gÊneros e tipologia textual- introduÇÃo
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PROFª ISABELA VASCONCELOS
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GÊNEROS E TIPOLOGIA TEXTUAL-
INTRODUÇÃO
H1- Identificar as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como elementos de caracterização dos sistemas de comunicação. H2 - Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicação e informação para resolver problemas sociais. H3 - Relacionar informações geradas nos sistemas de comunicação e informação, considerando a função social desses sistemas. H27 - Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação. H30 - Relacionar as tecnologias de comunicação e
informação ao desenvolvimento das sociedades e ao
conhecimento que elas produzem.
H23 - Inferir em um texto quais são os objetivos de seu produtor e quem é seu público alvo, pela análise dos procedimentos argumentativos utilizados. I) TIPOLOGIA TEXTUAL Segundo o professor Luiz Antônio Marcuschi, tipo textual “designa uma espécie de construção teórica definida pela natureza linguística de sua composição {aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas, estilo}.”Isso significa que, ao analisarmos um texto, apontamos a tipologia textual de acordo com as marcas linguísticas que aparecem ao longo dos parágrafos. A classificação, então, se dá por trechos, e não pelo texto como um todo. Ainda nas palavras de Marcushi, “o tipo caracteriza-se muito mais como sequências linguísticas do que como textos materializados”, ou seja, um mesmo texto pode ter, em sua composição, diversos tipos diferentes - e o maior número de marcas determina, por predominância, o tipo que classificará o texto. a) O tipo narrativo, como você já deve saber, é responsável por contar uma história, enunciar fatos, ações de personagens em um tempo e enredo específicos. Isso significa que, se esse tipo textual é responsável pela passagem do tempo (psicológico ou cronológico), predominam, aqui, os verbos de ação, normalmente no pretérito perfeito. Em alguns momentos, é provável que você encontre verbos no presente, também. Essa é uma tentativa de aproximar o leitor dos fatos e, de certa maneira,
destacar mais a ação narrada. Alguns estudiosos classificam esse uso como presente histórico. b) A descrição, apesar de aparecer muitas vezes complementando a narração, tem características diferentes do outro tipo. Imagine que você está viajando, passeando por um lugar bem bonito, e, de repente, resolve tirar uma foto. Se alguém pedisse a você que apontasse cada ponto interessante na imagem, como você faria isso? Perceba que, naturalmente, você utilizaria verbos no pretérito imperfeito. Essa é a marca mais importante do texto descritivo. Há, também, a predominância de adjetivos, que, você já sabe, caracterizam a cena. c) A dissertação, basicamente, trabalha com pontos de vista, posicionamentos. Isso significa que, se um trecho em específico apresenta opiniões e argumentos buscando defendê-las, podemos classificá-lo como dissertativo. d) O tipo injuntivo trabalha com instruções, sugestões, orientações. Dessa forma, tem como marca predominante o uso dos verbos no imperativo, destacando a função que você conhece como apelativa. e) Termo derivado do latim “argumentum”, a argumentação consiste no ato de convencer, comprovar uma proposição ao interlocutor, no intuito de corroborar com aquilo que foi proferido. Demonstrar a sua opinião sobre um determinado tema a fim de validar as suas ideias a outra pessoa pode ser um tipo de argumento. Nos vestibulares, o modelo de texto dissertativo-argumentativo é o mais cobrado para a produção de redações. É preciso refletir sobre o tema e selecionar as ideias que deseja defender, utilizando as famosas estratégias argumentativas. Para isso, você pode usar: exemplos, alusões (históricas, literárias, geográficas, filosóficas, etc.), citações, dados estatísticos, argumentos de autoridade, o uso dos métodos de raciocínio (dedução, indução ou dialética) e/ou a relação de causaconsequência.
II) GÊNEROS TEXTUAIS Gênero e tipo não são a
mesma coisa e é muito importante que você
entenda isso, antes de tudo. Ainda de acordo com o
linguista Luiz Antônio Marcuschi, enquanto o tipo
faz referência às marcas linguísticas de um texto, o
gênero “refere os textos materializados em
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situações comunicativas recorrentes. Os gêneros
são os textos que encontramos em nossa vida
diária”. Isso significa que o gênero textual classifica
o texto como um todo, materializado, e não um ou
outro trecho, de acordo com suas marcas.
Tipo¹ Exemplos de gêneros necessariamente compostos por um tipo - em termos de dominância
Descritivo Perfil, qualificação e classificado.
Dissertativo Tese, dissertação de mestrado, artigo acadêmico - científico, editorial de jornal, monografia, conferência, artigo de divulgação científica, resumo para proposição de trabalhos a eventos, etc.
Injuntivo Mensagem religiosa, instruções, manuais de uso e/ou montagem de aparelhos e outros, receitas de cozinha e receitas médicas, textos de orientação comportamental (ex.: como dirigir), etc.
Narrativo Notícias, romances, novelas (literárias, de rádio e TV), contos, crônicas, contos de fadas, fábulas, apólogos, parábolas, mitos, lendas, anedotas, piadas, fofoca, caso, biografia, epopeia, poema heroico, poema burlesco, etc. Podem ser incluídos aqui os gêneros em que há fusão com o tipo dramático (as peças de teatro): comédia, tragédia, drama, farsa, auto, esquete, ópera, vaudeville, etc.
Argumentativo Textos publicitários em geral, artigos de opinião, editoriais de jornal, petições da área jurídica, etc.
Preditivo Boletins meteorológicos e astronômicos, profecias, programas de viagem e comemorações, etc.
Humorístico Piada, comédia, farsa, esquete humorístico, etc.
Lírico Soneto, madrigal, elegia, poemas bucólicos (écloga, idílio), haicai, ode, balada, hino, canto real,
trova, etc. Observações: ¹ - Este quadro é baseado no quadro 3 de Travaglia ([2003]/2007, p. 109) com acréscimos e modificações. Fonte: TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Tipologia textual e ensino de língua. Publicado como capítulo do livro Linguística textual e ensino, em organização pelo GT de Linguística Textual e Análise da Conversão (GTLAC) da ANPOLL. Uberlândia: ILEEL/Universidade Federal de Uberlândia, Cópia de inédito, outubro de 2014. 42 p.
NÃO DORME NA MISSÃO, MANX!
Não se deve confundir gênero textual com gênero
literário. O primeiro é uma forma de classificação
dos textos que existem no muno, com base em seu
contexto, estrutura, estilo e tema. Já o gênero
literário é uma classificação clássica proposta por
Aristóteles e serve somente para a literatura (isto é,
a manifestação artística da linguagem) e que divide
os textos em épico, lírico e dramático.
VAMOS PRATICAR?
H15 - Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e político. 01. Assinale a sequência correta: I. São definidos por propriedades linguísticas como vocabulário, relações lógicas, tempos verbais, construções frasais etc. II. Realizações linguísticas concretas definidas por propriedades sociocomunicativas, ou seja, dentro de um contexto cultural e com função comunicativa. III. Abrangem um conjunto praticamente ilimitado de características determinadas pelo estilo do autor, conteúdo, composição e função. IV. Geralmente variam entre cinco e nove tipos: narração, argumentação, descrição, injunção e exposição. a) tipo textual, gênero textual, gênero textual, tipo textual. b) tipo textual, tipo textual, gênero textual, gênero textual. c) tipo textual, gênero textual, gênero textual, gênero textual. d) gênero textual, tipo textual, tipo textual, tipo textual.
02. Uma noite em 67, de Renato Tera e Ricardo Calil.. Editora Planeta, 296 páginas.
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Mas foi um noite, aquela noite de sábado 21 de outubro de 1967, que parou o nosso país. Parou pra ver a finalíssima do III Festival da Record, quando um jovem de 24 anos chamado Eduardo Lobo, o Edu Lobo, saiu carregado do Teatro Paramount em São Paulo depois de ganhar o prêmio máximo do festival com Ponteio, que cantou acompanhado da charmosa e iniciante Marília Medalha. Foi naquela noite que Chico Buarque entoou sua Roda viva ao lado do MPB-4 de Magro, o arranjador. Que Caetano Veloso brilhou cantando Alegria, alegria com a plateia ao com das guitarras dos Beat Boys, que Gilberto Gil apresentou a tropicalista Domingo no parque com os Mutantes. Aquela noite que acabou virando filme, em 2010, nas mãos de Renato Terra e Ricardo Calil, agora virou livro. O livro que está sendo lançado agora é a história daquela noite, ampliada e em estado que no jargão jornalístico chamamos de matéria bruta. Quem viu o filme vai se deliciar com as histórias e algumas fofocas que cada um tem para contar, agora sem os contes necessários que um filme exige. E quem não viu o filme tem diante de si um livro de histórias, pensando bem, de História.
VILLAS, A. Disponível em: www.cartacapital.com.br. Acessado em: 18 jun. 2014 (adaptado).
Considerando os elementos constitutivos dos gêneros textuais circulantes na sociedade, nesse fragmento de resenha predominam: a) caracterização de personalidades do contexto musical brasileiro dos anos 1960. b) questões polêmicas direcionadas à produção musical brasileira nos anos 1960. c) relatos de experiências de artistas sobre os festivais de música de 1967. d) explicação sobre o quadro cultural do Brasil durante a década de 1960. e) opinião a respeito de uma obra sobre cena musical de 1967. 03. Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos
desta lei, a pessoa até doze anos de idade
incompletos, e adolescente aquela entre doze e
dezoito anos de idade. [...]
Art 3º A criança e o adolescente gozam de todos os
direitos fundamentais inerentes à pessoa humana,
sem prejuízo da proteção integral de que trata esta
Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros
meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim
de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental,
moral, espiritual e social, em condições de
liberdade e de dignidade.
Art 4° É dever da família, da comunidade, da
sociedade em geral e do poder público assegurar,
com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização,
à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária. [...] BRASIL. Lei n. 8 069, de 13 de julho de 1990. Estatuto da criança
e do adolescente. Disponível em: www.planalto.gov.br
(fragmento)
Para cumprir sua função social, o Estatuto da
criança e do adolescente apresenta características
próprias desse gênero quanto ao uso da língua e
quanto à composição textual. Entre essas
características, destaca-se o emprego de :
a) repetição vocabular para facilitar o
entendimento.
b) palavras e construções que evitem ambiguidade.
c) expressões informais para apresentar os direitos.
d) frases na ordem direta para apresentar as
informações mais relevantes.
e) exemplificações que auxiliem a compreensão dos
conceitos formulados.
04. Receitas de vida por um mundo mais doce
Pé de moleque
Ingredientes
2 filhos que não param quietos
3 sobrinhos da mesma espécie
1 cachorro que adora uma farra
1 fim de semana ao ar livre
Preparo
Junte tudo com os ingredientes do Açúcar Naturale,
mexa bem e deixe descansar. Não as crianças, que
não vai adiantar. Sirva imediatamente, porque pé
de moleque não para. Quer essa e outras receitas
completas?
Entre no site cianaturale.com.br.
Onde tem doce, tem Naturale.
Revista Saúde, n. 351, jun. 2012 (adaptado).
O texto é resultante do hibridismo de dois gêneros
textuais. A respeito desse hibridismo, observa-se
que a:
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a) receita mistura-se ao gênero propaganda com a
finalidade de instruir o leitor.
b) receita é utilizada no gênero propaganda a fim de
divulgar exemplos de vida.
c) propaganda assume a forma do gênero receita
para divulgar um produto alimentício.
d) propaganda perde poder de persuasão ao
assumir a forma do gênero receita.
e) receita está a serviço do gênero propaganda ao
solicitar que o leitor faça o doce.
05. Quando vitaminas atrapalham Consumir
suplementos de vitaminas depois de praticar
exercícios físicos pode reduzir a sensibilidade à
insulina, o hormônio que conduz a glicose às células
de todo o corpo. Temporariamente, um pouco de
estresse oxidativo processo combatido por algumas
vitaminas e que danifica as células ajuda a evitar o
diabetes tipo 2, causado pela resistência à insulina,
concluíram pesquisadores das universidades de
Jena, na Alemanha, e Harvard, nos Estados Unidos.
Desse estudo, publicado em maio na
PNAS, participaram 40 pessoas, metade delas com
treinamento físico prévio, metade sem. Os dois
grupos foram divididos em subgrupos que tomaram
ou não uma combinação de vitaminas C e E .Todos
os subgrupos praticaram exercícios durante quatro
semanas e passaram por exames de avaliação de
sensibilidade da glicose à insulina antes e após esse
período. Apenas exercícios físicos, sem doses
adicionais de vitaminas, promovem a longevidade e
reduzem o diabetes tipo 2. Ao contrário do que se
pensava, os resultados negam que o estresse
oxidativo seja um efeito colateral indesejado da
atividade física vigorosa: ele é na verdade parte do
mecanismo pelo qual quem se exercita é mais
saudável. A conclusão é clara: nada de
antioxidantes depois de correr.
(Adaptado de “Quando as vitaminas atrapalham”)
Pesquisa FAPESP 160, p.40, junho de 2009.)
a) Por se tratar de um texto de divulgação
científica, apresenta recursos linguísticos próprios a
esse gênero. Quais são eles? Transcreva dois
trechos em que esses recursos estão presentes.
b) O experimento em questão concluiu que as
vitaminas atrapalham. Explique como os
pesquisadores chegaram a essa conclusão.
PONTUAÇÃO: CONCEITOS FUNDAMENTAIS
H18 - Identificar os elementos que concorrem para a
progressão temática e para a organização e
estruturação de textos de diferentes gêneros e tipos.
H19 - Analisar a função da linguagem predominante
nos textos em situações específicas de interlocução
H27 - Reconhecer os usos da norma padrão da
língua portuguesa nas diferentes situações de
comunicação.
H30 - Relacionar as tecnologias de comunicação e
informação ao desenvolvimento das sociedades e ao
conhecimento que elas produzem.
Os sinais de pontuação são, em definição, sinais
gráficos que representam na escrita recursos
específicos da língua falada. Ou seja, enquanto a
fala possibilita transmitir emoções e sentimentos
por meio da entonação de voz, prolongamento de
palavras, pausas, gestos faciais e, inclusive, a falta
de emissão sonora, a escrita dispõe de sinais que
tentam reproduzir estes efeitos comunicativos.
Embora existam normas gramaticais para o
emprego dos sinais de pontuação, esses critérios
apresentam-se de maneira mais flexível em razão
do caráter subjetivo da pessoa que redige o texto
na intenção de expressar certa emoção. Assim,
iremos ver qual o objetivo do emprego da
pontuação em uma estrutura textual, que, além de
trazer a entonação falada, garante a coerência
entre as orações. Veremos, abaixo, quais são os
sinais de pontuação e suas principais funções na
gramática:
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Viu só? Não parece tão difícil delimitar as funções
destes sinais por eles apresentarem, para nós, uma
extensão de nossa fala para a escrita. Dessa forma,
apresentaremos alguns exemplos que podem ser
encontrados estes símbolos:
• Ponto: O filme recebeu várias indicações para o
óscar.
Percebe-se que a oração foi devidamente finalizada,
precisando, portanto, do ponto final.
• Dois pontos: André explicou: Não devemos pisar
na grama do parque.
Observação: Os dois pontos têm a função
explicativa, também, sobre determinado assunto
dito anteriormente.
• Ponto e vírgula: Os empregados, que ganham
pouco, reclamam; os patrões, que não lucram,
reclamam igualmente.
Atenção: É importante ter em mente que o ponto e
vírgula representa uma pausa maior que uma
vírgula e menor que um ponto (finalização de
oração).
• Vírgula: Desta maneira, Maria, não posso mais
acreditar em você. (Separação de vocativo)
Eduardo, professor de português, falou sobre a
criatividade na redação do ENEM. (Separação de
aposto)
Vamos utilizar papel, caneta, régua e transferidor
para a próxima aula.
A vírgula serve, também, para separar termos de
uma mesma função sintática, apostos e vocativos.
• Interrogação: Você já estudou a matéria dessa
semana de História do Brasil?
• Exclamação: Eu passei no vestibular!
O ponto de exclamação é, geralmente, utilizado
para dar ênfase a alguma frase, como por exemplo
exprimir uma sensação de surpresa para o leitor.
• Reticências: Essa semana irei comprar sapatos,
camisetas, bolsas, colares...
• Aspas: Brás Cubas dedica suas memórias a um
verme: "Ao verme que primeiro roeu as frias carnes
do meu cadáver dedico como saudosa lembrança
estas memórias póstumas."
• Travessão: Muito descontrolada, Paula gritou com
o marido: –Por favor, não faça isso agora pois
teremos problemas mais tarde.
Observação: O travessão é utilizado, também, para
substituir os parênteses ou uma dupla vírgula
(palavra ou termos entre vírgulas).
• Parênteses: O presidente da república (que na
época era Fernando Henrique Cardoso) aprovou o
decreto
H27 - Reconhecer os usos da norma padrão da
língua portuguesa nas diferentes situações de
comunicação.
PONTUAÇÃO É “FACIN”. QUER VER?
01. Os sinais de pontuação foram bem utilizados
em:
a) Nesse instante, muito pálido, macérrimo,
Prudente de Morais entrou no Catete, sentou-se e,
seco, declarou ao silêncio atônito dos que o
contemplavam: "Voltei."
b) "Mãe onde estão os nossos: os parentes, os
amigos e os vizinhos?" Mãe, não respondia.
c) Os estados, que ainda devem ao governo, não
poderão obter financiamentos, mas os estados que
já resgataram suas dívidas ainda terão créditos.
d) Ao permitir a apreensão, de jornais e revistas, o
projeto, retira do leitor o direito a ser informado
pelo veículo que ele escolheu.
e) Assim, passa-se a permitir, condenações
absurdas, desproporcionais aos danos causados.
02. Assinalar a alternativa cujo período dispensa a
uso de vírgula:
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a) Nesse trabalho ficou patente a competência dos
jovens frente à nova situação.
b) O autor busca um meio capaz de gerar um
conjunto potencialmente infinito de formas com
suas propriedades típicas.
c) Apreensivo ora se voltava para a janela ora
examinava o documento.
d) Suas palavras embora gentis continham um
fundo de ironia.
e) Tudo isto é muito válido mas tem seus
inconvenientes
03. Observe os períodos abaixo, diferentes quanto à
pontuação.
Adoeci logo; não me tratei.
Adoeci; logo não me tratei.
A observação atenta desses períodos permite dizer
que:
a) No primeiro, logo é um advérbio de tempo; no
segundo, uma conjunção causal.
b) No primeiro, logo é uma palavra invariável; no
segundo, uma palavra variável.
c) No primeiro, as orações estão coordenadas sem a
presença de conjunção; na segunda, com a
presença de uma conjunção conclusiva.
d) No primeiro, as orações estão coordenadas com
a presença de conjunção; na segunda, sem
conjunção alguma.
e) No primeiro, a segunda oração indica alternância;
no segundo, a segunda oração indica a
consequência.
04.
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto
expediente
[protocolo e manifestações de apreço ao sr. diretor.
(...)
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
Manuel Bandeira
Reescrevendo os versos de forma linear e
respeitando as regras de pontuação prescritas pela
gramática normativa, tem-se:
a) Estou farto do lirismo comedido, do lirismo
comportado. Do lirismo funcionário público: com
livro de ponto expediente protocolo e
manifestações de apreço ao sr. diretor.
b) Estou farto do lirismo comedido, do lirismo
comportado, do lirismo funcionário público, com
livro de ponto, expediente, protocolo e
manifestações de apreço ao sr. diretor.
c) Estou farto do lirismo comedido. Do lirismo
comportado. Do lirismo funcionário público. Com
livro de ponto, expediente, protocolo e,
manifestações de apreço, ao sr. diretor.
d) Estou farto do lirismo namorador: político
raquítico e sifilítico.
e) Estou farto do lirismo; Namorador; Político;
Raquítico; Sifilítico
05. Assinale, dentre as alternativas abaixo, aquela
em que a pontuação está de acordo com a norma
culta.
a) Se as pessoas se irritam com facilidade, se não
sabem conter a raiva elas se voltarão contra
alguém, além disso, estarão prontas para enfrentar
qualquer inimigo.
b) Se as pessoas se irritam com facilidade, se não
sabem conter a raiva, elas se voltarão contra
alguém; além disso, estarão prontas para enfrentar
qualquer inimigo.
c) Se as pessoas se irritam com facilidade, se não
sabem conter a raiva, elas se voltarão contra
alguém além disso, estarão prontas para enfrentar
qualquer inimigo.
d) Se as pessoas, se irritam com facilidade, se não
sabem conter a raiva, elas se voltarão contra
alguém, além disso, estarão prontas, para enfrentar
qualquer inimigo.
e) Se as pessoas se irritam com facilidade se não
sabem conter a raiva, elas se voltarão contra
alguém. Além disso, estarão prontas para enfrentar
qualquer inimigo.
P.S: Orgulhinho da tia Bela, o uso da vírgula,
normalmente, é nossa maior dificuldade.
Retornarem nesse assunto, quando estudarmos
“Orações”... Maaaaaas, titia não vai fazer a
CátiaCega!! Rsrs. Vou disponibilizar um material
extra, no grupo do zap, só sobre vírgulas pra vc ir
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treinando em suas redações. Caso “bata a pvc”, me
cobra! rsrs
PALAVRAS VARIÁVEIS
H27 - Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação. H30 - Relacionar as tecnologias de comunicação e
informação ao desenvolvimento das sociedades e ao
conhecimento que elas produzem.
I) Substantivo: É a palavra que usamos para
designar seres, pessoas, lugares, sentimentos,
processos, características e afins. De forma bem
simplificada, o substantivo serve para nomear e,
assim, estabelecer identidades.
Os substantivos podem ser classificados:
Quanto ao significado:
1. Concreto: designam seres, sejam reais ou
fictícios. Exemplo: caneta, árvore, homem, cavalo.
2. Abstrato: designam ações, estados, qualidades e
sentimentos. Exemplo: beleza, saudade, ira, doçura,
bondade.
Quanto à abrangência:
1. Comuns: designam, genericamente, um elemento
de um conjunto. Exemplo: aluno, homem, país,
cachorro.
2. Próprios: designam, especificamente, um
elemento de um conjunto. Exemplo: Brasil, Totó,
Maria, José.
Quanto à formação:
1. Simples: são formados por um só radical.
Exemplo: mar, lápis, casa, mesa.
2. Compostos: são formados por mais de um
radical. Exemplo: beija-flor, pé de moleque.
Os substantivos podem ser flexionados de acordo
com seu número (singular e plural), e gênero
(feminino e masculino). Além disso, por adição de
sufixo, eles assumem categoria de grau (diminutivo
e aumentativo).
II) Artigo: São palavras (o, a, os, as, um, uma, uns,
umas) variáveis em número e gênero que se
antepõem aos substantivos para indicar um ser já
conhecido (definido) pelo leitor ou para indicar um
representante de uma espécie ao qual não se fez
menção anterior (indefinido). Ou seja, os artigos
definidos têm a função semântica de especificar,
determinar os substantivos, e os indefinidos têm a
função de generalizar os substantivos.
Por exemplo:
O jornalista recebeu o prêmio. (= jornalista
específico, já mencionado anteriormente).
Um jornalista recebeu o prêmio. (= jornalista
genérico, não mencionado antes).
Além disso, os artigos podem substantivar qualquer
palavra ou expressão a que se antepõem,
independentemente da classe gramatical a que essa
palavra pertence. Esses casos são conhecidos como
derivação imprópria.
O artigo definido também é utilizado para ressaltar
a notoriedade de algum ser para destacar o seu
caráter único. Esse recurso é muito utilizado em
propagandas para apresentar produtos como os
melhores de sua categoria.
Na publicidade acima, podemos observar a frase “É
assim que se constrói o Canal Campeão”. Logo, o
artigo ‘o’ enfatiza que o canal apresentado é o
melhor, o campeão dentre todos os outros canais.
SE É TÃO FÁCIL, GABARITA AÍ!
01. O diminutivo é uma maneira ao mesmo tempo
afetuosa e precavida de usar a linguagem. Afetuosa
porque geralmente o usamos para designar o que é
agradável, aquelas coisas tão afáveis que se deixam
diminuir sem perder o sentido. E precavida porque
também o usamos para desarmar certas palavras
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que, por sua forma original, são ameaçadoras
demais.
Luís Fernando Veríssimo, Diminutivos.
A alternativa inteiramente de acordo com a
definição do autor sobre diminutivos é:
a) O iorgurtinho que vale por um bifinho.
b) Ser brotinho é sorrir dos homens e rir
interminavelmente das mulheres.
c) Gosto muito de te ver, Leãozinho.
d) Essa menininha é terrível!
e) Vamos bater um papinho.
02. Leia o seguinte trecho de uma entrevista
concedida pelo ministro do Supremo Tribunal
Federal, Joaquim Barbosa:
Entrevistador: — O protagonismo do STF dos
últimos tempos tem usurpado as funções do
Congresso?
Entrevistado: — Temos uma Constituição muito
boa, mas excessivamente detalhista, com um
número imenso de dispositivos e, por isso,
suscetível a fomentar interpretações e toda sorte
de litígios. Também temos um sistema de jurisdição
constitucional, talvez único no mundo, com um rol
enorme de agentes e instituições dotadas da
prerrogativa ou de competência para trazer
questões ao Supremo. É um leque considerável de
interesses, de visões, que acaba causando a
intervenção do STF nas mais diversas questões, nas
mais diferentes áreas, inclusive dando margem a
esse tipo de acusação. Nossas decisões não
deveriam passar de duzentas, trezentas por ano.
Hoje, são analisados cinquenta mil, sessenta mil
processos. É uma insanidade.
Veja, 15/06/2011.
No trecho “dotadas da prerrogativa ou de
competência”, a presença de artigo antes do
primeiro substantivo e a sua ausência antes do
segundo fazem que o sentido de cada um desses
substantivos seja, respectivamente,
a) figurado e próprio.
b) abstrato e concreto.
c) específico e genérico.
d) técnico e comum.
e) lato e estrito
03.
A presença desse aviso em um hotel, além de
informar sobre um fato e evitar possíveis atos
indesejados no local, tem como objetivo implícito:
a) isentar o hotel de responsabilidade por danos
causados aos hóspedes.
b) impedir a destruição das câmeras como meio de
apagar evidências.
c) assegurar que o hotel resguardará a privacidade
dos hóspedes.
d) inibir as pessoas de circular em uma área
específica do hotel.
e) desestimular os hóspedes que requisitem as
imagens gravadas.
04. "Substantivo é o nome com que designamos
seres em geral - pessoas, animais e coisas."
BECHARA, Evanildo, Moderna gramática portuguesa. 31.
ed. São Paulo: Nacional, 1987, p.73.
I. Acabamos perdendo o nosso voo por causa do
trânsito ruim.
II. Ela me olhou com um olhar estranho.
III. O "a" pode ter o valor de artigo definido
feminino em português.
IV. Olhava tristemente a transparência das águas da
represa.
V. Comprei um par de sapatos gelo para combinar
com meu novo vestido.
Tomando como referência, única e exclusivamente,
o trecho transcrito acima, pode-se afirmar que é
substantivo, a palavra destacada:
a) em todas as sentenças.
b) nas sentenças I, II, IV e V.
c) nas sentenças I e III.
d) na sentença III.
e) na sentença V.
05. ACHADO
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Aqui, talvez, o tesouro enterrado
há cem anos pelo guarda-mor.
Se tanto o guardou, foi para os trinetos,
principalmente este: o menor.
Cavo com faca de cozinha, cavo
até, no outro extremo, o Japão
e não encontro o saco de ouro
de que tenho a mor precisão
para galopar no lombo dos longes
fugindo a esta vidinha choca.
Mas só encontro, e rabeia, e foge
uma indignada minhoca.
Carlos Drummond de Andrade.
Sobre a expressão "vidinha choca", entendida no
contexto do poema, é correto afirmar:
a) o diminutivo exprime carinho, ao contrário do
termo que o acompanha.
b) a ideia aí presente é de tempo: sugere-se que a
vida é passageira.
c) seu sentido se opõe àquilo que, poeticamente,
"minhoca" está representando.
d) o adjetivo deve ser entendido denotativamente,
ao contrário do substantivo.
e) o segundo termo reforça o sentido negativo do
primeiro.
III) Adjetivo: São palavras que modificam
substantivos e servem para caracterizar seres,
objetos indicando uma qualidade ou defeito, modo
de ser, aspecto ou aparência e estado e para
estabelecer com o substantivo relações de tempo,
de espaço, de matéria, de finalidade, de
propriedade.
Por exemplo: aluno inteligente, pessoa humilde,
céu azul, casa arruinada, nota mensal (= nota
relativa ao mês), vinho português (= vinho
proveniente de Portugal).
Além disso, o adjetivo (termo determinante) tem
uma relação muito próxima com o substantivo
(termo determinado) e por isso deve-se ter muita
atenção com a sua posição em uma frase. Veja:
O homem velho vendia frutas.
O velho homem vendia frutas.
Na primeira frase, a palavra homem é um
substantivo que é caracterizado pelo adjetivo
‘velho’, enquanto na segunda oração, ocorre ao
contrário, velho é um substantivo e ‘homem’ é o
determinante da frase.
Existe também a substantivação do adjetivo
quando um determinante (artigo) está anteposto ao
adjetivo e provoca uma alteração de sentido na
frase. Compare:
O céu cinzento indica chuva.
O cinzento do céu indica chuva.
Enquanto na primeira frase, a palavra cinzento é um
adjetivo, na segunda é um substantivo.
IV) Numeral: É uma classe de palavras que indica
número ou quantidade exata de seres ou o lugar
por eles ocupados em uma série. Em seu aspecto
semântico, designa o conceito número-ordem,
multiplicação e divisão e podemos utiliza-los para
intensificar ou atenuar uma ideia. Veja:
Já disse mil vezes.
Troquei duas palavras com ele.
Os numerais podem ser:
1. Cardinais: indicam o número exato dos seres.
Exemplo: um, dez, trezentos, mil.
2. Ordinais: indicam a ordem dos seres. Exemplo:
terceiro, décimo, centésimo.
3. Multiplicativos: indicam o múltiplo dos seres.
Exemplo: dobro, triplo, cêntuplo.
4. Fracionários: indicam a divisão dos seres.
Exemplo: meio, metade, décimo, um quinto.
5. Coletivos: indicam um conjunto de seres.
Exemplo: trio, dezena, década.
Observações: Ambos/ambas são considerados
numerais e são muito empregados para retomar
elementos citados anteriormente. Exemplo:
Mário e Lucas, alunos do Colégio Pedro II, foram
classificados para a final do campeonato de xadrez.
Ambos foram ovacionados.
Os numerais podem exercem funções adjetiva e
substantiva:
“Um é pouco, dois é bom, três é demais.” (os
numerais exercem a função de sujeito)
Vinte alunos foram convidados para a inauguração
da nova sede da escola. ( o numeral exerce a função
de adjunto adnominal).
PROFª ISABELA VASCONCELOS
10
SUA APROVAÇÃO ESTÁ NOS DETALHES... VAMOS
GABARITAR MAIS ESSA PORQUE SOMOS DESSES!
01. PERO VAZ CAMINHA
a descoberta
Seguimos nosso caminho
por este mar de longo
Até a oitava da Páscoa
Topamos aves
E houvemos vista de terra
os selvagens
Mostraram-lhes uma galinha
Quase haviam medo dela
E não queriam pôr a mão
E depois a tomaram como espantados
primeiro chá
Depois de dançarem
Diogo Dias
Fez o salto real
as meninas da gare
Eram três ou quatro moças bem moças e bem
gentis
Com cabelos mui pretos pelas espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que de nós as muito olharmos
Não tínhamos nenhuma vergonha
ANDRADE, Oswald. Poesias reunidas. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira,1978. p.80.
A conversão de substantivos em adjetivos, isto é,
tomar uma palavra designadora (substantivo) e
usála como caracterizadora (adjetivo), constitui um
procedimento comum em língua portuguesa.
Assinale a opção em que a palavra sublinhada
exemplifica este procedimento de conversão de
substantivo em adjetivo.
a) E depois a tomaram como espantados
b) Fez o salto real
c) Eram três ou quatro moças bem moças e bem
gentis
d) Com cabelos mui pretos pelas espáduas
e) E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas.
02.Observe a construção do texto a seguir:
Nuvens brancas
Passam
Em brancas nuvens.
LEMINSKI, Paulo. Caprichos & relaxos. São Paulo:
Brasiliense 1983.
Analisando-se o texto acima, a afirmação imprópria
é:
a) “Nuvens brancas” significam nuvens de cor do
leite, da neve.
b) “brancas nuvens” significam momentos cercados
de facilidade, de conforto, de alegria; sem
sofrimento.
c) sempre que se muda o adjetivo de lugar, muda-se
o sentido do substantivo.
d) a mudança de posição do adjetivo ‘brancas’ foi o
recurso que o poeta utilizou para provocar a
alteração de sentido.
e) o autor faz um jogo de palavras utilizando o
mesmo adjetivo e substantivo.
03.
Cartaz afixado nas bibliotecas centrais e setoriais da
Universidade Federal de Goiás (UFG), 2011.
Considerando-se a finalidade comunicativa comum
do gênero e o contexto específico do Sistema de
Biblioteca da UFG, esse cartaz tem função
predominantemente:
a) socializadora, contribuindo para a popularização
da arte.
b) sedutora, considerando a leitura como uma obra
de arte.
c) estética, propiciando uma apreciação
despretensiosa da obra.
PROFª ISABELA VASCONCELOS
11
d) educativa, orientando o comportamento de
usuários de um serviço.
e) contemplativa, evidenciando a importância de
artistas internacionais.
04. LXXVIII (Camões, 1525?-1580)
Leda serenidade deleitosa,
Que representa em terra um paraíso;
Entre rubis e perlas doce riso;
Debaixo de ouro e neve cor-de-rosa;
Presença moderada e graciosa,
Onde ensinando estão despejo e siso
Que se pode por arte e por aviso,
Como por natureza, ser fermosa;
Fala de quem a morte e a vida pende,
Rara, suave; enfim, Senhora, vossa;
Repouso nela alegre e comedido:
Estas as armas são com que me rende
E me cativa Amor; mas não que possa
Despojar-me da glória de rendido.
CAMÕES, L. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,
2008.
SANZIO, R. (1483-1520) A mulher com o unicórnio. Roma,
Galleria Borghese. Disponível em: www.arquipelagos.pt.
Acesso em: 29 fev. 2012. (Foto: Reprodução/Enem)
A pintura e o poema, embora sendo produtos de
duas linguagens artísticas diferentes, participaram
do mesmo contexto social e cultural de produção
pelo fato de ambos:
a) apresentarem um retrato realista, evidenciado
pelo unicórnio presente na pintura e pelos adjetivos
usados no poema.
b) valorizarem o excesso de enfeites na
apresentação pessoal e na variação de atitudes da
mulher, evidenciadas pelos adjetivos do poema.
c) apresentarem um retrato ideal de mulher
marcado pela sobriedade e o equilíbrio,
evidenciados pela postura, expressão e vestimenta
da moça e os adjetivos usados no poema.
d) desprezarem o conceito medieval da idealização
da mulher como base da produção artística,
evidenciado pelos adjetivos usados no poema.
e) apresentarem um retrato ideal de mulher
marcado pela emotividade e o conflito interior,
evidenciados pela expressão da moça e pelos
adjetivos do poema.
05. A onda
a onda anda
aonde anda
a onda?
a onda ainda
ainda onda
ainda anda
aonde?
aonde?
a onda a onda
Manuel Bandeira
No poema, há o emprego do advérbio aonde.
Segundo as gramáticas normativas, esse advérbio
deve ser utilizado para indicar o local ou destino
para o qual se vai, ou seja, expressa a ideia de
movimento. Assinale a alternativa em que o
emprego do advérbio aonde está de acordo com as
gramáticas normativas.
a) Nunca sei aonde te achar.
b) Esta é a casa aonde eu moro.
c) Informe aonde você está agora.
d) Não sei aonde o avião aterrissou.
e) Aonde você pretende levar sua amiga?
PALAVRAS INVARIÁVEIS: ADVÉRBIOS
H27 - Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação. H30 - Relacionar as tecnologias de comunicação e
informação ao desenvolvimento das sociedades e ao
conhecimento que elas produzem.
PROFª ISABELA VASCONCELOS
12
A função básica de um advérbio é modificar um
verbo, entretanto, os advérbios de intensidade e
formas semanticamente correlatas podem reforçar
o sentido de um adjetivo, advérbio, ou ainda uma
oração inteira.
Observe os exemplos abaixo, respectivamente:
1. Ficara completamente imóvel.
2. O homem caminhava muito devagar.
3. Eu me recuso, simplesmente.
A classificação dos advérbios ocorre devido à
circunstância ou outra ideia acessória que
expressam. Entre eles estão os advérbios de
afirmação, de dúvida, de intensidade, de lugar, de
modo, de negação, de tempo.
Analisando os exemplos apresentados acima, temos
advérbios de modo terminados em –mente
(completamente e simplesmente) e um advérbio de
intensidade (muito).
Locuções Adverbiais
São expressões que exercem a função de advérbios.
Iniciam-se comumente por preposição e classificam-
se como os advérbios, isto é, de acordo com as
circunstâncias que exprimem: tempo, modo,
intensidade, etc.
Às cegas, às claras, à toa, a medo, à pressa, às
pressas, à tarde, à noite, a fundo, às escondidas, às
vezes, ao acaso, de súbito, vez por outra, lado a
lado, etc. Exemplos:
O capitão me olhou de alto a baixo.
Chagou de tardinha a Floripa’’.
GALHO FRACO. QUER VER?
01.MÃOS DADAS
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é TÃO grande, NÃO nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista
da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei PARA AS ILHAS nem serei raptado por
serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os
homens presentes, a vida presente.
DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. "Mãos dadas". In:
Sentimento do Mundo. Record.
No poema "Mãos dadas", os termos destacados
apresentam, respectivamente, as circunstâncias
adverbiais de:
a) afirmação, negação e modo.
b) afirmação, intensidade e lugar.
c) intensidade, tempo e modo.
d) intensidade, negação e lugar.
e) intensidade, negação e modo.
02. Filme
Berenice não gostava de ir ao cinema, de modo que
o pai a levava à força. Cinema era coisa que ele
adorava, sempre sonhara em se tornar cineasta;
não o conseguira, claro, mas queria que a filha
partilhasse sua paixão, com o que se sentiria, de
certa forma, indenizado pelo destino. Uma
responsabilidade que só fazia aumentar o
verdadeiro terror que Berenice sentia quando se
aproximava o sábado, dia que habitualmente o pai,
homem muito ocupado, escolhia para a sessão
cinematográfica semanal. À medida que se
aproximava o dia fatídico, ela ia ficando cada vez
mais agitada e nervosa; e quando o pai, chegado o
sábado, finalmente lhe dizia, está na hora, vamos,
ela frequentemente se punha a chorar e mais de
uma vez caíra de joelhos diante dele, suplicando,
não, papai, por favor, não faça isso comigo. Mas o
pai, que era um homem enérgico e além disso
julgava ter o direito de exigir da filha que o
acompanhasse (viúvo desde há muito, criara
Berenice sozinho e com muito sacrifício), mostrava-
se intransigente: não tem nada disso, você vai me
acompanhar. E ela o fazia, em meio a intenso
sofrimento. Por fim, aprendeu a se proteger. Ia ao
cinema, sim. Mas antes que o filme começasse,
corria ao banheiro, colocava cera nos ouvidos.
Voltava ao lugar, e mal as luzes se apagavam
cerrava firmemente os olhos, mantendo-os assim
durante toda a sessão. O pai, encantado com o
PROFª ISABELA VASCONCELOS
13
filme, de nada se apercebia; tudo o que fazia era
perguntar a opinião de Berenice, que respondia,
numa voz neutra mas firme:
- Gostei. Gostei muito.
Era de outro filme que estava falando,
naturalmente. Um filme que o pai nunca veria.
MOACYR SCLIAR. In: Contos reunidos. São Paulo:
Companhia das Letras, 1995.
Era de outro filme que estava falando,
naturalmente.
Neste trecho, o termo em destaque cumpre a
função de:
a) afirmar ponto de vista
b) projetar ideia de modo
c) revelar sentimento oculto
d) expressar sentido reiterativo.
03.
Na passagem: “Assim as moscas nunca vão cair na
sua teia” (Texto 12), as expressões em destaque
caracterizam-se, respectivamente, como advérbios
de:
Parte superior do formulário
a) Modo, negação e lugar
b) Modo, tempo e lugar.
c) Modo, negação e tempo.
d) Tempo, modo e lugar.
e) Tempo, lugar e modo.
04. A questão a seguir refere-se ao texto abaixo.
(…) As angústias dos brasileiros em relação ao
português são de duas ordens. Para uma parte da
população, a que não teve acesso a uma boa escola
e, mesmo assim, conseguiu galgar posições, o
problema é sobretudo com a gramática. É esse o
público que consome avidamente os fascículos e
livros do professor Pasquale, em que as regras
básicas do idioma são apresentadas de forma clara
e bem humorada. Para o segmento que teve
oportunidade de estudar em bons colégios, a
principal dificuldade é com clareza. É para satisfazer
a essa demanda que um novo tipo de profissional
surgiu: o professor de português especializado em
adestrar funcionários de empresas. Antigamente, os
cursos dados no escritório eram de gramática
básica e se destinavam principalmente a
secretárias. De uns tempos para cá, eles passaram a
atender primordialmente gente de nível superior.
Em geral, os professores que atuam em firmas são
acadêmicos que fazem esse tipo de trabalho
esporadicamente para ganhar um dinheiro extra. “É
fascinante, porque deixamos de viver a teoria para
enfrentar a língua do mundo real”, diz Antônio
Suárez Abreu, livre-docente pela Universidade de
São Paulo (…)
JOÃO GABRIEL DE LIMA. Falar e escrever, eis a questão.
Veja, 7/11/2001, n. 1725
O adjetivo “principal” (em a principal dificuldade é
com clareza) permite inferir que a clareza é apenas
um elemento dentro de um conjunto de
dificuldades, talvez o mais significativo. Semelhante
inferência pode ser realizada pelos advérbios:
a) avidamente, principalmente, primordialmente.
b) sobretudo, avidamente, principalmente.
c) avidamente, antigamente, principalmente.
d) sobretudo, principalmente, primordialmente.
e)principalmente, primordialmente,
esporadicamente.
05. Considere a charge e as afirmações.
A charge é uma ilustração que tem como objetivo
fazer uma sátira de alguém ou de alguma situação
atual por meio de desenhos caricatos
PROFª ISABELA VASCONCELOS
14
I. O advérbio já, indicativo de tempo, atribui à frase
o sentido de mudança;
II. Entende-se pela frase da charge que a população
de idosos atingiu um patamar inédito no país;
III. Observando a imagem, tem-se que a fila de
velhinhos esperando um lugar no banco sugere o
aumento de idosos no país.
Está correto o que se afirma em
a) I apenas.
b) II apenas.
c) I e II apenas.
d) II e III apenas.
e) I, II e III.
PALAVRAS INVARIÁVEIS (PREPOSIÇÕES,
INTERJEIÇÕES E PALAVRAS DENOTATIVAS)
H27 - Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação. H30 - Relacionar as tecnologias de comunicação e
informação ao desenvolvimento das sociedades e ao
conhecimento que elas produzem.
Palavras denotativas
As palavras denotativas possuem essa
nomenclatura por não se enquadrarem em
nenhuma classe gramatical. Embora elas se
assemelhem, em alguns aspectos, aos advérbios,
não mantêm as mesmas relações que eles. Do
ponto de vista semântico, elas são importantes no
contexto em que se encontram e são classificadas
de acordo com a ideia que expressam, são elas:
designação, exclusão, inclusão, realce, retificação e
situação, afetividade, explanação e limitação.
• Sinto que ele me escapa, ou melhor, que nunca
me pertenceu. (retificação)
• Da família só elas duas subsistiam. (exclusão)
• Tudo na vida engana, até a Glória. (inclusão)
• Ainda bem que o orador foi breve! (afetividade)
Preposição
É a classe gramatical responsável pela coesão
textual no nível vocabular; ou seja, cumpre a função
de conectar vocábulos/palavras para estabelecer
entre elas, em geral, um nexo semântico.
Vou a Roma. (A preposição “a” conecta o
substantivo “Roma” ao verbo “vou”)
Além disso, as preposições denotam diferentes
significados dependendo do contexto em que estão
inseridas. Elas podem possuir valores semânticos
de: posse, causa, matéria, assunto, companhia,
finalidade, instrumento, lugar, origem, tempo,
meio, conformidade, modo e oposição.
Veja alguns exemplos:
• Os objetos que foram comprados são feitos com
porcelana. (matéria)
• Viajaremos nas férias para descansar. (finalidade)
• Os visitantes vinham do Maranhão. (origem)
• Recebemos as visitas com muita alegria. (modo)
Interjeição
A interjeição é a expressão com que traduzimos
uma reação emotiva. Uma mesma interjeição pode
corresponder a sentimentos variados e, por isso,
deve-se estar atento ao contexto e a entoação
dessa palavra.
Assim como os advérbios, as interjeições também
são classificadas de acordo com o sentimento que
denotam. Veja os exemplos mais comuns:
• Alegria: Oba! Oh! Ah!
• Aplauso: Bis! Bravo! Viva!
• Dor: Ai! Ui!
• Espanto ou surpresa: Ah! Ih! Oh! Ué! Puxa!
• Invocação: Alô! Ô! Ó! Olá! Psiu!
• Silêncio: Psiu! Silêncio!
Há, com menos frequência, interjeições de papel
apelativo:
Psiu! Venha aqui.
"Ei, você aí, me dá um dinheiro aí"
NÃO FAZ A “CÁTIACEGA”. TÁ NA HORA DE
EXERCITAR.
01. Bode no pasto
Quase ninguém duvidou do saber do homem, do
seu poder mágico, pois andava com uns livros de
história, de magia, com versões sobre fatos reais,
mistérios, ciências ocultas. Até mesmo os céticos,
críticos, admitiam sua condição de mestre, de
domínio da arte, da mágica, reflexo de vivências no
país e no mundo.
PROFª ISABELA VASCONCELOS
15
Então visto como sábio, senhor de poderes ocultos,
o homem prometeu uma façanha, ou seja, domar
bodes, mudar o hábito da espécie. Aí pegou umas
folhas, esfregou na venta dum cabrito, e garantiu
que a praga estava eliminada, nunca mais faria
estragos naquela terra. (…)
(Nagib Jorge Neto. Diário de Pernambuco. 20/11/98)
As palavras destacadas no texto estabelecem,
respectivamente, as seguintes relações lógicas:
a) explicação, soma, comparação, soma, conclusão
b) causa, inclusão, comparação, explicação, situação
c) causa, exclusão, conformidade, retificação,
tempo
d) conclusão, soma, conformidade, ratificação,
tempo
e) explicação, inclusão, causa, retificação,
conclusão.
02. Impressionista
Uma ocasião,
meu pai pintou a casa toda
de alaranjado brilhante.
Por muito tempo moramos numa casa,
como ele mesmo dizia,
constantemente amanhecendo.
(Adélia Prado)
Sobre aspectos gramaticais, assinale a opção
correta:
a) O vocábulo “uma” (verso 1), por singularizar uma
ocasião especificada ao longo do poema, deve ser
tratado como numeral, e não como artigo.
b) No segundo verso, o vocábulo “toda” possui a
mesma classificação morfológica que “alaranjado”.
c) A preposição “por”, genericamente, introduz uma
indicação de tempo, já que participa de uma
expressão adverbial de valor durativo.
d) O advérbio “constantemente” empresta, além de
uma noção de modo, uma de frequência ao verbo
“amanhecendo”, que ele modifica.
03. Observe o fragmento a seguir do
“Sermão do Bom Ladrão” de Antônio Vieira:
Quando li isto em Sêneca, não me admirei tanto de
que um filósofo estoico se atrevesse a escrever uma
tal sentença em Roma. reinando nela Neto; o que
mais me admirou, e quase envergonhou, foi que os
nossos oradores evangélicos em tempo de príncipes
católicos. ou para a emenda, ou para a cautela, não
preguem a mesma doutrina. Saibam estes
eloquentes mudos que mais ofendem os reis com o
que calam que com o que disserem; porque a
confiança com que isto se diz é sinal que lhes não
toca. e que se não podem ofender: e a cautela com
que se cala é argumento de que se ofenderão,
porque lhes pode tocar.
[..]
Suponho, finalmente, que os ladrões de que falo
não são aqueles miseráveis, a quem a pobreza e
vileza de sua fortuna condenou a este gênero de
vida, porque a mesma sua miséria ou escusa ou
alivia o seu pecado [...]. O ladrão que furta para
comer não vai nem leva ao Inferno os que não só
vão, mas levam, deque eu trato, são os ladrões de
maior calibre e de mais afta esfera [...]. Não são só
ladrões, diz o santo [São Basílio Magno], os que
cortam bolsas, ou espreitam os que se vão banhar,
para lhes colher a roupa; os ladrões que mais
própria e dignamente merecem este título são
aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e
legiões, ou o governo das províncias, ou a
administração das cidades, os quais já com manha,
Já com força, roubam e despojam os povos. Os
outros ladrões roubam um homem, estes roubam
cidades e reinos: os outros furtam debaixo do seu
risco, estes sem temor, nem perigo: os outros, se
furtam, são enforcados: estes furtam e enforcam.
Essencial. 2011.
Os termos destacados constituem,
respectivamente,
a) artigo, uma preposição e uma preposição.
b) uma preposição, um artigo e uma preposição.
c) um artigo, um pronome e um pronome.
d) um pronome, uma preposição e um artigo.
e) uma preposição, um artigo e um pronome.
03. Leia esta tira de Orlandeli e assinale a
alternativa incorreta.
PROFª ISABELA VASCONCELOS
16
a) Ainda que flexione o verbo ver no imperativo, o
personagem do primeiro quadrinho, ao fazê-lo na
primeira pessoa do plural, faz uma espécie de
convite ao colega para conhecerem juntos as novas
regras ortográficas. É como se dissesse: Vamos ver
as novas regras.
b) O termo Nossa!!, no segundo quadrinho, não
funciona como um pronome possessivo, mas como
uma interjeição, não só porque exprime uma
sensação do personagem, como porque, na escrita,
as interjeições vêm, via de regra, acompanhadas de
ponto de exclamação.
c) Embora apresente um valor semântico de
admiração, de surpresa, a expressão Que coisa...,
no segundo quadrinho, não se configura uma
interjeição, pois vem seguida de reticências, que
somente indicam suspensão ou interrupção de uma
ideia ou pensamento.
d) Pode-se inferir do terceiro quadrinho que as
regras ortográficas são imposições decorrentes do
uso que os falantes fazem da língua, ou seja, como
a maioria dos usuários desconhecia a função do
trema e não sabia empregá-lo na escrita, o sinal
tornou-se obsoleto, não havendo razão para
continuar existindo nas regras ortográficas da
língua.
e) O significado das interjeições está sempre
vinculado ao uso, por isso qualquer palavra ou
expressão da língua pode atuar como interjeição,
dependendo do contexto e da intenção do falante.
Assim, conclui-se que, por expressarem espanto, as
três falas do personagem no segundo quadrinho
são interjeições.
04. O projeto Montanha Limpa, desenvolvido desde
1992, por meio da parceria entre o Parque Nacional
de Itatiaia e a DuPont, visa amenizar os problemas
causados pela poluição em forma de lixo deixado
por visitantes desatentos.
(Folheto do Projeto Montanha Limpa do Parque Nacional
de Itatiaia.)
A preposição que indica que o Projeto Montanha
Limpa continua até a publicação do folheto é:
a) entre.
b) por (por visitantes).
c) em.
d) por (pela poluição).
e) desde.
05. Neste mundo é mais rico, o que mais rapa
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa
Com sua língua ao nobre vil decepa
O Velhaco maior sempre tem capa.
(Gregório de Matos)
Assinale a alternativa correta:
a) Na expressão “Neste mundo”, o pronome refere-
se a um mundo utópico, irreal.
b) Em “Quem mais limpo se faz”, o pronome “se”
indica reciprocidade.
c) “Língua” e “capa” são termos empregados em
sentido denotativo.
d) A expressão “Com sua língua”, que remete a
“nobre”, é indicativa de causa.
e) Em “ao nobre”, emprega-se a preposição para
evitar ambiguidade.
CLASSES DE PALAVRAS: CONJUNÇÃO
H27 - Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação.
Trata-se de uma classe invariável que atua na
coesão textual, porque não apenas liga orações,
como também termos de mesma função sintática.
As conjunções podem ser classificadas em:
I) Coordenativas: quando introduzem uma oração
que não estabelece função sintática em relação à
outra.
II) Subordinativas: quando introduzem uma oração
que exerce função sintática em relação à oração
principal.
PROFª ISABELA VASCONCELOS
17
Conjunções Coordenativas:
Aditivas: relacionam pensamentos similares. São: e,
nem, tampouco, mas também (em correlação com
"não só").
Exemplos: A veterinária veio e telefonou mais
tarde.
A veterinária não veio, nem telefonou.
Adversativas: relacionam pensamentos
contrastantes. São: mas, porém, todavia, contudo,
entretanto, no entanto.
Exemplo: Gosto de dançar, mas prefiro atuar.
Alternativas: relacionam fatos ou ideias que, em
geral, excluem-se. São: ou, ou...ou, ora...ora,
quer...quer, já...já, seja...seja.
Exemplo: Ora age com parcimônia, ora com
inconsequência.
Conclusivas: relacionam determinados
pensamentos de forma que o segundo encerre o
enunciado do primeiro. São: logo, pois, portanto,
consequentemente, por conseguinte, etc.
Exemplo: Foste indelicado com tua esposa; deves,
pois, desculpar-te
Explicativas: relacionam pensamentos em
sequência justificativa, de tal forma, que a segunda
frase explica a razão de ser da primeira. São: que,
pois, porque, porquanto.
Exemplo: Espere um pouco, pois ela não demora.
Conjunções subordinativas:
Iniciam uma oração subordinada. Classificam-se
em: causais, concessivas, condicionais,
conformativas, comparativas, consecutivas, finais,
proporcionais, temporais e integrantes.
Causais: expressam a ideia de causa. São: que,
porque, porquanto, como, já que, desde que, pois
que, visto como, uma vez que, etc.
Exemplo: Todos permaneceram lá porque estava
chovendo.
Dica da titia!!
As conjunções “como” e “se” também são causais
quando significarem “já que” e estiverem no início
do período.
Se você quer assim, nada mais posso fazer.
Como você não veio, chamamos outro profissional.
Concessivas: Introduzem uma oração em que se
admite um fato contrário ao anterior, mas incapaz
de anulá-lo. São: Embora, conquanto, ainda que,
posto que, se bem que, etc.
Exemplos: Comprei-lhe um presente sem que ela
percebesse.
Embora seja verdade, há muitas coisas sem
explicação nessa história.
Condicionais: iniciam uma oração que indica
condição ou hipótese necessária para que se dê o
fato principal. São: se, caso, contanto que, salvo se,
dado que, desde que, a menos que, a não ser que,
etc.
Exemplos: Caso você me abandone, eu vou chorar.
“Se a lua toca no mar, ela pode nos tocar”.
Obs: a conjunção pode estar oculta!
(Se) Fosse menos insensível, perceberia todo o
afeto que recebe.
Conformativas: iniciam uma oração em que é
expressa a conformidade de um pensamento com
um anteriormente apresentado. São: conforme,
como (= conforme), segundo, consoante, etc.
Exemplos: Como todos sabem, amanhã é dia do
casamento de Julia.
Conforme é desejo de todos, amanhã parto para a
Europa.
Comparativas: iniciam uma oração que encerra o
segundo elemento de uma comparação, de um
confronto. São: que, do que (depois de mais,
menos, maior, menor, melhor e pior), tal qual,
tanto quanto, como, assim como, bem como, como
se, que nem.
Exemplo: O carnaval do Brasil é mais animado do
que o europeu.
Consecutivas: iniciam uma oração na qual se indica
a consequência do que dito anteriormente. São:
que (combinada com uma das palavras: tal, tanto,
tão ou tamanho, presentes na oração anterior), de
forma que, de maneira que, de modo que, etc.
Exemplo: Sua sorte era tanta, que ganhou cem
vezes na loteria.
Finais: iniciam uma oração que indica a finalidade
do que foi dito anteriormente. São: para que, a fim
de que, porque (= para que), etc.
Exemplo: A fim de que aprenda logo, você deve
refazer todos os exercícios.
PROFª ISABELA VASCONCELOS
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Proporcionais: iniciam uma oração em que se
menciona um fato ocorrido ou que vai ocorrer
concomitantemente a outro expresso
anteriormente. São: à mediada que, ao passo que,
à proporção que, etc.
Exemplo: À proporção que envelhece, mais idiota
fica o homem.
Temporais: iniciam uma oração que indica
circunstância de tempo. São: quando, antes que,
assim que, depois que, até que, logo que, sempre
que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada
vez que, apenas, mal, que (= desde que), etc.
Exemplo: Ele saiu quando entrei.
Conjunções Integrantes:
Iniciam uma oração que pode funcionar como
sujeito, objetos direto ou indireto, predicativo,
complemento nominal, ou aposto de outra oração.
São que e se.
Exemplo: Percebi que alguém entrou na sala.
A GNT NÃO ESTUDOU TUDO ISSO PRA TI NÃO
EXERCITAR, AMADXH!
01. O pavão
Eu considerei a glória de um pavão ostentando o
esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas
andei lendo livros, e descobri que aquelas cores
todas não existem na pena do pavão. Não há
pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d’água
em que a luz se fragmenta como em um prisma. O
pavão é um arco-íris de plumas. Eu considerei que
este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de
matizes com um mínimo de elementos. De água e
luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a
simplicidade. Considerei, por fim, que assim é o
amor, oh! minha amada; de tudo que suscita e
esplende e estremece e delira em mim existem
apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar.
Ele me cobre de glória e me faz magnífico.
Rubem Braga
Não só conectores mas também pausas, marcadas
pelos sinais de pontuação, assinalam diferentes
tipos de relações sintático-semânticas. Em “Mas
andei lendo livros, e descobri que aquelas cores
todas não existem na pena do pavão. Não há
pigmentos” (linha 2), a pausa marcada pelo ponto
final no primeiro período estabelece com o
segundo período uma relação de:
a) explicação.
b) temporalidade.
c) condicionalidade.
d) conformidade.
e) comparação.
02. Como ler bem
O bom repórter deve ser imparcial, diz a lição
número do jornalismo. 1 Mas o bom leitor 2
também tem sua regra de ouro. Ele deve 4 sempre,
4 sempre, manter a cabeça aberta. O bom leitor
sabe se distanciar das paixões. Está sempre
disposto a ouvir uma ideia nova – 5 ainda que ela
coloque abaixo suas ideias antigas. 3 Posto assim,
ler bem parece um desafio fácil. Não é, como
também não é simples ser imparcial.
SUPERINTERESSANTE, ed. nº 269, ano 23, nº 9 – Seção
ESCUTA – texto adaptado
Constatando a presença dos elementos de COESÃO
como fatores da construção de sentido no texto
acima, só não está correta a afirmação de que:
a) o articulador mas (ref. 1), relaciona-se
semanticamente com o articulador também (ref.
2), introduzindo, respectivamente, ideias de
contraste e inclusão, no sentido do texto.
b) o termo posto assim (ref. 3), refere-se às
atitudes recomendadas ao bom leitor,
anteriormente indicadas.
c) a repetição do termo sempre (ref. 4), reforça a
ideia de contradição entre a “lição número 1” do
repórter e a “regra de ouro” do leitor.
d) o articulador representado por ainda que (ref.
5), introduz o sentido de concessão, conectando as
expressões “ideia nova” e “ideias antigas”.
03. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
Uma obra de arte é um desafio; não a explicamos,
ajustamo-nos a ela. Ao interpretá-la, fazemos uso
dos nossos próprios objetivos e esforços, dotamo-
la de um significado que tem sua origem nos
nossos próprios modos de viver e de pensar. 1Numa palavra, qualquer gênero de arte que, de
fato, nos afete, torna-se, deste modo, arte
moderna.
PROFª ISABELA VASCONCELOS
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As obras de arte, porém, são como altitudes
inacessíveis. Não nos dirigimos a elas diretamente,
mas contornamo-las. Cada geração as vê sob um
ângulo diferente e sob uma nova visão; nem se
deve supor que um ponto de vista mais recente é
mais eficiente do que um anterior. Cada aspecto
surge na sua altura própria, que não pode ser
antecipada nem prolongada; e, todavia, o seu
significado não está perdido porque o significado
que uma obra assume para uma geração posterior
é o resultado de uma série completa de
interpretações anteriores.
Arnold Hauser, Teorias da arte. Adaptado.
04. (Fuvest 2018) No trecho “Numa palavra,
qualquer gênero de arte que, de fato, nos afete,
torna-se, deste modo, arte moderna” (ref. 1), as
expressões sublinhadas podem ser substituídas,
sem prejuízo do sentido do texto, respectivamente,
por:
a) realmente; portanto.
b) invariavelmente; ainda.
c) com efeito; todavia.
d) com segurança; também.
e) possivelmente; até.
05. (Fuvest 2018) De acordo com o texto, a
compreensão do significado de uma obra de arte
pressupõe
a) o reconhecimento de seu significado intrínseco.
b) a exclusividade do ponto de vista mais recente.
c) a consideração de seu caráter imutável.
d) o acúmulo de interpretações anteriores.
e) a explicação definitiva de seu sentido.
PRONOMES
(POSSESSIVOS,DEMONSTRATIVOS,INDEFINID
OS E REALTIVOS)
H27 - Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação.
Pronome Pessoais
Os pronomes pessoais servem para caracterizar
as pessoas de uma fala, por exemplo, a 1ª
pessoa (quem fala), a 2ª pessoa (com quem se
fala) e a 3ª pessoa (de quem se fala). Além
disso, funcionam como elemento de coesão
para a retomada de um nome anteriormente
expresso. Veja o exemplo: “Levantaram Dona
Rosário, embora ela não quisesse.”
Os pronomes que servem de sujeito na oração
chamam-se retos. Os que desempenham o
papel de complemento verbal denominam-se
oblíquos.
Os pronomes oblíquos possuem formas tônicas
e átonas: as primeiras vêm precedidas de
preposição; as segundas são partículas
inacentuadas, que se colocam antes ou depois
do verbo, como fossem sílaba extra.
Exemplos: Vi-o. (forma átona)
Veio até mim. (forma tônica)
Os pronomes sujeitos (pessoais reto) são
normalmente omitidos na Língua Portuguesa
porque as desinências verbais bastam para a indicar
a pessoa a que se refere, bem como o número
gramatical (singular ou plural) dessa pessoa.
Exemplo: (Eu) ando; (Nós) rimos.
A 1ª pessoa do plural (nós) é conhecida como o
plural da modéstia, pois é utilizado para evitar um
tom impositivo ou muito pessoal de opiniões. Os
escritores costumam utilizar-se do nós em lugar da
forma verbal eu, por esse motivo. Essa estrutura é
encontrada em redações de vestibulares,
dissertações de mestrado, etc. pois o autor procura
dar a impressão que as ideias que expõe são
compartilhadas por seus leitores. Se os pronomes
oblíquos ou objetivos exercem a função de objeto,
logo eles são divididos em:
a) objetivos diretos: me, te, nos, você, o, a, os, as
vos, se. Também pertencem a este grupo as
variações “lo”, “la”, “los”, “las”, “no”, “na”, “nos”,
“nas”.
b) objetivos indiretos: “me”, “te”, “se”, “lhe”, “nos”,
“vos”, “lhes”.
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Possessivos
Enquanto os pronomes pessoais denotam as
pessoas gramaticais, os possessivos, o que lhes
cabe ou pertence. Eles apresentam formas
correspondentes à pessoa que se referem. Observe
o quadro:
O emprego da 3ª pessoa do singular ou do plural
pode gerar ambiguidade em uma frase por conta
da dúvida a respeito do possuidor. Para evitar
qualquer ambiguidade, a Língua Portuguesa nos
oferece precisar o possuidor com a utilização das
formas: dele(s), dela(s), de você(s), do(s)
senhor(es), da(s) senhora(s), entre outras
expressões.
Para reforçar a ideia de posse visando a clareza e a
ênfase, costuma-se utilizar as palavras: próprio,
mesmo. Por exemplo: Era ela mesma; eram os seus
mesmos braços.
Demonstrativos
1. Definição: São pronomes utilizados para indicar
posição de algo (no espaço, no tempo ou no
discurso) em relação às pessoas do discurso.
2. Funções
2.a) No tempo Este ano está perfeito. (presente)
Esse ano foi/será perfeito. (passado ou futuro
próximo) Aquele ano foi perfeito. (passado remoto)
2.b) No espaço Este é meu carro. (próximo de
quem fala) Esse é meu carro. (próximo do
interlocutor) Aquele carro é meu. (distante do
emissor e do interlocutor)
2.c) No texto Referência a termos precedentes O
pronome “esse” e suas variações, assim como o
“isso”, podem atuar anaforicamente, retomando
algo que já foi dito. O pronome “este” e suas
variações e o “isto” atuam cataforicamente,
fazendo referência a algo que ainda será
mencionado.
Exemplo: A violência é o principal problema do Rio
de Janeiro. Isso deve ser combatido.
Este é principal problema do Rio de Janeiro:
a violência.
Quando queremos fazer alusão a dois termos já
citados, utilizamos “aquele” e suas variações para o
primeiro termo e “este” e suas variações para o
último.
Exemplo: João e Roberto trabalham na empresa.
Aquele (João) é gerente, este (Roberto), secretário.
Indefinidos:
1. Definição: São os pronomes utilizados para
representar a 3ª pessoa do discurso de maneira
indeterminada ou imprecisa.
2. Classificação
2.a) Pronome indefinido substantivo: assumem o
lugar do ser ou da quantidade aproximada de seres
na frase. São eles: algo, alguém, nada, ninguém,
outrem, quem, tudo.
Exemplo: Algo foi dito na reunião.
2.b) Pronome indefinido adjetivo: qualificam um
ser expresso na frase, conferindo-lhe a noção de
quantidade aproximada. São eles: cada, certo(s),
certa(s).
PROFª ISABELA VASCONCELOS
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Exemplo: Certas pessoas têm enxaqueca crônica.
3. Emprego
3.a) Ninguém: admite dupla negação, quando
estiver atuando como sujeito. Exemplo: Não foi
ninguém.
3.b) Algum: Possui valor positivo, se vier anteposto
ao substantivo; posposto, negativo. Exemplo:
Alguma pessoa virá à festa. / Pessoa alguma virá à
festa.
3.c) Qualquer: não devemos utilizá-lo como
sinônimo de “nenhum”. Exemplo: Ele não tem
qualquer chance de conseguir o emprego. (errado)
Obs.: Pronome indefinido X Adjetivos Algumas
palavras podem ser pronomes indefinidos ou
adjetivos.
Exemplo: Certa pessoa passou por aqui. (pronome
indefinido)
A pessoa certa passou por aqui. (adjetivo)
Exemplo 2: Toda semana eu estudava. (pronome
indefinido)
Toda a semana eu estudava. (adjetivo)
Pronome indefinido X advérbio
Tenho bastantes cabelos. (pronome indefinido)
Gosto bastante dela. (advérbio de intensidade)
Relativos
1. Definição: São os pronomes que representam
nomes já mencionados e com os quais se
relacionam. Além disso, são utilizados para unir
orações e introduzem as subordinadas adjetivas.
Exemplo: O perfume que adoro. (refere-se ao
antecedente “perfume”).
Obs.: Os pronomes relativos devem sempre vir
precedidos pela preposição exigida pelo verbo da
oração.
Exemplo: Esse é o menino de quem gosto. /Essa é a
festa sobre a qual falei.
2. Emprego
2.a) Onde: Só pode ser utilizado para fazer
referência a lugares. Equivale a “em que”. Ex.: O
Brasil é o país onde moro.
2.b) Quem: Só pode ter como antecedente pessoa
(ou coisa personificada). É sempre precedido por
preposição.
Ex.: Ela é a pessoa por quem fui apaixonado.
2.c) Que/ o(a) qual / os(as) quais: podem fazer
referência tanto a pessoas, quanto a coisas. Porém,
é preciso ter atenção ao uso da preposição. Se a
preposição for monossílaba “a”, “de”, “por”,
devemos utilizar o pronome “que”. Se a preposição
possuir duas ou mais sílabas “entre”, sobre”,
“para”, utilizamos o(a) qual, os(as) quais.
Ex.: O cidade em que moro é maravilhosa. Os
assuntos sobre os quais falei cairão na prova.
2.d) Cujo(a)(s): é utilizado para estabelecer relação
de posse. Não é correto utilizar artigo após o “cujo”
e suas variações.
Ex.: Passei pela mulher cuja beleza é infinita.
Derrubaram as casas cujas as paredes estavam
caindo. (ERRADO)
2.e) Quanto(a)(s): são utilizados após os indefinidos
“todo”, “tanto” e “tudo”.
Ex.: Fiz tanto quanto ele.
DEUS TÁ VENDO QUE VOCÊ QUER PULAR ESSE
EXERCÍCIO...
01.
O que motivou o apito do juiz foi:
a) a necessidade de empregar a ênclise para seguir
a norma padrão.
b) o uso de um objeto direto no lugar de um objeto
indireto.
c) a opção pelo pronome pessoal oblíquo “o” em
vez de “a”.
d) a obrigatoriedade da mesóclise nessa construção
linguística.
PROFª ISABELA VASCONCELOS
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e) a transgressão às regras de concordância nominal
relacionadas ao pronome.
02. Não era e não podia o pequeno reino lusitano
ser uma potência colonizadora à feição da antiga
Grécia. O surto marítimo que enche sua história do
século XV não resultara do extravasamento de
nenhum excesso de população, mas fora apenas
provocado por uma burguesia comercial sedenta de
lucros, e que não encontrava no reduzido território
pátrio satisfação à sua desmedida ambição. A
ascensão do fundador da Casa de Avis ao trono
português trouxe esta burguesia para um primeiro
plano. Fora ela quem, para se livrar da ameaça
castelhana e do poder da nobreza, representado
pela Rainha Leonor Teles, cingira o Mestre de Avis
com a coroa lusitana. Era ela, portanto, quem devia
merecer do novo rei o melhor das suas atenções.
Esgotadas as possibilidades do reino com as
pródigas dádivas reais, restou apenas o recurso da
expansão externa para contentar os insaciáveis
companheiros de D. João I.
Caio Prado Júnior, Evolução política do Brasil. Adaptado.
O pronome “ela” da frase “Era ela, portanto, quem
devia merecer do novo rei o melhor das suas
atenções”, refere-se a
a) “desmedida ambição”.
b) “Casa de Avis”.
c) “esta burguesia”.
d) “ameaça castelhana”.
e) “Rainha Leonor Teles”.
3. Em "O casal de índios levou-os à sua aldeia, que
estava deserta, onde ofereceu frutas aos
convidados", temos:
a) dois pronomes possessivos e dois pronomes
pessoais
b) um pronome pessoal, um pronome possessivo e
dois pronomes relativos.
c) dois pronomes pessoais e dois pronomes
relativos
d) um pronome pessoal, um pronome possessivo,
um pronome relativo e um pronome interrogativo.
e) dois pronomes possessivos e dois pronomes
relativos.
COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL
H27 - Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação. H30 - Relacionar as tecnologias de comunicação e
informação ao desenvolvimento das sociedades e ao
conhecimento que elas produzem.
Referenciação: é o processo pelo qual
se introduzem referentes no texto. A
retomada desses elementos ao longo
do texto é denominada progressão
referencial.
Operadores argumentativos são termos
utilizados para correlacionar partes de
um texto, a fim de permitir que a
direção argumentativa que se pretende
tomar fique subentendida.
EXERCÍCIOS SOBRE NOÇÕES DE COMPREENSÃO
TEXTUAL
01. E aqui, antes de continuar este espetáculo, e
necessário que façamos uma advertência a todos e
a cada um. Neste momento, achamos fundamental
que cada um tome uma posição definida. Sem que
cada um tome uma posição definida, não é possível
continuarmos. É fundamental que cada um tome
uma posição, seja para a esquerda, seja para a
direita. Admitimos mesmo que alguns tomem uma
posição neutra, fiquem de braços cruzados. Mas é
preciso que cada um, uma vez tomada sua posição,
fique nela! Porque senão, companheiros, as
cadeiras do teatro rangem muito e ninguém ouve
nada.
FERNANDES, M.; RANGEL, F. Liberdade, liberdade. Porto
Alegre: L&PM, 2009,
A peça Liberdade, liberdade, encenada em 1964,
apresenta o impasse vivido pela sociedade
brasileira em face do regime vigente. Esse impasse
é representado no fragmento pelo(a)
a) barulho excessivo produzido pelo ranger das
cadeiras do teatro.
b) indicação da neutralidade como a melhor opção
ideológica naquele momento.
c) constatação da censura em função do
engajamento social do texto dramático.
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d) correlação entre o alinhamento politico e a
posição corporal dos espectadores.
e) interrupção do espetáculo em virtude do
comportamento inadequado do público.
02. “Todas as manhas quando acordo, experimento
um prazer supremo: o de ser Salvador Dalí.”
NÉRET, G. Salvador Dalí. Taschen, 1996.
Assim escreveu o pintor dos “relógios moles” e das
“girafas em chamas” em 1931. Esse artista
excêntrico deu apoio ao general Franco durante a
Guerra Civil Espanhola e, por esse motivo, foi
afastado do movimento surrealista por seu líder,
André Breton. Dessa forma, Dal ́criou seu próprio
estilo, baseado na interpretação dos sonhos e nos
estudos de Sigmund Freud, denominado “método
de interpretação paranoico”. Esse método era
constituído por textos visuais que demonstravam
imagens:
a) do fantástico, impregnado de civismo pelo
governo espanhol, em que a busca pela emoção e
pela dramaticidade desenvolveram um estilo
incomparável.
b) do onírico, que misturava sonho com realidade e
inconsciente como um universo único ou pessoal.
c) da linha inflexível da razão, dando vazão a uma
forma de produção despojada no traço, na temática
e nas formas vinculadas ao real.
d) do reflexo que, apesar do termo "paranoico",
possui sobriedade e elegância advindas de uma
técnica de cores discretas e desenhos precisos.
e) da expressão e intensidade entre o consciente e
a liberdade, declarando o amor pela forma de
conduzir o enredo histórico dos personagens
retratados.
03. A situação abordada na tira torna explícita a
contradição entre a:
a) relações pessoais e o avanço tecnológico.
b) inteligência empresarial e a ignorância dos
cidadãos.
c) inclusão digital e a modernização das empresas.
d) economia neoliberal e a reduzida atuação do
Estado.
e) revolução informática e a exclusão digital.
EXERCÍCIOS SOBRE COESÃO + CONJUNÇÕES
Reza a lenda que só os calouros resolvem estas
questões... #Ficaadica!
H30 - Relacionar as tecnologias de comunicação e
informação ao desenvolvimento das sociedades e ao
conhecimento que elas produzem.
01. Confidência do itabirano
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e
comunicação.
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem
mulheres e sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te
ofereço:
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de
visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!
ANDRADE, Carlos Drummond de. Sentimento do mundo.
PROFª ISABELA VASCONCELOS
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Na última estrofe, a expressão que justifica o uso da
conjunção sublinhada no verso “Mas como dói!” é:
a) “hoje”
b) “funcionário público”
c) “apenas”
d) “fotografia”
e) “parede”
02. Eu te amo
Ah, se já perdemos a noção da hora,
Se juntos já jogamos tudo fora,
Me conta agora como hei de partir...
Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos
desvarios,
Rompi com o mundo, queimei meus navios,
Me diz pra onde é que inda posso ir...
[...]
Se entornaste a nossa sorte pelo chão,
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu...
[...]
Como, se nos amamos como dois pagãos,
Teus seios inda estão nas minhas mãos,
Me explica com que cara eu vou sair...
Não, acho que estás só fazendo de conta,
Te dei meus olhos pra tomares conta,
Agora conta como hei de partir...
Tom Jobim – Chico Buarque.
Examinando-se aspectos construtivos deste texto,
verifica-se que:
a) todas as ocorrências da conjunção “se”
expressam uma condição, com o sentido de “no
caso de”.
b) o emprego de “como”, no início da quarta
estrofe, é uma retomada de “como hei de partir”,
da primeira estrofe.
c) a repetição de “conta”, na última estrofe, reitera
a mesma ideia do custo que a separação representa
para o sujeito.
d) o emprego da vírgula depois de “não”, na última
estrofe, é facultativo, uma vez que a partícula
negativa tem aqui o valor de uma simples ênfase.
e) o efeito dramático nele obtido nasce da reiterada
oposição entre ações transcorridas no passado.
03. Assinale a alternativa em que a mudança da
posição da conjunção acarreta alteração semântica:
a) Está tudo bem com o jovem, contudo não tem o
apoio da família. / Está tudo bem com o jovem; não
tem, contudo, o apoio da família.
b) Está tudo bem com o jovem, todavia não tem o
apoio da família. / Está tudo bem com o jovem; não
tem, todavia, o apoio da família.
c) Está tudo bem com o jovem, porém não tem o
apoio da família. / Está tudo bem com o jovem; não
tem, porém, o apoio da família.
d) Está tudo bem com o jovem, entretanto não tem
o apoio da família. / Está tudo bem com o jovem;
não tem, entretanto, o apoio da família.
e) Está tudo bem com o jovem, pois tem o apoio da
família. / Está tudo bem com o jovem; tem, pois, o
apoio da família.
FIGURAS DE LINGUAGEM (SONORAS E
PARANOMÁSIA)
H30 - Relacionar as tecnologias de comunicação e
informação ao desenvolvimento das sociedades e ao
conhecimento que elas produzem.
As figuras de linguagens sonoras combinam
elementos sonoros porque estão relacionadas aos
aspectos fonéticos e fonológicos da linguagem. Seus
objetivos são o de explorar musicalidades possíveis
com as combinações das palavras e produzir efeitos
sinestésicos. Na língua portuguesa, são elas:
aliteração, assonância, paronomásia e
onomatopeia.
Aliteração
É a repetição de fonemas consonantais idênticos ou
semelhantes para sugerir acusticamente algum
elemento, ato, fenômeno. Aparece como efeito
estilístico em prosas poéticas ou poesias. Exemplo:
“(...) Rato
Rato que rói a roupa
Que rói a rapa do rei do morro
Que rói a roda do carro
Que rói o carro, que rói o ferro
Que rói o barro, rói o morro
PROFª ISABELA VASCONCELOS
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Rato que rói o rato
Ra-rato, ra-rato
Roto que ri do roto
Que rói o farrapo
Do esfarra-rapado
Que mete a ripa, arranca rabo
Rato ruim
Rato que rói a rosa
Rói o riso da moça
E ruma rua arriba
Em sua rota de rato (...)”.
(Chico Buarque)
Assonância
Segue o mesmo princípio que a aliteração, mas
nesse caso as repetições sonoras são de fonemas
vocálicos idênticos ou semelhantes.
Exemplo:
“(...) A linha feminina é carimá
Moqueca, pititinga, caruru
Mingau de puba, e vinho de caju
Pisado num pilão de Piraguá.(...)”
(Gregório de Matos)
Paronomásia
É a combinação e/ou o uso de palavras que
apresentam semelhança fônica ou mórfica, mas
possuem sentidos diferentes.
Exemplo:
“(...) Berro pelo aterro
Pelo desterro
Berro por seu berro
Pelo seu erro
Quero que você ganhe
Que você me apanhe.
Sou o seu bezerro
Gritando mamãe (...)”.
(Caetano Veloso)
Onomatopeia
É uma figura de linguagem que busca reproduzir de
forma aproximada palavras que representem um
som natural.
Exemplo:
Passa, tempo, tic-tac
Tic-tac, passa, hora
Chega logo, tic-tac
Tic-tac, e vai-te embora
Passa, tempo
Bem depressa
Não atrasa
Não demora
Que já estou
Muito cansado
Já perdi
Toda a alegria
De fazer
Meu tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
Tic-tac
Tic-tac
Dia e noite
Noite e dia.
(Vinicius de Moraes)
MAIS UM EXERCÍCIO PRA VOCÊ GABARITAR!
CONCORRENTE QUE LUTEEE!
01. DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
PROFª ISABELA VASCONCELOS
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O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus,
2004. p. 42-43.
Considerando a leitura do poema e o uso dos
recursos expressivos, em Dionisos Dendrites,
a) a aliteração no verso “Pés percutem a pedra
enegrecida” indica um som reproduzido como o dos
tambores do verso subsequente.
b) a gradação em ‘bocas’, ‘faces’ e ‘corpos’, nos três
primeiros versos da 3ª estrofe, aponta para a
opulência do ritual.
c) a metonímia em “seu olhar verde penetra a Noite
entre tochas acesas” revela o embate estabelecido
entre a vida e a morte.
d) a metáfora em ‘taças incendiadas’, no verso “o
vinho espuma nas taças incendiadas”, denota o
sentimento de enfado dos presentes em relação ao
ritual.
02. Em qual das opções há erro de identificação das
figuras?
a) "Um dia hei de ir embora / Adormecer no
derradeiro sono." (eufemismo)
b) "A neblina, roçando o chão, cicia, em prece.
(prosopopeia)
c) Já não são tão frequentes os passeios noturnos
na violenta Rio de Janeiro. (silepse de número)
d) "E fria, fluente, frouxa claridade / Flutua..."
(aliteração)
e) "Oh sonora audição colorida do aroma."
(sinestesia).
03. O fragmento transcrito que possui um exemplo
de onomatopeia é:
a) “– É mesmo? – respondeu ele. – PentiumII?”
b) “Mas tudo durou pouco, porque um certo
escritor amigo meu me telefonou.”
c) “–Clic – fiz eu do outro lado.”
d) “– E como você fica aí, dando risada?”
e) “Bobagem, como logo se veria.”
04. Canção do vento e da minha vida
O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varria as flores…
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas.
[…]
O vento varria os sonhos
E varria as amizades…
O vento varria as mulheres…
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De afetos e de mulheres.
O vento varria os meses
E varria os teus sorrisos…
O vento varria tudo!
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De tudo.
BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro:
José Aguilar, 1967.
Na estruturação do texto, destaca-se
a) a construção de oposições semânticas.
b) a apresentação de ideias de forma objetiva.
c) o emprego recorrente de figuras de linguagem,
como o eufemismo.
d) a repetição de sons e de construções sintáticas
semelhantes.
e) a inversão da ordem sintática das palavras.