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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana – SUPRAM CM SUPRAM - CM Rua Espírito Santo , 495, Centro CEP: 30.160-030 – Belo Horizonte/MG Página: 1/29 PARECER ÚNICO Nº 292/2012 PROTOCOLO 845703/201 2 Indexado ao(s) Processo(s) Licenciamento Ambiental: 007189/2007/003/2011 Licença Prévia (LP) Validade Processo de Outorga : Não se aplica DNPM: 832294/2006 e 833606/2006 4 anos DAIA: Não se aplica Classe: 5 Empresa: Tejucana Mineração S.A. CNPJ: 08.185.361/0001 -61 Município: Brumadinho /MG Unidade de Conservação: APA Sul (Coordenada dentro da Unidade de Conservação) Bacia Hidrográfica: Rio São Francisco Sub Bacia: Rio Paraopeba Código DN 74 Descrição Classe A-05-04-5 Pilha de Estéril/Rejeito 5 A-05-01-0 Unidade de Tratamento de Minerais - UTM 3 A-02-03-8 Lavra a céu aberto sem tratamento ou com tratamento a seco 3 E-05-03-7 Dragagem para desassoreamento em corpos d’água 3 Medidas mitigadoras: SIM NÃO Medidas compensatórias: SIM NÃO Condicionantes: SIM NÃO Automonitoramento: SIM NÃO Res ponsável legal pelo empreendimento José Luiz Rivera Moreira Registro de classe - Responsável técnico pelos estudos apresentados Carlos Eduardo Orsini Nunes de Lima Registro de classe CREA: 05157/D Belo Horizonte , 18 de outubro de 2012. Equipe Interdisc iplinar MASP Assinatura Jacqueline Moreira Nogueira 1.155.020-9 Marcelo Carlos da Silva 1.135.781-1 Mariangela Evaristo Ferreira 1.262.950-7 Leandro Cosme Oliveira Couto 83.160-4 Thiago Cavanelas Gelape 1.150.193-9 Maria de Fátima Melo Maia 1.043.861-2 Adriane Penna 1.043.721-8 De acordo Diretor de Apoio Técnico Anderson Marques Martinez Lara / MASP 1.147.779-1 De acordo Diretor de Controle Processual Bruno Malta Pinto / MASP 1.220.033-3

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PARECER ÚNICO Nº 292/2012 PROTOCOLO Nº 845703/2012 Indexado ao(s) Processo(s)

Licenciamento Ambiental: 007189/2007/003/2011 Licença Prévia (LP) Validade Processo de Outorga: Não se aplica

DNPM: 832294/2006 e 833606/2006 4 anos

DAIA: Não se aplica Classe: 5 Empresa: Tejucana Mineração S.A. CNPJ: 08.185.361/0001-61

Município: Brumadinho/MG

Unidade de Conservação: APA Sul (Coordenada dentro da Unidade de Conservação)

Bacia Hidrográfica: Rio São Francisco Sub Bacia: Rio Paraopeba

Código DN 74 Descrição Classe

A-05-04-5 Pilha de Estéril/Rejeito 5

A-05-01-0 Unidade de Tratamento de Minerais - UTM 3

A-02-03-8 Lavra a céu aberto sem tratamento ou com tratamento a seco 3

E-05-03-7 Dragagem para desassoreamento em corpos d’água 3

Medidas mitigadoras: SIM NÃO Medidas compensatórias: SIM NÃO Condicionantes: SIM NÃO Automonitoramento: SIM NÃO

Responsável legal pelo empreendimento José Luiz Rivera Moreira

Registro de classe -

Responsável técnico pelos estudos apresentados Carlos Eduardo Orsini Nunes de Lima

Registro de classe CREA: 05157/D

Belo Horizonte, 18 de outubro de 2012.

Equipe Interdisciplinar MASP Assinatura

Jacqueline Moreira Nogueira 1.155.020-9

Marcelo Carlos da Silva 1.135.781-1

Mariangela Evaristo Ferreira 1.262.950-7

Leandro Cosme Oliveira Couto 83.160-4

Thiago Cavanelas Gelape 1.150.193-9

Maria de Fátima Melo Maia 1.043.861-2

Adriane Penna 1.043.721-8

De acordo Diretor de Apoio Técnico Anderson Marques Martinez Lara / MASP 1.147.779-1

De acordo Diretor de Controle Processual Bruno Malta Pinto / MASP 1.220.033-3

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1. INTRODUÇÃO

Este Parecer Único visa subsidiar o julgamento do pedido de Licença Prévia (LP) para a ampliação da lavra, regularização de pilha de estéril, implantação de Unidade de Tratamento de Minerais – UTM e dragagem para desassoreamento de corpo d’água, localizados no município de Brumadinho/MG, apresentado pelo empreendedor Tejucana Mineração Ltda.

As orientações para a formalização do processo de regularização ambiental do referido empreendimento foram geradas a partir do protocolo do Formulário Integrado de Caracterização do Empreendimento – FCE Nº R051248/2011, através da emissão do Formulário de Orientação Básica – FOBI Nº 238748/2011 H.

A análise técnica pautou-se nas informações apresentadas no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), nas verificações em vistorias ao empreendimento (Auto de Fiscalização N° 79635/2011 e Auto de Fiscalização N° 93748/2012), nas informações obtidas através da Audiência Pública, realizada em Brumadinho (04/07/2012) bem como nas informações complementares entregues.

2. LOCALIZAÇ ÃO

A área objeto deste licenciamento situa-se no município de Brumadinho/MG, povoado de Tejuco, sob coordenadas UTM 587.471 (X) e 7.776.191 (Y), fuso 23K, Datum SAD69, à 5 km da sede do município e à 50 km da capital Belo Horizonte. A seguir, imagem com a localização do empreendimento (Figura 01).

Figura 01: Mapa de localização do empreendimento Tejucana Mineração LTDA e imagem de satélite da área. Fonte: Geosisemanet, acesso em 04/07/2012.

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Figura 02: Imagem com a localização do empreendimento Tejucana Mineração LTDA em relação à Brumadinho Fonte: Google Earth, acesso em 19/06/2012.

3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

Da regularização ambiental

A Tejucana Mineração LTDA realiza a atividade de beneficiamento de minério de ferro através da operação de duas plantas de beneficiamento, chamadas Plantas I e II, que são fixas, já estão instaladas e em operação. No empreendimento existe já montada uma planta móvel de peneiramento, que não está em operação.

A atual atividade de beneficiamento está regularizada através da Autorização Ambiental de Funcionamento (AAF) 00157/2009, de 19/01/2009 e válida até 19/01/2013, concedida através do P. A. COPAM nº 07189/2007/001/2009 para a atividade A-05-01-0, Unidade de Tratamento de Minerais (UTM), conforme codificação da Deliberação Normativa Copam Nº 74/04. As UTM’s já instaladas executam o tratamento a seco de minério extraído das minas 01 e 02.

Em tais minas ocorre a extração de minério de ferro através de lavra em cava respectivamente nos Títulos Minerários 832.294/2006 (a norte) e 833.606/2006 (a sul). Essa extração está regularizada pela AAF 03382/2010, de 28/09/2010 e válida até 19/01/2013, concedida através do P. A. 07189/2007/002/2009 para a atividade A-02-03-8, Lavra a céu aberto sem tratamento ou com tratamento a seco, com produção bruta de 300.000 t/ano nos Títulos Minerários supracitados.

Todavia, a exploração da mina 2 está paralisada em função de embargo judicial estabelecido pelo Cartório de Ofício do Registro Civil das Pessoas Naturais da Comarca de Brumadinho. A

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área embargada corresponde à área da chamada Pilha Tejuco, antiga pilha de rejeito construída pelas atividades minerarias pretéritas, e foi retirada deste processo de análise de LP. Assim, considera-se neste licenciamento apenas o processo produtivo do minério de ferro da mina 01, bem como a respectiva área de lavra (ver Figura 03).

Figura 03: Mapa da área de lavra objeto deste licenciamento. Fonte: Informações complementares fornecidas pela empresa de Consultoria Ambiental YKS, 08/2012.

Conforme informado no EIA, a Tejucana Mineração LTDA está em negociação com a Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente das Bacias Rios das Velhas e Paraopeba, do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a fim de estabelecimento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Nesse cenário, a Tejucana optou por iniciar o processo de licenciamento ambiental da ampliação de sua capacidade produtiva através do

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pleito exclusivo da LP, evitando o pleito desta, concomitante à Licença de Instalação (LP+LI), e incluiu no licenciamento a atividade de dragagem para desassoreamento em curso d’água.

No âmbito das negociações com os representantes do MPMG, a atividade de dragagem se destina ao desassoreamento do Córrego do Barro, localizado a sudoeste da área de lavra, e se somará à recuperação de sete voçorocas localizadas a oeste da área de lavra. Toda a área a oeste do empreendimento, incluindo o Córrego do Barro, foi adquirida pela Tejucana Mineração LTDA a fim de, posteriormente à recuperação ambiental, ser criada uma Reserva Natural do Patrimônio Natural (RPPN).

A equipe técnica da Supram CM realizou vistoria no empreendimento em 14/12/2011 (Auto de Fiscalização Nº 79.635/2011) e constatou existência de pilha de estéril em operação, a sul da Pilha Tejuco. Em 06/06/2012 (Auto de Fiscalização Nº 93.748/2012) foi realizada segunda vistoria por técnicos da Supram CM acompanhados por representantes MPMG e da Polícia Militar Ambiental de Minas Gerais (PMMG), sendo constatado que o estéril produzido na mina 01 estava sendo disposto em novas pilhas à jusante e no sentido oeste da Pilha Tejuco.

Assim, foi lavrado o Auto de Infração Nº 53.149/2012 por “instalar e operar pilhas de disposição de estéril sem a devida regularização ambiental”, visto que as duas AAF concedidas ao empreendimento se referem apenas às atividades de UTM e de lavra, não podendo ser utilizadas para a atividade de pilha de estéril. A deposição de estéril foi embargada e consequentemente a atividade de lavra permanece paralisada até a regularização das pilhas de estéril.

Diante do cenário acima exposto, o presente processo de licenciamento contempla a ampliação da produção bruta da mina 1 e processada nas plantas de UTM I e II de 300.000 t/ano para 600.000 t/ano, bem como a regularização da instalação e operação de nova UTM (chamada de Planta III), da disposição de estéril e da dragagem para desassoreamento do Córrego do Barro, localizado à jusante do empreendimento. A Tabela 01, a seguir, discrimina as atividades deste licenciamento:

Tabela 01: Atividades sujeitas ao licenciamento do P.A. Copam nº 07189/2007/003/2011.

Atividade Título Minerário (DNPM/Ano)

Substância mineral

Unidade de mensuração:

A-02-03-8, Lavra a céu aberto sem tratamento ou com tratamento a seco.

832.294/2006. Ferro. Produção bruta de 600.000 t/ano.

A-05-01-0, Unidade de Tratamento de Minerais

(UTM). 833.606/2006. Ferro. Produção bruta de 600.000

t/ano.

A-05-04-5, Pilha de rejeito / estéril.

832.294/2006. Ferro. Área útil de 10 ha.

E-05-03-7, Dragagem para desassoremento em corpos

d’água. - -

Volume dragado de 500.000 m3/mês.

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As instalações de apoio do empreendimento ocupam área de 1,5 ha, discriminando-se em escritórios, depósito, laboratório, área de abastecimento, refeitório, sanitários, estacionamento, heliponto, bases geradoras de energia, caixa separadora de água e óleo, sistema de próprio de esgotamento sanitário, oficina, posto de abastecimento, cisternas, vestiário e refeitório.

Por se tratar de uma ampliação da produção de mina que já se encontra com infraestrutura consolidada, a descrição do processo produtivo para a capacidade que está sendo pleiteada pelo presente processo de LP se assemelha ao empreendido dentro dos limites de produção permitidos pela AAF 3382/2010.

Do processo produtivo

Na área dos dois Títulos Minerários estão depositados minérios de ferros diferentes quanto às características físicas e às formas de ocorrência. O minério local foi depositado na superfície do terreno tratando-se, de maneira genérica, de antigos rejeitos da de lavra e do beneficiamento do minério lavrado na região. Desse modo, a atividade mineraria da Tejucana se dedica à recuperação de finos e seu processo produtivo se organiza nas etapas sequenciais de:

• Decapeamento da jazida e desmonte do minério de ferro; • Carregamento e transporte interno; • Estocagem temporária e beneficiamento; • Expedição e transporte externo; • Disposição controlada de estéril.

O processo produtivo do minério de ferro da mina 01 gera produtos finais com granulometria inferior a 10 mm e entre 10 e 25 mm. A distribuição espacial do minério rolado se dá predominantemente na direção de norte para sul (N – S), com as jazidas de minério ocorrendo em bolsões com forma e tamanhos variáveis, sempre próximas da superfície, não ultrapassando 10 metros de profundidade.

A relação estéril / minério na atividade de lavra da Tejucana é estimada de 4 / 5. As dimensões variáveis dos corpos de minério de ferro e sua distribuição esparsa dentro da área implicam em considerável alteração no volume esperado de geração de estéril. Assim, de forma a embasar uma estimativa da relação estéril / minério, foi utilizada a mesma relação estéril / minério da área de lavra de empreendimentos semelhantes (extração de minério de ferro) na região de Brumadinho.

Decapeamento da jazida e desmonte do minério de ferro

O decapeamento da jazida (retirada de cobertura solo e estéril) é prévio ou simultâneo ao desmonte do minério de ferro (frente de lavra), removendo-se primeiro o solo e, em seguida, o material estéril capeante do minério. O decapeamento e o desmonte são executados por escavadeira hidráulica.

A jazida existente na área se encontra desprovida de vegetação e a camada superficial de solo é de pequena espessura, ocorrendo de modo contínuo ou em trechos, de modo fragmentado. A

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camada superficial de solo (horizonte A) de aproximadamente 30 cm de espessura e o horizonte B, profundidade variável, com elevada porcentagem de matéria orgânica.

A lavra é conduzida a céu aberto, iniciando-se predominantemente nos bancos de cota superior e privilegiando o acompanhamento da distribuição geológica dos corpos de minério. As bernas tendem a ser horizontais e os taludes apresentar certa inclinação, porém, em trechos mais acidentados os taludes tendem a ser verticais.

Carregamento e transporte interno

As bancadas da frente de lavra possuem estradas de acesso que as ligam aos locais de deposição de estéril e ao pátio de estocagem temporária de minério da área de beneficiamento. O carregamento do estéril e do minério gerados é feito por meio de escavadeira e/ou carregadeira que abastecem caminhões basculantes.

São empregadas 5 carregadeiras (sendo uma terceirizada), 3 escavadeiras (sendo uma terceirizada), 2 rompedores e 2 tratores de esteira. São destinados 12 funcionários terceiros e 7 funcionários primários para o serviço de operação dessas máquinas. A manutenção destes veículos é realizada por empresas terceirizadas e o combustível utilizado para abastecimento é o óleo Diesel.

No transporte interno são utilizados 21 caminhões, com capacidade de 20.000 kg e de 10.000 kg. São realizadas 4 viagens por hora para cada caminhão. Empregam-se 27 funcionários para o transporte interno. A manutenção destes veículos é de responsabilidade de empresa terceirizada e o combustível usado é o óleo Diesel.

O EIA informa que, devido à capacidade atual, a frota de transporte interno não precisará ser ampliada para atender a este acréscimo de demanda.

Estocagem temporária e beneficiamento

O processo de beneficiamento é baseado em operações tradicionais de fragmentação grosseira (britagem) e peneiramento que não utilizam água, sendo chamado de beneficiamento a seco. Atualmente, estão em operação na Tejucana Mineração LTDA duas UTM, chamadas de Planta I e Planta II, que possuem capacidade de produção de 300.000 ton/ano.

Os caminhões do transporte interno depositam o material lavrado no entorno das Plantas I e II, em pátio de estocagem temporária, para separação mecânica entre estéril e minério, objetivando melhor beneficiamento. O material transportado recebe a ação de carregadeiras na separação do material lavrado e o minério é acumulado em pequenas pilhas específicas. O minério de ferro com maior tamanho tem sua granulometria reduzida, através de um rompedor hidráulico instalado em retroescavadeiras, para melhor atendimento do fator de proporção entre tamanho do minério e tamanho da entrada do britador.

Os equipamentos utilizados no beneficiamento são: retroescavadeira com rompedor hidráulico, alimentador vibratório, britador de mandíbulas 62 x 40, peneiras vibratórias de 10 mm, de 6 mm e de 0,15 mm e correias transportadoras diversas.

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Expedição e transporte externo

O escoamento do minério beneficiado (expedição) é realizado por transporte externo rodoviário, sendo utilizadas como principais vias as rodovias MG 040, BR 262 e BR 381. Empregam-se nesta etapa 25 veículos com capacidade de carga de 26 toneladas. O combustível usado é o óleo Diesel e os caminhões carregados seguem para siderurgias realizando em media 25 viagens. São alocados 25 motoristas para este transporte, número equivalente ao número de carretas diárias.

Disposição Controlada de Estéril

O valor aparentemente elevado da relação estéril / minério (4 / 5) resulta da necessidade de desmonte das litologias encaixantes, associadas à declividade do terreno, que permita a conformação da lavra com a abertura de acesso e a formação de bancadas atendendo a critérios geotécnicos. O estéril gerado é composto pelas rochas encaixantes do corpo do minério e pelas coberturas pedológicas, ora contínua, ora fragmentada.

4. ALTERNATIVAS LOCACIONAIS

Ampliação da produção na mina 01

O aumento produtivo pretendido pela empresa implica no avanço da lavra do minério rolado no sentido de oeste para leste (W – E). O minério de ferro da mina 01 é de natureza coluvionar e popularmente chamado de “rolado”, tendo sido depositado no local atual como rejeito de atividades minerarias no passado.

O EIA afiança não ser tecnicamente indicado o estabelecimento de critérios geométricos gerais para os jazimentos a serem lavrados, sendo cada frente de lavra concebido individualmente buscando o aproveitamento total da reserva considerada lavrável. Todavia, em linhas gerais, são estabelecidas premissas a serem atendidas pelos operadores de lavra para o aproveitamento total dos jazimentos existentes, sendo elas:

• Inclinação máxima de taludes em solo durante a lavra de 45º; • Inclinação máxima de taludes em rocha durante a lavra de 85º; • Lavra por bancadas sub-verticais com altura não superior a 6 m e largura das bermas

compatível com os equipamentos empregados, reservado o espaço para a construção de uma leira de proteção.

• Bancadas com inclinação mínima de 1% lateralmente e no sentido do interior do maciço, para o escoamento das águas pluviais.

• Acessos de serviço com largura mínima de 6 m, com extensões laterais de 4 m estrategicamente implantadas para permitir o cruzamento de veículos pesados, rampas não superiores a 10%, superelevação nas curvas de no mínimo 0,04 m e piso formado por base, sub-base e pista de rolamento.

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Instalação da Planta III (UTM)

Será instalada a planta III da UTM, com potencial produtivo de maior capacidade que as já instaladas- plantas I e II, contemplando diversos equipamentos, tais como alimentadores vibratórios, transportadores de correia, peneiras giratórias, secador rotativo e britadores.

Para contribuir na aceleração dos processos executados nas três UTM, será inserida na logística produtiva do empreendimento uma planta móvel de peneiramento com capacidade de separar os minérios de 1 a 6 mm, de 6 a 10 mm e de 10 a 20 mm. Esta planta móvel poderá ser acoplada a cada uma das 3 UTM, potencializando o beneficiamento a ser realizado.

Para a instalação da nova UTM foi considerada a logística operacional já existente no empreendimento e a utilização dos meios de transporte já utilizados, além de serem analisados aspectos relativos à estabilidade dos terrenos e drenagem do solo para abertura e terraplanagem da área de instalação das infraestruturas. Ainda, buscou-se local cujo ruído emitido pelo processo operacional da planta não gerasse incômodo à comunidade circunvizinha ao empreendimento, conforme alternativas 01 e 02:

Alternativa 01 (P1)

Está próximo às demais UTM’s (plantas I e II). Todavia, o local indicado não possui vias de acesso e praças de trabalho já consolidadas, de modo que a logística de transporte interna existente não contempla a área indicada. Assim, seriam necessárias obras para estruturação das vias.

Alternativa 02 (P2)

Possui praças de tralhados já consolidadas, sendo atualmente utilizado como depósito de peças e equipamentos. O terreno já recebeu obras para favorecimento da estabilidade, possui vias de acesso interna que atendem ao local e se encontra suficientemente distante para não gerar incômodos à população durante sua operação.

Alternativa escolhida

Foi sugerido pelo empreendedor o local P2, por agregar o conjunto de características econômicas e ambientais mais adequadas à instalação da UTM – Planta III. Visto que a alternativa 01 se encontra mais próxima a residências da comunidade do Tejuco do que a alternativa 02, a alternativa 01 poderia expor a população vizinha à emissão do ruído contínuo da operação das máquinas.

Pilhas de estéril

A natureza acidentada da topografia também é fator limitador para a escolha dos locais a serem reservados à disposição do estéril. Com a ampliação da produção bruta para 600.000 t/ano, as pilhas de estéril serão dispostas no decorrer da vida útil da mina 01 nas áreas de lavra já exauridas, de norte para sul, compondo aterros (bota dentro). O estéril gerado também será

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utilizado na recomposição das voçorocas, com o preenchimento e o retaludamento das mesmas.

As camadas de solo superficiais removidas serão dispostas em área específica na forma de cordões ou leiras com 1,5 m de altura, ou em forma de pilhas individuais com largura de 5 a 8 m e altura de 1,5 m. As camadas de solo mais profundas, misturadas com o estéril sobrejacente ao minério de ferro, serão dispostas em forma de pilha no depósito de estéril / rejeito.

Os depósitos serão formados da base para o topo em camadas horizontais, caracterizando-se pela deposição e imediata compactação, sendo, respeitados os seguintes critérios geométricos, em linhas gerais:

• Altura das bancadas: 4 m; • Largura da berma: 4 m; • Inclinação lateral: 1%; • Inclinação na direção do maciço: 2%; • Inclinação da face do talude: 35º; • Projeção do talude: 5,7 m.

5. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

As informações constantes do diagnóstico ambiental foram retiradas dos estudos ambientais apresentados.

Definição das áreas de influência do empreendimento

Segue a definição das áreas de influência do empreendimento, conforme apresentação dos estudos ambientais:

• Área Diretamente Afetada – ADA: considerou-se como ADA deste empreendimento aqueles terrenos que serão efetivamente utilizados por todas as estruturas presentes neste licenciamento. Ressalta-se que a ADA do presente licenciamento corresponde à ADA das AAF’s, sendo a ampliação apenas da capacidade produtiva e não em dimensão espacial.

• Área de Influência Direta – AID: para os Meios Físico e Biótico, foi definida como o conjunto das terras que serão utilizadas pelas estruturas de operação e apoio do empreendimento, bem como a área da Mineral do Brasil, a comunidade do Tejuco e área adjacente à oeste da área de lavra com grande adensamento vegetal. Para o meio sócio-econômico, a AID representa a junção da ADA com os limites do distrito do Tejuco, em Brumadinho.

• Área de Influência Indireta – AII: quanto ao meio físico e biótico definiu-se como sendo a microbacia hidrográfica do córrego do Barro até sua confluência com o rio Paraopeba. Para o meio sócio-econômico, considerou-se o município de Brumadinho/MG.

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Meio Físico

Clima

Segundo dados constantes nos estudos apresentados, dois tipos climáticos ocorrem em Brumadinho: CWa – clima temperado quente, com verão quente e chuvoso e inverno brando e seco, e CWb – clima temperado chuvoso (mesotérmico) , também chamado subtropical de

altitude, com verão ameno e chuvoso e inverno brando e seco. A área do empreendimento está inserida na porção sob o domínio do clima CWb, classificado como temperado chuvoso (mesotérmico) ou subtropical de altitude.

Quanto à umidade relativa do ar média, fica em torno de 72% ao longo do ano, apresenta valores máximos no mês de janeiro, em torno de 79%, e mínimos no mês de agosto, cerca de 64%.

Em relação à pluviosidade, o déficit hídrico inicia em abril e finaliza em setembro, sendo que o mês de agosto é o mês mais crítico apresentando déficit médio de 35,8 mm. Já o mês de dezembro é o de maior excedente médio (217,4mm).

Geomorfologia

Segundo os estudos apresentados, o empreendimento está inserido no Domínio Morfoestrutural do Quadrilátero Ferrífero (QF). Esse se localiza na parte meridional da Serra do Espinhaço, entre a Depressão São-Franciscana e os Planaltos Dissecados do Centro Sul e do Leste de Minas.

Quanto à geologia local, segundo os estudos, 47% do relevo de Brumadinho é plano ou suave ondulado, 43% ondulado, 11% forte ondulado e apenas 1% montanhoso a escarpado.

No que diz respeito à altitude, a máxima registrada é de 1571m na Serra da Calçada e a mínima de 700m registrada no rio Paraopeba na cachoeira de Fecho do Funil.

A área do empreendimento se encontra dentro do domínio geomorfológico Paraopeba Leste e Serras, mais especificamente, próximo a linha de crista da Serra Três Irmãos, onde predominam as declividades forte onduladas e altitudes entre 750 a 1150m.

A área em análise localiza-se no contato entre dois compartimentos distintos, um sustentado por rochas itabiríticas e hematíticas da Formação Cauê, do Grupo Itabira, Supergrupo Minas, que são rochas mais resistentes com cotas máximas que alcançam altitudes da ordem de 1200 m e outro que são os terrenos marginais a serra, cujo relevo é arrasado, plano ondulado a colinoso, devido à maior susceptibilidade erosiva das litologias gnáissicas.

No que diz respeito às formas de drenagem, o predomínio é de cursos d’água meandrantes e retilíneos com planícies de inundação relativamente extensas.

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Pedologia

Segundo dados dos estudos ambientais, no município de Brumadinho verifica-se a presença das seguintes classes de solos: neossolo litólico (solos pouco evoluídos e bastante rasos); cambissolo (solos pouco evoluídos, sendo a classe de solos mais heterogênea).; latossolo vermelho (solos profundos e de baixa fertilidade natural);latossolo vermelho amarelo (solos profundos e de baixa fertilidade natural); latossolo vermelho perférrico (solos profundos, de baixa fertilidade natural e com alta atração magnética devido à presença de magnetita e maghematita).

A área de lavra do empreendimento é principalmente constituída por antigas bancadas de rejeito das quais não se tem informações suficientes a respeito do substrato sobre o qual se encontram. Porém, nas áreas adjacentes, são observados principalmente Cambissolos Háplicos, Latossolos Vermelho-Amarelos, e Neossolos.

Geologia

Segundo dados dos estudos ambientais, o empreendimento situa-se na borda noroeste do Quadrilátero Ferrífero (QF) que, por sua vez, se encontra na borda sul do Cráton São Francisco e é caracterizado pela disposição quadrangular dos metassedimentos do Supergrupo Minas cercados por cinturões orogenéticos.

A área de estudo encontra-se no contato entre o Complexo Bonfim e a Formação Cauê. O primeiro representa as cotas inferiores da área, com uma topografia de morros arredondados com encostas de baixo gradiente, terrenos dissecados pela drenagem e perfis de alteração que podem ultrapassar a 50m.

As formações ferríferas da Formação Cauê com o itabirito como componente principal sustenta serras de 400 a 600m acima das baixadas. Sua área de ocorrência se restringe a vales, topos de serras e em monadnocks ou testemunhos que se projetam acima das serras.

A área de mineração do empreendimento se caracteriza por antigas bancadas com bermas de aproximadamente 15 metros de alturas, formadas pelo estéril da mineração do ferro cujo minério é constituído por itabiritos silicosos friáveis com lentes subordinadas de hematita.

Segundo dados dos estudos apresentados, apesar de mais concentrados nas bancadas de rejeito, os itabiritos, entre outros materiais ricos em minério de ferro, também foram identificados no fundo das voçorocas que se desenvolveram na área e ao longo dos cursos d’água.

Hidrogeologia

Segundo consta nos estudos ambientais, a área de estudo se encontra no Quadrilátero Ferrífero. Na região predominam dois grandes conjuntos de rochas: complexos metamórficos de rochas cristalinas e as seqüências metassedimentares geradas a partir de ambientes plataformais (Supergrupo Minas). Estas diferentes rochas formam diferentes sistemas aquíferos, com potencialidades distintas e diferentes sistemas de circulação, governados pelas características físico-químicas das rochas, como pelos sistemas de fraturas superimpostos.

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Na área, os aquíferos que ocorrem são os sistema Aquífero Granito-Gnáissico, o sistema Aquífero Itabirítico e o sistema Aquífero Granular.

O Sistema Aquífero Granito-Gnáissico formam aquíferos descontínuos, do tipo fraturado, ou fissural, em fraturas, diáclases, juntas e falhas conectadas hidraulicamente com as formações superficiais de intemperismo ou de sedimentos alúvio-coluvionares. São aquíferos livres a semiconfinados pelas formações superficiais, heterogêneos e anisotrópicos. A porosidade e a permeabilidade são secundárias, resultantes dos esforços tectônicos e dos processos de meteorização.

O Sistema Aquífero Itabirítico é o principal sistema aquífero do QF. Formam aquíferos do tipo fraturado e/ou granular, fortemente anisotrópicos e heterogêneos, condicionados pelo fraturamento e dissolução química do carbonato e quartzo que proporcionam permeabilidades e porosidades secundárias. São aquíferos livres a confinados pela estruturação geológicoestratigráfica. A recarga se dá pela infiltração de águas pluviais diretamente sobre os espessos horizontes intemperizados, sendo mais eficiente quando recoberto por coberturas lateríticas de elevada porosidade.

O Sistema Aqüífero Granular formam aquíferos descontínuos, livres, fortemente heterogêneos e anisotrópicos. As porosidades e permeabilidades são bastante variadas em razão da diversidade dos fatores físico-químicos na formação dos sedimentos e meteorização das rochas. Podem apresentar porosidade e permeabilidade muito boas, como nas coberturas lateríticas onde, praticamente, toda a água precipitada infiltra.

Hidrografia

O empreendimento em licenciamento se localiza na região do córrego do Barro, o qual compõe a bacia do rio Paraopeba, que é um dos mais importantes tributários do rio São Francisco.

Especificamente na área do empreendimento, o curso d’água de maior relevância é o córrego do Barro. Trata-se de um curso d’água perene, apesar de durante o período seco ter sua vazão consideravelmente diminuída. Este curso é formado a partir de pequenos córregos, que nascem dentro de uma voçoroca, próximo ao distrito de Tejuco e a montante da área do empreendimento.

Existem várias voçorocas na porção sudoeste à jusante do empreendimento, sendo que em uma delas, conforme citado anteriormente, existem nascentes contribuintes do Córrego do Barro. Nestas voçorocas, ainda ativas, há muitos movimentos de massa, como desabamento de materiais, que podem estar assoreando as nascentes ali localizadas, diminuindo assim, o fluxo dos cursos d’água.

Conforme informado no EIA/Rima, a Tejucana está em negociação com o MPMG a fim de adotar ações de controle dessas voçorocas e desassoreamento do Córrego do Barro, com o presente licenciamento iniciando a regularização da atividade de dragagem (destina-se ao desassoreamento). Esta medida se somará de maneira concomitante à recuperação das voçorocas através da execução de um Programa de Recuperação de Áreas Degradadas

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(PRAD). Posterior à recuperação ambiental, será criada uma Reserva Natural do Patrimônio Natural (RPPN).

Qualidade do Ar

O nível de poluição ou da qualidade do ar é medido pela quantificação das substâncias que nele estão presentes. Essas substâncias provêm de diversas fontes dentro das atividades minerárias como tráfego de veículos e máquinas, lavra e outros, podendo igualmente provir de meios naturais, como no caso de incêndios florestais, ou poeiras suspensas pela ação dos ventos.

No empreendimento em análise, os caminhões e máquinas que trabalham nas frentes de lavra e acessos fazem o transporte de minério até a usina de beneficiamento a seco e ainda o transporte de estéril para suas respectivas pilhas gerando, assim uma quantidade significativa de particulados e gases na atmosfera.

Próximos à Tejucana existem pequenas comunidades as quais sofrem diretamente os efeitos da alteração da qualidade do ar provenientes das atividades da empresa além dos demais empreendimentos instalados na região. Desta forma, a empresa possui 3 pontos de monitoramento de qualidade localizados nestas comunidades. Tais monitoramentos deverão ser continuados, afim de um constante acompanhamento da qualidade do ar.

Ruído

Os ruídos são agentes físicos que se encontram presentes na maioria das atividades minerárias, provindos de diversos instrumentos e máquinas de trabalho e, sobretudo do trânsito de veículos pesados. O empreendimento possui 4 pontos de monitoramento de ruído localizados na comunidade do entorno. Tais monitoramentos deverão ser continuados, afim de um constante acompanhamento da emissão de ruídos.

Espeleologia

Quanto à espeleologia da área, foi apresentado estudo com a prospecção espeleológica realizada. Na prospecção, bem como na vistoria realizada no empreendimento, não foram identificadas cavernas na área.

Meio Biótico

Flora

Durante o estudo da área do empreendimento foi verificado que a área do empreendimento tem como cobertura vegetal: Florestais (Mata de Galeria e Floresta Estacional Semidecidual), Savânicas (Cerrado Sentido Restrito) e áreas sem cobertura significativa e com outros usos antrópicos.

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Mata de Galeria

Na região do empreendimento foram encontradas Matas de Galeria, que ocupam a cabeceira de córregos que nascem na serra adjacente e correspondem a uma pequena porção da área estudada. Estas apresentam sinais evidentes de fogo, corte seletivo, criação de gado, entre outros impactos. Pode ser caracterizada, de forma geral, com um dossel de seis a nove metros, com algumas árvores emergentes de maior porte. Grande parte dos indivíduos arbóreos é jovem, mas também existem indivíduos de maior área basal em menor densidade. O estrato herbáceo apresenta-se bastante degradado, com várias espécies invasoras, principalmente gramíneas, dominando o sub-bosque em alguns locais. Em outros, o estrato herbáceo foi totalmente suprimido, devido a criação de gado.

Dentre as espécies arbóreas dominantes podemos destacar: Alchornea triplinervia (tapi), Cariniana estrellensis (jequitibá), Copaifera langsdorffii (pau-d’ óleo), Croton urucurana (sangra d’água), Dictyoloma vandellianum (tingui-preto), Guarea guidonea (marinheiro), Luehea grandiflora (açoita-cavalo), Protium heptaphyllum (almecegueira), Tachigali rugosa (angá-ferro), Tapirira obtusa (pau-pombo).

Floresta Estacional Semidecidual

Na região foi encontrado esse tipo de formação, em sua maioria, em estágio inicial de regeneração, as matas são formadas por um grande número de indivíduos arbóreos jovens e alguns indivíduos de maior porte remanescentes. O dossel raramente ultrapassa 8-9 metros de altura, a produção de serrapilheira é moderada e existe uma grande quantidade de clareiras. Muitas destas clareiras são dominadas pela pteridófita Dicranopteris flexuosa, em outras foram encontradas formações de Candeiais, principalmente da espécie Eremanthus glomerulatus. Em alguns pequenos pontos isolados a floresta se apresenta mais bem estruturada, com a formação de sub-bosque e uma maior diversidade de espécies herbáceas, tendendo a alcançar uma floresta em estágio médio.

Algumas espécies arbóreas que se destacam neste ambiente são: Acrocomia aculeata, Cabralea canjerana, Casearia sylvestris, Clethra scabra, Copaifera landsdorffii, Cupania vernalis, Erythroxylum deciduum, Licania kunthiana, Lonchocarpus muehlbergianus, Myrcia splendens, Nectandra oppositifolia, Piptadenia gonoacantha, Siparuna guianensis, Swartzia pilulifera, Tapirira guianensis e Tapirira obtusa. Também cabe destaque o grande número de indivíduos jovens da espécie ameaçada Dalbergia nigra , principalmente nas bordas dos fragmentos. Já no estrato herbáceo destacamse as famílias Cyperaceae, e Rubiaceae, mas em geral esse estrato não apresenta uma grande diversidade.

Cerrado Denso

É um subtipo de vegetação predominantemente arbóreo, com cobertura de 50% a 70% e altura média de cinco a oito metros. Representa a forma mais densa e alta de Cerrado sentido restrito. As camadas da vegetação de arbustos e ervas são bastante adensadas, mas com pouca diversidade de espécies.

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Na área estudada caracteriza-se pela presença de poucas espécies arbóreas dominantes e um estrato herbáceo-arbustivo bastante denso. As áreas que apresentam essa formação parecem ter sido em algum momento no passado áreas de pastagens que foram abandonadas. Espécies arbóreas bastante comuns nesse ambiente são: Dalbergia miscolobium, Kielmeyera coriacea, Lithraea molleoides, Myrsine guianensis, Roupala montana, Schefflera macrocarpa, Schinus terebinthifolia, Stryphnodendron adstringens, Styrax camporum, Xylopia aromatica, e espécies dos gêneros Byrsonima, Qualea e Vochysia. Entre as espécies arbustivas destacam-se Annona monticola, Baccharis dracunculifolia, Cordiera elliptica, Cyrtocymura scorpioides e Miconia albicans.

Áreas sem cobertura vegetal significativa e com outros usos antrópicos

As áreas de uso antrópico, que no caso são apenas os pastos, correspondem à uma pequena porção da área. Já as áreas sem cobertura vegetal significativa, que na área correspondem às erosões e aos córregos assoreados, ocupam uma porção bem maior da área de estudo e devem ser alvo de ações de manejo que visem sua reabilitação física e biológica.

Nos ambientes de pastagens, espécies herbáceas e arbustivas dominam, com destaque para as famílias Asteraceae, Poaceae, Malvaceae e Malpighiaceae. Muitas dessas espécies são invasoras e/ou ruderais, sendo algumas delas exóticas. Entre as forrageiras o capim braquiária (Brachiaria decumbens) é a mais comum. Existem também algumas espécies arbóreas remanescentes, entre elas foram observados indivíduos de Aegiphila integrifolia (tamanqueiro), Cecropia pachystachya (embaúba), Cedrela fissilis (cedro), Copaifera langsdorffii (pau-d’óleo), Luehea grandiflora (açoita-cavalo), Plathymenia reticulata (vinhático) e Terminalia glabrescens (capitão).

Também foram encontradas áreas com processos erosivos em diferentes níveis. Em grande parte destas erosões o solo se encontra exposto, mas nas áreas das bordas e de menor declividade a vegetação está presente, sendo dominada por espécies herbáceas e arbustivas, com destaque para as famílias Asteraceae, Cyperaceae, Fabaceae e Poaceae .

Os córregos na área estudada, principalmente o do Barro, se encontram completamente assoreados possivelmente devido aos mesmos processos que originaram as erosões citadas anteriormente. Nestes a vegetação aluvial praticamente desapareceu com exceção de algumas espécies herbáceas pioneiras e indivíduos do gênero Mimosa.

Fauna

A área de influência (AID) do empreendimento é caracterizada por um mosaico de formações vegetacionais, na interface entre Cerrado e Mata Atlântica, durante o estudo da avifauna foi possível registrar 151 espécies de aves fazendo parte de 44 famílias. A família Tyrannidae apresentou maior riqueza, alcançando 20,4% do total, seguida de Thraupidae 7,1%, Furnariidae com 6,7%, Trochilidae 6,7%, e Thamnophilidae com 3,8%. Foi evidenciado em campo que os fragmentos vegetacionais atuam como corredores ecológicos, permitindo a conexão entre as populações, influenciando de forma positiva a manutenção da diversidade biológica da avifauna na região. Durante o estudo não foram registradas espécies ameaçadas de extinção.

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Durante o estudo foram registradas espécies endêmicas da Mata Atlântica como o beija-flor-de-fronte-violeta (Thalurania glaucopis), borralhara-assobiadora (Mackenziaena leachii), formigueiro-da-serra (Formicivora serrana), papa-taoca-do-sul (Pyriglena leucoptera), pichoré (Synallaxis ruficapilla), cabeçudo (Leptopogon amaurocephalus*), teque-teque (Todirostrum poliocephalum), miudinho (Myiornis auricularis), tangarazinho (Ilicura militaris), (Brooks et al., 1999). Três espécies endêmicas do Cerrado foram registradas, o tapaculo-de-coleira (Melanopareia torquata), o soldadinho (Antilophia galeata) e a gralha-campo (Cyanocorax crystatellus) (Silva, 1995; Silva & Bates, 2002). O tapaculo-decoleira (Melanopareia torquata) é considerado uma espécie politípica, indicadora de ambientes de campos rupestres e que necessita de ações conservacionistas (Lopes, 2009; Vasconcelos, 2009).

É importante enfatizar que a população da avifauna foi registrada com maior abundância nas áreas em que os fragmentos florestais apresentam-se mais conservados, ou seja, na área imediatamente ao lado da propriedade da Tejucana Mineração. Todas as ações que se voltarem para a conservação desta área, serão favoráveis, concomitantemente, à preservação da avifauna.

Ressalta-se também, que de forma geral, os impactos relativos à comunidade faunística da Tejucana, obterão severidade moderada, em função da sinergia de impactos oriundos de outras empresas mineradoras que atuaram na mesma região no passado.

Meio Socioeconômico

Foi apresentada pelo empreendedor uma caracterização da dinâmica demográfica, socioeconômica e cultural do município de Brumadinho MG.

Para a elaboração do diagnóstico foram levantados dados primários (para a AID) e secundários (para a AII), enfocando-se os indicadores de dinâmica populacional, cujas fontes foram: os Censos Demográficos de 1991 e 2000; a Contagem de População para o ano de 2009, do DATASUS – Ministério da Saúde; o Atlas do Desenvolvimento Humano do PNUD. De estrutura produtiva, cujas bases de dados foram o Censo Agropecuário (1996); a Pesquisa Agrícola Municipal (2008) e a Pesquisa Pecuária Municipal (2008) – todos do IBGE; o IPEADATA do IPEA e o Índice Mineiro de Responsabilidade Social da Fundação João Pinheiro. De condições de vida e infraestrutura social e de serviços, para os quais foram utilizados dados obtidos do SIM, do Ministério da Saúde e do IEPHA do Governo de Minas Gerais; o Zoneamento Ecológico Econômico ZEE do Governo do Estado de Minas Gerais, para além dos já citados DATASUS, ADH-PNUD e IMRS-FJP. Os dados primários foram coletados por meio de roteiro semi-estruturado de entrevistas, durante três campanhas de campos realizadas no período de 27/09/10 a 02/06/11.

O empreendimento está instalado no Município de Brumadinho na região do Distrito do Tejuco onde ocorre ocupação antrópica mais próxima ao empreendimento, e, portanto, o fornecedor mão de obra para as atividades vinculadas à mina; por sua vez o local onde recebera a maioria dos impactos .

A história de ocupação do bairro do Tejuco, em Brumadinho, começa em meados dos anos 40, quando as atividades minerárias presentes na região desde a época colonial ganharam

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expressão industrial. Por ser fora do centro comercial e administrativo de Brumadinho, o loteamento adquiriu dinâmica autônoma e, por isso, identidade distinta de outras regiões do município. O povoado localiza-se na encosta sul da Serra dos Três Irmãos, junto ao córrego do Tejuco, também conhecido como córrego “do Barro” – nome originado da antiga olaria existente.

Residem no Tejuco um número aproximado de duas mil (2.000) pessoas, distribuídas dentro de cerca de quinhentas (500) famílias. Essa população é marcadamente jovem, em número equilibrado de homens e mulheres.

Segundo os estudos apresentados que pelo fato de a ocupação antrópica da região ter se dado em função das atividades minerarias ali existentes, os moradores têm relação próxima com o empreendimento. Inclusive, este absorve sua mão de obra prioritariamente do bairro. Segundo informações da administração da Mina, cerca de 80% dos funcionários alocados nas funções cotidianas da mineração foram recrutados no Tejuco. Por estas razões, a própria comunidade classifica o empreendimento como fundamental para a manutenção do cotidiano do bairro, haja visto a quantidade de chefes de família, sejam homens ou mulheres, que obtém suas rendas a partir de atividades direta ou indiretamente vinculadas à atividade Mineraria.

Foram apresentadas conclusões pela comunidade em relação a atividade mineraria tanto positivas associadas à geração de emprego e de provisão de benefícios para a comunidade, quanto às negativas associadas aos impactos ambientais da operação do empreendimento e os passivos deixados pela operação do empreendimento como: carreamento do solo; processos erosivos que geraram voçorocas próximas às áreas de lavra e o enchimento do leito do córrego “Do Barro”. Devido estes passivos, está em negociação com o Ministério Público do Estado de Minas Gerais um Termo de Ajuste de Conduta – TAC, que, dentre outras obrigações, visa desenvolver um projeto ambiental de recuperação de áreas degradadas.

Arqueologia Em reunião entre representantes da SUPRAM CM e Tejucana Mineração S.A. (Ata de Reunião n° 66/2012), foi discutido quanto à desnecessidade de apresentação de estudo arqueológico, bem como anuência do IPHAN, visto que a área a ser licenciada, bastante alterada, é historicamente antropizada por atividades minerárias pretéritas e não há diferença entre a ADA atualmente regularizada pelas AAF’s e a ADA considerada neste licenciamento. Assim, não haverá expansão de área lavrada nem supressão de vegetação, com a atividade mineraria restringindo-se à área que atualmente ocupa. Ainda, foi entregue pelo empreendedor um Parecer Técnico de Vistoria Arqueológica com respectivo responsável atestando a total ausência de sítios e vestígios arqueológicos na ADA do empreendimento, uma vez que o mesmo já opera desde a década de 40. Para tal, foi realizada vistoria em oito pontos principais contidos em um caminhamento sistemático entre os mesmos. Tal laudo ratifica a desnecessidade da manifestação daquele órgão, conforme justificado acima.

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6 IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS MITIGADORAS

Meio Físico e Meio Biótico

Assoreamento de curso d’água: as ações para instalação e operação do empreendimento como a remoção da camada superficial do solo, a drenagem da mina, o decapeamento e terraplanagem, têm como aspecto o assoreamento do córrego do Barro, sendo que este desencadeia os impactos de alteração dos parâmetros de qualidade das águas, redução da produção primária, deslocamento da fauna local, alteração dos habitats aquáticos e a perda de biodiversidade. Todos estes impactos poderão ser mitigados com as ações ambientais propostas pelo empreendimento, como o Programa de monitoramento de qualidade de água, o qual será objeto de condicionante na fase da Licença de Instalação.

Alteração fisiográfica do curso d’água: as ações de remoção da camada superficial do solo, drenagem da mina e as ações de retaludamento e recuperação de áreas degradadas que ocorrem durante a operação e também na fase de encerramento, podem desencadear a alteração fisiográfica do córrego do Barro que, por sua vez, tem como impacto a perda de habitat aquático, que se relaciona com a perda da biodiversidade local. Este impacto poderá ser mitigado com a revitalização do córrego proposta como ação ambiental deste empreendimento no PRAD.

Início ou aceleração do processo erosivo: as ações de remoção da camada superficial do solo, decapeamento e terraplanagem, bem como as ações de retaludamento têm o aspecto de iniciar ou acelerar os processos erosivos do solo. Com isso, são gerados impactos como a alteração dos parâmetros de qualidade das águas devido ao carreamento de materiais, alteração do regime de escoamento hídrico, instabilidade do talude, redução da produção primária, deslocamento da fauna local, alteração dos habitats aquáticos e a perda de biodiversidade. Todos os impactos citados poderão ser mitigados, principalmente, com o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas.

Emissões de efluentes atmosféricos: a operação da UTM a seco provoca o lançamento de material particulado para a atmosfera. Sobre a utilização de veículos pesados, estes resultam na queima de combustível e consequente emissão de gases de combustão. Devido a inexistência de vias pavimentadas existe a geração intensa de poeira nas áreas internas e de entorno da mina. Para minimizar este impacto, o empreendimento adotará as seguintes medidas mitigadoras: aspersão através de caminhão pipa nas vias de acesso e dentro da área de lavra, bem como nas áreas do entorno do empreendimento; minimizar poeiras oriundas dos taludes das áreas terraplanadas e bancos formados com a disposição do rejeito, revegetando os taludes assim que estiverem disponíveis para tal ação; manutenção periódica de veículos com motores à combustão; continuidade ao Programa de monitoramento de qualidade do ar, o qual será objeto de condicionante na fase da Licença de Instalação.

Geração de ruídos: muitas ações inerentes a instalação e operação da mineração são geradoras de ruídos que alteram os níveis de pressão sonora do ambiente, fator que também gera o afugentamento da fauna local. Como medidas mitigadoras, a empresa adotará o que segue: a instalação de novos equipamentos abafadores de ruídos para os setores da operação que alteram os níveis da pressão sonora de forma excedente; manutenção e regulagem adequada de veículos, máquinas e equipamentos de maneira a garantir que os níveis de

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pressão sonora sejam minimizados; continuidade ao Programa de monitoramento do ruído, o qual será objeto de condicionante na fase da Licença de Instalação.

Emissões de efluentes líquidos: a utilização das infraestruturas sanitárias e de apoio, a drenagem da mina e a manutenção de máquinas e equipamentos são ações da implantação e operação do empreendimento gerador de efluentes líquidos, os quais, quando não dispostos de forma correta e com a devida manutenção podem alterar os parâmetros de qualidade das águas. A empresa aplicará o Programa de monitoramento de efluentes, o qual será objeto de condicionante na fase da Licença de Instalação.

Alteração da topografia: as atividades oriundas da instalação e operação da mina atualmente, como a construção ou serviços de melhoria das vias de acesso, preparação dos locais de disposição de estéreis e rejeito, obras de terraplanagem, drenagem da mina, decapeamento, retaludamento, disposição de estéreis e estocagem do minério tem como aspecto a alteração da topografia. Mesmo sendo uma área descaracterizada, têm-se como impactos destas ações a alteração do regime de escoamento hídrico, a instabilidade dos taludes, que também desencadeiam aceleração dos processos erosivos e a alteração do habitat terrestre. Para mitigar este impacto, a empresa implantará um eficiente sistema de drenagem de águas pluviais nos espaços físicos da mina.

Ausência do solo superficial: em vários momentos da instalação e operação são realizadas a remoção do solo, a preparação dos locais de disposição de estéreis e rejeitos, obras de terraplanagem e o decapeamento, ações estas que têm como aspecto a ausência da camada superficial do solo. Diante disso, vários impactos se desencadeiam como a alteração dos parâmetros de qualidade das águas devido a alteração do regime de escoamento hídrico, a instabilidade dos taludes, a redução da produção primária, o deslocamento da fauna local, alteração dos habitats terrestres e a perda da biodiversidade, já que a camada superior do solo é rica em microorganismos que são fonte de nutrientes para a base de toda a cadeia trófica. Todos os impactos citados poderão ser mitigados, principalmente, com o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas e monitoramento da qualidade das águas.

Aumento de tráfego de veículos: a construção ou os serviços de melhoria das vias de acesso, a instalação da Planta III, o carregamento e transporte de minério e estéreis, a expedição e o transporte interno e externo do minério são ações básicas da mineração que têm como aspecto o aumento de tráfego de veículos. Porém, o tráfego de veículos pesados no local já é uma constante desde a década de 40, quando do início das atividades de mineração da região.

Regeneração da vegetação: o aspecto de regeneração da vegetação incidirá na fase de fechamento da mina, nos programas onde ocorrerá a revegetação dos taludes e a recuperação de áreas degradadas. Logo, estas ações têm o impacto no aumento da produção primária, além de propiciar o aumento da biodiversidade com a inserção de espécies botânicas nos taludes reconformados da área de lavra da mineração de forma, ressalta-se ainda, que este efeito será potencializado com a aplicação e desenvolvimento do PRAD.

Geração de Resíduos Sólidos: o empreendimento gera resíduos sólidos oriundos das áreas de oficina, posto de abastecimento, atividades domésticas (refeitório), etc. A empresa aperfeiçoará o gerenciamento de resíduos sólidos, de maneira a realizar a identificação das

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atividades geradoras dos resíduos sólidos, a quantificação dos mesmos, além de garantir o seu correto manuseio, acondicionamento e, sobretudo, a destinação final de maneira adequada.

Aplicação do PRAD: a recuperação de áreas degradadas terá o objetivo principal de recuperar e estabilizar os terrenos onde se encontram as voçorocas e revegetar os taludes das áreas da mina para conter a aceleração dos processos erosivos. Ademais, também será realizado o desassoreamento do córrego do Barro e sua revitalização até a confluência com o Rio Paraopeba. Além destas medidas, também serão focados recomposição vegetal das áreas com solo exposto, como as vias de acesso e possíveis zonas de servidão, visando com a inserção de espécies representativas das fito fisionomias locais para recompor o ambiente. Este programa será realizado na fase de encerramento das atividades da empresa e contará com equipe multidisciplinar com conhecimento estrutural, geotécnico e ambiental para atender todos os requisitos que irão conferir qualidade ao trabalho de recuperação das áreas alteradas.

Criação da Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN Tejucana: é interesse do empreendedor e projeto contemplando neste licenciamento a criação de uma RPPN, com objetivo de potencializar todas as características positivas e seus benefícios, e permitindo que áreas que se encontram atualmente degradadas em seu interior, sejam recuperadas, e desta forma, com uma melhoria da qualidade ambiental da área. Será condicionada neste Parecer Único a apresentação da aquiescência formal (anuência) do titular do direito minerário da área projetada para ser a RPPN Tejucana.

Meio socioeconômico

Expectativa de melhora nas condições de vida com a ampliação da capacidade operacional do empreendimento traz consigo a possibilidade de gerar aumento na demanda por serviços ofertados pelo setor terciário. Porém este efeito pode ter duração temporária, reversível, com efeitos não-cumulativos de magnitude média e severidade média, gerando uma relevância significativa para seus efeitos, que são potencializáveis.

Preocupação quanto à possibilidade de piora das condições de vida: devido os passivos ambientais existentes que convivem cotidianamente com a população local pode causar alguns incômodos, e no limite transtornos, à comunidade.

Melhoria efetiva das condições de vida: além das preocupações e expectativas, associadas a possibilidade de ocorrência (ou não) de ações específicas inerentes a um empreendimento minerário, há aspectos que causarão melhora efetiva das condições de vida da população.

Alteração nas condições de saúde e geração de incômodos à população com o aumento das: emissões atmosféricas; emissão de ruídos e o aumento do tráfego de veículos.

Possibilidade de incremento da renda: impacto positivo, causado a partir de sua vinculação com dois aspectos da operação do empreendimento, já discutidos, é a possibilidade de incremento da renda de parte da população do local.

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Melhora nas relações sociais e instrucionais com a ampliação de empreendimentos minerários o estabelecimento de relações entre empreendedores, órgãos públicos estaduais e municipais, além da participação da sociedade civil.

Descaracterização da paisagem e geração de impacto visual: este impacto pode ter dois lados um positivo com a correção dos passivos existentes e também negativo pela alteração da paisagem existente.

Aumento do risco de ocorrência de acidentes devido o aumento do tráfego de veículos, seja para o transporte de maquinários, insumos e produção, seja para o deslocamento de funcionários. Respectivamente segue os programas para compensar tais impactos. Programa de Informação Socioambiental; Programa de Educação Ambiental e Projetos de Relacionamento com Mão de Obra e Comunidade Local e Programa de Saúde, Segurança e Alerta do Trabalhador.

Degradação das vias utilizadas como rota de escoamento da produção, o que é um aspecto ligado a diversas etapas vinculadas à empreendimentos minerários, uma vez que um número grande de diferentes veículos são utilizados, de forma mais acentuada, para o escoamento da produção.

Alteração das relações sociais: a relação estabelecida entre a comunidade do Tejuco e a Tejucana Mineração é dúbia: por uma lado, tem-se fornecedores e trabalhadores do empreendimento que o defendem argumentando que os aspectos ambientais gerados pelo empreendimento são sobrevalorizados. por outro lado, há parcela da população que alega que a convivência entre a comunidade a mina é conflituosa, dado o contexto de incidência dos efeitos ambientais inerentes à atividade.

Aumento da Arrecadação Tributária do Município: na fase de operação do empreendimento haverá aquisição de bens e contratação de serviços diversos que, analisados em conjunto, contribuirão para o aumento da arrecadação tributaria do município.

7 AUDIÊNCIA PÚBLICA

Em 04 de julho de 2012, na Escola Maria Solano Menezes Diniz, Comunidade do Tejuco, em Brumadinho-MG, foi realizada Audiência Pública para apresentação do EIA-RIMA referente à LP da atividade de pilhas de rejeito/estéril, lavra a céu aberto sem tratamento ou com tratamento a seco, sob responsabilidade da empresa Tejucana Mineração, conforme o que dispõe a Deliberação Normativa do COPAM nº 12 de 13-12-94. A participação da comunidade localizada nas áreas de influência do empreendimento, entidades ambientalistas, órgãos públicos e deliberadores e demais entidades civis (aproximadamente 200 pessoas) efetivou-se pelo interesse dos presentes em esclarecer os principais pontos referentes ao empreendimento em questão, seus impactos junto às comunidades e as medidas que serão implementadas, visando uma convivência sustentável. Os solicitantes da Audiência Pública para este empreendimento foram a PREFEITURA MUNICIPAL DE BRUMADINHO e o INSTITUTO EKOS PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, sendo que o INSTITUTO EKOS não enviou representante para manifestação pública.

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Pontos mais relevantes abordados pelas comunidades e/ou representantes presentes na audiência Pública sob a perspectiva do licenciamento ambiental

3ª PARTE MANIFESTAÇÃO DAS ENTIDADES DA SOCIEDADE CIVIL

• Não houve inscrições para manifestação.

4ª PARTE MANIFESTAÇÃO DOS PRESENTES.

• “Afirma que na região os mananciais estão sendo muito afetados por lixo e que as autoridades não estão desconsiderando isso;”

• “Relata que o aterro sanitário, pode vir no futuro acarretar ,mais contaminação ao rio Paraopeba.”

• “Quando chove forte, a região fica inundada. Imaginem chuva forte, com o chorume desse aterro afetando o rio. Isto com certeza trará doenças para os moradores;”

• “Afirma que todos na região ficam com medo quando chega a chuva. Antes, o rio tinha profundidade, mas hoje está raso, todo assoreado. Solicita que a empresa preste atenção nesse problema e que apresente melhorias;”

• “Ressalta que a população está aumentando, e que com isto a contaminação do Rio se agrave ainda mais;”

• “Chama atenção para ser morador nascido e criado ali. E que, na teoria, era legal o projeto, mas queria ver se na prática ia funcionar;”

• “Afirma como morador, que o ruído e a poeira são um problema muito serio na região. E questões como a saúde fica de fora do contexto dos estudos ambientais. Pergunta o que é mais importante a saúde ou a atividade?;

• “Declara ter conhecimento de que a mineração já existe há 40 anos, mas o que se vê de três anos pra cá é a pura degradação da região. “A gente não sobrevive sem a água. Pergunta quando vão começar a limpar o córrego? Como ficam os moradores com relação a estas questões?”

• “Chama a atenção para as pessoas que mora às margens do córrego e que estas comunidades nunca são ouvidas e nem respeitadas. “Não há critérios”, apontou;”

• “Ressalta que na região se faz exploração dos recursos naturais a toque de caixa. A cada chuva, é lama e mais lama de minério descendo. A gente precisa de minério sim, de emprego sim, mas também de qualidade de vida e de saúde;”

• “Pergunta o que estamos ganhando com este empreendimento? 80 vagas de emprego? E os salários? Só pagam o salário mínimo. E nossa qualidade de vida? Vamos pensar no ser humano que é a nossa maior riqueza. Preocupo-me com as nossas crianças e como ficará a nossa região;”

• “Relata que trabalha há muito tempo em mineração e que os diretores da empresa Tejucana estão trazendo outra cultura para a região, e ainda que os mesmos atuem com sustentabilidade;”

• “Acredita ser possível acabar com o problema da poeira na região e que possa haver tecnologia pra isso.”

• “Relata que ouviu muitas promessas da empresa e ressalta que ninguém aqui é contra a mineração, mas há problemas como o barulho, poeira e o assoreamento do córrego na região e pergunto o que de concreto a empresa irá realizar para sanar estas questões;”

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• Chama a atenção para o que o representante da empresa falou sobre o minério, que o mesmo é de altíssima qualidade. “Aí eu pergunto e o lucro também não deve ser pequeno, mas já o salário não é de altíssima qualidade”

• Declara que o dinheiro não resolve tudo nesse mundo. A empresa deve fazer uma reflexão. Vamos ter lucro? “Sim, mas vamos pagar salário digno! Vamos resolver o problema da poeira na região. Acredito existir tecnologia pra isso”;

• Lembra que são 40 anos de promessas. “É possível resolver porque a humanidade tem tecnologia pra isso. E tem de sair do discurso e ir pra prática. Não vamos deixar a comunidade a troco de 80 empregos, a vida é mais que isso”.

5ª PARTE MANIFESTAÇÃO DOS MEMBROS DO CONSELHO ESTADUAL DE POLITICA AMBIENTAL – COPAM

• Não houve inscrições para manifestação.

6ª PARTE MANIFESTAÇÃO DE PARLAMENTARES

• Não houve inscrições para manifestação.

7ª PARTE MANIFESTAÇÃO DOS PREFEITOS, SECRETARIOS DE ESTADO E MUNICIPAL

• Não houve inscrições para manifestação.

Informamos que todas as questões foram devidamente analisadas e avaliadas pela equipe técnica da SUPRAM CM. Ressaltamos que grande parte se encontra contemplada no Plano de Controle Ambiental apresentado no âmbito do licenciamento em questão. E que outras considerações serão objeto de ações (medidas de controle ambiental, mitigadoras e de compensação ambiental e socioambientais) estabelecidas neste Parecer Único.

Em 11 de julho de 2012, a empresa Mineral do Brasil LTDA protocolizou nesta Superintendência (Protocolo nº R267389/2012 de 11/07/2012) manifestação referente à Audiência Pública da Tejucana Mineração LTDA realizada em 04 de julho de 2012 no Distrito do Tejuco, conforme Art. 8º, § 2º, da Deliberação Normativa COPAM nº 12 de 13 de dezembro de 1994. Em tal manifestação expõe:

1) Que a Tejucana Mineração não se encontra regularizada para as atividades de lavra e beneficiamento de minério, alegando AAFs para as atividades de lavra e beneficiamento minério de ferro foram cassadas ou tornadas sem efeito pelo órgão ambiental competente.

Todavia, esse argumento não procede, visto que houve decisão judicial interrompendo a emissão de novas AAFs para atividade de exploração de minério de ferro. Contudo os empreendimentos que já haviam obtido suas AAFs permanecem em operação até o fim da validade de suas autorizações , o que é o caso da Tejucana. Não merece prosperar a alegação da Mineral do Brasil, quanto a esse aspecto.

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2) Ao contrário do afirmado pela Tejucana Mineração, que justifica o presente licenciamento pela perspectiva de recuperação de área degrada por minerações no passado, a recuperação ambiental da área não depende do projeto da Tejucana. A área objeto de plano de recuperação ambiental pela Tejucana já foi alvo de recuperação ambiental sem fins econômicos por força de Termo de Compromisso firmando em 18 de outubro de 2004 entre Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e as mineradoras MBR, Mineral do Brasil e Exbel e o Sr. Jayme Braga. A MBR e a Mineral do Brasil executam os trabalhos previstos no projeto, ficando à cargo da Exbel a continuidade e finalização dos trabalhos dentro do prazo de 01 ano. Porém, a Exbel continuou na área após o prazo e transferiu a área para terceiros. Nesse cenário, os autores da execução das obras de recuperação seriam a MBR e Mineral do Brasil.

Como não temos registros históricos sobre essa fase, fica impossibilitado ao Órgão Ambiental, ratificar tais informações.

3) Conforme informado na Audiência Pública e no EIA, o desassoreamento do Córrego do Barro será feito com o consequente aproveitamento econômico do bem mineral existente no leito de drenagem. Porém, nestas duas fontes não foi informada a metodologia dos trabalhos que serão desenvolvidos, consequentemente não sendo informados os impactos ambientais negativos inerentes a tal atividade. Assim, não foi esclarecido se as intervenções físicas serão limitadas ao leito do córrego ou avançará sobre as margens na faixa de preservação permanente. Ademais, o trecho do córrego do Barro cujo superficiário é a Tejucana Mineração está inserido na poligonal Título Minerário do processo DNPM nº 830.564/1979, de titularidade da Mineral do Brasil LTDA, o que implica em impedimento legal para a atividade proposta.

Ressalta-se que a atividade de desassoreamento, a ser detalhada em um PRAD que integrará o Plano de Controle Ambiental (PCA), devendo ser apresentado na fase de LI, pode ser dissociada do aproveitamento econômico dos sedimentos retirados. Será condicionado neste parecer a apresentação detalhada do método e das técnicas a serem utilizados no desassoreamento do córrego do Barro, bem como a identificação do tipo de material a ser retirado do leito de drenagem, sua estimativa de volume e a disposição final pretendida.

Posteriormente ao prazo de 5 dias previsto na DN12/1994 para encaminhamento de sugestões ou questionamentos sobre a Audiência Pública, foi protocolado em 16/07/2012 ofício cujo protocolo é R269094/2012, assinado por Maria Zita, informando sobre o assoreamento do Córrego do Barro, e conseqüente diminuição da fauna e flora local, atribuindo estes impactos à Mineradora Tejucana.

Quanto ao impacto mencionado acima, vale ressaltar que, dentre os Planos de Controle Ambiental existentes no licenciamento em questão, existe o Programa de Desassoreamento do Córrego do Barro, conforme já mencionado neste Parecer Único.

IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS IDENTIFICADOS

É importante esclarecer que os impactos identificados no estudo ambiental, a serem gerados a partir de implantação e operação do empreendimento, alguns próprios dos meio físico e biótico,

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implicarão em rebatimentos sobre os aspectos socioambientais, detalhados no estudo ambiental para este empreendimento e relatados neste parecer técnico.

MEDIDAS COMPENSATÓRIAS SOCIOAMBIENTAIS E/OU INSTRUMENTOS DE GESTÃO SOCIOMBIENTAIS

A implementação de medidas compensatórias fez-se necessária a partir da compreensão de que se trata de um empreendimento causador de impactos e que nem todos eles são passíveis de mitigação. Assim, a definição da compensação deve basear nos estudos ambientais apresentados pela empresa, na Audiência Pública e na necessidade de se empreender programas que promovam o desenvolvimento social e eleve a capacidade da população de participar de forma direta da dinamização econômica esperada para a região.

Com relação ao Programa de Educação Ambiental/PEA e seus Projetos e Plano de Informação Socioambiental/PISA da empresa Tejucana apresentado nos estudos ambientais se encontram em analise na SUPRAM CM.

8 ANÁLISE AMBIENTAL

Unidade de Conservação

Foi realizada consulta no SIAM – Sistema Integrado de Informação Ambiental, e conforme Relatório de Restrições Ambientais, o empreendimento Tejucana Mineração Ltda. encontra-se dentro da APA Sul. Desta forma foi expedida anuência em 04/10/2012, através do Manifesto Padrão de Unidade de Conservação para Autorização nº 009/2012, a qual consta nos autos do Processo Administrativo.

Figura 04: Localização do empreendimento Tejucana Mineração LTDA em relação à APA Sul Fonte: Geosisemanet, acesso em 04/07/2012.

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Utilização de recursos Hídricos

O abastecimento de água das infraestruturas de apoio da empresa se dá por duas captações superficiais devidamente regularizadas através da Certidão de Uso Insignificante N° 104052/2012, válida até 13/02/2015 (Processo N° 2136/2012), bem como Certidões de Uso Insignificante N° 357225/2012, válida até 15/05/2015 (Processo N° 2137/2012).

Supressão de Vegetação (AIA)

Para o empreendimento em análise não será necessária supressão de vegetação, tendo em vista que trata-se de área antropizada.

Compensação Ambiental

O licenciamento em análise interferirá em área antropizada, porém poderá acarretar em aumento da erodibilidade do solo; emissão de sons e ruídos residuais; e alteração da qualidade físico-química da água e do solo.

Deste modo, a equipe de análise da SUPRAM CM entende que em razão da existência de significativo impacto ambiental cabe a incidência de compensação ambiental no empreendimento, de acordo com a Lei nº 9.985/00 e Decreto Estadual nº 45.175/09 alterado pelo Decreto nº 45.629/11.

Reserva Legal

A Reserva Legal encontra-se averbada sob a matrículas n° 1.301 em 31/08/1977, na Comarca de Brumadinho, com área não inferior a 20% da propriedade, equivalente a 17, 57,87ha.

9 CONTROLE PROCESSUAL

O processo encontra-se formalizado com a documentação listada no FOBi, constando dentre outros a certidão da Prefeitura de Brumadinho às fls. 24, e da Prefeitura de Rio Acima,ambas declarando que o tipo da atividade e o local estão em conformidade com as leis e regulamentos administrativos municipais.

Em consulta ao SIAM constatamos que os custos de análise do licenciamento foram devidamente ressarcidos e pela inexistência de débitos de natureza ambiental foi expedida a CNDA nº 837620/2011.

Em vista da localização do empreendimento dentro da APA SUL RMBH há necessidade de manifestação do Conselho Consultivo desta Unidade de Conservação. Urge salientar que Saliento que às fls. 29 dos autos consta a Autorização nº 002/2010 expedida pelo Conselho da Apa Sul, por ocasião da concessão das AAF’s, para 300.000t. Nesse processo, entretanto, a empresa pretende expandir a produção para 600.000t, o que gerou o requerimento de nova manifestação do gestor da Unidade de Conservação, expedida em 04/10/2012 – através do Manifesto Padrão de Unidade de Conservação para Autorização nº 009/2012.

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Em atendimento ao previsto na Deliberação Normativa COPAM nº 13/95 foi apresentada o comprovante da publicação do requerimento da licença em jornal de circulação regional – fls.639 e pelo órgão ambiental no Diário Oficial do Estado de Minas Gerais de 16 de novembro de 2011.

Os estudos apresentados foram acompanhados de anotações de responsabilidade técnica de seus elaboradores junto aos Conselhos de Classe de seus elaboradores – fls. 444/451.

10 CONCLUSÃO

Em razão do exposto, encaminhamos o Processo ao Conselho Estadual de Política Ambiental – COPAM para análise quanto ao deferimento do pedido de Licença Prévia requerida pela empresa Tejucana Mineração Ltda. – lavra a céu aberto sem tratamento ou com tratamento a seco; pilha de estéril/rejeito; Unidade de Tratamento de Minerais – UTM; dragagem para desassoreamento em corpos d’água (DNPM’s: 832.294/2006 e 833.606/2006), localizada no município de Brumadinho/MG, pelo prazo de 04 (quatro) anos (PA COPAM N° 007189/2007/003/2011), acompanhado das condicionantes expressas no Anexo I, entendimento este a ser seguido, conforme disposto no artigo 1º da Deliberação Normativa nº 17, de 17 de dezembro de 1996.

Cabe esclarecer que a Superintendência da Regional Central Metropolitana, não possui responsabilidade técnica e jurídica sobre os estudos ambientais autorizados nessa licença, sendo a elaboração, instalação e operação, tanto a comprovação quanto a eficiência destes de inteira responsabilidade da(s) empresa(s) responsável(is) e/ou seu(s) responsável (is) técnico(s).

Ressalta-se que a Licença Ambiental em apreço não dispensa nem substitui a obtenção, pelo requerente, de outras licenças legalmente exigíveis. Opina-se que a observação acima conste do certificado de licenciamento a ser emitido.

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ANEXO I

Processo COPAM: Nº: 007189/2007/003/2011 Classe: 5/M Empreendedor: Tejucana Mineração S.A. Empreendimento: Lavra a céu aberto sem tratamento ou com tratamento a seco; pilha de estéril/rejeito; Unidade de Tratamento de Minerais – UTM; dragagem para desassoreamento em corpos d’água (DNPM’s: 832294/2006 e 833606/2006). Endereço: Rua Antônio Silvério nº 175, Brumadinho/MG. Referência: CONDICIONANTES DA LP PRAZO: 04 anos ITEM DESCRIÇÃO PRAZO

1 Cumprir integralmente todas as medidas e propostas constantes nos estudos ambientais apresentados.

Durante a vigência da Licença Ambiental.

2

Protocolar perante a Gerência de Compensação Ambiental do IEF, no prazo máximo de 60 dias contados do recebimento da Licença, processo de Compensação Ambiental, conforme procedimentos estipulados pela Portaria IEF Nº.: 55, de 23 de abril de 2012. Apresentar a SUPRAM CM comprovação deste protocolo.

60 dias a partir da data de concessão dessa licença.

3 Formalizar processo de outorga para a atividade de dragagem, limpeza e desassoreamento de curso d’água para o Córrego do Barro.

Na formalização da LI.

4

Apresentar anuência do titular do direito minerário da área projetada para criação da RPPN Tejucana, relativamente a atividade pretendida de desassoreamento do córrego do Barro.

Na formalização da LI.

5

Apresentar detalhadamente o método e as técnicas a serem utilizados no desassoreamento do córrego do Barro, bem como a identificação do tipo de material a ser retirado do leito de drenagem, sua estimativa de volume e a disposição final pretendida.

Na formalização da LI.

(*) Contado a partir da data de concessão da licença (**) Eventuais pedidos de alteração nos prazos de cumprimento das condicionantes estabelecidas nos Anexos deste Parecer Único, poderão ser resolvidos junto à própria SUPRAM, mediante a análise técnica e jurídica, desde que não alterem o mérito/conteúdo das condicionantes (***) Ressalta-se que as condicionantes devem ser protocoladas no prazo fixado junto ao Órgão Ambiental. OBSERVAÇÕES: I – O não atendimento aos itens especificados acima, assim como o não cumprimento de qualquer dos itens do PCA apresentado ou mesmo qualquer situação que descaracterize o objeto desta licença, sujeitará a empresa à aplicação das penalidades previstas na Legislação e ao cancelamento da Licença de Operação obtida; II - Em razão do que dispõe o art. 6º da Deliberação Normativa COPAM Nº 13/1995, o empreendedor tem o prazo de 10 (dez) dias para a publicação, em periódico local ou regional de grande circulação, da concessão da presente licença. III - Cabe esclarecer que a SUPRAM CM não possui responsabilidade técnica sobre os projetos de controle ambiental e programas de treinamentos aprovados para implantação, sendo a execução, operação, comprovação de eficiência e/ou gerenciamento dos mesmos de inteira responsabilidade da própria empresa, seu projetista e/ou prepostos.