colapso traqueal - carlos henrique lessa de souza

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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO INSTITUTO QUALITTAS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM CLÍNICA MÉDICA E CIRÚRGICA DE PEQUENOS ANIMAIS COLAPSO TRAQUEAL EM CÃO (Canis familiaris) RELATO DE CASO Carlos Henrique Lessa de Souza Rio de Janeiro, jul. 2009

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Page 1: Colapso Traqueal - Carlos Henrique Lessa de Souza

UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

INSTITUTO QUALITTAS

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM CLÍNICA MÉDICA

E CIRÚRGICA DE PEQUENOS ANIMAIS

COLAPSO TRAQUEAL EM CÃO (Canis familiaris)

RELATO DE CASO

Carlos Henrique Lessa de Souza

Rio de Janeiro, jul. 2009

Page 2: Colapso Traqueal - Carlos Henrique Lessa de Souza

CARLOS HENRIQUE LESSA DE SOUZA

Aluno do curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em

Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais

COLAPSO TRAQUEAL EM CÃO (Canis familiaris)

RELATO DE CASO Trabalho monográfico do curso de pós-graduação“Lato Sensu” em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais apresentado à UCB como requisito parcial para obtenção de título de Especialista em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais, sob a orientação da Profª. Flávia Liparisi

Rio de Janeiro, jul. 2009

Page 3: Colapso Traqueal - Carlos Henrique Lessa de Souza

ii

COLAPSO TRAQUEAL EM CÃO (Canis familiaris)

RELATO DE CASO

Elaborado por Carlos Henrique Lessa de Souza

Aluno do curso de Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais

Foi analisado e aprovado com

Grau: ...........................

Rio de Janeiro, ______ de ________________ de _______.

______________________________________ Membro

______________________________________

Membro

______________________________________ Profª Orientadora Flávia Liparisi

Presidente

Rio de Janeiro, jul. 2009

Page 4: Colapso Traqueal - Carlos Henrique Lessa de Souza

iii

Dedico este trabalho aos meus pais, amigos e professores pelo apoio recebido.

Page 5: Colapso Traqueal - Carlos Henrique Lessa de Souza

iv

Agradecimentos

À minha família, que me incentivou a fazer

este estudo;

À minha orientadora, Profª Flávia Liparisi

que gentilmente prestou seu apoio e

orientação para que este trabalho fosse

concluído;

À proprietária, Sra. Cristina Batista que

autorizou a utilização do seu cão Pirata para

relato deste caso.

Page 6: Colapso Traqueal - Carlos Henrique Lessa de Souza

v

RESUMO

SOUZA, Carlos Henrique Lessa de O presente trabalho relata a ocorrência de um caso de colapso de traquéia em um cão da raça Poodle Toy, macho, 7 anos de idade, atendido no consultório veterinário Golden Vet localizado no município de São Gonçalo no estado do Rio de Janeiro. O colapso traqueal causa principalmente tosse nos animais, sendo esta a principal razão que leva os proprietários ao veterinário. Neste relato, o diagnóstico foi clínico e a confirmação foi feita pelo exame radiográfico; a terapia medicamentosa foi adotada e o animal respondeu favoravelmente ao tratamento.

Palavras-chave: colapso traqueal, cão, tosse.

ABSTRACT

SOUZA, Carlos Henrique Lessa de This works presents a case of tracheal collapse in a male Poodle Toy dog, 7 years old, treated at Golden Vet Veterinary, located in the city of São Gonçalo in the state of Rio de Janeiro. The traqueal collapse causes coughing in animals, being this the main reason that takes their owners to the veterinarian. In this report, the diagnosis was clinical and the confirmation was made by radiographic examination; the drug therapy was adopted and the animal responded favorably to the treatment. Key words: tracheal collapse, dog, cough.

Page 7: Colapso Traqueal - Carlos Henrique Lessa de Souza

vi

A adversidade desperta em nós capacidades

que, em circunstâncias favoráveis, teriam

ficado adormecidas.

(Horácio)

O degrau de uma escada não serve

simplesmente para que alguém permaneça

em cima dele, destina-se a sustentar o pé de

um homem pelo tempo suficiente para que

ele coloque o outro um pouco mais alto.

(Thomas Huxley)

Page 8: Colapso Traqueal - Carlos Henrique Lessa de Souza

vii

SUMÁRIO

Página

RESUMO ..................................................................................................................... v

ABSTRACT ................................................................................................................. v

LISTA DE QUADROS ................................................................................................ viii

LISTA DE FIGURAS .................................................................................................. ix

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................... 01

2. REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 02

2.1. Anatomia e Histologia..................................................................................... 02

2.2. Fisiologia ......................................................................................................... 03

2.3. Etiofisiopatologia ............................................................................................ 05

2.4. Diagnóstico...................................................................................................... 07

2.4.1. Histórico e Sinais Clínicos ..................................................................... 07

2.4.2. Exame Físico.......................................................................................... 08

2.4.3. Exames Complementares ....................................................................... 08

2.4.4. Diagnóstico Diferencial ......................................................................... 10

2.5. Tratamento....................................................................................................... 10

2.5.1. Tratamento Clínico................................................................................. 10

2.5.2. Tratamento Cirúrgico ............................................................................. 13

3. DESENVOLVIMENTO......................................................................................... 15

4. DISCUSSÃO.......................................................................................................... 18

5. CONCLUSÃO........................................................................................................ 20

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 21

Page 9: Colapso Traqueal - Carlos Henrique Lessa de Souza

viii

LISTA DE QUADROS

Página Quadro 1: Principais drogas utilizadas em cães com colapso de traquéia.................... 12

Page 10: Colapso Traqueal - Carlos Henrique Lessa de Souza

ix

LISTA DE FIGURAS

Página Figura 1: Formato de uma traquéia normal e de uma colapsada .................................. 05

Figura 2: A – Estrutura normal da traquéia durante o ciclo respiratório;

B – Colapso da traquéia cervical na inspiração; C - Colapso

da traquéia torácica na expiração. ................................................................ 06

Figura 3: Palpação da traquéia cervical para verificar alterações nos

anéis cartilaginosos ...................................................................................... 16

Figura 4: Radiografia demonstrando o colapso da traquéia torácica (setas

vermelhas). Observar a diminuição do diâmetro em relação à porção

cervical (setas amarelas) .............................................................................. 16

Figura 5: Aplicação do aerossol utilizando-se um espaçador artesanal ....................... 17

Page 11: Colapso Traqueal - Carlos Henrique Lessa de Souza

1

1. INTRODUÇÃO

O colapso traqueal é uma doença respiratória crônica, degenerativa e

incapacitante na qual os anéis cartilaginosos da traquéia diminuem sua rigidez e colabam

parcial ou totalmente durante o ciclo respiratório. Tanto a porção cervical quanto a torácica

podem estar envolvidas. Os principais sinais clínicos são irritação traqueal, tosse, dispnéia

e, em alguns casos, alterações cardiopulmonares, hepáticas ou nas vias aéreas superiores

(JOHNSON, 2000; ETTINGER et al., 2004; HEDLUND, 2005; MAROLF, 2007).

A etiologia deste processo é desconhecida sendo provavelmente

multifatorial; ocorre a substituição da cartilagem hialina por fibrocartilagem e fibras

colágenas além de uma diminuição de sulfato de condroitina e glicosaminoglicano,

acarretando uma incapacidade dos anéis cartilaginosos em manter a conformação normal

durante o ciclo respiratório (JOHNSON, 2000; ETTINGER et al., 2004; MAROLF, 2007).

A patologia é normalmente diagnosticada com base nos sinais clínicos e nos

achados radiográficos cervicais e torácicos porém, a fluoroscopia ou a broncoscopia são os

exames mais sensíveis para detectar tal anomalia (JOHNSON, 2000; FERIAN et al., 2004;

CANOLA & BORGES, 2005; HEDLUND, 2005)

O tratamento do colapso traqueal pode ser clínico ou cirúrgico. O tratamento

clínico é feito através do fornecimento de medicamentos e alterações na rotina do animal

sendo, porém, paliativo e não curativo. A cirurgia é indicada para animais refratários aos

Page 12: Colapso Traqueal - Carlos Henrique Lessa de Souza

2

medicamentos ou para aqueles com redução de 50% ou mais no diâmetro luminal da

traquéia (SUN et al., 2008; GIBSON, 2009).

Este trabalho tem por objetivo demonstrar, através de um relato de caso e

revisão literária, a importância do diagnóstico e a eficiência do tratamento clínico em um

cão com colapso de traquéia.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. ANATOMIA E HISTOLOGIA

A traquéia é um tubo flexível, cartilaginoso e membranoso, que se estende

da saída da laringe, ao nível da segunda vértebra cervical, até sua bifurcação em brônquios

principais direito e esquerdo, imediatamente dorsal à base do coração, no quarto ou quinto

espaço intercostal. A parte da traquéia que está localizada no pescoço é designada como

cervical, e a parte que está localizada dentro da cavidade torácica é designada como

torácica (HARE, 1986; HEDLUND, 2005).

No cão a traquéia é formada por 42 a 46 placas cartilaginosas em forma de

“C”, intercalados por um ligamento anular fibroelástico. A porção dorsal da traquéia, livre

de cartilagem, é composta de mucosa, tecido conjuntivo e músculo traqueal (HARE, 1986;

ETTINGER et al., 2004; HEDLUND, 2005).

Page 13: Colapso Traqueal - Carlos Henrique Lessa de Souza

3

O suprimento sanguíneo da traquéia é feito pelas artérias tireóidea cranial e

caudal e, próximo à sua bifurcação, pela artéria broncoesofágica. O retorno venoso é feito

pelas tributárias da veia jugular, veia tireóidea caudal e veia broncoesofágica. A drenagem

linfática é feita para os nodos linfáticos cervicais profundos, mediastinal cranial,

retrofaríngeo medial e traqueobrônquico. Os nervos laríngeo recorrente e vago suprem a

inervação parassimpática e as fibras simpáticas e inibidoras originam-se do gânglio

cervical médio e do tronco simpático (ibid).

A parede da traquéia, de dentro para fora, é composta principalmente pelas

lâminas mucosa, submucosa, musculocartilaginosa e adventícia. A lâmina mucosa é

recoberta por um epitélio cilíndrico pseudo-estratificado contendo numerosas células

caliciformes; a lâmina submucosa é rica em fibras elásticas possuindo também adipócitos e

glândulas tubulares submucosas que se abrem no lúmen; a lâmina musculocartilaginosa é

composta por placas cartilaginosas hialinas, tecido fibroelástico e pelo músculo traqueal; a

adventícia é uma lâmina de tecido conjuntivo que se une à lâmina musculocartilaginosa e

com o tecido conjuntivo circundante à traquéia (HARE, 1986; GRANDAGE &

RICHARDSON, 1998).

2.2. FISIOLOGIA

As narinas, a cavidade nasal, a faringe, a laringe, a traquéia, os brônquios e

os bronquíolos são responsáveis por conduzir o ar inspirado do meio externo para os

Page 14: Colapso Traqueal - Carlos Henrique Lessa de Souza

4

alvéolos pulmonares e em sentido oposto na expiração. Estas estruturas são denominadas

como espaço morto anatômico porque não há trocas gasosas nessas vias. O movimento do

ar é possível graças a um gradiente de pressão formado entre o meio externo e os pulmões

(ROBINSON, 2004).

Segundo HARE (1986), a composição da traquéia possui algumas sutilezas

capazes de suprir determinadas exigências:

a) As placas cartilaginosas conferem rigidez à estrutura impedindo que a

traquéia entre em colapso quando os pulmões se expandem.

b) A expansão da traquéia, para acomodar aumentos no volume de ar

durante a respiração, é possível devido: à existência de cartilagem hialina dotada de certa

flexibilidade inerente; às placas cartilaginosas que são incompletas em sua porção dorsal; à

lâmina mucosa que possui pregas longitudinais; e à considerável quantidade de tecido

elástico na submucosa.

c) As partículas finas de matéria estranha admitidas durante o processo de

inspiração são capturadas no muco pegajoso secretado pelas glândulas traqueais e células

caliciformes e depois removidas pela ação do batimento dos cílios.

d) A cartilagem que fornece a rigidez à traquéia está presente na forma de

placas mantidas juntas por ligamentos fibroelásticos sendo, portanto, uma estrutura flexível

que dá margem para os movimentos da cabeça e do pescoço.

Page 15: Colapso Traqueal - Carlos Henrique Lessa de Souza

5

2.3. ETIOFISIOPATOLOGIA

A etiologia do colapso de traquéia é desconhecida sendo provavelmente

multifatorial, mas podendo incluir fatores genéticos, nutricionais, anormalidades

neurológicas e degeneração da matriz cartilaginosa. A cartilagem hialina é substituída por

fibrocartilagem e fibras colágenas, ocorrendo também uma diminuição de sulfato de

condroitina e glicosaminoglicano; com isto, os anéis cartilaginosos ficam menos rígidos e

perdem sua capacidade de manter a conformação traqueal normal durante o ciclo

respiratório. O colapso traqueal geralmente afeta toda a traquéia, embora a porção cervical

ou a torácica possa estar isoladamente envolvida. Os anéis cartilaginosos geralmente

colapsam em uma direção dorsoventral (Figura 1) (JOHNSON, 2000; ETTINGER et al.,

2004; MAROLF, 2007).

Figura 1: Formato de uma traquéia normal e de uma colapsada.

Fonte: Adaptado de Animal HealthCare Center, 2009

No processo inspiratório, a pressão intrapleural negativa expande o lúmen

da via aérea intratorácica, enquanto a pressão luminal na porção cervical torna-se negativa.

Page 16: Colapso Traqueal - Carlos Henrique Lessa de Souza

6

Então, a traquéia cervical tende a se colapsar durante a inspiração. Por outro lado, durante

o processo expiratório, a pressão intrapleural aumenta, tornando-se positiva e podendo

conduzir ao colapso torácico da traquéia em cães predisponentes (Figura 2) (ETTINGER et

al., 2004; SUN, 2008).

Figura 2: A – Estrutura normal da traquéia durante o ciclo respiratório. B – Colapso da

traquéia cervical na inspiração. C – Colapso da traquéia torácica na expiração. Fonte: Ferian et al., 2004

A traquéia colapsada dispara o processo da tosse e aumenta o esforço

respiratório tornando maior a pressão intratorácica e fazendo com que a mucosa de um

lado da parede da traquéia entre em contato com o lado oposto causando ferimento. Uma

agressão crônica conduz a um processo inflamatório e a uma descamação epitelial que

podem interromper a limpeza mucociliar e causar hiperplasia glandular aumentando a

secreção respiratória. Essas secreções tendem a se acumular na traquéia devido a

interrupção da limpeza mucociliar agravando ainda mais a tosse e o colapso traqueal. Uma

vez estabelecido o ciclo vicioso, a desordem pode ser considerada progressiva

(JOHNSON, 2000; MAROLF, 2007).

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7

2.4. DIAGNÓSTICO

2.4.1. HISTÓRICO E SINAIS CLÍNICOS

O colapso de traquéia é uma doença reconhecidamente de cães de raças

pequenas ou miniaturas (por exemplo: Poodles Toy, Yorkshire Terriers, Lulus da

Pomerânia, Malteses, Chihuahuas, Shih Tzus, Lhasa Apsos) associada com a flacidez e o

achatamento dos anéis cartilaginosos. Não há predisposição sexual e a maioria dos animais

é de meia idade quando os sinais clínicos são notados; entretanto, com menos de um ano

de vida os animais podem ser diagnosticados com esta condição (NELSON, 1998;

JOHNSON, 2000; ETTINGER et al., 2004; HEDLUND, 2005).

O sinal clínico característico mais encontrado em cães com colapso traqueal

é uma tosse paroxística facilmente induzida descrita como grasnido seco. Cães também

engasgam e fazem força para vomitar no intuito de limpar secreções respiratórias, o que

pode ser confundido com transtornos digestivos ou corpo estranho traqueal ou esofágico

(FERIAN et al., 2004).

Os sinais clínicos do colapso traqueal progridem com a idade e incluem

ruídos respiratórios anormais, dispnéia, intolerância ao exercício, cianose e síncope. Estes

sinais são mais críticos em animais obesos e são agravados por alergias respiratórias,

infecções das vias aéreas, compressão traqueal externa pela utilização de coleiras,

excitação, calor, umidade, exercício, ao se alimentar, ou beber (JOHNSON, 2000).

Page 18: Colapso Traqueal - Carlos Henrique Lessa de Souza

8

2.4.2. EXAME FÍSICO

Os cães com colapso traqueal geralmente gozam de boa saúde embora

aproximadamente a metade sofra por algum grau de obesidade. Dependendo do estado de

ansiedade e da angústia respiratória do momento, a coloração da mucosa pode variar de

normal a cianótica. A maioria dos animais com colapso de traquéia possuem uma

sensibilidade traqueal acentuada e a palpação resulta em uma tosse seca de natureza

paroxística. A palpação da traquéia na região cervical pode revelar anéis cartilaginosos

macios e achatados nos casos graves (JOHNSON, 2000; ETTINGER et al., 2004).

A auscultação pode localizar ruídos respiratórios anormais e identificar uma

valvulopatia mitral. Bulhas cardíacas anormais podem estar associadas a cardiopatia

intercorrente. A eletrocardiografia pode revelar arritmia sinusal, evidênciar cor pulmonale

ou aumento de tamanho do ventrículo esquerdo. A hepatomegalia é evidenciada numa

grande porcentagem de animais com colapso de traquéia e pode ser resultante de uma

congestão venosa devido a cor pulmonale ou a uma alteração gordurosa (HEDLUND,

2005).

2.4.3. EXAMES COMPLEMENTARES

Os testes laboratoriais geralmente são normais em cães com colapso

traqueal a não ser que haja enfermidade concomitante. O estudo hematológico é

Page 19: Colapso Traqueal - Carlos Henrique Lessa de Souza

9

importante para avaliar desordens sistêmicas tais como broncopneumonia,

hiperadrenocorticismo ou hipotireoidismo que podem comprometer o sucesso do

tratamento (HEDLUND, 2005).

Radiografias laterais da região cervical e torácica são diagnósticas em

aproximadamente 60% a 84% dos animais com colapso de traquéia. Como esta anomalia é

dinâmica, ou seja, a traquéia cervical sofre colabamento na inspiração enquanto a torácica,

na expiração, os filmes devem ser feitos tanto na inspiração quanto na expiração para

avaliação de toda a traquéia (FERIAN et al., 2004; CANOLA & BORGES, 2005).

A avaliação radiográfica estática é insuficiente para o diagnóstico do

colapso em muitos cães, principalmente quando a porção torácica está envolvida. Nestes

casos, a fluoroscopia pode ser útil pois permite uma avaliação dinâmica do movimento da

traquéia (HEDLUND, 2005).

A ultrassonografia pode ser utilizada para detectar o colapso da traquéia

pois permite a avaliação dinâmica de alteração em seu formato durante o ciclo respiratório.

Esta técnica é limitada ao diagnóstico do colapso da porção cervical sendo também de

difícil visualização devido a interface ar-tecido dentro da traquéia (EOM et al., 2008).

A broncoscopia fornece o diagnóstico definitivo do colapso de traquéia,

avalia a severidade do processo, caracteriza o local do colapso (cervical ou torácico),

detecta o grau de lesão da mucosa, e permite a coleta de material para avaliação citológica

e microbiológica. Os riscos para a realização deste procedimento estão associados a

Page 20: Colapso Traqueal - Carlos Henrique Lessa de Souza

10

necessidade de anestesia geral; além disto, alguns animais com sensibilidade traqueal

severa podem desenvolver uma tosse incurável após a broncoscopia (JOHNSON, 2000).

2.4.4. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

O colapso de traquéia deve ser diferenciado de outras causas que provocam

tosse crônica e desconforto respiratório tais como síndrome braquicefálica, tonsilite,

colabamento laríngeo, paralisia ou paresia laríngeas, obstrução traqueal ou laríngea,

bronquite, traqueobronquite, pneumonia, alergias, verminoses cardíacas, falha cardíaca

congestiva, hipoplasia traqueal, estenose traqueal e neoplasias traqueais. Entretanto, várias

condições cardiopulmonares podem coexistir com o colapso traqueal ou agravar os sinais

clínicos em cães predisponentes (JOHNSON, 2000; ETTINGER et al., 2004; HEDLUND,

2005).

2.5. TRATAMENTO

2.5.1. TRATAMENTO CLÍNICO

A terapia clínica é considerada o tratamento de escolha para pacientes com

colapso de traquéia e a cirurgia deve ser reservada para aqueles que não a respondem

Page 21: Colapso Traqueal - Carlos Henrique Lessa de Souza

11

satisfatoriamente (SUN et al., 2008). O tratamento clínico é sintomático e paliativo, não

curativo (GIBSON, 2009).

No planejamento do tratamento clínico é de grande importância tentar

identificar o evento disparador do colapso para suprimir ou quebrar o ciclo patológico

vicioso. No caso de paciente obeso, a redução de peso deve ser instituída e, condições que

levam à obesidade tais como hipotireoidismo, hiperadrenocorticismo ou diabetes mellitus

devem ser controladas. Recomenda-se a restrição de exercícios e outros eventos que

causem a excitação do animal. O paciente deve ser mantido em um ambiente livre de

fumaça e outros agentes irritantes ou alérgenos respiratórios. As coleiras devem ser

banidas ou substituídas por peitorais (SUN et al., 2008; GIBSON, 2009).

Normalmente os cães afetados são tratados com uma combinação de

antitussígenos, broncodilatadores, antiinflamatórios corticosteróides, antibióticos e

sedativos (Quadro 1) (GIBSON, 2009).

Os antitussígenos podem reduzir a irritação crônica ou o dano do epitélio

traqueal. O controle da tosse também permite a resolução de outros problemas associados

com esta condição e retarda o ciclo de autodestruição que ocorre com o colapso de

traquéia. Os agentes butorfanol e hidrocodona são muito eficazes no controle dos sintomas

podendo, porém, desenvolver efeitos colaterais tais como: sedação excessiva, anorexia e

constipação (JOHNSON, 2000; ETTINGER et al., 2004; FERIAN et al., 2004).

Page 22: Colapso Traqueal - Carlos Henrique Lessa de Souza

12

Drogas Dosagem Antitussígenos

Butorfanol 0,05-0,1 mg/kg; VO; QID ou TID Dextrometorfano 2,0 mg/kg; VO; QID ou TID Hidrocodona 0,25 mg/kg; VO; QID ou BID

Broncodilatadores Albuterol 0,02-0,05 mg/kg; VO; TID ou BID Aminofilina 6-10 mg/kg; VO, IM ou EV; TID Clenbuterol 0,8 mcg/kg; VO; BID Teofilina 5,0 mg/kg; VO; QID ou TID

Corticosteróides Dexametasona 0,5-2,0 mg/kg; EV na emergência Fluticasona 250 mcg/animal; BID Prednisona 0,5-1,0 mg/kg; VO; BID

Antibióticos Amoxicilina + Clavulanato 10,0-20,0 mg/kg; VO; BID Cefalexina 15,0-30,0 mg/kg; VO; BID Enrofloxacina 2,5-5,0 mg/kg; VO; BID Sulfametoxazol + Trimetoprima 15,0-30,0 mg/kg; VO; BID

Sedativos Acepromazina 0,05-0,1mg/kg; EV, IM ou SC Butorfanol 0,1-0,8 mg/kg EV Diazepam 0,2-0,6 mg/kg EV

Quadro 1 – Principais drogas utilizadas em cães com colapso de traquéia. Fonte: Viana, 2007

Os broncodilatadores não agem sobre a traquéia, porém, reduzindo o

espasmo das vias aéreas de menor calibre e diminuindo a pressão intratorácica, há uma

redução da tendência do colapso das vias aéreas de maior calibre. Ocorre também uma

melhora na depuração mucociliar e redução da fadiga diafragmática. Os agentes

aminofilina, teofilina, albuterol e clenbuterol são os mais freqüentemente utilizados

(ETTINGER et al., 2004).

A inflamação traqueal ou laríngea e doenças brônquicas crônicas são

geralmente tratadas com corticosteróides como a prednisona, porém, o uso prolongado

pode promover infecções, ganho de peso, retenção de sódio e ansiedade causando um

Page 23: Colapso Traqueal - Carlos Henrique Lessa de Souza

13

estresse adicional ao sistema respiratório. Inalantes para cães, similar ao usado para

humanos asmáticos, podem ser úteis no fornecimento de corticosteróide enquanto

minimizam os efeitos colaterais (JOHNSON, 2000).

As inflamações ou infecções pulmonares devem ser tratadas com

antibióticos observando, se possível, os resultados de cultura e antibiograma (FERIAN et

al., 2004).

O sulfato de condroitina pode ser utilizado na tentativa de melhorar o aporte

de água para o interior das células permitindo melhor atividade cartilaginosa da traquéia

durante as trocas de pressão de ar nos pulmões (SAITO, 2009).

Os pacientes em crise respiratória aguda que apresentem agitação intensa,

angústia respiratória e cianose devem ser colocados em um ambiente calmo e receber

suprimento de oxigênio. Uma combinação de acepromazina e butorfanol pode ser utilizada

para diminuir a tosse e aliviar a angústia respiratória na maioria dos casos. Em casos mais

severos uma traqueostomia pode ser necessária (JOHNSON, 2000; ETTINGER et al.,

2004; FERIAN et al., 2004).

2.5.2. TRATAMENTO CIRÚRGICO

A cirurgia é recomendada para todos os cães com sinais clínicos moderados

a severos, que possuem uma redução de 50% ou mais do lúmen traqueal e que são

refratários à terapia medicamentosa; porém, os cães que apresentam colapso ou depressão

Page 24: Colapso Traqueal - Carlos Henrique Lessa de Souza

14

de laringe, cardiomegalia generalizada e doença pulmonar crônica são pobres candidatos

ao procedimento cirúrgico (GIBSON, 2009).

A utilização extraluminal de próteses traqueais tem por objetivo dar

sustentação estrutural às cartilagens e ao músculo traqueal, preservando ao máximo o

aporte sangüíneo e a inervação da laringe e da traquéia. As próteses são de polipropileno e

podem ser em forma de anéis individuais ou em espiral. Esta técnica está limitada à

traquéia cervical e a uma pequena porção proximal da torácica; e os pacientes com menos

de 6 anos de idade respondem melhor ao tratamento do que os mais idosos. A principal

complicação que pode surgir é a paralisia laríngea devido à lesão do nervo laríngeo

recorrente durante a cirurgia, sendo necessária uma traqueostomia permanente em alguns

casos. Os sinais clínicos poderão permanecer se o colapso das vias aéreas progredir acima

ou abaixo da prótese ou nas vias aéreas inferiores (colapso bronquial) (HEDLUND, 2005;

SUN et al., 2008; GIBSON, 2009).

A endoprótese (stent) é uma alternativa cirúrgica que possui a vantagem de

ser minimamente evasiva e a possibilidade de tratamento do colapso torácico. Os stents

que menos causam problemas atualmente são os confeccionados com uma liga de níquel e

titânio conhecida como nitinol. As complicações estão relacionadas com a migração ou o

colapso da endoprótese, desenvolvimento de infecções e fatores que desestabilizam o

aparato mucociliar, podendo agravar os sinais clínicos. É importante salientar que após a

epitelização e incorporação do stent na via aérea, sua remoção é de difícil realização e,

Page 25: Colapso Traqueal - Carlos Henrique Lessa de Souza

15

ocorrendo algum problema, o paciente perde a oportunidade de reparação cirúrgica (LEE et

al., 2007; SUN et al., 2008; GIBSON, 2009)

3. DESENVOLVIMENTO

Um cão da raça Poodle Toy, macho, 7 anos e 8 meses de idade foi atendido

em abril de 2009 no Consultório Veterinária Golden Vet em São Gonçalo, RJ. A

proprietária relatou que o animal apresentava uma tosse seca paroxística que perdurava por

vários minutos e só melhorava quando o animal era massageado na região abdominal. Os

episódios de tosse ocorriam em diversos locais e momentos não sendo possível associá-los

a uma causa específica. Ao exame físico o animal estava com normotermia, mucosas

normocoradas e bom escore corporal. O animal estava bastante agitado apresentando,

devido ao estresse da manipulação, taquicardia e taquipnéia prejudicando parcialmente a

auscultação cardiopulmonar. Quando a traquéia cervical foi massageada (Figura 3), o

paciente apresentou a tosse descrita pela proprietária. Foi então solicitado um exame

radiográfico das regiões cervical e torácica cujo resultado foi um colapso parcial da

traquéia torácica (Figura 4) e uma bronquite leve.

Page 26: Colapso Traqueal - Carlos Henrique Lessa de Souza

16

Figura 3: Palpação da traquéia cervical para verificar alterações nos anéis cartilaginosos

(Autoria Própria)

Figura 4: Radiografia demonstrando o colapso da traquéia torácica (setas vermelhas).

Observar a diminuição do diâmetro em relação à porção cervical (setas amarelas). Fonte: PCA – Centro de Diagnóstico Veterinário, 2009.

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O tratamento prescrito foi de uma associação de Sulfametoxazol com

Trimetoprima (Bactrim®) BID por 10 dias, Albuterol (Aerojet Spray®) BID por 14 dias,

Fluticasona (Flixotide® 250 mg) BID durante 7 dias e SID por mais 7 dias. A aplicação do

Albuterol e da Fluticasona foi realizada aspergindo-se duas vezes o fármaco em um

espaçador artesanal (Figura 5) e fazendo o animal inalar durante 30 segundos.

Figura 5: Aplicação do aerossol utilizando-se um espaçador artesanal.

(Autoria Própria)

Após 20 dias a proprietária relatou que o paciente havia melhorado bastante

e que os episódios de tosse só reapareciam quando o animal estava muito excitado ou

quando comia de forma muito rápida. A traquéia cervical ainda apresentava sensibilidade,

pois com a palpação a tosse era deflagrada.

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A proprietária foi alertada que a melhora foi terapêutica porém, não

definitiva e, para evitar uma progressão dos sintomas, o animal deveria ficar longe de

ambientes com poeira ou fumaça, não deveria ficar muito excitado ou estressado, coleiras

ou enforcadores deveriam ser evitados e, caso o animal voltasse a apresentar os sintomas

de tosse, a terapia com o broncodilatador (Albuterol) deveria ser novamente instituída.

Iniciou-se o fornecimento de um nutracêutico (Condromax®) à base de

sulfato de condroitina na tentativa de uma regeneração cartilaginosa da traquéia. Este

medicamento não foi aplicado inicialmente devido à sua possível ineficácia na presença de

tratamentos com corticosteróides descrita em sua bula. Após dois meses o paciente

apresentava-se estável porém, a sensibilidade acentuada da traquéia cervical havia

desaparecido pois não foi possível provocar a tosse mesmo com uma palpação vigorosa.

Um novo exame radiográfico seria necessário para comprovar a eficácia deste tratamento,

porém, não foi realizado por razões financeiras.

4. DISCUSSÃO

Houve concordância, no caso relatado, com a anamnese descrita por Nelson

(1998), Johnson (2000), Ettinger et al. (2004) e Hedlund (2005), que descreveram o

colapso traqueal como uma doença freqüentemente descrita em cães de raças pequenas ou

miniaturas, tendo o Poodle Toy, a raça do paciente relatado, uma alta predisposição. A

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meia idade em que os sinais clínicos foram notados no paciente em questão também

coincide com o relato daqueles autores.

A tosse paroxística descrita pela proprietária coincide com o sinal clínico

característico mais encontrado em cães com colapso de traquéia relatado por Ferian et al.

(2004); essa tosse também foi facilmente induzida no exame físico, palpando-se a traquéia

cervical, já que o paciente apresentava uma sensibilidade local acentuada, conforme

descrito por Johnson (2000) e Ettinger et al. (2004).

Concordando com Ferian et al. (2004) e Canola & Borges (2005), o exame

radiográfico lateral da região cervical e torácica mostrou-se eficiente no auxílio diagnóstico

deste relato porém, apenas o colapso traqueal torácico foi evidenciado porque, sendo esta

anomalia dinâmica, certamente o animal estava expirando no exato momento radiográfico.

Hedlund (2005) aponta a fluoroscopia como um método diagnóstico melhor

que a radiografia para detectar colapsos traqueais principalmente quando a porção torácica

está envolvida. Entretanto, neste relato, a radiografia foi suficiente para detectar o colapso

da traquéia torácica.

A broncoscopia não foi realizada no paciente pois o exame radiográfico foi

conclusivo e, concordando com o que foi descrito por Johnson (2000), para evitar submetê-

lo aos riscos anestésicos e a possíveis traumas traqueais inerentes ao procedimento.

A terapia clínica utilizada foi uma combinação de broncodilatador,

antiinflamatório corticosteróide e antibiótico conforme relato de Gibson (2009). Não

houve, porém, a necessidade de utilização de antitussígenos ou sedativos.

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O sulfato de condroitina foi fornecido diariamente e o paciente obteve, após

dois meses, uma melhora considerável na sensibilidade da traquéia. Saito et al. (2008)

relataram a utilização deste fármaco como uma opção possível e de alta eficácia no

tratamento ao longo prazo dos distúrbios cartilaginosos traqueais. Um estudo mais

aprofundado seria necessário para verificar se a melhora da sensibilidade foi proveniente

da utilização deste medicamento ou ocorreu pela interrupção do ciclo vicioso da tosse

obtido inicialmente com a utilização dos outros fármacos.

5. CONCLUSÃO

O colapso de traquéia é uma patologia respiratória, de natureza

desconhecida, que se não for bem diagnosticada e tratada pode levar o animal a óbito. O

tratamento medicamentoso deve ser instituído preferencialmente e a abordagem cirúrgica

reservada apenas aos pacientes não responsivos ao tratamento ou com colabamentos mais

graves.

Através do caso relatado, conclui-se que a terapia medicamentosa aliada ao

correto manejo foram adequados para assegurar o bem-estar do animal e a redução

significativa dos sinais clínicos; entretanto, é necessário um estudo mais aprofundado para

se entender a etiologia desta doença em cães na tentativa de se obter a sua cura definitiva.

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