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Tiragem: 5000 País: Portugal Period.: Bimestral Âmbito: Economia, Negócios e. Pág: 56 Cores: Preto e Branco Área: 19,00 x 27,70 cm² Corte: 1 de 3 ID: 62418954 01-11-2015 TEXTO Bárbara Sousa FOTOS D.R. Marcado por uma redução das vendas de metade das suas categorias, o universo das bebidas espirituosas continua a manter a sua importância dentro dos bens de grande consumo. Espumantes e moscatéis evoluem positivamente, mas o destaque está no gin, que mantém a tendência global de crescimento, bem acompanhado pelas categorias de vodka e rum. Isto apesar do agravamento da carga fiscal, nomeadamente das taxas de IVA e de IABA, que impacta significativamente a margem dos produtores e das distribuidoras e cria algumas barreiras ao crescimento do mercado. espirituosas bebidas crescimento Gin rum e são os drivers de do mercado de

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Tiragem: 5000

País: Portugal

Period.: Bimestral

Âmbito: Economia, Negócios e.

Pág: 56

Cores: Preto e Branco

Área: 19,00 x 27,70 cm²

Corte: 1 de 3ID: 62418954 01-11-2015

TEXTOBárbara SousaFOTOSD.R.

Marcado por uma redução das vendas de metade das suas categorias, o universo das bebidas espirituosas

continua a manter a sua importância dentro dos bens de grande consumo. Espumantes e moscatéis

evoluem positivamente, mas o destaque está no gin, que mantém a tendência global de crescimento, bem

acompanhado pelas categorias de vodka e rum. Isto apesar do agravamento da carga fiscal, nomeadamente

das taxas de IVA e de IABA, que impacta significativamente a margem dos produtores e das distribuidoras e

cria algumas barreiras ao crescimento do mercado.

espirituosasbebidas

crescimento

Gin rume

são os“drivers”de

do

mercado de

Tiragem: 5000

País: Portugal

Period.: Bimestral

Âmbito: Economia, Negócios e.

Pág: 57

Cores: Cor

Área: 19,00 x 27,70 cm²

Corte: 2 de 3ID: 62418954 01-11-2015O mercado nacional de bebidas espirituosas viu a maioria das categorias estudadas pela consultora Nielsen apresentar uma tendência de ligeira e continuada queda em vendas em valor e volume, no período analisado.

Apresentando um desempenho geral abaixo do verificado em 2014, o ano de 2015 continua a afigurar-se como difícil para as principais marcas da categoria, fruto dos problemas económicos que se sentem em Portugal e da carga fiscal que atualmente incide sobre este universo.Mercado que encontra nos espumantes a segunda principal categoria, com 28% dos lares em Portugal Continental a comprarem estes produtos no último ano. Categoria que representa 37,4 milhões de euros, apresentando uma subida de 2% das vendas em valor e de 4% em volume no período analisado. Apesar do espumante manter-se, ainda, como o mais dinâmico, e de

se notar um abrandamento da queda em categorias como o whisky, é de destacar que outras bebidas ganharam um novo fôlego junto do consumidor. Exemplos da vodka e rum, assim como do gin que, mais uma vez, se distingue pelo desempenho muito positivo. “Começámos a sentir, este ano, o panorama global mais equilibrado, com alguma melhoria dos indicadores económicos e, acima de tudo, do grande crescimento

de turismo em Portugal, em especial em Lisboa, Porto e Algarve. Se, por um lado, a principal categoria,

o whisky, cai em volume, por outro lado, assistimos ao crescimento substancial do gin, em particular dos segmentos premium e super premium, sinal de que o sector continua apelativo, procura valor e qualidade e é um pilar muito importante para o continuado crescimento do sector do turismo”, refere Bruno Calvão, diretor de Marketing da Pernod Ricard Portugal. O whisky valeu 16% das vendas do universo, segundo os dados analisados pela Nielsen, e apresentou um volume de 3,4 milhões de litros (-8%) e um valor de 57,4 milhões de euros (-5%) no período analisado.

Carga fiscalFace ao exercício de 2014, os preços médios não se mantiveram. O aumento da carga fiscal sobre as bebidas espirituosas tem conduzido a um ligeiro aumento do PVP médio praticado no mercado. Medidas que, segundo a Pernod Ricard, vão permitindo aos fornecedores e distribuidores defender as suas margens e

manter a saúde do seu negócio. Contudo, este ligeiro aumento dos preços também se faz acompanhar de um forte investimento em promoção para o cliente final, seja este em preço ou em valor acrescentado de produto, com edições especiais e oferta de brindes, transversal a todos os fornecedores. “Mesmo com um aumento crescente da frequência e profundidade promocional, o aumento da carga fiscal tem conduzido a um incremento dos preços médios, nomeadamente em espirituosas e produtos intermédios. As bebidas

alcoólicas aumentaram 1% o preço médio e cresceu o investimento promocional. 32% das vendas em valor foram feitas com promoção, o que compara com 30% em 2014”, explica Catarina Santos, Marketing Director da PrimeDrinks. A retoma económica e a melhoria dos indicadores socioeconómicos, assim como, e mais significativo ainda, o aumento do nível de confiança dos consumidores reflete-se positivamente na venda e no consumo de bebidas espirituosas. “No caso da EMPOR, temos vindo a ultrapassar este período mais desafiante da economia com bastante segurança, em contraciclo e de forma assertiva. O que nos permite manter o otimismo em relação ao futuro. Registámos um crescimento sustentável assente sobretudo em três fatores: a constante adição de insígnias relevantes ao nosso catálogo, a conquista de clientes e a afinidade dos consumidores com as

nossas marcas. Em resultado, o desempenho da EMPOR Spirits tem sido bastante positivo ao longo dos últimos anos. Note-se que, em 2012, tínhamos uma faturação de cerca de dois milhões de euros e este ano prevemos superar os sete milhões de euros”, afirma Caetano Beirão da Veiga, CEO da EMPOR Spirits. É o canal Horeca que continua a representar um peso superior na venda de bebidas espirituosas. “O canal Horeca ou On-Trade, onde o consumo é efetuado fora de casa, continua a ter predominância no sector, uma vez que os consumidores ainda preferem apreciar e partilhar momentos de convívio em bares, restaurantes e na noite, sendo também onde se assiste ao aparecimento das novas tendências de mercado. No entanto, o mercado tem tendência a aproximar-se do equilíbrio entre canais, uma vez que o cenário económico dos últimos anos obrigou, de certa forma, os consumidores a pensarem mais no seu momento de consumo, transferindo parte do consumo fora de casa para dentro de casa, possibilitando o mesmo consumo, mas com custos mais diluídos”, diz Bruno Calvão.

GinO gin, com 10% dos lares em Portugal Continental a comprarem a categoria no último ano, continua a sua ascendência no mercado das

bebidas espirituosas. Ao apresentar um volume de 611 mil unidades, o que representa um crescimento de 38% no período analisado, e um valor de 12,3 milhões de euros, (+49%), o gin veio impulsionar

o sector.

CATEGORIA VODKA

CATEGORIA GIN

Tiragem: 5000

País: Portugal

Period.: Bimestral

Âmbito: Economia, Negócios e.

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Cores: Cor

Área: 19,00 x 27,70 cm²

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As 5 marcas de bebidas espirituosas mais caras

As destilarias introduzem frequentemente edições limitadas ou variantes de luxo das suas marcas. A consultora Euromonitor revela as cinco marcas mais caras, com todas as variantes incluídas. O ranking revela um misto de marcas locais e internacionais, com um denominador comum: os volumes estão concentrados nos mercados asiáticos.A marca mais cara é a chinesa Hang Jiang, cujo preço por litro, em 2013, foi de 380 dólares. Na segunda posição outra marca chinesa de baiju, a Guojiao 1573, com um preço por litro de 365 dólares. O bronze é arrecadado pela mais internacional Royal Salute, marca de whisky escocês do universo da Pernod Ricard, com um portfólio composto por whiskies com 21 ou mais anos, com um preço por litro de 257 dólares. Na quarta posição figura outra marca asiática, a sul-coreana Imperial, com um preço por litro de 257 dólares. Este top 5 é encerrado pela marca de conhaque Martell, também pertença da Pernod Ricard e cujo preço por litro é de 224 dólares.

A grande variedade e capacidade fácil de “mixing”, que auxiliam na criação de cocktails, têm gerado grande interesse e procura por parte dos consumidores portugueses. “No mercado das bebidas, como em outros, as vantagens competitivas fazem-se, muitas vezes, pela antecipação e leitura de sinais. Em 2011, conseguimos antever este “boom” do gin quando introduzimos a marca Bulldog, que foi, em certa medida, pioneira na abordagem de marketing a um nicho de mercado que estava estagnado. Podemos dizer que temos uma quota parte na responsabilidade de agitar o mercado,

que é hoje pulverizado por diversas marcas e negócios, muitos deles portugueses, que nasceram deste fenómeno. A adesão dos portugueses ao gin veio dar um novo ânimo ao mercado das bebidas espirituosas e acreditamos que veio, certamente, para ficar. É verdade que, hoje, temos um mercado muito mais informado do que há quatro anos e haverá, certamente, uma triagem natural de marcas que permanecerão no mercado nacional. No entanto, a nossa crença é de que os portugueses gostam do que tem qualidade, portanto, estamos confiantes em dizer que o futuro se avizinha risonho para as marcas que souberam fazer o seu trabalho com uma boa proposta de produto. Acreditamos, pois, que os nossos

gins (Bulldog, Ferdinand’s, NAO, London Hill, Macaronesian, Cobalto) vingarão, como têm estado a fazer: boas propostas de produto, para consumidores diferenciados”, explica Caetano Beirão

da Veiga.Uma categoria que continua a apresentar um

CATEGORIA ESPUMANTE

crescimento continuado e que se prevê que continue nesse caminho, não sendo, aparentemente, apenas uma moda passageira, com as marcas de fabricante a conseguir destaque, com 96% das vendas e um crescimento de 56%. Já as marcas de distribuição mais primeiro preço (MDD+PP) registaram um crescimento de 48%, no período assinalado. “A categoria do gin consolidará a sua posição de mercado e, certamente, que irá impulsionar novas categorias no futuro. De facto, já se discute muito quais as categorias que vão crescer no futuro, tal o impacto que o gin teve no mercado e nos consumidores. Mas, na verdade, o whisky continua e continuará a

ser a categoria mais importante. Cabe ao sector acompanhar as tendências e compreender as necessidades e desejos do consumidor, proporcionando-lhes as melhores experiências e qualidade nos produtos que usufrui”, diz Bruno Calvão.Rum e vodka, por seu turno, também têm ajudado a impulsionar o

mercado nacional, com 10% dos lares em Portugal Continental a comprarem ambas as categorias no último ano. O rum aumentou em volume e valor, registando um crescimento de 20%, com 115,2 mil unidades vendidas, e de 14%, num total de dois milhões de euros, respetivamente. Por sua vez, o vodka apresentou também um desempenho positivo, com 780,4 mil unidades vendidas, num aumento de 6% em volume, e um total de 8,8 milhões de euros, mais 9% em valor.CATEGORIA WHISKY

CATEGORIA RUM