviado reiteração de pedido de informações complementares ao empreendimento 18/07/2012 Protocolada resposta à reiteração de pedido de informações complementares.

2. DISCUSSÃO

A discussão apresentada no presente tópico pautou-se nos estudos e documentos apresentados pelo empreendedor, nas observações feitas em campo durante a vistoria realizada ao empreendimento em 17 de agosto de 2010, conforme consta no Auto de Fiscalização nº 48.303/2010 e nas informações complementares apresentadas pela COPASA em 17/12/2010 e 18/07/2012.

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Durante a vistoria constatou-se que as unidades da ETE encontram-se implantadas e que o tratamento preliminar e cerca de metade das unidades dos tratamentos primário e secundário encontravam-se em operação. O laboratório, a unidade de desidratação de lodo e o paisagismo ainda não haviam sido instalados. O empreendedor informou que as análises operacionais da ETE Betim Central são encaminhadas para o laboratório da ETE Arrudas e as análises do corpo d’água receptor (rio Betim) e do efluente tratado são realizadas pelo laboratório central da COPASA. A área da ETE foi cercada e verificou-se que este cercamento ocasionou uma intervenção de aproximadamente 0,5 ha da Área de Preservação Permanente – APP do Rio Betim. Não foi promovida a recuperação da APP por meio do plantio de vegetação ciliar, no trecho do rio Betim que faz divisa com o empreendimento.

2.1. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

O empreendimento está localizado na margem direita do rio Betim, no município de mesmo nome, e ocupa uma área aproximada de 16 ha, interposta entre a calha fluvial e terreno da empresa Metalsider. Suas coordenadas geográficas, em formato UTM, são X=581.100 e Y=7.791.700.

Figura 1: Vista da ETE Betim Central e área de entorno

Fonte : Software Google Earth ©. Data das Imagens: 15/06/2009

Pode-se observar pela Figura 1 que, na época da imagem, as obras de implantação da ETE Betim Central ainda não se encontravam concluídas. Segundo informado no Formulário de Caracterização do Empreendimento – FCE, o empreendimento iniciou sua instalação em 25/06/2008.

A concepção adotada para o tratamento constitui-se de reatores anaeróbios de fluxo ascendente e manta de lodo – UASB, e, como pós-tratamento, lodos ativados do tipo convencional com sistema de aeração por meio de ar difuso. A COPASA será responsável pela implantação da ETE em duas etapas, com modulação de 50% em cada etapa, bem como por sua operação.

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Conforme informado no Parecer Técnico GESAN nº 63/2008, que subsidiou a concessão da Licença de Instalação, a ETE Betim Central foi projetada para atender a uma população equivalente de 235.907 habitantes em início de plano (ano 2008), 363.185 habitantes em primeira etapa, e 519.738 habitantes em final de plano (ano 2025) que correspondem às vazões médias de 359,85 l/s, 513,87 l/s e 724,37 l/s, respectivamente, considerando índice de atendimento de 90% da população urbana. Contudo, segundo dados do FCE do processo de LO, a população atendida no início e no final de plano corresponde a 298.258 e 371.654 habitantes, respectivamente, e a vazão média prevista em final de plano é de 514,0 l/s.

A eficiência global esperada para o sistema é de 92% na remoção de DBO, estimando-se uma concentração no efluente tratado de 30 mg DBO/l, a qual atende ao padrão de lançamento de efluentes, de acordo com a legislação vigente.

O empreendimento pretende pleitear o cadastro no ICMS ecológico.

2.2. ATENDIMENTO DAS CONDICIONANTES DA LICENÇA DE INSTALAÇÃO

O relatório de cumprimento das condicionantes nº 01 a 06 foi apresentado pela COPASA por meio do Ofício CE SPAM 297/2008, protocolizado em 03/07/2008 sob nº R077905/2008, e consta dos autos do processo de licença de instalação nº 00162/1998/006/2008.

O relatório de cumprimento das condicionantes nº 07 a 22 foi apresentado pela COPASA por meio do protocolo nº R446858/2010 de 08/07/2010, e consta dos autos do processo de licença de operação nº 00162/1998/007/2010. As condicionantes incluídas pelo COPAM, propostas no parecer do relato do pedido de vistas dos conselheiros Mauro da Costa Val – representante do Instituto Ekos para o Desenvolvimento Sustentável – e Cristina Chiodi – representante da Associação Mineira de Defesa do Ambiente também foram apresentadas pela COPASA sob protocolo nº R446858/2010 de 08/07/2010.

São descritas, a seguir, as condicionantes da Licença de Instalação e a avaliação quanto ao cumprimento das mesmas.

2.2.1. Condicionantes a serem atendidas antes do início das obras: 1. Apresentação de projeto de fundações, considerando as cargas apropriadas e a

capacidade de carga do terreno de fundação.

A COPASA apresentou o memorial de cálculo e as plantas do projeto estrutural da ETE Betim Central, incluindo estruturas da fundação. A SUPRAM CM solicitou, como informação complementar, um laudo geotécnico conclusivo sobre a estabilidade e capacidade de suporte do terreno quanto às cargas da ETE Betim Central. Em atendimento, a COPASA apresentou um laudo assinado pelo engenheiro civil responsável pelo controle ambiental da ETE Betim Central, o qual conclui que as fundações executadas atendem as exigências de controle tecnológico segundo as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e as recomendações da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica – ABMS.

Cumpre ressaltar que o projeto estrutural do empreendimento é de responsabilidade exclusiva dos seus projetistas e executores, não sendo competência do órgão ambiental pela sua avaliação.

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2. Incluir, no projeto de fundações, sondagens específicas para as estruturas mais carregadas.

A COPASA apresentou uma planta com a locação dos furos de sondagem à percussão executados e previstos , mas não executados (Desenho SPEG ETE Betim SON-01), elencados no Quadro 02.

Quadro 02: Furos de sondagem previstos – executados e não executados – das unidades de tratamento da ETE Betim Central

Unidades Furos executados Furos não executados

Tratamento Preliminar SP-01, SP-02 -

Reatores Anaeróbios SP-03, SP-04, SP-05, SP-05A, SP-06, SP-07, SP-08, SP-10, SP-11, SP-12 -

Queimadores SP-09 -

Centrífugas (Desidratação) SP-13 -

Reatores de lodo ativado SP-14, SP-16 SP-21

Decantadores secundários SP-15, SP-18 SP-19, SP-20, SP-23, SP-24

Elevatórias - SP-17, SP-22, SP-25 Manutenção/Administração/

Laboratório - SP-26, SP-27, SP-28

Fonte: Desenho SPEG ETE Betim SON-01

Pode-se observar que as estruturas mais sobrecarregadas tiveram seus furos de sondagem executados.

3. Nas novas sondagens fazer, concomitantemente, ensaios de permeabilidade in situ.

A COPASA apresentou dois ensaios de permeabilidade com carga variável, cujos resultados apresentaram um coeficiente de permeabilidade de 2,83x10-5 cm/s (amostra horizontal) e 2,65x10-5 cm/s (amostra vertical). 4. Apresentação de proposta consistente para impermeabilização da base das células de

aterramento de resíduos.

A COPASA apresentou a planta do sistema de disposição final dos resíduos sólidos da ETE (Desenho DRS-08), na qual é prevista a impermeabilização da base com uma camada impermeabilizante de 30 cm de argila com coeficiente de permeabilidade menor ou igual a 10-6 cm/s. Entretanto, posteriormente, a COPASA informou que não haverá células de aterramento de resíduos na área da ETE Betim Central, tendo em vista que os resíduos poderão ser encaminhados para o aterro da Prefeitura Municipal de Contagem e/ou Centro de Disposição de Resíduos Macaúbas, localizado no município de Sabará, conforme Termos de Cooperação Técnica firmado com ambos.

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5. Apresentação de proposta consistente para impermeabilização da superfície final das células de aterramento de resíduos.

A COPASA apresentou a planta do sistema de disposição final dos resíduos sólidos da ETE (Desenho DRS-08), na qual é prevista a impermeabilização da superfície final com uma camada de 50 cm de largura de material argiloso com c ompactação a 95% proctor normal.

Entretanto, posteriormente, a COPASA informou que não haverá células de aterramento de resíduos na área da ETE Betim Central, tendo em vista que os resíduos poderão ser encaminhados para o aterro da Prefeitura Municipal de Contagem e/ou Centro de Disposição de Resíduos Macaúbas, localizado no município de Sabará, conforme Termos de Cooperação Técnica firmado com ambos.

6. Indicar área de empréstimo e apresentar os estudos geotécnicos apropriados, incluindo os controles de compactação do aterro.

A área de empréstimo foi a jazida denominada Pingo D’água localizada na Av. Fernandes de Souza, ao lado do CERESP Betim. O empreendedor apresentou os boletins de análise do solo desta área.

7. Apresentar estudo de vulnerabilidade à contaminação do aqüífero livre na área de influência das células de aterramento de resíduos.

A COPASA informou que os resíduos de tratamento da ETE Betim poderão ser encaminhados para o aterro da Prefeitura Municipal de Contagem e/ou Centro de Disposição de Resíduos Macaúbas, localizado no município de Sabará, conforme Termos de Cooperação Técnica firmado com ambos. Desta forma, a COPASA justifica a não necessidade de realização deste estudo uma vez que não haverá células de aterramento de resíduos na área da ETE Betim Central e, consequentemente, risco de contaminação do aqüífero livre. A SUPRAM CM concorda com a justificativa do empreendedor, uma vez que as células de aterramento de resíduos não serão implantadas e a condicionante perdeu seu objetivo. 8. Apresentar proposta consistente para monitoramento da qualidade da água subterrânea,

justificada por mapa potenciométrico. A COPASA justifica que não há necessidade de monitoramento das águas subterrâneas considerando que não haverá lagoas e nem aterramento de resíduos na área de tratamento da ETE. A SUPRAM acata a esta justificativa, uma vez que a mesma está de acordo com a Nota Ténica DISAN/DIMOG nº 02/2005, da Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM, que disciplina o monitoramento ambiental das ETEs municipais. 2.2.2. Condicionantes a serem atendidas 90 dias após a concessão da Licença de Instalação: 9. Apresentar a caracterização da área de empréstimo e os planos de recomposição

paisagística após o seu uso.

A COPASA informou que a área de empréstimo da ETE Betim Central, denominada Pingo D’Água, cujo responsável é a Secretaria Municipal de Infra-estrutura de Betim, possui Licença Ambiental nº

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011/2009, concedida pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Ambiental - CODEMA de Betim com validade até 29/06/2012.

Cumpre destacar que a condicionante nº 1 da referida licença solicita “Recomposição da vegetação da área a ser intervida. Prazo: 60 dias após o término da obra”. A COPASA informou, ainda, que segundo a prefeitura, a área de empréstimo ainda está sendo utilizada e posteriormente será recuperada.

Considerando que a área de empréstimo é objeto de licenciamento ambiental municipal e que seu empreendedor é a Secretaria Municipal de Infra-estrutura de Betim, a responsabilidade pela fiscalização e recuperação da mesma são do poder público municipal de Betim. 10. Apresentar resultado das medições do nível de ruídos, antes da operação, nos locais

propostos, consideradas como potenciais fontes de ruídos.

A COPASA apresentou um relatório sobre levantamento dos níveis de ruído ambiental na fase de instalação da ETE Betim Central com o resultado de dez medições diurnas de ruídos originados pelos equipamentos e trabalhadores da construção civil da ETE, cujos valores encontrados variaram entre 53,0 e 70,0 dBA.

Segundo o Art. 2º da Lei Estadual nº 7.302/1978, que dispõe sobre a proteção contra a poluição sonora no Estado de Minas Gerais:

Art. 2º - Para os efeitos desta Lei, consideram-se prejudiciais à saúde, à segurança ou ao sossego públicos quaisquer ruídos que: I - atinjam, no ambiente exterior do recinto em que têm origem, nível de som superior a 10 (dez) decibéis - dB(A) acima do ruído de fundo existente no local, sem tráfego; II - independentemente do ruído de fundo, atinjam, no ambiente exterior do recinto em que têm origem, nível sonoro superior a 70 (setenta) decibéis - dB(A), durante o dia, e 60 (sessenta) decibéis - dB(A), durante a noite, explicitado o horário noturno como aquele compreendido entre as 22 (vinte e duas) horas e as 6 (seis) horas, se outro não estiver estabelecido na legislação municipal pertinente.

Face ao exposto, observa-se que as medições encontram-se dentro do limite estabelecido pela legislação estadual. 11. Incluir o tema fauna no Programa de Comunicação e Educação Ambiental e apresentar o

material utilizado.

A COPASA reapresentou o Programa de Comunicação e Educação Ambiental com a inclusão do tema fauna, no qual o tema será abordado em materiais a serem divulgados, como cartilhas, folder, folhetos, cartazes, spots de rádio, entre outros materiais.

12. Apresentar cronograma de implantação do projeto de recuperação da mata ciliar do rio

Betim, excluindo as espécies nativas frutíferas comestíveis e espécies exóticas.

Foi apresentado cronograma de recuperação da mata ciliar do rio Betim, sendo previsto o coveamento, adubação e combate a formiga para outubro de 2009; o plantio das mudas em novembro e dezembro de 2009 e o coroamento e a manutenção em final de dezembro de 2009 e em janeiro de 2010.

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Não houve destaque da COPASA para a exclusão das espécies nativas frutíferas comestíveis e espécies exóticas, no entanto a equipe técnica da SUPRAM CM entende que essas adaptações possam ser realizadas quando da execução do Programa. 13. Apresentar o projeto urbanístico.

Apenas o layout do empreendimento foi apresentado. Ressalta-se que é necessário a apresentação de projeto indicativo de acesso da ETE às vias públicas, conforme condicionante desta LO. 14. Apresentar cronograma de implantação do projeto de formação do Cinturão Verde,

excluindo as espécies nativas frutíferas comestíveis, além da inclusão de espé cies no paisagismo interno da ETE e prever cobertura de taludes.

Foi apresentado cronograma de recuperação da mata ciliar do rio Betim, sendo previsto o coveamento, adubação e combate a formiga para outubro de 2009; o plantio das mudas em novembro e dezembro de 2009 e o coroamento e a manutenção em final de dezembro de 2009 e em janeiro de 2010. Não houve destaque da COPASA para a exclusão das espécies nativas frutíferas comestíveis e espécies exóticas, no entanto a equipe técnica da SUPRAM CM entende que essas adaptações possam ser realizadas quando da execução do Programa. 15. Respeitar a APP – Área de Preservação Permanente do rio Betim e dos locais brejosos

presentes no terreno destinado à implantação da ETE, quando da construção/instalação da infra-estrutura.

Foi apresentado relatório fotográfico contemplando o cercamento realizado na APP e entorno da ETE. Em relação a áreas brejosas, não houve manifestação da presença destas no terreno. Assim, a condicionante foi considerada cumprida, conforme OF SUPRAM CM 803/2009. No entanto, em vistoria (Auto de Fiscalização nº 48.303/2010) realizada pela equipe da SUPRAM CM foi constatada a intervenção em 0,5 ha da Área de Preservação Permanente do rio Betim.

2.2.3. Condicionantes a serem atendidas na fase da Licença de Operação:

16. Apresentar relatório de controle da umidade e do grau de compactação dos aterros realizados.

A COPASA apresentou diversos resumos de ensaios de solos, incluindo planilhas e boletins laboratoriais, obtidos em fevereiro, abril, maio, junho, setembro e outubro de 2009, sem uma avaliação quanto aos resultados. Assim, em atendimento à uma solicitação da SUPRAM CM, a COPASA apresentou um relatório com avaliação do controle da umidade e do grau de compactação dos aterros realizados , o qual conclui que os aterros mostraram -se estáveis em seus ensaios, sem indícios de rompimentos, sendo que suas bermas foram protegidas com revestimento vegetal (grama), além de serem construídos os sistemas de drenagem pertinentes a cada caso.

17. Apresentar relatório as built de controle executivo das fundações.

A COPASA apresentou as plantas “as built” da locação das estacas das unidades da ETE Betim.

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18. Apresentar relatório de controle de qualidade do sistema de impermeabilização das células de aterramento de resíduos.

A COPASA justifica a não necessidade de apresentação do referido relatório considerando que não haverá aterramento de resíduos na área e nem lagoas nas fases de tratamento da ETE. A SUPRAM CM concorda com a justificativa do empreendedor, uma vez que as células de aterramento de resíduos não serão implantadas e a condicionante perdeu seu objetivo. 19. Apresentar o Manual de Operação da ETE.

A COPASA apresentou o Manual de Operação da ETE Betim Central por meio do Ofício CE DVLA 06/2009, protocolizado em 07/01/2009 sob nº R170805/2009. Posteriormente, a COPASA apresentou a revisão do mesmo, a pedido da SUPRAM, considerando a nova forma de disposição final dos resíduos (aterro sanitário terceirizado) e a revisão do escopo para monitoramento dos efluentes de ETEs Classe 5, conforme nota técnica DIMOG/DISAN nº 02/2005. 20. Designar o técnico responsável pela operação e pelo acompanhamento do programa de

monitoramento da ETE, apresentando à FEAM a respectiva ART – Anotação de Responsabilidade Técnica referente à supervisão técnica do local.

A COPASA designou o engenheiro civil José Maria de Oliveira Filho como técnico responsável pelo gerenciamento dos aspectos ambientais da ETE Arrudas, acompanhado da respectiva ART. 21. Apresentar o resultado das análises das águas do lençol freático na área do aterro

controlado dos resíduos sólidos gerados na ETE.

A COPASA justifica a não necessidade de realização das referidas análises considerando que não haverá aterramento de resíduos na área da ETE. A SUPRAM CM concorda com a justificativa do empreendedor, uma vez que o aterro controlado não será implantado e a condicionante perdeu seu objetivo. 22. Informar como será contemplada a ETE Central/Imbiruçu no Programa de Controle

Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) da COPASA, bem como o responsável pela segurança e higiene do trabalho da referida unidade.

A COPASA apresentou o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e indicou o engenheiro de segurança do trabalho Atíla Giugni de Souza como responsável técnico pela segurança e higiene do trabalho da ETE Betim. 2.2.4. Condicionantes incluídas pelo COPAM, propostas no parecer do relato do pedido de vistas dos conselheiros Mauro da Costa Val – representante do Instituto Ekos para o Desenvolvimento Sustentável – e Cristina Chiodi – representante da Associação Mineira de Defesa do Ambiente:

A1. Efetuar cálculo da massa de nitrogênio e de fósforo que será lançada pontualmente no rio Betim e logo a jusante no Rio Paraopeba visando prognosticar eventual influência no processo de proliferação de algas, especialmente cianofíceas, e suas implicações na saúde pública. Prazo: na formalização da LO.

Segundo informações do empreendedor, os dados de nutrientes no final de plano são apresentados na Tabela 01, a seguir.

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Tabela 01: Concentração e carga de nutrientes no final de plano da ETE Betim Central

Nutriente Concentração no efluente final (mg/L)

Vazão média de final de plano (l/s)

Carga no efluente final (kg/dia)

Nitrogênio 35,5 514,0 1596

Fósforo 7,5 514,0 338

A COPASA deverá realizar o monitoramento do rio Betim dos parâmetros clorofila ’a’ e densidade de cianobactérias como medida de aferição do processo de proliferação de algas, conforme solicitado na Nota Técnica DIMOG/DISAN nº 02/2005. A.2. Análise da pertinência e oportunidade de eventual aperfeiçoamento tecnológico da ETE Betim (Central e Imbiruçu) por meio da implantação de etapas de tratamento terciário para remoção do fósforo e do nitrogênio. Prazo: na formalização da LO.

A COPASA afirma que quaisquer medidas de melhorias de desempenho ambiental nas estações de tratamento de esgoto serão importantes após atingir a meta da mesma em tratar 100% dos esgotos sanitários dos municípios nas quais opera, no mínimo, com nível de tratamento secundário. Contudo, os efeitos da concentração de nutrientes (nitrogênio e fósforo) dos efluentes tratados da ETE Arrudas deverão ser avaliados indiretamente por meio do monitoramento dos parâmetros clorofila ’a’ e densidade de cianobactérias. B1. A publicação em jornal regional de grande circulação do cronograma físico-financeiro da obra, incluindo texto de seus amplos benefícios para a bacia hidrográfica do rio Paraopeba (COPASA-MG e Prefeitura Municipal de Betim). Prazo: um mês da concessão da LI.

A COPASA apresentou, por meio do Ofício DVLA 516/2008, protocolizado nesta SUPRAM em 23/09/2008 sob nº R121771/2008, uma publicação no jornal “Hoje em Dia” de 19/09/2008, do cronograma físico-financeiro da obra, incluindo texto de seus benefícios. B2. Promover monitoramento das águas do Rio Betim e do rio Paraopeba durante 10 anos, com início previsto para o final deste ano de 2008. Os parâmetros a serem analisados serão objeto de análise desta URC, com proposição inicial feita por este conselheiro em conjunto com a COPASA-MG no prazo de 15 dias. Prazo: na concessão da LO.

A COPASA propõe monitorar o Rio Betim nos pontos a montante e a jusante do ponto de lançamento de efluentes tratados da ETE Betim, durante toda a vida útil da mesma, e justifica a não realização do monitoramento do rio Paraopeba considerando que este monitoramento já é realizado pelo Projeto Águas de Minas do IGAM, conforme Estações descritas no Quadro 03. Informa, ainda, que o conselheiro do COPAM não havia apresentado à COPASA-MG a proposta de monitoramento para estes cursos d’água.

Quadro 03: Estações de monitoramento da qualidade das águas do Projeto “Águas de Minas” nos rios Betim e Paraopeba

Estação Localização BP070 Rio Paraopeba a jusante da foz do Ribeirão Sarzedo, próximo à São Joaquim de Bicas BP071 Rio Betim próximo de sua foz no Rio Paraopeba, em Betim BP072 Rio Paraopeba a jusante da foz do Rio Betim, na divisa dos municípios de Betim e Juatuba BP088 Rio Betim a jusante do Reservatório de Vargem das Flores em Betim

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3. DOCUMENTO AUTORIZATIVO PARA INTERVENÇÃO AMBIENTAL

Conforme informando no Parecer Técnico GESAN nº 63/2008, em 23/01/08, o Instituto Estadual de Florestas - IEF emitiu a declaração autorizando a intervenção em Área de Preservação Permanente - APP para implantação da ETE Betim Central.

Posteriormente, a COPASA apresentou o Documento Autorizativo para Intervenção Ambiental – DAIA nº 106099 – Série A emitido pelo IEF autorizando a intervenção em APP para continuidade das obras de implantação da ETE Betim Central e seus emissários, com validade até 06/07/2010.

4. RESERVA LEGAL

Através do Ofício SUPRAM CM 1507/2010, de informações complementares, foi solicitada a apresentação de registro de imóveis da área da ETE Betim Central, comprovando a averbação da reserva legal ou, caso necessário, formalizar o processo de regularização da reserva legal. Em resposta, a COPASA enviou o Ofício DVLA 864/2010 onde informou que a área da ETE encontra-se em processo de desapropriação judicial nº 0027.07.134757-2, além da apresentação do auto de imissão de posse. A COPASA solicitou que essa informação complementar seja uma condicionante da licença de operação, com prazo de cumprimento de 180 dias, quando a COPASA espera que o processo judicial venha ser concluído. Através do Ofício SUPRAM CM 566/2011, foi reiterada a solicitação da apresentação de registro de imóveis da área da ETE Betim Central. Em resposta, a COPASA enviou o Ofício DVLA 609/2011 onde encaminhou o Termo de Preservação de Floresta, a descrição topográfica e a planta da área da ETE Betim e da sua reserva legal aprovada e assinada pelo Instituto Estadual de Florestas - IEF, justificando que a averbação da reserva legal só será possível após a conclusão do processo judicial de desapropriação da área. Posteriormente, a COPASA encaminhou o Ofício DVLA 406/2012 por meio do qual apresenta a DAIA nº 106.658/2012 – Série A, emitida pelo IEF, referente à averbação da reserva legal da ETE Betim Central. Assim, estabelece-se como condicionante da LO, que seja comprovada a averbação da reserva legal junto ao registro do imóvel, em até 30 dias após a conclusão do processo judicial de desapropriação da área.

5. INTERVENÇÃO EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE - APP

Foi constatado em vistoria (Auto de Fiscalização nº 48303/2010 de 17/08/2010) a intervenção em 0,5 ha da Área de Preservação Permanente do rio Betim, o que gerou Auto de Infração.

Nesta vistoria, verificou-se também que não foi promovida a recuperação do rio Betim, através do plantio de vegetação ciliar, no trecho do rio que faz divisa com o empreendimento. Em vista dos fatos citados acima, verifica-se que o cronograma apresentado em resposta à condicionante nº 12 não foi cumprido. Assim, esta Superintendência inclui uma condicionante de LO referente a recuperação da Área de Preservação Permanente do rio Betim, com apresentação de relatórios fotográficos comprovando a execução do projeto de recuperação da mata ciliar do rio Betim. A Figura 02 ilustra o rio Betim e sua área de preservação permanente próximo à ETE Betim Central.

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Figura 2: Detalhe da Àrea de Preservação Permanente do rio Betim

Fonte: Software Google Earth ©. Data das Imagens: 15/06/2009

6. UTILIZAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS

O empreendimento lança efluentes em corpo d’água, atividade passível de outorga de direito de recursos hídricos pela Lei Estadual nº 13.199/1999 e pela Portaria IGAM nº 10/1998. Contudo, atualmente é exigida a outorga para lançamento de efluentes apenas para os empreendimentos localizados no interior da área de drenagem da sub-bacia do Ribeirão da Mata, integrante da bacia hidrográfica do Rio das Velhas, nos termos da Portaria IGAM nº 29/2009. Considerando que a ETE Betim Central está localizada na bacia hidrográfica do Rio Paraopeba, não é exigida a outorga de lançamento de efluentes para a mesma na presente data.

7. CONTROLE PROCESSUAL

O processo encontra-se formalizado e instruído com a documentação listada no Formulário de Orientação Básica, constando dentre outros procuração comprovando o vínculo do responsável pelas informações do FCE com a empreendedora. Os custos de análise do licenciamento foram devidamente quitados, bem como os emolumentos conforme se verifica as fls. 14 e 15 dos autos. Em atendimento ao Princípio da Publicidade e ao previsto na Deliberação Normativa COPAM nº 13/95 foi publicado pelo empreendedor em jornal de grande circulação a concessão da licença de

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instalação concedida, bem como o requerimento da Licença de Operação, fls. 196. Pelo órgão ambiental foi publicado no Diário Oficial do Estado de Minas Gerais. Foi apresentado relatório de cumprimento de condicionantes, julgado satisfatório pela equipe técnica da SUPRAM CM. A certidão negativa de débito ambiental foi expedida pela Diretoria Operacional da SUPRAM CM dando conta da inexistência de débitos ambientais até aquela data. Trata-se de um empreendimento classe 5 (cinco), cuja análise técnica é conclusiva para concessão da licença de operação com validade de 4 (quatro) anos, condicionado às determinações dos Anexos deste parecer único, deste modo, não havendo óbice, recomendamos o deferimento nos termos do parecer técnico. Salienta-se que foi concedido ao empreendedor Autorização Provisória para Operar, em 20/8/2010, nos termos do artigo 9º, § 2º, do decreto 44.844/08.

8. CONCLUSÃO

O empreendimento, devido à sua natureza e ao objetivo a que se propõe, é de relevante importância ambiental, ao buscar o tratamento dos efluentes líquidos sanitários gerados no município de Betim e lançados no rio Betim, afluente do rio Paraopeba.

Face ao exposto recomenda-se à URC Rio Paraopeba que seja deferido o pedido de concessão de Licença de Operação para tratamento de esgotos sanitários para o empreendimento Estação de Tratamento de Esgotos Betim Central – 1ª Etapa, da Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA, com validade de 4 (quatro) anos, localizada no município de Betim, desde que sejam mantidos todos os planos de monitoramento e medidas mitigadoras e de controle ambiental propostas pelo empreendedor nos estudos ambientais, ressaltadas as considerações desse parecer, e que sejam cumpridas as condicionantes propostas no Anexo Ì do presente parecer.

Eventuais pedidos de alteração nos prazos de cumprimento das condicionantes estabelecidas nos Anexos deste Parecer Único poderão ser resolvidos junto à própria SUPRAM, mediante a análise técnica e jurídica, desde que não alterem o mérito/conteúdo das condicionantes.

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ANEXO I AO PARECER ÚNICO SUPRAM CM Nº 347/2012

Processo COPAM Nº: 00162/1998/007/2010 Classe/Porte: 5/Grande Empreendimento: ETE Betim Central – 1ª Etapa Atividade: Tratamento de Esgotos Sanitários Localização: Margem direita do rio Betim, a montante de sua confluência com o rio Paraopeba Empreendedor: Companhia de Saneamento de Minas Gerais - COPASA CNPJ: 17.281.106/0001-03 Referência: CONDICIONANTES DA LICENÇA DE OPERAÇÃO Validade: 4 anos ITEM DESCRIÇÃO PRAZO

01 Apresentar relatório fotográfico comprovando a execução do projeto de recuperação da mata ciliar do rio Betim, no trecho do mesmo que faz divisa com a ETE.

30 dias

02

Apresentar cópia da renovação do Termo de Cooperação Técnica firmado entre a COPASA e a Central de Tratamento de Resíduos – CTR Macaúbas para destinação final dos resíduos sólidos gerados na operação da ETE, com validade vigente.

30 dias

03 Apresentar projeto indicativo de acesso da ETE às vias públicas. 30 dias

04 Apresentar relatórios fotográficos trimestrais, durante um ano, comprovando a execução e andamento do projeto de recuperação da mata ciliar do rio Betim.

90 dias

05 Apresentar relatório fotográfico comprovando a implantação do cinturão verde e do projeto paisagístico da ETE. 30 dias

06 Apresentar comprovação da averbação da reserva legal junto ao registro do imóvel.

Até 30 dias após a conclusão do

processo judicial de desapropriação da área da ETE.

07

Apresentar anualmente declaração de carga poluidora, referente ao ano civil anterior, subscrita pelo administrador principal da empresa e pelo responsável técnico devidamente habilitado, acompanhada da respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica, no Banco de Declarações Ambientais da Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM.

Até o dia 31 de março de cada

ano, ao longo de toda a operação

da ETE.

08

Apresentar relatório anual do monitoramento dos efluentes líquidos da ETE Betim Central e da qualidade das águas do corpo hídrico receptor, a ser realizado de acordo com o programa apresentado no Anexo II deste parecer. O relatório deverá apresentar tabelas e gráficos compilando os resultados obtidos, incluindo uma avaliação conclusiva sobre a eficiência do sistema de tratamento e o atendimento aos padrões de lançamento de efluentes e enquadramento de corpos d’água estabelecidos pela Deliberação Normativa Conjunta COPAM-CERH nº 01/2008.

Até o dia 31 de março de cada

ano, ao longo de toda a operação

da ETE.

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ANEXO II AO PARECER ÚNICO SUPRAM CM Nº 347/2012

Processo COPAM Nº: 00162/1998/007/2010 Classe/Porte: 5/Grande Empreendimento: ETE Betim Central – 1ª Etapa Atividade: Tratamento de Esgotos Sanitários Localização: Margem direita do rio Betim, a montante de sua confluência com o rio Paraopeba Empreendedor: Companhia de Saneamento de Minas Gerais - COPASA CNPJ: 17.281.106/0001-03 Referência: PROGRAMA DE MONITORAMENTO Validade: 4 anos

PROGRAMA DE MONITORAMENTO PARA EMPREENDIMENTOS (ETES) CLASSE 5

Conforme Nota Técnica DIMOG/DISAN NT – 02/2005

1. Monitoramento da qualidade da água do corpo receptor

Para verificação das condições sanitárias e ambientais dos corpos de água que recebem os efluentes das ETEs, o corpo hídrico receptor, deverá ser monitorado a montante e a jusante dos lançamentos de acordo com o programa apresentado na Tabela II.1.

Tabela II.1: Programa de monitoramento de corpos hídricos para ETE Classe 5.

(1): para ETEs que recebem efluentes de aterros sanitário

• Deverão ser indicadas as coordenadas dos pontos de coleta e estas deverão ser mantidas ao longo de todo período de monitoramento.

PARÂMETRO UNIDADE FREQÜÊNCIA Cádmio total (1) mg/L Cd Trimestral Chumbo total (1) mg/L Pb Trimestral Densidade de Cianobactérias cel/mL ou mm³/L Trimestral Cloreto total mg/L Cl Trimestral Clorofila a µg/L Trimestral Cobre dissolvido (1) mg/L Cu Trimestral Condutividade elétrica µS/cm Mensal DBO mg/L Mensal DQO mg/L Mensal E. coli UFC Mensal Fósforo total mg/L P Trimestral Nitrato mg/L Trimestral Nitrogênio amoniacal total mg/L N Trimestral Óleos e graxas mg/L Trimestral Oxigênio dissolvido mg/L Mensal pH - Mensal Substâncias tensoativas mg/L LAS Trimestral Turbidez UNT Mensal Zinco total (1) mg/L Zn Trimestral

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• Enviar anualmente a SUPRAM CM os resultados das análises efetuadas. O relatório deverá conter a identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pela coleta das amostras, análise laboratorial e interpretação dos resultados.

• Normas aprovadas pelo INMETRO ou, na ausência delas, as coletas e análises de amostras segundo os parâmetros citados deverão seguir os métodos descritos no “Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater” APHA – AWWA.

• O monitoramento deverá ser executado durante toda a vida útil da ETE. 2. Monitoramento da eficiência da ETE (Monitoramento de Efluentes) O monitoramento do esgoto bruto e tratado será feito de acordo com a Tabela II.2, a seguir:

Tabela II.2: Programa de monitoramento de efluentes para ETE Classe 5

. PARÂMETRO UNIDADE FREQÜÊNCIA Cádmio total (2) mg/L Cd Trimestral Chumbo total (2) mg/L Pb Trimestral Cloreto total mg/L Cl Trimestral Cobre dissolvido (2) mg/L Cu Trimestral Condutividade elétrica µS/cm Mensal DBO (1) mg/L Mensal DQO (1) mg/L Mensal E. coli NMP Mensal Fósforo total mg/L P Trimestral Nitrato mg/L Trimestral Nitrogênio amoniacal total mg/L N Trimestral Óleos e graxas mg/L Trimestral pH - Mensal Sólidos sedimentáveis (1) mL/L Mensal Substâncias tensoativas mg/L LAS Trimestral Teste de toxicidade aguda - Anual Vazão média mensal(1) L/s Mensal Zinco total (2) mg/L Zn Trimestral

(1): Parâmetros também monitorados no afluente (2): para ETEs que recebem efluentes de aterros sanitários

• Enviar anualmente a SUPRAM CM os resultados das análises efetuadas. O relatório deverá

conter a identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pela coleta das amostras, análise laboratorial e interpretação dos resultados.

• Normas aprovadas pelo INMETRO ou, na ausência delas, as coletas e análises de amostras segundo os parâmetros citados deverão seguir os métodos descritos no “Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater” APHA – AWWA.

• O monitoramento deverá ser executado durante toda a vida útil da ETE.

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ANEXO III AO PARECER ÚNICO SUPRAM CM Nº 347/2012 RELATÓRIO FOTOGRÁFICO

Foto 01: Gradeamento do Tratamento preliminar Foto 02: Lodos ativados do tipo convencional

Foto 03: Decantador secundário Foto 04: Queimador de gases

Foto 05: Ponto de lançamento dos efluentes Foto 06: Cercamento da ETE