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PAULO BASTOS TIGRE Gestão da Inovação Gestão da Inovação UMA ABORDAGEM ESTRATÉGICA, ORGANIZACIONAL E DE GESTÃO DE CONHECIMENTO 3 a Edição

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Page 1: Gestão Inovação...Robótica e Realidade Virtual, tecnologias que vêm sendo integradas em conceitos como Indústria 4.0 e Internet Industrial. Monitorar o avanço dessas tecnologias

Consulte nosso catálogo completo e últimos lançamentos em www.elsevier.com.br

Paulo Bastos TigreEconomista, pesquisa sobre inovação tecnológica desde 1978, quando concluiu o mestrado em Economia da Tecnologia no Programa de Engenharia de Produção na COPPE/UFRJ. Prosseguiu seus estudos nessa área no Science Policy Research Unit da Universidade de Sussex (Inglaterra) onde obteve o PhD em 1982. Sua tese de doutorado Technology and Competion in the Brazilian Computer Industry recebeu o prêmio Haralambus Simeonides da Associação Nacional de Pós-Graduação em Economia (ANPEC) e foi publicada pela Frances Pinter (London) e pela Editora Campus (Rio de Janeiro).

Atuou na indústria como diretor financeiro e de planejamento da COBRA Computadores, empresa de informática hoje incorporada ao Banco do Brasil. Na área acadêmica foi professor da Escola Federal de Engenharia de Itajubá (hoje Universidade Federal de Itajubá-MG) ingressando posteriormente na UFRJ como professor titular do Instituto de Economia. Foi pesquisador do CNPq e pesquisador visitante nas seguintes instituições: Center for Latin American Studies da University of California, Berkeley; Centre for Change, Entrepreneurship and Innovation Management (CENTRIN) da University of Brighton, Center for Research in Information Technologies and Organization (CRITO) da University of California, Irvine e na Université Paris XIII. É consultor em inovação e tecnologias da informação e da comunicação e políticas públicas para o desenvolvimento tecnológico em instituições internacionais como CEPAL, UNIDO e UNICEF (Nações Unidas), IDRC (Canadá), FLACSO (Argentina e México) e Banco Interamericano de Desenvolvimento. No Brasil colabora com diversos órgãos públicos relacionados com Ciência e Tecnologia e com o SENAI em estudos de prospecção tecnológica.

O caráter extremamente dinâmico da inovação tecnológica foi reconhecido há mais de 150 anos por Karl Marx. Da mesma forma, Schumpeter acreditava que a mudança tecnológica constituía o motor do desenvolvimento, revolucionando a estrutura econômica por dentro em um processo de criação destruidora. Ele considerava o capitalismo um “método de mudança econômica” que nunca poderia ser considerado estacionário. Diante do contexto atual de visível aceleração das transformações técnico-econômicas, o estudo das inovações e seus impactos sobre modelos de negócios, qualificações profissionais e desenvolvimento econômico requer um esforço permanente de revisão. Esta 3ª edição de Gestão da Inovação: Uma Abordagem Estratégica, Organizacional e de Gestão de Conhecimento reflete a necessidade de atualizar e aprofundar sistematicamente os conceitos, análises, estatísticas e estudos de casos de inovação em empresas e organizações.

Inovações disruptivas vêm emergindo principalmente nas tecnologias da informação e da comunicação em função da combinação inédita de conhecimentos que vinham sendo desenvolvidos de forma relativamente independente até pouco tempo atrás, mas que agora convergem graças a Internet e a Computação em Nuvem. Isso inclui Inteligência Artificial, Computação Quântica, Internet das Coisas, Bigdata, Blockchain, Robótica e Realidade Virtual, tecnologias que vêm sendo integradas em conceitos como Indústria 4.0 e Internet Industrial.

Monitorar o avanço dessas tecnologias e principalmente de suas aplicações nas organizações e seus impactos no comércio, na gestão competitiva de empresas e na estrutura econômica constitui a preocupação central desta nova edição. Temas adjacentes relativos a prospecção tecnológica, propriedade intelectual e novos arranjos institucionais que condicionam e potencializam a difusão de inovações são também analisados visando dar apoio ao trabalho de professores, pesquisadores, estudantes, empreendedores, técnicos e dirigentes nos setores público e privado.

Outros livros do autor

Technology and Competition in the Brazilian Computer Industry. London, Francis Pinter (Publishers) and New York: St. Martin Press, 1983.

Computadores brasileiros: indústria tecnologia e dependência. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1984; 1985.

Indústria brasileira de computadores: perspectivas até os anos 90. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1987.

High Technology and Third World Industrialization: Brazilian Computer Policy in Comparative Perspective. IAS, University of California at Berkeley, 1992. Coautores: Peter Evans e Claudio Frischtak.

Tecnologia e meio ambiente: oportunidades para a indústria. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 1994. Coautores: João Carlos Ferraz, Anibal Wanderley e Howard Rush.

Desafíos y oportunidades de la industria del software em América Latina. Colombia: CEPAL/Mayol Ediciones, 2009. Coautor: Felipe Marques.

Outsourcing y clusters de software em America Latina. Centro Internacional de Investigaciones para el Desarollo. México: FLACSO, 2009. (Coordenador)

Inovações em serviços na economia do compartilhamento. São Paulo: Editora Saraiva, 2019. Coeditor: Alessandro Pinheiro.

Capa

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PAULO BASTOS TIGRE

Gestão da Inovação

www.elsevier.com.br

Gestão daInovação

UMA ABORDAGEM ESTRATÉGICA,

ORGANIZACIONAL E DE GESTÃO

DE CONHECIMENTO

3a

Edição

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Gestão da Inovação UMA ABORDAGEM ESTRATÉGICA, ORGANIZACIONAL E DE GESTÃO DE CONHECIMENTO

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Paulo Bastos Tigre

3ª Edição

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© 2019, Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998. Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográfi cos, gravação ou quaisquer outros.

ISBN: 978-85-352-9132-2 ISBN (versão digital): 978-85-352-9133-9

Copidesque: Augusto Coutinho Revisão tipográfi ca: Wilton Palha Editoração Eletrônica: Thomson Digital

Elsevier Editora Ltda. Conhecimento sem Fronteiras

Rua da Assembleia, n° 100 – 6° andar – Sala 601 20011-904 – Centro – Rio de Janeiro – RJ

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NOTA Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação, impressão ou dúvida conceitual. Em qualquer das hipóteses, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de Atendimento ao Cliente para que possamos esclarecer ou encaminhar a questão. Para todos os efeitos legais, a Editora, os autores, os editores ou colaboradores relacionados a esta obra não assumem responsabilidade por qualquer dano/ou prejuízo causado a pessoas ou propriedades envolvendo responsabilidade pelo produto, negligência ou outros, ou advindos de qualquer uso ou aplicação de quaisquer métodos, produtos, instruções ou ideias contidos no conteúdo aqui publicado.

A Editora

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃOSINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

T448g3. ed.

Tigre, Paulo Bastos Gestão da inovação : uma abordagem estratégica, organizacional e de gestão de conhecimento / Paulo Bastos Tigre. - 3. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2019.

ISBN 978-85-352-9132-2

1. Gestão de Ciências e Tecnologia. 2. Inovações tecnológicas - Administração. 3. Desenvolvimento organizacional. 4. Abordagem interdisciplinar do conhecimento. I. Título.

18-54197 CDD: 658.4063 CDU: 005.342

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O AUTOR

Paulo Bastos Tigre é economista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisa o tema da inovação desde 1978, quando concluiu o mes-trado em Economia da Tecnologia no Programa de Engenharia de Produção da UFRJ. Prosseguiu seus estudos nessa área na Science Policy Research Unit da Universidade de Sussex, Inglaterra, onde obteve o PhD em 1982.

Professor titular do Instituto de Economia da UFRJ, foi pesquisador do CNPq e visiting fellow no CENTRIN/University of Brighton, na Université de Paris XIII, Center for Latin American Studies/University of California (Berkeley) e no CRITO/University of California (Irvine). Publicou e/ou coordenou os seguintes livros: Technology and Competition in the Brazilian Computer Industry (Londres: Pinter Publishers, 1983) (Prêmio Haralambus Si-mionides da Associação Nacional de Pós-Graduação em Economia de 1982); Computadores Brasileiros: Indústria Tecnologia e Dependência (Elsevier, 1984); Indústria Brasileira de Computadores, desafi os até os anos 90 (Elsevier, 1987); In-formática Brasileira em Transição: Política governamental e tendências internacionais nos anos 90 (IEI/UFRJ, 1992); Tecnologia e Meio Ambiente: oportunidades para a indústria (Editora da UFRJ, 1994 ); Gestão da Inovação: A Economia da Tecnologia no Brasil (Elsevier, 2006, 2014, 2018; 3ª edição); Outsourcing y Clusters de Software en Argentina y Brazil (México: FLACSO/IDRC, 2009), Desafíos y Oportunidades de la Industria del Software en America Latina (Colômbia: Mayol Ediciones, 2009) e Inovações em Serviços na Economia do Compartilhamento (Editora Saraiva, 2019).

É consultor de diversas instituições nacionais e internacionais em temas relacionados com inovação, tecnologias da informação e da comunicação e políticas públicas para o desenvolvimento industrial e tecnológico, incluindo UNIDO, CEPAL, UNICEF, IDRC, FLACSO e Banco Interamericano do Desenvolvimento. Também atuou na indústria como Diretor Financeiro e de Planejamento da Cobra Computadores, empresa de informática hoje in-corporada ao Banco do Brasil.

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AGRADECIMENTOS

Este livro é produto da colaboração de muitas pessoas com as quais tive o privilégio de trabalhar ao longo de décadas dedicadas ao ensino, pesquisa e consultoria em inovação. Sou grato a todos que, direta ou indiretamente, con-tribuíram para a concepção das ideias, conceitos e argumentos aqui contidos. Infelizmente, não poderia citá-los nominalmente com a devida precisão e jus-tiça, e assim, faço um agradecimento conjunto enfatizando que este trabalho é fruto de um processo coletivo de aprendizagem e busca de conhecimento.

Na elaboração do livro contei com a ajuda inestimável de alunos de gra-duação e pós-graduação do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Desde a sua primeira edição, o texto vem sendo aprimorado e atualizado por meio de críticas e sugestões que permitiram clarifi car e aprofundar conceitos, casos e análises.

Um agradecimento especial é devido aos colegas que generosamente cederam seu tempo escasso para ler e comentar o texto nas três edições. Numa empreitada admirável, Francisco Teixeira, Reinaldo Gonçalves, Alessandro Maia Pinheiro, Lorraine Constant, Felipe da Silveira Marques, Renata La Rovere, Vânia Cury, Jorge Katz, Anne-Marie Maculan, Luis Antonio Caruso, José Victor Bomtempo, Peter Evans, Maria da Graça Fonseca, Eduardo Diniz, Afonso Fleury, Laís da Silveira Costa e Ronaldo Fiani, entre outros, con-tribuíram com seus conhecimentos e experiências com críticas e sugestões valiosas. Qualquer responsabilidade sobre os eventuais erros e omissões são de responsabilidade exclusiva do autor.

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APRESENTAÇÃO

Desde o lançamento da 1ª edição deste livro, em 2006, o advento das novas tecnologias e os estudos teóricos na área da inovação vêm demandando sua revisão e atualização. Nesta 3ª edição incorporamos novos aspectos técnicos, econômicos, organizacionais e institucionais que alimentam o processo de destruição criadora que vivenciamos. No campo tecnológico, observa-se a convergência entre diferentes áreas do conhecimento, incluindo a nanotec-nologia, as ciências cognitivas, a biotecnologia e as tecnologias da informação. Tecnologias disruptivas que vinham sendo desenvolvidas de forma relativa-mente independente até a segunda década do século XXI começaram a ser combinadas provocando grandes mudanças econômicas e organizacionais. A rápida difusão da Internet permitiu o surgimento de plataformas que se tornaram a base de realização de negócios. O desenvolvimento do Big Data , da computação em nuvem, da inteligência artifi cial, da Internet das Coisas e do blockchain vêm provocando uma revolução nas atividades intensivas em informação e conhecimento e foram incorporados nesta 3ª edição.

Já no campo teórico, recentes aportes da literatura especializada refl etem a necessidade de incorporar os impactos econômicos e organizacionais das mudanças tecnológicas, procurando interpretar seus efeitos sobre a estrutura da indústria, formas de governança, estratégias e modelos de negócios. A questão da propriedade intelectual vem ganhando crescente importância em fóruns internacionais, em um contexto global onde as ideias se valorizam mais do que os produtos físicos. Novas formas de acessar e compartilhar informações e conhecimentos vêm potencializando a difusão de inovações, por meio de formas mais abertas e cooperativas de produção intelectual. Esta 3ª edição in-troduz novos casos e incorpora novas pesquisas sem alterar a estrutura didática original que procura combinar aspectos teóricos e aplicados.

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SUMÁRIO

PARTE UM

TEORIAS ECONÔMICAS DA TECNOLOGIA1. Teorias econômicas clássicas da tecnologia 3

Bases técnicas e institucionais da Revolução Industrial 3

A tecnologia e o capitalismo 8

A tecnologia no pensamento econômico clássico 10

Resumo 14

2. A tecnologia nas visões marxista e neoclássica 15

As inovações da Segunda Revolução Industrial 16

O panorama institucional 19

A visão neoclássica sobre a firma e a tecnologia 22

Tecnologia e concentração de capital 24

Equilíbrio e dinâmica tecnológica 25

Diferenciação de produtos e processos 26

Tecnologia endógena e exógena 27

Resumo 28

3. A era fordista e a concorrência oligopolista 29

As inovações da era fordista e seus impactos na estrutura da indústria 29

Inovações e teorias da firma 34

Schumpeter e a destruição criadora 37

Penrose e o crescimento da firma 40

O progresso técnico na economia neoclássica 41

Resumo 44

4. O paradigma da informação e as novas teorias da firma e da tecnologia 47

O novo paradigma tecnológico 48

O contexto institucional 53

Novas teorias econômicas da firma e tecnologia 55

Paradigmas tecnológicos e ciclos econômicos de longo prazo 59

Desafios das teorias da firma diante da desmaterialização da economia 61

Resumo 65

PARTE DOIS

INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE5. Inovação e difusão tecnológica 69

Conceitos de mudança tecnológica 69

Tipos de Inovações 72

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Sumárioxii

Fatores indutores da mudança tecnológica 75

Resumo 87

6. Fontes de inovação na empresa 89

Pesquisa e desenvolvimento (P&D) 89

Inovação aberta e inovação pelo usuário 93

Transferência de tecnologia 95

Tecnologia incorporada em bens de capital e insumos críticos 98

Conhecimento tácito e codificado 99

Processo de aprendizado 99

Tecnologia industrial básica (TIB) 103

Fontes de inovação nas empresas brasileiras 109

Resumo 113

7. Setor de atividades, tamanho da firma e localização geográfica 115

Sistemas setoriais de inovação 116

Taxonomias de agregação setorial 117

Inovação setorial no Brasil 124

Inovações em serviços 126

Inovação e tamanho da firma 132

Sistemas de inovação e arranjos produtivos locais 134

Resumo 135

8. Inovação e competitividade internacional 137

Hiato tecnológico e competitividade internacional 138

Padrão de especialização, desenvolvimento econômico e competitividade internacional 142

Fluxos internacionais de tecnologia 146

Necessidades tecnológicas das empresas exportadoras 147

A importância das fontes locais de tecnologia 153

Acordos bilaterais e multilaterais de comércio e tecnologia 155

Resumo 157

PARTE TRÊS

GESTÃO DA INOVAÇÃO9. Inovação e estratégia competitiva 161

Conceitos de estratégia 161

Estratégia ofensiva 163

Estratégia defensiva 166

Estratégia imitativa 168

Estratégia dependente 172

Estratégia tradicional 174

Estratégia oportunista 176

Resumo 176

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Sumário xiii

10. Integração entre estratégia competitiva e capacitação tecnológica 179

Capacitação tecnológica e estratégia competitiva 179

Necessidades de recursos produtivos ao longo do ciclo de vida do produto 182

Conflitos entre as visões e metas dos diferentes setores da empresa 184

Resumo 191

11. Inovações organizacionais 193

Inovação tecnológica e mudanças organizacionais 194

O sistema just-in-time (JIT) 196

Melhoramentos contínuos: o controle da qualidade total 200

Células de produção 201

Reengenharia de processos de negócios 204

Terceirização 205

Plataformas tecnológicas e mudanças organizacionais 206

Mudanças na organização do trabalho e nas qualificações profissionais 207

Resumo 209

12. Redes de firmas e cadeias produtivas 211

Redes de firmas e competitividade 212

Teorias econômicas das redes 214

Redes verticais ou hierarquizadas 217

Agregação de valor e mobilidade em cadeias produtivas 223

Redes de firmas, padrões técnicos e propriedade intelectual 225

Resumo 228

13. Oportunidades, impactos econômicos e organizacionais das tecnologias da informação 231

Oportunidades tecnológicas das TIC 231

TIC e produtividade 234

Impactos econômicos e organizacionais das TIC 235

Resumo 248

Referências 251

Índice de assuntos 261

Índice onomástico 269

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PARTE

1

UmTeorias Econômicas da Tecnologia

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CAPÍTULO

15

2 A tecnologia nas visões marxista e neoclássica

Na segunda metade do século XIX ocorreu um aprofundamento do processo de industrialização europeu, defi nido pelos historiadores como a “Segunda Revolução Industrial”. A difusão das aplicações da máquina a vapor, após várias décadas de aprimoramento tecnológico, deu origem a um boom sem precedentes na indústria manufatureira e nos transportes ferroviário e marítimo. A metalurgia experimentou uma grande expansão graças ao uso do carvão mineral e à in-venção do aço. A indústria têxtil, por sua vez, fi nalizou o processo de substituição da energia hidráulica e humana pela máquina a vapor, aumentando a escala dos equipamentos e unidades produtivas. Nesse período a Europa Continental conseguiu equiparar-se à Inglaterra em termos de desenvolvimento industrial, embora a ilha ainda mantivesse sua condição de maior potência manufatureira do mundo. Mudanças institucionais importantes foram observadas nas áreas jurídica, fi nanceira e política, de forma a permitir o avanço do crescimento industrial.

Do ponto de vista do pensamento econômico sobre indústria e tecnologia, esse período foi particularmente fértil, dando origem a duas correntes de in-terpretação sobre a dinâmica do sistema capitalista que são até hoje infl uentes, embora tenham assumido direções diametralmente opostas. Por um lado, Karl Marx retoma a tradição da escola clássica, especialmente Adam Smith e David Ricardo, para elaborar sua teoria do valor trabalho . Por outro, começa a ser desenvolvida a chamada teoria neoclássica a partir dos princípios teóricos de equilíbrio geral estabelecidos por Leon Walras.

As abordagens marxista e neoclássica sobre a fi rma e o papel da tecnologia na dinâmica econômica têm pouco em comum, apesar de terem sido elabora-das na mesma época e no mesmo contexto institucional da segunda revolução industrial. Para entender o tratamento marxista e neoclássico do progresso técnico, precisamos reviver o ambiente institucional e tecnológico da segunda revolução industrial britânica iniciada na segunda metade do século XIX. Neste capítulo, reveremos as principais inovações ocorridas, seus impactos econômicos e o ambiente institucional característico do período. Em seguida, vamos analisar as interpretações básicas das duas correntes do pensamento em

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CAPÍTULO

29

3 A era fordista e a concorrência oligopolista

Uma trajetória inteiramente nova se abriu no início do século XX para a organização interna da fi rma e sua interação com o mercado. Inovações tecno-lógicas e organizacionais que há décadas estavam em gestação entraram em fase de rápida difusão, ampliando a escala e a dimensão geográfi ca dos negócios. Surge nessa época a grande empresa industrial, uma força capaz de acelerar o processo de concentração econômica. O oligopólio se transformou na estrutura característica de vários segmentos da indústria europeia e norte-americana e o “capitalismo proprietário” já havia dado lugar ao “capitalismo gerencial” como motor dominante do crescimento industrial. Um novo modelo de empresa se tornou necessário para lidar com a crescente complexidade organizacional das atividades industriais, diante da necessidade de aplicar conhecimentos científi cos à indústria e dos altos custos fi xos de investimentos em máquinas e equipamentos voltados para a produção em massa.

Neste capítulo veremos como as teorias econômicas sobre a fi rma evo-luíram gradualmente no sentido de incorporar a nova realidade do processo concorrencial. Análises e contribuições de diferentes correntes do pensamento criaram um corpo teórico alternativo para lidar com as questões de economia industrial que emergiam da prática. Isso inclui as economias de escala e es-copo, custos de transação e progresso técnico em um mercado dominado pelas grandes corporações. Nesse período, Joseph Schumpeter desenvolve suas interpretações sobre o papel da tecnologia na competição e no crescimento econômico. Mas antes de analisar as novas correntes teóricas vamos identifi car, seguindo a metodologia adotada nos capítulos anteriores, as inovações que alimentaram a dinâmica econômica na primeira metade do século XX.

AS INOVAÇÕES DA ERA FORDISTA E SEUS IMPACTOS NA ESTRUTURA DA INDÚSTRIA

O crescimento da grande empresa moderna tem origem, segundo o his-toriador das grandes corporações Alfred Chandler (1990) , em uma cadeia de eventos interligados. A base dessa cadeia são as inovações nos transportes e

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CAPÍTULO

47

4 O paradigma da informação e as novas teorias da fi rma e da tecnologia

Ao fi nal do século XX, o sistema produtivo fordista-taylorista que dominou o cenário industrial por mais de meio século, apresentava avançados sinais de esgotamento. A pouca fl exibilidade de seus métodos e processos produtivos contrastava com uma economia cada vez mais intensiva em conhecimentos. Os empreendimentos mais inovadores passaram a se direcionar ao campo das ideias, que são ativos intangíveis que praticamente não sofrem limitações físicas e ambientais para se desenvolver. Os bits, e não mais os átomos, pas-saram a ser a base tecnológica das empresas mais dinâmicas e lucrativas da economia mundial.

Por ser abstrato, o papel do conhecimento na economia é difícil de ser avaliado e quantificado. O conhecimento é um bem intangível que pode eventualmente ser codifi cado e digitalizado, mas que apresenta aspectos tácitos e relacionais difíceis de serem captados por sistemas estatísticos e contábeis estruturados para quantifi car o mundo da produção física. O conhecimento desincorporado permite uma explosão combinatória de ideias que não encontra limites de crescimento, pois, em princípio, os conhecimentos não estão sujeitos à escassez e podem ser reutilizados sem perda de conteúdo. Trata-se de um bem não rival que pode ser consumido, simultaneamente, por toda a sociedade.

Na prática, porém, a circulação das ideias é um processo difícil e com-plexo, pois depende da capacidade de articulação com outros insumos como capital físico, infraestrutura, softwares e outras ideias e principalmente pes-soas qualifi cadas. A inovação não depende apenas de mudanças nos processos físicos de produção, mas principalmente de concatenações mais complexas dos conhecimentos e ideias que formam a estrutura das organizações.

Diante da crescente importância das inovações tecnológicas disruptivas no desempenho econômico de empresas e regiões, a literatura especializada procurou novas interpretações para o processo de crescimento e seus impactos sobre a atividade produtiva. As ideias de Schumpeter foram revisitadas e, ao

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PARTE

67

DoisInovação e Competitividade

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CAPÍTULO

89

6 Fontes de inovação na empresa

A literatura sobre inovação mostra que a tecnologia não é exógena, mas tampouco é totalmente interna ou endógena à empresa. Diferentes fontes de tecnologia e aprendizado, tanto de origem interna quanto externa, são utilizadas pelas organizações para lançar novos produtos, melhorar processos, adotar novos métodos de gestão organizacional e aumentar a competitividade. Neste capítulo vamos identifi car as diferentes fontes de tecnologia utilizadas pelas empresas para inovar, incluindo o desenvolvimento tecnológico próprio, a inovação aberta, o licenciamento e a tecnologia incorporada em bens de capital e insumos críticos. Serão revistos também os conceitos de aprendizado tácito e codifi cado que constituem a base do processo de mudanças tecno-lógicas e o papel da tecnologia industrial básica (TIB) no apoio a inovação. Por fi m serão examinadas as principais fontes de tecnologia utilizadas na indústria brasileira.

As fontes de inovação são geralmente classifi cadas segundo a origem da informação e do conhecimento utilizado. As fontes internas envolvem atividades explicitamente voltadas para o desenvolvimento de produtos e processos, incluindo as atividades de P&D, melhorias incrementais obtidas por meio de programas de qualidade, treinamento e aprendizado organizacional. Já as fontes externas envolvem a busca e aquisição de conhecimentos técnicos por meio da aquisição de informações codifi cadas, da contratação de consultorias es-pecializadas, da obtenção de licenças de fabricação e de tecnologias embutidas em máquinas e equipamentos.

A seleção das diferentes fontes está associada às características da tecnologia em si, às escalas produtivas, às capacitações existentes e às estratégias adotadas pelas empresas. O Quadro 6.1 sumariza as principais fontes de tecnologia utilizadas nas empresas.

PESQUISA E DESENVOLVIMENTO P&D

As atividades de P&D são usualmente divididas em pesquisa básica , pesquisa aplicada e desenvolvimento experimental . A pesquisa básica é geralmente de longo prazo e seus resultados são incertos sendo, assim, evitada pela grande maioria

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CAPÍTULO

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7 Setor de atividades, tamanho da fi rma e localização geográfi ca

As organizações estão imersas em contextos setoriais específi cos que atuam como fortes condicionantes da atividade inovativa. Os diferentes ramos da indústria apresentam dinâmicas tecnológicas próprias, determinadas por pa-drões de competição distintos e condições heterogêneas de acesso a recursos técnicos. Para entender a relação entre inovação e dinâmica setorial precisamos aprofundar o estudo dos diferentes processos produtivos, tipos de produtos e padrões de competição que caracterizam cada setor da atividade econômica.

Setores mudam ao longo do tempo e, portanto, deve ser dada ênfase a suas leis de movimento, dinâmica, emergência e transformação. Os limites setoriais não são fi xos, pois incluem interdependências e ligações entre indústrias e serviços complementares que proporcionam mecanismos de crescimento e inovação. A inovação não ocorre de forma isolada, sendo essencialmente um processo coletivo e interativo entre uma ampla variedade de atores. A aprendizagem e o conhecimento são elementos-chave na mudança do sistema econômico. Os agentes envolvidos em redes setoriais compartilham crenças, objetivos e expectativas que infl uenciam o processo de aprendizagem a partir da experiência acumulada e do ambiente institucional em que eles atuam.

Além de analisar os sistemas setoriais de inovação, este capítulo discute a relação entre inovação e tamanho da fi rma. Marx entendia que o proces-so de concentração industrial se apoiava nos ganhos crescentes de escala proporcionados pelas inovações em máquinas e equipamentos. Schumpeter, ao analisar a relação entre tamanho da fi rma e comportamento tecnológico, reconheceu a importância da escala econômica para a inovação. A realidade contemporânea também mostra que micro e pequenas empresas também podem ser inovadoras, dependendo do arranjo produtivo, da fase do ciclo de vida do produto e das características da tecnologia.

Por fi m, vamos introduzir neste capítulo o papel da dimensão regional como fator condicionante do processo de mudança tecnológica. A localização geográfi ca determina o ambiente institucional vivenciado pelas operações produtivas de uma organização. Embora o avanço da globalização venha

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8 Inovação e competitividade internacional

Dentre o mosaico de questões que infl uenciam o comércio internacional, a inovação tecnológica se destaca como fundamental para a competitividade. Apesar de sua limitação para explicar, isoladamente, o sucesso de um país em determinadas indústrias, a relação entre inovação e competitividade in-ternacional é amplamente comprovada na literatura por meio do cruzamento de indicadores agregados de esforço e desempenho tecnológico.

Para empreendedores e formuladores de política, uma questão particular-mente importante é entender como se articula a relação entre o padrão de especialização de um país e sua demanda por tecnologia. Países especializa-dos em produtos primários são usualmente considerados menos dinâmicos tecnologicamente do que aqueles especializados na produção manufatureira. Entretanto, a difusão de novas tecnologias no setor primário da economia vem gradualmente modifi cando esta relação. A aplicação de novas técnicas de produção e distribuição de commodities agrícolas e minerais vem se revelando cada vez mais importante para sustentar a competitividade das empresas que exploram recursos naturais.

As necessidades tecnológicas das empresas exportadoras é outro tema relevante para tomadores de decisão que será abordado neste capítulo. Em-presas exportadoras demandam não apenas inovações em produtos e processos, mas também tecnologias industriais básicas (TIB) que garantam qualidade e adequação as normas internacionais. O uso de ferramentas como metrologia, certifi cação, padrões técnicos e informação tecnológica vem se revelando es-sencial para atender necessidades específi cas de importadores, evitando assim as barreiras técnicas e sanitárias ao comércio.

Uma última questão tratada neste capítulo é o papel dos acordos de comér-cio na dinâmica das transações internacionais e nas estratégias exportadoras. O processo de globalização tem levado a uma crescente harmonização das regras comerciais e das barreiras tarifárias e não tarifárias. Acordos bilaterais e multilaterais estão cada vez mais incorporando temas relacionados com

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Gestão da Inovação

PARTE Três

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10 Integração entre estratégia competitiva e capacitação tecnológica

Neste capítulo analisaremos como as opções estratégicas estão conectadas à capacitação técnica, à situação fi nanceira, às características do produto e às condições do mercado defrontadas por cada empresa. Inovações bem-sucedidas do ponto de vista tecnológico podem não produzir os resultados econômicos esperados quando implantadas em desacordo com o modelo de negócios mais geral adotado pela empresa. Para explorar essas relações, apresentamos inicialmente uma divisão em segmentos das áreas típicas de atividades de uma empresa industrial para em seguida mostrar como as es-tratégias podem ser diferenciadas segundo o tipo de produto e a fase em que ele se encontra em seu ciclo de vida. À medida que um produto supera a fase inicial de introdução no mercado e alcança estágios mais maduros, os recursos críticos demandados tendem a migrar dos aspectos técnicos para os fi nanceiros, comerciais e administrativos.

Outra forma de analisar a relação entre estratégias competitivas e tecno-lógicas é identifi car os confl itos típicos entre as diferentes áreas de uma em-presa industrial. Tomando por base as quatro principais áreas de organização interna das empresas identifi cadas abaixo, avaliaremos como cada uma delas é infl uenciada por rotinas e objetivos próprios potencialmente confl itivos com as demais áreas. Vamos mostrar nos próximos capítulos como tecnologias da informação e da comunicação, associadas a inovações organizacionais, podem contribuir para solucionar confl itos entre as diferentes áreas da empresa.

CAPACITAÇÃO TECNOLÓGICA E ESTRATÉGIA COMPETITIVA

A tecnologia constitui um aspecto do planejamento estratégico que precisa ser cotejado com padrões de competição que caracterizam os mercados em que a fi rma opera. A partir de uma perspectiva dinâmica, o desempenho comercial e a efi ciência produtiva de uma empresa decorrem da capacitação acumulada, do aprendizado contínuo e do acesso a ativos complementares.

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11 Inovações organizacionais

Desde o tempo de Adam Smith, a busca pelo aperfeiçoamento das formas tradicionais de realizar tarefas produtivas, por meio da observação e da ex-periência, é vista como a mais importante fonte de produtividade da indústria. No início do século XX, Taylor deu um caráter mais cientifi co às inovações organizacionais permitindo o desenvolvimento da linha de montagem. Des-de então, sucessivas inovações organizacionais vêm permitindo o avanço da produtividade seja de forma isolada ou associada a inovações tecnológicas. A empresa multidivisional proposta por Alfred Sloan para a General Motors na década de 1930, a redução dos custos de transação por meio da vertica-lização da produção, a busca de economias de escopo e a concentração em competências centrais a partir dos anos 1980 são exemplos de estratégias organizacionais que tiveram grande impacto na estrutura da indústria global. Atualmente, inovações disruptivas como computação em nuvem, inteligência artifi cial, blockchain e internet das coisas ampliaram muito as oportunidades para o desenvolvimento de inovações organizacionais.

A literatura sugere que uma nova tecnologia pode levar vários anos para atingir sua produtividade plena porque há necessidade de redefi nir a organi-zação do trabalho. Este capítulo discute as mudanças na organização da pro-dução de bens e serviços desencadeados a partir da interação entre inovações tecnológicas e organizacionais. Novas tecnologias vêm permitindo que as empresas tenham maior contato com os consumidores e deem mais atenção às necessidades específi cas de diferentes segmentos do mercado. Internamente, isso exigiu uma ampla reformulação dos processos de forma a acelerar o fl uxo produtivo, reduzir custos e inovar.

Uma inovação organizacional pode ser defi nida como a implementação de um novo método de organizar a rotina operacional de uma empresa, as relações de trabalho e o relacionamento externo com fornecedores e clientes. Destacamos pela sua importância para a competitividade industrial, seis ondas de inovações organizacionais que vêm se difundindo desde o último quartil do século passado, em resposta aos desafi os competitivos defrontados pelas empresas. A primeira se refere ao sistema just-in-time , uma técnica que evita a ociosidade dos insumos materiais e permite grandes economias de tempo e

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12 Redes de fi rmas e cadeias produtivas

Um dos aspectos mais distintivos do novo paradigma técnico-econômico reside no processo de reespecialização das empresas em suas competências centrais. Gradativamente, as corporações vêm abandonando determinadas atividades consideradas periféricas ou não essenciais para a lucratividade e segurança do negócio, transferindo-as a terceiras empresas. Nas redes de fi rmas as relações entre os participantes são frequentemente pautadas por acordos de longo prazo e pelo comprometimento mútuo dos parceiros com investimentos em ativos específi cos, integração logística e gestão unifi cada da qualidade. As redes de fi rmas caracterizam-se por sua situação intermediária entre o mercado atomizado, cujas relações entre empresas são regidas basicamente pelos mecanismos de preços, e a empresa verticalmente integrada, em que cada etapa da produção é planejada por uma hierarquia centralizada.

Este capítulo analisa o processo de inovação organizacional coletivo característico das redes de fi rmas destacando quatro aspectos principais. O primeiro concerne à relação entre redes de fi rmas e competitividade. Por que as empresas são induzidas a redefi nir suas estratégias empresariais no sentido de incorporar maior cooperação? O papel das redes varia de acordo com sistema de produção e inovação setorial, sendo necessário ir além da análise de fi rma e redes individuais e considerar o setor de atividades como um todo.

O segundo aspecto analisado é como as redes são estruturadas, segundo as diferentes formas de hierarquia e coordenação. As redes podem ser divididas em hierarquizadas (ou verticais) e não hierarquizadas (ou horizontais). Procuramos destacar os elementos que permitem identifi car os núcleos cen-trais de uma rede, formados por nós, cuja agregação de valor é relativamente maior que os núcleos periféricos. Em seguida é abordada a questão da mo-bilidade dentro das redes, visando mostrar como uma empresa pode ou não evoluir em termos de agregação de valor e assumir novos papéis no âmbito

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13 Oportunidades, impactos econômicos e organizacionais das tecnologias da informação

As oportunidades proporcionadas pelas tecnologias da informação e da co-municação para o desenvolvimento de novas práticas de gestão constituem uma área de especial interesse para empresas e organizações. O avanço das TIC vem permitindo reconfi gurar não apenas a organização interna das empresas e a forma de relacionamento com fornecedores e clientes, mas também a própria estrutura da economia mundial.

Os recursos tecnológicos mais abundantes eliminam cada vez mais as res-trições para o desenvolvimento de serviços avançados. No passado, os profi s-sionais eram treinados para lidar com os recursos escassos da computação, limitando o tamanho dos programas aos objetivos específi cos, procurando ser efi cientes no que tange à utilização de ciclos de processamento. Nesse contexto, não existia muito espaço para o desenvolvimento de interfaces amigáveis, mas essas restrições foram pouco a pouco se dissipando, graças ao desenvolvimento de sistemas computacionais mais potentes e baratos.

Serão examinados nesse capítulo os impactos econômicos e organizacionais da difusão das TICs, destacando seus efeitos sobre a produtividade, mudanças na estrutura da indústria, aumento do conteúdo informacional da produção, economias de velocidade e outros aspectos da indústria e do mercado afetados pela mudança tecnológica.

OPORTUNIDADES TECNOLÓGICAS DAS TIC

Embora as tecnologias da informação venham, há mais de cinco décadas, alte-rando a forma como a economia e sociedade se organizam, o seu potencial de revolucionar os modos de organização da produção atingiu recentemente um novo ponto de infl exão. Tecnologias que vinham se desenvolvendo de forma mais ou menos independente como inteligência artifi cial (AI), internet das coisas (IoT), bigdata e computação em nuvem vêm sendo progressivamente integradas. A sinergia provocada pela fusão de diferentes tecnologias disruptivas

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Paulo Bastos TigreEconomista, pesquisa sobre inovação tecnológica desde 1978, quando concluiu o mestrado em Economia da Tecnologia no Programa de Engenharia de Produção na COPPE/UFRJ. Prosseguiu seus estudos nessa área no Science Policy Research Unit da Universidade de Sussex (Inglaterra) onde obteve o PhD em 1982. Sua tese de doutorado Technology and Competion in the Brazilian Computer Industry recebeu o prêmio Haralambus Simeonides da Associação Nacional de Pós-Graduação em Economia (ANPEC) e foi publicada pela Frances Pinter (London) e pela Editora Campus (Rio de Janeiro).

Atuou na indústria como diretor financeiro e de planejamento da COBRA Computadores, empresa de informática hoje incorporada ao Banco do Brasil. Na área acadêmica foi professor da Escola Federal de Engenharia de Itajubá (hoje Universidade Federal de Itajubá-MG) ingressando posteriormente na UFRJ como professor titular do Instituto de Economia. Foi pesquisador do CNPq e pesquisador visitante nas seguintes instituições: Center for Latin American Studies da University of California, Berkeley; Centre for Change, Entrepreneurship and Innovation Management (CENTRIN) da University of Brighton, Center for Research in Information Technologies and Organization (CRITO) da University of California, Irvine e na Université Paris XIII. É consultor em inovação e tecnologias da informação e da comunicação e políticas públicas para o desenvolvimento tecnológico em instituições internacionais como CEPAL, UNIDO e UNICEF (Nações Unidas), IDRC (Canadá), FLACSO (Argentina e México) e Banco Interamericano de Desenvolvimento. No Brasil colabora com diversos órgãos públicos relacionados com Ciência e Tecnologia e com o SENAI em estudos de prospecção tecnológica.

O caráter extremamente dinâmico da inovação tecnológica foi reconhecido há mais de 150 anos por Karl Marx. Da mesma forma, Schumpeter acreditava que a mudança tecnológica constituía o motor do desenvolvimento, revolucionando a estrutura econômica por dentro em um processo de criação destruidora. Ele considerava o capitalismo um “método de mudança econômica” que nunca poderia ser considerado estacionário. Diante do contexto atual de visível aceleração das transformações técnico-econômicas, o estudo das inovações e seus impactos sobre modelos de negócios, qualificações profissionais e desenvolvimento econômico requer um esforço permanente de revisão. Esta 3ª edição de Gestão da Inovação: Uma Abordagem Estratégica, Organizacional e de Gestão de Conhecimento reflete a necessidade de atualizar e aprofundar sistematicamente os conceitos, análises, estatísticas e estudos de casos de inovação em empresas e organizações.

Inovações disruptivas vêm emergindo principalmente nas tecnologias da informação e da comunicação em função da combinação inédita de conhecimentos que vinham sendo desenvolvidos de forma relativamente independente até pouco tempo atrás, mas que agora convergem graças a Internet e a Computação em Nuvem. Isso inclui Inteligência Artificial, Computação Quântica, Internet das Coisas, Bigdata, Blockchain, Robótica e Realidade Virtual, tecnologias que vêm sendo integradas em conceitos como Indústria 4.0 e Internet Industrial.

Monitorar o avanço dessas tecnologias e principalmente de suas aplicações nas organizações e seus impactos no comércio, na gestão competitiva de empresas e na estrutura econômica constitui a preocupação central desta nova edição. Temas adjacentes relativos a prospecção tecnológica, propriedade intelectual e novos arranjos institucionais que condicionam e potencializam a difusão de inovações são também analisados visando dar apoio ao trabalho de professores, pesquisadores, estudantes, empreendedores, técnicos e dirigentes nos setores público e privado.

Outros livros do autor

Technology and Competition in the Brazilian Computer Industry. London, Francis Pinter (Publishers) and New York: St. Martin Press, 1983.

Computadores brasileiros: indústria tecnologia e dependência. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1984; 1985.

Indústria brasileira de computadores: perspectivas até os anos 90. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1987.

High Technology and Third World Industrialization: Brazilian Computer Policy in Comparative Perspective. IAS, University of California at Berkeley, 1992. Coautores: Peter Evans e Claudio Frischtak.

Tecnologia e meio ambiente: oportunidades para a indústria. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 1994. Coautores: João Carlos Ferraz, Anibal Wanderley e Howard Rush.

Desafíos y oportunidades de la industria del software em América Latina. Colombia: CEPAL/Mayol Ediciones, 2009. Coautor: Felipe Marques.

Outsourcing y clusters de software em America Latina. Centro Internacional de Investigaciones para el Desarollo. México: FLACSO, 2009. (Coordenador)

Inovações em serviços na economia do compartilhamento. São Paulo: Editora Saraiva, 2019. Coeditor: Alessandro Pinheiro.

Capa

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