gÊneros e tipologia textual- introduÇÃo

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PROFª ISABELA VASCONCELOS 1 GÊNEROS E TIPOLOGIA TEXTUAL- INTRODUÇÃO H1- Identificar as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como elementos de caracterização dos sistemas de comunicação. H2 - Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicação e informação para resolver problemas sociais. H3 - Relacionar informações geradas nos sistemas de comunicação e informação, considerando a função social desses sistemas. H27 - Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação. H30 - Relacionar as tecnologias de comunicação e informação ao desenvolvimento das sociedades e ao conhecimento que elas produzem. H23 - Inferir em um texto quais são os objetivos de seu produtor e quem é seu público alvo, pela análise dos procedimentos argumentativos utilizados. I) TIPOLOGIA TEXTUAL Segundo o professor Luiz Antônio Marcuschi, tipo textual “designa uma espécie de construção teórica definida pela natureza linguística de sua composição {aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas, estilo}.”Isso significa que, ao analisarmos um texto, apontamos a tipologia textual de acordo com as marcas linguísticas que aparecem ao longo dos parágrafos. A classificação, então, se dá por trechos, e não pelo texto como um todo. Ainda nas palavras de Marcushi, “o tipo caracteriza-se muito mais como sequências linguísticas do que como textos materializados”, ou seja, um mesmo texto pode ter, em sua composição, diversos tipos diferentes - e o maior número de marcas determina, por predominância, o tipo que classificará o texto. a) O tipo narrativo, como você já deve saber, é responsável por contar uma história, enunciar fatos, ações de personagens em um tempo e enredo específicos. Isso significa que, se esse tipo textual é responsável pela passagem do tempo (psicológico ou cronológico), predominam, aqui, os verbos de ação, normalmente no pretérito perfeito. Em alguns momentos, é provável que você encontre verbos no presente, também. Essa é uma tentativa de aproximar o leitor dos fatos e, de certa maneira, destacar mais a ação narrada. Alguns estudiosos classificam esse uso como presente histórico. b) A descrição, apesar de aparecer muitas vezes complementando a narração, tem características diferentes do outro tipo. Imagine que você está viajando, passeando por um lugar bem bonito, e, de repente, resolve tirar uma foto. Se alguém pedisse a você que apontasse cada ponto interessante na imagem, como você faria isso? Perceba que, naturalmente, você utilizaria verbos no pretérito imperfeito. Essa é a marca mais importante do texto descritivo. Há, também, a predominância de adjetivos, que, você já sabe, caracterizam a cena. c) A dissertação, basicamente, trabalha com pontos de vista, posicionamentos. Isso significa que, se um trecho em específico apresenta opiniões e argumentos buscando defendê-las, podemos classificá-lo como dissertativo. d) O tipo injuntivo trabalha com instruções, sugestões, orientações. Dessa forma, tem como marca predominante o uso dos verbos no imperativo, destacando a função que você conhece como apelativa. e) Termo derivado do latim “argumentum”, a argumentação consiste no ato de convencer, comprovar uma proposição ao interlocutor, no intuito de corroborar com aquilo que foi proferido. Demonstrar a sua opinião sobre um determinado tema a fim de validar as suas ideias a outra pessoa pode ser um tipo de argumento. Nos vestibulares, o modelo de texto dissertativo-argumentativo é o mais cobrado para a produção de redações. É preciso refletir sobre o tema e selecionar as ideias que deseja defender, utilizando as famosas estratégias argumentativas. Para isso, você pode usar: exemplos, alusões (históricas, literárias, geográficas, filosóficas, etc.), citações, dados estatísticos, argumentos de autoridade, o uso dos métodos de raciocínio (dedução, indução ou dialética) e/ou a relação de causaconsequência. II) GÊNEROS TEXTUAIS Gênero e tipo não são a mesma coisa e é muito importante que você entenda isso, antes de tudo. Ainda de acordo com o linguista Luiz Antônio Marcuschi, enquanto o tipo faz referência às marcas linguísticas de um texto, o gênero “refere os textos materializados em

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Page 1: GÊNEROS E TIPOLOGIA TEXTUAL- INTRODUÇÃO

PROFª ISABELA VASCONCELOS

1

GÊNEROS E TIPOLOGIA TEXTUAL-

INTRODUÇÃO

H1- Identificar as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como elementos de caracterização dos sistemas de comunicação. H2 - Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicação e informação para resolver problemas sociais. H3 - Relacionar informações geradas nos sistemas de comunicação e informação, considerando a função social desses sistemas. H27 - Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação. H30 - Relacionar as tecnologias de comunicação e

informação ao desenvolvimento das sociedades e ao

conhecimento que elas produzem.

H23 - Inferir em um texto quais são os objetivos de seu produtor e quem é seu público alvo, pela análise dos procedimentos argumentativos utilizados. I) TIPOLOGIA TEXTUAL Segundo o professor Luiz Antônio Marcuschi, tipo textual “designa uma espécie de construção teórica definida pela natureza linguística de sua composição {aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas, estilo}.”Isso significa que, ao analisarmos um texto, apontamos a tipologia textual de acordo com as marcas linguísticas que aparecem ao longo dos parágrafos. A classificação, então, se dá por trechos, e não pelo texto como um todo. Ainda nas palavras de Marcushi, “o tipo caracteriza-se muito mais como sequências linguísticas do que como textos materializados”, ou seja, um mesmo texto pode ter, em sua composição, diversos tipos diferentes - e o maior número de marcas determina, por predominância, o tipo que classificará o texto. a) O tipo narrativo, como você já deve saber, é responsável por contar uma história, enunciar fatos, ações de personagens em um tempo e enredo específicos. Isso significa que, se esse tipo textual é responsável pela passagem do tempo (psicológico ou cronológico), predominam, aqui, os verbos de ação, normalmente no pretérito perfeito. Em alguns momentos, é provável que você encontre verbos no presente, também. Essa é uma tentativa de aproximar o leitor dos fatos e, de certa maneira,

destacar mais a ação narrada. Alguns estudiosos classificam esse uso como presente histórico. b) A descrição, apesar de aparecer muitas vezes complementando a narração, tem características diferentes do outro tipo. Imagine que você está viajando, passeando por um lugar bem bonito, e, de repente, resolve tirar uma foto. Se alguém pedisse a você que apontasse cada ponto interessante na imagem, como você faria isso? Perceba que, naturalmente, você utilizaria verbos no pretérito imperfeito. Essa é a marca mais importante do texto descritivo. Há, também, a predominância de adjetivos, que, você já sabe, caracterizam a cena. c) A dissertação, basicamente, trabalha com pontos de vista, posicionamentos. Isso significa que, se um trecho em específico apresenta opiniões e argumentos buscando defendê-las, podemos classificá-lo como dissertativo. d) O tipo injuntivo trabalha com instruções, sugestões, orientações. Dessa forma, tem como marca predominante o uso dos verbos no imperativo, destacando a função que você conhece como apelativa. e) Termo derivado do latim “argumentum”, a argumentação consiste no ato de convencer, comprovar uma proposição ao interlocutor, no intuito de corroborar com aquilo que foi proferido. Demonstrar a sua opinião sobre um determinado tema a fim de validar as suas ideias a outra pessoa pode ser um tipo de argumento. Nos vestibulares, o modelo de texto dissertativo-argumentativo é o mais cobrado para a produção de redações. É preciso refletir sobre o tema e selecionar as ideias que deseja defender, utilizando as famosas estratégias argumentativas. Para isso, você pode usar: exemplos, alusões (históricas, literárias, geográficas, filosóficas, etc.), citações, dados estatísticos, argumentos de autoridade, o uso dos métodos de raciocínio (dedução, indução ou dialética) e/ou a relação de causaconsequência.

II) GÊNEROS TEXTUAIS Gênero e tipo não são a

mesma coisa e é muito importante que você

entenda isso, antes de tudo. Ainda de acordo com o

linguista Luiz Antônio Marcuschi, enquanto o tipo

faz referência às marcas linguísticas de um texto, o

gênero “refere os textos materializados em

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PROFª ISABELA VASCONCELOS

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situações comunicativas recorrentes. Os gêneros

são os textos que encontramos em nossa vida

diária”. Isso significa que o gênero textual classifica

o texto como um todo, materializado, e não um ou

outro trecho, de acordo com suas marcas.

Tipo¹ Exemplos de gêneros necessariamente compostos por um tipo - em termos de dominância

Descritivo Perfil, qualificação e classificado.

Dissertativo Tese, dissertação de mestrado, artigo acadêmico - científico, editorial de jornal, monografia, conferência, artigo de divulgação científica, resumo para proposição de trabalhos a eventos, etc.

Injuntivo Mensagem religiosa, instruções, manuais de uso e/ou montagem de aparelhos e outros, receitas de cozinha e receitas médicas, textos de orientação comportamental (ex.: como dirigir), etc.

Narrativo Notícias, romances, novelas (literárias, de rádio e TV), contos, crônicas, contos de fadas, fábulas, apólogos, parábolas, mitos, lendas, anedotas, piadas, fofoca, caso, biografia, epopeia, poema heroico, poema burlesco, etc. Podem ser incluídos aqui os gêneros em que há fusão com o tipo dramático (as peças de teatro): comédia, tragédia, drama, farsa, auto, esquete, ópera, vaudeville, etc.

Argumentativo Textos publicitários em geral, artigos de opinião, editoriais de jornal, petições da área jurídica, etc.

Preditivo Boletins meteorológicos e astronômicos, profecias, programas de viagem e comemorações, etc.

Humorístico Piada, comédia, farsa, esquete humorístico, etc.

Lírico Soneto, madrigal, elegia, poemas bucólicos (écloga, idílio), haicai, ode, balada, hino, canto real,

trova, etc. Observações: ¹ - Este quadro é baseado no quadro 3 de Travaglia ([2003]/2007, p. 109) com acréscimos e modificações. Fonte: TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Tipologia textual e ensino de língua. Publicado como capítulo do livro Linguística textual e ensino, em organização pelo GT de Linguística Textual e Análise da Conversão (GTLAC) da ANPOLL. Uberlândia: ILEEL/Universidade Federal de Uberlândia, Cópia de inédito, outubro de 2014. 42 p.

NÃO DORME NA MISSÃO, MANX!

Não se deve confundir gênero textual com gênero

literário. O primeiro é uma forma de classificação

dos textos que existem no muno, com base em seu

contexto, estrutura, estilo e tema. Já o gênero

literário é uma classificação clássica proposta por

Aristóteles e serve somente para a literatura (isto é,

a manifestação artística da linguagem) e que divide

os textos em épico, lírico e dramático.

VAMOS PRATICAR?

H15 - Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e político. 01. Assinale a sequência correta: I. São definidos por propriedades linguísticas como vocabulário, relações lógicas, tempos verbais, construções frasais etc. II. Realizações linguísticas concretas definidas por propriedades sociocomunicativas, ou seja, dentro de um contexto cultural e com função comunicativa. III. Abrangem um conjunto praticamente ilimitado de características determinadas pelo estilo do autor, conteúdo, composição e função. IV. Geralmente variam entre cinco e nove tipos: narração, argumentação, descrição, injunção e exposição. a) tipo textual, gênero textual, gênero textual, tipo textual. b) tipo textual, tipo textual, gênero textual, gênero textual. c) tipo textual, gênero textual, gênero textual, gênero textual. d) gênero textual, tipo textual, tipo textual, tipo textual.

02. Uma noite em 67, de Renato Tera e Ricardo Calil.. Editora Planeta, 296 páginas.

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PROFª ISABELA VASCONCELOS

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Mas foi um noite, aquela noite de sábado 21 de outubro de 1967, que parou o nosso país. Parou pra ver a finalíssima do III Festival da Record, quando um jovem de 24 anos chamado Eduardo Lobo, o Edu Lobo, saiu carregado do Teatro Paramount em São Paulo depois de ganhar o prêmio máximo do festival com Ponteio, que cantou acompanhado da charmosa e iniciante Marília Medalha. Foi naquela noite que Chico Buarque entoou sua Roda viva ao lado do MPB-4 de Magro, o arranjador. Que Caetano Veloso brilhou cantando Alegria, alegria com a plateia ao com das guitarras dos Beat Boys, que Gilberto Gil apresentou a tropicalista Domingo no parque com os Mutantes. Aquela noite que acabou virando filme, em 2010, nas mãos de Renato Terra e Ricardo Calil, agora virou livro. O livro que está sendo lançado agora é a história daquela noite, ampliada e em estado que no jargão jornalístico chamamos de matéria bruta. Quem viu o filme vai se deliciar com as histórias e algumas fofocas que cada um tem para contar, agora sem os contes necessários que um filme exige. E quem não viu o filme tem diante de si um livro de histórias, pensando bem, de História.

VILLAS, A. Disponível em: www.cartacapital.com.br. Acessado em: 18 jun. 2014 (adaptado).

Considerando os elementos constitutivos dos gêneros textuais circulantes na sociedade, nesse fragmento de resenha predominam: a) caracterização de personalidades do contexto musical brasileiro dos anos 1960. b) questões polêmicas direcionadas à produção musical brasileira nos anos 1960. c) relatos de experiências de artistas sobre os festivais de música de 1967. d) explicação sobre o quadro cultural do Brasil durante a década de 1960. e) opinião a respeito de uma obra sobre cena musical de 1967. 03. Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos

desta lei, a pessoa até doze anos de idade

incompletos, e adolescente aquela entre doze e

dezoito anos de idade. [...]

Art 3º A criança e o adolescente gozam de todos os

direitos fundamentais inerentes à pessoa humana,

sem prejuízo da proteção integral de que trata esta

Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros

meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim

de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental,

moral, espiritual e social, em condições de

liberdade e de dignidade.

Art 4° É dever da família, da comunidade, da

sociedade em geral e do poder público assegurar,

com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos

referentes à vida, à saúde, à alimentação, à

educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização,

à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à

convivência familiar e comunitária. [...] BRASIL. Lei n. 8 069, de 13 de julho de 1990. Estatuto da criança

e do adolescente. Disponível em: www.planalto.gov.br

(fragmento)

Para cumprir sua função social, o Estatuto da

criança e do adolescente apresenta características

próprias desse gênero quanto ao uso da língua e

quanto à composição textual. Entre essas

características, destaca-se o emprego de :

a) repetição vocabular para facilitar o

entendimento.

b) palavras e construções que evitem ambiguidade.

c) expressões informais para apresentar os direitos.

d) frases na ordem direta para apresentar as

informações mais relevantes.

e) exemplificações que auxiliem a compreensão dos

conceitos formulados.

04. Receitas de vida por um mundo mais doce

Pé de moleque

Ingredientes

2 filhos que não param quietos

3 sobrinhos da mesma espécie

1 cachorro que adora uma farra

1 fim de semana ao ar livre

Preparo

Junte tudo com os ingredientes do Açúcar Naturale,

mexa bem e deixe descansar. Não as crianças, que

não vai adiantar. Sirva imediatamente, porque pé

de moleque não para. Quer essa e outras receitas

completas?

Entre no site cianaturale.com.br.

Onde tem doce, tem Naturale.

Revista Saúde, n. 351, jun. 2012 (adaptado).

O texto é resultante do hibridismo de dois gêneros

textuais. A respeito desse hibridismo, observa-se

que a:

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PROFª ISABELA VASCONCELOS

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a) receita mistura-se ao gênero propaganda com a

finalidade de instruir o leitor.

b) receita é utilizada no gênero propaganda a fim de

divulgar exemplos de vida.

c) propaganda assume a forma do gênero receita

para divulgar um produto alimentício.

d) propaganda perde poder de persuasão ao

assumir a forma do gênero receita.

e) receita está a serviço do gênero propaganda ao

solicitar que o leitor faça o doce.

05. Quando vitaminas atrapalham Consumir

suplementos de vitaminas depois de praticar

exercícios físicos pode reduzir a sensibilidade à

insulina, o hormônio que conduz a glicose às células

de todo o corpo. Temporariamente, um pouco de

estresse oxidativo processo combatido por algumas

vitaminas e que danifica as células ajuda a evitar o

diabetes tipo 2, causado pela resistência à insulina,

concluíram pesquisadores das universidades de

Jena, na Alemanha, e Harvard, nos Estados Unidos.

Desse estudo, publicado em maio na

PNAS, participaram 40 pessoas, metade delas com

treinamento físico prévio, metade sem. Os dois

grupos foram divididos em subgrupos que tomaram

ou não uma combinação de vitaminas C e E .Todos

os subgrupos praticaram exercícios durante quatro

semanas e passaram por exames de avaliação de

sensibilidade da glicose à insulina antes e após esse

período. Apenas exercícios físicos, sem doses

adicionais de vitaminas, promovem a longevidade e

reduzem o diabetes tipo 2. Ao contrário do que se

pensava, os resultados negam que o estresse

oxidativo seja um efeito colateral indesejado da

atividade física vigorosa: ele é na verdade parte do

mecanismo pelo qual quem se exercita é mais

saudável. A conclusão é clara: nada de

antioxidantes depois de correr.

(Adaptado de “Quando as vitaminas atrapalham”)

Pesquisa FAPESP 160, p.40, junho de 2009.)

a) Por se tratar de um texto de divulgação

científica, apresenta recursos linguísticos próprios a

esse gênero. Quais são eles? Transcreva dois

trechos em que esses recursos estão presentes.

b) O experimento em questão concluiu que as

vitaminas atrapalham. Explique como os

pesquisadores chegaram a essa conclusão.

PONTUAÇÃO: CONCEITOS FUNDAMENTAIS

H18 - Identificar os elementos que concorrem para a

progressão temática e para a organização e

estruturação de textos de diferentes gêneros e tipos.

H19 - Analisar a função da linguagem predominante

nos textos em situações específicas de interlocução

H27 - Reconhecer os usos da norma padrão da

língua portuguesa nas diferentes situações de

comunicação.

H30 - Relacionar as tecnologias de comunicação e

informação ao desenvolvimento das sociedades e ao

conhecimento que elas produzem.

Os sinais de pontuação são, em definição, sinais

gráficos que representam na escrita recursos

específicos da língua falada. Ou seja, enquanto a

fala possibilita transmitir emoções e sentimentos

por meio da entonação de voz, prolongamento de

palavras, pausas, gestos faciais e, inclusive, a falta

de emissão sonora, a escrita dispõe de sinais que

tentam reproduzir estes efeitos comunicativos.

Embora existam normas gramaticais para o

emprego dos sinais de pontuação, esses critérios

apresentam-se de maneira mais flexível em razão

do caráter subjetivo da pessoa que redige o texto

na intenção de expressar certa emoção. Assim,

iremos ver qual o objetivo do emprego da

pontuação em uma estrutura textual, que, além de

trazer a entonação falada, garante a coerência

entre as orações. Veremos, abaixo, quais são os

sinais de pontuação e suas principais funções na

gramática:

Page 5: GÊNEROS E TIPOLOGIA TEXTUAL- INTRODUÇÃO

PROFª ISABELA VASCONCELOS

5

Viu só? Não parece tão difícil delimitar as funções

destes sinais por eles apresentarem, para nós, uma

extensão de nossa fala para a escrita. Dessa forma,

apresentaremos alguns exemplos que podem ser

encontrados estes símbolos:

• Ponto: O filme recebeu várias indicações para o

óscar.

Percebe-se que a oração foi devidamente finalizada,

precisando, portanto, do ponto final.

• Dois pontos: André explicou: Não devemos pisar

na grama do parque.

Observação: Os dois pontos têm a função

explicativa, também, sobre determinado assunto

dito anteriormente.

• Ponto e vírgula: Os empregados, que ganham

pouco, reclamam; os patrões, que não lucram,

reclamam igualmente.

Atenção: É importante ter em mente que o ponto e

vírgula representa uma pausa maior que uma

vírgula e menor que um ponto (finalização de

oração).

• Vírgula: Desta maneira, Maria, não posso mais

acreditar em você. (Separação de vocativo)

Eduardo, professor de português, falou sobre a

criatividade na redação do ENEM. (Separação de

aposto)

Vamos utilizar papel, caneta, régua e transferidor

para a próxima aula.

A vírgula serve, também, para separar termos de

uma mesma função sintática, apostos e vocativos.

• Interrogação: Você já estudou a matéria dessa

semana de História do Brasil?

• Exclamação: Eu passei no vestibular!

O ponto de exclamação é, geralmente, utilizado

para dar ênfase a alguma frase, como por exemplo

exprimir uma sensação de surpresa para o leitor.

• Reticências: Essa semana irei comprar sapatos,

camisetas, bolsas, colares...

• Aspas: Brás Cubas dedica suas memórias a um

verme: "Ao verme que primeiro roeu as frias carnes

do meu cadáver dedico como saudosa lembrança

estas memórias póstumas."

• Travessão: Muito descontrolada, Paula gritou com

o marido: –Por favor, não faça isso agora pois

teremos problemas mais tarde.

Observação: O travessão é utilizado, também, para

substituir os parênteses ou uma dupla vírgula

(palavra ou termos entre vírgulas).

• Parênteses: O presidente da república (que na

época era Fernando Henrique Cardoso) aprovou o

decreto

H27 - Reconhecer os usos da norma padrão da

língua portuguesa nas diferentes situações de

comunicação.

PONTUAÇÃO É “FACIN”. QUER VER?

01. Os sinais de pontuação foram bem utilizados

em:

a) Nesse instante, muito pálido, macérrimo,

Prudente de Morais entrou no Catete, sentou-se e,

seco, declarou ao silêncio atônito dos que o

contemplavam: "Voltei."

b) "Mãe onde estão os nossos: os parentes, os

amigos e os vizinhos?" Mãe, não respondia.

c) Os estados, que ainda devem ao governo, não

poderão obter financiamentos, mas os estados que

já resgataram suas dívidas ainda terão créditos.

d) Ao permitir a apreensão, de jornais e revistas, o

projeto, retira do leitor o direito a ser informado

pelo veículo que ele escolheu.

e) Assim, passa-se a permitir, condenações

absurdas, desproporcionais aos danos causados.

02. Assinalar a alternativa cujo período dispensa a

uso de vírgula:

Page 6: GÊNEROS E TIPOLOGIA TEXTUAL- INTRODUÇÃO

PROFª ISABELA VASCONCELOS

6

a) Nesse trabalho ficou patente a competência dos

jovens frente à nova situação.

b) O autor busca um meio capaz de gerar um

conjunto potencialmente infinito de formas com

suas propriedades típicas.

c) Apreensivo ora se voltava para a janela ora

examinava o documento.

d) Suas palavras embora gentis continham um

fundo de ironia.

e) Tudo isto é muito válido mas tem seus

inconvenientes

03. Observe os períodos abaixo, diferentes quanto à

pontuação.

Adoeci logo; não me tratei.

Adoeci; logo não me tratei.

A observação atenta desses períodos permite dizer

que:

a) No primeiro, logo é um advérbio de tempo; no

segundo, uma conjunção causal.

b) No primeiro, logo é uma palavra invariável; no

segundo, uma palavra variável.

c) No primeiro, as orações estão coordenadas sem a

presença de conjunção; na segunda, com a

presença de uma conjunção conclusiva.

d) No primeiro, as orações estão coordenadas com

a presença de conjunção; na segunda, sem

conjunção alguma.

e) No primeiro, a segunda oração indica alternância;

no segundo, a segunda oração indica a

consequência.

04.

Estou farto do lirismo comedido

Do lirismo bem comportado

Do lirismo funcionário público com livro de ponto

expediente

[protocolo e manifestações de apreço ao sr. diretor.

(...)

Estou farto do lirismo namorador

Político

Raquítico

Sifilítico

Manuel Bandeira

Reescrevendo os versos de forma linear e

respeitando as regras de pontuação prescritas pela

gramática normativa, tem-se:

a) Estou farto do lirismo comedido, do lirismo

comportado. Do lirismo funcionário público: com

livro de ponto expediente protocolo e

manifestações de apreço ao sr. diretor.

b) Estou farto do lirismo comedido, do lirismo

comportado, do lirismo funcionário público, com

livro de ponto, expediente, protocolo e

manifestações de apreço ao sr. diretor.

c) Estou farto do lirismo comedido. Do lirismo

comportado. Do lirismo funcionário público. Com

livro de ponto, expediente, protocolo e,

manifestações de apreço, ao sr. diretor.

d) Estou farto do lirismo namorador: político

raquítico e sifilítico.

e) Estou farto do lirismo; Namorador; Político;

Raquítico; Sifilítico

05. Assinale, dentre as alternativas abaixo, aquela

em que a pontuação está de acordo com a norma

culta.

a) Se as pessoas se irritam com facilidade, se não

sabem conter a raiva elas se voltarão contra

alguém, além disso, estarão prontas para enfrentar

qualquer inimigo.

b) Se as pessoas se irritam com facilidade, se não

sabem conter a raiva, elas se voltarão contra

alguém; além disso, estarão prontas para enfrentar

qualquer inimigo.

c) Se as pessoas se irritam com facilidade, se não

sabem conter a raiva, elas se voltarão contra

alguém além disso, estarão prontas para enfrentar

qualquer inimigo.

d) Se as pessoas, se irritam com facilidade, se não

sabem conter a raiva, elas se voltarão contra

alguém, além disso, estarão prontas, para enfrentar

qualquer inimigo.

e) Se as pessoas se irritam com facilidade se não

sabem conter a raiva, elas se voltarão contra

alguém. Além disso, estarão prontas para enfrentar

qualquer inimigo.

P.S: Orgulhinho da tia Bela, o uso da vírgula,

normalmente, é nossa maior dificuldade.

Retornarem nesse assunto, quando estudarmos

“Orações”... Maaaaaas, titia não vai fazer a

CátiaCega!! Rsrs. Vou disponibilizar um material

extra, no grupo do zap, só sobre vírgulas pra vc ir

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PROFª ISABELA VASCONCELOS

7

treinando em suas redações. Caso “bata a pvc”, me

cobra! rsrs

PALAVRAS VARIÁVEIS

H27 - Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação. H30 - Relacionar as tecnologias de comunicação e

informação ao desenvolvimento das sociedades e ao

conhecimento que elas produzem.

I) Substantivo: É a palavra que usamos para

designar seres, pessoas, lugares, sentimentos,

processos, características e afins. De forma bem

simplificada, o substantivo serve para nomear e,

assim, estabelecer identidades.

Os substantivos podem ser classificados:

Quanto ao significado:

1. Concreto: designam seres, sejam reais ou

fictícios. Exemplo: caneta, árvore, homem, cavalo.

2. Abstrato: designam ações, estados, qualidades e

sentimentos. Exemplo: beleza, saudade, ira, doçura,

bondade.

Quanto à abrangência:

1. Comuns: designam, genericamente, um elemento

de um conjunto. Exemplo: aluno, homem, país,

cachorro.

2. Próprios: designam, especificamente, um

elemento de um conjunto. Exemplo: Brasil, Totó,

Maria, José.

Quanto à formação:

1. Simples: são formados por um só radical.

Exemplo: mar, lápis, casa, mesa.

2. Compostos: são formados por mais de um

radical. Exemplo: beija-flor, pé de moleque.

Os substantivos podem ser flexionados de acordo

com seu número (singular e plural), e gênero

(feminino e masculino). Além disso, por adição de

sufixo, eles assumem categoria de grau (diminutivo

e aumentativo).

II) Artigo: São palavras (o, a, os, as, um, uma, uns,

umas) variáveis em número e gênero que se

antepõem aos substantivos para indicar um ser já

conhecido (definido) pelo leitor ou para indicar um

representante de uma espécie ao qual não se fez

menção anterior (indefinido). Ou seja, os artigos

definidos têm a função semântica de especificar,

determinar os substantivos, e os indefinidos têm a

função de generalizar os substantivos.

Por exemplo:

O jornalista recebeu o prêmio. (= jornalista

específico, já mencionado anteriormente).

Um jornalista recebeu o prêmio. (= jornalista

genérico, não mencionado antes).

Além disso, os artigos podem substantivar qualquer

palavra ou expressão a que se antepõem,

independentemente da classe gramatical a que essa

palavra pertence. Esses casos são conhecidos como

derivação imprópria.

O artigo definido também é utilizado para ressaltar

a notoriedade de algum ser para destacar o seu

caráter único. Esse recurso é muito utilizado em

propagandas para apresentar produtos como os

melhores de sua categoria.

Na publicidade acima, podemos observar a frase “É

assim que se constrói o Canal Campeão”. Logo, o

artigo ‘o’ enfatiza que o canal apresentado é o

melhor, o campeão dentre todos os outros canais.

SE É TÃO FÁCIL, GABARITA AÍ!

01. O diminutivo é uma maneira ao mesmo tempo

afetuosa e precavida de usar a linguagem. Afetuosa

porque geralmente o usamos para designar o que é

agradável, aquelas coisas tão afáveis que se deixam

diminuir sem perder o sentido. E precavida porque

também o usamos para desarmar certas palavras

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PROFª ISABELA VASCONCELOS

8

que, por sua forma original, são ameaçadoras

demais.

Luís Fernando Veríssimo, Diminutivos.

A alternativa inteiramente de acordo com a

definição do autor sobre diminutivos é:

a) O iorgurtinho que vale por um bifinho.

b) Ser brotinho é sorrir dos homens e rir

interminavelmente das mulheres.

c) Gosto muito de te ver, Leãozinho.

d) Essa menininha é terrível!

e) Vamos bater um papinho.

02. Leia o seguinte trecho de uma entrevista

concedida pelo ministro do Supremo Tribunal

Federal, Joaquim Barbosa:

Entrevistador: — O protagonismo do STF dos

últimos tempos tem usurpado as funções do

Congresso?

Entrevistado: — Temos uma Constituição muito

boa, mas excessivamente detalhista, com um

número imenso de dispositivos e, por isso,

suscetível a fomentar interpretações e toda sorte

de litígios. Também temos um sistema de jurisdição

constitucional, talvez único no mundo, com um rol

enorme de agentes e instituições dotadas da

prerrogativa ou de competência para trazer

questões ao Supremo. É um leque considerável de

interesses, de visões, que acaba causando a

intervenção do STF nas mais diversas questões, nas

mais diferentes áreas, inclusive dando margem a

esse tipo de acusação. Nossas decisões não

deveriam passar de duzentas, trezentas por ano.

Hoje, são analisados cinquenta mil, sessenta mil

processos. É uma insanidade.

Veja, 15/06/2011.

No trecho “dotadas da prerrogativa ou de

competência”, a presença de artigo antes do

primeiro substantivo e a sua ausência antes do

segundo fazem que o sentido de cada um desses

substantivos seja, respectivamente,

a) figurado e próprio.

b) abstrato e concreto.

c) específico e genérico.

d) técnico e comum.

e) lato e estrito

03.

A presença desse aviso em um hotel, além de

informar sobre um fato e evitar possíveis atos

indesejados no local, tem como objetivo implícito:

a) isentar o hotel de responsabilidade por danos

causados aos hóspedes.

b) impedir a destruição das câmeras como meio de

apagar evidências.

c) assegurar que o hotel resguardará a privacidade

dos hóspedes.

d) inibir as pessoas de circular em uma área

específica do hotel.

e) desestimular os hóspedes que requisitem as

imagens gravadas.

04. "Substantivo é o nome com que designamos

seres em geral - pessoas, animais e coisas."

BECHARA, Evanildo, Moderna gramática portuguesa. 31.

ed. São Paulo: Nacional, 1987, p.73.

I. Acabamos perdendo o nosso voo por causa do

trânsito ruim.

II. Ela me olhou com um olhar estranho.

III. O "a" pode ter o valor de artigo definido

feminino em português.

IV. Olhava tristemente a transparência das águas da

represa.

V. Comprei um par de sapatos gelo para combinar

com meu novo vestido.

Tomando como referência, única e exclusivamente,

o trecho transcrito acima, pode-se afirmar que é

substantivo, a palavra destacada:

a) em todas as sentenças.

b) nas sentenças I, II, IV e V.

c) nas sentenças I e III.

d) na sentença III.

e) na sentença V.

05. ACHADO

Page 9: GÊNEROS E TIPOLOGIA TEXTUAL- INTRODUÇÃO

PROFª ISABELA VASCONCELOS

9

Aqui, talvez, o tesouro enterrado

há cem anos pelo guarda-mor.

Se tanto o guardou, foi para os trinetos,

principalmente este: o menor.

Cavo com faca de cozinha, cavo

até, no outro extremo, o Japão

e não encontro o saco de ouro

de que tenho a mor precisão

para galopar no lombo dos longes

fugindo a esta vidinha choca.

Mas só encontro, e rabeia, e foge

uma indignada minhoca.

Carlos Drummond de Andrade.

Sobre a expressão "vidinha choca", entendida no

contexto do poema, é correto afirmar:

a) o diminutivo exprime carinho, ao contrário do

termo que o acompanha.

b) a ideia aí presente é de tempo: sugere-se que a

vida é passageira.

c) seu sentido se opõe àquilo que, poeticamente,

"minhoca" está representando.

d) o adjetivo deve ser entendido denotativamente,

ao contrário do substantivo.

e) o segundo termo reforça o sentido negativo do

primeiro.

III) Adjetivo: São palavras que modificam

substantivos e servem para caracterizar seres,

objetos indicando uma qualidade ou defeito, modo

de ser, aspecto ou aparência e estado e para

estabelecer com o substantivo relações de tempo,

de espaço, de matéria, de finalidade, de

propriedade.

Por exemplo: aluno inteligente, pessoa humilde,

céu azul, casa arruinada, nota mensal (= nota

relativa ao mês), vinho português (= vinho

proveniente de Portugal).

Além disso, o adjetivo (termo determinante) tem

uma relação muito próxima com o substantivo

(termo determinado) e por isso deve-se ter muita

atenção com a sua posição em uma frase. Veja:

O homem velho vendia frutas.

O velho homem vendia frutas.

Na primeira frase, a palavra homem é um

substantivo que é caracterizado pelo adjetivo

‘velho’, enquanto na segunda oração, ocorre ao

contrário, velho é um substantivo e ‘homem’ é o

determinante da frase.

Existe também a substantivação do adjetivo

quando um determinante (artigo) está anteposto ao

adjetivo e provoca uma alteração de sentido na

frase. Compare:

O céu cinzento indica chuva.

O cinzento do céu indica chuva.

Enquanto na primeira frase, a palavra cinzento é um

adjetivo, na segunda é um substantivo.

IV) Numeral: É uma classe de palavras que indica

número ou quantidade exata de seres ou o lugar

por eles ocupados em uma série. Em seu aspecto

semântico, designa o conceito número-ordem,

multiplicação e divisão e podemos utiliza-los para

intensificar ou atenuar uma ideia. Veja:

Já disse mil vezes.

Troquei duas palavras com ele.

Os numerais podem ser:

1. Cardinais: indicam o número exato dos seres.

Exemplo: um, dez, trezentos, mil.

2. Ordinais: indicam a ordem dos seres. Exemplo:

terceiro, décimo, centésimo.

3. Multiplicativos: indicam o múltiplo dos seres.

Exemplo: dobro, triplo, cêntuplo.

4. Fracionários: indicam a divisão dos seres.

Exemplo: meio, metade, décimo, um quinto.

5. Coletivos: indicam um conjunto de seres.

Exemplo: trio, dezena, década.

Observações: Ambos/ambas são considerados

numerais e são muito empregados para retomar

elementos citados anteriormente. Exemplo:

Mário e Lucas, alunos do Colégio Pedro II, foram

classificados para a final do campeonato de xadrez.

Ambos foram ovacionados.

Os numerais podem exercem funções adjetiva e

substantiva:

“Um é pouco, dois é bom, três é demais.” (os

numerais exercem a função de sujeito)

Vinte alunos foram convidados para a inauguração

da nova sede da escola. ( o numeral exerce a função

de adjunto adnominal).

Page 10: GÊNEROS E TIPOLOGIA TEXTUAL- INTRODUÇÃO

PROFª ISABELA VASCONCELOS

10

SUA APROVAÇÃO ESTÁ NOS DETALHES... VAMOS

GABARITAR MAIS ESSA PORQUE SOMOS DESSES!

01. PERO VAZ CAMINHA

a descoberta

Seguimos nosso caminho

por este mar de longo

Até a oitava da Páscoa

Topamos aves

E houvemos vista de terra

os selvagens

Mostraram-lhes uma galinha

Quase haviam medo dela

E não queriam pôr a mão

E depois a tomaram como espantados

primeiro chá

Depois de dançarem

Diogo Dias

Fez o salto real

as meninas da gare

Eram três ou quatro moças bem moças e bem

gentis

Com cabelos mui pretos pelas espáduas

E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas

Que de nós as muito olharmos

Não tínhamos nenhuma vergonha

ANDRADE, Oswald. Poesias reunidas. Rio de Janeiro:

Civilização Brasileira,1978. p.80.

A conversão de substantivos em adjetivos, isto é,

tomar uma palavra designadora (substantivo) e

usála como caracterizadora (adjetivo), constitui um

procedimento comum em língua portuguesa.

Assinale a opção em que a palavra sublinhada

exemplifica este procedimento de conversão de

substantivo em adjetivo.

a) E depois a tomaram como espantados

b) Fez o salto real

c) Eram três ou quatro moças bem moças e bem

gentis

d) Com cabelos mui pretos pelas espáduas

e) E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas.

02.Observe a construção do texto a seguir:

Nuvens brancas

Passam

Em brancas nuvens.

LEMINSKI, Paulo. Caprichos & relaxos. São Paulo:

Brasiliense 1983.

Analisando-se o texto acima, a afirmação imprópria

é:

a) “Nuvens brancas” significam nuvens de cor do

leite, da neve.

b) “brancas nuvens” significam momentos cercados

de facilidade, de conforto, de alegria; sem

sofrimento.

c) sempre que se muda o adjetivo de lugar, muda-se

o sentido do substantivo.

d) a mudança de posição do adjetivo ‘brancas’ foi o

recurso que o poeta utilizou para provocar a

alteração de sentido.

e) o autor faz um jogo de palavras utilizando o

mesmo adjetivo e substantivo.

03.

Cartaz afixado nas bibliotecas centrais e setoriais da

Universidade Federal de Goiás (UFG), 2011.

Considerando-se a finalidade comunicativa comum

do gênero e o contexto específico do Sistema de

Biblioteca da UFG, esse cartaz tem função

predominantemente:

a) socializadora, contribuindo para a popularização

da arte.

b) sedutora, considerando a leitura como uma obra

de arte.

c) estética, propiciando uma apreciação

despretensiosa da obra.

Page 11: GÊNEROS E TIPOLOGIA TEXTUAL- INTRODUÇÃO

PROFª ISABELA VASCONCELOS

11

d) educativa, orientando o comportamento de

usuários de um serviço.

e) contemplativa, evidenciando a importância de

artistas internacionais.

04. LXXVIII (Camões, 1525?-1580)

Leda serenidade deleitosa,

Que representa em terra um paraíso;

Entre rubis e perlas doce riso;

Debaixo de ouro e neve cor-de-rosa;

Presença moderada e graciosa,

Onde ensinando estão despejo e siso

Que se pode por arte e por aviso,

Como por natureza, ser fermosa;

Fala de quem a morte e a vida pende,

Rara, suave; enfim, Senhora, vossa;

Repouso nela alegre e comedido:

Estas as armas são com que me rende

E me cativa Amor; mas não que possa

Despojar-me da glória de rendido.

CAMÕES, L. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,

2008.

SANZIO, R. (1483-1520) A mulher com o unicórnio. Roma,

Galleria Borghese. Disponível em: www.arquipelagos.pt.

Acesso em: 29 fev. 2012. (Foto: Reprodução/Enem)

A pintura e o poema, embora sendo produtos de

duas linguagens artísticas diferentes, participaram

do mesmo contexto social e cultural de produção

pelo fato de ambos:

a) apresentarem um retrato realista, evidenciado

pelo unicórnio presente na pintura e pelos adjetivos

usados no poema.

b) valorizarem o excesso de enfeites na

apresentação pessoal e na variação de atitudes da

mulher, evidenciadas pelos adjetivos do poema.

c) apresentarem um retrato ideal de mulher

marcado pela sobriedade e o equilíbrio,

evidenciados pela postura, expressão e vestimenta

da moça e os adjetivos usados no poema.

d) desprezarem o conceito medieval da idealização

da mulher como base da produção artística,

evidenciado pelos adjetivos usados no poema.

e) apresentarem um retrato ideal de mulher

marcado pela emotividade e o conflito interior,

evidenciados pela expressão da moça e pelos

adjetivos do poema.

05. A onda

a onda anda

aonde anda

a onda?

a onda ainda

ainda onda

ainda anda

aonde?

aonde?

a onda a onda

Manuel Bandeira

No poema, há o emprego do advérbio aonde.

Segundo as gramáticas normativas, esse advérbio

deve ser utilizado para indicar o local ou destino

para o qual se vai, ou seja, expressa a ideia de

movimento. Assinale a alternativa em que o

emprego do advérbio aonde está de acordo com as

gramáticas normativas.

a) Nunca sei aonde te achar.

b) Esta é a casa aonde eu moro.

c) Informe aonde você está agora.

d) Não sei aonde o avião aterrissou.

e) Aonde você pretende levar sua amiga?

PALAVRAS INVARIÁVEIS: ADVÉRBIOS

H27 - Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação. H30 - Relacionar as tecnologias de comunicação e

informação ao desenvolvimento das sociedades e ao

conhecimento que elas produzem.

Page 12: GÊNEROS E TIPOLOGIA TEXTUAL- INTRODUÇÃO

PROFª ISABELA VASCONCELOS

12

A função básica de um advérbio é modificar um

verbo, entretanto, os advérbios de intensidade e

formas semanticamente correlatas podem reforçar

o sentido de um adjetivo, advérbio, ou ainda uma

oração inteira.

Observe os exemplos abaixo, respectivamente:

1. Ficara completamente imóvel.

2. O homem caminhava muito devagar.

3. Eu me recuso, simplesmente.

A classificação dos advérbios ocorre devido à

circunstância ou outra ideia acessória que

expressam. Entre eles estão os advérbios de

afirmação, de dúvida, de intensidade, de lugar, de

modo, de negação, de tempo.

Analisando os exemplos apresentados acima, temos

advérbios de modo terminados em –mente

(completamente e simplesmente) e um advérbio de

intensidade (muito).

Locuções Adverbiais

São expressões que exercem a função de advérbios.

Iniciam-se comumente por preposição e classificam-

se como os advérbios, isto é, de acordo com as

circunstâncias que exprimem: tempo, modo,

intensidade, etc.

Às cegas, às claras, à toa, a medo, à pressa, às

pressas, à tarde, à noite, a fundo, às escondidas, às

vezes, ao acaso, de súbito, vez por outra, lado a

lado, etc. Exemplos:

O capitão me olhou de alto a baixo.

Chagou de tardinha a Floripa’’.

GALHO FRACO. QUER VER?

01.MÃOS DADAS

Não serei o poeta de um mundo caduco.

Também não cantarei o mundo futuro.

Estou preso à vida e olho meus companheiros.

Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.

Entre eles, considero a enorme realidade.

O presente é TÃO grande, NÃO nos afastemos.

Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,

não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista

da janela,

não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,

não fugirei PARA AS ILHAS nem serei raptado por

serafins.

O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os

homens presentes, a vida presente.

DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. "Mãos dadas". In:

Sentimento do Mundo. Record.

No poema "Mãos dadas", os termos destacados

apresentam, respectivamente, as circunstâncias

adverbiais de:

a) afirmação, negação e modo.

b) afirmação, intensidade e lugar.

c) intensidade, tempo e modo.

d) intensidade, negação e lugar.

e) intensidade, negação e modo.

02. Filme

Berenice não gostava de ir ao cinema, de modo que

o pai a levava à força. Cinema era coisa que ele

adorava, sempre sonhara em se tornar cineasta;

não o conseguira, claro, mas queria que a filha

partilhasse sua paixão, com o que se sentiria, de

certa forma, indenizado pelo destino. Uma

responsabilidade que só fazia aumentar o

verdadeiro terror que Berenice sentia quando se

aproximava o sábado, dia que habitualmente o pai,

homem muito ocupado, escolhia para a sessão

cinematográfica semanal. À medida que se

aproximava o dia fatídico, ela ia ficando cada vez

mais agitada e nervosa; e quando o pai, chegado o

sábado, finalmente lhe dizia, está na hora, vamos,

ela frequentemente se punha a chorar e mais de

uma vez caíra de joelhos diante dele, suplicando,

não, papai, por favor, não faça isso comigo. Mas o

pai, que era um homem enérgico e além disso

julgava ter o direito de exigir da filha que o

acompanhasse (viúvo desde há muito, criara

Berenice sozinho e com muito sacrifício), mostrava-

se intransigente: não tem nada disso, você vai me

acompanhar. E ela o fazia, em meio a intenso

sofrimento. Por fim, aprendeu a se proteger. Ia ao

cinema, sim. Mas antes que o filme começasse,

corria ao banheiro, colocava cera nos ouvidos.

Voltava ao lugar, e mal as luzes se apagavam

cerrava firmemente os olhos, mantendo-os assim

durante toda a sessão. O pai, encantado com o

Page 13: GÊNEROS E TIPOLOGIA TEXTUAL- INTRODUÇÃO

PROFª ISABELA VASCONCELOS

13

filme, de nada se apercebia; tudo o que fazia era

perguntar a opinião de Berenice, que respondia,

numa voz neutra mas firme:

- Gostei. Gostei muito.

Era de outro filme que estava falando,

naturalmente. Um filme que o pai nunca veria.

MOACYR SCLIAR. In: Contos reunidos. São Paulo:

Companhia das Letras, 1995.

Era de outro filme que estava falando,

naturalmente.

Neste trecho, o termo em destaque cumpre a

função de:

a) afirmar ponto de vista

b) projetar ideia de modo

c) revelar sentimento oculto

d) expressar sentido reiterativo.

03.

Na passagem: “Assim as moscas nunca vão cair na

sua teia” (Texto 12), as expressões em destaque

caracterizam-se, respectivamente, como advérbios

de:

Parte superior do formulário

a) Modo, negação e lugar

b) Modo, tempo e lugar.

c) Modo, negação e tempo.

d) Tempo, modo e lugar.

e) Tempo, lugar e modo.

04. A questão a seguir refere-se ao texto abaixo.

(…) As angústias dos brasileiros em relação ao

português são de duas ordens. Para uma parte da

população, a que não teve acesso a uma boa escola

e, mesmo assim, conseguiu galgar posições, o

problema é sobretudo com a gramática. É esse o

público que consome avidamente os fascículos e

livros do professor Pasquale, em que as regras

básicas do idioma são apresentadas de forma clara

e bem humorada. Para o segmento que teve

oportunidade de estudar em bons colégios, a

principal dificuldade é com clareza. É para satisfazer

a essa demanda que um novo tipo de profissional

surgiu: o professor de português especializado em

adestrar funcionários de empresas. Antigamente, os

cursos dados no escritório eram de gramática

básica e se destinavam principalmente a

secretárias. De uns tempos para cá, eles passaram a

atender primordialmente gente de nível superior.

Em geral, os professores que atuam em firmas são

acadêmicos que fazem esse tipo de trabalho

esporadicamente para ganhar um dinheiro extra. “É

fascinante, porque deixamos de viver a teoria para

enfrentar a língua do mundo real”, diz Antônio

Suárez Abreu, livre-docente pela Universidade de

São Paulo (…)

JOÃO GABRIEL DE LIMA. Falar e escrever, eis a questão.

Veja, 7/11/2001, n. 1725

O adjetivo “principal” (em a principal dificuldade é

com clareza) permite inferir que a clareza é apenas

um elemento dentro de um conjunto de

dificuldades, talvez o mais significativo. Semelhante

inferência pode ser realizada pelos advérbios:

a) avidamente, principalmente, primordialmente.

b) sobretudo, avidamente, principalmente.

c) avidamente, antigamente, principalmente.

d) sobretudo, principalmente, primordialmente.

e)principalmente, primordialmente,

esporadicamente.

05. Considere a charge e as afirmações.

A charge é uma ilustração que tem como objetivo

fazer uma sátira de alguém ou de alguma situação

atual por meio de desenhos caricatos

Page 14: GÊNEROS E TIPOLOGIA TEXTUAL- INTRODUÇÃO

PROFª ISABELA VASCONCELOS

14

I. O advérbio já, indicativo de tempo, atribui à frase

o sentido de mudança;

II. Entende-se pela frase da charge que a população

de idosos atingiu um patamar inédito no país;

III. Observando a imagem, tem-se que a fila de

velhinhos esperando um lugar no banco sugere o

aumento de idosos no país.

Está correto o que se afirma em

a) I apenas.

b) II apenas.

c) I e II apenas.

d) II e III apenas.

e) I, II e III.

PALAVRAS INVARIÁVEIS (PREPOSIÇÕES,

INTERJEIÇÕES E PALAVRAS DENOTATIVAS)

H27 - Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação. H30 - Relacionar as tecnologias de comunicação e

informação ao desenvolvimento das sociedades e ao

conhecimento que elas produzem.

Palavras denotativas

As palavras denotativas possuem essa

nomenclatura por não se enquadrarem em

nenhuma classe gramatical. Embora elas se

assemelhem, em alguns aspectos, aos advérbios,

não mantêm as mesmas relações que eles. Do

ponto de vista semântico, elas são importantes no

contexto em que se encontram e são classificadas

de acordo com a ideia que expressam, são elas:

designação, exclusão, inclusão, realce, retificação e

situação, afetividade, explanação e limitação.

• Sinto que ele me escapa, ou melhor, que nunca

me pertenceu. (retificação)

• Da família só elas duas subsistiam. (exclusão)

• Tudo na vida engana, até a Glória. (inclusão)

• Ainda bem que o orador foi breve! (afetividade)

Preposição

É a classe gramatical responsável pela coesão

textual no nível vocabular; ou seja, cumpre a função

de conectar vocábulos/palavras para estabelecer

entre elas, em geral, um nexo semântico.

Vou a Roma. (A preposição “a” conecta o

substantivo “Roma” ao verbo “vou”)

Além disso, as preposições denotam diferentes

significados dependendo do contexto em que estão

inseridas. Elas podem possuir valores semânticos

de: posse, causa, matéria, assunto, companhia,

finalidade, instrumento, lugar, origem, tempo,

meio, conformidade, modo e oposição.

Veja alguns exemplos:

• Os objetos que foram comprados são feitos com

porcelana. (matéria)

• Viajaremos nas férias para descansar. (finalidade)

• Os visitantes vinham do Maranhão. (origem)

• Recebemos as visitas com muita alegria. (modo)

Interjeição

A interjeição é a expressão com que traduzimos

uma reação emotiva. Uma mesma interjeição pode

corresponder a sentimentos variados e, por isso,

deve-se estar atento ao contexto e a entoação

dessa palavra.

Assim como os advérbios, as interjeições também

são classificadas de acordo com o sentimento que

denotam. Veja os exemplos mais comuns:

• Alegria: Oba! Oh! Ah!

• Aplauso: Bis! Bravo! Viva!

• Dor: Ai! Ui!

• Espanto ou surpresa: Ah! Ih! Oh! Ué! Puxa!

• Invocação: Alô! Ô! Ó! Olá! Psiu!

• Silêncio: Psiu! Silêncio!

Há, com menos frequência, interjeições de papel

apelativo:

Psiu! Venha aqui.

"Ei, você aí, me dá um dinheiro aí"

NÃO FAZ A “CÁTIACEGA”. TÁ NA HORA DE

EXERCITAR.

01. Bode no pasto

Quase ninguém duvidou do saber do homem, do

seu poder mágico, pois andava com uns livros de

história, de magia, com versões sobre fatos reais,

mistérios, ciências ocultas. Até mesmo os céticos,

críticos, admitiam sua condição de mestre, de

domínio da arte, da mágica, reflexo de vivências no

país e no mundo.

Page 15: GÊNEROS E TIPOLOGIA TEXTUAL- INTRODUÇÃO

PROFª ISABELA VASCONCELOS

15

Então visto como sábio, senhor de poderes ocultos,

o homem prometeu uma façanha, ou seja, domar

bodes, mudar o hábito da espécie. Aí pegou umas

folhas, esfregou na venta dum cabrito, e garantiu

que a praga estava eliminada, nunca mais faria

estragos naquela terra. (…)

(Nagib Jorge Neto. Diário de Pernambuco. 20/11/98)

As palavras destacadas no texto estabelecem,

respectivamente, as seguintes relações lógicas:

a) explicação, soma, comparação, soma, conclusão

b) causa, inclusão, comparação, explicação, situação

c) causa, exclusão, conformidade, retificação,

tempo

d) conclusão, soma, conformidade, ratificação,

tempo

e) explicação, inclusão, causa, retificação,

conclusão.

02. Impressionista

Uma ocasião,

meu pai pintou a casa toda

de alaranjado brilhante.

Por muito tempo moramos numa casa,

como ele mesmo dizia,

constantemente amanhecendo.

(Adélia Prado)

Sobre aspectos gramaticais, assinale a opção

correta:

a) O vocábulo “uma” (verso 1), por singularizar uma

ocasião especificada ao longo do poema, deve ser

tratado como numeral, e não como artigo.

b) No segundo verso, o vocábulo “toda” possui a

mesma classificação morfológica que “alaranjado”.

c) A preposição “por”, genericamente, introduz uma

indicação de tempo, já que participa de uma

expressão adverbial de valor durativo.

d) O advérbio “constantemente” empresta, além de

uma noção de modo, uma de frequência ao verbo

“amanhecendo”, que ele modifica.

03. Observe o fragmento a seguir do

“Sermão do Bom Ladrão” de Antônio Vieira:

Quando li isto em Sêneca, não me admirei tanto de

que um filósofo estoico se atrevesse a escrever uma

tal sentença em Roma. reinando nela Neto; o que

mais me admirou, e quase envergonhou, foi que os

nossos oradores evangélicos em tempo de príncipes

católicos. ou para a emenda, ou para a cautela, não

preguem a mesma doutrina. Saibam estes

eloquentes mudos que mais ofendem os reis com o

que calam que com o que disserem; porque a

confiança com que isto se diz é sinal que lhes não

toca. e que se não podem ofender: e a cautela com

que se cala é argumento de que se ofenderão,

porque lhes pode tocar.

[..]

Suponho, finalmente, que os ladrões de que falo

não são aqueles miseráveis, a quem a pobreza e

vileza de sua fortuna condenou a este gênero de

vida, porque a mesma sua miséria ou escusa ou

alivia o seu pecado [...]. O ladrão que furta para

comer não vai nem leva ao Inferno os que não só

vão, mas levam, deque eu trato, são os ladrões de

maior calibre e de mais afta esfera [...]. Não são só

ladrões, diz o santo [São Basílio Magno], os que

cortam bolsas, ou espreitam os que se vão banhar,

para lhes colher a roupa; os ladrões que mais

própria e dignamente merecem este título são

aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e

legiões, ou o governo das províncias, ou a

administração das cidades, os quais já com manha,

Já com força, roubam e despojam os povos. Os

outros ladrões roubam um homem, estes roubam

cidades e reinos: os outros furtam debaixo do seu

risco, estes sem temor, nem perigo: os outros, se

furtam, são enforcados: estes furtam e enforcam.

Essencial. 2011.

Os termos destacados constituem,

respectivamente,

a) artigo, uma preposição e uma preposição.

b) uma preposição, um artigo e uma preposição.

c) um artigo, um pronome e um pronome.

d) um pronome, uma preposição e um artigo.

e) uma preposição, um artigo e um pronome.

03. Leia esta tira de Orlandeli e assinale a

alternativa incorreta.

Page 16: GÊNEROS E TIPOLOGIA TEXTUAL- INTRODUÇÃO

PROFª ISABELA VASCONCELOS

16

a) Ainda que flexione o verbo ver no imperativo, o

personagem do primeiro quadrinho, ao fazê-lo na

primeira pessoa do plural, faz uma espécie de

convite ao colega para conhecerem juntos as novas

regras ortográficas. É como se dissesse: Vamos ver

as novas regras.

b) O termo Nossa!!, no segundo quadrinho, não

funciona como um pronome possessivo, mas como

uma interjeição, não só porque exprime uma

sensação do personagem, como porque, na escrita,

as interjeições vêm, via de regra, acompanhadas de

ponto de exclamação.

c) Embora apresente um valor semântico de

admiração, de surpresa, a expressão Que coisa...,

no segundo quadrinho, não se configura uma

interjeição, pois vem seguida de reticências, que

somente indicam suspensão ou interrupção de uma

ideia ou pensamento.

d) Pode-se inferir do terceiro quadrinho que as

regras ortográficas são imposições decorrentes do

uso que os falantes fazem da língua, ou seja, como

a maioria dos usuários desconhecia a função do

trema e não sabia empregá-lo na escrita, o sinal

tornou-se obsoleto, não havendo razão para

continuar existindo nas regras ortográficas da

língua.

e) O significado das interjeições está sempre

vinculado ao uso, por isso qualquer palavra ou

expressão da língua pode atuar como interjeição,

dependendo do contexto e da intenção do falante.

Assim, conclui-se que, por expressarem espanto, as

três falas do personagem no segundo quadrinho

são interjeições.

04. O projeto Montanha Limpa, desenvolvido desde

1992, por meio da parceria entre o Parque Nacional

de Itatiaia e a DuPont, visa amenizar os problemas

causados pela poluição em forma de lixo deixado

por visitantes desatentos.

(Folheto do Projeto Montanha Limpa do Parque Nacional

de Itatiaia.)

A preposição que indica que o Projeto Montanha

Limpa continua até a publicação do folheto é:

a) entre.

b) por (por visitantes).

c) em.

d) por (pela poluição).

e) desde.

05. Neste mundo é mais rico, o que mais rapa

Quem mais limpo se faz, tem mais carepa

Com sua língua ao nobre vil decepa

O Velhaco maior sempre tem capa.

(Gregório de Matos)

Assinale a alternativa correta:

a) Na expressão “Neste mundo”, o pronome refere-

se a um mundo utópico, irreal.

b) Em “Quem mais limpo se faz”, o pronome “se”

indica reciprocidade.

c) “Língua” e “capa” são termos empregados em

sentido denotativo.

d) A expressão “Com sua língua”, que remete a

“nobre”, é indicativa de causa.

e) Em “ao nobre”, emprega-se a preposição para

evitar ambiguidade.

CLASSES DE PALAVRAS: CONJUNÇÃO

H27 - Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação.

Trata-se de uma classe invariável que atua na

coesão textual, porque não apenas liga orações,

como também termos de mesma função sintática.

As conjunções podem ser classificadas em:

I) Coordenativas: quando introduzem uma oração

que não estabelece função sintática em relação à

outra.

II) Subordinativas: quando introduzem uma oração

que exerce função sintática em relação à oração

principal.

Page 17: GÊNEROS E TIPOLOGIA TEXTUAL- INTRODUÇÃO

PROFª ISABELA VASCONCELOS

17

Conjunções Coordenativas:

Aditivas: relacionam pensamentos similares. São: e,

nem, tampouco, mas também (em correlação com

"não só").

Exemplos: A veterinária veio e telefonou mais

tarde.

A veterinária não veio, nem telefonou.

Adversativas: relacionam pensamentos

contrastantes. São: mas, porém, todavia, contudo,

entretanto, no entanto.

Exemplo: Gosto de dançar, mas prefiro atuar.

Alternativas: relacionam fatos ou ideias que, em

geral, excluem-se. São: ou, ou...ou, ora...ora,

quer...quer, já...já, seja...seja.

Exemplo: Ora age com parcimônia, ora com

inconsequência.

Conclusivas: relacionam determinados

pensamentos de forma que o segundo encerre o

enunciado do primeiro. São: logo, pois, portanto,

consequentemente, por conseguinte, etc.

Exemplo: Foste indelicado com tua esposa; deves,

pois, desculpar-te

Explicativas: relacionam pensamentos em

sequência justificativa, de tal forma, que a segunda

frase explica a razão de ser da primeira. São: que,

pois, porque, porquanto.

Exemplo: Espere um pouco, pois ela não demora.

Conjunções subordinativas:

Iniciam uma oração subordinada. Classificam-se

em: causais, concessivas, condicionais,

conformativas, comparativas, consecutivas, finais,

proporcionais, temporais e integrantes.

Causais: expressam a ideia de causa. São: que,

porque, porquanto, como, já que, desde que, pois

que, visto como, uma vez que, etc.

Exemplo: Todos permaneceram lá porque estava

chovendo.

Dica da titia!!

As conjunções “como” e “se” também são causais

quando significarem “já que” e estiverem no início

do período.

Se você quer assim, nada mais posso fazer.

Como você não veio, chamamos outro profissional.

Concessivas: Introduzem uma oração em que se

admite um fato contrário ao anterior, mas incapaz

de anulá-lo. São: Embora, conquanto, ainda que,

posto que, se bem que, etc.

Exemplos: Comprei-lhe um presente sem que ela

percebesse.

Embora seja verdade, há muitas coisas sem

explicação nessa história.

Condicionais: iniciam uma oração que indica

condição ou hipótese necessária para que se dê o

fato principal. São: se, caso, contanto que, salvo se,

dado que, desde que, a menos que, a não ser que,

etc.

Exemplos: Caso você me abandone, eu vou chorar.

“Se a lua toca no mar, ela pode nos tocar”.

Obs: a conjunção pode estar oculta!

(Se) Fosse menos insensível, perceberia todo o

afeto que recebe.

Conformativas: iniciam uma oração em que é

expressa a conformidade de um pensamento com

um anteriormente apresentado. São: conforme,

como (= conforme), segundo, consoante, etc.

Exemplos: Como todos sabem, amanhã é dia do

casamento de Julia.

Conforme é desejo de todos, amanhã parto para a

Europa.

Comparativas: iniciam uma oração que encerra o

segundo elemento de uma comparação, de um

confronto. São: que, do que (depois de mais,

menos, maior, menor, melhor e pior), tal qual,

tanto quanto, como, assim como, bem como, como

se, que nem.

Exemplo: O carnaval do Brasil é mais animado do

que o europeu.

Consecutivas: iniciam uma oração na qual se indica

a consequência do que dito anteriormente. São:

que (combinada com uma das palavras: tal, tanto,

tão ou tamanho, presentes na oração anterior), de

forma que, de maneira que, de modo que, etc.

Exemplo: Sua sorte era tanta, que ganhou cem

vezes na loteria.

Finais: iniciam uma oração que indica a finalidade

do que foi dito anteriormente. São: para que, a fim

de que, porque (= para que), etc.

Exemplo: A fim de que aprenda logo, você deve

refazer todos os exercícios.

Page 18: GÊNEROS E TIPOLOGIA TEXTUAL- INTRODUÇÃO

PROFª ISABELA VASCONCELOS

18

Proporcionais: iniciam uma oração em que se

menciona um fato ocorrido ou que vai ocorrer

concomitantemente a outro expresso

anteriormente. São: à mediada que, ao passo que,

à proporção que, etc.

Exemplo: À proporção que envelhece, mais idiota

fica o homem.

Temporais: iniciam uma oração que indica

circunstância de tempo. São: quando, antes que,

assim que, depois que, até que, logo que, sempre

que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada

vez que, apenas, mal, que (= desde que), etc.

Exemplo: Ele saiu quando entrei.

Conjunções Integrantes:

Iniciam uma oração que pode funcionar como

sujeito, objetos direto ou indireto, predicativo,

complemento nominal, ou aposto de outra oração.

São que e se.

Exemplo: Percebi que alguém entrou na sala.

A GNT NÃO ESTUDOU TUDO ISSO PRA TI NÃO

EXERCITAR, AMADXH!

01. O pavão

Eu considerei a glória de um pavão ostentando o

esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas

andei lendo livros, e descobri que aquelas cores

todas não existem na pena do pavão. Não há

pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d’água

em que a luz se fragmenta como em um prisma. O

pavão é um arco-íris de plumas. Eu considerei que

este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de

matizes com um mínimo de elementos. De água e

luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a

simplicidade. Considerei, por fim, que assim é o

amor, oh! minha amada; de tudo que suscita e

esplende e estremece e delira em mim existem

apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar.

Ele me cobre de glória e me faz magnífico.

Rubem Braga

Não só conectores mas também pausas, marcadas

pelos sinais de pontuação, assinalam diferentes

tipos de relações sintático-semânticas. Em “Mas

andei lendo livros, e descobri que aquelas cores

todas não existem na pena do pavão. Não há

pigmentos” (linha 2), a pausa marcada pelo ponto

final no primeiro período estabelece com o

segundo período uma relação de:

a) explicação.

b) temporalidade.

c) condicionalidade.

d) conformidade.

e) comparação.

02. Como ler bem

O bom repórter deve ser imparcial, diz a lição

número do jornalismo. 1 Mas o bom leitor 2

também tem sua regra de ouro. Ele deve 4 sempre,

4 sempre, manter a cabeça aberta. O bom leitor

sabe se distanciar das paixões. Está sempre

disposto a ouvir uma ideia nova – 5 ainda que ela

coloque abaixo suas ideias antigas. 3 Posto assim,

ler bem parece um desafio fácil. Não é, como

também não é simples ser imparcial.

SUPERINTERESSANTE, ed. nº 269, ano 23, nº 9 – Seção

ESCUTA – texto adaptado

Constatando a presença dos elementos de COESÃO

como fatores da construção de sentido no texto

acima, só não está correta a afirmação de que:

a) o articulador mas (ref. 1), relaciona-se

semanticamente com o articulador também (ref.

2), introduzindo, respectivamente, ideias de

contraste e inclusão, no sentido do texto.

b) o termo posto assim (ref. 3), refere-se às

atitudes recomendadas ao bom leitor,

anteriormente indicadas.

c) a repetição do termo sempre (ref. 4), reforça a

ideia de contradição entre a “lição número 1” do

repórter e a “regra de ouro” do leitor.

d) o articulador representado por ainda que (ref.

5), introduz o sentido de concessão, conectando as

expressões “ideia nova” e “ideias antigas”.

03. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:

Uma obra de arte é um desafio; não a explicamos,

ajustamo-nos a ela. Ao interpretá-la, fazemos uso

dos nossos próprios objetivos e esforços, dotamo-

la de um significado que tem sua origem nos

nossos próprios modos de viver e de pensar. 1Numa palavra, qualquer gênero de arte que, de

fato, nos afete, torna-se, deste modo, arte

moderna.

Page 19: GÊNEROS E TIPOLOGIA TEXTUAL- INTRODUÇÃO

PROFª ISABELA VASCONCELOS

19

As obras de arte, porém, são como altitudes

inacessíveis. Não nos dirigimos a elas diretamente,

mas contornamo-las. Cada geração as vê sob um

ângulo diferente e sob uma nova visão; nem se

deve supor que um ponto de vista mais recente é

mais eficiente do que um anterior. Cada aspecto

surge na sua altura própria, que não pode ser

antecipada nem prolongada; e, todavia, o seu

significado não está perdido porque o significado

que uma obra assume para uma geração posterior

é o resultado de uma série completa de

interpretações anteriores.

Arnold Hauser, Teorias da arte. Adaptado.

04. (Fuvest 2018) No trecho “Numa palavra,

qualquer gênero de arte que, de fato, nos afete,

torna-se, deste modo, arte moderna” (ref. 1), as

expressões sublinhadas podem ser substituídas,

sem prejuízo do sentido do texto, respectivamente,

por:

a) realmente; portanto.

b) invariavelmente; ainda.

c) com efeito; todavia.

d) com segurança; também.

e) possivelmente; até.

05. (Fuvest 2018) De acordo com o texto, a

compreensão do significado de uma obra de arte

pressupõe

a) o reconhecimento de seu significado intrínseco.

b) a exclusividade do ponto de vista mais recente.

c) a consideração de seu caráter imutável.

d) o acúmulo de interpretações anteriores.

e) a explicação definitiva de seu sentido.

PRONOMES

(POSSESSIVOS,DEMONSTRATIVOS,INDEFINID

OS E REALTIVOS)

H27 - Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação.

Pronome Pessoais

Os pronomes pessoais servem para caracterizar

as pessoas de uma fala, por exemplo, a 1ª

pessoa (quem fala), a 2ª pessoa (com quem se

fala) e a 3ª pessoa (de quem se fala). Além

disso, funcionam como elemento de coesão

para a retomada de um nome anteriormente

expresso. Veja o exemplo: “Levantaram Dona

Rosário, embora ela não quisesse.”

Os pronomes que servem de sujeito na oração

chamam-se retos. Os que desempenham o

papel de complemento verbal denominam-se

oblíquos.

Os pronomes oblíquos possuem formas tônicas

e átonas: as primeiras vêm precedidas de

preposição; as segundas são partículas

inacentuadas, que se colocam antes ou depois

do verbo, como fossem sílaba extra.

Exemplos: Vi-o. (forma átona)

Veio até mim. (forma tônica)

Os pronomes sujeitos (pessoais reto) são

normalmente omitidos na Língua Portuguesa

porque as desinências verbais bastam para a indicar

a pessoa a que se refere, bem como o número

gramatical (singular ou plural) dessa pessoa.

Exemplo: (Eu) ando; (Nós) rimos.

A 1ª pessoa do plural (nós) é conhecida como o

plural da modéstia, pois é utilizado para evitar um

tom impositivo ou muito pessoal de opiniões. Os

escritores costumam utilizar-se do nós em lugar da

forma verbal eu, por esse motivo. Essa estrutura é

encontrada em redações de vestibulares,

dissertações de mestrado, etc. pois o autor procura

dar a impressão que as ideias que expõe são

compartilhadas por seus leitores. Se os pronomes

oblíquos ou objetivos exercem a função de objeto,

logo eles são divididos em:

a) objetivos diretos: me, te, nos, você, o, a, os, as

vos, se. Também pertencem a este grupo as

variações “lo”, “la”, “los”, “las”, “no”, “na”, “nos”,

“nas”.

b) objetivos indiretos: “me”, “te”, “se”, “lhe”, “nos”,

“vos”, “lhes”.

Page 20: GÊNEROS E TIPOLOGIA TEXTUAL- INTRODUÇÃO

PROFª ISABELA VASCONCELOS

20

Possessivos

Enquanto os pronomes pessoais denotam as

pessoas gramaticais, os possessivos, o que lhes

cabe ou pertence. Eles apresentam formas

correspondentes à pessoa que se referem. Observe

o quadro:

O emprego da 3ª pessoa do singular ou do plural

pode gerar ambiguidade em uma frase por conta

da dúvida a respeito do possuidor. Para evitar

qualquer ambiguidade, a Língua Portuguesa nos

oferece precisar o possuidor com a utilização das

formas: dele(s), dela(s), de você(s), do(s)

senhor(es), da(s) senhora(s), entre outras

expressões.

Para reforçar a ideia de posse visando a clareza e a

ênfase, costuma-se utilizar as palavras: próprio,

mesmo. Por exemplo: Era ela mesma; eram os seus

mesmos braços.

Demonstrativos

1. Definição: São pronomes utilizados para indicar

posição de algo (no espaço, no tempo ou no

discurso) em relação às pessoas do discurso.

2. Funções

2.a) No tempo Este ano está perfeito. (presente)

Esse ano foi/será perfeito. (passado ou futuro

próximo) Aquele ano foi perfeito. (passado remoto)

2.b) No espaço Este é meu carro. (próximo de

quem fala) Esse é meu carro. (próximo do

interlocutor) Aquele carro é meu. (distante do

emissor e do interlocutor)

2.c) No texto Referência a termos precedentes O

pronome “esse” e suas variações, assim como o

“isso”, podem atuar anaforicamente, retomando

algo que já foi dito. O pronome “este” e suas

variações e o “isto” atuam cataforicamente,

fazendo referência a algo que ainda será

mencionado.

Exemplo: A violência é o principal problema do Rio

de Janeiro. Isso deve ser combatido.

Este é principal problema do Rio de Janeiro:

a violência.

Quando queremos fazer alusão a dois termos já

citados, utilizamos “aquele” e suas variações para o

primeiro termo e “este” e suas variações para o

último.

Exemplo: João e Roberto trabalham na empresa.

Aquele (João) é gerente, este (Roberto), secretário.

Indefinidos:

1. Definição: São os pronomes utilizados para

representar a 3ª pessoa do discurso de maneira

indeterminada ou imprecisa.

2. Classificação

2.a) Pronome indefinido substantivo: assumem o

lugar do ser ou da quantidade aproximada de seres

na frase. São eles: algo, alguém, nada, ninguém,

outrem, quem, tudo.

Exemplo: Algo foi dito na reunião.

2.b) Pronome indefinido adjetivo: qualificam um

ser expresso na frase, conferindo-lhe a noção de

quantidade aproximada. São eles: cada, certo(s),

certa(s).

Page 21: GÊNEROS E TIPOLOGIA TEXTUAL- INTRODUÇÃO

PROFª ISABELA VASCONCELOS

21

Exemplo: Certas pessoas têm enxaqueca crônica.

3. Emprego

3.a) Ninguém: admite dupla negação, quando

estiver atuando como sujeito. Exemplo: Não foi

ninguém.

3.b) Algum: Possui valor positivo, se vier anteposto

ao substantivo; posposto, negativo. Exemplo:

Alguma pessoa virá à festa. / Pessoa alguma virá à

festa.

3.c) Qualquer: não devemos utilizá-lo como

sinônimo de “nenhum”. Exemplo: Ele não tem

qualquer chance de conseguir o emprego. (errado)

Obs.: Pronome indefinido X Adjetivos Algumas

palavras podem ser pronomes indefinidos ou

adjetivos.

Exemplo: Certa pessoa passou por aqui. (pronome

indefinido)

A pessoa certa passou por aqui. (adjetivo)

Exemplo 2: Toda semana eu estudava. (pronome

indefinido)

Toda a semana eu estudava. (adjetivo)

Pronome indefinido X advérbio

Tenho bastantes cabelos. (pronome indefinido)

Gosto bastante dela. (advérbio de intensidade)

Relativos

1. Definição: São os pronomes que representam

nomes já mencionados e com os quais se

relacionam. Além disso, são utilizados para unir

orações e introduzem as subordinadas adjetivas.

Exemplo: O perfume que adoro. (refere-se ao

antecedente “perfume”).

Obs.: Os pronomes relativos devem sempre vir

precedidos pela preposição exigida pelo verbo da

oração.

Exemplo: Esse é o menino de quem gosto. /Essa é a

festa sobre a qual falei.

2. Emprego

2.a) Onde: Só pode ser utilizado para fazer

referência a lugares. Equivale a “em que”. Ex.: O

Brasil é o país onde moro.

2.b) Quem: Só pode ter como antecedente pessoa

(ou coisa personificada). É sempre precedido por

preposição.

Ex.: Ela é a pessoa por quem fui apaixonado.

2.c) Que/ o(a) qual / os(as) quais: podem fazer

referência tanto a pessoas, quanto a coisas. Porém,

é preciso ter atenção ao uso da preposição. Se a

preposição for monossílaba “a”, “de”, “por”,

devemos utilizar o pronome “que”. Se a preposição

possuir duas ou mais sílabas “entre”, sobre”,

“para”, utilizamos o(a) qual, os(as) quais.

Ex.: O cidade em que moro é maravilhosa. Os

assuntos sobre os quais falei cairão na prova.

2.d) Cujo(a)(s): é utilizado para estabelecer relação

de posse. Não é correto utilizar artigo após o “cujo”

e suas variações.

Ex.: Passei pela mulher cuja beleza é infinita.

Derrubaram as casas cujas as paredes estavam

caindo. (ERRADO)

2.e) Quanto(a)(s): são utilizados após os indefinidos

“todo”, “tanto” e “tudo”.

Ex.: Fiz tanto quanto ele.

DEUS TÁ VENDO QUE VOCÊ QUER PULAR ESSE

EXERCÍCIO...

01.

O que motivou o apito do juiz foi:

a) a necessidade de empregar a ênclise para seguir

a norma padrão.

b) o uso de um objeto direto no lugar de um objeto

indireto.

c) a opção pelo pronome pessoal oblíquo “o” em

vez de “a”.

d) a obrigatoriedade da mesóclise nessa construção

linguística.

Page 22: GÊNEROS E TIPOLOGIA TEXTUAL- INTRODUÇÃO

PROFª ISABELA VASCONCELOS

22

e) a transgressão às regras de concordância nominal

relacionadas ao pronome.

02. Não era e não podia o pequeno reino lusitano

ser uma potência colonizadora à feição da antiga

Grécia. O surto marítimo que enche sua história do

século XV não resultara do extravasamento de

nenhum excesso de população, mas fora apenas

provocado por uma burguesia comercial sedenta de

lucros, e que não encontrava no reduzido território

pátrio satisfação à sua desmedida ambição. A

ascensão do fundador da Casa de Avis ao trono

português trouxe esta burguesia para um primeiro

plano. Fora ela quem, para se livrar da ameaça

castelhana e do poder da nobreza, representado

pela Rainha Leonor Teles, cingira o Mestre de Avis

com a coroa lusitana. Era ela, portanto, quem devia

merecer do novo rei o melhor das suas atenções.

Esgotadas as possibilidades do reino com as

pródigas dádivas reais, restou apenas o recurso da

expansão externa para contentar os insaciáveis

companheiros de D. João I.

Caio Prado Júnior, Evolução política do Brasil. Adaptado.

O pronome “ela” da frase “Era ela, portanto, quem

devia merecer do novo rei o melhor das suas

atenções”, refere-se a

a) “desmedida ambição”.

b) “Casa de Avis”.

c) “esta burguesia”.

d) “ameaça castelhana”.

e) “Rainha Leonor Teles”.

3. Em "O casal de índios levou-os à sua aldeia, que

estava deserta, onde ofereceu frutas aos

convidados", temos:

a) dois pronomes possessivos e dois pronomes

pessoais

b) um pronome pessoal, um pronome possessivo e

dois pronomes relativos.

c) dois pronomes pessoais e dois pronomes

relativos

d) um pronome pessoal, um pronome possessivo,

um pronome relativo e um pronome interrogativo.

e) dois pronomes possessivos e dois pronomes

relativos.

COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL

H27 - Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação. H30 - Relacionar as tecnologias de comunicação e

informação ao desenvolvimento das sociedades e ao

conhecimento que elas produzem.

Referenciação: é o processo pelo qual

se introduzem referentes no texto. A

retomada desses elementos ao longo

do texto é denominada progressão

referencial.

Operadores argumentativos são termos

utilizados para correlacionar partes de

um texto, a fim de permitir que a

direção argumentativa que se pretende

tomar fique subentendida.

EXERCÍCIOS SOBRE NOÇÕES DE COMPREENSÃO

TEXTUAL

01. E aqui, antes de continuar este espetáculo, e

necessário que façamos uma advertência a todos e

a cada um. Neste momento, achamos fundamental

que cada um tome uma posição definida. Sem que

cada um tome uma posição definida, não é possível

continuarmos. É fundamental que cada um tome

uma posição, seja para a esquerda, seja para a

direita. Admitimos mesmo que alguns tomem uma

posição neutra, fiquem de braços cruzados. Mas é

preciso que cada um, uma vez tomada sua posição,

fique nela! Porque senão, companheiros, as

cadeiras do teatro rangem muito e ninguém ouve

nada.

FERNANDES, M.; RANGEL, F. Liberdade, liberdade. Porto

Alegre: L&PM, 2009,

A peça Liberdade, liberdade, encenada em 1964,

apresenta o impasse vivido pela sociedade

brasileira em face do regime vigente. Esse impasse

é representado no fragmento pelo(a)

a) barulho excessivo produzido pelo ranger das

cadeiras do teatro.

b) indicação da neutralidade como a melhor opção

ideológica naquele momento.

c) constatação da censura em função do

engajamento social do texto dramático.

Page 23: GÊNEROS E TIPOLOGIA TEXTUAL- INTRODUÇÃO

PROFª ISABELA VASCONCELOS

23

d) correlação entre o alinhamento politico e a

posição corporal dos espectadores.

e) interrupção do espetáculo em virtude do

comportamento inadequado do público.

02. “Todas as manhas quando acordo, experimento

um prazer supremo: o de ser Salvador Dalí.”

NÉRET, G. Salvador Dalí. Taschen, 1996.

Assim escreveu o pintor dos “relógios moles” e das

“girafas em chamas” em 1931. Esse artista

excêntrico deu apoio ao general Franco durante a

Guerra Civil Espanhola e, por esse motivo, foi

afastado do movimento surrealista por seu líder,

André Breton. Dessa forma, Dal ́criou seu próprio

estilo, baseado na interpretação dos sonhos e nos

estudos de Sigmund Freud, denominado “método

de interpretação paranoico”. Esse método era

constituído por textos visuais que demonstravam

imagens:

a) do fantástico, impregnado de civismo pelo

governo espanhol, em que a busca pela emoção e

pela dramaticidade desenvolveram um estilo

incomparável.

b) do onírico, que misturava sonho com realidade e

inconsciente como um universo único ou pessoal.

c) da linha inflexível da razão, dando vazão a uma

forma de produção despojada no traço, na temática

e nas formas vinculadas ao real.

d) do reflexo que, apesar do termo "paranoico",

possui sobriedade e elegância advindas de uma

técnica de cores discretas e desenhos precisos.

e) da expressão e intensidade entre o consciente e

a liberdade, declarando o amor pela forma de

conduzir o enredo histórico dos personagens

retratados.

03. A situação abordada na tira torna explícita a

contradição entre a:

a) relações pessoais e o avanço tecnológico.

b) inteligência empresarial e a ignorância dos

cidadãos.

c) inclusão digital e a modernização das empresas.

d) economia neoliberal e a reduzida atuação do

Estado.

e) revolução informática e a exclusão digital.

EXERCÍCIOS SOBRE COESÃO + CONJUNÇÕES

Reza a lenda que só os calouros resolvem estas

questões... #Ficaadica!

H30 - Relacionar as tecnologias de comunicação e

informação ao desenvolvimento das sociedades e ao

conhecimento que elas produzem.

01. Confidência do itabirano

Alguns anos vivi em Itabira.

Principalmente nasci em Itabira.

Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.

Noventa por cento de ferro nas calçadas.

Oitenta por cento de ferro nas almas.

E esse alheamento do que na vida é porosidade e

comunicação.

A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,

vem de Itabira, de suas noites brancas, sem

mulheres e sem horizontes.

E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,

é doce herança itabirana.

De Itabira trouxe prendas diversas que ora te

ofereço:

este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;

esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil;

este couro de anta, estendido no sofá da sala de

visitas;

este orgulho, esta cabeça baixa...

Tive ouro, tive gado, tive fazendas.

Hoje sou funcionário público.

Itabira é apenas uma fotografia na parede.

Mas como dói!

ANDRADE, Carlos Drummond de. Sentimento do mundo.

Page 24: GÊNEROS E TIPOLOGIA TEXTUAL- INTRODUÇÃO

PROFª ISABELA VASCONCELOS

24

Na última estrofe, a expressão que justifica o uso da

conjunção sublinhada no verso “Mas como dói!” é:

a) “hoje”

b) “funcionário público”

c) “apenas”

d) “fotografia”

e) “parede”

02. Eu te amo

Ah, se já perdemos a noção da hora,

Se juntos já jogamos tudo fora,

Me conta agora como hei de partir...

Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos

desvarios,

Rompi com o mundo, queimei meus navios,

Me diz pra onde é que inda posso ir...

[...]

Se entornaste a nossa sorte pelo chão,

Se na bagunça do teu coração

Meu sangue errou de veia e se perdeu...

[...]

Como, se nos amamos como dois pagãos,

Teus seios inda estão nas minhas mãos,

Me explica com que cara eu vou sair...

Não, acho que estás só fazendo de conta,

Te dei meus olhos pra tomares conta,

Agora conta como hei de partir...

Tom Jobim – Chico Buarque.

Examinando-se aspectos construtivos deste texto,

verifica-se que:

a) todas as ocorrências da conjunção “se”

expressam uma condição, com o sentido de “no

caso de”.

b) o emprego de “como”, no início da quarta

estrofe, é uma retomada de “como hei de partir”,

da primeira estrofe.

c) a repetição de “conta”, na última estrofe, reitera

a mesma ideia do custo que a separação representa

para o sujeito.

d) o emprego da vírgula depois de “não”, na última

estrofe, é facultativo, uma vez que a partícula

negativa tem aqui o valor de uma simples ênfase.

e) o efeito dramático nele obtido nasce da reiterada

oposição entre ações transcorridas no passado.

03. Assinale a alternativa em que a mudança da

posição da conjunção acarreta alteração semântica:

a) Está tudo bem com o jovem, contudo não tem o

apoio da família. / Está tudo bem com o jovem; não

tem, contudo, o apoio da família.

b) Está tudo bem com o jovem, todavia não tem o

apoio da família. / Está tudo bem com o jovem; não

tem, todavia, o apoio da família.

c) Está tudo bem com o jovem, porém não tem o

apoio da família. / Está tudo bem com o jovem; não

tem, porém, o apoio da família.

d) Está tudo bem com o jovem, entretanto não tem

o apoio da família. / Está tudo bem com o jovem;

não tem, entretanto, o apoio da família.

e) Está tudo bem com o jovem, pois tem o apoio da

família. / Está tudo bem com o jovem; tem, pois, o

apoio da família.

FIGURAS DE LINGUAGEM (SONORAS E

PARANOMÁSIA)

H30 - Relacionar as tecnologias de comunicação e

informação ao desenvolvimento das sociedades e ao

conhecimento que elas produzem.

As figuras de linguagens sonoras combinam

elementos sonoros porque estão relacionadas aos

aspectos fonéticos e fonológicos da linguagem. Seus

objetivos são o de explorar musicalidades possíveis

com as combinações das palavras e produzir efeitos

sinestésicos. Na língua portuguesa, são elas:

aliteração, assonância, paronomásia e

onomatopeia.

Aliteração

É a repetição de fonemas consonantais idênticos ou

semelhantes para sugerir acusticamente algum

elemento, ato, fenômeno. Aparece como efeito

estilístico em prosas poéticas ou poesias. Exemplo:

“(...) Rato

Rato que rói a roupa

Que rói a rapa do rei do morro

Que rói a roda do carro

Que rói o carro, que rói o ferro

Que rói o barro, rói o morro

Page 25: GÊNEROS E TIPOLOGIA TEXTUAL- INTRODUÇÃO

PROFª ISABELA VASCONCELOS

25

Rato que rói o rato

Ra-rato, ra-rato

Roto que ri do roto

Que rói o farrapo

Do esfarra-rapado

Que mete a ripa, arranca rabo

Rato ruim

Rato que rói a rosa

Rói o riso da moça

E ruma rua arriba

Em sua rota de rato (...)”.

(Chico Buarque)

Assonância

Segue o mesmo princípio que a aliteração, mas

nesse caso as repetições sonoras são de fonemas

vocálicos idênticos ou semelhantes.

Exemplo:

“(...) A linha feminina é carimá

Moqueca, pititinga, caruru

Mingau de puba, e vinho de caju

Pisado num pilão de Piraguá.(...)”

(Gregório de Matos)

Paronomásia

É a combinação e/ou o uso de palavras que

apresentam semelhança fônica ou mórfica, mas

possuem sentidos diferentes.

Exemplo:

“(...) Berro pelo aterro

Pelo desterro

Berro por seu berro

Pelo seu erro

Quero que você ganhe

Que você me apanhe.

Sou o seu bezerro

Gritando mamãe (...)”.

(Caetano Veloso)

Onomatopeia

É uma figura de linguagem que busca reproduzir de

forma aproximada palavras que representem um

som natural.

Exemplo:

Passa, tempo, tic-tac

Tic-tac, passa, hora

Chega logo, tic-tac

Tic-tac, e vai-te embora

Passa, tempo

Bem depressa

Não atrasa

Não demora

Que já estou

Muito cansado

Já perdi

Toda a alegria

De fazer

Meu tic-tac

Dia e noite

Noite e dia

Tic-tac

Tic-tac

Dia e noite

Noite e dia.

(Vinicius de Moraes)

MAIS UM EXERCÍCIO PRA VOCÊ GABARITAR!

CONCORRENTE QUE LUTEEE!

01. DIONISOS DENDRITES

Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas

Ramos nascem de seu peito

Pés percutem a pedra enegrecida

Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.

Acorre o vento ao círculo demente

O vinho espuma nas taças incendiadas.

Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços

Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas

E o vaticínio do tumulto à Noite –

Chegada do inverno aos lares

Fim de guerra em campos estrangeiros.

As bocas mordem colos e flancos desnudados:

À sombra mergulham faces convulsivas

Corpos se avizinham à vida fria dos valados

Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.

Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos

Mergulham no vórtice da festa consagrada.

E quando o Sol o ingênuo olhar acende

Um secreto murmúrio ata num só feixe

Page 26: GÊNEROS E TIPOLOGIA TEXTUAL- INTRODUÇÃO

PROFª ISABELA VASCONCELOS

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O louro trigo nascido das encostas.

SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus,

2004. p. 42-43.

Considerando a leitura do poema e o uso dos

recursos expressivos, em Dionisos Dendrites,

a) a aliteração no verso “Pés percutem a pedra

enegrecida” indica um som reproduzido como o dos

tambores do verso subsequente.

b) a gradação em ‘bocas’, ‘faces’ e ‘corpos’, nos três

primeiros versos da 3ª estrofe, aponta para a

opulência do ritual.

c) a metonímia em “seu olhar verde penetra a Noite

entre tochas acesas” revela o embate estabelecido

entre a vida e a morte.

d) a metáfora em ‘taças incendiadas’, no verso “o

vinho espuma nas taças incendiadas”, denota o

sentimento de enfado dos presentes em relação ao

ritual.

02. Em qual das opções há erro de identificação das

figuras?

a) "Um dia hei de ir embora / Adormecer no

derradeiro sono." (eufemismo)

b) "A neblina, roçando o chão, cicia, em prece.

(prosopopeia)

c) Já não são tão frequentes os passeios noturnos

na violenta Rio de Janeiro. (silepse de número)

d) "E fria, fluente, frouxa claridade / Flutua..."

(aliteração)

e) "Oh sonora audição colorida do aroma."

(sinestesia).

03. O fragmento transcrito que possui um exemplo

de onomatopeia é:

a) “– É mesmo? – respondeu ele. – PentiumII?”

b) “Mas tudo durou pouco, porque um certo

escritor amigo meu me telefonou.”

c) “–Clic – fiz eu do outro lado.”

d) “– E como você fica aí, dando risada?”

e) “Bobagem, como logo se veria.”

04. Canção do vento e da minha vida

O vento varria as folhas,

O vento varria os frutos,

O vento varria as flores…

E a minha vida ficava

Cada vez mais cheia

De frutos, de flores, de folhas.

[…]

O vento varria os sonhos

E varria as amizades…

O vento varria as mulheres…

E a minha vida ficava

Cada vez mais cheia

De afetos e de mulheres.

O vento varria os meses

E varria os teus sorrisos…

O vento varria tudo!

E a minha vida ficava

Cada vez mais cheia

De tudo.

BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro:

José Aguilar, 1967.

Na estruturação do texto, destaca-se

a) a construção de oposições semânticas.

b) a apresentação de ideias de forma objetiva.

c) o emprego recorrente de figuras de linguagem,

como o eufemismo.

d) a repetição de sons e de construções sintáticas

semelhantes.

e) a inversão da ordem sintática das palavras.