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GESTÃO 2007/2009

Des. PAULO INÁCIO DIAS LESSA Presidente - TJMT

Des. RUBENS DE OLIVEIRA SANTOS FILHO Vice-Presidente - TJMT

Des. ORLANDO DE ALMEIDA PERRI Corregedor-Geral da Justiça

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COORDENADOR DA AÇÃO

DR. SEBASTIÃO ARRUDA DE ALMEIDA Juiz Auxiliar da Corregedoria–Geral da Justiça

LIDER DA AÇÃO

AURINEIDE MARIANO PEREIRA Analista Judiciário – CGJ

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EQUIPE DE SERVIDORES

Alciane Rodrigues Alves de Assis Aurineide Mariano Pereira

Carlos Henrique F. Foz Doralice Mendonça faust

Ducineia dos Santos Morimã Gézica Pereira R. Oliveira

Guilhermina Machado Abade Heloísa Helena Soares de Siqueira

João Gualberto Neto Lúcia Helena Soares Leite

Mareli Grando Margareth Sulamirti Ferreira Paes

Marly Maria da Silva Garcia Maria Heloísa Micheloni Maria de Lourdes Duarte Natalíria Gouveia da silva

Ricardo Nogueira de Souza Rosmeire de Castilho Ribeiro

Thais Cristianne Ferreira Valcides Ferreira de Assis

Vera Maria Signori Vilma Carfane Zocal

Vitório César Munsignato

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COLABORADORES:

EQUIPE DO DEPARTAMENTO DE APRIMORAMENTO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA

DAPI

INSTRUTORES INTERNOS

Aurineide Mariano Pereira Carlos Henrique F. Foz Doralice Mendonça faust Gézica Pereira R. Oliveira Guilhermina Machado Abade Heloísa Helena Soares de Siqueira João Gualberto Neto Lúcia Helena Soares Leite Mareli Grando Margareth Sulamirti Ferreira Paes Maria Heloísa Micheloni Maria de Lourdes Duarte Natalíria Gouveia da silva Ricardo Nogueira de Souza Rosmeire de Castilho Ribeiro Thais Cristianne Ferreira Vera Maria Signori Vilma Carfane Zocal Vitório César Munsignato

SUMÁRIO

01 - MEDIDAS CAUTELARES.................................................................................... 8 02 – AÇÃO COMINATÓRIA ...................................................................................... 13

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03 – AÇÃO MONITÓRIA (arts. 1.102ª/1.102c)........................................................... 16 04 - AÇÃO PROTETIVA – Lei 10.741/03 Estatuto do Idoso ..................................... 19 05 – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ...................................................................... 22 06 – EMBARGOS DO DEVEDOR À EXECUÇÃO (art. 736/747) ............................ 23 07 – EXECUÇÃO FISCAL........................................................................................... 25 08 - INCIDENTE DE IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA ............................ 31 09 – MANDADO DE SEGURANÇA .......................................................................... 34 10 - EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA .............................................. 40 11 – AÇÃO CIVIL PÚBLICA ...................................................................................... 44 12 – AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO (DEC- Lei 3. 365, de 21-6-1941) ................... 47 13 - AÇÃO POPULAR................................................................................................. 51 14 - DISCRIMINATÓRIA DE TERRAS PÚBLICAS (Lei nº 6.383 de 7-12-1976) .. 54 15 - EMBARGOS DE TERCEIRO (art. 1046/1054 do CPC) ..................................... 57 16 - EMBARGOS INFRINGENTES (execução fiscal (Art. 34 da Lei nº 6.830) ....... 60 17 - AÇÃO CIVIL PÚBLICA POR ATO DE IMPROBIDADE................................. 61 18 – LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA POR CÁLCULO (ART. 604/605) .................. 65 19 – NOTIFICAÇÃO E INTERPELAÇÕES (ART. 871/873)..................................... 67 20 - EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA .............................................. 69

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01 - MEDIDAS CAUTELARES

Juiz concede a liminar

Citação

Execução e citação

Petição inicial (art. 801)

Concessão liminar (art. 808)

Justificação sem citação do réu mediante caução ou sem ela (art. 804)

Citação

Execução e citação

Contestação (art. 802)

Sem contestação (art. 803)

Audiência se necessária (art. 803, parágrafo único)

Sentença (art. 803)

Não concessão da liminar

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AÇÃO CAUTELAR Processo Cautelar

A ação cautelar, que provoca o surgimento do processo cautelar, colima uma finalidade auxiliar e subsidiária frente às funções jurisdicionais de cognição e execução. É dirigida a assegurar – garantir - o eficaz desenvolvimento e o profícuo resultado das outras duas funções (execução e cognição).

Sabe-se que para a composição dos conflitos, através do processo, necessária a prática de vários atos, os quais demandam tempo. Estas sentenças são de efeitos retroativos. Porém, no transcurso do tempo, poderão surgir variações nas coisas, pessoas e relações jurídicas envolvidas no litígio (deterioração, desvio, morte, alienação...).

Como ao Estado, como detentor da jurisdição, não basta garantir a tutela jurídica, mas também deve assegurar-lhe atingir o fim precípuo do processo que é a entrega do direito, utiliza-se do processo cautelar, o qual contém a um só tempo as funções do processo de conhecimento e de execução, e tem como elemento específico a prevenção.

Trata-se, pois, de processo contencioso, como o de cognição e execução, mas ao invés de se preocupar com a tutela do direito (composição da lide) - função principal da jurisdição - o processo cautelar exerce função auxiliar e subsidiária, servindo a tutela do processo, onde será protegido o direito.

"A atividade jurisdicional cautelar dirige-se à segurança e garantia do eficaz desenvolvimento e do profícuo resultado das atividades de cognição e de execução, concorrendo, desta maneira, para o atingimento do escopo geral da jurisdição."- HUMBERTO THEODORO JR

A cautela pode incidir sobre qualquer dos elementos do processo principal, ou seja, sobre coisas, pessoas e provas. Lembramos, porém, que não é o direito material que assegura o exercício dessa ação, mas o risco processual de ineficácia da prestação definitiva sob influência inexorável do tempo que se demanda para alcançar o provimento definitivo no processo principal. Portanto, as medidas cautelares servem, na verdade, ao processo e não ao direito da parte.

Como diz CARNELUTTI: enquanto o processo principal (de cognição ou execução) serve à tutela do direito, o processo cautelar, ao contrário, serve à tutela do processo.

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O objetivo do processo cautelar, pois, é manter o equilíbrio inicial das partes, pondo a situação de fato que elas se encontram a salvo das contingências temporais que envolvem a prestação jurisdicional definitiva.

Peculiaridades do Processo Cautelar

Instrumentalidade

A mais importante característica do processo cautelar é a sua instrumentalidade. Isto significa que a medida cautelar não tem um fim em si mesmo, mas sim em relação a uma providência definitiva que há de sobrevir e cujos efeitos antecipa, para que assim possa evitar-se o dano que derivaria da demora na prolação da sentença de mérito.

Nesse sentido, dispõe o art. 796 do CPC que “o procedimento cautelar pode ser instaurado antes ou no curso do processo principal e deste é sempre dependente”.

Portanto, a função cautelar é provisória e emergencial a uma necessidade de segurança que se impõe como relevante para a futura atuação jurisdicional definitiva. Ela não se liga a declaração do direito ou a sua realização.

O requisito para a concessão liminar de qualquer medida cautelar repousa no “fumus boni iuris” e no “periculum in mora”; o primeiro está no campo da possibilidade jurídica, e o segundo, no do interesse.

“Fumus boni iuris” é, literalmente, a “fumaça do bom direito”, ou seja, o provável perigo em face do dano ao direito do requerente, a ser postulado na ação principal. “Periculum in mora”, de seu turno, é o receio de que, no decorrer do tempo em que será decidida a tutela do direito, o requerente venha sentir faltarem as circunstâncias favoráveis à própria tutela. É o caso de risco, destruição, perecimento ou qualquer mudança (em pessoas, bens e provas) que inviabilize a perfeita e eficaz atuação no reconhecimento do direito. É o perigo que corre o direito se houver demora na tutela. Assim, o dano deve ser provável, não bastando apenas a possibilidade de ocorrer.

Classificações diversas: 1-) a primeira quanto à natureza (típicas ou nominadas, e atípicas ou inominadas); e a segunda, quanto ao momento em que são ajuizadas (preparatórias e incidentes). As medidas cautelares típicas ou nominadas são aquelas estabelecidas nos art. 813 ao 889 do CPC, e as atípicas, ou inominadas, as que estejam compreendidas no poder geral de cautela permitido pelo art. 798 do CPC, como sustação de protesto de título, as famosas de sustação de espetáculos, etc.

Quanto à segunda classificação, quanto ao momento em que são ajuizadas, convém salientar que algumas são apenas preparatórias, como a sustação de protesto, o afastamento temporário do cônjuge, a produção

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antecipada de provas etc., enquanto que a grande maioria pode ser preparatória ou incidental (seqüestro, caução, arrolamento de bens etc.), restando algumas como apenas incidentais, como o atentado, obras e conservação da coisa litigiosa etc.

Não obstante o art. 796 do CPC estabelecer que o procedimento cautelar possa ser instaurado antes do processo principal (“medida cautelar preparatória”) ou no curso deste (“medida cautelar incidental”), existem as liminares, que também são medidas cautelares, embora requeridas junto com o processo, como no caso do mandado de segurança, das possessórias etc. Pela natureza, a medida cautelar preparatória perde a eficácia, se não for ajuizada a ação principal no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da efetivação da medida (art. 806). E para tanto, o requerente deve mencionar a ação a ser proposta, sob pena de ser decretada a inépcia da inicial, em face do que determina o art. 801. A referência à ação principal é necessária para que o juiz possa verificar se o requerente tem legitimidade e interesse para propô-la, embora a indicação possa ser implícita, mas indubitável. Contrariando a natureza acessória das cautelas, há algumas que podem ter o caráter satisfativo, como a homologação do penhora legal, a posse em nome do nascituro, o protesto etc. Apesar do fato de terem caráter provisório, as medidas cautelares admitem, em geral, contestação, no prazo de cinco (5) dias (art. 802), bem como exceções (art. 304 a 314); entretanto a justificação, o protesto, a interpelação e a notificação não admitem defesa nos autos, e a produção antecipada de prova pode ser impugnada, quando não se verificar qualquer caso dos artigos 846 a 851.

Praticamente em todos os processos cautelares o juiz pode deferir liminarmente a medida sem ouvir o réu, com justificação prévia ou sem ela. Entretanto, o réu não poderá deixar de ser citado, salvo em casos excepcionais. A única medida cautelar que não admite a liminar é o atentado.

O procedimento comum das medidas cautelares é igual. O requerente oferece petição de acordo com o art. 801, com pedido de liminar. O juiz tem três caminhos a seguir: indefere liminarmente o pedido, concede de plano a medida ou manda realizar justificação prévia.

- Se indeferida a liminar, cabe Agravo de Instrumento, se a medida é incidente.

- No caso da concessão da liminar, o réu será citado para contestar, no prazo de 05(cinco) dias, a teor do art. 802 do CPC.

- Se entender necessária a justificação prévia, é marcada audiência de justificação prévia do alegado, intimando-se as partes.

Após a justificação prévia o juiz diante das provas produzidas, pode denegar ou conceder a liminar.

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Se o réu contestar o pedido e não houver necessidade de provas, o Juiz decidirá; se houver, designará audiência de instrução e julgamento, e, após esta, manifestando-se as partes, será proferida a sentença. Se o réu não contesta, o Juiz decide desde logo.

A apelação da sentença em procedimento cautelar só tem efeito devolutivo.

Só em casos excepcionais, expressamente autorizados por lei, determinará o juiz medidas cautelares sem audiência do requerido (art. 797).

Na concessão liminar ou mediante justificação prévia (sem citação do requerido), poderá o juiz determinar que o requerente preste caução real ou fidejussória de ressarcir os danos que o requerido possa vir a sofrer (art. 804). É o que se denomina “contracautela”.

A medida cautelar poderá ser substituída, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, pela prestação de caução ou outra garantia menos gravosa para o requerido, sempre que adequada e suficiente para evitar a lesão ou repará-la integralmente (art. 805).

Dabliopeandrade

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02 – AÇÃO COMINATÓRIA

Petição inicial

Contestação

Citação

Sem prova testemunhal ou pericial ou documental julgamento antecipado da lide art.

330 CPC

Com prova testemunhal ou pericial ou documental

Razões finais das partes

Razões finais do Ministério Público

Audiência de conciliação

Audiência de instrução e julgamento decisão ou entrega

de memoriais

Sentença

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AÇÃO COMINATÓRIA LEI 8080/90 (LOS – Lei Orgânica do SUS) delineia os princípios do sistema de saúde nacional e, em seu art, 2º, reconhece o direito à saúde como direito fundamental do ser humano, “devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu plano exercício e logo a seguir, no art. 6º, I, inclui, de modo peremptório, no campo de atuação do Sus “ “a execução de ações de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica”. CONCEITO É uma ação de procedimento especial; visa à concessão de tutela jurisdicional de urgência, inaudita altera pars, para determinar a imediata realização da obrigação de fazer, com prejuízo irreparável ao portador de doença acometida de difícil reparação. PREVISÃO LEGAL A constituição proclama a solidariedade da pessoa jurídica de direito público, ante o princípio do concurus parte fiunt. O principio da dignidade da pessoa humana (artigo 1º, III, da Carta Magna), vez que em face de tais “impasses”, encontra-se o Estado negando ao cidadão atendimento e acesso pleno à saúde, colocando-o, como bem assevera a Defensoria Pública, em flagrante situação de risco. O Estado – União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios – é responsável pelo provimento de condições ao exercício do direito à saúde (art. 2º., Lei n. 8080/90), de forma a ser admissível a legitimidade passiva de quaisquer dos entes federativos em demandas dessa natureza. O Poder Judiciário não está adstrito a prévio procedimento administrativo na esfera executiva para conceder medidas assecuratórias ao exercício de direitos salvaguardados pela Constituição Federal. PARTES Requerente: Pessoa jurídica de direito público e privado. Requerido: Pessoa jurídica de direito público.

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PETIÇÃO INICIAL É regida pelo art. 282 do CPC. Necessita a juntada de documentos pessoais, laudo médico, comprovante de residência, declaração de hipossuficiente beneficiário do art. 128, inciso I, da Lei complementar n.º 080/94 e art. 5º, parágrafo 5º da Lei Federal n.º 1060/50. DESPACHO O Requerido será citado para contestar, no prazo privilegiado da Fazenda Pública (art. 188 e 191 do CPC). Com a contestação, o requerente impugna a ação e protesta pela produção de provas admitidas em direito, com ou sem perícia, que caberá a decisão de audiência conciliatória ou de instrução. Se não houver provas a serem produzidas, os autos serão encaminhados ao Ministério Público, para parecer e, após, a sentença pelo juiz. Dabliopeandrade

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03 – AÇÃO MONITÓRIA (arts. 1.102ª/1.102c)

Petição inicial (art. 1.102ª) c/requisitos do

art. 282 do CPC

Citação para pagamento com prazo de 15 dias (art. 1.102-b)

Ocorre o pagamento (art. 1.102c § 1º)

Revelia (art. 1.102)

Embargos (art. 1.102c)

Extingue-se o processo sem ônus da sucumbência

(art. 1.102-c, § 1º)

Sentença de rejeição dos embargos

Impugnação

Conversão automática do mandado de pagamento em mandado executivo (art.

1.102c)

Instrução

Sentença de acolhida dos embargos

Extinção do processo

Prosseguimento como cumprimento de sentença (at. 1.102-c)

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AÇÃO MONITÓRIA Compete a quem pretender, com base em prova escrita (sem eficácia de título executivo), pagamento de soma em dinheiro, entrega de coisa fungível ou de determinado bem móvel (art. 1.102ª)

OBJETO DA AÇÃO Pagamento da soma do dinheiro ou entrega da coisa.

PETIÇÃO INICIAL A petição inicial tem que atender a todos os requisitos do art. 282 do CPC, e, especialmente, deve conter a descrição do fato constitutivo do direito do autor, já que este não dispõe de titulo executivo capaz de dispensá-lo da demonstração da causa de debendi. DESPACHO Com a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá de plano a expedição do mandado de pagamento ou de entrega da coisa, no prazo de 15(quinze) dias (art. 1102b). O ato do Juiz que, após verificar a prova do direito do autor, defere a expedição do mandado de pagamento é decisão interlocutória (CPC, art. 162, § 2º), em tudo igual, em natureza processual, à que defere a citação na execução de título executivo extrajudicial. Poderá o réu oferecer embargos que torna a monitória um procedimento de cognição, cujo provimento será uma sentença, que confirmará ou não o mandado de pagamento inicialmente deferido. O recurso cabível será o de apelação, com o duplo efeito legal. O mesmo se passa com a rejeição liminar dos embargos, sem apreciação de mérito, pois prevalece o entendimento jurisprudencial de que a regra especial sobre os efeitos da apelação contra sentença proferida em embargos à execução (CPC, art. 520, V). Os embargos são processados nos próprios autos (art. 1.102c, § 1º, CPC), como a contestação no procedimento ordinário do processo de conhecimento, até a sentença, que poderá acolher ou não a defesa. JULGAMENTO DOS EMBARGOS Se o réu não procedeu à entrega da coisa ou não pagou a dívida, conforme o caso, mas ofereceu embargos, o juiz deverá analisar sobre a necessidade de produção de provas.

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Nesse caso, deverá ser observado o rito ordinário. Se as provas forem dispensadas, o juiz proferirá sentença. Os embargos são julgados por sentença, que, como tal, desafia recurso de apelação, a ser processado com efeito devolutivo e suspensivo. NÃO-OFERECIMENTO DE EMBARGOS Se o réu não procedeu à entrega da coisa, não pagou a dívida, tampouco ofereceu embargos, ocorreu à revelia. Conseqüentemente, constituído está, de pleno direito, o título executivo judicial, convertendo-se o mandado inicial em mandado executivo, prosseguindo-se o feito na forma prevista nos art. 621 a 631 do CPC (execução para a entrega de coisa) – se a ação foi proposta para entrega de coisa ou de determinado bem móvel –, ou com base nos art. 646 a 731 do CPC (execução por quantia certa contra devedor solvente) – se o pedido era para pagamento de soma em dinheiro. CONVERSÃO PARA O RITO EXECUTIVO Segue com o rito da execução por quantia certa contra devedor solvente (arts. 646 e ss. Do CPC). Segue com o rito da execução para entrega de coisa certa (arts. 621 e ss. Do CPC). Dabliopeandrade

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04 - AÇÃO PROTETIVA – Lei 10.741/03 Estatuto do Idoso

Petição inicial

Contestação escrita ou oral apresentada em audiência, com rol de testemunhas, quesitos,

assistente técnico, se requerida prova pericial (art. 278 do CPC).

Citação para comparecer na audiência de conciliação (art. 277 do CPC c/c art. 69

da Lei 10741/03)

Sem prova testemunhal ou pericial ou documental, julgamento antecipado da lide (art.

330 CPC).

Com prova testemunhal, pericial ou documental

Razões finais das partes

Razões finais do Ministério Público

Audiência de instrução e julgamento, para decisão ou

entrega de memoriais

Sentença

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AÇÃO PROTETIVA

Regida pela Lei 10741/2003, dispõe sobre o Estatuto do Idoso.

É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos (art. 1o ).

O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade (art. 2o).

É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária (art. 3o).

CONCEITO É uma ação de procedimento sumário, visa à concessão de tutela jurisdicional de urgência, inaudita altera pars, para determinar a imediata realização da obrigação de fazer com prejuízo irreparável ao portador.

Expor ao perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado (Art. 99).

PREVISÃO LEGAL A Constituição proclama a solidariedade da pessoa jurídica de direito público, ante o princípio do concurus parte fiunt. Com fundamento no art. 129, inciso IX, da Constituição Federal de 1998, art. 81 do CPC, nos art. 43, inciso I, 44, 45, “caput”, incisos III e VII, da lei 10741/03. A lei complementar 75/93, que dispõe sobre a organização e atribuições do Ministério Público da União, aplicada subsidiariamente aos Ministérios Públicos

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Estaduais por força da determinação constante do art. 80 da Lei 8625/93, autoriza, dentre essas funções institucionais, a defesa dos bens e interesses dos idosos, nos termos do art. 5º inciso III, alínea “e”. PARTES Requerente: pessoa jurídica de direito público. Requerido: pessoa jurídica de direito público. PETIÇÃO INICIAL É regido pelo art. 282 do CPC, juntando documentos pessoais, processo administrativo do Ministério Público, e seus respectivos laudos e documentos. DESPACHO O Requerido será Citado para comparecer na audiência de conciliação (art. 277 do CPC c/c art. 69 da Lei 10741/03). A Contestação será escrita ou oral, apresentada em audiência, com rol de testemunhas, quesitos e assistente técnico se requerida à prova pericial (art. 278 do CPC). Com prova testemunhal ou pericial, os autos serão encaminhados para audiência de instrução e julgamento, para decisão ou entrega de memoriais, após as Razões Finais do Ministério Publico e sentença. Sem prova testemunhal ou pericial, os autos serão encaminhados para as partes, para razões finais, após as Razões finais do Ministério Publico e sentença. dabliopeandrade

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05 – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

(art. 463, inciso II, e 535 CPC)

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO Os Embargos de declaração são interpostos quando houver obscuridade, dúvida ou contradição ou omissa em ponto que deveria abordar. O prazo é de cinco dias, em petição dirigida ao juiz ou relator, com indicação do ponto obscuro, contraditório, omisso, não estando sujeito a preparo (art. 536) Interrompem o prazo para interposição de outros recursos por qualquer das partes (art. 538) Quando manifestamente protelatórios, o juiz ou o tribunal condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente de um por cento sobre o valor da causa. Na reiteração de embargos protelatórios, a multa é elevada a até dez por cento, ficando condicionada a interposição de qualquer outro recurso ao depósito de valor respectivo (art. 538, parágrafo único). Dabliopeandrade

Sentença ou acórdão (art. 535)

Petição dirigida ao juiz relator

Julgamento

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06 – EMBARGOS DO DEVEDOR À EXECUÇÃO (art. 736/747)

Petição Inicial art. 738

Rejeição liminar art. 739 I a III

Juiz recebe

Sem impugnação

Com impugnação

Audiência se necessária

Sentença Art. 740 e parágrafo único

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EMBARGOS DO DEVEDOR À EXECUÇÃO (art. 736/747) Recebida a petição inicial os autos serão autuados e apensados aos autos principais. DESPACHO Os embargos serão sempre recebidos com efeito suspensivo (art. 739, § 1º.) Quando os embargos forem parciais, a execução prosseguirá quanto à parte não embargada (art. 739, § 2º). E, se apenas um dos devedores embargarem, esses embargos não suspendem a execução contra os que não embargarem, quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao embargante (art. 739, § 3º) RECEBIDOS OS EMBARGOS O juiz mandará intimar o credor para impugná-los, no prazo de dez (10) dias, designando em seguida a audiência de instrução e julgamento, dispensando-se a audiência se os embargos versarem sobre matéria de direito ou, sendo de direito e de fato a matéria suscitada nos embargos, a prova for exclusivamente documental, caso em que o juiz proferirá sentença, independentemente de audiência (art. 740, parágrafo único do CPC) Fundada a execução em título extrajudicial, nos embargos poderá o devedor alegar, além das matérias previstas no art. 741, qualquer outra que lhe seria lícito aduzir como defesa no processo de conhecimento (art. 745), inclusive opor quaisquer exceções (art. 742). Tais embargos terão sempre efeito suspensivo, independentemente da matéria alegada. A rejeição liminar é possível, mas somente nas hipóteses previstas nos incs. I (intempestividade) e III (defeitos da petição inicial, art. 295) do art. 739. O inc. II do art. 739 só se aplica à execução fundada em título judicial. Dabliopeandrade

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07 – EXECUÇÃO FISCAL

Intimação pessoal do representante da

Fazenda (art. 22, § 2º)

Petição inicial (art. 6º)

Citação Penhora (ou fiança bancária) (art.8º, 9º, 10, 11)

Intimação da Penhora - prazo 30 dias (art. 12)

Devedor não embarga (art.18)

Devedor embarga (art. 16)

Embargos são processados (art. 17)

Embargos procedentes

Embargos improcedentes (art. 19)

Possível adjudicação dos bens pela Fazenda (art. 24, I)

Encerra-se a execução

Intimação do terceiro que tenha prestado garantia (art. 19)

Publicação de edital (art. 22)

Leilão (art. 23)

Pagamento à Fazenda

Possível adjudicação dos bens pela Fazenda (art 24, II)

Sentença de extinção do processo(CPC, 794)

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PROCESSO DE EXECUÇÃO FISCAL - LEI 6.830/80

CONCEITOS A execução Fiscal possui um universo jurídico próprio, com normas especificas, sendo certo que a base de tal subsistema é a Lei nº 6.830, de 22 de setembro de 1980, conhecida como Lei de Execução Fiscal – LEF. No dia 22 de janeiro de 2007 entrou em vigor, em todo o território nacional, a Lei nº 11.382, de 6 de dezembro de 2006, que trouxe nova sistemática ao processo de execução . Antes de se prosseguir no presente artigo, mister se faz prestar um esclarecimento inicial: toda a sistemática prevista na LEF referente à inscrição da dívida ativa permanece inalterada. PARTES Exeqüente: “É o credor do título executivo que vai a juízo promover a execução contra o devedor inadimplente – equivalente ao autor no processo de conhecimento”.1 Executado: “É o devedor do título executivo que se tornou inadimplente – equivalente ao réu no processo de conhecimento”.2 ATOS CITAÇÃO: “É o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou interessado a fim de se defender”. (art. 213, CPC). MANDADO: “É ordem de juiz ou membro de tribunal, com o fim de ser tomada medida coativa contra o destinatário, ou de dar ciência para que seja feito ou deixe de ser praticado algum ato”. PROCESSO DE EXECUÇÃO FISCAL É o processo para cobrança de créditos da Fazenda Pública (União, Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios) e constitui um conjunto de atos

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sucessivos e coordenados destinados à realização do direito, consubstanciado no título executivo. A Lei n. 6830/80 foi editada com o fim de regular a cobrança judicial da dívida Ativa da Fazenda Pública. O seu art. 1º estabelece que a cobrança judicial se estenda a toda a divida ativa tributaria ou não-tributária. A dívida ativa, conforme define o seu art. 2º, consiste em crédito da Fazenda Nacional, de qualquer valor, cuja cobrança seja atribuída por lei às entidades de que se trata o seu art. 1º. As partes no processo de execução fiscal são exeqüentes e executadas, e o processo se inicia por meio de petição do exeqüente, objetivando a satisfação do seu direito, ou seja, o pagamento de dívida em dinheiro. Sem o pagamento do débito no prazo legal, faz-se a penhora em bens do executado e sua intimação desta para a oposição de Embargos à Execução, no prazo de 30 (trinta) dias. Transcorrido esse prazo, a conversão desta em dinheiro efetua-se por meio de leilão, que é a transferência da propriedade do bem para um terceiro adquirente. Esse procedimento de transferência de propriedade ou alienação judicial sucede à penhora, desde que o executado/devedor não se oponha à execução, por meio de embargos ou, ainda, pague o débito, o que extinguirá o processo; e não havendo oposição, o procedimento é automático: 1º - avaliação; 2º publicação da hasta pública dos editais do leilão; 3º lavratura (em 24 horas após o leilão) do auto de arrematação; 4º - quando se tratar de bem imóvel, o arrematante irá ao Cartório de Registro de Imóveis com a Carta de Arrematação(desde que pago o imposto de transmissão), para efetuar a transcrição. AS PRINCIPAIS INOVAÇÕES DA LEI N. 6830 DE 22/09/80: 1 – faculta que a certidão de dívida ativa seja preparada e numerada por processo manual, mecânica ou eletrônica (art. 2º, § 7º); 2 – a petição inicial será instruída com a certidão da dívida ativa, que dela fará parte integrante, como se estivesse transcrita (art. 6º, § 1º); 3 – a petição inicial e a certidão da dívida ativa poderão constituir documento único, preparado até mesmo por processamento eletrônico (art. 6º, §2º); 4 – a produção de provas pela Fazenda Pública independerá de requerimento na petição inicial (art. 6º, § 3º); 5 – o valor da causa será o da dívida constante da certidão, com os encargos legais (art. 6º, § 4º); 6 – segundo o princípio da economia processual, evitam a repetitiva “conclusão dos autos”, para a prolação de despachos ordenatórios de autos cuja seqüência é óbvia e vai, desde logo, implicitamente admitida no deferimento da inicial (art. 7º); 7 – a citação será via postal (art. 8º); 8 – o prazo para pagamento será de 5 (cinco) dias (art. 8º) 9 – a citação será por edital, no prazo de 60(sessenta) dias para o réu ausente do país (art. 8º § 1º); 10 – a competência para processar e julgar a execução da dívida ativa da Fazenda Pública exclui a de qualquer outro juízo, inclusive o de falência, concordata, liquidação, insolvência ou inventário (art. 5º);

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11 – a faculdade de se garantir a execução, mediante depósito, fiança bancária ou indicação à penhora de bens oferecidos por terceiros (art. 9º); 12 – a faculdade de se pagar parcela da dívida e garantir a execução pelo saldo sobre o que recai a controvérsia (art. 9º § 6º); 13 – a intimação da penhora será feita mediante publicação na imprensa oficial (DJE) do ato da juntada da a penhora nos autos(art. 12); 14 – a avaliação será efetuada pelo oficial de justiça (art. 13); 15 – o registro da penhora, independente de novo despacho, de mandado ou de pagamento de custa ou de outra despesas, será efetuado mediante contrafé e cópia de termo ou auto de penhora (art. 14); 16 – o prazo para os embargos será de 30 (trinta) dias (art.16); 17 – haverá dispensa de audiência nos casos do art. 17, parágrafo único, combinado com o art. 330 do CPC; 18 – será realizada intimação do terceiro que ofereceu garantia para remissão ou pagamento (art. 18); 19 – na execução por carta, os embargos serão oferecidos no juízo deprecado, que os remeterá ao juízo deprecante para instrução e julgamento (art. 20); 20 – elimina-se a distinção entre praça e leilão; 21 – estabelece-se o que já ocorre na praxe forense, com relação à intimação do procurador (art. 25, parágrafo único); 22 – se, antes da decisão da primeira instância, for a inscrição cancelada, extinguir-se-á a execução fiscal(art. 26); 23 – facultam-se as publicações dos atos processuais resumidamente ou reunidas num só texto, referentes a diversos processos (art. 27); 24 – permite-se a reunião de processos contra o mesmo devedor (art. 28); 25 – a cobrança da dívida ativa não é sujeita a concurso de credores, habilitação em falência , concordata, liquidação, inventário ou arrolamento,art. 29); 26 – nos processos de falência, concordata, liquidação, inventário, arrolamento ou concurso de credores, nenhuma alienação será judicialmente autorizada sem a prova de quitação da dívida ativa ou concordância da Fazenda (art. 31); 27 – os depósitos serão feitos na Caixa Econômica Federal ou no Banco Oficial do Poder Publico (Conta única do Poder Judiciário) (art. 32); 28 – será feita comunicação da decisão final contrária à Fazenda (art. 33); 29 – serão cabíveis embargos infringentes e de declaração às decisões em execuções fiscais de valor igual ou inferior a 50 ORTN (ou padrão equivalente) (art. 34); 30 – dispensar-se-á revisor nas apelações (art. 35); 31 – dispensar-se-á a Fazenda Pública do pagamento de custas e de emolumentos, e a prática de atos de seu interesse independerá de preparo ou prévio depósito (art. 39); 32 – suspender-se-á a execução enquanto não for localizado o devedor ou encontrados bens penhoráveis (art.º); 33 – durante o período de suspensão de que trata o item anterior, não ocorrerá a prescrição; e sendo encontrado o devedor ou o bem, será determinado pelo juiz o prosseguimento do feito (art. 40 § 3º).

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COMENTÁRIOS DA LEI A Lei nº 6.830 regula a execução judicial para cobrança da dívida ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias (art. 1º). O despacho do juiz que deferir a inicial importa em ordem para: a-) citação; b-) penhora, se não for paga a dívida, nem garantida a execução por depósito ou fiança; c-) arresto, se o executado não tiver domicílio ou dele se ocultar; d-) registro da penhora ou do arresto, no registro imobiliário, na repartição competente para a emissão de certificado de veículo, ou na junta comercial; e-) avaliação dos bens penhorados ou arrestados (arts. 7º e 14). Salvo expressa manifestação da Fazenda, a citação será feita pelo correio, com aviso de recebimento; ou por oficial de justiça, ou por edital (art. 8º). A intimação da penhora será feita ao executado, mediante publicação, no órgão oficial, do ato de juntada do termo ou do auto de penhora. Nas comarcas do interior, a intimação poderá ser feita pela remessa de cópia do termo ou do auto de penhora, pelo correio, com aviso de recepção (art. 12). Mas, se o aviso de recepção feita pelo correio não contiver a assinatura do próprio executado ou de seu representante legal, a intimação da penhora far-se-á pessoalmente ao executado (art. 12, § 3º). Se a penhora recair sobre imóvel, intimar-se-á o cônjuge, observadas as normas previstas para a citação (art. 12, § 2º). O termo ou auto de penhora conterá também a avaliação, efetuada por quem o lavrar. Impugnada a avaliação, por qualquer das partes, antes de publicado o edital de leilão, o juiz, ouvida a outra parte, nomeará avaliador judicial para proceder à nova avaliação (art. 13). Não será admitida, nos embargos do devedor, reconvenção nem compensação; as exceções, salvo as de suspeição, incompetência e impedimentos, serão argüidas como matérias preliminares, e serão processadas e julgadas com os embargos (art. 16, § 3º) Recebidos os embargos, a Fazenda terá trinta dias para impugnação; a seguir, o juiz realizará audiência, se necessária, ou proferirá sentença em trinta dias. Na execução por carta, os embargos do executado serão oferecidos no juízo deprecado, que os remeterá ao juízo deprecante, para instrução e julgamento. Todavia, quando os embargos tiverem por objeto vícios ou irregularidades de atos do próprio juízo deprecante, para instrução e julgamento dessa matéria (art. 20), quaisquer que sejam os bens penhorados (móveis ou imóveis), a alienação será feita em leilão (art. 23). Qualquer intimação ao representante judicial da Fazenda Pública será feita pessoalmente (art. 25). O juiz, a requerimento das partes, poderá ordenar a reunião de processos contra o mesmo devedor (art. 28).

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Das sentenças de primeira instância proferidas em execuções de valor igual ou inferior a 50 OTNs só se admitirão embargos infringentes e de declaração. Para esse efeito, considerar-se-á o valor da dívida monetariamente atualizado e acrescido de multa e juros de mora e demais encargos legais, na data da distribuição (art. 34). Consulte-se o roteiro desse recurso, no capítulo referente a recursos. Será suspensa a execução, enquanto não for localizado o devedor, ou não forem encontrados bens penhoráveis; nesses casos, não correrá o prazo de prescrição; suspensa a execução, será aberta vista dos autos ao representante judicial da Fazenda; decorrido o prazo máximo de um ano, o juiz ordenará o arquivamento dos autos. Encontrados, a qualquer tempo, o devedor ou os bens, serão desarquivados os autos para prosseguimento da execução (art. 40). Só estão sujeitas ao duplo grau de jurisdição (ou “recurso de ofício”) as sentenças que julgarem procedentes os embargos à execução fiscal, de valor superior a sessenta salários mínimos (CPC art. 475. § 2º). Não estão sujeitas ao duplo grau as sentenças fundadas em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula desse Tribunal ou do tribunal superior competente (idem § 3º). Dabliopeandrade

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08 - INCIDENTE DE IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA

Traslado de cópia para a ação principal

Petição de Impugnação, no prazo da contestação (art. 261 do CPC)

Vista ao Autor para manifestação Prazo: cinco dias

Nomeação de perito pelo Juiz, se necessário

Discordância do autor

Concordância do autor

Fixação do Valor da Causa pelo Juiz Prazo: dez dias

Agravo de Instrumento (art. 522 e 523 do CPC)

Prazo: dez dias

Baixa

Arquivamento

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IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA (Art. 261 do CPC) A impugnação do valor atribuído à causa tem cabimento toda vez que o réu discordar da estimação feita pelo autor, seja nos casos em que a lei impõe um padrão para o cálculo, e o autor a infrinja, seja no caso em que a lei deixa livre ao autor a estimativa, e ele a faça errônea ou abusivamente. PARTES NA IMPUGNAÇÃO lmpugnante: É o réu da ação principal, que não concorda com o valor dado à causa. Impugnado: É o autor da ação principal, que atribuiu o valor à causa. TRAMITAÇÃO NA SECRETARIA PETIÇÃO INICIAL A petição, que será recebida por dependência, deverá ser protocolada, autuada e registrada no Livro de Incidentes da Secretaria (conforme provimento da Corregedoria Geral do TJMT). Após a autuação da impugnação, o funcionário encarregado deverá apensá-la aos autos principais, certificar sua ocorrência e encaminhar o incidente ao juiz, que proferirá nele o despacho. PETIÇÃO DO IMPUGNADO (Art. 261 do CPC) O impugnado deverá justificar o valor que atribuiu à causa, podendo também concordar com a impugnação. A petição deverá ser juntada aos autos e estes deverão ser encaminhados ao juiz. FIXAÇÃO DO VALOR DA CAUSA 1 – Quando o juiz necessitar de auxílio de perito. Obs.: Após, segue-se o rito ordinário. 2 – Quando o impugnado concordar com o valor atribuído pelo impugnante. 3 – Quando o impugnado não concordar com o novo valor atribuído pelo impugnante, e o juiz entender pelo deferimento da Impugnação. 4 – Quando o impugnado não concordar com o novo valor atribuído pelo impugnante, e o juiz entender pelo indeferimento da impugnação. Publicada a decisão, o funcionário do cível deverá certificar nos autos principais o

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novo valor atribuído à causa, tomando as providências necessárias para seu cumprimento. Obs.: Da decisão proferida na impugnação cabe agravo BAIXA E ARQUIVAMENTO Não havendo agravo contra a decisão, os autos deverão ser desapensados e arquivados. dabliopeandrade

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09 – MANDADO DE SEGURANÇA

Petição inicial 6º

Suspensão liminar do ato 7º, II

Notificação da autoridade coatora por ofício, acompanhada de cópias da petição e dos

documentos (10 dias). 7º, I

Comunicação à autoridade coatora por ofício

Autoridade coatora presta informações ou deixa de

fazê-lo

Parecer do Ministério Público (5 dias)

Sentença (5dias)

Se procedente o pedido

Ofício à autoridade coatora (art. 11)

Duplo grau de jurisdição (art. 12, parágrafo único

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MANDADO DE SEGURANÇA (Lei nº 1.533, de 31-12-1951) CONCEITO “Garantia fundamental para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público”. (Dicionário Jurídico – Academia Brasileira de Letras Jurídicas) O essencial para a impetração é que o impetrante – pessoa física, jurídica, ou órgão público – tenha prerrogativa ou direito próprio, individual ou coletivo, a defender, e que este direito se apresente líquido e certo, ante o ato impugnado. NATUREZA PROCESSUAL O mandado de segurança é ação civil de rito sumário especial, por isso enquadra-se no conceito de causa, enunciado pela Constituição, para fins de fixação de foro e juízo competente para o seu julgamento. Visa principalmente à invalidação de atos de autoridade ou a supressão de efeitos de omissões administrativas capazes de lesar direito individual, próprio, líquido e certo. Ou seja, o objeto do mandado de segurança será sempre a correção de ato ou omissão de autoridade, desde que ilegal e ofensivo de direito líquido e certo do impetrante. Ato de Autoridade: é toda manifestação praticada por autoridade do poder público, no exercício de suas funções. Equiparam-se a atos de autoridade as omissões administrativas das quais possa resultar lesão a direito subjetivo da parte e não apenas a interesses gerais da coletividade. Direito Individual: é o direito próprio do impetrante; pertence a quem o invoca e não apenas à sua categoria, corporação ou associação de classe. Direito líquido e certo: é o direito comprovado de plano; se depender de comprovação posterior, não é líquido nem certo, para fins de segurança. Quando a lei fala em direito líquido e certo, está exigindo que esse direito se apresente com todos os requisitos para o seu reconhecimento e exercício no momento da impetração. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO Como espécie do mandado de segurança, o Mandado de Segurança Coletivo pode igualmente ser conceituado como um instituto de direito processual constitucional, cujo objetivo é o de que uma só decisão possa atingir a um número maior de interessados. Esse meio de tutela diferenciada, do ponto de vista processual, visa ampliar a possibilidade de acesso à justiça, evitando

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decisões contraditórias nos pedidos, para diversas pessoas que se encontrem na mesma situação judicial. O mandado de segurança, antes da atual Constituição, ao exigir legitimidade do sujeito ativo, restringia o campo de atuação das corporações civis e sindicais, que só podiam buscar a segurança se a lesão de direito recaísse sobre a corporação em si, sem ser particularmente incidente sobre os membros ou associados, um, alguns ou todos. A atual Constituição Federal (art. 5º, LXX) ampliou o âmbito de atuação do Mandado de Segurança, agrupando determinados indivíduos e dando ao grupo capacidade processual, verbis: “o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados”. PRAZO PARA IMPETRAÇÃO O prazo para impetrar mandado de segurança é de 120 (cento e vinte) dias, a contar do dia em que o interessado tiver conhecimento oficial do ato a ser impugnado (art. 18 da Lei 1.533/51). A fluência do prazo só se inicia na data em que o ato impugnado começa a produzir lesão ao direito do impetrante. Tratando-se de Writ preventivo, não se opera a decadência, eis que a lesão temida está sempre presente, em um renovar constante. PARTES IMPETRANTE: titular do direito individual, líquido e certo, para o qual pede proteção pelo mandado de segurança. O direito subjetivo do impetrante pode ser privado ou público, exclusivo ou pertencente a vários titulares, ou mesmo a toda uma categoria de pessoas. Os partidos políticos, as associações, os sindicatos não tinham legitimação ativa para requererem mandado de segurança em benefício de seus associados. Porém, a Constituição Federal assegurou tal direito em seu art. 5º, LXX, alíneas a e b. IMPETRADO: é a autoridade coatora e não a pessoa jurídica ou o órgão a que pertence; é a autoridade pública ou delegada, aquela que detém na ordem hierárquica poder de decisão e é competente para praticar os atos administrativos decisórios, os quais, se ilegais ou abusivos, são suscetíveis de impugnação por mandado de segurança, quando ferirem direito líquido e certo. Na esfera do mandamus, é possível o exercício de função pública, por dirigente de pessoa jurídica de direito privado, por delegação. MINISTÉRIO PÚBLICO: é oficiante necessário no mandado de segurança, não como representante da autoridade coatora ou da entidade estatal a que pertence, mas como ente autônomo, incumbido de velar pela correta aplicação da lei e pela regularidade do processo; é o fiscal da lei.

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LITISCONSÓRCIO: é admitido por expressa disposição da lei que regulamenta o mandado de segurança (art. 19, Lei 1.533/51), ou seja, aplicam-se ao processo do mandado de segurança os artigos 46 a 55 do CPC, que regulam o litisconsórcio ativo e passivo. LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO: quando a causa pertence a mais de um em conjunto, e a nenhum isoladamente, a ação não pode prosseguir sem a presença de todos, sob pena de nulidade do julgamento. LITISCONSÓRCIO IRRECUSÁVEL (FACULTATIVO IMPRÓPRIO): a causa pertence a cada um isoladamente, mas como é comum o interesse das partes e conexa a relação de direito, a decisão do pedido de um influirá na do outro, razão pela qual o litisconsórcio não poderá ser recusado por quaisquer dos litigantes. LITISCONSÓRCIO RECUSÁVEL (FACULTATIVO PRÓPRIO): quando as pretensões são autônomas; mas, como há afinidade entre as causas, por um ponto comum de fato ou de direito, permite-se a reunião das ações, se com isso concordarem as partes, por economia processual e com o intuito de evitar decisões teoricamente conflitantes. LITISCONSORTE PASSIVO NECESSÁRIO: terá de integrar a lide e poderá fazê-lo a qualquer tempo, espontaneamente ou por determinação do juiz; a sua ausência acarreta a nulidade do julgamento. COMPETÊNCIA A competência para julgar mandado de segurança se define pela categoria da autoridade coatora e/ou pela sua sede funcional. Para a fixação do juízo competente em mandado de segurança não interessa a natureza do ato impugnado, o que importa é a sede da autoridade coatora e sua categoria funcional. PETIÇÃO INICIAL A petição inicial deve atender aos requisitos dos art. 282 e 283 do CPC (com exclusão do item VI do artigo 282, uma vez que no mandado de segurança as provas devem acompanhar a inicial, pois o rito sumário não comporta comprovação posterior); deve ser apresentada em duas vias ou mais, de acordo com o número de autoridades coatoras ou de litisconsortes passivos necessários, e com os documentos que a instruem. Essas cópias dispensam autenticação, mas devem ser rubricadas pelo advogado do impetrante, que responderá pela sua exatidão. Havendo necessidade de documento em poder do impetrado ou de repartição pública que o sonegue, o impetrante poderá pedir ao juiz que o requisite no original ou por certidão para complementar a instrução do processo.

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No caso da necessidade de requisição de documento, esta se fará por meio de ofício, com o prazo de dez dias para sua exibição. Se o documento estiver em poder do impetrado, a ordem será feita no próprio instrumento de notificação (art. 6º, Lei 1.533/51). Em caso de urgência, é permitida a impetração por telegrama. (art. 4º, Lei 1.533/51) A partir da juntada dos mandados de notificação do impetrado e de citação dos litisconsortes, começa a fluir o prazo para as informações e para a contestação. O ofício requisitório deverá ser entregue por oficial de justiça, nos limites territoriais da Seção Judiciária. Fora desses limites, o ofício deverá ser enviado por via postal, com aviso de recebimento, pois, a rigor, a expedição de precatória é incompatível com a celeridade do processo. DESPACHO Os autos serão encaminhados para o Juiz para: determinar a emenda da inicial, em caso de defeito ou irregularidades; apreciação da petição inicial, especialmente se houver pedido de medida liminar. Medida liminar: “Medida tomada pelo juiz, no início da ação, sem ouvir o réu e em favor do impetrante, para prevenir eventual prejuízo se aguardado o desfecho processual normal” (Acad. Bras. Letras Jurídicas). Para concessão da liminar, devem concorrer dois requisitos legais: - a relevância dos motivos em que se assenta o pedido na inicial; e a possibilidade da ocorrência de lesão irreparável ao direito do impetrante, se vier a ser reconhecido na decisão de mérito. A decisão que aprecia a liminar (denegatória ou concessiva), em mandado de segurança, é impugnável mediante agravo de instrumento. Se concessiva, é questionável, ainda, a qualquer tempo, por meio da figura da “Suspensão dos efeitos da liminar, a ser dirigida ao Presidente do Tribunal”, desde que solicitada por quem de direito e havendo os pressupostos legais. A suspensão da liminar em mandado de segurança, salvo determinação em contrário da decisão que a deferir, vigorará até o trânsito em julgado da decisão definitiva de concessão da segurança ou, havendo recurso, até a sua manutenção pelo Supremo Tribunal Federal, desde que o objeto da liminar concedida coincida, total ou parcialmente, com o da impetração (Súmula 626 do STF Despacho na Petição Inicial que contenha defeito ou irregularidade Nos termos do art. 284, parágrafo único, do CPC, emende-se a inicial no prazo de 10 dias para que......(especificar o que deve ser atendido). Cumprida a diligência acima, voltem. Local e data. Juiz INTIMAÇÃO DA LIMINAR; Deferida a liminar, será expedido o mandado ou o oficio, a fim de que o impetrado preste as informações que julgar necessárias, no prazo de 10 (dez)

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dias; com as informações, ou sem elas, os autos serão encaminhados ao Ministério Público, para dar o seu parecer; retornando à escrivania, serão encaminhados ao gabinete, para sentença. Sentenciado, cabe recurso ao Tribunal, para reexame da decisão, a ser confirmada ou retificada. Dabliopeandreade

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10 - EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA

(Arts. 730 -731 E 741)

Petição inicial com base em título judicial ou extrajudicial

Citação com prazo de dez dias (Art. 730, caput)

Título judicial

Título extrajudicial

Não há embargos

Há embargos (art. 740)

Com ou sem embargos

Sentença

Rejeição

Sentença acolhe os embargos

Sentença rejeita os embargos

Extingue a execução (art. 795)

Requisição de pagamento (art. 730, I)

Expedição de Precatório pelo Presidente do Tribunal de Justiça (art. 730, I)

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EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA O processo de execução por quantia certa, regulado pelos art. 730 e 731 do Código de Processo Civil, aplica-se às autarquias e demais pessoas jurídicas de direito público interno, como as fundações de direito público, cujos bens, tal como as das autarquias são impenhoráveis. Com a Emenda Constitucional nº. 30, de 13.09.2000, que deu nova redação ao § 1º do art. 100 da CF/88, ficou claro que, no caso de obrigação por quantia certa, a execução contra a Fazenda Pública, nos moldes do art. 730 do CPC, somente será possível com base em sentença transitada em julgado, restando, pois, afastada, na espécie, a execução provisória. E instituiu as seguintes regras novas: a-) o pagamento do precatório deve ser realizado até o final do exercício seguinte ao de sua tempestiva apresentação (§ 1º); b-) os precatórios terão seus valores atualizados monetariamente na época do pagamento (§ 1º); não tendo a regra constitucional autorizado o acréscimo de juros moratórios, o pagamento dentro do prazo marcado pelo § 1º do art. 100 da CF não os incluirá. Eventual desrespeito ao termo produzirá a mora da Fazenda e justificará a inclusão dos juros no precatório complementar, mas sua incidência fluirá apenas a partir do final do exercício em que o pagamento deveria ser realizado. c-) o presidente do tribunal competente que, por ato comissivo ou remissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatório incorrerá em crime de responsabilidade (§ 5º). Embargos à execução contra a Fazenda Pública A execução por quantia certa contra a Fazenda Pública, conforme já se registrou, pode fundar-se em título judicial ou extrajudicial ( v., retro nº 888). O rito executivo é o mesmo (art. 730 e 731). O conteúdo admitido para os embargos de devedor é diferente. É ampla a matéria discutível frente ao título extrajudicial (art. 745) e limitada a que se pode opor ao título judicial (art. 741). A propósito do assunto, dispõe o art. 745, V, que, nos embargos à execução fundada em título extrajudicial, o executado poderá alegar “qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo conhecimento”, O prazo para oposição dos Embargos à Execução é de 30 (trinta) dias, e inicia-se a contagem a partir da juntada do mandado aos autos do processo de execução, não sendo necessária a penhora para assegurar o juízo, por serem impenhoráveis os bens públicos. Em caso de não oposição de Embargos à execução, ou mesmo quando julgado improcedente, cabe ao juízo de primeiro grau a requisição, por intermédio do presidente do tribunal competente, para que seja incluído no orçamento. O procedimento do precatório tramitará no tribunal respectivo, aquele a que se subordinar o juízo de primeiro grau, e se processará nos termos do Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso.

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CNGC, Capítulo 2, Seção 12 – Precatório Requisitório. 2.12.1 – Os pagamentos das importâncias devidas pela Fazenda Estadual ou pela Fazenda Municipal, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, bem como as requisições de pequeno valor, assim definidos em lei, serão requisitados pelo juiz competente ao Presidente do Tribunal de Justiça. 2.12.2 - As requisições serão dirigidas ao Presidente do Tribunal, pelo Juiz da execução, por meio de ofício, cujo teor deverá conter expressamente as seguintes indicações: I - identificação da ação de que resultou o crédito, data de ajuizamento, número do processo, nome do(s) autor(es), comarca e/ou vara em que tramitou; II – se se trata de crédito de natureza alimentar ou comum; III - nome por extenso de todos os credores; IV - nome do devedor; V - total da importância do crédito a ser requisitado, de acordo com a última atualização, individualizada quando houver mais de um credor; VI – indicação do banco, agência e conta-corrente em nome do titular do crédito para o respectivo depósito; VII – que o pagamento se fará mediante termo de quitação nos autos, com assistência do representante legal da Fazenda; VIII – assinatura do Juiz. 2.12.2.1 - Na hipótese de requisição de pequeno valor, dispensam-se as indicações dos itens II e VII. 2.12.3 – Os ofícios de requisição deverão, obrigatoriamente, ser acompanhados de cópias custeadas pelo interessado (exceto em se tratando de beneficiário da justiça gratuita), em duas vias, das seguintes peças, além de outras que o juiz entender necessárias: I – sentença condenatória e o acórdão que tenha sido proferido no segundo grau de jurisdição, se for caso de reexame necessário e/ou de recurso voluntário; II – a conta de liquidação ou demonstrativo do débito, atualizados a partir do valor histórico, com esclarecimento dos índices utilizados; III – decisão que tiver homologado a conta de liquidação; IV – procuração e os possíveis substabelecimentos; V – se o credor ou interessado for pessoa jurídica, o registro desta; VI – certidão de trânsito em julgado, tanto da fase do processo de conhecimento, como dos embargos à execução, se houver; VII – certidão de intimação da Fazenda Pública para opor embargos; VIII – certidão de decurso do prazo legal para oposição de embargos à execução, ou cópia da decisão nestes proferida. 2.12.3.1 – Em se tratando de precatório decorrente de título extrajudicial, excluem-se os itens “I” e “III”. 2.12.3.2 - Para as requisições de pequeno valor a que se refere a Lei Estadual 7.894/2003, além dos itens elencados nesta norma, o ofício deverá conter, ainda, renúncia do eventual saldo remanescente.

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2.12.4 – Quando na Ação Originária houver valores caracterizados como precatório Requisitório e Requisição de Pequeno Valor, ou ainda, sendo estes de natureza diversa (alimentar ou comum), deverá o Magistrado requisitá-los separadamente. 2.12.5 - Os honorários advocatícios sucumbenciais pertencem ao advogado e constituem crédito de natureza alimentar, devendo este constar como interessado no ofício de requisição, quando os créditos forem compatíveis. Em sendo os créditos de natureza diversa, proceder-se-á em solicitações distintas, que dará origem a Precatório ou Requisição de Pequeno Valor. 2.12.6 – O procedimento do recebimento até a quitação do precatório será de competência da Secretaria Auxiliar da Presidência do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, criada pela Lei 8.246/2004, na forma da Emenda Regimental nº 01/2004 – TJ. dabliopeandrade

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11 – AÇÃO CIVIL PÚBLICA

( Lei 7.347 de 24.07.1985)

Petição inicial

Citação

Contestação

Vista ao Ministério Público

Sem prova testemunhal ou pericial ou documental

Com prova testemunhal ou pericial ou documental

Razões finais das partes

Segue o procedimento ordinário

Razões finais do Ministério Público

Sentença

Duplo grau de jurisdição

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AÇÃO CIVIL PÚBLICA

A ação civil pública, disciplinada pela Lei 7.347/1985, é o instrumento processual adequado para reprimir ou impedir danos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (art. 1º), protegendo, assim, os interesses difusos da sociedade. OBJETO DA AÇÃO

A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer (Art. 3°).

PETIÇÃO INICIAL

Para instruir a inicial, o interessado poderá requerer às autoridades competentes as certidões e informações que julgar necessárias, a serem fornecidas no prazo de 15 (quinze) dias (art. 8°).

O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou qualquer organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias úteis (§ 1°).

Somente nos casos em que a lei impuser sigilo, poderá ser negada certidão ou informação, hipótese em que a ação poderá ser proposta, desacompanhada daqueles documentos, cabendo ao juiz requisitá-los (§ 2°).

DESPACHO INICIAL

Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz determinará o cumprimento da prestação da atividade devida, ou cessação da atividade nociva, sob pena de execução específica, ou de cominação de multa diária, se esta for suficiente ou compatível, independentemente de requerimento do autor (art.11).

Poderá o juiz conceder o mandato liminar, com ou sem justificação prévia, em decisão sujeita a agravo (art. 12).

A requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada, e para evitar grave lesão à ordem, à sede, à segurança e à economia pública, poderá o Presidente do Tribunal a que competir o conhecimento do respectivo recurso suspender a execução da liminar, em decisão fundamentada, da qual caberá

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agravo para uma das turmas julgadoras, no prazo de 5 (cinco) dias a partir da publicação do ato (§ 1°).

A multa cominada liminarmente só será exigível do réu após o trânsito em julgado da decisão favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver configurado o descumprimento (§ 2°).

Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a um fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que participarão necessariamente o Ministério Público e representantes da comunidade, sendo seus recursos destinados à reconstituições dos bens lesados (art. 13). Parágrafo único. Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará depositado em estabelecimento oficial de crédito, em conta com correção monetária. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano irreparável à parte (art. 14). Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória sem que a associação autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa aos demais legitimados (art. 15). A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova (art. 16). Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos (art. 17).

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12 – AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO (DEC- Lei 3. 365, de 21-6-1941)

Petição inicial Prédio residencial urbano, habitado pelo proprietário ou compromissário-comprador

(art. 1º a 6º do Dec.-Lei 1075/70)

Intimação da oferta

Sem impugnação

Impugnação da oferta

Exame por perito avaliador

Juiz fixa valor provisório

Depósito

Imissão provisória na posse

Nomeação do perito

Citação

Com ou sem contestação

Partes indicam assistentes técnicos e quesitos

Levantamento pelo expropriado (art. 33,§2º, do Dec.-Lei nº 3.365;art. 5º do Dec.-Lei nº 1075/70)

Concordância expressa quanto ao preço.

Sem concordância expressa

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Procedimento ordinário a-) saneamento do processo; b-) laudo; c-) audiência.

Sentença

Prova de propriedade

Liquidação

Depósito da quantia apurada

a) mandado de imissão na posse, se não concedida liminarmente

b) carta de sentença, para transcrição no registro de imóveis

Edital , prazo de 10 dias

Dúvida fundada, sobre o domínio

Preço permanece em depósito; interessados disputam em ação

própria. (art. 34, parágrafo único)

Levantamento do depósito pelo expropriado

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DESAPROPRIAÇÃO Pela Constituição, a propriedade deve cumprir uma função social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro; e art. 184, para fins de reforma agrária, é de iniciativa exclusiva da União. CONCEITO Por interesse social: Ação por meio da qual se visa transferir, compulsoriamente, a propriedade particular para o Poder Público ou seus delegados, por interesse social, no caso de reforma agrária, mediante pagamento em títulos da dívida agrária, para a terra nua, e em dinheiro para as benfeitorias (CF, art. 184). Nos demais casos de interesse social (Lei n. 4.132/62), mediante pagamento em espécie. Por utilidade pública: Ação por meio da qual se visa transferir, compulsoriamente, a propriedade particular para o Poder Público ou seus delegados, por utilidade pública, mediante pagamento em espécie. PREVISÃO LEGAL Por interesse social – para fins de reforma agrária: • Decreto-lei n. 3.365, de 21 de junho de 1941 (aplicado supletivamente). • Lei n. 8.629, de 25 de fevereiro de 1993. • Lei Complementar n. 76, de 06 de julho de 1993. • Lei Complementar n. 88, de 23 de dezembro de 1996. • Medida Provisória n. 2.027-42, de 28 de setembro de 2000. Outros casos de interesse social: • Lei n. 4.132, de 10 de setembro de 1962, art. 2°. Por utilidade pública: • Decreto-lei n. 3.365, de 21 de junho de 1941. PARTES Expropriante: Poder Público Expropriado: proprietário ou possuidor. PETIÇÃO INICIAL Deverá conter os requisitos do art. 282 do CPC, o instrumento de mandato, um exemplar do contrato ou do jornal oficial, com a publicação do decreto da desapropriação, e a planta ou descrição dos bens e suas confrontações, deve conter a oferta de preço que constitui ao valor da causa, e, provada a urgência, o pedido de imissão liminar de posse. A citação obedece aos art. 16, § único, 17 e 18 do Decreto-Lei. Após, distribuída, autuada e registrada, a petição inicial deverá ser encaminhada ao juiz, que proferirá a decisão que caberá agravo.

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Se na contestação o expropriado concordar com o preço oferecido, o juiz homologará, por sentença, no saneamento do processo. Se não concordar, o processo segue o procedimento ordinário, cominando com a sentença, que cabe apelação; se interposto pelo expropriado o efeito é apenas devolutivo; se pelo expropriante, será o recurso recebido em ambos os efeitos. Se condenar a Fazenda Pública em importância superior ao dobro da oferecida, a sentença fica sujeita ao duplo grau de jurisdição. Se a desapropriação é movida pela União ou autarquias e empresas federais, o reexame necessário é obrigatório. Prolatada a sentença, deve ser feito o depósito da importância nela arbitrada, mas o levantamento só se dará após a prova da propriedade, e a expedição de editais, com prazo de dez (10) dias, para conhecimento de terceiros. Tomadas essas providências, poderá o preço ser levantado. Se houver dúvida sobre o domínio, permanecerá o preço em depósito remunerado, até que se defina o domínio, em ação própria. Prolatada a sentença, independentemente de interposição de apelação, em face dos efeitos em que é recebida, é expedido o mandado de emissão definitiva de posse, extraindo-se a carta de sentença, que servirá de titulo para transcrição no Cartório de Registro de Imóvel (art. 29 do Decreto-Lei nº 3365/41). Dabliopeandrade

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13 - AÇÃO POPULAR

Em havendo desistência da ação pelo autor popular, o Ministério Público ou qualquer cidadão assumirá o pólo ativo da relação processual(art. 9º da LAP)

Petição inicial (art. 7º)

Citação (art. 6º, 7º, II e III)

Vista ao Ministério Público

Intimação do Ministério Público (art. 7º, I –a)

Contestação – (art. 7º, V) prazo 20 dias (comuns) prorrogáveis por mais 20)o autor

Sem prova testemunhal ou pericial

Com prova testemunhal ou pericial

Razões finais das partes

Segue o procedimento ordinário

Razões finais do Ministério Público

Sentença

Se concluir pela carência ou pela improcedência da ação: duplo grau

de jurisdição

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AÇÃO POPULAR A Constituição Federal de 1988 assim dispõe sobre o instituto da ação popular, conforme redação expressa do art. 5º, LXXIII: LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência. Trata-se, inegavelmente, de um instrumento de combate a atos lesivos ao patrimônio público em sentido lato. José Afonso da Silva caracteriza-a como um “remédio constitucional pelo qual qualquer cidadão fica investido de legitimidade para o exercício de um poder de natureza essencialmente política” constituindo-se, nas palavras do doutrinador, como uma manifestação direta da soberania popular consubstanciada no parágrafo único do art. 1º da Constituição Federal de 1988. OBJETO DA AÇÃO O inciso LXXIII do art. 5º da Constituição Federal de 1988 ampliou de forma considerável o objeto da ação popular. Conforme redação vigente, a ação popular “visa a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural”. De fato, a inclusão do conceito moralidade administrativa aumentou consideravelmente o campo de atuação compreendido pela ação popular. PETIÇÃO INICIAL São três os requisitos da Ação Popular: condição de eleitor, munido de título eleitoral, ilegalidade ou ilegitimidade do ato a invalidar a Administração Pública, lesividade do ato ao patrimônio publico – que constituem os pressupostos da demanda, não se viabiliza a ação popular.

DESPACHO INICIAL O juiz ordenará a citação de todos os responsáveis pelo ato impugnado e a intimação do Ministério Público que, interveniente obrigatório na ação, requisitará os documentos necessários, marcando o prazo de quinze a trinta dias para atendimento; ordenará a citação pessoal dos que praticarem o ato e a citação edital e nominal dos beneficiário, e o autor assim o requer art. 7º, I e II.

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CITAÇÃO O réu será citado pelo oficial de justiça para contestar a ação, no prazo de 20 (vinte) dias. Caso o réu encontrar-se em lugar incerto e não sabido, será citado por Edital, com prazo de 20(vinte) dias. INTIMAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. Confirmada a citação e contestada a ação, abre-se vista ao Ministério Público para se manifestar. OCORRENDO COM ISSO DUAS HIPÓTESES: 1- Se não houver requerimento de prova pericial ou testemunhal, o juiz o saneará e concederá vista sucessiva de 10 (dez) dias ao autor e ao réu para alegações, sendo-lhe os autos conclusos nas 48 (quarenta e oito) horas seguintes. 2- Se houver provas a serem produzidas em audiência, o processo seguirá o curso ordinário (art. 7º inciso V). SENTENÇA Quando não prolatada a sentença em audiência de Instrução e Julgamento, deverá ser proferida dentro do prazo de 15 (quinze) dias. CARÊNCIA OU IMPROCEDÊNCIA DA AÇÃO Não está sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatório a sentença que julga procedente a ação popular. A sentença, quando for julgada carecedora ou improcedente a ação, está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não podendo produzir efeito senão depois de confirmada pelo Tribunal. dabliopeandrade

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14 - DISCRIMINATÓRIA DE TERRAS PÚBLICAS (Lei nº 6.383 de 7-12-1976)

Petição inicial, instruída com o memorial descritivo da área (art. 20, §1º)

Juiz designa audiência e ordena citação dos interessados por edital (art. 20, §§ 2º e 4º)

Rol de testemunhas, pelos réus, 48 horas antes da audiência (art. 278, § 2º, CPC)

Audiência: tentativa de conciliação, defesa dos interessados e juntada de seus títulos,

provas e sentença (art. 278, CPC, e 4º)

Demarcação da área; observados, no que couberem, os arts. 959 a 966 do CPC

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DISCRIMINATÓRIA DE TERRAS PÚBLICAS CONCEITO A lei nº 6.383 de 7-12-1976 dispõe sobre o Processo Discriminatório de Terras Devolutas da União. No processo discriminatório judicial será observado o procedimento sumaríssimo de que trata o Código de Processo Civil (art. 19 e 20).

Art. 19 - O processo discriminatório judicial será promovido:

I - quando o processo discriminatório administrativo for dispensado ou interrompido por presumida ineficácia;

II - contra aqueles que não atenderem ao edital de convocação ou à notificação (artigos 4º e 10 da presente Lei); e

III - quando configurada a hipótese do art. 25 desta Lei.

Parágrafo único. Compete à Justiça Federal processar e julgar o processo discriminatório judicial regulado nesta Lei.

PETIÇÃO INICIAL

A petição inicial será instruída com o memorial descritivo da área, de que trata o art. 3º desta Lei (art. 20, § 1º).

A citação será feita por edital, observados os prazos e condições estabelecidas no art. 4º desta Lei (art. 20, § 2º).

Da sentença proferida caberá apelação somente no efeito devolutivo, facultada a execução provisória (Artigo 21).

A demarcação da área será procedida, ainda que em execução provisória da sentença, valendo esta, para efeitos de registro, como título de propriedade (art. 22). Na demarcação observar-se-á, no que couber, o procedimento prescrito nos artigos 959 a 966 do Código de Processo Civil (artigo 22, parágrafo único).

O processo discriminatório judicial tem caráter preferencial e prejudicial em relação às ações em andamento, referentes a domínio ou posse de imóveis situados, no todo ou em parte, na área discriminada, determinando o imediato deslocamento da competência para a Justiça Federal (artigo 23).

Parágrafo único. Nas ações em que a União não for parte, dar-se-á, para os efeitos previstos neste artigo, a sua intervenção (art. 23, parágrafo único).

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Iniciado o processo discriminatório, não poderão alterar-se quaisquer divisas na área discriminada, sendo defesa a derrubada da cobertura vegetal, a construção de cercas e transferências de benfeitorias a qualquer título, sem assentimento do representante da União (art. 24).

A infração ao disposto no artigo anterior constituirá atentado, cabendo a aplicação das medidas cautelares previstas no Código de Processo Civil (art. 25).

No processo discriminatório judicial os vencidos pagarão as custas a que houverem dado causa e participarão pro rata das despesas da demarcação, considerada a extensão da linha ou linhas de confrontação com as áreas públicas (art. 26).

A competência da é Justiça Federal, quando se tratar de terras devolutas da União (art. 19, parágrafo único), ou da Justiça Estadual, quando se cuidar de terras devolutas estaduais (art. 27)

Conforme o artigo 27, o processo discriminatório previsto nesta Lei aplicar-se-á, no que couber, às terras devolutas estaduais observando-se o seguinte:

I - na instância administrativa, por intermédio de órgão estadual específico, ou por meio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, mediante convênio;

II - na instância judicial, na conformidade do que dispuser a Lei de Organização Judiciária local.

dabliopeandrade

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15 - EMBARGOS DE TERCEIRO (art. 1046/1054 do CPC)

Petição inicial (art. 1050)

Juiz manda citar embargado (art. 1051)

Juiz manda justificar; citado o embargado (art. 1050, § 1º)

Juiz defere mandado liminar e manda citar o embargado (art. 1051)

Nega o mandado

Concede o mandado

Embargante presta caução (art. 1051)

Cumprimento e citação (se for o caso)

Sem contestação

Contestação

Audiência, se necessária (art. 803, parágrafo único)

Sentença

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EMBARGOS DE TERCEIRO Embora aparentemente pareça um recurso (em analogia com embargos declaratórios e embargos infringentes), os embargos de terceiro são uma ação do terceiro que pretende ter direito ao domínio ou outro direito, inclusive a posse sobre bens penhorados ou outro fato que possa sujeitar a transmissão compulsória de bens. Ex: é cabível quando é penhorado um bem já não pertencente ao devedor, quando é inventariado um bem já não pertencente ao espólio, sem se mencionar os casos específicos dos art. 1046 e 1047 do CPC. PETIÇÃO INICIAL O embargante (que não integra o processo) apresentará petição elaborada segundo o art. 282 do CPC, provocando sumariamente sua posse ou propriedade (a condição de terceiro), oferecendo documentos e rol de testemunhas, em qualquer fase do processo, enquanto ainda não transitar em julgado a sentença no processo de conhecimento e, no processo de execução, até cinco (5) dias após a arrematação. DESPACHO O juiz manda autuar por dependência, em autos apartados e apensar ao principal. Não tendo logrado o Embargante provar o alegado na inicial, rejeita os presentes embargos pelos seguintes motivos. Publique-se e Intime-se. Cabe apelação dessa decisão, e não agravo de instrumento. Diferentemente das possessórias, a liminar nos embargos de terceiros pode ser negada liminarmente, sem necessidade de justificação, já que a prova do embargante deve ser feita no próprio pedido; mas ao juiz é facultado designar audiência. O juiz analisando as provas acostadas à inicial, poderá conceder a liminar, nos seguintes termos: “Autue-se por dependência, em autos apartados. Estando suficientemente provada a posse do embargante, defiro liminarmente os embargos, expedindo-se mandado de manutenção (ou restituição) em seu favor, que só receberá os bens após prestar a competente caução, nos moldes do art. 826 e segts c/c o art. 1051 do CPC. Após, cite-se o embargado para contestar no prazo de 10 dias (art. 1053 do CPC); ordeno a suspensão do processo principal, no tangente aos bens embargados. Intimem-se” Contestada a ação, e não havendo necessidade de produção de provas, o juiz sentenciará. Havendo necessidade, despachará, em obediência ao § único do art. 803 do CPC. Não contestada a ação, o juiz, seguindo o preceito do art. 803, “caput”, do CPC, julgará os embargos (art. 330, inciso II, do CPC). Isto, no caso de rejeição dos embargos ou de concessão de liminar.

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Pode ocorrer que consoante lhe faculte o art. 1050, parágrafo único do CPC, o juiz decide proceder à justificação, caso em que despachará. Realizada a audiência, o juiz decidirá. dabliopeandrade

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16 - EMBARGOS INFRINGENTES (execução fiscal (Art. 34 da Lei nº 6.830)

Modificando o sistema rigidamente estruturado do Código de Processo Civil, cujo art. 513 prevê que “da sentença caberá apelação”, a Lei nº 6.830 (art. 34) passou a dispor que, nas execuções de pequeno valor, o recurso será interposto para o próprio juiz, sob o nome de embargos infringentes. O critério de pequeno valor, para esse fim, é o de 50 Obrigações do Tesouro Nacional (OTNs), segundo o disposto no § 1º do art. 34. Com a extinção da OTN, em janeiro de 1989, e sua substituição pelo BTN, a adaptação que recomendávamos, em edições anteriores desta obra, era a de levar em conta o valor da OTN de janeiro/1989 (NCz$ 6,17), multiplicado pelo valor do BTN do mês considerado (50x6,17 x BTN do mês) Extinto o BTN, porém, pela Lei nº 8.177, de 1º de março de 1991, sem que outro índice tenha sido indicado, torna-se extremamente difícil calcular o valor que corresponderia às mencionadas 50 OTNs. Tabelas de conversão, existentes no mercado, poderiam ser uma solução. Reza a Súmula 640 do STF: “É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e criminal”. dabliopeandrade

Sentença

Petição de recurso e razões

Contra-razões

Juiz reforma a sentença ou rejeita os embargos

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17 - AÇÃO CIVIL PÚBLICA POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI 8.429 DE 02.06.92)

Petição inicial

Notificação prazo 15 dias (art. 17, § 7º)

Citação (art. 7º, § 9º)

Vista ao Ministério Público

Sem prova testemunhal, pericial ou documental: julgamento antecipado da lide

(art. 330 CPC)

Com prova testemunhal, pericial ou documental

Segue o procedimento ordinário

Duplo grau de jurisdição

Defesa prévia

Contestação

Intimação do ente político para integrar a lide

Sentença

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IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes, nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional, e dá outras providências.

Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.

Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

OBJETO IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração (por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo), mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior (art. 2º).

As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma, direta ou indireta (art. 3º).

Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos (art. 4°).

Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano (art. 5°).

No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio (art. 6º).

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Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado (art. 7º).

A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito (Parágrafo único).

O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei, até o limite do valor da herança (art. 8º).

PETIÇÃO INICIAL

A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar (art. 17º).

§ 1º. É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que trata o caput.

§ 2º. A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à complementação do ressarcimento do patrimônio público.

§ 3º. No caso da ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, a pessoa jurídica interessada integrará a lide na qualidade de litisconsorte, devendo suprir as omissões e falhas da inicial e apresentar ou indicar os meios de prova de que disponha.

§ 4º. O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.

§ 5º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto (parágrafo incluído pela Medida Provisória n.º 2.180-34, de 24.8.2001).

§ 6º A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil. (Redação da pela Medida Provisória n.º 2.225-45, de 4.9.2001)

§ 7º Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá

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ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias. (Redação da pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

§ 8º Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita.(Redação da pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

§ 9º Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação. (Redação da pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento. (Redação da pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida à inadequação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o processo sem julgamento do mérito. (Redação da pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos regidos por esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1o, do Código de Processo Penal. (Redação da pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.

Dabliopeandrade

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18 – LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA POR CÁLCULO (ART. 604/605)

Credor elabora cálculo (memória discriminada e atualizada)

Art.604

Citação do devedor com cópia da memória (art. 604)

Prossegue na forma dos arts. 652 e ss.

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LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA POR CÁLCULO (ART. 604/605) Far-se-á quando a determinação do valor da condenação depender apenas de cálculo aritmético (art. 604). Para os fins do art. 570, poderá o devedor proceder ao cálculo na forma do art. 604, depositando, de imediato, o valor apurado. Quando a elaboração da memória do cálculo depender de dados existentes em poder do devedor ou de terceiro, o juiz, a requerimento do credor, poderá requisitá-los, fixando prazo de até trinta dias para o cumprimento da diligência; se os dados não forem, injustificadamente, apresentados pelo devedor, reputar-se-ão corretos os cálculos apresentados pelo credor, e a resistência do terceiro será considerada desobediência (art. 604, § 1º). Poderá o juiz determinar a citação, valer-se do contador do juízo quando a memória apresentada pelo credor aparentemente exceder os limites da decisão exeqüente e, ainda, nos casos de assistência judiciária. Se o credor não concordar com esse demonstrativo, far-se-á a execução pelo valor originariamente pretendido, mas a penhora terá por base o valor encontrado pelo contador (art. 604 § 2º). DA EXECUÇÃO EM FACE DA FAZENDA PÚBLICA A execução em face da Fazenda Pública continua seguindo os trâmites do art. 730 do CPC, inclusive com possibilidade de a mesma ofertar embargos à execução. Destarte a real influência da Lei 11.232/2006, a execução promovida contra a Fazenda Pública é apenas na inexigibilidade do título judicial transitado em julgado, quando este encontrar-se fundado em lei ou ato normativo declarando inconstitucional pelo STF, ou quando a sentença exeqüenda estiver motivada na aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo, tidos pela Suprema Corte como incompatíveis com a Constituição Federal (parág. Único do art. 741, do CPC, nova redação dada pela Lei 11.232/2006). Assim, a Fazenda Pública argüirá, em sede de embargos à execução, a inconstitucionalidade da sentença, transitada em julgado, levando o feito ao arquivamento, por inexigibilidade de título. Dabliopeandrade

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19 – NOTIFICAÇÃO E INTERPELAÇÕES (ART. 871/873)

A petição inicial é recebida em secretaria e encaminhada ao juiz para despacho. O notificado ou interpelado será intimado da notificação, após feita a notificação, ordenará o juiz que, pagas as custas, e decorridas 48 (quarenta e oito) horas, sejam os autos entregues à parte independentemente de traslado. Não admitem defesa nos autos (art. 871). Dabliopeandrade

Petição Inicial (art. 867)

Intimação do requerido

Permanência dos autos em cartório por 48 horas (art. 872)

Entrega dos autos à parte (art. 872)

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20 - EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA (Arts. 730 -731 E 741)

Petição inicial com base em título judicial ou extrajudicial

Citação com prazo de dez dias (Art. 730, caput)

Título judicial

Título extrajudicial

Não há embargos

Há embargos (art. 740)

Com ou sem embargos

Sentença

Rejeição

Sentença acolhe os embargos

Sentença rejeita os embargos

Extingue a execução (art. 795)

Requisição de pagamento (art. 730, I)

Expedição de Precatório pelo Presidente do Tribunal de Justiça (art. 730, I)

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EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA O processo de execução por quantia certa, regulado pelos art. 730 e 731 do Código de Processo Civil, aplica-se às autarquias e demais pessoas jurídicas de direito público interno, como as fundações de direito público, cujos bens, tal como as das autarquias são impenhoráveis. Com a Emenda Constitucional nº. 30, de 13.09.2000, que deu nova redação ao § 1º do art. 100 da CF/88, ficou claro que, no caso de obrigação por quantia certa, a execução contra a Fazenda Pública, nos moldes do art. 730 do CPC, somente será possível com base em sentença transitada em julgado, restando, pois, afastada, na espécie, a execução provisória. E instituiu as seguintes regras novas: a-) o pagamento do precatório deve ser realizado até o final do exercício seguinte ao de sua tempestiva apresentação (§ 1º); b-) os precatórios terão seus valores atualizados monetariamente na época do pagamento (§ 1º); não tendo a regra constitucional autorizado o acréscimo de juros moratórios, o pagamento dentro do prazo marcado pelo § 1º do art. 100 da CF não os incluirá. Eventual desrespeito ao termo produzirá a mora da Fazenda e justificará a inclusão dos juros no precatório complementar, mas sua incidência fluirá apenas a partir do final do exercício em que o pagamento deveria ser realizado. c-) o presidente do tribunal competente que, por ato comissivo ou remissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatório incorrerá em crime de responsabilidade (§ 5º). Embargos à execução contra a Fazenda Pública A execução por quantia certa contra a Fazenda Pública, conforme já se registrou, pode fundar-se em título judicial ou extrajudicial ( v., retro nº 888). O rito executivo é o mesmo (art. 730 e 731). O conteúdo admitido para os embargos de devedor é diferente. É ampla a matéria discutível frente ao título extrajudicial (art. 745) e limitada a que se pode opor ao título judicial (art. 741). A propósito do assunto, dispõe o art. 745, V, que, nos embargos à execução fundada em título extrajudicial, o executado poderá alegar “qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo conhecimento”, O prazo para oposição dos Embargos à Execução é de 30 (trinta) dias, e inicia-se a contagem a partir da juntada do mandado aos autos do processo de execução, não sendo necessária a penhora para assegurar o juízo, por serem impenhoráveis os bens públicos. Em caso de não oposição de Embargos à execução, ou mesmo quando julgado improcedente, cabe ao juízo de primeiro grau a requisição, por intermédio do presidente do tribunal competente, para que seja incluído no orçamento. O procedimento do precatório tramitará no tribunal respectivo, aquele a que se subordinar o juízo de primeiro grau, e se processará nos termos do Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso. CNGC, Capítulo 2, Seção 12 – Precatório Requisitório.

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2.12.1 – Os pagamentos das importâncias devidas pela Fazenda Estadual ou pela Fazenda Municipal, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, bem como as requisições de pequeno valor, assim definidos em lei, serão requisitados pelo juiz competente ao Presidente do Tribunal de Justiça. 2.12.2 - As requisições serão dirigidas ao Presidente do Tribunal, pelo Juiz da execução, por meio de ofício, cujo teor deverá conter expressamente as seguintes indicações: I - identificação da ação de que resultou o crédito, data de ajuizamento, número do processo, nome do(s) autor(es), comarca e/ou vara em que tramitou; II – se se trata de crédito de natureza alimentar ou comum; III - nome por extenso de todos os credores; IV - nome do devedor; V - total da importância do crédito a ser requisitado, de acordo com a última atualização, individualizada quando houver mais de um credor; VI – indicação do banco, agência e conta-corrente em nome do titular do crédito para o respectivo depósito; VII – que o pagamento se fará mediante termo de quitação nos autos, com assistência do representante legal da Fazenda; VIII – assinatura do Juiz. 2.12.2.1 - Na hipótese de requisição de pequeno valor, dispensam-se as indicações dos itens II e VII. 2.12.3 – Os ofícios de requisição deverão, obrigatoriamente, ser acompanhados de cópias custeadas pelo interessado (exceto em se tratando de beneficiário da justiça gratuita), em duas vias, das seguintes peças, além de outras que o juiz entender necessárias: I – sentença condenatória e o acórdão que tenha sido proferido no segundo grau de jurisdição, se for caso de reexame necessário e/ou de recurso voluntário; II – a conta de liquidação ou demonstrativo do débito, atualizados a partir do valor histórico, com esclarecimento dos índices utilizados; III – decisão que tiver homologado a conta de liquidação; IV – procuração e os possíveis substabelecimentos; V – se o credor ou interessado for pessoa jurídica, o registro desta; VI – certidão de trânsito em julgado, tanto da fase do processo de conhecimento, como dos embargos à execução, se houver; VII – certidão de intimação da Fazenda Pública para opor embargos; VIII – certidão de decurso do prazo legal para oposição de embargos à execução, ou cópia da decisão nestes proferida. 2.12.3.1 – Em se tratando de precatório decorrente de título extrajudicial, excluem-se os itens “I” e “III”. 2.12.3.2 - Para as requisições de pequeno valor a que se refere a Lei Estadual 7.894/2003, além dos itens elencados nesta norma, o ofício deverá conter, ainda, renúncia do eventual saldo remanescente.

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2.12.4 – Quando na Ação Originária houver valores caracterizados como precatório Requisitório e Requisição de Pequeno Valor, ou ainda, sendo estes de natureza diversa (alimentar ou comum), deverá o Magistrado requisitá-los separadamente. 2.12.5 - Os honorários advocatícios sucumbenciais pertencem ao advogado e constituem crédito de natureza alimentar, devendo este constar como interessado no ofício de requisição, quando os créditos forem compatíveis. Em sendo os créditos de natureza diversa, proceder-se-á em solicitações distintas, que dará origem a Precatório ou Requisição de Pequeno Valor. 2.12.6 – O procedimento do recebimento até a quitação do precatório será de competência da Secretaria Auxiliar da Presidência do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, criada pela Lei 8.246/2004, na forma da Emenda Regimental nº 01/2004 – TJ. dabliopeandrade